Cobertura completa do II Fórum Internacional de Logística Reversa Fibria estende governança climática ao supply chain
Logística Reversa e Sustentabilidade Entrevista Luís Martins: experiência europeia pode basear implantação da PNRS capa_final.indd 1
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SUMÁRIO
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MERCADO Veja todas as novidades do mercado brasileiro de logística nesta seção
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Philips Brasil estende seu programa de logística reversa visando a reciclagem e a destinação final correta de seus produtos, e espera ter, até o final do ano, 100% de sua linha dentro do Ciclo Sustentável
CROSS-DOCKING
Projeto encomendado pela Confederação Nacional da Indústria aponta os gargalos e as possíveis soluções logísticas para o desenvolvimento da Amazônia Legal
Divulgação Philips
Acompanhe aqui o vai e vem dos profissionais no movimentado mercado de logística brasileiro
42 INFRAESTRUTURA
LOGÍSTICA REVERSA
50 ENTREVISTA Luís Martins, diretor do braço português da rede europeia responsável pela reciclagem de embalagens, fala da experiência no tratamento de resíduos sólidos na Europa, que pode servir de base para a implementação da PNRS brasileira
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Artigo explica como estruturar a logística reversa de produtos e embalagens de bens de consumo, com foco no retorno de eletroeletrônicos do varejo
58 SUSTENTABILIDADE Com a assinatura de um termo de compromisso junto ao Carbon Disclosure Project (CDP), a Fibria estende suas práticas de governança climática ao supply chain, mobilizando todos os elos da cadeia de suprimentos
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EVENTO Veja a cobertura completa do II Fórum Internacional e Expo de Logística Reversa, que discutiu importantes questões ligadas à sustentabilidade e mostrou o que empresas e governos estão fazendo a esse respeito
68 PESQUISA Já em sua quinta edição, a pesquisa “Hábitos de Logística Reversa” 2010/2011 mostra a evolução das práticas de retorno de produtos pósconsumo das empresas brasileiras
ILOS
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E-BOOK Segunda parte do e-Book “O Depósito Falante”, da Voccollect, aborda os diversos tipos de sistemas de reconhecimento de voz e mostra como maximizar a sua eficácia e seus resultados dentro do armazém
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PRODUTOS Conheça os lançamentos e os principais produtos, serviços e sistemas voltados à logística
112 Capa: Carol Ermel Foto: Istockphoto
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AGENDA Os mais importantes cursos, seminários, feiras e demais eventos do setor de logística estão em nossa Agenda
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EDITORIAL Publicare Editora Ltda. www.publicare.com.br
Diretores Shirley Simão shirley@publicare.com.br
Impulso fundamental
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publicação e a regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos, no ano passado, representam um impulso importantíssimo para que o país comece a se preocupar seriamente com o tema da logística reversa e produtos pós-venda ou pós-consumo, com sua reciclagem e correta destinação final. Como toda novidade, a PNRS traz muitas dúvidas, descrenças e senões, mas traz também muitas possibilidades, não apenas em relação à preservação ambiental, mas também sociais e até econômicas. Nas sociais, o ponto positivo é a incorporação às atividades – prevista pela regulamentação da Lei, com a criação do Programa Pró-Catadores – das pessoas que hoje, informalmente, vivem da atividade de coletar materiais e vendê-los para a indústria da reciclagem. Claro que, dentro dessa característica de informalidade, hoje isso só é feito com os materiais que têm mais valor de mercado, como o alumínio e o papel/papelão. Com o advento da Lei, porém, haverá metas de quantidades e a obrigatoriedade da coleta de uma grande variedade de materiais, o que irá potencializar a quantidade de resíduos que deixarão de ser simplesmente jogados no ambiente, como ocorre hoje. Outro ponto positivo da PNRS é a previsão de uma campanha, seja nos meios de comunicação, seja em termos de educação ambiental nas escolas, no sentido de criar uma consciência ambiental na população, que é a parte mais importante e delicada da cadeia sustentável, porque de nada adianta lei, estrutura e sistemas de logística reversa bem orquestrados se quem inicia o processo separando os materiais em sua casa não fizer a sua parte. Na edição, além da cobertura do II Fórum Internacional de Logística Reversa, e até como desdobramento dele, trazemos exemplos práticos de ações visando a responsabilidade ambiental. A brasileira Fibria, uma das maiores produtoras mundiais de papel e celulose, estendeu suas práticas de governança ambiental ao supply chain e envolveu todos os elos da cadeia de suprimentos. Já a Philips Brasil ampliou o projeto de LR para seus produtos e deverá chegar ao final do ano com 100% de sua linha contemplada pelo programa “Ciclo Sustentável Philips”. Da Europa, temos um exemplo que – guardadas as devidas proporções – pode servir de base para a implantação da PNRS brasileira. Luís Martins, diretor-geral da Sociedade Ponto Verde, de Portugal, nosso entrevistado da edição, conta como a União Europeia organiza e implementa suas diretivas para destinação sustentável de resíduos sólidos. E o que a logística tem a ver com isso? Tudo! A logística será o elo entre todos os agentes dessa cadeia estendida de responsabilidades e certamente as empresas do setor só têm a ganhar com a PNRS. Então, saiba mais sobre essas possibilidades lendo nossa edição especial de Sustentabilidade e mãos à obra. Shirley Simão
Jorge Roberto Simão jorge@publicare.com.br
Ano XVI - N.º 185 - Abril/2011 www.tecnologistica.com.br Redação, Administração e Publicidade Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar CEP: 04571-010 - São Paulo - SP
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ISSN 1678-8532
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MERCADO
Grupo TPC cria empresa especializada em logística reversa Empresa inaugura atividades no comércio eletrônico em uma das principais áreas de atuação logística do grupo
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Divulgação
Reversa Soluções Logísticas, empresa do Grupo TPC, apresentada ao mercado durante o II Fórum Internacional de Logística Reversa (veja cobertura nesta edição), realizado no dia 24 de março, em São Paulo, foi criada para atuar especificamente no segmento de logística reversa (LR). A nova empresa inicia sua atuação no mercado operando LR para os clientes que atuam no comércio eletrônico do TPC – um dos principais dentro da área de logística geral do grupo –, entre os quais a B2W (Americanas.com, Submarino, Shoptime, Ingresso.com, Sub-
Chamadoiro: proposta é recuperar valor para o varejo
marino Finance, B2W Viagens e Blockbuster). “Tem-se falado muito em logística reversa e agora, com a regulamentação da Lei de Resíduos Sólidos, entendemos que deveríamos estar alinhados não somente com a questão ambiental, mas com o mercado, que tem de se preocupar com o tratamento dos produtos que retornam para as empresas. Entendemos que há grandes oportunidades nesse segmento de LR e, por isso, criamos a Reversa Soluções Logísticas”, afirma Luís Eduardo Chamadoiro, vice-presidente de Operações do Grupo TPC. Segundo ele, hoje, no comércio eletrônico, de 4% a 7% dos produtos vendidos retornam como logística reversa de pós-venda, situação em que o consumidor, por alguma razão, desiste da compra (pelo Código de Defesa do Consumidor, o prazo é de sete dias para o cliente desistir da compra e devolver o produto). E estima-se que cerca de R$ 500 milhões em produtos retornados ficam parados nos estoques das empresas – sendo boa parte apenas com a caixa aberta ou com pequenas avarias de transporte –, porque elas não encontram alternativas para tratar aquele produto. “Diferentemente de quando o produto que retorna está com a caixa fechada, lacrada, em que o tratamento é
mais fácil – muda-se a etiqueta com a qual saiu do sistema de armazenagem para retorná-lo ao estoque de venda –, para os que voltam com a caixa aberta é necessário fazer uma triagem e criar novos canais de distribuição para eles. Temos clientes, como a B2W, que, pelo volume de produtos vendidos por ano, já tem escala para desenvolvermos essas operações, para as quais temos um CD de 15 mil m 2”, explica Chamadoiro. A proposta da Reversa Soluções Logísticas, nesse contexto, é fazer com que o varejista possa recuperar receita com aquele estoque parado de produtos retornados que, conforme indica o vice-presidente, depois de um tempo acabam tendo como destino a sucata. “Hoje, quando a empresa vende esse estoque de retornados para descarte ou para um leilão, consegue de 10% a 20% do custo médio de venda (CMV); isso significa, na melhor das hipóteses, que perdeu 80% do CMV, o que representa prejuízo, já que o produto entrou na contabilidade dele a 100% e está saindo a 20%.” Desse modo, a Reversa passa a fazer a coleta dos produtos no consumidor final de seus clientes do comércio eletrônico e a levar para seu CD dedicado para logística reversa, no qual é feita a triagem. “Oferecemos não só o canal de retorno para o estoque de venda deles, como canais de venda especializados em produtos usados. Porque quando, por exemplo, nosso cliente recebe de volta cem aparelhos celu-
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lares, 200 aparelhos de som, 300 aparelhos de TV, até agora ele juntava tudo aquilo e vendia a qualquer preço. O objetivo da Reversa é saber quem é o especialista em comprar cada um dos produtos e, com esse foco, transformar os 20% de CMV em 60%, sendo que devolvemos 40% do valor para o cliente e 20% ficam para a operação”, detalha Chamadoiro, completando que esse é o grande foco de negócio para o comercio eletrônico da Reversa. Para isso, continua o executivo, a Reversa Soluções Logísticas se constitui também numa empresa de varejo, porque passa a contar com um site de comércio eletrônico de usados (que deve entrar no ar dentro de 60 dias).
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“Vamos ter um canal de leilão no nosso site para aquele produto que efetivamente não serve para voltar para o estoque de venda como novo. Vamos triar todos os aparelhos de videogame, formando um lote com 50 playstations, por exemplo, e o levaremos a leilão, procurando os especialistas nesse produto.” Para ele, as oportunidades vislumbradas para a nova empresa são muitas, considerando que vários setores da indústria e do varejo passam a operar com LR. “A Reversa surge para atuar nessa vertente, preparar-se para olhar as empresas sob o ponto de vista de sua logística reversa e apresentar soluções. E o Grupo TPC tem uma sinergia muito grande entre as operações de logís-
tica no Brasil, com CDs em todo o país que podem se tornar pontos de apoio e coleta para as operações reversas. Estamos desbravando esse nicho, com todos os ônus e bônus, o que é natural quando se trilha mercados ainda desconhecidos. Por isso estamos buscando conhecer as práticas adotadas nos Estados Unidos e Europa, no sentido de observar as tendências mundiais.” Ao anunciar a nova empresa ao mercado, o vice-presidente do Grupo TPC estava ao lado do diretor executivo e do gerente de Operações da Reversa Soluções Logísticas, Luís Fernando Martinez e Fernando Villas Boas, respectivamente. Grupo TPC: (11) 3572-1700
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MERCADO
Compra da Direct pela Tegma confirma consolidação no mercado logístico brasileiro Aquisição marca o ingresso da empresa no setor de distribuição e no comércio eletrônico essa estratégia. A Direct é uma empresa especializada em distribuição fracionada, muito bem posicionada no e-commerce, um mercado em franca expansão e que cresceu 500%
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Tegma Gestão Logística anunciou a compra da Direct Express Logística Integrada, especializada em distribuição e detentora de cerca de 25% do mar-ket-share do e-commerce nacional, sediada em Barueri, na Grande São Paulo. Na negociação, formalizada no dia 4 de março, a Tegma investiu R$ 77 milhões para adquirir 80% do capital da Direct. Com essa aquisição, a Tegma ingressa no setor de distribuição e no comércio eletrônico, ampliando sua atuação na cadeia logística. Nas operações de atendimento direto ao consumidor final (B2C), passa a contar com uma carteira de clientes que inclui grandes varejistas online e sites de vendas pela internet, como Submarino, Americanas.com, Saraiva. com, Netshoes, Kalunga, Natura, LG, Samsung e Panasonic. Especialista em encomendas expressas e um dos maiores couriers privados de e-commerce do Brasil, com volume em torno de um milhão de entregas mensais, a Direct possui 16 unidades operacionais – incluindo dois hubs, um em São Paulo e outro no Rio de Janeiro –, 700 couriers credenciados, 750 colaboradores diretos e 1.800 indiretos, e 72 unidades de entrega. “Temos investido nos últimos anos na diversificação e ampliação da plataforma de negócios, para consolidar a nossa posição de provedor logístico integrado. A aquisição da Direct está em linha com
Oddone: compra consolida posição de provedor logístico integrado da Tegma
nos últimos cinco anos no Brasil”, afirma o diretor-presidente, Gennaro Oddone.
Crescimento em 2010 A Tegma Gestão Logística fechou 2010 com a maior receita líquida da sua história. A companhia registrou R$ 1,16 bilhão – volume que representa um aumento de 9,1% em relação ao resultado alcançado em 2009. O seu lucro líquido em 2010
foi de R$ 112,3 milhões, acréscimo de 46,9% em comparação ao ano anterior. Já o Ebitda teve um incremento de 15% no ano, atingindo R$ 186,9 milhões. A Tegma estabeleceu novo recorde também na logística para o setor automotivo, segmento que representa o principal negócio da companhia. Ao todo, foram transportados em 2010 mais de 1,2 milhão de veículos novos (veja em www.tecnologistica.com.br/site/5,1,16,27728. asp), 13,2% a mais que em 2009. Considerando apenas as operações com veículos para o mercado interno, o crescimento acumulado no ano foi de 10,2%. As exportações aumentaram 45,9% no comparativo entre 2010 e 2009. Nos outros setores que compõem a plataforma de negócios da Tegma – transporte de produtos químicos, suco de laranja, eletrônicos e papel e celulose, entre outros –, a receita bruta de 2010 registrou R$ 199,9 milhões. No acumulado do ano de 2010, a Tegma investiu um total de R$ 37,3 milhões em aquisições de equipamentos e obras. “O ano passado foi um período de consolidação. Os bons resultados são fruto de uma estratégia de longo prazo, já que consideramos a diversificação da plataforma de negócios um de nossos principais objetivos”, afirma Gennaro Oddone.
