Jornalismo Badjeco Levado a Sério! Nº 7 Informativo do Projeto Voz Nativa - Ilha Grande, Angra dos Reis / RJ - Associação Civil Alternativa Terrazul - Outubro de 2015
Programação de cultura e arte mostra a Ilha Grande além das belezas naturais
Jornalismo Badjeco Levado à Sério!
EDITORIAL Turistas que estiveram na Ilha Grande nos últimos dois meses cer tamente foram surpreendidos por algo diferente daquilo que é mostra do pela mídia e pelos guias turísti cos mundialmente.
São ainda iniciativas pessoais, de grupos ou pessoas que acreditam na importância deste resgate e que com muito esforço têm feito isso acon tecer.
Nessa edição apresentamos dois grandes eventos realizados no Abraão, porém, o Torneio de Fute bol da Longa, o Festival da Cultura Japonesa no Bananal, os Festivais de Camarão em Araçatiba e tantas Em importantes destinos turísticos ou tras programações também são do mundo inteiro esses dois compo festividades que estão sendo resga nentes fazem parte do roteiro, ofere tadas na Ilha toda com este mesmo cendo ao viajante o que ele procura: objetivo. Ainda temos muito para não só as belezas naturais daquela caminhar e a contribuição de cada localidade, mas também elementos um é importante para que esse movimento de valorização da cultu de sua cultura, história e tradição. ra local se torne uma realidade. Atentas a isso é que pessoas da Ilha têm se mobilizado para or Por isso, moradores, amantes da ganizar uma agenda de eventos ilha, empresários e poder público que coloque a cultura em primeiro são convidados a contribuir e trans plano, mostrando como ela se apre formar a Ilha Grande em um des senta na comida, no artesanato, na tino ainda mais completo. linguagem, nos hábitos, nas super stições, no lazer e no modo de viver, Motivo é o que não falta, basta agora se conectando às paisagens paradisí fazermos! acas em cada detalhe. Além das montanhas, águas trans parentes e fauna e flora espetacu lares, a Ilha não deixou a desejar no que se refere à arte e à cultura.
Realização:
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Foto: Guia Ecológico João Pontes, Praia Lopes Mendes
Associação Civil Alternativa Terrazul Conselho Diretor Presidente Pedro Ivo de Souza Batista Diretora Administrativa Ana Laíse da Silva Alves Diretor Técnico Assimo Frederico Isique Salles Projeto Voz Nativa Juventude Protagonista da Ilha Grande Coordenação Geral Marcio Ranauro Coordenação de Comunicação Marina Rotenberg Coordenação Administrativa Arnaldo Augusto Assistentes: Ana Laíse, Beatriz Luz, Guaraci Lage, Ivana Ribeiro Assistente de Campo Luísa Sobral Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento Social – UFRJ Coordenação Pedagógica Ivan Bursztyn Coordenação Multimídia André Paz Jornal Voz Nativa Coordenação Marcio Ranauro e Marina Rotenberg Diagramação e Arte Guaraci Lage Fotos Contribuição Guia Ecológico João Pontes Endereço Espaço Voz Nativa Alameda Meu Santo, 250 / Vila do Abraão, Ilha Grande – Angra dos Reis/RJ CEP: 23968-000 Telefones (24)99903-5776 (WhatsApp) projetovoznativa@gmail.com Facebook: Voz Nativa Ilha Grande Site: www.voznativa.eco.br Associação Civil Alternativa Terrazul Rua Floriano Peixoto, 1440 / Centro – Fortaleza/CE - CEP: 60.025-131 www.alternativaterrazul.org.br Tiragem 5.000 Distribuição Gratuita Este jornal é uma iniciativa do Projeto Voz Nativa, sua intenção é dar visibilidade e voz aos jovens nativos da Ilha Grande. As opiniões aqui expressas não refletem necessariamente as opiniões do Terrazul e das instituições parceiras.
Nascido e criado em Aroeira, Cosminho cresceu junto de seus 15 irmãos, seus pais e apenas outras cinco famílias. Quando adulto, foi morar no Abraão. Com emoção se lembra do tempo de infância e juventude.
A história do nascimento. Em pleno carnaval! Eu e mais 12 irmãos nascemos em casa. Naquele tempo tinham as parteiras que faziam os partos em casa. Meu pai foi pro outro lado de canoa, remando 40 minutos, buscar a parteira. Nasci no dia 15 de fevereiro de 1955, 3º dia de carnaval, às 5 horas da manhã. Quando cai em cima da cama, já cai sambando.
