Carga Aérea Players investem em estrutura para compensar gargalos do setor Hidrovias: plano propõe ampliação na navegabilidade da Paraná-Tietê
SUMÁRIO
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MERCADO Siga todas as novidades do mercado brasileiro de logística nesta seção
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Parceria entre a JBS e a empresa de tecnologia MapLink desenvolveu uma solução que combina roteiros e o pagamento antecipado de pedágios, trazendo melhorias para as operações de transporte rodoviário da fabricante, que gerencia 25 mil viagens por mês
CROSS-DOCKING Acompanhe o vai e vem dos profissionais no nosso movimentado setor de logística
HIDROVIAS A Administração da Hidrovia do Paraná realizou um estudo de projetos para que o sistema hidroviário Paraná-Tietê se consolide como opção logística para o transporte de cargas no país. O aumento do volume de cargas no sistema, porém, exige investimentos de R$ 24,6 bilhões até 2025
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AUTOMAÇÃO Novo centro de distribuição do Grupo Boticário na Bahia aumenta em 50% a capacidade de atendimento às regiões Norte e Nordeste. O projeto, totalmente automatizado com tecnologia da Knapp, é considerado modelo mundial para o setor de cosméticos
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Divulgação
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TECNOLOGIA
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Artigo de Leonardo Julianelli trata dos modelos para analisar a influência dos aspectos culturais na gestão integrada da cadeia de suprimentos, muitas vezes menosprezados, mas que têm profunda consequência nos resultados das iniciativas de supply chain
AÉREO Para dar conta da grande demanda reprimida por transporte aéreo de cargas no país, players do setor – companhias aéreas e concessionárias de aeroportos – investem na estrutura física, frota e internacionalização. Mas reconhecem que, apesar dos avanços, ainda há muito a fazer
ILOS
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PRODUTOS Conheça os principais lançamentos de produtos, sistemas e serviços voltados à logística
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AGENDA Confira os mais importantes cursos, seminários, MBAs e demais eventos nacionais e internacionais do setor de logística em nossa agenda
Capa: Michele Bianchi Fotos: Shutterstock/Divulgação
Publicare Editora Ltda.
EDITORIAL
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Diretores Shirley Simão shirley@publicare.com.br
Jorge Roberto Simão jorge@publicare.com.br
Ufa, terminou!
F
im de ano traz sempre uma sensação de alívio, de dever cumprido e de renovação. Certamente, o alívio nunca foi tão grande quanto agora em 2014, ano para lá de atribulado para nós, brasileiros. Primeiro, foi a Copa do Mundo (quem se lembra?), com o “não vai ter Copa”, protestos e gastos exorbitantes nos estádios. Para o setor de logística, o evento trouxe dificuldades de previsão de demanda para alguns segmentos, como os que têm em sua carteira clientes das indústrias de televisores, alimentos e bebidas, por exemplo. O receio de que a falta de estrutura gerasse um caos no país não se justificou. A “Copa das Copas” correu bem (tirando os 7 x 1), embora pudesse ter deixado benefícios duradouros para o Brasil caso as obras estruturantes previstas tivessem saído do papel. Outro evento – este muito mais expressivo e impactante – que marcou o ano foram as eleições presidenciais, polarizadas como há muito não se via, com reviravoltas e toques dramáticos como a queda de avião que vitimou o candidato Eduardo Campos. O clima de incerteza foi prejudicial à economia, praticamente paralisada. O país, que saiu dividido das urnas, deve lamber as feridas e seguir adiante. Mas não é simples. Continua sendo difícil prever como o governo irá se comportar com relação à economia, o que será da infraestrutura. E o clima de expectativa e insegurança de antes das eleições está longe de terminar. Para o nosso segmento, o ano não foi de todo ruim, o que prova que o mercado já percebeu a logística como um aliado importante para a redução de custos e o aumento de eficiência, seja em épocas de crescimento, seja na calmaria. Alguns setores – como o de operadores logísticos e equipamentos de movimentação _ foram melhores que outros _ como o de veículos de carga e implementos, por exemplo, estes sim amargando queda expressiva. Quanto à sensação de dever cumprido, ficou faltando sob alguns aspectos. No editorial de dezembro de 2013, comemorávamos a prisão dos condenados do mensalão, afirmando que poderia ser um marco de mudança no país. Pois bem, terminamos 2014 com os condenados soltos ou cumprindo as penas parcialmente, e nos vemos no olho de outro furacão, a chamada Operação Lava Jato, que expôs as entranhas de corrupção na Petrobras, a outrora menina dos olhos do governo federal. Mas, otimistas que somos, queremos crer que, desta vez, todo o trabalho da Polícia Federal e da Justiça não irá por água abaixo e que a cultura de corrupção brasileira possa começar a ficar no passado. Quanto à renovação, essa não pode faltar nunca. É preciso se reinventar todos os dias. Nós, da Tecnologística, estamos sempre em busca das novidades, pensando em novas formas de trazer para nossos leitores toda a evolução do mercado brasileiro de logística. Que 2015 seja mais estável e menos imprevisível que 2014, para que possamos continuar tocando nossos negócios, crescendo e fazendo o país crescer. Um excelente final de ano!
Ano XX - N.º 229 - Dezembro/2014 www.tecnologistica.com.br Redação, Administração e Publicidade Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar CEP: 04571-010 - São Paulo - SP
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Shirley Simão. revistatecnologistica
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MERCADO
FM Logistic aposta em novas tecnologias para aprimorar operação
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FM Logistic anunciou, em outubro, o uso de novas tecnologias que impactam diretamente em sua operação no Brasil. A empresa de origem francesa, presente no país desde 2013, implantou equipamentos diferenciados para otimizar o desempenho de seus operadores. A preparação de múltiplos pedidos é uma etapa delicada da operação. O processo é complexo e pode às vezes gerar problemas de qualidade: um produto é colocado em um suporte errado e um pedido errado é enviado, por exemplo. Para evitar este problema, a Balea, empresa francesa que desenvolve e fabrica soluções logísticas, juntamente com a FM, chegou à solução Put to Light. O sistema é composto por uma arca equipada com uma tela luminosa, que indica ao operador a quantidade de pacotes a serem apanhados e ilumina o suporte sobre o qual o pedido deve ser colocado. A solução pode ser instalada sobre qualquer tipo de carrinho. A arca tem adaptação universal do tipo plug and play, que é fixada sobre a plataforma dos carrinhos e funciona utilizando bateria. O equipamento pode contar com até seis telas e sinais luminosos, segundo a necessidade, ao utilizar um sistema de corrediças que permite adaptar a configuração conforme os fluxos. A arca também pode ser
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Divulgação
Empresa adota Put to Light e simuladores de empilhadeiras
regulada em altura para acomodar os tamanhos dos diferentes suportes, como paletes, rolls, etc. Compatível com os terminais de rádio, mas também com controle vocal, ele permite às plataformas dotadas de equipamentos clássicos otimizar os fluxos intralogísticos e a rastreabilidade das mercadorias. “Esta solução inovadora corresponde a uma real necessidade dos utilizadores e dos clientes do grupo. Ela já foi encomendada pela Polônia e logo será pela Rússia. E porque ela é perfeitamente compatível, graças à tecnologia Wi-Fi, um desdobramento internacional em todas as nossas atividades PMO (Picking Multi Order) está previsto futuramente”, diz Karine Bouchery, gerente de Inovações da FM Logistic. O equipamento foi feito para uso exclusivo da FM Logistic durante três anos. Depois desse prazo, poderá ser vendido para todo o mercado.
Simuladores de empilhadeiras Para aperfeiçoar o desempenho de seus operadores, a FM Logistic implantou dois simuladores virtuais de empilhadeiras em seu CD Anhanguera. O equipamento é pioneiro no Brasil e conta com tecnologia e design semelhantes a simuladores de voo. Totalmente adaptáveis, os simuladores reproduzem o funcionamento de uma empilhadeira elétrica e também a gás. Eles capturam o movimento do corpo do operador por meio de tecnologias de realidade virtual. Dessa forma, é possível simular a operação do veículo como se fosse real. Desenvolvido pela ZaxisTools, empresa especializada em novas tecnologias para centros de distribuição, o equipamento está em fase de testes desde setembro. “Os simuladores foram desenvolvidos conforme a necessidade da FM Logistic, de reproduzir o desenho do CD no visor para tornar o exercício mais próximo da realidade”, afirma Iara Vieira, coordenadora de Desenvolvimento Organizacional da FM Logistic. Com ele, será possível acelerar o treinamento de reciclagem e a formação de novos operadores de empilhadeiras, além de garantir maior agilidade e segurança às operações. Flexível, o simulador adapta-se a customizações em alto grau, além de estar em sintonia com as práticas de segurança do trabalho. FM Logistic: (11) 2109-9400
MERCADO
SEP autoriza instalação de terminal em Santa Catarina Terminal de granéis estará localizado em São Francisco do Sul
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ministro-chefe da Secretaria Especial de Portos (SEP), César Borges, assinou, no dia 11 de setembro, o contrato de adesão autorizando a instalação do Terminal de Uso Privado (TUP) do Terminal de Granéis de Santa Catarina (TGSC), localizado em São Francisco do Sul. O projeto do TGSC é um investimento da Logz Logística Brasil, da Litoral Agência Marítima e do grupo chinês Hopeful. O projeto estabelece a construção de dois berços, totalizando 453 metros de cais, com calado natural de 14 m. O berço externo contemplará quatro torres fixas para a exportação, e o berço interno poderá operar nos dois fluxos – exportação e importação.
O terminal, contudo, será voltado à exportação de granéis vegetais, como soja, farelo de soja e milho. A expectativa de movimentação, na primeira fase do projeto, é de 6 milhões de toneladas por ano, com investimento de R$ 420 milhões. A previsão é de que as obras para a concepção do empreendimento levem de 18 a 24 meses. Ainda não há previsão para início das obras e das operações. A autorização para a instalação do empreendimento atende às orientações da nova Lei dos Portos. De acordo com o ministro, este projeto demonstra a confiança do setor privado no Brasil e no estado de Santa Catarina. “O empreendimento, sem dúvida, faz parte desta nova logística mo-
derna que o governo federal tem procurado incentivar no país, para exportar mais facilmente nossas riquezas”, diz. O terminal está localizado em terreno contíguo ao Porto Organizado de São Francisco do Sul. O projeto prevê a implantação de um píer avançado ligado por uma ponte de acesso à retroárea do terminal, onde serão instalados os armazéns e a estrutura de recepção de grãos. Esta é a 26ª autorização assinada pela SEP para instalações de uso privado já a partir do novo marco regulatório do setor (Lei 12.815). Ao todo, serão cerca de R$ 10 bilhões em investimentos. SEP: (61) 3411-3790
Elog amplia portfólio de serviços prestados à GE Celma
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Elog ampliou a oferta de serviços direcionados à GE Celma, unidade do grupo General Electric situada em Petrópolis, na Região Serrana do Rio de Janeiro, que realiza a manutenção de turbinas aeronáuticas. O operador logístico passou a realizar, além do manuseio das turbinas dos modelos CFM56 e CF6, a armazenagem alfandegada do modelo GEnx, fabricado para os Boeings 777, com peso aproximado de 13 toneladas, medindo até 20 metros de comprimento e cerca de 4 m de altura. As cargas chegam dos Estados Unidos, são recebidas no Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), e seguem para o Centro Logístico e Industrial Aduaneiro (Clia) da Elog no mesmo município, onde são desembaraçadas em regime especial de admissão tem-
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porária. O destino final das turbinas é a unidade fluminense da GE Celma. A principal característica da operação é o desempenho no processo de recebimento e liberação, que dura até seis horas. De acordo com o gerente Comercial da Região Sudeste da Elog, Jefferson Satyro, o pronto atendimento garante à companhia um dos melhores indicadores de todo o mundo, na comparação com os demais fornecedores de transporte que atendem à GE Aviation. Até então, a revisão dos modelos GEnx era realizada somente na Escócia. Para manusear as novas turbinas, a Elog precisou rever todo o trâmite operacional do Clia Campinas, redimensionando o fluxo interno e dinamizando o procedimento aduaneiro e de inspeção das cargas. “Foi preciso reconfigurar os processos de entrada e saída, para que
nenhum outro cliente fosse prejudicado e todos ganhassem com a novidade”, explica Satyro. A nova operação demandou investimentos no treinamento dos colaboradores da Elog que lidam diretamente com a GE, além de aprimoramentos na interface do sistema utilizado por despachantes e transportadores. Os valores investidos não foram divulgados. Para Guaraci Silva, gerente da área de Logística da GE Celma, a nova operação é mais uma prova de que a parceria com a Elog é um sucesso. “São mais de dez anos de trabalho compartilhado e confio que continuaremos no caminho certo, aprimorando cada vez mais os nossos serviços”, conclui. Elog: (11) 3305-4100 GE Celma: (24) 2233-4000
Linde Material Handling assume o nome Kion nos Estados Unidos Medida visa proporcionar maior sinergia com a matriz europeia
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Linde Material Handling North America anunciou, em novembro, que irá alterar seu nome para Kion North America. A mudança passa a vigorar a partir de janeiro de 2015 e tem o objetivo de alinhar a empresa com sua companhia-mãe, o Grupo Kion, da Europa. Para celebrar a mudança, foi realizada uma cerimônia de corte de fita em sua sede, localizada em Summerville, na Carolina do Sul De acordo com Brian Butler, pre-
sidente da Linde Material Handling North America, a sinergia com o Grupo Kion deve contribuir significativamente para o desenvolvimento e a fabricação de produtos específicos para o mercado norte-americano. “Vamos fortalecer ainda mais nossa marca Linde com ofertas de produtos adicionais e, ao mesmo tempo, crescer com a marca Still”, diz. “O contínuo desenvolvimento e o crescimento de nossa organização
na América do Norte é extremamente importante para o Grupo Kion. Ela é um dos elementos-chave da estratégia para 2020, de aumentar bastante nosso alcance global”, explica Gordon Riske, CEO do Grupo Kion. “Queremos ir além de ser um fornecedor de nicho e nos tornar um player significativo na América do Norte sob o nome Kion”, completa. Linde: (11) 3604-4755
Actros 4160 estreia no Brasil em operação da Megatranz Divulgação
Veículo customizado carregou peça de 300 toneladas
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Megatranz, empresa especializada no transporte de cargas indivisíveis, superpesadas e superdimensionadas, realizou, no mês de setembro, a primeira operação brasileira com um caminhão extrapesado Actros 4160 SLT 8x8, da Mercedes-Benz. Com capacidade máxima de tração (CMT) de 500 toneladas, característica inédita no Brasil até então, o veículo foi utilizado no transporte de um motor pesando aproximadamente 300 t a
partir do Porto do Pecém, na Região Metropolitana de Fortaleza, até uma usina termelétrica no município cearense de Maracanaú. Na operação, o Actros tracionou um reboque modular hidráulico com 24 eixos e 192 pneus. Considerando caminhão e carreta, o conjunto chegou a quase 50 metros de comprimento. O transporte foi realizado em dois dias. Fabricado na Alemanha, o veículo foi especialmente preparado pelos engenheiros da Mercedes para atender às demandas da Megatranz e às características do transporte de cargas indivisíveis superpesadas no Brasil. “Isso resultou em um caminhão extremamente forte, robusto e resistente”, destaca o diretor de Vendas e Marketing de Caminhões da Mercedes-Benz do Brasil, Gilson Mansur. “A introdução do Actros 4160, que possui o dobro da CMT dos caminhões-
-tratores até então existentes no mercado nacional, propicia o transporte de cargas superpesadas com mais segurança operacional e com maior desempenho e produtividade, reduzindo o tempo de cada viagem, além da vantagem de eliminar o sistema push-pull, com um segundo caminhão-trator”, destaca Henrique Zuppardo, presidente da Megatranz Transportes. O executivo afirma que a adequação do Actros para o perfil do transporte superpesado no Brasil é fruto de uma grande sinergia entre a Mercedes-Benz e a Megatranz. “Isso resultou em um produto tropicalizado para as condições das rodovias brasileiras, com inovação tecnológica que proporciona segurança e produtividade às nossas operações de transporte”. Megatranz: (11) 2303-4000 Mercedes-Benz: 0800 970 9090 Dezembro/2014 - Revista Tecnologística - 9
MERCADO
Katoen Natie inaugura armazém em Paulínia Divulgação
Novo espaço é focado no armazenamento de itens de consumo, automotivos e industriais
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operadora logística de origem belga Katoen Natie inaugurou mais um armazém em Paulínia, no interior de São Paulo, onde está situado o seu Centro de Distribuição Multimodal (CDM). As obras, que se iniciaram em fevereiro deste ano, resultaram em uma estrutura com 11.760 metros quadrados de área útil e capacidade total de armazenagem de mais de 13.500
posições-palete. Esse é o sexto armazém que compõe o CDM, totalizando 67 mil m² de área de armazenagem. A estrutura está situada em uma área total de 720 mil m², com 50 mil m² de zona verde. O principal objetivo do novo armazém é atender aos setores de bens de consumo, automotivo e industrial. No local, há um ramal ferroviário próprio com bitola mista, depot de contêineres com capacidade para 1.200 TEUs, em expansão, e 24 silos de 340 metros cúbicos (incluindo silos para homogeneização e blending). Segundo a KTN, as vantagens da localização são a multimodalidade de transporte (rodovia e ferrovia), a possibilidade de futuras expansões, com terreno para novas construções, e suficiente oferta de mão de obra qualificada. “Nos últimos quatro anos, o CDM em Paulínia dobrou a sua capacidade e este crescimento ainda não parou. É claro que ele é e será sempre a joia das
atividades da KTN no Brasil”, diz Erik Klonhammer, CEO da empresa. Além disso, a cidade está em uma posição estratégica por conta da proximidade com a indústria automotiva da Região Metropolitana de Campinas. Paulínia está situada entre as principais rodovias que servem a região, o que facilita os acessos e a distribuição para as empresas. O armazém é revestido com um isolante térmico para diminuir a incidência de calor interno, em suas laterais possui venezianas que ajudam na circulação de ar e conta com o lanternim (sistema de ventilação natural). O investimento no novo CD foi em torno de R$ 15 milhões. Entre os principais clientes da KTN estão P&G, Unilever, Braskem, Dow, Cargill, Hamburg Süd, Monsanto, Soudal, Volvo, Continental e BRP. Katoen Natie: (19) 2116-1550
Azul Cargo abre lojas em três cidades As novas unidades chegam a Boa Vista, São Leopoldo e Rio Claro
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Azul Cargo, unidade de cargas da Azul Linhas Aéreas Brasileiras, anunciou, no início de novembro, a abertura de novas lojas em três cidades: Boa Vista, São Leopoldo (RS) e Rio Claro (SP). Com elas, a unidade cargueira terá 133 pontos de atendimento, sendo seis lojas próprias e 127 representações comerciais exclusivas. A inauguração de estabelecimentos comerciais para cargas tem como objetivo aumentar a abrangência territorial, à medida que a Azul expande o núme-
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ro de destinos atendidos. “Queremos estender a essas cidades a opção e a conveniência dos nossos serviços, que hoje apresentam níveis de pontualidade e regularidade entre os melhores no Brasil”, diz Claudio Fonseca, diretor da Azul Cargo. “A abertura de novas lojas aumenta a capilaridade terrestre e a conexão com a malha aérea da empresa, que atualmente conta com 864 voos por dia”, completa. A Azul Cargo é responsável pela prestação de serviços de transporte
aéreo de cargas fracionadas, paletizadas, encomendas expressas e cargas especiais. Atualmente, atende com voos diretos 73 aeroportos brasileiros e 3.400 municípios em todo o Brasil, com serviços de coleta e de entrega com operação porta a porta. As cargas são transportadas nos porões de aeronaves de passageiros. A empresa também utiliza, desde outubro, um turboélice ATR 72 totalmente convertido em cargueiro. Azul Cargo: 4003-8399
Tecon Salvador testa exportação de banana-prata para a Europa Contêiner refrigerado com carga proveniente de Minas Gerais foi enviado para Portugal
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Tecon Salvador, terminal de contêineres do Grupo Wilson Sons localizado na capital baiana, participa de um projeto inédito que visa exportar banana-prata para o mercado europeu. O primeiro contêiner foi embarcado em outubro e chegou a Portugal na primeira semana de novembro. O transporte adequado da carga é um dos principais desafios, por isso, um contêiner refrigerado contendo 5,7 toneladas da fruta passou por um período de testes no qual foi mantido em observação durante um mês na região produtora, em Jaíba, no norte de Minas Gerais, simulando as condições que seriam enfrentadas no transporte até a Europa. O recebimento da carga foi acompanhado por uma equipe composta por parceiros envolvidos no projeto, que inclui um representante dos produtores de Jaíba e profissionais de logística e climatização, que avaliaram tecnicamente a integridade e a qualidade da carga. O próximo passo é acompanhar a aceitação do consumidor. “Vencidos os desafios técnicos, acreditamos que há demanda no mercado internacional para essa variedade de banana. Existem hoje cerca de 12 mil hectares de banana-prata em cultivo na região do Jaíba que pode ser comercializada”, conta Ivanete Pereira, gerente de Relacionamento da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte). Desde o ano 2000, a Abanorte coordena os esforços dos produtores mineiros para estabelecer um protocolo de exportação para a carga, com objetivo
de estender a vida verde da fruta e, assim, alcançar o mercado internacional. “Apoiar projetos inovadores como o da Abanorte reforça nosso acompanhamento do mercado, além de manter a regularidade na movimentação de carga refrigerada destinada ao mercado internacional”, afirma Patrícia Iglesias, diretora Comercial do Tecon Salvador. A executiva explica que os embarques de banana podem se tornar mais frequentes, já que o terminal tem ampla experiência com a movimentação de frutas em contêineres refrigerados, como no caso da exportação de manga e uva do Vale do Rio São Francisco e de limão de Minas Gerais e do interior da Bahia. A exportação da banana-prata é um projeto realizado por meio do Programa de Apoio à Competitividade dos Arranjos Produtivos Locais (APL) de Fruticultura da Região do Jaíba e contou com a participação do Governo, da Federação das Indústrias e do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas de Minas Gerais. “O projeto trará um novo cenário para a produção da região, que tem todo o potencial para fazer parte do mercado mundial de frutas. E o Tecon Salvador oferece condições para viabilizar embarques regulares como esse de banana-prata”, diz Iglesias. O porto de Salvador é o mais próximo da região norte de Minas Gerais, localizado a aproximadamente mil km do município de Jaíba. Abanorte: (38) 3821-2936 Tecon Salvador: (71) 2106-1522
MERCADO
Porto do Açu recebe primeiro navio graneleiro Prumo faz aporte de capital para suportar investimentos em nova fase do terminal
Aumento de capital A Prumo divulgou, dia 29 de outubro, o início da operação de aumento de capital da companhia, no valor mínimo de R$ 455 milhões e máximo de R$ 650 milhões, com ações a serem emitidas a R$ 0,65 cada. A previsão é de que sejam emitidas, no mínimo, 12 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
Divulgação
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Terminal 1 (T1) do Porto do Açu, em São João da Barra, no litoral norte do Rio de Janeiro, recebeu, dia 22 de outubro, seu primeiro navio. A embarcação Key Light, com 229 m de comprimento, atracou de forma experimental, já que ainda não foi publicada a carta náutica atualizada da região, com as profundidades obtidas após as obras de dragagem, balizamento e alteração da costa em função das obras de construção do terminal. O navio, do padrão Panamax, possui calado de 7,3 m. As manobras foram realizadas por quatro práticos e resultam de uma parceria entre a Praticagem do Estado do Rio de Janeiro e a Ferroport (joint venture entre a Prumo e a Anglo American), que desenvolveram programas de treinamento específicos para que os práticos se familiarizem com o novo terminal. A manobra de desatracação e a navegação de saída do Key Light aconteceram no dia 25 de outubro. O navio partiu carregado de minério de ferro, inaugurando as operações do novo T1 (offshore) do Porto do Açu. O Açu é controlado pela Prumo Logística. Com área de 90 km², previsão de 17 quilômetros de píeres e dois terminais que poderão receber até 47 embarcações, o porto deve passar a funcionar plenamente até o final de 2014.
