RE V IS TA
PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL
JULHO DE 2021 | ANO LXIX | Nº 07
1 2 0 2 l a r e G Capítulo
SUMÁRIO
CAPÍTULO GERAL 380 MENSAGEM DO VIGÁRIO PROVINCIAL
um minuto, tudo pode mudar...”, 375 “Em de Frei Gustavo Medella
FORMAÇÃO PERMANENTE
378
Trabalho em equipe: Desafios e superação de Dante Ricardo Quadros
ESPECIAL
380 Capítulo Geral FRATERNIDADES
raternidade de Rondinha celebra alta de Frei 424 FMarcelo Tadeu 425 Festa de São Pedro Apóstolo de Pato Branco 425 Paróquia Santa Inês lança o novo site 426 Frei Alcides Cella celebra o dom da vida: 90 anos 427 Live vocacional: conhecendo Rondinha
EVANGELIZAÇÃO esta junina on-line solidária do Colégio Bom Jesus 428 Farrecada mais de 50 mil peças de agasalhos e cobertores
429 FAE Social: Caminhos conta a fome em Colatina deseja ampliar o cuidado da 430 Pcasarojetocomum evangelizadora nos meios 433 Ademissão comunicação rente das Próquias e Santuários: Frei João fala 434 Fsobre inspiração catecumenal e conversão pastoral
no encerramento da 412 G171ªaspar:FestaFédee confraternização São Pedro Apóstolo OFM Vila Clementino: Paróquia São Francisco de Assis 416 comemora 80 anos Celebração dos 800 anos da Regra Não Bulada em 437 Fonte Colombo Duque de Caxias: Paróquia São Francisco de Assis 418 celebra 15 anos OSC da Rocha: “Nós temos muito que aprender 420 Festejar São João é em São João de Meriti! 438 Dcom. Sérgio Madre Vitória da Encarnação” Paróquia São Luiz Gonzaga celebra o Padroeiro em 422 Xaxim FALECIMENTO 439 Frei João Maria dos Santos 423 Frei Cássio celebra centenário em agosto
ARTIGO PROVÍNCIA FRANCISCANA DA IMACULADA CONCEIÇÃO DO BRASIL Rua Borges Lagoa, 1209 CEP 04038-033 | São Paulo - SP www.franciscanos.org.br ofmimac@franciscanos.org.br
442 “Não se compra a Verdade”, de Frei Luiz Iakovacz 443 AGENDA
Em um minuto, tudo pode mudar... Caros confrades, leitores e leitoras, Paz e Bem! Escrevo esta mensagem no dia 26 de julho de 2021 e ressoa ainda em minha mente o slogan que dá título a este breve texto, utilizado na programação de uma emissora de rádio FM voltada exclusivamente para notícias. Remete, de certa forma, à sabedoria do filósofo que afirmava: “Nada há de permanente, exceto a mudança”. Tais ideias se originaram a partir da eleição de nosso Ministro Provincial, Frei César Külkamp, para Definidor Geral justo no momento em que chegava ao meio do mandato para o qual os irmãos o haviam escolhido. Muito rapidamente, tudo muda. Em vídeo destinado à Fraternidade Provincial, Frei César explicou com muita transparência os fatos que o levaram a ser eleito como Definidor Geral e o quanto foi difícil para ele dizer sim a este chamado da Ordem.
Diante do ocorrido, reafirmo de coração as palavras ditas e já publicadas na reportagem de nosso site Franciscanos: “Confesso que não foi uma oferta fácil. Por outro lado, sabemos que é próprio da lógica do dom a disponibilidade de partilhar nossas melhores forças. Por isso, desejamos de todo o coração que Frei César siga seu ministério, agora mais ampliado territorialmente, com o mesmo empenho e competência com que animou nossa vida provincial. A ele, em nome de toda a Fraternidade, nossa gratidão”. Desta maneira, de acordo com os Estatutos Gerais, nossa tarefa enquanto Definitório será a de se reunir para eleger um irmão que exerça o ofício de Ministro até o próximo Capítulo Provincial. Esta reunião extraordinária do Definitório está marcada para o próximo dia 4 de agosto, pela qual pedimos as orações de todos. JULHO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 375
MENSAGEM
Devido à vacância, outra novidade é que nosso Capítulo passa a ser eletivo para todos os ofícios (Ministro, Vigário e Definidores). Para simplificar o processo, o Definitório Provincial solicitou ao Definitório Geral que Frei César, uma vez que já havia iniciado a Visita Canônica como Ministro Provincial, fosse eleito Visitador da Província, o que foi acolhido pelo Ministro Geral e seu Definitório. Sendo assim, conseguiremos manter a dinâmica de preparação e celebração do Capítulo conforme o planejado. Qualquer pequena mudança, especialmente na data, que possa acontecer, será oportunamente comunicada. Com tantas e rápidas mudanças, somos convidados a seguir em frente, caminhando entres as coisas que passam e procurando abraçar as que não passam. Somos mais uma vez chamados a nos deter com carinho e atenção no trabalho artesanal para a qual o Senhor nos chama: “Construirmos, em fraternidade e com a força do Espírito, nossa consagração de irmãos menores”. Percebemos que, de fato, o autor da obra é Deus, que nos dirige em nossas fragilidades e inseguranças e que, mais uma vez saberá conduzir nossa Província por caminhos frutuosos conforme já vinha trilhando. Muito oportunos, nesta direção, são os convites que a Mensagem Final do Capítulo Geral 2021 nos apresenta sob o título: “Respondendo ao Convite do Espírito Santo como Frades Menores na Igreja e no Mundo”. Frei César fez parte da comissão de redação deste documento. No texto, os frades capitulares buscam reconhecer uma série de convites que o Espírito Santo tem feito à Ordem na Igreja e no mundo e querem animar a Fraternidade a abraçá-los com entusiasmo, paixão e humildade. A Mensagem já está disponível nas línguas oficiais da Ordem e logo deve ser traduzida para o português.
Convite à gratidão A celebração do Capítulo Geral em tempo de pandemia, em si, já foi uma grande graça, ocasião de os irmãos renovarem o espírito de gratidão pelo dom da vocação. Muito esforços foram empreendidos para que o encontro pudesse ocorrer com segurança e bom êxito. O encontro de tantos irmãos advindos dos mais diversos países, contextos e culturas seja sinal e estimulo para que valorizemos a graça de estarmos juntos.
Convite a “Renovar a nossa visão” São muitas as consequências da pandemia, de modo especial o grande número de mortes que ela tem produzido. Nossas fraternidades em todo o mundo também viveram o drama da perda de confrades e familiares. Neste mundo em crise, somos convidados a reafirmar e renovar a nossa identidade, com discernimento, estudo, formação e ação.
Convite à conversão e à penitência Conferência do Brasil e Cone Sul
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Na qualidade de penitentes, precisamos com frequência perceber e assumir nossos erros na busca sincera e empenhada de superá-los. Nes-
MENSAGEM
marcado por tantas divisões, pela violência e pela destruição, precisamos crer que nosso testemunho de fraternidade e minoridade ainda se faz relevante e necessário. Nesta edição de nossas Comunicações, apresentamos um resumo da cobertura do Capítulo Geral realizada pela nossa Equipe de Comunicação a partir do material produzido pela Ordem. Gratidão pelo empenho e esforço diário de nosso jornalista Moacir Beggo. Também trazemos notícias sobre a vida de nossas fraternidades, presenças evangelizadoras, casas de formação e frentes de evangelização. Agradecemos também ao Professor Dante R. Quadros, da FAE, que gentilmente escreveu o artigo que segue em nossa seção da Formação Permanente. Por fim, nossa homenagem e o relato do falecimento de Frei João Maria dos Santos, mais um irmão nosso que foi vítima da Covid-19, falecido no dia 17 de julho, em Guaratinguetá. Recordamos também que, no próximo mês de agosto, teremos o centenário de Frei Cássio Vieira de Lima. Neste mês, quem celebrou cem anos foi Frei Abel Schneider, no dia 19 de julho, quando foi hospitalizado e, por conta deste imprevisto, tivemos de suspender a celebração prevista para comemorar a data. Mesmo com estas surpresas, Deus seja louvado pelo dom da vida do Frei Abel e rezemos pelo confrade para que Deus o socorra em suas fragilidades de saúde.
te sentido, o Capítulo Geral reafirmou a importância de se intensificar na Ordem os esforços já empreendidos no cuidado com os menores e adultos vulneráveis que frequentam nossos ambientes, na justa e correta administração dos bens e na superação do clericalismo e do individualismo.
Desejamos a todos uma excelente leitura e que, mais uma vez nossa Revista Comunicações seja elo promotor de encontros fecundos, instrumento para cultivarmos com maior intensidade nossa vida de irmãos e menores. Com estima Frei Gustavo Wayand Medella VIGÁRIO PROVINCIAL
Convite à missão e à evangelização É a renovação do convite que o Senhor faz a todos os batizados e batizadas e que se torna especialmente decisivo para nós consagrados: sermos discípulos-missionários para levar ao mundo o Amor de Deus, especialmente entre os últimos, os pobres e marginalizados. Somos convidados a sermos promotores do cuidado com as pessoas e com a nossa Casa Comum, em todos os ambientes e também no denominado “continente digital”, o mundo da tecnologia e das redes comunicacionais.
Convite a abraçar o futuro A tendência de diminuição do número de frades na Ordem foi bastante destacada e debatida no Capítulo. No entanto, este fenômeno, ocorrido em outros momentos da história, também deve ser oportunidade de renovação em termos de estrutura, organização e opções. Num mundo JULHO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 377
FORMAÇÃO PERMANENTE
TRABALHO EM EQUIPE: Dante R Quadros
Introdução Na perspectiva do modelo VUCA (Ambiente Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo), estamos vivendo tempos difíceis, onde o ser humano tem-se encontrado em permanente alerta de mudança. Essa situação exige diferentes respostas e comportamentos em momentos e tempos assimétricos. Todas essas ameaças e transformações impactam, sobremaneira o sistema produtivo e a vida das pessoas e, por consequência, impõe às organizações a adaptação a um ambiente turbulento e competitivo (Motta, 1998). Essas inesperadas alterações, nas diferentes organizações públicas e privadas, ocorrem e estão centradas nas pessoas, em especial naquelas com qualificação e cultura, e que, na sua grande maioria, trabalham em equipes. E é nesse conjunto de pessoas organizadas que ultimamente vem se desenvolvendo e intensificando vínculos sociais interativos e com maior frequência de compartilhamento e troca de conhecimentos. Diante deste novo cenário competitivo e em rede, para que as empresas adquiram agilidade operacional, torna-se necessária a ação efetiva do trabalho coletivo, onde as relações precisam ser coesas, objetivas e determinadas, favorecendo a execução de tarefas e, em consequência, o alcance dos melhores resultados esperados. Ao longo do tempo, aprendeu-se a trabalhar e a cooperar com um número diversificado de pessoas, maneira pela qual as equipes têm sido utilizadas como mecanismos para alavancar as diversas alterações que ocorrem nos arranjos de trabalho, promovendo o equacionamento dos processos, da hierarquia, da adaptabilidade e da agilidade, e da criação da vantagem competitiva (Molina; Sbra-
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gia, 2005). “Nunca houve uma necessidade tão grande de dominar a aprendizagem em equipe nas organizações quanto à de hoje” (Senge, 2002).
Perdas e ganhos no Trabalho em Equipe Equipes de trabalho são aquelas em que os integrantes buscam a sinergia, onde o resultado alcançado pelo grupo como um todo tende a ser maior do que a simples soma dos resultados individuais de cada participante isoladamente em sua área de atuação (Robbins, 2001). Em geral, as equipes superam a performance de outras modalidades de interação como os bandos e os grupos de interesses, nem sempre alinhados com os propósitos da organização. O trabalho compartilhado na equipe representa uma das melhores formas de se alcançar resultados e apoiar as amplas mudanças que se fazem necessárias em qualquer empreendimento que almeje um desempenho considerado de alta performance. As equipes de trabalho efetivas não emergem do nada e começam a funcionar. Elas necessitam de treinamento e compromisso com a estratégia adotada. O sucesso real de uma equipe
FORMAÇÃO PERMANENTE
reside na disposição dos dirigentes em delegar parte de sua autoridade à equipe e reconhecer sua importância (Mussnug; Hughey, 1998). No entanto, as equipes não são consideradas a solução para todas as necessidades presentes e futuras de qualquer iniciativa (Katzenbach; Smith, 2001). Frequentemente são relatadas dificuldades para a coordenação e o efetivo rendimento das pessoas em suas atividades. Muitas destas dificuldades decorrem de problemas com o status dos indivíduos, pressões para consenso, groupthink1, e não comprometimento com as decisões tomadas (responsabilidade) (Maximiano, 2009; Janis, 1972). Pode-se também apontar como sinais de dificuldades na equipe a ausência de confiança; queda do nível de engajamento com a equipe; medo do conflito aberto; discussões que dividem o grupo; indivíduos inflexíveis em seus pontos de vista; contrassenso entre expectativa versus realidade, que acabam por levar à ineficiência a ação da equipe (Lencioni, 2015). Superar esses entraves requer uma leitura atenta por parte da liderança na busca por soluções equilibradas com as partes envolvidas. Sugere-se a análise detalhada da situação, comunicabilidade frequente e transparente, empatia e foco nos objetivos e metas. Ressalta-se como de importância crucial para o desempenho da equipe a capacidade de comunicação (engajamento versus eficácia produtiva); pois sem troca de informações não se dá a decisão, a organização do grupo e a sua manutenção mesmo que temporária (Maximiano, 2009). O comportamento e jeito individual de cada membro influenciam o estilo de trabalho de uma equipe. No entanto, se esta estiver motivada e focada em seu objetivo, o trabalho acaba sendo desenvolvido com o perfil da equipe e se sobrepondo ao indivíduo (Wiig, 1993). Outra forma de superação e condição básica para o trabalho eficaz de uma equipe é a coesão. Sem que este quesito seja cumprido, torna-se difícil caracterizar o grupo como sendo uma verdadeira equipe (Maximiano, 2009). Para isso é preciso promover o sentimento de time (união e consenso nas resoluções), a gestão do tempo (aproveitamento do tempo), gestão de tarefas (uso de softwares) e o estímulo à confiança (feedback como forma de apontar os pontos de melhoria) (Lencioni, 2015) Importante frisar que equipes não surgem como num passe de mágica. Muito menos a capacidade de relacionamento interpessoal, ao contrário do que a maioria das pessoas crê. O enfoque à performance e não ao relacionamento interpessoal, ao companheirismo, às boas comunicações ou até aos bons sentimentos, enseja a for1 Groupthink – grupo homogêneo altamente coeso que está preocupado em manter a unanimidade interna em detrimento de todas as alternativas e opções. Consideram-se donos da verdade e centro do universo (Maximiano, 2009; Janis, 1972).
mação de equipes mais do que qualquer outra coisa (Katzenbach; Smith, 2001). É Katzenbach (1999) quem aponta uma disciplina para as equipes que atende a seis regras básicas: tamanho pequeno (12-20 pessoas); membros com habilidades complementares; compromisso com o desempenho; compromisso com metas claras; compromisso com uma abordagem que funcione e responsividade mútua.
Conclusão Todo esse processo de transformação pelo qual estão passando as pessoas e as organizações, torna-se ainda mais preocupante diante de um recente proposto quadro referencial de grande complexidade. O momento agora é considerado BANI (Frágil, Ansioso, Não-linear e Incompreensível) e requer por parte de todos os envolvidos uma pronta capacidade de ação, reação e influência em busca dos resultados de ajustamento e adaptação. Esse trabalho é melhor executado quando compartilhado e de modo sinérgico, reforçando e fortalecendo ainda mais aquelas equipes eficazes, que geram e disseminam aprendizado para todo o ambiente social e organizacional. Coesas, ágeis e dinâmicas, mostram-se capazes de fazer o esforço necessário para que os indivíduos, juntos, apresentem para toda sociedade alternativas de valorização e dignificação de cada ser humano. Desafios existem e são inerentes a todos, pessoas, instituições e às equipes. Saber superá-los é a chave-mestra que impulsiona o líder servidor a aproveitar todas as virtudes das equipes, na construção de um mundo melhor para ser vivido. Dante Ricardo Quadros - Possui Graduação em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da Universidade Católica do PR - UCPR, (1973), Mestrado em Administração pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, (2000) e Doutorado em Engenharia de Produção pela Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC, (2004). Atualmente é professor da Faculdades Bom Jesus - FAE e da Sustentare Escola de Negócios em Joinville..
Referências
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MISSA DE ABERTURA Frei Michael pede oração para “redescobrir a verdade mais profunda de nossa identidade”
O
Ministro Geral Frei Michael Perry abriu no dia 3 de julho o Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores, no Colégio Internacional São Lourenço de Brindisi dos Frades Menores Capuchinhos, em Roma, às 10 horas (5h do Brasil). Este grande encontro dos Frades Menores teve como tema: “Renovemos nossa visão, abracemos nosso futuro”. Tendo como inspiração bíblica Efésios 5, 14: “Desperta… e te iluminará Cristo”, o Capítulo Geral celebrou e expressou a comunhão fraterna de toda a Ordem. De 3 a 18 de julho de 2021, os 116 capitulares reunidos trabalharam juntos, como irmãos, para promover a riqueza e a vida da Ordem, para discernir os caminhos pelos quais o Senhor os chama a renovar e crescer no serviço do Evangelho. O Capítulo também elegeu o um novo governo para a Ordem no período de 2021-2027. Desta Província Franciscana da Imaculada Conceição, participou o Ministro Provincial Frei César Külkamp. A Conferência Franciscana do Brasil e do Cone Sul (Argentina, Paraguai e Chile), reuniu-se em Roma antes do Capítulo e elegeu presidente Frei Da-
niel Alejandro Fleitas Zeni, da Província de São Francisco Solano, da Argentina. No total, a Conferência teve a representatividade de 12 entidades. Frei Michael partiu da citação de Efésios, 2,19.22 para fundamentar sua homilia. “Vocês, portanto, já não são estrangeiros nem hóspedes, mas concidadãos do povo de Deus e membros da família de Deus. Em Cristo, vocês também são integrados nessa construção, para se tornarem morada de Deus, por meio do Espírito”. Ele também juntou à reflexão um trecho da encíclica Fratelli Tutti (88), quando o Papa Francisco recorda uma verdade espiritual mais profunda sobre todos e a cada um dos seres humanos: “A partir da intimidade de cada coração, o amor cria vínculos e amplia a existência, quando arranca a pessoa de si mesma para o outro. Feitos para o amor, existe em cada um de nós ‘uma espécie de lei de êxtase: sair de si mesmo para encontrar nos outros um acrescentamento de ser’. Por isso, o homem deve conseguir um dia partir de si mesmo, deixar de procurar apoio em si mesmo, deixar-se levar”. Segundo ele, os frades vieram a este “sagrado evento do Capítulo Geral” para entrar no mesmo tipo
de experiência de que fala São Paulo em sua carta às comunidades cristãs mistas, formadas por judeus e gentios de Éfeso, “uma experiência de cura, de reconciliação, de ir mais além de nós mesmos, de começar de novo como membros do único Corpo de Cristo”. Para o Ministro Geral, o chamado à reconciliação e à paz entre o grupo misto de crentes de Éfeso põe em destaque as numerosas divisões – religiosas, culturais, ideológicas, políticas, econômicas etc – que estavam presentes e que ameaçavam minar o poder transformador do Evangelho. “Em vez de entrar nos méritos de cada um dos argumentos que provocavam a divisão, Paulo convida a seus correligionários a olhar a Cruz de Jesus Cristo como meio para superar tudo o que os divide e separa, incapazes de se reconhecerem como irmãos e irmãs, criados por Deus para viver em harmonia, justiça e paz”, observou o Ministro Geral. “Quando Paulo aponta a cruz, não está dirigindo a atenção na direção do êxito e do poder, mas na direção da humilhação e da impotência do Filho de Deus. Precisamente pela debilidade, segundo Paulo, somos capazes de superar tudo o que divide e separa, de nos sobrepormos a todos os medos e de entrar em uma nova consciência de quem é Deus e do que Deus está fazendo em Cristo Jesus pelo bem do mundo e do universo criado. Por acaso não tem sido esta também a experiência da pandemia da Covid-19? Não nos colocou de joelhos, a toda a humanidade, e nos lembrou nossa impotência, e nossa total dependência de Deus e a interdependência de uns com os outros?”, questionou Frei Michael. Para ele, a realidade da Ordem não é muito diferente da situação das comunidades cristãs de Éfeso. “Nós também experimentamos muitos desafios, consequência da grande diversidade presente na vida da Ordem: ideológica, espiritual, socioeconômica, clerical/laical, hetero/homossexual, cultural, geográfica, racial, de casta, de região, etc. O chamado à conversão que Paulo anuncia aos crentes – em nível individual e comunitário – não tem nada que ver com excluir estas diferenças, fazendo como se não existissem. Durante demasiado tempo, a Ordem e a Igreja prometeram estar ‘por cima da cultura’, daltônicos, impondo a uniformidade de pensamento e atuando como um meio para excluir as diferenças e, deste modo, criar uma falsa sensação de harmonia e identidade comum”, criticou. Segundo o Ministro Geral, Paulo não pretende que, uma vez que uma pessoa se batiza na vida, na morte e ressurreição de Jesus, to-
das as diferenças desaparecem. “Mas bem sugere que só quando reconhecemos e aceitamos nossa debilidade, o incompleto que somos, quando despertamos para a necessidade de abrir nossas vidas à diversidade de experiências presentes na comunidade crente, presentes em nossas fraternidades locais da Ordem, e permitir que esta diversidade enriqueça nossas vidas humanas e espirituais, só então chegaremos à experiência de ser ‘uma morada de Deus no Espírito’ (Ef. 2,22). O Espírito estará presente, impulsionando-nos e ajudando-nos sempre a ‘seguir a doutrina e as pegadas de Nosso Senhor Jesus Cristo…’ (RnB 1) juntos como irmãos no caminho da vida”, ensinou. Frei Michael pediu aos capitulares: “Oremos para que nosso Capítulo Geral seja um momento para redescobrir a verdade mais profunda de nossa identidade e missão enquanto seres humanos, discípulos do Senhor Jesus ressuscitado e irmãos da única fraternidade universal da Ordem”. “Nesta festa de São Tomé, recordemos o que temos escutado na passagem do Evangelho, ou seja, que Jesus ressuscitado invade a casa para se encontrar com seus discípulos assustados e temerosos e lhes diz: A paz esteja contigo! Ao fazê-lo, revela a eles o poder de Deus para transformar a tristeza em alegria, a desconfiança em fé, e a decepção, a amargura e a derrota em esperança. A festa do Apóstolo Tomé nos recorda que, embora nossa fé seja débil, Jesus ressuscitado deseja abrir as “portas de nossa mente”, guiar nossos corações e habitar em cada um de nós”, acrescentou. E concluiu: “Amados irmãos, que possamos celebrar nossa rica diversidade, permitindo que nos tire de nós mesmos, de nossos pequenos e demasiados mundos protetores. Que o Espírito de Deus abra nossas mentes e nossos corações de tal maneira que possamos reconhecer nos demais o templo de Deus e a morada do Espírito presente nos corações de todos e cada um dos irmãos. Se somos capazes de abraçar esse modo de ver e viver, descobriremos uma nova força que nos permitirá superar os limites de nossas mentalidades e estruturas tradicionais, abrindo-nos a uma experiência genuína e universal de uma ecologia fraterna de amor e acolhida capaz de renovar a vida dos irmãos da Ordem. Recordemos diariamente em cada uma de nossas fraternidades e neste Capítulo Geral que ‘fomos criados no amor e estamos destinados ao amor’. Cristo é nossa paz para sempre”. Capítulo Geral 2021 | COMUNICAÇÕES | 381
3/07 | 1º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
DOZE CONFERÊNCIAS DA ORDEM E 116 CAPITULARES 116 líderes e delegados da Ordem dos Frades Menores reunidos no Colégio International São Lourenço de Brindisi para celebrar a diversidade de nossa fraternidade e a profundidade da vida evangélica, inspirados no versículo bíblico: «Levante-se ... e Cristo te iluminará”(Ep. 5:14). Somos a única Ordem Religiosa que conseguiu realizar um Capítulo Geral durante este tempo de pandemia; e é a primeira vez na história que a OFM celebra um Capítulo Geral na casa de nossos irmãos Capuchinhos OFM. Na Missa de abertura, o Ministro Geral, Frei Michael Perry, falou sobre o significado mais profundo de um Capítulo: “Viemos a este evento sagrado do Capítulo Geral para entrar no mesmo tipo de experiência de que fala São Paulo em sua carta às comunidades cristãs mistas, judeus e gentios, em Éfeso, uma experiência de cura, de reconciliação, de ir além de nós mesmos, de recomeçar como membros do único Corpo de Cristo”. Após a Missa de Abertura, foi realizada uma Cerimônia de Abertura ao lado da Plaza Mayor de San
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Lorenzo, com vista para as duas cruzes centrais que simbolizam a Cruz de Cristo e a Cruz de Francisco. Após a votação nominal e o juramento dos oficiais, reuniram-se as 12 Conferências da Ordem, seguindo-se a eleição dos moderadores e a nomeação dos escrutinadores. Os moderadores do Capítulo geral de 2021 são Frei Cesare Vaiani (língua italiana), Frei Manuel Corullón (língua espanhola) e Frei Aidan McGrath (língua inglesa). Finalmente, Frei Carlos Salto, presidente da Comissão SWOT, fez uma apresentação das análises dos relatórios das Conferências sobre as Fortalezas, Fraquezas, Oportunidades e Ameaças que a Ordem vive hoje em nossas presenças, ministérios e missões no mundo. Uma constatação comum da maioria das Conferências é que nós, irmãos, precisamos crescer na busca ativa da vontade do Senhor com fidelidade e integridade, na abertura e na solidariedade uns com os outros como Irmãos Menores, e na atenção para ouvir verdadeiramente o mundo que nos rodeia.
