Revista Tecnologística - Ed. 186 Maio

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Modal Aéreo Algo de novo no ar?

Transporte aéreo dá agilidade e segurança às operações da Hermes Pardini Entrevista Tarcísio Gargioni: “Setor aéreo precisa da iniciativa privada”



SUMÁRIO MERCADO Veja todas as novidades do mercado brasileiro de logística nesta seção

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ENTREVISTA Tarcísio Gargioni, ex-vice-presidente e fundador da Gol, fala da evolução do transporte aéreo no país e da premente necessidade da participação da iniciativa privada nos projetos de modernização dos aeroportos para superar as deficiências do setor

AÉREO

POLI / CISLOG Artigo propõe alternativas para a distribuição de materiais para serviço de bordo de uma companhia aérea através análise de programação linear

CROSS-DOCKING Acompanhe aqui o vai e vem dos profissionais no movimentado mercado de logística brasileiro

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ILOS Pesquisa analisa os desafios e oportunidades para os compradores que adquirem bens e serviços em países emergentes, dado o crescimento da importância desses mercados no contexto econômico mundial

Divulgação

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Vários elos que compõem a cadeia do transporte aéreo brasileiro expõem à Tecnologística seu ponto de vista sobre como operá-lo de forma eficiente. Setor comemora o fato de o assunto estar na pauta de prioridades do Governo Federal

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AÉREO O novo presidente da Infraero, Antonio Gustavo Vale, fala dos desafios do novo posto e dos planos de investimento da empresa para os próximos anos para prover infraestrutura aeroportuária de qualidade para o Brasil

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AÉREO

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EVENTO Três importantes eventos ocorridos no mês de abril apresentaram novidades e mostraram a visão de futuro da cadeia de suprimentos: a CeMAT South America, a Intermodal e o Future.Log são os destaques da edição

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ARTIGO Dois professores do Departamento de Engenharia de Produção da FEI identificam, neste artigo, os principais processos de uma cadeia de suprimentos, suas atividades e objetivos que, uma vez bem desenhados, trazem grandes oportunidades

Parceria com a JadLog permite ao Hermes Pardini, um dos maiores laboratórios de análises clínicas do país, levar seus serviços a pontos remotos do país, com a agilidade do modal aéreo

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PRODUTOS Conheça os lançamentos e os principais produtos, serviços e sistemas voltados à logística

104 Capa: Carol Ermel Fotos: Istockphoto e Christian Leinz

AGENDA Os mais importantes cursos, seminários, feiras e demais eventos do setor de logística estão em nossa Agenda


EDITORIAL Publicare Editora Ltda. www.publicare.com.br

Diretores Shirley Simão shirley@publicare.com.br

Na pauta de prioridades

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inalmente, o Governo Federal parece ter acordado para a necessidade premente de otimizar o setor aeroportuário brasileiro que, mesmo sem a pressão da Copa do Mundo de 2014, já se encontra saturado faz tempo, tanto no setor de passageiros como no de cargas. Além da comemorada criação da Secretaria de Aviação Civil, órgão com status de ministério que irá centralizar as decisões sobre o setor, o governo parece disposto a passar parte das atividades à iniciativa privada. Atitude louvável, visto que outros setores já se beneficiaram dela – como o ferroviário, por exemplo – e que pode representar um grande avanço. Antenada há tempos com as prioridades e deficiências da infraestrutura brasileira, a Tecnologística traz esta edição voltada ao setor aéreo com opiniões de peso sobre o tema. Em duas entrevistas exclusivas, o novo presidente da Infraero, Antonio Gustavo Vale, e o ex-vice-presidente e um dos fundadores da Gol, Tarcísio Gargioni, dão seus pontos de vista sobre o situação. Na matéria de panorama geral do mercado, executivos dos vários elos que compõem a cadeia aérea no Brasil falam das dificuldades em sua área específica e dão sugestões de melhoria. A edição traz também um case prático de utilização do modal aéreo para um serviço essencial à população – os exames clínicos laboratoriais, que exigem rapidez, altíssima qualidade e grande capilaridade na captação e distribuição dos materiais; e até um artigo que propõe um modelo de rede logística alternativa para as compras internacionais de uma companhia aérea. Embora a mídia em geral dê mais atenção aos passageiros, todas as ações no sentido de melhorar o setor aéreo terão reflexos positivos também no segmento de cargas, que é essencial para determinados segmentos, como se vê nesta edição. Enfim, céu de brigadeiro para os leitores da Tecnologística, que mais uma vez ficam atualizados com as principais discussões que permeiam o mercado brasileiro e que tocam diretamente o supply chain das empresas. Boa leitura e até junho, com nossa edição de frigorificados. Shirley Simão

Jorge Roberto Simão jorge@publicare.com.br

Ano XVI - N.º 186 - Maio/2011 www.tecnologistica.com.br Redação, Administração e Publicidade Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar CEP: 04571-010 - São Paulo - SP

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ISSN 1678-8532

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Tiragem auditada pelo



MERCADO

SEP implementa política de gestão por resultados

Pedro Danthas

Secretaria firma parceria com o Senai a fim de atender a decreto presidencial

Porto de Natal receberá R$ 2milhões para projeto-piloto

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Secretaria Especial de Portos (SEP), com o intuito de atender ao Decreto Presidencial n° 6.413, publicado no último dia 25 de março e que determina a gestão por resultados das Companhias Docas, definiu algumas políticas para o setor portuário visando o trabalhador e o trato com as questões ambientais e ocupacionais ligadas às Docas. Para dar início ao cumprimento do decreto, a SEP informa que irá firmar uma parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Santa Catarina – instituição parceira da Secretaria –, com intenção de implementar o projeto-piloto desse tipo de gestão na Companhia Docas do Rio

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Grande do Norte (Codern). O valor investido pelo Governo Federal será de R$ 2 milhões e servirá para realizar um primeiro levantamento. Essa parceria tem como foco principal promover a reorganização estratégica de gestão e de processos internos de 18 portos marítimos administrados pela SEP. A expectativa é de que dentro dos próximos anos as melhorias já sejam percebidas em pontos como valores de tarifas e melhoria da movimentação das cargas. O coordenador-geral de Avaliação de Desempenho da SEP, Jorge Ernesto Sanchéz Ruiz, explica que o Governo Federal entende que existem áreas-chave que devem ser aprimoradas, dentre elas a política de cargos e salários de

funcionários e as tarifas praticadas pelos portos. “O sistema de cobranças tarifárias tem sido reajustado por inércia ao longo do tempo, mas sem vincular os custos de uma atividade ao que se cobra das empresas. Com a revisão dos valores, teremos tarifas baseadas em custos mais razoáveis e eficientes”, diz. De acordo com Ruiz, as melhorias serão perceptíveis também na movimentação de cargas e circulação de veículos nos arredores dos portos. “Com a gestão do tráfego interno e externo, certamente haverá maior agilidade nesses portos”, garante. A parceria com o Senai/ SC prevê o diagnóstico da situação atual dos portos, a formulação do planejamento estratégico, mapeamento de processos, implantação de Balanced Scorecard, estruturação de plano de cargos e salários, refinamento da gestão financeira e de custos, estruturação de programa de avaliação de desempenho, elaboração de plano de treinamento e desenvolvimento e sistema de gestão integrado. A parceria terá duração de 36 meses e envolverá colaboradores das unidades do Senai em Blumenau, Itajaí, Criciúma e Joinville, além da unidade de Florianópolis, que vai coordenar o programa. SEP: (61) 3411-3765



MERCADO

Algodão brasileiro será identificado por código de barras Iniciativa possibilitará total rastreamento do produto, facilitando as exportações

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De acordo com o executivo, o sistema também potencializará ainda mais as oportunidades de expansão dos negócios do setor, que vive uma importante recuperação econômica desde os anos 1990. Segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a produtividade da lavoura de algodão cresceu 90% nos últimos 12 anos, passando de 750 kg/ha para 1.487 kg/ha, uma das mais altas do mundo. A área plantada dobrou, chegando a 1,07 milhão de hectares na última safra. A produção total triplicou, atingindo um volume de pluma superior a 1,6 milhão de toneladas. A expectativa é de exportar 700 mil toneladas em 2011, o que faria com que o Brasil assumisse a terceira posição entre os maiores exportadores de algodão do mundo. Com o estímulo dos preStock.XCHNG

om o objetivo de obter o total rastreamento de aproximadamente dois milhões de toneladas de algodão, as usinas de beneficiamento fornecerão, já a partir da safra 2010/2011, fardos identificados com o sistema de código de barras GS1 Brasil – Associação Brasileira de Automação, possibilitando a transmissão de informações importantes da commodity ao longo de toda a cadeia logística. Segundo o assessor de Soluções de Negócios da entidade no Brasil, Marcelo Sá, além de criar uma identificação única e global, a adoção do código de barras permitirá acompanhar a trajetória do algodão desde a usina até o comprador. “Vale ressaltar que o uso do padrão também facilitará as exportações do produto, já que ele é amplamente utilizado em todo o mundo”, salienta Sá.

Identificação rastreará produto desde a usina até o comprador 8 - Revista Tecnologística - Maio/2011

ços, na próxima safra o Brasil também deve ter a maior área de algodão em 19 anos. Mais de 45% do 1,8 milhão de toneladas que devem ser produzidas já foram vendidas. Na opinião de Márcio Portocarrero, diretor executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), a demanda mundial por fibra de algodão encontra no Brasil sua nova frente de matéria-prima. “Ganhamos credibilidade como fornecedores constantes e confiáveis”, considera o diretor. A organização, que irá trabalhar em parceria com a GS1, representa 96% de toda a área plantada, 99% da produção e 100% da exportação de algodão do país. A decisão de aderir ao padrão de identificação da GS1 veio para garantir maior confiabilidade ao Sistema Abrapa de Identificação (SAI). Portocarrero acrescenta que, para garantir a fluidez da cadeia algodoeira, a organização também modificou o sistema de impressão de etiquetas, eliminando a inserção manual dos dados por parte da gráfica. “O objetivo é suprimir erros humanos no lançamento das informações que são impressas na etiqueta, bem como aumentar a confiabilidade da impressão e do rastreamento por meio de leitura de código de barras”, explica. Já a avaliação técnica da qualidade de impressão das etiquetas que levam o código de barras ficará por conta da GS1. “Com impressão adequada, há garantia de 100% de leitura dos códigos, o que proporciona agilidade nos processos logísticos do algodão”, complementa Marcelo Sá. Abrapa: (61) 2109-1606 GS1: (11) 3068-6229


Gefco assina contrato de aquisição de grupo italiano Compra de 70% do grupo Mercurio vai acelerar o desenvolvimento da empresa na logística outbound automotiva

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Divulgação

Gefco, empresa pertencente 100% ao Grupo PSA Peugeot Citroën, assinou com os fundos italianos Venice, controlado pela Palladio Finanziaria, e RP3 um contrato para adquirir 70% do grupo italiano Mercurio, um dos principais players de transporte e distribuição de veículos na Itália e no mundo. A Mercurio é uma empresa amplamente diversificada no mercado internacional, notaFaturamento da empresa cresceu 16% em damente nas zonas de forte relação a 2009 crescimento do Mercosul, da Índia, do Sudeste da Ásia e da Europa terior à crise econômica. A companhia Central, e o seu volume de negócios, em atribui a recuperação a três principais fatores convergentes realizados no ano 2010, chegou a 127 milhões de euros. Essa aquisição permitirá à Gefco, líder de 2010: uma gestão rigorosa das comeuropeu do transporte e logística, acele- pras e das despesas operacionais; trabarar o seu desenvolvimento na logística lhos contínuos por parte das forças de outbound automotiva e prosseguir na vendas em mercados prioritários; e uma diversificação da sua carteira de clientes recuperação dos mercados automobilíse no seu desenvolvimento internacional. ticos devido à intervenção do governo. De acordo com a Gefco, 77% do Sinergias substanciais com a Mercurio permitirão à Gefco, igualmente, reforçar crescimento obtido no faturamento de a competitividade da sua rede europeia. 2010 ocorreram fora da França, confirmando as intenções de priorizar o O valor da negociação não foi revelado. desenvolvimento internacional em reCrescimento depois da crise giões geográficas de rápido crescimento. Houve aumento de 63% na AmériO Grupo Gefco divulgou que, no ca do Sul, de 38% na Europa Central e ano de 2010, obteve faturamento de Oriental e de 41% nos países do Magre3,351 bilhões de euros no ano, um be (região africana que abrange o Maraumento de 16% em relação a 2009. rocos, o Sahara Ocidental, a Argélia e a O lucro operacional chegou a 198 mi- Tunísia) e na China. Em 2010, o grupo lhões de euros, o equivalente a 5,9% ainda expandiu suas atividades para a do faturamento. Bulgária e para o Cazaquistão. Com o resultado, o grupo restabeGefco: (21) 2103-8100 leceu seu patamar de faturamento an-


MERCADO

Rapidão Cometa amplia centros de manutenção Voltados para o segmento de informática, centros realizam logística reversa para reparos de equipamentos

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operador logístico Rapidão Cometa anunciou, no final de março, investimentos de R$ 2 milhões na expansão de seus centros de manutenção e reparos voltados para o segmento de informática. Os investimentos seguirão o modelo já adotado anteriormente nos segmentos de meios de pagamentos e telefonia, e envolvem melhoras nos processos de gestão e planejamento de estoques, triagem, configuração, reparos, montagem de kits, gestão de pedidos e logística reversa, entre outras operações.

“Estes segmentos necessitam de operações ágeis, seguras e eficientes. Como cada cliente possui sua particularidade, desenvolvemos soluções customizadas”, explica o diretor de Logística do Rapidão Cometa, Celso Queiroz. No caso dos produtos de informática, por exemplo, a logística de assistência técnica é um dos focos da companhia. Neste tipo de operação, os produtos em garantia podem ser entregues em pontos previamente definidos ou o consumidor pode optar pela retirada do equipamento defeituoso em qualquer local de sua preferência.

O investimento deve se concentrar em infraestrutura e treinamento nos centros de Barueri (SP) e Rio de Janeiro e também na abertura de duas novas unidades no Sul e no Nordeste. “Estamos melhorando o modelo, aproveitando a estrutura e experiência já existentes”, explica Queiroz, que indica o crescimento pela procura de serviços em informática como justificativa para os investimentos. O Rapidão Cometa possui cerca de oito mil funcionários em 42 filiais em todos os estados brasileiros, que realizam um volume superior a 12 milhões de entregas anuais. No ano passado, a companhia registrou um faturamento bruto de R$ 864 milhões, crescimento de 22% em relação a 2009.

Rapidão Cometa: (11) 2463-7365

DHL investe no segmento de Life Science e Healthcare Companhia abrirá centros de excelência e promoverá treinamentos

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DHL Global Forwarding programa, para este ano, reforçar seus investimentos no setor de Life Science e Healthcare. A companhia informa que irá inaugurar 20 centros de competência direcionados à movimentação de produtos do segmento e promoverá sessões de treinamento em alguns países da América Latina – Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, Costa Rica, Peru, Panamá, México e Venezuela. Os treinamentos serão direcionados a novos funcionários que trabalham direta ou indiretamente com produtos farmacêuticos, além de servirem como reciclagem para os

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colaboradores mais experientes. Vale mencionar que os clientes da indústria farmacêutica também poderão participar de alguns dos treinamentos. A empresa conta, atualmente, com 17 centros de Life Science em todo o mundo com o objetivo de proteger e garantir a qualidade e a integridade dos produtos. Eles são projetados para prover um ambiente de qualidade controlada especificamente para embarques de produtos farmacêuticos, de biotecnologia e equipamentos médicos. A companhia fornece rastreamento dos embarques, serviços de embalagem especial para a cadeia do frio,

coordenação por equipe experiente e armazenagem em temperatura controlada, entre outros serviços. Segundo o presidente de Life Science e Healthcare, Angelos Orfanos, a empresa entende que desempenha um papel fundamental para garantir que os produtos médicos dos clientes sejam protegidos, entregues intactos e seguros para uso e consumo. “É por isso que temos quatro mil profissionais dedicados a este setor e estamos planejando aumentar o número de centros de competência para 37 até o final deste ano”, diz. DHL Global Forwarding: (21) 3543-2800



MERCADO

Rumo e São Martinho anunciam nova fase de acordo para transporte de açúcar Rumo também divulga parceria com a Coopercitrus para operações com açúcar

Terminal em Barretos A Rumo Logística anunciou ainda um acordo, assinado no mês de feve12 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Divulgação

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acordo de serviços logísticos para armazenagem, transbordo e transporte de açúcar firmado entre as empresas Rumo Logística – braço logístico da Cosan – e a produtora de açúcar e etanol São Martinho, em março de 2010 (veja em www.tecnologistica. com.br), entrou em sua segunda fase, de acordo com anúncio das companhias. A nova etapa, que entra em vigor a partir da safra 2011/2012 e se estende até a safra 2019/2020, prevê investimentos de R$ 30 milhões da São Martinho para a construção, em sua unidade localizada em Pradópolis (SP), de um armazém com capacidade para 60 mil toneladas de açúcar, além da modernização do ramal ferroviário de acesso à usina, elevando a capacidade de transbordo para a ferrovia para até dois milhões de toneladas de açúcar por ano, sendo até 650 mil toneladas da própria São Martinho. A partir da safra 2012/2013, a Rumo e a São Martinho incrementarão os serviços de transbordo e passarão a oferecer armazenagem a terceiros. “O interesse da Rumo é revolucionar a exportação de açúcar no Brasil, desenvolvendo processos mais eficientes e com menor custo”, diz Julio Fontana Neto, presidente da Rumo Logística. Para Fábio Venturelli, presidente do Grupo São Martinho, avançar para a segunda fase do projeto é uma prova do sucesso da parceria. “Isso reforça um dos nossos grandes diferenciais competitivos, que é a logística”, comemora o executivo.

Ramal ferroviário será modernizado, elevando a capacidade para até dois milhões de t

reiro, com a Cooperativa dos Cafeicultores e Citricultores de São Paulo (Coopercitrus) para a formação de uma empresa que explorará o terminal da cooperativa em Barretos (SP). O contrato prevê a constituição de uma nova empresa, a Terminal de Barretos, com participação de 50% de cada uma das organizações envolvidas. A Rumo oferecerá sua estrutura para o transporte ferroviário de açúcar do terminal de Barretos até o Porto de Santos. Já a Coopercitrus oferecerá a estrutura do seu terminal de cargas, que conta com uma capacidade estática para armazenagem de 130 mil toneladas de açúcar ou grãos. O Terminal de Barretos possui estruturas segregadas de recebimento e expedição, ambas aptas a operar com os modais rodoviário e ferroviário.

Sua concepção permite uma operação ferroviária com carregamentos diários de trens de até 85 vagões e capacidade de movimentação mensal que pode atingir 200 mil t de mercadorias. Com investimentos em ativos ferroviários na região, a companhia espera oferecer serviços para o transbordo e transporte de açúcar para o atendimento a um dos principais polos açucareiros do Brasil. O município de Barretos é hoje um dos maiores produtores de cana-de-açúcar do Brasil, com uma área cultivada de aproximadamente 65 mil hectares, segundo levantamento da Associação Comercial e Industrial de Barretos (ACIB). Coopercitrus: (17) 3321-2700 Grupo São Martinho: (11) 2105-4100 Rumo Logística: (19) 3403-2000



Superporto Sudeste terá capacidade de movimentação ampliada Compra de área adjacente ao pátio de estocagem viabilizou expansão para cem milhões de toneladas

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PortX Operações Portuárias – pertencente à LLX, do Grupo EBX –, detentora do Superporto Sudeste, localizado na Ilha da Madeira, no município de Itaguaí (RJ), e responsável por sua construção e operação, anunciou o início do processo de expansão da capacidade de movimentação do terminal, que passará de 50 milhões de toneladas de minério de ferro por ano para cem milhões de t por ano. A construção de um terminal de estocagem duas vezes maior que o previsto inicialmente foi viabilizada pela compra, em dezembro de 2010, de uma área de 150 mil m² adjacente ao seu pátio de estocagem de minério de ferro. Em ritmo acelerado, a ampliação do Superporto está sendo realizada em três frentes simultâneas: a construção de dois pátios de estocagem para minério de ferro, túnel de ligação e estrutura offshore. Um dos grandes desafios do empreendimento é a construção do túnel que vai ligar os pátios de estocagem à estrutura offshore. Já foram escavados cerca de 600 m dos 1.740 m de extensão total do túnel e o ritmo da obra foi duplicado com o início de uma segunda frente de escavação. A dragagem da bacia de evolução e do canal de acesso no canteiro offshore foi iniciada, além do estaqueamento da ponte de acesso. A montagem dos equipamentos, como viradores de vagões e carregadores de navio, já foi contratada com as empresas Thyssen Krupp e ZPMC e está programada para o primeiro semestre de 2012. Depois da conclusão das obras, o Superporto Sudeste terá profundidade

de 21 m e retroárea de 52 hectares, e servirá para escoar a produção das minas da MMX Mineração e Metálicos S.A. – outra empresa do Grupo EBX –, além de outros produtores de minério de diversas áreas de Minas Gerais. O empreendimento terá capacidade para receber navios de grande calado, como os do tipo Capesize, e sua localização representa a menor distância entre os produtores de minério de ferro do quadrilátero ferrífero mineiro e o oceano. O diretor-presidente da PortX, Otavio Lazcano, considera que, com capacidade expandida para cem milhões de toneladas por ano, o Superporto Sudeste será o maior e mais eficiente terminal privativo de minério de ferro da Baía de Sepetiba. “Ele será fundamental para alavancar a capacidade da MMX de embarcar minério de ferro e de consolidar ativos em Minas Gerais”, destacou. Na avaliação do presidente da MMX, Roger Downey, o empreendimento é a chave para a expansão da companhia. “A logística é um dos principais componentes de um negócio de minério de ferro. O Superporto Sudeste é o catalisador do nosso crescimento para 46 milhões de toneladas por ano. A MMX será a única empresa da região de Serra Azul (MG) com logística totalmente integrada, o que aumenta ainda mais nossa competitividade”, ressaltou. Até o final das obras, previsto para o início de 2012, terão sido investidos aproximadamente R$ 1,8 bilhão no empreendimento. LLX: (21) 2555-5660



MERCADO

Katoen Natie constrói novo armazém em Paulínia Multinacional belga lança pedra fundamental de nova área em seu centro multimodal, com inauguração prevista para novembro

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Klönhammer. Com a nova estrutura, o CDM Paulínia passará a contar com mais de 50 mil m2 de área construída, num terreno que totaliza 750 mil m2. Com pé direito de 11 metros e capacidade dinâmica para 400 mil t/ano de produtos do setor petroquímico, ou 16 mil posições-palete, o novo armazém funcionará como os demais do CDM, armazenando e expedindo tanto produtos paletizados quanto a granel, em sacarias e big bags. A proporção de cada um dependerá do cliente que irá ocupar a nova área. A cerimônia de lançamento contou com a presença de Kris Peeters, ministro presidente da região autônoma de Flandres (Bélgica), berço da Katoen, além de autoridades dos portos da região e representantes da prefeitura de Paulínia. Atualmente, a Katoen Natie é o maior investidor belga no Brasil do setor de logística e transportes e é responsável por 60% da movimentação de mercadorias no porto belga de Antuérpia.

Lucas Barcellos

Katoen Natie, multinacional belga que atua há 14 anos no país, promoveu no início de abril, em seu Centro de Distribuição Multimodal (CDM), em Paulínia (SP), o lançamento da pedra fundamental do novo armazém do complexo, que também conta com 24 silos para granéis, com capacidade para 250 m3 cada, e área para contêineres, com capacidade estática para quatro mil TEUs. A nova estrutura consumirá um investimento total de R$ 27 milhões, contando com obra civil, tecnologia e equipamentos de movimentação e armazenagem. Na primeira fase do projeto de expansão, com previsão de inauguração para o próximo mês de novembro, o armazém terá 16 mil m2 de área construída, com possibilidade de ampliação em mais 11 mil m2 na segunda fase. Ainda sem previsão, esta segunda expansão irá depender da velocidade de ocupação do primeiro armazém, segundo declarou o diretorpresidente da Katoen Natie no Brasil, Eric

Eric Klönhammer e Kris Peeters no lançamento da pedra fundamental do novo armazém 16 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Multiclientes De acordo com Klönhammer, o armazém não será construído visando um cliente em particular, mas sim para dar maior capacidade de atendimento à carteira atual, cujo volume de operações vem aumentando. “Isto está dentro de nossa estratégia, de crescer acompanhando a evolução de nossos clientes. Mas é claro que, havendo mais área disponível, teremos possibilidade de trazer novas empresas.” Atualmente, o setor petroquímico é o mais importante para a Katoen, representando cerca de 65% de seus negócios, mas a empresa investe em novos segmentos, como o eletroeletrônico, de bens de consumo e automotivo. O CDM Paulínia possui, por exemplo, uma área de dois mil m2 para a Volvo Cars, sendo responsável pela armazenagem e distribuição de peças de reposição a todas as concessionárias da marca no país. Além de Paulínia, a empresa possui outras duas estruturas multimodais próprias, em Araucária (PR) e Pindamonhangaba (SP), além de operar 32 plataformas logísticas em operações on-site (dentro da estrutura do cliente) em seis estados brasileiros. Paulínia destaca-se pela localização. O CDM está próximo ao aeroporto de Viracopos, tem acesso às principais rodovias paulistas, além do Rodoanel, e possui um ramal ferroviário de bitola mista que se interliga às linhas de três concessionárias (FCA, MRS e ALL), dando acesso direto ao Porto de Santos. O ramal pode receber até duas composições de 65 TEUs.


Além disso, a unidade de Paulínia já tem um Redex pronto, aguardando apenas a autorização da Receita Federal, previsto para entrar em funcionamento em cerca de 50 dias. “Com ele, a logística ficará ainda mais ágil, pois as cargas já descerão para Santos com toda a documentação aprovada”, destaca Miriam Korn, diretora de Negócios da Katoen Natie. Ela afirma que, embora não esteja investindo em novos silos no momento, a empresa acredita muito na logística de granel e pretende ampliar esta área no médio prazo. “Embora tenha um frete mais caro, pela dificuldade de carga de retorno, o granel dá 30% a mais de capacidade no transporte em relação ao ensacado. Isto também possibilita ao cliente trazer e armazenar o produto a granel, fazendo o ensacamento e a distribuição

de acordo com a demanda, o que é vantajoso para ele”, destaca a diretora. A Katoen possui, em Paulínia, uma linha de ensacamento e paletização.

Projetos de engenharia Além das operações de logística integrada, a Katoen Natie atua também na área de engenharia, na construção de plataformas logísticas e fábricas em regime “turn-key”. O grupo possui internacionalmente uma empresa independente, chamada J-Tec, voltada exclusivamente para essas atividades. Embora esta empresa não esteja formalmente presente no Brasil, a Katoen já construiu aqui plataformas logísticas para as novas fábricas da Braskem em Mauá e Duque de Caxias (RJ). Ela

também foi responsável pela construção de uma planta do grupo Basell, em Pindamonhangaba (SP), e está envolvida na construção de uma área de recepção e dosagem de matéria-prima da fabricante de alimentos belga Puratos, em Guarulhos, na Grande São Paulo. “A Katoen não é uma empresa de construção, então trabalhamos com parceiros nesta área, que são contratados através de BIDs. Mas sempre estamos envolvidos diretamente na condução dos projetos”, explica o diretor-presidente, acrescentando que estes projetos de engenharia não estão necessariamente vinculados aos serviços logísticos, e depois de prontas as plantas podem ser ou não operadas pela Katoen Natie. Katoen Natie: (19) 2116-1550


SP ganhará novos condomínios logísticos Empreendimentos terão parceria da NTC&Logística

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Alcântara Administradora de Bens e a Souza & Santos Empreendimentos e Participações, em parceria com a NTC&Logística, lançaram, em março, dois centros logísticos multiclientes, o Terminal Regional de Cargas (TRC) e o Terminal de Cargas Leste (TCL). Ao todo, o TRC demandará investimentos de R$ 110 milhões e o TCL, de R$ 89 milhões. Segundo o assessor da NTC&Logística, Marcelo Marques da Rocha, o papel da entidade neste momento é o de lançar os empreendimentos junto a seus associados. Depois disso, assim que estiverem em operação, a entidade será responsável pela gestão e administração dos terminais. O executivo diz, porém, que ainda não foi definido se os profissionais que irão administrar os terminais serão próprios, contratados ou terceirizados. O TRC possui uma área total de 780 mil m², sendo 350 mil m² de área de estocagem, e está localizado no km 100 da Rodovia dos Bandeirantes, no município de Hortolândia. O local concentra o polo industrial de alta tecnologia do estado de São Paulo. O empreendimento será dividido em cinco condomínios denominados Celog. O primeiro foi dividido em 95 armazéns modulares, num total de 159.576 m²; o segundo possui uma área de armazenagem de 63.600 m², com módulos a partir de 500 m²; o terceiro tem 50.400 m² com galpões a partir de 7.200 m²; o quarto tem 73 mil m², sendo 32.100 m² contínuos para built to suit; e o Celog 5 conta com 47.600 m² de área total de armazenagem. O cronograma de operações já está definido. “Em abril começamos as operações do Celog 1”, diz Alexandre Dan-

tas, diretor Técnico da Souza & Santos. Os próximos a funcionar serão o Celog 2 e o 4, em março do próximo ano. Os últimos a iniciar a operação serão o Celog 3, dentro de 24 meses, e o 5, em 36 meses.

