Danone baixa custos e aumenta produtividade com solução de TI
Emballage Pool: conceito se difunde no mercado automotivo
Logística superpesada: empresas investem em soluções para driblar gargalos do segmento capa.indd 1
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SUMÁRIO
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MERCADO Veja todas as novidades do mercado brasileiro de logística nesta seção
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Projeto de simulação auxilia a Danone a reformular seu processo de produção, reduzindo custos e aumentando a produtividade
CROSS-DOCKING Acompanhe a movimentação do agitado mercado de executivos de logística do país
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TECNOLOGIA
EMBALAGEM Volvo Logistics difunde no país o conceito de pool de embalagens, que permite o uso da mesma embalagem por toda a cadeia no mundo
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TRANSPORTE Empresas especializadas na movimentação de cargas superpesadas investem em soluções para superar os gargalos e otimizar as operações do segmento
ARTIGO Marco Aurélio Silva questiona se já não é hora de se criar uma nova nomenclatura para o SCM que atenda aos novos estímulos que ocorrem em âmbito global
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ILOS Pesquisa feita pelo Instituto mapeia, em detalhes, o uso da Tecnologia de Informação pelas empresas brasileiras
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Stock.XCHNG
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Em seu 16º ano, o Fórum Internacional de Logística do Instituto ILOS traz duas novidades: o Fórum Global de Sustentabilidade no Supply Chain e o Fórum de Infraestrutura Brasil
SUSTENTABILIDADE Programa de reciclagem de pilhas e baterias do Banco Santander atinge, em 42 meses, a marca de 156 toneladas coletadas, disponibilizando o serviço para cerca de um milhão de pessoas
EVENTO
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PRODUTOS Conheça os lançamentos e os principais produtos, serviços e sistemas voltados à logística
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LIVROS Nesta edição, destacamos os livros “Gestão da Cadeia de Suprimentos: Conceitos, Estratégias, Práticas e Casos” e “Gestão de Custos Logísticos”
80 Capa: Carol Ermel Foto: Divulgação Megatranz
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AGENDA Os mais importantes cursos, seminários, feiras e demais eventos do setor de logística estão em nossa agenda
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EDITORIAL Publicare Editora Ltda. www.publicare.com.br
Diretores Shirley Simão shirley@publicare.com.br
Jorge Roberto Simão
Importância crescente
U
m tema que vem ganhando cada vez mais relevância no mundo e que atinge diretamente o setor de logística de um modo geral, e o transporte particularmente, é a sustentabilidade. A sua importância pode ser medida pelo esforço das empresas em se mostrarem sustentáveis, quer por meio de ações puramente mercadológicas, quer por iniciativas que, de fato, contribuem para a redução da emissão de poluentes e para a melhoria do quadro social. E ao mesmo tempo, como impulsionador dessas mudanças e reflexo delas, novas leis e regulamentações começam a surgir, e a indústria vai atrás delas e até tenta se adiantar, como é o caso da automotiva – sempre pioneira –, que vem lançando modelos com motorizações cada vez menos poluentes. Nesta edição, vemos alguns exemplos de como, de uma forma ou de outra, as empresas caminham nessa direção. É o caso do Banco Santander que, ao tentar resolver uma questão interna de descarte de pilhas e baterias, acabou criando um programa abrangente de reciclagem, que atende não apenas ao banco, mas também a seus clientes e a toda a comunidade. Iniciado em julho de 2007 com 31 pontos de coleta e arrecadando no primeiro ano 34 mil quilos de material, o programa chegou, em 2009, a 2.068 pontos espalhados em 24 estados brasileiros, que recolheram um total próximo de 156 mil quilos. Iniciativa diversa, mas que também colabora com a sustentabilidade, foi a da Volvo, ao implementar o conceito de Emballage Pool nas empresas do grupo. A embalagem sai de um ponto a outro e é rastreada em tempo real, pela internet, permitindo ao usuário alimentar o portal da empresa com informações sobre a entrada e a saída de embalagens. A Volvo Logistics consegue ter visão online de toda a movimentação e do nível de estoque de embalagens ao redor do mundo. Além da redução óbvia de custos logísticos, com o melhor gerenciamento do estoque e redução de volume transportado, o conceito reduz o volume de embalagens no circuito e o número de caminhões e navios circulando, o que certamente reduz o impacto ambiental. São exemplos claros de como o tema sustentabilidade é abrangente, diverso e pode ser abordado de várias formas pelas empresas. E mostra claramente o quanto este novo desafio pode se transformar em novas atividades e oportunidades para as empresas do setor. Uma boa leitura a todos. Shirley Simão
jorge@publicare.com.br
Ano XVI - N.º 177 - Agosto/2010 www.tecnologistica.com.br Redação, Administração e Publicidade Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar CEP: 04571-010 - São Paulo - SP
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Reportagem Fábio Penteado
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Periodicidade Mensal Circulação Nacional Conselho Editorial Antonio Bolzani; Antônio Galvão Novaes; Arthur A. Hill; César Lavalle; Hugo Yoshizaki; Marcos Isaac; Paulo Fleury; Pedro F. Moreira; Robert Caracik; Rodrigo Vilaça; Ruy Piazza Filho; Walter Zinn. A Revista Tecnologística não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados, bem como pelas opiniões emitidas pelos entrevistados. Reprodução total ou parcial permitida, desde que citada a fonte. Registrada no 1.º Cartório de Reg. de Tit. e Doc. sob n.º 219.179, nos termos da Lei n.º 5.250/67 (Lei de Imprensa). Marca Registrada INPI n.º 818.454.067. Associada à
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MERCADO
Ford Caminhões cresce 43,5% no semestre
Rápidas • Exata com novo contrato
• Tolerância prorrogada O Conselho Nacional de Trânsito (Contran) prorrogou até o dia 31 de dezembro, por meio da Resolução nº 353/10, a tolerância de 7,5% sobre o limite de peso bruto por eixo nos veículos nas vias públicas. O motivo é dar tempo para que a Câmara Temática de Assuntos Veiculares termine os estudos sobre pesagem dinâmica de cargas com o Inmetro, que ainda não finalizou o Regulamento Técnico Metrológico. A prorrogação – a terceira já concedida – foi feita a pedido da Confederação Nacional do Transporte (CNT) e da Associação Nacional dos Usuários de Transporte de Carga (ANUT). (61) 2108-1811
E bate recorde de vendas em junho, com 3.171 unidades vendidas
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om 12.619 veículos negociados, a Ford Caminhões encerrou o primeiro semestre de 2010 em alta, registrando crescimento de 43,5% sobre o mesmo período de 2009. O bom desempenho teve como destaque o mês de junho, quando a montadora registrou recorde de vendas, com 3.171 unidades comercializadas. Ford: resultado positivo impulsionado pelo setor de O resultado positivo, seconstrução civil gundo Charles Camargo, gerente nacional de Vendas da Ford Ca- e participação de 28,4%. Um dos desminhões, é creditado, principalmente, taques de vendas ficou para o Cargo ao fechamento de grandes vendas para 815e: 56,6% de crescimento, em como segmento de construção civil naquele paração com 2009. Nos médios 4x2 de 13 toneladas, a mês. “Tivemos um excelente semestre e um mês de junho muito forte. Nos marca obteve um avanço de 38%, com emplacamentos, a marca somou 2.411 1.049 unidades do Cargo 1317e, auunidades e alcançou 18,7% de partici- mentando sua participação para 23,4%. Nos 4x2 de 15 toneladas a Ford elevou pação no mercado”, diz. O setor de caminhões negociou no as vendas em 40,5%, com 395 unidades geral 12.800 unidades em junho e a do Cargo 1517e comercializadas, partiexpectativa, segundo o executivo, é de cipação de 20,1%. Já nos 4x2, de 17 toque a indústria como um todo atinja neladas, as vendas atingiram acréscimo volume superior a 140 mil veículos em de 55,4%, com 813 unidades, e a Ford 2010. “Estamos preparados para acom- ficou com 22,3% do segmento. Nos médios 6x2, as vendas da Ford panhar o crescimento”, enfatiza. foram 54% maiores, com 2.596 uniDestaques dades e uma participação de 17,2%. Por fim, nos médios 6x4, as vendas Na categoria de caminhões semile- cresceram 37%, com 1.573 unidades e ves (3,5 a sete toneladas), a Ford cres- 28,9% de participação. Esse avanço se ceu 38% em volume no primeiro se- deve principalmente à boa aceitação mestre, com 1.397 unidades do F-350 do modelo Cargo 2628e, que passou vendidas, aumentando a participação a oferecer a opção de tomada de força para 55,7%. traseira, facilitando a implementação No segundo maior segmento do com betoneira e caçamba para uso na mercado, o de caminhões leves (sete construção civil. a dez toneladas), a montadora atingiu Ford: 0800 7033673 aumento de 45%, com 4.516 veículos Divulgação
A Exata Logística acaba de fechar um contrato com a Ingenico, multinacional francesa líder mundial no fornecimento de soluções de pagamento eletrônico. O contrato tem duração de um ano e foi gerado a partir de uma operação de armazenagem e movimentação realizada pela Exata no CD de Contagem (MG). A empresa gerenciará o fluxo dos terminais entre o fornecedor da Ingenico em Betim, o Centro de Distribuição e os clientes da Ingenico. Já a operação paulista envolve a armazenagem e a movimentação de terminais e componentes, incluindo os utilizados em operações de reparo, do CD de São Paulo aos clientes e fornecedores da empresa no estado. A Ingenico produz e fornece, entre outras soluções, terminais de pagamento de cartões de crédito e débito para os principais adquirentes e bancos do país, os quais serão armazenados e distribuídos pela Exata nos estados de Minas Gerais e em São Paulo. (11) 2133-8700
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Armazenagem centralizada Objetivo da Foroni é agilizar a operação e ampliar volume movimentado
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são dos pedidos. Ele detalha que o modelo utilizado anteriormente não facilitava muito o controle eficaz do inventário. Isso porque, diz, muitas vezes um cliente realizava um pedido em que determinados itens Novo CD da empresa ocupa área total de 23 mil m2 estavam estoIndústria Gráfica Foroni in- cados em locais distintos – cerca de vestiu R$ 1 milhão a fim de 50% do estoque estava disposto no centralizar suas operações armazém terceirizado. “Tínhamos que logísticas. A empresa, agora, ocupa trazer os produtos para o CD próum centro de distribuição no bairro prio e unitizar os pedidos”, salienta. da Mooca, em São Paulo, com uma O prazo de entrega era de três dias. área total de 23 mil m², sendo 20 mil Com a centralização, a estimativa é m² destinados à armazenagem, com reduzir para dois. cinco mil posições-palete e 20 docas, A informatização do armazém é dez para recebimento e dez para ex- outra iniciativa que contribuirá papedição. Antes, a companhia contava ra a otimização operacional. Estacom uma área total de cinco mil m², va prevista para julho a instalação com três mil m² utilizados para a es- de um sistema de esteiras com leitocagem, 1.500 posições-palete e três tura ótica a fim de minimizar os docas. Além disso, no antigo local, erros de separação. O executivo instalado na Vila Prudente, também espera que a tecnologia contribua, na capital paulista, duas tendas com ainda, para a agilidade na expedi400 m² cada auxiliavam na operação. ção. “Nosso volume era de 150 toA empresa utilizava ainda a estrutura neladas por dia, mas pretendemos de uma empresa terceirizada para es- ampliar este número para 250 tonetocar seus itens. ladas diárias”, ressalta. O diretor de Logística da empresa, Para o final do ano, a expectativa é Maurício Foroni, explica que as mu- otimista. A meta é movimentar 27 mil danças proporcionarão melhorias em toneladas, frente às 25 mil toneladas todas as etapas do processo, como re- operadas em 2009. cebimento, movimentação interna, Foroni: (11) 2067-2000 armazenamento, preparação e conclu-
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MERCADO
Areia sobre trilhos
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América Latina Logística (ALL) acaba de fechar contrato com a Pedrasil, uma das principais fornecedoras de areia, pedra e brita para a indústria da construção civil, prevendo o transporte de 30 mil toneladas de areia por mês. O escoamento do produto será realizado a partir de Bofete, no interior de São Paulo, com destino à capital, onde será encaminhado para abastecimento das empreiteiras. Com o volume, a operadora consolida sua presença no segmento, no qual ingressou em 2008, quando carregou cem mil toneladas/ano de areia entre a região de Botucatu, no interior do estado, e a capital paulista. Hoje, a ALL transporta cerca de 25 mil toneladas/mês para a Pedrasil e a perspectiva, segundo Alexandre Biller,
coordenador de Projetos da ALL, é ampliar o contrato e alcançar 50 mil toneladas/mês até o final de 2010. “Nosso objetivo é chegar em 2011 transportando cem mil toneladas/mês apenas para a Pedrasil”, estima. Na opinião do executivo, nesse bom momento do setor de construção, o aumento da participação ferroviária no transporte de areia é estratégico. “Trata-se de um mercado com grandes movimentações e potenciais. Estamos estudando diversos fluxos ainda não explorados pela ferrovia”, conta. No final de 2009, a ALL fechou contrato de 25 mil toneladas mensais com outro grande produtor, a Minermix (http://www.tecnologistica.com.br/site/ 5,1,16,26077.asp), cujo volume, segundo Biller, também deve alcançar 50
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ALL aumenta em 30 mil toneladas o volume de transporte de areia para construção
A empresa espera transportar 115 mil toneladas/mês
mil toneladas/mês até o final de 2010. “Estamos negociando novos compromissos com a Minermix e outras empresas da área. Se tudo der certo, ainda este ano a ALL pode chegar à carga total de 115 mil toneladas mensais, ou seja, quase 1,4 milhão de toneladas de areia ao ano”, projeta. ALL: (41) 2141-7555
Novo Terminal Hidroviário para Belém Com primeira fase prevista para setembro, obra deverá estar finalizada em 2011
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s operações do novo Terminal Hidroviário Metropolitano de Belém deverão ter início em setembro, mês em que está prevista a conclusão das duas primeiras etapas da sua construção. Executado pela Secretaria Estadual de Transportes (Setran), o terminal foi orçado em R$ 23 milhões e as obras estão sendo realizadas em três fases. A primeira, que está 90% concluída, inclui a recuperação do píer e a cobertura de passarelas. A segunda etapa, com previsão de término em setembro, prevê a construção de um estacionamento e finalização da parte comercial. A terceira e última fase, com início previsto para 2011, estabe-
lece a construção de terminal de cargas do segundo píer e do edifício onde funcionarão serviços estaduais e federais referentes à movimentação de produtos. Situado na Avenida Arthur Bernardes, no antigo estaleiro da Empresa de Navegação da Amazônia (Enasa), o terminal ocupará uma área de seis hectares (60.000 m²) e atenderá a embarcações de médio e grande portes provenientes de várias regiões do Pará e dos estados do Amapá e Amazonas. Embora o terminal de cargas tenha o início de suas operações programado apenas para 2011, o gerente do projeto, engenheiro Marcus Vinícius Menezes, já estima seus benefícios. “O terminal movimentará não somente a
economia ribeirinha, mas a de todo o estado, uma vez que fortalecerá o turismo e proporcionará redução de custos no escoamento da produção. O transporte hidroviário reduz em até 10% o valor por tonelada transportada”, acrescenta. O Terminal Metropolitano será o primeiro de uma série de terminais no Pará, previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 2). A ideia é aproveitar o potencial hidroviário do Estado, que possui mais de 20 mil quilômetros de rios navegáveis, alcançando diretamente mais de 60% dos municípios. Setran: (91) 4009-3800
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MERCADO
Aumento de volumes
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Resultado da Log-In no semestre foi 20% superior ao do mesmo período de 2009
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Log-In Logística Intermodal divulgou o balanço de suas atividades no segundo trimestre de 2010 e também o consolidado do primeiro semestre. A empresa registrou movimentação de 105.342 TEUs entre abril e junho deste ano, o que significa um aumento de 22,3% sobre os 86.146 TEUs operados no mesmo intervalo do ano passado. Ao longo do semestre, esse total salta para 202.092 TEUs em 2010, contra 168.577 no mesmo período de 2009, indicando crescimento de 19,9%.
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Entre as diferentes divisões de negócio da Log-In, a que teve maior alta foi a Navegação Costeira: o volume saltou 61,7%, chegando a 39.799 TEUs no segundo trimestre deste ano. No acumulado entre janeiro e junho, o serviço de cabotagem da companhia operou 75.822 TEUs, frente aos 51.367 TEUs registrados no mesmo período de 2009. O crescimento do Terminal de Vila Velha (TVV), na comparação trimestral, ficou em 9,9%: 57.216 TEUs este ano, contra 52.047 no ano passado. No semestre, o aumento é de 11,2%, com 108.346 TEUs movimentados na primeira metade de 2010. O Trem Expresso foi o único entre os negócios da operadora a registrar queda de atividade. Na comparação com 2009, a retração foi de 12,2% no segundo trimestre de 2010, quando a empresa movimentou 8.327 TEUs, e 9,4% no consolidado do primeiro semestre do ano, quando o volume operado foi de 17.924 TEUs.
Operação na Argentina A Log-In, em parceria com a operadora logística argentina Celsur Logística, venceu a concorrência realizada pela Dow Brasil – PBBpolisur (Dow Química Argentina) para operar a cadeia integrada de logística de plásticos da fabricante, envolvendo a planta argentina em Bahia Blanca e as operações dos sites de distribuição de Ribera Sur, na Argentina e em Santa Catarina, no Brasil. Em comunicado à imprensa, a Log-In explicou que os principais termos do negócio ainda estão em discussão entre as companhias envolvidas na operação e serão informados ao mercado tão logo os contratos estejam assinados, o que deverá acontecer no terceiro trimestre deste ano. A parceria com a Celsur e a operação com a Dow Química fazem parte da estratégia da Log-In de desenvolver soluções especializadas para logística de cargas no Mercosul. Log-In: 0800 7256446
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Iniciada dragagem em Cabedelo
Pedro Danthas
Obra aumentará a profundidade do porto de nove para 11 metros
Após dragagem, Porto de Cabedelo estará apto para o desembarque de até 70 mil toneladas por embarcação
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Secretaria de Portos (SEP) iniciou, em 30 de junho, mais uma obra do Programa Nacional de Dragagem (PND), que consiste em aprofundar o acesso aos 18 principais portos brasileiros. Desta vez, a dragagem será realizada no Porto de Cabedelo (PB), situado à margem direita do estuário do Rio Paraíba do Norte, na parte noroeste da cidade. O terminal paraibano é responsável pela importação de granéis líquidos (gasolina, álcool e óleo diesel), além de subprodutos do petróleo, como o coque de petróleo, combustível sólido importado da Venezuela e dos Estados Unidos e utilizado em caldeiras industriais. Além disso, o porto também recebe trigo da Argentina e do Rio Grande do Sul, escoado para os estados do Rio Grande do Norte e Pernambuco. A obra, orçada em R$ 39,6 milhões, aumentará a profundidade do porto
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dos atuais nove para 11 metros. Além disso, a bacia de evolução será alargada em 55 metros. Nos trabalhos serão utilizadas duas dragas, com capacidades para três mil e 750 mil m3. A previsão de término da operação é em dezembro deste ano. Segundo o presidente da Companhia Docas da Paraíba, Wagner Breckenfeld, a obra deixará no passado a restrição estrutural que impede o aumento da receita com o desembarque de mercadorias. “O porto terá uma estrutura física adequada para receber navios de calados maiores, praticamente dobrando a sua capacidade de operação”, diz. Hoje, Cabedelo tem capacidade para receber de 30 a 35 mil toneladas de mercadorias por embarcação e, após a dragagem, estará apto para o desembarque de até 70 mil toneladas por embarcação. SEP: (61) 3411-3765
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Tintas fortes na logística
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ara dar suporte à meta de aumentar a produção em 40%, chegando a dez milhões de litros por mês, as Tintas Iquine estão investindo R$ 8 milhões na expansão de sua capacidade logística. Iniciado ainda no final de 2009, o projeto da fabricante contempla a ampliação física das áreas de armazenagem e almoxarifado e a implantação de tecnologias de WMS e TMS, nas duas plantas da empresa, uma em Jaboatão dos Guararapes (PE) e outra em Serra (ES). A previsão de conclusão das obras é neste mês de agosto. “No CD da sede, em Pernambuco, estamos acrescentando seis mil
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posições-palete às 5.200 já existentes, além de ampliarmos em 2,3 mil m2 o almoxarifado de matérias-primas que abastece a linha de produção. No Espírito Santo, o aumento da armazenagem foi de mil posições-palete e o almoxarifado ganhou mais 600 m2”, conta Rinaldo Souza, diretor Financeiro e de Logística da Iquine, completando que a frota de empilhadeiras contará com 11 unidades no total: cinco elétricas e seis a gás. Os aportes incluem, ainda, a adequação da empresa à recente ampliação, com nova estanteria, coletores por radiofrequência, locação de equipamentos de movimentação e até pessoal.
