Implementos rodoviários Setor luta para manter o ritmo de 2013
Multimodalidade traz maior segurança e sustentabilidade às operações da Novelis
Entrevista Agustín Croche: DHL Supply Chain continua confiante no crescimento do Brasil
SUMÁRIO
08
MERCADO Siga todas as novidades do mercado brasileiro de logística nesta seção
38
68
Artigo de Paula Oliveira e Gisela Sousa trata do desenvolvimento do mercado secundário no Brasil – ainda incipiente frente a outros mercados – e das operações de logística reversa
CROSS-DOCKING Acompanhe o vai e vem dos profissionais no nosso movimentado setor de logística
40
ILOS
ENTREVISTA
48
MULTIMODALIDADE Novelis quebra paradigma interno ao optar por transportar parte de seus insumos e produtos acabados por cabotagem e ferrovia, com parcerias com a Aliança e a MRS, obtendo ganhos ambientais e maior segurança nas operações
56
74
LOGÍSTICA REVERSA O professor Paulo Roberto Leite fala das características peculiares da logística reversa de pós-consumo e dos desafios para implementar as normas estabelecidas na Política Nacional de Resíduos Sólidos
EVENTOS Nesta edição, trazemos a cobertura completa da Intermodal South America, ocorrida em São Paulo, e da Movimat Nordeste, realizada no Recife, ambas em abril, além do lançamento da CeMAT 2015
TRANSPORTE Depois de um 2013 com crescimento, players do setor de implementos rodoviários lutam para manter o ritmo em 2014, ano que esperam não ser dos mais fáceis
64
Divulgação
Contrariando as previsões pessimistas para o país após as eleições, o vice-presidente da DHL Supply Chain no Brasil, Agustín Croche, continua apostando no crescimento do mercado brasileiro nos próximos anos
98
POLI/CISLOG Artigo mostra como o uso da intermodalidade pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa no transporte de exportação de soja
106 PRODUTOS Conheça os principais lançamentos de produtos, serviços e sistemas voltados à logística
113 AGENDA Confira os mais importantes cursos, seminários, MBAs e demais eventos nacionais e internacionais do setor de logística em nossa agenda
Capa: Anderson Maciel Ilustração: depositphotos
4 - Revista Tecnologística - Maio/2014
Publicare Editora Ltda.
EDITORIAL
www.publicare.com.br
Diretores Shirley Simão shirley@publicare.com.br
Jorge Roberto Simão jorge@publicare.com.br
Otimistas com moderação
C
omo dissemos em nosso editorial de janeiro, nunca um ano foi tão diagnosticado no Brasil como este, com a Copa do Mundo e as eleições presidenciais. E aqui vamos nós, já quase na metade de 2014, e os prognósticos continuam a toda. Difícil é achar dois que sejam convergentes. Enquanto uns pintam um cenário dantesco para o pós-Copa/pós-eleições, outros não se abalam e continuam a tocar a vida. Mas, se é sério supor que muitos dos prognósticos feitos têm um cunho puramente político, tentando puxar ou tirar a brasa desta ou daquela sardinha, também é inegável que a economia brasileira dá sinais de cansaço e o país vive uma grave crise energética. Diante disso, o que prever, como e o quanto investir são preocupações recorrentes nas empresas. Prova da falta de previsibilidade do mercado são duas matérias que trazemos nesta edição. Numa, os fabricantes de implementos rodoviários preveem um ano difícil, depois de um 2013 muito bom. No primeiro trimestre deste ano, a Anfir – associação que congrega os players do setor – detectou uma queda de 5,41% nas vendas destes equipamentos em todo o Brasil. A razão principal foi a incerteza na política do Finame, a linha de financiamento do BNDES para os veículos e implementos, entre outros fatores. Incerteza nas políticas e marcos regulatórios, aliás, têm sido a tônica deste governo. Por outro lado, Agustín Croche, nosso entrevistado do mês e vice-presidente operacional da DHL Supply Chain no Brasil, diz que a empresa não se abala com as previsões pessimistas e continua acreditando muito no mercado brasileiro, o que mais cresce na América Latina e o principal vetor de crescimento atual da gigante alemã. Segundo ele, o aumento de poder aquisitivo das classes C e D e a ainda enorme carência brasileira por serviços logísticos, além do crescimento, no Brasil, dos setores atendidos pela DHL, fazem com que a empresa preveja ainda muitos anos de bons resultados. Opinião que é compartilhada pelos empresários estrangeiros do setor de automação e intralogística ouvidos pela Tecnologística na edição de janeiro passado. Diante disso, no que acreditar? Como conduzir os negócios? Talvez o melhor seja proceder como sugeriu um empresário presente à feira Intermodal South America, ocorrida no mês passado, em São Paulo, e cuja cobertura completa você verá nesta edição: adotar o otimismo cauteloso. Porque é certo que, ao menos para o setor de logística, as oportunidades continuam enormes e as condições para que esta situação perdure permanecem: maior número de consumidores entrando no mercado, falta de infraestrutura, que pede soluções criativas, aumento da complexidade da logística internacional, trazida pelo crescimento do comércio global, e alto custo da mão de obra, que obriga as empresas a buscar maior competitividade, o que passa obrigatoriamente por uma logística eficiente. Portanto, vai ter Copa, vamos ter eleições e, vença quem vença, parece que o Brasil tomou o rumo sem volta do crescimento. Vamos ser otimistas. Mas com cautela. Até o mês de junho, com nosso esperado Panorama de Operadores Logísticos 2014. Não deixe de participar. Shirley Simão
Ano XIX - N.º 222 - Maio/2014 www.tecnologistica.com.br Redação, Administração e Publicidade Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar CEP: 04571-010 - São Paulo - SP
Central de Atendimento: Tel./Fax: (11) 5505-0999 Assinatura assinatura@publicare.com.br Editora Silvia Antunes Marino Reportagem Fábio Penteado Fernando Fischer redacao@publicare.com.br Revisão André Tadashi Odashima Arte Anderson Goes Maciel Renato Sales Publicidade Eládia San Juan Gabriel Santini Marcos Fornabaio Ricardo Nahorny Sandra Veleiro Argentina V. y V.S.R.L. Nuñes - 2820 1429 - Buenos Aires - Argentina Tel./Fax: (0054 11) 4702-2800 Periodicidade Mensal Circulação Nacional Conselho Editorial Antônio Galvão Novaes; Arthur A. Hill; César Lavalle; Hugo Yoshizaki; Marcos Isaac; Paulo Fleury; Paulo Roberto Leite; Robert Caracik; Rodrigo Vilaça; Walter Zinn. A Revista Tecnologística não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados, bem como pelas opiniões emitidas pelos entrevistados. Reprodução total ou parcial permitida, desde que citada a fonte. Registrada no 1.º Cartório de Reg. de Tit. e Doc. sob n.º 219.179, nos termos da Lei n.º 5.250/67 (Lei de Imprensa). Marca Registrada INPI n.º 818.454.067.
revistatecnologistica
@tecnologistica
Tiragem auditada pelo
6 - Revista Tecnologística - Maio/2014
MERCADO
Assinada autorização para mais um edital de licitação da Tamoios Concessionária vencedora será responsável, entre outros serviços, por executar a duplicação do trecho de serra
8 - Revista Tecnologística - Maio/2014
Diogo Moreira
O
governador do estado de São Paulo, Geraldo Alckmin, assinou, no dia 26 de março passado, a autorização para a publicação do edital da Parceria Público-Privada (PPP) da Rodovia Tamoios (SP-99), que ocorrerá nesta sexta-feira, 28 de março. O vencedor da licitação irá executar a duplicação do trecho de serra da via (entre o km 60,45 e o km 82) e ficará responsável pelos serviços de operação, manutenção e conservação da rodovia nos trechos de planalto e serra (do km 11,5 ao km 83,4) e nos contornos de Caraguatatuba e São Sebastião. A duplicação do trecho de serra prevê 12,6 quilômetros de túneis e 2,5 quilômetros de viadutos. A previsão é de que as obras sejam iniciadas no próximo mês de novembro e concluídas em novembro de 2019. Os investimentos, somente na duplicação do trecho de serra, devem chegar a R$ 2,9 bilhões. Outro R$ 1 bilhão será aplicado ao longo dos 30 anos do contrato de concessão. O certame licitatório está aberto a empresas nacionais, estrangeiras, fundos de investimentos e entidades de previdência complementar – isoladamente ou em consórcio. A estimativa é de que a entrega das propostas seja realizada no dia 12 de maio. A concessão da Tamoios prevê a implantação de três praças de pedágio, sendo duas no trecho de pla-
nalto (km 15,7 e km 56,6) e uma no Contorno de Caraguatatuba. O valor da tarifa será de R$ 0,10 (dez centavos) por quilômetro. Vale lembrar, porém, que só haverá cobrança a partir do segundo ano de contrato, e ela está condicionada à conclusão dos serviços previstos no Programa Intensivo Inicial (PII). Entre as melhorias preliminares previstas estão a substituição de dispositivos de segurança avariados, operação tapa-buraco, complementação e restauração da sinalização, instalação de três bases do serviço de atendimento ao usuário (provisórias), implantação do centro de controle operacional da rodovia, iluminação do trecho de serra entre o km 64 e o km 80 e alargamento do acostamento de 10,2 metros para 14 m em sete pontos da via. Para operar a rodovia, é necessário que os licitantes se enquadrem em uma série de exigências, como comprovar gestão e operação de rodovias
com volume diário médio superior a 8 mil veículos e experiência em sistemas de cobrança automática de pedágio do tipo single lane com barreira (cancela) ou freeflow, ou ainda sistema multilane-freeflow. A concessionária vencedora do processo de licitação também será obrigada a prever e disponibilizar a frota de guincho, ambulância e socorro mecânico.
Nova Tamoios Além das obras de ampliação, a concessão prevê algumas modernizações operacionais para melhorar a segurança e agilizar as viagens pela Tamoios. A rodovia será totalmente monitorada por 209 câmeras de Circuito Fechado de TV, o que agilizará o socorro médico e as ações para melhorar a fluidez da via sempre que necessário. Os motoristas também passarão a contar com uma estação de rádio dedicada exclusivamente à transmissão de boletins com informações sobre as condições operacionais e de tráfego da via. Além disso, serão instalados telefones de emergência (call box) a cada quilômetro de pista para os usuários se comunicarem com as equipes do Centro de Controle Operacional em caso de eventualidades.
Artesp: (11) 3465-2000
MERCADO
Bunge e Amaggi criam opção para exportação de grãos pelo Norte do país Nova empresa de navegação fluvial e terminal portuário formam alternativa ao congestionado corredor Sudeste
10 - Revista Tecnologística - Maio/2014
O percurso entre Itaituba e Barcarena será percorrido em três dias. A Unitapajós já nasce com uma frota composta por 50 barcaças e 2 empurradores. A previsão é transportar até 2 milhões de toneladas de grãos em 2014. A partir do próximo ano, com a incorporação de 40 barcaças e mais um empurrador, a empresa deve atingir capacidade para 4 milhões de t. “Todas as barcaças são equipadas com uma cobertura rígida exclusiva, de alumínio, projetada pela nossa equipe e desenvolvida por uma fabricante da Bélgica”, explica Jorge Zanatta, diretor da Amaggi Navegação. “É uma tecnologia nova no Brasil, que proporciona maior segurança e qualidade.” A Amaggi possui larga experiência no transporte fluvial de grãos e operações portuárias, atuando há 17 anos em um dos principais corredores hidroviários do país, o Madeira-Amazonas, por onde escoa, todos os anos, aproximadamente 2,8 milhões de t de grãos. Já a Bunge acumula conhecimento na área de logística ao longo de mais de 100 anos de atuação no Brasil. “A Unitapajós é responsável pela ope-
ração de navegação que une essas duas pontas, com os mesmos conceitos de inovação e preocupação com a sustentabilidade que norteiam as operações nos nossos terminais portuários e unidades produtivas”, destaca Júnior Justino, diretor de Logística e Agronegócio da Bunge Brasil. As companhias possuem a mesma participação de capital na nova empresa, que obteve a concessão da Marinha do Brasil para operar no início deste ano.
Terfron A Bunge investiu R$ 700 milhões na formação da Unitapajós e na construção do seu novo complexo portuário em Barcarena, próximo ao porto de Vila do Conde, que receberá a carga vinda pela hidrovia do Tapajós. O novo terminal é totalmente automatizado. A carga que chega às barcaças pelo rio será desembarcada de forma contínua por meio de um sistema de esteiras de carregamento e sugadores especiais, sendo transferida para silos e armazéns. Já o embarque nos navios para exportação é feito por três torres de carregamento que levam a carga por meio de esteiras 100% controladas por computador, com dispositivos especiais de segurança. Todo o processo de carregamento e descarregamento dos grãos é realizado em área coberta, o que permite a operação mesmo em dias chuvosos. O complexo forDivulgação
N
o final de abril, o Brasil ganhou uma nova opção para o escoamento de grãos pelo chamado corredor Norte, com a formação de uma nova empresa de navegação fluvial pelas gigantes do agronegócio Bunge e Amaggi, e com a inauguração do Terminal Portuário Fronteira Norte (Terfron) pela Bunge, em Barcarena (PA). As duas companhias uniram-se para formar a Navegações Unidas Tapajós (Unitapajós), que nasce com o objetivo de realizar o escoamento de grãos utilizando os rios Tapajós e Amazonas, no estado do Pará. A joint venture visa a oferecer uma nova opção de transporte para a crescente produção agrícola brasileira. O trecho dos rios, localizado entre os municípios de Itaituba e Barcarena, consiste em um importante corredor fluvial com potencial para contribuir para a intermodalidade na movimentação de grãos na região. Com a novidade, a carga que sai das fazendas e armazéns da região médio-norte do Mato Grosso segue por rodovia por cerca de 1.100 quilômetros até o terminal de transbordo de Miritituba, em Itaituba, pertencente à Bunge. De lá, as embarcações da Unitapajós percorrem mais 1.000 km até o recém-inaugurado terminal portuário da companhia, localizado em Barcarena, onde os produtos são transferidos para navios de grande calado e enviados para Europa e Ásia, os principais mercados atendidos por esta rota.
Conselho da ALL aprova fusão com a Rumo
Amaggi: (66) 3427-3000 Bunge Brasil: (11) 3914-0000
Negociação que prevê a criação de uma nova empresa ainda deve ser aprovada pelo Cade e ANTT
A
Cosan anunciou, no dia 15 de abril, que a proposta de fusão da Rumo, sua subsidiária do segmento de logística, com a América Latina Logística (ALL) foi aceita pelo Conselho de Administração do operador ferroviário. A proposta, feita no dia 24 de fevereiro pela própria Rumo, prevê a combinação das atividades das duas empresas mediante a incorporação das ações de emissão da ALL pela Rumo. A ALL convocou uma assembleia geral de acionistas, que seria realizada no dia 9
Divulgação
mado pela Unitapajós e pelos terminais de Miritituba e Barcarena terá capacidade de escoamento de 2,5 milhões de t de grãos em seu primeiro ano de operação. Até o final de 2015, o Terfron será o segundo maior terminal exportador da Bunge Brasil, com capacidade para 4 milhões de t/ano, atrás somente do TGG – Terminal de Granéis do Guarujá (SP) –, que exportou cerca de 8 milhões de t no ano passado. “Estamos diversificando a matriz logística do país, ainda muito dependente dos caminhões e trens. E, com o aumento da demanda mundial por alimentos, a Bunge se coloca numa posição privilegiada ao ganhar uma nova rota de escoamento de grãos, ainda mais sustentável”, diz Murilo Braz Sant’Anna, vice-presidente de Agronegócio da Bunge Brasil. “Este é um empreendimento importantíssimo para o Brasil. Com a nova rota, vamos contribuir para o desenvolvimento da região e desafogaremos o sistema logístico do Sudeste, que há muito tempo trabalha acima do limite”, complementa Justino. A sustentabilidade é um ponto alto dos novos empreendimentos. Um único comboio composto por 20 barcaças transporta 40 mil t de grãos, substituindo mais de mil caminhões ou 4,5 trens por viagem. Além disso, o terminal de Miritituba adota um sistema de sustentação no píer por correntes, que compensa as variações de nível da água, sendo totalmente isento de obras dentro do rio. Por fim, a nova rota encurta em 20% a distância entre o Brasil e a Europa, reduzindo em mais de 20% as emissões de CO2 pela adoção de um modal menos poluente.
deste mês. Nela, será votada a proposta de incorporação das ações, que prevê a atribuição de 63,5% aos atuais acionistas da Rumo e de 36,5% aos acionistas da ALL sobre o capital da nova empresa que será gerada, ainda sem nome definido. “A aprovação representa mais um passo na associação de duas empresas que, juntas, têm um enorme potencial de contribuir com o desenvolvimento da infraestrutura do país”, afirma Marcos Lutz, diretor-presidente da Cosan. “Nosso objetivo é criar valor com investimento e gestão, democratizando o acesso ao transporte ferroviário”, completa. Porém, a negociação deve passar ainda pelo crivo do Conselho Administra-
tivo de Defesa Econômica (Cade) e da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), e de outros eventuais órgãos da administração pública. No final de abril, a Procuradoria do Cade encaminhou um parecer em que recomenda a abertura de processo administrativo para investigar o contrato de transporte de açúcar entre a Rumo e a ALL, que será encaminhado à superintendência geral do órgão. Mas, enquanto o processo tramita, não haverá medida preventiva para suspender o contrato assinado entre as empresas. Este parecer aborda uma questão ainda anterior à fusão, e diz respeito às condições mais favoráveis de transporte concedidas pela ALL à Rumo, em detrimento de outros usuários da ferrovia. Em dezembro, a empresa de logística TCA protocolou junto ao Cade uma reclamação sobre o domínio da Rumo sobre a ALL. A ação foi seguida por outras empresas e entidades, como a Fibria Celulose, a Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) e a Associação dos Produtores de Soja e Milho (Aprosoja), que também reclamaram junto ao órgão mais espaço para suas cargas. O caso também foi levado à Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados.
Cosan: (11) 3897-9797 Rumo: (13) 2101-3900 ALL: (41) 2141-7555 Maio/2014 - Revista Tecnologística - 11
MERCADO
Belcorp inaugura CD em Pernambuco Estrutura localizada em Cabo de Santo Agostinho tem capacidade para expedir até mil caixas diariamente
A
Belcorp, indústria que atua no segmento de venda direta de cosméticos e acessórios, inaugurou, na segunda quinzena de março, um centro de distribuição na cidade de Cabo de Santo Agostinho (PE). O objetivo com a iniciativa é fortalecer a expansão da empresa nas regiões Norte e Nordeste e oferecer melhores condições de prazo de entrega à rede de consultores nestas localidades. O investimento para a inauguração não foi revelado. Segundo o diretor-geral da Belcorp, Claudio Eschecolla, o CD foi estruturado dentro de um condomínio logístico e disponibiliza 1.200 posições-palete. “A capacidade de expedição é de até mil caixas por dia de cosméticos e acessórios”, diz. Quanto às entregas, o executivo revela que, anteriormente, com a distribuição sendo realizada a partir de dois
CDs instalados no estado de São Paulo, os itens eram entregues num tempo médio de seis dias. “Agora, são quatro dias e para Recife a entrega é realizada em 24 horas”, garante. De acordo com Eschecolla, ainda não há como mensurar o impacto que a abertura do CD terá regionalmente. As projeções, contudo, são otimistas. “Este centro será responsável por aproximadamente 30% do volume nacional de vendas”, calcula. Os números consolidados não foram divulgados. Considerada estratégica nos planos de crescimento da empresa, que alcançou em 2012 um volume total de vendas de US$ 1,9 bilhão, a operação brasileira registrou crescimento de 70% no primeiro semestre de 2013 em comparação ao mesmo período do ano anterior. O plano estratégico para suportar este crescimento já está traçado. Sem
revelar detalhes, o diretor-geral adianta que o planejamento consiste na abertura de uma fábrica, de CDs e também na ampliação em 300% do número de consultores. “Vamos investir US$ 200 milhões no país até 2015”, assegura. Hoje, a estrutura da empresa no Brasil conta, além do novo CD em Cabo de Santo Agostinho, com dois armazéns – em Jundiaí (SP) e Sumaré (SP) –, e com a sede administrativa na cidade de São Paulo. A Belcorp está presente nos Estados Unidos e em 15 mercados da América Latina. A companhia detém as marcas L’Bel, cujo portfólio reúne cosméticos; Ésika, especialista em fragrâncias; e Cyzone, com um mix de maquiagem, perfumes, moda e acessórios. Ao todo, são mais de 500 produtos. Belcorp: (11) 2246-0160
Divulgação
International entrega 134 caminhões ao governo federal
A
International, marca de caminhões da montadora norte-americana Navistar, entregou, no último mês de março, 134 veículos DuraStar do modelo basculante 6x4
12 - Revista Tecnologística - Maio/2014
para o Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA). As unidades serão utilizadas em diversas cidades do interior de São Paulo, em áreas de difícil acesso e com alta exigência do veículo, em atividades como transporte de água potável, construção de barreiras e manutenção de estradas vicinais. A cerimônia de entrega aconteceu na cidade de Araçatuba (SP). O lote entregue faz parte de um pedido que totaliza 889 veículos destinados aos estados da Paraíba e Rio Grande do Norte, além de São Paulo, que receberá 521
unidades. Os caminhões estão sendo fabricados na planta da International em Canoas (RS). Com conteúdo local para atender às regras do Finame (Financiamento de Máquinas e Equipamentos, linha de crédito do BNDES), o DuraStar utiliza motor MWM MaxxForce de 274 cavalos e transmissão de dez marchas, além de contar com longarinas produzidas com materiais de alta resistência em design reto, para facilitar a instalação do implemento. International: 0800 979 0144 MDA: (61) 2020-0102
Panalpina cresce em 2013 e projeta 2014 ainda melhor
Divulgação
2013, diante de 1,39 milhão de TEUs em 2012. O lucro bruto por TEU de frete marítimo permaneceu praticamente estável, em CHF 329, o que resultou em um aumento de lucro bruto de 7%, passando de CHF 459,8 milhões em 2012 para CHF 491,9 milhões em 2013. As atividades de logística do grupo registraram crescimento de 16% de lucro bruto, saltando de CHF 377 milhões em 2012 para CHF 437,7 milhões no último ano. A Panalpina expandiu ainda mais suas atividades de armazenagem e distribuição durante o ano, incluindo serviços de valor agregado, especialmente para as indústrias de tecnologia e moda. “Em 2014, vamos nos concentrar na estabilização do nosso desempenho em frete aéreo e em melhorar a produtividade e a margem operacional em frete marítimo”, revela Ulber. A Panalpina estima um crescimento de mercado entre 2% e 3% para o frete aéreo e entre 4% e 5% para o mercado de frete marítimo neste ano. Na logística, a prioridade da empresa é reverter os custos com instalações deficitárias, que geraram perdas de EBIT em 2013. A Panalpina também buscará eliminar alocações fixas de capacidade de frete rodoviário, ao mesmo tempo em que desenvolverá ainda mais seus serviços de valor agregado. “Enxergamos a logística como um diferencial importante para complementar a nossa oferta de soluções de ponta a ponta”, indica o CEO. Outra prioridade da companhia é expandir ainda mais a atuação nos setores de petróleo e gás e projetos especiais.
O
Grupo Panalpina registrou um lucro bruto de 1,56 bilhão de francos suíços (CHF) no acumulado de 2013. O valor é equivalente a aproximadamente US$ 1,79 bilhão e representa crescimento frente ao ano anterior, quando a companhia obteve um lucro bruto de CHF 1,46 bilhão, ou cerca de US$ 1,70 bilhão. O Ebtida ajustado foi de CHF 161 milhões (US$ 185 milhões) no ano, crescimento, sobre o valor observado em 2012, de CHF 93,5 milhões (US$ 107 milhões). “Recuperamos os resultados de 2012 e ganhamos participação de mercado em um ambiente de baixo crescimento em 2013”, analisa o CEO da Panalpina, Peter Ulber. O volume de frete aéreo da companhia aumentou 3%, com 825.100 toneladas de carga transportada no ano passado, em comparação com as 801.400 t de 2012. O lucro bruto por tonelada diminuiu 2%, passando para CHF 765, diante dos CHF 784 do ano anterior, como resultado de aumentos nos valores de frete, particularmente durante o pico do quarto trimestre. Em um nível de lucro operacional, o frete aéreo alcançou um EBIT ajustado de CHF 119,3 milhões, contra CHF 79,8 milhões em 2012. No frete marítimo, os volumes cresceram 8% no ano passado. A Panalpina transportou 1,50 milhão de TEUs em
Panalpina: (11) 2165-5700
MERCADO
Prumo divulga resultados e investimentos Companhia aplicou no Porto do Açu R$ 1,4 bilhão em 2013; para este ano, previsão é de R$ 1,9 bilhão
A
Segundo o presidente da Prumo, Eduardo Parente, neste ano o porto sai da fase pré-operacional e inicia efetivamente a operação. “Queremos iniciar as nossas atividades e prestar serviços aos nossos clientes com eficiência e segurança. Ao longo deste ano, o foco será na atração de clientes e na maximização de
Divulgação
Prumo Logística divulgou, no final de março, que o Porto do Açu (RJ) recebeu R$ 1,4 bilhão em investimentos durante 2013. Deste total, R$ 820,1 milhões (R$ 1,038 bilhão incluindo juros capitalizados) foram aplicados no terminal onshore (T2) e na adequação do quebra-mar do terminal offshore (T1). Outros R$ 642,1 milhões (R$ 743,1 milhões contabilizando juros capitalizados) foram destinados ao desenvolvimento do projeto de minério de ferro. Para 2014, a companhia prevê que sejam realizados investimentos de R$ 1,9 bilhão no complexo portuário. Deste total, R$ 1,494 bilhão será aplicado no desenvolvimento do terminal 2. Entre as obras, destaque para a finalização do canal, a construção de linha de transmissão e do quebra-mar, o desenvolvimento do Terminal Multicargas (TMULT) e a dragagem. A verba será aplicada, ainda, na adequação do quebra-mar do T1 para movimentação de petróleo. O restante dos recursos – R$ 406 milhões – será investido no desenvolvimento do projeto de minério de ferro. Os dados constam da divulgação dos resultados de 2013 e confirmam a retomada do ritmo das obras do porto, que tem início de operação previsto para junho deste ano. No relatório, a empresa informa, também, que de 2007 a 2013 foram investidos R$ 5,2 bilhões no empreendimento, contabilizando os juros capitalizados. Deste montante, R$ 2,6 bilhões foram investidos pela LLX Açu (subsidiária da Prumo Logística) e o restante pela LLX Minas-Rio (parceria entre a Anglo American e a Prumo) e pela Anglo American.
14 - Revista Tecnologística - Maio/2014
valor dos principais negócios hoje existentes no Porto do Açu”, diz.
Destaques em 2013 Entre as ações destacadas do ano passado estão a obtenção de Licença de Instalação do INEA para a InterMoor, para a instalação de uma unidade que oferecerá apoio logístico e serviços especializados à indústria de óleo e gás, a assinatura de um contrato com a BP para uma joint venture com o objetivo de importar, exportar, vender e distribuir combustíveis marítimos e a assinatura de um contrato com a Wartsila para aluguel de área no T2. O ano de 2013 também se destacou no aspecto financeiro. A Prumo assinou
com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) a renovação do empréstimo firmado em fevereiro de 2012 no valor de R$ 518 milhões. Os recursos, já desembolsados, foram utilizados para financiar as obras do aterro hidráulico, dragagem e construção do quebra-mar. Já em dezembro, foi concluído o processo de aumento de capital no qual o grupo americano se tornou o novo controlador da Prumo, com participação de 52,8% do total de ações da companhia. No mesmo mês, também foi realizada a mudança de nome da empresa, de LLX para Prumo Logística. Em 2013, a Prumo apresentou uma receita líquida de R$ 56 milhões, referente ao aluguel de área a seus clientes Technip, NOV, Intermoor, Wartsila, OSX e ENEVA. O resultado financeiro líquido consolidado de 2013 foi de R$ 4,6 milhões. A Prumo terminou o quarto trimestre com um saldo em caixa de R$ 928,4 milhões. Os financiamentos da companhia no período somaram R$ 2,25 bilhões, considerando principal e juros. Em 2013, conforme previsto, por ser uma companhia pré-operacional, a Prumo registrou prejuízo líquido de R$ 135,8 milhões.
Novo contrato A Prumo divulgou ainda a assinatura de um contrato de aluguel de área com a empresa americana Edison Chouest Offshore, que fornece soluções de transporte marítimo offshore e irá instalar uma base de apoio logístico e estaleiro
de reparos navais para suas próprias embarcações no Porto do Açu. A unidade, que poderá receber 12 embarcações e atenderá aos atuais clientes da Edison Chouest, será instalada no T2, que conta com 13 quilômetros de cais e 10 metros de calado, e tem como foco atividades do setor de óleo e gás. A área, destinada à Edison Chouest por 15 anos, renováveis por mais três períodos de cinco anos, conta com 255.200 metros quadrados, cais de 440 m e terá capacidade para 12 berços. A empresa possui, ainda, a possibilidade de aumentar em 220 m o cais em até 12 meses e mais 220 m em até 18 meses, podendo dobrar sua capacidade e atingir 880 m de cais, com capacidade para 18 embarcações e
uma área de até 510.400 m². A previsão da companhia é investir R$ 950 milhões no desenvolvimento da unidade e que as operações comecem no início de 2015. De acordo com o CEO da companhia, Gary Chouest, o Açu possui as melhores condições para a instalação de bases offshore no país. “Além de localização estratégica, próximo à Bacia de Campos, e excelente calado, o porto já está pronto e conta com área disponível no entorno, o que possibilita a expansão da nossa unidade e a instalação de uma cadeia de fornecedores”, diz. Para o diretor da Bram Offshore Transportes Marítimos, subsidiária da Edison Chouest no Brasil, Ricardo Chagas, a instalação da base no Porto do
Açu é essencial para o plano de expansão da empresa no país. “Ela permitirá atender não somente os atuais clientes, mas também possibilita a expansão para novos contratos que estão em negociação”, afirma. Atualmente, a companhia atua no Brasil com 70 embarcações de apoio marítimo offshore – operando para Petrobras, Shell, Queiroz Galvão, Total, Repsol e Statoil – e 10 veículos de operação remota (ROVs, na sigla em inglês). Além disso, possui um estaleiro em Navegantes (SC), onde constrói seis embarcações por ano. Bram Offshore: (21) 3747-5200 Prumo Logística: (21) 3725-8000
UPS abre unidades dedicadas ao mercado de saúde Instalações serão inauguradas no Brasil e no Chile; no México, estrutura já disponibiliza os serviços
A
UPS anunciou três instalações dedicadas ao mercado de cuidados com a saúde, equipamentos médicos e produtos farmacêuticos. As novas unidades, que entrarão em operação nos próximos meses, estarão localizadas em Cuautitlán Izcalli, no México, em São Paulo e em Santiago, no Chile. No Brasil – que, de acordo com a empresa, é o maior mercado de consumo de medicamentos da América Latina – serão agora duas instalações da UPS dedicadas a este segmento. A nova unidade contará com uma área de 7.432 metros quadrados e será inaugurada no terceiro trimestre deste ano. Prevista para ser concluída no último trimestre de 2014, a unidade no
Chile possui 1.951 m², enquanto a estrutura mexicana, operando desde o início de abril, disponibiliza 7.246 m². Com as inaugurações, a UPS informa que engloba praticamente 70% do total do mercado de consumo em saúde na América Latina. A região inclui dois dos 15 principais mercados deste segmento, e as novas unidades estão localizadas nas maiores cidades consumidoras nestes países, permitindo acesso eficiente aos mercados. Segundo o vice-presidente global de Estratégias para Healthcare, John Menna, a região representa uma grande oportunidade de crescimento para as empresas dedicadas a produtos médicos que contam
com a rede de negócios da UPS, com instalações dedicadas, frete aéreo e experiência em segurança e conformidade para auxiliar suas metas de negócio. “Essas instalações oferecem mais acesso às melhores soluções de logística para empresas de dispositivos farmacêuticos, médicos e de biotecnologia que servem a América Latina”, afirma. Cada instalação segue as regulamentações globais, regionais e locais e é projetada para abrigar produtos de saúde em temperatura ambiente tanto para empresas de dispositivos médicos quanto farmacêuticos.
UPS: (11) 5694-6600 Maio/2014 - Revista Tecnologística - 15
MERCADO
Wilson Sons Rebocadores recebe nova embarcação Até o final do ano, outras quatro embarcações devem entrar em operação
A
Wilson Sons Rebocadores recebeu, na última semana, o rebocador WS Phoenix, construído pela Wilson Sons Estaleiros, no Guarujá (SP). A embarcação é a primeira de uma série de 12 atualmente em construção, que demandou investimentos totais de US$ 140,7 milhões. Com 72 toneladas de tração estática, o rebocador está equipado com motor Caterpillar e propulsores Schottel, além de contar com sistema de combate a incêndio. “A entrada em operação do
WS Phoenix é motivo de muita comemoração para a companhia, já que é o primeiro de um novo ciclo com financiamento do Fundo da Marinha Mercante”, explicou o diretor Operacional da empresa, Sérgio Guedes. Até o final de 2014, outras quatro embarcações com especificações semelhantes ao WS Phoenix entrarão em operação. “Essas novas unidades seguem o plano de renovação da frota, aumentando nossa capacidade de atendimento a operações portuárias
especiais”, completa Guedes. Além de prestar apoio a manobras de atracação e desatracação de navios em portos, a Wilson Sons Rebocadores, que tem dentre seus clientes os principais armadores do mundo, atua também em operações especiais, como reboque oceânico, assistência e salvamento, e operações acessórias, como apoio a atividades de offloading.
Wilson Sons Rebocadores: (21) 2126-4222
Terex absorve Demag Cranes Com a transação, surge um novo segmento de negócios
A
Divulgação
Terex Latin America anunciou que, desde o início de março, a Demag Cranes & Components, companhia adquirida em agosto de 2011, adota seus dados de cadastro também na América Latina. Com isso, todos os direitos e obrigações da Demag serão sucedidos pela Terex, que possui o domínio e um acordo de transferência de lucros e perdas em vigor desde abril de 2012. A transação também faz surgir um novo segmento de negócios na companhia, denominado “Material Handling & Port Solutions” (Movimentação de Materiais e Soluções Portuárias), operando juntamente com os demais segmentos da Terex: plataformas aéreas de trabalho, construção, guindastes (móveis e do tipo torre) e processamento de materiais (equipamentos de trituração e peneiramento). Vale lembrar que 16 - Revista Tecnologística - Maio/2014
a Demag Cranes Group passará a operar sob o nome Terex Material Handling & Port Solutions em suas negociações com clientes e com o mercado, substituindo a identidade da Demag Cranes. A nova unidade consiste de dois grupos de negócios. Na maior parte dos países, o segmento de movimentação de materiais compreende os guindastes industriais, juntamente com os serviços re-
lacionados. A Demag, marca globalmente reconhecida, será ampliada para incluir o slogan “A Terex Brand” (uma marca Terex) e continuará a representar os guindastes industriais, os componentes e os serviços relacionados. Já a unidade de negócios Port Solutions combinará a divisão Gottwald Port Technology da Demag com a divisão de equipamentos portuários da Terex. A marca Gottwald foi alterada para Terex Gottwald, no intuito de refletir a integração das duas marcas, ambas renomadas no segmento portuário. Com seu portfólio de produtos combinados, a Terex Port Solutions oferece uma vasta gama de soluções manuais, semiautomáticas e automáticas no setor de tecnologia portuária, tornando-a um dos fornecedores líderes neste segmento. Terex: (11) 4082-5600
MERCADO
Divulgação
Viracopos contará com sistema da Viastore
A
concessionária Aeroportos Brasil Viracopos, administradora do aeroporto internacional localizado em Campinas (SP), assinou um contrato com a Viastore Systems, empresa de origem alemã que atua no fornecimento de soluções de intralogística, para o desenvolvimento do novo sistema de gestão de seu Terminal de Cargas (Teca). O acordo, que prevê um projeto totalmente customizado para atender às necessidades do aeroporto, engloba a implementação de um WMS (Warehouse Management System), de um novo software de controle alfandegário e de um sistema de tarifação e faturamento. As tecnologias, que funcionarão de forma totalmente integrada, demandaram investimentos de R$ 9 milhões e devem estar em operação em um prazo de 14 meses a contar do último mês de fevereiro.
