Revista Tecnologística Ed.246 - Set/Out 2016

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Tyler Li, presidente da BYD no Brasil, revela os planos da empresa chinesa para o mercado nacional

LOGÍSTICA 4.0

Evolução tecnológica proporciona operações totalmente autônomas e muito mais inteligentes Tegma assume parte do transporte de peças da Electrolux e inova na gestão de embalagens

CSI Cargo comanda projeto da Renault para centralizar as atividades de três CDs em uma só estrutura



SUMÁRIO

MERCADO Fique por dentro de todas as novidades do mercado brasileiro de logística nesta seção

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ENTREVISTA O presidente da BYD no Brasil, Tyler Li, revela os projetos da empresa de origem chinesa – maior fabricante de baterias recarregáveis do mundo –, que já conta com uma fábrica localizada em Campinas (SP) e aposta cada vez mais no mercado de veículos e equipamentos elétricos

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Itens muitas vezes preteridos quando o assunto é logística, as embalagens podem representar oportunidades de melhorias e redução de custos no transporte e na armazenagem com a busca por materiais mais eficientes

CROSS-DOCKING Acompanhe o vai e vem dos profissionais no nosso movimentado setor

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60 EMBALAGENS

TECNOLOGIA Impulsionada pela indústria 4.0, a logística se aprofunda cada vez mais nos avanços tecnológicos e as intervenções humanas dão lugar a equipamentos com mais autonomia e operações totalmente conectadas, trabalhando dados com inteligência para tomar decisões e garantir a otimização dos processos

54 ARMAZENAGEM Renault centraliza suas atividades em um novo centro de distribuição na cidade de Quatro Barras (PR), equipado com tecnologia de ponta e criado em conjunto com a CSI Cargo, que também responde pelas operações logísticas

Divulgação Ehrhardt + Partner

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TRANSPORTE Electrolux passa para a Tegma toda a gestão e operação do transporte de peças entre seus fornecedores e as fábricas localizadas em Curitiba e São Carlos (SP), além do gerenciamento das embalagens que giram na cadeia

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LIVRO Obra destinada aos empreendedores e profissionais do e-commerce apresenta dicas de como aprimorar os processos logísticos no setor, desde a definição das operações até a chegada do produto às mãos do cliente

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PRODUTOS Conheça os principais lançamentos de produtos, sistemas e serviços voltados à logística

74 Capa: Michele Bianchi Foto: Divulgação SSI Schaefer

AGENDA Saiba quais são os mais importantes cursos, seminários e eventos nacionais e internacionais do setor em nossa agenda


EDITORIAL Publicare Editora Ltda. www.publicare.com.br

Diretores Shirley Simão shirley@publicare.com.br

Jorge Roberto Simão

De olho no futuro

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epois de tantos editoriais falando sobre crise, é com entusiasmo que ouso mudar o tom deste texto. O Brasil está passando por grandes transformações e é preciso acreditar que, passo a passo, estamos caminhando na direção certa. De olho no futuro, é hora de deixar partidarismos de lado e torcer pelo país, para que possamos – com muito trabalho, é claro – retomar a confiança e o rumo do crescimento, deixando no passado os tempos sombrios enfrentados nos últimos anos. Claro que seria muita ilusão acreditar que o episódio que vivemos poderia servir como um divisor de águas em uma sociedade com um histórico de corrupção tão entronizado em cada uma de suas mais diversas esferas, mas ao menos podemos nos contentar com a sensação de que talvez, daqui pra frente, desvios grotescos e que prejudicam todo o país não serão facilmente tolerados nos mais altos cargos da nossa política. Se o assunto é futuro, nada mais adequado que nossa matéria de capa, que trata da mais nova tendência na logística: a onda 4.0. Tecnologia aplicada já não é mais um assunto novo, mas a convergência de conceitos como automação, big data, armazenamento em nuvem e internet das coisas fez nascer uma logística muito mais conectada e eficiente, em que as máquinas têm o poder de tomar as decisões e adaptar as operações em tempo real, dinamizando e tornando ainda mais inteligentes as atividades de armazenagem e transporte na cadeia de abastecimento. E já que somente com muito trabalho vem a prosperidade, esta edição também traz dois estudos de casos de sucesso. O primeiro deles aborda um projeto encabeçado pela CSI Cargo para unificar as operações de três centros de distribuição da Renault em uma única unidade equipada com tecnologia de ponta. E o segundo trata de um BID vencido pela Tegma para realizar o transporte de peças entre fornecedores e unidades fabris da Electrolux e também a gestão do pool de embalagens. Por fim, você confere uma reportagem especial que mostra as oportunidades de melhorias nas operações e de redução de custos com a utilização de embalagens mais eficientes nas atividades logísticas. E é nesse ritmo que caminhamos para o último trimestre de um ano repleto de adversidades, confiando que, daqui pra frente, as notícias serão cada vez melhores. Até a próxima edição,

Shirley Simão

jorge@publicare.com.br

Ano XXII - N.º 246 - Setembro/Outubro 2016 www.tecnologistica.com.br Redação, Administração e Publicidade Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar CEP: 04571-010 - São Paulo - SP

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MERCADO

Fabricante chinesa de equipamentos ferroviários entra no mercado brasileiro Estatal CRRC tem a intenção de produzir seus equipamentos localmente

Divulgação

pela DAG Railway. Segundo Pei Naijun, diretor-geral da CRRC, e Andrew Wang, primeiro vice-gerente da CRRC, o objetivo é atuar no desenvolvimento e na expansão do transporte ferroviário brasileiro. Por mais que o transporte rodoviário seja predominante no país, a empresa acredita no potencial competitivo das ferrovias no futuro. Sem citar possíveis nomes, a CRRC indica que poderá comprar uma empresa brasileira para iniciar sua produção no Brasil. De acordo com Wang, a CRRC não quer ser apenas uma fornecedora estrangeira. “Somos uma empresa moderna e, como tal, estando no Brasil queremos

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urante uma visita ao Brasil, representantes da estatal chinesa China Railway Rolling Stock Corporation (CRRC), que atua no setor de equipamentos ferroviários, revelaram em entrevista exclusiva à Tecnologística seus planos de penetração no mercado brasileiro. Atualmente, a empresa é representada no país

agir como uma empresa brasileira, uma empresa local e, assim, contribuir para o desenvolvimento econômico. Existem várias maneiras de fazer isso, como ter produção local, trabalhar em conjunto com empresas brasileiras ou até mesmo introduzir novas produções e tecnologias da China”, explica. A empresa pretende contratar mão de obra brasileira e depender o mínimo possível de fornecimento externo. A CRRC é uma empresa global de equipamentos ferroviários e produz locomotivas, contêineres, vagões, maquinários para ferrovias, motores e componentes, além de produtos de outros segmentos, como ônibus, caminhões, máquinas de construção, turbinas de energia eólica, entre outros. A previsão é que a atuação no Brasil se inicie em 2017. DAG Railway: (11) 2594-0761

Multilog adquire unidades da Elog por R$ 115 milhões Compra envolve a Elog Logística Sul, a Maringá Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo e a Maringá Armazéns Gerais

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Multilog e o Grupo EcoRodovias celebraram um contrato de compra e venda da totalidade do capital social da Elog Logística Sul, da Maringá Serviços Auxiliares de Transporte Aéreo e da Maringá Armazéns Gerais para a Multilog. Juntas, as unidades até então controladas pela EcoRodovias são chamadas pela companhia de Elog Sul. A negociação, cujo valor total é de R$ 115 milhões, está sujeita à verificação de certas condições, que incluem a apro-

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vação da Receita Federal do Brasil e do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). A venda faz parte da estratégia do Grupo EcoRodovias de focar em seus ativos de concessões rodoviárias e também do plano estratégico da Multilog, que prevê a expansão de sua atuação com novas unidades na Região Sul do Brasil. Sediado em Itajaí (SC), o operador logístico Multilog atua no mercado há mais de 30 anos e, com a incorporação das novas estruturas, passa a contar

com um total de dez recintos alfandegados. Além de Maringá (PR) e Itajaí, as unidades da empresa estão localizadas nas cidades de Curitiba, Foz do Iguaçu (PR), Santana do Livramento (RS), Uruguaiana (RS) e Jaguarão (RS), entre centros logísticos industriais aduaneiros (clias), portos secos e centros de distribuição. EcoRodovias: (11) 3787-2667 Elog: (11) 3305-4100 Multilog: (47) 3341-5000



MERCADO

Localfrio é a mais nova associada da Abol Divulgação

Quadro da entidade conta agora com um total de 26 empresas

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Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) passou a contar, nesta semana, com uma nova empresa no seu quadro de associados. Trata-se da Localfrio, operador logístico com mais de 60 anos de atuação, que possui terminais alfandegados nos principais portos do país e especialização em logística frigorificada. “Trabalhamos sempre pensando na evolução do mercado, investindo em nossa infraestrutura para operar com know-how e qualidade com todos os tipos de carga, adaptando nossos processos aos diversos segmentos, oferecendo serviços integrados em terminais alfandegados, armazéns gerais, transportes e armazéns frigoríficos”, destaca o presidente da Lo-

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calfrio, Ricardo Eid Philipp. “Estamos satisfeitos em nos juntarmos à Abol, que tem promovido trabalhos relevantes para seus associados e para a logística em geral”. A Abol conta agora com um total de 26 empresas associadas. “Ao mesmo tempo que parabenizamos a direção da Localfrio pelo ingresso, damos as boas-vindas na certeza de termos aprovado uma organização alinhada com os princípios, propósitos, missão e valores da Abol, recebendo-os para compor um quadro de seletos e reconhecidos líderes em seus setores de atuação”, declara o presidente do Conselho Deliberativo da associação, Gennaro Oddone. “A troca de experiências será, indubitavelmente, fecunda e pro-

fícua. Juntos faremos muito e cada vez mais e melhor para nosso setor e para a economia do país”. Para o diretor executivo e CEO da Abol, Cesar Meireles, é uma honra contar com a presença de um importante player da logística portuária, alfandegada e da cadeia do frio no quadro de associados. “A partir do complexo portuário santista, a Localfrio vem se expandindo para mercados pujantes e muito competitivos, como o hub logístico de Itajaí (SC), o segundo maior complexo portuário do país, mostrando sua estratégia estruturada. Ao longo dos últimos anos, sua participação na Região Metropolitana de São Paulo, com o conceito de gestor de estoque lato sensu na cadeia do frio, tem lhe proporcionado ação relevante junto aos seus pares e ao mercado. Sua última atuação, de forma corajosa, foi alçar novas regiões, indo aportar em Suape (PE), com operações ainda mais plurais, mixando a gestão alfandegada retroportuária com distribuição e pátio de veículos”, finaliza.

Segmento farmacêutico A Localfrio estabeleceu uma parceria com o agente de cargas Dachser para atender ao mercado de importação de produtos farmacêuticos com o objetivo de oferecer um serviço exclusivo para o segmento. O operador logístico, único da zona primária do Porto de Santos (SP) que possui estrutura refrigerada, ofereceu à Dachser a possibilidade de vender a seus clientes – grandes laboratórios farmacêuticos – os serviços de nacionalização, desova e armazenagem de mercadorias importadas.


Segundo a Localfrio, o segmento, que tem apresentado altas taxas de crescimento nos últimos cinco anos, ainda depende em grande parte de matéria-prima importada da Índia, do México e de países da Europa, já que a produção em território nacional esbarra na falta de desenvolvimento tecnológico e científico e nos altos custos. Contudo, as grandes empresas possuem um entrave na importação de insumos e produtos acabados que, ao chegarem ao Brasil pelo Porto de Santos, seguem para a zona secundária, em terminais distantes, aumentando os custos com transporte e apresentando demora nos

processos de nacionalização e desova das cargas. Ao utilizar a infraestrutura da Localfrio, a Dachser, além de eliminar etapas de uma cadeia logística inflada, reduzindo os custos com transporte e demurrage (pagamento extra pela utilização do contêiner vazio), tem ganhos operacionais, pois a Localfrio possui uma área frigorífica exclusiva para o segmento, deixando a carga do cliente menos exposta a riscos. Outros diferenciais importantes são a presença nacional do operador e a possibilidade de customizar as operações, com certificações específicas, rígidos procedimentos de qualidade e

atendimento personalizado. A Dachser já faz uso desta solução para três grandes laboratórios e, operando há cerca de três meses, já comemora os resultados com a equipe comercial da Localfrio. “Os clientes estão muito satisfeitos com o serviço e nos deram ótimos feedbacks, que nos permitiram otimizar processos para atendê-los ainda melhor”, diz Marcelo Vitorino, diretor Comercial da Localfrio.

Abol: (11) 3586-6109 Dachser: (13) 3219-1344 Localfrio: (11) 3049-6570


MERCADO

Santos Brasil lança novo serviço para importadores Empresa realiza a transferência da mercadoria entre contêineres para evitar multas com demurrage

Novo Mercado A Santos Brasil finalizou em agosto o processo de migração para o

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Santos Brasil lançou um novo serviço em seu terminal de contêineres no Porto de Santos (SP) para beneficiar diretamente o importador. Denominado pela companhia como cross-docking, ele visa reduzir os custos de demurrage para as empresas que trazem produtos ou matéria-prima do exterior. O demurrage é a multa paga pelo contratante quando o contêiner permanece em seu poder por mais tempo do que o prazo acordado. A novidade consiste na transferência das mercadorias dos contêineres utilizados durante o transporte marítimo para os contêineres da Santos Brasil, eliminando qualquer taxa que possa incidir sobre a carga. Dependendo das características da operação do cliente, a redução nos custos pode chegar a 50%. De acordo com o diretor Comercial de Operações Logísticas da Santos Brasil, Wagner Toffoli, o novo serviço gera impactos positivos em toda a cadeia, pois, além de reduzir os custos do importador, proporciona ganhos ao armador por otimizar a utilização dos ativos e ainda agrega valor aos serviços prestados pelo terminal. “Foi necessário tempo para o desenvolvimento de sistemas, homologação com a Receita Federal e outros procedimentos”, explica Toffoli. “A Santos Brasil tem como premissa fundamental para seus projetos a segurança aduaneira e, para o cross-docking, isso é um ponto central. Tudo deve estar de acordo com as normas legais”, completa.

Novo Mercado da Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros de São Paulo (BM&FBovespa). Assim, as ações da empresa passam a ser negociadas no estágio mais avançado de governança corporativa da bolsa. Com isso, a Santos Brasil passa a fazer parte de um seleto grupo de empresas que adotam, voluntariamente, práticas de governança corporativa adicionais às exigidas pela legislação brasileira. Essas práticas incluem a implementação de um conjunto de regras societárias que ampliam os direitos dos acionistas minoritários e de uma política de divulgação de informações mais transparente e abrangente. Com a entrada no Novo Mercado, os acordos de acionistas assinados em 2007 deixarão automaticamente de vigorar e todos os litígios existentes entre os signatários estarão extintos. Também deixa de existir o grupo de controle que os acordos formavam e todos os acionistas passam a ter os mesmos direitos, podendo votar igualmente sobre todas as matérias discutidas nas assembleias da empresa. A migração dá mais poder aos mi-

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noritários e eleva a segurança jurídica desses acionistas ao nível máximo da BM&FBovespa. Ao ser listada no segmento mais elevado de governança corporativa da bolsa, a empresa tem sua percepção de risco reduzida e ganha ainda mais confiabilidade do mercado. Esse reconhecimento leva a um maior interesse dos investidores por suas ações e à consequente valorização e aumento da liquidez dos seus papéis, além de influenciar na capacidade da empresa de obter recursos financeiros a taxas melhores. A migração para o Novo Mercado acontece em um momento importante para a Santos Brasil, que se prepara para investir R$ 1,3 bilhão no Tecon Santos, localizado no Porto de Santos (SP). O projeto possibilitará adequar a infraestrutura do terminal ao tamanho dos novos navios que passarão a frequentar o complexo portuário, atendendo de maneira eficiente a demanda prevista a partir de 2019 e contribuindo com a competitividade de seus clientes. Santos Brasil: (13) 2102-9000



MERCADO

Viracopos passa a inspecionar 100% das exportações Divulgação

Novo pátio terá capacidade estática para armazenar 66 mil toneladas de enxofre

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Aeroporto Internacional de Viracopos, localizado em Campinas (SP) e administrado pela concessionária Aeroportos Brasil, passou a inspecionar 100% dos volumes que entram em seu terminal de cargas (teca) para exportação. Para tornar isso possível, foram implantados três aparelhos de raios X de última geração e são utilizados equipamentos de detecção de traços de explosivos e de substâncias químicas consideradas de alto

risco, além de cães farejadores. O rigor na fiscalização teve como objetivo reduzir os riscos devido às recentes ocorrências de atos de terrorismo praticados contra a aviação civil mundial. As novidades demandaram a alteração de todo o layout e do fluxo operacional do teca de exportação, com a criação de uma área restrita de segurança. “Hoje, com exceção dos Estados Unidos, onde é obrigatória a inspeção na origem, a inspeção de cargas em aeronaves que vão para outros países, como para a Europa, por exemplo, deixa a desejar. O passageiro de voos comerciais não sabe o que as aeronaves levam no porão. Isso é gravíssimo”, analisa o gerente de Segurança de Viracopos, Samuel Conceição da Silva. Ele destaca que será feito o monitoramento do fluxo de exportação de

cargas, com o acompanhamento e o registro de todas as etapas, desde a chegada às docas até o carregamento nas aeronaves. “Serão realizados serviços especiais de acordo com a demanda dos operadores aéreos, visando à segurança das cargas e das operações”, explica. O teca de Viracopos conta com pelo menos 110 câmeras de segurança e o sistema prevê que a Receita Federal e a Polícia Federal tenham acesso simultâneo às imagens de todo o processo de inspeção. Ele foi apresentado à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) e à Administração de Segurança no Transporte (TSA), dos Estados Unidos, e segue os padrões de segurança estipulados pela Agência Europeia para a Segurança da Aviação (Easa). Aeroportos Brasil: (19) 3725-5000

C&D Empreendimentos inaugura condomínio logístico em Sorocaba

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C&D Empreendimentos Imobiliários inaugurou o Braslog Logística Park, condomínio localizado na cidade de Sorocaba (SP), com área total construída de 44 mil m², pé-direito livre de 12,8 m e capacidade de piso de 6 toneladas por m². A estrutura possui 24 módulos flexíveis para locação, com duas docas com nivelador eletro-hidráulico por módulo. Todos eles têm acesso a um mezanino que pode ser convertido em área de estocagem com capacidade de piso de até 0,5 tonelada por m². O condomínio conta com ilumina-

ção natural zenital, ventilação cruzada de seis trocas de ar por hora e clausura de caminhões e automóveis com dilaceradores de pneus. Também possui estacionamento com 63 vagas para carretas e 19 vagas rotativas para automóveis por

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módulo, totalizando 456 vagas. Os clientes do empreendimento irão dispor de salas de reunião, refeitório, segurança 24 horas, coleta seletiva de lixo, rua central com 29 metros de largura, salas de descanso para motoristas e dois auditórios. O projeto contou com investimentos de R$ 31 milhões e gerou 85 empregos diretos. O Braslog Sorocaba está localizado na SP-075, que dá acesso fácil a cidades como São Paulo, Santos, Campinas e Jundiaí, além dos principais aeroportos da região. Braslog: (15) 3211-5050


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Grupo Pão de Açúcar (GPA) realizou no dia 11 de agosto a quinta edição do Top Log, programa de certificação anual criado pela companhia para identificar os prestadores de serviço de transporte que mais se destacaram. O reconhecimento foi concedido a 25 transportadoras de sete estados brasileiros, além do Distrito Federal. São elas: Aroaldo Ismael Horta, Badu, Braúna, CBM, Celso’s, Cisne Branco, Constelação, Fernandini, Five, Jakmi, Lemar, Renari, S. da Costa Neto, Santos Muniz, SP NSB, Terrapar, Trans Sedan, Transgenuino, Translucas, Galvão Neves, Print, Transparaná, A. L. Correia, Aquino e Uilian de Oliveira Júnior. O objetivo do programa é promover a melhoria contínua dos níveis de serviço, levando a um abastecimento adequado das lojas e a uma experiência de compra satisfatória para os clientes. “O Top Log existe para estimular o aprimoramento de cada uma das transportadoras”, explica Edison Sales Junior, diretor de Operações do GPA. O executivo conta que os níveis de serviço apresentam uma média de 97,5%. Além disso, o índice de ocupação dos veículos das transportadoras atualmente é de 80%. “É um índice bastante alto, e percebemos que as transportadoras estão bastante preocupadas em melhorar cada vez mais nesse quesito. Nosso desafio agora é chegar a 85%”. “O grande mote do Top Log é fortalecer a parceria com as empresas. Lidamos com transportadoras grandes e também pequenas, cada uma delas com suas características específicas. O que nós pudemos perceber nesses cin-

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Grupo Pão de Açúcar promove a 5ª edição do Top Log

co anos é que as pequenas estão buscando se estruturar cada vez melhor, e as grandes, que já são bem estruturadas, estão preocupadas em buscar cada vez mais produtividade, que também é outro ponto-chave”, analisa Sales. A atuação das transportadoras é avaliada durante todo o ano por uma equipe multidisciplinar da diretoria de Logística do GPA a partir de métricas compartilhadas com as empresas. Ao final de cada ciclo, o prestador de serviço recebe um relatório com os pontos de destaque e aqueles que precisam de ajustes, para que possam ser trabalhados. Dentre os itens considerados pelo Top Log estão cumprimento dos horários de entrega, higiene da frota, conduta dos profissionais envolvidos, manutenção dos pneus, capacidade de adequação da frota e ações de sustentabilidade, como descarte adequado de óleo e controle de emissão de poluentes. Ao todo, o GPA trabalha com 97 transportadoras cadastradas. “No próximo ano teremos algumas mudanças, para deixar o programa ainda mais atrativo para as empresas transportadoras”, revela Sales, explicando que em 2017 haverá um ranking de cinco empresas e também premiações por região. GPA: (11) 3055-6767


MERCADO

Alcis e LLamasoft estabelecem acordo

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s empresas Alcis e LLamasoft firmaram uma parceria tecnológica para oferecer ferramentas cada vez mais avançadas para o mercado da logística. O acordo engloba a distribuição do software para design de rede de transporte TransportationGuru, da LLamasoft, no Brasil. Com isso, a ferramenta será oferecida em português e com equipes de suporte, consultoria e implantação locais. Outra vantagem é a redução de custos, por se tratar de uma negociação realizada na moeda brasileira. A Alcis é uma empresa 100% nacional que atua há 17 anos oferecendo soluções em softwares, tendo como principal produto o warehouse management system (WMS), para o gerenciamento de armazéns e centros de distribuição.

Com mais de cem clientes, a Alcis está presente com seu WMS não só no Brasil, mas também no Chile e na Argentina. A LLamasoft está sediada em Michigan, nos Estados Unidos, e atua com ferramentas de modelagem, otimização e simulação para o supply chain. Dentre os principais clientes da companhia estão empresas como Ambev, Unilever, Pepsico, Walmart, Bunge, Monsanto, Ipiranga, Cargill, Boticário, entre outras. “Vemos uma grande oportunidade de trazer para o Brasil o valor da otimização do transporte”, analisa Alejandro José Phillips, vice-presidente de Vendas da LLamasoft. “Em parceria com uma empresa como a Alcis, que conhece os desafios do mercado brasileiro, é possível orientar os clientes para identificar

oportunidades de redução de custos. A Alcis vem para complementar a estratégia de expansão e consolidação da LLamasoft no Brasil”. “Buscamos oferecer ao mercado brasileiro mais uma oferta diferenciada de inovação tecnológica para o mercado de logística, que tem como uma de suas premissas a redução de custos com a otimização de processos”, destaca Luiz Rêgo, CEO da Alcis. “As soluções LLamasoft têm as melhores ferramentas para desenho, planejamento e otimização de processos, de tal forma que as reduções nos custos logísticos e de transporte sejam altamente significativos”, completa o executivo. Alcis: (11) 5531-7444 LLamasoft: (11) 3957-1077

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Latam Cargo Brasil, unidade de cargas do Grupo Latam, inaugurou, no dia 15 de agosto, a ampliação de seu terminal de cargas localizado no Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (RJ), o Galeão. A empresa investiu R$ 1,7 milhão na expansão da estrutura, que passou de 1.196 m² para 2.013 m². Além disso, a área operacional passou de 642 m² para 1.460 m². O objetivo da Latam Cargo com a novidade é aumentar a agilidade e a qualidade dos serviços prestados no terminal, que possui capacidade para receber mais de 8.700 toneladas de cargas por ano. O novo espaço também deverá reduzir o tempo no atendimento para os embarques e desembarques das cargas, passando de duas horas para apenas uma hora, o que resultará em um incremento na quantidade de cargas captadas. A expectativa é que a movimentação cresça em torno de 5%.

