Todo livro de exposições bíblicas corre o risco de pender para a tecnicidade de um comentário bíblico corrido ou de ser tão coloquial que não demonstra um estudo cuidadoso do texto sagrado. Outro perigo está em ser ou só teológico ou meramente prático. Leandro Peixoto foi cuidadoso para não cair em nenhum desses extremos. Ele consegue estudar o texto sem deixar de conversar com o leitor, e está preocupado tanto com a teologia do texto quanto com problemas contemporâneos. Portanto, recomendo com alegria esta série de exposições para que sigamos um caminho semelhante: preocupação exegética, teologia bem fundamentada e aplicação relevante. Heber Carlos de Campos Júnior, professor de Teologia Histórica no Centro Presbiteriano de Pós-Graduação Andrew Jumper. “Em tempos de crise como o que vivemos atualmente, quando facilmente e impulsivamente se levantam vozes desequilibradamente fatalistas, triunfalistas ou céticas, é um oásis podermos encontrar uma abordagem, como a do Reverendo Leandro Peixoto, que eleva o Evangelho, a boa exegese, a doutrina sólida, rodeada de nomes que ao longo da História da Igreja e da atualidade fazem a mesma caminhada saudável, visando levar as afeições do coração do cristão a amar a Deus, e a vida diária a se alinhar com a boa, perfeita e agradável vontade de Deus, a qual muitas vezes passa exatamente por momentos que deixam a nossa alma perplexa.” Joel Bueche Lopes, pastor na Igreja Acção Bíblica em Faro, Portugal e diretor pastoral do Seminário Martin Bucer Portugal.
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A inesperada pandemia causada pela COVID-19 e suas duras e incertas consequências despertaram o coração do pastor Leandro para a necessidade de estudar e orientar o povo de Deus na palavra de Deus. Com sabedoria e coração pastoral, ele liberta seus leitores da visão patética de um Deus que não é soberano, que conosco é pego de surpresa pelas tragédias; e Através do livro do profeta Joel, Leandro conduz o leitor pelo caminho do Deus soberano, sábio, justo e bom, que orquestra todas as coisas para a glória do seu nome e do bem daqueles que o amam, que são chamados segundo o seu propósito. Sillas Campos, pastor da Igreja Batista Central de Campinas (SP); presidente do Ministério Fiel. Diante do vale da sombra da morte, pastores têm a incumbência de guiar as ovelhas de Cristo pelo caminho bíblico. A Escritura nos ensina sobre o sofrimento através de vários retratos. Um deles é o uso disciplinar ilustrado em Joel. O Pr. Leandro Peixoto atentou à chamada e expôs a mensagem divina para que possamos invocar o nome do Senhor e sermos salvos — e essa é uma mensagem para a qual todos devemos atentar. Vinicius Musselman, editor no Ministério Fiel; fundador do Voltemos ao Evangelho; um dos pastores da Igreja Batista da Graça, São José dos Campos (SP).
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messas feitas a nós, pecadores, de que nunca deixaria de nos alcançar com Sua soberana graça. Agradeço ao Senhor pela vida do pastor Leandro Peixoto que, neste livro, nos ajuda a
Wilson Porte Júnior, pastor da Igreja Batista Liberdade (Araraquara – SP), professor e presidente do Seminário Martin Bucer, escritor e conselheiro do TGC Brasil (Coalizão pelo Evangelho).
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Este livro nasceu dedicado à minha família. Para o Sá, que, sempre muito calado, aprendeu a expressar seu amor e saudade simplesmente nhã?”. Eu também te amo, Sá! Para a Bela, que sempre alegra a casa com sorrisos e brincadeiras que me fazem lembrar de minha infância e de como eu era barulhento. Papai te ama, Boo! Para a Cris, que sempre declarou orgulho de ser minha mulher, ao mesmo tempo que não se cansa de esboçar alegre contentamento por me ter ao seu lado. Mal ela sabe que o prazer e o privilégio são todos meus. Te amo, amor!
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Prefácio ..........................................................
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Apresentação ..................................................
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Introdução ......................................................
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1. Chegou mensagem pra você: a mensagem de Joel ..................................
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2. Volte-se de coração para o SENHOR: o panorama de Joel ...................................
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3. Coração quebrado: o dia do gafanhoto .......