Solução tecnológica deve proporcionar maior produtividade e redução de custos O WMS da Viastore contará com módulos das empresas de tecnologia Trust e Softway, a última pertencente à Thomson Reuters. O sistema é capaz de identificar o melhor local de armazenagem para cada tipo e volume de carga que chega ao terminal, otimizando espaços e maximizando a eficiência operacional. Além disso, ele utiliza tecnologias de identificação automática e captura de dados com códigos de barras, dispositivos móveis e redes locais sem fio para monitorar de forma eficiente o fluxo de produtos. Todas as informações coletadas são unificadas em uma base de dados, em tempo real, proporcionando uma visão mais completa do status do armazém. “O novo WMS irá proporcionar mais segurança no armazenamento da carga, um ganho na produtividade do processo logístico, melhoria no acompanhamento, por parte dos clientes, do pro-
cessamento de suas cargas, e um melhor atendimento à legislação, pois haverá um controle alfandegário mais eficiente”, explica o diretor-presidente da Aeroportos Brasil Viracopos, Luiz Alberto Küster. “Tudo isso melhorará o nível dos serviços prestados aos clientes e aos órgãos fiscalizadores”, completa. As novas tecnologias devem gerenciar a movimentação de 20 mil volumes diários e administrar 230 usuários por turno de trabalho, no armazém de aproximadamente 80 mil metros quadrados. “Viracopos é o primeiro projeto da Viastore no Brasil e teremos sempre um carinho especial por ele. Nosso objetivo é transformá-lo em um aeroporto de cargas modelo no país”, comenta Paulo Franceschini, presidente da Viastore no Brasil. Aeroporto de Viracopos: (19) 3725-5000 Softway: (11) 3019-3600 Viastore: (19) 3305-4100
Divulgação
Capital Realty amplia condomínio logístico em Itajaí
A
Capital Realty anunciou, no último mês de março, a ampliação de seu empreendimento localizado em Itajaí (SC). Com a novidade, a área disponível para armazenagem no Mega Centro Logístico Itajaí passará dos atuais 52 mil metros quadrados para 87 mil m². Os novos 35 mil m², que englobam 18 módulos distribuídos em dois novos galpões, demandarão investimentos de aproximadamente R$ 50 milhões. A ampliação ocorrerá ainda em 2014, mas a data específica para o início das obras não foi revelada pela companhia. Esta é a quarta ampliação da unidade em dois anos. Em junho de 2012, foram concluídas as obras de novos 34 mil m², com investimento de cerca de R$ 40 milhões. De acordo com a Capital Realty, o condomínio passa por novas obras porque a área disponível atualmente já está 100% ocupada. “A economia da região está muito aquecida, com investimentos de grande porte que beneficiam diversos setores, como o de logística”, explica o presidente da companhia, Rodrigo Demeterco. O Mega Itajaí está situado no entroncamento da BR-101 com a SC470, a 6 quilômetros do Porto de Itajaí e a 16 km de Navegantes. A Capital Realty está iniciando também as obras de construção de seu novo empreendimento, o Mega Intermodal Canoas (RS). Nesta primeira fase, o condomínio contará com 25 mil m². Com investimentos de R$ 200 milhões, o Mega Canoas apresentará uma área total de 165 mil m² quando concluído. O condomínio estará localizado a menos de 12 km de Porto Alegre, às margens da rodovia BR-386 e próximo às BR-116 e 448, servindo como alternativa para a ligação da Região Metropolitana com a capital gaúcha. O Mega Canoas contará ainda com um desvio ferroviário com pátio para contêineres, o que permite o transporte intermodal de mercadorias. Capital Realty: (41) 2169-6850
MERCADO
Faturamento da Pacer cresce 45% no acumulado de 2013 Para 2014, é esperado um resultado 35% maior que o do ano passado
A Divulgação
Pacer Logística divulgou o balanço das operações relativas ao acumulado de 2013. De acordo com a operadora logística, o crescimento no faturamento durante o ano passado foi de 45%, chegando à marca de R$ 39 milhões. Ao todo, a Pacer transportou, durante 2013, 48
mil toneladas de cargas, número que representa um crescimento de 40% em relação a 2012. O resultado positivo deve-se, principalmente, à ampliação dos contratos com a varejista Tok&Stok (leia mais a respeito das operações de ambas as empresas na edição de abril da Revista Tecnologística) e com a concessionária Itavema, além da conquista de novos clientes, como a companhia de telecomunicações ZTE. Em 2014, a Pacer espera atingir um crescimento de cerca de 35%. De acordo com seu pre-
sidente, Alexandre Caldas, o objetivo é apresentar serviços que vão além do transporte de carga. “O foco é oferecer aos clientes soluções completas, desde o planejamento, passando pela armazenagem, controle de estoque e distribuição”, afirma. “Os desafios são inúmeros, mas o cenário parece promissor para os operadores logísticos, que registram taxas de crescimento superiores a outros segmentos”, completa o executivo. Com mais de 30 unidades espalhadas pelo país, a Pacer conta com 700 colaboradores e uma frota de 430 veículos, entre próprios e terceirizados.
Pacer: (11) 3648-4700
Brasil cai 20 posições em ranking de logística do Banco Mundial
O
Banco Mundial divulgou, em março, o relatório Connecting to Compete 2014: Trade Logistics in the Global Economy, que elenca a eficiência dos sistemas de transporte de 160 países com base em fatores como procedimentos alfandegários, qualidade da infraestrutura, rastreamento e compromisso com prazos. Emitido a cada dois anos, o relatório é desenvolvido a partir de uma pesquisa com mais de mil profissionais de logística, que indicam sua percepção a respeito do setor. De acordo com o estudo, o Brasil ocupa a 65ª posição no ranking mundial de logística, 20 - Revista Tecnologística - Maio/2014
pior colocação desde que o relatório começou a ser feito, em 2007. A colocação atual representa uma queda de 20 postos em relação ao último relatório e coloca o Brasil atrás de países como Índia, China e África do Sul, e dos latino-americanos Argentina e Chile. Dentre os itens avaliados, o serviço de aduanas e alfândegas consistiu no pior resultado para o país, que ocupa a 95ª posição no quesito, atrás de países como Equador, Paraguai e El Salvador. O item em que o Brasil aparece com a melhor colocação é a qualidade e competência logística, na 50ª posição.
De acordo com o Banco Mundial, os resultados do relatório mostram que ainda existe uma grande lacuna entre os países no que diz respeito à qualidade da logística, especialmente devido a problemas relacionados a obras e investimentos nos países em desenvolvimento, como é o caso dos Brics, grupo que inclui Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Destes, somente a Rússia aparece depois do Brasil no ranking geral, ocupando a 90ª posição. Os países que lideram o ranking são Alemanha, Holanda e Bélgica. Banco Mundial: (61) 3329-1000
MERCADO
Receita líquida da Invepar aumenta 124% em 2013 Companhia registra alta em especial nas operações do Aeroporto de Guarulhos
A
Invepar registrou, no ano passado, uma receita líquida de serviços de R$ 2,5 bilhões, valor que representa um crescimento de 124% em relação ao ano anterior. A empresa divulgou os resultados financeiros relativos ao acumulado de 2013 no final de março. O lucro líquido de 2013, por sua vez, foi de R$ 96,2 milhões, aumento de 291% em relação a 2012, e o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado consolidado atingiu o valor de R$ 1,1 bilhão, soma 178% superior ao registrado dos doze meses de 2012. De acordo com a Invepar, os números positivos devem-se ao crescimento de todos os segmentos em que atua, com aten-
ção especial aos negócios relacionados a aeroportos, que registraram R$ 1,3 bilhão de receita líquida de serviços, aumento de 847% em relação ao ano anterior. É importante ressaltar que 2013 foi o primeiro ano completo da operação do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP) pela Invepar. O terminal recebeu no período aproximadamente 36 milhões de passageiros, o que representa um crescimento de cerca de 10% em relação a 2012. Os resultados positivos também foram influenciados pelo segmento de rodovias, que teve receita líquida de serviços de R$ 642,2 milhões, 41% superior ao ano anterior. O crescimento
ocorreu, principalmente, em virtude do aumento no volume de tráfego ocasionado pelo início da operação da Via Parque Rímac, em Lima, no Peru, assim como pelo aumento de demanda das concessionárias Auto Raposo Tavares e Litoral Norte. Em 2013, houve um crescimento de 44% no tráfego consolidado de veículos nas rodovias administradas pela Invepar. No segmento de mobilidade urbana, a receita líquida de serviços foi de R$ 551,7 milhões, crescimento de aproximadamente 9% em relação a 2012, em função do aumento no volume de passageiros pagantes do Metrô Rio (RJ). Invepar: (21) 2211-1300
Transportadora Sulista fecha contrato com a Tupy
Divulgação
(SP). Segundo a diretora executiva da Sulista, Josana Teruchkin, o contrato marca a entrada da companhia no mercado catarinense em um grande projeto. O acordo tem duração de três anos e seu valor não foi divulgado. A executiva explica que, no inbound, o trabalho consiste em realizar a coleta de embalagens nos clientes e fornecedores de matéria-prima com destino às unidades fabris. A Sulista será responsável, também, pela
A
Transportadora Sulista fechou um acordo junto à Tupy, fabricante de peças em ferro fundido, a fim de realizar os serviços de inbound e outbound em duas plantas da indústria, localizadas em Joinville (SC) e Mauá 22 - Revista Tecnologística - Maio/2014
movimentação de matérias-primas provenientes de diferentes fornecedores instalados em São Paulo, Minas Gerais, Bahia e Rio Grande do Sul. “Nossa expectativa é movimentar 80 mil toneladas por ano no serviço de inbound”, diz. Já no outbound, a transportadora efetuará a entrega das peças fundidas industrializadas pela Tupy em Joinville e Mauá para clientes do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro. “A meta é distribuir 90 mil t anualmente”, calcula a diretora.
Transportadora Sulista: (41) 3371-8200
Confiance Log investe em frota para atender novo cliente Operador logístico destina R$ 1 milhão à aquisição de novos caminhões e instala nova balança rodoviária
Divulgação
gados, a um total de 40 veículos. Rosemary ressalta que a compra marca a continuidade de uma ação de renovação de frota da empresa realizada em 2008, quando foram adquiridos dez caminhões Volkswagen Constellation para realizar o transporte das mercadorias de outra rede de supermercados. “Hoje, com a entrada de uma nova rede varejista em nossa carteira, vamos executar a mesma estratégia e disponibilizar os novos ativos exclusivamente para a operação deste cliente”, explica. “À medida que ela for crescendo, vamos investir na compra de novos veículos”, completa a diretora. Para aprimorar o atendimento ao segmento varejista, a Confiance Log vem realizando investimentos constantes. No último mês de março, entrou em operação uma balança rodoviária, com o objetivo de acelerar o processo de entrada e saída dos caminhões, facilitando e conferindo mais acurácia à atividade de pesagem. A operadora investiu aproximadamente R$ 130 mil na instalação da balança fixa, da marca Confiança. De acordo com Rosemary, até então era utilizada somente uma balança do tipo plataforma, que continuará em atividade. Sediado em São Paulo, o operador logístico dispõe de uma área de 2 mil metros quadrados destinados à armazenagem de mercadorias e 10 mil m² de pátio externo.
A
Confiance Log, operador logístico especializado na armazenagem e distribuição de cargas congeladas e refrigeradas, ampliou sua frota com três novos caminhões Mercedes-Benz Atego 2426, para atender às atividades da rede de supermercados Barbosa. Os veículos, todos frigorificados, contam com capacidade de 13 toneladas cada. Equipados com tecnologia de rastreamento da Sascar e monitoramento da Buoni, eles serão utilizados em operações do cliente nos municípios paulistas de Tatuí, Sorocaba e Guarulhos, além das zonas Oeste e Sul da capital. Adquiridos em novembro do ano passado, os ativos demandaram investimento de R$ 1 milhão. De acordo com a diretora da Confiance Log, Rosemary Panossian, os novos veículos marcam o início da composição de frota para o atendimento ao cliente, que possui, ao todo, 29 lojas. Com isso, a operadora logística passou a contar com uma frota que chega, entre ativos próprios e agre-
Confiance Log: (11) 2296-9433
MERCADO
Arteris aplicará R$ 1,8 bilhão em 2014 Valor recorde é destinado às vias administradas pela companhia em cinco estados
A
Arteris, empresa que atua no setor de concessões rodoviárias e administra 3.250 quilômetros de vias nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná e Santa Catarina, anunciou investimentos de R$ 1,8 bilhão direcionados às suas rodovias durante o ano de 2014. “A Arteris e suas concessionárias estão completamente focadas em realizar obras e intensificar os investimentos nas rodovias que operam. Esta é nossa prioridade: investir”, explica o CEO da companhia, David Díaz. No ano passado, a Arteris realizou investimentos totais de R$ 1,3 bilhão. Dentre as principais obras estão a duplicação do trecho da Rodovia Régis Bittencourt na Serra do Cafezal, em São
Paulo, e da BR-101, no Rio de Janeiro, e a ampliação da Avenida do Contorno, em Niterói (RJ). Além disso, a companhia construirá uma nova rodovia, o Contorno de Florianópolis, com cerca de 50 km de extensão em pista dupla, cortando os municípios de Governador Celso Ramos, Biguaçu, São José e Palhoça. As obras devem ter início ainda no primeiro semestre de 2014. Em adição aos investimentos, Díaz revela que a Arteris busca aplicar seus esforços, também em 2014, no plano de eficiência e foco em custos da companhia. “Já implantamos ações com excelentes resultados, como são os casos de compras centralizadas, leilões eletrônicos e desenvolvimento de centros compartilhados em áreas como RH, Enge-
nharia, Controladoria e Contabilidade”. “E a terceira prioridade é fortalecer nossa imagem e comunicação”, explica o CEO. De acordo com ele, a Arteris busca aproximar a companhia de todos os públicos, como comunidade e imprensa. “Queremos apresentar ao Brasil nossos projetos de responsabilidade socioambiental corporativa, incluindo voluntariado, educação, saúde, meio ambiente, cultura e segurança”, completa. Fazem parte da Arteris as concessionárias Autovias, Centrovias, Intervias, Vianorte, Autopista Fernão Dias, Autopista Fluminense, Autopista Litoral Sul, Autopista Planalto Sul e Autopista Régis Bittencourt. Arteris: (11) 3074-2404
Costeira Transportes renova a frota Empresa adquiriu dez caminhões Volvo, modelos FH 560 e FH 460 Divulgação
3 milhões com a Volvo para a compra dos modelos FH 560 e FH 460. Do total negociado, sete já estão em operação. Os novos ativos, que substituem os antigos modelos FH 340, chegam para suportar as crescentes operações da companhia na Região Nordeste e a ampliação das rotas de distribuição pelo restante do Brasil. Segundo o diretor de Operações, Francisco Araújo, os veículos serão dispostos pelas filiais da empresa instaladas em Belém, Recife, Feira de Santana (BA) e Curitiba, além da matriz, em Guarulhos (SP). Vale lembrar que
A
Costeira Transportes, que atua em operações rodoviárias de longa distância, adquiriu, no último mês de abril, dez veículos para a renovação de sua frota, que totaliza 60 caminhões. A companhia fechou um contrato de R$ 24 - Revista Tecnologística - Maio/2014
a companhia possui estruturas, ainda, em Manaus, Gravataí (RS) e Boa Vista, e prepara a inauguração em Sergipe. O executivo é otimista quanto à aplicação dos novos caminhões. “Reduziremos nosso custo com manutenção, aumentaremos a confiabilidade na coleta e entrega dos produtos, além de termos economia de combustível em torno de 5% e mais qualidade no atendimento ao cliente”, diz. Araújo não revela números consolidados para ilustrar, mas adianta que, até o próximo ano, mais 130 caminhões, multimarcas, serão introduzidos na operação. Costeira Transportes: (11) 2404-6966
MERCADO
Danone premia fornecedores de transporte PET avalia as empresas e enaltece aquelas que adotaram as melhores práticas operacionais
A
Danone realizou, dia 7 de abril, em São Paulo, a sétima edição do Programa de Excelência no Transporte (PET), iniciativa que tem como objetivo premiar os fornecedores – primários e secundários – que adotaram boas práticas operacionais. Promovido desde 2008, o programa este ano também reconheceu a transportadora que desenvolveu uma ação voltada à sustentabilidade. O gerente Nacional de Transportes da Danone, Francisco Furtado Junior, explica que participaram da premiação fornecedores de transporte sob contrato que prestaram serviço durante todo o ano. A metodologia é simples. Os itens avaliados são segurança, qualidade do serviço, sustentabilidade e gestão de rotina. Cada um recebe uma pontuação, num total de 1.000 pontos. São eliminados da disputa aqueles que, por exemplo, se envolvem em acidente fatal, utilizam mão de obra infantil ou omitem dados.
Na categoria Transporte Primário, concorreram 21 transportadoras que realizaram as movimentações entre as fábricas da Danone e os seus 13 centros de distribuição. A vencedora na categoria foi a Transardo Transportes, ficando a Transportadora Bombonatto em segundo e a Renda Mais Transportes em terceiro lugar. Já na categoria Transporte Secundário, que contempla as empresas responsáveis pelas movimentações dos produtos da Danone entre os CDs e os pontos de venda, o prêmio ficou com a Transportes Tatei. Transmap Transportes e JSL figuraram na segunda e terceira colocações, respectivamente. Ao todo, 75 empresas participaram do programa. O reconhecimento pelo projeto de sustentabilidade foi entregue à JSL. Denominado “Pela Vida”, o programa mediu indicadores básicos de saúde, como pressão arterial e condições da visão, e atingiu 33 mil motoristas vinculados à operação da fabricante. Na opinião do executivo, o PET tem se mostrado a cada ano um meio essencial para suportar o crescimento da companhia, apoiar os transportadores e entregar os produtos com fornecedoras de transporte conhecidas e de confiança. Junior conta A categoria Transporte Primário premiou transportadores que fazem a que nessa edimovimentação das fábricas até os CDs ção as auditorias
26 - Revista Tecnologística - Maio/2014
foram 100% realizadas por equipes da Danone, ao contrário dos outros anos, em que foi utilizado o apoio do Senai. “Foi uma excelente oportunidade para nos aproximarmos ainda mais dos transportadores, ouvir e entender a dificuldade de cada um e construir as soluções em conjunto. Nessa aproximação, aproveitamos para esclarecer e reforçar a importância de cada pilar do programa e mostramos o ganho gerado pela redução e eliminação dos riscos no negócio do próprio transportador”, ressalta. Para o gerente, o trabalho é contínuo. “Temos ainda um desafio grande, pois os riscos na operação de transporte são muitos. Mas temos certeza de que, focando em nossos pilares – segurança, qualidade, sustentabilidade, gestão de pessoas e processos –, chegaremos a esse objetivo”, diz. De acordo com o gestor, já são perceptíveis a evolução e a mudança de cultura dos transportadores. “Eles já veem o valor em trabalhar correndo menos riscos, tanto para as pessoas envolvidas na operação quanto para o próprio negócio. Tivemos, por exemplo, vários relatos que vão desde a obtenção de economia no consumo de combustível, na manutenção dos veículos, passando pela redução de horas extras, até a diminuição de acidentes”, comemora.
Danone: (11) 3141-3690
BR-163/MS passa à gestão da iniciativa privada CCR MSVia será responsável pela operação da rodovia por 30 anos
A
CCR MSVia – Concessionária de Rodovia Sul-Mato-Grossense S.A., pertencente ao Grupo CCR, assumiu, no último mês de março, a gestão da BR-163/MS, cuja concessão havia sido ganha em dezembro de 2013, em leilão realizado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). A companhia ofereceu a menor tarifa básica de pedágio, no valor de R$ 4,38 a cada cem quilômetros rodados, deságio de 52,74%. Toda a operação de infraestrutura e o serviço de recuperação, conservação, manutenção, implantação de melhorias e duplicação da rodovia serão de responsabilidade da CCR MSVia por 30 anos. Nos cinco primeiros anos, estão previstos investimentos de R$ 3,4 bilhões para a realização de obras que contemplem a duplicação completa da rodovia, além de implantação e operação dos serviços de operação. A cobrança de tarifa terá início em até 18 meses após a assinatura do contrato (outubro de 2015), desde que executados 80,6 quilômetros de duplicação (10% do total previsto), realizados os trabalhos iniciais e aprovado um programa de redução de acidentes. Segundo o presidente da empresa, Maurício Negrão, em abril já ocorreu o início das obras e dos serviços emergenciais de recuperação da rodovia. “Serão várias frentes de trabalho ao longo de toda a BR-163/MS, que conduzirão os chamados trabalhos iniciais, que envolvem obras e serviços para dar condições emergenciais de fluidez e segurança ao tráfego”, diz. Entre as melhorias, haverá ações de correção de desnível, reparos lo-
calizados e recomposição emergencial do pavimento, recomposição de faixas e placas de sinalização, reparos e recuperação de viadutos e pontes, limpeza e desobstrução de sistemas de drenagem. “Os serviços no pavimento deverão provocar transtorno para os motoristas em vários momentos, tendo em vista que não há como realizá-los sem interferir no tráfego”, lamenta. A BR-163/MS tem 847,2 quilômetros de extensão, cruzando 19 cidades. Mais de 1,3 milhão de habitantes são servidos pela rodovia, que tem papel fundamental na agroindústria, no comércio e no turismo. De acordo com Negrão, nesse universo, o papel da concessionária será fundamental, garantindo não só obras para segurança e fluidez do tráfego, mas também serviços operacionais de assistência a motoristas e passageiros. O executivo revela que, no próximo mês de outubro, serão iniciados os trabalhos do Serviço de Atendimento ao Usuário (SAU), composto por 17 bases operacionais e envolvendo equipes especializadas para atendimento pré-hospitalar, desobstrução de pistas, reboque mecânico, presença na rodovia, apoio e informação. O SAU envolverá cerca de 500 profissionais, dos quais 259 de atendimento pré-hospitalar, entre eles 35 médicos que trabalharão em plantões 24 horas. Essas equipes contarão com uma frota composta por 17 ambulâncias-resgate (sendo cinco UTIs), 25 guinchos (entre leves e pesados), 19 inspeções de tráfego e 11 caminhões de serviço. Grupo CCR: 0800 017 3536
Porto no Guarujá terá novo acesso Obras financiadas pela iniciativa privada devem terminar em 90 dias
A
nova ligação entre a Rodovia Cônego Domênico Rangoni e a Avenida Santos Dumont até o Porto do Guarujá (SP), desmembramento do Porto de Santos (SP) localizado na margem esquerda, começou a ser construída no início de abril. Com a conclusão da obra, prevista para 90 dias, a previsão é de que o número de carretas e caminhões que passam pelo único acesso ao cais disponível atualmente, a Rua Idalino Pinez (conhecida como Rua do Adubo), seja desafogado em cerca de 40%. Com 20 metros de largura e 600 m de comprimento, a pista terá de três a quatro faixas. De acordo com o convênio assinado entre a prefeitura da cidade do Guarujá e as empresas portuárias Fassina e Dow Química, caberá à iniciativa privada executar as obras do novo acesso, orçadas em R$ 1,5 milhão. A Dow Química é dona de 40% do terreno e o grupo Fassina detém 60%. Após o término da construção, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) será responsável pela manutenção da rede de drenagem, pavimentação e sinalização durante o funcionamento da nova via, e haverá um aluguel de R$ 70 mil mensais que deverá ser pago às duas empresas privadas. Codesp: (13) 3202-6565 Maio/2014 - Revista Tecnologística - 27
MERCADO
Faturamento da TW cresce 26% em 2013 Para o exercício de 2014, a empresa projeta atingir R$ 245 milhões Daniel Tatsch
redesenho de processos e os investimentos em recursos humanos e no processo de planejamento e controle de ações críticas. “Hoje, nossa companhia possui uma área de planejamento, business intelligence (BI) e inteligência de mercado estruturada e independente. Optamos por investir em profissionais que sustentassem com dados e informações nossas tomadas de decisão e tornassem a empresa ainda mais competitiva”, explica Schmitz. Para 2014, a companhia projeta um desempenho ainda melhor, com um faturamento de R$ 245 milhões. “Pretendemos abrir mais unidades, iniciar um projeto de internacionaliza-
A
empresa gaúcha TW Transportes e Logística atingiu um crescimento de 26% no faturamento em 2013, atingindo R$ 213 milhões. O CEO da TW, Alexandre Schmitz, aponta como fatores decisivos para o resultado alcançado o incremento de serviços de maior valor agregado, o
ção para conquistar novos mercados e, ainda, automatizar integralmente, nos próximos seis meses, as nossas operações”, revela o CEO. “Tudo isso para atender a uma estimativa de incremento de 15% no volume de mercadorias entregues, que em 2013 atingiu mais de 1 milhão de unidades”, completa. De acordo com Schmitz, a TW estima investir cerca de R$ 20 milhões em frota e novos terminais. A empresa possui 58 unidades operacionais localizadas nos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná e São Paulo. Com 1.500 colaboradores diretos e indiretos, a TW conta com uma frota de mais de 500 veículos que atendem cerca de 750 municípios. TW Transportes e Logística: (54) 3330-3900
DB Schenker assume logística de peças de reposição da Embraer
O
provedor de serviços logísticos DB Schenker anunciou, em abril, a assinatura de um contrato com a Embraer para realizar a gestão logística de peças sobressalentes da fabricante brasileira de aeronaves na Europa, Oriente Médio e África, regiões denominadas internamente de Emea, pelos próximos seis anos. Além do manuseio de peças de reposição padrão, o acordo inclui ainda linhas sensíveis e de alto volume. O gerenciamento será concentrado no centro logístico da DB Schenker em Mitry Mory, na França, localizado a poucos quilômetros do Aeroporto Charles de
28 - Revista Tecnologística - Maio/2014
Gaulle, em Paris, o segundo maior terminal aéreo da Europa. De acordo com a companhia, a nova estrutura, que conta com 6 mil metros quadrados, será dedicada especificamente à indústria aeronáutica. A DB Schenker foi escolhida por seu histórico na implementação de soluções inovadoras voltadas para a otimização da cadeia de abastecimento aeronáutico. “Ao terceirizar a gestão da logística de peças sobressalentes da Emea, vamos ganhar flexibilidade, proporcionar maior qualidade de serviço aos nossos clientes e seremos capazes de gerir de forma eficaz o nosso forte crescimento
nos próximos anos”, analisa Luiz Hamilton Lima, vice-presidente de Atendimento ao Cliente de Aviação Comercial da Região Emea da Embraer. “Este contrato reflete a ambição da DB Schenker em garantir apoio logístico máximo para peças e equipamentos da Embraer e para atingir as melhores condições de funcionamento da cadeia de suprimentos em termos de qualidade”, ressalta Robert Plent, chefe do Contrato de Gestão Logística e Cadeia de Suprimentos da Região Europa Oeste da DB Schenker. DB Schenker: (11) 3318-9200 Embraer: (12) 3927-1000
A
Brasil Terminal Portuário (BTP) divulgou, no início de abril, uma redução de 18% em sua projeção de movimentação de cargas conteinerizadas para 2014. Agora, a companhia prevê movimentar 691 mil TEUs no acumulado do ano. O ajuste se deve ao atraso na dragagem no canal do Porto de Santos (SP). As obras, cujo término estava previsto para este mês, abrangem o acesso aos berços da BTP no canal santista. O contrato para a dragagem encontra-se atualmente em fase de concorrência na Secretaria Especial
de Portos (SEP). Com a nova profundidade, de 15 metros, a BTP poderá receber até três navios com capacidade superior a 9 mil TEUs. O cais da companhia foi construído prevendo profundidades de até 17 m. Mesmo com a operação funcionando parcialmente durante 2013 devido à falta de dragagem, a BTP atingiu um volume de mais de 110 mil TEUs movimentados entre agosto, quando entrou em operação, e dezembro. Neste ano, no primeiro trimestre, foram movimentados mais de 76.500 TEUs. A capacidade total
Divulgação
BTP prevê movimentar 691 mil TEUs em 2014
do terminal é de 1,2 milhão de TEUs. Apesar disso, a BTP indica que deve manter e até mesmo alavancar os investimentos em capacitação, automação e aumento contínuo de produtividade no terminal. Instalado em uma área de 490 mil m², ele contará ainda com capacidade para movimentar 1,4 milhão de toneladas de granéis líquidos.
BTP: (13) 3229-4040
MERCADO
Mega Sistemas divulga resultados e projeções para 2014
Divulgação
Companhia faturou, em 2013, R$ 65,8 milhões; meta este ano é crescer 15%
A
Mega Sistemas Corporativos, companhia que fornece soluções tecnológicas de gestão empresarial para vários setores, incluindo o logístico, atingiu um faturamento de R$ 65,8 milhões em 2013, crescimento de 11,5% em relação ao ano anterior. Segundo o diretor Comercial, Walmir Scaravelli, o desempenho se deve à melhoria da produtividade da equipe de suporte e à ampliação da equipe comercial. “A maior oferta de produtos para o segmento estratégico e a grande demanda por serviços referentes às obrigações fiscais com SPED também
foram determinantes para o resultado”, completa. O executivo revela ainda que o período foi marcado por um aumento de 15% nas vendas. Para Scaravelli, as expectativas para 2014 são positivas. Ele conta que a meta da companhia é continuar expandindo a sua atuação no mercado nacional. Para apoiar este objetivo, além da ampliação da equipe comercial ao longo de 2013, a Mega investiu na contratação de executivos para explorar de maneira mais agressiva o potencial de regiões como o Rio de Janeiro e Minas Gerais. Além disso, outra estratégia de crescimento é a oferta de financiamento, não apenas na aquisição dos softwares, mas também na contratação e implantação dos projetos. “Nossa expectativa é de um crescimento de 15% para o período”, afirma. Investimentos também estão nos planos da empresa. “Pretendemos investir fortemente em soluções tecnológicas cada vez mais abrangentes e customizadas para o setor de serviços, que deve figurar como uma novidade em nosso portfólio para 2014, além de continuar
incentivando a formação, capacitação e certificação contínua de nossos profissionais”, diz. Os valores que serão aplicados não foram divulgados. Uma das apostas da companhia para este ano é um aplicativo desenvolvido em parceria com a GeoMob, especializada em tecnologias de geolocalização e realidade aumentada. “O aplicativo coloca os dados gerenciados por nossos sistemas de ERP diretamente na tela do Google Glass”, explica. De acordo com Scaravelli, o potencial do Google Glass extrapola os limites do entretenimento. “Queremos trazê-lo para dentro dos escritórios, fábricas, canteiros de obras e galpões de logística, dentre outros ambientes corporativos. Acreditamos que o seu uso pode rentabilizar uma corporação, pois torna seus colaboradores mais eficientes e assertivos e o acesso a informações estratégicas para os negócios mais ágil, democrático e transparente”, salienta. Mega Sistemas: 0800 770 6644
Iron Mountain amplia área de armazenagem no Rio Grande do Sul
A
prestadora de serviços de armazenagem e gerenciamento de informações Iron Mountain ampliou, no mês de março, sua área útil no condomínio logístico Mega Intermodal Esteio, empreendimento da Capital Realty situado no Rio Grande do Sul. A empresa alugou um novo módulo, totalizando uma área de 3.800 metros quadrados, o dobro do espaço utilizado anteriormente. No total, a Iron Mountain
30 - Revista Tecnologística - Maio/2014
conta com aproximadamente 60 milhões de m² em mais de mil instalações localizadas em 36 países. Com um portfólio de serviços que inclui atividades como custódia de arquivos, recuperação e backup de dados e administração e digitalização de documentos, a empresa protege e armazena globalmente bilhões de ativos de informação, incluindo documentos, fitas, arquivos eletrônicos e dados médicos.
O Mega Intermodal Esteio possui 60 mil m² de área construída, pé-direito de 12,5 m e capacidade de piso de 6 t/m². Localizado a apenas 17 quilômetros de Porto Alegre, o condomínio conta com um terminal ferroviário para contêineres de 8 mil m² com embarques diários para o Porto do Rio Grande. Iron Mountain: (11) 3767-0888 Capital Realty: (41) 2169-6850
MERCADO
Simulador de trens da Poli e da Vale ganha novidades Ferramenta agora é capaz de simular um ambiente com tráfego interligando todas as cabines de treinamento
32 - Revista Tecnologística - Maio/2014
são a obtenção de informações sobre possíveis riscos de descarrilamento. Inteiramente brasileiras, as novas tecnologias reforçam a segurança operacional dos veículos, aumentam a produtividade do sistema e propiciam economia de combustível. O projeto do Sistema de Realidade Virtual para a Simulação de Trem teve
do sistema de simulação com processamento distribuído em diversos computadores interconectados em rede, e o Tanque de Provas Numérico (TPN), do Departamento de Engenharia Naval, que desenvolveu o processamento de imagens e realidade virtual, contribuindo com a estrutura de visualização georreferenciada e com imagens de satélite. O diretor de Engenharia e Desenvolvimento Logístico da Vale, Roberto Di Biase, destaca que as inovações no projeto permitem aos maquinistas simular a condução dos trens em um ambiente controlado e seguro antes de operar em máquinas reais. “O uso da ferramenta nos permite treinar os maquinistas em situações críticas ou de emergência, só possíveis em um ambiente virtual”, completa. O executivo ressalta que o simulador já capacitou, desde 2012, mais de 350 profissionais da empresa, entre engenheiros, analistas e maquinistas. A ferramenta reproduz o comportamento do trem por todo o trajeto de uma ferrovia, incluindo a visualização do ambiente com sons e variações como sol, chuva, neblina e noite. Estão presentes todos os sistemas que formam o trem, além de dados como tempo de percurso, consumo de combustível e índice de segurança contra descarrilamento. Divulgação
A
Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) anunciou a adição, no mês de março, de duas inovações no Sistema de Realidade Virtual para a Simulação de Trem desenvolvido pela entidade com o apoio da Vale. Trata-se de um módulo multiusuário e do modo de veículo completo. Agora, é possível interligar todas as cabines de treinamento de maquinistas. Desta forma, cada trem visualiza o outro e pode interagir em tráfego, sinalização e manobras de pátio, por exemplo. Atualmente, existem cabines localizadas em Vitória, Divinópolis (MG) e Moçambique, na África, além de uma cabine móvel que circula pelo Brasil realizando treinamentos nas diversas áreas de operação da Vale. O sistema multiusuário permite ainda a simulação de um Centro de Controle de Operações (CCO), onde o instrutor tem uma visão geral da malha. Ele pode funcionar com acesso remoto por meio da internet, permitindo ao instrutor preparar cenários e acompanhar o treinamento em qualquer local. Já o modo de veículo completo funciona por meio da interligação de diversos computadores que permitem que o maquinista administre, em tempo real, o comportamento dinâmico e as forças que agem em todos os vagões e na locomotiva. A funcionalidade assegura com preci-
início em 2009 e já recebeu investimentos de R$ 5 milhões. A ferramenta foi desenvolvida por três equipes da Poli lideradas pelo professor do Departamento de Engenharia Mecânica e coordenador do Laboratório de Dinâmica e Simulação Veicular (LDSV) Roberto Spínola Barbosa. “A atual arquitetura do simulador permite que ele seja replicado para operações em portos ou em minas, além de outros sistemas de transporte, como as redes de metrô”, destaca. Participam também do projeto o Laboratório de Automação e Controle (LAC) do Departamento de Engenharia Elétrica, que atuou na concepção
Poli: (11) 3091-5295 Vale: (21) 3814-4477
GRU Airport Cargo inaugura câmaras frias Estruturas demandaram R$ 4 milhões em investimentos cêutico. “Além disso, precisávamos de equipamentos mais modernos, que possibilitassem trabalhar com uma variação maior de temperatura, para atender às peculiaridades de cada item armazenado”, diz. Entre os principais produtos armazenados nas câmaras frias, estão frutas e medicamentos, na área de exportação, e medicamentos, pescados e hortifrúti, na de importação. O volume esperado de operação com as novas estruturas ainda não pode ser mensurado. Ao todo, em 2013, o GRU Airport Cargo movimentou 343.784 toneladas de cargas, volume 3,6% superior ao operado no ano anterior. Divulgação
O
GRU Airport Cargo, terminal de cargas do Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP), inaugurou, dia 28 de março, duas câmaras frias, uma utilizada para exportação e outra para importação, para as movimentações de produtos perecíveis ou que exijam armazenamento com temperatura controlada. Segundo o diretor do terminal, Marcus Santarém, R$ 4 milhões foram aplicados para a concepção das estruturas. A câmara fria de exportação tem uma capacidade de 1.700 metros cúbicos, disponibiliza 220 posições-palete e opera com temperatura entre 2 ºC e 8 ºC. Já a câmara de importação, que passa a ser utilizada no início deste mês, tem 17 mil m³, 1.800 posições-palete e temperatura variando entre 16 ºC e 22 ºC.