Ponto de apoio A outra novidade fica por conta do TCL. Localizado próximo ao futuro trecho Leste do Rodoanel, o empreendimento ocupa uma área total de 370 mil m² e terá seis armazéns, num total de 120 mil m² de área de armazenagem. “Uma característica importante é que quase dois terços da área estarão disponíveis para um pátio de carretas. Há a possibilidade de operar com 1.200 veículos ao mesmo tempo”, ressalta Dantas. A previsão é que o TCL comece a operar dentro de doze meses com dois armazéns. Em 36 meses todas as estruturas de estocagem devem estar em pleno funcionamento. O executivo não divulga datas e investimentos, mas revela que ainda existe a possibilidade de inaugurar, numa área ao lado do empreendimento, um pátio para contêineres. As iniciativas não param. De acordo com o diretor Técnico da Souza & Santos Empreendimentos e Participações, estão previstos lançamentos similares nos municípios de Santos (SP) e São José dos Campos (SP), além de um no trecho Oeste do Rodoanel. “A meta é começar a conceber estes empreendimentos no próximo ano”, diz. NTC&Logística: (11) 2632-1500 Souza & Santos: (11) 2203-5055 Alcântara Administradora de Bens: (11) 2453-6100



MERCADO

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Grupo Binotto, por meio do Banco Mercedes-Benz, investiu R$ 16 milhões para a aquisição de 50 caminhões modelo Axor 3344S. Os veículos serão utilizados na operação da empresa nas áreas de bioenergia e florestal. A compra, que teve 100% do valor financiado, utilizou a modalidade BNDES Finame TJLP e tem prazo de pagamento de 54 meses. Além destas unidades Axor, a Binotto pretende adquirir, nos próximos meses, mais 50 caminhões, totalizando cem veículos novos para a ampliação de sua frota. Após a ampliação, a empresa dará início à renovação de mais de 30% de sua frota. Segundo o CEO do Grupo Binotto, Marcos Antonio Haddad, a iniciativa de adquirir novos veículos é de extrema importância para a companhia, pois aumenta a competitividade, atendendo às necessidades de crescimento nos diversos segmentos nos quais atua. Já o diretor Comercial do Banco Mercedes-Benz, Angel Martínez, lembra que esta foi a primeira operação fechada pelo banco junto à Binotto. “A ação com a empresa mostra o sucesso de nossos produtos financeiros, a rapidez nos negócios e a preocupação em sempre oferecer atrativos para conquistar o cliente”, resume. Banco Mercedes-Benz: 0800 7228499 Binotto: (11) 2303-1009

20 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Companhia distribuirá marca belga e oferecerá serviços e peças para equipamentos nacionais

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Tailtec Equipamentos Hidráulicos, companhia que iniciou sua atuação no último mês de fevereiro, traz para o mercado as plataformas elevatórias da marca belga Dhollandia. Ao todo, a empresa distribuirá cerca de 50 diferentes modelos da fabricante europeia. De acordo com o diretor da Tailtec, Edison Salgueiro, a empresa atua no segmento de equipamentos com mais tecnologia embarcada. O executivo destaEmpresa distribuirá cerca de 50 modelos ca os diferenciais das máquinas da Dhollandia belgas. Os equipamentos são construídos de alumínio, com comando “Também forneceremos a linha compleremoto, possuem nivelamento automá- ta de peças de reposição para outras martico ao nível do solo, pintura a pó tipo cas comercializadas no Brasil”, garante. Salgueiro conta que a empresa atuaKTL – resistente à corrosão – e cilindros hidráulicos. Além disso, são equipados rá na cidade de São Paulo e Região Mecom válvulas elétricas de segurança em tropolitana, num raio de até cem km. “Nosso público-alvo serão, entre outodos os cilindros hidráulicos. O diretor anuncia que a ênfase é tras, empresas de transporte, logística para o equipamento para distribuição e distribuição”, diz. A expectativa é positiva. “Projetade carga paletizada, com mesa de 2.400 x 1.800 mm, capacidade de carga de mos terminar o segundo ano de ope2.500 kg e centro de carga a 1.000 mm rações com uma participação de 40% para instalação em caminhões com em nosso segmento, com faturamento PBT acima de 11.000 kg. A companhia anual de US$ 3 milhões”, revela. Em enfatiza, ainda, o modelo para veícu- cinco anos, adianta, o objetivo é alcanlos leves de distribuição urbana, que çar 60% de participação no mercado. possui uma plataforma com capacida- O otimismo vem ao encontro dos núde de carga de até 1.000 kg e mesa em meros do setor. Dados anunciados por alumínio, aumentando a capacidade Salgueiro dão conta de que, hoje, são colocadas no mercado, por ano, cerca de carga líquida do veiculo. Além de distribuir os equipamentos de 3.500 unidades de plataformas eleda Dhollandia, a Tailtec oferece serviços vatórias, e a tendência é de que o crescide manutenção para todas as marcas e mento anual, de 30%, se mantenha. modelos de plataformas elevatórias de Tailtec: (11) 3686-8669 cargas veiculares produzidas no Brasil. Divulgação

Binotto amplia a frota

Tailtec chega ao mercado de plataformas elevatórias


Sistema Brasil-ID pretende estabelecer padrões para identificação de produtos em todo o país Projeto-piloto abrange 16 estados brasileiros

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Centro de Pesquisas Avançadas Wernher von Braun e o Encontro Nacional dos Administradores Tributários (Encat) apresentaram no dia 30 de março, em São Paulo, dados a respeito do projeto-piloto para a implementação do Sistema de Identificação, Rastreamento e Autenticação de Mercadorias, o Brasil-ID. O piloto prevê a utilização do sistema em corredores rodoviários que passam por 16 estados brasileiros, utilizando dezenas de empresas nos vários estágios da cadeia logística e em alguns segmentos mercantis, e visa estabelecer uma base de testes com rotas e operadores de grande porte. O Governo Federal realizou investimentos de mais de R$ 20 milhões na implementação do projeto e no desenvolvimento da tecnologia utilizada no sistema, com o intuito de estimular a independência tecnológica nacional. O Brasil-ID é um sistema, baseado na tecnologia de Identificação por Radiofrequência (RFID) e em tecnologias associadas de telecomunicação, que tem como objetivo definir um padrão comum para o rastreamento e a autenticação de todo o tipo de produto em circulação pelo país, por meio de chips identificadores implantados na própria mercadoria e em documentos. “Trata-se de uma extensão da Nota Fiscal Eletrônica”, diz Dario Thober, diretor do Centro de Pesquisas Avançadas Wernher von Braun.

“Ele vai diminuir a importação das tecnologias de identificação e valorizar os aplicativos nacionais de logística, de risco, de tecnologia da informação, de business intelligence, etc., que passam a receber acreditação dos órgãos fiscais brasileiros”, completa o executivo. Segundo Thober, o sistema oferecerá maior segurança ao transporte de mercadorias, possibilitando uma fiscalização mais ágil de cargas (inclusive as lacradas). O Brasil-ID poderá identificar também a Carteira Nacional de Habilitação (CNH) do condutor do veículo, as notas fiscais em toda a cadeia de distribuição, além das mais diversas informações gravadas ao longo do ciclo de vida dos produtos. Será possível coletar, por exemplo, informações a respeito de tentativas de fraude, desvios, roubos, custos e tempo de trajeto. O projeto, organizado pelas Secretarias de Fazenda dos Estados da União, pela Receita Federal e pelo Ministério da Ciência e Tecnologia, conta ainda com o apoio de organizações como a GS1 Brasil – associação responsável pela padronização de processos de logística e rastreabilidade na cadeia de suprimentos e demanda – e a Pamcary, companhia especializada em segurança no transporte de carga e no gerenciamento de riscos.

Brasil-ID: (19) 3262-2207


MERCADO

Balanços do setor Companhias do setor de transporte e logística continuam apresentando seus bons resultados atingidos durante o ano de 2010 Balanço portuário brasileiro registra recorde em 2010 A Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) levantou que os portos e terminais de uso privativo (TUP) movimentaram 833 milhões de toneladas em 2010, resultado que é 8,53% maior que o recorde anterior, de 2008, quando foram movimentados 768 milhões de t, e 13,7% maior que em 2009, quando circularam pelas instalações portuárias brasileiras 733 milhões de t. O crescimento superou as expectativas da Agência que, no balanço do segundo trimestre, chegou a estimar um volume de 760 milhões de t para 2010. “Contudo, o excelente desempenho das commodities, em especial do minério de ferro, superou as previsões mais otimistas”, explicou o diretor-geral da Agência, Fernando Fialho. Ele explica que o minério de ferro respondeu por cerca de 38% do total de cargas transacionadas pelas instalações portuárias brasileiras, registrando 311 milhões de t e um crescimento de 16,1% em relação a 2009. E, assim como no total geral de cargas, o ano de 2010 apresentou-se como o de maior tonelagem movimentada da série histórica de minério de ferro, situando-se 11% acima do antigo recorde, também alcançado em 2008. “A recuperação econômica de importantes parceiros comerciais, como o Japão e a Alemanha, foi determinante para a elevação da tonelagem de minério”, acrescenta Fialho. De acordo com ele, o ano de 2011 deverá ser marcado por novos recordes na movimentação de carga, impulsionados pelo bom momento eco22 - Revista Tecnologística - Maio/2011

nômico. “A demanda interna deverá contribuir para a elevação do volume”, aponta o diretor-geral. No ano passado, foram movimentados 505 milhões de t de granel sólido, o que representou 60,67% do total no período. Por sua vez, foram operados 208 milhões de t de granel líquido (25% do total) e 119 milhões de t de carga geral (14,34% do total). O volume de granéis sólidos cresceu 16,84% em relação a 2009, quando foram registradas 433 milhões de t; e 9,93% em relação a 2008, quando circularam pelos portos e terminais brasileiros 460 milhões de t. O movimento de granel líquido cresceu 5,32% em relação a 2009, que apontou 198 milhões de t, e 6,55% em comparação a 2008, quando os portos e terminais brasileiros movimentaram 195 milhões de t desse tipo de carga.

Ranking dos portos A participação dos portos organizados e terminais de uso privativo na movimentação total de mercadorias do Brasil foi de, respectivamente, 288,8 e 545,1 milhões de t. A circulação de cargas nos TUP atingiu 65,4% do total brasileiro, percentual que vem crescendo nos últimos três anos, devido ao aumento da quantidade de terminais, aos altos investimentos privados e, também, ao crescimento da movimentação das principais commodities nas quais esses terminais são especializados. No topo do ranking dos portos e terminais com maior volume de cargas no ano passado está o da Vale, em Tubarão (ES), com 107 milhões de t (12,92% do total), seguido do TUP de Ponta da Madeira, no Maranhão, com 96 milhões de t (11,56% do total). O

Porto de Santos (SP), com 85 milhões de t (10,24% do total), ocupa a terceira posição, à frente do Porto de Itaguaí (RJ), com 52 milhões de t (6,33% da movimentação total). Na sequência, vêm os TUP Almirante Barroso (SP), com 47 milhões de t (5,64% do total); Almirante Maximiano da Fonseca (RJ), com 39 milhões de t (4,75% do total); e MBR (RJ), com 37 milhões de t (4,52% do total). O Porto de Paranaguá (PR) aparece na oitava posição, com 34 milhões de t (4,12% do total), seguido dos terminais de Ponta de Ubu (ES), com 23 milhões de t (2,76% do total), e Madre de Deus, na Bahia, com 20 milhões de t (2,43% do total). Em relação à movimentação de carga geral, que compreende os produtos de maior valor agregado, a predominância é dos portos públicos. Em 2010, a primeira posição foi ocupada, mais uma vez, pelo Porto de Santos, com 34 milhões de t (57,26% do total); seguido de Rio Grande (RS), com 7,5 milhões de t; de Paranaguá (PR), com 5,9 milhões de t; do Porto do Rio de Janeiro (RJ), com 5,6 milhões de t; e de Vitória (ES), com 4,7 milhões de t. (61) 2029-6500

Wilson, Sons apresenta recorde na movimentação A Wilson, Sons divulgou, no dia 25 de março, os resultados relativos ao faturamento do ano de 2010, em que a companhia obteve uma receita anual de US$ 575,6 milhões, número que representa um crescimento de 20,4% na comparação com 2009, quando foram registrados US$ 477,9 milhões. A movimentação anual apresentou recorde de 928,7 mil TEUs, registrando


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crescimento de 4,6% em relação a 2009 – que registrou 888,3 mil TEUs –, apesar do impacto negativo da valorização do real em 2010. O Ebitda anual foi de US$ 121,4 milhões, queda de 5,4% em relação a 2009 (US$ 128,4 milhões). A Wilson, Sons realizou, ainda no ano de 2010, investimentos de US$ 190,3 milhões em projetos de expansão da frota de navios de apoio offshore e rebocadores, na aquisição de novos equipamentos no Tecon Rio Grande (RS) e em obras de expansão do Estaleiro Guarujá (SP) e do Tecon Salvador (BA). “A companhia ratificou o seu empenho com o desenvolvimento da infraestrutura portuária, marítima e logística do Brasil, sempre com o intuito de atender à demanda de nossos clientes e conquistar as inerentes oportunidades nas áreas de comércio internacional, petróleo e gás e economia doméstica brasileira”, afirma Cezar Baião, CEO das Operações no Brasil. Na área de logística, a Wilson, Sons obteve uma receita líquida de US$ 102,4 milhões, acréscimo de 35,2% sobre os US$ 75,8 milhões registrados em 2009, impulsionada pela valorização do real, que aqueceu as importações, e pelo aquecimento da indústria brasileira, que impactou positivamente no transporte de contêineres.

Brasco A Wilson, Sons registrou, ainda, uma evolução de 84,2% na receita anual da Brasco, companhia especializada no apoio logístico integrado para a indústria de óleo e gás, como reflexo dos maiores níveis de serviços prestados aos clientes com contratos de longo prazo, em função da forte demanda por parte das companhias de petróleo. Foram US$ 49,2 milhões, ante US$ 26,7 milhões obtidos em 2009. Segundo a Wilson, Sons, clientes que utilizavam serviços por meio de operações spot – que caíram de 108 em 2009 para 58 em 2010 – assinaram contratos para reclassificar suas atracações como regulares, modalidade que saltou de 526 clientes em 2009 para 617 em 2010. Além da mudança no mix de atracações, justificam o crescimento a maior demanda por serviços auxiliares, como armazenagem, transportes, gestão de resíduos, aluguéis de contêineres e também a utilização de equipamentos e pessoal da companhia adquirida. Em junho de 2010 a Wilson, Sons passou a ser proprietária de 100% da Brasco Logística Offshore, em uma negociação que movimentou R$ 15,5 milhões. (21) 2126-4222


MERCADO

A JSL fechou o ano de 2010 com recorde na receita bruta total, R$ 2,3 bilhões, crescimento de 36,9% na comparação com o obtido do ano anterior. A receita bruta de serviços somou R$ 1,9 bilhão, 25% maior que 2009, em razão do aumento de 16,5% na receita de contratos preexistentes e da adição de R$ 169,3 milhões provenientes de novos contratos firmados no período. A empresa creditou os bons resultados, principalmente, ao desempenho das linhas de negócios de Serviços Dedicados e de Gestão e Terceirização de Frotas. Os Serviços Dedicados concentraram receita bruta de R$ 1 bilhão em 2010, 34,9% maior que em 2009, resultado decorrente da elevação de 24,4% na receita de contratos preexistentes e da captura de R$ 100,7 milhões em novos contratos. A linha de negócios, que contempla soluções sob medida e de alto valor agregado, representou 53,4% da receita bruta de serviços da JSL no ano passado. Em segundo lugar como principal fonte de receita bruta de serviços em 2010 (20,7%), a Gestão e Terceirização de Frotas apresentou elevação de 20,7%, o que corresponde a um volume de R$ 388,3 milhões, dos quais R$ 55,9 milhões em novos contratos. Representando 10,5% na composição total da receita bruta de serviços da JSL, o segmento de Transporte de Cargas Gerais teve 23,6% de elevação da receita sobre o ano anterior e atingiu R$ 196,3 milhões em 2010. 24 - Revista Tecnologística - Maio/2011

A receita bruta da Venda de Ativos também teve desempenho positivo e totalizou R$ 381,8 milhões, resultado 156,4% maior na comparação com 2009, em decorrência da contabilização de R$ 141,8 milhões em contratos de aluguel de máquinas e equipamentos, da venda de ativos com gestão no montante de R$ 80,7 milhões e do aumento de 13,8% na venda de veículos seminovos. Em 2010, o lucro líquido da JSL foi 52% maior que o do exercício anterior e totalizou R$ 93 milhões, com margem líquida de 4,6%, crescimento de 0,4 pontos percentuais na mesma comparação. A empresa também investiu bem mais em 2010. Os investimentos realizados no período somam R$ 799,8 milhões, aumento de 212,9% em relação a 2009. A previsão atualizada de investimentos para 2011 é de R$ 710 milhões, sendo 65% destinados para expansão e 35% para renovação de ativos operacionais. No ano passado, a JSL fechou R$ 2,5 bilhões em novos contratos, com receitas a serem capturadas ao longo de dez anos, sendo 65% negociados com clientes que já fazem parte da carteira e 35% com novos clientes. (11) 4795-7000

Banco Volkswagen tem aumento de 24,3% em ativos

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JSL cresce 36% em 2010

O Banco Volkswagen informa que encerrou o ano de 2010 com 198.768 novos financiamentos, crescimento de 24,5% em sua carteira de crédito, que saltou de R$ 14 bilhões, em 2009, para R$ 17,5 bilhões em dezembro de 2010.

Em total de ativos, o aumento foi de 24,3%, alcançando R$ 20,7 bilhões. Dos novos financiamentos, 12,6% (25.041 unidades) correspondem aos caminhões e ônibus da marca. O total de novos negócios em 2010 é 4,1% superior ao registrado no ano anterior. Segundo o diretor-presidente do Banco Volkswagen, Décio de Almeida, a instituição está em um dos mais importantes momentos de sua história, com resultados expressivos, fruto de um trabalho focado em produtividade, inovação tecnológica e diversificação dos meios de captação de recursos. “É importante destacar, também, o fortalecimento das parcerias com os fabricantes do grupo e suas respectivas concessionárias”, diz. A carteira de crédito do Banco Volkswagen atingiu a marca de R$ 17,5 bilhões, valor recorde, impulsionado pelo aumento das operações de Crédito Direto ao Consumidor (CDC), Finame e Floorplan. A carteira de CDC chegou a R$ 7,2 bilhões, valor 29% superior a 2009, quando atingiu R$ 5,6 bilhões. O Finame alcançou R$ 6,7 bilhões, um crescimento de 38,3% em comparação ao ano anterior, quando foram registrados R$ 4,8 bilhões. O saldo de Floorplan também apresentou elevação de 38,2%, passando de R$ 1,5 bilhão, em 2009, para R$ 2,1 bilhões em 2010. Já o Leasing foi a única modalidade que registrou decréscimo: R$ 1,4 bilhão no ano passado, ante R$ 2 bilhões em 2009, um decréscimo de 31,5%. Além do crescimento dos negócios do Banco Volkswagen, houve melhora na qualidade da carteira de crédito da instituição, com preservação de 95% entre as classificações AA, A, B e C, fruto da queda da inadimplência. “Esta melhora em nossa carteira, junto com a redução do custo de captação, são resultado da diversificação do funding e da confirmação da ausência de risco percebida pelos investidores em operações com o Banco Volkswagen”, afirma Almeida. 0800 7701926



Fotos: Christian Leinz

ENTREVISTA

Para recuperar o tempo perdido Ex-vice-presidente e fundador da Gol, com 45 anos de experiência em transporte e logística, dos quais 20 anos como executivo de aviação e atualmente palestrante nas áreas de Marketing e Logística, Tarcísio Gargioni traça um panorama da evolução do transporte aéreo no Brasil e fala da não contrapartida de investimentos na expansão da infraestrutura, assinalando que, sem a participação da iniciativa privada nos projetos de melhoria e modernização dos aeroportos, que são urgentes, o país não superará as deficiências do setor 28 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Tecnologística – Dada sua experiência no setor, gostaria que o senhor comentasse o que ocorreu com o transporte aéreo nas últimas décadas. O que evoluiu, o que não, e quais foram as razões? Tarcísio Gargioni – Até o ano 2000, tínhamos uma relação de crescimento da aviação civil brasileira, tanto de passageiros como de cargas, de 1,8 até duas vezes o PIB, ou seja, ela crescia acompanhando o desenvolvimento econômico. Quando havia uma retração na economia, a aviação encolhia; se ocorria uma recuperação econômica, a aviação também crescia. Claro,


houve alguns picos, como no Plano Cruzado, no Plano Bresser e nos planos econômicos todos dessa época, mas ao longo de 20 anos, de 1980 a 2000, este crescimento ficou próximo de duas vezes o PIB. A história mudou um pouco nos últimos dez anos, basicamente por dois fenômenos: o crescimento econômico sustentável, com a estabilização da moeda e o consequente ganho de renda da população; e a entrada da Gol no mercado, que estimulou a substituição das passagens de ônibus interestaduais pelo transporte aéreo. Tecnologística – O transporte aéreo foi popularizado? Gargioni – Fizemos, na época, um trabalho focado na sua popularização, com o “aqui todo mundo pode voar”, desglamourizando o transporte aéreo, transformando o glamour em conveniência. Então, na hora em que se transforma o conceito, que se mostra que voar é uma necessidade e não um luxo; na hora em que é oferecido um serviço acessível, que começa a ser competitivo com o ônibus, com aviões novos; na hora em que se mostra que comprar a passagem, pagar e voar é simples, sem complicação alguma, começa-se a criar um novo mercado. Assim, nesta última década, a aviação comercial brasileira cresceu a taxas muito superiores às dos 20 anos anteriores, chegando a até quatro vezes o PIB. O motivo para esse crescimento foi a entrada de novos passageiros. E não diria que isso se deu exclusivamente pela entrada da Classe C nesse mercado, pois também havia pessoas das classes B e A que não viajavam de avião ou que, com o crescimento econômico, passaram a viajar mais. Então, foram alavancadas novas demandas, seja pela entrada da Classe C, pelo estímulo para as pessoas voarem mais,

“Quando se oferece um serviço acessível, com aviões novos, e se simplifica o processo de compra de passagens, começa-se a criar um novo mercado”

ou até por novas necessidades de voar por conta de uma economia mais aquecida. Tecnologística – Quanto esse crescimento se traduziu em número de passageiros? Gargioni – Conforme os dados da ANAC (Agência Nacional da Aviação Civil), criada em 2005 em substituição ao Departamento de Aviação Civil – DAC, em 2005 o tráfego aéreo doméstico produziu 35,4 bilhões de passageiros/km e, em 2010, este volume atingiu 70,2 bilhões. É um aumento estrondoso, que não é comparável a outros países do mundo, exceto a China, que teve crescimento similar. Vale ressaltar, no entanto, que o índice de viagens/ano por habitante ainda é baixo quando comparamos com outros países. Segundo os dados da Infraero, no ano passado o movimento de passageiros, considerando embarques mais desembarques, foi de 139,4 milhões. Por aproximação, podemos admitir que o índice de viagens/ano por habitante no Brasil está em torno de 0,35, enquanto na Argentina é de 0,60; no México, de 0,70 e nos EUA, 2,4. Podemos concluir, portanto, que ainda há espaço para crescer nos próximos anos, com base no crescimento sustentado do PIB e pela incorporação da nova classe média.

Tecnologística – E as condições operacionais dos aeroportos, acompanharam o crescimento da demanda da última década? Gargioni – Até aqui falamos da parte boa, o crescimento. Agora, em relação à infraestrutura, é público e notório que não foram feitos os investimentos correspondentes a esse crescimento. Eles ficaram muito atrasados, o que, obviamente, vem causando congestionamentos em razão da falta de espaço nos aeroportos. Em 2006 e 2007, quando a situação começou a ficar mais grave em São Paulo, as empresas aéreas, junto com a ANAC, fizeram um trabalho que foi chamado de over hub, retirando os vôos de conexão em São Paulo e passando-os para os aeroportos de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e Brasília, para fazer com que as pessoas que não tinham São Paulo como destino não precisassem passar por aqui. Esta foi uma medida benéfica também para o usuário. O que acontece é que agora todos os espaços disponíveis foram ocupados. Por isso, tem de ser feito um investimento maciço e rápido em todos os aeroportos do país, incluindo os acessos a eles. Não estamos falando apenas de terminais e de pistas, mas também de problemas nas vias de acesso e nas áreas para estacionamento, que também precisam ser solucionados. Um exemplo é o que aconteceu em Viracopos, onde a demanda cresceu e agora não há mais lugar para carros no estacionamento. E olhe que não estou nem falando de Guarulhos... Além disso, tem de melhorar a estrutura de tráfego aéreo. Tecnologística – O que significa isso? Gargioni – Significa modernizar as torres, mudar os sistemas de controle e capacitar os controladores Maio/2011 - Revista Tecnologística - 29


ENTREVISTA

aéreos, para ganhar mais eficiência e segurança, porque hoje temos problemas de trafego aéreo quase em todo o Brasil. Quando se fala em infraestrutura, normalmente é enfatizada toda a parte terrestre e se esquece das operações que acontecem no céu. Então, os investimentos em infraestrutura têm de contemplar também o tráfego aéreo. Tecnologística – Quer dizer que, com o passar do tempo, os investimentos a serem feitos terão de se tornar cada vez mais vultosos, tendo de abranger tudo o que está envolvido no sistema aéreo e que ficou defasado? Gargioni – Vale fazer um paralelo com a situação das companhias aéreas. Lá no final da década de 1990, a situação econômico-financeira dessas empresas estava vulnerável; todas elas tinham problemas. Hoje, temos uma situação muito boa no Brasil, as empresas estão muito saudáveis, têm padrões internacionais de gestão e eficiência, capacidade financeira para expansão, com frotas atualizadas. Em dez anos as empresas aéreas brasileiras evoluíram, modernizaram-se e hoje são competitivas internacionalmente. Portanto, elas têm suporte para o crescimento. Mas existem dois impedimentos para isso: a infraestrutura e os recursos humanos. Hoje faltam pilotos no mercado, por exemplo, mas as empresas têm capacidade de formar mão de obra de maneira rápida, de suprir essa demanda. Portanto, o grande problema está realmente na infraestrutura dos aeroportos, os acessos a eles e a modernização do tráfego aéreo, que não tiveram investimentos compatíveis com o crescimento do movimento de passageiros. Tecnologística – Em relação ao transporte aéreo de cargas, aconteceu o mesmo movimento que com o de passageiros? 30 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Gargioni – Não no mesmo percentual, porque a área de cargas não teve o fenômeno da migração do rodoviário para o aéreo. A estabilidade econômica não favorece esta migração, porque, ao não haver mais inflação, não há tanta urgência em trazer uma mercadoria para o dia seguinte. Na época da inflação, deixar para outro dia significava outro preço, maior. E existe um perfil natural de carga para o aéreo e para o rodoviário. Dessa forma, no transporte aéreo de cargas o crescimento foi consequência do aquecimento da economia. Ele cresceu a taxas boas, mas não tão alavancadas como o de passageiros. Tecnologística – Não seria também porque, diferentemente do que aconteceu com os preços das passagens aéreas, o valor do frete aéreo se manteve alto frente a outros modais de transporte? Gargioni – Também. Mas é que o custo do transporte aéreo não é comparável ao do rodoviário. No transporte de passageiros é possível ter tarifas semelhantes porque você trabalha com uma capacidade ociosa, diferentemente do que acontece com a carga. Se nós analisarmos a situação das empresas cargueiras no final da década passada, comparada com a atual, houve um movimento inverso ao que aconteceu com o mercado de passageiros. Se do lado do passageiro as empresas se fortaleceram, do lado da carga houve uma redução da oferta; as empresas cargueiras saíram do mercado. A Varig e a Vasp tinham cargueiros, e hoje

nenhuma empresa nacional tem. Na verdade, foi preservado apenas o eixo Manaus-São Paulo, que é atendido hoje pela ABSA, e entrou a MTA para atender aos Correios, com aviões DC-10. Mas hoje não existe uma empresa cargueira nacional que opere em todo o país. Tecnologística – Mas as companhias aéreas nacionais têm divulgado crescimento nas operações de suas divisões de carga e interesse em investir na expansão dessa unidade de negócios. Qual é sua avaliação a respeito? Gargioni – Todas as expansões das diversas companhias – como GolLog, TAM Cargo e Azul Cargo – são para otimizar o aproveitamento dos espaços dos porões. E o próprio crescimento da frota de passageiros supriu um pouco a ausência de aviões cargueiros no Brasil, porque aumentou a oferta



de espaço para carga nos porões. Mas acho que o Brasil está carente de uma empresa cargueira nacional. Em um país continental como o nosso, esta carência é ainda mais sentida. Por outro lado, a verdade é que uma empresa cargueira sozinha não sobrevive. Precisa estar associada a uma empresa de passageiros para ter uma capilaridade maior, porque há volumes para carga somente em determinados trechos. Mesmo assim, existe esta necessidade e creio que logo deve surgir uma empresa com esse perfil. Tecnologística – E quanto às tarifas do frete aéreo, há uma possibilidade de se tornarem mais competitivas? Gargioni – Sou meio cético nesse sentido. Acho muito difícil o aéreo competir com outros modais, porque os custos envolvidos são bem diferentes. Por outro lado, existe um fator que pode contribuir para esse objetivo, que é a escala. Na medida em que vamos crescendo na nossa economia, vamos ganhando escala, o que em logística é fundamental em qualquer modal, inclusive no aéreo. Então, se dentro de cinco ou seis anos conseguirmos uma escala maior, isso poderá representar um beneficio em termos do valor do frete. Agora, não podemos ignorar nunca o comportamento do preço do petróleo, porque o custo do combustível no aéreo é 40% do custo total, podendo ser ainda maior dependendo do tipo de aeronave, como as cargueiras, por exemplo. Assim, qualquer variação no preço no barril de petróleo exerce uma influência muito significativa no transporte aéreo. É a variável mais importante de todas. Por mais que se ganhe em escala ou se opere com aviões mais eficientes, se houver uma disparada no preço do combustível, o repasse é imediato. A participação dele nos custos do aéreo é muito maior do que em outros modais.