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Iquine investe R$ 8 milhões em logística
Souza: projeto da empresa inclui ampliação das áreas de almoxarifado e armazenagem e implantação de WMS e TMS
“Estamos contratando colaboradores para a expedição e o almoxarifado, e a equipe atual ligada à logística passará por treinamento para se adaptar às novas tecnologias”, informa o diretor. Tintas Iquine: 0800 9709089
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MERCADO
Rio ganha complexo logístico
Rápidas • Dachser na Polônia
• Confenar fecha acordo com a Yale A Confederação Nacional das Revendas Ambev e das Empresas de Logística da Distribuição (Confenar) fechou um acordo com a Yale para compra de empilhadeiras modelo GP050VX, versão AmBev GS, de 2,5 toneladas, com condições de pagamento e preços diferenciados para as revendas associadas. “Esta parceria vem em excelente momento, pois os negócios da rede estão com um volume crescente e o nosso parque de empilhadeiras deverá se expandir nos próximos 12 meses”, afirma Pedro Ciccotti, diretor da área de Negócios da Confenar. O acordo oferece a possibilidade de aquisição das empilhadeiras à vista, por financiamento via Finame, cartão BNDES, CDC ou leasing por meio do Bradesco, parceiro da Confenar em operações financeiras. (11) 5505-2521
Localizado às margens da via Dutra, novo CD da Hines ocupará 111.700 m² de área e exigiu R$ 200 milhões em investimento
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A Dachser Intelligent Logistics estabeleceu na Polônia a divisão de negócios Air & Sea, que lida com fretes marítimos e aéreos, com a abertura de uma filial no Aeroporto de Varsóvia. A iniciativa obedece à estratégia da empresa de promover a integração total entre seus mercados, investindo principalmente nos países que apresentaram maior resistência à recente crise econômica, como Brasil, Chile, México, alguns países europeus e do sudoeste asiático. A Polônia superou bem a crise econômica e, em 2009, foi o único membro da União Europeia a ter crescimento. O Grupo Dachser na Polônia inclui ainda outras sete filiais e uma plataforma de cross-docking, também recéminaugurada, que dá acesso ao norte do país. (19) 3312-6200
Entrega do CD deve ocorrer em dezembro
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Hines, incorporadora imobiliária norte-americana, continua intensificando seus investimentos em estruturas logísticas no Brasil e dá início à segunda fase da construção do seu novo empreendimento, o Distribution Park Dutra, no Rio de Janeiro. O lançamento tem fácil acesso à pista RJ-SP da Dutra e às principais estradas do estado. Também tem proximidade com a Linha Vermelha, o Aeroporto Internacional Tom Jobim e o centro da capital carioca, o que facilita o controle das operações logísticas. Composto por dois armazéns, divididos em 22 módulos de aproximadamente cinco mil m², o empreendimento foi concebido sob o conceito de parque modular, permitindo que as empresas que se instalarem possam escolher o número de módulos e sua formatação de acordo com as suas necessidades. Na opinião do vice-presidente da Hines, Ronald Ansbach, há uma demanda forte do setor por armazéns modulares de alto padrão e soluções flexíveis. “O Rio de Janeiro é carente desse tipo de estrutura e, portan-
to, temos um mercado em potencial para explorar”, destaca o executivo da incorporadora, que recentemente entregou outro empreendimento no estado: o Distribution Park Rio de Janeiro. As quatro unidades do CD ocupam área total de 64 mil m² e já estão 100% ocupadas por empresas como Schio, Cometa e DHL, entre outras. Em junho, o empreendimento ganhou um novo inquilino. A Ricardo Eletro, segunda companhia varejista de eletroeletrônicos e móveis do país, acaba de firmar contrato de locação de um módulo, que corresponde a uma área de 18.500 m², substituindo a antiga locatária Unilever. A expectativa de negócios para o parque logístico da Dutra é tão boa quanto foi a do empreendimento “irmão”. As obras da primeira fase foram concluídas em maio, com a entrega do primeiro CD, composto por nove módulos distribuídos em uma área de 47.893 m². E, antes mesmo de sua conclusão, a Hines já havia locado dois módulos, correspondentes a dez mil m², para o Grupo Ar Frio, empresa de armazenagem e movimentação de produtos resfriados e congelados. Agora, a incorporadora inicia as obras do segundo CD, que ocupará uma área de 62.879 m². A previsão de entrega é dezembro de 2010. “A procura por locação está muito intensa, sinal de que o mercado encontra-se aquecido. A construção da nova unidade acabou de ser iniciada e já estamos em negociação com diversas empresas interessadas”, comemora Ansbach. Hines: (11) 5504-7600
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MERCADO
Logística Verde
Rápidas
A Azul Cargo inaugurou, no final de junho, mais uma loja no interior de São Paulo. A cidade escolhida, Sorocaba, é uma importante base operacional pelo volume de cargas e também porque é fundamental para a expansão da empresa pelo oeste do estado. Através da nova unidade, a Azul Cargo atenderá a dez municípios da região, interligando as cidades pelo modal rodoviário. A nova loja fará a captação e distribuição das encomendas nas cidades de Ibiúna, Iperó, Itapetininga, Mairinque, Porto Feliz, São Roque, Tatuí e Votorantim, além da própria Sorocaba. A próxima loja a ser inaugurada, localizada ao lado do Aeroporto de Congonhas, em São Paulo, tinha previsão de abertura no final de julho. Hoje, a Azul Cargo chega a 2.100 municípios e pretende chegar a 50 unidades até o final do ano. (11) 4003-8399
• Jamef amplia frota A empresa de transporte de cargas fracionadas Jamef incorporou à sua frota mais 108 veículos. São 43 cavalos mecânicos Iveco Strallis; 20 semirreboques (carretas); 30 utilitários Iveco Daily e 15 caminhões leves Volkswagen. Com estas novas aquisições, a Jamef passa a contar com uma frota de mais de 800 veículos. Embora não revele o valor da compra, o diretor de Operações da empresa, Pedro Maniscalco, comenta que os investimentos na ampliação e renovação da frota fazem parte da filosofia de redução de custos com manutenção e melhoria na qualidade dos serviços oferecidos pela empresa. “A frota da Jamef é uma das mais novas do mercado, com idade média de 2,5 anos”, afirma o executivo. (31) 2102-8888
UPS oferece aos clientes de 35 países a opção de compensar a emissão de carbono mediante pequena taxa
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• Azul Cargo em Sorocaba
Empresa disponibiliza ferramenta eficaz para contribuir com o meio ambiente
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UPS estendeu a mais 34 países na América, na Ásia e na Europa um serviço voltado para a sustentabilidade que estava disponível nos Estados Unidos desde o ano passado. Trata-se da opção oferecida ao cliente de, mediante o pagamento de uma pequena taxa, compensar a emissão de carbono gerada pela entrega de sua remessa. “Nossos clientes queriam uma ferramenta conveniente e eficaz para combater as alterações climáticas e contribuir com o meio ambiente de forma real e tangível”, justifica Bob Stoffel, vice-presidente sênior e responsável pelo programa de sustentabilidade da empresa. A taxa cobrada pelo UPS Carbon Neutral, que começou a funcionar em território estendido no dia 12 de julho, varia de país para país e conforme a distância. No Brasil, por exemplo, será de US$ 0,20 para remessas domésticas e US$ 0,75 para internacionais; para efeito de comparação, os valores nos Estados Unidos ficam entre US$ 0,05 e US$ 0,75. A empresa estima que o total arrecadado pelo serviço em 2010 chegue a US$ 1 milhão no mundo.
O cálculo para medir a emissão de carbono das remessas dos clientes se baseia em um inventário global de carbono e dados operacionais atuais e históricos, como distância e modal de transporte. A metodologia de cálculo e os processos da UPS são verificados pela Société Générale de Surveillance (SGS) e pela The CarbonNeutral Company. A princípio, os créditos de carbono comprados pela empresa são do Projeto de Ação Climática da Floresta do Rio Garcia, nos Estados Unidos, mas futuramente serão contempladas outras regiões. O UPS Carbon Neutral funcionará nas seguintes localidades, além dos Estados Unidos: Alemanha, Argentina, Austrália, Áustria, Bélgica, Brasil, Canadá, China, Cingapura, Coreia do Sul, Dinamarca, Espanha, Filipinas, Finlândia, França, GrãBretanha, Holanda, Hong Kong, Índia, Indonésia, Irlanda, Itália, Japão, Macau, Malásia, México, Noruega, Polônia, Porto Rico, Portugal, República Dominicana, Suécia, Suíça, Tailândia e Taiwan. UPS: (11) 5694-6600
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MERCADO
Expresso Mirassol inaugura centro logístico em Guarulhos
Rápidas • MSC no Tecon Vila do Conde
• Frota ampliada A Golden Cargo ampliou sua frota em julho com a aquisição de 30 caminhões Volvo, modelo FH, em um investimento que somou R$ 11,3 milhões, segundo Mauri Mendes, diretor-geral da operadora, que pertence ao Grupo Arex. Os veículos novos vêm equipados com controle eletrônico de estabilidade, piloto automático inteligente, farol auxiliar de conversão, detector de atenção, sensores de chuva e de ponto cego, freio ABS e limitador de velocidade. Com eles, a Golden Cargo totaliza 320 veículos próprios, além de 150 agregados, e uma nova aquisição já está sendo programada para o segundo semestre. “Nossos investimentos vão ao encontro do crescimento do agronegócio no Brasil e ao bom momento da economia nacional”, justifica Mendes, destacando que a capacidade atual da empresa é de transportar 20 mil toneladas por mês. (11) 2133-8800
Local realiza operações de peças e partes destinadas à fábrica da MAN
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O terminal de contêineres da Santos Brasil no Pará, o Tecon Vila do Conde, passou a receber em julho um navio semanal da MSC, com um serviço que atenderá aos mercados americano, europeu e asiático. A iniciativa fomenta as operações no terminal, que no primeiro trimestre operou 18 navios, com uma média de 160 contêineres por embarcação. No mês de abril, a armadora CMA CGM também começou a operar no local. A meta em Vila do Conde é alcançar a movimentação de 30 mil contêineres durante este ano, o que representa um crescimento de 70% em relação a 2009, principalmente em cargas refrigeradas. Hoje, o terminal conta com 140 tomadas reefer. (91) 3322-7575
Expresso Mirassol investiu R$ 500 mil na nova unidade
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Expresso Mirassol, por meio de sua divisão logística, inaugurou, na primeira quinzena de junho, um Centro Logístico na cidade de Guarulhos (SP), a fim de atender às operações de montagem dos caminhões e ônibus Volkswagen na fábrica da MAN Latin America em Resende (RJ). Com investimento de R$ 500 mil, o centro conta com uma área total de total de 18 mil m², com pátio de manobras de dez mil m². O centro de consolidação de peças e partes funciona 24 horas por dia e já recebe cerca de cem veículos de diversos fornecedores diariamente. Lá, as cargas são consolidadas, acondicionadas em racks ou embalagens tipo KLT, utilizadas nas operações de milk run, e enviadas à fábrica da montadora. Por dia, cerca de 15 carretas são expedidas rumo à MAN. O trabalho do Expresso Mirassol consiste, ainda, em realizar as operações de recebimento, conferência e identificação das embalagens por fornecedor,
para facilitar o trabalho de conferência e descarga dos sistemistas na planta da MAN, e consolidação e transferência de peças e partes em carretas do tipo High Capacity. Além disso, o operador logístico faz toda a gestão das embalagens. Segundo o diretor do Expresso Mirassol, Celso Rodrigues Salgueiro Filho, a operação da MAN exige um controle extremo no recebimento e identificação das peças e partes e alta rotatividade das carretas. “A Mirassol investiu em frota e estrutura logística para consolidar sua participação no mercado de Operadores Logísticos e a inauguração deste CD vem coroar esta grande parceria com o cliente”, diz. Sem revelar detalhes, a empresa anuncia que já tem projetada a construção de outro Centro Logístico, na matriz da empresa, também em Guarulhos, que terá uma área de armazenagem de 14 mil m². Expresso Mirassol: (11) 2141-1211
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Segundo terminal da Inland em Itaguaí Companhia também investe em equipamentos para reforçar sua presença no porto fluminense
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Inland Logística e Terminais dá início, neste segundo semestre, às estratégias para reforçar sua presença na retroárea do Porto de Itaguaí (RJ). Para isso, a empresa anuncia para este mês de agosto a abertura do terminal Inland 2. Somados o Inland 1 e o 2, a empresa conta agora com 52 mil m² de área no local, sendo 12 mil m² de armazém. De acordo com o diretor-executivo da Inland, Marcelo Luz Sousa, não há estrutura semelhante na retroárea de Itaguaí. “Registramos um aumento de 386% no volume movimentado no primeiro semestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2009”, diz. O executivo destaca que o Inland 2 será destinado principalmente à cabotagem e às atividades relacionadas à importação, operando como um centro de distribuição, enquanto o terminal 1, Redex, permanecerá focado nas exportações. Outras ações fomentam a participação da Inland no porto fluminense. Sousa conta que mais dois armadores, Log-In e Maersk, passaram a utilizar o depot da companhia no local. A Hapag Lloyd completa o quadro de clientes em Itaguaí. Segundo o executivo, com esta integração a empresa passa a responder por 30% do movimento total de contêineres vazios no Porto de Itaguaí. “Mais importante que essa participação, os contêineres vazios são uma vantagem para os clientes que estufam, desovam e transportam com a Inland, uma vez que o tempo e o custo de coleta e devolução dos equipamentos são reduzidos, melhorando o ciclo operacional”, diz. Para suportar o crescimento e agregar valor às operações, a companhia investiu na frota de empilhadeiras de pátio, com a aquisição de um reach
O Inland 2 será destinado às atividades de cabotagem e importação
stacker para 45 t e empilhadeira com capacidade para 7,5 t. Anteriormente, a Inland contava com um reach stacker para 45 t, um top loader para 32 t, três empilhadeiras com capacidade para 7,5 t e 12 empilhadeiras de armazém. Há outros investimentos sendo realizados, como a contratação de link de fibra ótica, aquisição de gerador de 60 kVA para alimentar as tomadas reefer e implementação de um novo sistema de telefonia. “Parecem pequenos investimentos se comparados ao novo terminal, mas terão um impacto enorme na satisfação dos clientes”, garante. Sousa finaliza dizendo que as ações da empresa estão apoiadas no tripé armazém, depot e transporte, com o sucesso do negócio na dependência destes três serviços serem ofertados de maneira adequada. Além disso, ele destaca o trabalho realizado junto ao porto. “Não existe um operador logístico tão focado em Itaguaí como a Inland. Temos alinhado nossa atuação com o planejamento do porto, com o objetivo de crescermos em sinergia”, afirma. Inland: (11) 3511-1131
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Indústria de implementos comemora resultados No primeiro semestre, foram 75.515 equipamentos emplacados, crescimento de 52,91% frente a 2009
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Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir) divulgou que o setor fechou o primeiro semestre de 2010 com 75.515 equipamentos emplacados, crescimento de 52,91% sobre as 49.387 unidades de igual período do ano passado. Com este desempenho, o segmento trabalha com perspectivas de fechar o exercício com valores da ordem de R$ 6 bilhões, contra R$ 5 bilhões faturados em 2009. Na linha pesada, reboques e semirreboques, foram 26.746 unidades comercializadas, resultado 38,56% acima daquele computado de janeiro a julho de 2009 (18.440 unidades). Ainda no mesmo período, conforme dados contabilizados pelo Departa-
mento de Estatísticas da Anfir, foram feitos 48.769 emplacamentos na linha leve (carroçarias sobre chassis), resultado 57,59% acima das 30.946 unidades emplacadas em igual período de 2009. As exportações também apresentaram bom desempenho, com acréscimo de 71,07%. De janeiro a maio, 1.750 unidades foram enviadas ao exterior, contra 1.023 unidades nos cinco primeiros meses de 2009. Ao todo, as exportações do ano passado alcançaram 3.163 unidades e a previsão para este ano é superar a casa das cinco mil unidades. Segundo o presidente da Anfir, Rafael Wolf Campos, o setor iniciou 2010 com a meta otimista de crescer entre 8 e 10% sobre 2009, mas o bom desempenho ob-
tido no primeiro semestre fez as indústrias reavaliarem as projeções para cerca de 30%. Ainda de acordo com o executivo, o segmento está com uma carteira de pedidos da ordem de 60 até 120 dias, dependendo da linha de produtos. No seu entender, o desempenho do segmento de implementos rodoviários é o reflexo do que acontece na economia brasileira, que apresentou significativa melhora em 2010. “O Brasil foi o primeiro país a sair da crise mundial e setores como o agronegócio, construção civil e infraestrutura foram fundamentais na retomada do crescimento”, diz. Anfir: (11) 2972-5577
Iveco entrega veículos ao Ministério da Pesca e Aquicultura
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Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) recebeu o último lote – de 29 veículos, sendo 15 veículos Daily 55C16, equipados com baú, e sete caminhões frigoríficos Eurocargo 170E22 4x2, com capacidade de carga de oito toneladas – de um total de 81 veículos fornecidos pela Iveco, por meio de licitação vencida no final de 2008. Ao todo, foram 44 Daily 55C16, 31 EuroCargo 170E22 4x2 e seis Eurocargo 230E24 6x2, que contribuirão para o trabalho de pescadores e donos de frotas pesqueiras artesanais nas operações de transporte.
A montadora realizou, ainda, a venda ao mesmo Ministério de mais um lote de 50 unidades do modelo Eurocargo 170E22 4x2, que serão entregues em 120 dias. Com isso, o MPA passará a contar com uma frota total de 131 veículos da marca Iveco.