Santarém explica que, além das novas estruturas, a companhia investirá na revitalização das 16 câmaras existentes, que hoje têm capacidade de 7.700 m³. O diretor não detalha os valores empregados para estas melhorias. Segundo o executivo, havia uma grande demanda de empresas exportadoras e importadoras para a ampliação da capacidade de câmaras frias, principalmente do setor farma-
GRU Airport: (11) 2445-2945
MERCADO
Divulgação
Saur enviará plataforma de descarga para o México
A
Saur, especializada em soluções para movimentação de materiais, comemorou sua primeira venda de plataforma para descarga de granéis para a América do Norte. Com embarque previsto para junho, o equipamento será instalado em uma unidade da Nestlé localizada na cidade de Silao, no México. A plataforma foi customizada para receber matérias-primas como farinha de osso, de carne e de soja, glúten de milho, sorgo, trigo, arroz e outros cereais destinados à produção de ração animal.
Empresa expande atuação no exterior com vendas também para Guatemala e Rússia As plataformas têm como objetivo reduzir os processos de descarga de granéis, evitando filas em centrais de recebimento. O equipamento ergue a parte dianteira do veículo, fazendo com que a carga contida no implemento seja descarregada com segurança em aproximadamente quatro minutos. As plataformas são projetadas para utilização com caminhões toco, truck, carretas, bitrens e rodotrens. Recentemente, a Saur vendeu para uma empresa colombiana uma plataforma, que foi instalada, porém, na Guate-
mala. O equipamento foi o primeiro do tipo utilizado no país, além de ser também a primeira vez que uma plataforma do tipo foi empregada para o descarregamento de resina plástica. Até o final do primeiro semestre de 2014 a Saur deve enviar ainda duas plataformas para a Rússia. Estas, por sua vez, serão aplicadas em operações com sementes de girassol. Os valores envolvidos nas negociações não foram revelados. Saur: (11) 2148-1012
GR Properties investirá R$ 375 milhões até 2015
A
GR Properties anunciou que investirá R$ 375 milhões até 2015 na construção de seis condomínios de galpões modulares. Ao todo, serão disponibilizados 180 mil metros quadrados de área locável próximo à capital paulista. Cinco estruturas já têm locais definidos: Carapicuíba – onde a estrutura será inaugurada ainda este ano com 33.190 m² e 20 módulos –, Itapecerica da Serra, Guarulhos, Campinas e Hortolândia. Segundo o diretor-geral da GR, Guilherme Rossi, a decisão de executar seis novos projetos de uma única vez é uma estratégia da empresa para contribuir com o desenvolvimento da infraestrutura logística do país. “Nos últimos anos, foram realizadas diversas concessões de aeroportos, ferrovias e rodovias por parte do governo federal. No entan34 - Revista Tecnologística - Maio/2014
to, creio que a iniciativa privada também deve participar desse processo de ampliação. Esse foi um dos fatores que nos estimulou a realizar o amplo investimento em condomínios logísticos no estado de São Paulo”, revela. Todos os condomínios contarão com a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design), do USGBC (United States Green Building Council). Para conquistar o selo verde, quesitos como prevenção de poluição nas atividades de construção, gestão de resíduos da obra e utilização de madeira certificada deverão ser respeitados. “A infraestrutura será planejada para reduzir o impacto ambiental quando os condomínios estiverem em operação. As medidas incluem a redução de 20% no consumo de água, eficiência energética, depósito de recicláveis, qualidade
do ar interno e controle de fumaça, entre outros benefícios”, diz. Quanto à utilização dos condomínios, o diretor-geral explica que a estrutura dos galpões irá permitir a ocupação flexível de módulos, com possibilidade de utilização de área técnica externa. Os galpões terão piso de alta resistência nivelado a laser e quatro docas elevadas cada. Além disso, as unidades contarão com mezanino para escritórios, copa, caixa-d’água individual, isolamento termoacústico, iluminação zenital e renovadores de ar. As áreas comuns possuirão salas de reunião e treinamento, refeitórios e cafeteria. Por fim, os empreendimentos também disponibilizarão um heliponto interno para utilização exclusiva dos inquilinos. GR Properties: (11) 3709-2660
MERCADO
Atlas comemora resultados e projeta 2014
Divulgação
Companhia faturou R$ 680 milhões em 2013; para este ano meta é crescer 12,7%
A
Atlas Transportes e Logística anunciou os números de 2013, ano que fechou com crescimento de 9,61% frente a 2012. Ao todo, a companhia, que conta com 56 filiais espalhadas pelo Brasil, faturou R$ 680 milhões. Para este ano, a meta é crescer 12,7%, obtendo um faturamento de R$ 750 milhões, somadas as três divisões da empresa – transportes rodoviário e aéreo e logística integrada. Já para 2015, a projeção é faturar R$ 1 bilhão.
Para isso, a companhia realizou aporte em frota da ordem de R$ 18 milhões em 2013, direcionados para a aquisição de caminhões, carretas e equipamentos de rastreamento de cargas. Além disso, focou os investimentos em obras para modernização da infraestrutura e ampliação da capacidade de atendimento em 11 filiais. Para 2014, outras quatro devem passar pelo mesmo processo. Para o presidente da Atlas, Lauro Megale Neto, o crescimento registrado em 2013 é bem expressivo para o setor e é reflexo do trabalho desempenhado pela empresa nos últimos anos. “Buscamos oferecer soluções integradas em todo o território nacional, desenvolvendo projetos logísticos e viabilizando a distribuição rodoviária.
Estamos otimistas em relação a este e aos próximos anos, visto que vamos sediar os jogos olímpicos e atendemos grandes clientes das áreas de eletroeletrônicos, têxtil e outras, pois, à medida que a indústria cresce, nosso volume aumenta”, diz. Dentro da proposta de ampliação das filiais, o investimento deve atingir R$ 35 milhões. Em 2013, 11 filiais passaram por ampliações – Rio de Janeiro e Itatiaia (RJ), Joinville (SC), Contagem (MG), Serra (ES), Imperatriz (MA), Cuiabá, Campo Grande, Maceió, Feira de Santana (BA) e Guarulhos (SP). Para 2014, já estão em andamento os trabalhos nas unidades de Porto Velho, Natal, Recife e Fortaleza. Outras filiais ainda estão em estudo de ampliação, como Curitiba, Pouso Alegre (MG) e Montes Claros (MG). Para estas ações, a empresa estima que serão aplicados, em média, R$ 250 mil por unidade. Atlas: (11) 2795-3000
Andreani abre CD em Embu das Artes
A
Andreani Logística inaugurou, em abril, em Embu das Artes (SP), seu centro de distribuição dedicado à área de saúde. O empreendimento conta com 13 mil metros quadrados, 27 docas, pé-direito de 12 metros e disponibiliza 14 mil posições-palete. Além disso, é dotado de duas câmaras frias, uma para produtos de temperatura controlada – de 2 ºC a 8 ºC, com 370 posições-palete – e outra para itens congelados _, a -20 ºC e com 10 posições-palete. Segundo a executiva Comercial da Andreani, Lisa Palla, o CD de Embu inicia as movimentações com 7 mil posições-palete. “Nossa expectativa, porém,
36 - Revista Tecnologística - Maio/2014
é operar a unidade em sua capacidade total no próximo mês de julho”, afirma. Hoje, cerca de 60 colaboradores e uma frota própria de 200 veículos, entre utilitários e caminhões leves e pesados, são empregados nas movimentações de medicamentos, amostras médicas e equipamentos hospitalares e laboratoriais para todo o Brasil. A executiva explica que, anteriormente, os produtos do segmento de saúde eram armazenados numa estrutura de 2 mil m², com 2 mil posições-palete, na cidade de São Paulo. “A mudança foi necessária devido à demanda reprimida”. O novo CD, o maior da empresa no Bra-
sil, faz parte do seu plano de investimento para o país em 2014, que será ao todo de R$ 12 milhões ao longo do ano. Sem revelar mais detalhes, o gerente Comercial no Brasil, Fernando Correa, adianta que a próxima iniciativa consiste na inauguração de outro CD, também dedicado à área de saúde, no estado do Rio de Janeiro. A Andreani Logística atua no Brasil desde 2002. Além da unidade de Embu das Artes, possui operações em Brasília, Goiânia, Porto Alegre, Curitiba, Rio de Janeiro, Osasco, Campinas e São Vicente, as três últimas no estado de São Paulo. Andreani: (11) 3515-8200
Divulgação
Samarco expande unidade produtiva Entre outras melhorias, empresa investe em novo mineroduto de 400 km
A
Samarco inaugurou, dia 3 de abril, em seu complexo industrial de Ubu, em Anchieta (ES), sua quarta usina de pelotização. O projeto demandou, ao todo, investimento de R$ 6,4 bilhões e tem capacidade para produzir 8,25 milhões de toneladas de pelotas de minério de ferro por ano. Com a ampliação, a produção da companhia passa de 22 milhões de t anuais para 30,5 milhões de t. Para suportar este crescimento, a Samarco investiu em ativos logísticos. Em Mariana (MG), onde está localizada sua unidade de extração, chamada de Mina do Germano, a empresa concebeu uma área de armazenagem capaz de expedir 9,5 milhões de t por ano de minério, com investimentos de R$ 2,3 bilhões. Além disso, construiu, em paralelo aos dois já existentes, um terceiro minero-
duto, que demandou um aporte de R$ 1,7 bilhão. A partir do município mineiro, a estrutura passa por 25 cidades ao longo dos estados de Minas Gerais e Espírito Santo até chegar a Ubu. São 400 quilômetros de extensão de tubos com capacidade para transportar 20 milhões de t de polpa de minério por ano. Ao todo, a capacidade dos três minerodutos da Samarco é de 45 milhões de t anuais. Em Anchieta, a indústria investiu R$ 110 milhões em equipamentos a fim de modernizar e ampliar a capacidade de seu sistema de embarque. Com isso, o Terminal Portuário de Ubu, localizado nas proximidades do complexo industrial, teve sua capacidade de escoamento ampliada de 23 milhões de t por ano para 33 milhões de t. O diretor de Operação e Infraestrutura da Samarco, Kleber Terra, divulga que a estratégia consistiu em adquirir
máquinas de empilhamento e adaptar o sistema de correias transportadoras, responsável por movimentar os produtos dos pátios de armazenagem até os navios. “Agora, elas são todas cobertas”, resume. De acordo com o executivo, a principal ação, contudo, foi a implementação de um novo shiploader. O equipamento pesa 1.300 t e amplia a capacidade do sistema de carregamento de 11.200 t por hora para 15 mil t. Segundo o coordenador técnico de Projetos Especiais sênior, Mauricio Monjardim, o novo maquinário proporciona mais agilidade e produtividade ao processo. “Ao contrário do antigo shiploader, que operou por 36 anos, sua lança telescópica permite o alcance de todas as partes dos porões na extensão dos navios com mais rapidez”, diz. Samarco: (31) 3269-8900
MERCADO
CROSS-DOCKING • Alan Fuchs é o novo CEO da Brado Logística, em substituição a José Luis Demeterco Neto, que passa a atuar como vice-presidente do Conselho Corporativo da empresa, além de assumir a presidência da Capital Realty, voltada ao desenvolvimento, execução e gestão de ativos imobiliários dos segmentos industrial e logístico. O anúncio foi feito no final do último mês de março. O novo CEO está na empresa desde 2005, quando ela ainda se chamava Standard Logística, no cargo de CFO. Fuchs é formado em Economia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Administração e Finanças pela Coppead-UFRJ. A empresa divulgou ainda a criação de diretorias e mudanças no quadro. Na direção das Operações Intermodais das regiões Sudeste e Centro-Oeste assume Silvio Vieira Fernandes, executivo da empresa há 13 anos. Charles Gulart, que está na Brado desde 2001, passa a ser responsável pela diretoria Intermodal Mercosul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Já Roberto Nakagome ocupa o posto de diretor Financeiro. A diretora Linda Machado, que acompanha a trajetória da companhia desde a fundação da Standard, permanece à frente das Unidades de Serviços. Rosane Pereira, que tem 14 anos de atuação na empresa, ocupa a diretoria Administrativa, que engloba os departamentos de TI, Jurídico, Gente e Processos. (41) 2118-2800 • O Conselho de Administração da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) aprovou, em abril, a indicação de Angelino Caputo e Oliveira para assumir o cargo de diretor-presidente da empresa, em substituição a Renato Barco. O novo executivo é engenheiro elé38 - Revista Tecnologística - Maio/2014
trico formado pela Universidade de Brasília (UnB), pós-graduado em Engenharia de Redes de Computadores pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e cursou MBA em Administração Estratégica de Sistemas de Informação pela Fundação Getulio Vargas, em Brasília (FGV-DF). Funcionário de carreira do Banco do Brasil, antes de assumir o cargo de diretor-presidente da Codesp, Caputo atuava como assessor especial da Casa Civil da Presidência da República. (13) 3202-6565
• A Penske Logistics anunciou, no final de março, a contratação de Rodrigo Bacelar para a posição de gerente Comercial para Operações de Varejo e Consumo da companhia. O executivo, graduado em Administração com ênfase em Transporte e Logística pela Universidade Metropolitana de Santos (Unimes-SP) e com MBA em Logística Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP), conta com 20 anos de experiência em empresas de logística, como Armazéns Gerais Columbia e ID Logistics, nas áreas administrativa, operacional, comercial e de marketing. (11) 3738-8200 • A TALog reforçou seu corpo gerencial no último mês de março. A posição de gerente Comercial foi assumida por Marcelo Sevá, executivo com 18 anos de experiência no segmento de logística. Formado em Administração de Empresas e Gestão de Operações Logísticas e de Transporte pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUCCAMP-SP), Sevá já atuou em diversas áreas do setor, como Operação, Transporte, Comercial e Projetos, e possui conhecimentos aprofundados dos mercados de eletroeletrônicos, informática, varejo, farmacêutico, offshore, automotivo e de e-commerce. Na Região Nordeste, o engenheiro
civil Rui Campos assumiu o cargo de gerente Operacional. Graduado pela Universidade Católica de Pernambuco (Unicap-PE), o executivo especializou-se em Gestão da Qualidade pela Escola Politécnica de Pernambuco (Poli-PE) e em Logística Empresarial pela Faculdade de Ciências de Administração de Pernambuco (FCAP-PE). Com forte vivência nos mercados farmacêutico, alimentício, de óleo e gás, bens de consumo, eletrodomésticos e automotivo, Campos possui 14 anos de experiência profissional em logística, tendo desempenhado funções de gestão em armazenagem, transportes, planejamento e projetos em empresas como Natura e Manserv. (19) 2101-7100
• A Ritmo Logística anunciou, dia 1º de abril, Luiz Alcântara como novo CEO da companhia. Engenheiro Civil formado pela Fundação Armando Álvares Penteado (Faap-SP), o executivo possui 16 anos de experiência no segmento e acumula passagens por empresas como Saratoga Transportes, América Latina Logística (ALL), TNT Logistics, Faster Brasex Transportes e Logística e Gefco, tendo atuado em cargos de gerência, superintendência e diretoria. (41) 3153-8400 • O Governo do Estado do Paraná assinou, no último dia 2 de abril, a portaria de nomeação da nova diretora Administrativo-Financeira dos portos paranaenses. Jacqueline Wendapp, que atuava como procuradora Jurídica da Associação dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa-PR), substitui agora Carlos Roberto Frisoli, que deixa o cargo que ocupava desde 2011 para seguir carreira política. Advogada graduada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Jacqueline acumula experiência no setor portuário, tendo passado por diversas ativi-
dades nos segmentos de direito marítimo e portuário em diferentes portos brasileiros. (41) 3420-1143
• A Capital Realty, empresa que atua na implementação de condomínios logísticos, centros de distribuição e empreendimentos sob medida para os setores de infraestrutura, logística e varejo, anunciou, dia 9 de abril, José Luis Demeterco como seu novo presidente. Bacharel em Marketing pela Southern Illinois University, o executivo possui ainda curso de Educação Executiva no Owner/President Management Program, da Harvard Business School, ambas nos Estados Unidos. Demeterco assume a posição depois de comandar por três anos a Brado Logística, empresa criada pela América Latina Logística (ALL) e pela Standard Logística, da qual foi fundador e onde atuou por mais de dez anos. O até então presidente da Capital Realty, Rodrigo Demeterco, que ocupou a posição por 15 anos, passa a se dedicar com exclusividade à Deminvest, grupo controlador da Capital Realty e um dos acionistas da Brado. (41) 2169-6850 • Depois de seis anos como membro do Conselho de Administração da DHL e CEO da DHL Supply Chain para as Américas, Bruce Edwards anunciou sua aposentadoria no último mês de março. O executivo, que contava com mais de 25 anos de atuação na companhia, foi substituído por John Gilbert. O novo CEO chegou à DHL Supply Chain em 2005, com a aquisição da empresa britânica Exel. Tendo ocupado vários cargos de liderança em ambas as companhias, Gilbert atuava como CEO Américas antes de assumir a nova posição. Bruce Edwards seguirá como conselheiro da companhia até 30 de setembro deste ano, quando se aposenta em definitivo. (19) 3206-2200
• Gilberto Stievano é o novo gerente de Vendas para o Brasil da Dematic América Latina. A contratação do profissional faz parte da estratégia de crescimento de participação da divisão no faturamento global da companhia. Engenheiro Mecânico formado pela Faculdade de Tecnologia de São Paulo (Fatec-SP), Stievano tem mais de dez anos de experiência na área de Logística e Supply Chain, atuando em cargos de gerência de empresas como Linx e TGW, além de uma passagem de três anos pela própria Dematic. O executivo será responsável pelo setor de Customer Service & Product Solutions Manager, enquanto Eduardo Bellizia, também gerente de Vendas, continuará respondendo pela área de Business Solutions, atuando em projetos de maior complexidade. (11) 3627-3100 • Miguel Mário Bianco Masella tomou posse, em abril, como diretor de Planejamento da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), estatal criada pelo governo federal para estruturar e qualificar, por meio de estudos e pesquisas, o processo de planejamento integrado de logística no Brasil. Graduado em Engenharia Civil pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), Masella possui mestrado em Engenharia de Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia (IME-RJ). Antes de assumir a posição de diretor da EPL, ele exercia o cargo de secretário-executivo do Ministério dos Transportes. A diretoria da EPL é composta ainda pelo diretor-presidente Paulo Sérgio Passos e pelo diretor de Gestão, Hélio Mauro França. (61) 3426-3719
ENTREVISTA
Tudo bem no ano que vem
Tecnologística – A DHL opera de forma compartimentada no Brasil e no mundo. O senhor poderia explicar o que faz cada divisão da empresa? Agustín Croche – A DHL é parte do Grupo Deutsche Post, que tem basicamente dois grandes negócios, um responsável pelo setor de serviços postais alemães e outro que é a DHL Logistics, que possui três divisões: a DHL Express basicamente faz a parte de courrier; a DHL Global Forwarding é responsável pelos embarques internacionais, tanto marítimos quanto aéreos; e a DHL Supply Chain é a divisão de logística por contrato, que oferece armazenagem e distribuição doméstica. 40 - Revista Tecnologística - Maio/2014
Sendo que, dentro do warehousing, existem diversos tipos de serviços, desde a própria armazenagem até serviços de valor agregado, que podem ser atividades específicas dentro de cada setor. Tecnologística – Falando agora especificamente sobre a divisão Supply Chain, como estão os negócios dentro do Brasil? Croche – Para a DHL, o Brasil continua sendo um mercado muito atrativo. Na verdade, ele é um dos motores para a divisão Supply Chain no mundo. Quando falamos das Américas – Estados Unidos, Canadá, México, Argentina, Chile e Brasil, que são os mercados onde
Fotos: Nilani Goettems / Agência Imagem
E nos próximos também, já que nenhum dos cenários pessimistas que vêm sendo desenhados para o país após as eleições abala a confiança da DHL Supply Chain no mercado brasileiro, que é um dos vetores de crescimento da companhia não apenas na região como no mundo, respondendo por 8% de todo o volume global. A DHL continua apostando num quadro positivo, sustentado principalmente pelo fortalecimento do mercado interno. É o que conta nesta entrevista o mexicano Agustín Croche – vice-presidente operacional da empresa no Brasil
atuamos na região –, o país continua num processo de crescimento muito grande. Alguns números que podem ser interessantes para demonstrar essa afirmação são os de 2013, em que tivemos aqui 26 startups, novos contratos com clientes novos e já existentes. Sendo assim, o país é um vetor importante no Grupo DHL e dentro da divisão Supply Chain também. Continuamos apostando neste crescimento brasileiro. Tecnologística – Então a companhia não acredita que este cenário que vem sendo projetado, de preocupação com o período pós-eleições, pode impactar os negócios no Brasil?
Croche – Nós não acreditamos que tudo isso que se fala vai acontecer. O Brasil tem um mercado interno bastante maduro e com um crescimento expressivo. O que pode vir a ocorrer, eventualmente, é uma redução na velocidade desse crescimento, porém seguimos apostando na sua continuidade. Não esperamos nenhum sobressalto em 2015. Nosso cenário é mais positivo, de que nosso negócio vai continuar evoluindo e vamos permanecer focados em nossos clientes e funcionários para sermos um atrativo para os investidores. Tecnologística – Para dar uma ideia desta perspectiva, o senhor não pode abrir alguns números do Brasil, nem percentuais? Croche – Infelizmente, é política da companhia não detalhar números regionais. O que posso compartilhar é que nós crescemos com estes 26 novos contratos que eu mencionei. E que, dentro da estrutura global da DHL, considerando a divisão Supply Chain, o Brasil representa aproximadamente 8% do total. Na realidade, é um número bastante expressivo, se considerarmos a presença que a empresa tem e o quanto fatura. Por isso o país sempre está no foco das atenções do grupo. Tecnologística – Quais são os setores-alvo da companhia no país? Croche – São os mesmos que a empresa, estrategicamente, atende no mundo: consumo, varejo, tecnologia, life sciences & healthcare, automotivo e energia. Tecnologística – O fato de todos estes segmentos estarem bem representados no Brasil colabora para este resultado positivo? Croche – Sim, este é um ponto que eu acho bem importante. Aqui, todos os setores que estão no
Todos os setores que são foco da DHL estão presentes no Brasil e são muito grandes, o que faz a empresa obter ampla presença no Brasil foco estratégico da DHL não apenas estão presentes como são muito grandes e mantêm uma representatividade muito parecida. Isto faz a empresa obter, além de uma presença ampla, também uma boa estabilidade, porque quando um setor apresenta baixa na atividade, os outros seguram. Acho que a saúde do negócio no país e o posicionamento da DHL no mercado são muito favoráveis principalmente pela representatividade de todos estes setores aqui. Tecnologística – E todos eles continuam a receber novos grandes players locais e mundiais, não é? Croche – Sim, e isso é muito importante. Muito se fala de temores sobre o futuro do Brasil, mas o país continua sendo extremamente atrativo para empresas de todo o mundo e de vários setores. O fato de, nos últimos anos, ter havido um crescimento expressivo das classes sociais C e D, e de o poder aquisitivo delas ter aumentado, faz com que o mercado interno continue em expansão. Acho que este processo ainda não acabou. Tecnologística – Além destes setores em que a empresa foca mundialmente, ela atende a al-
gum outro que tenha grande potencial em algum mercado específico, como, por exemplo, o agronegócio no Brasil? Croche – Por enquanto, continuamos bem direcionados àqueles setores que são os pilares de crescimento da empresa no mundo e nos mercados que definimos como target, entre eles os países emergentes, como o Brasil. Além de termos expertise nestes segmentos, também achamos que temos muito ainda a acrescentar aos nossos clientes. O fato de termos presença global nos ajuda a trazer as soluções que são aplicadas mundialmente aos nossos clientes que operam no Brasil. Eu diria que o mercado continua se expandindo nestes setores e a logística permanece como o motor do mundo. Cada vez mais, o mercado globalizado terá essas interdependências e interconexões dentro e fora de cada região, e a tendência que vemos é de que o portfólio que temos dentro de cada cliente continuará a se estender. Então temos ainda muito trabalho a desenvolver nestes nossos setores-alvo. Tecnologística – A DHL é um dos maiores operadores logísticos mundiais e tem em sua carteira igualmente grandes empresas globais. O senhor acha que isto pode assustar os clientes menores, que podem ter receio de contratar a empresa por achar que são muito pequenos para ela? Croche – Acho que não. Nós não enxergamos dessa forma e não discriminamos nossos clientes pelo tamanho. Pelo contrário, acredito que nosso tamanho também nos ajuda a levar a eles uma ampla plataforma de logística. Nós realmente somos preocupados em manter o foco em nossa estratégia de crescimento dentro dos setores que menMaio/2014 - Revista Tecnologística - 41
ENTREVISTA
Líder mundial em serviços logísticos
A
Divulgação / DHL
DHL Supply Chain faz parte do Grupo Deutsche Post DHL, que é líder global de serviços postais e de logística. Nos serviços logísticos, a empresa opera com as divisões DHL Forwarding, de embarques internacionais; DHL Express, de serviços de courrier; e DHL Supply Chain, de contratos logísticos. Em 2013, o Deustche Post DHL teve uma receita de 55,1 bilhões de euros, um crescimento de cerca de 3% sobre os números de 2012, com Ebit (lucro antes de juros e impostos, na sigla em inglês) atingindo 2,86 bilhões de euros. Entre outros fatores, um dos motores desta receita foi justamente a divisão Supply Chain, que obteve resultados excepcionais, notadamente nos mercados emergentes. Para 2014, o grupo espera continuar sua performance positiva, e aumentar o Ebit para entre 2,9 e 3,1 bilhões de euros. A DHL está presente em 220 países e territórios e emprega cerca de 480 mil pessoas. Na DHL Supply Chain, a receita cresceu perto de 6% no ano passado, totalizando mais de 800 milhões de euros no período, quando a divisão obteve um volume de novos contratos de cerca de 1,5 bilhão de euros.
42 - Revista Tecnologística - Maio/2014
Apenas no Brasil, foram 26 novos contratos. Em 2013, o Ebit da divisão aumentou 5,3%, atingindo 441 milhões de euros, contra 419 milhões no ano anterior. A empresa não revela os números por país ou região. A divisão de contratos logísticos tem foco em seis setores, que atende tanto globalmente quanto no Brasil: consumo, varejo, tecnologia, farmacêutico, químico, industrial, automotivo e energia, no qual estão incluídos os segmentos de óleo e gás, mineração e eletricidade. A divisão está presente em mais de 60 países e é líder em contratos logísticos, com uma participação de 8,2% no mercado. Vale lembrar que este é um setor altamente pulverizado, onde os dez maiores players totalizam apenas cerca de 22% de um mercado estimado, no total, em 159 bilhões de euros, segundo levantamento feito pela própria companhia com base em estudos de mercado. No Brasil, a DHL está presente desde 1998, contando com 9 mil funcionários, 70 centros de distribuição – totalizando um milhão de metros quadrados de área gerenciada –, além de uma frota dedicada de 600 carretas, operadas por terceiros.
cionei, mas sem nos ater ao tamanho da empresa que atendemos, se é grande ou pequena. Tecnologística – O senhor já trabalhou no país em um período anterior. Consegue ver evolução no mercado de logística brasileiro? Os clientes já sabem o que esperar de um parceiro de logística? Croche – Eu estive aqui de 2006 a 2011, depois fui para o Chile e Argentina e voltei ao país no ano passado. Eu acho que desde aquela época o mercado brasileiro já tinha uma boa referência do que são os serviços de logística. Obviamente, ele vai ganhando maturidade com o passar do tempo e com a experiência, como ocorre em todas as coisas. Como DHL, nós sempre nos aproximamos muito de nossos clientes. Mais do que um fornecedor, nos consideramos um partner de logística de nossos clientes, permitindo a eles a alavancagem do crescimento de seu negócio através de uma logística mais eficiente, mais rápida, que consiga atender aos diferentes canais que eles têm. Continuamos a perceber essa evolução natural do mercado, que não acontece só no Brasil, ocorre no mundo todo. E enxergamos que, cada vez mais, as soluções logísticas são mais complexas e os mercados reagem a princípios e efeitos diferentes, com mudanças mais rápidas. Os clientes finais também demandam mais e enxergamos os ciclos dos produtos a cada dia mais reduzidos, então temos de reagir mais rapidamente para atender às demandas de nossos clientes, que na realidade reagem a estas novas necessidades dos clientes finais. Tecnologística – Quais são os desafios da logística atualmente? Croche – Eu acho que, como fa-
lei, as demandas da logística são cada vez maiores, a pressão por custos também é cada vez mais forte, e a pressão que existe pela resposta também é maior, por conta de os ciclos de vida dos produtos serem cada vez mais reduzidos. Nós enxergamos como um de nossos principais desafios a necessidade de desenvolver os nossos talentos. Porque, afinal de contas, a DHL é uma empresa de serviços logísticos, e o fator humano é muito importante para ela. Tanto que, dentro de nossos pilares, nossos valores, queremos ser a escolha dos investidores, dos funcionários e de nossos clientes. Então, no que toca aos colaboradores, temos de atuar de forma a permitir a eles se desenvol-
verem; temos de treiná-los e retê-los para conseguirmos atender nossos clientes, o que afinal é a nossa missão. E a retenção é uma tarefa difícil num mercado que se expande. Tecnologística – A DHL tem tido dificuldades com a mão de obra? Porque muitas empresas deste e de outros segmentos reclamam do turnover alto e da dificuldade de reposição de pessoal. Croche – Nosso negócio acompanha muito de perto o estado da
economia no país. A economia teve uma curva de aceleração mui-
Divulgação / DHL
NONONONONO ENTREVISTA
to grande entre 2005 e 2010/2011 e houve uma redução drástica do desemprego. E está claro que as empresas competem pelos mesmos recursos. Por isso, é importante a maneira como tratamos nossos funcionários. Não são só eles que se dedicam à empresa, ela se dedica a eles; é como se eles fossem nossos clientes também, só que internos. Então, fazemos workshops, trabalhamos muito para conseguir reduzir o absenteísmo e o turnover. Mas o mercado ainda está muito aquecido, com uma taxa de desemprego que faz com que se diga que estamos praticamente em situação de pleno emprego. E, dependendo da região atendida, a situação é ainda mais crítica. Por exemplo, nessa região em que estamos, de Campinas, a taxa de desemprego é ainda menor. Então temos de nos esforçar e estar sempre de olho nos melhores talentos. É um trabalho constante. Tecnologística – A DHL tem interesse nesse movimento de fusões e aquisições, que deve continuar por um tempo no mercado brasileiro? 44 - Revista Tecnologística - Maio/2014
Um dos nossos principais desafios é desenvolver talentos. E a retenção de pessoas é uma tarefa difícil num mercado que se expande
Croche – Nós estamos constantemente olhando o mercado e não somente no Brasil, mas no mundo inteiro. Sempre estamos mapeando este tipo de oportunidade. Por enquanto, não temos nada no nosso radar muito específico. O que enxergamos é que temos uma posição interessante no mercado e vamos continuar aproveitando nosso tamanho para crescer em nossos segmentos-alvo, onde ainda temos muito caminho a percorrer. Como falei, todos os nossos seg-
mentos atendidos ainda têm muito para crescer no Brasil, como o de energia e químico, o automotivo – em que o Brasil cada vez mais se consolida como um dos maiores mercados do mundo, tanto de fabricação quanto de compra interna. Então, mesmo com nossa estrutura atual, há grandes oportunidades de negócio. Uma das vantagens das economias da América Latina é que a população ainda é jovem e os mercados crescem. É diferente da Europa, onde a população já é mais idosa e o crescimento é estável, quando não é negativo. Isso faz muita diferença. E a melhoria de vida das classes sociais C e D e do seu poder aquisitivo é um aditivo importante na economia. Isto é algo bastante perceptível. Comparando a situação que eu vivi aqui em 2006 com a atual, é possível ver uma diferença grande no Brasil em termos de ascensão social. Tecnologística – Como acompanha de perto a região, o senhor sente que isso também ocorre nos demais países latino-americanos onde a DHL atua? Croche – Continuamos com crescimento forte no México e no Chile. Dentro dos mercados da DHL Supply Chain na América Latina, esses são os três países de maior crescimento. Não podemos esquecer que, se colocarmos Brasil e México juntos, o PIB dos dois dá mais de 65% do total da América Latina. Então eles continuam sendo os motores de crescimento, e não somente para a DHL como para nossos clientes também. Já o Chile é uma economia aberta, saudável, estável e com inflação baixa, mas é um mercado pequeno, onde o consumo, comparado com o Brasil e o México, é bem menor, por causa do tamanho da população. Eu vejo estes dois países de for-
ma muito semelhante, obviamente considerando que o Brasil é praticamente o dobro do México, no que se refere à população. O mercado mexicano é muito atrelado ao americano e acompanha o seu movimento: se a América cresce, o México cresce também; se para, os mexicanos vão juntos. E isso tem o lado positivo e o negativo. Mas o importante é que o país está fazendo as reformas que todos estão querendo, na educação, no setor de energia e no fiscal. Então o quadro mexicano hoje está bom. Tecnologística – E a Argentina? Croche – A Argentina está passando por um momento difícil, com um ambiente de negócios tumultuado. Mas isso com certeza irá evoluir bem também. Vamos aguardar. Tecnologística – O senhor falou das reformas mexicanas. Acha que falta esta atitude por parte do governo brasileiro? Croche – Acho que o Brasil está no caminho do crescimento, com os programas anunciados pela presidente, de investimentos em infra-
O Nordeste cresce o dobro do restante do país e esta descentralização da economia ocorrida nos últimos anos é muito benéfica para o país estrutura, em aeroportos, portos, estradas. Sei que o brasileiro é muito crítico com relação a tudo isso, mas devemos considerar que o país é muito grande. Quando faço apresentações sobre o Brasil, eu sempre mostro isso, o seu tamanho continental; vários países europeus caberiam aqui dentro. Então temos às vezes de ser menos críticos. Tecnologística – O senhor não vê então estes gargalos todos de infraestrutura como impeditivos aos negócios da DHL? Croche – Não. O que fazemos é trabalhar neles para ajudar a supor-
tar o crescimento de nossos clientes. Abrimos novos hubs, novos pontos de cross-docking; mudamos um pouco a geografia de nosso networking, obviamente focando mais em algumas regiões que têm crescimento mais acelerado, como o Nordeste, por exemplo. Isso é parte da solução que oferecemos para nossos clientes. Mas enxergamos que o Brasil também está fazendo mudanças em sua infraestrutura. Obviamente, isso ainda leva um tempo, e temos de buscar soluções que contornem esses problemas. Tecnologística – A DHL está crescendo bastante no Nordeste? Croche – Estamos crescendo no Brasil como um todo. É claro que colocamos mais atenção aonde o fluxo está indo. De 2006 para cá, o Nordeste cresceu o dobro do restante do Brasil e sem dúvida este movimento vai continuar. Este é um efeito benéfico dos programas sociais do governo brasileiro, e acho que esta descentralização da economia é bastante benéfica para o país. Eu soube que São Paulo já representou bem mais da metade do PIB do
Maio/2014 - Revista Tecnologística - 45
ENTREVISTA
muito alto, de modo que ela continua sendo um centro de consumo importante e, por isso, nossos clientes têm muita operação aqui. Temos de atendê-los bem. Por exemplo, contamos com mais de 50 veículos dedicados ao setor farmacêutico somente para a cidade de São Paulo.
país. E o interessante é que, quando você pega São Paulo sozinho, ele está junto com as maiores economias do mundo. Mas esta centralização toda não é boa. Tecnologística – Atender a uma metrópole como São Paulo é um desafio? Croche – Sim, porque há muita restrição. Mas, ao mesmo tempo, é uma oportunidade que temos de apresentar nossas soluções para os clientes. Porque o ambiente é aquele, é complicado, e o cliente tem de operar dentro daquela situação. Então você tem de fazer as coisas acontecerem dentro deste quadro. É preciso ver como tornar isso um ponto forte para a DHL, um diferencial. Quando falamos de São Paulo e Região Metropolitana, são mais de 25 milhões de pessoas. É praticamente um país e bastante complicado em termos logísticos. E o poder aquisitivo individual da região é 46 - Revista Tecnologística - Maio/2014
Tecnologística – A empresa teve crescimento de demanda por conta da Copa do Mundo? Croche – Um evento desse porte logicamente atrai uma série de investimentos e de demanda adicional. E nós nos preparamos de diversas formas para atender a esta demanda, temos várias estratégias impulsionadas por diferentes setores. Por exemplo, no caso específico da Nike, tivemos novos postos de trabalho e ampliação de área, na qual investimos R$ 48 milhões. Nos demais setores, fizemos esforços na ampliação da rede de transportes para poder dar vazão à demanda, que tem um pico muito concentrado logo antes do evento, como no eletroeletrônico, com as televisões. É impressionante como aumenta o volume. Tecnologística – Em relação a estes 26 novos startups de 2013, o senhor pode mencionar algum cliente? Croche – Os nomes, não, com exceção da Nike, que nos deu permissão para divulgar. Posso mencionar os setores: consumo, retail, energia e químico acho que são os principais. Tecnologística – Como o senhor vê as perspectivas da empresa no mundo? Croche – As perspectivas são boas, embora ainda estejamos en-
frentando a recessão da Europa e o mercado americano esteja crescendo devagar. A América Latina continua com sua forte evolução. E sentimos o mesmo quando falamos com nossos clientes: a Europa apresenta um crescimento fraco, os Estados Unidos estão tendo uma retomada, embora vagarosa, e a América Latina está liderando o crescimento. Já a Ásia é praticamente a China e continua a puxar a demanda; o Japão é um mercado bastante estável, e ainda se espera muito do crescimento da Índia, devido ao tamanho da população. Tecnologística – O Brasil ganhou relevância dentro da empresa nos últimos anos? Croche – Em todas as suas projeções, a DHL continua apostando no crescimento no Brasil. É muito nítida a expectativa da companhia em relação ao país. Para nós, esta expectativa vem acompanhada também de uma pressão maior por resultados. Nosso plano estratégico para 2015 tem como uma das metas continuar investindo nos mercados-alvo, e um deles é justamente o Brasil. Outro fato que mostra a relevância da região para a companhia é o fato de John Gilbert, que era o CEO da região Américas, ter assumido como CEO mundial*. Para nós, isso mostra que a região e o Brasil estarão ainda mais próximos do radar da companhia nos próximos anos.