“Sem estar associada a uma empresa de passageiros, uma cargueira sozinha não sobrevive, pois não há volume em todos os trechos”

Tecnologística – Dentro da discussão sobre a multimodalidade para a movimentação de cargas, como o senhor vê o papel do modal aéreo? Gargioni – Não há dúvida sobre a necessidade da multimodalidade, mas acho que o mais necessário é evoluir o ferroviário e o marítimo, dada a nossa grande costa e as grandes distâncias internas. Ainda encontramos deficiências nos portos e nos acessos a eles. De fato, é um contrassenso do ponto de vista logístico um caminhão sair com carga do Rio Grande do Sul para Belém do Pará. A oferta de ferrovias vem evoluindo depois da privatização, mas ainda não atingiu a maturidade que o mercado exige. Pelo modal aéreo são transportados os produtos de alto valor agregado, nos quais às vezes também está considerado o fator tempo. Por exemplo, uma fábrica parada por falta de uma peça na máquina comprada no exterior que não chegou. Então o tempo passa a ter um altíssimo valor agregado. Tecnologística – Voltando ao problema de infraestrutura, uma das queixas dos embarcadores é que falta espaço para retroáreas nos aeroportos. Terceirizar essas áreas para operadores logísticos poderia ser uma solução?


Gargioni – Da mesma forma que não há espaço para os passageiros, não existe espaço para as cargas. Sou um grande defensor de que isso deve ser feito com a iniciativa privada, para poder ganhar agilidade. O governo tem de se conscientizar que uma operação junto com a iniciativa privada faz a coisa andar mais rápido. Tecnologística – As declarações da presidente Dilma Roussef sobre a possibilidade da participação da iniciativa privada em projetos de melhoria dos aeroportos é um bom sinal nesse sentido? Gargioni – É o caminho, tanto para o transporte de passageiros como para as cargas, assim como a privatização das operações logísticas

dos terminais de cargas. Quanto mais se puder fazer por meio da iniciativa privada, mais rápido e eficiente o sistema será, para suprir essa deficiência que hoje é generalizada. Tecnologística – Como seria, na sua opinião, o modelo mais adequado para essa participação da iniciativa privada? Gargioni – Existem vários modelos. Há um, que está consolidado nas rodovias, em que a empresa tem uma concessão por determinado tempo – que, evidentemente, tem de ser longo –, faz os investimentos e tem o retorno com a cobrança dos serviços. Mas há um leque de modelos bem abrangente; existem casos em que é privatizado o terminal de passageiros, mantendo

um modelo misto, e existem modelos de aeroportos inteiros privatizados. Nesse momento, eu não ficaria confortável para dizer qual a melhor solução. É preciso analisar cada aeroporto, porque pode ser que São Paulo necessite de um modelo diferente daquele de Rio Branco, por exemplo. O conceito deve ser o da operação mista, compartilhada entre o poder público e a iniciativa privada. E o modelo deve ser adequado a cada aeroporto, porque o Brasil é muito grande e as condições geoeconômicas são bem diferentes. Por isso não acredito que devamos ter um modelo único. O importante é ter um conceito único. Tecnologística – O fato de a Secretaria de Aviação Civil ganhar


ENTREVISTA

“É muito positiva a criação da SAC. Faltava um órgão assim, porque a administração estava fragmentada”

status de ministério traz novas condições para o enfrentamento dos problemas estruturais do setor aéreo? Gargioni – Acredito que sim. Acho muito positivo o papel destinado à Secretaria de Aviação Civil. Faltava um órgão assim, porque a administração estava fragmentada: a Infraero como gestora, a Anac como órgão regulador, com outra ótica, vinculada ao Ministério da Defesa, e o controle de tráfego aéreo com o Ministério da Aeronáutica. Com a criação da SAC, juntando todos sob o mesmo guarda-chuva e, especialmente, por estar diretamente ligada à presidência da república, haverá uma velocidade maior em torno das soluções que o Brasil demanda. Foi uma decisão muito acertada da presidente Dilma Roussef. Tecnologística – Até porque agora corremos contra o tempo, já que continuam sem andamento os inúmeros projetos para o setor aéreo que foram anunciados, tendo em vista os grandes eventos mundiais que se realizarão no Brasil... Gargioni – Não temos mais tempo, 34 - Revista Tecnologística - Maio/2011

pela própria demanda natural. Vamos ter aí um crescimento na utilização do transporte aéreo no mínimo de dois dígitos. Sem considerar os 20% que crescemos nos anos anteriores. Este percentual deve ser em torno de 12% ou 13% em passageiros, e entre 9% e 10% nas cargas até 2020. Isso significa que, em 2015, vamos ter cerca de 150 milhões de passageiros/km. Não temos mais tempo para esperar. Hoje estamos debatendo as deficiências, mas isso ainda está no âmbito interno. Agora, no momento da Copa do Mundo de 2014 vamos expor essas deficiências para o mundo. Então, até lá tem de ser feito urgentemente e em caráter de mutirão tudo o que for necessário para que possamos atender a essa demanda. Acredito que vamos ter de fazer rapidamente uma infraestrutura de longo prazo, mas também pensar em uma situação de emergência, adotando alguns módulos removíveis para atender à demanda da Copa do Mundo. No caso dos terminais, é possível fazer isso, que não é a melhor solução, mas é uma alternativa. Já em relação às pistas e tráfego aéreo não há como improvisar, por isso estas soluções teriam de ser para ontem.

Tecnologística – Qual pode ser a alternativa para agilizar a execução desses projetos? Gargioni – Tem de ser feito por meio da iniciativa privada, porque ganha-se tempo no processo licitatório e ganha-se muito tempo na execução. Não há outro caminho. Não temos mais tempo para longos processos de licitação e depois mais o tempo de execução. Qualquer mês, qualquer dia, qualquer hora que se ganhe hoje é extremamente valiosa. Então é preciso encurtar o máximo possível o tempo de licitações e execução, e isso só se faz através da iniciativa privada, porque a burocracia deixa os órgãos públicos todos, de certa forma, reféns. Eles estão submetidos a leis e regras licitatórias que têm de ser cumpridas, isso não se discute. Mas, neste caso, se for por meio dos mecanismos públicos, nada sairá no tempo necessário, por mais que haja interesse e empenho dos órgãos, porque a máquina burocrática não permite. Sônia Monfil Cardona

tarcisio@gargioni.com.br



Fotos: Divulgação

AÉREO

Debate autorizado Governo Federal redefine atuação da Secretaria de Aviação Civil. Empresariado comemora e se movimenta para reivindicar que as operações aeroportuárias sejam privatizadas, a fim de agilizar os processos e estabelecer quais os principais gargalos a serem atacados de imediato. Infraero informa que poderá abrir seu capital, mas que concessões estão fora da pauta

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á um novo movimento no setor aéreo brasileiro. Pouco antes de completar cem dias à frente do cargo, a presidente Dilma Rousseff, por meio da medida provisória nº 527, de 18 de março de 2011, redefiniu a atuação da Secretaria de Aviação Civil (SAC), órgão criado em 2007 e que, até então, não exercia qualquer gerenciamento sobre a política do setor. Agora com status de ministério e sob o comando de Wagner Bittencourt de Oliveira (veja mais informações no Box desta matéria e na seção cross-docking, nesta edição), a SAC já estimula discussões sobre o futuro da aviação brasileira, em particular do segmento de cargas. 36 - Revista Tecnologística - Maio/2011

São diversos os pontos já abordados, diferentes visões e inúmeras perguntas a serem respondidas. Os aeroportos serão privatizados? Os terminais de carga serão transferidos sob concessão à iniciativa privada? A Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) terá seu capital aberto? Utilizará em sua gestão o modelo de Parceria Público-Privada (PPP) ou simplesmente será privatizada? A Revista Tecnologística foi ao mercado para conversar com os vários elos que compõem esta cadeia. Transportadores, agentes de carga, operadores logísticos, Infraero, IATA, uma companhia privada que opera um aeroporto internacional no Brasil, além de um

acadêmico, discutem, sob particular ponto de vista, a melhor maneira de gerir e operar de forma eficiente o transporte aéreo brasileiro.

Discussões abertas Para o professor do Departamento de Engenharia de Transportes da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP), Jorge Leal, o grande problema do setor no Brasil é a falta de planejamento. “Tivemos, no passado, uma Infraero que funcionava relativamente bem, mas que parou de operar com eficácia por sofrer indicações políticas para seu comando”, afirma.


Com 37 anos de mercado, a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária – Infraero – é hoje vinculada à Secretaria de Aviação Civil e tem por finalidade implantar, administrar, operar e explorar industrial e comercialmente a infraestrutura aeroportuária e de apoio à navegação aérea, prestar consultoria e assessoramento em suas áreas de atuação e na construção de aeroportos. A empresa – que tem ainda o papel de promover a captação, em fontes internas e externas, de recursos a serem aplicados na administração, operação, manutenção, expansão e aprimoramento da infraestrutura – administra desde grandes aeroportos brasileiros até alguns tão pequenos que ainda não recebem voos comerciais regulares. Ao todo, são 67 aeroportos – que concentram aproximadamente 97% do movimento do transporte aéreo regular do Brasil, o que equivale a 2,6 milhões de pousos e decolagens de aeronaves nacionais e estrangeiras; 69 Grupamentos de Navegação Aérea; e 51 Unidades Técnicas de Aeronavegação, além de 34 terminais de logística de carga. Para o professor, houve uma ingerência política muito forte na empresa. Por isso, ainda hoje há uma má condução por parte da Infraero na gestão dos aeroportos. “Ela não tem se

Leal: ingerência política no setor atrapalha

mostrado capaz de executar as obras necessárias. Estamos, por exemplo, há dez anos esperando investimentos para um segundo terminal em Guarulhos”, reclama. Apesar das críticas, Leal reconhece que algumas coisas já começam a ser feitas, como a indicação, no último mês de março, de Antonio Matos do Vale para assumir a presidência da empresa. “O novo presidente é um administrador. Não acho que para comandar a empresa seja necessário ser um profundo conhecedor de aeroportos. É preciso ser um bom administrador e conhecer bem a máquina pública”, ressalta. Quanto à reformulação da SAC, Leal é otimista. “Acho esse movimento positivo.” Este é o mesmo sentimento do diretor para o Brasil da International Air Transport Association (IATA), Carlos Ebner. “Vemos que as pessoas que estão sendo levadas aos novos cargos não têm apenas experiência política; conhecem também o tema infraestrutura”, comemora. Um fator, porém, ainda incomoda. Segundo ele, o padrão utilizado na Infraero para o recebimento de investimentos, que depende de licitações, é demorado. “Vemos que o modelo de privatização e concessões poderá resolver o problema de tempo excessivo de operações e agilizar as decisões”, define. Ebner destaca outro ponto. Para ele, todos os órgãos ligados à operação aeroportuária teriam de estar sob o comando de uma única autoridade. “Nossa expectativa é de que a SAC venha coordenar a atividade”, diz. Marco Aurélio Oliveira Soares, presidente da Logimasters, operadora logística que utiliza o modal aéreo em suas movimentações, é outro que destaca a importância da reformulação da secretaria. “Com a efetiva ativação da SAC, aqueles que estiverem em seu comando poderão entender a cadeia e colocar todos os órgãos ligados à

Ebner: novos executivos do setor conhecem a infraestrutura, o que é positivo

operação dentro de um mesmo processo. Isso, sim, pode ajudar a longo prazo”, frisa. O executivo, contudo, faz um alerta, que destoa da opinião do professor Leal. “Não adianta criar ministérios se as pessoas não entenderem do assunto.”

Privatização ou abertura de capital? Já o superintendente de Logística de Carga da Infraero, Ednaldo Pinheiro Santos, é sucinto quando perguntado sobre a nova política aérea. “Ainda estamos aguardando as novas diretrizes”, diz. Apesar de não ter a clareza do que acontecerá na Infraero, o superintendente afirma que os trabalhos não param. No aeroporto de Guarulhos (SP), por exemplo, a empresa investirá R$ 23 milhões em um novo terminal de cargas. As obras do empreendimento, que terá 14 mil m², já foram iniciadas e a previsão é de que sejam concluídas no início de 2012. Mesmo com este anúncio, o professor da USP continua crítico. “A Infraero não tem capacidade de investimento para atender às necessidades do país como um todo”, garante. Segundo Leal, é preciso criar instrumentos legais e transferir à iniciativa privada as operações aeroportuárias, particularmente Maio/2011 - Revista Tecnologística - 37


as dos terminais de exportação e importação, todos hoje geridos e operados pela Infraero. Para ele, a empresa estatal deve ficar responsável apenas pela gestão dos aeroportos. De acordo com Santos, entretanto, os estudos apontam apenas para a abertura de capital. “Não se fala em

concessão de aeroporto ou terminal de carga. Até porque nossa expertise é em logística de carga aérea”, afirma. O acadêmico rebate e questiona. “Para mim, é muito arriscado abrir o capital. Quem investiria na Infraero com a administração no modelo atual, com todas as suas deficiências?”

Concessão legalizada

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Divulgação

e há alguma dúvida sobre se os processos licitatórios em áreas aeroportuárias são ou não legais, a sócia do escritório Tozzini Freire Advogados, Claudia Elena Bonelli – especialista em questões relacionadas ao setor público, como licitações, contratos, convênios administrativos, concessões de serviços públicos e autorizações governamentais – afirma que este aspecto está sanado. “Não há qualquer impedimento legal para que o poder público passe à iniciativa privada a administração de aeroportos e terminais. Não existe limitação para as concessões”, salienta. Para Claudia, este é um dos temas que mais estão em evidência e o governo deixa transparecer a vontade de repassar a gestão do setor às empresas privadas. Ela, porém, faz uma

ressalva. “A expectativa, agora, é saber quais serão as bases adotadas.” O empresariado também deve se precaver. A advogada diz que, antes de apresentar uma proposta, a companhia interessada deve realizar uma análise do edital e do contrato de concessão. São duas as verificações: a legal, que confere se os requisitos dispostos na lei com relação à modelagem e prazos, por exemplo, estão sendo seguidos; e a econômica/financeira, utilizada para avaliar se vale a pena licitar determinada área e se a empresa vencedora terá retorno de seus investimentos. “Não existe uma regra. Cada projeto deve ser analisado individualmente, pois existem particularidades e peculiaridades”, diz. Claudia faz mais um alerta. Segundo ela, mesmo havendo um contrato firmado de concessão, o poder estatal pode pedir modificação unilateral do processo, uma vez que o serviço aeroportuário é considerado público. Mas a advogada comenta que, mesmo com este senão, as empresas privadas não ficam desprotegidas. “As alterações têm que considerar o interesse público. Além disso, caso seja solicitada alguma mudança, a empresa concessionária pode pedir a revisão econômica/financeira. O concessionário não pode ser lesado devido à alteração contratual”, afirma. Tozzini Freire Advogados: (11) 5086-5000


Sistemas e processos eficazes Na opinião do presidente da Logimasters, é fantástico fomentar a discussão se deve ou não ocorrer a privatização do setor, mas as dificuldades vão além. “Temos de nos preocupar com a legislação, com a burocracia. Os processos têm de ser claros e transparentes e os sistemas devem ser automatizados”, diz. Para Marco Aurélio Soares, a desburocratização operacional passa por todos os elos envolvidos – órgãos governamentais, indústria e operadores logísticos. Santos, da Infraero, diz que a empresa tem feito a sua parte e cita uma iniciativa. Há dez anos, por exemplo, a companhia vem implementando o ranking de eficiência, que mapeia todo o processo da carga, desde a

isso nos leva à otimização e eficiência nos processos para todos”, garante. Há outras ações previstas. Entre elas, o superintendente destaca o projeto para disponibilizar, via web, todo o processo de cobrança e pagamento da carga. Para isso, lembra, será preciso firmar um convênio com a Receita Federal para que o órgão libere com antecedência à Infraero os dados da carga. “Já estamos tratando desse assunto com a Receita. Fechada essa parceria, os importadores poderão liberar suas cargas pela internet”, avisa.

A visão do transportador nacional Soares: SAC irá melhorar a coordenação entre os órgãos

origem até a chegada aos terminais e envio ao destino. “Premiamos aquele elo da cadeia que foi mais eficiente e

Para o diretor da TAM Cargo, Carlos Amodeo, todas as discussões que permeiam hoje o setor ainda são muito recentes. Mas, na opinião do exe-


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cutivo, a possibilidade de transferir as operações aeroportuárias à iniciativa privada é positiva. “É um cenário novo, um movimento que pode modernizar os processos, mas ainda precisamos conhecer as regras de como irá funcionar”, diz. Na visão de Amodeo, a Infraero não tem a velocidade que o mercado demanda, principalmente quanto à melhoria na infraestrutura. Já o empresariado tem feito a sua parte. Ele cita o caso da TAM Cargo. “Este ano, vamos investir R$ 15 milhões para a reforma, ampliação e construção de terminais e R$ 5 milhões em tecnologias e siste-

volume correspondem a operações internacionais e 55% às domésticas.

Como opera a empresa estrangeira O gerente de Carga Brasil da TAP Cargo, Pedro Mendes, informa que a companhia portuguesa utiliza uma estratégia diferente para superar os gargalos, principalmente de infraestrutura. “Resolvemos diversificar nossos destinos. O restante do mercado acabou focando em São Paulo e isso acarretou um congestionamento no aeroporto de Guarulhos. A TAP sempre teve a mentalidade de que o Brasil não é apenas São Paulo; o país é mais Juan Esteves

Santos: ainda aguardando as novas diretrizes

mas.” Ao todo, a companhia aérea promoverá melhorias em 52 bases operacionais espalhadas pelo Brasil. Destas estruturas, 48 estão dentro da área aeroportuária. Neste ponto, diz Amodeo, é que surgem as dificuldades, devido à burocracia para conseguir as autorizações e seguir um único planejamento na execução das reformas. Também há problemas no momento de expandir. “Quando solicitamos novas áreas esbarramos na morosidade dos processos licitatórios. Temos o dinheiro, mas precisamos das autorizações”, lamenta. Existem outros problemas. Na opinião do diretor, é preciso acabar com a burocracia no momento de liberar as cargas e rever os tributos cobrados. “Não nos negamos a pagar as taxas, o serviço prestado tem que ser cobrado, é devido. Mas é preciso estabelecer regras, quais são os níveis de serviço que devem ser ofertados”, afirma. Quanto à gestão dos terminais internacionais estar apenas sob o comando da Infraero, o executivo é enfático. “Não vamos discutir quem deve gerir estes locais, mas a operação tem que ser de quem cuida do negócio, que são as companhias aéreas”, afirma. Apenas a TAM Cargo movimentou, em 2010, 234 mil toneladas. Cerca de 45% deste

Amodeo: mercado demanda maior velocidade nas decisões

Secretaria de Aviação Civil dá novo impulso ao setor Anac e Infraero agora ficam subordinadas ao novo órgão

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Governo Federal criou, por meio da Medida Provisória nº 527, publicada no Diário Oficial da União no último dia 18 de março, a Secretaria de Aviação Civil (SAC), com status de ministério. Com isso, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e a Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero), hoje subordinadas ao Ministério da Defesa, pas-

40 - Revista Tecnologística - Maio/2011

sam a responder diretamente à SAC. Para gerir a nova pasta, foi indicado o engenheiro Wagner Bittencourt de Oliveira, ex-diretor de Infraestrutura e Insumos Básicos e Estruturação de Projetos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) (veja detalhes na seção “cross-docking”, nesta edição). A SAC terá como funções formular, coordenar e supervisionar as políti-

cas para o desenvolvimento do setor aéreo. Fica responsável, ainda, pela infraestrutura aeroportuária, pela logística do transporte e por definir as prioridades dos programas de investimentos. A elaboração e aprovação dos planos de outorgas para a exploração da infraestrutura aeroportuária também ficarão sob responsabilidade da nova secretaria.



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Andres Emílio Acera

A opinião de quem gere a carga

Besouchet: não importa quem irá gerenciar, contanto que os processos sejam ágeis

do que isso”, enfatiza. Prova disso, diz, é que hoje a empresa atua com voos diretos em dez destinos – Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Distrito Federal, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo, nos aeroportos de Guarulhos e Viracopos, em Campinas. O executivo da aérea portuguesa diz que cada voo operado para o Brasil tem uma capacidade média de carga entre 14 t e 16 t, e a ocupação média é de 70%. “Em 2010, operamos 34.000 t de produtos – importação e exportação –, crescimento de 20% com relação a 2009. Temos rotas mais densas, como São Paulo, que é fortemente industrializado, mas vimos um aquecimento no mercado do Nordeste em função dos grandes investimentos nos portos de Suape (PE) e Pecém (CE) e no Polo Industrial de Camaçari (BA). Os voos para Recife em 2010, por exemplo, tiveram quase 100% de ocupação”, conta. Sem opinar muito sobre a política brasileira, Mendes relata que a companhia vê como positiva qualquer ação do governo que permita uma aceleração nas decisões. “A retomada da SAC mostra que o governo quer agilizar a modernização dos aeroportos e sanar os gargalos logísticos”, resume.

Segundo o gerente de Produto Aéreo para o Brasil da DB Schenker, Rogério Besouchet, é indiferente se a gestão dos aeroportos e terminais ficará com a Infraero ou sob a tutela de empresas privadas. O importante, afirma, é que os processos, como o de re-etiquetagem, por exemplo, sejam mais ágeis. O executivo exemplifica. “Se recebemos uma carga e ela chega sem etiqueta, é preciso fazer um processo administrativo para recolocar a identificação e depois liberar a mercadoria. Hoje esse processo é feito pela Infraero”, conta. O tempo de liberação depende da demanda de cada aeroporto. Há outras limitações operacionais da estatal. De acordo com Besouchet, dependendo da data, a companhia aguarda até 24 horas para descarregar a carga no terminal e começar os trâmites para exportar. Na importação, diz, a espera pode se estender por 48 horas até que todos os itens estejam armazenados. Para amenizar os problemas, o executivo diz que a DB Schenker adota alguns artifícios. “Tentamos compensar essa demora trabalhando com eficácia as operações que estão em nossas mãos. Procuramos, por exemplo, escolher

voos com conexões mais curtas. Além disso, apostamos nas movimentações realizadas com voos próprios”, frisa. Para o gerente, o operacional fica mais complexo por causa dos gargalos.

A experiência da iniciativa privada Privatizado em 2001 em regime de concessão com prazo de 22 anos, e desde então administrado pela Costa do Sol Operadora Aeroportuária, o Aeroporto de Cabo Frio (RJ), que anteriormente era gerido pela prefeitura, é prova de que a administração privada pode dar resultados. Números dão conta de que, apenas entre os anos de 2005 e 2010, o local computou aumento de 175% no volume de cargas movimentadas. O presidente do Conselho de Administração, Francisco Pinto, revela outros números que demonstram a importância da iniciativa privada na gestão. “O poder público investiu de 1997, data da inauguração do aeroporto, até outubro de 2007, R$ 50 milhões na pista e no pátio. Nós aplicamos, entre os anos de 2001 e 2010, R$ 30 milhões para as demais melhorias”, diz. Para os próximos cinco anos, o executivo adianta que valor similar

A Tap Cargo investiu na diversificação de rotas para fugir dos gargalos 42 - Revista Tecnologística - Maio/2011


Cabo Frio: gerido pela iniciativa privada, aeroporto teve aumento de 175% no volume movimentado

será destinado a ampliações e melhoras das estruturas de armazenagem e movimentação de cargas. Hoje, o aeroporto conta com um pátio para aeronaves de 30.400 m², 60 mil m² de área descoberta, 20 mil m² de armazém e uma câmara frigorífica. A pista tem 2.560 m de comprimento por 45 m de largura. Pinto divulga mais alguns valores que reforçam a tese de que a iniciativa privada pode ser a melhor saída para

a administração aeroportuária. “Cabo Frio era deficitário. Por mês, a prefeitura gastava R$ 60 mil em manutenção”, conta. Utilizando como ano base o ano de 2009, já que em 2010 os índices foram similares, o executivo informa que o terminal faturou R$ 40 milhões e movimentou um total de 18 mil t. Houve, também, mudança vocacional. Isso porque, de um terminal que operava apenas passageiros, desde a concessão Cabo Frio vem se caracterizando

por ser uma base de importação para a indústria petrolífera de Campos (RJ), graças à sua localização e à capacidade de receber aeronaves de grande porte. Segundo a empresa administradora, é o único aeroporto público brasileiro administrado pela iniciativa privada capacitado a operar voos internacionais regulares de carga, além de passageiros. Fábio Penteado Aeroporto de Cabo Frio: (22) 2647-9500 DB Schenker: (11) 3318-9000 IATA: (11) 2187-4242 Infraero: (61) 3312-3253 Logimasters: (19) 3825-6100 Poli/USP: (11) 3091-5208 TAM Cargo: (11) 3273-2800 TAP Cargo: (21) 3398-6474 SAC: (61) 3411-1221


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Divulgação Infraero

Infraero investirá cerca de R$ 9,8 bilhões até 2015 Presidente da Infraero desde o dia 16 de março passado, Antonio Gustavo Matos do Vale, que antes ocupava o cargo de diretor de Liquidações e Desestatização do Banco Central, em entrevista à Tecnologística*, indica quais os desafios do novo posto e os planos de investimento da empresa para os próximos anos Tecnologística – Quais considera os principais desafios à frente da Infraero? Gustavo do Vale – O momento atual apresenta um cenário novo e bastante interessante. O setor aéreo cresce no país a passos largos, principalmente em virtude do acesso das classes C e D a viagens aéreas, além da proximidade de grandes eventos esportivos – como a Copa de 2014 e as Olimpíadas de 2016. Nesse contexto, nosso grande desafio é o de prover infraestrutura aeroportuária de qualidade para um Brasil que viaja mais e deseja o melhor atendimento. E nós da Infraero estamos trabalhando – e o fare44 - Revista Tecnologística - Maio/2011

mos com cada vez mais empenho – para atender a essa necessidade do país. Tecnologística – Quais são os planos de desenvolvimento para os aeroportos do país? As cidades-sede dos jogos da Copa 2014 terão alguma prioridade? Vale – Até 2014, a Infraero tem um plano de investimentos de cerca de R$ 9 bilhões para os aeroportos de toda a rede. Uma atenção especial está sendo dada aos aeroportos relacionados às cidadessede da Copa do Mundo, que receberão R$ 5,23 bilhões desse total previsto. Vale enfatizar também que o plano de inves-

timentos e melhorias da Infraero é contínuo e busca atender a uma demanda de longo prazo. Todas as obras são consideradas de grande importância para a Infraero e a empresa se empenha para cumprilas em tempo hábil para o atendimento da demanda. Para nós, obra prioritária é a obra para atender às necessidades de conforto e segurança do usuário. As obras para os aeroportos da Copa já faziam parte de nosso planejamento antes mesmo de o Brasil ser escolhido para sediar os jogos e, agora, estão ainda mais no foco das nossas ações e não estamos medindo esforços para que elas estejam prontas no prazo previsto.


Tecnologística – Dentro desses planos, quais são os que poderiam começar a ser executados em curto prazo? Vale – Em relação à pergunta, é interessante notar que já temos obras em andamento e que os trâmites de todos os aeroportos em cidades-sede da Copa estão caminhando. Entre os principais trabalhos já em execução temos as obras de reforma e ampliação do Galeão, no Rio de Janeiro, que darão conta da demanda do aeroporto para os próximos anos, incluindo Copa e Olimpíadas, e a revitalização do sistema de pistas e pátio do Aeroporto de Guarulhos, em São Paulo. A Infraero também já abriu as licitações para as obras de reforma do terminal do Aeroporto de Brasília e da ampliação do pátio de aeronaves e pistas de taxiamento do Aeroporto Internacional de Curitiba. Outra ação importante é a implantação de Módulos Operacionais, que são estruturas com o mesmo padrão de conforto das salas de embarque e desembarque convencionais, visando garantir o atendimento da demanda até a conclusão dos grandes empreendimentos previstos. Florianópolis e Brasília já contam com o módulo e Viracopos (SP) e Guarulhos estão em fase de implantação. O passageiro que já embarcou ou desembarcou pelos módulos nem percebe a diferença devido ao conforto oferecido. Tecnologística – Como será feita a divisão entre projetos para carga e para passageiros? Os passageiros terão prioridade? É possível fazer de forma a contemplar os dois setores? Vale – O planejamento da Infraero contempla a demanda de passageiros e da logística de carga de acordo com as necessidades de ambos os setores. A Infraero não tem interesse em negligenciar nenhuma parte do trabalho de infraestrutura aeroportuária e dedica atenção incessante, tanto em obras quanto em trabalho diário de administração e monitoramento, às necessidades dos passageiros e do transporte de cargas.