As principais mercadorias que passam pelo local são produtos farmacêuticos, eletrônicos, bebidas, animais vivos, equipamentos radioativos para uso hospitalar, confecções e peças de automóveis. Graças à evolução da infraestrutura do terminal, os serviços de coleta e entrega porta a porta prestados pela empresa também devem ser expandidos. Dentre as melhorias nas instalações estão uma maior delimitação para a área de cargas, eliminando qualquer risco de contaminação de superfícies, e estacionamento e docas para aprimorar o atendimento aos clientes de grande porte, além de rampas e equipamentos para o recebimento de mercadorias levadas em veículos de pequeno porte. Os colaboradores da empresa ganharam ainda uma área de refeitório e de vestiário mais confortável.

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Latam Cargo amplia seu terminal de cargas no Galeão

“Esse novo terminal de cargas, com o incremento da infraestrutura e da qualidade dos serviços, segue a nossa estratégia de seguir investindo mesmo em momentos de crise. Estou certo de que vamos estar muito mais bem posicionados quando a crise passar – e toda crise passa – e nós estaremos prontos para atender o natural crescimento da demanda”, analisa o diretor-geral da Latam Cargo Brasil, Luis Quintiliano. Latam Cargo: (11) 5582-9323



MERCADO

DHL investe na expansão de sua área de embalagens promocionais Divulgação

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DHL Supply Chain está expandindo sua área de serviços de embalagens integradas à cadeia de suprimentos – ou contract packaging (co-pack) – no Brasil. A meta é, até 2020, triplicar o setor, que contribui significativamente para a receita mundial da empresa, que administra cerca de 180 operações. No Brasil, já são três clientes da área de consumo, além de mais dois em processo de implementação. “Queremos unir o nosso conhecimento e experiência na gestão de cadeias de suprimentos e operações logísticas com os serviços de packaging secundário, ou seja, preparação de ofertas, montagem de kits, displays de venda e outros formatos de embalar conjuntamente produtos acabados, a fim de reduzir o custo logístico total, aprimorar a qualidade e a agilidade da operação e, principalmente, alavancar os resultados dos clientes nos pontos de venda”, destaca Maurício Almeida, diretor de Operação da DHL Supply Chain Brasil e líder do projeto de expansão da área. As novidades previstas incluem investir em treinamento da equipe, em esforços comerciais e de marketing e no desenvolvimento de um sistema de tecnologia da informação especializado. Além disso, a DHL vai lançar, em 2017, um Centro Multicliente de Soluções de Packaging Secundário, que será localizado no interior de São Paulo. O centro atenderá a pequenas e médias empresas e trabalhos pontuais. Nele, os clientes irão compartilhar espaço e recursos para seus processos de embalagem. “Nosso projeto é ter um centro de distribuição que concentre operações que, isoladamente, não teriam escala suficiente para compensar o custo fixo. Pretendemos também incentivar a criação de kits com pro-

dutos de clientes diferentes e que eles compartilhem malhas de distribuição, reduzindo ainda mais o custo final da operação”, explica Almeida. Segundo o executivo, no centro o cliente terá acesso a economia de escala. “Ou então ele pode decidir por simplificar sua cadeia logística, uma vez que esse serviço também pode ser realizado dentro da planta do cliente ou mesmo no CD da DHL, eliminando assim um trecho de transporte até um terceiro local, geralmente onde atualmente os serviços são efetuados”, diz. A DHL realiza a montagem de diversos formatos, como displays, labeling, assembly, kitting e bagging. “Essa é uma prática comum no Brasil, mas que tende a crescer para superar a retração atual do consumo. Queremos auxiliar nossos clientes nessa estratégia, mantendo ou reduzindo seus custos operacionais. É importante lembrar que a embalagem promocional representa, em média, cerca de 9% do custo total do produto. Logo, qualquer redução ou aumento de custo impacta diretamente sua competitividade”, completa o diretor.

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Novo contrato A DHL assumiu recentemente 100% da gestão de armazenagem da Pernod Ricard no Brasil. Multinacional de origem francesa, a empresa é uma das maiores do segmento de bebidas alcoólicas do mundo. Além do centro de distribuição de Louveira, no interior de São Paulo, a DHL passou a operar também a logística das plantas de Resende (RJ) e Suape (PE). O trabalho da DHL abrange a gestão do almoxarifado de insumos, o abastecimento das linhas de produção e a gestão do CD de produtos acabados. “A operação de armazenagem da Pernod Ricard em Resende e Suape era feita por outro operador logístico e também parte pela própria Pernod Ricard. Neste novo desenho, a gestão e operação da armazenagem foram consolidadas com a DHL, proporcionando assim a captura de sinergias e o aprimoramento de processos. Com isso, pudemos contribuir inclusive com o planejamento de produção e balanço de inventário geral dos produtos da Pernod Ricard”, diz Maurício Almeida, diretor de Operação da DHL Supply Chain Brasil.


Para a Pernod Ricard Brasil, a implantação do projeto significa mais que uma simples transição de operador logístico com aumento de escopo. A iniciativa tem a capacidade de sincronizar várias áreas da Pernod Ricard Brasil, agregando inteligência entre os CDs, gestão em almoxarifado e abastecimento da linha de produção. No novo desenho logístico, tanto em Resende quanto em Suape, a DHL recebe os insumos da fábrica, faz a gestão do almoxarifado e abastece a linha de produção. A DHL é a única responsável pela gestão dos produtos acabados, desde a retirada da linha de produção e armazenagem até o carregamento dos ca-

minhões (cujo destino pode ser o CD de Louveira ou clientes finais). Considerando os dois novos CDs e o de Louveira, a DHL irá administrar cerca de 15 mil posições-palete, abarcando todo o portfólio de produtos da Pernod Ricard no Brasil, como vodcas, uísques, runs, espumantes e conhaques. “A gestão de performance e de segurança da DHL foram fatores decisivos para a contratação. Temos um compromisso de desenvolvimento contínuo de processos, resultando em ganhos de eficiência, seja pela redução de custos, seja pelo aumento da eficiência, à medida que a operação amadurece. Desta forma, facilitamos o processo de expansão

do cliente”, diz Almeida. A mensuração do desempenho, bem como a gestão da operação como um todo, é suportada pela plataforma tecnológica de gestão de armazenagem. A plataforma é aplicada amplamente em todo o mundo, tendo comprovado sua eficiência na gestão de grandes volumes de itens e com alto nível de fracionamento. O sistema terá interface direta com os sistemas da Pernod Ricard, possibilitando a visibilidade de todo o processo, ajustes de inventário e geração de relatórios gerenciais, base para o desenvolvimento contínuo. DHL: (19) 3206-2200


MERCADO

TruckPad e Mercedes-Benz firmam parceria Novidade proporciona à montadora mais um canal de comunicação com seus clientes

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Mercedes-Benz estabeleceu uma parceria com a TruckPad, empresa desenvolvedora de um aplicativo de mesmo nome para smartphones que liga o caminhoneiro à carga. Com isso, a montadora passa a contar com mais um canal de comunicação com o caminhoneiro. “Por meio dessa parceria, teremos acesso a um expressivo universo de caminhoneiros, aprofundando o nosso conhecimento de seu perfil e hábitos, o que nos permite falar diretamente com eles, entender suas demandas e sempre oferecer novas soluções”, explica Ari de Carvalho, diretor de Vendas e Marketing de Caminhões da Mercedes-Benz do Brasil. De acordo com o executivo, o ponto de partida da parceria com o TruckPad é o relacionamento mais intenso com os caminhoneiros. “Porém, podemos ir além, aproveitando o contato on-line com os motoristas para divulgar produ-

tos, serviços, eventos e outras iniciativas que tragam benefícios e vantagens para o dia a dia do trabalho e o seu caminhão”, afirma o executivo. A novidade faz parte da estratégia da Mercedes de utilizar cada vez mais o potencial de ferramentas tecnológicas para ampliar o relacionamento com clientes e admiradores da marca e reforça o compromisso da empresa em

ouvir o que os profissionais das estradas têm a dizer. Por meio do TruckPad será possível realizar pesquisas rápidas, a qualquer hora, que sirvam de referência para avaliações e para o aprimoramento de produtos e serviços. Além disso, na avaliação do diretor, a longa experiência e o vasto conhecimento da Mercedes no relacionamento com os caminhoneiros agregam ainda mais valor ao TruckPad. “Ao unir nossas forças, podemos crescer muito e oferecer mais serviços aos usuários desse dinâmico aplicativo, tanto os motoristas quanto as empresas transportadoras e os demais parceiros”, ressalta Carvalho. Atualmente, o TruckPad tem mais de 230 mil caminhoneiros e cerca de 8 mil transportadoras cadastradas. Até junho deste ano, foram registrados mais de 400 mil downloads do aplicativo. Mercedes-Benz: 0800 970-9090 TruckPad: (11) 3047-8418

Correios fazem operação logística da 24ª Bienal do Livro Atividades vão desde o transporte para o local do evento até o manuseio e a reposição nos estandes

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s Correios foram responsáveis pelo transporte dos livros das editoras e gráficas até a 24ª Bienal Internacional do Livro, que aconteceu entre os dias 26 de agosto e 4 de setembro no Pavilhão do Anhembi, em São Paulo. O operador logístico já possui experiência nesse mercado, atuando na segunda maior operação de livros didáticos do mundo, com o Plano Nacional do Livro Didático (PNLD), do Ministério da Educação. Para o evento, foram movimen-

tados aproximadamente 1,5 milhão de exemplares, totalizando 452 mil kg em cerca de 15 mil pacotes. “Estamos muito contentes com essa parceria com os Correios. Para a Bienal do Livro é muito importante trabalhar com um grande operador logístico. Os Correios estão empenhados em entregar um serviço de qualidade com estratégia e inteligência”, disse Mansur Bassit, diretor executivo da Câmara Brasileira do Livro (CBL).

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Para garantir o sucesso da operação, os Correios criaram um serviço chamado LivrosLog, celebrado junto aos expositores, que garante o transporte da carga. As atividades não se limitam ao transporte até o local do evento, pois existe a possibilidade de contratação de serviços como manuseio e reposição nos estandes e retorno dos livros à sua origem ao final da Bienal. CBL: (11) 3069-1300 Correios: 0800 725-7282


Elog assume parte da operação logística da Omega BR Atividades incluem a armazenagem e o agendamento de coletas para a importadora de bicicletas de alta performance

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Elog passou a atender, a partir de seu centro de distribuição localizado em Alphaville (SP), a Omega BR, importadora e distribuidora nacional de bicicletas, peças e acessórios. A operação inclui a armazenagem e o agendamento da coleta de produtos da marca de bicicletas Focus. A mercadoria é armazenada no CD, onde é disponibilizada aos representantes da Omega BR. Eles entram em contato com a Elog para agendar a coleta e re-

tiram o pedido no local, o que facilita o transporte, uma vez que o caminhão não precisa ficar esperando. “A infraestrutura oferecida no CD em Alphaville, além da rapidez na elaboração da proposta e implementação da conta, foi fundamental para celebrarmos essa parceria”, diz Carlos Resende Rocha, diretor-geral da Omega BR. A disponibilidade de estoque é um dos principais diferenciais da Ome-

ga BR e é nesse ponto que a Elog entra, com sua experiência de logística integrada. “Como grande parte dos compradores da importadora está localizada em São Paulo, a mercadoria chega mais rápido e todo o processo fica mais ágil”, diz Marcela Gomes, gerente de Negócios do Segmento de Tecnologia da Elog. Elog: (11) 3305-4100 Omega BR: (11) 5051-6010


MERCADO

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operador logístico BX Log criou uma nova unidade de negócios dedicada à prestação de serviços de manutenção técnica e revitalização de equipamentos resultantes da logística reversa de seus clientes dos setores de tecnologia e telecomunicações. Chamada de BX Tech, ela vai oferecer serviços que vão desde o diagnóstico até a devolução dos dispositivos ao cliente para uso, passando pelas etapas de triagem, reparo, troca de peças, testes e limpeza. A novidade demandou investimentos de R$ 1,5 milhão da BX Log e tem como objetivo agregar ainda mais valor às operações com os clientes de tecnologia e telecomunica-

ções, visando não apenas recuperar os ativos resultantes de sua logística reversa, mas também evitar que as empresas precisem comprar constantemente novos equipamentos. “A BX Tech vai recuperar esses ativos e retorná-los a campo para uso em, no máximo, 90 dias, contra os atuais um ano e dois meses enfrentados pelas empresas. Estimamos que as manutenções vão permitir uma redução de mais de 50% nos custos de compra de equipamentos novos”, diz Mauro Henrique Pereira, diretor de Negócios da BX Log. De acordo com o executivo, a estrutura da BX Tech é focada em uma operação nacional, mas com ações regionais. “Cada estado brasileiro

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BX Log cria unidade voltada ao setor de tecnologia

terá uma base de apoio logístico e unidades espalhadas pelo país – os chamados centros regionais –, que vão fazer a captação local e a manutenção, agilizando o processo de retorno de material recuperado à cadeia logística. Os centros regionais estarão localizados no Rio de Janeiro, Distrito Federal, Pernambuco, Ceará, Amazonas, Pará e Paraná, e o centro nacional, em São Paulo, congregará a gestão dos centros regionais e o armazém central, além de realizar reparos específicos não efetuados localmente”, explica Pereira. BX Log: (11) 3500-4760

TRX investe em condomínio de alto padrão no Rio de Janeiro Divulgação

O empreendimento terá 68 módulos e 94 mil m² de área bruta locável

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TRX, empresa de real estate corporativo e industrial do Brasil, está investindo R$ 140 milhões na construção de um condomínio logístico de alto padrão em Santa Cruz, distrito situado na zona oeste da região metropolitana do Rio de Janeiro. O empreendimento terá potencial para geração de 1.500 empregos diretos e mais 2.300 indiretos.

O condomínio logístico, com 68 módulos, terá 94.775 m² de área bruta locável, com piso de 6 t/m² de capacidade e pé-direito de 12 m. Além de vantagens que incluem o uso de áreas comuns como refeitórios, cozinhas, sala de reunião, ambulatório, portaria e administração, os modulares possibilitam economia significativa para os locatários com o rateio de despesas mensais como segurança, limpeza, água, energia elétrica, seguro, telefonia, internet, e ainda outras vantagens indiretas inerentes ao compartilhamento de serviços. O TRX Santa Cruz terá localização estratégica: ficará próximo à Avenida Brasil e à Baixada Fluminense, reconhecido polo logístico carioca. Além disso, não há incidência de pedágio no percurso entre o condomínio até

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o centro do Rio de Janeiro. Entre outras facilidades está ainda a interligação com o Arco Metropolitano, para viabilizar o acesso das cargas aos portos e a quase todos os distritos do Rio de Janeiro. “O estado tem buscado ganhos de competitividade para atrair setores variados, como farmacêutico, comércio virtual, cosmético e varejo. O condomínio será um facilitador para essas empresas que vão encontrar um espaço eficiente e de alto padrão para armazenagem e logística de seus produtos”, diz Roni Katalan, diretor da TRX Incorporadora. A previsão de entrega do empreendimento é junho de 2017. TRX: (11) 4872-2600



MERCADO

ID Logistics inaugura centro de treinamento Iniciativa foi tomada em conjunto com o Carrefour para atender o centro de distribuição da rede localizado em Osasco

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ID Logistics inaugurou recentemente um centro de treinamento para colaboradores. Trata-se de uma réplica em menor escala de um centro de distribuição, que funciona inclusive com o mesmo sistema de gestão (WMS) do CD real. Utilizando como base os princípios da andragogia, método de ensino para adultos, a novidade irá proporcionar maior absorção do conteúdo e rapidez no aprendizado dos colaboradores. “Este é mais um exemplo da capacidade da inovação da ID e do comprometimento da empresa com seus clientes”, destaca Jesús Hernandez, diretor-geral da ID Logistics Brasil.

“O centro cria um ambiente real para o aprendizado do fluxo operacional, com acesso às ferramentas existentes para rastreabilidade e confiabilidade dos processos operacionais. Certamente os resultados virão mais rápido, assegurando a sustentabilidade de um bom nível de serviço que prestamos às nossas lojas e aumentando a satisfação dos clientes Carrefour”, afirma o diretor de Logística do Carrefour, Fernando Gasparini. O centro em miniatura funciona com a mesma tecnologia de um CD real e utiliza recursos como voice picking e etiquetamento de embalagens, por exemplo. Segundo Martin Haber,

diretor de Tecnologia da Informação da ID Logistics, em termos sistêmicos não houve adaptações. “A única diferença é que não temos trocas de interfaces com o cliente. No restante, o sistema é totalmente igual ao de produção do CD, como se fosse outra filial. Os processos funcionam exatamente da mesma forma e com os mesmos equipamentos”, explica. Além da equipe de tecnologia, a execução do projeto também envolveu a área de recursos humanos da empresa. O centro irá treinar profissionais de todos os níveis hierárquicos. ID Logistics: (11) 3809-3400

Rede de serviços da Moura deve contar com 18 unidades até 2019 Divulgação

Fabricante de baterias investe em cobertura nacional para aproximar assistência técnica e cliente

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Moura está investindo na expansão de sua rede de serviços. O objetivo da fabricante de baterias é contar com 18 unidades espalhadas por todo o

território nacional até 2019. Hoje, os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo já possuem estruturas. A rede de serviços da Moura iniciou suas operações em janeiro deste ano, com o objetivo de fortalecer ainda mais a atuação da empresa no segmento de baterias industriais, que inclui aquelas destinadas a empilhadeiras, paleteiras, plataformas elevatórias e rebocadores. A principal missão da rede é garantir ao mercado uma assistência técnica de fábrica próxima aos clientes. “Vamos oferecer serviços técnicos

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especializados com uma tecnologia de ponta, proporcionando melhor performance e durabilidade aos produtos dos nossos clientes”, explica o gerente de Operações da Rede de Serviços Moura, Maurício Leão. A rede oferece serviços como venda, manutenção, instalação, locação e até mesmo gestão da sala de baterias dos clientes. “Contamos com uma gestão altamente padronizada e eficiente, focada na satisfação do cliente e sempre comprometida a fazer bem-feito”, completa Leão. Moura: (11) 5090-3777


Original Logística recebe certificação de OEA Programa da Receita Federal reconhece empresas que apresentam excelência em suas operações

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Original Logística conquistou a certificação de Operador Econômico Autorizado (OEA) da Receita Federal do Brasil. O programa OEA visa garantir que as empresas adotem as melhores práticas em todas as etapas dos processos de importação e exportação, diminuindo a burocracia e aumentando a transparência da cadeia logística. Segundo Cesar Desiderio, diretor da Original Logística, para a empresa é muito importante seguir o que o

mercado exige e manter a política de qualidade. “A certificação OEA como agente de carga – e em andamento a certificação de despachante aduaneiro – vem confirmar que estamos aumentando a qualidade, a segurança e a confiança em nossas operações de forma consistente, sempre com transparência e comprometimento com os processos de nossos clientes”, destaca o executivo. Entre as vantagens competitivas de ser um OEA estão beneficiar-

-se de acordos de reconhecimento mútuo firmados pelas autoridades alfandegárias com outros países, maior facilitação no comércio internacional legítimo e confiável, atrair novos investidores, garantia no aumento de segurança nas operações, aprimoramento dos controles aduaneiros por meio da gestão de risco e fortalecimento da marca e da imagem da empresa. Original Logística: (11) 3594-1111


Águia equipa CD da Staples em São Paulo

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Águia Sistemas, especializada em projetos de movimentação e armazenagem de materiais, foi a empresa escolhida para automatizar o novo centro de distribuição da Staples, cadeia norte-americana que atua no segmento de suprimentos para escritórios, localizado em São Paulo e em funcionamento há aproximadamente três meses. A estrutura de 6.956 m2, sendo 6.500 2 m destinados às atividades de armazenagem, atende clientes de todo o Brasil. O CD anterior operava no limite de sua capacidade física, dificultando a expansão da operação, e contava com estruturas porta-paletes, drive-in, flow rack e estantes. Saulo Costa, supervisor de Negócios da Águia Sistemas e um dos responsáveis pelo projeto na Staples, explica que na nova unidade o objetivo foi otimizar as operações de pedidos fracionados buscando maior velocidade na separação, maior acuracidade na expedição e redução de avarias e perdas, além de mais rapidez no inventário. “O projeto foi concebido para atender a dois tipos de operação: a armazenagem de cargas paletizadas, com alguns corredores dimensionados para picking de grandes volumes, e uma área de mezanino dedicada à se-

paração de pequenos volumes”, detalha. Para a armazenagem de cargas paletizadas, o CD recebeu uma área equipada com estruturas porta-paletes com 6.700 posições, além de 480 planos de armazenagem de picking. Para a separação de pequenos itens, o mezanino de dois níveis recebeu uma combinação de sistemas de estocagem, com flow racks para itens de alto giro, com capacidade estimada de 1.320 SKUs e mini porta-paletes para itens de baixo giro, para 3.000 SKUs. “Antes da automatização, separávamos 45 linhas por hora. Agora, temos em média 68 linhas por hora na área que foi automatizada. Além disso, há uma parte manual em que separamos 35 linhas por hora e temos a expectativa de automatizar e incrementar esse número”, destaca Emerson Cabedo, coordenador de Operações do CD da Staples. O projeto conta ainda com um sistema transportador dotado de desviadores, que possui capacidade para movimentar até 1.200 pedidos por dia e um fluxo de 600 caixas por hora. São 210 metros de transportadores que trabalham com caixas de papelão de diferentes dimensões. O trajeto percorre o segundo piso do mezanino, onde as

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MERCADO

caixas são montadas e as picking lists são inseridas em seu interior. No primeiro piso, onde ocorre a separação dos itens fracionados, os códigos de barras são lidos e as caixas são enviadas às estações de trabalho onde são realizadas a separação e a conferência. Já no térreo, os transportadores chegam às áreas de expedição, levando os volumes para a separação, conforme as rotas definidas. “Com a automatização, conseguimos expedir em um dia de pico, em maio deste ano, 4.800 volumes”, conta Cabedo. O executivo acrescenta que, entre as vantagens do projeto estão também a melhoria na qualidade de trabalho dos colaboradores, mais organização nos estoques e garantia de entrega dos produtos no prazo de 24 horas em São Paulo. “O projeto Staples é bastante dinâmico e requer o uso de tecnologias para dar suporte ao seu objetivo de rapidez e elevada acuracidade. Já estamos vislumbrando futuros upgrades, como a implementação de sorters para a triagem automatizada e a ampliação da linha de transportadores automáticos”, finaliza Costa. Águia Sistemas: (42) 3220-2666 Staples: (11) 3824-7496

Bic tem novo centro de distribuição no Nordeste

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Bic inaugurou, em agosto, um novo centro de distribuição localizado na cidade de Ipojuca (PE), a apenas 7 km do Porto de Suape. A estrutura tem como objetivo agilizar o processo de distribuição dos produtos da companhia na Região Nordeste. O espaço conta com 2 mil m² destinados às atividades de armazenagem e separação de itens de papelaria,

acendedores e barbeadores. Agora, o caminho percorrido pelas cargas da empresa será feito via cabotagem, de Manaus até Suape, de onde seguirão até Ipojuca. Com a novidade, o lead time para os clientes será reduzido em 38% em média. A Supporte Logística Integrada é a operadora logística responsável pela distribuição local. “Consideramos que haverá uma re-

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dução de 371 toneladas de emissão de CO2, uma vez que os produtos não precisam mais ir até Uberlândia (MG) via modal rodoviário para depois retornar ao Nordeste para serem distribuídos na região”, comenta André Negro, diretor de Supply Chain da Bic. Bic: (11) 2158-8000 Supporte: (34) 3228-9500


Gollog conta com novo terminal de cargas no Rio de Janeiro Unidade de 2 mil m² está localizada no aeroporto Riogaleão

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Gollog inaugurou um novo terminal de cargas (teca) localizado dentro do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro, o Riogaleão. Os valores investidos na estrutura não foram revelados. Na nova filial, de mais de 2 mil m², serão oferecidos serviços que vão desde o envio de documentos e volumes com 200 kg por unidade até o Gollog Express, desenvolvido para atender à crescente demanda do mercado por entregas urgentes. O terminal de cargas da Gollog no Riogaleão se destaca pelo acesso

facilitado à pista do aeroporto, que proporciona mais agilidade no escoamento das cargas e oferece maior segurança e pontualidade aos clientes. “O Riogaleão é um dos nossos principais hubs de distribuição e coleta. Assim, operar nesse novo teca nos garante a oportunidade de ficar mais próximos dos clientes e parceiros, oferecendo uma estrutura com localização privilegiada e atendimento em local específico para emissões e retiradas de volumes”, analisa Eduardo Calderon, diretor de Cargas da Gollog.