Silvia Marino
DHL Supply Chain: (19) 3206-2200
*Veja mais sobre o novo CEO da DHL Supply Chain na seção “Cross-Docking”, nesta edição.
Fotos: Divulgação
MULTIMODALIDADE
Sustentável e politicamente correta A Novelis, uma das principais fabricantes de laminados e de reciclagem de alumínio do país, quebrou um paradigma interno ao optar pela multimodalidade. O transporte, que antes era 100% rodoviário, agora é feito também pelos modais marítimo (cabotagem) e ferroviário, realizados respectivamente em parceria com a Aliança e a MRS. Além de maior segurança, a companhia registrou outros ganhos, como o benefício ao meio ambiente, já que deixaram de ser feitas cerca de 800 viagens/mês pelas rodovias, o que contribuiu para reduzir as emissões de poluentes na atmosfera
A
ideia surgiu durante um workshop interno, quando as equipes das áreas de projetos e de logística da Novelis levantaram a possibilidade de a empresa passar a utilizar outros modais para o transporte de matérias-primas e produtos acabados. “Queríamos encontrar uma solução mais inteligente, que oferecesse ao mesmo tempo melhores custos, 48 - Revista Tecnologística - Maio/2014
redução de avarias nas cargas, maior segurança e que fosse sustentável, ou seja, que contribuísse para reduzir a emissão de poluentes”, lembra Carlos Henrique Anselmo Jr., gerente de Logística da Novelis América do Sul. Até então, 100% do transporte era rodoviário. A primeira iniciativa foi mapear todos os processos para verificar se seria viável utilizar a cabotagem para
as longas distâncias e manter o rodoviário para as curtas. O segundo passo foi analisar as empresas que poderiam auxiliá-la nesse escopo, e a Aliança acabou sendo a escolhida devido à sua estrutura e por ser a que traria maior nível de serviços ao longo do tempo. Jaime Batista, gerente nacional de Vendas Cabotagem da Aliança Navegação e Logística, explica que,
na verdade, o namoro com a Novelis começou bem antes, por volta de 2004. “Chegamos a fazer alguns pilotos esporádicos para mostrar para a companhia que o modal poderia ser vantajoso”, destaca o executivo. Mas foi a partir de 2012 que o processo começou a deslanchar para valer. Em menos de três meses, foram feitos os primeiros testes, com embarques pela via marítima de cerca de 10% dos volumes a ser transportados. Acertadas as arestas, o passo seguinte foi incluir o ferroviário no projeto, a cargo da MRS Logística, tradicional parceira da Aliança, que passou a operar no primeiro trimestre de 2013. “Deixamos essa etapa para um segundo momento devido à complexidade desse modal”, justifica o gerente da Novelis. Atualmente, 20% do transporte de produtos e de matérias-primas, totalizando 25 mil toneladas/mês, é multimodal, e a expectativa é elevar esse percentual para 50% nos próximos dois anos.
A cereja do bolo No entanto, o melhor ainda estava por vir. “Ficamos muito satisfeitos com os resultados que estávamos alcançando, mas percebemos
Batista: “namoro” teve até pilotos para demonstrar vantagens do modal
que poderíamos obter ainda mais ganhos com a introdução do conceito de Round Trip, ou seja, com o reaproveitamento dos contêineres usados no transporte de matérias-primas, para embarcar os produtos acabados”, destaca Anselmo Jr. O gerente explica que a Novelis compra o alumínio primário de fornecedores que ficam no Maranhão e em Belém do Pará, além das sucatas que são adquiridas dos clientes, que seguem em contêineres de 20’ por navio, embarcados nos portos de Manaus, Itaqui (MA), Suape (PE) e Salvador, e vão até o Porto de Santos (SP); de lá, após a liberação,
Após descarregar as matérias-primas, os contêineres são carregados com os produtos acabados, que seguem para os clientes da Novelis são transportados por trem até um terminal ferroviário terceirizado em São José dos Campos (SP), e a partir daí, pelo modal rodoviário, chegam até a principal unidade de laminação da Novelis, em Pindamonhangaba (SP), a 50 km de distância. “Após serem descarregados, esses contêineres voltavam vazios para o Porto de Santos, e tivemos a ideia de reutilizá-los para transportar os produtos acabados até os nossos clientes. Essa foi a cereja do bolo do projeto. Com isso, economizamos duas pernas, o que nos rendeu ainda uma premiação interna da Novelis”, comenta Anselmo Jr. Hoje, são no total oito pontos
Anselmo Jr.: projeto da Round Trip valeu um prêmio interno na Novelis
de origem – todos no Norte e Nordeste do país – e seis pontos de destino. “Nas operações de outbound, as cargas seguem exatamente pelo fluxo inverso ao do inbound, ou seja, no porto de origem (Santos) é realizado o transbordo do trem para o navio, e os portos de destino são Manaus, Suape e Salvador”, reitera o gerente. Na avaliação de Batista, de fato o reaproveitamento dos contêineres é o ponto alto do projeto e é mérito da Novelis. “Não é fácil casar as operações com fluxos inversos e, principalmente, conciliar isso com as vendas diretas para os clientes. Vale destacar que um dos maiores clientes da Novelis é a indústria de bebidas, que utiliza o alumínio para a fabricação das latas, e esse é um mercado em que a demanda oscila bastante, podendo aumentar de uma hora para outra”, destaca o gerente da Aliança. De acordo com ele, a Novelis precisou quebrar várias barreiras internas para pôr em marcha esse projeto. O maior temor vinha da área comercial, que questionava a capacidade de manter os prazos para atendimento caso não houvesse um bom casamento entre a cabotagem e o ferroviário. “O medo era de que pudesse haver atraso na entrega Maio/2014 - Revista Tecnologística - 49
MULTIMODALIDADE
Metas arrojadas
A
Novelis Inc. detém atualmente 14% do market share do mercado global de laminados e fechou seu ano fiscal de 2013 (de abril de 2012 a março de 2013) com receita mundial de US$ 9,8 bilhões, respondendo por 11 mil empregos diretos. A companhia é subsidiária da Hindalco Industries Limited, uma das maiores produtoras de alumínio da Ásia e de cobre, sendo também a maior empresa do grupo Aditya Birla – conglomerado multinacional com sede em Mumbai, na Índia. Na América do Sul, a Novelis é líder na fabricação de laminados de alumínio e a única na região com capacidade para produzir chapas de alumínio empregadas na fabricação de latas para a indústria de bebidas e alimentícia. A companhia também atende a outros segmentos, como o automotivo, de eletrodomésticos e embalagens, empregando na região 1.800 pessoas. A empresa registrou no Brasil faturamento de US$ 1,4 bilhão no ano fiscal 2013. No país, a Novelis possui três plantas industriais: uma em Pindamonhangaba (a principal) e outra em Santo André (SP), voltadas para fabricação de laminados, e uma em Ouro Preto (MG), onde são produzidas 27 mil toneladas/ano de tarugos de alumínio. A empresa também dispõe de escritório em São Paulo e pequenas centrais hidrelétricas para abastecimento da unidade de Ouro Preto, as quais estão sendo vendidas para a C.E.I. Energética Integrada Ltda. O negócio, anunciado em abril deste ano, ainda está sujeito ao cumprimento de pré-requisitos e à aprovação de órgãos reguladores, e inclui, além das oito centrais hidrelétricas, mais 50% de participação no Consórcio Candonga – joint-venture com a Vale S.A. A capacidade instalada desses ativos é de 117 megawatts.
50 - Revista Tecnologística - Maio/2014
A companhia também possui sete centros de coleta espalhados pelo país, sendo que o mais novo deles foi inaugurado em fevereiro deste ano na cidade de Campinas (SP), com capacidade de processamento de 200 toneladas/mês de latas soltas e de 300 toneladas/mês de prensados soltos e paletizados. No total, esses sete centros possuem capacidade para 1.400 toneladas/mês de latas soltas e 2.100 toneladas/mês de prensados soltos e paletizados, e consumiram investimento da ordem de US$ 6 milhões. Uma meta ambiciosa da empresa é passar dos atuais 57% para 80% (até 2020) do uso de metal reciclado em seus laminados. No mundo, esse índice é de 43%. Nesse sentido, está investindo US$ 35 milhões em seu Centro de Reciclagem – localizado em Pindamonhangaba e considerado o maior da América Latina –, para aumentar a capacidade, que até 2013 era de 200 mil toneladas/ano e que passará para 360 mil toneladas/ano em 2014. A companhia também está investindo US$ 50 milhões na instalação de uma linha de pintura de chapas para tampas de latas de bebidas, com capacidade para 100 mil toneladas/ano. Em 2013, a Novelis ampliou em 50% as operações de laminação da sua principal unidade, em Pindamonhangaba, que passou de 400 mil toneladas/ano para 600 mil toneladas/ ano. Também foram instalados um terceiro laminador a frio de tecnologia avançada, para aprimorar a qualidade dos produtos, uma nova refusão e um novo forno de pré-aquecimento para laminação a quente. Esse projeto consumiu recursos da ordem de US$ 340 milhões e foi a maior expansão que a companhia fez na América do Sul nos últimos dez anos, comprovando seu comprometimento com a região.
A Novelis teve de quebrar várias barreiras com este projeto; o maior temor era o descasamento entre a cabotagem e o modal ferroviário
dos produtos e o cliente final fosse obrigado a paralisar sua produção por conta disso; temor que passou também para as áreas de supply chain e logística. Era imprescindível oferecer algo absolutamente confiável”, destaca Batista. Nesse sentido, o trabalho envolveu a readequação de toda a cadeia, e também foi necessário replanejar os recursos humanos internos, porque com a multimodalidade os processos demoram mais tempo em comparação ao modelo anterior, segundo explica Anselmo Jr. “Tudo tem de ser muito bem planejado, até porque, como reaproveitamos os equipamentos, eles não podem ficar parados, pois isso significa aumento de custos. Mas as pessoas estão maduras e os resultados comprovam que foi uma decisão acertada”. Atualmente, 15 pessoas das áreas de vendas e logística da Novelis são dedicadas a essa operação. Jaime Batista, da Aliança, destaca que os desafios são diários para que se possa manter o nível adequado de serviços e em conformidade com a expectativa do cliente. E com relação à cabotagem especificamente, ele acredita que ainda existe muita resistência por parte das empresas no Brasil. “Embora atuemos nesse segmento há 14 anos, só a partir de 2013 é que começamos a verificar maior expansão. A Lei do Motorista está contribuindo
para que os embarcadores passem a pensar fora da caixa e a optar por outras modalidades de transporte, dentre as quais a cabotagem”, destaca. Na visão do executivo, ainda vigora a teoria de que quanto mais longe do porto estiver a origem da carga, mais caro é o modal marítimo. “Mas isso está sendo quebrado. Hoje, a cabotagem, combinada com o ferroviário, é viável também para as empresas da região Centro-Oeste. Nós conseguimos oferecer bons serviços a custos acessíveis porque temos grande capilaridade e uma logística bem planejada”, completa.
Resultados alcançados Para a Novelis, a multimodalidade contribuiu para reduzir cerca
de 20% dos custos, em comparação ao esquema anterior. “Esse percentual depende de como as pontas es-
tão trabalhando. Ainda não temos números fechados, mas sem dúvida, um dos maiores ganhos foi a
MULTIMODALIDADE
Com a cabotagem, Novelis deixou de fazer 800 viagens rodoviárias por mês, contribuindo para a redução de GEEs
redução do número de viagens dos caminhões nas rodovias. São aproximadamente 800 viagens por mês a menos, o que significa uma dimi-
nuição considerável de emissão de poluentes”, salienta Anselmo Jr. Outro ponto positivo foi a redução das avarias nos produtos (bo-
binas de alumínio), que caíram de 0,6% para 0,2%. “Qualquer batida pode danificar parte das bobinas. Ao serem transportadas em contêineres, com sistema de travamento, esse risco cai bastante, e por trem e navio, mais ainda”, explica. Houve também maior confiabilidade da entrega. “No modal rodoviário, tínhamos uma média de 15% de atrasos na entrega para o cliente. Com a cabotagem e o ferroviário, apesar de o lead time ser maior, conseguimos ter mais confiabilidade porque as escalas acontecem conforme o planejado. Para o cliente e para o fornecedor isso é muito positivo, e para a Novelis representa uma redução de estoque lá na ponta”, justifica Anselmo Jr. Na avaliação de Fernanda Sobral Barros, gerente comercial de Industrializados da MRS Logística,
Renovação da frota
C
omo prova de que também aposta no mercado brasileiro de cabotagem, a Aliança investiu R$ 450 milhões na renovação de sua frota em 2013. Foram adquiridos quatro porta-contêineres de 3.800 TEUs de capacidade e 500 tomadas para carga refrigerada. Segundo Jaime Batista, os novos navios foram especialmente projetados para navegar e operar na costa e nos portos brasileiros, sendo equipados com tecnologia de ponta para garantir a segurança da tripulação e da carga, bem como para reduzir o consumo de combustível. Com isso, geram menores índices de emissão de gases de efeito estufa por tonelada transportada, aumentando ainda mais a vantagem ambiental desse modal em comparação ao rodoviário. “Por essa razão, não foi necessário
52 - Revista Tecnologística - Maio/2014
fazer novos investimentos para atender à Novelis. Já tínhamos renovado a frota justamente para que pudéssemos crescer em capacidade e oferecer novos serviços ao mercado como um todo”, explica Batista. Dentre as novas tecnologias presentes nos navios, destaca-se o motor principal TIER II, que está em consonância com as atuais normas internacionais de emissão de poluentes. Esse motor possui sistema de controle eletrônico, o que permite melhorar sua performance e diminuir o consumo, especialmente em velocidade reduzida, que é usada na aproximação dos portos e na navegação em rios. Foi instalado também nos quatro navios um sistema pioneiro de tratamento de água de lastro que elimina o risco de impacto ambiental durante as operações, o que lhe valeu a notação
especial “BWM” (Ballast Water Management) e a EP (Environmental Passport), comprovando estar de acordo com as normas e regulamentos internacionais. A Aliança fechou 2013 com faturamento de R$ 3,3 bilhões, movimentando mais de 673 mil TEUs. Atualmente, opera em 16 portos, de Buenos Aires até Manaus, divididos em quatro slings (anéis) e com 116 escalas mensais. No total, dez navios fazem o transporte entre os portos do Brasil e os do Mercosul. A empresa, fundada em 1950 e que em 1998 foi adquirida pelo Grupo Oetker, também proprietário da Hamburg Süd (empresa alemã fundada em 1871 e voltada à navegação de longo curso), possui 12 escritórios no país e espera crescer acima de 20% em 2014.
o sucesso do projeto se deu em virtude do engajamento das três empresas, e as perspectivas para o futuro são ainda mais promissoras. “Em 2013, o número de contêineres da Novelis transportados por ferrovia ultrapassou mil unidades, e a projeção para os próximos anos é bem arrojada: aumentar em mais de dez vezes esse volume”, adianta. Para atender a Novelis e a Aliança, além de investimentos em infraestrutura e ativos – foram mais de R$ 300 milhões somente no acesso ao Porto de Santos, principalmente com foco em contêineres –, a MRS também destinou recursos para criar uma nova estrutura de serviços para garantir o transit-time e a circulação dos trens nos dias e horários pré-definidos. Atualmente, a MRS está desenvolvendo um EDI (sigla em inglês para troca eletrônica de documentos) em conjunto com a Aliança para assegurar que todo o fluxo de informações referentes à Novelis esteja 100% integrado, de modo a gerar maior rapidez, eficiência e produtividade. Segundo o gerente da Aliança, a Novelis ainda não dispõe de um sistema e o desafio deles será buscar e implantar um sistema pronto ainda este ano para permitir essa integração com as outras duas empresas. “Atualmente, são geradas planilhas para o controle do que está sendo embarcado, mas estamos prontos para fazer uma interface assim que eles implantarem um sistema”, explica Batista. Com relação ao futuro, a Novelis pretende construir um terminal ferroviário dentro da sua unidade de Pindamonhangaba, com investimento previsto da ordem de US$ 3 milhões. “Mas é um projeto que está em fase de concepção. Ainda não temos uma data fixada para iniciá-lo”, adianta Anselmo Jr. Segundo Fernanda Barros, a MRS está apoiando a empresa nesse sentido e pretende
Volume transportado pela ferrovia deve aumentar mais de dez vezes nos próximos anos
MULTIMODALIDADE
ainda no primeiro semestre de 2014, os trens de carga que circulam entre a Baixada Santista e a região do Vale do Paraíba não precisarão mais usar a mesma linha dos trens de passageiros da CPTM. Dessa forma, conseguiremos fazer composições maiores nessa região, o que poderá beneficiar também a Novelis”, conclui Barros.
Silvia Giurlani
Vagões double stack podem carregar até 20 TEUs de carga
auxiliá-la na definição do layout e construção dos desvios ferroviários.
Aliança: (11) 5185-5600 MRS: (11) 3648-8402 Novelis: (11) 5503-0722
“Além disso, com a finalização das obras do projeto de Segregação Leste
Crescimento a todo vapor
C
onstituída em 1996 para controlar, operar e monitorar a Malha Sudeste da Rede Ferroviária Federal, interligando os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo, a MRS Logística responde atualmente pelo transporte ferroviário de quase 20% do total de exportações brasileiras. A empresa conta com mais de 6.200 colaboradores e figura entre as dez maiores ferrovias do mundo, com indicadores de nível internacional em segurança, confiabilidade e eficiência. No ano passado, a companhia transportou 17 milhões de toneladas de cargas gerais, e a expectativa é duplicar esse volume anual em dez anos. Mas o plano mais ambicioso da MRS, segundo explica o gerente-geral de Marketing e Logística, Márcio Arany, é aumentar sua participação no segmento de transporte de contêineres. “Atual-
54 - Revista Tecnologística - Maio/2014
mente, transportamos apenas 2% do volume que vem pelo Porto de Santos, e a nossa meta é chegar a 10% nos próximos cinco anos”, destaca o executivo. Na sua avaliação, trata-se de um desafio, porque é um mercado em que a concorrência é mais difícil. “Em geral, são cargas mais leves que costumam seguir pelo modal rodoviário, que não requer tanto planejamento quanto o ferroviário. Além disso, até pouco tempo atrás havia limitação nos terminais para receber os contêineres. Por isso, a MRS lançou cinco serviços em 2013 para oferecer maior qualidade de atendimento”, destaca. A empresa também está testando dois protótipos de vagão de tecnologia norte-americana, modelo double-stack penta-articulados, um deles fabricado pela AmstedMaxion, e outro pela Randon. Cada unidade desse tipo, com 80 metros,
permite o empilhamento de até dois contêineres, com capacidade de carregamento de até 20 TEUs (o dobro do vagão single-stack usado para transporte de contêineres). “Vamos receber mais seis unidades até o final do primeiro semestre deste ano. Serão oito no total, que formarão uma composição de 640 metros de comprimento. Nossa meta são trens de 800 metros, mas os terminais ainda não estão prontos para recebê-los. Em cinco anos, teremos cerca de 30 composições desse tipo”, adianta Arany. Na avaliação do executivo, o modal ferroviário é fundamental para o país, mas o grande gargalo é a falta de terminais de transbordo mais qualificados. “São necessários investimentos na infraestrutura e na cadeia como um todo para que seja possível aumentar o volume transportado pela via férrea”, conclui.
IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS
Para engatar a segunda Depois do forte crescimento registrado no ano passado – que serviu para esquecer as baixas vendas de 2012 –, os players do mercado de implementos rodoviários lutam contra um calendário difícil, marcado por uma prevista desaceleração devido à Copa do Mundo da Fifa, com o objetivo de manter o ritmo em 2014 e buscar números ainda melhores nos próximos anos
O
ano passado foi muito positivo para o segmento de implementos rodoviários. Depois de um 2012 fraco, em que o setor viu a produção e as vendas caírem das 190.823 unidades de 2011 para apenas 160.414 emplacamentos – redução de 15,94% –, o mercado apresentou forte retomada nos 12 meses de 2013. Ainda que os números do acumulado do ano não 56 - Revista Tecnologística - Maio/2014
tenham sido suficientes para recuperar totalmente a queda observada em 2012, o acréscimo de 10,89% registrado, com a fabricação de 177.876 implementos, mostrou que o setor tem potencial para voltar a crescer a níveis significativos. A porcentagem, aliás, ficou bem acima da previsão da Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), divulgada no
início de 2013, que projetava um crescimento de 6,59% no ano, com cerca de 171 mil unidades produzidas e comercializadas. De acordo com a Anfir, os resultados de 2013 foram reflexo direto das regras do Programa de Sustentação do Financiamento (PSI) do governo federal, que estabeleceu em 4% as taxas de juros do Financiamento de Máquinas e Equipa-
Fotos: Divulgação
mentos (Finame), linha de crédito que utiliza recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para viabilizar a aquisição dos ativos, incluindo, além dos implementos, bens como caminhões, ônibus e máquinas agrícolas. Por outro lado, 2012 foi decepcionante justamente devido ao cenário de incertezas que as constantes alterações nas regras de financiamento trouxeram ao setor. No ano anterior, as taxas de juros foram elevadas de 5,5% para 8,7%. Além disso, o setor encontrou um grande problema na parcela do valor dos equipamentos passível de financiamento, que havia sido reduzida de 100% para apenas 70%. Para a Anfir, somente com definições claras a respeito das regras do pro-
grama o mercado de implementos poderia voltar a ser favorável para a compra de ativos. Para o exercício de 2013, a parcela financiável foi alterada para 100% para as pequenas empresas e 90% para as grandes, outro fator que contribuiu para o crescimento do mercado. Para tentar manter o ritmo em 2014, o governo apostou em mudanças mais discretas nas regras para financiamento quando comparadas aos números observados entre 2011 e 2012, sinalizando assim um ambiente de previsibilidade, com o objetivo de beneficiar os negócios do setor. As taxas de juros do Finame, por exemplo, passaram de 4% para 6%. Já as condições de participação máxima foram alteradas, para as pequenas empresas, de 100% para 90%, e para grandes empresas de 90% para 80%. Mesmo assim, a resposta do setor não foi positiva, e os números de 2014 até agora estão longe de serem animadores. No primeiro trimestre deste ano, a Anfir detectou uma queda de 5,41% nas vendas de implementos rodoviários em todo o Brasil. O recuo pode ser atribuído a uma corrida às compras ainda em 2013, visando garantir negociações dentro das condições de financiamento antigas. De fato, quando a própria Anfir divulgou que no primeiro bimestre do ano o segmento havia registrado números que ficavam no mesmo patamar dos dois primeiros meses de 2012 – com 24.990 unidades vendidas, na comparação com as 24.934 de janeiro e fevereiro do ano anterior –, a associação alertou para o fato de que ao menos 50% das vendas registradas no período referiam-se a negócios iniciados em novembro e dezembro de 2013, o que criava uma bolha artificial de desempenho que não refletia a realidade de 2014. Com isso, a associação estimou, para o acumu-
Indefinição nas regras de financiamento causou incertezas e prejudicou o mercado de implementos rodoviários em 2012
lado deste ano, uma queda de até 5% no segmento. Para Norberto Fabris, diretor Corporativo de Implementos e Veículos da fabricante gaúcha Randon, a demora na oficialização das condições do Finame foi um fator decisivo para esse fenômeno. Apesar dos reajustes promovidos pelo governo federal serem considerados razoáveis e até mesmo favoráveis para o setor, a definição tardia ocasionou temores e incertezas em relação aos valores que seriam praticados em 2014. As regras foram especificadas somente no dia 14 de janeiro, por meio de uma circular divulgada pelo BNDES, e passaram a valer depois da publicação no Diário Oficial da União (DOU), que ocorreu no dia 24 do mesmo mês, levando o mercado a optar pela aquisição de ativos ainda em 2013. Dessa forma, o revés dos três primeiros meses passou a consistir em um fator preocupante para a continuidade da recuperação do setor no decorrer de 2014. “O recuo aconteceu antes mesmo de o mercado passar pelos principais eventos do calendário, como a Copa do Mundo e as eleições”, ressalta Alcides Braga, presidente da Anfir. “Se não houver nenhuma alteração no ritmo da economia ou não for conMaio/2014 - Revista Tecnologística - 57
Resultados observados no início de 2014 refletem a corrida às compras que aconteceu nos últimos meses do ano passado
cedido nenhum incentivo ao mercado para estimular os negócios, a queda poderá ser superior aos 5% previstos em fevereiro”. Somente no terceiro mês do ano, essa queda chegou a 15,65%, com apenas 11.549 implementos comercializados no país, diante das 13.693 unidades de março de 2013.
Futuro Depois dos resultados positivos obtidos no último ano, a Randon prefere não se aprofundar nas previsões para o
acumulado de 2014, ao menos por enquanto. “Projetamos uma pequena retração em relação ao ano passado”, declara Fabris, sem revelar mais detalhes. As vendas dos implementos da companhia apresentaram um crescimento de 23% no ano passado na comparação com 2014. De acordo com o executivo, o resultado pode ser atribuído, dentre outros fatores, justamente à pré-compra ocorrida no segundo semestre do ano devido às regras de financiamento. A receita líquida consolidada da companhia atingiu, em 2013, R$ 4,3 bilhões, um avanço de 21,5% diante do ano anterior, quando foram registrados R$ 3,5 bilhões. E o segmento de implementos e veículos da Randon, sozinho, foi responsável por 52,8% do montante. Para 2014, esse crescimento deve ser de apenas 2,3%, chegando a R$ 4,4 bilhões. De acordo com a Randon, os emplacamentos de 2013 se devem muito aos altos volumes apresentados pelo setor agrícola, que fizeram
POEs fabricados pela Truckvan serão utilizadas na segurança da Copa do Mundo
EMPLACAMENTOS - JANEIRO A DEZEMBRO DE 2012 E 2013 EQUIPAMENTOS
2012
2013
VARIAÇÃO (%)
REBOQUES E SEMIRREBOQUES Basculante
9.801
12.583
28,38
Porta-Contêiner
2.700
2.933
8,63
Graneleiro / Carga Seca
15.909
22.576
41,91
Canavieiro
2.755
3.154
14,48
Baú Carga Geral
5.497
6.454
17,41
Carrega Tudo
2.503
2.172
-13,22
Dolly
2.503
3.499
139,33
Especial
1.462
1.986
20,29
Transporte de Toras
1.651
1.218
28,08
951
2.530
63,75
Baú Lonado
1.545
3.804
15,10
Silo
3.305
924
-7,41
998
4.520
80,08
2.510
1.803
99,01
906
20
-60,00
ĂƷ &ƌŝŐŽƌşĮĐŽ
Tanque Carbono Tanque Inox Tanque Alumínio
CARROCERIAS SOBRE CHASSIS Graneleiro / Carga Seca
50
32.868
-7,38
ĂƷ ůƵŵşŶŝŽ ͬ &ƌŝŐŽƌşĮĐŽ
35.487
41.535
2,12
Baú Lonado
40.671
721
14,81
Basculante
628
13.220
-3,80
Betoneira
1.942 5.066
-11,61
Tanque
13.742 3.563
Outras / Diversas
11.583
12.348
TOTAL
160.414
produtiva. No segundo semestre de 2012, a Pastre adquiriu 100% da fabricante de implementos frigorificados Boreal, em uma negociação que teve início em 2008, com a compra de metade das cotas da empresa. À época, a direção da Pastre ainda definia as estratégias de ade-
177.876
42,18 -0,16
10,89
quação da estrutura da Boreal, mas já sinalizava os ganhos no volume de produção como principal vantagem do negócio. As unidades fabris de ambas as empresas estavam separadas por apenas alguns quilômetros da Rodovia Régis Bittencourt, no município paranaense de Maio/2014 - Revista Tecnologística - 59
Fonte: Anfir
com que implementos graneleiros e basculantes apresentassem grande influência na performance de vendas. A linha de veículos especiais da companhia, que abrange caminhões com grande capacidade de carga, também apresentou bom desempenho, graças a investimentos públicos em obras de infraestrutura. Vale lembrar que a safra agrícola prevista para 2014 pode render bons frutos à companhia, já que a previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de que ela supere em 3% a colheita de 2013, chegando a 193,9 milhões de toneladas. A realização da Copa do Mundo também poderia consistir em um fator importante para os negócios relacionados a veículos especiais, mas Fabris explica que isso não deve acontecer. “Nos anos anteriores a esses eventos há uma influência positiva devido às obras envolvidas. Porém, existe uma tendência de retração no período do evento”. Flávio Pontes, coordenador de Marketing da Pastre, concorda. “Acreditamos que durante os meses de junho e julho haverá uma estagnação no mercado. Com a Copa do Mundo ocorrendo aqui, todos os setores serão afetados”, diz. “Para se ter uma ideia, é um período que dificulta até mesmo o trabalho de nossa equipe de Vendas, já que a hospedagem e as passagens aéreas estão inflacionadas nas regiões onde haverá jogos”. Assim como a Randon, a Pastre também obteve um crescimento acima do mercado nos emplacamentos de implementos rodoviários em 2013, com alta de 13,7% na comparação com os 12 meses anteriores. De acordo com Pontes, o resultado é reflexo de uma alta demanda por semirreboques basculantes e dos investimentos realizados pela companhia em capacidade
IMPLEMENTOS RODOVIÁRIOS
Quatro Barras, fator que facilitou muito o processo de incorporação. Pontes explica que a compra da Boreal deve continuar influenciando os números da Pastre em 2014. Assim, mesmo com a Copa do Mundo representando um empecilho, a previsão de crescimento no faturamento da companhia, que não revela os números envolvidos, é de 25% na comparação com 2013. O coordenador conta que, no ano passado, a Pastre fabricou cerca de 2 mil implementos rodoviários, número que deve chegar às 2.500 unidades neste ano. Isso porque no final de 2013 a fabricante decidiu encerrar a produção de equipamentos frigorificados herdada da Boreal, o que permitiu uma alteração no layout das duas plantas fabris. “Com isso, tivemos um significativo aumento de produtividade em todas nossas linhas”, destaca. E a estratégia da Pastre para crescer em um mercado em potencial retração é agressiva. “Com a ampliação, teremos um maior volume de produtos para oferecer ao mercado. Queremos aumentar nosso market share
Fabris: as vendas da Randon em 2013 se devem muito ao agronegócio 60 - Revista Tecnologística - Maio/2014
Multimodalidade
É
natural que se espere muito do setor de implementos rodoviários em um país cujo transporte de cargas é essencialmente rodoviário. De acordo com dados da Confederação Nacional do Transporte (CNT), 61,1% de todas as mercadorias que viajam pelos mais de 8,5 milhões de km 2 que constituem o território nacional utilizam o modal, que lidera de longe a matriz de transporte de cargas brasileira. Uma série de iniciativas do governo federal – que inclui leilões e concessões de aeroportos e ferrovias, por exemplo –, realizada por meio de seu Plano Nacional de Logística e Transportes (PNLT), promete reverter essa situação e transformar o Brasil em um país multimodal, com uma maior participação dos transportes ferroviário, aquaviário, aéreo e dutoviário, até então subutilizados. Ainda que essa realidade pareça distante, alterações na matriz de transporte poderiam causar um impacto direto no mercado de implementos rodoviários, caso a participação do modal viesse realmente a diminuir nos próximos anos. Alcides Braga indica, porém, que o setor não teme a migração da carga para outros modais. “Ao contrário, julgamos necessária. Com o desenvolvimento de alternativas e com a abertura de novos fronts, acreditamos que uma nova relação está nascendo, com mais recursos para todos e com a redução do custo Brasil”. Norberto Fabris alerta para o fato de que, ainda que ocorram mudanças na matriz de transpor-
te de cargas, o modal rodoviário continuará tendo sua importância, mesmo que com uma participação menor. “Ainda existirá a necessidade, embora com uma configuração de produto diferente, de implementos rodoviários para transportar a carga para terminais ferroviários, centros urbanos, portos etc.” Assim, as viagens seriam apenas mais curtas, com utilização ideal do caminhão, que torna o custo da mercadoria mais caro à medida que a distância aumenta, até mesmo devido à precária infraestrutura da malha rodoviária brasileira. O executivo indica ainda que, para a Randon, tais impactos são reduzidos devido ao fato de a companhia trabalhar também com implementos ferroviários. Entre 2012 e 2013, por exemplo, a fabricação de vagões da Randon ultrapassou as 1.100 unidades. A Pastre, por sua vez, não deixa de lado a possibilidade de atuar, futuramente, na fabricação de equipamentos direcionados a outros meios de transporte, como o ferroviário, por exemplo. “Vemos esses projetos como essenciais para melhorar a matriz de transporte brasileira, e certamente isso nos afetará. A empresa não possui hoje nenhum plano de investimento em outros modais, mas não é algo descartável”, revela Flávio Pontes. “Mas m esmo quando falamos em transporte ferroviário e aquaviário, quem realiza a ligação entre eles ainda é o caminhão”, ressalta, mostrando otimismo em relação ao mercado futuro de implementos rodoviários.