Tecnologística – Quanto está planejado em termos de investimentos para atender a esses planos? Vale – Só para os Terminais de Logística de Carga da Infraero estão previstos, até 2015, investimentos da ordem de R$ 733 milhões. Os investimentos de ampliação e revitalização para os aeroportos da rede, como havia mencionado antes, serão de R$ 9 bilhões até 2014. Portanto, é um volume considerável, que demonstra nosso interesse no atendimento da demanda da sociedade por nossos serviços. Tecnologística – Em relação aos Terminais de Logística de Carga da Infraero, o que está sendo pensado em termos de adequação/modernização para melhorar as operações logísticas nos aeroportos? Os embarcadores reclamam, por exemplo, que faltam retroáreas nos aeroportos. Essas áreas poderiam ser terceirizadas para operadores logísticos? Vale – Os investimentos que mencionei antes para os Terminais de Carga terão exatamente esse papel de modernização e melhoria das operações de logística. Algumas das melhorias mais notáveis que posso enumerar são: a reforma geral dos Terminais de Logística I e II de Manaus, que já está próxima da conclusão; a ampliação do armazém de importação do Terminal de Carga de Curitiba, que já começou; novos complexos logísticos para Porto Alegre e Brasília; um Terminal Modular Estruturado em Guarulhos, que ampliará em mais de 14 mil m2 a área de armazenamento para importação e carga nacional; e a instalação de armazéns estruturados lonados nos Terminais de Carga de Manaus, Viracopos, Guarulhos, Curitiba e Porto Alegre. Além disso, a Infraero planeja uma grande ampliação para o Terminal de Carga de Viracopos, estimada em R$ 180 milhões. Já em relação à terceirização de retroáreas, as decisões a serem tomadas dependem de estudos

de viabilidade e também das diretrizes da Secretaria de Aviação Civil para o setor de aviação. Tecnologística – Como o senhor avalia a possibilidade da participação da iniciativa privada para projetos de melhoria dos aeroportos, conforme sinalizou a presidente Dilma Roussef, no mês passado? Esta participação se daria por meio de PPPs (Parcerias Público-Privadas) ou outro formato? E os locais onde a iniciativa privada não tem interesse em investir, serão contemplados de que forma? Vale – O modelo de gestão dos aeroportos administrados pela Infraero é de competência do Governo Federal, por meio da Secretaria de Aviação Civil (SAC), onde se insere a questão de concessão, cabendo à Infraero acatar as diretrizes estabelecidas para o setor aéreo brasileiro. À empresa cabe administrar e operar os 67 aeroportos que integram sua rede. Tecnologística – Com o novo caráter da SAC, que passa a ter status de ministério, conforme medida provisória publicada em 18 de março passado, o que muda na Infraero? Vale – Ainda é bastante cedo para dizer o que irá acontecer. Todavia, acredito que a Secretaria irá contribuir para unir ainda mais o setor, fomentando debates de interesse para toda a sociedade e, dessa forma, melhorando os serviços prestados a usuários e passageiros. Sônia Monfil Cardona Infraero: (61) 3312-3222 www.infraero.gov.br

*Nota da Redação: O presidente da Infraero respondeu às perguntas da Revista Tecnologística via e-mail, por meio de sua assessoria de imprensa, não havendo, portanto, espaço para réplicas ou contestação de informações por parte da revista Maio/2011 - Revista Tecnologística - 45


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Saúde a jato

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restes a completar 52 anos de atuação no segmento de análises clínicas e destacando-se como um dos maiores centros de diagnóstico em volume de exames do país, além de figurar entre os dez principais do mundo, o laboratório Hermes Pardini também possui forte tradição no mercado de apoio laboratorial, do qual foi um dos precursores, atendendo hoje a cerca de cinco mil laboratórios conveniados instalados em aproximadamente quatro mil municípios do Brasil e beneficiando mais de 110 mil pacientes por mês. “Há uma grande quantidade de cidades pequenas e distantes dos grandes centros que não dispõem de laboratórios capazes de realizar exames mais complexos, que requerem tecnologia de última 46 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Samuel Gê

A parceria com a JadLog permite a um dos maiores laboratórios do país estender sua expertise tanto aos grandes centros como às comunidades carentes, com a agilidade, eficiência e segurança requeridas nesse tipo de atividade

geração, por isso o apoio que prestamos nesse sentido é fundamental”, destaca Delio Vieira de Aquino, gerente de Logística Nacional da Hermes Pardini. Para realizar esse trabalho de forma a assegurar a integridade das amostras durante seu transporte, desde o ponto de coleta até chegar ao Núcleo Técnico Operacional (NTO) do laboratório, instalado na Região Metropolitana de Belo Horizonte (MG), onde são feitos os exames, dois elementos são essenciais: o tempo e os cuidados com os materiais. “Lidamos com amostras perecíveis e grande parte delas precisa chegar ao NTO em até 30 horas; por isso, 80% da nossa atividade logística são feitos utilizando o modal aéreo, não apenas pela maior agili-

dade, como também para podermos atender às comunidades mais distantes”, explica Aquino. Para auxiliá-lo nesse escopo, o laboratório contratou os serviços da JadLog, que em pouco tempo passou a ser seu maior operador logístico. A parceria, na verdade, começou em 2005, com a contratação de outras empresas pertencentes ao Grupo Jad – Jad Táxi Aéreo, Jad Cargas e TWO –, inicialmente encarregadas de enviar os insumos (kits para coleta de materiais para exames) aos laboratórios conveniados. Pouco depois, a Hermes Pardini passou a utilizar os serviços rodoaéreos de encomendas expressas da JadLog, a qual, a partir de 2009, customizou soluções de logística e auxiliou o laboratório a melhorar rotas não ape-


Divulgação Aquino: aéreo cobre 80% das operações

natura, e devidamente homologados para transporte de material perigoso. “Na verdade, não existe uma regulamentação específica da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) nesse sentido, mas apenas um manual de boas práticas que seguimos à risca”, explica Vicentin. Segundo o gerente, todas as amostras são processadas e embaladas nos pontos de coleta (laboratórios conveniados e pontos de apoio da Hermes As amostras que seguem por avião são acondicionadas em Pardini), cabendo à Jadcaixas especiais, que seguem as especificações da IATA Log o seu transporte. “Cada laboratório se encarrega de so avião até Porto Alegre, de onde embalar as amostras, o que chama- seguem para nosso hangar em Junmos de segunda embalagem, indi- diaí (SP), sendo transportadas por cando na etiqueta o tipo de acondi- avião até Belo Horizonte”, explica o cionamento necessário (congelado, gerente. Tudo o que é recolhido em refrigerado ou natural). Então o re- São Paulo (capital e cidades do incolhedor da JadLog pega as amos- terior e também algumas cidades do tras e as leva para uma das nossas Sul de Minas Gerais) é consolidado bases mais próxima a ele, onde são em Jundiaí, de onde segue via aérea consolidadas na terceira embalagem até Belo Horizonte. As amostras ree seguem, via rodoviária ou aérea, colhidas nas regiões Sudeste e Norte dependendo da região, para o NTO do país são reunidas no aeroporto de da Hermes Pardini”, detalha Vicen- Congonhas, seguindo por avião para tin, acrescentando que as amostras Jundiaí e, de lá, para BH. As amostras que são transportadas por avião são recolhidas nos laboratórios da região acondicionadas em caixas de pape- Nordeste seguem diretamente, via lão (quarta embalagem), seguindo as aérea, para a capital mineira, e as do normas estipuladas pela IATA. Rio de Janeiro e região são transporComo exemplo da operação da tadas para BH pela via rodoviária. JadLog, Vicentin cita como é feito Atualmente, 75% dos materiais o procedimento em quatro cidades que são recolhidos durante o dia chedo Rio Grande do Sul. “Temos bases gam no NTO até as 4h da madrugada. em Porto Alegre, Santo Ângelo, Pe- “Essa agilidade é o nosso principal dilotas e Passo Fundo. Três carros (dos ferencial no mercado”, destaca Aquinossos recolhedores) em cada uma no. Todas as amostras são rastreadas dessas cidades recolhem as amostras por meio de um sistema que opera nos laboratórios das respectivas re- como um leitor de código de barras giões e as levam para as suas bases. conectado via GPS ou GPRS e que De lá as amostras seguem em nos- envia informações sobre cada etapa Samuel Gê

nas para o envio de insumos, mas também – e principalmente – para coleta e transporte das amostras em todo o Brasil. “Estamos 100% satisfeitos com essa parceria e durante todo esse tempo de relacionamento o índice de problemas foi zero”, comemora Aquino. É uma operação diferenciada devido ao tipo de material transportado, que requer grande cuidado e agilidade para seu recolhimento e entrega. “O maior desafio é cumprirmos o D+1, ou seja, entregarmos as amostras em até no máximo o dia seguinte da coleta, prazo que é imprescindível para vários tipos de exame e também para que o laboratório possa atender aos pacientes no menor tempo possível. Para termos essa rapidez contamos com 160 recolhedores espalhados em todo o país, e que foram especialmente treinados para atender às necessidades da Hermes Pardini”, salienta Fábio Vicentin, gerente de Operações da JadLog. São transportadas aproximadamente 50 mil amostras por dia. Para os trechos rodoviários, todos os veículos são preparados para receber cargas refrigeradas, congeladas e in

Maio/2011 - Revista Tecnologística - 47


Paulo Bareta

do processo logístico, desde o ponto de coleta até a chegada ao destino. Com isso, os laboratórios conveniados podem saber, através da internet, a localização exata e as condições de cada amostra de forma simples e com total confiabilidade das informações. Segundo o gerente de Logística da Hermes Pardini, foi feito grande investimento na construção do NTO, instalado em uma área de cem mil m², próxima ao aeroporto internacional de Confins, que inclui também a sede administrativa. O Núcleo conta com equipamentos de última geração para a realização de exames das áreas de patologia clínica, anatomia patológica e citologia, toxicologia, teste do pezinho e de erros inatos do metabolismo, biologia molecular, genética e citogenética, incluindo também os serviços de vacinas, banco de sangue de cordão umbilical, banco de sêmen terapêutico, além de diagnóstico por imagem e molecular e de exames veterinários. A automação dos processos não apenas assegura a qualidade, como também propicia ao cliente final maior rapidez para a obtenção dos resultados, uma vez que os exames

Vicentim: maior desafio é cumprir o D+1 48 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Samuel Gê

AÉREO

O modal aéreo atende a 75% das operações da JadLog

são realizados 24 horas por dia. Os médicos, por outro lado, também são beneficiados, já que a automação reduz a manipulação humana, o que diminui a probabilidade de erros nos laudos. Atualmente, o NTO tem capacidade para realizar cerca de três milhões de exames por mês. O Hermes Pardini conta também com cerca de 24 unidades de atendimento na Região Metropolitana de Belo Horizonte, além daquelas instaladas em hospitais da capital mineira, com equipe formada por médicos, biomédicos e bioquímicos, dentre outras especialidades. O laboratório possui ainda outras estruturas dedicadas além do NTO, que dão suporte às unidades hospitalares e centros de atendimento localizados na Grande Belo Horizonte. São os Núcleos Técnicos Belo Horizonte (NTBH), que fazem a integração entre os setores técnico-hospitalares distribuídos em vários hospitais da

região metropolitana da capital mineira, com equipe médica dedicada para processamento de exames com prazo de preservação de amostras inferiores a quatro horas, além de exames de urgência, microbiologia, uroanálise e anatomia patológica. “Temos planos de ampliar nossas bases e os serviços prestados. Para isso, a logística é fundamental e certamente a JadLog irá nos ajudar a atingir os objetivos propostos”, adianta Aquino.

Novos desafios Especializada no transporte expresso de encomendas fracionadas, a JadLog inclui em seu rol de clientes outras empresas da área médica e de saúde, entre as quais estão a Aché, Medley e Pfizer, mas sua atuação também vem crescendo em outros segmentos, como o de assistência técnica (recolhimento e entrega de peças de reposição para indústrias



Samuel Gê

AÉREO

eletroeletrônicas, de informática e de autopeças) e principalmente no e-commerce, área que vem apresentando aumento do volume de operações da ordem de 40% ao ano. “Algumas empresas do comércio eletrônico costumam movimentar de sete mil a dez mil produtos por dia”, destaca Ronan Hudson, diretor Comercial da JadLog. Para poder atender às necessidades específicas dessas e demais áreas, a empresa conta atualmente com uma frota própria composta por 31 aeronaves de pequeno porte (a maioria Cessna Grand Caravan, com capacidade de 1,5 tonelada), operando em dez terminais de carga e mantendo acordos operacionais com as principais companhias aéreas


Divulgação

comerciais do país. Para o transporte rodoviário, a JadLog dispõe de mais de 440 caminhões e carretas, 1.600 veículos leves (vans e utilitários), além dos 900 veículos da sua rede de franqueadas (460 unidades espalhadas por todas as capitais e com capacidade para atender a todos os municípios do país). “Cerca de 75% do volume transportado são por via aérea e apenas 25% seguem pelo rodoviário”, especifica Hudson. Recentemente, a empresa acrescentou à sua frota aérea o ATR 42, um avião com capacidade para até cinco toneladas (o que corresponderia a 47 passageiros). “É o primeiro avião desse tipo a operar no Brasil exclusivamente como cargueiro”, destaca Ronan. A operação do novo avião será iniciada neste mês de maio, com voos de segunda a sextafeira, para o Sul do país, atendendo diretamente às capitais Porto Alegre e Curitiba, além de fazer conexões com as grandes cidades dos dois estados. O ponto de partida e de chegada em São Paulo será o aeroporto de Jundiaí, onde a empresa centraliza os despachos de remessas expressas para todo o território nacional.

Hudson: “Estamos preenchendo a lacuna existente na carga aérea fracionada”

Recentemente, a JadLog incluiu na sua frota aérea o ATR, um cargueiro com capacidade para até cinco toneladas

Apenas para a operação desse avião, a JadLog irá alocar verba anual da ordem de R$ 6 milhões. “A inclusão do ATR foi viabilizada pela parceria com a Total Linhas Aéreas, que está arrendando essa aeronave para a JadLog e irá operar a rota POA/CWB/ Jundiaí com sua tripulação e infraestrutura, por conta da sua grande expertise neste tipo de operação cargueira”, completa Hudson. Em termos de faturamento, a JadLog vem apresentando crescimento expressivo desde a sua criação, em 2005. Na avaliação do diretor Comercial, isso se deve às modificações ocorridas na área de transporte de carga aérea fracionada, ocasionadas principalmente pelo encerramento das operações da Vaspex e, posteriormente, da Variglog, que criou uma lacuna nesse mercado. “A JadLog se estruturou justamente para preencher essa lacuna e atender à demanda, oferecendo serviços com a qualidade e agilidade requeridas pelas empresas das mais diversas áreas. Em consequência, registrou em 2008 crescimento da ordem de 120% no faturamento”, destaca. O crescimento se manteve em 2009, quando a JadLog faturou R$ 106,8 milhões, superando em 85% o resultado do ano anterior, e fechou 2010 com R$ 205 milhões, corres-

pondendo a aumento de 42% sobre os resultados de 2009. Apenas no primeiro trimestre de 2011, a empresa registrou um faturamento de R$ 40,2 milhões, contra os R$ 28,7 milhões obtidos no mesmo período do ano anterior (relativos ao transporte de carga expressa), e a expectativa é de fechar o ano com crescimento da receita 30% superior à de 2010, totalizando R$ 260 milhões. A empresa também tem planos de aumentar o número de franqueados, passando dos atuais 460 para 520 até dezembro deste ano. No que se refere ao volume de cargas transportadas também houve um crescimento significativo, passando, de 3,3 milhões em 2009, para 4,6 milhões em 2010; e também de peso, saltando de 19.624 toneladas para 31.273 t respectivamente. Segundo Hudson, vários fatores contribuíram para esses resultados, entre os quais se destacam o crescimento do e-commerce e também do número de indústrias que passaram a vender seus produtos diretamente para os consumidores por meio da internet, e ainda a lei do consumidor, que obriga as empresas a atender a seus clientes com maior eficiência e rapidez, inclusive para devolução de mercadorias. Há ainda a questão da sustentabilidade e da lei referente ao recolhimento dos resíduos sólidos, que cada vez mais estão sendo priorizadas pelas corporações. Atualmente, a empresa possui uma carteira de aproximadamente 30 mil clientes. Silvia Giurlani

Hermes Pardini: (31) 3228-6200 JadLog: (11) 3563-2000 Maio/2011 - Revista Tecnologística - 51


ARTIGO POLI / CISLOG

Fotos: Christian Leinz

Análise da rede de distribuição de materiais para serviço de bordo através de programação linear Fabrício Quesado Nicoletti e Fabiano Stringher

O

presente artigo visa apresentar um modelo de rede logística alternativa para uma companhia aérea que compra itens utilizados em seus voos internacionais, contrata transporte e estoca em armazéns no Brasil. O trabalho é resultado da pesquisa do primeiro autor, sob orientação do segundo autor, no âmbito do Curso de Especialização em Logística Empresarial (Celog), sob responsabilidade de docentes do Centro de Inovação em Sistemas Logísticos (Cislog) da Escola Politécnica da USP e operado pela Fundação Vanzolini. Um serviço de bordo de qualidade é fator importante no relacionamento entre o cliente e a companhia aérea escolhida. Embora nas últimas décadas tenham sido observadas mudanças significativas no que tange às características desses serviços, algumas companhias aéreas mantêm, em parte de seus voos, serviços de bordo mais complexos, que incluem refeições quentes, bebidas e entretenimento, entre outros.

52 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Garantir a disponibilidade desses materiais com o menor custo operacional é uma questão comum às companhias aéreas, em especial por se tratar de um segmento econômico com margens de lucratividade baixas. O estudo de redes logísticas oferece uma alternativa para atender a esses interesses.

Destinos

Para Ballou (2006), a elaboração de uma rede logística lida essencialmente com decisões sobre aspectos espaciais (dimensionamento e localização de instalações), transporte (escolha de modais) e temporais (nível de serviço ao cliente), entre outros. O uso de modelos matemáticos para otimização de redes logísticas internacionais foi bem

Participação % Volume (m³) "Comfort" "Amenity"

Total Europa

70%

5.320

4.563

757

Destino 1

50%

2.660

2.281

379

Destino 2

25%

1.330

1.141

189

Destino 3

25%

1.330

1.141

189

Total América do Norte

30%

2.280

1.955

325

Destino 4

60%

1.368

1.173

195

Destino 5

40%

912

782

130

Total Geral

100%

7.600

6.518

1.082

Tabela 1 – Distribuição de materiais por destino


explorado por Brito (2004) e serviu de base para a elaboração deste trabalho. Dentre os custos logísticos considerados estão: Custo de aquisição dos materiais: preço pago pela companhia para adquirir os materiais junto aos fornecedores; Custo de transporte: custo para transporte dos materiais desde o fornecedor, passando pelo armazém, até a entrega ao cliente; Custo de movimentação e armazenagem: custo das atividades e espaço necessário para movimentação e manutenção física dos estoques; Custo de oportunidade: custo de natureza econômica e não contábil. Neste artigo, representa o sacrifício de manter capital parado em estoque de materiais e também o custo em decorrência de uma escolha em detrimento de outra. Para oferecer alternativas de distribuição, neste artigo considera-se o uso de um operador logístico para o transporte desde o fornecedor até os armazéns sugeridos, bem como do armazém até o cliente final. Todos os valores foram ajustados para preservar a confidencialidade da empresa-base deste estudo. Foram analisados dois materiais de pequeno tamanho e que são utilizados pela companhia no serviço de bordo de voos internacionais para três destinos na Europa e dois na América do Norte. Eles são comprados no exterior devido à sua qualidade superior e custo de aquisição inferior em relação ao similar nacional. Os materiais analisados compõem os chamados “comfort itens” e os “amenity kits”, utilizados nas três classes de bordo oferecidos pela companhia: econômica, executiva e primeira classe. Os “amenity kits” são compostos pelos itens de higiene para o passageiro, como pasta de dentes, escova e tapa-olhos para dormir, entre outros. Já os “comfort itens” são itens para conforto durante o voo como, por exemplo, travesseiros e cobertores.

Tempo Valor de Trajeto (USD/m³) (em dias)

Origem

Destino

Modal

Fornecedor 1

CD Europa

Marítimo

165,41

20

Fornecedor 1

CD América do Norte

Marítimo

190,76

30

Fornecedor 1

CD América do Sul

Marítimo

264,34

60

Fornecedor 2

CD Europa

Marítimo

157,14

20

Fornecedor 2

CD América do Norte

Marítimo

181,22

30

Fornecedor 2

CD América do Sul

Marítimo

251,13

60

CD Europa

Destino 1 (EUR)

Rodoviário

445,21

5

CD Europa

Destino 2 (EUR)

Rodoviário

413,41

5

CD Europa

Destino 3 (EUR)

Rodoviário

278,26

10

CD América do Norte

Destino 4 (NA)

Rodoviário

238,51

10

CD América do Norte

Destino 5 (NA)

Rodoviário

254,41

5

CD América do Sul

Destino 1 (EUR)

Aéreo

739,37

30

CD América do Sul

Destino 2 (EUR)

Aéreo

763,22

30

CD América do Sul

Destino 3 (EUR)

Aéreo

787,07

30

CD América do Sul

Destino 4 (NA)

Aéreo

715,52

30

CD América do Sul

Destino 5 (NA)

Aéreo

810,92

30

Tabela 2 – Fretes por modal e origem e tempos de trajeto Maio/2011 - Revista Tecnologística - 53


ARTIGO POLI / CISLOG

“comfort itens” no

Local

Manuseio Armazenagem Estoque Fornecedor 1 é de (em US$/ (em US$ médio US$ 517 por m³ Palete) Palete/mês) (em dias) e no Fornecedor

2, de US$ 450 por m³. A volumetria 82,5 41,25 30 e o peso incluem a embalagem para Armazém acondicionamen82,5 49,5 35 Europa to dos materiais. A mercadoria Armazém 49,5 24,75 90 chega ao porto no São Paulo Brasil e é transportada até o arTabela 3 – Valores de manuseio, armazenagem e nível de estoque médio por localidade mazém, em GuaOs materiais analisados são com- rulhos (SP), por rodovia. O material é prados diretamente de dois fornecedo- guardado sob regime especial em um res na Ásia, que possuem capacidade armazém alfandegado. Os itens são muito acima da demanda para este utilizados somente nos voos intercaso, e transportados via modal marí- nacionais da companhia e o seu uso timo para o Brasil. O valor do material em voos domésticos seria considera“amenity kits” no Fornecedor 1 é de do uma infração da companhia pelos US$ 4.949 por m³ e no Fornecedor 2, de órgãos aduaneiros, sujeita à aplicação US$ 5.444 por m³. Já o valor do material de multas.

Armazém Am. do Norte

Figura 1 – Esquema da rede logística 54 - Revista Tecnologística - Maio/2011

A redistribuição desses materiais para atendimento dos voos internacionais é feita nos porões das aeronaves da própria companhia aérea e eles ocupam espaço onde poderiam ser transportadas cargas, outra fonte de receita da empresa. A distribuição de materiais para cada região é diferenciada (Tabela 1) em função das diferenças de frequência de voos e do tamanho das aeronaves da companhia. Os fretes diferenciam-se de acordo com o modal de utilização e os tempos de trajeto para o envio de materiais ao longo da rede logística também são influenciados pelo modal de transporte escolhido (ver Tabela 2). Os tempos de trajeto para transporte dos materiais são afetados, principalmente, pelo modelo aduaneiro adotado e o espaço disponível no porão das aeronaves para transporte dos materiais. Essa disponibilidade pode



ARTIGO POLI / CISLOG

Figura 2 – Rede logística atual

ser afetada por variáveis como, por exemplo, condição climática no dia da decolagem (ex: chovendo ou não) e quantidade de passageiros/bagagens embarcados, em que quanto maior a quantidade de passageiros e bagagens, menor o espaço disponível para cargas e materiais da companhia. Nos períodos de alta demanda para envio de cargas, a disponibilidade para o envio dos materiais da companhia tende a ser ainda menor. O equilíbrio nessas decisões é um exercício diário da companhia. A opção pela rede logística atual é um fator determinante para a política de estoques da companhia, que se vê obrigada a trabalhar com níveis de estoque maiores no Brasil para reduzir o risco de indisponibilidade de material e redução do nível de serviço. A política de estoque no armazém atual e a planejada pela empresa para os armazéns do operador logístico, bem como os custos de manuseio e armazenagem, estão apresentados na Tabela 3.

Método de solução O modelo tratado nesse artigo considera que todos os materiais passam 56 - Revista Tecnologística - Maio/2011

por um centro de distribuição e esses não têm restrição de capacidade. Os centros de distribuição, exceto o armazém localizado na América do Sul, têm limitação de atendimento às regiões específicas. Um modelo de Programação Linear Combinada foi desenvolvido para aplicação do problema de multiprodutos que serão produzidos na Ásia e consumidos na Europa e na América do Norte (ver Figura 1). Para isso, foi utilizado o software Logware no módulo Miprog.

Resultados Foram analisados dois cenários neste artigo. O primeiro considera a atual rede logística, que faz uma etapa de consolidação dos materiais na América do Sul. O segundo mostra a melhor rede logística encontrada pela metodologia sugerida neste artigo. Os resultados podem ser observados a seguir: Rede logística atual: considera uma etapa de consolidação dos materiais em um armazém da companhia localizado na América do Sul, conforme Figura 2 e Tabela 4.

Rede logística otimizada: considera que dois dos três armazéns candidatos foram abertos, conforme Figura 3 e Tabela 5. A rede logística atual tem um custo total estimado de US$ 17,7 milhões/ ano. A rede logística otimizada encontrada pelo modelo aplicado (cenário 2) tem um custo total de US$ 13,3 milhões/ano. Essa economia de US$ 4,4 milhões/ano equivale a uma redução de 24% no custo atual, que veio da inclusão de mais um novo fornecedor, da substituição do atual armazém por dois novos e da redução do nível de estoque. A adição de mais um fornecedor, que tem vantagem de preço nos “comfort itens”, gerou uma economia de 13% no custo de aquisição do produto e 5% no custo total de aquisição, considerando os materiais de bordo abordados neste artigo. Na rede otimizada, o material “amenity” tem origem no Fornecedor 1 e os “comfort itens” no Fornecedor 2. Os custos de transportes na rede atual atingiram US$ 7,7 milhões/ano, enquanto que na rede otimizada foram de US$ 3,9 milhões/ano, equivalente a uma redução de 49,5% em relação ao custo atual. Essa diferença reflete o benefício econômico com a mudança no transporte escolhido no fluxo “Fornecedor => Armazém => Cliente”. Na rede atual, a combinação do uso de modal marítimo e aéreo, com as rotas de maior distância, possui custo mais elevado que a combinação do modal marítimo com o rodoviário. Os custos de movimentação e armazenagem da rede atual atingiram US$ 923 mil/ano e os da rede otimizada, US$ 1,043 milhão/ano. O resultado é explicado pela diferença nas tarifas aplicadas nos diferentes armazéns. Em relação ao custo financeiro de estoque, foi constatado que na rede atual ele é da ordem de US$ 283 mil/ ano, enquanto que na rede otimizada baixou para US$ 101 mil/ano.


Atual – 1 Fornecedor, 1 Armazém e contêiner 20STD Fluxo

Aquisição (US$/ano)

Transporte (US$/ano)

Movimentação e Armazenagem (US$/ano)

ComfortC1A1América do Sul

1.179.277

2.289.774

277.064

ComfortC2A1América do Sul

589.897

1.172.092

138.532

ComfortC3A1América do Sul

589.897

1.199.298

138.532

ComfortC4A1América do Sul

606.3441

1.149.616

142.490

ComfortC5A1América do Sul

404.294

841.031

94.993

AmenityC1A1América do Sul

1.875.671

380.107

45.993

AmenityC2A1América do Sul

935.361

194.570

22.997

AmenityC3A1América do Sul

935.361

199.086

22.997

AmenityC4A1América do Sul

965.055

190.838

23.654

AmenityC5A1América do Sul

643.370

139.613

15.769

Total

8.724.624

7.756.024

923.019

% Part. por tipo de custo

50%

45%

5%

Total geral

17.403.627

Tabela 4 – Custo total anual da rede atual

Conclusões Do ponto de vista econômico, a elaboração da nova rede logística permitiria que a companhia distribuísse os materiais de serviço de bordo por meio de uma alternativa de menor custo operacional. O custo total

da nova rede logística encontrada é 24% menor do que o custo total da rede atual. Do total de US$ 4,4 milhões/ano, 10% do benefício obtido vieram de novo fornecedor, enquanto que, em logística, foi de 90% do total, com o apoio de Programação Linear Combinada.


ARTIGO POLI / CISLOG

Neste artigo foram analisados dois itens, de um total de mais de 55. Além de diversos materiais, o problema envolve dezenas de fornecedores e regiões de consumo que ultrapassam mais de 50 localidades no Brasil e diversos destinos internacionais em três continentes. O estudo frequente de redes logísticas apresenta um potencial econômico relevante para essa empresa, conforme demonstram os resultados obtidos nesse trabalho.

Referências BALLOU, R. H. Gerenciamento da cadeia de suprimentos/logística empresarial. 5.ed. Porto Alegre: Bookman, 2006. BALLOU, R. H. Selected computer programs for logistics/supply chain planning. v. 5.0 Logware. Porto Alegre: Bookman, 2006. CD-ROM. BRITO JUNIOR, I. Análise do impacto logístico de diferentes regimes aduaneiros no abastecimento de itens aeronáuticos empregando modelo de transbordo multiproduto com custos fixos. São Paulo, 2004. Dissertação (Mestrado em Engenharia) – Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, USP, 2004.

Otimizado – 2 Fornecedores, 2 Armazéns e contêiner 20STD Fluxo

Aquisição (US$/ano)

Transporte (US$/ano)

Movimentação e Armazenagem (US$/ano)

ComfortC1A1Europa

1.026.450

1.373.960

324.963

ComfortC2A1Europa

513.450

650.997

162.482

ComfortC3A1Europa

513.450

496.791

162.482

527.850

492.343

146.936

351.900

340.662

97.958

AmenityC1A2Europa

1.875.671

231.425

53.945

AmenityC2A2Europa

935.361

109.397

26.972

AmenityC3A2Europa

935.361

83.853

26.972

965.055

83.707

24.392

643.370

57.872

16.261

Total

8.287.918

3.921.010

1.043.362

% Part. por tipo de custo

63%

30%

7%

Total geral

13.252.290

ComfortC4A1América do Norte ComfortC5A1América do Norte

AmenityC4A2América do Norte AmenityC5A2América do Norte

Tabela 5 – Custo total anual da rede otimizada Fabrício Quesado Nicoletti Administrador de Empresas pelo Insper-SP, Pós -graduado em Logística Empresarial pela Fundação Vanzolini/USP fabricioqn@yahoo.com.br Fabiano Stringher Consultor de Logística e Pesquisador do Cislog/ Poli/USP, Professor de Pós-graduação em Logística pela Fundação Vanzolini/USP trio10@uol.com.br O Cislog (Centro de Inovação em Sistemas Logísticos) é um grupo de pesquisa que tem a finalidade de congregar, integrar, organizar e consolidar diferentes competências e capacidades em logística no âmbito da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo – Poli/USP. O centro é coordenado pelos professores Hugo Yoshizaki e Cláudio Barbieri da Cunha.