700 milhões e, no máximo, 1 bilhão de novas ações ordinárias. O objetivo do aumento de capital é preparar a companhia para uma nova fase de investimentos em 2015, que compreenderá, principalmente, o desenvolvimento de novos terminais no Porto do Açu para a movimentação de petróleo, cargas de projeto e granéis sólidos, além da expansão da infraestrutura básica no Distrito Industrial para atendimento a novos clientes. Além disso, a administração da empresa busca sempre adequar sua estrutura de capital a fim de torná-la compatível com o perfil de maturação dos seus investimentos. O valor das novas ações que serão emitidas foi definido de acordo com a média ponderada da cotação nos pregões realizados entre 27 de setembro de 2014 e 27 de outubro de 2014 (período de 30 dias anteriores à realização da reunião do Conselho de Administração). Poderão participar da operação todos os acionistas da companhia na data de 28 de outubro.
Está garantido aos atuais acionistas o direito de preferência para participação no aumento de capital. Ele poderá ser exercido de 30 de outubro de 2014 até 28 de novembro. Depois do período de subscrição, caso haja sobras, a companhia realizará períodos adicionais, em que o acionista que manifestou interesse em subscrevê-las poderá participar. Segundo o presidente da Prumo, Eduardo Parente, em 2015 a companhia inicia a fase operacional e este aporte de recursos é importante para o desenvolvimento do complexo portuário. “A implantação do terminal de petróleo, assim como a expansão da infraestrutura do distrito industrial, possibilitarão a movimentação de novas cargas no Açu, gerando mais receitas e ampliando nossa participação no mercado brasileiro”, diz. Veja entrevista com Eduardo Parente na edição de novembro de 2014 da Tecnologística. Prumo: (21) 3725-8000
MERCADO
Santos Brasil adota scanner em Vila do Conde
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Santos Brasil iniciou, no dia 1º de novembro, a operação de um scanner para a conferência das cargas importadas e exportadas por meio do Tecon Vila do Conde, localizado em Barcarena (PA). A companhia antecipou em dois meses a adoção da tecnologia, uma vez que o uso do equipamento será exigido pela alfândega a partir de janeiro de 2015. Com o scanner, o tempo necessário para inspecionar as mercadorias é reduzido e a fiscalização da Receita Federal torna-se mais eficiente. Os raios X penetram em até 300
milímetros de aço, o que possibilita a verificação do conteúdo dos contêineres sem necessidade de abri-los. Para isso, basta que os caminhões carregados passem pelo equipamento em velocidade baixa. São necessários apenas 30 segundos para que as imagens sejam captadas e armazenadas, ficando à disposição dos órgãos responsáveis. Segundo o gerente-executivo da Santos Brasil em Barcarena, Ricardo Medina, o investimento faz parte da estratégia da companhia para tornar o Tecon Vila do Conde uma opção competitiva para o importador e o
Divulgação
Tecnologia agiliza a conferência das mercadorias e torna mais eficiente o trabalho da Receita Federal
exportador. “Nossa principal vantagem para o comércio exterior é a localização do terminal, próximo às principais rotas marítimas internacionais, com acesso a todos os continentes”, diz. Além da unidade utilizada no Pará, a Santos Brasil já instalou equipamentos nos demais terminais que opera – Tecon Santos (SP) e Tecon Imbituba (SC) – e nas unidades logísticas da empresa, também seguindo as determinações da alfândega. Tecon Vila do Conde: (91) 3322-7575
Asap Log terá novo CD dedicado ao e-commerce Operações da estrutura em Curitiba devem começar em 2015
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Asap Log anunciou investimentos em um novo centro de distribuição na Região Metropolitana de Curitiba, com o objetivo de atender a pequenas empresas do comércio eletrônico de todo o país. O início das operações da nova unidade está previsto para o primeiro semestre de 2015. Atualmente em fase de implantação, o CD locado contará com 1.000 metros quadrados e capacidade para armazenar aproximadamente 850 paletes e expedir 20 mil volumes todos os meses. A nova unidade demandou investimentos de cerca de R$ 500 mil. De acordo com o CEO do ope-
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rador logístico, Rafael Mendes, os pequenos players do e-commerce apresentam problemas organizacionais com seus estoques. “Decidimos aplicar nosso know-how para oferecer os serviços especializados em ambiente, equipamentos e softwares compatíveis com esse tipo de ope-
ração. Acreditamos também que nossa solução permitirá que eles tenham mais foco em seu core business”, explica. De acordo com o executivo, a implantação de novas unidades nos estados de São Paulo e Santa Catarina também faz parte dos planos da Asap Log. A empresa é especializada em soluções de armazenagem, montagem de pedidos e kits e expedição. Sem revelar mais detalhes, Mendes conta que a empresa possui planos de iniciar o serviço de entregas rápidas em 2016. Asap Log: (41) 4063-7283
Mercedes-Benz anuncia R$ 730 milhões para suas fábricas no Brasil Divulgação
Plantas de São Paulo e Minas Gerais passam por reestruturação para garantir eficiência produtiva
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Mercedes-Benz anunciou, em outubro, que irá investir R$ 730 milhões em suas fábricas de São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora (MG) entre 2015 e 2018. A empresa está reestruturando as áreas produtivas de caminhões nas duas plantas com o objetivo de garantir a eficiência das unidades fabris no país, aumentando assim a competitividade da companhia nos mercados interno e externo. A unidade paulista, maior fábrica da empresa na América Latina, receberá cerca de R$ 500 milhões para a construção de novas linhas de produção de caminhões, agregados e mudanças na infraestrutura. Os R$ 230 milhões adicionais serão investidos para duplicar e ampliar as instalações da linha de montagem bruta e a área de pintura de cabines da planta de Juiz de Fora. Com essa medida, futuramente
toda a produção de cabines dos caminhões Mercedes-Benz estará concentrada na cidade de Juiz de Fora, aumentando a sinergia das fábricas de São Paulo e Minas Gerais. “A partir de 2016, iremos produzir o caminhão leve Accelo em São Paulo, enquanto a produção do extrapesado Actros continua em Minas Gerais”, explica o presidente da Mercedes-Benz do Brasil e CEO para a América Latina, Philipp Schiemer. A ideia é que, futuramente, a fabricação de todas as linhas de caminhões seja concentrada na unidade paulista. Com a produção de caminhões em São Bernardo e a fabricação de cabines em Juiz de Fora, a Mercedes-Benz ganha também maior flexibilização para fazer a gestão de seu negócio e responder mais rapidamente às demandas de vendas. Mercedes-Benz: 0800 970 9090
MERCADO
Plimor implanta sorter na unidade de Nova Santa Rita Equipamento tem capacidade para processar 8 mil volumes por hora
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Divulgação
Plimor implantou um sorter – sistema automático de distribuição de encomendas – em sua filial de Nova Santa Rita (RS), para a qual foram transferidas,
em outubro, todas as operações da unidade de Porto Alegre. A empresa optou pela mudança para centralizar suas atividades. Essa nova unidade possui 10.500 m² de área construída, sendo aproximadamente 8.500 metros quadrados de terminal, e 12 metros de vão livre. O novo equipamento tem capacidade para processar 8 mil volumes por hora, por meio de 104 docas. “Com a filial de Nova Santa Rita e o sorter, a Plimor se destaca ainda mais no mercado com uma operação altamente eficiente e está preparada para atender aos clientes mais exigentes”, analisa a gerente de
Marketing, Sandra Santini. Esta é a terceira unidade da Plimor que recebe o equipamento. A transportadora atua com a tecnologia em Curitiba (PR) e Guarulhos (SP), distribuindo e transferindo encomendas para diversos estados do Brasil e da Argentina. O equipamento, da marca Dematic, é italiano e um dos mais modernos em tecnologia aplicada, comandada por um software de última geração para classificação e roteirização das mercadorias movimentadas no terminal, permitindo maior flexibilidade, segurança e agilidade. Plimor: (54) 2109-1000
Porto Itapoá e Allink assinam acordo para importações da Alemanha e EUA Os serviços são regulares e semanais e apresentam tempo de trânsito que varia entre 21 e 29 dias
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Allink, integrante do Grupo Wilson Sons especializada no transporte internacional de carga marítima consolidada (LCL) de importação e exportação, e o Porto Itapoá (SC) firmaram um acordo comercial para importação de cargas da Europa e Estados Unidos. Em relação aos EUA, os serviços são regulares e semanais, com saídas diretas e sem transbordo de Miami e Nova Iorque, com tempo de trânsito de 21 e 29 dias, respectivamente. O serviço a partir de Hamburgo, na Alemanha, também é regular, sem transbordo e semanal, com transit time de 29 dias. 16 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
Como um NVOCC (operador marítimo sem navio, da sigla em inglês), a Allink está apta a transportar qualquer tipo de mercadoria solicitada por seus clientes, com exceção de cargas perecíveis ou explosivos. Segundo Nelson Cajado, sócio-fundador da companhia, a motivação para essa transação foi a maior agilidade nos embarques dos importadores localizados ao norte de Santa Catarina, já que eles estão mais próximos de Itapoá do que de Itajaí. “Tanto a Allink como o Porto de Itapoá têm no seu DNA a busca pela excelência em seus serviços
e a satisfação de seus clientes, trazendo economia de custo aliada à redução de tempo de trânsito”, diz. A empresa oferece serviços de NVOCC e faz a consolidação de carga marítima, que significa juntar pequenas cargas de exportadores ou importadores que não têm volume suficiente para encher um contêiner. Hoje, a empresa consegue transportar cargas de qualquer parte do mundo por meio de seus 66 serviços diretos na importação e 22 na exportação. Allink: (11) 5054-7575
Mercado nacional ganha novo provedor de soluções de RFID SMS fornece sistema de radiofrequência customizado
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Smart Moving Systems (SMS) anunciou, em novembro, sua chegada ao mercado oferecendo soluções em identificação por radiofrequência (RFID, da sigla em inglês). Com tecnologia 100% nacional, a empresa fornece sistemas que podem ser aplicados tanto no controle do fluxo e armazenagem de produtos quanto de pessoas. A companhia foi fundada em 2012. A SMS atua no desenvolvimento de estratégias de implantação, análise de viabilidade, projeto tecnológico e desenho de processos, além da elaboração e implementação do plano-piloto de sistemas RFID. O objetivo é desenvolver soluções customizadas conforme as necessidades do cliente, oferecendo inclusive integração com outros
sistemas envolvidos no processo. As soluções oferecidas pela SMS foram concebidas por meio de pesquisas e parcerias com grandes centros de alta tecnologia. “Percebemos uma carência referente à identificação por radiofrequência. Com base nisso, investimos R$ 2 milhões para nacionalizar a tecnologia e criar a SMS”, conta Jonatas Oliveira, diretor de Tecnologia da empresa. A SMS é formada por um time de especialistas em tecnologia da informação, processos industriais, desenvolvimento de sistemas, infraestrutura, qualidade e integração de sistemas complexos, todos certificados pela CompTIA, associação global do setor de TI. Dentre os clientes estão empresas como a Ambev, com um projeto de
redução de acidentes nas operações logísticas com a implementação do sistema RFID em suas empilhadeiras; a Paranapanema, que busca a melhoria e a racionalização do controle de armazenamento; e a Calvin Klein, que utiliza leitores RFID para realizar com maior agilidade a contagem e o recebimento de mercadorias. Atualmente, a SMS direciona seus esforços para o atendimento ao mercado de centros de distribuição. “Vamos explorar esse nicho de mercado e posteriormente expandir o negócio para outras áreas da indústria”, explica Oliveira. Para 2015, a previsão é atingir um faturamento de R$ 8 milhões em novos negócios. SMS: (11) 5081-7721
PHD investe R$ 8 milhões em linha de produção
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fabricante de guindastes PHD está investindo, no acumulado de 2014, R$ 8 milhões na modernização de suas linhas de produção. O objetivo é crescer acompanhando as oportunidades que o setor de infraestrutura tem apresentado. O aporte, feito com recursos próprios, é equivalente a 12,5% do faturamento de R$ 60 milhões registrado pela empresa em 2013. O montante foi direcionado à aquisição de novos equipamentos para suas plantas fabris localizadas em Caxias do Sul (RS), como tornos, centros de usinagem, robôs de solda a laser e máquinas dobradeiras e de montagem de subconjuntos. Com isso, a PHD prevê alcançar um
Divulgação Divulgação
Empresa busca modernização para atender às demandas do mercado
faturamento de R$ 100 milhões em 2016. Em suas duas fábricas a empresa produz guindastes com capacidades de carga entre 3,5 e 82 toneladas e acessórios como lanças, garfos, garras, guinchos e brocas. O carro-chefe é o guindaste articulado veicular, instalado em caminhões e também conhecido como
munck ou guindauto. A empresa conta atualmente com capacidade para produzir 60 guindastes por mês. Nas plantas industriais, de 10 mil e 5 mil m² – a segunda inaugurada há três anos, fruto de um investimento de R$ 4 milhões –, atuam 130 colaboradores. Com uma carteira de 1.200 clientes ativos, a PHD já comercializou, em seus 17 anos de existência, mais de 8 mil equipamentos. Em 2013, foram 604 guindastes fabricados e comercializados. Dentre os principais compradores estão construtoras, locadoras, empreiteiras, companhias elétricas e de telefonia e portos. PHD Guindastes: (54) 3535-1433 Dezembro/2014 - Revista Tecnologística - 17
MERCADO
Consórcio Litoral Norte vence concessão da Tamoios Contrato de 30 anos prevê a duplicação do trecho de serra, além de melhorias e modernização da rodovia
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Duplicação complexa
Diogo Moreira
Secretaria Estadual de Logística e Transportes anunciou, no fim de outubro, a homologação do Consórcio Litoral Norte como vencedor da Licitação da PPP da Rodovia dos Tamoios (SP-099). A Comissão Especial de Licitação da Agência de Transporte do Estado de São Paulo (Artesp) declarou o vencedor após analisar o plano de negócios do consórcio. Depois da homologação do resultado pela secretaria, o próximo passo é a assinatura do contrato de concessão, prevista para ocorrer neste mês de dezembro. A principal obra que o consórcio executará é a duplicação do trecho de serra (entre os quilômetros 60,45 e 82), empreendimento que terá investimento de R$ 2,9 bilhões. O trabalho depende da emissão da Licença de Instalação, processo que deve levar cerca de seis meses. Além disso, está prevista a aplicação de mais R$ 1 bilhão em obras e criação de novos serviços ao longo dos 30 anos do contrato de concessão. A concessionária ficará responsável, ainda, pelos serviços de operação, manutenção e conservação da rodovia nos trechos de planalto e serra (do km 11,5 ao km 83,4) e dos contornos de Caraguatatuba e São Sebastião.
Primeiras obras O Programa Intensivo Inicial (PII), que estabelece uma série de melhorias e obras antes do início da cobrança de pedágio, prevê, entre outras intervenções, a substituição de dispositivos de segurança avariados; operação tapa-buracos; complementação e restauração 18 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
da sinalização; instalação de três bases provisórias do Serviço de Atendimento ao Usuário; implantação do Centro de Controle Operacional da rodovia; iluminação do trecho de serra entre os km 64 e 80 e alargamento do acostamento de 10,2 metros para 14 metros em sete pontos da via, além de outras melhorias. Essas obras devem ser realizadas no primeiro ano de contrato. A rodovia também será totalmente monitorada por 209 câmeras de circuito fechado de TV, o que agilizará o socorro médico e ações para melhorar a fluidez da via sempre que necessário. Os motoristas também passarão a contar com uma estação de rádio dedicada exclusivamente para transmitir boletins com informações sobre as condições operacionais e de tráfego da rodovia. Além disso, serão instalados telefones de emergência a cada quilômetro de pista para os usuários se comunicarem com as equipes do Centro de Controle Operacional da concessionária em caso de eventualidades. A concessionária contará com frota de guincho, ambulância e socorro mecânico para atender aos rigorosos padrões de serviço estipulados no edital.