O investimento em melhorias na infraestrutura dos tecas em várias cidades brasileiras – como é o caso de Rio de Janeiro, Manaus, Curitiba, Fortaleza, Salvador e São Paulo – faz parte da estratégia da companhia de ampliar o atendimento de acordo com a demanda, oferecendo aos clientes serviços cada vez mais robustos, inteligentes e seguros.

Gollog: (11) 2636-1166 Riogaleão: (21) 3004-6050

DB Schenker é certificada no Programa OEA grande vantagem competitiva”, diz Ana Lima, diretora Jurídica da DB Schenker Brasil. O programa é uma iniciativa global da Organização Mundial das Alfândegas (OMA) e tem como objetivo reforçar a segurança da cadeia logística internacional e facilitar o comércio legítimo. O programa é aberto a toda a cadeia logística, incluindo importadores, exportadores, transportadores, agentes de carga, depositários, opeDivulgação

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DB Schenker obteve a certificação de Operador Econômico Autorizado (OEA) concedida pela Receita Federal do Brasil. O OEA é um programa de certificação global que reconhece os operadores logísticos que atendem a níveis estabelecidos de conformidade e confiabilidade. Com isso, a DB Schenker estreita sua relação com a Receita Federal, facilitando os procedimentos aduaneiros e tornando os processos mais rápidos. “A receita confiará que nossas cargas são seguras e nossas operações tendem a ser realizadas com maior celeridade e menor número de canais de conferência. Para o cliente isso se traduz em operações mais rápidas, mais eficientes e, consequentemente, com menor custo, o que nos traz uma

radores portuários e aeroportuários e despachantes aduaneiros. DB Schenker: (11) 3318-9200

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Manitou instala fábrica no interior de São Paulo

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Manitou, companhia de origem francesa que atua na fabricação de equipamentos para setores como construção civil, agricultura, indústria e logística, inaugurou, em agosto, sua primeira fábrica na América Latina, localizada na cidade de Vinhedo, no interior de São Paulo. Trata-se da décima unidade produtiva da Manitou, que já conta com cinco plantas fabris na França, três nos Estados Unidos e uma na Itália. O empreendimento brasileiro possui 7 mil m² e, desde o início do projeto, gerou mais de 3 mil empregos diretos e indiretos. A estratégia de construção da fábrica brasileira foi um processo que durou mais de seis anos, entre pesquisas, estudos e visitas. A companhia escolheu o município de Vinhedo devido ao acesso facilitado aos aeroportos de Viracopos, em Campinas (SP), e Guarulhos (SP) e também ao Porto de Santos (SP). “O Brasil é um país muito relevante para a Manitou, pois vemos um grande potencial de crescimento aqui”, explica o diretor de Operações no Brasil, Mar-

celo Bracco. Presente em 140 países, a companhia é líder na fabricação e na venda de manipuladores telescópicos. De acordo com o francês Michel Denis, CEO da Manitou, cerca de 80% dos manipuladores produzidos pela companhia são comercializados na Europa. “A América do Sul tem o menor desempenho, e essa é a razão para construirmos essa fábrica: conquistar o mercado sul-americano”, conta o executivo. Denis destaca que a Manitou acredita que, apesar da atual crise econômica, o Brasil será, em longo prazo, um grande mercado, e é importante que a empresa esteja presente com sua própria fábrica no país. “Crises são cíclicas e, embora não contássemos com ela quando decidimos vir para cá, estamos para ficar, pois trata-se de um grande país, com todas as possibilidades de se desenvolver”, diz. A implantação da unidade local amplia ainda mais o serviço de pós-venda e de atendimento aos clientes brasileiros, com a reposição mais rápida de peças e com uma estrutura de treinamento. A Manitou iniciou a venda de seus

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produtos no Brasil em 2008, operando por intermédio de distribuidores. A intenção da companhia é de, em cinco anos, chegar à liderança de mercados como construção civil e agricultura. Neste primeiro momento, a planta brasileira está focada na produção de equipamentos para esses segmentos, mas ela está preparada para fabricar toda a linha de produtos da companhia. O portfólio de máquinas da Manitou possui mais de 400 modelos diferentes – incluindo empilhadeiras com capacidades de carga que variam de 1,8 a 10 toneladas – e aproximadamente 30 mil máquinas são fabricadas anualmente ao redor do mundo. Detentora também das marcas Gehl e Mustang, a companhia possui um total de 3.200 funcionários, dos quais 225 são engenheiros de desenvolvimento. A rede de revendedores possui 1.400 dealers em todo o mundo e o faturamento total da Manitou em 2015 foi de 1,29 bilhão de euros. Manitou: (11) 2633-4000

TCP inaugura armazém de exportação em Paranaguá

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TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá (PR), inaugurou um novo armazém de exportação no porto. Com 13 mil m², a estrutura será utilizada para a armazenagem temporária de cargas destinadas à exportação e para a estufagem de produtos de sacaria (como fubá, feijão e açúcar), sucos e algodão em contêineres, no processo denominado de cross-stuffing. O espaço tem capacidade para estufar 3 mil contêineres por mês – já que

as cargas são movimentadas soltas do caminhão para o contêiner –, possui cinco docas, capacidade do piso de 30 toneladas por m², pé-direito de 6 metros nas laterais e vão central de 11,3 metros. O novo armazém deve reduzir em até 30% o custo das operações logísticas para os exportadores dentro do terminal. Outro novo serviço viabilizado a partir do armazém recém-inaugurado é o porta a porto, que acompanha todas as etapas logísticas percorridas pelo produto de exportação, desde

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sua saída da fábrica até o embarque do navio. Além dos serviços inéditos, o armazém também conta com o maior número de vistorias de órgãos intervenientes oferecidos pelos terminais da área de influência. São 11 vistorias semanais por órgãos como Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Agricultura e Receita Federal. De segunda a sexta-feira são duas vistorias diárias, além de uma vistoria aos sábados. TCP: (41) 2152-5999


Tiplam dobra capacidade de armazenamento de enxofre

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novo pátio para armazenamento de enxofre do Terminal Integrador Portuário Luiz Antonio Mesquita (Tiplam), em Santos (SP), foi inaugurado recentemente pela VLI. A estrutura dobrou a capacidade atual do terminal para armazenar o produto. A entrega do novo pátio de enxofre foi mais uma etapa de ampliação do Tiplam, uma das maiores obras portuárias privadas hoje em curso no Brasil. Em abril, o terminal recebeu dois novos carregadores de navios. Iniciado em 2013, o projeto está 84% concluído e tem previsão para ser entregue integralmente em 2017. Os investimentos giram em torno de R$ 2,7 bilhões. Quando terminado, o pátio terá capaci-

dade estática para armazenar 66 mil toneladas de enxofre. Atualmente, o terminal já opera um armazém com espaço estático para 60 mil toneladas. Além de expandir a capacidade de armazenagem e movimentação de enxofre e fertilizantes, produtos atualmente escoados por importação, o Tiplam também está sendo capacitado para a exportação de grãos e açúcar. Com a finalização das obras em 2017, o volume anual do terminal portuário saltará de 2,6 milhões de toneladas para 14,5 milhões. Para as próximas etapas estão previstas entregas de quatro novos armazéns: dois para grãos, um para açúcar e outro flex, que pode ser usado tanto para grãos quanto para açú-

car. A ampliação do terminal também prevê mais três berços de atracação, um para embarque de açúcar, um para grãos e um para descarga de fertilizantes. O Tiplam é uma das partes que integram o plano de negócio da VLI, que prevê investimentos de R$ 4 bilhões no corredor Centro-Sudeste. Além da ampliação do terminal em Santos, os recursos foram aplicados na construção de dois terminais intermodais em Guará, no interior de São Paulo, e Uberaba, no Triângulo Mineiro, na compra de material rodante e em melhorias na infraestrutura da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA). VLI: (31) 3279-4200


MERCADO

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Mercedes apresenta caminhão pesado totalmente elétrico

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Daimler Trucks, detentora da marca Mercedes-Benz, apresentou recentemente, em Stuttgart, na Alemanha, o primeiro caminhão totalmente elétrico com peso bruto total (PBT) de até 26 toneladas, para distribuição em curtas distâncias, batizado de Urban eTruck. De acordo com a própria companhia, o veículo, alimentado por um conjunto de três módulos de baterias de lítio-íon, é um demonstrativo de que, no futuro, os caminhões pesados realizarão serviços de distribuição ur-

bana com emissão zero de poluentes e com níveis de ruído tão reduzidos que chegam a ser quase imperceptíveis. O Mercedes-Benz Urban eTruck apresenta autonomia de até 200 km e a Daimler prevê que a produção em série seja possível já no início da próxima década. No segmento de leves, a companhia já tem demonstrado a adequação para o dia a dia do caminhão totalmente elétrico em testes realizados com alguns clientes desde 2014. O Urban eTruck foi baseado em um caminhão pesado Mercedes-Benz de três eixos. Os engenheiros da companhia revisaram o conceito de propulsão: o trem de força convencional foi substituído por um novo eixo traseiro, com propulsão elétrica por motores posicionados diretamente junto aos cubos de rodas. Graças a esse conceito, as baterias são acomodadas em um local à prova de colisões dentro do quadro do chassi. “Anteriormente, os sistemas elétri-

cos de propulsão tinham uso extremamente limitado em caminhões”, explica Wolfgang Bernhard, membro do Conselho de Administração da Daimler AG e responsável pela Daimler Trucks & Buses. “Os custos, desempenho e tempo de carga se desenvolveram tão rapidamente que agora há uma inversão da tendência no setor da distribuição: a época é propícia para o caminhão elétrico”. Até pouco tempo atrás, os altos custos das baterias e sua curta autonomia eram obstáculos para o uso de sistemas totalmente elétricos de condução nos caminhões. A tecnologia, porém, já se encontra muito mais madura. A Daimler prevê que os custos das baterias terão diminuído duas vezes e meia até 2025 na comparação com 1997, e o desempenho tende a melhorar em uma proporção equivalente. Mercedes-Benz: 0800 970-9090

Grupo TPC adota sistema de voice picking

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Grupo TPC adotou uma nova ferramenta operacional em seus armazéns que permite aos funcionários separar os pedidos por meio de um sistema de voz. O voice picking deixa de lado as digitações e a leitura de códigos de barras para dar lugar a um headset para comandos vocais do operador. O investimento, de R$ 1 milhão, tem um motivo: a adoção da tecnologia representa uma economia de tempo de 25% no recolhimento dos produtos. Dentro do armazém, o operador insere o código do pedido e pergunta ao sistema qual produto deve coletar. A voz é transformada em dados e es-

tes são enviados por Wi-Fi a um computador, no qual está instalado um WMS. Em seguida, o operador ouve um comando de voz eletrônico comunicando qual é a sua tarefa, com as coordenadas da localização do produto no armazém. Ao coletar, ele avisa o sistema, que lhe transmite uma nova ordem, sempre planejando a rota mais eficiente dentro do armazém. A ferramenta foi implementada no centro de distribuição do Jaguaré, em São Paulo, onde o grupo possui uma área com 15 mil m² para operações com medicamentos. “Nesse CD são separados 40 mil itens por dia. Decidimos por essa tecnologia a fim de trazer inteligên-

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cia para a armazenagem e agilidade aos processos. Acreditamos que será um diferencial na entrega para o cliente”, explica Luis Chamadoiro, vice-presidente de Logística Geral do Grupo TPC. Uma das principais vantagens é deixar o trabalhador com as mãos livres para operar com maior rapidez e precisão, o que proporciona um aumento no nível do serviço prestado e redução de recursos à empresa. “Pode-se economizar até 25% de tempo na coleta de produtos, o que nos torna mais competitivos e traz ganhos na produtividade”, completa Chamadoiro. Grupo TPC: (11) 3572-1700



Ford anuncia novo CD para exportação de peças Estrutura atenderá exclusivamente 12 unidades de produção da empresa no mundo

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Ford colocou em operação, em agosto, um novo centro de distribuição de peças para exportação que visa atender 12 unidades de produção da marca localizadas em vários países. Situado na cidade de Suzano (SP), o CD está instalado no entreposto aduaneiro da Cragea, numa área de 1.900 m², com estrutura que atende ao padrão global da Ford. Segundo a montadora, a instalação trará mais agilidade ao fornecimento de peças brasileiras para Argentina, Venezuela, México, Rússia, China, Vietnã, Tailândia, Índia e África do Sul, as três últimas com duas unidades cada. Para atender a esses países, a companhia utiliza operações multimodais que envolvem transporte rodoviário, ferroviário, aéreo e marítimo. O centro de peças para exportação

possui escritório e duas docas físicas, além de outras 17 docas virtuais considerando os espaços no solo para depósito de contêineres. No modelo anterior, o depósito instalado em São Bernardo do Campo (SP) recebia as remessas de 166 fornecedores externos, totalizando mais de 2 mil peças diversas para carros, picapes e caminhões. Na operação, o local consolidava o material e realizava o transporte para o CD na Cragea para o desembaraço e a exportação. Para se ter uma ideia da complexidade, no ano passado a operação movimentou mais de 1.050 contêineres, equivalentes a 54 mil m³ de carga. “Com o novo entreposto, a logística agora será racionalizada. A entrega será feita diretamente na Cragea e de lá as exportações seguem para os destinos de saída do país,

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MERCADO

como o Porto de Santos e os aeroportos de Guarulhos ou Viracopos, e ainda por rodovia, na fronteira entre Brasil e Argentina. Isso significa economia de recursos, tempo e controle”, diz Emerson Miguel, supervisor de Logística da Ford. As principais alterações passam pela realização da operação externa dentro de área alfandegada, bem como a otimização de embalagens de exportação com o padrão Ford e redução de reembalagem. Outros ganhos com a área exclusiva são mudanças no controle diferenciado de inventário, retorno imediato ao fornecedor em caso de problemas na chegada do material e emissão de documentos de exportação pela montadora para todas as peças. Ford: 0800 703-3673

Cotriguaçu inaugura maior tombador do Brasil em Paranaguá

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Cotriguaçu passou a operar, em seu terminal localizado no Porto de Paranaguá (PR), com um tombador para caminhões com 30 metros. Por sua capacidade, o equipamento – que inclina o veículo para que os grãos da carroceria sejam descarregados no armazém – é inédito no Brasil. O terminal da cooperativa agrícola exporta grãos e farelos a granel e possui capacidade para embarcar 1.500 toneladas por hora e armazenar até 150 mil toneladas. A aquisição do equipamento, que apresenta capacidade de elevação de até 80 toneladas, tem como objetivo proporcionar mais agilidade e segurança às operações.

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Equipamento possui capacidade para descarregar veículos de 30 metros

O tombador vai aumentar em 20% a capacidade de descarregamento, que atualmente é de 300 caminhões por dia. Além dele, a Cotriguaçu investiu na aquisição de balanças específicas para os veículos de 30 metros. Os valores envolvidos na compra dos equipamentos não foram divulgados.

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“Estamos aumentando o volume de carga e o número de veículos descarregados, além de atendermos a uma demanda comercial dos clientes, que terão menor custo com o frete e maior competitividade no mercado”, explica Rodrigo Buffara Farah Coelho, gerente do terminal da Cotriguaçu. O caminhão com 30 metros é considerado o tipo de transporte rodoviário com a melhor margem de resultado e de custo-benefício para o setor graneleiro, com capacidade para movimentar até 50 toneladas de carga. Cotriguaçu: (41) 3420-7800


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Aplicativo móvel conecta a Rumo com seus maquinistas Empresa vai distribuir 2 mil smartphones para os profissionais, que atuam em mais de 12 mil km de ferrovias

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operadora e concessionária ferroviária Rumo adotou um sistema de comunicação inovador para gerenciar sua equipe de 2 mil maquinistas e as viagens dos trens entre as regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul do Brasil: o Chave na Mão. Trata-se de um aplicativo móvel desenvolvido pela própria empresa, que provê ao maquinista acesso a informações como cronograma de trabalho, ponto, repouso, holerites e férias. A Rumo, por sua vez, terá acesso a informações da equipe em tempo real, podendo fazer ajustes na escala e gerenciar a operação com ganho de eficiência no transporte de cargas. De acordo com a empresa, até o mês de outubro cada maquinista receberá um smartphone com o aplicativo. “Isso representa uma revolução, porque cria um canal de comunicação permanente entre a empresa e o colaborador, permitindo a adoção constante de novas tecnologias relacionadas à eficiência, ao planejamento e

à segurança”, destaca o diretor de Tecnologia da Rumo, Roberto Rubio Potzmann. “Além de todas as vantagens para a equipe de maquinistas, como a possibilidade de consultar todos os seus dados onde e quando desejar, o ajuste nas escalas vai evitar que um trem tenha de ficar parado aguardando a chegada de uma nova equipe para conduzi-lo. Queremos chegar ao mais próximo possível de zerar as interrupções, garantindo mais previsibilidade e confiança”, completa Potzmann. Segundo o executivo, o Chave na Mão é o início da implantação de uma série de novidades que colocará a Rumo em um novo patamar em termos de inovação tecnológica. “É um passo à frente que nos trará grandes vantagens competitivas muito em breve”, diz. Ao todo, o projeto engloba investimentos que chegam a R$ 400 milhões. Além de receberem os smartphones, os maquinistas estão sendo instruídos quanto à utilização do novo sistema de

comunicação. Durante a fase de transição, o sistema antigo, em que o maquinista era escalado por ligações telefônicas, continuará operando. Os trens de carga viajam até 2 mil km nas ferrovias concedidas à Rumo, e uma única viagem pode envolver escalas com mais de dez maquinistas. Com o Chave na Mão, os profissionais já estarão conectados à empresa quando estiverem a caminho do trabalho. Com o trem em movimento, o aplicativo entrará em modo viagem, ou seja, não chamará a atenção do maquinista, que continuará priorizando a segurança. Na chegada aos alojamentos, a troca de informações será retomada. Assim, todos os postos da Rumo passarão a contar com acesso à internet. O smartphone vai permitir ainda que os maquinistas telefonem para suas famílias. Além disso, a comunicação por voz também será utilizada para fazer contato com as bases operacionais da Rumo. Rumo: (41) 2141-7555


MERCADO

Grupo Friozem tem nova unidade no Paraná Filial situada em Colombo foi adquirida junto à Brado Logística

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Grupo Friozem expandiu sua estrutura física com a aquisição da unidade da Brado Logística localizada no município de Colombo (PR), na Região Metropolitana de Curitiba. Com 17.500 m² de área construída, a nova filial está situada em um terreno de 41 mil m² às margens da BR-116. De acordo com Fábio Fonseca, diretor-presidente da Friozem, o armazém conta com 25 docas, 122 mil m³ de câmaras e 24 mil m³ de antecâmara, o equivalente a 24.400 posições-palete.

“São 20 metros de largura na antecâmara por 105 de comprimento, possibilitando grande movimentação de mercadorias”, destaca o executivo. As câmaras são reversíveis e o espaço externo da unidade garante uma ampla área para estacionamento e manobras de veículos. O novo armazém, que entrou em operação no dia 1º de agosto, atenderá a toda a região metropolitana e também ao interior do estado do Paraná. Os valores investidos na aquisição não foram divulgados.