4/07 | 2º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
POR UMA TRANSFORMAÇÃO HUMANA, ESPIRITUAL E SOCIAL Na Celebração Eucarística de manhã, Dom Felice Accrocca, professor da Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma e arcebispo de Benevento (Itália), disse que é necessário olhar o presente para poder abraçar o futuro, já que a Igreja está edificada sobre o fundamento dos apóstolos e profetas (Ef 2,20). “O Evangelho seja, portanto, nosso guia, a bússola de orientação para entender este tempo e abraçar o futuro que está à frente, o que também pode exigir escolhas corajosas e dolorosas, talvez necessárias hoje para evitar ter que chorar amanhã”, disse D. Accrocca, que é historiador. “Por que tantas vezes nos falta coragem suficiente para escolhas que, na realidade, não podem ser adiadas mais? É uma pergunta que me coloco antes de mais nada. Por que é tão difícil encontrar coragem para algumas escolhas,
quando sentimos que podemos não encontrar o auxílio geral? Por que ainda estamos tão apegados à nossa imagem, ainda escravos do favor dos outros, que, em última análise, manifesta se não um casco, certamente uma fraqueza de fé?”, questionou. Dom Accrocca é autor de uma compilação de artigos publicados no jornal vaticano “L’Osservatore Romano”, que partem das palavras e dos gestos do Papa Francisco para narrar a personalidade histórica e espiritual do Santo de Assis. A obra “Francisco ontem e hoje. Vida e atualidade do Santo de Assis” foi lançada em maio do ano passado. À tarde, após a exortação de Mons. Accrocca, os capitulares se reuniram em suas 12 Conferências para compartilhar suas esperanças para este Capítulo Geral. Capítulo Geral 2021 | COMUNICAÇÕES | 383
5/07 | 3º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
FREI MICHAEL PEDE QUE FRADES REJEITEM MENTALIDADE CLERICALISTA Na apresentação do Relatório do Ministro Geral ao Capítulo, Frei Michael Perry falou das realidades e orientações da Ordem hoje e compartilhou seu sonho de uma Ordem fraterna e vital, que promova uma profunda transformação humana, espiritual e social, e que responda ao grito dos pobres e ao grito do planeta. O Ministro Geral também falou apaixonadamente da necessidade de que nossa Ordem retorne ao modo fraterno original de nosso fundador, e de que os irmãos rejeitem o poder e o privilégio de uma mentalidade clericalista e, em seu lugar, vivam como irmãos menores em oração e missão. Insistiu muito na necessidade de acesso comum a recursos e tratamento igual para todos os irmãos, começando pela aplicação geral de termos mais franciscanos, como "Casas de formação Inicial" em vez de "Seminários" e "Irmãos" em vez de "Padres e Irmãos". Além das recomendações do relatório publicado pelo Ministro Geral, Frei Michael destacou a importância da comunicação aberta e do diálogo fraterno entre os irmãos em todos os níveis, e de assegurar que os mandatos do Capítulo sejam aplicados especialmente em nível local. O desafio do Ministro Geral a todos os irmãos é que todos examinemos nossa vocação hoje, e possamos discernir e traçar o curso de nossa vocação amanhã, para sermos fontes de inspiração, alegria e esperança. Isso inclui estar dispostos a olhar para a realidade ao nosso redor com
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honestidade, a viver nossa identidade evangélica com autenticidade e a guiar-nos pela fé mais que por medo de tomar decisões proféticas. Especificamente, o desafio inclui a integração da fé e da caridade na vida fraterna cotidiana e na projeção pastoral criativa, que une a Formação, a Missão e a Evangelização, e a JPIC de forma holística. Como parte de sua apresentação, o Ministro Geral convidou Frei Jaime Campos, diretor do Escritório Geral de Justiça, Paz e Integridade da Criação, para compartilhar os desenvolvimentos de JPIC que são parte integral da vida da Ordem. Isso inclui um centro de formação on-line da Laudato Si' e a animação de várias iniciativas de JPIC. Frei Jaime enfatizou a necessidade de aprofundar o estilo de vida profético e a identidade carismática da Ordem, com um diálogo permanente em espírito de sinodalidade. Como parte de sua comunicação e compartilhamento de recursos com a Ordem em geral, o Escritório Geral tem seu próprio site em www. ofmjpic.org, assim como o site Revolution Laudato Si' em www.laudatosirevolution.org. Os capitulares se reuniram em pequenos grupos de discussão para compartilhar suas respostas ao Relatório do Ministro Geral, e também trabalharam em grupos linguísticos sobre as diretrizes para a Ordem hoje, que encontra seu sentido e direção em Cristo, para a vida do mundo.
6/07 | 4º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
CARDEAL TAGLE: DIÁLOGO E EVANGELIZAÇÃO NÃO SE OPÕEM Durante o encontro matinal com o Cardeal Luis Tagle, o prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos abordou o desafio de falar de Deus ao nosso mundo volátil, complexo e ambíguo. Nosso mundo nos desafia a ser ágeis, incertos, compreensivos e autênticos em nossa evangelização. "No testemunho de vida franciscana", comunica Sua Eminência, "gostaria de ver o frescor das promessas batismais vividas com alegria e simplicidade". O Cardeal sublinhou que o diálogo e a evangelização não se opõem, mas sim que o anúncio do Evangelho é mais eficaz quando se realiza em diálogo. Ele desafiou a Ordem a desenvolver programas e módulos para a vida e a formação intercultural, inclusive avaliando se estamos autenticamente em comunhão com os pobres e como atendemos às suas necessidades. A evangelização das culturas e o processo de paz, segundo o Cardeal, incluem o desenvolvimento da "inteligência cultural", que implica nossa consciência de como a nossa própria cultura nos afeta, nossa sensibilidade para com as pessoas que nos rodeiam, que têm suas diferentes expressões culturais e necessidades e, em última instância, que nos tornemos pontes de diálogo e entendimento. A inteligência cultural inclui a habilidade de usar tecnologia e inteligência artificial como ferramentas de evangelização. Sua Eminência sublinhou que o carisma dos religiosos é a vida consagrada, que os religiosos devem colocar em primeiro lugar. Ele compartilhou sua convicção pessoal de que o chamado à vida religiosa masculina não é em primeiro lugar um chamado ao ministério clerical ordenado, mas antes
“um testemunho de vida comunitária que é muito necessário na Igreja, sem realizar as exigências normais da vida ordenada. Existem formas distorcidas de clericalismo, disse ele, em que o sacerdócio se equipara com o poder e a autoridade. Seguindo o tema da Evangelização do Cardeal Tagle, na sessão da tarde Frei Alonso Morales Duque e Frei Valmir Ramos apresentaram o Relatório do Secretariado Geral para as Missões e Evangelização. Frei Alonso destacou a necessidade de o próximo governo elaborar umas diretrizes para a Ordem na forma da Ratio da Evangelização. Propôs também que cada entidade tenha um Projeto de Evangelização fraterna concreto, como eixo de todos os irmãos e comunidades das entidades. Frei Alonso compartilhou sua visão de uma evangelização inculturada na qual o evangelizador reconhece a presença e a obra preexistente do Espírito Santo, participa da comunicação da Boa Nova por meio da celebração, e se compromete com as legendas, a arte, a poesia, os cantos e as danças dos povos. Ele também destacou o exemplo de São Paulo, que criou e acompanhou as comunidades que promoveram a obra de evangelização. “Não temos mais 50.000 púlpitos como no passado”, declarou Frei Alonso, “mas temos muito mais oportunidades de evangelização por meio das pessoas com quem trabalhamos, incluindo mulheres, jovens e pobres”. Depois da apresentação, os capitulares continuaram a trabalhar em grupos linguísticos sobre as diretrizes da Ordem na atualidade e sobre o tema da Missão e a Evangelização. Capítulo Geral 2021 | COMUNICAÇÕES | 385
7/07 | 5º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
PROMOVER UMA CULTURA DE CUIDADO E SALVAGUARDA DAS PESSOAS VULNERÁVEIS Na manhã deste dia, Frei Caoimhin O’Laoide e Frei Isauro Covili Linfati, da Comissão da Ordem para a Salvaguarda de Menores, destacaram a realidade e a gravidade do fenômeno do abuso sexual de jovens e adultos vulneráveis pelo clero e religiosos, e a grande importância para a nossa Ordem e para a Igreja de promover uma cultura de cuidado e salvaguarda das pessoas vulneráveis. Frei Antonio Scabio, psicoterapeuta profissional e Definidor Geral, falou da experiência das vítimas de tão trágica violência e dos graves traumas que devem estar sempre no centro de nossa resposta ao abuso sexual, e da necessária resposta de compaixão e responsabilidade para com elas, suas famílias e as comunidades que foram feridas. A Comissão afirmou que nós, como frades franciscanos, “somos chamados a ter respeito pela dignidade e o valor de cada ser humano e (que devemos) nunca explorar ou abusar do poder que podemos ter como membros de uma Ordem religiosa ou como um ministro ordenado da Igreja”. Frei Aidan McGrath falou sobre as recomendações da Comissão, que incluem a formulação de um projeto de Estatutos a serem inseridos nos Estatutos Gerais da Ordem, bem como o desenvolvimento de um Código de Conduta Ministerial claro, com diretrizes e procedimentos a serem aplicados a todos os irmãos e Entidades da Ordem. Como sublinha a Comissão, a nossa Ordem tem a obrigação de “não fazer vistas grossas” ou calar-se, e existe uma séria necessidade de desenvolver a consciência, a educação e o diálogo aberto em nível dos conventos e paróquias locais, na Formação Inicial e Permanente dos Frades, e para nossos pessoal, voluntários e colaboradores. Os líderes das entidades são convidados a formar os frades e a colaborar com outros religiosos e pro-
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fissionais leigos em um ministério proativo de cuidado e salvaguarda das pessoas que sofrem abusos em nosso mundo. Um recurso de formação recomendado para os frades que serão designados para este ministério é o programa de formação básica e especializada que oferece a Pontifícia Universidade Gregoriana em https://childprotection.unigre.it/ Os capitulares reuniram-se em grupos linguísticos para discutir como as Entidades podem garantir uma maior coerência na sua resposta ao fenômeno dos abusos sexuais de crianças e adultos vulneráveis, e na sua abordagem ao tratamento adequado de todos os assuntos relacionados com as denúncias desta natureza. À tarde, Frei Cesare Vaiani e Frei Sinisa Balajic apresentaram o Relatório do Secretário Geral para a Formação e os Estudos (SGFE). Descreveram as iniciativas específicas do SGFE nos últimos seis anos e falaram das instituições de formação e educação existentes na Ordem, como a Pontifícia Universidade Antonianum (PUA) e os centros de pesquisa de Roma, Estados Unidos, Cairo e Hong Kong. Destacaram vários programas novos e inovadores introduzidos nos últimos seis anos, como o Curso de Bacharelado em Ecologia Integral oferecido pela PUA desde 2020. As reflexões e propostas do SGFE incluíram a necessidade de acompanhar tanto as Entidades que aumentam numericamente como as que diminuem, a formação dos guardiães, a formação da identidade franciscana para todos os frades, o trabalho em rede entre os centros de estudo e a importância do mundo digital. Estas reflexões e propostas, junto com as realidades e necessidades da formação nas diferentes Entidades, foram discutidas pelos capitulares nos diferentes grupos linguísticos.
8/07 | 6º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
“RUMO A UMA ECONOMIA FRATERNA” A manhã da quinta-feira foi dedicada à apresentação dos relatórios sobre a situação financeira e estatísticas atuarial da Ordem. Como Ecônomo Geral, Frei John Poudziunas reconheceu com gratidão que nos últimos seis anos as dívidas externas da Ordem se extinguiram e que a Administração Geral da Ordem fez melhorias estruturais e sistemáticas significativas no programa operacional graças também à ajuda de revisores e especialistas leigos. O relatório financeiro do Ecônomo Geral, “Rumo a uma economia fraterna”, destaca que a administração da Ordem e de cada frade, em todos os níveis, deve aprender a integrar a missão com as realidades econômicas e as responsabilidades. Em última análise, nossa economia existe para tornar nossa vida e missão mais fraternas. Frei João destacou que, para a Ordem, o caminho a seguir é desenvolver e implementar um programa econômico integrado na vida dos frades, a fim de orientar harmoniosamente todas as atividades para a missão com valores eficientes e eficazes. Isso nos permite servir como verdadeiros administradores cristãos e franciscanos, capazes de ser financeiramente eficazes e responsáveis perante nossos irmãos e o mundo ao nosso redor. O Tesoureiro Geral propôs várias sugestões para mudar os estatutos, as estruturas e para me-
lhorar a integração financeira, aumentar a responsabilidade e implementar planos e programas responsáveis pela gestão da economia de maneira justa e equitativa. Do ponto de vista estatístico, verifica-se que, de um modo geral, a Ordem está envelhecendo e diminuindo de número e este fato é mais evidente em algumas regiões geográficas do que em outras. Frei John sugeriu que as estatísticas sejam utilizadas harmoniosamente como uma ferramenta para discussões contínuas em nível de nossas Entidades sobre como podemos continuar salvaguardando nossas presenças e como queremos dar testemunho de nosso carisma. À tarde, foram realizadas reuniões pelos grupos linguísticos para tratar dos temas levantados nas sessões da manhã, bem como sobre os temas decorrentes das discussões dos vários grupos linguísticos. As questões levantadas nas discussões em grupo incluíram verificar nosso modo de vida como Irmãos Menores e construir pontes em um mundo em crise, como precisamos ser mais eficazes na formação e na missão, como podemos viver e agir com maior justiça e caridade, como podemos abraçar a interculturalidade e como podemos crescer na fraternidade e na santidade. Capítulo Geral 2021 | COMUNICAÇÕES | 387
9/07 | 7º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
DIA DE PROPOSTAS PARA MUDANÇAS ESTATUTÁRIAS A sexta-feira para os capitulares concentrou-se em questões legislativas e administrativas. Comissões capitulares foram constituídas e começaram os trabalhos sobre as propostas, questões jurídicas e a mensagem final do Capítulo Geral. Foram feitas descrições e esclarecimentos sobre as propostas iniciais de modificação dos Estatutos Gerais, bem como da legislação do Capítulo. Entre as áreas abordadas nessas propostas de emendas estatutárias se encontram o cuidado e proteção de menores e adultos vulneráveis, organização da missão e a evangelização, o governo e a administração, e a fraternidade. Além disso, Frei Paolo Quaranta e Frei Pierre Charland foram eleitos para se unirem ao Ecônomo do Capítulo, Frei John Poudziunas, na Comissão Econômica deste Capítulo Geral.
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O Vigário Geral Frei Julio Bunader e o chimarrão, hábito fortemente arraigado na Argentina e no Sul do Brasil. O chimarrão na Argentina é muito mais do que apenas uma bebida, é um costume, um momento de irmandade, um vínculo.
10/7 | 8º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
A CENTRALIDADE DA FRATERNIDADE A manhã de sábado foi dedicada à reflexão, revisão pessoal dos materiais e às discussões da última semana do Capítulo Geral e ao trabalho nas distintas comissões capitulares segundo as áreas temáticas e linguísticas. O facilitador do Capítulo, Frei Matteo Giuliani, identificou alguns dos temas que emergiram das discussões em grupo, como reestruturação da Ordem, juventude, questões financeiras e salvaguarda dos vulneráveis. À tarde, as Conferências se reuniram para preparar a eleição do novo Ministro Geral a ser realizada no dia 13 de julho. A primeira das duas votações consultivas foi, então, realizada. Durante sua reflexão nas Vésperas, o teólogo e escritor Frei Daniel Horan falou sobre a centralidade da fraternidade (fraternitas) para nossa vocação, descrevendo-a como “o coração indispensável da identidade franciscana”. Explicou que a fraternitas é o dom distintivo que a Ordem Franciscana oferece à Igreja e ao mundo. Em um mundo que enfrenta desafios como individualismo, clericalismo, dis-
criminação, ódio, abuso sexual e violência, os frades podem oferecer um testemunho profético, convertendo-se em verdadeiras ‘fraternidades contemplativas em missão’. Frei Daniel também propôs que podemos renovar nossa identidade franciscana abraçando o desafio de uma “ecologia fraterna integral”, que reconheça nossa interconexão e interdependência fundamental como irmãos uns com os outros e com toda a criação. Ele também desafiou os membros do Capítulo a reconhecer que hoje é um “momento franciscano” e a serem embaixadores das encíclicas do Papa Francisco Laudato Si ‘e Fratelli Tutti. Frei Daniel descreveu esses dois documentos como a expressão do Santo Padre de uma visão profundamente franciscana da fraternitas. Após o jantar, os capitulares e colaboradores viram a exibição especial, em inglês, italiano e espanhol, do documentário “Francesco 2020”, com a participação do cineasta e produtor Evgeny Afineevsky como convidado da noite. Capítulo Geral 2021 | COMUNICAÇÕES | 389
11/07 | 9º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
“FRANCESCO”: AS GRANDES CRISES E PROBLEMAS DA HUMANIDADE Após oito dias de trabalho conjunto, no domingo, os frades desfrutaram de um dia de descanso, partilha e atividades pessoais depois da Santa Missa. A exibição, na noite anterior, do documentário “Francesco” sobre as grandes crises e problemas de nossa humanidade, analisados a partir da visão e do pensamento do Papa Francisco, teve um impacto significativo e permanente sobre os capitulares e funcionários. Foram discutidos temas que sensibilizaram fortemente a mente de todos e a conversa com o diretor confirmou o desejo de realizar o sonho
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de um mundo mais fraterno e misericordioso para todos. O diretor do filme, Evgeny Afineevsky, disse que, ao se preparar para contar a história abrangente do papado de Francisco, agora com sete anos, ele percebeu que “queria contar isso por meio das pessoas cujos corações e mentes ele tocou em suas ações”. As atividades fraternais de domingo incluíram jogos de tabuleiro, vôlei e futebol em preparação para a tão esperada final da Euro 2020 entre a Itália contra a Inglaterra, vista na Aula Magna.
12/07 | 10º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
BÊNÇÃO E DESPEDIDA DO GOVERNO CESSANTE Neste dia os capitulares passaram a maior parte do dia em grupos linguísticos, refletindo e discutindo os projetos de propostas que haviam sido preparados pelas comissões temáticas, com base nas contribuições e intercâmbios da semana passada. A segunda votação consultiva foi realizada no final da tarde, em preparação para a eleição do novo Ministro Geral a ser realizada no dia 13 de julho. Seguiu-se um importante momento de agradecimento ao Governo Geral cessante da Ordem, que incluiu a leitura da despedida de São Francisco no Monte Alverne e a última bênção de Frei Michael A. Perry como Ministro Geral. Esse dia de eleição do 121º representante de São Francisco de Assis começará com a Santa Missa, presidida pelo Cardeal brasileiro João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica.
Os números Oito séculos depois de obter a aprovação do Papa Inocêncio III, a Ordem dos Frades Menores tem o seguinte quadro de seguidores de seu fundador São Francisco de Assis. A Cúria Geral da Ordem dos Frades Menores divulgou, durante o
Capítulo Geral, a “Acta Ordinis” com os números estatísticos referentes à Fraternidade dos Frades Menores em 2021. Hoje, a Ordem Franciscana tem 12.479 frades, distribuídos assim: Postulantes, 492 (não entram na soma por não serem frades); Noviços, 375; Professos temporários, 1.424 (frades com opção clerical: 1.027; Freis sem opção clerical: 181; Freis sem opção: 216); Professos solenes, 10.680 (sac.: 8.402; diác. perm.: 71; Freis com opção clerical: 416; Freis leigos: 1.681). Os irmãos Cardeais (4), somados aos Arcebispos/Bispos são 98. Os Frades Menores estão presentes em 120 países – assim distribuídos: África e Médio Oriente: 1.300; América Latina: 3.113; América setentrional: 1.004; Ásia-Oceania: 1.514; Europa Oriental: 2.314 e Europa Ocidental: 3.234. A Fraternidade universal é estruturada em 103 Províncias e Custódias Autônomas; 9 Entidades dependentes do Ministro geral; 19 Custódias dependentes de Províncias; 16 Fundações; 14 Conferências de Ministros provinciais e 3 Uniões de Conferências (Ásia/Oceania: FCAO; América Latina: UCLAF; Europa: UFME). Capítulo Geral 2021 | COMUNICAÇÕES | 391
ELEIÇÃO NO 11º DIA
O ITALIANO FREI MASSIMO FUSARELLI É ELEITO MINISTRO GERAL
O
s 116 frades capitulares do Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores elegeram na manhã de terça-feira, 13 de julho, o novo Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores. O 121º representante de São Francisco de Assis é o italiano Frei Massimo Giovanni Fusarelli, atualmente Ministro Provincial da Província São Boaventura, nascida da união das antigas províncias de Abruzzo e Lazio, ocorrida em 2017. Ele ficará na função de Ministro Geral de 2021-2027. A eleição foi presidida, segundo nomeação do Papa Francisco, pelo Cardeal brasileiro João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica. Ao ser informado da notícia, o Papa Francisco congratulou-se com o novo eleito através de um telegrama, em que garante a sua oração e bênção “para que o Senhor o assista e o proteja na realização do seu serviço. O seráfico Pai São Francisco seja de encorajamento na guia dos seus frades”. Frei Massimo nasceu em Roma em 30 de março de 1963 (58 anos). Conheceu os Frades Menores da Paróquia de São Francisco em Tivoli, amadurecendo a escolha pela vida religiosa franciscana. Vestiu o hábito franciscano em 28 de julho de 1982, fazendo a Primeira Profissão em 30 de julho de 1983. Ele viveu até 1989 na “São Bonaventura” de Frascati, preparando-se para a profissão solene e ordenação presbiteral, recebidas na Igreja de “São Francisco” do Tivoli, em 30 de setembro de 1989. Depois do Noviciado, cursou Filosofia e Teologia no então Pontifício Ateneu Antoniano, obtendo o Bacharelado em Teologia em
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1988. Por decisão de seus superiores, iniciou os cursos de Licenciatura e Doutorado em Teologia Patrística no Pontifício Instituto Patrístico Augustinianum, obtendo os títulos relacionados em 1992. Lecionou Teologia Patrística no Instituto de Ciências Religiosas do então Pontifício Ateneu Antoniano (1991-1996). Já esteve no governo da Ordem quando foi Secretário Geral de Formação e Estudos (2003 a 2009) e Visitador Geral para a Província de Nápoles e depois para o processo de unificação das Províncias do Norte da Itália. Em nível provincial, foi Definidor, animador da Pastoral Vocacional e depois secretário da Formação Permanente; várias vezes guardião, função que acumula hoje como Ministro Provincial, além de pároco da Paróquia São Francisco a Ripa e responsável pelo projeto de acolhida aos pobres. Foi nessa igreja que São Francisco viveu e rezou em sua passagem pela Cidade Eterna, durante as visitas ao Papa Inocêncio III. Nos últimos anos residiu nos Conventos São Bonaventura al Palatino em Roma e Santa Maria delle Grazie em Ponticelli Sabino (Rieti), também foi convidado a fazer parte do Conselho Presbiteral da Diocese de Sabina e depois no Conselho de Roma (1999-2002), sempre no contexto da pastoral juvenil e vocacional. Participou e organizou missões populares e animação nas paróquias. No serviço de unificação das Províncias do Norte, em tempo integral, Frei Massimo presidiu o Conselho de seis ministros provinciais de janeiro de 2014 até a união, acompanhou os diversos órgãos interprovinciais, depois de realizada a visita canônica às 75 fraternidades locais, a visita fraterna aos 29 mosteiros das Irmãs Clarissas, a visita aos bispos diocesanos onde estão presentes os conventos, e acompanhar a preparação do Capítulo Provincial unitário, inaugurado em 16 de maio de 2016 com o nascimento da nova Província do Norte da Itália. De 2015 a 2018 foi assistente Geral do Instituto Secular dos Missionários da Realeza de Cristo; de outubro de 2016 a agosto de 2017 viveu com outros irmãos entre as vítimas do terremoto de Amatrice e Accumoli (Rieti). Em 2 de julho de 2020 foi eleito Ministro Provincial em Capítulo e, em 7 de outubro de 2020, presidente da Conferência dos Ministros Provinciais da Itália e da Albânia (COMPI). Agora, com sua eleição, Frei Luciano De Giusti, o Vigário Provincial, deve assumir a Província no seu lugar.
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13/07 | 11º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
FREI MASSIMO: “GOSTARIA DE OUVIR OS IRMÃOS EM TODA SUA DIVERSIDADE E SUAS DIFICULDADES E ANGÚSTIAS” A manhã da eleição do novo Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores começou, no dia 13 de julho, com a celebração da Missa do Espírito Santo, presidida pelo delegado do Papa Francisco, Cardeal João Braz de Aviz, Prefeito da Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida Apostólica. Durante o processo eleitoral, o Frei Massimo Fusarelli, Ministro Provincial de Roma, foi eleito 121º Sucessor de São Francisco. À tarde, realizaram-se consultas em grupos de Conferências para a eleição do Vigário geral e dos Definidores gerais, para posteriormente proceder ao voto consultivo para a eleição do Vigário Geral, a realizar-se nesta quarta-feira, 14 de julho. As Conferências foram convidadas a apresentar ao Secretário Geral do Capítulo sua lista de candidatos ao novo Definitório Geral. O novo Ministro Geral agradeceu ao Capítulo Geral o espírito de família, a vocação compartilhada dos irmãos da Ordem e o serviço de Frei Michael Perry e a sua liderança. Ele falou da sua visão do novo Definitório como uma equipe que trabalhará conjuntamente, e como um grupo de reflexão para ler o presente e projetar o futuro com fé e
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determinação. “Gostaria de ouvir os irmãos em toda a sua diversidade ... (e nas) suas dificuldades e angústias”, acrescentou, e pediu a oração e a ajuda dos irmãos no caminho a seguir. Na última sessão da tarde, a Assembleia capitular trabalhou, em conjunto, na primeira parte das propostas dos grupos e comissões, sobre os temas de Identidade e Formação. A apresentação foi feita pelo chefe da Comissão Capitular, Frei Lawrence Hayes, e o debate foi facilitado pelo Moderador do Capítulo, Frei Cesare Vaiani. O debate sobre a identidade abrangeu as áreas da vida fraterna, as expressões minoritárias, a interculturalidade, a relevância e a unidade. As contribuições para o debate sobre a formação versaram sobre a importância do acompanhamento nas crises e sobre as nossas áreas de formação comum, humana, social, missionária, pastoral, de liderança, etc. Ênfase especial foi colocada na igualdade fraterna, especialmente entre irmãos leigos e clérigos. Depois das Vésperas, os capitulares realizaram um jantar festivo na praça em homenagem ao novo Ministro Geral.
