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Especial
Locação de equipamentos de movimentação Locadores e usuários esperam crescimento em 2009 Veja na tabela quais são e o que oferecem as principais empresas deste mercado Comércio exterior: país ainda sofre gargalos na infraestrutura e processos
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SUMÁRIO
MERCADO
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As novidades do mercado brasileiro de logística estão nesta seção
COMÉRCIO EXTERIOR
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Acompanhe o vai-e-vem do agitado mercado de executivos de logística do país
Primeira parte da reportagem que trata das dificuldades das empresas brasileiras para importar e exportar seus produtos, entre elas os gargalos logísticos. A próxima edição trará as dificuldades do agronegócio
TECNOLOGIA
CROSS-DOCKING
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Rede de supermercados Prezunic adota tecnologia de radiofrequência da Seal/Motorola para automatizar o inventário em suas lojas e já encontra várias aplicações para a solução
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Divulgação
ESPECIAL Na contramão da crise, locadores de equipamentos de movimentação e seus clientes veem ótimas oportunidades para a locação em 2009
PANORAMA
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Veja a tabela com as principais empresas locadoras e terceirizadoras de equipamentos de movimentação atuantes do país
ILOS Segunda parte do artigo de Marcos Benzecry e Paulo Nazário sobre as oportunidades e desafios para o supply chain management na crise dá enfoque à gestão de estoques e ao gerenciamento de compras e suprimentos
EVENTO
PRODUTOS
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Conheça os lançamentos e os principais produtos, equipamentos e sistemas voltados à logística
AGENDA
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Esta edição destaca o III Encontro de Logística Reversa, uma prévia do I Fórum Internacional de Logística Reversa, que acontecerá em maio; e o I Fórum Internacional de Suprimentos, que o instituto ILOS realiza no mesmo mês, em São Paulo
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Os principais cursos, seminários, feiras e demais eventos do setor de logística estão em nossa agenda
Capa e ilustração: Carol Ermel e Anderson Goes
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EDITORIAL Publicare Editora Ltda. www.publicare.com.br
Diretores Shirley Simão shirley@publicare.com.br
Jorge Roberto Simão
Crise e oportunidade
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omo dissemos em nosso editorial de janeiro, a crise econômica mundial que atravessamos traz muitos desafios, mas também muitas oportunidades para quem souber enxergá-las e aproveitá-las. E é justamente o que está ocorrendo no setor de locação de equipamentos de movimentação. Com a pouca disposição do mercado de investir em ativos nestes tempos de dinheiro curto e crédito escasso, estas empresas estão ganhando clientes que antes não pensavam em terceirizar ou locar seu parque de empilhadeiras e demais equipamentos. Além de ganhar mercado num segmento que já vinha numa espiral crescente, os locadores estão tendo a sensibilidade de entender os problemas de seus usuários, reajustando contratos para adequar a disponibilidade de máquinas à nova realidade dos clientes, muitos dos quais pertencentes a setores fortemente atingidos pela crise. Ponto para a locação, que entre as principais vantagens oferece justamente a flexibilidade, importante tanto em tempos de crise como de crescimento acelerado. Este levantamento, publicado anualmente pela Tecnologística, acompanha o Panorama “Locadores e Terceirizadores de Equipamentos de Movimentação”, que traz as principais empresas atuantes no segmento e já referência para quem busca este serviço, sendo já replicado pela concorrência. E, com ou sem crise, o país continua a não solucionar os graves entraves ao seu comércio exterior. Mesmo ganhando cada vez mais destaque no cenário internacional, sua infraestrutura logística e processos fiscais e aduaneiros não acompanharam esse ritmo, atrapalhando as empresas na sua busca pelo mercado externo. O problema ganha contornos ainda mais graves se considerarmos que, com a crise, a guerra de preços fica ainda mais forte, e os produtos têm que chegar a seu destino pelo menor custo possível. Nesta edição, a reportagem mostra os problemas das indústrias para importar e exportar; em abril, traremos as dificuldades do agronegócio, segmento vital para a nossa economia. Com ou sem crise, a Tecnologística estará sempre trazendo os temas mais atuais relacionados à logística e ao supply chain no Brasil. Aproveite a edição, que em abril tem mais. Shirley Simão
jorge@publicare.com.br
Ano XIV - N.º 160 - Março/2009 www.tecnologistica.com.br Redação, Administração e Publicidade Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar CEP: 04571-010 - São Paulo - SP
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Reportagem Fábio Penteado Joana Santana
Revisão Mirtis de Aguiar Vallim
Arte Ana Carolina Ermel de Araujo Anderson Goes Maciel
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Periodicidade Mensal Circulação Nacional Conselho Editorial Antonio Bolzani; Antônio Galvão Novaes; Arthur A. Hill; César Lavalle; Hugo Yoshizaki; Marcos Isaac; Paulo Fleury; Pedro F. Moreira; Rodrigo Vilaça; Ruy Piazza Filho; Walter Zinn. A Revista Tecnologística não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados, bem como pelas opiniões emitidas pelos entrevistados. Reprodução total ou parcial permitida, desde que citada a fonte. Registrada no 1.º Cartório de Reg. de Tit. e Doc. sob n.º 219.179, nos termos da Lei n.º 5.250/67 (Lei de Imprensa). Marca Registrada INPI n.º 818.454.067. Tiragem auditada pelo Associada à
ISSN 1678-8532
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MERCADO
Codesp abre concorrência pública Gestora portuária vai escolher empresas para as reformas em Santos e se prepara para construção de terminal no Guarujá
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que detalha as condições da concorrência, está disponível para consulta e aquisição no escritório da gerência de Unidade de Administração de Materiais e Serviços da Codesp. Algumas das exigências feitas integram capital social mínimo de R$ 251 mil, incluindo a possibilidade de empresas participarem em consórcio, e prazo final de entrega da obra em dezembro de 2010. A gestora portuária pretende, também, iniciar o georreferenciamento das áreas a serem desapropriadas na rua Idalino Piñes, conhecida como Rua do Adubo, além das avaliações de custos de cada um dos bens, com recursos fornecidos pelo Governo Federal. Com a definição dos novos limites para o porto, a Rua do Adubo passa a fazer parte da área portuária na margem esquerda. O termo de referência está em fase de conclusão e será encaminhado para deliberação da Diretoria Executiva, juntamente com os programas ambientais e de prospecção arqueológica que nortearão as obras. Além disso, a Codesp está fazendo levantamento do trecho da avenida Santos Dumont localizado entre a avenida Vicente de Carvalho e a ponte sobre o rio Santo Amaro, para viabilizar sua transferência para a União através de um decreto de utilidade pública federal. Fabrício Souza _ Codesp
companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) reuniu, no final de janeiro, o Comitê de Infra-Estrutura e Logística do Porto de Santos e os prefeitos de Santos, Guarujá, Cubatão, São Vicente e Praia Grande – todos municípios da região – para discutir as diretrizes de 2009. Alguns dos assuntos da pauta de discussões foram a melhoria dos acessos aos terminais, a dragagem de aprofundamento do canal, a ampliação do transporte ferroviário, a fiscalização das operações portuárias e a potencial utilização da bacia hidrográfica do entorno do complexo portuário, além de outras ações visando a geração de empregos e uma maior participação da movimentação de cargas no cenário brasileiro. A abertura de licitação para as obras de melhoria no sistema viário da margem esquerda do Porto de Santos, conhecida como Avenida Perimetral, é uma das primeiras ações concretas resultantes da reunião. Em um primeiro momento será escolhido o projeto executivo da reforma, e só então definidas as obras propriamente ditas. O edital,
Obras visam aumentar a participação dos terminais no cenário de movimentação de cargas
Guarujá Na mesma semana, teve início a audiência para tratar da licitação do novo terminal para granel sólido de origem vegetal do Guarujá, ocasião em que ocorreram apresentação, esclarecimentos e questio-
namentos sobre a concorrência. A área em questão abrange um terminal de 39,6 mil m2, que até então estava arrendado à Cargill, além de pouco mais de sete mil m2 de adjacências. As obras envolvem um píer de atracação de 170 m de extensão, acesso rodoferroviário, bens e instalações do terminal existente – um dos principais do Porto de Santos na movimentação de granéis de origem vegetal. A audiência apresentou o modelo proposto para arrendamento a partir de estudos de viabilidade técnica, econômica e financeira, as condições comerciais e o formato adotado pela Codesp para a licitação. Também foram definidas as descrições das instalações – através de quadros, fotos e layout da área –, além de critérios de julgamento, valores e condições de pagamento, prazos de carência e outros itens que devem constar do projeto básico para implantação do novo terminal. Essas são apenas as primeiras ações a tomarem corpo este ano, dentre as muitas definidas em dezembro de 2008, quando a Codesp estabeleceu a estratégia para 2009. Como parte da adoção de postura agressiva visando ampliar sua participação no cenário brasileiro de movimentação de cargas, a gestora portuária prepara outras novidades, como a concorrência para as obras de dragagem de aprofundamento do canal de navegação. A licitação teve início no fim de janeiro, com o recebimento das propostas das empresas interessadas, e até o fechamento desta edição ainda não havia sido divulgada a vencedora. Espera-se que as melhorias sejam iniciadas em maio próximo e estejam concluídas até no máximo em maio de 2010, quando a profundidade deverá totalizar 15 m. Codesp: (13) 3202-6565
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LLX Minas-Rio obtém financiamento para Porto do Açu Verba de R$ 1,3 bilhão será aplicada em obras de infraestrutura do porto
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LLX Minas-Rio Logística Comercial Exportadora, subsidiária da LLX Logística, obteve, em janeiro último, o montante de R$ 1,3 bilhão para financiar projetos de infraestrutura no Super Porto do Açu (RJ), por onde pretende escoar o minério de ferro proveniente das minas da Anglo American – empresa que atua na área de mineração e recursos naturais –, em Minas Gerais. O valor corresponde a 73% do total que será utilizado pela empresa nas obras. Os 27% restantes serão provenientes de recursos próprios. Pelo contrato, a companhia tem 12 meses para
amortizar a dívida e uma carência de dois anos e meio. O financiamento foi baseado na modalidade project finance, sendo 50% do total do crédito cedido
pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o restante pelo banco Itaú-Unibanco. Segundo informações da LLX, a verba será destinada à construção de quatro berços, uma ponte de atracação com três quilômetros de extensão, sendo 500 metros em terra e 2,5 quilômetros mar adentro, e dois pátios de estocagem com capacidade para um milhão de toneladas de minério de ferro cada. A meta é iniciar a operação no local ao final de 2011. LLX Logística: (21) 2509-5399
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MERCADO
Rodolatina mantém confiança na especialização Operadora não se abala com a crise e aposta na gestão de processos e na continuidade dos investimentos
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redução expressiva nas nossas estimativas, pois o setor vinha crescendo entre 20% e 25% ao mês no ano passado e agora não ultrapassa os 5%”, pondera Agostinho Zibetti, diretor-geral e sócio-fundador da operadora. No momento, o comando da empresa está realizando estudos para definir o percentual de crescimento para 2009, mas os planos estão mantidos. “Essa siEmpresa investe na renovação contínua da frota tuação não vai pernquanto algumas empresas do durar; o mercado vai reagir. Não será segmento de logística e transpor- a mesma euforia do ano passado, mas tes veem na diversificação a me- há muitos projetos em andamento no lhor solução para driblar os impactos país”, pondera. Um exemplo foi a reda atual crise, outras acreditam que a novação da parceria com a Camargo especialização também é uma boa op- Corrêa, noticiada em novembro do ção. Essa é a posição da Rodolatina, ano passado (http://www.tecnologistica. operadora logística especializada no com.br/site/5%2C1%2C16%2C23457. transporte de granéis sólidos e insumos asp), para o período de 2008 a 2013. para a construção civil. “Neste ano, vamos manter nossa esDepois de um ano com desem- tratégia de reforçar a estrutura, investir penho excepcional, que consolidou em controles de custos, em formação um incremento de 93% na receita em e capacitação profissional”, afirma o 2008, a Rodolatina continua confian- empresário. O transporte de cimento te nos negócios, apesar do forte abalo a granel corresponde hoje a 98% do sofrido pela construção civil no último trabalho da Rodolatina, ficando o restrimestre do ano passado. Essa certeza tante com siderúrgicos, calcários e quívem dos contratos firmados nos dois micos – a maioria insumos utilizados últimos anos com importantes players na composição de produtos destinados do setor e da crença de que o PAC con- à construção civil. Atualmente, metatinuará favorecendo as obras públicas de das operações de sua carteira é ine privadas. “É obvio que haverá uma house, sendo a maioria em indústrias de
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cimento e fibrocimento (composição de fibras de amianto e cimento), construtoras e empresas de concretagem.
Estrutura Outra decisão da Rodolatina para este ano diz respeito ao aumento da estrutura da empresa, que terá mais quatro filiais, totalizando 14 unidades. “Já atuamos em 14 estados e nossa intenção é ampliar a cobertura no país, favorecendo a operação de nossos clientes”, comenta Zibetti, preferindo não antecipar os prováveis locais das novas unidades, devido à atual fase de definição. “Um dos pilares de sustentação de nosso planejamento de 2009 é otimizar a gestão dos processos e a operação, o que implica não só em fazer um upgrade nos nossos sistemas, como em investir em capacitação do nosso pessoal e na contratação de profissionais operacionais e administrativos”, diz Zibetti. Com o aprimoramento dos controles, o objetivo é tornar os custos da empresa mais enxutos. Um exemplo foi a adoção do sistema automático de abastecimento de veículos nas unidades. “Automatizamos nossas bombas e obtivemos uma redução de custos de combustível entre 12% e 14%”, comenta. Hoje a frota da Rodolatina conta com 425 veículos, dos quais 75% são próprios, modelos extrapesados, 80% deles com carretas do tipo bitrem. “Vamos manter, também, nosso planejamento de renovação contínua da frota. As conversas com as montadoras estão em curso, mas os volumes ainda não estão fechados, porque estamos em plena negociação”, comenta. Rodolatina: (41) 3888-0707
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OBS Brasil inaugura unidades de negócios Companhia investirá R$ 4,7 milhões na abertura de cinco filiais até o mês de novembro
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OBS Brasil Transportadora projeta investir, até o final do ano, R$ 4,7 milhões – provenientes de linhas de financiamentos – para a abertura de cinco unidades de negócios pelo Brasil. Contagem (MG), Salvador, Blumenau (SC), Curitiba e Porto Alegre são as cidades escolhidas. Em Minas Gerais, a expectativa é de que a filial já esteja operando até o final do mês de março. Na capital baiana, a tendência é iniciar os trabalhos em maio, enquanto o mês de agosto foi reservado para a filial de Blumenau, setembro para Curitiba e novembro marcará o começo das ações em Porto Alegre. Segundo a diretora executiva da OBS, Alessandra Fonseca, a companhia adotou estruturas-padrão para as novas unidades. Ao todo, cada filial ocupará cinco mil m 2, sendo 1.240 m2 destinados à área de armazenagem, com capacidade para três mil posições-palete. Os depósitos serão dotados de dez docas e movimentarão produtos dos segmentos eletroeletrônico, cosmético, autopeças e editorial. Alessandra também divulga que a companhia investirá R$ 1 milhão na frota a fim de reforçar as novas operações. “Compraremos quatro veículos para movimentação urbana e cinco conjuntos – carreta e cavalo – por unidade”, afirma. O quadro de funcionários já está estipulado. Cerca de 80 pessoas, 16 em cada localidade, serão agregadas ao quadro. A expectativa ao final de todas as inaugurações é otimista. A diretora calcula que ao final das ações a empresa passe das seis mil toneladas de cargas fracionadas manipuladas por mês para dez mil toneladas. Quanto ao faturamento, a meta é crescer 35% sobre os R$ 4,2 milhões obtidos no ano passado. Hoje, a empresa conta com unidades nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Espírito Santo. A frota atual é composta por 40 veículos pequenos para distribuição local e quatro conjuntos para transferências. OBS Brasil Transportadora: (21) 3105-2181
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MERCADO
DHL Global opera projeto da Petrobras Empresa fechou contrato de importação de máquinas de construção civil para atuar no Gasduc III
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importação de máquinas de construção civil pela DHL Global Forwarding, para atuar nas obras do Gasduc III da Petrobras, está a todo vapor. O projeto visa a expansão da malha de gasodutos que cobre a região Sudeste e, neste caso específico, se estenderá pelo estado do Rio de Janeiro, atravessando oito municípios. “A DHL foi contratada por construtoras licitadas pela estatal para trazer, de diversos países no mundo, máquinas para trabalhar nessas obras”, explica Thiago Aracema, diretor de Projetos Industriais da operadora, sem revelar os nomes das construtoras envolvidas. A participação da DHL teve início em setembro de 2008 e está programada para ser finalizada neste mês de março. As cargas são compostas de máquinas de construção civil, como geradores, compressores, guindastes e escavadeiras, e chegam pelo Porto de Santos (SP) ou do Rio de Janeiro. “Do porto paulista até o Rio de Janeiro, onde estão os canteiros de obras, a carga segue por rodovia, em grandes carretas”, esclarece Aracema. “Temos navios vindo dos Emirados Árabes, da Bélgica, da Argentina e de Trinidad e Tobago, ou seja, de continentes diferentes, e tudo simultaneamente”, contabiliza o executivo, que completa: “Essas operações mobilizam cerca de 60 funcionários no mundo todo, além de outros doze só no Brasil.” Embora não possa precisar valores, o diretor comemora o contrato como sendo um dos mais importantes da operadora, estrategicamente falando. “Acredito que, ao fim do processo, teremos movimentado um
Gasoduto terá cerca de 180 km de extensão
volume equivalente a cinco mil m3 e 2.500 toneladas de equipamentos”, calcula o executivo.
Gasoduto O Gasduc III vai interligar a estação do Terminal de Cabiúnas, localizada em Macaé, com a estação de Compressão, situada em Duque de Caxias, ambos municípios do estado do Rio de Janeiro. A malha atravessará ainda as cidades fluminenses de Rio das Ostras, Casimiro de Abreu, Silva Jardim, Cachoeiras de Macau, Guapimirim e Magé, totalizando cerca de 180 quilômetros de extensão. Os dutos desenhados pela Petrobras para fazer essa movimen-
tação têm cerca de 38 polegadas de diâmetro, o que equivale a cerca de 93 centímetros. O objetivo é transportar até a refinaria o gás natural proveniente dos campos marítimos de produção das bacias de Campos e do Espírito Santo. O empreendimento faz parte do plano de expansão da rede de gasodutos para acelerar a produção e a oferta de gás natural em âmbito nacional, procurando amenizar a dependência brasileira da Bolívia, sem deixar de atender à crescente demanda para uso industrial, comercial, residencial e veicular.
DHL Global Forwarding: (11) 5042-5500
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MERCADO
Santos Brasil eleva produtividade operacional em 2008 A capacidade de movimentação por navio cresceu em razão de investimentos em tecnologia e adoção de máquinas maiores
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çam nosso compromisso em oferecer uma operação rápida e segura aos nossos clientes por meio de investimentos constantes em tecnologia, atualização de equipamentos e, principalmente, em permanente qualificação da nossa equipe”, comenta. A Santos Brasil é uma holding que, além do Convicon e do Tecon Santos, opera ainda o Tecon Imbituba (SC) e a Mesquita, empresa de logística portuária e integrada. O Convicon começou a ser operado pela Santos Brasil em fevereiro do ano passado e é o único terminal de contêineres da região Norte a utilizar guindastes sobre rodas tipo MHC (sigla em inglês para Mobile Harbour Crane). Para este terminal, a empresa assinou recentemente um contrato com a fabricante alemã de equipamentos de movimentação de grande porte Gottwald Port Technology para a compra de mais um transtêiner MHC, pelo valor de oito milhões de reais. O guindaste, com capacidade para movimentar até cem toneladas, tem chegada prevista para este mês de março e favorecerá a operação com os navios do porte do Post-Panamax. Até 2012,
Tecon Santos bateu recorde de produtividade em fevereiro
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esde o final do ano passado, a Santos Brasil vem realizando uma série de ações e otimizando seus resultados. Entre as iniciativas estão as aquisições de equipamentos de grande porte para alavancar a produtividade e atingir níveis de desempenho cada vez melhores. Prova disso são os sucessivos recordes na movimentação dos seus terminais em 2008. No Convicon, em Vila do Conde (PA), por exemplo, no final de dezembro a empresa atingiu a marca histórica de 41 contêineres
movimentados por hora (mph). No início de fevereiro, o Tecon Santos atingiu a marca de 100,5 mph. O novo índice histórico foi alcançado pouco mais de um mês depois de o terminal ter registrado 91,43 mph, em dezembro de 2008, ano em que manipulou um total de mais de 1.250.800 TEUs. Segundo Antônio Carlos Sepúlveda, diretor de Operações da Santos Brasil, os recordes estão relacionados com os esforços empreendidos na busca da eficiência contínua. “Esses números refor-
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este terminal receberá aportes de R$ 30 milhões. No Tecon Santos, a empresa adquiriu o direito de exploração na época de sua privatização, em 1997, por um contrato de arrendamento de 25 anos, renováveis por mais 25. Lá, os investimentos foram além dos equipamentos, como explica o diretor do terminal santista, Washington Flores. “Estamos chegando ao final de uma etapa de investimentos que consumiu R$ 200 milhões e vai ampliar nossa área total em 20%”, comenta. O executivo se refere à construção do Tecon IV, um novo berço de atracação com 220 metros e retroárea de 112 mil m 2, com o qual o terminal somará 600 mil m 2 de área. “As obras começaram no final de 2007 e já estão sendo concluídas”, informa Flores. Mas a edificação de outro atracadouro não foi a única aplicação desse aporte. “Em meados de 2008 fechamos a compra de seis portêineres do tipo Super Post Panamax, de última geração, com o dobro da capacidade dos comuns. O Tecon será o primeiro terminal das Américas a operar com esses guindastes, que içam simultaneamente contêineres cheios: dois de 40 pés ou quatro de 20 pés”, comemora o diretor, acrescentando que os equipamentos “serão recebidos em dois lotes de três cada um, o primeiro em maio e o segundo em julho deste ano”. A Santos Brasil comprou, ainda, 12 transtêineres do tipo RTG (sigla em inglês para Rubber Tyres Gantry, ou guindaste sobre pneus), para a movimentação dos contêineres no pátio. A aquisição dessas máquinas, ao custo de US$ 1,5 milhão cada, completa o último ciclo de investimentos. Apesar do aumento de capacidade, Flores é cauteloso com re-
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lação ao horizonte para este ano. “Nosso negócio depende basicamente do comércio exterior e, infelizmente, muitos de nossos clientes foram afetados pela crise econômica atual. Embora não tenhamos sentido muito o impacto nesse primeiro momento, já contabilizamos uma certa retração no total acumulado do ano na atividade do terminal”, afirma. O executivo explica que, devido ao cenário econômico mundial, as metas para 2009 estão mais conservadoras. “O grupo como um todo, contando os três terminais, prevê movimentar 1,2 milhão de TEUs, total inferior àquele alcançado em 2008 pelo Tecon Santos sozinho.”
Parceria Em parceria com a Companhia Docas de Imbituba, a Santos Brasil participou da dragagem emergencial de aprofundamento do Porto de Imbituba, onde mantém um terminal desde março de 2008. O serviço contemplou a retirada de 450 mil m 3 de areia, permitindo atingir uma profundidade superior aos 9,5 metros em cada um dos quatro berços de atracação existentes. O montante de investimento divulgado foi de aproximadamente R$ 4 milhões, oriundo da Taxa Especial de Dragagem do próprio porto. Contudo, o valor foi adiantado pela Santos Brasil para a Companhia Docas de Imbituba para acelerar o procedimento, necessário devido às questões climáticas que provocaram o assoreamento do local. Na estrutura portuária de Imbituba são movimentados granéis sólidos e líquidos, congelados, contêineres e carga geral.
Santos Brasil: (13) 2102-9000
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MERCADO
ALL reforça negócio rodoviário Operadora incrementa volume de transportes de autopeças para o Mercosul
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cliente desembolsava o frete integralmente e isso poderia ser cotizado com outros embarques”, explica. A solução foi contatar outras empresas, como a GM, Renault e Saint-Gobain Sekurit, que se interessaram em participar da iniciativa. O crescimento mais significativo foi possível graças ao início da operação LineHall Salgado: queremos triplicar a operação nos próximos três meses para a GM e a esde que começou a realizar Renault. O volume da montadora ameoperações rodoviárias porta a ricana passou, de 40 carregamentos em porta no transporte de autope- dezembro de 2007, para 300 no mesmo ças para a Scania Argentina, em 1998, mês de 2008. Além disso, somaram-se a ALL Intermodal, braço rodoviário da aos resultados as operações de milk-run e empresa, passou a avaliar a possibili- transferência de peças automotivas que dade de intensificar os carregamentos a ALL faz para a Scania, Renault e Saintnesse trecho e abrir uma nova frente Gobain. Hoje, o incremento do serviço de negócios, para cobrir rotas no Mer- alcançou um volume de 750 carretas emcosul. Com a modernização do servi- barcadas mensalmente. ço, em 2005, essa atividade ganhou Com essa sinergia de empresas, destaque na empresa. a produtividade dos caminhões auSegundo Gabriel de Lima Salgado, mentou, tornando os fretes mais gerente da Unidade Automotiva da compatíveis com a jornada que ALL, inicialmente a operação era ape- cumprem. Hoje, a frota de caminas uma atividade complementar que nhões conta com 200 unidades a operadora realizava para a montado- multimarcas, das quais 50% são ra naquele mercado, totalizando 120 próprias; a outra metade dos cavacarregamentos por mês. Porém, as car- los-mecânicos é reforçada por agreretas sempre retornavam praticamente gados _ todos os implementos são vazias, pois não havia fretes de retorno da operadora. “Optamos por carrepara aumentar a rentabilidade. “Para tas siders rebaixadas, pois 98% de solucionar esse problema e obter resul- nossos carregamentos têm mais votados, foi necessário reunir empresas lume do que peso. Assim, podemos com necessidades afins; afinal, nossa ganhar em capacidade volumétrica
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e otimizar ainda mais o desempenho dos veículos”, explica Salgado. No caso da Scania, a pioneira nesse serviço porta a porta, a movimentação no trecho Argentina-Brasil ainda é maior do que no sentido inverso. “Isso diz respeito aos carregamentos de caixas de câmbio da fábrica de San Miguel de Tucumán, na Argentina. No caso da GM e Renault, os maiores transportes saem daqui para a Argentina”, comenta Salgado. Já a Saint-Gobain supre a indústria automotiva com vidros do Brasil para o país vizinho. A possibilidade de expandir esse negócio está nos planos da ALL. “Com a nova estratégia, foi possível segmentar a estrutura e atingir um nível de serviço que permite buscar novos negócios. Hoje estamos posicionados como um dos principais players do setor e pretendemos triplicar a operação nos próximos três anos, não somente focados em cargas no setor automotivo e sim em todos os setores do Mercosul. Temos espaço para crescer e uma base sólida para investimentos que nos permite continuar crescendo mesmo ao meio a toda crise”, afirma o executivo. Além disso, o mercado ficou com um vão neste segmento de transporte de autopeças para o Mercosul devido à saída da Ryder, que fazia 2.500 carregamentos por mês, atendendo a empresas como Iveco, Fiat, Toyota e Ford. “Nossa estratégia é crescer em 500 carregamentos em apenas três meses, suprindo as necessidades de outras montadoras”, planeja Salgado. Hoje a atividade rodoviária representa 10% do negócio e, em 2009, a operadora prevê que esse número sofrerá um incremento de 15%. ALL: 0800 7012255
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GKO firma estratégia para 2009 Na esteira dos bons resultados obtidos no ano passado, empresa estabelece suas metas de crescimento
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o bojo das conquistas alcançadas em 2008, ano em que seu faturamento atingiu 35% de crescimento, a GKO Informática estabeleceu suas metas para 2009. “Vamos trabalhar principalmente em duas frentes: na ampliação das funcionalidades do nosso principal produto, o GKO Frete, e ao mesmo tempo investir na contratação de novos consultores para aumentar ainda mais a carteira de clientes, sobretudo na recém-inaugurada filial de Porto Alegre (RS)”, detalha Ricardo Gorodovits, diretor Comercial da provedora de soluções tecnológicas. Segundo o executivo, essa estratégia de crescimento se apoia na experiência obtida em 2008, quando a empresa ampliou em 15% sua carteira e alcançou a liderança do setor de sistemas de gestão de fretes para embarcadores primários, ou seja, empresas que contratam os serviços de uma transportadora. “Ao longo do ano passado, conquistamos clientes amplamente reconhecidos no mercado, como a operadora de TV por satélite Sky, as distribuidoras de autopeças Sama e DPK, a rede de varejo Wal-Mart e a fabricante de utensílios de aço Mundial, além de outros grandes e importantes clientes”, exemplifica Gorodovits. Quanto ao GKO Frete, software responsável pela integração das áreas fiscal, contábil e financeira envolvidas no transporte, o foco da empresa não é apenas aumentar as funcionalidades da ferramenta, mas torná-las disponíveis na internet e menos dependentes da instalação de um programa em um computador. “Nossos desenvolvedores estão trabalhando nisso desde 2008 e a expectativa é de que, até o final de 2009, já estejamos oferecendo nossos serviços em ambiente 100% online, mas
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evidentemente levando em conta a segurança das informações”, prevê o executivo, acrescentando que “alguns dos recursos já podem ser utilizados dessa forma, como a solicitação de um frete, por exemplo”.
