PORTO DE SANTOS
ENTREVISTA
Construção de torre que servirá como centro de controle e atração turística promete mudar a cara da região
Anderson Massa Moraes fala sobre os desafios enfrentados pela Gat Logística para continuar crescendo
TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO
As novas tendências em softwares e sistemas para gestão logística
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MERCADO Fique por dentro de todas as novidades do mercado brasileiro de logística nesta seção
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SUMÁRIO
CROSS-DOCKING Acompanhe o vai e vem dos profissionais no nosso movimentado setor
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ENTREVISTA Especializada no setor de químicos, a Gat Logística vem investindo em infraestrutura para se manter preparada para a retomada da economia e o consequente aumento nos volumes. Anderson Massa Moraes, sócio e diretor Comercial da empresa, detalha os investimentos e os planos futuros
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TECNOLOGIA Enquanto as empresas de logística buscam ferramentas que reduzam os custos e aumentem a produtividade, as fornecedoras de soluções de TI concentram os esforços na sofisticação de seus produtos e na aplicação de tendências como Big Data, Internet das Coisas e inteligência artificial nos sistemas oferecidos ao mercado
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INFRAESTRUTURA Como parte das comemorações de 125 anos do Porto de Santos, a Codesp anunciou a construção de uma torre que abrigará seu Centro Integrado de Comando Operacional e servirá como atração turística. O projeto, realizado em parceria com a iniciativa privada, deve ser o pontapé inicial para a revitalização da região da Baixada Santista
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ILOS Pesquisa realizada pelo Instituto de Logística e Supply Chain busca entender quais são as ações que estão sendo tomadas pelas empresas contratantes de transporte rodoviário durante o período de crise, que oferece uma oportunidade para renegociações de preços de frete
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PRODUTOS Conheça os principais lançamentos de produtos, sistemas e serviços voltados à logística
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AGENDA Confira os mais importantes cursos, seminários e eventos nacionais e internacionais do setor em nossa agenda
Capa: Michele Bianchi Foto: Shutterstock
EDITORIAL Publicare Editora Ltda. www.publicare.com.br
Diretores Shirley Simão shirley@publicare.com.br
Jorge Roberto Simão
Aguardando a retomada
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ão notória quanto a tolice da máxima que diz que, no Brasil, o ano só começa depois do Carnaval, é a dificuldade de se definir exatamente quando este ano vai começar de fato. Não me entenda mal, caro leitor: é claro que 2017 já começou, sobretudo no nosso segmento, já que, como sempre fizemos questão de afirmar, a logística não para, independentemente das agruras da economia e dos apertos que elas causam no mercado. Que fique claro, então, que uso aqui o ano de 2017 como uma metáfora para a tão aguardada retomada econômica de que todos tanto falam. Uns dizem que ela vai acontecer somente no segundo semestre. Outros garantem que melhores frutos serão colhidos apenas no ano que vem. E há também os que afirmam que a recuperação já começou. Neste último grupo, dos mais otimistas, está nosso entrevistado do mês, o sócio e diretor Comercial da Gat Logística, Anderson Massa Moraes, que explica que já é possível perceber certa movimentação no mercado, com o crescimento nos volumes dos clientes e empresas retomando negociações. Diante disso, ele conta como a Gat atravessou os últimos anos investindo em tecnologia, mão de obra e estrutura para se preparar para dias melhores. Investir em tecnologia, aliás, tornou-se palavra de ordem para as empresas de logística, que utilizaram esse período de vacas magras para buscar soluções capazes de contribuir com a redução de custos e com o aumento da produtividade. Por isso, iniciamos neste mês uma série de reportagens abordando as principais novidades tecnológicas voltadas para a gestão logística, além das tendências e das mudanças que o segmento pode esperar para o futuro. Você vai conferir também, nesta edição, os pormenores do mais novo projeto anunciado pelo Porto de Santos, em comemoração aos seus 125 anos. O complexo receberá uma torre de controle que servirá não somente para monitorar as atividades portuárias, mas que tem como objetivo se transformar no principal cartão-postal da Baixada Santista, servindo como atração turística, além de alavancar a revitalização e a modernização da região. Como é possível observar, nosso trabalho não para. Só esperamos que as notícias sejam cada vez melhores em 2017. Vejamos o que vem pela frente, agora que o Carnaval já passou. Shirley Simão
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Ano XXII - N.º 249 - Março 2017 www.tecnologistica.com.br Redação, Administração e Publicidade Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar CEP: 04571-010 - São Paulo - SP
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MERCADO
Friovale Logística prevê crescimento de 30% para 2017
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pital próprio”. “Pretendemos adquirir novos motores de refrigeração, estruturas metálicas e portas de docas, promover melhorias em nosso escritório e investir em softwares de controle, como para energia elétrica e para tomadas de temperatura via satélite”, diz Franco. Segundo ele, a Friovale vai investir ainda na construção de galpões para locação e na montagem de estruturas de acordo com a necessidade do cliente, já que dispõe de uma área total de pouco mais de 210 mil m², na cidade de Olímpia (SP). A busca por novos clientes também é um dos pilares da Friovale para 2017 e, para isso, a empresa investiu em seu departamento Comercial. “Trouxemos mais um vendedor experiente na área para dividirmos os setores de atuação. Um representante comercial se encarrega do agronegócio, food service e armazenagem seca, e outro da armazenagem supergelada, congelada e resfriada”, explica Franco. “O planejamento para os próximos cinco anos já foi elaborado, analisado e autorizado, portanto iremos trabalhar muito forte para sermos um grande operador logístico”, finaliza. Divulgação
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Friovale Logística obteve, no acumulado de 2016, um crescimento de 18% em seu faturamento, e a expectativa para este ano é superar esse número, alcançando um índice de 30%. Somente no ano passado, a empresa investiu R$ 2 milhões em diversas áreas. Além disso, de acordo com o diretor de Logística, Adauto Franco, o resultado foi alcançado graças aos trabalhos corporativos realizados junto aos antigos clientes e à prospecção de novos clientes, além do rigor quanto às despesas e procedimentos operacionais. O executivo destaca que, no período, a produtividade operacional da Friovale cresceu em 50%. Franco revela que novos investimentos, que ultrapassam os R$ 2 milhões, estão previstos para 2017. “Como empresa, nós não podemos deixar de pensar em investimentos e em crescimento, mesmo em momentos de incerteza”, diz, referindo-se aos impactos que a crise econômica e política que o país atravessa exerce sobre os negócios. “Desde o final de 2015 estamos trabalhando em diversos cenários para chegarmos ao nível de crescimento desejado. A incerteza econômica preocupa, mas nos preocu-
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Investimentos realizados pelo operador logístico no ano podem chegar a R$ 8 milhões
pa ainda mais ficarmos parados no tempo a espera de que o cenário venha a ser favorável”, completa. No ano passado, a Friovale direcionou seus investimentos e esforços para medidas como economia de energia elétrica, treinamento e qualificação de pessoal, renovação de equipamentos de movimentação e também estruturais, como portas rápidas, parcerias com outros operadores logísticos para troca de know-how e implantação de sistemas de tecnologia da informação. Franco destaca ainda que, dependendo de como o mercado se comportar ao longo de 2017, a cifra investida pode aumentar substancialmente. “Caso no segundo semestre do ano a economia venha a esboçar uma reação interessante, temos como meta fazer algumas ampliações, e devemos investir o equivalente a R$ 8 milhões, entre captação no mercado nacional e ca-
Friovale Logística: (17) 3279-8396
Graneleiro aumenta a segurança no transporte com bafômetros da Enequipa
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Graneleiro, empresa nacional que atua no transporte rodoviário de cargas, investe fortemente em políticas de segurança e prevenção de acidentes. Uma das medidas de maior importância e que gera grande impacto no dia a dia das operações e dos colaboradores da transportadora é a utilização rotineira de bafômetros por todos que atuam diretamente com a frota. Desde 2010, o fornecedor oficial dos aparelhos usados pela Graneleiro é a Enequipa, que comercializa produtos de segurança como equipamentos de proteção individual (EPIs), embalagens industriais e instrumentos de medição. O bafômetro é um item indispensável para medir o teor alcoólico no organismo de quem guia caminhões, porém sua aplicação não é obrigatória dentro das empresas de transporte, o que torna diferenciados os serviços dos prestadores logísticos que o utilizam. “Para a empresa, além de aumentar a segurança do colaborador, que, no caso, é o motorista ou ajudante, também preserva a segurança dos outros motoristas e pedestres na estrada”,
explica Michel Tarran, diretor da Enequipa. “Quando acontece um acidente com um motorista embriagado, a empresa está diretamente envolvida. A utilização do bafômetro aumenta a segurança do patrimônio, tanto do caminhão quanto da carga, e ainda protege a imagem da empresa. Esses são os benefícios que os clientes mais procuram”. A implantação de bafômetros nas unidades da Graneleiro ainda é um trabalho em expansão. “A princípio compramos um aparelho para colocar na nossa matriz, em Mirassol (SP), e estender para outras filiais”, conta Osvaldo Finati, técnico de Segurança da transportadora. “Hoje já temos aparelhos também nas unidades de Três Lagoas (MS), Jandira (SP) e Nova Odessa (SP), que logo será implantada, e depois pretendemos levar para Pindamonhangaba (SP)”. A empresa mantém um bafômetro de reserva para quando os demais são mandados para a calibração anual, processo que é realizado pela própria Enequipa. A fornecedora também supre as necessidades de bocais descartáveis uti-
lizados pelos colaboradores da Graneleiro. As medições são feitas todos os dias, tanto na saída do motorista para a estrada, quanto no retorno. Segundo Finati, as medições mais importantes são aquelas realizadas no início da semana. “Nos finais de semana muitos motoristas querem aproveitar a folga. O mesmo acontece durante as férias, por exemplo. Se o teste acusar alguma alteração, o colaborador é obrigado a esperar, dentro da empresa, o nível alcoólico baixar. Novas medições são feitas a cada 45 minutos e, quando o motorista estiver apto a dirigir, recebe uma notificação do departamento de Recursos Humanos da empresa e é liberado para a viagem”, explica. Ao todo, 105 colaboradores realizam medições diariamente. A Graneleiro presta serviços de transporte para grandes empresas, como Cargill, Dow, Fibria, Eldorado Brasil, Libra Terminais, Monsanto e Unilever. Enequipa: (11) 4739-3884 Graneleiro: (17) 3253-9100
XXIII Fórum Internacional de Supply Chain acontecerá em São Paulo
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epois de 22 edições realizadas no Rio de Janeiro, o Fórum Internacional de Supply Chain, organizado pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), terá como palco, neste ano de 2017, a cidade de São Paulo, no hotel Tivoli Mofarrej. De acordo com Cesar Lavalle, sócio executivo do Ilos, sempre houve uma grande demanda para que o fórum acontecesse em São Paulo. “Ela vinha crescendo nos últimos anos. Por isso é com muita satisfação que
anunciamos a realização da 23ª edição do evento em São Paulo. A receptividade e o entusiasmo têm sido enormes. Nosso compromisso é realizar a edição mais enriquecedora, em termos de conteúdo e networking, de nossa história de sucesso”. Lavalle destaca que o evento continuará contando com a feira Expo.Logística como complemento ao fórum. “Além do conteúdo, trabalhamos para garantir que a 19ª Expo.Logística torne o ambiente ainda mais propício ao
networking, estimulando a troca de informações e experiências entre executivos e especialistas do setor”. O XXIII Fórum Internacional de Supply Chain & Expo.Logística, que conta com o apoio da Revista Tecnologística, acontecerá entre os dias 19 e 21 de setembro. O hotel Tivoli Mofarrej está localizado na Alameda Santos, próximo à Avenida Paulista, principal polo financeiro da capital paulista. Ilos: (11) 3847-1909 Março 2017 - Revista Tecnologística - 7
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MERCADO
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GeoPost, empresa que atua na distribuição de encomendas na Europa e faz parte do Grupo DPD, anunciou em janeiro sua entrada no mercado brasileiro por meio da aquisição de 60% do operador logístico nacional JadLog. As empresas não divulgaram os valores referentes à aquisição e a investimentos futuros. A GeoPost e a rede do Grupo DPD atuam em mais de 40 países, sendo 22 da União Europeia. Com essa associação, a JadLog passa a representar o grupo no mercado brasileiro, trazendo ao país novas tecnologias e seu know-how em gestão e logística. “Essa é uma grande oportunidade para a GeoPost entrar no mercado brasileiro, por meio de uma empresa como a JadLog, que tem uma rede sólida em todo o país, serve empresas importantes e presta um serviço de excelente quali-
Geopost, empresa do Grupo DPD, adquire a JadLog Companhia de origem europeia comprou 60% do operador logístico nacional dade”, disse Olivier Establet, CEO da filial da GeoPost em Portugal e novo presidente do Conselho Administrativo da JadLog. Ele acrescenta que a associação estabelecerá uma base para a GeoPost crescer no Brasil e permitirá que as duas empresas expandam seus negócios, em particular no campo do comércio eletrônico internacional, com clientes de vários continentes. “A parceria com a GeoPost aumentará nossa capacidade de investimento, ao mesmo tempo que nos beneficiaremos da expertise e do modelo de gestão do grupo europeu”, destaca José Afonso Davo, CEO da JadLog. Ele acrescenta que novos serviços e processos já estão em preparação. Com uma rede de 508 franquias, que atende a todos os municípios brasileiros, a JadLog faturou R$ 406 milhões em 2016 e transportou mais de
7 milhões de encomendas. A empresa registrou um crescimento médio de 12% ao ano nos últimos três anos e, recentemente, inaugurou um novo centro de distribuição de 40 mil m² na Rodovia Anhanguera, em São Paulo. Com a aquisição, a expectativa é obter um crescimento significativo no número de encomendas e entregas ainda no primeiro semestre deste ano. Em 2016, a JadLog já atraiu novos clientes, com forte impulso no setor de e-commerce, em que atende Netshoes, Walmart, Saraiva, Ri Toys, Wine e Mercado Livre, entre outros players de expressão nacional, além de centenas de pequenas e médias empresas de varejo de médio porte, cujas plataformas e sistemas de comércio eletrônico já estão integrados à JadLog. JadLog: (11) 3563-2000
Foton Caminhões inicia comercialização de veículos nacionais
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Foton Caminhões anunciou o início da comercialização de produtos nacionais para este mês de março. A empresa produzirá seus caminhões para atender a demanda do mercado interno na linha de montagem da Agrale, em Caxias do Sul (RS) até a conclusão de sua fábrica própria em Guaíba (RS). Os veículos nacionais contarão com o lançamento da linha MiniTruck, englobando os modelos 3.5-12DT, 3.5-14ST, 3.5-14DT. O modelo 10-16 nacional já nasce atendendo os requisitos do Finame. “Todos os sinais
econômicos apontam para uma recuperação no setor, ainda que lenta, porém consistente e contínua. Por isso queremos ter nosso produto nacional
já no início deste ano”, afirma Luiz Carlos Mendonça de Barros, CEO da Foton Caminhões. Para Leandro Gedanken, diretor de Engenharia e Desenvolvimento da companhia, os novos caminhões nacionais da marca contarão com tecnologia de ponta e a confiabilidade de renomados fornecedores. “Temos mais de 40 fornecedores nacionais que já estão nos atendendo. Estamos recebendo peças, aprovadas por nossa engenharia, desde o final do ano passado”, diz. Foton: (11) 4595-7160
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Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) vai realizar, no dia 20 de abril, às 10 horas, em sua sede, em Brasília, uma sessão pública de leilão para o arrendamento de uma área destinada à movimentação e armazenagem de granéis sólidos de origem vegetal, especialmente trigo, dentro do porto organizado do Rio de Janeiro. A área a ser licitada compreende 13.453 m2 e os investimentos previstos são de pouco mais de R$ 93 milhões. O valor global estimado do contrato é de R$ 515,8 milhões e o valor do arrendamento fixo por mês será de R$ 428.396. O prazo
do arrendamento é de 25 anos, com possibilidade de prorrogação por mais 25. A aprovação do edital do leilão para a licitação, que faz parte do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do governo federal, foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) do dia 9 de janeiro. A Antaq receberá todas as vias dos volumes relativos às declarações preliminares, aos documentos de representação e garantia de proposta, à proposta pelo arrendamento e aos documentos de habilitação no dia 17 de abril. O edital, seus anexos e os estudos de viabilidade relati-
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Antaq fará leilão de área no Porto do Rio de Janeiro em abril
vos à área podem ser acessados nos portais da agência e do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil (MTPA). Antaq: (61) 2029-6500
MERCADO
Sepetiba Tecon tem novo serviço semanal para a Ásia Operação direta é a segunda em Itaguaí ligando o Brasil e o Extremo Oriente
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Sepetiba Tecon, terminal de contêineres localizado no Porto de Itaguaí (RJ), conquistou um novo serviço ligando o Brasil à Ásia. A rota será realizada por navios da Evergreen, Cosco Shipping, CMA CGM e Yang Ming. A primeira embarcação a atracar no terminal foi o Cosco Shipping Volga, no mês de fevereiro. Com escalas diretas e semanais de importação, o novo serviço soma-se ao joint service já existente, que possui escalas diretas semanais de importação e exportação de e para a Ásia. A novidade faz de Itaguaí o único porto da Região Sudeste
com dois serviços semanais entre a América do Sul e a Ásia com conexões diretas e que englobam todos os armadores prestadores de serviços de navegação.