A entrega dos veículos faz parte do Programa Revitaliza, que tem previsto um total de R$ 1 bilhão para a reforma de embarcações da pesca artesanal, além de contratos de financiamento em geral. De acordo com as regras do programa Revitaliza, os caminhões serão distribuídos conforme as necessidades de cada município. O responsável por vendas a governo da Iveco, Davi Mondin, conta que a implementação dos caminhões foi feita por empresas devidamente homologadas e a montagem acompanhada e aprovada por técnicos da Iveco. Iveco: 0800 7023443
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Em busca da precisão Randon adota GKO Frete visando maior acurácia nos orçamentos cobrados pelas transportadoras que prestam serviços ao Grupo
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do território nacional e também enfrentava erros no registro de informações dos valores pagos a elas. Luciane Antonioli, colaboradora da área de compras da Suspensys e usuária do GKO Frete, explica que era preciso um sistema que, além dos objetivos propostos, apresentasse uma base de dados para negociações futuras, manSoftware também proporcionou melhorias tendo um histórico para nos controles internos consultas e emitindo Grupo Randon S. A. Imple- relatórios gerenciais para verificação mentos e Participações acaba de dados e análises. Ela conta que, já de adotar o GKO Frete, um nesse primeiro mês de uso, a implesoftware desenvolvido pela GKO In- mentação do software proporcionou formática que permite à empresa usuá- à Suspensys uma economia de R$ 25 ria verificar os valores exatos cobrados mil em fretes. “A quantia corresponde nos conhecimentos de frete. Com a a valores que a empresa deixou de pamedida, a conferência manual de do- gar indevidamente”, detalha Luciana. cumentos foi eliminada, possibilitan- Outro bom resultado foi a redução do do maior precisão nos orçamentos número de transportadoras operando, cobrados pelas transportadoras que o que possibilitou controle mais rigoprestam serviços ao Grupo. roso e precisão dos valores negociados. A avaliação da adoção do GKO Fre- “Com a automatização, o tempo para te começou há três anos por meio da liberação dos conhecimentos foi reduSuspensys, empresa do Grupo Randon zido, proporcionando também melhor que fabrica sistemas de suspensões e aproveitamento do tempo por parte componentes. Na época, a companhia dos conferentes. Todo o processo torbuscava no mercado um sistema para nou-se mais confiável”, diz. controlar custos de frete e monitorar Como se observava a mesma situao número de transportadoras atuando ção em todas as empresas do Grupo nas operações, já que todo o processo Randon Implementos e Participade conferência era feito manualmen- ções, a implantação do GKO Frete foi te com apoio de planilhas eletrônicas. realizada de forma simultânea em toCom a falta de um controle preciso e das as unidades. abrangente, a empresa tinha dificuldade para visualizar quais transporGrupo Randon: (54) 3209-2000 GKO: (11) 3086-2551 tadoras atuavam nas diversas regiões
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Caminhão Volkswagen com motor MAN chega ao México
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País será o primeiro no mundo, a partir de 2011, a receber o modelo para comercialização
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presidente da MAN Latin America, Roberto Cortes, anunciou que o México será o primeiro país no mundo a receber um caminhão Volkswagen equipado com motor da marca MAN. As vendas do produto começarão no primeiro semestre de 2011. Segundo o membro executivo do Grupo MAN, Jörg Schwitalla, o novo modelo de negócios da MAN no México é
um passo mais lógico para a estratégia de internacionalização da companhia. “Após a aquisição da Volkswagen Caminhões e Ônibus no Brasil, no final de 2008, e a fusão de operações VW e MAN na África do Sul, em 2009, a unidade de Querétaro irá nos ajudar a desenvolver nossos negócios nas Américas”, diz. De acordo com Cortes, a montadora prepara uma estratégia que combinará a montagem local de produtos à venda de unidades completas trazidas da Alemanha e do Brasil. As operações de caminhões e ônibus Volkswagen estão sendo transferidas da cidade de Puebla para Querétaro, como parte da estratégia de integração da nova empresa, criada no Brasil em 2009 após a integração da Volkswagen Caminhões e Ônibus ao Grupo MAN. A medida irá gerar mais empregos em Querétaro, sem prejuízo à antiga fábrica em Puebla: os emprega-
dos que não forem transferidos serão absorvidos pelas operações de automóveis e comerciais leves da Volkswagen do México, ali também sediadas. A fábrica de Querétaro fica a 200 km da Cidade do México, capital mexicana. O local conta com 17 mil m² de área construída e 92 empregados, possuindo uma linha de montagem para ônibus, oficina para assistência técnica e um armazém de peças e acessórios. A fábrica hoje monta modelos de ônibus MAN LionsMex 4x2 e 6x2 e comercializa caminhões e ônibus da marca importados da Alemanha. Já os modelos Volkswagen oferecidos atualmente a clientes mexicanos são os caminhões VW 8.150 e VW 9.150, além do chassi de ônibus Volksbus 8.150 FEB. Um estoque de veículos Volkswagen garantirá o abastecimento dos revendedores autorizados até que o novo modelo de negócios esteja em plena operação. As redes de concessionários autorizados MAN e Volkswagen serão integradas, chegando a 18 lojas e pontos de atendimento ao cliente em todo o território mexicano. Até recentemente, algumas revendas Volkswagen vinham comercializando também, em cooperação, modelos de caminhões MAN, passando o México a ser o primeiro país a utilizar a estratégia de comercialização Dual Brand em sua rede. Volkswagen Caminhões e Ônibus: 0800 193333
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Ramal ferroviário no Porto do Rio Grande Ideia é integrar os quatro estados do Codesul ao terminal gaúcho
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Alan Bastos
superintendente do Porto do Rio Grande (RS), Jayme Ramis, e o presidente da Ferroeste, Samuel Gomes, deram início, em julho, às discussões para criação de uma agenda estratégica para tratar da integração do porto rio-grandino com a Ferrovia da Integração do Sul (Ferrosul). Na ocasião, Ramis confirmou o interesse do porto gaúcho em ser parceiro do projeto. A meta da Ferrosul é integrar por ferrovia os estados do Conselho de Desenvolvimento e Integração do Sul (Codesul) – Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Mato Grosso do Sul – aos portos da região Sul por meio de três mil quilômetros de novas ferrovias, a partir da base da Ferroeste, estatal paranaense que faz a ligação de Guarapuava a Cascavel, que será extinta e integrada às operações da Ferrosul. Os estados contemplados pela iniciativa serão integrados como sócios, compartilhando o processo administrativo. Em uma segunda etapa será feita a conexão de Rio Grande com a cidade de Antofagasta, no Chile, com o avanço do projeto do corredor bioceânico. As obras estão previstas para se iniciarem em 2011.
Ramis e Gomes: três mil km de novas ferrovias
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Na opinião de Gomes, essa será uma grande malha ferroviária que levará desenvolvimento aos estados do Sul e proporcionará competitividade com redução de até 40% no valor do frete em comparação com o modal rodoviário. O presidente da Ferroeste diz, ainda, que a Ferrosul, que utilizará ferrovia com bitola mista – larga e métrica –, está encarregada de planejar, construir e operar nos quatro estados do Codesul. Ele lembrou, também, que a nova ferrovia terá conexão com as ferrovias existentes, rodovias e hidrovias, aumentando, assim, a importância e protagonismo dos portos do Sul do Brasil no Conesul. O superintendente do porto gaúcho aproveitou a ocasião e ratificou que Rio Grande está em pleno crescimento, com implantação e ampliação de terminais portuários, com tendência de passar de uma movimentação média anual de 25 milhões de toneladas para 50 milhões até 2015. “Para isso, já estamos trabalhando com foco na ampliação da infraestrutura e uma ferrovia como a Ferrosul vem ao encontro de nossos objetivos. Precisamos de alternativas eficientes para escoar nossas cargas e continuar garantindo qualidade e competitividade ao porto riograndino, que em breve terá calado de 47 pés, um dos maiores do Conesul”, afirma. No encontro entre os presidentes também foi tratada a possibilidade de, com a instalação da Ferrosul, atrair para o Porto do Rio Grande granéis agrícolas provenientes do Paraguai. Porto do Rio Grande: (53) 3231-1366
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KK Logística confiante no mercado Representante da marca japonesa de empilhadeiras Komatsu espera comercializar este ano 250 máquinas
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KK Logística, representante da indústria de empilhadeiras japonesa Komatsu no Brasil, registrou neste primeiro semestre um aumento de 50% no número de equipamentos vendidos em relação ao mesmo período do ano passado. Com este índice, a expectativa da empresa é encerrar 2010 com cerca de 250 máquinas comercializadas, dobrando o volume em 2011. De acordo com o diretor da KK Logística, José Storino, a procura por empilhadeiras de diferentes capacidades vem passando por um momento de aquecimento no Brasil em razão do crescimento econômico. “Durante a crise, os investimentos nesse tipo de equipamento ficaram em segundo plano, mas no primeiro semestre de 2010 voltaram com força total. Por isso, a Komatsu Forklift vem olhando o mercado brasileiro com maior atenção”, diz. Entre os modelos mais comercializados estão empilhadeiras com capacidades entre 2,5 e dez toneladas. Vale lembrar que a empresa atua na distribuição de empilhadeiras com capacidades entre uma e 45 toneladas. Credenciada em 2009 como distribuidora exclusiva dos produtos Komatsu Forklift, a KK Logística tem como meta ampliar a participação da marca japonesa no Brasil. “Com o crescimento que já obtivemos neste ano, passamos a ter cerca de 5% do mercado, o que é muito pouco perto da representatividade da Komatsu em
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Storino: olhar atencioso para o mercado brasileiro
outros países. Pretendemos explorar toda essa força também no mercado brasileiro”, ressalta. Além de conquistar clientes, ainda faz parte da estratégia da companhia oferecer facilidades no fornecimento de peças de reposição para os mais de dois mil equipamentos já em funcionamento no Brasil. Para isso, no último mês de junho a empresa fechou um acordo com a Komatsu para o recebimento direto de peças originais. “Com a importação direta, passaremos a ter uma maior disponibilidade de peças, além da possibilidade de oferecer preços melhores. Isso significa redução de custos de manutenção dos equipamentos e maior competitividade para as empilhadeiras no mercado”, salienta.
KK Logística: (11) 4197-6642
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MERCADO
DHL assina acordo de operações com a Procter & Gamble
Rápidas • Movimentação recorde em Santos
• Crescimento na linha branca A Brasilmaxi registrou, no primeiro semestre de 2010, um crescimento de 250% na movimentação de produtos do segmento de linha branca. O aumento ocorreu em razão do aquecimento do setor e da expertise e presença nacional da operadora para ajudar os clientes a entrarem em novos mercados e áreas geográficas. Estão sendo movimentadas 350 carretas por mês com produtos do setor. Entre as principais operações realizadas para o segmento estão armazenagem, distribuição e cross-docking. (11) 2889-6100
• Dragagem em São Francisco do Sul A Secretaria Especial de Portos (SEP) deu início em julho a mais uma obra prevista no Programa Nacional de Dragagem (PND), com recursos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O Porto de São Francisco do Sul (SC), localizado na Baía da Babitonga, terá sua profundidade ampliada, dos atuais 12 m, para 14 m. Orçada em R$ 97,9 milhões, a obra realizará a dragagem de 4,3 milhões de m3 de sedimentos e pedras. (61) 3411-3765
Empresa fará a logística de produtos dos segmentos de beleza e higiene pessoal da P&G em Queimados e Itatiaia
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indústria multimarcas Procter & Gamble acaba de contratar a companhia de logística DHL Supply Chain para gerenciar as operações na planta de Queimados e no Centro de Distribuição (CD) de Itatiaia, ambos localizados no Estado do Rio de Janeiro. Com uma área de aproximadamente 35 mil m2, o Centro de Distribuição de Itatiaia conta com 48 mil posições-palete. Já a unidade fabril de Queimados tem Parceria visa maior qualidade nos processos e melhoria do nível de serviços 11 mil m2 de área e 12 mil posições-palete. Cerca de 340 colaboradores kits promocionais na produção, a DHL da DHL passam a operar para a P&G. torna-se responsável pela movimentaSantiago Ramirez, gerente sênior da ção de mercadorias. Já no CD, a empresa Procter & Gamble, conta que o proces- passa a realizar parte do transporte, sepaso de concorrência demorou aproxi- ração de pedidos, carregamento e todo o madamente quatro meses, e a DHL foi gerenciamento logístico. O gerente-geral escolhida principalmente em razão de da DHL, Márcio Vieira, explica que em a empresa ser especialista em logística. Queimados a empresa administra a loOutro fator que também pesou na esco- gística dos itens recém-saídos da linha de lha, segundo o executivo, foi o fato de a produção, realizando a gestão de estoques DHL já ser parceira P&G em outro país. e sua expedição para o CD de Itatiaia. Ele “Já atuamos juntos no México e isso conta que os principais produtos admicontou muito no momento da deci- nistrados são dos segmentos de beleza e são”, afirma, ressaltando que a parceria higiene pessoal. “Entre Itatiaia e Queimavisa também redução de custos logísti- dos a movimentação mensal de produtos cos para a P&G. “Ao fechar um contra- da P&G realizada pela DHL gira em torno to, analisamos o benefício futuro que de 60 mil paletes”, detalha. Segundo Vieipoderá trazer para a empresa, e com a ra, o objetivo da empresa é ser o principal DHL não foi diferente. Por meio da par- provedor de logística da P&G nas Américeria, esperamos intensificar a qualida- cas. “E agora estamos estreitando ainda de nos processos e, consequentemente, mais nossa parceria com as operações no a melhoria dos níveis de serviços peran- Brasil”, completa. te nossos clientes”, sentencia. Com o contrato, além do abastecimento e recebimento de produtos das DHL Supply Chain: (19) 3206-2200 Procter & Gamble: (11) 3748-1611 linhas de manufatura para montagem de Divulgação
O Porto de Santos estabeleceu em maio sua maior marca mensal de movimentação, com 8,94 milhões de toneladas, 20% acima do registrado em maio do ano passado. A performance ocorreu, também, no movimento acumulado de janeiro a maio, que totalizou 36,54 milhões de toneladas, 17,1% maior em relação ao mesmo período de 2009. O destaque de maio foi para cargas conteinerizadas (29,6% a mais que no ano passado). O açúcar continua sendo a principal carga movimentada no porto paulista, com quase dois milhões de toneladas no mês. (13) 3202-6565
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Stock Tech tem novo CD no Ceará Com 40 mil m², unidade vem para fortalecer mercado de frigorificados da região
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Stock Tech Logística iniciou, no último dia 15 de junho, o funcionamento de sua primeira unidade operacional no Nordeste, o Centro de Distribuição Frigorificado do Ceará. Localizada em Caucaia (CE), no entroncamento entre a cidade de Fortaleza e o Porto de Pecém, a filial conta com uma área total de 40 mil m², com duas câmeras frias, num total de dois mil m² de área de armazenagem, com capacidade para três mil posições-palete e 30 plugs para contêineres reefer. Ao todo, 35 funcionários são responsáveis pela operação, que já consumiu R$ 8 milhões dos R$ 10 milhões que serão aplicados no local. Segundo o diretor-geral da Stock Tech, Agapito Sobrinho, a nova unidade vem para oferecer ao mercado nordestino infraestrutura de ponta em áreas frigorificadas e serviços logísticos, além de integrar as operações com o porto da região, viabilizando o mercado externo para fornecedores de produtos frigorificados de diversos estados brasileiros. “O Ceará possui hoje inúmeras marcas de produtos frigorificados que, até então, não podiam contar com uma infraestrutura de logística para atingir determinados mercados. Agora isso já é possível”, comenta, ressaltando que o novo CD possui instalações modernas e recursos tecnológicos integrados para garantir o andamento eficiente de todas as operações. Ele conta que a unidade cearense já opera com 40% de sua capacidade, espaço utilizado por apenas um cliente, a Danone. A movimen-
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tação atual é de duas mil toneladas por mês. “O restante da área disponível já estamos oferecendo ao mercado”, diz. Assim que estiver completa, a movimentação contará com 60 colaboradores.
Maior Participação O executivo é otimista quanto à operação na nova filial. De acordo com ele, as ações da empresa na região Nordeste do país – a Stock Tech também desenvolve em Salvador uma operação in-house para a Perdigão – devem gerar R$ 8 milhões de faturamento em 2010, com a unidade do Ceará já respondendo por 50% deste valor. Do resultado geral da companhia para 2010, estimado em R$ 44 milhões, a perspectiva é de que as operações no Ceará e na Bahia respondam por 16%. Antes da inauguração em Caucaia, esse índice era de 8%. Os números positivos têm outra explicação. O executivo ressalta que o objetivo é operar o centro como unidade de exportação ainda este ano, principalmente de frutas e carnes. A princípio, o local será utilizado apenas para distribuir os produtos no mercado interno. “Iremos utilizar cerca de um terço da unidade para o mercado externo”, afirma. Sobrinho acredita que, com isso, o envio de itens representará 30% do faturamento da unidade.
Stock Tech Logística: (41) 3525-8228
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Effa Motors vende 1.627 veículos no primeiro semestre Volume indica crescimento de 344% em relação ao mesmo período de 2009
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ntre janeiro e junho de 2010 a Effa Motors vendeu 1.627 veículos no mercado brasileiro, indicando um crescimento de 344% em relação ao primeiro semestre do ano passado, quando 366 unidades foram vendidas. Em junho, as vendas da marca no atacado chegaram a 318 veículos, segundo melhor resultado do ano, perdendo apenas para o mês de maio, cujo volume comercializado foi de 338 unidades. Clairto Acciarto, diretor comercial da empresa, explica que o crescimento se deve principalmente à maior oferta
de produtos Effa Motors nas concessionárias neste ano e também à ampliação da rede. “A Effa conta hoje com 60 revendas e deve chegar a 90 pontos até dezembro”, conta.
Segundo o executivo, a empresa planeja vender 6.500 veículos no mercado nacional até o final do ano, volume bem superior às 914 unidades faturadas ao longo de 2009. O modelo que mais teve saída no primeiro semestre foi o Effa Hafei Picape, cabine simples, em suas duas configurações (carroceria standard ou estendida), com 1.189 unidades vendidas. “Esperamos atingir um volume de 3.600 picapes vendidas este ano”, planeja Acciarto. Effa Motors: (11) 4153-3253
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Banco Mercedes-Benz registra alta nos negócios Instituição financiou R$ 1,62 bilhão no primeiro semestre deste ano
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nho, o banco projeta encerrar o ano com a liberação para novas aquisições entre R$ 3,4 bilhões e R$ 3,6 bilhões, acréscimo entre 13% e 20% em comparação a 2009. Segundo o diretor Comercial, Angel Martinez, a manutenção das taxas do BNDES-PSI até 31 de dezembro, mesmo com o leve aumento de 1% para veículos comerciais, aliada à forte parceria existente entre banco, fábrica e rede, são os fatores que contribuirão para que a companhia atinja os números esperados. Em unidades, foram financiados 13.813 veículos de janeiro a junho deste ano, sendo 9.495 zero-quilômetro, 17% a mais em relação a 2009.