À frente do novo armazém estará a gerente Flávia Duffeck. A estrutura já conta com grande ocupação, com cargas dos principais clientes que já estavam presentes no local. “Atenderemos muitas empresas que já são clientes do grupo hoje, e com esta unidade iremos diluir mais o custo fixo do escritório corporativo”, explica Fonseca. Brado: (41) 2118-2800 Friozem: (41) 2103-4126

DC Logistics transporta carga especial dos EUA para Santa Catarina

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DC Logistics, empresa especializada no transporte de cargas de projeto, realizou uma operação especial para trazer duas máquinas de grande porte dos Estados Unidos até Santa Catarina. A atividade envolveu duas conformadoras de parafusos trazidas para a Metalúrgica Fey, empresa que atua na fabricação de fixadores. Os equipamentos pesando mais de 70 toneladas foram entregues na planta da metalúrgica localizada no município de Indaial (SC). O trabalho todo foi realizado em pouco mais de 30 dias, e as máquinas chegaram ao seu destino no final do mês de julho. De acordo com a própria DC Logistics, a operação demandou um estudo específico sobre a logística de todas as etapas da viagem, desde o ponto de saída no fabricante, pas-

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Operação com dois equipamentos de mais de 70 toneladas levou pouco mais de 30 dias

sando pelo armazenamento adequado durante o trajeto, até chegar ao destino final. “Focamos na análise de cada detalhe do processo, minimizando os riscos”, explica Dimitri Mattos, coordenador de Carga de Projeto da DC Logistics Brasil. Os trabalhos envolveram equipes do agente de cargas, do Porto de

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Itapoá (SC), do despachante aduaneiro, da transportadora, da empresa de guindastes e do importador, além de escolta policial. “A principal dificuldade foi transportar a carga solta para Santa Catarina, onde não existe serviço de navegação regular para esse tipo carga”, destacou Mattos. “Um trabalho coordenado para este tipo de equipamento, devido ao seu porte e características peculiares, é fundamental para o sucesso da operação”, analisa o diretor de Infraestrutura da metalúrgica, Luciano Fey. “As duas conformadoras precisavam estar na Fey para que fossem concretizados projetos de novos produtos que serão destinados ao mercado nacional de montadoras de veículos”, completa. DC Logistics: (11) 2227-2752



MERCADO

CROSS-DOCKING • O ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella Lessa, empossou, no mês de julho, o engenheiro civil Adalberto Tokarski como diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Ele ocupava, até então, a posição de superintendente de Navegação Interior do órgão. Tokarski indicou como um dos desafios à frente da Antaq o programa de arrendamentos portuários. Além disso, ele destacou o prosseguimento da Agenda Positiva, um canal de diálogo entre a agência, o setor e seus usuários, como fundamental. A nomeação foi feita pelo presidente da República, Michel Temer, e foi publicada no Diário Oficial da União do dia 7 de julho. O mandato de Tokarski vai até 18 de fevereiro de 2018. Mário Povia, que ocupava a posição de diretor-geral, foi reconduzido ao cargo de diretor da agência, com mandato até 18 de fevereiro de 2020. Fernando Fonseca completa o quadro de diretores da Antaq. (61) 2029-6500 • Em reunião extraordinária realizada em julho, em Santos (SP), o Conselho de Administração (Consad) da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) aprovou mudanças nos comandos das diretorias Administrativa e Financeira, de Operações Logísticas e de Relações com o Mercado e Comunidade da estatal. A diretoria Administrativa e Financeira será comandada pelo engenheiro Francisco José Adriano, funcionário de carreira da Codesp que até então ocupava o cargo de diretor de Relações com o Mercado e Comunidade. Em seu lugar, fica o engenheiro civil Cleveland Sampaio Lofrano, que atuava como diretor de Logística da Codesp desde setembro do ano passado. Por fim, Celino Fonseca assume como diretor de Operações Logísticas, vindo da diretoria Administrativa e Financeira. (13) 3202-6565

• A Mercosul Line anunciou a engenheira naval e oceânica Cristiane Marsillac como nova CEO da empresa. A executiva é graduada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e possui mestrado em Transportes Marítimos pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe) da UFRJ, além de pós-graduação em Engenharia Econômica e em Administração Industrial, pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), nos Estados Unidos, e pelo Institute for Management Development (IMD), em Lausanne, na Suíça. Com mais de 20 anos de experiência no setor de portos e transporte marítimo, Cristiane substitui Roberto Rodrigues, que comandou a Mercosul Line por quase seis anos e agora assume o cargo de diretor-superintendente da Maersk Line para a América Central, liderando as operações comerciais em 15 países a partir da sede da empresa, no Panamá. (13) 3035-6641

setores de transporte ferroviário e rodoviário e conhecimentos industriais e em gestão de unidades de negócio, desenvolvidos em contextos internacionais, a executiva substitui Paul-Henri Fréret, que assume a vice-presidência na Ásia Oriental. Anne ocupava até então o cargo de diretora de Gestão Regional na rede da SNCF Ródano-Alpes e Auvergne, gerenciando projetos de infraestrutura dedicados à renovação e à modernização ferroviária. Sua carreira teve início em 1988 no setor automotivo, como consultora para a Fasa-Renault, na Espanha. Posteriormente, a executiva passou por empresas como Europe Allied Signal Automotive, Valeo e Alstom Transport, onde foi nomeada diretora-geral para as unidades da China e do Brasil. Formada em Engenharia, Anne é especializada em Engenharia Industrial, diplomada em Estudos Avançados em Gestão e doutora em Engenharia e Gestão. (11) 2755-5500

• O grupo francês Gefco nomeou Patrick Bonaly para o cargo de vice-presidente para a América Latina. O executivo, que atuava como diretor-geral da Gefco no Brasil há três anos, assume o novo desafio no momento em que a companhia reforça sua estratégia de negócios na região devido à importância do México e do Mercosul, especialmente os mercados brasileiro, argentino, uruguaio e paraguaio. Formado pela École Polytechnique, na França, Bonaly é especialista em desenvolvimento de projetos, reorganização e turnaround em empresas, management consulting, motivação de equipes e coaching, utilities, logística e energias renováveis, com passagens por empresas como Accenture, Monitor MGDK e Light. A Gefco nomeou ainda Anne Lambusson para a posição de vice-presidente executiva da divisão de Contratos da PSA, detentora das marcas Peugeot e Citroën. Com experiência nos

• A Volkswagen Financial Services, financeira constituída pelo Banco Volkswagen, pelo Consórcio Nacional Volkswagen e pela Volkswagen Corretora de Seguros, anunciou um novo CEO para o Brasil. O italiano Fabrizio Ruggiero assume o cargo no lugar de Décio Carbonari de Almeida, que esteve à frente da companhia nos últimos 13 anos. Graduado em Economia Empresarial pela Universidade La Sapienza, localizada em Roma, na Itália, Ruggiero iniciou sua trajetória na Volkswagen Financial Services em 2008, como CEO da operação francesa e, desde janeiro de 2011, comandava a subsidiária italiana. Além disso, o executivo possui mais de 20 anos de experiência profissional no mercado financeiro. 0800 770-1936

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• Ricardo Geoffroy assumiu a posição de diretor executivo da Logz Logística Brasil, em substituição a Marcelo Mu-


niz, que deixa o cargo depois de cinco anos. Formado em Economia pela Universidade Federal Fluminense (UFF-RJ), o executivo é pós-graduado e mestre na mesma área pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp-SP), respectivamente. Geoffroy já passou por empresas como Eletrobras, Brazilship e Oi. Atuando há três anos na Logz, como analista financeiro ele ajudou a construir um modelo de gestão e governança que garantiu geração de valor para as empresas nas quais a holding investe, entre elas o Porto Itapoá (SC), o Terminal de Contêineres de Santa Catarina (Tesc) e o Terminal de Granéis de Santa Catarina (TGSC), ainda em fase de construção. (21) 3613-0400 • A Bridgestone Americas anunciou que seu CEO e presidente executivo do Conselho de Administração, Gary Garfield, se aposentará no dia 31 de dezembro de 2016, depois de seis anos no comando da empresa. Para garantir uma transição tranquila, Gordon Knapp, hoje diretor de Operações (COO), assumirá a função de CEO já a partir do dia 1º de setembro, e William Thompson, atual diretor Financeiro (CFO), substituirá Knapp como COO na mesma data. Garfield continuará como conselheiro da Bridgestone Americas e da nova equipe de liderança até o final do ano. Em agosto ele deixou o cargo de vice-presidente Executivo e diretor Executivo da Bridgestone Corporation, holding da Bridgestone Americas. Garfield ingressou na empresa no departamento Jurídico em 1991, ascendendo aos cargos de vice-presidente, conselheiro-geral, diretor de Compliance e secretário. Em março de 2010 foi promovido a CEO e nomeado presidente executivo do Conselho de Administração em janeiro deste ano. 0800 016-1718

• O Conselho de Administração (Consad) da Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern), autoridade portuária que administra e explora os terminais portuários do estado, elegeu e empossou os novos diretores, depois de indicações feitas pelo Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil e referendadas pelo Ministério da Casa Civil. A presidência da Codern será ocupada pela terceira vez por Emerson Fernandes Daniel Júnior, engenheiro civil, sanitário e de segurança no trabalho formado pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e funcionário de carreira da empresa. O atual diretor Administrativo e Financeiro, Emiliano Rosado Lamartine de Faria, assume a diretoria Técnica-Comercial. Faria é engenheiro civil formado pela Universidade Potiguar (UNP-RN) e especializado em Perícias de Engenharia e Avaliação de Imóveis. Entre 2011 e 2015, ele trabalhou como engenheiro na empresa OAS, responsável pela construção do estádio Arena das Dunas, que em 2014 sediou os jogos da Copa do Mundo em Natal. Para comandar a diretoria Administrativa e Financeira, assume José Adécio Costa Filho, também engenheiro civil formado pela UNP, com pós-graduação em Administração e em Estradas e Rodagens. O executivo já foi secretário de Meio Ambiente do município de Guamaré (RN) e também diretor-presidente da Central de Abastecimento do Rio Grande do Norte (Ceasa-RN). (84) 4005-5311 • A Global Logistics Properties (GLP) nomeou Ricardo Antoneli como novo diretor de Desenvolvimento para o Brasil. O executivo é graduado em Engenharia Civil pela Escola de Engenharia Mauá (SP), possui pós-graduação em Investimento Imobiliário pelo College of Estate Management, no Reino Unido, além de MBA pela Escola de Administração

de Empresas de São Paulo (Eaesp), da Fundação Getulio Vargas (FGV), e pela Universidade da Carolina do Norte, nos Estados Unidos. Com 15 anos de experiência no setor imobiliário, sua trajetória profissional inclui passagens pela consultoria CBRE, pelo Walmart, onde foi diretor de Real Estate, Inteligência de Mercado e Planejamento, e pela incorporadora de edifícios corporativos BNCorp, como CEO. (11) 3500-3700 • O Grupo Ativa acaba de contratar Marcia Alvarenga para ocupar o cargo de gerente nacional do Modal Aéreo. Assim, a executiva ficará no comando da Trans Model Air Express, empresa adquirida recentemente pelo grupo, detentor também da Ativa Logística. Formada em Administração de Empresas pelo Centro Universitário de Jaraguá do Sul (Unerj-SC), a executiva possui pós-graduação em Logística pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Marcia atuava até então como diretora de Novos Negócios da RRMaxx Consultoria em Gestão Empresarial e possui mais de 12 anos de experiência profissional na cadeia logística e em soluções de planejamento. (11) 2901-4041 • A Paccar Parts, companhia global que atua na distribuição de peças para o mercado automobilístico, anunciou Carlos Alberto Tavares como seu novo diretor para o Brasil. O executivo será responsável pelas divisões de Peças Genuínas Daf, Peças Genuínas Paccar e Peças Multimarcas TRP. Formado em Engenharia Mecânica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-RJ), Tavares fez mestrado na mesma área pela mesma instituição, além de possuir MBA em Marketing pela Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP). O novo diretor acumula mais de 25 anos de experiência na área automotiva no Brasil e na

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MERCADO

CROSS-DOCKING Venezuela, com passagens pela General Motors, Europe Assistance do Brasil e, recentemente, pela Lifan do Brasil, empresa onde ocupou a posição de diretor Comercial de Pós-venda e Engenharia. Ele se reportará a Fran Van Den Dungen, diretor-geral de Paccar Parts na Europa, e integrará o quadro executivo da Daf Caminhões Brasil, presidida por Michael Kuester. (42) 3122-8400 • Raquel Teixeira é a nova diretora de Contract Logistics da Yusen, setor responsável pelas atividades de armazenagem e distribuição, incluindo as operações in house, realizadas pela empresa nas estruturas dos clientes. Formada em Engenharia Eletrônica pelo Instituto Nacional de Telecomunicações (Inatel-MG), a executiva possui ainda MBA em Administração de Empresas pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Raquel conta com 19 anos de experiência nas áreas de Logística e Telecomunicações e, antes de chegar à Yusen, era responsável pela diretoria de Desenvolvimento de Novos Negócios da Ceva, focada em produtos de bens de consumo, farmacêuticos e de tecnologia. Ela possui também passagens pela Maersk e pela DHL, como gerente regional de Vendas, entre outras empresas do setor. (11) 4064-9300 • O Grupo Tracker, que atua no setor de rastreamento e localização de veículos, nomeou Rodrigo Abbud para o cargo de diretor Comercial. Há dez anos na companhia, o executivo já esteve à frente das áreas de Marketing, Produtos e Vendas. Graduado em Comunicação Social pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap-SP) e com MBA Executivo em Marketing pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP), Abbud tem 16 anos de experiência profissional, trabalhando sempre em empresas multinacionais focadas em prestação de serviço. (11) 4002-7002

• A Mundial Logistics, operador especializado na gestão de materiais promocionais, contratou Monica Passos para ocupar o cargo de gerente nacional de Vendas da divisão de Saúde e Beleza. O principal desafio da executiva será desenvolver e implementar o plano estratégico de crescimento do grupo nesse segmento. Monica é formada em Comunicação Social pelas Faculdades Integradas Alcântara Machado (Fiam-SP) e tem mais de 15 anos de experiência profissional na área Comercial. A executiva teve passagens por empresas como Modern Logistics, FM Logistic, McLane do Brasil, Rapidão Cometa, Metropolitan Logística e DHL Express. (11) 2489-3000 • A NeoGrid conta com um novo diretor de Produto e Marketing. Mario Ruggiero assume o cargo com a missão de ampliar o portfólio da fornecedora de soluções para a gestão do supply chain e levá-lo a um novo patamar de inovação. O executivo é formado em Administração de Empresas pelas Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU-SP), possui MBA em Gestão de Negócios pela Fundação Instituto de Administração (FIA-SP) e Pós-Graduação em Marketing Esportivo pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM-SP). Nos últimos 22 anos trabalhou na Nielsen, exercendo funções como diretor Comercial para o Brasil, diretor regional de Clientes para a América Latina, diretor de Novos Negócios e, mais recentemente, diretor de Supply Chain para a América Latina. (11) 2135-8500 • A Senior, empresa especializada em softwares de gestão empresarial, anunciou a promoção de Marcelo Franco a diretor da Sythex, unidade de negócios adquirida em 2014 e que atua com a oferta de soluções para o setor logístico. Com uma experiência de 18 anos

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em vendas de soluções de tecnologia da informação, o executivo atua na Sythex desde 2001 e, há quase dois anos, ocupava a posição de gerente de Vendas. Graduado em Ciências da Computação pela Universidade Ibirapuera (Unib-SP) e com MBA em Inteligência de Mercado pelo Instituto Brasileiro de Inteligência de Mercado (Ibramerc-SP), Franco cursa ainda MBA em Gestão de Vendas e Negócios na mesma instituição. Ele substitui Eveli Morasco, fundador da Sythex que esteve à frente da operação por 19 anos, com o desafio de promover o crescimento da carteira de clientes e das receitas geradas com a oferta do WMS da empresa. (11) 5506-0861 • A Comfrio anunciou a promoção de Emerson Gustavo Castro para o cargo de diretor-geral da unidade de Food Service da empresa. O executivo já atuava há quase dois anos na Comfrio, na posição de diretor de Operações. Castro é Administrador de Empresas formado pelo Instituto Municipal de Ensino de Bebedouro (Imesb-SP) e possui pós-graduação em Controladoria e Finanças pelo Centro Universitário Unifafibe (SP). (17) 3344-7777 • A Ceva Logistics nomeou Fabio Maia para o cargo de diretor regional de Solutions Design para a América do Sul. O executivo é formado em Engenharia Mecatrônica pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-SP), com pós-graduação em Finanças Corporativas e MBA em Gestão Estratégica pela Fundação Instituto de Administração da Universidade de São Paulo (FIA-USP). Com 17 anos de experiência na área de Logística, sendo 14 anos em posições gerenciais, Maia possui uma carreira sólida desenvolvida em grandes empresas nacionais e multinacionais, com destaque para TNT Logistics, Syncreon e a própria Ceva. Ele será responsável pelo desen-


volvimento de projetos logísticos, de armazenagem e de transportes para novos negócios com clientes atuais e futuros. O executivo ficará baseado na sede da empresa em São Paulo e se reportará ao vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios do Cluster América do Sul, Fabio Mendunekas. (11) 2199-6700 • A RG Log contratou o administrador de empresas Ivo Romani para ocupar o cargo de diretor Financeiro da companhia. O executivo é graduado pela Universidade Metodista de São Paulo e possui pós-graduação na mesma área pela Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap-SP), além de cursos de extensão em Finanças Corporativas e Estratégia de Negócios

pelo International Institute for Management Development, na Suíça, e em Controladoria e Tesouraria pela Fundação Getulio Vargas (FGV). Ele acumula mais de 30 anos de experiência profissional, tendo atuado na área Financeira de empresas como HP, Convergys, Ceva e IN.business. Romani é membro do Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef), do Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e também da Academia Brasileira de Coaching (ABC). (11) 3906-2023 • Desde o dia 1º de julho, Wilson Lirmann é o presidente do Grupo Volvo na América Latina. Ele substitui a Carlos Morassutti, primeiro

brasileiro que assumiu esta posição depois do sueco Claes Nilson, presidente anterior. Há 21 anos na companhia, Lirmann até há pouco tempo dirigia o Grupo Lapônia, rede de oito concessionárias de caminhões e ônibus da marca em São Paulo. Lirmann é o mais novo executivo a comandar a operação latino-americana da Volvo. Com 46 anos, assume a presidência depois de ter passado por várias áreas da companhia. Graduado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), com MBA em Administração Estratégica pela Universidade Positivo, ele iniciou a carreira em 1990 na fábrica da Volvo, em Curitiba, como estagiário. 0800 41-1050


ENTREVISTA

A energia que vem da China

Revista Tecnologística – A BYD é a maior fabricante global de baterias recarregáveis. Conte-nos um pouco mais sobre a empresa. Tyler Li – Ela foi fundada em 1995, portanto ainda é bastante jovem. Temos apenas 21 anos de idade, mas crescemos muito rápido. Começamos com 20 funcionários e hoje temos quase 190 mil em todo o mundo. Temos fábricas na China e também no Japão, na Índia, na Hungria, nos Estados Unidos, na Coreia do Sul, no Egito, na Rússia e aqui no Brasil. Ao todo são 24 unidades fabris, sendo oito fora da China. A empresa nasceu focada essencialmente no segmento de baterias para celulares, mas hoje temos, além da divisão dedicada à

Fotos: Divulgação

Desenvolver o mercado de veículos e equipamentos elétricos. Essa é a missão da BYD, empresa chinesa especializada na fabricação de baterias recarregáveis, que conta com uma fábrica em Campinas, onde já monta chassis de ônibus e, em breve, dará início à produção de painéis solares. Tyler Li, presidente da BYD no país, fala sobre o futuro da companhia e detalha o portfólio de produtos, que inclui ainda carros, empilhadeiras e até caminhões totalmente elétricos, que utilizam as baterias mais modernas e eficientes do mundo

tecnologia da informação, divisões de veículos e de novas energias. Não somos somente a maior fabricante de baterias do mundo, também somos os desenvolvedores das baterias de fosfato de ferro-lítio. São produtos com uma vida útil muito maior do que as baterias comuns, que utilizam cobalto, por exemplo, e duram três ou quatro anos. Estamos falando de uma vida útil de 30 anos, com até 10 mil ciclos de carregamento.

é muito menor que isso. Mas quando falamos sobre veículos e sistemas de energia estacionários, a aplicação faz todo o sentido. Apesar de ser uma bateria mais cara e mais difícil de ser produzida, a vida útil prolongada faz valer a pena para segmentos como carros, ônibus e caminhões. Além das baterias, somos também os maiores fabricantes de carros, ônibus e caminhões elétricos no mundo, e recentemente entramos também no mercado de empilhadeiras.

Tecnologística – A tecnologia foi desenvolvida pensando nas baterias usadas em aparelhos celulares? Li – Não exatamente, pois ninguém quer ficar 30 anos com um mesmo celular. A vida útil desse tipo de aparelho

Tecnologística – Mas o setor de TI ainda é forte na empresa? Li – Sim. Nesse segmento somos fornecedores de empresas como Apple, Google, HTC, Motorola e Nokia. A BYD atua tanto com baterias como

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com componentes e também no serviço de montagem dos equipamentos. Em alguns casos, como com a Motorola e a Nokia, por exemplo, auxiliamos na criação de vários modelos de celulares que fizeram muito sucesso, criando o design, fabricando o material e montando os aparelhos. O segmento de TI representa hoje cerca de 30% de toda a receita da BYD, portanto ainda somos muito fortes nesse mercado. Tecnologística – E quanto aos outros segmentos de atuação? Li – No setor automobilístico, em 2003 a BYD comprou a Tsinchuan Automobile, que era uma empresa bastante popular na China, criando a BYD Auto e desenvolvendo nossos próprios modelos. Vendemos muitos veículos e crescemos muito rápido nesse segmento, mas percebemos que, mesmo depois de alguns anos, ainda estávamos longe de concorrentes como Mercedes e Volkswagen, por exemplo, que já estavam nesses mercados há muitos e muitos anos. Então chegamos à conclusão de que devíamos seguir um caminho diferente. E assim entramos para o mercado de carros híbridos e elétricos. O primeiro modelo que produzimos foi o E6, testado em 2010 como táxi e lançado em 2011, e o F3DM foi o primeiro carro híbrido plug-in fabricado em grande escala no mundo. Hoje somos os maiores vendedores de veículos totalmente elétricos, seguidos por empresas como Nissan, Tesla e Mitsubishi. A previsão é encerrar 2016 com cerca de 180 mil veículos híbridos plug-in e elétricos puros vendidos, enquanto nossos concorrentes venderão cerca de 70 mil unidades no máximo. São números em franco crescimento. No ano passado vendemos 62 mil veículos, e neste ano vamos pular para os 180 mil. É um aumento muito expressivo. Tecnologística – E quanto ao segmento de novas energias?

Li – Nesse mercado, além das baterias de fosfato de ferro-lítio, estamos falando sobre energia fotovoltaica, ou solar, com painéis solares e sistemas de armazenamento de energia. Acabamos de anunciar a instalação de uma fábrica de painéis em Campinas, com capacidade para produzir 200 megawatts (leia mais no box da página 42). Tecnologística – O Brasil ainda não representa um mercado de carros elétricos e de energia solar realmente sólido. O que exatamente fez a BYD decidir se instalar no país? Li – Aqui em Campinas teremos, em breve, a produção dos painéis solares, mas já estamos montando chassis de ônibus elétricos. O Brasil é o segundo maior mercado de ônibus em todo o mundo, atrás somente da China. Então nós vemos muito potencial para nossos veículos elétricos no país. É um mercado muito grande. Nós sabemos que o país é bastante protecionista, por isso optamos por ter uma fábrica local, até mesmo para estimular a produção nacional. Quando viemos para o Brasil não esperávamos encontrar a crise econômica que o país enfrenta, mas estamos oferecendo produtos únicos e apostamos muito neles. Nossos veículos são pensados de maneira personalizada para cada mercado em que estamos presentes, pois cada um deles possui características diferentes. Além disso, o Brasil é muito rico em recursos minerais, especialmente em regiões dos estados de Minas Gerais e do Amazonas, e isso é importante para o nosso negócio.

inauguramos a fábrica em 2015, e nos últimos anos o mercado consumidor tem segurado os investimentos, nós pudemos usar esse tempo para nos adaptarmos da melhor maneira possível à realidade brasileira. Então a crise não atingiu gravemente a BYD. Foi possível planejar com cuidado, ouvir o mercado, entender o que o consumidor deseja e como podemos adaptar e melhorar nossos produtos, para estarmos preparados para quando as empresas começarem efetivamente a comprar. Depois de passar por esse período de aprendizagem, podemos dizer que hoje sabemos como atuar no mercado brasileiro. E existe ainda a máxima de que os desafios também significam oportunidades. Se existe uma crise, as pessoas e empresas precisam reduzir seus gastos. Superar crises demanda novas soluções, e nós estamos trazendo novas soluções. É uma oportunidade para empresas como a BYD, que está mudando a maneira como as coisas eram feitas até então. Tecnologística – Essa customização dos produtos de acordo com o país é um procedimento padrão da empresa? Li – Sim. De uma forma geral, cada país tem seus produtos específicos. Nossa intenção nunca é simplesmente copiar os produtos para cada um dos

Tecnologística – Como exatamente essa crise influenciou os negócios da BYD no Brasil? Li – Na verdade, como Setembro/Outubro 2016 - Revista Tecnologística - 39


ENTREVISTA

mercados em que atuamos. Procuramos sempre conhecer as particularidades para oferecer a melhor solução. E isso faz parte de um estudo mais aprofundado ainda, feito para penetrarmos em cada um dos países da melhor maneira possível. No Brasil, por exemplo, percebemos que o segmento de ônibus era a melhor opção para a empresa, por isso decidimos trazer esse produto primeiro e, com o passar do tempo, introduzimos outros, mas sempre dando um passo de cada vez. Mas a intenção, claro, é disponibilizar todos os nossos produtos no Brasil. Tecnologística – Você disse que a BYD está investindo agora em empilhadeiras elétricas também? Li – É um negócio novo na companhia. Entramos para esse mercado há poucos anos, movidos pelo nosso principal negócio, que são as baterias. Nossa intenção é utilizá-las nos mais variados tipos de veículos. Não somente em carros, mas também em ônibus e caminhões, e as empilhadeiras não poderiam ficar de fora. As

empilhadeiras disponíveis no mercado são, falando sobre a máquina em si, bastante similares, então nossa bateria faz a diferença. O mercado de empilhadeiras elétricas já é bastante grande no mundo e está crescendo muito rápido no Brasil, mas nossa bateria representa uma tecnologia muito mais avançada. As baterias tradicionais precisam ser retiradas dos equipamentos e levadas até as salas de carregamento para, depois de receberem a carga, voltarem para as empilhadeiras. No caso dos nossos produtos, basta conectar a tomada e carregar a bateria. Isso elimina a necessidade de ter toda uma área separada somente para a recarga. Além disso, nossas baterias são ecologicamente corretas, pois não são tóxicas, duram muito mais e são recicláveis, evitando o descarte. Elas não demandam nenhum tratamento especial, como as baterias convencionais, que passam por alguns processos químicos para poderem ser recicladas. E o ferro é muito mais estável, não queima, não explode mesmo se for exposto ao fogo, você pode tocar sem nenhum problema, diferente do cobalto e do magnésio, que sofrem mudanças simplesmente ao entrar em contato com o ar. Elas são muito mais seguras, inclusive para trabalhos em ambientes fechados, como armazéns. Segurança é um assunto muito importante para a BYD. Tecnologística – Como tem sido a recepção das empilhadeiras no Brasil?