Novidade A GKO está desenvolvendo um novo produto na área de logística reversa, voltado para o consumidor final, que vai facilitar a vida de quem costuma fazer compras pela internet. “Trata-se de um serviço para viabilizar a troca de uma mercadoria que, na chegada, apresente alguma avaria ou mau funcionamento. Nós faremos a ponte para que o consumidor possa negociar diretamente com o fabricante o local mais próximo ou mais conveniente para efetuar a troca, sem ter de passar pela empresa que efetivamente vendeu o produto”, explica o executivo. Gorodovits informa que a negociação está sendo feita cliente a cliente, mas que o serviço estará disponível em maio próximo. Para sustentar o índice de aumento no faturamento previsto para 2009, de 15%, a empresa criou mecanismos para absorver, em seu data center, a operação de frete das empresas que preferirem terceirizar a infraestrutura. “Essa é uma tendência que começamos a identificar ainda no ano passado e apostamos que vá se intensificar em 2009, devido à crise. O atendimento presencial dos consultores aos clientes permite a maximização do uso do GKO Frete. Assim a empresa pode investir de forma mais diluída, impedindo que a dificuldade de crédito leve à paralisação dos negócios”, garante o executivo. GKO Informática: (11) 3086-0213
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Columbia amplia CD de Cajamar
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te da verba para a aquisição de equipamentos de movimentação, armazenagem e tecnologia da informação. O valor destinado para as compras e os tipos de equipamentos, além do número de funcionários que trabalharão no local, não foram especificados. A expectativa do executivo com relação à nova unidade é otimista. De acordo com números divulgados por ele, em 2008 o CD de Cajamar expediu mais de 15 milhões de unidades e a meta, até o final deste ano, já com as operações do novo armazém consolidadas, é ampliar a movimentação em 18%. Concluída a ampliação, o CD de Cajamar contará com cerca de 40 Divulgação
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Grupo Columbia investiu R$ 1 milhão – valor obtido por meio de financiamento – na ampliação de seu Centro de Distribuição na cidade de Cajamar (SP), que vem sendo realizada desde o último mês de setembro. A expectativa é de que as obras estejam concluídas neste mês de março. O espaço contará com um novo armazém de cinco mil m2, dez docas e 4.400 posições-paletes. O local será ocupado por empresas fabricantes de brinquedos e papelaria. O CD foi inaugurado em novembro de 2006. O gerente da Divisão Logística da Columbia, Marcelo Brandão, prevê que, já no início das operações, 90% da nova área estejam ocupados. Para suportar a operação, a companhia utilizará par-
mil m2 de área para armazenagem. Saiba mais sobre o centro acessando http://www.tecnologistica.com.br/ site/5,1,16,15205.asp. Columbia: (11) 3305-9999
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Anfir divulga resultados de 2008 e projeta 2009 Empresas do setor produziram mais de 138 mil unidades. Meta para este ano é disponibilizar cerca de cem mil
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Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir) divulgou em fevereiro o desempenho das empresas do setor no ano de 2008. De acordo com o presidente da entidade, Rafael Campos, o ano passado teria sido melhor, não fosse a desaceleração ocorrida no último trimestre. Ao todo, as companhias do segmento fabricaram 138.379 unidades durante 2008, um crescimento de 25,65% comparado a 2007, período em que foram disponibilizados 110.126 equipamentos. Na linha pesada (reboques e semirreboques), foram emplacadas 54.434 unidades, contra 40.239 do ano anterior, acréscimo de 35%. Já na linha leve (carrocerias sobre chassi), foram computados 76.715 implementos, 22% acima das 62.860 unidades de todo o ano de 2007. O mercado interno continua como o grande consumidor. O diretor-executivo da Anfir, Mário Rinaldo, calcula que ficaram no país 131.149 unidades, enquanto os embarques ao exterior alcançaram 7.230 equipamentos, um incremento de 2,45%. Em 2007, as indústrias exportaram 7.057 unidades.
Perspectivas Para o presidente da associação, o cenário para este ano ainda está indefinido, mas a expectativa é de que o setor obtenha números similares aos de 2007. Para ele, caso a previsão se concretize,
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não haverá reflexos negativos às companhias, graças aos bons resultados alcançados nos dois últimos anos. O mês de janeiro, porém, já apresenta queda. Números da entidade dão conta de que no primeiro mês deste ano as vendas caíram 26,7%, em comparação a dezembro de 2008, e 34,58% frente ao mesmo mês do ano anterior. Apesar da previsão conservadora e do primeiro mês em baixa, Campos é otimista. “Acredito numa recuperação no segundo semestre”, afirma. Vale lembrar que, hoje, a produção do setor está 35% abaixo de sua capacidade. Para a retomada, o presidente ressalta que é preciso haver a redução do imposto sobre produtos industrializados (IPI) de 5% para zero, pleiteada pela associação junto ao Governo Federal, e baixar as taxas de juros. Fomentar o crédito na economia é outra medida fundamental para a retomada dos negócios, na opinião do executivo. Mesmo à espera das medidas, Campos informa que as empresas do segmento mantêm o planejamento para 2009. “Os investimentos não foram cancelados, mas serão feitos de forma moderada”, salienta. Os números consolidados não são divulgados, uma vez que a maioria das empresas do setor não os fornece.
Anfir: (11) 2972-5577
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Construção do Tecon SC segue a todo vapor Conclusão da obra está prevista para o final do ano
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niciados em junho de 2006, os trabalhos de edificação do Tecon Santa Catarina seguem a todo vapor. Sob responsabilidade da construtora Andrade Gutierrez, o canteiro de obras reunia, no final de janeiro passado, mais de 500 funcionários. A expectativa, no entanto, é de que esse número aumente gradativamente, atingindo um pico de cerca de 700 colaboradores entre os meses de junho e julho, e depois vá diminuindo até o término da construção, previsto para o fim deste ano. A estreia das operações do novo terminal, que apenas na primeira fase terá capacidade para movimentar mais de 300 mil contêineres por ano, deverá acontecer ainda no primeiro semestre de 2010. “Esta primeira fase compreende o píer de atracação, com 630 m de comprimento, e a primeira ponte de acesso, com 230 m de extensão e retroárea de cerca de 145 mil m2”, detalha Gabriel Ribeiro Vieira, diretor-superintendente do Tecon SC, acrescentando que “os investimentos envolvidos já nesta etapa da construção chegam a R$ 397 milhões”. O executivo explica ainda que o segundo passo seria a edificação de outra ponte de acesso ao píer, com medidas semelhan-
tes à primeira. “O terceiro passo envolve um novo cais interno, com 295 m de comprimento. Estamos estudando se o início imediato das fases 2 e 3, com custo adicional de R$ 70 milhões, é vantajoso neste momento”, esclarece Vieira. Existe ainda a possibilidade de uma quarta etapa no projeto, que se refere à expansão do píer externo em mais 300 metros, mas ainda não há definição de prazos ou valores.
dimento, reformando e pavimentando a rodovia SC-415, que dará acesso ao porto, e implantando uma linha de transmissão elétrica de 138 kW entre os municípios de Garuva e Itapoá, onde fica o terminal”. Ainda segundo Vieira, “ao Governo Federal coube auxiliar na dragagem do canal, que será compartilhado com o porto de São Francisco do Sul”.
Porto Obra e investimentos
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“O Tecon Santa Catarina nasceu da ideia do Conglomerado Battistella de criar um terminal próprio para a exportação de madeira. Nos últimos dez anos, o projeto evoluiu para um terminal de contêineres privativo de uso misto e ganhou a parceria da Hamburg Süd”, conta Vieira. O executivo informa que, dos R$ 397 milhões investidos nesta primeira fase, “parte veio de financiamentos do BID – Banco Interamericano de Desenvolvimento – e de outros bancos internacionais, e parte veio dos acionistas do empreendimento: a Aliança, grupo armador que engloba a Hamburg Süd, e a Portinvest Participações, grupo que reúne a Battistella e o Logística Brasil, um fundo de investimentos gerido pela BRZ Investimentos”. “O comando do terminal, que é uma iniciativa privada e de propriedade de um pool de investidores, será exercido por uma diretoria profissional já contratada – sem representantes das empresas acionistas. Estes se farão presentes através de um conselho de administração”, garante o diretor-superintendente do Tecon. O executivo afirma que “o governo do estado se comprometeu a proporcionar a infraestrutura neApenas na primeira fase, investimentos chegam a cessária à instalação do empreenR$ 397 milhões
O projeto ambiciona ainda ser referência em produtividade e segurança entre os portos brasileiros. “Quando entrar em operação, em 2010, contará com as mais avançadas tecnologias do segmento, como DGPS (Differencial GPS) e RFID (Radio Frequency Identification). A unidade seguirá o padrão ISPS Code de regulamentação internacional de segurança portuária e contará com equipamentos de ponta, dentre os quais quatro guindastes de carga, onze de pátio e mais 26 caminhões para a movimentação de contêineres”, enumera Vieira. “Com 16 metros, o calado natural da região contribui para que o novo terminal seja apropriado para operações de importação e exportação, recebendo grandes navios do exterior para redistribuir a carga por cabotagem para outros portos do Brasil e da América do Sul, especialmente Argentina e Uruguai”, prevê o executivo. A região em que o empreendimento está localizado foi escolhida a dedo. “Santa Catarina é o sexto estado brasileiro em desempenho de exportação e o terminal fica bem próximo da divisa com o Paraná, que também é comercialmente importante. Além disso, naquela mesma área já existe o porto de São Francisco do Sul, o que facilita os negócios”, acredita Vieira. Tecon SC: (47) 3443-8500
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Projeto logístico da Golden Cargo rende economia à Nufarm Operadora e fabricante comemoram resultados do redesenho da distribuição de insumos agrícolas
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esde 2003 a Golden Cargo presta serviços à Nufarm, multinacional fabricante de produtos fitossanitários, produtos químicos utilizados na defesa das plantações contra pragas e intempéries climáticas. O que começou há seis anos como uma operação acanhada, em um pequeno CD em Cuiabá (MT), foi se desenvolvendo até chegar ao modelo de hoje, que envolve cinco unidades, dois armazéns e mais três pontos de cross-docking, além da planta. Foi, sem dúvida, um
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grande salto, mas este não é o resultado mais importante da parceria. “O redesenho feito pela Golden Cargo para a nossa distribuição gera uma economia de R$ 300 mil por ano, entre frete e armazenagem”, comemora Marcelo Melo, gerente de Logística da Nufarm. O executivo acrescenta ainda que o número de entregas realizadas dentro do prazo cresceu cerca de 28 pontos percentuais. “Se em 2004 esse índice era de 65%, hoje ele gira em torno de 93% – e nossa meta constante é de 95%”, informa Melo.
Foram vários os motivos que levaram à economia de tempo e de dinheiro. “A partir de 2007 as coisas começaram a mudar em duas frentes: a verticalização da operação em São Paulo e o incremento neste mesmo CD, que desde então é o centro da operação”, explica Wander Sinigaglia, gerente de Desenvolvimento de Novos Negócios da Golden Cargo. “O espaço ocupado pela Nufarm no armazém passou, de mil m2 e 1.500 posições-palete, para três mil m2 e seis mil posições-palete”, justifica o executivo, descrevendo a parte
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rito Santo e Bahia. Para as regiões Norte e Nordeste, essa tarefa é feita através de cross-docking nas filiais de Araguaína (TO), Feira de Santana e Luís Eduardo Magalhães (BA)”, enumera. Sinigaglia estima que a movimentação da operadora para a multinacional química chegue a 28 mil toneladas anuais de produto manufaturado. É um volume razoável, mas que não chega à metade do total produzido e distribuído pela Nufarm. “Em um ano fazemos Redesenho da distribuição gera economia de R$ 300 circular quase 75 mil toneladas mil por ano de produtos, em cerca de 15.600 física do processo. Mas Sinigaglia afirma entregas”, contabiliza Marcelo Melo. que o diferencial foi mesmo o redesenho Para alcançar essa performance, é predo processo, centralizando a atividade. ciso driblar alguns entraves. O gerente de “Com essa medida de concentrar no Logística da fabricante afirma que, “como mesmo lugar a armazenagem e a distri- a maior parte dos clientes está localizada buição, transferimos o grosso do fatu- em áreas rurais, a má-qualidade das estraramento da Nufarm, que antes ficava das, muitas vezes sem asfaltamento, cosna planta de Maracanaú (CE), para São tuma atrasar as viagens”. Sinigaglia tem a Paulo. A mudança também nos permitiu mesma percepção: “Até existem dificuldausar nossa expertise logística no sentido des específicas deste setor, como a obserde consolidar todas as cargas fraciona- vância à rígida legislação e altos investidas, inclusive de outros clientes”, conta mentos em treinamento, em segurança e o executivo. Ainda segundo Sinigaglia, em meio-ambiente. Mas os principais pro“a redução de custos alcançou 7% com a blemas são aqueles inerentes ao transporte eliminação de passos do processo, como no país e que atingem a todo o mercado, a coleta do material e o reprocessamento; como falhas estruturais, má-qualidade das e a diminuição do transit time foi de um estradas e roubo de carga”, acredita. dia – em alguns casos, de até dois dias, Melo acrescenta outra particularidagraças a uma diferença geográfica: agora, de deste mercado, que é a interferência 80% da demanda da fabricante química do clima. “Os produtos que vendemos ficam circunscritos a um raio de 1.000 têm um prazo de aplicação bem especíkm; antes eram 3.000 km”, compara. fico e nem sempre as condições do clima “Oferecemos sólida infraestrutura lo- colaboram. Por exemplo, o agricultor gística e ampla malha rodoviária, para precisa pulverizar determinado defensor permitir à Nufarm atender, diretamen- na plantação um mês antes das chuvas te da fábrica, a praticamente todas as re- virem. Se essa chuva atrasa ou se adiangiões do Brasil”, conta Sinigaglia. “A ta, já dificulta ou até inviabiliza o uso”, Golden Cargo opera a distribuição para esclarece, justificando a necessidade de estados do Centro-Oeste, Norte, Nordeste se ter um planejamento forte. Segundo e Sudeste, através de dois CDs – um em o executivo, esta já complicada equação Cuiabá, para atendimento do Mato Gros- recebeu outra variável recentemente: a so e de Rondônia, e outro em Barueri (SP), escassez de crédito resultante da crise. verticalizando a operação de armazenaGolden Cargo: (11) 2133-8800 gem e distribuição para Mato Grosso do Nufarm: (11) 2165-0990 Sul, Goiás, São Paulo, Minas Gerais, EspíMarço/2009 - Revista Tecnologística - 23
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CEVA firma contrato com LG Electronics Operadora investe R$ 1,5 milhão em CD para atender à fabricante
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gem, com 35 mil m 2 e capacidade para abrigar 18 mil porta-paletes e mais 11 mil cargas blocadas, ou um total de 98 mil m³ movimentados por mês; a criação de 48 docas para caminhões (24 para a entrada e 24 para a saída de cargas); sistemas de radiofrequência wireless; em WMS, coletores de dados, interfaces, câmeras, rondas eletrônicas, sistemas avançados de segurança patrimonial e vigilância interna e máquinas de movimentação, além de 120 profissionais dedicados. Rafael Matheus, gerente de Desenvolvimento de Negócios da Ceva, garante que o principal desafio dessa nova parceria foi implementar o projeto no prazo de três meses. “O primeiro contato ocorreu em setembro. Em outubro já estávamos nos preparando para cumprir as exigências conforme o tipo de operação”, comenta. Segundo o executivo, como a Ceva já mantém Divulgação
Ceva Logistics selou, no final de janeiro, uma parceria para a prestação de serviços para a LG Electronics, fabricante de eletroeletrônicos das linhas branca e marrom. O contrato, firmado para um período de três anos, com cláusula flexível e renovável, engloba as tarefas de recebimento, armazenagem, separação, expedição, devolução, controle de inventário e retrabalho (processo de troca de embalagens avariadas e/ou processo de nacionalização de produtos importados, como troca de manuais, etiquetas e cabos, para adequá-los conforme os requisitos das normas brasileiras). Para dar conta da operação, a Ceva investiu R$ 1,5 milhão no desenvolvimento de um projeto específico para a LG, que integra a locação de um centro de distribuição de 42 mil m 2 em Louveira (SP); a adaptação do espaço de armazena-
uma operação semelhante com a LG na Itália desde o ano 2000, isso facilitou o acesso a informações específicas da prestação de serviços para esse cliente. “Buscamos os detalhes junto à nossa unidade italiana para acelerar o processo de implantação do projeto, de acordo com a filosofia da fabricante, porque temos a expertise deste segmento de mercado”, explica. Segundo Marcello Toledo, gerente de Logística da LG, os produtos são originados na fábrica de Manaus – a maior da marca no país – e agora transferidos para o CD da Ceva em Louveira para distribuição em São Paulo e nos outros estados do Sudeste, Sul e Centro-Oeste. Antes de eleger a operadora para realizar esses serviços, as cargas eram transportadas pelos modais rodofluvial e por cabotagem e ficavam retidas nos armazéns das doze transportadoras que realizavam a operação rodoviária. “Nosso inventário, composto por oito linhas e cerca de 3.800 produtos, ficava pulverizado em várias localidades, exigindo um volume enorme de transbordos para a distribuição nas grandes redes de vendas”, explica. A operação como um todo, segundo o executivo, chegava a mobilizar entre 300 e 400 carretas conforme a época, para movimentar uma média de 400 mil produtos por mês, o que às vezes implicava numa demora de três a quatro dias para realizar o abastecimento dos pontos de vendas, nem sempre de maneira satisfatória, pois a reposição de eletroeletrônicos é muito dinâmica – ora faltam produtos nas lojas, ora sobram. “Isso gera despesas para todas as partes”, comenta. Vale lembrar que a LG mantém
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também outra linha de produção na cidade de Taubaté (SP), que não faz parte deste contrato. O fundamental para a LG é que os itens passaram a ser faturados em Louveira e não mais em Manaus, e os estoques das lojas e grandes redes em geral são supridos agora na medida certa da demanda de cada ponto de consumo, agilizando o atendimento”, explica. Matheus detalha que a operação é intensa porque a carga é muito fracionada, exigindo conferência, separação, paletização e outros procedimentos. “Diferentemente da Itália, só não fazemos a logística reversa e a distribuição, mas também temos condições de assumir esses serviços”, comenta. Por hora, Toledo confirma
que manterá o controle da gestão “em casa” e fazendo a distribuição com os atuais parceiros. Como a operação ainda está no início, o CD está com 50% de sua ocupação, ou seja, com 45 mil m3 de cargas. Há 20 veículos entrando e 35 saindo em média por dia entre carretas, porta-contêineres e outros. “Como não estamos num período de pico, por hora mantemos 120 profissionais, mas temos a previsão de elevar o quadro para 140. No momento, a Ceva mantém no local 43 equipamentos, entre empilhadeiras a gás, elétricas e transpaleteiras elétricas e manuais”, comenta Matheus. Parte da frota é alugada, parte é própria, mas o executivo não soube precisar as quantidades.
Com relação à outra metade do CD que ainda está ociosa, o executivo da Ceva garante que a empresa já está trabalhando pesado para ocupar esse espaço. “Temos dois projetos em estudos e mais outros para prospectar. A empresa realizou um grande investimento nessa estrutura, tem que aproveitá-la. A intenção é de ter novos negócios ainda no primeiro semestre”, comenta o gerente da operadora. Toledo, da LG, informa que em dezembro o mercado se retraiu, porém a LG já sente uma retomada no consumo, até porque os hipermercados têm gerado boas vendas. Ceva Logistics: (11) 3556-2382 LG Electronics: 0800 7075454
Santos divulga seu balanço anual Terminal manipulou um total de mais de 81 milhões de toneladas de cargas em 2008
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Porto de Santos (SP) anuncia que fechou o ano de 2008 com uma movimentação total próxima de 81,1 toneladas de cargas, índice que supera em 0,3% a marca obtida em 2007. De acordo com informações do porto, o resultado positivo foi reflexo, principalmente, do bom desempenho da importação, que registrou crescimento de 3,6%. Já as exportações apresentaram queda de 1,3%. Vale lembrar que a exportação de mercadorias responde por 66% do total movimentado em Santos. O adubo foi a principal carga de importação, com 3,5 milhões de t recebidas pelo terminal paulista, representando um aumento de 5,6% no ano. Nas exportações, ficou evidente a queda do envio de diversos
produtos, como o açúcar – carga de maior operação no porto, as movimentações desse item recuaram 1% no ano, alcançando 13,1 milhões de t. Apesar da queda na manipulação física, as exportações demonstraram acréscimo de 15% no valor comercial, graças ao aumento na movimentação de cargas de alto valor agregado, como de automóveis, que registrou, em valores, exportações de US$ 1,4 bilhão, um crescimento de 26,27% frente a 2007.
Balança comercial Em 2008, o valor comercial das cargas manipuladas em Santos chegou a US$ 91,8 bilhões, crescimento de 28,47% em relação a 2007, ano em que o índice atingiu US$ 71,5 bilhões. As exporta-
ções somaram US$ 50 bilhões, 15% acima dos cerca de US$ 43 bilhões registrados em 2007. As exportações efetuadas por meio do terminal santista representaram 25,27% do total nacional (US$ 197,9 bilhões). Já as importações atingiram um total de US$ 41,8 bilhões, aumento de 49,28% em comparação a 2007. A chegada de mercadorias por Santos representou 24,16% de tudo aquilo recebido pelo país no ano passado (US$ 173,1 bilhões). As exportações representaram, em valores, 54,6% do total de cargas que passaram por Santos, enquanto que a parcela das importações foi de 45,50%. Porto de Santos: (13) 3202-6565
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Agentrics compra Vivacadena por 5,5 milhões de euros Empresa assume o controle da fornecedora holandesa de soluções de SCM
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pós a sua aquisição, em agosto do ano passado, pelo valor de US$ 50 milhões pela holding Miguel Abuhab Participações, a norte-americana Agentrics, empresa especializada em soluções de sourcing para o varejo global, realiza seu primeiro negócio sob o novo comando e expande suas operações internacionais com a compra da holandesa Vivacadena. Com essa aquisição, o empreendedor Miguel Abuhab, controlador da NeoGrid – uma das líderes do segmento de Supply Chain Management no Brasil – e fundador da Datasul, passa a coordenar todas as atividades da Vivacadena. “Conheço essa empresa há mais de dez anos e já pensava em ampliar a atuação neste segmento, que desempenha uma função primordial para as grandes redes de varejo”, justifica. Essa possibilidade ganhou envergadura nos últimos anos, quando Miguel Abuhab decidiu consolidar e ampliar as operações da NeoGrid com as aquisições da Xplan Business Solutions e da Mercador, do Grupo Telefonica, em 2006 e 2007, respectivamente. “Em 2008, assumimos o comando da Agentrics, empresa especializada em soluções para o varejo global e indústria de bens de consumo, que tem forte presença no gerenciamento de produtos com marcas próprias”, comenta o empresário, explicando que “o objetivo é exportar conhecimento e trazer novas soluções para o mercado brasileiro”.
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A tecnologia que a Vivacadena detém permite a administração dinâmica dos estoques das grandes lojas, por meio de um sistema de algoritmo que se “reconfigura” automaticamente, reduzindo os níveis do inventário dos armazéns e otimizando a disponibilidade dos CDs, conforme a necessidade do mercado. Segundo Abuhab, o gerenciamento dinâmico permite aumentar entre 20% e 30% as vendas, com a racionalização dos espaços de estocagem. “Nossa intenção é trazer para o Brasil esse conceito, sob a marca NeoGrid”, antecipa Abuhab, confirmando que nos outros mercados a marca Vivacadena deve prevalecer. Contudo, as operações da Agentrics e da NeoGrid funcionam de maneira independente, mas colaborativa: enquanto a primeira está focada na América Latina, a segunda expande suas operações para Europa, Ásia e América do Norte, mantendo mais de 200 mil parceiros conectados dentro dos diversos ramos de atuação na indústria, distribuição e varejo. Segundo o investidor, a Agentrics possui hoje na sua carteira treze dos 25 maiores varejistas mundiais, que representam para a empresa mais de US$ 1,2 trilhão em capital. “Desde 2001, com suas soluções de sourcing, sincronização e compartilhamento de dados de pontos de venda e gerenciamento de produtos, a empresa ajudou seus clientes a reduzir mais de US$ 6 bilhões em despesas”, depõe Abuhab.
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A viabilização do negócio com a Vivacadena é a aposta do empresário no mercado de varejo, especialmente com a cadeia de suprimentos de produtos industrializados. “Baseada em plataforma web, a tecnologia empregada nos sistemas da empresa controlam o inventário por meio da análise de fatores como flutuação dos níveis de estoque por toda a cadeia de suprimentos, permitindo a aferição das quantidades e valor dos produtos, em tempo real”, explica. Localizada em Amersfoort, Holanda, a Vivacadena possui na sua base de clientes marcas mundiais como Nike, Snap on Tools, WE Europe e Premier Foods, entre outras.
