Nadir Moreno: a UPS estĂĄ sabendo aproveitar o excelente momento do Brasil
Xerox: logĂstica reversa se aprende em casa
PNRS Acordos setoriais patinam na logĂstica reversa
SUMÁRIO
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MERCADO Veja todas as novidades do mercado brasileiro de logística nesta seção
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Artigo mostra a evolução do panorama de logística reversa de resíduos de pós-consumo no Brasil, chegando até o estágio atual e as implicações da legislação
CROSS-DOCKING Acompanhe o vai e vem dos profissionais no movimentado mercado de logística
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ENTREVISTA A presidente da UPS Brasil, Nadir Moreno, comemora o excelente momento do país, que a empresa tem sabido aproveitar. Entre outros serviços, ela fala sobre como a logística reversa vem agregando valor para os clientes posicionarem sua marca no mercado
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LOGÍSTICA REVERSA Quase três anos após a promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, segmentos ainda encontram dificuldades para implementar os acordos setoriais, muitas delas relacionadas à falta de uma logística reversa estruturada para atender ao que exige a lei
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Capa: Anderson Maciel Ilustração: Sergio Rossi
EVENTO Veja as principais novidades apresentadas durante a 19ª Intermodal - Feira Internacional de Logística, Transporte de Cargas e Comércio Exterior, ocorrida em abril, em São Paulo
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LIVRO Nesta edição, destaque para o livro de Paulo Roberto Bertaglia Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento, que mostra a evolução do supply chain brasileiro, utilizando exemplos de casos reais de diferentes segmentos
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PRODUTOS Conheça os principais lançamentos de produtos, serviços e sistemas voltados à logística
MANUFATURA REVERSA Em projeto pioneiro no Brasil, Xerox leva o operador de manufatura reversa para dentro de sua fábrica, melhorando a performance e reduzindo os custos da operação
POLI/CISLOG Trabalho traz um estudo de caso de logística reversa de pós-consumo das máquinas de transações eletrônicas, chamadas de POS, que propôs alternativas para melhoria do fluxo reverso
ARTIGO Texto aborda a logística reversa de produtos eletroeletrônicos, categoria de extrema importância econômica e que gera cerca de 1 milhão de toneladas de resíduos por ano no Brasil
ILOS
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AGENDA Confira os mais importantes cursos, seminários, MBAs e demais eventos nacionais e internacionais do setor de logística em nossa agenda
Publicare Editora Ltda.
EDITORIAL
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Diretores Shirley Simão shirley@publicare.com.br
Jorge Roberto Simão jorge@publicare.com.br
Reversa em desacordo
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pós mais de três anos da promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), os segmentos atingidos pela lei com a obrigatoriedade de formar acordos setoriais para promover o retorno dos resíduos de seus produtos – para cumprir o que a lei chama de “responsabilidade compartilhada” – encontram dificuldades para implementar seus processos, o que vem adiando a assinatura dos acordos. Por isso, dos setores que a política prevê que, neste primeiro momento, devem apresentar soluções para sua cadeia reversa de resíduos pós-consumo, apenas um já tem seu acordo assinado: o de embalagens plásticas de óleos lubrificantes. As dificuldades encontradas são várias e diferem conforme o segmento envolvido. Grosso modo, elas vão desde o baixo valor de mercado dos produtos e resíduos resultantes dos processos reversos, passando pela falta de rentabilidade aos agentes atuantes nestas atividades, indo até a falta de estrutura da cadeia reversa e a escassez de empresas qualificadas para realizar o trabalho de manufatura reversa. Da mesma forma que ocorre com a logística direta, a reversa precisa de conhecimento e tecnologia para sua realização de forma eficiente. São todas dificuldades superáveis. Porém, não sem custo para todos os envolvidos. No final, quem paga a conta da logística reversa parece ser a questão central de toda a discussão, conta esta que, como já ocorre na Europa, por exemplo, pode chegar até o consumidor final. Enquanto os acordos não vêm, algumas empresas já se adiantam e organizam, elas mesmas, a logística reversa de seus produtos e de seus clientes. É o caso da Xerox, fabricante de equipamentos para impressão, que depois de iniciar internamente a manufatura reversa de resíduos sólidos de seus produtos, optou por terceirizar esta operação, trazendo para dentro da sua fábrica fluminense a Oxil. Com isso, a empresa aproveitou a estrutura já montada e alguns dos funcionários que possuíam experiência na atividade, e incorporou um especialista, que além de agregar maior conhecimento e produtividade, ainda auxilia a Xerox a vender os resíduos resultantes do processo, o que ajuda a mitigar os custos da operação. Que há custo, não há dúvidas, e agora a preocupação dos setores é criar um fluxo reverso eficiente e que cumpra com os preceitos da PNRS, preservando o ambiente, a saúde e a sociedade, além de manter também a imagem das empresas fabricantes, que cada vez mais está vinculada às iniciativas voltadas à sustentabilidade, principalmente a ambiental. Que o diga a UPS, operadora logística de alcance global que oferece entre seus serviços a logística reversa de pós-venda, funcionando como um braço de seus clientes neste quesito. Segundo a presidente da empresa, Nadir Moreno, nossa entrevistada da edição, cada vez mais os clientes percebem o valor de uma boa logística reversa para a imagem e a participação de seus produtos no mercado. As dificuldades que o mercado brasileiro vem enfrentando para adequar-se à PNRS são naturais num processo tão novo. Para ajudá-lo a entender o tema e discutir conjuntamente problemas e soluções, a Publicare Eventos, juntamente ao Conselho de Logística Reversa do Brasil (CLRB), está promovendo o IV Fórum de Logística Reversa, nos dias 15 e 16 deste mês de maio, em São Paulo. Na próxima edição da Tecnologística, traremos a cobertura completa do evento, que – a exemplo do que ocorreu nas edições anteriores do fórum – certamente contribuirá para o debate e para a busca de respostas. Uma excelente leitura e até junho, com nosso especial de operadores logísticos. Shirley Simão 4 - Revista Tecnologística - Maio/2013
Ano XVIII - N.º 210 - Maio/2013 www.tecnologistica.com.br Redação, Administração e Publicidade Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar CEP: 04571-010 - São Paulo - SP
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MERCADO
Parceria consolida operações de subsidiária da FedEx no país Aliança entre a brasileira Portlink e a FedEx Trade Networks expande presença da empresa no Brasil
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exportação, o maior NVOCC (operador sem navio) no trade marítimo entre o Brasil e os Estados Unidos, tendo um dos maiores índices de retenção de clientes de seu mercado. Ela oferece uma ampla gama de soluções de importação e exportação, como transporte marítimo, aéreo e rodoviário, serviços de desembaraço aduaneiro e agente de seguros, com visibilidade de ponta a ponta na cadeia de suprimentos. Divulgação
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FedEx Trade Networks (FTN), subsidiária da norte-americana FedEx Corp., voltada para envios internacionais, anunciou oficialmente em abril a aliança com a brasileira Portlink Logística Multimodal para oferecer aos clientes locais e internacionais que queiram atuar no país um portfólio completo de serviços de frete aéreo e marítimo, aliado a soluções de transporte multimodais, desembaraço e serviços agregados, com visibilidade e rastreamento total. A parceria foi firmada em outubro de 2012 e já vem operando sob o nome FedEx Trade Networks. A empresa, como é praxe, não revela números, mas o CEO e presidente mundial da FTN, Fred Schardt, afirma que não se trata de uma compra, mas sim de um co-branding. “Não houve investimento financeiro na aliança, mas, para os clientes, os serviços agora são totalmente FedEx Trade Networks. A parceria segue a estratégia da corporação de oferecer serviços globais com conhecimento local, a exemplo do que foi feito entre a FedEx Express e o Rapidão Cometa. Neste sentido, a Portlink foi escolhida devido à sua experiência e seu excelente relacionamento com os clientes e com os transportadores, tanto marítimos como aéreos, o que é muito importante para nós”, declara o executivo. Com uma carteira de 200 clientes ativos, sendo que a metade está fora do país, a Portlink tem sede em Itajaí (SC) e é uma das dez maiores do mercado brasileiro de transporte marítimo para
A partir da aliança, a Portlink passou a oferecer ao mercado, além dos serviços habituais de freight forwarder, toda a estrutura da FedEx em termos de ativos e soluções de valor agregado, ofertando ainda uma cobertura total do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. “Nosso objetivo agora é consolidar e fazer crescer a marca no Brasil”, resume Bruno Barbieri, managing director da Portlink.
Schardt explica que, quando ele assumiu a FTN, em 2008, houve uma mudança de foco, que saiu de uma atuação mais restrita aos Estados Unidos e Canadá para uma abrangência global. Nestes últimos cinco anos, a empresa passou a atuar em 24 países com 55 escritórios, ou seja, um crescimento muito agressivo. O Brasil foi o primeiro país da América do Sul a receber uma subsidiária da empresa, que abriu um escritório em São Paulo em 2009 e outro no Rio em novembro do ano passado. “Nós enxergamos o enorme potencial do mercado brasileiro e vemos grandes oportunidades nele, e a parceria com a Portlink vem fortalecer nossa estratégia de oferecer soluções completas para este mercado”, afirma o CEO. Barbieri diz estar empolgado com a aliança, uma vez que, agora, os clientes podem encontrar todos os serviços que precisam no comércio internacional em apenas um provedor. “Antes, corríamos o risco de a concorrência oferecer aos nossos clientes serviços que não tínhamos; agora, além de podermos ofertar uma solução única, temos por trás o nome FedEx. Não é apenas mais um freight forwarder”, ressalta. Schardt concorda que o nome e a confiança que o cliente deposita nele são facilitadores para os negócios. Tanto que, desde que a aliança foi firmada, o volume de carga marítima operado pela Portlink cresceu 20%, movimentando mais de 5 mil TEUs no período. “Os volumes de importação e exportação subiram 712% no trade marítimo e 134% no aéreo no ano passado no Brasil.”
Portos brasileiros começam a operar 24 horas De acordo com os executivos, a aliança tem como foco indústrias das mais variadas, como de óleo e gás, commodities, high tech, eletrônicos, aviação e outras. “Estamos olhando para vários setores e o potencial é grande. E, de acordo com as necessidades do cliente, podemos ofercer desde serviços com prazo definido, como no caso das remessas expressas, até o freight forwarder, que não é tão sensível ao prazo e tem grandes vantagens do preço. O cliente pode olhar para o portfólio e escolher o que preferir. Isto é único no país”, reafirma Barbieri. A questão do preço merece atenção, pois além de ficar feliz por ter o nome FedEx por trás, o cliente também pode se perguntar o quanto isso vai custar. “Temos a procupação de sermos competitivos e nos adequarmos ao mercado”, garante Marcos Soares, também managing director da Portlink. “Mas o custo da solução é proporcional ao serviço. Se o cliente quer uma solução overnight, tem de saber que isso tem um preço diferente de um serviço no qual ele não se preocupa tanto com o tempo de entrega. Mas entre essas duas pontas temos uma gama enorme para ele montar a solução mais adequada a suas necessidades.” Para Barbieri, anteriormente, o cliente tinha de fragmentar a solução em vários prestadores de serviços e isso reduzia o seu poder de barganha. “Agora, ele pode negociar apenas conosco e nós podemos dar um serviço mais completo ao melhor custo.” FTN: (11) 5509-6300 Portlink: (47) 3344-9600
Com a iniciativa, órgãos anuentes às atividades portuárias passam a funcionar ininterruptamente previsão de iniciar o programa, em caráter experimental, nos portos de Paranaguá (PR), Suape (PE), Rio Grande (RS), Itajaí (SC) e Fortaleza, a partir de 3 de maio. A ideia é que, três dias após iniciado, o projeto esteja funcionando de forma permanente nestes terminais. A escolha dos portos foi definida após debates na Comissão Nacional das Autoridades nos Portos (Conaportos) e levou em conta a representatividade desses terminais no volume de cargas e veículos, além do funcionamento das tecnologias de integração já implementadas. Divulgação / SEP
Serviços sob medida
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ministro da Secretaria Especial de Portos (SEP), Leônidas Cristino, anunciou, no último dia 19 de abril, o início do Programa Porto 24h. Com a iniciativa, que tem como objetivo desburocratizar o sistema portuário nacional, as equipes de fiscalização dos diversos órgãos anuentes, como Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Polícia Federal e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), ficarão em plantão eletrônico durante os sete dias da semana, 24 horas por dia, para liberar cargas, embarcações e veículos. O Porto 24h integra as ações do programa Porto sem Papel, Carga Inteligente e Vessel Traffic Management System (VTMS), ações orçadas em R$ 800 milhões e incluídas no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), do governo federal. O Porto 24h já está operando em Santos (SP), Rio de Janeiro e Vitória. Até o fechamento desta edição, havia a
Inteligência A SEP iniciou, em 2010, o desenvolvimento e implantação de um conjunto de projetos denominado Inteligência Logística Portuária, que envolve ações para a redução da burocracia com a utilização de tecnologia de informação nos processos de liberação de veículos e cargas nos portos. A meta é agilizar os trâmites, a fim de evitar filas e congestionamentos nos terminais, e reduzir os custos operacionais em 25%. O Porto 24h é uma evolução da aplicação de todos esses projetos e tem como meta melhorar o desempenho das operações de movimentação de cargas de importação e exportação, e de estocagem na retroárea. SEP: (61) 3411-3765 Maio/2013 - Revista Tecnologística - 7
MERCADO
Sul de Minas abre seu primeiro Redex Estrutura agiliza processos de exportação de produtos da região
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Complexo Industrial Japy, localizado na cidade de Guaxupé (MG) e pertencente à Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé (Cooxupé), inaugurou, no dia 19 de março, seu recinto especial para despacho aduaneiro de exportação (Redex), o primeiro da região sul de Minas Gerais. A disponibilização da estrutura para viabilizar a operação do Redex – que ocupa uma das salas da administração do complexo – foi realizada por parte da cooperativa, que desde 2008 solicitava a criação do recinto para auxiliar nas exportações de mercadorias da região, tanto de café quanto de outros produtos.
A intenção é proporcionar mais agilidade aos processos, além de reduzir substancialmente os custos com logística, oferecendo serviços inerentes ao despacho com certificação pelas autoridades aduaneiras. Além disso, a nova estrutura pode ajudar a desafogar o Porto de Santos em relação aos trabalhos de inspeção e fiscalização de cargas conteinerizadas. De acordo com o delegado-adjunto da Receita Federal do Brasil em Poços de Caldas (MG), Carlos Augusto Nogueira, agora as mercadorias chegarão ao porto prontas para serem embarcadas. Todas as exportações da região são realizadas pelo Porto de Santos, situado a 376 km de Guaxupé.
O presidente da Cooxupé, Carlos Alberto Paulino da Costa, conta que a inauguração do Redex visa a projetos ainda maiores. Segundo ele, a intenção é fazer com que o complexo se torne um porto seco, facilitando não apenas os processos de exportação, mas operando também com importações. A cerimônia de inauguração contou com a presença de diretores e colaboradores da Cooxupé, além de autoridades da Receita Federal e do Ministério da Agricultura.
Cooxupé: (35) 3696-1000
Wärtsilä inicia instalação de fábrica no Açu
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Divulgação / Wärtsilä
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Wärtsilä, multinacional finlandesa que fornece motores e presta serviços para navios e usinas termelétricas, assinou, no último dia 14 de março, um acordo para a instalação de uma fábrica de equipamentos de geração de energia e propulsão naval no Superporto do Açu, terminal marítimo em construção em São João de Meriti (RJ), pela LLX, braço logístico do Grupo EBX. Ao todo, a unidade demandará cerca de 20 milhões de euros em investimentos próprios da companhia. A construção da planta, que terá 4 mil metros quadrados no TX2 – terminal onshore – e contará com orla e cais próprios, foi iniciada em abril e está programada para atingir
Divulgação
Unidade terá 4 mil m² e contará com orla e cais próprios
sua completa capacidade operacional em meados de 2014. O acordo
prevê o aluguel de uma área total de 29,3 mil m² por 30 anos, renovável por igual período. A empresa, que atua no país há 23 anos, aposta nas novas instalações para acompanhar as exigências de produção local e atender à crescente demanda de mercado, sobretudo na indústria offshore. Em sua fase inicial, as atividades da fábrica multiproduto se concentrarão em geradores de médio porte e propulsores azimutais, com a possibilidade de expandir a gama de produtos de acordo com as necessidades de mercado.
LLX: (21) 2555-5661 Wärtsilä: (21) 3878-8900
Divulgação
TWO Aviation e Flex Aero anunciam fusão
Aquino e Davo: frota permite operar em aeroportos pequenos
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TWO Aviation e a Flex Aero, que operam no segmento de cargas aéreas fracionadas, anunciaram no início de abril uma joint venture para formar a TWO-Flex. As empresas continuarão atuando normalmente até receberem liberação da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para iniciarem as atividades com o novo nome. De acordo com o presidente da Flex Aero e sócio da TWO-Flex, Rui Thomaz Aquino, a autorização deve ser concedida pelo órgão em cerca de 90 dias. As duas empresas, sediadas em Jundiaí (SP), unirão suas operações dando origem a uma companhia que já nasce com 18 aeronaves cargueiras do modelo Caravan e um faturamento previsto em R$ 75 milhões para o acumulado de 2013. Ainda este ano, a TWO-Flex pretende investir cerca de US$ 30 milhões na aquisição de mais 12 aviões Caravan e dois ATR. Fabricados pela empresa norte-americana Cessna, os Caravan são monomotores turboélices com capacidade para 1,5 tonelada de carga. Já os ATR 42, de origem franco-italiana, podem carregar até 5 t. Juntas, as empresas transportam, em média, 7,5 mil t anualmente, total que deve crescer para 10 mil t até o fim de 2013. Além de Aquino, a TWO-Flex será administrada pelo empresário Anderson Davo, da TWO Aviation. A sociedade conta ainda com outros dois membros: Breno Bittencourt, também da TWO Aviation, e Luiz Eduardo Falco, da Flex Aero.
Segundo Aquino e Davo, a fusão tem como objetivo oferecer aos clientes operações em todo o Brasil, com serviços customizados e ágeis, focando sempre em aeronaves de pequeno porte. A TWO-Flex poderá, também, complementar o transporte realizado por empresas que atuam com cargas em grandes aviões que não chegam em aeroportos de cidades menores. “Os Caravan são preparados para pousar em pistas curtas e não pavimentadas”, lembra Aquino. A TWO apresenta forte atuação nas Regiões Centro-Oeste e Sul do país, enquanto a Flex concentra-se na Região Norte. Com a joint venture, a TWO-Flex terá unidades em Manaus, Belém, Recife, Brasília, Palmas, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Porto Alegre e Curitiba, além da sede em Jundiaí. Do total movimentado pelas empresas, cerca de 5% destinam-se a outros países da América Latina, onde a TWO-Flex atuará sob demanda. De acordo com os empresários, a nova companhia, que contará com aproximadamente 160 colaboradores no total, atenderá os clientes que já fazem parte da carteira das duas empresas, como Correios, JSL, Gefco, Luft, Brinks e Prosegur, com destaque para o transporte de autopeças, valores, itens de laboratórios, e-commerce e carga expressa. Flex Aero: (11) 4585-5050 TWO Aviation: (11) 4582-2355
MERCADO
TCP ganha nova via de acesso Linha Marrom tem como meta reduzir fila de caminhões
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Ainda em março, foi emitida – pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) – a licença para a dragagem de aprofundamento do canal de acesso e da bacia de evolução dos portos de Paranaguá e Antonina. Com o documento, o governo federal, por meio da Secretaria Especial de Portos (SEP), pode iniciar o processo licitatório para a contratação do serviço. A obra possibilitará ampliar o Canal da Galheta dos atuais 15 metros para 16 m de profundidade, e a bacia de evolução de 12 m para 14 m. O valor total da melhoria ainda não pode ser calculado, porque ainda não foi realizada a batimetria – medição da profundidade dos oceanos –, que indicará o volume a ser dragado. Vale lembrar, porém, que R$ 53 milhões de recursos federais, provenientes do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC 1), já estão destinados ao terminal paranaense para a realização da dragagem.
Retha Imóveis, companhia que atua no desenvolvimento, administração, locação e venda de galpões em condomínios industriais e logísticos, prevê investir aproximadamente R$ 200 milhões em novos projetos até o fim de 2013. Serão cerca de 140 mil metros quadrados no estado de São Paulo, sendo aproximadamente 80 mil m² na cidade de Vinhedo, 30 mil m² em Louveira e mais 30 mil m² em Sumaré. De acordo com o diretor da Retha, Marino Mário da Silva, os aportes têm origem em family offices (companhias especializadas na gestão de fortunas familiares) e fundos de investimentos em negócios imobiliários, principalmente de origem europeia. Silva justifica os novos projetos alegando que, nos últimos dez anos, a quantidade de investidores no segmento de logística tem apresentado forte crescimento. Sem revelar mais detalhes, o executivo conta que a cidade de Sorocaba também deve receber empreendimentos da Retha em breve. No município de Jundiaí, está em construção o condomínio Espace Center Jundiaí, que contará com 92 mil m² de área construída. Com participação desde a idealização até a comercialização dos empreendimentos, a Retha administra atualmente 12 condomínios no estado de São Paulo.
Appa: (41) 3420-1143
Retha: (11) 4777-9800
Divulgação / Appa
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Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP, PR) anunciou em março a abertura de uma nova rota urbana. Denominada “Linha Marrom”, a via é uma alternativa para melhorar o acesso e, consequentemente, os processos de recebimento e entrega de contêineres. Concebida em parceria com o Ministério Público, a Polícia Rodoviária Federal, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa), a Prefeitura de Paranaguá e os terminais portuários agrícolas, trata-se de um trecho já existente no município, que agora passou a ser sentido obrigatório para os caminhoneiros. O fluxo viário tem início na entrada da cidade e o acesso alternativo se dá a partir da Rodovia BR 277 até o entroncamento com a Rua Manoel Bonifácio, de onde é acessada a Rua Barão do Rio Branco em direção ao terminal. Essa rota possui placas de sinalização para indicar todo o caminho. Anteriormente, os veículos trafegavam pela BR 277 e, ao chegarem à rotatória de entrada da cidade, continuavam no trecho urbano da estrada até virarem à direita na Rua Manoel Bonifácio, para depois, à esquerda, acessarem a Rua Ba-
rão do Rio Branco. Esse trecho continua a operar de forma alternativa. De acordo com o diretor-superintendente e Comercial do TCP, Juarez Moraes e Silva, a nova rota tem como objetivo contribuir para a retirada do fluxo de caminhões da cidade e organizar o fluxo de contêineres, evitando congestionamentos.
Retha investirá R$ 200 milhões em 2013
Dragagem autorizada
MERCADO
Magazine Luiza premia qualidade no transporte Criado este ano, o 1º Top Quality teve 11 vencedores em seis categorias
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m cerimônia realizada no dia 11 de abril, a rede de varejo Magazine Luiza premiou os melhores parceiros em transporte de 2012. O prêmio, intitulado 1º Top Quality - Transportes Magazine Luiza, revelou 11 vencedores em seis categorias: E-commerce, Lojas, Courier, Carreteiro, Motorista da Frota e Inovação.
Para a premiação, a empresa avaliou o trabalho desenvolvido durante o ano passado por todos os seus parceiros, desde as 34 empresas transportadoras, passando pelos 790 motoristas agregados, até os 185 condutores da frota própria. Na categoria E-commerce, o primeiro lugar coube à Transportadora Jandira, ficando o segundo e terceiro
lugares para as Transportadoras Panex e Mira Transportes, respectivamente. Na categoria Lojas, o primeiro lugar ficou com a J.Costa Transportes, sendo que o segundo lugar foi para a Domicílio Transportes e, o terceiro, para a Jaeger Express. Já na categoria Courier, houve empate na pontuação e, portanto, o prêmio foi recebido pelas duas empresas: Correios e Total Express. Nas outras três categorias, houve apenas um premiado, avaliado pela empresa como o Melhor dos Melhores. Na de Carreteiro, o vencedor foi Mauri Junior, de Santa Catarina; na de Motorista da Frota Magazine Luiza, o prêmio foi para Fabiano Preite; e na de Inovação, foi para o carreteiro Clayton Cardia, reconhecido por adotar baixas on-line nas entregas que realiza na re-
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gião de Campinas (SP). A partir dessa experiência, a tecnologia foi replicada pela rede de varejo para outros parceiros carreteiros e, por isso, a cerimônia também premiou a empresa que fez este desenvolvimento, a Proxer. “Nosso objetivo com esta premiação foi reconhecer o trabalho de qualidade que os transportadores realizaram no ano passado e que foi significativo para a empresa e, a partir desta avaliação, preparar nossos parceiros para os desafios de 2013”, explica Monir Reis, gerente nacional de Transportes do Magazine Luiza, acrescentando que essa premiação passa a ser um evento permanente no calendário da empresa, a ser realizado todo ano. Durante a cerimônia, o diretor de Logística da rede de varejo, Ricardo
Rodrigues, ressaltou o quanto a evolução nos serviços de transporte tem ajudado no crescimento da empresa. “Houve um momento, quando ocorreu um aumento da demanda que tornou as operações mais complexas, que havia um descompasso no serviço de entregas, chegando a afetar os negócios. 2012 foi um grande momento para o Magazine Luiza, embora sem ainda atingir a lucratividade desejada,
por isso estamos projetando para 2013 um novo momento, no qual a logística contribuirá com os negócios.” Anualmente, o Magazine Luiza faz, em média, 8 milhões de entregas para todo o Brasil, de vendas realizadas por todos os seus canais de vendas, ou seja, lojas, e-commerce e televendas.
Magazine Luiza: (16) 3711-2143
MERCADO
AmstedMaxion e Cepefer inauguram CT Escola visa formar profissionais para atuar no segmento ferroviário
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AmstedMaxion e o Centro de Estudos e Pesquisas Ferroviárias (Cepefer) inauguraram, em março, o Centro de Treinamento (CT) AmstedMaxion, situado dentro do complexo industrial da empresa em Hortolândia (SP). Trata-se de uma escola com cursos voltados exclusivamente à qualificação de profissionais para o segmento ferroviário. Serão oferecidos cursos profissionalizantes e de pós-graduação, além de atividades de pesquisa aplicada, desenvolvimento tecnológico em sistemas e produtos ferroviários, consultorias técnicas em equipamentos e sistemas,
práticas técnicas e educacionais, simulações avançadas e palestras. Todas as atividades serão coordenadas e ministradas pelo Cepefer. Dentre os cursos oferecidos pelo CT, destaca-se a formação de projetistas de vagões, inédita no Brasil. De acordo com o presidente da AmstedMaxion, Ricardo Chuahy, o CT chega para suprir a carência por profissionais qualificados no setor ferroviário. A ideia de criar o centro surgiu a partir do sucesso do curso de pós-graduação Master Business Rail (MBRail), implantado pela AmstedMaxion em 2011 para a qualificação exclusiva de seus colaboradores.
Criado pelo Cepefer, o curso é reconhecido pelas maiores concessionárias de transporte ferroviário de cargas e passageiros do Brasil, na formação e capacitação de profissionais que exercem atividades como concepção, projeto, execução e operação de equipamentos e sistemas ferroviários. Os cursos já estão disponíveis para consultas e inscrições no site: http:// cepefer.com.br/cursos.
AmstedMaxion: (19) 2118-2000 Cepefer: (24) 2263-3155
Conlog adquire dois reach stackers da Kalmar
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Concórdia Logística (Conlog) recebeu, no início de março, dois reach stackers da Kalmar – marca pertencente à Cargotec – destinados a operações com contêineres vazios nos terminais retroportuários da empresa. Ao todo, foi investido quase R$ 1,5 bilhão na aquisição dos equipamentos. As empilhadeiras de grande porte, do modelo DRF100, possuem capacidade para movimentar até 10 toneladas. Uma das máquinas será utilizada no terminal da Conlog em Itajaí (SC) e a outra, de acordo com o gerente Nacional de Terminais da empresa, Ony Marcelo da Silva Júnior, deve ser alocada em novos projetos, ainda em estudo. Para ele, os equipamentos adqui14 - Revista Tecnologística - Maio/2013
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Equipamentos são destinados à movimentação de contêineres vazios
ridos chegam para conferir mais eficiência e segurança às operações com contêineres. O supervisor de Máquinas do Terminal Retroportuário de Itajaí, Henri Bernardi, destaca que os reach stackers propiciam alta eficiência em espaços estreitos. Equipadas com motor Cummins de 6 cilindros QSB 6.7 a diesel e transmis-
são automática, as empilhadeiras possuem cabine no modelo Spirit Delta, com espaço fechado para o operador, sistema de climatização e estrutura resistente a quedas de objetos. Sediada na cidade de Concórdia (SC), a Conlog possui um total de 22 unidades – entre escritórios de vendas e projetos logísticos, terminais retroportuários e filiais destinadas à distribuição urbana e transferência de cargas – localizadas nos estados de Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás, Bahia e Pernambuco.
Cargotec: (13) 3308-2222 Conlog: (49) 3441-3333
MERCADO
Ouro Verde aposta na locação de pesados Companhia investirá R$ 100 milhões na compra de 350 ativos Divulgação
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Grupo Ouro Verde, que atua na locação e terceirização de frotas, informa que investirá, até o fim deste ano, R$ 100 milhões para a aquisição de 350 equipamentos pesados. Hoje, a companhia possui 3,6 mil veículos, entre caminhões, empilhadeiras e outros ativos de movimentação. A iniciativa é consequência do bom desempenho registrado pela empresa no ano passado. De acordo com o diretor da Unidade de Negócios de Equipamentos e Serviços, Marcio Vianna, em 2012, a Ouro Verde apresentou crescimento de 97% em sua unidade de negócio especializada em máquinas e equipamentos pesados. O número consolidado não é divulgado. Para o executivo, o aumento no desempenho esteve relacionado ao início dos trabalhos em determinados segmentos, como os de mineração, florestal e construção civil. O diretor lembra, ainda, que o número positivo foi reflexo da alta taxa de renovação de contratos; dos mais de 50 clientes ativos, 90% renovaram os acordos.