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Li – Muito boa. Temos cerca de 30 projetos-piloto em andamento, com grandes empresas utilizando nossos equipamentos, incluindo os Correios e algumas das principais montadoras de veículos do país. Em uma empresa do setor de bebidas, por exemplo, a operação acontece de forma ininterrupta. As empilhadeiras são carregadas em três intervalos de uma hora durante o dia, quando os funcionários param para as refeições, e somente essas três paradas cobrem o funcionamento das máquinas durante todo o dia, sete dias por semana. A intenção é que, com o crescimento da demanda, possamos cada vez mais passar a produzir localmente. Outra característica interessante é que é possível realizar recargas parciais da bateria sem reduzir a vida útil dela, então não é necessário sempre carregar a bateria em 100% antes de retomar o uso. Mas o carregamento completo também é bastante rápido, levando cerca de 2 horas. A autonomia dos equipamentos depois de carregados é de até 16 horas, dependendo do porte e do peso da carga transportada. E o mais importante é que o conceito das nossas empilhadeiras é de uma bateria para toda a vida útil do equipamento, devido à longevidade. Você nunca vai precisar trocar a bateria da sua empilhadeira. Tecnologística – E o mercado de caminhões elétricos? Li – Acabamos de fechar dois grandes contratos, um com a Beijing Sanitation Company, na China, e o outro nos Estados Unidos, com o Porto de Los Angeles. No momento o nosso foco nesse setor está nas aplicações urbanas, pois é bastante fácil desenvolver métodos de carregamento das baterias, por existirem muitos pontos de energia que podem ser utilizados para os mais diferentes


veículos elétricos, sejam carros, ônibus ou caminhões. E também é nos grandes centros urbanos que está a grande concentração de poluição, e nossos veículos não poluem, além de serem silenciosos. Não estamos preocupados somente com a eficiência energética, mas também com o impacto dos nossos veículos no meio ambiente, na saúde das pessoas e na qualidade de vida. O próximo passo é pensar nas operações de transporte de longa distância, mais precisamente entre cidades e estados, por exemplo. Nesse caso, é preciso haver pontos de carregamento no meio do caminho, pois uma recarga completa dá a um caminhão uma autonomia de 200, 250 km. Mas no momento nosso foco é realmente no perímetro urbano, com vans e caminhões para carregar lixo, concreto, para entregas expressas, etc. Tecnologística – Como funcionariam esses pontos de carregamento para viagens maiores? Li – Uma das vantagens das baterias de fosfato de ferro é que elas podem ser carregadas de várias maneiras, e não sempre até 100%. Você pode estar com 20%, carregar até 80%, rodar até chegar a 50% e então carregar novamente, por exemplo. E, lembrando, isso não altera em nada a vida útil da bateria. Somente em Campinas já existem sete pontos de carregamento. Por isso estamos focando primeiro nos centros urbanos. No caminho entre Campinas e São Paulo já existe um ponto. Na cida-

de de São Paulo, são 20 pontos. Então, em vez de você parar no posto de gasolina, você para no ponto de carregamento, pluga o seu veículo e carrega a bateria. Tecnologística – E a quem pertencem esses pontos de carregamento? Li – Normalmente às próprias concessionárias de energia. Elas podem, por exemplo, comprar os nossos carregadores, mas elas mesmas costumam ser as donas dos pontos de carregamento. A estrutura necessária é muito menor do que a de um posto de gasolina. Esses pontos de carregamento podem ser instalados em estacionamentos de shoppings, por exemplo, ou até mesmo em pequenas garagens. Os postos de gasolina precisam de grandes espaços, de uma infraestrutura maior, de uma grande área de armazenamento para os combustíveis abaixo do solo. Com o conceito de veículos elétricos mais desenvolvido, você poderá ir ao supermercado e, enquanto faz as compras, seu carro fica plugado carregando. Tecnologística – Como funciona exatamente a cobrança do carregamento? Li – Na verdade existem vários modelos diferentes de cobrança. Você pode simplesmente passar seu cartão, por exemplo, mas no momento a maioria desses pontos não está cobrando nada, porque o gasto com energia é muito baixo. Se você carregar seu carro totalmente, o custo é de cerca de R$ 3. Então um


ENTREVISTA

modelo interessante de cobrança é você pagar por um estacionamento e receber a recarga de graça, digamos. Ou então você vai comer em um restaurante e, enquanto faz sua refeição, seu carro é carregado. O seu gasto com a comida ultrapassa e muito o valor da energia. Tecnologística – O custo é baixo mesmo para as baterias dos caminhões? Li – Sim, o preço é relativamente baixo. Para carregar totalmente um caminhão você gasta cerca de R$ 10. O combustível é um dos maiores custos na atividade de transporte, então com certeza esse mercado será muito importante para nós, pois os caminhões elétricos significarão uma economia muito grande para o setor. Empresas que atuam na atividade de distribuição poderão se beneficiar muito com isso. Recentemente nós vendemos dois caminhões para a DHL, que são usados no Rio de Janeiro. E os benefícios foram muitos. Não só devido à

eficiência energética, mas à redução nos ruídos e na emissão de gases. Existem também os ganhos operacionais. Quando o motorista para o veículo, ele não precisa desligá-lo. Mesmo com o ar-condicionado funcionando, ele consome pouquíssima energia quando está parado. O preço de compra é mais alto, mas as vantagens fazem os veículos elétricos valerem muito à pena. Tecnologística – As baterias utilizadas no Brasil já estão sendo produzidas em Campinas? Li – As células são importadas da China, e então nós montamos aqui os módulos e pacotes, integramos os sensores e sistemas, etc. Mas os planos da empresa incluem a produção local, até porque temos todos os recursos naturais no Brasil. Estamos caminhando com um passo de cada vez. Atualmente, só cinco países produzem as células: China, Coreia, Japão, Taiwan e Estados Unidos. A BYD é a única empresa que pode produzir fora desses países, justamente porque

Produção local

A

fábrica da BYD localizada em Campinas foi inaugurada em julho de 2015 e demandou investimentos de R$ 250 milhões. Por enquanto, na planta são montados somente os chassis dos ônibus elétricos da empresa, mas no último mês de agosto foi anunciada a expansão da estrutura, com um aporte inicial de R$ 150 milhões, para iniciar a produção de painéis solares. A previsão é que a fabricação dos módulos tenha início já em 2017. Para o próximo ano, a BYD prevê também a evolução do conteúdo nacional de seus ônibus. A intenção é alcançar índices de 80% a 85%, garantindo que os veículos possam

ser adquiridos pelo programa de Financiamento de Máquinas e Equipamentos (Finame). A empresa planeja comercializar 2 mil unidades em 2017 e acredita que em 2020 25% das vendas totais de ônibus no Brasil correspondam a modelos elétricos. Os projetos da BYD, porém, são ainda mais audaciosos. A previsão é que a unidade campineira chegue a receber até R$ 1 bilhão em investimentos totais, pois a intenção da empresa é passar a fabricar cada vez mais produtos localmente, de acordo com o crescimento do mercado de veículos elétricos no Brasil, incluindo carros, empilhadeiras e caminhões.

o Brasil possui os recursos naturais. E faz todo o sentido também, porque o Brasil e a América Latina consistem em mercados enormes. Tecnologística – A BYD tem planos para fornecer baterias para outras companhias também, ou a intenção é equipar somente os próprios produtos? Li – Nós podemos fazer isso, como já fazemos no caso dos telefones celulares ou das ferramentas da Bosch, por exemplo. Muitas empresas já compram nossas baterias, e nada impede que isso aconteça em outros segmentos também. Tudo depende do crescimento dos mercados. Nós já fornecemos baterias para a Daimler, para os veículos elétricos de luxo da marca Denza, na China. A Denza, na verdade, é uma joint venture entre a BYD Auto e a Daimler. Tecnologística – Como você vê o futuro da BYD no Brasil? Li – O Brasil é um país muito grande e representa um mercado potencial enorme para a BYD. Estamos aqui para desenvolver esse mercado e poder atendê-lo conforme ele cresce, em longo prazo, percebendo as novas oportunidades e evoluindo nos negócios um passo de cada vez. Eu vejo o futuro da BYD no Brasil com o mesmo sucesso que a empresa possui na China. Eu espero que nós possamos contar com mais fábricas em território nacional, mais produtos feitos especificamente para o Brasil e fabricados localmente. Não é fácil fazer negócios no mercado brasileiro, especialmente pelas dificuldades impostas pelo governo, então é possível dizer que, se estamos obtendo sucesso por aqui, estamos preparados para atuar em qualquer país do mundo. BYD: (19) 3514-2550

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TECNOLOGIA

Essa tal

logística 4.0 Sistemas e equipamentos – e, por consequência, operações inteiras – com autonomia para tomar suas próprias decisões sem a intervenção humana. Parece futurista demais? Pois é essa a promessa da nova transformação tecnológica que tomou a indústria e agora é tendência também na intralogística e na logística de uma forma geral: uma verdadeira revolução das máquinas

A

s possibilidades apresentadas pela evolução da tecnologia sempre fizeram o ser humano sonhar. Não à toa, a ficção científica – seja nos livros, nos filmes ou em qualquer outra mídia – costuma nos apresentar um futuro altamente tecnológico, em que até mesmo pequenas tarefas do dia a dia são realizadas com extrema facilidade e precisão por robôs ou pelos próprios aparelhos domésticos com os quais estamos acostumados a lidar atualmente, de forma automatizada e inteligente, fazendo do ser humano um mero espectador de todo o processo. Deixando 44 - Revista Tecnologística - Setembro/Outubro 2016


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de lado, porém, os floreios e exageros inerentes ao entretenimento, é possível dizer que esse futuro já chegou, pois casas inteligentes já não são mais exclusividade da ficção. Hoje já contamos com diversos dispositivos domésticos que evoluíram e se tornaram mais inteligentes com o passar do tempo, muitas vezes absorvendo diferentes funções adicionais, como é o caso das smart TVs, que podem substituir seu computador na hora de reproduzir vídeos do seu serviço favorito de streaming ou permitir acesso ao seu e-mail, por exemplo. Esse tipo de facilidade tornou-se possível graças à aplicação prática do conceito de internet das coisas (ou IoT, na sigla em inglês para Internet of Things), no qual os mais diversos equipamentos, e não somente os computadores, tornam-se parte integrante da rede mundial. Mas essa tecnologia pode ir mais longe, pois a conexão não precisa ser somente com a internet, mas também entre os equipamentos, para que eles troquem informações entre si. Não é tão difícil de imaginar, pois as mesmas smart TVs já podem, por exemplo, mostrar as fotos tiradas pela câmera do seu celular enquanto você controla a visualização em tempo real pelo próprio smartphone. Ou você pode começar a ouvir uma música em seu tablet na cozinha, andar pela casa e, ao chegar à sala, transferir o som para seu home theater. Tudo isso já é viável e torna a vida mais cômoda, mas é possível se aprofundar ainda mais, fazendo que esses equipamentos estejam preparados para se antecipar às nossas necessidades e reagir a elas. Imagine acordar com seu despertador tocando e, ao apertar o botão para eliminar o som, desencadear uma série de ações como esquentar a água do chuveiro, acionar o ar-condicionado, ligar a torradeira e preparar um café na cafeteira. Nesse caso, o despertador re-

cebeu um sinal seu, mas foi a inteligência embarcada nele que fez com que ele soubesse que aquela era a hora de avisar aos demais equipamentos o que eles deveriam fazer. E assim tudo começa a acontecer à sua volta, como que num passe de mágica. De acordo com o estudo State of the Internet of Things, realizado pelo Acquity Group, uma agência de marketing digital que faz parte da Accenture, tanto consumidores ligados em tecnologia quanto os chamados late adopters (aqueles que demoram um pouco mais para absorver as novidades) planejam comprar, nos próximos cinco anos, algum tipo de dispositivo doméstico ou pessoal – como equipamentos vestíveis – conectado à internet. A “internetização” de tudo que nos rodeia parece mesmo ser um caminho sem volta e, muito mais do que casas inteligentes, hoje já podemos falar sobre conceitos de cidades inteiras inteligentes, em que os múltiplos componentes de uma metrópole trabalham de forma integrada (leia mais na reportagem Eficiência conectada, publicada na edição 243 da Revista Tecnologística). Essa integração e troca de informações entre os mais diversos equipamentos é o que acaba dando vida ao que chamamos de big data, um grande volume de dados que, quando trabalhados e utilizados com inteligência, garantem a otimização de todo e qualquer processo. E se o resultado final é a otimização de processos, desnecessário dizer que o mundo dos negócios não poderia ficar de fora dessa revolução tecnológica e que o segmento da logística, em especial, logo percebeu o quanto poderia se beneficiar de tudo isso, já que, em um setor em que a precisão é essencial, a otimização de cada uma das atividades que compõem a cadeia é uma busca constante. E é justamente a essa revolução tecnológica aplicada à logística que foi dado o nome de logística 4.0.

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Conjunção de tecnologias

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mento, simulação, oti- resolver um problema que ele ainda mização, internet das nem sabe que vai existir, agindo de coisas, armazenamento maneira proativa”. A comercialização Ainda que o termo de dados em nuvem e dos novos transportadores automátiseja novo e pouco cobig data, todas em prol cos no Brasil é resultado de um acornhecido, a verdade é de uma automação do da Águia com a empresa búlgara que o significado que cada vez maior não só Industrial Software, que desenvolve existe por trás da lodos equipamentos, mas as placas eletrônicas que controlam os gística 4.0 já é bastanda operação como um rolos motores, com a Kyowa, compate familiar para quem todo. “É um novo tem- nhia japonesa que fabrica os motores, atua no setor. Podepo, em que as decisões e com a americana Insight Automamos dizer, por exemdeixam de ser feitas por tion, distribuidora da solução resulplo, que, em toda mapessoas e passam para a tante dessas duas tecnologias, que gaDel Campo: a onda 4.0 téria mais recente que lógica das máquinas”, nhou o nome de Pulse Roller. apresenta muitas possibilidades publicamos abordando define o executivo. O gerente de Sistemas Logísticos para o segmento da logística as mais novas tecnoloScheffer usa como da Jungheinrich, Kai Beckhaus, destagias aplicadas, estávamos falando, de exemplo a tecnologia de autoanálise ca que a automação na logística não é alguma forma, sobre a logística 4.0, só embutida nos rolos motores (MDR, na um assunto novo, e que as primeiras que ainda não sabíamos disso. “Ape- sigla em inglês para Motorized Drive máquinas que operavam remotamensar de se tratar de um assunto novo, Roller) da nova linha de transportado- te surgiram na década de 1970, mas os inúmeros fatores que compõem a res automáticos da Águia. “O sistema que agora, quando o assunto é autologística 4.0 já existem há um bom sabe quais são os parâmetros normais mação, o foco é outro. “Ela se une à tempo”, destaca Daniel del Campo, de amperagem e temperatura, por conectividade, integrando os equipaCEO da SSI Schaefer para a América exemplo, e, se esses parâmetros mu- mentos ao sistema de tecnologia da Latina. “A questão é que, antes, isso dam, o equipamento avisa”, conta. informação. Essa conectividade é esnão tinha um nome. Era apenas tec- “Dessa maneira, ele tem condições de sencial para que os serviços logísticos nologia aplicada, sem uma definição prevenir sua própria parada dias antes mostrem todo seu potencial. Soluções mais específica. Agora isso tudo foi de ela acontecer de fato. Isso faz com integradas e assistência inteligente batizado como logística 4.0”. Empre- que a gente chegue ao cliente para são a onda do futuro”. sa de origem alemã, a SSI Schaefer é especializada em fornecer soluções de intralogística completas para a automação de armazéns, com serviços que vão desde a engenharia até a aplicação de tecnologias de controle para garantir a interação perfeita entre todos os componentes. Rogério Scheffer, diretor-presidente da Águia Sistemas, concorda com del Campo. “A onda 4.0 significa equipamentos inteligentes tomando decisões por si próprios. É uma ideia que, por mais que pareça extremamente futurista, já é aplicada na prática, e tem tudo para se desenvolver cada vez mais”. Ele explica que, basicamente, trata-se da conjunção de diversas tecnologias que a logística já vem absorvendo com o passar dos A tendência aponta para operações cada vez mais automatizadas e sem intervenções humanas anos, como rastreamento, gerencia46 - Revista Tecnologística - Setembro/Outubro 2016



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tic foi comprada justamente para que o Grupo Kion possa atender a essas tendências e oferecer soluções completas para movimentação e armazenagem, não só voltadas para a automação dos equipamentos, mas do armazém como um todo”, conta Adriana. Os produtos ofertados pela empresa adquirida incluem sistemas de armazenagem automática, equipamentos de separação, sorters, transportadores e softwares de gerenciamento. “Hoje, as mais modernas soluções para movimentação de materiais disponibilizadas no mercado são muito mais voltadas para sistemas do que para produtos e equipamentos em si. A empilhadeira, por exemplo, é mais um item dentro da operação, mas toda a tecnologia embarcada nela é muito importante”, explica a diretora. “Nessa onda tecnológica, tem-se Equipamentos devem possuir inteligência para analisar não só a operação, mas a si próprios um conhecimento muito maior da operação, dos problemas que podem Dentre os produtos da Jun- as diferenças de mão de obra – inclu- acontecer e até mesmo da vida útil gheinrich que seguem a tendência, sive nos custos dessa mão de obra – de cada um dos equipamentos que é possível destacar o sistema Lift- entre os países. No Brasil ainda existe fazem parte do todo”, explica ScheNavigation, um elevador de cargas uma cultura muito enraizada de tra- ffer. “Essa antecipação é a chave para automatizado para empilhadeiras balhadores braçais, carregando peso, uma operação ininterrupta. E a onda retráteis ideal para armazéns verti- mas isso tende a mudar. Até porque 4.0 prevê que os equipamentos uticalizados e para uso em corredores as pessoas estão vivenlizem cada vez mais largos. A informação sobre a locali- do mais e, consequentecnologia embarcada zação da carga é transmitida pelo sis- temente, trabalhando com inteligência para tema gerenciador até o equipamento até idades mais avanse autogerenciar o máe o operador só precisa posicionar a çadas. E a utilização de ximo possível, sem inempilhadeira de maneira que a má- máquinas autônomas terferências externas”. quina automaticamente alcance a para realizar trabalhos Mas não podemos carga na altura que estiver. que antes eram malimitar essa conectiClaro que, nesses casos, ainda exis- nuais aumenta muito vidade somente aos te a intervenção humana, mas estes a precisão e a confiaaparelhos dentro dos são apenas exemplos de como a inte- bilidade do trabalho”, centros de distribuição ligência embarcada nos equipamen- analisa a executiva. e armazéns. O 4.0 teria tos pode ser utilizada para garantir Em junho deste pouca serventia para a Scheffer: equipamentos tomando o bom andamento das operações. “A ano, o grupo alemão cadeia como um todo decisões por si próprios já são automação dos processos é muito im- Kion, detentor das se as estruturas contasuma realidade portante para reduzir a demanda por marcas de equipamensem com processos de trabalhos braçais”, aponta Adriana tos de movimentação Still e Linde, intralogística cada vez mais sofisticaFirmo, diretora-geral da Still no Brasil. anunciou a aquisição da Dematic, pro- dos tecnologicamente, mas não pas“Com uma globalização cada vez mais vedora de sistemas de automação para sassem de ilhas isoladas. “Uma grande presente, a tendência é que haja uma armazéns, também de origem alemã, rede supermercadista, por exemplo, padronização mundial que acabe com avaliada em US$ 3,5 bilhões. “A Dema- precisa ter todos os seus CDs conec48 - Revista Tecnologística - Setembro/Outubro 2016


futuro, a tendência será humano nas mais variaunir os serviços em nudas esferas. É um avanço vem ao conceito de loquase invisível do qual, gística 4.0, com todas de tempos em tempos, as suas funcionalidades, nos damos conta. E é e talvez prover serviços nesse momento que na modalidade softwaprecisamos parar para re as a service (SaaS, na analisá-lo, absorvê-lo e, sigla em inglês)”. Nesse quem sabe, até mesmo modelo, o fornecedor batizá-lo de alguma mado sistema é responsáneira. Na logística, esse vel por toda a estrutura “upgrade” passou então necessária à disponibia ser conhecido como Adriana: empresas lização da ferramenta, logística 4.0. brasileiras não podem ter como os servidores, e medo de novidades Revolução industrial o cliente simplesmente utiliza o software via internet. A expressão logística 4.0 é uma O fato é que, assim como acontece no dia a dia das nossas casas e cidades, alusão direta à indústria 4.0, mas, o crescimento do número de dispositi- mais do que uma referência, uma vos trabalhando conectados e de forma está intrinsecamente ligada à outra. totalmente integrada por softwares que Para entender isso, é preciso, antes, controlam desde as menores até as mais conhecer um pouco mais sobre a incomplicadas tarefas é exponencial, pois dústria 4.0. O número quatro desigacompanha a evolução da própria tecno- na a quarta revolução industrial, que logia. E o progresso tecnológico tem mu- consiste exatamente em tudo que já dado de forma significativa a vida do ser foi exposto a respeito da tecnologia na logística, mas aplicado às linhas de produção da indústria, com a inteligência da análise de dados proporcionando operações muito mais autônomas, com o mínimo de intervenção humana. Por sua característica extremamente tecnológica, o movimento foi batizado de 4.0 em vez de somente 4, para remeter à numeração normalmente dada às atualizações de softwares. Vale abrir aqui um parêntese para lembrar que a primeira revolução industrial aconteceu nos séculos XVIII e XIX, com o início da utilização do carvão como fonte de energia, promovendo a transição das atividades produtivas artesanais para processos envolvendo máquinas. A segunda revolução industrial, por sua vez, ocorreu na segunda metade do século XIX, quando a eletricidade passou a ser utilizada nas De olho no mercado 4.0, o Grupo Kion adquiriu recentemente a Dematic fábricas e as indústrias química, de peDivulgação

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tados”, destaca del Campo. “Então, quando um produto precisa ser encaminhado para uma determinada loja, o sistema tem a capacidade de decidir de qual CD ele tem que sair para que a operação de transporte seja a mais otimizada possível”. E ele vai mais além. “Nem sempre a proximidade geográfica reduz o tempo de entrega. Se houver um grande congestionamento no caminho, o sistema integrado precisa saber constatar que, se o produto sair de outro CD, um pouco mais longe, mas com um trajeto melhor para o caminhão, o processo todo sai ganhando. Tudo precisa estar interligado”. “A maioria das pessoas ainda não sabe exatamente do que se trata a logística 4.0, mas eu diria mais: ninguém tem ainda o real entendimento de como ela vai mudar a logística de verdade”, completa del Campo. Isso porque, para ele, a grande questão da logística 4.0 é que se trata de um conceito que evolui junto com a própria tecnologia. “Justamente por isso é quase impossível imaginar até onde isso tudo pode chegar. São muitas as possibilidades”. Adriana Firmo compactua com esse pensamento. “Hoje já existem armazéns completamente automatizados que funcionam no escuro, simplesmente porque não precisam de luz, já que os equipamentos trabalham sozinhos, sem operadores. Mas esse não pode ser considerado o ápice da tecnologia, pois ela evolui a cada dia. Virão muitas coisas que nós não podemos nem imaginar ainda”. Para Beckhaus, o grande desafio enfrentado atualmente é integrar os mais diversos sistemas que compõem as operações logísticas e possuem padrões distintos entre si. Parece lógico, já que processos de integração são muito mais fáceis entre tecnologias que falam a mesma língua. “A Jungheinrich tem perseguido padrões abertos onde quer que seja possível adotá-los. No