Tegma: (11) 4397-9600
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Logum Logística chega ao mercado Empresa será responsável pela movimentação de etanol por meio de sistema multimodal
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mercado de logística conta, desde o dia 1º de março, com mais um player. Trata-se da Logum Logística, empresa que será responsável pela implantação de um sistema logístico multimodal para transporte e armazenagem de etanol. A sociedade anônima fechada de capital autorizado é composta por ações ordinárias, nominativas e sem valor nominal divididas da seguinte forma: Petrobras, 20%; Copersucar, 20%; Cosan, 20%; Odebrecht Transport Participações, 20%; Camargo Correa Óleo e Gás, 10%; e Uniduto Logística, 10%. O capital social da nova companhia será, inicialmente, de R$ 100 milhões. A Logum Logística será a responsável pela construção, desenvolvimento e operação do sistema – carga, descarga, movimentação, estocagem, operação de portos e terminais aquaviários –, que envolverá polidutos, hidrovias, rodovias e cabotagem. Com investimentos de R$ 6 bilhões, o Sistema Multimodal de Logística de Etanol terá aproximadamente 1.300 km de extensão e atravessará 45 municípios, ligando as principais regiões produtoras nos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás e Mato Grosso à Replan, em Paulínia (SP). Parte desse sistema integrado será composto por um duto de longa distância, entre as regiões de Jataí (GO) e Paulínia (SP). A construção do primeiro trecho, entre Ribeirão Preto (SP) e Paulínia, até então sob responsabilidade da PMCC, teve início em novembro passado com as primeiras contratações de serviços, projetos e instalações. O empreendimento será integrado ao sistema de
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transporte hidroviário existente na bacia Tietê-Paraná. Os comboios de transporte, compostos pelas barcaças de cargas e os barcos empurradores, serão construídos e operados pela Transpetro, que deverá, também, operar os dutos do sistema a serviço da Logum Logística. A combinação dos modais dutoviário e hidroviário tem como finalidade a racionalização do processo de transporte do etanol, com menores custos. O sistema integrado se estenderá por uma malha de dutos até Barueri (SP), Guarulhos (SP) e Duque de Caxias (RJ). A partir destes terminais, o etanol será levado diretamente aos postos de combustível por meio de transporte rodoviário de curta distância. Para garantir que o produto chegue a outros mercados, o sistema de escoamento alcançará – por meio de cabotagem – terminais marítimos nos litorais de São Paulo e Rio de Janeiro. Hoje, a maior parte do etanol é transportada até os portos em caminhões. O projeto, quando concluído, terá uma capacidade instalada de transporte de até 21 milhões de metros cúbicos de etanol por ano. Mais de dez mil empregos diretos e indiretos serão gerados. A maior parte do sistema será construída utilizando as áreas de passagem de dutos já existentes. A medida visa causar menor impacto às populações locais e à vegetação nativa. Além disso, o projeto tem como meta reduzir o tráfego nas grandes rodovias e nas áreas de grande circulação de veículos dos centros urbanos, gerando mais segurança, agilidade e menos emissão de poluentes. Logum: (21) 3515-5200
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MERCADO
Seara constrói terminal graneleiro no Mato Grosso Expansão da malha da ALL atrai investidores para o setor ferroviário
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Seara, companhia que atua no segmento de comercialização de cereais para o mercado interno e para exportação, iniciou, em fevereiro, as obras de um novo terminal na malha ferroviária da ALL – América Latina Logística – na cidade de Itiquira, no estado do Mato Grosso. O novo terminal graneleiro intermodal para o transbordo de soja, milho, sorgo e farelo destinados à exportação custará R$ 40 milhões e a empresa aposta nos ganhos de rentabilidade com a adoção de uma logística com base ferroviá-
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ria na Malha Norte da ALL. O empreendimento deve entrar em operação em agosto de 2011 e terá capacidade estática de cem mil toneladas. A movimentação estimada é de 2,5 milhões de t ao ano. De acordo com o diretor de Logística da Seara, Jorge Yoshii, o projeto beneficiará não só a logística da empresa, mas toda a região. “O terminal irá viabilizar o escoamento por meio do modal ferroviário, melhorando o resultado da operação e diminuindo o tráfego de caminhões para os principais portos de grãos do país”, explica o
executivo. “Além disso, irá trazer competitividade a todos os produtores do Mato Grosso e da região norte do Mato Grosso do Sul”, completa. A Malha Norte da ALL passa, desde 2009, por obras de expansão que ligarão o Alto Araguaia a Rondonópolis – uma ampliação de 260 km de extensão, orçada em R$ 700 milhões (veja em http://www.tecnologistica.com. br/site/5,1,16,24828.asp). Seara: 0800 473031 ALL: (41) 2141-7555
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Panalpina compra a norueguesa Grieg Logistics Com a aquisição, a Panalpina agrega ao grupo mais serviços
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Panalpina, grupo mundial de logística, acaba de adquirir 100% da Grieg Logistics, empresa norueguesa especializada em serviços de encaminhamento de frete, transporte doméstico, armazenagem, distribuição e liberação alfandegária, com operações em 14 localidades. A Grieg Logistics foi estabelecida em 1969 como uma unidade de negócio separada no Grupo Grieg – que opera também nas áreas de remessas, seguros, corretagem de navios, investimentos e energia renovável – e é líder no fornecimento de serviços de logística para os setores de petróleo e gás, remessas e marítimo na Noruega. Os serviços marítimos e as operações portuárias da Grieg, no entanto, não fazem parte da venda e continuarão operando sob o nome Grieg Logistics S. A. Embora não revele o valor da negociação, a Panalpina divulgou que a aquisição dos negócios principais da Grieg Logistics acrescentará cerca de 67 milhões de francos suíços (pouco mais de 74 milhões de dólares) ao faturamento anual do Grupo. A empresa adquirida será renomeada e fará negócios sob o nome “Panalpina Grieg” temporariamente. As operações norueguesas serão gerenciadas por Erik Hutter, que comandou o setor vertical de Petróleo e Gás da Panalpina nos últimos nove anos. Segundo Monika Ribar, CEO da Panalpina, a aquisição da empresa é um importante passo na estratégia de crescimento da Panalpina. “A expectativa é aliar a sólida experiência da Grieg Logistics no setor de petróleo e gás na Noruega à experiência da Panalpina
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nesse setor para que possamos expandir nossa presença global em petróleo e gás e impulsionar nosso know-how conjunto em logística”, considera.
Novo serviço em Rio Grande A Panalpina iniciou em março um novo serviço semanal para cargas Less than Container Load (LCL) – carga de vários exportadores em um único contêiner – vindas da Europa com destino à Estação Aduaneira Interior (Eadi) Novo Hamburgo pelo Porto de Rio Grande (RS). A novidade visa agilizar o processo de liberação de cargas de importação, além de reduzir o risco de incidentes, já que o contêiner somente é aberto e desovado no armazém alfandegado. As cargas provenientes da Europa e consolidadas no hub de Hamburgo (Alemanha) continuam sob trânsito aduaneiro direto para o Eadi, na região da Grande Porto Alegre, ou podem ainda ser transferidas em regime de Transporte em Trânsito Aduaneiro – que permite a movimentação de mercadorias sob controle aduaneiro em contêineres ou não – para os portos secos Bagergs, em Canoas, ou Caxias do Sul (RS). “Esse é um serviço único no mercado. A ideia surgiu de conversas informais com os clientes, que buscavam formas de minimizar a burocracia e o tempo de liberação de suas cargas e, assim, reduzir os custos com estoque em trânsito e otimizar sua cadeia produtiva”, conta Marcos Vargas, gerente para a Região Sul da Panalpina. Panalpina: (11) 2165-5700
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MERCADO
Paletrans expande estrutura Empresa promove expansão e abertura de filial e fábrica
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Marketing Paletrans
Paletrans coloca em prática sua estratégia de crescimento para os próximos anos. Entre as ações, a companhia investe na expansão de sua fábrica instalada na cidade de Cravinhos (SP), na abertura de uma unidade comercial em Jundiaí (SP) e de uma fábrica de peças, também na cidade de Cravinhos, e na inauguração de filial na Argentina. Os números ilustram as iniciativas. De acordo com o diretor Comercial e Administrativo-Financeiro, Antonio Augusto Zuccolotto, nos últimos três anos, entre a expansão da fábrica – em andamento – e aquisição de maquinário, a Paletrans investiu R$ 11 milhões. O destaque fica por conta da reestruturação da unidade industrial de Cravinhos. As obras, que irão demandar um total de R$ 5 milhões, foram iniciadas no final do ano passado e devem estar concluídas até o próximo
mês de outubro. “Teremos 14 mil m² de área industrial construída. O layout ainda não será o definitivo, mas já iremos operar com um novo e moderno conceito de linha de produção”, diz. O executivo conta que a produção será triplicada devido à melhoria nos fluxos internos – recebimentos dos insumos e operações de serra, corte, dobra, estamparia, pantógrafo, solda, pintura e montagem –, que serão realizados de maneira sequencial. “Teremos menos tempo de um processo para o outro e ganharemos qualidade na montagem”, resume. Hoje, a Paletrans fabrica transpaletes e empilhadeiras manuais, empilhadeiras manuais com elevação elétrica, empilhadeiras tracionárias elétricas, transpaletes elétricos e empilhadeiras retráteis. Com esta gama de produtos, divulga Zuccolotto, a companhia possui 18% de market-share no mercado de empilhadeiras elétricas. Em 2010, foram produzidas 1.400 elétricas e 37 mil manuais. Os números para 2011 são otimistas. O executivo anuncia que a meta é fabricar 1.900 máquinas elétricas e 47 mil manuais, e obter 25% de participação no mercado de empilhadeiras elétricas. Quanto ao faturamento, ele afirma que o objetivo é atingir R$ 120 milhões, com as elétricas respondendo por 60%, as manuais por 32% e a venda de peças de reposição participando com 8%. Em 2010, a Paletrans faturou R$ 94 milhões, com as elétricas representando 56%, as manuais 36% e Zuccolotto: empresa investiu R$ 11 milhões nos últimos três anos peças, 8%.
Planejamento Para alcançar os números projetados, a empresa definiu bem suas ações. “A estratégia é reforçar nossa atuação no varejo – supermercados, hipermercados e magazines – oferecendo as empilhadeiras retráteis que exigem uma venda mais técnica”, diz. Para Zuccolotto, o diferencial da companhia será oferecer, além de um atendimento personalizado, peças de reposição e assistência técnica. A Paletrans já começa a se estruturar para prestar esse atendimento. Uma das iniciativas foi abrir a Paletrans Comercial, unidade que conta com profissionais técnicos, uma gerente de contas e uma estrutura administrativa destinada apenas a atender a grandes contas. Além disso, foi criada uma fábrica de peças de reposição. “Estamos investindo R$ 3 milhões na montagem da nova estrutura, que terá 2.000 m² de área, e na aquisição, entre outros equipamentos, de tornos e centros de usinagem”, anuncia. Reforçar a atuação no mercado externo também faz parte da estratégia da companhia para este ano. “Até o final do primeiro semestre, a Paletrans Argentina estará funcionando”, garante Zuccolotto. O trabalho da filial consistirá em comercializar os produtos junto aos clientes finais. De acordo com o executivo, a meta é vender, pela Paletrans Argentina, 60 máquinas elétricas e mil manuais ainda em 2011. “Em 2010, 1% de nosso faturamento foi composto pelas exportações. Este ano, queremos aumentar esse índice para 3%”, afirma o executivo.
Paletrans: (16) 3951-9999
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Criada Frente Parlamentar de Ferrovias
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Instalada no dia 16 de março, iniciativa representa um importante reforço no debate para o desenvolvimento do setor
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o último dia 16 de março, na Câmara dos Deputados, em Brasília, foi instalada a Frente Parlamentar Mista das Ferrovias, com o objetivo de acompanhar e apoiar as ações parlamentares relativas ao setor ferroviário, além de debater com o Governo Federal e com a sociedade a construção, recuperação e ampliação das vias férreas em todo o país. Para o diretor-executivo da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), Rodrigo Vilaça, trata-se de um reforço importante no debate para o desenvolvimento do modal ferroviário, destacando que as concessionárias que integram a ANTF estão operando a malha que restou da extinta RFFSA, que ainda é muito pequena para a demanda de movimentação da carga brasileira. Segundo Vilaça, foi por meio da atuação das concessionárias, que investiram mais de R$ 24 bilhões na recuperação da malha, que o setor retomou a
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autoestima. “Mas é imprescindível que o governo invista na expansão da malha e que dê mais atenção ao lado jurídico, reduzindo a burocracia, revisando os marcos regulatórios e agilizando a liberação de licenças ambientais. Estes aspectos precisam ficar claros para que os investidores queiram aplicar recursos na malha.” Já o deputado federal Pedro Uczai (PT/SC), eleito presidente da Frente, afirmou que o Brasil tem um grande desafio, ampliar a malha ferroviária, contribuindo para a retomada do desenvolvimento em regiões estratégicas do país. “Não tenho dúvidas de que, com os investimentos em nossas ferrovias, vamos garantir um transporte mais barato, mais seguro, ambientalmente sustentável e que garantirá o desenvolvimento econômico das regiões produtoras. Além disso, estaremos contribuindo para a melhoria de nossas rodovias.” ANTF: (61) 3226-5434
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GS1 assina acordo de cooperação com sistema global de correios
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GS1, responsável pela padronização de processos de rastreabilidade na cadeia de suprimentos e demanda, assinou um memorando de entendimento com a Universal Postal Union (UPU), organização internacional que coordena as políticas postais de seus países membros – incluindo o Brasil. O acordo formaliza a cooperação entre as entidades para a padronização das operações postais e para a definição de um programa conjunto de normas para o setor. Um dos principais objetivos é contribuir para que as empresas de correios façam um uso eficiente do EPC (código ele-
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trônico de produto, da sigla em inglês), um sistema automático de identificação de produtos por meio de radiofrequência. A associação já forneceu recomendações e suporte para o novo Sistema de Monitoramento Global da UPU, que utiliza o padrão EPCIS (Electronic Product Code Information Services). “A GS1 trabalhará com a UPU e as operadoras de serviços postais para fornecer dados confiáveis aos clientes dos correios em itens de postagem e outros serviços de e-commerce, por meio do celular ou de outras maneiras. Os padrões vão garantir a compatibilidade, atualização e viabilidade das aplicações
oferecidas pelos correios”, disse Miguel Lopera, presidente e CEO da GS1. “Esse acordo abre caminho para a transmissão de informações na cadeia de suprimentos, especialmente para e-commerce, área em que os serviços de correios estão ainda mais ativos”, completou Edouard Dayan, diretor-geral da UPU. No Brasil, os Correios participam ativamente das reuniões dos grupos de trabalho EPC/RFID coordenadas pela GS1 Brasil, o que contribuiu efetivamente para a assinatura do acordo global. GS1 Brasil: (11) 3068-6229 Universal Postal Union: www.upu.int/
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MERCADO
DHL Express intensifica atuação em Manaus Companhia lança o serviço Carga Aérea Expressa e expande parceria com o Banco do Brasil
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transporte, com cerca de 45% a menos frente às importações normais, mas também por permitir maior controle e visibilidade de todo o processo, redução de riscos e atendimento dedicado aos clientes”, diz. As estimativas são ambiciosas. Com a intensificação das operações na região, a perspectiva é aumentar em 50% o volume transportado em Manaus. Os principais setores atendidos pelo lançamento são de eletroeletrônica, automotivos, ópticos, TI e indústria química. Juliana conta que, embora a DHL Express já atue no mercado da capital amazonense, a companhia observou a grande demanda por um serviço expresso, com menor tempo de trânsito – características de serviço courier, porém com o perfil da carga aérea expressa –, considerando o desembarque
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DHL Express investe em suas operações em Manaus e lança a solução Carga Aérea Expressa, voltada para remessas internacionais. O objetivo é oferecer uma condição de controle e planejamento por meio da rede própria de rotas da DHL, com origem em diferentes partes do mundo e frete direto a Manaus. A meta, ainda, é proporcionar mais agilidade, redução de tempo de trânsito, rastreabilidade e transparência aos clientes locais nos trâmites de importação, com faturamento na moeda local. De acordo com a diretora de Marketing da DHL Express Brasil, Juliana Vasconcelos, outro objetivo da empresa é oferecer uma opção de planejamento às empresas da região. “O desembarque de produtos e documentos diretamente em Manaus traz ganho de tempo, não só pela agilidade no
Solução traz redução de tempo de trânsito e faturamento na moeda local
diretamente em Manaus. Com a inclusão da Zona Franca, a proposta da empresa para a localidade é a de se dedicar à operação de envio de carga aérea expressa em larga escala por meio de um conjunto de serviços.
