Locadores de equipamentos de movimenta莽茫o Instabilidade econ么mica alavanca os neg贸cios do setor
Tabela lista os principais players do mercado brasileiro
Irani Bertolini: do sonho de ser caminhoneiro ao comando de um grande grupo empresarial
SUMÁRIO
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MERCADO Siga todas as novidades do mercado brasileiro de logística nesta seção
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Novas tecnologias proporcionam cada vez mais a otimização dos serviços logísticos por meio da visualização e da gestão completa da cadeia, reduzindo custos e conferindo mais agilidade às operações
CROSS-DOCKING Acompanhe o vai e vem dos profissionais no nosso movimentado setor de logística
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ENTREVISTA
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TERCEIRIZAÇÃO Elog agrega a configuração de equipamentos de telecomunicação de acordo com as demandas dos clientes da Unify às operações logísticas prestadas em seu centro de distribuição localizado em Curitiba
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LOCAÇÃO Momento complicado da economia brasileira gera insegurança financeira e faz com que as empresas vejam cada vez mais a locação de máquinas de movimentação como a melhor alternativa na hora de investir em ativos
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TABELA Confira quem são, onde estão e o que oferecem os principais players do setor de locação no país
LOGÍSTICA DE EVENTOS Conheça todo o trabalho existente por trás da Volvo Ocean Race, regata oceânica que passou pelo Brasil no mês de abril e demanda processos logísticos minuciosos para garantir que o espetáculo nunca pare
Irani Bertolini nos brinda com sua história de vida, desde o tempo em que sonhava em ser caminhoneiro e viajar pelo Brasil até o sucesso como empresário à frente da Transportes Bertolini
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VISIBILIDADE
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POLI/CISLOG Artigo analisa o emprego da tecnologia de identificação por radiofrequência nos processos de logística reversa dos extintores de incêndio veiculares
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EVENTO Intermodal South America chega à sua 21ª edição apresentando as últimas novidades da logística e reunindo as maiores empresas nacionais e internacionais do setor em um espaço dedicado a debates e negócios
100 ILOS Segunda parte do artigo de Robert Handfield e Ataide Braga, que aborda as novas habilidades e o novo papel do comprador nas redes logísticas colaborativas
106 AGENDA Confira os mais importantes cursos, seminários, MBAs e demais eventos nacionais e internacionais do setor de logística em nossa agenda
Capa: Michele Bianchi Fotos: Shutterstock
EDITORIAL
Publicare Editora Ltda. www.publicare.com.br
Diretores Shirley Simão shirley@publicare.com.br
Jorge Roberto Simão
Nos momentos mais difíceis...
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urgem as grandes oportunidades. Que essa máxima não pareça uma tentativa de abrandar a gravidade do péssimo momento econômico – e político, diga-se de passagem – que o Brasil enfrenta, mas a verdade é que, quando analisados alguns recortes do mercado, ela pode realmente ser levada a sério. Esse é o caso do segmento de locadores de equipamentos de movimentação, objeto da matéria especial apresentada na edição que você tem em mãos. Diante do temor de realizar novos investimentos, a palavra de ordem é cautela, e uma forma de colocar isso em prática é reduzir os custos com ativos. A locação surge então como uma alternativa para a obtenção de máquinas, permitindo que as empresas direcionem os recursos financeiros – hoje mais valiosos do que nunca – ao seu core business. Afinal de contas, a logística não para, mesmo em época de crise. Mas não só o aporte para ter o equipamento operando é considerado no momento de optar pelo aluguel. Assim, os players do setor investem cada vez mais em serviços agregados, equipamentos mais econômicos e versáteis e contratos que atendam às necessidades do cliente. As características das empresas que atuam no segmento podem ser encontradas, inclusive, em nossa detalhada tabela que acompanha a reportagem. E como investir na melhoria dos processos é sempre necessário, mesmo – ou principalmente – quando as perspectivas não são muito boas, esta edição traz também uma matéria de tecnologia aplicada mostrando as vantagens de contar com uma visibilidade total da cadeia logística para, além de dispor de um desenho minucioso de toda a operação, trabalhar com inteligência os dados coletados e aperfeiçoar os procedimentos. Por fim, você confere uma reportagem exclusiva sobre os bastidores da regata Volvo Ocean Race e toda a logística necessária para garantir o espetáculo, além das principais novidades apresentadas durante a feira Intermodal South America, que chegou, em 2015, à sua 21ª edição. Uma ótima leitura e até o mês que vem, com a nossa já consagrada edição especial sobre o mercado de operadores logísticos.
jorge@publicare.com.br
Ano XX - N.º 234 - Maio/2015 www.tecnologistica.com.br Redação, Administração e Publicidade Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar CEP: 04571-010 - São Paulo - SP
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Shirley Simão
Antônio Galvão Novaes; Arthur A. Hill; César Lavalle; Hugo Yoshizaki; Marcos Isaac; Paulo Fleury; Paulo Roberto Leite; Robert Caracik; Rodrigo Vilaça; Walter Zinn. A Revista Tecnologística não se responsabiliza pelo conteúdo dos artigos assinados, bem como pelas opiniões emitidas pelos entrevistados. Reprodução total ou parcial permitida, desde que citada a fonte. Registrada no 1.º Cartório de Reg. de Tit. e Doc. sob n.º 219.179, nos termos da Lei n.º 5.250/67 (Lei de Imprensa). Marca Registrada INPI n.º 818.454.067. revistatecnologistica
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MERCADO
Gollog investe R$ 1 milhão em terminal de cargas em Congonhas
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Gollog apresentou, em abril, seu novo terminal de cargas localizado no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. A estrutura, que já foi utilizada pela Varig Log, unidade de cargas da extinta Varig, recebeu R$ 1 milhão em investimentos destinados a reforma e modernização. O terminal possui 2.100 m² e tem como destaque a proximidade com a área aeroportuária, com acesso fácil e direto à pista do Aeroporto de Congonhas, sede administrativa da Gollog. “O novo terminal integra nossa estratégia de ampliar a rede de atendimento, proporcionando cada vez mais eficiência e comodidade aos nossos clientes”, destaca Eduardo Calderon, diretor de Cargas da Gol. A estrutura da companhia em Congonhas conta ainda com um pátio específico
para carga e descarga de veículos. As áreas de entrega e retirada das mercadorias possuem salas de suporte para os clientes, chamadas de Facilitador Operacional de Cargas Aéreas (Foca). Além disso, o terminal foi equipado com ferramentas tecnológicas que proporcionam mais segurança e monitoramento das cargas. O terminal opera no sistema de cross-docking. As mercadorias são recebidas, passam pelo processo de documentação e logo em seguida prosseguem para a preparação para o embarque nas aeronaves. Toda a carga que passa pela estrutura é escaneada por um sistema de raios X. Atualmente, o transporte de cargas representa 3,5% do faturamento total da Gol. Somente em 2014, a Gollog transportou 73,6 mil toneladas de mercadorias. Para 2015, a expectativa da empresa é alcançar um crescimento de 20%, com 88 mil t.
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Estrutura de 2.100 m² passou por reformas e foi modernizada para receber as atividades da empresa
“No curto prazo, iremos modernizar a infraestrutura dos nossos terminais de cargas, teremos novos lançamentos e soluções logísticas, além de mais investimentos em ferramentas de monitoramento e formas de pagamento”, afirma Calderon. Ainda em 2015 a empresa deve inaugurar dois novos terminais de cargas, localizados nos aeroportos de Altamira (PA) e Curitiba. Gollog: (11) 2636-1166
Braspress adquire novo sorter para o hub de Guarulhos
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Braspress assinou um contrato de R$ 43 milhões com a Vanderlande Industries, da Holanda, para a aquisição de um sorter (sistema automatizado de encomendas), destinado ao seu hub localizado em Guarulhos (SP). O local, nova sede da empresa, possui área total de 190 mil m², sendo 80 mil m² de área construída. Localizada na Rodovia Presidente Dutra, a estrutura tem previsão de inauguração em março de 2016. O equipamento, que chegará em seis lotes por via marítima, com início
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Equipamento virá da Holanda por via marítima e será instalado na sede da organização já em 2015, conta com 16 entradas automáticas com 14 esteiras telescópicas movidas por trilhos para atender a duas docas simultâneas, 102 saídas externas, 20 saídas internas e uma saída para rejeição. Serão 35 esteiras telescópicas para as rampas de saída, sendo 11 de correias e 14 de roletes, com extensão total de 5,3 quilômetros, dos quais 960 metros são do sorter. O sistema terá capacidade para transportar 14 mil volumes por hora. Braspress: (11) 3429-3333 Vanderlande: (11) 3521-7214
Terceiro porta-contêineres da série San é batizado pela Hamburg Süd Cerimônia aconteceu no Uruguai, importante mercado da companhia na América Latina
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Hamburg Süd batizou, em abril, em Cuenca del Plata, terminal localizado em Montevidéu, no Uruguai, o navio porta-contêineres San Vicente, a terceira embarcação de uma série de três idênticas que levam a denominação San. Completam a série os navios San Christobal e San Clemente, batizados em setembro e dezembro de 2014, respectivamente. Assim como seus pares, o San Vicente possui capacidade nominal para 9 mil TEUs e conta com 1.370 tomadas para
contêineres refrigerados. O comprimento total da embarcação é de 300 metros, a largura é de 48,2 m e o calado máximo é de 14,40 m. Equipado com um motor de 36.440 kW, o porta-contêineres atinge uma velocidade de 22 nós. O San Vicente foi construído no estaleiro Hyundai Heavy Industries, em Ulsan, na Coreia do Sul. Apesar de ter sido batizado somente agora, ele foi entregue à Hamburg Süd em novembro do ano passado e entrou em operação no serviço da companhia entre a
Ásia, a África do Sul e a costa leste da América do Sul. O Uruguai é um mercado importante para a Hamburg Süd. O Porto de Montevidéu movimentou, em 2014, um total de 776 mil TEUs, e quase um décimo desse valor equivale a contêineres da companhia alemã. Juntas, Hamburg Süd e sua unidade de cabotagem, a Aliança, realizam mais de 400 escalas por ano no porto uruguaio. Hamburg Süd: (11) 5185-3100
MERCADO
Viracopos terá terminal para cargas de alto valor Espaço contará com 2 mil m² e será construído e operado pela Brink’s utilizando tecnologia e padrões de segurança reconhecidos internacionalmente
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Brink’s assinou um contrato com o Aeroporto Internacional de Viracopos, localizado em Campinas (SP), para a construção e operação de uma estrutura de segurança especial dentro do Terminal de Cargas (Teca) do aeroporto, onde será realizado o gerenciamento logístico adequado de cargas de alto valor. A data de inauguração do espaço não foi divulgada. Uma área exclusiva de 2 mil m² do Teca será destinada à novidade. O local contará com toda a infraestrutura física e tecnológica de segurança utilizada em operações similares nos mais importantes aeroportos de todo o mundo, incluindo área especial com temperatura controlada para produtos farmacêuticos e outros que demandem esse tipo de ambiente. A filial da Brink’s Viracopos, além de abrigar em segurança a carga, oferecerá serviços de monitoramento na importação e entrega e transporte para o aeroporto com carros e carretas fortes. Para a exportação haverá uma área dedicada exclusiva para cargas que aguardam o processo de paletização, operação que será realizada com vigilância até o embarque na aeronave. “A Brink’s já atua nesse segmento em vários países e estabelecer essa parceria com Viracopos reforça nossos atributos em soluções inteligentes de segurança e logística”, afirma o presidente da empresa no Brasil, Fernando Sizenando. Com a implantação da unidade em Viracopos, os órgãos anuentes passarão a ter mais uma área de con-
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ferência segregada, completando o ciclo de segurança da carga. Ou seja, a novidade permitirá que não haja a exposição da carga importada e exportada em nenhum momento do processo legal, já que a instalação será mais um setor de armazenagem especial do Teca. “Viracopos dá mais um passo para atender às necessidades dos nossos clientes do terminal de cargas. Temos que oferecer soluções inéditas e a implantação da Brink’s no nosso aeroporto é mais um sinal de que buscamos o que o mercado tem de melhor”, analisa o diretor-presidente de Viracopos, Luiz Alberto Küster.
Solução fitossanitária O Aeroporto Internacional de Viracopos é o primeiro terminal aéreo do Brasil a contar com uma estrutura móvel de tratamento térmico (HT, na sigla em inglês para heat treatment) para a aplicação de um procedimento fitossanitário na madeira bruta que entra ou deixa o país. Trata-se de um tratamento que combate organismos vivos que podem, de alguma forma, ser nocivos ao meio ambiente. O sistema está operando desde janeiro no setor de importações e em abril passou a ser aplicado também no setor de exportações.
Com um investimento de R$ 2 milhões, o serviço é oferecido em parceria com a Move Brasil, empresa especializada e credenciada pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e visa diminuir em até 90% o uso de brometo de metila. A aplicação do gás é o método mais utilizado no país para tratamento fitossanitário. No entanto, ele é prejudicial ao meio ambiente. Além das vantagens ecológicas, o HT é muito mais ágil e seguro. O procedimento dura apenas três horas, enquanto o tratamento com brometo de metila leva 48 horas. O serviço é prestado 24 horas por dia, sete dias por semana. “O tratamento fitossanitário é um procedimento de liberação rápido e eficaz de mercadorias, com uma tecnologia extremamente moderna, observando a mobilidade, a área de ocupação e a sustentabilidade”, explica o diretor Comercial de Viracopos, Aluizio Margarido. Conforme determinação legal, toda a madeira bruta utilizada em embalagens, amarrações, suportes e mate-
rial de acomodação de cargas deve ser fiscalizada pelo Mapa como medida preventiva contra a entrada e disseminação de pragas no país, uma vez que elas podem estar hospedadas e ser veiculadas por esse tipo de material. Atualmente, 100% das cargas que utilizam madeira bruta que passam por Viracopos são inspecionadas pelo Mapa
e em média 6% do total são condenadas e precisam de tratamento fitossanitário. A estrutura é composta por um caminhão, uma câmara móvel e inflável e um módulo autônomo de aquecimento de ar. A capacidade é de 240 m³. “Com esta nova opção de tecnologia, Viracopos passa a ser um dos aeroportos mais seguros do país no comba-
te à entrada de pragas quarentenárias que podem ser encontradas na madeira bruta, além de agilizar a logística de carga dos clientes”, afirma o diretor da Move Brasil, Murilo Aranha. Aeroportos Brasil: (19) 3725-5000 Brink’s: (11) 2133-0300 Move Brasil: (11) 2607-8126
Grupo Coringa compra carretas double decker da Labor
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Grupo Coringa, companhia produtora de alimentos, adquiriu duas carretas do modelo Maxiloader, da fabricante de implementos rodoviários Labor. As carretas double decker, capazes de carregar até 40 paletes distribuídos em seus dois andares, foram compradas para auxiliar no transporte dos alimentos, totalizando agora cinco unidades do modelo na frota. “Utilizamos as Maxiloaders nas rotas para os estados de Alagoas, Bahia, Pernambuco e Sergipe”, explica Marcelino Alexandre, diretor do Grupo Coringa. “A preferência pelo modelo Maxiloader se deve principalmente pela necessidade de atender a demanda por cargas paletizadas por parte das grandes redes de supermercados e atacadistas, que nos últimos anos vem aumentando. Dessa forma, atendemos sem acréscimo significativo nos custos de entrega”, diz. As primeiras aquisições ocorreram em 2011, quando foram com-
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Produtora de alimentos de Alagoas investiu mais de R$ 1 milhão na aquisição de cinco implementos
pradas três carretas. O investimento total foi de cerca de R$ 1,3 milhões. Cada veículo roda uma média de 4 mil km ao mês, transportando no período cerca de 200 toneladas. “Esse é o diferencial para nós. Transportar uma maior quantidade de cargas paletizadas em uma só viagem”, argumenta Alexandre. Além do ganho em volume transportado, o uso do Maxiloader traz benefícios para o meio ambiente. “Em
uma comparação, dois semirreboques Maxiloader carregam o mesmo que três semirreboques convencionais. Com isto, há também menor custo na operação com diesel, pedágios, redução de ativo de caminhões da frota e principalmente menos emissão de CO2 na atmosfera”, diz o diretor Comercial da Labor, Heberson Cosso. Grupo Coringa: (77) 3639-3000 Labor: (11) 3382-1950 Maio/2015 - Revista Tecnologística - 9
MERCADO
Elemar Logística inaugura armazém em São Paulo Divulgação
Unidade irá atuar com produtos de telecomunicações, infantis, móveis e peças mecânicas
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operador logístico Elemar inaugurou, no mês de março, um novo armazém localizado na Rodovia Anhanguera, em São Paulo. A estrutura possui 15 mil m², capacidade para 10 mil posições-palete, pé-direito de 12 m, piso que suporta até 5 toneladas por m² e contará com 90 funcionários. O arma-
zém, que demandou investimentos de R$ 2,5 milhões, irá atuar com produtos dos segmentos de telecomunicação, infantil, moveleiro e mecânico. “Além de toda a infraestrutura administrativa, técnica e de pessoal necessária, tivemos o cuidado de estabelecer o armazém em uma área estratégica para recebimento e envio de mercadorias. Estamos a cinco minutos das marginais Pinheiros e Tietê, a cinco minutos do Rodoanel Mário Covas e ligados diretamente a uma das mais importantes vias que seguem em direção ao interior de São Paulo. Tudo isso gera maior eficiência em transporte e uma excelente economia de recursos,” explica Adilson Vieira de Araújo, diretor-geral da Elemar. No local, a empresa realiza o rece-
bimento e a armazenagem das cargas, além de utilizar controle de estoque por WMS, com possibilidade de interface com os sistemas dos clientes. A Elemar também oferece serviços de coleta, transporte e distribuição, operações de separação e embalagem, expedição, controle de estoque por item conforme a necessidade do cliente e ainda inventários para manter sempre alinhado o estoque físico e fiscal tanto do armazém geral quanto da empresa proprietária da mercadoria. Além do serviço de armazém geral, a Elemar também desenvolve projetos logísticos customizados e atua como agente de carga e despachante aduaneiro. Elemar Logística: (11) 4118-0948
Columbia Nordeste tem novo armazém na Bahia Estrutura foi construída utilizando sistema autoportante da Bertolini
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Columbia Nordeste ampliou seu complexo operacional localizado em Simões Filho (BA) com a construção de um novo armazém de 14.700 m² com 18 docas, pé-direito de 14,5 m e capacidade do piso de 6 toneladas por m². O complexo está situado em uma área de 243 mil m² e já possui três outros armazéns destinados a cargas alfandegadas, secas e refrigeradas. Além disso, o local conta com pátio alfandegado, depot para contêineres, escritórios, área de suporte e área para ampliação. A empresa escolheu as soluções da Bertolini Sistemas de Armazenagem para otimizar a armazenagem e a movimentação de mercadorias na nova estrutura. Autoportante, o espaço possui 24
mil posições-palete. Dentre as vantagens principais do sistema autoportante estão a redução de custos para a instalação do armazém, a grande capacidade de estocagem em função da utilização de grandes alturas e do melhor aproveitamento do espaço e o tempo de construção menor que o convencional. Segundo a Columbia Nordeste, op-
tar pela Bertolini foi a estratégia utilizada para reduzir custos e acelerar o tempo de implantação do projeto. A estrutura é multiclientes e atenderá a diversos mercados, com principal foco na operação de varejo e no mercado automotivo. O investimento total no novo armazém foi de R$ 18 milhões. As atividades desenvolvidas no local construído incluem armazenagem, gestão de estoque, recebimento e conferência de mercadorias, etiquetagem, embalagem e montagem de kits, picking e packing, paletização e cross-docking. Bertolini Sistemas de Armazenagem: (27) 2101-5500 Columbia Nordeste: (11) 3330-6700
MERCADO
Governo federal prevê novas concessões de aeroportos para 2016 Terminais aéreos de Porto Alegre, Salvador e Florianópolis devem ser os próximos repassados à iniciativa privada Ainda segundo o ministro, os aeroportos de Congonhas, em São Paulo, Santos Dumont, no Rio de Janeiro, e Eduardo Gomes, em Manaus, não devem ser licitados, permanecendo sob a administração da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero). Padilha explicou que esses terminais são necessários para manter uma geração mínima de receita para a subsistência da Infraero. Até agora, já foram concedidos à iniciativa privada os aeroportos Governador André Franco Montoro, em Guarulhos (SP), Viracopos, em Campinas (SP), Juscelino Kubitschek, em Brasília, Tancredo Neves, em Confins (MG), e Divulgação
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e acordo com o ministro da Secretaria de Aviação Civil (SAC), Eliseu Padilha, novos leilões para concessões de aeroportos à iniciativa privada devem ocorrer no primeiro semestre de 2016. A declaração foi feita durante a Airport Infra Expo 2015, evento que aconteceu nos dias 24 e 25 de março, em Brasília. Segundo Padilha, os próximos terminais aéreos concedidos devem ser o Aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, Deputado Luís Eduardo Magalhães, em Salvador, e Hercílio Luz, em Florianópolis. A concessionária vencedora do leilão do aeroporto porto-alegrense será responsável também pela construção de um novo terminal, localizado no município de Portão (RS), a 30 km da capital.
Antônio Carlos Jobim, no Rio de Janeiro. A previsão é que até 2018 o governo federal tenha concedido todos os 15 aeroportos previstos inicialmente. SAC: (61) 3311-7100
TAM Cargo amplia terminal de cargas em Uberlândia Área total da estrutura passou de 119 m² para 333 m²
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TAM Cargo reinaugurou, em março, seu terminal de cargas de Uberlândia (MG) depois de obras de reforma e ampliação. Resultado de investimentos de R$ 135 mil, a área total do terminal foi ampliada de 119 m² para 333 m², e a construída de 59 m² para 150 m². Esta ampliação possibilitou um aumento de 264% na capacidade do armazém do terminal e, consequentemente, uma movimentação maior de carga, composta principalmente por peças automotivas, medicamentos, eletrônicos, material biológico,
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documentos e alimentos em geral. Situado no bairro do Alto Umuarama, o terminal da TAM Cargo em Uberlândia responde, segundo dados da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), por 63% do mercado de cargas aéreas no município, totalizando uma média mensal de 90 toneladas e mais de 10 mil volumes. A carga movimentada atende ao mercado doméstico. O espaço também dispõe de uma câmara fria de 411 litros, destinada a produtos perecíveis. De Uberlândia, a TAM Cargo realiza três frequências diárias para o Aeroporto de Congonhas (SP) e uma
para Brasília, o que possibilita conexões de cargas em todo o Brasil. “A região de Uberlândia é estratégica para a TAM Cargo, dada a importância da cidade e do estado de Minas Gerais. Com o novo terminal, buscamos alcançar nosso objetivo de oferecer o melhor serviço possível para nossos clientes, com conforto e qualidade, bem como melhorar continuamente a qualidade de trabalho para os colaboradores”, diz o diretor-geral da companhia, Luis Quintiliano. TAM Cargo: (11) 5091-3200
Posidonia aposta no transporte de commodities Companhia intensifica movimentação de contêineres no Mercosul
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Posidonia, especializada no transporte de cargas de cabotagem e longo curso, tem diversificado sua estratégia de negócios para enfrentar a alta do dólar. De acordo com o sócio e CEO da companhia, Abrahão Salomão, uma revisão nas operações foi necessária para que a Posidonia pudesse se tornar mais competitiva. “Percebemos que houve uma intensa procura pelo transporte de commodities no eixo do Mercosul. De fevereiro para cá, as operações de cabotagem para Argentina e Uruguai representaram 70% da nossa operação. Em contrapartida, as importações de produtos acabados, visivelmente afetados pela alta do dólar, tiveram uma redução significativa”, conta. De acordo com Salomão, essa queda foi de aproximadamente 50%. O executivo destaca que a grande demanda neste início de ano tem sido pelo transporte de grãos, cereais, minério de ferro e derivados de petróleo. “Estamos operando em rotas estratégicas. Com essa medida, conseguimos reduzir o custo para nossos clientes”, diz. Segundo ele, essa mudança ocorreu naturalmente e a capacidade para atender às novas demandas é resultado da flexibilidade apresentada pela companhia. A Posidonia tem buscado oferecer soluções que possam ajudar a minimizar os impactos do cenário econômico instável. Entre as medidas, a manutenção de equipe enxuta e versátil e o atendimento personalizado na atividade de ship management são pontos fortes na estratégia para enfrentar o momento de incerteza.
“Ship management nada mais é do que a administração do navio. Ela pode ser parcial (técnica, comercial, de recursos humanos) ou total. É uma atividade muito difundida no exterior, mas pouco falada no Brasil”, explica Salomão. “Podemos dizer que é nossa principal atividade, para a qual temos investido recursos com o objetivo de garantir excelência no serviço. Investimos em pessoal, treinamentos, sistemas e infraestrutura”. Salomão ressalta que tais medidas são necessárias para que a Posidonia continue crescendo organicamente. “Nossa projeção é encerrar o primeiro semestre com crescimento de 15% em relação ao mesmo período do ano passado”, estima. “Esperamos continuar expandindo sem perder flexibilidade comercial e operacional. Isso nos ajuda a perceber oportunidades, ao mesmo tempo que mantém um caráter personalizado dos serviços. Acreditamos que haverá muitas oportunidades no transporte aquaviário, apesar de qualquer cenário de crise”, completa o executivo. A Posidonia iniciou suas operações em abril de 2013 e realiza atividades como armação, administração e operação de navios, transporte feeder de contêineres, transporte de granéis sólidos e líquidos, transporte de carga geral e de veículos e operação de apoio marítimo. A companhia emprega hoje cerca de cem funcionários, entre pessoal embarcado e em solo. Dentre seus principais clientes estão empresas como Raízen, Trafigura, DHL, Bertling e MSC. Posidonia: (21) 2221-9698
MERCADO
Santos Brasil investe em novo sistema de redestinação de cargas Clientes podem enviar o Bill of Landing pelo site da companhia
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Santos Brasil passou a oferecer, no primeiro trimestre deste ano, um novo sistema de redestinação de cargas para agentes, despachantes aduaneiros e importadores. A ferramenta garante o destino correto das cargas importadas que chegam ao Porto de Santos (SP) e são direcionadas aos terminais da Santos Brasil. A partir de agora, os clientes podem enviar o Bill of Landing (BL), documento exigido para cada transporte marítimo, diretamente pelo site da Santos Brasil, ao anexá-lo em formato PDF. O sistema lê as informações automaticamente e elimina
possíveis erros de digitação, mitigando riscos de divergências entre os documentos recebidos pela Santos Brasil e a comunicação com a alfândega do porto. Antes do lançamento dessa ferramenta, o cliente precisava enviar o BL para a Santos Brasil por e-mail e aguardar uma resposta. Mesmo com a novidade, a opção de envio via e-mail continuará disponível para quem preferir. “A confirmação chega em instantes e sem erros devido à não manipulação dos documentos”, diz o diretor Comercial da Santos Brasil, Wagner Toffoli. O novo sistema permite ainda a inclusão
de informações adicionais, o que não era possível no procedimento adotado anteriormente. “No caso de cargas reefer, o cliente pode cadastrar a temperatura adequada para o contêiner”, explica Toffoli. Outra vantagem nesta inovação é o painel de controle, onde o cliente pode conferir o status de todas as cargas que cadastrou. É possível saber, por exemplo, se elas já foram descarregadas no terminal ou enviadas para os demais recintos alfandegados. Santos Brasil: (13) 2102-9000
Edison Chouest aumenta cais do Porto do Açu Agora com 710 m, estrutura pode chegar a 990 m depois de novas intervenções Divulgação
Com a expansão, prevista no contrato assinado em abril de 2014 com a Prumo Logística, dona do complexo portuário fluminense, o cais da unidade ganhou novos 220 m, passando de 490 para 710 m. Além disso, a unidade da empresa no Porto do Açu poderá receber até 14 embarcações e a área total alugada pela Edison Chouest passou a ser de 411,8 mil m². Esta é a segunda expansão de cais realizada pela empresa, que ainda possui duas opções que podem ser executadas até outubro de 2015. Caso elas aconteçam, o cais poderá chegar a 990 m. “A ampliação da base no Porto do Açu está em linha com o plano de expansão da Edison Chouest no Brasil e nos prepa-
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empresa americana Edison Chouest, fornecedora de soluções de transporte marítimo offshore, concluiu, em março, a ampliação do cais de sua unidade no Porto do Açu (RJ), onde está instalando uma base de apoio logístico offshore e um estaleiro de reparos navais para suas próprias embarcações.
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ra para atender às demandas dos atuais clientes e também do pré-sal”, diz Ricardo Chagas, diretor da empresa. A previsão é que sejam investidos, no total, R$ 950 milhões no desenvolvimento da unidade da Edison Chouest no Açu. A nova base deve começar a operar já no segundo semestre deste ano e a expectativa é de que as atividades desenvolvidas na estrutura gerem cerca de 900 empregos. A empresa possui uma subsidiária que já atua no Brasil, a Bram Offshore, com embarcações destinadas a atividades de reboque, manuseio de âncoras, transporte de equipamentos e suprimentos, detecção e recuperação de óleo, entre outros serviços. Bram Offshore: (22) 2105-0401 Prumo: (21) 3725-8000
Patrus passa a utilizar veículo elétrico em Minas Gerais
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Patrus Transportes passou a utilizar, no primeiro trimestre de 2015, um veículo 100% elétrico para operações de entrega porta a porta na cidade de Belo Horizonte. O objetivo é proporcionar uma solução mais sustentável e menos poluente na atividade de transporte de cargas. O veículo adquirido pela empresa é o furgão Kangoo ZE, da Renault, que possui autonomia para rodar até 120 km e apresenta emissão zero de CO2. O tempo de carregamento máximo da bateria é de 8 horas. O novo ativo, que pode trans-
portar até 650 kg, será utilizado na região central da capital mineira em entregas de produtos como cosméticos, sapatos, acessórios, material esportivo e outras cargas do e-commerce. O veículo possui ainda sistemas antirruído e antirroubo e limitador de velocidade a 130 km/h. A Patrus ainda não revela planos concretos de investir em mais veículos elétricos, mas sendo constatada a eficiência, a tendência é que novos aportes do tipo sejam realizados no futuro. A Renault já possui 10 mil veículos elétricos rodando nos Estados Unidos, 5,5 mil na
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Empresa adquire Kangoo ZE, da Renault, que apresenta emissão zero de CO2
França e 1,7 mil no Brasil. O Kangoo ZE da Patrus é o primeiro do tipo a ser utilizado no estado de Minas Gerais. Patrus: (11) 2167-1000 Renault: (11) 4331-5222
MERCADO
Airship do Brasil inaugura primeira fábrica Empresa do Grupo Bertolini produzirá aeróstatos e dirigíveis para cargas e passageiros no interior paulista
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Airship do Brasil (ADB), empresa do grupo da Transportes Bertolini, inaugurou no dia 28 de março, em São Carlos (SP), suas novas instalações, voltadas à produção de aeronaves mais leves que o ar (LTA, sigla em inglês para lighter than air), como aeróstatos e dirigíveis. O primeiro cliente da empresa é a Eletronorte, que já tem encomendada uma aeronave-protótipo, além de mais sete unidades a serem entregues posteriormente, em um contrato cujo valor estimado é de R$ 30 milhões. A fábrica fica em um terreno de 49 hectares localizado ao lado da rodovia Washington Luiz. Além de pesquisa, desenvolvimento e fabricação, a Airship também auxiliará a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) na criação da certificação para estas aeronaves. De acordo com Paulo Vicente Caleffi, presidente da ADB e diretor de Gestão da Transportes Bertolini, os investimentos até agora somam R$ 10 milhões, a maior parte voltada para pesquisas e projetos. A empresa também já recebeu uma parcela de R$ 9 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), de um total previsto de R$ 100 milhões. “A Airship do Brasil representa a confiança da Bertolini na grandeza do país e a determinação e o pioneirismo que são a marca do grupo”, afirmou Irani Bertolini, presidente do grupo, durante a inauguração da fábrica. “Ela é a joia mais valiosa dentre as nossas 21 empresas e um marco no desenvolvimento da Amazônia, tão cheia de desafios e carente de estrutura viária”. Já Caleffi informou que a estrutura inaugurada representa o começo de uma nova era para as aeronaves mais leves que o ar no país. “A partir de hoje,
iniciamos uma nova fase, de projetos e protótipos, e começamos a fabricação dos dirigíveis. Ainda teremos a necessidade da construção de uma nova fábrica, muito maior do que esta, para que possamos finalizar as aeronaves, que por suas dimensões não cabem neste hangar”, informou o executivo, sem definir datas ou mesmo um local para a nova planta. Ele adiantou que a estrutura terá ao menos 45 metros de altura por 500 metros de comprimento, e capacidade de produção simultânea de três dirigíveis.