A duplicação do trecho de serra da Tamoios terá 12,6 km de túneis e 2,5 km de viadutos. Serão cinco túneis, sendo o mais extenso com 3.675 metros. Devido a sua complexidade, a obra vem sendo comparada à pista descendente da Rodovia dos Imigrantes. A previsão é de que as obras sejam concluídas em até cinco anos. A nova pista será no sentido litoral-planalto. Ela será reversível, podendo ter mão de direção invertida em caso de alta demanda de tráfego. Só haverá cobrança de pedágio a partir do segundo ano de contrato, condicionada à conclusão dos serviços previstos no PII e também à conclusão de pelo menos 6% das obras de duplicação do trecho de serra. Ou seja, a cobrança deve começar em 2016, levando-se em consideração a assinatura do contrato em dezembro e a regularidade na execução de obras. Está prevista a implantação de três praças de pedágio, sendo duas no trecho de planalto (km 15,7 e km 56,6) e uma no Contorno de Caraguatatuba, cobrança ida e volta. O valor da tarifa quilométrica de pista simples está estipulado em R$ 0,077 (sete centavos por quilômetro). Já nos trechos de pista dupla foi fixado o valor de R$ 0,108 (dez centavos por quilômetro). Na prática, as tarifas serão: R$ 2,80 no km 15,7; R$ 4,90 no km 56,6 e R$ 1,90 no Contorno de Caraguatatuba. Consórcio Litoral Norte: (71) 3623-8020 Secretaria de Logística e Transportes: (11) 3702-8000
VLI agrega locomotivas de bitola métrica à malha Companhia adquiriu 16 equipamentos, mais eficientes em operações extremas gísticas. Segundo o diretor de Operações Ferroviárias da VLI, Rodrigo Ruggiero, a tecnologia AC permite a circulação das locomotivas de forma mais eficiente em condições extremas, como curvas estreitas e rampas muito inclinadas, reduzindo os impactos na circulação e manutenção dos trens. “A VLI está em constante busca por inovação e produtividade, desenvolvendo em conjunto com seus fornecedores alternativas mais eficientes para a operação. Esta nova locomotiva sem dúvida alguma é um grande passo na transformação da logística do nosso país”, diz. O principal diferencial aplicado às locomotivas de 4.350 HP é o motor de tração de corrente alternada que, até então, não existia em bitola métrica (1 metro) no Brasil, sendo utilizada apenas em modelos para bitola larga (1,6 m). Essa tecnologia permite um controle eletrônico mais preciso e um aumento de cerca de 50% da capacidade de transporte de duas locomotivas de mesmo peso e potência. Vale lembrar que, antes de agregar os equipamentos à operação, a VLI realizou testes de desempenho durante três anos. Divulgação
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VLI iniciou, em novembro, as operações com as locomotivas de tecnologia AC de bitola métrica, fabricadas pela Electro-Motive Diesel (EMD), em Sete Lagoas (MG). Ao todo, a companhia adquiriu 16 máquinas modelo EMD GT46AC, quatro já aplicadas à malha. A expectativa é de que, até fevereiro de 2015, todas as locomotivas estejam circulando pelo Corredor Centro-Sudeste da VLI, que liga Goiás ao Porto de Santos (SP), passando pelo Triângulo Mineiro e interior de São Paulo. A utilização das máquinas em uma das principais rotas de exportação do Brasil tem como objetivo trazer ganhos para as operações lo-
VLI: (31) 3279-4900
MERCADO
TCP atrai cargas com investimento na ferrovia Dos 40 mil contêineres movimentados pelo terminal, 5 mil são por meio do modal
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de transporte ferroviário de contêineres é o maior do país. Cargas refrigeradas (em especial, frango e bovinos), madeira e soja estão entre os setores que mais vêm utilizando o modal. Alves informa que, até um ano atrás, o volume era de 1.600 contêineres/mês transportados pela ferrovia. “Com a criação de nossa subsidiária de logística integrada, o TCP Log, passamos a investir no modal ferroviário, para torná-lo uma alternativa efetiva e competitiva de transporte entre o produtor e o porto, assim como acontece em outros países”, explica. Para isso, o TCP fez parcerias com a Brado Logística, com armadores e com exportadores, além de investir na duplicação da linha ferroviária, em novos equipamentos (Reach Stakers, entre outros) e na melhoria da gestão operacional. Divulgação
m ano após iniciar um projeto de investimentos para fortalecer o modal ferroviário como opção de transporte de contêineres entre exportadores e o Porto de Paranaguá (PR), o Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) divulgou, no dia 4 de novembro, que está atraindo para suas operações cargas que antes não passavam pelo terminal, provenientes de exportadores do Sul, Sudeste e Centro-Oeste do Brasil. Segundo Luiz Antonio Alves, CEO do terminal, atualmente, cerca de 12% dos contêineres movimentados mensalmente chegam ao TCP por meio dos dois ramais ferroviários próprios que acessam diretamente o pátio. “Movimentamos em média 40 mil contêineres por mês, sendo que, hoje, mais de 5 mil são movimentados por ferrovia”, afirma, acrescentando que este volume
Base de Araucária contará com operação ferroviária da Brado Logística 20 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
Utilizado em portos de referência em todo o mundo, como em Nova Iorque (Estados Unidos), Mumbai (Índia), Roterdã (Holanda) e Antuérpia (Bélgica), locais onde responde muitas vezes por mais da metade do volume movimentado, o modal ferroviário oferece diversas vantagens para o transporte de contêineres. Além da segurança e dos custos até 30% mais competitivos, ele emite 67% menos CO2 na atmosfera em comparação com o modal rodoviário e tem maior confiabilidade no tempo de trajeto. O CEO do TCP destaca que a demanda reprimida dos clientes por um transporte mais eficiente na ferrovia já atinge 9 mil contêineres mensais, o que deve impulsionar ainda mais a movimentação deste modal no terminal. “Além das cargas que estamos atraindo para Paranaguá, acreditamos que o volume de soja transportada em contêineres por trilhos crescerá significativamente”, diz. Outra iniciativa do TCP será a utilização do modal ferroviário para o transporte de cargas de importação, projeto que deve ter início no 1º trimestre de 2015. No modelo, as cargas desembarcadas serão nacionalizadas dentro do TCP e, posteriormente, transportadas por trens para os postos avançados que o terminal mantém em sua área de influência. “Com uma boa gestão do fluxo de produtos e insumos exportados via modal ferroviário, utilizaremos os contêineres que retornariam vazios para o transporte de importação, otimizando o tempo de trânsito para exportadores e importadores, além de permitir reduções de custos para nossos clientes e economias de escala”, afirma Alves.
Nova base intermodal O TCP Log, subsidiária do Terminal de Contêineres de Paranaguá dedicada a serviços de integração da cadeia logística com transporte intermodal, passou a contar, no mês de outubro, com uma nova base intermodal no estado do Paraná. Localizada na cidade de Araucária, a estrutura pertence ao Van Moer Group, companhia belga especializada em logística. Com a novidade, o TCP fica responsável pela gestão completa da operação no local. O objetivo é atender clientes do sul do estado, em especial dos setores de cargas florestais e porcelanato, oferecendo serviços de armazenagem, estufagem, estrutura para carregamento, descarregamento e pátio
de contêineres e transporte a partir de e até o Porto de Paranaguá. A nova base possui armazém coberto de 3 mil metros quadrados e pátio com 19 mil m², além de desvio ferroviário para 15 vagões. Uma operação de transporte por ferrovia realizada em parceria com a Brado Logística tem previsão de início até o final de 2014. Segundo Juarez Moraes e Silva, diretor-superintendente Comercial do TCP, a abertura da base em Araucária é estratégica para o terminal. A iniciativa expande para além dos limites do Porto de Paranaguá a atuação do TCP, que já atua com uma base intermodal em Ponta Grossa e planeja contar com uma nova estrutura com foco em importação em Curitiba ainda neste ano.
“A implantação permite que o TCP atenda às regiões sul e sudoeste do Paraná, tornando-se mais competitivo em relação a outros portos. Oferecemos infraestrutura e custos mais atraentes, com a mesma qualidade do serviço oferecido em Ponta Grossa, nossa primeira base, transferindo ganhos a toda a cadeia produtiva”, explica o executivo. Ele destaca ainda que um dos grandes diferenciais do TCP Log é ser o único a contar com conexão ferroviária direta ao porto nos estados do Paraná e Santa Catarina. “Nosso objetivo é incluir o segmento de porcelanato e a importação dentre os serviços oferecidos pelo TCP Log”. TCP: (41) 3420-3300
MERCADO
SuperFrio inaugura unidade em Jacareí Terminal conta com 9 mil m² de área construída, dos quais 6 mil m2 são ocupados pela Martin Brower
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SuperFrio inaugurou, no último dia 13 de novembro, sua unidade multiclientes na cidade de Jacareí (SP). O terminal, que conta com uma área total de 31.250 m2, sendo 9 mil m² de área construída, é dotado de 27 docas, disponibiliza 7.500 posições-palete e demandou R$ 30 milhões em investimentos. Ao todo, 75 colaboradores realizam os serviços de armazenagem, cross-docking, picking e packing. O diretor de Operações da SuperFrio, Fernando Sartori, explica que o local con-
ta com quatro câmaras frias que operam na temperatura ambiente ou de até -25 ºC. Além disso, a estrutura oferece uma antecâmara de 2.221 m², com temperatura variando entre +2 ºC e +6 ºC. Entre os itens movimentados estão caldas, hambúrgueres, pães, hortifrútis, chocolates, peixes e carnes. De acordo com o executivo, a expectativa é de que a unidade opere, mensalmente, entre 10 e 15 mil toneladas. Apesar de recém-inaugurada, já há planos de expansão. Segundo Sartori, após maturada a operação, a unidade contará com 200 profissionais em seu quadro de colaboradores e disponibilizará 15 mil posições-palete. O CD foi construído já prevendo expansão, que, todavia, ainda não tem prazo definido. No local, além de clientes próprios do setor alimentício, a SuperFrio atende também a Martin Brower, que utiliza uma área de 6 mil m2, com capacidade para 4.140 posições-palete. A partir de Ja-
careí são abastecidos mais de 700 restaurantes das redes Bob’s, Subway, Griletto, Applebee’s e Freddo na região do Vale do Paraíba (SP) e nos estados da Bahia, Espírito Santo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. São armazenados produtos secos, resfriados e congelados. Atualmente, a MB presta serviço para redes de restaurantes com aproximadamente 3.434 pontos de entrega. De acordo com a empresa, o armazém possibilitará um melhor atendimento a seus clientes e também a conquista de novas contas. “Nos últimos cinco anos, nosso crescimento se deu metade pelas novas contas e metade pelo aumento do serviço prestado aos clientes atuais. Mas daqui para frente acreditamos que a aquisição de novas contas será algo irreversível para a empresa”, diz Tupa Gomes, presidente da Martin Brower América Latina. Martin Brower: (11) 3659-2800 SuperFrio: (19) 3641-9240
GR Properties tem novo condomínio em Carapicuíba Estrutura modular possui mais de 33 mil m² de área construída
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GR Properties inaugurou, no dia 28 de novembro, o condomínio logístico GR Rodoanel, situado no município de Carapicuíba (SP). O empreendimento demandou investimentos de R$ 67 milhões e apresenta área construída de 33.189 m² em um terreno de 52.800 m². O espaço é dividido em 20 módulos flexíveis que vão de 1.363 m² a 2.369 m². É possível também que o cliente ocupe áreas contínuas e sem divisórias de até dez módulos, totalizando 16.214 m².
22 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
A estrutura possui pé-direito livre de 12 metros, piso de alta resistência com capacidade para até seis toneladas por m², uma doca para cada 500 m² de área de armazenagem e mezaninos, além de itens como sistema de combate a incêndio dotado de sprinklers e iluminação zenital. A área comum do GR Rodoanel conta com salas de reunião e treinamento, cafeteria, dois refeitórios, dois helipontos e portaria com quatro baias de entrada e saída de veículos.
De acordo com o diretor geral da GR Properties, Guilherme Rossi, a localização do condomínio facilita a movimentação de cargas para a capital paulista, a região de Alphaville e o Porto de Santos. “Outro fator benéfico é que o empreendimento mantém proximidade com o único trevo de acesso urbano do trecho oeste do Rodoanel”, completa. GR Properties: (11) 3709-2660
Portonave registra recorde sul-americano de produtividade Marca de 270,4 mph foi obtida em operação com o navio MSC Agrigento
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Portonave – Terminais Portuários de Navegantes (SC) atingiu, no dia 18 de outubro, a marca de 270,4 movimentos por hora (mph) nas operações com contêineres no navio MSC Agrigento. Com esse número, o terminal catarinense bateu um novo recorde sul-americano de produtividade. Os trabalhos foram realizados por seis portêineres. Ao todo, os equipamentos fizeram 2.064 movimentos em pouco mais de sete horas e meia de operação. A embarcação tem capacida-
de para transportar aproximadamente 9 mil TEUs e faz parte do serviço Ipanema, com escalas semanais entre a América do Sul e o Extremo Oriente, do armador suíço Mediterranean Shipping Company (MSC). Segundo o diretor-superintendente operacional da Portonave, Renê Duarte, o recorde faz parte de um processo de melhoria contínua de produtividade e do trabalho competente da equipe. “Investimos em equipamentos, treinamento e na qualificação dos nos-
sos colaboradores e isto traz como consequência a produtividade. Ficamos orgulhosos de nossa equipe e felizes de poder celebrar sete anos de operação com esta marca tão expressiva”, comenta o executivo. Entre janeiro e setembro de 2014 a Portonave movimentou 524.629 TEUs. O terminal responde por 44% de toda carga conteinerizada operada pelos portos de Santa Catarina. Portonave: (47) 2104-3300
Mirassol firma contrato com a John Deere Divulgação
Operação prevê o transporte de peças e equipamentos agrícolas
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recém-criado Grupo Mirassol, resultado da união das empresas Expresso Mirassol, Mirassol Logística e Mirassol Locações, anunciou, no início de novembro, um novo contrato com a fabricante de equipamentos agrícolas John Deere para o transporte de seus produtos a partir do Sul do Brasil até o estado de Goiás. O contrato, que tem duração inicial estipulada em três anos, prevê a movimentação de peças para tratores, pulverizadores e outros equipamentos voltados para o manejo da cultura da cana-de-açúcar, além de outras aplica-
ções no agronegócio. Inicialmente, a Mirassol prevê realizar uma média de 2,4 viagens por semana, mas a meta de produtividade é chegar a três viagens semanais. Em termos de volume, a projeção inicial é transportar 17.376 m³ de carga por mês. Para atender ao novo cliente, foram adquiridos dez conjuntos rodotrem, compostos por caminhões Mercedes-Benz Axor 2644 e carretas sider da Facchini, equipadas pela Fix Implementos. Ao todo, a Mirassol investiu R$ 6 milhões nos ativos. Além disso, a companhia selecionou e treinou especialmente 13 motoristas, que rodarão de segunda a sábado. A operação tem início em Porto Alegre e Santa Rosa, no Rio Grande do Sul. A carga é consolidada na unidade da Mirassol em Campinas (SP) e, posteriormente, segue para o município goiano de Catalão. Em uma próxima etapa, está prevista a aplicação das unidades
rodotrem para atender outros trajetos. “Como já estávamos trabalhando com quatro veículos em um projeto-piloto, utilizaremos um total de 14 conjuntos rodotrem para a operação, sendo que dez ficarão rodando, dois permanecerão estacionados na unidade em Catalão e outros dois na de Campinas. Nessas bases serão realizadas as trocas das carretas”, explica Cláudio Aparecido Soares, gerente da unidade de Campinas da Mirassol. De acordo com o executivo, contar com as unidades como apoio é importante para que a companhia tenha sempre motoristas descansados e conjuntos de rodotrem disponíveis para realizar atividades de retorno ou transferência.
Mirassol: (11) 2141-1211 John Deere: (11) 4196-3999 Dezembro/2014 - Revista Tecnologística - 23
MERCADO
Logística têxtil tem novo player
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Pertencente ao grupo Adezan, Log.Com foi fundada para atender exclusivamente ao setor
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mercado brasileiro passou a contar recentemente com um novo operador logístico, a Log. Com, pertencente ao grupo Adezan e fundada para atender exclusivamente ao segmento de varejo têxtil. A empresa é especializada em manipulação de vestuário, paletização de carga batida, processo de importação, logística para e-commerce e transporte. Com sede em Santana de Parnaíba (SP), o operador logístico dispõe de 20 mil metros quadrados para armazenagem, recebimento e expedição de mercadorias e capacidade para 17 mil posições-palete. A Log.Com desenvolve e executa projetos logísticos customizados que otimizam o fluxo de armazenagem, layout de armazém e distribuição dos produtos para atendimento da demanda. A infraestrutura do CD inclui cabideiro semiautomático, túnel de passa24 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
doria com embalamento automático de encabidados, com capacidade de produção de mil peças por hora. O sistema permite que o vestuário seja entregue diretamente para os pontos de venda. Além disso, a Log.Com também dispõe de caminhões com baú adaptado para vestuário encabidado com capacidade para aproximadamente 7 mil peças por entrega e sistema informatizado (WMS e TMS) para as operações, possibilitando compartilhar informações com os clientes em tempo real. A empresa oferece serviços de armazenagem e manipulação, com atividade de recebimento, separação, embalagem, classificação, controle de qualidade, etiquetagem e passadoria de vestuários nacionais e importados. A carga pode ser transbordada ou entregue diretamente aos clientes em todo o território nacional.
E-commerce Dentro da estrutura da Log. Com, o comércio eletrônico conta com uma área de aproximadamente 1.500 m² e 35 mil posições de armazenagem (entre prateleiras e porta-cabides). São expedidos, em média, 700 pedidos por dia na central de e-commerce da empresa. O sistema operacional WMS realiza o endereçamento de peças e a separação dos pedidos por meio da leitura do código de barras e de um sistema de picking de até dez pedidos simultâneos. A capacidade de recebimento e etiquetagem é de 15 mil peças por dia e, para processos tradicionais, a empresa garante a expedição do produto no mesmo dia.
Log.Com: (11) 3956-4800
MERCADO
Grupo Chibatão adquire dez novos RTGs
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Porto Chibatão, complexo portuário manauara pertencente ao Grupo Chibatão, adquiriu dez novos RTGs da marca Liebherr com o objetivo de otimizar a movimentação de cargas do Polo Industrial de Manaus (PIM). Os novos equipamentos começaram a desembarcar no porto na segunda quinzena de outubro e devem estar 100% operacionais no primeiro trimestre de 2015. Com mais de 30 metros de altura, os guindastes são capazes de deslocar, por meio de um sistema de cabos de içamento, qualquer contêiner, mesmo que ele esteja no meio da pilha, sem a necessidade de movimentar outras unidades. Dessa maneira, mesmo no pior dos cenários, o RTG terá apenas quatro remoções de contêineres para realizar. A companhia estima que uma operação que levaria cerca de uma hora e meia para ser concluída passe a ser realizada em aproximadamente dez minutos
com o novo pórtico sobre pneus. O porto já conta com outros seis equipamentos do mesmo tipo em operação. “Cada novo guindaste substitui três empilhadeiras atualmente utilizadas para a mesma tarefa”, explica o gestor do Grupo Chibatão, Jhony Fidelis. De acordo com ele, o investimento faz parte do pacote de modernização que a companhia vem promovendo. Os valores investidos não foram revelados. “Além de reduzir o tempo nas operações, também teremos redução na área ocupada por contêineres nos pátios do terminal”, analisa o executivo, lembrando que os RTGs possibilitam um aumento de cinco para seis no número de contêineres empilhados em cada coluna. O Porto Chibatão apresentou um crescimento de 23,18% na movimentação de contêineres de janeiro a setembro deste ano na comparação com o mesmo período de 2013. O grupo é responsável atu-
Carla Lima
Equipamentos garantem otimização nas operações com cargas do PIM
almente por mais de dois terços das cargas que chegam a Manaus e saem de lá por navegação de longo curso e cabotagem. Hoje, são movimentados 23 mil contêineres por mês no complexo portuário, mas a previsão é de que esse número salte para 28 mil ainda em 2014, devido ao aumento no volume de cargas do PIM no final do ano. Grupo Chibatão: (92) 2129-1900
Tedesco inaugura fábrica no Rio Grande do Sul Unidade possui 10.200 m² e tem capacidade de produção de 1.000 t por mês
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Tedesco Engenharia e Logística, empresa que produz sistemas de armazenagem, inaugurou, no segundo semestre deste ano, nova fábrica em Bento Gonçalves (RS), sua cidade-sede. A unidade possui 10.200 metros quadrados e tem capacidade de produção de 1.000 t por mês. Na planta trabalham 140 funcionários. De acordo com a companhia, o local foi escolhido devido à disponibilidade de mão de obra qualificada na região, fornecedores de matéria-prima 26 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
próximos e por ser um polo do segmento de metal. A fábrica, que atende às regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste, teve investimento de aproximadamente R$ 10 milhões. Na fábrica, são produzidos sistemas de armazenagem, como porta-paletes, drive-in, estante para piso elevado, cantilever, estoque dinâmico, push-back, flow-rack, porta-bobinas, divisórias industriais e racks para contêineres. Também são produzidas estruturas como galpões metálicos, pipe
racks, torres metálicas e mezaninos steel deck. A empresa existe desde 1999, quando se chamava Tedesco Engenharia e Logística, já com sede em Bento Gonçalves. Com a expansão do negócio, em 2013 nasceu o Grupo Tedesco, que conta atualmente com três unidades de negócios: Estruturas Metálicas, Estruturas para Logística e Armazenagem e Incorporadora. Grupo Tedesco: (54) 3451-7611
Bresco entrega novo CD à Natura Estrutura localizada em Itupeva foi construída sob medida para as operações da companhia mil m². O Hub Natura foi desenvolvido de acordo com as exigências da Green Building Council Brasil, organização que tem como objetivo fomentar a construção sustentável no país. A Natura é locatária do espaço. De acordo com Geoffroy, o contrato estabelecido entre as empresas é de longo prazo, mas a duração não foi revelada. A Bresco contará com outra estrutura ao lado do Hub Natura. Trata-se do Bresco Itupeva, um empreendimento destinado a operações industriais e logísticas com início das obras previsto para o primeiro trimestre de 2015. O terreno de 75 mil m² apresenta potencial de área construída de 42 mil m². Assim como no caso da Natura, a estrutura será construída no modelo build to suit.