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e janeiro a junho deste ano, o Banco Mercedes-Benz financiou R$ 1,62 bilhão em novos negócios, volume 12% superior ao resultado alcançado nos seis meses iniciais de 2009, quando foi negociado R$ 1,45 bilhão. Com esse desempe-
No primeiro semestre de 2009, foram financiados 12.525 veículos, sendo 8.121 zero-quilômetro. O Finame foi responsável por 88% dos novos negócios, financiando R$ 1,4 bilhão por meio desta modalidade no período, um crescimento de 27% em relação a igual período de 2009. O Crédito Direto ao Consumidor (CDC) respondeu por 9% dos financiamentos e registrou alta de 92% no período, saltando de R$ 78,2 milhões em 2009 para R$ 149,9 milhões no primeiro semestre deste ano. Já o Leasing correspondeu a 3% dos negócios e apresentou retração de 75% no período. De janeiro a junho de 2010, foram negociados R$ 68,9 milhões por meio de Leasing, contra R$ 277,5 milhões no mesmo período de 2009. Banco Mercedes-Benz: 0800 7228499
BDP reforça presença em Pernambuco Objetivo é aumentar a participação do estado no faturamento para 20%
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BDP International, empresa americana que atua no segmento de gerenciamento logístico para os setores químico e petroquímico, amplia sua participação no mercado pernambucano com a inauguração de mais um escritório em Recife, onde já atuava desde 2002. A meta com a iniciativa é aumentar o faturamento no estado – hoje, são 11 clientes, que representam 5% do total de negócios da empresa. Segundo o gerente-geral da BDP,
Roberto Croce, a expectativa é que Pernambuco responda, até o final de 2010, por 20% do faturamento global da empresa. No Brasil, a empresa prevê crescimento de 25% em seu faturamento este ano, em razão da conquista de novos clientes, investimentos no sistema de gestão, otimização de processos e qualificação de colaboradores. Em 2008, o faturamento da BDP cresceu mais de 100%, enquanto no ano passado, período em que a crise internacio-
nal mundial se estabilizou, também cresceu 25%. A filial brasileira, que tem participação de 35% do mercado no segmento de gerenciamento logístico para os setores químico e petroquímico, oferece desembaraço aduaneiro e frete aéreo e marítimo, além de gerenciamento de logística, entre outros serviços. Oito profissionais são responsáveis pelas operações pernambucanas. BDP: (11) 5504-3400
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CROSS-DOCKING • O Conselho de Administração da Log-In Logística Intermodal elegeu, em junho, o novo diretor-presidente e de Relações com Investidores da empresa, que assumiu o cargo em 5 de julho. Vital Jorge Lopes ocupará a posição de Mauro Oliveira Dias, que se afasta por razões pessoais. Lopes é formado em Ciências Contábeis pela Fundação Escola de Comércio Alvares Penteado (Fecap - SP) e tem especialização em Administração Financeira pela Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP). Ao longo de sua carreira, o executivo acumulou experiência como diretor-presidente e de Relações com Investidores da Fosfértil, diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Vicunha Têxtil e diretor Financeiro e de Relações com Investidores da Bunge Fertilizantes. 0800 7256446 • A Azul Linhas Aéreas Brasileiras promoveu mudanças administrativas com efeito sobre sua divisão de cargas, a Azul Cargo. A vice-presidência de Planejamento da companhia continua a cargo de Trey Urbahn, mas passa a se chamar vice-presidência Comercial e de Planejamento e concentra também as áreas de Receita, Marketing, Comunicação, Relações Públicas e TI, além de Comercial e de Planejamento. Além da diretoria de TI, que ocupa desde a fundação da empresa, em 2008, Paulo Nascimento passará a acumular as diretorias Comercial e de Marketing. À frente da diretoria de Marca, Relações Públicas e Comunicação fica Gianfranco Beting. (11) 4003-8399 • José Henrique Bravo Alves assumiu, no início do mês de julho, a diretoria geral da LSI Logística. Graduado em Engenharia Elétrica pela
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Universidade Federal Fluminense (UFF) e pós-graduado em Engenharia de Segurança pela Universidade Santa Úrsula (RJ), Alves atua há 25 no mercado logístico. (11) 4225-5800 • Luiz Fernando Dal Póz Henriques assumiu recentemente a gerência de Marketing do Grupo Linx. Com 18 anos de atuação nas áreas de Marketing, Canais e Comercial, sendo oito deles no segmento de software, o profissional é graduado em Propaganda e Marketing pela Universidade Paulista (UNIP) e frequentou diversos cursos de especialização em Marketing, Canais de Distribuição e Vendas. Atualmente, cursa MBA em Marketing na Fundação Getulio Vargas (FGV-SP). Durante sua carreira, o executivo atuou em empresas como Microsiga, Benner Sistemas, Datasul e Totvs. Também foi gerente de Marketing em empresas como Aliança Metalúrgica, GPC Toys e Casa das Alianças. (11) 2103-2400 • A Guerra promoveu, no último mês de julho, mudanças em sua estrutura organizacional. Marcos Guerra deixa o cargo de diretor Comercial e de Marketing para ocupar a vice-presidência do Conselho de Administração. Já Alex Sandi assume como diretor de Administração e Finanças e Fábio Paludo como diretor Industrial. A área comercial ficou sob responsabilidade de Gilmar Marinho. (54) 3218-3500 • Paulo Eloan passou a ocupar, no início de julho, o cargo de gerente-geral da Sopro Divino Express. Formado em Direito pela Unar, em Araras (SP), e com especialização em Logística Empresarial e Supply Chain pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (Puccamp), antes de assumir a gerência-geral o executivo atuava na companhia como gerente regional da Filial Araras. (19) 3544-8226
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EMBALAGEM
Fotos: Divulgação
Embalagem longa vida A Volvo Logistics pretende difundir no Brasil o conceito de Emballage Pool, que permite o uso da mesma embalagem por diversas empresas do setor automotivo no mundo
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ma embalagem utilizada no transporte de peças automotivas de uma empresa no Brasil pode servir a outra do ramo com sede nos Estados Unidos, depois seguir para um fornecedor localizado na Europa e, em seguida, ser despachada para atender à demanda de uma fábrica instalada na Ásia. Esse fluxo contínuo em nível mundial é garantido pelo conceito de embalagem retornável (Emballage Pool), que a Volvo Logistics, unidade de logística do grupo Volvo, está começando a implantar com sucesso no Brasil e que já é bastante difundido em outros mercados. A embalagem que sai de um ponto a outro é rastreada em tempo real, pela internet, através de um sistema de gerenciamento online desenvolvido pela Volvo Logistics, denominado Emballage Pool Online. Trata-se de uma ferramenta de gerenciamento que permite ao usuário alimentar constantemente o portal da empresa de logística (http://vlcportal2. volvo.com) com informações sobre a entrada e a saída de embalagens.
A Volvo Logistics, que também acompanha esse fluxo, consegue ter visão online de toda movimentação e do nível de estoque de embalagens ao redor do mundo. Já os usuários podem visualizar apenas a movimentação das embalagens relativas à sua respectiva operação. O fornecedor insere no portal o despacho de embalagens cheias, informando a quantidade de peças e o destino. O mesmo procedimento cabe ao cliente na outra ponta: reporta o recebimento da encomenda e a expedição da embalagem desmontada para o terminal da Volvo mais próximo. A Volvo Logistics, que presta serviços de logística para todas as empresas que fazem parte do grupo Volvo (formado pelas empresas Volvo Caminhões, Renault Trucks, Mack, UD Trucks, Volvo Ônibus, Equipamentos de Construção, Volvo Penta, Volvo Aero e Volvo Financial), é a responsável pela operação comercial da Emballage Pool no mercado. As suas atribuições incluem o envio e coleta das embalagens nos usuários, feita com o apoio de transportadoras
contratadas e no modelo conhecido como milk run. “O coletor passa em vários usuários de localidades diferentes”, explica Eliana Salomão, analista de logística da empresa. Outra modalidade adotada é o direct load, que consiste em uma operação dedicada a um cliente que movimenta grandes volumes de peças automotivas. As embalagens retornáveis são utilizadas para o transporte de qualquer tipo de peça automotiva. No caso do grupo Volvo, diz Eliana, quase a totalidade (95%) dos pedidos que alimentam a linha de produção chegam por meio da Emballage Pool. De acordo com Eliana, a operação é muito simples. Através do portal, o fornecedor solicita a quantidade, tipo e tamanho de embalagens que precisa para suprir a demanda de seu cliente. Para tanto, toma como referência uma programação de duas semanas. A Volvo Logistics faz a entrega do lote na semana seguinte ao do pedido. Quando vai buscar as peças embaladas no fornecedor, a empresa aproveita a viagem e já leva outro lote de
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embalagens vazias, que serão usadas para atender a novas encomendas, num ciclo que se repete diariamente.
Produção sueca O conceito de embalagem retornável tem despertado o interesse de muitas empresas por vários motivos. Um deles é de ordem econômica, porque a mesma embalagem pode ser aproveitada diversas vezes por diferentes usuários durante muitos anos, de forma que livra o usuário do ônus do descarte da embalagem. Além disso, como a Volvo Logistics fornece a Emballage Pool na modalidade de locação (aluguel), a empresa que a contrata não precisa arcar com o custo de aquisição e manutenção, como ocorre com as embalagens tradicionais. A durabilidade é outra grande vantagem. A embalagem é produzida na Suécia a partir do eucalipto submetido a um tratamento fitossanitário, que inclui aquecimento da madeira a 56 graus centígrados durante 30 minutos, para aumentar a sua resistência. Desde 2002, o produto é comercializado com um certificado de qualidade emitido pelo Conselho de Agricultura daquele país (Swedish Board of Agriculture), que garante a sua utilização por vários anos. A embalagem se destaca, ainda, pela flexibilidade e modularidade, uma vez que pode ser facilmente montada e desmontada, reduzindo bastante o espaço ocupado em uma carga que será enviada ao cliente. “Você pode deixar a embalagem mais alta ou mais baixa, dependendo do material que está transportando”, acrescenta Ayrton de Carvalho Júnior, analista de Logística da Tupy, uma das empresas usuárias deste sistema. Uma das gigantes da fundição na América Latina, a Tupy, que atende praticamente a todas as montadoras brasileiras e várias outras empresas no exterior, utiliza o Emballage Pool em suas duas plantas industriais. Na de Joinville (SC), que tem capacidade para
390 mil toneladas por ano, são produzidos blocos e cabeçotes de motores, além de outras peças para as indústrias automotiva, ferroviária e de máquinas e equipamentos. A unidade se dedica, também, à fabricação de granalhas, conexões e perfis. Ali fica a usinagem da Tupy, responsável pelo acabamento de peças, que seguem diretamente para a linha de montagem dos clientes. A outra fábrica da empresa está localizada no município de Mauá, região do ABC Paulista. Com capacidade atual em torno de 110 mil toneladas por ano, concentra a sua operação no atendimento ao setor automotivo.
Influência dos parceiros A adesão da Tupy ao conceito de embalagem retornável é recente. Começou em 2007 por influência da Dana, fabricante de autopeças localizada no município de Gravataí (RS), com a qual a companhia catarinense mantém relação comercial. A empresa gaúcha já utilizava a embalagem da Volvo no seu
processo interno e solicitou que a Tupy fizesse o mesmo, conta Carvalho. O fato de o analista ser oriundo da Volvo, onde trabalhou por dez anos, e conhecer bem a dinâmica do conceito da embalagem retornável, facilitou a adoção pela Tupy. Além da Dana, o abastecimento de autopeças para outros três clientes localizados em São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, cujos nomes não foram revelados, também é feito com o uso da Emballage Pool. As quatro empresas não são representativas para o faturamento e produção da Tupy. O objetivo da fundição é estender o conceito para toda a carteira de clientes no longo prazo. Em relação ao mercado externo, por exemplo, há estudos em andamento com o propósito de implementar a embalagem retornável em dois clientes da empresa nos Estados Unidos ainda este ano. “Vai depender dos resultados dos testes que estamos fazendo e da aprovação dos clientes”, observa Marli Friedmann, analista de Logística da Tupy.
95% dos pedidos que alimentam a linha de produção do Grupo Volvo chegam por meio da Emballage Pool Agosto/2010 - Revista Tecnologística - 37
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Marli conta que a empresa recebe da Volvo Logistics de uma a duas cargas por semana, cada uma delas com aproximadamente 300 conjuntos de embalagem. O volume do pedido depende da demanda do mercado. As embalagens são montadas, preenchidas com peças automotivas e despachadas para o cliente. Se o uso da Emballage Pool for aprovado pelos dois clientes do mercado externo, Marli estima que a Tupy passará a receber quatro cargas por semana, aumentando de 600 para 1.200 o total de conjuntos de embalagens. Todos os dias, a Tupy insere no portal da Volvo Logistics a quantidade de embalagens que recebe e o montante que despacha para cada um dos quatro clientes. No destino, o cliente retira o conteúdo e a embalagem coletada é levada para o depósito mais próximo da Volvo Logistics, de onde será enviada para outro cliente. A empresa tem vários depósitos instalados no mundo. No Brasil, eles estão em Curitiba, sede do grupo Volvo, e em Perdeneiras, no interior de São Paulo. Este último atende apenas aos clientes da cidade. A utilização do sistema Emballage Pool Online é uma exigência da Volvo
Logistics e faz parte do pacote de serviços contratado pelos clientes. A partir do momento que a informação sobre o despacho é inserida no sistema, automaticamente a responsabilidade sobre a embalagem passa a ser do cliente a quem a remessa foi destinada. A responsabilização dos usuários é uma das cláusulas contratuais, assim como a conferência das embalagens no momento do recebimento, a realização de inventários ao menos duas vezes por ano, a movimentação e o armazenamento corretos das embalagens. De acordo com Carvalho, a alimentação do portal pode ser feita de forma automática com a integração do Emballage Pool Online ao sistema de gestão integrada (ERP). No caso da Tupy, isso não foi feito ainda por causa da pequena quantidade de clientes que utilizam a embalagem retornável. Sobre as vantagens proporcionadas pelo conceito que está sendo difundido pela Volvo Logistics, Carvalho destaca que, no caso da Tupy, houve uma redução na compra de embalagens novas – a empresa não informa quanto desembolsa por ano no aluguel da Emballage Pool e na compra de embalagens con-
A Emballage Pool se destaca também por otimizar espaço no transporte
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vencionais –, reduzindo o fluxo de veículos dentro das instalações da companhia e o estoque de materiais.
Oportunidade de negócio A embalagem retornável vem sendo utilizada pela Volvo há muito tempo. Começou na década de 1960, atendendo exclusivamente às empresas do grupo. Alguns anos mais tarde, por volta de 1990, passou a ser oferecida comercialmente no mercado pela unidade de logística do grupo. No Brasil, a Emballage Pool já é adotada por aproximadamente 300 clientes, dos quais cerca de 10% não são fornecedores produtivos do grupo Volvo. Em nível mundial, a carteira supera a marca de cinco mil usuários na Europa, Ásia, Américas do Norte e do Sul.
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Um dos fatores que influenciaram a decisão de ampliar a oferta da Emballage Pool foi a possibilidade de redução dos custos com transporte do grupo Volvo, que passaram a ser diluídos com outros usuários. O conceito de milk run, por exemplo, favorece o rateio das despesas com transporte das embalagens, visto que a mesma viagem é aproveitada para transportar embalagens utilizadas por diferentes usuários. Além disso, por ser desmontável, a embalagem retornável ocupa menos espaço, de forma que mais unidades podem ser acondicionadas na carreta ou no contêiner, evitando o que na área de logística se conhece por transporte de ar. Por outro lado, a Volvo Logistics vislumbrou boa oportunidade de negócio com a oferta comercial da Emballage Pool. No ano passado, a opera-
ção registrou a movimentação de cem mil embalagens por mês em nível nacional. O Brasil respondeu por 10% do volume movimentado no mundo. A expectativa é de crescimento da operação. Sem revelar valores, Marcos Santos, coordenador de Embalagem da Volvo Logistics, diz que a meta é dobrar a carteira de usuários no mercado brasileiro e o faturamento com empresas que não fazem parte do grupo Volvo nos próximos três anos. “A nossa ambição é que todos os fornecedores da cadeia produtiva utilizem nossas embalagens”, diz ele, ressaltando que o foco da oferta é exclusivamente o setor automotivo. Inaldo Cristoni Volvo Logistics: (41) 3317-8111 Tupy: (47) 4009-8181
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Divulgação Irga
TRANSPORTE
Realidade hiperpesada Empresas de movimentação de cargas superpesadas investem em equipamentos e soluções operacionais a fim de otimizar o transporte e superar os gargalos do segmento, como a falta de infraestrutura em rodovias federais e o excesso de burocracia em trechos administrados por concessionárias
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reação das pessoas ao se depararem com um conjunto de transporte de cargas superpesadas – cavalo-mecânico e linhas de eixo – parado no acostamento ou em alguma área de refúgio nas rodovias é a mesma: espanto. Tudo é superlativo neste tipo de atividade, dos equipamentos utilizados na operação aos itens transportados. O que muitos não sabem, porém, é que o trabalho nesse segmento começa muito antes da movimentação nas estradas. Do estudo de viabilidade, passando pelo planejamento, até a execução são alguns meses investindo para que
nada saia errado. Apesar de todos reconhecerem que não se trata de um dos setores mais fáceis para se atuar devido à complexidade, o cenário é promissor. Dados do Sindicato Nacional das Empresas de Transporte e Movimentação de Cargas Pesadas e Excepcionais (Sindipesa) dão conta de que, para este ano, o crescimento será de 40% – o que acirra a competição entre os players e estimula a procura por soluções eficazes de transporte. Para o presidente da Irga – empresa especializada na movimentação desse tipo de carga –, Lupércio Torres Neto, quanto mais complexa a ope-
ração, melhor. Segundo ele, a companhia tem focado suas atividades no transporte rodoviário superdimensionado de cargas com alto valor agregado e na logística internacional de cargas de projeto. “Temos uma sociedade com a agenciadora internacional Fracht para as cargas de projeto. Isso nos possibilita fazer uma logística integrada, tanto na importação quanto na exportação, e oferecer ao cliente um pacote completo”, diz. O executivo afirma que a logística já representa uma parcela significativa dos resultados da companhia. “Do faturamento da Irga, de
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O setor de transporte e movimentação de cargas pesadas deverá crescer 40% este ano
O executivo também destaca a adoção da tecnologia como diferencial da Irga. As linhas de eixo, por exemplo, vêm com uma tecnologia embarcada que permite saber o peso exato e que tipo de peça pode ser carregada por determinado equipamento. “Adotamos também estudos de rota. Temos um sistema que nos mostra com antecedência a condição da estrada, onde há pontes e quais precisam de reforço. Esta visualização nos traz segurança e
Divulgação Irga
cerca de R$ 128 milhões em 2009, entre 15% e 20% são provenientes de operações realizadas junto à Fracht”, salienta. Sem revelar números consolidados, o presidente anuncia que a meta para este ano é manter o desempenho, uma vez que os investimentos realizados no primeiro semestre não foram muito grandes, ainda reflexo da crise ocorrida no ano passado. Neto admite que a empresa já revê seu plano de investimento para 2010 – um tanto conservador –, e revela quais as ações realizadas até agora. Os destaques são os R$ 4,5 milhões aplicados na aquisição de 12 veículos para renovação da frota e os R$ 8 milhões investidos em 48 linhas de eixo – que em sua maior configuração chegam a 7,60 metros de largura e capacidade para 200 toneladas – para transportar cargas superpesadas. “Estamos planejando, ainda para este ano, investir mais R$ 20 milhões em cavalos mecânicos, caminhões superpesados, linhas de eixo e pórticos hidráulicos”, revela.
Irga: sociedade com agenciadora internacional para cargas de projeto
mostramos ao nosso cliente que a operação dele foi planejada”, frisa. Todas essas iniciativas deixam Neto otimista. Mesmo assim, ele lembra que é fundamental para o setor fechar parcerias com instituições para realizar cursos profissionalizantes, aperfeiçoando a mão de obra. Com relação à operação, o presidente acredita que haverá cada vez mais burocracia, complexidade e fiscalização, devido à privatização das rodovias. Ainda assim, ele prevê que haverá mais empresas no setor, mas sem a entrada de organizações estrangeiras. “É preciso conhecer bem a realidade brasileira para operar neste segmento”, resume.