O Sepetiba Tecon espera aumentar em 30 mil contêineres a sua movimentação anual. “Em outros portos do Rio de Janeiro a operação de e para a Ásia exige conexões em terminais em Santos ou na Europa, o que gera custos extras e maior tempo para a entrega dos contêineres. Já a nossa solução logística oferece melhores custos e menor transit time, uma vez que somos o primeiro porto de escala na chegada e o último na saída”, analisa Cesar Maas, diretor Comercial do Sepetiba Tecon. Sepetiba Tecon: (21) 2688-9644
Evino adota sistema WMS da Senior
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or conta do crescimento expressivo de suas operações, o e-commerce de vinhos Evino investiu na implantação do WMS da Senior. O objetivo foi profissionalizar os processos logísticos para melhorar o atendimento aos clientes, com mais agilidade nas entregas, e aumentar a produtividade das operações. O projeto de modernizar a solução logística nasceu quando a Evino identificou a necessidade de ter um sistema de gestão de armazenagem que suportasse a expansão das operações. “Precisávamos de uma solução com perspectiva de escala, atendimento a múltiplos centros de distribuição, controle fiscal, contábil e de inventário mais apurado, rigor e confiabilidade no registro das informações, sem contar com a própria inteligência embarcada no sistema”, afirma Ari Gorenstein, sócio da Evino. O executivo revela que, até então, a companhia usava um sistema de gestão de armazenagem em Access, desenvolvido por um programador em par-
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ceria com o time da Evino. E, embora a solução atendesse às necessidades da operação, demandava ajustes e customizações. A implementação do WMS da Senior foi realizada depois que os dois sócios da Evino, Ari Gorenstein e Marcos Leal, analisaram players do mercado e visitaram algumas empresas que já utilizavam o sistema. Os três principais fatores de escolha foram a confiabilidade do sistema, sua robustez e a escalabilidade. O projeto de implantação da solução da Senior foi dividido em duas etapas. Na primeira fase, iniciada no segundo semestre de 2016, o foco foi garantir a escalabilidade das operações. “Com a solução da Senior, temos segurança para adequar ainda mais nossos negócios, multiplicar nosso CD conforme novas demandas e podemos ter mais rigidez no controle de todo o nosso processo de gestão de armazéns”, diz Gorenstein. O próximo passo do projeto é adotar tecnologias inovadoras para gestão logística, principalmente com o intuito de
aprimorar os processos de curadoria e a experiência de compra dos clientes. “Estamos em constante renovação, buscando aprimorar ainda mais os processos de curadoria e a experiência de compra dos clientes. A tecnologia, justamente por ficar em segundo plano e não ser percebida pelo cliente, é que tem que gerar mais confiabilidade”, destaca Gorenstein. A Evino já estuda a incorporação de outras tecnologias compatíveis com o WMS da Senior, como picking by voice, pick by light e put to light. “Temos realizado investimentos para inovar e oferecer aos clientes o que há de mais avançado em soluções para gestão logística. Projetos como o da Evino reforçam nosso compromisso de ajudar os clientes a aumentar a eficiência nas operações e a produtividade por meio do uso do WMS”, afirma Anderson Benetti, gerente de Produto de Logística da Senior. Evino: (11) 3273-4200 Senior: 0800 648-3300
MERCADO
Correios terão novos centros para atender ao comércio eletrônico Estruturas estarão localizadas em Brasília, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais e Paraná
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omo parte de seus planos de atendimento ao segmento do e-commerce, os Correios pretendem inaugurar cinco novos centros de logística integrada (ou fulfillment centers) em território nacional, a exemplo da estrutura que entrou em operação em setembro de 2016, em Cajamar (SP). Brasília, Rio de Janeiro, Pernambuco, Minas Gerais e Paraná serão os próximos estados que contarão com fulfillment centers. Os centros compõem a solução de logística integrada voltada ao comércio eletrônico apresentada pela empresa no ano passado. Ela engloba a operação completa, com as atividades de armazenagem, atendimento de
pedidos, separação, embalagem, integração com transporte e distribuição e logística reversa. Por abranger todas as etapas das operações logísticas do comércio eletrônico, o serviço é chamado de e-fulfillment. De acordo com José Furian Filho, vice-presidente de logística dos Correios, os principais ganhos trazidos pela solução são a simplicidade de precificação e a celeridade operacional de retirar um produto no estoque e despachar para entrega no mesmo dia. “A solução prevê uma redução média de 47% no custo logístico para o comércio eletrônico”, destaca o executivo. O armazém de Cajamar conta com
72 mil m² de área total, sendo 32,5 mil m² destinados à armazenagem. A empresa investiu ainda R$ 5,5 milhões na aquisição de um software WMS. Com o sistema, os clientes podem fazer o acompanhamento de pedidos pelo celular, com rastreabilidade, cálculo de produtividade, giro de estoque e armazenagem inteligente. Atualmente, os Correios entregam quase 1 milhão de encomendas por dia em todo o Brasil, sendo 71% desse volume originado do e-commerce, o que lhes garante a liderança no segmento de encomendas expressas. Correios: 0800 725-7282
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Mercedes investe em projeto que utiliza robôs para a entrega de mercadorias
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Mercedes-Benz investiu, por meio de sua divisão de vans, 16,5 milhões de euros em uma parceria com a startup Starship Technologies, que atua no desenvolvimento de robôs autônomos. A intenção é utilizar os equipamentos em conjunto com o furgão leve Sprinter para operações de entrega de mercadorias. O projeto coloca o veículo como uma espécie de central móvel de transporte de carga carregando até oito robôs, que realizam a distribuição dos pro-
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dutos. Segundo a própria montadora, graças a uma interconexão inteligente dos processos de entrega, essa solução desempenhará um papel significativo na eficiência da logística no futuro. “Atualmente, um robô consegue circular em curtas distâncias com energia própria e precisa retornar ao almoxarifado para ser recarregado depois de cada entrega”, analisa Volker Mornhinweg, chefe mundial da Mercedes-Benz Vans. “A apresentação desse conceito, tendo o furgão como central móvel, amplia significativamente o alcance operacional dos robôs, enquanto também dispensa a construção e a operação com alto custo de almoxarifados descentralizados”, explica. Os primeiros testes estão previstos para acontecer na Europa ainda este ano. Depois disso, o plano é ampliar os testes
do conceito em conjunto com um ou vários parceiros logísticos, já em ambientes reais. “Vemos a combinação dessas duas tecnologias como uma oportunidade de dar aos nossos clientes o acesso a serviços e modelos de negócios totalmente novos. Ao mesmo tempo, tornamos o processo de entrega muito mais conveniente para o cliente final”, comenta Mornhinweg. A iniciativa faz parte da estratégia Advance da Mercedes, revelada em setembro do ano passado, que visa promover transformações no transporte no segmento de vans. Até 2020 serão investidos cerca de 500 milhões de euros em processos de automação, robótica e soluções inovadoras de mobilidade relativas aos comerciais leves. Mercedes-Benz: 0800 970-9090
TCP assina contrato para início das obras de expansão em Paranaguá
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TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, e a Porto Construtora assinaram um contrato para as obras de expansão do terminal, situado no Porto de Paranaguá (PR). Avaliadas em R$ 554 milhões, elas devem ter início ainda no primeiro semestre deste ano, gerando 300 novos postos de trabalho, e preveem a ampliação do cais de atracação em 220 metros e da retroárea em 157 mil m². Com a ampliação do cais, que chegará a 1.099 metros, será possível receber três navios de grande porte simultaneamente. “Existe uma tendência mundial por navios cada vez maiores e os terminais precisam estar aptos para recebê-los. Com as obras, garantimos que a TCP continuará sendo rota dos grandes navios que fazem comércio internacional”, diz Alexandre Rubio, diretor Financeiro da TCP.
As obras de ampliação do terminal também têm como objetivo oferecer maior qualidade no atendimento, com uma operação de pátio mais rápida e eficiente. “A ampliação do pátio fará com que o terminal chegue a uma área de 477 mil m²”, diz Rubio. Com a conclusão das obras, o local ampliará sua capacidade de armazenagem de contêineres, passando de 1,5 milhão de TEUs para 2,5 milhões de TEUs. “O terminal estará preparado para o crescimento da demanda de exportações e importações em sua área pelos próximos 35 anos”, afirma o executivo. O contrato celebrado entre a TCP e a Porto Construtora integra o plano de investimentos de R$ 1,1 bilhão, de acordo com a proposta de renovação antecipada do contrato de arrendamento do terminal por mais 25 anos a partir de 2024, assinada em 5 de março de 2016 pelo governo federal. Os recursos
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Intervenções no valor de R$ 554 milhões preveem a ampliação do cais de atracação e da retroárea
para as obras foram obtidos por meio da emissão de debêntures, coordenada pelo banco BTG Pactual e pela XP Investimentos, e finalizada no início de novembro do ano passado. Com a emissão das debêntures, a TCP arrecadou R$ 588 milhões, sendo R$ 428 milhões em debêntures de infraestrutura, incentivadas pelo governo federal. TCP: (41) 2152-5999
MERCADO
GKO Informática e RC Sollis apresentam nova pesquisa sobre o transporte de cargas
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GKO Informática e a RC Sollis apresentaram, no dia 22 de fevereiro, em São Paulo, os resultados da pesquisa Visão Gestão de Fretes Brasil 2016. Nesta edição, a novidade ficou por conta da participação de 70 transportadoras, com o objetivo de estabelecer um diálogo com a visão dos embarcadores. Os prestadores de serviços de transporte participantes respondem por 5,5 milhões de toneladas movimentadas anualmente no mercado, em um total de 15 milhões de entregas. Segundo Celso Queiroz, sócio-fundador da RC Sollis, a inclusão das transportadoras proporciona uma visão em 360 graus do mercado de fretes. “Ao mesmo tempo, mostra onde os embarcadores e os transportadores estão alinhados em busca de objetivos e soluções comuns, onde há um desalinhamento desses objetivos e, por fim, onde há confronto. Com esses três drives a pesquisa consegue traçar um cenário bem nítido da realidade do mercado brasileiro atual”. Já os cem embarcadores ouvidos representam R$ 180 bilhões ao ano em mercadorias expedidas e são responsáveis
por R$ 3,5 bilhões em gastos com frete. “Por ser o segundo ano de pesquisa junto aos embarcadores, já pudemos identificar que tendências apontadas na pesquisa anterior de fato se concretizaram e, em alguns casos, levaram a mudanças na visão das ações a serem realizadas no setor”, destaca Ricardo Gorodovits, diretor Comercial da GKO Informática. A pesquisa de 2016 mostrou, dentre outros resultados, que melhores preços superaram os prazos de entrega como atributo mais desejado pelos embarcadores em relação a seus prestadores de serviço de transporte, ao contrário do que foi observado no estudo de 2015. Segundo os transportadores, somente 33% conseguiram obter reajustes de preço junto ao cliente nos últimos 12 meses. E, dentro desse grupo, 26% fizeram reajustes abaixo da inflação. Por outro lado, na pesquisa anterior apenas 28% dos embarcadores entrevistados afirmaram que as empresas transportadoras com as quais trabalhavam haviam melhorado nos últimos anos. Em 2016, porém, esse número subiu para 52%. Os resultados do estudo de 2016 mos-
traram ainda que 39% das empresas embarcadoras gostariam de reduzir a quantidade de transportadoras com as quais elas trabalham, enquanto no ano passado 60% das participantes manifestaram esse desejo. De acordo com Queiroz, isso aconteceu porque, motivados pela crise econômica, eles já promoveram essa diminuição. “Além de reduzir os custos, os embarcadores ganharam mais governança operacional e conseguiram melhorar e estabilizar o nível de serviço”. “Esperamos que as empresas vejam esse trabalho realizado pela GKO Informática e pela RC Sollis como valor agregado para seus negócios”, diz Gorodovits. “A relevância da pesquisa aumenta por ser publicada dois anos seguidos, e em um período de profunda transformação, em que as empresas precisam se movimentar para obter otimização de custos, ganhos de agilidade em seus processos e um melhor atendimento aos seus clientes”, completa o executivo. GKO Informática: (11) 3086-2551 RC Sollis: (11) 2306-0811
Águia Sistemas conta com novo representante na Região Nordeste
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Águia Sistemas de Armazenagem passou a contar com um novo representante para a Região Nordeste do Brasil. Trata-se da empresa Technico, tradicional dealer de equipamentos multimarcas para a movimentação de materiais e construção civil. O novo parceiro está presente nos estados da Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Paraíba e disponibilizará toda a linha de produtos da Águia. O primeiro contato entre a Águia e a Technico aconteceu em 2011, quando as
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empresas atenderam a um cliente em comum. Para este novo acordo de representação, foi realizado um treinamento durante o mês de janeiro na planta da Águia de Ponta Grossa (PR). “Para a Águia, a parceria com a Technico é estratégica, pois ela tem uma sólida estrutura e uma imagem muito forte no mercado. O resultado será de crescimento dos negócios para ambas as empresas”, destaca o gerente de Negócios da Águia, Paulo Vale. De acordo com Peter Roddewig, supe-
rintendente da Technico, as empresas apresentam grande sinergia nos negócios, além de uma metodologia de trabalho semelhante. “Isso vai nos permitir potencializar negócios e oferecer aos clientes soluções mais aderentes e completas. Temos forte estrutura para atender à Região Nordeste, com treinamento de equipes para ofertar todos os sistemas de armazenagem com alta tecnologia”, completa o executivo. Águia: (42) 3220-2666 Technico: 0800 720-2400
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EasyPost iniciou, em janeiro, suas atividades no segmento de terminais inteligentes para o recebimento de encomendas oriundas do comércio eletrônico. A startup já conta com parcerias com as maiores redes de e-commerce do Brasil e, inicialmente, serão 22 terminais instalados nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo, localizados em aeroportos, lojas de conveniência, shoppings e supermercados. Com um aporte inicial de R$ 18 milhões, a EasyPost nasce com o objetivo de agilizar a distribuição de produtos comprados pela internet, inspirada em um modelo já consagrado na Europa. Com diferentes tamanhos de compartimentos e equipados com tecnologias de última geração, os terminais permitem que o consumidor retire suas encomendas digitando apenas o número do celular e um código recebido via SMS. Cada um possui capacidade para pro-
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Dematic está de casa nova. Em fevereiro, a empresa concluiu a integração de sua estrutura com o Grupo Kion e passou a atuar na fábrica da companhia em Indaiatuba (SP) e também na filial comercial localizada em São Bernardo do Campo (SP). Até então, ela ocupava um prédio de escritórios dentro de um condomínio logístico na zona oeste da capital paulista. Em 2016 o Grupo Kion anunciou a aquisição da Dematic, em um negócio avaliado em US$ 3,5 bilhões. Com a conclusão do
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EasyPost inicia suas operações com terminais no Rio de Janeiro e em São Paulo
cessar 52 encomendas por dia, totalizando 1.092 entregas diárias e 32 mil ao mês. “Estamos trazendo um modelo inovador capaz de se adaptar às necessidades do público consumidor. Será uma forma de desafogar os sistemas de entregas de grandes varejistas e ao mesmo tempo oferecer mais praticidade e comodidade aos clientes”, explica Olegas Orlovas, CEO e fundador da EasyPost. Os terminais são modulares e podem se adaptar facilmente às necessidades de diferentes públicos e locais. Para garantir a segurança, existem câmeras de leitura
facial instaladas em locais estratégicos do equipamento. Por meio dos terminais será possível realizar ainda processos de troca e devolução de mercadorias. Além do recebimento de encomendas feitas no e-commerce, em breve pessoas físicas poderão usar os terminais para enviar e receber correspondências. A ideia é que os equipamentos se tornem cada vez mais multisserviços, otimizando processos de logística reversa, servindo como ponto de distribuição para o varejo e oferecendo aluguéis de roupas e serviços de lavanderia, por exemplo. A expectativa da EasyPost é crescer 500% somente em 2017 e, ainda este ano, ampliar sua atuação para Belo Horizonte, Curitiba e Brasília. Até 2020, a meta é chegar a 3 mil terminais, e a 16 mil até 2025, espalhados por todo o Brasil. EasyPost: (21) 3553-9326
Dematic tem novo endereço em São Paulo processo de integração, a Dematic passou a fazer parte do Grupo Kion como uma nova unidade operacional. Os colaboradores da Dematic que atuam nos departamentos de Engenharia e Operações foram alocados na unidade fabril da Kion, enquanto as áreas de Vendas, Conceituação e Pós-Vendas foram transferidas para a filial comercial, que passou por uma reforma para receber a nova equipe. De acordo com Frank Bender, presidente do Grupo Kion na América Latina, a integração em uma mesma estrutura simplifica e potencializa as operações. “Além disso, a capilaridade dos pontos de venda e serviços autorizados permite atender os clientes com mais rapidez e com a qualifi-
cação de uma rede de serviços autorizados em constante treinamento”. “O Grupo Kion está se posicionando cada vez mais como uma empresa que oferece soluções para a cadeia logística como um todo, podendo oferecer aos clientes desde empilhadeiras para soluções de baixa complexidade até o planejamento de armazéns, as melhores tecnologias de separação, triagem, armazenagem e movimentação, relatórios e KPIs conforme o perfil de cada cliente e, o mais importante, a convergência de todas essas informações, gerando sinergia entre todos os elos da cadeia”, completa. Dematic: (11) 3627-3100 Kion South America: (11) 4066 -8100
Randon nomeia Truckvan como distribuidor em São Paulo Empresa será representante na Região Metropolitana, até então atendida diretamente pela fábrica
Presença na África A Randon estabeleceu também um contrato com a Mesfin Industrial Engineering, da Etiópia, para que a empresa realize a montagem de reboques e semirreboques da companhia gaúcha destinados aos clientes do leste da África. A iniciativa faz parte da estratégia de internacionalização da Randon. As operações serão realizadas utilizan-
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Randon Implementos estabeleceu um acordo com a Truckvan para que a empresa paulista seja sua representante na Região Metropolitana de São Paulo, até então atendida diretamente pela fábrica da Randon situada na cidade de Caxias do Sul (RS). A decisão faz parte da estratégia da companhia de valorização da sua rede de distribuidores, que agora totaliza 26 grupos econômicos que cobrem todas as regiões do Brasil, garantindo um atendimento pleno e muito mais ágil. Além da matriz em Caxias do Sul, a Randon tem unidades industriais em Chapecó (SC) e na cidade de Rosário, na província de Santa Fé, na Argentina. A Truckvan conta com 25 anos de atuação na fabricação de unidades móveis para as áreas de saúde, capacitação e treinamento profissional, eventos, serviços e defesa e segurança. Os sócios da empresa, Alcides Braga e Flávio Santilli, são originários da própria Randon. O espaço dedicado à nova atividade está instalado no bairro Parque Novo Mundo, na Via Dutra, e o início efetivo das operações deve acontecer em abril.