Figura 3 – Rede logística otimizada 58 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Cislog: (11) 3091-5450, ramal 489



ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN

Desafios da função compras nos mercados emergentes Ataíde Braga

Introdução

O

mundo em que vivemos vem apresentando várias mudanças e de uma maneira tão rápida que às vezes nos deixa assustados com a evolução dos acontecimentos. A economia mundial, por exemplo, está passando por profundas transformações e de maneira bastante dinâmica. O eixo do poder econômico, que sempre se concentrou em tornos dos EUA e países europeus, está se deslocando para os países emergentes. Muitos são os exemplos que poderíamos utilizar para apresentar como evidências deste argumento, mas, devido à limitação de espaço neste texto, serão discutidas três situações relacionadas a dados macroeconômicos. Vejamos, por exemplo, o comportamento das vendas mundiais de veículos de passageiros e comerciais leves quando se compara a fatia de mercado dos países emergentes em 2007 e em 2010. Estes países saíram de uma pequena participação em junho de 2007 para quase a metade das vendas mundiais deste produto em setembro de 2010. Outro dado interessante é o fato de que os mercados emergentes são considerados os melhores mercados para esses países. A participação do mundo emergente, como destino das exportações dos próprios emergentes, evoluiu de 37,7% no ano 2000 para 50,10% em 2009, demonstrando a preferência mencionada e contribuindo para entendimento do redirecionamento do eixo do poder econômico. Por último, a Figura 1 traz uma visão panorâmica do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de vários países no ano de 2010 e contribui ainda mais para con-

60 - Revista Tecnologística - Maio/2011

solidar a importância dos países em desenvolvimento. Digno de nota é o fato de que o Brasil ocupa a terceira posição em termos de crescimento entre os países considerados, atrás da China e da Índia. Os demais países, incluindo os EUA, Japão e vários europeus, apresentaram crescimento bem abaixo do que os três maiores desempenhos mencionados. Este conjunto de indicadores aponta na direção da importância dos emergentes no contexto econômico mundial, dando suporte a iniciativas de se buscar um melhor entendimento do que vem acontecendo nas regiões dos países em foco, principalmente no que se refere à gestão dos recursos que são ofertados. Assim, o Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS, em parceria com outras organizações internacionais, realizou a pesquisa sobre os desafios e oportunidades para os compradores que adquirem bens e serviços em países emergentes, que será apresentada de forma resumida neste artigo.

Parceiros da pesquisa A pesquisa foi coordenada pela Associação Alemã de Logística (BVL) e pelo Departamento de Logística da Universidade de Tecnologia de Berlim e contou com a participação de colaboradores e especialistas de diferentes países para a coleta de dados nas suas respectivas regiões ou outras de seus interesses. Esta pluralidade de pesquisadores e campos estudados conferiu o caráter internacional do ambiente onde a pesquisa foi realizada. O Brasil foi representado pelo ILOS e teve ao seu lado escolas de negócios de diferentes universidades


Fonte: Bradesco

Figura 1 – Crescimento do PIB em 2010

e associações de logística da China, Rússia, Turquia e Estados Unidos. Estas instituições investigaram as atividades de compras nos seguintes países emergentes e regiões: Brasil, Turquia, Rússia, China, Leste Europeu, Tigres Asiáticos e ASEAN5 (Associação das Nações do Sudeste Asiático – Indonésia, Malásia, Filipinas, Tailândia e Vietnã). A Figura 2 mostra, no lado esquerdo, o grupo de países onde estavam localizadas as empresas compradoras, e o lado direito é representado pelas regiões fornecedoras para as empresas dos países do lado esquerdo. O estudo contou com a participação de 332 importantes empresas industriais com elevado valor anual de gastos realizados pelos departamentos de Compras. Elas dividiram com os pesquisadores suas percepções sobre os objetivos de sourcing, os desafios atuais e futuros que estão experimentando na definição das suas estratégias de suprimentos e, ainda, o volume de redução de preços nas compras realizadas nos mercados emergentes. A grande maioria das empresas entrevistadas (79%) tinha faturamento acima de 50 milhões de euros e 40% do total da amostra tinham faturamento acima de 500 milhões de euros. O executivo de Compras tinha posição de vice-presidente em 14% delas, e ocupava o cargo de diretor ou gerente executivo em 78% das empresas, indicando a importância dessa função, principalmente sob a perspectiva estratégica. A amplitude dos setores pesquisados mostra a diversidade de empresas que emitiram suas opiniões, colabo-

rando com a generalização dos resultados encontrados. Os segmentos investigados foram: máquinas e motores; eletrônica e tecnologia de informação; automotivo; alimentos e bebidas; bens de consumo; químico e farmacêutico; têxtil; e siderúrgico.

Desafios dos compradores em mercados emergentes em geral As empresas localizadas no lado esquerdo da Figura 2, que executam suas aquisições nos mercados emergentes dos países citados no lado direito da mesma figura, encontram vários desafios associados à qualidade dos produtos, infraestrutura logística, processos, comunicação e outros que serão discutidos adiante. Alguns desses desafios estão constantemente sendo ressaltados na mídia internacional e tem sido observada pouca evolução em direção à alteração deste quadro nos últimos anos. A Figura 3 apresenta uma consolidação dos fatores mencionados. A qualidade dos produtos foi o problema mais apontado pelas empresas compradoras nos mercados emergentes (77%). A baixa qualidade pode ser explicada pelo baixo conteúdo tecnológico, quando comparado com regiões desenvolvidas, pela pouca preocupação com o cliente e por problemas de produção e gestão. Uma forma de se contornar esse problema é a utilização de serviço terceirizado de controle de qualidade Maio/2011 - Revista Tecnologística - 61


Fonte: Pesquisa de Compras nos Países Emergentes, 2011

ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN

Figura 2 – Regiões compradoras e fornecedoras

Fonte: Pesquisa de Compras nos Países Emergentes, 2011

antecipado. Algumas empresas brasileiras que realizam Os problemas de comunicação citados na Figura 6 partes das suas compras internacionais em países emersão referentes à baixa troca de informações entre comgentes procuram adotar a prática de ter uma empreprador e fornecedor. Muitas dessas informações dizem sa de auditoria no local da obtenção do material, para respeito à operação de movimentação do material, que atestar sua qualidade antes de ele ser encaminhado e precisa vencer grandes distâncias até o ponto de destievitar todo o transtorno de recusa do material depois no, quando se trata de troca entre países. da sua chegada ao país. A falta de fornecedores qualificados foi apontada A infraestrutura logística foi apontada em segundo por 68% das empresas compradoras participantes da lugar como principal gargalo, com 74% dos votos entre pesquisa e significa que elas estão encontrando difios entrevistados. Este ponto é recorrente nas condições culdades em identificar fornecedores adequados devioferecidas pelos emergentes, que ainda não contam com do a questões associadas ao processo produtivo destes uma infraestrutura adequada para movimentação dos fornecedores localizados em países emergentes. Outra bens que exportam ou que comercializam internamente. dificuldade, indicada por 67% das empresas e também No caso do Brasil, já é de amplo conhecimento como muito correlacionada à anterior, foi a falta de conhecinossas restrições logísticas afetam o tempo de entrega e mento tecnológico dos fornecedores. o custo das compras que são realizadas em nosso país. Pelo visto, os fornecedores estão com estrutura e Alguns de nossos produtos, em que pese serem produziconhecimentos tecnológicos aquém do esperado pela dos ou cultivados de forma eficiente, perdem competitimaioria dos compradores, com reflexos na satisfação das vidade internacional por conta da deficiência de estrutura logística que enfrentamos. É claro que já existem projetos do Plano de Aceleração do Crescimento (PAC), do Governo Federal, para suprir alguns gargalos logísticos, mas estes projetos estão sendo executados com uma velocidade tão baixa que ainda levaremos muito tempo convivendo com os gargaFigura 3 – Desafios dos Mercados Emergentes los logísticos atuais. 62 - Revista Tecnologística - Maio/2011



Fonte: Pesquisa de Compras nos Países Emergentes, 2011

necessidades dos demandantes, que precisam dos fornecedores para a realização dos seus significativos investimentos nos próximos anos, devido ao crescimento econômico que foi delineado no início deste texto. O estudo internacional que deu origem a este artigo também apontou que existe uma mentalidade de negociação entre os emergentes que dificulta os relacionamentos e que proporciona Figura 5 – Desafios da negociação pouca flexibilidade na interação entre as partes. Esta ocorrência foi constatada por 65% dos entrevistados. Curioso também é o fato de a cultura local ser apontada por 63% dos respondentes como barreira para a realização dos negócios. Pode ser que as médias dos dois últimos problemas citados estejam influenciadas pelos demais emergentes, porque o Brasil, devido aos seus fortes aspectos culturais latinos, sempre foi caracterizado por ser um país de excelente relacionamento com seus interlocutores.

Figura 4 – Infraestrutura Logística 64 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Fonte: Pesquisa de Compras nos Países Emergentes, 2011

ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN

Desafios dos emergentes por país Os países emergentes possuem problemas semelhantes no que se refere ao atendimento de suas próprias necessidades e de outros que procuram estes mercados. Sem dúvida, a questão de falta da infraestrutura logística é o fator marcante em todos os países examinados. Conforme descrito na Figura 4, a logística é um grande problema quando se compra na China, fato apontado por 87% das empresas entrevistadas. N a Rússia, este percentual cai para 85% dos respondentes. As dificuldades estão relacionadas à regulamentação, inúmeros gargalos, falta de operador habilitado e baixo desempenho da cadeia de suprimentos na movimentação de material com um todo. A China iniciou vários programas governamentais para mudar o qua-


dro atual e envolveu empresas de logística estrangeiras nas suas operações, de modo a ganhar experiência e poder adaptá-la ao mercado chinês. O Brasil apresentou índice de dificuldade logística, apontado pelas empresas compradoras, semelhante aos da China e Rússia. Nossos projetos de desenvolvimento em infraestrutura são vistos externamente como de execução em passos lentos, levando a situação atual de gargalos no sistema a se acentuar nos próximos anos. Outro ponto também comentado pelos países que compram no Brasil, seja empresa brasileira ou estrangeira, é que os preços dos nossos serviços logísticos são muito elevados, contribuindo com a formação de obstáculos na aquisição de bens no país. O fato é que, de uma forma geral, China, Rússia, Brasil, Leste Europeu e Turquia apresentaram índices de dificuldade logística parecidos e elevados. O segundo desafio, a ser considerado de forma individualizada, aparece explicitado na Figura 5 e está associado à dificuldade de negociação nos países emergentes. Os problemas desta natureza são principalmen-

te decorrentes de barreiras culturais existentes nestes mercados. As empresas entrevistadas apontaram a Rússia com o maior índice de problemas de negociação. A Turquia segue em segundo lugar e os problemas lá estão relacionados a acordos de livre comércio, quotas de transportes, regulamentações e também decorrentes de uma alfândega sindicalizada. Já no Leste Europeu existe uma prática salutar de se ter um gerente de conta na negociação entre os parceiros, aumentando a relação de confiança e assegurando a acurácia nas informações que são trocadas. Mas, mesmo assim, mais da metade dos entrevistados (54%) apontou dificuldades no campo da negociação naquela região. Um dado revelado na pesquisa que chama atenção foi o fato de o Brasil ser apontado como o país com menor índice de dificuldade para negociação, problema citado por apenas 38% das empresas que compram do país. Os demais países apresentaram percentuais bem maiores do que o nosso. Dentre os motivos que contribuem para este baixo indicador poderíamos citar o jei-


to flexível, contemporizador e amistoso do brasileiro. A falta de fornecedor qualificado, conforme já observado anteriormente neste texto, é um dos problemas enfrentados pelos emergentes e é mais sentido nos países do Leste Europeu, China e Brasil. A região com maior incidência desta situação foi o Leste Europeu, com 75% dos respondentes chamando atenção para este Figura 6 – Qualificação dos fornecedores problema. China e Brasil aparecem logo Conclusão em seguida, com 72% das opiniões dos compradores. A Figura 6 traz a A transformação econômica nos visão de todos os países pesquisados países considerados emergentes está neste quesito. A maioria dos fornecedores de ocasionando um forte crescimento mercados emergentes atrai empresas no consumo interno e externo descompradoras devido a suas vanta- tes países, que recorrem ao mercado gens de preço, porque contam com de outros emergentes para satisfação o baixo custo da mão de obra dos de suas necessidades. Parece que os vendedores não seus países. Entretanto, este baixo custo da mão de obra parece estar estavam preparados para este sigassociado a limitações de habilida- nificativo aumento de demanda, de e capacidade de aprendizado dos ocasionando deficiência nos servitrabalhadores, trazendo reflexos na ços prestados, aumentos dos custos, problemas de qualidade do qualificação dos fornecedores. Este quadro indica que os com- material fornecido e significativos pradores terão de empreender es- gargalos logísticos devido à insufiforços na direção de promover o ciente infraestrutura logística desdesenvolvimento de seus fornece- ses países. O movimento de reação aos prodores nos países emergentes. Este desenvolvimento passa pela busca blemas citados tem se mostrado de melhoria de qualidade, tempo de lento e burocrático, com impacto entrega, tempo do ciclo do pedido, direto no tempo de resposta da socapacidade de inovação, capacidade lução de algumas dificuldades que tecnológica de produtos e processos, foram discutidas. A continuidade capacidade de produção, respon- dos gargalos mencionados por muisabilidade ambiental e viabilidade to mais tempo, associada à grande financeira, tanto dos fornecedores procura dos emergentes sobre ouexistentes como na prospecção de tros emergentes, pode levar a uma escassez de fontes de fornecimento. novos fornecedores. 66 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Fonte: Pesquisa de Compras nos Países Emergentes, 2011

ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN

Assim, os executivos de Compras e Suprimentos devem ficar atentos, porque o cenário desenhado indica que eles terão dificuldade de tocar os projetos de investimentos de suas empresas por conta de uma possível falta de fornecedores.

Referência bibliográfica Braga, A. R. Inteligência de Mercado Aplicada a Compras/Suprimentos. Revista Tecnologística, ed. janeiro de 2008. BVL, Strategies International Procurement: Challenges and Opportunities in Emerging Markets. Bremen, 2011. ILOS, Pesquisa sobre Desenvolvimento de Fornecedores, 2011.

Ataíde R. Braga Professor e pesquisador do ILOS – Instituto de Logística e Supply Chain ataide@ilos.com.br Tel.: (21) 3445-3000



EVENTO

CeMAT trouxe o melhor da intralogística para o Brasil Em sua primeira edição no Brasil, evento teve 175 expositores e um público de 12.500 pessoas

68 - Revista Tecnologística - Maio/2011

versão alemã e situando-se à frente das edições que acontecem na China, Rússia, Turquia e Índia. O evento é promovido pela Câmara Setorial de Equipamentos para Movimentação e Armazenagem de Materiais (CSMAM) e pela Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), e conta com o apoio de parceiros como a Associação Alemã de Fabricantes de Máquinas e Equipamentos (VDMA), Associação dos Engenheiros Alemães (VDI) e a Associação alemã de Logística (BVL). Veja a seguir algumas das novidades apresentadas durante a primeira edição da CeMAT South America.

uma estrutura mais robusta e forte, ideal para trabalhos duros e em condições extremas. Com capacidade para reboque de quatro a sete toneladas de carga, as máquinas apresentam motor com tecnologia de corrente alternada de 3 kW no modelo CTX40 e de 6 kW no modelo CTX70, proporcionando baixa manutenção com menor consumo energético. Os rebocadores possuem, ainda, três sistemas de freios independentes (elétrico, de serviço e de estacionamento), que aumentam a capacidade de movimentação graças à regeneração da bateria.

Clark entra no mercado de rebocadores A Clark Empilhadeiras, empresa do grupo coreano Young Na e subsidiária da Clark Material Handling International, anunciou sua entrada no segmento de rebocadores no ano de 2011. A companhia vai incorporar a seu portfólio a linha de rebocadores CTX, construídos sob o conceito Built to Last, caracterizado pela construção de

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S

ão Paulo foi sede, entre os dias 4 e 7 de abril passado, de um dos maiores eventos mundiais voltados ao setor de intralogística: A CeMAT South America, que é parte da tradicional feira alemã de mesmo nome, que se realiza há 30 anos na cidade de Hannover. O evento chegou ao Brasil para estimular o debate sobre as novas iniciativas do setor e mostrar o que há de mais moderno em equipamentos e serviços. Sediada no Centro de Exposições Imigrantes, a feira ocupou 20 mil m2 de área, onde 175 empresas expuseram suas soluções para o setor de intralogística. Em uma área externa, ofereceu mais dez mil m2, que foram dedicados ao “Show de Empilhadeiras”, no qual oito companhias – Byg, Clark, Hyster, Linde, Jungheinrich, Still, Paletrans e Yale – demonstraram práticas de sistemas de carga e descarga. Essa iniciativa aproximou os produtos do público, que pôde observar in loco todo o seu potencial. De acordo com o diretor do evento no Brasil, Constantino Bäumle, embora esteja em sua primeira edição, a CeMAT no Brasil é a segunda maior em área de exposição, atrás apenas da


Empilhadeiras

Retrak e Marlog fecham acordo de locação e manutenção A Retrak Empilhadeiras anunciou na CeMAT uma parceria com a Marlog Brasil Logística, empresa do grupo Transmaroni que oferece serviços de logística integrada, armazenagem, transporte e distribuição, para a locação e manutenção de empilhadeiras e transpaleteiras. Com o acordo, a Marlog deixa de ter frota própria e passa a terceirizar os equipamentos utilizados nos seus três centros de distribuição, localizados em São Paulo – onde estão situadas duas unidades – e no Rio de Janeiro. A Marlog mantinha frota própria desde o início de suas operações, há

Novas tecnologias em empilhadeiras e transpaleteiras, da Jungheinrich

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A Clark também aproveitou a ocasião para lançar a nova linha de empilhadeiras da série Genesis 2. Os modelos C40, C45, C50s e C55s oferecem capacidade de carga entre 4 e 5,5 toneladas. Com sistema de transmissão de duas velocidades à frente e à ré, as empilhadeiras apresentam aceleração otimizada, eixo frontal com rodagem dupla ou simples e tanque hidráulico incorporado ao chassi, que dissipa o calor do óleo. O tanque apresenta capacidade para 88 litros nos modelos C40 e C45, e para 100 litros nos modelos C50s e C55s. Já os modelos C15, C18 e C20, com capacidades entre 1,5 e 2 toneladas, apresentam sistema de transmissão transeixo de uma marcha à frente e à ré, projetado para proporcionar confiabilidade em operações com carga máxima e em condições extremas, coluna de direção inclinável em seis posições com curso de 38 graus, torres com alta visibilidade e trilhos em perfil I ou U de alta resistência. (11) 3488-1466

cinco anos. “Havia excesso de equipamentos e a produtividade, juntamente com a disponibilidade de máquinas, era baixa. Um equipamento quebrado ficava inativo entre dez e 15 dias para reparos”, conta o gerente de Logística da Marlog, Ronaldo Ferraz. Segundo o executivo, uma análise comparativa entre as vantagens da frota própria e da terceirizada e um levantamento dos pontos de estrangulamento da operação indicaram a necessidade da mudança. A decisão foi baseada em um diagnóstico realizado pela Retrak Empilhadeiras a pedido da Marlog. “Em um estudo analítico, ficou demonstrado que a empresa estava investindo mais no financiamento dos equipamentos e contrato mensal de manutenção do que se estivesse usufruindo de um contrato de locação. Isso sem levar em consideração a depreciação dos equipamentos e das baterias, somada à indisponibilidade média de 15% da frota, impactando a produtividade dos CDs”, destaca o diretor da Retrak, Fábio Pedrão. Os equipamentos antigos da Marlog foram vendidos à própria Retrak. Ainda em 2011, a empresa pretende ampliar em 25% o número de equipamentos que utiliza em seus CDs. Retrak: (11) 2431-6464; Marlog: (11) 3659-5505

A fabricante alemã de equipamentos e prestadora de serviços de intralogística Jungheinrich apresenta ao mercado novidades em sua linha de empilhadeiras e transpaleteiras. As novas empilhadeiras patoladas modelos ERC 212, 214 e 216 (com capacidade de 1.200, 1.400 e 1.600 kg), para operador em pé, podem atingir velocidades máximas que variam de cinco a nove km/h, cobrindo operações de curtas e longas distâncias. Todas as versões possuem plataforma dobrável para o operador, com encosto almofadado para as costas. A nova série possui ainda direção elétrica e sistema Curve Control, que reduz automaticamente a velocidade máxima do equipamento nas curvas, dependendo do ângulo. Equipada com um controlador e um motor de bomba, responsáveis pela subida e descida proporcionais da torre, as empilhadeiras apresentam maior sensibilidade nos movimentos de subida e descida do mastro, assim como um consumo reduzido de energia e menor emissão de ruído durante as operações. Além disso, o operador tem à sua disposição uma opção de redução automática da velocidade de descida do mastro para depositar a mercadoria no solo com suavidade e cuidado. As empilhadeiras elétricas para operador em pé são equipadas com motor trifásico de corrente alternada de 24 V (2,8 kW) e podem contar com um sistema de retirada lateral de bateria, trazendo mais praticidade às operações em turnos múltiplos. Um carregador opcional integrado também permite carregar a bateria de forma mais fácil e segura, podendo ser conectado a uma tomada de 230 V. Maio/2011 - Revista Tecnologística - 69


EVENTO

Transpaleteiras

RFID As selecionadoras de pedidos e empilhadeiras trilaterais combinadas EKX 513-515, com capacidade de até 1,5 t e altura de elevação de até 15 m, contam com sistema de navegação em armazém com identificação por radiofrequência (RFID) e são controladas por um sistema inteligente que se comunica com a administração do armazém. O veículo recebe as ordens de seleção de pedido do sistema de administração do armazém e o operador somente faz a liberação e a condução do veículo até o corredor onde as mercadorias estão armazenadas. A empilhadeira realiza a aproximação semiautomática pela rota mais curta, com uma velocidade otimizada e com o menor consumo de energia possível. Em armazéns de corredores estreitos, o módulo especial de topologia do solo envia informações que adaptam a velocidade do equipamento às condições do piso durante a operação. Os comandos de solo garantem ainda maior flexibilidade em relação a funções de segurança, como, por exemplo, proteção de fim de corredor, limitação de altura e de deslocamento, assim como redução de velocidade em áreas com piso de má qualidade ou para o transporte e manuseio de cargas frágeis. 70 - Revista Tecnologística - Maio/2011

As transpaleteiras dos modelos EJE 116 e 220, destinadas à carga e descarga de caminhões e transporte de paletes em distâncias curtas, possuem cabeça de timão multifuncional e teclas basculantes, que conferem maior ergonomia e conforto. A EJE 116, apta a transportar cargas de até 1.600 kg, apresenta comprimento frontal de 494 mm, que torna as manobras mais seguras mesmo em espaços confinados. A transpaleteira EJE 220 possui capacidade de carga de até 2.000 kg e é indicada para operações que exijam um maior desempenho. Ambos os modelos possuem um timão longo acoplado na parte inferior, que garante uma distância segura entre o veículo e o operador. O botão de marcha lenta é um auxílio adicional em espaços de armazém muito pequenos, facilitando o deslocamento com o timão em pé a uma velocidade automaticamente reduzida. Os equipamentos apresentam ainda opcional de remoção lateral da bateria. Também equipados com o motor trifásico de corrente alternada da Jungheinrich, os modelos apresentam rodas de apoio com mola e amortecimento hidráulico – unidas pelo sistema de acoplamento oscilante ProTracLink –, que distribuem a força de apoio conforme necessário. Nos trajetos em linha reta, esta força de apoio está concentrada no acionamento de roda. Nas curvas, o

sistema concentra a força na roda de apoio externa para que o operador conduza o veículo com estabilidade. Para subir rampas, o ProTracLink garante o baixo índice de desgaste das rodas de apoio por meio do ajuste de nível. (11) 4815-8200

Rebocador 7CBT para operador sentado ou em pé, da Toyota A Toyota BT aumentou a sua família de produtos no Brasil com o lançamento do rebocador elétrico 7CBT, projetado para atender e promover melhorias no transporte horizontal nos mais variados segmentos. Com capacidade de carga de 600 kg e velocidade de deslocamente de 8,5 km/h, o equipamento é apresentado em dois modelos: para operador em pé – mais indicado para operações onde existe a necessidade de entrada e saída constante do operador na máquina – e para operador sentado – dirigido às operações nas quais não há essa necessidade e os deslocamentos são maiores. Com um raio de giro de aproximadamente 1,5 metro, o 7CBT oferece design compacto que garante maior facilidade de manobra, mesmo em locais estreitos. De fácil dirigibilidade, tem controles de aceleração e breque

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O veículo, que atinge velocidades de até 12 km/h, é controlado por transponders que realizam continuamente medições de distância. Tanto a topologia do solo como os ajustes de velocidade podem ser gravados na memória da empilhadeira e transmitidos para qualquer dispositivo via conexão USB.



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Robô para paletização Fuji EC-201, distribuído pela Sunnyvale

A Sunnyvale, distribuidora de equipamentos de paletização, codificação industrial, inspeção, controle de qualidade e materiais para embalagem, traz ao mercado brasileiro o robô para paletização EC-201, da fabricante japonesa Fuji Robotics. O seu desenho foi concebido levando em conta os mo-

vimentos e os tipos de garras necessários à função de paletizar caixas, sacos, fardos, baldes, latas e outros produtos unitários, apresentando construção simples e baixo consumo de energia. Com capacidade para até 320 kg, o equipamento é capaz de realizar até 1.800 ciclos por hora sem interrupções e possui mais de 160 soluções customizadas de garras para atender aos mais variados tipos de operações. (11) 3048-0147

Sistemas completos para docas, da Rayflex A Rayflex participou da CeMAT com o conjunto de portas seccionais + abrigos retráteis + plataformas niveladoras que constituem um seguro sistema de fechamento de grandes vãos em centros de distribuição, terminais de carga, depósitos e similares, quando do carregamento e descarregamento de caminhões. As portas seccionais são fabricadas com painéis metálicos isolantes pintados, formando um sanduíche de 40 mm, preenchido com poliuretano. Dotadas de janelas termoacrílicas com parede dupla, as portas são resistentes e funcionais e oferecem operação lenta e silenciosa, sem vibrações. Podem ser automatizadas ou não, bem como fabricadas sob medida, embora na maior parte com altura de 2,50 m e largura de 2,60 m para atender às necessidades dimensionais dos caminhões que atracam nos terminais de carga.

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no guidão de direção, o que permite acionamento e cancelamento das operações com um simples toque. Possui ajuste variável de três posições, que proporciona facilidade para o engate de diferentes reboques, e a bateria foi colocada em um compartimento abaixo do assento, de fácil acesso e com abertura total, para facilitar a manutenção e a troca. Para garantir maior conforto ao operador, o banco e/ou apoio de quadril foram projetados para reduzir a fadiga gerada durante a operação, e o degrau de entrada e saída do equipamento é baixo, a fim de facilitar a movimentação do profissional. O 7CBT conta também com o OPS (Operator Presence Sensing System), sistema que interrompe as funções de percurso se detectar que o operador não está na posição correta. (11) 3511-0400


lização para “peças móveis”, comandadas por sistema elétrico e que podem suportar cargas dinâmicas até 10 t estáticas. Podem ser fornecidas individualmente ou em pacotes completos para docas (porta seccional + abrigo + nivelador). (11) 4645-3360

Linha de pneus para empilhadeiras e veículos industriais, da Continental A Continental trouxe à feira seus lançamentos na linha de pneus para empilhadeiras e veículos industriais. Uma das novidades é o modelo ContiRT20 Performance, com estrutura radial. Os sulcos extraprofundos (Extra Deep) e os novos compostos utilizados em sua fabricação propor-

cionam maior durabilidade, resistência à abrasão e aos danos causados por cortes e arrancamentos. O novo desenho de banda de rodagem tem como meta garantir melhor distribuição de carga, mesmo em operações severas. Além disso, sua baixa resistência ao rolamento reduz o consumo de energia e, consequentemente, a emissão de CO2. Já a carcaça do modelo é reforçada com cintas de aço mais largas, proporcionando ao pneu estabilidade e durabilidade. As laterais deste novo modelo radial, por suas características especiais de rigidez, garantem adaptação

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Do conjunto fazem parte os abrigos retráteis Rayflex, fabricados em PVC com espessura de 3 mm, malha de poliéster de reforço interno, proporcionando maior resistência e evitando a deformação devido aos movimentos de retração. Esses abrigos possuem, na parte frontal, faixa de sinalização na cor amarela para orientar a manobra dos veículos. Completam o conjunto as plataformas niveladoras de docas, da fabricante Inkema, dotadas de parada de emergência (acionada por chave ou falha de energia); válvula de segurança em cilindro de elevação para o bloqueio em caso de ruptura da mangueira; saias laterais móveis que fazem o papel de “guardas de pé”; relevo antiderrapante superior; faixa de cor em tons de sina-


EVENTO

74 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Empilhadeira Hyundai 25L-7 V400, distribuída pela Brasil Máquinas A Brasil Máquinas demonstrou a empilhadeira 25L-7 V400, fabricada

pela Hyundai, que se destaca por um sistema hidráulico que permite reações rápidas durante a operação. Equipada com o motor HMC Beta, a empilhadeira dispõe de válvulas direcionais de baixo ruído que aumentam sua eficiência e durabilidade. O motor e o sistema de transmissão são montados horizontalmente e posicionados de forma elevada na estrutura da máquina, proporcionando maior proteção aos componentes mais sensíveis durante operações em terrenos irregulares. O modelo possui capacidade para até 2.500 kg, com estabilidade para levantar e abaixar a torre, assim como incliná-la para frente e para trás. Quando a empilhadeira está completamente carregada, a velocidade de retração da torre é controlada por uma válvula, conferindo maior segurança à operação. (11) 3036-4000

Sorter de Bandeja Pusher, do Grupo Linx

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e aplicação a velocidades pequenas e médias, entre 16 e 20 km/h, mas nunca acima de 25 km/h. A Continental também está disponibilizando ao mercado os pneus industriais do modelo cushion – ou press-on-band – MH20 e MC20. A tecnologia cushion consiste na instalação de uma base de aço longitudinal sobre a qual é depositada a banda de rodagem vulcanizada, formando um conjunto maciço e pronto para a aplicação. Um anel de aço garante a instalação e oferece proteção para a roda e o ombro dos pneus. O Continental MH20 (com banda de rodagem lisa) e o MC20 (com sulcos) são oferecidos nas opções black e clean. Recomendados para movimentações de cargas em trajetos curtos e com espaço limitado, como em grandes maquinários em área restrita ou na estocagem de materiais e produtos acabados, os modelos se destinam especialmente a ambientes fechados, piso regular e baixa velocidade, apresentando economia, segurança e maior vida útil, além de exigirem baixa manutenção. 0800 170061

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às superfícies irregulares, enquanto a banda de rodagem extralarga permite maior contato entre o pneu e o solo, oferecendo mais tração. Já o pneu para empilhadeiras IC40 Extra Deep é indicado para operações de média e longa distâncias (de 500 a 3.000 m), preferencialmente em terrenos regulares e com velocidades médias. Disponível com câmara e protetor, o IC40 oferece sulcos extraprofundos que proporcionam maior tração e resistência a avarias laterais – incluindo cortes –, conferindo melhor desempenho em aplicações severas e condições adversas. O modelo possui ainda banda de rodagem em formato côncavo quando inflado, que oferece melhor distribuição da carga e maior vida útil ao produto, reduzindo as perfurações e as paradas para manutenção Outro modelo de pneu apresentado é o superelástico CSE Robust SC18, indicado para serviços extremos dentro ou fora de instalações industriais que apresentem grande risco de perfuração ou ataque à banda de rodagem por materiais pontiagudos. O modelo apresenta alta tecnologia em compostos de borracha, o que resulta numa banda de rodagem com maior capacidade de tração, alta resistência e longa vida útil. Os compostos são parte integrante da lateral do pneu, proporcionando maior proteção e durabilidade às camadas internas, por evitar a penetração de objetos. Já o composto presente na camada intermediária oferece baixa retenção de calor e baixa resistência ao rolamento. Além disso, a base apresenta talões metálicos retangulares que impedem o pneu de rodar em falso. A tecnologia, patenteada pela Continental, permite a montagem dos pneus sem a necessidade de anéis de trava. O sistema pode ser instalado em qualquer tipo de aro – com exceção dos bipartidos –, e reduz em até 60% o tempo gasto no processo de montagem. O CSE Robust SC 18 destina-se a rotas de 200 m

O destaque do Grupo Linx na CeMAT foi o Sorter de Bandeja Pusher, um sistema separador de pedidos fracionados, ideal para caixas pequenas, cosméticos, produtos farmacêuticos, peças de vestuário em geral, calçados, livros, CDs e DVDs, entre outros produtos. Com capacidade de separar até nove mil unidades por hora e cinco quilos por produto, o equipamento tem desenho compacto que permite sua instalação em áreas com limitação de espaço e em diversas configurações de layout.