Braga: “soluções sobre rodas” são o carro-chefe da Truckvan
conquistando clientes dos nossos concorrentes”, revela Pontes. Apostando em um segmento um pouco diferente, a Truckvan comemorou em 2013 um crescimento de 81% nas vendas de implementos diante do ano anterior. De acordo com o sócio-diretor da empresa – e também presidente da Anfir – Alcides Braga, a linha de implementos voltada para o setor de cargas, composta por baús de alumínio sobre chassi e kits para montadores, apre-
sentou um desempenho parelho aos números do mercado. O resultado acima da média foi, portanto, fundamentado nas vendas de unidades móveis especiais. Trata-se de implementos chamados pela própria fabricante de “soluções sobre rodas”, feitas sob medida para aplicações que vão desde shows, atendimentos médicos, estandes de feiras e treinamentos até campanhas políticas, geradoras de imagens para televisão e cozinhas experimentais. “Tivemos grande desempenho com unidades de ensino profissionalizante, saúde e defesa e segurança”, aponta Braga. Como exemplo, o executivo cita a
produção de 22 Plataformas de Observação Elevada (POEs) destinadas à Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos (Sesge), do Ministério da Justiça, que estarão presentes em todas as cidades-sede da Copa do Mundo como parte da estrutura de comando e controle das secretarias estaduais. “O valor desta encomenda superou os R$ 42 milhões”, revela Braga. O segmento é tão importante para a Truckvan que a empresa inaugurou, em 2013, um departamento de Produção de Eventos. “É um desdobramento natural do negócio, que nasce da necessidade de nossos clientes de contar com
Ao contrário de 2013, Randon deve obter resultados moderados neste ano
IMPLEMENTOS NONONONONO RODOVIÁRIOS
mais prestação de serviços em suas ações”, justifica o sócio-diretor. Basicamente, a novidade consiste em mais estrutura e mão de obra e uma equipe totalmente dedicada aos eventos realizados nas unidades móveis especiais do fabricante, formada por marceneiros, serralheiros, montadores, motoristas e diretores. O objetivo é agregar serviços e buscar soluções para viabilizar ideias e projetos itinerantes por meio de estudos de propostas de utilização dos implementos. O departamento de Produção de Eventos conta com um galpão de aproximadamente 800 metros quadrados em Guarulhos (SP), inaugurado no final de 2013, que além de abrigar os equipamentos, é utiliza-
62 - Revista Tecnologística - Maio/2014
do ainda para a realização de reformas nas unidades. O novo negócio já foi responsável, por exemplo, pelo fornecimento de camarins móveis para artistas nacionais e internacionais em grandes eventos musicais. Climatizados, os camarins são equipados com gerador, banheiro, mobília, aparelhos televisores de LED, home theater, adega, frigobar e até mesmo aparelho de micro-ondas. “Podemos afirmar que é um sucesso e a tendência é abrirmos cada vez mais frentes neste setor”, comemora Braga. Assim, na contramão das projeções de mercado, a Truckvan, que tem crescido em média 60% nos últimos cinco anos, espera atingir em 2014 o mesmo crescimento observado em 2013. Atualmente, a empresa conta com uma capacidade de produção de aproximadamente 3.500 unidades de furgões para carga e 133 unidades móveis especiais, número exato comercializado no exercício do ano passado. “Passamos de R$ 76 milhões para quase R$ 139 milhões de faturamento”, afirma Braga. “Sabemos que 2014 será um ano difícil por conta do calendário apertado, com a Copa do Mundo e as eleições, mas estamos em busca de novas opor-
Pontes: Pastre não descarta a possibilidade de fabricar equipamentos para outros modais
tunidades para manter o mesmo resultado do ano passado”, completa. Mesmo com essas dificuldades e com um início de ano preocupante, o setor de implementos rodoviários, de acordo com seus players, parece caminhar rumo a um crescimento moderado, ou ao menos a um equilíbrio em 2014, para garantir que a recuperação relativa obtida em 2013 não seja apenas uma mera lembrança nos próximos anos. “Esperamos um mercado estável”, reflete Norberto Fabris, da Randon. “Mas este cenário dependerá muito do resultado das safras brasileiras que estão por vir e das políticas econômico-financeiras do país em relação às taxas de financiamento praticadas”, finaliza o executivo. Fernando Fischer
Anfir: (11) 2972-5577 Pastre: (41) 3672-1216 Randon: (54) 3239-2000 Truckvan: (11) 2635-1133
Foto: Rubens Chaves-Agência Imagem
LOGÍSTICA REVERSA
Desafios da logística reversa de pós-consumo no Brasil Paulo Roberto Leite
A
firmar que vivemos em um mercado crescentemente competitivo é cair em lugar comum, pois as evidências estão por toda parte. O nível de informação permitido pelos atuais meios de comunicação sobre todas as atividades humanas tem se traduzido em impactos importantes sobre as atitudes e expectativas das empresas e de seus clientes, sejam clientes nas cadeias de suprimentos ou consumidores finais. A discutida globalização, característica marcante das décadas subsequentes aos anos 1980, decorrente de melhorias nos transportes, tecnologia e comunicações, entre outros aspectos, contribuiu para o aumento exponencial da quantidade de produtos fabricados e distribuídos em todos os microssegmentos de mercado e em todas as partes do mundo. Da mesma forma, criou uma busca incansável por inovação e diversificação dos produtos, resultando em ciclos de vida mercadológicos cada vez menores. E, embora isto se observe principalmente nos itens de tecnologia, informática e comunicações, o fenômeno ocorre, em maior ou menor grau, em todos
64 - Revista Tecnologística - Maio/2014
os setores do consumo. Como resultado, tem-se um volume cada vez maior de produtos retornados, seja para remanufatura e reúso, seja para a correta destinação final. A logística reversa é a área da logística empresarial que fecha o ciclo dos fluxos empresariais tradicionais da chamada logística direta (suprimento, internos à organização, e de distribuição de mercadorias na direção do mercado), ocupando-se com os diversos fluxos de retorno de itens, sob a forma de produtos de pós-venda ou de pós-consumo. Embora utilizando as mesmas técnicas e ferramentas da logística direta, por tratar do retorno de produtos, a logística reversa tem sua atividade relacionada com a satisfação dos clientes e com a garantia da sustentabilidade empresarial. Companhias estrategicamente perspicazes percebem o seu impacto no relacionamento com os clientes e com o público em geral, e pelo reflexo em sua imagem. A experiência tem mostrado que as empresas se posicionam de forma diferente ao tratar do retorno de produtos ainda não usados (defeitos em geral, assistência técnica, legis-
lação, recall etc.) e do retorno de produtos já usados (fim de vida útil, obsoletos etc.), denominando as operações voltadas a cada um deles, respectivamente, de logística reversa de pós-venda e de pós-consumo, conforme LEITE (2003). As condições peculiares do retorno de produtos usados ou de pós-consumo justificam, de certa forma, esta diferença de comportamento. Algumas delas podem assim ser destacadas: • O tempo decorrido entre a transação de venda e o retorno do produto usado é em geral longo para produtos duráveis. • Os produtos ou matérias-primas recuperados concorrem no mercado, direta ou indiretamente, com os produtos ou matérias-primas originais, evidenciando conflitos de interesses de intensidade variada, dependendo do setor. • A responsabilidade pelo equacionamento da logística reversa do retorno destes produtos é “difusa” entre o fabricante, os distribuidores e os varejistas. • O retorno de produto usado que possui componente de valor agregado alto tem interesse diferen-
A PNRS A “difusa responsabilidade” entre os agentes envolvidos com a logística reversa de pós-consumo, assim como o impacto causado no mercado pelos produtos ou matérias-primas reaproveitados, parece justificar a demora observada na implantação de alguns programas organizados de logística reversa no Brasil. A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS – Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010) e sua regulamentação (Decreto nº 7.404, de 23 de dezembro de 2010) colocam o ônus do equacionamento da logística reversa dos produtos usados sobre as empresas das cadeias de suprimentos que levam os produtos ao mercado, enfatizando um dos aspectos acima mencionados: o compartilhamento de responsabilidades.
A responsabilidade difusa entre os agentes envolvidos é um dos motivos da demora da implantação dos programas de LR no Brasil
Dos produtos relacionados na PNRS (I - agrotóxicos; II - pilhas e baterias; III - pneus; IV - óleos lubrificantes, seus resíduos e embalagens; V - lâmpadas fluorescentes, de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista; VI - produtos eletroeletrônicos e seus componentes), somente os dois últimos não apresentavam legislação própria à época da promulgação da PNRS. Para todos estes produtos, foi prevista na lei a obrigação de retorno de suas embalagens. Deixar às empresas e seus órgãos associativos a organização dos planos setoriais de logística reversa, a serem transformados posteriormente em Acordos Setoriais, foi a solução adotada no país. No entanto, a heterogeneidade de produtos a serem logisticamente tratados e a experiência acumulada diferem entre os diversos setores. Vale lembrar que os setores de agrotóxicos, pneus e óleos lubrificantes, com programas de logística reversa implantados há mais de dez anos, embora com desempenhos diferentes entre si, apresentam avanços interessantes. O caso das embalagens de agrotóxicos pode ser considerado um benchmark nacional e internacional, caracterizando-se por uma legislação específica em seu acordo setorial que o
distingue pela participação de todos os elos da cadeia. De uma forma geral, os desafios da logística reversa são relevantes, pelas características dos produtos retornados e pelas condições gerais de heterogeneidade dos produtos, que determinam soluções logísticas variadas, adequadas a cada caso. Citemos, somente como lembrança, a forma de coletar, transportar, armazenar, consolidar, processar industrialmente, selecionar e destinar os produtos ou materiais constituintes, que exigirão diferentes soluções. Aspectos como localização das fontes de entrada do produto na cadeia reversa, dimensões físicas e peso do item; densidade; estado físico; periculosidade, fragilidade, valor agregado do produto; quantidades disponíveis nos locais de coleta; necessidade de embalagem; processamentos prévios para movimentação, entre outros, exigirão igualmente soluções adaptadas a cada caso.
depositphotos
ciado daquele que não o possui, gerando condições de retorno radicalmente diferentes. No primeiro caso, não existe a necessidade de um fator modificador de mercado, pois o retorno, mesmo que não organizado eficientemente, acontecerá pela remuneração natural dos participantes das cadeias reversas. • O retorno de produtos usados cujo valor agregado de seus componentes não justifica economicamente uma cadeia reversa organizada requer um fator modificador de mercado, que normalmente vem em forma de uma legislação. • Os custos das operações de retorno de produtos usados são geralmente relevantes, pelas características dos produtos, pela rede logística reversa que não aproveita a sinergia com a rede de ida para o mercado, pela necessidade de processamentos intermediários ou embalagens especiais e pela eficiência operacional baixa, ente outros fatores.
LOGÍSTICA REVERSA
Portanto, a identificação e equacionamento de todos estes aspectos citados, bem como as informações correspondentes entre os diversos elos das cadeias reversas, são vitais para a sua eficiência.
Desafios na execução A execução da PNRS oferece, adicionalmente, desafios próprios de diversas naturezas que examinamos sucintamente:
depositphotos
Conflito de interesses Duas categorias de conflito podem ser lembradas: entre empresas produtoras originais e empresas de reaproveitamento de resíduos, e entre os elos das cadeias diretas. O reaproveitamento inteligente de matérias-primas e componentes pode ser inserido nas estratégias empresariais, evitando o que CHRISTENSEN E RAYNOR (2003) chamam de “disruptura” de mercado, ou seja, a criação de concorrentes com qualidade de produto equivalente e com preços reduzidos, gradativamente aceitos pelo mercado pela redução de preconceito e existência de certificações de qualidade. Ações colaborativas, inovadoras e pragmáticas entre fabricantes, distribuidores, comerciantes e intersetoriais poderão transformar problemas de compartilhamento de responsabilidades em oportunidades de negócios. Divulgação da PNRS Pesquisas confirmam e a observação permite identificar a falta absoluta de notícias e informações na mídia 66 - Revista Tecnologística - Maio/2014
em geral acerca da PNRS. O público consumidor não está absolutamente informado e os principais agentes envolvidos com a logística reversa estão pouco informados acerca das resoluções e dos objetivos principais da PNRS. Torna-se imperativo melhorar este cenário através de divulgação, por parte de governos e empresas responsáveis e envolvidas na PNRS, de forma a dar ciência e permitir a consecução de ações e obtenção de resultados. Informações sobre as resoluções e discussões realizadas nos comitês da PNRS deveriam vir a público com alguma frequência, permitindo que aqueles agentes diretamente interessados nos programas futuros possam assegurar e avaliar os recursos necessários para sua consecução. É de conhecimento geral a existência de preconceito sobre os produtos reaproveitados ou com conteúdo de reciclados, que poderiam ser mais bem entendidos e aceitos através de divulgação adequada. Além
do que, poderiam incentivar a certificação de qualidade destes processos e dos itens deles resultantes. Desafio dos transportes A logística reversa e a PNRS sofrem as dificuldades geradas atualmente pela distorção na matriz de transporte brasileira, que tem uma predominância de mais de 60% do modal rodoviário. Como característica, os produtos de pós-consumo apresentam valor agregado e relação peso/volume baixos, exigindo modais de baixo custo. Os mais indicados nestes casos são a cabotagem e o fluvial, que sabemos serem pouco disponíveis e incentivados no país. Muitos são os exemplos de cadeias reversas de produtos usados que, embora com tecnologia disponível e processos dominados, não são factíveis devido aos custos de transporte nas enormes distâncias brasileiras. Este cenário não será resolvido em curto prazo e será necessário conviver com ele por muito tempo, além de representar um desafio futuro. Desafios no reaproveitamento O parque industrial das cadeias reversas de reaproveitamento de produtos usados no Brasil caracteriza-se pela sua dispersão geográfica e por ser constituído por micro ou pequenas empresas, com intensivo uso de mão de obra e baixa tecnologia, redundando em produtividade também baixa. As estimativas mais recentes para o país revelam que a capacidade existente não é suficiente para o tratamento das quantidades previstas pela PNRS.
Processos de reaproveitamento com tecnologia e normas de trabalho adequadas, tanto quanto outros processos industriais, podem ser realizados com produtividade e sucesso empresarial. Normalmente, os produtos que tiveram sua reciclagem ou remanufatura realizadas com rigor de processos e em condições corretas apresentam custos inferiores aos produtos ou matérias-primas originais, e sua reintegração ao processo produtivo é o objetivo principal da PNRS. Deveríamos, portanto, estar presenciando um avanço importante nesta área, inclusive com incentivos de diversas naturezas, para a adequação do parque industrial de reaproveitamento no Brasil. Será necessário o aumento de escala e a melhoria significativa de tecnologia para a garantia de sistemas organizados de reaproveitamento. Torna-se necessário, outrossim, a geração de empresas de porte maior, que trabalhem com normas e certificações, que possam garantir um trabalho racional e profissional nesta área e para que haja consistência de produção e qualidade nos resultados. Ainda se encontram em estágio embrionário a normatização e as certificações que possam garantir consistência em qualidade nesta área. LEITE (2013), baseado em estudos brasileiros, menciona que, no caso dos eletroeletrônicos, as condições industriais estão aquém das necessidades futuras possíveis para o reaproveitamento, mesmo que parcial, do “lixo eletrônico” brasileiro, que tem volume crescente. Custos gerais de logística reversa Embora os custos de reaproveitamento realizado com escala, qualidade e processos adequados sejam compensadores de uma forma geral, os custos da logística reversa pro-
priamente dita, ou seja, os custos operacionais de coleta, transporte, manuseio etc., são por natureza altos quando comparados com a logística direta. Neste sentido, embora se saiba que alguns dos desafios acima mencionados sejam de longo prazo, algumas oportunidades existem, como por exemplo: • Adequação dos projetos dos produtos às necessidades de reaproveitamento, reduzindo os custos envolvidos. Isto envolve uniformização de materiais, redução de soldas e ligações permanentes, identificação das partes, uso dos conceitos de rastreabilidade etc. • Organização eficiente da rede de atividades da logística reversa: formas de coleta, transporte, localização destas atividades e processamentos intermediários. • Aumento das escalas de atividades em todas as áreas das cadeias reversas de pós-consumo, propiciando melhores tecnologias, consistência e qualidade nas atividades. • Implantação de tecnologias de tratamento de resíduos sólidos com alto desempenho para escalas maiores. • Destinação de recursos adequados para a capacitação de mão de obra qualificada e recursos em equipamentos. • Adequação de soluções e incentivos governamentais para áreas industriais e comerciais que estejam envolvidas com a execução de programas de logística reversa. Este aspecto é de vital importância, na medida em que, além das conhecidas tributações redundantes, que oneram muito os produtos reaproveitados e o seu uso posterior, seriam necessários incentivos em forma de financiamentos para melhorias tecnológicas e condições especiais de transporte, entre outras providências e inovações
necessárias a esta área, que poderá gerar um PIB de economia reversa considerável, além de apreciável quantidade de empregos. Planos de logística reversa referindo-se à PNRS têm sido apresentados com certa frequência, principalmente nas esferas estaduais, através de chamamento para “compromissos setoriais”, provavelmente com a intenção de intensificar as ações e reduzir os prazos de instalação de programas de logística reversa nas unidades da Federação. No entanto, é baixa a percepção da sociedade e dos envolvidos com estas áreas de ações efetivas de implantação destes programas. Embora as dificuldades para a implantação de programas de logística reversa apresentadas acima sejam muitas, os prazos estipulados pelos responsáveis do governo já foram há muito superados. Aguardamos esperançosos que sejam postos em prática.
Referências bibliográficas CHRISTENSEN, Clayton M. e RAYNOR, Michael E. – O Crescimento pela Inovação – editora Campus, São Paulo, 2003. LEITE, Paulo Roberto – Logística Reversa – Meio Ambiente e Competitividade – editora Pearson Education, Selo Prentice Hall, São Paulo, 2003. LEITE, Paulo Roberto – Peculiaridades da Logística Reversa de REEE (Resíduos de Equipamentos Elétricos e Eletrônicos) – Revista Tecnologística, abril 2013. Paulo Roberto Leite Engenheiro e professor de Logística Reversa da Universidade Mackenzie Presidente do Conselho de Logística Reversa do Brasil – CLRB clrb@clrb.com.br Tel.: (11) 2308-5292 Maio/2014 - Revista Tecnologística - 67
ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN
Desenvolvimento do mercado secundário no Brasil e as operações de logística reversa Paula Oliveira e Gisela Mangabeira de Sousa
C
omo é sabido, dentro do contexto das operações de logística reversa, além das atividades de coleta e transporte, a destinação dos produtos é uma parte importante do ciclo de retorno. Existem várias alternativas para a destinação dos itens, dentre as quais: outlets, leilões, intermediários, lojas de R$ 1,99, multimarcas, mercados de pulgas, penhor, remanufaturas/reformas e reciclagem. O presente artigo tem como objetivo trazer uma visão geral do mercado secundário no Brasil, comparando-o com os EUA, tendo em vista que cada vez mais esse tema tem se tornado relevante para as empresas atuantes no país.
Além dos desafios apresentados na Figura 1, a cadeia de logística reversa deve ser mais eficiente em tempo e custo do que a tradicional, para reduzir a perda de valor dos produtos ao longo da cadeia. Devido à alta complexidade da operação reversa, é necessário mapear como a estratégia do negócio está alinhada aos principais direcionadores da logística reversa – posição no ciclo de vida, qualidade, preço, tamanho, estratégia de mercado e destinações possíveis.
Posição no ciclo de vida
Logística reversa
A origem da logística reversa está vinculada à posição ocupada pelo produto no ciclo de vida, conforme observado na Figura 2.
Os motivadores para a logística reversa estão diretamente ligados a razões competitivas e legais para as empresas. Isto porque a construção de uma cadeia reversa eficiente leva à proteção da marca, redução de custos, aumento da receita e fidelidade dos consumidores. Contudo, antes de iniciar uma operação de logística reversa, a empresa deve considerar os desafios de gestão e controle, pois se trata de uma operação com maior grau de complexidade que a logística tradicional, como mostra a Figura 1.
Preço Empresas que trabalham com produtos de alto valor agregado, em geral, preferem direcionar as sobras de inventário para canais de venda secundários, como outlets ou multimarcas, a fim de recuperar o máximo de valor possível. Isto porque colocar preços promocionais muito baixos para liquidar o item não vendido na própria loja pode canibalizar a venda de novos produtos ou reduzir o valor percebido pelo cliente sobre a marca.
68 - Revista Tecnologística - Maio/2014
Estratégia de mercado Em linhas gerais, os volumes de retorno são proporcionais aos volumes de venda ou, melhor, aos volumes pretendidos de venda. Nesse contexto, quanto maiores esses volumes, mais relevante é a organização das operaFigura 1 - Diferenças entre a logística tradicional e a logística reversa ções de logística reversa. Assim, com o crescimenDestinações possíveis to das empresas, maiores serão os valores absolutos Independentemente da posição no ciclo de vida, togastos com a operação reversa e mais complexo passa dos os itens movimentados no processo de logística rea ser o gerenciamento dessa operação. O que antes era um volume pequeno, passa a ser um volume que versa passam pelas etapas de coleta, triagem/agregação de valor e destinação. A destinação escolhida para as viabilizaria a abertura de uma loja, por exemplo. Cada vez mais, empresas brasileiras chegam a este diferentes origens de retorno é definida com base em diferentes motivadores. Ou seja, cada empresa, a deponto de discussão: Como lidar com os retornos? Quais pender da percepção de impacto dos seus retornos para destinações são mais interessantes para o negócio? o negócio, pode tomar diferentes decisões quanto à sua operação reversa.
Mercado secundário
Figura 2 - Posição no ciclo de vida e as origens da logística reversa
Uma das formas de destinação possíveis é o mercado secundário, que é composto por canais secundários, ou seja, por um conjunto de canais de venda alternativos para o direcionamento de retornos/sobras, de forma a minimizar a canibalização das vendas nos canais primários da empresa e a viabilizar a máxima recuperação de valor dos itens retornados. Estes canais secundários para venda dos produtos/inventário podem ser outlets, sites de leilões e compras online, intermediários, lojas de R$ 1,99, multimarcas, mercados de pulgas, penhor, caridade, remanufaturas/reformas e reciclagem, entre outros que trabalham com a Maio/2014 - Revista Tecnologística - 69
Fonte: Adaptado de Reverse Logistics: A New Core Competency (Dale S. Rogers, Ron Lembke and John Benardino)
Por outro lado, em empresas onde há volume significativo de produtos com baixo valor agregado, pode ser uma boa alternativa a redução de preços na própria loja, evitando assim os custos com a logística reversa.
ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN
zada nos EUA pelo professor Dale Rogers, da Universidade de Rutgers, em Nova Jersey, e no Brasil – em pesquisa realizada pelo ILOS –, a representatividade do mercado secundário nos EUA é de cerca de 2,6% do PIB, enquanto que, aqui, é ainda de cerca de 0,3% do PIB. A Figura 5 ilustra a representatividade dos canais secundários nos EUA e no Brasil, excluindo os canais de remanufatura/reforma, reciclagem e disposição final.
Figura 3 - Destinação dos produtos na cadeia reversa
venda de itens de temporadas passadas, usados em boas condições ou com defeito.
Comparação do mercado secundário – Brasil versus EUA
Intermediários Nota-se que a participação dos “intermediários” no mercado secundário brasileiro ainda é muito pequena. Os intermediários são as empresas que compram da indústria e/ou varejo em grandes quantidades e, após a triagem, revendem os produtos para os demais canais secundários. Isso simplifica a operação para a indústria e o varejo, que vendem todo o volume para uma única empresa, limpando rapidamente o canal primário e liberando espaço nos centros de distribuição. Uma alternativa ao uso de intermediários é organizar internamente o processo de triagem e direcionamento de produtos, através de operadores logísticos ou recursos próprios. Essa alternativa aumenta o valor recuperado pela empresa, dado que o direcionamento dos produtos é feito diretamente.
A logística reversa nos Estados Unidos começou a ser mais estruturada na década de 1980. Nessa época, teve início a formação de grandes operadores logísticos focados nesse tipo de operação, como a Genco, bem como surgiram os outlets como importante canal secundário. Vale ressaltar que a economia americana naquela década, em termos de PIB, é similar à atual economia brasileira, como mostra a Figura 4. O atingimento desse patamar de volume comercializado indica que o Brasil está entrando em um momento econômico no qual as discussões e direcionamentos da logística reversa terão mais relevância dentro das empresas atuantes no país. No que tange ao direcionamento dos volumes de retorno, Figura 4 - Comparação do PIB - Brasil, EUA e União Europeia de acordo com a pesquisa reali70 - Revista Tecnologística - Maio/2014
Leilões Um canal muito relevante no mercado secundário brasileiro é o leilão. Tradicionalmente, trata-se de sites onde as empresas colocam os itens à venda por um valor mínimo e, então, recebem lances pelos produtos. Atualmente, as negociações baseadas em preço fixo estão crescendo mais rapidamente que as baseadas em preço variável (lances), já descaracterizando o título de “leilão”. No Brasil o maior site dessa modalidade é o Mercado Livre, cujo faturamento anual chega a US$ 1,9 bilhão. Além do C2C (ou seja, o mercado entre consumidores finais), diversas empresas utilizam o Mercado Livre como canal secundário e às vezes até como canal primário. Nele, são vendidos ativos já depreciados e, em muitos casos, produtos com pequenos defeitos ou de temporadas passadas.
grandes redes que trabalham com a venda de vestuário e acessórios para casa, majoritariamente, de coleções antigas para marcas renomadas, como Dior, Jean Paul Gaultier e Armani, entre outras. Como exemplo das grandes redes, as 3 mil lojas do grupo TJX Companies faturaram em 2012 cerca de US$ 26 bilhões. Para manter o link com o contexto brasileiro, vale reassaltar que a T.J.Maxx, primeira loja do grupo, surgiu na década de 1970, época em que o volume comercializado nos EUA era próximo do atual volume brasileiro. No Brasil, há majoritariamente pequenas lojas multimarcas e o início da participação de grandes players com atuação online, como o Privalia e o Westwing. Muitas marcas ainda utilizam as lojas multimarcas quase que exclusivamente como canal primário para acesso ao consumidor de cidades pequenas, onde não valeria a pena manter uma loja própria.
Multimarcas No que diz respeito ao uso de lojas multimarcas no mercado secundário, os EUA têm pequenas lojas e
Outlets Outro canal secundário muito comum nos EUA para itens de vestuário são os outlet malls, que são
Fonte: ILOS e Dale Rogers
ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN
Figura 5 - Representatividade dos canais secundários nos EUA e Brasil
shopping centers cujas lojas têm como foco a venda de coleções antigas (até duas coleções atrás). Nesse caso, diferentemente dos ambientes multimarcas, em geral o outlet possui lojas exclusivas por marca. Os EUA possuem mais de 200 outlet malls, enquanto que no Brasil temos cerca de cinco atualmente. Segundo os grandes grupos de shopping centers instalados no Brasil, há previsão de crescimento de 100% no número de outlets no país nos próximos cinco anos. Penhor Enquanto nos Estados Unidos é possível penhorar qualquer tipo de item e há diversas lojas autorizadas a realizar o procedimento, no Brasil, apenas a Caixa Econômica Federal é autorizada a realizar operações de penhor, além de aceitar somente joias ou itens de alto valor. Isso explica por que o penhor é um canal consolidado nos EUA e no Brasil sua relevância é pequena.
to e tempo, para garantir maior recuperação de valor dos produtos e rentabilidade ao longo da cadeia reversa. Com o crescimento das operações reversas, um desafio mais forte começa a existir e fomentar o mercado secundário: a necessidade de alternativas para direcionamento dos retornos/ sobras, de forma a recuperar o máximo de valor possível, sem canibalizar os canais primários. No âmbito desse mercado, nota-se o desenvolvimento de diversos canais, sendo os leilões e outlets os de maior potencial de crescimento. As redes de multimarcas, principalmente as online, também demonstram potencial de crescimento no país. Mas sua evolução depende do desenvolvimento de bons intermediários, não existentes no Brasil atualmente. Em linhas gerais, pode-se imaginar o desenvolvimento do mercado secundário brasileiro em consonância com o histórico americano, o que traz grandes desafios e oportunidades para os profissionais e empresas envolvidos com o tema.
Bibliografia Mercado Secundário: Desafios e Oportunidades. Mega Sessão presentada no XVIII Fórum Internacional de Supply Chain, ILOS, 2013 Pesquisa sobre Mercado Secundário no Brasil. ILOS, 2013 http://www.marshallsonline.com/, Março, 2014 http://tjmaxx.tjx.com, Março, 2014
Conclusões No Brasil, o mercado secundário está em início de desenvolvimento, com tendência de crescimento para os próximos anos, sendo comparável ao contexto americano da década de 1980. Devido ao aumento nos volumes de comercialização, a representatividade dos retornos/sobras deve aumentar, gerando a necessidade de maior organização e esforço nas operações de logística reversa. Este mercado exige logística de alto desempenho em cus72 - Revista Tecnologística - Maio/2014
Paula Oliveira – consultora paula.oliveira@ilos.com.br Gisela Mangabeira de Sousa – gerente sênior gisela.sousa@ilos.com.br Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS Tel.: (21) 3445-3000
Intermodal: 20 anos gerando negócios
Fotos: Divulgação
EVENTOS
A Intermodal South America – Feira Internacional de Logística, Transporte de Cargas e Comércio Exterior –, o mais importante evento voltado ao setor na América Latina, comemorou em 2014 sua 20ª edição, sempre batendo recordes de público e expositores. Realizada no Transamérica Expo, em São Paulo, entre os dias 1º e 3 de abril, a feira reuniu este ano 48.436 visitantes, 600 empresas, representando 26 países, lideranças setoriais, autoridades, e atraiu um público com alto poder de decisão, reafirmando seu caráter de grande gerador de negócios e benchmark. Organizada pela UBM Brazil, a feira já tem sua 21ª edição confirmada, entre os dias 7 e 9 de abril de 2015. Confira a seguir os principais lançamentos e demais novidades das empresas presentes à Intermodal 2014 Agentes do setor ferroviário discutem cenário O presidente-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, e o presidente da Brado Logística, Alan Fuchs, aproveitaram a Intermodal para traçar um panorama do setor e reforçar os desafios e oportunidades da atividade no Brasil. De acordo com Vilaça, o processo de crescimento continua. Para comprovar, o executivo revela que, em 2013, as empresas do segmento movimentaram 500 milhões de toneladas por quilômetro útil. Ele lembra, porém, que para evoluir ainda mais o setor precisa de um sistema regulatório, ambiental e jurídico seguro. “As regras devem estar claras para que as empresas tenham 74 - Revista Tecnologística - Maio/2014
confiança em investir”, ressalta. Fuchs concorda e destaca que é preciso avançar em termos de competitividade, já que ainda existem muitos gargalos. “Temos grandes dificuldades, mas acreditamos que, com investimentos inteligentes, o transporte de contêineres na ferrovia, por exemplo, tem grande espaço de crescimento”, diz. Segundo o executivo, o modal possui um market-share de 4% na movimentação de contêineres. Há outros desafios. O presidente da Brado destaca que é preciso extrair produtividade dos ativos e do sistema. Vilaça completa dizendo que é necessário mais diálogo para que todos os atores envolvidos no segmento façam mais e melhor para o transporte ferroviário de cargas. “Queremos obras continuadas e não interrompidas, que sejam feitas de maneira combinada –
parceria público-privada – em todo o país. Precisamos ampliar a malha, mas também melhorar a existente”, salienta Vilaça. Para finalizar, o presidente-executivo da ANTF cobra a construção do Ferroanel em São Paulo para que as cargas circulem de forma segura. “Esta é a obra mais urgente do setor”, reforça. ANTF: (61) 3212-8900 Brado: (41) 2118-2800
TAM Cargo investe em tecnologia e estruturas A TAM Cargo, unidade de cargas do Grupo Latam Airlines no Brasil, apresentou na Intermodal seu plano de investimentos em infraestrutura e tecnologia. Até dezembro de 2014, a unidade de carga aplicará R$ 45 milhões na infraestrutura de seus termi-
nais, o que fortalecerá as operações nos principais hubs – Brasília, Manaus, São Paulo (Guarulhos) e Rio de Janeiro (Galeão). Além disso, a companhia reforçará outros 20 terminais no país. Entre os projetos, destacam-se a ampliação de áreas operacionais, estacionamentos e posições de atendimento. A empresa também foca suas ações no setor de tecnologia. Prova disso são os R$ 11 milhões destinados ao desenvolvimento de um sistema para controle e movimentação de cargas no mercado brasileiro. O novo sistema permite, por exemplo, identificar online onde está e qual é a situação da encomenda. A ferramenta mostra o histórico desde o momento em que a carga foi registrada até a entrega no destino final. Além disso, alguns clientes recebem mensagens eletrônicas, cujo objetivo é informar a situação do transporte e dos embarques em tempo real. Cada vez que uma etapa é concluída, como a saída de um voo, a ferramenta envia ao cliente, automaticamente, uma atualização de status, sem que ele precise consultar o sistema de tracking online.