do os sistemas CKD (completely knock-down), em que os produtos viajam completamente desmontados, e SKD (semi knock-down), ou parcialmente desmontados. A Mesfin poderá, eventualmente, incorporar algumas características locais para garantir o pleno atendimento à região. Líder de mercado em seu país, a empresa etíope foi fundada em 1993 e tem tradição no segmento de equipamentos para o transporte, atendendo aplicações com cargas secas, líquidas e indivisíveis, para setores como logística, construção e energia, entre outros. Com a novidade, a Randon reforça ainda mais sua atuação no continente africano, onde já conta com bases localizadas no Quênia e na Argélia, que integram uma rede internacional composta por unidades de montagem e também por pontos de distribuição e escritórios comerciais. Há mais de quatro décadas atuando no mercado internacional, a Randon está presente em mais de 70 países, para onde exporta implementos projetados e desenvolvidos de acordo com as exigências locais de cada região. Randon: (54) 3239-2000 Truckvan: (11) 2635-1133
MERCADO
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Columbia Nordeste passou a contar recentemente com uma nova operação dentro de seu complexo logístico situado no município de Simões Filho (BA). Trata-se de um espaço de 1.500 m² destinado ao recebimento, consolidação e expedição de peças da Ford destinadas à exportação. A novidade tem como objetivo agilizar o envio dos itens do Brasil para sete fábricas da montadora localizadas fora do país. As peças chegam de 20 fornecedores da Região Nordeste e são enviadas para Venezuela, Índia, China, Tailândia, Rússia, México e Vietnã. As linhas de produção dos modelos Ka e EcoSport nesses países utilizam muitas peças fabricadas exclusivamente no Brasil. Na unidade, a Columbia conta ainda com área de escritórios e docas virtuais para o depósito de contêineres. Esse é o primeiro centro de distribuição na Região Nordeste a usar um novo conceito de exportação de autopeças, em que todo o processo é feito dentro de uma área alfan-
degada, trazendo mais velocidade, controle e competitividade para a operação. A entrega é realizada diretamente no entreposto, de onde as exportações seguem para o Porto de Salvador ou, em casos urgentes, são enviadas pelo modal aéreo. Anteriormente, a operação de exportação era feita em um armazém externo, que era como uma extensão do complexo de Camaçari. As principais mudanças em relação ao sistema anterior incluem a realização da operação externa dentro de área alfandegada e a otimização de embalagens de exportação, com padrão global. Outros ganhos com o novo espaço são mudanças no controle diferenciado de inventário, retorno imediato ao fornecedor em caso de problemas na chegada do material e emissão de memorando de exportação para todas as peças. “A agilidade no recebimento e na expedição e o atendimento diferenciado aos clientes globais são vantagens do novo centro, que coloca a Ford Bra-
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Columbia passa a atuar com peças de exportação da Ford na Bahia
sil nos padrões internacionais nesse tipo de operação”, analisa Emerson Miguel, supervisor dos Centros de Distribuição de Exportações da Ford. “Nossa missão é oferecer soluções de alto nível de complexidade e eficiência, agregando valor à cadeia de abastecimento de segmentos estratégicos para o país, entre os quais o automotivo”, completa Murillo Mello, diretor de Negócios da Columbia. Columbia Nordeste: (71) 2106-7200 Ford: 0800 703-3673
Abol anuncia ingresso da Usifast em seu quadro de associadas
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Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) anunciou a Usifast Logística como a mais nova associada da entidade. A Usifast traz consigo duas empresas pertencentes ao grupo: a Tora Transportes e a Tora Logística Armazéns e Terminais Multimodais. “Estamos muito honrados com a chegada da Usifast à Abol, dada a sua importância no transporte multimodal no país, sobretudo na Região Sudeste”, comemora Oswaldo Dias de Castro Jr., presidente do conselho deliberativo da Abol. Com 3.600 funcionários diretos, mais de 1.100 veículos próprios e agre18 - Revista Tecnologística - Março 2017
gados e 722 mil m² de área de armazenagem, o grupo possui 59 unidades em 13 estados, além do Distrito Federal, marcando presença também em mais três países da América Latina. “O ingresso do Grupo Usifast na Abol confirma a consolidação da associação, agregando organizações robustas e com uma larga experiência no mercado da logística integrada. Com 45 anos de história, sempre evoluindo na construção de uma plataforma multimodal, o grupo tem muito a somar para o fortalecimento da agenda da Abol”, declara o diretor executivo e
CEO da associação, Cesar Meireles. Para a presidente da Usifast, Janaina Fagundes Araújo, o ingresso foi motivado pela busca por uma associação que trabalhe no desenvolvimento dos operadores logísticos no Brasil. “Estamos muito honrados em nos associar à Abol, em razão da importância e da liderança que a mesma exerce junto ao poder público e à sociedade civil, representando com excelência os interesses de seus associados”, diz. Abol: (11) 3586-6109 Usifast: (31) 2191-2466
Riogaleão Cargo recebe certificação Ceiv Pharma Aeroporto é o primeiro das Américas a obter o certificado emitido pela Iata
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Riogaleão Cargo, terminal de cargas do Aeroporto Internacional Antônio Carlos Jobim (RJ), administrado pela concessionária Riogaleão, obteve o certificado Centre of Excellence for Independent Validators (Ceiv) Pharma, emitido pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) e voltado para operações com produtos farmacêuticos. O aeroporto carioca é o primeiro das Américas a obter o reconhecimento. Adotada mundialmente, a certificação é resultado de uma série de transformações que foram promovidas no Riogaleão Cargo, com destaque para as melhorias em capacidade, infraestrutura e processos de armazenamento dos produtos, incluindo aqueles que exigem temperatura controlada, além do treinamento dos profissionais envolvidos. Os investimentos no setor de cargas do aeroporto já ultrapassam R$ 30 milhões desde o início da concessão, em agosto de 2014. Em cerca de um ano e meio, entre a assinatura do contrato com a Iata e a emissão da certificação, o Riogaleão Cargo passou por diversas auditorias e treinamentos técnicos que atestaram que o terminal segue as melhores práticas e normas operacionais adotadas no mercado internacional, com garantia de qualidade dos serviços oferecidos e da integridade da cadeia fria, além de redução dos riscos e dos custos logísticos para os clientes do setor. Um dos elementos fundamentais que levaram a essas conquistas foi a abertura do Terminal de Cargas (teca) Farma 2, que triplicou a capacidade de armazenamento de cargas refrigeradas. O teca possui 11 mil m³, é totalmente automatizado e tem dois ambientes com diferentes temperaturas (de 2° a 8° e de 16° a 22°), além de docas climatizadas. No total, o
Aeroporto Internacional Tom Jobim tem 17 mil m³ de capacidade de armazenamento com temperatura controlada. Outras mudanças exigidas pela Iata também foram adotadas, como a revisão de procedimentos e a readequação de alguns itens de infraestrutura. Hoje, cerca de 22% da receita do Riogaleão Cargo está relacionada à movimentação de cargas farmacêuticas e de temperatura controlada. “Quando a cadeia logística movimenta produtos farmacêuticos e sob temperatura controlada, ela não está simplesmente transportando mercadorias: está carregando insumos, medicamentos e vacinas que irão ajudar a salvar vidas, beneficiando milhares de pessoas”, destaca Patrick Fehring, diretor do Riogaleão Cargo. “A obtenção do Ceiv Pharma prova que estamos empenhados em garantir que operamos com os mais altos padrões de qualidade possíveis em nível global”, completa o executivo. “O transporte aéreo requer, atualmente, capacitações especiais para o manuseio de produtos farmacêuticos. O
Ceiv Pharma é um programa que procura implementar padrões internacionais de manuseio através da cadeia de suprimentos, considerando os desafios da cadeia e incluindo as últimas conquistas no transporte de produtos farmacêuticos. O programa é a prova de que a indústria do transporte aéreo está realmente comprometida com os seus desafios e nos sentimos muito orgulhosos da certificação Ceiv Pharma do Riogaleão”, finaliza Carlos Ebner, diretor da Iata no Brasil. Riogaleão: (21) 3004-6050
MERCADO
Tecon Salvador reestrutura sistema para liberação de cargas de exportação
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Novo modelo proporciona atualizações mais rápidas e controles mais eficientes
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Tecon Salvador, terminal de contêineres operado pelo Grupo Wilson Sons na capital baiana, realizou mudanças no fluxo de liberação das cargas de exportação que passam por suas instalações e na comunicação com os sistemas da Receita Federal do Brasil. Totalmente automatizado, o novo modelo vai realizar atualizações e controles de forma rápida e eficiente, com precisão de informações e maior transparência.
Entre as mudanças oferecidas aos clientes está a possibilidade de agilizar ainda mais a liberação de cargas e acompanhar o andamento dos processos em tempo real, 24 horas por dia, sete dias por semana, ao contrário do sistema anterior, que dependia da atualização das informações por terceiros. Algumas etapas também foram excluídas, dando maior autonomia ao processo. O diretor executivo do Tecon Salvador, Demir Lourenço, explica que, no modelo anterior, o despachante ou o exportador eram responsáveis por acompanhar no sistema da Receita Federal todo o processo de liberação das cargas e indicar no portal eletrônico do Tecon Salvador quais delas estavam liberadas. Só então o terminal conferia as informações e realizava o bloqueio ou a liberação
das cargas para embarque. “Agora, o sistema verifica automaticamente as cargas presenciadas, realiza a consulta no sistema da Receita Federal e aplica os devidos bloqueios ou liberações, sem a interferência de pessoas. A informação migra automaticamente para o sistema do terminal, não necessitando aguardar pelos dias úteis e horários de funcionamento”, destaca. Segundo o diretor, com as novidades o cliente passa a ter mais agilidade e previsibilidade no fluxo de desembaraço de exportação, reduzindo os custos com estadia de veículos e os recursos para acompanhamento e envio de documentos para o terminal. O novo sistema já está disponível para os usuários no site do Tecon Salvador. Tecon Salvador: (71) 2106-1522
Ceva renova e amplia contrato de serviços logísticos com a Mercedes
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Ceva Logistics anunciou a renovação do contrato de prestação de serviços logísticos para a Mercedes-Benz no Brasil, acompanhada de uma ampliação, com a assinatura de contratos adicionais. A renovação abrange os serviços de logística in house na fábrica da montadora localizada na cidade de Juiz de Fora (MG), que serão realizados por mais três anos. A operação inclui as atividades de movimentação de materiais, abastecimento de linha e armazenagem externa. Além disso, dois novos contratos foram firmados, todos concentrados na Região Sudeste do Brasil. Assim, a Ceva
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passa a ser responsável por fornecer serviços de transporte interfábrica na planta de Juiz de Fora, além de serviços de embalagem no centro de distribuição de peças de reposição da Mercedes em Campinas (SP). Os novos acordos valerão por três e cinco anos, respectivamente. Para atender a todas as operações relacionadas à Mercedes, a Ceva utilizará uma equipe de mais de 280 pessoas. De acordo com a própria empresa, a experiência de Juiz de Fora e as parcerias de sucesso com outros clientes do setor automotivo, além de um robusto processo de engenharia focado na otimização de recursos e na redução de custos, foram fatores decisivos para
a ampliação dos serviços prestados. “Para a Ceva, é uma grande honra continuar e expandir a parceria com um cliente tão estratégico”, diz Fábio Mendunekas, vice-presidente de Desenvolvimento de Negócios da Ceva na América do Sul. “O desfecho dessas negociações é resultado do nosso compromisso de entregar consistentemente excelência operacional e melhoria contínua para os nossos clientes, e também fortalece nossa expertise na gestão de cadeias de abastecimento relacionadas ao setor automotivo”. Ceva: (11) 2199-6700 Mercedes-Benz: 0800 970-9090
MERCADO
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oi oficializada recentemente uma parceria entre a Mandaê, empresa de logística para o e-commerce, e o Mercado Livre. A integração de serviços permitirá que vendedores economizem tempo com a logística de entrega de suas mercadorias e se dediquem a aumentar as vendas. O serviço da Mandaê, que envolve coleta, embalagem e postagem, permite que os usuários enviem suas vendas feitas no site utilizando a etiqueta gerada pelo Mercado Envios de um jeito fácil e rápido. O vendedor importa as vendas para a plataforma da Mandaê e faz o pedido de coleta das encomendas – indicando se deseja que o item seja empacotado ou não – para que a postagem seja realizada. Então, basta separar os produtos e aguardar a retirada, sem necessidade de imprimir as etiquetas e, caso tenha sido essa a opção, de embalar o item.
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Mercado Livre e Mandaê estabelecem acordo para serviços logísticos
Essa parceria com o Mercado Livre foi um pedido dos próprios vendedores. Uma pesquisa realizada pela Mandaê com vendedores de marketplaces apontou que 92% economizam entre uma e duas horas por semana com o processo logístico proporcionado pela Mandaê e 66% afirmam que a plataforma gera um ganho de duas a cinco horas por semana, período que passa a ser dedicado às estratégias de seus negócios. “Essa integração nos dá a oportunidade de ofertar um serviço completo de
ponta a ponta para os vendedores, que agora podem facilmente, com poucos cliques, economizar um tempo precioso antes gasto para empacotar, imprimir as etiquetas e despachar os produtos”, afirma Marcelo Fujimoto, CEO da Mandaê. “Essa parceria fortalece a nossa posição como parceiro estratégico de pequenos e médios empreendedores para que se dediquem mais a ampliar suas vendas”, diz. “Atualmente, a cada segundo, seis vendas são concretizadas no site do Mercado Livre. Acreditamos que a parceria irá facilitar o dia a dia dos nossos vendedores e segue nosso posicionamento de democratizar o e-commerce no Brasil”, afirma Leandro Bassoi, diretor do Mercado Envios América Latina. Mandaê: (11) 2738-8647 Mercado Livre: 0800 775-7700
Fibria inicia obras de terminal intermodal em Aparecida do Taboado
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Fibria, empresa brasileira que produz celulose de eucalipto, iniciou as obras de um terminal intermodal no município de Aparecida do Taboado (MS), que fará o escoamento da produção de celulose da sua nova fábrica localizada em Três Lagoas (MS) para o Terminal do Macuco, no Porto de Santos (SP), de onde será exportada para clientes na Ásia, Europa e Estados Unidos. O Terminal Intermodal de Aparecida do Taboado (MS), que integra os meios de transporte rodoviário e ferroviário, está localizado na BR-158 e terá capacidade para escoar 1,95 milhão de toneladas de celulose por ano. O término das obras está previsto para julho de 2017 e a inauguração fortalecerá o corredor lo-
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gístico do Centro-Oeste brasileiro. A entrada em operação de uma segunda linha de produção de celulose da Fibria em Três Lagoas (MS) está prevista para o início do quarto trimestre deste ano. “A Fibria vem fazendo sua lição de casa ao investir em práticas que aliam o crescimento com o desenvolvimento regional sustentável. Essa obra é um exemplo disso. O modal ferroviário representa maior atratividade econômica e menor impacto ambiental”, diz Marcelo Castelli, presidente da Fibria. O aporte feito no novo terminal está dentro do volume global de investimentos do Projeto Horizonte 2 da empresa, que soma R$ 7,5 bilhões. O empreendimento seguirá o padrão estrutural de
terminais integradores de outras regiões do Brasil, que funcionam como polos concentradores de carga, aumentando a agilidade com a utilização de ferrovias de bitola larga (estrutura de trilhos que permite que os vagões e locomotivas trafeguem com uma velocidade superior). “Estamos dando mais um passo para reforçar o diferencial competitivo da nossa logística integrada. A estrutura do novo terminal foi pensada para aumentar a agilidade no escoamento da produção, conferindo redução de custos e eficiência no processo”, afirma Wellington Giacomin, diretor executivo de Logística e Suprimentos da Fibria. Fibria: (11) 2138-4000
Yamaha cria nova empresa de logística chamada Yamalog
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segmento de prestadores de serviços logísticos ganhou um novo player. A fabricante de motocicletas Yamaha anunciou, em janeiro, a criação da Yamaha Motor do Brasil Logística, ou simplesmente Yamalog. Trata-se de uma iniciativa pioneira da marca não somente no Brasil, mas no mundo. “A Yamalog tem que se concentrar em segurança e qualidade como empresa de logística e, em seguida, desenvolver serviços que ofereçam o máximo em benefícios e aumentem a competitividade da Yamaha no Brasil”, declarou o presidente da Yamaha no país, Itaru Otani. “O compromisso da nova empresa é contribuir positivamente para melhorar o resultado comercial do grupo Yamaha no Brasil, além de fazer a diferença no mercado e tornar-se uma referência para a Yamaha no mundo inteiro em termos de excelência e inovação”, completou Eurydes Barcelos, diretor de Negócios da Yamalog. A Yamaha terceiriza suas atividades logísticas e a Yamalog faz questão de destacar que, embora pertença ao mesmo grupo, não terá nenhum benefício nas licitações da companhia, concorrendo com outros fornecedores e tendo seu desempenho avaliado constantemente. Até 2018 a empresa pretende estar presente em todas as frentes do processo logístico do grupo no Brasil. Os executivos fazem questão de destacar, porém, que a empresa não foi criada especialmente para atender à Yamaha, mas para atuar no mercado de uma maneira geral, oferecendo seus serviços a outros clientes. A expectativa é que a Yamalog esteja preparada para assumir novos negócios já a partir do terceiro trimestre de 2017. Sediada em Manaus e com filiais na
Região Sudeste, a empresa vai oferecer uma vasta gama de serviços, como transporte, armazenagem, serviços in house, gerenciamento de estoque, coleta, recepção de matéria-prima, abastecimento de linha, transferência, cross-docking, controle de inventário, montagem de kits, expedição, faturamento, distribuição, gestão de frete e milk run, além de disponibilização de mão de obra e também de equipamentos de movimentação. O slogan da Yamalog, “sempre do seu jeito”, reflete o objetivo de oferecer serviços personalizados, estabelecidos por meio de uma criteriosa avaliação e do entendimento das necessidades dos clientes. A empresa carrega todo o know-how da própria Yamaha, com os serviços logísticos que são realizados desde a fábrica até as concessionárias. Depois de finalizados na linha de montagem de Manaus, os produtos da marca passam por uma rigorosa inspeção e são transportados até o centro de distribuição de produtos acabados. De lá, seguem para o Porto de Manaus, de onde, via balsa, são encaminhados ao Porto de Belém para serem escoados via transporte rodoviário para todo o Brasil. É uma operação cotidiana, complexa e que exige grande comprometimento, pois um atraso qualquer implica diretamente o descumprimento dos prazos de entrega assumidos com os consumidores finais. Yamaha: 0800 774-3233
MERCADO
CROSS-DOCKING • A Modern Logistics contratou dois novos executivos para reforçar seu departamento Comercial. Paulo Correia, graduado em Administração de Empresas e com MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV), é o novo gerente regional de Vendas do o perador logístico. O executivo conta com 19 anos de experiência na cadeia de suprimentos, atuando em empresas como Ceva, Hellmann Worldwide Logistics e Panalpina. Já Juliana Moreira, a nova gerente de Desenvolvimento de Negócios, possui 11 anos de atuação em soluções para a cadeia de suprimentos, foi auditora do Sistema Integrado de Gestão (SIG) e passou pelas empresas FM Logistic e McLane. A profissional é graduada em Engenharia de Produção pela Faculdade de Engenharia Industrial (FEI). (11) 4063-9338 • O Conselho de Administração (Consad) da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) elegeu, em janeiro, o engenheiro Hilário Seguin Dias Gurjão para o cargo de diretor de Engenharia da empresa administradora do Porto de Santos, seguindo a indicação do Ministério dos Transportes, Portos e Aviação Civil. O executivo está na Codesp desde dezembro de 2015 e respondia pela superintendência de Meio Ambiente e Segurança do Trabalho, tendo ocupado, anteriormente, a diretoria Administrativa e Financeira. (13) 3202-6565 • A A.R.N. Sistemas Aduaneiros, empresa que oferece serviços voltados para o comércio exterior, contratou Marco Aurélio Soares para liderar seu departamento Comercial. Formado em Administra24 - Revista Tecnologística - Março 2017
ção de Empresas pela Anhanguera Educacional, o novo gerente possui 30 anos de experiência na área de vendas, inclusive no segmento de comércio exterior, tendo atuado em grandes multinacionais de logística, como UPS e Dachser. (19) 3231-5696 • A plataforma digital Brasil Fretes anunciou a contratação de Adriano Del-Vecchio para atuar como CEO da empresa. Graduado em Administração de Empresas e pós-graduado em Marketing e Gestão de Clientes pela Universidade Gama Filho, o executivo conta com mais de 20 anos de experiência em transporte e tecnologia, tendo trabalhado em grandes empresas de ambos os setores. Operando desde o início de 2016, a Brasil Fretes é uma startup que tem como propósito facilitar o encontro entre o embarcador e o transportador em todo o território nacional por meio de uma ferramenta on-line. Para 2017, a empresa possui planos de expansão para outros países do Mercosul. (11) 3842-6585 • Rodrigo Bacelar, que fez parte da composição inicial da multinacional francesa ID Logistics no Brasil, volta à companhia para assumir a diretoria Comercial, de Marketing e Projetos. O executivo integrou o time do operador logístico de 2005 a 2014, quando saiu para assumir a gerência Comercial de uma empresa norte-americana do mesmo segmento. Bacelar é formado em Administração de Empresas com ênfase em Transporte e Logística e possui MBA em Logística Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV), com extensão em Business Management
pela Universidade da Califórnia em Irvine (UCI), nos Estados Unidos. Seu principal objetivo na volta à ID Logistics Brasil é manter os níveis de crescimento nos segmentos em que a companhia já atua e conquistar novos clientes nos setores de varejo, indústria, e-commerce, fragrâncias e cosméticos e alta tecnologia. (11) 3809-3400 • O engenheiro mecânico Alcides Cavalcanti é o novo responsável pelas vendas de caminhões Volvo no Brasil. Graduado pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), o executivo retorna à montadora de origem sueca, onde iniciou sua carreira como estagiário, depois de 19 anos. Cavalcanti permaneceu na Volvo por 12 anos, atuando nas áreas de Desenvolvimento de Produto, Engenharia de Vendas e Vendas. Na nova função, ele integra a equipe de Bernardo Fedalto Jr., responsável pela operação comercial de caminhões no Brasil, na Bolívia, no Paraguai e no Uruguai, com o desafio de manter a liderança da marca em caminhões pesados e continuar ampliando a participação de mercado no segmento de semipesados. (41) 3317-8111 • A InPost, empresa que atua no mercado de lockers para o recebimento de encomendas, contratou Danielle Reyes para ocupar a posição de gerente Comercial. Bacharel em Marketing, Danielle é pós-graduada em Gestão de Vendas e Negociação pela Fundação Armando Alvares Penteado (Faap). Ela possui dez anos de experiência na área Comercial, com foco em tecnologia da informação, sempre trabalhando com vendas consultivas e gestão de carteiras de clientes. Antes de ingressar
na InPost, a nova gerente Comercial passou por empresas voltadas para soluções de gestão de documentos, sistemas para logística e serviços de TI. (19) 4062-8643 • O Tecon Salvador, terminal de contêineres operado pelo Grupo Wilson Sons na capital baiana, conta com um novo gerente Comercial. Gilberto Robortella é formado em Administração de Empresas pela Universidade Católica de Santos (Unisantos) e possui especialização em Gestão Empresarial e de Projetos pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O executivo tem 11 anos de experiência profissional no setor, tendo atuado como gerente de Ope-
rações na Maersk, em Angola, e gerente Comercial de contas globais na Safmarine. (71) 2106-1522 • Hugo Flávio dos Santos, que ocupava o cargo de gerente sênior de Transportes na Ceva Logistics, foi promovido para a posição de Ground Director. Formado em Administração de Empresas pela Faculdade Cenecista Nossa Senhora dos Anjos (Facensa), Santos possui ainda mestrado em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O executivo faz parte da equipe da Ceva desde 1998, ano em que iniciou sua carreira como Técnico de Segurança do Trabalho em Betim (MG). Em 2003
mudou-se para a Região Sul, onde foi responsável pelas operações de material handling por dois anos. Em 2008, novamente em Minas Gerais, assumiu a gestão sênior de um importante contrato com um cliente do setor automobilístico. Desde 2011 atuava como gerente sênior de Transportes para as operações desse mesmo cliente. Há mais de 18 anos no mercado da logística, possui vasta experiência em gestão de operações, planejamento e compras, lidando com empresas multinacionais de grande representatividade no segmento automotivo e de autopeças, como General Motors, Fiat, Iveco, Volkswagen, Honda, Bosch e Renault. (11) 2199-6700
Pronta para crescer ainda mais Mesmo em meio a um cenário político e econômico complicado, que trouxe incertezas e resultou em quedas nos volumes dos clientes, a Gat Logística ampliou sua estrutura, com a inauguração de um CD no segundo semestre de 2016, de olho em novos contratos e na recuperação da economia. O sócio e diretor Comercial da empresa, Anderson Massa Moraes, fala sobre como essa decisão acertada deu fôlego para que a Gat se destacasse no mercado e continuasse crescendo 26 - Revista Tecnologística - Março 2017
Revista Tecnologística – A Gat nasceu em 1994, certo? Conte-nos um pouco a respeito da história da empresa. Anderson Massa Moraes – A Gat Transportes era uma transportadora de carga fracionada, que atuava no setor calçadista. Mas em 1997, a Ipiranga, grande empresa do segmento de lubrificantes, chegou até nós por indicação e apresentou algumas necessidades bastante específicas de
Fotos: Radamés Jr.