Fotos: Luisa Sobral
O tempo bom da infância na roça Aquele tempo da infância era muito bom porque vivíamos tran quilos. A gente não tinha dinheiro, mas era igual a fazendeiro, vivia a sorrir porque tudo que plantava, colhia. Batata, feijão, aipim. Com 7 anos eu já ia para a roça. Quando o dia começava a clarear, seguíamos o caminho dentro da trilha, cerca de 40 minutos a uma hora. Meu pai tinha bastante pina, cana, íamos limpar cana, trazíamos saco de batatas, muita coisa. Nós leváva mos o peixe, e lá já tinha a banana, a casa de farinha, a nascente d´água. Fazíamos o pirão de peixe, almoçávamos lá, só voltáva mos pra casa quando o sol ia se escondendo por trás da serra. Carnaval do nascimento à juventude Ê tempo bom de carnaval! A gente ia num dia e voltava no outro quando o sol estava saindo por cima da Marambaia. Ia em casa, dormia um pouco, e depois voltava. Fazia o carnaval em casa, botava mesa enorme com angu, batata, e o dono da casa não queria acabar. Era tanta gente que a casa não cabia e íamos para o lado de fora. Aqueles blocos com sanfona, triângulo, pandeiro, lata batendo. E tinha baile de calango no Farol do Castelhano! Eu não parava o carnaval inteiro. A ida para o Abraão e seus escritos sobre a saudade Lá onde eu morava em Aroeira tinha cerca de 5 famílias só. Depois todos os moradores foram embora, um alemão comprou Aroeira e saímos da beira da praia e fomos para dentro, para cima, perto da escola – hoje de sativada. Então eu saí de lá pela necessidade, que minha mãe tinha problema de saúde e lá não tinha estrutura, peguei um dinheirinho e comprei uma casa aqui no Abraão. Depois por conta da necessidade foi todo mundo se mudando. Eu saí de onde eu nasci, mas não da minha terra, vim para o Abraão. Isso acalma meu coração.
“Um dia eu parti daqui chorando, com o coração palpitando, mas o meu amor não chegou ao fim. Hoje eu voltei pra matar a saudade da felicidade de onde eu nasci.” Versos escritos por Cosminho Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
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Foto: Sid Pitter
Foto: Marina Rotenberg
Espaço Abraão III Encontro de Pintores e Paisagistas Brasileiros As águas cristalinas, os barcos e o calmo vai-e-vem de turistas e moradores do Abraão formam o cenário perfeito para que artistas do Brasil inteiro desen volvam suas pinturas, dando forma ao III Encontro de Pintores e Paisagistas Brasileiros da Ilha Grande, iniciativa da Pousada Pé na Areia em parceria com a OSIG (Organização para Sustentabilidade da Ilha Grande). Nem mesmo a chuva dos dias 26, 27 e 28 de setembro foi suficiente para ofuscar a beleza da Vila que servia, durante o evento, de estúdio e objeto para os pintores presentes. “A Ilha é um prato cheio para quem é ar tista. A beleza natural desse lugar já é extremamente inspiradora. Pintar aqui é muito especial” Diz Sandra
Abraão promove
I Encontro de Músicos e
Cultura Local
Perreto, artista participante desta edição. Para Luiz Fernando Queiroz, nativo da Ilha Grande e idealizador do projeto, o intuito é espalhar arte pela Ilha, que já é rica em belezas naturais, mas pouco ex plorada culturalmente. “Eu particularmente gosto muito de todo tipo de arte: música, pintura, teatro. A Ilha Grande precisa deste incentivo. As praias e a natureza já são um atra tivo, mas a parte cultural e a educação também de vem ser melhoradas. A ideia é que ano que vem ten ham oficinas destes artistas com as crianças da Ilha Grande. Vamos precisar de tinta, telas, material e eu queria muito convidar as pousadas, restaurantes e de mais moradores para apoiar. Desejo que isso se torne um evento da Ilha.” Diz Luiz Fernando. Para apoiar esse e outros projetos de arte, entre em contato com o Luiz Fernando, na Pousada e Restaurante Pé na Areia. Vamos fazer juntos uma ilha mais cultural.
Foi a partir da percepção de moradores e institu ições do Abraão sobre a importância de incluir a Ilha Grande no movimento ‘Agosto Cultural’, desenvolvi do pela prefeitura de Angra dos Reis, que surgiu o I Encontro de Músicos e Cultura Local, evento que reu niu artistas locais em prol da valorização da cultura da Ilha Grande. Entre shows de Tambores do Abraão, Fanfarra Banda Elite, DJs Junior e Serginho, Bloco FlaIlha, Pratas da Casa e Trio Ipaumguaçu, a Mostra juntou, nos dias 28, 29 e 30 de agosto, turistas e moradores em apresen tações, gratuitas e voluntárias. “Toda a programação foi a partir da colaboração. Não tínhamos recursos, mas acreditávamos na ideia e corremos atrás. Muita gente se envolveu e deu certo.” Diz Nelson Ilha, um dos organizadores do Encontro. Fotos: Marina Rotenberg
“Um dos objetivos é fomentar a cultura local, pro mover o encontro dos músicos entre si e com a co munidade. Muitas vezes esses artistas ficam isolados, tocando nos restaurantes e bares para os turistas, mas não para o morador.” Disse Rodrigo, responsável pelo projeto Tambores do Abraão e também organizador do evento. “O objetivo de 2015 foi cumprido e no ano que vem queremos que seja muito maior. Nosso so nho é fazer um evento de toda a Ilha Grande. E vamos trabalhar para isso” Continua, Rodrigo. O Agosto Cultural Com o objetivo de mostrar que nem só de lindas praias e ilhas paradisíacas vive Angra dos Reis, o Agosto Cultural oferece a moradores e turistas uma programação extensa, que vai de teatro, música, artes plásticas e fotografia até rodas de conversa, seminári os e exibição de filmes, mostrando a efervescência da cultura e do entretenimento no município.