Além da construção A história dos LTAs no país teve início em 1990, quando o Exército Brasileiro iniciou pesquisas sobre a utilização de dirigíveis para realizar sua logística estratégica, principalmente em áreas de fronteira e na Amazônia. O Projeto Dirigível do Exército Brasileiro foi oficializado em 1997, tendo já a Bertolini como parceira. Em 2004, o Exército coordenou a criação de uma Sociedade de Propósito Específico (SPE), que evoluiu e deu origem, em junho de 2005, à ADB. A empresa, inicialmente com sede em Barueri (SP), mudou-se para São Carlos em 2010. A Airship já tem desenvolvidos dois modelos de aeróstatos, o ADB-1 e o ADB -2. O primeiro apresenta 4 m de
comprimento, capacidade para 2 quilos de carga útil e é utilizado em testes de configuração, propulsão, estabilidade e controle de dirigíveis de grande porte, além de possuir versões voltadas para a realização de imagens aéreas e publicidade, com a distribuição de panfletos. O segundo, com 16 m e capacidade para 20 kg, é aplicado em atividades publicitárias, de vigilância, captação de imagens aéreas e serve também como plataforma de telecomunicações. Além disso, existe o projeto de nacionalização do dirigível norte-americano 138-S-Skybus (agora denominado ADB 3-3) e de aeróstatos da família ADB-A-X, voltados para tarefas de segurança pública, defesa e telecomunicações, entre outras. Basicamente, a diferença entre as aeronaves é que os aeróstatos não são tripulados e funcionam ancorados por meio de um cabo. Já os dirigíveis são tripulados e possuem propulsão a motor. De acordo com a empresa, os produtos podem ser empregados em diferentes áreas, dentre elas a logística. Ao longo destes anos, a ADB vem trabalhando em pesquisas para desenvolver aeronaves 100% nacionais, apesar de ter buscado conhecimento e parcerias estratégicas no mundo todo. Neste meio tempo, a companhia também evoluiu de uma prestadora de serviços em logística para uma indústria aeronáutica. Futuramente, ela pretende desenvolver negócios que incluem, além da fabricação, a prestação de serviços na operação e manutenção de suas aeronaves, bem como a formação de mão de obra especializada (pilotos, mecânicos e tripulantes) e serviços logísticos. Além dos modelos de dirigíveis já citados, o mais ambicioso projeto da empresa é o desenvolvimento do ADB 3-30-E, com 130 metros de compri-
mento, diâmetro do envelope de 35 m, altura de 50 m – equivalente a um prédio de 18 andares – e capacidade para transportar 30 toneladas, voltado para inspeção, manutenção, construção de linhas de transmissão elétrica e logística em regiões sem infraestrutura para outros modais de transporte. Esta aeronave deverá iniciar as operações em 2017 e é principalmente pensando nela que a empresa planeja sua nova fábrica. De acordo com Marcus Tabaknic, diretor técnico de Projeto e Desenvolvimento da Airship do Brasil, a grandeza do projeto do 3-30-E não se resume ao seu tamanho. “Só existem 22 dirigíveis certificados nos Estados Unidos e três na Europa, e nenhum com as dimensões do
ADB 3-30-E. Somos pioneiros”, informa. Este projeto, criado para a Eletronorte, visa oferecer uma alternativa para a manutenção e inspeção de linhas de transmissão de energia, o que hoje é feito por terra. Com o dirigível, será possível fazer um monitoramento à distância com sensores e câmeras, e aproximar as equipes pelo ar e descê-las numa gaiola para fazer os reparos, sem a necessidade de equipes de terra, o que é ideal para áreas remotas e de acesso restrito. “Além disso, o 3-30-E é concebido também para o transporte e posicionamento de torres que sustentam as linhas de energia”, explica Tabaknic. Além das oito unidades encomendadas pela Eletronorte, a Transportes Ber-
tolini manifestou o interesse na aquisição de 11 dirigíveis na versão cargueira. Neste caso, as aeronaves terão na gôndola de comando um compartimento de carga. O diretor técnico informa que a própria Bertolini será responsável por desenvolver um contêiner nas dimensões-padrão, porém na configuração aeronáutica, em alumínio, para aumentar a capacidade de carga. A ADB ficará responsável pela especificação do contêiner e a Bertolini pela sua fabricação. A primeira aeronave da empresa a entrar em operação, já em 2016, será o ADB 3-3, com capacidade de carga útil de 1 tonelada ou seis passageiros. Airship do Brasil: (16) 2106-9494
MERCADO
Codern apresenta plano de modernização do Porto de Natal Obras estão orçadas em R$ 300 milhões e devem começar ainda este ano
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Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) apresentou, no dia 25 de março, durante uma audiência pública, seu Plano de Modernização Portuária (PMA), projeto que tem como objetivo aumentar a produtividade do Porto de Natal. A iniciativa é resultado de um estudo sobre as demandas futuras do porto e também dos dados físicos da região. Durante a audiência, foram discutidos pontos como a construção do Berço 4 e
do sistema de proteção contra colisões dos pilares da Ponte Newton Navarro, localizada no Rio Potengi, ligação entre o porto e o Oceano Atlântico. Com a construção do Berço 4, o Porto de Natal passará a contar com um cais contínuo de 360 metros, permitindo o atendimento de embarcações mais modernas. O PMA inclui ainda intervenções como a implantação de uma retroárea e de edificações para o novo berço, uma cortina de
contenção dos Berços 1, 2 e 3 para aumentar o calado nas áreas de atracação e um atracadouro para embarcações de pesca artesanal. Ao todo, o valor aproximado das obras está estimado em R$ 300 milhões, oriundos do governo federal. As iniciativas previstas no plano devem ter início ainda em 2015, mas não há uma data prevista para o término das obras. Codern: (84) 4005-5311
Grupo G10 passa a contar com empresa de rastreamento G10 Monitoramento rastreia os veículos da companhia e também oferece o serviço para terceiros
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rastreamento de qualquer tipo de veículo. O serviço é realizado por meio de um chip instalado no veículo, que envia dados à central de monitoramento, que opera 24 horas por dia. São recebidas informações como desvio de rota, por exemplo, que pode incorrer no bloqueio do veículo. Para o diretor da G10 Monitoramento, Antonio Carlos Nascimento, o rastreamento garante, principalmente, a segurança dos colaboradores. “Uma situação importante é no caso de roubo, em que o motorista pode acionar o botão de pânico. Dessa forma, conseguimos ajudá-lo, mandando auxílio ao motorista e dando a segurança necessária”, explica. Divulgação
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Grupo G10, companhia que reúne empresas do segmento de transporte rodoviário da região de Maringá (PR), anunciou em março a inclusão de uma nova empresa no conglomerado, a G10 Monitoramento, que nasceu a partir da aquisição de uma franquia da Link Monitoramento. O objetivo é rastrear toda a frota do grupo, composta por 2.220 veículos, contando com o serviço dentro da própria companhia, para proporcionar mais segurança e agilidade à atividade. Os valores investidos na abertura da nova empresa não foram divulgados. Até então a frota do Grupo G10 era monitorada pela Link Monitoramento. Com a novidade, os profissionais que atuam no serviço passam a ser da própria G10 Monitoramento. Além disso, a nova empresa oferece o serviço a terceiros, tanto pessoas jurídicas como físicas, com o
Além da G10 Monitoramento, fazem parte do Grupo G10 as empresas Transpanorama, Transfalleiro, Cordiolli, Rodofaixa, VMH Transportes, G10 Transportes, G10 Auto Posto, Florescer, Centro de Treinamento e Qualificação no Transporte (CTQT) e G10 Seminovos. Grupo G10: (44) 3261-0022 Link Monitoramento: (41) 3078-1700
MERCADO
Porto de Paranaguá inaugura shiploaders
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Equipamentos vão proporcionar maior produtividade e tecnologia na exportação de commodities agrícolas
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o dia 17 de março, data em que o Porto de Paranaguá (PR) completou 80 anos, a Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) inaugurou dois novos shiploaders. Cada equipamento é capaz de movimentar 2 mil toneladas por hora – os carregadores antigos tinham capacidade para 1,5 mil toneladas. Os dois novos shiploaders operam no berço 213, um dos três que compõem o Corredor de Exportação de Paranaguá. A inauguração dos equipamentos aconteceu no início do escoamento da safra de grãos e deve proporcionar maior produtividade na exportação de commodities agrícolas na Operação Safra 2015. A expectativa é que a novidade gere um aumento de 33% na capacidade de operação do porto. Até agosto, outros dois novos shiploaders vão substituir mais dois carregadores
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antigos – que estão operando há mais de 40 anos – nos berços 212 e 214. Ao todo, a Appa investiu R$ 59,4 milhões na aquisição dos quatro equipamentos. “Depois de conseguirmos ordenar a descarga dos grãos, equilibrar o fluxo de caminhões e zerar as filas, investimos na modernização e na ampliação da capacidade do Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá”, destaca o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino. Além de mais rápidos, os novos shiploaders também possibilitarão o carregamento de navios de grande porte, já que possuem uma lança bem mais comprida. Cada uma tem 36 metros de comprimento a partir do trilho, 10 metros a mais do que os antigos carregadores adquiridos na década de 70. “Isso proporciona um alcance maior para carregar os navios, permitindo que embarcações de grande
porte possam atracar em Paranaguá. As lanças dos shiploaders também são mais altas do que eram os antigos carregadores, possibilitando o atendimento de maiores navios sem nenhuma restrição”, explica Dividino. Outra novidade está relacionada à sustentabilidade no porto. Os novos shiploaders são projetados para operar em harmonia com o meio ambiente, pois possuem um sistema de captação de pó que reduz a emissão de partículas no ar durante o carregamento de navios com produtos como soja e farelo de soja. Os equipamentos também têm geradores próprios, possibilitando o recolhimento da lança e sua movimentação sobre os trilhos em caso de queda de energia. O Paraná deverá colher uma produção de grãos entre 36,5 milhões e 37 milhões de toneladas durante o ano agrícola 2014/15. Essa projeção, que aponta para um aumento em torno de 2% em relação à colheita da safra anterior, foi elaborada pelo Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura e do Abastecimento. No Porto de Paranaguá, a estimativa até o final de maio, período em que a exportação da safra chega ao seu pico, é de que sejam embarcadas cerca de 5,5 milhões de toneladas de grãos.
Açúcar em Antonina O Porto de Antonina (PR) voltou a ser uma porta de saída do açúcar ensacado brasileiro. Depois de um mercado em baixa em 2014, o produto volta a passar pelo porto paranaense com a perspectiva de exportar um volume maior do que 2012 e 2013 somados. O primeiro carregamento aconteceu na segunda quinzena de março e to-
talizou 17 mil toneladas do insumo proveniente do interior de São Paulo com destino a Angola, na África. Até o final do ano, a expectativa é que cerca de 200 mil toneladas de açúcar passem por Antonina. A retomada da movimentação do produto no porto é fruto de um plano de investimentos na área. “Fizemos a dragagem de Antonina, que devolveu os 10 metros de profundidade do canal. Com isso, navios maiores e de diferentes cargas podem atracar. Vamos aumentar o portfólio de produtos negociados, o que fortalece a economia local”, afirma Dividino. A previsão é de que cerca de 20 navios embarquem o produto ainda este
ano. “Teremos entre dois e três navios em sequência antes do início da nova safra em junho. Depois, vamos intensificar os embarques por Antonina”, explica o diretor da MPAX Logística e Participações, Marcelo Alves. A empresa é a responsável, a partir deste ano de 2015, por trazer usinas e tradings exportadoras dos açúcares cristal e refinado originários dos estados do Centro-Sul do Brasil até o Porto de Antonina. Maior movimento de carga também significa mais trabalho e renda para a população e comércio local. No primeiro trimestre, isso já pôde ser observado. “A volta desta atividade para Antonina é fundamental para o porto e para os trabalhadores da cidade”,
afirma o diretor do porto, Luiz Carlos de Souza. “O embarque do açúcar ensacado demanda mais trabalhadores que a operação com fertilizantes, por exemplo, o que fortalece a mão de obra local”, completa. De acordo com o diretor do Órgão Gestor da Mão de Obra do Porto de Antonina, Edenoir Batista, a notícia é animadora para os cerca de 320 trabalhadores portuários autônomos (TPAs) que atuam no local. “Este primeiro embarque de açúcar já movimentou a mão de obra local. São 300 famílias impactadas pela retomada das atividades”, avalia Batista. Appa: (41) 3420-1143
MERCADO
Brandili tem CD totalmente automatizado em Santa Catarina Projeto de alta tecnologia foi desenvolvido pela Ulma Handling Systems Divulgação
O novo CD, construído justamente para receber o sistema automatizado, foi inaugurado no fim de 2014 e possui 4.000 m² de área construída em uma área total de 6.000 m². No espaço, são realizadas atividades de armazenagem, customização, picking, packing e despacho. O CD possui cinco docas e pé-direito de 12 metros. A solução aplicada na estrutura compreende um sistema composto por dois FSS – equipamento que é uma evolução do miniload – e sorter de alta cadência de classificação por dupla bandeja, todos gerenciados por um WMS desenvolvido sob medida. Também foram instalados dispositivos put to light para guiar os operadores nos processos de separação multipedidos. “O mito de que uma operação automatizada só pode ser implantada em grandes centros e em empresas que trabalham com produtos de altíssimo valor agregado foi superado com esse projeto. A Brandili vem se profissionalizando, desde a gestão até os processos fabris e logísticos, e não hesitou em ousar com uma solução de última geração para manter-se competitiva”, afirma Gorka Su-
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Brandili, empresa do ramo têxtil infantil, teve seu novo centro de distribuição localizado na cidade de Apiúna (SC) totalmente automatizado pela Ulma Handling Systems. O projeto faz parte de uma ação que envolve investimentos de mais de R$ 70 milhões nos últimos cinco anos direcionados à modernização de seus parques fabris, em sistemas integrados de informação e em inovações tecnológicas na logística. A empresa produz anualmente 14 milhões de peças, distribuídas em 67% das cidades brasileiras. Antes da solução da Ulma, o processo de armazenagem era manual: as caixas com produtos ficavam empilhadas e, na preparação de pedidos, utilizavam-se listas impressas em papel. O resultado era o uso de conferência manual e a intensa movimentação de pessoas pelo espaço de armazenagem.
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dupe, diretor de Operações da Ulma para a América do Sul.
Resultados Anteriormente havia uma produtividade média de separação da ordem de 300 peças por hora no modelo manual de separação. Com o novo projeto, a operação evoluiu em produtividade, com cerca de 1.500 peças separadas por hora. Outra melhoria foi em relação à ergonomia dos processos e à qualidade em geral dos trabalhos dos colaboradores no armazém, tais como redução de longos deslocamentos, diminuição da movimentação e elevação manual de caixas e postos de trabalho adequadamente dimensionados aos funcionários, tanto no sorter quanto nas áreas de multipedidos. O diretor-geral da Brandili, Eduardo Bertoldi de Salvo, ressalta que os desafios de controle e movimentação de mercadorias no setor têxtil são significativos e podem ser restritivos ao crescimento, caso não se pense na logística de forma integrada. “Avaliando a estratégia de longo prazo de nossa empresa, a automatização é algo que colabora para direcionar nossos funcionários para atividades cada vez mais especializadas, reduzindo a exigência de pessoas na movimentação básica de mercadorias. É relevante ganhar agilidade e precisão para girar cada vez mais rápido nossos estoques e abastecer nossos clientes no tempo certo, com o produto requerido”, diz. Brandili: 0800 644 2400 Ulma Handling Systems: (11) 3711-5940
Embraport inicia operações ferroviárias em Santos Pátio para realização das atividades com contêineres na linha férrea demandou investimentos de R$ 40 milhões ais. O trecho interno de ferrovia possui 900 metros de extensão, opera com bitola mista e possui capacidade para movimentar 200 mil TEUs por ano. O desvio atende, inclusive, vagões double stack, que carregam dois contêineres empilhados. O presidente da Embraport, Ernst Schulze, destaca que o início das operações ferroviárias faz parte do plano de expansão da empresa para se tornar um provedor logístico completo. “É muito importante que tenhamos entreposto, serviço de cross-docking e ferrovia. Essas facilidades levam o cliente a enxergar a Embraport como uma opção global”, destaca. No total, o terminal da empresa possui 207 mil m² de pátio e capacidade de movimentação anual de 1,2 milhão de TEUs. Os investimentos toDivulgação
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Embraport, terminal portuário privado instalado na margem esquerda do Porto de Santos (SP), começou a realizar, em abril, operações ferroviárias em suas instalações. Pertencente à Odebrecht TransPort e à DP World, a Embraport iniciou oficialmente suas atividades em julho de 2013. A operação ferroviária inicial foi realizada em parceria com a MRS Logística, responsável pela concessão da linha férrea, e faz parte de um contrato de longo prazo com a LG para o carregamento de aproximadamente 250 contêineres por semana (ou 500 TEUs). A carga segue rotas já utilizadas pela companhia, saindo de Santos com destino aos municípios paulistas de Sumaré e Suzano e também ao Vale do Paraíba. O pátio da Embraport que atende às operações ferroviárias foi construído em uma área de 20 mil m² e recebeu investimentos de R$ 40 milhões de re-
tais foram da ordem de R$ 2,3 bilhões. A empresa está investindo ainda R$ 11,8 milhões na construção de um novo armazém alfandegado de 5 mil m² que concentrará todas as atividades relacionadas a contêineres, como consolidação e desconsolidação de cargas fracionadas e estufagem e desova direta para caminhões. A estrutura deverá estar pronta até o final de 2015. Embraport: (13) 3229-0700 MRS Logística: 0800 979 3636
MERCADO
VLI inaugura Terminal Integrador Guará Projeto faz parte do plano de investimento orçado em R$ 4 bilhões no Corredor Centro-Sudeste
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VLI inaugurou, no dia 23 de abril, o Terminal Integrador (TI) Guará, no interior de São Paulo. Com investimentos de R$ 83 milhões, trata-se da primeira unidade de transbordo rodoferroviário da companhia destinada exclusivamente a operações com açúcar. Cargas originárias de usinas dos estados de São Paulo e Minas Gerais chegam ao local por meio de transporte rodoviário. Na unidade, são realizadas atividades de descarga dos caminhões, armazenamento e transbordo da commodity para os trens. Os vagões carregados seguem pela Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), que é controlada pela VLI, até o Porto de Santos. A previsão de movimentação é 2,3 milhões de toneladas do produto por ano. A construção do TI Guará visa atender à demanda crescente por alternativas para o transporte de cargas de açúcar, colaborando para a redução dos gargalos logísticos na cadeia nacional. “Faz parte da identidade da VLI querer transformar a logística do Brasil, e a construção deste terminal é um ponto importante neste processo”, diz o diretor-presidente da VLI, Marcelo Spinelli, presente na cerimônia de inauguração. O TI Guará possui área construída de mais de 24 mil m², dentro de um terreno de 90 mil m², e conta com uma pera
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ferroviária interligada à FCA. Trata-se de uma solução logística em formato circular que possibilita o transbordo das cargas sem a necessidade de desmembrar o trem. “Essa solução diminui o tempo da operação, que costumava levar 75 horas, para 7 horas. Portanto, o ganho em eficiência é imenso”, explica Fabiano Lorenzi, diretor Comercial da VLI. O terminal centraliza em um só local os carregamentos que antes eram feitos em quatro pontos diferentes. Com isso, é possível reduzir o tempo demandado para a formação de trens, tornando a cadeia de escoamento mais ágil e eficiente. Trabalhando com uma equipe de 150 profissionais, o terminal possui três moegas rodoviárias para descarregamento de até 300 caminhões por dia e um armazém com capacidade para receber 40 mil toneladas de açúcar. Além disso, a unidade conta com uma tulha ferroviária que carrega simultaneamente dois vagões. As áreas fechadas que têm contato com o açúcar possuem um moderno sistema de proteção contra incêndio, por se tratar de um insumo altamente inflamável.
Investimentos O projeto do Terminal Integrador Guará faz parte de um plano de negócio da VLI que prevê investimentos de R$ 4 bilhões no Corredor Centro-Sudeste, que interliga o interior de Goiás, o Triângulo Mineiro, a região de Ribeirão Preto (SP) e o Porto de Santos. Os recursos estão sendo aplicados na construção de dois terminais intermodais, na ampliação do Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), localizado em Santos, na compra de material
rodante e em melhorias na infraestrutura da FCA. Com a conclusão de todas as obras e a estabilização dos ativos, o sistema contribuirá para a retirada de aproximadamente 1.500 caminhões por dia das estradas com destino a Santos. O volume anual de cargas transportadas somente nessa rota também deve aumentar, passando de 7,5 milhões de toneladas para 19,8 milhões de t.
Sustentabilidade Segundo um estudo feito pela própria VLI, o transporte ferroviário de carga proporciona uma redução significativa na emissão de CO2 na atmosfera na comparação com o transporte rodoviário. A pesquisa tomou como base a carga transportada pelos modais ferroviário e rodoviário entre o Terminal Integrador Araguari, no Triângulo Mineiro, e o Complexo Portuário de Tubarão, no Espírito Santo, e um relatório da Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (Cetesb), que indicou métodos para a quantificação de gases do efeito estufa nas duas modalidades de transporte. Segundo o estudo, no caso dos trens, a emissão de CO2 na atmosfera para a mesma quantidade de carga transportada por caminhões tem redução de 38%. Isso quer dizer que, enquanto os veículos rodoviários expelem 60 mil t do gás por mês, nas rodovias entre o Triângulo Mineiro e o litoral capixaba o transporte ferroviário, com o mesmo volume carregado, emite apenas 37 mil t. São 22 mil t de substância nociva ao meio ambiente a menos, mensalmente. VLI: (31) 3279-4900
Localfrio passa a operar com carga de cabotagem na zona primária de Suape Medida deve proporcionar mais segurança à movimentação de cargas com alto valor agregado Divulgação
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Localfrio deu início, no mês de março, a operações com cargas de cabotagem na zona primária do Porto de Suape (PE), de acordo com nova regra aprovada pela Receita Federal. Segundo a portaria nº 5 da Alfândega da Receita Federal no Porto de Suape (ALF/SPE), publicada no Diário Oficial da União (DOU) em fevereiro, os terminais alfandegados do porto pernambucano podem operar com cargas de cabotagem em seus recintos e armazenar as mercadorias por até sete dias, o que antes só era permitido fora da zona primária portuária. A medida permite maior agilidade nas operações com cargas de cabotagem, pois as mercadorias podem ficar armazenadas nos terminais alfandegados, envolvendo menos caminhões para o transporte e possibilitando ganho de tempo. A Localfrio conta com 90 mil m² de área alfandegada em Suape. “Além de oferecer maior agilidade, a medida contribuirá para dar mais segurança à movimentação de peças, que têm um alto valor agregado. Também esperamos aumentar o volume de negócios com a cabotagem este ano e, ao mesmo tempo, criar mais um grande diferencial competitivo ao mercado do Nordeste”, comenta o diretor Comercial da Localfrio, Eduardo Razuck. Para realizar as operações com a nova medida, os terminais precisam solicitar autorização à Receita Federal. Isso irá gerar maior competitividade nos terminais, que ampliarão o leque da movimentação de cabotagem no porto. De
acordo com o vice-presidente de Suape, Bernardo D’Almeida, o caminho agora está sendo traçado para que “Suape se consolide como um hub port, ou seja, um porto com vocação para distribuição de cargas no país”. Hoje, Suape conta com 607,2 mil m² de área alfandegada.
Outros investimentos A Localfrio realizou ainda a aquisição de 11 novos caminhões semirreboque especiais e escoltas credenciadas para a unidade de Suape. O investimento foi de aproximadamente R$ 7 milhões. As operações de transporte de carga especial iniciaram em abril com estimativas de 700 viagens até o final de 2015. Além disso, a empresa prevê um novo investimento no mesmo valor para a renovação de parte de sua frota. O objetivo da Localfrio com a aquisição é consolidar ainda mais sua presença no mercado de cargas indivisíveis, com particularidades como comprimento, largura, altura e peso que podem ultrapassar os limites fixados por lei. Localfrio: (11) 3049-6570 Porto de Suape: (81) 3527-5000
CROSS-DOCKING • A Mercedes-Benz nomeou, em março, Carlos Santiago como novo diretor de Produção de Caminhões da companhia no Brasil. Formado em Engenharia Elétrica pela Universidade de São Paulo (USP), o executivo possui 17 anos de experiência profissional na indústria automobilística, atuando em projetos ligados a Produção, Logística e Qualidade. Santiago será responsável por todos os assuntos relacionados à produção de caminhões nas plantas da Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP) e Juiz de Fora (MG). 0800 970-9090 • A ID Logistics Brasil passou a contar com novo comando no mês de março. O espanhol Jesús Hernandez assumiu a posição de CEO do operador logístico de origem francesa em substituição a Nicolas Derouin, que estava à frente da companhia desde 2004. Hernandez chega ao Brasil transferido da unidade da ID Logistics de seu país natal, onde exercia o cargo de diretor-geral. Formado em Contabilidade Mercantil pela Universidade Nacional de Educação a Distância (Uned), o executivo possui ainda graduação pela Universidade de Madri, ambas na Espanha. Hernandez acumula experiência profissional no segmento de logística, tendo atuado em empresas como C&A, Tibbett & Britten e Exel. Sua trajetória na ID Logistics começou em 2006, já como diretor-geral da unidade espanhola. (11) 3809-3400 • A Eaton, empresa global de gerenciamento de energia, anunciou Rogerio Branco como novo vice-presidente sênior corporativo de Supply Chain Management. Formado em Engenharia Mecânica pela
Universidade de São Paulo (USP) e com MBA em Gestão de Finanças pela Universidade de Campinas (Unicamp-SP), o executivo atua há mais de 20 anos na Eaton, tendo passado por cargos gerenciais no segmento de veículos da companhia nas unidades da Índia, Estados Unidos e América do Sul. No novo cargo, Branco atuará na sede mundial, localizada no estado de Ohio (EUA). (11) 4525-7001 • Olivier Murguet assumiu, no dia 1º de abril, as posições de vice-presidente sênior e presidente do Conselho da Região Américas da Renault. Assim, o executivo passa a fazer parte do Comitê de Direção da companhia, reportando-se a Jérôme Stoll, diretor executivo de Competitividade e vice-presidente executivo de Vendas e Marketing. Murguet ingressou na Renault em 1990, na divisão de Controladoria da unidade portuguesa. Posteriormente, ocupou diferentes funções gerenciais na área Comercial na França. Em 1996, foi nomeado diretor de Vendas da Renault do Brasil e, em 2001, tornou-se diretor de Vendas e Rede na França. Foi nomeado diretor-geral da Renault Polônia em 2004, diretor-geral da Renault México em 2008 e diretor Comercial da Região Américas em 2010. Desde 2012 Murguet atuava como presidente da Renault do Brasil. O executivo substitui Denis Barbier, que passa a ocupar o cargo de vice-presidente executivo adjunto da Qualidade e Satisfação Total do Cliente, além de continuar atuando também como vice-presidente sênior da companhia. Barbier se reporta a Christian Vandenhende, vice-presidente executivo da Qualidade e Satisfação Total do Cliente. O executivo co-
meçou a atuar na Renault em 1984, no departamento de Métodos de Carroceria, e de 1989 a 1995 ocupou diversas funções nas fábricas de Flins e Douai, na França. Depois, foi transferido para Moscou para atuar como diretor Industrial e, de 1999 a 2005, foi diretor da fábrica de Flins. Barbier foi nomeado diretor de Performance Industrial em meados de 2005 e, em 2008, passou a exercer a função de vice-presidente de Manufatura das Fábricas de Montagem. Tornou-se vice-presidente sênior e presidente do Conselho da Região Américas em novembro de 2009. (11) 4331-5222 • A Paletrans, fabricante de equipamentos para movimentação e armazenagem, passou a contar em abril com um novo gerente Comercial voltado aos distribuidores focados no atendimento a clientes da indústria. Jorge Gonçalves assume a área, que engloba as atividades de Faturamento, Pós-venda, Peças e Marketing. Formado em Administração de Empresas com ênfase em Marketing pela Escola Superior de Administração,
Marketing e Comunicação (ESAMC-SP), Gonçalves já passou pela área Comercial de empresas como Perdigão, Vivo e Bosch. No novo cargo, o executivo será responsável pelas revendas de equipamentos Paletrans para a indústria em todo o Brasil, tanto em localidades em que a empresa já está consolidada quanto nas que necessitam de apoio para o atendimento. (16) 3951-9950 • O Grupo Columbia, controlado pela Esteve Irmãos, nomeou Daniel Tavares Diniz Barreto como diretor executivo de sua nova unidade de negócios, a The Cotton Road, criada em abril visando oferecer uma solução vertical para o varejo têxtil. Há seis anos no Grupo Columbia, o executivo é formado em Administração de Empresas pela Faculdade de Olinda (Focca-PE), com pós-graduação em Comércio Exterior pelo Instituto Presbiteriano Mackenzie e em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV), as duas últimas na capital paulista. Anteriormente, Barreto trabalhou por seis anos na Vicunha Têxtil, onde entrou como trainee e
ocupou os cargos de supervisor de Produto, coordenador de Vendas e gerente de Exportação, tendo se especializado nas áreas de Produto e de Vendas. A The Cotton Road irá integrar seus serviços às demais unidades do Grupo Columbia para formar uma solução completa para o varejo de vestuário. (11) 3073-1117 • A Terex, empresa fornecedora de equipamentos para movimentação, implantou recentemente no Brasil o departamento Terex Port Solutions, dedicado a máquinas e soluções para o setor portuário, que já havia funcionado no país entre 2011 e 2012, mas apenas para guindastes. Para comandá-lo, a empresa contratou João Pensa, que assumiu como senior manager. Graduado em Engenharia Automobilística pela Fundação Educacional Inaciana Padre Sabóia de Medeiros (FEI-SP), o executivo possui MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP). Antes de assumir o novo cargo, Pensa atuou por sete anos como gerente de Produto e gerente de Vendas na Metso. (11) 3246-8119
ENTREVISTA
Fotos: Luiz Machado / Agência Imagem
Levanta, sacode a poeira e dá a volta por cima Irani Bertolini, presidente da empresa que leva seu nome de família, fala nesta entrevista de sua trajetória, na qual as dificuldades acabaram servindo de alavancas para novos negócios. Ele conta ainda como a realização de um sonho – ser motorista de caminhão – foi levando a outros que culminaram numa empresa que não apenas transporta, mas também fabrica muitos dos equipamentos que utiliza nas atividades. Uma história de superação, criatividade e arrojo que é um retrato da evolução do transporte de cargas no país
Tecnologística – Como surgiu a Transportes Bertolini e como o senhor, gaúcho de Bento Gonçalves, foi parar na Amazônia? Irani Bertolini – Ih, a história é comprida. Meu pai era carroceiro, transportava barricas de vinho do interior de Garibaldi, no Rio Grande do Sul, para a cidade em carroças de mula. Aquilo despertou em mim a vontade de ser transportador. Meu primeiro sonho foi aprender a dirigir um caminhão, o que naquela época não era fácil, pois nem havia autoescola. A gente aprendia na marra. Para conseguir aprender, eu fazia de tudo. Tinha um vizinho que estava cavando um aterro no porão e eu me ofereci para carregar o caminhão só para poder dirigir. Eu cavava, carregava o caminhão, andava 500 metros, descarregava a terra, voltava os 500 metros e 30 - Revista Tecnologística - Maio/2015
fazia tudo de novo. Uma trabalheira danada só para poder dirigir o caminhão. Tecnologística – O senhor já trabalhava? Bertolini – Sim, eu trabalhei na Salton e no Departamento Estadual de Estradas de Rodagem do Rio Grande do Sul (Daer-RS), ganhando um salário mínimo. E, na Salton, os motoristas tinham que buscar serragem das oficinas madeireiras e eles não gostavam, porque levantava um pó danado. Eu me oferecia para carregar, para poder puxar o caminhão. Nos fins de semana, trabalhei num lava-rápido, onde podia manobrar os carros; depois passei a fazer distribuição de gás. Era um ganho extra e também uma forma de aprender a dirigir. Naquela época, havia poucos caminhões e ninguém confiava o veículo, que era um patri-
mônio, para um jovem sem experiência. Eu devia ter uns 18 anos. Então eu pedi um caminhão do Daer emprestado para fazer o teste de volante e consegui tirar a carteira de motorista. Tecnologística – Primeiro sonho realizado. Bertolini – Isso mesmo. Aí veio o segundo sonho: arrumar um emprego de motorista e conhecer o Brasil. Eu era muito jovem e ingênuo e fiz uma sociedade com um senhor lá em Bento Gonçalves. Ele tinha um caminhão, colocou no meu nome e disse que metade era dele, metade era meu e que, depois que eu terminasse de pagar, seria meu. Tudo no fio do bigode, sem contrato nem nada. Quer dizer, eu tinha que pagar o caminhão trabalhando. Mas eu topei. Trabalhei bastante e até ganhei um bom dinheiro, mas
numa noite de chuva eu capotei e não morri por milagre. Nós mandamos arrumar o caminhão e as dívidas ficaram todas no meu nome, já que o caminhão, para todos os efeitos, era meu. Trabalhei por mais um tempo, fazendo o trajeto para São Paulo. Só que o veículo era um Cara Chata 321 que, com a lei da balança que entrou em vigor, podia carregar só 5.500 quilos. Ou seja, era antieconômico para trabalhar neste percurso entre o Rio Grande do Sul e São Paulo, por isso nós decidimos vendê-lo para comprar um truck. Vendemos, eu transferi o veículo para o comprador e fiquei com as dívidas em meu nome. A reforma, pneus, motor, oficina, compra de lona, tudo. E o homem que era meu sócio pegou o dinheiro e sumiu. Tecnologística – E o senhor? Bertolini – Eu fiquei falando sozinho. Quase me suicidei de tanto desespero. A maior lição da minha vida foi essa. Tinha dois filhos para criar e a mulher grávida, desempregado, sem o caminhão e cheio de dívidas. Depois consegui um emprego na Tegon Valenti, onde fiquei uns três anos. Saí para trabalhar com minha mãe, que tinha uma lojinha. Nós compramos uma Rural e vínhamos buscar roupa em São Paulo para vender no interior do Rio Grande do Sul. Mas sempre que eu via um caminhão na minha frente chegavam a escorrer lágrimas de saudade. Acabei largando a loja e comecei a trabalhar com um senhor que tinha um Alfa Romeu, que era um caminhão que batia umas marchas que era uma beleza. Mas era velho, todo furado. Eu puxava soja de Santa Rosa para o Porto do Rio Grande e, no inverno, tinha que enlonar a cabine para dormir, forrar o sapato com jornal para aguentar o frio, porque a cabine era toda furada. Trabalhei um tempo com ele, depois voltei a vender roupa. Um belo dia
eu vendi a Rural e comprei um barzinho em Porto Alegre. Olha só. Fiquei uns seis meses com esse bar, mas não dava. Minha mulher trabalhava comigo. Eu ficava até tarde da noite e bem cedo de manhã já tinha que sair. Ela abria o bar e eu ia fazer compras. Isso com três crianças. Era puxado. Vendi o bar e voltei para Bento Gonçalves com a ideia de comprar um táxi. Já estava negociando o táxi, mas no final fui à concessionária da Mercedes-Benz e comprei um 1113 para pagar em 24 meses, o que era um bom prazo na época. Trabalhei que nem um louco para pagar esse veículo. Tecnologística – E conseguiu? Bertolini – Graças a Deus. Teve uma época que meu irmão vinha comigo e nós revezávamos. Levávamos carga até Recife e virávamos 24 horas; enquanto um dirigia, o outro dormia no chão. Com isso, eu paguei o veículo. Depois ajudei meu irmão a comprar um caminhão para ele e comprei também uma Brasília, que naquele tempo era um carro considerado bom. Estava com uma vida tranquila, mas sempre fui muito desbravador e tinha o objetivo de conhecer o Brasil de caminhão. Então, aonde tivesse carga para levar, eu levava. E foi aí que surgiu uma carga de Bento para Manaus e eu disse: Opa! É nessa que eu vou.
“Meu primeiro sonho foi aprender a dirigir um caminhão; o que naquela época não era fácil, pois nem havia autoescola. A gente aprendia na marra.”
Tecnologística – Foi assim que surgiu a ligação com Manaus? Bertolini – É, foi assim. Nessa primeira vez eu fiquei uns cinco dias esperando a balsa em Belém, porque não tinha balsa todos os dias. Embarcamos e a viagem não terminava nunca. Demoramos uns dez dias pra chegar a Manaus. Houve um temporal e tivemos de amarrar a balsa no mato, porque naquele tempo as embarcações não tinham capacidade de enfrentar um temporal. Eu transportava móveis e, quando encostamos, um galho furou a lona do meu caminhão e danificou um balcão de fórmica. Quando cheguei a Manaus, eu disse para o rapaz da empresa que eu iria trazer outro balcão para ele sem custo na próxima viagem, e ele disse que aquilo não era nada, que era normal danificar a carga. Ainda não existia contêiner. A carga ia solta no porão do navio, tudo misturado – cimento, arame farpado, ferramenta agrícola, móveis, roupas, tudo. Chegava quebrada, claro. A minha carga até que estava em bom estado perto das outras e eles ficaram muito contentes. Pagaram em dinheiro. Eu carreguei meu caminhão com chapas de compensado e voltei para o Sul. Tecnologística – Com isso o senhor criou uma alternativa para os fabricantes de móveis do Rio Grande para o Norte do país? Bertolini – Exatamente. Quando cheguei a Bento, ninguém acreditava que eu tinha ido a Manaus. Apareceu outra fábrica, a Todeschini, que já tinha móveis embalados, prontos para embarcar no navio, mas eles estavam com medo que fosse chegar tudo estragado. Eu disse: vai mesmo. E topei levar a carga deles também. Nesta segunda viagem, pela estrada até Belém e de balsa até Manaus, um pessoal que levava móveis de São Paulo me mostrou o manifesto com o preço do frete deles, que era bem mais do que eu ganhava, sendo Maio/2015 - Revista Tecnologística - 31
ENTREVISTA
que o trajeto era bem mais curto. Vi então que havia um mercado aberto para móveis na Amazônia e eu já estava há tempos procurando um novo negócio. Tecnologística – O senhor já havia aprendido a dirigir, arrumado emprego como motorista, comprado um caminhão e conhecido o Brasil? Bertolini – Sim, e agora queria montar uma empresa. Cheguei a Manaus, vesti a minha melhor roupa, passei numa gráfica e mandei fazer uns cartões: Transportes Bertolini. Fui visitar os clientes dizendo que tinha três caminhões e podia trazer móveis do Rio Grande. Eles aceitaram na hora e encheram a minha pasta de pedidos. Tecnologística – Mas o senhor só tinha um caminhão!