ENTREVISTA
operação, como o transporte exclusivo, sem misturar com outros tipos de carga, por exemplo. Como a Gat já estava prospectando clientes desse setor há um tempo no mercado, nós resolvemos assumir o desafio de partir para uma operação totalmente dedicada. Então a empresa como é hoje, especializada no segmento de lubrificantes, nasceu a partir da necessidade desse cliente. Nós evoluímos
para atender a esse mercado. Como o produto apresenta condições de transporte especiais, foi montado todo um projeto em cima disso. E o mercado de transporte, de uma forma geral, não se atentava a essas necessidades. Ele enxergava o lubrificante como um produto normal, um commodity que deveria ser tratado da mesma maneira que muitos outros, o que, obviamente, não é verdade. A Gat percebeu isso, desenvolveu esse projeto e passou a atender o cliente como ele realmente precisava ser atendido.
foi se multiplicando. Até mesmo porque não havia como operar para um único cliente, é claro. É impossível você sustentar toda uma estrutura prestando seus serviços para uma só empresa. E, naturalmente, nós começamos a atrair as congêneres do mercado, como Shell, Repsol, Total, Chevron e Cosan. Hoje, os lubrificantes consistem, literalmente, em um segmento totalmente independente dentro da Gat, que não depende das outras atividades, não depende de conjugação de cargas, por exemplo.
Revista Tecnologística – Ali vocês já se transformaram em operador logístico e a Gat Transportes virou Gat Logística? Moraes – Nessa época nós não nos víamos ainda como um operador logístico. Isso era bastante novo, e nossa impressão era de que isso era uma coisa para as grandes empresas, especialmente as que estavam chegando de fora. Até que, em 2001, esse mesmo cliente nos apresentou outra necessidade: ele precisava passar a contar com um centro de distribuição em São Paulo. Confesso que nós relutamos um pouco, argumentando que nosso negócio era só transportar, e não armazenar. Mas no fim das contas essa é uma evolução natural, até porque se o cliente passasse a utilizar os serviços de outra empresa para armazenar, ele poderia migrar o transporte também e nós o perderíamos. Então nós decidimos encarar mais esse desafio e, em 2002, iniciamos as operações em um armazém em Guarulhos (SP).
Revista Tecnologística – Além dos lubrificantes, quais são as principais cargas com as quais vocês operam? Moraes – Hoje a Gat é dividida em três segmentos: o de lubrificantes, que são produtos químicos, claro, mas não são classificados como perigosos, o de químicos classificados e o farmacêutico. É interessante explicar o porquê de trabalharmos com esse último: o segmento farmacêutico lida com muitos produtos classificados, como as substâncias e matérias-primas dos medicamentos. Então é um setor com exigências regulatórias, além de suas necessidades próprias. A indústria farmacêutica depende de um operador logístico que esteja apto a trabalhar com produtos químicos e seus compliances.
Revista Tecnologística – Nesse segmento de lubrificantes, que se tornou o carro-chefe da empresa, vocês atendiam somente a Ipiranga? Moraes – Na verdade o trabalho
Revista Tecnologística – Então você lida com insumos para o segmento farmacêutico? Moraes – Insumos e produtos acabados também. Somos transportadores primários de produtos acabados. Nós retiramos o medicamento na indústria e armazenamos, para que ele siga para a distribuição fracionada. A partir do nosso CD, os produtos são distribuídos para todo o Brasil. A indústria farmacêutica produz grande parte do
“Os efeitos da crise em 2015 e 2016 foram reduzidos devido à entrada de novos clientes, fruto de um forte trabalho de prospecção”
que é usado, mas muitos itens são feitos por terceiristas, e esse trabalho, de levar a matéria-prima até o beneficiador, e seu devido retorno, também é nosso. Revista Tecnologística – Qual é a representatividade do segmento de lubrificantes nas operações da Gat? Moraes – Nós trabalhamos com um volume muito grande nesse segmento. Hoje os lubrificantes representam 40% do nosso negócio. Revista Tecnologística – Como vocês foram afetados pela crise econômica que o país atravessou? Moraes – Para muita gente a crise chegou só em 2015, mas eu Março 2017 - Revista Tecnologística - 27
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nos volumes. A grande questão é que ainda existe a briga por preços. Como consequência de uma crise, o prestador de serviços sofre com um arrocho muito grande nos preços. É preciso ser muito consciente para administrar essa questão.
Os veículos dedicados às operações da Castrol receberam uma identidade visual própria
posso dizer que nós começamos a sentir antes, já em 2014, quando pudemos perceber quedas nos volumes. Mas a verdade é que ela não nos afetou tanto assim, porque nós vínhamos fazendo um trabalho muito grande de prospecção desde 2012, então fomos salvos pela entrada de novos clientes. Claro que nós sentimos os efeitos, mas os problemas foram compensados com essas novas contas conquistadas. E assim nós fomos driblando a crise até o final de 2015, com quedas nos volumes – e consequentemente quedas no faturamento –, mas em contrapartida com novas operações com novas empresas para equilibrar as receitas. Já 2016 tinha tudo para ser um ano muito difícil, mas logo em janeiro conquistamos um novo cliente com um volume muito significativo. Nós assumimos 30% das operações logísticas da Castrol e, logo depois, em abril, passamos a trabalhar com um volume maior do seu estoque, 28 - Revista Tecnologística - Março 2017
pois as operações da empresa no Brasil passaram por uma grande reformulação. Então hoje o CD utilizado pela Castrol no Brasil é da Gat. Isso nos ajudou muito, até porque não era nem algo que nós esperávamos, mas que simplesmente aconteceu. E é claro que aconteceu porque eles já estavam trabalhando conosco e se sentiram seguros para ampliar o contrato, percebendo que nós tínhamos totais condições de dar conta dessa demanda. Revista Tecnologística – Isso alavancou o faturamento da Gat mesmo em meio à crise? Moraes – De 2015 pra 2016 nós conseguimos manter a receita, e em 2016 tivemos um crescimento de 8%. Isso nos deu fôlego para começarmos 2017 com tudo. Talvez não seja possível afirmar que este será um ano muito melhor, mas já é possível perceber certa movimentação e os clientes já começam a se manifestar, demonstrando crescimento
Revista Tecnologística – Para passar a atender a operação Castrol vocês precisaram ampliar a estrutura de armazenagem? Moraes – Na verdade, não. Em 2002 nós iniciamos nossas operações de armazenagem com a inauguração do CD de Guarulhos, como já foi dito, de 2.500 m². Mas em 2012 nós mudamos de endereço, apesar de permanecer em Guarulhos, e passamos a contar com um CD com 30 mil posições porta-palete. E, em setembro de 2016, foi inaugurado um segundo prédio no mesmo terreno, com 20 mil posições porta-palete. Para atender a Castrol nós tivemos que fazer apenas uma pequena alteração, que foi mover um cliente do segmento farmacêutico de um dos prédios para o outro. Para que o contrato fosse estabelecido, a Castrol realizou uma auditoria em nossos CDs e viu que havia espaço suficiente e condições ideais para assumirmos toda a operação. E, por força do contrato, mesmo em meio à crise, a Gat abriu novos postos de trabalho.
“Estamos preparados para chegar a 100 mil posições-palete no local em que estamos hoje. Isso é um verdadeiro trunfo”
Revista Tecnologística – Se a operação só veio depois, o que motivou então a inauguração do novo armazém, em 2016? Moraes – O novo prédio nasceu motivado por novas prospecções. Existem muitos contratos sendo trabalhados pensando nele, mas na verdade a previsão para entrar em operação nem era 2016. O intuito era inaugurarmos o espaço somente neste ano, mas, devido a essa ampliação junto à Castrol, nós optamos por colocá-lo logo para funcionar. E ainda temos muito espaço para novos clientes, pois o prédio está com apenas 20% de ocupação. Revista Tecnologística – Então em um período de economia com-
plicada vocês estavam investindo em uma nova estrutura mesmo sem a certeza de ocupação? Moraes – A nossa nova matriz nasceu a partir de um investidor, que soube que nós estávamos procurando um novo espaço, pois sabíamos que o que tínhamos na época não daria conta dos nossos planos de expansão. Nós negociamos durante um ano, aproximadamente, a Gat apresentou suas necessidades, e esse investidor construiu o primeiro CD. O compromisso que nós tínhamos, porém, era de não parar no primeiro. As condições já estavam todas negociadas, e o objetivo sempre foi ter um segundo prédio. E ainda existe a possibilidade de, conforme a necessidade, contar-
mos com mais armazéns dentro do mesmo complexo. A grande vantagem é que, se as operações crescerem muito, nós não precisaremos nos mudar, procurar outro espaço ou coisa parecida. Nós estamos preparados para chegar a 100 mil posições porta-palete no local em que estamos hoje. E isso é um verdadeiro trunfo nosso quando participamos de concorrências. Muitos clientes têm medo de que o seu operador logístico não seja capaz de suportar um possível crescimento das operações. Então contar com toda essa estrutura nos deu muito mais segurança e lastro para buscar novos clientes. O empreendimento foi todo feito sob medida para a nossa operação, pro-
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jetado pela própria Gat e construído no modelo built to suit.
frota, temos 134 veículos próprios e cerca de 200 agregados.
Revista Tecnologística – Os armazéns contam com áreas específicas para produtos perigosos? Moraes – Sim. O prédio mais novo, por exemplo, possui um espaço dedicado especialmente à armazenagem de produtos inflamáveis. São 2 mil posições-palete e, para cada par de posição, temos cinco sprinklers, instalados em conjunto com a própria estrutura de armazenagem. É um investimento realmente alto, para garantir a segurança da carga. São poucos os operadores logísticos que contam com esse tipo de sofisticação quando falamos em armazenagem de produtos inflamáveis. Esse investimento, assim como a climatização e o piso epóxi, foram feitos pela própria Gat.
Revista Tecnologística – Vocês possuem alguma operação in house? Moraes – A Gat tem pequenas operações in house, com pontos avançados dentro de alguns clientes. Como nós lidamos com operações de grande porte, esses pontos geram enormes ganhos. Imagine uma operação em que não há consolidação da carga, por exemplo, em que 100% dessa carga sai da unidade do cliente direto para os destinos. Contar com colaboradores nossos no local, dedicados a cada operação, é primordial. Com isso você faz com que todo o trabalho ganhe muito mais eficiência e velocidade.
Revista Tecnologística – Quantas unidades vocês têm ao todo e qual o tamanho da frota da Gat? Moraes – Hoje são cinco unidades. Além da matriz, em Guarulhos, estamos presentes em Hortolândia (SP), Ribeirão Preto (SP), Marília (SP) e Rio de Janeiro, sempre com estruturas próprias. Na matriz nós temos os maiores espaços de armazenagem, e as demais unidades funcionam como transit points, com 3 mil, 4 mil m². Elas atuam com armazenagem também, mas são operações mais pontuais, estoques mais estratégicos. E a empresa vem realizando estudos para marcar presença em toda a Região Sudeste, incluindo o Espírito Santo e Minas Gerais, mas vamos ver como o mercado se comporta para podermos falar com mais certeza sobre investimentos. Nós entendemos que o momento ainda não é tão oportuno para isso. Quanto à 30 - Revista Tecnologística - Março 2017
Revista Tecnologística – Com esse crescimento acelerado, a empresa tem investido em tecnologia da informação? Moraes – Sem dúvidas. Dois aspectos nos quais temos investido muito ultimamente são Projetos e TI. Eu ouso dizer que nós nos transformamos e chegamos aonde chegamos nos últimos anos justamente devido a esses investimentos. Na Gat não se faz nada, não se fecha nenhum contrato, sem um cronograma detalhado e sem um projeto de implantação perfeito.
“Os clientes estão mais confiantes, retomando negociações. A tendência é que em 2017 todos possamos respirar um pouco melhor”
Temos ótimos engenheiros de projeto e somos constantemente enaltecidos pelos clientes por nossa excelência no desenvolvimento de projetos, até mesmo em BIDs dos quais eventualmente nós não saímos como vencedores. E o que nos fez alcançar os níveis de excelência que apresentamos hoje nas nossas operações foram, com certeza, os investimentos em tecnologia. Quando um cliente vê um inventário com 100% de acuracidade, ele se sente muito mais confortável com o prestador de serviço logístico. Nossa parceira tecnológica é a Store Automação. Eles realmente compraram o nosso jeito de trabalhar e se tornaram grandes parceiros. A implantação das ferramentas tecnológicas nos trouxe benefícios realmente excelentes. Hoje nosso cliente pode acompanhar de casa todo o andamento e o resultado do inventário dele, por meio de um aplicativo para smartphones, por exemplo. A confiança que isso gera é muito grande. Na operação, nós não temos uma única folha de papel. Tudo é feito via coletor de dados. Nós temos uma área interna de TI muito bem estruturada também, inclusive com uma equipe própria. Para se ter uma ideia, dos três geradores que temos na matriz, um é dedicado exclusivamente para garantir o funcionamento das ferramentas tecnológicas, como o WMS. Revista Tecnologística – Qual o tamanho do quadro de funcionários da Gat? Moraes – Hoje nós temos 450 colaboradores diretos. Dentro do assunto mão de obra, eu costumo dizer que nossa grande matéria-prima são nossos colaboradores. Por isso nós temos um grande cuidado com eles e investimos em sua formação. Temos muitos motoristas, por exemplo,
que crescerem dentro da empresa, foram treinados e estão agora transportando. Vale lembrar também que nossa frota é 100% rastreada e nós estamos na iminência de contar com uma nova ferramenta, que vai permitir que o próprio motorista faça a leitura do canhoto de entrega da mercadoria usando um smartphone. A informação sobe automaticamente para a nuvem, o que facilita muito o dia a dia e acaba de vez com a papelada gerada. Os investimentos em mão de obra são levados muito a sério na Gat. Um operador logístico, na verdade, não produz nada, ele presta serviço, então se você não contar com uma mão de obra qualificada, você está perdido. Eu posso dar a melhor ferramenta da Store, por exemplo, na mão do meu funcionário, mas se ele não souber usar e aplicar aquilo na operação, não vai adiantar nada. Nós temos orgulho de dizer que contamos com uma equipe muito bem formada e muito capacitada. Revista Tecnologística – Quais são suas expectativas em relação ao mercado daqui para frente? Moraes – Nós estamos vendo os clientes mais confiantes, muitos querendo retomar negociações. Então a tendência em 2017 é de que todos possamos respirar um pouco melhor. Porém, como eu já citei, é preciso ficar atento à questão dos preços, e aqui eu não falo somente da Gat, mas dos prestadores de serviços logísticos como um todo. A briga por preços é o resultado natural de um momento de incertezas, de retomada, mas é preciso ficar claro que o setor não pode perder a mão nesse sentido, para que as empresas não apertem tanto o fornecedor. O mercado está bastante voraz, batendo forte na questão preço, e nós precisamos ter nosso ponto de equilíbrio.
Armazém recém-inaugurado está pronto para receber novos clientes
Na Gat nós temos uma área Financeira muito boa e nosso plano de contas é revisado constantemente. Revista Tecnologística – Qual sua opinião a respeito da infraestrutura logística brasileira? Moraes – O país ainda precisa investir muito nesse aspecto para termos uma logística cada vez mais eficaz. Nós estamos ansiosos aguardando a inauguração do último trecho do Rodoanel, por exemplo. E os nossos portos, que apresentam condições precárias de infraestrutura? E eu falo isso operando na Região Sudeste, onde a situação é um pouco melhor. Em outras regiões os problemas são ainda maiores. As coisas precisam andar de verdade. Infelizmente, nós estamos muito atrasados quando comparamos nossa infraestrutura logística com o que se vê na Europa ou nos Estados Unidos.
Revista Tecnologística – E olhando para o atual e para o recente cenário político do Brasil, o que podemos esperar nesse sentido? Moraes – Eu acho que o país está vivendo uma espécie de ressaca quanto à política. Até bem pouco tempo atrás, ninguém poderia imaginar eficácia no enfrentamento à corrupção. A Operação Lava-Jato está demonstrando que esse objetivo é factível. Temos agora novas caras na política dizendo que vieram para mostrar que a coisa vai ser diferente, que teremos em pouco tempo exemplos de uma gestão eficaz e funcional. Sem demagogia, temos que acreditar, porque caso contrário continuaremos em um caminho negativo que fará um mal a este país que jamais vimos acontecer.