Fotos: Marina Rotenberg
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Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
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PROFISSIONAIS DO ABRAÃO LANÇAM PRIMEIRA COOPERATIVA DE TAXI BOAT DA ILHA GRANDE
Espaço Longa
Trabalhar com o turismo na Ilha Grande, especialmente na Vila do Abraão, não é tarefa fácil. Com cerca de 4 mil moradores, a Vila chega a receber no verão uma média de 10 mil pessoas, o que demanda dos serviços de turismo uma organização além da habitual. A natureza exuberante e a diversidade de atrativos garante uma quantidade de turistas suficiente para deixar qualquer empreendedor confortável o ano inteiro. Mas, a falta de diálogo entre os diversos atores pode, muitas vezes, transformar o local em um cenário de disputa, impactando também na qualidade dos serviços. Foi a por isso que moradores do Abraão decidiram formar a Cooperativa Abraão Taxi Boat – serviço ex clusivo de transporte e passeio – e solicitaram o apoio do Voz Nativa.
Um ato de carinho, despertando jovens leitores Meu nome é Priscila de Araújo Souza, trabalho há 15 anos com turmas multi-anuais na Ilha Grande. Procuro sempre trabalhar o lúdico em sala de aula com atividades que tem o objetivo de “despertar o interesse pela leitura, escrita e inter pretação de diferentes gêneros textuais”.
“Os profissionais de Taxi Boat tiveram a ideia de se organizar para terem um melhor formato de trabalho, abrirem um canal de diálogo junto à Turisangra e à Capitania dos Portos, além de terem mais qualidade no serviço e garantirem preço, passeio e espaço para todos os profissionais. O Voz Nativa poderia articular diversas entidades e contribuir neste processo, e foi isso que fizemos” Conta Marcio Ranauro, coordena dor geral do Projeto.
Fotos: Equipe Voz Nativa
Em tempos de interatividade via telefone ce lular e internet, fazer com que as crianças se interessem pela leitura de livros e jornais não é tarefa fácil, mas certamente é fundamental para formar leitores habituais e cidadãos bem informados. Por isso, minha prática pedagógi ca é baseada nos recursos que são oferecidos para a escola, fazendo um paralelo com a reali dade do mundo atual.
4 Questão de prova utilizando o Jornal Voz Nativa como inspiração. Prova de Maria Eduarda Fotos: Priscila Araújo Souza
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O trabalho realizado com o recebimento do Jornal Voz Nativa está sendo um ponto positivo para aprimorar os conhecimentos dos alunos, a partir do reconhecimento das reportagens que são editadas e vivenciadas próximas à realidade da turma. Priscila Araújo Souza,
O trabalho teve início em maio deste ano e foi de senvolvido pelo Voz Nativa em parceria com o LTDS – Laboratório de Tecnologia e Desenvolvimento So cial da UFRJ e o Fórum de Economia Solidária de Angra dos Reis. As aulas, que envolveram mais de 30 barqueiros do Abraão, abordaram temas como coope rativismo, empreendedorismo, economia solidária e articulação de redes. Os participantes construíram, junto aos professores, um estatuto que define a coope rativa e as questões burocráticas e legais estão sendo definidas com a orientação de uma contadora. Junto a um profissional de design os participantes elaborar am a identidade visual e logomarca da cooperativa. O último curso foi o de agenciamento e precificação, no qual os participantes iniciaram a institucionnalização do serviço prestado, padronizando produtos ofereci dos e preços cobrados. Os participantes estão envolvidos e animados com o trabalho, mas compreendem que a criação da coope rativa foi apenas a primeiro passo para uma fase com novos desafios.“Começar a se organizar é necessário. Se a gente como comunidade mostra que tem força e se organiza, consequentemente os outros setores vão tentar se organizar também e acompanhar esse desen volvimento, dando sequência à qualidade do nosso turismo aqui na Ilha. Nos unimos para começar o tra balho. Tem que ter paciência e esperar uma resposta positiva a médio e longo prazo. Esse é o início.” Diz Antônio Junior, um dos profissionais envolvidos na criação da Cooperativa Abraão Taxi Boat.