Bertolini – Pois é. Pensei: e agora? Fui à empresa telefônica e liguei para minha mãe, que era a única com telefone na família – naquele tempo era um custo conseguir uma ligação. Disse para ela ir até o contador e abrir uma empresa com o nome de Transportes Bertolini Ltda. Minha mãe era daquelas italianas bem brontolonas, disse que eu era louco, mas foi lá e abriu a empresa, que não pôde ser limitada porque não tinha sócio. Também pedi para ela alugar um caminhão com motorista e passar nas empresas para coletar os móveis. Só sei que nunca tive tantos móveis em casa. Minha família e eu tivemos que dormir na cozinha, porque a casa virou um depósito. Carreguei o caminhão e dei para o meu irmão levar para Manaus pela Cuiabá-Porto Velho, que tinha 1.500
De um pequeno sonho a uma grande empresa
S
urgida de um sonho de menino, de dirigir seu próprio caminhão, a nononononononononononono Transportes Bertolini, criada em 1978 por Irani Bertolini, é hoje um grande conglomerado que reúne inúmeras empresas, quase todas ligadas de alguma forma ao transporte de cargas. Além da novata Airship do Brasil, fazem parte do conglomerado as Empresas Bertolini, compostas pela Beconal, um estaleiro localizado em Manaus com capacidade de processamento de 1.500 toneladas por mês de aço, que produz balsas, empurradores, lanchas e iates; a Benav, que administra e opera o transporte aquaviário de granéis; a Eco Logística, voltada ao transbordo de cargas completas, com frota dedicada; a Transportes Aiapuá, especializada em cargas perigosas; e a Bal,
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fabricante de equipamentos rodoviários para carga, como semirreboques, furgões e bitrens. Fazem parte desta divisão também a BAG Armazéns Gerais, para armazenagem e movimentação das cargas da empresa; e a Beal, composta por fazendas para criação de gado e cavalos de raça para competição e para lida no campo. Já a divisão TBL Logística opera 34 terminais rodoviários e seis hidroviários em vários pontos do país. A Transportes Bertolini opera nove rotas aquaviárias nos principais pontos da Amazônia, além de rotas rodoviárias que ligam o Sul às regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste, dispondo de 23 unidades operacionais. Hoje, a empresa fatura mais de R$ 558 milhões por ano e emprega 5 mil funcionários.
km de estrada de terra. Eu fiquei em Bento, vendi a Brasília e comprei dois caminhões, um novo e um usado, para cumprir o que eu tinha prometido. Carreguei os dois e fui para Manaus pela mesma estrada, com uma carga enorme de móveis montados. Foi uma viagem muito difícil. O caminho era cheio de buracos, com atoleiros enormes, e nós tínhamos de fazer de tudo, até construir ponte, para poder passar. O que tinha de bom era a solidariedade. Cada um que atolava, o próximo que passasse já puxava o cabo para ajudar a desatolar. As principais ferramentas “tecnológicas” para viajar para lá eram cabo de aço, pá, enxada e facão. Com a enxada e o facão cortávamos pau no meio do mato para calçar a roda. Tecnologística – Mas isso não era um frete, era uma aventura na selva. Bertolini – E tem mais: em Porto Velho tinha que dividir a carga, porque de lá para Manaus a estrada era de asfalto, mas tinha limite de peso. O toco levava 8 toneladas, mas só podia passar com 4 toneladas. Tínhamos que alugar outro caminhão e dividir o peso. Tirávamos aquelas lonas cheias de poeira, lama, com um calor infernal, e nós mesmos baldeávamos as cargas, junto com os ajudantes, contratados por lá. Assim seguíamos para Manaus e entregávamos a mercadoria. Tecnologística – O senhor fez isso por quanto tempo? Bertolini – Eu fiz umas duas viagens dessas e depois não pude mais, porque era tanta carga que eu tinha que ficar para administrar. Comecei a contratar motoristas. Eu ia para o Sul, arrumava as cargas, carregava os caminhões, depois ia para Manaus de avião. Chegava, descarregava, recebia o frete, voltava de novo de avião para Bento Gonçalves, arrumava o frete e carregava mais uma vez. Assim a empresa foi crescendo, com o mercado cada vez exigindo
Tecnologística – Os caminhões eram todos abertos? Bertolini – Sim. Meu primeiro baú quem fez fui eu e um rapaz que trabalhava comigo. E eu dizia para os fabricantes de móveis que, depois que eles conhecessem o baú, não iam mais querer saber de enlonar carga. Eles no começo não queriam saber, mas hoje, se tu fores lá com um caminhão aberto, eles te botam para correr. Nessa época, eu trabalhava só com trucks e tinha um funcionário que vivia me atazanando, dizendo que, se eu quisesse ganhar dinheiro, tinha que investir em carretas. Eu estava feliz com meus truquinhos, mas ele insistia. Um dia, surgiu uma oportunidade de um caminhão com carreta de um sujeito que estava endividado, o banco ia tomar o veículo. Eu fui lá, negociei com o juiz e fiquei com a carreta, que dei para esse funcionário, o Tadeu – que está comigo até hoje –, dirigir. E gostei, pois o mercado estava exigindo muito e a carreta carregava mais, dava margem de lucro maior. E eu comecei a comprar carretas-baú. E fui comprando, comprando, sempre investindo mais do que eu podia para poder atender, porque tinha cada vez mais demanda pelo meu serviço. Depois comecei a carregar móveis de Santa Catarina também. Aí surgiu uma carga de geladeiras em Joinville, que iria de navio, mas houve um problema qualquer e eles tinham pressa de entregar. Era uma carga para a Cônsul e, depois da minha primeira viagem, nunca mais eles levaram a carga para Manaus de navio. É que as geladeiras eram embaladas em madeira e papelão e, como iam no porão do navio misturadas com outras cargas, tinham muita avaria. Eu quebrei um paradigma desse setor. Tecnologística – Nesta época, a empresa tinha filiais?
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mais. Então comprei mais caminhões, aluguei outros, foi uma loucura.
Unidade da Transportes Bertolini em Porto Velho
Bertolini – Com as cargas de Santa Catarina, veio a filial de Rio Negrinho. Depois, com a demanda de cargas em São Paulo, abrimos uma filial aqui também, num pequeno galpão às margens da Via Dutra. Até então, eram só móveis e geladeiras. Mas em São Paulo começamos a carregar de tudo. Hoje, os móveis são apenas uma pequena parcela da nossa carga. Porque Manaus mudou muito. Quando comecei, acho que tinha perto de 250 mil habitantes e muita gente ainda dormia em redes, um hábito da região. Havia poucos móveis nas casas. Hoje, é uma metrópole de mais de 2 milhões de habitantes. Naquela época o Polo Industrial estava começando e havia poucos transportadores operando na rota. De móveis, só eu e mais um de São Paulo. Agora são muitos. E eu fui investindo em frota. Comecei com Mercedes-Benz e depois com Scania. Até que a Volvo entrou no Brasil e eu mudei. Na frota atual, os grandes são Volvo e os pequenos e médios são da linha Ford Cargo. Temos 2 mil carretas e cerca de 300 caminhões, além de contratarmos terceirizados para puxar as carretas, que são todas nossas.
Tecnologística – A Bertolini também produz as carretas? Bertolini – Sim. Nossa fábrica, a Bal, só faz para nós, por conta da capacidade. Até hoje, produzi para aumentar a frota e precisaria fabricar no mínimo umas 200 unidades por ano para fazer a renovação. As carretas duram 20 anos, mas o ideal é trocar a cada 10 anos. Ainda não cheguei lá. Temos algumas com 17, 18 anos na frota. Vou renovando aos poucos. Tecnologística – Voltando um pouco, a fundação oficial da empresa foi em que ano? Bertolini – Em 1976 eu fundei a Irani Bertolini e, em 1978, a Transportes Bertolini Ltda. Eu dei 40% da empresa para meu irmão, em sociedade. Mas em 1991 nós tivemos um desentendimento e resolvemos desfazer a sociedade. Dividimos os ativos e eu fiquei com o nome da empresa. Nessa época, já tínhamos cinco balsas e cinco empurradores, além de 300 carretas. Fiquei com três balsas, três empurradores e 180 carretas. O restante ficou com ele. Maio/2015 - Revista Tecnologística - 33
ENTREVISTA
Tecnologística – Por que a Bertolini decidiu operar balsas? Bertolini – Foi por necessidade. Nós usávamos uma empresa lá em Belém que nos atendia muito mal. Dizia que iria embarcar as carretas no dia seguinte e elas ficavam lá por uma semana. E levava três balsas com um empurrador só, então demorava muito para chegar a Manaus. Os empurradores eram muito fracos e, além disso, eles esperavam encher as três balsas para iniciar a viagem. A outra empresa que havia, que nós também testamos, era ainda pior. E eles eram arrogantes, nós vivíamos estressados. Então meu irmão e eu – ainda não tínhamos desfeito a sociedade – resolvemos fabricar o empurrador. Pegamos um carpinteiro experiente que trabalhava conosco, demos motosserra, uma plaina e facão. Ele ia à floresta, cortava a madeira e fazia as pranchas. E nos fins de semana a gente ia lá levar prego, parafuso, óleo diesel e gasolina para a motosserra. Os empurradores eram todos feitos de madeira. Ele ia fazendo os barcos e depois levávamos para Manaus para colocar o motor e dar o acabamento. Fizemos uns quatro desses. Nesse meio-tempo, apareceu uma empresa quebrada vendendo duas balsas e
um empurrador. Nós compramos e começamos a operar a rota Belém-Manaus só para nossas atividades. Depois vieram outras. Quando dividimos a empresa, já eram cinco balsas e cinco empurradores. Tecnologística – E como foi operar com a empresa com a metade da capacidade? Bertolini – Foi duro, porque meu irmão parou de operar. Ele não queria mais saber de transporte – depois acabou voltando, porque transporte é igual cachaça. Eu fiquei com toda a demanda. Saí comprando carreta usada de Deus e o mundo para poder atender o mercado. A empresa já vinha bem, mas depois que eu assumi, ela decolou. Isso foi em janeiro de 1993. Aí vieram vários outros negócios. E eu tive que ir morar em Manaus, porque éramos uma empresa incentivada e a matriz tinha que ser lá. Levei a fábrica de carretas de Bento para Manaus. Das cinco carretas por mês que fazíamos, passamos a fazer dez. Tecnologística – E o estaleiro, como começou? Bertolini – Eu vi que as regras para construir barcos na Amazônia, naquele tempo, eram menores, havia menos
exigências. E eu já pensava em fabricar, porque tinha fechado um contrato com a Cargill para transportar grãos e tive de comprar muitas balsas. E a história se repetiu: passei a me estressar muito com os estaleiros da região, que nunca entregavam no prazo. Comecei a fazer uns empurradores lá na empresa mesmo, pois eu tinha incentivo para isso também. Aí fiz um, fiz dois, comecei a gostar, fiz cinco, seis. E disse: sabe de uma coisa? Vou constituir um estaleiro independente. Vim para São Paulo, contratei um profissional e fui formando a equipe. Hoje, temos 600 funcionários só no estaleiro e temos serviço. Esse ano está tudo vendido para nós mesmos e, para o ano que vem, é bem provável que a gente compre toda a produção para atender nossas demandas de grãos. Este ano, o estaleiro vai entregar 40 embarcações, e mais 40 em 2016. O projeto foi feito por uma empresa holandesa e é o melhor estaleiro para balsas da Amazônia, fazendo ainda o empurrador e o truster, que é um equipamento que vai à frente das balsas e ajuda a manobrar melhor, controlado pelo próprio comandante a partir do empurrador. Este é outro projeto nosso. Fabricamos lá também lanchas e iates, sob encomenda. É uma produção profissional. Temos um galpão enorme, com seis pontes rolantes de cinco toneladas cada uma. Tecnologística – Quantas pessoas vocês empregam ao todo? Bertolini – A Transportes Bertolini tem exatamente 3.599 funcionários. O estaleiro tem 600; a Bal – que é a fábrica de carretas –, pouco mais de 100. Na área de transportes, temos ainda uma empresa especializada em cargas perigosas, a Aiapoá; a Eco Logística, que só transporta cargas lotação, não faz carga fracionada; e a Benav, de navegação. Somando tudo, temos aproximadamente 5 mil funcionários (veja a relação de empresas no BOX).
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ENTREVISTA
Tecnologística – E agora tem também a Airship do Brasil? Bertolini – Sim, abrimos no final de março essa fábrica de aeróstatos e dirigíveis no interior de São Paulo (veja mais detalhes na página 16). Mas lá tínhamos um sócio, a Engevix, que saiu, e pretendemos vender a parte dele para algum outro interessado. Tecnologística – Construir uma fábrica de dirigíveis parece mais uma aventura do que um negócio, não? Bertolini – É uma aventura que tem 25 anos de sonho. E nós vamos chegar lá. Pode parecer loucura, mas é um projeto perfeitamente viável. Não para o Sul, Sudeste, mas para a Amazônia. Para dar uma ideia, para tirar madeira de 500 árvores da floresta, eles destroem 5 mil árvores, porque têm de fazer estrada para chegar. E com os dirigíveis podemos cortar a árvore, erguer, levar e jogar na água. Se for madeira leve, ela flutua; se for pesada, coloca-se na balsa. Isso vai reduzir a destruição da floresta. E tem utilidade também para carga. Por exemplo, quando construirmos o dirigível maior, para 30 toneladas, poderemos transportar cargas de eletrônicos de Manaus a Goiânia. O trajeto deve durar entre 10 e 12 horas. E aí fica muito mais fácil para entregar em São Paulo. Como é produto de alto valor, fica interessante. E é bom para cargas de projeto e indivisíveis também. A questão é começar a produzir as primeiras aeronaves para o mercado ver o que elas podem fazer. A Bertolini mesmo vai comprar, mas nosso compromisso primeiro é com a Eletronorte, que já encomendou algumas unidades. É preciso quebrar paradigmas, as pessoas têm de acreditar no produto. Tecnologística – O senhor foi atuar numa região que é bem carente e complicada, não é? Bertolini – Sim. E atualmente, com a questão ambiental, fazer estradas na 36 - Revista Tecnologística - Maio/2015
Amazônia é praticamente impossível. Pode esquecer. Por exemplo, a BR-319, que vai de Porto Velho a Manaus, com 870 km, que nós costumávamos utilizar, deixou de receber manutenção e ficou abandonada. Da última vez que passei lá já havia árvores enormes no meio da pista. A floresta retomou. Faz uns dez anos que estamos brigando para reabrir esta estrada. Já passaram vários ministros, inclusive o Alfredo Nascimento, que é de Manaus, mas não conseguimos reabrir. E estamos falando de uma estrada que já existia e era asfaltada. Imagine abrir uma nova?
“O ano passado foi muito ruim para os transportadores rodoviários de carga. O setor está passando por uma fase muito difícil.”
Tecnologística – E as hidrovias, por que não avançam no Brasil? Bertolini – Eu sou um lutador pelas hidrovias e acho uma vergonha que este modal seja relegado da forma como é. Eu venho lutando por isso há muitos anos, já contestei a situação em Brasília, com o pessoal da Antaq, do Ministério dos Transportes e do Dnit. Porque no Brasil se fala em R$ 50 bilhões para as rodovias, R$ 20 bilhões para as ferrovias e R$ 50 milhões para as hidrovias. Por aí se vê que não é dada a devida importância ao modal. A hidrovia custa uma ninharia para abrir e não tem custo de manutenção. Uma rodovia precisa de uma fortuna para fazer e a manutenção é caríssima. A hidrovia tem mil e uma vanta-
gens. O frete é muito menor, os níveis de emissões são mínimos e o impacto ambiental para criar uma hidrovia também é zero. Hoje, eu transporto 50 mil toneladas num comboio de soja, o que seria equivalente a pelo menos mil caminhões. Eu levo com dois motores de 1.750 cavalos. Ou seja, a queima de combustíveis e o nível de emissões são infinitamente menores. E não precisamos derrubar as florestas, porque já temos os rios naturalmente navegáveis. Na Europa, eles rasgaram canais atravessando países para ter as hidrovias, e aqui nós temos os rios que a natureza nos deu de presente e não exploramos. Tecnologística – E há obras importantes que nunca são feitas, como a derrocagem do Pedral do Lourenço. Bertolini – Esta é uma obra que estão falando desde o primeiro governo do Fernando Henrique e o pedral ainda está lá. Construíram Tucuruí e não fizeram a eclusa. Aí começaram a construir, só que para a eclusa poder ser utilizada é preciso derrocar o pedral. Ou seja, a eclusa é um elefante branco. E a derrocagem não é uma obra cara nem muito difícil. A presidente Dilma foi lá e lançou a licitação. Depois parece que havia alguma incorreção e até hoje a licitação não saiu. É vergonhoso. Se tivessem feito eclusa no Rio Madeira, nós poderíamos subir com carga até a Bolívia. Itaipu foi outro caso. E no Rio Tapajós vão ser construídas mais quatro ou cinco hidrelétricas, também sem eclusa. É brincadeira. Com elas, nós poderíamos ir buscar soja no rio Teles Pires lá em cima, o que baratearia o frete dos grãos. Tecnologística – E agora tem essa briga pelo uso da água entre o setor de energia e o hidroviário. Bertolini – Isso é mais aqui no Sudeste. Lá tem água o ano todo e para os dois usos. Agora, depois de muita briga,
o governo federal começou a enxergar as hidrovias, fez até o Plano Hidroviário. Inclusive, eles têm um plano de privatizar as hidrovias, de que eu não gostei, porque querem pedagiar. Eu fui até chamado ao ministério para opinar, mas indiquei a Federação Nacional das Empresas de Navegação Aquaviária (Fenavega), que é quem representa o setor. Eu fico feliz ao ver que o governo agora está enxergando que a hidrovia é uma solução para a logística do país. Só que, em uma reunião lá em Brasília, admitiram para nós que são incompetentes, que não têm capacidade de fazer e por isso querem privatizar, terceirizar. Eu expliquei que o investimento numa hidrovia é mínimo: é derrocar alguns pontos, fazer alguma dragagem e sinalizar. Eles até me convidaram para ser concessionário, ou formar um pool de empresas para explorar a hidrovia. Mas eu disse: vocês acham que é concebível que se cobre pedágio em cima de um rio? Eles disseram que só seria cobrado dos barcos de trabalho, não dos de passageiros nem das pequenas embarcações particulares. Mas então vamos penalizar também o transporte hidroviário? Não concordo.
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Tecnologística – Qual seria o caminho para melhorar as condições do transporte no Brasil? Bertolini – Eu acho que o país precisa de soluções práticas, menos burocráticas. Eu reclamo sempre que existe um monte de leis no Brasil e para uma empresa funcionar ela tem que tirar umas 20, 30 licenças. É uma pilha de documentos. Chega lá no departamento público para expedir a licença, paga a taxa e espera. Às vezes demora tanto que as negativas vencem e é preciso começar tudo do zero. Não dá. A burocracia custa caro para o empresário.
Não é só o custo da licença, é o custo de ter uma estrutura para correr atrás disso. O Ibama agora soltou umas licenças impossíveis. Por exemplo, a fábrica de carretas compra madeira para fazer a forração interna. A licença era anual, passou a ser semestral e aumentou o preço. É uma fortuna. Eu acho que não precisa de licença. As leis já existem e o empresário tem de cumpri-las. Quem não cumprir, que pague multa ou vá para a cadeia. Mas vamos parar com esse monte de licenças. Isso é uma coisa que acaba com uma empresa. Ninguém põe isso nos custos, mas vai ver o desgaste que dá. Sem contar a sobreposição de agências tratando da mesma coisa. Tem ministério, Dnit, Antaq, ANA, SEP... É um absurdo! Quando o Lula entrou, o ministro dos Transportes foi lá para Manaus e disse que dava duas semanas para acabarem com todas essas agências. Não só não acabaram, como aumentaram. E em vez de colocarem à frente delas técnicos de carreira, que conhecem a atividade, colocam um político que não entende patavina. Por isso não vai pra frente. Pelo menos na Antaq temos à frente o Adalberto Tokarski, que é competente, entende do setor e luta pela hidrovia. Mas é exceção. Tecnologística – Como foi o ano de 2014 para a Transportes Bertolini e o que o senhor espera para este ano? Bertolini – O ano passado foi muito ruim para os transportadores ro-
doviários de carga do país como um todo e na Bertolini foi igual. Este ano também não está sendo bom. Felizmente, começamos a investir nos granéis e este ano teremos um resultado positivo graças a este segmento. Porque, pelo transporte rodoviário, nosso resultado seria negativo. O setor está passando por uma fase muito difícil. As estradas estão acabadas e surgiram várias legislações contra o transporte rodoviário de cargas, como aumento dos pedágios e a Lei do Descanso. Tanta restrição acabou piorando o setor. Nas cidades grandes, por exemplo, caminhão grande não entra mais. Assim, onde se entrava com um caminhão, agora tem de entrar com seis. Mais seis motoristas e seis ajudantes. E tem a questão do horário, do tempo de direção. Isso atravancou nosso trabalho. Nós imaginamos no início desse processo que nosso custo de distribuição iria aumentar em 10%, mas aumentou em 40%. E começou por São Paulo, mas agora qualquer cidadezinha já proíbe caminhão. Manaus está assim, Belém, e tem cidades aqui do interior paulista que já estão com este sistema. O caminhão parece que virou o bicho feio das cidades. Mas é o que abastece a população com tudo o que ela precisa. Enfim, houve uma série de coisas que oneraram o transporte e nós não conseguimos repassar estes custos para os nossos clientes. Eles estão muito intransigentes. Os grandes varejistas, que compram a maioria dos produtos do Brasil, apertam muito o fornecedor. E aí o embarcador nos arrocha também. Nós ficamos fazendo o papel de marisco, entre o mar e o rochedo. Na Bertolini, estamos trabalhando muito, temos muita carga, mas o resultado no rodoviário é pífio. No Maio/2015 - Revista Tecnologística - 37
ENTREVISTA
ano passado, foi negativo, e este ano vai ser também. Mas como temos os granéis e o rodoviário na mesma razão social, a Transportes Bertolini vai lucrar. Tecnologística – Como é esta operação com granéis? Bertolini – Recebemos os caminhões em Porto Velho e embarcamos nas nossas balsas até Santarém ou Barcarena. Nós construímos um terminal lá em Porto Velho que já está operando. Está recebendo os caminhões, que são contratados pelas empresas. Nós recebemos a soja, estocamos nos nossos silos e embarcamos nas nossas balsas. De lá, transportamos até Santarém para a Cargill e até Barcarena para a ADM, de onde a carga é colocada no navio para exportação. Em Miritituba, no Pará, compramos uma área para construir um terminal graneleiro. Só que a burocracia é muito grande, coisa de louco. Estamos trabalhando nas licenças, mas só a EIA-Rima demora dois anos, sem contar as outras licenças. Para iniciar a obra, leva de três a quatro anos. Como nós queríamos começar a operar logo, inventamos um terminal de recebimento de granéis flutuante. Pegamos duas balsas grandes e construímos em cima delas balanças, área de inspeção de soja e dois tombadores para caminhões. Eles descarregam na moega e de lá a carga desce para a cor38 - Revista Tecnologística - Maio/2015
reia transportadora, que descarrega em cima da balsa. Eu até mandei patentear este projeto. Quem teve essa ideia foi meu irmão mais novo, o Mauro, e eu. Ele é muito inteligente. Eu o chamo de MacGyver. Quando precisamos inventar alguma coisa, ele faz. Estamos inaugurando esse terminal flutuante em Miritituba e vamos operar por enquanto no porto da Companhia Docas do Pará. Vamos receber os caminhões, passar para a balsa e de lá a carga vai embora. Essas duas estratégias que montamos é que vão salvar a empresa de ter prejuízo este ano. Tecnologística – Qual o volume de grãos que vocês transportam? Bertolini – Este ano, vamos levar umas 3 milhões de toneladas de soja e milho. E ano que vem devemos subir para umas 5 milhões de toneladas. Há vários negócios em vista e estamos direcionando nossos investimentos mais para essa área de granéis, porque a indústria está em baixa e o rodoviário está muito ruim. Se eu fosse começar hoje, não investiria um centavo no transporte rodoviário. Tecnologística – E os outros negócios da empresa? Bertolini – A fábrica de carretas também está sofrendo junto com o setor rodoviário e só vai continuar a construir alguma coisa para renovar a frota da Bertolini. Já o estaleiro é um bom negócio e vende para terceiros também. Eu tenho muita procura, mas ainda não tenho capacidade, pois faço para minhas necessidades. Tem mercado, mas isso poderá mudar com essa questão da Petrobras, que era o maior cliente dos estaleiros do Brasil. Ela comprava plataforma, navios, feeders, só que não tem dinheiro para pagar e o setor naval está enfrentando uma dificuldade enorme. Além da própria Petrobras, havia também muitas empresas comprando bar-
cos para prestar serviço para ela e, com tudo isso, muitos contratos foram adiados ou cancelados. Eu tive várias propostas para construir para essas prestadoras de serviços, mas graças a Deus eu não fiz nenhum desses negócios. Estou investindo na nossa navegação própria, que é o que vai nos garantir o resultado este ano e no próximo. Tecnologística – Qual o faturamento da empresa? Bertolini – Hoje estamos faturando um pouco acima de R$ 558 milhões por ano. É quase o mesmo faturamento de 2013, mas nossos custos aumentaram muito em 2014 e a margem de lucro caiu. Teve também aumento de mão de obra e de combustível, um monte de coisa que absorvemos, e passamos muito pouco para o frete. Este ano vai ser pior que no ano passado e 2016 também não tem boas perspectivas. Se a indústria reagir, será bom para nós, mas até agora nada indica isso. Por enquanto as medidas que o governo está tomando mais atrapalham que ajudam. O INSS mais que dobrou e a energia aumentou 40%. Isso arrebenta com as indústrias. E nós não temos condições de competir com o mercado lá fora, porque nossa mão de obra é cara, nossa burocracia é enorme, pagamos uma fortuna em impostos. Nossa indústria está sendo sucateada. O Custo Brasil é um desastre. Quem vai investir nesse setor? Você acha que uma empresa americana ou asiática vai vir investir aqui, com este ambiente atual? Sempre digo que o empresário brasileiro pode trabalhar em qualquer país, porque enfrenta tanta dificuldade que tira de letra qualquer realidade. Silvia Marino Transportes Bertolini: (92) 3672-4000
TERCEIRIZAÇÃO
Passagem de bastão A intensificação da demanda por serviços especializados faz com que empresas do ramo logístico passem a oferecer atividades específicas feitas sob medida para as necessidades dos clientes, adicionando valor ao contrato, como no caso do CD operado pela Elog para a Unify, com serviços que englobam desde a armazenagem até a customização de produtos
C
om a crescente complexidade e o tamanho das operações logísticas no Brasil, além do problema da escassez de mão de obra qualificada, uma tendência parece ter vindo para ficar: a terceirização de processos e serviços logísticos. Esse modelo de negócio tem sido o pilar de muitas organizações, e por motivos atraentes. Com ele, é possível que a contratante foque unicamente em seu core business
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e, assim, evite despender sua energia com uma atividade que não faz parte de seu negócio, além de eliminar custos, retrabalho, desperdício e manutenção de ativos, já que tudo o que é necessário para o bom andamento da operação fica sob responsabilidade da contratada. Mas o mais importante é o acesso que esse tipo de modelo permite às melhores práticas do mercado, mão de obra altamente treinada, serviços es-
pecializados e aproveitamento total do know-how das equipes oferecidas. Isso cria, com o tempo, maior competitividade no mercado e resulta em melhores serviços oferecidos aos clientes. Essa tendência permitiu ainda o surgimento de projetos nos quais o terceiro oferece não apenas serviços logísticos, mas outras atividades que não se relacionam somente à cadeia do supply chain, mas também à manufatura, por exemplo. Pois
Fotos Divulgação
foi justamente este diferencial que a Elog Logística ofereceu à Unify (antiga Siemens Enterprise Communications), desenvolvendo junto ao cliente um projeto ousado de soluções para seus produtos de tecnologia de informação. “Com o fechamento de nossa fábrica no Brasil e a transferência da produção para um provedor na Europa, vimos que seria necessário redesenhar nosso modelo logístico para a América Latina. Ao substituir a fabricação local pela importação, nos focamos nas soluções logísticas, que também seriam terceirizadas”, diz Marcelo Augusto Barbosa, diretor de Logística da Unify. Mas, como os produtos oferecidos pela empresa envolvem muita customização, além da logística seria necessário que o operador escolhido assumisse também a responsabilidade de agregar outros serviços, que adaptassem alguns produtos às necessidades específicas dos clientes da Unify.
Desenhando o projeto
consistem em centrais telefônicas para soluções de comunicação Diante de um novo (voz, internet etc.). modelo de negócio a ser “A Unify apresendesenvolvido na Améritou a necessidade de ca Latina, que envolveu fazer a transferência da a escolha por apenas planta de Curitiba para distribuir os produtos e um site mais moderno não mais fabricá-los no e que trouxesse uma Brasil, a Unify procurou flexibilidade em relaempresas que pudessem ção à variabilidade de representá-la e cumprir demanda e, automatiBarbosa: foi necessário todas as exigências necamente, nos custos. redesenhar nosso modelo cessárias para o sucesso Então, nós apresentalogístico para a América Latina do projeto. mos essa solução exaEm outubro de tamente para absorver 2013, o resultado de um BID deu toda a operação logística, mas não à Elog a oportunidade de se tornar nos limitamos apenas a essa parte. parceira da Unify nesta empreitada. Também tem um pedacinho da maApós essa definição, as duas empre- nufatura”, explica Philippe Masse de sas redesenharam toda a operação Souza, diretor de Desenvolvimento em um período de três meses. A par- de Negócios da Elog. tir das informações enviadas na RFQ O CD da Elog na capital parana(Request for Quotation, documento ense dedicou 2.820 m² de um total técnico com as premissas da opera- de 8.133 para a operação da Unify. ção) e das visitas técnicas realizadas Essa área foi dividida em laboratóna planta da Unify ao longo da ne- rio de testes, com 210 m²; logística gociação, a Elog desenvolveu uma reversa, com 202 m²; montagem solução sob medida. e configuração (industrialização), O projeto envolveu a transferên- com 201 m²; e armazenagem, com cia de toda a operação logística da 2.207 m². São dedicadas 2.044 posiUnify, que antes era realizada pela ções-palete à Unify, com seis níveis própria empresa em Curitiba, para de armazenagem, no espaço que o centro de distribuição da Elog, apresenta pé-direito de 12 m e cana mesma cidade. De pacidade do piso de 6 acordo com o novo toneladas por m². desenho, seriam con“O projeto do centempladas atividades tro de montagem foi como recebimento, bastante detalhado rastreabilidade por entre as duas empresas número de série, arpara que espelhasse o mazenagem, picking que havia dentro da e expedição, além antiga fábrica, ou seja, da logística reversa e para que tivéssemos a da configuração dos mesma qualidade de produtos, totalizanequipamentos e de indo 22 processos. Os fraestrutura que eles tiprodutos movimentanham anteriormente”, Souza: além da configuração dos, que são importadiz Thais Sangean, gedos equipamentos, operação envolve a logística reversa dos por modal aéreo, rente de Implantações Maio/2015 - Revista Tecnologística - 41
TERCEIRIZAÇÃO
e Inovações da Elog. O CD também oferece piso dissipativo, que é um tipo de piso que
dispersa a eletricidade estática natural ração começou a funcionar em mardos ambientes, já que os equipamen- ço de 2014. O investimento foi de R$ tos eletrônicos manipulados no local 1,45 milhão, feito pela Elog e depresão sensíveis a esse tipo de energia. A ciado ao longo do contrato de quatro área possui ainda 239 pontos de rede anos com a Unify. da Unify, para configuração e testes nos Diferencial equipamentos à distância, que atendem a três diferenAssim, além de tes redes. Foram instalados todas as ativida290 pontos de energia elétrides típicas de um ca, além de gerador e no breoperador logístiaks dedicados para garantir co, a Elog teve de a continuidade da operação. se adaptar a uma Foram necessárias 128 demanda especíviagens em caminhõesfica da Unify. “O -baú para que fosse condiferencial é a aticluída a transferência do vidade de configuestoque e dos equipamenração, que engloba tos. A estrutura responsáum pouco de mavel por essa etapa da maThais: espaço dedicado à nufatura. O nosso nufatura foi transferida montagem dentro do CD é um espelho da fábrica produto é modupara a Elog em regime de lar, tem acessórios comodato, juntamente com o estoque. “Todo esse processo e cartões que devem ser configurados de transferência da planta da Unify de acordo com a demanda do clienpassou despercebido para o mercado. te. Algumas de nossas soluções são Fizemos toda a movimentação sem adaptadas a cada projeto, então a impacto”, explica Souza. A nova ope- atividade passada à Elog é configurar o produto antes de fazer a distribuição”, explica Barbosa. “Na solução, cuidamos não apenas da parte de armazenagem e recebimento do produto da importação, mas também da parte que surge da grande porte. As indústrias atendidemanda dos clientes da Unify. Nós das são dos setores de agronegócio, fazemos a configuração dos equipaautomotivo e industrial, de bens de mentos, ou seja, a instalação perifériconsumo, químico, farmacêutico, ca dos produtos. Isso garante rapidez healthcare e tecnologia. na entrega”, destaca Souza. “Além A Elog faz parte da BRZ Investidisso, cuidamos da logística revermentos e do Grupo EcoRodovias, um sa. Recebemos esse material, que irá dos maiores grupos de infraestrutura e passar pelo centro de triagem, onde logística integrada do Brasil, com seis checamos se está em condições de concessões rodoviárias nas regiões Sul voltar ao mercado, se precisa de cone Sudeste e também o Ecoporto Santos, serto ou de troca”, diz. Muitas vezes, que atende ao maior porto do país, na a logística reversa envolve o retorno cidade de Santos (SP). Os ativos integrade equipamentos que tiveram seus dos oferecem uma cadeia intermodal e contratos de locação encerrados ou sinergias operacionais e econômicas. de equipamentos antigos, que serão substituídos em um novo projeto.
Operadora oferece serviços sob medida
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Elog oferece serviços de logística integrada, armazenagem, distribuição, transporte, gestão de riscos, exportação e gestão da informação. Conta com 14 unidades localizadas nos principais corredores de importação e exportação do Brasil, entre plataformas logísticas, portos secos, Clias e CDs. Com essa estrutura, a empresa disponibiliza um portfólio completo de serviços para o atendimento de toda a cadeia logística de seus clientes, sejam eles nacionais ou multinacionais de pequeno até
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Gigante da tecnologia
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Unify, anteriormente conhecida como Siemens Enterprise Communications, é uma das maiores empresas de tecnologia e software de colaboração do mundo. Suas soluções propiciam a unificação de múltiplos dispositivos e aplicativos em uma mesma plataforma, que permite que suas equipes interajam de forma otimizada. Entre os produtos e serviços disponibilizados pela empresa estão soluções de telefonia, como aparelhos
A mão de obra também passou por adaptações. “Para a Elog, é uma atividade nova. Inicialmente, algumas pessoas foram alocadas da Unify e outras foram contratadas pelo operador logístico. Esta configuração já mudou, mas a responsabilidade pelo treinamento e pelo know-how continua sendo da Unify. Se um novo colaborador é contratado, a Unify entra em ação e treina essa pessoa”, relata Barbosa. Ao todo, a operação conta com 22 funcionários, cinco deles dedicados à manufatura.