Cooperação Outra novidade para as empresas instaladas na região fica por conta da parceria que a DHL Express tem, desde 2010, com o Banco do Brasil. Agora, companhias instaladas na Zona Franca de Manaus também poderão usufruir dos benefícios do acordo, que auxilia no incremento das operações de comércio exterior dos clientes de ambas as empresas. O negócio garante à DHL Express Brasil o direito de transportar mercadorias dos clientes das duas empresas com destino ao exterior, por meio da ferramenta Brasil WebTrade – ambiente de negociação virtual desenvolvido pelo Banco do Brasil para prestar serviços de apoio a exportadores brasileiros e importadores estrangeiros. Além disso, a parceria implementa ações de promoção, capacitação e consultoria em negócios internacionais. Clientes da DHL Express Brasil e do Banco do Brasil terão 70% de desconto nos envios de mercadorias ao exterior e condições especiais para participar de treinamentos e consultorias em comércio internacional, ministrados por palestrantes selecionados pela instituição bancária. DHL Express: (11) 3618-3200
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Stival Alimentos adota modelo de distribuição via brokers Divulgação
A iniciativa tem por objetivo expandir atuação no mercado de forma rápida e segura
Alexandre Stival: objetivo é aumentar o faturamento em 30%
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íder no mercado de feijão na região Sul, com a marca Caldo Bom, a Stival Alimentos, de Campo Largo (PR), acaba de anunciar sua primeira operação de broker – modelo de distribuição no qual, apesar de a operação física ser feita por um distribuidor, o faturamento das vendas continua sendo da indústria produtora. Atualmente, a empresa tem como parceiros regionais para essa operação as empresas paranaenses Dori, de Londrina, e GPVale, de Campo Mourão, mas a empresa já adianta que pretende chegar a um total de sete brokers atuando nos três estados do sul até o fim do ano. A adoção desse modelo de distribuição é uma estratégia da empresa para ampliar sua participação no
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mercado de maneira mais rápida e segura. Segundo informa a Stival, dessa maneira poderá incrementar as vendas em regiões em que não conseguiria chegar com uma equipe própria, além de ter acesso direto ao cadastro de clientes distantes e agilidade de entregas, já que o estoque fica com o operador local. Em relação ao que considera como obstáculos inerentes a esse processo, como o risco de crédito do fabricante, maior volume de estoques e margens de vendas menores para poder remunerar os brokers, a empresa declara que devem ser compensados com o resultado positivo de vendas no menor tempo possível e com um investimento relativamente baixo: “Nosso objetivo é obter um incremento de 30% no faturamento total da empresa ainda em 2011”, afirma o diretor de Negócios Alexandre Stival. Em 2010 o faturamento da empresa foi de R$ 80 milhões. Fundada em 1971, a Stival Alimentos possui uma linha de produtos com mais de 300 itens, elaborados em suas duas unidades fabris. Stival Alimentos: (41) 2106-2421
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MRS e Xorail fecham acordo para sistema de controle de trens
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MRS Logística assinou um contrato com a Xorail, prestadora americana de serviços de engenharia de sinalização, para o desenvolvimento e a instalação de um novo sistema de controle de trens. Segundo o contrato de R$ 288 milhões, o trabalho inclui a elaboração do projeto e a instalação de sistemas de sinalização, comunicação e despacho de trens, além de equipamentos e sistemas de bordo para a frota de locomotivas e veículos auxiliares da MRS. A previsão é de que o projeto esteja totalmente implantado em 2013.
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“Este sistema melhorará substancialmente nossos padrões de segurança e nos capacitará para concretizarmos nossos planos de crescimento. O aumento da demanda futura vai exigir intervalos entre trens muito reduzidos”, afirma o presidente da MRS, Eduardo Parente. A complexidade do projeto é ainda maior devido à alta densidade da malha e à geografia da região. A MRS opera 1.643 km de trilhos que conectam os estados do Rio de Janeiro, Minas Gerais e São Paulo, realizando o transporte e a distribuição de cargas como minério, produtos siderúrgicos, cimento, bauxita e produtos agrícolas. Em 2010, a MRS
alcançou a marca de 144 milhões de toneladas transportadas, um crescimento de 12% em relação ao ano anterior. A Xorail é uma empresa subsidiária da Wabtec Corporation, que vem expandindo suas atividades no mercado brasileiro – o Brasil é o sexto maior país em transporte de cargas do mundo. Em 2009, a multinacional abriu um centro de serviços na Oficina de Manutenção da MRS, em Belo Horizonte, para garantir o atendimento pós-venda de seus produtos e serviços. MRS Logística: 0800 9793636 Xorail: www.xorail.com
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MERCADO
Ramos muda filial em Juiz de Fora
Expresso Jundiaí tem duas novas unidades logísticas Estruturas localizadas no Espírito Santo e no Rio Grande do Sul visam setores farmacêutico e calçadista
Ramos: 0800 172667
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Ramos Transportes investiu R$ 5 milhões e mudou sua estrutura operacional na cidade de Juiz de Fora (MG), responsável pelo atendimento de toda a Zona da Mata Mineira. O local agora possui uma área total de 2.600 m², sendo dois mil m² destinados à armazenagem, 15 docas e 104 funcionários, enquanto a edificação anterior contava com 1.300 m², 700 m² de estoque, nove docas e 70 colaboradores. Com a nova estrutura, a expectativa é de que haja um aumento de 50% no faturamento da filial. Segundo a empresa, a ampliação foi necessária para atender à crescente demanda verificada na região, principalmente nos setores têxtil e de confecções, e-commerce e farmacêutico. Sem revelar números consolidados, a companhia divulga que, para este ano, é esperado um crescimento de 50% na movimentação de produtos têxteis, 30% nos fármacos e 100% no ecommerce naquela região. Além disso, outro motivo para a ampliação da estrutura foi o fato de a companhia ter reforçado sua malha na região. O destaque fica por conta das linhas para Conselheiro Lafaiete, Ponte Nova e Viçosa. Para a empresa, a nova estrutura possibilita a racionalização da movimentação das mercadorias e melhor organização das rotas de distribuição, resultando em uma operação mais eficaz.
Novas unidades devem absorver cerca de 35% do movimento nos dois estados
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prestadora de serviços logísticos Expresso Jundiaí inaugurou, no mês de março, duas novas unidades próprias localizadas nos municípios de Serra (ES) e Novo Hamburgo (RS). Os novos espaços serão utilizados para operações de coleta, manuseio, classificação e transferência para outras unidades de negócios e entregas. A unidade de Serra – um dos polos de produtos farmacêuticos mais importantes do país – possui uma área total de 2,6 mil m2. Com o novo espaço, o Expresso Jundiaí pretende oferecer um atendimento dedicado aos cerca de 40 clientes do segmento farmacêutico que já operam com a companhia, além de ampliar o portfólio de parceiros no setor. Visando o setor calçadista, a unidade de Novo Hamburgo, situada no Vale dos Sinos, junto à rodovia RS239, possui área de dois mil m². O Expresso Jundiaí espera que as operações de coleta e entrega sejam facilitadas devido à localização do espaço,
atraindo novos clientes do segmento para a companhia. “Temos forte atuação nos setores de farmácia e calçados. Com o início das operações das duas novas unidades, poderemos oferecer um serviço ainda mais personalizado e que cada vez mais atenda plenamente às necessidades de nossos clientes”, ressalta Kleber Lazarini, gerente nacional Comercial do Expresso Jundiaí. Além da compra de equipamentos operacionais, administrativos, de informática e comunicação, a companhia realizou a contratação de aproximadamente 60 colaboradores para atuar em Serra e Novo Hamburgo. Com as novas unidades, que devem absorver entre 30% e 40% do movimento gerado nos estados do Espírito Santo e Rio Grande do Sul, a companhia passa a contar com 43 unidades logísticas espalhadas pelas regiões Sul e Sudeste do Brasil, somando aproximadamente 250 mil m². Expresso Jundiaí: (11) 2152-2800
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Pneus da Goodyear sairão com chip instalado de fábrica Sistema Built-In dispensa instalação manual e traz mais segurança à tecnologia de monitoramento
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s pneus para ônibus e caminhões da Goodyear passarão a sair de fábrica com chip de identificação por radiofrequência (RFID) instalado dentro do produto, dispensando a colocação manual. O primeiro modelo a contar com o sistema, batizado de Built-In, será o pneu G658, já no segundo semestre deste ano. A Goodyear apresenta o sistema como uma evolução da tecnologia que permite o monitoramento das condições técnicas dos pneus, reduzindo custos com instalação e oferecendo confiabilidade, com chips 100% testados e aprovados pela fábrica, além de não haver mais o risco de o chip descolar ou ser retirado do pneu, devido à instalação realizada na parte interna. O chip é responsável por armazenar informações como posição do veículo, quilometragem, pressão do ar e profundidade de sulco, que são monitoradas pelo sistema Tire IQ para o gerenciamento de frotas, que consiste na instalação de um chip em cada um dos pneus e outro no próprio veículo. Com o uso de um coletor de dados que acompanha o pacote de
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produtos que compõem o sistema, é possível fazer a leitura de todos os chips e transmitir as informações para o software de análise e controle de monitoramento, que pode ser acessado a partir de qualquer computador conectado à internet. O software RSWeb, desenvolvido totalmente em plataforma web, armazena os dados da frota e gera relatórios de todas as atividades de movimentação e manutenção realizadas nos pneus e veículos da empresa. O aplicativo ainda relaciona os dados com o desempenho da vida útil dos produtos e equipamentos, possibilitando um melhor controle do patrimônio.