Novidades para o varejo Apesar das sucessivas compras, o empreendedor afirma que não
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há interesse em crescer por meio de aquisições de empresas, mas em buscar oportunidades em nichos de mercado ainda pouco explorados, mas com grande potencial de crescimento – a menos que surjam boas oportunidades. Com visão de futuro, o empresário cita como exemplo a oferta de sistemas para controle de produtos de “marca própria” no varejo (PLM – Private Label Management, em inglês), um filão que ele acredita ser promissor, inclusive no Brasil. “Grandes redes estão incrementando esse tipo de negócio e a Vivacadena acumulou longa experiência nisso”, diz. A Vivacadena também oferece serviços de consultoria para ajudar as empresas a avaliar e executar novas estratégias e iniciativas, tais como ca-
deia de abastecimento centralizada, redução de prazos e quantidade mínima de pedidos. Segundo Abuhab, a expectativa da NeoGrid é ter um crescimento expressivo em 2009. “Crescimento orgânico”, enfatiza. Essa confiança vem de milhares de transações que realiza para um leque de 60 mil empresas, entre as quais estão as 300 maiores do varejo do Brasil. Recentemente, por meio da Agentrics, foi fechado um grande contrato com o Wal-Mart para gerenciar os produtos de marca própria do varejista. De acordo com o executivo, o acordo vale apenas para os Estados Unidos, no momento, mas pode ser ampliado para as operações brasileiras da empresa, em breve. NeoGrid: (47) 2101-6500
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Porto Novo do Rio Grande recebe verba do PAC O projeto de modernização já está pronto e orçado em R$ 84 milhões. A previsão é de que as obras se iniciem em junho próximo multaneamente – dependendo das dimensões. Além disso, com mais espaço de retroárea, guindastes maiores poderão dar suporte às operações, tornando o embarque e desembarque mais rápidos. Para se ter uma ideia, segundo Silveira, o atual parque de equipamentos do porto conta com seis máquinas diversas, dos anos 40, que já estão Melhoria na atracação é um dos benefícios das obras improdutivas. “A intenção é terque as obras se iniciem ainda em juceirizar unidades mais modernas, que possivelmente nho deste ano. Atualmente, o Porto Novo do Rio permitirão eliminar algumas máGrande tem intensa movimentação quinas da operação”, pondera. A estrutura portuária, segundo de veículos na importação e exportaSilveira, ainda mantém as caracte- ção, fertilizantes, celulose, madeira, rísticas do projeto original, ideali- insumos e outros. “Com a modernizazado por franceses em 1915. “Para ção, poderemos oferecer às empresas a época, o porto contava com uma melhor infraestrutura e operar não só estrutura ultramoderna, que aten- carga geral, mas atender a outros nidia ao perfil das embarcações e das chos de mercado”, comenta Silveira. demandas de cargas. Nossas necessi- Com a instalação do terminal de gás, dades hoje são outras. Não podemos anunciado no final de janeiro, o exeexpandir as atividades do porto com cutivo acredita que empresas do polo cerâmico do estado poderão utilizar suporte precário”, coloca. O executivo diz que as obras se- os serviços do porto. Os números de rão realizadas por módulos, para que 2008 do complexo ainda não foram as atividades do porto não sejam in- consolidados, mas são superavitários terrompidas, e a expectativa é de que e próximos de R$ 70 milhões, de acorsejam finalizadas em três anos. Após do com Silveira. a licitação que definirá a empresa que Porto do Rio Grande: (53) 3231-1366 executará o projeto, a estimativa é de Divulgação
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m reunião realizada no início de janeiro, na Secretaria Especial dos Portos (SEP), em Brasília, o atual superintendente do Porto Novo do Rio Grande (RS), Daniel Silveira, recebeu, do próprio ministrochefe Pedro Brito, a confirmação da inclusão do projeto de modernização do cais no PAC (Plano de Aceleração do Crescimento). Segundo Silveira, essa possibilidade foi reforçada pelo fato de o projeto, contratado pela Superintendência do Porto do Rio Grande ao consórcio JD & EVB (JD Engenharia e Arquitetura e EVB Projetos Estruturais), estar pronto e bem fundamentado, inclusive no plano do impacto ambiental. “O orçamento previsto para as obras é de R$ 84 milhões, investimentos que permitirão aprofundar o calado e melhorar a infraestrutura para a atracação de navios maiores, com capacidades para entre sete mil e dez mil contêineres”, comenta o executivo, que acumula os cargos transitórios de superintendente e de diretor Administrativofinanceiro do porto. O projeto de modernização portuária prevê obras de dragagem para o aprofundamento do calado de 31 pés para 40 pés (de 10,2 m para 13,2 m), reconstrução do atual cais de 1.125 m de extensão, dos quais 450 metros já estão revitalizados e abrigam dois berços de atracação, além da construção de uma superestrutura que avança 11,6 m para dentro do canal – o que permitirá a utilização de equipamentos de movimentação de maior porte. A intenção é que o cais contínuo permita a atracação de sete navios si-
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Ehrhardt + Partner se instala no Brasil
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fabricante alemã de tecnologia e mais de 300 projetos, além de manter soluções integradas para armazena- mais 400 centros de logística distribuígem Ehrhardt + Partner (E+P) ins- dos pelo mundo. talou uma representação no Rio de Janeiro Embora não tenha fechado nenhum para iniciar suas atividades no Brasil. Se- contrato ainda, pelo fato de estar há tão gundo Hannes Winkler, diretor da Exem- pouco tempo no país, a Ehrhardt plo Excelência Empresarial em Logística, + Partner já preparou uma versão em empresa constituída no início de janeiro língua portuguesa do software de propara prospectar o mercado nacional para dutos e soluções de armazenagem. a fabricante, “nossa A empresa acredita primeira iniciativa foi que a tendência é de apresentar a tecnoloque os negócios sejam gia de WMS à Fiesp, concretizados, inicialque resultou numa mente, com clientes parceria com o Senai globais. “Neste mo– Serviço Nacional de mento, temos que ter Aprendizagem Induspaciência para ententrial –, que usará o nosder a dinâmica desso sistema para treite mercado. Vamos namento nos cursos aprender mais sobre regulares”, comenta. a cultura local”, diz Em visita ao Brasil Ehrhardt. A tarefa de no início de fevereiprospectar clientes e ro, Marco Ehrhardt, apresentar todos os gerente-geral e sócio argumentos técnicos da empresa, explica e comerciais relativos as razões da opção a armazenagem e gepelo país: “Este é um renciamento de proWinkler: prospectando o mercado mercado com um jetos caberá à Hannes nacional enorme potencial de Winkler. crescimento, especialmente em nosso O portfólio de serviços oferecidos setor, e que poderá também centralizar pela fabricante cobre todas as atividaoperações em nações vizinhas”, justifi- des relativas às áreas de consultoria, ca. O empresário confirma que esta é a planejamento e treinamento, além estratégia da Ehrhardt + Partner, que da oferta de hardware e software de tem apostado em crescer em outros última geração, com os quais aproxicontinentes, como fez recentemente, madamente 30 milhões de separações implantando um escritório em Dubai, são controladas diariamente em todos nos Emirados Árabes. os continentes. Nos continentes onde atua – Ásia A linha compreende o WMS (LFS (China), Europa e América do Norte 400) integrado a novas tecnologias, (EUA) – a empresa mantém uma cartei- como pick-by-light, pick-by-voice, pickra de clientes expressiva de empresas de by-belt e RFID, produtos que permitem ponta, como Volvo, IBM, DHL, Avaya, conectividade e rastreabilidade total Hellman Worldwide Logistics, Olym- na cadeia logística. pus, Sony, GE e Philips, entre outras. Ehrhardt + Partner Brasil: (21) 2705-5576 Ao todo, a E+P participa atualmente de
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Grupo Beta se prepara para crescer 20% em 2009 Operador logístico integrado consolida estratégia, definindo ações e investimentos a serem feitos durante o ano
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Grupo Beta fechou o balanço de 2008 com faturamento na casa dos R$ 200 milhões e pretende aumentar esse número em 20% até o fim de 2009. O plano estratégico para dar suporte a esse crescimento já foi traçado e define quais ações e investimentos serão feitos ao longo do ano. “Vamos dar sequência aos planos que já vínhamos fazendo, atuando em diversas frentes, para alcançar um faturamento de R$ 240 milhões”, garante Michel Atie, presidente executivo da empresa, citando exemplos recentes: “Só entre dezembro e janeiro, aplicamos dois milhões de reais em estruturas porta-paletes, acrescentando outras oito mil posições às dezoito mil já existentes no nosso armazém-sede”, afirma. Ainda no fim de 2008, o Grupo Beta fez mudanças na diretoria, contratou pessoal e aumentou em 30% a equipe de vendas. Todos esses investimentos fazem parte do montante de R$ 130 milhões aplicado no reposicionamento da companhia, que teve início há seis anos.
O que antes era apenas uma transportadora aérea foi se transformando em um grande grupo, formado por cinco empresas diferentes, que trabalham de forma plenamente integrada. “Somos uma companhia 100% brasileira, com uma gama tão extensa de serviços oferecidos e operações tão personalizadas que não encontramos concorrência no mercado”, comemora Gláucia Megna, diretora Comercial Corporativa.
Novidades
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“O braço aéreo do Beta deve abrir duas novas linhas domésticas, cujas rotas ainda estão sendo definidas com base em um planejamento comercial”, conta Fernando Cebrian, diretor de Operações da empresa. Segundo o executivo, “novas aeronaves serão adquiridas para esses trajetos. Pelo menos mais três aviões, com capacidade para até 23 toneladas de carga cada, vão se juntar à nossa frota – que já conta com outros sete com capacidade para 45 toneladas”. Cebrian acrescenta ainda que a empresa vai focar na consolidação das dez filiais do grupo no país. “A meta é que elas deixem de ser pontos de apoio de operações, com apenas algumas atividades disponíveis, para se tornarem unidades completas, oferecendo todos os serviços que os clientes encontram na sede do Beta em São Pelo menos mais três aviões irão se juntar à frota da empresa
Paulo”, explica. “Será, portanto, uma regionalização dos escritórios, no sentido de transformá-los em polos comerciais”, complementa o presidente executivo da empresa. Na área logística do grupo, duas divisões específicas têm crescido rapidamente e devem receber atenção especial. A primeira é a de logística promocional, que atende tanto às agências de publicidade quanto a clientes diretos. Um dos destaques desta carteira é a Shell, multinacional distribuidora de combustíveis que frequentemente faz campanhas nacionais de divulgação, necessitando de brindes e materiais de promoção em inúmeros pontos de venda espalhados pelo país.
Farma A outra divisão que vem crescendo exponencialmente é a de fármacos, cosméticos e correlatos. O setor investiu R$ 35 mil só na aquisição de licenças como da Anvisa, Covisa, Civisa e outros 13 certificados de qualidade sanitária. Na edificação e adequação de seus seis mil m2 de armazém foram empregados mais R$ 8 milhões. O montante aplicado se traduziu em excelência na prestação desses serviços e trouxe resultados práticos, atraindo os grandes clientes. “Recentemente, conquistamos parcerias com grandes nomes desse mercado, amplamente conhecidos pelo consumidor, como a Hipermarcas, dona das grifes New Look e Bozzano, a DM Farmacêutica e a Monange”, comemora a diretora Comercial do grupo. Grupo Beta: (11) 3538-2650 Março/2009 - Revista Tecnologística - 31
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Iveco amplia venda a governos Ainda no primeiro bimestre de 2009, o setor de vendas a governos da montadora já ultrapassou os números do ano passado Divulgação
za sigilosa dessas negociações, mas está em jogo um número grande de veículos e nossas chances são muito boas”, confia Mondin. Ele identifica que governos têm consultado cada vez mais a Iveco e atribui esta procura a alguns fatores principais. “Primeiro, procuramos agitar sempre o mercado lançando dois modelos por ano, com novos tamaAo todo, 1.814 veículos foram vendidos para governos nhos, motorizaano está apenas começando e a ções, torque, visual e design. Já ganhamos Iveco já comemora três vendas diversas vezes o título de Caminhão do vultosas: 470 veículos para o Ano, o que é sinal do reconhecimento estado do Paraná, 244 para Minas Ge- dos nossos produtos”, afirma o execurais, e outros 1.100 para o Governo Fe- tivo. “Por outro lado, temos investideral. O fornecimento para governos e do em estrutura e excelência. A Iveco secretarias já superou a marca de 2008, inaugurou 21 novas concessionárias quando chegou a 700 unidades, e aca- em 2008 – são quase duas por mês – e bou deixando obsoleta a meta que havia nosso objetivo é chegar a 111 até 2010. sido prevista para até dezembro de 2009. Atualmente, temos 66 desses pontos “Nossa estratégia, a princípio, era dobrar de atendimento espalhados pelo país. o número de veículos vendidos a órgãos Aliás, esse também é um foco imporpúblicos, chegando a pelo menos 1.500 tante da montadora, que está com unidades comercializadas em contratos um pós-venda mais agressivo, com a que dependem de licitação”, conta Davi oferta de inúmeras facilidades para o Mondin, gerente de Vendas a Governos proprietário”, explica. da empresa. Com as parcerias recémApesar das vendas feitas recentemenconquistadas, no entanto, a montado- te, a Iveco não pretende traçar uma nova ra já totalizava, até o fechamento desta meta comercial, mais agressiva, para este edição, 1.814 veículos vendidos publica- mesmo ano. “Já ultrapassamos a antiga mente, superando o patamar vigente. expectativa, que era de 1.500 veículos ven“Estamos envolvidos em outras li- didos, e ainda há licitações em andamencitações públicas, sobre as quais não to, inclusive uma de mais mil unidades podemos dar detalhes devido à nature- para o Governo Federal. Mas creditamos
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esse aquecimento à época do ano, em que os governos estão aproveitando as sobras de orçamento, tanto o do fim do exercício anterior como o do início do atual”, aposta Mondin. O executivo está cauteloso quanto ao andamento das vendas no decorrer do ano, “sobretudo porque 2010 é ano eleitoral, o que geralmente derruba este tipo de venda. Vamos aguardar, observando o comportamento do mercado até o fechamento do balanço 2009”, informa.
Frota Os caminhões e micro-ônibus vendidos a Minas Gerais foram destinados aos diversos setores da administração pública, entre os quais a Polícia Rodoviária Federal, a secretaria de Limpeza Pública, o Corpo de Bombeiros e até a Secretaria Federal de Aquicultura e Pesca no estado. “Nossos modelos serão utilizados em diversas operações, desde o transporte de veículos apreendidos pela PRF, passando pelo transporte de caçambas de entulho e condução de pacientes aos hospitais, até o transporte de peixes”, enumera o executivo. No contrato com o governo paranaense consta, ainda, a venda de 953 micro-ônibus, dos quais 470 foram já contratados e serão entregues entre os meses de março e julho. Por enquanto, apenas estes últimos entram no faturamento da Iveco; os demais serão adicionados conforme a necessidade do estado. “O modelo em questão é o City-Class, com capacidade para 23 passageiros, que servirá ao transporte escolar nas cidades do interior do Paraná, principalmente nas áreas rurais”, informa o gerente de Vendas a Governos da montadora. Iveco: 0800 7023443
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Crescer 80% é a meta da JadLog para 2009 Na contramão da crise, transportadora vai investir pesado para dar suporte ao aumento de faturamento esperado
e-commerce Segundo dados da e-bit, consultoria especializada em comércio eletrônico, as vendas pela internet no Brasil cresceram 30% em 2008, movimentando mais de oito bilhões de reais. E o diretor da JadLog faz coro: “Quem quiser crescer hoje não pode ficar longe do
Paulo Bareta
“C
omo já observamos em outras ocasiões e está se repetindo agora, o negócio de carga fracionada é pouco ou nada afetado pelas crises econômicas, sejam nacionais ou internacionais”, assegura Ronan Hudson, diretor da JadLog, comemorando os ótimos resultados do ano passado e também justificando a meta otimista para 2009. A transportadora acumulou um faturamento de R$ 60 milhões em 2008, o que significa um crescimento de 120% em relação aos R$ 27 milhões faturados em 2007. “Este ano devemos acumular um faturamento da ordem de R$ 105 milhões, equivalente a um aumento de 80% em comparação com o ano passado”, acredita Hudson. A JadLog é uma transportadora expressa de carga fracionada que tem 30% dos seus negócios no segmento de e-commerce, 20% no de eletroeletrônicos e 15% no de autopeças. “A venda de commodities, como os granéis, os minérios, etc, cai imediatamente em uma situação como esta, mas a pequena venda; a carga solta, não”, afirma o diretor, sobre o cenário econômico atual. Hudson exemplifica: “Logo que uma crise se instala, as pessoas deixam de adquirir carros novos ou de trocar os que já têm. Mas continuam precisando comprar peças.” O executivo acredita que o nicho de mercado em que atua seja um dos maiores responsáveis por manter a empresa afastada dos efeitos da recessão.
Dez novos caminhões fazem parte dos investimentos
comércio na web. Graças a esse setor tivemos o melhor mês de janeiro da nossa história e movimentamos o dobro do que no mesmo período do ano passado”, comemora. “Os negócios originados no e-commerce representam 30% do total da empresa e apostamos que ele deverá corresponder a uma fatia ainda maior do nosso faturamento ao final deste ano”. Para dar suporte ao índice de crescimento previsto, a JadLog divulga aportes da ordem de cinco milhões de reais em frota terrestre e mais oito milhões de dólares na aérea, no total. No tocante à parte terrestre, esses valores se referem à aquisição de dez caminhões, entre truques e 3/4 da Mercedes-Benz, e mais cem veículos leves da Fiat, entre vans e utilitários. Já em relação à parte aérea, o total empregado engloba dois aviões Grand Caravan, com capacidade para 1,5 tonelada cada, que a Cessna deverá entregar ainda neste primeiro
semestre; e um modelo ATR 42, com capacidade para cinco toneladas, que está em negociação e deverá atender à rota São Paulo-Salvador. “Com essas novas aquisições, nossa frota própria chegará a 29 aviões, 210 caminhões e 900 utilitários, sem contar os cerca de 600 veículos dos franqueados”, contabiliza Hudson. As franquias também são uma importante mola propulsora para o crescimento da empresa. “Fechamos 2008 com 310 franquias. Estamos presentes em todas as capitais, no Distrito Federal e nas principais cidades brasileiras. O objetivo é abrir mais cem este ano e chegar a 410 em dezembro próximo”, afirma o diretor da JadLog, acrescentando que a transportadora está em segundo lugar em número de unidades no ranking da ABF – Associação Brasileira de Franchising. JadLog: (11) 3932-3900
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TNT compra empresa chilena Lit Cargo Aquisição amplia oferta de serviços aos clientes brasileiros na América do Sul
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De acordo com a diretora-geral da TNT Express e membro da diretoria do Grupo TNT, Marie-Christine Lombard, a companhia está desenvolvendo uma plataforma operacional no Chile e no Brasil a fim de oferecer aos clientes um portfólio integrado de serviços domésticos, intrarregionais e intercontinentais. Para a diretora-geral da TNT Chile, Marcelo Perez, os clientes no Chile agora serão beneficiados por uma gama completa de serviços da companhia e uma total integração na cobertura doméstica e intrarregional por meio do serviço SARN, ligando o Chile ao Brasil e à Argentina. A empresa informa ainda que é esperado um crescimento de 21% ao ano no mercado expresso doméstico nos próximos cinco anos. Os números consolidados não foram informados. Antes de adquirir a Lit Cargo, a TNT já mantinha operações no Chile, realizando, principalmente, remessas internacionais. Desde1986, o serviço era realizado por meio de um agente local; em 1995, a empresa assumiu as atividades. A Lit Cargo foi fundada em 1952 e atualmente conta com uma rede de entregas expressas com cobertura nacional. No total, são 55 centros de distribuição, 496 veículos e 1.500 funcionários. Nos últimos três anos, a empresa apresentou crescimento anual de 25%.
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TNT anunciou, dia 16 de fevereiro, que adquiriu 100% da Lit Cargo, empresa chilena de encomendas expressas. Segundo a companhia, essa compra dá sustentação ao projeto South American Road Network (SARN) e atende à estratégia da TNT de liderar esse segmento no âmbito intrarregional na América do Sul e de aumentar o potencial local para o crescimento no transporte intercontinental. Os valores do negócio não foram revelados. Para o presidente da TNT Mercúrio, Roberto Rodrigues, a compra da Lit Cargo marca mais um passo em direção à liderança da TNT em serviços de entregas expressas na América do Sul. “Com o negócio, temos a possibilidade de ampliar a gama de serviços ofertados aos clientes brasileiros para a América do Sul”, afirmou. O executivo não dá detalhes sobre a ampliação do portfólio. Questionado sobre a importância do mercado chileno para o Brasil, Rodrigues não revelou números e limitou-se a dizer que a meta é explorar o segmento de empresas que importam ou exportam para o Chile.
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TNT Mercúrio: (51) 3356-5000
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Vale anunciou, em janeiro, que investirá R$ 398,6 milhões na aquisição de 49 embarcações, 15 rebocadores para auxiliar nas operações de manobras dos navios e dois comboios fluviais – 32 barcaças e dois empurradores. Para isso, foram fechados acordos com três estaleiros nacionais: o Detroit, de Navegantes (SC), e o Santa Cruz, de Aracaju, serão responsáveis pelos rebocadores, enquanto o Rio-Maguari, de Belém, construirá as barcaças e os empurradores. De acordo com a empresa, a princípio as compras estão baseadas em recursos próprios, mas a área financeira da companhia também estuda diferen-
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tes linhas de crédito para complementar os recursos. Os rebocadores, orçados em R$ 276,3 milhões, irão operar no Terminal Marítimo de Ponta da Madeira (MA) e no Complexo de Tubarão (ES) no transporte de minério de ferro. O primeiro equipamento deverá ser entregue ainda este ano e o último entrará em operação em 2011. Atualmente, a companhia conta com 14 rebocadores em sua frota. Já as barcaças e os empurradores exigirão investimentos de R$ 122,3 milhões e serão aplicados na Mina de Urucum, localizada no município de Corumbá (MS), para a movimentação de minério de ferro na rota Brasil-Paraguai e Brasil-
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Vale investe R$ 398,6 milhões em embarcações
Argentina. A expectativa é de que todos os equipamentos estejam operando até o próximo ano. A empresa não informou o calendário de entregas. Segundo a Vale, as aquisições chegam para atender ao crescimento da demanda por serviços logísticos nos próximos anos. Parte desse aumento está relacionada ao início das operações, em 2011, do Píer 4 em Ponta da Madeira. Os números consolidados não foram revelados. Vale: (21) 3814-4477
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Pneus Continental equipam empilhadeiras Toyota Modelos radiais IC80 e Conrad HT agora são item de série de três linhas de máquinas da fabricante japonesa
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m sua primeira parceria do tipo no Brasil, a Continental passa a fornecer pneus radiais para três modelos de empilhadeiras Toyota, líder mundial do setor. O contrato foi fechado no final de 2008, seguindo o padrão de acordos que a fabricante alemã de pneus já tinha com outras três produtoras de máquinas industriais no mundo, e já vem rendendo frutos. Equipamentos com esta configuração foram adquiridos pela Mercedes-Benz e estão em operação na planta de São Bernardo do Campo (SP). “Após quatro anos de atuação nesse segmento, vivemos um momento de consolidação no mercado brasileiro, daí a importância de termos nossos produtos utilizados pela Toyota, uma das maiores fabricantes de empilhadeiras do mundo”, ressalta Ricardo Dias, supervisor Nacional de Vendas para Veículos Comerciais da Continental. Segundo o executivo, “a divisão de pneus industriais alcançou ótimos resultados em 2008, quando superou em 20% a meta de comercialização prevista no início do ano”. Dias acrescenta ainda que, apesar da crise, o aumento no faturamento continua nos planos em 2009: “A expectativa para este ano é de chegarmos a um crescimento das vendas da ordem de 25% em relação a 2008”, calcula. O executivo informa que a expansão será, inclusive, em termos geográficos, com a intenção da Continental de ampliar sua área de atuação para além dos estados do Sul e do Sudeste. “Pretendemos consolidar nossas parcerias principalmente nas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste, além de ampliar o portfólio de
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produtos comercializados no Brasil”, anuncia o supervisor.
Produtos Os pneus industriais Conrad HT – 6.00R9 – e IC80 – nas medidas 5.00R8 e 180/70R8, da Continental, agora são itens de série das empilhadeiras retráteis modelos 7FB25, 7FBH25 e 7FBH18 da Toyota. A configuração definida pela parceria contraria a prática mais comum no mercado brasileiro, que é usar pneus diagonais para esse tipo de aplicação. Segundo cálculo da fabricante alemã, o uso do padrão radial aumenta a vida útil do equipamento em até cinco vezes. “No Brasil, os pneus diagonais são muito empregados nesse tipo de aplicação, mas os radiais têm uma vida útil de quatro a cinco vezes superior”, afirma Dias. Além de conferir maior durabilidade à máquina, o uso de pneus radiais ainda diminui o consumo de combustível, graças à menor resistência ao piso. Eles promovem também uma economia em termos de manutenção, já que sua estrutura conta com composto de borracha mais robusto que os demais, conferindo maior resistência a furos, evitando assim muitas paradas do equipamento. Além disso, essas qualidades se transformam em bons argumentos para a fabricante na hora de vender essas empilhadeiras. “A parceria visa excelência em qualidade, desempenho, segurança e custobenefício, para atender ao alto nível de exigências de empresas como a Mercedes-Benz”, resume Gilberto Ashikaga, chefe de peças da Toyota. Continental: (11) 4583-6161 Toyota: (11) 3511-0400
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Randon vende produtos à Argélia
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Randon anuncia que fechou, no final de janeiro, a venda de 1.480 equipamentos em CKD (desmontados) – entre tanques, basculantes e plataformas – e mais quatro caminhões fora de estrada em CBU (montados) para a companhia argelina ACTS – parceira da empresa brasileira no país africano, responsável pela montagem dos produtos CKD e distribuição dos itens localmente. A comercialização, orçada em US$ 30 milhões, estabelece a entrega dos produtos a partir deste
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mês de março, sendo que o último fornecimento está marcado para dezembro. A quantidade de produtos por lote varia de acordo com a configuração dos envios. A expectativa é otimista. Segundo a empresa, há a possibilidade de ampliar este acordo e encerrar o ano com um total de 1.600 equipamentos e seis caminhões fora de estrada entregues à ACTS, gerando uma receita, apenas neste acordo argelino, de US$ 40 milhões. A Randon atua na Argélia desde 1977. Em 2008, a companhia
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Contrato de fornecimentos está orçado em US$ 30 milhões
As unidades serão enviadas em CKD e CBU
embarcou para o país US$ 15 milhões, o que representou 11% do faturamento total das exportações da empresa.
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CROSS-DOCKING • O Expresso Araçatuba criou, em fevereiro, a gerência geral de Operações, e nomeou para a função Evonir José Kohl, que deixa o cargo de gerente de Captação e Distribuição. O executivo é formado em Administração de Empresas pela Fundação Universitária Regional de Blumenau (SC). Para a antiga função de Kohl, a empresa ainda seleciona o profissional. A filial da transportadora em Manaus também conta, desde o início de janeiro, com um novo gerente de Vendas. Reinaldo Alves Rodrigues, que cursa Administração de Empresas na Universidade Luterana do Brasil (Ulbra), instituição localizada na capital amazonense, chega à empresa após atuar em empresas como Fly Express e Expresso Brilhante. Ao todo, o executivo acumula mais de 20 anos de experiência no segmento de transporte e logística. (11) 2108-2987 • Janir Branco foi nomeado, no final de janeiro, diretor-superintendente do Porto do Rio Grande (RS). Ele chega para substituir Sinésio Cerqueira Neto, exonerado do cargo. Branco, que cursa Direito nas Faculdades Anhanguera, em Rio Grande, teve como última função o cargo de prefeito do mesmo município, mandato que cumpriu de 1º de janeiro de 2005 a 31 de dezembro de 2008. (53) 3231-1366 • A Volvo do Brasil anunciou Nilton Roeder como o novo gerente da Volvo Powertrain Brasil, cargo que assumiu em fevereiro. O executivo é graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Dom Cabral, cursado em Curitiba. Antes de assumir a atual gerência, Roeder atuava como gerente de Estratégias e Projetos Industriais na própria montadora. 0800 411050
• Waldir Barrella é, desde o início de janeiro, o novo superintendente de GED (Gestão Eletrônica de Documentos) e Guarda Física de Documentos da ServiceBank – empresa provedora de soluções de processamento, gerenciamento e logística de documentos. O executivo é formado em Engenharia Eletrônica pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI), de São Bernardo do Campo (SP), e em Administração de Empresas pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp – SP) e possui pós-graduação em Qualidade pela Universidade de São Paulo (USP) e em Gestão de Projetos pela Unicamp. Antes de ingressar na ServiceBank, Barrella atuava como diretor de Projetos da Prado Caves. (11) 2182-7701 • Helbert Lopes assumiu, em novembro passado, a gerência de Logística da Drogaria Araújo, empresa sediada em Belo Horizonte. Lopes é formado em Administração de Empresas pelo Centro Universitário UNA, na capital mineira, possui MBA em Logística pela mesma instituição e em Gestão de Negócios pela Fundação Pedro Leopoldo, localizada na cidade mineira de mesmo nome. Antes de ocupar a vaga na Drogaria Araújo o executivo era gerente nacional de Operações da Across Movimentação e Logística, de Contagem (MG). (31) 3270-5000 • Em 1º de março, Jérôme Stoll assumiu os cargos de vice-presidente Comercial e de diretor-geral da Região Europa do Grupo Renault. Ele também será responsável pela divisão mundial de Veículos Utilitários da montadora francesa. O executivo é formado pela École Supérieure de Commerce de Paris (ESCP) e pelo Centre Perfectionnement aux Affaires (CPA) e, antes de ocupar a nova função, era Presidente para o Brasil, diretor-geral para o Mercosul e diretor da Região Américas do Grupo. Para assumir a presidência da empresa no Brasil e a direção-geral da Renault Mercosul, foi nomeado Jean-Michel Jalinier, que ocupava o cargo de diretor-geral da Renault na Rússia. Patrick Pélata, atual Chief Operations Officer (COO) da empre-
sa, ocupará temporariamente o comando da Região Américas. 0800 0555615 • O Grupo Beta Soluções Logísticas anunciou, em janeiro, cinco novos executivos em seus quadros. As mudanças ocorreram no final do ano passado. Para ocupar o cargo de diretor Comercial de Filiais foi convidado Denílson de Barros Vieira, que atuou em empresas como Artservices Soluções Logísticas, Nestlé e Kraft Foods. O executivo é formado em Administração de Empresas e pós-graduado em Marketing pela mesma escola, a ESPM (Escola Superior de Propaganda e Marketing), de São Paulo. No cargo de diretora Comercial Corporativa assumiu Gláucia Megna, que anteriormente era gerente de Contas Globais & Carga Aérea para a América Latina da FedEx Express. Ela é formada em Turismo pelo Centro Universitário Ibero-Americano, de São Paulo, em Comércio Exterior pela FGV (SP) e possui MBA em Gestão de Negócios, pela mesma entidade. Fernando Cebrian que, há dois anos, ocupava a gerência de Logística da mesma companhia aérea, foi promovido a diretor Operacional, tendo passado anteriormente pela LC Logística. O executivo é formado em Projetos Mecânicos pela Fatec (Faculdade de Tecnologia de São Paulo), SP, e em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, SP. Leidiane Risse ingressou na Beta para ocupar a gerência de Logística Promocional, tendo passado pelos Grupos Júlio Simões e Itapemirim. Ela é graduada em Administração de Empresas com ênfase em Marketing pelas Faculdades Integradas Torricelli, SP, e possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getúlio Vargas de São Paulo, SP. Finalizando as mudanças, Leomar Freire assumiu a gerência de Produto Rodoviá-rio Dedicado da Beta, depois de passar pela Julio Simões e pela Transportadora Tegon Valenti. Sua formação acadêmica inclui graduação em Direito pela Universidade Bandeirante (Uniban), de São Paulo, SP, e MBA em Logística Empresarial e Supply Chain pela Universidade Nove de Julho, de São Paulo, SP. (11) 3538-2650
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• José Osvaldo Fontoura de Carvalho Sobrinho e Ronaldo Takahashi de Araújo são, respectivamente, os novos diretores de Tecnologia e Infra-Estrutura e Comercial dos Correios. Ambos foram empossados em janeiro passado. Eles foram nomeados pelo Presidente da República em dezembro último para assumir os mesmos cargos interinamente, sendo depois confirmados. Os dois diretores são funcionários de carreira da empresa. Carvalho Sobrinho, que tem 28 anos na ECT, é formado em Ciências Econômicas e possui mestrado em Administração (Finanças), ambos pela mesma instituição, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, além de pós-graduação em Análise de Sistemas e Engenharia Econômica (RS). Ele possui ainda MBA em Finanças Empresariais e especialização em Marketing Postal pelo Postal College of Japan; Política & Estratégia pela Escola Superior de Guerra – ADESG/RS; e Administração Postal pela Escola Superior de Administração Postal (RS). Um dos seus últimos cargos na empresa foi como diretor Financeiro. Já Takahashi de Araújo atua na ECT há 21 anos e é formado em Administração de Empresas pela UPIS – Faculdades Integradas (DF) e em Administração Postal pela Escola Superior de Administração Postal (DF). Ele possui ainda MBA em Logística Empresarial, pela UnB (DF), e em Marketing pela FIA – Fundação Instituto de Administração (USP-SP). Seu cargo anterior na empresa era de Chefe do Departamento Comercial de Encomendas. (11) 3003-0100 • Brad Mitchell foi empossado, no final de janeiro, como o novo presidente global do Departamento de Logística e Distribuição da UPS. O executivo está na companhia desde 2000, onde ocupou diversos cargos seniores, tanto na área operacional quanto na financeira, o último deles como gerente do mesmo departamento. Mitchell é formado em Matemática pela Western Ontario e cursou MBA em Contabilidade na McMaster, ambas universi-
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dades do Canadá. Antes de ingressar na UPS, o executivo foi consultor da PricewaterhouseCoopers e trabalhou na Livingston Logistics. (11) 5694-6600 • Maurício Trompowsky é o novo gerente de Negócios da Unidade de Granéis da ALL Logística no Rio Grande do Sul. Formado em Engenharia de Produção pela UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro, o executivo está na companhia desde 2003, onde entrou como trainee. Trompowsky integrou os quadros da ALL na área Comercial da Unidade de Líquidos e, nos últimos seis anos, foi gerente da área de PCP – Planejamento de Controle de Produção e gerente de Projetos Logísticos. 0800 7012255 • Terence Talbot assumiu, no último dia 16, a diretoria de Logística da rede varejista Ponto Frio. Formado em Arquitetura pela Universidade Santa Úrsula, no Rio de Janeiro, o executivo tem mestrado em Administração de Empresas pelo Coppead/UFRJ. Antes de integrar os quadros da empresa, Talbot foi diretor-executivo da Wilson, Sons Logística e, anteriormente, ocupou a direção para a América Latina da Eagle Global Logistics. 0800 2865500
Falecimento É com grande pesar que a Revista Tecnologística informa o falecimento – ocorrido no último dia 2 de março – de um de seus mais antigos e queridos colaboradores: Odail Caproni, contato comercial da empresa há dez anos. Sua ausência será muito sentida pelos seus clientes e por toda a equipe da Tecnologística. O sepultamento ocorreu no interior de São Paulo, em sua cidade natal. À família, expressamos nosso profundo pesar e solidariedade.