Resultados Segundo uma avaliação feita pela Unify, após um ano de contrato, a transição foi quase que imperceptível nos resultados da operação. Questões como otimização de prazos e custos também já puderam ser percebidas pelo cliente. “Não tivemos nenhuma perda de produtividade, o que era nosso receio inicial. Nossa operação é bastante específica no ramo de eletroeletrônicos e esse era um serviço com o qual a Elog não estava acostumada. Além
fixos, sem fio e centrais, plataformas voip (voice over internet protocol), softwares e soluções para contact centers e aplicativos de comunicação para aparelhos móveis, além de soluções para setores específicos do mercado. Criada a partir do DNA de engenharia da Siemens, a Unify fornece soluções integradas de colaboração para 75% das 500 maiores corporações do mundo. A companhia é uma joint venture entre a The Gores Group e a Siemens AG.
disso, tivemos essa atividade de montar o centro de configuração, que também era totalmente novo. Mas a Elog foi muito aberta a ajustar seus próprios processos e trocar experiências para conseguir essa solução, que foi muito boa. Não houve nenhuma ruptura durante a transferência, foi tudo bem completo”, ressalta Barbosa. “O maior obstáculo foi realmente criar uma nova operação, diferente de tudo o que já havíamos feito. Implantar a industrialização dentro de um CD foi um desafio para ambas as partes, mas conseguimos entregar um grande resultado”, conclui Thais. “Foi um trabalho com muita parceria, um projeto a quatro mãos muito produtivo, rápido, intenso e com muita colaboração das duas empresas. O alto grau de maturidade e confiança entre ambas permitiu o sucesso do projeto”, finaliza Barbosa. Cristiani Dias
Elog: (11) 3305-9999 Unify: 0800 055 5850
Divulgação Jungheinrich
LOCAÇÃO
A hora é agora As indefinições e o receio quanto ao panorama econômico brasileiro postergam os aportes destinados à compra de ativos. É neste cenário que os locadores de equipamentos se consolidam como a opção mais rentável e inteligente para diluir os investimentos e manter as operações saudáveis
A
s indefinições e o receio quanto ao panorama econômico brasileiro postergam os aportes destinados à compra de ativos. É neste cenário que os locadores de equipamentos se consolidam como a opção mais rentável e inteligente para diluir os investimentos e manter as operações saudáveis. O ano de 2015 não está sendo dos mais fáceis para o empresariado brasileiro. Passados quatro meses, o cenário está caracterizado por incertezas e, para muitos setores produtivos, estamos passando, sim, por um período de recessão. O governo tenta fazer a sua parte e vem anunciando uma série de medidas para estimular a economia. Até o momento, contudo, as ações estabelecidas pela equipe do titular do Ministério da Fazenda, Joaquim Levy, não parecem surtir efeito. Ainda há muita descon44 - Revista Tecnologística - Maio/2015
fiança e indefinições. Aguardar parece ser a palavra de ordem. Nem todos os segmentos, entretanto, vislumbram um cenário de retração. Os locadores de equipamentos, por exemplo, enxergam neste período a oportunidade de fazer negócios. Sim, o setor também foi impactado pelo desaquecimento da atividade industrial e o consequente reflexo nas operações logísticas, mas, ao contrário de outros nichos, como o automotivo, que anunciam índices negativos, os locadores preveem crescimento ao final de 2015. Longe de anos anteriores, mas com índices positivos.
Mercado O diretor executivo da Retrak Empilhadeiras, dealer da Still para a cidade de São Paulo, Fábio Pedrão, reforça
esta tese. “Estamos passando por um período de crise e muitas empresas deixaram de comprar máquinas, postergaram o investimento e optaram por terceirizar o parque para se dedicar ao seu negócio”, diz. Por este motivo, a expectativa do executivo é otimista. Ele divulga que, em 2014, a Retrak locou 418 máquinas e para este ano a meta é chegar a 600 ativos. Quanto à receita, sem revelar números consolidados o executivo calcula que o crescimento será de 15%. Na Bauko Movimentação, divisão de negócios da Bauko que loca máquinas Toyota para todo o Brasil, o diretor-superintendente, Andres Rojas, é taxativo. “A recessão que o país vive não nos afetou e é nesse momento que buscamos as oportunidades”, afirma. Para ele, a atividade de locação ainda é tratada como uma com-
otimista, mas concorda com Perini e também é prudente quanto às estimativas. “Passamos por uma fase receosa do mercado, todos estão segurando os investimentos para saber o que irá acontecer no cenário econômico brasileiro. Nossos clientes querem diluir os seus custos”, avalia. Na empresa hoje são 1.500 equipamentos disponíveis para locação. A executiva salienta outro aspecto que irá impactar nos negócios dos locadores de equipamentos este ano: o aumento da concorrência. Ela explica sua tese. “Todos os players estão atentos à potencialidade do mercado. Aquelas empresas que concentram suas atividades na venda de máquinas sentiram a retração e estão focando em outros negócios, como a locação”, descreve. Já na Jungheinrich Lift Truck, o supervisor de Locação, Lars Möhlmann, afirma que, além do momento econômico desfavorável, o aluguel tem se apresentado como opção devido à flexibilidade de soluções que oferece. “A locação é uma forma simples e rápida de atender os clientes na época de pico, sem empate de capital próprio e processos demorados de aprovação de investimentos”, afirma. A companhia fechou 2014 com 850 equipamentos e atualmente oferta 950. Divulgação Retrak
Divulgação Retrak
gando equipamentos modity, com a simples apenas para completar oferta de máquinas seu parque enquanto para alugar. Na empreo ativo próprio estiver sa, porém, o negócio em manutenção. é tratado como uma Há outro movimenprestação de serviço. to no mercado observa“Temos uma equipe de do por Osório. “Temos engenharia que vai até uma área de locação o cliente para auxiliá-lo spot para eventos de em soluções logísticas”. até trinta dias. Esse é A estratégia vem um excelente mercado, dando resultado. Rojas mas que demanda um anuncia, sem divulgar Pedrão: muitas empresas trabalho muito intennúmeros, que na área deixaram de comprar máquinas e so”, frisa. De acordo de rental a Bauko triplioptaram por terceirizar o parque com ele, existem algucou o faturamento nos últimos cinco anos. O parque locável mas peculiaridades neste serviço. Os segue a tendência. No ano passado, contratantes exigem, por exemplo, diz, a companhia encerrou com 3 mil operadores para as empilhadeiras lomáquinas no mercado, e para este ano cadas. Além disso, é necessário agregar a expectativa é crescer 15%. O fatura- uma série de outros itens, como rampa de acesso de contêineres, diferentes mento acompanha este ritmo. O diretor-geral da Movicarga, Gui- modelos de garfos, prolongadores de lherme Osório, é mais conservador, garfos e sistemas de içamento. Períodos enxutos de contrato pamas também espera um desempenho positivo para 2015. “Nosso faturamen- recem ser mesmo uma tendência. O to, que em 2014 foi de R$ 23 milhões, gerente de Locação da Somov, empretende a crescer 3%”, anuncia. O execu- sa do Grupo Sotreq que atua em todo tivo tem a mesma opinião de Pedrão, o Brasil com as marcas Hyster e Yale, da Retrak. Para ele, o mercado de lo- Jairo Perini, segue a linha de Osório. cação de máquinas passa por um mo- “O mercado tem buscado a locação de mento muito bom, pois, devido às in- curto prazo até passar esse período de certezas da economia, as companhias crise econômica. Aqueles clientes que não querem investir em ativos. “Tra- estão com máquinas muito antigas e balhamos com três marcas de equipa- precisam de empilhadeiras estão parmentos. Hoje nosso parque é de 700 tindo para a locação de um ano, no máquinas e para este ano a meta é am- máximo 18 meses”, resume. Ao contrário dos outros players, pliar também em 3%”. Osório, contudo, faz uma ressalva. Perini é mais reticente quanto ao deSegundo ele, a locação está sendo de- sempenho do mercado. De acordo mandada, mas houve uma mudança com o gerente, as empresas investirão no tempo de fornecimento das máqui- apenas o necessário para a manutennas. Agora, constata, negociamos acor- ção de seu negócio. Na Somov, o pardos de curto e não de longo prazo. “An- que de locação atual é de 1.500 equites, fechávamos contratos de 36 meses pamentos e, com essa tendência das e, agora, há contratos com prazos de empresas de não investir em ativos seis, doze meses. São negócios pontu- próprios, a expectativa é crescer o núais”, define. Além disso, o diretor-geral mero de equipamentos da Movicarga constatou uma queda em 10% este ano. A gerente de Lono número de máquinas locadas por acordo. Segundo ele, há empresas alu- cação da Still, Fabiana Souza, é
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LOCAÇÃO
Perfil atual da frota e tendência de equipamentos
Divulgação Bauko
Se o modelo de negócios e o tempo de locação das máquinas variam de acordo com o cenário econômico, a composição do parque de máquinas dos locadores parece convergir, e a utilização de equipamentos elétricos se faz cada vez mais presente no mercado. Pedrão, da Retrak, conta que a frota da empresa é composta por empilhadeiras elétricas retráteis, transpaleteiras e também empilhadeiras a combustão (GLP). “Notamos que a locação de máquinas elétricas cresce a cada dia, pois elas possuem uma performance tão boa quanto aquelas a combustão e não agridem o meio ambiente. São operações mais limpas”, diz. Segundo ele, as companhias, adotando cada vez mais as certificações ISO, que exigem
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equipamentos que não mercado é permanenpoluam, começam a te. Ele, entretanto, é migrar das máquinas a enfático. “Isso não sigcombustão para as siminifica que a máquina lares elétricas. GLP está acabando”. A O diretor-superinfrota da empresa reflete tendente da Bauko, o que diz o executivo, Rojas, é mais específiuma vez que 80% dos co. “Observamos a tenativos são a combustão. dência de crescimento De acordo com ele, das empilhadeiras conapesar de muitas vezes trabalançadas elétricas o aluguel da elétrica (classe 1). Esta é uma não se concretizar, o Rojas: oportunidades em tendência mundial, já interesse do cliente em um momento de que são máquinas meconhecê-la é crescente. recessão econômica nos poluentes do que Segundo estimativas do aquelas a combustão”. Hoje, revela, o executivo, das consultas realizadas na parque de máquinas locadas da Bauko Movicarga, 50% solicitam orçamentos é composto metade por empilhadei- de máquinas elétricas. ras elétricas e metade por empilhadeiA relação de máquinas a combusras a combustão, mas a perspectiva é tão frente às elétricas também é maior de que a participação das elétricas au- na Somov – 75% e 25%, respectivamente. Anteriormente, Rojas calcula mente. Mas isso tende a mudar. O geque a proporção era de 70% a com- rente de Locação, Perini, revela que o bustão e 30% elétricas. foco da empresa é buscar clientes com Vale lembrar que, além da clas- perfil de utilização de equipamentos se 1, a Bauko loca empilhadeiras da elétricos. Já para aqueles que hoje classe 2: elétricas para armazéns de utilizam máquinas a combustão, o maior porte, para corredores estrei- trabalho consistirá em migrá-los para tos, empilhadeiras retráteis, panto- equipamentos elétricos, mais limpos, gráficas, selecionadoras de pedido e com uma vida útil maior e menor custrilaterais; da classe 3: transpaleteiras to de manutenção, fatores que variam e equipamentos patolados de menor de acordo com a operação. “A empiporte e dimensão, para capacidades e lhadeira elétrica pode operar até oito alturas menores de elevação; da clas- anos, enquanto a máquina a combusse 4: motor a combustão com pneus tão chega a seis”, frisa. maciços tipo cushion; da Na Still, que fornece rebocadores, classe 5: motor a combus- empilhadeiras, transpaleteiras e seletão com todos os demais cionadores de pedidos, a proporção tipos de pneus, menos os é contrária à da Somov, com 75% do maciços; e da classe 6: re- parque composto por máquinas elébocadores que transportam tricas e 25% a combustão. “Os novos pessoas e produtos. clientes não adotam equipamentos Osório, diretor-geral da GLP e os antigos contratos estão miMovicarga, que disponibi- grando da combustão para as elétriliza empilhadeiras elétricas cas”, constata Fabiana. e movidas a GLP, GNV ou A gerente de Locação reconhece diesel, além de rebocadores, que ainda existem algumas barreiras, minicarregadeiras, tratores como a falta de estrutura em alguns e carretinhas, garante que clientes para dotar a edificação com o aumento de elétricas no uma sala de baterias, mas esses impeJean Santos
As diferentes opções de negócio também são vislumbradas na Jungheinrich quando se fala em tempo de contrato. “Oferecemos locações de longo prazo e também curtas, a partir de um dia”, diz. Atualmente a companhia conta com estruturas próprias nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Na Região Nordeste, a presença é marcada por representantes.
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Divulgação Movicarga
Divulgação Movicarga
dimentos vêm sendo pilhadeira pronta para sanados. Isso porque a operação, a manuos ganhos com a aplitenção, as peças e que cação de máquinas façamos a troca e o elétricas vão além dos conserto das baterias”, ambientais e financeidiz. Isso demanda um ros. “Elas auxiliam na quadro robusto de comelhora do ambiente laboradores. O diretor de trabalho, pois não executivo revela que, há o odor da combuspara grandes contratão e o ruído é menor”, tos, com alocação de diz. Fabiana, porém, mais de 30 máquinas, a ratifica o que diz OsóOsório: prazos dos contratos de Retrak possui profissiorio e salienta que as locação ficaram mais curtos máquinas a combusnais próprios nos clientão ainda fazem parte tes, chamados de medo mercado brasileiro, que demanda cânicos residentes, para prestar todo por esse tipo de equipamentos. o suporte em termos de manutenção. Möhlmann, da Jungheinrich, ilus- Ao todo, a empresa conta com 170 tra o que diz a executiva da Still, res- colaboradores e metade desse quadro saltando que o produto mais locado fica alocada em diferentes contratos. no Brasil ainda é a empilhadeira con- “O mercado de locação exige cada vez trabalançada a combustão. Mas ele re- mais conhecimento específico e mão conhece a tendência de crescimento de obra especializada”, reconhece. automático na mesma unidade. das contrabalançadas elétricas devido A companhia também aposta na Já a UAA permite o abastecimenà redução que elas proporcionam nos criação de novas soluções. Para isso, to de todos os elementos da bateria custos com manutenção. estruturou um centro de pesquisa e de- em uma só operação de apenas 15 sePara finalizar, o executivo afirma senvolvimento de acessórios que facili- gundos. Outra vantagem proporcioque, com a verticalização dos arma- tam a operação e permitem ganhos de nada pela UAA é que o cliente não zéns, crescerá a demanda por empilha- produtividade e segurança. Alguns pro- mais se preocupará com a compra deiras retráteis com elevação acima de dutos já estão disponíveis, como os tro- de água deionizada, pois o equipa10 metros e que a utilização de rebo- cadores automáticos de baterias (TAB) mento opera a partir de água de torcadores para o transporte interno tam- e as unidades autônomas de abasteci- neira. Um aspecto importante deste mento (UAA) de água deionizada. bém começa a ser uma realidade. sistema é reduzir a probabilidade de Um dos modelos do TAB é ins- vazamento e transbordamento do Demanda por serviços talado sobre uma eletrólito, que corrói transpaleteira manuas caixas das baterias, Ofertar distintos formatos de al. Neste caso, o mocontaminando o piso acordos comerciais e acompanhar a vimento horizontal é e o meio ambiente. tendência dos equipamentos é pre- feito por motor elétrico De acordo com Pemissa básica na atividade dos loca- e a translação é feita drão, o desempenho dores de equipamentos. Mas isso, pelo operador. Outro das empilhadeiras decontudo, não garante destaque no modelo do acessório, pende fortemente das mercado. Agregar serviços, nos dias desenvolvido para babaterias, carregadores atuais, é mais do que um diferencial, terias mais pesadas, e dispositivos de troca é uma obrigação. contempla tração, elede baterias. “Para opePedrão, da Retrak, diz que há dez vação e movimentação rações severas, acesanos o trabalho consistia em alugar horizontal elétrica. O sórios que facilitam a Perini: empresas investirão as máquinas e realizar manutenções modelo mais completo troca e reduzem os esapenas o necessário para a eventuais. Hoje o cenário mudou, e incorpora ainda um sisforços representam um manutenção de seu negócio muito. “Agora o cliente quer a em- tema de abastecimento importante ganho de Maio/2015 - Revista Tecnologística - 47
LOCAÇÃO
Divulgação Jungheinrich
Divulgação Still
segurança e produtividade.” caminhão. A escolha de exigência de reparos Na Bauko, a aposta também fica pelo modelo e combusda máquina”, informa. por conta da aplicação de acessórios tível utilizado levará A Still também foca de segurança embarcados nas em- em conta a necessidaem suportes exclusivos pilhadeiras, como sensores de pre- de do cliente, a altura posteriores à locação. sença e iluminações. “O número de de trabalho – que pode “Há uma área voltaocorrências na operação diminui variar de 5 m a 60 m – da para acompanhar a em 80%”, garante Rojas. O diretor- e o local de utilização. frota do cliente, desde -superintendente também destaca a “Temos hoje 40 plataa disponibilidade do utilização da telemetria, que realiza a formas para locação e a equipamento na opeleitura da máquina e fornece todos os representatividade em ração até a qualidade dados quanto ao seu funcionamento, nosso faturamento aindo serviço prestado”, auxiliando na correta aplicação e no da é pequena: cerca de garante Fabiana. A Fabiana: todos estão segurando companhia é outra que dimensionamento da frota. R$ 1,5 milhão”, diz. os investimentos devido ao Osório, da Movicarga, revela que Contratos de disaplica seus esforços na temor econômico a estratégia é agregar o que interna- ponibilidade. Esta é a utilização de tecnolomente é denominado de conveniên- expressão utilizada para os serviços gias. Segundo a gerente, toda a frota cia. “Quando o cliente resolve ter- na Somov. O gerente de Locação, de locação é administrada via sistema, ceirizar o parque e deseja vender os Perini, revela que os consultores uma vez que o cliente cada vez mais ativos próprios, nós somos os respon- da empresa analisam a operação de demanda prestação de serviços. sáveis por esta comercialização. Já se cada cliente para identificar qual a Möhlmann, supervisor de Locação ele mantiver algumas máquinas pró- frota ideal, com relação ao modelo da Jungheinrich, destaca que no Braprias, assumimos a manutenção des- e à quantidade de máquinas. “Não sil a empresa atua da mesma forma tes equipamentos junto com a frota discuto mais ano de fabricação e nú- que em outros países. “Oferecemos de locadas”, afirma. mero de equipamentos. O cliente um preço integral de locação, que Quanto à aplicação de mecânicos não precisa se preocupar se o equi- inclui todos os custos de manutenfixos, o diretor-geral diz que depende pamento é zero-quilômetro ou tem ção preventiva e corretiva. Assim, os da operação e da necessidade. “Te- um ou cinco anos de vida. O que nós clientes podem se planejar com um mos casos em que o cliente tem pou- temos que garantir é disponibilidade preço fixo, sem flutuação”, assegura. cas máquinas, mas disponibilizamos contratual”, afirma. O cliente fala mecânicos internos, Para oferecer isso, pois há demanda. Em o executivo revela que O coordenador de Manutenção do contrapartida, em cera Somov faz todo o getos contratos grandes renciamento dos equi- Centro de Distribuição de Guarulhos não existe esta exigênpamentos. Três vezes da Ellece, provedora de serviços logíscia”, resume. por semana é colocada ticos da Bauducco, Sandro Marques, Outra ação da Movino sistema da Somov a é entusiasta da locação. “Optamos carga para se diferenciar carga horária de opera- pelo aluguel, pois operamos em um no mercado é ofertar, ção da máquina. Com mercado com bastante sazonalidade”, além de empilhadeiras, isso, a ferramenta ge- conta. No CD da companhia localirebocadores, minicarrerencia os dados e in- zado na Grande São Paulo, a frota é gadeiras, tratores, carforma o que cada má- composta por 18 máquinas próprias retinhas e plataformas quina consumiu e qual e quatro alugadas – elétricas ETV 318 Möhlmann: locação das – pantográficas, artia demanda por corre- com torres de 11,5 m –, aplicadas nos máquinas oferece mais culadas e telescópicas. ções. “Conseguimos processos de separação, recebimento flexibilidade ao cliente De acordo com o exerealizar uma gestão de e expedição. Todos os equipamentos cutivo, as plataformas manutenção avançada são da marca Jungheinrich. O executivo conta que a decisão apresentam a opção de equipamento e efetuar tarefas preventivas. Desta elétrico ou a diesel, montadas sobre forma, podemos precificar o aluguel de adotar a locação surgiu há três rodas, esteiras, “tipo aranha” ou sobre de acordo com a aplicação e o nível anos e o modelo de negócios segue 48 - Revista Tecnologística - Maio/2015
a tendência atual do mercado, atendendo à demanda e com flexibilidade contratual. “Não temos um número de máquinas definido. Os equipamentos são aplicados e retirados da operação conforme a nossa necessidade e essa é uma das vantagens da locação”, analisa. Na Eternit, o gerente de Suprimentos e Logística, Guilherme Chicuto, conta que todo o parque de equipamentos – 78 empilhadeiras a combustão – é locado junto à Somov. “Iniciamos o contrato em 2011, que também estabelece o fornecimento de máquinas reservas para cada uma das unidades e mecânicos para as manutenções”, informa. Segundo ele, os ativos da Somov são empregados nas atividades de abastecimento
de materiais necessários à produção, carregamento de caminhões e contêineres e na movimentação de produtos acabados no pátio. Chicuto explica que a estratégia de locar as máquinas teve início em 2010, quando a companhia iniciou o projeto de análise de viabilidade. Antes, revela, a Eternit operava com frota própria. De acordo com o executivo, a decisão de locar, então, se deu em função do custo ter se mostrado mais viável na comparação com a compra de novas empilhadeiras, bem como da redução observada nos gastos com mecânicos, estoque de peças e equipe de compras. As vantagens com a terceirização já se destacam, assim como os problemas solucionados após a opção pela
locação dos equipamentos. “Com a Somov, temos disponibilidade imediata de equipamentos novos. Antes, tínhamos empilhadeiras antigas, que geravam custos excessivos de manutenção”, pontua. “Além disso, não há mais equipamentos parados devido aos atrasos que ocorriam nas entregas de peças”, conclui o gerente. Fábio Penteado Bauko: (11) 3693-9393 Ellece Logística: (11) 2573-9727 Eternit: 0800 0211709 Jungheinrich: (11) 3511-6295 Movicarga: (11) 5014-2477 Retrak: (11) 2431-6464 Somov: (11) 4772-0800 Still: (11) 4066-8100
LOCADORES DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO
Localização das unidades
Receita bruta anual (em milhões de R$)
Matriz
Filiais
70
N
120
Correios, Brasilgráfica e Treelog
NF
São Paulo (SP)
N
Clark e Paletrans
S
Auxter Rental (11) 3602-6000 renato@auxter.com.br www.auxterrental.com.br
12 anos
75
N
27
Akzo Nobel, Grupo Petrópolis e DHL
16
Osasco (SP)
Bauru (SP)
Mitsubishi
N
Bauko Equipamentos de Movimentação e Armazenagem (11) 3693-9339 baukomovimentacao@bauko.com.br www.bauko.com.br
25 anos
1.200
N
130
Ambev, BRF e Brasil Kirin
133,3
NF
NF
Toyota
N
Braslift Equipamentos e Logística (41) 3015-3822 braslift@braslift.com.br www.braslift.com.br
16 anos
100
S
74
BRF, Atlas Schindler e Cocamar
47
Curitiba (PR)
Itajaí (SC)
TCM/ Nissan
N
Brasmaq Administração de Bens (47) 3348-2416 comercial@brasmaqportuaria.com.br www.brasmaqportuaria.com.br
10 anos
55
N
138
Volvo, JBS, APM Terminals
19
Itajaí (SC)
NF
NF
S
Byg Transequip (11) 3583-1312 byg@byg.com.br www.byg.com.br
35 anos
150
N
10.000
Atacadão, JBS e Avon
NF
Cajamar (SP)
Recife (PE)
Byg Transequip
N
Carvalhão - Transportes Carvalho (21) 2775-1712 comercial@carvalho.com.br www.carvalho.com.br
55 anos
360
S
500
Bayer, Infoglobo e Gerdau
40
Duque de Caxias (RJ)
Rio de Janeiro (RJ)
Cetramaq Equipamentos e Serviços (11) 2421-3255 comercial@cetramaq.com.br www.cetramaq.com.br
40 anos
42
NF
NF
Guarulhos (SP)
NF
NF
20
NF
NF
Campinas (SP)
Dixie Toga, Banco do Brasil e Sírio-Libanês
2,4
São Paulo (SP)
28
Jundiaí (SP)
Confiance Empilhadeiras (19) 3256-0546 confiance@confianceempilhadeiras.com.br www.confianceempilhadeiras.com.br Coparts (11) 2633-4000 carlos@coparts.com.br www.coparts.com.br
31 anos
28
Disktrans Comercial (11) 4525-5595 comercial@disktrans.com.br www.disktrans.com.br
20 anos
100
(NF) - Dados não fornecidos pela empresa; (S) - Sim; (N) - Não
50 - Revista Tecnologística - Maio/2015
S
N
N
N
3.500
530
500
4.300 Pão de Açúcar, Carrefour e BRF
Multimarcas
N° de clientes
28 anos
Marcas
Certificações
Alphaquip Máquinas e Equipamentos Ltda (11) 4163-3322 comercial@alphaquip.com.br www.alphaquip.com.br
Empresa Telefone E-mail Site
Tempo de mercado
N° de funcionários
Três principais clientes
Informações gerais
S NF
N NF
NF
S NF
N
S Manitou e Paletrans
Belo Horizonte (MG), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA), Recife (PE), Fortaleza (CE), Curitiba (PR), Porto Alegre (RS), Chapecó (SC) e Anápolis (GO)
N Paletrans
Frota
Serviços oferecidos Locação de equipamentos
Total de máquinas
Empilhadeiras a combustão
Empilhadeiras elétricas
Rebocadores
Gruas, guindastes e plataformas
Outros
Idade média da frota
Regiões atendidas
Transpaleteiras
Sem operador
Com operador
Locação de mão de obra
Projetos
Da frota própria
Da frota do cliente
Manutenção
600
380
160
60
NF
NF
NF
3 anos
Todo o território nacional
S
N
N
N
S
S
380
220
100
48
2
10
NF
3 anos
Todo o território nacional
S
N
N
S
S
S
652
690
8
15
3
3 anos
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
S
3.011 1.643
1.018
488
368
160
2
0
0
2,5 anos
Sul
S
S
S
S
S
S
151
149
0
0
0
2
NF
5 anos
Todo o território nacional
S
S
N
N
S
N
0
0
0
5.000
0
0
0
2 anos
Todo o território nacional
N
S
N
N
S
S
220
64
2
16
45
35
NF
8 anos
Sudeste
S
S
S
S
S
S
51
19
0
25
0
7
0
8 anos
Sudeste e Sul
N
S
N
S
S
N
106
NF
NF
NF
NF
NF
NF
4 anos
Sudeste
S
N
N
S
S
S
147
75
20
50
0
0
2
3a5 anos
Sudeste
S
S
N
N
S
S
50.000
0
0
50.000
0
0
0
3 anos
Todo o território nacional
S
N
N
N
N
N
Maio/2015 - Revista Tecnologística - 51
LOCADORES DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO
Localização das unidades
Filiais
Marcas
Multimarcas
Elmocar (41) 3422-4144 elmocar@uol.com.br www.elmocar.com.br
38 anos
6
N
10
Grimaldi Group, TCP e Marcon
600.000
Paranaguá (PR)
NF
NF
S
Elson Comercial de Peças e Máquinas (27) 3328-4711 elsonmaquinas@elsoncomercial. com.br www.elsoncomercial.com.br
21 anos
11
N
1.531
NF
NF
Serra (ES)
NF
NF
S
Empicamp Empilhadeiras (19) 3756-2100 empicamp@empicamp.com.br www.empicamp.com.br
17 anos
27
N
1.300
NF
6
Campinas (SP)
NF
Linde
N
Empilhadeira Santana (62) 3297-3001 goiania@empilhadeirasantana.com.br www.empilhadeirasantana.com.br
25 anos
200
N
408
NF
NF
Goiânia (GO)
Brasília (DF) e Valparaíso de Goiás (GO)
Linde
N
Empilhadeiras Itajaí (47) 3346-4411 contato@empilhadeirasitajai.com.br www.empilhadeirasitajai.com.br
12 anos
6
S
320
APM Terminals, Seara Alimentos e Magazine Luiza
NF
Itajaí (SC)
NF
NF
N
Empilhamaq Manutenção, Peças e Locação de Empilhadeiras (12) 3916-3322 empilhamaq@hotmail.com
20 anos
6
N
1.500 Eleb, Alstom e Embraer
NF
São José dos Campos (SP)
NF
Yale, Hyster, Toyota e Hyundai
S
Empitec Comercial (47) 3368-7075 comercial@empitec.com.br www.empitec.com.br
15 anos
8
S
95
JBS, Fort Atacadista e Segalas
NF
Itapema (SC)
NF
Linde, Heli, Paletrans e BT
S
Fimatec Equipamentos (21) 3284-7000 fimatec@fimatec-empilhadeiras.com.br www.fimatec-empilhadeiras.com.br
24 anos
120
N
200
Bayer, Total Distribuidores e L’Oréal
NF
Rio de Janeiro (RJ)
Serra (ES)
Linde
N
Gallomaq Empilhadeiras (11) 4525-0244 contato@gallomaq.com.br www.gallomaq.com.br
15 anos
15
N
NF
NSK, Sensient e Visat Cosméticos
NF
Jundiaí (SP)
NF
NF
S
Grupo Moviminas Empilhadeiras (34) 3232-1410 matriz@moviminas.com.br www.moviminas.com.br
18 anos
90
N
400
Coca-Cola, Nestlé e Supporte Logística
4
Uberlândia (MG)
Goiânia (GO), Anápolis (GO), Brasília (DF), Campo Grande (MS) e Cuiabá (MT)
Still
N
Empresa Telefone E-mail Site
(NF) - Dados não fornecidos pela empresa; (S) - Sim; (N) - Não
52 - Revista Tecnologística - Maio/2015
Matriz
N° de clientes
Receita bruta anual (em milhões de R$)
Certificações
Três principais clientes
N° de funcionários
Tempo de mercado
Informações gerais
Frota
Serviços oferecidos Locação de equipamentos
Total de máquinas
Empilhadeiras a combustão
Empilhadeiras elétricas
Rebocadores
Gruas, guindastes e plataformas
Outros
Idade média da frota
Regiões atendidas
Transpaleteiras
Sem operador
Com operador
Locação de mão de obra
Projetos
Da frota própria
Da frota do cliente
Manutenção
38
33
NF
NF
NF
NF
NF
20 anos
Sul
S
N
N
N
S
N
25
23
2
0
0
0
0
2 anos
Sudeste
S
N
N
N
S
S
64
27
33
2
0
0
2
3 anos
Sudeste
S
N
N
S
S
S
1.678
836
322
83
2
435
NF
3,5 anos
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
S
39
35
0
0
0
4
0
2 anos
Sul
S
S
S
N
S
N
NF
NF
NF
NF
NF
NF
NF
5 anos
Sudeste
S
S
N
N
S
S
177
28
107
32
5
5
NF
4 anos
Sudeste e Sul
S
N
N
S
S
N
910
180
320
400
0
10
NF
4 anos
Sudeste
S
N
S
N
S
S
21
14
7
0
0
0
0
3 anos
Todo o território nacional
S
N
N
S
S
N
200
120
80
0
0
0
0
5 anos
Centro-Oeste e Sudeste
S
N
N
N
S
S
Maio/2015 - Revista Tecnologística - 53
LOCADORES DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO
Localização das unidades
Três principais clientes
Receita bruta anual (em milhões de R$)
Matriz
Filiais
1.300
S
NF
NF
NF
Contagem (MG)
Goiânia (GO), Juiz de Fora (MG) e Taubaté (SP)
Yale, Genie, Wacker Neuson, entre outras
S
JSL* (11) 2377-7000 comunicacao@jsl.com.br www.jsl.com.br
59 anos
24.000
S
350
Suzano, Vale e Volkswagen
6 bilhões
Mogi das Cruzes (SP)
NF
NF
S
Jungheinrich (11) 3511-6295 comercial@jungheinrich.com.br www.jungheinrich.com.br
62 anos
130
S
NF
NF
NF
Itupeva (SP)
Curitiba (PR)
Jungheinrich
N
L. Amorim Locação de Equipamentos (71) 3394-1477 amorim@lamorim.com www.lamorim.com
27 anos
190
S
320
Coca-Cola, DHL e Cargill
NF
NF
NF
NF
S
Lança Comércio e Locação de Empilhadeiras (51) 3343-4300 contato@lancaempilhadeiras.com.br www.lancaempilhadeiras.com.br
10 anos
18
S
45
GM, John Deere e General Mills
2,4
Porto Alegre (RS)
Santa Catarina (SC)
Hyster, Yale, Clark, Toyota, Still e Linde
S
Lass Máquinas e Equipamentos (15) 3389-1010 comercial@lass.com.br www.lass.com.br
23 anos
65
S
1.988
Cipatex, Zanchetta e IndusParquet
8
Tietê (SP)
NF
NF
S
Lifttech Comércio de Empilhadeiras (11) 5061-3551 lifttech@lifttech.com.br www.lifttech.com.br
14 anos
12
N
13
Sherwin-Williams, Pepsico do Brasil e Grupo CBA
1,3
São Paulo (SP)
NF
Byg
N
Linde Material Handling (11) 3604-4755 comercial@linde-mh.com.br www.linde-mh.com.br
20 anos
130
N
89
NF
NF
Indaiatuba (SP)
Barueri (SP)
Linde
N
Loc Mec Empilhadeiras (11) 4426-6677 atendimento.sp@locmec.com.br www.locmec.com.br
8 anos
18
N
250
NF
3,5
Santo André (SP)
NF
LiuGong e CHL
S
Locapex Comércio de Empilhadeiras (54) 3022-3300 luciano.avila@locapex.com.br www.locapex.com.br
10 anos
18
N
50
Marcopolo, Randon e Tramontina
4
Caxias do Sul (RS)
NF
Toyota, Hyster e Geda
S
(NF) - Dados não fornecidos pela empresa; (S) - Sim; (N) - Não
54 - Revista Tecnologística - Maio/2015
* Os dados fornecidos pela JSL levam em conta toda a estrutura do grupo
Multimarcas
N° de clientes
27 anos
Marcas
Certificações
Grupo Tradimaq (31) 2104-8000 comercial@tradimaq.com.br www.tradimaq.com.br
Empresa Telefone E-mail Site
Tempo de mercado
N° de funcionários
Informações gerais
Frota
Serviços oferecidos Locação de equipamentos
Total de máquinas
Empilhadeiras a combustão
Empilhadeiras elétricas
Rebocadores
Gruas, guindastes e plataformas
Outros
Idade média da frota
Regiões atendidas
Transpaleteiras
Sem operador
Com operador
Locação de mão de obra
Projetos
Da frota própria
Da frota do cliente
Manutenção
1.320
800
100
100
20
200
100
4 anos
Todo o território nacional
S
S
N
N
S
S
NF
NF
NF
NF
NF
NF
NF
1,7 ano
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
S
1.200
NF
NF
NF
NF
0
0
2,5 anos
Todo o território nacional
S
N
N
S
S
S
263
65
15
92
0
6 anos
Nordeste e Norte
S
S
N
N
S
N
1.510 1.075
114