Vianna comemora os resultados, apesar de considerar que o mercado brasileiro até agora não está completamente aberto à locação de equipamentos. Para ele, muitas empresas que utilizam máquinas pesadas ainda têm a mentalidade de que precisam ter a propriedade do ativo, uma realidade que, lentamente, a Ouro Verde tenta reverter, apresentando aos clientes as vantagens de ter foco no seu core-bu-
siness, terceirizando os serviços de manutenção e gestão de equipamentos para uma companhia especializada. O trabalho parece já trazer resultados. O executivo revela que a Ouro Verde já assinou contratos no valor de R$ 34 milhões este ano, indicando que pretende crescer 70% em 2013 na área de equipamentos e serviços. Ouro Verde: (41) 3239-7000
Braspress tem nova filial na Bahia
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Divulgação
transportadora de encomendas expressas Braspress inaugurou, no início de abril, sua unidade de número 111. Localizada na cidade de Barreiras (BA), a nova filial atenderá todo o oeste baiano. Com área total de 6 mil metros quadrados, o novo espaço possui 1.000 m² de área construída, sete docas para carregamento e descarregamento de mercadorias e emprega 11 colaboradores. Ao todo, a Braspress investiu R$ 1 milhão na implantação da unidade.
De acordo com o diretor-presidente da empresa, Urubatan Helou, a filial de Barreiras chega para garantir os prazos de 24 a 48 horas para as entregas da região, abrangendo 55 cidades em um raio de 240 quilômetros quadrados. Com a inauguração, a Braspress passa a contar com cinco unidades instaladas na Bahia. Além de Barreiras, ela está presente com estruturas em Feira de Santana, Itabuna, Salvador e Vitória da Conquista. Braspress: (11) 2188-9000
Zebra comemora desempenho de tecnologia RTLS
Companhia alcança 1 milhão de etiquetas com sistema de localização em tempo real
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Zebra Technologies anuncia que já alcançou a marca de 1 milhão de etiquetas com o sistema de localização em tempo real (RTLS, na sigla em inglês) no mundo. Entre as vantagens desse produto, estão a possibilidade de rastrear ferramentas em ambientes complexos de produção e localizar veículos ao longo de todo o processo industrial. Segundo o gerente-geral de Soluções de Localização, Jill Stelfox, esse número de etiquetas adotadas pelo mercado indica a crescente demanda por sistemas de localização em tempo real. Ainda de acordo com o executivo, as companhias têm buscado am-
pliar a visibilidade de seus processos a fim de aprimorar suas operações. Entre os segmentos que utilizam a tecnologia de RTLS estão o automotivo, de manufatura e saúde. A tendência é de crescimento, segundo estudo encomendado pela Zebra, que aponta que 53% das organizações consultadas planejam implantar soluções de Internet das Coisas (IoT) ao longo dos próximos dois anos, e registrou a importância das tecnologias de código de barras e rastreamento por RFID para permitir o uso da IoT.
Zebra: (11) 3138-1467
DBTrans apresenta novo serviço Rodocred Seguros é voltado exclusivamente ao setor de transporte rodoviário
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DBTrans, empresa que atua no desenvolvimento e gestão de meios de pagamento para o segmento logístico, lançou, no início de abril, seu mais recente serviço, o Rodocred Seguros, voltado aos clientes que atuam no transporte rodoviário de cargas. Com base no valor estimado de R$ 3,2 bilhões para o mercado de corretagem, a empresa prevê atender a uma carteira de R$ 132,8 milhões em prêmios em cinco anos. Segundo Marcelo Nunes, diretor da DBTrans, a decisão de ingressar neste mercado deveu-se à demanda crescente por este produto. Em 2012, a companhia intermediou o pagamento de 3,1 milhões de operações de transporte de cargas. “Já dispomos de toda uma estrutura focada para atender este segmento”, afirma o executivo, ressaltando que os serviços da corretora são voltados exclusivamente para o segmento. Dentre os seguros oferecidos, estão coberturas para cargas, frotas, patrimônio e responsabilidade civil. Nunes destaca, também, que os produtos que já faziam parte do portfólio da empresa, como o Rodocred Frete, Rodocred Frota e o Rodocred Vale-Pedágio, têm total sinergia com o ramo de seguros para o mercado logístico. DBTrans: (21) 3212-4700 Maio/2013 - Revista Tecnologística - 17
MERCADO
Balsa de lançamento de dutos da Locar entra em fase final
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Embarcação ç deve estar concluída até o fim de julho j
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Locar Pipe, primeira balsa de lançamentos de dutos do Brasil, que está sendo construída pela Locar Guindastes e Transportes, entrou em fase final de produção na Ilha do Governador, na capital fluminense, informa a empresa. A previsão é de que a embarcação fique pronta até o fim de julho deste ano. Para esse projeto, direcionado ao segmento de óleo e gás, a empresa conta com equipe de 200 trabalhadores atuando em tempo integral na instalação de equipamentos e em retoques finais na balsa, que poderá abrigar até 130 pessoas a bordo. Quando pronta, a Locar Pipe realizará o lançamento de dutos a profundidades de até 100 metros. Com 87,5 m de comprimento, 30 m de largura e 6 m de calado, a balsa terá um heliponto e dois guindastes elétricos movidos por cinco geradores, sendo um principal com 48 m de altura e capacidade para 250 mil toneladas e outro auxiliar com 43 m de altura e capacidade para 150 mil t. Ao todo, a Locar está investindo R$ 90 milhões na balsa, que possui ainda equipamentos para alinhamento de dutos, tensionadores e um sistema de posicionamento para a instalação dos dutos em toda a extensão da embarcação. Projetada pelo time de engenheiros da empresa, a Locar Pipe teve o casco fabricado em Belém, no estaleiro Rio Maguari. 18 - Revista Tecnologística - Maio/2013
Criada há quatro anos, a Divisão Marítima da Locar possui 25 embarcações e equipe de 300 colaboradores. Sediada na Ilha do Governador, a unidade tem ainda bases em Macaé (RJ) e Itajaí (SC). Especializada em transportes especiais e movimentação pesada, a Locar atua também com andaimes, remoções industriais, guindastes, gruas, manipuladores telescópicos e plataformas aéreas, atendendo clientes dos setores petroquímico, minerador, energético, metalúrgico, de construção e montadoras. No início de 2013, anunciou investimentos de R$ 150 milhões na aquisição de novos equipamentos e no término da construção da Locar Pipe, além de três embarcações destinadas à Petrobras. Deste montante, R$ 70 milhões foram direcionados à compra, já nos primeiros meses do ano, de 500 plataformas aéreas dos fornecedores Skyjack e JLG. De acordo com o presidente da Locar, Julio Eduardo Simões, não existem planos de investimento para o setor de guindastes, pois a empresa apresenta hoje 30% de ociosidade nos equipamentos. O executivo informa que, nos últimos meses, houve uma desaceleração em obras de construção civil, mas este cenário está mudando e o índice de ociosidade deve zerar até o meio do ano. Locar: (11) 3545-0500
Boeing firma acordo com governo de PE Meta é transferir tecnologias e conhecimento para instituições de ensino
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presidente da Boeing Brasil, Donna Hrinak, e o governador do Estado de Pernambuco, Eduardo Campos, assinaram, no último dia 27 de março, um acordo para transferir tecnologia e realizar treinamentos nas áreas de soldagem e fusão de materiais, junto a instituições de ensino e a empresas locais que atuam na construção de navios e plataformas de petróleo para a indústria de óleo e gás. Entre as instituições que participam do projeto, estão o Instituto Nacional de Tecnologia em União e Revestimento de Materiais (INTM), a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Já a TWI, companhia sediada no Reino Unido que desenvolve tecnologias de engenharia, trabalhará junto à Boeing e às instituições de ensino a fim de compartilhar os avanços tecnológicos e técnicas de fusão de materiais para desenvolver programas de treinamento. Segundo a presidente da Boeing, essa iniciativa é um exemplo de como a companhia pode trazer a expertise da indústria aeronáutica para outros segmentos industriais. Boeing Brasil: (11) 3759-4800 Governo de Pernambuco: (81) 3181-2100
Cargolift abre filial em Piracicaba
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Nova unidade recebeu investimentos de R$ 1,5 milhão
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Cargolift inaugurou, no início de abril, uma filial em Piracicaba (SP), que consumiu R$ 1,5 milhão de investimentos. Nela, serão oferecidos serviços de transporte de cargas, armazenagem e cross-docking. A nova filial tem área total de 16 mil metros quadrados, com 4,5 mil m² de galpão coberto, pátio para 30 carretas, três docas e três pistas para carga e descarga por movimentação mecânica, além de área administrativa, dormitório para motoristas e sala de treinamentos. Situado na Rodovia Luiz de Queiroz, que se interliga à Rodovia dos Bandeirantes, o endereço é estratégico por possuir grandes indústrias nas proximidades. Inicialmente, as atividades estarão voltadas para operações logísticas da fábrica de motores Caterpillar, mas a empresa espera atrair novos negócios em breve, sobretudo das indústrias automotivas instaladas na região. Segundo Markenson Marques, diretor-presidente da Cargolift, o espaço da filial foi concebido para permitir manobras de veículos bitrem, de
30 metros de comprimento, modelo o qual a empresa tem dado preferência nas suas operações de transporte. Com os dez conjuntos incorporados à frota em março passado, os bitrens representam 36% da capacidade operacional da Cargolift em viagens com veículos próprios. Em relação ao número de funcionários, o diretor-presidente informa que as operações começam com uma equipe de 80 pessoas, já que nessa fase inicial a unidade estará utilizando apenas 20% de sua capacidade operacional. Mas a expectativa é quase dobrar o número de empregos diretos e gerar mais cem postos de trabalho indiretos. Sediada em Curitiba, a Cargolift possui 13 filiais em todo o Brasil, frota de 466 equipamentos e um total de 455 trabalhadores diretos e mais de 650 indiretos. Tem entre seus clientes empresas como Scania, Caterpillar, General Motors, Renault, Volvo, Metalsa, DHB, CNH, GKN e Electrolux.
Cargolift: (41) 2106-0700
MERCADO
Dematic e Vocollect intensificam acordo global Companhias ampliam parceria para a otimização das operações em armazéns
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Dematic, fornecedora de sistemas de movimentação para fábricas, armazéns e centros de distribuição, amplia sua parceria com a Vocollect, empresa especializada em soluções de voz, com o objetivo de proporcionar aos clientes uma visão mais abrangente do armazém em tempo real, incluindo equipamentos, processos e força de trabalho. As soluções da Vocollect integram-se com a plataforma de software da Dematic, garantindo assim uma aplicação consistente para todas as operações de armazém e movimentação interna. Essa cooperação para alcance global entre as duas companhias ajuda a garantir suporte confiável e resultados que se
lhorar a distribuição e a capacidade de cumprimento dos pedidos, ao mesmo tempo em que reduz os custos. Segundo o vice-presidente da Dematic, Robert Nilsson, alavancar o conhecimento no armazém ou no centro de distribuição é muito importante para a cadeia de suprimentos e, portanto, uma parceria como essa vai ajudar a empresa a aumentar a capacidade de suas soluções e fortalecer a eficiência. Para ele, a indústria tem necessidade clara de inteligência, ou Supply Chain iQ, por isso, a obtenção destes dados, viabilizados pelas tecnologias, torna-se cada vez mais importante. replicam independentemente do local, além de aumentar a capacidade de tomada de decisões em tempo real, me-
Dematic: (11) 3627-3100 Vocollect: (11) 3711-6796
Time Express inicia operação em nova unidade Estrutura em Blumenau atende o eixo Santa Catarina e Rio de Janeiro
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Time Express, especializada no transporte rodoviário de carga fracionada, iniciou em março suas operações na unidade de Blumenau (SC), com o objetivo de atender à demanda para o abastecimento de suprimentos de clientes de Nova Friburgo (RJ), onde se localiza sua matriz. Além disso, a alta procura para a realização de operações entre Santa Catarina e Rio de Janeiro foi determinante para o início da operação na nova unidade. A expectativa inicial para a movimentação de cargas na unidade é de 286 toneladas por mês, explica
22 - Revista Tecnologística - Maio/2013
o gerente-geral Comercial da Time Express, Ronald Vieira, complementando que a estrutura possui 1,4 mil metros quadrados de área, com capacidade para 500 posições-palete, quatro docas para embarque e desembarque e seis metros de pé-direito. No local, são realizadas operações de cross-docking, transporte de carga lotação e de carga fracionada, realizados por frota própria de seis caminhões. Para a criação dessa unidade, que conta com equipe de 14 colaboradores, a empresa investiu R$ 1 milhão.
A companhia anunciou, também, que em decorrência da necessidade de atender ao aumento da demanda no Rio de Janeiro, transferiu suas operações para o Condomínio Cargo Center Via Dutra, localizado na Rodovia Presidente Dutra, em Nova Friburgo. A antiga estrutura, localizada na mesma cidade, será mantida como apoio logístico para suprir as procuras sazonais dos clientes.
Time Express: (22) 2533-2005
Wilson Sons inaugura mais um estaleiro Guarujá II dobra a capacidade de produção da companhia óleo ORSV (Oil Rig Supply Vessel). Segundo o vice-presidente de Estaleiros, Rebocadores, Offshore e Agenciamento da Wilson Sons, Arnaldo Calbucci, no Guarujá II, a capacidade de produção é de 5,5 mil toneladas/ ano. Isso significa que haverá espaço para construir, em média, quatro navios de apoio offshore e até seis rebocadores por ano. A primeira embarcação construída na nova unidade, um PSV série 4.500, deverá ser entregue à Wilson Sons Ultratug Offshore em julho. A companhia também iniciou a construção de um ROVSV encomendado pela Fugro Brasil, que será entregue no início de 2014. Até o fim de 2013, serão industrializados quatro PSVs e quatro rebocadores. Calbucci calcula que o investimento para a concepção dessas embarcações ultrapasse mais de US$ 200 milhões. Além da construção, a nova unidade está apta a realizar reparos nas embarcações graças à construção do dique seco. O mercado tem potencial. O diretor executivo da Wilson Sons Estaleiros, Adalberto Souza, conta que existem no Brasil hoje mais de 400 embarcações offshore e 200 rebocadores. “Os serviços de manutenção e docagem estão em pleno crescimento. Teremos condições de atender a nossa própria frota e ainda as de terceiros”, explica. Divulgação
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Grupo Wilson Sons inaugurou, em 18 de abril, a segunda unidade da Wilson Sons Estaleiros. Localizado no Guarujá (SP), o empreendimento, que conta com uma área total de 17 mil metros quadrados, demandou investimentos de US$ 60 milhões e dobra a capacidade de produção da companhia, que fabrica rebocadores e embarcações de apoio offshore. O estaleiro, batizado de Guarujá II, possui um dique seco com 26 metros de boca e 145 m de comprimento. Com essas dimensões, será possível construir uma gama de embarcações maiores e mais complexas, entre elas as de suprimento para plataformas de petróleo, chamadas PSV (Platform Supply Vessels); de movimentação e posicionamento de âncoras e rebocagem oceânica AHTS (Anchor Handling Tug Supply); de lançamento de tubulações e cabos submarinos PLSVS (Perforator Ligation and Saphenous Vein Stripping); de pesquisa e exploração ROVSV (Remotely Operated Vehicle Support Vessel), e de recolhimento de
Wilson Sons Estaleiros: (13) 3347-7200
MERCADO
Tramontini entra para o segmento de empilhadeiras Fabricante de equipamentos agrícolas apresenta modelos com capacidade para 2,5 e 3 toneladas
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Cesar Lopes
Tramontini Implementos Agrícolas anunciou, em março, sua entrada no segmento de empilhadeiras, por intermédio da unidade Tramontini Industrial, sediada na cidade de Venâncio Aires (RS). A fabricante lançou dois modelos sob o nome Tramontini Empilhadeira a Combustão (TEC). O modelo TEC 2.5 destina-se a operações com até 2,5 toneladas e o TEC 3.0 suporta cargas de até 3 t. Ambos são equipados com motor Nissan K25 de 4 cilindros e 37,6 kW de potência a 2.400 rpm. Movidas a gás liquefeito de petróleo (GLP), as empilhadeiras possuem transmissão powershift com conversor de torque – sem embreagem –, freio hidráulico, ajuste de inclinação do volante e comandos na lateral do banco do operador.
De acordo com o diretor Comercial da empresa, Leonardo Tramontini, os novos equipamentos serão competitivos no mercado de empilhadeiras, não em relação ao preço, mas às especificações técnicas, ergonomia, qualidade e serviços de pós-venda. A rede de vendas e assistência técnica da empresa encontra-se atualmente em fase de estruturação nos estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Santa Catarina, mercados prioritários para o novo produto. No ano passado, a Tramontini obteve receita total de R$ 32,4 milhões. A projeção para este ano é de um incremento de 25%, podendo ultrapassar a marca de R$ 40 milhões, contabilizadas as Divisões Industrial e Agricultura. A empresa prevê que o segmento de empilha-
deiras deva contribuir com cerca de R$ 3 milhões no faturamento global já em 2013. Apesar do foco na Região Sul, a Tramontini informa que está firmando parcerias em todo o país para a criação de uma ampla rede de serviços ao cliente. A montadora possui quase 30 anos de atividades produzindo carretas agrícolas e, a partir da década de 1990, microtratores. A unidade de Venâncio Aires possui 16 mil metros quadrados de área fabril e está instalada em um terreno de 47 mil m². Segundo o gerente Comercial da Tramontini, Docelino Santos, no primeiro ano a fábrica produzirá cerca de 100 empilhadeiras. “A partir do segundo ano essa capacidade passa ser de 200 unidades ao ano”, completa. Em 2009, a Tramontini aderiu ao Programa Mais Alimentos, do governo federal, que facilita o acesso ao crédito para pequenos e médios produtores rurais. Por meio dele, a empresa já comercializou 4,5 mil veículos até o início de 2013. As empilhadeiras ainda não apresentam índice para enquadramento no Finame mas, de acordo com Santos, a previsão é de que isto aconteça nos próximos dois anos.
Tramontini: (51) 3738-3100 24 - Revista Tecnologística - Maio/2013
MERCADO
Banco Mercedes-Benz cria unidade exclusiva para vans
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Banco Mercedes-Benz criou um núcleo específico para o financiamento de vans. A decisão segue o plano elaborado pela instituição no começo de 2012, quando iniciou a segmentação do atendimento das áreas de veículos comerciais, ônibus e automóveis para núcleos específicos. O gerente de Atendimento da nova unidade, Marcello Larussa, lembra que, anteriormente, os financiamentos das vans estavam vinculados ao segmento de veículos comerciais, que incluía os caminhões. Ao direcionar o atendimento do produto para um núcleo específico, o banco tem como meta capitalizar mais clientes e aumentar sua participação sobre os negócios realizados pela fábrica em 2013. Larussa completa dizendo que a unidade está alinhada às expectativas da Mercedes-Benz, que pretende aumentar as vendas das vans Sprinter no território nacional. O executivo explica que outro motivo para a criação da unidade de negócios foi por observar, no decorrer de 2012, que a formação de núcleos distintos para cada ramo de atuação consolidou-se como um dos projetos mais bem-sucedidos do banco, sendo o grande diferencial para driblar os desafios enfrentados por todo o setor durante o período. Banco Mercedes-Benz: 0800 722 8499
26 - Revista Tecnologística - Maio/2013
Turkish Cargo terá novo serviço a partir de julho Companhia projeta crescimento de 40% na capacidade de carga transportada
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partir de primeiro de julho, a Turkish Airlines irá operar voos diários entre São Paulo e Istambul, na Turquia, e entre São Paulo e Buenos Aires, na Argentina. Com isso, a capacidade de carga transportada nas duas direções vai contar com um acréscimo de capacidade de 40%. Os voos, que serão realizados com o Boeing 777 ER, partirão do aeroporto internacional de Guarulhos (SP), e a Turkish Cargo utilizará os porões para o transporte de carga, tanto para importações como para exportações. Em 2012, por conta da crise na Europa, houve uma queda
na carga de exportação, mas as importações mantiveram-se nos mesmos níveis de 2011, de acordo com a Brasil Cargo Service (BCS), empresa responsável pela operação da Turkish Cargo no país. Ainda segundo a companhia, o cenário para 2013 não deve ser muito diferente, mas ela está apostando em um crescimento da demanda na América Latina, entre os países latino-americanos, e também um aumento da procura para África e Sudeste Asiático, especialmente de empresas ligadas ao segmento automotivo. BCS: (11) 4166-6740
Orion Rodos instala dois escritórios no Pará
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Orion Rodos, que atua nos segmentos de agenciamento marítimo e operação portuária, anunciou, em abril, a inauguração de dois escritórios no Pará, nos portos de Belém e Vila do Conde. Segundo o diretor da Orion, Anderson Costa, as inaugurações visam aproveitar as oportunidades oferecidas pelo estado. A expectativa é atender os clientes usuais do grupo e, em médio prazo, captar novos clientes de acordo com o potencial de cada um dos portos. Os novos escritórios somam-se às unidades da companhia em Vitória, Rio de Janeiro e São Luís. O Grupo Orion, que detém ainda a Agência Marítima Orion, passou a contar com um total de
13 escritórios, distribuídos nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo e Maranhão, além do Pará. O grupo anuncia que existem planos para a inauguração de mais um escritório ainda em 2013. Essas duas empresas do grupo já desenvolviam trabalhos em parceria até que, em 2010, decidiram atuar dentro da mesma estrutura. Foi quando a Agência Marítima Orion adquiriu parte majoritária do capital da Rodos Agência Marítima, assumindo o controle e alterando o nome para Orion Rodos Marítima e Portuária.
Orion Rodos: (98) 2109-7600
Novos RTGs reduziram em 54% o tempo de movimentação de contêineres no terminal
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m março, o Terminal Portuário Chibatão, localizado em Manaus, registrou redução de 54% no tempo de movimentação dos contêineres. Antes, remover um contêiner da embarcação era uma operação que levava, em média, uma hora; agora, ocorre em 28 minutos. Esse novo tempo foi verificado entre os dias 25 de fevereiro e 26 de março, período correspondente ao primeiro mês de operação plena dos seis guindastes RTG (Rubber Tire Gantry Cranes) adquiridos pela em-
presa no segundo semestre de 2012 para toda a movimentação de contêineres, do desembarque ao armazenamento no pátio e, depois, para os caminhões e carretas que os levarão ao cliente final. Para o gestor do terminal, Jhony Fidelis, esse tempo poderá ser ainda menor nos próximos meses, considerando que os operadores ainda estão adquirindo prática no manejo dos novos equipamentos, destacando que a política da empresa é de valorizar e treinar a mão de obra local.
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Chibatão aumenta produtividade
Após aplicar R$ 80 milhões em 2012, o terminal garante que, ao longo de 2013, continuará investindo na modernização da estrutura e dos equipamentos. O terminal Chibatão é responsável pela movimentação de dois terços de todas as cargas importadas e exportadas pelo Estado de Amazonas em navios de longo curso para outros países e de cabotagem para o litoral brasileiro e o Mercosul. Terminal Portuário Chibatão: (92) 2129-1900
MERCADO
Thomson Reuters adquire T. Global Ferramentas tecnológicas para comércio exterior serão integradas ao portfólio de soluções da companhia
A
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provedora mundial de informações para empresas e profissionais Thomson Reuters concluiu, no dia 10 de abril, a aquisição da T. Global – holding detentora das marcas Softway, Trade-Easy e Softleasing –, que oferece soluções tecnológicas de gerenciamento de comércio exterior para a América Latina. A negociação teve início no fim de 2012. Em fevereiro deste ano, os envolvidos assinaram o termo de intenção de compra, que teve de ser autorizada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Os valores envolvidos não foram divulgados. Com a compra, a empresa estabelece uma nova plataforma de negócios dentro de sua Divisão de Tax & Accounting, que já disponibiliza produtos para gerenciamento fiscal, comercial e contábil e, agora, passa a contar com as ferramentas voltadas ao comércio exterior.
Coli: negociação consolida operações no mercado regional 28 - Revista Tecnologística - Maio/2013
O segmento brasileiro de Tax & Accounting da companhia surgiu em 2011, com a aquisição da Mastersaf, empresa que atuava com softwares fiscais e tributários. Para o diretor-geral da unidade, Claudio Coli, a negociação com a T. Global é um fator que chega para consolidar ainda mais as operações no mercado nacional e latino-americano. Há dois anos, a Thomson Reuters do Brasil abriu seu primeiro escritório no exterior, em Buenos Aires. O presidente mundial da Divisão de Tax & Accounting, Brian Peccarelli, ressalta que as ferramentas da T. Global, assim como as soluções já disponibilizadas pela divisão, operam de forma conjunta com os principais sistemas de gestão do mercado, permitindo o gerenciamento integrado de operações aduaneiras, regimes especiais e o cumprimento de obrigações fiscais e das regulações vigentes no comércio exterior. Além da Tax & Accounting, a empresa está presente no Brasil com outras três unidades de negócios: Legal; Financial & Risk e Intellectual Property & Science. As divisões englobam mais de 1,3 mil colaboradores, número que deve saltar para 1,75 mil com a aquisição da T. Global. Sediada em Nova York, nos Estados Unidos, a Thomson Reuters emprega aproximadamente 60 mil pessoas e opera em mais de cem países.
Thomson Reuters: (11) 2159-0500
Região do ABC atrai condomínios logísticos
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Herzog Imóveis Industriais e Comerciais – que comercializa, administra, avalia e presta consultoria para galpões industriais, escritórios e redes de lojas – divulgou, em março, pesquisa que aponta as cidades de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Diadema e Mauá (ABCDM), como os locais mais procurados pelos investidores de condomínios industriais e logísticos. Entre os fatores que contribuem para esse cenário, destaque para a proximidade destes municípios com a cidade de São Paulo e o acesso ao Sistema Anchieta-Imigrantes, que interliga a capital paulista à Baixada Santista e ao Porto de Santos. Segundo o estudo, que também inclui os dados referentes à cidade de Ribeirão Pires, em função da proximidade com os demais municípios, a oferta desse tipo de empreendimento na região deve aumentar cerca de 20% até o fim de 2013, somando cerca de 80 mil metros quadrados à metragem atual. Ao todo, a região possui, hoje, 366 mil m² disponíveis para locação. Vale lembrar que, apenas no primeiro semestre de 2012, foram entregues 96 mil m². A taxa de vacância na região é de 4,1%. A diretora de Serviços Corporativos da Herzog, Simone Santos, lembra que o ideal é que esse número gire em torno de 10% para que o mercado seja considerado saudável e com boas opções de negociação entre proprietários e inquilinos. Herzog: (11) 3089-7444
MERCADO
MTO cria serviço multimodal Empresa planeja também construir dois terminais multimodais
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MTO, que surgiu em fevereiro deste ano para atender à demanda de transporte de produtos de alto valor agregado, apresenta ao mercado uma solução logística multimodal, que entrará em operação em 2015, para interligar dois dos principais polos econômicos do país, São Paulo e Rio de Janeiro. De uma capital à outra, o transporte de mercadorias será feito por trens expressos, com programação diária, utilizando os 400 quilômetros de ferrovia da MRS Logística, concessionária responsável pela linha que liga os dois estados e parceira estratégica da nova operação. Já os serviços de coleta das cargas nos embarcadores e distribuição das mercadorias nos clientes serão reali-
zados por veículos leves, que atendem às restrições de circulação das grandes cidades. A MTO ainda planeja investir R$ 330 milhões, até 2020, na construção de terminais multimodais, com 400 mil metros quadrados, em Mogi das Cruzes (SP) e outro em Queimados (RJ), de 300 mil m², próximos ao Rodoanel, em São Paulo, e ao Arco Metropolitano, no Rio de Janeiro, respectivamente. A companhia ainda pretende oferecer serviços de armazenagem nas futuras unidades de Mogi das Cruzes e Queimados, que devem estar prontas até 2020. O serviço terá capacidade para armazenar e transportar mercadorias, equipamentos e peças dos setores da linha branca, linha marrom,
higiene e limpeza, eletroportáteis e bazar, além de alimentos, bebidas, têxtil, medicamentos, papelaria, material de construção, fumo, automóveis e óleo e gás. A MTO é sediada no Rio de Janeiro e controlada pela GranEnergia, holding de logística e óleo e gás do grupo GranInvestimentos, que tem como acionista a Infra Participações, holding dos sócios da consultoria Infra Partners, especializada em seleção e estruturação de negócios no setor.
MTO: (21) 2158-1025
Helimarte investe US$ 1,5 milhão em avião cargueiro Divulgação
O diretor-geral da Helimarte, Jorge Bitar, afirma que a empresa transporta hoje, com um único cargueiro, 9 mil kg por mês de peças automotivas. Ainda segundo o executivo, essa é a primeira de uma série de três aeronaves idênticas que a companhia irá agregar à sua frota. Bitar anuncia que a segunda deve entrar em operação até o fim deste ano e, a terceira, em meados de 2014; e calcula que, quando todas estiverem em operação, o volume mensal transportado subirá para 25 mil kg. Toda a manipulação das cargas será realizada no hangar de 10 mil metros quadrados que a empresa possui no
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companhia de taxi aéreo Helimarte investiu US$ 1,5 milhão na aquisição de uma aeronave cargueira para ser empregada em transportes emergenciais. O avião, modelo Gran Caravan, da fabricante norte-americana Cessna Aircraft Company, tem capacidade para movimentar até 1,5 mil quilos de carga e será utilizado em rotas com origem nas cidades de São Paulo e Jundiaí com destino a Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Curitiba.
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Campo de Marte, na capital paulista. Na opinião de Bitar, o mercado de transporte aéreo emergencial está crescendo por causa da distância entre as fábricas de peças e as montadoras. Sem revelar valores, ele informa que a carga já representa 8% no faturamento da companhia. Há 13 anos no mercado, a Helimarte possui em sua frota, além do cargueiro, nove helicópteros com capacidades de um a seis passageiros, e quatro aviões – de quatro a nove passageiros.