Estruturas Os ativos também merecem destaque. Em Manaus, a unidade de cargas iniciou, em novembro do ano passado, as operações em seu novo terminal. Com 13 mil metros quadrados, dos quais 5 mil m² são de área construída, é o maior da companhia no Brasil. Já em fevereiro deste ano, a TAM Cargo inaugurou seu novo terminal em Goiânia. A estrutura foi ampliada e a capacidade de recebimento de cargas cresceu 150%. Com isso, a expectativa da companhia é que o volume mensal de cargas transportadas no terminal aumente até 7% em 2014. Para o diretor-executivo da TAM Cargo, Pablo Navarrete, os investimentos estão em linha com o cres-
cimento da empresa no Brasil. No mercado doméstico, a companhia transportou 197,5 mil toneladas, o que representa um aumento de 7% no volume de cargas transportado em 2013 na comparação com o ano anterior. No internacional, a empresa demonstrou um desempenho estável no ano passado em comparação a 2012 – com 212 mil toneladas transportadas. “O resultado é atribuído, principalmente, ao bom aproveitamento de nossa rede de operações”, diz o executivo. (11) 3273-2800
Emap divulga desempenho do Porto do Itaqui A Empresa Maranhense de Administração Portuária (Emap) divulgou números referentes às operações no Porto do Itaqui entre os anos de 2011 e 2013. No período, o terminal movimentou 45 milhões de toneladas, reduziu em 59% o tempo médio de espera dos navios para granéis sólidos e aumentou em 47% a taxa de produtividade também para granéis sólidos. Além disso, a Emap ampliou em 76% os investimentos próprios na infraestrutura portuária. O órgão gestor portuário maranhense, por meio de parcerias com a iniciativa privada, pública e com recursos próprios, investiu ao longo dos três anos cerca de R$ 1,2 bilhão na construção de acessos ferroviários, na arma-
zenagem e infraestrutura portuária e na reforma e construção dos berços. Este ano, apenas nos dois primeiros meses, a movimentação de cargas ultrapassou em aproximadamente 20% a registrada no mesmo período do ano passado. Além disso, três novos produtos passaram a incrementar o portfólio de cargas de Itaqui – coque, soda cáustica e celulose. No total, a estimativa é que, em 2014, cerca de 17 milhões de toneladas sejam transportadas. A movimentação de contêineres também deverá ser duplicada, alcançando os 20 mil TEUs, com a importação de produtos químicos e material de construção, além da exportação de manganês, algodão e milho. Outro produto que passou a fazer parte do portfólio de exportação do Porto do Itaqui é a celulose. Serão aproximadamente 1,5 milhão de toneladas embarcadas anualmente do insumo aos mercados europeu e norte-americano. Outro grande projeto, que está previsto para iniciar suas operações no segundo semestre, é o Terminal de Grãos do Maranhão (Tegram). A estrutura aumentará o volume de grãos movimentados, que deverá chegar a 7,5 milhões de toneladas por ano até 2017. Segundo o presidente da Emap, Luiz Carlos Fossati, os resultados positivos são fruto de uma administração organizada e voltada à produtividade e ao crescimento sustentável. “A gestão
Maio/2014 - Revista Tecnologística - 75
EVENTOS
focada em resultados, e que prioriza políticas integradas de qualidade, preservação ambiental, segurança e saúde no trabalho, assegura o crescimento e a excelência dos serviços oferecidos pelo porto”, diz. (98) 3216-6000
Santos Brasil amplia operações em Imbituba e Vila do Conde A Santos Brasil divulgou as próximas ações que serão realizadas nos terminais de contêineres de Imbituba (SC) e Vila do Conde (PA). Em Santa Catarina, a companhia investiu R$ 22 milhões para a aquisição de um terreno. No local, que tem uma área de 2,5 milhões de metros quadrados, será estruturado um retroporto. Segundo o diretor Comercial da Santos Brasil, Mauro Salgado, cerca de 500 mil m² serão utilizados para a concepção de um Redex e de um pátio de caminhões. O restante, explica, será destinado a instalações empresariais. Salgado conta que a fase é de obtenção de licenças e negociação junto às empresas que demonstraram interesse em se instalar no complexo. Ainda não há data definida para o início das operações. Já no Tecon Vila do Conde o objetivo é aproveitar a capilaridade fluvial que a região oferece. A novidade fica por conta de três linhas de barcaças, todas tendo como destino ou origem o terminal da companhia. A primeira se
76 - Revista Tecnologística - Maio/2014
conecta a Belém, a segunda movimenta produtos para Macapá e a terceira liga Vila do Conde a Altamira (PA). “Esta é uma forma de driblarmos a precariedade das rodovias locais”, diz. Entre os produtos operados, destaque para madeira, pimenta, pescados e frutas. Tecon Imbituba: (48) 3255-0667 Tecon Vila do Conde: (91) 3322-7575
Veloce prevê crescimento de 231% em 2014 Com somente cinco anos de atividades, a Veloce Logística já prevê uma receita de R$ 300 milhões no acumulado de 2014, resultado que representaria um crescimento de 231% desde 2009, ano em que a empresa fechou com R$ 130 milhões. Até o final de 2013, quando a receita foi de R$ 269 milhões, o crescimento registrado já era de 207%. No ano passado, a Veloce estabeleceu um grande contrato com a unidade da General Motors de Guarulhos (SP) para realizar operações que demandaram a contratação de 400 colaboradores, o que levou o operador logístico a praticamente dobrar seu quadro de funcionários. As atividades incluem agendamento de entregas, gestão de pátio, recebimento de materiais, estocagem, separação de pedidos, embalagem, unitização, expedição para clientes e gestão de estoque. Ao todo, foram investidos R$ 4,8 milhões em infraestrutura, treinamento e equipamentos para atender à GM, aplicados em um centro consolidador em Guarulhos com área coberta de 33 mil metros quadrados para armazenagem, com 41 docas, e pátio de 6 mil m². Dentre os clientes da Veloce estão ainda a Toyo-
ta Empilhadeiras, a Goodyear e a General Motors São Caetano (SP). Para atingir os objetivos previstos para 2014 e crescer ainda mais, a Veloce tem como planejamento estratégico a manutenção e o desenvolvimento das operações com os atuais clientes e também o atendimento a novos segmentos, como motos, caminhões, ônibus, tecnologia e alimentos. “A perspectiva de baixo crescimento da economia brasileira irá obrigar as empresas a buscar rentabilidade e preservação de suas participações no mercado”, justifica o presidente da Veloce, Paulo Guedes. Dessa forma, segundo ele, a adaptação aos recursos existentes e a continuidade dos projetos, além da busca por novos clientes, são fatores que fazem parte da estratégia da empresa. “Sempre com foco na logística integrada e de alto valor agregado”, completa o executivo. Parte do Grupo Mitsui, que atua em 69 países, a Veloce conta com uma frota de 475 carretas tipo sider e 119 parceiros de transporte no Brasil e na Argentina, com 660 veículos e 27 bases operacionais nos dois países. (11) 3905-7000
Grupo Mirassol chega ao mercado A feira Intermodal South America foi palco do anúncio da chegada do Grupo Mirassol ao mercado. A companhia é resultado da união das empresas Expresso Mirassol, Mirassol Logística e da recém-criada Mirassol Locações.
A Expresso Mirassol é especializada no transporte rodoviário em geral, atuando inclusive em conjunto com operações portuárias e aeroportuárias. A Mirassol Logística, por sua vez, é o braço dedicado à armazenagem, manuseio de mercadorias e terceirização logística, atuando também com comércio exterior. O grupo já nasce com a experiência de uma história de quase 75 anos de mercado. A Mirassol Locações, por fim, atua na locação de caminhões, carros, carretas e equipamentos, como empilhadeiras e paleteiras. Com a novidade, as três empresas passam a ficar sob o guarda-chuva do Grupo Mirassol, com o objetivo de prover o que há de melhor em transporte e logística por meio da sinergia entre as unidades de negócio. “Por meio dos serviços oferecidos, proporcionaremos uma melhor relação custo-benefício, visto que criaremos projetos integrados, promovendo valores ao longo da cadeia”, explica o CEO do Grupo Mirassol, Celso Salgueiro. Para as operações aeroportuárias, a companhia atua nos principais aeroportos do país e os serviços in-
cluem coletas emergenciais, remoções, packing, transporte em regime de trânsito aduaneiro e fretamento de aeronaves. Já na logística portuária o Grupo Mirassol oferece a seus clientes o terminal de contêineres próprio localizado em Cubatão (SP), a poucos quilômetros do Porto de Santos, com capacidade para movimentar mais de 2,5 mil unidades por mês e serviços como ova e desova, pré-stacking, carga solta e Redex. (11) 2141-1202
Avianca Cargo adquire Airbus 330 cargueiro A Avianca Cargo, unidade de negócios de carga da Avianca, anunciou na Intermodal que a partir de junho introduzirá a primeira aeronave cargueira em suas operações. Trata-se do Airbus 330, destinado às movimentações de carga entre os aeroportos de Guarulhos (SP) e Manaus. Com capacidade para transportar até 68 toneladas,
o avião fará a rota de segunda a sexta-feira. De acordo com a companhia, a estimativa é que sejam movimentadas 2 mil toneladas por mês. O vice-presidente Comercial e de Marketing da empresa, Tarcísio Gargioni, diz que o objetivo é aumentar em 30% o volume de transporte de carga fracionada em relação a 2013. Para isso, além do cargueiro, o executivo anuncia a chegada de mais sete aeronaves Airbus 320, que serão utilizadas para o aumento de frequência nas localidades onde a empresa já atua e para a ampliação da malha. Em 2013, a Avianca Cargo transportou mais de 18 mil t, crescimento de 50% frente ao ano anterior. Ao todo, foram cerca de 1,8 milhão de volumes, aumento de 68% frente a 2012, o que gerou um acréscimo na receita de 62%. O número de clientes chegou a 6 mil, 7% acima do registrado no ano anterior. Entre os segmentos atendidos, destaque para o
EVENTOS
têxtil, eletrônico, farmacêutico e automobilístico. (11) 4020-2021
TCP premia parceiros e clientes que se destacaram em 2013 O Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) realizou, durante a feira Intermodal South America, a cerimônia de entrega da primeira edição do prêmio Desempenho TCP, que reconheceu os parceiros e clientes do terminal que mais se destacaram durante o ano de 2013. A premiação foi dividida em 11 diferentes categorias. A Volvo do Brasil venceu no quesito Desempenho Importação; a ADM do Brasil, na categoria Desempenho Exportação; a MSC, em Desempenho Armador; a Brado Logística foi a vencedora como Destaque Solução Intermodal; e a Allink como Desempenho NVOCC (Non Vessel Operator Common Carrier – ou transportador marítimo sem navio). A Asia Shipping levou o prêmio de melhor Desempenho Freight Forwarder; a Grimaldi, de Desempenho Carga de Projetos; a Tetra Pak, Desempenho Solução Logística Integrada; a MOL, Destaque Armador; a Cotriguaçu Cooperativa, Desempenho Movimentador Ferroviário; e a Sudati/Guararapes, Desempenho Movimentação TCP Log. Além disso, a Hamburg Süd recebeu o prêmio especial de Maior Navio Movimentado em Paranaguá em 2013. Pela operação, com a embarcação full container Cap. San Nicolas, foram contempladas também a Paranaguá Pilots, que efetuou o trabalho de praticagem, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) e a Capitania dos Portos. (41) 3420-3300
Soluções tecnológicas para logística, da Totvs A empresa de tecnologia Totvs levou à Intermodal South Ameri78 - Revista Tecnologística - Maio/2014
ca 2014 diversas soluções voltadas para o segmento de logística. Dentre os lançamentos estão as ferramentas Automação de Coleta e Entrega e Torre de Controle Rastreada, que têm como objetivo tornar mais práticas as rotinas de quem trabalha com transporte. Por meio da Automação de Coleta e Entrega, o motorista pode informar em tempo real à central as entregas realizadas. Além disso, a solução permite que o condutor envie fotos dos canhotos da nota fiscal para formalizar a efetivação do serviço. Já a Torre de Controle Rastreada monitora o veículo que faz as entregas, registrando fatores como tempo de parada e identidade do motorista. A ferramenta realiza ainda um cálculo que gera previsões de entrega, considerando desde a partida até a chegada ao destino. Com isso, o consumidor passa a contar com serviços mais conectados e ágeis. A Totvs apresentou também as novas funcionalidades do Sara, solução desenvolvida para atender às operações de portos e recintos aduaneiros que garante o atendimento às exigências da Receita Federal e à legislação para processos de desembaraço aduaneiro. Foram feitas adequações no software para atender aos regimes Redex e Depot e ao portal Web da Receita. As novidades são frutos de uma parceria com a Trade Easy, empresa especializada em soluções para o comércio exterior. A Totvs anunciou ainda o lançamento da solução Easy Siscoserv Control, desenvolvida para facilitar o registro no Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços (Siscoserv) e garantir que os clientes cumpram os prazos e as exigências do sistema. Ela simplifica o registro das aquisições e ven-
das de serviços no exterior e, ao ajudar a gerir prazos, evita penalidades. Por fim, a Totvs apresentou o TMS Eficaz, uma versão da solução de Transport Management System da companhia focada em pequenas e médias empresas. Com um processo de implantação acelerado, a Totvs garante o desenho de um software pronto para usar em 90 dias, diminuindo pela metade o tempo de implementação, com grande redução de custos para o projeto. Totvs: 0800 709 8100 Trade Easy: (11) 3019-3600
Coopercarga aposta em frota sustentável A operadora logística Coopercarga – formada por um grupo de 143 transportadores e com sede em Concórdia (SC) – apresentou dois projetos que fazem parte de sua estratégia de sustentabilidade. Um deles foi desenvolvido juntamente com a Scania e a fabricante de cosméticos Natura, composto por dois caminhões movidos a etanol, que emitem até 90% menos CO2 na operação. Este projeto teve início há seis meses e já está validado, tendo comprovado sua eficiência operacional e benefícios ao meio ambiente, segundo informou o presidente da Coopercarga, Osni Roman. “A sustentabilidade faz parte de nossa estratégia, e não apenas no discurso. Estamos investindo tempo, dinheiro e esforços para colocá-la em prática”, afirma. O veículo utilizado – segundo a
EVENTOS
empresa o primeiro caminhão movido a etanol a operar no Brasil – é um cavalo mecânico Scania P270 com carreta de três eixos. O etanol, diferente do utilizado pelos carros de passeio, é fornecido pela Raízen especificamente para o projeto. O fato de utilizar um combustível diferenciado, aditivado e mais caro, é uma das complexidades do projeto, de acordo com o presidente. “Ele custa um pouco mais, então as três partes – Natura, Scania e Coopercarga – entraram com investimentos no projeto, apostando na sustentabilidade. Os caminhões foram desenvolvidos e cedidos em comodato pela montadora e nós entramos com o implemento e a base de abastecimento, que fica em Itupeva (SP)”, explicou o executivo, sem datalhar números. O projeto do etanol agora está em fase de ampliação e de disponibilização para outros clientes com os quais a empresa já está em negociação, que não foram revelados.
GNV Na mesma ocasião, a Coopercarga apresentou também seu mais novo projeto voltado à sustentabilidade, este desenvolvido junto à Volkswagen/ MAN e à Ambev. Trata-se de um caminhão Constellation 24280 movido a etanol, que ficou pronto no final de março e cuja operação em testes estava prevista para começar ainda em abril, no centro do Rio de Janeiro. O veículo é trucado, voltado para a distribuição urbana, e tem capacidade para dez paletes de bebidas. “Estamos muito gratificados por termos sido escolhidos para este projeto, o que se deu muito pelo relacionamento que já mantemos com a Ambev. Percebemos que os fatores nível de serviço, gestão e segurança nas informações foram fundamentais para que a Coopercarga entrasse no proje80 - Revista Tecnologística - Maio/2014
to, além da visão de sustentabilidade que compartilhamos”, afirma Roman, contando que o veículo é dotado com dispositivos para a captação de dados da operação. Ele informa que o caminhão deverá rodar por seis meses, período em que passará por todas as análises, extraindo dele todos os dados para validação do projeto. “Este é mais um motivo de orgulho para nós, porque o veículo necessita de um operador que saiba conduzi-lo de forma adequada, para que sejam obtidas todas as informações relevantes e o desempenho esperado”. Segundo ele, a expectativa é gerar uma redução de 20% de emissões de CO2 e 10% de economia operacional com o uso do GNV, números que podem até ser superados. Outra vantagem deste caminhão é a emissão reduzida de ruídos, o que contribui para o entorno e para o conforto do motorista. “Num projeto como este, todos os componentes da sustentabilidade devem ser observados: o ambiental, o social e o econômico também. Por isso o desempenho operacional é importante”. Assim como o projeto do caminhão a etanol, o do GNV também deverá ser ampliado depois da fase de testes, a depender dos resultados. “Existe o interesse total das partes envolvidas. Acreditamos que este projeto tenha boa velocidade porque contempla todos os fatores da sustentabilidade. Com a vantagem de que o GNV não é especial e o caminhão pode ser abastecido em qualquer posto que ofereça o combustível”, ressalta o executivo. A Coopercarga possui hoje uma frota de cerca de 1.900 veículos, que deve ganhar mais 400 unidades este ano, de acordo com Roman. No ano passado, a empresa faturou R$ 746 milhões, 22% a mais em relação a 2012. Para 2014, ela projeta crescer 15% e está otimista com o desempenho dos primeiros meses do ano. “Nosso crescimento ocorre muito no orgânico, porque nosso ní-
vel de serviço e capacidade de investimento dão segurança aos clientes para nos ofertarem mais volumes dentro do negócio deles. Além disso, a Copa do Mundo aquece dois segmentos em que atuamos fortemente: alimentos e bebidas e bens de consumo. Por isso, apostamos em muito mais negócios com os clientes que já temos”. (49) 3301-7000
Aliança anuncia serviço especial para cargas de projeto na cabotagem
A Aliança Navegação e Logística, empresa de cabotagem pertencente ao Grupo Oetker, também proprietário da Hamburg Süd, anunciou, durante a Intermodal 2014, que colocará em operação um novo serviço de cabotagem especialmente desenvolvido para o setor de cargas de projeto, que são aquelas de grande peso e dimensões, que enfrentam dificuldades no transporte por via terrestre. De acordo com Mark Juzwiak, gerente-geral para assuntos institucionais da Aliança, o serviço deverá ter início neste mês de maio e não terá escala fixa, podendo atender às necessidades pontuais dos clientes. “É o primeiro navio deste tipo a operar na costa brasileira, e poderá atender a empresas dos setores termelétrico, hidrelétrico, eólico e usinas, entre outros, que operam cargas deste perfil, como transformadores, reatores, turbinas, torres de transmissão, pás eólicas,
guindastes e geradores”. A princípio, o serviço está disponível de Rio Grande (RS) a Fortaleza, podendo ser estendido para Manaus e, posteriormente, para Argentina e Uruguai. Nomeado “Aliança Energia”, o navio afretado vem do Caribe e, após a chegada, será nacionalizado, recebendo bandeira brasileira, quando começará a operar. A embarcação tem capacidade para operar aproximadamente 19 mil toneladas de carga e está equipada com três guindastes que, juntos, podem içar peças de até 800 t. O gerente-geral explica que a cabotagem em navios especializados traz vantagens competitivas em comparação a outros modais devido à grande distância entre as indústrias e o destino final. Com as limitações da infraestrutura e o longo tempo de percurso do modal rodoviário, a cabotagem é uma alternativa interessante, trazendo maior segurança às operações e à integridade da carga, menores custos e redução do tempo de percurso, além da diminuição das emissões de CO2. “A expectativa é que o setor de cargas de projeto chegue a representar 6% dos negócios de cabotagem da Aliança”, afirma Juzwiak.
Números de 2013 Além do novo serviço, a empresa aproveitou a Intermodal para divulgar os números de 2013, relativos tanto aos serviços de cabotagem da Aliança quanto aos de longo curso, da Hamburg Süd. De acordo com Julian Thomas, presidente das duas companhias, o ambiente de negócios foi bastante desafiador no ano passado, quando o volume trafegado no transporte internacional apresentou decréscimo, enquanto a oferta de capacidade aumentou, o que fez com que os fretes, de um modo geral, tenham se mantido em queda.
A movimentação de contêineres da empresa em 2013 apresentou aumento de 1% em relação ao ano anterior, totalizando 3,3 milhões de TEUs. Deste total, Thomas calcula que cerca de 1,4 milhão de TEUs sejam do Brasil, Argentina e Uruguai no tráfego. No longo curso, o crescimento de mercado no Brasil foi de 9,5% na importação e de 1,2% na exportação. A queda dos fretes e a depreciação do dólar em relação ao euro fizeram com que o volume global de negócios da companhia apresentasse queda de 4%, totalizando 5,3 bilhões de euros. Os investimentos, em compensação, cresceram significativamente em 2013, com 450 milhões de euros, frente aos cerca de 247 milhões de euros em 2012. O montante foi investido principalmente nos novos navios porta-contêineres adquiridos, sendo 12 com capacidade para entre 9 mil e 9,6 mil TEUs e 4 para 3,8 mil TEUs. De acordo com o presidente, a maior parte deste investimento veio para o Brasil, com novos navios, além de contêineres que também são utilizados no trade com o país. Já com relação à Aliança, os resultados foram considerados bastante satisfatórios, com faturamento 17% superior sobre 2012. “Executamos um programa agressivo de renovação da frota de cabotagem em 2013, o que nos trouxe maior capacidade. Mesmo assim, continuamos a enfrentar um ambiente desafiador para a modalidade no país, com as dificuldades de infraestrutura e burocráticas, além do preço elevado do Bunker (combustível), que, ao contrário do diesel para os caminhões, não é subsidiado. Além disso, o atraso na entrada de operação de alguns grandes terminais marítimos causou cancelamento de atracações, provocando prejuízos”, enumerou o executivo. Para este ano, ele espera um de-
sempenho menor que o de 2013 para o longo curso, com crescimento de 5% da importação e de 1% na exportação. Já para a cabotagem, o desempenho deve ser superior, com esperados 15% de evolução, já que a empresa terá um ano pleno de operação da nova frota. Thomas acredita num impulso do setor com a nova lei dos portos. “Só que projetos de novos terminais marítimos têm maturação longa e os resultados só devem aparecer no médio prazo”. O executivo afirma que a empresa está aberta a operar portos e terminais e está observando as licitações para ver o que pode ser feito no escopo da nova lei. “Temos interesse especialmente nas regiões Nordeste e Norte, e poderemos tanto operar sozinhos como com parceiros”. (11) 5185-3100
JadLog comemora crescimento no B2C A JadLog, um dos principais players de logística de cargas expressas e fracionadas do país, comemora o crescimento expressivo de suas atividades, principalmente aquelas voltadas ao atendimento do consumidor final, o chamado B2C. Embora também atenda as empresas, no B2B, é no atendimento em domicílio que a empresa vê as maiores oportunidades, devido, entre outros fatores, ao crescimento do comércio eletrônico, que tem apresentado evolução de mais de 25% nos últimos anos no Brasil. “O porta a porta tem crescido principalmente em função do e-commerce, que tem performance acima de qualquer outro mercado”, ressalta o diretor comercial da JadLog, Ronan Hudson. Além disso, ele destaca outros motivos para o aumento das entregas fracionadas, que são a especialidade da empresa. “O pequeno e médio lojista, princiMaio/2014 - Revista Tecnologística - 81
EVENTOS
palmente aquele que opera em shopping centers, não quer ter estoque, porque prefere usar a área – que tem alto custo – para a exposição de produtos. Com isso, ele consegue um fluxo de caixa melhor e repõe o estoque à medida que vai vendendo.” Entre as atividades de entrega fracionada da empresa, ele destaca a operação de entrega de livros didáticos, em função do envio de amostras das editoras para as escolas, que no final de março/início de abril representou uma intensa movimentação para a empresa, correspondendo a cerca de 30 toneladas por semana, que vem sendo realizada por via aérea para agilizar a operação, ficando a última milha a cargo do modal rodoviário. “Os livros têm de chegar o mais rapidamente possível às escolas, para que os professores possam escolher aqueles que vão entrar na grade.” Além dessas entregas, outras de livros com prazo normal são enviadas diretamente por rodovia. Outra operação pontual destacada por Hudson é a que está sendo feita para uma empresa de pagamento eletrônico de pedágios. Por uma mudança na regulamentação, a companhia terá de substituir todas as tags de seus clientes – que totalizam 4,5 milhões de veículos – num prazo de seis meses. “Esta operação compreende cerca de 1,1 milhão de encomendas, com prazo determinado”, explica o executivo. Quanto às atividades não pontuais, ele destaca, no segmento de e-commerce, as operações do Walmart, da Centauro e da Saraiva, sendo que para a última faz também o abastecimento de lojas. Outros setores atendidos são o de assistência técnica para empresas como Sony, Positivo e Lexmark; de medicamentos, para entrega em hospitais de todo o país; de aparelhos médico-hospitalares, que inclui logística 82 - Revista Tecnologística - Maio/2014
reversa; além de material promocional, autopeças e cosméticos. Hudson conta que a logística reversa tem se destacado como um cartão de visitas da empresa, devido à sua expertise na coleta. “Esta é uma atividade que, embora muitos ofereçam, quase sempre é terceirizada ou quarteiriza. Na JadLog não. Ela é feita por nossa própria rede de franqueados, que é composta por mais de 500 pontos em todo o Brasil. Isto faz toda a diferença”, destaca. O volume oriundo da logística reversa já representa cerca de 10% do total transportado pela empresa.
A JadLog dispõe de tecnologia adequada ao rastreamento e confirmação das entregas, que é disponibilizada aos clientes para que eles possam acompanhar a operação. Uma dessas tecnologias é um aplicativo para smartphones e tablets chamado Baixa on Time, através do qual o entregador abastece o sistema com informações da entrega em tempo real, o que é atualizado imediatamente para o cliente.
Ano promissor Hudson destaca o movimento acima da média observado no iní-
cio deste ano, período que é normalmente de baixa atividade. “Nosso movimento de janeiro foi maior que o de novembro e dezembro juntos, e o de fevereiro foi maior que o dos três meses anteriores, o que é excepcional. E, em março, mesmo com o Carnaval adiando em quase uma semana o início do mês, alcançamos os índices de fevereiro. Ou seja, este ano está promissor”, comemora, informando que, no primeiro bimestre de 2014, a empresa movimentou 1,9 milhão de encomendas, 15% acima do mesmo período de 2013. A JadLog faturou R$ 325 milhões no ano passado, volume 11% superior ao ano anterior, tendo transportado 7,1 milhões de unidades no período, contra 6,4 milhões em 2012. Para 2014, a empresa projeta um crescimento de 15% sobre 2013. O diretor destaca que os investimentos em tecnologia e frota são constantes. Hoje, a empresa dispõe de cerca de 240 conjuntos de caminhão e carreta, além de mais de mil veículos utilitários. Quase a totalidade das transferências e entregas B2B é feita com frota própria, e as entregas de rua, no chamado last mile, são feitas pelos franqueados. “A rede de franqueados continua crescendo, mas não na mesma proporção de antes, porque já chegamos às grandes e médias cidades e as pequenas não comportam uma franquia exclusiva. Nestes casos, temos o que chamamos de franquias compartilhadas, que são lojas que vendem, por exemplo, material de informática, em que colocamos um balcão nosso para atendimento. É bom para eles, pois é um chamariz para o seu negócio, e viabiliza a franquia para nós”, conta Hudson, informando que a JadLog possui, atualmente, 88 unidades compartilhadas. (11) 3563-2000
EVENTOS
Haropa é opção de acesso ao centro da Europa O complexo portuário francês Haropa – acrônimo formado pelas iniciais dos portos de Le Havre, Rouen e Paris – participou da feira Intermodal vendendo principalmente sua facilidade de acesso ao coração da Europa e procurando destacar as demais vantagens de seus terminais. O Haropa foi formado há pouco mais de dois anos e oferece um porto fluvial (Paris), um fluviomarítimo (Rouen) e um marítimo (Le Havre) que é o segundo mais importante da França. “Haropa é um modelo logístico pioneiro e é por si só uma novidade. Com ele, ao invés de concorrer, os portos se complementam, cada um com suas características e vantagens de localização e infraestrutura”, conta Jean-Pierre Bernard, representante de Haropa para o Brasil e o Mercosul. “Temos uma política coordenada em termos de investimentos para que os terminais não façam coisas concorrentes e aumentem sua vantagem competitiva como um complexo integrado”, continua. Segundo Bernard, com exceção de Le Havre, os outros dois terminais são pouco conhecidos no Brasil. “Pouca gente sabe que Paris é um grande por-
Porto de Le Havre 84 - Revista Tecnologística - Maio/2014
to, com tráfego anual de 20 milhões de toneladas, além de movimentar ainda cerca de 8 milhões de passageiros. Ele tem a vantagem de estar a sete quilômetros do centro da capital francesa, permitindo que, por exemplo, o varejo da região seja abastecido de forma ecológica a partir do porto, em pequenos veículos, muitas vezes até bicicletas ou triciclos”, ressalta. “Por isso se veem tão poucos caminhões em Paris, porque tudo chega por barcaça. É uma vantagem e tanto ter um rio desse porte cortando a cidade”, afirma. O executivo destaca que existe uma tendência na França e na Europa da volta de pequenos varejos, pela proximidade dos consumidores e por ser mais ecológico, o que vem ao encontro da proposta do Porto de Paris.
Números Bernard conta que Rouen é o primeiro porto europeu para exportação de grãos, na casa dos 22 milhões de t/ ano, e tem o Brasil como um grande cliente, embarcando principalmente a cevada usada na indústria de bebidas nacional. Já Le Havre é o primeiro porto francês em volume de contêineres e em estocagem de derivados de petróleo e o segundo em granéis líquidos, ficando atrás de Marselha. No ano passado, os três portos juntos movimentaram 90,4 milhões de toneladas e 2,6 milhões de TEUs. Isso faz o complexo Haropa ocupar o primeiro lugar entre os portos franceses, com 35% do mercado. “A vantagem desse conjunto não é apenas o acesso marítimo e fluvial. Ele também é um grande centro de entrepostos e de distribui-
ção que totaliza 2,6 milhões de metros quadrados. Le Havre tem 800 mil m2 completamente utilizados, e por isso a construção de mais áreas são uma prioridade para 2014. Outro grande diferencial é o acesso à hinterlândia garantido por uma boa rede rodoviária. Não há engarrafamentos na saída de Le Havre, que tem a vantagem de estar fora da cidade, ao contrário da maioria dos portos europeus”, explica o executivo. Ele acrescenta que isto se deve ao fato de o porto original ter sido destruído durante a Segunda Guerra Mundial e ter sido reconstruído fora da área urbana. O acesso ferroviário é outra vantagem. Em Le Havre, o principal operador de ferrovia, a Naviland, reestruturou seus serviços em consonância com a implantação de um terminal multimodal, previsto para o final deste ano. Em Rouen, o tráfego ferroviário equivale a 1,5 milhão de t, e Paris vem experimentando elevação no volume de transporte ferroviário nos últimos três anos, tendo aumentado 15% em 2013, atingindo cerca de 2 milhões de t. O representante destaca ainda que o complexo está próximo a uma das principais zonas de consumo da Europa, que é a área de 150 km ao redor de Paris, podendo ainda alcançar o sul da Alemanha – outro grande mercado – com a mesma facilidade que os portos de Roterdã (na Holanda) ou Antuérpia (na Bélgica). No último mês de janeiro, Haropa ampliou ainda mais sua oferta de serviços e sua rede através da assinatura de um acordo de parceria com a Ports Normands Associés (PNA), que atende toda a região da Normandia, no norte do país, envolvendo os portos de Caen-Ouistreham e Cherbourg, com tráfego de 5 milhões de toneladas de mercadorias e 1,5 milhão de passageiros em 2012. Bernard conta que o momento pelo qual passa o setor portuário europeu não é dos mais fáceis, porque o comércio exterior está praticamente parado
e há excesso de capacidade, o que faz os fretes caírem, assim como as taxas portuárias. Mesmo assim, ele afirma que há portos na região que não têm mais espaço para acolher cargas, o que não é o caso de Haropa, que ainda tem capacidade para ofertar. Presente à Intermodal, o diretor Comercial e de Marketing de Haropa, Patrick Locquet, afirmou que a administração vem se esforçando para aumentar o tráfego e fazer os embarcadores exergarem Haropa como um provedor logístico integrado. “O conceito é original porque agora, ao invés de competir, os portos se complementam e vendem uma solução única, como deve ser no supply chain. E cada um pode oferecer uma parte diferente da logística, o que é interessante”. Locquet diz que o desafio agora é trazer de volta o tráfego que, nos últimos anos, migrou para outros portos. “Nossa expectativa para 2014 é ter um aumento entre 9% e 10% no volume como um todo, incluindo warehousing e distribuição”. (11) 3816-8347
Gollog registra crescimento da carga expressa A Gollog, braço cargueiro da Gol Linhas Aéreas Inteligentes, mostrou seus serviços voltados à carga expressa, segmento que mais cresce dentro do portfólio da empresa. Nos últimos quatro anos, os números da modalidade quintuplicaram, e em 2013 tiveram uma evolução de mais de 20% – representando 35% da receita total da companhia –, enquanto a carga geral teve uma evolução de cerca de 10%, segundo informou Herbs Souza Santos Filho, diretor geral Comercial da Gollog. Ele acredita que a companhia possua hoje uma das linhas mais competitivas do mercado tanto em termos de complexidade como de preço, e vem trabalhando fortemente em vários segmentos, com destaque para a linha far-
macêutica, principalmente produtos sensíveis ao tempo, como medicamentos oncológicos e vacinas. “Nosso foco são cargas que precisam de um serviço mais nobre, como o modal aéreo, por conta da necessidade de tempo. São produtos de alto valor agregado e que não levam tanto em conta a tarifa, mas o tempo e a qualidade. Hoje estamos transportando desde vestidos de noiva até material médico, que vai diretamente para a mesa de cirurgia”, detalha o executivo. “Trabalhamos em parceria com grandes transportadoras, e o que oferecemos é o cuidado no manuseio dessa carga e, principalmente, a garantia de que ela vai chegar ao local determinado no tempo estipulado”. A companhia atende em duas pontas: os transportadores que utilizam seus aviões para a transferência entre aeroportos, ou aqueles que precisam de um serviço mais completo, chegando ao porta a porta, que é atendido pelas lojas que a Gollog possui em todo o território nacional. São 106 franquias, com uma frota consolidada de mais de 400 veículos que chegam a aproximadamente 3.200 municípios em todos os estados brasileiros, fazendo o atendimento até a última milha. Além do alcance nacional, a empresa também atende a sete destinos diretos em quatro países: Montevidéu (Uruguai); Ezeiza, Córdoba e Rosário (Argentina); Assunção (Paraguai); Viru-Viru (Bolívia) e Santo Domingo (República Dominicana). Para atender ao segmento expresso, a Gollog desenvolveu o serviço chama-
do Voo Certo, em que o cliente pode escolher em qual voo sua carga será transportada. “Este serviço foi criado em 2009 e, de 2012 para 2013, dobrou de tamanho”, ressalta Santos. Ele reforça que a intenção da empresa não é trabalhar com cargas de grande volume, mas sim as pequenas e mais urgentes, o que também está em consonância com o perfil de frota da empresa, que é bastante uniforme. Hoje, ela é formada por 131 Boeings 737-700 e 800 Next Generation. “Utilizamos a capacidade de nossos porões, nos cerca de 970 voos diários da Gol, para prestar os serviços. Por isso, não está em nossos planos ter cargueiros; isto está fora do perfil de nossa carga”, explica.