55
43
10
0
0
6
4 anos
Sul
S
S
N
N
S
S
140
80
35
5
0
20
0
4 anos
Sudeste
S
N
N
N
S
S
632
0
12
620
0
0
0
3 anos
Sudeste
S
N
N
S
S
S
852
545
222
79
6
0
0
3 anos
Todo o território nacional
S
N
N
N
S
S
108
85
15
8
0
0
0
5 anos
Todo o território nacional
S
S
S
N
S
S
157
120
20
10
1
1
5
5 anos
Sudeste e Sul
S
N
N
N
S
N
Maio/2015 - Revista Tecnologística - 55
LOCADORES DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO
Localização das unidades
2.200
S
Logiservice Locação e Manutenção de Equipamentos (11) 4152-2677 comercial@logiservice.com.br www.logiservice.com.br
21 anos
10
N
35
Logitécnica Comércio e Serviços (11) 4043-0254 linardi@logitecnica.com.br www.logitecnica.com.br
21 anos
5
N
LR Comércio de Empilhadeiras (11) 2434-0341 vendas@lrempilhadeiras.com.br www.lrempilhadeiras.com.br
2 anos
4
Makena Máquinas, Equipamentos e Lubrificantes (51) 3373-1111 locmak@makena.com.br www.makena.com.br
24 anos
Maory Comercial de Peças para Empilhadeiras (11) 3932-1145 vicente@maory.com.br www.maory.com.br
Marcas
Multimarcas
570
Guarulhos (SP)
NF
NF
N
NF
4,3
Barueri (SP)
Rio de Janeiro (RJ)
NF
S
240
Grupo Pão de Açúcar, Makro e Nestlé
1
Diadema (SP)
NF
Still
N
N
64
Emulzint, Tricae e Aercamp
125.450
NF
N
NF
S
305
S
85
Ambev, JBS e Kuehne+Nagel
15
Porto Alegre (RS)
Santa Maria (RS), Nova Santa Rita (RS), Pelotas (RS) e São José (SC)
Yale
N
20 anos
15
N
NF
Maxion, Editora Moderna e IFCO
NF
NF
NF
NF
S
Mapel Empilhadeiras (19) 3278-1822 mapel@mapelnet.com.br www.mapelnet.com.br
30 anos
100
N
NF
NF
NF
Campinas (SP)
São Paulo (SP)
NF
N
Maqcen Comércio de Peças e Serviços (47) 3348-9333 gebauer@maqcen.com.br www.maqcen.com.br
18 anos
20
S
300
WEG, Teporti e Itazem
NF
Itajaí (SC)
Cocal (SC)
CMH-Hangcha
N
Marcamp Equipamentos (19) 3772-3333 vendas@marcamp.com.br www.marcamp.com.br
28 anos
218
S
1.000
DHL Supply Chain, Casas Bahia e Scania
42,5
Campinas (SP)
Marília (SP), Ribeirão Preto (SP) e São José do Rio Preto (SP)
Still
S
Motormac Rental (51) 3349-3200 motormac@motormac.com.br www.motormac.com.br
10 anos
98
S
NF
Walmart, Gerdau e JBS
NF
Porto Alegre (RS)
(NF) - Dados não fornecidos pela empresa; (S) - Sim; (N) - Não
56 - Revista Tecnologística - Maio/2015
1.000 Vale, Saipem e MRV
Matriz
Filiais
Receita bruta anual (em milhões de R$)
27 anos
Três principais clientes
Certificações
Locar Guindastes e Transportes Intermodais (11) 3545-0631 locar@locar.com.br www.locar.com.br
Empresa Telefone E-mail Site
N° de clientes
N° de funcionários
Tempo de mercado
Informações gerais
Porto Alegre (RS), Rio Grande Cummins, (RS), São Gabriel (RS), São Haulotte, José (SC), Araquari (SC), Chapecó (SC), Colombo (PR), JLG, Genie e Maringá (PR), Americana (SP) SkyJack e Campinas (SP)
S
Frota
Serviços oferecidos Locação de equipamentos
Total de máquinas
Empilhadeiras a combustão
Empilhadeiras elétricas
Rebocadores
Gruas, guindastes e plataformas
Outros
Idade média da frota
Regiões atendidas
Transpaleteiras
Sem operador
Com operador
Locação de mão de obra
Projetos
Da frota própria
Da frota do cliente
Manutenção
2.500
5
0
0
17
NF
NF
NF
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
N
168
18
120
30
0
0
0
5 anos
Sudeste
S
N
N
S
S
S
34
4
28
2
0
0
0
3 anos
Sudeste
S
N
N
S
S
S
36
8
20
8
0
0
0
6 anos
Sudeste
S
N
N
N
S
S
NF
234
66
43
NF
4
6
18 meses
Todo o território nacional
S
S
N
S
S
S
165
85
20
15
10
0
35
5 anos
Sudeste
S
N
N
N
S
S
NF
NF
NF
NF
NF
NF
NF
3a4 anos
Sudeste
S
N
N
N
S
N
83
43
30
10
0
0
0
3 anos
Centro-Oeste, Norte e Sul
S
N
N
S
S
S
776
311
334
102
20
5
4
2,5 anos
Nordeste e Sudeste
S
N
N
S
S
S
950
0
0
0
0
370
580
3 anos
Sudeste e Sul
S
N
S
S
S
S
Maio/2015 - Revista Tecnologística - 57
LOCADORES DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO
Localização das unidades
N° de clientes
43 anos
150
S
108
Movimaq Comércio (11) 4612-0053 comercial@maqbras.com.br www.maqbras.com.br
32 anos
12
N
NF
Multylog Empilhadeiras (81) 3224-0715 multylog@multylog.com.br www.multylog.com.br
18 anos
10
N
Nowak Comércio de Máquinas e Equipamentos (17) 3355-1274 vendas@nowak.com.br www.nowak.com.br
13 anos
42
NSA Logística (12) 3153-1103 comercial@nsalogistica.com www.nsalogistica.com
20 anos
Piazza (11) 2954-8544 piazzaempilhadeiras@ piazzaempilhadeiras.com.br www.lojapaletrans.com.br
Marcas
Multimarcas
24
Osasco (SP)
Porto Alegre (RS)
NF
S
NF
NF
Cotia (SP)
NF
50
NF
NF
Recife (PE)
NF
NF
S
N
2.325
Petrobras, Ambev e Carrefour
28,9
São José do Rio Preto (SP)
NF
NF
S
123
S
400
Vitopel, Grupo Cavo e Grupo Valfilm
3
Lorena (SP)
Pindamonhangaba (SP) e Jacareí (SP)
Heli
S
7 anos
5
N
50
C&A, Lorenzetti e RV Ímola
1,2
São Paulo (SP)
N
Paletrans
N
Portomaq Equipamentos (13) 3273-1947 vendas@portomaq.com.br www.portomaq.com.br
25 anos
65
N
70
Santos Brasil, Deicmar e Vale
NF
Santos (SP)
NF
NF
S
Requimaq Comércio e Representações (49) 3312-3000 requimaq@requimaq.com.br www.requimaq.com.br
18 anos
23
N
53
JBS, Aurora Alimentos e Gelnex
6
NF
NF
Still
N
NF
10
N
300
Stara, Vence Tudo e Alibem
4,1
Porto Alegre (RS)
NF
Still
N
21 anos
177
N
180
Ceva, Volkswagen e Reckitt
NF
Guarulhos (SP)
NF
Still
S
Requipel Comercial de Equipamentos (51) 3337-8577 requipel@cpovo.net www.requipelempilhadeiras.com.br Retrak Comércio e Representações de Máquinas (11) 2431-6464 retrak@retrak.com.br www.retrak.com.br
(NF) - Dados não fornecidos pela empresa; (S) - Sim; (N) - Não
58 - Revista Tecnologística - Maio/2015
Açúcar Guarani, Kimberly-Clark e Editora FTD
Matriz
Filiais
Receita bruta anual (em milhões de R$)
Certificações
Movicarga (11) 5014-2477 comercial@movicarga.com.br www.movicarga.com.br
Empresa Telefone E-mail Site
Três principais clientes
N° de funcionários
Tempo de mercado
Informações gerais
Hyster, Yale, Toyota, Mitsubishi, Clark e Nissan
S
Frota
Serviços oferecidos Locação de equipamentos
Total de máquinas
Empilhadeiras a combustão
Empilhadeiras elétricas
Rebocadores
Gruas, guindastes e plataformas
Outros
Idade média da frota
Regiões atendidas
Transpaleteiras
Sem operador
Com operador
Locação de mão de obra
Projetos
Da frota própria
Da frota do cliente
Manutenção
840
650
40
100
5
40
5
3 anos
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
S
66
24
6
25
0
1
10
10 anos
Sudeste
S
S
S
S
S
S
NF
60
70
15
NF
NF
NF
5 anos
Nordeste
S
S
N
N
S
S
22
3
5
12
0
2
0
NF
Todo o território nacional
S
N
N
N
S
S
208
65
2
80
0
1
60
8 anos
Sudeste
S
S
S
S
S
S
30
0
20
10
0
0
0
3 anos
Sudeste
S
S
N
N
S
S
130
95
29
6
0
0
0
NF
Todo o território nacional
S
N
S
N
S
S
72
19
22
31
0
0
0
5 anos
Sul
S
N
S
S
S
N
220
12
179
25
4
0
0
4 anos
Sul
S
N
N
S
S
S
2.271
284
1.269
640
40
0
38
4 anos
Todo o território nacional
S
S
S
S
S
S
Maio/2015 - Revista Tecnologística - 59
LOCADORES DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO
Localização das unidades
Filiais
Marcas
Multimarcas
RS Empilhadeiras Comércio de Peças (17) 3227-8188 sergioatelles@terra.com.br www.rsempilhadeiras.com.br
20 anos
12
S
200
Nutreco, Maranhão e J. Mahfuz
2
São José do Rio Preto (SP)
NF
Linde
N
Safe Sul Empilhadeiras Elétricas (51) 3372-5802 edisonsafesul@terra.com.br www.safesul.com.br
17 anos
22
S
580
Stihl do Brasil
3
Porto Alegre (RS)
N
Jungheinrich, Yale e Still
S
SDO Comércio, Importação e Locação de Equipamentos (19) 3256-2800 contato@sdoequipamentos.com.br www.sdoequipamentos.com.br
8 anos
37
N
36
Correios, Tecsis e Autometal
8
Campinas (SP)
NF
NF
S
Sibratel Empilhadeiras (19) 3272-1522 sibratel@sibratel.com.br
30 anos
20
N
NF
NF
NF
Campinas (SP)
NF
NF
S
Simaq Comércio de Máquinas (21) 3867-1644 albuquerque@simaq.com.br www.simaq.com.br
25 anos
26
N
80
NF
Rio de Janeiro (RJ)
NF
Toyota, Komatsu, Yale, BT e Paletrans
S
Solaris Equipamentos e Serviços 0800 702-0010 atendimento@solarisbrasil.com.br www.solarisbrasil.com.br
19 anos
500
S
2.100
Usiminas, Guascor e Raízen
110.000
Osasco (SP)
NF
NF
N
Somov (11) 4772-0800 somov@somov.com.br www.somov.com.br
13 anos
641
N
6.000
NF
NF
Barueri (SP)
NF
Hyster e Yale
N
SRR Equipamentos (21) 2472-6618 reynaldo.almeida@srr.com.br www.srr.com.br
70 anos
47
N
51
NF
9,8
Rio de Janeiro (RJ)
N
NF
S
Still (11) 4066-8100 rent@still.com.br www.still.com.br
40 anos
230
N
NF
NF
NF
São Bernardo do Campo (SP)
NF
Still
N
NF
100
N
2.000
Deca, Bunge e G5Log
90
Salvador (BA)
Jaboatão (PE) e Maceió (AL)
Yale, Hyster, Manitou e Case
N
Empresa Telefone E-mail Site
Technico Norte (81) 3378-1500 marcos@technico.com.br www.technico.com.br
(NF) - Dados não fornecidos pela empresa; (S) - Sim; (N) - Não
60 - Revista Tecnologística - Maio/2015
Grupo Pão de Açúcar, Aurora Alimentos e Metalúrgica Barra do Piraí
Matriz
N° de clientes
Receita bruta anual (em milhões de R$)
Certificações
Três principais clientes
N° de funcionários
Tempo de mercado
Informações gerais
Frota
Serviços oferecidos Locação de equipamentos
Total de máquinas
Empilhadeiras a combustão
Empilhadeiras elétricas
Rebocadores
Gruas, guindastes e plataformas
Outros
Idade média da frota
Regiões atendidas
Transpaleteiras
Sem operador
Com operador
Locação de mão de obra
Projetos
Da frota própria
Da frota do cliente
Manutenção
12
12
0
0
0
0
0
3 anos
Sudeste
S
N
N
N
S
S
71
5
52
12
2
0
0
2 anos
Sul
S
N
S
S
S
S
245
114
60
60
11
0
0
3 anos
Sudeste
S
S
N
S
S
S
NF
NF
NF
NF
NF
NF
NF
NF
Sudeste
S
N
N
N
S
N
200
85
25
15
0
0
75
5 anos
Sudeste
S
S
N
N
S
S
4.000
0
0
0
0
2.900
1.100
4 anos
Todo o território nacional
S
N
N
N
S
N
12.000
NF
NF
NF
NF
NF
NF
5 anos
Centro-Oeste, Norte e Sudeste
S
N
S
S
S
S
165
134
16
14
0
0
1
6,5 anos
Sudeste
S
S
S
S
S
S
1.500
300
495
660
45
0
0
2,5 anos
Todo o território nacional
N
N
N
N
N
N
150
120
10
5
0
10
5
3 anos
Nordeste
S
N
N
N
S
S
Maio/2015 - Revista Tecnologística - 61
LOCADORES DE EQUIPAMENTOS DE MOVIMENTAÇÃO
Localização das unidades
N
50
Odebrecht, Agroindústria, Equipav e Caaman
4
Campo Grande (MS)
Cuiabá (MT)
Volvo e SDLG
N
Tecnomac (12) 3909-4400 sergio@tecnomac.com.br www.tecnomac.com.br
8 anos
7
N
300
Cameron, Danone e Eadi
1,8
São José dos Campos (SP)
N
Hyundai, Paletrans e Manitou
N
Termov - Terceirização da Movimentação de Materiais (31) 3498-7100 marcelo@termov.com.br www.termov.com.br
21 anos
130
N
32
Ceva, Villanova e Magneti Marelli
15,2
Belo Horizonte (MG)
NF
NF
S
Tolentino Engenharia (81) 3441-5629 comercial@tolentino.com.br www.tolentino.com.br
20 anos
75
N
50
Bunge Alimentos, Carrefour e LM Wind Power
13
Recife (PE)
NF
Still
N
Tractus Comércio e Serviços de Equipamentos (11) 2503-7736 vendas@tractusempilhadeiras.com.br www.tractusempilhadeiras.com.br
8 anos
10
S
980
NF
NF
São Paulo (SP)
NF
NF
S
TranspoTech Empilhadeiras (47) 3331-4900 comercial@transpotech.com.br www.transpotech.com.br
14 anos
210
N
350
Schulz, Volvo e Frimesa
50
Blumenau (SC)
Joinville (SC) e Curitiba (PR)
Still
S
Trax Rental do Brasil (11) 4468-7777 acrubino@traxrental.com.br www.traxrental.com.br
7 anos
21
N
11
Embraer, Lear e Nexans
16
Santo André (SP)
Taubaté (SP), Betim (MG), Porto Alegre (RS), Joinville (SC) e Goiana (PE)
NF
S
Trimak Engenharia e Comércio (21) 2598-7000 trimak@trimak.com.br www.trimak.com.br
42 anos
350
N
20.000
Odebrecht, Vale e DHL Express
134
Rio de Janeiro (RJ)
Serra (ES), São Paulo (SP) e Contagem (MG)
Nacco/Yale, Sany, Bomag Marine e Dynapac
S
Yasi Locadora de Máquinas e Serviços (11) 4605-2523 comercial@yasi.com.br www.yasi.com.br
44 anos
16
N
33
GM, Eluma e Carrefour
3
Barueri (SP)
NF
NF
S
(NF) - Dados não fornecidos pela empresa; (S) - Sim; (N) - Não
62 - Revista Tecnologística - Maio/2015
Multimarcas
10
Marcas
10 anos
Filiais
Tecnoeste Máquinas e Equipamentos (67) 3045-2688 regina@tecnoeste.com.br www.tecnoeste.net
Empresa Telefone E-mail Site
Matriz
N° de clientes
Receita bruta anual (em milhões de R$)
Certificações
Três principais clientes
N° de funcionários
Tempo de mercado
Informações gerais
Frota
Serviços oferecidos Locação de equipamentos
Total de máquinas
Empilhadeiras a combustão
Empilhadeiras elétricas
Rebocadores
Gruas, guindastes e plataformas
Outros
Idade média da frota
Regiões atendidas
Transpaleteiras
Sem operador
Com operador
Locação de mão de obra
Projetos
Da frota própria
Da frota do cliente
Manutenção
50
0
0
0
0
0
50
3a4 anos
Centro-Oeste
S
N
N
N
S
N
65
35
10
20
0
0
0
3 anos
Sudeste
S
S
N
N
S
S
538
276
68
46
61
0
87
3,2 anos
Sudeste
S
S
S
S
S
S
NF
40
140
30
2
NF
NF
2,5 anos
Nordeste
S
S
N
N
S
S
71
10
20
30
6
5
0
2 anos
Centro-Oeste, Sudeste e Sul
S
N
N
S
S
S
703
350
200
130
20
3
0
4 anos
Sul
S
S
S
N
S
S
214
162
21
14
14
3
0
4 anos
Nordeste, Sudeste e Sul
S
N
N
N
S
S
2.898
NF
NF
NF
NF
NF
NF
6 anos
Sudeste
S
S
N
N
S
S
151
110
10
8
15
0
8
7 anos
Sudeste
S
S
S
S
S
S
Maio/2015 - Revista Tecnologística - 63
Shutterstock
VISIBILIDADE
A bola de cristal do supply chain Uma grande variedade de tecnologias que permitem visualizar, gerenciar e planejar as operações da cadeia de suprimentos está à disposição das empresas de diferentes portes e ramos de atividade. Mas, segundo os consultores, o emprego efetivo e integrado das soluções, especialmente entre os elos da cadeia, ainda está aquém do desejado. As que já apostaram nestes recursos estão obtendo resultados significativos, dentre os quais se incluem redução de custos e maior rapidez para atender o consumidor final, que está cada vez mais omnichanel 64 - Revista Tecnologística - Maio/2015
S
aber exatamente o que produzir, em qual quantidade, para quais mercados, enxergando não apenas os próprios processos, como também todos os elos do supply chain, desde os fornecedores de matérias-primas e insumos, passando pela distribuição e entrega no ponto de venda, até chegar ao consumidor final. Esse é o sonho dourado de dez entre dez indústrias. Da mesma forma, o setor varejista também gostaria de ter amplo e completo acesso às informações de toda a sua cadeia de suprimentos para abastecer lojas de acordo com a demanda, antecipar cenários, otimizar os níveis de estoque de seus
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centros de distribuição são ainda dependem da, a mais amplamente difundida e e azeitar o relacionado fator humano e o utilizada, segundo avalia Ana Paumento com o cliente foco acaba se concen- la Vendramini Maniero, gerente de por meio do pronto trando nos processos Negócios da Associação Brasileira de atendimento de suas Automação – GS1 Brasil. “É a teccríticos”, acrescenta. necessidades, entre ouOutro ponto im- nologia mais conhecida e acessível, tros benefícios. A boa portante, segundo o uma vez que seu custo é diluído entre notícia é que essa bola consultor, é definir todos os elos da cadeia”, justifica. De de cristal, que permique tipo de visibi- acordo com a executiva, a GS1 vem te tanto ver o passado lidade se pretende trabalhando ao longo dos anos para como prever o futuro, ter – se on-line (em oferecer ao mercado padrões globais existe. Mas, ao contempo real), ou post para identificar itens e locais, captutrário daquelas usadas mortem (eventos já rar dados referentes à movimentaHill: oferta de softwares de pelos videntes e esorealizados) – e ainda ção da cadeia de suprimentos e posbusiness intelligence não téricos, não se resume como os sistemas irão sibilitar o compartilhamento dessas tem evoluído a um único e mágico interagir. “Em logís- informações. No varejo de consumo objeto. Para a completa visibilidade, tica, tudo começa com o pedido, e de massa, composto principalmente são necessárias várias tecnologias o ideal seria que a empresa pudesse pelas grandes redes de supermercacapazes de se integrar entre si e que, acompanhar em tempo real o que dos, por exemplo, além dos EAN-13 apesar de disponíveis no mercado já acontece a partir disso para poder (da família EAN/UPC) e GS1 DataBar há algum tempo, ainda são pouco e tomar ações imediatas para corri- (para frutas, verduras e perecíveis), parcialmente empregadas por gran- gir eventuais distorções e diminuir outro código de barras que está sende parte das empresas. ou mesmo impedir a ocorrência de do bastante utilizado, especialmente As causas do uso ainda incipiente problemas. Mas muitas companhias pelos setores de transporte e saúde, e aquém do desejável desses recursos ainda desenham seus sistemas para é o GS1-128, gerado e aplicado pelo são variadas e em muitos casos es- ver o passado, com a expectativa de embarcador das mercadorias e que barram na falta de foco de parte dos corrigir rapidamente o que deu erra- permite incluir na etiqueta informagestores e no custo de algumas so- do”, destaca. ções importantes como número do luções, que ainda se mostra elevado lote, dimensões e quantidade, que Tecnologias para boa parcela das empresas de megarantem a rastreabilidade e a visibinor porte. Na avaliação do consultor lidade do produto em toda a cadeia. Se de um lado o conceito de Arthur Hill, diretor da Movimenta No setor de medicamentos e Serviços Logísticos, existe uma gran- visibilidade do supply chain – que hospitalar, outro código utilizado é de lacuna entre a expectativa e o que pressupõe o uso de tecnologias e a o GS1 2D DataMatrix, que pode ser realmente se faz em termos de visi- completa integração entre os sistemas colocado em áreas muito pequenas e, além de permitir a bilidade. “Um dos problemas é que de todos os elos da carastreabilidade, ainda não se evoluiu muito na área de sof- deia – ainda não se torinclui inform ações tware, ou seja, na oferta de aplicati- nou realidade na prática adicionais, como núvos que sejam capazes de traduzir as para a maioria das eminformações em inteligência, e isso presas, de outro, muitas mero de lote e data de acaba impedindo também um maior delas já estão obtendo validade. “O Brasil foi desenvolvimento dos hardwares”, benefícios pelo empreum dos primeiros paíjustifica. Hill lembra também que é go de diversas ferrases no mundo a adopreciso melhorar os processos inter- mentas não necessariatar essa tecnologia, nos e que não adianta investir em mente inovadoras. que contribui também Dentre as soluções tecnologia de ponta e na automação para combater a falsise não se faz nada com os dados que de automação que ficação de produtos, elas propiciam. “Se de um lado a contribuem para a viao mesmo tempo que captura e a leitura das informações sibilidade, a de código enxergar Ana Paula: tecnologia de código possibilita de barras é a mais utilizada são automatizadas, a gestão e a deci- de barras é, sem dúvigargalos e com isso Maio/2015 - Revista Tecnologística - 65
VISIBILIDADE
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sa ferramenta é o alto melhorar a performance operacional e custo, uma vez que reduzir custos”, coma maioria dos equipleta Ana Paula. pamentos e os chips Recentemente, a que são inseridos nas GS1 passou a dispoetiquetas (tags) são importados. “Ainda é nibilizar ao mercado uma tecnologia que se uma nova ferramenta mostra compensadopela web, o Cadastro ra para empresas que Nacional de Produtos lidam com grandes (CNP), criada para auvolumes e cujos proxiliar as indústrias a dutos têm maior valor cadastrar e gerenciar Cruz: GS1 vem estudando a agregado, como é o informações sobre aplicação do RFID na saúde caso dos setores têxtil seus produtos, usanjunto com profissionais e e de medicamentos”, do uma linguagem empresas do setor destaca a gerente. padronizada. O CNP Wilson Cruz, coordenador do é acessível também às pequenas e médias empresas de diferentes áreas Centro de Inovação Tecnológica de atuação. Com essa ferramenta, as (CIT) da GS1 Brasil, reforça o arindústrias identificam e colocam da- gumento, salientando o exemplo dos sobre seus produtos que podem da Brascol, uma grande atacadista ser vistos pelas empresas do varejo, de roupas que atende os lojistas de distribuidoras e fornecedores por todo o país e que implantou o RFID meio de um link. Segundo a GS1, já há dois anos, conseguindo como está cadastrado no sistema 1,38 mi- resultado não apenas melhorar a lhão de produtos de 11 mil empre- visibilidade de seus estoques como sas, 83% das quais são classificadas também atrair os profissionais mais como micro e pequenas. Dentre as qualificados do ramo de Tecnologia usuárias se incluem a Fermoplast, da Informação (TI) para ingressar fabricante de acessórios plásticos no seu quadro de funcionários. Oue metálicos para lingeries e fitness, tro caso de sucesso é o da Memove, que contabiliza 900 acessos por mês, pertencente ao grupo Valdac Gloe a Krater, produtora de peças au- bal Brands (detentor também das tomotivas, que possui cerca de 900 marcas Siberian e Crawford), e que itens cadastrados e conseguiu au- foi uma das primeiras redes de vamentar as vendas após sua inserção rejo de roupas do Brasil a adotar o padrão EPC (Código Eletrônico de no sistema. Produto) para RFID. Cada peça inA próxima fronteira dividual de vestuário já vem da fábrica identificada com uma etiqueta Outra tecnologia que também EPC GS1 UHF Gen 2 que pode ser não é novidade para o mercado, lida em diversos pontos da cadeia mas que deverá ganhar maior im- de suprimentos. Assim, a Memove pulso nos próximos anos, é a RFID, sabe exatamente onde cada peça se sigla em inglês para radio-frequency encontra, a qualquer momento. A identification, ou identificação por tecnologia possibilitou à empresa radiofrequência. Na avaliação de agilizar seu processo de recebimento Ana Paula Maniero, o empecilho no em 300% e obter precisão de 100% Brasil para a expansão do uso des- do inventário. 66 - Revista Tecnologística - Maio/2015
No caso do setor de saúde, especificamente de medicamentos, o uso da tecnologia RFID também deverá crescer, segundo Wilson, porque será mais uma opção disponível para que as indústrias fabricantes possam cumprir as exigências estipuladas pela lei nº 11.903/2009, que estabeleceu a criação do Sistema Nacional de Controle de Medicamentos (SNCM) pela Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa), e segundo a qual todos os elos da cadeia deverão implementar soluções que assegurem a rastreabilidade e a visibilidade dos produtos até o final de 2016. “Na GS1 Brasil estão sendo feitas reuniões semanais com um grupo composto por 45 empresas do setor, além dos mais de 200 profissionais da área que participam pelo canal virtual. Os encontros têm como objetivos avaliar o cenário brasileiro, entender o que está estabelecido pela legislação e sugerir como o compartilhamento das informações será feito entre os elos da cadeia”, destaca Cruz, acrescentando que até o segundo semestre deste ano será lançado um guia, baseado no modelo feito nos Estados Unidos, que servirá como orientação para o setor da saúde. A RFID se mostra ideal ainda para as empresas que possuem grandes volumes de ativos retornáveis, como paletes, caixas e contêineres. Um dos exemplos é o da Cooperativa Veiling
Identificação por radiofrequência permite acompanhar o produto durante toda a sua vida, mas ainda esbarra no alto custo de implantação
Outros usos sos or radiofrequênA identificação por cia também pode serr utilizada para o controlee de re pessoas, como ocorre no Hospital do Câncer, em São Paulo, há cerca de três anos e meio. “O crao chá de cada médico ara conta com uma tag para treaque ele possa ser rastreado e localizado no hospivisado tal pelo sistema e avisado ciente para atender um paciente ência”, em caso de emergência”, explica Mário Prado, CEO da Taggen, empresa responsável pelo projeto. Atualmente, a companhia
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Holambra, que detém cerca de 60% do mercado de flores no Brasil e implementou a tecnologia em 2014 para identificação e rastreamento de mais de 1,1 milhão de ativos retornáveis, como cestos, suportes de cestos, carrinhos e prateleiras que saem dos produtores, seguem para os centros de distribuição e chegam até os clientes (floriculturas e supermercados). Os objetivos pretendidos visavam não apenas melhorar a eficiência dos processos logísticos, reduzir o tempo de carga e descarga e diminuir as perdas de materiais na distribuição, como acabar com o trabalho manual na leitura dos códigos de barras desses ativos, o que levava muito tempo e estava sujeito a erros e fraudes.
está implantando um sistema que desenvolveu para a Odebrecht, que
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visa controlar o fluxo de maior valor agre- uma infraestrutura para identificar, de funcionários em gado devido ao alto rastrear e autenticar as mercadorias uma obra da empreivalor das tags – cerca produzidas e distribuídas no país. É teira no Panamá. “Fode 30 centavos de dó- evidente que o objetivo principal ram instaladas antenas lar cada –, Prado acre- é melhorar o controle fiscal desses nas entradas e saídas dita que o custo não produtos, mas a iniciativa contrida operação que farão é um impeditivo para buirá também para desburocratizar a leitura das tags nos um maior avanço do e acelerar a produção e a distribuicrachás dos trabalhaRFID. “O preço de um ção, motivando as empresas a emdores, o que permitirá portal, que já foi de R$ pregar a RFID em seus processos inmedir a produtivida30 mil, baixou para R$ ternos e logísticos. de de cada um deles, 10 mil, e o custo desse Planejamento assim como verificar e dos demais equipaPrado: versatilidade do RFID eventuais desvios”, dementos irá diminuir deve fazer o uso da Quando se fala em visibilidade, talha Prado. ainda mais quanto tecnologia crescer Na avaliação do maior for o uso da tec- geralmente se pensa em contar com executivo, justamente porque a nologia”, justifica. O executivo des- os mecanismos que permitem aveRFID permite os mais variados usos, taca que, atualmente, as empresas riguar as operações de execução, há boas perspectivas de crescimento que mais apostam nesse sentido são como as de transporte das mercadodesse mercado, razão que o levou a as que lidam com grandes volumes rias, para saber se o caminhão foi criar a empresa em 2009, contando de itens e cujos resultados em ter- carregado no tempo devido, se chena época com o auxílio da Inova, in- mos de eficiência e rapidez nos pro- gou ao destino ou parou por algum cubadora de start-ups da Universida- cessos são obtidos em pouco tempo, motivo, entre outras questões. Mas na avaliação do consultor Marcos de Estadual de Campinas (Unicamp- o que justifica o investimento. -SP). “Ficamos na Inova durante dois Para incentivar o crescimento Isaac, sócio-diretor da Modus Loanos e esse período foi importante desse mercado, a Taggen firmou, no gística, a visibilidade deve começar para que a empresa pudesse amadu- início deste ano, uma parceria com no inbound. “Para as indústrias é recer e aperfeiçoar projetos”, expli- o Banco Nacional de Desenvolvi- importante fazer um planejamento ca Prado, que é mestre em Ciência mento Econômico e Social (BNDES) do que produzir com base no históda Computação pela Universidade e com o Banco Santander. “Até en- rico de vendas e na projeção da deFederal de São Carlos (UFSCar-SP) e tão não havia uma linha de crédito manda para os próximos 12, 18 e 24 possui mais de 15 anos de experiên- voltada a financiar projetos desse meses, analisando as características cia na área de RFID. tipo, e o nosso objetivo é contribuir de cada região e as opções de distriInstalada desde 2012 em um para facilitar esse processo”, desta- buição, entre outras variáveis. São aspectos importantes condomínio empresarial na cidade ca Prado. Outro fator que devem ser antecide Campinas, a Taggen se especia- que deve impulsionar pados”, explica. lizou em consultoria para aplicação a adoção da RFID, seEspecialmente para da tecnologia de radiofrequência e gundo o executivo, as empresas que fano desenvolvimento de softwares e são os projetos gozem venda direta ao soluções para atender às necessida- vernamentais como consumidor, como é o des específicas de cada empresa. Na o Brasil ID, coordecaso de muitas indússua carteira de clientes estão a For- nado pelo Centro de trias de cosméticos, ça Aérea Brasileira (FAB), a Logum Pesquisas Avançadas nas quais os clientes (pertencente a um consórcio forma- Wernher von Braun são fidelizados, é fundo por Petrobras, Camargo Corrêa, em conjunto com o damental ter um conOdebrecht, Raízen, Coopersucar e Encontro Nacional de trole maior da cadeia Uniduto), a Samsung e a Bosch, en- Coordenadores e Ade do comportamento tre outras. ministradores TributáIsaac: visibilidade traz das vendas (que proApesar de concordar que a tecno- rios Estaduais (Encat), sinergia entre a indústria e seus fornecedores dutos saem mais, em logia ainda se restringe a produtos voltado a implantar 68 - Revista Tecnologística - Maio/2015
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quais períodos do abastecer cada um deles ano, em quais regiexatamente com o que ões e assim por dianprecisam – desde o canute). De acordo com dinho, passando pelos Isaac, dependendo guardanapos, sachês de do caso, para uma temperos, até a carne, empresa ter visibilipeixes, frangos e outros dade basta que seus componentes usados no produtos tenham preparo das refeições. códigos de barras e Um estudo do Gartner que exista a vontamostrou que em 2013 o de de gerenciar a inMcDonald’s girou 153 formação no tempo vezes o estoque munMiyajima: empresas têm adequado. Em terdialmente, o que é um investido mais no planejamento mos de tecnologia, número impressionante do supply chain uma das soluções e que requer perfeição mais indicadas para fazer o plane- no abastecimento”, destaca Isaac. jamento da demanda é o Advanced Na avaliação de André Miyajima, Planning System (APS), que supor- consultor de Negócios da Infor, nos ta o processo de Sales & Operation últimos dois anos houve um auSystem (S&OP), utilizado para o pla- mento do interesse pelas soluções nejamento tático integrado da com- de planejamento. “Na parte operapanhia. Outro recurso é o Demand cional, sempre se investiu bastante, Sensing, um sensor que é colocado mas ultimamente as empresas têm na gôndola do ponto de venda e voltado a atenção para planejar mepermite avaliar o comportamento lhor seu supply chain, considerandiário da demanda. “São ferramen- do a integração com todos os elos, o tas que propiciam informações im- que amplia as perspectivas de aquiportantes que devem ser usadas para sição de tecnologias voltadas para corrigir o forecast e também para isso, até porque o MRP e o Excel otimizar as operações de distribui- já não estão mais dando conta e se ção e transporte”, explica Isaac. mostram muito lentos numa época Segundo o consultor, a indústria em que é preciso reagir mais rapidaautomotiva tem grande foco no in- mente a ocorrências inesperadas”, bound porque lida com uma grande afirma o executivo. quantidade de fornecedores e precisa Para ele, a variabilidade da demanter com eles uma relação colabo- manda requer das empresas um merativa para poder responder rapida- lhor planejamento para que possam mente a uma mudança na linha de obter ganhos operacionais e tammontagem, por exemplo, com base bém maior integração com os elos nas variações da demanda, já que da cadeia. “Até pouco tempo atrás trabalha no modelo just-in-time. Ou- não havia esse conceito de negócios, tro bom exemplo de como a visibili- mas hoje o modelo colaborativo dade sobre a demanda é importante vem ganhando maior atenção por é o da Martin Brower, prestadora de possibilitar respostas mais rápidas e serviços logísticos e responsável pela assertivas em um mercado em que as administração do supply chain do variações são constantes”, destaca. McDonald’s. “A empresa tem acesso Hoje a incerteza quanto ao cenário às informações de todos os restau- econômico não permite às emprerantes da rede e com base nisso sabe sas ter uma visibilidade clara sobre
VISIBILIDADE
os próximos meses e anos e é nesse sentido, segundo Miyajima, que o emprego de ferramentas como as de S&OP, que possibilitam traçar cenários para a tomada de decisão, se torna cada vez mais necessário. “No processo de S&OP, vários questionamentos são levantados, tais como: o que deve ser produzido, em quais plantas, se devem ser criados estoques, se é melhor fazer hora extra ou terceirizar, entre outros fatores que precisam ser considerados dentro de um horizonte que traga ganhos de escala na visão total da cadeia de valor, visando o melhor resultado financeiro da empresa”, explica o executivo. Para sustentar esse argumento, ele cita o exemplo da Vale Fertilizantes, cuja complexidade dos processos de produção, armazenagem e distribuição dificultava o planejamento da demanda, o que obrigava a empresa a despender muito tempo nesse sentido. “Com a implantação da solução de Supply Chain Planning da Infor, a Vale conseguiu reduzir 75% do tempo de planejamento. O que an-
Mercado mais competitivo e consumidores cada vez mais exigentes fazem com que a integração tecnológica seja a bola da vez nas empresas
tes consumia uma semana, passou a ser feito em menos de um dia”, detalha Miyajima.