Helimarte: (11) 2221-3200
MERCADO
CROSS-DOCKING • A Cummins Power Generation tem novo gerente de Vendas e Marketing. José Luiz Martin é formado em Administração de Empresas pela Universidade Metodista de São Paulo e possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP). O executivo, que possui 27 anos de experiência na área comercial, terá como objetivo à frente da gerência comercial ampliar a participação de mercado e fortalecer a relação com a rede de distribuição Cummins. 0800 286 6467 • A Sunnyvale anunciou seu novo gerente de Distribuidores, Antony Pongellupe. Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas de São Paulo (FGV-SP) e com MBA em Marketing pela mesma instituição de ensino, o executivo já atuou em empresas como Willett, Markem-Imaje e Domino Printing México, onde trabalhou por dois anos na área de codificação industrial. (11) 3048-0100 • A Alfalog Armazéns Gerais, operadora logística sediada em Vinhedo (SP), contratou Jalaertem de Souza Campos Júnior como seu novo diretor Comercial. Formado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP) e com pós-graduação em CEO Internacional pela mesma instituição, em sua trajetória profissional mais recente o executivo atuou como gerente de Negócios da Superintendência Estadual de São Paulo do Banco do Brasil e na AGV Logística, onde ocupou o cargo de diretor de Desenvolvimento de Negócios. (19) 3836-5900 • A Total Express, que atua na logística de pequenas e médias encomendas e é controlada pela DGB, do Grupo Abril, informou ao mercado, no início de abril, a chegada de Ives Uliana à posição de diretor de Operações. Graduado em Administração de Empresas pela Universidade 32 - Revista Tecnologística - Maio/2013
Metodista de Piracicaba (Unimep-SP) e pós-graduado em Engenharia de Produção pela mesma instituição, Uliana participou também do Programa de Desenvolvimento de Executivos da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos. O novo diretor da Total acumula experiência profissional no segmento de logística adquirida em empresas como General Motors e Pepsico. Fora do Brasil, Uliana atuou na Venezuela, Colômbia, Peru, Austrália e Nova Zelândia, em companhias como Keystone Foods e Parmalat. (11) 3627-5911 • Renata Faria assumiu a gerência de Marketing da 3T Systems, fornecedora de soluções de rastreamento de veículos e gestão logística. A gerente é formada em Comunicação Social com ênfase em Publicidade e Propaganda pela Universidade Nove de Julho, em São Paulo (SP), e pós-graduada em Marketing e Comunicação Integrada pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, também na capital paulista. Ela já atuou em empresas como RG Log, ocupando o cargo de coordenadora de Marketing e Relacionamento, e Sascar, na função de analista de Marketing sênior. (11) 2125-8300 • A Volvo Construction Equipment Latin America tem Luciano Rocha como novo diretor para a região hispânica. O executivo possui ensino superior em Engenharia Agrícola pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp, SP), é especializado em Marketing pela FAE Business School e possui MBA em Gestão de Pessoas pelo Centro Universitário Positivo, as duas últimas instituições localizadas em Curitiba (PR). Rocha já trabalhou nas quatro regiões de vendas da Volvo CE na América Latina e esteve sempre envolvido em projetos no Brasil e em outros países do continente. Além disso, o executivo já atuou, durante dois anos, como gerente da área de Customer Support, no México. 0800 411 050
• Newton Cezano alcançou em março, a posição de gerente da filial da DVA Express em Porto Alegre. Formado em Administração pela Universidade Luterana do Brasil (Ulbra-RS), o executivo tem como principal atribuição desenvolver os negócios da unidade – que serve como base para as operações da empresa em todo o Rio Grande do Sul – para atender o transporte de encomendas urgentes. Cezano possui mais de 16 anos de experiência no segmento, tendo atuado na Atlas Transporte e Logística, na área de Vendas e também como gerente das filiais de Passo Fundo e Cachoeirinha (RS), e na Transportadora Americana, na gerência da unidade de Porto Alegre. (51) 3365-0211 • A Celistics, multinacional espanhola especializada em soluções logísticas de distribuição para a indústria de telefonia móvel e TI, admitiu Mauricio Barbosa Pastorello, como diretor de Operações, e Afonso de Freitas Filho, na função de gerente de Logística da unidade de Campinas (SP). Com mais de 25 anos de experiência na área de logística, Pastorello trabalhou em empresas como a Emery/ Menlo Worldwide, Ferrero do Brasil, Expresso Mercúrio, Exata Logística e TGestiona. O executivo é formado em Física pela Universidade de São Paulo (USP) e tem especialização em Automação e Processos pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), além de diversos cursos de especialização no exterior. Já Freitas Filho esteve, nos últimos três anos, na AGV Logística de Minas Gerais e, anteriormente, trabalhou durante 11 anos na área de Logística da Vivo. O novo gerente é formado em Administração de Empresas pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap), de São Paulo, tendo especialização em Logística pelo Centro Universitário Estácio, também em São Paulo, e MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas de Minas Gerais. (11) 3173-3853
De vento em popa Nadir Moreno ocupa uma posição que, se já é invejável para a maioria dos executivos homens, que dirá para as mulheres. Ela preside hoje a UPS do Brasil, braço da gigante norte-americana provedora global de serviços logísticos. Prata da casa, Nadir começou na UPS quando a companhia ainda operava no país por meio de uma subsidiária, e foi ocupando vários cargos até chegar ao topo da estrutura local. Do alto de toda essa experiência, ela comemora estar vivendo o que chama de momento único do Brasil, momento que a empresa não tem deixado passar em branco
Tecnologística – Como a senhora posiciona a UPS no mercado atual? Nadir Moreno – Se formos definir nosso portfólio de serviços, a UPS é hoje a líder mundial de remessas expressas e atende a cadeia de suprimentos completa. Ou seja, é um provedor logístico end-to-end, com um menu de serviços extenso, que vai desde a coleta de pequenas remessas até a gestão de cargas em contêineres, fazendo inclusive todo o armazenamento e a distribuição capilarizada, até a logística reversa. Dividindo em segmentos, nós temos os serviços de remessa expressa; e o freight forwarder, que é composto pelos produtos aéreo (UPSCO), marítimo e rodoviário, para distribuição local e pelo CHB, que é o despacho aduaneiro. 34 - Revista Tecnologística - Maio/2013
Fotos: Luiz Machado - Agência Imagem
ENTREVISTA
Depois, temos a UPS Airlines, que é nossa companhia aérea. A empresa tem uma frota enorme de aviões próprios e fretados. Somos a nona maior companhia aérea do mundo. Também prestamos este serviço no Brasil com aeronaves próprias, usando o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), como hub principal. A UPS opera carga nos principais portos e aeroportos no país, mais de 14 no total, a partir de Viracopos. E há também a Divisão de Logística, que é subdividida em distribuição e a logística em si, incluindo a reversa, a partir da qual atendemos dois grandes segmentos principais, o high tech e o health care. E na logística direta, em todas as outras divisões, atendemos todos os segmentos, todas as indústrias, pessoa
física ou jurídica, apesar de o jurídico ser a maior parte. Fazemos todas as modalidades dentro da logística. Além disso, existe ainda a UPS Capital. Em 2001, a companhia comprou o First International Bank, nos Estados Unidos, e o transformou numa divisão. Só que essa é separada das outras; ela não está sob minha responsabilidade. Essa divisão também opera no Brasil e oferece os serviços que vão desde o financiamento voltado a médias empresas – por exemplo, para importação de maquinário – até o seguro. Na verdade, a Capital provê seguro para as outras divisões dentro da própria UPS. Tecnologística – O cliente de vocês que vai distribuir contrata o seguro ou ele é parte do pacote?
Nadir Moreno – O seguro pode entrar no pacote; porém, ele é pago separado. Essa é a ideia, compor de acordo com a modalidade de serviço. Se for uma conta global, existem seguros globais, também com a UPS, mas há casos em que é preciso contratar localmente. A remessa expressa, por exemplo, quando o cliente contrata, já vem com o seguro da UPS. Tudo isso é administrado pela Divisão UPS Capital. É um complemento superimportante para os nossos serviços. Tecnologística – Vocês têm também um diferencial interessante, que é oferecer o serviço completo, inclusive a capilaridade até a porta do cliente. Nadir Moreno – Nossa premissa é que, dentro do portfólio, o cliente pode encontrar os mais diversos serviços, mas a solução será desenhada de acordo com sua necessidade específica. Podemos fazer partes ou o todo, fica a critério dele. Mas claro que nossa estratégia é oferecer ao cliente uma logística integrada, do início ao fim. Tecnologística – E a presença global da empresa ajuda nessa estratégia, não é? Nadir Moreno – Sem dúvida. Hoje a UPS está presente em mais de 220 países e, nos Estados Unidos, onde está a matriz, ela atende 100% da capilaridade. A estrutura dos Estados Unidos é gigantesca e temos também estruturas muito significativas no Canadá, na Alemanha e em outros países da Europa, no México e agora na China e Ásia em geral. No Brasil, chegamos em 1989 mediante um agente que nos representava, mas apenas com o produto remessa expressa, o que chamamos de courier ou small package. Porque a UPS nasceu com esse produto e depois cresceu, diversificou, comprou algumas empresas globais para ter toda a solução nas mãos. E somente após essas aquisições globais, a empresa consolidou seu portfólio completo. A subsidiária brasileira foi es-
A aquisição da TNT está sendo discutida judicialmente na Europa. Mas este é um assunto sobre o qual somente a matriz pode se pronunciar tabelecida em 1995. Eu estou aqui há 21 anos e, portanto, comecei antes mesmo de a UPS possuir sua filial no país. Tecnologística – Dentro dessa estratégia, a empresa ainda precisa complementar algum serviço por meio de nova compra global ou o portfólio está completo? Nadir Moreno – Como é sabido, existe na estratégia a aquisição da TNT, que está parada por causa de uma negativa feita pelo órgão alemão que seria correspondente ao nosso Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica). O problema, então, não foi no Brasil que, aliás, foi um dos primeiros a aprovar a negociação. Por isso estamos em período de silêncio por três meses, que ainda não se completou. Isso significa que, neste momento, não há discussões sobre o cenário futuro. Já saiu na mídia que a UPS está recorrendo dessa negativa. Mais do que isso, não posso dizer. É um assunto que somente a matriz tem autoridade para dar direcionamento. Agora, respondendo à sua outra pergunta, o portfólio ainda não está completo. Nós precisamos de uma complementaridade. O Brasil tem um território gigantesco, tem 5,7 mil municípios no total. Hoje, o único provedor que tem essa capilaridade completa são os Correios, e todos os provedores logísticos em algum momento utilizam os seus
serviços, seja na primeira ou na última perna. A estratégia da UPS Brasil não é entrar nesse mercado doméstico massivamente, mas sim atender essa capilaridade de uma forma mais efetiva e confiável, porque temos um custo muito alto por conta da infraestrutura brasileira. Tecnologística – Esse período de silêncio termina quando? Nadir Moreno – Seria agora em maio, porém, não se sabe ao certo. Temos no nosso head quarter em Atlanta um departamento que só cuida desses assuntos. Eles fazem isso porque as filiais em cada país têm de ter todo o tempo e a atenção voltados para o seu negócio local. As metas são agressivas. Minha responsabilidade é uma só: crescer. Nossos resultados no Brasil têm sido positivos ano a ano, e eu ainda tenho uma meta de crescimento para 2013. Então, deixo essa discussão com eles lá na matriz. Tecnologística – A estratégia de compras globais difere da que vem sendo adotada por outros provedores, que é de comprar empresas pequenas e locais que complementem seus serviços naquele mercado. Por que isso? Nadir Moreno – É uma questão interna. A UPS nunca teve esse perfil; todas as suas aquisições até hoje foram globais. Ou regionais, por exemplo, para atender a Europa e não apenas a Itália. A companhia tem 106 anos de história e é muito conservadora. O conservadorismo deles é voltado a tomar decisões assertivas. Eles não têm nenhum perfil de ousadia, de “vamos fazer e ver o que acontece”. Porque uma vez tomada a decisão, a compensação de um erro tem um custo muito alto. Tecnologística – O mercado brasileiro vem sendo muito dinâmico em termos de aquisição, não é? Nadir Moreno – Sim, a dinâmica no Brasil é essa: os pequenos estão sendo comprados pelos médios, que estão sendo comprados pelos grandes. Maio/2013 - Revista Tecnologística - 35
ENTREVISTA
ouvia falar de multinacionais brasileiras e hoje temos algumas magníficas, com programas e projetos de Primeiro Mundo.
Finalmente, vai haver uma consolidação acentuada. Pelo que eu conheço da UPS, depois que todo mundo adquirir todo mundo, eles vão lá e compram o maior de todos. Mas tem muita empresa à venda e, em pouco tempo, o mercado brasileiro terá um perfil bem diferente do que era no passado, quando as empresas eram familiares. Você via a terceira, a quarta geração tocando o negócio. Hoje, mal se chega à segunda geração. A dinâmica dos negócios é outra. E eu vejo um movimento muito positivo nisso. As empresas estão ficando mais bem estruturadas. Estão criando conselhos, coisa que não era comum aqui, e colocando mais mulheres nestes conselhos; estão implementando a governança corporativa. Tudo isso é ótimo, pois sinaliza que o país está caminhando para um modelo mundial, de uma gestão muito mais profissional. E as empresas brasileiras já começam a comprar companhias lá fora. Já temos alguns setores fortíssimos, como o de carne, com a JBS, o setor de cosméticos, com a Natura, além da Embraer, Gerdau e Vale. Antes, não se 36 - Revista Tecnologística - Maio/2013
Tecnologística – Entre essas divisões todas que a senhora mencionou no início, em qual vê melhores perspectivas aqui no Brasil? Nadir Moreno – A remessa expressa está crescendo ano a ano a dois dígitos, e a logística também se desenvolve significativamente. Já o freight forwarder sofre mais, porque é um produto totalmente regido pela economia mundial e pelo PIB. No ano passado, o PIB brasileiro praticamente não cresceu. Para este ano, há uma projeção que não chega a 2,5%. Não é nada, considerando o que cresce uma China. E a crise econômica mundial afeta diretamente esse setor. Qualquer desastre natural também o atinge, seja o vulcão na Islândia, o tsunami no Japão ou a enchente na Indonésia. Na crise do vulcão na Islândia, por exemplo, os aviões ficaram sem voar vários dias na Europa. Então, o freight forwarder está totalmente atrelado a essa dinâmica. E como nossos clientes são globais, eles têm de tomar decisões para poder alimentar suas plantas nas diversas localidades. Como ninguém pode parar o seu negócio, eles mudam a modalidade. Se o inventário está bem controlado, mandam via marítima, que é mais barato. Aconteceu um imprevisto, mandam pela aérea. Ocorreu algo gigantesco, muito sério, usam o hand carrier, que tem uma pessoa para levar. Então, cada entrega depende da demanda e da necessidade do cliente.
Menos a remessa expressa, porque ela é completamente diferente. Tecnologística – E a Divisão de Logística? Nadir Moreno – A logística cresce muito, porque é algo novo. Tem uma demanda e um mercado bastante grandes e o cliente ainda está tentando entender como vai passar essa parte do seu negócio para um operador logístico. Existe toda uma questão de confiabilidade, de estrutura, de saber como funciona, se vou passar tudo ou apenas partes. O cliente ainda está aprendendo como capitalizar essa solução que hoje já está mais conhecida no mercado, mas sobre a qual ainda há muitas dúvidas. Tecnologística – Vocês têm algum target mais específico dentro da logística? Nadir Moreno – Se você falar de distribuição, no Brasil, o setor de alta tecnologia domina, assim como o automotivo e o health care. Aliás, o high tech domina em vários locais. Porque essa é a característica de uma necessidade. Essas empresas de TI precisam do operador logístico para poder processar todos os seus negócios desde a origem até o destino. Muitos de nossos clientes do setor nem têm CNPJ local. Eles utilizam a UPS para fazer toda essa parte de importação e exportação, a parte fiscal, armazenamento, controle, distribuição, até o retorno. Tecnologística – O serviço de logística reversa, o que abrange? Nadir Moreno – Nessa parte, a UPS realiza a coleta, envio para reparo ou para destruição; faz a exportação temporária nos casos de reparo no exterior, e ainda paga todos os impostos envolvidos em nome dela para o cliente. Assim, a reversa é um produto que agrega todos os demais produtos da UPS. Isso tem um valor muito grande para o cliente, porque está relaciona-
do ao posicionamento da sua marca no país e ao market share. Porque se você compra um produto e sua primeira experiência com o pós-venda for negativa, a marca perde posicionamento no mercado, pois a maioria delas trabalha com produtos bem semelhantes e o pós-venda torna-se um grande diferencial. E a UPS é o braço dessas empresas. A maioria utiliza nossos sistemas como sistemas próprios, é tudo integrado desde a fábrica. O mesmo cuidado que temos com os produtos novos que recebemos na logística direta, temos com os itens da reversa, seja na coleta, no transporte ou na manipulação, porque aquilo tem um valor; o item vai ser recuperado e retornar ao mercado. Somente uma parte dos produtos, quando não
se consegue recuperar e reparar, é enviada para destruição e reciclagem. Tecnologística – Então vocês fazem tanto o pós-venda como o pós-consumo? Nadir Moreno – Nós temos duas classes de produtos: os que são passíveis de recuperação e reparo e os itens que são para descarte final, que não são reaproveitáveis. No primeiro caso, nós coordenamos toda a logística de retorno, com guias, conhecimento de transporte e impostos pré-pagos pela UPS em nome de nossos clientes. Quando o item chega aqui ou em um dos vários estoques remotos que temos no Brasil, a pessoa recebe aquele produto e coloca que a condição dele é ‘defeituoso’, e está retornando na re-
versa de algum cliente; o sistema então o identifica e determina o próximo destino: se é para um reparador no país ou no exterior, ou se é para descarte. Ou seja, o sistema orienta a operação e todas as mercadorias são separadas de acordo com o próximo destino. Tecnologística – E esse produto é retirado pela própria UPS? Nadir Moreno – Sim, nós retiramos os itens em consumidores finais e empresas, ou mesmo em revendedores e distribuidores. É o cliente quem determina o lugar. E, nos casos em que o produto não é recuperável, temos contratos com empresas qualificadas e certificadas pelos órgãos governamentais para reciclagem e destinação final correta dos resíduos, porque isso im-
ENTREVISTA
pacta tanto na parte tributária quanto no meio ambiente. As empresas contratantes do serviço da UPS têm uma preocupação com o custo operacional, com o meio ambiente e com o posicionamento da marca. Nenhuma quer ter seu nome atrelado a um produto descartado incorretamente. Essa é uma operação que tem uma complexidade muito grande e temos uma equipe dedicada responsável pelo desenvolvimento de soluções, pela implementação e a parte de sustentabilidade. Tecnologística – E além do operacional, existe também uma complicação fiscal na reversa, não é? Nadir Moreno – Qualquer estudo logístico que se faça no Brasil começa pela parte fiscal; somente depois são discutidos os conceitos de logística. Por exemplo, as empresas de health care têm incentivos para se instalarem em Goiás, mais especificamente em Goiânia, mas a maioria dos clientes não está lá. Se pensarmos em termos logísticos, não faz sentido colocar um CD em Goiânia, mas os incentivos fiscais levam essas empresas para lá e nós adequamos o projeto. E temos de nos virar para desenvolver uma solução a um custo bom. Agora, no caso do setor de alta tecnologia, é a proximidade com o mercado que conta. Temos clientes com níveis de serviço muito exigentes, que nós chamamos de missão crítica. Às vezes, o tempo de atendimento para envio de uma peça é de apenas duas horas. Ou seja, desde o recebimento até a entrega do item, temos menos de duas horas para que esta peça esteja separada, processada, embalada e com a nota fiscal emitida, entregue na casa do cliente e com a assinatura de quem recebeu, que é passada eletronicamente. Então, esse setor tem uma preocupação muito grande com a localização. A maioria das cidades ao redor de São Paulo tem incentivos na parte de serviços, mas essas empresas 38 - Revista Tecnologística - Maio/2013
A logística reversa tem muito valor para o cliente, porque está relacionada à imagem da sua marca no mercado e ao market share
sempre são orientadas pelo mercado. Resumindo, a solução depende da necessidade. Mas, uma vez acordado o prazo, temos de cumpri-lo. Tecnologística – Imagino que vocês devam ter multas pesadas por descumprimento dos níveis de serviço. Nadir Moreno – Todos os contratos têm previsão de multa, mas a UPS não costuma atrasar. Nós temos um índice de cumprimento dos SLAs, que são os níveis de serviço acordados com o cliente, de 99%. Na maioria das contas, não há tempo para a curva de aprendizado. Então, se o cliente está migrando a operação de outro provedor para a UPS, por exemplo, ele espera que no dia seguinte o serviço já esteja dentro dos níveis contratados. Tanto na parte de processamento quanto na de inventário e entrega, nossa margem de acerto é de 99%. Tecnologística – E a procura pela logística reversa tem crescido bastante? Nadir Moreno – Sim, proporcionalmente ao crescimento dos segmentos. No high tech, por exemplo, tem aumentado muito. A legislação brasileira atual torna os fabricantes responsáveis pelo descarte, forçando as companhias a fazer o serviço. Outro segmento que demanda muito a reversa é o health care, que além do meio ambiente tem de considerar também questões relati-
vas à saúde. Enfim, podemos atender vários segmentos. Temos a experiência, só depende da demanda. Tecnologística – O produto principal é mesmo a carga expressa de pequenas remessas? Nadir Moreno – O grande foco da UPS no mundo inteiro é primeiro a exportação. Porque se os mais de 220 países em que operamos exportarem, alguém estará importando, o que garantirá o fluxo. É disso que vivemos, do trade lane entre os países. E nosso principal produto é o pequeno pacote, o expresso. Mas no início deste ano, atendendo a uma demanda dos clientes, implementamos um novo serviço, o Express Freight, um híbrido entre o expresso e o freight forwarder. É para cargas acima de 70 kg, em que o cliente quer um tempo de entrega reduzido. O serviço é mais caro, mas a carga chega mais rápido e é garantida, com 41 destinos e 37 origens, porque a UPS só pode oferecer este tipo de atendimento quando tem operação própria 100% ponta a ponta, desde a coleta até a entrega. E há um outro serviço para pequenas e média empresas, chamado “Grow your Business” – “Expanda seu negócio com a UPS”. Porque as pequenas e médias empresas não têm muita estrutura e conhecimento para fazerem exportação e importação, então a UPS entra como uma espécie de consultor para ajudá-las em todo o processo. O serviço está disponível na Argentina, Brasil, México, Porto Rico e República Dominicana. Tecnologística – Atingindo esse público de pequenas e médias empresas, vocês estão quebrando um paradigma desse setor, que normalmente acredita que a exportação não é para ele. Nadir Moreno – As pequenas e médias representam hoje cerca de 40% do PIB brasileiro. É quase a metade! Ignorar esse setor seria até uma falta de estratégia, de visão empresarial. Nós te-
mos essa clareza, até pelas pesquisas que a UPS realiza desde 2006 junto à TNS Gallup, chamadas Business Monitor Latin America – BMLA. O estudo existe em vários lugares, e aqui na região são ouvidos quase mil executivos, donos de pequenos e médios negócios, para detectar quais são suas maiores preocupações e dificuldades. Esse trabalho é um barômetro do setor e nosso interesse é justamente levantar essas dificuldades e colocar as soluções. É um segmento que cresce muito e tem uma representatividade de suma importância. Só que, na hora de exportar, eles se assustam, porque a burocracia é imensa e os trâmites são complicados. E é para isso que estamos aqui, para fazer tudo isso por eles. Tecnologística – Um tema que nunca pode faltar no cardápio é a infraestrutura. Dá para imaginar como é difícil fazer tudo o que vocês fazem dependendo da infraestrutura logística disponível no Brasil. Nadir Moreno – Não é novidade para ninguém que o Brasil investe nesse setor muito menos do que outros países emergentes. Enquanto China, Rússia e Índia, por exemplo, investem por volta de 7% a 8% do PIB na infraestrutura, o Brasil investia quase nada até há bem pouco tempo. Estamos atrasados nesse quesito e bastante. Mas temos visto que, sim, há uma movimentação muito positiva para correr atrás do prejuízo da parte dos órgãos governamentais. Eu participo constantemente de reuniões representando associações de classe e percebo que o governo está bastante comprometido, em conjunto à iniciativa privada, para sanar os problemas. Acredito mesmo que, agora, essa situação vá melhorar. Seja em função da Copa do Mundo, da Olimpíada, pelas construções de estádios e hotéis e, obviamente, pela necessidade de preparar as cidades para estes eventos. Todas as privatizações que vêm sendo feitas
estão voltadas para a busca do tempo perdido. E eu fico muito feliz com isso, porque represento uma empresa norte-americana, mas sou brasileira. Tecnologística – Você está nesse mercado há muito tempo, então fica fácil ver a diferença. Nadir Moreno – Eu já vi de tudo e vejo agora uma preocupação de agilizar os processos. A Receita Federal também tem se desenvolvido muito: investiu em sistemas, está tratando de abrir outros turnos de trabalho, o que agilizaria muito o fluxo de importação e exportação, enfim, é muito diferente do que havia anteriormente. Por mais que nos últimos dois anos a crise realmente tenha atingido o mundo fortemente, no Brasil nós sentimos muito menos. Tecnologística – A atuação do governo na crise foi correta? Nadir Moreno – É verdade que a crise nos afetou, mas também chegou aqui bem depois e está indo embora bem antes, justamente pelo ótimo trabalho que vem sendo feito pelo governo, os anteriores e o atual, porque isso é um processo que exige tempo. Não é de um dia para outro que se conserta a economia de um país. Desde o tempo do presidente Fernando Henrique as coisas já estavam predefinidas e a execução foi bem conduzida pelas gestões posteriores. Então, considerando tudo isso, tenho certeza de que estamos num patamar positivo em relação ao passado. Temos ainda um lon-
go caminho a percorrer, mas sinto um comprometimento muito maior. Tecnologística – A senhora sente que a imagem do país mudou? Nadir Moreno – Sem a menor dúvida. E não é apenas na UPS: o mundo todo vê o Brasil com outros olhos; como um país que oferece grandes oportunidades e que hoje é sustentável sob vários aspectos. Anos atrás, dentro do negócio da UPS global, o Brasil era tido como um país de manutenção. Ou seja, a empresa entrou aqui devagar, para ver o que acontecia. Hoje, ele já está no patamar de oportunidade, e isso muda tudo, porque os investimentos são outros, a atenção é outra. E é legal estar vivendo um momento como este. Eu digo sempre para o meu pessoal: não podemos perder esse tempo. Este é o momento do Brasil e nós temos o privilégio de estar vivenciando isso. É muito motivador e desafiador.
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7,7 milhões de entregas por dia
A
Divulgação
UPS é uma gigante global presente em mais de 220 países e territórios. Fundada em agosto de 1907 em Atlanta, nos Estados Unidos, a empresa teve um faturamento de US$ 45 milhões em 2012 em sua Divisão de Operações Expressas, e de US$ 9,1 bilhões na unidade Supply Chain Solutions e Carga. A divisão expressa processa um volume diário de 7,7 milhões de entregas e 1,1 milhão de coletas, tendo processado, no ano passado, 4,1 bilhões de encomendas e documentos. Com 1.907 centros de distribuição e processamento, a unidade conta com uma frota ter-
Tecnologística – A senhora poderia citar alguns desses investimentos que são fruto do maior reconhecimento do país? Nadir Moreno – Não posso citar números, mas de 2010 para cá nós abrimos oito novos centros operacionais, em Recife, Salvador, Belo Horizonte, Vitória, Manaus, Navegantes (SC), Santos (SP) e Brasília. Hoje temos 12 Brown Centers, como nós chamamos nossas estruturas, que atendem 47% do PIB brasileiro com operação própria da UPS. O resto é atendido com alguns parceiros – temos dois grandes, um para o Norte-Nordeste e outro Sul e Sudeste. E nos preocupamos muito com essa questão, 40 - Revista Tecnologística - Maio/2013
restre de mais de 96 mil veículos variados, além de 230 aviões próprios e 332 fretados, que atendem 727 aeroportos nos EUA e no mundo, incluindo o aeroporto americano de Kentucky, seu principal centro operacional. No Brasil, a empresa utiliza como hub o aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP). Já a Divisão de Supply Chain, que abrange os serviços de logística e distribuição, transporte e carga aérea, marítima, rodoviária e ferroviária, processa o envio de carga para 195 países, com gerenciamento de comércio internacional e liberação alfandegária. A unidade gerencia 811 centros de distribuição em 120 países, totalizando 33,5 milhões de metros quadrados. Complementando a estrutura, a UPS Freight, provedora de serviços de carga solta de costa a costa, dispõe de 197 centros de serviços, com quase 6 mil tratores e 20.783 caminhões. A subsidiária brasileira foi aberta em 1995 e, hoje, a empresa conta com 12 centros operacionais no país.
porque é um comprometimento: quando vendemos um serviço, ele tem de ser entregue da maneira que foi acordado com o cliente. Por isso, nossos parceiros precisam ter toda a capacidade sistêmica e de Business Inteligence para atender a essa demanda. O meu courier, normalmente, tem tudo registrado on-line e em tempo real; ao fazer uma entrega, ela automaticamente já entra no sistema da UPS, em que é possível rastrear e visualizar até a assinatura de quem recebeu. Então, abrimos esses novos centros porque entendemos que naqueles locais precisamos estar com presença própria. Com o courier vestido de marrom, o carro da UPS com o logotipo e o
diad (equipamento para envio eletrônico de confirmação de recebimento), porque tudo isso traz confiabilidade e agilidade às operações. Esse investimento veio de 2010 para cá e continua, porque teve um ótimo retorno. Então agora vamos em frente. Outro investimento feito foi no ramo de health care, para o qual abrimos um facility específico em Goiânia, com mais de 5 mil metros quadrados, em julho de 2011. Ele opera com licenças próprias da Anvisa e contratamos pessoas especializadas no setor, como farmacêuticos e profissionais da área de qualidade, que neste segmento é muito restritiva. A UPS já tinha essa estrutura em outros países e entendeu que era importante ter aqui também. Agora, estamos investindo no crescimento da logística com novas unidades, que também já foram aprovadas e têm previsão de inauguração para o fim de 2013 e para o próximo ano, mas sobre as quais não posso falar mais. Tudo isso mostra a importância que a empresa tem dado para o país. Tecnologística – Ou seja, entre os ativos que a UPS utiliza, ela só não é dona dos navios? Nadir Moreno – Isso mesmo. O único modal em que não temos ativo é no marítimo. Mas somos o maior NVOCC (operador de transporte sem navio, da sigla em inglês) do mundo. E não operamos com os aviões internamente porque a legislação brasileira não permite. Mas acho que é uma questão de tempo, porque o país é carente de aeronaves cargueiras e os embarcadores reclamam muito disso. É algo que também vai acabar se resolvendo. Enfim, a empresa vai de vento em popa no Brasil. Silvia Marino
UPS: (11) 5694-6600
Ilustração: Sergio Rossi
LOGÍSTICA REVERSA
Todos de acordo? Quase três anos depois de promulgada a Política Nacional de Resíduos Sólidos, segmentos da indústria ainda encontram dificuldades que adiam a assinatura dos acordos setoriais impostos pela lei
A
Lei nº 12.305, sancionada pela Presidência da República em 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), apresentou à sociedade uma demanda que envolvia fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de produtos que, na última etapa de seu ciclo de vida, resultam de alguma forma em substâncias que necessitam de soluções para uma destinação ambientalmente adequada. Acordos setoriais deveriam ser firmados entre eles e o poder público para garantir a implantação de operações que assegurassem tal destinação, envolven-
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do toda a logística necessária para que este objetivo fosse alcançado, desde a realização da coleta seletiva e do gerenciamento dos resíduos até os processos de reciclagem e reaproveitamento do material gerado ou o descarte correto de rejeitos. Somando-se a esses atores o consumidor final, que deve ser estimulado a exercer o papel de facilitador do processo de coleta, tem-se o que a lei chama de responsabilidade compartilhada, definida como um “conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas (...) para minimizar o volume de resíduos sólidos e rejeitos gerados, bem como para
reduzir os impactos causados à saúde humana e à qualidade ambiental decorrentes do ciclo de vida dos produtos”. Na prática, a lei delega a todos os envolvidos nesse ciclo de vida a responsabilidade pelos resíduos gerados por eles e coloca fim ao pensamento de que somente o fabricante é que tem a obrigação de dar atenção à questão. Os acordos setoriais nada mais são do que contratos confeccionados pelos representantes de cada segmento da indústria, visando à implantação de todos os processos logísticos para tornar possível essa responsabilidade compartilhada. O Plano Nacio-
nal de Resíduos Sólidos, documento elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) que se configura em um dos principais instrumentos da PNRS, trata os acordos setoriais como imprescindíveis para a implementação de uma logística reversa que atenda às necessidades impostas. Segundo o texto, sem esses acordos prévios, o planejamento de metas e ações poderá ser inadequado, fazendo com que os benefícios da gestão de resíduos sólidos não sejam suficientes e os prejuízos ambientais e socioeconômicos continuem a representar um ônus à sociedade. Porém, passados quase três anos desde que a PNRS foi promulgada, alguns entraves fazem com que os acordos setoriais continuem sendo uma das principais deficiências para que a política caminhe, de fato, na direção de seus objetivos mais básicos em relação à disposição final dos resíduos sólidos.