Gat Logística: (11) 2413-7700 Março 2017 - Revista Tecnologística - 31
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Em sintonia com a era digital Os anos de 2015 e 2016 foram tenebrosos para a maioria das empresas no Brasil. A grave crise econômica obrigou muitas delas a escolher entre dois caminhos: apertar o cinto e engavetar projetos ou investir em ferramentas para reduzir ao máximo os custos e aumentar a produtividade. De olho nessa segunda vertente e também apostando na retomada da economia, que começa a dar seus primeiros sinais nesse sentido, além da necessidade de atender ao varejo, que está oferecendo a seus clientes mais um canal de venda por meio das redes sociais, as fornecedoras de soluções de tecnologia da informação concentraram esforços em atualizar seus produtos ou mesmo em lançar novos softwares embarcando Big Data, Internet das Coisas e inteligência artificial. Para apontar tendências da TI e detalhar o que de fato já está sendo oferecido e utilizado pelo segmento de logística e supply chain, a Revista Tecnologística publicará uma série de reportagens ao longo de 2017. A primeira delas tem como foco as soluções de gerenciamento, com destaque para os sistemas WMS e TMS, velhos conhecidos do setor, mas que estão sendo repaginados para atender às novas exigências da era digital 32 - Revista Tecnologística - Março 2017
pode não ter tantas funzar os pedidos e progracionalidades como um mar as tarefas”, destaca best of breed, é de fato Isaac. Por isso, existe a a melhor opção para a necessidade também do sua necessidade, deixanemprego de um Order do também de analisar Management System o custo da implementa(OMS), que pode ser um ção, que pode ser bem módulo de um ERP ou alto”, destaca Isaac. de um WMS mais sofisPara alguns segmenticado, ou ser adquirido tos, como o de varejo em à parte e integrado a particular, que enfrenta o esses sistemas e tamdesafio da multicanalidabém ao TMS. “É o OMS Isaac: é preciso conhecer de (omnichannel) – amque permite visualizar bem suas necessidades para pliado recentemente pela o estoque versus a deescolher os softwares certos possibilidade de compra manda, sendo munido também por meio das redes sociais –, de algoritmos que o habilitam a tomar está se tornando mandatório investir em decisões como qual CD deve atender tecnologias que permitam gerenciar com determinado pedido por ter um custo maior precisão e agilidade seus estoques, de frete menor para o varejista. Ou se tanto nos centros de distribuição como há alguma situação anormal, como um nas lojas físicas, considerando ainda as produto que está sendo mais vendido operações de e-commerce. A complexi- em uma loja, e é preciso reabastecê-la dade do gerenciamento logístico aumen- rapidamente. Ele abre toda essa converta também pelo fato de muitos varejistas sa com os sistemas e precisa dos dados já começarem a oferecer para seus clien- que estão neles”, explica Isaac. tes a opção de comprar o produto pelo Para Marco Beczkowski, diretor da seu canal na internet e retirá-lo numa Kajera, representante da Manhattan no loja física, ou mesmo utilizá-la para fazer Brasil, uma estratégia de omnichannel devoluções e trocas. requer uma visão única dos estoques “Os WMS e TMS são muito exigidos e dos pedidos, para se determinar qual nessa situação de multicanalidade por- nível de serviço deve ser entregue para que é preciso ter on-line e em real time cada canal, quem precisa ser atendido a informação de estoque de todas as lo- primeiro, entre outras questões, e isso é o calidades para que seja possível visuali- que o OMS faz. “É um sistema de tomada de decisão em tempo real e com ele é possível até cancelar um pedido que já está na transportadora, por exemplo, O mercado de sem que o produto tenha que chegar ao fornecedores de consumidor e ser devolvido por ele. É o que a Amazon já faz e queremos replicar tecnologias tem isso para outros sites do mundo”, diz. Divulgação
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umentar a produtividade e a visibilidade dos processos, reduzir os custos, melhorar o aproveitamento dos recursos internos e da mão de obra e ter capacidade de reagir de forma imediata a situações específicas são alguns dos alvos que sempre estiveram na mira das empresas de diferentes portes e áreas de atuação. Mas, na atualidade, com a velocidade imposta pelo avanço das tecnologias digitais, mais do que assegurar a competitividade, esses objetivos se tornaram determinantes para a sobrevivência e, nesse sentido, ganha cada vez mais relevância o emprego de softwares de gerenciamento logístico. Não por acaso as fornecedoras de soluções têm investido pesado e de forma contínua em inovações para aprimorar seus produtos tradicionais e lançar outras opções, inclusive complementares entre si, ampliando de forma significativa o portfólio para esse segmento. O menu é vasto e variado, incluindo soluções que nasceram como módulos e fazem parte do pacote do ERP (sistema de gestão empresarial) e que agora estão sendo oferecidas também como stand alone, competindo lado a lado com os WMS (sistema de gestão de armazéns) e TMS (sistema de gestão do transporte) especialistas, conhecidos no mercado como best of breed, que em bom português significa o melhor da categoria. E, diante desse rol de possibilidades, a dúvida é saber qual delas escolher. Não há uma resposta simples para essa questão. Mas, indubitavelmente, o primeiro cuidado que a empresa deve ter, segundo o consultor Marcos Isaac, diretor da Modus Logística, é desenhar os processos para saber qual é realmente a necessidade, para depois fazer uma comparação entre o que cada software oferece. “Muitas empresas, influenciadas pelas suas áreas de TI, acabam optando por um módulo WMS do ERP, por exemplo, que num primeiro momento parece mais seguro, sem, no entanto, considerar se aquela solução, que em muitos casos
crescido muito, e a gama de soluções disponíveis é bastante vasta
Coadjuvantes de peso Outros sistemas que também podem já estar embutidos numa suíte de WMS e de ERP ou serem adquiridos à parte e que contribuem significativaMarço 2017 - Revista Tecnologística - 33
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mente para aumentar tipos diferentes de mer- quantidade de pedidos para que fosse a produtividade não só cadorias que não devem oferecida uma interface mais moderna para o varejo, mas tamser armazenadas juntas para o WMS que a empresa desenvolveu bém para outros segou próximas, no caso uma versão em linguagem HTML 5 e gamentos, são as soluções de alimentos e medi- mificada. Com isso, os caracteres e ícones Labor Management camentos controlados, antigos foram repaginados e as telas agora System (LMS), para gepor exemplo. “O siste- se adaptam ao tamanho de diversos disrenciamento da mão ma também gera suges- positivos como tablets, notebooks e smarde obra; Slotting, para tões de tarefas de movi- tphones, independentemente do sistema otimizar a disposição mentação de pequenos operacional utilizado. “Isso foi pensado dos produtos dentro pacotes para que o CD para tornar a ferramenta mais atrativa para dos CDs; e Yard Manaesteja sempre arruma- as novas gerações de funcionários, que gement System (YMS), do, considerando locais adoram games e celulares, e que se mosBeczkowski: sistemas embutidos para gerenciar a moergonomicamente mais travam desmotivadas porque a interface no WMS e no ERP controlam vimentação dos camiinteressantes, contri- do WMS era muito antiquada”, aspectos como mão de obra e nhões nos pátios. buindo para que menos explica Lenz. movimentação no pátio Em 2016, a HighJump lançou ouCom o Labor, o supervifuncionários façam mais sor do armazém pode enxergar o que tarefas e com maior conforto, o que tros dois produtos. O primeiro é uma cada funcionário está fazendo, para gera economia e ganho de produtivida- ferramenta de Business Intelligence não apenas avaliar seu desempenho, de”, completa Beczkowski. (BI) chamada Pulse, que, segundo o como também para remanejar pessoO Yard Management System, assim executivo, realmente mede o pulso as de um setor mais ocioso para outro como as outras duas soluções, surgiu das operações logísticas das empresas altamente demandado, estabelecer pa- como módulo adicional de WMS, mas de forma proativa, gerando indicadogamentos de bônus em grupo ou indi- atualmente também é oferecido como res de desempenho e alertas que avividuais para funcionários que atinjam stand alone. É uma ferramenta útil sam o gestor para prestar atenção a ou superem as metas estabelecidas, especialmente para os algum fenômeno que entre outras ações. “Só o fato de saber grandes atacadistas, vaestá acontecendo. O seque está sendo avaliado já influi para rejistas e operadores logundo produto é o Reque o funcionário queira fazer melhor gísticos para gerenciar a tail Advantage, voltado as suas tarefas. E os ganhos de produti- entrada e a saída de caa dar suporte às iniciavidade obtidos variam de 25% a 45%”, minhões no pátio, sentivas de omnichannel afirma Beczkowski. das empresas do varejo. do integrada aos sisteO Slotting é outro poderoso aliado mas WMS, ERP e TMS. De acordo com Lenz, que, segundo o diretor da Kajera, muicada vez mais haverá Inovações tas empresas acham que não precisam, CDs únicos e integrados alegando que conseguem realizar rearpara atender as lojas fíNa avaliação de Hélcio ranjos de espaços dentro dos CDs usansicas e operações de edo planilhas em Excel e curva ABC. “A Fernando Lenz, diretor da -commerce que vão preLenz: tão importante questão é que, dependendo da quanti- Otimis, que representa a cisar de uma ferramenta quanto a sofisticação das de gestão para adminisdade de SKUs, muitas fazem esse traba- HighJump no Brasil, tão ferramentas é apresentar trar tanto a gôndola lho uma vez por mês, enquanto com importante quanto ofeuma interface amigável quanto a retaguarda, e uma ferramenta de Slotting, como a da recer um amplo leque de Manhattan, isso pode ser feito todos os opções e soluções mais sofisticadas é fazer guiar os vendedores da loja a desempedias e continuamente, à medida que modificações nos produtos para que se nhar suas tarefas com produtividade, os produtos vão saindo e entrando no tornem mais amigáveis para os usuários. com base em indicadores controlados CD. Só isso já traz um ganho absurdo O executivo conta que a HighJump man- e melhorando também a acuracidade. da ordem de 12% a 15%”, completa. tém um portal de ideias em que os clienNa avaliação de Oscar Gutierrez, A ferramenta auxilia ainda a disponi- tes do mundo todo, inclusive do Brasil, vice-presidente da JDA, vários segmenbilizar os produtos de acordo com seu podem acessar e expressar suas sugestões tos, dentre os quais o de manufatura, tamanho, peso, giro e variáveis como e demandas. E foi com base na grande precisam e se beneficiam com os siste34 - Revista Tecnologística - Março 2017
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Na nuvem Assim como as fornecedoras de soluções best of breed, como JDA, 36 - Revista Tecnologística - Março 2017
HighJump e Manhatlidades para o não cumtan, as grandes empreprimento do que foi essas que têm o ERP como tabelecido em comum carro-chefe, como Oraacordo entre as partes. O cle, SAP e Totvs, estão consultor destaca ainda investindo para melhoque contratar um TMS rar suas ferramentas de em cloud traz como uma gestão logística e todas, das principais vantagens igualmente, as disponipertencer a uma comubilizam também na nunidade de embarcadores, vem (cloud). A novidatransportadores, clientes de é que, ao contrário e fornecedores, todos do que ocorria até cerligados num único amGutierrez: a expansão do ca de dois anos atrás, os biente de maneira seletie-commerce exige cada vez empresários mostramva. “É possível inclusive mais os controles proporcionados -se bem menos resisofertar cargas, ou seja, a pela tecnologia tentes a essa modalidaempresa avisa aos transde. “Já rompemos essa barreira porque portadores, por meio do sistema, que há os bons provedores de serviços na nu- uma carga numa determinada janela de vem provaram que são ambientes mais horário, e pode escolher dentre os que seguros até do que ter os sistemas den- se interessarem em fazer esse serviço. E tro de casa”, justifica Lenz. Se a adesão o TMS também já mostrou para a emé baixa, isso se deve ao custo do cloud, presa a questão custo e outras regras e que no Brasil ainda é elevado. “O que acordos pertinentes a isso”, exemplifica o executivo brasileiro tem feito é conta Isaac. Ele acrescenta ainda que as provemesmo, referente ao custo total e ao doras de sistemas em nuvem são sólidas retorno do investimento, analisando e oferecem enorme segurança nos vetoos dois cenários”, completa. res serviço e redundância. “Mas é algo Isaac concorda e destaca que alguns que tem que ser sempre olhado com cuidados devem ser tomados pelas em- lupa. Para WMS e ERP, estar em cloud é presas, como conferir se o fornecedor uma questão de segurança e custo. Para de fato cumpre o que promete e firmar o TMS, é uma forma de ampliar o houm bom contrato de nível de serviço, rizonte logístico. E o mundo está camiconhecido como SLA (Service Level nhando nessa direção. Algum dia o não Agreement), que prevê multas e pena- cloud vai acabar”. Há muitas vantagens em migrar para a nuvem, segundo Adriano Chemin, vice-presidente sênior de Business A multicanalidade Transformation para a América Latina da Oracle, dentre as quais a de as emtornou os presas deixarem de ter que fazer invesinvestimentos timentos pesados para criar e manter uma infraestrutura de TI interna. “No em softwares de modelo tradicional, as empresas adquirem licenças de softwares para serem gestão de estoque implementados em seus sistemas e em indispensáveis para geral precisam customizar o produto e ficam com a mesma versão por cerca de o setor varejista cinco anos, quando então migram para uma nova. Na cloud, a cada seis meses Divulgação
mas de gestão logística, mas atualmente o varejo, em particular, demanda mais, porque está passando por uma grande revolução com a expansão do e-commerce e não pode prescindir de ferramentas que capacitem as empresas a atender bem o cliente em vários canais. “O grande desafio é entender o comportamento do consumidor, ou seja, como ele prefere comprar – se na loja física ou na on-line –, como deseja receber o produto – em casa ou retirar na loja –, entre outras variáveis, e propiciar a ele uma boa experiência de compra. Tudo isso requer planejamento e sistemas como ERP, WMS, OMS, TMS, fulfillment e de BI, entre outros”. Uma das ferramentas que a JDA oferece para isso, e no modelo SaaS (Software as a Service), é o Retail.me, baseada na nuvem do Google e com orientação das informações de Big Data. O portfólio de soluções da JDA é bastante amplo devido às aquisições de várias empresas ao longo dos anos, dentre as quais a RedPrairie, desenvolvedora de WMS. E ela está constantemente pesquisando para incluir inovações em seus produtos. Na última edição da NRF (National Retail Federation), maior feira do varejo realizada nos Estados Unidos, a equipe do Laboratório JDA, composta por cientistas, pesquisadores e desenvolvedores de software, trabalhou junto com gigantes de TI, como Dell e Microsoft, para desenvolver novas ideias. “Alguns exemplos são sistemas-robôs para o atendimento do cliente na loja, uma solução que avisa o vendedor quando vai chover para que ele traga para a frente da loja guarda-chuvas, estimulando a venda, e sistemas que permitem ver o tamanho de roupa adequado para o cliente, entre outros”, destaca Gutierrez.
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é disponibilizada uma stand alone, mas que nova versão e toda a também podem ser Sistemas cada inovação é colocada embutidas no ERP”, rapidamente à disposalienta Chemin. Na vez mais sição do cliente. Isso avaliação do executisofisticados traz impactos positivo, o TMS é uma fervos muito grandes”, ramenta importante garantem altos defende. O executivo para grande parte lembra ainda que as das empresas brasiníveis de serviço soluções em nuvem leiras, uma vez que nos mais variados são concebidas para o transporte rodoviserem disponibilizaário é o modal mais elos da cadeia das como SaaS e são utilizado no país. padronizadas, mas, se “Seu emprego pode o cliente precisar de trazer reduções de adequações, que na Oracle são chama- custo da ordem de 30%”, destaca. das de extensões, isso pode ser feito, e A Oracle também anunciou, no iníele continua recebendo as atualizações a cio de fevereiro, novas soluções em nucada seis meses. “Houve o caso de uma vem e integradas aos aplicativos da sua empresa que tinha sistemas internos suíte de supply chain. São ferramentas com 152 customizações e, ao migrar que permitem detectar, analisar e respara a nuvem, essas adequações se trans- ponder aos sinais de Internet das Coiformaram em apenas nove. Isso porque sas (IoT). Os aplicativos sustentam as decidiu adotar a maior parte do que já funções de registro de dispositivo e coera padrão da solução, e leta de dados, análise e quando não foi possível interpretação de sinais optou pelas extensões”, e conexão com procesexemplifica Chemin. sos de negócios especíPara a área de logísficos, oferecendo aintica, o foco da Oracle é da capacidades como oferecer uma ampla e manutenção preditiva, completa gama de soludiagnóstico de painéis ções para toda a cadeia. e visibilidade em temNesse sentido, em depo real, que podem ser zembro do ano passado aplicadas nos setores de foi concluída a aquisimanufatura e logística. ção da Logfire, forneceChemin: sistemas em IoT, Big Data e dora de WMS 100% banuvem dispensam inteligência artificial seada na nuvem, e essa altos investimentos em plataforma integrada de infraestrutura de TI Na avaliação de Isagerenciamento de estoque, inventário e mão de obra foi in- ac, o emprego de IoT faz extremo sencluída no pacote Oracle Supply Chain tido tanto para WMS como para TMS. Management Cloud. A aquisição da “Hoje é quase obrigatória uma combiLogfire, empresa que apresenta grande nação de IoT, RFID (identificação por base de clientes dos segmentos de va- radiofrequência) e GPS integrados ao rejo e farmacêutico na América Latina, TMS para rastrear um caminhão, espemotivou a Oracle a oferecer também o cialmente no transporte de cargas muiTMS em nuvem, lançado globalmente to visadas. Mas, para o WMS, o RFID em fevereiro deste ano. “São soluções tem outro sabor, porque funciona mui-
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to bem dentro de um de negócios”, completa. contavam com sistemas que as auxiliasCD, complementando A tecnologia Machine sem nesse sentido. Por isso a Totvs lançou informações que a simLearning ensina a um essa nova plataforma, bastante acessível ples leitura ótica não computador como de- em termos de facilidade de uso e custo”, alcança”. A IoT também tectar padrões e fazer destaca Angela. O sistema contempla pode ser usada, segundo conexões, mostrando diversas parametrizações para diferentes o consultor, em sisteum volume maciço de perfis de empresas, permitindo gerenciar mas supervisórios, como dados. Em vez de pro- a coleta e a entrega de mercadorias com para transelevadores e gramar o software para visualização das ordens de serviços, rasrobôs empregados em realizar uma tarefa es- treamento, cálculo de frete, entre outros. CDs automatizados. pecífica, a máquina usa Além dessa solução, a Totvs também disO Big Data é outra dados e algoritmos sofis- ponibiliza o Cockpit Logístico, que postecnologia que faz todo ticados para aprender a sibilita o acesso às informações de toda Rebecca: aplicações o sentido para a área de executar a tarefa em si. A a cadeia de suprimentos, considerando cada vez mais logística e supply chain aprendizagem mecânica fatores críticos como programação de inteligentes vão além das porque passou a possibipermite que as aplica- cargas, sequenciamento de embarques, análises humanas litar a análise de dados e ções “pensem” e façam entre outros, podendo ser integrado a a percepção de uma tendência de mu- uma previsão independente, indo além qualquer ERP do mercado via webserdança de demanda de forma instantâ- das análises humanas e de Big Data. vices ou funcionando no modo stand nea. É, na verdade, uma massa imensa alone. “A solução ainda conta com algoTMS de dados coletada de vários canais e ritmos avançados para calcular a melhor analisada muito depressa, de maneira forma de carregar o caminhão para aproA Totvs, outra tradicional fornece- veitar o espaço e otimizar, contribuindo direcionada e com inteligência. “Antes disso, não se acompanhava o compor- dora de ERP, também possui um amplo para reduzir custos”, completa. tamento diário, por faixa horária, de portfólio de soluções para o segmento de No que se refere às inovações tecum SKU, mas se olhava apenas o agre- logística e está embarcando novas tec- nológicas, Angela destaca que a Totvs gado. O Big Data pode comunicar, via nologias como IoT e Big Data em seus começou há cerca de quatro anos a segIoT ou por outro meio, que o padrão produtos. Mas o destamentar o mercado justade comportamento previsto mudou que é seu mais recente mente para ter mais foco naquele dia, o que permite a tomada lançamento, que batizou em cada setor e oferecer de Oferta P, um TMS code decisão imediata”, explica Isaac. soluções especializadas. A SAP também aposta nos benefí- mercializado na nuvem A empresa conta com cios que podem ser obtidos com o em- e voltado para pequenas um Lab no Vale do Silíprego de IoT e Big Data e anunciou, no transportadoras, com facio, nos Estados Unidos, final do ano passado, que irá investir 2 turamento anual de até que acompanha as tenbilhões de euros até 2020 nesse senti- R$ 15 milhões e com dências internacionais, do para complementar seu portfólio de frota aproximada de três além de equipes em vásoluções. De acordo com Rebecca Pas- a sete caminhões. Angela rios países, que captam cuas, diretora de Digital Supply Chain Gheller Telles, diretora as demandas dos clientes e IoT da SAP Brasil, a IoT já está inte- de Manufatura e Logístipara que sejam desenvolAngela: foco segmentado grada nas soluções de logística, como ca da Totvs, explica que vidas novas ferramentas para oferecer soluções no WMS SAP Extended Warehouse a ideia é disponibilizar que as atendam. especializadas e sob Management (EWM), que inclui Labor uma solução especialista Outra empresa que medida e Slotting, no TMS e em outras ferra- que pode ser implantada aposta na cloud é a mentas que compõem a SAP Supply em apenas cinco semanas, com baixo Maplink, pertencente ao grupo Chain Execution Platform. “Big Data e custo e pagamento facilitado. Movile, já disponibilizando os siste“No ano passado as transportadoras mas Axiodis (TMS) e MinhaRota (roteiinteligência artificial são áreas em que a SAP vem investindo pesadamente, ha- menores tiveram perdas por não calcu- rizador on-line) nessa modalidade para vendo inclusive algoritmos de Machine larem adequadamente os impostos, e 80% da sua base de 3.200 clientes em Learning integrados em várias soluções em boa parte isso aconteceu porque não 18 países. “Só as empresas de grande 38 - Revista Tecnologística - Março 2017
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TECNOLOGIA
porte, que possuem políticas internas rígidas, é que resistem mais em migrar para a nuvem e preferem implementar as soluções internamente, mas estamos preparados para atender a todo tipo de necessidade”, afirma Alejandro Singer, diretor de Logística da Maplink.