Perspectivas Apesar dos benefícios propiciados pelas tecnologias, o consenso entre os entrevistados para esta reportagem é de que ainda se investe menos do que o necessário para melhorar os processos logísticos e de que as perspectivas não são muito animadoras, em face ao atual quadro de crise
econômica. “É natural que toda essa incerteza afugente os investimentos e todo mundo está bastante seletivo, especialmente para os projetos de longa maturação e os que requerem mudança de cultura, como os de visibilidade”, opina Arthur Hill, para quem no momento deverão ser priorizadas as soluções para problemas imediatos e estruturais. Para Marcos Isaac, neste ano apenas deverão ter continuidade os investimentos de longo prazo e que já foram iniciados. “Ainda assim, muitas empresas deverão tentar rever seus cronogramas, restringir as quantias e adiar o que for possível”, completa o consultor. Mesmo com esse cenário pouco favorável, André Miyajima recomenda às empresas que já tinham planos de investir em S&OP que o façam agora. “Vários estudos de mercado comprovam que as companhias que possuem um nível maior de maturidade no uso dessas soluções apresentam maior margem de lucro, acurácia de previsão e nível de serviço superior em comparação às demais”, justifica. Ana Paula Maniero lembra ainda que o consumidor está cada vez mais exigente e omnichanel, o que requer que as empresas integrem as informações para poder atender a esses anseios de forma rápida, eficiente e pelos diferentes canais. “É necessário reduzir gargalos e melhorar a eficiência operacional. As empresas que conseguirem enxergar isso e mantiverem os investimentos em automação estarão mais preparadas”, conclui. Silvia Giurlani
Ferramenta de planejamento de S&OP da Infor 70 - Revista Tecnologística - Maio/2015
GS1: (11) 3068-6229 Infor: (11) 5508-8800 Modus Logística: (11)5503-2730 Movimenta Serviços Logísticos: (11) 99202-8104 Taggen: (19) 3308-3966
LOGÍSTICA DE EVENTOS
Ainhoa Sanchez
Logística ao extremo
A Volvo Ocean Race, mais importante regata oceânica do mundo, que passou pelo Brasil em abril, tem por trás uma logística de alta confiabilidade, da qual dependem as vidas dos velejadores em alto-mar
Q
uando os seis veleiros participantes da Volvo Ocean Race – a mais desafiadora regata oceânica do mundo – deixaram a barra do Rio Itajaí, em Santa Cata72 - Revista Tecnologística - Maio/2015
rina, na tarde do dia 19 de abril, uma máquina invisível aos olhos do público entrou em operação. O pelotão da logística tinha como missão desmontar toda a estrutura da Vila da
Regata, ou Race Village, classificar, embalar, estufar nos contêineres e despachar todo o material utilizado na etapa brasileira, que teve início no dia 3 de abril. Todo o material havia sido desembarcado em Itajaí três semanas antes. Todo o material significa não apenas o que é utilizado para reabastecer e manter os veleiros para a próxima etapa como também o material usado pelos navegadores, peças, prédios dos estandes, equipamentos eletrônicos e de telecomunicações e até mesmo os carros expostos na Vila da Regata. O volume é suficiente para estufar 220 contêineres, entre marítimos e aéreos, divididos em dois conjuntos que circulam nos nove pontos de parada da regata, os chamados Stop Overs. É uma logística semelhante à da Fórmula 1 com seu “circo”, com uma diferença fundamental: na F1, terminadas as provas, os pilotos vão para seus hotéis e, caso algum deles sofra um acidente, equipes médicas estão a postos no autódromo para socorrê-lo. Na regata, os velejadores estão sozinhos no meio do oceano, onde ficam por vários dias sem contato com a terra, sem apoio de outros barcos, à própria sorte. Na perna mais longa da competição, entre Auckland, na Nova Zelândia, e Itajaí, os barcos ficaram no mar por 19 dias. Os tripulantes dormem em turnos de revezamento de quatro horas, bebem água dessalinizada no próprio barco e comem a comida que tiverem a bordo. Por isso, é fundamental que todo o material esteja disponível no momento e na quantidade necessária. Para tornar isso possível, existe um time de logística planejando e gerenciando o evento, que começou a trabalhar um ano antes da partida da regata em Alicante, na Espanha, no dia 11 de outubro de 2014. A equipe responsável pela logística
Para conseguir montar as Race Villages a tempo, são necessários dois conjuntos iguais de carga, compostos por 110 contêineres cada
local, que começou a trabalhar meses antes para deixar tudo pronto”, conta Jönsson. A diferença do país, segundo ele, é a grande curiosidade e interesse que o evento desperta e a boa vontade das autoridades da cidade, do porto e da alfândega, opinião compartilhada por Nistelrode. Jönsson explica que cada player da regata – velejadores e equipes, times de montagem e desmontagem e a própria Volvo – tem necessidades específicas. “Eu tenho que traduzir tudo isso para uma linguagem de logística para que possamos atender a todos”. A equipe fixa de Jönsson, que roda o
mundo com ele, é composta por mais três pessoas: um britânico, um português e um francês, que ajudam na interação com as equipes locais.
Estrutura-espelho Para conseguir montar a enorme estrutura das Race Villages a tempo, a Volvo Ocean Race trabalha com dois conjuntos iguais, compostos por 110 contêineres cada, que são enviados alternadamente para as paradas. “Tudo o que você vê hoje aqui em Itajaí está chegando em duplicata neste momento a Newport, Estados Unidos, que é a parada seguinte. Na próxima segunda-feira (20 de abril) eu embarco para lá e na terça já começo a desembaraçar o material”, explica Nistelrode. A parte que vai pelo modal aéreo é a mais crítica, composta por equipamentos que, ao final de uma etapa, devem ser embalados e despachados rapidamente para a próxima parada. Por mar vão basicamente os pavilhões da Volvo e da SCA, uma das patrocinadoras, que também compete com um veleiro. Por ar segue todo o material das equipes contendo a
Ainhoa Sanchez
é formada por um time da própria Volvo Ocean Race, que gerencia os dois parceiros logísticos do evento, a armadora Maersk, responsável pelo frete marítimo, e a GAC, provedor logístico oficial do evento, responsável pela logística em terra e pelo gerenciamento do frete aéreo. Nas regatas anteriores, era utilizado um único provedor logístico. O holandês Raoul van Nistelrode, Logistics and Race Village manager da Volvo Ocean Race, é o responsável por todo o desenho e planejamento da operação logística e pela sua coordenação. Ele explica que as operações são suportadas por um tripé composto pela Volvo, pelo escritório da Maersk em Copenhagen, na Dinamarca, e pelo escritório da GAC em Southampton, Inglaterra, onde a empresa mantém uma unidade voltada a eventos esportivos e tem seis pessoas dedicadas à Volvo Ocean Race. Esses times coordenam os trabalhos das equipes locais em cada porto de parada, cada qual com suas exigências. “Precisamos envolver os times locais desde o início, para nos anteciparmos às necessidades específicas de cada lugar”, explica Nistelrode. Em Itajaí, a carga marítima chegou pelo terminal da APM no porto local. “Temos que entender todos os desafios antecipadamente. Encontrar as autoridades, entender suas necessidades e expor as nossas para que elas possam ser atendidas. É uma interdependência”, complementa. Lukas Jönsson, líder da equipe de solo da GAC Logistics para a Volvo Ocean Race, destaca que cada parada tem seus desafios e, no Brasil, o maior deles é o excesso de burocracia. “A documentação para nossa vinda para cá é bastante complexa e difícil, mas temos pessoas trabalhando dia e noite e somos muito proativos. Felizmente, temos um excelente agente
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LOGÍSTICA DE EVENTOS
meira vez todos os barcos – chamados de Volvo Ocean 65 – são idênticos, com os mesmos fornecedores para as peças-chave, como vela, mastro, motor e equipamento de comunicação satelital. Nas regatas anteriores, as equipes recebiam uma especificação e cada uma era responsável pela construção do seu barco. De acordo com os organizadores, a nova regra equilibra a competição, uma vez que as equipes têm de se destacar pela perícia e habilidade no mar. Já para o pessoal da logística, a padronização facilita a gestão do estoque e reduz o número de itens movimentados. O material fica disponível para as equipes em contêineres nos chamados Boat Yards, onde elas dispõem de peças de reposição, combustível e demais itens. Além da equipe do próprio Boat Yard, existem também equipes dos fabricantes das partes dos veleiros, como mastro, velas, rádios, e telecomunicação, que é feita pela Inmarsat. Já o motor também é o mesmo para todos, o Volvo Penta Ocean 65, que é revisado a cada parada. O motor é um capítulo à parte,
Buda Mendes
bagagem dos velejadores, equipamentos e peças extras para os barcos, além de três contêineres de equipamentos de tecnologia e telecomunicação e os materiais mais sensíveis dos pavilhões. A comida é um item crítico, pois tudo o que é consumido é embarcado antes da partida de cada etapa e deve ter a quantidade bem balanceada. “É uma alimentação com características especiais, seca e congelada. Não é algo que se compra em qualquer lugar, por isso é um item crítico”, explica Nistelrode. “Além disso, em alguns países a importação de alimentos é muito restrita, e a solução é deixar tudo em regime de alfandegamento e embarcar diretamente para os veleiros antes da partida, de modo que não haja consumo ou manipulação em terra”. Knut Frostad, CEO da Volvo Ocean Race e ex-velejador na regata, relata uma passagem curiosa em que, numa largada, sua equipe estava tão preocupada com a competição que esqueceu em terra o equivalente a seis dias de comida, um erro que certamente alterou o desempenho do time. Nesta regata 2014/2015, pela pri-
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porque não pode ser utilizado para a propulsão dos barcos, mas apenas para carregar as baterias responsáveis pela dessalinização da água, iluminação e pelos equipamentos de telecomunicação. Em média, são dessalinizados 50 litros de água por dia em cada veleiro. Antes de cada partida, o motor é selado, e em caso de necessidade de uso numa emergência, é preciso autorização para ligá-lo e a equipe perde pontos. “Assim mesmo, ele não tem muita autonomia, então nesses casos os velejadores precisam utilizar um gerador eólico que vai desmontado e é usado em caso de necessidade. Como é proibido levar combustível extra a bordo, cada barco leva apenas o que cabe nos tanques, que deve durar até a próxima parada”, destaca Nistelrode.
Imprevistos Claro que uma competição tão extrema tem seus imprevistos. Por exemplo, o veleiro da equipe dinamarquesa Vesta Wind deixou a regata depois de encalhar perto das Ilhas Maurício, no Oceano Índico, devendo retornar à competição somente em Lisboa. E a equipe chinesa Dongfeng teve seu mastro quebrado próximo da mítica passagem pelo Cabo Horn, no sul da América do Sul, o que desencadeou outra grande operação logística. A Volvo Ocean Race tem dois mastros extras para reposição e, neste caso, a peça teve de ser enviada de Dubai, nos Emirados Árabes. Jönsson conta que o mais lógico seria colocar o mastro num avião charter de Dubai até Curitiba e de lá trazer até Itajaí por rodovia. “Mas temos que pensar também na melhor alternativa em termos de custos e, neste caso, o mastro foi de Dubai para Amsterdã, de lá embarcou em
Regata multicultural
A
Volvo Ocean Race não apenas dá a volta ao mundo como leva um pouco do mundo com ela. Da regata 2014/2015 participam velejadores de 15 nacionalidades, espalhados por sete equipes, nos veleiros Abu Dhabi, dos Emirados Árabes Unidos; Dongfend, da China; Mapfre, da Espanha; Team Brunel, da Holanda; Alvimédica, da China/EUA, Team Vestas, da Dinamarca; e SCA, da Suécia, este último com uma tripulação 100% feminina.
um voo cargueiro para Viracopos, em Campinas (SP), de onde seguiu por rodovia para Itajaí”, detalha. “O mastro é uma peça leve, que pode ir sobre a carga nos porões do avião. O problema é seu comprimento, de 28 metros, que exige um cargueiro com carregamento pelo nariz”, explica Nistelrode. A perna rodoviária foi feita por um transportador de Itajaí. “Tivemos que pedir todas as autorizações para levar o mastro pela rodovia e, como o voo chegou numa sexta-feira, precisamos ser muito rápidos na alfândega para liberar a carga”. Antes mesmo de o mastro chegar a Itajaí, outro já estava embarcando num navio da Maersk na Nova Zelândia – onde são fabricados – rumo a Newport. “Foi um trabalho fantástico da Maersk”, elogia o gerente.
Desmontagem Se o trabalho de Nistelrode em Itajaí terminou na segunda-feira, dia 20 de abril, o de Jönsson seguiria durante os dias subsequentes à partida dos veleiros, já que o material deveria ser entregue no porto até o dia 24
Além de Itajaí, a Volvo Ocean Race passa também pela Cidade do Cabo (África do Sul), Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), Sanya (China), Auckland, Newport (Estados Unidos), Lisboa (Portugal) e Lorient (França). Antes de chegar a Gotemburgo, na Suécia, para a etapa final no dia 21 de junho, haverá um pit stop inédito de um dia em Haia, na Holanda. A regata irá percorrer ao todo 39 mil milhas náuticas, ou 75 mil quilômetros, em oito meses.
de abril, para que fosse embarcado no dia 25 ao meio-dia. Toda a carga marítima da regata utiliza rotas regulares da Maersk ou seus parceiros, com exceção da entrada e saída da China. Já a carga aérea saiu do Aeroporto de Navegantes, em Itajaí, no dia 21 de abril, rumo ao Aeroporto Internacional de Guarulhos (SP). De lá os carros seguiram para Miami e o restante para o Aeroporto JFK, em Nova Iorque. De acordo com o representante da GAC, a montagem da Vila leva cerca de dez dias e a desmontagem depende muito da data de partida do navio. No caso de Itajaí, haveria cinco até o embarque. Toda essa estrutura deve estar pronta para receber os veleiros e o público em Newport no dia 5 de maio, data de abertura da Race Village. Como se vê, o slogan “vida ao extremo” da Volvo Ocean Race não vale somente para os velejadores, mas para a logística também. Silvia Marino Volvo: (41) 3317-8111 Maersk: (11) 3527-2000 GAC: (11) 5083-3999
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ARTIGO POLI/CISLOG
Logística reversa: um estudo de caso sobre o uso da tecnologia RFID no descarte de extintores veiculares Carolina Costa Pimentel e Carlos Eduardo Cugnasca
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partir de 1º de janeiro de 2015, mediante a Resolução nº 333 do CONTRAN (2009), todos os veículos automotores devem circular equipados com extintores de incêndio com carga de pó ABC, que possui validade de cinco anos, substituindo os extintores com carga de pó BC existentes no mercado. Além disso, a resolução ainda estabelece que os extintores de incêndio substituídos devem ser coletados e destinados conforme legislação ambiental vigente. Desta maneira, a logística reversa desse equipamento, dentro de sua cadeia de suprimentos, assume um grau de importância muito grande, contribuindo acima de tudo com o desenvolvimento sustentável do planeta. A complexidade da logística reversa neste setor é evidenciada pelo tamanho da frota de carros no Brasil, que ultrapassa 45 milhões segundo o DENATRAN (2013), e não para de crescer. Para um controle mais eficiente e
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confiável dos extintores, a tecnologia de identificação por radiofrequência (RFID) contribuirá com a sua logística reversa e a segurança do usuário, provendo informações sobre o vencimento do equipamento de combate a incêndio. O objetivo deste estudo foi apresentar um panorama da logística reversa para o descarte de extintores de incêndio veiculares com o uso da tecnologia RFID. Pretende-se demonstrar a viabilidade de seu uso relacionando processos internos da empresa estudada aos conhecimentos técnicos da RFID. Os principais resultados são: confiabilidade dos dados, segurança e conveniência do usuário e contribuição para a logística reversa adequada dos extintores veiculares.
Logística reversa A Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional
de Resíduos Sólidos (PNRS), define que logística reversa é o instrumento de desenvolvimento econômico e social caracterizado por um conjunto de ações, procedimentos e meios destinados a viabilizar a coleta e a restituição dos resíduos sólidos ao setor empresarial, para reaproveitamento, em seu ciclo ou em outros ciclos produtivos, ou outra destinação final ambientalmente adequada (BRASIL, 2010). Na visão de CAMPOS (2010), a partir do momento em que o produto/embalagem tem de ser devolvido para a empresa, esta tem várias opções para movimentá-lo. O Quadro 1 apresenta algumas destas atividades resumidas. No caso dos extintores veiculares, o resíduo dos mesmos será reaproveitado parcialmente em adubo, o cilindro e as peças de plástico e metal serão reciclados e as peças de latão serão reutilizadas.
A importância da tecnologia RFID deve-se à possibilidade de reconhecimento de produtos com ganhos potenciais de eficiência e novos horizontes de serviços ao longo da cadeia de abastecimento (CAMPOS, 2010). Os componentes da tecnologia RFID são três: antena, transceptor1 (ou transceiver, com decodificador) e transponder2 (chamado de RF tag ou apenas tag), composto de antena e microchip. As etiquetas, também chamadas de transponders, consistem em um microchip de silício conectado a uma antena, com habilidade de responder a ondas de rádio transmitidas por um leitor e também podendo processar e armazenar dados (WU, 2006). Há um tipo de leitor de RFID chamado Near Field Communication (NFC). Segundo HASELSTEINER et al. (2006), a principal característica do NFC é que ele é uma interface de comunicação sem fios com uma distância de trabalho limitada (cerca de 1 cm). Um dispositivo com tecnologia NFC pode ler alguns padrões de tags passivas, que operam na banda de média frequência (13,56 MHz). A tecnologia NFC está disponível atualmente em alguns modelos de smartphones, das marcas Sony, Samsung, Lexus, Apple, entre outras. O sistema RFID utilizado no estudo é do tipo média frequência, com tags passivas, que não possuem fonte própria de energia, e um leitor compatível com esse padrão.
Extintores de incêndio De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), extintor de incêndio é um aparelho de acionamento manual, constituído de recipiente e acessórios contendo o agente extintor destinado a combater princípios de incêndio. A natureza do fogo, em função do material combustível, está compreendida numa das quatro classes: fogo classe
A, que envolve materiais combustíveis sólidos, tais como madeiras, tecidos, papéis, borrachas, plásticos termoestáveis e outras fibras orgânicas; fogo classe B, que envolve líquidos e/ou gases inflamáveis ou combustíveis, além de plásticos e graxas; fogo classe C, que envolve equipamentos e instalações elétricas energizados; e fogo classe D, que envolve metais combustíveis, tais como magnésio, titânio, zircônio, sódio, potássio e lítio (ABNT, 2002). De acordo com o CONTRAN (2009), o único extintor de incêndio veicular válido a partir de 1º de janeiro de 2015 é o Pó ABC, que combate princípios de incêndio em materiais sólidos, líquidos e/ou gases inflamáveis e equipamentos energizados. O antigo extintor automotivo Pó BC foi substituído por não combater o fogo classe A, presente no veículo em partes consideráveis, como os bancos de assento.
Descrição do ambiente A questão a ser estudada neste trabalho é o uso da RFID no controle de extintores veiculares, otimizando o processo de logística reversa. O número de extintores a serem descartados nos próximos anos terá um aumento significativo devido à resolução do Contran, exigindo que se atinjam maiores índices de eficiência. A Tabela 1 quantifica o aumento do descarte de extintores para a empresa estudada, levando em consideração que o número de extintores vendidos é idêntico ao número de extintores descartados. Atualmente o processo de logística reversa de extintores de incêndio automotivos é realizado de duas maneiras: pela própria empresa ou pelo cliente. O Material Produtos Embalagem
controle do descarte dos extintores veiculares Pó BC e ABC realizado por meio da rastreabilidade feita manualmente pelos funcionários da empresa tem por objetivo armazenar todos os dados do extintor (parte técnica), como o modelo do produto, a capacidade, o ano de fabricação, o código do produto, a marca, entre outros. Esse relatório armazena informações sobre o cliente (parte de dados pessoais), como nome, CNPJ ou CPF, celular, e-mail, entre outros. Essas informações são de extrema importância, pois caso haja um recall da fábrica para um determinado lote, por exemplo, o cliente é avisado. O processo de rastreabilidade funciona basicamente da seguinte maneira: quando uma venda é efetuada, o funcionário operacional responsável por ela preenche manualmente a parte técnica do relatório de rastreabilidade com os dados pertinentes. Após essa etapa, o relatório é enviado para o funcionário administrativo, que preenche manualmente os dados pessoais do cliente e os utiliza para a emissão de notas e a inclusão do cadastro no sistema, caso este cliente não esteja cadastrado. A seguinte etapa trata-se da inclusão do relatório de rastreabilidade no computador para armazenamento digital, por meio de um software editor de planilhas. É preciso ressaltar que o relatório de rastreabilidade físico deve ser guardado durante cinco anos por determinação do INMETRO (2004) e que a etapa da inclusão do relatório no computador deve-se à facilidade na procura de dados após a venda, além da maior segurança no armazenamento das informações. O tempo médio de preenchimento manual de um equipamento de qualquer modelo no relatório de rastreabilidade representa cerca de cinco minutos. A in-
Atividades da logística reversa Devolver ao fornecedor; revender; consertar; recondicionar; remodelar; remanufaturar; recuperar o produto; reciclar; enviar para o lixo. Reutilizar; reaproveitar; remodelar; recuperar materiais; reciclar; enviar para o lixo.
Quadro 1 - Atividades da logística reversa Maio/2015 - Revista Tecnologística - 77
Fonte: Campos, 2010
Identificação por radiofrequência
ARTIGO POLI/CISLOG
Fonte: Acervo da autora
clusão manual do mesmo no computador corresponde a uma média de seis minutos. Sendo assim, o tempo total do processo é 11 minutos. Soma-se a esse cenário o que a prática evidencia, que cerca de 10% dos relatórios são preenchidos erroneamente em campos indispensáveis para o programa de logística reversa, como e-mail, celular e vencimento do modelo. O controle realizado pelo cliente é executado da seguinte maneira: o usuário verifica a sua validade, efetuando a troca do seu extintor após o vencimento. Porém, em cerca de 70% dos casos, este controle é falho e reativo a algum processo de vistoria realizado pelos órgãos fiscalizadores, como a Polícia Rodoviária (PR) e a Polícia Militar (PM). Adiciona-se a esse cenário o caso do extintor Pó BC, que, por ser recarregado anualmente, permaneceu no mercado nacional até 31 de dezembro de 2014. Neste caso, nunca houve processo de seu descarte tendo em vista a sua reutilização. O consumidor que está acostumado à recarga anual terá dificuldades em controlar o vencimento dos extintores veiculares Pó ABC com garantia de cinco anos. Além do exposto, a localização do extintor de incêndio no veículo não é de fácil visualização, dificultando a detecção da sua data de vencimento. Neste contexto, o uso do RFID torna-se primordial para garantir, em primeiro lugar, a segurança do usuário e o descarte sustentável no tempo certo. Essa tecnologia também possibilita que as duas maneiras de controle do processo logístico sejam igualmente eficientes. Dentre as várias vantagens na aplicação da tecnologia RFID, a confiabilidade, a rastreabilidade e a acuracidade das informações são fatores
primordiais quando se aborda a temática de equipamentos de combate a incêndio (RODRIGUES et al., 2011). A solução RFID sugerida será composta de uma tag, um leitor/gravador (ou smartphone com a tecnologia NFC) e um sistema computacional que processa todas as informações. As etiquetas que poderiam ser utilizadas nessa aplicação são as compatíveis com o padrão NFC, podendo ser lidas tanto por um leitor RFID convencional quanto por um smartphone com o recurso NFC (HASELSTEINER et al., 2006). Elas têm capacidade de armazenar as informações de diversas naturezas, como as da parte técnica e os dados pessoais do relatório de rastreabilidade. O leitor/gravador portátil tem como função identificar os extintores de incêndio veiculares, bem como incluir os dados necessários, no caso da empresa. Para uma solução completa, o leitor deve possuir comunicação com o sistema de informações da empresa, capaz de armazená-las em arquivos de rastreabilidade de modo a criar um lembrete com o vencimento de cada dispositivo. Desta maneira, a empresa pode avisar o usuário por meio do envio de e-mail e/ou SMS (caso o mesmo possua celular) com antecedência, informando o vencimento do produto com base nas informações armazenadas no sistema. Além disso, o endereço da empresa é adicionado à comunicação, para que o usuário faça o descarte no local correto. No caso do usuário, a leitura das informações será feita por meio de um dispositivo com a tecnologia NFC, evitando
Extintor veicular
Média mensal de vendas
Projeção mensal vendas em 2015
Aumento (%)
Pó ABC 0,900 kg - Mod. Fiat Pó ABC 0,900 kg - Mod. Universal Pó ABC 0,900 kg - Mod. Escort
150 130 60
1050 910 300
600 600 400
Pó ABC 2 kg
90
720
700
Tabela 1 - Projeção de Vendas/Descarte mensal em 2015 78 - Revista Tecnologística - Maio/2015
custo adicional, caso se utilize um smartphone com esse recurso. Neste caso, basta que o cliente aproxime o smartphone da etiqueta a cerca de 1 cm, sem precisar remover o extintor, visto que a etiqueta será colocada em local de fácil identificação. Desta maneira, poderá acompanhar a vida útil do equipamento, com dados do vencimento e do posto de troca. No tocante a melhorias de tempo, o preenchimento dos dados continua o mesmo, levando em consideração que na primeira rastreabilidade devem-se identificar os dados da mesma maneira que o processo manual e incluí-los na etiqueta, em vez do relatório de rastreabilidade físico. A duração desta etapa é similar, tanto para o processo manual quanto para o processo usando a tecnologia RFID. A melhoria significativa é evidenciada na etapa da inclusão da informação no computador. Como o leitor possui uma ligação direta com o sistema, não haveria necessidade da inclusão manual dos dados no computador, o que corresponde a uma diminuição de 55% no tempo de todo o processo. Embora não quantificados neste trabalho, há potencial para ganhos financeiros expressivos com o uso da tecnologia RFID. Além disso, a melhoria nos processos internos, aumentando a qualidade no atendimento, e a interação do usuário com esta tecnologia fazem com que o nível de sua satisfação aumente, representando uma potencial venda e/ ou indicação para novos clientes. A tecnologia RFID pode ainda ser bastante eficiente em termos de identificação segura e rápida nos casos de recall de equipamentos pela fábrica e nos casos em que o extintor veicular perde sua funcionalidade devido, por exemplo, à despressurização, quando o cliente deverá trocá-lo na empresa em questão, desde que o produto esteja na garantia. Com relação à logística reversa, a solução com RFID visará à confirmação do descarte em local ecologicamente correto, não permitindo a reutilização do equipamento de forma ilegal.
Conclusão O presente estudo apresentou e discutiu um cenário de uma possível utilização da tecnologia RFID no universo de equipamentos veiculares de combate a incêndio, contribuindo também para o descarte ambientalmente adequado, provendo maior segurança e conveniência ao usuário e garantindo uma confiabilidade maior quanto às informações pertinentes ao equipamento. O potencial de vendas alavancado pelo uso desta tecnologia é também relevante. A qualidade evidenciada pelo gerenciamento desse fluxo de venda e descarte do equipamento de incêndio eleva o nível de serviço, fazendo com que o cliente fique mais satisfeito e volte a comprar pela empresa ou até mesmo indicá-la. Os fatores tempo e custo são importantes dados para o final desta equação, em que o resultado é satisfatório. O tempo é valioso para todos e para uma empresa pode representar ganho ou perda financeiros. No caso estudado, o uso da tecnologia RFID permite economia de tempo, que pode ser canalizado para outras tarefas, aumentando o potencial de atendimento. O custo de implantação tende a ser diluído pelo aumento natural das vendas devido à resolução do Contran e ao potencial de atendimento anteriormente citado. A cadeia de suprimentos dos extintores de incêndio, em geral, é falha. Adiciona-se a isso o fato de que, no Brasil, a segurança ainda é subestimada e a prevenção é deixada em segundo plano. A criação de valor de um produto menosprezado sempre foi um grande desafio para a empresa em questão e o presente estudo acrescenta o fechamento do ciclo desta complexa cadeia de suprimentos com eficiência e contribuindo com a segurança do maior patrimônio de uma pessoa: a vida.
Referências ABNT – ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 12693: Sis-
temas de proteção por extintores de incêndio. Rio de Janeiro, 2002. BRASIL. Política Nacional de Resíduos Sólidos – Lei Nº 12.305, de 2 de agosto de 2010. Disponível em http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2007-2010/2010/ lei/l12305.htm. Acesso em julho de 2014. CAMPOS, A. J. C. A gestão da cadeia de suprimentos. Curitiba: IESDE Brasil, 2010. CONTRAN – CONSELHO NACIONAL DE TRÂNSITO. Resolução nº 333/2009. Brasília, 2009. DENATRAN – DEPARTAMENTO NACIONAL DE TRÂNSITO. Frota Nacional de Veículos. Brasília, 2013. HASELSTEINER, E; BREITFUß, K. Security in near field communication (NFC). Graz, p. 12-14, 2006. INMETRO – INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA, NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL. Portaria nº 54. Rio de Janeiro, 2004. RODRIGUES, T. M; CUGNASCA, C. E. Rastreabilidade e Controle de Extintores de Incêndio Utilizando Tecnologia RFID. XLII Simpósio Brasileiro de Pesquisa Operacional. São Paulo, 2011. WU, N. C. et al. Challenges to global RFID adoption. Technovation, v. 26, n. 12, p. 1317-1323, 2006. Carlos Eduardo Cugnasca Professor associado do departamento de Engenharia de Computação e Sistemas Digitais da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (EPUSP) carlos.cugnasca@gmail.com Carolina Costa Pimentel Formada em Logística e Transportes pela Faculdade de Tecnologia de Guarulhos (Fatec) e pós-graduada em Logística Empresarial pela Universidade de São Paulo (USP) cc.pimentel@outlook.com 1
Transceptor: dispositivo que combina as funções de um transmissor e de um receptor. 2 Transponder (abreviação de transmitter-responder): dispositivo de comunicação que recebe um sinal de uma fonte e transmite uma mensagem predeterminada em resposta.