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tróleo e de aço se desende toda a cadeia, as em- uma das cem empresas que fazem parvolveram grandemenpresas interligam suas ins- te da comunidade da indústria 4.0 na te. A terceira revolução, talações e seus sistemas”, Alemanha. “São companhias homolopor fim, se mistura com diz Andreas Kiessling, ge- gadas pelo governo alemão que se ena era da informação e rente da filial brasileira da contram periodicamente para discutir com os avanços da inEhrhardt+Partner. “Desde como fazer do conceito cada vez mais formática no final do fornecedores, passando uma grande realidade”. século XX, com a aplipelos prestadores de serLogística 4.0 no Brasil cação de microprocesviços de logística, todos sadores e cada vez mais os processos da cadeia de Parece unânime que, apesar de ainda tecnologia nas mais vasuprimentos devem ser riadas atividades e prointegrados e monitorados não ser possível determinar aonde tudo isso vai chegar, as empresas que ignoracessos industriais. constantemente”. Beckhaus: hoje a automação Paulo Cesar Fran“Imagine a indústria rem a revolução tecnológica provocada se une à conectividade ceschini, CEO da Viasautomotiva, que depen- pela onda 4.0 perderão terreno no muntore Systems Brasil, lembra que o ter- de do recebimento de partes e peças”, do voraz dos negócios. “Muitas commo logística 4.0 nasceu na Alemanha exemplifica Franceschini. “A logística panhias ainda não reconheceram que e é bastante difundido na Europa, mas acompanhar a inteligência da fábrica é o 4.0, a internet das coisas e o big data que, nos Estados Unidos, o fenômeno essencial para que não existam ruptu- são mais do que termos de marketing. é mais conhecido como manufatura ras no processo produtivo. Se houver Soluções inteligentes são um pré-requiavançada. “E o nome faz bastante sen- uma interrupção no abastecimento de sito para o futuro da logística, e quem se tido, pois, em uma linha de produção uma determinada peça, por exemplo, deixar intimidar pelas incertezas ainda mais inteligente, as indústrias têm à a indústria, conectada com a logística, existentes sobre esses desenvolvimensua disposição uma quantidade de da- fica sabendo disso e é capaz de adap- tos, cedo ou tarde será ultrapassado pela dos suficiente para personalizar não tar a linha de produção para que de- concorrência global”, frisa Kiessling. somente os processos, mas os produ- terminado modelo de carro, digamos, “A informação se tornou uma moeda tos em si”. Ele explica que a tendência não seja fabricado hoje, porque a peça importantíssima no setor. As empresas somente conseguirão é que as indústrias se adaptem para só vai chegar amanhã, sucesso em longo prazo gradativamente fabricar itens feitos sem nenhuma perda quando utilizarem a insob demanda, para atender a consu- para o processo como formação de forma efimidores cada vez mais exigentes. “A um todo”. O executivo ciente para a otimização inteligência da indústria 4.0 faz com argumenta que, para dos seus processos”. que ela seja capaz de produzir em al- que tudo isso aconteça Segundo o gerente da tos volumes produtos personalizados, em tempo real, indúsEhrhardt+Partner no Bradiferentes entre si, em uma mesma tria e logística precisam sil, internacionalmente linha de produção. E o que está por estar totalmente intetodas essas novidades já trás disso é a capacidade de adaptação gradas e funcionando são amplamente utilizados equipamentos para fazerem ajus- em uníssono. “E essa das. “Os responsáveis por tes durante o processo de fabricação, inteligência se estenisso são clientes cada vez em tempo real”, analisa o executivo. de ao mercado, pois a Franceschini: o termo mais exigentes e uma conSeja qual for o caso, em uma opera- indústria e a logística logística 4.0 teve origem corrência feroz entre as ção industrial coordenada e funcionan- estão trocando inforna indústria empresas. Na era dos pedido sem interrupções, baseada na inte- mações sobre produligência da análise de dados, a logística ção e abastecimento, tudo para fazer o dos digitais, todos os processos de logístide abastecimento precisa garantir que a produto exatamente do jeito e no mo- ca se tornaram mais rápidos e os players fábrica seja suprida da mesma maneira. mento que o mercado necessita. Claro do segmento têm que viver se superando. E é por isso que a logística 4.0 nasce de que o ser humano pode intervir, mas a Para que seja possível dominar todos os modo intrínseco, quase que como uma ideia do 4.0 é justamente ele não preci- procedimentos, é necessária toda essa integração”, salienta Kiessling. característica inerente e, com toda a cer- sar fazer isso”, acrescenta. Del Campo assegura que as empreteza, essencial à indústria 4.0. “Ao longo Franceschini conta que a Viastore é 50 - Revista Tecnologística - Setembro/Outubro 2016



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de automação, mas ainsa, na cidade de Sobral da existe muito espaço (CE). Rogério Scheffer, para isso crescer”. A exeda Águia, concorda com cutiva argumenta que a ideia de que, em um as empresas costumam mundo globalizado, as ter uma visão mais imetendências se dissemidiatista e, muitas vezes, nam com grande velonão analisam os benecidade. “Fronteiras tecfícios que a aplicação nológicas praticamente da tecnologia vai trazer não existem mais. As em longo prazo. “Não se empresas passaram a pode ter medo das noconhecer as novidades vidades. O Brasil precisa muito mais rapidamenKiessling: a informação acompanhar as mudante, trocando informase tornou uma moeda ças em uma velocidade ções entre si, visitando importantíssima na logística maior”, completa. feiras, consultando a Ainda que a aplicação da logística internet, etc.”, esclarece. 4.0 se mostre mais intensa no mercaKiessling alerta para o fato de que do europeu, os executivos concordam os smartphones e tablets, por exemque não existem impedimentos para plo, vão representar cada vez mais que o conceito seja aplicado com todo possibilidades de inovação na utio seu potencial no país. Para Beckhaus, lização dentro de armazéns e CDs definitivamente os preços envolvidos e na logística como um todo. “Disna compra de equipamentos e siste- positivos vestíveis, como óculos de mas não são proibitivos. “Além disso, realidade aumentada, também serão com as cadeias de fornecimento, as muito importantes. No mundo da tecnologias chegam rapidamente ao tecnologia, muitas vezes o que é visBrasil”, diz o executivo, contando que to como um brinquedo hoje pode se a Jungheinrich realizou recentemente tornar padrão nos negócios em pouseu primeiro projeto de logística 4.0 cos anos”, diz. Por isso, é importante no país, para a Grendene, detentora de que os profissionais das empresas de marcas como Rider, Ipanema e Melis- logística estejam, agora mais do que nunca, antenados ao mundo tecnológico. Afinal, em resumo, é a decisão quase que inevitável de investir cada vez mais em tecnologia – e esta cabe ao ser humano – que vai definir quem se enquadra ou não nessa nova revolução, em que, por mais contraditório que possa parecer, são as máquinas que estarão no comando. Divulgação

sas de logística brasileiras já estão atentas a essas necessidades. “Elas sabem que precisam acompanhar a evolução do mercado para se manterem na vanguarda”. E o executivo garante que isso não é exclusividade das grandes companhias. “Investimentos em tecnologia estão muito ligados à mentalidade da empresa. Conheço algumas pequenas que já entenderam que, para crescer, precisam prestar atenção a isso”, afirma. De acordo com o executivo, fornecedores de serviços logísticos voltados a determinados setores se destacam nesse quesito, como empresas que atuam com moda, medicamentos, cosméticos, alimentos – incluindo carnes e outros produtos refrigerados ou de temperatura controlada – e, principalmente, com o e-commerce. “Hoje nós já temos clientes no Brasil que utilizam mais tecnologia do que muitas empresas da Europa e dos Estados Unidos”. Adriana Firmo, porém, alerta para o fato de que o conceito 4.0 exige uma mudança completa de mentalidade por parte das empresas e que, no Brasil, ainda existe uma resistência muito grande a mudanças. “É preciso tomar consciência de tudo isso muito mais rápido do que vem acontecendo. Há, sim, uma demanda bastante grande por soluções

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Fernando Fischer

No mundo da tecnologia, o que é visto como brinquedo hoje pode se tornar padrão nos negócios em poucos anos 52 - Revista Tecnologística - Setembro/Outubro 2016

Águia Sistemas: Ehrhardt + Partner: Jungheinrich: Kion South America: SSI Schaefer: Viastore:

(42) (11) (11) (11) (19) (19)

3220-2666 3087-4400 3511-6295 4066-8100 3826-8080 3305-4100



ARMAZENAGEM

Contra a maré Apostando na retomada da economia e, em paralelo, encontrando uma alternativa para reduzir custos e aumentar a eficiência e a qualidade dos serviços prestados aos clientes, a Renault centralizou as operações em um novo CD na cidade paranaense de Quatro Barras. Equipado com tecnologias de ponta e criado em conjunto com a CSI Cargo, que também responde pelas operações logísticas, o armazém foi inaugurado em maio deste ano

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Rodolfo Buhrer

mulado de 2016 tamque a operação fosse tobém não são nem um talmente terceirizada. Após um processo de pouco animadoras na escolha do qual partiavaliação da entidaciparam dez operadoras de, que prevê pouco logísticas, a CSI Cargo, mais de 2 milhões de unidades vendidas no que já respondia pelas total, o que significa operações de um dos uma redução de 19% CDs de São José dos Piem relação ao exercínhais desde 2011 e do cio anterior. A produCD de Jundiaí desde ção deverá alcançar a 2012, foi a vencedora e, em 2014, junto com as marca de 2,3 milhões Romero: a informatização de unidades, corresequipes da Renault Bramelhorou os controles e a pondendo a uma resil e da Renault França, segurança da operação tração de 5,5%, e o desenvolveu tudo do volume de licenciamentos de veícu- zero, desde o layout do armazém até los novos tenderá a ser 7,5% inferior a estratégia de transferência dos estoao do ano passado. ques dos outros três CDs para o novo Apesar desse cenário bastante ne- local. “Tudo foi pensado para que não gativo, a Renault do Brasil não teve houvesse nenhum impacto, porque a do que se queixar. A montadora não Renault preza pela satisfação do consó conseguiu registrar no país um sumidor, o que lhe valeu a premiação, ganho de 0,2% nos cinco primeiros pelo segundo ano consecutivo, como meses de 2016, chegando a 7,2% a montadora com o melhor atendide participação no mercado, como mento ao cliente no Brasil. E a logístambém inaugurou em maio seu tica é um dos pilares essenciais para novo centro de distribuição de peças isso”, destaca Romero. Contando com 67 docas para ine acessórios, para atender às cerca de 300 concessionárias distribuídas em bound e outbound, 15 mil locações todo o país. Localizado na cidade de porta-paletes e 35 mil locações de Quatro Barras (PR), o novo CD bin (estrutura em mezanino) para possui 66 mil m² de área construí- armazenamento de grandes quantida, dos quais 60 mil m² são ocupa- dades de peças pequenas, o CD de dos pelo galpão para armazenagem, Quatro Barras é o primeiro compleespaço que corresponde a quase o xo da Renault do mundo com cerdobro da capacidade conjunta de es- tificação Leadership in Energy and tocagem dos três CDs utilizados até Environmental Design (Leed). O então, dois em São José dos Pinhais armazém conta ainda com tecnolo(PR) e um em Jundiaí (SP). “Mesmo gias inovadoras e de ponta, como com o mercado em crise, nossos ar- impressoras portáteis lançadas remazéns já estavam ficando satura- centemente pela Zebra, coletores de dos, por isso em vez de criarmos um dados, comunicação Wi-Fi, sistemas quarto CD, decidimos centralizar as de monitoramento e rastreabilidade operações em um só, com maior ca- integral em tempo real, entre outros pacidade”, explica Roberto Romero, equipamentos, além do WMS desengerente-geral de Logística Pós-venda volvido pela CSI Cargo especificamente para a Renault, integrado ao da Renault para a América. O projeto começou a ser delineado ERP SAP da montadora. Claudio Cortez, diretor de Logísem 2013 e, desde o início, a ideia era Divulgação

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indústria automotiva foi um dos setores mais duramente afetados pela crise econômica no Brasil. Dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) revelam que, devido à queda de 26,6% no volume de vendas, 2015 se equiparou a 2007, o que representou um recuo de oito anos nesse segmento, que engloba a produção e comercialização de automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus. As estimativas para o acu-

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tica e Comércio da CSI Cargo, calcula que a operadora logística investiu mais de R$ 5 milhões nesse projeto, em hardwares, softwares e também em toda a infraestrutura para os escritórios. “O objetivo pretendido é atingir a maior produtividade e sermos benchmarking no mundo Renault,

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ARMAZENAGEM

para replicar essa metodologia de trabalho e operacional em outros CDs que a montadora possui na América Latina”, confidencia o executivo.

Crescimento constante

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om raízes francesas e uma história de mais de 115 anos, o Grupo Renault está presente em 128 países dos cinco continentes, contabilizando mais de 122 mil colaboradores em todo o mundo nas áreas de projeto, fabricação e venda de veículos de passeio e comerciais leves de três marcas: Renault, Dacia e RSM, além de vans (furgões), ônibus e caminhões. No Brasil, a montadora emprega cerca de 5 mil colaboradores diretos e 25 mil indiretos. Sua rede comercial é composta por 300 pontos de venda, que em 2015 comercializaram mais de 181 mil veículos, registrando 7,3% de participação de mercado. Como uma das montadoras que mais crescem no país nos últimos anos, a Renault do Brasil é, desde 2011, a segunda maior operação da marca em todo o mundo. Localizada em São José dos Pinhais, a montadora reúne três fábricas no Complexo Ayrton Senna: a de automóveis (onde são produzidos Sandero, Logan, Duster e a picape Duster Oroch), a de comerciais leves (onde são fabricados o Master e modelos Nissan, pela Aliança Renault-Nissan), além da fábrica de motores. A área total é de 2,5 milhões de m², sendo que 60% desse total são de mata preservada, onde habitam mais de 110 espécies de aves e 28 mamíferos. Todas as fábricas são certificadas com a ISO

14.001 de meio ambiente e, desde dezembro de 2015, com a ISO 26.000, referente à responsabilidade social. O complexo abriga também o Renault Tecnologia Américas (RTA), criado em 2007 e que conta com aproximadamente 600 engenheiros cuja missão é desenvolver produtos voltados às necessidades e ao perfil do consumidor latino-americano. No Brasil, além dos modelos produzidos localmente, também são comercializados os veículos Clio, Fluence e Kangoo, fabricados na Argentina. A Renault possui ainda o Centro de Design da América Latina, localizado em São Paulo e inaugurado em 2008, que conta atualmente com 15 especialistas para planejar veículos para o futuro. Entre os sucessos já produzidos pelo estúdio estão o Sandero Stepway Concept e o Duster Americas, revelados em Buenos Aires em 2011. A Aliança Renault-Nissan, uma parceria estratégica com a marca japonesa, foi criada em 1999. Juntas, as empresas vendem um em cada dez carros comercializados em todo o mundo. Somente em 2014 elas comercializaram 8,5 milhões de veículos em aproximadamente 200 países. A aliança também mantém acordos estratégicos com outras montadoras, como a alemã Daimler, a japonesa Mitsubishi, a chinesa Dongfeng e a indiana Ashok Leyland.

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Cortez explica que foi criado um novo fluxo operacional com parametrização customizada e alto nível de automação, com coletores de dados em todos os processos, o que permite maior controle em tempo real. Por meio dos sistemas é feita a conferência cega dos produtos, são apontadas ocorrências com peças e embalagens, além da impressão das etiquetas de identificação, sugestão do endereço de guarda de forma automática, identificação visual dos produtos com prioridade e mapeamento integral dos part numbers. A confirmação da guarda é feita por meio da leitura do código de barras da etiqueta gerada no recebimento. Todas as informações registradas no WMS são enviadas para uma ferramenta de business intelligence que possibilita fazer o monitoramento e a análise de todos os processos logísticos. “O que antes era feito em papel, passou a ser informatizado, aumentando o controle, a segurança, a agilidade e a qualidade das operações”, ressalta Romero.

Projeto-piloto Para não causar impactos no atendimento às concessionárias e garantir que tudo funcionaria conforme o planejado, foi realizado um projeto-piloto para testar os novos sistemas antes da implantação em Quatro Barras. “Fizemos um piloto extremamente complexo em uma rua do CD de São José dos Pinhais para depurar todos os processos, e isso foi um grande aprendizado”, explica Romero. Como reforço, Cortez conta que a CSI Cargo também criou, em paralelo, um ambiente em seu próprio armazém, que fica na parte externa da sua sede, para testar as soluções e treinar os operadores por um período de 30 dias.



ARMAZENAGEM

Experiência em logística integral

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om sede em Curitiba, a CSI Cargo faz parte do Grupo Cargo, que foi fundado em 1980 na Argentina, inicialmente com o nome Expresso Cargo, para operações de transporte courrier, e que após dez anos se tornou uma das maiores transportadoras expressas. Em 1994, o grupo criou a Cargo Servicios Industriales, empresa especializada em desenvolver soluções de terceirização de logística integral para as indústrias automotivas (veículos e peças), o que era uma grande novidade na época, atingindo 65% das empresas instaladas na Argentina. Em 1998, visando expandir negócios e buscar novos mercados, o grupo passou a atuar com transporte internacional e iniciou as atividades de outsourcing no Brasil. Atualmente, o Grupo Cargo possui armazéns distribuídos em Buenos Aires, Córdoba, Rosário e Tucuman, na Argentina, e em São Paulo, Curitiba e Uruguaiana (RS). Nos últimos dez anos a CSI Cargo cresceu 445%, alcançando um faturamento de R$ 1,3 bilhão, o que a posicionou entre os maiores operadores logísticos do Brasil. Hoje atende a mais de 650 organizações, estando presente em 65% das indústrias automotivas instaladas no Mercosul, con-

tando com 25 CDs que somam 450 mil m², uma frota de 530 veículos e cerca de 3 mil colaboradores diretos. A empresa atua em vários elos da cadeia logística para os segmentos automotivo, de construção, limpeza, linhas branca e amarela e indústria alimentícia. De acordo com Claudio Cortez, no ano passado a empresa registrou uma queda de 30% no faturamento em decorrência da crise econômica no Brasil. “Mais de 65% do nosso faturamento é atrelado ao mercado automotivo, que sofreu uma forte retração em virtude da conjuntura econômica. Mas nosso grupo é sólido em termos financeiros, e estamos aproveitando esse momento de crise para diversificar nossa atuação”, explica o executivo, acrescentando que a empresa conquistou novos negócios, dentre os quais as operações logísticas de três CDs da fabricante de elevadores Atlas Schindler, e também da BR Foods. Em fevereiro deste ano a CSI Cargo ampliou sua área de atuação. “Montamos uma equipe Comercial e Técnica para prospectar novos mercados e oportunidades, e também criamos um braço de consultoria para auxiliar os clientes no gerenciamento de projetos logísticos, dimensionamentos operacionais e estudo logístico fabril com-

pleto”, acrescenta Cortez. Outra importante especialidade, que representa uma grande porcentagem de atuação, é a aplicação de soluções logísticas, com aporte de know-how às necessidades do cliente, eficiência na tecnologia e redução de custos operacionais. A CSI Cargo também atua no insourcing, desenvolvendo serviços especializados que geram viabilidade técnico-econômica e ganhos compartilhados. No ano passado, foi criada no Brasil a Dinamik, voltada para locação de equipamentos de movimentação de cargas, que já nasceu com um faturamento anual da ordem de R$ 40 milhões. A nova empresa do grupo disponibiliza cerca de 750 empilhadeiras e rebocadoras, entre outros equipamentos de várias marcas. No seu rol de clientes estão Volkswagen, Nissan, Renault, BR Foods, Atlas Schindler, entre outras empresas. “A atuação no mercado automotivo nos propiciou grande conhecimento e agora iremos migrar toda essa experiência para outros segmentos. A meta para 2016 e 2017 é utilizar nossa inteligência e conhecimento para a conquista de novos mercados”, conclui Cortez.

Mas o maior desafio era como transferir os estoques dos três CDs da montadora para o de Quatro Barras sem causar atrasos e nem parar os serviços. Para isso foi criado um grupo com mais de 60 pessoas da Renault e da CSI Cargo, que tinha como missão estabelecer uma lógica e uma estratégia, com o apoio de uma ferramenta de TI desenvolvida pela equipe da montadora e batizada de cockpit, para determinar quais peças seriam levadas primeiro

para o novo armazém e quando isso ocorreria. “Essa ferramenta funcionou muito bem, calculando por curva ABC a transferência dos itens por famílias de peças. Foi fácil porque tudo foi pensado antes e testado, o que resultou em impacto zero, ou seja, não houve atrasos e nenhum cliente deixou de ser atendido”, comemora Sergio Ricardo do Bomfim e Araújo, gerente de Logística P&A da Renault. O executivo destaca que na fase de

planejamento as equipes visitaram outras montadoras e operadoras logísticas para entender a complexidade da mudança de CDs e evitar os problemas que elas tiveram. “O laboratório que fizemos durante seis meses no CD de São José dos Pinhais também foi fundamental porque conseguimos solucionar todos os problemas que ocorreram, e quando o armazém de Quatro Barras iniciou as operações, em maio, tudo funcionou sem complicações e de acordo com

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os fornecedores e par- CSI Cargo também está prospectando ceiros, prevendo ainda a região para outros usos do CD, seo aumento das expor- gundo Cortez, apostando na sinergia tações, que deverão ser e na multiatividade. dinamizadas. “A forte Atualmente, a Renault trabalha retração do mercado com 250 fornecedores locais de peautomotivo brasileiro, ças e acessórios e importa produdecorrente da crise eco- tos de quatro países, sendo os dois nômica, abriu a opor- principais a Argentina e a França. O tunidade de ampliar armazém de Quatro Barras contará as exportações que se com um time de 66 pessoas da CSI mostram mais interes- Cargo e movimentará 10 mil m³ por santes, até por conta do mês – o mesmo volume dos três CDs Cortez: a CSI Cargo câmbio anteriores, mantendo investiu mais de R$ 5 milhões valorizao mesmo transit time. no projeto do. No Também está sob a resO que mudou novo CD há uma área ponsabilidade da CSI ociosa e estamos estuCargo o gerenciamento Na estrutura anterior, a Renault dando como iremos das equipes de serviços contava com três CDs e a estocagem aproveitá-la da melhor de limpeza, segurança, era feita por tipo de produto e pela forma possível”, destarecursos humanos, enproximidade com os fornecedores. A ca Romero. O executitre outros. O contrato opção por centralizar as operações em vo salienta ainda que firmado entre as emum único armazém teve como princi- a Renault aposta na presas tem duração de pais metas reduzir custos, otimizar o retomada do mercado cinco anos. estoque, agilizar e melhorar o traba- brasileiro e manteve os Bomfim: estratégia e lho das equipes internas e dos fluxos investimentos no país. testes resultaram em de transporte e aumentar a segurança. “Prova disso foi a criaSilvia Giurlani impacto zero Mas outro grande escopo é permitir a ção do novo CD. Mas, CSI Cargo: (41) 3381-2300 criação de novas sinergias com a fábri- enquanto a economia não melhora, Renault: 0800 055-5615 ca, com outras áreas da empresa e com nosso foco será otimizar custos”. A Divulgação

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o previsto”, completa Bomfim. O processo de transferência dos estoques foi concluído no mês de agosto, conforme previsto. “Estamos muito animados com o projeto e desde o primeiro dia realizamos duas reuniões por dia – uma de manhã e outra no final da tarde – para tomar as decisões e solucionar o que for necessário”, destaca.