Talha Elétrica Biviga, da Brevil

A bateria também possui desligamento automático, corrente com partida gradativa e alimentação monofásica de 220V, trifásica – 220V, 380V e 440V – ou sob encomenda. Além disso, o produto pode ser utilizado junto a um programa de resfriamento, realizado antes do início da carga. (19) 3886-8044

A Brevil – Bremer e Marcovil Metalomecânica, companhia que fabrica e monta equipamentos para movimentação e transporte de cargas convencionais e especiais, apresenta ao mercado a Talha Elétrica Biviga. A novidade fica por conta do tamanho da talha, agora com 3,5 metros (ante os 4,5 metros da versão anterior), o que possibilita o ganho de dois metros de movimentação na ponte rolante. O equipamento pode ser aplicado em galpões de até 30 m de largura, movimentando itens de 3,2 t a 150 t. Há outra vantagem com a redução do tamanho. O novo layout da talha permite fácil acesso à parte mecânica, facilitando a manutenção. (47) 3411-3300

Carregador de bateria para empilhadeira tracionária, da KM A KM lança o carregador de bateria para empilhadeiras tracionárias controlado por microprocessador. A novidade possui um chip que administra a tensão e a corrente e gerencia o tempo de carga. A tecnologia armazena, ainda, as 20 últimas cargas, permitindo a visualização de desempenho no momento do carregamento.

A Terex Cranes apresentou uma seleção de equipamentos portuários disponíveis no mercado por meio da Equiport, distribuidor da Terex no Brasil, incluindo novidades como o FDC 18K6, um Empty Container Handler com capacidade de empilhamento de nove alturas; a Autopropelida Plataforma Aérea de Trabalho Genie Terex S-125, equipada com lança telescópica com alcance vertical de até 40,12 m, alcance horizontal de 24,71 m e capacidade de elevação de 227 kg. Outra novidade apresentada na exposição foi o Manipulador Telescópico Terex GTH844, com alcance máximo de 13,5 m e capacidade de elevação de 3,7 t. Criado para oferecer versatilidade, o Manipulador GTH844 vem com grande variedade de acessórios. A Terex Cranes também exibiu seus recentes desenvolvimentos em equipamentos de movimentação portuária, com destaque para a ampla variedade de empilhadeiras, Reach Stackers e Empty Container Handlers, oferecendo capacidade de elevação

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Gama de equipamentos portuários, da Terex Cranes

de 18 a 52 toneladas e capacidade de empilhamento de seis e nove alturas, respectivamente. 0800 6025600

Portas rápidas impactáveis KV-RP, da Kopron Divulgação

Entre as principais vantagens do produto estão o baixo investimento, resultando em menor custo por item separado, além de maior economia com manutenção. (11) 2103-2400

A empresa italiana Kopron marcou presença apresentando seu amplo leque de galpões fixos e retráteis, sistemas de docas de carga e descarga de mercadorias e sistemas de fechamento industriais, com destaque para as portas rápidas impactáveis modelo KV-RP, confeccionadas em lona PVC Classe II, autoextinguível (retardante de fogo), com 750 g/m². As portas possuem estrutura autoportante em aço galvanizado com acabamento em pintura Epóxi (ou opcional em aço inoxidável). Ideais para a indústria frigorífica, entre outras com alta demanda de máquinas, equipamentos e pedestres, o modelo foi especialmente projetado para suportar centenas de aberturas e fechamentos diários, com o mínimo de troca térmica entre as áreas interna e externa. Merece ser ressaltada sua alta resistência a impactos, o que diminui a manutenção causada por acidentes. Com o motor 220V 60Hz trifásico, o modelo também oferece faixa de visor que amplia a visibilidade, painel de controle IP 65, led de advertência, fotocélula de segurança, inversor de frequência e sistema antiesmagamento. As portas podem ter largura mínima de 2.250 mm e máxima de 4.500 mm, e altura mínima de 2.300 mm e máxima 4.500 mm. (11) 4525-2520 Maio/2011 - Revista Tecnologística - 75


O Grupo PrestBater destacou, entre sua linha de produtos, a Bateria Tracionária EnergyAc. Destinada a empilhadeiras, transpaleteiras e rebocadores, a EnergyAc é equipada com sistema de interligação de cabos de cobre aparafusados, totalmente isolados, que proporcionam manutenção simplificada à bateria. O equipamento possui Sistema de Reabastecimento Automático composto por válvulas, engate rápido e mangueira, que oferece excelente custo-benefício ao produto, uma vez que possibilita a minimização da mão de obra destinada aos trabalhos de reposição de água. Como diferenciais operacionais, as baterias oferecem alta capacidade acumulada e cíclica, além de alta resistência a vibrações e baixo consumo de água destilada. A Bateria Tracionária EnergyAc cumpre as normas DIN (Européia) e BS (Inglesa) e enquadra-se nas normas internacionais da eletricidade IEC 254-1,2 e EM 60254-1,2. O Grupo PrestBater, representante exclusivo da EnergyAc no Brasil, conta com suporte da Eurotrac, empresa do Grupo especializada em manutenção e reforma de baterias tracionárias. (11) 4496-4430

apresentou toda sua gama de opções em sistemas de separação de pedidos e armazenagem automática, tais como o Miniload, o Unit Load, Carrosséis, Paternoster, sistemas de armazenagem automática de alta densidade (Satélite) e sistemas sincronizados adaptáveis às necessidades de cada cliente. Merece destaque o Digital Picking System (DPS, sistema digital de picking), ou separação de pedidos sem papel, que facilita a criação de sistemas personalizados e reguláveis a todo tipo de operações de picking, sorting e montagem de itens e pedidos em distintos setores da indústria. A tecnologia Pick To Light (separação de pedidos por meio de luzes) permite ao operador saber rapidamente a localização e a quantidade exatas da operação que necessita ser realizada (separação ou colocação de itens) através de leds e displays luminosos que o guiam na tarefa. O sistema pode ser usado tanto em operações com reduzido número de itens e elevado volume de pegas por artigo, como em operações de grande volume, com maior quantidade de SKUs. Também pode ser empregado em áreas de produtos com média/alta rotatividade, sendo combinado com sistema de radiofrequência para cobrir áreas de menor rotatividade. (11) 3711-5940

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Bateria Tracionária EnergyAc, do Grupo PrestBater

Sistema digital de separação de pedidos, da Ulma

Sistemas Modulares DR e Talha Elétrica de Corrente DRT, da Düren

A Ulma Handling Systems, empresa espanhola especializada no desenvolvimento de armazéns automatizados,

A Düren Equipamentos Industriais expôs seus Sistemas Modulares DR, como o DRI (com capacidade para

76 - Revista Tecnologística - Maio/2011

cargas até 450 kg), DRI-C (para cargas até 500 kg) e o DRII (que suporta até 2.000 kg). Todos possuem componentes modulares e padronizados, que proporcionam movimentação suspensa leve e ergonômica de materiais em diversos setores da indústria. De fácil montagem e longa vida útil, oferecem fácil manutenção e excelente relação custo-benefício. A modularidade dos componentes dos sistemas DR permite grande versatilidade de utilização, mesmo em modificações ou expansões, pelo fato de qualquer alteração na instalação não necessitar de solda, apenas fixações por parafusos. Outro produto apresentado foi a Talha Elétrica de Corrente DRT, para elevação de cargas até 1.000 kg e indicada para uso em sistemas de pontes rolantes, sistemas de monovias, braços giratórios, pórticos rolantes ou mesmo fixos. (11) 4543-7370

Selecionador de camadas Layer Picker e garfos de pesagem iForks, da Cascade A Cascade apresentou com destaque suas duas mais recentes tecnologias para movimentação de cargas em empilhadeiras, o Layer Picker e os iForks. Na construção de paletes de carga mista em armazéns e centros de distribuição, o Layer Picker pode montar camadas simples ou múltiplas de produtos enlatados, engarrafados ou em caixas, substituindo o picking manual. Na prática, com o equipamento, um único operador de empilhadeira pode montar 1.250 cases/hora, enquanto a produção do mesmo trabalho realizada manualmente é de 250 cases/hora. O acessório oferece ótimo custo-benefício, uma vez

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Palete Monobloco de alta resistência, da Green Pallet A Green Pallet levou para a CeMAT sua gama de produtos cujo sistema de fabricação, inédito na América Latina, permite a obtenção de paletes monobloco altamente resistentes, 100% reciclados e 100% recicláveis, com várias opções de designs e medidas específicas para atender aos mais diversos setores, como o químico, metal-mecânico, au-

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Caixa Plástica 6450 com altura diferenciada, da Unipac A Unipac, divisão de negócios do Grupo Jacto, anunciou o lançamento da Caixa Plástica 6450, uma embalagem bastante resistente, concebida no formato cônico na dimensão padrão de 600 mm x 400 mm (comprimento x largura), porém com o diferencial da altura de 500 mm – sem similar no mercado. Em função dessas características, a capacidade de carga da caixa permite suportar até 20 kg.

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que possibilita diminuir o número de pessoas necessárias para fazer o trabalho, ao mesmo tempo em que o realiza com muito mais agilidade e precisão. Já os iForks, únicos garfos capazes de pesar o produto enquanto ele é movimentado, utilizam a tecnologia bluetooth para transmitir os dados para um display sem fio instalado na cabine do operador. Com tempo de instalação de apenas cinco minutos, os iForks são uma maneira fácil e econômica de aumentar a precisão da pesagem e melhorar a eficiência em diferentes aplicações. Os visitantes também puderam conferir o Single-Double Série G, novo modelo de Duplo Posicionador de Garfos que permite a movimentação de um ou dois paletes simultaneamente, reduzindo em até 50% o tempo da operação; além de garras para bobinas e fardos, garras giratórias e garfos de empilhadeiras para inúmeras aplicações industriais e comerciais. (13) 2105-8800

tomotivo, farmacêutico, logístico e alimentício, entre outros. Obtidos a partir de matéria-prima reciclada – como sacolas plásticas, cadeiras, engradados e sobras industriais –, através de um processo único de intrusão de alta performance, os paletes monobloco de alta resistência oferecem diversas vantagens: além de totalmente laváveis e higienizáveis, são impermeáveis ao tempo, possuem resistência a óleos, graxas e agentes químicos e impossibilitam a proliferação de fungos e bactérias. Entre os modelos disponíveis, destaque para o GP101, com medidas (Padrão PBR) de 1.000 mm x 1.200 mm, 27 kg de peso, capacidade estática de 3.000 kg e dinâmica de 1.500 kg. O modelo pode ser utilizado para estocagem e movimentação interna e externa de mercadorias, e possui cantoneiras e sistema antiderrapante que melhoram a acomodação e segurança dos produtos transportados. (51) 3469-8029

O lançamento é indicado para aplicações que exijam máxima resistência em carregamentos de produtos de baixa densidade e beneficia a vários mercados e setores industriais, dentre eles as empresas alimentícias, farmacêuticas e automotivas. Seu formato cônico facilita o empilhamento e a logística reversa, pois possibilita o encaixe de várias caixas vazias, uma dentro da outra, ocupando menor espaço para retorno. A embalagem conta com tampa que pode ser lacrada, para evitar a entrada de água e pó, preservando a integridade do produto e também mantendo um empilhamento seguro. A 6450 foi projetada para ser encaixada em qualquer tipo de palete padrão, tendo a possibilidade de utilizar cintas de amarração para maior segurança logística. Além de atender à tendência do setor de logística, que busca a redução de custos e a eliminação de resíduos sólidos em toda a cadeia, por meio da logística reversa e com rastreabilidade, a Caixa Plástica 6450 favorece o atendimento à norma sobre boas práticas de manuseio, armazenamento e transporte e às normas fitossanitárias vigentes em âmbito internacional, pois eliminam a proliferação de ratos, bactérias, fungos, pragas e outros vetores, proporcionando uma planta limpa, bem como a higienização adequada. Também merece destaque o fato de a embalagem ser totalmente reciclável ao fim de sua vida útil. (11) 4166-4260 Maio/2011 - Revista Tecnologística - 77


EVENTO

A Auxter Máquinas e Equipamentos divulgou seu contrato de representação com a alemã Sennebogen. Terceira maior fabricante mundial de equipamentos especiais para movimentação de materiais, a Sennebogen é líder no mercado americano, com 42% de participação. Pelo acordo, a Auxter passa a vender produtos da marca alemã em todo o país. E a Auxter já fechou bons negócios: vendeu para a PH Metais & Rental – especializada em logística industrial, manipulação e recuperação de metálicos – um lote de 20 máquinas Green Line. A locadora mineira Tradimaq também adquiriu mais três máquinas que serão usadas num contrato de rental com a Gerdau. A linha Green Line é formada por equipamentos utilizados nas atividades de movimentação em portos, empresas de reciclagem, no manuseio de sucatas de metais e na indústria de papel e celulose, entre outros segmentos. O diretor-geral da Auxter, Célio Neto Ribeiro, acredita que os equipamentos da Sennebogen terão boa 78 - Revista Tecnologística - Maio/2011

aceitação no mercado nacional por contarem com recursos tecnológicos de ponta e serem de fácil operação e manutenção. “A marca alemã visa a liderança do mercado brasileiro de equipamentos especiais e quer contar com a experiência da revenda brasileira no desenvolvimento de sua estratégia de negócios”, complementa o executivo. Os visitantes da CeMAT ainda puderam conhecer, no estande da Auxter, equipamentos e manipuladores telescópicos da JCB destinados a operações especiais de carregamento de longo alcance; as lavadoras Nilfisk-Advance, ideais para centros de distribuição devido ao baixo consumo de água e detergente; e empilhadeiras da Yale, marcas que também compõem o portfólio de marcas da empresa.

Concessão do Finame Outra novidade divulgada pela Auxter na CeMAT foi a concessão do Finame, linha especial de financiamento do BNDES, para a comercialização da escavadeira hidráulica JCB JS 200 SLC, um equipamento de alta tecnologia para a indústria da construção civil. O Governo Federal concedeu o benefício ao produto após a empresa fabricante produzir o equipamento com um índice de nacionalização de peças da ordem de 60%. “Com a concessão do Finame esperamos fazer saltar para 200 o número de máquinas a serem vendidas, ante 77 no ano passado”, estima Kennedy Bryto, gerente financeiro da Auxter. Equipada com motor a diesel de 172 hp, caçamba reforçada, sistema plexus de filtragem, sapatas de 700 mm e capaz de escavar a uma profundidade de 6,6 m, a JCB JS 200 SLC ainda é dotada de chassi longo e cabine fechada com ar condicio-

nado, e sua troca de óleo ocorre somente após cinco mil horas de uso. “Trata-se de um equipamento espetacular, agora acessível a pequenos e médios usuários”, ressalta Bryto. (11) 3623-4545

Matra investe US$ 1,8 milhão em nova linha de produção

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Auxter firma contrato de representação com alemã Sennebogen

A fabricante de paletes e caixas de madeira Matra do Brasil inaugurou recentemente uma nova linha de produção, com 12.000 m² de área, na cidade de Itaquaquecetuba (SP). Totalmente automatizada, a nova linha conta com um equipamento desenvolvido pela espanhola Cape, com capacidade para produzir 210 mil paletes PBR/mês, ou seja, aproximadamente 400 paletes/hora. Para se ter uma idéia do upgrade de produção que a empresa terá, a antiga linha de produção, que é semiautomatizada, consegue produzir até 1.200 paletes/dia. Somente no equipamento, a Matra investiu 1,8 milhão de dólares. Valdir Cirielli, diretor da empresa, diz que a nova produção suprirá a demanda nacional reprimida de paletes PBR destinados à venda, à loca-


ção e ao sistema de pool de paletes. Ele conta que, para colocar a linha em funcionamento, foi necessário realizar algumas mudanças na fábrica, como realinhamento da mão de obra, que antes era empregada na montagem dos paletes e hoje é usada na usinagem de madeira; e adaptação à manutenção da linha, pois a empresa espanhola mantém um sistema online para identificação de problemas e soluções que evita rupturas na produção. A empresa também tem planos de inaugurar, em junho, uma segunda linha de produção em Curitiba (PR), que será equipada com a linha semiautomatizada que estava instalada em Itaquaquecetuba e dará suporte ao suprimento no Sul. “A região Sul é es-

tratégica para a Matra por ser rota de países que compõem o Mercosul. Também estamos analisando o comportamento para suprimento do mercado sul-americano para expandir nossas operações”, complementa Cirielli. Com a nova linha de produção a empresa conquista a autossuficiência na produção de paletes. “Antes, sofríamos com a elevação da demanda em períodos de alta sazonalidade, de setembro a dezembro, levando-nos a comprar do mercado para abastecer o sistema de pool de paletes”, revela o diretor. As expectativas com a nova linha são otimistas. “Com a capacidade ampliada, esperamos crescer 35% em faturamento até 2014”, projeta o diretor.

Além da fábrica em Itaquaquecetuba e da futura planta na capital paranaense, a Matra conta com duas filiais – em Fortaleza (CE) e Recife (PE) – e, em julho próximo, deverá inaugurar outras duas: uma em Lauro de Freitas (BA) e outra em Cariacica (ES). As filiais de Fortaleza e Recife já completaram um ano de atividades e fazem parte do sistema de coleta e abastecimento de paletes nas regiões Norte e Nordeste. “As novas filiais darão suporte ao serviço de gerenciamento de pool de paletes, que cresceu 36% nos últimos dois anos”, diz o diretor. Com as novas fábricas e filiais, a Matra espera crescer 12% em volume de produção em 2011. (11) 4648-6120


AC Produções

EVENTO

Fórum discute o supply chain do futuro Future.Log abordou os drivers que orientarão as cadeias de suprimento no futuro, que deverão ser responsivas e crescer de forma sustentável

C

omo prever o futuro de forma a responder eficientemente à demanda? Que aspectos do mercado devem ser monitorados para prever os eventos que influem diretamente no supply chain? De que forma a tecnologia da informação pode ajudar nessa previsão? Como casar crescimento e sustentabilidade? Estes desafios nortearam as discussões do Future.Log – III Fórum Internacional de Inovação no Supply Chain, realizado pelo Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS, com a co-organização do Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP/EUA) e da Associação Alemã de Logística (BVL), nos dias 11 e 12 de abril, em São Paulo. O evento teve a participação de nomes importantes do setor, como os professores Don Bowersox, da Michigan State University (EUA); Dale Rogers, da Rutgers University (EUA); e Frank Straube, da Universidade de Tecnologia de Berlim (Alemanha), entre outros, além de altos executivos e acadêmicos de supply chain internacionais e de importantes empresas atuantes no mercado brasileiro. Fatores como o crescimento da população e a migração – que fazem com que mais pessoas consumam os produtos em lugares remotos –, a urbanização e o surgimento do que se chama de 80 - Revista Tecnologística - Maio/2011

“juventude global”, com amplo acesso às redes sociais, estão modificando radicalmente a forma de distribuir os produtos e as necessidades de infraestrutura de transportes. Aliada a isso, a escassez de recursos força as empresas a desenvolver soluções para transportar volumes crescentes consumindo cada vez menos recursos. Será preciso, como diz Bowersox, “fazer cada vez mais com cada vez menos, até se fazer tudo com nada”. Para César Lavalle, diretor de Relações Internacionais do ILOS, este evento olha para temas vitais para as empresas que buscam longevidade e liderança. “O ‘demand drive’ e a sustentabilidade são temas que não podem fugir à agenda das organizações. Quem quer longevidade tem de pensar em sustentabilidade ambiental, social e econômica e saber de que forma atender ao nível de serviço exigido pelo seu cliente. Segundo Bowersox, isto se traduz em ser eficaz, em eficiência relevante e sustentável”, diz Lavalle. “É possível prever o futuro? Talvez não completamente, mas é possível prestar atenção a fatores-chave que podem modificar fortemente o comportamento da demanda, mudando a forma como ela é atendida”, conclui.

Dentro destes dois temas centrais, o evento apresentou, no primeiro dia, o Fórum Global de Sustentabilidade no Supply Chain, organizado pelo ILOS, pelo CSCMP e pelo BVL. “O Fórum conjunto com EUA e Alemanha foi ideia nossa, no sentido de criar discussões coordenadas. Temos que pensar ao mesmo tempo como país e como comunidade internacional. Não há mais espaço para o individualismo”, afirma Lavalle. Já o segundo dia deu lugar ao Fórum Internacional de Supply Chain Sincronizado com a Demanda. No primeiro dia, foram apresentadas duas pesquisas ligadas ao tema Sustentabilidade. A primeira, pelo Professor Frank Straube, fala de como as empresas líderes gerenciam seu supply chain de maneira sustentável nos países emergentes. A segunda, apresentada pelo presidente do ILOS, Paulo Fleury, mostrou as práticas de sustentabilidade ambiental comparando Brasil, Alemanha e EUA. A palestra de Fleury apontou os caminhos para a implementação de um supply chain sustentável no Brasil, focado no transporte rodoviário, modal dominante na logística brasileira. “Precisamos otimizar rotas de distribuição, utilizar mais biocombustíveis, instalar mais CDs e fábricas sustentáveis e investir em modais menos poluentes.” Os cases apresentados apontaram as diversas ações das empresas na direção da sustentabilidade, desde iniciativas internas até sociais, e como elas estão reformulando seus negócios em busca de maior integração, a fim de prever as mudanças de demanda e ter velocidade nas respostas. Ao final de cada dia, foram realizados painéis de discussão sobre os temas, com a participação de palestrantes e a interação ativa do público. Paralelamente ao evento, aconteceu o Business Lounge, um espaço de network entre as empresas do setor e os executivos presentes. ILOS: (21) 3445-3000



EVENTO

Intermodal bate recorde de público Realizada entre os dias 4 e 6 de abril, no Transamérica Expo, em São Paulo, a 17ª Intermodal South America confirma sua posição como o principal evento do setor de comércio internacional, reunindo, em 35 mil m2 de área de exposição, 550 expositores nacionais e internacionais e um público de mais de 45 mil profissionais, além de eventos paralelos que ampliaram a área de interesse do evento. Veja a seguir as novidades apresentadas por alguns dos expositores da feira Portos da Bahia receberão investimentos

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Recursos, orçados em R$ 1 bilhão, serão aplicados até 2014 para a modernização e a ampliação dos terminais

A Companhia Docas do Estado da Bahia (Codeba) anuncia que os termi82 - Revista Tecnologística - Maio/2011

nais portuários do estado – Aratu, Salvador e Ilhéus – receberão, até 2014, cerca de R$ 1 bilhão em investimentos. Destinados a projetos de modernização e ampliação, os recursos serão compartilhados entre o Governo Federal, a iniciativa privada e recursos próprios da Codeba. Segundo o diretor-presidente da companhia, José Muniz Rebouças, os portos baianos registraram em 2010 o melhor resultado da história. Ao todo, foram R$ 97 milhões em faturamento e 9,27 milhões de toneladas movimentadas. “Os investimentos programados alimentam nossas expectativas de crescimento futuro, pois vão aprimorar ainda mais os serviços disponibilizados e atrair novos armadores e outros clientes potenciais”, diz. Entre as melhorias, destaque para a ampliação do terminal de contêineres

do Porto de Salvador – de 73 mil m² para 117 mil m² –, aumentando a capacidade operacional de 300 mil TEUs para 450 mil TEUs por ano. O diretor da Codeba anuncia outras melhorias, desta vez em Aratu: a modernização do terminal de granéis sólidos, com o possível arrendamento à iniciativa privada, a ampliação do píer de dois para quatro berços e a duplicação da capacidade dos tanques do terminal de granéis líquidos, hoje com 270 mil m³. Já no Porto de Ilhéus o executivo informa que será realizada a dragagem e modernização do terminal. “Vamos aumentar a profundidade de dez para 14 metros e investir em melhorias nos armazéns”, resume. Para Rebouças, a meta da companhia é, também, mostrar as potencialidades e diferenciais dos terminais públicos da Bahia. “Os portos possuem localização privilegiada, estando na metade do caminho entre a ligação Sul/Norte da Costa Leste das Américas, bem como a curta distância de África e Europa”, afirma. Ainda de acordo com o executivo, os portos estão instalados em locais com águas abrigadas e profundas da Baía de Todos os Santos, condição ideal para a atividade portuária. (71) 3320-1100

Saraiva Equipamentos investe na regionalização Companhia inaugura unidades comerciais em São Paulo e no Rio de Janeiro e muda filial em Pernambuco A Saraiva Equipamentos, empresa que atua na movimentação e logística de cargas superpesadas, informa que concluirá, no primeiro trimestre de 2012, a construção de sua nova unidade logística nas proximidades do Complexo Industrial Portuário de Suape


que possibilita que todas as informações sejam compartilhadas pela equipe da Saraiva em um único banco de dados, agilizando a resposta à demanda do cliente. (81) 3471-3344

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Santos Brasil aposta em Santa Catarina

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(PE). Ao todo, a companhia investirá R$ 10 milhões no projeto. O empreendimento conta com uma área total de 56 mil m², sendo 9.200 m² de área construída. Programada para atender a todo o Brasil, a unidade abrigará, ainda, uma frota de equipamentos e veículos especiais preparados para toda a gama de serviços de movimentação especial, como remoção industrial, içamento, montagem industrial, entre outros. De acordo com a companhia, a nova unidade será responsável por 40% de todo o seu faturamento, mesmo índice esperado quanto ao aumento operacional. Os números consolidados não são divulgados. Há outras novidades. Trata-se das novas unidades comerciais – em São Paulo, inaugurada em outubro de 2010, e no Rio de Janeiro, aberta em janeiro deste ano – que já apresentam metas ambiciosas para o primeiro semestre deste ano. Números da empresa dão conta de que as duas novas unidades serão responsáveis por 15% do faturamento. Segundo o diretor Comercial e Operacional da empresa, Guilherme Saraiva, um dos focos da companhia com esta iniciativa é garantir participação de mercado nas regiões Sul e Sudeste, para onde a empresa está levando o portfólio de novos equipamentos e tecnologias. Entre os diferenciais, destaque para um sistema de logística de atendimento ao cliente, ferramenta

Companhia operacionaliza retroárea e investe no Tecon de Imbituba

A Santos Brasil investiu R$ 22 milhões para adquirir, por meio de licitação pública realizada pelo Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), uma área de 2,1 milhões de m² localizada na retroárea a seis quilômetros do Porto de Imbituba (SC). O local, já disponível para o mercado, é utilizado para apoio logístico aos terminais de contêineres e de carga geral arrendados pela companhia na região. Segundo o diretor de Operações da Santos Brasil, Caio Morel, o local oferece, entre outras atividades, armazenagem frigorificada e de contêineres, além de pátio para movimentação de cargas. Ainda de acordo com o executivo, a área é caracterizada por ser uma Zona Industrial no Plano de Zoneamento Municipal de Imbituba. Por este motivo, na última semana de março a empresa apresentou, para o governo de Santa Catarina e para a Companhia Docas de Imbituba (CDI),

o projeto para transformar o local em um Retroporto Industrial. A meta é atrair indústrias que utilizam materiais importados no processo produtivo, além de exportadores. Para o diretor Comercial da Santos Brasil, Mauro Salgado, o projeto está alinhado à estratégia da companhia de oferecer soluções porto a porta e porta a porto. “Queremos ampliar nossa atuação no Sul do país com armazenagem geral, transporte e operação logística”, diz. Entre os segmentos atendidos no local estão autopeças, moveleiro e congelados.