Goodyear: 0800 7257638
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MERCADO
Standard amplia área de armazenagem em Cubatão
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om investimento de cerca de R$ 10 milhões, a Standard Logística está ampliando a área de armazenagem de carga frigorificada da Unidade de Cubatão (SP). A nova câmara frigorificada, cuja obra foi iniciada em fevereiro e tem previsão de ser concluída neste mês de abril, terá cinco mil posições-palete, aumentando o volume de armazenagem dessa unidade para 20 mil posições-palete. Também estão sendo ampliadas de 16 para 20 as docas para caminhões, possibilitando um maior número de embarque e desembarque de cargas. A ampliação, que segundo a companhia fará com que essa unidade seja o maior armazém frigorificado da retroárea do Porto de Santos, busca
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Unidade será maior armazém alfandegado na retroárea do Porto de Santos
atender à grande demanda gerada com o crescimento das exportações de carnes congeladas que, conforme dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), somaram 1,5 milhão de toneladas em 2010, representando um aumento de 27,2% na carne bovina e 19,7% na carne de frango. Só no Porto de Santos foram
embarcadas mais de 400 mil toneladas de carnes no ano passado. A nova câmara frigorificada vai operar em sinergia com os demais serviços que a Unidade oferece, como o Terminal de Contêineres com Redex de cargas, as habilitações de exportação para a Lista Geral (lista de estabelecimentos que atendem integralmente à legislação nacional e que estão habilitados a exportar produtos de origem animal a países terceiros, segundo determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA), além do serviço de inspeção de cargas vistoriado pelo Sistema de Vigilância Agropecuária Internacional – Vigiagro. Standard: (41) 2118-2800
Indústria Brasileira de Gases investe R$ 20 milhões em logística Além da compra de equipamentos, aporte prevê construção de novas filiais
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Indústria Brasileira de Gases (IBG) anunciou que destinará R$ 20 milhões para aprimorar sua estrutura logística no ano de 2011. Os investimentos serão destinados à aquisição de novos equipamentos de distribuição, como tanques e carretas criogênicas, cilindros de alta pressão e outros veículos. Os investimentos também atenderão às novas filiais da IBG, que serão construídas em Curitiba, Suape (PE), Vitória e Itajaí (SC), que ainda
receberá uma nova fábrica. “Estamos apostando no potencial das regiões Sul e Nordeste”, conta o presidente da indústria, Newton de Oliveira. “Sempre buscamos maneiras de reduzir custos com suprimento das nossas filiais e com distribuição. Ao mesmo tempo, investimos em novas unidades de produção e transformação, resultando no melhor custo-benefício para o cliente”, afirma o executivo. A IBG possui quatro fábricas dos gases argônio, oxigênio e nitrogênio,
além de unidades exclusivas de acetileno, óxido nitroso e enchimento de hélio líquido. A companhia comercializa também misturas especiais, medicinais, industriais, gás carbônico, ar comprimido, hidrogênio e hélio na fase gasosa. Em 2010, a empresa já havia destinado investimentos de cerca de R$ 8 milhões especificamente para o setor de logística. IBG: (11) 4582-8534
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Raízen reconhece operadores logísticos Programa GELog promove a melhoria contínua nas operações de CCT no setor canavieiro Divulgação
senvolve ao longo da safra – que compreende o período de abril a dezembro –, quando a companhia realiza avaliações sobre todo o trabalho gerencial dos operadores em duas frentes: execução e resultado. Na primeira são avaliados, por exemplo, a política de recursos humanos, toda a estrutura disponível na área de saúde, segurança e meio ambiente (SSMA), as boas práticas e as condições dos equipamentos. Empresa terceirizou o corte, carregamento e Já em relação ao Resultado há ditransporte há dois anos versos indicadores, como tonelada/ Raízen, nova denominação da hora e tonelada/dia entregue, além de taCosan após sua fusão com a Royal xas de acidentes rodoviários e frequência Dutch Shell, realizou, no início de acidentes de trabalho. Outro índice de março passado, em Piracicaba (SP), o importante está relacionado à qualidade evento de premiação de seu programa do produto. “Não adianta colher e desdenominado Gestão da Excelência em truir a plantação”, resume. Logística (GELog). Na ocasião, a TransNa opinião do executivo, essa iniciamarca recebeu da companhia o reconhe- tiva da companhia permite um processo cimento por suas operações de corte, car- de aprendizado importante. “Acreditaregamento e transporte (CCT) de cana na mos que, num curto espaço de tempo, Usina da Serra, em Araraquara (SP). os operadores estarão preparados para O gerente Corporativo de Logísti- suprir as nossas necessidades num nível ca Agrícola da Raízen, Mario Cerqueira, operacional próximo daquele que era obconta que as operações de CCT na com- tido com a operação própria”, afirma. panhia sempre foram próprias. Há dois Para a safra de 2011, divulga Cerqueianos, porém, a empresa decidiu tercei- ra, 19% de toda a colheita da Raízen – rizar as atividades. O passo seguinte foi, cerca de 9,3 milhões de toneladas – será em 2010, criar o GELog, que surgiu com realizada por operadores. Para finalizar, o o objetivo de promover melhorias contí- gerente divulga outras novidades. “Agonuas nas operações de CCT. “Com este ra teremos também como fornecedor a programa, queremos acelerar o desenvol- Aqces Logística, que irá operar na Usina vimento dos operadores logísticos que da Gasa, em Araçatuba (SP). Além disso, estão chegando ao setor canavieiro e ain- fizemos uma concorrência para a Usina da não conhecem a atividade”, diz. da Benálcool, em Bento de Abreu (SP), e Este ano as empresas participantes a Expresso Nepomuceno é quem irá efedo GELog foram JSL, Gafor, Expresso tuar o CCT no local”, anuncia. Nepomuceno e Transmarca. A dinâmica Raízen: (11) 3897-9797 do programa, segundo Cerqueira, se de-
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MERCADO
AmstedMaxion desenvolve vagão Double Stack
Log-In oferece nova escala em Itajaí
Vagão permite dobrar a capacidade de carga dos trens
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partir do mês de abril, a Log-In Logística Intermodal passa a escalar o porto de Itajaí (SC), através do terminal Teconvi. De acordo com a empresa, a mudança tem como intuito oferecer uma solução logística mais eficiente e completa aos clientes, uma vez que o complexo dispõe de uma Estação Aduaneira de Interior (porto seco), alfandegada, e está integrado a todo o estado de Santa Catarina através das ferrovias BR101 e BR-470. Com a nova configuração, o porto de Imbituba (SC) será descontinuado pelo Serviço Amazonas, que inicia a viagem em Santos e segue no sentido Norte até Manaus, de onde retorna até o ponto de partida, no sentido Sul. Em Santa Catarina, a Log-In ainda escala o porto de São Francisco do Sul, pelo Serviço Atlântico Sul, que integra os principais portos do Brasil à Argentina e Uruguai com escalas semanais. Log-In: 0800 7256446
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Empresa utiliza a estrutura do Teconvi no local
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AmstedMaxion inicia a produção de um protótipo do vagão Double Stack, modelo que, segundo a empresa, é muito comum nos Estados Unidos e caracteriza-se como uma nova referência no transporte de contêineres. Os testes com dois protótipos de 1,60 m terão início ainda no primeiro semestre de 2011. O vagão Double Stack permite que os contêineres sejam carregados um sobre o outro, dobrando a capacidade transportada pela ferrovia, o que confere a esse modal uma significativa vantagem operacional em relação aos demais. Neste projeto da AmstedMaxion, foram considerados contêineres padrão ISO de 20’ e 40’, ou tipo High Cube, para ambas as bitolas ferroviárias brasileiras. Os vagões carregados com os contêineres têm uma altura final de seis metros em relação ao nível dos trilhos. Com isso, toda a sua estabilidade a altas velocidades foi analisada, sendo a suspensão do equipamento especialmente definida para que todos os movimentos verticais e laterais estejam sob controle. O sistema de absorção de choques foi calculado para reduzir ao mínimo
os efeitos dos impactos provenientes da operação ferroviária em longos trens e o sistema de freio desenvolvido com aplicação automática de pressão variável de força para quando o vagão estiver vazio ou carregado, gerando significativa economia. Durante seis meses, a área de Engenharia Ferroviária da AmstedMaxion trabalhou para definir a estrutura desse vagão, calculada por elementos finitos e simulada dinamicamente para que as piores condições de via e carregamento sejam absorvidas em serviço, sem gerar qualquer dificuldade operacional, tanto nos terminais de carga quanto de descarga, bem como nas oficinas de material rodante, já que todos os seus componentes são largamente conhecidos e de manutenção dominada pelas concessionárias ferroviárias. Os elementos desse projeto foram definidos pelo pessoal técnico da empresa a partir de informações obtidas por meio de entrevistas com profissionais da área operacional das ferrovias, em todos os níveis, e com clientes desse modal, para incorporar ao vagão todas as necessidades e eliminar as atuais dificuldades do segmento. Também foram realizados benchmarks em vagões similares fora do Brasil, para assegurar as vantagens competitivas e comparativas. AmstedMaxion: (12) 2122-1400
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Santos Brasil expande serviços para a Mercedes-Benz Operador logístico passa a realizar o inbound na linha de produção de ônibus
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Santos Brasil informa que, desde a segunda quinzena de fevereiro, realiza os serviços de logística de abastecimento – inbound – das fábricas da Mercedes-Benz para a linha de ônibus. A operação complementa o trabalho já prestado para a montadora na linha de caminhões, que inclui a armazenagem, além do abastecimento. Peças são armazenadas no CD do operador em São Paulo As peças, todas de origem nacional, são coletadas na fá- finidos de acordo com a demanda, brica da montadora em São Bernardo a fim de aumentar a eficiência do do Campo (SP) e armazenadas em processo e reduzir a necessidade de 1.500 posições-palete no centro de estoques intermediários. distribuição da Santos Brasil, localizaO contrato com a Mercedes-Benz, do no bairro do Jaguaré, em São Paulo. iniciado em meados de outubro do Entre as peças estão chicotes elétricos, ano passado para a linha de camialavancas de mudança, mangueiras, nhões, conta com os serviços da chapas e parafusos. No total, o ope- Santos Brasil Logística para transrador logístico movimentará mensal- porte de contêineres de importação mente cerca de seis mil peças da linha e exportação, gerenciamento de esde ônibus em seu estoque. toque e transporte de peças para as O abastecimento da linha de pro- linhas de montagem de caminhões, dução ocorre diariamente por meio chassis, eixos e motores. Para atende pedidos enviados via EDI (Elec- der ao cliente, a Santos Brasil intronic Data Interchange), integrados vestiu aproximadamente R$ 10 mientre os sistemas da Mercedes-Benz lhões, o que incluiu a compra de 21 e Santos Brasil Logística. A separa- novos caminhões, 35 semirreboques ção e o transporte dos itens para e quatro empilhadeiras. Dez profisatender à sequência de montagem sionais foram contratados para a exnas linhas de produção da monta- pansão do serviço. dora são realizados no modelo Just Santos Brasil: (11) 3897-1111 in Time (JIT). São dois horários, de-
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Locar adquire a Escalar
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Locar Guindastes e Transportes Intermodais anunciou a aquisição, no início do mês de fevereiro, da empresa mineira Escalar, fornecedora de andaimes, plataformas aéreas, manipuladores telescópicos e torres de iluminação. A compra faz parte do programa de investimentos de R$ 350 milhões para o biênio 2011/2012. A Escalar atende principalmente aos setores industrial e de construção, sobretudo nos segmentos de siderurgia e mineração, offshore, petroquímico e papel e celulose. Sua carteira de clientes possui companhias como Vale, Pe-
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Companhia incorpora linha de andaimes ao seu portfólio com a compra da fornecedora mineira
trobras, Usiminas, Gerdau Açominas e Arcelor Mittal. “Esta aquisição fortalece a expertise intermodal da empresa para
atender à forte demanda dos projetos e obras de infraestrutura”, declara Julio Eduardo Simões, presidente da Locar. A transação não apenas reforça o atual portfólio de plataformas e manipuladores da Locar, mas acrescenta também um novo segmento, com a linha de andaimes. A Locar estima que, ao longo dos próximos cinco anos, o volume de negócios gerado pela incorporação da Escalar represente 15% do faturamento da companhia. Locar: 0800 7700618
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MERCADO
Novos balanços mostram 2010 favorável para o setor Em virtude de alguns calendários fiscais serem deslocados, empresas de transporte e logística divulgam agora seus balanços do ano passado, que foi um dos melhores da história para o setor Indústria ferroviária faturou R$ 3,1 bilhões
motivas, com faturamento total previsto de R$ 3,8 bilhões. (11) 3289-1667
Segundo a Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer) – que reúne os principais fabricantes de equipamentos da indústria ferroviária brasileira –, em 2010 o setor produziu 3.261 vagões, 430 carros de passageiros e 68 locomotivas. O faturamento total da indústria chegou a R$ 3,1 bilhões, resultado 48% superior aos R$ 2,1 bilhões de 2009. Na opinião do presidente da entidade, Vicente Abate, a ampliação da malha ferroviária de cargas, a continuidade dos investimentos no setor metroferroviário e a efetivação do projeto do Trem de Alta Velocidade deverão proporcionar ainda mais serviços nos próximos anos. “Esses fatores vão impulsionar o desenvolvimento da indústria de vagões, locomotivas, carros de passageiros e materiais para a via permanente”, ressalta Abate. Para 2011, as projeções apontam para a produção de cinco mil vagões, 450 carros de passageiros e cem loco-
A JCB, fabricante de retroescavadeiras e manipuladores telescópicos, alcançou excelentes resultados em 2010: a empresa teve aumento de 104% em vendas de máquinas com relação ao ano anterior. Segundo o diretor-geral da JCB para a América Latina, Carlos Hernández, o bom desempenho foi consequência de fortes investimentos em infraestrutura e lançamentos de novos equipamentos durante o ano passado, um maciço trabalho de pós-vendas e o aquecimento do mercado, principalmente nas áreas de construção e infraestrutura. “Aumentamos o portfólio com novas máquinas, como a retroescavadeira 3CX, com deslocamento lateral; a escavadeira de longo alcance JS220 LR; o rolo compactador VMT 860; a pá carregadeira sobre rodas 436 ZX e a escavadeira hidráulica sobre esteiras JS 130 LC. Além disso, a empresa ingressou em um novo segmento, o de carregadeiras compactas, com o lançamento do modelo 170 SSL”, detalha o executivo. Segundo ele, hoje a empresa oferece um total de 21 modelos diferentes de máquinas ao mercado brasileiro. Ainda em 2010, a JCB inaugurou sua segunda linha de produção no
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Vendas da JCB Brasil aumentaram 104%
país, uma fábrica de escavadeiras em Sorocaba (SP) – mesma cidade da primeira planta. O investimento total foi de US$ 5 milhões e a capacidade de produção é de 400 escavadeiras por ano. A companhia também ampliou em 50% a capacidade de produção de retroescavadeiras da fábrica de Sorocaba, aumentando a área construída em 15%. “Com o excelente momento das áreas de construção e infraestrutura, a demanda por máquinas de qualidade tem sido constante e para atendermos plenamente aos nossos clientes é importante aumentar a capacidade produtiva”, afirma Hernández. Ele conta que a expectativa para 2011 é manter esse ritmo de crescimento. Para tanto, a JCB está com estratégias bem definidas nas mesmas frentes: a construção de uma fábrica nova, o foco em pós-vendas e no atendimento ao cliente e a incorporação de novos modelos de máquinas ao portfólio.
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Grupo Ouro Verde consolida números do ano O Grupo Ouro Verde, empresa que atua em logística e locação de veículos e equipamentos, fechou o ano de 2010 com faturamento de cerca de R$ 517 milhões, obtendo uma receita líquida de R$ 446,7 milhões, crescimento de 24,6% em relação a 2009.
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De acordo com a empresa, a elevação no faturamento era aguardada, já que, desde 2008, a companhia vem sendo reestruturada para ampliar a sua receita e Ebitda. Com a nova organização, a Ouro Verde foi dividida em três segmentos de negócios – logística, locação e armazenagem – e passou a realizar investimentos anuais maiores em cada um desses setores. Em 2010, o investimento total da empresa nas suas três áreas foi de cerca de R$ 352 milhões. O Grupo Ouro Verde também auferiu taxas maiores de crescimento nos últimos três anos, totalizando 55,6% de acréscimo de receita líquida – sendo 24,4% em 2009 e 24,6% em 2010.