Diretora da Escola Municipal Thomaz Henrique Mac Cormick
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Espaço Palmas
Espaço Bananal
Descaso e Acidentes na saída da Trilha Há aproximadamente cinco anos, a ponte que liga a T10 até a Praia de Palmas caiu quando, depois de uma forte chuva, a barra estourou. Desde então turistas e moradores encontram dificuldades para sair da trilha e chegar até a praia, muitos tentam passar pela água pulando por pedras escorregadias enquanto outros tentam descer por uma pedra com auxílio de um cabo posto por moradores. Muitas pessoas não conseguem descer pela pedra e correm risco de escorregar e sofrer sérios acidentes. A população e os turistas precisam de atenção em relação a este assunto, pois em caso de acidente a praia não tem, sequer, uma estrutura de atendimento médico. Houve um episódio em que uma turista francesa quebrou o pé ao descer a pedra correndo. Socorremos a moça que chorava de dor e ligamos para emergência. Conseguimos falar com o Corpo de Bombeiros de Man garatiba e estes disseram que passariam o caso para Angra. Cerca de 30 minutos depois o Corpo de Bombeiros de Angra ligou pedindo a localização da turista, e solicitando que ela não saísse do local, informado que já es tavam a caminho. Esperamos uma hora e meia, então, ligamos novamente para saber se já estavam chegando, disseram que sim, e duas horas após esta confirmação eles ligaram dizendo que não poderiam vir e que ela deveria recorrer ao posto de saúde no Abraão. Por fim, tivemos que colocar a moça no barco do meu marido, que estava trabalhando e a levou para o Abraão. Mais uma vez liguei para o 192 para pedir que uma ambulância aguardasse no Cais, disseram que estariam lá, mas quando chegaram, ele teve que deixar a moça sozinha no barco, correr até o Corpo de Bombeiros e pedir ajuda, só então a turista conseguiu atendimento. Situação Lamentável. Bruna Freire, 30 anos, moradora.
Foto: Bruna Freire
Família Nakamashi: Como começou a colônia japonesa no Bananal Ushizuke Nakamashi desembarcou no Porto de San tos no ano de 1915, onde trabalhou algum tempo como estivador. Como costume da época, as esposas dos imigrantes japoneses vinham da terra natal e só se conheciam por fotografia. Dona Shingue vem do Japão para casar-se com Ushizuke Nakamashi. Por volta de 1930, Ushizuke Nakamashi visita a Baía da Ilha Grande, percebe uma grande quantidade de sardinha e resolve explorar o pescado na Praia do Ba nanal. Quando chegou no Bananal essa pequena comuni dade tinha como principal atividade econômica a la voura familiar. A pesca era ocasional, em canoas ou nas costeiras. Ushizuke passa então a ser conhecido como João Na kamashi e sua esposa, Maria Nakamashi (era comum entre os imigrantes adotarem nomes brasileiros para facilitar a comunicação). João começa seu negócio, industrializando a sardin ha para vender para a colônia japonesa em São Paulo. Defumava-se o peixe, para ser consumido em sopas. Após algum tempo, a sardinha passa a ser salgada e enlatada. A família cresce, com seus filhos Iwauo, Hi roshi, Sakae, Benedito, Maria Esmeralda e Getúlia.
“Muito difícil descer essa pedra, não tenho mais idade pra isso. Espero que coloquem a ponte de volta.”
Preto ainda trabalhava na sardinha, mas nos mea dos da década de oitenta a atividade já não se susten tava, por causa do rigor na fiscalização, diminuição na oferta de pescado, concorrências de outras regiões do país e novas Leis Ambientais. Em 1987, os Naka mashis, pioneiros na exploração de sardinha, fecham as portas. Na década de 1990, Preto e sua esposa Noriko, que tiveram 3 filhos: Roberta, Diego e Rafaela, começaram a receber visitantes paulistanos por intermédio de amigos e parentes nas instalações da antiga fábrica. A antiga Fábrica de Sardinha começa a se transformar, então, em Pousada. Antigos tanques de salga viram quartos, camas são feitas de bambu. Surge a Pousada do Preto, um grande point de jovens que se aventura vam num destino ainda pouco explorado. Inclusive naquelas viagens, muitos casais se conheceram, hoje estão casados e ainda frequentam o local responsável pelo início do romance.
Marta, 53 anos, Turista de Itaguaí
“É muito difícil repor uma ponte pequena e necessária? Por favor, facilitem nossa vida, reponham a ponte.” Rachel, 32 anos, Turista Inglesa.
A Fábrica de Sardinha é erguida, os filhos ajudam no trabalho. O filho mais velho Iwauo Nakamashi, e sua esposa Fuzie Nakamashi, levam em frente o em preendimento e levantam uma nova fábrica, mais ampla e com maquinaria moderna. No final dessa década, as finanças da família passam por uma grave crise e seu irmão – Hiroshi Nakamashi deixa seu filho Paulo cuidando da família e vem para a Ilha ajudar o irmão. Dois anos depois, volta para São Paulo e Kiyoshi Nakamashi, mais conhecido como Preto, vem ajudar seus pais.
Foto: Acervo Família Nakamashi
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Família Nakamashi
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Espaço Voz Nativa Alimento regional: tempero que encanta moradores e turistas
Jovens do Abraão têm contato com arte através do Grafitti
Tapioca, fruta pão, banana, mamão verde, peixe, aipim, laranja da terra. Esses e outros alimentos regio nais existem em abundância na Vila de Provetá, mas, mesmo que sejam utilizados em refeições caseiras, não são os mais oferecidos para os turistas que pas sam pela praia, especialmente na alta temporada. Pensando nisso foi que o Voz Nativa, em parceria com o LTDS - Laboratório de Tecnologia e Desen volvimento Social da UFRJ e o Curso de Gastronomia da mesma universidade, desenvolveu, nos dias 9 e 10 de setembro, a Oficina de Gastronomia na cozinha do Colégio Estadual Pedro Soares.