Divulgação
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Natura passou a contar, desde o último mês de novembro, com uma nova estrutura para armazenagem de seus produtos acabados. Chamado Hub Natura, o novo centro de distribuição da fabricante de cosméticos está localizado na cidade de Itupeva (SP). O empreendimento foi feito no modelo build to suit pela Bresco Investimentos – que atua no desenvolvimento, construção e comercialização de imóveis comerciais de uso misto – em um terreno de aproximadamente 145 mil metros quadrados. São 35 mil m² de área construída com potencial para expansão de 12 mil m², 29 docas e piso com capacidade para suportar até 8 toneladas por m². Um dos diferenciais do espaço é o pé-direito elevado de 19 metros, próprio para abrigar as operações automatizadas do cliente. “Trata-se de um imóvel estratégico, o maior armazém vertical da Natura”, destaca Maurício
Geoffroy, sócio-diretor da Bresco. As demais características incluem sistema de combate a incêndio, com sprinklers tanto na cobertura quanto nas estanterias, ventilação natural para garantir a preservação da qualidade dos produtos, reúso de água, bicicletário e outros itens que garantem alta eficiência energética e conforto. Para reforçar a política de sustentabilidade tanto da Natura quanto da Bresco, o terreno inclui ainda uma área de preservação ambiental com 15
Bresco: (11) 4058-4555 Natura: (11) 4571-8100
MERCADO
CROSS-DOCKING • Javier Bilbao é, desde novembro, o novo presidente da DHL Supply Chain no Brasil. Ele comandará a empresa a partir de Campinas, no interior de São Paulo, e será responsável por uma equipe de 10 mil colaboradores, divididos em 59 centros de distribuição. Antes de assumir o cargo, o executivo foi diretor geral da DHL Supply Chain na Espanha e em Portugal, tendo desempenhado diversas outras funções, com destaque para a atuação nos setores de varejo e fashion. Bilbao é formado em Gestão de Negócios pela Universidade do País Basco e tem MBA Executivo pelo Instituto Empresarial de Madri, ambas instituições espanholas. Sua chegada à DHL ocorreu no início de 2000, quando ingressou no departamento de Auditoria. Depois disso, desempenhou diferentes funções na empresa nas áreas de Gestão Financeira e de Operações. (19) 3206-2200 • A Marksell divulgou, em novembro, a contratação de Oliver Resende para o cargo de gerente de Território para a América do Sul. A novidade faz parte da estratégia da companhia de internacionalizar a marca desenvolvendo novos negócios no mercado latino-americano. Formado em Direito pela Universidade Veiga de Almeida (UVA-RJ) e com pós-graduação em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV-RJ), Resende possui dez anos de experiência com Vendas, Marketing e Comunicação no segmento de intralogística, tendo atuado em empresas como Cascade e MSI-Forks. (11) 4772-1100 • Luis Quintiliano assumiu, em novembro, o cargo de diretor-geral da TAM Cargo. O executivo veio da LAN Cargo, onde ocupava a posição de diretor de Operações de Handling para 28 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
toda a rede Latam, baseado em Miami. Engenheiro de produção graduado pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI-SP), Quintiliano é formado também em Marketing e Administração de Negócios pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP) e possui MBA em Negócios pela Kellogg School of Management, nos Estados Unidos. Antes de juntar-se à LAN Cargo, o executivo foi diretor sênior de Estratégia no Walmart Latinoamérica e consultor na Booz & Company, atuando em setores como bens de consumo, bens industriais, energia, financeiro, farmacêutico e hoteleiro. (11) 5535-0895 • A Foton Caminhões anunciou, no dia 29 de outubro, a contratação de Alcides Cavalcanti para liderar os setores de Clientes Estratégicos e Pós-Vendas da companhia no Brasil. Com 28 anos de experiência no setor automotivo, o executivo iniciou sua carreira na Volvo do Brasil e passou por Volkswagen e Iveco. Engenheiro mecânico formado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Cavalcanti é especializado em Gestão de Negócios pela Fundação Dom Cabral (FDC-PR) e em Administração pela Fundação Getulio Vargas (FGV-PR), além de ter MBA em Administração Executiva pelo Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec-PR). Dentre suas responsabilidades na nova posição está o estreitamento das relações com grandes clientes e frotistas que utilizam os veículos da Foton. (11) 4595-7160 • A Logz Logística Brasil, acionista do Terminal de Contêineres de Santa Catarina (Tesc), localizado em São Francisco do Sul, divulgou a contratação de Roberto Lopes para o recém-criado cargo de diretor de Investimentos e Operações. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Estácio de Sá (RJ), o
executivo possui mais de 20 anos de experiência no setor portuário, tendo atuado em cargos de direção em companhias como TTC Logística e Grupo Libra, nos terminais de Santos (SP), Rio de Janeiro e Vila Velha (ES). Já o cargo de diretor Operacional passa a ser ocupado por Eduardo Alonso Linna, executivo que acumula longa experiência em operações com contêineres, carga geral, granel e navegação, com passagens por empresas como APM Terminals, Maersk Line e Terminal Pecém Energia. Além disso, a Logz promoveu também mudanças no conselho do Tesc, que passou a ser presidido por Mario José Nascimento Valentim e composto por Luiz Cornacchioni, Roberto Carneiro Gurgel Nogueira e Nélio Henriques Lima. (21) 3613-0400 • Alexandre Flatschart assumiu a direção da área de Customer Solutions da Volvo Construction Equipment Latin America. Ele está situado em Curitiba, sede latino-americana do Grupo Volvo, e se reportará a Afrânio Chueire, presidente da subsidiária da Volvo CE no continente. Com vasta experiência no setor de equipamentos de construção e na indústria automotiva, Flatschart é proveniente da operação latino-americana da Terex. O novo diretor participou ativamente de importantes projetos nas empresas globais pelas quais passou, tendo assumido vários cargos gerenciais e de direção. Trabalhou em testes de engenharia avançada, no setor de qualidade, nas áreas de compras e peças e em serviços de campo. É graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Paulista (Unip-SP) e pós-graduado em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP). (41) 3317-8111 • A Brado Logística indicou, no último mês de novembro, novos ges-
tores para suas Unidades de Serviço localizadas em Esteio (RS), Itajaí (SC), Cambé e Colombo (PR) e Cubatão (SP). Omaro Ribeiro Mariano, que já gerenciou a unidade de Colombo por quase dois anos e atua há dez anos na companhia, assume a gerência de Cubatão. Já a unidade de Colombo fica sob a gerência de Flavia Duffeck. Lisandro Manique Torelly, que está na Brado há três anos e antes era coordenador de Logística, assume a gestão da Unidade de Serviço em Esteio. Já André Diell, antes de assumir seu novo posto como gerente-geral de Itajaí, atuou na gerência do Terminal Intermodal de Cambé. Para finalizar as mudanças no quadro gerencial, Ramires Prevedello, que ingressou na Controladoria em 2011 e implantou a área de custos na companhia, é o novo responsável pela gestão em Cambé. (11) 3148-2307 • A Bridgestone do Brasil anunciou, em novembro, que o brasileiro Fabio Fossen assumiu a posição do argentino Ariel Depascuali como presidente da companhia. Depascuali, que já comandou também as unidades argentina e mexicana do grupo, ocupava a presidência no Brasil desde 2010 e deixa o cargo para se aposentar. Fossen possui mais de 20 anos de experiência em empresas nacionais e multinacionais, como Coca-Cola Femsa, Booz&Co, Ambev e Sachs Automotive. O executivo é formado em Engenharia Mecânica pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) e possui mestrado em Administração de Empresas pela Ross School of Business, da Universidade de Michigan, nos Estados Unidos. 0800 0161718 • A OpenTech, desenvolvedora de soluções tecnológicas para o segmento de logística, anunciou em novembro uma reestruturação em
seu departamento Comercial, estabelecendo duas frentes distintas: a diretoria Comercial de Software e a diretoria Comercial de Solução Logística e Gerenciamento de Riscos. A primeira será comandada por Marcelino Costa, que até então exercia a função de diretor Comercial da empresa. Com 25 anos de experiência no desenvolvimento e na comercialização de ferramentas ERP, TMS e WMS, o executivo é formado em Economia pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Eduardo Oliveira de Souza, por sua vez, é o diretor Comercial de Solução Logística e Gerenciamento de Riscos. Graduado em Ciências da Computação, também pela UFSC, Oliveira possui experiência em projetos de inovação e tecnologia para os mercados de transporte e logística e atuava até então na Apisul, onde ocupou cargos de superintendência, gerência e diretoria. (47) 2101-6122 • Henrique Costa assumiu, no dia 17 de novembro, a posição de CEO da Mundial Logistics, operador especializado na gestão logística de materiais promocionais. Formado em Engenharia Aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA-SP), o executivo possui ainda pós-graduação em Administração de Empresas pela Universidade de São Paulo (USP). Costa tem 22 anos de experiência profissional no segmento de logística, tendo atuado em empresas como Unilever, AB InBev, Grupo Luft e Tegma. (11) 2489-3000 • A partir do dia 1º de janeiro de 2015, a Pirelli contará com um novo CEO para a América Latina. Paolo Ferrari é formado em Economia pela Università Luigi Bocconi, na Itália, e possui MBA pela Leonard N. Stern School of Business, nos Estados Unidos. O executivo tem mais de 15 anos de expe-
riência na direção de empresas multinacionais de diferentes setores, atua na Pirelli desde 2012 e ocupa atualmente o cargo de CEO para a América do Norte. Ferrari se reportará diretamente ao presidente executivo da Pirelli para a América Latina, Paolo Dal Pino. A Pirelli anuncia também que o COO Gianfranco Sgro deixa a companhia para assumir novos desafios profissionais. 0800 7287638 • A Navistar Mercosul, responsável local pelos negócios da MWM International Motores, da Navistar Parts e da International Caminhões, anunciou, no final de outubro, a nomeação de Renato Arroyo como novo diretor Financeiro. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, o executivo é especializado em Banking pela Fundação Getulio Vargas (FGV), em Controladoria pela Mackenzie e em Planejamento e Controle Empresarial pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap), todas as instituições situadas na capital paulista. Na companhia, Arroyo já desempenhou atividades nas áreas de Tesouraria, Planejamento Financeiro, Controladoria e Operações Internacionais. No último ano, atuou como gerente de Divisão na Navistar Mercosul, sendo responsável pela Tesouraria Corporativa do grupo, além de responder pelas questões tributárias. 0800 770 1383 • A Volvo divulgou que o sueco Claes Nilsson irá assumir a presidência do Grupo na América Latina a partir de janeiro de 2015. Atualmente, a região é comandada por Roger Alm, que foi apontado para conduzir as operações da companhia no norte da Europa, onde será responsável por 35 países. Alm deixa o cargo depois de cinco anos no comando da subsidiária da Volvo na América Latina. (41) 3317-8111 Dezembro/2014 - Revista Tecnologística - 29
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Alterando o caminho das águas Estudo realizado pela Ahrana propõe investimentos de R$ 24,6 bilhões até 2025 para que o sistema hidroviário Paraná-Tietê ganhe mais navegabilidade e se consolide como opção logística para o transporte de cargas no país 30 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
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té 2045, o volume de carga transportado pela hidrovia Paraná-Tietê pode aumentar para 81,5 milhões de toneladas. A previsão pode se confirmar se e somente se intervenções de porte forem feitas para viabilizar a navegabilidade de comboios maiores. A afirmação vem sendo feita pelo presidente da Ahrana (Administração da Hidrovia do Paraná), Antônio Chehin, em road show pelo país para apresentar as premissas do Plano de Melhoramentos Hidrovia Paraná-Tietê. O estudo de viabilidade técnica, eco-
nômica e ambiental é inédito e é considerado pelo setor o mais completo feito nos rios da bacia do rio Paraná. Foram estudados pouco mais de 6 mil quilômetros de rios desta bacia. Atualmente, a rede hidroviária da bacia do Paraná está restrita a 1.600 quilômetros. Entretanto, a análise demonstrou a viabilidade de um total de 6.900 km de extensão da rede. “Para poder receber recursos federais previstos na Lei 12.379, de 6 de janeiro de 2011, os rios devem obrigatoriamente estar incluídos no SNV – Sistema Nacional de Viação. Vários não estão, mas vamos colocá-los. A parte institucional é muito importante e sem ela não conseguiremos realizar os estudos, os projetos e as obras necessárias”. Projetada na década de 1950, a Hidrovia Paraná-Tietê utilizava, naquele momento, conceitos modernos para a época, como a integração hidroferroviária, unindo origem, nas regiões produtoras, ao destino, no Porto de Santos (SP). “A questão é que as premissas daquela época são as mesmas de hoje. Nas décadas de 40 e 50, por exemplo, os comboios possuíam as seguintes formações: no rio Tietê, 2x1 – chatas de 60 x 11 metros e calado de 2,5 m (1.176 toneladas/chata); no rio Paraná, 4x2 – chatas de 45 x 8 m e calado de 3,5 m (1.190 toneladas/ chata). O que se pode perceber é que os rios não se conversam. O que o estudo quer fazer é com que eles sejam compatíveis”, explica Chehin. Uma das necessidades elencadas no estudo feito é a construção de novas eclusas que permitam a navegabilidade no sistema hidroviário e que este seja compatível com a demanda de transporte de cargas. “O transporte ferroviário modernizou-se, com vagões de 100 toneladas e trens de até cem vagões, recondicionamento e construção de linhas. O transporte rodoviário também evoluiu, com caminhões que transportam até 57 toneladas (bitrem) ou 74 t (rodotrem), e as estradas melhoraram. E a hidrovia?
A rede hidroviária atual da Bacia do Paraná está restrita a 1.600 km; a análise demonstrou a viabilidade de um total de 6.500 km
Ficou parada no tempo. Isto tem de acabar”, afirma o presidente da Ahrana. A morosidade para concretizar intervenções mais efetivas no cenário da hidrovia contrasta com a cultura hidroviária tão incorporada por outros países mundo afora. Desde 2000, a Comunidade Europeia, por exemplo, adota programas de incentivo ao transporte hidroviário privilegiando, inclusive, as cargas de alto valor agregado. “Criam-se na Europa terminais intermodais e plataformas logísticas às margens dos rios e os países adotam programas de incentivo ao transporte hidroviário. Nos Estados Unidos, aumentam-se os calados dos rios e ampliam-se as hidrovias para torná-las mais competitivas. Implantam-se até novas eclusas paralelas às existentes para comboios fluviais maiores”, exemplifica Chehin.
O estudo Entre as premissas do estudo organizado pela Ahrana está a de dar condições de escoamento da produção a um preço logístico competitivo, por meio da promoção e da integração da hidrovia ao modal ferroviário, da aproximação da hidrovia dos centros produtores de carga e dos portos marítimos de exportação e do desenvolvimento da navegabilidade nos afluentes. “Para colocar a carga no rio, precisamos de muita Dezembro/2014 - Revista Tecnologística - 31
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Embora os benefícios da hidrovia sejam evidentes, a iniciativa privada ainda olha com receio para o modal
Aumento de produtividade O presidente da Ahrana diz que é fundamental aumentar a atratividade da hidrovia com a construção de eclusas para comboios de maior porte, com o aumento da capilaridade por meio de novos corredores multimodais e com a ampliação da navegação até Ártemis, na região de Piracicaba (SP), permitindo o prolongamento da hidrovia e a consequente multiplicação do volume de cargas. O primeiro projeto que a Ahrana tenta implementar diz respeito ao Canal do Bugre, em Guaíra (SP), uma importante alternativa de transposição dos Pedrais de Guaíra, considerado um calcanhar de Aquiles da hidrovia do Paraná. “A intervenção permitiria operações ininterruptas, dando confiança ao embarcador. Ela tem poucas exigências ambientais, apresenta custo inferior à alternativa de derrocar o canal atual, facilita
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coisa, especialmente da confiabilidade, que hoje não estamos oferecendo. E não estou me referindo a esta crise hídrica atual, mas aos nossos calcanhares de Aquiles e problemas a serem resolvidos. E lembrem-se: para a carga deixar de ser transportada pela hidrovia e migrar para o caminhão é um estalar de dedos”, alerta o presidente da Ahrana. Ao avaliar os seis principais corredores logísticos de exportação de granéis agrícolas, o estudo indicou que cerca 50% das cargas transportadas têm vocação para a hidrovia Paraná-Tietê. A área que abrange os estados do Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Goiás, Minas Gerais e São Paulo é uma região de captura de carga para a hidrovia, e a projeção feita pelo estudo para 2020 é que a Paraná-Tietê passe a movimentar 40 milhões de toneladas; em 2025, o número sobe para 55,8 milhões de t e, em 2045, para 81,5 milhões de t, com grande expressão do açúcar e da cana-de-açúcar na composição de cargas. “Se não começarmos a preparar a hidrovia para este cenário, estes volumes não acontecerão. Temos de fazer o que precisa ser feito. E quem deve fazer isto? Quem será o guardião desse projeto? A sociedade. Não podemos depender de mudanças de governo. Cabe a nós, a sociedade constituída, exigir a viabilidade deste estudo que projeta as obras necessárias para atender à demanda para a hidrovia Paraná-Tietê”, afirma o presidente da Ahrana. No estudo, indica-se que o equipamento de transporte, as barcaças, deve sofrer alterações. As dimensões do comboio devem mudar dos atuais 60 x 11 x 3 x 3,6 m, com capacidade de 1.450 t, para o tipo de comboio 3 x 2.220 x 22 m, que pode transportar até 8.700 t, com variações de 2 x 1, 160 x 11 m, com capacidade de 2.900 t. “Chegou-se à conclusão de que o comboio com a melhor composição para o sistema é o 3x2, sem eliminar os modelos em utilização”, sugere Chehin.
acessos aos pescadores locais, viabiliza novas plataformas logísticas no Tramo Sul e ainda não descaracteriza Sete Quedas”, explica Chehin. Outro projeto é o trajeto alternativo a Volta Grande, para o qual a licença ambiental já foi aprovada. “Em breve, será possível usufruir da redução em duas horas no tempo de viagem entre São Simão e Pederneiras, ambas no estado de São Paulo, um trecho que não requer dragagem nem derrocamento, apenas destocamento”, afirma o presidente da Ahrana, que cita também outras intervenções: a dragagem do canal a jusante de Jupiá (SP), ampliação de vãos de pontes, terminais intermodais e a transposição de Itaipu, bem como a instalação de terminais a montante e a jusante com vistas à integração da hidrovia com os países vizinhos. “Isto não foi feito na época e hoje há um adensamento populacional importante. Mas, querendo, não haveria problema. A questão é como transpor as cargas de jusante à montante de Itaipu. Nossa ideia é um terminal alfandegado a jusante, que já existe hoje no rio Iguaçu, e outro a montante, com uma ligação rodoviária entre os dois de cerca de 80 km, e está feita a transposição”, comenta.
Investimentos O projeto está orçado em R$ 24,6 bilhões empenhados na construção de eclusas, regularização de leito, adequação de pontes, sinalização e bali-
trução da barragem de Santa Maria beneficiará as cinco cidades diretamente vinculadas à hidrovia Paraná-Tietê. O projeto gera interesse em empresas que passaram a investigar a possibilidade de se instalar na região, com o intuito de construir um porto”.
Repercussão Embora os benefícios da hidrovia como meio de transporte sejam evidentes, a iniciativa privada olha com certo receio para o modal. O presidente do Sindasp (Sindicato dos Armadores de Navegação Fluvial do Estado de São Paulo), Luiz Fernando Horta de Siqueira, afirma que a hidrovia vem sendo fragilizada pela má gestão dos recursos hídricos. “Em maio deste ano, o transporte na Paraná-Tietê foi interrompido e entendemos que a questão é a gestão das águas, com claro favorecimento para a geração de energia. Desde o momento em que se começou a falar da hipótese de faltar água para a navegação, foram feitas gestões em todos os órgãos governamentais, inúmeras reuniões em Brasília, e o que mais incomoda é o silêncio. Ninguém nos responde; ninguém se posiciona e isto prejudica muito todo o setor”, reclama. Estima-se
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zamento. Considerou-se que os recursos devem ser injetados até 2025 em três fases: no início, R$ 9,3 bilhões; a seguir, R$ 4,2 bilhões; e finalmente, mais R$ 11,1 bilhões. As participações dos estados seriam: Mato Grosso do Sul, R$ 2,4 bilhões; Paraná, R$ 11,1 bilhões; Goiás, R$ 5,7 bilhões; Minas Gerais, R$ 5,6 bilhões; e São Paulo, R$ 14,5 bilhões. Na Fase 1 do projeto, o foco é livrar de obstáculos os corredores do Paraná e do Tietê. “Se não tivermos esses dois rios sem nenhum problema, adequados em termos de pontes, dragados, derrocados e com algumas correções de pilares, não adianta continuar. Isto precisa ser feito”, avisa Chehin. Na Fase 2, projeta-se o desenvolvimento do Tramo Sul, com foco no corredor do rio Ivaí, facilitando o transporte de cargas aos portos de Paranaguá (PR) e de São Francisco do Sul (SC). Finalmente, na Fase 3 do projeto, está previsto o desenvolvimento do Tramo Norte, a montante com o rio São Simão, o rio Paranaíba e também com o rio Paranapanema. De acordo com as projeções da Ahrana, a taxa interna de retorno econômico-social seria de 11,94%. “Além desses investimentos a serem feitos pelo governo e pela sociedade, a iniciativa privada injetaria outros R$ 15 bilhões em equipamentos. E os empresários certamente disponibilizarão esta quantia se nós fizermos primeiro o que deve ser feito. Ninguém joga dinheiro pela janela. Então cabe a nós, sociedade constituída, abarcar e levar adiante este projeto para que a navegação pelos rios da bacia Paraná-Tietê possa acontecer de forma constante”, argumenta Chehin. O secretário do governo de Piracicaba, José Antonio de Godoy, comentou que as vantagens operacionais da hidrovia e a possibilidade de redução de custos no transporte de cargas seduzem a iniciativa privada. “A cons-
que o prejuízo da interrupção das operações no sistema Paraná-Tietê, que normalmente transporta cerca de 6 milhões de toneladas por ano, tenha ultrapassado os R$ 100 milhões para as empresas que optaram pela logística das águas. “Mas o
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prejuízo maior é para a credibilidade do sistema. Para o mercado, fica uma interrogação importante sobre o que vai acontecer. Todos os investimentos deste ano foram suspensos e continuam suspensos para o ano que vem. Estamos no final de 2014 e ainda não sabemos o que acontecerá em janeiro/fevereiro de 2015”, revela Siqueira. Segundo ele, não se admite a hidrovia na solução de transporte na precificação para a comercialização da safra do ano, uma vez que não se sabe se haverá operação. “Quem investiu nesta área perde em competitividade na mesa de trading. Esta crise é um desserviço a todo o setor. Tudo o que foi investido nas últimas décadas está desmoronando. Teremos de começar novamente do zero para recuperar a credibilidade”, lamenta. Além da gestão das águas, Siqueira enfatiza a necessidade de investimentos para aumento da capacidade da hidrovia, que hoje está próxima ao colapso. “Já tivemos gargalos em 2013, com mais de um dia de para34 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
lisação de comboios em função de intenso tráfego. Hoje, a capacidade operacional é para 21 comboios e a previsão é de que o sistema entre em colapso em um futuro próximo, com a entrada de novas empresas, como a Transpetro, que deve colocar mais 20 conjuntos em operação. Se os investimentos não forem feitos rapidamente, o custo de transportar pela hidrovia será tão alto e a produtividade tão baixa que outros modais serão bem mais atrativos”, sentencia o presidente do Sindasp.