Pactos O acordo setorial para a implantação de um sistema de logística reversa de embalagens plásticas de óleos lubrificantes foi o primeiro e único, até o momento, a ser assinado pela União, por intermédio do Ministério do Meio Ambiente, no dia 19 de no-
O único acordo setorial assinado para a implantação de um sistema de LR foi com o setor de embalagens plásticas de óleos lubrificantes, em 2012
picotadas, lavadas e viram matéria-prima para a fabricação de novas embalagens ou de outros tipos de produtos plásticos, sendo utilizadas até mesmo por outros setores, exceto o de comestíveis”, explica o gerente de Meio Ambiente e Segurança do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), Antônio Nóbrega. De acordo com ele, os processos propostos pelo segmento de óleos lubrificantes já são utilizados desde 2005. “Como já tínhamos procedimentos bem estruturados e que funcionavam há mais de cinco anos, fomos pioneiros na apresentação
e assinatura do acordo setorial.” O executivo explica, ainda, que os produtos do segmento geram, na verdade, dois resíduos sólidos. Além das embalagens plásticas, existe ainda o óleo lubrificante usado ou contaminado, conhecido como Oluc. “Trata-se de um resíduo nocivo ao meio ambiente, especialmente à água, por apresentar uma capacidade de dispersão muito elevada”, diz. Porém, quando a PNRS foi sancionada, o Oluc foi isentado pelo Ministério do Meio Ambiente de fazer um acordo setorial específico. Isso porque, conta Nóbrega, há mais de 20 anos já existe um sistema que funciona muito bem em relação a esse resíduo. “Não existe descarte do óleo lubrificante usado. Ele é duplamente refinado e se transforma novamente em um óleo básico, que é matéria-prima para a fabricação de um novo lubrificante.” Segundo o gerente, esse procedimento nasceu por uma exigência do Ministério de Minas e Energia para atender à demanda pela produção do óleo básico. “Importa-se muito esse óleo no Brasil, pois nosso petróleo não gera o componente em grande quantidade. Foi uma demanda essencialmente energética”, completa. Um dos objetivos do acordo setorial apresentado é estender essa Divulgação / Abree
Divulgação / Sindicom Nóbrega: procedimentos estruturados há mais de cinco anos
vembro de 2012. O documento prevê, em sua cláusula terceira – que descreve como o sistema deve funcionar –, a devolução das embalagens usadas diretamente nos pontos de recebimento nos estabelecimentos dos comerciantes varejistas. Ali, elas ficam armazenadas temporariamente, juntamente com embalagens do produto utilizado no próprio estabelecimento, para serem então coletadas por veículos itinerantes ou levadas diretamente às centrais de recebimento. “Nas centrais, as embalagens são drenadas, compactadas em fardos e levadas para a reciclagem, onde são
Mascarenhas: mercado tem de se desenvolver para aguentar a demanda futura Maio/2013 - Revista Tecnologística - 43
LOGÍSTICA REVERSA
atuação, realizada por meio do programa Jogue Limpo, para todo o Brasil. Atualmente, a iniciativa criada pelo Sindicom abrange os estados do
Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e o Distrito Federal. “A coleta é realizada em 1.281 municípios.
Destinação adequada
A
Política Nacional de Resíduos Sólidos tem como um de seus principais objetivos estabelecer metas para a redução, reutilização e reciclagem de resíduos sólidos, visando diminuir a quantidade de rejeitos gerados pela sociedade. De acordo com a definição da lei, os rejeitos são restos que, depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento e recuperação, não apresentam outra possibilidade senão a disposição final ambientalmente adequada em aterros sanitários. A lei prevê, inclusive, a extinção de lixões a céu aberto em todo o território nacional, em benefício da utilização dos aterros sanitários. Basicamente, a principal diferença entre os dois espaços destinados ao descarte de rejeitos está no fato de os aterros contarem com solo preparado para evitar a contaminação de lençóis freáticos. Nos lixões, o líquido que escorre dos rejeitos, chamado chorume, penetra na terra e leva substâncias contaminantes para as águas subterrâneas. Além disso, o lixo fica invariavelmente exposto, atraindo animais e disseminando mau cheiro. Já os aterros sanitários apresentam sistema de drenagem instalado sobre uma camada impermeável de polietileno de alta densidade, que evita o vazamento do chorume. Os aterros devem contar também com um segundo sistema de drenagem, destinado aos gases exalados pelo lixo em decomposição, que são, posterior-
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mente, queimados ou aproveitados para a geração de energia. De acordo com o Plano Nacional de Resíduos Sólidos, existem 2.906 lixões no Brasil – distribuídos em 2.810 municípios –, que devem ser erradicados, segundo a PNRS, até agosto de 2014 (quatro anos após a data da publicação da lei). Desse total, 98% estão concentrados em municípios de pequeno porte, sendo 57% no Nordeste brasileiro. A Bahia é o estado com o maior número de lixões, com 360, seguida pelo Piauí (218), Minas Gerais (217) e Maranhão (207). Para erradicar os lixões, de acordo com o plano, a principal alternativa está no incentivo à formação de consórcios públicos com o objetivo de implantar aterros sanitários compartilhados entre municípios, em especial os de pequeno porte (com até 100 mil habitantes). No entanto, números tímidos mostram que as mudanças alcançadas até então são muito pequenas para representar qualquer transformação significativa dentro do prazo estabelecido. Segundo dados de pesquisa da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), de 2010 para 2011, o Brasil passou de 2.164 aterros sanitários para 2.194. Mais do que isso, a Região Nordeste foi a que apresentou as menores mudanças, passando a contar com apenas três novos aterros no período. Até o fechamento desta edição, a pesquisa referente a 2012 ainda não havia sido divulgada.
São 22 mil pontos de recebimento cadastrados em nosso sistema”, diz Nóbrega. “Para 2016, nosso compromisso é atuar em 13 estados e 4.108 cidades, número que representa 76% do total de municípios brasileiros.” Atualmente, o programa conta com 16 centrais de recebimento e 50 caminhões, números que devem saltar, dentro de três anos, para 22 centrais e 70 veículos. Desde 2005, foram reciclados mais de 196 milhões de embalagens de óleos lubrificantes, segundo dados do contador on-line localizado no website do programa Jogue Limpo. Nóbrega prevê que, a partir de 2016, sejam coletadas e recicladas cerca de 88 milhões de embalagens todos os anos. O executivo explica que o Sindicom trabalha com quatro empresas gestoras contratadas para gerenciar todos os processos até a entrega do resíduo em seis recicladoras credenciadas. Mas, apesar do sucesso dos procedimentos adotados pelo setor, Nóbrega reconhece que os setores, de um modo geral, vêm encontrando dificuldades para estabelecer seus acordos por conta de uma visível falta de empresas especializadas em operações de reciclagem. “Existe uma inexperiência enorme em relação a essa atividade, o que acaba gerando uma carência de recicladores no mercado. Esse é o grande problema que impede que o processo deslanche de vez”, aponta. O gerente executivo da Associação Brasileira de Reciclagem de Eletroeletrônicos e Eletrodomésticos (Abree), Herbert Mascarenhas, concorda. “Trata-se de um mercado ainda incipiente no Brasil. Caso não se desenvolva, ele não aguentará a demanda quando ela existir de verdade.” A Abree é uma gestora especializada na destinação de resíduos eletroeletrônicos e eletrodomésticos. A associação estabeleceu um contrato com a European Recycling
LOGÍSTICA REVERSA
Platform (ERP) – plataforma que exerce atividades referentes à logística reversa de equipamentos eletroeletrônicos e eletrodomésticos em 13 países da Europa –, visando adquirir conhecimento e agregar soluções a seu plano de negócios. O objetivo da Abree é proporcionar ganhos de escala, com menores custos a seus associados por meio de soluções compartilhadas na disposição dos resíduos, além de exercer uma logística reversa que seja referência no mercado. O acordo setorial do segmento de eletroeletrônicos e eletrodomésticos deve ser assinado ainda em 2013, mas a falta de empresas qualificadas voltadas à logística reversa e reciclagem representa um grande gargalo para todo o processo. O setor possui como característica a geração de resíduos diferentes entre si, até mesmo no que diz respeito ao tamanho. O material destinado à logística reversa vai desde componentes dos equipamentos, como fios e carregadores, até o próprio produto, como lavadoras de roupas e liquidificadores. Deve ser observada, portanto, a clara distinção física entre um refrigerador e um aparelho de DVD, por exemplo. “O modelo de negócio observado
A falta de empresas qualificadas para fazer a LR é o grande empecilho para o acordo do setor de eletroeletrônicos e eletrodomésticos
Divulgação / Sindicom
hoje é de empresas recicladoras pequenas. Muitas delas, inclusive, de estrutura familiar. Para o segmento de eletroeletrônicos e eletrodomésticos, por exemplo, existem somente três empresas realmente dedicadas. E mesmo estas são focadas em refrigeradores e aparelhos de ar-condicionado”, explica o executivo. Para ele, não existe ainda expertise para atender às novas necessidades que vêm surgindo com a implantação da PNRS. “Hoje o reciclador é, de um modo geral, uma empresa de pequeno porte que depende muito da venda do resíduo para dar o próximo passo. O manuseio deve sempre ser realizado por empresas especializadas e com licenças ambientais. Em nosso segmento, por exemplo, há riscos, como escape de gases, contaminação da água e até da própria pessoa.” O executivo aponta, ainda, que a falta de especialização atinge toda a cadeia logística, desde o transporte até o transbordo e armazenagem. “Praticamente não existem empresas totalmente focadas na logística reversa dos resíduos de Desde 2005, já foram reciclados mais de 196 milhões de eletroeletrônicos e eleembalagens de lubrificantes no país trodomésticos.”
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O presidente executivo da Associação Brasileira de Importadores de Produtos de Iluminação (Abilumi), Georges Blum, aponta outro problema relacionado ao setor. Além da mão de obra qualificada para o tratamento dos resíduos desse mercado, necessária por envolver componentes como vidro com fósforo e pequenas quantidades de mercúrio, existe ainda uma questão ligada ao custo direcionado às tecnologias utilizadas para a descontaminação de tais materiais. De acordo com ele, esse gasto não é coberto pela venda dos resíduos gerados pelo setor. “Como o valor destes resíduos é praticamente zero, teremos de pagar pela descontaminação e destinação adequada.” Blum explica que, para resolver esse problema, a minuta do acordo setorial para logística reversa de lâmpadas fluorescentes, vapor de sódio, mercúrio e luz mista, entregue em novembro de 2012, solicita que, ao importar, seja cobrado das empresas um valor adicional para cobrir os custos de descontaminação e destinação. Desse modo, seria permitido que somente empresas comprometidas financeiramente com as iniciativas de logística reversa colocassem novas lâmpadas no mercado nacional. Segundo o executivo, 90% dos produtos comercializados hoje no Brasil são importados. Ele destaca que o governo está, atualmente, estudando essa proposta. Para que isso aconteça, será necessária a criação de um mecanismo institucional que possa aferir esse compromisso no momento da entrada das lâmpadas no mercado, por meio de um controle na emissão da nota fiscal. “Cada empresa avaliará a melhor forma de administrar este custo, mas, por ser um valor muito relevante, ele será repassado para o consumidor final”, complementa.
Divulgação / Abree
veste no negócio e não tem garantias de continuidade, ela termina falindo. Por isso, as recicladoras acabam sendo pequenas, por medo de crescer. É preciso haver contratos bem definidos que tragam garantia de volume às empresas.” O executivo defende, ainda, a criação de incentivos fiscais para as recicladoras e até mesmo para empresas que, indiretamente, beneficiariam a atividade. “Existem leis tramitando para dar incenAbree quer incrementar ganhos de escala para reduzir custos tivos a quem utiliza para os associados material reciclado na Soluções sua produção. Isso ajudaria a fomentar o setor”, explica, apontando o potenPara lidar com o problema relacio- cial logístico que a atividade de recinado às recicladoras, Herbert Masca- clagem representa para o país. Diante renhas defende que a atividade deve dos 196 milhões de embalagens de ólereceber incentivos por parte do go- os lubrificantes já reciclados, Nóbrega verno. “É preciso fomentar a criação lembra que o setor representa apenas dessas empresas. Chegará uma hora cerca de 2% de todas as embalagens em que haverá o descarte, mas não plásticas que são colocadas no mercateremos recicladoras para receber os do brasileiro. Mascarenhas emenda: “A resíduos. Faremos toda a logística re- logística reversa referente aos resíduos versa, mas não existe, até então, uma de eletroeletrônicos e eletrodoméstibase estrutural satisfatória para des- cos também apresenta inúmeras facetinar o material coletado. Este é um tas de geração de renda e de emprego”. dos grandes entraves atualmente.” Para ele, o Brasil precisa de uma Segundo ele, o modelo de negócio as- legislação específica que defina exasociado às recicladoras precisa passar tamente quem é o reciclador. “Tepor uma reformulação. “Hoje, exis- mos empresas que exercem o trate muito esse pensamento ligado à balho, mas as que são realmente ‘consciência verde’, mas o reciclador, hábeis e atendem a todos os requina verdade, passará a fazer parte de sitos necessários são muito poucas. um negócio, de uma indústria”, diz. É preciso ter normas estabelecidas Antônio Nóbrega completa o ra- para impedir que qualquer um faça ciocínio. “O problema atual da re- a reciclagem e gere mais problemas ciclagem é que, se uma empresa in- do que soluções”, declara.
LOGÍSTICA REVERSA
Mascarenhas acredita, ainda, que a conscientização do consumidor final também é um fator que deve ser mais bem trabalhado no futuro. “A mídia começa a tocar mais no assunto, e esse papel de informar é muito importante, pois a sociedade precisa saber onde e como descartar corretamente os produtos.” O executivo conta que os itens que compõem o setor de eletroeletrônicos
e eletrodomésticos são, muitas vezes, descartados em ferros-velhos como sucata. “Um refrigerador, por exemplo, que deveria ter um ciclo de vida de dez anos, acaba sendo utilizado por 20. Ele só é descartado quando já não resta mais nada que possa ser aproveitado. O consumidor precisa saber que, quando substitui esse produto, além de passar a contar com um aparelho mais
Gestão informatizada
A
Divulgação / Sindicom
Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) institui, como um de seus instrumentos, o Sistema Nacional de Informações sobre a Gestão dos Resíduos Sólidos (Sinir). Essencialmente, o Sinir é um banco de dados digital que tem como premissa reunir todas as informações relativas à gestão de resíduos sólidos no Brasil. O objetivo, de acordo com informações disponibilizadas pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA), é estabelecer uma ferramenta de planejamento integrada, que identifique os principais conceitos e instrumentos da PNRS e seus mecanismos, para fortalecer a implantação da política. Por meio do Sinir, as informações estarão disponíveis para consulta pública. De acordo com o Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010, que regulamenta a PNRS, o Sinir conterá informações fornecidas pelos órgãos públicos competentes para a elaboração dos planos de resíduos sólidos, e
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também as disponibilizadas por outros sistemas, como o Cadastro Nacional de Operadores de Resíduos Perigosos, o Cadastro Técnico Federal de Atividades Potencialmente Poluidoras ou Utilizadoras de Recursos Ambientais, o Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa Ambiental, o Sistema Nacional de Informações sobre Meio Ambiente (Sinima) e o Sistema Nacional de Informações em Saneamento Básico (Sinisa). Antônio Nóbrega, gerente de Meio Ambiente e Segurança do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e de Lubrificantes (Sindicom), conta que o programa Jogue Limpo foi convidado pelo MMA para participar do processo de interação de seu sistema, já totalmente informatizado, com o Sinir. O gerente explica que, no momento da coleta das embalagens de óleo lubrificante, é feita a pesagem em uma balança eletrônica, que gera um ticket lido por um sistema que envia os dados automaticamente para o site do programa, sem interferência manual. “A ideia é que nossas informações, no futuro, entrem direto no Sinir”, diz. O sistema já pode ser acessado pelo endereço www.sinir.gov.br, onde é possível encontrar editais e documentos relativos à PNRS, como a última versão do Plano Nacional de Resíduos Sólidos.
moderno e com novas tecnologias, ele ainda ganha com economia de energia e, como consequência, contribui com o mercado da reciclagem, gerando emprego até mesmo na indústria.” Apesar dos problemas encontrados, Mascarenhas explica que é positiva a posição do governo de discutir a lei em busca das melhores soluções e estratégias, com o objetivo de atingir as metas previstas pela lei. “Desde que a PNRS foi decretada, houve muitas reuniões em Brasília envolvendo os mais variados segmentos da indústria. Há uma ampla discussão sobre o assunto e o governo escuta todos os lados, considerando os assuntos colocados à mesa”, conta. “Esse sistema de acordos setoriais serve justamente para envolver os representantes de cada segmento. Trata-se, afinal, de responsabilidade compartilhada, portanto é essencial que todos sejam ouvidos”, completa Antônio Nóbrega. A própria versão preliminar do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, disponibilizada on-line para consulta pública em setembro de 2011, teve como objetivo promover a discussão com a sociedade civil. “Existem alguns entraves, mas faz parte de uma questão cultural. Não somos um país de planejamento. Felizmente, a capacidade de trabalho do brasileiro é muito grande. Vamos apostar na oportunidade, geração de emprego e renda e no empreendedorismo para formar a cadeia logística. Estamos todos entrando nesse túnel e juntos vamos começar a instalar as luzes”, finaliza Mascarenhas.
Fernando Fischer Abree: (11) 2539-1334 Abilumi: (11) 2787-6388 Abrelpe: (11) 3297-5898 Ministério do Meio Ambiente: (61) 2028-1000 Sindicom: (21) 2122-7676
ARTIGO
Peculiaridades da logística reversa de resíduos de eletroeletrônicos Paulo Roberto Leite
N
ão encontramos uma definição adequada para o produto eletroeletrônico, aparentemente porque o setor envolve uma grande diversidade de categorias, em que a característica principal é a de utilizar energia elétrica como fonte motora. Entretanto, a fabricação de produtos eletrodomésticos, de informática, de comunicação, de automação industrial e de diagnóstico médico, entre outros, tem apresentado crescimento mundial a altas taxas, consequência da globalização e da redução de preços em razão das novas escalas de produção, que permitem maior acesso dos consumidores aos itens. Muitos desses produtos eletroeletrônicos retornam ao agente que os levou ao mercado por conta de erros comerciais, defeitos de qualidade, falta de entendimento de seu uso, estoques em excesso, desistência do consumidor final ou mudança de estação, entre outros motivos. Nesses casos, o produto retorna pelo mesmo canal que o levou ao mercado, com responsabilidade compartilhada entre o fornecedor e o comprador. Esses canais caracterizam a logística reversa de pós-venda. Por essa lógica, produtos eletroeletrônicos que chegaram ao fim de sua
50 - Revista Tecnologística - Maio/2013
vida útil por obsolescência mercadológica ou pela perda de suas funções básicas, deveriam retornar para o seu reaproveitamento sob a responsabilidade daqueles que os enviaram ao mercado. No entanto, essa responsabilidade pelo equacionamento logístico do retorno é difusa, em virtude, principalmente, do fato de que os produtos retornam por uma variedade de canais reversos, diferentes daqueles que os levaram ao mercado, e da dificuldade de compartilhamento desta responsabilidade entre os principais atores das cadeias produtivas. Esses canais reversos caracterizam a logística reversa de pós-consumo. Por esses motivos, raramente uma empresa produtora se responsabiliza individualmente pelo destino adequado de seus produtos após o fim de sua vida útil, exceto quando o reaproveitamento de um dos componentes do produto garanta economicamente a operação de retorno. A produção de eletroeletrônicos tem se caracterizado pela fabricação de modelos com ciclos de vida mercadológicos cada vez menores e com materiais constituintes muitas vezes contaminantes. Assim, grande quantidade de produtos e ciclo de vida
reduzido nos casos de computadores, telefones celulares, periféricos de informática, televisões e geladeiras, entre outros menos contaminantes, geram altas quantidades de itens que chegam ao fim de sua vida tornando-se “lixo eletrônico”, como é denominado atualmente. A rigor, considera-se resíduo eletroeletrônico, ou Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos (REEE), o produto que atinge o fim de sua vida e que pode ainda ser reaproveitado de alguma forma. Observe-se que, atualmente, e particularmente na categoria de eletroeletrônicos, o produto se torna obsoleto sob a ótica mercadológica antes de atingir seu fim de vida útil propriamente dito. Um computador ou um telefone celular, por exemplo, estará obsoleto no momento em que é lançado, pois existem várias versões mais avançadas no aguardo de lançamento. Estima-se em cerca de 50 milhões de toneladas ao ano a geração de REEE no mundo, das quais somente uma pequena parcela é reaproveitada de forma ambientalmente sustentável, transformando-se em um problema social pelas quantidades não reaproveitadas que se acumulam.
Maio/2013 - Revista Tecnologística - 51
Fonte: Adaptada de Leite, 2009
O reaproveitamento de produtos de placas eletrônicas –, plásticos e usados por meio de processos de logísvidros, entre outros materiais. O baixo retorno tica reversa requer condições simulSaliente-se que todas essas opese deve aos altos tâneas de um mercado para os comrações envolvem uma rede logística ponentes ou materiais constituintes reversa, que gerencie e operacionacustos logísticos, extraídos ou para os produtos confeclize a localização geográfica e quancionados com eles; exige rentabilidatidades correspondentes dos itens à pouca escala e à de dos agentes atuantes em todas as nas etapas de coleta, de armazenacarência de tecnologia fases de retorno – coleta, transporte, mento, de processamentos diversos armazenagem, reaproveitamento ou e de redistribuição dos produtos e nos processos de reprocessamentos diversos e na resubprodutos destes processamendistribuição ao mercado –; além da tos, bem como dos diversos tipos de reaproveitamento necessidade de uma cadeia reversa transporte a serem utilizados em tologisticamente organizada e tecnolodos estes movimentos. gias de extração e reaproveitamento Um exame mais detalhado perviáveis economicamente. No processo de remanufatura, o mite observar que os elementos No caso dos REEE, embora conte- objetivo é a fabricação de um produ- constituintes dos eletroeletrônicos nham materiais constituintes de in- to da mesma natureza, enquanto no podem chegar a 60 tipos diferenteresse econômico, tais como metais processo de desmontagem ou manu- tes. A quantidade de metais como diversos e preciosos, plásticos e vi- fatura reversa, o foco é a separação ferro e cobre em eletrodomésticos é dros, entre outros, o preenchimen- dos componentes. Destes, os reutili- apreciável, tanto quanto os metais to simultâneo de todas as condições záveis são reintegrados aos processos preciosos e raros, como prata, ouro, anteriormente citadas raramente se industriais, enquanto os outros são paládio, cobre, etc., presentes nas verifica, resultando em pouco inte- destinados a diferentes tipos de in- placas eletrônicas dos equipamenresse econômico natural de merca- dústrias recicladoras, que extrairão tos de informática. Uma tonelada de do, ou seja, os produtos eletroeletrô- os materiais constituintes de interes- telefone celular, por exemplo, pode nicos de pós-consumo “não voltam se. Dessa forma, são extraídos metais conter 3,5 kg de prata, 340 gramas sozinhos”, justificando a pequena ferrosos e não ferrosos, metais pre- de ouro e 140 g de paládio, entre ouquantidade de retorno observada. ciosos – normalmente provenientes tros materiais. O motivo da baixa eficiência de retorno em regiões menos desenvolvidas REDE DE LOGÍSTICA REVERSA + TRANSPORTES R deve-se principalmente E M D aos custos logísticos, à COLETA DOS PRODUTOS USADOS (REEE) E E R pouca escala industrial R METAIS C E e à carência tecnológica A MANUFATURA REVERSA V REMANUFATURA D METAIS (DESMONTAGEM) E dos processos de reaproO R PRECIOSOS veitamento. S A I PRODUTO PLÁSTICOS COMPONENTES A Figura 1 resume os COMPONENTES N REMANUFATURADO REUTILIZÁVEIS RECICLAGEM T D principais processos inR U VIDROS A dustriais e os subprodutos S N MERCADO MERCADO ATERROS T S resultantes nos canais reSECUNDÁRIO INDUSTRIAL (REJEITOS) P R OUTROS versos de eletroeletrôniO I R A cos. Observa-se a entrada T L E dos REEE nas cadeias reversas pela sua coleta, sendo em seguida destinados aos processos de remanufatura, desmontagem ou Figura 1 - Esquema simplificado dos processamentos de REEE de destinação final.
ARTIGO
Produto
veitamento e de equacionamento da logística reversa nesse setor.
Estima-se que a quantidade de REEE gerada hoje no Brasil chegue a 1 milhão de toneladas/ano, podendo atingir 30 milhões de t até 2030
Solução legal
peso médio do produto. Outro método utiliza a quantidade de unidades fabricadas em determinada época e leva em consideração o tempo de vida médio de cada aparelho. Considerando esses elementos, estima-se que a quantidade de resíduos eletroeletrônicos gerada atualmente no Brasil atinja cerca de 1 milhão de toneladas por ano, com possibilidade de chegar a níveis acumulados de 20 a 30 milhões de t até o ano de 2030, mesmo levando-se em conta uma certa saturação do mercado brasileiro. Em termos per capita, observa-se uma geração de cerca de 3 kg por habitante atualmente, com projeção de crescimento a um nível de 4 kg/hab. Trata-se, evidentemente, de quantidades expressivas, que sugerem urgentes medidas de reapro-
Produção
Uma das formas de alterar o mercado de produtos usados sem condições econômicas próprias de retorno é a edição de legislação regulatória. Esta, utilizando o princípio do “Poluidor-Pagador”, atribui a responsabilidade do equacionamento da logística reversa desses produtos aos mesmos setores produtivo e comercial que os levam ao mercado. Esse sistema tem sido usado desde a década de 1980 na Europa, inicialmente para produtos de embalagem (regulamentação editada em 1984) e, mais recentemente, para produtos eletroeletrônicos (regulamentação denominada WEEE – Waste Electrical and Electronic Equipment –, editada em 2006). No Brasil, acompanhando essa tendência, foi editada a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), lei federal de 2010 que determina, entre outros aspectos, que as cadeias produtivas dos eletroeletrônicos (entre outros produtos explicitados na lei) organizem a logística reversa dos mesmos de forma compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores, varejistas e consumidores.
Em uso
Unidades Milhões de unid.
Computadores
11
100
Lixo eletrônico gerado por ano
1
Telefone celular
80
12 acumulado 220
Lâmpadas de mercúrio
80
Televisão
53
97% de domicílios
Milhões de unid.
Refrigerador
55
98% de domicílios
Milhões de unid.
Tabela 1 - Exemplo de produção e uso de alguns eletroeletrônicos 52 - Revista Tecnologística - Maio/2013
Milhões de t Milhões de unid. Milhões de unid.