Na opinião do diretor-superintendente do grupo, Karlis Kruklis, vários fatores contribuíram para o crescimento da empresa em 2010. Um dos principais foi a primeira Karlis Kruklis emissão de debêntures em setembro, que permitiu a arrecadação de R$ 75 milhões. A adoção do asset light (manter poucos ativos) nas operações de logística rodoviária de cargas secas e líquidas também trouxe ganhos, com a redução de ativos fixos e o redirecionamento das operações para agregados e terceiros. Guilherme Pupo
A nova unidade fabril da empresa será construída em uma área de 200 mil m², localizada na rodovia Castelo Branco, também em Sorocaba. “O empreendimento terá capacidade instalada para produzir até dez mil máquinas por ano e deve iniciar as operações em 2012”, estima o diretor-geral. (15) 2101-1200
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O executivo anunciou que a empresa investirá cerca de R$ 350 milhões em 2011. Segundo ele, as apostas para este ano são mais agressivas. “Estamos colocando em prática nosso planejamento sustentável, com o objetivo de atender à demanda esperada”, revela. Ainda de acordo com Kruklis, grande parte dos investimentos anunciados para este ano está focada nos setores de infraestrutura e sucroalcooleiro e na ampliação da frota de veículos leves para terceirização. “Estamos consolidados em alguns segmentos, como o de locação de maquinários pesados para a produção do etanol e a terceirização de veículos leves. Agora queremos atuar mais fortemente na construção civil, setor essencial para o desenvolvimento econômico, com a locação de máquinas e equipamentos. Assim como em outras unidades de negócio, o grupo também almeja ser referência nesse segmento”, diz. (41) 3239-7000
Rodovisa movimenta cem mil toneladas em 2010 A campinense Rodovisa, empresa especializada no transporte rodoviário de cargas aéreas e marítimas e em serviços logísticos, encerrou o ano de 2010 com cerca de cem mil toneladas transportadas, volume 122% maior que o registra-
ALL anuncia números de 2010 e projeta 2011 A América Latina Logística (ALL) informa que registrou, em 2010, um crescimento de volume de 10,8%,
chegando a 43,1 bilhões de TKUs (toneladas por quilômetro útil) transportadas. Segundo a empresa, o resultado foi impulsionado por um forte desempenho operacional, ganhos em participação de mercado em um cenário favorável de exportação no Brasil, além de expansão no segmento de produtos industriais intermodais. A geração de caixa operacional consolidada da companhia cresceu 21,6%, passando de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,3 bilhão. Já o lucro líquido aumentou 591%, de R$ 34,7 milhões em 2009, para R$ 239,9 milhões no último ano. De acordo com o presidente, Paulo Basílio, em um mercado de forte expansão nas exportações agrícolas e boa recuperação da atividade industrial, o volume consolidado da empresa cresceu em mais de 10%, com aumento de margem e rentabilidade.
Perspectivas para 2011
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Investimentos
do em 2008 – até então o melhor ano para a empresa em volume transportado, com 45 mil t. Em 2009, sob os efeitos da crise financeira mundial, a Rodovisa movimentou Alnir Turola 37 mil t. Segundo Alnir Turola, diretor Comercial da Rodovisa, os números obtidos refletem o bom ano vivido pela economia brasileira de uma forma geral. “2010 foi um ano de retomada, com crescimento nos principais setores atendidos pela Rodovisa, como o agropecuário e de eletroeletrônicos”, explica o executivo. Em 2010, a transportadora inaugurou sua primeira unidade fora do estado de São Paulo, na cidade de Varginha (MG), com o objetivo de atender às empresas locais e também às que transportam produtos entre o aeroporto de Viracopos, em Campinas, e o Porto Seco Sul de Minas. “Varginha é um ponto estratégico para as empresas de transporte e logística que buscam ampliar sua atuação em Minas Gerais. É uma cidade muito bem localizada entre São Paulo e Belo Horizonte, próxima à Rodovia Fernão Dias, que conecta os dois polos”, justifica Turola. Além da sede em Campinas, a Rodovisa conta com unidades em Sorocaba, Guarulhos e Santos (SP), com atuação nos dois principais aeroportos de cargas do país – Viracopos e Guarulhos –, além do Porto de Santos. (19) 3728-8888 Divulgação
No segmento de armazenagem, o crescimento das receitas da empresa tem sido impulsionado pelas ações de ampliação da estrutura dos terminais de cargas paranaenses, em Paranaguá e na cidade de Ponta Grossa, além da aquisição de mais um terminal no Porto de Itajaí (SC). Segundo Kruklis, para 2011 já estão previstos investimentos em uma nova unidade de armazenagem no Rio Grande do Sul.
Na opinião de Basílio, o ano de 2010 foi marcado por grandes realizações e pela consolidação da estratégia de desenvolver novos negócios a partir da estrutura ferroviária da ALL. O principal destaque, diz, foi a criação da Brado Logística, empresa idealizada para ser um player de logística de contêineres, replicando no Brasil um modelo já existente em outros países, onde a ferrovia tem papel predominante no segmento.
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Magrão Scalco
Randon atinge receita bruta de R$ 5,6 bilhões
A Randon Implementos anunciou que a receita bruta total da empresa em 2010 atingiu R$ 5,6 bilhões, crescimento de 51% em relação ao ano de 2009, quando foram registrados R$ 3,7 bi. A receita líquida consolidada, de R$ 3,7 bi, cresceu 50,6% e o Ebitda foi de R$ 541,4 milhões, 82% maior que os números do ano ante-
rior, resultando em um lucro líquido consolidado de R$ 249,5 mi. Com o desempenho registrado em 2010, a Randon atinge um crescimento médio anual de 18% no acumulado dos últimos 15 anos. As exportações registraram evolução de 46,5%, alcançando US$ 240,5 mi, ante US$ 164 mi em 2009. Apesar do crescente grau de internacionalização, o diretor Corporativo e de Relações com Investidores das Empresas Randon, Astor Milton Schmitt, destaca o fato de a Randon direcionar a maior parte de seus negócios ao mercado doméstico, que respondeu por cerca de 88% da receita líquida consolidada em 2010. A Randon vendeu 23.862 unidades de reboques e semirreboques no ano passado, número 40% superior no comparativo com 2009. Deste total, 19.077 foram para o mercado doméstico, resultando em um market share de 32,18%, conforme dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave). A companhia apresentou resultados positivos também no setor de vagões ferroviários, com 989 unidades comercializadas – crescimento de 191% em relação a 2009 –, o maior volume registrado desde a entrada da Randon no segmento, em 2005. A Randon anuncia, ainda, que investiu um total de R$ 190,5 mi em 2010, montante direcionado ao aumento de capacidade nas diferentes linhas de produtos, à reposição de ativos depreciados e à modernização e desenvolvimento de novos produtos e ferramentais diversos. Para 2011, a Randon estima receita bruta total de R$ 5,9 bi, receita líquida consolidada de R$ 3,9 bi, exportações de US$ 250 mi e importações de US$ 100 mi como parte do plano estratégico da companhia. (54) 3209-2000
ANTF divulga balanço ferroviário dos últimos 13 anos
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O executivo faz outros destaques. “Também realizamos um antigo sonho ao entrar no Novo Mercado, o nível máximo de governança corporativa da BM&F Bovespa. Adicionalmente, evoluímos nos demais projetos estratégicos de expansão, com o avanço nas obras de prolongamento da ferrovia no Mato Grosso, que deve chegar a Rondonópolis já em 2012, e a aquisição de frota adicional do projeto de duplicação da malha paulista, em parceria com a Rumo Logística”, conta. Para o futuro, a meta é trabalhar em projetos de infraestrutura na área de terminais e no segmento de minérios. “Os nossos projetos de médio e longo prazo estão avançando, criando uma base sólida para o salto que a ALL pretende dar nos próximos anos”, afirma. Segundo o executivo, a empresa deve investir em 2011 R$ 650 milhões, a fim de aumentar a capacidade de transporte, e outros R$ 300 milhões na construção da ferrovia entre Alto Araguaia e Rondonópolis (MT). (41) 2141-7555
Segundo dados divulgados no final de fevereiro pela Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF), a movimentação de carga aumentou 86% desde a concessão das ferrovias brasileiras para a iniciativa privada, que teve início em 1997, até o final de 2010 – um salto, de 253,3 milhões de toneladas, para 471,1 milhões de t por ano. O crescimento foi alavancado principalmente pelo transporte de produtos siderúrgicos e de commodities agrícolas como soja, milho e açúcar. O número de empregos diretos e indiretos gerados pelo modal ferroviário cresceu 131,6% de 1997 a 2010. No mesmo período, a frota em circulação aumentou em mais de 128%. O número de locomotivas passou para 3.130 e o de vagões, para 99.531. Além disso, a idade média da frota de vagões, que na década de 1990 era de 42 anos, hoje é de 25 anos. Segundo o diretor-executivo da ANTF, Rodrigo Vilaça, as ferrovias hoje transportam 25% de todas as cargas movimentadas no território nacional, apesar da extensão de apenas 28.476 quilômetros. Os números comprovam a importância do transporte sobre trilhos em relação aos outros modais, embora o rodoviário ainda seja predominante. “Para atender à demanda
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atual de cargas com mais eficiência, o Brasil deveria ter 52 mil quilômetros de ferrovias”, diz Vilaça. Segundo o executivo, o sistema tributário, as dificuldades de acesso e operação nos portos brasileiros e a falta de integração entre os modais são alguns dos problemas que afetam o crescimento do transporte de cargas. “Precisamos melhorar os modais com um plano integrado da matriz de transportes”, destaca Vilaça. Ele afirma, ainda, que o governo deveria dar mais atenção ao planejamento orçamentário, às mudanças no licenciamento ambiental e às desapropriações de terrenos. “Hoje, pelo menos 200 mil famílias residem nas faixas de domínio das ferrovias e ainda existem 12,5 mil passagens de nível crítico, que são cruzamentos en-
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tre estradas e ferrovias, além de travessias em áreas que foram se tornando densamente povoadas e que precisam urgentemente da construção de contornos ferroviários”, explica.
Investimentos Segundo a ANTF, os investimentos realizados pelas empresas concessionárias de 1997 a 2010 somaram mais de R$ 24 bilhões. Só no ano passado foram cerca de R$ 3 bilhões – quase 20% a mais que em 2009 – aplicados na recuperação da malha, adoção de novas tecnologias, redução nos níveis de acidentes, capacitação profissional, aquisição e reforma de locomotivas e vagões. Além disso, as concessionárias recolheram aos cofres públicos, em
2010, mais de R$ 1,91 bilhão em parcelas de concessão e arrendamento, impostos municipais, estaduais, federais e Cide – a Contribuição sobre Intervenção no Domínio Econômico. Esses recolhimentos totalizam mais de R$ 14 bilhões recebidos pela União desde a implantação do modelo de concessões – soma superior ao déficit acumulado pela Rede Ferroviária Federal, a estatal que monopolizava as operações de transporte ferroviário antes de 1997. A malha ferroviária para o transporte de cargas em operação no Brasil totaliza 28.476 km, divididos em 12 concessões, que estão sob a responsabilidade de dez concessionárias. Nove delas são empresas privadas e fazem parte da ANTF. (61) 3226-5434
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MERCADO
CROSS-DOCKING • Antonio Gustavo Matos do Vale assumiu, no dia 16 de março, a presidência da Infraero. Graduado em Ciências Contábeis, Administração de Empresas e Ciências Econômicas pela Universidade Católica de Minas Gerais (PUC Minas), Vale é especializado em Análise de Sistemas de Informação pelo Centro de Desenvolvimento em Administração Paulo Camillo de Oliveira Penna, da Fundação João Pinheiro, vinculada à Secretaria de Estado de Planejamento e Gestão de Minas Gerais. Antes de assumir a presidência da Infraero, Vale ocupava o cargo de diretor de Liquidações e Controle de Operações do Crédito Rural do Banco Central do Brasil. (61) 3312-3400
Johansson, que se aposentará em 1º de setembro próximo. Após essa data, Persson assumirá, então, o cargo de presidente da AB Volvo e de CEO do Grupo Volvo. (41) 3317-8111
• Paulo Sarti é o novo diretor-presidente da Penske Logistics América do Sul. Formado em Administração de Empresas pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), o executivo atua na companhia desde 2004 e, antes de assumir como diretor-presidente, ocupava o cargo de diretor Sênior de Operações. Sarti sucede a Bill Scroggie, que retornou para os Estados Unidos para ser vice-presidente Sênior de Operações da Penske para a região Central. (11) 3738-8200
• A Jamef Encomendas Urgentes anuncia novos gerentes regionais, que passam a ser responsáveis pela gestão comercial, administrativa e operacional das filiais da região sob sua responsabilidade. No Sul, o comando está com Marcelo Sobhie; a filial Sudeste foi assumida por Marcello Figueiredo; e a Centro-Oeste e Interior de São Paulo ficou a cargo de Flávio Silva. Os três profissionais já pertenciam aos quadros da Jamef. Sobhie ingressou na empresa há oito anos para assumir o cargo de gerente Administrativo Operacional; Figueiredo foi coordenador Comercial e gerente regional de Vendas. Além dos regionais, a filial Curitiba também ganhou, em março, um novo gerente, Sergio Indiani. Formado em Administração de Empresas pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP) e com MBA em Logística Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV/Bauru, SP), antes de chegar à gerência de Curitiba o executivo passou pelo cargo de trainee na filial São Paulo durante um ano e meio, até assumir a gerência da filial de Bauru, onde ficou durante três anos. (31) 2102-8888
• Olof Persson, economista pós-graduado pela Universidade de Karlstad, na Suécia, assume, no dia 1º de maio, como vice-presidente executivo e CEO-adjunto da AB Volvo e CEO do Grupo Volvo. Atual presidente da Volvo Construction Equipment, empresa do grupo que produz equipamentos de construção, o executivo chega para substituir Leif
• A Locar Guindastes e Transportes Intermodais contratou, em fevereiro, o executivo Fernando Anaya para o cargo de diretor de Manutenção. Técnico em Eletrônica formado pela Escola Nacional de Educação Técnica da Argentina, Anaya possui 30 anos de experiência no setor, tendo atuado nas empresas argentinas Dulcemar, Domecq Garcia e Sullair,