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COMÉRCIO EXTERIOR
O funil ficou mais estreito A infraestrutura logística e os processos fiscais não acompanharam o ritmo de crescimento do comércio exterior brasileiro. Nos próximos anos, com ou sem crise, o país ganhará ainda mais importância no cenário mundial, mas precisa eliminar seus gargalos. Nossas empresas mostram como
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eja como uma empresa brasileira contorna os entraves logísticos do comércio exterior: “Para alguns países em desenvolvimento, exportamos painéis, divisórias e portas de madeira soltos nos contêineres, porque, se utilizarmos paletes, teremos que diminuir a quantidade de 2.400 para 1.400 unidades por contêiner. Isso aumenta o uso de mão de obra no embarque, mas somos obrigados a fazê-lo para diluir os enormes custos de burocracia, como fiscalização do Ibama, da Receita Federal, procuração para despachante, etc.” O depoimento franco de Paulo Amanthea, consultor internacional da Eucatex, não é exceção. Em que pesem os anos de bonança que o Brasil atravessou recentemente, os empresários não têm motivos para comemorar seus resultados no comércio exterior. Ao contrário, há quem diga que a crise chegou em boa
hora, evitando um colapso na nossa infraestrutura logística e um vexame mundial. Convidados pela Revista Tecnologística a traçar um cenário dos gargalos e soluções para o comércio exterior brasileiro, executivos e especialistas de diversos setores são unânimes em afirmar que há muito mais a avançar do que as poucas melhorias obtidas nos últimos anos. Mas todos apontam os caminhos. Paulo Amanthea, com seus 34 anos de comércio internacional e tendo instalado filiais da Eucatex em outros países, é o mais contundente: “Alguma coisa mudou no Brasil depois da Lei dos Portos, de 1993, mas ainda ficou muito por fazer. O Rodoanel não está pronto. Muito se fala em Ferroanel, mas nada. Privatizaram as ferrovias, mas a oferta ainda é incipiente e praticamente só atende aos granéis. Quando comecei nesta empresa, o trem entrava na fábrica. Nos
anos 80, partimos para o caminhão, mas os pedágios deixaram esse modal caro. Então, vieram os contêineres, mas ainda não podemos utilizar os de 45 pés porque temos limitações de infraestrutura. A cabotagem deveria custar um terço do que gastamos no caminhão, mas ainda está muito cara. E a hidrovia é uma ficção, da qual nós não conseguimos participar. O pouco que sabemos sobre este modal, só mesmo pelo Google. Portanto, aqui não existe o multimodalismo. Efetivamente, não se vê nada. Onde estão os investimentos do PAC para acabar com estes gargalos? Às vezes, gastamos mais no frete rodoviário em território nacional do que no frete marítimo para mandar um contêiner para o Japão!” Ele lembra ainda que os volumes do comércio exterior brasileiro não evoluíram para os produtos de maior valor agregado tanto quanto para as
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commodities agrícolas e minerais. “Nós perdemos nossa vantagem comercial no custo do portão da fábrica ao porto. Usamos todos os recursos possíveis para driblar os problemas, mas ainda temos que enfrentar outras limitações, como, por exemplo, a de peso, para não danificar as rodovias”, diz o consultor. A falta de competitividade dificulta a recuperação de um mercado internacional que já foi maior. “Há cinco anos, exportávamos para 80 países; hoje, são dez. Perdemos em função da desvalorização do dólar. Mas agora temos que fazer milagre. Para dar uma ideia, um contêiner de 40 pés do Brasil para o México custa US$ 4 mil de frete. Se sair do Chile, custa US$ 1,5 mil. E se vier da Europa para o Brasil, US$ 1,2 mil. Não entendemos a lógica desses preços. Quando o petróleo estava em alta, diziam que era por isso. Agora, o valor do barril despencou e o frete pouco mudou. O fato é que nós perdemos na logística doméstica e na internacional. O empresário brasileiro é um herói. Temos que batalhar na logística e ser criativos para tentar crescer no mercado externo”, arremata. Além de tudo isso, empresas como a Eucatex ainda precisam colocar suas cargas nos portos cinco
dias antes da atracação dos navios, sob pena de perder o embarque e pagar multas. “Há projetos bons, como o drawback verde-amarelo, implantado pela Receita Federal, pelo qual todos os impostos que incidem sobre a matéria-prima de produtos exportados seriam creditados ao fabricante. Seria ótimo, mas desafio alguém a achar quem está usufruindo desse benefício. Isso poderia reduzir os custos com impostos em até 30%. Quero bater na porta de quem usa e pedir orientações, porque não sabemos como fazer isso”, desabafa.
Pior que as tarifas
Os gargalos logísticos e burocráticos causam muito mais estragos em termos de custos do que as barreiras tarifárias, embora estas ocupem um espaço bem maior no noticiário. É o que aponta o estudo “Desobstruindo as artérias – o impacto dos custos de transporte para o comércio exterior da América Latina e Caribe”, apresentado em outubro do ano passado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). “Se essa falta de zelo não trazia muitos prejuízos nos anos 80, quando as barreiras tradicionais eram tão grandes e proibitivas que ofuscavam o resto, o mesmo já não se pode dizer das últimas décadas, quando três fatores contribuíram para dar uma importância estratégica ao transporte: a liberalização comercial; a fragmentação da produção e a importância do tempo nas transações comerciais; e a emergência de economias com vastos estoques de mão de obra e ávidas importadoras de reEucatex: dias de espera no porto para não perder cursos naturais”, analisam o embarque os pesquisadores Maurício
Amanthea: efetivamente, o multimodalismo não existe
Mesquita Moreira, Christian Volpe e Juan Blyde. Segundo o estudo, os custos de transporte são significativamente mais altos do que as tarifas. Por exemplo, o frete médio das exportações para os Estados Unidos corresponde a 7,8% do custo total, enquanto que a tarifa média representa 2,7%. Ainda de acordo com a pesquisa, os custos de transporte na América Latina tendem a ser significativamente mais altos do que em países desenvolvidos por conta da exportação de bens pesados, da ineficiência de seus portos e aeroportos e da falta de concorrência. O custo médio do frete marítimo das exportações dessa região para os Estados Unidos é 75% mais alto do que o da Holanda, por exemplo. O estudo revela que reduções no frete marítimo podem ter um impacto significativo e muito superior a um corte similar nas tarifas, tanto no volume de comércio como no número de bens negociados. No Brasil, o aumento estimado nas exportações para os Estados Unidos, a partir de uma redução de 10% no frete, seria aproximadamente 23 vezes maior que uma redução similar nas tarifas. Março/2009- Revista Tecnologística - 45
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Os pesquisadores enxergam dois desafios para países como o Brasil: no aspecto político, fazer com que melhorias nem sempre visíveis na infraestrutura de transporte sejam percebidas como ações que podem gerar dividendos políticos; e, no lado técnico, ampliar o rigor na avaliação de projetos, vencer a escassez de recursos e implantar projetos regionais.
Solução restrita Um outro estudo sobre os entraves e oportunidades do comércio exterior brasileiro, feito pela consultoria Deloitte em 2007, mostra que, apesar do crescimento das exportações do país nos últimos anos, o número de exportadores diminuiu. A burocracia e a morosidade dos desembaraços aduaneiros são apontados como os principais gargalos por 80% dos diretores financeiros e outros executivos de 187 empresas que exportam ou importam produtos. Greves e outros movimentos reivindicatórios de fiscais são citados por 63%. Mas as questões logísticas, somadas, representam o maior volume de dores de cabeça: deficiência na infraestrutura de escoamento (56%), perdas no processo logístico (25%) e necessidade de se criar uma estrutura de armazenagem devido à morosidade no desembaraço de mercadorias (12%). Para 68% das empresas, a liberação de cargas nos portos leva de dois a dez dias. E o prazo é ainda mais longo – de 11 a 20 dias – para 19% dos respondentes. “É um tempo muito além do desejável. Dependendo do tipo de produto e das aprovações requeridas para desembarcar no país ou deixá-lo – documentações de órgãos como a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a Polícia Federal, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) ou o Ministério da Agricul-
tura –, o processo pode se estender por até 50 dias”, diz a pesquisa. Nos aeroportos, 42% das empresas esperam de seis a dez dias e 33% aguardam de dois a cinco dias por uma liberação.
Burocracia e morosidade são os principais gargalos, mas a logística é a maior dor de cabeça dos exportadores
Vale citar uma terceira pesquisa, realizada em 2006 e coeditada no Brasil pelo Banco Mundial, pela International Finance Corporation (IFC) e pela Editora Nobel, revelando a participação de cada etapa no tempo total de desembaraço de mercadorias. Na média mundial, a reunião de documentos e assinaturas necessários para a liberação de bens em zonas de fronteira consome 59% do tempo. O restante se divide entre alfândega e inspeções (16%), transporte interno (13%) e manuseio no porto e no terminal (12%), sem contar o tempo em que a carga se encontra em trânsito. O mesmo levantamento revela que na América Latina são necessárias, em média, oito assinaturas para cada produto a ser exportado. Nos países que compõem a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE), apenas três documentos são solicitados. Segundo o estudo, esses fatores acabam se refletindo no baixo percentual de empresas que atuam no comércio exterior (46% dos pesquisados) e têm elevado o número dos que simplesmente não realizam operações internacionais (31%).
De acordo com a pesquisa, a burocracia custa 10% do valor das exportações dos países em desenvolvimento. Estruturas ineficientes de alfândega e transporte agravam a situação, exigindo que os produtores mantenham estoques maiores em seus depósitos, acrescentando de 4% a 6% aos custos de produção. O estudo mostra ainda que cada dia de atraso no transporte custa 0,5% do valor da carga para produtos transportados por navio ou trem. Portanto, se o tempo de transporte de uma mercadoria for reduzido de 20 para dez dias, por exemplo, o exportador pode economizar 5% do seu valor. Uma solução para este gargalo é o programa Linha Azul, lançado em 1998 pela Receita Federal, inicialmente para agilizar os desembaraços no Aeroporto de Viracopos (SP), e depois ampliado para todo o país. Este sistema determina a liberação da carga em até oito horas nos portos ou quatro horas nos recintos alfandegados. A Receita Federal criou esse modelo depois de verificar que apenas 0,5% das empresas respondiam por 50% do total das importações do Brasil, em valores, e que os cem maiores importadores desse grupo respondiam por 50% do volume importado. Portanto, a ideia era facilitar os fluxos dessas organizações, que são conhecidas e representam menor risco de infrações. No entanto, os requisitos do Linha Azul ainda são vistos como restritivos por boa parte das empresas. Segundo a pesquisa da Deloitte, 24% das organizações não pretendiam implementar o programa (em 2007) e 52% ainda não haviam se decidido sobre o assunto. E mais da metade (58%) das empresas importadoras e exportadoras ainda não haviam se beneficiado de regimes especiais aduaneiros nos três anos anteriores. Apenas 12% das companhias entre-
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vistadas participavam do Linha Azul. De acordo com elas, além de agilidade nos processos de desembaraço de mercadorias, o programa promove redução de custos, aumento da competitividade e otimização do capital empregado nas operações. “O Linha Azul torna possível, por exemplo, manter os estoques de mercadorias em níveis adequados para o abastecimento de acordo com os pedidos de compra do momento (just in time), colaborando para a redução dos processos logísticos e para um giro de mercadorias mais intenso e racionalizado. Um dos maiores problemas enfrentados hoje pelas empresas é justamente a necessidade de se manter, preventivamente, estoques que venham a compensar possíveis perdas e atrasos provocados por um cenário logístico ainda deficiente no Brasil”, afirma o estudo da Deloitte. No entanto, para se habilitar ao Linha Azul, a empresa precisa possuir inscrição no CNPJ há mais de 24 meses, não ter pendências com a Receita Federal, não ter passado por regime especial de fiscalização nos três anos anteriores, ter comercializado com
Embraco: ineficiência logística reflete nos custos e margens financeiras
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mercados externos pelo menos US$ 10 milhões nos 12 meses anteriores e apresentar relatório de auditoria certificando o cumprimento de todas as obrigações previstas pelo Fisco. “Enquanto não se resolve o problema da deficiência da infraestrutura – que levará certamente muitos anos e do qual depende a capacidade de crescimento do país –, é natural que as empresas partam para alternativas que ofereçam maior agilidade no processo aduaneiro e ampliação da sua competitividade no mercado externo”, afirma José Othon de Almeida, sócio-líder da Deloitte para o atendimento às organizações do setor manufatureiro.
Sem papéis Líder mundial em compressores, a catarinense Embraco tem uma logística internacional tão intensa que sua gestora de Comércio Exterior e Relações Externas, Maria Teresa Bustamante, é uma especialista em assuntos aduaneiros e ocupa também o posto de diretora de Relações Internacionais da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee). Para ela, além dos gargalos de infraestrutura, o país ainda precisa criar “uma aduana sem papéis para executar toda a operação de entrada e saída de mercadorias, através de sistema online, ligando todos os entes oficiais e autarquias participantes nos processos”. Segundo André Perez, gestor corporativo de Planejamento de Vendas e Operações da Embraco, o custo gerado pela ineficiência logística é incorporado ao de produção e, consequentemente, reflete nos preços e nas margens financeiras da organização. “Infelizmente, as empresas não são ouvidas de forma objetiva no que diz respeito à infraestrutura logística, que pode representar um diferencial competitivo para o país, não só em
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termos de preços, mas principalmente pela flexibilidade e agilidade em prover outros países com os nossos produtos”, declara. Enquanto isso não ocorre, a Embraco vem buscando outras soluções. “Estamos investindo fortemente em obter a habilitação do regime especial Linha Azul e num constante aperfeiçoamento e redução de burocracia, tanto interna quanto junto aos fornecedores e clientes”, anuncia Maria Teresa. Aproximadamente 70% da produção da Embraco são dedicados ao comércio exterior, o que representa um volume de 12 milhões de compressores por ano, considerando somente a fábrica do Brasil. No total, a empresa exporta para aproximadamente 80 países. Para André Perez, apesar de a logística ser tema constante de congressos e publicações, os avanços são muito pobres. “Com relação a estradas e portos, acredito que muito está sendo feito, mas o que está em execução, por sua vez, está em descompasso com o crescimento do Brasil. Evidentemente, não existe um projeto de infraestrutura logística para o país”, afirma.
Efeito financeiro
Gelson Zardo, diretor de Sistemas e Processos da Marcopolo, divide os gargalos da exportação em três áreas: operacional, burocrática e financeira. Resumindo o pensamento dos demais entrevistados, ele lista os altos custos portuários e de cabotagem, problemas com inEmbarque de produto da Marcopolo: fragmentação aumenta fraestrutura nos porcustos logísticos tos, custos internos de transporte e a falta de investimento em dragagem, em tenção de elevados níveis de estointegração dos sistemas de informa- que para assegurar a continuidade ções dos órgãos públicos e na criação da fabricação”, completa. de um hub port no Brasil. “O Brasil O executivo é ainda mais crítico: tem dimensões continentais, o que “Apesar de muito ser dito, pouco efefaz com que tenhamos necessidade tivamente tem melhorado para permide distribuir nossos produtos do Sul a tir a redução de custos e estoques para regiões do Norte por rodovias e balsas facilitar as atividades de comércio com custos extremamente elevados, exterior. Se isso ocorresse, o produto onerando nossos clientes e dando es- brasileiro seria muito mais competipaço a produtos entrantes de outros tivo e os componentes importados, países”, diz. mais baratos. Nossa expectativa é que Para a importação, o governo federal direcione algumas segundo ele, as dificul- ações do PAC para este setor.” dades se concentram na Para contornar os gargalos, a Maromissão de alguns ter- copolo tem fragmentado produtos minais portuários por em conjuntos do tipo PKD (partial falta de janelas de em- knock-down – parcialmente desmontabarque ou outras limi- do), SKD (semi knock-down – semi-destações. Zardo também montado) e CKD (complete knock-down critica a demora na aná- – completamente desmontado). “Oblise dos processos junto viamente, esta condição implica em aos órgãos competentes, deixarmos de aumentar nosso quadro o elevado prazo para li- de colaboradores no Brasil. O impacto beração – principalmen- dos custos logísticos tem uma grande te em relação à Licença representatividade em nossos produtos, de Importação e deferi- devido às suas dimensões. Alternativas mento de drawback, pelo como logística reversa e reciclagem de volume de documentos embalagens em madeira para exportaexigidos. “O resultado é ção fazem com que tenhamos baixos que esses gargalos e difi- custos nesse item, além de promover a Zardo: estoques elevados para cobrir gargalos culdades geram a manu- preservação da natureza – ação exten-
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siva às nossas coligadas no exterior. Além disso, temos traçado alianças comerciais com EADIs, operadores logísticos e armadores, de forma a conseguirmos ter fidelidade e melhores negociações”, explica Zardo.
Custo das greves No setor automobilístico, os prazos e a regularidade do abastecimento são fundamentais. Para não interromper uma linha de produção só há duas alternativas: ou a logística funciona de acordo com o planejado ou é preciso elevar os estoques e, com isso, os custos. É entre esses dois extremos que precisam se equilibrar as montadoras brasileiras que lidam com processos de exportação e importação. “Adequamos a logística internacional da nossa fábrica ao contexto do país, mas ainda falta muito para atingirmos o nível de eficiência nos fluxos de carga das nossas unidades em outras nações desenvolvidas”, diz Davi Lunardi, diretor de Logística da Iveco. Segundo ele, mais preocupante que o gargalo da infraestrutura – pois esse é contornável – é a instabilidade dos organismos públicos. “Quando estamos vivendo uma situação normal, a logística daqui já é mais difícil do que a da Europa. O pior, porém, é quando ocorrem greves ou outras situações às quais não é possível se adaptar. A questão é que esses casos não são tão raros. Para uma indústria que tem um fluxo completamente planejado, como a nossa, isso tem um impacto muito negativo nos custos operacionais, inclusive os de mão de obra”, lamenta o diretor. A Iveco conhece os problemas dos dois lados da balança comercial, pois importa componentes e exporta motores, partes de veículos (CKD) e caminhões para países da América Latina e África. “Estamos
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sempre procurando melhorar nossos processos logísticos dentro da realidade do momento. Hoje, por exemplo, a situação é bem diferente da que vivíamos antes de outubro. Os volumes transportados diminuíram e há sobra de espaço nos terminais de Santos e Rio de Janeiro. Apesar disso, os avanços em automação e na agilidade dos processos portuários precisam continuar”, afirma Lunardi. Sistemas modernos de suporte ao comércio internacional, como o Linha Azul e o Recof (Regime Aduaneiro de Entreposto Industrial sob Controle Informatizado), ambos implantados pela Receita Federal, precisam ser adotados por um número maior de empresas, na opinião do diretor da Iveco. Quanto à infraestrutura, o modal ferroviário não é utilizado com a frequência que poderia ser pelo setor automobilístico, porque a malha atual está quase totalmente comprometida com as commodities – ou pelo menos estava, antes da crise. “Quem sabe as ferrovias não abrem uma oportunidade para outros segmentos neste momento?”, pondera o diretor. Mas contar com uma efetiva intermodalidade, somente quando houver garantia de atendimento e prazos firmes de entrega.
Missão difícil Outros setores da indústria com forte atuação no comércio internacional também sentem fortes efeitos dos gargalos logísticos e burocráticos. Um exemplo é o segmento calçadista, que faz suas exportações a partir dos portos de Rio Grande (RS), Santos (SP) e Pecém (CE). “O Custo Brasil é o principal entrave ao comércio exterior, pois em todas as etapas de produção, armazenamento e escoamento dos pedidos estão embutidos impostos e taxas, tor-
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nando a formação dos preços para o comprador uma tarefa difícil para as empresas, não somente exportadoras, mas também para aquelas que atendem ao mercado interno”, diz Heitor Klein, diretor-executivo da Abicalçados (Associação Brasileira da Indústria de Calçados). Pedro Pedrossian Neto, coordenador de Análise Econômica de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo – Fiesp, lembra que a competitividade de um país no que tange ao comércio exterior é um conceito complexo, que envolve questões logísticas, aduaneiras, tributárias, cambiais e de acesso a crédito, entre muitas outras. “Em linhas gerais, eu diria que o Brasil está apenas engatinhando na solução desses
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Sistemas modernos como o Linha Azul e o Recof precisam ser adotados por um número maior de empresas
problemas. Veja a questão da infraestrutura, por exemplo. Precisamos retomar a ideia dos eixos estruturais de integração da América do Sul, como o projeto dos corredores bioceânicos, que viabilizariam
uma saída para o Pacífico. Hoje, o exportador paulista que pretenda vender ao Chile, ao Peru ou ao Equador, ou mesmo aquele que deseje explorar os mercados do leste asiático, como a China, o Japão ou a Coreia, provavelmente escolherá, por economia de tempo e dinheiro, embarcar a mercadoria num navio pelo Canal do Panamá, percorrendo uma distância consideravelmente maior do que aquela que seria possível se tivéssemos uma malha rodoferroviária adequada entre nossos países”, descreve. Para Pedrossian, a lista de obstáculos para alavancar as exportações é imensa e este cenário negativo compromete tanto a inserção internacional de nossas empresas quanto a geração de empregos. “O resultado
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disso é conhecido: encarecimento do produto final e perda de mercado externo, principalmente para os produtos industriais, de peso relevante para o crescimento do PIB”, afirma. Os problemas, segundo ele, não estão somente no transporte do produto, no despacho aduaneiro e na emissão de documentos, mas chegam até a contratação do seguro internacional. “O alto custo portuário e aeroportuário de armazenagem, por exemplo, o longo período para liberação de cargas, a inspeção física e o pagamento de inúmeras taxas oneram o exportador. Isso para não falar dos créditos tributários acumulados por ele. Além disso, existe a péssima condição de muitas estradas brasileiras e a saturação dos portos e aeroportos”, reitera. Entre os pontos de melhoria nos últimos anos, ele cita a criação do drawback verde-amarelo. “Sem dúvida, há mérito do governo nessa questão, embora tenhamos que incluir novos setores nesse mecanismo. Hoje se estuda a criação do drawback paulista, que dará novo alento aos exportadores se for efetivamente implementado. A Fiesp tem trabalhado em parceria estreita com os governos Federal e Estadual para viabilizar esses dois projetos”, anuncia. No entanto, Pedrossian ressalta
que ainda há muito a avançar na desburocratização do sistema de aduana, com a simplificação dos procedimentos de desembaraço e liberação da carga. Como também na desvinculação da inspeção física da documental, reduzindo os custos de armazenagem portuário e aeroportuário. “Enfim, os processos Fábrica de calçados: obstáculos às exportações impedem devem ser guiados inserção internacional das empresas pela palavra agilidade, tanto nas questões documentais como nas de desembaraço e Reduzir custos, frisa, é a preode conferências”, pondera. cupação número um de qualquer O coordenador da Fiesp recor- empresário, ainda mais em um conda que o comércio exterior brasi- texto de crise. “As empresas têm leiro aumentou, nos últimos dois buscado soluções para se tornarem anos, algo em torno de US$ 150 competitivas. No entanto, existem bilhões, sem que os investimentos fatores sistêmicos que elas não conem infraestrutura acompanhassem seguem superar. Veja, por exemplo, esse desenvolvimento. “E mesmo a a questão do financiamento oneroestrutura do Ministério do Desen- so, da taxa de câmbio volátil, da carvolvimento, Indústria e Comércio ga tributária elevada, dos modais de Exterior, por exemplo, tornou-se transporte insuficientes, da falta de claramente insuficiente para dar agilidade nos despachos aduaneiros. conta do volume atual”, aponta. Esse cenário é incompatível com a A Fiesp tem trabalhado, entre nova realidade exportadora do país. outras frentes, pela implantação do Do portão para dentro da fábrica, as Siscomex Cargas, que empresas têm investido para serem possibilitará um acom- cada vez mais eficientes. Da porta panhamento completo para fora, porém, precisam ser audo comércio exterior, pa- xiliadas pelo poder público.” dronização dos procediAndré Sales mentos e integração de sistemas. Além disso, esse (Veja na próxima edição, na segunsistema trará maior controle das cargas e simplifi- da parte desta reportagem, os entraves cação dos procedimentos. ao comércio exterior no agronegócio.) “A Fiesp é a maior certificadora de origem do Abicalçados: (51) 3594-7011 Brasil, e o faz com custo Deloitte: (11) 5186-1000 baixo para as empresas Embraco: (47) 3441-2121 e agilidade na obtenção Eucatex: (11) 3049-2233 deste importante selo Fiesp: (11) 3549-4499 Iveco: 0800 7048326 Klein: custo logístico é o principal entrave ao para inserção internacioMarcopolo: 0800 7027070 comércio exterior nal”, diz Pedrossian.