ENTREVISTA
FREI FUSARELLI: A SERVIÇO DA IGREJA APRENDENDO COM OS “PEQUENOS” “Que o seráfico Pai São Francisco seja de encorajamento na guia dos seus frades”: estes são os votos do Papa Francisco ao frei Massimo Giovanni Fusarelli, eleito novo ministro-geral da Ordem Franciscana dos Frades Menores para os próximos seis anos (2021-2027). Em uma mensagem de congratulações enviada ao frade, o Pontífice o felicitou assim que soube da notícia de sua eleição, assegurando-lhe suas orações e a sua bênção. O Frei Fusarelli soube da mensagem do Papa através de nosso portal.
Frei Fusarelli, como o sr. recebeu a mensagem do Papa sobre sua nomeação? Bem, foi uma grande surpresa, fiquei sabendo pelo Vatican News, portanto pela mídia do Vaticano, antes que chegasse aqui. Chegou-nos ao vivo, trazendo consolo e apoio. Primeiro para mim porque era pessoal. Poucas palavras, mas muito verdadeiras... Digamos, não eram palavras burocráticas. Para todos nós aqui no Capítulo, foi um sinal de atenção, de cuidado, que nos faz bem, nos faz sentir em comunhão com o Papa, com a Igreja universal e também prontos para responder ao chamado da Igreja para sair de nossos lugares e anunciar o Evangelho em todas as realidades em que nos encontramos. Estamos presentes em cerca de 60 países ao redor do mundo, e aqui nos pedem para ir além, de mil maneiras diferentes. E o fato de o Papa estar hospitalizado, em recuperação, e que tenha tido este pensamento para nós, nos faz amá-lo ainda mais.
No passado, o sr. dedicou-se particularmente às vítimas do terremoto da região de Abruzzo e também nos subúrbios de Roma, o que esta experiência traz para esse novo cargo ao qual foi chamado? O que cresceu dentro de mim foi principalmente a ligação com a vida real das pessoas, dos homens e mulheres de hoje, especialmente os que sofrem, os pequenos, os pobres. Este contato com a realidade me ajudou a crescer. Trago comigo também o que o Evangelho de Mateus nos diz, ou seja, que Deus, o Pai, revela seus mistérios aos pequenos, não aos que se creem inteligentes. Pensava nisso esta manhã porque ainda mantenho a escola infantil devido aos contatos ininterruptos com várias dessas pessoas, especialmente em Amatrice e Accumoli, na região de Abruzzo. Nesta escola de crianças eu gostaria de aprender a fazer um serviço como este “de uma pessoa pequena”, ou seja, não de alguém que pensa que pode fazê-lo sozinho ou que tem toda a ciência e inteligência para realizar tal serviço, mas como alguém que permanece aberto. Outra coisa que carrego no coração é também o sentido de compaixão, ou seja, deixar-se tocar pela vida das pessoas, deixar-se às vezes “envolver” pela vida das pessoas, porque isso alarga o coração. Com isto, junto com outras experiências que tive, inclusive internacionais na Ordem, espero poder abrir meu coração e minha mente para as culturas, idiomas e países que terei que visitar e com os quais terei que estar em contato.
Na sua opinião, o que os pequenos aprenderam com sua proximidade? Que na realidade é a proximidade da Igreja... A sentir a proximidade... Mais do que aprender, eles perceberam que podemos estar próximos, que nós, não tanto a Igreja como uma instituição abstrata, mas como pessoas concretas que vivem o Evangelho e seguem Jesus, e estão próximos deles. Portanto, não sentir a Igreja como uma instituição distante que só aparece em certos espaços ou momentos, mas como uma realidade próxima. Recebi muita desta resposta, e também de várias destas pessoas que não se abriram, de forma declarada, a um caminho de fé, digamos mais institucional, mais organizado; mas é como se uma chama da fé tivesse sido reacendida para uma posterior profissão de fé mais madura. Portanto, a fé, a presença de Deus, é uma realidade que toca minha vida, que está presente, posso acreditar nela, posso confiar-me a ela.
Além das congratulações do Papa, o sr. recebeu alguma em particular das áreas menos frequentadas, um pouco esquecidas, como as das vítimas do terremoto, e dos subúrbios? Sim, eu recebi muitas ontem à noite. Encontrei-as esta manhã, e várias pareciam dizer: o senhor está lá graças a nós. Gostei disso, isso me fez sorrir porque, com seu orgulho, eles disseram a verdade. Penso que se este serviço agora está maduro para mim é também porque tive este contato, esta partilha de vida. Depois houve outros, especialmente algumas pessoas simples, especialmente avós, que me escreveram: “Deus te protege, não tenhas medo”. Vindo de pessoas que sofreram muito é uma bênção que vale muito, quase tanto quanto uma bênção apostólica. Àqueles que ainda esperam uma palavra e um exemplo de vida dos Franciscanos, hoje, neste mundo, e são muitos, gostaria de dizer: apóiem-nos, ajudem-nos, abram o caminho para que vivamos hoje nossa vocação e a vivamos verdadeiramente.
Hoje seguimos os passos do Papa Francisco, pensando também na encíclica Fratelli tutti que recorda o abraço também com um mundo diferente do nosso, em um mundo distante. Esta fraternidade pode realmente guiar seu caminho e o de muitos franciscanos? É claro. São Francisco já tinha superado as barreiras de seu tempo: dos leprosos, ao mundo muçulmano, dos pecadores, os que estavam longe da Igreja. O Papa Francisco foi além dessas barreiras e lá ele encontrou o caminho do Evangelho. Portanto, esperamos que muitos desses caminhos se abram. Benedetta Capelli e Tiziana Campisi VATICAN NEWS
Os Ministros Gerais em mais de oito séculos No dia 29 de maio de 1517, quando o Papa Leão X, depois de séculos de controvérsias, produziu a bula “Ite et vos in vineam meam”, com a qual sancionou a divisão entre os Conventuais não-reformados e os Observantes. Esses últimos se tornaram a Ordem dos Frades Menores e ao superior deles, o Ministro Geral, foi devolvido o antigo selo da Ordem e foi lhe dado o direito de precedência em relação ao superior dos Conventuais. O século XVI vivia um generalizado clima de reforma religiosa e, aqui, situa-se a “Reforma Capuchinha”, aprovada pelo Papa Clemente VII (1522-1534) em 1528 mediante a bula “Religionis zelus”. Em 1529, o novo ramo franciscano redigiu suas primeiras normas de vida, conhecidas como “Constituições de Albacina”, que foram aperfeiçoadas em 1536 com as novas “Constituições de Santa Eufêmia”. A partir de 1517, os três ramos da Ordem elegem seus ministros. Esta lista é somente da Ordem dos Frades Menores.
FUNDADOR Francisco de Assis (1210–1226)
004 Haymo de Faversham (1240–1243) – 4º Ministro Geral 005 Crescenzio de Jesi (1244–1247) – 5º Ministro Geral 006 Giovanni de Parma (1247–1257) – 6º Ministro Geral 007 Boaventura de Bagnoregio (1257–1274) – 7º Ministro Geral 008 Girolamo Masci d’Ascoli (1274–1279), mais tarde Papa Nicolau IV – 8º Ministro Geral 009 Bonagrazia de Bolonha (1279–1285) – 9º Ministro Geral 010 Arlotto de Prato (1285–1287) – 10º Ministro Geral 011 Matteo d’Acquasparta (1287–1289) – 11º Ministro Geral 012 Raimondo Gaufridi (1289–1295) – 12º Ministro Geral 013 Giovanni de Murrovalle (1296-1304) – 13º Ministro Geral 014 Gonsalvus Hispanus (1304–1313) – 14º Ministro Geral 015 Alessandro B.de Alessandria (1313–1314) – 15º Ministro Geral 016 Miguel de Cesena (1316-1328) – 16º Ministro Geral 017 Geraldo Ot (1329–1342) – 17º Ministro Geral 018 Fortanier de Vassal (1343–1348) – 18º Ministro Geral 019 Guillaume Farinier (1348–1357) – 19º Ministro Geral 020 Juan Bouchier (1357–1358) – 20º Ministro Geral 021 Marco de Viterbo (1359–1366) – 21º Ministro Geral 022 Thommaso de Frignano (1367–1372) – 22º Ministro Geral 023 Leonardo Rossi (1373-1378) – 23º Ministro Geral Durante o Grande Cisma, os seguintes ministros gerais conduziram a Ordem na obediência romana: 024 Ludovico Donati da Venezia (1379–1383) – 24º Ministro Geral 025 Pietro da Conzano (1383–1384) – 25º Ministro Geral 026 Martino Sangiorgio de Rivarolo (1384–1387) 027 Enrico Alfieri (1387-1405) – 27º Ministro Geral 028 Antonio Vinitti de Pereto (1405-1408) – 28º Ministro Geral 029 Antonio da Cascia (1410–1415) – 29º Ministro Geral (no primeiro ano Vigário Geral) Antonio Vinitti de Pereto (1415–1420) – segundo compromisso Ao mesmo tempo, o seguinte presidiu a Ordem de obediência de Avignon: Angelo di Spoleto (1379-1391) John Chevegneyo (1391-1402) Giovanni Bardolini (1403-1417)
001 Giovanni Parenti (1227–1232) – 1º Ministro Geral 002 Elia de Cortona (1232–1239) – 2º Ministro Geral 003 Alberto de Pisa (1239–1240) – 3º Ministro Geral
396 | COMUNICAÇÕES | Capítulo Geral 2021
Após a conclusão do cisma, a Ordem foi reunida sob Antonio Vinitti. 030 Angelo Salvetti (1421-1424) – 30º Ministro Geral 031 Antonio da Massa Marittima (1424–1430) – 31º Ministro Geral 032 Guglielmo da Casale (1430–1442) – 32º Ministro Geral 033 Antonio Rusconi (1443–1449) – 33º Ministro Geral 034 Angel Cristofori del Toscano (1450–1453) – 34º Ministro Geral 035 Jacob Bassolini (1454–1457) – 35º Ministro Geral 036 Jaime Zarzuela (1458–1464) – 36º Ministro Geral
037 Francesco della Rovere (1464-1469) – 37º Ministro Geral, mais tarde Papa Sisto IV. 038 Zanetto de Udine (1469-1475) – 38º Ministro Geral 039 Francesco Nanni (1475-1499) – 39º Ministro Geral 040 Egidio Delfini de Amelia (1500-1506) – 40º Ministro Geral 041 Rainaldo Graziani de Cotignola (1506-1510) – 41º Ministro Geral 042 Filippo Porcacci de Bagnacavallo (1510–1511) – 42º Ministro Geral 043 Bernardino Prati (1511–1517) – 43º Ministro Geral (no primeiro ano como Vigário geral) Ministros Gerais dos Frades Menores (OFM) A partir desta data, depois de séculos de controvérsias, produziu a bula “Ite et vos in vineam meam”, com a qual sancionou a divisão entre os Conventuais não-reformados e os Observantes. 044 Cristoforo Numai (1517–1518) – 44º Ministro Geral 045 Francesco Lichetto (1518–1520) – 45º Ministro Geral 046 Paolo da Soncino (1520-1523) – 46º Ministro Geral (no primeiro ano como Vigário geral) 047 Francisco de Quiñones (1523–1527) – 47º Ministro Geral 048 Paolo Pisotti (1529-1533) – 48º Ministro Geral 049 Vincenzo Lunello (1535–1541) – 49º Ministro Geral 050 Giovanni Matteo de Calvi (1541–1547) – 50º Ministro Geral 051 Andreas Alvarez (1547–1553) – 51º Ministro Geral 052 Clemente d’Olera (1553–1557) – 52º Ministro Geral 053 Francisco Zamora de Cuenca (1559-1565) – 53º Ministro Geral 054 Aloisio Pozzi da Borgonuovo (1565-1571) – 54º Ministro Geral 055 Christopher de Chaffontaines (1571-1579) – 55º Ministro Geral 056 Francesco Gonzaga (1579–1587) – 56º Ministro Geral 057 Francesco de Tolosa (1587–1593) – 57º Ministro Geral 058 Boaventura Secusi da Caltagirone (1593-1600) – 58º Ministro Geral 059 Francesco Susa de Toledo (1600–1606) – 59º Ministro Geral 060 Arcangelo Gualterio de Messina (1606–1612) – 60º Ministro Geral 061 Juan Hierro (1612-1613) – 61º Ministro Geral 062 Benigno de Genova (1618–1625) – 62º Ministro Geral 063 Bernardino de Senna (1625-1631) – 63º Ministro Geral 064 Giovanni Battista Visco (1633-1639) – 64º Ministro Geral 065 Juan Marinero de Madrid (1639-1645) – 65º Ministro Geral 066 Giovanni Mazzara, 1645-1648 – 66º Ministro Geral 067 Pedro Manero (1651-1655) – 67º Ministro Geral 068 Michaelangelo Bonadies de Sambuca/Sicília (1658–1664) – 68º Ministro Geral 069 Ildefonso Salizanes (1664-1670) – 69º Ministro Geral 070 Francesco Maria Rini (1670–1674) – 70º Ministro Geral 071 Francesco Maria Nicolis (1674-1676) – 71º Ministro Geral 072 José Ximenes Samaniego (1676-1682) – 72º Ministro Geral 073 Pier Marini Sormani (1682-1688) – 73º Ministro Geral 074 Marcos de Zarzosa (1688-1690) – 74º Ministro Geral
075 Juan Aluin (1690-1694) – 75º Ministro Geral 076 Boaventura Poerio de Taverna (1694–1697) – 76º Ministro Geral 077 Matteo de Santo Stefano (1697–1700) – 77º Ministro Geral 078 Luis Torres (1700-1701) – 78º Ministro Geral 079 Ildefonso Biesma (1702–1716) – 79º Ministro Geral 080 José Garcia (1717–1723) – 80º Ministro Geral 081 Lorenzo Cozza de S. Lorenzo (1723–1726) – 81º Ministro Geral 082 Matteo Basile de Parete (1727–1729) – 82º Ministro Geral 083 Juan Soto de Valladolid (1729-1736) – 83º Ministro Geral 084 Juan Bermejo (1736-1740) – 84º Ministro Geral 085 Gaetano Politi de Laurino (1740-1744) – 85º Ministro Geral 086 Rafaello Rossi de Lugagnano (1744–1750) – 86º Ministro Geral 087 Pedro Juanete de Molina (1750-1756) – 87º Ministro Geral 088 Clemente Guignoni de Palermo (1756–1762) – 88º Ministro Geral 089 Pedro Juanete de Molina (1762-1768) – 89º Ministro Geral (segunda nomeação) 090 Pasquale Frasconi de Varese (1768-1791) – 90º Ministro Geral 091 Joaquim Company i Soler (1792-1806) – 91º Ministro Geral 092 Ilario Cervelli de Montemagno (1806-1814) – 92º Ministro Geral 093 Gaudenzio Patrignani e Coriano (1814-1817) – 93º Ministro Geral 094 Cirilo Alameda e Brea (1817-1824) – 94º Ministro Geral 095 Giovanni Tecca de Capestrano (1824–1830) – 95º Ministro Geral 096 Luis Iglesias (1830-1834) – 96º Ministro Geral 097 Bartolome Altemir (1835-1838) – 97º Ministro Geral 098 Giuseppe Maria Maniscalco (1838-1844) – 98º Ministro Geral 099 Luigi Flamini de Loreto (1844-1850) – 99º Ministro Geral 100 Venanzio Metildi de Celano (1850-1856) – 100º Ministro Geral 101 Bernardino Trionfetti de Montefranco (1856-1832) – 101º Ministro Geral 102 Rafaele Lippi de Pontecci Marconi (1862-1869) – 102º Ministro Geral 103 Bernardino dal Vago da Portogruaro (1869-1889) – 103º Ministro Geral 104 Luigi de Parma (1889-1897) – 104º Ministro Geral 105 Aloysius Lauer (1897–1901) – 105º Ministro Geral 106 Dionysius Schüler (1903-1911) – 106º Ministro Geral 107 Pacifico Monza (1911–1915) – 107º Ministro Geral 108 Serafino Cimino de Capri (1915–1921) – 108º Ministro Geral 109 Bernardino Klumper (1921-1927) – 109º Ministro Geral 110 Boaventura Marrani (1927–1933) – 110º Ministro Geral 111 Leonardo Bello (1933–1944) – 111º Ministro Geral 112 Valentin Schaaf (1945–1946) – 112º Ministro Geral 113 Pacífico Perantoni (1947–1952) – 113º Ministro Geral 114 Augostino Sépinski (1952–1965) – 114º Ministro Geral 115 Constantino Koser (1965–1979) – 115º Ministro Geral 116 John Vaughn (1979–1991) – 116º Ministro Geral 117 Hermann Schalück (1991–1997) – 117º Ministro Geral 118 Giácomo Bini (1997–2003) – 118º Ministro Geral 119 José Rodríguez Carballo (2003-2013) – 119º Ministro Geral 120 Michael Anthony Perry (2013-2021) – 120º Ministro Geral Capítulo Geral 2021 | COMUNICAÇÕES | 397
ELEIÇÃO NO 12º DIA
O CHILENO FREI ISAURO LINFATI É ELEITO VIGÁRIO GERAL O 12º dia do Capítulo Geral (14/7) começou com a eleição do Vigário Geral. Os 116 frades capitulares escolheram o chileno Frei Isauro Ulises Covili Linfati para o serviço de Vigário da Ordem dos Frades Menores. Ele é o Ministro Provincial da Província do Espírito Santo do Chile. Ao lado do Ministro Geral, ele animará a Ordem no sexênio de 20212027. Frei Isauro é natural de Lumaco, Diocese de Temuco, onde nasceu no dia 22 de março de 1961, filho de Pablo e Cecília Linfati. Ingressou no Noviciado dos Frades Menores em 16 de julho de 1981 e professou temporariamente em 16 de janeiro de 1983. Fez a Profissão definitiva na Ordem dos Frades Menores em 20 de março de 1987 e foi ordenado sacerdote no dia 23 de novembro de 1990, na Igreja São Francisco da Alameda de Dom Carlos Oviedo Cavada, junto com seus confrades Claudio Salgado e Jorge Guajardo. Frei Isauro foi eleito Ministro Provincial no dia 16 de outubro de 2016 para o sexênio de 2017-2022. Na ocasião, ele era pároco em “São José Operário” do setor La Antena e Vigário Provincial da Província chilena. Frei Isauro tem pautado sua vida por uma evangelização inclusiva e transformadora. Viveu durante oito anos em uma fraternidade de inserção numa zona periférica de Santiago e durante dez anos trabalhou como membro da entidade de não violência Sebastián Acevedo (ações nas ruas), contra a tortura em tempos de Augusto Pinochet; e foi membro de um grupo de formação contra a impunidade no início dos anos 90. Frei Isauro também dividia o tempo na animação do serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC) e na Pastoral Vocacional. No seu currículo, foi moderador da Formação Permanente, secretário da Formação Inicial na Província e na Conferência do Cone Sul; foi Visitador Geral da Província de São Francisco Solano do Peru e da Província de São Pedro e São Paulo no México; foi Definidor Provincial, Vigário Provincial e participou do Conselho Plenário da Ordem em 2018.
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14/07 | 12º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
FREI ISAURO PEDE O “EVANGELHO NO CENTRO DE NOSSA EXISTÊNCIA” A Assembleia Capitular começou com a leitura de uma mensagem de felicitações e bênçãos do Santo Padre ao novo Ministro Geral. Posteriormente, teve início a eleição do Vigário Geral. Frei Isauro Ulises Covili Linfati, Ministro Provincial da Província do Espírito Santo do Chile, foi declarado o novo Vigário Geral da Ordem dos Frades Menores. Frei Isauro trabalhou anteriormente nas áreas de formação, pastoral, animação fraterna e liderança em sua Província. Em seu primeiro discurso aos Capitulares, Frei Isauro compartilhou a experiência de sua família, que era formada por agricultores pobres e imigrantes. Ele falou da importância para nós, como franciscanos, de ter o Evangelho no centro de nossa existência ao longo do contínuo caminho da peregrinação da vida, enquanto ouvimos e aprendemos com aqueles que nos rodeiam, especialmente os necessitados, e enquanto “encorajamos os corações dos irmãos para construir a fraternidade ao nosso redor”. Depois da eleição do Vigário Geral, foram realizadas votações consultivas para os 8 membros do Definitório Geral em preparação para a eleição dos oito novos Definidores, que acontecerá no dia 15 de julho. O resto do dia de trabalho consistiu na apresentação e discussão em Assembleia das propostas dos grupos e das Comissões. Sobre o tema da Missão Evangelizadora, os comentários dos capitulares versaram sobre as áreas da teologia missionária franciscana, a pastoral tradicional e evangelização extraordinária, o espírito de sinodalidade e a colaboração com os leigos, compromisso com os jovens, implantação
da Igreja, a Ratio Evangelizationis, a evangelização pós-pandêmica, projetos missionários e idoneidade dos missionários, cuidado e acompanhamento dos imigrantes, JPIC, coordenação dos diversos departamentos e secretarias. Foi feito um comentário sobre Estruturas, para incluir a criação de uma comissão para a proteção de pessoas vulneráveis. Em relação à Economia Fraterna, foram feitos comentários sobre a transparência e responsabilidade financeira das Entidades, o tratamento dos abusos de fundos, a sustentabilidade financeira e o apoio a projetos de captação de recursos, a formação financeira dos ecônomos e visitadores, os investimentos éticos e ecológicos e o diálogo fraterno sobre questões financeiras. Foram abordadas propostas sobre a proteção de menores e adultos vulneráveis, incluindo a questão da formação de nossos colaboradores leigos. Para encerrar a última sessão, Frei Francesco Patton compartilhou com a Assembleia a experiência dos frades da Custódia da Terra Santa. Sublinhou a realidade da Custódia da Terra Santa como missão da Ordem, com a esperança de que cada Entidade tenha pelo menos um frade presente na Custódia da Terra Santa, incluindo frades em formação inicial e frades empenhados nos estudos bíblicos e outros. O Custódio da Terra Santa falou também dos sofrimentos e da diminuição do número de cristãos na Custódia, que inclui a Síria e o Líbano. E para os capitulares reunidos em assembleia, foi exibido um pequeno vídeo sobre a Terra Santa. Capítulo Geral 2021 | COMUNICAÇÕES | 399
ELEIÇÃO NO 13º DIA
FREI CÉSAR KÜLKAMP É ELEITO DEFINIDOR GERAL PARA A AMÉRICA LATINA No dia 15 de julho de 2021, quando a Ordem dos Frades Menores celebrava a festa litúrgica de São Boaventura de Bagnoregio (12171274) e a Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil celebrava seus 346 anos de existência, o Ministro Provincial, Frei César Külkamp, foi eleito, com 91 votos (dos 116 votantes) para servir como Definidor Geral para a América Latina. Foram eleitos, além de Frei César, mais 7 Definidores que vão representar a Ordem dos Frades Menores mundialmente, com a seguinte definição:
Ministro Geral: Frei Massimo Fusarelli Vigário Geral: Frei Isauro Ulises Covili Linfati Definidor para América Latina Frei César Külkamp e Frei Joaquin Echeverry Definidor para África/Oriente Médio Frei Victor Luis Quematcha Definidor para Ásia/Oceania Frei John Wong Definidor para Europa Central Frei Albert Schmucki Definidor para Europa Anglófona Frei Jimmy Zammit Definidor para Região Ibérica/Itália/Albânia Frei Cesare Vaiani Definidor para Região Eslávica Frei Konrad Cholewa Frei César é natural de Ituporanga, onde nasceu no dia 26 de maio de 1969. É filho de Reinilda e Fredolino Külkamp. Vestiu o hábito franciscano na Ordem dos Frades Menores em 11 de janeiro de 1988 e se tornou professo solene em 24 de setembro de 1993. Foi ordenado presbítero no dia 16 de dezembro de 1995.
400 | COMUNICAÇÕES | Capítulo Geral 2021
Frei César formou-se em Filosofia, pelo Instituto Filosófico São Boaventura e Universidade São Francisco, e Teologia, pelo Instituto Teológico Franciscano (ITF) e Pedagogia na Universidade Católica de Petrópolis (UCP), títulos obtidos em 1995. Depois concluiu, em 2000, o mestrado em Educação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e a pós-graduação em Administração de Empresas pela Faculdade Getúlio Vargas. Aos 52 anos, Frei César tem uma história de dedicação à educação e à formação religiosa franciscana. Tanto que assumiu a direção pedagógica do Colégio “Canarinhos” de Petrópolis em 1994, onde ficou até o final de 2000. No final deste ano, foi
transferido para Agudos, onde assumiu como reitor e orientador o Seminário Santo Antônio. Em 2003 foi eleito para o primeiro mandato como Definidor (2004-2006), assumindo também a função de secretário para a Formação e Estudos e vice-mestre no Postulantado Frei Galvão (Guaratinguetá). No Capítulo Provincial de 2006, foi reeleito Definidor para o triênio 2007-2009.Em 2007, fez o curso de formadores da OFM, no mês de maio, em Roma, e deste ano até 2010, foi Secretário de Formação da CFMB. Acumulou as funções de guardião da Fraternidade de Rondinha e Secretário para a Formação e Estudos. Mas no Capítulo de 2009, ele seria mais uma vez confirmado como Definidor até o ano de 2012, também acumulando a função de Secretário para a Formação e Estudos e Mestre para os professos temporários no tempo de Teologia em Petrópolis. No Capítulo de 2012, Frei César continuou como Secretário para a Formação e Estudos, assumindo também como guardião da Fraternidade do Sagrado, em Petrópolis. Foi Visitador Geral da Custódia Franciscana das Sete Alegrias em 2010 e 2014 e Secretário de Evangelização da CFMB de 2015 a 2018. Voltou a ser Visitador Geral, desta vez da Custódia São Benedito da Amazônia em 2016. Em 2016 foi eleito novamente Definidor, mas ficou por pouco tempo no cargo, pois foi eleito Vigário Provincial. O Vigário anterior, Frei Evaristo Spengler, fora nomeado bispo. Frei César também desempenhou a função de Secretário da Evangelização antes de ser eleito Ministro Provincial, no Capítulo Provincial de 2018. Neste mesmo ano, em julho, Frei César foi eleito presidente da Conferência Brasileira dos Frades Menores, mandato que terminou no começo de julho de 2021.