Falta de planejamento O presidente do Comitê de Logística e Infraestrutura e Competitividade da Abag (Associação Brasileira do Agronegócio) e diretor presidente da consultoria Macrologística, Renato Pavan, alerta para a falta de planejamento estratégico no transporte de carga brasileiro. “Precisamos denunciar a inviabilidade das hidrovias brasileiras pela falta de estrutura governamental para decidir sobre questões
importantes deste país. Precisamos contar com um consenso em relação a determinadas obras. Por exemplo, a parte sul da hidrovia do rio Madeira estava totalmente inviabilizada pela falta de eclusas. Esta opção de transporte poderia oferecer uma redução de custo logístico da ordem de R$ 500 milhões ao ano. Mas os projetos precisam sair do papel. Vejamos o que está acontecendo com a empresa Caramuru, que investiu muito na hidrovia Paraná-Tietê e agora está com a operação parada pela questão hídrica. Ora, é mais barato indenizar a diferença de preço da energia do que parar todo um sistema logístico de escoamento de grãos”, diz Pavan. O governo estadual defende-se e argumenta que a qualidade das empresas que se apresentam para as licitações é questionável. “Há insatisfação com a qualidade técnica do serviço prestado pelo mercado. Há muitos projetistas que atrasam cronogramas, empreiteiras que não entregam no prazo, que entram no projeto já chorando ativos. É importante capacitar as empresas e os profissionais
que vão tocar os investimentos, porque acabamos caindo na falta de confiabilidade da execução de obras”, afirma o diretor do Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo, Casemiro Pércio Carvalho. Segundo ele, o desafio é aumentar a qualidade das empresas e dos profissionais que participam das licitações vinculadas ao modal hidroviário. “É preferível ter duas boas empresas na licitação do que diversos picaretas que não entregarão a obra dentro do prazo e do custo”, diz. Carvalho conta que há cinco obras concluídas, oito em andamento, sete em licitação e mais de 20 projetos, em andamento ou em licitação, para minimizar os gargalos, ampliar o tramo do rio Piracicaba e dar continuidade no rio Tietê.
Ele alerta que, além das intervenções na infraestrutura, é imprescindível mobilizar a construção naval no país. “De nada adiantará ter uma via navegável se não existirem comboios. Precisamos de outros estaleiros. Hoje, temos o Estaleiro do Tietê e várias oficinas de reparos. A construção naval é importantíssima. E não só ela: o embarcador não pode interpretar a cadeia de transporte de forma verticalizada. Existe um trabalho a ser feito de articulação entre os operadores logísticos, para que incluam a hidrovia nas suas soluções de transporte”, adverte. O diretor do DH retoma a discussão que aparece como pano de fundo do debate em torno das dificuldades experimentadas atualmente
pelas hidrovias no país: a primazia da geração de energia elétrica sobre os outros setores. “Foi inadmissível o que o setor elétrico impôs ao sistema hidroviário e de abastecimento público. É importante que o setor de transportes se mobilize para exigir níveis mínimos em reservatórios para garantir a navegabilidade. Infelizmente, somos o elo mais fraco da cadeia, mas este é caminho”, concluiu Carvalho. Valeria Bursztein Ahrana: (11) 2106-1600 Departamento Hidroviário do Estado de São Paulo: (11) 3702-8000 Macrologística: (11) 3082-3200 Sindasp: (14) 3641-2425
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Tudo ao mesmo tempo e agora Novo centro de distribuição do Grupo Boticário na Bahia incorpora moderna tecnologia integrada de armazenagem e separação de pedidos, dando força ao crescimento da empresa em todo o Brasil e, em especial, no Norte e Nordeste. Atendendo às quatro marcas do grupo, projeto é considerado benchmark mundial para o setor de cosméticos e aumentou em 50% a velocidade de atendimento às duas regiões
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Fotos: Silvio Tito / Agência Imagem
isando atender ao seu plano de expansão e abastecer com maior velocidade e confiabilidade as regiões Norte e Nordeste do país, o Grupo Boticário inaugurou, em abril de 2014, um novo centro
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de distribuição em São Gonçalo dos Campos (BA). Com aproximadamente 25 mil metros quadrados, a unidade – que fica a cerca de 100 quilômetros da fábrica de Camaçari (BA), uma das duas plantas produtivas da
empresa – armazena em torno de 17 mil posições-palete, o equivalente a 35 milhões de itens, das quatro marcas comercializadas pelo grupo: O Boticário; quem disse, berenice?; Eudora e The Beauty Box.
A empresa já conta com outro CD, no estado de São Paulo, inaugurado em 2010 na cidade de Registro, mas sentiu a necessidade de avançar os estoques para mais próximo de um dos mercados que mais crescem no país, as regiões Norte e Nordeste, responsáveis por cerca de 30% das vendas do grupo. Mais de 90% dos itens comercializados são de fabricação própria e, considerando que o CD de Registro está próximo da fábrica de São José dos Pinhais (PR) e atende bem o Sul, Sudeste e Centro-Oeste, fazia todo o sentido uma nova unidade logística perto da fábrica do Nordeste, inaugurada no último mês de setembro. Além da localização, a fabricante se preocupou também com o nível de tecnologia que seria aportada nesta nova unidade, que deveria ser ainda mais avançada que a adotada na operação de Registro, já bastante automatizada. “Queríamos maior
automação para obtermos ganhos em custos operacionais e logísticos”, conta Raul Paulo Goulart Netto, gerente de Operações Logísticas do Grupo Boticário. “Este é um CD que, por exemplo, utiliza apenas uma empilhadeira para fazer o recebimento na descarga. Todo o restante da operação é totalmente automatizado, o que nos dá uma eficiência muito maior e demanda gastos muito menores, inclusive com energia elétrica”, garante o gestor. Para implementar os sistemas automatizados, o Grupo Boticário contratou a Knapp – empresa austríaca especializada no fornecimento de sistemas de automação de armazéns. A parceria entre as duas já vem de longa data. A Knapp atende a fabricante há mais de 14 anos e também foi responsável pelos sistemas instalados em Registro. Este entrosamento, segundo ambas as empresas, facilitou o processo, que resultou num dos
projetos mais inovadores do setor de cosméticos do mundo, como afirma o diretor Comercial da Knapp, Márcio Schilling. “Antes, tínhamos de ir para a Europa para visitar as instalações mais modernas; agora, o segmento cosmético pode vir ao Brasil, porque no setor não há nada mais avançado do que este CD no mundo”, garante. Schilling explica que esta unidade foi feita com três propósitos: um deles é a armazenagem e a reposição; outro é a separação de pedidos e o terceiro é a integração entre os processos do CD. O sistema abrange uma tecnologia que a empresa chama de OSR ou All in Shuttle, composta de elevadores com 12 metros de altura, que entregam e recebem as caixas de vários shuttles (carros) operando em corredores diferentes. São 80 shuttles, um em cada nível de armazenagem e todos trabalhando em paralelo, fazendo
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ao mesmo tempo o reentra no sistema, ele é cebimento e a separaconsolidado e identificação para a expedição. A do como sendo de caixa solução contém quatro fechada ou fracionado, corredores de OSR que o que significa dois tiabastecem posições dupos de separação diferentes. Se o pedido for plas de armazenagem de caixa fechada, segue de caixas e três correum processo de separadores de transelevadoção no pick to belt, feito res de paletes com dois diretamente dentro do níveis para posições de pick to belt. transelevador, que enO armazém é dovia caixas fechadas por tado ainda de tecnomeio de esteiras diretalogias de separação mente para a expedição, Schilling: projeto é um dos como o pick to light, onde as caixas são etimais inovadores para o setor que além da separaquetadas, identificadas de cosméticos no mundo ção faz também uma e roteirizadas, indo para conferência via leitua área de expedição. O ra por scanners de alguns pedidos, processo de pick to belt faz ainda o rea critério do Grupo Boticário. “Ou abastecimento do OSR, que por sua vez seja, ele separa e confere na mesma abastece as estações A-Frame, pick to hora”, explica o diretor da Knapp. light e good to person. O CD possui também um sistema “Já se o pedido for fracionado, ele A-Frame, chamado pela Knapp de passa pelo que nós chamamos de proSDA, que dispensa os itens automa- cesso Knapp de separação”, explica ticamente nas caixas de expedição Raul Netto. Os itens ficam armazenaque contêm os pedidos, e o sistema dos no OSR e, de acordo com a demangood to person. da, o pedido aciona o sistema A-Frame, no qual os itens são ejetados automati-
Integração total Os itens que abastecem o CD de São Gonçalo chegam das duas fábricas do grupo, em Camaçari e São José dos Pinhais. Ao entrar, passam por um processo de recebimento no qual é feita uma conferência prévia e o produto recebe o endereçamento específico dentro do sistema que controla todo o processo, indo para o local de armazenagem. A partir do momento em que um pedido
camente em uma caixa na esteira, já na quantidade correta. Se este pedido não estiver completo, ele segue pelo processo de pick to light, onde recebe itens de médio giro e, se ainda assim estiver incompleto, passa pela estação de good to person, recebendo o item e seguindo para finalização. Ao final do processo, as caixas contendo os pedidos de fracionados juntam-se às caixas fechadas e vão para a identificação e saída para expedição, que é feita por meio da tecnologia shoe sorter, composta de esteiras e sapatas de alta performance. Os três sistemas – good to person (baixo giro), pick to light (médio giro) e SDA (alto giro) – operam sincronizados por meio dos softwares que gerenciam a linha, trabalhando conjuntamente para compor os pedidos fracionados. O CD de São Gonçalo conta com um braço de A-Frame, cinco braços de pick to light, com um total de 40 estações, e três estações de good to person. Todo este processo é monitorado pelo sistema, cuja inteligência já retira a tara da caixa e calcula o peso final que terá o pedido. Depois de todo o processo de separação, a caixa passa por uma balança, que faz a conferência. “Temos um grau de confiabilidade de 99,7%. É um processo bastante seguro”, afirma o gerente do Grupo Boticário. Ao final, as caixas prontas para a expedição, já etiquetadas no início do processo com informações do conteúdo, com cliente e destino, são direcionadas para determinada rota, onde são agrupadas de acordo com a região de destino e seguem para entrega. O volume processaSistema A-Frame ou SDA separa de forma totalmente automática os do dentro deste CD é itens de alto giro variável. Hoje, ele tem
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uma capacidade instalada para 45 mil peças/hora, contando itens fracionados e caixas fechadas, e separa e expede pedidos em 24 horas. “Este é um centro de distribuição programado para atender à demanda até 2020, aproximadamente, então tem uma curva de crescimento”, explica Raul Netto. “Ele está preparado para ser ampliado em fases. A Fase I vai até 2016 e depois, dependendo da demanda, haverá a segunda fase de expansão, que irá até 2020”, complementa, colocando que, para a Fase II, estão previstas extensões dos shuttles e das estações de pick to light e good to person. Uma das vantagens deste sistema é que itens de todas as marcas ficam armazenados juntos, e o próprio sistema faz a segregação na hora da separação. “O software sabe onde está alocado cada produto, de cada marca, e envia para as estações de separação, de forma sequenciada, apenas produtos daquela marca que está sendo separada. Isto representa um ganho muito grande de produtividade, assertividade, acurácia e otimização de espaço, pois não é preciso ter áreas do armazém segregadas para cada marca. Todos os negócios seguem o mesmo processo, vêm da mesma área de armazenagem, utilizam o mesmo sistema transportador. Tudo é único; porém, no final, cada marca segue o seu destino separadamente”, explica o diretor da Knapp. “Nosso transelevador também é um diferencial. É autoportante, com 30 metros de altura e posições duplas de paletes, o que otimiza e dá velocidade ao processo de armazenagem e abastecimento das linhas”, complementa o gerente. Outra característica importante é que o sistema faz também a reposição automática dos itens à medida que vão sendo expedidos. O gatilho é disparado de acordo com a saída e
Parceria de sucesso
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parceria entre o Grupo Boticário e a Knapp, que já dura 14 anos, une duas empresas inovadoras em seus respectivos mercados. O Grupo Boticário teve início com apenas uma marca, O Boticário, fundada em 1977. Com o crescimento dos negócios, em 2010 foi constituído o grupo, hoje referência internacional do segmento de beleza. Ele controla quatro unidades de negócios: O Boticário; Eudora, criada em 2011 com foco na venda direta; quem disse, berenice? e The Beauty Box, ambas lançadas em 2012. O grupo também é mantenedor da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza. A empresa está presente em 1.750 municípios brasileiros com 3.831 pontos de vendas, além de comercializar seus produtos em outros oito países por meio de lojas próprias e multimarcas. Em 2011, o grupo anunciou um plano de expansão de R$ 650 milhões, que foi concluído em setembro passado, com os R$ 380 milhões investidos na nova fábrica em Camaçari (BA). A planta tem previsão de gerar 390 empregos diretos até o fim de 2014 e pode produzir até 150 milhões de itens por ano, elevando a capacidade produtiva do grupo em 50%, dos atuais 315 milhões de itens por ano, que é a capacidade atual da fábrica de São José dos Pinhais (PR), para até 465 milhões de itens por ano. Os investimentos envolveram ainda um Centro de Pesquisa e Desenvolvimento, instalado na unidade de São José dos Pinhais, considerado um dos melhores e mais modernos do mundo para o mercado de cosméticos e perfumaria. O Centro tem 8 mil metros quadrados,
abriga 250 profissionais e tem capacidade de desenvolver até 2 mil produtos ao mesmo tempo. O projeto também contemplou a ampliação e modernização da unidade operacional do Paraná e contou, ainda, com o segundo centro de distribuição, inaugurado em abril deste ano no município de São Gonçalo dos Campos, também na Bahia. Com sede em Curitiba e escritórios corporativos em São Paulo e no Rio de Janeiro, o Grupo Boticário emprega ao todo 7 mil colaboradores e apresentou um faturamento, em 2013, de R$ 8 bilhões no varejo total, ou seja, nas quatro unidades de negócio.
Soluções completas Já a austríaca Knapp oferece soluções completas que vão desde o desenvolvimento de sistemas sob medida até o suporte de pós-vendas, que garante a total disponibilidade dos equipamentos e a produtividade do armazém. As soluções Knapp consistem em diversas ferramentas para automação de armazenagem e separação automática de pedidos, como dispensadores automáticos, diversos sistemas de separação semiautomáticos, como o pick to light, OSR Shuttles, traveling dispensers, sorter bags, trolley conveyors, pick to belt e pallet picking. As soluções atendem hoje a diversos segmentos da indústria, como cosmético, fashion, mídia, alimentos, e-commerce e multicanais, farmacêutico, tabaco, ferramentas e peças. No Brasil desde 1996, a Knapp Sudamerica está sediada em Curitiba. Dezembro/2014 - Revista Tecnologística - 39
AUTOMAÇÃO
Máquina de fechamento de caixas no final da linha. Daqui, os pedidos já identificados e roteirizados seguem para a expedição
a demanda prevista e segue critérios definidos pelo Grupo Boticário. “Existe um processo kanban que controla tudo e, conforme o estoque vai baixando, já há uma reposição prevista. Tudo é sincronizado e, quando entra um novo pedido, as estações já estão reabastecidas, pois o processo de reposição já foi feito. Temos também o balanceamento da linha, para que
O CD de São Gonçalo tem capacidade de separação de 45 mil peças/hora e já está preparado para uma segunda fase de expansão 40 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
tudo funcione em sincronia e para que possamos extrair do sistema a sua máxima eficiência”, conta Raul Netto, explicando que o processo de entrada e saída é contínuo, funcionando 24 horas e de forma sincronizada.
Inovação De acordo com Schilling, este foi um desenvolvimento feito pela primeira vez no mundo para o setor de cosméticos. “Quando fizemos o CD de Registro, também implantamos uma tecnologia inovadora e de altíssima performance, mas não havia a reposição nem o picking automatizado de caixas fechadas através de esteiras”, explica. Para Raul Netto, o projeto de São Gonçalo foi bastante além. “Em Registro já houve muitas inovações no conceito de picking, como as estações em braços interligadas de alta produtividade. A linha é toda espelhada e
o projeto tem uma inteligência grande por trás. Hoje, aquele CD já opera com uma capacidade instalada 20% superior à que foi proposta inicialmente e com 95% de eficiência em suas linhas, fruto das melhorias feitas no processo”, diz, informando que a unidade paulista tem capacidade para 25 mil posições-palete, armazenando aproximadamente 45 milhões de itens. “Mas o CD da Bahia foi mais longe em termos de tecnologia e otimização, pois previa atender não apenas à velocidade de crescimento como também à mudança do perfil dos pedidos, que agora possuem uma complexidade diferente devido à diversificação das marcas”. O projeto do centro de distribuição de São Gonçalo dos Campos levou, entre a concepção e o início da operação, cerca de 2,5 anos para ser finalizado, consumindo, entre obra civil e equipamentos, R$ 155 milhões em investimentos. A unidade prevê empregar 159 colaboradores até o fim de 2014. De acordo com Raul Netto, não houve grandes dificuldades no início das operações, apenas as normais de um processo de start up, como necessidades de ajustes de equipamentos e de softwares, para fazer os sistemas conversarem. “O projeto do CD de Registro foi um grande aprendizado para nós e, apesar do pouco tempo de operação, São Gonçalo já trabalha com eficiência e confiabilidade muito altas”. Segundo o executivo, a grande verticalização das operações permitiu um ganho de espaço de cerca de 30% em relação ao projeto de Registro, e a alta performance de separação trouxe uma redução de cerca de 50% no tempo de atendimento para os estados do Norte e Nordeste. Silvia Marino Grupo Boticário: 0800 41 3011 Knapp: (41) 3311-4953
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Concessionárias investem nas estruturas aeroportuárias a fim de dotá-las com o que há de melhor quanto a sistemas e equipamentos. Companhias aéreas seguem o ritmo e promovem melhorias em seus terminais, além de diversificar a malha e a utilização de equipamentos. Apesar dos avanços, reconhecidos por todos, há muito a se fazer
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desafiador para o mercado de carga aérea no Brasil, com retração de volume e demanda de modo geral”, diz. Ele, entretanto, mantém o otimismo. “Mesmo diante deste cenário, vimos neste ano a entrada de companhias aéreas, inclusive com cargueiros. Isto demonstra que o nosso mercado ainda é visto como promissor pelas empresas”, afirma.
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setor brasileiro de carga aérea passa por uma fase curiosa. Nunca tantos investimentos foram realizados nos mais diversos terminais do país. O processo de concessão de algumas estruturas, como os aeroportos de Guarulhos e Viracopos (SP), contribuiu, e muito, para a melhoria operacional dos terminais. As companhias aéreas acompanham este movimento e destinam parte de seus recursos para dotar seus ativos com o que há de melhor quanto a sistemas e processos. Mas nem tudo são boas notícias. O mercado está estável e isso não é necessariamente bom. Quando não afirmam que o setor não crescerá, os executivos do setor apostam em recuo. É o que diz, por exemplo, o diretor do Produto Aéreo da Panalpina, Rene Genofre. “O ano de 2014 vem sendo
Demandas O diretor geral da Proativa Logística Aérea, Fernando Henderson, é um pouco mais reticente. De acordo com ele, ainda hoje há fatores que trabalham contra a agilidade que o setor demanda, como as infraestruturas dos aeroportos. “Nas grandes capitais, o tempo que levamos para despachar as cargas é desproporcional ao tempo do voo. Os conces-
Genofre: mercado brasileiro é promissor
sionários dos aeroportos têm agilizado o processo para melhorar as estruturas, mas estamos muito atrasados e temos muito o que fazer”, salienta. Henderson cita como exemplo Guarulhos. Para o executivo, há a ex-
a próxima, temos vários para realizar diferentes despachos. Também mantemos pessoas nos aeroportos de origem para acompanhar o processo de embarque, e nos de destino disponibilizamos profissionais para acompanhar e tentar agilizar o processo de liberação”, demonstra.
Contraponto Existem aqueles mais otimistas. Genofre, da Panalpina, garante que as concessionárias trouxeram dinamismo e empreendedorismo para as operações, uma visão ampla de negócios, focada em excelência operacional e flexibilidade para demandas específicas de nichos de mercado. “Em virtude das privatizações, percebemos uma grande evolução de processos e eficiência. Vemos uma mudança sensível nos tempos de processamento da carga, visibilidade e rastreabilidade”, enfatiza. O diretor de Cargas da Gol, Eduardo Calderon, concorda com Genofre. “De uma maneira geral, as concessões, além de terem melhorado as condições nos aeroportos que foram privatizados, estimularam a Infraero a investir nos demais terminais. “Hoje, a empre-
sa estatal está muito mais agressiva, no bom sentido, de captar investimentos e oferecer possibilidades operacionais. Estamos atingindo bons resultados. Tenho tido reuniões periódicas com eles para fechar negócios em aeroportos em que já operamos e melhorar a condição operacional”, conta. Divulgação
pectativa de que a concessão facilite o processo de construção de terminais ou reformas daqueles já existentes. “Vemos algumas melhorias, mas o tempo que se leva para realizar o despacho das cargas ainda é longo em função das estruturas. Nos horários de pico, à noite, demoramos duas horas apenas para entregar a carga na empresa aérea”, lamenta. O diretor geral afirma que as estruturas disponíveis não têm capacidade para atender várias empresas ao mesmo tempo, o que gera filas. Já no Galeão (RJ), aponta, não existe um terminal de cargas, e sim áreas improvisadas, e esse modelo se replica em vários aeroportos. Outro ponto destacado pelo diretor da Proativa está relacionado aos processos realizados nas secretarias da fazenda estaduais (Sefaz). Sem entrar em detalhes, o executivo explica que o problema não está nas exigências, e sim na morosidade para liberar as cargas. Para amenizar estes gargalos, a Proativa mantém estrutura de pessoal nos aeroportos maior do que poderia ser. “Em vez de mandarmos um veículo realizar as operações numa empresa aérea e depois seguir para
Cargueiros começam a fazer parte das operações nacionais Dezembro/2014 - Revista Tecnologística - 43
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O gerente Comercial de Carga Nacional da TAM Cargo, Diogo Elias, segue a mesma linha. Para o executivo, as privatizações agilizaram os processos de investimentos e, pelo menos em relação à carga nacional, não há tantos gargalos quanto, por exemplo, na liberação de cargas.