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4. Coração rasgado: o dia do SENHOR .........
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5. Coração alegre: o dia da restauração .........
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6. Coração aliviado: o dia da sentença .........
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7. O dia do SENHOR no Antigo Testamento ...
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8. A promessa e o derramamento do Espírito Santo.......................................
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9. O poder de Cristo, a pandemia do novo coronavírus e a postura do cristão ..................................................
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10. A igreja triunfante: o rastro de fé, esperança e amor através da história da igreja em tempos de pandemias ............
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Os maus usos do Salmo 91 em face de pragas, pestes e pandemias, com uma proposta de bom uso do texto .........................
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Agradecimentos ..............................................
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Augustus Nicodemus Lopes, Pastor auxiliar da Primeira Igreja Presbiteriana do Recife.
Leandro Peixoto escreveu um livro bastante instigador, A mão de Deus teológicas mais discutidas com a chegada do novo coronavírus. As consequências da pandemia têm sido chamento de templos de todas as religiões são algumas delas. Diante desses males que têm assolado o mundo, é natural que nos perguntemos qual a origem última de Tão medonho é o quadro que muitos relutam em atribuí-lo a Deus. Como um Deus de amor, todo-poderoso, poderia estar por detrás do sofrimento de milhares de pessoas em todo o mundo? E assim, o diabo ou mesmo a agência humana são vistos como os responsáveis por esse mal. Contudo, como lidar com as passagens bíblicas que falam da soberania de Deus sobre tudo o que acontece, 11
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a ponto de não cair um passarinho no chão a não ser por sua permissão? Como lidar com o relato do dilúvio
de Deus? Como lidar com as dezenas de textos bíblicos que nos falam que Deus atua através do sofrimento com o propósito de aperfeiçoar a fé de seu povo e também de trazer juízo sobre os impenitentes e incrédulos? Nos dias iniciais da pandemia, Leandro Peixoto decida qual é pastor, a partir de uma série de mensagens baseadas no livro do profeta Joel. A escolha, acertada, se deu pela similaridade de contextos: Joel viveu e profetizou numa época em que a nação de Israel estava sendo assolada por uma praga de gafanhotos que deixou um rastro de incêndios, fome e pestes. Tudo aquilo foi entendido por Joel como sendo a mão de Deus sobre seu povo.
essa questão tão antiga, chamada de teodiceia, que trata da origem do mal. O alvo do pastor foi trazer conforto e perspectivas sombrias da pandemia. Creio que esse objetivo foi plenamente atingido. Partindo de convicções básicas como a absoluta soberania de Deus, a sua justiça e seus propósitos sábios para a humanidade e seu povo, Leandro trabalha através da profecia de Joel e apresenta o resultado de sua exegese para os nossos dias. Ele interage com teologias que apresentam alternativas inaceitáveis, como o deísmo e a teologia relacional. O livro é dividido em duas partes, sendo a primeira a exegese em si do livro de Joel, e a segunda sua 12
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contextualização nos tempos bíblicos e nos dias de hoje. O capítulo 1 trata das questões introdutórias ao livro de Joel, sua autoria, propósito e relevância de sua mensagem para nossos dias. O capítulo 2 expõe a reação do profeta diante da terrível invasão de gafanhotos, a qual Joel conclama o povo a rasgar os corações e buscar a da esperança da restauração. Leandro aproveita para tratar diretamente desse ponto, que os problemas vêm realmente da mão de Deus. O dia do Senhor é o tema do capítulo 4, diante do qual a única atitude que nos resta é o quebrantamento de coração. O capítulo 5 expõe as palavras do profeta acerca da futura restauração da nação de Israel, pre6 trata uma vez mais do dia do Senhor e a convocação do profeta para nosso encontro com ele, terminando com a abordagem à questão que é o título dessa obra, “a mão de Deus”. Na segunda parte do livro, o capítulo 7 aborda o conceito escatológico do dia do Senhor no Antigo Testamento à luz dos atributos de Deus, e de lá procede para tratar da fé escatológica do povo de Deus no Novo Testamento, destacando o conceito de novos céus e nova terra. O capítulo 8 é um desenvolvimento mais aprofundado da promessa do derramamento do Espírito Santo tratada no escopo da obra, como uma das bênçãos da restauração prometida. A partir dali, Leandro expõe a doutrina dos dons espirituais, particularmente os que estão no centro do debate quanto à cessação deles. O capítulo 9 traz uma abordagem pastoral que prescreve atitudes adequadas para os cristãos em época de pandemia, como entender a origem divina dos males 13
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que nos cercam e a necessidade de confessarmos nossos pecados e consertarmos a nossa vida. O capítulo 10 é por demais precioso e necessário, pois examina a em épocas semelhantes à nossa, e como eles viram as epidemias e pestes de sua época. Pablo com uma interessante sugestão de aplicação do Estou grato pela oportunidade de prefaciar esta obra, reconhecendo a sua relevância e importância para os de nós.