De acordo com o executivo, Big Data já é coisa do passado para a Maplink, na medida em que já a utiliza há muitos anos para auxiliar os motoristas brasileiros a ter informações sobre o trânsito em tempo real. E IoT é uma tecnologia do presente, sendo aplicada por meio de
Tendências versus realidade
B
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oa parte das corpologística e das fornerações ainda não cedoras de soluções”, reconhece a necessialerta Taurion. Como dade de mudanças no exemplo, ele cita o seu modelo de negóque aconteceu com cios e se restringe a as empresas de telecofazer apenas algumas municações, que fomelhorias pontuais. ram pegas de surpresa A maioria se comporpelo crescimento do ta de maneira muiuso do WhatsApp e to conservadora e os do Skype, ou com as sistemas que dão sude TV a cabo, que perporte seguiram nessa deram clientes para o Taurion: conversão direção. Claro que, ao Netflix, e ainda com de tecnologias é um longo dos anos, houve o Uber, que abalou as caminho inevitável melhorias, mas nada estruturas consolidamuito significativo. A avaliação é do das das cooperativas de táxi. consultor Cezar Taurion, Head e PartO desafio das empresas de loner of Digital Transformation & Eco- gística, segundo o consultor, é usar nomy da Kick Ventures, para quem as tudo o que está sendo oferecido, empresas ainda têm um pensamento mas de forma inovadora, e acordar linear, e os empresários e gestores in- para o fato de que já estão surgindo tuem o futuro com base na percepção startups que irão começar a comer do passado recente, enquanto a evo- pelas bordas, roubando clientes e lução da tecnologia é exponencial. diminuindo as margens das grandes “É evidente que os fornecedo- empresas. Também é preciso comeres de soluções estão incluindo em çar a ver a prestação de serviços de seus produtos recursos de IoT e al- forma colaborativa e os provedogoritmos de inteligência artificial, res de tecnologia têm que permitir como sensores que conseguem ma- que essa interação aconteça. “Há pear caminhões, contêineres, pa- um potencial imenso de mudanletes, entre outros. Mas isso tudo, ças, mas vejo pouco movimento aparentemente, são pontos isola- nesse sentido, o que não significa dos. Um dia todas essas tecnolo- que todo mundo esteja parado, mas gias irão convergir e vão promover apenas que as movimentações aindisrupturas e mudanças inespera- da são mais incrementais do que de das que virão de fora do setor de ruptura”, completa.
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sensores em veículos e em celulares para permitir o acompanhamento de entregas e a obtenção de assinatura digital, entre outras facilidades. “Obviamente as tecnologias estão em constante evolução e acompanhamos isso de perto”, destaca. Na visão do executivo, o que ainda precisa ser melhorado é a integração entre os sistemas nas empresas para uma maior utilização das informações em tempo real. No futuro, o que deverá ocorrer, segundo Singer, é a combinação de caminhões com drones e com veículos autônomos para a coleta e a entrega de cargas. Criada no Brasil há 16 anos, a Maplink conta com três unidades de negócios – Logistics, Geolocation e Google Solutions – e em 2014 passou a atuar na América Latina ao integrar o grupo Movile, especializado no desenvolvimento de plataformas de comércio e conteúdo móvel. No ano passado, a empresa adquiriu a francesa Optilogistic, desenvolvedora de soluções de logística para o mercado europeu, o que lhe permitiu somar à sua carteira 60 clientes na Europa, América Latina, Estados Unidos e África.
Mercado e perspectivas Apesar da grave crise que o país vem enfrentando desde 2015, algumas empresas conseguiram registrar desempenho bastante positivo. Foi o caso da própria Maplink, que nos últimos dois anos dobrou de tamanho em receita, obtendo 30% do faturamento fora do Brasil. Segundo Alejandro Singer, a estimativa é fechar o ano fiscal de 2016, que se encerra em março deste ano, com crescimento da ordem de 40%. “Com a aquisição da Optilogistic, estamos fazendo um investimento grande para escalar os produtos e estamos contratando pessoas em todos os países em que atuamos, incluindo o Brasil, para aumentar em 30% o quadro de funcionários”, revela. Na opinião do executivo, a crise é boa porque obriga as empresas a olhar para dentro e procurar reduzir custos, o que abre possibi-
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lidades de aquisição das já estamos com um pisoluções da Maplink que loto numa fabricante de requerem, em geral, incerveja que prevê a imvestimento baixo e proplantação de um sistema piciam retorno rápido. de localização baseado Outra empresa que em RFID em empilhadeitambém não teve do ras, e que deverá estar toque se queixar foi a talmente implantado até Otimis, que, segundo o final do ano”. Hélcio Lenz, registrou Já na avaliação de Ostanto em 2015 como car Gutierrez, da JDA, foem 2016 crescimento da ram observados dois comordem de 20%. “As inoportamentos distintos nas Singer: veículos vações que fizemos nas empresas durante 2016: autônomos e drones são soluções ajudaram a alaas que fecharam o cofre o futuro da logística vancar as vendas. Além e as que aproveitaram a disso, constatamos que crise para treinar pessoas as empresas, especialmente as do setor e implantar projetos de melhorias. A JDA, de varejo, buscaram melhorar a gestão segundo o executivo, não sentiu um imda mão de obra para reduzir custos e se pacto muito grande justamente porque adaptar ao cenário desafiador”, justifi- oferece soluções que ajudam a aumentar ca. Desde o segundo semestre de 2016 e a produtividade e a reduzir custos. “Mas início de 2017, a Otimis vem perceben- houve demora para fechar alguns contrado que alguns segmentos da indústria tos, o que é normal em períodos como estão se mostrando propensos a voltar esse”, destaca. Na sua opinião, o potencial a investir em soluções de TI. “Acredito do país é imenso, mas é preciso que não que as empresas, especialmente as dos haja tantas mudanças nas regras do jogo setores farmacêutico e de alimentos e para não prejudicar as empresas, como as bebidas, com as quais temos tido maior de manufatura, que sofreram muito com contato, querem se preparar para quan- isso e vão demorar para se recuperar. do o mercado voltar a crescer. Inclusive Para Marcos Isaac, quem menos so-
freu com a recessão foram as empresas de e-commerce, que apresentaram crescimento de 20%, mas para os demais setores 2016 foi aterrorizante. “A minha impressão é que a crise retardou tudo, cortou budgets e postergou projetos, como no varejo, que registrou perdas no volume de vendas. Os operadores logísticos também sofreram porque tiveram redução de receita em cada cliente, que é algo que não se tem como mitigar ou corrigir. Só os que se garantiram foram os que conquistaram novos clientes e criaram novos serviços”, destaca. A esperança, segundo o consultor, é que este ano as empresas voltem a investir, uma vez que as medidas econômicas tomadas até agora já dão algum ânimo ao mercado. Silvia Giurlani JDA: (11) 3549-9800 Kajera: (19) 4062-8643 Kick Ventures: (11) 3205-1294 Maplink: (11) 3047-8415 Modus: (11) 5503-2730 Oracle: 0800 891-4433 Otimis: (47) 3036-7800 SAP: 0800 888-9988 Totvs: 0800 709-8100
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INFRAESTRUTURA
Com vista para o mar Durante as celebrações de 125 anos do Porto de Santos, a Codesp apresentou o novo projeto arquitetônico da edificação que abrigará seu Centro Integrado de Comando Operacional. Trata-se de uma torre com design moderno e altura equivalente a um prédio de 41 andares, que vai proporcionar uma visão privilegiada do entorno, facilitando o controle das atividades do maior porto da América Latina e potencializando o turismo
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m fevereiro de 1892, o navio a vapor Nasmyth, de bandeira inglesa e pertencente à armadora Lamport & Holt, inaugurou o primeiro segmento de cais, com 260 metros de extensão, do que hoje conhecemos como o maior complexo portuário da América Latina, o Porto de Santos (SP). Construído pela então Companhia Docas de Santos (CDS), o cais recebeu o cargueiro que voltava do Rio de Janeiro depois de uma longa estada em Santos servindo como embarcação de apoio para as obras, para em seguida partir para a Europa carregando café.
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Passados 125 anos desde a inauguração desse primeiro trecho de cais, o Porto de Santos se transformou em um colosso que ocupa um espaço de quase 8 milhões de m², somando-se as áreas situadas em Santos e no Guarujá, e consiste no mais importante empreendimento que compõe a infraestrutura logística brasileira. De lá para cá, todo o arcabouço que envolve o transporte marítimo, incluindo embarcações, equipamentos e tecnologias, evoluiu em escalas colossais, e é claro que o Porto de Santos, assim como todos os maiores complexos
portuários do mundo, precisou avançar para acompanhar as transformações do mercado. Mas, nesse aspecto, uma característica não tão agradável em relação ao porto santista, quando comparado com seus pares ao redor do globo, são justamente as diferenças de desenvolvimento observáveis sob a perspectiva da integração entre porto e cidade. É facilmente perceptível que regiões portuárias de destaque, como Roterdã, na Holanda, Hamburgo, na Alemanha, Antuérpia, na Bélgica, Vancouver, no Canadá, Nova Iorque, nos Estados Unidos, ou Hong Kong, para
citar somente algumas, costumam ser belas, ricas e bastante desenvolvidas. Parece óbvio, afinal de contas, que o bônus de contar com um importante empreendimento logístico, que movimenta o comércio exterior e todo o capital envolvido na atividade, seja um franco e generoso progresso. Chamam a atenção em Santos, porém, as muitas áreas degradadas ao redor do porto, a má conservação do centro histórico, a falta de incentivos a atrações turísticas e a patrimônios importantes, como museus que conservam a rica história da atividade marítima da região, os problemas de acesso ao empreendimento e de mobilidade urbana de uma maneira geral, entre outros fatores. É natural, portanto, que há muitos anos seja tema de discussão a necessidade de revitalizar e modernizar a área portuária santista, bem como de desenvolver melhor a integração entre o porto e a cidade. Apesar de existirem inúmeros projetos nesse sentido, poucas ações realmente efetivas têm sido feitas em relação a isso. No final de 2015, quando assumiu o cargo de diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) – estatal criada em 1980 para substituir a CDS –, José Alex de Oliva deixou claro que esses seriam pontos de suma importância durante sua administração. “Não basta sermos o maior porto da América Latina. Nós temos que ser o melhor”, disse em entrevista à Revista Tecnologística (conheça mais detalhes a respeito da infraestrutura do complexo na edição 243, de março/abril de 2016, na reportagem “Porto de Santos: os portões do Brasil”). Segundo Oliva, um de seus principais desafios era justamente o de resgatar o orgulho do cidadão santista em relação ao porto. Assim, no último dia 2 de fevereiro, como parte das comemorações de 125 anos, a Codesp anunciou um projeto que promete mudar a cara do Porto de Santos como conhecemos hoje.
O projeto
pla um mirante à beira-mar, que deverá se torNa ocasião, foram nar um marco turístico apresentados os plapara a região. Será um nos de construção de presente do porto para uma torre que abrigará a cidade que o abriga”, o Centro Integrado de enaltece Oliva. Comando Operacional O principal objetido Porto de Santos (Civo do projeto, que está cop), que reúne órgãos sendo realizado em como a Defesa Civil, o conjunto com a FigueiCorpo de Bombeiros, a redo Ferraz Consultoria Polícia Militar, a Guarda e Engenharia e com a Oliva: desafio de resgatar o Portuária, a base do PlaNadir Curi Mezerani orgulho do cidadão santista em no de Ajuda Mútua do Arquitetura e Urbanisrelação ao porto Porto de Santos, a Guarmo, é que a torre fique da Municipal, a Polícia Federal, o Exér- em um ponto elevado, às margens cito e a Marinha. Trata-se de uma cons- do estuário, a fim de proporcionar a trução de 125 metros de altura, que será máxima varredura visual possível. Na erguida em uma área localizada entre as opinião de Roberto Teller, presidente instalações do Corredor de Exportações da Libra Terminais Santos, da Libra de Grãos, na Ponta da Praia, e o Termi- Logística e do Sindicato dos Operadonal Pesqueiro Público de Santos. res Portuários do Estado de São Paulo A torre contará com um projeto ar- (Sopesp), a torre será muito importanquitetônico diferenciado, com um dis- te para a melhoria do monitoramento co metálico suspenso, que deve realçar por parte da Codesp. “Ela permitirá a a paisagem do porto. O nível mais ele- visualização de todo o complexo utilivado abrigará o Cicop e o nível abaixo, zando tecnologia de ponta, bem como acessível por meio de um elevador pa- o controle dos fluxos marítimos e ronorâmico, será destinado ao uso turís- doferroviários e de todas as operações tico. “Essa obra de arte será comparti- dos terminais portuários”. O execulhada com a sociedade, por tratar-se de tivo acredita que o projeto consistirá um projeto arquitetônico que contem- em uma grande evolução para Santos,
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justamente por abranger em um só espaço todos os serviços essenciais às atividades portuárias, proporcionando uma otimização dessas atividades. Mas, além de permitir uma visão privilegiada da área ao seu redor para o Cicop, a torre nascerá também apoiada no conceito de constituir uma visão única e distinta em meio à paisagem da cidade de Santos, com o objetivo de potencializar a atratividade da região aos turistas. O espaço que contará com o mirante aberto para os visitantes abrigará atrações como restaurantes, lojas de souvenir e cafés. O empreendimento ocupará uma área de 16.600 m². Construído em concreto, o pórtico que sustentará o elevador panorâmico turístico contará ainda com elevadores e escadas para o acesso institucional. O disco metálico terá base de apoio feita em aço corten, muito mais resistente à corrosão do que o aço comum, que será pré-moldada no solo para posterior elevação. O teto será feito com o mesmo tipo de aço e as bordas do disco serão de vidro laminado, permitindo um amplo campo visual e proporcionando grande beleza externa. O nível de uso turístico do disco terá 1.100 m² e o mezanino do Cicop contará com 400 m², além de um mirante no topo, com 20 m². No solo será construído, além de acessos distintos à torre, um amplo centro de eventos, e o subsolo vai abrigar um estacionamento.
de engenharia Procontona de novo”. Todavia, trol, consorciada à Figueio arquiteto ressalta que redo Ferraz Consultoria e hoje existe uma diferença Engenharia, desenvolvia primordial no projeto: o projetos de reurbanizaapelo turístico. Ele explica ção em áreas do Porto de que ter somente a varreSantos. Na ocasião, a Codura visual como motivo desp planejava estágios para a construção de uma de melhorias em suas edificação elevada já não instalações, e uma das fazia mais sentido, afinal obras que deveria ser criaa tecnologia atual permida era a do então Centro te que o porto seja visto de Controle Operacional de cima em tempo real Teller: torre deve otimizar (CCO)”. De acordo com e nos mínimos detalhes. as atividades de controle Mezerani, o estudo de“Mas um projeto lindo em Santos veria ser realizado com como esse não tinha que certa urgência, para que o projeto fizesse ser descartado só por isso. Ele precisava ser parte das comemorações de 110 anos do transformado. A torre podia, sim, abrigar porto, e uma das exigências era que a edi- o centro de controle, mas ela pode tamficação que abrigaria o centro de controle bém ser um polo turístico em Santos”. fosse alta, para proporcionar não só uma E uma das principais motivações é o melhor utilização de aparelhos visuais e fato de isso facilitar a viabilização do promonitoramento eletrônico dos acessos a jeto, pois conjugando a área de trabalho Santos, mas também a máxima varredura com um espaço turístico seria possível aldos arredores a olho nu. terar o modelo de negócio para uma par“Esse plano de construção da torre es- ceria público-privada. “Hoje em dia obras tava inserido em meio a outros projetos – com essas premissas não são pertinentes inclusive o da Avenida Perimetral –, que sem estudos de gestão de investimentos promoveriam a integração entre o porto compartilhados com a iniciativa privada”, e a cidade”, lembra José Wagner Ferreira, argumenta Mezerani. “O turismo, em consultor na Figueiredo Ferraz Consulto- qualquer lugar do mundo, gera dinheiro. ria e Engenharia. “Mas na época ele não Além das atrações no alto da torre, a base andou, até mesmo por se tratar de um pode contar com muitas outras coisas, projeto caro. Agora, na administração do como um centro de recepção para visiJosé Alex de Oliva, nós trouxemos isso à tantes com apresentações da cidade e do
Turismo “O Porto de Santos é um marco não só para a Baixada Santista, mas para o Brasil. Turistas e estudantes de diversos estados vão a Santos não só para visitar a cidade, mas também para conhecer o maior complexo portuário do país. A torre será uma ferramenta muito importante para atender a esse público”, frisa Oliva. O projeto, porém, não é totalmente novo, como conta o arquiteto Nadir Curi Mezerani, da Nadir Curi Mezerani Arquitetura e Urbanismo. “Em 2002, a empresa 44 - Revista Tecnologística - Março 2017
Empreendimento será erguido entre o Corredor de Exportações de Grãos e o Terminal Pesqueiro Público
INFRAESTRUTURA
porto, restaurantes, cafés, um funicular, mas está to, diz, em relação à proposta entregue em livrarias e lojas vendendo esquecido”. Ele se refere 29 de janeiro de 2002, que “a aparente liaté mesmo miniaturas da ao passeio utilizando car- berdade formal do projeto concebido é, na torre. São muitas as posros sobre trilhos que leva verdade, resultado de estudos exaustivos sibilidades. E assim partipassageiros até uma altu- na busca da arquitetura com refinamento mos para um projeto cora de 150 m, conferindo estrutural contemporâneo. Há o exercício mercial”, destaca Ferreira, uma ampla perspectiva da da concepção do equilíbrio dinâmico com que estima que o custo de Baixada Santista. “Muitas leveza e complexidade inovadora, aparenexecução fique entre 60 vezes o turista que chega temente excêntrica, na busca da relação milhões e 80 milhões de ao porto nos navios de estreita e evolutiva entre o homem e seus reais. “Somente dessa forcruzeiro acaba nem des- espaços de uso. A obra se torna grandiosa ma a obra poderá ser execendo, porque não tem o por atender, com extrema eficiência, à funcutada sem ônus ao poder que ver. Então seria inte- ção que se propõe e gera, de forma indireta, Mezerani: a obra não seria público”, frisa Mezerani. ressante até mesmo levar um design com certa magia turística, ou repossível sem o compartilhamento “É um projeto caro, mas os visitantes de barco do ferência visual do Porto de Santos”. com a iniciativa privada O documento relata que, em julho de que vai proporcionar um navio até a torre, fazendo efeito fantástico: uma verdadeira remode- um passeio pelas águas do Porto de San- 2016, os trabalhos foram retomados enlação urbanística de todo o seu entorno”, tos. São muitas as possibilidades. A torre fatizando o novo foco de gestão turística, completa Ferreira. O arquiteto acredita vai mostrar como o porto pode contribuir extensivo ao projeto original. “A proposta inicial da torre, no aspecto estético, é praque a construção da torre pode ser consi- com o desenvolvimento do seu entorno”. derada um pontapé inicial na tão sonhada “A torre será um marco para os muni- ticamente idêntica ao reestudo atual”, diz revitalização de Santos. “Esse tipo de coisa cípios da Baixada Santista que giram em Mezerani. “Obras de mirantes turísticos no mundo são circulares para alavanca naturalmente uma renovação torno do complexo porcriar amplitude visual. Na em qualquer cidade, fazendo com que até tuário, trazendo um apelo ocasião, não se tinha esse mesmo a prefeitura se mexa e adote ações turístico assim como exisobjetivo como destaque, que tornem toda a região compatível”. te em Porto Madero, denmas o desenho do projeto Na opinião de Ferreira, o turismo na tre tantos outros portos ao gerou, em seu conjunto, cidade de Santos carece de mais atenção, redor do mundo, que se para que todo o potencial da cidade possa modernizaram buscando uma obra turística”. Ele ser explorado. “O centro velho da cidade atrair o turismo ao seu explica que a estética difehá muito precisa passar por um processo redor”, analisa Teller. O renciada faz parte da criatide recuperação, pois está degradado e apre- presidente da Libra se revidade na arquitetura, mas senta armazéns extremamente deteriora- fere ao bairro nobre da cique não concebe projetos dos. Ou podemos usar como exemplo o dade de Buenos Aires, na que visem a esse valor de Monte Serrat, que proporciona uma vista Argentina, que foi revitaforma dissociada de sua Ferreira: o turismo da linda de Santos e conta, inclusive, com lizado na década de 1990, função primordial. No cidade de Santos carece de caso da torre do centro de passando por uma verdamais atenção controle do Porto de Sandeira revolução urbanística, e hoje consiste em um centro turístico tos, a amplitude visual já era uma necese financeiro muito importante para o país. sidade desde o início. “Certamente houve pertinência na solicitação para que reordeTransformação nássemos a proposta de 2002 acrescentando a função do turismo. A proposta origiÉ interessante observar que, mesmo nal era turística pela imagem da obra, mas quando o projeto ainda abrangia somente não continha espaço físico em dimensões o uso institucional da torre, sua aparência pertinentes à visitação. A função, a estética já denotava um viés de transformação na e a técnica nascem sem sequência precisa paisagem santista. Um memorial histórico durante uma concepção arquitetônica. São desenvolvido pela Nadir Curi Mezerani, componentes que devem se articular em detalhando todas as etapas de planejamen- um espaço final coerente com as necessi46 - Revista Tecnologística - Março 2017
dades da sociedade”, analisa o arquiteto. Assim, o disco no alto da torre ganhou dois níveis independentes, cada qual com sua função: um destinado ao uso privado, por parte do Cicop do Porto de Santos, e outro para o uso público, que estará aberto
dia e noite à visitação turística. E Mezerani concorda com Ferreira quando ele afirma que a nova torre tem um papel primordial na revitalização da região da Baixada Santista e na promoção da integração entre o porto e a cidade. “Ela é, sim, um marco
Outras medidas
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urante as comemorações de 125 anos do Porto de Santos, o ministro dos Transportes, Portos e Aviação Civil, Maurício Quintella Lessa, anunciou a assinatura do contrato de dragagem do porto, junto à empresa holandesa Van Oord, vencedora da licitação, que terá 17 meses para a conclusão dos serviços, divididos em seis meses para a apresentação do projeto básico e 11 para a execução. Com investimentos de R$ 369 milhões, o projeto vai viabilizar o aumento do calado dos canais de acesso, das bacias de evolução e dos berços de atracação do complexo portuário santista. A expectativa é que, com o término das obras de dragagem, o Porto de Santos ofereça mais segurança à navegação, apresente redução no custo dos fretes, melhore a competitividade dos produtos nacionais e diminua o gasto com a demurrage (multa cobrada sobre atrasos no desembarque de cargas). Além disso, foi inaugurado o Centro de Controle de Tráfego de Embarcações (VTMIS, na sigla em inglês para Vessel Traffic Management Information System) do Porto de Santos, que tem como objetivos principais assegurar a salvaguarda da vida humana e proteger a infraestrutura portuária, garantindo a segurança das manobras e das embarcações nas águas do porto. Também são finalidades auxiliar e complementar os sistemas de gestão e vigilância portuária, melhorando a logística e aumentando a eficiência e a
produtividade do complexo. O VTMIS atua ainda em apoio à defesa do meio ambiente marinho, por meio do monitoramento de efluentes e das águas do estuário e de variáveis ambientais, como marés e direção dos ventos. “A implantação do VTMIS representa um novo marco de aprimoramento tecnológico a serviço do tráfego de embarcações, colocando Santos no patamar dos mais modernos portos mundiais nesse setor”, destacou Oliva. “Temos certeza de que nosso sistema se consolida como uma referência não só para a América Latina, mas para qualquer porto do mundo”. O sistema opera a partir de dados colhidos por quatro estações remotas, dispostas em torres distribuídas de forma estratégica na região, situadas na Ilha da Moela, na Ponta do Itaipu, nas instalações do Salvamar (no Guarujá) e na Ilha Barnabé, abrangendo toda a área do porto organizado. As estações são dotadas de radar, câmeras dia e noite de longo alcance, câmera de circuito fechado, equipamentos meteorológicos, antena de comunicação para transmissão dos dados e gerador elétrico. O prédio que abriga o VTMIS foi totalmente reformado pela Codesp e conta com dois pisos com seis salas, destinadas à operação do sistema, supervisão de manutenção, servidores de rede de computadores e gerador de energia. Duas salas são reservadas para o setor de Meio Ambiente e para treinamentos e situações de crise. Ao todo, dez funcionários já atuam no local.