bem como na Solaris do Brasil por dez anos. A empresa também promoveu Yuri Caldeira para a direção executiva da Divisão Lift Rental, área recém-criada para abrigar os negócios com gruas, plataformas aéreas e manipuladores. Com 11 anos de experiência no setor, o dirigente é formado em Administração de Empresas, com MBA em Marketing de Serviços e Finanças, ambos pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). (11) 3545-0500 • Eleito pelo Conselho de Administração da MRS Logística, Sérgio Moniz Barretto Garcia tomou posse, no dia 21 de março, no cargo de diretor Comercial da companhia. Garcia é formado em Engenharia Naval pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e mestre em Estratégia Logística pelo Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (Coppe/UFRJ). Com experiência na área de carga geral, o executivo atuou por 13 anos no Grupo Wilson, Sons, onde foi um dos responsáveis pela criação da Wilson, Sons Logística. 0800 9793636 • Alejandro Martín Bagnati acaba de assumir a diretoria de Desenvolvimento de Negócios da Veloce Logística. Formado em Administração de Empresas, o executivo passou por companhias importantes do setor logístico, como Columbia, Penske e Exata. Na filial argentina, Valério Gonçalves de Araújo, que anteriormente presidiu a VGA Logística, chega para o cargo de gerente Comercial. (11) 3818-8000 • A Brasil Máquinas de Construção (BMC), distribuidora exclusiva das máquinas e equipamentos Hyundai no Brasil, anuncia que reforçou seu quadro diretivo para suportar os
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planos de expansão para 2011, com a implantação da fábrica da empresa no Brasil. Paulo Lancerotti, profissional com grande experiência e conhecimento no setor de máquinas pesadas, deixa a diretoria executiva da Sobratema (Associação Brasileira de Tecnologia para Equipamentos e Manutenção) para assumir o cargo de diretor-superintendente da companhia. Luiz Lopes, que assume o departamento de Marketing e Planejamento Estratégico, conta com vasta experiência em ambas as áreas, com passagens por multinacionais e nacionais como a American Express e a Fundação Dom Cabral. Junto a eles, as mais recentes contratações da empresa incluem também os ex-colaboradores da Sotreq José Alberto Bueno, diretor de Suporte ao Produto, e Erasmo Carvalho, gerente de Peças, além de Marcelo Antonelli Silva, diretor da Divisão de Equipamentos de Concreto. (11) 3036-4000 • Simone Felix assume a gerência Comercial da unidade de Itajaí (SC) da Localfrio, após atuar por dois anos como executiva comercial da empresa no Vale do Paraíba (SP). Formada em Economia na Universidade do Vale do Paraíba (Univap) e pós-graduada em Logística na Fundação Getulio Vargas (FGV), Simone tem mais de 20 anos de experiência no segmento logístico e terá como principal desafio fazer crescer em dois dígitos a participação da empresa no mercado local. 0800 164060 • André Barbosa da Silva assumiu a gerência de Peças de Reposição da Paletrans Equipamentos. O executivo é formado em Engenharia Mecânica Aeronáutica pelo Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), em São José dos Campos (SP), e possui
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MBA em Marketing de Serviços pela Fundação Instituto de Administração (FIA), em São Paulo. Antes de chegar à Paletrans, Silva ocupava o cargo de gerente de Marketing de Peças na Nacco. (16) 3951-9999 • A Panalpina Brasil designou Vinicius Giamatei para o cargo de trade lane manager para a rota Ásia-Pacífico-Mercosul, como parte dos investimentos da companhia na China. O executivo, que ficará baseado em Hong Kong, é formado pela Universidade IberoAmericana e pós-graduado em Logística Empresarial pela Fundação Antonio Álvares Penteado (FAAP). Giamatei atua em logística há 11 anos e passou por empresas como Semp Toshiba, Siemens e KuehneNagel. (11) 2165-5700 • A TNT nomeou, no início do mês de março, três novas colaboradoras na diretoria de Vendas e Marketing. Raquel Yamashita Battin assumiu o cargo de gerente de Suporte e Administração de Vendas; Patrícia Sarti chega para a gerência de Treinamento de Vendas e Adriana Helena Celestino ocupa a gerência de Televendas de São Paulo. Raquel é formada em Logística, com ênfase em Transportes, pela Faculdade de Tecnologia (Fatec), em São Paulo, e antes de assumir o cargo na TNT era supervisora Operacional de Vendas da UPS. Já Patrícia, que prestava assessoria em comércio exterior, é formada em Linguística pela Universidade de Campinas (Unicamp), enquanto Adriana é graduada em Administração de Empresas pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUCSP) e exercia o cargo de gerente Comercial na DHL. (11) 3573-7700
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Novos caminhos para a Amazônia Legal Projeto encomendado pela CNI junto à Macrologística aponta os principais gargalos logísticos, desmistifica antigas certezas operacionais e aponta novas alternativas para a movimentação de mercadorias na Amazônia Legal
H
á pouco mais de três anos, a Tecnologística publicou uma matéria traçando um panorama, na época, de como se encontrava a BR-319, única ligação rodoviária entre as capitais dos estados do Amazonas, Manaus, e de Rondônia, Porto Velho. Já em fevereiro de 2009, abordamos, num trabalho sobre a infraestrutura portuária, a situação operacional e os investimentos previstos para o Porto do Itaqui, instalado na capital maranhense, São Luiz. De lá para cá, pouca coisa – ou quase nada, no caso da BR 319 – mudou. Os dois estados, assim como os demais
que compõem a região denominada Amazônia Legal – Acre, Amapá, Pará, Mato Grosso, Tocantins, Roraima e Rondônia –, esperam por melhorias em suas estruturas logísticas. Pensando nisso, a Confederação Nacional da Indústria (CNI), por meio da Ação Pró-Amazônia, grupo de trabalho composto pelas federações das indústrias dos nove estados da região, encomendou um estudo junto à consultoria Macrologística para conhecer a fundo a situação atual da logística na região, desmistificar antigas crenças e vislumbrar novas possibilidades de movimentação de produtos.
O resultado do estudo “Projeto Norte Competitivo”, que foi apresentado no último dia 15 de março, em Brasília, para representantes dos governos Federal e dos estados da Amazônia Legal, para as autarquias e para o empresariado, reacende a discussão de como inserir, de fato, os estados da Amazônia Legal no contexto econômico brasileiro.
O projeto O diretor da Macrologística, Olivier Girard, diz que o trabalho surgiu no início de 2009, da necessida-
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O estudo mapeou quais países e estruturas logísticas poderiam ser vias de escoamento para os produtos da região
Macrologística identificou sete principais eixos: Hidrovia do Madeira; o corredor de ligação entre Manaus-BelémBrasília; a Estrada de Ferro Carajás; a Malha Norte da ALL; as BRs 364 e 158 e o Eixo Rodoviário Maranhense. “Analisamos diferentes trechos em cada um dos corredores para chegar a gargalos como, por exemplo, acessos e capacidade de escoamento das rodovias. Além disso, avaliamos os problemas de movimentação e armazenagem nos terminais”, afirma. Toda essa análise foi concluída em maio de 2010.
identificados, entre nacionais e internacionais, 42 eixos de integração de transportes – que chegavam a 932 rotas. Sete já existiam no Brasil, 21 novas surgiram e 13 eram internacionais. O passo seguinte foi mapear todos os projetos existentes – iniciativas federais, estaduais, ou aqueles apenas idealizados – nestes eixos. Ao todo, 171 projetos foram identificados, com 20 descartados por serem apenas de interesse local ou inviáveis, quando comparados com outro mais próximo. Após isso, o trabalho foi definir o status de cada projeto: em andamento, projetado, planejado e idealizado. Ao todo, a consultoria calculou que seria necessário um investimento residual – montante que falta para concluir os 151 projetos restantes – de R$ 51 bilhões, sendo R$ 45 bilhões nacionais, R$ 5 bilhões internacionais e R$ 1 bilhão binacionais.
Quanto custa Para focar ainda mais o trabalho, Girard diz que o próximo passo foi, por meio de um sistema de otimi-
Segunda fase A etapa seguinte consistiu em buscar soluções. Antes, contudo, era preciso analisar os países próximos – norte do Chile, Bolívia, Peru, Equador, Venezuela, Guiana e Guiana Francesa. “Olhamos indicadores geoeconômicos, a balança comercial junto ao Brasil, mapeamos a infraestrutura e analisamos o que cada país produz”, conta. A ideia, ressalta Girard, era determinar quais países e quais estruturas logísticas poderiam ser potenciais vias de escoamento para a produção da Amazônia Legal. Foi possível visualizar, também, quais seriam os eixos de integração internacionais. O trabalho deu resultado. O diretor da Macrologística informa que foram
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de que a Federação das Indústrias do Pará (Fiepa) mostrou em conhecer a situação portuária do estado. O executivo conta que após algumas reuniões, porém, chegou-se à conclusão de que o trabalho não deveria apenas avaliar a ponta da cadeia logística, uma vez que havia problemas em todo o sistema. O passo seguinte foi definir que as análises deveriam ser expandidas para toda a Amazônia Legal, já que as dificuldades logísticas eram similares em todos os estados. A primeira fase do projeto consistiu no levantamento de dados. Baseado no ano de 2008, que serviu de referência, visto que o estudo teve início em 2009, a Macrologística avaliou a infraestrutura logística – hidrovias, ferrovias, rodovias, dutovias, portos, aeroportos e terminais de armazenagem – e as cadeias produtivas dos nove estados, divididos em 33 mesorregiões (subdivisão dos estados brasileiros que congrega diversos municípios de uma área geográfica com similaridades econômicas e sociais). Vale lembrar que apenas 19 mesorregiões foram levadas em consideração devido à relevante produção. Girard explica a dinâmica. “Chegamos a 16 cadeias produtivas, num total de 33 produtos, e avaliamos qual era a produção atual, onde eram consumidos aqueles itens dentro e fora da Amazônia Legal, dentro do Brasil, da América do Sul e no restante do mundo”, diz. O objetivo foi traçar matrizes de origem e destino por produto. Com a análise dos fluxos realizada, os dados foram consolidados e foram definidos quais eram os modais e rotas utilizados para o transporte das cargas. “Para cada mesorregião tivemos uma visão clara de quais eram os itens produzidos, como eram transportados e para onde iam”, resume. Após comparar a oferta de infraestrutura com a demanda, o estudo da
Olivier Girard: estudo deu uma visão clara da produção e dos principais corredores de escoamento Abril/2011 - Revista Tecnologística - 43
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zação, verificar quais dos 42 eixos proporcionavam redução anual de custos. “Concluímos que 13 desses eixos não geravam economia para a Amazônia Legal. Entre eles estão praticamente todos os eixos internacionais e a hidrovia Teles Pires”, frisa. Segundo ele, em 2008, o custo logístico na Amazônia Legal era de R$ 17 bilhões. A Macrologística também projetou o cenário para 2020. De acordo com Girard, se nada for feito, o custo chegará a R$ 33,5 bilhões. Há alternativas, definidas após análises sócio-ambientais. O executivo avalia que, hoje, é preciso priorizar nove eixos – entre eles, cinco dos sete já existentes: Hidrovia do Madeira, a ligação entre Manaus-Belém-Brasília, a Ferrovia
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Até 2020, se nada for feito, o custo logístico da região saltará de R$ 17 bilhões para R$ 33,5 bilhões
do Carajás, a Malha Norte da ALL e a BR-364 – e desenvolver quatro novos eixos: as Hidrovias do ParaguaiParaná e Juruena-Tapajós e as BRs 163 e 242. “Apenas com isso tería-
mos uma redução de 11,3% no custo logístico em 2020”, garante. Girard lembra que a priorização nestes nove eixos reduz o número de projetos de 151 para 71. Será preciso aplicar R$ 14 bilhões e o prazo de retorno para os investidores é de menos de quatro anos. Para curtíssimo prazo, são R$ 6,8 bilhões de investimentos em 34 projetos.
Visão dos setores privado e público Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade, o principal objetivo do projeto é levar desenvolvimento à região Norte e contribuir com o seu crescimento. “Este estudo
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apresenta um plano estratégico para a malha de transporte multimodal, uma das maiores necessidades do setor produtivo brasileiro”, afirma. De acordo com o presidente, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 7,5% em 2010, o setor industrial brasileiro apresentou crescimento de 10%, mesmo com a falta de condições para escoar a produção na região. Andrade divulga números para ilustrar sua preocupação. “O Brasil investiu, entre os anos de 2009 e 2010, R$ 22 bilhões em infraestrutura, enquanto a China aplicou US$ 586 bilhões. A falta de condições gera o aumento nos custos, posterga decisões produtivas e dificulta a competitividade da exportação”, conclui. Na opinião do industrial, é preciso ter uma agenda com relação à infraestrutura para atrair investimento privado. “Temos obstáculos devido à burocracia e demora na execução das obras”, afirma. Presente à apresentação do Norte Competitivo, o governador do Pará, Simão Jatene, foi enfático. “Precisamos levar isso adiante para mudar
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Principais iniciativas O presidente da Federação das Indústrias do Maranhão (Fiema) e coordenador da Ação Pró-Amazônia, Edilson Baldez, destaca três pontos do projeto. O primeiro é a necessidade de investir nas hidrovias. Andrade, da CNI, reforça a tese de Baldez apresentando números. “Dos 44 mil km de vias interiores disponíveis, apenas um quarto é explorado, e mesmo assim com restrições operacionais”, denuncia. Também participante do ato da apresentação do projeto, o diretorgeral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), Fernando Fialho, diz que a autarquia vem trabalhando para estruturar a utilização das hidrovias. “O grande passo é conseguir que todas as hidrelétricas tenham obrigatoriamente a Miguel Ângelo
Divulgação AGV Wilson Dias - ABr Robson Braga: falta de investimentos barra competitividade da região
o olhar do Brasil sobre a Amazônia. É necessário definir uma estratégia para tocar esse projeto”, diz. Para ele, a região deve ser observada de outro jeito, não apenas como fornecedor de recursos naturais.
Edilson Baldez: retorno do investimento rápido é chamariz para a iniciativa privada
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Fernando Fialho: é preciso estruturar a utilização das hidrovias
eclusa em conjunto. Não podemos ficar barrando cursos de água sem dar alternativa para a navegabilidade”, reforça. Fialho afirma, também, que a agência tem feito eventos promovendo discussões específicas, a fim de superar equívocos ambientais que acabaram permeando a discussão sobre a implementação de hidrovias. “Todas as avaliações mostram que as questões ambientais são muito mais bem contempladas com o uso da hidrovia”, salienta. O segundo aspecto relevante abordado no estudo, na opinião de Baldez, está relacionado ao aumento da capacidade de armazenagem dos portos – marítimos e fluviais – instalados na região. Fialho, da Antaq, informa que para amenizar essa questão a agência publicou as normas 1.555, de 3 de dezembro de 2009, e a 1.590, de 9 de fevereiro de 2010, a fim de incentivar a instalação de estruturas portuárias de pequeno e médio portes (IP4) e estações de transbordo de carga na região (ETC).