EMBALAGENS

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Além do conteúdo

A embalagem é um item muitas vezes preterido quando o assunto é logística. Porém, ao voltar os olhos para esse tópico, é possível enxergar oportunidades de melhorias com a busca por materiais mais eficientes, o aumento da responsabilidade ambiental das empresas e a diminuição dos custos sem afetar a qualidade da armazenagem e da movimentação dos produtos

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m dos componentes mais importantes dentro do processo logístico também é aquele que, muitas vezes, passa despercebido e é até mesmo subestimado. A embalagem, que está presente em praticamente todos os setores do cotidiano, tem um papel de absoluta relevância para a cadeia de suprimentos e influencia diretamente na qualidade do transporte e da armazenagem e nas características fi-

nais dos produtos. Além de servir como acondicionamento para insumos, matéria-prima e qualquer objeto que precise ser transportado ou armazenado, também são de responsabilidade da embalagem a proteção da integridade física do produto, o comprometimento com a saúde e a segurança de quem vai manipular ou consumir a mercadoria, a prevenção de desperdícios e a conservação e a garantia do tempo de vida do

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que está sendo embalado, entre outros itens importantes, como a preservação do meio ambiente e a informação de dados a respeito do produto. A embalagem também está intimamente ligada aos custos dos serviços logísticos. Existem cinco tipos de embalagens. A primária é aquela que está diretamente em contato com o produto. São embalagens como vidros de alimentos, garrafas de produtos químicos e caixas cartonadas, como da Tetra Pak. Essas embalagens são produzidas dentro do âmbito industrial e desenvolvidas para o contato direto com o consumidor final. A secundária é aquela embalagem extra que protege a primária, como o plástico que envolve o pack de bebidas, por exemplo. Já a terciária, a mais importante para a logística, é aquela que acondiciona os produtos para o transporte e a armazenagem, como caixas de papelão, plástico stretch, caixas de madeira, paletes, etc. E as quaternárias consistem mais em contentores do que embalagens propriamente ditas, como é o caso dos contêineres, também muito presentes na logística. As embalagens também funcionam como um termômetro da economia, visto que sua produção está diretamente ligada ao consumo do país. Segundo o Estudo Macroeconômico da Embalagem - Retrospecto de 2015 e Perspectivas para 2016, realizado pela Associação Brasileira de Embalagem (Abre) e pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre/FGV), o volume bruto de produção no setor de embalagens encerrou 2015 em R$ 57,3 bilhões, um recuo de 4,31% em relação a 2014. O resultado é reflexo da recessão econômica do país. A mesma recessão que obriga empresas a reduzirem seus custos com a operação, cortar gastos extras e enxugar o quadro de funcionários. O que muitas empresas de logística – como transportadoras e operadores –, além da própria indústria, não percebem é que mudanças nas embalagens podem gerar economia e mais dinamismo dentro da cadeia logística.


Custos operacionais e melhorias de produto

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balagens primárias. Por a logística da indústria, que avalia quantas mais que o custo extra de caixas se suportam umas sobre as outras e embalagens diferencia- vê o lado financeiro. Isso é engenharia de Em meio à crise podas seja repassado para o embalagem”, completa. lítica e, acima de tudo, Para Fernando Sobral, diretor da concliente, ele acredita que econômica, os produtos o setor de Logística teria sultoria empresarial com foco em logística duram mais nas prateleimuito a contribuir com Interlogis, o custo da embalagem compete ras, o poder de compra esse segmento. “Em um com o custo operacional. “Quando se usa da população diminui e mundo ideal, o operador uma embalagem ruim, isso gera muito a desaceleração no conou transportador teria trabalho ou muito retrabalho dentro da sumo fica mais do que um esquema de melhora cadeia. Então, o tempo todo é preciso faevidente. Ao repensar contínua junto com seu zer esta ponderação: qual é a embalagem conceitos de embalagem, cliente”, afirma. Ele su- mais econômica que eu posso utilizar para Vantine: embalagens de tanto primárias quanto gere que os profissionais ter o custo operacional mais baixo possíconsumo são definidas terciárias, as empresas pode logística deveriam vel? Tem empresa que trabalha até com pelo autosserviço dem diminuir seus custos fazer parte dos projetos saco plástico. Para manipular e guardar é operacionais sem diminuir a qualidade. “A de desenho de embalagens, juntamente horrível, mas a justificativa é a questão do logística é quadrada, você não vê armazém com as equipes de marketing, para assim custo. E esse cálculo do custo operacional, redondo, não vê caixa redonda, caminhão chegar a resultados satisfatórios para as ou ‘quanto dá de retorno uma boa embaredondo”, diz José Geraldo Vantine, dire- vendas e também para a armazenagem e lagem’, é que é difícil de ser feito, e o mertor da Vantine Logistics & Supply Chain o transporte dessas embalagens. cado não tem feito. Em suma, o preço da Consulting. Ao mostrar as diferenças entre Já no segmento de embalagens para embalagem compete com o custo da opeembalagens de uma determinada marca movimentação, ou seja, o terciário, o ce- ração. Como não fica muito claro para as de leite condensado, em que há opções nário é outro. “Nele a logística contribui pessoas da cadeia logística o que é custo de de pesos e inclusive de formatos diferen- muito, principalmente do ponto de vista um ou custo de outro, acaba não se fazentes, ele aponta para a curvilínea. “Por que da armazenagem. A maioria dos centros do essa redução”, diz. a embalagem é redonda? Ao colocar na de distribuição são construções de portaEle também reforça o problema dos caixa de papelão para o transporte, se você -palete tradicional, você erros de cálculo das embaolhar de cima vai ver que ela deixa espa- pode usar qualquer tipo de lagens. “Existe muito erro ços vazios”, diz. “Ao usar uma embalagem movimentação, pode ser em embalagem, principalquadrada ou retangular, você irá carregar empilhadeira frontal, latemente quando falamos de mais produto em menos espaço”, explica. embalagem de papelão ral. A empilhadeira empiDetalhes como esse podem impactar lha, então a armazenagem ondulado. O que eu tediretamente no número de viagens rea- é verticalizada. Quando nho visto no mercado de lizadas e no espaço necessário para a ar- falamos sobre empilhar, uma forma geral são emmazenagem, por exemplo, impactando você tem aqueles produbalagens mal dimensionos custos logísticos. “Essa é a primeira tos que são autossustentánadas, tanto física quanto relação que existe no impacto da emba- veis, como as geladeiras”, estruturalmente. Ou elas lagem na logística por causa do custo de explica. “A embalagem são reforçadas demais, o armazenagem, de movimentação e de da geladeira é ela própria, que aumenta o custo, ou Sobral: custo da transporte”, indica Vantine. O executivo uma sobre a outra, não são frágeis demais, às veembalagem compete com o explica que as embalagens primárias não tem porta-palete. Quando zes muito grandes e muicusto operacional têm absolutamente nenhuma influência a embalagem não é realto dispendiosas”, explica. do setor de Logística. “A embalagem de mente autossustentável, você vai começar Para Sobral, é preciso ainda haver uma consumo é desenvolvida pelo pessoal de a observar caixa de papelão manchada, busca maior por tecnologias e soluções no Comunicação e Marketing. Ela tem as porque o produto abriu, por exemplo, ou segmento, desenvolvimento de materiais características que foram desenvolvidas vai ver caixa torta”, analisa. Segundo o exe- e novos materiais combinados. “Eu acho dos anos 1950 para frente, em função do cutivo, isso ocorre por conta do mau plane- que a Tetra Pak, por exemplo, é uma soluautosserviço”, diz. Assim, não há contri- jamento da embalagem. “O cálculo da em- ção maravilhosa, porque combina matebuição da Logística na produção de em- balagem de transporte quem tem de fazer é riais. Acho que dá para fazer muitas novas Setembro/Outubro 2016 - Revista Tecnologística - 61


EMBALAGENS

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vindo da região e redispor exemplo, o controle é tribuindo para o Sudeste, bem grande, porque tem como indo do Sudeste que ser. Nos outros segpara o Nordeste”, conta mentos nem tanto”, obPedro Stivalli, sócio-direserva Sobral. “O drama é a tor da Adezan. Segundo o gestão do retorno da caixa executivo, a nova embapara a operação. Porque lagem é reutilizável e faz se o custo desse retorno de seis a sete viagens. for maior que o custo da “Para exportação, caixa, essa logística reversa usa-se um volume não compensa, não funmaior de embalagem no ciona”, explica. Segundo produto. Para garantir ele, o que é preciso, além Stivalli: Adezan inovou no a segurança em 20, 30 das inovações de matetransporte de vidros dias de contêiner, o proriais, é uma responsabilidade maior por parte das empresas e uma duto tem que ser mais bem embalado”, maior facilitação na legislação, que incen- diz. “Essa embalagem pesa 60% menos que a de madeira, e ocupa menos espative as melhores práticas. ço no contêiner. É possível colocar duas Exemplos de sucesso caixas a mais por contêiner. Ganhamos na altura também em relação à caixa Quando se fala em embalagem, mui- de madeira. E conseguimos trabalhar tos ainda enxergam o artigo como um com vidro de 2,2 m, o que com madeiproduto-padrão, de qualidade e inovação ra não daria”, explica Stivalli. Segundo nivelados. Mas a verdade é que existe mui- ele, a embalagem fica em média 11% to espaço para novas ideias e busca por mais barata que a de madeira, porque o excelência, o que impacta diretamente processo é totalmente automatizado. O no tempo de vida dos produtos e na qua- uso da embalagem da Adezan gera uma lidade das embalagens primárias nas pra- economia de 20% no transporte. teleiras para o consumidor final. Quando Outra inovação do mercado são as o transporte é feito para exportação, o cui- embalagens termoencolhíveis e stretch. dado deve ser ainda maior. A Adezan, em- Roberto Trevisan, diretor de uma das fapresa de logística e embalagens industriais, bricantes dos equipamentos que produinovou ao trazer para o mercado uma zem esse tipo de embalagem, a Projepack, embalagem para o transporte de vidro explica como a mudança do mercado inque gera maior economia e segurança na fluencia os clientes a mudarem para este movimentação marítima. O transporte de tipo de embalagem. “O que está havendo lâminas de vidro, que são movimentadas no nicho de mercado logístico são dois em contêineres, é feito 100% com papel fatores importantes: um é a qualidade laminado e aço, da embalagem. Os produtos ficam armadiferente do que é zenados em CDs ou galpões, então com usado no mundo essa embalagem plástica você consegue todo, a madeira. “É dar proteção total na caixa contra chuva uma patente mun- e umidade, e ela dura mais tempo. E o sedial da Adezan. gundo fator é a busca de segurança. Hoje Está implementa- é possível embalar um produto com um da na Argentina e plástico e colocar uma marca de seguranno Chile, além da ça, que acaba impedindo a violação do cabotagem para produto. Existem muitos casos em que a o Nordeste, tanto pessoa viola o pacote, tira o produto e laDivulgação

composições. O mercado é carente porque normalmente a indústria é focada em seu próprio segmento. Quem faz plástico faz apenas plástico, madeira apenas madeira, papelão apenas papelão. É preciso explorar a resistência do material que tem resistência, o isolamento dos materiais que são isolantes, etc., e combinar alumínio, plástico, papel, para termos novas soluções. Essas soluções podem baratear o custo de produção, aumentar a durabilidade, fazer a logística reversa compensar e facilitar a reciclagem”, diz. Além do custo da embalagem, a sustentabilidade tem um papel muito importante nessa discussão. Em um mundo cada vez mais consciente ambientalmente, as embalagens tomaram ares de vilãs. As empresas sabem que tornar-se verde é uma necessidade, e produzir embalagens ecofriendly, além de tomar responsabilidade no descarte e investir em logística reversa, demonstra ética e comprometimento, o que reflete na competitividade. Porém, o cenário brasileiro ainda está longe do ideal. “A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) é um conjunto de regras aprovadas pelo Congresso nacional, portanto é lei. Porém, o Brasil é um dos poucos países do mundo em que algumas leis pegam e outras não. Essa não pegou de maneira intensa, porque os congressistas montaram uma lei muito complexa, que se misturou com as obrigações quanto aos resíduos domésticos”, explica Vantine. “A logística reversa é um capítulo a parte dentro da logística. E é um capítulo enorme, por sinal. Quando falamos da reversa de embalagens da cadeia da saúde,

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cra de novo. Isso estoura na empresa que recebe, e depois a fabricante vai ter que repor”. Ele também explica que esse tipo de embalagem facilita o agrupamento de peças nos armazéns. O produto é aplicado em artigos da linha branca, por exemplo.

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mobile em embalagens, que inclui o QR Code e os códigos em texto, além do fiasco da realidade aumentada, desta vez as marcas estão utilizando o near-field communication (NFC), que é uma tecnologia que permite a comunicação sem fio entre dois dispositivos mediante uma simples Tendências aproximação entre eles – semelhante ao Wi-Fi, porém sem que o usuário tenha Já no cenário global, ao avaliar a enge- que digitar senhas, clicar em botões ou nharia de embalagens e trends em níveis realizar alguma ação semelhante ao estaindustriais, de design, vendas e consumo, belecer a conexão –, e também o Bluetooé possível identificar alguns tópicos que th low energy (BLE), uma tecnologia de podem influenciar o segmento no Brasil baixo consumo de energia com o mesmo e a forma como a logística se relaciona range de comunicação que o Bluetooth da com a embalagem. Um desses itens tem geração anterior. a ver com o caminho que a própria ecoO crescimento quase incontrolável do nomia irá tomar. Segundo dados do Euro- e-commerce tem sua influência. O custo monitor Internacional, o crescimento dos da embalagem é sensivelmente diminuído mercados emergentes será cada vez mais nessa modalidade, já que o impacto de ver expressivo e em 2020 eles o produto na prateleira corresponderão a 65% do não é mais um fator-chave crescimento global. Para a na hora de clicar no botão logística e as embalagens, comprar. O tamanho dos isso significa uma necessiprodutos também poderá dade de buscar materiais e mudar. Ainda segundo o soluções para movimenrelatório Global Packaging tação para aplicação em Trends 2016, 39% das faestradas de baixa qualimílias do Reino Unido dade, entregas em regiões gostariam de ter mais oppobres, etc. Justamente ções de bebidas alcoólicas porque a logística pratiem garrafas menores e cada no primeiro mundo 50% dos consumidores Trevisan: embalagens plásticas invariavelmente não se de petiscos saudáveis estão oferecem mais proteção aplica para a logística dos dispostos a experimentar países emergentes. marcas novas se forem vendidas em tamaOutro ponto de questionamento é o nhos menores. A habilidade de alcançar impacto do big data na análise e no pro- consumidores de uma forma única e precessamento de informações de empaco- cisa depende dos fabricantes oferecerem tamento, custos e entregas, que poderão um range cada vez maior de tamanhos de tornar a dinâmica entre logística e emba- embalagens. A tendência de downsizing lagem mais intuitiva e eficaz. A interação dessas embalagens aumenta a fidelidade com os clientes também é um tópico de dos clientes e torna o produto mais comabsoluta importância. Segundo o relatório petitivo. E a logística tem que estar pronta Global Packaging Trends 2016, da Min- para acomodar as novas tendências. tel, empresa fornecedora de pesquisas de Adezan: (11) 3956-4800 mercado, as interações mobile corresponInterlogis Consultoria: (11) 3862-5670 deram a 64 centavos de cada dólar gasto Projepack: (54) 2102-1155 em lojas de varejo em 2015. Mas, diferenVantine Consultoria: (11) 3598-1200 temente da geração anterior de tecnologia


TRANSPORTE

Inovação no milk run Em um grande projeto de terceirização, a Electrolux passou para a Tegma toda a gestão e operação do transporte de peças entre seus fornecedores e as fábricas localizadas em Curitiba e São Carlos. Além disso, a empresa também assumiu a gestão das embalagens que giram na cadeia, resultando em um projeto de alta complexidade e dinamismo

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randes fabricantes que possuem um intricado sistema nervoso logístico estão a todo momento procurando se atualizar com o que há de mais recente em termos de tecnologia e modificando suas operações rumo à excelência. Com equipes totalmente dedicadas a novos projetos, essas empresas estão constantemente em busca de aumento de produtividade, redução de custos inócuos e aplicação de todas as inovações disponíveis para melhorar o desempenho, tornando-se cada vez mais competitivas. Em um projeto ousado e de alta complexidade, a Electrolux, multinacional fabricante de eletrodomésticos, teve a iniciativa de remodelar todo o seu sistema de transporte entre os fornecedores de peças e as fábricas de Curitiba e São Carlos (SP). A operação, que já funcionava no sistema milk run, era extremamente pulverizada e cada rota com seu respectivo fornecedor respeitava uma dinâmica única, o que fazia com que não existisse uma padronização na logística entre esses agentes. O escopo do projeto tinha como objetivo principal contratar um operador logístico que pudesse atuar como intermediário entre os fornecedores e as fábricas, ou seja, movimentar todas as peças utilizadas pela Electrolux para a montagem de seus produtos, além de fazer a gestão das embalagens industriais utilizadas para transportar as peças. “Dentro da área de Supply temos outra que chamamos Inovation. Essa área trabalha com o desenvolvimento de soluções para toda a América Lati-


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Mudando a dinâmica documentação, outra por métodos de na”, conta Silvio Camiprocessos, etc. “Essa área é a essência noski, diretor de Supply O ganhador do BID do projeto, porque é ela que conduz a Chain na América Latifoi o operador logístico inteligência do plano da Electrolux”, na da Electrolux, que Tegma. “É um projeto diz Linhares. explica quais foram os inovador. Quando se A Tegma não utiliza frota própria objetivos do projeto. olha para o mercado para esse projeto, e sim de parceiros, “O primeiro era otiminacional, não há ne- porém todo o treinamento com os zar os fluxos de milk nhuma operação seme- motoristas é de responsabilidade do run. Havia provedores lhante a esta”, indica operador. “O cavalo mecânico não é distintos, com circuitos Marcelo Linhares, ge- da Tegma, mas todos os implementos de milk run diferentes, rente Regional de Lo- sim”, conta o gerente. “Existe uma cada um para abastecer gística na Tegma. “A área da Tegma que se chama Contrauma fábrica. Em certos Caminoski: a padronização Electrolux terceirizou tação e Relacionamento com o Transcasos existia uma sodas embalagens eliminou o a logística em um ní- portador (CRT), que garante que a breposição de fluxos, processo de repack vel de aprofundamento frota que estamos contratando respeiporque alguns fornecedores que estavam em São Paulo muito grande, muito intenso. O pri- te o procedimento da Electrolux. Essa também abasteciam a Região Sul, por meiro passo era organizar o processo contratação apresenta altas exigênexemplo. Então o primeiro propósito de transporte, porque a empresa tinha cias, com treinamento e capacitação. era otimizar rotas e melhorar esse pro- uma perda de energia muito grande e Checamos todo o veículo para ver se cesso”, ressalta. “E o segundo grande significativa. Agregado a isso, come- ele tem condições de rodar, além de problema que enfrentávamos com a çamos a sair um pouco do commodi- fazermos acompanhamentos periódicadeia de fornecedores na indústria de ty transporte e trouxemos inteligên- cos no veículo”, conta. A expertise da linha branca era justamente a gestão cia para o milk run. Temos o Centro Tegma nesse projeto fica mais focada de Gerenciamenentão na inteligêndas embalagens”, diz. cia da gestão de Para resolver a situação, a Electrolux to de Transporte Assumir todos operação. Internacontratou a Vantine Consulting para (CGT), que fica em mente, foram adpreparar e gerenciar um BID para a con- São Bernardo do os processos mitidas 126 pessotratação de um operador logístico. A Campo (SP), que envolvendo as as para o contrato partir de uma long list com 45 players, gerencia todos os veículos, com a Electrolux. o processo de credenciamento e seleção nossos embalagens utilizadas Entre as duas passou por várias etapas de grande pro- rastreando e moniplantas da Electrofundidade analítica, principalmente no torando. Fazemos no transporte foi lux que a Tegma que diz respeito a gestão, tecnologia, a medição de todos uma novidade atende nesse projeexperiência e capacidade econômica e os itens de perforto, a empresa possui financeira. “Essa etapa foi importantís- mance no sentido para a Tegma três hubs, um em sima para atingir as mais habilitadas a de atender janelas, São José dos Pinhais participar do processo de alta comple- cumprir o transit (PR), outro em Baxidade e alto investimento. A partir time e a lei do morueri (SP) e outro em São Carlos. Esses de uma detalhada request for proposal torista”, conta. Segundo o executivo, a Tegma pos- hubs recebem os transportes de milk (RFP), foi analisado cada projeto técnico dos finalistas”, lembra José Geraldo sui uma área chamada Planejamento run e fazem as transferências para a Vantine, diretor-geral da consultoria. Logístico, que faz a inteligência do es- Electrolux de forma regular. Também Depois de muitas etapas de eliminação, tudo da malha de transporte. Existem há FTLs (full truck load) que fazem o os finalistas ainda tinham que preparar profissionais dedicados para cada ma- transporte diretamente dos fornecesua negociação. “O operador que ga- lha do cliente, então há uma pessoa dores para a planta. Eles são centros nhasse precisaria assumir todo o inves- responsável pela malha de transporte consolidadores de embalagens para timento em embalagens. Todos tiveram da Electrolux, uma pessoa responsá- materiais para transferência, além de que apresentar projetos nesse sentido”, vel pela gestão e performance, outra também servirem como buffer para responsável pelo gerenciamento da toda a operação. explica Vantine. Setembro/Outubro 2016 - Revista Tecnologística - 65


A gestão da embalagem

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envolve, muitas vezes, a triangulação logística, ou seja, uma peça sai Um dos pontos-chade um fornecedor e vai ve para o projeto foi a para outro, para ser pinimplantação da nova tada ou receber um imgestão das embalagens plemento, por exemplo, usadas para o transporantes de ir para indústria te das peças que saem da Electrolux. “Adminisdos fornecedores e são trar embalagens em uma levadas para as fábricas. cadeia nervosa como a “Até a gente entrar com nossa é uma tarefa como projeto, os forneceplicada”, destaca CamiLinhares: a Tegma não atua dores compravam as noski. “Existe o modelo apenas na execução, mas no embalagens para abasque algumas indústrias planejamento também tecer as peças nas fábriutilizam, em que é o cas. Eles eram responsáveis por esse in- próprio cliente que investe nas embavestimento, e posteriormente a gente lagens. Mas, quando voltamos para fazia a amortização, pagando um de- dentro de casa e olhamos nossa estraterminado adicional no valor da mer- tégia, vemos que isso não faz o menor cadoria que comprávamos. Mas isso sentido, porque embalagem não agrega era um grande problema, por causa da valor nenhum para a gente. Ela agrega dinâmica que envolve a área de Com- valor para quem vive disso. Em uma inpras, especialmente quando se tem um dústria de transformação como a nossa, momento inflacionário, de quebradei- não faz sentido ter a embalagem como ra no mercado. Estamos o tempo todo um ativo, algo que vamos gerenciar. negociando com o fornecedor, seja Então fomos para um modelo com base para mudar volume ou mudar share nessas duas demandas: tanto viabilizar de determinado componente. Portan- maior eficiência do milk run quanto reto, o tema embalagem vinha à tona o solver o problema que envolvia as emtempo todo. Às vezes a gente precisava balagens”, conta. de uma redução de custo, mas ouvíaA partir da implantação, todo o inmos que não era possível devido aos vestimento feito em embalagens – em investimentos em embalagens. Elas torno dos R$ 20 milhões – tornou-se sempre foram um grande problema responsabilidade da Tegma, o que faz no que diz respeicom que elas sejam to à negociação”, de sua propriedade. diz Caminoski. O operador adquiO operador Outro problema riu novas embalalogístico expandiu era a dificuldade da gens e toda a gestão gestão dessa cadeia, está sob sua respono seu escopo na pois as embalagens sabilidade. Essa foi de um determiuma novidade para atuação da nado fornecedor a empresa. “A Tegatividade de transporte ma é um operador acabavam parando em outra indúslogístico que atende e trouxe inteligência tria, muitas vezes diversos segmentos, concorrente. A atimas as embalagens para o milk run vidade de milk run foram uma novidas embalagens dade. A Electrolux


passou o know-how do desenvolvimento, as diretrizes e dimensões de embalagens, cores, volumetria, direcionamento do parque, etc. Ou seja, o kick-off foi da Electrolux. A Tegma entrou, no primeiro momento, com o investimento do parque de embalagens. Suportamos todo o investimento pois somos um operador logístico para o transporte, mas não atuamos só na execução, mas com o planejamento também”, conta Linhares. Diferentemente das embalagens antigas, sem padronização, que eram compradas pelo fornecedor, desta vez elas tinham que seguir os padrões da indústria, ter um número limitado de modelos e, principalmente, respeitar as diretrizes da Electrolux global. “Precisávamos de uma embalagem

que acompanhasse todo o fluxo dos nossos produtos. Ela tem que chegar ao almoxarifado e ele tem que estar preparado para receber essa embalagem dentro de determinado padrão, depois a embalagem vai para o processo e para o ponto de uso, como chamamos o ponto em que a peça é usada na montagem. E depois é feita a logística reversa de tudo isso, voltando para o operador logístico e, lá na ponta, para o fornecedor novamente. Tivemos que padronizar alguns tipos de embalagens, afinal não dava para ter 200 modelos, até porque nessa

nova dinâmica não tem tanta gente no mercado produzindo esse tipo de embalagem”, diz Caminoski. “Seguir um padrão global ajudou porque são embalagens de mercado, com um volume grande, e não customizadas para nossa operação. Isso faz com o que o valor seja mais atrativo”, explica. O gerenciamento dessas embalagens é feito em Curitiba, que atende a Região Sul, e em São Bernardo do Campo (SP), que cuida de São Paulo. Nas unidades existem equipes de auditores de embalagens que acompanham detalhes como tempo de vida, qualida-


TRANSPORTE

de, utilização e abastecimento. “Criamos um Sistema de Gerenciamento de Embalagens, o SGE. Esse sistema conta com uma plataforma web que controla todo o estoque de toda a cadeia. Enxergamos tudo: a quantidade que está no fornecedor, o SKU do fornecedor, o que tem dentro da Tegma, dentro da Electrolux, etc. Esse sistema gerencia o parque de embalagens e toda a movimentação”, explica Linhares. A ferramenta é compartilhada com todos os envolvidos na cadeia, o que garante a transparência dos processos.