Regionalização O investimento realizado nessa retroárea é adicional àqueles que já estão sendo realizados pela Santos Brasil no Porto de Imbituba. Ao todo, a companhia planeja aplicar R$ 400 milhões em sua unidade portuária catarinense – que possui 76 mil m² de retroárea, 52 mil m² de terminal de carga geral e dois berços, num total de 660 metros. O valor contempla o arrendamento do terminal (contrato de 25 anos, com previsão de renovação para mais 25), obras civis para a construção de dois berços de atracação, aquisição de equipamentos portuários para a movimentação de contêineres e capacitação da mão de obra. Neste mês de maio, dois portêineres Super Post Panamax, orçados em US$ 30 milhões, entrarão em operação. Para o final do mês de julho será concluída a ampliação do cais dos berços 1 e 2, num total de R$ 283 milhões. “Ao final deste ano estaremos preparados para a atracação de navios que comportam mais de 6.500 contêineres”, afirma Morel. As melhorias já refletem nos números projetados. De acordo com o diretor de Operações, a expectativa é movimentar no Tecon Imbituba, este ano, 350 mil TEUs. Para 2012, o objetivo é alcançar 950 mil TEUs. (11) 3897-1111 Maio/2011 - Revista Tecnologística - 83


Novidades operacionais na TAM Cargo

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Unidade de carga lança dois produtos, anuncia investimentos e expande capacidade para Manaus

A TAM Cargo, unidade de cargas da TAM Linhas Aéreas, apresenta ao mercado duas novidades: o serviço Pré Pago e a embalagem Big Box Refrigerada. Com o primeiro lançamento, o cliente tem a possibilidade de adquirir uma embalagem e solicitar o envio da encomenda pelo preço fixo de R$ 22,90. O peso do volume transportado é limitado ao tamanho da embalagem – 90 cm de comprimento, 60 cm de largura e 50 cm de altura, o que possibilita, em média, envios de três quilos. A embalagem pode ser adquirida diretamente nos Terminais de Cargas (TECAs) ou pelo Call Center, central de atendimento, ou pelo site da companhia. As entregas são realizadas de segunda a sexta-feira, das 8h às 18h (exceto em feriados nacionais). Outra novidade da TAM Cargo é a Big Box Refrigerada. Trata-se de uma embalagem com três camadas de proteção (PVC, Poliuretano e Polipropileno Corrugado) e base e acabamento em alumínio. Nela, um compartimento interno e independente acondiciona blocos de gelo seco ou gel líquido para a manutenção da temperatura. A embalagem tem capacidade para até cem kg. De acordo com o diretor da TAM Cargo, Carlos Amodeo, a companhia tem 84 - Revista Tecnologística - Maio/2011

trabalhado para aprimorar os produtos. Ele destaca que o Pré Pago é um serviço que foi desenvolvido para oferecer ao cliente uma opção prática e econômica. Já a Big Box Refrigerada, diz, é indicada para o transporte de volumes perecíveis que necessitam de controle térmico e foi criada de acordo com as melhores práticas ambientais, já que não utiliza baterias para regular a temperatura interna. O executivo adianta outras ações que serão realizadas pela empresa ao longo de 2011. Segundo ele, a unidade de cargas receberá investimentos de R$ 15 milhões para melhoria da infraestrutura de seus terminais e R$ 5 milhões para tecnologia. Além disso, a rota São Paulo-ManausSão Paulo passou a ser operada três vezes por semana – terças, quartas e quintasfeiras – por uma aeronave Boeing 777. Com isso, a capacidade semanal de transporte entre as duas cidades aumentará em 90 toneladas. Hoje, a rota entre as capitais paulista e amazonense conta com uma oferta semanal de 156 t. Ao todo, são 21 voos diretos de ida e volta, oferecendo três frequências diárias e utilizando, ainda, aeronaves modelos A320 e A330. (11) 3273-2800

Aliança reestrutura a cabotagem Armador altera dois anéis de serviço, cria um e inicia operações em terminal catarinense A fim de acompanhar o crescimento no volume de cargas e o aumento dos fluxos logísticos nacionais e do Mercosul, a Aliança Navegação e Logística reestruturou seu serviço de cabotagem. As alterações, iniciadas no final do ano passado e já finalizadas, redimensionaram os dois anéis de serviço de cabotagem. O Anel 1, que cobria de Buenos Aires a Manaus, passa a escalar

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EVENTO

os portos de Santos (SP), Navegantes (SC), Itaguaí (RJ), Salvador e Suape (PE). Já o Anel 2 está operando com os portos de Buenos Aires, Montevidéu, Rio Grande (RS), Paranaguá (PR), Santos, Itaguaí, Salvador, Suape e Pecém (CE). Segundo o gerente de Cabotagem da Aliança, Gustavo Costa, este anel atende principalmente às cargas do Sul e Sudeste para o Nordeste, que antes eram limitadas pela profundidade dos portos de Santa Catarina. Para atender à região do estado do Espírito Santo, a companhia também desenvolveu o Anel 3, que faz escala nos portos de Santos, Itaguaí e Vitória. De acordo com Costa, o principal objetivo das mudanças é reforçar a confiabilidade dos serviços de cabotagem no Brasil e Mercosul. “Essas alterações trarão maior agilidade e abrangência ao atendimento em toda a cadeia logística”, ressalta o executivo. Outra novidade anunciada pela empresa é a operação no Porto Itapoá (SC), prevista para iniciar no segundo semestre deste ano. As operações no Sul, hoje realizadas pelos portos de Navegantes e Paranaguá, serão substituídas por Itapoá. “Ganharemos maior operacionalidade, uma vez que o Porto Itapoá possui maior profundidade, o que possibilita uma melhor utilização da capacidade dos navios”, diz Costa.

Perspectivas Na opinião do executivo, o grande desafio da Aliança em 2011 será


TAP Cargo lança décimo destino no Brasil Capital gaúcha começa a ser atendida no próximo mês de junho A TAP Cargo divulgou, durante a feira, sua nova rota sem escalas para o Brasil: Porto Alegre. O destino para a capital do Rio Grande do Sul, que será iniciado no próximo dia 12 de junho, é o décimo da empresa no país. A nova rota, que terá quatro operações semanais – domingo, segunda, quarta e sábado –, será operada por uma aeronave Airbus A330. Com o novo trecho, a TAP passa a operar mais de 70 frequências semanais entre o Brasil e Portugal.

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o desenvolvimento de novos provedores para a atividade multimodal, ou seja, firmar parcerias nos transportes rodoviário e ferroviário. “Hoje, 60% da movimentação da cabotagem são feitos porta a porta. Por isso, a nossa contratação nas pontas é um item fundamental para o sucesso da cabotagem e confiabilidade do serviço”, afirma. Após encerrar o ano de 2010 com faturamento de R$ 2,2 bilhões e 663 mil TEUs movimentados, a companhia projeta para este ano um crescimento de 10%. “A atividade econômica nacional está puxando um fluxo maior de carga do Mercosul, principalmente com a retomada da atividade das montadoras na Argentina”, diz. (11) 5185-5600

De acordo com a companhia, o Brasil é o seu mercado mais importante. Números divulgados pela empresa dão conta que, em 2010, as exportações e importações realizadas pela TAP Cargo no Brasil cresceram 20%, atingindo a marca de 34 mil toneladas. As movimentações foram realizadas nos estados do Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São


EVENTO

Paulo – aeroportos de Guarulhos e Viracopos, em Campinas –, além da capital Federal, Brasília. (21) 3398-6474

Ceva apresenta novo serviço de consolidação de carga no Brasil

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Lançamento garante tarifas fixas o ano todo e espaço em aeronaves cargueiras

mia brasileira está passando por um momento muito interessante e acreditamos que esse novo serviço vai agregar valor e proporcionar uma vantagem competitiva às empresas exportadoras”, diz. O executivo destaca outras vantagens do lançamento. Com ele, há garantia de espaço, tarifas fixas o ano todo e operações realizadas exclusivamente em aeronaves cargueiras, sem restrição de peso e tamanho. Graças ao novo serviço, a expectativa da empresa é que o faturamento do segmento aéreo cresça entre 15% e 20% este ano. (11) 2199-6700

Seqtra apresenta solução que contabiliza emissões de CO2

A Ceva Logistics anunciou uma nova consolidação de destinos no Brasil visando melhor atender às necessidades do mercado latino-americano. A nova solução possibilita a consolidação de cargas de diversos locais em todo o Brasil em uma única remessa para um destino específico, reduzindo, assim, custos de transporte. A princípio, o novo serviço estará disponível para os estados de São Paulo, Santa Catarina e para as cidades de Curitiba e Porto Alegre, para cargas com destino a Buenos Aires, Santiago e Bogotá. Todos os embarques são consolidados no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). A partir deste mês de maio, o estado do Rio de Janeiro também contará com o novo serviço. De acordo com o gerente de Transporte Aéreo da Ceva Brasil, David Cunha, a solução permite à empresa atender melhor às necessidades das empresas brasileiras exportadoras, com benefícios incluindo menores custos de transporte e garantia dos prazos de entrega. “A econo86 - Revista Tecnologística - Maio/2011

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SLIIC também rastreia as operações logísticas

Durante a Intermodal 2011, a Seqtra, empresa gaúcha especializada em logística rodoviária e transporte de material siderúrgico, apresentou ao segmento logístico o SLIIC (Solução Logística Inteligente & Itens Rastreados), um sistema que, enquanto rastreia as cargas, contabiliza as emissões de CO2 dos caminhões em tempo real, desde o embarque até a entrega final dos produtos. Dario Palhares, presidente da empresa, explica que o sistema foi desenvolvido através de módulos, nos quais cada cliente pode controlar desde o aceite de pedidos, passando pelas etapas de planejamento e controle de produção, até a expedição dos itens e controle de estoques. Todas as in-

formações obtidas são repassadas ao SLIIC que, ao mesmo tempo em que disponibiliza e localiza – via web ou smartphone – não somente o veículo, mas cada item sob a logística da Seqtra, também calcula as emissões de CO2 por item desde o efetivo carregamento até a finalização das entregas, gerando informações importantes para a compensação das emissões. “Uma das maiores vantagens do sistema é ter a ação ambiental caminhando ao lado do controle das operações logísticas”, diz Pedro Staudt, consultor em Sustentabilidade da Ecosfera 21, empresa que desenvolveu o projeto em conjunto com a Seqtra. Ele explica que 70% das configurações do SLIIC são padrão e os outros 30% deverão ser customizados de acordo com a empresa ou com o modal que implantar a ferramenta. “O SLIIC foi concebido para conferir maior produtividade e lucratividade aos processos”, ressalta. Com uma frota de 800 caminhões, entre próprios e agregados, e apenas pouco mais de um ano e meio de atuação, a Seqtra conquistou clientes de peso no mercado, como Usiminas e ArcelorMittal. Aliás, um dos diferenciais que pesou favoravelmente na escolha da Seqtra pela ArcelorMittal foi exatamente a identificação com a proposta de logística eficiente aliada à responsabilidade ambiental defendida pela transportadora. O supervisor de meio ambiente da ArcelorMittal, Rodrigo de Almeida, explica que, como a compensação para emissões de CO2 pode ser feita através da compra de créditos de carbono, reflorestamento ou com o desenvolvimento de projetos socioambientais e culturais, a empresa optou por investir em projetos florestais, inicialmente na cidade de Sabará, em Minas Gerais. “Além de propiciar o retorno concreto de geração de trabalho e renda às comunidades em que atuamos, o projeto fortalece nossa imagem como empresa sustentável. Brevemente, iremos ampliar o projeto para todas as nossas unidades espalhadas pelo país”, ressalta Almeida.



EVENTO

Palhares conta que o sistema nasceu praticamente junto com a empresa. Em 2008, quando foram iniciadas as prospecções para abertura da transportadora, o executivo também solicitou um mapeamento das emissões de CO2 provenientes do setor siderúrgico até o ano de 2030, uma vez que o transporte de aço e minérios seria o foco de atuação da Seqtra. “Foi constatado que o setor e o modal rodoviário de transporte ficam no topo da lista de atividades que produzem os maiores volumes de emissões de gás carbônico, ou seja, nos próximos anos seria gerado um enorme dano ambiental, caso não fossem adotadas algumas medidas de controle de emissões”, explica o executivo. O consultor revela que o inventário de emissões da Seqtra, ao longo de 2010, atingiu 16 mil toneladas de CO2. A compensação, diz, será feita através do plantio, na razão de cinco árvores para cada tonelada de gás carbônico emitido – ou seja, 80 mil árvores serão plantadas, o que corresponde a 50 hectares, ou 500 mil m² de área reflorestada. (31) 3333-0018

TNT reforça seus principais produtos de aéreo e rodoviário Empresa cria rota direta entre o Brasil e Mendoza A TNT, empresa de transporte de carga expressa, apresentou, na Intermodal South America, a recém-criada rota rodoviária que interliga, sem paradas, o Brasil à cidade de Mendoza, na Argentina. Essa nova rota faz parte do International Road Express (IRE), a rede rodoviária Sulamericana da TNT, que interliga a Argentina, o Brasil e o Chile. Outro destaque na feira foi o TNT International Freight. Apresentando crescimento de cerca de 30% ao mês, o 88 - Revista Tecnologística - Maio/2011

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Verde desde o embrião

produto engloba soluções de frete mais flexíveis para importação e exportação, integrando os modais aéreo e rodoviário em qualquer lugar, para todo o tipo de remessa, de qualquer peso ou tamanho, para mais de 200 países. Este serviço é complementado pelo Customs Brokerage Solutions, que cuida de todos os trâmites de desembaraço aduaneiro para importações e exportações. Com operações no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), o Customs conta com equipe especializada e despachantes próprios. (11) 3573-7700

Maestra é o mais novo player de navegação Voltada ao mercado nacional, empresa terá como foco a cabotagem A Intermodal 2011 foi palco para apresentação de uma nova empresa: a Maestra Navegação e Logística. Com investimentos de cerca de R$ 60 milhões e 100% pertencente à Triunfo Participação e Investimentos (TPI), o novo player é voltado exclusivamente para o mercado nacional e tem como foco o transporte de cabotagem. O presidente da empresa, Fernando Real, explica que a companhia está habilitada a fazer tanto o transporte porto a porto, no qual o cliente entrega a mercadoria no porto de origem e a recebe no porto de destino, como também o transporte porta a porta, em que a empresa cuida de toda

a logística, desde a coleta até a entrega da mercadoria, incluindo a perna rodoviária. “A idéia é oferecer um serviço de logística integrada, coordenando todos os braços do transporte de cargas”, comunica o executivo. De acordo com ele, de 60% a 70% do volume total serão no porta a porta. A empresa já possui um navio em teste – o Maestra Atlântico, que tem capacidade para 1.356 TEUs – e outro em fase de finalização de reparos – o Maestra Mediterrâneo, com capacidade para 1.200 TEUs. Os dois contam com aproximadamente 200 tomadas para contêineres refrigerados (reefers), que armazenam cargas como frutas e carnes. Ainda está sendo negociado o afretamento de outros dois navios – com características parecidas –, necessários para atender ao mercado nacional com frequência regular semanal. Segundo Real, a previsão é de que a empresa comece a operar ainda no primeiro semestre deste ano. “Com os embarcados, teremos cerca de 250 colaboradores e, embora a empresa tenha um perfil jovem e ágil, a equipe é sênior na atividade”, faz questão de ressaltar. A rotação dos navios Maestra começa em Navegantes (SC), passa por Santos (SP), Salvador, Suape (PE) e Manaus. A sede da empresa fica em Navegantes, com filial em São Paulo, onde trabalha toda a área comercial – vendas, linha, atendimento ao cliente e multimodal. “Também teremos uma equipe de vendas da Maestra alocada em todos os portos onde vamos operar”, revela o presidente. Segundo ele, a escolha pela capital paulista se justifica pelo fato de a cidade ser o grande mercado nacional, onde se negociam 80% das cargas, independentemente de onde ocorram os embarques. Segundo o executivo, a empresa realizou estudos internos para levantar os clientes em potencial e identificou que em Manaus estão as empresas dos segmentos de resina, eletrônicos, bebidas, metal e duas rodas; na região Nordeste, indústrias de resina, cerâmica, ferro, aço, bebidas, malte, químicos e açúcar, além


Energia, a Triunfo também é titular da concessão para exploração da Usina Hidrelétrica Salto, em Goiás, com capacidade instalada de 116 MW. (11) 2388-5100

Triunfo

A Standard Tyres, fabricante de pneus especiais para empilhadeiras, rebocadoras, guindastes, carretas, trailers Ro-Ro, tratores agrícolas, terraplanagem, mineração e implementos, entre outros, apresentou durante a Intermodal toda a sua linha de pneus para movimentação de materiais, portos e obras. Entre eles, o Kargo K2, pneu com avançada construção de três camadas, que possui desenho “block” da banda de rodagem, angular e profundo, para melhor tração e alta resistência ao desgaste. O composto de borracha com baixa resistência à rolagem prolonga a vida do pneu, reduz o consumo de combustível em equipamentos a combustão e

Empresa brasileira de destaque no setor de infraestrutura, com participação em empresas atuantes na administração de serviços públicos nos segmentos rodoviário, portuário e de geração de energia elétrica, desde 1999 a Triunfo atua no segmento rodoviário por meio de suas controladas Concepa, Concer e Econorte, três rodovias localizadas nas regiões Sul e Sudeste do Brasil. A Companhia compartilha o controle de uma sociedade autorizada a explorar o Terminal Portuário de Navegantes, através da Portonave, e possui uma área de 190 hectares em Santos, destinada à implantação de um empreendimento portuário por meio da Santa Rita S. A. – Terminais Portuários, da qual detém 88% de participação. Além disso, por meio da Rio Verde

Pneu superelástico Kargo K2, da Standard Tyres

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do Polo Petroquímico de Camaçari, na Bahia. Pelo Porto de Santos, saem cargas de cerâmica, ferro e aço, papel, químicos, bebidas, higiene e limpeza e alimentos e, no Sul, cerâmica, arroz, cargas reefer, papel, resina, móveis e madeira. “Chegamos para operar em um mercado que conta com poucos players e com grandes perspectivas de desenvolvimento regional, como as regiões Norte e Nordeste, por exemplo”, diz Real. Com o aquecimento do mercado doméstico, o executivo acredita que os gargalos logísticos do Brasil podem ser superados com a cabotagem. “As metas audaciosas do governo no transporte, tanto em redução de custos como em medidas mais ecológicas, podem ser alcançadas com a cabotagem, beneficiada pela longa extensão da costa brasileira e também devido às vantagens no transporte maríti-

mo em longas distâncias”, afirma. Hoje, do total de carga transportada no Brasil, apenas 14% são por via marítima. O rodoviário responde por 61%, enquanto o ferroviário, por 20% e o aéreo, por 1%. “A Maestra chega ao mercado para operar como um parceiro logístico e não apenas como um transportador de contêineres”, finaliza o executivo.


EVENTO

GW Freight Management amplia sua atuação no Brasil Empresa abre unidade no Rio de Janeiro e ingressa no segmento de cargas de projeto A GW Freight Management Brasil, empresa do Grupo Geodis especializada em gerenciamento de frete, anunciou na Intermodal 2011 seu novo escritório no Rio de Janeiro. O investimento no estado acompanha a movimentação de empresas de vários segmentos que planejam investir fortemente na região, gerando novas e importantes demandas de supply chain nas modalidades aérea e marítima. Outra novidade anunciada pela empresa no evento foi seu ingresso na operação de cargas de projeto, com a contratação de equipe internacional especializada em diligenciamento. Segundo explica Milagros Figallo, brand manager da GW Freight Management no Rio de Janeiro, as duas iniciativas são fundamentais para que a empresa ofereça serviços com preços compatíveis. “Com uma equipe internacional especializada em cargas de projeto e uma ampla base de escritórios é possível apresentar custos compatíveis em todo o gerenciamento, acompanhando in loco desde a fabricação do equipamento até sua implementação no Brasil”, detalha. 90 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Já Chris Cahill, managing director Brasil, considera que o Rio de Janeiro vive um dos seus melhores cenários econômicos, com excelente perspectiva no curto prazo em decorrência da chegada de empresas petrolíferas no estado. “A abertura da nova unidade é estratégica, pois queremos acompanhar ainda mais de perto as movimentações e necessidades dos nossos clientes em relação ao transporte aéreo e marítimo”, explica. A empresa já possui escritórios em São Paulo, Curitiba, Manaus, Santos e Campinas (SP), e agora também no Rio de Janeiro. Com essa nova operação, a expectativa da empresa é aumentar o faturamento entre 30% e 40% este ano no país. Em 2010, essa evolução foi de 45% em comparação ao período anterior. (11) 2643-2000

Libra Terminais implanta programas para ampliar produtividade Operador prevê aumento de 20% em eficiência no ano de 2011 com projetos de otimização

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aumenta a vida da bateria em equipamentos elétricos. Sua construção permite boa dissipação do calor, possibilitando seu uso em trabalhos contínuos e severos, com conforto ao operador. Com cabo de aço embutido no talão (que previne deslize no aro), o Kargo K2 está disponível nas opões Standard, Limpet, White Non-Marking (branco não manchante) e outros compostos especiais, que incluem anti-estática e aderência ao molhado, entre outras soluções sob medida. (11) 3719-0070

O operador portuário Libra Terminais, principal divisão do Grupo Libra e responsável por 14% do total de contêineres embarcados e desembarcados no país, anunciou a implantação de projetos de revisão e otimização de processos que devem proporcionar ganhos de eficiência em torno de 20% em 2011.

Segundo o diretor-presidente da Libra Terminais, Wagner Mendes Biasoli, as iniciativas procuram estabelecer um crescimento ainda maior do que os alcançados no ano de 2010, quando o operador registrou ganho de 7% na movimentação de contêineres por hora (de 67 em 2009 para 72 no ano passado) e de 9% na movimentação de TEUs por hora (de 104 para 113). Para gerar ganhos na programação de carga e descarga dos navios, a Libra terminais pretende desenvolver, em parceria com uma universidade, ainda em processo de escolha, ferramentas de planejamentos de curto e médio prazos para pesquisa, otimização e simulação. O objetivo é agregar tecnologias às atividades operacionais e possibilitar testes de alterações de processos e setup do sistema de operação do terminal. Em adição à nova parceria, a Libra anunciou ainda a criação da Gerência de Planejamento e Controle Operacional, segmento que será responsável por estabelecer uma maior integração com os armadores para assegurar a melhoria do planejamento de cargas. Biasoli anunciou, ainda, que a Libra passará a utilizar seus guindastes RTG em regime de vai e vem na movimentação improdutiva das tampas dos porões dos navios. As tampas, que podem ter 14 m e pesar até 40 toneladas, são retiradas para permitir a entrada e saída dos contêineres, operação que gera muitas paralisações operacionais. Com a movimentação por meio dos RTGs, a Libra espera reduzir em pelo menos 50% o tempo gasto. “O piloto do projeto das tampas, que vai gerar um grande ganho de tempo na carga e descarga, entra em prática já neste mês de maio”, disse Biasoli. O operador também está investindo R$ 2,5 milhões em softwares de controle para reduzir o tempo de atendimento aos caminhões que entregam ou retiram contêineres. “Estamos implantando sistemas de otimização do fluxo de caminhões dentro do nosso terminal”, contou o diretor-presidente. Em 2008, o



tempo médio era de 134 minutos. Em 2010, a Libra conseguiu reduzir esse tempo para 69 minutos. Segundo Biasoli, o objetivo do investimento é potencializar ainda mais essa redução de tempo. “Estes projetos vão durar de seis a 12 meses. Porém, os benefícios não chegarão somente no final, mas durante todo o processo, por isso colheremos frutos já em 2011”, projetou Biasoli. “Estamos hoje bem posicionados como operadores portuários. Queremos continuar crescendo neste aspecto, principalmente nos segmentos ligados a contêineres”, completou o executivo. (11) 3563-3606

Brado anuncia investimentos de R$ 1 milhão

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Companhia foca na intermodalidade para aumentar movimentação

A Brado Logística, companhia criada pela Standard Logística e pela América Latina Logística (ALL) para atender ao grande, médio e pequeno embarcador de contêineres, anunciou seus investimentos futuros direcionados para serviços, infraestrutura e equipamentos. Segundo o presidente da Brado, José Luis Demeterco, a companhia pretende investir R$ 1 bilhão nos próximos cinco anos. Com o aporte, a previsão é de que a movimentação salte de 40 mil contêineres para 500 mil em cinco anos, além de passar a atingir de 12% 92 - Revista Tecnologística - Maio/2011

a 15% do mercado por meio do transporte ferroviário. Do total investido, R$ 200 milhões já serão utilizados em um prazo de dois anos – 80% destinados para ativos rodantes, como plataformas e locomotivas, e 20% para terminais intermodais e ampliação de armazéns. A companhia pretende, com a nova estrutura, contar com ativos customizados para atender, principalmente, às necessidades dos clientes de contêineres de médio e pequeno portes. “Esse investimento estabelece as bases para a Brado dar um salto tanto no volume de transporte quanto no perfil de serviços oferecidos. O foco da companhia é pulverizar a quantidade de clientes que temos na ferrovia e atender a todos os mercados”, declarou Demeterco. Os primeiros aportes serão direcionados à compra de locomotivas com capacidade de transporte para dois contêineres de 40 pés ou quatro de 20 pés, que permitem maior eficiência no transporte até o Porto de Santos em bitola larga. A Brado Logística possui 11 terminais intermodais rodoferroviários, seis complexos logísticos, 1.327 vagões e 27 locomotivas, que atendem a toda a região Sul, São Paulo e Mato Grosso. (41) 2118-2800

Irga e Tomiasi firmam parceria Acordo entre as companhias visa oferecer soluções casadas de transporte de cargas diferenciadas A empresa de transporte de cargas superdimensionadas Irga apresentou, durante a Intermodal, sua nova parceria com a Tomiasi Logística Pesada, companhia pertencente ao Grupo Porto Chibatão, maior complexo portuário e logístico do Norte do Brasil. O acordo visa oferecer aos clientes nacionais e internacionais soluções casadas nas áreas de transporte e logística

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de cargas pesadas e especiais, somando a frota de embarcações do Grupo Chibatão com a capacidade técnica e de equipamentos da Irga. As empresas já trabalharam juntas em 2010, durante uma operação para as Usinas Termoelétricas de Tambaqui e Jaraqui, em Manaus. Na ocasião, que propiciou a aproximação entre as empresas e serviu como base para o novo acordo, a Tomiasi foi contratada pela Fracht do Brasil, empresa de origem suíça parceira da Irga, para realizar o armazenamento das cargas superdimensionadas, o transporte dos armazéns até o destino, o descarregamento e o posicionamento do material sobre suas bases definitivas. A parceria vai proporcionar aos clientes uma solução casada sob uma única coordenação técnica e operacional, permitindo que os serviços sejam aplicados em todas as regiões do Brasil e em solos internacionais, atendendo a vários segmentos econômicos que necessitem de transporte de cargas pesadas. Dásio de Souza e Silva Júnior, diretor técnico de Prospecção de Novos Negócios da Irga, justifica a parceria, apontando a região amazônica como alvo da companhia. “Está havendo um boom na implantação de usinas hidrelétricas, termelétricas e subestações nessa região”, comenta o executivo, lembrando da necessidade do transporte de cargas especiais nestes segmentos. A Tomiasi, que foi incorporada ao Grupo Chibatão em 2009, possui 42 guindastes de capacidade elevada, dentre eles equipamentos telescópicos sobre rodas de 500 toneladas e sobre esteiras


Suape investe na vocação de porto-indústria Terminal pernambucano cresce 16% em 2010 Ser visto como muito mais do que um porto, mas como um polo de desenvolvimento regional. Esta é a meta do porto

pernambucano de Suape, que investe na vocação de porto-indústria, atraindo para sua área de influência empresas dos mais variados segmentos. Em seus mais de 13,5 mil hectares de área, o porto tem em construção a nova fábrica da Fiat, cujas operações se iniciam em 2014, a Refinaria Abreu e Lima (Rnest), maior projeto da Petrobras em andamento, e da Petroquímica Suape, prevista para operar no segundo semestre deste ano. Além dos projetos previstos, o porto já abriga hoje as operações de distribuição da General Motors para o Norte-Nordeste, com os veículos chegando da Argentina via cabotagem, e do Estaleiro Atlântico Sul (EAS), o maior do Hemisfério Sul. De acordo com o vice-presidente do Porto, Frederico Costa Amâncio, o

Chico Ludermir

treliçado de 400 t, além de máquinas de terraplanagem, linhas de eixos e pórticos para 1.000 t. A empresa possui também uma frota de quase 80 caminhões guindautos – veículos com equipamento hidráulico para movimentação de equipamentos e maquinário. Irga: (11) 3942-8100; Tomiasi: (92) 2123-0400

terminal trabalha em conjunto com o governo estadual para aumentar sua atratividade. “Há investimentos e incentivos diversos que, em alguns casos específicos, podem chegar a 85% de abatimento no ICMS”, coloca o executivo, dizendo que, com a rápida expansão do volume de empregos, também foi criada uma secretaria para a qualificação de


EVENTO

94 - Revista Tecnologística - Maio/2011

em 2016, permitindo a atracação de grandes petroleiros e atraindo outros estaleiros. (81) 3527-5000

Localfrio se reestrutura para abertura de capital Grupo amplia atuação regional e prevê novas aquisições para solidificar crescimento

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mão de obra para todo o estado, mas que beneficia diretamente Suape. “O PIB de Pernambuco cresceu 9,3%, acima, portanto, do PIB brasileiro, e temos de investir na qualificação.” Até 2014, o complexo como um todo deverá gerar cerca de 30 mil empregos, sem contar as obras de construção civil. Os incentivos, além da boa estrutura e localização, já atraíram para o porto cerca de US$ 22 bilhões em investimentos privados. A Rnest recebeu, nos últimos quatro anos, investimentos de R$ 2,5 bilhões, e a Petroquímica Suape tem orçamento previsto de R$ 5 bilhões. Ela será o maior polo integrado de poliéster da América Latina e deverá gerar 1.800 empregos. Além dos investimentos privados, o porto deverá receber, até 2014, R$ 3,5 bilhões em investimentos públicos. Entre os projetos, destaque para um novo terminal de minérios, previsto para 2013. Os investimentos já se traduzem em aumento operacional. Somente no ano passado, o porto movimentou nove milhões de toneladas de cargas, 16% a mais que no ano anterior, superando o Porto de Santos, o maior do país, que cresceu 15%. Para este ano, é esperada uma movimentação de 11 milhões de t, atingindo 30 milhões de t em três anos. Em 2016, quando será finalizada a integração de Suape à Ferrovia Transnordestina, o volume esperado é de 48 milhões de t. O crescimento de contêineres em unidades (TEUs) foi de 34% em 2010, ou 217 mil contêineres. As importações cresceram 19%, com 5,6 milhões de t, e as exportações subiram 7,7%, totalizando dois milhões de t de produtos embarcados. A cabotagem aumentou em 20% no período e hoje já representa 50% das movimentações, juntamente com os transbordos. Para aumentar a atratividade, Suape investe na dragagem do porto externo e cais internos, que devem passar dos atuais 15,5 metros para 20 m

Com 54 anos de atuação no mercado brasileiro, o Grupo Localfrio prepara terreno para, até 2015, promover a abertura de seu capital. A empresa já ensaiou um primeiro passo ao fazer, em 2010, a emissão de R$ 151 milhões em debêntures, a serem pagos em seis anos, e agora reforça ações para, nas palavras de seu presidente Marcelo Orpinelli, “ganhar musculatura” para promover o IPO. No ano passado, a empresa adquiriu quatro empresas em Pernambuco, estado que é um dos seus focos de atuação, pelo crescimento da região Nordeste e pela estrutura oferecida pelo Porto de Suape, para o qual a Localfrio tem novos projetos, ao lado de Santos (SP) e Itajaí (SC). As empresas incorporadas ao grupo são todas na região de influência de Suape: Suata Terminal Alfandegado e Armazém, Suata Transportes – ambas na zona primária –, Atlântico Terminais e Suata Logística, estas fora da zona primária.