Fotos: Luisa Sobral
O curso abordou temas como higienização e ma nipulação de alimentos, hospitalidade, precificação, gestão de custos e apresentação de pratos. O intuito foi unir teoria e prática, orientando os participantes para o preparo e a comercialização de refeições que valorizam os saberes e sabores locais. “Em uma pesquisa prévia, identificamos que os mo radores valorizam muito a produção local, o ato de comer e a tradição de cozinhar em família. São características bem fortes. Por isso, no curso mostramos como elas podem se transformar em diferencial para os turistas” Diz Marcella Sulis, uma das professoras.
Voz Nativa é destaque em ‘Como Será?’, da Rede Globo O projeto Voz Nativa foi selecionado, no início de 2015, pela Rede Globo, como uma iniciativa bem su cedida de educação, entre diversos projetos em todo o Brasil. Como fruto do reconhecimento, no dia 12 de setembro o trabalho foi apresentado no quadro ‘Tá no Quadro’ do programa ‘Como Será?’, da emissora.
Dos dias 17 a 21 de agosto, o Voz Nativa realizou na Vila do Abraão, a oficina de graffitti para os alunos do Colégio Estadual Brigadeiro e Escola Municipal Bri gadeiro Nóbrega, com a participação dos grafiteiros e professores David Amen e Wallace Bidu, da Comu nidade do Alemão, no Rio de Janeiro. O objetivo foi apresentar técnicas básicas do Grafitti e familiarizar os participantes com a arte, além de retratar a cultura caiçara em um dos muros do colégio, que não estava em bom estado de apresentação. Foi uma semana prazerosa tanto para os alunos quanto para os grafiteiros, com muitos ensinamentos e companheirismo. Muitos levaram o aprendizado para outras pessoas e pensam até em praticar a arte do grafitti em outros lugares.
Para Brenda de Souza a união do grupo foi muito importante. “Esperava antes da oficina aprender mais sobre o grafitti e consegui. Quero que tenha mais des sa oficina. Em todos os dias eu não fiz nada sozinha, era sempre um ajudando o outro.” Diz.
Foto: Marina Rotenberg
O episódio destacou o sucesso do Jornal Voz Nativa, ao mostrar como uma matéria criada pelos mora dores Felipe Daniel e Vitória Uchoa chamou a atenção do poder público e ocasionou no conserto do cais de Palmas, que estava em péssimo estado e agora se en contra nas condições devidas. No programa, os dois jovens moradores contam como a matéria do Jornal contribuiu positivamente para a comunidade e para suas vidas. Para assistir basta acessar o site do Programa ‘Como Será’ e buscar a edição do dia 12 de setembro de 2015. 10
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“A minha expectativa eram de chegar em casa e poder passar para o papel. Aprendi que tudo começa com um simples traço. Quero que tenha novamente”, disse Flora Rangel, jovem participante do curso.
Manoela Veiga, Jovem Monitora
Fotos: Luisa Sobral
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Mutirão recolhe lixo e promove conscientização em Lopes Mendes Baseados nos conceitos de união e força de vontade, moradores de Pouso, Praia Brava de Palmas e Vila do Abraão, sem alarde político ou publicitário, organizaram-se “boca a boca”, sem uniforme e prancheta, para limparem a Prainha de Lopes Mendes no último dia 24 de setembro, quarta-feira. Num esquema cooperativo que relembra a agricultura familiar (desde a postura das pessoas às mãos desprotegidas, ao recolhimento, ensaque e transporte), sacos foram recheados com grande variedade de objetos de uso diário consumidos e descartados de forma predatória (o famoso e infame lixo). Tampas de garrafas PET e palitos de pirulitos e cotonetes roubavam o espaço, antes exclusivo da vegetação rasteira e da vida marinha. Com a quantidade de lixo na praia, não era possível esticar uma canga confortavelmente e nem mesmo tirar uma selfie #semfiltro.