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Judiclay S. Santos, Pastor da Igreja Batista do Jardim Botânico (RJ); fundador da Pro Nobis Editora.
A mão de Deus é um livro muito oportuno e com um tema bastante sugestivo, sobretudo em uma época tão difícil, marcada por tantas dúvidas quanto à soberania de Deus e à sua providência. Via de regra, infelizmente, os Profetas Menores são pouco conhecidos do público em geral. Boa parte das pessoas faz leituras fragmentadas que servem apenas para alimentar visões caricatas e distorcidas – visões que as impedem de entender sua mensagem central e aplicações em nosso tempo. O livro do profeta Joel tem apenas três capítulos, mas, embora seja curto em extensão, é profundo em conteúdo. A partir de uma abordagem bíblica, levando em conta o contexto histórico e literário, Leandro Peixoto apresenta um panorama geral desse profeta. excelente trabalho exegético e pastoral. Com profundidade e clareza, o autor apresenta uma sinopse da mensagem de Joel. 15
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O livro que você tem em mãos é uma bênção que chegou em boa hora e pode ser útil para corrigir três fraquezas que se fazem presentes em nossos dias. Em primeiro lugar, serve para corrigir a confusão doutrinária que caracteriza este mundo plural. As doutrinas mais básicas da fé cristã são desconhecidas pelos evangélicos. Boa parte dos cristãos não consegue discernir as heresias em circulação, muitos erros expostos nos púlpitos e nos lares sequer são notados. Falsos profetas têm perturbado a Igreja de Cristo com seus ensinos danosos. Como bem observou o pastor Leandro, a soberania de Deus e sua providência têm sido negadas ou distorcidas. Por vezes, esse atrevimento é alimentado pela ignorância. Este livro o ajudará a ter melhor compreensão da doutrina da providência e do governo de Deus na história — temas importantes para uma vida cristã saudável. Em segundo, este livro é oportuno porque denuncia a frouxidão moral de nosso tempo. Tal como nos dias de Joel, a tolerância ao pecado tem sido uma realidade nas igrejas cristãs. O povo de Deus parece ter cedido ao espírito da época. Em nome da paz, pecados e desvios morais graves são tolerados. Vance Havner disse que, mados; convencidos, mas não convertidos. Ouvimos, mas não praticamos. E, desse modo, enganamos a nós mesmos”. Os discípulos de Jesus Cristo devem viver à luz do evangelho, “[...] para que vos torneis irrepreensíveis geração pervertida e corrupta, na qual resplandeceis como luzeiros no mundo” (Fp 2.14-15). Por derradeiro, há uma consistente exortação contra a frieza espiritual. A falta de devoção pelo Senhor revela a mornidão do coração. Nossa frieza espiritual é um 16
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escândalo. Se nosso coração foi seduzido por paixões que sufocam nossa afeição por Cristo, devemos expurgar alma. O amor cristão é fruto do conhecimento de Deus. Nosso amor e nossa devoção aumentam à medida que o conhecemos cada vez mais. O livro do profeta Joel é um chamado ao arrependimento (Jl 2.12-13). Seja Deus
Sinto-me profundamente honrado pelo privilégio de escrever esta apresentação. O pastor Leandro Peixoto evangélica brasileira. Suas pregações têm abençoado os como um expressivo número de irmãos e irmãs de todos os cantos do Brasil. Seu canal no YouTube tem muitos acessos e sua voz já é familiar em muitos lares cristãos, que ouvem com regularidade suas mensagens. Este primeiro livro inaugura seu ministério como escritor, tornando evidente sua habilidade como comunicador das preciosas verdades do evangelho. A máxima latina ex digito gigas (pelo dedo se conhece o gigante) aplica-se ao pastor Leandro Peixoto. Somos testemunhas de seu esforço exemplar para servir à Igreja de Cristo com excelência, integridade e alegria. Vale a pena ouvi-lo e com ele aprender.