Operação dificultada Já o diretor-presidente da Megatranz, Henrique Zuppardo, em contrapartida, crê que, no futuro, o setor de transporte de pesados será para poucas empresas. “Acredito que teremos processos de fusões e aquisições para que as empresas brasileiras possam concorrer com as multinacionais”, diz. Hoje, lembra o executivo, o setor ainda é totalmente nacionalizado, mas com capacidades globais. Para ele, quem opera no Brasil opera em qualquer parte do mundo. Zuppardo é crítico quanto ao cenário atual. Há onze anos no mercado com a marca Megatranz, o executivo conta que os problemas identificados no passado perduram até hoje. “Naquela época, era o início da entrada das concessionárias de rodovias. O problema só se agravou, como a falta interlocução entre os transportadores e as concessionárias”, ressalta. Ainda segundo o diretor-presidente, falta aos administradores das rodovias conhecerem o que é de fato a atividade de transporte de cargas especiais. “Nossa sugestão é que eles tenham Agosto/2010 - Revista Tecnologística - 41
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Mercado externo O diretor da Primax Transportes Pesados e Remoções Técnicas, Antonio Luiz Leite, a exemplo de Neto, da Irga, tem números mais discretos quanto ao desempenho da companhia em 2010. Para ele, a perspectiva é alavancar os negócios em 22,5%, graças à movimentação de geradores, transformadores e redes de transmissão, além da locação de guindastes e equipamentos para obras civis, como pontes, viadutos, prédios e estradas. Leite faz outra aposta e também vincula o crescimento à expansão dos negócios internacionais da empresa. Este ano, revela, a Primax ampliou suas ações externas com o início dos trabalhos no Peru, Bolívia e Paraguai. A internacionalização não para. A meta, revela, é já no próximo mês de setembro chegar à Colômbia, Venezuela e México, país
Divulgação Megatranz
profissionais capacitados para discutir os assuntos do setor”, reforça. Para o diretor-presidente, o que ocorre hoje no mercado é devido à falta de conhecimento. “Nós tivemos uma negativa de transporte porque o profissional da concessionária escreveu que havia riscos rodoviários, sem especificá-los.” Segundo ele, não houve análise do projeto. Para minimizar os problemas e evitar negativas, Zuppardo conta que a Megatranz investe nos colaboradores e em equipamentos customizados com tecnologia embarcada. “Temos uma relação direta com os fabricantes de implementos para que possamos desenvolver equipamentos específicos”, frisa. O executivo não revela o faturamento, mas aposta num crescimento de 40% para este ano, com o transporte rodoviário e o agenciamento de carga, juntos, respondendo por 30% do desempenho.
Megatranz: investimento nos colaboradores e em equipamentos customizados
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em que a empresa atuará em parceria com a empresa de navegação Grupo TBS. Anteriormente, a Primax operava apenas na Argentina, Chile e Uruguai. De acordo com o executivo, os negócios internacionais são o segundo maior mercado da Primax, que tem 28 escritórios de representação espalhados pela América do Sul. “Trata-se de uma decisão estratégica, a de priorizar negócios em outros países, estendendo a eles a mesma tecnologia e qualidade já presente no mercado em que atuam nossos clientes aqui no Brasil”, diz. Os números para o mercado externo são otimistas. A expectativa é que a atividade internacional cresça 20% em 2010. Hoje, as iniciativas
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O trabalho no segmento de superpesados começa muito antes da movimentação nas estradas
fora do Brasil respondem por 18% dos negócios da Primax. “O alto nível de profissionalização do pessoal que forma nossa estrutura, a familiaridade e a responsabilidade na gestão de processos, o constante
aprimoramento e desenvolvimento de novos parceiros no exterior e o respaldo operacional com constante investimento em equipamentos dão condições à Primax de atuar de forma competitiva e segura em qualquer lugar”, assegura. Os investimentos para suportar tanto as operações nacionais quanto as internacionais já estão sendo realizados. O diretor conta que, dos R$ 12 milhões previstos para este ano, R$ 6 milhões já foram aplicados na aquisição de 11 cavalos-mecânicos, seis carretas carrega-tudo e dois guindastes com capacidade para 70 toneladas. Os R$ 6 milhões restantes serão destinados à compra de mais três guindastes, dois para 130 toneladas e um para 220 toneladas.
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Divulgação Primax
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Os negócios internacionais são o segundo maior mercado da Primax
Em busca de melhorias Segundo o vice-presidente executivo do Sindipesa, João Batista Dominici, a entidade trabalha permanentemente para auxiliar as empresas do setor e intermediar o relacionamento junto aos órgãos públicos e empresas operadoras de infraestrutura. “O transporte de carga pesada depende de uma autorização especial de trânsito, do atendimento a uma série de requisitos e do pagamento de taxas específicas. Isso nos obriga a ter uma atuação diferenciada com relação às demais modalidades de transporte de carga”, diz. Para Dominici, o grande problema é a falta de infraestrutura, com rodovias federais deterioradas e falta de investimento em ampliações. “Houve melhoria apenas nas rodovias concessionadas, mas isso trouxe custos, burocracia e dificuldade para viabilizar o transporte de cargas superpesadas”, reconhece.
O executivo enumera as taxas cobradas para cargas acima de 45 toneladas: taxa de expedição de autorização especial de trânsito (AET), tarifa de uso da via, remoção de cancelas e barreiras em praças de pedágio, elevação/remoção de pórticos, tarifa de remoção/ elevação de rede elétrica e telefonia, pedágios, vale-pedágio, estudo de viabilidade, acompanhamento da concessionária e escolta. Ele lembra que as taxas estão relacionadas à distância de transporte e exemplifica um gasto operacional. “Utilizando 60 quilômetros de uma rodovia federal paga-se cerca de R$ 2 mil, enquanto numa estrada concessionada no estado de São Paulo o valor é de R$ 14 mil”, define. A burocracia é outro empecilho. De acordo com Dominici, o tempo de planejamento de uma operação depende da complexidade da operação de transporte. Isso porque, assim que há a definição do trans-
porte, é preciso contatar todos os agentes que estarão envolvidos. “Para cargas muito grandes, é recomendável iniciar o planejamento com seis meses de antecedência e solicitar as autorizações aos órgãos dois meses antes”, recomenda. Mas já há no Sindicato um movimento a fim de minimizar esse tempo e otimizar as operações. “Temos feito um trabalho no sentido de melhorar a legislação e atualizá-la, para reduzir ao máximo as exigências e estabelecer procedimentos”, informa Dominici. Alguns resultados estão em prática. “Anteriormente, as empresas tinham que apresentar um estudo de viabilidade do transporte, mas as concessionárias não tinham prazo para analisá-lo. Hoje, esse prazo é de cinco dias”, comemora. Para ele, essas medidas ajudam o segmento a trabalhar com prazos e dimensionar as operações. As ações em busca da melhoria são constantes. De acordo com o vice-presidente executivo do Sindipesa, agora o trabalho é pela adoção de sistemas que melhorem a gestão. “É um absurdo que o estado de São Paulo não tenha o processo de concessão de AET informatizado, via internet”, lamenta. De acordo com Dominici, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Denit), a pedido do Sindipesa, é o único órgão que faz o processamento das autorizações via internet. A meta, agora, é expandir este modelo para os demais agentes envolvidos na atividade, como o Departamento de Estradas de Rodagem (DER) e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Fábio Penteado Irga: (11) 3942-8100 Megatranz: (11) 3759-7777 Primax: (11) 3611-8660 Sindipesa: (11) 3887-3852
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Estamos no limiar de um novo modelo de Supply Chain Management? Marco Aurélio Silva
Introdução Mudanças de nomenclaturas nem sempre são acompanhadas de uma real mudança de conceitos. Contudo, este não foi o caso do Supply Chain Management. Se bem que a prática da logística já existisse desde os primórdios das grandes civilizações, o termo “Logística” começou a ganhar sua forma presente a partir dos finais do século XIX, ainda muito relacionado às atividades militares. A partir daí, muitas inovações ocorreram, sendo que um dos primeiros estudos a analisar o relacionamento da movimentação dos produtos ao longo da cadeia de suprimentos foi realizado por Jay Forrester e seus colegas do Massachussetts Institute of Technology (MIT), isto nos finais de 1950. Forrester notou que havia um efeito interessante que ocorria entre clientes e fornecedores ao longo da cadeia de suprimentos: uma pequena variação de demanda e, consequentemente, de estoques na cadeia de varejistas ocasionava grandes impactos na cadeia dos fornecedores (mais tarde este fenômeno foi chamado de “bullwip effect”). À medida que a tecnologia da informação evoluía, foi possível estudar em profundidade
esse processo e mesmo simulá-lo (isto já em princípios de 1990, com novos hardwares e softwares do mercado). Quanto ao termo Supply Chain Management, acredita-se que ele tenha sua origem em uma publicação de 1982, de Keith Pliver, então um consultor da Booz Allen. Logo a seguir, em 1985, Porter, com sua publicação “Competitive Advantage”, apresentou como uma empresa poderia atingir um diferencial competitivo mediante uma análise estratégica de cinco processos primários, que são a base de seu modelo de Supply Chain: Inbound Logistics, Operations, Outbound Logistics, Sales and Marketing e Service. Essa publicação reforçou a proposta de uma cadeia interrelacionada como a de Forrester e demonstrou a existência de uma verdadeira “Cadeia de Valor”. Uma coisa, entretanto, que não era tão clara naquela época (e estamos falando de meros 25 anos atrás) consistia no impacto das atividades humanas no meio ambiente, a necessidade de termos uma constante avaliação dos riscos empresariais, as vantagens de uma análise de cenários em tempo real e a responsabilidade social inseridos no modelo de governança das empresas, com o objetivo maior de um crescimento sustentável.
As mudanças no conceito do Supply Chain, fruto destas novas forças de mercado, são visíveis atualmente e vários autores têm se dedicado a explicálas, como Dale Rogers (Revista Tecnologística, Ano XV, nº 172). Cabe, assim, uma reflexão frente aos inúmeros novos estímulos que estamos recebendo em âmbito global: será hora de termos uma nova nomenclatura para Supply Chain Management? Em caso positivo, qual seria ela?
Mudanças no cenário de negócios e na sociedade Em apenas 40 anos a população mundial pode atingir dez bilhões de pessoas, cerca de 65% a mais do que atualmente. Por outro lado, o perfil dessa população também será diferente. Dois exemplos marcantes são a idade média e o nível econômico que teremos em breve: no Brasil, estima-se que a idade de pessoas acima de 60 anos já seja de aproximadamente 10% da população e cerca de 51% dos brasileiros são considerados hoje de classe média. O comércio mundial, que tem se deslocado para a Ásia, terá uma face ainda mais bipolar (“Ásia” e “não-Ásia”). Estima-se que a China será a maior potência
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global em termos de PIB em 2030. Dos cinco primeiros países, três são orientais: China (1º), Índia (3º) e Japão (4º). Estados Unidos (2º) e Brasil (5º) representarão os países do Ocidente. Ao mesmo tempo, emergiram novas formas de negócio, com uso intensivo da tecnologia da informação, sendo a Amazon um bom exemplo. Surgindo em 1995, teve prejuízos anuais até 2003 e atinge atualmente um lucro líquido de US$ 902 milhões e faturamento de US$ 24,5 bilhões. Também reinventou seu Supply Chain, saindo de um modelo de venda de livros sem estoque para uma incrível diversidade de produtos, contando com estoques próprios altamente automatizados. Mais recentemente, com o lançamento mundial do seu equipamento Kindle, promove uma revolução no segmento de livros, transformando efetivamente os “bricks” em “bits” no mundo editorial e trazendo uma série de consequências ainda não bem entendidas nesta nova cadeia de valor. No Brasil, vemos também uma crescente preocupação com o aumento de produtividade e inovação. Há inúmeros exemplos de melhorias significativas, citando aqui o caso da Usiminas, com o seu “videowall”, que possibilita a visibilidade de toda a cadeia de supply chain da empresa, do recebimento da matériaprima (minério da Vale do Rio Doce) ao embarque dos produtos no porto.
há algum tempo. Contudo, esse movimento tornou-se mais conhecido a partir de algumas ações realizadas por pessoas como Al Gore (protagonista do filme “An Inconvenient Truth”, de 2006, com uma platéia estimada de cinco milhões de pessoas no mundo). Com relação a este tópico, a logística de transporte representa cerca de 8% do total de emissões de gás carbônico no mundo (Kahn Ribeiro e Kobayashi, 2007). A médio prazo, veremos então uma avaliação mais criteriosa de modais a serem utilizados, posicionamento inteligente de estoques visando o atendimento ao cliente e busca por novas opções de transporte, tais como veículos elétricos. No tocante ao risco, os fatos ocorridos em 11 de setembro de 2001 alteraram o relacionamento global. Novas práticas de segurança estão presentes em aeroportos, portos e mesmo no interior das empresas. A escassez de recursos naturais – previsível, diante de necessidades crescentes da humanidade –, unida aos desastres naturais, trará uma importância maior para este tema
nos próximos anos. Nestes cenários de catástrofes, algumas boas iniciativas, como o “Lean Manufacturing”, podem trazer prejuízos enormes, caso não se tenham desenhado eficientes planos de contingência. Especialistas no assunto veem quatro grandes grupos de vulnerabilidades que podem afetar o Supply Chain: as Operacionais (como uma grande variação na qualidade de uma matériaprima estratégica), Naturais (como terremotos), Estratégicas (como um processo de fusão de empresas não bem conduzido) e Financeiras (como o impacto do preço do petróleo no negócio de transporte). Finalmente, a avaliação de cenários de modo eficaz, considerando informações internas e externas às empresas e que facilitem o entendimento de questões críticas do negócio, terá um papel decisivo para a permanência das empresas no mercado. No livro “Competing on Analytics”, Davenport e Jeanne G. Harris expõem que o novo conceito de Business Intelligence é caracterizado por modelos pre-
Ao analisarmos as influências que podem trazer o crescimento demográfico, a mudança dos padrões de consumo e o envelhecimento populacional, chega-se à conclusão de que haverá um maior impacto no meio ambiente, um maior risco de conflitos em escala global e a necessidade de uma constante e ágil análise dos cenários de negócio para tomada de decisões. A mudança climática vem chamando a atenção da comunidade científica
Fonte: Nações Unidas
Novos fatores entram em cena
Figura 1 – Projeções da população mundial em bilhões de pessoas Agosto/2010 - Revista Tecnologística - 47
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ditivos e com busca de otimização, um passo além dos tradicionais relatórios. E os avanços em tecnologia de informação possibilitam esses tipos de análise atualmente, podendo garantir uma real diferenciação competitiva (tema defendido pelos autores do livro).
Posição
País
1º
China
2º
EUA
Do Supply Chain Management para o Sustainable Supply Chain?
3º
Índia
4º
Japão
5º
Brasil
6º
Rússia
7º
Alemanha
8º
México
9º
França
10º
Reino Unido
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Fonte: PricewaterhouseCoopers
Não é apropriado buscar uma conclusão simplista para a questão do Supply Chain, um tema que é extremamente abrangente e complexo e que contém tantos “trade-offs”, como sabemos. Aqueles que atuam na área já sentiram a pressão e a importância de se tomarem decisões tais como a redução de estoques versus manter o serviço ao cliente, por exemplo, e as consequências das mesmas quando não se realizam avaliações criteriosas dos cenários de negócios. Uma das primeiras tendências para o futuro do Supply Chain será a de continuar a ter uma visão holística de toda a Cadeia de Valor, mas com a possibilidade de que se entendam as informações por diferentes visões de negócio, tais como: ter a compreensão da demanda mundial de aço, mas conseguir avaliar o que está acontecendo no mercado chinês, especificamente, com suas inúmeras plantas siderúrgicas (muitas delas ineficientes), o impacto nos preços médios decorrentes desses fatores e, consequentemente, no modelo do Supply Chain. Seria interessante investir efetivamente em estoques avançados de produtos na China? Cabe uma parceria de longo prazo com determinado armador? Esta é a chamada avaliação analítica dos processos, um fator que se tornará mais preponderante no novo conceito do Supply Chain. A chamada resiliência é a outra vertente que surge deste novo cenário, visto os riscos existentes e os potenciais novos riscos futuros, de modo a
Projeção para 2030
Figura 2 _ Projeção da economia mundial para 2030 (PIB)
garantir as atividades-fim da empresa, mesmo em situações de enormes restrições, tais como desastres naturais, ataques terroristas ou sabotagens internas. O Supply Chain deve ser mais flexível e atuar rapidamente, de modo a contornar e a minimizar esses problemas. Trata-se do chamado modelo flexível de Supply Chain, no qual a interação com clientes e fornecedores ganha um significado estratégico e a cultura organizacional fomenta a busca por modelos que aumentem a resistência da empresa aos impactos. Já a questão ambiental e a responsabilidade social trarão novos elementos de decisão para o Supply Chain, que alguns autores preferem já chamar de Green Supply Chain ou Green Logistics. Em resumo, o Supply Chain precisará de um maior poder de análise e uma maior agilidade para a tomada de decisões específicas, de uma compreensão
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efetiva dos riscos inerentes à operação e de um comprometimento real com a sustentabilidade do negócio.
Aprendendo com as adversidades Inúmeros fatos demonstraram como o conceito de Supply Chain pode ser aprimorado quando submetido a novos estímulos do mercado. Sloan foi um dos primeiros a notar a importância de oferecer novas cores e opções ao mercado automobilístico, auxiliando a criar o conglomerado da GM. Os japoneses, pressionados pelas dificuldades da guerra e restrição de recursos, melhoraram ideias existentes, formatando o Lean Manufacturing. A globalização trouxe um fortalecimento da integração, auxiliando na concepção do Supply Chain ou Global Supply Chain.
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Além disso, a tecnologia da informação, que vem viabilizando melhorias na logística e no Supply Chain desde o advento dos sistemas MRP, tem evoluído e hoje já conta com sistemas de baixo custo e de fácil implementação, que endereçam os temas de Sustentabilidade e Business Intelligence. Estamos, assim, em um ponto no qual há tecnologia e conhecimento disponíveis para a criação de um novo modelo de Supply Chain que tenha na sua concepção um foco maior em análise, gestão de risco e sustentabilidade, o Sustainable Supply Chain Management.