Curva de aprendizado A partir do momento em que um projeto modifica tanto os processos internos das empresas, surgem desafios e, muitas vezes, ruídos. Com a mudança da responsabilidade pelas embalagens para o operador logístico, houve uma grande alteração na maneira como os fornecedores deveriam trabalhar, além de quanto deveriam cobrar por seus produtos. “Claro que tivemos uma curva de implantação. No começo alguns fornecedores misturavam um

pouco a negociação das embalagens com o que estava acontecendo no mercado. Também houve, em paralelo a esse projeto, o problema da crise que o país atravessou. Portanto, coisas que haviam sido planejadas para se fazer em 15 dias, levavam 45 dias, e isso nos obrigou a estar o tempo todo revendo o cronograma, ou seja, antecipando alguns fornecedores de que havia dificuldades, para não comprometer o projeto”, lembra Caminoski. “Foi a parte mais trabalhosa. Tínhamos que explicar todo o conceito, já que isso não é algo feito no Brasil e fomos pioneiros. Fizemos um evento em São Paulo e conversamos com mais de cem fornecedores sobre o projeto. O primeiro approach foi esse. Então começamos o face to face com cada um. Cada caso era um caso, e o fornecedor tinha um monte de dúvidas, principalmente porque ele fazia o investimento na embalagem, aí de um dia para o outro aquilo deixa de ser responsabilidade dele, e ele não precisa mais fazer a gestão. Inclusive a receita total dele diminui, porque havia na composição de preço algo que era referente a em-

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balagem”, cita o diretor. Havia fornecedores que se beneficiavam do sistema antigo. “Alguns deles ganhavam em cima disso, colocavam um valor maior na embalagem, o que, para nós, não era transparente, pois não sabíamos quanto pagávamos de embalagem. Claro que tínhamos uma noção, baseados em todo o trabalho que fazíamos, e assim realizávamos o approach para cada um. Esse controle teve que ser feito com lupa. As contas tinham que fechar”, revela Caminoski. Em alguns casos, a empresa teve que auxiliar na criação de uma nova armazenagem para o fornecedor, porque as novas embalagens não cabiam nas estruturas que ele tinha. Houve também certa resistência por parte dos fornecedores, pois o projeto acarretou uma perda de facilidades e de poder de decisão, mas o resultado foi uma sinergia mais eficiente e transparente entre os agentes da operação. “Foi trabalhoso para o fornecedor. Inicialmente gerava um desconforto, pois estávamos tirando algumas flexibilidades dele. Ele queria ter dez dias de estoque de um determinado material, só que a partir do momento em que nós começamos a fornecer embalagens, ele não podia mais ter esses dez dias, ele tinha que ter seis dias apenas, por exemplo. O fato desse projeto ter começado a tolher algumas flexibilidades do fornecedor fazia com que houvesse uma resistência maior, porque ele estava sendo obrigado a ser mais eficiente para atender à nossa demanda. Estávamos tirando o fornecedor de uma zona de conforto na qual ele se colocou durante muito tempo”, conta Caminoski. “Hoje, dentro desse cenário, a Electrolux participa muito ativamente do planejamento desses fornecedores. Há um planejamento sistêmico, porque temos visibilidade no nosso estoque”, diz. “Agora governamos o processo. Dessa forma, passamos para uma dinâmica muito mais colabora-


tiva, com uma integração mais forte e com mais transparência”, ressalta o executivo. Alguns fornecedores que não operavam na modalidade de milk run – aqueles que tinham seu frete e entregavam a mercadoria diretamente na fábrica – também foram convidados a mudar sua modalidade.

Ganhos no processo O projeto, que terminou de ser implantado este ano, gerou uma série de ganhos. Com a padronização de embalagens, foi possível eliminar o processo de reembalar insumos que chegavam em embalagens inadequadas. “O repack era um processo que gerava uma despesa considerável na cadeia e também demandava uma área interna muito grande. Quando eliminamos isso, disponibilizamos a área física para absorver outros processos. Também houve redução no resíduo gerado no bordo de linha, porque antes o fornecedor usava embalagens de papelão e sacos plásticos, e essas não eram embalagens retornáveis. Hoje, com as retornáveis, houve uma redução drástica na quantidade de resíduos”, comenta Caminoski. “Sem contar a abertura de portas que o projeto proporcionou. Uma vez implantado, surgiu a possibilidade de outros serem considerados. Antes não conseguíamos nem pensar em automação, porque não tínhamos embalagens totalmente padronizadas, não tinha como pensar em projetos de automação. Hoje, a automação é um assunto factível”, diz. A Electrolux não divulga nenhum tipo de número referente aos seus ganhos porcentuais ou em moeda com o projeto. Outro ganho conquistado era um objetivo que a Electrolux há algum tempo já buscava: a diminuição do inventário. “Existe, no fluxo de abastecimento da fábrica, a vertente de reduzir o inventário da cadeia. Porque, sem

isso, existe um mau dimensionamento: ou excesso do lado de um fornecedor, ou da fábrica, ou dos dois. Não pode existir excesso, porque é capital parado. Então, houve o trabalho de achar qual era o padrão para cada um dos itens que tínhamos no fluxo”, explica Caminoski. “Tudo isso tem base na filosofia lean, que fala sobre a otimização dos fluxos internos. Tudo que falamos foi sobre o milk run, ou seja, externo. Mas, dentro de casa, uma vez padronizado, tivemos condições de melhorar muito o fluxo interno até chegar ao bordo de linha”, complementa. Outro ganho também foi a diminuição de itens no ponto de consumo, ou seja, no momento em que a peça é usada dentro da fábrica. “O tempo que o operário usa para fazer a seleção de peças tem que ser eliminado, tem que ter o que chamamos de conceito cirurgião, ele tem que receber a peça na mão dele no momento certo”, explica o executivo. Para a Tegma, o dinamismo que todos os processos ganharam representa o sucesso do projeto. “A complexidade que há no gerenciamento de uma cadeia inteira é muito grande. A Electrolux, como qualquer outro player, trabalha com base em uma demanda de mercado. A flexibilidade que a Tegma apresenta e a agilidade que temos que ter para responder às mudanças de comportamento do mercado são muito grandes. O maior desafio foi acomodarmos isso para que tivéssemos condições de fazer as alterações de acordo com a pressa que o cliente pede”, resume Linhares. “Toda essa complexidade fez com que o projeto tornasse todos os processos extremamente dinâmicos e ágeis”. Cristiani Dias Electrolux: (11) 3004-8778 Tegma: (11) 4397-9600 Vantine Consultoria Logística: (11) 3598-1200


LIVRO

Axado lança livro sobre o e-commerce além dos desafios do setor de atendimento; Guias Para Otimizar as Operações Logísticas, que explica como negociar com as transportadoras, como reduzir custos com frete e como elaborar campanhas de frete eficazes; Cenário Logístico Brasileiro, um resumo dos principais dados do mercado; e Soluções do Axado para Otimizar a Gestão Logística, sobre cálculos de frete, rastreamento e consultoria, com os cases da E-Lens e da Decathlon. Divulgação

O Axado, empresa que atua na gestão de fretes e que foi adquirida recentemente pelo Mercado Livre, lançou o livro Logística para E-Commerce: da Teoria à Prática. A obra, destinada aos empreendedores e profissionais da área do comércio eletrônico, apresenta dicas de como aprimorar os processos logísticos dentro de uma empresa, desde a etapa de definição das operações até a chegada do produto às mãos do cliente. Distribuída gratuitamente no formato eBook, a publicação leva ao leitor mais informações sobre a importância do uso de conceitos estratégicos e de controle e de tecnologias como o big data para reduzir os custos logísticos, aumentar a eficiência nas entregas e, consequentemente, melhorar os resultados da empresa. O livro apresenta os capítulos Como Definir o Modelo de Operação, sobre a escolha entre a armazenagem e o transporte próprios ou terceirizados; Softwares que Auxiliam na Gestão da Empresa, que aborda ERPs, WMSs e TMSs; Dicas de Como Atender e Fidelizar o Cliente, sobre o conceito de omnichannel e um pós-venda eficiente,

Logística para E-Commerce: da Teoria à Prática 129 páginas Axado eBook disponível em: https://www.axado.com.br/ materiais-educativos/


PRODUTOS

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Nova linha Sprinter, da Mercedes

A Mercedes-Benz apresenta sua nova linha de veículos comerciais leves Sprinter, incluindo vans, furgões e chassis com cabine, que já começa a ser vendida este mês na rede de concessionários da montadora em todo o país. As novidades dos veículos incluem mais recursos tecnológicos e itens de conforto para o motorista, para os passageiros e para o transporte de carga. A família Sprinter é formada pelos modelos 313 CDI Street, com peso bruto total (PBT) de 3,5 toneladas, 415 CDI, com PBT de 3,88 toneladas, e 515 CDI, com PBT de 5 toneladas. São três opções de entre-eixos: 3.250 mm (curto), 3.665 mm (longo) e 4.325 mm (extralongo). Ao todo, são cerca de 60 versões de configuração, de acordo com o modelo, entre-eixos, altura interna e outros itens. A oferta de furgões Sprinter abrange diversas opções de capacidade volumétrica de carga, que vão de 7,5 m³ a 15,5 m³. A porta lateral corrediça, com até 182 cm de altura e 130 cm de

largura, permite o fácil carregamento de um palete pela lateral do veículo, o que também pode ser feito pela porta traseira, agilizando e otimizando a operação logística. A abertura de 270 graus da porta traseira e a exclusiva versão com portas corrediças nas duas laterais do veículo flexibilizam as operações, ampliando as possibilidades de carga e descarga em locais estreitos e de difícil acesso, como em supermercados, centrais de distribuição e comércio varejista. Com duas opções de alturas internas (1,65 e 1,94 m) e quatro comprimentos (5.245, 5.910, 6.945 e 7.345 mm), a linha de furgões assegura múltiplas escolhas e maior produtividade aos transportadores. Robusto e resistente, o chassi Sprinter está apto para receber vários tipos de carroçarias e equipamentos. Para o caso de baús, a capacidade volumétrica de carga pode chegar até a 22 m³. O furgão e o chassi podem circular livremente nas grandes cidades, respeitando apenas o rodízio de

placas, e ser dirigidos por motoristas com carteira de habilitação da categoria B. Além disso, a marca inclui versões de veículos urbanos de carga (VUC) dos furgões e chassis 415 CDI e 515 CDI, para maiores capacidades de carga. Dentre as inovações de segurança da nova linha, o maior destaque é o avançado sistema Crosswind Assist, ou Assistente de Vento Lateral. A função ameniza os efeitos indesejáveis de ventos laterais durante a condução, fazendo com que o veículo permaneça em sua trajetória, sem a intervenção do motorista. O assistente é ativado a partir da velocidade de 80 km/h, por meio de sensores do Programa Eletrônico de Estabilidade (ESP) Adaptativo 9i. As correções de trajetória são realizadas automaticamente por meio do acionamento unilateral dos freios, evitando assim que as rajadas de vento possam produzir um deslocamento lateral repentino do veículo. O ESP é uma exclusividade da Mercedes-Benz, e integra o Anti-Lock Braking System (ABS), ou sistema antitravamento de frenagem, o Anti Slip Regulation (ASR), ou sistema de controle de tração, o Brake Assist System (BAS), ou sistema de assistência de frenagem, e o Eletronic Brake-Power Distribution (EBV), ou distribuição eletrônica da força de frenagem. Um novo recurso disponível para a Sprinter são os faróis de neblina com assistente direcional. De forma automática, eles são acionados unilateralmente, direcionando a luminosidade em curvas, proporcionando assim ampla iluminação no campo próximo ao veículo e mais segurança para o condutor e os pedestres. Dessa forma, as luzes de neblina atuam também como assistente direcional para o motorista. 0800 970-9090

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PRODUTOS

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VM fora de estrada, da Volvo

A Volvo lança no mercado o novo caminhão VM com peso bruto total (PBT) de 32 toneladas, 5,3 toneladas a mais de capacidade de carga que a versão anterior. Com isso, a linha VM, que já oferecia uma ampla gama de veículos para atender às diferentes necessidades do transportador, agora tem um modelo para suprir uma demanda específica: o segmento de caminhões que atuam em trabalhos de terraplenagem, mineração leve e construção. O novo veículo chega proporcionando a maior capacidade de carga útil de sua classe e será comercializado no Brasil e em todos os demais países da América Latina que aplicam a norma Euro 5 de emissão de poluentes. Equipado com o tradicional motor de 330 cv e uma configuração de eixos 6x4, é também o caminhão mais leve de sua categoria, com

uma tara que garante maior capacidade de carga útil e, assim, maior rentabilidade para o transportador. O VM de 32 toneladas off-road compartilha alguns de seus principais componentes com a linha FMX da Volvo, voltada para o transporte pesado em condições severas. Ele tem, por exemplo, os robustos eixos trativos com redução nos cubos, bem como o eixo dianteiro de viga reta, e a mesma caixa de câmbio I-Shift do FMX, que proporciona uma sensível redução no consumo de combustível, menor custo de manutenção e mais conforto para o motorista. Outro destaque do veículo é o bloqueio de diferencial entre eixos e entre rodas. O eixo dianteiro, que na versão anterior suportava 6,7 toneladas, agora está preparado para 8 toneladas. Os eixos traseiros, que antes eram projetados para 20 toneladas, no veículo novo suportam 24 toneladas. No total, são 5,3 toneladas a mais de capacidade de carga. A suspensão dianteira é dimensionada para 8 toneladas. Tem molas parabólicas de alta capacidade, amortecedores de dupla ação e barra estabilizadora. Esse conjunto mantém a característica tradicional dos veículos

da marca de alto conforto e segurança para o motorista nas aplicações em vias não pavimentadas. Já a suspensão traseira é composta de feixe de molas semielípticas e projetada para suportar 24 toneladas. É mais robusta e proporciona manutenção simplificada, pois, em caso de necessidade, é possível trocar apenas uma das lâminas. Outra característica importante do VM fora de estrada são os freios a tambor Z Came, os mesmos do FMX. Eles oferecem inúmeras vantagens, principalmente maior durabilidade das lonas e maior capacidade de frenagem, além de mais segurança na operação. Já os cilindros de freios traseiros foram montados sobre os eixos, posição que garante maior segurança para os componentes, protegendo-os de eventuais danos causados por obstáculos no solo. O vão-livre maior na área sob os eixos também permite uma operação mais segura em estradas sem asfalto. Com um balanço traseiro curto, que facilita a implementação de caçambas basculantes, o novo VM tem ainda inúmeras opções de tomadas de força, uma tela de proteção do radiador reforçada, protetor de cárter de série e lanternas traseiras em LED. (41) 3317-8111


A Jungheinreich lançou a série 5 de suas empilhadeiras com direção hidrodinâmica movidas a diesel e gás liquefeito de petróleo (GLP). Robustos, os equipamentos apresentam capacidades para 4, 4,5 e 5 toneladas de carga. Os pontos fortes das empilhadeiras hidrodinâmicas são notados principalmente em rotas externas de médias e longas distâncias. Os produtos apresentam uma direção mais suave e oferecem o grau ideal de eficiência em velocidades médias e altas. Equipadas com conversores de torque, as empilhadeiras da série 5 possuem motores industriais Kubota e contam com torque elevado mesmo em baixas rotações. Entre os benefícios estão a redução nos ruídos e também no consumo de combustível. Os motores foram projetados especialmente para empilhadeiras, proporcionando o máximo de confiabilidade ao longo de vários anos de uso. O eixo de transmissão Jungheinrich, com eficiência otimizada, conta com freio a disco antidesgaste, caracterizado pelo alto grau de confiabilidade e baixos custos quando comparado aos tradicionais freios a tambor. Graças ao design encapsulado, o desempenho do freio não diminui mesmo em condições externas adversas. Isso garante que a empilhadeira esteja preparada para lidar com poeira e diferentes condições climáticas, por exemplo. O centro de gravidade baixo e centralizado entre os eixos dianteiro e traseiro da empilhadeira garante altas capacidades de carga residual, mesmo em grandes alturas de elevação, e maior estabilidade do veículo, tanto em movimento quanto em repouso. A estabilidade é possível graças ao ponto de articulação posicionado sobre o eixo de direção, garantindo um alto nível de segurança e baixos riscos de tombamento. A cabine do condutor é projetada

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Empilhadeiras série 5 movidas a diesel e GLP, da Jungheinrich

de maneira funcional, proporcionando um bom espaço para as pernas graças à estreita coluna de direção, que também é facilmente ajustável. O assento do motorista é bem almofadado e oferece várias opções de ajuste, evitando o cansaço no trabalho. O motorista tem também uma visão ideal de todas as direções, graças ao mastro compacto, que foi otimizado para facilitar a visibilidade dos garfos e da carga. Para dar mais conforto ao condutor e reduzir as vibrações, a cabine de condução é montada de maneira almofadada. O espaço para os pés e o teto de proteção do motorista também são equipados com materiais que absorvem as vibrações. Graças à alta qualidade de peças, freios a disco antidesgaste e fácil acesso ao compartimento do motor, a manutenção da empilhadeira é rápida, fácil e mais barata. O equipamento também pode ser mantido sem a necessidade de conhecimentos de especialistas, ferramentas especiais ou softwares de diagnóstico. O sistema elétrico da empilhadeira é à prova de respingos e sua caixa de fusíveis é montada na parede de controle, tornando-a facilmente acessível a qualquer momento. Além disso, todas as empilhadeiras são equipadas com um sistema de resfriamento de alto desempenho embutido com um refrigerador Combi, tornando possível a operação mesmo em ambientes com altas temperaturas. (11) 3511-6295


AGENDA

INTERNACIONAL China International Logistics and Transportation Fair. 12 a 14 de outubro. Shenzhen, China. Organização e informações: Shenzhen Logistics and Supply Chain Management Association (LSCMA). scm002@scmfair.com www.en.scmfair.com India Cold Chain Show 2016. 17 a 19 de outubro. Mumbai, Índia. Organização e informações: Reed Manch Exhibitions. rohan.chopra@reedmanch.com www.indiacoldchainshow.com Intermodal Europe 2016. 15 a 17 de novembro. Roterdã, Países Baixos. Organização e informações: Informa Exhibitions. daniel.jones@informa.com www.intermodal-events.com NACIONAL Transportar 2016 - Feira de Transporte Intermodal e Logística. 10 a 12 de agosto. Curitiba, PR. Organização e informações: Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar). Tel.: (41) 3077-7151 transportar@jacomunicacao.com.br www.feiratransportar.com.br

e Processos. 22 de outubro. O ICMS no Serviço de Transporte de Carga. 22 de outubro. Indicadores de Performance Aplicados à Logística e Transportes (KPIs). 29 de outubro. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Centro de Estudos Técnicos e Avançados em Logística (Ceteal). Tel.: (11) 5581-7326 secretaria@ceteal.com www.ceteal.com Logística de Distribuição: Armazenagem, movimentação de materiais e transporte. 17 de outubro. Gestão de Estoques como Ferramenta Estratégica na Redução de Custos. 25 de outubro. Gestão de Compras e Negociação com Fornecedores. 22 de novembro. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Minder Group. Tel.: (11) 5111-8220 www.mindergroup.com.br Gestão de Contratos para Profissionais. 8 de outubro. Melhores Práticas na Separação de Pedidos. 8 de outubro. BIDs em Transporte. 10 de outubro. Formação de Engenheiros Logísticos. 17 a 20 de outubro. Logística Fiscal e Tributária Aplicada às Operações Logísticas. 20 de outubro. Controladoria e Auditoria em Compras. 22 de outubro. Melhores Práticas na Acuracidade de Estoques - Técnicas para o Inventário Rotativo e Geral. 24 de outubro. Customer Lo-

Movimat 2016. 20 a 22 de setembro. São Paulo, SP. Organização e informações: Reed Exhibitions Alcantara Machado. Tel.: (11) 2129-6303 credenciamento@credenciamentoweb.com.br www.expomovimat.com.br

Cursos Estratégias Operacionais de Logística, Transportes e Distribuição. 1° de outubro. Rotinas Operacionais no Transporte Rodoviário de Carga. 15 de outubro. Gestão de Planejamento 74 - Revista Tecnologística - Setembro/Outubro 2016

gistics Services (CLS). 25 de outubro. Programa Intensivo de Vendas para Transportadoras e Operadores Logísticos. 7 de novembro. Programa Intensivo de Vendas para Transportadoras e Operadores Logísticos - Módulo II. 7 de novembro. Programa Intensivo de Vendas para Transportadoras e Operadores Logísticos - Módulo III. 7 de novembro. Formação de Controllers em Logística. 9 e 10 de novembro. Especialização na Compra e Contratação. 21 de novembro. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: TigerLog. Tel.: (11) 2694-1391 contato@tigerlog.com.br www.tigerlog.com.br Gestão Estratégica dos Transportes. 18 e 19 de outubro. Cálculo do ICMS e Impacto no Fluxo de Transporte. 24 e 25 de outubro. Planejamento Colaborativo da Demanda. 7 e 8 de novembro. Route to Market: Alinhando Marketing, Vendas e Distribuição. 22 e 23 de novembro. Todos em São Paulo, SP e Rio de Janeiro, RJ. Organização e informações: Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). Tel.: (21) 3445-3000 ilos@ilos.com.br www.ilos.com.br Veja a agenda completa de cursos, seminários, MBAs e demais eventos em www. tecnologistica.com.br/agenda

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO Águia Sistemas........................................51 Assine .....................................................57 Bauko......................................................13 Beumer ...................................................27 Bresco ............................................. 3ª capa BYD do Brasil .........................................21 C&D Empreendimentos.........................31 Cargolift .................................................37 Clark .......................................................19 Combilift ................................................72 Exp Princesa do Campo .........................67 Favorita ..................................................63 Ferag .......................................................59 Fórum de Logística Ilos ..........................33 Friovale ...................................................41 Fronius ...................................................17

GKO........................................................70 GLP .........................................................11 Ilos ..........................................................43 Itatiaia Investimentos .................... 4ª capa Knapp .....................................................47 LedBee - Grupo Samhwa ........................09 Lift-Teck ......................................... 2ª capa Manserv ..................................................15 Multhlogic..............................................69 Portal ......................................................29 Quantic ..................................................23 Retrak .....................................................66 Tegma .....................................................05 Testo .......................................................73 Viastore ..................................................53 VLI ..........................................................07




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