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A pandemia do novo coronavírus, desoladora que é, serviu – como sempre serve qualquer sofrimento – para evidenciar o quanto é pequeno o Deus de alguns cristãos. Destacam-se, sobretudo, aqueles que confessam não acreditar que Deus mantenha o controle absoluto de tudo o que ocorre no universo, pois dessa forma estaria sujando as mãos com holocaustos, epidemias, pragas, hecatombes humanas, fenômenos naturais destruidores ou mesmo tragédias pessoais desoladoras. Para eles, a soberania de Deus é sinônimo de determinismo, fatalismo e até carma. A alternativa seria acreditar que o cosmo funciona como um relógio de quartzo – ou seja, age por si só (autônomo) quando estimulado por energia recebida de fora (Deus); que Deus criou o mundo com espaço para a contingência – isto é, com a possibilidade de que alguma coisa aconteça ou não –, sem o qual não seria possível a liberdade humana; que no meio do caminho entre determinismo e absoluta casualidade reside o arbítrio humano.1 Na prática, homens e mulheres devem acolher
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o intento do Criador para que a história e o porvir sejam construídos responsavelmente por eles mesmos, podendo ou não acatarem o que Deus estabeleceu para a vida. Deus deixa de ser soberano, do contrário ele não seria Paulo e o principal representante desse pensamento no Brasil, chega ao ponto de declarar, por exemplo, que dizer que Deus é soberano é o mesmo que dizer que 2 Para não incorrer nesse absurdo, a opção desses teólogos é colocar o arbítrio do homem e a contingência da vida no trono de tudo e assumir que Deus é apenas alguém que sofre conosco, totalmente impotente.3 Sobressaem-se, de igual modo, aqueles outros que colocam tudo na conta do mal, do diabo ou de algum de seus encarregados, sejam eles carnais ou espirituais. Se a soberania é das forças das trevas, como esses cristãos pensam ser, o exorcismo de demônios é a primeira providência a ser tomada para desfazer doenças, vícios, hábitos escravizadores, problemas pessoais, familiares e sociais, e até aquelas lembranças dolorosas do passado. Na melhor das hipóteses, o diabo é visto como a causa de todos os problemas; na pior, é considerado como o quase todo-poderoso. Agora, se o problema é mais “mundano”, e executado pela tirania ideológica de alguém, a solução será sempre resisti-lo, refugá-lo e rebatê-lo. Em ambos
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Entrevista ao Jornal do Povo em maio de 2011, disponível em -e-o-mesmo-que-dizer-que-ele-e-o-responsavel-pelo-orgasmo-
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os espectros, tanto no “espiritual” como no “natural”, a questão principal é partir para a batalha.
seus capangas, em todas as esferas de poder, ao vez de inspirar a fé, deixam-nos entregues a um pessimismo desalentador. Nesses dois mundos possíveis, apesar de funciona assim: o ser humano tem liberdade absoluta para fazer o que desejar e Deus apenas se coloca ao nosso lado, sofrendo conosco, esperando que tudo dê certo
apenas correndo atrás de consertar as artes de Satanás através de nossas batalhas (e quando nos cansarmos de lutar?). Veja que não há qualquer consolo ou esperança ao se roubar de Deus a soberania absoluta de seu ser sobre tudo e sobre todos, do menor dissabor ou vírus ao principal dos demônios ou vilões. O impulso para o livro que você tem em mãos vem de quatro convicções principais, sem as quais seria biblicamente impossível encontrar qualquer resposta coerente para as questões já levantadas ou mesmo nutrir esperança para se enfrentar o dia mau (Ef 6.13). Como pastor, não creio que seja meu chamado divino entreter as ovelhas de Cristo sob meus cuidados durante esses dias “muito difíceis”, ou mesmo ajudá-las a se sentirem mais alegres e melhores consigo mesmas ou com a vida. Meu trabalho é ancorar a fé dos crentes na no oceano, sendo jogados de um lado para outro pelos centradas no homem. Meu propósito é colocar água nos tanques de lastro para manter a estabilidade, a 21