Referências Davenport, Thomas H.; Jeanne G. Harris. Competing on Analytics: the new science
of winning. Harvard Business School Publishing Corporation, 2007. Sheffi,Yossi. The Resilient Enterprise. MIT Press paperback edition, 2007. Artigo: Sustentabilidade é grátis: uma abordagem para uma cadeia de fornecimento sustentável. Revista Tecnologística, Ano XV, nº 172, Março/2010, pp. 70-76. Dale Rogers, Alan Mc Kinnon. Green Logistics: improving the environmental sustainability of logistics, Konan Page Ltda, 2010. Site: http://en.wikipedia.org/wiki/Amazon.com Site: http://www.algore.com/
Marco Aurelio Silva Industry Principal: Mill & Mining SAP Latin America Tel.: (11) 5503-2960 marco.aurelio.silva@sap.com
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Uso de Tecnologia da Informação no supply chain Maria Fernanda Hijjar
A
Fonte: AMR Research e Panorama Logístico Coppead – Tecnologia da Informação no Supply Chain 2009
s dificuldades no uso de Tecnologia da Informação recursos financeiros dedicados à tecnologia de informação (TI) em atividades do supply chain têm incomodaé também observada em outros segmentos econômicos no do boa parte dos executivos de logística brasileiros. país. Assim, embora tenham apontado que existem dificulOs problemas começam no momento da disponibilidades com a implantação de TI, os executivos brasileiros zação de recursos financeiros para a implantação das ferestão determinados a aumentar os investimentos em tecramentas tecnológicas. Este é um dos pontos de maior innologias que auxiliem a gestão do supply chain. Em comsatisfação dos executivos: os investimentos necessários são paração com a Europa e os Estados Unidos, as empresas maiores do que o esperado. brasileiras recentemente foram as que proporcionalmente Segundo pesquisa realizada pelo Coppead/UFRJ, cada mais aumentaram os recursos financeiros alocados em TI. grande empresa brasileira investe por ano pouco menos de Entre 2007 e 2008, os gastos das empresas brasileiras com U$ 800 mil em tecnologia aplicada a atividades do supply as tecnologias aplicadas a atividades do supply chain chechain (incluindo gastos com hardware, infraestrutura, licengaram a aumentar 23%, contra um aumento de 14% no ças, manutenção e serviços). Este valor é bem menor do que mesmo período registrado na Europa e 12% de aumento o investimento realizado pelas empresas dos Estados Unidos nos Estados Unidos (ver Figura 1). e Europa, que em média despendem anualmente mais de U$ As principais metas e objetivos dos executivos da área 4 milhões, possuindo tecnologia implantada em um percende TI no Brasil são melhorar os níveis de serviço das ativitual bem maior de atividades (Fonte: AMR Research). dades e promover inovações. Isto significa que as empresas No Brasil, o setor que, proporcionalmente ao faturamento, mais investe em TI aplicada ao supply chain é o de Higiene, Limpeza e Farmacêutico. Nas companhias desse segmento, o orçamento médio aplicado em TI equivale a 0,21% da receita anual das empresas, percentual bem acima da média brasileira, que é de 0,13%. Esse também é um setor que, no futuro, ainda planeja investir bastante em aplicativos tecnológicos para o supply chain, pois 80% das empresas desse segmento afirmam que vão ampliar os gastos com TI. Figura 1 - Aumento do valor investido pelas empresas em TI para o supply chain Esta previsão de ampliação dos
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Fonte: Panorama Logístico Coppead – Tecnologia da Informação no Supply Chain 2009
brasileiras têm a percepção de que precisam inovar e meVale ressaltar que este tipo de preferência é também colhorar seu desempenho, e uma das alternativas é implanmum em países da Europa e nos Estados Unidos. tando TI. Esse cenário é um pouco diferente nos mercados Mas no caso do Brasil, por este ainda ser um mercado mais maduros, onde a tecnologia é almejada como forma incipiente e pouco maduro em relação ao uso de TI nas de diminuição de custos da companhia, e não como um atividades de gestão do supply chain, as empresas ainda gasto necessário para acompanhar o grau de inovação das não possuem o que se pode chamar de “fornecedor-chave” demais organizações. Assim, o amadurecimento em relade tecnologia. Apenas a metade das grandes companhias ção ao uso de TI mostra que ela pode ser uma importante do país afirma ter este fornecedor principal. Nos mercados ferramenta de redução de custos, vantagens que ainda não mais maduros, por sua vez, essa taxa é bem mais alta: nos foram percebidas com clareza pelas empresas brasileiras. Estados Unidos, por exemplo, 76% dos executivos já posAs atividades que mais se destacam em termos de uso suem um fornecedor-chave de TI aplicada ao supply chain de tecnologia no Brasil são aquelas imprescindíveis para a da empresa (Fonte: Coppead e AMR Research). realização de um negócio, que são as atividades de compra Estes resultados apontam que o Brasil ainda é um mere venda. O gráfico da Figura 2 mostra que os processos de cado a ser explorado no que diz respeito a soluções em Compras/Suprimentos, Gerenciamento de Pedidos e GerenTI. Entretanto, os fornecedores de tecnologia que desejam ciamento de Vendas já têm TI implantada em 79%, 73% e entrar ou ampliar sua atuação no país precisam conhecer e 66% das grandes empresas do país, respectivamente. adaptar-se à realidade local e às suas demandas específicas. Por sua vez, a demanda que mais deve crescer percenNo passado, durante o primeiro “boom” de implantação de tualmente no Brasil está relacionada aos sistemas de TI que sistemas ERP nas organizações brasileiras, muitas empresas auxiliam na análise de dados e trazem maior visibilidade passaram por experiências ruins e sofreram com o processo para o supply chain das organizações. Assim, as empresas que oferecem soluções tecnológicas devem preocuparse com a capacidade analítica dos seus sistemas. Um ponto que influencia fortemente a escolha da ferramenta de TI diz respeito à capacidade de integração entre a tecnologia a ser implantada e os demais sistemas já existentes na empresa. Os executivos brasileiros consideram esta compatibilidade um item de extrema relevância, o que os leva a preferir contratar seus próprios fornecedores de sistemas ERP para implantar novos módulos com outras funcionalidades. Ao todo, 61% dos executivos do Brasil preferem contratar seus próprios fornecedores de ERP em vez de escolher um fornecedor com uma tecnologia um pouco melhor ou um fornecedor que desenvolvesse um aplicativo Figura 2 – Atividades do supply chain que já possuem aplicativo de TI implementado no Brasil customizado (ver Figura 3). Agosto/2010 - Revista Tecnologística - 51
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Figura 3 – Na sua opinião, qual o melhor recurso de suporte tecnológico para ser aplicado nas atividades do supply chain?
tos distintos mostra que existem grandes diferenças de avaliação, dependendo do tipo de indústria atendida. Estas diferenças são fruto tanto da maturidade de cada setor no uso de TI quanto da complexidade e da capacidade dos fornecedores de tecnologia em atender às expectativas dos seus clientes em cada segmento da economia. Observa-se na Figura 4 que, mais uma vez, o setor de Higiene, Limpeza e Farmacêutico se destaca, pois, além de ser o que, percentualmente ao faturamento, mais investe em tecnologia no supply chain, ele é também o que mais bem avalia seus fornecedores de TI. Neste setor, a nota média atribuída aos fornecedores de aplicativos voltados para atividades de gestão da cadeia de suprimentos foi 8,5 (numa escala de 1 a 10). Mas não necessariamente o tamanho do investimento em TI significa que as empresas estarão mais satisfeitas com as soluções implantadas. As indústrias de Alimentos e Bebidas, que proporcionalmente também investem mais em TI do que outros segmentos, atribuíram nota média de apenas 6,7 na mesma escala. Esta é uma das menores avaliações para os fornecedores-chave de tecnologia atuantes no Brasil, atrás apenas da nota 6,0 atribuída pelas empresas do setor de Têxteis e Calçados. Quando se avalia especificamente cada atividade do supply chain, percebe-se que, no Brasil, as tecnologias que mais atendem às expectativas dos executivos são aquelas aplicadas à operação de armazenagem: 93% dos profissionais entrevistados afirmam que “sim, os aplicativos atualmente utilizados para o gerenciamento da armazenagem
de implantação e, em vários casos, demoraram muito para completar a implantação da tecnologia ou desistiram. A situação atual do país mostra que os fornecedores de TI que se adaptaram ao mercado brasileiro ganharam algum espaço e apresentam mais vantagens competitivas em relação aos demais. Os executivos do país avaliam estes fornecedores com uma nota média de 7,4 (numa escala de 1 a 10), o que não é uma nota ruim, mas que ainda necessita de melhoria. Dentre os fornecedores/marcas-chave de softwares nas grandes empresas do Brasil estão a SAP, Datasul (agora Totvs), Oracle e Baan, indicados como estratégicos por cerca de 80% das companhias do país. Por sua vez, uma análise do desempenho dos fornecedores-chave de TI Figura 4 – Avaliação dos fornecedores-chave de tecnologia voltada ao supply chain no Brasil em indústrias de segmen-
Fonte: Panorama Logístico Coppead – Tecnologia da Informação no Supply Chain 2009
Fonte: Panorama Logístico Coppead – Tecnologia da Informação no Supply Chain 2009
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atendem às minhas expectativas” (ver Figura 5). Vale notar que, no Brasil, 57% das grandes empresas possuem aplicativos tecnológicos para gestão de armazéns e outros 24% não possuem, mas planejavam investir até o final de 2009. A nota média atribuída para os aplicativos utilizados na atividade de armazenagem é de 7,6, avaliação que utilizou como critérios a capacidade de integração com outros sistemas da empresa, a capacidade de análise de dados, o retorno sobre o investimento, a rapidez de acesso à informação, a facilidade de operação do aplicativo, o tempo de implantação e o valor total do investimento. No extremo oposto da satisfação com os aplicativos utilizados, ressalta-se que a realização do planejamento de vendas e operações, especialmente o processo denominado de S&OP (Sales and Operational Planning), é a atividade em que a TI menos atende às expectativas dos executivos. Figura 5 – Os aplicativos instalados em cada atividade atingiram as expectativas das empresas no Brasil? Apenas 65% dos profissionais que utilizam aplicativos para esse fim estão satisfeitos com Por fim, vale destacar que muitos dos problemas enas tecnologias implantadas. Percebe-se que esta é uma atifrentados na implantação de TI nas organizações podem vidade com processos ainda pouco estruturados nas orgaser motivados pelo mau gerenciamento ou indefinição dos nizações e uma das que mais utilizam aplicativos desenvolprocessos de cada atividade. Processos bem estruturados vidos de forma exclusiva e customizados para a empresa. são necessários para que os sistemas de TI possam ser imA realização da previsão colaborativa com o auxílio de replantados e utilizados com sucesso. cursos tecnológicos também foi uma das atividades em que os Referências bibliográficas executivos do país ficaram menos satisfeitos com as soluções que adotaram (apenas 67% dos profissionais que têm TI nesta Panorama Logístico Coppead – Tecnologia da Informaatividade aprovam os sistemas que utilizam). Sabe-se, entreção no Supply Chain 2009 tanto, que a previsão colaborativa é uma atividade pouco usual The Supply Chain Management Spending Report – no Brasil e, quando existe, é uma das que menos possui TI AMR Research implantada. O país tem pouca cultura de troca de informações entre empresas e este é um dos itens em que mais difere em Maria Fernanda Hijjar relação aos EUA e Europa, no que diz respeito ao uso de tecnoDiretora de Inteligência de Mercado logia. Enquanto no Brasil apenas 42% das empresas já têm ou ILOS – Instituto de Logística e Supply Chain pretendem implementar alguma iniciativa de uso de TI para TEL.: (21) 3445-3000 realização de previsão colaborativa até o final de 2009, nos Esmariafernanda.hijjar@ilos.com.br tados Unidos e Europa este percentual é de mais de 70%.
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Preocupação com a sustentabilidade faz com que empresas, como o Grupo Santander, comprometam-se de forma intensa com a defesa do meio ambiente
A
logística reversa começou a ser definida nos anos 1980, mas foi no final da década de 1990 que evoluiu para a forma como a conhecemos hoje. Ela é definida como a área da logística empresarial que planeja, opera e controla o fluxo reverso de produtos de pós-venda e de pós-consumo, com o retorno das mercadorias não consumidas e já consumidas. Como consequência das altas taxas de crescimento de produtos com baixos ciclos de mercado e de vida útil, o retorno destes produtos, por diferentes razões, tem exigido maior envolvimento empresarial na gestão dos fluxos reversos. Essa nova ferramenta logística contribui, de forma ímpar, para amenizar o imenso prejuízo causado ao meio ambiente pelo volume de bens
fabricados pelos polos industriais, cujos resíduos não têm destinação final adequada. Sujeito a um problema com esse tipo de resíduo, o Banco Santander implantou, em dezembro de 2006, um programa de reciclagem de pilhas e baterias, originalmente chamado de Papa-Pilhas, que começou a ser discutido pela necessidade de se resolver uma questão ambiental e de saúde pública. “Em muitos terrenos do Banco constatamos sérias contaminações por elementos químicos”, informa Linda Murasawa, superintendente de Desenvolvimento Sustentável do Grupo Santander. Ela explica que os terrenos estavam contaminados com elementos químicos pesados, provenientes do descarte inadequado de pilhas e baterias. “Diante dessa cons-
Divulgação Santander
Logística reversa na proteção ao meio ambiente
tatação, procuramos um meio de conscientizar nossos funcionários, e o lançamento do Papa-Pilhas veio ao encontro dessa iniciativa.” Para dar início ao programa, três municípios brasileiros foram escolhidos para ser cidades-piloto: João Pessoa, considerada a cidade mais verde do país, ganhou oito pontos de coleta; Porto Alegre, cidade cujas legislações ambientais são as mais evoluídas do Brasil, ganhou 13, e Campinas (SP), grande mercado consumidor e ideal para testes-piloto de produtos e serviços, ganhou dez pontos de coleta. Nesses 31 pontos foram instalados displays (locais apropriados para o descarte dos resíduos) nas áreas de auto-atendimento das agências do Grupo e, a princípio, o que se pretendia era recolher pilhas e baterias
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Reprocessamento de pilhas e baterias
Em 2009, esse número aumentou para 155.566 quilos, e em 42 meses de programa o volume total coletado foi de 403.801 quilos. Para 2010, a expectativa é de que 479 municípios estejam envolvidos no projeto, disponibilizando a coleta para cerca de um milhão de pessoas.
O caminho da reciclagem Para ser parceira nesse processo logístico, o Santander escolheu a ADS Micrologística, empresa 100% brasileira que desde 1998 presta serviços na área de consultoria, transporte e, claro, logística. Segundo seu presidente, Adalberto Panzan, o desafio era montar um processo sem conhecer os detalhes da operação. “Tivemos que desenvolver um projeto que pressupunha o recolhimento de pilhas e baterias em qualquer lugar do Brasil e em qualquer quantidade”, lembra o
empresário, ao informar que, depois de idealizado, o plano foi apresentado ao Banco. Para que as ideias saíssem do papel foi preciso que a ADS fizesse investimentos em pontos estratégicos. AmDivulgação Santander
em desuso apenas dos funcionários. “Fizemos apenas um comunicado interno, mas para nossa surpresa os próprios funcionários estenderam o programa aos nossos clientes. Ele é auto-explicativo e os clientes aderiram automaticamente, por acreditarem que o Banco iria dar destinação adequada ao material recolhido”, comenta Linda. O sucesso do programa promoveu sua própria expansão, iniciada a partir de julho de 2007. Os pontos instalados nas três primeiras cidades saltaram de 31 para 2.068, em 240 municípios de 24 estados brasileiros, e não só em agências e postos de atendimento do banco, mas também em empresas, universidades e outras organizações parceiras. Os números também são animadores. Durante o primeiro ano do Papa-Pilhas, o total de pilhas e baterias arrecadado foi de 34 mil quilos.
Linda Murasawa: o sucesso do programa promoveu sua própria expansão Agosto/2010 - Revista Tecnologística - 57
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SUSTENTABILIDADE
pliou em até dez vezes sua estrutura física para abrigar a operação, o recebimento, o cross-docking, a expedição, o estoque de embalagens e a armazenagem de equipamentos. Adquiriu um software específico para seu ramo de atividade, desenvolvido pela Runtec Informática, e aumentou em até três vezes o número de funcionários para atender à demanda crescente. O projeto idealizado por Panzan implica na instalação de displays feitos de MDF (placa de fibra de madeira de média densidade) nas agências e postos bancários do Santander, onde se tem a maior circulação de público. Dentro dos displays encontram-se dois tubos coletores, homologados para transporte pelo Inmetro, que recebem qualquer tipo de pilhas e baterias inservíveis portáteis, medindo até 5 cm x 8 cm, e ainda carregadores e aparelhos celulares depositados pelos consumidores. Quando lotados, um funcionário do banco aciona a empresa de logística, que encaminha um técnico para coletar informações pertinentes, substituir os tubos cheios por vazios e fazer a aferição de peso, registrando o resultado em um documento que posteriormente é lançado em um sitema. Vale lembrar que apenas os técnicos capacitados podem manusear os tubos. “Nosso pessoal é treinado seguindo as normas que regulamentam o setor e, mais do que isso, conhecem e respeitam os procedimentos de segurança do banco”, avalia Panzan. Além desses procedimentos, a ADS segue, ainda, as legislações das esferas federal, estadual e municipal, segundo explica o presidente. “As leis ambientais têm suas particularidades nas três esferas de governo. As leis de transporte se referem à federação e aos municípios (no que diz respeito a rodízios municipais), e a tributária, de forma geral, porque envolve a movimentação de mercadorias. Somos regidos por todas estas.”
A expectativa é que em 2010 o programa atinja 479 municípios, disponibilizando a coleta para cerca de um milhão de pessoas
A rotina do processo logístico é, também, alimentada por situações inusitadas. Pilhas e baterias não são os únicos objetos retirados dos tubos coletores. Segundo o presidente, bases antigas de celular, papel e restos de comida já foram encontrados, mas “são dados insignificantes perto da adesão das pessoas”. Panzan se refere ao volume crescente de resíduos recolhidos, que coloca o estado de São Paulo na liderança, seguido pelo Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Para a continuidade da operação de logística reversa, a ADS conta com 65 polos de atendimento espalhados pelo país. Ao ser recolhido das agências, o volume de carga coletado é transportado para os polos, apenas como base de apoio, e depois levado para a Suzaquim Indústrias Químicas, empresa nacional localizada em Suzano, região metropolitana de São Paulo, onde é feito o processamento de pilhas, baterias e aparelhos eletroeletrônicos fora de uso. Esse transporte é feito exclusivamente pelo modal rodoviário, uma vez que o volume ainda não justifica a utilização de outro meio de transporte. Para a operação, a ADS conta com mais de 40 empresas transportadoras, terceirizando esse serviço nos estados em que atua. Fátima Santos, gerente técnica Comercial da Suzaquim, informa que o
volume de pilhas e baterias que chega à empresa passa por um processo complexo, no qual nada é desperdiçado. Cerca de dez pessoas estão envolvidas na operação, que consiste, primeiramente, na separação por tipo de pilha e bateria. “As baterias são abertas para a retirada das células e o plástico segue para a reciclagem”, relata a gerente. “Depois disso, toda a carga segue para o processo de moagem e peneiramento, e seus metais são queimados em fornos industriais de alta temperatura, dotados de filtros que impedem a emissão de gases poluentes.” Desse processo resultam sais e óxidos metálicos que são utilizados na indústria de refratários, vidros, tintas, cerâmica e química em geral, sem oferecer riscos às pessoas e ao meio ambiente. Fecha-se, assim, o ciclo produtivo, cumprindo o propósito da logística reversa. Na Suzaquim, todos os envolvidos na movimentação dos resíduos tóxicos são treinados e monitorados por uma empresa de segurança e saúde ocupacional. “Depois de receberem treinamento e equipamentos de proteção individual (EPI), adequados para cada fase da operação, nossos funcionários passam por rigorosos exames. A saúde é monitorada mensalmente, para termos a certeza de que não sofrem de nenhum mal por lidarem com produtos tóxicos”, declarou a gerente. Atualmente, a Suzaquim tem capacidade instalada para reciclar 250 toneladas/mês entre pilhas e baterias, mas recicla apenas 55 toneladas. Para os eletroeletrônicos, a capacidade é de 750 toneladas/mês, mas são movimentadas, mensalmente, 250 toneladas. “Mesmo não utilizando toda a capacidade, estamos atentos ao aumento crescente de demanda e, neste segundo semestre, implantaremos um novo sistema que permitirá automatizar parte da operação, ampliando nossa capacidade para mais 150 toneladas.”