Frei César é nomeado Visitador da Província da Imaculada O novo Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, Frei Massimo Fusarelli, nomeou no dia 21 de julho, Frei César Külkamp, agora eleito Definidor Geral para a América Latina, para ser o Visitador Geral da Província da Imaculada Conceição do Brasil, que estará em Capítulo Provincial, previsto para o próximo mês de novembro. Segundo o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella a nomeação veio por causa de um pedido do Definitório Provincial em vista da eleição de Frei César como Definidor Geral. “Uma vez que o nosso Capítulo passa a ter a missão de eleger o próximo Ministro Provincial e precisa, necessariamente, de receber a Visita Canônica e como Frei César já tinha iniciado este trabalho, o Definitório Provincial achou por bem que ele prosseguisse, assim poderíamos manter basicamente o planejamento que temos até agora para o nosso Capítulo”, explicou Frei Medella. Segundo as Constituições Gerais, em nome do Ministro Geral, o Visitador vai até as fraternidades para: conversar com cada um dos frades; conhecer as suas condições; examinar as iniciativas; fomentar as atividades; promover o espírito de fraternidade; admoestar e confortar a cada um dos frades segundo a Regra e corrigir-los em nome e com a autoridade do Ministro Geral (cf. CCGG Art. 213 e RB 10,1, RnB 4,2)”. No próximo dia 4 de agosto, Dia do Padre e de São João Maria Viannney, o Definitório Provincial se reúne com a missão de eleger o Ministro Provincial que vai exercer esse serviço até o Capítulo Provincial. Capítulo Geral 2021 | COMUNICAÇÕES | 401
ÁSIA
Frei John Wong Frei John Wong é natural da Malásia, onde nasceu no dia 3 de julho de 1966. Fez a profissão solene na Ordem dos Frades Menores no dia 29 de novembro de 1999 e foi ordenado presbítero no dia 2 de dezembro de 2000. De 1985 e 1991 estudou Arquitetura na Universidade Nova Gales do Sul, na Austrália, e lecionou Inglês para estrangeiros. De 1994 a 1995, ingressou no Postulantado e Noviciado, em Cingapura. Neste mesmo país, fez Filosofia e Teologia (19962000). Ingressou no Curso de Formadores Franciscanos (20042005) no Franciscan International Study Centre (Canterbury, Reino Unido). Foi eleito Custódio, de 2010-2019, da Custódia de Santo Antônio (Malásia-Cingapura-Brunei); de 2012-2019, esteve também à frente da Conferência de Superiores Maiores Religiosos (Malásia-Singapura-Brunei), como Secretário (20122014) e Presidente (2014-2019); membro da Comissão Geral OFM para o Diálogo Ecumênico e Inter-religioso (2018-2021); Visitador Geral na Província Franciscana de São Francisco do Vietnã (2019-2020); Vice-Secretário Geral do Capítulo OFM 2021; além de fazer parte da Comissão Geral da Ordem para a Fundação de São Francisco de Assis em Mianmar; e presidir a Comissão Geral para a Fundação de Santa Maria dos Anjos na Tailândia.
EUROPA CENTRAL
Frei Albert Schmucki Frei Albert Schmucki nasceu em Degersheim (Suíça), no dia 20 de julho de 1963. Fez sua profissão simples em 1989 e recebeu a ordenação sacerdotal em 1992. Após seus estudos teológicos na Suíça e em Roma, obteve o doutorado em Teologia Dogmática na Pontifícia Universidade Antonianum em Roma (PUA). À frente de seu serviço, no contexto da formação inicial, obteve a Licenciatura em Psicologia (Pont. Univ. Gregoriana). Na Custódia Suíça ocupou os cargos de guardião, definidor, vice-mestre do noviciado e Secretário para a Formação e os Estudos. De 2000 a 2006 foi coordenador das secretarias de Formação e Estudos do Congresso Cotaf. De 2011 a 2019, foi membro da comissão científica “Fidelidade e perseverança” da Cúria Geral OFM. De 2006 a 2017 foi co-moderador do Master (agora Diploma) Formação em Vida Consagrada no Instituto Franciscano de Espiritualidade (PUA). Ele ofereceu vários cursos no campo psicopedagógico, atuando como Vice-Reitor do mesmo Instituto até 2020. Fala os idiomas: alemão, italiano, inglês, francês.
AMÉRICA LATINA
Frei Joaquín Echeverry Frei Joaquín Echeverry, da Província Franciscana de Santa Fé, Colômbia, nasceu no dia 26 de fevereiro de 1955. Ele faz parte da Fraternidade dos Frades das Obras Sociais do Santo Irmão Pedro. Foi Diretor do Colégio Franciscano Pio XII. Frade que se destaca pela vocação e pelo serviço, mostrando os valores franciscanos. Ele luta pelas crianças com deficiência, para que sejam aceitas em qualquer estabelecimento, dando-lhes não só terapias e carinho, mas também a oportunidade de se desenvolverem e se defenderem.
IBÉRIA, ITÁLIA E ALBÂNIA
Frei Cesare Vaiani
Frei Cesare Vaiani, nascido em Milão em 20 de outubro de 1954, ingressou na Ordem dos Frades Menores, na Província da Lombardia “São Carlos Borromeu”, em 14 de setembro de 1974. Fez a
profissão temporária no convento de San Damião, em Assis, em 17 de setembro de 1975 e a profissão solene no convento de Santo Ângelo, de Milão, em 22 de abril de 1979. Foi ordenado sacerdote pelo Cardeal Carlo Maria Martini no Duomo de Milão, em 14 de junho de 1980. Ele obteve o diploma de bacharel em Teologia na Faculdade de Teologia do Norte da Itália em 1979, a Licenciatura em Teologia (seção Dogmática) do PUA de Roma em 1981, a Licenciatura em Filosofia na Faculdade de Letras e Filosofia da Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão, em 1989, e um doutorado em Teologia Espiritual na Faculdade de Teologia da Itália Norte em 29 de setembro de 2011. Na Província ocupou os cargos de Vigário local (1983-85; 200009), Guardião (1988-91; 1994-2000; 2009-2016), Assistente do Oratório (1982-83), Vigário de Paróquia (1988-91), Mestre de Noviços (1981-82), Reitor do Colégio Seráfico de Saiano (1983-85), Diretor da Biblioteca Franciscana de Milão (1985-88; 2000-03), Definidor provincial (1991-94; 1997-2000; 2007-2013), Secretário para a Formação e Estudos (1991-97), Responsável pela formação aos ministérios (1994-2000), Moderador para a Formação Permanente (2003-2013) e responsável pelos frades professos solenes com menos de dez anos de profissão / “Menores de dez” (2007-2013). Professor de filosofia no Colégio Teológico dos Salesianos de Nave (BS) (1984-86) e no Liceu Luzzago em Brescia (1991-2000). Professor de Teologia da Vida Religiosa na Escola de Teologia de Brescia USMI (1983-85), na Escola de Formação Intercongregacional para Noviços em Milão (1986-90), na Faculdade de Teologia do Norte da Itália e no Estudo Teológico San Bernardino dos Frades Menores em Verona (desde 1989), da qual foi Vice-Reitor de 1997 a 2000. Professor de Teologia Espiritual e Franciscana no Estudo Teológico dos Frades Capuchinhos de Milão (1987-89), na Universidade Católica de Milão (1989-94), na Faculdade de Teologia do Norte da Itália; Vice-assistente central do Instituto Secular dos Missionários da Realeza (ISM) (1997-2001), Assistente Central de 2001 a 2015. Em 2015 foi nomeado Secretário-Geral para a Formação e Estudos da Ordem dos Frades Menores.
2013 foi nomeado vice-reitor e vice-mestre de estudantes em Kalwaria e Vigário da Fraternidade do Seminário Maior. Então ele continuou seus estudos de Doutorado na Pontifícia Universidade João Paulo II em Cracóvia, concluídos com a tese de doutoramento sobre o tema da Formação Permanente em Documentos Pós-conciliares da Ordem dos Frades Menores. Foi eleito Definidor de sua Província em 2017 e reeleito em 2020. Desde 2017 é o guardião da Fraternidade e guardião do Santuário em Kalwaria Zebrzydowska, o maior santuário da Província e um dos centros de peregrinação mais populares na Polônia.
ESLÁVICA
Idade: 65 anos Professo solene: 47 anos Sendo de família maltesa, nascido no Canadá, Frei Jimmy vive na Província da Imaculada Conceição Bacharel em Filosofia pelo St. John’s Seminary, Arquidiocese de Boston, EUA Teologia concluída no INSERM, Instituto de Comunidades Religiosas em Malta Concluiu o Mestrado em Teologia na University of St Michael’s College, diploma emitido em conjunto com a Universidade de Toronto. Frei Jimmy foi Ecônomo Geral de 1997-2003 2003-2012 Pároco na Paróquia Imaculada Conceição, Toronto 2012-2019 Pároco na Paróquia de São Francisco de Assis, Toronto 2019-2020 Mestre na Formação para Professos Simples, Convento São Francisco, Roma
Frei Konrad Cholewa Frei Konrad Grzegorz Cholewa nasceu em 23 de julho de 1981, em Sucha Beskidzka (Polônia). Após o exame do ensino médio em 2001, ingressou na Ordem dos Frades Menores, na Província da Imaculada Conceição da Beata Virgem Maria, na Cracóvia. Depois do postulantado e noviciado, ele começou seus estudos filosóficos e teológicos em Kalwaria Zebrzydowska. Em 2006, fez seus votos solenes e em 2008 foi ordenado sacerdote. Depois disso, por dois anos exerceu o ministério pastoral no convento e na paróquia em Tęczyca (no centro da Polônia) e trabalhou como professor de religião no colégio. De 2010 e 2013, ele completou a Licenciatura de Espiritualidade franciscana na Pontifícia Universidade Antonianum de Roma. Em
ÁFRICA/ORIENTE MÉDIO
Frei Victor Luis Quematcha Nascimento: 27 de abril 1967 Ingresso no Noviciado: 17 de setembro de 1990 Profissão simples: 17 de setembro de 1991 Profissão Solene: 30 de agosto 1997 Ordenação presbiteral: 2 de maio de 1998 Frade da Província Santo Antônio dos Frades Menores – Itália Nascido na Guiné-Bissau, Frei Victor é pároco e custódio dos Frades Franciscanos da Custódia de São Francisco na Guiné Bissau, dependente da Província veneziana de Santo Antônio de Pádua. Foi mestre dos Professos Temporários e Noviços, e Reitor do Seminário Menor. Antes de entrar para a Ordem dos Frades Menores, foi professor de Teologia Moral no seminário maior de Bissau e membro do Conselho Presbiteral e consultor da Diocese de Bissau. Ele é o responsável pelo Hospital Cumura e, portanto, por todos os frades envolvidos no projeto.
ANGLÓFONA
Frei Jimmy Zammit
15/07 | 13º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
DIA INTENSO TERMINA NA BASÍLICA SÃO JOÃO DO LATRÃO Neste dia aconteceu a eleição dos membros do Definitório Geral para o período de 2021-2027 no Capítulo Geral. Os novos Definidores gerais eleitos são: Frei Victor Quematcha (África), Frei John Wong (Ásia-Oceania), Frei Jimmy Zammit (Anglófona), Frei Albert Schmucki (Europa Central), Frei Cesare Vaiani (Ibéria-Itália-Albânia), Frei Konrad Cholewa (eslavo), e os Freis Joaquín Excheverry e César Kulkamp (América Latina). A Assembleia se reuniu à tarde para uma apresentação e esclarecimento sobre a proposta de revisão dos Estatutos Gerais com a intervenção de Frei Aidan McGrath. Os artigos específicos examinados
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incluíram a estrutura e governo da Ordem, as novas missões, os assuntos administrativos e a proteção de menores e adultos vulneráveis. Em particular, foi esclarecido que o termo ‘adultos vulneráveis’ se baseia no Motu Proprio de 2019, Vos Estis Lux Mundi. Essas propostas foram submetidas à votação para aprovação ser parte das leis que regem a vida da Ordem. No final da sessão da tarde, os irmãos presentes no Capítulo foram à Basílica de São João do Latrão para a oração da noite, presidida por Frei Isauro Covili Linfati, novo Vigário Geral da Ordem. Seguiu-se o jantar no pátio do Vicariato da Basílica.
16/07 | 14° DIA Z BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
“SOMOS UMA FAMÍLIA E QUEREMOS SENTIR-NOS CADA VEZ MAIS ORIENTADOS NESTE SENTIDO” Na manhã deste dia, o Capítulo Geral recebeu uma comunicação escrita do Santo Padre, que estendeu a sua saudação e deu uma mensagem inspiradora aos Capitulares e aos irmãos da Ordem em todo o mundo. Prosseguiu o processo de votação em assuntos jurídicos, em particular relacionados aos casos de improbidade. Frei Lawrence Hayes, da Comissão de Propostas Capitulares, apresentou projetos de orientações e mandatos sobre nossa identidade franciscana, vida fraterna e solidariedade, formação, missão e evangelização e JPIC. A discussão que se seguiu incluiu áreas de igualdade e compreensão de novos irmãos que vêm de diversas origens familiares e culturais. Em seguida se votaram as resoluções. Antes do almoço, os Capitulares foram agraciados com a presença das mais altas autoridades da Família Franciscana, representadas pela Vice-Presidente da CFI-TOR, Irmã María Magdalena Schmitz; o Ministro Geral da OFS, Irmão Tibor Kauser; Ministro Geral da o TOR,
Amando Trujillo Cano; Frei Roberto Genuin, dos Frades Menores Capuchinhos; e o Ministro Geral dos Frades Menores Conventuais, Frei Carlos Alberto Trovarelli. Em particular, Frei Carlos falou da opção preferencial franciscana pela fraternidade. Frei Massimo Fusarelli, eleito Ministro Geral da Ordem dos Frades Menores, afirmou: “Somos uma família e queremos sentir-nos cada vez mais orientados neste sentido para os outros e para o mundo”. Depois do almoço, a Assembleia conheceu o rascunho da Mensagem Final do Capítulo, apresentada por Frei Daniel Horan, e forneceu seus comentários e contribuições à comissão de redação sobre a mensagem chave e o conteúdo do documento. Os capitulares acolheram também dois novos Definidores gerais, Freio Albert Schmucki para a Europa Central e Frei Konrad Cholewa para a região eslava, vindos respectivamente da Suíça e da Polônia. Freis Julio César Bunader, Tyberiusz Maka, Pedro Zitha e Daniele Feligioni garantiram o almoço dos capitulares. Capítulo Geral 2021 | COMUNICAÇÕES | 405
MENSAGEM DO SANTO PADRE AOS PARTICIPANTES DO CAPÍTULO GERAL Queridos irmãos! Saúdo com afeto a vocês que participam do Capítulo Geral da Ordem dos Frades Menores. Um pensamento grato dirijo a Frei Michael A. Perry, que completou seu serviço como Ministro Geral, e ofereço meus melhores votos ao Pe. Massimo Giovanni Fusarelli, que foi chamado para sucedê-lo. Estendo minhas saudações a todas as suas fraternidades espalhadas no mundo. Por muitos meses, devido à pandemia, nos encontramos vivendo em situações de emergência, isolamento e sofrimento. Esta experiência crítica, por um lado, estimula a todos nós a reconhecer o quanto a nossa vida terrena é um caminho a percorrer como peregrinos
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e forasteiros, homens e mulheres itinerantes, dispostos a nos livrar de coisas e reivindicações pessoais. Por outro lado, é uma ocasião favorável para intensificar a relação com Cristo e com os irmãos: penso nas suas fraternidades, chamadas a serem humildes presenças proféticas em meio ao povo de Deus e testemunhas para todos de fraternidade e de vida simples e feliz. Neste momento difícil e complexo, em que corremos o risco de permanecer “paralisados”, apesar de tudo, vocês experimentam a graça de celebrar o Capítulo Geral ordinário, e isso já é motivo de louvor e graças a Deus. Neste Capítulo, vocês propuseram “renovar sua visão, abraçar o futuro”. Orienta-lhes a palavra de São Paulo:
“Desperta… e te iluminará Cristo”. (Ef 5, 14). E uma palavra de ressurreição, que os enraíza na dinâmica pascal, porque não há renovação e não há futuro se não no Cristo Ressuscitado. Com gratidão, portanto, vocês se abrem para acolher os sinais da presença e da ação de Deus e redescobrir o dom do carisma e da sua identidade fraterna e minorítica. Renovar a própria visão: é assim que aconteceu com o jovem Francisco de Assis. Ele mesmo atesta, contando a experiência que, em seu “Testamento”, coloca no início de sua própria conversão: o encontro com os leprosos, quando «o que era amargo se transformou em doçura de alma e corpo. (Test 1-4). Na raiz de sua espiritualidade é este encontro com os últimos e com os que sofrem, num sinal de “fazer misericórdia”. Deus tocou o coração de Francisco através da misericórdia oferecida ao irmão, e continua a tocar os nossos corações através do encontro com os outros, especialmente com pessoas mais necessitadas. A renovação da sua visão só pode começar a partir deste olhar com o qual contemplar o irmão pobre e marginalizado, sinal quase sacramental de presença de Deus.
Deste olhar renovado, desta experiência concreta de encontro com o próximo e com suas feridas, pode nascer energia renovada para olhar para o futuro dos irmãos e dos menores, como são vocês, segundo o belo nome de “frades menores”, que São Francisco escolheu para si e para vocês. A força renovadora da qual necessitam provem do Espírito de Deus, daquela “santa operação” (Regra Bulada 10, 8) que é o sinal inequívoco de sua ação. Esse espírito, que transformou em doçura da alma e do corpo a amargura do encontro de Francisco com os leprosos, ainda opera hoje para dar novo frescor e energia a cada um de vocês, se se deixarem provocar pelos últimos de nosso tempo. Os encorajo a ir ao encontro dos homens e mulheres que sofrem tanto na alma como no corpo, para oferecer a sua presença humilde e fraterna, sem grandes discursos, mas fazendo sentir a sua proximidade de frades menores. Para ir em direção a uma criação ferida, a nossa casa comum, que sofre com a exploração distorcida dos bens da terra para o enriquecimento de alguns, enquanto são criadas condições de miséria para muitos. Para ir em direção como homens de diálogo, tentando construir pontes no lugar de muros, oferecendo o dom da fraternidade e da amizade social em um mundo que luta para encontrar a rota de um projeto comum. Ir como homens de paz e de reconciliação, convidando aqueles que semeiam ódio, divisões e violência à conversão do coração, e oferecendo esperança às vítimas que nascem da verdade, da justiça e do perdão. Destes encontros, vocês receberam um impulso para viver mais e mais plenamente o Evangelho, segundo a palavra que é o seu caminho: “A vida e a Regra dos Frades Menores é esta: observar o santo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo (Regra Bulada, 1, 1). Enquanto em boa parte da Ordem se enfrenta os desafios do declínio numérico e envelhecimento, não deixem que a ansiedade e o medo lhes impeçam de abrir corações e mentes para a renovação e para revitalização que o Espírito de Deus desperta em vocês e entre vocês. Tendes um legado espiritual de uma riqueza inestimável, enraizada na vida evangélica e caracterizada pela oração, fraternidade, pobreza, minoridade e itinerância. Não esqueçam que um olhar renovado, capaz de se abrir ao futuro de Deus, o recebemos da proximidade com os pobres, com os últimos da escravidão moderna, com os refugiados e os excluídos deste mundo. Eles são seus professores. Deveis abraçá-los como fez São Francisco! Queridos irmãos, que o Altíssimo, Todo-Poderoso, Bom Senhor os façam ser e tornar-se cada vez mais testemunhas credíveis e felizes do Evangelho; lhes conceda levar uma vida simples e fraterna; os conduza pelas estradas do mundo a semear a semente da Boa Nova com fé e esperança. Por isso, rezo e os acompanho com a minha Bênção. E vocês também, por favor, não esqueçam de rezar por mim. Roma, São João do Latrão, 15 de julho de 2021 FRANCISCO Capítulo Geral 2021 | COMUNICAÇÕES | 407
17/7 | 15º DIA | BOLETIM DO CAPÍTULO GERAL
OS ÚLTIMOS ENCAMINHAMENTOS DO CAPÍTULO GERAL Diante das inundações em partes da Alemanha e da Bélgica, o Ministro Geral anunciou que o Capítulo enviará uma mensagem ao Presidente da República Federal da Alemanha e ao Rei dos Belgas como garantia de solidariedade e oração. A Assembleia concluiu seus trabalhos sobre as Orientações e Mandatos do Capítulo, as emendas aos Estatutos e o Projeto de Mensagem. Além disso, as apresentações do dia incluíram o relatório da Comissão para as Finanças do Capítulo, o Instituto de Espiritualidade Franciscana da Pontifícia Universidade Antonianum, o Hotel e a Fundação Il Cantico e um intercâmbio sobre a presença e missão dos Frades em Marrocos. Na última noite do Capítulo, foi realizada uma noite de confraternização no Il Cantico, com um jantar ao ar livre no terraço com uma vista espetacular da Cúpula da Basílica de São Pedro.