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das pessoas, para que elas singrem os mares dos anos, atravessem os sóis, as luas e os temporais, os bons e os maus tempos e cheguem ao porto do céu cheias de fé e de alegria em Jesus Cristo. Pensando nisso foi que escrevi este livro. o vírus era sem qualquer propósito, mera contingência, azar o nosso de viver neste momento da história, tinha nada a ver com Deus ou com a vontade de Deus, era tudo apenas consequência pela forma como maltratamos a vida e o planeta; e de outro, tantos profetizarem que a culpa era da China, do presidente Xi Jinping, e do “diabólico” Partido Comunista Chinês e seus “demônios” -me o coração ver o povo de Deus perdido nesse mar de desinformação bíblica e, consequentemente, desespero com cheiro de perdição eterna. Sendo assim, a primeira convicção bíblica que quero abordar é a de que Deus tem a soberania absoluta e a exerce livremente para cumprir sua vontade no universo e acima dele – “Nosso Deus está nos céus e faz tudo4 como deseja.” (Sl 115.3). Em virtude do seu papel de Criador e de Sustentador da vida e de tudo, o Todo-Poas coisas que acontecem. A segunda é que Deus exerce soberania com justiça. O padrão da justiça de Deus é o próprio Deus: “ele não pode negar a si mesmo” (2Tm 2.13), ou seja, não pode agir de uma maneira que negue suas qualidades ou seus atributos como um todo: soberania, santidade, valor
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Este é o padrão do que é certo para Deus: seu caráter. Este é o seu padrão de justiça: seu ser. Se ele negasse estas 5
seria quebrado. Ele seria injusto e mau. A terceira, Deus possui toda autoridade, todo poder, toda sabedoria e toda justiça para fazer o que mais o agrada – e ele é, em tudo e em todas as coisas, muito bom, especialmente “bom para os que dependem dele, para os que o buscam.” (Lm 3.25). Seu poder soberano transborda em bondade (graça, misericórdia). Sua bonbeleza, grandeza, etc. As qualidades de Deus nunca se contradizem em seu ser ou em suas ações. E a quarta e última é que Deus usa cada sofrimento suas ovelhas (cf. Rm 8.18-39), estimulando e promovendo o louvor de sua gloriosa graça que ele mesmo derrama sobre nós em seu Filho amado, Jesus Cristo (Ef 1.6). 5
Os atributos de Deus são qualidades atribuídas ao caráter divino de acordo com sua auto revelação nas Escrituras e que nos ajudam a entender quem é Deus. Os teólogos, para facilitar a compreensão desse assunto, dividem os atributos de Deus em duas categorias: atributos incomunicáveis e atributos comunicáveis. Os atributos incomunicáveis são aqueles que Deus não compartilha com nenhuma criatura, ou seja, são atributos exclusivos dele. São eles: auto existência, eternidade, unidade, imutasoberania. Os atributos comunicáveis são aqueles que Deus compartilha com o ser humano, e isto, em certa medida, é o que o torna à sua imagem e conforme a sua semelhança. São eles: amor, bondade, misericórdia, sabedoria, justiça, santidade, verdade, liberdade e paz. Para uma bela exposição bíblica desses temas, recomendo o livro de Arthur W. Pink: Os Atributos de Deus. Editora PES.
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Amarrando os atributos de Deus aos acontecimentos devastadores do novo coronavírus, John Piper foi profético ao escrever que “o destronamento de Deus não é uma boa notícia”: A mesma soberania que governa a doença é a soberania que sustenta durante a perda. A mesma soberania que tira a vida é a soberania que venceu a morte e que leva os crentes para o lar celestial e para Cristo. Não é doce pensar que Satanás, doença, sabotagem, destino ou acaso têm a última palavra na minha vida. Isso não é uma boa notícia.
sábio. “Com Deus estão a sabedoria e a força; ele tem conselho e entendimento” (Jó 12.13). “O seu entendimento não se pode medir” (Sl 147.5). “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do é que “a multiforme sabedoria de Deus se torne conhecida dos principados e das potestades nas regiões celestiais” (Ef 3.10). Nada o surpreende, confunde ou desorienta. Seu
Cristo. O que Deus fez ao enviar Jesus para morrer pelos pecadores tem tudo a ver com o coronavírus.6
Como assim “O que Deus fez ao enviar Jesus para morrer pelos pecadores tem tudo a ver com o coronavírus”? Piper argumenta que a conexão está em Romanos 8.32: “Se ele [Deus] não poupou nem mesmo seu próprio Filho, mas o entregou por todos nós, acaso não nos dará
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PIPER, John. Coronavírus e Cristo. São José dos Campos, SP: Fiel, 2020, p. 41-42.