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O mercado O mercado de pilhas movimenta bilhões no mundo todo. No Brasil, as empresas legalizadas produzem, por ano, cerca de 800 milhões de pilhas secas (zinco e carbono) e alcalinas (hidróxido de potássio ou desódio-zinco), segundo a Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica – Abinee. Além disso, somos o primeiro país na América Latina em número absoluto de celulares, o que demonstra o volume de lixo tóxico produzido no país. Vale ressaltar que, quando o Papa-Pilhas teve início (2006), a quantidade de celulares no país já ultrapassava 90 milhões de unidades. No entanto, ainda segundo a associação, menos de 20% das baterias e pilhas são recolhidos para reciclagem. Isso se deve ao total desconhe-
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cimento por parte da população, que não sabe o que fazer com esse tipo de resíduo, descartando-o inadequadamente em lixos domésticos ou a céu aberto. Para se ter ideia, uma pilha comum traz em seu interior metais pesados como chumbo, cádmio e mercúrio, além de manganês, cobre, níquel, cromo e zinco. Ao ser descartada erroneamente pode levar séculos para se decompor, sendo que os metais pesados nunca se decompõem, e com a ajuda da água da chuva penetram no solo, contaminando o lençol freático e oferecendo riscos às pessoas e aos animais, que entram em contato com o solo contaminado. Porém, apesar de a reciclagem de pilhas e baterias esgotadas ainda não ser uma prática comum no Brasil, é
importante reconhecer que o país foi o primeiro da América do Sul a normatizar nacionalmente o segmento, criando regulamentação específica para disciplinar o descarte, a coleta, a reciclagem e a disposição final das unidades usadas. Data de 1999 a primeira Resolução publicada pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente – Conama (Resolução 257/99), que, além de orientar o descarte apropriado desses resíduos, limita a quantidade de metais potencialmente perigosos na composição de tais produtos. No entanto, considerando a necessidade de atualizar tal resolução, em razão da maior conscientização pública, da evolução das técnicas e de processos mais limpos, o Conselho publicou recentemente a Resolução 401/08, em
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Divulgação ADS Por segurança, apenas os técnicos capacitados podem manusear os tubos coletores
substituição à 257. Entre outros, traz como aprimoramento o fato de obrigar os estabelecimentos que comercializam pilhas e baterias a oferecer pontos de recolhimento adequados. Algumas cidades já possuem legislações próprias sobre o recolhimento e a disposição de pilhas e baterias, como é o caso de Porto Alegre (Lei Municipal 9851/05), por exemplo. Estados como Pernambuco (Lei Estadual 12.808/01) e São Paulo (Lei Estadual 12.300/06) também possuem legislação própria que obriga o fabricante, vendedor ou importador a reciclar ou reusar o material descartado, pelo menos em parte.
lojas e autorizadas para receber de volta aparelhos com defeitos ou obsoletos e baterias esgotadas. A TIM, parceira do Santander no programa Papa-Pilhas desde 2008, garante a seus clientes a destinação final ambientalmente correta e conta com postos coletores em todas as sedes e, ainda, nas lojas das regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Paraná, além de todo o estado de Pernambuco. “Temos uma parceria importante com a TIM”, informa a superintendente do Santander. “Acredito que temos atingido nosso objetivo, pois estamos ajudando também os nossos clientes a entender o quanto isso é positivo.”
Operadora “Verde” Gisela Vendramini Preocupadas com os prejuízos causados pelo descarte incorreto de celulares e baterias, as principais operadoras de telefonia móvel do país adotaram boas práticas no quesito sustentabilidade e divulgam, através de seus sites, que disponibilizam suas
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Grupo Santander: (11) 3553-5259 ADS Micrologística: (11) 3765-1551 Suzaquim: (11) 3159-2929 Abinee: www.abinee.org.br TIM: www.tim.com.br
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TECNOLOGIA
Solução de TI permite à Danone baixar custos e aumentar a produtividade Pela primeira vez, na história da multinacional francesa, a área de SCM aplica sua experiência no processo fabril para ajudar a gerar resultados para a companhia
E
m alguns países é Danone. Nos Estados Unidos é Dannon. A multinacional francesa Danone, maior fabricante de derivados do leite do mundo, está presente em 120 países, e instalou-se no Brasil na década de 70, quando lançou o primeiro iogurte com polpa de frutas. Atualmente, toda sua produção industrial está concentrada em Poços de Caldas (MG). Para fabricar uma extensa linha de produtos, que tem como carro-chefe os iogurtes, a Danone consome cerca de 240 milhões de litros de leite/ano, captados nas fazendas de 500 produtores cadastrados, localizados num raio médio de 500 km da fábrica. A coleta de leite no local de produção, seu armazenamento e transporte, são a alma do negócio da companhia.
É fundamental que o produto saia da fazenda mantendo seu valor nutricional, sem alteração ou contaminação. Por esse motivo, a operação precisa funcionar como um relógio, já que o leite é um produto perecível. Assim como a busca pelo alto padrão de qualidade é constante em toda essa indústria, o custo também é uma meta perseguida o tempo todo. E esse quesito era exatamente o calcanhar-de-aquiles da Danone. O custo do leite por litro coletado vinha aumentando absurdamente. Então a área de logística foi convocada para apurar onde estava o problema no setor de coleta de leite. Descobriram-se três fatores importantes que estavam influenciando os custos: ocupação irregular do caminhão na coleta do leite, rotas mal
dimensionadas e com perfil de veículos inadequado para a operação e um número excessivo de caminhões para fazer a captação do leite junto aos produtores. “Percebemos que existia uma subutilização dos veículos na coleta e que havia uma frota parada por muito tempo dentro da fábrica, aguardando a descarga do leite. Naturalmente, acabava-se fazendo uma solicitação de veículos adicionais para dar conta da demanda que a empresa tinha na coleta junto aos produtores”, explica Marcel Modesto, gerente de Logística da Danone. O executivo lembra que, nessa fase, a companhia estava preocupada com o controle da coleta, porém os caminhões chegavam a ficar parados dentro da fábrica por um tempo médio de até 21 horas para fazer a
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descarga do leite e, posteriormente, retomar o circuito de coleta.
Revolução Partindo dessa análise, o projeto da Danone foi delineado com o escopo de reduzir o custo, aumentar a eficiência da frota de coleta e prevenir a perda de qualidade. Para isso, a empresa contou com dois parceiros: a GSS Consulting, consultoria especializada em melhoria de desempenho, que já atuava na empresa como responsável por toda a parte de processos e inteligência, e a Belge, consultoria especializada em simulação e otimização de processos, que entrou com o software ProModel, do qual é representante no mercado brasileiro. A solução do problema passaria pela criação de novos processos dentro da fábrica. Para se ter ideia dessa revolução, a Danone tem uma divisão responsável pela compra, prospecção, qualificação de produtores e pela coleta de leite in natura. Trata-se de um departamento ligado a Suprimentos no “mundo Danone”, responsável pela entrega do leite para a produção de produtos acabados. A divisão de Supply Chain na companhia é responsável pelos setores de Planejamento, Armazenamento e Entrega dos produtos. “É a primeira vez na história da empresa que área de Supply Chain traz uma solução de análise simulada para ajudar o setor fabril a gerar mais resultados para a companhia”, observa Modesto. Este projeto será case de replicação para as outras unidades fabris da Danone no mundo. O primeiro passo foi adentrar a fábrica de forma efetiva, para começar a entender como funcionava todo o processo, desde o momento em que o caminhão carregado chegava na portaria até quando ele saía vazio. Nesse mapeamento, os consultores logo identificaram que a capacidade de descarga do leite tinha um gargalo.
A fábrica, de certa forma, mantém hoje, tanto nos seus silos de leite cru (o leite antes de perder a gordura) quanto de leite zero (o leite que vai ser usado para produção), grande capacidade de armazenagem. Porém, a capacidade de vazão/transformação desse leite não estava acompanhando a velocidade com que os caminhões chegavam para a descarga e nem conseguia dar conta do pico de concentração da chegada de todo este leite na parte da tarde. O início da ordenha, em alguns produtores, começa na parte da tarde, a partir das 16 horas, e o produto estará dispo-
e criar soluções
pois ajudou a Danone a encontrar os reais problemas existentes em todo o processo da cadeia de coleta e recepção do leite in natura. A partir de então, os consultores passaram a alimentar e calibrar o ProModel com todas as informações disponíveis, habilitando o sistema a simular cenários que chegassem o mais perto possível da realidade. Assim, estudou-se o aumento de vazão, o aumento de silos e de caminhões para a coleta e a ampliação do quadro de pessoas no processo. Depois de vários cenários simulados, foi possível determinar que, para que a empresa pudesse aumentar o seu ganho financeiro, ela deveria ter os veículos parados, dentro da fábrica, num tempo médio máximo de seis horas. “Com isso, conseguiríamos ter um benefício no custo/frete de 21%, com a utilização de uma frota menor”, afirma Modesto.
para baixar o custo
Gargalos
das operações
Essa análise por modelo de simulação ocorreu porque se acreditava que os gargalos para aumento da produção estavam nos silos de leite desnatado, ou nos silos de leite cru. Porém, o modelo de simulação não mostrava isso. Como a Danone vinha investindo em silos nos últimos anos, acreditando que eles eram a solução para a liberação dos caminhões, os problemas reais não foram detectados. “A identificação do gargalo só foi possível quando começamos a analisar outros processos da cadeia utilizando a ferramenta de simulação”, comenta o gerente de logística. Durante o levantamento, descobriu-se, por exemplo, que os caminhões com tanques isotérmicos eram utilizados também para armazenagem, e que a transferência do leite cru para o silo de leite zero só ocorria no momento em que havia necessidade de produção. Desta forma, o caminhão
Parceiros ajudaram a Danone a identificar os gargalos
nível para coleta no início da noite ou nas primeiras horas do dia seguinte. Então, de acordo com cada rota, 60% dos caminhões chegam à Danone ao final da tarde, e outros 20% chegam às primeiras horas da manhã. Para reduzir o tempo de permanência desses veículos dentro da fábrica, havia necessidade de trabalhar com modelos de análise de vazão. “Passamos a pensar num modelo de simulação e, neste momento, chamamos a Belge, que usou sua ferramenta ProModel para fazer todo o trabalho de análise, de leitura de processos e de cronoanálise, realizado anteriormente em toda a fábrica pela GSS Consulting”, explica o executivo. O ProModel, segundo Modesto, foi uma ferramenta importante no projeto,
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Logística do leite Depósito de Ingredientes
Docas de Entrada Micro Aromas Ingredientes
Distribuição
Água
Tambor Basculante
Tanques Reserva
Válvula Bloqueadora Tanques de Mistura Água
Medidor de Fluxo
Pausterização Filtro
Enchimento/ Depósito Homogeneizador
C
hova ou faça sol, todo dia o leite precisa ser captado na rede de produtores que abastecem a Danone. Estes, por uma questão de logística dentro da cadeia e por ser também uma norma federal a ser seguida, possuem em suas fazendas silos para guardar o leite e fazer o resfriamento. Alguns produtores têm tanques que suportam o armazenamento com segurança por até 24 horas; outros possuem tanques que aguentam até 48 horas. São 65 rotas fixas, cobertas por 80 caminhões equipados com tanques isotérmicos. O leite, coletado na fazenda a 4º C, é colocado dentro desses tanques isotérmicos, que transportam o produto até a fábrica numa temperatura máxima de 0º C. Para fazer uma ordenha com qualidade e maior quantidade possível, os funcionários das fazendas produtoras precisam madrugar.
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Depois de extrair o leite, é preciso armazená-lo no silo e resfriá-lo na temperatura correta para ser transportado. Desta forma, o leite fica disponível geralmente no final da manhã ou no início da tarde para ser coletado pelos caminhões da Danone. Em algumas regiões, os produtores fazem até duas ordenhas por dia e disponibilizam o leite só no meio da tarde. Algumas coletas terminam durante a madrugada. Grandes produtores conseguem ter uma disponibilidade de leite ao longo da noite, mas os pequenos não. Assim, grande parte dos caminhões concentra a descarga na fábrica no final da tarde.
Células de recepção Ao chegar à fábrica, o caminhão estaciona nos silos, cha-
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mados de células de recepção, para fazer a descarga do leite cru. O próximo passo é o processo de desnate, onde se separa o leite da gordura. Guarda-se essa gordura num silo para ser utilizada num processo futuro para o término do iogurte. Já o leite zero fica armazenado em outro silo e será utilizado para a produção do iogurte. A produção do leite é constante, só diminuindo um pouco na época de estiagem. Mas se mantém dentro de um patamar mínimo esperado. Semanalmente, uma equipe de técnicos da Danone percorre as fazendas produtoras, avaliando o índice de produtividade do rebanho, se alguma vaca teve cria, se está se alimentando bem, como está sua
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saúde, se está mantendo o gráfico de produção, entre outros dados. Com isso, esses profissionais ajustam a demanda de coleta do leite do produtor para a próxima semana.
Geocodificação Em seguida, eles passam a análise para a equipe que roteiriza as coletas da semana seguinte, adequando a quantidade de leite a ser coletada. Com base nesse prognóstico, a empresa pode mudar o perfil de veículos ou até mesmo promover acréscimo ou redução de caminhões, de modo que a coleta se realize na medida certa. A Danone tem a geocodificação de cada produtor. “Inserimos todas estas informações no Roadshow e as-
sim temos o modelo de coleta ao longo da rota”, informa Modesto. Se a produção aumentou em determinada região, substitui-se um caminhão menor por outro trucado, com maior capacidade, ou mandase um veículo conjugado, conhecido como “Romeu e Julieta”. Se for este o caso, faz-se a coleta em pequenos produtores com o caminhão (o Romeu) e deixa-se o reboque (Julieta) em alguma fazenda, ao longo da rota, para concentrar o armazenamento. No final da coleta, engata-se o reboque carregado de leite e ruma-se para a fábrica. Uma rotina de idas e vindas de caminhões que precisa funcionar 24 por dia, nos sete dias na semana, nos 365 dias do ano.
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TECNOLOGIA
todo o desenho da cadeia do leite. Foi feito um novo desenho das rotas, mapeando todos os produtores dentro da atual cadeia. A empresa já era usuária do software de roteirização Roadshow. “Começamos a trabalhar um modelo de otimização dessas rotas e, com isso, passamos a saber quantas coletas a mais poderíamos fazer dentro de cada uma”, lembra Modesto. Tal análise não era feita anteriormente. Com isso, foi possível levantar detalhes importantes: o que o motorista fazia desde Para reduzir o tempo de permanência dos caminhões dentro da fábrica, trabalhou-se com modelos de análise de vazão a entrada na fazenda do era utilizado como recurso de última de aproximadamente R$ 2,5 milhões. produtor, todos os procedimentos e hora e não era descarregado. Em de- Avaliou-se, durante o levantamento processos que ele executava, o tempo terminados períodos do mês, quando dos processos, que o próprio modelo de percurso do caminhão em estrao pico de produção aumentava, para de roteirização não estava otimizado das (com ou sem chuva), entre outros dar conta da captação, a Danone tinha de acordo com a capacidade de en- detalhes da operação. de ir ao mercado contratar vários veí- trada de veículos nos produtores. Ou Ao corrigir alguns processos, culos. Nesta fase, a empresa precisava seja, poder-se-ia fazer rotas utilizando como acertar a questão da roteirizagerenciar quase 90 caminhões. “Preci- somente veículos pequenos; porém, ção, melhorar a ocupação e adequar sávamos ter capacidade de armazena- em alguns produtores era possível o perfil de veículos da coleta dentro mento do leite cru para liberar o cami- fazer a coleta com veículos de maior do cenário atual, a Danone já comenhão”, diz o gerente de Logística. volume, com capacidade de 12 mil até çou a sentir benefícios importantes. A Danone também precisava au- 24 mil litros de leite. Além do mais, as “Essas providências trouxeram o vamentar sua capacidade de vazão na rotas não estavam sendo otimizadas lor real do litro do leite a patamaoperação de desnate. O processo de ou adequadas de acordo com o perfil res do meio do ano passado, antes estoque de leite teria de se concentrar de veículos que poderiam comportar. de iniciarmos o projeto. O próximo no silo de leite zero, onde se tem me- “Tínhamos veículos grandes voltando passo é reduzir a frota para consenor taxa de deterioração do produto e ociosos para a fábrica e muitos veí- guirmos chegar ao custo absoluto”, maior capacidade de armazenamento. culos pequenos fazendo rotas curtas, planeja Modesto. Outro gap descoberto ao longo do quando, na verdade, tínhamos tempo processo: as bombas não tinham capa- e condições de fazer rotas mais extenAlexandre Augusto cidade, nem velocidade, para descarre- sas com veículos maiores, sem deixar gar o produto no silo de leite cru para de atender à demanda diária de descarque se conseguisse liberar o caminhão ga de leite”, diz o executivo. em um tempo aproximado de seis hoRoteirização ras. “O caminhão parado nesse tempo Belge: (11) 5561-5353 ideal ajudaria a reduzir a frota e, conDanone: (11) 2192-4600 A mudança dos processos foi fasequentemente, o custo do frete absoGSS Consulting: (11) 3263-1146 Routing Systems: (11) 3819-1977 luto/ano, propiciando uma economia cilitada pelo fato de a Danone já ter 66 - Revista Tecnologística - Agosto/2010
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EVENTO
Fórum internacional de logística apresenta novidades em 2010 Fórum Global de Sustentabilidade no Supply Chain e Fórum de Infraestrutura Brasil enriquecem o programa que conta, ainda, com sessões gerais, cases e tutoriais
O
Claudionor Santana
XVI Fórum Internacional de dentre outros temas, o levantamento Logística, uma realização do apresentará o estágio atual de adoção Instituto de Logística e Supply de ações que contribuem para a susChain (ILOS) e que acontecerá entre tentabilidade ambiental na área de loos dias 13 e 15 de setembro, no Rio de gística, assim como as principais barJaneiro, traz uma série de inovações. reiras, dificuldades e incentivos para Além das tradicionais sessões gerais, sua implementação. cases e tutoriais, que abrangem a diversidade de processos logísticos, setores da economia e melhores práticas, este ano o evento apresenta dois tracks temáticos: o Fórum Global de Sustentabilidade no Supply Chain e o Fórum de Infraestrutura Brasil. O Fórum Global de Sustentabilidade no Supply Chain é uma iniciativa de três instituições – ILOS, Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP/ Fórum é oportunidade para conhecer e debater soluções EUA) e Associação Alemã de para o setor Logística (BVL). A meta da iniciativa é estabelecer uma plataforAo todo, outros oito palestrantes ma global de troca de conhecimento irão abordar questões que habilitam e experiências, entendendo que sus- ou dificultam a adoção de iniciativas tentabilidade representa um objetivo sustentáveis no supply chain e a sua que as empresas devem perseguir para importância para o dia a dia das emcontinuarem competitivas. presas do segmento. Entre os temas a serem tratados Infraestrutura Brasil neste Fórum, destaque para a palestra que o CEO do ILOS, Paulo Fleury, Outra novidade do evento deste ano irá proferir. Com o tema “Logística e os Impactos Ambientais no Supply fica por conta do Fórum de Infraestrutura Chain”, a sessão tratará o tema da Brasil, que tem como objetivo abordar os sustentabilidade ambiental no supply desafios advindos do forte crescimento chain, trazendo resultados da pesqui- da economia nos próximos anos e a nesa realizada pelo ILOS junto a gran- cessidade do país de alcançar globalmendes empresas brasileiras. Além disso, te níveis superiores de competitividade.
Sob a responsabilidade de Fleury e do diretor de Relações Internacionais do ILOS, Cesar Lavalle, o Fórum foi concebido para discutir a infraestrutura logística existente no país, incluindo os desafios e oportunidades. Além disso, a meta é levantar o quanto será necessário investir para suportar o cenário econômico promissor do país para os próximos anos. Vale lembrar que a crescente abertura do Brasil ao comércio internacional faz com que as questões relativas à sua infraestrutura aumentem ainda mais em importância na medida em que esta é determinante para o nível de competitividade das nações. O programa de palestras e debates também dará ênfase a aspectos relativos ao ambiente de regulação e às modalidades de investimento, fundamentais para a atração dos recursos necessários visando a viabilização dos projetos de infraestrutura logística no país. Paralelo ao Fórum, acontecerá, ainda, a ExpoLogística 2010, feira de produtos e serviços voltados ao segmento de logística, que cria um ambiente propício à troca de informações entre os participantes, que podem assim ampliar sua rede de contatos.