Fonte: referências deste artigo
No entanto, somente o valor contido não garante a rentabilidade de todas as fases da logística reversa e, em consequência, as operações de reaproveitamento não oferecem rentabilidade intrínseca, salvo para atuação de empresas em pequenas áreas geográficas. Os custos de coleta, consolidação, manuseio e desmontagem, entre outros, não permitem nestes casos uma economia natural, principalmente pelos custos de transporte, que são decisivos para a economia das operações. A produção desses itens no Brasil tem acompanhado a tendência mundial, apresentando altos índices de crescimento. Produtos de informática e comunicação, com produção praticamente inexistente na década de 1980, têm atualmente produção de milhões de unidades, assim como os eletrodomésticos de linha branca e marrom, presentes na maioria dos domicílios (mais de 90%, em média). A Tabela 1 resume alguns desses produtos no Brasil. Consequentemente, a geração de REEE acompanha esse expressivo crescimento de produção. A geração potencial desses resíduos pode ser calculada por diversos métodos. Pela sua vida útil média, pelo número de residências da região examinada, pela existência de cada tipo de produto nos domicílios da região e
Distinguem-se por meio dessa legislação os conceitos de “resíduos sólidos”, para os produtos ou materiais que podem ainda ser aproveitados de alguma forma, e “rejeitos”, para as sobras que não podem ser reaproveitadas e cujo destino é o aterro sanitário ou a incineração. Embora o compartilhamento de responsabilidades esteja explícito na PNRS, ao solicitar projetos conjuntos aos agentes da cadeia de suprimentos – fabricantes, distribuidores e comerciantes que levam os produtos ao mercado –, existem dificuldades para a sua realização prática. Isso é compreensível no caso dos REEE, pela complexidade da logística reversa de pós-consumo, que trata de produtos de diferentes naturezas, pesos e dimensões, origens e destinos, riscos de manipulação diversificados, exigências de embalagens de transportes diferenciadas, entre outros aspectos logísticos fundamentais para a criação de uma rede reversa eficiente. Essas dificuldades explicam, porém não justificam, que ainda não se tenha um acordo setorial de logística reversa para os produtos eletroeletrônicos no Brasil. Por outro lado, uma especial atenção deve ser dada à capacidade de processamento industrial das quantidades de REEE que serão coletadas. Nos países em desenvolvimento, caso do Brasil, as indústrias de reprocessamento caracterizam-se, com raras exceções, por um nível tecnológico ainda em fase artesanal, trabalhando com produtividade aquém daquelas consideradas razoáveis em países desenvolvidos. As quantidades de REEE a serem retornadas em um futuro próximo, se a PNRS realmente for aplicada, permitirão escalas de produção e constância de fornecimentos que se traduzirão em investimentos industriais com tecnologias mais adequadas e com ganhos de produtividade. Observa-
-se atualmente empresas, nacionais e internacionais, aguardando massa crítica de REEE para a realização de investimentos locais, além de diversos movimentos recentes de verticalização, no sentido de integração de processamentos destes produtos. Sem levar em consideração um passivo atual de mais de 12 milhões de toneladas REEE, estima-se que uma das principais restrições para o reaproveitamento no Brasil, mesmo que de uma pequena parcela do montante gerado por ano, serão os custos e recursos de transporte, armazenagem, manufatura reversa e reciclagem, entre outras operações, dadas as condições continentais do país e as conhecidas dificuldades de disponibilidade de transporte de baixo custo, entre outros motivos. A Alemanha, após a regulamentação da legislação de embalagens em 1983, constatou a falta de recursos de transformação dos resíduos desse segmento e precisou exportar resíduos para serem tratados em outros países.
Referências bibliográficas EMPA E MEIUS ENGENHARIA; Relatório de Geração de REE no Estado de Minas Gerais – 2009. LEITE, PAULO ROBERTO; Logística Reversa – Meio Ambiente e Competitividade, São Paulo, Editora Pearson Education, 2009. UNEP (UNITED NATIONS ENVIRONMENT PROGRAMME) – Sustainable Innovation and Technology Transfer Industrial Sector Studies – Recycling: from e-waste to resources, 2009. Paulo Roberto Leite Presidente do Conselho de Logística Reversa do Brasil – CLRB Professor titular da disciplina de Logística Empresarial da Universidade Presbiteriana Mackenzie Tel.: (11) 2308-5292 clrb@clrb.com.br
Divulgação / Xerox
MANUFATURA REVERSA
Revertendo processos Oxil inicia projeto pioneiro no Brasil ao fazer a manufatura reversa de equipamentos eletrônicos dentro da fábrica da Xerox, trazendo melhor performance e reduzindo os custos da operação
N
os dias de hoje, cada vez mais a sociedade e o governo buscam mecanismos para ampliar condutas ambientalmente corretas. Medidas como separação do lixo para reciclagem, uso consciente de energia elétrica e reutilização de materiais, entre outras atitudes hoje mais presentes na
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vida dos cidadãos, demonstram que há mais consciência em relação às questões de impacto ambiental, tão discutidas atualmente. Claro que ainda estamos engatinhando se compararmos a experiência brasileira no assunto diante do que é realizado nos Estados Unidos ou em países da Europa,
onde as leis e regulamentações ambientais são muito mais rigorosas e, além disso, ainda há incentivos, por parte dos governos, para que haja estudos relacionados à reciclagem de materiais e ao desenvolvimento de novas tecnologias que possam ajudar a reduzir os impactos no ambiente. Na indústria, isso também ocorre. Grande parte das empresas espalhadas pelo mundo é responsável pela geração de resíduos sólidos, líquidos e gasosos, que são direta ou indiretamente descartados na natureza, gerando poluição do ar, de rios e mares, do solo e, consequentemente, acarretando problemas futuros. Muitos governos já criaram leis de combate a esses problemas, impondo normas e legislações que padronizam medidas e tecnologias como obrigatórias para a indústria. Atendo-se a esse fato e antecipando-se à Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), a Oxil – empresa pertencente ao Grupo Estre, especializada em manufatura reversa de resíduos sólidos, sediada em Paulínia (SP) – juntamente com a Xerox, fabricante norte-americana de equipamentos eletrônicos para impressão, desenvolveram um projeto pioneiro no Brasil, que consiste na incorporação das operações da Oxil dentro da fábrica da Xerox, localizada em Itatiaia (RJ). O projeto, que se encontra em atividade desde o último mês de janeiro, contempla uma operação de manufatura reversa para a desmontagem de equipamentos eletrônicos e a separação e destinação dos resíduos sólidos. A Xerox terceirizou e incorporou uma equipe da Oxil para trabalhar dentro de sua planta fabril fluminense, com o objetivo de reduzir custos e profissionalizar a área de manufatura reversa. Segundo o coordenador de Meio Ambiente da Xerox, Silvio de Souza
Divulgação / Xerox Guimarães: instalações estão totalmente preparadas para atender à legislação
Guimarães, a companhia já realizava esse tipo de operação desde 1992, para atender à necessidade de destinação dos resíduos gerados pela destruição de equipamentos obsoletos. O executivo explica ainda que, durante os anos, foi sendo agregado valor a essa área, tendo em vista uma demanda do governo de oficializar a PNRS para que a destinação dos materiais fosse feita de uma forma sustentável. “Hoje, nós temos instalações preparadas para atender totalmente à legislação”, revela Guimarães, referindo-se à estrutura da empresa e ao conhecimento da Oxil aplicado nas instalações da Xerox. Ainda segundo Guimarães, antes, essa operação era feita internamente pela empresa de manutenção da Xerox, mas a intenção sempre foi profissionalizar este processo. Foi então que a empresa realizou um BID no mercado para encontrar um provedor especializado na manufatura reversa e na gestão de resíduos sólidos para terceirizar os serviços. “Nessa pesquisa de mercado, convidamos somente empresas da área de meio ambiente com experiência em logística e manufatura reversa”, completa. Lucas Veloso, gerente-geral da Oxil, destaca que, durante a concor-
rência realizada pela Xerox, foram apresentados três cenários às empresas candidatas: o primeiro expunha a opção mais comum do mercado, na qual todos os equipamentos a serem desmontados seriam enviados à planta de desmonte da empresa responsável; a segunda opção sugeria que a fornecedora do serviço atuasse dentro da fábrica da Xerox e que todos os subprodutos gerados seriam de responsabilidade da própria fabricante que, por sua vez, absorveria a receita destes materiais vendidos. E a terceira opção contemplava a atividade dentro do site da Xerox, porém, deixando a responsabilidade por todo o resíduo sólido gerado para a empresa terceirizada.
A Xerox sempre teve a intenção de terceirizar o serviço junto a um provedor especializado em manufatura reversa
“Nós optamos pelo segundo cenário e propusemos trabalhar dentro da fábrica deles, aplicando nosso know-how e, ainda, assessorado a Xerox na venda de todo o material reciclável recuperado durante o processo de manufatura reversa”, explica Veloso. O executivo ressalta, também, que essa receita obtida com a venda dos resíduos destinados à reciclagem é remetida à Xerox, que utiliza a verba para ajudar a financiar toda a operação. “Antes, para identificarmos um reciclador, tínhamos de ir ao mercado fazer a investigação, verificar
Francisco Rojas / Agência Imagem
MANUFATURA REVERSA
Veloso: trabalho dentro do cliente aumenta a responsabilidade
se ele era legalizado, se tinha licença, etc. Agora, a Oxil faz isso para nós”, diz Guimarães, afirmando que a Xerox está confortável com toda a operação realizada pela Oxil. Ele conta também, que os materiais provenientes da manufatura reversa, como metais ferrosos e não-ferrosos, plástico mole e rígido, vidro e tonners, entre outros, podem apresentar riscos ao solo e água caso não sejam destinados adequadamente. Guimarães revela que, somente em 2012, aproximadamente 200 toneladas de metais ferrosos foram geradas e destinadas corretamente. Veloso esclarece que o projeto inicial foi acordado em dezembro do ano passado e trata-se de uma operação pioneira, pois é a primeira de que se tem conhecimento no Brasil de uma empresa especializada em manufatura reversa e gestão de resíduos sólidos terceirizada atuando dentro da planta do cliente. “Esse modelo in-house é muito rentável, pois o cliente tem um grande ganho em frete, já que tudo é processado dentro da sua planta, o que gera, também, ganho em eficiência, fazendo com que seja reaproveitado ao máximo tudo o que for possível”, diz. 58 - Revista Tecnologística - Maio/2013
Segundo o executivo da Oxil, a empresa possui 20 funcionários que atuam na planta da Xerox, totalmente dedicados a essa atividade. Além disso, a fabricante disponibilizou um espaço amplamente estruturado para esse processo. “Demos sorte, pois a Xerox já fazia essa operação internamente e já tinha um local adequado, inclusive com alguns equipamentos, como caçambas e mesas de desmontagem, que pudemos aproveitar. Além disso, utilizamos equipamentos eletrônicos que auxiliam na desmontagem dos produtos, como aparafusadeiras de ar-comprimido, moinho para plástico e prensa”, conta Veloso.
“Tivemos de contratar praticamente 100% da equipe. Conseguimos aproveitar apenas alguns colaboradores da Xerox que já atuavam nessa área anteriormente. Além disso, possuímos lideranças como o coordenador de Produção, que passa metade do mês na Xerox, e um gerente de Operações, que vai até lá uma vez a cada 15 dias”, completa o gerente-geral da Oxil, ao comentar sobre a formação da equipe. O executivo conta também que, no geral, a operação é exatamente igual à realizada nas dependências da Oxil, respeitando os mesmos padrões com relação a parâmetro de qualidade; e agenda coorporativa de
Estre tem instituto para ampliar educação ambiental
O
Grupo Estre, ao qual pertence a Oxil, foi fundado em 1999 e é dedicado a serviços ambientais, com especialização em lixo doméstico, comercial, industrial, eletrônico, da construção civil e de serviços de saúde. Com atuação em todas as etapas do gerenciamento de resíduos, como limpeza, coleta e transporte, valorização, tratamento e análises laboratoriais, a empresa tem também atividade na área de óleo e gás. A companhia está presente no Brasil, Argentina e Colômbia. Para ampliar a educação ambiental e o alcance de suas soluções, a empresa criou, em 2006, o Instituto Estre, especializado no desenvolvimento de programas de educação ambiental para o ensino formal e não formal, na inclusão social pela gestão de resíduos e na realização de ações que apoiam o reflorestamento
urbano. O instituto já recebeu aproximadamente 100 mil alunos e formou 6 mil professores, além de ajudar a plantar 120 mil mudas de árvores. Além disso, a instituição conta com o Programa de Educação Ambiental, que fornece subsídios para estimular a reflexão sobre as responsabilidades de cada cidadão no consumo de bens, na geração, disposição e valorização de resíduos sólidos, assim como os impactos destes processos na vida das pessoas. O programa oferece ainda iniciativas educativas, como palestras, apresentações teatrais e oficinas pedagógicas. Outro incentivo alinhado aos princípios da Política Nacional de Resíduos Sólidos é o apoio à Cooperlínia, uma cooperativa de reciclagem formada por 40 cooperadores, localizada em Paulínia (SP), sede da Oxil.
um time de altíssima performance”, revela Veloso. Segundo ele, a equipe foi dimensionada para produzir 46 toneladas por mês de resíduos sólidos, volume que foi acordado entre as empresas, mas atualmente a equipe chega a extrair 60 t ao mês. “O fato de termos montado uma Equipamentos destinados ao desmonte são recolhidos pela operação tão controXerox, por meio de transportadoras terceirizadas lada faz com que tenhamos um nível de eficiência maior toneladas do que hoje”, destaca. A PNRS impôs a obrigatoriedade do que o previsto. Inclusive, caso haja um aumento na demanda por desse processo, que entrará em viparte da Xerox, temos capacidade gor em agosto de 2014, quatro anos de processar até cinco vezes mais após a promulgação da lei. Veloso Divulgação / Xerox
diálogo de segurança. Os funcionários recebem benefícios semelhantes e usam uniforme igual ao dos que atuam na matriz. “Encaramos esse desafio com muita dedicação; afinal, estamos atuando a 300 km da nossa planta original e, pelo fato de trabalharmos dentro do cliente, temos mais responsabilidades e obrigações, pois além de cumprir com todas as normas da Oxil, ainda temos de seguir as políticas da Xerox”, declara Veloso. Para ele, esse tipo de atividade tem de ser mais controlada e estável, pois a Oxil ainda é submetida a avaliações mensais da cliente, o que não acontece quando opera dentro de sua própria planta. Ou seja, o nível de exigência torna-se maior. “Estamos muito contentes com esse projeto, pois estamos montando
A terceirização deu à Xerox um nível maior de reciclagem do que tinha quando o serviço era feito internamente
acredita que, a partir de então, a manufatura reversa in-house se tornará uma ótima opção para as empresas, pois faz com que a cadeia seja mais eficiente e gere menos gastos com transporte. “Com esta operação interna, a Oxil não precisa tirar os equipamentos da planta da Xerox em Itatiaia e trazê-los para a sua planta de Paulínia, no interior de São Paulo, para retirar e processar os resíduos; ela já desmonta os equipamentos e processa os resíduos dentro da própria planta do cliente. Eu acredito muito nesse modelo de negócio”, exalta o executivo. Em complemento, Guimarães diz que os equipamentos destinados ao desmonte são recolhidos por todo o Brasil pela própria Xerox, por meio de transportadoras terceirizadas, e encaminhados à planta de Itatiaia. Ainda segundo ele, o cliente solicita o recolhimento da máquina por meio do telefone 0800, sendo orientado sobre como proceder. Veloso revela também que, atualmente, a Xerox alcançou um nível maior de reciclagem do que tinha quando o processo de manufatura reversa era feito internamente. A atividade rendeu maior produtividade com menos pessoas e menor custo. Apesar de se tratar de uma linha de desmontagem, a operação não
possui muita complexidade tecnológica. Na sua grande maioria, os serviços são manuais, o que acaba aumentando o índice de resíduos recicláveis que podem ser aproveitados. O executivo da Oxil explica que, para esse trabalho, é necessário seguir uma metodologia chamada de Reverse Bill of Materials (RBOM), que na prática é uma lista técnica de procedimentos de montagem ao contrário. Cada tipo de equipamento que entra na linha de desmontagem passa por uma cronoanálise, para ver quanto tempo demora o desmonte e quantos quilos são retirados de cada material, como plástico, alumínio e vidros, entre outros. “Nesse processo, o item é inteira-
Há 48 anos no Brasil
A
Xerox é uma empresa global, de origem norte-americana, fundada em 1906. A companhia fica sediada na cidade de Norwalk, no estado de Connecticut, e conta com 140 mil funcionários espalhados por 160 países. Em 2011, registrou receita total de US$ 22,6 bilhões. Presente no Brasil desde 1965, a companhia mantém sua sede no Rio de Janeiro. Oferece ao mercado nacional equipamentos como scanners, impressoras e equipamentos multifuncionais com tecnologia laser, assim como máquinas digitais de impressão corporativa em alto volume ou produção gráfica digital. No país, conta com uma equipe de 3 mil funcionários, entre marketing, canais e operações, revendas, distribuidores e provedores de serviços.
Divulgação / Xerox
mente desmontado e é registrado quanto tempo leva a operação. Todos os materiais que saem desse equipamento são pesados e então montamos uma lista técnica ao contrário, específica para aquele item”, completa. Veloso revela que, quanto maior o volume absoluto que se obtém, melhor é a produtividade individual do funcionário, pois ganha-se escala e cada um pode se especializar na desmontagem de uma peça do Receita obtida com a venda de resíduos ajuda a subsidiar equipamento, ganhando a operação mais tempo no processo. Silvio Guimarães, da Xerox, apon- importância desse projeto é que pasta o projeto como fundamental para samos a ter controle sobre os resíduos a responsabilidade da indústria. “A que poderiam cair nas mãos de tercei-
ros sem responsabilidades e que não fariam a destinação correta dos materiais. Dessa forma, evitamos problemas futuros para a empresa perante os órgãos ambientais, bem como para o ambiente”, completa o executivo, acrescentando que, ao trabalhar com uma empresa profissional como a Oxil, obtêm-se maiores garantias no processo de manufatura reversa e gerenciamento de resíduos sólidos. André Moraes
Oxil: (19) 3833-2827 Xerox: (21) 4009-1212
ILOS - INSTITUTO DE LOGĂ?STICA E SUPPLY CHAIN
Divulgação
Divulgação
Panorama de logĂstica reversa de resĂduos pĂłs-consumo no Brasil Gisela Mangabeira de Sousa e Paula Oliveira
A
62 - Revista TecnologĂstica - Maio/2013
Fonte: ILOS, 2012
~ 2005
~ 1980
~ 1990
destinação de resĂduos pĂłs-consumo ĂŠ um tema que quanto ao desenvolvimento e planejamento das operatem sido discutido mundialmente nas Ăşltimas dĂŠcaçþes de logĂstica reversa de resĂduos. das e tem feito parte de um contexto de migração e Destinação de resĂduos compartilhamento de responsabilidades, antes entendidas pĂłs-consumo nas como estritamente governamentais, para a indĂşstria. empresas brasileiras A legislação da UniĂŁo Europeia sobre o assunto jĂĄ considera a indĂşstria no centro das decisĂľes quanto Ă destinação PĂłs-venda dos resĂduos gerados por seus ResĂduos gerados nas diferentes etapas da cadeia de -FJ 'FEFSBM OÂ? produtos, mesmo apĂłs seu suprimentos sĂŁo tratados de forma diferenciada pelo governo e $Ă˜EJHP EF %FGFTB EP uso pelo consumidor. Nos por cada stakeholder. A PNRS ĂŠ a mais recente e refere-se a $POTVNJEPS
destinação dos resĂduos pĂłs-consumo. Estados Unidos, nĂŁo tem sido diferente na maioria dos estados. No Brasil, em 2010, foi promulgada a PolĂtica Nacional de ResĂduos SĂłlidos &YUSBĂŽĂ?P EF 1SPEVĂŽĂ?P Varejo NBUĂ?SJB QSJNB (PNRS), que tambĂŠm aponta 2000 - Atual para essa direção. ResĂduo Nesse contexto, a indĂşsPĂłs-consumo t $POBNB F tria atuante no Brasil estĂĄ ResĂduo Industrial ResĂduo Comercial QJMIBT CBUFSJBT discutindo junto ao gover F QOFVNĂˆUJDPT t -FJ ;POFBNFOUP *OEVTUSJBM
t -FJ 'FEFSBM OÂ? TBOFBNFOUP CĂˆTJDP
t -FJ 1PMĂ“UJDB /BDJPOBM EF .FJP no qual a melhor forma de t %FDSFUP 'FEFSBM OÂ? "NCJFOUF
coletar e destinar os resĂdut -FJ "ĂŽĂ?P DJWJM QĂžCMJDB EF "HSPUĂ˜YJDPT
SFTQPOTBCJMJEBEF QPS EBOPT DBVTBEPT BP os pĂłs-consumo, quais suas Itens t PNRS/10 NFJP BNCJFOUF
inservĂveis: implicaçþes em custos, preitens no fim ços e quais suas necessidade sua vida 4BOĂŽĂœFT 1FOBJT Ăştil para o des de apoio. -FJ OÂ? -FJ EF DSJNFT BNCJFOUBJT "SU i.VMUBT EF 3 F P NĂˆYJNP EF 3 NJMIĂœFTw consumidor O presente artigo tem o objetivo de trazer uma breve Figura 1 - Evolução da legislação quanto Ă responsabilidade sobre a destinação adequada de resĂduos visĂŁo da situação brasileira
Maio/2013 - Revista TecnologĂstica - 63
Fonte: ILOS, 2012
As primeiras legislaçþes A maioria das empresas atuantes no Brasil conhece a nova legislação e jĂĄ iniciou alguma sobre gestĂŁo de resĂduos atividade (mesmo que piloto) de gerenciamento de resĂduos pĂłs-consumo. tiveram maior impacto sobre a destinação de resĂduos industriais, abrangendo 5SBUB PV EFTUJOB DPSSFUBNFOUF PT posteriormente a destinaSFTĂ“EVPT HFSBEPT OB 98% ção de resĂduos comerciais QSPEVĂŽĂ?P JOEVTUSJBM e, atualmente, resĂduos pĂłs-consumo (Tabela 1). (FSFODJB B MPHĂ“TUJDB Considerando esse con69% SFWFSTB EF QĂ˜T WFOEB Principais motivadores texto legislatĂłrio, veriďŹ ca-se que as empresas atuan3FBMJ[B BMHVNB BUJWJEBEF t "VNFOUBS P QSFTUĂ“HJP EB NBSDB 61% QBSB HFSFODJBNFOUP EF tes no Brasil tĂŞm diferentes SFTĂ“EVPT QĂ˜T DPOTVNP t "VNFOUBS WFOEBT MVDSPT
graus de implementação t 3FEV[JS DVTUPT de açþes para gerenciat "UFOEFS Ă‹ EFNBOEB EF 3FUPSOB P NBUFSJBM mento de resĂduos. 41% BNCJFOUBMJTUBT QSPNPDJPOBM As açþes relacionadas ao tratamento de resĂduos industriais jĂĄ estĂŁo mais bem direcionadas que as Figura 2 - Representatividade de empresas que realizam atividades de logĂstica reversa de resĂduos e demais, em virtude do principais motivadores fato de as legislaçþes sobre fornecedores de matĂŠrias-primas sĂŁo, atualmente, os o tema serem mais antigas e as penalidades terem meprincipais agentes dessa cadeia reversa, sendo utilizalhor deďŹ nição. Em menor estĂĄgio de desenvolvimento, dos por mais de 90% das empresas que executam alguestĂĄ o direcionamento dos resĂduos pĂłs-consumo, cuja ma operação deste tipo no paĂs. legislação foi promulgada recentemente e ainda estĂĄ em Destaca-se que algumas empresas tĂŞm tido dificulperĂodo de detalhamento de metas e penalidades. dade de incluir, no processo de destinação de resĂduSegundo pesquisa realizada pelo ILOS em 2012, os, alguns agentes, como as cooperativas de catadores quando se trata do direcionamento dos resĂduos pĂłs(que fazem parte de apenas 26% das operaçþes atu-consumo, as atividades sĂŁo realizadas, principalais) e o varejo (que estĂĄ presente em 53% dos casos). mente, pelas ĂĄreas de Meio Ambiente/SustentabiliA dificuldade de inclusĂŁo de cooperativas de cadade e LogĂstica das empresas, sendo que a ĂĄrea de tadores no processo de destinação de resĂduos pĂłsMeio Ambiente ĂŠ responsĂĄvel em 27% dos casos e a -consumo estĂĄ fortemente relacionada com o fato de de LogĂstica, em 22%. Em 5% das empresas, as duas elas nĂŁo serem reconhecidas pelas empresas como ĂĄreas atuam de forma conjunta. Isso vem do fato de agentes de operação independentes, tendo necessia destinação dos resĂduos industriais ter sido o pridade de apoio para implantação de estrutura fĂsica e meiro marco legal promulgado no paĂs e, para seguir de gestĂŁo. JĂĄ no caso do varejo, a principal dificulcorretamente as recomendaçþes, vĂĄrias empresas dade estĂĄ na organização do mercado secundĂĄrio de criaram a ĂĄrea de Meio Ambiente. A LogĂstica particiresĂduos no Brasil, reconhecido como um mercado de pa dessas atividades quando as operaçþes de coleta e baixo desempenho. destinação de resĂduos sĂŁo mais complexas e exigem A alocação lucrativa do resĂduo no mercado secunum maior apoio tĂŠcnico. dĂĄrio ĂŠ uma atividade que exige uma expertise de maCadeia reversa para peamento de oportunidades e a construção de uma destinação de rede de contatos de alta complexidade de execução. resĂduos pĂłs-consumo no Brasil Nos Estados Unidos, empresas como a Genco oferecem serviço de alocação lucrativa, serviço este por ora Como jĂĄ ĂŠ sabido, a operação para destinação dos nĂŁo disponĂvel no mercado brasileiro. resĂduos pĂłs-consumo envolve diferentes agentes. SeAinda tendo em vista as dificuldades encontradas gundo a pesquisa do ILOS, os operadores logĂsticos e para a implantação de operaçþes reversas, temos o
ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN
Lei
Lei 6.803/80 Zoneamento industrial
Lei 6.938/81 Política Nacional do Meio Ambiente
Lei 7.347/85 Ação civil pública por danos ao meio ambiente
Lei 9.605/98 Lei de Crimes Ambientais
Disposição
Conceito de Poluidor-Pagador
Diretrizes básicas para o zoneamento industrial nas áreas críticas de poluição, e dá outras providências
A instalação de uma indústria deve seguir regra de zoneamento
“Art. 1º (...) as zonas destinadas à instalação de indústrias serão definidas em esquema de zoneamento urbano, aprovado por lei, que compatibilize as atividades industriais com a proteção ambiental”
Atividades industriais poluidoras devem ter licença para serem implantadas, operarem e/ou serem ampliadas
“Art. 9º (...) O licenciamento para a implantação, operação e ampliação de estabelecimentos industriais, nas áreas críticas de poluição, dependerá da observância do disposto nesta lei, bem como do atendimento das normas e padrões ambientais definidos pela SEMA, pelos organismos estaduais e municipais competentes, notadamente quanto às seguintes características dos processos de produção (...)”
Definição da responsabilidade do poluidor
“poluidor é a pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável, direta ou indiretamente, por atividade causadora de degradação ambiental”
Obrigatoriedade de recuperar e/ ou indenizar danos gerados
“(...) à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins ecônomicos”
Estabelece as formas de indenização passíveis
“(...) danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: à multa simples ou diária; à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público; à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; à suspensão de sua atividade”
Detalhamento do processo de ações civis para cobrança da recuperação e/ou indenização ao poluidor
Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por danos causados ao meio ambiente
Responsabilização de representantes civis por crimes ambientais realizados no contexto de sua administração da empresa
“As pessoas jurídicas serão responsabilizadas administrativa, civil e penalmente conforme o disposto nesta lei, nos casos em que a infração seja cometida por decisão de seu representante legal ou contratual, ou de seu órgão colegiado, no interesse ou benefício da sua entidade (...) A responsabilidade das pessoas jurídicas não exclui a das pessoas físicas, autoras, coautoras ou partícipes do mesmo fato”
Responsabilização de pessoas jurídicas e físicas por crimes ambientais
Penalizações: multa; restritivas de direitos (suspensão parcial ou total de atividades, interdição temporária de estabelecimento, obra ou atividade, proibição de contratar com o Poder Público, bem como dele obter subsídios, subvenções ou doações); prestação de serviços à comunidade; reclusão
Lei 11.445/07 Saneamento Básico
Responsabilização dos geradores privados pelo direcionamento de “Não constitui serviço público a ação de saneamento executada por meio de soluções seus resíduos (coleta de resíduos individuais, desde que o usuário não dependa de terceiros para operar serviços, bem comerciais/industriais é de como as ações e serviços de saneamento básico de responsabilidade privada (...)” responsabilidade de cada empresa)
Lei 8.078/90 Código de Defesa do Consumidor
Obrigatoriedade das empresas em ressarcirem os consumidores
Os fabricantes devem responder pela: “(...) reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos (...) Podendo ser o comerciante igualmente responsável”
Obrigatoriedade de logística reversa de resíduos pós-consumo
“ São obrigados a estruturar e implementar sistemas de logística reversa, (...) os fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de: I - agrotóxicos (...) II pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes”
Definicação do conceito de responsabilidade compartilhada
Responsabilidade compartilhada é o conjunto de atribuições individualizadas e encadeadas dos fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes, dos consumidores e dos titulares dos serviços públicos de limpeza urbana e de manejo dos resíduos sólidos (...)
Conama 257/99 e 401/08
Obrigatoriedade da logística reversa de pilhas e baterias
“ As pilhas e baterias, usadas ou inservíveis, recebidas pelos estabelecimentos comerciais ou em rede de assistência técnica autorizada, deverão ser, em sua totalidade, encaminhadas para destinação ambientalmente adequada, de responsabilidade do fabricante ou importador”
Conama 258/99
Obrigatoriedade da logística reversa de pneus
“ Determina que as empresas fabricantes e as importadoras de pneumáticos ficam obrigadas a coletar e dar destinação final ambientalmente adequada aos pneus inservíveis”
Conama 2011
Obrigatoriedade da logística reversa de óleos lubrificantes
“ As embalagens plásticas de óleos lubrificantes, pós-consumo usadas disponibilizadas pelos geradores e revenda deverão ser gerenciadas armazenadas, coletadas e destinadas à reciclagem, de modo que não afetem negativamente o meio ambiente (...)”