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[nele] todas as outras coisas?”. Em outras palavras: a em nosso lugar é sua declaração e validação de que ele usará toda a sua soberania para nos dar “todas as coisas”. “Acaso não nos dará todas as outras coisas?” (Rm do Filho de Deus.7 E o que são “todas as coisas”? São as coisas de que e chegar em segurança à sua alegre presença no lar celestial (1Pe 3.18). Três versículos adiante, Paulo explica como tudo isso funciona na vida real (Rm 8.35-37): ou calamidades, perseguições ou fome, miséria, perigo ou ameaças de morte [COVID-19]8? Como dizem as Escrituras: “Por causa de ti, enfrentamos a morte todos os dias; somos como ovelhas levadas para o matadouro”. Mas, apesar de tudo isso, somos mais que vencedores por meio daquele que nos amou.
Note bem: “enfrentamos a morte todos os dias”. Ou seja: “todas as coisas” que Deus nos dá e dará, fundamentado no fato de que ele “não poupou nem mesmo seu próprio Filho”, fará com que cheguemos em segurança no céu, ainda que pela morte, ainda que pelo coronavírus.9 O apóstolo prosseguiu (Rm 8.38-39): E estou convencido de que nem morte nem vida, nem anjos nem demônios, nem o que existe hoje nem o que virá no futuro, nem poderes, nem altura nem profundidade, nada, em toda a criação, jamais poderá nos separar do amor de Deus revelado em 7 8 9
Ibid., p. 42. Comentário do autor. Ibid., p. 43.
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Cristo Jesus, nosso Senhor. [A COVID-19, ao matar, leva a Cristo o crente!]10
Deus reina soberano, garantindo, pelo sangue de calçado dessa esperança que escreveu o poeta em um dos mais belos de nossos hinos cristãos: As ondas atendem ao meu mandar, sossegai; Seja o encapelado mar, a ira dos homens o gênio do mal, Tais águas não podem a nau tragar, Pois todos ouvem o meu mandar, sossegai, sossegai, 11
Deus é soberano sobre tudo e sobre todos. John Piper, argumentando sobre aquilo que “Satanás intenta Mesmo que Satanás, em sua coleira divina [i.e., controlado por Deus!]12, esteja envolvido em nosso [para nos fazer sofrer ou matar]13. Ele não pode nos ferir sem a permissão e limitação de Deus imposé correto dizermos a Satanás o que José disse a seus irmãos que o venderam como escravo: “Vós, na verdade, intentastes o mal contra mim; porém Deus o intentou Brasileira). Cuidado para não diluir isso. O texto não diz “Deus usou para o bem” ou “Deus tornou em bem”. Diz:
10 11 12 13
Comentário do autor. Comentário do autor. Comentário do autor.
Cantor Cristão Batista.
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“Deus intentou para o bem”.14 Eles tinham um propósito maligno. Deus tinha um propósito benigno. Deus não começou a limpar a bagunça no meio daquela situação pecaminosa. Ele tinha um propósito, uma intenção desde o começo. Desde o início, ele a intentou para o bem. Essa é a chave para o conforto quando a maldade dos homens e a maldade de Satanás integram o nosso sofrimento. Em Cristo, temos todo o direito de dizer a Satanás (ou aos homens maus): “Você intentou para o mal. Mas Deus intentou para o bem”. Nem Satanás, nem doenças, nem ímpios são soberanos. Somente Deus é. E ele é bom —, e sábio, e soberano.15
O sofrimento que nos desola pode até ter o dedo do diabo e dos homens maus, mas a boa mão de Deus é que controla todas as coisas, intentando-nos o bem que dosa com amor a vara da disciplina dolorosa, mas indispensável para a vida eterna. Hebreus 12.5-13: 5
Acaso vocês se esqueceram das palavras de ânimo
não desanime quando ele o corrigir. 6Pois o Senhor disciplina quem ele ama e castiga todo aquele que 7 Enquanto suportam essa disciplina de Deus, lembrem-se de que ele os trata como foi disciplinado pelo pai? 8Se Deus não os disciplina 14
15
Vinicius Musselman Pimentel, acrescentou, como nota de tradutor, a informação de que muitas versões em português trazem a tradução “tornar em bem” ou similar, porém, no original, o verbo usado para os irmãos e para Deus é o mesmo, com o sentido de intentar, planejar. Cf. Mauro Meister, “Deus 50.20.”, Fides reformata XVII, no 1 (2012), p. 79-87. PIPER, Coronavírus e Cristo, p. 44.