Caiçaras & Nativos da Ilha Grande Paralelamente, a Brigada Mirim distribuía kits ecológicos contendo informativos sobre a Ilha e sacos, conscientizando e incentivando a manutenção do meio ambiente. A próxima campanha ocorrerá dia 26 de outubro na praia de Lopes Mendes e será divulgada nas redes sociais e através dos próprios moradores. Você pode participar divulgando, doando materiais (sacos de lixo e luvas), transporte, alimentação e, principalmente, repensando a sua produção diária de lixo doméstico, que agora sabemos aonde vai parar. Lucas Edwin,
agente de passeios no Abraão
Fotos: Participantes do multirão
Hoje um pouco mais consciente do Território no qual estou trabalhando e lendo sobre a história da comunidade, ouvindo alguns moradores consegui compreender um pouco mais sobre este local. Já escrevi sobre identidade cultural, territorial e sentimento de pertencimento neste Jornal, na expectativa de ouvir algumas concordâncias e /ou discordâncias do tema, e nada. Com esta indiferença comunitária, hoje compreendo este comportamento. Historicamente o caiçara que é o detentor da região e cultivador cultural, vem sofrendo agressões impostas pelo sistema por mais de 100 anos, ficando de fora de qualquer indagação sobre o que é bom para ele ou não, e junto com toda esta manobra externa, vieram para a região as imigrações com seus sucessivos filhos surgindo, assim, os nativos ,que passaram a tomar frente das decisões da região. Estes fatos ocorreram desde o período imperial que pertenceu à época da migração do Brasil. O Lazareto, segundo os registros que pesquisamos, foi construído no período de 1884, e funcionava como casa de quarentena de 1886 até 1913. Com a explosão da Revolução Constitucionalista em São Paulo em 1932, Getúlio Vargas reabre o Lazareto e em 1942 é transferido o presídio de Fernando de Noronha para a Ilha. Com a construção do novo presídio (IPCM), os presos que estavam no Lazareto foram transferidos para Dois Rios e, em 1963, o então governador Carlos Lacerda mandou demolir o Lazareto. Juntamente com estas três ações citadas, tivemos também a indústria das fábricas de sardinha, na década de 70, as leis ambientais, derrubando duramente os meios econômicos do Caiçara (Pesca e sua Casa de Estuque, sua Gastronomia feita no fogão à lenha) e, no ano 1994, a desativação do presídio e a economia do turismo sem qualquer infraestrutura para a economia local.
Drogas na Ilha Grande Existem vários tipos de drogas: drogas naturais e drogas fabricadas em laboratórios. Essas drogas ilícitas vem crescendo o uso e atraindo cada vez mais pessoas, muitas delas menores de idade, a partir daí muitos jovens entram no caminho do tráfico. Muitos jovens da Ilha Grande vão para a cidade procurar trabalho, em busca de outras oportunidades e aca bam encontrando também coisas ruins, como: drogas, violência e facções. Ao voltar para a Ilha Grande os jovens acabam trazendo todas essas novidades para os que ficaram na Ilha e estes podem ser influenciados pelos efeitos das drogas, alguns entrando nessa vida de tráfico e vício. Achamos que deveria ter mais educação com os usuários porque eles merecem mais respeito, educação, em prego e amor nesta situação. No começo eles vão se sentir numa prisão, pois estão acostumados a viver livres, sem dar explicações a ninguém, mas com o passar dos tempos vão viver melhor entre si. Rafael, Marlon, Josias, Marcos, Emerson, Juliano, Fabrício, Isabela e Nayara, alunos do Colégio Estadual Pedro Soares.
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Se observarmos de 1884 a 1994, são 110 anos que o caiçara vem sorvendo perda do seu território e dos seus direitos de articulação, por interesses escusos e diversos de todos os lados. Os ditos populares ainda predominam: “Lobos em Pele de Cordeiros”, “Vários Telhados de Vidros” , na verdade só defendem os interesses particulares. Esta é minha reflexão sobre este território e meu respeito aos poucos descendentes dos caiçaras que ainda resistem na região. Meus sinceros respeitos aos herdeiros do território. Atenciosamente. Adriano Fabio da Guia,
Coordenador do Projeto Arena Cultural da Ilha Grande & Centro Cultural Constantino Cokotós. Fotos: Equipe Voz Nativa
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Foto: Guia Ecológico João Pontes
Espaço Provetá A igreja Evangélica A igreja Assembleia de Deus foi fundada em Pro vetá por volta do ano de 1935 pelo homem chamado Deoclécio Neves que por um sonho decidiu sair de um lugar chamado Camorim em uma simples canoa chamada “Não bebe”, com sua esposa e seu filho, ain da recém-nascido.
Entre o ano de 2013 e 2014 o poder público trouxe as peças para montar a torre de telefone e inter net que até hoje não foi montada e finalizada. Precisamos muito disso, porque precisamos nos comunicar e às vezes precisamos fazer trabalhos escolares que os professores pedem e na maioria das vezes não temos condições de irmos para a ci dade fazer as pesquisas na intenet e por causa disso ficamos com nota vermelha no bimestre.
Ao chegar em Provetá não foi bem aceito como achava que seria, muitas pessoas não o aceitavam com a ideia de evangelizar em Provetá, pois aqui era uma comunidade católica, mas com sua insistência e com algumas ações de Deus ocorreu o “milagre” - a cura de uma criança - e assim passaram a acreditar no evangelho e assim foi fundada a Assembleia de Deus aqui em Provetá.
A prefeita de Angra dos Reis esteve aqui no Provetá no início deste ano e até no Colégio, prometendo montar a torre, mas até hoje nada. O tempo passa e nada foi feito. Quando chega perto da época de eleição eles precisam da gen te, mas eles têm que reconhecer que nós preci samos ter nossos direitos garantidos. Foto: Mikaela Menezes
Com o passar do tempo Deoclécio veio a falecer e assim então o pastor “Leite” assumiu a liderança da igreja, criando os costumes, como: não é permitido usar biquíni para tomar banho de mar, não é permi tido o uso de calças em mulheres.