Decreto 4.074/02
Obrigatoriedade da logística reversa de embalagens de agrotóxicos
Responsabilidade por “inspeção - acompanhamento, por técnicos especializados, das fases de produção, transporte, armazenamento, manipulação, comercialização, utilização, importação, exportação e destino final dos agrotóxicos, seus componentes e afins, bem como de seus resíduos e embalagens”
Política Nacional de Resíduos Sólidos 2010
Fonte: Autoras
Implicação
Tabela 1 - Histórico da legislação ambiental brasileira e suas implicações para as empresas 64 - Revista Tecnologística - Maio/2013
ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN
fato de que os resíduos de pós-consumo podem ter uma dispersão geográfica muito maior que a existente na cadeia de abastecimento, pois podem ser resíduos domiciliares. Essa alta dispersão leva à busca de escalabilidade em volume para redução dos custos unitários. O custo operacional da cadeia reversa é altamente relevante, considerando-se que o valor agregado do resíduo é baixo, sendo difícil reaver os gastos pelo processo de recuperação e venda do material coletado. A obtenção da escala de volume necessária para redução dos custos está fortemente relacionada com o desenvolvimento de ações conjuntas entre as empresas, exigindo, dessa forma, esforço para a construção de parcerias ou até mesmo para a construção/ identificação de agentes consolidadores. Apesar dos possíveis custos adicionais para a operação reversa, apenas 36% das empresas imaginam que os preços dos produtos serão impactados em decorrência de sua implantação; contra 27% de empresas que acreditam na possibilidade de redução dos preços e 37% que acham que não haverá alteração.
Essa situação pode ser entendida sob a luz das diferentes oportunidades de mudança de posicionamento de mercado que as empresas de cada setor vislumbram: • Absorver os custos da operação reversa dentro da margem do produto em prol de benefícios de imagem que possam aumentar sua competitividade no mercado; • Obter ganhos com a venda ou reuso dos resíduos que possibilitem a redução de preços; • Oportunidade de reposicionamento de preços dos produtos que têm operação reversa, considerando esta uma atividade agregadora de valor ao produto; • Repasse de custos para o preço dos produtos, dado que o custo unitário ocorrerá para todas as empresas do segmento.
Estágio atual de implantação de operações de logística reversa no Brasil A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), promulgada em 2010, prevê a obrigatoriedade de criação de um sistema de logística reversa, instituindo a respon-
Fornecedores
93% 82%
Distribuidores Recicladores
75%
Associações
75% 58%
Consumidores
53%
Fonte: ILOS, 2012
Varejo Intermediários
40%
ONGs
40% 26%
Figura 3 - Stakeholders envolvidos no processo de LR pós-consumo
sabilidade compartilhada pela disposição final correta dos resíduos gerados a sete classes distintas de resíduos: 1) embalagens e resíduos de agrotóxicos, 2) pneus, 3) embalagens e resíduos de óleos lubrificantes, 4) produtos e componentes eletrônicos, 5) pilhas e baterias, 6) lâmpadas fluorescentes (vapor sódio, mercuriais e mistas) e 7) embalagens. Nesse contexto, a logística reversa passa a ser responsabilidade dos produtores e, em decorrência disso, as empresas vêm buscando integrar suas operações pós-con-
60%
Alto custo operacional 53%
Alta dispersão geográfica Baixo apoio do governo para coleta seletiva
45%
Resíduos são itens de baixo valor
42%
Baixa escala de volume dos resíduos
38%
Dificuldades de interpretar a legislação
33%
Cooperativas são pouco estruturadas e têm dificuldades de gestão
33%
Dificuldades para desenvolver ações conjuntas
33% 28%
Mercado secundário de baixa perfomance Não é prioridade de ação para a empresa Baixa cooperação da população para coleta seletiva Não há operadores logísticos disponíveis no mercado Dificuldades com tecnologias da informação
25% 24% 23% 20%
Muito alta ou alta
Figura 4 - Principais dificuldades para implementação da operação de LR pós-consumo Maio/2013 - Revista Tecnologística - 67
Fonte: ILOS, 2012
96%
Operadores Logísticos
Cooperativas
sumo por meio das associações setoriais. Desse modo, encontram sinergias para aumentar a área geográfica atendida pelo programa e o volume de resíduos coletados e destinados adequadamente, reduzindo o custo da operação reversa e facilitando sua gestão, entre outros benefícios. Dessa nova necessidade, surgem as entidades gestoras, com o objetivo de controlar integralmente a cadeia reversa de resíduos pós-consumo e garantir que as metas de coleta e destinação estabelecidas junto ao governo sejam cumpridas ao menor custo. É importante ressaltar a existência de diferenças no nível de maturidade da cadeia reversa das diversas classes de produtos descritas como obrigatórias na PNRS. Como mostra a Figura 6, até o momento, já há processos estruturados para “embalagens e resíduos
ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN
de agrotóxicos” e “pneus”, ambos coordenados por entidades gestoras – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias (Inpev) e Reciclanip, respectivamente. Vale citar que ambas as classes foram regulamentadas há cerca de dez anos, com base em resoluções do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), passando por um processo diferenciado de implantação. Esses dois casos seguem modelos semelhantes para a operacionalização da logística reversa. Em ambos, a coleta ocorre por intermédio de pontos de recebimento, a partir dos quais é feita a triagem dos resíduos que serão destinados adequadamente (reuso, incineração, geração de energia e novos insumos, entre outros). Para o setor de pneus, os principais fatores de sucesso na implantação dessa iniciativa foram: a existência de um marco regulatório, o desenvolvimento de uma solução pela associação do setor (Anip), a constituição de entidade gestora independente (Reciclanip) e o reconhecimento, pelos consumidores, da importância do trabalho num contexto de sustentabilidade. O Inpev iniciou suas atividades em 2002, tendo investido desde então mais de R$ 450 milhões e coletado cerca de 220 milhões de toneladas de embalagens vazias. Atualmente, a operação do instituto coleta e destina cerca de 80% do total de embalagens comercializadas, chegando a 94% para embalagens plásticas, constituindo-se numa referência mundial. Com exceção das embalagens de agrotóxicos e pneus, as demais classes de produtos ainda estão em etapa de discussão de alternativas com o governo, mediante as as-
1936
1960
Início das atividades da indústria de pneumáticos no Brasil
Fundação da Anip, Associação Nacional da Indústria de Pneumáticos
sociações de classe, sobre a regulamentação (metas, penalidades) da PNRS, não havendo, portanto, um processo unificado e nacional instituído. A Abinee é a associação que está liderando junto ao governo as discussões com relação às pilhas e baterias e aos produtos e componentes eletrônicos. Esses setores têm encontrado dificuldades na discussão com o governo para definição da meta de representatividade do volume total a ser coletado. Essa dificuldade se dá, principalmente, pelo fato de haver no mercado brasileiro um volume significativo de produtos piratas. O alinhamento entre as empresas associadas para desenho de uma operação conjunta é também uma dificuldade, pois há uma visão de que uma operação única reduzirá a percepção do cliente quanto às vantagens ambientais relacionadas ao produto, podendo impactar em mudança no market share. Em paralelo às discussões com o governo, empresas e grupos de empresas estão trabalhando em iniciativas independentes para a logística reversa dos resíduos de pós-consumo. No que tange às embalagens, a Tetra Pak tem investido na educação voltada à coleta seletiva por meio de folhetos educativos e do site Rota da Reciclagem, além da capacitação de cooperativas e da instalação de pontos de coleta. Com esse trabalho, a empresa tem chegado a coletar e destinar adequadamente cerca de 20% das embalagens colocadas no mercado, auxiliando ainda na geração de renda para as cooperativas. Além dos setores citados na PNRS, outros serão chamados para participar do processo nos próximos
1999 Início do Programa Nacional de Coleta e Destinação de Pneus Inservíveis
2007
2012
Criação da Reciclanip, entidade gestora independente e sem fins lucrativos.
Fonte: Autoras
Investimento > US$ 175 M (Transporte e Destinação) Volume coletado > 2 M toneladas (400 M de pneus) M= milhões
Figura 5 - Desenvolvimento da logística reversa de pneus 68 - Revista Tecnologística - Maio/2013
Itens com LR obrigatória PNRS (2010)
1
2
3
4
Associações setoriais / Entidades gestoras
Embalagens e resíduos de agrotóxicos
INPEV
Pneus
ANIP/ RECICLANIP
Embalagens e resíduos de óleos lubrificantes
SINDICOM
Produtos e componentes eletrônicos Pilhas e baterias Lâmpadas fluorescentes, vapor de sódio, mercuriais e mistas Embalagens
x x x x
x x x x
ABINEE
ABINEE ABILUMI, ABILUX ABIPHEC, ABIOVE, ABIPLA, ABIVIDRO, etc.
1 Definição de princípios legais: Política Nacional de Resíduos Sólidos ou Conama ( Embalagens e resíduos de agrotóxicos e pneus foram implantados com base no Conama)
Fonte: Autoras
2 Negociação com setores: Setores apresentam estudo de viabilidade técnico-econômica 3 Acordos e Decretos: Assinatura do acordo setorial (definição de metas)
( Embalagens e resíduos de agrotóxicos e pneus não tinham obrigação de assinar acordo setorial)
4 Implementação e acompanhamento: Implementação da operação para atender às metas Figura 6 - Estágio de discussão sobre o plano de implementação de logística reversa por itens
anos, como o de medicamentos, convocado para o processo em 2012.
Conclusões A implantação de operações de logística reversa de resíduos pós-consumo está sendo impulsionada no Brasil, principalmente, pelo desenvolvimento legislatório sobre o tema e pela atração dos consumidores por ações voltadas à sustentabilidade. Nesse contexto, nos próximos anos, devemos observar mudanças significativas na área de gerenciamento de resíduos sólidos urbanos no país, no desenvolvimento de setores relacionados ao tema e no modus operandi das competições por mercado.
Referência bibliográfica ILOS, Panorama Brasileiro de Logística Reversa de Resíduos Pós-Consumo, apresentação realizada por Gisela Sousa, Mega Sessão: XVIII Fórum Internacional de Logística, agosto/2012*
Gisela Mangabeira de Sousa Consultora do Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS gisela.sousa@ilos.com.br Paula Oliveira Consultora do Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS paula.oliveira@ilos.com.br Tel.: (21) 3445-3000
*Participaram da Mega Sessão: Fernando Von Zuben, diretor de Meio Ambiente América Latina da Tetra Pak; Fabio Neiva, gerente de Logística América Latina da Goodyear; André Cordeiro, diretor de Supply Chain América Latina da FMC Corporation; André Saraiva, diretor da Área de Responsabilidade Socioambiental da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e diretor executivo do Programa de Responsabilidade Ambiental Compartilhada (PRAC); Edgar Blanco, diretor de Pesquisa no Centro de Transportes e Logística do Massachusetts Institute of Technology (MIT), EUA; moderados por Dale Rogers, líder de Práticas em Sustentabilidade e Logística Reversa do ILOS e professor da Universidade de Rutgers. Maio/2013 - Revista Tecnologística - 69
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Alexandre Ondir / Agência Imagem
ARTIGO POLI/CISLOG
Estudo de caso sobre o fluxo reverso das máquinas de transação eletrônica Juliana Milani Simeão e Luciano Mazza
70 - Revista Tecnologística - Maio/2013
Fonte: CNDL, 2010
O
presente artigo tem como obje- por intermédio da utilização de car- período de 2000 a 2009, com aumentivo abordar a logística reversa tões de débito e crédito, mediante to de 375% no número de cartões, de pós-consumo na operação uma rede de captura de transações. 455% no número de transações e de das máquinas de transações eletrô- Essa transação é efetuada por uma 576% no valor das transações, connicas, denominadas de point of sale/ máquina que se denomina POS. forme Tabela 1. service (pontos de venda ou serviço), Essa modalidade de pagamento A responsabilidade pela captura consistindo na apresentação do fluxo teve um crescimento substancial no das transações é das credenciadoreverso e suas características, identificação de processos críticos e proposições de BANDEIRAS alternativas de melhoria. Credenciamento Promoção É importante ressaltar o Captura quanto as relações comerProcessamento Liquidação Valor da transação ciais evoluíram ao longo da menos a taxa de intercâmbio história, desde o escambo EMISSORES CREDENCIADORAS (que era a troca direta de mercadorias) até os meios eletrônicos de pagamento, Valor da transação Data da Pagamento do valor extremamente comuns nas (descontada a taxa Fatura transação da compra de administração) atuais relações entre os participantes do mercado. Cartões de crédito / débito Para esclarecimento, ESTABELECIMENTOS PORTADORES meio eletrônico é a forma COMERCIAIS de pagamento por um proProdutos / Serviços duto ou serviço, na qual a transferência de valores Figura 1 - Fluxo das operações de pagamentos eletrônicos se realiza eletronicamente
Fonte: ABECS, 2010
Evolução da indústria de cartões de pagamento - Total Ano base Nº cartões (milhões)
2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 % Var. Período 119
151
183
222
277
336
388
453
519
565
375%
Nº transações (bilhões) V. transações (R$ bilhões)
1,1 65,7
1,4 88,3
1,6
1,9 128
2,5 159
3,2 200
3,7 245
4,4 302
5,3 375
6,1 444
455% 576%
104
Tabela 1 - Crescimento da indústria de pagamento eletrônico no Brasil
ras, que têm a função de mediar as operações entre as bandeiras de cartões e os lojistas. Esse fluxo é ilustrado na Figura 1. As credenciadoras possuem um grande parque de POSs instalado nos estabelecimentos comerciais (ECs). Segundo a Associação Brasileira das Empresas de Cartões de Crédito e Serviços (ABECS, 2012), considerando somente as duas maiores credenciadoras do país, entre 2005 e 2009 o número de POSs instalados registrou aumento de 120%, partindo de 1,2 milhão para cerca de 2,6 milhões de máquinas. Esse aumento justifica a manutenção dos estoques de POSs, com o propósito de garantir a reposição dos equipamentos defeituosos e realizar o giro da cadeia, que é a logística direta (de envio dos POSs aos ECs) e a reversa (retirada dos POSs dos estabelecimentos), tratada neste estudo. Considerando a Figura 1, percebe-se um terceiro agente, que se situa entre as credenciadoras e os estabelecimentos comerciais. Esse agente é o conjunto de operadores logísticos integrados, que são contratados pelas credenciadoras para gerenciar o parque instalado de POSs e realizar todos os processos de manutenção e reposição nos ECs no menor tempo possível, de modo a não prejudicar as vendas. É justamente o fluxo reverso de um desses operadores logísticos que é analisado neste trabalho. Ressalta-se que alguns dados foram altera-
dos de forma a preservar a identidade da empresa. Para garantir a compreensão adequada do estudo, os próximos paragráfos tratam de uma breve revisão da literatura sobre logística reversa, com a apresentação das características do fluxo reverso, identificação de processos críticos e, por fim, as propostas de melhoria. A logística reversa é definida, pelo Reverse Logistics Executive Council (RLEC, 2010), como o processo de planejamento e controle, de forma eficiente em fluxo e em custos, de produtos relacionados do ponto de consumo ao seu ponto de origem para recuperação de valor ou descarte apropriado. Leite (2009) define que os canais reversos podem ser de dois tipos: • Pós-Venda: parcela de produtos que têm pouca ou nenhuma utilização, associados a problemas de qualidade, ciclo de negócios e outros fatores. • Pós-Consumo: parcela de produtos que geralmente se destinam ao descarte, depois de finalizada sua utilidade original, e têm como subsistemas: reuso, remanufatura e reciclagem. Para Leite, a natureza do Produto Logístico de Pós-Consumo está associada à sua vida útil, podendo ser: bens descartáveis (duração de vida média de algumas semanas, raramente superior a seis meses; exemplos: revistas, fraldas, etc.); bens duráveis (vida útil média de alguns anos a algumas décadas; exemplos: navios, aviões, etc.) e bens semidurá-
veis (têm uma vida útil média de meses, raramente superior a dois anos; exemplos: baterias de celulares, computadores e seus periféricos, etc.). Ainda segundo o mesmo autor, os Canais de Distribuição Reversos (CDRs) de Pós-Consumo possuem duas tipologias: • Ciclo aberto: são formados pelas diversas etapas de retorno dos materiais constituintes dos produtos de pós-consumo, ou seja, nestes canais, o foco não está no produto em si, mas nas matérias-primas que o compõem. • Ciclo fechado: nessa tipologia, o foco está no produto logístico reverso para reaproveitamento de seus materiais na fabricação/transformação de um produto similar ao de origem. Uma característica principal dos produtos de ciclo fechado é a apresentação de alta eficiência no fluxo reverso em virtude do uso de seu material de formação. Nesse sentido, o desenvolvimento do estudo está associado aos Canais de Distribuição Reversos de Pós-Consumo e Remanufatura, com natureza de bem semidurável e tipologia de ciclo fechado, uma vez que o POS retorna à base para ser recuperado e enviado novamente ao cliente. Para um melhor entendimento, os CDRs de Remanufatura são geralmente formados por empresas industriais, comerciais e de serviços. Dessa forma, os produtos são coletados e enviados ao local onde serão reaproveitados, com a finalidade de recuperar o valor de alguma maneira. Maio/2013 - Revista Tecnologística - 71
ARTIGO POLI/CISLOG
Fonte: Lacerda, 2002
A organização de um canal reverso de pós-consumo depende de algumas condições para que se obtenham os resultados desejados. Leite destaca esses requisitos em: • Remuneração em todas as etapas reversas: ao longo das fases do fluxo reverso, o produto gerado deve proporcionar ganho de rentabilidade. • Qualidade dos materiais: o processo de reintegração ao ciclo produtivo deve propiciar eficiência e ser economicamente viável (escala). O Canal de Distribuição Reverso tem influência de diversos fatores, tais como: econômicos, tecnológicos e logísticos; podendo ser modificados pelos aspectos ecológicos, legislativos e pela imagem corporativa. Nesse sentido, percebe-se a importância de se realizar um dimensionamento adequado do fluxo logístico do produto para que se obtenha, ao final do processo, os resultados esperados, baseados na revalorização econômica dos bens e no aumento de valor agregado perceptível ao cliente, com uma operação eficiente nos processos e nos custos. Para que o dimensionamento do fluxo reverso proporcione via-
demais processos da empresa, a reversa deve ter seu fluxo mapeado para que se permita controlar e identificar as etapas que precisam de melhorias; • Ciclo de tempo reduzido: está associado ao tempo entre a identificação da necessidade do produto (reparo, reciclagem, descarte, etc.) e a sua efetiva realização; • Sistemas de informação acurados: este item relaciona-se à capacidade de controle de visualização do produto reverso e dos processos que o envolvem, tais como: rastreabilidade, controle dos tempos de procesbilidade à operação, existem alguns samento, informações sobre perdas, fatores críticos que, dependendo da avarias ou roubos e desempenho dos forma como são planejados e con- fornecedores, entre outros; trolados, podem influenciar tanto • Rede logística planejada: ter uma positiva quanto negativamente a infraestrutura de logística reversa aproeficiência do sistema. Segundo La- priada ao porte da operação; cerda (2002), esses fatores são os • Relações colaborativas entre ilustrados na Figura 2. clientes e fornecedores: referem-se Como base desses fatores, entende-se: ao gerenciamento dos conflitos que • Bons controles de entrada: consis- são fruto do retorno dos produtos, tem na identificação correta do estado que envolvem a estreita relação dos materiais que retornam; entre cliente e fornecedor. Nesse • Processos mapeados e formaliza- campo, é necessário que o compordos: é determinante não tratar a logís- tamento de ambos seja colaboratitica reversa como um processo eventu- vo e que procurem, na medida do al e sem importância. Assim como os possível, facilitar a resolução dos problemas para que, ao final do processo, as duas partes saiam com suas necessidades atendidas. Bons Processos A função da logística reCiclo de tempo versa na indústria de meios controles mapeados reduzido de pagamentos eletrônicos de entrada e formalizados é proporcionar o giro da cadeia, ou seja, as máquinas (POSs) que retornam ao operador logístico inteRelações grado (OPL) serão reparaSistemas de Rede das e enviadas novamente colaborativas informação logística aos clientes finais (estabeentre clientes acurados planejada lecimentos comerciais). O e fornecedores fluxo reverso é apresentado na Figura 3. O fluxo reverso se inicia Figura 2 - Fatores críticos para a eficiência do processo reverso quando o estabelecimento
72 - Revista Tecnologística - Maio/2013
O canal de distribuição reverso sofre influência de diversos fatores, como econômicos, tecnológicos e logísticos
ARTIGO POLI/CISLOG
comercial abre uma Ordem de Serviço (OS) para retirada do POS. Esse equipamento pode ser removido por alguns motivos, mas o principal deles é o reparo. O courier1 é o profissional que retira a máquina do EC e a retorna ou a uma filial da empresa na região de atendimento ou a um parceiro comercial. Uma vez que o POS esteja num desses locais, são efetuados alguns procedimentos internos e solicitada a coleta ao setor de planejamento na matriz da empresa. Quando a transportadora contratada efetua a coleta, é necessário que um colaborador da filial/parceiro realize um procedimento sistêmico informando que o POS referido está em trânsito. Assim, o setor de planejamento poderá acompanhar e, se preciso for, cobrar a transportadora em caso de atrasos. Quando da chegada do POS à matriz, o setor de recebimento do centro de distribuição (CD) realiza dois tipos de recebimento, que se classificam como quantitativo e qualitativo. O primeiro é o que se denomina de recebimento sistêmico, em que apenas é conferida a quantidade entregue e efetuado no sistema seu registro de entrada no CD. É importante mencionar que o setor de recebimen-
Solicitação de retirada do POS pelo EC.
Fonte: Própria autora
Retirada do POS no EC pelo courier
Retorno do courier à base (filial ou parceiro)
Figura 3 - Fluxo reverso geral 74 - Revista Tecnologística - Maio/2013
to somente consegue fazer esse registro se a filial/parceiro tiver cumprido a obrigação de, no ato da coleta, informar o “trânsito” do equipamento. Caso contrário, esse POS ficará com status sistêmico de “bloqueado”, impossibilitando sua movimentação e conserto, o que consequentemente atrasará sua disponibilidade para uma nova expedição. Já o recebimento qualitativo consiste na separação dos acessórios do equipamento (cabos, fontes e baterias), relacionando as eventuais ausências destes materiais. Esse processo está ligado ao ato da retirada do POS pelo courier no EC. A retirada deve ser completa, uma vez que esses acessórios são essenciais para a composição do conjunto e talvez exista algum item que precise ser substituído para a perfeita recuperação do POS. Após essas conferências, o equipamento segue para a linha de recuperação e, uma vez finalizado o serviço, pode ter dois destinos: a expedição, caso exista uma demanda imediata a ser atendida; ou o estoque, em caso contrário. Como metodologia para identificar os processos críticos, utilizou-se o Diagrama de Causa e Efeito (Ishikawa)2. Para efeitos práticos, a Tabela 2
ilustra os resultados dessa aplicação e as alternativas de melhoria. Esses três processos identificados como críticos estão relacionados aos fatores para eficiência do fluxo reverso definidos por Lacerda, uma vez que: • Processo 1. Retirada do POS pelo courier – relacionado aos bons controles de entrada e relações colaborativas entre clientes e fornecedores; • Processo 2. Coleta do POS na filial/parceiro – associado ao fator processos mapeados e formalizados; • Processo 3. Entrada do POS na matriz – relacionado aos dois fatores já mencionados acima e também ao fator de sistemas de informação acurados. Pode-se observar que os processos 1 e 2 impactam diretamente no processo 3, pois o fato de existir uma maior quantidade de acessórios faltantes demanda mais tempo para a conferência no recebimento. Se o colaborador da filial/parceiro não efetua o fluxo completo no ato da coleta pela transportadora, o setor de recebimento não pode dar entrada da máquina no CD, o que atrasará todo o processo de conserto. O processo 3, além de sofrer impacto dos demais, tem uma carac-
Processos internos para envio à matriz
Chegada da máquina ao CD
Processos de reparo da máquina
Enviado novamente para atendimento de OS
Envio ao estoque
Nº/Processo
Causa Primária
1. Retirada do POS pelo courier
Medida
Fonte: Própria autora
2. Processo de Coleta Filial/parceiro
3. Entrada no recebimento da matriz (CD)
Problema
Retirada incompleta, com falta dos acessórios.
Proposta de melhoria Criação de um formulário por tipo de POS, que contenha a descrição e seus componentes, para que no ato da coleta o técnico identifique com um (X) os acessórios faltantes.
Mão de obra
O colaborador da base ou da filial não efetua a entrada sistêmica em “trânsito” no ato da coleta pela transportadora.
Treinamento e estudo de penalizações para fluxos não concluídos.
Medida
Sistema precário.
Reestruturação do sistema atual que não atende de forma eficiente a demanda atual.
Método
Procedimento ineficiente.
Mapeamento do processo atual e definições de um novo procedimento com maior eficácia.
Mão de obra
Erros operacionais.
Treinamento dos colaboradores.
Tabela 2 - Identificação das causas e propostas de melhoria
terística individual: conta com um sistema de operações precário que dificulta o desempenho dos colaboradores responsáveis, aumentando assim as chances de erros, sendo que o procedimento atual de realização não fornece a dinâmica e a agilidade que a operação necessita. Com a implantação dessas propostas, as expectativas são: Permitir à empresa saber com exatidão quais são os tipos de acessórios faltantes em maior escala; 1. Identificar em qual etapa esses acessórios são perdidos (estabelecimento comercial, filial/parceiro ou transportadora); 2. Solucionar em definitivo o problema com os POSs que chegam bloqueados à matriz, impossibilitando o seu recebimento-padrão; 3. Reduzir a perda de acessórios do índice atual de 12% ao mês, por meio de uma queda gradativa, até pelo menos 3% ao mês, índice que o cliente considera aceitável para a operação.
Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS EMPRESAS DE CARTÕES DE CRÉDITO E SERVIÇOS. Dados do setor/2012. Disponível em: http://www.abecs.org. br. Acesso em 5/8/2012. CARTÃO DE CRÉDITO. Disponível em: http://cartaoecredito.net. Acesso em 4/8/2012. CONFEDERAÇÃO NACIONAL DE DIRIGENTES LOGISTAS. Funcionamento do setor/2010. Disponível em: http:// www.cndl.org.br/. Acesso em 5/8/2012. ISHIKAWA, Kaoru. Controle de Qualidade Total à maneira japonesa. 6a. ed. Rio de Janeiro: Campus, 1997. LEITE, Paulo Roberto. Logística Reversa: meio ambiente e competitividade. 2a. ed. 3a. reimpressão. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. REVERSE LOGISTICS EXECUTIVE COUNCIL. Definições sobre Logística Reversa. Disponível em: http://www.rlec.org/reverse.pdf. Acesso em 19/8/2012.
Juliana Milani Simeão Tecnóloga em Logística e Transportes pela Faculdade de Tecnologia - Fatec Carapicuíba Pós-Graduada em Logística Empresarial pela Fundação Vanzolini/ USP jmilani89@gmail.com Luciano Mazza Mestre em Administração pela Universidade de São Paulo Professor de Pós-Graduação em Logística pela Fundação Vanzolini/ USP mazza@amcham.com.br 1
É um técnico que utiliza motocicleta e realiza as entregas das máquinas nos Estabelecimentos Comerciais, além de realizar também a instalação ou desinstalação. 2 É uma ferramenta da qualidade desenvolvida por Kaoru Ishikawa em 1943, e que tem como objetivo auxiliar na identificação das reais causas a partir de um efeito (problema ou processo) crítico, de acordo com os 6 M’s (Máquina, Medida, Mão de Obra, Meio Ambiente, Método e Matéria-Prima). Maio/2013 - Revista Tecnologística - 75
Márcio Bruno
EVENTO
Intermodal leva oportunidades e debate ao setor Em sua 19ª edição, feira reuniu 600 expositores, atraiu 48,5 mil visitantes e apresentou soluções para os setores de logística e comércio exterior
A
cidade de São Paulo recebeu, entre os dias 2 e 4 de abril, mais uma edição da Intermodal South America - Feira Internacional de Logística, Transporte de Cargas e Comércio Exterior. Em sua 19ª edição, o evento – o segundo maior do mundo para estes setores – reuniu no Transamerica Expo Center mais de 600 empresas de 26 diferentes países e atraiu 48,5 mil visitantes. A edição de 2013 apresentou algumas novidades. Além do aumento de 23% na área de exposição, foram 66 novas companhias participantes e pavilhões dedicados à Alemanha, Bélgica, Holanda e Itália. Paralelamente à feira, foram realizadas, ainda, as Conferências InfraPortos, Rail Cargo 2013, Air Car-
76 - Revista Tecnologística - Maio/2013
go South America 2013, Innovative Supply Chain 2013 e a 4ª Conferência de Logística Brasil-Alemanha. Na ocasião, players atuantes nos mais diferentes modais debateram o futuro da matriz de transporte do Brasil. Para 2014, ano no qual o evento comemora a sua 20ª edição, uma programação especial já está sendo preparada, a fim de fomentar as discussões sobre as mudanças no cenário brasileiro e o futuro da economia do país. A Intermodal 2014 será realizada entre os dias 1º e 3 de abril, novamente no Transamerica Expo Center, em São Paulo. Veja, a seguir, as principais novidades apresentadas na Intermodal 2013.