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Fotos: Divulgação
Uma solução e muitas
possibilidades Ao utilizar tecnologia de ponta na automação do inventário em suas lojas, a rede de supermercado Prezunic, além dos ganhos obtidos nessa operação, está encontrando variadas aplicações para uma mesma solução, baseada em coletores de dados e rede de comunicação por radiofrequência
A
rede Prezunic inaugurou sua primeira loja em maio de 2002, no bairro de Benfica, na zona norte da capital do Rio de Janeiro. Hoje possui 29 lojas na região metropolitana do Rio e um centro de distribuição, com área de 50 mil m 2, no bairro da Penha. Ocupa o oitavo lugar no ranking da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), divulgado em 2008, e registrou um faturamento bruto próximo de 1,5 bilhão em 2007. Um crescimento bem expressivo, que tem como um de seus pilares o investimento em tecnologia. “A direção da empresa sempre teve em mente que o crescimento só acontece com rapidez se a estrutura for bem preparada. Isso é o que foi feito. Temos um CD capaz de suportar um número bem maior de lojas do que temos hoje, por exemplo. Crescemos com segurança, com um nível de serviço elevado e com custos baixos. E a tecnologia possibilita tudo isso, além
do maior controle que traz para as operações”, afirma Anderson Nunes Chaves, gerente de Tecnologia da Informação da rede. Um exemplo de como a empresa planeja e aloca recursos em ferramentas tecnológicas, com essa perspectiva de ampliar possibilidades futuramente, é o projeto desenvolvido para a automação do inventário nas lojas, implementado em 2007. A solução, desenhada pela Seal, consistiu na adoção de coletores de dados com tecnologia de radiofrequência e estrutura para rede de comunicação sem fio em cada uma das lojas, e atendeu plenamente aos objetivos, pois resultou em importantes ganhos, tanto financeiros como operacionais. Ao todo, a Prezunic adquiriu 750 coletores do modelo MC 3090 da Symbol – em média são 25 coletores por loja – e 29 redes Wi-Fi da Motorola, detentora da marca Symbol. O sistema que roda no coletor foi adquirido da HandCom, desenvolvedora de softwares para equipamen-
tos mobile, e foi integrado ao sistema de gestão proprietário da Prezunic. Agora, esses mesmos coletores estão se transformando em ferramentas de múltiplas funções, já que poderão servir de apoio também às operações de venda, de logística e até de marketing. Isto porque, ao fazer o investimento em tecnologia de ponta, cujo retorno estava previsto para 18 meses e ocorreu em 12, a rede Prezunic passou a ter em mãos mais opções de aplicação do que puramente a automação das operações de conferência dos itens em estoque. Aliás, essa preocupação em criar e manter recursos próprios para realizar o inventário internamente não é uma regra no segmento em que a Prezunic está inserida. Segundo Wagner Bernardes, diretor de Marketing e Vendas da Seal, no setor supermercadista é comum comprar o serviço de inventário de empresas terceiras, com uma periodicidade adequada à necessidade de cada varejista. “São equipes especializadas que vão até a empresa com equipamentos portáteis, fazem o
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inventário e entregam o relatório no final. Muitas empresas adotam esse modelo, principalmente as médias, e até algumas grandes. No entanto, o que temos percebido é que quem adquire a tecnologia – que está se tornando cada vez mais acessível – e monta seus grupos consegue benefícios na operação.” Para a Prezunic, conforme explica seu gerente de TI, realizar o inventário internamente é também uma questão estratégica. “Nas rotinas que consideramos serem de muita importância, nós tomamos conta. O inventário dá uma radiografia de como estão os nossos estoques e consideramos essa informação muito importante para deixar nas mãos de terceiros, que dificilmente saberão fazer da forma como queremos que seja apurado, na nossa particularidade de detalhes.” Ele complementa que, apesar de os produtos em seu estoque serem os mesmos de qualquer outro supermercado, cada um contabiliza os itens de uma forma. “Por exemplo, algumas empresas trabalham com o produto por peso e nós trabalhamos por unidade. Às vezes, uma empresa trabalha com o estoque unitário e nós, com estoque por caixas. Então, para a Prezunic é importante preservar essa cultura, essa forma de contabilizar o produto, daí não encontrarmos um parceiro que pudesse fazer isso.”
Antes e depois Quando o trabalho de conferência se realizava manualmente, eram necessários sete dias somente para o preparo dos documentos, mais 12 horas de contagem (inventário físico) e dois dias para a apuração de resultados. Com a automação, o tempo foi reduzido para oito horas de trabalho, somente. Eliminou-se a etapa de separação de documentos, pois as informações coletadas no estoque são confrontadas com os documentos contábeis alimentados no sistema de gestão, automaticamente, e
a apuração dos resultados é imediata, passamos a usar o coletor de dados, logo após o término da contagem. o inventário passou a ser bimestral e Além disso, a empresa pôde reduzir agora já estamos querendo passar a em 90% o gasto com papel, no mo- fazê-lo a cada quatro meses.” mento em que deixou de emitir fichas, A razão para prolongar o prazo para relatórios para contagens e pastas de a realização do inventário, segundo controle, e baixou em 40% o custo Chaves, se dá pela segurança da inforde pessoal envolvido na operação. “A mação coletada. “Quando o processo grande vantagem foi deixar todo o era manual, havia algumas informaprocesso de inventário mais ágil, além ções duvidosas que, ao longo do mês, da confiabilidade da informação, por- iam sendo corrigidas. Havia muita dique sem o papel não há possibilidade vergência de estoques, exatamente porde erros de contagem. Sempre fazemos que quando a pessoa via um valor esa contagem e a recontagem por pessoas crito no papel a tendência era copiá-lo. diferentes, cada uma com seu equipa- Isso nos obrigava a fazer o inventário mento e sem saber o que a outra contou”, mensalmente. Com o uso do coletor, a explica o gerente de TI da Prezunic. confiabilidade da informação aumenEle completa que, para este traba- tou a tal ponto que, se dentro de dois lho, a empresa dispõe de 25 pessoas por meses não tivermos qualquer probleloja, em média, atuando simultanea- ma, não se justifica fazer o inventário mente, cada uma com um coletor, para antes desse prazo. A confiabilidade foi conferir cerca de oito mil itens. Nas lo- estendendo o prazo para o inventário: jas maiores, cujo número de itens gira era de um mês, passou para dois meses em torno de 12 mil, são 40 coletores/ e já estamos analisando a possibilidade pessoas envolvidos no inventário. A de fazer somente a cada quatro meses.” operação acontece de uma forma muiNa avaliação do diretor da Seal, a to rápida e dinâmica, ressalta Chaves, mudança do processo manual para o de maneira que uma pessoa passa pelo automatizado ocorreu de forma muito corredor com o coletor contando os eficiente na Prezunic. “A tecnologia é produtos e logo atrás vem outra pessoa um meio, mas o processo de inventário fazendo uma segunda contagem dos exige uma disciplina e uma coordenação mesmos produtos; ao mesmo tempo, o sistema já checa se a primeira contagem está igual à segunda. Caso haja diferença, uma terceira pessoa é escalada para contar, especificamente, os itens que apresentaram divergência. “Na central de distribuição, por onde passam 85% do nosso volume de vendas, entre cargas secas e frigorificadas, o processo é diferente do das lojas. Os inventários são rotativos; todos os dias, contamos uma certa categoria de produtos, os números vão sendo checados e feitos 750 coletores cobrem a operação das 29 lojas os devidos acertos nos estoda rede ques. Já nas lojas, desde que Março/2009 - Revista Tecnologística - 55
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TECNOLOGIA
interna muito grandes e eles fizeram isso muito bem. Implementaram essa nova rotina de inventário sem causar grandes impactos na operação do supermercado. As pessoas envolvidas aprenderam muito rapidamente a trabalhar com a tecnologia.”
Novas e futuras aplicações Com essa operação consolidada, com os diversos ganhos obtidos e já tendo alcançado o retorno do investimento, a empresa começa a explorar outras possibilidades de aplicação para os coletores e a rede Wi-Fi, presente em todas as unidades. A primeira, conta o gerente de TI, foi a conferência de preços nas gôndolas, de modo a checar se o valor que está ali é o mesmo que está sendo praticado na frente de caixa. “Todos os dias, uma hora antes de as lojas abrirem, começamos a checagem de preços e seguimos com esse trabalho durante o dia todo. Isso resolve o problema operacional da falta ou troca de etiquetas, pois no ato da conferência, se necessário, é emitida uma nova etiqueta.” Os coletores de dados enviam online um comando para o sistema, que gera novas etiquetas nas impressoras. Outra aplicação tem sido na pesquisa que avalia a satisfação dos clientes no ambiente da loja. E estão em desenvolvimento outros recursos a serem explorados pela área de Marketing da rede,
Agora o inventário é feito internamente, o que é considerado estratégico pela empresa
como pesquisas de opinião junto aos consumidores, que poderão orientar diversas ações e campanhas. Também o trabalho dos fiscais de frente de caixa – cada loja tem, em média, 25 checkouts – foi facilitado com a utilização da tecnologia para eles receberem, onde estiverem, a informação sobre do que se trata o chamado. “Quando o fiscal é acionado, já sabe qual é o problema para resolver, se é uma troca, falta de etiqueta no produto, cancelamento de item de uma compra ou simplesmente conseguir troco”, detalha Chaves. Em fase de testes está uma nova aplicação para os coletores de dados, que vai trazer mais agilidade na operação do checkout, como conta o diretor de TI: “Queremos usá-los para o que estamos chamando de ‘papafila’, ou seja, antes de chegar ao caixa, um funcionário já registrou todos os itens do carrinho do cliente pelo coletor.” Outro projeto em curso é utilizar o equipamento no momento da conferência de recebimento de mercadorias na retaguarda da loja, em substituição ao romaneio em papel. E está em estudo, ainda, a viabilidade de se usar o coletor como meio de
comunicação entre os funcionários. “A ideia é utilizar a rede sem fio instalada para que os funcionários consigam falar entre si, uma alternativa para reduzir o custo de rádio que temos hoje, que é considerável.” A rede, utilizada para os coletores, também pode ser aproveitada para o uso de telefones móveis, com teconologia de VoIP. Enfim, o que se vê é primeiro uma aposta no melhor que o mercado pode oferecer em termos de tecnologia para, depois, estudar novos meios de aplicação, de maneira a ampliar os ganhos de ponta a ponta: da entrada de produtos ao atendimento ao cliente. “O diferencial deste projeto foi exatamente essa visão dos executivos da Prezunic. O varejo tem a característica de trabalhar com margens muito apertadas, então os grandes investimentos são sempre analisados com muito detalhamento. Qualquer decisão dessas é muito mais complexa do que para um operador logístico ou uma indústria, por exemplo. Por isso, quando surge um projeto como este da Prezunic – que foi além da automação do inventário –, é sempre algo muito positivo”, declara Wagner Bernardes. Sônia Monfil Cardona Prezunic: (21) 3418-9999 Seal: (11) 2134-3814
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Divulgação Ceva Logistics
2009, o ano da locação É no que acredita a grande maioria dos representantes do setor entrevistados pela Tecnologística. Que a crise, ao contrário do que para a maioria, trará novas oportunidades para o segmento de locação, beneficiado pela baixa disponibilidade de
crédito no mercado e pela cautela das empresas, que preferem alugar equipamentos a investir em ativos – opinião respaldada pelos usuários
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rise, que crise? Exageros à parte, o setor de locação de equipamentos de movimentação está vendo excelentes oportunidades para seu negócio no momento atual, em que o crédito é escasso, o dinheiro é caro e as empresas usuárias – essas sim, enfrentando a crise ou se precavendo contra ela – não estão dispostas a investir em ativos para um negócio que está fora do seu core-business, preferindo alugar os equipamentos. Num cenário como este, ficou mais fácil “fechar a conta” da locação, ou seja, mostrar as vantagens dessa opção em relação à manutenção de um parque próprio de empilhadeiras. Assim, depois de um dezembro preocupante e um janeiro em compasso de espera, as locadoras já enxergam um horizonte mais claro,
com a retomada dos negócios em fevereiro, mês em que foram ouvidas para este levantamento. Mas é claro que o céu não é de brigadeiro. Muitas destas locadoras afirmam que estão tendo de renegociar contratos com os clientes, reduzir máquinas ou mesmo o tempo de duração dos contratos, ajudando-os a passar por este momento difícil. Em outras palavras, hora de pôr em prática a tão falada parceria. “Embora ainda seja difícil mensurar, porque muitas empresas deram férias coletivas e isso altera muito o cenário de produção, tivemos alterações em nossos contratos de locação, mas nada muito significativo em comparação ao restante da economia”, diz Ricardo Mottin, diretor-superintendente da Bauko Máquinas, uma das grandes locadoras do mercado brasileiro.
“As reduções variam de setor a setor. Há os mais atingidos – como automotivo, autopeças e bens de capital – e outros que estão se sustentando bem, como o de higiene, limpeza e saúde. Estamos tentando nos adaptar, reduzindo máquinas quando necessário. Temos que ser parceiros do cliente nessa hora”, acredita o executivo, calculando em cerca de 10% a redução de unidades locadas, sempre nos segmentos mais atingidos. O mesmo percentual foi apontado pela Somov, que calcula em 10% as revisões de contrato, também localizadas em alguns setores, como o de autopeças. O gerente de Negócios de Locação da empresa, Sérgio Roberto Benchior, aponta outro contribuinte para este cenário: o fator psicológico. “Embora existam alguns setores realmente muito atingidos, o que te-
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mos sentido é que muitas empresas se anteciparam. Elas se precaveram mesmo. Como não sabem o que vai acontecer, preferem esperar e suspender as decisões”, explica Benchior. A Somov está renegociando sempre que o cliente prova que teve queda de produção. “As commodities e outros segmentos exportadores tiveram quedas vertiginosas e temem mais porque esta é uma crise mundial, não é só brasileira, e, portanto, foge mais ao controle. Já aqueles setores mais voltados ao mercado interno, como alimentos e bebidas, estão bem melhor”, conta Benchior. Outro que acredita no fator psicológico é o diretor da Linck, locadora com sede em Porto Alegre, representante da marca Clark, que atende ao mercado do Sul do país. “Tem um componente psicológico muito forte nisso tudo. Se você lê os jornais, o mundo vai acabar daqui a no máximo dois meses”, brinca o executivo. Na sua opinião, é preciso esperar para ver como realmente o mercado vai se comportar. A Movicarga, representante das máquinas japonesas Nissan no país, é outra que tem revisto contratos. “Estamos ajudando os clientes a fazer o estudo, a ver se realmente é preciso reduzir o número de máquinas e em quanto. Alguns tiveram impacto em sua produção, reduziram turnos e precisam redimensionar a frota. Vários devolveram máquinas e ficaram muito satisfeitos com nosso posicionamento. Isto é melhor do que simplesmente dar desconto. Nessa hora, tem que ser parceiro. Sei que essa palavra está desgastada, mas é isso mesmo. A crise está aí para todos”, acredita o CEO da empresa, Alexandre Valone. “Também tem aqueles que se aproveitam da situação para rever contratos, chorar. Sabemos que alguns setores foram muito afetados, mas outros não. Mas sempre tem quem se aproveite do momento”, pondera o executivo. A situação também alterou a forma de renovação dos contratos, muitos dos
quais eram automáticos e deixaram de sê-lo. É o caso da Still, outra grande do mercado. “Desde dezembro, estamos tendo que negociar o que antes era só notificado ao cliente”, explica Fabiana Souza, responsável pela área de Locação da empresa, que afirma não ter tido ainda devolução de máquinas. “Recebemos de volta aquelas do final do ano, de clientes que fazem contrato para cobrir o período de Natal. Mas
“ Há um componente psicológico muito forte na crise; quem lê os jornais, acha que o mundo vai acabar daqui a dois meses”
isso está dentro do esperado.” Outro fenômeno causado pela crise foi a redução do prazo dos contratos e o aumento das contratações spot. Empresas que não querem tomar agora a decisão de comprar, alugam por um período mais curto. “Principalmente no setor automotivo, sentimos uma demanda maior por contratos de curto prazo”, informa Irecê Andrade Rodrigues, diretora Comercial da Julio Simões Logística, que também sentiu aumento no pedido por revisões de contrato, mas em “casos isolados”, como afirmou.
Otimismo Mesmo diante destes casos, o setor se mostra otimista e acredita que o cenário é positivo para a locação. A própria Irecê puxa o cordão dos que veem a metade do copo cheia. “Na nossa
visão, a crise representa uma oportunidade, pois as indústrias precisam racionalizar seus custos, reduzindo investimentos na compra de equipamentos e na manutenção de pessoal próprio para operá-los. Este quadro deve aquecer a tendência pela terceirização”, acredita a diretora da Julio Simões. Na contrapartida do momento, a Movicarga fechou contratos por conta da crise: “Aqueles que não querem mais comprar estão nos procurando. Alguns nem eram nossos clientes, mas buscaram a locação como opção. Fechamos seis novos contratos nos últimos dois meses, apesar da crise”, afirma Valone. “Os clientes estão revendo a modalidade de operação. Até mesmo pela necessidade de reduzir custos, quando antes a opção era inequívoca pela compra, agora o cliente quer analisar o custo da locação para chegar no que é mais vantajoso”, complementa Fabiana, da Still, que vai além: “Estamos muito otimistas; fizemos recentemente uma convenção com os representantes – que também são locadores – e a opinião unânime foi de que o mercado não vai parar.” Opinião idêntica é a de Carlos Fernandes, diretor Comercial da Coparts e sócio das empresas Piazza e Tecnomaq, todas locadoras e vendedoras de equipamentos, com equipes independentes. “Sentimos no início do ano que todo mundo estava com o freio de mão puxado para ver o que ia acontecer. Só que em fevereiro já senti que algumas não estão esperando mais. O mercado reaqueceu e muita gente nem está dando conta de atender. Em fevereiro, parece que o pessoal falou: cadê a crise? E resolveu não esperar mais”, conta o executivo. A Coparts está há sete anos no mercado de locação de empilhadeiras, embora venha há 25 anos atuando com peças de guindastes, empilhadeiras e serviços de reforma de Março/2009 - Revista Tecnologística - 59
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máquinas. Em março do ano passado, a empresa conseguiu a representação da Paletrans, com a compra da Piazza, marca que foi mantida por se tratar de um segmento separado. Um mês depois, ela obteve a representação da marca Hyundai para o Vale do Paraíba (SP) – negócio que funciona sob a marca Tecnomaq e no qual Fernandes atua junto ao sócio Léo Resende. Outra otimista do mercado é Ivênia Carnaúba, diretora-geral da Disktrans, locadora de transpaletes da marca Paletrans. “Acho que este é o ano da locação. As empresas não vão investir em compra, mesmo de equipamentos de menor valor, como o nosso. O volume é elevado, então acaba sendo um investimento muito alto”, acredita. “Estou bem otimista.
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A Julio Simões é uma das que acreditam no crescimento da locação com a crise
Em dezembro, tivemos mais locações do que devoluções. Janeiro não foi bom, mas não foi tão ruim quanto esperávamos, embora tenha havido mais devolução. Em fevereiro, o saldo vai ser positivo. Temos vários negócios engatilhados e o volume não é pequeno, o que mostra que o mercado está reagindo.”
Dor de cabeça Deixar de “empatar” capital na compra de máquinas não é o único argumento do mercado para optar pela locação. De acordo com as empresas ouvidas, este talvez nem seja o melhor argumento pela locação, mas sim que, com ela, as empresas deixam de se preo-
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Mesmo afetado, segmento de grandes cargas ainda espera crescer
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se – sofreram forte impacto da crise. Em contrapartida, outros segmentos, como construção civil, petrolífero, naval e energia, vão muito bem. “O que depende de mercado interno praticamente não mudou em relação ao ano passado. Já os setores mais dependentes de exportações foram bastante atingidos pela queda do mercado global”, afirma Simões. Ele diz que ainda não sentiu a tendência de devolução de máquinas, mas que algumas obras foram postergadas, principalmente nos segmentos mais atingidos. “Para nós, o final do ano é sempre de baixa, porque ninguém começa uma obra neste período. Normalmente, as empresas preferem parar e dar férias. Mas isso não é por conta da crise, já é tradicional no setor.” O presidente não vê relação direta entre a crise e o aumento da demanda no seu setor, porque acredita que ele já nasceu voltado à locação. “Mesmo fora da crise, é muito mais interessante locar nossos equipamentos do que comprar. Eles são utilizados em grandes obras, que são trabalhos com período determinado, em que as máquinas ficam algum tempo ociosas. E máquina parada tem um custo alto. É muito diferente de um centro de distribuição, por exemplo, que trabalha 24 horas por dia”, explica o executivo. Outro fator que, segundo ele, ajuda este mercado é a cultura de locação, que vem auDivulgação Locar
iferenciado dentro dos equipamentos de movimentação, o setor de guindastes e gruas também mantém o otimismo para 2009, mesmo com alguns dos segmentos atendidos por ele terem sido fortemente atingidos pela crise. A Locar, empresa 100% nacional que atua no setor há 21 anos, espera um crescimento de 30% em 2009. Apesar do índice expressivo, ele está bem abaixo dos 90% alcançados em 2008, ano em que a empresa atingiu um faturamento de R$ 346 milhões. O presidente da Locar, Julio Eduardo Simões, explica que alguns dos segmentos em que atua – como os de mineração, siderurgia e papel e celulo-
mentando ano a ano no Brasil. “As empresas estão cada vez mais voltadas a seu core-business, preferem contratar serviços de fora a gerenciar os equipamentos”, coloca. E, embora acredite no componente psicológico da crise, afirma que ele não afeta o seu setor. “Ninguém para uma plataforma de gás só porque se assustou com a crise.” A empresa trabalha com contratos com prazos de duração muito variáveis e também trabalha no spot, chamado pelo setor de “dia-a-dia”. Os contratos incluem a manutenção e fornecimento de peças, mas raramente a mão de obra. “Só incluímos quando o cliente faz um contrato muito grande, aí entra no pacote. Somente a mão de obra, não fazemos.” A Locar atua com as divisões Marítima, Plataformas Aéreas e Gruas. A Divisão Marítima é a mais nova, iniciada em 2007, e opera nas áreas de transporte de peças especiais e apoio em offshore. Estão previstos investimentos de R$ 70 a R$ 100 milhões nos próximos três anos neste setor, que terá grande influência no crescimento da empresa. Além dele, a Locar também está aumentando sua gama de locação de produtos, com a aquisição de 48 plataformas aéreas, com investimento de R$ 10 milhões. No final de 2007, a empresa decidiu segmentar esse negócio, criando a divisão de Gruas, com gerenciamento próprio e a aquisição de 26 máquinas Liebherr, entregues ao longo de 2008. Todas estas ações são parte do plano de investimentos da Locar, que superou R$ 250 milhões no ano passado e tem programados outros R$ 200 milhões para 2009, que “serão mantidos, mesmo com a crise”, garante Julio Simões. Locar: (11) 3545-0500 Março/2009 - Revista Tecnologística - 61
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Outra vantagem da locação é o fato de ter sempre à disposição máquinas novas, o que reduz os problemas operacionais
suem um esquema azeitado para não parar a produção do cliente, ponto de honra para todas. As empresas também dão treinamento para os funcionários dos clientes, uma forma de reduzir o desgaste dos equipamentos. Outra enorme vantagem da locação sobre a manutenção de um parque próprio é o fato de se ter sempre à disposição máquinas novas, o que reduz sensivelmente os problemas na operação. As locadoras afirmam que – salvo exceções – os grandes clientes exigem equipamentos novos em contrato, que são trocados em prazos que variam de um a três anos, dependendo da criticidade da operação. Dificilmente uma empresa consegue manter uma frota própria tão nova. “Outro ativo que o cliente não precisa ter quando loca são máquinas a mais para cobrir as que têm problema. Sempre apontamos esta vantagem extra para o cliente. Nós temos mil equipamentos em estoque para atender às trocas; muitos clientes se espantam por não terem feito esta conta”, coloca a diretora da Disktrans.
para as mãos de locadores menores, que também atendem a clientes menores, que exigem menos. Ou seja, acabou-se criando um mercado concorrente para os grandes locadores. “Com o aumento da locação, há máquinas usadas em melhor estado no mercado. As seminovas ficaram num preço bom e este mercado está aquecido”, afirma Bastos, da Linck, um dos descontentes com a situação. “A culpa disso é das grandes empresas de Rental, que fazem leilões de usadas, vendendo essas máquinas a preço de banana para o próprio concorrente. É um tiro que sai pela culatra. A Linck só vende para o cliente final”, assegura o diretor. Mottin, da Bauko, concorda que o mercado de usadas está “meio atrapalhado”. “Nesta crise, grandes locadores estão renovando a frota dos clientes e acabam desovando equipamentos usados em bom estado na praça, o que faz com que o mercado secundário seja muito maior que o primário. O preço das usadas caiu para a metade do que era há três anos. As empresas que têm frota própria fazem troca a cada sete ou oito anos, podendo chegar a doze. Na locação, querem equipamentos novos a cada dois anos. Com isso, as usadas acabam se tornando concorrentes”, afirma. Há, porém, quem não veja tanto problema nisso e muitas até tiram proveito da
Divulgação Disktrans
cupar com a manutenção e a administração do estoque de peças, que acabam gerando a necessidade de ter um departamento voltado exclusivamente à administração das máquinas. As máquinas depreciam, há o custo do equipamento parado – que poucos sabem mensurar –, a administração do estoque de peças é complicada e cara, além de fugir do negócio principal das empresas. Há ainda o caso das baterias, que são um capítulo à parte. Equipamento delicado e caro (muitas vezes até mais que a própria empilhadeira), a bateria exige uma equipe toda voltada para sua manutenção, que deve ser muito cuidadosa para não comprometer sua vida útil. “A locação tira uma bela dor de cabeça de dentro das empresas”, resume Ivênia. De fato, ao locar, a empresa passa para o terceiro todos estes problemas e, em alguns casos, até mesmo a administração da mão de obra, pois muitas fornecem também este serviço para o cliente, embora este tipo de contrato ainda seja minoria no Brasil, por razões culturais e legais. A disponibilidade do equipamento é outra grande vantagem da terceirização. As empresas têm hoje isto nos contratos, que preveem tanto um prazo máximo para o conserto como até mesmo a troca da máquina. “Neste negócio, o atendimento é fundamental. O grande diferencial é o serviço”, acredita Ivênia. Ela explica que a Disktrans dispõe de um software para controle de seu parque de transpaleteira – que é muito maior que o de empilhadeiras. “Terminamos 2008 com 14.500 equipamentos locados, o que é quase o tamanho de todo o mercado de venda de empilhadeiras no país”, afirma ela, e com razão. Dependendo do tamanho do contrato, as locadoras podem ou não ter um mecânico de plantão dentro do cliente. Mas mesmo as que não têm – no caso de clientes com poucas máquinas e operação pouco intensa – pos-
Nova concorrência Esta exigência por máquinas novas acabou por criar um novo segmento: o das seminovas, máquinas em ótimo estado que muitas vezes acabam indo
Locação também cresce no segmento de transpaleteiras
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pilhadeiras são originais e completas, não foram canibalizadas. O pessoal às vezes faz fila para comprar”, confirma o CEO, que revela um outro reflexo da crise: o aumento da venda de peças, que no caso da Movicarga foi por volta de 10% desde o início da crise. A Julio Simões também não vê problemas com a suposta concorrência das usadas. “Fazemos locação para empresas com grande demanda de movimentação e que, portanto, não se encaixam no perfil de compradores de máquinas usadas”, afirma Irecê Rodrigues.