18/07 - ENCERRAMENTO
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MINISTRO GERAL PEDE DIÁLOGO FRATERNO PERMANENTE E APOIO MÚTUO A Celebração Eucarística de encerramento do Capítulo Geral de 2021, que começou no dia 3 de julho, presidida por Frei Massimo Fusarelli e concelebrada pelos Freis Isauro Covili Linfati e Cesare Vaiani, foi uma celebração de gratidão, fraternidade, diversidade e esperança. A variedade de línguas oficiais da Ordem, bem como outras línguas adicionais, eram usadas na oração e nos cantos. Antes da bênção final, os capitulares receberam como presente algumas lâmpadas de barro, inspiradas nas antigas lâmpadas de óleo encontradas nas catacumbas romanas, como uma lembrança da passagem bíblica do Capítulo: “Levanta-te ... e Cristo te iluminará!” (Ef 5:14). O Capítulo foi encerrado com as expressões de gratidão do novo Ministro geral e de Frei Sergio Galdi D’Aragona, Secretário geral do Capítulo, a todos os que fizeram parte deste Capítulo, aos frades que formaram a equipe de governo anterior da Ordem e a todos aqueles que eles assistiram e ajudaram a tornar possível o Capítulo nas situações difíceis do nosso mundo. Expressaram palavras especiais de agradecimento àqueles que apoiaram o Capítulo e à Ordem nos bastidores com seu árduo trabalho, suas orações e bons votos, incluindo
as Clarissas e outros irmãos e irmãs religiosos, bem como amigos leigos e colaboradores. Guardou-se um momento de silêncio pelo segundo vice-Secretário, o saudoso Frei Dexter Toledo, da Província das Filipinas, que faleceu tragicamente poucos meses antes do início do Capítulo. Frei Massimo concluiu animando a todos os irmãos a permanecerem em um espírito de diálogo fraterno permanente e de apoio mútuo. Ele nos exortou a viver o Evangelho de Jesus, que é o cerne do nosso carisma, com paixão em nossas vidas. “Fazendo assim, dão testemunho ao mundo”. No domingo à tarde, o novo Ministro Geral e o Vigário Geral fizeram uma peregrinação a Assis para confiar a Ordem ao Senhor, por intercessão de Santa Maria dos Anjos, de São Francisco e de Santa Clara, antes de iniciar os encontros na próxima semana na Cúria Geral da Ordem em Roma. TODOS OS BOLETINS FORAM PRODUZIDOS PELA EQUIPE DE COMUNICAÇÃO DO CAPÍTULO GERAL
Capítulo Geral 2021 | COMUNICAÇÕES | 409
TRECHOS DA MENSAGEM FINAL
“RESPONDENDO AO CONVITE DO ESPÍRITO SANTO COMO FRADES MENORES NA IGREJA E NO MUNDO” No encerramento do Capítulo Geral, no dia 18/7, a Ordem dos Frades Menores divulgou a Mensagem Final, aprovada pelos capitulares ainda no sábado 17/7, que tem o título “Respondendo ao convite do Espírito Santo como Frades Menores na Igreja e no mundo” e a citação: “Conheço meus projetos sobre vocês – oráculo de Javé: são projetos de felicidade e não de sofrimento, para dar-lhes um futuro e uma esperança” (Jer 29,11). A mensagem foi divulgada nas línguas oficiais do Capítulo (espanhol, inglês e italiano) e ainda não tem tradução em português. Os capitulares, nesta mensagem, registram que a Ordem dos Frades Menores é a primeira Ordem religiosa da Igreja Católica Romana que se reuniu e levou a cabo a realização de um Capítulo Geral desde o início da pandemia de Covid-19. Os frades lembraram que o encontro estava originalmente programado para se desdobrar em Manila, nas Filipinas, em maio de 2021. “Portanto, poderíamos dizer que é quase um milagre que pudemos nos reunir em Roma e cumprir fielmente, com segurança e êxito, nossas responsabilidades para com a Ordem e a Igreja. Agradecemos a Deus e aos numerosos irmãos que trabalharam incansavelmente antes e durante o Capítulo Geral para garantir que pudesse ser celebrado”. Segundo a mensagem, a experiência de poder se reunir em Capítulo “renovou em todos nós o espírito de gratidão pelo dom de nossa vocação fraterna. Todos os irmãos do mundo conheceram a
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dor da separação e o distanciamento de outras pessoas neste tempo de pandemia. Nós esperamos que tudo isso que vivemos em Roma nestes dias se torne um sinal para todos os irmãos, em nosso desejo comum de nos encontrarmos pessoalmente”. A mensagem agradece a hospitalidade fraterna e a solidariedade dos Frades Menores Capuchinhos, que gentilmente acolheram os capitulares no Colégio Internacional San Lorenzo de Brindisi. “Estamos profundamente tocados por seu humilde serviço e atenção para conosco. Seu espírito generoso e acolhedor reflete as raízes profundas de nossa fraternidade comum, e ofereceu mais um sinal de esperança de que nosso compromisso compartilhado com a Regra e a Vida de São Francisco nos une uns aos outros, no Espírito Santo”, escreveram. Segundo a mensagem, durante os quinze dias deste Capítulo Geral, muitos dos temas que começaram no Conselho Plenário da Ordem (CPO) 2018, em Nairóbi, foram trazidos para esta assembleia dos frades e desenvolvidos. “O tema principal do CPO foi a ‘escuta’ do que o Espírito Santo diz à Ordem hoje. Em resposta a esta escuta atenta, os frades souberam reconhecer uma série de convites que Deus está fazendo à Igreja e ao mundo”, diz os capitulares. “Um dos principais temas que surgiram durante o nosso Capítulo Geral foi a necessidade de renovar nossa identidade franciscana e nossa vida fraterna. Reconhecemos que, como todas as pessoas,
também nos afetam os contextos de mudança de nossas comunidades locais e globais. Como disse o Papa Francisco, ‘não estamos vivendo uma era de mudanças, mas uma mudança de época’, que pode ser vivida pessoalmente e coletivamente como desestabilizador (Papa Francisco, “Encontro com os participantes da Quinta Convenção da Igreja Italiana”, Catedral de Santa Maria del Fiore, Florença, 10 Novembro de 2015). Os membros da Ordem dos Frades Menores não estão imunes a estas mudanças, mas devemos lembrar que nossa vocação é ser ‘peregrinos e estrangeiros’ no mundo (RB 6, 2; Test 24) e, portanto, ser “discípulos missionários” (Evangelii Gaudium, 120) no mundo, mas não partidários do mundo. Diz a mensagem que a tarefa de renovar a identidade franciscana requer discernimento, estudo, treinamento e ação. “Não podemos pensar que o status quo é suficiente para justificar nosso sentido de autenticidade. O povo de Deus exige mais de nós em virtude de nosso compromisso público de sermos irmãos menores a exemplo de São Francisco. Nunca deveríamos ter medo de ‘recomeçar’, pois, como nos lembra Tomás de Celano, no final de sua vida, São Francisco ‘não considerou que já tivesse alcançado seu objetivo, mas, incansavelmente na busca da santa novidade, esperava constantemente recomeçar” (1Cel 103)”. Segundo os capitulares, ao longo do Capítulo Geral, confirmaram como é providencial viver durante o Pontificado do Papa Francisco: “O primeiro bispo de Roma a levar o nome de ‘Francisco’, o Santo Padre não só tem um profundo respeito pelo fundador da nossa Ordem, mas também também mostra uma compreensão aguda do carisma franciscano. Reconhecemos que estamos vivendo um ‘momento franciscano’ na vida da Igreja e que o magistério do Papa Francisco – especialmente as encíclicas Laudato Si’ e Fratelli Tutti – é um desafio e um guia para a ação franciscana no mundo moderno. Não só anima-
mos a todas as fraternidades locais para estudar e orar com esses textos, mas também convidamos todas as entidades da Ordem para utilizá-las como recursos orientadores para a animação concreta da renovação franciscana nos próximos seis anos”. “Abraçar o nosso futuro significa que caminhamos juntos como irmãos em direção ao desconhecido que temos adiante, chamados por Cristo e inspirados pelo Espírito Santo, como irmãos menores em missão. Devemos também olhar para as partes do mundo onde existem novo crescimento e possibilidades. Essas entidades geralmente precisam de ajuda especial em termos de sustentabilidade”, ensinam os capitulares. Durante o Capítulo Geral se destacou que nos próximos seis anos a Ordem celebrará uma série de comemorações importantes, que começa este ano com o oitavo centenário da Regra não bulada (12212021). Nos próximos anos, serão celebrados o centenário da Regra Bulada (2023), o Cântico das Criaturas (2025) e o Testamento (2026); momentos históricos importantes, como o Trânsito do Santo Pai Francisco (2026); e eventos regionais importantes, como a chegada de missionários Europeus, incluindo os franciscanos, ao chamado “Novo Mundo” das Américas. “Não queremos perder essas ocasiões como oportunidades de renovação e evangelização”, enfatizam. “Discutimos a necessidade de revisar as estruturas das entidades da Ordem, tendo sempre presente que o Senhor envia o Espírito não só para “renovar a face da terra” (Salmo 104), mas também para renovar o “rosto da Ordem”. Acreditamos que seja necessário revisar o modo em que nos organizamos em todos os níveis (por exemplo, Cúria geral, Conferências, Províncias, Custódias) para estar seguros de que a forma como nos relacionamos entre nós, em termos de governo da Ordem, serve melhor a nossa missão de acordo com o espírito de solidariedade fraterna. Isso é especialmente importante quando pensamos na colaboração intercultural, interprovincial e internacional e em projetos ministeriais conjuntos”, propõem os capitulares. Segundo a mensagem, todos esses desenvolvimentos tecnológicos e mudanças na sociedade “nos mostram que é necessário formar em áreas que antes não eram consideradas pela Ordem”, diz a mensagem, citando por exemplo as redes sociais e tecnologia digital, que vêm como uma oportunidade de estabelecer diretrizes que ajudam aos irmãos e outros a navegar no tumultuoso “continente digital” como “discípulos missionários”. Já no final do texto, um pedido para superar o ‘provincialismo’: “Também reconhecemos que nosso futuro não é simplesmente nosso, mas está destinado a ser compartilhado com outras pessoas. Podemos imaginar o convite do Espírito para colaborar mais amplamente, tanto dentro como fora da família franciscana mais ampla, como um assim chamado para abraçar outra forma de sine proprio. Devemos superar a tentação do territorialismo e ‘Provincialismo’, que ameaçam a comunhão e destrói a fraternidade”, indicaram os frades. Capítulo Geral JULHO2021 | 2021 | COMUNICAÇÕES | 411
FRATERNIDADES
GASPAR
Fé e confraternização no encerramento da 171ª Festa de São Pedro Apóstolo
A
171ª Festa em honra ao Padroeiro de Gaspar, SC, terminou no domingo, dia 4 de julho, data que a Igreja do Brasil celebrou a solenidade de São Pedro e São Paulo Apóstolos. E mesmo com a pandemia, respeitando todas as regras sanitárias, foi um grande momento de fé e confraternização. Com a presença dos festeiros, animação do Coro Misto Santa Cecília, o Definidor e pároco da Paróquia Santa Inês de
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Balneário Camboriú, Frei Daniel Dellandrea, presidiu a Santa Missa solene, às 9 horas, que foi concelebrada pelos frades da Fraternidade de Gaspar, o pároco Frei Paulo Moura, Frei Carlos Ignácia e Aldolino Bankhardt. Frei Daniel, em sua homilia, fez uma linda reflexão sobre o tema central desta Festa de São Pedro: “Com coração de Pai, somos irmãos em diálogo, a exemplo de São Pedro e São José” e o lema “Eis o servo fiel
e prudente, a quem o Senhor confiou Sua casa” (Lc 12, 42). Neste ano, a Igreja celebra o Ano dedicado a São José e à família. O celebrante começou falando dos dois sonhos de São José, quando Maria engravidou do Espírito Santo e quando Jesus nasceu em Belém. Estes sonhos foram diálogos muito íntimos entre Deus e São José, que nas duas oportunidades ouviu atentamente o que Deus lhe dizia e seguiu fielmente estas orientações. Assim, de
FRATERNIDADES
fato, São José se tornou um servo prudente e fiel, a quem Deus confiou o cuidado da Sagrada Família. Frei Daniel citou o diálogo entre Jesus e Pedro, que estava no santo Evangelho da missa deste domingo, quando Pedro responde a Jesus: “Tu és o Messias, o Filho do Deus vivo”. E Jesus diz a Pedro: “Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la. Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que tu ligares na terra será ligado nos céus; tudo o que tu desligares na terra será desligado nos céus”. São Pedro foi um servo bom e fiel, a quem Jesus através deste diálogo confiou
a sua Igreja. E também fez menção ao diálogo entre Jesus e Saulo no caminho para Damasco. Saulo que, através deste diálogo, compreende que sua vida tinha uma visão podre, cega, e acolhendo Cristo em seu coração, abre-a para uma nova realidade, do amor, transformando-se em Paulo, o apóstolo das gentes. Paulo se tornou, pelo diálogo da conversão, um servo prudente e fiel, a quem Deus confiou a Sua missão. São José, São Pedro e São Paulo nos inspiram ao diálogo da fé e da missão. Precisamos ser apóstolos do diálogo, cada um de nós. Citando o Papa Francisco, Frei Daniel diz que “os heróis do futuro serão aqueles que” estão abertos ao diálogo respeitoso e cujas “palavras sejam densas de verdade”. “Queira Deus que estes heróis estejam ge-
rando silenciosamente no coração da nossa sociedade”, desejou. Finalizou a homilia convidando todos os fiéis da assembleia a serem construtores de pontes de diálogo, de comunhão fraterna, servos prudentes e fiéis, a quem Deus possa confiar a nossa Casa Comum. Além de toda a programação religiosa, a Festa De São Pedro teve ainda festejos populares no sistema drive-thru. Na quinta-feira foram servidas mais de 600 macarronadas; na sexta-feira e sábado, mais de 20 mil pastéis e sonhos foram vendidos. O tradicional churrasco de São Pedro foi servido no sábado e domingo e quase dois mil filés foram comercializados. Além disso, no domingo foi realizado o leilão do gado de forma virtual, onde 17 cabeças de bovinos foram doadas e arrematadas pela comunidade.
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FRATERNIDADES
VEJA COMO FOI O TRÍDUO PREPARATÓRIO
1º DIA DO TRÍDUO Neste ano em que nossa Igreja celebra o “Ano de São José e da Família”, a Paróquia de São Pedro Apóstolo de Gaspar, em Santa Catarina, escolheu para a 171ª Festa de São Pedro o tema: “Com Coração de Pai, somos irmãos em diálogo, a exemplo de São Pedro e São José”; e o lema: “Eis o servo fiel e prudente, a quem o Senhor confiou Sua casa” (Lc 12, 42). No 1º dia do Tríduo, na quinta-feira à noite, 1º de julho, a reflexão teve como subtema a “Família, Projeto de Deus”. Foi na família de
Abraão que o Deus da vida colocou à prova de fé o seu servo e que esta fé depende de nossa boa vontade para se exprimir. Frei Aldolino Bankhardt presidiu a celebração, concelebrada pelos confrades Frei Paulo Moura e Frei Carlos Ignácia. Em sua homilia, Frei Aldo comparou a família caseira (nossa igreja doméstica) à nossa grande família paroquial e salientou a importância de mantermos a união de nossas comunidades em favor deste grande projeto de Deus que é a família.
2º DIA DO TRÍDUO No dia 2 de julho foi realizado o segundo dia do Tríduo. Foi abordada na Santa Missa a reflexão sobre “Família, Civilização do Amor”. Para realizar seu plano salvador, Deus conta com nossas famílias que não devem esperar sentadas que o Senhor faça tudo! Ele conta com nossa disposição! A Santa Missa foi presidida por Frei Carlos Ignácia, com a presença dos confrades Frei Paulo Moura e Frei Aldolino Bankhardt. Em sua homilia, Frei Carlos compartilhou com os fiéis que foi o Papa Paulo VI que utilizou pela primeira vez esta expressão “Civilização do Amor”, que segundo o sumo Pontífice foi com Pentecostes que nasceu a grande civilização do amor e da paz.
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FRATERNIDADES
3º DIA DO TRÍDUO Na 3ª e última noite do Tríduo de São Pedro (3/7), os paroquianos foram convidados a uma reflexão sobre “Família, Igreja Doméstica”. A celebração foi presidida pelo pároco Frei Paulo Moura, concelebrada pelos demais frades da Fraternidade São José, Frei Carlos Ignácia e Frei Aldolino Bankhardt. Frei Paulo ressaltou a importância da solenidade de São Pedro e São Paulo, dois grandes pilares de nossa Igreja, e que são respectivamente padroeiros da Paróquia de Gaspar e de nossa Diocese de Blumenau. O pároco Frei Paulo deu destaque as ordens dadas pelo anjo a
Pedro durante a sua libertação da prisão: “Coloca o cinto e calça tuas sandálias!”; Pedro obedeceu e o anjo lhe disse: “Põe tua capa e vem comigo!”. O cinto que é o símbolo do serviço, as sandálias que são o símbolo da missão, e a capa (manto) símbolo da divindade de São Pedro. Texto e fotos da Pastoral de Comunicação da Paróquia São Pedro Apóstolo
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FRATERNIDADES
D. Angelo na celebração dos 80 anos da Paróquia da Vila
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Paróquia São Francisco de Assis, na Vila Clementino, celebrou os 80 anos de sua criação durante a Missa de Ação de Graças no domingo (27/6), às 9 horas, presidida por Dom Ângelo Ademir Mezzari, RCJ, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo para a Região Ipiranga. “Sabemos que o presente e o futuro dependem da nossa história de vida, da história respeitada, da história amada. Temos que preservar essa memória para que as futuras gerações possam conhecer mais profundamente essa força da fé, essa força da Igreja, esse testemunho de vivência da sociedade, do que era e do que hoje é e do que continuará nesta Paróquia construída com amor”, disse D. Angelo, ao saudar a todos com “Paz e Bem!” O pároco Frei Valdecir Schwambach fez a acolhida e falou da alegria pela presença de Dom Ângelo, dos sacerdotes Pe. Samuel A. Cruz, administrador paroquial da Paróquia N. Sra. Aparecida de Moema; de Pe. Paulo Suess, da Paróquia Santa Rita de Cássia de Mirandópolis; de Frei Marx Rodrigues dos Reis, da Paróquia Santo Antônio do Pari; e dos frades da Fraternidade da Vila: Frei Raimundo de Oliveira Castro, Frei Robson Scudela e Frei Carlos Lúcio Nunes Corrêa. O bispo explicou que se alegrava porque estava celebrando esta Eucaristia pela primeira vez, já que tinha visitado apenas a Comunidade religiosa quando foi acolhido na Região Ipiranga no ano passado, em outubro. “Então, hoje, estou muito feliz de celebrar numa data especial. Até porque sou de uma paróquia franciscana. Eu nasci em Forquilhinha, Santa Catarina, e cresci com os frades. Não me tornei franciscano não sei por quê. Sou rogacionista, mas sempre fui muito ligado à Família Franciscana. Então, me
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sinto em casa também. Desde pequeno aprendi a dizer com meu pai e minha mãe ‘Paz e bem!’, porque todas as famílias diziam em todos os momentos”, revelou D. Angelo. Ele contou que o Cardeal D. Odilo Scherer mandou uma saudação especial ao pároco e à Fraternidade Franciscana pela presença franciscana nesses 80 anos desta “querida Paróquia”. “Que esta liturgia eleve a Deus a nossa gratidão e, sobretudo, o nosso compromisso para continuar adiante nossa missão, tão bem vivida nesses anos e que o futuro se apresente também cheio de paz, cheio de bem”, disse. Antes do Ato Penitencial, em procissão os paroquianos trouxeram os símbolos que marcam este jubileu: o hábito franciscano e o jaleco do médico, simbolizando a proximidade com o Hospital São Paulo; a primeira imagem de São Francisco acompanhada por vasos de flores representando as pastorais e os movimentos da Paróquia. “Essa imagem será sempre um sinal permanente dessa história”, lembrou D. Angelo. Para D. Angelo, nada melhor do que agradecer essa história de 80 anos, elevar a gratidão a Deus
FRATERNIDADES
nesse templo tão bonito, construído com tanto amor e com a participação de tantos: “Quanta colaboração, quanta generosidade, quanta partilha!” “Então, hoje vamos exaltar porque Deus preservou e exaltou a vida a tantos que aqui se encontraram e viveram a sua fé, o seu amor e sua esperança, animados por essa espiritualidade franciscana, que tem uma tradição de mais de 800 anos e que hoje é tomada pelo testemunho do Papa Francisco, que adotou esse nome. Então, temos aí muita riqueza da espiritualidade que permitiu renovar, revitalizar
o direito de tirar a vida. Deus é o Senhor da vida”, destacou. Falando da pandemia, lamentou que o último domingo foi marcado pelo triste número de 500 mil vidas perdidas, das quais uma parte poderia ter sido salva. “Dizia o slogan: ‘toda vida importa’. Cada vida é importante, porque nascemos para a imortalidade”, observou. “Sejamos cuidadores, promotores da vida. Mas deixemos nossa vida ser alimentada por essa fé, por essa presença de Deus, essa presença de Jesus. Em Jesus Cristo, todo mal pode ser vencido. Em Jesus Cristo, toda morte pode ser vencida”,
sença neste domingo: “O sr. ajudou a celebrar e a vivenciar melhor esse momento. Obrigado aos confrades, que ao longo de todos os dias e todos os anos estão conosco. Aos sacerdotes que representam o setor da Vila Mariana da Região Episcopal Ipiranga”, disse, agradecendo também a equipe que preparou esta celebração e todas as pastorais e movimentos. “E também quero agradecer a cada paroquiano, a cada paroquiana, que de um jeito ou de outro, compõe e forma a riqueza de nossa Paróquia. Lembro que o Papa Francisco disse que a Igreja não é uma estrutura, mas a fa-
a Igreja, essa espiritualidade franciscana da simplicidade, da fraternidade, do cuidado com a vida, do cuidado com a criação, do cuidado com os bens, que mais do que nunca é muito atual. Que essa presença dos frades, das comunidades animadas por eles, possa manter viva essa espiritualidade. Como Paróquia São Francisco de Assis possa ajudar a nossa Igreja, a nossa Arquidiocese, a nossa sociedade paulistana a viver esse espírito que nos deixou São Francisco e que hoje continua tão necessário: o cuidado com a vida, o cuidado com a criação, como nos ensina a Laudato si’. Deus seja louvado por todas as suas criaturas”, disse o bispo. Esse cuidado pela vida foi enfatizado na segunda parte da homilia, tendo como base a Palavra de Deus da liturgia deste domingo. “A missão da Igreja é anunciar a dignidade de toda a vida humana. Se Deus nos deu a vida, se somos a sua imagem, não temos o direito de destruir a vida. A ninguém é dado
exortou. Fazendo referência ao Evangelho deste domingo, lembrou que toda a missão da Igreja é misericordiosa e vai ao encontro dos sofredores. “O Evangelho de hoje é um olhar de esperança. Onde Deus se faz presente, a vida é cuidada, a vida é salva, a vida é eternizada”, frisou. Depois da comunhão, a paroquiana Wilma Deléo Pessoa falou em nome da comunidade e fez uma síntese histórica da Paróquia. “Neste momento, em 2021, a comunidade agradece e celebra com carinho a caminhada corajosa e a missão acolhedora dos 80 anos da Paróquia. Nosso Padroeiro e o carisma franciscano preenchem com afeto, esperança e fé o coração da comunidade. E quando o sol perpassa os belos vitrais, é possível pensar nos versos de Adélia Prado: ‘Igreja é o melhor lugar. Lá estou em casa. Me guardo. Lá tudo lá fica seguro e doce’”, homenageou. Frei Valdecir e D. Angelo foram homenageados com presentes. O pároco agradeceu a Dom Angelo pela pre-
mília de Jesus Cristo, lugar que os sedentos vêm saciar a sua sede. Desejo de coração que nossa Paróquia seja cada vez mais um lugar de encontro, lugar da comunhão, um lugar em que cada um se sinta filho e filha amados por Deus”, destacou. Dom Angelo ressaltou que “os oitenta anos é de cada um de vocês” e lembrou que estamos num ano especial porque em breve, no dia 14 de setembro, terá início o ano jubilar do nascimento de Dom Paulo Evaristo Arns, “o franciscano que deve ter vindo muitas vezes aqui visitar sua Fraternidade. Em setembro iniciaremos essa memória tão bonita da presença de Dom Paulo aqui na Arquidiocese, na Igreja do Mundo, mas também será o momento de reavivar aquele espírito franciscano que iluminou e transformou essa cidade”, encerrou Dom Angelo. Moacir Beggo JULHO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 417
FRATERNIDADES
DUQUE DE CAXIAS
Paróquia São Francisco de Assis celebra 15 anos
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Paróquia São Francisco de Assis em Campos Elíseos (Duque de Caxias), celebrou no dia 11 de julho seus 15 anos de fundação. A Paróquia é fruto da então vizinha Paróquia Nossa Senhora do Pilar. Em comemoração a essa data tão especial, as comunidades da jovem Paróquia São Francisco tiveram duas celebrações transmitidas pelo Facebook, às 10h, na Comunidade Sant’Ana, no Jardim Primavera, e às 19h, na Comunidade Nossa Senhora do Rosário, em Saracuruna, presididas pelo Frei Cláudio Broca. Em sua homilia, Frei Cláudio falou de como a Paróquia São Francisco tem sido, durante esses 15 anos, presença de Deus no mundo em que vive. Falou da pandemia que assolou tantos irmãos paroquianos, de como é preciso viver na graça mesmo diante de tantos desafios.”Nossa missão é tornar o mundo impossível possível para todos irmãos e irmãs”, disse Frei Cláudio. Ainda relembrou de homens e mulheres que ajudaram a escrever a história da Paróquia, do carisma franciscano que vive a simplicidade, não é estático, é itinerante, o chamado à missão de evangelizar com fidelidade ao projeto de Deus, denunciando a injustiça, não vivendo uma religião intimista e assim muitos mais que 15 anos serão celebrados através do comprometimento com a construção do Reino de Deus. Por volta dos anos de 2001 e 2003 já se pensava na criação de uma nova Paróquia. Uma grande motivação para isso foi o fato da extensa área territorial que a Paróquia Nossa Senhora do Pilar abrangia, com 33 comunidades, separadas por uma rodovia Federal, a BR 040. Além disso, houve um grande crescimento populacional que dificultava muito
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a articulação entre as comunidades, o bom desenvolvimento dos serviços pastorais e a população ser melhor atendida em suas necessidades espirituais. Dom Mauro Morelli, nosso primeiro bispo
da Diocese de Duque de Caxias, já falava na criação de uma outra Paróquia, cujo padroeiro seria São Francisco de Assis, como forma de homenagear a presença franciscana, já bem antes de Duque de Caxias se tornar Diocese,
FRATERNIDADES
uma presença quase centenária. E assim, o nome foi escolhido também pela admiração do carisma de São Francisco de Assis. Aos 11 de julho de 2006, na Comunidade de Sant’Ana, em Jardim Primavera (Duque de Caxias), às 19 horas, em Celebração Eucarística presidida pelo então Bispo Diocesano, Dom José Francisco Rezende Dias, deu-se a ereção Canônica da Paróquia São Francisco de Assis e a posse de seu primeiro pároco, Frei Jorge Luiz Maoski, e do vigário paroquial, Frei Valdemiro Wastchuck.
História A Paróquia de São Francisco de Assis foi criada na Área do Campos Elíseos, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense. Os frades franciscanos da Província da Imaculada Conceição deixara de responder pela área do Pilar, onde estava a Paróquia de Nossa Senhora do Pilar. A história da presença franciscana no Pilar e em Campos Elíseos começou há exatamente 28 anos, quando os franciscanos deixaram a Matriz de Santo Antônio no dia 7 de julho de 1985, durante Missa solene celebrada por D. Mauro Morelli e posse da nova equipe de padres diocesanos na Catedral.
Quando a Sé de Roma decidiu fundar a nova Diocese de Duque de Caxias e São João de Meriti, enviou para Duque de Caxias o então Núncio Apostólico, Dr. Carmine Rocco, para que o mesmo sondasse uma igreja já existente, ou então um lugar condigno que pudesse servir como sede da nova Diocese que seria fundada no dia 11 de outubro de 1980. O Núncio achou que o melhor lugar que condizia com as exigências práticas para a futura fundação seria a então Matriz de Santo Antônio, dos franciscanos. Como aquela igreja pertencia à Ordem Franciscana, o Núncio Apostólico dirigiu um pedido ao governo da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil solicitando que, se possível, doasse aquele patrimônio para que ali se instalasse a sede episcopal da nova diocese. Imediatamente, os superiores franciscanos aceitaram o pedido de D. Carmine e colocaram a Matriz de Santo Antônio com todas as suas dependências e propriedades à disposição da Santa Sé. Mas o Ministro Provincial Frei Basílio Prim condicionou que, tão logo fosse escolhido o novo bispo e o patrimônio da matriz de Santo Antônio a ele entregue, os franciscanos deixariam a Catedral de Duque de Caxias.
Mas ao ser sagrado bispo – a diocese foi instalada no dia 12 de julho de 1981 – e ao receber a Matriz de Santo Antônio, D. Mauro Morelli soube da decisão da Província Franciscana de retirar da Paróquia a equipe de franciscanos que ali servia e, então, pediu aos superiores da Ordem que, pelo menos, deixassem os frades por mais algum tempo, até que ele tomasse pulso da diocese e pudesse pensar em como solucionar e escolher uma equipe de padres diocesanos para assumir aquele trabalho. Estabeleceu-se, então, um trato: os franciscanos permaneceriam ajudando D. Mauro na Catedral até 1985. Em 85, D. Mauro mais uma vez direcionou um pedido à Província Franciscana para que, embora a Ordem Franciscana deixasse a Catedral, permanecesse com uma equipe a serviço da Diocese num lugar à escolha da própria Província. E foi feita a opção de que a nova Paróquia da Ordem Franciscana seria a de Campos Elíseos, uma região pobre e de periferia, muito conforme as linhas pastorais da Província Franciscana. Pascom da Paróquia São Francisco de Assis JULHO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 419
FRATERNIDADES
Festejar São João é em São João de Meriti!