E-commerce Um setor dentro da carga expressa que vem merecendo a atenção da empresa é o de e-commerce, que cresce perto dos 30% no Brasil. Para atendê-lo, foi lançado há dois anos o E-Gollog, serviço que vem crescendo expressivamente e tem entre os principais clientes a marca Dafiti, além de atender aos principais agentes transportadores dedicados ao comércio eletrônico no país. “Temos uma parceria estreita com eles, porque é uma carga muito nervosa, que requer prazo e qualidade e que tem como destino o consumidor final, que está cada vez mais exigente. Fazer logística para o setor de e-commerce é uma operação delicada e que requer conhecimento. Dentro de um país com as dimensões geográficas do Brasil, não vejo outro caminho para o e-commerce do que trabalhar com o modal aéreo, pois a exigência por nível de serviço só cresce, assim como a competição”. Um evento que o executivo acredita que deva movimentar o setor de carga Maio/2014 - Revista Tecnologística - 85
expressa este ano é a Copa do Mundo, e a empresa está se preparando para ele, considerando um cenário de mais feriados e picos de demanda, o que aumenta a complexidade das operações. Como as outras companhias aéreas, a Gol também está aumentando a frequência de voos para as cidades-sede e adequando os horários para as necessidades de cada uma delas, de modo a dar mais opções para os passageiros. “Como a carga tem uma flexibilidade maior de transitar, acho que isto será muito benéfico para nós, pois as cidades-sede certamente terão crescimento de consumo e, com o aumento das frequências, vamos aproveitar os porões para transportar carga também. Acho que será um bom momento para nós”. Para este ano, de acordo com o executivo, a Gollog espera aumentar sua rede franqueada em 20%, oferecendo mais pontos de atendimento, e prevê crescer acima de 30% na carga expressa e mais de 14% no produto convencional. 0800 704 0465
Colliers aponta aumento de oferta em 2014 A Colliers International, gigante multinacional que presta um portfólio completo de soluções imobiliárias, vê um momento complicado no mercado de imóveis comerciais e industriais – incluindo os logísticos –, com excesso de oferta, vacância elevada e queda nos preços. Por isso, o momento é de cautela, como comentou Ricardo Betancourt, presidente da Colliers no Brasil. Para o executivo, contudo, este momento é normal, faz parte do perfil cíclico do mercado brasileiro, que deverá voltar a recompor preços em meados de 2015. “Não acredito em bolha, como se tem falado. Bolha houve nos Estados Unidos, onde o crédito é barato, fácil e muita gente se endividou achando que o ciclo de crescimento se-
ria eterno. O Brasil é diferente. Aqui o mercado é cíclico e agora estamos num momento em que há excesso de oferta, que ainda deve perdurar por alguns meses”, prevê. Ele coloca que, apesar disso, o mercado está movimentado, com muitas operações em andamento. “No ano passado, o país absorveu cerca de 1,1 milhão de metros quadrados de área de condomínios logísticos, o que é muito bom. Só que entrou no mercado 1,7 milhão de m2. Então, não tem jeito, a vacância está alta, por volta de 18%, e isso está impactando o preço para baixo. O mercado terá de se ajustar e segurar a entrega de novas áreas, para regular os valores. É claro que este é um panorama geral, pois existem oportunidades diferentes por mercado e por local”, ressalta Betancourt. Ele explica que a alta vacância se dá em todos os segmentos, inclusive o de escritórios. E que um dos motivos é que o Brasil entrou no radar dos investidores internacionais com a crise nos mercados mais tradicionais, e o setor recebeu muito capital. “Mas a diferença é que o investidor internacional é mais profissional. Ele sabe a hora de entrar e a hora de sair. Já o brasileiro, como bom latino, é mais passional e dificilmente vende o imóvel. Ele não vê isso somente como um negócio. Acho que o investidor nacional ainda tem muito a aprender com os estrangeiros, que estudam o ciclo do mercado e sabem a hora certa para tudo. Agora, por exemplo, quem está capitalizado tem um bom momento para comprar, e quem possui o imóvel deve ter flexibilidade nos contratos e paciência, porque o mercado vai se recuperar”. O executivo acredita que 2014 ainda será de aumento de oferta de área, que deverá ir caindo no decorrer do ano. O pico de baixa nos preços deverá acontecer em meados de 2015, a partir de quando o mercado deve começar a
A Colliers oferece serviços para investidores, proprietários, inquilinos e incorporadores, com uma linha que inclui escritórios, galpões e condomínios industriais e logísticos. No final do ano passado, a empresa adquiriu 70% da INI2, passando a oferecer serviços de gerenciamento de propriedades e gestão de projetos e obras, ampliando ainda mais seu portfólio. (11) 3323-0000
recuperação de preços. Ele calcula que este ano ainda devem entrar em oferta por volta de 2 milhões de m2. Betancourt explica que a Colliers segue a lógica do mercado, que tem cerca de 60% de seu estoque de áreas em São Paulo. “Há ainda uma grande concentração no Sudeste, mas estamos trabalhando também produtos em Manaus, Fortaleza, Recife, no Rio, no país todo”. Mesmo diante dessa situação, o executivo coloca que o mercado brasileiro ainda tem um grande potencial de expansão, e faz um comparativo: “Estimamos que o Brasil tenha hoje, entre condomínios – incluindo os logísticos – e imóveis isolados, perto de 60 milhões de m2 de área industrial de
estoque. Somente a Grande Chicago, nos EUA, tem 120 milhões de m2. Ou seja, mesmo considerando a diferença de tamanho das duas economias, ainda temos muito a crescer no Brasil. Só não dá para soltar tudo de uma vez”. Uma pesquisa internacional realizada pela Colliers indica que São Paulo é a 13ª cidade mais cara em área de imóveis logísticos do mundo, com um preço de US$ 16,62 por metro quadrado mensais, sendo hoje a cidade mais cara das Américas. No mundo, Londres lidera o ranking, com US$ 22,05/m2/mês, seguida de Hong Kong (US$ 19,71) e Tóquio (US$ 19,11). Na América Latina, a segunda mais cara é Buenos Aires, em 22º lugar no mundo, com um preço mensal de US$ 8,81/m2.
LogCP cresce em área e faturamento A Log Commercial Properties (LogCP), empresa que tem o Grupo MRV Engenharia como maior acionista, adotou para 2014 uma estratégia otimista, mas com cautela. Isto teve como base o cenário de 2013, ano que começou bem mais desafiador, o que levou a empresa a regular muito os novos investimentos, e depois apresentou uma virada no segundo semestre, com atividade recorde na companhia. “Este cenário nos deixou confusos para planejar 2014, que também será complicado”, diz o presidente da LogCP, Sérgio Fischer Teixeira de Souza. Contudo, ele conta que as expectativas continuam otimistas. Até porque
EVENTOS
o início do ano foi muito bom para a empresa, que nos meses de janeiro, fevereiro e março teve o segundo melhor trimestre da sua história. “Tivemos recorde em termos de reposição de espaço, com grandes negócios fechados, o que nos deixou com uma expectativa boa para o ano, embora com receio em relação ao segundo semestre, pois o mercado pode estar adiantando os investimentos, num movimento oposto ao de 2013”, afirma. “Mas vamos continuar construindo e lançando”. Entre os empreendimentos com entrega prevista ainda este ano, estão unidades logísticas em Fortaleza, Feira de Santana (BA), Curitiba e Londrina (PR), Betim (MG) e Campos dos Goytacazes (RJ). Já as unidades sendo iniciadas estão em Aracaju, Rio de Janeiro e Macaé (RJ) e Uberaba (MG). “Estes ainda não têm prazo para lançamento. Estamos, assim, com um portfólio de mais de 40 projetos, sendo que a metade deles já está concluída ou em obras e outra, em fase de desenvolvimento. Isto totaliza 1,3 milhão de metros quadrados de área locável no Brasil inteiro”, acrescenta Fischer. Além dessas, a empresa conta com um loteamento, o Parque Industrial de Betim (PIB), que está sendo construído em uma área de cerca de 6 milhões de m2 de área comercializável. Ele explica que, embora o grande mercado ainda esteja entre Rio, São 88 - Revista Tecnologística - Maio/2014
Paulo e Minas Gerais, a carência está no país inteiro. “Por isso a estratégia adotada, de ampliação geográfica, foi acertada, porque hoje vemos mercados como o de São Paulo saturados, com oferta muito descasada da demanda e a vacância aumentando, e por outro lado vemos outros locais, principalmente no Nordeste e Minas, muito aquecidos, com a relação oferta e demanda saudável. Belo Horizonte, por exemplo, tem vacância de apenas 3%”, reforça, apontando a importância do conhecimento de mercado do grupo MRV para a escolha dos melhores locais. “Temos uma sinergia muito grande e podemos aproveitar todo o conhecimento do mercado do grupo para saber onde há mais carência e sermos mais assertivos nos investimentos. Também fazemos muita pesquisa e temos um departamento interno que se ocupa apenas disso”. Fischer revela que a meta da empresa nos novos empreendimentos é ter 90% de ocupação até seis meses depois do lançamento. A LogCP opera de uma forma diferenciada da maioria dos players do mercado, pois é verticalizada, fazendo todas as etapas, desde a compra da área, passando pela construção, entrega e locação. “Controlamos todo o ciclo e por isso ele é maior para nós do que para os players que compram portfólio. Dessa forma, podemos comprar o terreno certo, fazer uma
construção otimizada em termos de custo e locar com bom retorno. Quando você compra, deixa dinheiro na mesa do incorporador”. Além disso, o modelo da empresa é 100% voltado para locação. A companhia não pode revelar planos de investimentos e faturamento, já que abriu capital na CVM no início deste ano, embora ainda não tenha ações na bolsa. No ano passado, a LogCP teve uma receita de R$ 90 milhões, com aumento da receita operacional de 64,7% em relação a 2012, e crescimento do Ebitda ajustado de 71,3% em comparação ao ano anterior. A área bruta locável aumentou 52,8% no período. Além da MRV, a companhia tem como acionistas o fundo americano Starwood Capital Global, que detém 30% de participação, e o Bradesco, com 9%, além da participação de investidores e funcionários. (31) 3516-4000
Gefco pretende dobrar de tamanho até 2020 A operadora logística de origem francesa Gefco levou à Intermodal sua nova rota logística para o Leste Europeu, impulsionada pela entrada, no ano passado, de uma nova sócia: a russa RZD, proprietária da Russian Railways, uma das maiores companhias ferroviárias do mundo, que detém o controle de 82% do transporte de cargas daquele país. Ela adquiriu 75% de participação na empresa junto ao grupo PSA Peugeot Citroën, que continua detendo 24% das ações. Com a nova rota, a Gefco espera facilitar as exportações brasileiras para a Rússia e toda a região, distribuindo os produtos pelo modal ferroviário. As empresas trabalham agora na integração de networks para poderem aproveitar as sinergias entre elas. A Gefco permanece como uma empresa independente e com gestão própria,
EVENTOS
com um Conselho Administrativo composto por seis membros da PSA e oito da RZD, conforme explicou Johannes Nanninga, vice-presidente executivo Overseas da Gefco, que participou da Intermodal. Ele conta que a entrada da nova sócia deu um novo impulso à empresa, que no seu planejamento global projetou dobrar de tamanho em seis anos, passando dos atuais 4 bilhões de euros de faturamento para 8 bilhões de euros em 2020. As estratégias para atingir esta meta são atuar em novos setores e ampliar a presença global, principalmente nos países em desenvolvimento e nos do bloco Brics. Neste sentido, a Gefco vem abrindo novas operações em países como Emirados Árabes Unidos, Croácia, Argélia, México e África do Sul. “Vemos o negócio crescendo tremendamente nesses países nos setores em que atuamos, como o automotivo, de autopeças e industrial. Sei que alguns desses países vêm sentindo uma estabilização do ritmo de crescimento, mas acreditamos que é algo temporário e os mercados vão voltar a crescer, e estas nações terão o dobro do crescimento em comparação à média mundial”, diz Nanninga. Ele reafirmou que a Gefco é um provedor voltado aos setores automotivo e industrial por excelência, mas que vem desenvolvendo operações no setor de bens de consumo e abrindo novas frentes no industrial, como, por exemplo, nos segmentos que ele chama de High
& Heavy, de máquinas pesadas, e de Oil & Energy, que abrange a indústria de petróleo, o que tem muita sinergia com as atividades da Gefco. Outra novidade foi o início, em 2013, da atuação como 4PL (quarteirizador), gerenciando as operações da General Motors na Europa e na Rússia. “É um contrato longo, de sete anos, e nos dará um tremendo impulso, trazendo outros negócios relativos”, afirmou o vice-presidente. O Brasil está alinhado à estratégia global da companhia, de desenvolvimento geográfico e em novos setores, conta Alex Feijolo, diretor Comercial da empresa no país. “Estamos abrindo novas áreas de atuação e novas filiais. Sempre estivemos muito focados na Região Sudeste, por causa da indústria automotiva, e agora estamos nos voltando para o Sul e o Nordeste, aonde estão indo nossos clientes. Estamos levando a experiência na indústria automobilística, que é muito exigente, para outros segmentos, abrindo negócios em outros tipos de indústrias, como a de bens de consumo”. Ele conta que, em 2013, a empresa investiu muito em sua capacidade de engenharia, por exigência do mercado. “Mesmo em momentos difíceis, você pode crescer trazendo valor para seus clientes. É o que temos feito. Temos uma área grande de engenharia que ajuda os clientes a tornar seus projetos mais competitivos em termos de custo e em capacidade, de forma que eles possam ajustar seu negócio sem perder competitividade”.
Nova rota Tendo em conta sua nova sócia e o fato de a Rússia ter o Brasil como maior parceiro comercial na América Latina, além da maior abertura econômica 90 - Revista Tecnologística - Maio/2014
dos países do Leste Europeu, a Gefco desenvolveu uma nova rota unindo as duas regiões, que utiliza os portos de Santos (SP) e de Riga, na Letônia, que recentemente tornaram-se Portos Marítimos Irmãos. De Riga, os produtos são movidos por ferrovia para os países da região, aproveitando a extensa malha da Russian Railways, de cerca de 85 mil quilômetros. A Gefco será responsável por todas as etapas da operação, desde a coleta de mercadorias, passando pela consolidação no porto de partida, armazenagem, desembaraço aduaneiro e transporte para o destino final a partir do porto de entrada, utilizando suas soluções integradas para auxiliar os exportadores a reduzir prazos e otimizar custos. Com faturamento de 4 bilhões de euros em 2013 e crescimento global de 10%, a Gefco emprega hoje 11,5 mil funcionários. No Brasil, a empresa cresceu cerca de 20% no ano passado em relação a 2012, atingindo um faturamento próximo de 390 milhões de reais. (11) 2755-5563
Suape amplia área para movimentação de veículos O Complexo Industrial e Portuário de Suape (PE) e a Associação Nacional de Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) estudam a viabilização de um projeto que pretende transformar o terminal no principal ponto de distribuição de veículos na Região Nordeste. Além de receber veículos de outras partes do país, o porto espera ser a via de importação dos produtos estrangeiros comercializados no país, que atualmente somam 20% das vendas. Para tanto, já está em construção dentro do complexo um novo Terminal de Veículos com 10 hectares, que deverá ser concluído em novembro próximo. Além da nova estrutura, Suape possui uma área de 4 ha dedicada a
veículos já em funcionamento, além de mais 5 ha concluídos no ano passado e prontos para operação. Somados, os investimentos no novo pátio e no finalizado em 2013 alcançam R$ 34 milhões. De acordo com o vice-presidente de Suape, Caio Ramos, a intenção é arrendar as operações do novo terminal de veículos para um especialista. “Estamos fornecendo a infraestrutura e buscamos uma operação de padrão internacional. Nossa expectativa é que este terminal seja incluído no terceiro lote de licitações a ser realizado pela Secretaria Especial de Portos (SEP)”, disse Ramos. O porto já recebe atualmente cerca de 1,8 mil veículos por mês das montadoras GM e Volkswagen. Vale lembrar que a Fiat está construindo no litoral norte de Pernambuco sua maior fábrica no mundo, o que deverá aumentar significativamente a movimentação. O Nordeste é a região brasileira onde o consumo mais cresce. Dados da Anfavea mostram que, entre 2002 e 2013, o número de veículos adquiridos na região cresceu 191,7%, passando de 201 mil para 586 mil por ano. Hoje, o estado responde por 15,6% do mercado automotivo nacional, percentual que deve atingir 18% nos próximos anos, quando se espera que o Brasil seja o terceiro maior vendedor de veículos do mundo, atrás apenas da China e dos Estados Unidos.
Além dos veículos, também a área para contêineres cresceu 9,5%, com a inauguração, no último mês de março, da expansão do terminal alfandegado da Localfrio, que passou de 40 mil metros quadrados para 90 mil m 2, aumento de 125% da área. Além de contêineres, o terminal da Localfrio recebe cargas de projetos destinadas a indústrias em construção. Com a ampliação, o terminal deverá movimentar, este ano, 40 mil TEUs. No ano passado, Suape movimentou mais de 395 mil TEUs. Além desta, o porto possui outras áreas destinadas a contêineres, como a do Tecon Suape – a maior de todas – com 370 mil m 2; o Porto Seco da JSL, com 58,2 mil m 2; o terminal da Wilson Sons Logística, que recebeu recentemente permissão para alfandegamento, com 78,7 mil m 2; e o da FedEx, com 10 mil m 2, totalizando uma capacidade para operar 930 mil TEUs. Devido à demanda crescente da região, Suape espera a licitação pela SEP, no segundo semestre deste ano, do Tecon 2, que terá capacidade para mais 700 mil TEUs e consumirá investimentos públicos e privados de R$ 837 milhões.
Crescimento Em 2013, a movimentação de Suape bateu seu recorde histórico,
atingindo um volume de 12,8 milhões de toneladas, um aumento de 14,94% em relação a 2012. Para este ano, o porto espera movimentar 14 milhões de toneladas. E a estimativa é sustentada pelos números. Apenas no último mês de janeiro, a movimentação cresceu 42% frente ao mesmo período do ano anterior. No primeiro trimestre, a movimentação de granéis líquidos cresceu 70%, chegando a 2,2 milhões de t, impulsionando uma alta de 43% no volume de cargas do porto. “Com a conclusão da reforma do Píer de Granéis Líquidos 1 (PG1), a alta deverá continuar, e esperamos bater a meta estipulada para este ano”, comemora Ramos. Em 2015, quando forem contabilizadas as movimentações da Refinaria Abreu e Lima, da Petrobras, instalada dentro do complexo e com inauguração prevista para o final de 2014, o volume deverá chegar a 30 milhões de t, fazendo com que Suape passe a ocupar a quarta colocação em volume movimentado entre os 33 portos públicos do Brasil, atrás apenas de Santos (SP), Itaguaí (RJ) e Paranaguá (PR). (Leia mais sobre o Porto de Suape na edição de março – nº 220 – da Tecnologística) (81) 3527-5000
Serviços de carga marítima, da Allink A Allink, companhia que atua no transporte marítimo internacional de carga consolidada (LCL), lança três soluções para a cadeia logística. As novidades ficam por conta dos serviços Bagagem, Booking Online e de carga marítima de Antuérpia, na Bélgica, para o Rio de Janeiro. O Bagagem é um serviço aplicado na realização do transporte de mudanças de e para o exterior, que possui processos complexos. Ele se difeMaio/2014 - Revista Tecnologística - 91
EVENTOS
rencia por ter cobertura global, com agentes no exterior, frete reduzido e controle de demurrage, o que evita custos adicionais. Além disso, conta com uma estrutura de atendimento dedicada no Brasil. Já o Booking Online faz a solicitação de reserva na exportação. É possível, por exemplo, obter o número da reserva e com isso agilizar o processo de exportação. Outra possibilidade é o acesso a todos os fretes e serviços disponíveis da Allink. Mesmo fora do horário do expediente, é permitido fazer a consulta e também os bookings, agilizando a entrega da carga no porto desejado. A última novidade fica por conta do serviço de carga marítima LCL de Antuérpia para o Rio de Janeiro. Com saídas semanais e diretas, a novidade chega para reduzir o lead time dos processos de importação. (11) 5054-7575
Sistemas de gestão para comércio exterior, da Bysoft A Bysoft apresenta ao mercado três soluções que chegam para atender às demandas de empresas e profissionais da área de comércio exterior, como comissárias de despachos, agentes de carga, importadores, exportadores e trading companies. O i-Siscarga permite que os usuários consultem e verifiquem o posicionamento das cargas junto ao Siscomex Carga de maneira auto92 - Revista Tecnologística - Maio/2014
matizada. A inteligência aplicada ao sistema indica, por exemplo, quais processos estão aptos para consulta. A outra novidade fica por conta do i-Road, lançamento destinado às comissárias de despachos e despachantes aduaneiros. O produto possui integração com os processos de desembaraço aduaneiro, emite o Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) e controla as entregas das mercadorias. de contêineres equipada com tecnologias para monitoramento e rastreamento – GPS, sensores de movimento, abertura e fechamento das portas, alertas de saída de cobertura, movimentação, bateria fraca e geocercas. Com a aplicação do produto, o usuário pode monitorar sua carga desde o momento em que é colocada no ativo de transporte, seja ele caminhão, navio ou avião, até a chegada ao destino. Com isso, é possível ter controle total, em tempo real, do conteúdo que está sendo transportado, reduzindo, assim, os riscos e custos da operação. 0800-7090220
Para finalizar, a Bysoft lança o i-DTA. O diferencial da novidade é a confecção da Declaração de Trânsito Aduaneiro (DTA) de maneira offline, permitindo, assim, a conferência antes do registro e a transmissão em lote das informações. A novidade permite, ainda, o monitoramento do status dos processos em trânsito. (11) 3585-6000
Trava de porta de contêiner Protheus, da Prosegur A Prosegur, empresa que desenvolve serviços e dispositivos de segurança, coloca à disposição do mercado o Protheus, uma trava de porta
Novo serviço entre Manaus e Santos, da Log-In A Log-In Logística Intermodal anunciou, em coletiva de imprensa realizada durante a Intermodal South America 2014, um novo serviço quinzenal de cabotagem ligando os portos de Manaus e Santos (SP). Trata-se do Costa Norte Express, que realiza o trajeto entre os portos da capital amazonense e do litoral paulista sem escalas e em apenas dez dias, quatro a menos que o serviço oferecido atualmente, que faz uma parada em Suape (PE). O baixo transit-time torna a nova rota de cabotagem mais competitiva frente ao modal rodoviário.
EVENTOS
Na viagem de volta, a embarcação deixa Santos e segue para os portos de São Francisco do Sul (SC), Salvador, Suape, Fortaleza e Vila do Conde (PA) para então chegar novamente a Manaus. Ao todo, o ciclo tem duração de 28 dias. Para o novo serviço, que entra em operação neste mês de maio, serão utilizados dois navios com capacidade para 1.700 TEUs. A intenção é capturar as cargas que utilizam o transporte rodoviário, especialmente na movimentação de produtos eletroeletrônicos. Na volta, o Costa Norte Express explora também o grande volume de cargas que saem de Santa Catarina e São Paulo com direção à Região Nordeste do Brasil. Somando os serviços Costa Norte Express e Amazonas, a Log-In passa a realizar seis escalas mensais
94 - Revista Tecnologística - Maio/2014
em Manaus. Além disso, a conexão do novo serviço com a rota Atlântico Sul da companhia permitirá o envio de cargas para Buenos Aires a partir da capital amazonense. 0800 725-6446
Sistema de gerenciamento de armazéns, do Generix Group O Generix Group, especializado no fornecimento de soluções tecnológicas para empresas do segmento de logística, oferece ao mercado seu sistema de gerenciamento de armazéns, o Generix Collaborative Supply Chain (GCS) WMS. Totalmente modular e com potente parametrização, o software pode ser adaptado perfeitamente às necessidades de cada empresa utilizadora. Adicionalmente, novos módulos e opções podem ser ativados ou desativados conforme o andamento das atividades do cliente. Além de otimizar operações como armazenagem, cross-docking, controle de lotes, picking, validades e devoluções, o GCS WMS gerencia também processos avançados como co-packing e co-manufacturing. O sistema está disponível ainda em versão On Demand, destinada a empresas que desejam contar com uma ferramenta de gestão com ra-
pidez e praticidade, sem realizar investimentos pesados na implantação do software. Vendido como um SaaS (software as a service), o GCS WMS On Demand é acessado a distância e o cliente utiliza somente os serviços com os quais escolheu contar, de acordo com as necessidades específicas de sua operação. Totalmente colaborativa, a solução permite que a empresa pague somente pelo que utilizar e quando utilizar, não requer instalação prévia, elimina a necessidade de instalação de máquinas para rodar o software e conta com assistência e suporte completos. A Generix está presente em 30 países ao redor do mundo e conta com clientes como Carrefour, Danone, Geodis, ID Logistics, Kuehne + Nagel, Louis Vuitton e Tupperware. (11) 3032-2387
Nordeste recebe feira Movimat pela primeira vez Evento contou com a participação de aproximadamente 100 expositores e recebeu mais de 3 mil visitantes
O
Condomínio de Negócios da Cone S.A., localizado na retroárea do Complexo Industrial Portuário de Suape, no Cabo de Santo Agostinho, Região Metropolitana de Recife, foi palco, entre os dias 25 e 28 de março, da 1ª edição da Feira Internacional de Intralogística Movimat Nordeste, realizada pela Reed Exhibitions Alcantara Machado. De acordo com a organização da feira, promover um evento desse tipo fora das cidades da Região Sudeste do Brasil representava um grande desafio, e a região do Porto de Suape foi escolhida devido a seu status como plataforma logística, localizada entre as
principais rotas marítimas nacionais e internacionais, e principal polo de atração de empresas do Nordeste. Cerca de 100 expositores apresentaram suas novidades, entre equipamentos e serviços voltados ao setor, para 3.122 visitantes que estiveram presentes nos 12 mil metros quadrados de área de exposição destinados à feira em um dos pavilhões do Cone Multimodal. Eles puderam conferir, ainda, serviços e orientações oferecidos por entidades como a Federação das Empresas de Transporte de Cargas e Logística do Nordeste (Fetracan), Serviço Social do Transporte (Sest), Serviço Nacional de Aprendizagem do Trans-
porte (Senat) e Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado de Pernambuco (Setcepe). Além disso, o 2º Seminário Nordestino de Logística, que ocorreu em paralelo ao evento, contou com a participação de 600 profissionais do setor. Diante dos resultados positivos, a próxima edição da Movimat Nordeste já tem data e local definidos: ela será realizada no Centro de Convenções de Pernambuco (Cecon), em Olinda, do dia 5 ao dia 8 de maio de 2015.
Reed Exhibitions Alcantara Machado: (11) 3060-5000
EVENTOS
CeMAT 2015 é apresentada em São Paulo
Divulgação
Terceira edição da feira de Movimentação de Materiais e Logística será ampliada, com expectativa de gerar R$ 50 milhões em negócios
A
CeMAT South America 2015 – apresentada à imprensa no final de março em São Paulo pelos organizadores – será totalmente diferente das suas duas primeiras edições, a começar pelo espaço: ela será realizada no Transamerica Expo Center, na capital paulista, entre os dia 30 de junho e 3 de julho no próximo ano. Com a mudança, a área interna da feira foi ampliada em mais de 50%, totalizando 32 mil metros quadrados, para atender aos esperados 300 exposi96 - Revista Tecnologística - Maio/2014
tores de 25 países, que receberão mais de 25 mil visitantes. Outra novidade é que a feira será dividida em cinco setores: Pick & Pack, reunindo expositores especializados em equipamentos para separação de pedidos e embalagens para armazéns e pisos de loja; balanças e dispositivos de medição; Move & Lift, com empresas voltadas a equipamentos para movimentação de materiais em geral – dos menores aos maiores –, incluindo peças e acessórios;
Store & Load, dedicado a companhias voltadas a sistemas de armazenagem, estantes e tecnologia para prateleiras, paletes, caixas e recipientes; portas e portões industriais; acessórios; niveladores de docas e rampas de carga, plataformas e pontes, além de equipamentos para manuseio de carga a granel, contêineres ou carga mista; Logistics IT, onde serão apresentados sistemas de software para movimentação de cargas, de controle de fluxo de material e intralogística, e toda a gama de soluções integradas de TI para várias atividades da logística e transporte; Manage and Service, com estandes voltados a serviços terceirizados de logística, movimentação de cargas, intralogística e transporte; serviços de consultoria, financiamento, editoras e associações. Além da área de exposições, a CeMAT South America contará também com uma arena de palestras rotativas, além de apresentações de fornecedores de soluções e rodadas de negócios. “Nosso objetivo é ampliar e organizar a exposição, criando áreas sinérgicas de visitação”, diz Valério Regente, diretor-geral da Hannover Fairs Sulamérica, empresa que, em outubro passado, foi adquirida em sua totalidade pela alemã Deutsche Messe AG, confirmando a importância do mercado brasileiro de logística. A Deutsche Messe organiza – entre outros grandes eventos – a CeMAT Hannover, que deu origem à feira realizada no Brasil e é um spin up da famosa Feira Industrial de Hannover, que também deu origem a outra feira gigante, a CeBIT, voltada ao setor de informática e Tecnologia da Informação, que também tem sua edição para a América do Sul, a BITs South America, que ocorre no próximo mês de maio em Porto Alegre (veja em: www.bitsouthamerica.com.br). Segundo Regente, o mercado nacional de logística é estratégico devido ao seu crescimento. “A expectativa é de que o setor receba investimentos de mais de R$ 100 bilhões entre 2014 e 2016, de acordo com o planejamen-
to do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), e o mercado precisa se preparar para isso. Os números não deixam dúvida a respeito dos benefícios de participar de um encontro que alia produtos, serviços e tecnologia a uma forte agenda de produtividade, networking e encontros de negócios, que é o que estamos planejando para a feira”, diz o executivo. Realizada a cada dois anos no Brasil, a segunda edição da CeMAT, em 2013, reuniu 237 expositores de 24 países da Europa, América do Norte, Ásia e Oriente Médio, recebendo 18,2 mil visitantes profissionais. “Mais do que um perfil técnico, a feira atrai pessoas com poder de decisão, por isso é considerada um grande gerador de negócios”, coloca Regente, informando que a expectativa
é que a CeMAT 2015 resulte numa movimentação de mais de R$ 50 milhões. A feira conta com a cooperação de várias entidades, como a Câmara Setorial de Equipamentos para Movimentação e Armazenagem de Materiais (CSMAM), Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), Associação dos Fabricantes Alemães de Máquinas e Equipamentos (VDMA), Associação Brasileira da Indústria da Armazenagem Frigorificada (Abiaf) e Câmara Brasil-Alemanha (AHK), entre outras. A CeMAT 2015 já tem confirmadas empresas apoiadoras como Dabo Clark, Hyster, Jungheinrich, Linde, Paletrans, Still, Toyota, Yale, Águia Sistemas, Bertolini, Cassioli, Continental, Crown, Trelleborg e Ulma Handling. Regente destaca que a feira será dife-
rente de tudo o que o mercado brasileiro já viu, pois os visitantes terão a oportunidade de ver, no espaço denominado “Soluções Logísticas Inovadoras”, as ferramentas em funcionamento, como em uma operação real. “Os participantes poderão conhecer as soluções e ver seu funcionamento na prática, e não apenas na teoria, o que faz toda a diferença”, ressalta. Deutsche Messe: (41) 3027-6707
Serviço CeMAT South America 2015 30 de junho a 3 de julho de 2015 Das 14h00 às 21h00 Transamerica Expo Center São Paulo (SP)
Divulgação Divulgação
Divulgação
ARTIGO POLI/CISLOG
Potencial de redução da emissão de gases de efeito estufa no transporte de exportação de soja com o uso da intermodalidade
Patrícia Faias Laranjeiro de Andrade, Rachel Jardim Medeiros da Silva e Daniela Bacchi Bartholomeu
O
presente trabalho tem como objetivo quantificar o potencial de redução da emissão de gases de efeito estufa (GEE) ao utilizar o transporte intermodal em comparação ao transporte exclusivamente rodoviário, para um corredor de exportação de soja selecionado. Ele é o resultado da pesquisa da primeira e segunda autoras, sob orientação da terceira autora, no âmbito do projeto “Estudo Comparativo de Emissão de Gases de Efeito Estufa em Decisões de Intermodalidade para Logística nos Principais Corredores de Carga do País”, financiado pelo CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico), e executa98 - Revista Tecnologística - Maio/2014
do por pesquisadores e docentes do Centro de Inovação em Engenharia de Sistemas Logísticos (CISLog) da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli/USP). Ao final do projeto, ainda em 2014, será publicado um livro ilustrando os principais resultados alcançados. A matriz de transporte de cargas no Brasil é predominantemente rodoviária. Esta modalidade, responsável por cerca de 60% do total movimentado no país, acabou concentrando grande parte dos investimentos públicos em infraestrutura de transporte ao longo do tempo e, portanto, é o que apresenta a maior malha viária. Apesar de suas van-
tagens, como flexibilidade (porta a porta) e agilidade, o modal rodoviário possui um baixo rendimento energético, o que o torna um grande consumidor de combustível fóssil e, consequentemente, um importante emissor de GEE (o rodoviário é responsável por cerca de 90% da emissão de CO2 do setor transporte). Dessa forma, tendo em vista também a crescente preocupação com as questões ambientais, em especial aquelas voltadas para a mitigação das emissões de gases de efeito estufa, é fundamental estudar opções mais sustentáveis. Conforme o Intergovernmental Panel on Climate Change (IPCC - 2014), apesar do crescente
A intermodalidade alia os benefícios do transporte porta a porta do modal rodoviário às menores emissões do ferroviário e da cabotagem
Figura 1 - Malha rodoviária e ferroviária disponível para escoamento da soja produzida no Centro-Oeste
as decisões sobre investimentos na infraestrutura de transporte e estimular o maior uso da intermodalidade. Especificamente, são quantificadas as emissões de GEE de duas alternativas intermodais para o corredor de exportação de soja brasileira, com origem na região Centro-Oeste. De acordo com estatísticas do U.S. Department of Agriculture (USDA, 2014), a produção de soja brasileira equivale a cerca de 30% do total produzido mundialmente, sendo ultrapassada ligeiramente apenas pelos Estados Unidos. A soja brasileira é produzida majoritariamente nas regiões Centro-Oeste e Sul do p aís, sendo que sua exportação ocorre principalmente pelos portos de Santos (SP) e de Paranaguá (PR),
número de políticas para reduzir as intermodalidade tem a vantagem de mudanças climáticas, as emissões de aliar os benefícios do transporte porGEE continuaram aumentando num ta a porta da modalidade rodoviária ritmo mais acelerado entre 2000 e com as menores emissões do trans2010 do que em qualquer outra dé- porte ferroviário e de cabotagem. cada anterior. Segundo o relatório Assim, este estudo avalia as emispublicado, os cenários mostram que, sões de GEE no transporte intermodal para limitar o aumento da tempe- de cargas no país, de modo a subsidiar ratura em 2 oC, as emissões devem ser reduzidas entre 40% e 70% em 2050, em relação a 2010. Neste contexto, medidas de mitigação das emissões de GEE nos transportes são interessantes não só para reduzir os níveis de emissão, mas também para aumentar a Figura 2 - Desenho esquemático das alternativas modais para exportação de soja adotadas para calcular as eficiência energética emissões de GEE no setor. O uso da
Maio/2014 - Revista Tecnologística - 99
ARTIGO POLI/CISLOG
responsáveis, respectivamente, por 32% e 22% da movimentação brasileira em 2012. Neste estudo, o cálculo das emissões de GEE é realizado especificamente para o corredor exportador de Santos. A soja dos centros produtores do Mato Grosso (Sinop, Sorriso, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Diamantino e Campo Novo do Parecis, entre outros) com destino ao mercado externo é tradicionalmente transportada por rodovia ou através da intermodalidade, via combinação rodoferroviária. Neste caso, o transporte é realizado por caminhão até o terminal ferroviário de Alto Araguaia ou de Alto Taquari (ambos no estado do MT), continuando por trem em direção a Santos pela antiga Brasil Ferrovias (Ferronorte, Novoeste e Ferroban), que atualmente está sob concessão da América Latina Logística (ALL).