“Temos investimentos previstos para todas, em 2011, que devem somar R$ 20 milhões”, informa Orpinelli, dizendo que os aportes serão variados, indo desde equipamentos de movimentação até armazéns e pátios. O complexo pernambucano deve absorver, assim, 50% dos investimentos totais do Grupo em 2011, que deverão somar R$ 40 milhões. Além das quatro empresas, em 2010 a Localfrio criou também a Translocal Logística, no Guarujá (SP), a três quilômetros do seu terminal alfandegado no Porto de Santos. Com 80 mil m2 de área, a estrutura é voltada a serviços de armazenagem de contêineres e carga geral, movimentação, carga e descarga de contêineres, paletização e distribuição fracionada. Além de um armazém de 5 mil m2 e outro de 3.150 m2 para produtos químicos, ainda em construção, a empresa conta com um pátio para contêineres com capacidade para dez mil TEUs, já funcionando. Quando estiver totalmente operacional, a unidade também contará com um Redex (Recinto Especial de Despacho Aduaneiro de Exportação). O empreendimento recebeu investimentos de R$ 10 milhões e a expectativa é de que, até o final do ano, esta unidade fature R$ 10 milhões, chegando a R$ 80 milhões em 2015. Para complementar sua estruturação, a Localfrio também investiu em seu capital humano, readequando funções, na profissionalização e na governança corporativa, consolidando processo iniciado há dois anos, que incluiu a contratação de Orpinelli no ano passado. O faturamento da empresa reflete as ações, tendo atingido R$ 200 milhões em 2010, ante R$ 167 milhões em 2009, com previsão para atingir, até o final deste ano, R$ 300 milhões, gerando dois mil empregos diretos. (11) 3046-4600



ARTIGO

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Processos de supply chain Mauro Sampaio e Wilson de Castro Hilsdorf

D

iariamente, verdadeiras batalhas sem vencedores são travadas entre departamentos, causando frustração, stress e prejuízos. Neste contexto, os esforços individuais não se traduzem em resultados para a empresa. A rivalidade entre departamentos faz com que pessoas que deveriam atuar em equipes trabalhem na verdade umas contra as outras na disputa pelo poder. A boa notícia é que tudo isto pode ser evitado. Muitas empresas têm descoberto que as oportunidades de maiores ganhos estão nos processos e não nas funções. Um processo é uma coleção de atividades desenvolvidas por diferentes funções com o propósito de entregar um resultado a um cliente ou usuário final. Para minimizar a mentalidade departamental, torna-se necessário implementar a filosofia de processos sem, no entanto, perder o importante papel das tradicionais funções da administração. Os líderes precisam persuadir as pessoas a abandonarem seus títulos e cargos e se concentrarem nos objetivos dos “processos de negócio”, e só voltarem a colocar novamente 96 - Revista Tecnologística - Maio/2011

seus chapéus funcionais no retorno ao trabalho de rotina. O primeiro estágio da organização orientada para processos é o de redistribuir os recursos humanos das empresas para transformar pessoas em formato “I”, que só tratam de assuntos funcionais, em pessoas forma-

to “T”, que entendem o processo do qual fazem parte e também o papel de sua função. Neste sentido, os patrocinadores dos processos precisam disponibilizar a energia necessária para eliminar as barreiras funcionais que impedem o fluxo das atividades nos processos.

SUPPLY CHAIN MANAGEMENT Integração de processos de negócios entre empresas Fluxo de informações

Fornecedor Fornecedor Camada2 Camada1

Processos de SCM - Times Multifuncionais

1ª parte

Entre empresas

Empresa Foco

Cliente Consumidor

Logística Marketing e Vendas

Compras Produção

Fluxo de produtos

Finanças

P&D

Gestão do relacionamento com clientes Gestão de serviço ao cliente

Entre departamentos

Gestão da demanda

Orientado para processos

Atendimento do pedido Gestão do fluxo de manufatura Gestão do relacionamento com fornecedores Desenvolvimento de produtos e comercialização Gestão de retornos

Adaptado de Douglas M. Lambert, Martha C. Cooper and Janus D. Pagh, “Supply Chain Management: Implementation Issues and Research Opportunities”

Figura 1: Modelo de Supply Chain Management


Supply Chain Management O Global Supply Chain Fórum (GSCF), grupo composto por executivos de empresas não concorrentes e acadêmicos que se reúnem periodicamente na Ohio State University, nos Estados Unidos, identificou os principais processos da SCM, conforme mostra a Figura 1, como sendo: 1. Gestão de relacionamento com clientes; 2. Gestão de serviço ao cliente; 3. Gestão da demanda; 4. Atendimento do pedido; 5. Gestão do fluxo de produção; 6. Gestão do relacionamento com fornecedores; 7. Desenvolvimento de produtos e comercialização; 8. Gestão de retornos. Os oito processos de SCM atravessam toda a cadeia de suprimento e cada um deles é composto por pessoas provenientes de departamentos e empresas. A Supply Chain Management é, na realidade, um trabalho de todos.

50

Ouro

Lucratividade (%)

As parcerias e as redes de empresas surgem como um segundo estágio desse movimento da organização orientada para processos. Trata-se da implementação da Supply Chain Management, termo cada dia mais reconhecido como o mecanismo de integração dos principais processos de negócios entre departamentos e entre empresas. Neste contexto, a Supply Chain Management é definida como a “integração dos principais processos de negócios, desde o ponto de consumo até o ponto de origem, que fornece produtos, serviços e informações de modo a adicionar valor para os clientes e outros stakeholders”. O objetivo deste artigo, dividido em duas partes*, é identificar os principais processos de uma cadeia de suprimentos, suas atividades e objetivos.

40

Platina • Serviço é essencial • Formar parceria • Estimular troca de informações • Divisão de benefícios • Atendimento personalizado

• Estreitar o relacionamento • Estabelecer metas comuns • Revisões periódicas • Reunião mensal de P&D

30

Bronze

20

Prata

• Sensíveis a preços • Serviços restritos • Não representante • Pedidos pequenos

10

• Volume alto • Margens baixas • Estimular produtos margem maior • Assistência de representante • Metas comuns

0 0

1.000

2.000

3.000

4.000

Margem controlável do segmento ($) Figura 2: Portfólio de clientes

Gestão de relacionamento com o cliente A “Gestão de Relacionamento com o Cliente” (Customer Relationship Management – CRM) é um processo da SCM responsável pelo estabelecimento do formato ideal de relacionamento com cada tipo de cliente. Os primeiros passos deste processo são: revisar a estratégia de negócio e marketing da organização e identificar segmentos de mercados-chave para a organização hoje e no futuro. Diferentes critérios de segmentação de clientes podem ser utilizados, como, por exemplo, receita, volume, canais de distribuição e crescimento, entre outros. O segundo passo é elaborar um relatório de lucratividade por segmento de cliente, segundo a abordagem de margem de contribuição. A ideia básica desta abordagem é alocar os custos variáveis e não variáveis específicos por tipo de cliente, evitando a alocação de custos fixos. O objetivo do relatório de lucratividade é identificar a margem de con-

tribuição de cada segmento. Esse procedimento permite classificar os clientes nas seguintes categorias: platina, ouro, prata ou bronze, conforme Figura 2. O processo de CRM é responsável por elaborar o contrato de produtos e serviços (Product and Service Agreements – PSA), assegurar o comprometimento das funções da organização, comunicar e negociar a aceitação do PSA com o cliente, além de realizar reuniões regulares com os principais clientes, visando atualizar e aprimorar constantemente o PSA. Naturalmente, o PSA não deve ser único para todos os segmentos de clientes. O contrato varia em função da importância e necessidades do cliente e capacidade da empresa, conforme a Figura 3. Um cliente platina terá direito a serviços customizados, enquanto um cliente bronze terá um serviço mais padronizado. Os times multifuncionais do processo de CRM trabalham em parceria com o gerente de conta para melhoMaio/2011 - Revista Tecnologística - 97


ARTIGO

rar o processo e eliminar a variabilidade da demanda e atividades que não agregam valor. Toda a interação deve ser encarada como uma oportunidade de construir a confiança com os clientes.

Gestão de serviço ao cliente O processo de “Gestão de Serviço ao Cliente” (Customer Service Management – CSM) é a face da empresa perante o cliente. O processo é responsável por entregar a promessa firmada no contrato de produtos e serviços (PSA), sempre garantindo informações consistentes ao cliente. O CSM deve ser o ponto único de contato com o cliente, quando são fornecidas informações de disponibilidade de produtos, data de entrega e posição do pedido, entre outras. O CSM é o advogado do cliente den-

tro da Supply Chain e deve interagir com todas as demais funções e membros da cadeia de suprimento para resolver os problemas. O primeiro passo para implementar o processo de CSM é desenvolver uma estratégia de serviço, identificando os prováveis eventos por tipo de cliente e estabelecendo um padrão de resposta apropriado para cada situação. A orientação do CSM deve ser não apenas identificar como também solucionar os problemas, envolvendo as demais funções e membros da cadeia de suprimento na resolução dos problemas identificados pelos clientes. O objetivo deve ser assumir uma postura proativa, comunicando eventuais problemas aos clientes e as respectivas soluções. O próximo passo é desenvolver a infraestrutura necessária para responder aos eventos.

Cliente Platina

Nessa fase, são definidos os recursos materiais necessários, como sistemas de informação/comunicação, e os recursos humanos que devem possuir, no mínimo, poder de decisão equivalente ao contato do cliente. Todavia, a ideia do processo de CSM não é oferecer tudo para todos os clientes. A resposta deve ser condizente com o PSA do cliente e/ou sua disposição de pagar em caso de situações não cobertas pelo seu PSA. Não é necessário dizer um “não” ao serviço solicitado: o importante é o cliente conhecer os custos e benefícios envolvidos e então ter a oportunidade de tomar uma decisão mais apropriada ao seu evento. Finalmente, o papel do CSM é monitorar e reportar o desempenho do processo. As informações devem ser divulgadas para os clientes e para os demais processos de SCM. As decisões devem ser consistentes e efetivas, em termos de custos, e alinhadas com a estratégia do negócio.

Clientes Ouro e Prata • Múltiplos produtos • Fontes múltiplas • Distribuição global • Estoque gerenciado pelo fornecedor (VMI) • Entregas frequentes • Rótulos especiais • Entregas personalizadas • Regulamentação de exportação • Atendimento em vários idiomas • Comunicação (EDI, web,...) • Garantia de preços e serviços • Notificação de lead time • Notificação de entrega • Documentação especial • Serviços pós-vendas

Cliente Bronze

• Cesta de Produtos • Fonte única • Distribuidor único • Entregas mensais

Baixo

• Múltiplos produtos • Fontes múltiplas • Distribuidor múltiplo • Entregas frequentes • Rótulos especiais • Entregas personalizadas • Notificação de lead time • Notificação de entrega • Documentação especial

Nível de personalização

Figura 3: Contrato de produtos e serviços 98 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Alto

Gestão da demanda O processo de Gestão de Demanda (Demand Management – DM) tem o objetivo de buscar a conciliação entre os requisitos do mercado e os recursos da cadeia de suprimento. O DM é responsável pela coordenação de todas as atividades necessárias para promover a sincronização entre suprimentos e demanda. Também é responsável pela elaboração de planos de contingência a serem utilizados em casos de interrupção de operações. A primeira etapa do processo de DM é compreender os níveis de incerteza de


Alta

Supply Chain Risc-Hedging

Supply Chain Ágil

Supply Chain Eficiente

Supply Chain Responsivo

Baixa

Incerteza do fornecimento

demanda e fornecimento envolvidos na cadeia de suprimento em análise. Existem, teoricamente, quatro tipos de cadeia de suprimento: eficiente, responsiva, ágil ou risk-hedging, conforme mostra a Figura 4. Dependendo do tipo de cadeia de suprimento em análise, diferentes estratégias de Supply Chain devem ser adotadas. Em cadeias de suprimentos eficientes, é importante o atendimento dos níveis de serviço ao cliente ao menor custo possível. Em cadeias de suprimentos responsivas, a ênfase está na redução de ciclo e no uso de táticas de postergação da configuração do produto para responder de forma rápida às demandas incertas dos clientes. Já em cadeias de suprimento ágeis, a melhor estratégia

Baixa

Alta

Incerteza da demanda Figura 4: Tipos de cadeias de suprimentos


ARTIGO

o aspecto mais importante ainda são as pessoas.

Previsão Marketing

Finanças

Referências bibliográficas

Lambert, Douglas M. Supply Chain ManageCompetências dos Competências dos Envolvendo ment: processes, partdistribuidores fornecedores fornecedores nerships, performance. e clientes 3rd edition. Supply Chain Management Logística Manufatura Institute – 2008. Croxton, Keely L.; García-Dastugue, SeCompetências de manufatura bastián J.; Lambert, Douglas M.; Rogers, Dale S. (2001). The Figura 5: S&OP envolvendo fornecedores e clientes Supply Chain Manageé influenciar a demanda e possuir de vendas, produção, financeiro e de ment Processes. International Journal of um sistema produtivo flexível para introdução de novos produtos que Logistics Management, Vol. 12 Iss: 2, não precisar prever a demanda. E, sejam realistas, viáveis e coerentes pp.13- 36. nas cadeias de suprimento risk- uns com os outros e com os objetiCooper, Martha C.; Lambert, Douhedging, a melhor estratégia contra vos estratégicos da organização. Isto glas M.; Pagh, Janus D. Supply Chain os riscos de falta de suprimento é o é conseguido através da implemen- Management: More Than a New Name desenvolvimento de dois ou mais tação de um processo de produção for Logistics. International Journal of Lofornecedores. A recomendação geral e vendas integrado (Sales and Ope- gistics Management, Vol. 8 Iss: 1, pp.1é combater a variabilidade, procu- rations Planning – S&OP), do qual 14 (1997). rando ser mais proativo em caso de participam elementos de todas as Mauro Sampaio demandas previsíveis e mais respon- principais funções da empresa, dos Professor do Departamento de Engenharia de sivo e flexível em situações de de- fornecedores e dos principais clienProdução do Centro Universitário FEI mandas imprevisíveis. tes, conforme Figura 5. msampaio@fei.edu.br A segunda etapa consiste em esA última etapa do processo de gescolher as fontes de dados e os pro- tão de demanda é listar as possíveis Wilson de Castro Hilsdorf cedimentos de previsão de demanda rupturas da cadeia de suprimentos e Professor do Departamento de Engenharia de mais apropriados, tais como: previ- determinar respostas para cada possíProdução do Centro Universitário FEI são orientada por métodos estatísti- vel evento. A ideia é desenvolver uma wicastro@fei.edu.br cos, previsão orientada por pessoas, cultura organizacional para lidar com Tel.: (11) 4353-2900 produção sob encomenda, gestão de imprevistos, cada vez mais presentes demanda compartilhada (Vendor Ma- em mercados competitivos. *Na segunda parte deste artigo, a ser punaged Inventory – VMI e CollaboratiResumindo, os objetivos do prove Planning, Forecasting, and Reple- cesso de DM são reduzir a variabilida- blicada na próxima edição da Tecnologística nishment – CPFR), entre outros. Nesta de que causa problemas e aumentar a (nº 187, Junho de 2011), serão abordados os etapa também é realizado o planeja- flexibilidade para responder rapida- demais processos da Supply Chain, como o mento do fluxo de informações, onde mente se alguma coisa sair errada. A atendimento do pedido, o processo de gestão são definidas quais delas precisam ser tecnologia ajuda nas diversas etapas do fluxo de manufatura, a gestão de relacionacompartilhadas e os recursos necessá- do processo como, por exemplo, nas mento com fornecedores, o processo de desenrios para seu processamento. atividades de previsão, sincronização volvimento de produto e comercialização e a A próxima etapa é gerar planos e transferência de informações, mas gestão de retornos

S&OP

100 - Revista Tecnologística - Maio/2011



PRODUTOS

Caminhão com transmissão automatizada, da Iveco

Após oito meses de testes, a Iveco apresentou ao mercado, no último mês de abril, sua mais recente inovação na linha extrapesada: o Stralis 460 NR Eurotronic, equipado com transmissão automatizada ZF AS-Troniccom 16 marchas e que dispensa totalmente o pedal da embreagem. Disponível como equipamento de série no modelo de maior potência da gama Stralis NR (460cv), a nova transmissão amplia em até 7% a economia de combustível quando comparada ao modelo manual. A novidade inclui, ainda, o sistema de freio motor, com até 985cv de potência de frenagem. O veículo pode ser encontrado nas versões 4x2, 6x2 e 6x4. Entre algumas características do caminhão, destaque para a economia, a segurança e o reduzido custo operacional. A concepção do veículo levou em consideração o pedido dos clientes, que desejavam um caminhão mais potente. A aplicação do sistema de transmissão automatizada no Iveco Stralis NR Eurotronic foi precedida de um trabalho de parceria 102 - Revista Tecnologística - Maio/2011

entre a Iveco e a ZF para a sincronização das centrais eletrônicas do motor e da transmissão, fazendo com que o conjunto powertrain trabalhe como se fosse um só, maximizando tanto a eficiência energética quanto o poder de frenagem de ambos.

Tecnologia embarcada Tecnicamente, a AS-Tronic é uma caixa automatizada que funciona por meio da automatização da embreagem, da seleção e do engate de marchas (e não por meio de um conversor de torque). O acionamento da transmissão se dá por meio de teclas no painel (com a nomenclatura “D”, “N”, “R” para designar as marchas, bastando apertá-las para o acionamento). O câmbio é inteligente e escolhe a marcha certa para cada momento da condução, que dessa forma fica mais econômica e eficiente. O sistema agrega, ainda, uma alavanca sob o lado direito do volante para a mudança manual das marchas: movimentando-a para frente, faz-se a redução; para trás, avançam-se as marchas. Empurrando-a para baixo,

em seis fases sequenciais, acionam-se o freio motor e os vários estágios do intarder (opcional). Por meio de um botão no meio da alavanca multifuncional, aciona-se o piloto automático (Cruise Control), cuja velocidade é controlada por outro botão na extremidade da alavanca. Além disso, o Stralis NR Eurotronic possui a opção de dois modos distintos de condução: o normal, no qual se equilibram as necessidades de agilidade e consumo, e o modo Economy (identificado no botão do painel pela sigla Eco), que privilegia a economia de combustível. Isso acontece com uma observação de parâmetros como melhor ponto de torque e potência do motor. Porém, se o motorista precisar de maior potência para uma ultrapassagem mais rápida, por exemplo, basta pressionar o pedal do acelerador até o final de seu curso e o veículo passa instantaneamente para o modo normal de condução, voltando posteriormente, e de maneira automática, para o modo Economy. Outro fator de economia é o Iveco Downhill Control (DHC). Esse sistema baseia-se na troca de informações entre as centrais eletrônicas do motor e da transmissão. Se o caminhão termina de subir uma elevação de terreno e começa a descer, e o motorista não indica nenhuma intenção de frear, o sistema sobe rapidamente para a 16ª marcha e corta o combustível, para tirar total proveito da aceleração gravitacional. Assim, o caminhão ganha velocidade mais rapidamente, com consumo zero, sempre de forma controlada, pois a transmissão estará sempre engatada. (Leia mais sobre o Stralis NR Eurotronic em www.tecnologistica.com.br) 0800 7023443


Sistema de avaliação comportamental de motoristas, da 3T Systems A 3T Systems, desenvolvedora de soluções de rastreamento, apresenta ao mercado o 3T Inovação, um serviço que, incorporado ao rastreador do veículo, possibilita uma avaliação comportamental do motorista. O sistema avalia dados como aceleração, frenagem e comportamento nas curvas e estabelece comparações que evidenciam o condutor que possui um estilo de direção defensiva e aquele que traz riscos, expondo o veículo a um maior desgaste, maior consumo de combustível e até mesmo maior probabilidade de causar acidentes.

O objetivo do 3T Inovação é oferecer ao gestor da frota maior controle sobre a condução dos veículos por meio da identificação, do monitoramento, da emissão de documentos e de comparações com outros motoristas, permitindo a realização de planos de ação de conscientização e treinamento adequado para minimizar os acidentes; reduzir custos com manutenção preventiva e corretiva de embreagens, pneus, freios e demais peças; promover economia de combustível e, consequentemente, uma menor emissão de poluentes.

O sistema funciona por meio de um hardware que pode ser instalado em diversas partes do veículo (desde o chassi até o painel). Os dados são avaliados via GPS com alta taxa de atualização e enviados para o sistema da 3T, que possibilita o acompanhamento em tempo real via web. (11) 2125-8300


AGENDA

INTERNACIONAL Congreso Internacional de Logística y Supply Chain. 2 e 3 de junho. Medelín, Colômbia. Organização e informações: Transporte Vivo e Universidad Eafit. cec.eafit.@eafit.edu.co www.eafit.edu.co Sil 2011 – 13º Salón Internacional de la Logística y de la Manutención e 9º Fórum Mediterráneo de la Logística y del Transporte. 7 a 10 de junho. Barcelona, Espanha. Organização e informações: El Consorci. sil@el-consorci.com www.silbcn.com Expologística 2011. 7 a 9 de junho. Cidade do México, México. Organização e informações: Comunicación Integral. www.expologistica.com Missão Técnica Internacional Europa. 19 a 24 de junho. Holanda e Bélgica. Organização e informações: Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS. Tel.: (11) 3847-1909 ilos@ilos.com.br www.ilos.com.br

NACIONAL Workshop Arena. 16 e 17 de maio e 13 e 18 de junho. Workshop Simio. 16 e 17 de maio e 13 e 18 de junho. Utilizando o VBA com Arena. 13 de junho. Desenvolvimento de Templates. 13 de junho. Arena Tools. 13 de junho. Arena Expert. 13 de junho. Introdução à Simulação com Arena. 16 e 17 de junho. Introdução à Simulação com Simio. 16 e 17 de junho. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Paragon. Tel.: (11) 3849-8757 bruna@paragon.com.br www.paragon.com.br Código de Barras e a Identificação de Produtos Comerciais. 17 de maio. Prá-

ticas de E-Commerce e EDI. 17 de maio. Ambos em São Paulo, SP. Organização e informações: GS1 Brasil. Tel.: (11) 3068-6229 atendimento@gs1br.org www.gs1br.org Curso Lean Aplicado à Manufatura e Serviço. 17 e 18 de maio. Curso Gestão de Compras e Fornecimento. 21 e 22 de junho. São Paulo, SP. Organização e informações: Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS. Tel.: (11) 3847-1909 ilos@ilos.com.br www.ilos.com.br Técnicas Avançadas de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Gerenciamento de Estoques. 17 e 18 de maio. Melhores Práticas na Acuracidade de Estoques. 17 e 18 de maio. Estratégias para a Distribuição e Gestão da Operação de Transporte de Cargas Urbanas. 24 de maio. Projetos Logísticos. 25 e 26 de maio. Excelência na Gestão Comercial em Transportadoras e Operadores Logísticos. 28 de maio. Intralogística Avançada. 7 de junho. Custeio e Formação de Preços para Carga Lotação e Fracionada. 8 de junho. Metodologia Técnica Aplicada ao Desenho e Dimensionamento de Centros de Distribuição e Cross-Dockings. 14 e 15 de junho. Melhores Práticas em Armazéns. 14 e 15 de junho. Gestão de Contratos na Terceirização Logística. 18 de junho. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Tigerlog. Tel.: (11) 2694-1391 vanessa.silva@tigerlog.com.br www.tigerlog.com.br Desenvolvimento de Analistas de Treinamento. 20 e 21 de maio. Conhecimento Eletrônico para Empresas de Transportes de Carga. 21 de maio. Gestão para Novos Gerentes. 21 de maio. Gestão Estratégica de Compras e Suprimentos. 3 de junho. Emis-



AGENDA

são e Regras de Documentos Fiscais para Transportadoras e a Incidência do ICMS. 11 de junho. Atendimento ao Cliente Aplicado às Empresas de Transportes e Logística. 13 de junho. Gestão das Operações Logísticas. 16 e 17 de junho. Estratégias e Táticas de Negociação. 17 e 18 de junho. Formação de Vendedores para Empresas de Transportes e Logística. 18 de junho. Liderança Operacional. 18 de junho. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Ceteal. Tel.: (11) 5581-7326 secretaria@ceteal.com www.ceteal.com.br Legislação em Logística. 24 e 25 de maio. Logística Básica. 11 e 18 de junho. Ambos em São Paulo, SP. Organização e informações: Enaslog. Tel.: (11) 3668-5513 enaslog@enaslog.com.br www.enaslog.com.br Gestão Estratégica de Compras e Suprimentos Como Alavanca para a Diferenciação por Custos na Supply Chain. 16 a 18 de junho. São Paulo, SP. Organização e informações: Cebralog. Tel.: (19) 3289-0903 sac@cebralog.com www.cebralog.com

Cursos de Média e Longa Duração

Feiras e Seminários

Tecnologia em Logística. Duração de 2 anos. Assistente em Logística Empresarial. Duração de 160 horas. Administração de Operações Logísticas. Duração de 30 horas. Administração de Armazenagem. Duração de 15 horas. Administração e Planejamento da Produção. Duração de 15 horas. Compras e Administração de Materiais. Duração de 15 horas. Custos Logísticos, Aspectos Tributários e Fiscais. Duração de 18 horas. Gestão da Distribuição. Duração de 15 horas. Gestão de Frotas. Duração de 30 horas. Gestão de Riscos Logísticos. Duração de 36 horas. Logística Integrada. Duração de 24 horas. Logística de Transportes. Duração de 15 horas. Logística em Comércio e Serviço. Duração de 15 horas. Logística, Marketing e Vendas. Duração de 15 horas. Negociação em Compras. Duração de 15 horas. Previsão da Demanda para o Planejamento de Vendas e Operações. Duração de 15 horas. Serviços e Operações Portuárias. Duração de 36 horas. Tecnologia Aplicada à Logística. Duração de 15 horas. Organização e informações: Senac. Para inscrições, local e data de início, consulte a instituição. Tel.: 0800 8832000 naiana.gsouza@sp.senac.br www.sp.senac.br

EcoTransporte e Logística 2011. 18 e 19 de maio. São Paulo, SP. Organização e informações: NTC & Logística. Tel.: (11) 3717-0737 www.ecotranslog.com.br XV Conferência Nacional de Logística. 7 e 8 de junho. São Paulo, SP. Organização e informações: Associação Brasileira de Logística – Aslog. Tel.: (11) 3668-5513 www.aslog.org.br III Fórum de Compras & Suprimentos. 13 e 14 de junho. São Paulo, SP. Organização e informações: Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS. Tel.: (11) 3847-1909 ilos@ilos.com.br www.ilos.com.br Decision Science Forum. 14 e 15 de junho. São Paulo, SP. Organização e informações: Paragon. Tel.: (11) 3849-8757 bruna@paragon.com.br www.paragon.com.br Veja agenda completa de cursos, seminários, MBAs e demais eventos no: www.tecnologistica.com.br/site/5,1,53.asp

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO 5A Consultoria ............................... 50 Almi .................................................. 21 Ampla ............................................... 65 Assine Tecnologística ................. 105 Bauko................................................ 49 Bertolini ........................................... 57 Brasif ................................................. 18 Brasilmaxi........................................ 85 Capecce Cury.................................... 33 Cargolift........................................... 79 Clark ................................................. 43 Ceva .................................................. 59 Congresso Aslog........................... 101 Consmetal ....................................... 73 DB Trans .......................................... 81 DVA Express.................................... 09 Estrada.............................................. 27 106 - Revista Tecnologística - Maio/2011

Exata Logística........................ 4ª capa Grupo TPC .............................. 3ª capa GWI................................................... 39 Hörmann ......................................... 23 IB Software ...................................... 89 ILOS .................................................. 63 JSL ...................................................... 67 KK Logística .................................... 99 Kopron ............................................. 38 Linde.................................................. 93 Localfrio ........................................... 19 Logisvale ........................................ 103 MRV Log .................................. 15 e 95 MTI Estruturas ........................encarte Nautika............................................. 14 Otimis............................................... 91 Paletrans .......................................... 71

Patrus ................................................ 07 Petrobras .......................................... 25 PrestServ........................................... 72 Prosperitas ....................................... 11 Rapidão Cometa ............................ 35 Rentank .......................................... 104 Rocha Top ....................................... 41 SAP .................................................... 55 Tegma ............................................... 05 Totvs .................................................. 31 Top Flex ........................................... 32 Tópico............................................... 17 Toyota ...................................... 2ª capa Vonder.............................................. 87 Yale.................................................... 13


capa_FINAL.indd 5

28/4/2011 16:50:46


capa_FINAL.indd 7

28/4/2011 16:50:02


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