Alugadas versus próprias Para a maioria dos locadores ouvidos, aquela dificuldade de convencer o cliente das vantagens da locação sobre a compra ficou para trás. Segundo eles, a maioria dos clientes já aprendeu a “fazer a conta”, e os próprios fornecedores já sabem de antemão quando o caso é de locação e quando é de venda. Como a maioria atua nos dois mercados, a opção acaba realmente caindo no que é mais vantajoso para o cliente. A crise pode ter
Divulgação Movicarga
situação, por acreditarem que um negócio não concorre com o outro. As grandes locadoras normalmente atendem a grandes clientes, com muitas máquinas na operação, que costuma ser intensa. Para estes, as usadas não serviriam, porque não suportariam a intensidade da operação. Desta forma, as seminovas acabam indo mesmo ou para as frotas próprias ou para os pequenos locadores, que atendem a outro mercado. Mas podem fazer com que o cliente desista da locação pelo seu preço atrativo. A Still é uma que vende seminovas e não vê problemas. “Participamos de feirão de seminovas e divulgamos bastante a venda direta da fábrica. O cliente nos vê como um porto seguro, porque sabe que a máquina é original e que sua manutenção é muito boa. Ele até paga a mais por isso, pela segurança”, afirma Fabiana Souza. Na Movicarga acontece o mesmo, como conta Alexandre Valone. “A demanda está forte e o mercado nos vê como abastecedores de máquinas usadas, porque acompanha nosso trabalho de manutenção e sabe que as em-
A Movicarga não acredita que as seminovas concorram com a locação
alterado um pouco esta equação pelos motivos já expostos, mas ela continua válida na maioria dos casos. A locação leva clara vantagem nos casos em que a operação é intensa e envolve muitas máquinas, o que acarretaria numa manutenção mais crítica e custosa, além do risco de comprometer a produção e o investimento muito grande na compra e renovação. Já aquelas empresas cuja operação demanda poucas máquinas operando por menos tempo dificilmente terão vantagem na terceirização. Quando o cliente possui um parque de máquinas já amortizado também fica difícil fazer a conta fechar em favor da locação, muito embora, na maioria dos casos, o locador assuma a frota ou a negocie para o cliente no mercado. No caso de equipamentos especiais, também há que se pesar os prós e os contras, mas a maioria dos usuários (veja no quadro) acaba optando por comprar as máquinas, para garantir a disponibilidade. “As empresas vão planejando a terceirização, não é uma decisão que se toma de uma hora para outra. Ninguém desmobiliza uma frota que ainda está operando. Se precisar fazer muita renovação, aí a tendência é o cliente aceitar mais a locação”, avalia Ricardo Mottin. Paulo Coggo, diretor-superintendente da Skam, avalia que, com a crise, a tendência pela terceirização vai aumentar. “A escolha é sempre do cliente e está alinhada a diversos fatores, internos e externos à empresa. Mas, se analisarmos a situação atual, em que as empresas estão optando por adiar investimentos e não ativar custos fixos, os contratos de locação são a melhor opção. Alugar uma máquina nos dias atuais significa não ter que depreciar o investimento na máquina, o que está diretamente aliado à dificuldade de crédito no mercado gerada pela crise econômica”, opina Coggo, complementando que a locação oferece ainda a vantagem da disponibilidade de
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Ano imprevisível A crise econômica veio interromper um ciclo inédito de crescimento, tanto nas vendas de máquinas quanto na locação. No ano passado, foram vendidas cerca de 15.500 mil empilhadeiras no Brasil, um recorde histórico, que representou um crescimento próximo de 30% sobre 2007, um ano que já havia sido excepcional. Todas as empresas ouvidas tiveram crescimento em 2008, tanto na venda (nas que operam nesta modalidade) quanto na locação. Não existe um número total geral de máquinas locadas no mercado nacional, mas todas as empresas ouvidas tiveram crescimento de dois dígitos, variando entre 27% e 45% nesta modalidade.
Contudo, apesar de otimistas, poucas se arriscam a um prognóstico para 2009, um ano que será único em todos os sentidos. “Este ano, quem vai dar prognóstico é o meio acadêmico, porque tem que fazer por obrigação. Eu não me arrisco. Só posso dizer que estou otimista, porque o quadro já melhorou bem em relação ao final do ano passado”, coloca A Still aposta em um bom ano, mesmo com números Mottin, da Bauko. inferiores a 2008 “A tendência é de que o ano não seja tão negro quanto se supunha. Não vai ser “Esperamos crescer 25% sobre um crescimento como o dos últimos 2008, ano em que aumentamos 45% anos, mas também não será nada tão sobre 2007”, coloca Ivênia Carnaúba, alarmante. Preferimos trabalhar com oti- da Disktrans, uma das mais otimistas. mismo”, rebate Fabiana Souza, da Still. “Acredito que o mercado vai voltar a lo“Se ficarmos nos números de 2008, car e podemos até superar este índice.” já será bom. Acho que, dependendo Talvez a crise tenha modificado do segundo semestre, é possível che- temporariamente a evolução da locagarmos aos 30% de 2008. Agora, vol- ção no mercado brasileiro, mas todos tar aos níveis de 2007 não vai dar”, apostam nela como tendência, equiarrisca Bastos, da Linck. parando-se percentualmente às ven“Prever 2009 é difícil. Na locação, das de máquinas. E acreditam também acho que vai ser bom. Na Movicarga que, passado o susto inicial, o mercado já passamos por várias crises e sem- volte à normalidade. pre saímos delas maiores. Mantemos “Acho que leva mais uns cinco o otimismo, inclusive pelo momento anos para equalizar, ficar meio a meio do mercado ser favorável à locação e entre venda e locação, que é o padrão até à terceirização. Mas prever as ven- internacional”, avalia o diretor da das deste ano seria chute puro”, coloca Bauko. “Ninguém conhecia uma criAlexandre Valone. se desta magnitude. Já tivemos desaOutra que não arrisca palpite segu- celerações, mas nunca freadas como ro é a Julio Simões, que espera crescer esta, que interrompeu um ciclo histó15% na locação para o setor de papel rico de crescimento. A economia não e celulose, mas acha que o automo- é uma ciência exata, é também uma tivo é imprevisível. “Foi o segmento percepção. Todo mundo se assustou que mais sentiu o impacto da crise, num primeiro momento e pôs o pé mas se recuperou com a redução do no freio, mas agora o mercado está IPI”, pondera Irecê Rodrigues. mais confiante. Aquele sentimento “Este ano estamos pensando apenas de perplexidade já está passando e a em estabilização. É um ano muito atípi- tendência é de os negócios retornaco”, coloca Sérgio Benchior, da Somov. rem”, arremata Mottin. Divulgação Still
acessórios. Muitas empresas incluem no contrato acessórios como clamps, garras e garfos para a movimentação de produtos específicos. “Comprar ou locar é uma decisão financeira, aliada à questão dos benefícios, e depende muito do momento da empresa. É um pouco complexo de entender”, coloca Benchior, da Somov. “Aquele cliente que não estiver com o equipamento depreciado não fecha a locação, e os que estiverem com muita depreciação também não. Alguns não abrem mão de possuir o equipamento. Eles só contabilizam o custo da máquina e aí a conta não fecha. Não pensam na flexibilidade que a locação oferece.” Ele explica que muitos locadores, como a Somov, podem fazer a conta para o cliente, só que, para isso, teriam de ter acesso a dados financeiros que o cliente dificilmente disponibiliza para eles. “Teríamos que calcular se ele está depreciando corretamente o equipamento, como rateia os custos de mão de obra, tudo isso. E tem o fator caixa: se ele não tem dinheiro em caixa, é mais fácil alugar. Mas quando entramos num projeto, nunca temos a certeza se aquilo vira ou não locação.”
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ESPECIAL
Para usuários, crise não afeta rota de crescimento da locação Para os clientes de locação de equipamentos ouvidos pela Tecnologística, a crise financeira terá pouco impacto na decisão entre locar ou comprar uma máquina. Talvez haja alguma tendência pontual para a locação que, de qualquer forma, já vinha ganhando a preferência dos usuários, principalmente as grandes empresas com operações “nervosas” e os operadores logísticos, já criados dentro da mentalidade da terceirização. “Sentimos a crise, sim, mas ainda não reduzimos máquinas. Nossa produção caiu bastante. Esta época já é de queda, pois nosso pico é até a primeira quinzena de dezembro e depois recua. Mas neste ano a queda foi maior. Vamos ajustar a operação e, se for o caso, renegociaremos as máquinas. Esta é uma das vantagens da terceirização: a flexibilidade”, diz Geraldo Oliveira, analista de Contratos do Grupo Orsa, produtor de embalagens que terceiriza equipamentos com a Movicarga em seus cinco centros de distribuição – em Manaus, Rio Verde (GO), Suzano, Paulínia e Nova Campina (SP). A empresa terceiriza sua operação desde 2001 e a decisão se deu pela necessidade de dar foco à atividade-fim. “Nosso papel é fabricar embalagens, não gerenciar ativos. Antes, tínhamos um departamento de manutenção, o estoque de peças era alto e, com a locação, não temos mais peças paradas no almoxarifado”, enumera o analista. A Orsa tem em torno de 70 máquinas locadas e, para Oliveira, esta modalidade traz outros benefícios, além dos já citados. “Há ganhos difíceis de mensurar. Um deles é que os equipamentos eram antigos e agora são novos, o que reduziu o consumo de combustível em cerca de 30%. Há também redução de emissões, pois as empilhadeiras são todas a gás, e não temos mais paradas na operação.”
Já para o diretor Industrial da unidade matriz da Robert Bosch América Latina, Paulo Zanella, a crise pode influir na decisão das empresas pela locação ou compra. “Terceirizar ou não na crise vai variar de acordo com o plano estratégico de cada empresa”, diz ele, com a ressalva: “Independentemente do cenário, é importante que o contrato contemple a flexibilidade necessária para adequação do serviço à demanda.”
Independentemente do cenário econômico, é importante que o contrato seja flexível, para adequar o serviço à demanda
Desde 2001, a empresa terceiriza 100% do transporte interno e da movimentação de peças no almoxarifado em Campinas (SP), e os motivadores, segundo o diretor, foram evitar o investimento em equipamentos e melhorar a qualidade e disponibilidade de máquinas, gerando redução de custo sempre que possível. Embora não divulgue o percentual de redução, ele afirma que os custos estão menores com a terceirização, que é realizada por duas empresas: uma que fornece equipamentos, a Viaduto Máquinas, e outra que disponibiliza a mão de obra. Ele ressalta, porém, que o maior benefício da terceirização foi o ganho obtido na qualidade do serviço e nos processos. Outro que cita a redução de custos como uma das grandes vantagens da locação é a Kimberly Clark,
fabricantes de produtos das linhas de higiene e bem estar. “Na planta de Suzano (SP), unificamos a operação em um fornecedor para ganhar maior poder de barganha. Temos contrato corporativo para todas as nossas plantas, menos numa delas, em que o equipamento é muito específico e preferimos manter máquinas próprias para garantir a operação”, explica o gerente supervisor de Materiais da Fábrica de Suzano, Jéferson Costa Seabra. Ele conta que, para a tomada de decisão, a área de materiais e a de supply chain definiram juntas o escopo da operação. “Mostramos para nosso fornecedor – a Retrak –, que foi se adequando ao planejamento, e fechamos com ele. Estamos bem atendidos, pois sempre que solicitamos mudanças e equipamentos eles nos atendem. Tem que ter flexibilidade. Para atender a uma operação como a nossa, o fornecedor tem que ser de um porte maior, ou não dá conta de atender.” Ele é outro que vê vantagens em terceirizar na crise, pela possibilidade de adequação da frota. “Neste momento, todo mundo olha para os gastos. Nossos volumes de produção caíram e tivemos que reduzir quatro empilhadeiras em Suzano. O fornecedor entendeu a situação. Esta é a hora de ser parceiro do cliente”. A empresa tem ao todo 57 máquinas locadas em suas unidades de Eldorado do Sul (RS), Mogi-Guaçu e Suzano (SP) e Correia Pinto (SC). Nesta última, a maioria das máquinas ainda é própria, pelo fato de ser um equipamento muito específico, de sete toneladas, para carregamento de bobinas de papel. Segundo o gerente, o perfil operacional da Kimberly faz com que a terceirização seja vantajosa, já que a operação é intensa. Em Suzano, são expedidas entre 35 e 40 carretas por dia para o CD, e toda a movimentação
68 - Revista Tecnologística - Março/2009
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6/3/2009 18:10:53
interna é feita com máquinas a gás. “As manutenções, tanto as preventivas como as corretivas, têm que ser feitas corretamente, para evitar danos e paradas. Por contrato, todas as máquinas locadas são novas, com trocas previstas a cada dois anos sem custo adicional. Os consertos são feitos aqui mesmo, pelo mecânico residente. E, dependendo da situação, eles têm oficina volante, que vem até aqui e retira a máquina, pondo outra nova no lugar.” Outra vantagem apontada pelo gerente é o treinamento e capacitação de operadores, feitos pelo fornecedor. Para ele, isto é imprescindível, já que hoje a tecnologia avança muito rapidamente e é preciso atualizar quem opera a máquina. Embora não saiba precisar a redução de custos com a terceirização, Seabra diz que foi acima de 10%.
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Terceirizadores por excelência Um setor que usa intensamente a terceirização – e nem poderia ser diferente – é o de operadores logísticos. Acostumados a ajudar o cliente a focar em seu core-business, deixando atividades acessórias para especialistas, eles seguem a cartilha à risca. Quando um contrato prevê o emprego de empilhadeiras e outros equipamentos de movimentação, eles buscam um parceiro locador e atendem o cliente em conjunto. Para a Ceva Logistics, que possui 400 equipamentos locados e operando em armazéns de clientes, toda a locação é baseada em um projeto. “Se ganhamos um contrato, vamos fazer a análise do investimento para decidir entre a compra ou locação, o
que for mais vantajoso para o cliente. Em muitos casos é feita a locação, que traz inúmeras vantagens. Mas também temos máquinas próprias e em comodato, dos próprios clientes e operadas por nós”, afirma Ricardo Melchiori, diretor de Operações da Ceva. Ele calcula que a maioria da frota ainda é composta por equipamentos próprios, mas a maioria das empilhadeiras (45% do total) já é locada. Ao todo, são 1.390 máquinas em operação – 900 próprias e 90 em comodato, além das 400 locadas. Para ele, a crise só vai acentuar a tendência de terceirização que já vinha ocorrendo no mercado. “A tendência entre os clientes é de terceirizar. Não vemos nenhuma tendência de reversão, pelo contrário. Os clientes estão buscando o foco
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em seu core-business, que não é movimentar produtos dentro das unidades. É uma tendência que já vinha e continua.” Ele explica que a Ceva não teve de devolver equipamentos, pois remanejou aqueles das operações que tiveram queda para as que cresceram. “Pelo contrário, estamos até precisando de equipamentos específicos e, dependendo do perfil da operação, procuramos um ou outro fornecedor. Por isso temos mais de um, já que eles operam em todas as nossas unidades, em todo o Brasil.” Ele acredita que, por isso mesmo, a Ceva é bem atendida. “Temos uma boa rede de parceiros e não temos falhas.” A empresa trabalha com a Retrak, Brasif, Paraná Equipamentos, Termov, Kontatec, e Nery e Avelar, buscando o mais adequado para cada tipo de equipamento ou região atendida. Embora terceirize os equipamentos, a Ceva fornece a mão de obra, que está dentro do seu negócio. Para Melchiori, as principais vantagens do modelo são a renovação de frota num prazo mais curto (na regra, a cada três anos, podendo ser menos), o que traz maior produtividade. A locação também é sempre de equipamentos novos. “Para nossa operação, com vários turnos, tem que ser tudo novo. Mas a máquina usada tem seu mercado, podendo ir para uso próprio ou ser locada para empresas com exigência menor que a nossa.” Os contratos são sempre por horamáquina e full service, e a empresa banca apenas o combustível. A exceção fica com as máquinas em comodato, cuja manutenção é feita pela própria Ceva. Para o diretor de Operações, a relação de custo entre uma máquina locada e uma própria é difícil de mensurar. Para ele, se o usuário olhar apenas para o desembolso mensal, a alugada é mais cara, mas, olhando a operação como um todo, ao longo do tempo a opção fica vantajosa. “No longo prazo, a máquina alugada é mais barata
Divulgação ID Logistics
ESPECIAL
Crise leva a ID Logistics a rever estratégias e cogitar a compra de máquinas
por causa do tempo de renovação e depreciação. Se considerarmos a máquina mais a operação, vale a pena terceirizar. Por isso temos os dois parques. Para cada tipo de indústria atendida temos um histórico e uma análise que define se aquele contrato será de compra ou locação.” Por conta dessa equação complicada, a ID Logistics – outra grande operadora presente no mercado brasileiro e que também opera com máquinas terceirizadas – está revendo sua estratégia. Atualmente, a empresa não tem máquinas próprias, mas está avaliando a evolução do cenário econômico e não descarta a possibilidade de comprar, conforme informou seu diretorgeral, Nicolas Derouin. “Com a crise, buscam-se oportunidades de redução de custos e a empresa está fazendo considerações e simulações sobre a aquisição de equipamentos. Verificamos que estão surgindo novas oportunidades para fornecedores que estão trabalhando com máquinas seminovas, que custam menos e mantêm a produtividade em determinadas operações.” Assim como a Ceva, a ID loca as empilhadeiras, mas mantém sob sua gestão a mão de obra, que faz parte de sua expertise, e trabalha com contratos full service, que incluem a manutenção preventiva, corretiva, gestão de partes, peças e mecânicos. Cliente da Still, Derouin afirma que a escolha do fornecedor se deveu à qualidade dos equipamentos, ao custo compe-
titivo, e porque ele compartilha uma visão de parceria duradoura. Para o diretor da ID, os serviços de terceirização de máquinas no Brasil são pouco desenvolvidos em relação à Europa e Estados Unidos por um problema cultural. “No Brasil as empresas ainda preferem ter ativos, enquanto na Europa a visão é de serviços e, portanto, de locação.” Com relação às máquinas, ele diz que o mercado atende bem – com qualidade, disponibilidade e custos razoáveis – quando os equipamentos são mais básicos. “Mas quando procuramos algo mais específico, encontramos só a qualidade, mas o problema recai sobre a disponibilidade e os custos, já que normalmente o produto é importado, o que nos obriga a pensar em alternativas.” Silvia Marino Bauko: (11) 3693-9322 Coparts: (11) 2633-4000 Disktrans: (11) 3621-9344 Julio Simões: (11) 4795-7000 Linck: (51) 2125-3362 Movicarga: (11) 5014-2477 Skam: (11) 4582-6755 Somov: (11) 3718-5000 Still: (11) 4066-8100 Ceva Logistics: (11) 3556-2382 Grupo Orsa: (11) 4689-8700 ID Logistics: (11) 3809-3400 Kimberly Clark: 0800 7095599 Robert Bosch: (11) 2126-1950
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6/3/2009 18:10:59
empilhadeiras.indd 71
6/3/2009 18:11:11
LOCADORES E TERCEIRIZADORES DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO
Localização das unidades
Certificação ISO série 9000
Nº de clientes
Matriz
Filiais
Marca única
Multimarcas
1.500
6
S
62
Ambev, Prysmian e VCP
NF
Piracicaba (SP)
Todo o território nacional
N
Hyster, Toyota e Yale
Aesa (11) 3488-1466 aesa@aesaempilhadeiras.com.br www.aesaempilhadeiras.com.br
19 anos
69
1
N
58
Volkswagen e Yoki
NF
Santo André (SP)
N
Clark
N
Alphaquip (11) 4195-3553 alphaquip@alphaquip.com.br www.alphaquip.com.br
11 anos
58
3
N
334
Assai, Correios e Melhoramentos Papéis
NF
Barueri (SP)
São Paulo (SP)
N
Clark e Paletrans
Arizon (11) 2636-3560 thoma65@hotmail.com
3 meses
15
1
N
N
NF
NF
São Paulo (SP)
N
Heli
N
ASC Comercial & Serviços (11) 4992-9908 a.cunha@grupotga.com.br www.grupotga.com.br
15 anos
130
3
N
25
Agrale, Johnson Controls e Volkswagen
NF
Santo André (SP)
Campinas (SP), Cuiabá (MT) Curitiba (PR), Itajaí (SC) e Salvador (BA)
N
S
Bauko (11) 3693-3939 yale@bauko.com.br www.bauko.com.br
13 anos
960
5
N
112
NF
35
Osasco (SP)
Rio Claro (SP), Serra (ES) e Simões Filho (BA)
Yale
N
7 anos
150
6
N
300
Gerdau, General Motors e Michelin
70
Rio de Janeiro (RJ)
Belo Horizonte (MG), Jundiaí (SP), Porto Alegre (RS)*
N
Hyster, Case, Genie, JLG, New Holland
Braslift (41) 3015-3822 braslift@braslift.com.br www.braslift.com.br
10 anos
38
1
S
73
Bonyplus, Kraft Food e Standard Logística
NF
Curitiba (PR)
Itajaí (SC), São Paulo (SP)
N
Rocla e TCM
Coparts (11) 2633-4000 coparts@coparts.com.br www.coparts.com.br
7 anos
36
0
N
32
Correios, RoyalPlas e Votorantim
1,5
São Paulo (SP)
N
N
Hyundai e Paletrans
Crowmatec (11) 2951-8777 crowmat@crowmatec.com.br www.crowmatec.com.br
20 anos
35
1
N
6
B2W, Case CNH e Rhodia
120 mil
São Paulo (SP)
N
N
Ameise e Paletrans
Disktrans (11) 3621-9344 comercial@disktrans.com.br www.disktrans.com.br
9 anos
45
0
N
900
Carrefour, Pão de Açúcar e Sadia
8,5
São Paulo (SP)
Belo Horizonte (MG), Porto Alegre (RS), Recife (PE) e Rio de Janeiro (RJ)
Paletrans
N
Abrange Logística (19) 2106-8100 abrange@abrange.com.br www.abrange.com.br
Brasif Rental 0800 7098000 mauricio.amaral@brasif.com.br www.brasifrental.com.br
(NF) Dados não fornecidos pela empresa
Receita bruta em milhões de R$
Nº de engenheiros de projetos
22 anos
Empresa Fonte Email Site
Três principais clientes
Nº de funcionários
Marcas
Tempo de mercado
Informações gerais
* Consultar a empresa para a relação total
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Frota
Serviços oferecidos Locação de
Manutenção
Total
Empilhadeiras a combustão
Empilhadeiras elétricas
Gruas, guindastes e plataformas
Transpaleteiras
Rebocadores
Outros
Idade média da frota
Sem operador
Com operador
Locação de mão de obra
Projetos
Frota própria
Frota clientes
equipamentos
715
520
64
0
125
6
154
3 anos
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
S
360
230
60
0
45
25
0
2 anos
Estado de São Paulo
S
S
S
S
S
S
422
212
113
0
97
0
0
4 anos
Sul e Sudeste
S
N
N
S
S
S
170
110
10
0
50
0
0
0 ano
Grande São Paulo
S
N
N
N
S
N
428
120
235
20
35
18
0
5 anos
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
S
1.523
1.089
98
0
320
16
107
2,3 anos
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
S
1.960
1.297
111
0
97
25
430
1,2 ano
Todo o território nacional
S
S
N
N
S
S
189
87
43
0
57
2
0
3,5 anos
Todo o território nacional
S
S
N
S
S
S
73
47
6
0
20
0
0
10 anos
Grande São Paulo e Mogi das Cruzes
S
S
S
N
S
S
67
15
42
0
5
5
0
5 anos
Paraná e São Paulo
S
N
S
S
S
S
15.500
0
0
0
15.500
0
0
3 anos
Sul, Sudeste e Nordeste
S
N
N
N
S
N
Regiões atendidas
Março/2009 - Revista Tecnologística - 73
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LOCADORES E TERCEIRIZADORES DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO
Localização das unidades
Certificação ISO série 9000
Nº de clientes
Matriz
Filiais
Marca única
Multimarcas
49 anos
828
6
S
4
Gerdau, Samarco e Usiminas
49,7
Belo Horizonte (MG)
Ipatinga, Ouro Branco, Mariana, Santa Luzia (MG) e Anchieta (ES)
N
Case, Yale, Caterpillar, Hyster, Volvo, Liebherr, Madal e Tadano
Eletrofran (11) 3858-8132 eletrofran@eletrofran.com.br www.eletrofran.com.br
16 anos
25
0
N
245
Droga Raia, McDonald’s e Tam
NF
São Paulo (SP)
N
N
Ameise, Hyster, Jungheinrich, Toyota e Yale
8 anos
30
2
N
30
NF
1,8
Campinas (SP)
N
Linde
N
Empilhadeira Santana (62) 3297-3001 goiania@empilhadeirasantana.com.br www.empilhadeirasantana.com.br
16 anos
188
2
N
187
NF
NF
Goiânia (GO)
Brasília (DF) e Iporá (GO)
Linde
N
Empilhadeiras Catarinense (47) 3346-1100 emir@empilhadeirascatarinense.com.br www.empilhadeirascatarinense.com.br
10 anos
8
0
N
6
Seara, Weg e Whirlpool
1,4
Itajaí (SC)
N
N
Toyota e BT
Empilhadeiras Itajaí (47) 3346-4411 ester.dassoler@gmail.com
5 anos
9
0
N
18
Bunge, Cargill e Weg
600 mil
Itajaí (SC)
N
N
Genie, TCM e Toyota
Emptrac (11) 2901-5933 luiz@emptrac.com.br www.emptrac.com.br
3 anos
6
0
N
NF
AWCL, JHI e Júlio Simões
250 mil
São Paulo (SP)
N
N
Clark, Hyster e Yale
Espaço Pinda (12) 3153-1717 espaco.logistica@espacologistica.com.br www.espacologistica.com.br
18 anos
76
0
N
56
Dow, Monsanto e Unipac
3,7
Lorena (SP)
Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Curitiba (PR), São Paulo (SP)*
Heli
NF
Fimatec (21) 3284-7000 vendas@fimatec-empilhadeiras.com.br www.fimatec-empilhadeiras.com.br
13 anos
82
1
N
51
Glaxo, L’Oréal e Ponto Frio
NF
Rio de Janeiro (RJ)
N
Linde
N
5 anos
35
0
S
30
Dana, GKN e Randon
6
Caxias do Sul (RS)
Gravataí (RS) e Joinvile (SC)
N
S
JM Empilhadeiras (14) 3262-1130 jm.comercial@jmempilhadeiras.com.br www.jmempilhadeiras.com.br
16 anos
414
0
N
90
Ajinomoto, Ambev e Bunge
NF
Agudos (SP)
Cuiabá e Rondonópolis (MT)*
Linde
N
José Fassina & Filho (13) 3324-9572 fassinafilho@fassinafilho.com.br www.fassinafilho.com.br
35 anos
60
0
N
50
NF
NF
Santos (SP)
Campinas (SP)
N
Clark, Heli, Hyster, Nissan e Toyota
Empicamp (19) 3246-3113 empicamp@empicamp.com.br www.empicamp.com.br
Irapuru (54) 2101-3300 atilio.citton@irapuru.com.br www.irapuru.com.br
(NF) Dados não fornecidos pela empresa
Receita bruta em milhões de R$
Nº de engenheiros de projetos
Elba Equipamentos e Serviços (31) 3555-2600 elba@elba.com.br www.elba.com.br
Empresa Fonte Email Site
Três principais clientes
Nº de funcionários
Marcas
Tempo de mercado
Informações gerais
* Consultar a empresa para a relação total
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6/3/2009 13:39:04
Frota
Serviços oferecidos Locação de
Manutenção
Total
Empilhadeiras a combustão
Empilhadeiras elétricas
Gruas, guindastes e plataformas
Transpaleteiras
Rebocadores
Outros
Idade média da frota
Sem operador
Com operador
Locação de mão de obra
Projetos
Frota própria
Frota clientes
equipamentos
276
181
17
66
0
12
0
3,4 anos
Minas Gerais e Espírito Santo
S
S
S
S
S
S
250
150
80
0
20
0
0
5 anos
Estado de São Paulo
S
S
N
N
S
S
60
22
38
0
0
0
0
3 anos
Campinas (SP) e Sul de Minas Gerais
S
N
N
S
S
S
697
485
118
48
44
2
0
3 anos
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
S
58
26
6
6
16
4
0
2 anos
Santa Catarina
S
S
N
N
S
N
46
20
8
2
16
0
0
4 anos
Santa Catarina
S
S
N
N
S
N
30
30
0
0
0
0
0
5 anos
Cidade de São Paulo
S
N
S
N
S
S
239
128
15
0
96
0
0
5 anos
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
S
417
53
144
0
220
0
0
5 anos
Espírito Santo, Minas Gerais e Rio de Janeiro
S
S
S
S
S
N
255
193
21
0
5
36
0
2,3 anos
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
N
350
200
100
0
50
0
0
4 anos
Todo o território nacional
S
S
S
N
S
S
350
330
10
0
10
0
0
2 anos
Estado de São Paulo
S
S
S
S
S
S
Regiões atendidas
Março/2009 - Revista Tecnologística - 75
tabela_movimentacao_TOTAL.indd 75
6/3/2009 13:39:05
LOCADORES E TERCEIRIZADORES DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO
Localização das unidades
Certificação ISO série 9000
Nº de clientes
Matriz
Filiais
Marca única
Multimarcas
20 anos
11.460
10
S
NF
Aracruz, Vale e Volkswagen
193
Mogi das Cruzes (SP)
Em todo o território nacional
N
S
Kalmar (11) 3097-8123 ffrep@terra.com.br www.kalmar.com.br
14 anos
35
2
N
8
Santos Brasil e Terminal 37 (Libra)
NF
São Caetano do Sul (SP)
Itajaí (SC) e Rio de Janeiro (RJ)