Hamburg Süd e Aliança anunciam planos Companhias investem em frota e em terminal retroportuário A Hamburg Süd e a Aliança Navegação e Logística apresentaram seus planos de investimentos para este ano. O destaque fica por conta da chegada de quatro navios destinados à cabotagem e seis para operações de longo curso. Além disso, Julian Thomas, que acumula o cargo de diretor-superintendente das duas companhias, anunciou a criação da ATM Logística, também sob sua gestão. A nova empresa chega para administrar o terminal retro-
Cabotagem Para cobrir a costa brasileira, a Aliança aposta na chegada de quatro navios com capacidade para 3,8 mil TEUs. Ao todo, a armadora investiu R$ 450 milhões nas aquisições. A primeira embarcação, denominada Sebastião Caboto, já está em operação. As demais entram nos dois serviços oferecidos – num total de 14 portos – até o fim do ano. Thomas revela que a frota de cabotagem da companhia soma atualmente nove embarcações de 2,5 mil TEUs. Com as novas, este número cairá para oito. O executivo revela que isso é possível uma vez que os navios adquiridos possuem boca de
37 metros, contra 32 m dos antigos. “Conseguimos carregar mais com o mesmo calado de 12,5 m”, diz. A expectativa é de que a estratégia aumente em 30% a capacidade operacional na cabotagem. Em 2012, a Aliança movimentou 310 mil TEUs.
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portuário que será instalado em Itapoá (SC). Localizado a 4 quilômetros do Porto de Itapoá, o retroporto demandará R$ 27 milhões em investimentos. O empreendimento possuirá uma área total de 66 mil metros quadrados, terá capacidade para 7 mil TEUs e contará com 450 tomadas para contêineres refrigerados. Um armazém de 10 mil m² também fará parte da estrutura. Entre as cargas movimentadas, estarão madeira, papel, produtos metalúrgicos, tabaco, arroz, bebidas, resinas e fibras. A expectativa é de que as operações sejam iniciadas em meados de junho. Neste primeiro momento, o retroterminal movimentará apenas contêineres vazios. De acordo com Thomas, numa segunda etapa, o local estará apto para realizar ova e desova, além do serviço de cross-docking. “Faremos operações multimodais, utilizando frota terceirizada para realizar o transporte rodoviário”, diz. A princípio, afirma, a nova área atenderá o mercado de Itapoá, podendo, em dois anos, ampliar para outras localidades.
Longo curso Para as duas operações a partir da Costa Leste da América do Sul com destino à Ásia, sob a gestão da Hamburg Süd, Thomas anuncia a chegada de seis navios com capacidade para 9,6 mil TEUs. As embarcações irão substituir parte da frota composta por 11 navios de 7,1 mil TEUs, que serão remanejados para outras operações. O primeiro deverá entrar em operação no próximo mês de junho. O investimento para as aquisições não são revelados. No Brasil, a Hamburg Süd movimentou, em 2012, 590 mil TEUs. Os novos navios, que compõem a série “Cap San”, irão escalar os portos de Rio Grande (RS), Itapoá e Itaguaí (RJ). Suape (PE) e Pecém (CE), apesar de não serem escalados nos serviços, também estão aptos a receber os navios de 9,6 mil TEUs. (11) 5185-3100
Embalagem para cargas líquidas, da DHL Produto proporciona ganhos operacionais e de espaço A DHL Global Forwarding, unidade da DHL especializada em fretes marítimo e aéreo, expôs sua nova solução para o transporte de cargas líquidas não perigosas, como biocombustíveis, glicerina, vinhos e sucos. São os Flexitanks, embalagens multicamadas com capacidade para até 24 mil litros, desenvolvidas para utilização dentro de contêineres de
20’. O produto foi concebido para utilizar ao máximo o espaço interno dos contêineres, proporcionando aos clientes um ganho de até 31% de capacidade de carga em relação aos métodos tradicionais. De acordo com o diretor de Transporte Marítimo da empresa, Ricardo Caruí, com o uso das embalagens, os períodos de carregamento e descarregamento podem ser reduzidos em até 90% na comparação com caixas IBC (sigla para intermediate bulk containers) ou tambores. O Flexitank é uma embalagem de uso único, não retornável, fazendo com que o cliente pague apenas pelo frete de envio. Desse modo, também dispensa procedimentos de limpeza prejudiciais ao meio ambiente, podendo ser descartado ou reciclado após o uso, configurando-se em uma solução sustentável. (11) 5042-5500
Log-In apresenta nova embarcação graneleira Navio realizará o transporte de bauxita no estado do Pará A Log-In anunciou seu novo navio graneleiro, que deve ser lançado ao mar nos próximos meses. Construído no Estaleiro Ilha S.A. (Eisa), na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, o Log-In Tucunaré junta-se ao Tambaqui, que entrou em operação em fevereiro. Maio/2013 - Revista Tecnologística - 77
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Os dois fazem parte de uma encomenda de sete navios realizada junto à Eisa. O pedido inclui, ainda, cinco embarcações porta-contêineres, das quais duas – chamadas Jacarandá e Jatobá – já foram entregues. Os investimentos estimados nos graneleiros alcançam os R$ 340 milhões, valor incluído no total de R$ 1 bilhão que a Log-In investe atualmente em construção naval. O Tambaqui foi o primeiro navio do tipo construído sob bandeira brasileira desde a década de 1990. Para a construção de cada embarcação, foram utilizadas cerca de 13 mil toneladas de chapas de aço. Os navios, que medem 245 metros de comprimento e 40 m de largura, com calado de 11,58 m, têm capacidade individual para transportar 75 mil t de bauxita por viagem. Eles atendem ao contrato de 25 anos entre Log-In e Alunorte, para o transporte da matéria-prima entre o Porto de Trombetas e o Porto de Vila do Conde, ambos no estado do Pará, iniciado em 2010 com a utilização de navios fretados. A previsão é que, ao longo do contrato, os navios movimentem em torno de 150 milhões de t de minério de bauxita a granel. O projeto dos graneleiros levou em conta a natureza da carga a ser transportada e a região de atuação. A hidrodinâmica foi projetada com o objetivo de proporcionar melhor
navegabilidade e manobrabilidade, deslocando baixo volume de água com a finalidade de aumentar a segurança e não prejudicar a população ribeirinha. De acordo com o diretor Comercial da Log-In, Fábio Siccherino, a linha do casco dos navios foi projetada de forma a criar menos ondas, causando menor erosão nas margens dos rios, e não prejudicando a pesca local feita com o uso de pequenas embarcações. Além disso, o motor utilizado pelas embarcações emite até 20% menos gases poluentes na comparação com os navios convencionais. 0800 725 6446
Abifer divulga balanço da indústria ferroviária Faturamento do setor foi de R$ 4,3 bilhões em 2012 A Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) apresentou o balanço do setor em 2012. De acordo com a entidade, no último ano, foram produzidos 2.918 vagões de carga, 207 carros de passageiros e 70 locomotivas, o que resultou em um faturamento de R$ 4,3 bilhões. A projeção para 2013 é de que a produção de vagões atinja a marca de 3 mil unidades, a de carros fique entre 350 e 400 e a de locomotivas, em torno de 100. O faturamento deverá ser de, aproximadamente, R$ 4,9 bilhões. Para o presidente da Abifer, Vicente Abate, o momento é bom para o crescimento dessa indústria. “Com o programa de investimentos em logística, haverá aumento da malha. A indústria prevê que, até 2030, serão 45 mil km de ferrovias de carga no país, que atualmente conta com 30 mil km de vias férreas e mais 5 mil km estão em fase de construção”, aponta o executivo.
no sistema ferroviário – valor 6,6% superior ao aplicado em 2011. De acordo com o executivo, desde que o programa de concessões das malhas da Rede Ferroviária Federal (RFFSA) foi iniciado, em 1997, os investimentos totalizam R$ 34,88 bilhões, aplicados em novas tecnologias, capacitação profissional, compra e reforma de locomotivas e vagões, melhoria das operações ferroviárias e recuperação da malha. Desse montante, R$ 1,48 bilhão foi aplicado pela União e R$ 33,4 bilhões pelas concessionárias. A previsão de investimento das operadoras para os próximos três anos é de R$ 16 bilhões.
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Produtividade e volume
ANTF comunica desempenho do ano passado Crescimento foi de 2,5%, somando 297,7 bilhões de TKU A Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) divulgou os números registrados pelo setor no ano de 2012. Segundo o presidente executivo da entidade, Rodrigo Vilaça, apesar do cenário de estagnação da economia brasileira, as concessionárias de ferrovias mantiveram o nível de investimentos de anos anteriores e injetaram, só no ano passado, mais de R$ 4,9 bilhões
Os investimentos realizados na malha trazem reflexos positivos. Em 2012, a prestação do serviço de transporte ferroviário de cargas por quilômetro útil subiu para 297,7 bilhões de TKU (toneladas por km útil), índice 2,5% maior do que em 2011, que foi de 290,5 bilhões de TKU. “Este ano, devemos chegar a 315 bilhões de TKU”, informa Vilaça. Considerando que a produção ferroviária foi de 137 bilhões de TKU em 1997, o crescimento até o ano passado foi de 117%. O volume de cargas movimentado também apresentou desempenho positivo. O executivo explica que, apesar da queda nas exportações, o resultado foi 1,3% maior em 2012 em relação a 2011, passando de 475 milhões de t para 481 milhões de t. No acumulado de 1997 a 2012, a movimentação de cargas por ferrovias cresceu 90%, passando de 253,3 milhões de t para 481 milhões de t. Este ano, a expectativa é movimentar 500 milhões de t.
Vilaça, já que o número de ocorrências é cada vez menor. De 2011 para 2012, a redução no número de acidentes envolvendo trens de carga foi de 14,2 para 12,96 acidentes por milhão de trens.km. Nos 16 anos de concessão das ferrovias, a redução na taxa de acidentes pela intensidade de tráfego foi de 82,8%. O total dessa taxa baixou de 75,5 para 12,96 acidentes por milhão de trens.km. Vale lembrar que a referência internacional varia de 8 a 13 ocorrências por milhão de trens.km. A indústria também comemora os resultados. Nos 16 anos de concessão, a frota de locomotivas e vagões em operação cresceu 116,5%. Em 1997, havia 1.154 locomotivas e 43.816 vagões em atividade. Em 2012, essa quantidade subiu para 3.102 e 94.271, respectivamente.
Reivindicação Além dos investimentos na melhoria da infraestrutura para a prestação dos serviços, em 2012 as ferrovias recolheram aos cofres públicos R$ 1,74 bilhão, sendo R$ 639,3 milhões referentes ao pagamento de parcelas das concessões e arrendamento da malha, R$ 87,2 milhões ao pagamento da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide) sobre as operações ferroviárias e R$ 1,01 bilhão em tributos. Divulgação
Ainda segundo Abate, de 2009 até agora o faturamento mais que dobrou. Para os próximos anos, a ampliação da malha ferroviária de cargas, a continuidade dos investimentos no setor metroferroviário e a efetivação do projeto do Trem de Alta Velocidade, deverão demandar mais serviços para a indústria ferroviária no Brasil. Segundo a Abifer, de 2003 até o fim de 2013 os investimentos no setor somarão R$ 1,5 bilhão, que envolvem ampliações e modernizações das instalações fabris existentes, novas fábricas e tecnologias. Atualmente, a entidade conta com 64 associados, entre fabricantes nacionais e internacionais. (11) 3171-2286
Segurança e indústria O índice de acidentes nas ferrovias brasileiras é outro ponto destacado por Maio/2013 - Revista Tecnologística - 79
EVENTO
De 1997 a 2012, o setor público arrecadou R$ 16,83 bilhões com o pagamento de tributos federais, estaduais e municipais, das parcelas de concessão e da Cide. Nesse ponto, Vilaça tem uma posição firme. “Reivindicamos que estes valores sejam reaplicados em melhorias no próprio segmento.” (61) 3212-8900
Coopercarga investe na frota e em CDs
rações até o fim deste ano, contará com 10 mil metros quadrados, sendo 5 mil m² destinados à armazenagem refrigerada, e exigirá investimentos entre R$ 15 milhões e R$ 20 milhões. No Brasil, a aposta fica por conta da cidade do Rio de Janeiro, que receberá um CD com 10 mil m² no início de 2014. O executivo revela que a previsão é de que sejam necessários R$ 15 milhões para operacionalizar o armazém na capital fluminense. (49) 3301-7000
A Coopercarga Logística aplicará, ao longo de 2013, R$ 100 milhões em novos caminhões. Segundo o seu presidente, Osni Roman, 60% dos recursos serão aplicados para a ampliação e o restante na renovação da frota, que hoje é de 1,7 mil veículos. Ao todo, serão adquiridos 250 caminhões pesados e 100 leves. Roman informa que 15% dos ativos já foram negociados e serão utilizados para as movimentações de produtos alimentícios, papel e celulose, químicos e petroquímicos, além de operações para o segmento atacadista. O executivo lembra, porém, que a estratégia este ano é reforçar a atividade de operador logístico da Coopercarga junto ao mercado. “Queremos ofertar a solução completa, realizando a transferência, armazenagem e distribuição”, diz. Para isso, completa, a companhia aposta na ampliação do serviço de armazenagem, atualmente realizado em quatro localidades – duas em Curitiba, uma no Recife e outra em Itupeva (SP) –, num total de 80 mil posições-palete. Curiosamente, o próximo centro de distribuição a ser inaugurado, adianta Roman, será em Buenos Aires, Argentina. O empreendimento, primeiro da companhia fora do Brasil e com previsão de iniciar as ope80 - Revista Tecnologística - Maio/2013
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Empresa adquire caminhões e inicia novas operações de armazenagem
Gefco expõe novos sistemas Destaque é a tecnologia para acompanhamento de entregas A Gefco Logística, operadora especializada na cadeia automotiva, lançou um sistema de informação chamado AAD. A solução tem como objetivo registrar, em tempo real, o caminho percorrido pelos veículos desde a saída da fábrica até as concessionárias por meio de dispositivos portáteis, como telefones celulares e tablets. De acordo com a empresa, a ferramenta foi desenvolvida para garantir maior confiabilidade às operações, baseando-se no fato de que a informação de entrega dos
veículos agrega valor, pois garante a disponibilidade de venda para o consumidor final. As montadoras Peugeot e Citröen, clientes da Gefco, já utilizam o AAD. Antes, as empresas levavam até 15 dias para registrar essas informações em seus sistemas, operação que agora é realizada automaticamente assim que o veículo é entregue. As marcas estão utilizando a solução em toda a sua rede de concessionárias que trabalha com recepção, o que representa 302 unidades em todo o território nacional. Criado na Europa, o AAD demandou investimentos de R$ 140 mil em desenvolvimento e implantação. A Gefco revela que pretende aprimorar a ferramenta, contemplando, nas próximas versões, a distribuição de peças de reposição e também o registro exato de possíveis avarias no transporte dos veículos. A empresa anunciou ainda a criação dos serviços de Operações Pós-Produção (PPO, na sigla em inglês) e Inspeção Pré-Entrega (PDI). Por meio do PPO, a Gefco realiza, nos veículos que transporta, a instalação de acessórios, itens opcionais, alarmes e gravações nas janelas de acordo com a necessidade de cada cliente. O PPO surgiu a partir da tendência das fábricas de produzirem veículos cada vez mais padronizados, em linhas de produção simplificadas. Já o PDI garante que os veículos cheguem às concessionárias com menos intervenções, pois a Gefco se encarrega dos testes dinâmicos, mecânicos e elétricos, da remoção de revestimentos de proteção, da lavagem e também do controle final de qualidade. Os serviços, realizados no centro de armazenamento, preparação e pós-produção da empresa em Porto Real (RJ), proporcionam economia ao concessionário, que reduz os custos com tais tarefas.
A Gefco Brasil já investiu R$ 1 milhão nessas novidades e prevê novos aportes no valor de R$ 8 milhões nos serviços, que já representam 6% do faturamento do grupo no país. (21) 2103-8100
Veloce anuncia plano de investimentos Meta é ampliar oferta de serviços e abordar novos nichos A Veloce Logística investirá R$ 12 milhões este ano, número divulgado pelo presidente da companhia, Paulo Guedes. De acordo com o executivo, os recursos serão aplicados principalmente na aquisição de softwares para gestão, implementos rodoviários e no treinamento do quadro de funcionários. “Nossa meta é fechar 2013 com faturamento de R$ 240 milhões e 28 clientes”, afirma. Em 2012, o faturamento atingiu R$ 217 milhões, com 22 clientes em carteira. Para alcançar o crescimento previsto, Guedes revela que a empresa deverá reforçar as operações junto aos atuais clientes, ampliando a oferta de serviços, e conquistar novos nichos dentro do mercado atual – como, por exemplo, montadoras de veículos pesados –, além de atuar em outros setores como eletrônico, alimentício e de consumo de bens duráveis. “Também queremos expandir nossa abrangência geográfica, mas isso será consequência da atuação de nossos clientes”, diz. Algumas iniciativas alinhadas ao planejamento já estão em prática. É o caso da operação de transporte de empilhadeiras para a Toyota. Desde janeiro, a Veloce é responsável por transferir os equipamentos provenientes do Japão, Estados Unidos e China do Porto de Santos (SP) para seu Centro de Cargas de Diadema (CCD), um volume de cerca de 50
contêineres por mês. No local, que possui 22 mil metros quadrados de área total, cerca de 3,5 mil m² são dedicados a essa movimentação. Outra operação destacada por Guedes, que teve início em abril, é a desenvolvida para a fábrica de carros da Toyota. “Realizamos a coleta de peças em sistema milk run, fazemos o cross-docking e alimentamos a linha de produção”, explica. O presidente finaliza dizendo que parte dos investimentos será destinada à aquisição de implementos, principalmente carretas com 15 metros de comprimento. Hoje, a companhia conta com 475 desses veículos, sendo 175 com a nova metragem e os demais com 14 m, que serão mantidos na operação, já que em alguns casos, como o de cargas indivisíveis, a aplicação de implementos de 15 m não é necessária. (11) 3905-7000
Columbia terá novo CD em São Paulo Companhia revela investimentos para 2013 e anuncia estrutura em Cotia O Grupo Columbia está preparando, para o próximo mês de junho, a inauguração de um centro de distribuição em Cotia (SP). A unidade, que demandou investimentos de R$ 5 milhões, possui 14 mil metros quadrados e pé-direito de 12 metros. O novo CD realizará operações de recebimento, conferência, expedição, separação, etiquetagem, transporte e distribuição de carga seca de diferentes setores, em especial produtos alimentícios e do mercado de varejo. A estrutura está situada em um condomínio empresarial, onde a Columbia instalará também seu novo escritório administrativo. De acordo com a empresa, a unidade de Cotia terá tecnologia de vanguarda.
EVENTO
longo de 2013 para melhorar o nível de serviços. Entre eles está o sistema de automatização dos painéis de informação das operações e gerenciamento de riscos operacionais da área de Qualidade Assegurada. A solução permitirá uma ampla apuração dos dados relativos à movimentação dos contêineres transportados. Outro destaque apresentado pela companhia está na aquisição de 600 vagões, incluindo os de modelo Dual, da marca GE, e sete locomotivas, cujos valores de investimento não foram revelados, para atender à demanda das operações intermodais. Com a aquisição, a empresa passa a contar com 2,3 mil vagões e 38 locomotivas. A Brado anunciou, ainda, a inauguração do Terminal Intermodal Rodoferroviário de Rondonópolis, localizado em Mato Grosso. Projetada para receber grande quantidade de carga, a estrutura será um dos maiores empreendimentos da companhia, possuindo área total de 140 mil metros quadrados, com armazém de 3,2 mil m². O destaque desse terminal é a estrutura de silos para grãos, com capacidade para comportar 15 mil toneladas e estufar 200 contêineres por dia. As obras do terminal já estão 80% concluídas e consumiram um aporte de R$ 30 milhões. O terminal interliga as cidades de Alto Araguaia e Rondonópolis e, de acordo com a Brado, deverá ser inaugurado ainda este ano. A companhia também comentou o balanço de 2012, quando
Companhia anuncia aquisição de 600 vagões e sete locomotivas A Brado Logística expôs os projetos que serão implementados ao 82 - Revista Tecnologística - Maio/2013
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Brado revela novos projetos
registrou um aumento de 44% no volume de cargas movimentadas, e estimou um crescimento de 60% nas movimentações para 2013. Segundo a empresa, esse crescimento se deve ao bom desempenho dos corredores do Paraná/Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Mercosul e Larga (São Paulo e Mato Grosso). (41) 2118-2800
Haropa destaca trade com o Brasil Complexo portuário francês é conectado a 16 portos no Brasil Divulgação
Para oferecê-la, a Columbia estabeleceu uma parceria com um grande operador logístico norte-americano, que colaborou com soluções de mecanização e automação do CD, cujo nome não foi revelado. Segundo o presidente da companhia, Nivaldo Tuba, em 2012 a empresa atingiu um crescimento de 3% no faturamento na comparação com o ano anterior, ultrapassando R$ 2 bilhões. Para o acumulado de 2013, Tuba projeta um crescimento ainda maior, entre 4% e 5%. Para isso, ele conta que a Columbia deve investir em aquisições ou ampliações de seus negócios para completar o portfólio de serviços logísticos oferecidos. Exemplo disso é a Columbia Distribuidora, que substitui a antiga Columbia Metais, passando a movimentar um número maior de produtos no mercado. Os investimentos devem visar ainda a Columbia Trading – em especial nas Divisões Aeronáutica e de Alimentos – e também os negócios ligados à produção de energia renovável, atuando no plantio e gerenciamento de florestas, serviços florestais e produção de paletes de madeira. As unidades Columbia Bioenergia, Columbia Operação Florestal e Columbia Energia Florestal são exemplos de empresas do grupo que atuam diretamente com questões ligadas à sustentabilidade. A Columbia conta com mais de 1,3 mil colaboradores diretos e suas 11 unidades de negócios atendem clientes de segmentos como construção, metais, moda, alimentos, bebidas, eletroeletrônicos, indústria farmacêutica, química, automobilística, têxtil, eólica e de máquinas e equipamentos. (11) 3330-6700
O Haropa, grupo de interesse econômico que representa os portos franceses de Le Havre, Roen e Paris, que foi criado em 2012 e gera 120 milhões de toneladas de tráfego marítimo e fluvial por ano – por semana, são 40 conexões ferroviárias e 120 fluviais –, participou da Intermodal para reforçar sua oferta ao mercado brasileiro. Em 2012, segundo informações do diretor Comercial e de Marketing do Haropa, Hervé Cornède, foram movimentados 50 mil TEUs com destino aos terminais brasileiros e, no fluxo contrário, foram 18 mil TEUs. Entre as cargas manipuladas pelas mais de dez companhias marítimas que conectam o complexo Haropa a 16 portos do Brasil, o destaque está em produtos alimentícios, químicos e autopeças. Já os embarques com destino à França são de café, papel, tabaco, frutas, peixes e carnes. Dali, os itens
EVENTO
Capital Realty inaugura dois condomínios em 2013 Empreendimentos reforçam a oferta de estruturas no Sul do país A Capital Realty detalhou, durante a Intermodal South America, 84 - Revista Tecnologística - Maio/2013
Sistema de gestão de operações, do Expresso Mirassol
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O Gestão à Vista dá mais confiabilidade às informações transmitidas a motoristas e clientes Divulgação
dois empreendimentos que devem ser inaugurados ainda em 2013 na cidade de Canoas (RS) e região metropolitana de Curitiba. A 12 km de Porto Alegre, a empresa constrói o Mega Intermodal Canoas, com 165 mil metros quadrados, unidade que é, de acordo com a companhia, o maior empreendimento de alto padrão em infraestrutura logística na região. Com pé-direito de 12,5 metros, piso com capacidade para 6 toneladas/m² e uma doca para cada 480 m², o Mega Intermodal Canoas terá um desvio ferroviário com pátio para contêineres, permitindo o transporte intermodal de mercadorias. O condomínio deve ser inaugurado no segundo semestre deste ano. Já o Mega Centro Logístico Curitiba, localizado em Campina Grande do Sul, contará com 155 mil m² de área construída, além de pé-direito e capacidade de piso idênticos ao empreendimento gaúcho. A primeira fase do condomínio, que contará com uma área construída de 20 mil m², deve ser entregue até o fim do primeiro semestre de 2013. Ambas as unidades contam com sistemas de sprinklers, pátio para manobras de caminhões e segurança 24 horas, entre outras características estruturais. A Capital Realty está investindo aproximadamente R$ 300 milhões nos dois condomínios. (41) 2169-6850 Divulgação
seguem para países como Inglaterra, Portugal, Espanha e Alemanha. Os transit-times são um dos motivos que garantem, cada vez mais, o aumento de volume comercial no trade. Se o destino for o Porto de Santos (SP), por exemplo, são 12 dias. Mais ao Sul, o Porto de Navegantes (SC) é atendido em 20 dias. Para suportar este movimento, o Haropa opera 24 horas por dia, sete dias por semana, conta com 2,6 milhões de metros quadrados de entrepostos e dez terminais de contêineres. O complexo é servido por 50 companhias marítimas, com 100 serviços, que conectam os seus portos a 500 terminais em todo o mundo. Para agilizar as operações, o Haropa tomou algumas iniciativas, como a implementação do Guichê Único, que reúne em um só local os serviços fitossanitários, veterinários e alfandegários. A iniciativa rendeu o reconhecimento do Banco Mundial como sendo a operação portuária que gera o menor volume de papel, ou seja, com processos menos burocráticos, tornando todo o processo mais ágil, segundo Cornède. A operação fluvial, que movimentou 290 mil TEUs no ano passado, é um caso à parte e também contribui para a excelência dos serviços prestados. O destaque fica por conta da distribuição dos produtos na capital francesa. Existem 13 terminais fluviais sobre o eixo do Rio Sena. Nesses pontos, os contêineres são retirados das barcaças. Em seguida, é realizada a desova para, posteriormente, os itens serem distribuídos por motocicletas, veículos leves e até mesmo bicicletas com destino aos inúmeros pontos de venda em Paris. (11) 3816-8347
O Expresso Mirassol apresentou, durante a Intermodal, um sistema de gestão de operações via celular denominado Gestão à Vista. Desenvolvida internamente durante oito meses, a ferramenta permite que a transportadora e o seu cliente visualizem cada etapa do processo de movimentação. Isso é possível graças às informações imputadas nos celulares utilizados pelos motoristas do Mirassol e transmitidas, via Web, para a empresa, cujas informações também podem ser acessadas pelos clientes. Entre os dados registrados nos aparelhos, estão início da viagem, data e hora da coleta, validação da entrega, término da jornada de transporte e tempo total da operação. Antes de sair para uma entrega, o motorista passa pela Expedição da transportadora para receber a planilha que informa os locais de coleta e entrega, o número de itens movimentados e o tipo de produto. O código desse documento é digitado no celular e, a partir daí, as informações
operacionais vão sendo armazenadas no aparelho. Ao chegar ao local da entrega, o motorista, com a utilização de um leitor de código de barras, lê a nota fiscal e automaticamente as informações são transmitidas, via bluetooth, para o celular, para que os dados sejam cruzados. Estando tudo em conformidade, as informações seguem, via internet do celular, para o Web Service, página interna de negócios e interface com os clientes do Expresso Mirassol. É nesse ambiente que os embarcadores e a transportadora podem visualizar cada etapa do processo de movimentação das cargas. (11) 2141-1211
Wilson Sons divulga planos de investimento Companhia injetará R$ 1,5 bilhão em várias unidades de negócios
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O Grupo Wilson Sons revelou, durante a Intermodal, seu plano de investimento para os próximos quatro anos. A empresa fará um aporte de R$ 1,5 bilhão no período, com o objetivo de ampliar suas operações portuárias, marítimas e logísticas. Entre os destaques, está a inauguração, ainda este ano, do estaleiro Guarujá II, no litoral de São Paulo,
que deve ampliar a capacidade de produção da empresa de 4,5 mil toneladas por ano para 10 mil t/ano e permitirá a construção de embarcações maiores. Ao todo, serão investidos US$ 60 milhões na unidade. O Tecon Salvador (BA), que recebeu investimentos de R$ 180 milhões até o fim de 2012, está apto agora a atender os maiores navios porta-contêineres do mundo. De acordo com a Wilson Sons, o terminal apostará no desenvolvimento do mercado de cabotagem – com a atração de cargas vindas de outros estados – e em maior participação no escoamento de frutas. Segundo a companhia, o terminal ganhou destaque, nos últimos anos, na exportação de frutas, especialmente uva e manga. Com os investimentos em modernização realizados no local, que hoje conta com 674 tomadas para contêineres, será possível iniciar, ainda este ano, o embarque de novas frutas, como o melão. A previsão é que o Tecon Salvador movimente 30 contêineres carregados de melão todos os meses. Ainda de acordo com a Wilson Sons, a unidade de rebocadores do grupo se prepara para iniciar a construção de uma série de 12 embarcações, com recursos liberados pelo Fundo da Marinha Mercante (FMM) no fim de 2011. Ao todo, serão investidos US$ 150 milhões na construção dos rebocadores, que serão entregues entre 2013 e 2015. A Wilson Sons Ultralog Offshore, joint venture que presta serviços para a indústria de óleo e gás, passará a contar com quatro novas embarcações para apoio em operações offshore, que devem ser lançadas nos meses de junho, julho, setembro e outubro deste ano. Já a Brasco, empresa do grupo que opera um terminal portuário dedicado à prestação de serviços em plataformas de petróleo, com sede em
Niterói (RJ), deve concluir em 2013 a aquisição de uma nova base, com investimentos de R$ 116,5 milhões, visando à ampliação de sua capacidade de atendimento. Atualmente, a Brasco conta com três berços que podem receber até três navios simultaneamente. Com a nova base, esses números serão ampliados para seis berços e a capacidade para seis navios ao mesmo tempo. Além do valor direcionado à aquisição, está previsto um aporte de R$ 100 milhões em infraestrutura no local. (21) 3504-4222
Allink anuncia dois novos serviços para o Brasil Empresa faz parte de plataforma mundial de transportadores marítimos A Allink, especializada em consolidação de cargas de diversos clientes dentro de um mesmo contêiner, em casos em que a quantidade transportada por um importador ou exportador em específico não preencha a capacidade máxima disponível – serviço conhecido como Less than Container Load (LCL) –, apresentou dois novos serviços para o Brasil. Ambos saem do porto da cidade de Ningbo, no leste da China, sendo que um segue para Rio Grande (RS) e outro para Itajaí (SC). De frequência quinzenal, as rotas são diretas e apresentam transit-time de 38 dias. Com elas, a Allink passa a contar com um total de 1.917 serviços espalhados pelo mundo, quantidade alcançada graças à parceria com a WorldWide Alliance (WWA), uma plataforma composta por 24 companhias de diferentes países que atuam na mesma modalidade de transporte marítimo, garantindo presença em 61 países ao redor do mundo.