Intermodal 2015: feira de logística das Américas completa 21 anos
Fotos: Divulgação
EVENTO
O Transamérica Expo Center, em São Paulo, foi palco, entre os dias 7 e 9 de abril, da 21ª edição da Intermodal South America, evento que recebeu mais de 48 mil visitantes e 680 expositores de 25 países; nas próximas páginas você confere os principais destaques e as novidades apresentadas durante a feira Hamburg Süd finaliza aquisição da CCNI A Hamburg Süd anunciou a conclusão do processo de aquisição das atividades de transporte marítimo de contêineres da Companhia Chilena de Navegação Interoceânica (CCNI), incluindo as relacionadas com agenciamento de carga da Agencias Universales (Agunsa), realizadas nas cidades chilenas de Valparaíso e Santiago. A companhia continuará operando os negócios de transporte marítimo de contêineres da CCNI sob a já estabelecida marca chilena nos principais mercados entre a costa oeste da América do Sul, Ásia, Europa e América do Norte. Mas as novidades da companhia não param por aí. A Aliança Navegação e Logística, unidade de cabotagem da Hamburg Süd, passou a escalar em abril, como parte de seu plano de expansão, o Porto de Vila do Conde (PA). 80 - Revista Tecnologística - Maio/2015
A ação visa atender à expansão do consumo da região, já que as cadeias logísticas atuais são totalmente dependentes do modal rodoviário. O Porto de Vila do Conde está incluído no serviço denominado Anel 1, que conta com seis navios porta-contêineres, sendo quatro com capacidade para 3.800 contêineres e dois para 4.800, considerados os maiores em operação na cabotagem brasileira. As principais cargas movimentadas serão dos segmentos de alimentação, bebidas, higiene e limpeza, materiais de construção e siderúrgicos. Essa é a rota da Aliança que oferece a maior capilaridade de atendimento, desde Rio Grande (RS) até Manaus. “Assim, poderemos atender ao mercado paraense, além de conec-
tá-lo com os serviços do Mercosul e também com as Américas, Europa, Ásia e Oriente Médio, na exportação e importação”, explica o gerente-geral de cabotagem da Aliança, Gustavo Costa. “A inserção do modal cabotagem nestas cadeias logísticas só é possível com um serviço semanal e em dias fixos, e também permite a expansão do comércio exterior, com transbordo nos portos de Suape e Santos, conectando o Pará a todos
os continentes”, afirma. A reformulação do serviço segue o planejamento estratégico da empresa para a expansão da cabotagem na Região Norte. Segundo Julian Thomas, diretor-superintendente da Hamburg Süd, mesmo com todas as vantagens, o modal ainda não tem sua capacidade totalmente aproveitada. “A cabotagem precisaria ser pelo menos 15% mais barata que o modal rodoviário para se tornar mais interessante para o mercado”, diz. A Aliança deve, agora, direcionar investimentos também para a infraestrutura operacional terrestre. Essa estratégia resultou, inclusive, na inauguração de uma nova filial da Aliança Transporte Multimodal (ATM) em Manaus. A estrutura é preparada para recebimento, armazenagem, paletização, consolidação, desconsolidação e entrega de cargas. Com saídas semanais do porto de Itapoá (SC) para o porto de Manaus e vice-versa, a operação da ATM, em conjunto com a cabotagem da Aliança, agrega valor à logística já existente na região, servindo como ponto de distribuição e coleta do serviço de carga fracionada. Cargas de pequeno e médio volumes serão coletadas ou entregues na porta do cliente, a um custo logístico competitivo, com garantia de integridade da mercadoria, frequência de embarques e confiabilidade operacional. Aliança: (11) 5185-3100 Hamburg Süd: (11) 5185-3100
Plataforma de Otimização Logística, da Totvs A Totvs lançou a Plataforma de Otimização Logística, solução que passa a integrar o portfólio de produtos da empresa após a aquisição da Neolog, desenvolvedora de softwares para o mercado de logística e supply chain
management, em fevereiro deste ano. A ferramenta utiliza algoritmos matemáticos para prever um plano de cargas com o menor custo de frete e a melhor margem financeira para a operação. A plataforma conta com um painel de controle para o gerenciamento completo das atividades logísticas e inclui três fases de processos, que se iniciam com o planejamento. Nessa etapa, o software identifica os melhores modelos de otimização do transporte para gerar um plano de cargas que contemple a formação de cada veículo, o tipo de serviço a ser executado e a rota a ser seguida. A ferramenta também analisa possíveis combinações de rotas, com o objetivo de avaliar as estratégias da empresa por meio de indicadores de desempenho da operação, considerando itens de alta criticidade, como o desenho da malha, o nível de serviço e a forma de contratação das transportadoras por rota, região e segmento. A segunda fase é a programação, quando se define a melhor forma de realizar a operação, selecionando a transportadora mais adequada e definindo a rota. O software avalia a disponibilidade dos caminhões e configura a programação das cargas e dos veículos alocados. Essa distribuição é apresentada via internet para a transportadora, que poderá aceitar ou não a proposta. O terceiro processo é o de roteirização e de formação de cargas, buscando, simultaneamente, o equilíbrio entre ambas as necessidades. Com visualização do caminhão em 3D, o sistema indica as melhores possibilidades de carregamento, considerando o valor das mercadorias, a capacidade do veículo e as limitações de empilhamento de acordo com a fragilidade dos produtos. As informações são cruzadas com as necessidades da operação, como o atendimento da transportadora por região, o tempo de trânsito, as distâncias reais por trecho do percurso, a res-
trição de horário de atendimento nos clientes e o tempo de carga e descarga. A solução também é responsável por programar o sequenciamento de embarques nas docas de expedição, de forma a otimizar o uso de recursos e equipes de trabalho. Para isso, o sistema analisa a compatibilidade de veículos por doca, a localização de produtos no armazém e o tempo fixo e variável de carregamento para cada unidade de embarque, sejam paletes ou caixas. A ferramenta é capaz ainda de identificar oportunidades de sinergia entre rotas enquanto estão em andamento. Por meio de uma análise de movimento contínuo, ela avalia constantemente se as rotas se mantêm viáveis e se um ponto de descarga pode ser aproveitado para a formação de novas cargas. Totvs: 4003-0015
Brado terá frequência entre Manaus e São Paulo em 2016 A Brado Logística anunciou uma nova operação prevista para iniciar no primeiro trimestre do ano que vem, unindo os modais fluvial, ferroviário e rodoviário. A novidade ligará a Zona Franca de Manaus a São Paulo, maior centro consumidor do país, ao mesmo tempo que permitirá o envio de insumos para a indústria manauara, e também de itens de consumo que não são produzidos no Norte brasileiro. O desenho da operação prevê a utilização de barcaças da Zona Franca até Belém, caminhões da capital paraense até o terminal intermodal da Brado em Imperatriz (MA) e trens na Ferrovia Norte-Sul (FNS) até o Porto Seco de Anápolis (GO). Dali, as cargas seguem novamente de caminhão para distribuição em São Paulo. Maio/2015 - Revista Tecnologística - 81
Tucci Eventos
EVENTO
A previsão inicial é movimentar 14 mil contêineres na FNS em 2016, com duas frequências por semana de Imperatriz a Anápolis e no sentido contrário. Até 2018, a expectativa da Brado é movimentar 37 mil contêineres por ano no trecho. Brado: (41) 2118-2800
O percurso só será possível devido à habilitação como Operador Ferroviário Independente (OFI) requerida pela Brado junto à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), que permite que a empresa opere em malhas ferroviárias que não estão sob sua concessão. Isso porque o trecho de 1.600 km da malha que liga Imperatriz até Anápolis pertence à VLI e à Valec. “Há muito potencial na Norte-Sul e ficamos gratos por conseguir realizar este projeto. Queremos ser o primeiro operador intermodal ferroviário a atuar no modelo de concessão horizontal no Brasil”, afirma Alan Fuchs, presidente da Brado. “Não é fácil ser pioneiro, mas estamos, junto com as próprias concessionárias, criando um modelo que seja capaz de funcionar operacionalmente para o transporte de carga geral”. A Brado anunciou ainda investimentos da ordem de R$ 150 milhões na nova operação, destinados à construção de um novo terminal em Imperatriz e à aquisição de carretas, vagões double stack, que carregam contêineres empilhados, e contêineres de 50’ – normalmente são utilizados modelos de 40’ no Brasil – com o objetivo de maximizar a capacidade de transporte de carga. “Queremos operar com alto nível de serviço, muita eficiência e racionalidade”, explica Fuchs. 82 - Revista Tecnologística - Maio/2015
Bysoft expande portfólio de soluções com novos negócios A Bysoft, empresa especializada no desenvolvimento de soluções em sistemas para comércio exterior, aproveitou a Intermodal para divulgar novos negócios. Dentre eles está a fusão com a New Soft Intelligence (NSI), empresa que atua com soluções tecnológicas voltadas para a cadeia logística de grandes indústrias importadoras. Ambas as empresas continuarão atuando com os mesmos nomes e serviços. As principais alterações decorrentes da fusão são a integração das soluções por elas ofertadas e a unificação das equipes de atendimento. Edneia Moura Chebabi, CEO da Bysoft, explica que o negócio trará ganhos para a gestão dos negócios dos clientes. “Contamos agora com módulos em uma solução completa para operações porta a porta. Integraremos as soluções por meio de um banco de dados único, onde os clientes terão mais facilidade de acesso, com total segurança no trânsito das informações”. A fusão não terá impacto na forma de atendimento, já que as equipes permanecem as mesmas, somente atuando agora com novas soluções. “Iremos oferecer otimização de processos e custos. Todos os dados, da abertura do pedido de importação
até o desembaraço aduaneiro, serão armazenados em um único local, evitando retrabalhos e agilizando o envio de dados entre indústrias e despachantes aduaneiros”, avalia o diretor Comercial da NSI, André Barros. “Os sistemas poderão ser acessados pelos despachantes ou pelas indústrias importadoras. Para os clientes, isso significa uma operação logística mais eficiente e produtiva”, diz. A Bysoft anunciou também uma parceria com a Comexdez, que conta com um sistema eletrônico de informações legais sobre as operações de importação e exportação brasileiras. Com a novidade, as soluções das empresas também passam a ser integradas. “Quem já conta com a solução da Comexdez e o I-Broker (sistema da Bysoft destinado a comissárias de despachos), poderá realizar todas as tarefas em uma única plataforma, facilitando a rotina”, explica o CEO da Comexdez, Jânio Carlos das Neves. Por fim, a Bysoft juntou-se também ao programa de parceria WiseBusiness, da empresa de origem australiana WiseTech, desenvolvedora de soluções de software baseadas na nuvem, como distribuidora do CargoWise One, plataforma tecnológica para o setor da cadeia de abastecimento. A solução é destinada a empresas como agentes de carga, despachantes aduaneiros, transportadoras, fornecedores de serviço de armazenagem e companhias marítimas. De acordo com Vlad Bilanovsky, gerente-geral de Marketing e Programas de Parcerias da WiseTech Global, “a Bysoft possui vasta experiência no mercado e um conhecimento profundo das exigências no Brasil”. Segundo ele, o país é um mercado-chave para o crescimento da companhia. Bysoft: (11) 3585-6000 Comexdez: (11) 4063-9260 New Soft Intelligence: (19) 3445-6500 WiseTech: (75) 3221-3000
EVENTO
DB Schenker e Maersk Line assinam acordo de cooperação A DB Schenker Logistics e a Maersk Line anunciaram a assinatura de um acordo estratégico de seis anos que prevê a redução das emissões de CO2 no transporte marítimo. O acordo destaca o compromisso comum das empresas para a sustentabilidade nas operações. A Maersk está empenhada em reduzir em 20% as emissões do gás em cada contêiner em nome da DB Schenker até 2020. O objetivo do acordo é aumentar o interesse do cliente embarcador no envio sustentável de sua carga via transporte marítimo, levando o assunto sustentabilidade às tomadas de decisões. “Este é o primeiro acordo entre um provedor de logística global e uma empresa de transporte de contêineres,” diz Karl-Friedrich Rausch, diretor de Sustentabilidade da Deutsche Bahn AG e membro do Conselho de Administração de Transporte e Logística da DB Mobility Logistics AG, controladora da DB Schenker. “A Maersk Line é uma parceira importante para nós. Juntos, aumentaremos o nosso volume de mercadorias e compartilharemos a responsabilidade pela proteção do clima. O acordo é um marco, porque estamos incorporando aspectos de sustentabilidade em nossas relações comerciais”, diz. “A parceria incentiva maior transparência em sustentabilidade no transporte de contêineres, podendo im-
pulsionar melhorias significativas na indústria”, diz Vincent Clerc, diretor de Marketing e Trade da Maersk Line. “Ao integrar elementos de compra, juntos podemos melhorar o processo de transporte marítimo”, finaliza. DB Schenker: (11) 3318-9200 Maersk: (11) 3527-2000
Guindaste portuário móvel LHM 800, da Liebherr A Liebherr Maritime Cranes, empresa fabricante de guindastes para movimentação de cargas no setor marítimo, lançou, durante a Intermodal, o modelo LHM 800, destinado à movimentação de cargas gerais, conteinerizadas e pesadas de qualquer tipo. Construído para içar até 308 toneladas e trabalhar com 2.300 t por hora, o LHM 800 supera em cerca de 50% a capacidade máxima de carga do modelo anterior da Liebherr. O novo equipamento é, de acordo com a própria empresa, o maior guindaste portuário móvel disponível no mercado. Pesando aproximadamente 745 t, o LHM 800 possui sistema de carro inferior concebido em formato de cruz com o objetivo de proporcionar maior estabilidade e segurança operacional. Além disso, o posicionamento das rodas também foi adaptado para garantir uma melhor distribuição do peso. Com alcance de 13 a 64 metros e de até 22 fileiras de contêineres em um navio, o novo guindaste configura-se em uma solução ideal para operações em embarcações de grande porte, como os navios super post-panamax. Liebherr: (11) 2221-3519
Pneus para equipamentos portuários, da Goodyear A Goodyear apresentou durante o evento seu portfólio completo de 84 - Revista Tecnologística - Maio/2015
pneus, com destaque para o lançamento de dois novos produtos radiais destinados a operações portuárias. O primeiro é o EV-5S, um pneu radial suave de 250 níveis que é 150% mais profundo que os pneus L-3 padrão. As características do produto incluem um conjunto de talões maiores que o padrão para uma melhor estabilidade, flancos reforçados e resistentes a cortes e rasgos e correia metálica com revestimento de nylon para uma melhor recauchutagem e resistência a perfurações. Ele possui ainda banda de rodagem lisa, que proporciona maior distribuição de carga, e composto especial com maior resistência ao calor, cortes e avarias. O segundo modelo é o EV-4K, pneu radial L-4 com a mais recente tecnologia para aplicações portuárias especializadas. O produto, de tração de 150 níveis, é ideal para operações de longas distâncias, que exigem um rolamento sem geração de calor. Possui banda de rodagem composta por blocos largos que proporcionam ótima tração, mesmo em condições adversas de piso. Ambos os pneus foram desenvolvidos para oferecer alta performance em operações mais severas, que exigem maior durabilidade. Goodyear: 0800 725 7638
Columbia apresenta nova estratégia corporativa Depois de ser durante anos um dos maiores operadores logísticos do país e de vender, em 2009, grande parte de seus ativos de logística para a EcoRodovias, o Grupo Columbia reestruturou novamente sua estratégia com o objetivo de voltar a atuar entre os grandes players do segmento no país. A estratégia é aproveitar a sinergia das várias empresas do grupo para não apenas ofertar serviços completos e verticalizados para os setores da economia que já atende como ampliar sua atuação para novos segmentos de mercado. O grupo, formado pela Columbia Trading (comércio exterior); Columbia Distribuidora (fornecimento de hard commo-
dities); Columbia Logística e Columbia Nordeste (logística integrada); Cefrinor (armazéns refrigerados e frigorificados); CMlog (operações portuárias); Columbia Energia (fornecimento de combustíveis sólidos); Operflora (fornecimento de bioenergia); e The Cotton Road (solução vertical de moda), acredita que a integração das atividades pode ampliar seu leque de atuação. A criação da The Cotton Road é um exemplo de como a companhia pretende atuar utilizando toda a sua estrutura para fornecer uma solução completa a determinado setor – neste caso, o de moda. A nova unidade vem sendo estruturada desde 2013 e foi criada oficialmente neste mês de abril, visando prestar serviços como sourcing, processo de busca e desenvolvimento de fornecedores tanto no
exterior quanto no Brasil, oferecendo ainda ao varejo de vestuário a integração com as áreas de trading e logística, cobrindo todas as necessidades do segmento desde o desenvolvimento de fornecedores, passando pela importação, abrangendo as partes fiscal e aduaneira, desembaraço, armazenagem, separação e distribuição até o CD do varejista ou suas lojas. “Este é um exemplo de como podemos nos tornar um integrador logístico para mercados estratégicos, atuando desde a retirada em portos e aeroportos do mundo todo e entregando em inúmeros pontos no Brasil, utilizando nossa ampla estrutura própria e a de parceiros”, afirmou Marcelo Brandão, diretor de Logística da Columbia. Além do investimento no sourcing internacional com a The Cot-
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ton Road, a empresa iniciou operações também em outro setor, de distribuição de combustíveis sólidos. A estrutura a que o executivo se refere é composta por 380 mil m² de área de armazenagem no Brasil, com 1.300 funcionários diretos e 1.500 clientes, considerando todas as atividades. Além disso, a empresa conta com a estrutura do seu acionista controlador, o Grupo Esteve Irmãos, criado em 1849 na Espanha e que atua no trade de commodities, como algodão, café e cacau, hoje presente em 130 países. Para atender com maior eficiência seus setores-chave, entre eles o de vestuário e calçados, eletroeletrônico e tecnologia, partes e peças, alimentos e cosméticos, a Columbia investiu R$ 20 milhões em novos equipamentos e estruturas em 2014. Dentre os novos ativos estão os centros de distribuição de Cotia (SP), com 41 mil m2 de área total e dois armazéns, um com 14 mil m2 e outro com 2.300 m2; Cajamar (SP), com 10.500 m2 de área total, sendo 9.620 m² de armazém; Curitiba, com área total de 11 mil m² e 9.600 m² de área útil; e Itajaí (SC), com 9.000 m² de área total e armazém de 8.500 m². Outros focos dos investimentos feitos foram as novas unidades de negócio, a implantação do WMS 86 - Revista Tecnologística - Maio/2015
Manhattan e a ampliação da frota própria. Marcelo Brandão afirma que, embora na área de transportes a empresa seja asset light, alguns investimentos fazem sentido. Para o setor eletroeletrônico, por exemplo, a Columbia está adotando veículos blindados em função do risco, o que traz maior tranquilidade e redução de custos para o cliente, que assim não necessita investir em escolta. “É preciso criar alternativas para os clientes adequadas a cada setor”, afirma o executivo. O segmento do agronegócio é outro que está no radar da Columbia, que pretende usar o acionista como um grande cliente e depois ir agregando novos embarcadores. Vale lembrar que o grupo controlador é um grande player do setor de commodities agrícolas, e a empresa acredita na sinergia das operações. “A ideia é começarmos passo a passo, aprendendo com este grande cliente, e depois oferecer a solução para o mercado. A atuação com os grãos virá numa próxima etapa. A ideia é começar com o café e o algodão, crescer gradativamente e chegar à soja”, explica Brandão. Ainda de acordo com o executivo, esta operação passa necessariamente pela multimodalidade, com o uso da ferrovia. “As operações de grãos não suportam o custo do rodoviário puro”, ressalta. Com relação à atuação na oferta de área de silos e armazéns para o agronegócio, o diretor de Logística é cauteloso, embora não descarte a possibilidade. “Estamos olhando para as necessidades do país em atividades que tenham aderência com nossas empresas. Existem linhas de crédito do governo interessantes para o setor e a ideia é criar uma
estrutura que acomode um pouco de cada commodity. Mas, como eu disse, vamos passo a passo. Isto ainda é apenas um projeto”. Outros setores que estão no alvo da Columbia são o de cosméticos e o farmacêutico, este último com sinergia com a armazenagem frigorificada, atividade que a companhia já oferece. A Columbia teve um faturamento de R$ 2 bilhões no ano passado, com crescimento médio de 15% entre os negócios. De acordo com Brandão, o prognóstico para os próximos dois anos é positivo, apesar da situação econômica atual. “Este nosso recomeço tem nos trazido bons negócios e estamos otimistas”. Grupo Columbia: (11) 3330-6700
Governo de Pernambuco e Porto de Miami firmam parceria O secretário de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco e presidente do Complexo Industrial Portuário de Suape, Thiago Norões, assinou, durante a Intermodal, um protocolo de intenções que envolve os portos de Suape (PE), Recife e Miami, nos Estados Unidos, e tem como objetivo construir uma relação de negócios entre os três terminais portuários. O Porto de Miami, situado no estado da Flórida, é tido como a porta de entrada de cargas das Américas e se apresenta no 11º lugar em movimentação nos Estados Unidos, além de a própria Miami despontar como a capital mundial dos cruzeiros. Em 2013, quase 8 milhões de toneladas de cargas e 901 mil TEUs foram movimentados no porto estadunidense. Além disso, cerca de 5 milhões de passageiros passaram pelo local. “Firmaremos esta parceria porque estamos atentos às novas demandas que surgirão no setor portuário com a
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conclusão da ampliação do Canal do Panamá, prevista para 2016”, declarou Norões. “Sabemos que nossos portos estão mais próximos dos Estados Unidos em relação a outros terminais do Brasil e que temos a melhor capacidade de transporte de cargas e de passageiros do Nordeste. Isso nos credencia para explorar nossas vocações nesse compromisso com o Porto de Miami”, diz. Com a parceria internacional, as administrações dos portos pretendem fazer uma pesquisa de marketing geral, centrada no aumento da movimentação de cargas e de passageiros, e trocar informações sobre o desenvolvimento da infraestrutura portuária, as cargas de cada porto e as estatísticas históricas. Isso será possível com a formação de grupos técnicos de trabalho para a troca de visitas. “Com base nesses dados que iremos obter, faremos as projeções de crescimento, mas de antemão já enxergamos, após ou durante este trabalho, a implantação de dois projetos envolvendo Suape e Miami”, comentou o vice-presidente de Suape, Bernardo D’Almeida. A primeira iniciativa pretendida com o acordo é o reforço das políticas de preparação para as micro e pequenas empresas para exportação, em especial os arranjos produtivos locais (APLs) e os segmentos têxtil e gesseiro, para os quais a Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper) já possui projetos. A segunda iniciati-
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va deve focar a consolidação de cargas para exportação voltadas aos pequenos produtores do estado, para os quais Suape buscará saídas semanais e quinzenais, alinhando operações com armadores, agentes de cargas e terminais. Porto de Miami: +1 305-371-7678 Porto de Suape: (81) 3527-5000
MRS Logística anuncia novas rotas no Sudeste A operadora ferroviária de carga MRS Logística anunciou, durante coletiva de imprensa realizada na Intermodal, o lançamento de três novas rotas ferroviárias na Região Sudeste. O primeiro trajeto a entrar em operação liga o Rio de Janeiro a Mogi das Cruzes (SP) e deve ter início já neste mês de maio. A rota entre Santos (SP) e Jundiaí (SP), por sua vez, está prevista para o segundo semestre de 2015. Por fim, a operação entre Santos e a capital paulista será iniciada no ano que vem. Além das futuras rotas, a MRS também abordou, durante o evento, a aquisição de 66 vagões da série Sider FLT, desenvolvidos pela Randon. Do total, 43 unidades já estão em operação na malha ferroviária da companhia para o transporte específico de cimento ensacado e paletizado. O último lote, com os 23 vagões restantes, tem previsão de entrega em janeiro de 2016. Os valores investidos na aquisição não foram revelados. O vagão Sider FLT proporciona uma substancial ampliação no volume de sacos de cimento transportado em relação aos vagões das séries FLS e FRS, que fazem parte da frota da companhia. Com os novos ativos, a capacidade passa de 72 para 98 toneladas por
vagão. Estes equipamentos são mais leves e mais seguros, especialmente no manuseio e na operação de carga e descarga. Suas paredes móveis, com acionamento localizado na parte externa, auxiliam na fixação da carga. “O foco em carga geral tem recebido atenção especial de nossas equipes de desenvolvimento, pois entendemos que é uma área em que podemos fazer a diferença, gerando produtividade e redução de custos significativos para nossos clientes”, afirma Henrique Martins, diretor Comercial da MRS Logística. MRS Logística: (11) 3648-8402 Randon: (54) 3239-2000
Frame com Garras e Basculador de Contêineres, da Saur Especializada no fornecimento de soluções para movimentação, a Saur participou do evento mostrando seu portfólio de produtos, com destaque para o Frame com Garras, desenvolvido para atividades de carga, descarga e movimentação de fardos de celulose. O equipamento consiste em quatro garras suspensas – cada uma com capacidade para carregar 8 t –, acopladas a uma ponte rolante capaz de suspender e rotacionar todo o conjunto de forma contínua. No total, o Frame com Garras é capaz de movimentar até 32 t diretamente de um vagão ferroviário ou caminhão e também de e para a área de armazenagem.
Ele pode carregar pacotes duplos de 32, 24 e 16 t ou ainda pacotes simples de 16, 12 e 8 t. O equipamento conta com sistema de aproximação automática, giro contínuo e corretor de centro de gravidade, para que operações com menos fardos sejam realizadas sem desequilibrar ou sobrecarregar os mecanismos da ponte rolante. A utilização do Frame com Garras otimiza a operação, diminuindo ou eliminando a necessidade do emprego de empilhadeiras, o que reduz a circulação de máquinas e, consequentemente, libera espaço para a estocagem e proporciona maior capacidade de movimentação. Além disso, ele traz mais segurança, pois reduz o número de pessoas na área de operação, diminuindo a probabilidade de acidentes. O equipamento possui câmara de monitoramento e sensores que só permitem que a carga seja elevada e movimentada se estiver realmente fixa e pressurizada. Outro destaque da Saur é o Basculador de Contêiner, utilizado na carga e descarga de granéis. Sua instalação não requer obras civis complexas, podendo ser adaptado a moegas e alimentadores já existentes. O equipamento pode ser aplicado na movimentação de contêineres de 20’ e 40’, possui ângulo de basculamento de 45° e 90° e capacidade de carga de 30 t. O acionamento e o travamento são hidráulicos e realiza-
dos por meio de botoeiras elétricas. A elevação do contêiner é realizada utilizando cabos de aço. Saur: (11) 2148-1012
GLP reafirma confiança na evolução do mercado A Global Logistic Properties (GLP), voltada ao fornecimento de estruturas logísticas e dona de um portfólio que fechou 2014 com 29 milhões de m², presente na China, Brasil, Japão e agora também nos Estados Unidos, reafirmou sua confiança no Brasil. Para o presidente da empresa, Mauro Dias, este é um mercado relativamente novo aqui, mas o modelo adotado pela companhia faz muito sentido em nossa realidade. “Quando se fala em infraestrutura logística, pensa-se logo em portos, terminais e ativos voltados à exportação. Só que existe também a logística interna, com um mercado de 200 milhões de habitantes, que precisa ser atendido adequadamente. Isto, somado ao crescimento do comércio eletrônico, coloca uma série de oportunidades para nós”, afirma o presidente. Além desses fatores, a questão da segurança é outro quesito que leva as empresas a buscar os condomínios. Para Dias, os novos negócios fechados pela empresa têm demonstrado que, mesmo com um ambiente econômico não muito positivo, o setor ainda tem muita oportunidade. “É na hora da crise que as empresas levam mais em consideração o aumento da eficiência. Quando o mercado cresce muito, não há tempo para repensar a atividade. Quando ele arrefece um pouco, vem a oportunidade de parar, refletir e otimizar as operações. Além do que, num momento de crise, só faz sentido investir em algo que faça realmente diferença na ope-
ração logística, o que tem nos beneficiado, já que ofertamos um produto best-in-class em termos de estrutura logística”, coloca. O executivo conta que tem sentido a tendência, por parte dos usuários, de otimização e consolidação, com as antigas unidades menores dando lugar a áreas maiores. “Por isso que, mesmo ofertando também pequenos galpões, temos visto uma demanda muito maior por grandes áreas”, conta. A GLP possui projetos em andamento e outros já prontos para locação, tendo fechado recentemente alguns novos contratos. Dias destacou a operação da farmacêutica Sanofi no GLP Guarulhos (SP) e outra da Sequoia no GLP Embu, também na Grande São Paulo. “Isto demonstra que as empresas continuam investindo em otimização”. Para o executivo, este mercado ainda está longe da saturação no Brasil e o que muda é a velocidade de absorção da área. “Como nós construímos à frente da demanda, a decisão fica muito mais fácil para os clientes. Anteriormente, não havia oferta e o cliente que precisasse de uma área logística teria de achar uma construtora e fazer do zero. Para ter customização, ele teria de assinar um contrato longo, de 15 a 20 anos, com alto risco. Esta é uma situação muito diferente do que vemos agora, em que o usuário já encontra o galpão praticamente pronto e com a possibilidade de adaptação às suas necessidades específicas. Por exemplo, a Sanofi precisava de área climatizada. Como fechamos o contrato ainda durante a construção, estamos fazendo o investimento na climatização para ela”. O presidente informou que o mercado brasileiro tem absorvido cerca de 1 milhão de m² por ano e que a tendência é de que esta metragem se mantenha mesmo na crise. Maio/2015 - Revista Tecnologística - 89
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Para dar um exemplo do potencial do nosso mercado, ele afirma que, hoje, o país possui em torno de 110 milhões de m 2 de estoque total de área logística, dos quais cerca de 20 milhões de m2 podem ser considerados padrão Classe A, ou best-in-class. “Apenas a área de Chicago, nos Estados Unidos, possui um estoque de 110 milhões de m 2. Isto dá uma ideia do quanto ainda podemos crescer no Brasil”, reforça.
Portfólio em expansão A GLP conta hoje no país com 3,4 milhões de m2 de área total, sendo 2,4 milhões de m2 concluídos e 1,1 milhão de m2 de projetos em andamento, devendo entregar em 2015 cerca de 170 mil m2. A companhia está presente em 35 cidades de 11 estados, com maior concentração nos grandes polos de consumo, como São Paulo e Rio de Janeiro, que detêm 88% dos empreendimentos. “Mas temos também projetos no Sul e temos olhado para outros grandes centros, como Belo Horizonte e algumas localidades do Nordeste”. A empresa concluiu recentemente unidades em Gravataí, na Região Metropolitana de Porto Alegre, com dois galpões, um totalmente locado e outro com 22 mil m2 disponíveis. Já 90 - Revista Tecnologística - Maio/2015
o empreendimento de Guarulhos está localizado próximo ao Aeroporto Internacional e conta com 16 galpões e área total de 456 mil m2, dos quais 153 mil m2 estão entregues e 100% locados. A segunda fase das obras deverá estar concluída ao final do segundo trimestre deste ano. O empreendimento tem como diferencial um viaduto próprio e a proximidade com o futuro trecho Leste do Rodoanel. O GLP Ribeirão Preto, na Rodovia Anhanguera, no interior paulista, tem dois galpões já 100% ocupados e dois disponíveis, com 28 mil m2, dentro de uma área total construída de 61.200 m2. Ainda no interior paulista, mais próximo da capital e no polo de tecnologia, está o GLP Campinas, com quatro galpões disponíveis, totalizando uma área de 56 mil m2 para ocupação imediata e 180.500 m2 após o término das obras. Além de gestora dos empreendimentos, a GLP é também investidora, com 40% do fundo que a compõe, formado ainda pela GIC – o fundo soberano de Cingapura – e pelo fundo de pensões canadense CPPIB. A empresa tem suas ações listadas na Bolsa de Cingapura. Em fevereiro deste ano, ela começou a atuar dos Estados Unidos, adquirindo em parceria com o GIC um portfólio de 11 milhões de m2 em pontos estratégicos do território americano. “Temos tido amplo suporte de nossos investidores para continuar seguindo com nosso plano de crescimento aqui no Brasil. Nosso volume de investimento é de R$ 600 milhões por ano, e em nossa plataforma de ati-
vos no Brasil temos já R$ 7 bilhões, entre unidades performadas e em construção”, ressaltou Dias. Atualmente, entre os grandes clientes da empresa no país está o setor de bens de consumo, com o de autopeças e o farmacêutico crescendo bastante também. Além destes, Dias destaca o segmento de e-commerce, que segundo ele já representa 20% da área locada da empresa no Brasil e cresce bem acima do varejo tradicional, o que cria novas necessidades em termos de giro, localização e acesso. “Meu galpão é a loja do e-commerce”, afirma, e vai além. “Mesmo o varejo tradicional está migrando de hipermercados para áreas menores, de bairro, mais próximas do consumidor, o que também muda o perfil da área logística. Todos esses movimentos fazem com que a demanda cresça mesmo num momento de crise. Por isso, frente ao atual momento do mercado, estamos cautelosos sim, mas ao mesmo tempo otimistas com as perspectivas”. GLP: (11) 3500-3700
Ferramenta on-line para cotação de fretes, da DC Logistics A DC Logistics, empresa que atua no gerenciamento logístico de transporte internacional, lançou durante a Intermodal 2015 um serviço on-line direcionado a cotações de fretes. Para ter acesso à ferramenta, disponível no website da DC Logistics, o cliente precisa efetuar um rápido cadastro para obter um login e uma senha de acesso. Uma vez logado, o usuário segue quatro passos em que informa suas necessidades e terá então um orçamento completo. Caso aceite as condições, a operação poderá ser fechada no mesmo momento. O sistema foi criado pelo departamento de Tecnologia da Informação
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da própria empresa e funciona 24 horas por dia, inclusive durante os feriados. O objetivo, de acordo com a DC Logistics, é atender ao público acostumado com serviços on-line, que busca comodidade e economia de tempo. Em um primeiro momento, a novidade está disponível somente para fretes de exportação marítima, mas até o final de 2015 a empresa pretende disponibilizar cálculos de ofertas para fretes marítimos e aéreos, tanto para operações de exportação quanto de importação. DC Logistics: (11) 2227-2752
Terex aposta em soluções integradas A Terex, provedora mundial de equipamentos de movimentação, quer mostrar que, além do fornecimento das máquinas, também vem se tornando uma empresa de soluções integradas. Ela esteve presente na Intermodal South America com sua divisão Port Solutions, voltada ao setor portuário, e destacou a oferta de um novo software de simulação, que permite a seus clientes obter a melhor solução para suas operações antes de fazer o investimento nos equipamentos.
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“Pouca gente sabe dessa solução, que incorporamos ao portfólio Terex por meio da aquisição de uma empresa já atuante no mercado. Com ela, é possível simular toda a operação de um terminal em 3D, de modo que o cliente pode escolher a melhor opção para suas necessidades sem investir tempo e recursos para fazer uma aquisição que poderia não se mostrar a mais adequada”, destaca João Pensa, senior Sales manager da divisão Port Solutions. O executivo ressalta que a prestação do serviço de simulação não implica nenhuma obrigatoriedade de o cliente adquirir os produtos posteriormente, embora, é claro, os cenários sejam rodados utilizando os equipamentos Terex. De acordo com ele, a novidade tem sido bem recebida pelos clientes, por saber que agora podem contar com uma solução integrada, que agiliza a tomada de decisão e a torna mais segura. “Muitos usuários ainda não conhecem as vantagens de utilizar a simulação. Isto não é muito comum na América Latina em geral e no Brasil em particular. É uma mudança cultural, mas quando demonstramos o quanto eles conseguem economizar por meio desta ferramenta, a mudança vem rapidamente. Acredito que seja apenas uma questão de tempo para eles adotarem em peso a simulação”, diz. Além disso, o gerente destaca que o mercado está descobrindo novas aplicações para os equipamentos Terex, como na logística intermodal, por exemplo. “Nossas reach stackers têm diversas graduações de alcance e capacidade de carga e agora começam a ser aplicadas em operações não apenas no porto e no pátio, como também nas ferrovias, com a possibilidade de reti-
rar a carga diretamente para os trens. Esta era uma operação da qual até bem pouco tempo não participávamos e é mais um nicho que vamos poder atender”, coloca, acrescentando que, hoje, esta operação está sendo feita em um cliente, mas já há vários outros interessados. “É uma otimização, já que o mesmo equipamento pode ser usado no terminal e na ferrovia. Além disso, nossas reach stackers têm capacidade de atingir os dois lados da linha férrea sem ter de se deslocar para o outro lado do trilho”, conta. Ele credita a aceitação desse tipo de utilização à necessidade atual do mercado de operar de forma mais eficiente. “Estamos felizes por poder oferecer algo que o mercado necessita. Mantemos um relacionamento estreito com nossos clientes, o que nos permite detectar essas demandas, criando novas soluções. Isto tem nos possibilitado manter as expectativas de crescimento acima do mercado, mesmo num ambiente difícil”, diz. Embora não fale em números absolutos nem em percentual de crescimento, o executivo afirma que em 2014 a Terex Port Solutions cresceu acima do mercado, o que deve se repetir em 2015. “O ano passado foi de acomodação e 2015 vem sendo de desafios, mas mesmo assim mantemos nossas expectativas. Não com base em excesso de otimismo, mas em números mesmo. O primeiro trimestre foi superior ao projetado e esta tendência vem se mantendo. Por isso, não temos motivo até o momento para fazer previsões de redução de crescimento”, garante. Entre as soluções oferecidas pela Terex para o setor portuário, o executivo destaca ainda os pórticos rolantes sobre pneus híbridos, com a variante elétrica. Chamados de E-RTGs, estes equipamentos oferecem vantagens em relação aos guindastes tradicionais, como baixo nível de emissões de
poluentes e de ruídos. Com taxa de eficiência aprimorada, os equipamentos permitem reduzir os custos com energia elétrica. No ano passado, a empresa entregou 12 desses equipamentos para a Libra Terminais no Rio de Janeiro. Os E-RTGs vieram da fábrica da Terex em Xiamen, na China, oferecem capacidade de carga de 40 toneladas, altura de içamento de 21 metros e conseguem empilhar contêineres-padrão 1 sobre 6. A amplitude dos pórticos é de 26,5 metros, o que lhes permite cobrir sete fileiras de contêineres e uma pista de rolamento. Além dos E-RTGs, Pensa destacou também um fornecimento feito à empresa Yara Fertilizantes no Porto do Rio Grande (RS), com dois guindastes
portuários que trabalham em sincronia com duas moegas dotadas de sistema de suspensão de poeira. “É um projeto fantástico, pois a movimentação das moegas se dá junto com os guindastes, tudo controlado pelo sistema e sem a aspersão de poeira no ambiente”, comemora. “Aliás, muita gente desconhece que a Terex tem moegas em seu portfólio, o que também veio pela aquisição de uma empresa e foi incorporado ao nosso leque de soluções. São exemplos como estes, de fornecimento ao mercado de projetos que atendam suas necessidades com versatilidade, que têm nos garantido um crescimento sustentado”, finaliza o executivo.