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tas regiões, Manaus e faz parte da estratégia Recife continuam com da empresa de atender participação importano Brasil como um todo te”, diz. e realizar a interiorizaPara Calderon, o ção. A companhia atutransporte aéreo de caralmente opera em 103 ga continuará se origiaeroportos, sendo que nando nas regiões Sul e em 70 há movimentaSudeste. “Hoje, 75% da ção de cargas. De acorDesequilíbrios nossa carga têm como do com Fonseca, com destino as regiões Noriniciativas como esta Mas ainda há muito para fazer. te, Nordeste e Centroa Azul amplia o acesso Para Genofre, o principal gargalo do -Oeste. Para abastecer ao mercado. Para Henderson, infraestrutura setor é o desequilíbrio entre importa- estas localidades, a dos aeroportos trabalha contra Gestão privada ções e exportações. “Nacionalmente, empresa emprega uma agilidade do setor já é um fato histórico; porém, muitos frota composta por 135 Enquanto o debate quanto a garaeroportos hoje vivem este cenário. aeronaves, sendo 40 Boeings 737-700 e Isto produz o efeito de oferta de ca- o restante 737-800. Ambos os modelos galos e oportunidades permeia o pacidade diminuta e fretes mais caros, comportam cerca de 2 t de cargas nos mercado, as concessionárias fazem uma vez que as companhias aéreas porões. Ao todo, a estrutura operacional a lição de casa e procuram aplicar não obtêm aproveitamento total de da companhia atinge 3.500 municípios. melhorias contínuas nos terminais. sua capacidade de carga em ambos os Na opinião de Elias, da TAM, para O diretor de Operação de Cargas da fluxos”, explica. a carga aérea crescer é preciso descen- GRU Airport, Marcus Santarém, conPara superar os gargalos, o execu- tralizar as regiões produtivas no Bra- ta que, ao assumir a gestão do aerotivo revela que a Panalpina emprega sil, ainda muito concentradas no Sul porto, no final de 2012, foi percebida aeronaves exclusivas que operam em e Sudeste. Ele destaca, contudo, que a necessidade de fazer um trabalho mercados específicos no mundo, mas a companhia consegue chegar a dife- para prover, dentro da estrutura exiscom flexibilidade para operações de rentes localidades devido à malha que tente no terminal, uma capacidade afretamento, atendendo a situações possui e à flexibilidade dos equipa- adequada ao volume projetado para os próximos anos. Para isso, foi conemergenciais ou em localidades remo- mentos utilizados. tas. Além disto, a companhia procura Na Azul, a aposta em descentra- cebido o que internamente foi chaexplorar todos os aeroportos brasileiros. lizar as operações é latente. O dire- mado de Plano Diretor de Cargas. A estratégia consistiu em iniciar No que se refere a regiões atendi- tor da Azul Cargo, Claudio Fonseca, das, Genofre destaca que a de Campi- anuncia que a mais recente ação foi o um trabalho de reestruturação comnas segue sendo foco início, no último mês pleta do terminal de cargas. Até agode atenção, em virtude de novembro, da ope- ra, R$ 45 milhões já foram investidos da geração de negócios ração de uma aeronave em melhorias. Uma das ações foi ree investimentos, tamcargueira na rota Reci- visar toda a frota de empilhadeiras. bém fomentada pelo fe-Fernando de Noro- “Tínhamos 135 equipamentos, mas aeroporto de Viracopos. nha. O equipamento com um nível de disponibilidade Mas ele faz um lembreutilizado é um ATR 72- muito baixo, de cerca de 50%, devite. “As regiões Norte e 600 com capacidade do à falta de manutenção e indispoNordeste também mepara 6 toneladas, e os nibilidade de peças. Não províamos à recem destaque, pela voos são realizados aos cadeia confiabilidade nas operações. sua demanda de carga sábados. O executivo Nós substituímos a frota, reduzindo aérea para inúmeros revela que a compa- o número de ativos. Hoje, temos 121 produtos e potencial de nhia já estuda ampliar empilhadeiras e o índice de disponibilidade é de 96%”, garante. valores de frete superioesta operação. Santarém: reestruturação Além disso, havia problemas na res aos praticados em Fonseca destaca completa do terminal de cargas outras localidades. Nesque o voo para a ilha capacidade de armazenagem. “Não já consumiu R$ 45 milhões
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tínhamos quantidades suficientes e adequadas de posições-palete. Nosso armazém de importação tem 46 mil metros quadrados e, quando assumimos, tínhamos 6.231 posições. Agora, disponibilizamos 11.275. Já o de exportação, com 23 mil m², possuía 2.200 posições e agora tem 3 mil”, conta. Para a carga nacional, Guarulhos tem um armazém de 8 mil m², horizontalizado. A área para a carga doméstica é menor em Guarulhos uma vez que as companhias aéreas a operam basicamente em estruturas próprias. Santarém revela que a GRU Airport também investiu na capacidade de armazenagem de produtos frigorificados. “Nas câmaras frias de importação e exportação, passamos de uma capacidade de 7.700 metros cúbicos para 26 mil m³. Além disso, há uma câmara fria apenas para importação, com capacidade de 17 mil m³”, detalha. Outra melhoria importante destacada pelo executivo foi a reforma no transelevador aplicado no estoque de importação. “Tínhamos apenas quatro saídas para a expedição dos itens. Investimos para aumentar a velocida-
de e ampliamos para dez as saídas de carga. Agora, o equipamento opera num nível de produtividade 33% acima do que anteriormente”, frisa.
Sistema e análises Os sistemas também foram repensados. O diretor explica que, como antes da concessão os terminais de cargas eram operados pela Infraero, havia apenas um sistema de gestão chamado Teca Plus, que possuía uma desvantagem. “O terminal de cargas precisa trabalhar com uma programação de serviço. Preciso saber previamente o que está chegando por via aérea e o que está chegando pelo modal rodoviário para ser embarcado nos aviões. Mas o antigo sistema não permitia compartilhar essas informações, pois ele não se comunicava com os sistemas das companhias aéreas. E isso inviabilizava a realização do planejamento de produção”, diz. Isso está ficando no passado. O terminal de cargas de Guarulhos contará com um sistema, ainda em fase de implantação, que oferecerá um módu-
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Calderon: transporte aéreo continuará se originando nas regiões Sul e Sudeste do Brasil
lo de programação e de comunicação que realiza a interface com o sistema das autoridades anuentes e das companhias aéreas. “Com ele, recebo informações prévias e sei antecipadamente as informações detalhadas sobre as cargas, o que facilita a definição prévia do posicionamento dos recebimentos nos armazéns”, resume. De acordo com Santarém, a concessionária irá acabar com os papéis. Todas as operações serão realizadas via sistema, o que garante rastreabilidade e velocidade no processamento das informações. Uma das grandes reclamações de quem opera a carga aérea – a morosidade na liberação das mercadorias – também mereceu atenção. O diretor de Operações da concessionária explica que o trabalho consistiu em realizar um mapeamento sobre qual era o tempo de permanência da mercadoria nos terminais de carga, desde o recebimento até a expedição. Segundo ele, dentro dessa cadeia há diversos intervenientes, desde a companhia aérea até os órgãos governamentais, o terminal, o agente de carga e a transportadora que retira a carga. “Verificamos e mostramos aos agentes que, em janeiro de 2013, o tempo de liberação de carga no canal verde – aquele que não precisa de inspeção física das autoridades – era de 109 horas. Vale lembrar que o ca46 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
nal verde responde por 92% do volume total movimentado. No canal vermelho, que precisa de inspeção física e responde por 5% da movimentação, o tempo de liberação em abril de 2013 era de 231 horas”, conta. Esses tempos recuaram com a participação de todos os envolvidos na operação. “Em setembro deste ano reduzimos a espera no canal verde para 66 horas. Já no canal vermelho ela caiu, no mesmo mês, para 188 horas”, diz. Segundo Santarém, cada agente assumiu suas responsabilidades e trabalhou para reduzir o tempo. Hoje, são realizadas reuniões mensais com todos os participantes da cadeia para apresentar os números de tempo de liberação das cargas.
Vocação cargueira As melhorias fizeram com que o terminal de Guarulhos começasse a explorar um outro nicho, o das aeronaves cargueiras. O diretor de Operação de Cargas da GRU Airport constata que o mercado não enxergava potencial no terminal e, até certo ponto, isso era realidade. “Num primeiro momento, antes da entrada em operação do Terminal 3 e para não concorrer com a demanda que tínhamos por slots de aeronaves de passageiros, nós não avançamos e nem preparamos uma estratégia comercial para trazer aviões cargueiros”, reconhece. Agora, afirma, a ideia é outra e há um trabalho para sinalizar que Guarulhos tem capacidade para receber cargueiros. “Estamos deixando claro que temos slots disponíveis. Atualmente, são cinco e estamos criando disponibilidade dentro deles para mais aviões cargueiros operarem”, diz. O trabalho já surtiu efeito. Anteriormente, no fluxo internacional, apenas um cargueiro, aplicado na rota para Miami e operado pela TAM Car-
go, utilizava a estrutura de Guarulhos. Agora, o Grupo Latam, sob a bandeira LAN Cargo, introduziu uma frequência ligando a Europa, com origem em Basileia, na Suíça, a Guarulhos. O equipamento utilizado é um Boeing 777. Na rota doméstica, os cargueiros utilizados para voos com destino a Manaus são operados pela TAM Cargo e pela Avianca Cargo.
Planejamento Já em Viracopos, que sempre se caracterizou pela vocação cargueira, os investimentos também são contínuos. O diretor de Operações da Aeroportos Brasil Viracopos, Marcelo Mota, diz que a empresa criou, assim que assumiu a gestão do terminal, o Programa de Melhoria em Eficiência Logística, com cinco frentes de trabalho (gestão, tecnologia, pessoas, processos e equipamentos). Entre os gargalos encontrados estavam o controle mais eficiente da movimentação e armazenagem da carga, a necessidade de ampliar a área coberta no recebimento das aeronaves cargueiras e a demanda pela ampliação da capacidade da cadeia logística fria. Ao todo, foram 21 projetos definidos, com investimento total de R$ 60 milhões. Entre as principais ações estão o novo Sistema de Gestão do Terminal, projeto pioneiro no país e que será totalmente customizado para as necessidades do aeroporto. Com investimento de R$ 9 milhões, o contrato prevê a implementação do WMS, do novo sistema de Controle Alfandegário e do Sistema de Billing (tarifação e faturamento), todos funcionando de forma totalmente integrada. Os novos sistemas devem entrar em operação em 14 meses. Outras melhorias e ampliações são destacadas por Mota, como a ampliação da área de recebimento da Importação, que ganhou 1.200 m² para
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liberação de cargas. Além disso, a cobertura foi ampliada e, agora, o Teca passou a ser 100% coberto, garantindo mais espaço para armazenamento e conferência de carga não perecível. O complexo frigorífico de Viracopos também foi ampliado e recebeu melhorias, como redundância para todas as temperaturas, entrada e saída independentes, controle de umidade, área segregada e equipe dedicada ao atendimento das cargas da linha de saúde e aumento da capacidade atual, passando de 13 mil m³ para 21 mil m³. Viracopos também investiu na renovação de seus equipamentos, com a aquisição de 30 novas empilhadeiras de 2,5 toneladas e empilhadeiras de alta capacidade, para cargas de até 20 toneladas.
Ativos As companhias aéreas acompanham as concessionárias e realizam um trabalho de modernização de suas estruturas. Calderon, da Gol, conta, por exemplo, que a companhia irá mudar seu armazém no aeroporto de Congonhas e passará a operar em um espaço de 1.600 m² que pertencia à Variglog. A ideia é iniciar as operações no início de fevereiro de 2015. O executivo destaca, ainda, que serão realizadas adequações nos terminais de Recife, Fortaleza, Salvador, Porto Alegre e Rio de Janeiro (Santos Dumont e Galeão). Sem revelar valores, o diretor adianta que a companhia irá realizar melhorias – estruturais, sistêmicas, além de treinamento de pessoal – em todos os terminais instalados nas 54 áreas aeroportuárias que opera no Brasil. A estrutura de atendimento é composta, também, por uma rede de 50 franquiados captadores de cargas, que receberão treinamentos a fim de padronizar o atendimento. O mercado internacional também será trabalhado. No exterior, a
Gol opera em 15 aeroportos. “Quando falamos de receita, o mercado doméstico repreTAM Cargo aposta na melhoria dos ativos operacionais senta 97% e o internacional, 3%. Existe um trabalho para aumen- informa que a empresa opera em 50 tar a participação do internacional e terminais próprios de cargas. Destes, esse crescimento se dará muito em sete – São Bernardo do Campo, Osasfunção do que chamamos de interli- co, São José dos Campos, Sorocaba ne, principalmente com a Delta e a (SP); Caxias do Sul (RS), Blumenau Air France/KLM”, conta. (SC) e Belo Horizonte – são utilizaO executivo explica a estratégia. dos apenas para captação e envio “Queremos replicar em cargas o mo- das encomendas para o aeroporto delo que adotamos com passageiros. mais próximo. Uma carga que embarca num avião O destaque fica por conta do novo da Delta em Atlanta, nos Estados Uni- terminal em Guarulhos, que terá 15 dos, é recebida no Brasil – em Guaru- mil m² e estará operando no primeiro lhos, Brasília ou Rio de Janeiro, termi- trimestre de 2015. As estruturas de Manais nos quais a Delta atua no país – e, naus, Goiânia, Natal, Belém, Brasília e após ser desembaraçada sob a respon- Rio de Janeiro (Galeão) também passasabilidade da companhia americana, ram por reformas. Ao todo, apenas na é reembarcada num avião da Gol até o infraestrutura de terminais, a empresa destino final”, explica. Calderon reve- investirá R$ 45 milhões. Outros R$ 11 la que o modelo operacional já come- milhões serão aplicados em sistemas çou a ser desenhado, dependendo ba- a fim de melhorar a visibilidade das sicamente de integração de sistemas e movimentações das cargas. Os valores ajustes operacionais que estão sendo serão empregados entre 2013 e 2015. realizados e que ficam prontos até o Os voos também sofreram altefinal deste ano. ração a fim de suportar as operações A TAM Cargo também irá investir cargueiras. Em novembro, por exemna estrutura de seus estoques. O ge- plo, a empresa voltou a operar, três rente Comercial de Carga Nacional dias por semana, o Boeing 777 na rota entre Guarulhos e Manaus. Vale lembrar que, de terça-feira a sábado, a rota é atendida três vezes ao dia por Gol e TAM Cargo cargueiros 767. Já aos domingos e às estão concluindo segundas-feiras, uma frequência é realizada. Além disso, a rota é suprida novos armazéns, que com voos diários com os equipamentos para passageiros, modelos A 320 e têm início de operação 321, e em dias pontuais com o A 330 previsto para o ou com o Boeing 767. Há, ainda, operação cargueira entre Guarulhos, Beprimeiro trimestre lém e Manaus. A flexibilização operacional é a esde 2015 tratégia da TAM Cargo. Em outra rota que possui densidade de carga, GaleãoDezembro/2014 - Revista Tecnologística - 47
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Conhecimento eletrônico de transporte agiliza carga aérea
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conhecimento aéreo eletrônico, ou e-Airway Bill (e-AWB, na sigla em inglês), é um programa da indústria da aviação que tem como objetivo conceber um processo de transporte end-to-end sem papel para a carga aérea. A iniciativa envolve toda a cadeia de fornecimento do setor e inclui três principais pilares: construir uma rede de locais e aeroportos onde seja possível remover o papel do transporte a partir de um ambiente legal; digitalizar e remover os documentos de movimentação utilizados hoje, começando com a digitalização do conhecimento aéreo (AWB), documento de transporte mais importante na carga aérea; e digitalizar os principais documentos que acompanham normalmente os embarques de carga aérea, removendo os “malotes de documentos”. Segundo Carlos Ebner, diretor da Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA) no Brasil, o país começa a trilhar o caminho da inovação na documentação do transporte aéreo de cargas. Isso porque os aeroportos de Guarulhos e Viracopos já adotaram o e-AWB. A iniciativa é parte do programa e-freight da IATA, que substitui documentos físicos por eletrônicos, com foco na eficiência. De acordo com o executivo, em Guarulhos, o e-AWB vai aos poucos eliminar o calhamaço de folhas carbonadas exigido para o transporte de cargas.
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Os agentes de carga internacional participam, assinando acordo multilateral com as empresas aéreas. Uma vez no sistema, os dados podem ser vistos em tempo real por todos os elos da cadeia do transporte, propiciando um planejamento preciso para o armazenamento e manuseio da carga e eliminando problemas como preenchimento inadequado. Além disso, recursos como o e-AWB reduzem o tempo de entrega da carga. Ebner conta que estudos mostram ganho médio entre 20% e 44% de eficiência – para as companhias, agentes de cargas e despachantes aduaneiros – com um ambiente sem papel. A meta é que a implantação do e-freight elimine o equivalente a 7.800 toneladas de documentos físicos, o equivalente a 80 Boeings 747 lotados de papel, anualmente. O executivo ressalta que, apesar de a experiência de Viracopos e Guarulhos ser importante, é preciso avançar ainda mais na implementação do e-AWB em outros aeroportos, como os instalados no Rio de Janeiro, Porto Alegre e Manaus. IATA: (11) 2187-4238
-Recife, a empresa também opera uma frequência com uma aeronave que permite a paletização, o 767 de passageiros. Ao todo, os cargueiros, que realizam 40 voos semanais, respondem por 30% de toda a movimentação de carga aérea nacional. O restante é movimentado pelos 740 voos – nacionais e internacionais – de passageiros que a companhia realiza diariamente. Na Azul, flexibilidade e ampliação da malha também dão o tom do setor de cargas. Fonseca anuncia que, no último mês de novembro, foram iniciados os embarques a partir de Congonhas com destino a Porto Alegre, Belo Horizonte e Curitiba. Já em outubro, foi iniciada a utilização do ATR cargueiro na rota entre Porto Alegre e Guarulhos. Há, ainda, uma operação cargueira entre Vitória e o Rio de Janeiro.
Internacional A grande novidade na Azul, porém, é o início de suas operações para o exterior. Neste mês de dezembro, a companhia passou a voar diariamente, com origem em Campinas, para as cidades americanas de Fort Lauderdale e Orlando, no estado da Flórida. Para as frequências, a aeronave utilizada é o Airbus A 330-200 – três equipamentos – que tem capacidade
A Azul começa este mês sua operação internacional com dois voos diários para os EUA a partir de Campinas, com três aeronaves A 330-200
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para 18 t. Vale lembrar que é uma aeronave de passageiros e a unidade de carga irá utilizar um dos porões para suas movimentações. Fonseca explica que a Azul Cargo também tem um ponto de recebimento e entrega no aeroporto de Miami. A conexão com Fort Lauderdale e Orlando é realizada pelo modal rodoviário. O diretor diz que, na exportação, os itens movimentados são perecíveis e produtos dos segmentos aeroespacial e automotivo. Na importação, são desembarcados eletrônicos e itens automotivos. O executivo não fala em números de investimento para iniciar a operação internacional, mas cita algumas estratégias. “Passamos a ocupar mais um armazém em Viracopos, este com 359 m². Já nos Estados Uni-
Airbus A330-200 tem capacidade para 18t. de cargas
dos, temos um armazém de 890 m² em Fort Lauderdale e um em Orlando de 1.068 m². Em Miami, a estrutura de captação e distribuição também tem 890 m²”, informa. Para Fonseca, o mais importante na operação internacional é orientar o cliente a realizar todos os processos de forma correta. Além disso, é preciso ter informação. “Estamos investindo em nossos sistemas para dar visibilidade às movimentações. O grande desafio é entender as necessidades e exigências de cada país e sempre man-
ter clareza e precisão de informação, que é tão importante quanto a remessa. Não podemos fazer da carga aérea um produto de prateleira”, frisa. Fábio Penteado Aeroportos Brasil Viracopos: (19) 3725-5000 Azul Cargo: (11) 4003-8399 Gollog: 0300 101 2001 GRU Airport: (11) 2445-2945 Panalpina: (11) 2165-5700 Proativa: (11) 2218-6030 TAM Cargo: 0300 115 9999
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Solução a quatro mãos Parceria entre a JBS e a empresa de tecnologia MapLink traz melhorias para as operações de transporte rodoviário da fabricante
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uando se pensa na distribuição de uma empresa do porte da processadora de carnes bovina, suína, ovina e de aves JBS, o primeiro adjetivo que vem à mente é “eficiência”. Apenas na divisão de carnes, a companhia organiza 25 mil viagens por mês, com 5 mil veículos para as diferentes rotas que transportam, em média, 270 mil toneladas das suas 51 unidades e 11 centros de distribuição a todo o Brasil. Dentro deste universo, por menor que seja, qualquer interferência que aperfeiçoe a sistemática de distribuição gera impactos importantes, e foi exatamente este o resultado do projeto desenvolvido em parceria entre a diretoria de Logística da JBS e a empresa de tecnolo50 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
gia MapLink. A solução consiste na antecipação e na identificação das praças de pedágio nas rotas de distribuição, e o pagamento antecipado do Vale-Pedágio, dissociando-o do frete. O coordenador de Controladoria de Logística da JBS, Cleiton Xavier, explica a evolução do processo: “Primeiro, desenvolvemos uma ferramenta interna para atender à demanda da exigência do Vale-Pedágio. Mas era uma opção morosa, porque tínhamos de digitar, para todas as viagens, rota, origem, paradas e destino. Ou seja, era um processo muito lento para o volume que a JBS tem de embarques”. Anteriormente, a empresa havia tentado implementar cartões de dé-
bito, nos quais se creditava o valor do pedágio e o próprio motorista ou transportadora administrava. “Este sistema, entretanto, não teve sucesso por vários motivos: era preciso fazer inputs manuais dos valores, os motoristas os perdiam”, explica o gerente de Logística da JBS, Maurício Bahl. A ideia de uma solução que combinasse roteiros e o pagamento antecipado de pedágios surgiu do conceito utilizado por sistemas eletrônicos de pagamento de pedágios. “Porém, as empresas que ofertavam esse tipo de serviço não tinham uma área de TI que pudesse fazer a integração com o nosso ERP e automatizar o processo”, conta Bahl. Foi então que a JBS aproximou-se da MapLink.