ILOS: (21) 3445-3000
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PRODUTOS
Linha de cintas para amarração e elevação de cargas, da Vonder A Vonder traz para o mercado duas linhas de Cintas de Poliéster. A primeira delas é utilizada para amarração, contenção e proteção de cargas embarcadas no processo de transporte. São cintas práticas e rápidas de serem fixadas e estão disponíveis com capacidades para 0,8, 1,5, três e quatro toneladas, com fator de segurança 2:1. A catraca em aço – que pode ser adquirida em conjunto com a cinta ou individualmente – permite a liberação gradual da tensão da cinta e o travamento automático, reduzindo o risco de acidentes. A catraca e o gancho tipo “J” são recobertos por uma microcamada de proteção contra corrosão e oxidação, conhecida como bicromatização, que amplia a vida útil desses acessórios. A cinta, a catraca e o gancho estão de acordo com a norma internacional de segurança EN 12195-2. Já a
linha para elevação de cargas atende a todos os requisitos estabelecidos pela norma européia EN 1492-1. As cintas possuem fator de segurança 7:1, ou seja, a carga de ruptura é sete vezes maior que a carga de trabalho recomendada. Cada um dos modelos é identificado por uma cor específica, diferenciada de acordo com a capacidade vertical de carga. Além do manual de instruções de uso e manuseio, as cintas possuem em seu corpo a indicação da capacidade de carga e uma etiqueta plástica dupla costurada contendo todas as informações sobre o modelo, tornando-as sempre acessíveis ao operador e permitindo a identificação da procedência. Os produtos estão disponíveis nas capacidades de carga vertical para uma, duas, três, seis e oito toneladas, e em comprimentos que variam de 1,5 metro a 8 metros. (41) 2101-0550
Balanças de solo, da Toigo A Toigo Importadora traz para o mercado brasileiro as Balanças de Solo, produto voltado às empresas que trabalham com movimentação de carga, principalmente as indivisíveis, a fim de evitar a sobrecarga no transporte. O produto verifica o peso total do veículo ou o peso individual de cada roda ou eixo, por meio de células de carga embutidas nas plataformas de pesagem. No Brasil, o equipamento está disponível em dois modelos, LCD – capacidade nominal de 9.100 kg por plataforma e 18.200 kg por eixo – e Ultraslim, com capacidade nominal de 9.100 kg por plataforma e 18.200 kg por eixo ou 18.200 kg por plataforma e 36.400 kg por eixo. Ambos oferecem opção de
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monitor de cristal líquido e possibilitam comunicação com computador e impressoras. Construídos com alumínio e aço inoxidável, os equipamentos contam com duas rampas de acesso que facilitam a subida e descida do veículo da balança. Quando utilizada em local fixo, a balança pode ser embutida no solo. (54) 4101-9999
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PRODUTOS
Empilhadeira elétrica Double Deck ERD 220, da Jungheinrich A Jungheinrich disponibiliza ao mercado a empilhadeira elétrica Double Deck ERD 220. Multifuncional, o equipamento pode ser usado, por exemplo, para carregar caminhões de dois andares ou em aplicações combinadas de transpaleteira e empilhadeira. Concebida tanto para operador em pé como sentado, com a plataforma baixada a empilhadeira pode atingir velocidades superiores a doze quilômetros por hora com extrema economia de energia, graças à técnica de acionamento trifásico e ao comando eletrônico, desenvolvidos pela própria Jungheinrich. Para as aplicações intensas, o usuário conta ainda com baterias de alta potência, cuja capacidade nominal máxima é de 465 Ah. A ERD 220 também pode ser fornecida com
possibilidade de retirada lateral de bateria e recursos opcionais como, por exemplo, o sistema ultrassensível de baixar e elevar cargas. A direção elétrica garante pouco esforço de operação, além de comando fácil e preciso, mesmo com cargas pesadas. O controle Jungheinrich Curve possibilita que a velocidade máxima seja reduzida nas curvas, de acordo com o ângulo de manobra. Entre as várias características de segurança do equipamento estão a velocidade reduzida com carga elevada e com operador em pé e boa visibilidade através do mastro, devido ao recorte da tampa de bateria, além do SpeedControl, uma proteção para que a empilhadeira não deslize para trás, garantindo a operação segura em aclives. A moldura de aço de oito
milímetros de espessura, bem como os garfos de aço perfilado, permitem que a máquina seja usada nas mais severas aplicações, com até 2.000 kg de carga. (11) 4815-8200
Dispositivo portátil de rastreamento, da Sascar A Sascar, empresa de gestão da informação, telemetria e gerenciamento logístico e de risco de frotas e cargas, apresenta o SasMobile – dispositivo portátil de rastreamento que pode ser ativado de acordo com a necessidade do cliente em diferentes bens móveis. O produto foi desen-
volvido para oferecer aos gestores de frota, embarcadores e gerenciadores de risco mais flexibilidade no rastreamento e controle. O equipamento é portátil, leve e prático, permitindo, entre outras aplicações, monitorar diferentes veículos, realizar operações específicas ou fazer um sistema de redundância do equipamento fixo, ao ser colocado junto à carga. Outros benefícios são a facilidade de instalação do dispositivo, que é alimentado por bateria nos veículos e cargas – não existindo necessidade de instalação física em cada
bem móvel –, utilização das tecnologias GSM/GPRS e GPS, também adotadas nos equipamentos fixos Sascar, e geração de alertas sempre que o aparelho for retirado do local estabelecido. Cada dispositivo SasMobile tem um número de identificação exclusivo, com um campo no site mantido pelo usuário, e sua ativação pode ser feita diretamente pelo site ou pela Central Sascar. Para acompanhamento das operações, os clientes contam com a geração de relatórios de eventos e histórico de posições. (41) 3299-6004
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PRODUTOS
Câmera para frotas com gravador integrado, da Kodo A Kodo, distribuidora de equipamentos para Circuito Fechado de TV (CFTV), anuncia o lançamento das câmeras KMR-01S e KMR-01SG (GPS). Ideais para frotas de transportadoras, as câmeras possibilitam melhor planejamento e controle de qualidade das operações, uma vez que possuem gravador integrado resistente a trepidação que permite não somente filmar,
mas também gravar com exatidão todo o percurso realizado pelo caminhão, bem como horários de entrega das mercadorias. Informações como trânsito enfrentado, tempo de percurso e quilômetros rodados, entre outras, podem ser facilmente monitoradas, bastando avaliar o cartão de memória da câmera. Ressalta-se, ainda, o fator segurança, uma vez que também é possível registrar tudo o que ocorre na cabine do caminhão. O novo produto oferece formato de vídeo: H.264 perfil baseline, exibição/gravação: 30 fps, câmera: CMOS 1 canal 0.3 Megapixel (lente de preci-
são de alta qualidade), ângulo: 64,8° (V) x 92,8° (H) x 125,5° (D), sensibilidade: 0,8 lux, resolução: VGA (640 x 480). O armazenamento de dados é feito por memória interna Nand Flash de 1 GB e backup via USB quando conectado ao PC. O modelo KMR-01SG possui módulo de GPS interno para acompanhar a rota feita pela carga. As câmeras possuem ainda a função eco-driving, que proporciona melhor uso visando economizar energia, microfone integrado e tensão nominal 12-24 V 200 mA (aceita carregador de carro 8 ~ 3 2 V). (11) 3821-6747
Terminais de pesagem para ambientes agressivos, da Toledo A Toledo do Brasil lança uma família de terminais de pesagem que permite maior eficiência em ambientes agressivos. Os equipamentos, utilizados nos setores de recebimento de matériasprimas, produção e expedição, são totalmente fabricados em aço inoxidável e estão de acordo com a mais alta classe de proteção contra entrada de sujeira e infiltração de água em condições de alta pressão (grau de proteção IP69K). Denominados IND 560 e IND 780, os novos terminais exibem dados de miligramas a toneladas. Podem ser conectados a balanças de plataforma e a sistemas de pesagem, incluindo os de alta precisão. O modelo IND 780, em particular, pode ser empregado em balanças rodoviárias e ferroviárias, oferecendo conexão com até quatro balanças simultaneamente. Os lançamentos também permitem a realização de diagnósticos e a detecção preventiva de falhas nas operações, além do gerenciamento da calibração, pela tecnologia de manutenção integrada denominada TraxT. Os novos terminais possuem um display com 15 teclas programáveis, o que facilita o trabalho do usuário e garante operações mais precisas. (11) 4356-9000 74 - Revista Tecnologística - Agosto/2010
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Linha Logg FB de empilhadeiras elétricas contrabalançadas
A Meggalogg – divisão do grupo Megga que atua no setor de
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equipamentos de movimentação – apresenta ao mercado brasileiro a linha Logg FB de empilhadeiras elétricas contrabalançadas. Fabricados na China e em Taiwan e disponíveis em capacidades para uma, duas e três toneladas, os modelos são dotados de motor blindado AC (corrente alternada), o que confere maior potência, durabilidade e redução de manutenção, além de consumir menos do que os similares de motorização DC (corrente contínua). A nova linha oferece modelos robustos e fáceis de operar, desti-
nados à logística interna e externa, com elevação dos garfos até sete metros. Disponíveis nas opções de três ou quatro rodas, os modelos contam com menor raio de giro, proporcionando uma operação mais eficiente e manobras mais precisas em espaços reduzidos, principalmente no caso da versão de três rodas. O design das empilhadeiras Logg FB prevê, ainda, bateria com saída lateral, o que facilita sua substituição, descartando o uso de talhas. (11) 4529-4850
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LIVROS
Contabilidade para a gestão de custos logísticos
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livro Gestão de Custos Logísticos, da Atlas Editora, aborda como custos minimizados e ativos logísticos otimizados são tão importantes quanto a excelência dos serviços prestados por uma empresa. Segundo as autoras, Maria de Fátima Gameiro Costa e Ana Cristina de Faria, os critérios adotados nos sistemas contábeis tradicionais têm sido objeto de críticas generalizadas entre os estudiosos e profissionais de Logística, e apontam a a inadequação das informações contábil-gerenciais, que
são fatores críticos aos processos decisórios da Logística. Visando atender à natureza das decisões logísticas em seus diversos níveis, as autoras buscaram identificar e mensurar os Custos Logísticos Totais, provenientes dos três processos logísticos: Abastecimento, Planta e Distribuição. A obra também evidencia alguns artefatos contábil-gerenciais, tais como: Custeio Baseado em Atividades (ABC), Balanced Scorecard (BSC), Análises Multidimensionais, Cost to
Serve e Valor Econômico Agregado (EVA, da sigla em inglês), que devem atender aos objetivos de tomada de decisões em Logística. Gestão de Custos Logísticos Maria de Fátima Gameiro Costa e Ana Cristina de Faria 431 páginas R$ 70,00 Atlas Editora Tel.: (11) 3357- 9144 www.editoraatlas.com.br
Panorama da gestão da cadeia de suprimentos
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á em sua segunda edição, a obra “Gestão da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management): Conceitos, Estratégias, Práticas e Casos”, de Sílvio R. I. Pires, traz um resumo dos conceitos-chave da área. O livro se baseia na terminologia própria do segmento, nas análises de casos e em extensas pesquisas de campo para propor as mais modernas práticas adotadas por empresas do segmento, além de apresentar o contexto global em que se insere o estudo de SCM. O livro começa traçando um panorama da evolução da gestão da cadeia de suprimentos, abordando assuntos como controle de estoques, produção
just in time, planejamento colaborativo, estoque gerenciado pelo fornecedor, entre outros. O autor sugere o desenvolvimento de uma mentalidade de parceria e cooperação entre empresas que formam a cadeia de suprimentos e ajuda a superar o ceticismo natural que muitas pessoas têm em relação à colaboração no supply chain. A obra promove, ainda, a integração com assuntos específicos como TI, ebusiness e logística. O autor é Engenheiro de Produção pela UFSCar, mestre e doutor em Engenharia de Produção pela USP, além de possuir pós-doutorado pelo IMD (Suíça) e Instituto de Empresa (Espanha). Tem 25 anos de experiência na
indústria e na academia em Gestão de Operações e Logística, e publicou mais de uma centena de artigos científicos e três livros, no Brasil e no exterior.
Gestão da Cadeia de Suprimentos: Conceitos, Estratégias, Práticas e Casos Sílvio R. I. Pires 336 páginas R$ 64,00 Editora Atlas Tel.: (11) 3357-9144 www.editoraatlas.com.br
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AGENDA
INTERNACIONAL Programa para Altos Executivos. 22 a 27 de agosto, Michigan State University, nos Estados Unidos. Organização e informações: ILOS – Instituto de Logística e Supply Chain. Tel.: (21) 3445-3000 capacitacao@ilos.com.br www.ilos.com.br Conferência Anual Global do CSCMP. 26 a 29 de setembro, San Diego, Califórnia, EUA. Organização e informações: Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP). Inscrições: http://cscmpconference.org/
NACIONAL Redução de Custos Logísticos. 19 e 20 de agosto. Terceirização Estratégica. 28 de agosto. A Embalagem Aplicada à Área Industrial e na Exportação. 10 e 11 de setembro. Avaliação do Desempenho de Fornecedores. 14 de setembro. Introdução à Logística. 15 de setembro. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Carillo Consultoria e Global Connexxion. Tel.: (11) 3521-7038 contato@globalconnexxion.com.br www.globalconnexxion.com.br Logística & Supply Chain para Altos Executivos. 22 a 27 de agosto, no Rio de Janeiro, RJ. Planejamento Colaborativo da Demanda. 24 e 25 de agosto, em São Paulo, SP. Organização e informações: Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS. Tel.: (21) 3445-3000 ilos@ilos.com.br www.ilos.com.br Supply Chain Management. 23 de agosto. Estratégias para Logística de Transporte e Distribuição. 23 de agosto. Atendimento ao Cliente
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Aplicado às Empresas de Transporte e Logística. 28 de agosto. Gestão de Frotas de Veículos. 11 de setembro. Intensivo para Gestores de Logística e Supply Chain. 16 de setembro. Conhecimento de Transporte de Cargas Eletrônico – O Que Muda com Sua Entrada em Vigor. 18 de setembro. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Ceteal. Tel.: (11) 5581-7326 ceteal@ceteal.com www.ceteal.com Gestão de Alto Desempenho em Armazéns com Módulos de Projeto em Centros de Distribuição. 24 de agosto, em Ribeirão Preto, SP. Gestão das Empresas do Transporte de Cargas Fracionadas. 16 e 17 de setembro, em Guarulhos, SP. Gestão de Contratos na Terceirização Logística. 21 de agosto. Metodologia Técnica Aplicada ao Desenho e Dimensionamento de Centros de Distribuição e Cross-Dockings. 14 e 15 de setembro. ICMS e ISS – Aspectos Gerais e Práticos para Operadores Logísticos e Transportadores. 18 de setembro, todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Tigerlog. Tel.: (11) 2694-1391 kelly.bueno@tigerlog.com.br www.tigerlog.com.br Planejamento e Execução de Inventário Físico. 25 e 26 de agosto. Custos Logísticos. 15 e 16 de setembro. Ambos em São Paulo, SP. Implementação de S&OP e CPFR. 22 e 23 de setembro, no Rio de Janeiro, RJ. Organização e informações: Cebralog. Tel.: (19) 3289-0903 sac@cebralog.com www.cebralog.com Indicadores de Desempenho em Logística. 31 de agosto. Todos em
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AGENDA
Curitiba, PR. Organização e informações: BPLog. Tel.: (41) 3014-9822 treinamento@bplog.com.br www.bplog.com.br Process Simulator: Potencializando Lean e 6 Sigma. 9 de setembro. ForecastPro Standard. 10 de setembro. ProModel/ServiceModel/MedModel Avançado. 20 a 22 de setembro. Integrando o ProModel ao MSOffice. 23 de setembro. Fazendo Desenhos Tridimensionais com o 3D Animator. 24 de setembro. Ferramentas Estatísticas e Análises dos Resultados das Simulações. 24 de setembro. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Belge Engenharia e Sistemas. Tel.: (11) 5561-5353 secretaria@belge.com.br www.belge.com.br Administração de Frotas de Veículos. 11 de setembro. Apuração de Custos Operacionais no TRC e Formação de Frete. 11 de setembro. Ambos em São Paulo, SP. Organização e informações: Setcesp. Tel.: (11) 2632-1088 treinamento@setcesp.org.br www.setcesp.org.br
Logística Empresarial. 14 e 15 de setembro. Controle de Estoque e Planejamento de Demanda. 21 e 22 de setembro. Ambos em São Paulo, SP. Organização e informações: Enaslog. Tel.: (11) 3668-5513 enaslog@enaslog.org.br www.aslog.org.br Fundamentos de Logística Integrada. 21 de setembro, em São Paulo, SP. Organização e informações: GS1 Brasil. Tel.: (11) 3068-6229 atendimento@gs1brasil.org.br www.gs1brasil.org.br
Feiras, Fóruns e Congressos Refrinor 2010 – Salão Nordeste de Refrigeração Comercial e Industrial. 23 a 26 de agosto, em Olinda, PE. Organização e informações: Greenfield Business Promotion. Tel.: (11) 5184-1515 refrinor@greenfield-brm.com www.refrinor.com.br 1º Congresso Brasileiro de Tecnologia, Sistemas e Serviços com RFID. 26 a 29 de agosto, em Salvador, BA. Organização e informa-
ções: SENAI, Cimatec e Saint Paul Etiquetas Inteligentes. Tel.: (11) 2727-1313 www.congressorfid.com.br XVI Fórum Internacional de Logística e Expologística 2010. 13 a 15 de setembro, Hotel Intercontinental, Rio de Janeiro, RJ. Organização e informações: Fórum: ILOS – Instituto de Logística e Supply Chain. Tel.: (21) 3445-3000 foruns@ilos.com.br www.ilos.com.br Feira: Fagga Eventos. Tel.: 3035-3100 expologistica@fagga.com.br www. fagga.com.br Estocagem e Distribuição Frigorificadas de Perecíveis. 26 a 29 de julho. Em Campinas, SP. Organização e informações: FEA-Unicamp – Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas. Tel.: (19) 3521-3886 extensão@fea.unicamp.br www.fea.unicamp.br Veja agenda completa de cursos, seminários, MBAs e demais eventos no: www.tecnologistica.com.br/site/5,1,53.asp
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO Águia sistemas ................................ 25 Almi .................................................. 76 Alphaquip........................................ 19 Apoio Logística............................... 26 Assine Tecnologística ................... 81 Atlas Transportes ........................... 59 Belenus ............................................. 67 Bertolini ........................................... 38 Brasilmaxi........................................ 43 Cargomax ........................................ 61 Célere................................................ 69 Ceva .................................................. 45 Clark ................................................. 39 Columbia......................................... 55 Consmetal ....................................... 75 Dachser Brasil ................................. 17 Datalogic.......................................... 35 DHL Supply Chain ........................ 73
Estrutezza......................................... 07 Exata Logística........................ 3ª capa GKO .................................................. 65 GR Júndiai ....................................... 60 IdéiaLog ........................................... 29 ILOS .................................................. 53 Jamef................................................. 23 JobLog .............................................. 79 Jungheinrich................................... 71 Linde................................................. 33 Log service ....................................... 42 Matra do Brasil ............................... 28 Michelin........................................... 49 Nautika............................................. 32 Otimis............................................... 21 Polar.................................................. 74 Rentank............................................ 48 Retrak................................................ 20
Robótica Transportes .................... 77 Sampa Logística ............................. 11 Savik .................................................. 12 Sealed Air ........................................ 70 Steelplastik ...................................... 64 Still .................................................... 15 Tecnologística Online...................... 80 Tegma ............................................... 09 TNT Mercúrio ......................... 4ª capa Top Flex ........................................... 24 Tópico............................................... 13 Total Express ................................... 05 Toyota ...................................... 2ª capa Travema ........................................... 10 VBR.................................................... 27 Vonder.............................................. 31
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