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omeçando no dia 31 de maio e encerrando no dia 24 de junho, a Paróquia São João Batista, em São João de Meriti, no Rio de Janeiro, esteve em festa por 25 dias, uma das maiores festas litúrgicas da Província e da Diocese a esses dois santos celebrados juntos: Santo Antônio e São João Batista. Com Trezena para o Santo casamenteiro e dos pobres, quase uma tonelada de bolo com imagens do santo, distribuição dos pães e Missas Solenes, foram dias de muita fé e devoção ao Santo Franciscano. Sem descanso e com muita alegria, no dia 15 teve início a novena do Padroeiro da Paróquia e da Cidade, que meditou a partir dos vitrais da Igreja Matriz a história de João Batista, com a participação de todas as Comunidades. Após cada missa, barraquinhas com comidas típicas e artigos religiosos para quem quisesse levar um lanchinho para casa. Durante a festa tiveram também a distribuição de cestas básicas para as famílias do Centro Pastoral Franciscano, partilhando com os que precisam como ensinou Francisco de Assis. No domingo (20/06) aconteceu o almoço com a venda de 1.000 quentinhas sem deixar perder a tradição do convívio fraterno entre os irmãos e irmãs. No dia do Santo Precursor, a Matriz reinaugurou a iluminação da torre da Igreja, que é o único cartão postal da cidade, e os sinos voltaram a badalar na alvorada às 6 horas e tocarão de hora em hora todos os dias, como sinal daquele que vem nos apresentar o Caminho do Senhor. A primeira Missa aconteceu logo após a alvorada e foi celebrada por Frei José Martins Coelho. Às 8 horas, Dom Tarcísio Nascentes celebrou solenemente e destacou a importância de João para preparar o caminho daquele que seria maior que ele, Jesus,
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o Cordeiro de Deus. Após a Missa, os carros já estavam se concentrando na praça para saírem em carreata pelas ruas da cidade, carregando, à frente, a imagem de João, que visitou todas as Comunidades. Com altares, bolas e cantos saudaram o Padroeiro na passagem. Enquanto isso, quem não acompanhou a carreata participava da oração do terço na igreja, lembrando a alegria de João pulando no ventre de sua mãe quando Maria a visitou. Quando a carreata retornou para a pra-
ça, os frades pediram a bênção de Deus para os que estavam presentes e aspergiram o povo com água, sinal forte na vida daquele que batizada no Rio Jordão. Às 15 horas, o grupo de coroinhas rezou junto com os fiéis o terço da Misericórdia, clamando por saúde, paz e amor. Logo após, o Santíssimo Sacramento foi exposto e deu início à Adoração seguida de Bênção do Santíssimo, momento forte de contato com o Senhor. À noite, a Missa foi presidida por Frei Cid
FRATERNIDADES
Tadeu Passos e concelebrada pelos frades da Fraternidade São João Batista: o pároco Frei Vanderley Grassi e Frei José. Na homilia, Frei Cid pediu que sigamos o exemplo de João no comprometimento da conversão diária, fazendo o possível para sermos os melhores cristãos e cristãs, guiados pelo ensinamento maior que é o amor. No final da Celebração, emocionado e feliz, Frei Vanderley agradeceu a todos que participaram, colaboraram, doaram, rezaram, e fizeram desses dias de festa um
testemunho vivo da alegria do Senhor em nossos rostos. Para encerrar, a Banda Matriz fez uma Live com músicas católicas, louvando e agradecendo a Deus por ter dado a oportunidade de celebrarem mais um ano este homem tão querido e amado por todos, o Precursor, aquele que batizava com água, que anunciava no deserto e indicava: “Eis o Cordeiro de Deus, eis Aquele que tira o pecado do mundo!” Assim foram as festividades dessa Pa-
róquia que celebra esse ano 374 anos de fé e história em terras meritienses, acolhendo, servindo e levando a todos e todas a mensagem da “Paz e do Bem”. Que São João Batista, Santo Antônio e São Francisco de Assis nos inspirem a sermos homens e mulheres da caridade e da partilha, amenizando e tornando mais digna a vida da tão querida Baixada Fluminense! PASCOM SÃO JOÃO BATISTA
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FRATERNIDADES
Paróquia São Luiz Gonzaga celebra o Padroeiro em Xaxim
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o domingo (20/06), a Paróquia São Luiz Gonzaga celebrou o seu Padroeiro e Frei Bruno Linden. A celebração teve início às 9h, e foi transmitida pelas redes sociais da Paróquia. A Santa Missa foi presidida por Frei Gilson Kammer e concelebrada por Frei Vanderlei da Silva Neves, Frei Jacir Antônio Zolet e Frei Alan Maia. As comemorações tiveram início no dia 11 de junho com a novena. A cada dia, duas comunidades celebravam na igreja Matriz um tema. Fé e Gratidão; Esperança e Oração; Caridade e Eucaristia; Prudência e Persistência; Fortaleza e Juventude; Temperança e Unidade; Pobreza e Devoção; Obediência e Serviço; Castidade e Fidelidade foram os temas rezados durante as celebrações que ocorreram nos finais de semana, às 19h, e durante a semana, às 18h30. Com o hino de Frei Bruno, a celebração do domingo iniciou com os comentaristas saudando a todos que acompanhavam em suas casas e aos que estavam presentes na igreja Matriz. Devido às restrições, a igreja recebeu 30% de sua capacidade total. A entrada da Palavra Deus, no corredor central foi encenada pelos jovens, que estavam vestidos de trabalhadores e lembrando os franciscanos. Em sua reflexão, Frei Gilson Kammer saudou a todos que acompanhavam e os que estavam presentes e disse que hoje era um
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dia festivo. “Hoje é dia de festa em nossa Paróquia, porque celebramos o nosso padroeiro São Luiz Gonzaga e também Frei Bruno”, afirmou o pároco. O frade destacou as leituras do dia e o convite que Cristo nos faz. “Quero começar essa reflexão com esse convite que o Cristo fez aos discípulos de ir para a outra margem. Mas o que significa isso? Talvez seja o convite de Deus pedindo para que a gente saia, para que possamos alcançar coisas melhores, ou como São Paulo disse coisas novas”, observou Frei Gilson. O pároco pediu a intercessão do Padroeiro e de Frei Bruno, que está em processo de beatificação. “Que hoje cada um de nós possa pedir a intercessão de São Luiz Gonzaga e Frei Bruno. Que Deus possa tirar de nós o medo, e assim a gente possa ver a presença bonita dele em cada irmão e irmã. Que São Luiz Gonzaga e Frei Bruno possam nos ajudar a sair do comodismo da margem que a gente se encontra. Que possamos fortalecer a nossa vida e, sobretudo, a nossa fé, para que a gente alcance uma nova experiência de Deus. Experiência que se mostra na esperança, na
fé, mas também na caridade que todos nós estamos buscando fazerem nosso dia a dia”. E finalizou dizendo: “Que São Luiz Gonzaga abençoe cada um de nós, as Comunidades, as famílias e, sobretudo, a nossa Paróquia. Que nós consigamos ser sempre esse sinal de esperança e de luz na vida de todas as pessoas”, disse Frei Gilson. Durante as preces, os símbolos foram reapresentados à comunidade. Todos os dias da novena um objeto era apresentado junto com uma vela acesa. Os símbolos apresentados foram o pão, o vinho, o terço, o hábito franciscano, o sal, a bíblia, a cruz, as alianças e Nossa Senhora da Saúde. No final da celebração, a comissão organizadora da festa agradeceu a todos os que ajudaram a preparar os dias da novena, aos que rezaram junto e acompanharam pelas redes sociais da Paróquia. O pároco Frei Gilson, em nome dos Frades, agradeceu pela dedicação de todos, a organização, devoção, fé e a disponibilidade em ajudar na festa. Fotos e Texto da Pascom Paróquia São Luiz Gonzaga
FRATERNIDADES
Frei Cássio celebra seu centenário de vida em agosto
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ela primeira vez na história, a Província da Imaculada Conceição do Brasil terá dois frades centenários. O sênior, Frei Abel Schneider, completou 100 anos no último dia 19 de julho, e no próximo dia 22 de agosto, será a vez de Frei Cássio Vieira de Lima celebrar com júbilo seu centenário. Em nossa Província, felizmente este fato tem sido frequente. Em 2019, no dia 4 de agosto, Frei Olavo Seifert, in memoriam, foi o primeiro a chegar a esta idade. Protagonista da própria vocação, Frei Cássio nasceu em 22 de agosto de 1921, em Japurá, estado de São Paulo. Proveniente de uma família simples e muito pobre é o mais velho de cinco irmãos. Seu pai se chamava Olímpio de Paula Vieira e sua mãe, Rita de Paula Vieira, faleceu quando tinha apenas 9 anos. Ingressou na Ordem dos Frades Menores no dia 20 de dezembro de 1941, com 20 anos. Fez a profissão solene no dia 21 de dezembro de 1945 e foi ordenado sacerdote no dia 16 de julho de 1949, com apenas 28 anos! Já dizia o salmista (Sl 89): “Pode durar setenta anos nossa vida, os mais fortes talvez cheguem a oitenta”. Frei Cássio não só passou dos 80, como neste ano já completou 72 anos de sacerdócio e em 21 de dezembro completará 79 anos de Vida Religiosa Franciscana. É uma trajetória de perseverança e tanto, pois com certeza apareceram dúvidas no caminho, mas Frei Cássio soube se reinventar sempre, sem perder o essencial. Vale lembrar que o franciscano viveu e acompanhou de perto grandes transformações na Igreja, Ordem e Província. Em 2018, durante o Ano Missionário, tive a oportunidade de entrevistá-lo. Uma conversa leve, espontânea e cheia de ensinamentos que durou aproximadamente duas
horas. Neste bate-papo, Frei Cássio relatou que desde cedo quis ser padre. Na ocasião, disse-me sorrindo: “Agora que cheguei aos 97 e espero passar dos 100!”. E assim será, se for dá vontade de Deus. Intelectual, Frei Cássio aprendeu onze línguas estrangeiras e revela que sempre teve este gosto pelos estudos. Afirma que procura aprender algo novo todos os dias, inclusive leva para o confessionário livros em alemão e lê enquanto os fiéis não chegam. “Quando deixo de estudar por um dia, sinto que falta algo dentro de mim”. Um fato curioso na vida do frade centenário é que ele já foi Prefeito do município de Planalto, interior do Paraná, entre 1976 e 1981, em pleno tempo do Governo Militar. “Fiquei por cinco anos como Prefeito e se não renunciasse teria ficado lá até o fim do Governo Militar”, explicou. Frei Cássio também construiu a Igreja de Santa Madalena Sofia, local onde foi pároco por mais de 30 anos. Além disso, já foi professor também! Para ele, a melhor escolha que alguém
pode fazer na vida é ser franciscano. “Ser franciscano é um grande grau de santidade e uma espécie de garantia para conquistar a vida eterna. E sobre o segredo para a longevidade, afirma com convicção: “Não sei se existe segredo. Acredito que deveria existir antes prudência”, brincou, e revelou que leva mais de 45 minutos para fazer as refeições: “Não sei comer rapidamente”. No entanto, Frei Cássio ressalta que a coisa mais séria de nossa vida, muito mais do que comer é rezar. “Comer não leva a gente pro céu, mas rezar leva”. Alinhado com o pensamento do Papa Francisco, Frei Cássio não esconde a alegria e a lucidez em dizer que é o seu papa preferido. Ele que conheceu vários, afirma que Francisco foi uma bênção de Deus para a Igreja. “E a gente agradece a Deus por isso”. Atualmente Frei Cássio reside na Fraternidade Bom Jesus dos Perdões de Curitiba (PR) e é atendente conventual. Frei Augusto Luiz Gabriel JULHO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 423
FRATERNIDADES
Fraternidade de Rondinha celebra alta do Frei Marcelo Tadeu
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nternado há 72 dias por complicações da Covid-19, Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso, de 36 anos, recebeu alta no dia 25/6 no hospital Nossa Senhora do Rocio, Campo Largo, PR. O frade, que cursa o terceiro ano de Filosofia, foi conduzido pelos profissionais da saúde para a capela do hospital para uma celebração. Estiveram presentes, nesse momento de emoção, sua família, que o surpreendeu com a visita, a Fraternidade São Boaventura, a capelã do hospital que o assistiu no leito, bem como enfermeiros e auxiliares que acompanharam dia a dia a sua via-sacra. Frei Samuel Ferreira de Lima, mestre dos Frades do tempo da Filosofia, escreveu a seguinte mensagem aos confrades na manhã deste dia: “Frei Marcelo será levado de ambulância para a Fraternidade de Bragança Paulista, SP, onde dará prosseguimento à sua recuperação. Depois de momentos de muita apreensão e constante luta pela vida, com a graça de Deus, a dedicação dos médicos e enfermeiros, a oração de um exército de intercessores e a prestimosa ação cuidadora da Elo Capelania, nosso confrade segue para a continuidade de sua reabilitação. Devido ao longo tempo de internação e à gravidade da doença, ele perdeu 40% de massa muscular, está bem mais magro e com limitação na movimentação dos membros. Agradecemos imensamente a todos pelo apoio e comunhão com a nossa Fraternidade durante esta longa via-sacra que vivemos. Hoje, após um breve momento Orante de Ação de Graças na capela do Hospital do Rocio junto com o Frei Marcelo, ele segue acompanhado por seus pais até Bragança. Louvado Seja Deus pelo Milagre da
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vida de Frei Marcelo Tadeu da Silva Cardoso. Com gratidão, Frei Samuel Ferreira de Lima”. Logo após a celebração, Frei Marcelo, natural de São Paulo, foi levado de ambulância para Bragança Paulista junto de seus pais para dar continuidade ao tratamento que requer alguns cuidados extras. Nossa Fraternidade louva a Deus pelo
dom da vida de Frei Marcelo e agradece a cada um que, com seu trabalho e com suas orações, cuidou do nosso confrade e em especial a Fraternidade de Bragança que não exitou em acolhê-lo. Frei Gilberto Silveira da Costa Junior
FRATERNIDADES
Pato Branco festeja seu Padroeiro O dia 29 de junho amanheceu gelado em Pato Branco, mas nada que impedisse os voluntários de arregaçar as mangas logo nas primeiras horas do dia. Isso tudo para garantir o delicioso kit-churrasco oferecido à comunidade este ano. Os fiéis também enfrentaram o frio e participaram da Santa Missa às 8h em honra a São Pedro. Celebrada por Frei Alex Sandro Ciarnoski e concelebrada por todos os freis da Fraternidade de Pato Branco. Ao final da Missa, diante da imagem do Padroeiro, Frei Alex invocou a bênção a todos. Em seguida teve início a carreata com a imagem de São Pedro pelas ruas da cidade, com a participação de grupos de carros antigos. Próximo ao meio-dia foram distribuídos os kits-churrasco e no final da tarde teve o tradicional bingo, que neste ano foi realizado no formato on-line. O glorioso São Pedro Apóstolo, rogai por nós! Pascom da Paróquia São Pedro Apóstolo
Paróquia Santa Inês lança o novo site Neste mês, o site da Paróquia Santa Inês está de “cara” nova. Estreamos um projeto que vem sendo construído desde 2019 e tem o objetivo de trazer avisos, horários, publicações e até mesmo informações mais aprofundadas, de uma maneira simples e fácil de ser acessada. A ideia surgiu de uma descontraída conversa entre os membros da Pascom. Já havíamos recebido sugestões de fiéis que tinham dificuldade para encontrar o que procuravam na antiga plataforma. Isso nos trouxe uma imensa vontade de inovar. Na época, o paróco da Santa Inês era o Frei Ladi Antoniazzi e ele abraçou este projeto com todo o carinho, sempre nos dando força e incentivo. Depois, com a chegada novos freis, esse apoio apenas cresceu. Frei Daniel Dellandrea e Frei Clauzemir Makximovitz nos ajudaram a dar continuidade a esta ideia. “Foi muito bacana ver a equipe toda engajada no projeto. Pensamos cada detalhe juntos, como se fosse algo artesanal. Ver esse sonho tomar forma foi, sem dúvida, uma das melhores partes do processo”, comenta Luiz Turati, da Pascom. E realmente, para nós, que trabalha-
mos nesse projeto, é satisfatório. Foram dois anos de reuniões, planejamentos, ideias e um árduo trabalho da equipe para desenhar e construir o novo site, que finalmente veio ao ar pela Agência Minha Paróquia. “Nossa equipe concentrou forças em novas formas de reunir os fiéis através das lives e optamos por deixar o novo website em stand-by. Mas a demanda pelo meio digital nos fez olhar novamente para a plataforma, em um diferencial que pudesse aproximar nossa comunidade dos paroquianos e visitantes”, explica Nathan Pereira, que também fala das novidades que o novo site traz. “Por essa razão surgiu a proposta de não só noticiar o que aconte-
ce na Paróquia, mas auxiliar na formação e suporte catequético através de conteúdos baixáveis, e-books e talvez até podcasts. Os materiais estão em desenvolvimento e a expectativa é que possamos potencializar a evangelização nos meios digitais ainda mais”. Com um vasto nível de informação, agora os fiéis podem encontrar e se aprofundar em diversos assuntos, desde o que é a vida franciscana até notícias e eventos sobre a nossa própria comunidade. “E o mais legal é que os paroquianos já reconheceram esse trabalho. Todos que viram o novo layout aprovaram e até agradeceram. É, sem dúvida, uma ferramenta importante para a integrar nossa paróquia e informar visitantes e turistas”, finaliza Luiz Turati. Assim como ele, todos nós da Pascom agradecemos a quem nos apoio nesse projeto desde o início, especialmente os Freis Ladi, Daniel e Clauzemir. E esperamos que esse novo site seja uma fonte de conhecimento e alegria para toda a comunidade. Conheça: https://paroquiasantainesbc.com.br Pascom da Paróquia Santa Inês
FRATERNIDADES
Frei Alcides Cella celebra o dom da vida: 90 anos Com a presença de sua Fraternidade e dos frades do Regional, Frei Frei Alcides Cella celebrou 90 anos de vida no dia 13 de julho, na Missa de Ação de Graças na Paróquia São José de Coronel Freitas, SC, onde reside desde 2002. Filho de Ângelo e Assumpta Zordan Cella, nasceu no dia 13 de julho de 1931, em Guaporé, hoje Serafina Correa, no Rio Grande do Sul, Comunidade da Linha 14. “Somos 10 irmãos (5 homens e 5 mulheres), todos, menos eu, casados e com filhos! Quando tinha meus 4 anos, a família veio de mudança para Aratiba, nas proximidades de Erechim (RS)”, recorda. Com a idade de 13 para 14 anos, com a orientação e exemplo do jovem padre Frei Artur Kleba, “que muito me impulsionou e que atendia em Três Arroios e Sede Dourado, ingressei no Seminário Franciscano de Luzer-
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na (SC)”, recorda. Fez o Noviciado em Rodeio, em 1955 (neste ano vai celebrar 66 anos de vida religiosa), cujo Mestre era Frei Hugolino Becker. Recebeu o nome de Frei Benjamin! Cursou a Filosofia (dois anos) em Curitiba e a Teologia, em Petrópolis, de 1958 a 1960.
Fui ordenado sacerdote no dia 14 de dezembro de 1960 e celebrou a primeira missa em Sede Dourado, hoje Paróquia São Pedro, no dia 1° de janeiro de 1961. Neste ano vai celebrar 61 anos de ordenação presbiteral.
FRATERNIDADES
Live vocacional: conhecendo Rondinha
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a noite do dia 26 de junho, às 19h30, foi realizada a segunda Live Vocacional, promovida pelo Serviço de Animação Vocacional (SAV) e os anfitriões da vez foram os frades do tempo da Filosofia. A live foi transmitida diretamente do Convento São Boaventura, em Campo Largo, PR, região metropolitana de Curitiba, e contou com a colaboração do Santuário Frei Galvão. Essas lives têm como principal objetivo mostrar o cotidiano das casas de formação da Província e, com isso, estimular novas vocações para a Ordem e para a Igreja. Tendo sido conduzida por Frei Lucas Moreira de Almeida e Frei Franklin Matheus da Costa, ambos estudantes do 3° ano da Filosofia, a live também contou com algumas participações especiais, como Frei Samuel Ferreira de Lima, animador vocacional local e mestre do tempo de Filosofia; Frei Vinícius de Oliveira Betim, do 1° anos de Filosofia; e Frei Inácio Filipe Puto, do 2° de Filosofia. Eles contaram um pouco da rotina de estudos e das experiências que a casa proporciona, além, é claro, de muita música, inclusive com a participação dos confrades angolanos que abrilhantaram a nossa noite. A live também proporcionou aos frades a oportunidade de mostrar algumas pastorais e trabalhos desenvolvidos nessa etapa da formação, como a pastoral hospitalar, que acontece no Hospital do Rocio de Campo Largo e na Santa Casa de Curitiba, a Pastoral Escolar, que acompanha os alunos
do Grupo Educacional Bom Jesus e da FAE – Centro Universitário e a Pastoral da Comunicação, um programa na rádio que acontece em parceria com a Rádio Web Construtiva e que, hoje, é transmitido para mais de dez estações de rádio espalhadas pelo Brasil. Aproveitando essa oportunidade, e sabendo que São Francisco sempre quis que os frades trabalhassem com as próprias mãos, nessa live vocacional foram elencados alguns trabalhos manuais que são contemplados nessa casa de formação, como a padaria, a produção artesanal de velas e de licores, bem como a horta que abastece a casa. Aqueles que participaram do começo ao fim da transmissão tiveram ainda a chance de participar, no final, de uma dinâmica misteriosa que consistia em lembrar
a sequência de três objetos incomuns que apareceram no estúdio durante toda a live, interagindo com o Frei Bruno Almeida de Mello pelo canal do YouTube. Frei Diego Atalino de Melo, Frei Ruan Felipe Sguissardi e Frei Leandro Costa Santos, lá do Santuário Frei Galvão, reiteraram o convite aos jovens que se sentem tocados a trilhar esse caminho e lembraram com carinho da alta do confrade, Frei Marcelo Tadeu, ocorrida sexta-feira, dia 25 de junho. Gratidão a Deus por esse momento que tivemos e a felicidade de compartilharmos um pouco daquilo que Ele nos tem dado a graça de fazer. Frei Gilberto Silveira da Costa Junior e Bruno Gonçalves Cezário
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EVANGELIZAÇÃO
NOTÍCIA DO COLÉGIO BOM JESUS
Festa junina on-line solidária arrecada mais de 50 mil peças de agasalhos e cobertores
A festa junina on-line do Colégio Bom Jesus ultrapassou a meta de arrecadações de roupas, sapatos, cobertores e cachecóis: a live chegou a um resultado de 54.877 peças, mais do que o dobro do que era esperado. A solidariedade, a empatia, o acolhimento e o amor são alguns dos valores franciscanos preservados e disseminados pelo Colégio Bom Jesus e que agora poderão ser ainda mais fortalecidos com a entrega dos donativos a quem mais precisa. Realizada no dia 26 de junho, a live foi transmitida ao vivo pelo canal do Colégio Bom Jesus no YouTube. Mais de 900 pessoas acompanharam a festa simultaneamente, e outras cerca de 3,7 mil passaram pelo canal em algum momento. A live já acumula quase 7 mil visualizações. As 37 unidades do Colégio Bom Jesus em todo o país estiveram envolvidas na arrecadação. Os donativos serão revertidos para instituições do Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro, estados onde estão localizadas as escolas. Algumas comunidades de Angola também receberão parte do que foi arrecadado – as
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peças serão enviadas num contêiner para esse país onde são realizados alguns projetos sociais franciscanos. “Nosso agradecimento a todos os alunos, familiares, professores e colaboradores que se envolveram nessa causa. Isso mostra que, quando nos unimos para fazer o bem, podemos ajudar muita gente. Isso é Amorografia”, comemora o coordenador de Educação Física do Centro de Estudos e Pesquisas (CEP) do Colégio Bom Jesus, Everton Saad, que também coordenou a festa junina on-line realizada no dia 26 de junho. O professor Everton faz referência à Amorografia, uma campanha do Grupo Educacional Bom Jesus iniciada no mês de maio, em razão dos 125 anos da Instituição. Amorografia é o estudo teórico e prático sobre amar ao próximo com altruísmo e propósito de fazer o bem. Em poucas palavras, a Amorografia traz a ideia do amor para a transformação. A campanha ressalta a importância das atitudes que representam, transcrevem o amor. Para estimular essas atitudes e divulgar a ação, o Grupo Educacional Bom
Jesus colocou no ar o perfil @amorografia. oficial no Instagram. Os valores e as virtudes fortalecidos na live junina são trabalhados no dia a dia das unidades do Bom Jesus. Além de serem incluídos nos componentes curriculares de forma pedagógica, permeiam muitas das ações desenvolvidas junto aos alunos e às famílias do Colégio, sempre com o objetivo de uma educação para a transformação, com sentimentos e atitudes que impactem positivamente a sociedade e ultrapassem os muros das escolas. Frei Claudino Gilz, coordenador do Projeto Bom Jesus Social, ressalta a importância de se ajudar o próximo, lembrando que recentemente o Papa Francisco destacou que a solidariedade ‘supõe a criação de uma nova mentalidade que pense em termos de comunidade, de prioridade da vida de todos.’ “O Grupo Educacional Bom Jesus procura estar alinhado a tudo aquilo que privilegia o cuidado da vida de todos, de modo especial os mais pobres. A live solidária realizada nos últimos dias é mais um exemplo desse propósito cívico e humanitário”, afirma o frei. O professor Everton conta que desde que começou a atuar no Grupo, como estagiário, teve grandes oportunidades de vivenciar esses valores, principalmente no que diz respeito a servir ao próximo. A live junina foi outra grande chance de colocá-los em prática e fortalecê-los, com a junção dos esforços de toda a comunidade escolar. “A união desse momento de entretenimento com a ação para aquecer várias pessoas mostra a nossa força enquanto cidadãos. O trabalho desenvolvido com os alunos e familiares totalmente permeado pelos valores franciscanos é o que nos move”, declara o professor.