inicial. É um caminho indutor de requalificação do ambiente em que está inserida. Certamente o foco na torre será um compromisso irreversível de reurbanização de seu entorno imediato em benefício à urbanidade local”, exalta. Para Teller, o momento é bastante propício para uma transformação na região, o que exige grandes investimentos, difíceis de sair do papel em momentos de crise econômica e política como a que o Brasil acaba de atravessar. “Apenas a retomada sistemática da confiança dos investidores nacionais e estrangeiros fará com que esses projetos aconteçam. E as empresas e seus executivos estão recuperando as esperanças em uma retomada econômica, que será certamente mais lenta do que o esperado, mas com um crescimento gradual iniciando seu movimento já no segundo semestre deste ano”. Sem revelar nomes de empresas, José Alex de Oliva diz que a iniciativa privada já está se manifestando para patrocinar o projeto da torre. “Nosso propósito é realizar uma chamada pública, na modalidade leilão, para possibilitar ao setor privado participar da construção e da exploração. Temos o cronograma físico da obra, mas ainda não temos o cronograma financeiro. Agora temos que gerenciar toda a parte técnica e econômica para dar andamento ao projeto”. De acordo com o diretor-presidente da Codesp, o tempo estimado para a construção da torre é de oito a dez meses. “Lançar a pedra fundamental é fácil. Nosso desafio será, ao longo do ano de 2017 e dentro dos 125 anos do Porto de Santos, fazer uma nova cerimônia inaugurando a torre”, finaliza. Fernando Fischer Codesp: (13) Figueiredo Ferraz: (11) Libra Terminais Santos: Nadir Curi Mezerani: (11)
3202-6565 5085-5300 3003-1778 3064-8261
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ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN
Transporte rodoviário de cargas A perspectiva das empresas embarcadoras Maria Fernanda Hijjar
O
s gastos com transporte representam mais de ções de preços de frete, pois o mercado se tornou muito 60% dos custos logísticos das grandes indúsofertante e sobrou capacidade nos caminhões. Entretantrias brasileiras, fazendo com que os executito, a pressão por redução de preços de frete aumenta vos voltem seus olhos para essa atividade em busca de o aperto sobre os transportadores, elevando o risco da oportunidades de redução de gastos. Mas o período interrupção dos serviços devido à falta de fôlego financonturbado da economia brasileira tem trazido muitas ceiro das empresas de transporte. dúvidas em relação ao que irá acontecer com o segCom o objetivo de entender quais ações estão senmento de transporte, especialmente no modal rodovido tomadas pelas empresas contratantes de transporte ário de cargas. Se por um lado os itens de custo estão rodoviário durante o período de crise, o Ilos realizou aumentando (inflação dos insumos dos veículos, alta uma pesquisa com cem grandes companhias embarcano preço do diesel e dissídio dos motoristas), por QUAL A PRINCIPAL INICIATIVA DA EMPRESA EXISTE UM PLANO DE AÇÃO FORMAL DA outro lado a demanda por PARA CONSEGUIR GANHOS NA ÁREA DE EMPRESA PARA A REDUÇÃO DE CUSTO DE TRANSPORTE? TRANSPORTE? movimentação de cargas diminuiu, o que torna diNenhuma das opções fícil o repasse dos aumenanteriores 1% tos de custos para os preços Sim, mas não há um A própria acompanhamento Sim, e é de frete. Esse cenário está empresa de forma regular acompanhado ZĞĂůŝnjĂƌ ŶŽǀĂƐ realizará projetos 7% regularmente fazendo com que muitas tomadas de preços, de melhorias de ƉĂƌĂ ĂƟŶŐŝƌ ĞƐƐĞ procurando os ƉƌŽĚƵƟǀŝĚĂĚĞ transportadoras apresenŽďũĞƟǀŽ transportadores 62% 71% mais baratos Não, mas tem prejuízos, aumentan24% pretende ter 15% do o risco de falências. Não, nem Exigir dos Pelo lado das empresas pretende ter transportadores 7% atuais reduções embarcadoras que contrade custo 13% tam transportadores, a baiFonte: Panorama ILOS – Transporte Rodoviário de Cargas 2016 Fonte: Panorama ILOS – Transporte Rodoviário de Cargas 2016 xa da economia trouxe a Figura 1 oportunidade de renegocia-
48 - Revista Tecnologística - Março 2017
# Empresas
doras de carga no Brasil, pertencentes a 14 segmentos econômicos distintos. GRAU DE DESENVOLVIMENTO DA ATIVIDADE DE TRANSPORTES Os resultados do levantamento mosNAS EMPRESAS EMBARCADORAS BRASILEIRAS traram que 78% das empresas possuem um plano de ação formal para a dimiEmpresas Empresas Empresas que nuição de custos de transportes, com a se desenvolver em desenvolvimento são referência a grande maioria fazendo um acom25 11% 61% 28% panhamento regular das ações efetivas que estão sendo tomadas para a concre20 tização desse plano (figura 1). Mas enquanto muitas empresas es15 tão com seu foco voltado apenas para 10 a realização de novos bids de mercado, buscando encontrar transportadores 5 que cobrem preços mais baratos, outras priorizam a realização de projetos que 0 geram maior produtividade nas operaAté 55% 60% 65% 70% 75% 80% 85% 90% 95% Mais ções e consequente redução de custos, 50% CoeĮciente alcançado não somente redução de preços dos Empresas mais desenvolvidas prestadores de serviço. Fonte: Panorama ILOS – Transporte Rodoviário de Cargas 2016 Ações de melhoria de produtividade costumam trazer resultados mais duraFigura 2 douros e efetivos, levando a ganhos reais tintos têm necessidades e complexidades específicas. para as companhias, sem aumentar o risPor exemplo, uma empresa pertencente ao setor do co de falha nos serviços dos transportadores. agronegócio foi menos exigida em termos de contrato A busca pela melhoria de produtividade em transporcom os transportadores em comparação com empresas tes pode ser uma tarefa bastante complexa e que ainda do segmento farmacêutico. Assim, uma empresa que não é realizada em todo o seu potencial pelas empresas realizava todas as ações em transporte esperadas para brasileiras. A pesquisa realizada pelo Ilos identificou as uma companhia de seu segmento econômico atingiria melhores práticas em transporte rodoviário adotadas um coeficiente de desenvolvimento em transportes de pelas companhias embarcadoras em duas grandes fren100%. Já uma empresa que não realizasse nenhuma tes de ação: gestão e operação de transportes. dessas boas práticas teria seu coeficiente igual a 0%. Na análise sobre a gestão de transportes foram aborOs resultados da metodologia mostraram que, em dados aspectos como contratos com as transportadoras, média, o coeficiente de desenvolvimento em transformas de pagamento do frete, índices de reajustes e inportes das companhias brasileiras é de 74% (na escadicadores de desempenho. No âmbito da operação foram la de 0 a 100% criada pelo Ilos). Reanalisados os tempos com carga e desgistrou-se que 11% das companhias carga, a existência de compartilhamenainda tinham muito a se desenvolto de carga, janelas de horário de entrever, pois atingiram um coeficiente de ga, calendarização e centrais de tráfego. apenas 60% ou menos. Mas a maioria Com base nas questões avaliadas, das empresas (61%) poderia ser cono Ilos identificou se cada empresa sesiderada em desenvolvimento no que ria classificada como uma empresa diz respeito a atividades de transporque ainda precisava se desenvolver, se te, pois atingiu um coeficiente entre já estava em desenvolvimento, ou se 60% e 80%. Já as empresas considerapoderia ser considerada como referêndas referência em transportes somam cia em transportes (figura 2). A escala 28%, tendo atingido um coeficiente levou em consideração as diferenças superior a 80%. entre setores econômicos, pois é sabiAo analisar separadamente os aspecdo que companhias de segmentos disMarço 2017 - Revista Tecnologística - 49
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condições dos veículos, também são acompanhados regularmente por uma parcela representativa das empresas embarcadoras de carga brasileiras. Vale uma ressalva, entretanto, sobre o mo94% nitoramento das condições dos veícu93% los, que é mais frequente em setores como o químico e petroquímico e o 92% farmacêutico. Esse indicador, em um passado distante, era pouco relevante 89% para as companhias, e a frota envelhecida era uma característica comum 88% para os caminhões brasileiros. Com o 86% passar do tempo, e com os incentivos para renovação de frota adotados pelo 77% país, esse indicador ganhou força e se tornou uma exigência para muitas empresas contratantes de transportes. Atualmente, embora as exigências em relação à frota ainda existam, a idade dos veículos passou a ser menos exigida pelas companhias e a renovação dos caminhões perdeu força, apontando para um novo envelhecimento da frota brasileira no futuro próximo. Por sua vez, o ponto relacionado à gestão mais negligenciado pelas companhias brasileiras diz respeito à mensuração de possíveis passivos trabalhistas que podem surgir dos motoristas de transportadoras e de autônomos: 68% das companhias não acompanham os possíveis passivos trabalhistas relacionados à utilização terceirizada de transporte rodoviário (figura 4). As regras trabalhistas que entraram em vigor com a nova Lei do Motorista aumentaram os riscos para as empresas contratantes de serviços de frete, e 8% dessas
PRINCIPAIS INDICADORES DE DESEMPENHO EM TRANSPORTE MONITORADOS (EMPRESAS QUE MONITORAM ESTE INDICADOR)
Atendimento do prazo de entrega Cumprimento da programação de embarque Avarias e contaminação (perdas e danos) Reclamação de clientes Acidentes Roubos e extravios Condições dos veículos
Fonte: Panorama ILOS – Transporte Rodoviário de Cargas 2016
Figura 3
tos de gestão e operação, percebe-se que as empresas são mais eficientes nas atividades de gestão do que na realização da operação propriamente dita. Enquanto a gestão de transportes já se apresenta na fronteira de ser referência (coeficiente médio de 78%), a operação dessa atividade ainda está em desenvolvimento (coeficiente médio de 69%), o que mostra certa dificuldade das companhias em colocar em prática o que planejaram.
Gestão dos transportes
O acompanhamento de indicadores de desempenho (figura 3) está entre as principais ações de gestão de transportes realizadas pelas empresas embarcadoras de carga. O indicador mais utilizado é o atendimento A EMPRESA MENSURA POSSÍVEIS PASSIVOS do prazo de entrega, moniTRABALHISTAS RELATIVOS AOS MOTORISTAS DAS TRANSPORTADORAS OU AUTÔNOMOS? torado por 94% das grandes empresas contratantes de frete no Brasil. Na lista dos Não, mas pretende passar indicadores mais utilizaa mensurar Sim, apenas 15% quando diante dos está também o cumpriĚĂ ĞdžƉĞĐƚĂƟǀĂ mento da programação de imediata de alguma ação embarque (monitorado por 10% 93%), assim como o acompanhamento de avarias e Não, nem Sim, é feito um pretende passar contaminação das cargas acompanhamento a mensurar frequente sobre 53% que eventualmente ocorram esse tema 22% (monitorado por 92%). Outros indicadores, como Fonte: Panorama ILOS – Transporte Rodoviário de Cargas 2016 reclamações de clientes, aciFigura 4 dentes, roubos, extravios e 50 - Revista Tecnologística - Março 2017
A EMPRESA JÁ FOI OBRIGADA A ASSUMIR ALGUM PASSIVO TRABALHISTA DE TRANSPORTADOR OU AUTÔNOMO?
Sim 8% Não 92%
Fonte: Panorama ILOS – Transporte Rodoviário de Cargas 2016
Acima de 8 horas
Acima de 7 até 8 horas
Acima de 6 até 7 horas
Acima de 5 até 6 horas
Acima de 4 até 5 horas
Acima de 3 até 4 horas
Acima de 2 até 3 horas
Acima de 1 até 2 horas
Até 1 hora
Porcentagem de empresas
companhias já foram obrigadas a assumir algum passiobra, deixá-los ociosos gera perdas para a companhia, vo trabalhista de transportador ou autônomo. pois esta acaba precisando de mais veículos para cobrir Os riscos trabalhistas podem tentar ser minimizaa baixa utilização e a improdutividade da operação. dos a partir da assinatura de contratos com os prestaO estabelecimento de janelas de horários para chedores de serviços. Mas, devido ao período conturbado gada dos caminhões é uma ação que pode ser utilizada da economia, com incertezas em relação à demanda e para reduzir os tempos de espera dos veículos. No Brasil, aos preços, boa parte das empresas contratantes optaem média, 47% das entregas das grandes empresas naram por não se prender a contratos com seus prestadores de serviços. Exatamente por TEMPO MÉDIO DE CARGA E DESCARGA, INCLUINDO TEMPO DE FILA DOS VEÍCULOS não conseguirem prever qual seria a necessidade de transporte para o futuro, e tam37% bém para estarem livres para contratarem transportadores diferentes que oferecessem preços mais baixos, o índi20% ce de empresas com contrato 12% formal com seus operadores 10% 9% de transporte caiu de 94% 4% em 2011 para 84% em 2015. 3% 3% 1% Caiu também o tempo médio de contrato, que passou de 24 meses em 2011 para 20 meses em 2015. As indústrias do segmento de material de consFonte: Panorama ILOS – Transporte Rodoviário de Cargas 2016 trução são aquelas que menos Figura 5 assinam contratos com seus cionais são realizadas dentro de janelas de horário preestransportadores: apenas 40% possuem contratos, e os tabelecidas junto aos clientes, o que indica uma oportu60% restantes não o fazem e nem pretendem formalinidade de melhoria para os 53% de empresas restantes, zar essa prestação de serviços no futuro. que ainda não trabalham com janelas de entrega. Operação dos transportes Vale citar também a oportunidade de calendarização das entregas, especialmente as fracionadas. A calendaQuando se trata da operação de transportes propriarização consiste na programação da chegada dos camimente dita, o Ilos identificou grandes oportunidades nhões com os produtos solicitados em dias da semana de melhorias para as empresas embarcadoras de carga. específicos para cada cliente. Dessa forma, clientes de A redução do tempo de carga e descarga, assim como um mesmo agrupamento irão receber seus pedidos em o tempo de espera em fila dos caminhões, é uma ação um ou mais dias específicos da semana. que deve ser constantemente realizada pelas empresas, No Brasil, 77% das grandes empresas embarcadoras pois esse é um custo que pode ser bastante representatirealizam alguma iniciativa de calendarização: 48% posvo na operação de transportes como um todo, especialsuem dia da semana preestabelecido para a maioria das mente para entregas de curtas distâncias. entregas, enquanto 29% predefiniram essas datas para No Brasil, o tempo médio de carga e descarga, ina minoria das entregas. Para o futuro, os segmentos que cluindo fila e tempo de espera, é de 5,5 horas (figuras mais estão buscando aumentar a calendarização são o 5 e 6). Os setores de alimentos e bebidas e comércio farmacêutico, o eletroeletrônico e o automotivo. varejista são os segmentos em que são computados os Na busca pelo maior aproveitamento dos veículos, maiores tempos (10 horas em média). Esse tempo é vale mencionar ainda que parte das empresas brasileiras considerado um período pouco ou nada produtivo. permitem e incentivam que os transportadores comparComo o caminhão é o principal ativo do transporte tilhem cargas de outras empresas no mesmo caminhão rodoviário, e o motorista é o maior custo de mão de utilizado pela companhia. Essa prática acontece em 44% Março 2017 - Revista Tecnologística - 51
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Conclusões
OPERAÇÕES DE TRANSPORTE TEMPO DE CARGA / DESCARGA
Tempo médio de carga e descarga incluindo Įla e tempo de espera
5,5 horas
JANELA DE HORÁRIO
Entregas que possuem janela de horário combinada a ser cumprida (média)
47%
CALENDARIZAÇÃO
Empresa faz calendarização de entregas junto aos clientes, adotando dias Įxos
77%
COMPARTILHAMENTO DE CARGA
Empresa permite que o transportador comparƟlhe carga com outras empresas no mesmo veículo
44%
CENTRAL DE TRÁFEGO
Empresa possui central de tráfego própria
23%
Fonte: Panorama ILOS – Transporte Rodoviário de Cargas 2016
Figura 6
das indústrias brasileiras e deve ser empregada sempre que possível. Sabe-se, entretanto, que na grande maioria das vezes é o transportador quem fica responsável por conseguir o compartilhamento. Por fim, o estudo realizado pelo Ilos mostra que somente 23% das grandes empresas embarcadoras de carga no Brasil montaram centrais de tráfego próprias para gerir de forma integrada as suas operações de transporte. Também chamadas de centrais de operações ou torres de controle de tráfico, essas unidades de comando são responsáveis por coordenar as operações de transportes como um todo, gerando visibilidade e identificando oportunidades de sinergias entre as operações da empresa. De forma geral, uma central de tráfego atua na programação, execução e acompanhamento das atividades de movimentação de cargas de todas as unidades da companhia, capturando as necessidades de transporte, acionando transportadores e agindo para solucionar possíveis problemas. Por ser uma operação centralizada, é possível obter grande visibilidade para aproveitamento de sinergias em diferentes rotas, permitindo o aumento da utilização de frete de retorno, viabilizando a realização de benchmarking entre operações, dentre outros benefícios que garantam maior eficiência e produtividade nos transportes. Embora não sejam muitas as empresas que já implantaram centrais de tráfego próprias, identificou-se que 19% pretendem implementar este controle centralizado no futuro e que 21% utilizam as centrais de tráfego de seus transportadores. 52 - Revista Tecnologística - Março 2017
O transporte rodoviário é o maior custo logístico das empresas. Operar e gerir essa atividade exige tarefas complexas, que ainda apresentam grandes oportunidades de melhoria. No Brasil, 28% das companhias embarcadoras de carga podem ser consideradas referência em transportes, mas a grande maioria ainda está em desenvolvimento ou tem muito a se desenvolver. As maiores deficiências estão na operação propriamente dita dessa atividade: redução dos tempos de carga e descarga, agendamento de horários de entrega, calendarização, compartilhamento de carga e adoção de centrais de tráfego são exemplos de pontos a serem aprimorados. No que diz respeito à gestão dos transportes, a tarefa de acompanhamento de indicadores de desempenho já vem sendo realizada pela grande maioria das companhias, mas destaca-se que as empresas ainda precisam monitorar melhor os possíveis passivos trabalhistas que assumem ao contratar seus transportadores.