O terceiro e último ponto destacado por Baldez fica por conta do curto espaço de tempo necessário para os investimentos terem retorno. “Isso é um chamariz para que a iniciativa privada venha investir junto com o poder público para viabilizar a Amazônia. O que já foi mostrado é que o governo não tem capacidade para, sozinho, investir nessas obras”, afirma. Segundo Baldez, há uma inquietação do segmento industrial. “As empresas têm o desejo de se instalar na região, mas, no momento de elaborar os projetos e equacionar a produção e sua destinação, esbarram na falta de logística. Temos um setor produtivo desestabilizado por causa da falta de infraestrutura”, lamenta. Para o executivo, o primeiro passo foi dado após o setor privado conceber o projeto. “Estamos oferecendo uma ferramenta para as melhorias”, diz.
O trabalho, porém, não para. Baldez afirma que, agora, a Ação Pró-Amazônia irá levar o estudo para as comissões de Infraestrutura e Integração Nacional do Congresso e o mostrará a parlamentares de outras regiões. O presidente da Federação das Indústrias do Estado de Mato Grosso (Fiemt), Jandir José Milan, conta que o objetivo é trabalhar em bloco com a bancada que representa a região – 27 senadores e 92 deputados, além dos nove governadores – para defender a definição dos projetos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e no orçamento da União. Além disso, informa, a CNI e a Ação Pró-Amazônia irão contratar uma empresa para fazer a cobrança e o acompanhamento do projeto por estado. “A cada dois meses vamos nos reunir para saber o que está sendo feito e realizar uma avaliação”, promete.
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Divulgação Antaq
Divulgação McLane
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Desenvolvimento da região por decisões multissetoriais
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O que diz o Governo Federal Na opinião do titular da Secretaria de Política Nacional de Transportes, órgão do Ministério dos Transportes, Marcelo Perrupato, o projeto Norte Competitivo, da Macrologística, e o Programa Nacional de Logística e Transportes (PNLT), do governo, são fundamentais e estratégicos para o país. “Não há repetições e nem conflito, é um detalhamento natural do processo de planejamento. Tudo o que o PNLT quer é que iniciativas dessa natureza sejam expandidas para todo o território nacional”, garante.
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Milan diz que o Mato Grosso é um dos mais interessados no projeto. Isso porque, diz, de tudo aquilo que os estados da Amazônia Legal geram para o Governo Federal, muito pouco é reinvestido lá. “O Brasil apresentou, em 2010, um superávit de US$ 21 bilhões. Apenas o Mato Grosso contribuiu com um terço deste valor. Somos um grande contribuinte, mas o investimento é pouco nessa região”, reclama. Há outro aspecto que contribuiu para o forte interesse no projeto. A localidade é a maior produtora de soja, algodão, girassol e carne bovina do Brasil. Além disso, caracterizase por ser uma região exportadora. De acordo com Milan, 35% de tudo o que foi produzido no estado foi destinado à exportação. Desse total, que representa US$ 8,5 bilhões, metade foi escoada pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Apenas 15% do embarques são realizados por meio da Hidrovia do Madeira.
O cenário onera o empresariado local. “Para levar uma tonelada de soja do norte de Mato Grosso até Paranaguá e depois enviar para a China, o frete custa R$ 260 por tonelada. Se invertermos este deslocamento para o Norte, por uma hidrovia contemplada no projeto, como a Juruena-Tapajós, esse custo seria reduzido para R$ 140 a tonelada”, revela.
Acessos rodoviários completam os corredores logísticos
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Divulgação Libra Divulgação MT Marcelo Perrupato: plano pode contribuir com o PNLT
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O secretário reconhece que o trabalho realizado pela Macrologística está com um foco de detalhamento e uma linha de trabalho socioeconômico mais apurado que o PNLT. “Eles estão num segundo estágio do planejamento. Nós fizemos o estratégico eles já estão no executivo”, diz. Perrupato garante que a Amazônia Legal está contemplada no programa federal. Ao todo, até 2023, R$ 21,2 bilhões serão aplicados para melhorias logísticas na região. Ele faz uma ressalva. “Temos um pouco mais de projetos que não estão na linha dos nove corredores estratégicos deles, como as vicinais”, destaca. De acordo com o secretário, o objetivo dessa iniciativa é criar uma
rede de cerca de 30 mil km de estradas vicinais que dariam acesso às populações e às mercadorias amazônicas até os portos fluviais. Orçado em R$ 400 milhões, o projeto está na pauta. Fábio Penteado
Antaq: (61) 2029-6500 CNI: (61) 3317-9989 Fiema: (98) 3212-1800 Fiemt: (65) 3611-1500 Macrologística: (11) 3082-3200 Ministério dos Transportes: (61) 2029-7000 Secretaria de Administração do Estado do Pará: (91) 3289-6229
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Luiz Machado
ENTREVISTA
Um exemplo para o Brasil A experiência europeia na implementação da legislação para destinação sustentável de resíduos sólidos pode servir de exemplo para a efetiva adoção da Política Nacional de Resíduos Sólidos brasileira. É o que acredita Luís Veiga Martins, diretor-geral Sociedade Ponto Verde, de Portugal, entidade responsável pela reciclagem de embalagens naquele país. Palestrante do II Fórum Internacional de Logística Reversa, ele deu a seguinte entrevista à Tecnologística
Tecnologística – Vocês na Europa já estão mais adiantados num processo que estamos apenas começando aqui. O que o Brasil pode aproveitar da experiência europeia no tratamento de resíduos sólidos? Martins – Tudo isso começou na Europa alguns anos atrás, em 1994, com a definição da estratégia de gestão de resíduos por parte da Comunidade Europeia, que definiu uma diretiva geral de resíduos similar ao que existe aqui no Brasil com a PNRS (Política Nacional de Resíduos Sólidos). No caso da Europa, a diretiva foi transposta para a legislação de cada um dos países da CE, adaptada à realidade local. Com isso, foram montados diversos sistemas de logística reversa para vários tipos de resíduos. Atualmente, eles existem para embalagens, eletroeletrônicos, veículos em fim de vida, pneus usa-
dos, óleos usados, resíduos de construção e demolição, resíduos biodegradáveis, pilhas e baterias. Essas diretivas definiram também metas, objetivos para o cumprimento, que foram seguidos em nível europeu e também nacional. O percentual é o mesmo para a Europa e para cada um dos países, mas o timing pode ser diferente em cada um deles.
conta a realidade dos países e o estágio de desenvolvimento de cada um. No caso do Brasil, como está a dar os primeiros passos, a lógica deverá ser a mesma. Definida a lei federal, os princípios gerais de gestão dos resíduos, depois cada um dos estados implementará as leis seguindo os princípios federais, mas adaptadas à realidade local.
Tecnologística – Imagino que alguns países já tivessem isso mais desenvolvido que outros, mesmo antes das diretivas. Martins – Sim. Uns já estavam numa fase mais avançada e outros mais atrasados. Por exemplo, nas embalagens, países como a França tiveram a segunda fase das metas para 2008; Portugal as tem para 2011 e a Polônia, 2014. Por isso toda a transposição da diretiva levou em
Tecnologística – Como a iniciativa privada tomou parte nisso? Martins – A partir do momento em que começaram a surgir confirmações de que o caminho era aquele e que os princípios eram aqueles, a iniciativa privada começou a se organizar para tomar a frente do processo. Ela teve de ser proativa. Tecnologística – Porque eu também imagino que, como aqui, lá al-
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Metas de reciclagem e valorização de embalagens RECICLAGEM %
Pro Europe
ANOS
VALORIZAÇÃO Global
Vidro
Papel
Metais
Plásticos
Madeira
1ª Fase (2001)
t50%
t 25
t 15
t 15
t 15
t 15
-
2ª fase (2008)
t 60%
55-80
t 60
t 60
t 50
t 22,5
t 15
Alguns países tiveram inicialmente prorrogações de prazos e em 2005 foi feita nova revisão da Diretiva para adaptação de prazos
gumas empresas já tivessem iniciativas avançadas nesse sentido. Martins – Sim. Mas a grande diferença é que, apesar de algumas já terem práticas e atitudes, a partir do momento em que isso se torna uma lei e, portanto, obrigatório, deixa de ser um ato voluntário. O ato voluntário pode hoje acontecer e amanhã deixar de acontecer. E quando se implementa uma política de logística reversa, quem vai ter um papel extremamente importante é a população. Porque estamos falando de resíduos domiciliares e contamos com as pessoas para que cumpram o seu papel de fazer a separação nas suas casas. E essa separação não pode depender do ato voluntário, em que um sistema de coleta seletiva de qualquer resíduo só estará ativo quando mercado estiver bom, e quando ele não estiver ela não ocorre. As pessoas habituam-se a que a coleta aconteça determinadas vezes por semana e vai cobrar. Daí a importância da lei. O que ocorreu na Europa é que foram instituídas as leis e os princípios e a iniciativa privada agiu no sentido de se organizar para dar cumprimento à lei, porque preferiu que fosse ela a gerir a deixar para um terceiro. Muitas vezes o que existe como alternativa a isso é a criação de uma taxa, um imposto, o que não é tão controlável. Tecnologística – Não dá para saber qual destinação será dada a desse dinheiro.
Martins – Exatamente. Pode até ir para uma causa nobre, mas que não é aquela para a qual a taxa foi criada. Nós temos casos em alguns países da Europa em que existe o sistema de taxa, só que parte dela vai para a coleta seletiva de embalagens e outra parte – que é mais de 50% – vai para o orçamento do país. Que pode até ser bem investido, como falei, mas não vai para a finalidade inicial a que a taxa se destinava. Por isso a iniciativa privada, como vai acontecer no Brasil, deverá tomar a iniciativa e arcar com os custos, mas deverá ser o Governo Federal a definir as linhas mestras através dos acordos setoriais, como está previsto na PNRS brasileira. Agora, no dia em que o sistema de coleta seletiva e de logística reversa começar, não pode mais parar. Tecnologística – E o que fazer com a figura dos catadores, que temos aqui no Brasil e que, imagino, não havia na Europa? Martins – Lá não tínhamos essa figura na escala que tem o Brasil, só numa dimensão muito pequena. No caso das embalagens – e o Dr. Silvano (Silvano Silvério da Costa, secretário Nacional de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente, também palestrante do Fórum) falou muito da questão da integração dos catadores, que é prevista pela lei de vocês –, na minha
opinião é possível haver essa integração de várias formas. Isso pode ser feito em nível dos municípios, que podem ter um papel muito importante, como ocorre na Europa. Mas aqui deve haver essa integração porque, claramente, a situação dos catadores deve ser considerada. Tecnologística – Sim, porque no Brasil muitas pessoas vivem disso e fazem um trabalho importante, que o poder público não faz. Martins – Se já fazem, é só uma questão de institucionalizar o seu trabalho. Porque as entidades que estão na Europa estão aqui, são as mesmas. Há as empresas, os varejistas, a população, os municípios, as indústrias recicladoras e as associações empresariais. É uma questão de se organizarem e juntarem essas peças na questão de quem faz o quê, que obrigações cada uma terá e as metas e prazos, que serão definidos pelos governos federal e estaduais. Os modelos de logística reversa que possam existir têm o principio da responsabilidade compartilhada do produtor e podem se adaptar a cada uma das realidades. Quando falamos aqui no Brasil na questão das embalagens, que é onde o catador tem um papel mais ativo, no final uma cooperativa de catadores é, ou poderá vir a ser, uma microempresa. E quem diz que essas microempresas daqui a alguns anos não se torAbril/2011 - Revista Tecnologística - 51
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ENTREVISTA
Pro Europe
Esquema de Logística Reversa de Elétricos e Eletrônicos
narão operadores privados de gestão de resíduos? É a evolução natural do mercado. Só que muitas vezes uma cooperativa não tem a infraestrutura necessária e o município pode então dar essa infraestrutura, ou colocá-la a concurso para exploração. Por isso que uma solução pode ser o município ter a estrutura de coleta, triagem e transporte e as cooperativas a colocarem em funcionamento. Existem várias soluções de acordo com a realidade de cada lugar. Tecnologística – Na Europa vocês começaram já com metas de quantidades?
Martins – Sim, sempre com metas de quantidades e prazos, ambas simultaneamente. O que variou foram os prazos, como expliquei, de acordo com o grau de desenvolvimento dos países. A primeira fase de metas para alguns países foi 2002 e para outros foi 2005. Mas era de 25% de reciclagem para todos. Para os que tiveram a primeira fase em 2002, a segunda fase de metas foi 2008; e os que a tiveram em 2005, é agora em 2011. E a meta passou a ser 55% de taxa de reciclagem. Tecnologística – As metas são as mesmas para todos os materiais?
Martins – Não, nesse caso há uma meta geral global e outra por material. Para papel cartão e vidro é de 60%; plásticos, 22,5%; metais, 50% e madeira, 15%. Tecnologística – Isso depende da quantidade ou da dificuldade de reciclar? Martins – As duas coisas, mas o principal é a aptidão do material à reciclagem. O plástico é muito pior, não existem ainda tantas possibilidades de reciclagem quanto existe para papel e papelão, ou são muito mais fragmentadas. Uma fração de plástico só serve para um fim específico. No caso do papelão é mais fácil. O vidro já tem também um estágio de desenvolvimento melhor. Por isso é que, na União Europeia, já está a se pensar em aumentar as metas do plástico, ou seja, a lei fez com que se criassem novas soluções tecnológicas para a reciclagem do plástico, então podemos ser um pouco mais ambiciosos em relação à meta. E os outros mantemos, porque também será utópico supormos que podemos ter 100% de reciclagem. É por isso que as metas, quando são definidas pela UE, falam sempre de um valor mínimo. Tecnologística – Como se dá a operacionalização desse recolhimento? Martins – A responsabilidade é do município. O produtor – que coloca a embalagem no mercado – tem a responsabilidade pelo resíduo que ele gera pós-consumo e vai transferir
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ENTREVISTA
Entidade abarca organização da reciclagem de embalagens na Europa
Pro Europe
Logística Reversa de Embalagens (Sistema Ponto Verde)
F
undada em 1995, a Packaging Recovery Organization Europe – Pro Europe – é a entidade que abriga as organizações para a reciclagem de embalagens no continente europeu, e também licenciadora da marca Ponto Verde (Green Dot), que envolve o conceito de implementação da responsabilidade estendida do produtor. Indústrias em 26 países utilizam o símbolo Ponto Verde, que representa a participação no esquema que financia o recolhimento, disposição, triagem e reciclagem de embalagens de produtos de consumo.