Fotos: Marina Rotenberg
Provetá sem internet
A religião acredita em um só Deus e nos seus feitos. Uma coisa bastante popular na religião são as festivi dades dos conjuntos (grupos de moradores divididos em diferentes idades, crianças, adolescentes, jovens, mulheres e homens), que acontecem ao longo do ano.
Hoje, a igreja evangélica está presente também nas praias de Araçatiba, Abraão, Praia Vermelha, Matariz, Matéria elaborada pelos alunos Mikaela Menezes, Evellin Longa, Passaterra e Freguesia de Santana, com cultos Ferreira, Noéllen Ferreira, Jonatã Martins e Alice Ramos, a partir de entrevista realizada com o pastor Timóteo Soares nos domingos, terças e quintas.
Fábia de Oliveira, Guilherme Pimenta e Raphael Cassiano, alunos do 8º e 9º anos da Escola Municipal Pedro Soares e moradores de Provetá
O
s
Foto: Jovens autores da matéria
de Saudade
O que vou contar poderia ser lenda, porém, há uns que dizem ser verdade até os dias de hoje. No canto da praia têm uma barra que corre água em seu percurso normal, ou seja, um percurso reto, bem retinho, sobre as pedras até o mar, e então… de repente a barra muda, ela faz um percurso totalmente diferente do seu normal, fazendo um S, da palavra ‘Saudade’. Por incrível que pareça, o problema não é ela sair do seu trajeto normal. O problema é que quando isso acon tece sempre é sinal que alguém vai morrer em Provetá!
Lorrane, 10 anos, aluna do 4º ano da Escola Municipal Pedro Soares
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Foto: Guia Ecológico João Pontes
Foto: Guia Ecológico João Pontes
Espaço Badjeco A simpatia de quem ama o mar
Mareada: Passar mal e enjoar quando estiver em alto mar
Almir da Silva, nascido na praia de Provetá, hoje mora na Praia Vermelha, onde trabalha com a pesca artesanal e é um dos poucos que ainda vende peixes pescados na Ilha para restaurantes e pousadas locais. Segundo ele, infelizmente a pesca na Ilha Grande está com seus dias contados, com o pouco apoio do poder público para os pescadores e uma nova geração que não se sente estimulada a trabalhar com a pesca. Mas, Almir pretende continuar com a pescaria e garante que uma simpatia feita por seus antepassados garantiu a ele essa paixão pelo mar. Sabendo do resultado, ele também repetiu o procedimento com dois de seus quatro filhos. Não teve erro, os dois que foram agraciados pela simpatia hoje têm grande amor pelas águas salgadas.
“Para garantir que a pessoa não vai ficar mareada meus antepassados faziam uma simpatia que não tem erro. O pescador de linha pesca garoupas, peixe que costuma se alimentar do goiá. Depois de pescar as garoupas, ele coloca todas no barco e algumas vão regurgitar os animais que comeram no fundo do mar. Aquela que regurgitarem o goiá, você pega o goiá e frita. Dá pro seu filho sem ele saber e ele se torna apaixonado pelo mar, sem medo e sem passar mal. Tem que garantir que o animal que o peixe regurgitou não está podre, pode estar morto ou vivo, tanto faz, só é importante não ter passado. É só pegar e fazer. Essa criança que comer não vai enjoar nunca no mar. Meu pai fez isso comigo e deu certo. Dei pro meu filho mais velho, que hoje é gerente da minha pesca, e para a minha única filha, que hoje mora em São Paulo, mas ama o mar. Não tem erro”
Viamento: Conjunto de ferramentos para fazer farinha
Tapiti: Onde coloca a massa da mandioca para espremer, ficar seca e amassar
Espaço Enseada das Estrelas O mangue é nossa vida! As pessoas da Enseada das Estrelas estão destruindo o manguezal. Nós vamos alertar a comunidade sobre a importância do mangue em nossas vidas. O mangue abriga os animais, produz oxigênio e também produz alimentos como macaquinho, caranguejo e outros mariscos. Além dos próprios alimentos para comermos e podermos vender, o mangue produz muitas plantas, que deixam a região ainda mais bonita. Destruir o mangue é destruir a si mesmo, por isso pedimos aos moradores que preservem esse ecossistema e o lugar que nós moramos. Maria Eduarda Tavares, Alice Nascimento, Pedro Paulo Ferreira, Thayane Maia, Kauan Fernandes,
4º e 5º anos do Centro Educacional Integral Monsenhor Pesto de Carvalho, no Saco do Céu
O problema das pontes no Saco do Céu Enturração: Prisão de ventre ou birra
Garoupa Boiada: Peixe com ar na barriga e boiando ou quando está gordo
Aqui no Saco do Céu, Ilha Grande, existe um problema nas pontes, que estão quebradas e algumas estão podres. As pontes que estão quebradas são a ponte do rancho do Seu Nelson, a ponte da Fazenda, a ponte da Praia de Fortaleza, a ponte do trabalho do Seu Jorge. Aqui todos se conhecem e sabem as referências das pontes. Nós estamos reclamando por melhoria nas pontes, porque sem elas não podemos ir para o posto de saúde, não podemos ir para a escola e temos que atravessar pela água e pelo mato, o que é muito ruim, porque as pes soas podem ter ferimentos e correm risco de morte por causa de cobra. A prefeitura deve tomar providências e consertar as pontes. Gostaríamos muito que isso fosse feito. Diego Nascimento – 5º ano, Lucas Pimenta - 4º ano, Arthur Bayma - 4º ano, alunos do CEIMPC.