Combinação
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pedágio que foram selecionadas para a rota que A solução, implemenele fará”, detalha Xavier. tada na divisão da JBS de Além das informacarnes em fevereiro deste ções das praças de peano, baseou-se na comdágio, a MapLink disbinação de expertises: a ponibiliza outros dados MapLink desenvolveu referentes à rota, como uma solução de detalhatempo de viagem, commento de informações bustível estimado no que, a partir dos dados percurso e quilometrade origem, paradas e desgem, além de outras intinos de uma determinaformações que podem da carga fornecidos pelo ser parametrizadas. “Mas sistema de roteirização a grande vantagem para Bahl: sistema permitiu da JBS, identifica as pranós foi atender, de maadequação à legislação do ças de pedágio, sem alteneira integrada e sem Vale-Pedágio rar a estrutura de rotas já intervenção humana, o estabelecida. Com essas volume de embarques, informações, a companhia processa a além de nos adequar à legislação que compra exata dos Vales-Pedágio neces- determina que o Vale-Pedágio deve ser sários para a viagem, para poder fazer a entregue para o transportador antes de compra junto ao fornecedor. ele sair da unidade”, afirma Bahl. A automação era uma das premisNa prática, todas as informações do sas. “Precisávamos evitar a intervenção embarque e da mercadoria que será transhumana, que dificulta a padronização portada, além de dados do caminhão e dos processos nos pedágios. Passamos do motorista, são inseridas no ERP deentão para a MapLink a nossa deman- senvolvido pela própria JBS. A empresa da e o georreferenciamento das paradas consegue verificar se a transportadora e o de pedágio onde nossos veículos passa- veículo definido para a rota em questão riam”, conta Xavier. estão em situação regular com o sistema Com o sistema em operação, a JBS de pagamento automático de pedágios, o entrega ao transportador apenas o com- Via Fácil. Caso exista alguma irregularidaprovante do pagamento dos pedágios de, o processo é interrompido e a logísticomputados na rota. “Quando o moto- ca da JBS entra em contato com a transrista recebe as notas fiscais da carga a ser portadora para que regularize a situação. transportada, ele recebe também os com- “Temos uma quantia pré-comprada com provantes de pagamento das praças de o Via Fácil e debitamos esses valores dessa quantia. O valor é, então, creditado na fatura da transportadora com o Via Fácil”, informa Bahl. O próximo passo é possibilitar à MapLink inserir a roteirização, com o detalhamento de origem, eventuais paradas e destino, e quantidade de eixos do veículo. Os endereços de cada destinatário
da carga são fornecidos ao sistema, com a latitude e longitude (caso não existam esses dados, a MapLink poderá localizar o ponto de entrega a partir do nome da empresa e logradouro). A especialista em tecnologia, então, retorna os dados para a JBS, informando todas as praças de pedágio existentes naquela rota. Com essas informações, o pessoal da JBS aciona o Via Fácil para efetuar o pagamento dos pedágios específicos, com o número correto de eixos dos veículos. Xavier pontua que a compra do Vale-Pedágio apenas é realizada e o respectivo crédito para a transportadora repassado no momento em que a nota fiscal é faturada e aprovada pela Secretaria da Fazenda (Sefaz). “Assim, garantimos que a viagem acontecerá”.
Benefícios Os executivos da JBS identificam entre os benefícios alcançados pelo novo sistema a ausência de movimentação em dinheiro vivo entre a JBS e a transportadora e entre a transportadora e o motorista, que passou a circular com o crédito no sistema de pagamento automático de pedágios. Outra vantagem identificada beneficia a transportadora, que consegue ter um fluxo de caixa muito melhor, uma vez que não tem mais de pagar os pedágios e esperar ser reembolsada depois da viagem feita.
Entre os benefícios com o novo sistema está a ausência de movimentação em dinheiro vivo, dando maior transparência às transações Dezembro/2014 - Revista Tecnologística - 51
Hohagen e a tela do MapLink: experiência em operações de grande porte como a da JBS
Atualmente, a JBS tem um contrato por tempo indeterminado com a MapLink e o pagamento considera o tráfego de informações. “Temos uma quota mensal de 500 mil transações e estamos consumindo mais da metade”, diz Xavier.
Crescendo na logística O tamanho da operação da JBS não intimidou a MapLink. “Trabalhamos com volumes desse porte para operações de outros clientes. A MapLink está acostumada a trabalhar com clientes grandes e com altas demandas de dados. Mas a operação da JBS é muito importante para nós e, obviamente, foi um desafio”, diz o diretor Comercial e sócio fundador da MapLink, Frederico Hohagen.
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A solução deu tão certo que a MapLink já está adotando versões da ferramenta para empresas de bens de consumo, alimentos e bebidas e companhias que tenham na distribuição uma parte estratégica do seu negócio. Hohagen revela que os planos de expansão comercial da empresa no que tange a logística são aumentar a participação do setor no faturamento, dos atuais 15% para 50%, no prazo de 18 meses. “Hoje, temos 16 grandes empresas do segmento de logística e queremos, nesse prazo, ter de 100 a 150 clientes do setor. É um projeto bem ambicioso. Estamos prospectando agressivamente; temos uma área dedicada para soluções ligadas ao segmento de logística. É a nossa grande
Sobre a JBS
A
JBS é líder mundial em processamento de carne bovina, ovina e de aves, além de ter uma forte participação na produção de carne suína. Com mais de 200 mil colaboradores ao redor do mundo, a companhia possui 340 unidades de produção e atua nas áreas de alimentos, couro, biodiesel, colágeno, embalagens metálicas e produtos de limpeza.
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A empresa hoje é a maior exportadora do mundo de proteína animal, vendendo para mais de 150 países. Além disso, a JBS está presente em todos os continentes, com plataformas de produção e escritórios no Brasil, Argentina, Itália, Austrália, EUA, Uruguai, Paraguai, México, China, Rússia, entre outros.
aposta para o curto e médio prazos. Acreditamos nos benefícios que a tecnologia pode oferecer ao segmento de logística”. Com 14 anos de mercado, a MapLink tem escritórios na Argentina – que também atendem o Chile –, na Colômbia e no México e conta com 60 funcionários. A empresa não revela o seu faturamento, mas o diretor afirma que o volume de negócios vem crescendo entre 30% e 35% desde 2011. O plano de crescimento da MapLink está ancorado na percepção de Hohagen sobre um descompasso entre demanda e oferta de soluções. “O transporte rodoviário é carente de boas soluções de tecnologia. Há muita oferta de serviços, mas falta o atendimento com as ferramentas corretas. A distribuição, seja entre grandes cidades, seja a que acontece no âmbito urbano, vem se tornando um fator crucial para determinados negócios. Se conseguirmos levar soluções inteligentes, com dados de roteirização e de trânsito temporal, para essas empresas que dependem das distribuições, certamente conseguiremos nos diferenciar”, conclui o executivo da MapLink. Valeria Bursztein JBS: (11) 3144-4000 MapLink: (11) 3047-8448
ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN
A importância dos aspectos culturais para a gestão integrada da cadeia de suprimentos1 Leonardo Julianelli
I
niciativas de supply chain management envolvem, na maioria das vezes, profundas mudanças culturais que permitem estabelecer confiança entre empresas compradoras e vendedoras, remodelando comportamentos adversativos em relações colaborativas entre os diversos parceiros da cadeia. Além disso, a integração entre áreas de negócios e parceiros comerciais, transacionando produtos e serviços através das fronteiras nacionais, exige a abertura para o “diferente”, em uma abordagem multicultural, muitas vezes menosprezada pelos executivos envolvidos nestes processos. Assim, é necessário compreender a natureza dos aspectos culturais para uma bem-sucedida integração da cadeia de suprimentos. Para isso, faremos uma breve revisão de alguns modelos para analisar os aspectos da cultura nacional, que abrange dimensões peculiares da formação de uma nação, seus valores, tradições e costumes, da cultura organizacional e das métricas de avaliação e recompensa, que funcionam como mecanismo de reforço aos hábitos e comportamentos tidos como “adequados” por uma sociedade, uma vez que derivam destes.
Cultura nacional É amplamente discutida nos meios acadêmico e empresarial a influência da cultura no sucesso ou fracasso de iniciativas de expansão geográfica, parcerias, fusões e aquisições ou na adoção de novos processos e tecnologias. Uma parcela considerável dos insucessos em processos de 54 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
parcerias, fusões e aquisições se deve à não compreensão da importância de uma formação multicultural dos gestores, que permita aceitar e lidar com a diversidade. Alguns autores defendem que o processo de globalização, ao mesmo tempo que diminui as distâncias físicas e culturais, está também fomentando a criação de um gestor multicultural, capaz de lidar com as diferenças encontradas além das fronteiras, e que, por isso, a influência da cultura nacional seria pequena em processos de integração. No entanto, diversos outros autores refutam estas conclusões com estudos que mostram como as diferenças culturais ainda desempenham papel fundamental e representam barreira significativa para o sucesso destas iniciativas. Hofstede, a partir de trabalho iniciado na década de 1960 com mais de 115 mil executivos em 70 países, constata a importância da cultura nacional nas relações de trabalho, superando até mesmo fatores considerados mais relevantes como cargo, profissão, idade e gênero, e propõe cinco dimensões culturais para auxiliar na compreensão das diferenças de comportamentos e atitudes em cada país: • Individualismo X Coletivismo – no individualismo, as redes sociais se interligam de maneira difusa e as pessoas tendem a tomar conta apenas de si próprias e dos mais próximos. Já no coletivismo, as redes sociais são mais densas e as pessoas conseguem identificar claramente o grupo do qual fazem parte, bem como aqueles que não fazem parte dele, oferecendo lealdade ao grupo e esperando proteção em troca;
Cultura organizacional Apesar da importância da compreensão das peculiaridades da cultura nacional para o sucesso da integração da cadeia de suprimentos, as barreiras e dificuldades resultantes das diferenças entre nações costumam ser mais previsíveis do que aquelas oriundas das diferenças entre culturas organizacionais, que precisam ser consideradas e estudadas. Apesar disto, existe pouca literatura disponível sobre os impactos da cultura organizacional na integração da cadeia de suprimentos, que apenas mais recentemente passou a ser objeto de estudos.
Apesar da enorme diversidade de modelos e conceitos utilizados para definir cultura organizacional que vêm sendo produzidos nos últimos trinta anos, pode-se destacar o trabalho de Hofstede, que foi utilizado como base em mais de 1.100 artigos. Em seu conhecido modelo da “casca da cebola”, Hofstede divide a cultura em camadas, colocando os símbolos, heróis e rituais nas camadas externas mais fáceis de observar, enquanto os valores estão no centro da cultura. Todas as camadas são permeadas pelas práticas organizacionais, que caracterizam a cultura da empresa. Outros importantes autores da área, como Schein e Trompenaars, também utilizam estrutura de camadas para descrever a cultura organizacional. Na gestão integrada da cadeia de suprimentos, onde práticas colaborativas devem substituir antigas estruturas competitivas, pressupondo abertura de informações e tomada de decisão conjunta, a cultura organizacional pode ser um importante facilitador ou um grande desafio nesta empreitada. Apesar da extrema dificuldade de mensurar objetivamente esta relação, duas abordagens destacam-se na literatura sobre o tema: cultural fit e competing values framework (CVF). O termo cultural fit (ajuste cultural) tem sido amplamente utilizado na literatura, aparecendo também como “compatibilidade cultural” e “aculturação”. Ele trata “do compartilhamento de valores, crenças e padrões de comportamento que permeiam organizações parceiras da cadeia de suprimentos”, despontando como uma preocupação crescente para as organizações envolvidas em relacionamentos com fornecedores e clientes.
Símbolos Heróis Rituais Valores
WƌĄƟĐĂƐ
Figura 1 - Camadas da cultura organizacional Dezembro/2014 - Revista Tecnologística - 55
Fonte: Hofstede, 2001
• Distância do Poder – refere-se ao grau de aceitação da distribuição desigual de poder por parte dos menos favorecidos. Quanto maior a distância do poder, mais hierarquizada é uma sociedade e menos aceitável é passar por cima de uma decisão tomada em uma “instância” superior; • Evitar a Incerteza – trata de como uma sociedade lida e o quanto procura evitar as incertezas. Quanto maior for o incômodo e a ansiedade causados pela incerteza, mais se procurará evitar situações ambíguas e comportamentos alternativos, buscando-se estabilidade e a adoção de regras claras e formalizadas; • Masculinidade X Feminilidade – em sociedades “masculinas”, os valores dominantes enfatizam a agressividade, competitividade e acúmulo de bens materiais. Em sociedades “femininas”, as pessoas valorizam os relacionamentos, preocupação com os outros e qualidade de vida; • Curto Prazo X Longo Prazo – a orientação pelo curto prazo prioriza o cumprimento das obrigações sociais e obtenção de ganhos imediatos, enquanto a orientação de longo prazo está associada à virtude, economia e perseverança. Apesar das inúmeras críticas que seu trabalho tem recebido ao longo do tempo, tais como sobre o uso de questionário para medir aspectos culturais, utilização de nações como unidades de medida para cultura, emprego de subsidiárias de uma mesma empresa para extrapolar os achados, manuseio de dados antigos, poucas e resumidas dimensões para abordar aspectos complexos e pouca atenção à individualidade, alguns autores têm utilizado estas dimensões para estimar em que medida certas características culturais podem funcionar como barreiras para a integração da cadeia de suprimentos, destacando a distância do poder, o alto nível de aversão à incerteza e a orientação de curto prazo como os principais entraves para a adoção de práticas de SCM. Outros autores apresentam dimensões culturais diferentes, mas deve-se lembrar que todas são simplificações de estruturas extremamente complexas. Também se deve estar atento para o risco da construção de estereótipos e caricaturas a partir destas generalizações da cultura nacional, que não reconhecem a individualidade como motor fundamental das atitudes e comportamentos.
ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN
Colaborativa Adversarial
Cultura do Fornecedor
Fonte: Cadden et al., 2013
Estudos que analisaram diferentes tipos de relações entre parceiros comerciais concluíram que a maioria delas é muito difícil de ser gerenciada sem um alinhamento das culturas organizacionais, adicionando que a incapacidade para fazer este alinhamento resulta em falhas de integração, sendo uma das principais barreiras para a efetiva prática de SCM. Outros estudos corroboram esta constatação e apresentam diversas evidências de que a incongruência cultural entre duas empresas que buscam integração resulta em baixa produtividade, perdas financeiras, baixo índice de satisfação no relacionamento e altos níveis de conflito. Apesar das evidências da relação positiva entre cultural fit e resultado, um estudo de Cadden e seus colegas em 2013 aponta – a partir da comparação do desempenho de diferentes cadeias de suprimentos e o grau de congruência entre as culturas organizacionais das empresas que as compõem – para um resultado dissonante, uma vez que a cadeia com melhor desempenho era justamente aquela formada por empresas com menor alinhamento entre suas culturas organizacionais. Os autores deste estudo supõem que este resultado pode indicar que, quando se trata de uma relação entre duas empresas apenas, ou de um processo de fusão e aquisição, a necessidade de alinhamento cultural é mais relevante do que em um cenário de múltiplos participantes, onde cada um mantém sua independência, como no caso de uma cadeia de suprimentos. Além disso, como a cultura organizacional é composta por múltiplos aspectos, a cadeia de suprimentos que apresentou maior congruência geral entre seus membros, e pior resultado, pode ter tido um desalinhamento significativo em apenas alguns poucos aspectos culturais, provocando o chamado cultural clash (choque cultural), deteriorando o desempenho
Resultados moderados de desempenho (P2) ‘Ajuste cultural moderado’
Resultados máximos de desempenho (P1) ‘Ajuste cultural máximo’
Resultados ruins de desempenho (P4) ‘Desajuste cultural’
Resultados moderados a deficientes de desempenho (P3) ‘Incompatibilidade cultural’
Adversarial
Colaborativa
Cultura do Comprador Figura 2 - Combinação do perfil da cultura organizacional e desempenho 56 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
geral. Sugere-se, pois, a necessidade de analisar não apenas a congruência das culturas organizacionais, mas sobretudo a compatibilidade entre os perfis de cultura. O estudo sugere, então, a partir da análise das características de cada cultura organizacional, que empresas que valorizam ganhos coletivos e de longo prazo (colaborativas) tendem a ter mais facilidade para adotar mecanismos de gestão integrada da cadeia de suprimentos e se apropriar de seus resultados do que aquelas orientadas a ganhos individuais de curto prazo (adversativas), conforme Figura 2. Outro estudo analisa como os diferentes tipos de cultura organizacional estão relacionados com a adoção, promoção e reforço de iniciativas de integração na cadeia de suprimentos, intra e interempresas. Para isso, foram utilizados os diferentes perfis de cultura organizacional do modelo competitive value network. Neste modelo, os critérios de eficácia organizacional podem ser classificados de acordo com duas dimensões de valor. A primeira delas é relacionada ao foco da empresa, que pode ser interno ou externo, e a segunda dimensão é um espectro contínuo, com flexibilidade em uma das extremidades e estabilidade e controle na outra. A conjunção destas duas dimensões resulta em uma matriz com quatro quadrantes, cada um caracterizado por um perfil de cultura organizacional: • Clã (orientação interna com flexibilidade) – caracterizada pela adoção da coesão e da moral como meios para o desenvolvimento das pessoas e da organização; • Autocrática (orientação externa com flexibilidade) – objetiva crescer e prosperar com flexibilidade e agilidade; • Mercado (orientação externa e estabilidade) – através do planejamento e definição de metas, esse tipo de cultura organizacional tem como objetivo alcançar a produtividade e a eficiência; • Hierárquica (orientação interna com estabilidade) – empresas com esse tipo de cultura buscam a estabilidade e o controle através de uma gestão da informação e comunicação eficaz. Foi examinado se um determinado perfil de cultura organizacional influencia positiva ou negativamente a integração com parceiros da cadeia de suprimentos e se isso de fato resulta em melhor desempenho. Suas análises oferecem evidências de que a cultura organizacional e a performance da organização têm relação direta com as práticas de integração adotadas. Também concluem que os tipos de cultura organizacional propostos pelo CVF têm relação direta com a adoção de práticas de integração interna e externa. O tipo de cultura Clã não apresenta relação direta com o desempenho da empresa, enquanto a cultura Autocrática apresenta relação positiva com o desempenho e as culturas organizacionais dos tipos Hierárquica e Mercado apresentaram relação negativa. Com relação a práticas de integração como mediadoras entre cultura organizacional e performance,
empresas com uma pontuação elevada nas características da cultura Autocrática apresentaram os resultados mais positivos nos níveis de integração interna e externa, ao contrário de culturas predominantemente Hierárquicas, cujos níveis de integração foram impactados negativamente. Assim, parece haver suficiente evidência de que a cultura organizacional desempenha papel relevante no sucesso, ou fracasso, de iniciativas de SCM, fazendo com que a incongruência entre os valores e as crenças dos parceiros comerciais e a inabilidade de lidar com as diferenças existentes possam ser consideradas importantes barreiras para o SCM.
Indicadores de desempenho Descendo mais um nível na análise de como questões relacionadas a certos padrões de comportamento podem ser obstativas para a integração da cadeia de suprimentos, podemos tomar os indicadores de desempenho e os mecanismos de recompensa, sempre listados como barreiras para o SCM, como um reflexo da cultura organizacional e nacional, reforçando-os, o que pode explicar em parte a
grande dificuldade para modificá-los no curto prazo. Existe farta literatura sobre os problemas enfrentados para medir efetivamente o desempenho das práticas de SCM. Para muitos autores, apesar de as medidas de desempenho terem um papel importante na determinação de objetivos, avaliação de resultados, comportamentos e definição de ações futuras, elas não receberam atenção suficiente por parte de executivos e pesquisadores. Parece haver a necessidade de se desenvolver um novo sistema de medidas de desempenho para o supply chain management, uma vez que as medidas tradicionais apresentam problemas de aplicação neste novo paradigma de gestão. Os principais problemas apontados nos indicadores de desempenho aplicados ao SCM são: • Incapacidade de lidar com a complexidade – existe uma enorme dificuldade em desenvolver mecanismos de medição para avaliar o desempenho da cadeia de suprimentos, considerando que esta pode apresentar uma enorme complexidade, resultante da utilização de diversos sistemas de TI, dispersão geográfica das empresas, culturas diferentes e ambientes em constante transformação, o que exige métricas adaptativas;
ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN
Natureza
Características indesejadas
Cultura nacional
Individualismo; Concentração de poder/ falta de autonomia; Orientação ao curto prazo; Manutenção do status quo / evitar incerteza.