N
Kalmar e Toyota
Lifttech (11) 5061-3551 helcio@lifttech.com.br www.lifttech.com.br
7 anos
12
1
N
20
Bastien, Perdigão e Sherwin Williams
1,2
São Paulo (SP)
N
Byg
N
Linck (51) 2125-3362 jeduardo@linckmaquinas.com.br www.linckmaquinas.com.br
5 anos
230
2
N
62
C. R. Almeida, Gestamp e Volvo
6,5
Eldorado do Sul (RS)
Curitiba e Maringá (PR) e Joinville (SC)
Clark
N
Locar (11) 3545-0500 diretoria@locar.com.br www. locar.com.br
20 anos
1.740
16
S
212
Petrobras e Vale
345
Guarulhos (SP)
Camaçari (BA), Rio de Janeiro (RJ), Vitória (ES)*
N
Grove, Liebherr e Manitowoc
Locmak (51) 3373-1144 locmak@makena.com.br www.makena.com.br
12 anos
120
0
N
168
Delta Logistics, Transportadora Transeich, Transportadora Waldemar
NF
Porto Alegre (RS)
São José (CS) e Curitiba (PR)
Yale
N
Logiscom (19) 3223-5027 luis.julio@logiscomempilhadeiras.com.br www.logiscomempilhadeiras.com.br
4 anos
6
1
N
NF
Grupo Luft, Logimasters-Dachser e ZF
2,5
Campinas (SP)
N
N
S
Logiservice (11) 4152-2677 logiservice@logiservice.com.br www.logiservice.com.br
6 anos
2
1
N
12
Coimex, Metropolitan e Servilog
1,2
Barueri (SP)
N
N
S
Maory (11) 3932-1145 vicente@maory.com.br www.maory.com.br
5 anos
35
1
N
22
NF
NF
São Paulo (SP)
N
N
Hyster, Nissan, Toyota e Yale
Mapel (19) 3278-1822 mapel@mapelnet.com.br www.mapelnet.com.br
15 anos
95
0
N
40
Bio Soja, Cerâmica Buschinelli e Editora FTD
NF
Campinas (SP)
Marília, Ribeirão Preto, Santa Gertrudes e São Paulo (SP)
Clark
N
Maqbras (11) 4612-0053 comercial@maqbras.com.br www.maqbras.com.br
30 anos
30
2
N
29
NF
NF
Cotia (SP)
N
N
Clark, Hyster, Komatsu e Yale
Marcamp (19) 3772-3333 logistica@marcamp.com.br www.marcamp.com.br
14 anos
92
3
N
56
NF
7,5
Campinas (SP)
Hortolândia, Marília e Ribeirão Preto (SP)
N
S
(NF) Dados não fornecidos pela empresa
Receita bruta em milhões de R$
Nº de engenheiros de projetos
Julio Simões (11) 4795-7000 juliosimoes@juliosimoes.com.br www.juliosimoes.com.br
Empresa Fonte Email Site
Três principais clientes
Nº de funcionários
Marcas
Tempo de mercado
Informações gerais
* Consultar a empresa para a relação total
76 - Revista Tecnologística - Março/2009
tabela_movimentacao_TOTAL.indd 76
6/3/2009 13:39:05
Frota
Serviços oferecidos Manutenção
Total
Empilhadeiras a combustão
Empilhadeiras elétricas
Gruas, guindastes e plataformas
Transpaleteiras
Rebocadores
Outros
Idade média da frota
Sem operador
Com operador
Locação de mão de obra
Projetos
Frota própria
Frota clientes
Locação de
519
185
25
50
9
250
0
3,5 anos
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
S
76
62
10
2
0
2
0
3 anos
Todo o território nacional
S
N
N
S
S
S
600
0
0
0
600
0
0
2 anos
Todo o território nacional
S
N
N
S
S
S
62
62
0
0
0
0
0
3 anos
Sul
S
N
N
S
S
N
845
16
2
340
0
2
485
2,3 anos
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
S
297
212
60
0
25
0
0
4 anos
Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná
S
S
S
S
S
S
120
5
110
0
5
0
0
3 anos
Todo o território nacional
S
N
N
S
S
S
57
12
30
0
15
0
0
3 anos
Estados do Rio de Janeiro e São Paulo
S
S
N
S
S
N
80
65
10
0
5
0
0
5 anos
Sudeste
S
S
S
S
S
S
90
90
0
0
0
0
0
2 anos
Estado de São Paulo
S
N
N
N
S
N
218
80
15
2
120
1
0
8 anos
Estado de São Paulo
S
S
S
S
S
S
437
182
162
0
86
7
0
3 anos
Estado de São Paulo, Sul de Minas Gerais e Norte do Paraná
S
S
S
S
S
S
Regiões atendidas
equipamentos
Março/2009 - Revista Tecnologística - 77
tabela_movimentacao_TOTAL.indd 77
6/3/2009 13:39:05
LOCADORES E TERCEIRIZADORES DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO
Localização das unidades
Certificação ISO série 9000
Nº de clientes
Matriz
Filiais
Marca única
Multimarcas
35 anos
250
6
S
120
Célere, Orsa e Telhanorte
25
São Paulo (SP)
Sapucaia do Sul (RS)
Nissan
N
Moviminas (34) 3232-1410 cabbia@moviminas.com.br www.moviminas.com
9 anos
47
1
N
30
NF
1,5
Uberlândia (MG)
Anápolis e Goiânia (GO), Brasília (DF) e Cuiabá (MT)
N
Hyster, Komatsu e Still
Multylog (81) 3224-0715 multylog@multylog.com.br www.multylog.com.br
12 anos
10
1
N
20
Gafor, Estaleiro Atlântico Sul e Schincariol
1,9
Recife (PE)
N
N
S
Piazza (11) 2954-8544 piazzaequipamentos@piazzaequipamentos.com.br www.piazzaequipamentos.com.br
1 ano
3
0
N
5
Abrange, C&A e Ficosa
200 mil
São Paulo (SP)
N
Paletrans
N
Requipel (51) 3337-8577 requipel@cpovo.net www.requipel.com.br
26 anos
1
0
N
31
Eaton, Forjasul e Movicarga
1,5
Porto Alegre (RS)
N
Still
N
Retrak (11) 2431-6464 retrak@retrak.com.br www.retrak.com.br
15 anos
130
3
N
190
Correios, Perdigão e Volkswagen
21
Guarulhos (SP)
N
N
Ameise, Crown, Still e TCM
RS Empilhadeiras (17) 3227-8188 rsempilh@terra.com.br www.rsempilhadeiras.com.br
10 anos
9
0
N
2
Bellman e Schincariol
100 mil
São José do Rio Preto (SP)
N
N
Hyster, Linde e Komatsu
Simaq (21) 3867-1644 simaq@simaq.com.br www.simaq.com.br
19 anos
15
0
N
30
Embelleze, Esso e Supermercados Prezunic
NF
Rio de Janeiro (RJ)
N
N
Hyster, Komatsu, Linde, Paletrans, Toyota BT e Yale
Simec (11) 4606-5797 eder@simecempilhadeiras.com.br www.simecempilhadeiras.com.br
4 anos
12
2
N
10
Essencis, Sanchez Cano e Siemens
1,3
Várzea Paulista (SP)
Foz do Iguaçu (PR) e Vitória (ES)
N
CNH, Dematec, Jungheinrich e Skam
Solaris (11) 2173-8685 atendimento@solarisbrasil.com.br www.solarisbrasil.com.br
13 anos
350
10
S
1.000
Braskem, Petrobras e Vale
120
Osasco (SP)
Belo Horizonte (MG), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS)*
N
JLG e SkyTrak
7 anos
1.000
3
N
106
Ambev, Basf e Klabin
NF
São Paulo (SP)
Sumaré (SP) e Manaus (AM)
Hyster
N
11 anos
24
0
N
17
Coca-Cola, Majopar e Nestlé
2
Araras (SP)
N
Linde
N
Somov (11) 3718-5011 somov@somov.com.br www.somov.com.br SOS Empilhadeiras (19) 3543-7777 contato@sosempilhadeiras.com.br www.sosempilhaeiras.com.br
(NF) Dados não fornecidos pela empresa
Receita bruta em milhões de R$
Nº de engenheiros de projetos
Movicarga (11) 5014-2488 avalone@movicarga.com.br www.movicarga.com.br
Empresa Fonte Email Site
Três principais clientes
Nº de funcionários
Marcas
Tempo de mercado
Informações gerais
* Consultar a empresa para a relação total
78 - Revista Tecnologística - Março/2009
tabela_movimentacao_TOTAL.indd 78
6/3/2009 13:39:05
Frota
Serviços oferecidos Manutenção
Total
Empilhadeiras a combustão
Empilhadeiras elétricas
Gruas, guindastes e plataformas
Transpaleteiras
Rebocadores
Outros
Idade média da frota
Sem operador
Com operador
Locação de mão de obra
Projetos
Frota própria
Frota clientes
Locação de
1.009
850
114
5
30
10
0
4 anos
Todo o território nacional
S
S
N
S
S
S
85
50
20
0
15
0
0
7 anos
Acre, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e Rondônia
S
S
N
S
S
S
47
24
20
0
1
0
2
6 anos
Alagoas, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe
S
S
S
S
S
S
33
0
8
0
25
0
0
1 ano
Todo o território nacional
S
S
N
N
S
S
108
3
92
0
6
7
0
6 anos
Rio Grande do Sul
S
N
N
S
N
S
1.349
185
656
0
487
21
0
4 anos
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
S
10
10
0
0
0
0
0
7 anos
Noroeste do estado de São Paulo
S
N
S
N
S
S
197
65
12
0
120
0
0
5 anos
Estado do Rio de Janeiro
S
S
N
N
S
S
62
10
37
0
15
0
0
5 anos
Todo o território nacional
S
N
N
S
S
S
1.500
0
0
1.500
0
0
0
2,5 anos
Todo o território nacional
S
N
N
N
S
N
1.220
976
110
0
73
0
61
NF
Todo o território nacional
S
S
N
N
S
S
65
65
0
0
0
0
0
5 anos
Estado de São Paulo
S
S
S
S
S
S
Regiões atendidas
equipamentos
Março/2009 - Revista Tecnologística - 79
tabela_movimentacao_TOTAL.indd 79
6/3/2009 13:39:05
LOCADORES E TERCEIRIZADORES DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO
Localização das unidades
Nº de funcionários
Nº de engenheiros de projetos
Certificação ISO série 9000
Nº de clientes
Três principais clientes
Receita bruta em milhões de R$
Matriz
Filiais
Marca única
Multimarcas
Marcas
Tempo de mercado
Informações gerais
38 anos
52
0
N
25
NF
NF
Rio de Janeiro (RJ)
N
N
Jungheinrich, Komatsu, Toyota e Yale
ST Locação (71) 3291-7200 silvioavelar@uol.com.br
3 anos
12
0
N
4
Prefeitura Municipal de Dias D’Ávila
1,3
Salvador (BA)
N
Clark
N
Still Brasil (11) 4066-8100 rent@stillbrasil.com.br www.stillbrasil.com.br
8 anos
126
8
N
NF
DHL Exel, ID Logistics e Leroy Merlin
21,5
Rio de Janeiro (RJ)
N
Still
N
Tecnoeste (67) 3041-2688 alberto@tecnoeste.com.br www.tecnoeste.com.br
5 anos
73
2
N
15
NF
6,5
Campo Grande (MS)
Cuiabá (MT)
S
N
Tecnomac (12) 3931-3968 tecnomac@tecnomac.com.br www.tecnomac.com.br
1 ano
4
0
N
4
CBA, SK10 e Votorantim
200 mil
São José dos Campos (SP)
N
Hyundai
N
Termov (31) 3498-7100 marcelo@termov.com.br
15 anos
148
1
N
22
Ceva Logistics, Cia. de Tecidos Santanense e Saint-Gobain Canalização
7,9
Belo Horizonte (MG)
N
N
Komatsu, Still e Toyota
Tolentino (81) 3441-5629 comercial@tolentino.com.br www.tolentino.com.br
15 anos
45
2
N
18
Ambev, Bunge Alimentos e Saint-Gobain
2,4
Recife (PE)
N
N
S (70% Still)
Tomé Engenharia e Transportes (11) 4355-6000 tome@tome.com.br www.tome.com.br
36
1.928
71
S
12
International Paper, Petrobras e Vale
NF
São Bernardo do Campo (SP)
Santos (SP)
N
S
Total Empilhadeiras (11) 2093-0402 comercial@totalempilhadeiras.com.br www.totalempilhadeiras.com.br
4 anos
11
2
N
14
Fleetguard, Luft Solutions e MWM
1,9
São Paulo (SP)
N
N
S
Transportes Carvalho (21) 2775-1712 comercial@carvalho.com.br www.carvalho.com.br
31 anos
350
0
N
10
Brasilamarras, Infoglobo e Wellstream
NF
Duque de Caxias (RJ)
Rio de Janeiro (RJ)
N
S
Viaduto (11) 3209-5494 junior@viaduto.com.br www.viaduto.com.br
20 anos
35
2
N
31
BSH, Bridgestone Firestone e TRW
NF
São Paulo (SP)
N
N
BT, Kalmar e Toyota
Yasi (11) 4605-5231 vendas@yasi.com.br www.yasi.com.br
37 anos
30
2
N
120
NF
3
Caieiras (SP)
N
N
S
Empresa Fonte Email Site
SRR Equipamentos (21) 2472-6618 reynaldo.almeida@srr.com.br www.srr.com.br
Esta tabela contém as principais empresas que operam neste mercado. Outras empresas de locação foram consultadas pela Tecnologística para este levantamento, mas não quiseram participar. As informações são de responsabilidade das próprias respondentes. Os nomes de algumas empresas foram abreviados por questão de espaço. 80 - Revista Tecnologística - Março/2009
tabela_movimentacao_TOTAL.indd 80
6/3/2009 13:39:05
Frota
Serviços oferecidos Manutenção
Total
Empilhadeiras a combustão
Empilhadeiras elétricas
Gruas, guindastes e plataformas
Transpaleteiras
Rebocadores
Outros
Idade média da frota
Sem operador
Com operador
Locação de mão de obra
Projetos
Frota própria
Frota clientes
Locação de
107
96
10
0
0
0
1
4 anos
Grande Rio de Janeiro
S
S
S
S
S
S
12
2
0
0
0
0
10
2 anos
Salvador (BA)
N
S
N
N
S
N
693
108
239
0
346
0
0
3,5 anos
Todo o território nacional
S
N
N
S
S
S
45
15
0
30
0
0
0
2 anos
Mato Grosso e Mato Grosso do Sul
S
S
S
N
S
N
13
13
0
0
0
0
0
1 ano
Vale do Paraíba (SP)
S
S
N
N
S
S
186
128
24
0
15
15
4
2,9 anos
Sudeste
S
S
S
S
S
S
95
12
35
0
48
0
0
4 anos
Nordeste
S
S
S
S
S
S
113
113
0
0
0
0
0
10 anos
Todo o território nacional
N
S
N
N
S
S
62
7
39
0
16
0
0
3,9 anos
Estado de São Paulo, Sul de Minas Gerais e Sul do Rio de Janeiro
S
N
N
S
S
S
147
52
1
19
15
1
59
7 anos
Grande Rio de Janeiro
S
S
S
S
S
N
254
150
80
0
10
10
4
4 anos
Todo o território nacional
S
N
N
S
S
N
300
270
10
0
0
20
0
5 anos
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
S
Regiões atendidas
equipamentos
(NF) Dados não fornecidos pela empresa
* Consultar a empresa para a relação total
Março/2009 - Revista Tecnologística - 81
tabela_movimentacao_TOTAL.indd 81
6/3/2009 13:39:05
ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN
Crise econômica: oportunidades e desafios para o supply chain management Marcos Benzecry e Paulo Nazário
Parte 2
N
a primeira parte deste artigo viu-se que a atual crise econômica mundial também reflete no Brasil, através principalmente da contração de crédito, queda nos preços das ações e redução da expectativa de crescimento da economia global e do comércio mundial, com impacto no crescimento das exportações. Dessa forma, muitas empresas estão mais cautelosas, revisando seus planos de investimento e buscando alternativas de redução de custos. Nesse contexto, foram abordadas questões relacionadas à gestão de transporte que podem ajudar as empresas no aumento de produtividade e redução de custos, visto que a conta de transporte representa em média 64% dos custos logísticos de uma empresa. Além disso, os custos com transporte têm alta prioridade para as empresas na busca por redução de custos. Foi elaborado um tutorial, com o objetivo de permitir aos gestores uma reflexão em busca de maior eficiência na cadeia de suprimentos. Os principais tópicos discutidos foram: I) escolha do(s) modal(is): rodoviário, ferroviário, aquaviário, aéreo, dutoviário ou intermodal; II) decisão entre frota própria versus terceirizada; III) perfil da frota e políticas de dimensionamento e renovação; IV) análise de utilização de frota dedicada/circuitos estáticos; V) transporte colaborativo; VI) segmentação logística de atendimento aos clientes; e VII) definição da rede logística (trade-off com custo de estoque, armazenagem e impactos fiscais). No final, foram apresentados exemplos de reduções de custo alcançadas em projetos de consultoria, com ganhos de até 20% nos custos logísticos. Nesta segunda parte, o enfoque será na gestão de estoque, que representa em média 17% dos custos logísticos de
uma empresa e tem prioridade cada vez maior na redução de custos ao longo dos últimos anos (Figura 1), e na gestão de compras e suprimentos, em função dos altos valores envolvidos nas compras de bens e serviços nas empresas. É importante que o gestor mantenha a postura reflexiva, buscando responder às mesmas perguntas da primeira parte do artigo: será que a operação atual da minha empresa está otimizada? Existem oportunidades de melhoria?
Estoque As decisões que envolvem estoque são de alto risco e alto impacto do ponto de vista logístico. Baixos níveis de estoque de produto acabado podem acarretar perda de vendas e declínio da satisfação dos clientes. Além disso, um estoque inadequado de matéria-prima ou produto intermediário pode afetar a produção, parando linhas ou alterando as programações que, por sua vez, aumentam custos e a possibilidade de falta de produto acabado. Por outro lado, altos níveis de estoque também geram problemas, como aumento de custos e redução da lucratividade, em função de uma armazenagem mais longa, imobilização de capital de giro, deterioração, custos de seguro e obsolescência. Funções dos Estoques Diante deste dilema de falta ou excesso de estoque, as principais razões para manutenção de estoque são: • possibilidades de economias de escala no processo de compras, refletidas tanto em potenciais descontos por quantidade comprada quanto na diluição de custos fixos, como o transporte, emissão de ordens e recebimentos de pedidos. • proteção para incertezas em suas operações logísticas, tais como: demandas dos clientes, lead-times e quantidades
82 - Revista Tecnologística - Março/2009
ilos2.indd 82
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Fonte: Panorama de Custos Logísticos no Brasil
de representar um alto valor imobilizado nesta conta do ativo, o que afeta diretamente o retorno sobre o capital dos acionistas. Desta forma, dentre os itens de custo de manutenção de estoque, o mais relevante é o custo de oportunidade do capital. O conceito de custo de oportunidade se refere a uma possível perda de rendimentos pela opção por uma determinada alternativa em detrimento de outra. Assim, o custo financeiro do estoque refere-se a um possível rendimento que o capital imobilizado teria, caso fosse aplicado em algum outro projeto da empresa. De maneira geral, considera-se que o custo de oportunidade de um ativo é calculado multiplicando-se o seu valor de mercado pela taxa Figura 1 – Grau de priorização das empresas na redução de custos de estoque de oportunidade da empresa. (% de empresas) O modelo estratégico de lucro permite avaliar a relação entre o estoque e os indicadores recebidas. Dessa forma, evita-se que problemas inesperafinanceiros. Este modelo é utilizado para o cálculo do redos na produção ou em algum fornecedor interrompam as torno sobre o patrimônio líquido (RSPL), que representa atividades sucessivas de atendimento da demanda. o retorno sobre o capital do acionista. O RSPL é resultado • possibilidade de coordenar suprimento e demanda. do retorno sobre ativo (RSA) multiplicado pela alavancaPor exemplo, o efeito da sazonalidade mensal de vendas gem financeira da empresa. Este modelo permite analisar o versus a capacidade produtiva da empresa. A formação impacto da variação das contas do ativo, como o estoque, de estoque-pulmão é muito comum na indústria de benos indicadores de retorno, importantes mensuradores de bidas, caso em que o pico de vendas ocorre no verão. performance das grandes empresas. Com isto, a gestão de Assim, para equilibrar a produção com as vendas, há estoque passou a ser analisada não apenas pelo seu resultaformação de estoque-pulmão ao longo dos meses que do de custos, mas principalmente pelo impacto financeiro, antecedem o verão. pois o estoque é um ativo e, por consequência, a sua varia• proteção de variações de preço no mercado, princição acaba afetando o RSA e consequentemente o RSPL. palmente em economias inflacionárias e/ou fornecedoNa Figura 2 (na próxima página) temos a ilustração da res internacionais, com preços do produto em cotação forma de cálculo do RSPL em uma empresa fictícia. Por de moeda estrangeira. exemplo, para uma redução de 25% no nível de estoque • estoques em trânsito, decorrentes da necessidadessa empresa, o retorno sobre o patrimônio líquido (RSPL) de de transportar o produto de um lugar para outro. aumenta em 11%. Existe em função dos lead-times entre os elos de uma Dessa forma, um dos principais desafios das emprecadeia de suprimentos. sas é conciliar o interesse da área financeira de reduzir A partir dos prós e contras de manter estoques e dos risestoques para minimizar custos e maximizar o retorno cos e impactos envolvidos, deve-se optar por uma análise com o interesse da área comercial de maximizar a disde custo total, buscando minimizar simultaneamente os ponibilidade de produto. custos de falta e excesso de estoque, sendo o maior desafio reduzir os estoques sem prejudicar o nível de serviço. Decisões de Estoque Diante desse desafio de reduzir os níveis de estoque Custos de Estoque sem comprometer as vendas, os gestores de logística devem atuar nas principais decisões da gestão de estoOs principais custos associados à manutenção de estoque (Wanke, 2003): ques podem ser divididos em: custo de oportunidade do ca• Quanto e quando pedir? Nas operações de distribuipital, impostos, seguros, obsolescência/perdas e estocagem. ção, estas decisões permitem determinar o equilíbrio Com as altas taxas de juros brasileiras, o custo finanentre pedidos mais frequentes e menores tamanhos de ceiro de manutenção dos estoques ganha relevância, além lote ou pedidos menos frequentes e maiores tamanhos Março/2009 - Revista Tecnologística - 83
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Fonte: “Estoque: Custo de Oportunidade e Impacto sobre os Indicadores Financeiros”
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Figura 2 – Ilustração do cálculo do RSPL (Modelo Estratégico de Lucro)
de lote. Permitem também determinar o equilíbrio entre modais de transporte mais rápidos e menores custos de oportunidade do estoque em trânsito ou modais de transporte mais lentos e maiores custos de oportunidade em trânsito. A decisão de quanto pedir fundamenta-se na estrutura de custos fixos e variáveis do ressuprimento. Já a decisão de quando pedir fundamenta-se não apenas no tempo de resposta, mas também nos custos incrementais associados a diferentes alternativas de ressuprimento. • Quanto manter em estoques de segurança? Ao calcular o estoque de segurança em função das variabilidades na demanda e no lead-time de ressuprimento, as empresas devem determinar se é possível reduzi-lo sem prejuízo para os níveis de disponibilidade de produto exigidos pelo mercado. • Onde localizar os estoques de produto acabado na cadeia de suprimentos? Esta decisão é referente à centralização ou à descentralização dos mesmos, vis-à-vis a análise de algumas dimensões relevantes como o giro, valor agregado e níveis de serviço exigidos. Através desta decisão busca-se, por um lado, balancear os níveis de estoque entre estágios consecutivos da cadeia (por exemplo: fábrica e CD ou fornecedor e cliente); e, por outro,
determinar os reais benefícios associados à decisão de centralização dos estoques em termos da redução dos estoques de segurança. A primeira decisão fundamenta-se no perfil da estrutura de custos fixos e variáveis ao longo dos estágios para os quais se procura balancear os níveis de estoque. Já a segunda tem como ponto de partida o coeficiente de correlação e a variabilidade da demanda de cada uma das diferentes regiões de mercado atendidas por instalações diferentes. Em geral, nos projetos de consultoria, percebe-se nas empresas uma carência de métodos matemáticos e estatísticos no auxílio à tomada dessas decisões de estoque. Dessa forma, é muito comum identificarmos problemas de desbalanceamento de estoque (excesso de estoque de alguns produtos e falta de outros, gerando ao mesmo tempo elevado custo de estoque e perdas de margem de venda), altos custos financeiros de manutenção de peças de baixo giro (peças de MRO – manutenção, reparo e operação), problemas operacionais no abastecimento de estoque dos CDs, dentre outros. Em projetos de revisão de políticas de estoque, é possível reduzir os custos entre 3% e 20% e/ou obter aumentos de margem, evitando perdas de venda por falta de produto.
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Figura 3 – Vantagens da centralização e da descentralização do processo de compras
Suprimentos O setor de compras ocupa uma posição importante na maioria das organizações, pois peças, componentes e suprimentos comprados representam, em geral, de 40% a 60% do valor final das vendas de qualquer produto. Isso significa que reduções de custos relativamente baixas conquistadas no processo de aquisição de materiais podem ter um impacto
bem maior sobre os lucros do que aperfeiçoamentos semelhantes em outras áreas de custos e vendas da organização. Para ilustrar a importância de compras nas organizações, do volume total de gastos nas aquisições realizadas de bens e serviços anualmente, 89% são executados sob a responsabilidade do executivo de compras, o que equivale a até 44% do faturamento das empresas. A partir dessa constatação, podemos perceber o tamanho do potencial de redução de custos com melhorias nesta atividade. A organização do setor de compras das empresas pode ser centralizada, descentralizada ou híbrida. Um processo centralizado pode proporcionar muitas vantagens, como, por exemplo, um maior poder de barganha nas negociações com os fornecedores em virtude da consolidação de volumes dos pedidos. Além disso, a aquisição descentralizada realizada por diversos setores e sem as orientações do setor de suprimentos pode levar a redundâncias e ineficiências operacionais. Por outro lado, em um processo descentralizado, a velocidade de resposta é maior, pois o pessoal de compras está mais próximo da atividade ou setor que demanda o bem ou serviço. Há, ainda, a possibilidade de conciliar as vantagens das duas estruturas (listadas na Figura 3), resultando em uma configuração híbrida. Outra fonte potencial de melhoria de processo e redução de custo é a gestão estratégica de compras (Strategic Sourcing). Este processo busca o gerenciamento, desenvolvimento e integração das competências e capacidade dos fornecedores, no sentido de serem obtidas vantagens competitivas para a empresa compradora. Normalmente, as empresas segmentam seus grupos de materiais levando em consideração somente seus posicionamentos numa curva ABC de valor. Esta metodologia é falha, por exemplo, em identificar itens de baixo valor que
Figura 4 – Matriz de Classificação dos Itens 86 - Revista Tecnologística - Março/2009
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possuem alta criticidade para a operação da empresa, ou itens cujo mercado fornecedor é instável ou com excessiva concentração. Já no caso do Strategic Sourcing, os bens e serviços contratados são classificados de forma a permitir uma diferenciação dos métodos e procedimentos de compra. A segmentação dos bens e serviços é realizada através de uma matriz que considera o valor anual comprado e o risco de fornecimento – disponibilidade e número de fornecedores, competição entre compradores, risco de estocagem e possibilidades de substituição. Em cada quadrante desta matriz, há itens com características distintas e que exigem uma abordagem de compras diferenciada, bem como a forma de relacionamento com os fornecedores. Em cada um dos grupos há ações específicas que devem ser tomadas buscando a garantia do suprimento e a possibilidade de redução de custo, não apenas sob a ótica de menor preço, mas em uma análise de custo total de propriedade – considerando todos os custos incorridos na compra nas atividades pré-transação, de transação e pós-transação. Através de pesquisa do CEL/Coppead, identificou-se
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qual percentual do volume anual comprado pelas empresas está classificado em cada quadrante da matriz. Em média, o grupo de itens “Críticos” representa 46% do valor anual comprado, seguido do grupo “Lucro Tático”, com 30%, “Aquisição Tática”, com 13% e “Segurança Estratégica”, com 11%. Dessa forma, existe uma grande oportunidade de redução de custo com foco principalmente no grupo de “Lucro Tático” (sobre 30% dos gastos anuais em compras), buscando incentivar a competição entre fornecedores. Uma forma de atuar sobre as compras destes itens é através dos leilões eletrônicos. Uma vantagem inerente à internet é a possibilidade de reunir inúmeros fornecedores no processo de compra, de maneira eficiente e econômica. Preços menores são conseguidos devido ao fato de o mercado expandir-se, com mais vendedores potenciais oferecendo seus serviços e produtos. Em resumo, o setor de compras deve gerenciar os itens situados nos quatro quadrantes e abandonar as velhas práticas de tratar todos da mesma forma. O processo de seleção e relacionamento com os fornecedores também deve ser diferenciado. No caso dos itens críticos, por exemplo,
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Figura 5 – Exemplos de redução de custos em projetos de consultoria
deve-se buscar o desenvolvimento dos fornecedores. Devido à incerteza quanto à localização de um fornecedor substituto e ao alto custo de se buscar e avaliar um novo fornecedor, a empresa pode escolher trabalhar junto ao atual, buscando melhorar o seu desempenho, reduzindo custos, aumentando a qualidade e o desempenho da entrega. Este relacionamento pode variar desde práticas operacionais, permitindo a criação de um elo entre as operações dos compradores e fornecedores, até práticas para o desenvolvimento de fornecedores, com iniciativas como assistência e treinamento, incentivos, integração organizacional, envolvimento do fornecedor no desenvolvimento de produtos e processos, entre outros que permitam uma maior integração e produtividade no fluxo de suprimento de produtos. O objetivo principal em relação à área de compras é garantir o suprimento de bens e serviços minimizando o custo total de operação, e não apenas o preço de compra. Experiências em projetos de consultoria mostraram que modificações nos processos de compras podem gerar reduções de custo de 5% sobre o valor total anual comprado.