A Allink, assim como as demais integrantes da WWA, trabalha como um Non-Vessel Operator Common Carrier (NVOCC), um agenciador de cargas marítimas que não é operador de navio. De acordo com a empresa, a atividade possibilita um custo menor em relação ao frete. Criada em 1994, a Allink é uma das fundadoras da WWA, que data de 2007. Sediada em São Paulo, possui outras 12 filiais situadas nos principais portos e cidades do Brasil. (11) 5054-7575
Bysoft mostra ferramentas de cargas de importação Sistemas permitem interação com outras soluções A Bysoft, especializada em soluções para o gerenciamento de processos de comércio exterior, expôs novas ferramentas voltadas à gestão de cargas para importação. Entre elas, destacam-se três: CE Mercante, Portal do Agente de Cargas e BySisco. A primeira é um sistema desenvolvido para facilitar o serviço do agente de cargas. Ele permite notificar, por e-mail, os responsáveis pela área operacional (agenciamento de cargas) sobre os conhecimentos de embarque (CE) que são registrados no Sistema Mercante. A solução proporciona benefícios como: agilidade no atendimento, pelo fácil acesso aos CE registrados; consultas diretas ao Sistema Mercante para captura de dados e informações, reduzindo erros de digitação complementar e otimizando o tempo dos operadores; redução de custos; além de não ser necessária sua instalação, bastando apenas ter uma máquina com qualquer tipo de sistema operacional (modo gráfico), navegador e acesso à internet.
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Unidades da Libra recebem investimentos Rio de Janeiro e Santos e o Aeroporto de Cabo Frio foram os locais beneficiados O Grupo Libra divulgou ao mercado, durante a Intermodal, seu plano de investimentos para duas de suas unidades de negócios, a Libra Terminais e a Libra Aeroportos.
Os recursos serão aplicados nos próximos quatro anos. O diretor-presidente da Libra Terminais, Wagner Biasoli, informou que serão duas expansões de área, nos terminais do Rio de Janeiro e de Santos (SP). Na unidade da capital fluminense, R$ 380 milhões serão destinados à ampliação da retroárea, em 40 mil metros quadrados. “Dessa forma, dobraremos de tamanho”, diz. Além disso, está prevista a construção de mais 170 metros de cais, aumentando-o, assim, para 715 m. Há outras iniciativas no terminal do Rio de Janeiro, como o aumento do armazém, que hoje conta com 8,6 mil m² e, com os investimentos, chegará a 12,9 mil m², e a compra de 12 RTGs e dois portêineres. “Estaremos aptos a receber navios com capacidade para 8,5 mil TEUs e 340 m de comprimento”, garante. Atualmente, o terminal opera 180 mil contêineres por ano. A meta é ampliar esse desempenho em 70%. Já em Santos, R$ 700 milhões serão aplicados na expansão da retroárea do T33 em 55 mil m², o que corresponde a um aumento de 15% de espaço. Além disso, os recursos serão utilizados na construção de 1,5 km de cais. “Iremos eliminar os gaps e unificar nossos três terminais, o T33, o T35 e o T37”, revela Biasoli. De acordo com o executivo, Santos movimenta, por ano, 500 mil contêineres e, com os investimentos, a expectativa é crescer 80%.
Modal aéreo Os negócios da Libra Aeroportos também merecem destaque. O diretor-geral da unidade, Pedro Orsini, revela que R$ 90 milhões serão destinados a melhorias no Aeroporto de Cabo Frio (RJ), muito utilizado
por empresas que atuam no segmento offshore. Um das iniciativas será a expansão do pátio de helicópteros em 66 mil m². “Operamos hoje 18 helicópteros por dia e, com os investimentos, vamos triplicar este número”, diz. Vale lembrar que o pátio atual possui 16 mil m². A área de armazenagem de Cabo Frio também será ampliada. De acordo com o diretor-geral, a área passará dos atuais 78 mil m² para 88 mil m². O local também será utilizado basicamente para a estocagem de itens empregados no setor offshore. (11) 3563-3606 Divulgação
O Portal do Agente de Cargas serve para gerenciar as informações sobre o processo de importação das mercadorias que estão com parceiros no exterior. Estes imputam os dados relacionados à instrução de embarque e o agente de cargas no Brasil poderá acompanhar a posição da carga, bem como obter os dados sobre as mercadorias antes mesmo de serem embarcadas, permitindo planejar o fluxo de operações de importações bem como o mapa de previsão. Já o BySisco é uma aplicação integrada ao Siscoserv, que propicia o armazenamento e envio de dados para os módulos de registro de venda ou aquisição de serviços. A solução proporciona acesso via internet, rastreabilidade das informações digitadas e possibilidade de confronto dos dados registrados pelo Siscoserv. O usuário ainda pode fazer, pela ferramenta, o controle antecipado dos impostos a serem pagos e a auditoria fiscal antecipada dos valores a serem recolhidos. (11) 3585-6000
Guarulhos informa investimentos em carga Terminal contará com aporte de R$ 45 milhões O Aeroporto Internacional Governador André Franco Montoro, em Guarulhos (SP), esteve presente pela primeira vez na feira Intermodal, com o objetivo de apresentar seu plano de investimentos dedicado ao setor de cargas. Administrado pela Concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos – formada pelas empresas Invepar e Airport Company South Africa –, o terminal de cargas (Teca), que representa 32% de toda a movimentação aérea nacional e conta com 97 mil m², deve receber, Maio/2013 - Revista Tecnologística - 87
EVENTO
Atualmente, da área total coberta do Teca, 32% estão comprometidos (10% por conta de processos judiciais e 22% ocupados por cargas em perdimento – que passaram do prazo de 90 dias para retirada pelo Divulgação
em 2013, um aporte de R$ 45 milhões, dos quais R$ 25 milhões serão direcionados para melhorias na infraestrutura de armazenagem, implantação de uma nova área climatizada de 2,2 mil m² e aquisição de 83 empilhadeiras, cinco tratores e também coletores de dados. Outros R$ 10 milhões serão aplicados na reforma do edifício, que abriga 60 escritórios de companhias aéreas, agentes e despachantes. Os demais R$ 10 milhões irão para a modernização de serviços e dos sistemas operacionais utilizados no Teca de Guarulhos. De acordo com a concessionária, o principal desafio da administração é a ampliação do espaço para armazenamento de mercadorias.
importador). Além disso, o nível atual de ocupação está em torno de 4 toneladas/m², mas pode chegar a 7 t/m². Outro problema está relacionado aos equipamentos de movimentação utilizados no terminal: 50% estão em fase final de vida útil e necessitam de reposição. A Concessionária do Aeroporto Internacional de Guarulhos informa que está negociando com representantes das empresas que contam com processos judiciais e também tenta fazer com que a Receita Federal intensifique a realização de leilões para liberar as mercadorias em perdimento. Além disso, a verticalização do armazém deve otimizar o uso do espaço e os equipamentos previstos nos investimentos devem
contribuir com a otimização das operações do Teca. O terminal é utilizado por 42 empresas, sendo 10 nacionais e 32 internacionais. Com mais de 6 mil clientes cadastrados, o Teca opera, principalmente, produtos dos setores farmacêutico, automotivo, aeronáutico e eletroeletrônico. O segmento de cargas aéreas é responsável, hoje, por 34% de toda a receita do aeroporto de Guarulhos. (11) 2445-2945
Kong (China), Xangai (China), Ningbo (China), Yantian (China), Hong Kong, Cingapura e Santos. Além da nova escala, o serviço de longo curso agora passa a dispor de dez navios com capacidades entre 8 mil e 9 mil TEUs, empregados em substituição às 11 embarcações de 3,4 mil TEUs que compunham a frota. (47) 3459-1051
Nova escala no Porto de Itapoá
Galpões logísticos foram construídos em Fortaleza, Feira de Santana, Goiânia, Juiz de Fora e Viana
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Serviço ESA entra em operação em junho
O Porto de Itapoá (SC) anunciou que, a partir do mês de junho, receberá os navios operados no serviço ESA, formado por meio da joint venture composta pelos armadores Evergreen, Cosco e Zim. O primeiro navio a escalar o terminal catarinense será o Cosco Indonesia, embarcação que possui 334 metros de comprimento e capacidade para 9 mil TEUs. O serviço cobrirá a linha entre a Costa Leste da América do Sul e a Ásia. A rotação alcançará os portos de Santos (SP), Paranaguá (PR), Montevidéu (Uruguai), Buenos Aires (Argentina), Rio Grande (RS), Itapoá, Santos, Cingapura, Hong
Log CP lança cinco empreendimentos
A Log Commercial Properties (Log CP), empresa do Grupo MRV Engenharia, revelou, durante a Intermodal, o lançamento de cinco galpões logísticos. As estruturas estão em construção nas cidades de Fortaleza, Feira de Santana (BA), Goiânia, Juiz de Fora (MG) e Viana (ES). A expectativa é de que todas estejam em operação até o fim de 2014. O Log Fortaleza contará com uma área locável de 108 mil m², com módulos a partir de 1,3 mil m². O empreendimento, composto por seis galpões, terá pé-direito de 10 a 12 metros e piso com capacidade de 7 toneladas por m². O investimento total será de R$ 133 milhões. O outro galpão logístico na Região Nordeste está localizado na cidade baiana de Feira de Santana. Serão cerca de R$ 22 milhões aplicados na construção de dois galpões, com módulos a partir de 1,3 mil m². O empreendimento terá 18 mil m² de área locável, capacidade de piso de 6 t/m² e pé-direito de 12 m. Já a estrutura localizada na capital goiana demandará investimento de R$ 107 milhões e contará com 78 mil m² de área locável. Ao todo, nove galpões serão disponibilizados,
EVENTO
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oferecendo módulos a partir de 1,3 mil m². A estrutura possuirá, ainda, piso com capacidade para 6 t/m² e pé-direito de 10 a 12 m. Na Zona da Mata Mineira, o Log Juiz de Fora terá 52 mil m² de área locável, com pé-direito de 10 a 12 m e piso com capacidade para 6 t/m². Ao todo, cinco galpões, com módulos a partir de 1,2 mil m², serão oferecidos ao mercado. O investimento em Minas Gerais atingirá R$ 66 milhões. Ainda na Região Sudeste, desta vez no Espírito Santo, o Log Viana demandará R$ 101 milhões em investimentos e contará com uma área locável de 59.940 m². Serão quatro galpões, com módulos a partir de 1,1 mil m², pé-direito de 11 m e capacidade de piso de 6 t/m². (31) 3516-4000
Houston apresenta suas vantagens logísticas Organização de fomento destaca infraestrutura da capital do Texas (EUA) e região A Greater Houston Partnership (GHP), organização voltada ao desenvolvimento econômico de Houston, capital do Texas (Estados Unidos), e região, que inclui nove municípios, participou da Intermodal com o objetivo de apresentar as vantagens logísticas do local para o mercado brasileiro. De acordo com o perfil econômico disponibilizado pela GHP, Houston é uma porta de entrada e saída comercial dos Estados Unidos para a América Latina. A região 90 - Revista Tecnologística - Maio/2013
serve como central de transportes para todo o território norte-americano, por causa de sua localização central, que permite acesso equivalente às costas leste e oeste do país e também proximidade com os maiores centros urbanos do meio-oeste dos Estados Unidos. A cidade, que abriga 5.266 fábricas, cerca de 3,5 mil empresas do setor de energia e mais de 400 desenvolvedoras de software, possui uma malha rodoviária composta por aproximadamente 1,2 mil quilômetros de autoestradas e vias expressas, integradas aos aeroportos da região, às principais ferrovias e ao Porto de Houston. O maior dos Estados Unidos em tonelagem internacional – com quase 11% do total de importação por mar do país –, o porto lidera também os rankings norte-americanos de carga de projeto e cargas fracionadas. A região abriga ainda os terminais de Galveston, Freeport e Texas City. O sistema de aeroportos, composto pelos terminais aéreos George Bush, William Hobby e Ellington, serve a mais de 200 destinos. A malha ferroviária de Houston soma mais de 1,2 mil km, além de 33 km de pontes ferroviárias, e é operada por dez empresas. O estado do Texas apresenta a quinta menor carga tributária dos Estados Unidos. Diversos municípios da região de Houston possuem isenção de porto livre, que anula o valor de impostos sobre qualquer carga exportada em até 175 dias. Essa característica abrange ferramentas, bens de consumo, minério e algumas aeronaves e suas peças. A GHP trabalha em conjunto com a prefeitura e mais 35 grupos de desenvolvimento econômico de Houston em atividades como identificação de potenciais instalações empresariais, avaliação e solicita-
ção de incentivos e processos de concessão. (11) 3323-5878
Serviço e venda de contêineres, da Container Express One-Way permite a locação na origem da carga; equipamentos offshore seguem especificações internacionais A Container Express, companhia que atua na venda e locação de contêineres, apresentou ao mercado duas novidades. O primeiro lançamento é o One-Way, solução destinada a empresas que realizam a importação de cargas, enquanto a segunda novidade fica por conta da comercialização no Brasil de contêineres aplicados no segmento offshore. Com o One-Way, os importadores locam os contêineres, de 20’ ou 40’ – dry, reefer, high cube, open top e flat rack – na origem da carga, possibilitando, assim, administrar os custos com demurrage. O produto é utilizado por empresas de freight forwarder e embarcadores, estes, trabalhando em parceria com um operador logístico, responsável pela administração ponta a ponta das operações. O segundo lançamento é a venda de contêineres aplicados ao segmento offshore, negócio realizado em conjunto com o Grupo VCI, responsável pela importação e nacionalização dos equipamentos. Trata-se de um nicho diferenciado. Isso porque os contêineres destinados ao offshore devem, necessariamente, obedecer a uma série de especificações técnicas internacionais. Entre as diferenças, quando comparados aos contêineres utilizados nas operações marítimas tradicionais, estão o aço mais espesso na construção do equipamento, a ausência de madeira no piso e a aplicação de alças, que auxiliam na movimentação de içamento. (11) 2424-8555
LIVRO
Publicação traz casos de sucesso em logística
O
livro Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento, escrito por Paulo Roberto Bertaglia e lançado pela Editora Saraiva, abrange toda a conceituação, metodologia e evolução do supply chain brasileiro, utilizando como exemplos casos reais, ocorridos em diferentes segmentos. Com o objetivo de mostrar a importância de melhorias na qualidade e no tempo de entrega, das reduções de custos, carga tributária e giro de uma determinada mercadoria, o autor apresenta a experiência na utilização otimizada da logística de diversas empresas em ativi-
dade no Brasil, como Bic, Volkswagen, Avon, Nivea e Magazine Luiza. Bertaglia apresenta conceitos e aplicações, para fins acadêmicos, nas disciplinas de Logística, Gerenciamento de Produção e Qualidade, Administração de Materiais e Recursos Patrimoniais e Administração de Produção. O livro conta com material de apoio voltado para professores e estudantes, disponibilizado no site da editora, composto por itens que complementam o conteúdo da obra para uso em sala de aula. Com experiência profissional em planejamento, compras, logística, produção, tecnologia da informação, con-
sultoria e vendas de serviços, o autor especializou-se nas áreas de supply chain management, gestão estratégica de negócios e terceirização de serviços, tendo atuado em empresas como IBM, Unilever, Hewlett-Packard, Oracle e EDS.
Logística e Gerenciamento da Cadeia de Abastecimento Paulo Roberto Bertaglia 546 páginas R$ 146,00 Editora Saraiva 0800 011 7875 www.saraivauni.com.br
PRODUTOS
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Novos modelos recicláveis, da Green Pallet
A Green Pallet, joint venture entre o grupo canadense de investimentos Elgner Group e empresários brasileiros do setor plástico, que teve sua fábrica inaugurada em 2010, em Gravataí (RS), coloca no mercado novos modelos de paletes. As novidades da linha, que é toda feita com material plástico reciclado, são os modelos GP 201 e 202, com capacidade de carga de 3 toneladas quando estáticos e de 1,5 t na empilhadeira ou porta-paletes. Pesando 14 quilos, são mais leves que os demais mode-
los da empresa, que pesam 27 kg, e têm preço 50% menor que outros produtos da linha. São indicados para uso na movimentação em indústrias como farmacêutica, automotiva e de alimentos. Outro lançamento é o GP101-3H que, com 33 kg, é o mais pesado produzido pela empresa. O modelo é reforçado internamente com barras de ferro e tem capacidade para movimentar 2 t no porta-paletes, sistemas drive-in, racks e estantes. Entre as vantagens desses paletes recicláveis está o fato de serem constituídos como um monobloco de alta resistência, sem emendas ou qualquer outro tipo de peça, portanto, sem o uso de parafusos, pregos, roscas ou grampos. Além disso, eles podem ser lavados e higienizados; são resistentes a óleos, graxas e agentes químicos; e evitam a proliferação de fungos e bactérias. (51) 3469-8029
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Impressora portátil, da Datamax-O’Neil A Datamax-O’Neil apresenta ao mercado a impressora portátil de etiquetas modelo RL3, projetada para atender aplicações móveis como, por exemplo, na área operacional de centros de armazenagem. Entre suas funcionalidades, a RL3 permite emitir etiquetas com dados que serão úteis
para as atividades de inventário, recebimento e envio de produtos. Com tecnologia de transferência térmica direta, a impressora possui 142 milímetros de largura e 193 mm de altura e velocidade de impressão de 102 mm por segundo, com rolo de etiqueta de 67 mm, design que facilita o manuseio e manutenção simplificada. A bateria de lítio possibilita a operação em turnos de até mais de oito horas, e a RL3 pode ser integrada por meio de tecnologia de comunicação sem fio (bluetooth). (11) 2050-4300
PRODUTOS
Empilhadeiras ESi 4000 e ETi 4000, da Crown
94 - Revista Tecnologística - Maio/2013
A Crown Lift Trucks, unidade brasileira da fabricante norte-americana de máquinas para movimentação Crown Equipment Corporation, traz para o Brasil as empilhadeiras ESi 4000, para operadores a pé, e ETi 4000, que leva o operador embarcado. Os novos modelos, que compõem as séries ES e ET, apresentam maior versatilidade para atuar em operações em pisos irregulares, inclinações, rampas e carregamento de paletes na transversal. Para tanto, as empilhadeiras contam com o
chamado sistema de elevação inicial, que oferece espaço livre em relação ao chão, com o objetivo de evitar que a carga colida ou encalhe no solo durante operações em terrenos com desnível. Além disso, o sistema possui tração que posiciona o eixo de elevação no ponto mais alto, eliminando danos e desgastes. Podendo transportar dois paletes simultaneamente, as empilhadeiras têm capacidade de elevação que varia de 2,4 a 5,4 metros e de carga até 1,6 tonelada. As demais características das séries ES e ET foram mantidas, como elevação proporcional para um posicionamento preciso do garfo e alavanca de controle ergonomicamente projetada para maior facilidade de manobra. O modelo para operador embarcado conta com suspensão Flex Ride instalada na plataforma, garantindo uma operação livre de estresse, mesmo durante longos turnos. (11) 4585-4040
Leitores de código de barras DataMan 8000, da Cognex A Cognex Corporation aprimorou sua linha de leitores de código de barras da série DataMan 8000, que ganhou maior velocidade de leitura e robustez. A série recebeu tecnologia de análise de imagem Hotbars, que proporciona leitura mais rápida em uma dimensão (1D), e algoritmo Cognex 2DMax, para decodificação de matriz DPM (marcas diretas de peça) e impressos em duas dimensões (2D). Os equipamentos permitem ao usuário selecionar o tipo de código a ser lido, o que possibilita aumentar as velocidades de leitura quando somente códigos impressos ou em alto contraste Divulgação
A Zatix, desenvolvedora e fornecedora de tecnologias em equipamentos e softwares para rastreamento e monitoramento de veículos, tem duas novas soluções no mercado, o Top Driving Omnilink e o Telemetria Omnilink 2.0. A primeira é uma ferramenta totalmente on-line que oferece recursos como identificação do motorista por meio de login e senha, registro de jornada com tempos de direção e descanso, apresentação de relatórios de visualização rápida e emissão de avisos sonoros e visuais em tempo real para o motorista. Configurados pela empresa, os alertas servem para que o condutor não ultrapasse os períodos ao volante estipulados pela Lei 12.619, que regulamenta a jornada de trabalho de motoristas profissionais. O Top Driving está disponível para as soluções de rastreamento Omni Dual (que utiliza dupla rede de comunicação com tecnologias GSM/GPRS) e Omni Turbo (GSM/ GPRS e satelital). Já o Telemetria 2.0, evolução do sistema de telemetria da empresa, que analisa variáveis do veículo como velocidade, rotações por minuto, distância percorrida e freadas bruscas, disponibilizando informações em tempo real para a gestão da frota, chega com novos recursos e funcionalidades. O software embarcado é agora mais inteligente e o Portal de Telemetria apresenta novas ferramentas para emissão de relatórios e mais informações para análise, como medição do tempo nas faixas de rotação com veículo em movimento e novos sensores de freio motor e tomada de força. (11) 3025-0073
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Ferramentas de gestão de frota e motoristas, da Zatix
estiverem sendo lidos, ou fazer a leitura dos códigos DPM que não pode ser feita com a configuração padrão. Os leitores DataMan 8000 estão disponíveis em duas configurações: 8500 e 8100. A primeira incorpora tecnologia UltraLight da Cognex, para formação de imagem em qualquer tipo de código e superfície. A iluminação fornece campo escuro, campo brilhante e iluminação difusa, tudo em uma só luz eletronicamente controlada. Já o DataMan 8100 tem todos os recursos do modelo 8500 e também iluminação de campo brilhante. É recomendado para aplicações que requerem performance excepcional de leitura de código sem iluminação especial. (11) 98449-3270
Soluções de identificação, da Planner Divulgação
A Planner, fornecedora de soluções para aplicação de etiquetas para código de barras, apresenta três novos produtos: a Etiqueta de Coluna com Setas Bidirecionais; o Suporte de Embutir e o Suporte de Sobrepor, ambos aplicados para a identificação com etiquetas silverplate – cuja gravação utiliza micropartículas de prata resistentes a atrito, raios UV e chuva –, indicadas para áreas de estocagem blocada. A Etiqueta de Coluna com Setas Bidirecionais chega para solucionar os erros na direção das setas em aplicações de endereçamento de armazéns. Isso porque, antes, as etiquetas eram impressas numa única e
determinada direção, mas essa nova etiqueta apresenta setas adaptáveis, graças ao formato vazado que permite a aplicação direcional – à direita ou à esquerda. A segunda novidade fica por conta do Suporte de Embutir, fabricado com frisos inferiores que garantem maior aderência ao solo, sem a necessidade de parafusos ou rebites. A parte superior foi desenvolvida com travas para a melhor fixação da etiqueta. O diâmetro e a profundidade do furo de fixação nivelam o suporte ao piso, evitando o acúmulo de sujeira e água. Já o Suporte de Sobrepor, também aplicado na identificação de áreas blocadas, possui cantos arredondados e laterais chanfradas (corte em ângulo) a fim de protegê-lo dos pneus de empilhadeiras e evitar o atrito com garfos. (31) 3194-8500
Rastreador para carretas, do Grupo Tracker Especializado em rastreamento e localização de veículos, o Grupo Tracker lança o Tracker Carreta, solução voltada especificamente para aplicação em implementos utilizados em transporte de carga. O produto tem como objetivo evitar roubos realizados por meio da troca do cavalo mecânico – parte em que geralmente estão localizados os rastreadores –, quando é levada somente a carreta com a carga acoplada a um novo veículo. Por estar instalado diretamente no implemento, o novo rastreador faz com que essa modalidade de sinistro não impeça a localização do objeto do furto.
Ao trabalhar com tecnologia de radiofrequência – imune à ação de inibidores de sinal –, o lançamento apresenta cobertura em todo o território nacional e países vizinhos. O Tracker Carreta é capaz de localizar o implemento inclusive em túneis, garagens e subsolos. O equipamento possui bateria autônoma com duração de 24 meses. A alimentação própria permite esconder melhor o rastreador durante a aplicação, já que não é necessário colocá-lo próximo ao sistema elétrico do veículo. O Grupo Tracker oferece instalação gratuita do Tracker Carreta em domicílio. (11) 4002-7002
AGENDA
INTERNACIONAL Missão Técnica Internacional de Logística. 9 a 14 de junho. Europa. Organização e informações: Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS). Tel.: (21) 3445-3000 ilos@ilos.com.br www.ilos.com.br NACIONAL Fóruns, feiras e seminários Logisvale 2013 – Feira da Indústria, Serviços e Comércio Exterior do Vale do Paraíba. 5 e 6 de junho. Pavilhão de Exposições do Parque Tecnológico. São José dos Campos (SP). Organização e informações: GPALog. Tel.: (19) 3383-3555 contato@gpaassociados.com.br www.logisvaleinternacional.com.br Brasil em Código 2013. 11 de junho. São Paulo (SP). Organização e informações: GS1. Tel.: (11) 3068-6229 eventos@gs1br.org www.gs1br.org Curta duração Gerenciamento de Logística Reversa. 7 e 8; e 12 e 29 de junho. Organize o Processo de Logística Reversa. 15 e 22 de junho. Ambos em São Paulo (SP). Organização e informações: Publicare Eventos. Tel.: (11) 5505-0999 cursos@publicare.com.br www.tecnologistica.com.br Intensivo para Gestores de Logística e Supply Chain. 20 de maio. Gestão de
Compras e Suprimentos e Negociação com Fornecedores. 24 de maio. Formação de Gerentes e Líderes para o Setor de Transportes e Logística. Arrumação de Carga. Ambos no dia 25 de maio. Gestão e Manutenção de Frota de Veículos. 8 de junho. Emissão de Regras de Documentos Fiscais para Transportadoras e a Incidência do ICMS. 22 de junho. Como Organizar e Operacionalizar seu Almoxarifado. 29 de junho. Todos em São Paulo (SP). Organização e informações: Centro de Estudos Técnicos e Avançados em Logística (Ceteal). Tel.: (11) 5581-7326 secretaria@ceteal.com www.ceteal.com Gestão de Estoque na Cadeia de Suprimentos. 20 e 21 de maio. Curso Logístico Internacional. 10 e 11 de junho. Gestão Estratégica de Armazenagem. 8 e 9 de julho. Todos no Rio de Janeiro (RJ). Organização e informações: Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS). Tel.: (21) 3445-3000 ilos@ilos.com.br www.ilos.com.br Legislação em Logística. 21 e 22 de maio. Estoque e Demanda. 21 e 22 de maio. Controle de Estoque e Planejamento de Demanda. 21 e 22 de junho. Pedidos e Serviços ao Cliente. 25 e 26 de julho. Todos em São Paulo (SP). Organização e informações: Associação Brasileira de Logística (Abralog). Tel.: (11) 3884-5930 contato@abralog.org.br www.abralog.org.br Planilha de Custos e Formação de Preços no Transporte de Carga. 25 de maio, em São Paulo (SP). Organização e
informações: FAT Gestão. Tel.: (11) 3311-2675 transporte@fatgestao.org.br www.fatgestao.org.br ProModel Básico. De 2 a 5 de junho. ProModel Avançado. De 10 a 12 de junho. Ambos em São Paulo (SP). Organização e informações: Belge. Tel.: (11) 5561-5353 info@belge.com.br www.belge.com.br Indicadores-Chave de Performance no Supply Chain. 21 e 22 de junho. São Paulo (SP). Organização e informações: Cebralog. Tel.: (11) 3170-4432 sac@cebralog.com www.cebralog.com Administração de Operações Logísticas. Gestão de Frotas. Ambos com duração de 30 horas. Custos Logísticos, Aspectos Tributários e Fiscais. Duração: 18 horas. Logística Integrada. Duração: 24 horas. Administração de Armazenagem. Administração e Planejamento da Produção. Gestão da Distribuição. Logística de Transportes. Logística em Comércio e Serviços. Logística, Marketing e Vendas. Negociação em Compras. Previsão da Demanda para o Planejamento de Vendas e Operações. Tecnologia Aplicada à Logística. Compras e Administração de Materiais. Todos com duração de 15 horas. Todos em São Paulo (SP). Organização e informações: Senac. Para saber as datas dos cursos, consulte o Senac. Tel.: 0800 883 2000 naiana.gsouza@sp.senac.br www.sp.senac.br Veja a agenda completa de cursos, seminários, MBAs e demais eventos em www.tecnologistica.com.br/agenda
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO 10M Group ............................................................ 59 AMP Empreendimentos ........................................ 57 Alcis ....................................................................... 20 Aliança ...........................................................2ª capa Almi ....................................................................... 89 Alphaquip ............................................................. 33 AmstedMaxion ...................................................... 19 Assine Tecnologística ............................................ 97 Astek ...................................................................... 54 Auxter .............................................................3ª capa BMC ...................................................................... 27 Cascade ................................................................. 66 Ceva....................................................................... 15 Columbia.........................................................4ªcapa Consmetal ............................................................. 37 Coopercarga .......................................................... 55
98 - Revista Tecnologística - Maio/2013
Crown.................................................................... 29 Cursos CLRB .......................................................... 95 Diagma .................................................................. 25 Elog........................................................................ 21 Emplaca ................................................................. 78 Essencis.................................................................. 47 FedEx ..................................................................... 11 Fórum Logística Reversa........................................ 91 Fundação Dom Cabral .......................................... 41 GKO....................................................................... 88 HBZ........................................................................ 09 ILOS ....................................................................... 65 JSL.......................................................................... 31 L.Amorim .............................................................. 60 LogCP .................................................................... 53 Log In .................................................................... 05
Metalshop ............................................................. 49 MKS ....................................................................... 93 Nautika .................................................................. 85 NDDigital .............................................................. 45 Ophos .................................................................... 61 Polo 40 .................................................................. 86 Port of Houston..................................................... 83 Porto Seguro .......................................................... 73 Rayflex ................................................................... 81 Retrak .................................................................... 23 Tecnologística Online ........................................... 96 Tópico ................................................................... 92 UPS ........................................................................ 16 UTI ................................................................ 12 e 13