Produzida em grande parte no Centro-Oeste, a exportação da soja ocorre principalmente pelos portos de Santos (32%) e Paranaguá (22%)
No terminal multimodal de granéis de Alto Araguaia, os grãos são descarregados pelos caminhões nos tombadores e moegas e, em seguida, podem ser tanto conduzidos por esteiras para o armazenamento em silos, quanto encaminhados para as tulhas onde ocorre o carregamento dos trens. O trajeto até o porto leva
de quatro a cinco dias e utiliza trem de carga única, visando evitar paradas repetitivas (COELI, 2004). De acordo com Silva (2010), a malha ferroviária correspondente a este corredor apresenta características bastante heterogêneas, de modo que, na linha da Ferronorte, construída mais recentemente, a velocidade da composição de carga pode atingir até 80 quilômetros por hora. Já na fronteira com São Paulo, a malha antiga da Ferroban permite alcançar somente 50 km/h, enquanto que no trecho final até Santos a velocidade média é de 18 km/h. A redução da velocidade de percurso no estado de São Paulo é explicada pelo fato de a malha ser mais antiga e enfrentar problemas de sinalização e de obras civis, além de conflitos no regime de passagem. Por outro lado, a ALL opta pelo transporte da soja em trens curtos na Ferronorte, visando evitar a necessidade de desmembramento dos vagões nos trilhos da Ferroban. Dessa forma, a potência das locomotivas tende a ser subutilizada nesse corredor de exportação. No âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento, foram concluídas e inauguradas, em setembro de 2013, as obras do trecho de expansão da ferrovia Ferronorte “Alto Araguaia-Rondonópolis”, bem como o Complexo Intermodal de Rondonópolis, o que possibilitou diminuir as distâncias entre as unidades produtoras do Centro-Oeste e a ferrovia, normalmente percorridas por caminhão.
Comparativo
Figura 3 - Emissões totais de CO2 por município de origem 100 - Revista Tecnologística - Maio/2014
Na presente análise, o enfoque foi o corredor Alto Araguaia-Santos, tendo em vista que os dados obtidos eram anteriores à recente inauguração do terminal de Ron-
donópolis. Considerando as principais alternativas modais para a exportação de soja de municípios do Mato Grosso pelo Porto de Santos, foram selecionadas duas opções para cálculo das emissões de GEE: a primeira relativa ao transporte somente por rodovia, e a segunda relativa ao uso da ferrovia entre Alto Araguaia e o Porto de Santos, com a devida ponta rodoviária, conforme ilustrado na Figura 2. Alternativa rodoviária As emissões de gases de efeito estufa relativas à exportação da soja por rodovia foram calculadas de acordo com o escopo Tier 1 das Diretrizes Nacionais para Inventários de Gases de Efeito Estufa do IPCC pu-
blicadas em 2006. Esse escopo é de fácil aplicação, pois leva em consideração apenas o consumo de combustível e o fator de emissão para o tipo de combustível utilizado, conforme a expressão:
primários do consumo total de combustível rodoviário para o corredor de exportação de soja, estimou-se a partir da seguinte expressão:
Emissão rodoviária = Er = = ¦m (Consumo j * EFj),
onde: Dr = distância rodoviária do município i até o Porto de Santos, em quilômetros [km]; T = fator de consumo de combustível por tonelada-quilômetro de soja movimentada [litros/t*km]; V = carga movimentada anualmente da origem i para o Porto de Santos, em toneladas [t]. Os municípios de origem da área de influência deste corredor de transporte foram selecionados a partir dos
onde: Er = emissão anual do corredor de soja [kg CO2/ano]; Consumo j = total consumido do combustível j [TJ]; EFj = fator de emissão para o tipo de combustível j [kg/TJ]; j = tipo de combustível [ex.: diesel, gás natural, gasolina]. Como não foi possível obter dados
Consumo j = Dr * V * T,
ARTIGO POLI/CISLOG
seguintes critérios adotados: a. A soja constitui um dos principais produtos de exportação do município; b. O município está na área de influência do corredor de exportação pelo Porto de Santos; c. O município está localizado a um raio de até 650 km do terminal ferroviário de Alto Araguaia. Para cada município selecionado, foi definida a rota por rodovia e respectiva distância até Santos, através da ferramenta de mapas web “Google Maps”, considerando como pontos de origem os municípios exportadores selecionados e como destino o município de Santos. Para simular a movimentação da carga e estimar a emissão anual do corredor, foram utilizados os dados de exportação por município disponíveis Município
UF
Chapadão do Céu
GO
Jataí
GO
Rio Verde
GO
Chapadão do Sul
MS
São Gabriel do Oeste
A intermodalidade é dificultada pela baixa extensão da malha ferroviária. Os terminais chegam a estar a mais de 500 km dos centros produtores
no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (2013), correspondentes ao período de janeiro a dezembro de 2013. É oportuno destacar que se assumiu, para fins desta análise, que todo o vo-
Potencial de redução Rodoferroviária / Rodoviária Valores brutos [t]
Percentual [%] 177 536 2.205 2.103
MS
508
Alto Garças
MT
2.921
Alto Taquari Campo Verde
MT MT
1.518 4.325
Canarana Cuiabá Gaúcha do Norte
MT MT MT
3.403
Itiquira Lucas do Rio Verde
MT MT MT
32% 32% 21% 28% 26% 56% 50% 46% 34%
14.240 33
43%
6.628 13.835
53% 36%
MT MT
12.966 1.947 11.619
38% 34% 47%
Querência
MT
9.102
33%
Rondonópolis
MT
4.277 1.141
50% 37% 32%
Nova Mutum Nova Ubiratã Primavera do Leste
Santa Rita do Trivelato
MT
Sinop
MT
Sorriso Tapurah
MT MT
Total
7.309 28.085 3.188
33% 35%
132.064
37%
Tabela 1- Potencial de redução de emissão de CO2 102 - Revista Tecnologística - Maio/2014
32%
lume exportado pelo município ocorreu através do Porto de Santos. Com relação ao consumo de combustível (T), este foi estimado a partir de entrevistas com transportadoras que operam nesse corredor. O veículo padrão considerado foi o bitrem, que possui capacidade para 37 toneladas úteis de carga. A partir das entrevistas, obteve-se um consumo médio de 2,3 km/l, de modo que o valor de “T” foi estimado em 0,12 litros/t*km. O fator de emissão para os caminhões a diesel, que possibilita converter consumo de combustível em emissões de gás carbônico (CO 2), foi extraído do Primeiro Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários, elaborado pelo Ministério do Meio Ambiente (2011). Alternativa intermodal Para a alternativa intermodal, os cálculos foram realizados em duas etapas: Etapa 1 – Ponta de acesso rodoviária: foram consideradas ligações rodoviárias dos municípios selecionados ao terminal de integração rodoferroviária de Alto Araguaia. Etapa 2 – Trecho ferroviário: a partir do terminal de Alto Araguaia, foram considerados 11 trechos ferroviários consecutivos que compreendem a ligação com Santos. As emissões das Etapas 1 e 2 são então somadas, de modo que a emissão total da alternativa intermodal seja estimada. O consumo mensal de combustível em cada trecho da rota ferroviária e a respectiva movimentação em tonelada-quilômetro-bruto (TKB) foram fornecidos por uma concessionária ferroviária, para o período de outubro de 2012 a setembro de 2013. A partir destes dados, foi possível calcular a eficiência energética média para cada trecho. Deve-se notar, entretanto, que ocorre variação significativa nesse parâmetro.
ARTIGO POLI/CISLOG
Figura 4 - Potencial de redução de emissões de CO2 (%)
Como não foram fornecidos dados de consumo de combustível em litros/ TKU (tonelada-quilômetro-útil), a relação entre a movimentação em TKU e TKB foi estimada em 0,72 para o trecho de Alto Araguaia até Araraquara (SP) e em 0,74 no trecho seguinte até Santos, com base em informações disponibilizadas pela concessionária em relação às composições mais recorrentes nesta rota, bem como a carga líquida geralmente transportada por vagão. O fator de emissão para as ferrovias foi obtido a partir das Diretrizes Nacionais para Inventários de Emissões de Gases de Efeito Estufa, elaboradas pelo IPCC em 2006, e equivale a 74.100 kg CO2/TJ. As emissões de CO2 totais, em 2013, por município de origem, são ilustradas na Figura 3. Os resultados para o cenário em que toda a carga é exportada apenas por rodovia estão em vermelho; 104 - Revista Tecnologística - Maio/2014
em verde, são destacados os resultados para a alternativa intermodal. Em valores absolutos, o maior potencial de redução de emissão de CO2 está em realizar o transporte de soja do município de Sorriso para o Porto de Santos pela alternativa intermodal, devido ao grande volume de soja exportada. Entretanto, analisando o potencial de redução de emissão de CO2 em valores percentuais, os municípios que apresentam maior benefício ao trocar a alternativa rodoviária pela rodoferroviária são o de Alto Garças, seguido por Itiquira e Rondonópolis (todos no Mato Grosso), cujas reduções ultrapassam 50%, conforme Tabela 1.
Conclusões Ao analisar os resultados individuais, verifica-se que, apesar do transporte ferroviário possuir um fator de
emissão de CO2 menor que a modalidade rodoviária, os benefícios ambientais que a utilização da ferrovia pode proporcionar são dependentes da característica da malha de escoamento e das extensões das pontas rodoviárias na composição da alternativa rodoferroviária. A baixa densidade da malha ferroviária brasileira implica perdas de acesso rodoviário às vezes significativas, além de poucas opções de rotas ferroviárias. Para o corredor estudado, em que o trajeto por ferrovia estende-se por cerca de 1.300 km, a economia de CO2 é inferior para os municípios mais distantes do terminal de Alto Araguaia, principalmente se for necessário um trecho rodoviário no sentido oposto ao do Porto de Santos, como no caso dos municípios de Chapadão do Céu (GO) e Chapadão do Sul (MS). A Figura 4 ilustra o potencial de redução das emissões de CO2, em porcentagem, para os municípios exportadores de soja com a adoção do transporte intermodal. Nota-se que este potencial varia em função da localização do município exportador em relação ao terminal ferroviário. Municípios mais próximos podem mitigar até 60% das emissões (sinalizados pela cor verde-escura), enquanto o potencial de redução das emissões diminui significativamente nos municípios mais distantes do terminal de Alto Araguaia. Os resultados obtidos para este corredor sinalizam as dificuldades enfrentadas devido à baixa extensão e ramificação da malha ferroviária nacional. Neste sentido, os terminais ferroviários chegam a estar localizados a uma distância superior a 500 km dos centros produtores. Isto torna a viagem intermodal complexa e pouco eficiente, já que a dependência das rodovias permanece de maneira significativa em pontas consideradas longas. Se o consumo de combustível nas operações de transbordo fosse
adicionado ao total, a sustentabilidade na opção rodoferroviária seria ainda mais comprometida. Tendo em vista o valor econômico do Centro-Oeste para a produção agrícola brasileira, recomenda-se que investimentos na malha logística também considerem o potencial de redução de CO2 com o transporte intermodal.
Referências Bibliográficas COELI, C. C. de M. Análise da demanda por transporte ferroviário: o caso do transporte de grãos e farelo de soja na Ferronorte. UFRJ, 2004. Intergovernmental Panel on Climate Change - IPCC. IPCC: Greenhouse gas emissions accelerate despite reduction
efforts. IPCC Press Release. 13 April 2014. MINISTÉRIO DO DESENVOLVIMENTO, INDÚSTRIA E COMÉRCIO EXTERIOR. Balança Comercial Brasileira por município, 2013. Disponível em: <http://www.mdic.gov.br//sitio/sistema/balanca/>. Acesso em: 14/3/2014. MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. 1º. Inventário Nacional de Emissões Atmosféricas por Veículos Automotores Rodoviários. Brasília, 2011. SILVA, H. J. T. Caracterização e descrição do terminal multimodal de Alto Araguaia/MT: influência no Corredor Centro-Oeste. Piracicaba, 2010. USDA. World Agricultural Production, 2014. Washington: Office of Global Analysis. Disponível em: <http://apps. fas.usda.gov/psdonline/circulars/production.pdf>. Acesso em: 13/3/2014.
Patrícia Faias Laranjeiro de Andrade Mestranda em Engenharia de Sistemas Logísticos pela Poli/USP Pesquisadora do CISLog/Poli/USP patricialaranjeiro@gmail.com Rachel Jardim Medeiros da Silva Mestranda em Engenharia de Sistemas Logísticos pela Poli/USP Pesquisadora do CISLog/Poli/USP rachel.silva@usp.br Daniela Bacchi Bartholomeu Doutora em Economia Aplicada pela Esalq/USP Pesquisadora do Grupo Esalq-LOG/ Esalq/USP e do CISLog/Poli/USP daniela.bartholomeu@usp.br
Poli/CISLog: (11) 3091-5450
PRODUTOS
Divulgação
Kit para utilização do GLP em empilhadeiras, da Rodagás
A Rodagás do Brasil apresenta ao mercado o Kit Senior III para empilhadeiras movidas a Gás Liquefeito de Petróleo (GLP). O produto é composto por redutores de pressão, eletroválvula de GLP, filtro de decantação, eletroválvula de gasolina, misturador e chave comutadora com indicação reversa. Os redutores de pressão estabilizam a pressão do GLP proveniente do reservatório e, aproveitando o calor da água do sistema de arrefecimento do motor, disponibilizam o gás para utilização. Além
disso, atuam para impedir que haja fornecimento de gás para o motor sem que este esteja em funcionamento. A eletroválvula de GLP permite e interrompe a passagem do gás para os redutores e realiza a filtragem adicional. Já a eletroválvula de gasolina interrompe o fornecimento do combustível para o motor quando selecionado o modo GLP. O filtro de decantação retém os particulados em suspensão no GLP, enquanto o misturador promove o mix do ar aspirado pelo motor com o gás. O último item que compõe o Kit Senior III é a chave comutadora com indicação reversa. O dispositivo possui, no painel frontal, dois botões e três leds de indicação. O botão de três posições indica o combustível desejado e o pulsante aciona o afogador. O led vermelho indica que a máquina está operando a gasolina, o verde a GLP e o amarelo aponta que o GLP atingiu a condição de reserva. (11) 2823-0250
Foot Courier, da TNT Express
106 - Revista Tecnologística - Maio/2014
cia, driblando o trânsito dos principais corredores de negócios de ambas as cidades. De acordo com a empresa, uma entrega realizada utilizando veículos custa até 36% mais na comparação com o Foot Courier. O serviço apresenta ainda menores riscos de acidentes e furtos e período estendido – as entregas e coletas podem ser realizadas até as 19 horas, em vez de até as 17h. (11) 2108-2898
Divulgação
A TNT Express anunciou a implantação de uma nova modalidade de entrega que visa colaborar com o meio ambiente. Trata-se do Foot Courier, serviço realizado por mensageiros sem a utilização de automóveis. Com a novidade, os colaboradores fazem entregas e coletas de documentos a pé ou utilizando ônibus e metrô. O serviço já está disponível nos grandes polos empresariais de São Paulo (avenidas Paulista, Brigadeiro Faria Lima e Engenheiro Luís Carlos Berrini) e do Rio de Janeiro (avenidas Rio Branco, Presidente Wilson e Candelária). Como comparação, a TNT Express indica que um veículo de carga pequeno emite em média 1,1 kg de dióxido de carbono (CO2) mensalmente, enquanto o Foot Courier apresenta emissão zero. Além disso, o serviço proporciona mais eficiên-
GKO Plus, da GKO Informática A GKO Informática mostrou a GKO Plus, solução 100% Web que reúne quatro serviços direcionados a embarcadores e transportadores. São eles: o Confirma Fácil, o Monitor de Entrega, o ComSEFAZ e o Ciclo do Pedido, todos disponibilizados em nuvem, acessíveis de qualquer lugar e com garantia de operação contínua por não estarem vinculados a um ambiente físico. O Confirma Fácil é um sistema que utiliza o serviço de Manifestação do Destinatário da Secretaria da Fazenda para eliminar a necessidade de retorno do canhoto do Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica (Danfe) assinado à embarcadora, por meio de um processo totalmente eletrônico, online, mais seguro e com a mesma validade jurídica. O Monitor de Entrega é um portal de comunicação interativo, que proporciona visibilidade e comunicação em tempo real para o embarcador e a transportadora, fornecendo a gestão das informações de previsão de entrega das notas fiscais. A solução permite o controle online de todo o ciclo, desde o embarque até a entrega, e trabalha de forma integrada a qualquer software gerenciador de fretes. Já o ComSEFAZ é uma ferramenta web rest que tem como objetivo simplificar a comunicação com a Secretaria da Fazenda. Os serviços disponibilizados permitem que a empresa foque em seu core business ao eliminar as preocupações com burocracia. Por meio do ComSEFAZ, o transportador pode emitir o Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e), realizar o cancelamento, consultar e obter o link para download do arquivo XML assinado, válido e legal. Por fim, integra a solução GKO Plus o serviço Ciclo do Pedido, utilizado para identificar a real origem dos atrasos no atendimento aos pedidos de venda e nos procedimentos de entrega aos destinatários. (21) 2533-3503
PRODUTOS
A fornecedora de portas e niveladores de doca Rayflex oferece ao mercado sua linha de Portas Corta-Fogo Fireking – para aplicação tanto em ambientes industriais quanto armazéns e centros de distribuição –, que isolam o local, protegendo-o em caso de incêndio.
Desenvolvidas no formato de enrolar, as portas exigem um espaço reduzido para a instalação em comparação com os produtos tradicionais. A linha Fireking é fabricada com molas de aço temperado a óleo projetadas para uma vida útil de 20 mil ciclos de abertura e fechamento. As guias em aço estrutural, que proporcionam uma operação precisa e confiável, são altamente resistentes, suportando o fogo por até quatro horas quando instaladas em paredes de alvenaria, concreto e aço. Com opções de abertura por corrente, manivela ou elétrica, as portas são oferecidas com revestimento feito com pintura eletrostática disponível em várias cores.
Linha Furgão Frigorífico Paleteiro, da Noma Divulgação
A Noma apresenta ao mercado a linha de Furgão Frigorífico Paleteiro, que possui, internamente, largura de 2,4 metros, comprimento de 14,5 m e altura de 2,4 m. O implemento, que tem capacidade de carga de 28.800 quilos, conta com vedação do quadro e porta traseira da caixa de carga desenhada para suportar bruscas variações de temperatura e mantê-las baixas. Outro diferencial é a implantação de um sistema que utiliza lâmpadas Led em todo o produto, inclusive no interior do furgão, garantindo maior amplitude de luz por muito mais tempo, na comparação com lâmpadas tradicionais. O revestimento interno conta com fibra antibacteriana corrugada, qualificando-o como o de maior resistência a impactos do mercado. O Furgão Frigorífico Paleteiro também possui a estrutura lateral e superior em aço carbono e o revestimento externo é fabricado em chapa de duralumínio frisado e pré-pintado, fatores de segurança e resistência. Para facilitar o trânsito de carrinhos e empilhadeiras e a operação de carga e descarga de produtos, o assoalho do equipamento foi projetado com um perfil em ‘T’ e foram colocadas guias de paletes no interior da caixa de carga. (44) 3264-8000 108 - Revista Tecnologística - Maio/2014
Dotadas de cortinas com barreira de som na classe 23, as Portas Corta-Fogo Fireking controlam também a propagação sonora, eliminando a necessidade da instalação de duas portas separadas, uma contra fogo e outra destinada ao isolamento acústico. Os produtos da série Fireking possuem ainda características como o seal smoke, escova de vedação que retarda a entrada da fumaça nos ambientes; fire sentinel, dispositivo que permite personalizar o tempo entre o acionamento do alarme e o fechamento da porta; minuteman, que facilita o rearmamento, dispensando o uso de equipamento especial; e janelas de visão montadas na face anterior. (11) 4645-3360
Triciclo para o transporte em área rurais, da Fusco-Motosegura A Fusco-Motosegura apresenta ao mercado a Caçamba Agro. O modelo, que tem capacidade para 250 quilos, foi projetado para facilitar os serviços de transporte de produtos, como frutas, verduras e legumes, em áreas não asfaltadas, ruas estreitas e de terra. A carroceria do triciclo é feita com chapas de aço que são fixadas em um assoalho de madeira de lei e a estrutura pode ser acoplada a motos de 125 ou 150 cilindradas. Um dos principais diferenciais do lançamento são os pneus, adaptados para as irregularidades do solo. A economia de combustível é outro ponto destacado pela companhia. O triciclo faz em média 25 km/litro, além de ter um custo de manutenção reduzido, pois 80% das peças de reposição são do mercado automotivo e 20% são de fabricação própria. (11) 3952-2110 Divulgação
Divulgação
Portas Corta-Fogo Fireking, da Rayflex
Divulgação
Ferramenta online para cotação de fretes, da CargoBR
A empresa paulista CargoBR criou um website que tem como objetivo realizar o agenciamento de cargas online, unindo embarcador e transportador ao facilitar os processos de cotação, compra e venda de fretes. Por meio de um sistema desenvolvido pela própria empresa, o websi-
te realiza pesquisas para encontrar o frete com os custos e níveis de serviço que melhor se encaixam na necessidade do embarcador. Ao acessar a ferramenta, basta informar alguns dados como código postal de origem e destino, data da partida e detalhes da carga. O sistema faz então o cruzamento das informações fornecidas para chegar ao resultado que ofereça o melhor custo-benefício. Para que um transportador tenha seu cadastro aprovado no sistema da CargoBR, é necessário que ele esteja registrado na Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), tenha apólice de seguro válida e proceda
corretamente com a emissão de Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e). Atualmente, a ferramenta conta com 700 empresas de transporte devidamente certificadas e 1.450 embarcadores cadastrados. Além de facilitar a busca por um transportador, o sistema da CargoBR tem como objetivo otimizar a movimentação de cargas no país com a utilização de viagens de veículos vazios. De acordo com a empresa, o serviço deve ser expandido no futuro para oferecer ainda integração com outros modais, como aéreo e ferroviário, e também opções com prazos de entrega diferenciados. (11) 2507-4936
PRODUTOS
A Mercedes-Benz inicia, neste mês de maio, as vendas do caminhão semipesado Atego 2430 6x2, primeiro modelo da montadora a introduzir no mercado todos os recursos do conceito Econfort, premissa que une os fatores economia, conforto e força para garantir padrões ainda mais elevados de qualidade e valor agregado aos veículos. O sucessor do Atego 2429 é o primeiro semipesado da Mercedes a apresentar como item opcional o câmbio automatizado PowerShift G-211, que traz a função EcoRoll, que faz com que o peso do conjunto empurre a composição sem a ajuda do motor quando o motorista tira o pé do acelerador, além dos botões Power e Manobra. O 2430 está equipado, ainda, com a nova geração do eixo traseiro HL-4 e possui o maior torque da categoria, até 32% maior que os concorrentes, de acordo com a monta-
dora. O motor OM 926 LA tem 286 cv de potência e atinge 1.250 Nm de 1.100 a 1.200 rpm. Isso resulta em melhores acelerações e retomadas e também na manutenção de velocidades mais altas, com menos trocas de marcha. A cabine recebeu nova suspensão, que melhora o isolamento das vibrações e o amortecimento das irregularidades da via. Além disso, a suspensão é mais robusta, minimizando a demanda por manutenção. O interior da cabine foi renovado e conta com banco pneumático, revestimento interno em tecido e outros itens, como iluminação aprimorada, para-sol em ambas as portas, cabideiro e toalheiro. O caminhão conta ainda com cama em versão king size, que apresenta meio metro a mais de largura. O Atego 2430 pode receber a configuração de dois tanques de combustível, totalizando uma capacidade de 600 litros. O veículo utiliza tecnologia
Divulgação
Atego 2430 6x2, da Mercedes-Benz
BlueTec 5, com sistema SCR (redução catalítica seletiva) de pós-tratamento dos gases de escape. A partir do mês de julho estará disponível para o veículo a nova geração do sistema de gestão de frota da Mercedes, o FleetBoard, já utilizado na linha de extrapesados da montadora. Agora, o aparelho não fica mais visível dentro da cabine, evitando qualquer tipo de manipulação ou mesmo sua retirada. A solução de telemetria permite o gerenciamento da frota a distância e o acompanhamento por meio de dispositivos móveis, como smartphones e tablets. 0800 970 9090
Divulgação
Datalogística intensifica atuação no e-commerce
A Datalogística, prestadora de serviços de consultoria em gestão de transporte e logística para empresas de todos os setores, busca focar suas operações no segmento de e-commerce oferecendo caracterís110 - Revista Tecnologística - Maio/2014
ticas flexíveis no software TMS Pattio, com o objetivo de melhor atender aos players que atuam no setor. O sistema, lançado no segundo semestre de 2013 e desenvolvido internamente pela equipe de tecnologia da própria empresa, está apto a atender às particularidades do mercado de comércio eletrônico, com opção de comunicação direta com a loja online, conectando a atividade de transporte e as operações de venda em tempo real. Além disso, por ser totalmente customizável de acordo com as necessidades do cliente, a ferramenta possibilita fácil integração com as
transportadoras utilizadas pela empresa, trabalhando com padrões de mercado na troca de arquivos em formato TXT e XML e também comunicação via webservers. O TMS Pattio oferece ainda integração com outros sistemas de informação, como ERPs (Enterprise Resource Planning). Além da aplicação do software para gestão de transporte, a Datalogística atua com consultoria diretamente no redesenho da operação do cliente, visando gerar redução nos custos logísticos, agilizar o fluxo de informações e otimizar processos. (19) 3256-8878
A Volvo iniciou a comercialização de sua linha de caminhões semipesados VM com a caixa de câmbio eletrônica I-Shift, transmissão que proporciona menor consumo de combustível, mais conforto e segurança ao transportador e menor custo operacional. O modelo de caixa introduzido nos caminhões VM é o mesmo já utilizado pela montadora em sua gama de extrapesados FH. No modo automático, o motorista não precisa fazer esforço e não se preocupa com as trocas das marchas (12 à frente e 2 à ré). Já no modo manual, as trocas são realizadas pelo condutor, mas sem a utilização de um pedal. O display no painel do caminhão mostra qual a marcha utilizada no momento e quais as outras disponíveis, tanto abaixo quanto acima. De acordo com a Volvo, o equipamento possui um cérebro eletrônico que registra as condições de condução e o peso bruto do veículo para selecionar a marcha inicial mais adequada.
Divulgação
Caminhões VM com câmbio I-Shift, da Volvo
A caixa I-Shift permite que o motorista escolha entre os modos Econômico, utilizado em velocidade de cruzeiro, e Potência, para trafegar, por exemplo, em trechos mais íngremes. A transmissão eletrônica conta ainda com um sistema inibidor de trocas indevidas, que impede mudanças de marcha caso a rotação do motor não seja a mais adequada em determinado momento. Desenvolvida em alumínio, a I-Shift está disponível para caminhões VM destinados a operações tanto urbanas e rodoviárias quanto fora de estrada. (41) 3317-8111
Pneu radial sem câmara, da Bridgestone nais, livres e de tração moderada, em rodovias pavimentadas de médias e longas distâncias, o FS400 II está disponível na medida 275/80R 22.5 e vem com o Groove Fence, tecnologia que possibilita a redução de ruído. 0800 016 17 18 Divulgação
A Bridgestone coloca à disposição do mercado um novo produto de sua linha de pneumáticos para caminhões. Sob a marca Firestone, o FS400 II é um pneu radial sem câmara que pode ser aplicado em todas as posições do veículo. O lançamento possui ombros arredondados, que minimizam o desgaste irregular por arraste lateral, característica que confere ao pneu alto potencial para aplicação em carretas. Desenvolvido para atender aos requerimentos operacionais do mercado brasileiro em eixos direcio-
AGENDA
INTERNACIONAL CeMAT 2014. De 19 a 23 de maio. Hannover, Alemanha. Organização e informações: Deutsche Messe. www.cemat.de Global Logistics Expo 2014. 21 e 22 de maio. Lazise, Itália. Organização e informações: Concordia Professional Oriented Events. www.global-logistics-expo.it Expo Carga 2014. De 3 a 5 de junho. Cidade do México, México. Organização e informações: Grupo Fidalex. ventas@expo-carga.com www.expo-carga.com V Expo Logística Paraguay. 4 e 5 de junho. Assunção, Paraguai. Organização e informações: Market Comunicaciones. www.marketcomunicaciones.com Transport Logistic China 2014. De 17 a 19 de junho. Xangai, China. Organização e informações: Messe München. info@transportlogistic-china.com www.transportlogistic-china.com NACIONAL
Fóruns, feiras e seminários 9º Encontro de Logística e Transporte - Semana da Infraestrutura. 19 a 22 de maio. São Paulo (SP). Organização e informações: Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan). lets@fiesp.com http://hotsite.fiesp.com.br/lets/ Transpo Amazônia - II Feira e Congresso de Transporte e Logística. 21, 22 e 23 de maio. Manaus (AM). Organização e informações: Federação das Empresas de Logística, Transporte e Agenciamento de Cargas da Amazônia (Fetramaz) Tel.: (92) 3658-6080 www.fetramaz.com.br/transpoamazonia
Logisvale. 29 e 30 de maio. São José dos Campos (SP). Organização e informações: GPA Comunicação e Marketing. Tel.: (19) 3383-3555 contato@gpassociados.com.br www.logisvaleinternacional.com.br
Cursos de curta duração ProModel Básico. 26, 27 e 28 de maio. ProModel Avançado. 2, 3 e 4 de junho. Gerenciamento de Projeto. 6 de junho. Organização e informações: Belge. Tel.: (11) 5561-5353 info@belge.com.br www.belge.com.br Supply Chain Management. 21 e 22 de maio. São Paulo (SP). Organização e informações: LogisPower. Tel.: (11) 3598-1200 treinamento@vantine.com.br www.vantine.com.br/cursos Medidores de Performance Aplicados à Logística e Transportes – KPIs. 4 de junho. Liderança para Coordenadores e Supervisores – O Novo Perfil da Liderança nas Empresas. 7 de junho. Faturamento e Emissão de Documentos Fiscais. 7 de junho. Contratação Legal de Autônomos – Estatuto do Motorista. 7 de junho. Todos em São Paulo (SP). Organização e informações: Centro de Estudos Técnicos e Avançados em Logística (Ceteal). Tel.: (11) 5581-7326 secretaria@ceteal.com www.ceteal.com Gestão de Alta Performance em Armazéns. 21 de maio. Melhores Práticas na Acuracidade de Estoques – Técnicas para Inventário Geral e Rotativo. 21 e 22 de maio. Gestão de Custos Logísticos. 22 de maio. Formação de Controllers em Logística. 3 e 4 de junho. Melhores Práticas na Acuracidade de Estoques e Técnicas para Inventário Rotativo e Geral. 7 de junho. Formação de Analista Fiscal para Operações Logísticas. 7
de junho. Todos em Recife (PE). Organização e informações: Tigerlog. Tel.: (11) 2694-1391 contato@tigerlog.com.br www.tigerlog.com.br Logística Básica. 22 e 23 de maio. São Paulo (SP). Organização e informações: Associação Brasileira de Logística (Abralog). Tel.: (11) 3884-5930 info@abralog.com.br www.abralog.com.br Controle de Almoxarifado e Inventário Físico. 3 de junho. Gestão de Compras e Negociação com Fornecedores. 3 de junho. Ambos em São Paulo (SP). Organização e informações: Minder. Tel.: (11) 5111-8220 www.mindergroup.com.br Estratégias para Implementar e Manter um Modelo de Planejamento Logístico Integrado. 23 e 24 de maio. Adquirindo Visibilidade na Supply Chain: Técnicas de Mapeamento de Processos Logísticos. 6 e 7 de junho. Todos em Campinas (SP). Organização e informações: Cebralog. Tel.: (19) 3289-0903 sac@cebralog.com www.cebralog.com Gerência de Custos Logísticos. 19 e 20 de maio. Técnicas Quantitativas de Previsão de Vendas. 19 e 20 de maio. Planejamento Colaborativo da Demanda. 21 e 22 de maio. Todos no Rio de Janeiro (RJ). Curso Online de Logística e Supply Chain. Curso Online de Processos de Suprimentos. Ambos com duração de 48 horas. Curso Online de Planejamento da Demanda. Duração: 36 horas. Organização e informações: Instituto de Logística e Supply Chain (ILOS). Tel.: (21) 3445-3000 ilos@ilos.com.br www.ilos.com.br Manifesto Eletrônico de Documentos Fiscais. 24 de maio. Gestão e Maio/2014 - Revista Tecnologística - 113
Manutenção de Frotas no Transporte. 31 de maio. Como Implantar a Jornada do Motorista Profissional com a Nova Lei 12.619/12. 14 de junho. Todos em São Paulo. Organização e informações: Maxxima Educação Corporativa. Tel.: (11) 2243-7927 maxximaeduc@gmail.com www.maxximaeducacao.com.br Administração de Armazenagem. Administração e Planejamento da Produção. Compras e Administração de Materiais. Gestão da Distribuição. Logística em Comércio e Serviço. Logística, Marketing e Vendas. Negociação em Compras. Tecnologia Aplicada à Logística. Todos com duração de 15 horas. Custos Logísticos, Aspectos Tributários e Fiscais. Duração: 18 horas. Logística Integrada. Logística Reversa. Logística de Transportes. Todos com duração de 24 horas. Administração de Operações Logísticas. Duração: 30 horas. Para datas e locais, consulte o Senac. Organização e informações: Senac. Tel.: 0800 883 2000 naiana.gsouza@sp.senac.br www.sp.senac.br
Cursos de longa duração Curso Prático para Operador de Guindaste e RTGs. Duas turmas mensais até fevereiro de 2015. Duração: 60 horas. Manaus (AM). Organização e informações: Porto Chibatão e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat). Tel.: (92) 2123-4163 www.sestsenat.org.br Curso de Extensão em Supply Chain Management. Carga horária: 40 horas. Curso a distância. Pós-Graduação em Logística Empresarial. Carga horária: 366 horas. São Paulo e Águas de São Pedro (SP). Curso Técnico para Assistente em Logística Empresarial. Carga horária: 200 horas. Bertioga (SP). Curso Técnico em Logística. Carga horária: 800 horas. Curso Livre em Almoxarife. Auxiliar de Operações em Logística. Curso Livre de Comprador. Todos com carga horária de 160 horas. Para datas e locais, consulte o Senac. Organização e informações: Senac. Tel.: 0800 883 2000 naiana.gsouza@sp.senac.br www.sp.senac.br Veja a agenda completa de cursos, seminários, MBAs e demais eventos em www. tecnologistica.com.br/agenda
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO Adezan.................................................... 18 Advantech .............................................. 97 Advocacia Fiorin Longhi ........................ 86 Almi ...................................................... 103 AmstedMaxion ....................................... 55 Assine Tecnologística ........................... 111 Bextra ..................................................... 95 BMC ....................................................... 71 Cascade ................................................ 105 Cezan...................................................... 13 Consmetal .............................................. 51 Constr. São José - Linc Sorocaba ............ 21 Cursos Apics ......................................... 107 Danone .................................... 2ª capa e 03 Elog......................................................... 83 Emplaca .................................................. 87 GKO...................................................... 101 GLP - Global Logistic Properties ............ 93 GM&C .................................................... 63 HBZ....................................................... 112 Herzog .................................................... 43 Hines ...................................................... 79 ILOS ........................................................ 73 JSL........................................................... 89 L. Amorim .............................................. 23
Librelato ................................................. 62 Login ...............................................3ª capa Logismax ................................................ 53 LP Brasil .................................................. 58 Nacco Yale .............................................. 47 Patrus...................................................... 07 Raster ...................................................... 33 RV Projetos ............................................. 77 SA Armazenagem ................................. 109 Samarco .................................................. 09 Scheffer................................................... 25 Sigma ...............................................4ª capa Still ......................................................... 35 Techmaster ............................................. 39 TTC ......................................................... 45 Tecnologística Online .......................... 114 Tegma ..................................................... 05 TLOG ...................................................... 37 Tradimaq ................................................ 19 Trimak .................................................... 29 TTC ......................................................... 45 UPS ......................................................... 61 Wilson Sons ........................................... 31 WTorre IBP ............................................. 17