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NOTÍCIAS DA FAE
FAE Social: Caminhos conta a fome Há muitas pessoas à margem da sociedade que, muitas vezes, não têm um simples, mas indispensável, prato de comida. Durante a pandemia, essa situação se agravou, principalmente em regiões mais afastadas dos grandes centros. Em Campo Largo, região metropolitana de Curitiba (PR), não é diferente. Há muitas pessoas que vivem com o mínimo por meio da coleta de papelão nas ruas da cidade. Movidos pela compaixão pelo próximo e provocados por um projeto acadêmico, alunos do curso de Psicologia da FAE Centro Universitário criaram o projeto Caminhos contra a fome. João Forbeck, um dos estudantes do grupo da disciplina de Estudo do Homem Contemporâneo da FAE, organizou uma arrecadação de alimentos entre familiares e comerciantes dos municípios de Araucária, Balsa Nova e Campo Largo. Todo o alimento arrecadado é organizado em kits e entregue aos catadores de papelão. De acordo com os estudantes, mesmo sen-
do um pequeno gesto diante de tantas dificuldades pelas quais as pessoas menos favorecidas têm passado, esse projeto tem um grande significado para eles. “As famílias ajudadas são formadas por pessoas que não sabem se terão algo para comer no final do dia. Além disso, a atividade nos tirou de nossas bolhas. Nos colocou diante de uma dura realidade, que é das
pessoas que, infelizmente, ainda são invisíveis aos olhos da sociedade”, relata Forbeck. O projeto foi além do trabalho acadêmico e desenvolveu valores humanos alinhados com a proposta do projeto FAE Social, que permeia todos as atividades da FAE para a valorização das pessoas e para a disseminação do carisma franciscano.
Sustentabilidade: Alunos da FAE criam projeto “Ecomigo” Ser amigo do meio ambiente é desenvolver pequenas atitudes que podem inspirar mais pessoas e, por fim, causar um grande impacto por meio da formação de hábitos coletivos. Pensando nisso, alunos da FAE Centro Universitário criaram o projeto “Ecomigo”. A proposta principal é a produção de sacolinhas de TNT biodegradáveis, que são distribuídas nos semáforos, com objetivo de fazer as pessoas deixarem de lado as sacolas comuns, hábitos que afetam tanto o meio ambiente. O projeto nasceu na disciplina de Estudos do Homem Contemporâneo, conduzido pelo professor Osmar Ponchirolli e idealizado pelos alunos Bianca, Guilherme, Felipe, Luana e Matheus, todos do 1.º período de Publicidade e Propaganda, e Laís, do 1.º período de Arquitetura e Urbanismo. Para conhecer a proposta, confira o perfil @ecomig0 no Instagram. Juliano Franco Zemuner JULHO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 429
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Projeto em Colatina deseja ampliar o cuidado da casa comum
“O
que será desse Planeta Azul?” é a pergunta que se repete na canção Planeta Azul, interpretada pelos cantores Chitãozinho e Xororó. Informando as tristes realidades que encontramos no que se refere à degradação do meio ambiente, os cantores se preocupam em mostrar que a natureza vem dando seus sinais de esgotamento! E nessa música há uma frase bastante interessante, que para nós, franciscanos, pode nos indicar ainda melhor uma motivação no cuidado da casa comum: os autores da letra afirmam que “preservar a vida é estar de bem com Deus!”. Esta frase pode ser somada com a inspiração de Francisco de Assis: na contemplação da Criação perceber a ação de Deus. Proposta revolucionária essa, pois no seu tempo era comum evidenciar apenas a presença de Deus no templo. Agora, com o Poverello, o convite se abre: O Criador manifesta a sua beleza na Criatura, na irmã água, no irmão sol, na irmã terra! E cuidar da Criatura é continuar a obra do Criador! Mais do que o Padroeiro da Ecologia por ser sempre representado com animais ao seu redor, Francisco se torna o guardião de uma experiência mística arrojada, capaz de conectar o ser humano com aquilo que está ao seu redor e perceber tudo como irmão e irmã. E é dever dos franciscanos e franciscanas dar continuidade a esse projeto. Num contexto onde impera uma pretensa suficiência humana diante dos demais elementos da Criação, num uso sem medida dos recursos naturais, o carisma de Francisco de Doação de mudas 2
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Plantio de mudas no dia 2 de novembro
Assis encontra plena atualidade. Fazer uma contemplação a partir da realidade criada por Deus sugere que mais e mais será preciso não só contemplar a ação de Deus na natureza, mas também sondar caminhos que possam recuperar aquilo que já foi degradado pela irresponsável ação humana. Para estar “de bem com Deus” é preciso pedir perdão a Ele pelas nossas ações inconsequentes e assu-
mir a recuperação do que foi destruído como “penitência” de nossos pecados. É com todas essas motivações que os frades franciscanos da Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil procuram também desenvolver algumas ações de cuidado da Casa Comum. Uma delas é o Centro Socioambiental São Francisco de Assis (CEAF), localizado na cidade de Colatina (ES).
Formações com a população
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Este projeto foi pensado e iniciado pela Cáritas Diocesana da Diocese da referida cidade, com a sua Pastoral da Ecologia, e conta com o apoio dos frades e paroquianos da Paróquia Santa Clara de Assis. Numa área de 8.081,45 m², o espaço pretende ser um local de debate e sensibilização sobre a Educação Ambiental crítica e participativa, partindo de vivências concretas e atitudes práticas. O projeto ganha importância no local uma vez que a cidade é cortada pelo grandioso Rio Doce, muito afetado nas tragédias de Brumadinho (MG) e
Mariana (MG), e que por isso causou danos na cidade, como no abastecimento de água, na prática pesqueira e entre outros. No terreno do projeto há um sonho de construir um local para formações e atividades a fim de promover espaços de debate e compreensão integrada e multidimensional do meio ambiente em suas complexas relações; isso tudo para valorizar e promover iniciativas de preservação da biodiversidade e inclusão social e colaborar com a educação para o cuidado e responsabilidade
das diversas formas de vida. O público alvo são crianças, adolescentes e jovens em vulnerabilidade social, bem como organizações da sociedade civil, pessoas que visitem o município e que se interessem por questões ambientais, famílias em condição de vulnerabilidade social no bairro do terreno, professores e estudantes. Como metodologia de trabalho, o projeto quer realizar encontros, seminários, oficinas, cursos, bem como a criação de um viveiro de mudas e de uma horta comunitária, fazendo parcerias com instituições afins e contando com o apoio da população em geral. As etapas do projeto já estão em andamento, mas ainda algumas não foram concluídas e uma última etapa ainda não foi iniciada. A primeira etapa consta da apresentação da proposta a pessoas da comunidade local, que já foi realizada. Também o terreno do local já recebeu algumas melhorias, sendo esta a segunda etapa, como a colocação de uma cerca em uma parte do lote para proteger as plantas e entre outras benfeitorias. A etapa realizada que já chamou mais a atenção é a terceira, que consta do plantio das mudas de árvore e a implantação dos primeiros canteiros da horta. Sobre esse aspecto, merece atenção e visibilidade a iniciativa do plantio de 134 mudas de árvores no dia 2 de novembro de 2020. A ação foi realizada no dia em que é celebrada a recordação dos finados. O número de mudas escolhido corresponde a quantidade de óbitos registrados em decorrência da pandemia da Covid-19 em Colatina até então. Nessa ação, os frades e a população local fecundaram a terra do projeto com o plantio como homenagem às vítimas, fazendo também com que o espaço começasse a dar sinais mais evidentes de um belo bosque. É a força da vida vencendo a tristeza da morte! Além disso, a pastoral ecológica paroPlantio de mudas no dia 2 de novembro JULHO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 431
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quial tem feito ações de sensibilização nas demais comunidades, como caminhadas ecológicas, formações, distribuição de materiais informativos e mudas de árvores. Uma ação que já foi um sucesso foi a de troca de materiais recicláveis por produtos, no dia 29 de maio de 2021, que arrecadou quase meia tonelada de resíduos no período de três horas. As pessoas levavam o seu material, e conforme a quantidade, faziam pontos que foram trocados por brindes doados pelo comércio local. Também são feitas ações pontuais como a coleta de óleo de cozinha utilizado na confecção de sabão artesanal, evitando que o mesmo seja despejado na natureza de forma errônea. O trabalho tem sido coordenado e elaborado por lideranças locais que abraçaram a árdua, mas bela missão de divulgar o projeto e suas perspectivas. Mas ainda um grande passo a ser dado: a sede do projeto. Nesta última etapa há o anseio de construir um espaço físico contendo um salão para formação, banheiros, cantina e sala administrativa, com o objetivo de realizar oficinas, cursos, capacitações, palestras socioambientais em diversos eixos. O público prioritário serão os moradores do bairro São Judas Tadeu, no entanto o espaço será aberto à toda população, instituições educativas, religiosas e sociais, pesquisadores dentre outros para realização de atividades ambientais. Somado a isso, outros materiais precisam ser adquiridos para viabilizar o projeto e dar continuidade às ações já feitas, como a colocação de uma caixa d’água para regar as plantas, cerca, materiais de trabalho e afins. Tudo isso é ainda tem um grande caminho pela frente, mas os primeiros passos dessa longa caminhada já foram dados e os resultados já surgem com uma nova consciência diante do cuidado para com a natureza e a preocupação com a casa comum. Para Frei João Lopes da Silva, “participar desse projeto é gratificante pois de um modo ou de outro podemos ajudar o meio ambiente a ser respeitado e valorizado,
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Troca de materiais recicláveis por brindes
assim como o ser humano. É uma forma de cuidarmos da nossa casa comum, como o Papa Francisco tanto nos convida, na encíclica Laudato Si’. O reflorestamento aqui está sendo bem valorizado pelos voluntários que ajudam no projeto. Devemos fazer algo pois Deus não nos colocou neste mundo à toa, mas colocou para que possamos também ser filhos e filhas que cuidam do meio ambiente e se cuidam uns dos outros”. Além disso, a voluntária Tatiane Siqueira Visintini Fernandes, da Pastoral Ecológica Paroquial, afirma que esse projeto é uma forma de participar de uma ação que não é só em benefício próprio, mas que auxilia o meio onde vivemos: “Ser voluntário de algo assim traz uma felicidade muito grande, pois os benefícios não são somente para você”. Para quem desejar ajudar no projeto, é possível buscar mais informações nas redes sociais da Diocese de Colatina (Facebook: Pastoral da Ecologia – Colatina/ES – Instagram: @pastoraldaecologia.colatina) ou então entrando em contato com a Paróquia Santa Clara (Instagram: @paraclara – e-mail:
paraclara11@yahoo.com.br – telefone: (27) 3722-6249 ou (27) 999345155 - whatsapp). Endereço do projeto: Rua Wantuil Barroco Aranha, bairro São Judas Tadeu, atrás do Mosteiro Santíssima Trindade. Portanto, se estar de bem com a natureza é “estar de bem com Deus”, iniciativas como essas nos ajudam a conhecer ainda mais a face de Deus que transparece na Criação. Elaborar iniciativas ambientais e sociais é possuir a teimosia diante da pretensa liberdade humana de se sentir autônomo, sem precisar cuidar de seu meio. É nadar contra a correnteza na certeza de que o projeto do Reino de Deus é de vida plena para todos, e essa vida só vai existir com condições dignas para tal! Frei Gabriel Dellandrea
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A missão evangelizadora nos meios de comunicação
O
encontro formativo da Frente de Evangelização da Comunicação, realizado no dia 21 de junho, teve como base o documento da Ordem, “O Reino de Deus está próximo - orientações para evangelização missionária franciscana” e teve a assessoria de Frei Volney Berkenbrock, diretor da Vozes e professor do Departamento de Ciência da Religião da Universidade Federal de Juiz de Fora (MG), pesquisador do Programa de Pós-Graduação do mesmo departamento e membro do Instituto Teológico Franciscano de Petrópolis (RJ). Este foi o terceiro encontro formativo da Frente e foi realizado por videoconferência, reunindo os colaboradores e frades dos principais trabalhos desta Frente da Província da Imaculada Conceição, que tem como coordenador Frei Neuri Reinisch. Também participaram do encontro o Ministro Provincial, Frei César Külkamp, e o Vigário Provincial, Frei Gustavo Medella. Frei Volney fez um resumo de todo o documento, explicando que ele é dividido em quatro partes, mas se concentrou especialmente na parte da comunicação. Segundo o frade, esse documento surgiu a partir do Capítulo Geral de 2015, que pediu para Ordem elaborar as linhas diretivas para a evangelização missionária. Diz o documento: “Desejamos sonhar e ao mesmo tempo ser profetas de esperança, capazes de anunciar o Evangelho para a construção do Reino, denunciando e combatendo as situações concretas de injustiça e de violência do mundo atual”. Segundo o documento, “a mídia representa, já faz algum tempo, um espaço sempre mais privilegiado e estimulante para a missão evangelizadora franciscana. A Ordem e os frades, em seu trabalho em todo o mundo, estão presentes na mídia mais conhecida e tradicional, como estações de rádio ou televi-
sivas, casas editoras, jornais e revistas, quer estes se encontrem sob a responsabilidade de uma instituição franciscana quer não”. “A atividade franciscana na mídia deve ser sempre iluminada pela verdade e pela mensagem do Evangelho. O pontificado de Papa Francisco é marcado por um convite a uma “Igreja em saída”. A presença franciscana na mídia é uma ocasião para alcançar aqueles espaços que gravitam além da fronteira institucional, seja franciscana, seja eclesial, constituindo assim uma forma privilegiada de ‘Igreja em saída’”. Frei Volney destacou na sua exposição o trecho lembrando que a mídia franciscana deve ser: espaços de diálogo, caracterizados pela abertura à pluralidade de pensamento que contribui para o bem comum; espaços para a paz, caracterizados pelo modo de ser de Francisco de Assis que guiou a sua vida e a sua ação na busca da “paz e do bem”; espaços para o apoio a projetos humanizantes, em que vem colocada em evidência a construção da família humana onde todos são irmãos e irmãs. Lembra também o documento que as ‘redes sociais’, nascidas e crescidas vertiginosamente nos últimos anos, têm sido também um possível lugar de ação para a missão
evangelizadora. “Dadas as situações de polarização política, religiosa, social, de gênero, não raramente estes espaços se tornaram mais campos de batalha, de transmissão de ódio e de notícias falsas do que lugares de encontro e de comunicação. Para o franciscano aqui se aplica particularmente a afirmação da Regra não Bulada sobre o modo de estar na missão: ‘que não litiguem nem disputem’ (RnB 16, 6). A ação franciscana, através dos meios sociais, vai da interrupção da partilha de mensagens que causam divisão à formação ou à adesão a grupos que promovem a paz, o diálogo e a humanização”. Após a apresentação de Frei Volney, seguiu-se uma partilha sobre o tema. Frei Medella lembrou que o curso on-line “Ecologia Franciscana: Revolução Laudato Si’ interage com todas as Frentes de Comunicação e terá início no dia 02 de agosto e encerramento no dia 27 de setembro de 2021. Será realizado através da plataforma ITFConnect, onde os vídeos das aulas estarão disponíveis, podendo haver atividade síncrona, previamente informada, com participação livre. Moacir Beggo JULHO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 433
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FRENTE DAS PARÓQUIAS E SANTUÁRIOS
Frei João fala sobre inspiração catecumenal e conversão pastoral
A
Frente de Evangelização das Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento da Província se reuniu no dia 13 de julho por vídeoconferência para mais um momento formativo, desta vez com a assessoria de Frei João Reinert. Segundo o coordenador da Frente, Frei Antônio Michels, o assunto que ele traz - Iniciação à vida cristã de inspiração catecumenal e Conversão Pastoral/Estrutural - é de extrema importância: como iniciar novas gerações na fé sempre foi uma questão importantíssima na evangelização, mais ainda nos dias de hoje e a Igreja está apostando no modelo catecumenal. O Ministro Provincial Frei César Külkamp, de Roma, onde participava do Capítulo Geral, desejou um “encontro de profundidade, de proximidade para todos nós”. Este tema é o título do livro de Frei João pela Paulus. O livro está estruturado a partir das duas dimensões, as duas colunas do catecumenato, que são o querigma e a mistagogia, que ele aborda neste encontro. Segundo o frade, o catecumenato, que se entende como uma caminhada de fé, um itinerário de introdução e aprofundamento no mistério de Jesus Cristo e da comunidade eclesial, tem levado todas as dioceses a se empenharem, de fato, para acontecer esse modelo catecumenal. “Mas a questão é que não podemos pensar apenas a iniciação sem pensar também a conversão das estruturas, um renovado modelo paroquial. Então, sempre essa relação dialética. Quem inicia também são as estruturas. Iniciar na fé é também pensar os espaços de vivência eclesial, caso contrário
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seria nadar e morrer na praia, numa linguagem comparativa”, observa o palestrante. Para o Frei João, temos um bom projeto de iniciação, que vai iniciar pessoas na vida cristã, mas no dia a dia nossas estruturas acabam não dando continuidade. Às vezes, “infantiliza quem foi iniciado. À medida que a inspiração catecumenal for sendo implantada na Paróquia, as estruturas vão se renovando simultaneamente”, observa. “Se nós quisermos adultos na fé, que é o objetivo da iniciação, nós também então necessitamos de estruturas eclesiais adultas”. Segundo Frei João, a estrutura catecumenal está organizada com base nessa autocompreensão, ou seja: se o catecumenato se entende como caminho de introdução no mistério de Cristo e da Igreja, então seus elementos pastorais revelam essa disposição; tem-se clareza de onde se parte e aonde se pretende chegar. O que essa inspiração catecumenal pede de nós, frades? Qual pode ser a nossa grande
contribuição para, de fato, termos uma Igreja iniciada, uma Igreja que inicia, uma igreja não só sacramentalista? Frei João explica que a palavra catecumenato vem do Grego “Kata kein”, formada por “kata”, “do alto”, mais “ekhein”, “ecoar”; é a Palavra que vem do alto e ecoa na existência do humano. “Então qual é o DNA, o que está por trás dessas duas realidades: Iniciação e conversão paroquial? Por trás dessas duas realidades está a relação, novas relações eclesiais, teológicas e humanas. Iniciação à vida cristã é nada mais do que essa nova relação com o mistério e com a Igreja”, explica Frei João. O frade lembra que a nova Paróquia (Documento 100 da CNBB) é entendida como comunidade de comunidades. “O que está por trás dessa definição são novas relações. Relações entre clero e leigos, pastorais e movimentos, matriz e comunidades, etc. O que está por trás delas são as relações. Pensar em iniciação à vida cristã é pensar na relação com o mistério, mas não pensar
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as relações eclesiais é nadar e morrer na praia. Então, a questão central é essa: é preciso pensar uma paróquia não somente que realiza a iniciação, mas uma paróquia que seja toda ela iniciática?”, acrescenta. Para o frade, na paróquia iniciática a iniciação acaba sendo um paradigma evangelizador. “Ela não é mais uma pastoral. Na verdade, tudo que é feito na Igreja é iniciação”, ressalta, deixando algumas perguntas: O atual “modelo” paroquial é iniciático e/ ou, ao contrário, contribui para o abandono religioso? A nossa paróquia é modelo onde os ‘cristãos nascem’ ou ‘se tornam’? Como seria uma estrutura em que se “torna cristãos”? Que perfil de evangelizador é preciso para a consolidação do catecumenato?
Palavras que ajudam a entender os dois paradigmas: No paradigma dos ‘Cristãos nascem’: massa, sacramentalização, enfase no conteúdo doutrinal, obrigaçao e dever. No paradigma dos ‘Cristãos se tornam’: pessoa, experiência, querigma, discernimento, apaixonamento
Iniciação como paradigma pastoral Frei João explicou que a própria etimologia de iniciação - entrar para dentro, quer ensinar viver como cristãos em todas as dimensões. O objetivo não é a catequese mas é a iniciação. Ela ensina viver como cristãos. Ela quer iniciar em todas as dimensões: na vida litúrgica, na vida social, na vida caritativa, na vida sacramental, na vida comunitária, etc. “Urge entender cada vez mais a evangelização como iniciação, a partir desse paradigma evangelizador”, enfatiza o frade.
Mas segundo ele, está em voga outro paradigma que se conhece bem: o retorno desse fenômeno do fundamentalismo, que é o paradigma da instrução/doutrinação. “Nosso ministério pastoral está pautado em qual paradigma? Nossas estruturas estão pautadas em qual paradigma? Paradigma do catecismo, da objetivação da fé, do saber sobre, da moral. Não que essas dimensões não sejam importantes, mas quando nesse paradigma essas dimensões se tornam prioridades, pressupondo desse primeiro anúncio, então esse o cristianismo passa a ser mera doutrina”, explicou, indicando um livro sobre o tema: “A força do passado na fraqueza do presente. O tradicionalismo e suas expressões”, do teólogo João Décio Passos. “Está retornando com força o fundamentalismo que entende a evangelização pelo paradigma da doutrinação e no sentido mais negativo da palavra. Vejamos bem: se a iniciação é um paradigma, então a nova identidade do evangelizador é a identidade mistagógica”, orienta.
O que significa, de fato, mistagogia? A Paróquia mistagógica é aquela que consegue fazer essa passagem de uma prestadora de serviços para uma paróquia, de fato, que prioriza o anúncio, a experiência, o encontro pessoal, o testemunho e todas outras dimensões da fé.
Onde está a missionariedade da inspiração catecumenal? No Percurso de fé Ao dizer que iniciação é um percurso de fé, significa que no centro está a pessoa e não programas definidos. Frei João destaca a pastoral deve ser entendida cada vez mais como percurso. “E é uma diferença muito grande entre percurso x curso. No centro está a pessoa, seu ritmo, a sua descoberta, a sua abertura ao mistério”, assinala.
Não pré-supor o primeiro anúncio (pré-catecumenato) Outra riqueza dessa metodologia: não pressupõe o anúncio, tanto é que o processo começa pelo pré- catecumenato. Pré-catecumenato é a parte mais missionária do percurso porque começa pelo anúncio. Uma evangelização, muitas vezes, que não parte do anúncio, pressupõe, talvez esteja no paradigma da doutrinação. Pressupor-impor-propor. O fundamentalismo é uma forma de impor, o autoritarismo é uma forma de impor. O propor, o cativar, oferecer parece a lógica do paradigma da iniciação. Então, para nós, é muito interessante: no cristianismo sociológico em que havia mais crença do que fé, mais religião do que fé, mais dogmas do que experiência, nós éramos mais pessoas da doutrinação, digamos assim. Nós contávamos com a força da instituição. Ora, hoje, isso cai por terra, o que nos provoca a rever nossa identidade. O que é ser homem do querigma, do anúncio, dessa presença, dessa densidade cristológica?. Para Frei João, para nós esse tempo do pré-catecumenato é essa forma de reencantamento, de redescoberta. Outra riqueza desse percurso é a clareza em quem se é iniciado; clareza sobre o que é vida cristã; o lugar dos sacramentos no processo; clareza por onde começar; clareza onde se quer chegar; clareza de quem inicia; clareza da centralidade da comunidade, etc. “Todo problema de moralismo - pessoas moralistas em nome da religião – se deve a não clareza do núcleo da fé cristã, ou seja, coloca o canal no lugar da fonte. Clareza sobre o que é o querigma Segundo Frei João, nessa perspectiva, o Papa Francisco é um dos papas mais querigmáticos e mistagógicos que a Igreja já teve. “Ele tem clareza sobre o que é querigma. Ele entende, de fato, o cristianismo não como doutrina mas como experiência. Não é por nada que ele está sendo atacado por pessoas que JULHO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 435
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colocam o querigma abaixo da doutrinação”, observa o frade. O anúncio querigmático é realizado mistagogicamente, torna-se algo contagiante e envolvente, apaixonante, provocativo, dinâmico, convicto. Regra de ouro: Aquilo que não é celebrado não pode ser apreendido em sua profundidade e em seu significado para a vida. É nesta perspectiva que outra riqueza do processo catecumenal é o casamento catequese-liturgia. Mistagogia Outra riqueza da inspiração catecumenal é o que a iniciação não termina com os sacramentos; há o tempo da mistagogia. O que a etapa da mistagogia diz à conversão pastoral? Perguntou e resumiu Frei João: superar as lacunas pastorais pós-sacramentos”. Segundo o frade, a mistagogia na inspiração catecumenal está em todo processo: Na linguagem, nos ritos celebrativos, na gradualidade do processo, na densidade da experiência, na acolhida, no catequista, no introdutor, no padrinho, na Palavra, nos sacramentos celebrativos e vividos. “Para além da última etapa, a mistagogia é uma eclesiologia. Onde está a mistagogia na vida franciscana?”, perguntou, completando rapidamente com temas como a primeira etapa do pré-catecumenato, o pré-catecumenato e a missionariedade paroquial. Novos espaços de anúncio/de presença de Igreja; identidade da pastoral da acolhida; conversão das estruturas. Frei João: Conversão eclesial é, antes de tudo, conversão de fé, volta ao essencial, com base na qual surgem outras conversões, as saídas pastorais, a missionariedade. O movimento mais importante da saída pastoral é, portanto, para “dentro”, volta ao essencial. Antes de quaisquer outros movimentos, mais do que multiplicar pastorais e serviços, a Igreja em saída aponta primeiramente para a volta ao essencial como condição de toda ação eclesial. O encontro seguiu-se com a partilha, perguntas e questionamentos a Frei João. Moacir Beggo
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O Secretário de Evangelização da Província, Frei Gustavo Medella, apresentou o retorno da consulta feita aos leigos, mostrando os elementos (diferenciais) que não podem faltar enquanto uma paróquia (santuário, etc) franciscana? Minoridade e pobreza: simplicidade e simpatia no trato com as pessoas; vida pobre junto com os pobres; administração sóbria, transparente, responsável, fraterna e dialogal. Espírito de Oração e Devoção: -celebração bem preparadas em todos os aspectos (ornamentação, acolhida, leituras, cantos franciscanos etc); festas franciscanas celebradas com ênfase e capricho (chagas, Porciúncula, São Francisco e outros santos franciscanos (as). Fraternidade: - atitude de acolhida alegre em todos os ambientes e trabalhos: secretaria, templo, celebrações, encontros, reuniões etc.; - pastoral de conjunto, com interação, ajuda mútua e conhecimento entre os diversos grupos; ser “comunidade de comunidades”; - respeito às diferenças e à pluralidade; - valorização e efetivação dos Conselhos de Administração e de Pastoral; - atuação em rede - intercâmbio e interação com outras paróquias e santuários da Província; - integração e espírito de equipe entre os frades; - espírito de abertura e integração com a Família Franciscana (OFS, Clarissas, congregações franciscanas, etc.; - escuta “ativa” dos anseios das comunidades (reuniões de toda a fraternidade com os conselhos no intuito de ouvir as lideranças); especial atenção às famílias enlutadas (encomendações, missas de 7º dia e outras de falecidos). Diálogo: - abertura ampla ao diálogo com o “diferente” (inter-religioso), ecumênico, poderes públicos, setores da sociedade); - atitude pastoral de escuta. Missão evangelizadora: - disposição de ser “Igreja em Saída” e ir ao encontro da realidade e das pessoas - espírito missionário; - valorização da experiência de fé e acompanhar de perto os irmãos e irmãs; estado permanente de missão; - promoção de iniciativas missionárias (missões paroquiais); - responsabilidades compartilhadas e missão em fraternidade; - projeto pastoral e missionário em sintonia com o Plano de Evangelização; - trabalhar junto às crianças e jovens os pilares da Espiritualidade Franciscana. JPIC: - cuidado e respeito para com a Criação; - solidariedade com os empobrecidos; ações de transformação da realidade, conscientização sobre direitos e deveres, promoção da justiça; investir na promoção do voluntariado. Formação: - investimento na formação em todos os aspectos (liturgia, espiritualidade, missão, catequese, eclesiologia, franciscanismo etc); grupos de estudo de Documentos da Igreja (Papa Francisco, CNBB, documentos da Ordem, Província etc); formação nas plataformas on-line. Comunhão com Igreja: - participação ativa e engajada na vida da Igreja local. Essa consulta também detalhou algumas iniciativas para formar uma Rede Franciscana de Paróquias, Santuários e Centros de Acolhimento.