Empilhadeira retrátil PR20i, da Paletrans
A Paletrans, empresa fabricante de equipamentos para movimentação e armazenagem, participou pela primeira vez da Intermodal apresentando sua empilhadeira retrátil totalmente nacional PR20i. Com maior ergonomia e novo projeto da torre, que proporciona melhor visibilidade da carga, o equipamento possui capacidade para carregar até 2 toneladas e elevação máxima de 11,6 m. Além disso, a empilhadeira PR20i apresenta altímetro de série com programação de dez níveis de elevação e câmera opcional nos garfos. Terex Latin America: (11) 3246-8119 O display digital possui diversos in-
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dicadores, como carga da bateria, velocidade de translação, altura de elevação, sentido do movimento (frente ou ré) e direção da roda de tração. Outras características incluem opção de retirada lateral e frontal da bateria e direção elétrica progressiva. Mais um destaque do modelo PR20i são os blue points, luzes de LED azul que indicam a presença da máquina, substituindo o alerta sonoro de ré, reduzindo o risco de acidentes ao permitir a visualização da empilhadeira em qualquer tipo de ambiente. Paletrans: (16) 3951-9950
JadLog duplica área de operações com novo terminal A JadLog, um dos maiores players de logística de cargas expressas fracionadas do país, está finalizando as obras de seu novo terminal, onde também ficará a nova sede da empresa, que de94 - Revista Tecnologística - Maio/2015
verá ter sua área operacional dobrada. A estrutura fica no km 18 da Rodovia Anhanguera, na cidade de São Paulo, e contará com 42 mil metros quadrados de área total, sendo 20 mil m2 de armazéns, com 70 docas e pátio com capacidade para mais de cem caminhões. Com a inauguração, prevista para o próximo mês de junho, a sede e o terminal localizados no bairro da Freguesia do Ó, também na capital paulista, serão desativados. De acordo com o diretor Comercial da empresa, Ronan Hudson, há cerca de três anos a JadLog buscava uma nova sede e tinha como foco a Anhanguera, devido a seu acesso facilitado ao maior mercado do país. “A estrutura encontrada não poderia ser melhor, porque nos atende tanto em termos de localização como de configuração do edifício. Pelas características da nossa atividade, de alto giro, precisávamos dispor de um número elevado de docas e um pátio amplo, o que foi totalmente atendido no novo prédio”, afirma. “A opção seria Guarulhos, que não é o ideal porque nós também dependemos muito do Aeroporto de Congonhas, no centro da cidade, para nossas operações. Hoje, a participação dos dois aeroportos nas movimentações aéreas se equivale”, continua Hudson. O diretor revela que, com o novo terminal, a empresa pretende implantar um sorter para separação automática das cargas, o que não foi possível nas instalações atuais. “Já vínhamos fazendo estudos e análises de propostas, mas achamos melhor comprar o sorter adaptado à nova configuração da operação. Mas posso afirmar que este projeto estará implantado já em 2016”. A nova estrutura dará melhor suporte ao crescimento da empresa, que em 2014 foi de 12%
e este ano deve atingir os 20%, mesmo com a situação econômica atual. Hudson explica que alguns setores que a JadLog atende se beneficiaram indiretamente da crise. “Operamos peças de reposição automotiva e de assistência técnica de eletroeletrônicos. Com a crise, as pessoas deixam de trocar de carro e de comprar aparelhos eletrônicos e optam pelo conserto, o que nos ajudou”, diz o executivo. Além dos setores citados, a companhia tem seu foco também no e-commerce – seu carro-chefe, que representa 20% dos negócios – e nos segmentos de material promocional e farmacêutico. “Temos operações em vários outros setores, mas mais pulverizadas. Ao todo, possuímos 35 mil clientes em nossa carteira”, informa. A JadLog investiu R$ 20 milhões em 2014 e, este ano, prevê aplicar outros R$ 20 milhões, principalmente em tecnologia e frota. O novo prédio é alugado e exigirá, de acordo com o diretor, cerca de R$ 1,5 milhão para as adaptações necessárias e para a compra de equipamentos. O edifício tem proteção térmica, piso que suporta a operação de cargas pesadas e iluminação de Led, o que traz redução sensível no consumo de energia. Completando este ano uma década de mercado, a JadLog prepara sua expansão internacional e planeja a abertura de uma filial em Miami em
2016, para dar apoio às operações do e-commerce. A empresa já opera hoje com um número crescente de remessas provenientes dos Estados Unidos para o Brasil. “O peso médio dessas remessas é de 2,8 kg, o que está dentro do perfil de carga que nos interessa, e isto, aliado às expectativas de crescimento do B2B, nos anima a investir no mercado internacional”, afirma Hudson. A JadLog opera uma ampla estrutura de distribuição porta a porta no país, formada por uma rede de mais de 500 franqueados em todas as capitais e principais cidades. Além de utilizar porões de voos comerciais, a empresa opera uma frota aérea própria e uma frota terrestre com mais de 240 caminhões e carretas e 3 mil utilitários. JadLog: (11) 3563-2000
TCP foca na movimentação de contêineres pela ferrovia O TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá (PR) por meio de sua subsidiária TCP Log, está aumentando a oferta de logística ferroviária para seus clientes, mediante a integração com novas bases intermodais em Araucária, Ponta Grossa e Curitiba. A localização permite atender cargas não apenas do Paraná, como também de Santa Catarina, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Além de três unidades próprias, o TCP opera no estado com bases da parceira Brado, em Cambé e Cascavel. “Antes, éramos vistos apenas como um terminal operador de contêineres. A partir do momento que passamos a investir na integração da cadeia e vimos oportunidades neste novo segmento, nos estruturamos operacional e comercialmente para atendê-lo”, conta Maurício Toti, gerente Comercial do TCP. Para ampliar a atuação, a
empresa passou a oferecer novos serviços, como LCL e cargas de projetos. O gerente revela que, neste último setor, a participação da empresa saiu de 0% em Paranaguá para mais de 80%. Toti conta que um grande diferencial para armadores de break bull foi a expansão do terminal, o que tornou os berços mais ociosos e a operação mais rápida. Além disso, a empresa oferece um berço preferencial para cargas de projeto, o 214, ampliando ainda mais os benefícios. Segundo o executivo, as operações foram estruturadas tanto para armadores como para clientes, com SLAs e KPIs, o que traz visibilidade, dando ao mercado maior confiança nos serviços. Tanto é que a empresa obteve um importante contrato, que é o projeto da nova fábrica da Klabin na cidade de Ortigueira, no interior do Paraná. Com investimentos próximos a R$ 7 bilhões, a planta deverá produzir cerca de 1,5 milhão de t de celulose por ano. “A Klabin já era um importante cliente na exportação de celulose e agora também nos passou para suas operações de carga de projeto para a nova planta”. Juarez Moraes e Silva, diretor-superintendente Comercial do TCP, destaca que as bases intermodais tornaram o terminal mais competitivo, oferencendo infraestrutura e custos mais atraentes para os clientes, pois agora eles não precisam contratar serviços de transporte para levar e retirar suas cargas do porto, tendo um serviço completo e integrado num único parceiro. A TCP Log se responsabiliza por todo o controle dos fluxos desde a retirada do contêiner vazio no terminal portuário, passando pelo controle de subida, a estufagem e a descida, tudo monitorado por indicadores e com visibilidade para o cliente. “Isso nos possibilitou um crescimento expressivo na ferrovia. As operações começaram em 2013; ao final de 2014, fa-
zíamos 6 mil contêineres na ferrovia e, ao final do primeiro trimestre de 2015, chegamos a 9 mil unidades pelo modal, sendo a metade na subida e a outra metade na descida para o porto”, diz Toti. Ele comemora também a enorme aceitação do modal ferroviário. “Em março de 2013, a participação da ferrovia nas operações de Ponta Grossa era de 30%; no final de 2014, chegamos a 100% de participação. Hoje, descem pela ferrovia entre 600 e 700 contêineres por mês”, conta Toti. Os principais produtos movimentados são cargas agroflorestais, produtos refrigerados, grãos e porcelanato. Já o terminal de Curitiba opera com cargas de maior valor agregado. TCP: (41) 3420-3300
Localfrio firma novo contrato para operar cargas da área de saúde A Localfrio firmou um contrato com a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL) e com a Associação Brasileira das Empresas de Ciências da Vida (ABCV), para a operação de cargas no Porto de Santos (SP). A princípio as operações ocorrerão no porto santista, podendo ser expandidas futuramente para o Porto de Suape (PE). Grande parte dos produtos movimentados pela CBDL e seus associados são reagentes de diagnósticos, que têm temperatura de 2 °C a 8 °C e alguns de 15 °C a 30 °C, bem como outros equipamentos sensíveis. Segundo o líder do Grupo de Logística da CBDL e da ABCV, João Moraes, a escolha da Localfrio ocorreu devido à especialização na operação de cargas refrigeradas. “A ideia é que sejamos atendidos na Baixada Santista, inclusive com as mercadorias que estejam em trânsito aduaneiro. Assim, teremos a certeza de que, no momenMaio/2015 - Revista Tecnologística - 95
EVENTO
to em que a remoção da mercadoria for realizada, ela estará em boas mãos e com uma empresa capacitada no mercado”, afirma. A Localfrio, que possui duas unidades na margem esquerda do Porto de Santos, viu nas operações uma nova oportunidade de mercado para alcançar este nicho em específico. “Um dos nossos focos mais importantes para 2015 é entrar com mais força no nicho farmacêutico. Por isso, esta parceria surgiu em um momento ideal, em que poderemos criar soluções específicas para essa indústria visando qualidade, segurança e competitividade”, explica o diretor Comercial da Localfrio, Eduardo Razuck. ABCV: (11) 5087-8841 CBDL: (11) 5094-0132 Localfrio: (11) 3049-6570
Capital Realty investe R$ 80 milhões na Região Sul A Capital Realty anunciou durante a Intermodal seu plano de investimentos até o final de 2015, orçado em R$ 80 milhões. A quantia será utilizada para o início da construção de um novo condomínio logístico em Canoas
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(RS) e para a ampliação do empreendimento localizado na região metropolitana de Curitiba. “O investimento em logística afeta diretamente o resultado das companhias, então ele continua acontecendo mesmo no atual momento da economia”, justifica Rodrigo Demeterco, presidente da Capital Realty. “O que vemos é que as empresas estão deixando galpões obsoletos e instalando suas operações em empreendimentos de padrão A e com oferta de serviços, que proporcionam maior eficiência e redução de custos”, diz. No Paraná, a empresa apostou em um novo polo logístico ao construir o Mega Centro Logístico Curitiba. O empreendimento está localizado em Campina Grande do Sul, cidade que está às margens da BR-116. A segunda fase do Mega Curitiba, que terá início este ano, contemplará mais 27 mil m² de área construída, que incluem um novo armazém e espaço de lazer, com campo de futebol e quiosques. O investimento nesta etapa é de R$ 30 milhões. “O local foi pensado para as pessoas, e não apenas para a circulação de veículos de carga. O empreendimento valoriza a vivência dos colaboradores, que têm acesso a serviços e lazer, e também o lado corporativo das empresas, que podem ter escritórios no mezanino dos armazéns”, diz Demeterco. Ainda este ano, também serão iniciadas as obras do Mega Intermodal Canoas. A primeira parte do projeto é composta pela terraplanagem de todo o terreno – 165 mil m² – e a construção de uma área de 25 mil m².
Serão investidos R$ 50 milhões nessa fase. Ao final de todas as etapas, o empreendimento será o maior condomínio padrão A do Sul do país, com investimento total aproximado de R$ 200 milhões. O Mega Canoas também contará com um desvio ferroviário com pátio para contêineres, o que permite o transporte intermodal de mercadorias. A construção é parte dos planos da Capital Realty de expandir seus negócios na Região Sul, especialmente no Rio Grande do Sul, um dos seus principais mercados. Recentemente a empresa concluiu um investimento de R$ 6 milhões na modernização das áreas comuns do condomínio Mega Intermodal Esteio, também na Região Metropolitana de Porto Alegre. Todos os empreendimentos da empresa que carregam a bandeira Mega contam com sistema de sprinklers, pé-direito de 12,5 metros livres, capacidade de piso de 6 toneladas por m², pátio de manobras para caminhões, posto de combustível e loja de conveniência. Capital Realty: (41) 2169-6850
Cone prepara novo condomínio em Pernambuco A Cone, fornecedora de estruturas logísticas com sede em Recife, prepara mais um condomínio, desta vez no norte de Pernambuco, na cidade de Goiana, onde também se localiza a nova fábrica da Fiat Chrysler Automobile (FCA). A empresa já opera o Cone Suape, localizado na cidade de Cabo de Santo Agostinho, na zona de influência do Porto de Suape, e prevê para o final do ano a entrega das primeiras unidades do Cone Aratu, em Simões Filho, próximo a Salvador. Segundo o diretor de Negócios da empresa, Fernando Perez, o novo
EVENTO
empreendimento tem prazo de desenvolvimento de dois anos e visa atender primeiramente à demanda da montadora e, posteriormente, dos fornecedores de partes e peças que irão se instalar no local, além de servir aos polos farmacêutico e vidreiro, também existentes na região. “Num primeiro momento, a demanda maior será por conta da fábrica e a cadeia automotiva será criada aos poucos. Mas existem outras demandas na região. A economia lá está em ebulição com os polos que estão surgindo”, conta Perez. A planta, que será inaugurada na próxima terça-feira, 28 de abril, será uma das maiores da montadora no mundo e irá produzir o modelo Jeep Renegade. Perez revela que o novo condomínio terá área total de cerca de 700 mil m², com área construída de 280 mil m2. “A intenção é replicar em Goiana a estratégia aplicada no Cone Suape, com infraestrutura tanto para logística como para a indústria e serviços. A ideia é termos futuramente hotel, lojas, áreas médicas e de serviços em geral, para que as pessoas que trabalham lá tenham uma estrutura completa à sua disposição”, diz o diretor. Segundo ele, isto é fundamental para criar uma base adequada ao crescimento da região, para que não se repita o que ocorre no Polo de Suape, onde há crescimento, geração de empregos e demanda, mas não há moradias nem serviços adequados. “Tanto que muitas pessoas que trabalham na região têm de se deslocar de Recife ou até mesmo de João Pessoa, pois as cidades próximas não têm condição de abrigar todo mundo. Além disso, as novas oportunidades de emprego geram o crescimento do poder aquisitivo, que traz novas demandas por moradias e serviços de melhor nivel”, ressalta. Para dar suporte a estas demandas, a Cone está construindo, dentro da área de influência do Cone Suape, 98 - Revista Tecnologística - Maio/2015
uma cidade planejada, a Convida, que terá vários tipos de moradia e estrutura completa, incluindo escolas e até uma unidade da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Perez informa que já foram obtidos todos os licenciamentos para o início da construção e as obras de terraplanagem estão sendo feitas. “Já temos negócios fechados com construtoras parceiras, como a própria Moura Dubeux – do grupo controlador da Cone – e a MRV. Acredito que, dentro de dois anos, já tenhamos as primeiras moradias”. Já o Cone Aratu, com área total de 3,3 milhões de m², sendo 1,2 mil m2 na primeira fase, tem as primeiras entregas previstas para o final deste ano. Perez conta que o condomínio baiano encontra-se no início da fase de investimentos pesados de estruturas e acesso viário, água, energia elétrica, telefonia e telecomunicações. “A região de Salvador é outro exemplo do potencial do Nordeste, pois é uma metrópole de cerca de 3 milhões de habitantes e, antes do Cone Aratu, não tinha um só condomínio logístico”, ressalta Perez. Ele lembra que todos os investimentos na infraestrutura dos empreendimentos são feitos pela própria empresa. “No Cone Suape, inclusive, estamos construindo outra subestação de energia para atender ao complexo, porque a Celpe – Companhia Energética de Pernambuco – não tinha como atender o crescimento da demanda”. O diretor revela que a previsão de investimento da empresa para 2015 é de R$ 160 milhões nas estruturas logísticas, sem contar o Convida. De acordo com ele, Pernambuco e o Nordeste de um modo geral ainda não sentem a crise de forma tão aguda, pois baseiam seu crescimento no consumo, que continua em alta, ao contrário do Sul e do Sudeste, que são mais dependentes da indústria. Mas, de acordo com ele, mesmo ainda não tão presente, a crise já gera
uma mudança positiva nos negócios da Cone, já que as empresas têm de buscar otimização e redução de custos logísticos, o que passa por armazéns de melhor qualidade. “E, se considerarmos os galpões, estruturas logística ou indústrias leves, os condomínios ainda representam um percentual de participação muito pequeno, então há ainda muito potencial. Hoje, quem opera em instalações não eficientes já começa a ter um custo mais alto. Porque o perfil da atividade mudou; atualmente, ela é muito mais de movimentação, de giro, do que de armazenagem, e isso exige outro padrão de estrutura logística”, ressalta. “Além disso os clientes estão mais exigentes: querem padrão alto, com climatização, proteção contra a poeira, armazéns verdes e por aí vai. Tudo isso nos traz vantagens competitivas”. Perez conta que, do segundo semestre de 2014 para cá, sentiu uma mudança no perfil de clientes, que antes eram, em sua maioria, grandes empresas. Agora há um aumento das médias e pequenas. “Os clientes que operavam áreas de 2 a 3 mil m2 começaram a se preocupar com otimização, com redução de custos, porque é a única forma de sobreviver”, afirma. “Isto de certa forma nos compensou, não apenas em termos de volume, mas também porque traz uma pulverização maior, a possibilidade de termos operações diferentes, produtos diferentes e formas de operar diferentes em nossas plataformas”, complementa. Outro fator fundamental, segundo o diretor, é a localização das unidades. “Não dá mais para operar dentro das grandes cidades, mas ao mesmo tempo é preciso ter acesso facilitado a elas. Então nossas áreas trazem muitas vantagens para os usuários, pois ficam estrategicamente localizadas em relação aos grandes centros”. Cone: (81) 3087-8080
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O comprador do futuro
Robert Handfield e Ataide Braga
Parte 2
Comprador como agente de relacionamento
Introdução
A
primeira parte deste artigo abordou questões relacionadas à complexidade que a cadeia de suprimentos experimentará nos próximos anos e como o setor de Compras/Suprimentos das organizações entra neste contexto contribuindo para a adaptação das empresas à complexidade mencionada e ainda a obtenção de resultados expressivos das oportunidades que aparecerão em decorrência de alterações no cenário atual. Otimização dos relacionamentos com fornecedores, maior intensidade no uso de tecnologia e melhor gestão da base de fornecedores são iniciativas que devem fazer parte da agenda dos executivos de Compras/Suprimentos nos próximos anos, mas a maior contribuição está na qualificação do pessoal deste setor para conduzir a empresa diante das adversidades futuras. No segmento inicial deste artigo abordamos que o comprador do futuro deve ser um especialista em finanças, consultor interno e agente de inteligência. Neste segmento conclusivo do artigo discorreremos sobre as habilidades de agente de relacionamento, gestor de risco, protetor do meio ambiente, especialista jurídico e agente de integração. 100 - Revista Tecnologística - Maio/2015
A organização do departamento de Compras em torno de categorias está se tornando comum nas empresas brasileiras. Estas categorias são estabelecidas com base nos gastos (spend) de um conjunto de itens, especificações comuns, estratégia da empresa ou simplesmente famílias de produtos e serviços. Os gerentes destas categorias direcionam suas atividades para orientar os compradores no trabalho de obtenção dos produtos e serviços integrantes das suas respectivas categorias. Em que pese o valor adicional proporcionado pelo trabalho dos gerentes de categoria, a área de Compras do futuro requer que este gerente tenha seu tempo mais voltado para questões de relacionamento e não somente para aspectos de estruturação da categoria. Por exemplo, atuando de modo que os clientes internos estejam conectados e se comuniquem com os fornecedores, expliquem os requerimentos operacionais para os fornecedores, todos entendam estes requerimentos e estes sejam avaliados por meio de medidas previamente acordadas entre ambas as partes. As atividades de gestão devem contemplar a necessidade de se conectar as pessoas alocadas em diferentes organizações tomando como referência o entendimento dos interesses de cada parte que possam criar oportunidades que não existiam antes da aproximação das partes. Assim, o gestor deve olhar
Figura 1 - Comprador como agente de relacionamento
para relacionamentos internos e externos e aproximar os dois mundos. Olhar para o mercado fornecedor e identificar como estes fornecedores podem trazer mais valor para seu público interno e, consequentemente, para sua empresa. Existe muito mais a ser obtido no relacionamento do que somente os preços dos produtos e serviços oferecidos pelos fornecedores. Redução do custo total de propriedade, menor tempo no ciclo de atendimento, maior flexibilidade e contribuição para o desenvolvimento da marca do produto ou serviço vendido pelo cliente são alguns exemplos de valor gerado pelo fornecedor que podem ser obtidos pelo gestor de categoria na sua missão de agente de relacionamento.
Comprador como gestor de risco O gerenciamento de risco no ambiente de suprimentos tem como uma de suas tarefas principais a identificação de risco potencial associado à execução da relação entre a empresa e seus fornecedores, com o objetivo de antecipar possíveis interrupções no suprimento de bens e serviços. Outra tarefa de igual importância é a redefinição da cadeia de suprimentos de modo a torná-la mais robusta e com rápida recuperação aos choques globais. Além das interrupções provocadas pelos fornecedores, o gestor deve se preocupar também com eventos como desastres naturais, epidemias, conflitos geopolíticos, movimentos sociais, incêndios, emprego de mão de obra escrava, instabilidade financeira e outros que podem interromper o fluxo de bens e serviços na cadeia de suprimentos. Vejamos dois exemplos de riscos que acontecem quando existem contratações e subcontratações na cadeia global
e não se sabe quem é quem. O primeiro ocorreu em 2013 quando o supermercado Aldi, no Reino Unido, retirou do seu estoque a lasanha de carne Findus porque continha entre 30% a 100% de carne de cavalo. A Comigel era produtora e fornecedora da lasanha para a Findus, e colocou a culpa no seu fornecedor de carne Spanghero, situado na França, mas a carne tinha vindo da Romênia. No final, quem leva a culpa por estar vendendo carne de cavalo na visão do consumidor? O segundo foi com o Walmart, quando decidiu, em 2013, colocar à venda uma determinada bermuda feminina e contratou um fornecedor na Índia para a produção das peças. O fornecedor estava com a capacidade de produção esgotada, mas não queria perder o negócio com o Walmart. Assim, resolveu subcontratar a produção de outra empresa em Bangladesh, que operava uma instalação considerada insegura, acarretando a morte de 112 pessoas diante de um incêndio que aconteceu neste local. Além de inseguro, o prédio não tinha escada de emergência e as janelas eram de ferro fundido, tornando a instalação uma verdadeira armadilha para seus empregados. As condições de insegurança do prédio eram de conhecimento público, mas o primeiro-ministro na época considerou que a tragédia não foi decorrente de negligência dos proprietários da fábrica, e sim um ato de sabotagem. O fato é que o Walmart foi considerado culpado pela opinião pública, gerando vários pedidos de indenização, e acabou por doar 1,6 milhão de dólares para a criação de uma academia de treinamento de segurança em Bangladesh. As análises de risco deverão ser normalmente realizadas mediante simulações de cenários, empregando a técnica de procurar respostas a diferentes situações que possam ocorrer (what-if). Estas análises devem ser feitas em conjunto com o pessoal de inteligência do mercado fornecedor, envolvendo os gestores de categoria.
Figura 2 - Comprador como gestor de risco Maio/2015 - Revista Tecnologística - 101
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Figura 3 - Comprador como protetor do ambiente
A construção da estrutura de avaliação de risco e sistema de medidas passa pelo desenvolvimento de um mecanismo de coleta de informações e estabelecimento da habilidade de comunicação e análise para absorver as percepções de diversos pontos na cadeia de suprimentos e gerar as previsões das fontes de possíveis interrupções do suprimento, incidentes ou problemas que possam impactar o relacionamento.
Comprador como protetor do meio ambiente O posicionamento do comprador como agente de sustentabilidade passa pelo atendimento aos seguintes pontos: a) definição de um código de conduta a ser seguido pelo fornecedor no que concerne a produção dentro de parâmetros sustentáveis indicados pela empresa compradora; b) estabelecimento de procedimentos de auditoria; e c) identificação de um conjunto de incentivos que motivem o fornecedor na direção da sustentabilidade. As questões de sustentabilidade e responsabilidade social consistem em uma exigência do mercado e já são entendidas pela maioria dos componentes da base de fornecedores das empresas compradoras. Existe, porém, a necessidade de reforçar o cumprimento desta exigência. Assim, é preciso que o setor de Compras/Suprimentos determine as regras para o cumprimento de um código de conduta consistente, estabeleça um sistema de medidas e métricas a serem cobradas e aplique tudo isto ao longo da cadeia de suprimentos.
de o profissional de compras conhecer os requerimentos legais necessários para se confeccionar um contrato que atenda às necessidades do comprador e do fornecedor. O comprador com conhecimento de contrato pode contribuir para a rapidez na análise, que é feita pelo departamento jurídico, pois, ao receber uma minuta do fornecedor, ele consegue identificar onde estão os riscos e trabalhar com o jurídico para rapidamente redigir cláusulas que contornem estes riscos. O comprador pode trabalhar com o jurídico para o desenvolvimento de cláusulas pré-aprovadas que contemplem a ideia de prevenção de problemas no lugar de outras que busquem a reparação de danos. É comum o estabelecimento de cláusulas pela empresa compradora que permitam processar o fornecedor se algo der errado, mas o fornecedor dificilmente consegue processar o comprador por sua responsabilidade naquilo que não deu certo. Devemos empregar nosso tempo na negociação de contratos que abordem as questões de mudanças, como mudanças de escopo, objetivos, transparência nas responsabilidades, frequência dos relatórios a serem produzidos pelos dois lados e definição de métricas e indicadores que serão usados para controlar a operação. Isto deve ser prioritário para se colocar nos contratos, porque é mais produtivo no suporte ao sucesso do relacionamento por visar à prevenção dos problemas no lugar de cláusulas que visam à reparação de danos. Quando se trata de contratos globais, o departamento de Compras pode desempenhar um papel de significativa importância no campo jurídico através do conhecimento das diferentes culturas dos fornecedores, regras, regulamentos e termos específicos dos países onde os negócios estão se desenrolando.
Comprador como especialista jurídico A ideia aqui não é fazer do comprador um advogado em contratos, mas sim chamar a atenção para a necessidade 102 - Revista Tecnologística - Maio/2015
Figura 4 - Comprador como especialista jurídico
Assim, o comprador do futuro deve ter a capacidade de entender o fluxo de bens e serviços na cadeia de suprimentos e também compreender as questões econômicas associadas aos termos contratuais.
Comprador como agente de integração Como agente de integração o comprador pode atuar como se fosse, por exemplo, um técnico de futebol. Todo brasileiro sabe que o objetivo de um bom técnico de futebol é adesão, união ou coesão entre os membros do time. Semelhantemente, a função do comprador como agente de integração compreende a constante interação com os fornecedores de modo a trazer aproximação, desenvolvimento e melhorias para ambos os lados, assim como o atendimento dos interesses mútuos. O comprometimento do comprador e do fornecedor é fundamental neste processo, assim como de todos os jogadores em um time de futebol. A expressão tradicional de gestão do relacionamento com fornecedores traz a ideia de que a empresa compra-
dora tem uma posição hierárquica superior à do fornecedor e que as ações de melhoria do relacionamento serão comandadas pela compradora. Por outro lado, é a ideia de integração e articulação que deve orientar o comprador do futuro e implica a igualdade de comprometimento entre as partes, sem imposições e convidando o fornecedor a fazer parte do esforço empregado pela empresa compradora. Assim, o comprador como integrador ou articulador deve incentivar o contínuo desenvolvimento do fornecedor, por meio de uma melhor capacitação técnica, atualização tecnológica e eficiência operacional em suas dimensões de desempenho. Uma das dimensões de desempenho está voltada à inovação. Neste particular, devem ser empreendidos esforços para obter do fornecedor seu envolvimento com a criação de bens e serviços que proporcionem vantagens competitivas para a empresa compradora e alavanquem os negócios da empresa responsável pela inovação. A questão da inovação gera uma ampla discussão que merece um artigo específico sobre o tema. O ponto de partida do debate pode ser, por exemplo, o grau de envolvi-
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mento do fornecedor no processo da inovação. O fornecedor pode prestar sua colaboração por meio de consultas e opiniões sobre o desenho do novo produto em desenvolvimento pela empresa compradora, pode desenvolver o novo produto em conjunto com o seu cliente ou ainda desenvolver totalmente o novo produto para atender às especificações de desempenho do cliente. Em última análise, o setor de Compras deve ter pessoal com capacidade de interagir com os fornecedores em busca do desenvolvimento contínuo, pensamento crítico sobre os processos implementados, gestão estratégica de custo e melhoria de qualidade. Compras necessita ter pessoal com habilidade de gerenciamento de projeto sem, contudo, impactar o relacionamento negativamente.
Conclusão No decorrer deste artigo sugerimos que o comprador do futuro deve ser um especialista em finanças, consultor interno, agente de inteligência, agente de relacionamento, gestor de risco, protetor do meio ambiente, especialista jurídico e agente de integração para que o setor de Compras/Suprimentos possa contribuir para sua organização conviver com a crescente complexidade da cadeia de suprimentos. Neste ponto o leitor deve estar indagando se, para o profissional de Compras/Suprimentos possuir todas as habilidades sugeridas, ele será um super-herói e esta é a ideia da figura 6, em que nosso herói, conjuga as oito habilidades discutidas no texto. Neste caso, o nosso personagem é o Future Buy Man, que também apareceu nas demais figuras do artigo com o seu distintivo FB.
Figura 6 - Comprador como super-herói
Na verdade, não é mandatório que um único profissional tenha já todas as habilidades. Estamos falando desta necessidade em 2025. Assim, o leitor tem dez anos para se preparar e atuar como um Future Buy Man. Lembre-se de que cada vez mais aumenta a demanda por nossa qualificação. O que se espera no momento é que o setor de Compras/Suprimentos como um todo desempenhe o mais rápido possível o conteúdo das habilidades mencionadas, mesmo que isso tenha que ser dividido entre os profissionais do setor de modo que cada um assuma a responsabilidade por um subconjunto do total aqui discutido.
Referências bibliográficas HANDFIELD, R., 2014. Strategic Procurement & Supplier Alignment: The Future Faces of Procurement, Presentation materials and notes. KPMG, 2013. FutureBuy: The Future of Procurement, Research report.
Robert Handfield Bank of America Professor of Supply Chain Management North Carolina State University rbhandfi@ncsu.edu
Figura 5 - Comprador como agente de integração 104 - Revista Tecnologística - Maio/2015
Ataide R. Braga Professor e pesquisador Instituto de Logística e Supply Chain ataide@ilos.com.br Tel.: (21) 3445-3000
AGENDA
INTERNACIONAL Missão Internacional de Logística na Europa. 14 a 19 de junho. Holanda, Bélgica e Alemanha. Organização e informações: Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). Tel.: (21) 3445-3012 reginab@ilos.com.br www.ilos.com.br NACIONAL
Cursos de curta duração Gestão Estratégica de Estoques de Materiais. 21 de maio. Básico de Logística. 23 de maio. Intensivo para Gestores de Logística e Supply Chain. 25 de maio. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Centro de Estudos Técnicos e Avançados em Logística (Ceteal). Tel.: (11) 5581-7326 secretaria@ceteal.com www.ceteal.com Pacote de Iniciação com ProModel. 1º a 3 de junho. Rio de Janeiro, RJ. ProModel Avançado. 8 a 10 de junho. Visual Basic for Applications. 11 de junho. 3D Animator. 12 de junho. Pacote de Iniciação com ProModel. 15 a 17 de junho. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Belge Consultoria. Tel.: (11) 5561-5353 info@belge.com.br www.belge.com.br Técnicas Avançadas de Previsão. 26 de maio. Decisão com Simulação em Logística. 11 de junho. Simulação Avançada para Ferrovias. 11 de junho. Simulação Avançada para Portos. 11 de junho. Simulação Avançada para Portos e Ferrovias. 11 de junho. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Paragon. Tel.: (11) 4058-8888 www.paragon.com.br 106 - Revista Tecnologística - Maio/2015
Planejamento de Vendas e Operações: S&OP e I.B.P. (Integrated Business Planning). 11 e 12 de junho. Gestão de Capacidade da Operação. 18 e 19 de junho. Ambos em Campinas, SP. Organização e informações: Cebralog. sac@cebralog.com www.cebralog.com.br
e 16 de junho. PCP e Filosofia Lean. 17 e 18 de junho. Gerência de Custos Logísticos. Todos no Rio de Janeiro, RJ. Organização e informações: Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). Tel.: (21) 3445-3000 ilos@ilos.com.br www.ilos.com.br
Administração de Armazenagem. Administração e Planejamento da Produção. Compras e Administração de Materiais. Gestão da Distribuição. Logística em Comércio e Serviço. Logística, Marketing e Vendas. Negociação em Compras. Tecnologia Aplicada à Logística. Todos com carga horária de 15 horas. Custos Logísticos, Aspectos Tributários e Fiscais. Carga horária: 18 horas. Logística Integrada. Logística Reversa. Logística de Transportes. Todos com carga horária de 24 horas. Administração de Operações Logísticas. Carga horária: 30 horas. Gestão de Frotas. Carga horária: 30 horas. Operações de Logística Internacional. Carga horária: 30 horas. Organização e informações sobre datas e locais: Senac. Tel.: 0800 883-2000 naiana.gsouza@sp.senac.br www.sp.senac.br
Cursos de longa duração
Planejamento Colaborativo da Demanda. 20 e 21 de maio. Gestão de Estoques na Cadeia de Suprimentos. 15
Planejamento Integrado dos Estoques e da Produção. 10 de agosto até 5 de outubro. Inscrições abertas até 11 de julho. Gerência de Transportes. 12 de agosto até 14 de outubro. Inscrições abertas até 13 de julho. Ambos em Campinas, SP. Organização e informações: Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Tel.: (19) 3521-2337 extensao@fec.unicamp.br www.extecamp.unicamp.br/cursoslogistica/ Logística e Gestão da Cadeia de Suprimento. Início do curso em 8 de junho. Inscrições abertas até 25 de maio. São Paulo, SP. Organização e informações: Fundação Getulio Vargas (FGV). Tel.: (11) 3799-3494 contatofgvonline@fgv.br mgm-saopaulo.fgv.br Veja a agenda completa de cursos, seminários, MBAs e demais eventos em www. tecnologistica.com.br/agenda
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO Assine Tecnologística ...............................99 Bresco .......................................................17 Cargomax .................................................75 Cascade ....................................................21 Cassioli .....................................................19 CBRE.........................................................11 Consmetal ..............................................103 Datalog .....................................................69 Ford ................................................. 28 e 29 Fórum Logística Reversa................... 3ª capa Friozem.....................................................93 GKO..........................................................85 GLP - Global Logistic Properties ..............87 Grupo TPC ...............................................71 HBZ...........................................................26 ILOS ........................................................105 L.Amorim .................................................43
Login ........................................................83 Manserv ....................................................91 Modern Logistic .......................................05 Movicarga .................................................67 NDG Logistics ..........................................27 Novus .......................................................15 NSA ..........................................................13 Protechoque .............................................23 Rigesa ............................................... 2ª capa Rucker.......................................................07 Salvador Logística ....................................97 Saur Equipamentos ..................................49 SmartLog .......................................... 4ª capa Still ...........................................................39 Tecnologística Online ..............................79 TK Logística ..............................................25 TruckPad ..................................................35