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Uma vez que respeitávamos nossos pais terrenos que nos disciplinavam, não devemos nos submeter ainda mais à disciplina do Pai de nosso espírito e, assim, obter vida? 10Pois nossos pais nos disciplinaram por alguns anos como julgaram melhor, mas a disciplina 9
participemos de sua santidade. 11Nenhuma disciplina é agradável no momento em que é aplicada; ao contrário, é dolorosa. Mais tarde, porém, produz uma colheita de vida justa e de paz para os que assim são corrigidos. 12Portanto, revigorem suas mãos cansadas e seus joelhos enfraquecidos. 13Façam caminhos retos mas sejam fortalecidos.
A Bíblia nos revela que os últimos dias não serão nada fáceis. Em 2 Timóteo 3.1-5, Paulo escreveu: Saiba que nos últimos dias haverá tempos muito difíceis16. 2Porque as pessoas só amarão a si mesmas e ao dinheiro. Serão arrogantes e orgulhosas, zombarão de Deus, desobedecerão a seus pais e serão ingratas e profanas. 3Não terão afeição nem perdoarão; caluniarão outros e não terão autocontrole. Serão cruéis e odiarão o que é bom, 4trairão os amigos, serão imprudentes e cheias de si e amarão os prazeres em vez de amar a Deus. 5Serão religiosas apenas na aparência, mas rejeitarão o poder capaz de lhes dar a verdadeira devoção. Fique longe de 1
Nesse contexto, ao preparar minha série de sermões que deram origem a este livro, lembrei-me do profeta Joel, da sua certeza profética de que a praga de gafanhotos
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tratada no livro era sim enviada e guiada pela mão da soberana providência do SENHOR. Li e reli aquele texto. Ouvi-o narrado várias vezes. Entendi que deveria pregá-lo nas transmissões que estávamos fazendo para o povo que, em quarentena e isolamento social, estava impedido de se reunir para o culto público da igreja. Foi aí que nasceram os seis primeiros capítulos que você tem em mãos. Antes deles, preguei sobre O poder de Cristo, a pandemia do coronavírus e a postura do cristão, organizado neste livro como capítulo 9. Na sequência, em três partes distintas em um mesmo domingo, preguei sobre a igreja triunfante: o rastro de fé, esperança e amor através da história da igreja em tempos de pandemias, aqui incluído como capítulo 10. Enquanto pregava em Joel, dois dos temas principais do livro do profeta me saltavam aos olhos, mas não tinha tempo hábil para tratá-los com a necessária cionais para a série, e que agora se transformaram nos capítulos 7 e 8 desta obra, sendo eles, respectivamente, O dia do SENHOR no Antigo Testamento e A promessa e o derramamento do Espírito Santo. surgiu após ouvi-lo falar sobre os maus usos do Salmo 91 nesta época de pandemia. Achei a iniciativa brilhante. Encorajei-o a escrever e agora você também o tem em mãos. Visto que, com exceção da Introdução, dos capítulos de número 7 e 8 e do Apêndice, este livro foi apresentado originalmente na forma de série de pregações na caráter homilético. 29
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O livro como um todo tem como propósito mostrar que a mão de Deus é soberana inclusive sobre o dedo do diabo, e que a mensagem do profeta Joel é uma revelação da providência de Deus na história. Espera-se que o leitor revigore sua fé e sua esperança no SENHOR da história, tornando-o ainda mais cheio do amor de Cristo, tanto para alegrar seu coração como para anunciar Jesus ao longo do caminho, até chegarmos a Sião, onde o SENHOR habitará conosco para sempre e sempre (Jl 3.21).
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