OFM
Celebração dos 800 anos da Regra Não Bulada em Fonte Colombo
N
o dia 21 de junho de 2021, o site da “Frontiera” de Rieti informou que os frades franciscanos se reuniram em Fonte Colombo para celebrar o oitavo centenário da Regra Não Bulada. O retorno às origens para o mundo franciscano. E a fonte é essa forma vitae que São Francisco escreveu no vale de Rieti. A caminho de 2023, data do oitavo centenário da Regra Bulada e do presépio de Greccio e do início de uma série de outras efemérides franciscanas que marcam oito séculos (em 2024, os estigmas do Monte Alverne; em 2025, o ‘Cântico das Criaturas’; em 2026, a morte de São Francisco). Entretanto, a peregrinação organizada pelos Frades Menores da Itália central quis recordar os oitocentos anos da Regra anterior composta por São Francisco: aquela que não foi timbrada, no sentido de que não foi submetida ao “carimbo” pontifício. No entanto, o Poverello de Assis falou com Honório III, assim como com seu antecessor Inocêncio III, que já havia aprovado sua experiência espiritual apenas oralmente. E o Papa Honório estava frequentemente em Rieti naquela época. Os Frades Menores das quatro províncias italianas (Lácio-Abruzzo, Umbria, Toscana e Marcas) fizeram uma peregrinação a Rieti, onde o santo passou em 1221 e depois a Fonte Colombo, onde dois anos depois
escreveria a “constituição” definitiva da Ordem. O convite foi estendido também aos demais franciscanos (capuchinhos e conventuais) presentes na diocese (em Leonessa e na fraternidade minoritária de São Rufino) e aos Irmãos Menores da Puglia que trabalham em Accumoli. Também da Cúria Geral de Roma veio o Ministro Geral da Ordem, Frei Michael Perry.
A jornada dos frades continuou na Fonte Colombo, para a “celebração itinerante da Regra” e almoço em fraternidade. Em 1221, Francisco apresenta a segunda Regra (Não bulada ou não aprovada por bula papal), que Frei Cesário de Espira, versado em Sagrada Escritura, adornou com muitos textos bíblicos (Fontes Franciscanas).
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OSC
D. Sérgio da Rocha: “Nós temos muito que aprender com Madre Vitória da Encarnação”
A SERVA DE DEUS “Nós temos muito que aprender com Madre Vitória da Encarnação. Ela é sinal daquilo que toda a Igreja busca: a oração, a contemplação, a vida fraterna, a caridade, a pobreza, o despojamento, a simplicidade de vida. Se não for assim, não há espaço para Deus no coração. Não há espaço no coração dos irmãos quando alguém vive para si mesmo”. Assim exortou o Arcebispo de Salvador e Primaz do Brasil, Cardeal Dom Sérgio da Rocha, na Missa de Ação de Graças pelos 306 anos da morte da Madre Vitória da Encarnação, celebrada no dia 19/7, às 10 horas, no Convento Santa Clara do Desterro, em Salvador, BA, onde a Serva de Deus passou os últimos anos de vida. Esta data foi preparada com uma Novena. Dom Sérgio fez sua reflexão a partir do Evangelho, que os escribas e fariseus pediam um sinal para Jesus: “Sem olhar a fé, não conseguimos reconhecer os sinais de Deus, por maiores que sejam”, ensinou. Dom Sergio explicou que reconhecemos como grande sinal de Deus a santidade vivida por irmãos e irmãs que estão no céu e são venerados porque foram canonizados, “mas também aquela multidão de homens e mulheres, pessoas santas que estão a caminho do altar ou estão na glória dos céus intercendo por nós, ainda que não tenham sido canonizadas”. Para Dom Sérgio, Madre Vitória, a Ser-
va de Deus, é motivo de louvor. “Olhando para a vida dela nós vemos sinais de Deus, sinais da graça operando na sua vida, no seu coração”. Segundo ele, Deus manifestou na vida de Madre Vitória sinais de amor, bondade, misericórdia, mas Ele continua a manifestar o seu amor, sua bondade, sua misericórdia na vida de todos aqueles buscam hoje, que procuram viver na santidade, como ela viveu. “Nós louvamos a Deus pelo dia a dia vivido por Madre Vitória neste mundo, pela santidade vivida por ela no dia a dia, que está sendo cada vez melhor verificada, constatada, confirmada pela nossa Igreja”, disse. Dom Sérgio lembrou que sua vida foi marcada pela oração, pela contemplação, pela meditação da Palavra, pelo discernimento dos sinais de Deus na sua vida, na da sua comunidade, na vida da Igreja. “Mas essa vida de oração é acompanhada pela vida fraterna, sobretudo pela fraternidade com os pobres, pelos que mais sofrem. Todos os santos e santas compartilham desta virtude de amor fraterno, de serviço para os que mais sofrem”, enfatizou. “Nós pedimos a graça de imitar a Serva de Deus Madre Vitória da Encarnação. Assim como ela foi santa por graça de Deus, nós também queremos caminhar na graça de Deus”, pediu no final da homilia.
Nascida em Salvador (BA), no dia 6 de março de 1661, Madre Vitória da Encarnação, filha do Capitão de Infantaria Bartolomeu Correia e sua esposa, Luísa Bixarxe, teve um irmão e três irmãs. Seu pai desejou que se tornasse religiosa, mas ela disse que preferia que lhe cortassem a cabeça a se tornar freira. Contudo, em 29 de setembro de 1986, após algumas experiências místicas, decidiu por si mesma ingressar no Mosteiro do Desterro, onde habitavam as Irmãs Clarissas, acompanhada de Maria da Conceição, uma de suas três irmãs. Ali passou a se destacar por uma vida pobre, casta e obediente; uma dedicação sem limites à vida fraterna e aos pobres que recorriam ao mosteiro e também uma caridade que comovia as suas coirmãs. Na função de porteira, Vitória teve a oportunidade de praticar a caridade com os pobres, a quem socorria ora com alimentação ora com esmolas. Não podendo sair do claustro, ao tomar conhecimento da existência de algum necessitado na cidade, pedia a seus familiares que o acudissem. Sua devoção pela Paixão do Senhor e por São Miguel Arcanjo, suas experiências místicas e seu amor às almas do purgatório, seus jejuns e suas penitências contínuas fizeram de Madre Vitória, sem que ela o desejasse, um modelo que atraía as demais religiosas à santidade e edificava a todos. Faleceu às 15 horas do dia 19 de julho de 1715, com fama de santidade. Ao espalhar da notícia de seu falecimento, muitos fiéis se dirigiram ao mosteiro para reverenciá-la. Em 2019, as Irmãs Clarissas de todo o Brasil resolveram assumir todo o processo de beatificação da Serva de Deus e escolheram como postulador da causa Frei Jociel Gomes, OFMCap.
FALECIMENTO
Frei João Maria dos Santos 11.07.1950
F
aleceu no dia 17 de julho, por volta das 23 horas, Frei João Maria dos Santos, mais uma vítima do novo coronavírus. A informação foi dada pelo guardião Frei João Francisco da Silva, da Fraternidade do Seminário Frei Galvão, em Guaratinguetá (SP), onde residia o frade desde o início deste ano. Por conta deste fato, seu sepultamento foi realizado dentro dos protocolos sanitários, às 8h do dia 18 de julho, após um breve momento de Oração em frente ao jazigo do Seminário Frei Galvão. Segundo Frei João Francisco, no dia 14 de julho, Frei João Maria passou mal durante a Missa conventual que presidia no Seminário e foi levado ao Hospital Frei Galvão, de Guaratinguetá, pelo SAMU. A médica acreditava que possivelmente ele teria infartado por conta de suposta falha do marcapasso. Também apresentava quadro de insuficiência pulmonar, o que dificultava manter o coração em funcionamento. Frei João foi sedado e intubado. A saúde de Frei João Maria era frágil. Em 2019, quando estava celebrando no Santuário de Angelina, chegou a desmaiar por causa de uma queda de pressão.
O frade menor Frei João Maria nasceu em Erval Velho, SC, no dia 11 de julho de 1950. Filho do casal Manoel Antônio dos Santos e Jordelina dos Santos (falecidos), era o caçula de 10 filhos (4 homens e 6 mulheres). Dentre as lembranças mais marcantes da vida em família, destacava a religiosidade dos pais. Seu discernimento, acreditava, começou aos 12 anos: “Ajudava nas capelas e o contato com os sacerdotes
+ 17.07.2021
despertou a minha vocação”, contou na sua ficha autobiográfica quando ingressou na Ordem dos Frades Menores em 1979. Ele dizia que queria “ser frade para ajudar mais pessoas”, lembrando que nasceu no seio de uma família simples, onde os pais lutaram muito para criar os filhos. O Ministro Provincial, Frei Antônio Nader, num depoimento em 1979, define bem Frei João Maria: “Ele foi um bom seminarista, excelente noviço e um clérigo exemplar, pois era sério e muito esforçado, homem de muita responsabilidade. Introvertido, era de poucas conversas. Cresceu muito no campo espiritual durante esses anos de postulantado, noviciado e durante os estudos de Filosofia. Gozava de grande reputação entre os colegas, mestres, superiores em geral e dos professores. Era benquisto na comunidade local e provincial. Sua grande preocupação era de uma descoberta cada vez maior da vida religiosa e de uma vivência mais perfeita. Era um pouco perfeccionista, mas muito equilibrado. Filho de família humilde. Quando ingressou no seminário, seus pais já tinham falecido. Faltou apoio maior da família e um estímulo mais acentuado. Hoje, ele conta
com esse apoio por parte dos irmãos. Frei João Maria, apesar de introvertido, mostrou sempre um bom humor, procurando ser uma presença viva na vida comunitária. Sabia ouvir e falar na hora certa. Generoso ao extremo, combatia seriamente o egoísmo. No curto período que passou em Petrópolis estudando Filosofia, demonstrou ser um frade aberto às ideias, às reformas e crescia harmoniosamente em todos os campos da vida religiosa e estudantil. Chegou ao segundo ano de Filosofia e não demonstrou nunca nenhuma dificuldade nos estudos. Bem JULHO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 439
FALECIMENTOS Dados pessoais, formação e atividades 1 1/07/1950 – Nascimento em Erval Velho, SC (71 anos) 11/08/1979 – Admissão na Ordem dos Frades Menores em Rodeio, SC (41 anos de Vida Religiosa) 11/08/1980 – Profissão simples na Ordem dos Frades Menores 03/04/1983 – Profissão Solene 11/08/1984 – Ordenação presbiteral
Atividades na Evangelização 0 9/08/1983 – Secretário do Instituto dos Meninos Cantores 05/06/1984 – Estágio no Colégio Bom Jesus 31/01/1985 – Vigário cooperador em Santos, SP 1987 – Vigário Paroquial em Pedra Preta, MT 1990 – Capelão Militar em Dourados, MS 27/08/1997 – Pároco em Água Doce, SC 28/01/1999 – Vigário Paroquial em São João de Meriti, RJ 12/08/1999 – Atendente Conventual em Guaratinguetá, Graças, SP 09/01/2002 – Pároco em Ponte Branca, MT 02/04/2003 – Formador no Seminário Diocesano de Várzea Grande, MT 07/11/2003 – A serviço da Diocese de Guiratinga, MT 20/12/2006 – Vigário da Casa e Pároco da Paróquia de Ituporanga, SC 03/02/2011 – A serviço da Custódia da Terra Santa 10/11/2011 – Guardião e pároco em Florianópolis, SC 19/03/2014 – Período de secularização “Ad experimentum” na Diocese de Dourados, MS 25/02/2016 – Vigário Paroquial e Reitor do Santuário de Angelina, SC 24/11/2020 – Atendente Conventual no Seminário Frei Galvão, 440 | COMUNICAÇÕES Guaratinguetá, SP| JULHO | 2021
conceituado entre os colegas, era por todos estimado”. Frei João era dotado de qualidades práticas, sendo ótimo pedreiro, padeiro, motorista. Enfim, para qualquer trabalho era sempre prestativo. Quando estava para professar solenemente, destacou que “o tempo todo percorri as pegadas de São Francisco. Foi um caminho muito árduo, com quedas e decepções, mas ao mesmo tempo fui descobrindo que a vida religiosa não é para aqueles justos e perfeitos, e sim para aqueles que se dispõem a caminhar”. Quando fez o pedido para a Ordem do Presbiterado, disse: “Sei que nada conseguirei sozinho, mas confio plenamente na providência divina a fim de desempenhar com segurança meu ministério sacerdotal”. Para sua ordenação presbiteral,
na Igreja do Sagrado Coração de Jesus em Petrópolis (RJ), escolheu como lema “Senhor, a quem iríamos nós? Só Tu tens palavra de vida eterna (Jo 6,68)”.
DEPOIMENTOS O Santuário de Angelina, onde estava até o início deste ano, prestou homenagem ao frade: “Comunicamos com pesar a Páscoa do Frei João Maria. Os últimos anos do seu mandato foi ofertado em nossa paróquia. Louvamos a Deus pela sua vida. Sempre sorridente testemunhou a alegria do Evangelho. “Dai-lhes, Senhor, o eterno descanso entre os esplendores da luz perpétua. Descanse em paz. Amém!” O Santuário Frei Galvão, em Guaratinguetá, também homenageou o frade que servia ali: “Nosso Santuário de Frei Galvão sentirá muito a sua falta, destacando a
FALECIMENTO
sua presença incansável no atendimento das confissões durante a semana. Um frade sereno, acolhedor e misericordioso que certamente deixou sua marca no início da história franciscana nesse Santuário. Nossa gratidão e nossas preces pelo seu descanso eterno. Confiamos ao Bom Pastor, este filho de Francisco de Assis. Dai-lhe Senhor, o descanso eterno, e brilhe para ele vossa Luz!” Frei Pedro Pinheiro foi colega de turma e deu o seguimento depoimento: “Frei João foi um indivíduo inspirado pelo chamado à Vocação Franciscana em 1975, que com alguns outros assim como eu, também ingressou no SEVOA, em Guaratinguetá. Em 1976 fizemos noviciado juntos em Rodeio e em Petrópolis iniciamos os estudos de Filosofia e Teologia… Neste tempo, ele decidiu por outras escolhas para subsequentemente retornar e recomeçar o trajeto que houvera iniciado…! Para mim será sempre um exemplo de despojamento e seriedade na busca de valores ideais, da inspiração religiosa franciscana.
A Custódia Franciscana das Sete Alegrias, no MT-MS, onde foi Frei João Maria trabalhou como missionário, fez a seguinte homenagem:
Querido amigo, Frei João Maria, que você possa experimentar a harmonia no Amor de Deus, nesta sua merecida conquista da comunhão dos Santos! Que a intensa luz de sua simplicidade possa servir também como sinal de inspiração para os nossos
novos confrades que hão de vir depois de nós! Deus o acolha em seu Reino de Misericórdia e de Amor!” R.I.P Da Secretaria Provincial
A voz que ouvi de Deus um dia, Sempre persiste a me sonar na estrada, A me acender o amor e alegria, Seguir Jesus, feliz, pela jornada... Vocação é chamado do Senhor, Pra se doar, no Reino, a Deus e ao irmão, Vocação mais linda é viver o amor, Fazer da vida uma feliz canção. Quando o Senhor nos chama, dá também A graça e a força para vencer; Medo não tem lugar; sim, paz e bem. Por isso, eu sou feliz em dar meu sim, Ao meu chamado, pra servir ao Reino, Fazer feliz a meus irmãos e a mim. Frei Walter Hugo de Almeida
JULHO | 2021 | COMUNICAÇÕES | 441
ARTIGO
“Não se compra a Verdade” Com este título, Frei Aldo Colombo – gaúcho, escritor e frade capuchinho – descreve e comenta o seguinte fato: Cosroes, Imperador da Pérsia (531-579 aC), após recuperar-se de uma doença, quis iniciar um governo mais voltado para o povo. Reunindo seus ministros, disse-lhes: digam-me, com franqueza, o que o povo e vocês pensam de mim? Um após outro elogiou o monarca e cada um recebeu uma pedra preciosa. Um deles, chamado Elaim, disse: “Prefiro calar porque a verdade não se compra”. Cosroes concordou, mas insistiu que expressasse sua opinião. Então, falou: “Sua majestade tem qualidades e defeitos como cada um de nós. Seus defeitos, porém, pesam mais que os nossos porque causam sofrimento a todo o povo. Penso que vossa majestade gasta muito com festas, palácios e guerras – tudo com o suor do povo”. No dia seguinte, convocou, novamente, o Conselho e nomeou Elaim como Primeiro Ministro. Magoados com a indicação, um dos conselheiros sugeriu que se enforcasse o comerciante que vendeu os diamantes, “pois as joias eram falsas. Eu sei, respondeu o monarca; são tão falsas quanto vossas opiniões”. Se este fato é verídico ou não – não importa. Importa, relê-lo para hoje. Frei Aldo fez oportunos aportes sobre a política e a Igreja, sugerindo que “governantes e Padres, de maneira disfarçada, circulassem no meio do povo e escutassem o que dizem os fiéis quando não estão presentes. Existe uma grande distância entre o bajulador e o amigo. Este aponta os defeitos da pessoa na sua presença e fala bem dela à distância. Já o bajulador faz o inverso, na esperança de receber favores”. Assim como Frei Aldo trouxe referências para o hoje, pode-se, também, relacioná-lo com algumas passagens bíblicas. Sabe-se que os 12 filhos de Jacó (e outros povos) migraram para o
Egito por causa da fome (Gn 41,54-57) e lá permaneceram 430 anos (Ex 12,40). José, um dos filhos de Jacó, já estava no Egito, vendido como escravo (Gn 37,23-28) e, por desvendar o sonho do Faraó sobre as 7 vacas gordas e 7 magras, foi constituído Primeiro Ministro (Gn 41,1-57). Fez uma administração centralizadora onde tudo convergia para o Faraó. Primeiramente, comprava-se o pão com dinheiro; quando este acabou, José pediu o gado; acabado este, pediu as terras; quando estas eram todas do Faraó, deu-lhes sementes para as cultivarem, mas a quinta parte seria do Faraó (Gn 47,13-26). À exemplo de Cosroes, Jesus, também, “fez como que um ibope”, perguntando aos discípulos “quem dizem o povo quem sou?! Quem sou Eu para vocês?!” Para o povo, é um grande profeta e, para os apóstolos, o Messias/Rei. Seu
Reino, porém, é pautado pelo bem-estar do povo, como sugeriu Elaim a Cosroes. Na parábola do proprietário que, para estocar as crescentes colheitas, substituiu os celeiros por outros maiores e dizia “minha alma! Descanse, coma, beba, divirta-se”. Jesus o chama de ‘insensato’ porque só pensou em si (Lc 12,1421). Igualmente, chama de ‘servo preguiçoso e mau’ aquele administrador que foi demitido por causa de sua má gerência dos bens. Para continuar com o mesmo status de vida, sem precisar trabalhar, dirigiu-se aos devedores do patrão, diminui-lhes as dívidas, para que estes o ‘recebessem em suas casas’ quando fosse demitido. É um empregado esperto, preguiçoso e egoísta (Lc 16,1-8). Para estes e casos similares, não há
lugar no Reino do Messias. Por fim, um questionamento: diz Jesus “Conhecereis a Verdade e Verdade vos libertará” (Jo 8,32). Diante de Pilatos, afirma, com convicção, que seu Reino é o da Verdade, mas não a definiu quando perguntado “o que é a Verdade”! Ao contrário, ficou em silêncio. Por quê? Poderemos supor várias alternativas. Uma delas é aquela Ele mesmo diz: “pelos frutos, os conhecereis” (Mt 7,16). No ‘curriculum vitae’ de Pilatos, sabe-se que foi nomeado, pelo Imperador, “prefeito da Província da Judeia” que, por sua vez, estava subordinado ao governador da Síria (cf. recenseamento de Quirino, Lc 2,1-2). Governou por dez anos (26 a 36) e sua gestão foi desastrosa para alguns e boa para outros. As Igrejas da Etiópia e Kopta, por exemplo, o consideram ‘santo porque foi relutante em condenar Jesus’. Se O soltasse no lugar de Barrabás, seria denunciado junto ao Imperador (Jo 19,12). Porém, os historiadores Flávio Josefo e Fílon de Alexandria relatam que houve conflitos cruentos com os judeus, constrangendo-os em sua sensibilidade religiosa. Para ter a simpatia do Imperador, promoveu o ‘culto imperial’, pregando nos muros de Jerusalém e na fachada do Templo, a imagem da Águia, símbolo do poder romano. Ao construir um aqueduto, utilizou-se do dinheiro do Templo, ocasionando mortes e revoltas. Reprimiu, com violência os samaritanos no Monte Garizin e seu Templo e, no de Jerusalém, mandou matar galileus quando estes ofereciam holocaustos, misturando “sangue humano com o das vítimas” (Lc 13,1). Diante de tudo isso, o governador da Síria, Lúcio Vitéliio, exonerou-o do cargo e o enviou a Roma para ser julgado. Sendo assim, Jesus, que conhece os corações (Lc 16,15) e lê os pensamentos (Mt 12,25), fez do seu silêncio um eloquente questionamento às posturas governamentais de Pilatos. Precavemo-nos para que nossa vida pessoal não seja atraída ao ‘modus operandi’ de certas lideranças religiosas e políticas. Frei Luiz Iakovacz
Agenda 2021
Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil
AS ALTERAÇÕES E ACRÉSCIMOS ESTÃO DESTACADOS EM AZUL.
AGOSTO
05 e 06
Reunião da Comissão Preparatória do Capítulo
13 e 14
Encontro Vocacional (p/vocacionados SP, RJ e ES)
16
27 a 29
23
OUTUBRO
Celebração do Centenário de Frei Cássio Vieira de Lima Encontro Regional de SP e Curitiba.
24
Encontro Regional do Leste Catarinense
Encontro Regional do ES (presencial)
18
Encontro Regional Frei Bruno (on-line)
19
Encontro Regional do Rio de Janeiro (on-line)
20 a 22
Encontro Vocacional (p/vocacionados PR e SC)
21
22
Live Vocacional - Petrópolis (RJ) - Tempo da Teologia
SETEMBRO
01
Encontro on-line da Frente da Comunicação
01
Encontro Ampliado on-line de Leigos e Frades da Frente da Educação.
15
Reunião do Conselho de Formação e Estudos
Reunião do Definitório Provincial
07 a 10
Congresso de Evangelização da CMPByCS (Conferência dos Ministros Provinciais do Brasil e do Cone Sul) - (Casa Sagrada Família – São Paulo)
23
Live Vocacional – Ituporanga (SC) e Rodeio (SC) – Ensino Médio / Aspirantado e Noviciado
NOVEMBRO
03 a 11
Capítulo Provincial em Agudos
A Folhinha dos lares brasileiros Os produtos sazonais da Editora Vozes, liderados pela tradicional Folhinha do Sagrado Coração de Jesus de 2022 e que têm como editor Frei Edrian Josué Pasini, já estão disponíveis para chegarem aos lares brasileiros, como acontece desde a primeira edição em 1940 (e que começou a ser impressa em 1939). Mais do que um simples calendário, a Folhinha tem um sentido devocional dentro do lar. Daí a frase ‘Coração de Jesus, abençoai este lar’. Cada pessoa, ao destacar diariamente a página da Folhinha, além de ler seu conteúdo, experimenta a graça de contemplar e permitir ser contemplada pelo Coração amoroso e misericordioso de Jesus. Uma das primeiras propagandas da Folhinha saiu no periódico publicado pela própria editora, “A Voz de Santo Antônio”, de abril de 1939. Num dos trechos dizia-se que se “tomou por programa de atuação a difusão do culto do Sagrado Coração de Jesus tão tradicional no Brasil católico desde os tempos do Pe. José de Anchieta”. Provavelmente, o nome da Folhinha teve origem nessa devoção. Frei Edrian também é o responsável pela edição do Almanaque Santo Antônio, Agendinha, Diário, Meditações para o dia a dia, Encontro diário com Deus, Guia Litúrgico, calendários de Planejamento.
PRODUTOS SAZONAIS Folhinha do Sagrado Coração de Jesus 2022 ................................ R$ 15,30 Folhinha do Sagrado de Mesa 2022 ............................................... R$ 50,00 Almanaque Santo Antônio 2022 .....................................................R$ 18,00 Meditações para o dia a dia 2022 ..................................................R$ 29,80 Encontro Diário com Deus 2022 .....................................................R$ 12,00 Guia Litúrgico 2022 – Ano C ............................................................R$ 1,50 Diário Vozes/Luxo 2022 ..................................................................R$ 50,00 Agendinha Vozes 2022 ....................................................................R$ 19,00 Todos esses produtos podem ser adquiridos pelos sites www.livrariavozes.com.br ou site: http://vozes.com.br E-mail: contato@vozes.com.br - Tel. 11 3101 8451