Referências ARANTES, Paula. Redução da Frota com a Calendarização da Operação de Distribuição Fracionada. Disponível em: http://www.ilos.com.br/web/reducao-da-frota-com-a-calendarizacao-da-operacao-de-distribuicao-fracionada/. HILL, Arthur. Central de Tráfego: Evolução no Modelo de Gerenciamento de Transportes. Revista Tecnologística. Disponível em: http://issuu.com/publicare/docs/167_outubro_2009/49?e=0. INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN. Panorama ILOS, 2016. Transporte Rodoviário de Cargas: A Perspectiva dos Contratantes. Maria Fernanda Hijjar Diretora de Inteligência de Mercado do Ilos mariafernanda.hijjar@ilos.com.br Tel.: (21) 3445-3000
PRODUTOS
Depois de um ano de testes, a Mercedes-Benz do Brasil passou a disponibilizar no mercado seu caminhão extrapesado Axor para operações fora de estrada, dos modelos 3344 e 4144, com o câmbio totalmente automatizado PowerShift de 12 marchas. Além disso, a montadora investiu e desenvolveu elementos específicos para a aplicação off-road, como protetor de cárter, estribos flexíveis e sensor de inclinação. O conforto na condução, mesmo em condições severas, também foi pensado e colocado em prática com os novos bancos com perfil envolvente e diversas regulagens. O Mercedes PowerShift – câmbio mecânico com acionamento totalmente automatizado e sensor de inclinação, sem pedal de embreagem – pode ser operado no modo automático ou manual, dependendo da preferência do condutor. A manopla do PowerShift está localizada em um console rebatível junto ao apoio de braço do banco do motorista. Realiza os engates de forma rápida e suave, aumentando o conforto para o usuário. O câmbio, com trocas de marchas mais precisas, também tem como objetivo reduzir o consumo de combustível. Além disso, tem potencial de diminuição de diferenças de consumo médio existentes entre motoristas da mesma frota, melhorando o resultado geral da empresa de transporte, com menor custo operacional e mais rentabilidade para os clientes. O Mercedes PowerShift conta com três funções inteligentes que agregam mais desempenho, economia e conforto: EcoRoll, Manobra e a tecla Power Mode Off-Road, para aplicações fora de estrada, que aumenta ainda mais a força do Axor em situações extremas. Ao ligar o motor do caminhão, automaticamente o Power Mode Off-Road 54 - Revista Tecnologística - Março 2017
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Veículos fora de estrada com câmbio automatizado, da Mercedes-Benz
é acionado. Com isso, o motorista passa a ter maior controle da troca de marcha pela posição do pedal do acelerador, o que traz mais torque e força para puxar a carga, evitando assim a troca desnecessária de marchas. A função Power Mode Off-Road pode ser desabilitada quando o veículo está na rodovia, bastando apertar uma tecla no painel. Assim, entra em operação o EcoRoll, que coloca a transmissão do veículo em neutro quando não há demanda de torque. Isso ocorre de forma segura e controlada, sem a intervenção do motorista, auxiliando na redução do consumo de combustível. Já a função Manobra propicia um controle preciso do veículo na movimentação em pátios e manobras, contribuindo para uma maior segurança. A Mercedes-Benz também está introduzindo em seu portfólio uma nova geração de bancos, tanto para o motorista quanto para o passageiro, que traz diversas regulagens para melhor adequação às necessidades dos clientes. Com acabamento lavável, os bancos se destacam pelas múltiplas regulagens,
cintos de segurança integrados, disponibilidade de suspensão pneumática e vinil, com aparência de couro, nas versões Standard e Conforto, para os caminhões Axor fora de estrada. Com design diferenciado, os novos bancos se caracterizam pelo encosto com perfil mais envolvente, que remete à imagem de um arrojado banco de automóvel. Os assentos tiveram sua espessura de espuma aumentada em 10 milímetros em relação à versão anterior. O novo acabamento em vinil está mais suave ao toque, mais macio, aumentando a sensação de conforto, além de facilitar a limpeza, característica importante para um veículo fora de estrada. Os novos controles laterais dos bancos do motorista e do passageiro são ergonômicos e de fácil manuseio. Eles possibilitam ampla gama de ajustes, como amortecimento, inclinação e altura do assento, controles para baixar ou levantar o banco, a fim de facilitar a entrada e a saída do motorista, ajuste do encosto das costas e dos apoios de braço. 0800 970-9090
Roteirizador Visilog-Rotas Pro, da Visilog A Visilog, startup de softwares para otimização de recursos aplicados à mobilidade logística, traz para o mercado o software de roteirização profissional Visilog-Rotas Pro. Ele importa clientes e pedidos de sistemas administrativos localizando-os em mapas digitais. Com base em parâmetros como a capacidade dos veículos e as janelas de atendimento dos clientes, o software gera as rotas. O usuário pode interagir modificando os parâmetros ou trocando pedidos entre as rotas conforme prioridades ou outros fatores. Após definir as rotas o software emite uma lista de entrega com um trajeto a ser seguido. Ele também permite realizar controle de portaria e as baixas das entregas.
O Visilog-Rotas Pro apresenta pedidos e clientes individualmente ou agrupados por meio de mapas digitais. São visualizados ícones nos mapas com possibilidade de apresentação de detalhes cadastrais. A visão geográfica ajuda no processo de roteirização, que passa a adotar proximidade em vez de rotas fixas por região. O software também pode ser integrado a rastreadores. Como a ferramenta foi totalmente desenvolvida pela empresa, é possível criar interfaces e funcionalidades para negócios específicos. Além da logística, ela pode ser aplicada em força de vendas, serviços de campo, segurança pública ou privada e serviços de inspeção. (11) 2618-5154
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Baú refrigerado para pequenas empresas, da Fibrasil
A Fibrasil Carrocerias, empresa que atua na fabricação de implementos rodoviários e é especializada em eficiência térmica, com carrocerias e semirreboques isotérmicos e frigoríficos, coloca à disposição do mercado uma minicarroceria baú adaptável a veículos pick-up de pequeno porte, batizada de Box. Trata-se de um monobloco semelhante a um freezer horizontal, com design moderno e acabamento externo em perfis de alumínio com liga de alta
resistência e peças de fibra de vidro. Diferente dos implementos fabricados pela Fibrasil, todos feitos sob demanda, o Box está disponível a pronta-entrega, pois pode ser adaptado a pick-ups de qualquer montadora. O produto possui painéis com grande eficiência térmica, compostos por poliuretano e laminado de fibra. O sistema de refrigeração conta com placas eutéticas, alimentadas por energia elétrica enquanto o veículo está em repouso. O líquido eutético das placas congela a -33 ºC, o que deixa o ambiente interno a -27 ºC. A tecnologia permite uma autonomia de 12 horas de manutenção da temperatura, mesmo com a abertura de portas. Com a novidade, o objetivo da Fibrasil é atender o pequeno empreendedor que atua com entregas rápidas de produtos que necessitem de refrigeração, como o transporte de medicamentos, por exemplo. (11) 3488-9900
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Constellation 30.330, da Man Latin America
A Man Latin America lançou o Constellation 30.330, veículo que estreia no mercado brasileiro com configuração de série que segue tendências da indústria: a transmissão automatizada V-Tronic e o segundo eixo direcional 8x2 de fábrica. Suas características se traduzem no melhor custo operacional para o frotista, que ganha em velocidade nas suas viagens, agilizando a entrega e ainda reduzindo o consumo de combustível e demais custos envolvidos. Soma-se a essas vantagens o segundo eixo direcional presente nesse Constellation, que permite transportar até seis toneladas a mais do que em sua versão 6x2. Equipado com motor Cummins ISL de 334 cv, seu torque máximo é 1.450 Nm, calibrado pela engenharia da Man Latin America para uma ampla faixa plana. Essa configuração assegura performance e alta velocidade média operacional, com 56 - Revista Tecnologística - Março 2017
produtividade diferenciada e menor custo. Na medida para atender seus principais segmentos, aplicações rodoviárias e de distribuição, o modelo pode operar como frigorífico, furgão, tanque, basculante, graneleiro e sider. Para a configuração V-Tronic, a transmissão é a ZF 12 AS 1420 TD, de 12 velocidades. Os componentes do trem de força são preservados, aumentando a vida útil de itens como motor, transmissão e embreagem. Outro diferencial está no consumo de combustível, que pode ser reduzido e também padronizado para toda a frota, com a troca de marchas sempre no tempo certo, sem falhas do motorista, que se beneficia em conforto e segurança. Considerada uma tendência de mercado, a versão 8x2 para o chassi rígido VW Constellation 30.330 V-Tronic passa a ter seis toneladas a mais que seu equivalente 6x2.
Com esta configuração, o frotista conta com uma opção mais barata e completa, com menor custo operacional, além de ter garantia de fábrica para todos os componentes. Com o segundo eixo direcional, o modelo segue a principal demanda dos clientes: melhoria de rentabilidade e aumento da carga útil. Outro diferencial do modelo é versatilidade entre eixos, com a maior oferta da categoria. São três opções diferentes para que o cliente eleja a que melhor se aplica à sua operação. A variedade também se faz presente nas cabines: o frotista pode escolher entre as versões estendida, leito teto alto ou baixo. Seu pacote de atributos traz também, de série, itens para maior conforto e ergonomia: banco do motorista com suspensão pneumática, coluna de direção com multirregulagem, ar-condicionado e trio elétrico, entre outros. A viagem pode se tornar ainda mais eficiente com o computador de bordo desse Constellation, que auxilia com as informações logísticas. O modelo garante ainda segurança com seu sistema de freio robusto. São diversos recursos tecnológicos com essa finalidade. O ABS (Anti-lock Brake System) impede o travamento das rodas durante uma frenagem excessiva; o EBD (Electronic Brake Distribution) controla e gerencia a distribuição da pressão de frenagem entre os eixos dianteiro e traseiro; o ATC (Automatic Traction Control) controla a velocidade das rodas e o torque do motor; e o EasyStart, por sua vez, reforça a partida em rampa, com dispositivo que permite travar os freios dianteiros e traseiros do veículo por até três segundos. (24) 3381-1063
Sexta geração da caixa I-Shift, da Volvo despender mais potência e garante um comportamento correto para cada situação. Associada ao sistema I-See e aos sensores posicionados na caixa, a nova geração entende perfeitamente qual é a carga transportada, bem como a topografia a sua frente, otimizando as trocas e garantindo baixo consumo de combustível com maior velocidade média . De acordo com a própria montadora, a nova I-Shift pode proporcionar uma economia de combustível de até 3% em relação à versão anterior. Atualmente, 100% dos caminhões FH saem de fábrica com a caixa. Levando-se em consideração as linhas FM e FMX, 99% dos veículos possuem I-Shift. Na linha de caminhões VM o índice é de 84%. Sem pedal de embreagem, a caixa de câmbio eletrônica da Volvo facilita o trabalho do motorista.
No modo automático, basta acelerar e frear. No manual, um simples toque em um botão troca as marchas. O motorista pode ainda escolher a melhor forma de conduzir: em modo econômico ou utilizando máxima potência. O sistema ajusta o trabalho da caixa à forma de condução, garantindo o menor consumo e também inibindo trocas indevidas, proporcionando maior durabilidade do trem de força e menor desgaste de peças dos sistemas de transmissão, como eixos traseiros e motor, poupando inclusive as lonas de freio. (41) 3317-8111
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A Volvo apresenta ao mercado a sexta geração da sua caixa de câmbio eletrônica I-Shift, lançada originalmente em 2003, que promete ainda mais performance, com trocas de marcha mais rápidas e eficientes, e economia de combustível para o transportador. Lançada este ano na Europa, a caixa está agora disponível também no Brasil. Mais avançada e com novos softwares, a transmissão conta com uma inteligência ainda mais sofisticada, e a conexão entre a caixa e os demais módulos que compõem a arquitetura eletrônica do caminhão foi fortemente ampliada. Com 12 marchas à frente e quatro à ré, o equipamento gerencia melhor a relação com o motor, proporcionando um maior aproveitamento da potência, principalmente nos momentos em que o veículo precisa manter a velocidade média para vencer trechos de estrada com subidas. A inteligência da I-Shift entende qual é o momento adequado para
Tecnologia VDO On Board, da Continental O Grupo Continental apresenta o VDO On Board, uma solução de gerenciamento de frotas baseada no tacógrafo digital, que permite ao frotista uma gestão on-line dos seus veículos por meio de informações confiáveis e em linha com a legislação vigente. O VDO On Board aponta ao gestor da frota, por uma plataforma em nuvem, o perfil de direção do condutor de um caminhão, ônibus ou van, informando os níveis de
aceleração, frenagem e rotação do motor, entre outros dados. A solução eleva a eficiência da frota e ajuda na redução de custos com combustível e manutenção. A tecnologia também contribui para o gerenciamento eficaz da logística, otimizando o planejamento de entregas. Por meio de relatórios gerenciais, é possível planejar as rotas de uma maneira mais fácil e econômica. O sistema VDO On Board é 100% web e pode ser acessado de qualquer
localidade com internet, sem exigir do frotista uma infraestrutura própria de TI. Todos os dados, backups e atualizações de software são gerenciados pelo sistema. Além disso, a tecnologia da Continental permite uma integração de sistemas, ou seja, o VDO On Board realiza a integração via webservice para que os dados do tacógrafo sejam utilizados no ERP ou em outros provedores de serviço do frotista. (11) 4583-6190 Março 2017 - Revista Tecnologística - 57
AGENDA
INTERNACIONAL Global Logistics & Supply Chain Summit 2017. 28 a 29 de março. Bolonha, Itália. Organização e informações: SDWWG Communication Attitude. www.glsummit.it Logistic Summit & Expo México. 29 a 30 de março. Cidade do México, México. Organização e informações: Énfasis Logística. www.ilsexpo.com NACIONAL 9º Workshop Pit Stop Supply Chain. 22 e 23 de março. São Paulo, SP. Organização e informações: Ciclo. Tel.: (11) 2495-9446 www.portalsupplychain.com.br Intermodal South America – Feira Internacional de Logística, Transporte de Cargas e Comércio Exterior. 4 a 6 de abril. Transamerica Expo Center. São Paulo, SP. Organização e informações: UBM. Tel.: (11) 4878-5990 www.intermodal.com.br Seminário Internacional em Logística Agroindustrial. 10 de abril. Piracicaba, SP. Organização e informações: Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (Esalq-USP). Tel.: (19) 3429-4100 www.esalq.usp.br
Cursos de curta duração Gestão de Compras e Negociação com Fornecedores. 28 de março. Controle de almoxarifado e inventário físico. 11 de abril. São Paulo, SP. Organização e informações: Minder Group. Tel.: (11) 5111-8220 www.mindergroup.com.br Estratégias Operacionais de Logística, Transportes e Distribuição. 25 de março. Desenvolvimento e Capacitação Gerencial. 1º de abril. Como Estabe58 - Revista Tecnologística - Março 2017
lecer Metas e Atingir Resultados nos Momentos de Crise. 5 de abril. Atendimento ao Cliente Aplicado às Empresas de Transporte e Logística. 8 de abril. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Centro de Estudos Técnicos e Avançados em Logística (Ceteal). Tel.: (11) 5581-7326 www.ceteal.com Torre de Controle Aplicado à Gestão de Transportes. 20 de março. Demonstração do Resultado do Exercício para Transportadoras e Operadores Logísticos. 21 de março. Técnicas Avançadas de Planejamento, Programação e Controle da Produção. 5 de abril. Especialização na Compra e Contratação de Serviços Logísticos. 6 de abril. Telemarketing para Transportadoras e Operadores Logísticos. 8 de abril. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: TigerLog. Tel.: (11) 2694-1391 www.tigerlog.com.br Liderança Lean na Logística Física. 29 de março. Custos Logísticos. 1º de abril. Ambos em Joinville, SC. Compras de Serviço. 4 de abril. Drawback: Aspectos Administrativos e Fiscais. 5 de abril. Ambos em São Bernardo do Campo, SP. Liderança Lean na Logística Física. 6 de abril. Joinville, SC. Unitização e Consolidação da Carga Marítima e Aérea. 12 de abril. São Bernardo do Campo, SP. Lean na Expedição. 17 de abril. Operações Portuárias. 18 de abril. Joinville, SC. Gestão de Custos Logísticos. 19 de abril. São
Bernardo do Campo, SP. Organização e informações: Cebralog. www.cebralog.com.br
Cursos de longa duração Gerência de Custos Logísticos. 21 e 22 de março. Técnicas Quantitativas de Previsão de Vendas. 28 e 29 de março. Ambos em São Paulo, SP. Aperfeiçoamento em Logística Empresarial. 11 de abril. Gestão de Estoques na cadeia de Suprimentos. 10 e 11 de abril. Gestão Estratégica dos Transportes. 17 e 18 de abril. Todos no Rio de Janeiro, RJ. Organização e informações: Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos). Tel.: (21) 3445-3000 www.ilos.com.br Tecnologia em Logística. Duração: 2 anos. Curso de Extensão em Supply Chain Management. Carga horária: 40 horas. Curso a distância. Pós-Graduação em Logística Empresarial. Carga horária: 366 horas. São Paulo, SP, Águas de São Pedro, SP, e a distância. Curso Técnico em Logística. Carga horária: 800 horas. Auxiliar de Operações em Logística. Carga horária: 160 horas. Assistente em Transporte e Distribuição. Carga horária: 240 horas. Para datas e locais, consulte o Senac. Organização e informações: Senac. Tel.: 4090-1030 www.sp.senac.br Veja a agenda completa de cursos, seminários, MBAs e demais eventos em www. tecnologistica.com.br/agenda
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO Assine ............................................ 55 Austral ........................................... 39 BTP ................................................ 09 Delta industrial ............................. 19 Dusspy ........................................... 41 Enequipa ....................................... 23 Expomeat ...................................... 35 Friovale .......................................... 37 GLP ................................................ 21 Hines ............................................. 11
Ilos ................................................. 53 Intermodal .............................3ª capa Linde ............................................. 15 L. Amorim ..................................... 17 Modern ...................................2ª capa Paletrans ........................................ 25 Pemak ............................................ 13 Prologis.......................................... 05 Saur................................................ 29 Portal ............................................. 45 Vix ..........................................4ª capa