Fotos: Jovens autores da matéria
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Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
Foto: Guia Ecológico João Pontes, Praia Brava
Foto: Jovens autores da matéria
Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015 17
Foto: Guia Ecológico João Pontes
Dicionário Badjeco de Termos e Manias
Aves da Ilha Grande
Nome Popular: SAÍ AZUL Nome Científico: Dacnis cayana Nome em inglês: Blue Dacnis Nível de observação: Fácil Também conhecido como saí-bico-fino, saíra-de-bico-fino, azulego e saí-bicudo. Apresemta dimorfismo, a fêmea é verde só com a cabeça azulada.
Localizada no sul fluminense, a Ilha Grande possui uma grande diversidade de ecossistemas inseridos na Mata Atlântica: Costões rochosos, restingas, mangues, langunas e a floresta ombrófila densa. Tal fato proporciona uma infinidade de hábitats, que, por consequência, gera uma grande diversidade de aves, muitas delas endêmicas (só existem nesse determinado bioma) da Mata Atlântica. As aves costumam nos chamar atenção pela beleza de suas plumagens e cantos, porém, além de alegrar nossos olhos e ouvidos, as aves têm um papel importantíssimo para o equilíbrio do meio ambiente: atuam como dispersores naturais de sementes, ou seja, são seres que promovem o reflorestamento. O Projeto ‘Aves da Ilha Grande’ tem como objetivo sensibilizar o maior número de pessoas, através de imagens registradas na ilha, destes importantes e encantadores seres alados, para que cada vez mais pessoas se juntem à causa ambiental. Visite: avesdailhagrande.com.br e saiba mais!
Nome Popular: SAÍ ANDORINHA Nome Científico: Tersina viridis Nome em inglês: Swallow Tanager Nível de observação: Médio Apresenta dimorfismo sexual (onde macho e fêmea mesmo sendo da mesma espécie possuem algumas características diferentes). Nessa espécie a fêmea é verde. Também é conhecido como sairão, sanhaçu do barranco e azulão.
Nome Popular: TIÊ SANGUE Nome Científico: Ramphocelus bresilius Nome em inglês: Brazilian Tanager
Nome Popular: PINTADINHO Nome Científico: Drymophila squamata Nome em inglês: Scaled AntBird
Nível de observação: Fácil
Nível de observação: Fácil
Essa é uma das espécies que só existem na Mata Atlântica. O tiê-sangue também é conhecido como sangue-de-boi, tiê-fogo, chau-baêta e tapiranga. A fêmea possui a plumagem marrom. Essa ave se tornou um dos símbolos da Mata Atlântica.
Endêmico da Mata Atlântica. É também conhecido como formigueiro-escamoso e papa-formiga. Apresenta dimorfismo sexual, a fêmea tem a cor marrom no lugar do preto, e amarelo esbranquiçado no lugar do branco.
Nome Popular: TIRIBA DE TESTA VERMELHA Nome Científico: Pyrrhura frontalis Nome em inglês: Maroon-bellied Parakeet Nível de observação: Fácil Endêmico da Mata Atlântica. Também conhecido pelo nome de cara-suja. É visto geralmente em bandos. 18 Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
Nome Popular: SAÍRA MILITAR Nome Científico: Tangara cyanocephala Nome em inglês: Red-necked Tanager Nível de observação: Médio Endêmica da Mata Atlântica. Também conhecida como saíra-de-lenço, saíra-de-pescoço-vermelho, saíra-de-gola. É muita beleza para um ser tão pequeno! Apresenta um leve dimorfismo, no qual as fêmeas possuem o pescoço na cor canela. Jornal Voz Nativa - Ilha Grande, 2015
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Depoimentos de quem conhece o Projeto Voz Nativa Este espaço é aberto, envie o seu também JULIANA SALAZAR
MANOELLA VEIGA JOVEM MONITORA E MORADORA DO ABRAÃO
ALUNA DO PROJETO E MORADORA DO ABRAÃO
O Voz Nativa é um dos melhores projetos que os moradores da praia do Abraão e de outras praias já puderam ter. Projeto que oferece variados cursos, é impossível não querer participar! Vejo que o Voz Nativa está fazendo o seu trabalho de verdade. Cada dia apresenta uma novidade, com cursos que te deixam realmente motivado.
Acho importante a capacitação das pessoas para o desenvolvimento local e pessoal. Acredito que sempre temos espaço para aprender algo novo!
Apoio:
Parceiros:
Colégio Estadual Brigadeiro Nóbrega
Realização:
www.alternativaterrazul.org.br
Colégio Estadual Pedro Soares
João Pontes
Guia Ecológico
Patrocínio: Projeto Juventude Protagonista Ilha Grande
Foto: Guia Ecológico João Pontes, Araçatiba
Parque Estadual da
Ilha Grande