Conclusões Nesta segunda parte do artigo, foram abordadas as principais decisões de uma empresa em relação à gestão de estoque e suprimentos. A primeira discussão focou nas funções de manter estoques, nas principais decisões de quanto manter, quando pedir e onde localizar os estoques e no impacto das variações da conta de estoque nos indicadores de retorno aos acionistas. Depois, no tópico relacionado à gestão de compras e suprimentos, discutiram-se temas como centralização versus descentralização do processo de compras, Strategic Sourcing e relacionamento com fornecedores. Ao longo do artigo, buscou-se estimular a reflexão dos gestores sobre a possibilidade de melhorias nas suas operações e principalmente de reduções de custo. A experiência de profissionais em projetos de consultoria mostra que, com algumas mudanças na gestão e operação, é possível obter ganhos financeiros que ultrapassam R$ 11 milhões/ano e reduções de até 18% dos custos de estoque. Nas análises de suprimentos, os ganhos alcançados foram em média de 5,4% do valor anual comprado.
Dessa forma, neste ambiente de incerteza em que as empresas estão vivendo perante esta crise econômica mundial, o desafio é transformar as dificuldades em oportunidades, buscando continuamente ganhos de produtividade e reduções de custo.
Bibliografia Ballou, R. H.. Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/ Logística Empresarial. 5ª edição; Porto Alegre, Bookman, 2006. Bowersox, D. J.; Closs, D. J.; Cooper, M. B.. Gestão Logística da Cadeia de Suprimentos. Porto Alegre, Bookman, 2006. Braga, A.; Hijjar, M. F.. Panorama da Gestão de Compras e Suprimentos nas Empresas Industriais Brasileiras. Revista Tecnologística, edição de agosto de 2008. Equipe CEL/Coppead. Panorama de Custos Logísticos no Brasil. Rio de Janeiro, 2008. Equipe CEL/Coppead. Panorama da Gestão de Compras e Suprimentos nas Empresas Industriais Brasileiras. Rio de Janeiro, 2008. Fleury, P. F.; Figueiredo, K. F.; Wanke, P.. Logística Empresarial - A Perspectiva Brasileira. Coleção Coppead de Administração. Atlas, São Paulo, 2000. Fleury, P. F.; Figueiredo, K. F.; Wanke, P.. Logística e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. Coleção Coppead de Administração. Atlas, São Paulo, 2004. Lima, M.. Estoque: Custo de Oportunidade e Impacto sobre os Indicadores Financeiros. Rio de Janeiro, 2001. Wanke, P.. Gestão de Estoques na Cadeia de Suprimentos: Decisões e Modelos Quantitativos. Coleção Coppead de Administração. Atlas, São Paulo, 2004.
Marcos Benzecry Consultor do ILOS – Instituto de Logística e Supply Chain marcosb@ilos.com.br Paulo Nazário Diretor de Projetos do ILOS – Instituto de Logística e Supply Chain pnazario@ilos.com.br Tel.: (21) 3445-3000
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EVENTO
III Encontro de Logística Reversa esquenta discussão sobre o tema A terceira edição do evento do CLRB faz uma prévia do I Fórum Internacional de Logística, que ocorrerá em maio
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or iniciativa do Conselho de Logística Reversa do Brasil (CLRB), foi realizado, dia 11 de fevereiro, na sede da TGestiona – braço logístico da Telefonica –, em São Paulo, o III Encontro de Logística Reversa, para atualizar os assuntos relativos ao setor e fazer uma prévia da inédita pesquisa sobre a “Logística Reversa no Brasil”, que será destaque do I Fórum Internacional de Logística Reversa, a ser realizado em 13 de maio próximo, em São Paulo. Na oportunidade, alguns associados e os realizadores do evento internacional – o CLRB e a Publicare Eventos – detalharam vários temas que comporão a grade de programas do Fórum e acataram sugestões de executivos de inúmeros segmentos da economia presentes. Segundo Paulo Roberto Leite, presidente do CLRB e professor da Universidade Mackenzie, a importância de realizar um evento focado em logística reversa tem ganhado força nos últimos dez anos, desde que começou a surgir uma enormidade de produtos com baixo ciclo de vida no mercado. Ao mesmo tempo, a legislação ambiental está cada vez mais rigorosa, enquanto a obsolescência é mais precoce e o nível de descarte cresce. “Por essa razão, também é o momento apropriado para realizar uma
pesquisa sobre logística reversa no Brasil e então podermos analisar os dados de empresas que estão implantando diretrizes nesse sentido”, comentou. O especialista fez uma prévia da pesquisa que será divulgada em primeira mão no Fórum. A primeira etapa do trabalho, iniciado em 2006, foi identificar as políticas de logística reversa adotadas pelas empresas no Brasil. Ao todo, 188 companhias responderam às 53 questões formuladas em sete blocos temáticos. O perfil das empresas respondentes foi diverso, porém quem mais respondeu foram os setores eletrônicos e de serviços. O faturamento das empresas pesquisadas variou de R$ 5 milhões a R$ 1 bilhão; e deste universo os produtos mais comercializados têm valores entre R$ 5,00 e R$ 1.000,00, sendo que 40% correspondem ao segundo patamar. A pesquisa foi concluída em 2007 e será apresentada, na íntegra, durante o evento. Presentes no encontro estiveram também representantes de algumas empresas patrocinadoras do Fórum, como Correios, Oxil, Silcon, TGestiona e Revista Tecnologística, para defender os principais pontos da logística reversa sob a ótica de suas empresas. Segundo Marcelo Souza, diretor de Logística da TGestiona, a empresa está evoluindo no tema da susten-
tabilidade. “É muito importante o debate sobre o assunto, porque os executivos nem sempre enxergam todos os benefícios da logística reversa, como a redução de custos e a proteção ao meio ambiente, um grande diferencial para o consumidor na hora de escolher um produto hoje em dia”, comenta. Para Ricardo Fógos, gerente de Encomendas dos Correios, essa visão começou na empresa ainda nos anos 90, quando as operações do e-commerce ganharam vulto. “Os clientes cada vez mais exigem operadores que entreguem os produtos, mas também possam fazer a sua devolução”, destaca. Segundo ele, as demandas de retorno cresceram de forma surpreendente desde 2005. “Realizávamos, há três anos, cem mil coletas, gerando R$ 4 bilhões de receita, com apenas 75 clientes. No ano passado, com a mesma carteira, passamos a realizar 1,7 milhão de pacotes, com um resultado de R$ 37 milhões”, exemplifica, defendendo que, além de tudo, a logística reversa representa um negócio lucrativo. A expectativa da empresa agora é se preparar para cuidar deste serviço, com foco no pós-consumo. Akiko Ribeiro, diretora executiva da Oxil Manufatura Reversa, empresa do Grupo Estre Ambiental, testemunhou sobre os avanços de sua companhia no
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Divulgação Ricardo Fógos (Correios), Marcelo Souza (TGestiona), Paulo R. Leite (CLRB), Shirley Simão (Publicare) e André Saraiva (Abinee) debatem os rumos da logística reversa
sentido de dar uma destinação segura aos resíduos sólidos no fim de sua vida útil, seja para o descarte efetivo, seja o reuso. “Esse mercado ainda é pequeno, porque é a ponta do consumo, mas a tendência é crescer”, comenta. Outro convidado presente foi André Saraiva, diretor de Sustentabilidade da Abinee (Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica) e do PRAC (Programa de Responsabilidade Ambiental Compartilhada) – entidade que cria procedimentos para o descarte de baterias de chumbo-ácido. O executivo enfatizou a ausência de legislação no país para regular todos os processos até o destino final dos produtos e criticou a falta de interação entre as entidades e empresas para promover a evolução do setor. “Há um hiato na sociedade por causa da falta de regras claras e legislação eficiente. Esse quadro promove uma situação de descaso”, completa. Contudo, para ele, a preocupação vai além: “É preciso que as empresas tenham uma visão de sustentabilidade mais ampla, como quanto as operadoras e transportadoras emitem de CO2 na realização de suas operações”, provoca.
Para o idealizador do Encontro e do I Fórum Internacional de Logística Reversa, Paulo Roberto Leite, os depoimentos apresentados nessa ocasião são ilustrativos para demonstrar as reais necessidades de a sociedade se engajar nessa discussão. “Mas foi salutar reconhecer que o local foi pequeno para abrigar a quantidade de interessados no tema. Agora, é esperar a continuidade dos debates, para que possamos transcender a questão da logística reversa, com foco também no pós-consumo”, diz. No final do III Encontro, a empresária Shirley Simão, diretora da Publicare Editora e Publicare Eventos, realizadora do Fórum juntamente com o CLRB, chamou a atenção para a importância que a logística reversa começa a despertar nas empresas dos vários segmentos da economia e convocou os presentes a participarem e apoiarem o I Fórum Internacional de Logística Reversa.
O Fórum O evento é uma iniciativa pioneira no Brasil, organizada pelo CLRB e pela Publicare Eventos e patrocinada pelas empre-
sas TGestiona, Oxil, Silcon Ambiental, Correios e Rapidão Cometa. Sua realização será no dia 13 de maio de 2009, no Bourbon Convention Ibirapuera, na Avenida Ibirapuera, 2.927, São Paulo – SP. O Fórum contará com palestras nacionais e internacionais de profissionais que trarão dados relevantes sobre o mercado, com alto potencial de exploração, e os respectivos ganhos empresariais relacionados ao custo do produto, imagem da empresa, fidelização do cliente e responsabilidade sócio-ambiental. O principal palestrante internacional será Gailen Vick, fundador e presidente da Reverse Logistics Association, entidade dos Estados Unidos, país que fatura R$ 750 bilhões com esse serviço por ano. Outra presença confirmada é da Sociedade Ponto Verde, entidade que coordena o sistema de descarte de materiais de embalagem de 31 países. Além disso, seis cases serão apresentados, entre os quais os da Oxil, TGestiona, Correios e Rapidão Cometa. O evento destina-se a executivos de empresas fabricantes, distribuidoras e atacadistas, varejistas, operadores logísticos e prestadores de serviços de remanufatura e reciclagem, serviços de conserto e seleção de destino, serviços de call centers e SAC (Serviço de Atendimento ao Cliente), consultores, liquidadores ou brokers, fornecedores de sistemas de informação e captação de dados, empresas de leilões, acadêmicos, órgãos governamentais, entidades ligadas ao meio ambiente e sustentabilidade, estudantes e outros elos que estejam envolvidos no retorno de produtos ainda não usados ou produtos de pós-consumo.
As inscrições podem ser feitas através do portal www.clrb.com.br/forum e do email forum@publicare.com.br. Mais informações podem ser obtidas através dos telefones abaixo. CLRB: (11) 5097-9895 Publicare: (11) 5505-0999 Março/2009 - Revista Tecnologística - 91
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EVENTO
Fórum de Suprimentos discute o impacto da crise financeira nas relações com fornecedores Organizado pelo ILOS, I Fórum Internacional de Suprimentos trará palestrantes internacionais e grandes empresas brasileiras para abordar o tema
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ara tratar de uma das funções ligadas ao supply chain cuja importância mais cresce dentro da estratégia das empresas no Brasil e no mundo, o Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS – realiza, nos dias 11 e 12 de maio, em São Paulo, o I Fórum Internacional de Suprimentos. O evento abordará o tema através de palestras e trará também uma pesquisa inédita do próprio instituto, além de depoimentos de empresas relevantes no cenário nacional e internacional sobre os vários temas relativos ao suprimento, como gestão de riscos, gestão de suprimentos e de relacionamento com fornecedores, processo estratégico de compras e estratégias de suprimentos. Para Ataíde Braga, membro da comissão técnica que organiza o evento e também professor e pesquisador do ILOS, a área de Suprimentos, cuja importância já vinha crescendo, ganhou ainda maior relevância com a atual crise financeira, em que, além de reduzir custos, as empresas precisam fazer acordos cada vez mais estreitos com seus fornecedores para garantir o suprimento de insumos e matérias-primas. “À medida que os fornecedores têm problemas de crédito e fluxo de caixa para pro-
duzir e entregar, isso acaba gerando uma reação em cadeia, afetando todo mundo. Daí a importância do tema no cenário atual, no qual o relacionamento com os fornecedores ficou mais relevante devido aos riscos envolvidos. ‘Riscos no Suprimento’, aliás, é um dos módulos do fórum no qual a questão financeira será amplamente debatida”, coloca Braga. A organização do evento se dará por módulos – cada um durando metade de um dia – que serão compostos por uma sessão geral, conduzida por um palestrante convidado, e por um fórum de debates, onde as empresas convidadas explanarão o tema do módulo segundo sua própria experiência e depois o debaterão entre si e com a plateia. O pesquisador do ILOS ressalta que o público terá participação maior neste formato de evento. Em seus dois dias de duração, o fórum terá quatro módulos. O primeiro tratará da “Gestão de Suprimentos na Próxima Década”, com a palestra de John Blascovich, sócio da A. T. Kearney. Ele tratará das mudanças no panorama mundial, com a globalização, mudança de perfil de demanda, escassez de recursos e pressões ambientais, entre outros, que estão remodelando
mercados, indústrias e produtos. A sessão está baseada nos principais resultados da pesquisa global conduzida pela CAPS Research e pela A. T. Kearney, chamada “Tendo Sucesso em um Mundo Dinâmico: gestão de suprimentos na próxima década”. No fórum de debates do tema estarão empresas como Braskem, Embraer e Vale. O segundo módulo tratará da “Gestão do Relacionamento com Fornecedores”, com a palestra de Gary Ragatz, professor de Supply Chain da Michigan State University (EUA). Ele enfocará as contribuições significativas que podem surgir de relacionamentos maduros com fornecedores estratégicos, criando vantagens competitivas para as empresas. Dentre as iniciativas para melhorar o relacionamento estão a colaboração, métodos de gestão e capacitação de fornecedores. No fórum de debates deste módulo estarão a Natura, Johnson & Johnson, Visteon e Perdigão. Na terça-feira, 12 de maio, o Módulo 3 tratará do “Strategic Sourcing e a Adoção de Estratégias de Suprimentos em Empresas Brasileiras: resultado de pesquisa”, com palestra conduzida pelo próprio Ataíde Braga, que discorrerá sobre como o Strategic Sourcing está crescendo dentro do panorama atual, com a
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pressão constante para redução de custos, instabilidade no mercado fornecedor devido à crise, necessidade de visibilidade e controle total de gastos. Explanando o tema no fórum de debates do módulo estarão a Souza Cruz, Citrosuco Fischer, International Paper e Petronec. Encerrando o evento, o Módulo 4 falará da “Gestão de Riscos”, com palestra de Luiz Vieira, CEO da Produzir – Fomento Agrícola, Comércio e Exportação, da Bunge. Ele abordará a gestão do risco de suprimentos, que tem chamado cada vez mais a atenção dos executivos de empresas globais, principalmente no momento atual de forte restrição de crédito. Adicionalmente, ele focará em como garantir a continuidade do fornecimento
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diante de eventos catastróficos ou superar desvios nas operações com eficiência. O palestrante listará os tipos de riscos de suprimentos e as estratégias das empresas para superar o problema, baseadas em casos reais. O fórum de debates terá a participação de empresas como Marcopolo, GlaxoSmithKline, Unilever e Bunge. Além do porte e importância das empresas participantes, Ataíde Braga destaca ainda a variedade de indústrias abrangida e o alto nível dos executivos participantes, 90% deles diretores de Suprimentos. “Isto dá um peso significativo ao fórum e representa uma oportunidade fantástica para reforçar e renovar a rede de relacionamentos, o famoso network”, coloca Bra-
ga, ressaltando que estas pessoas chefiam áreas que respondem por entre 60% e 75% do custo de produção das organizações e são quem decide a compra de todos os insumos e matérias-primas. Para dar uma ideia da importância deste setor de Compras, ele cita que, do custo total de um automóvel para a montadora, 75% são comprados de fornecedores externos.
I Fórum Internacional de Suprimentos 11 e 12 de maio, Hotel Maksoud Plaza, São Paulo, SP Organização: Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS Tel.: (21) 3445-3000 www.ilos.com.br
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PRODUTOS
Porta para armazéns frigorificados, da Rayflex A Rayflex coloca à disposição de empresas que operam com produtos frigorificados a Frigodoor. O produto foi idealizado para proporcionar economia de energia e mais segurança na armazenagem dos produtos. A porta foi projetada com resistência interna, diferencial que evita o congelamento e condensação na sua superfície interna, situações que podem imobilizá-la ou dificultar sua movimentação. A novidade possui, ainda um sistema automatizado de abrir e fechar, com acionamento automático periódico. Vale lembrar que a Frigodoor pode ser aplicada como segunda porta, permitindo que a porta original da câmara frigorificada fique aberta durante as operações. Outro diferencial do lançamento é que ele se autorrepara automaticamente, sem a intervenção humana, caso haja impactos de carrinhos ou empilhadeiras. O sistema de restabelecimento automático evita a manutenção e possíveis trocas de peças, impedindo a parada na produção devido ao não-funcionamento. (11) 4645-3360
Novos tamanhos de pneus, da Pirelli A Pirelli lançou, no início de fevereiro, novos tamanhos para os modelos FG85 e TG85, já consagrados no segmento de percursos mistos entre asfalto e terra, como canteiros de obras, mineração, usinas, transporte agrícola e de resíduos. A nova medida é a 13R 22.5, para ambos os tipos de pneus. O TG85 é um pneu trativo de alta tecnologia, com sulcos especiais para expulsar pedras. Ele oferece maior proteção à carcaça, tem bom desempenho da banda de rodagem e excelente tração em pisos irregulares. Fabricado a partir de um novo composto de borracha, o produto apresenta ótimo rendimento quilométrico e facilidade de recapagem. Já o FG85 é um pneu direcional com reentrâncias mais profundas e sulcos em ziguezague longitudinal que facilitam a aderência a qualquer tipo de piso. O desenho do pneu, assim como o novo composto de borracha, promovem excelente tração, maior durabilidade e bom rendimento quilométrico. O modelo oferece extrema resistência a pedras, rasgos e perfurações, e não apresenta o problema de descolamento entre a malha de aço e a banda de rodagem, fenômeno típico entre pneus empregados neste tipo de operação. 0800 7287638
Tampa para transporte de combustíveis e produtos químicos, da Vlados A Vlados, companhia que desenvolve produtos e serviços para o transporte de cargas a granel, lança a Tampa de Visita 20’, destinada a transportadoras que manipulam combustíveis e produtos químicos, que pode ser encontrada nas versões completa com flange (elemento que une dois componentes de um sistema de tubulações, permitindo o desmonte sem operações destrutivas) ou sem flange, munida com friso de instalação. Produzida em alumínio, sua utilização tem como meta reduzir o risco de acidentes por explosões. Vale lembrar que o produto integra todos os elementos superiores do tanque da carreta, como recuperação de vapor, sensor ótico e válvula de alívio e de pressão. A integração, aliada ao sistema de fixação por cinta, dispensa a furação da carreta. Para assegurar ainda mais segurança no transporte de combustíveis e produtos químicos, a Vlados desenvolveu a abertura da Tampa de Visita 20’ em dois estágios, impossibilitando a abertura violenta da sobretampa quando houver excesso de pressão interna e evitando o contato do operador com o vapor. (11) 2271-1212
Plataforma elevatória eletrohidráulica, da Marksell A Marksell Equipamentos lança no mercado a MKS 500 P3E, uma plataforma elevatória de carga para veículos leves de diversas marcas. O produto facilita o carregamento de cargas de até 500 kg e dimensões de 600 mm, já unitizadas em paletes, carrinhos e rollteiners, entre outros, e atende às restrições de tráfego de veículos em centros urbanos. O equipamento pode ser acoplado à traseira do conjunto, tanto em veículos com furgão quanto nos que têm carroceria aberta. Com piso em chapa corrugada e antiderrapante de aço, a plataforma tem acionamento através de três cilindros hidráulicos: dois para elevação e um para inclinação. Instalada em conexão com o sistema elétrico dos veículos, a motobomba do equipamento funciona por corrente contínua e pode ser de 12 ou 24 vdc. Seu acionamento se faz por alavancas removíveis ou por botoeira, inclusive com opção de controle remoto, o que exige apenas um operador. Conta ainda com uma trava de segurança para evitar a sobrecarga do equipamento. (11) 4789-3690
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AGENDA
INTERNACIONAL International Conference on Animal Identification and Traceability. 23 a 25 de março. La Rural Predio Ferial, Buenos Aires, Argentina. Organização e informações: Organização Mundial de Saúde Animal – OIE. http://www.oie.int/esp/traceability2009/welcome.html Annual Convention of the International Association of Refrigerated Warehouses. 28 de março a 2 de abril. Palm Springs, Califórnia, EUA. Organização e informações: IARW. www.iarw.org Missão Técnica Internacional de Logística – Europa. 20 a 24 de abril. Holanda e Bélgica. Organização e informações: ILOS. Tel.: (21) 3445-3000 flavia.martorelli@ilos.com.br www.ilos.com.br
Gestão da Logística Reversa. 21 de março. Excelência na Gestão Financeira e Custos em Transportadoras e Operadores Logísticos. 26 e 27 de março. Projetos Logísticos. 14 e 15 de abril. Armazéns Enxutos, Ultra-Rápidos e Flexíveis _ Lean Warehouses. 14 e 15 de abril. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Tigerlog. Tel.: (11) 2694-1391 marcoantonio@tigerlog.com.br www.tigerlog.com.br
Controle de Estoque e Planejamento de Demanda (3º módulo da Certificação Técnica em Logística). 20 e 21 de março. TI Aplicada à Logística. 3 e 4 de abril. Processamento de Pedidos e Serviços a Clientes. 17 e 18 de abril. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Enaslog. Tel.: (11) 3668-5513 enaslog@enaslog.org.br www.aslog.org.br
Smart Tags & RFID. 23 de março. Lean Manufacturing. 24 de março. Gestão em Operações de Armazenagem e Centros de Distribuição. 26 de março. Distribuição: Integração entre Armazenagem e Transportes. 27 de março. Logística e Comex. 31 de março. Logística Estratégica. 1º de abril. Indicadores de Performance Aplicados à Logística. 2 de abril. Logística Reversa. 15 de abril. Transporte Internacional de Cargas. 15 de abril. Todos em Campinas, SP. Cálculo do Lote Econômico de Compras. 30 de março. Transporte em Contêineres. 7 de abril. Gerenciamento de Risco no Transporte Rodoviário de Carga. 15 de abril. Planejamento Tributário na Logística. 17 de abril. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Cebralog. Tel.: (19) 3289-0903 sac@cebralog.com www.cebralog.com
Técnicas Avançadas em Gestão Logística. 21 de março. Gerência de Custos Logísticos. 23 e 24 de março.
Gestão das Operações Logísticas. 23 e 24 de março, Guarulhos, SP. Gestão de Frota de Veículos. 26
12th International Exhibition for Logistics, Telematics and Transport. 12 a 15 de maio. New Munich Trade Fair Centre, Munique, Alemanha. Organização e informações: Messe München. info@transportlogistic.de www.transportlogistic.de
NACIONAL
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Todos no Rio de Janeiro, RJ. Técnicas Avançadas em Gestão Logística. 21 de março, São Paulo, SP. Organização e informações: ILOS. Tel.: (21) 3445-3000 ilos@ilos.com.br www.ilos.com.br
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AGENDA
e 27 de março. Curso de Formação em Logística Aplicada. 28 de março a 30 de maio. Ambos em São Paulo, SP. Gestão Estratégica de Compras e Suprimentos. 16 de abril, Vitória, ES. Organização e informações: Ceteal. Tel.: (11) 5581-7326 ceteal@ceteal.com www.ceteal.com Câmbio nas Operações de Comércio Exterior. 23 de março a 27 de abril, Jundiaí, SP. Organização e informações: Senac. Para grade, horários e inscrição, consulte o Senac. Tel.: 0800 8832000 www.sp.senac.br Administração de Frota de Veículos. 24 a 27 de março. Modernos Instrumentos Gerenciais para Empresas de Transporte e Logística. 28 de março. Documentos Fiscais para Transportadoras e o ICMS no TRC. 28 de março. Legislação Tributária no TRC. 14 a 16 de abril. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Setcesp. Tel.: (11) 2632-1088 treinamento@setcesp.org.br www.setcesp.org.br Gerenciamento de Projetos Logísticos. 30 e 31 de março. Gerenciamento da Logística. 6 e 7 de abril. Todos em Belo Horizonte, MG. Organização e informações: IETEC _ Instituto de Educação Tecnológica.
Tel.: (31) 3223-6251 cursos@ietec.com.br www.ietec.com.br ProModel/ServiceModel/MedModel Básico. 1 a 3 de abril. ProModel/ServiceModel/MedModel Avançado. 13 a 15 de abril. Ferramentas Estatísticas e Análise dos Resultados das Simulações. 17 de abril. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Belge Engenharia e Sistemas. Tel.: (11) 5561-5353 vdilella@belge.com.br www.belge.com.br Curso Mopp de Cargas Perigosas. 13 a 17 de abril, Curitiba, PR. Organização e informações: Cone Sul Treinamentos em Trânsito e Transporte. Tel.: (41) 3039-0053 reginaldo@conesulmopp.com.br www.conesulmopp.com.br Feiras e Seminários Intermodal South America 2009. 14 a 16 de abril, Transamerica Expo Center, São Paulo, SP. Organização e informações: CMP _ United Business Media. Tel.: (11) 4689-1935 www.intermodal.com.br V Maratona de Supply & Demand Chain Management. 6 e 7 de maio,
São Paulo, SP. Organização e informações: Inbrasc _ Instituto Brasileiro de Supply Chain. Tel.: (11) 3053-1300 atendimento@febracorp.org.br www.inbrasc.org.br/maratona I Fórum Internacional de Suprimentos. 11 e 12 de maio, Hotel Maksoud Plaza, São Paulo, SP. Organização: Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS. Tel.: (21) 3445-3000 www.ilos.com.br I Fórum Internacional de Logística Reversa. 13 de maio, São Paulo, SP. Organização e informações: CLRB _ Conselho de Logística Reversa do Brasil e Revista Tecnologística. Tel.: (11) 5505-0999 www.clrb.com.br/forum Exportações: Superação das barreiras e o impacto no desempenho. 13 de abril, Auditório Itaú da FGV, São Paulo, SP. Organização e informações: GVcelog _ Centro de Excelência em Logística e Supply Chain da Fundação Getulio VargasFGV _ SP. Tel.: (11) 3281-7946 celog@fgv.br www.eaesp.fgvsp.br Veja agenda completa de cursos, seminários, MBAs e demais eventos no: www. tecnologistica.com.br/site/5,1,53.asp
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO Águia Sistemas................................... 35 Araya ................................................. 40 Artok.................................................. 18 Assine Tecnologística ........................ 97 Bertolini ............................................ 60 Betel................................................... 15 Cargomax .......................................... 47 Ceva Logistics.................................... 39 Clark .................................................. 57 Consmetal ......................................... 11 Ebamag .............................................. 37 Engesystems ...................................... 30 Exata Logística ...........................4ª capa Expresso Brilhante ............................ 93 Fórum Logística Reversa.................... 89 Fund. Getúlio Vargas .................2ª capa
GKO................................................... 87 Hines ................................................. 49 Inbrasc ............................................... 53 Instituto ILOS .................................... 85 Instituto ILOS Suprimentos .............. 95 Ipiranga Química .............................. 41 Iveco .................................................. 29 Jungheinrich ..................................... 71 Knapp ................................................ 33 LFL ..............................................3ª capa Linde ................................................. 67 Locar .................................................. 69 LXE .................................................... 36 Marimex ............................................ 27 Matra ................................................. 17 Movicarga.......................................... 63
Nautika .............................................. 19 Rentank ............................................. 38 Retrak ................................................ 50 Sat Log ................................................. 7 Saur Equipamentos ........................... 23 Savik .................................................. 43 SENAC ............................................... 13 Site Tecnologística ............................ 96 Still do Brasil ..................................... 65 Toledo ................................................. 9 Top Flex............................................. 51 Tópico ............................................... 22 Toyota ....................................... 04 e 05 Travema............................................. 26 ZF do Brasil ........................................ 21
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