Problemas para a integração
Conclusão
Rivalidade entre empresas; Cultura organizacional
Incompatibilidade de crenças, valores e padrões de comportamento; Orientação “para dentro”.
decisões e investimentos. É importante lembrar, também, que medidas inadequadas levam a comportamentos inadequados, reforçando alguns dos aspectos discutidos nas barreiras culturais.
Disputas internas e externas; Falta de confiança; Falta de comprometimento;
Parece haver evidências suficientes de que os aspectos comportamentais, moldados pela cultura nacional e organizacional, e reforçados pelos indicadores de desempenho, desempenham papel relevante no sucesso de iniciativas de integração na cadeia de suprimentos. O Quadro 1 resume os principais problemas associados aos aspectos culturais para os quais os executivos de supply chain devem estar atentos.
Dificuldade de analisar o desempenho.
Indicadores de desempenho
Incapacidade de lidar com a complexidade; Métricas isoladas; Orientação financeira de curto prazo; Falta de direcionamento claro.
Quadro 1 - Quadro-resumo
• Utilização de métricas internas e isoladas – os sistemas de medição de desempenho tradicionais foram concebidos dentro do paradigma da gestão “baseada em recursos” e não na “visão relacional”, o que dificulta a avaliação da cadeia de suprimentos como um todo e leva a inconsistências na análise dos resultados; • Predominância de indicadores financeiros – apesar de os gestores terem percebido a inadequação do uso exclusivo de indicadores financeiros para avaliar os resultados da integração da cadeia de suprimentos, uma vez que estes encorajam as ações que levam a ganhos de curto prazo e são incapazes de avaliar o valor criado para os clientes finais, ainda há forte viés no uso de indicadores de custos; • Falta de conexão com a estratégia da cadeia – primeiramente, a estratégia de cada membro da cadeia de suprimentos pode ser consideravelmente diferente, o que já gera um enorme desafio para definir os indicadores que sirvam aos propósitos das diferentes estratégias. Além disso, muitas vezes, os indicadores utilizados para medir o desempenho da cadeia são conflitantes com a estratégia da empresa, levando ao fracasso da iniciativa; • Excesso de indicadores – na tentativa de corrigir algumas das limitações apresentadas anteriormente, cria-se um número enorme de indicadores, o que torna difícil identificar aqueles críticos dentro da enorme maioria de desnecessários. A dificuldade de medir o desempenho e, por conseguinte, apurar os benefícios é uma importante barreira para a integração da cadeia de suprimentos, pois os gestores precisam justificar 58 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
Referências bibliográficas BRAUNSCHEIDEL, M.; SURESH, N. C.; BOISNIER, A. D. Investigating the impact of organizational culture on supply chain integration. Human Resource Management, v. 49, n. 5, p. 883-911, 2010. CADDEN, T.; HUMPHREYS, P.; MCHUGH, M. The influence of organisational culture on strategic supply chain relationship success. Journal of General Management, v. 36, n. 2, p. 37-65, 2010. ______; MARSHALL, D.; CAO, G. Opposites attract: organisational culture and supply chain performance. Supply Chain Management: An International Journal, v. 18, n. 1, p. 86-103, 2013. CHEN, I. J.; PAULRAJ, A. Towards a theory of supply chain management: the constructs and measurements. Journal of Operations Management, v. 22, n. 2, pp. 119-150, apr. 2004. FAWCETT, S. E.; MAGNAN, G. M.; MCCARTER, M. W. Benefits, barriers, and bridges to effective Supply Chain Management. Supply Chain Management: An International Journal, v. 13, n. 1, p. 35-48, 2008. HOFSTEDE, G. Culture’s Consequences: comparing values, behaviors, institutions, and organizations across nations. 2. ed. Thousand Oaks, CA: SAGE Publications, 2001. ______. The usefulness of the organizational culture concept. Journal of Management Studies, v. 23, n. 3, p. 253-258, 1986. Leonardo Julianelli Gerente de Capacitação Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS leonardo.julianelli@ilos.com.br Tel.: (21) 3445-3000 1
Adaptado do projeto de tese de doutorado do autor, intitulado “Gestão Integrada da Cadeia de Suprimentos: realidade ou ficção? Análise dos aspectos culturais, tecnológicos e operacionais no Brasil”, e qualificado em 24/06/2014.
PRODUTOS
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Rastreador para o segmento de cargas, da Porto Seguro A Porto Seguro Transportes Monitorados, braço da Porto Seguro, coloca à disposição do mercado o Rastreador Transportes Monitorados, dispositivo que permite a localização tanto da carga quanto do veículo em uma eventual necessidade. O aparelho tem como objetivo proporcionar mais segurança às empresas transportadoras ou proprietárias de mercadorias. Além do equipamento, o cliente conta com o serviço de gerenciamento de riscos. Este integra o rastreamento e a interação da Central 24 horas, por meio da combinação de ações como bloqueio do veículo e travamento do baú, compondo assim um conjunto de soluções para a segurança do transporte de cargas. O equipamento foi criado a partir de tecnologia própria (com comunicação GPRS e dual chip) e é disponibilizado na opção comodato, em que os itens necessários para o monitoramento são
fornecidos pela empresa e o contratante assume o valor mensal do serviço. A Porto Seguro dispõe de um centro técnico exclusivo para instalação e manutenção de seus dispositivos de rastreamento. Em algumas regiões, o cliente também conta com a possibilidade de realizar a instalação na própria empresa, por meio de oficinas móveis. A companhia oferece treinamentos teóricos e práticos para os funcionários envolvidos no transporte de cargas, para que conheçam o manuseio do rastreador e diferentes procedimentos de segurança. A Porto Seguro possui outras soluções em rastreamento para o transporte de cargas, como iscas eletrônicas, escolta, sistemas que disparam ações previamente combinadas sempre que houver indícios de ações criminosas ou de acidentes e softwares que autorizam a viagem ao condutor da carga e liberam as portas do veículo. (11) 3366-3410
LCL Sailing Schedule, da Panalpina
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lefonar ou enviar um e-mail para descobrir as opções de LCL. Com essa ferramenta, eles têm maior visibilidade de todas as opções em um só lugar. O serviço torna o gerenciamento de pedidos e inventários mais fácil. Todos os novos serviços LCL da companhia fazem parte da programação. Um dos mais recentes foi o serviço de carga consolidada adicional de Cingapura para Santos. Com isso, a empresa passou a ter três saídas semanais nesta rota, um serviço único neste mercado. Além disso, está analisando a possibilidade de adicionar uma opção de reserva
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A Panalpina lançou uma ferramenta on-line de LCL (Less Than Container Load) para o modal marítimo que permite aos clientes explorar a sua rede e encontrar os embarques que melhor se adaptem às suas necessidades. A LCL Sailing Schedule da Panalpina fornece informações atualizadas com quase 35 mil conexões LCL ponto a ponto em todo o mundo. A novidade é aberta, sem a necessidade de códigos de acesso ou senhas. Os usuários inserem origem e destino e o serviço oferece informações atualizadas sobre transit time, horário, datas de chegada, tempo de cut-off e datas de desconsolidação, além do nome do navio. Antes, os clientes tinham de te-
(booking), o que permitirá que os clientes possam encontrar, comparar e agendar embarques. Para utilizar o serviço, é preciso acessar a página da Panalpina na internet e clicar no link LCL Sailing Schedule. (11) 2165-5700
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A fornecedora de sistemas de segurança Smiths Detection disponibiliza ao mercado seu novo sistema de inspeção de cargas em grande escala por raios-X, o Hi-Scan 180180-2is Pro, indicado para cargas aéreas e triagem de remessas.
Sistema de inspeção de carga, da Smiths Detection
O equipamento Pro é uma versão avançada do Hi-Scan 180180-2is, já largamente utilizado no mercado. Graças à sua elevada capacidade de penetração, o sistema é capaz de analisar grandes volumes sem a necessidade de desfazer as cargas con-
solidadas em pacotes individuais, garantindo o rendimento e a eficiência do processo. Apesar de o equipamento possuir abertura de túnel de 180 X 180 cm, capaz de inspecionar contêineres LD3, ele apresenta design compacto, minimizando o espaço necessário para instalação. A segurança da inspeção é reforçada pelo uso da visualização dupla – tanto superior quanto lateral – dos objetos selecionados, com excelente qualidade, o que permite uma correta interpretação da imagem. (11) 3074-0270
PRODUTOS
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Portas industriais sem barras metálicas, da Rayflex A Rayflex coloca à disposição do mercado as portas industriais de uso interno e externo sem barras metálicas em suas mantas. As mantas aplicadas às portas rápidas são lisas, confeccionadas em tecido vinílico de alta resistência, e são totalmente flexíveis. Dessa forma, acidentes comuns em outros tipos de portas são completamente eliminados, tornando-as mais seguras. No caso de aplicações externas, as portas podem suportar até a Classe 5 de resistência à pressão sem necessitar de barras
rígidas na sua manta para ter estabilidade. Isso porque a manta é contida nas guias por meio de sistemas de molas especiais nas laterais, que mantêm a porta tensionada. As portas flexíveis da Rayflex são fabricadas nas versões inox, de chapa galvanizada ou com pintura eletrostática epóxi. Além disso, são dotadas com um sistema autorreparável que faz com que voltem à sua forma original após qualquer impacto de empilhadeiras e similares contra a sua manta. (11) 4645-3360
A Crown apresenta ao mercado duas novas opções de cabines para as empilhadeiras da série C-5: uma fechada e uma parcialmente fechada, ambas desenvolvidas para utilização em ambientes imprevisíveis, com recursos que têm como objetivo oferecer maior conforto e visibilidade ao operador. A estrutura totalmente fechada, instalada de fábrica, é construída em aço tubular e está disponível no modelo pneumático. A superfície texturizada absorve o som e reduz os ruídos que chegam até o interior da cabine. Com duas janelas de correr com possibilidade de travamento, a novidade conta com ar fresco filtrado e controles de temperatura e do desembaçador incorporados à porta. Já a cabine parcialmente fechada pode ser instalada de fábrica ou adquirida como um acessório, dis62 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
ponibilizado no pós-venda para instalação por parte do usuário. Ela apresenta vidro traseiro flexível e portas que podem ser abertas para cima ou para baixo, de acordo com as condições climáticas. O modelo pode ser encomendado como uma cabine completa, parcial sem portas ou em componentes modulares que são usados para criar uma solução personalizada. Ambas as opç õ e s apresentam janelas amplas pelas quais o operador pode facilmente ver as pontas dos garfos, a carga e o ambiente ao redor. Painéis de teto feitos em acrílico oferecem também visibilidade em operações com car-
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Cabines fechadas e parcialmente fechadas para empilhadeiras, da Crown
gas manuseadas no alto. A série C-5 da Crown possui motor industrial GLP de 2,4 litros e está disponível em modelos com capacidades que variam de 1.800 a 3.000 kg. (11) 4585-4040
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Nonononononononono Novo Tector Nonononononononono Economy,da Iveco
A Iveco apresenta ao mercado o Tector 150E21 Economy 4X2, nova opção de caminhão na categoria de comerciais médios, com peso bruto total (PBT) de 15.400 quilos, voltado para entregas urbanas e movimentações em curtas e médias distâncias. O modelo também marca o lançamento da geração Economy, cuja principal novidade é o uso de motores com quatro cilindros, que traz um aumento de cilindrada de 3,9 para 4,5 litros em relação ao seu antecessor. De acordo com a montadora, a alteração gerou uma economia de combustível de 10%. O novo Tector possui 206 cavalos de potência máxima (a 2.500 rpm) e torque de 720 Nm, na faixa que vai de 1.350 a 2.100 rotações. A transmissão usada é a mecânica Eaton, de seis marchas, com novo acionamento a cabo que proporciona um aumento no conforto e na precisão da troca de marchas. Além disso, torna o processo mais ágil, facilitando o desempenho do veículo, principalmente em trechos urbanos. A condução confortável também foi pensada com as novas molas parabólicas da suspensão dianteira do veículo, com capacidade de absorção de impacto e vibrações elevadas. Na suspensão traseira, as molas parabólicas de duplo estágio se adaptam melhor aos diferentes tipos de terreno,
distribuindo os impactos e contribuindo para a estabilidade do caminhão. Mais leves e mais modernas, as molas também suportam quantidades maiores de carga. A cabine ainda é equipada com molas helicoidais na suspensão posterior, o que gera movimentos mais suaves. No interior, os tecidos usados são os mesmos do Tector Stradale, versão Premium da linha, conferindo um ar mais sofisticado ao veículo. O eixo traseiro Meritor MS 23235 usado no Tector 150E21 Economy apresenta duas relações de redução. Na caixa baixa, com carga que exige mais força do veículo, oferece ao motorista condições de sobrepor obstáculos do dia a dia com maior facilidade. Na caixa alta, permite guiar o veículo em situações que requerem menos força do conjunto motriz. Por sua vez, o eixo dianteiro Iveco é forjado e tem capacidade técnica para 5 mil kg. Já a lista de acessórios de série do Tector 15 toneladas conta com banco do passageiro biposto, escotilha de teto, ABS + EBL, porta-estepe, volante com regulagem de altura e profundidade e ajuste automático das folgas das lonas de freios. Como opcional, o veículo pode ser equipado com ar-condicionado. (31) 3888-7469
PRODUTOS PRODUTOS
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A Airclic, empresa de tecnologia de origem americana, lançou o WiseLog, aplicativo feito para planejar rotas, otimizar e monitorar operações de campo no mercado de logística e serviços urbanos. O software é um instrumento de inteligência que proporciona vantagem competitiva, pois permite à empresa planejar e diminuir os custos com a operação de campo em até 25%, promovendo soluções em tempo real por meio de smartphones. Além de rotas, ele calcula o número de veículos necessários para empresas de transporte, informa como a carga deve ser distribuída entre os veículos e qual o percurso e tempo necessário para cada entrega. E, para empresas prestadoras de serviços de manutenção, instalação e montagem, otimiza o tempo de seus profissionais na execução dos serviços em campo. É possível, ainda, ampliar sua eficiência e inteligência de negócio com uma ferramenta de navegação assistida que orienta o motorista até seu destino, evitando congestionamentos, perda de tempo e desperdício de combustível. O serviço utiliza computação em nuvem para armazenagem de dados. (11) 5904-4590
Torre sobreposta com sistema duplo de garfos, da Saur A Saur, empresa especializada no fornecimento de soluções para movimentação de materiais, desenvolveu uma torre de elevação sobreposta para empilhadeiras com um sistema duplo de garfos, destinada à movimentação de dois paletes. O equipamento é ideal para operações de carga e descarga de mercadorias leves em caminhões e contêineres, atividade em que se trabalha com o empilhamento de dois paletes. A utilização da torre de elevação sobreposta com sistema duplo de garfos, que possui altura própria de 2.460 mm, facilita também operações com paletes em prateleiras e estruturas drive-in, permitindo a redução da quantidade e do fluxo de máquinas empregadas, dobrando a velocidade do processo. (19) 3518-7200 Divulgação
Aplicativo WiseLog, da Airclic
Ferramenta para a gestão de frotas, da Zatix A Zatix lançou o Linker, solução desenvolvida para ser aplicada na gestão de frotas. Com uma interface totalmente web, o que dispensa a instalação de software, a novidade possibilita às empresas controlar toda a operação de transportes, desde a gestão da frota até o gerenciamento de risco. Além disso, permite configuração específica e adaptável às necessidades do cliente. A ferramenta monitora e localiza os veículos da frota em tempo real por meio de mapas digitais e pontos de referência personalizáveis, possibilitando conhecer o histórico das posições e eventos dos veículos, programar e enviar comandos e ações e receber 64 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
alertas em situações de exceção. Outra característica única do Linker é a inteligência embarcada por meio de macros. Com comandos e funções predeterminadas e armazenadas no rastreador, as macros produzem ações no veículo independentemente de rede de comunicação no momento ou da ação do gestor da frota. As macros podem ser personalizadas de acordo com a necessidade da operação, como a geração de aviso em caso de abertura de porta não programada, a configuração de limite de velocidade ou o controle de manobras dos veículos. Com as macros, o Linker também possibilita um melhor controle sobre os
processos e o status de entrega, a utilização do veículo na rodovia e a distância percorrida. Em sua versão mais completa e em um trabalho conjunto com a Iridium, provedora de sistema de comunicação satelital de baixa órbita, o lançamento oferece a opção de tripla comunicação (duplo chip GPRS/GSM + satelital) e, por consequência, o acompanhamento dos veículos com maior abrangência de sinal e menor risco de falha de comunicação. O rastreador identifica automaticamente a disponibilidade de sinal e escolhe o meio de comunicação mais adequado e de menor custo em determinado momento. (11) 4003-8006
AGENDA
INTERNACIONAL Fruit Logistica 2015. 4 a 6 de fevereiro. Messe Berlin, Berlim, Alemanha. Organização e informações: Spotlight. www.fruitlogistica.com LogiMAT 2015. 10 a 12 de fevereiro. New Stuttgart Trade Fair Centre, Stuttgart, Alemanha. Organização e informações: LogiMAT. www.logimat-messe.de ProMAT 2015. 23 a 26 de março. McCormick Place South, Chicago, EUA. Organização e informações: MHI. www.promatshow.com NACIONAL
Cursos de curta duração Controle de Almoxarifado e Inventário Físico. 22 de janeiro. Gestão de Compras e Negociação com Fornecedores. 27 de janeiro. Ambos em São Paulo, SP. Organização e informações: Minder Group. Tel.: (11) 5111-8220 www.mindergroup.com.br Introdução à Simulação com Arena. São Paulo, SP. 26 a 28 de janeiro. São Paulo, SP. Organização e informações: Paragon. Tel.: (11) 4058-8888 www.paragon.com.br Customer Services: como balancear custos e satisfação de clientes. 12 e 13 de fevereiro. Campinas, SP. Organização e informações: Cebralog. sac@cebralog.com www.cebralog.com.br Administração de Armazenagem. Administração e Planejamento da Produção. Compras e Administração de Materiais. Gestão da Distribuição. Logística em Comércio e Serviço. Logística, Marketing e Vendas. Negociação em Compras. Tecnologia Aplicada à 66 - Revista Tecnologística - Dezembro/2014
Logística. Todos com carga horária de 15 horas. Custos Logísticos, Aspectos Tributários e Fiscais. Carga horária: 18 horas. Logística Integrada. Logística Reversa. Logística de Transportes. Todos com carga horária de 24 horas. Administração de Operações Logísticas. Carga horária: 30 horas. Gestão de Frotas. Carga horária: 30 horas. Operações da Logística Internacional. Carga horária: 30 horas. Para datas e locais, consulte o Senac. Organização e informações: Senac. Tel.: 0800 883 2000 naiana.gsouza@sp.senac.br www.sp.senac.br
Assistente em Logística Empresarial. Carga horária: 200 horas. Bertioga, SP. Curso Técnico em Logística. Carga horária: 800 horas. Curso Livre em Almoxarife. Carga horária: 160 horas. Auxiliar de Operações em Logística. Carga horária: 160 horas. Curso Livre de Comprador. Carga horária: 160 horas. Assistente em Transporte e Distribuição. Carga horária: 240 horas. Para datas e locais, consulte o Senac. Organização e informações: Senac. Tel.: 0800 883 2000 naiana.gsouza@sp.senac.br www.sp.senac.br
Cursos de longa duração
Master em Logística e Supply Chain. Inscrições até 14 de março de 2015. Duração: 516 horas. Em São Paulo, SP. Organização e informações: Fundação Getulio Vargas. Tel.: (11) 0800 772 2778 mbapaulista@fgv.br mgm-saopaulo.fgv.br
Curso Prático para Operador de RTGs. Duas turmas mensais até fevereiro de 2015. Carga horária: 60 horas. Operador de guindaste LBS 600. Turmas bimestrais até julho de 2015. Ambos em Manaus, AM. Carga horária: 120 horas. Organização e informações: Porto Chibatão e Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat). Tel.: (92) 2123-4163 www.sestsenat.org.br Tecnologia em Logística. Duração: 2 anos. Curso de Extensão em Supply Chain Management. Carga horária: 40 horas. Curso a distância. Pós-Graduação em Logística Empresarial. Carga horária: 366 horas. São Paulo e Águas de São Pedro, SP. Curso Técnico para
Especialização em Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística. 2 de março de 2015 a 4 de julho de 2016. Inscrições até 25 de janeiro de 2015. Campinas, SP. Organização e informações: Unicamp. Tel.: (19) 3521-2337 cursos.lalt@fec.unicamp.br www.fec.unicamp.br/lalt Veja a agenda completa de cursos, seminários, MBAs e demais eventos em www. tecnologistica.com.br/agenda
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO Allink ............................................. 49 Amsted ...................................2ª capa Assine Tecnologística .................... 65 Bresco Investimentos .................... 53 Cargosoft ....................................... 11 Certificação Top Log GPA ............. 35 Consmetal ..................................... 57 Curso CLRB ................................... 45 Fórum Logística Reversa.........3ª capa GLP - Global Logistic Properties ... 13 Gocil .............................................. 21 Grupo Libra ................................... 25
ILOS ............................................... 59 L.Amorim ...................................... 19 Polo 40 .......................................... 15 Salvador Logística ......................... 61 Saur................................................ 33 Still ................................................ 41 Tecnologística Online ................... 63 Tegma ............................................ 05 Terca .............................................. 07 UPS ................................................ 27 VLI ..........................................4ª capa