A Pro Europe atua ainda como autoridade para uma plataforma de políticas comuns que representam os interesses de todas as organizações de recolhimento e reciclagem de embalagens, que perseguem os mesmos objetivos de assegurar a coleta e reciclagem de embalagens da forma mais eficiente econômica e ecologicamente. Além dos países da Comunidade Europeia, adotam o Ponto Verde outras nações como Noruega, Croácia, Turquia, Reino Unido, Canadá, Islândia, Finlândia e Ucrânia. A Sociedade Ponto Verde é a representante em Portugal e foi uma das
fundadoras da Pro Europe, ao lado de Áustria, Bélgica, Espanha e França. O serviço de coleta e reciclagem financiado pelos clientes dos sistemas integrados membros da Pro Europe atingiu, em 2009, 400 milhões de habitantes, tendo sido prestado para cerca de 170 mil empresas, encaminhando 32 milhões de toneladas de embalagens para revalorização, das quais mais de três milhões de toneladas de embalagens plásticas. Tudo isso resultou em mais de 25 milhões de t de CO2 poupadas. www.pro-e.org
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essa obrigação legal para uma sociedade gestora, que passa a gerir esses resíduos em nome de seu cliente. Essa sociedade fará um contrato com o município, para que ele faça o trabalho de coleta e triagem. E por isso quem tem a responsabilidade acaba por ser o município, ou o consórcio de municípios, porque às vezes as cidades são bem pequenas e fazem isso em consórcio. E sei que em alguns estados brasileiros estão a adotar a solução de consórcios para a questão dos aterros sanitários, que pode perfeitamente ser um contrato para coleta e triagem integrado com os catadores. Mas, no caso da Europa, quem arca com os custos são as empresas produtoras, que são as geradoras dos resíduos. Na grande maioria dos países europeus, quem tem a concessão da coleta do lixo indiferenciado é o município, como aqui. A coleta seletiva pode ser ou não do município. Mas em alguns casos é ele que faz essa gestão e encaminha os resíduos, depois de triados, para as empresas de reciclagem. No Brasil pode funcionar com uma cooperativa de catadores integrada ao município e, da mesma
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“As crianças foram as grandes embaixadoras da reciclagem em todos os países da Europa, e aqui deve ocorrer o mesmo”
forma, encaminhando os resíduos para a indústria de reciclagem. Tecnologística – As sociedades gestoras são compostas por quem? Martins – Há vários modelos também, mas normalmente são formadas pelos produtores, pelo grande varejo e as indústrias de reciclagem. Existe uma lei em alguns países que diz que o varejo só pode ter nas prateleiras produtos que estejam contribuindo financeiramente para a gestão desses resíduos. E é o governo quem controla o cumprimento dessa lei. Normalmente, nessas sociedades gestoras
temos produtores com grande peso e depois alguns elementos da cadeia. Tecnologística – E o dinheiro da venda das matérias-primas provenientes dos processos de reciclagem, vai para quem? Martins – Varia de acordo com os modelos. Há modelos em que os valores resultantes da venda desses materiais vão para o município. Há outros em que vão para a sociedade gestora. A diferença é que estas sociedades não têm fins lucrativos e por isso, indo para os municípios ou para elas, o que vai variar é o que a sociedade paga para o município. Se este último fica com o valor integral do material, paga-se menos; se o valor do material vai para a sociedade gestora, ela paga mais. E ela é obrigada a investir todo o valor na atividade. E não vamos nos esquecer de quem financia. Se uma sociedade gestora tem um superávit, pode não aumentar o Ecovalor para quem financia, porque tem caixa. Aconteceu em Portugal, onde durante três anos não houve aumento do Ecovalor porque havia dinheiro em caixa. Em 2009 houve um déficit e, no ano seguinte, houve aumento no Ecovalor.
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Divulgação Ponto Verde
ENTREVISTA
Ecopontos com equipamentos para coleta de eletroeletrônicos
Tecnologística – O que é este Ecovalor? Martins – É o valor pago por material pelo produtor, de acordo com o custo da gestão de cada um deles. Por exemplo, gerir vidro não tem o mesmo custo que gerir plástico, alumínio ou aço. Alumínio é um mau exemplo no Brasil. Se tudo fosse como o alumínio, ou seja, se o valor do material pagasse a gestão do sistema, não existiriam as sociedades gestoras. Elas existem para garantir que a coleta seletiva seja implementada e que, nos dias definidos, haja a coleta, independentemente de o material coletado ter valor alto ou baixo no mercado. Há um exemplo que aconteceu em 2005, em que o valor do papelão caiu e a indústria de reciclagem não queria comprá-lo. A sociedade gestora teve então de manter em armazém, durante quatro meses, um estoque desse material, porque não podia dizer à população “agora parem de separar o papelão”. Isso não pode acontecer. Tecnologística – Não há nada que obrigue a recicladora a aceitar os materiais? Martins – Existe esta obrigação
por lei, mas no final a lei de mercado acaba prevalecendo. Tecnologística – E com relação à conscientização ambiental da população, que faz parte da Política Nacional de Resíduos Sólidos brasileira. Houve algo neste sentido na Europa? Martins – Sim, e ela é importantíssima. E a experiência que nós temos mostra que as crianças têm um papel muito importante neste processo. Elas foram as grandes embaixadoras da reciclagem em todos os países da Europa e certamente aqui vai acontecer o mesmo. E elas cobram muito dos pais, dos adultos, e esses hábitos vão passando de geração em geração. É um trabalho de formiguinha, de médio e longo prazo, e as pessoas vão ficar cada vez mais exigentes com relação a isso, até que o hábito se incorpore definitivamente. Tecnologística – É que aqui no Brasil temos um grande desnível cultural e sócio-financeiro na população. Martins – Temos lá também. Há diferentes países da parte leste da Europa que hoje em dia já estão mais desenvolvidos, mas que, quan-
do entraram na CE, estavam muito menos adiantados do que os do lado ocidental. E os países recémingressados têm as mesmas metas, só que os tempos e prazos de implementação são distintos. Também existem financiamentos por parte da comunidade para a implementação desses sistemas. A tendência aqui é que a economia continue se desenvolvendo e isso se vá resolvendo. E a exigência vai crescer, porque as crianças vão cobrar. Este é o grande papel da educação ambiental nas escolas. Como eu disse, as diferenças também existem na Europa, mas houve adaptação à realidade de cada região. Mesmo no caso de um país pequeno, que é Portugal, a operacionalização é diferente dependendo da região, porque a realidade de cada uma é diferente. Isso na parte operacional, de logística reversa. Mas os princípios e responsabilidades de quem financia são os mesmos. E acredito que se fará a mesma coisa no Brasil; tem que haver essa diferenciação. Porque as diretivas são cada vez mais ambiciosas. Existe uma nova diretiva “Aterros” que diz que a partir de 2020 não poderá entrar em nenhum aterro material reciclável. E todos os países têm que cumprir. Tecnologística – Existe um prazo para isso também na lei brasileira, que é 2014, o que é bastante utópico, visto que estamos começando agora. Martins – Mas é importante haver o começo. Há 16 anos, Portugal tinha praticamente um lixão por município, e são 300 municípios. Hoje em dia não há mais nenhum. Isso foi graças a todas essas diretivas. Hoje em dia há aterros sanitários, apenas três incineradoras e deixou de haver lixões. Nós tínhamos a pressão de fazer parte da Comunidade Europeia
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“É importante haver um começo. O fato de haver uma lei pressionando é fundamental para que o processo se inicie”
e ter fundos comunitários – alguns a fundo perdido –, o que ajudou. O fato de haver uma lei pressionando é fundamental para que o processo se inicie. Questões políticas há em todo lugar e é preciso lidar com elas. Agora, ao final, esse é um sistema mais barato do que as empresas estarem a fazer de uma forma mais fragmentada ou isolada, sem a obrigatoriedade. Tecnologística – Tudo isso já gerou mudanças de produtos e de embalagens? Martins – Certamente. Há o exemplo das garrafas PET. Como o produtor paga seu Ecovalor pelo quilo da embalagem colocada no mercado, a forma de se reduzir essa fatura é diminuir o peso dessas embalagens, empregando menos material. Se observarmos uma garrafa PET aqui e na Europa veremos que lá elas são muito mais finas e leves. A indústria de PET reduziu nos últimos anos em cerca de 20 a 25% o peso de suas embalagens. E esse é um dos objetivos da diretiva Europeia ao criar todos esses Ecovalores, é fazer com que as empresas repensem todo o seu processo. E quando se fala em prevenção – uma palavra muito bonita – o drive é a redução de custos. Mas, se as empresas pagarem menos e o ambiente ganhar, ótimo. Está bem para todo
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mundo. O que temos que garantir é que seja dado um destino adequado a essa embalagem após o consumo. Tecnologística – E isso gera negócio para as empresas de logística? Martins – Depende do fluxo. Se falarmos das embalagens, a coleta domiciliar está com os municípios, e os prestadores de serviços logísticos podem ganhar se o município terceirizar essas operações. E daqui a alguns anos as cooperativas vão se transformar em operadores de gestão de resíduos e então ganhar também. Na parte dos eletroeletrônicos, quanto maior o número de pessoas que separarem, mais negócios isso irá gerar. Ou seja, em toda a cadeia vai haver geração de riqueza. O sistema porta a porta varia de país para país. Portugal, que tem dez milhões de habitantes, tem coleta domiciliar para resíduos apenas para 700 mil habitantes. Mas em determinadas zonas existem sistemas de contêineres ou Ecopontos, no caso das embalagens. No caso dos eletroeletrônicos, a coleta pode ser domiciliar, mas a lógica é as pessoas levarem os produtos aos pontos de coleta, que podem ser grandes varejistas ou até mesmo os bombeiros. Existe também a obrigação do varejista, quando vende uma geladeira, de trazer de volta o aparelho antigo. Ou seja, dependendo do resíduo existe coleta domiciliar ou não. No caso do Brasil deve-se pensar um pouco a coleta domiciliar pela questão dos catadores, da integração e da maximização de sua utilização nas cooperativas. Silvia Marino
luis.martins@pontoverde.pt www.pontoverde.pt
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Fotos: Divulgação Fibria
SUSTENTABILIDADE
Sustentabilidade em cadeia Empresa brasileira do setor papeleiro, a Fibria é uma das pioneiras em estender suas práticas de governança climática ao supply chain, dando início a um círculo virtuoso que tenderá a crescer e se tornar praxe no mundo todo nos próximos anos
A
té há pouco tempo, a implementação de melhorias na cadeia de suprimentos estava quase que unicamente atrelada às questões econômicas. Era importante tornar os processos mais eficientes, por meio do emprego de novas formas de gestão e tecnologias de ponta, para reduzir custos, aumentar a agilidade e, consequentemente, assegurar a competitividade no mercado e obter maiores ganhos. Mas hoje as empresas começam a se dar conta de que apenas isso não é suficiente. É preciso pensar também na próxima fronteira, batizada
de Green Supply Chain, e em como mobilizar todos os elos da cadeia para que se enquadrem no escopo de sustentabilidade. Isso significa que, para as companhias se tornarem de fato sustentáveis – uma imposição do modelo econômico do século XXI – não bastará mapear e identificar as emissões de carbono e demais gases do efeito estufa (GEE) apenas nos seus processos de produção internos e adotar ações para reduzilas. Será preciso, inclusive, redesenhar a logística de recebimento e distribuição de materiais e de produtos, visando reduzir o consumo
de combustível, entre outras metas, e, principalmente, optar por trabalhar com fornecedores que também apliquem esses conceitos e práticas em seus negócios. Foi a preocupação com esse tema que levou a Fibria, empresa fabricante de celulose, criada em 2009 pela fusão da Aracruz com a Votorantim Celulose e Papel (VCP), a iniciar, no ano passado, um trabalho com 76 dos seus principais fornecedores, incluindo nesse rol as transportadoras. Para isso, a empresa assinou um termo de compromisso junto ao Carbon Disclosure Project (CDP) – uma organização não governamental, sem fins lucrativos e que detém o maior banco de dados global em impacto climático corporativo do mundo – responsabilizando-se por relatar à entidade não apenas suas próprias práticas de governança climática e inventário das emissões de carbono equivalentes, como também as dos
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Enquanto as empresas maiores já até estabeleceram metas de redução, as menores não sabem por onde começar
principais parceiros que fazem parte da sua cadeia produtiva. Com essa iniciativa, a Fibria tornou-se a primeira empresa do setor florestal do mundo a se engajar no CDP Supply Chain (veja box). “A atenção com as questões ambientais já fazia parte da cultura da Aracruz e da VCP, como é comum na maioria das empresas do setor de papel e celulose, e essa postura se mantém na Fibria”, explica Francisco Eduardo Barros Pires, gerentegeral de suprimentos da companhia. Especificamente sobre o projeto iniciado em 2010, o executivo destaca que o objetivo era, em um primeiro momento, conscientizar os fornecedores estratégicos, que respondem por 80% das necessidades da Fibria, sobre a importância de mapear suas emissões de gases de efeito estufa para gerar massa crítica de informações sobre o assunto. “Esse foi o trabalho que realizamos no ano
passado, em parceria com a Fábrica Éthica Brasil, consultoria especializada em questões ambientais, que nos ajudou a elaborar um workshop para explicar toda a parte conceitual e motivar as empresas a fazerem seus inventários. Dos 76 fornecedores, 55 apresentaram seus relatórios”, detalha Pires. Os dados ainda estão sendo compilados, mas o que ficou evidente nessa primeira etapa do trabalho é que existe grande discrepância entre as empresas. Enquanto as de maior porte já possuem conhecimento sobre o assunto, costumam fazer as medições e, inclusive, já estabeleceram metas de reduções e ações para esse fim, grande parte das empresas menores não sabe por onde começar, nem o que fazer. “O que é comum a todas é o desejo e o interesse em evoluir nesse tema”, ressalta Pires. Na sua avaliação, há empresas que são “top” e que têm muito a ensinar ao mercado, como é o caso da Bayer, por exemplo, que faz as medições de carbono em todo o ciclo de vida do produto. Isso motivou a Fibria a criar uma cartilha, que foi feita também em parceria com a Fábrica Éthica e distribuída no workshop realizado em março de 2011, dando início à segunda etapa do projeto, cujo objetivo é propor e estabelecer ações concretas para reduzir as emissões de GEE.
“A sustentabilidade não é um movimento isolado de uma empresa; deve haver um alinhamento em toda a cadeia nesse sentido. Uma transportadora que opera no modal rodoviário, por exemplo, deve engajar a empresa que fornece pneus para a sua frota e esta, de sua parte, deve engajar o fabricante de borracha e outros parceiros da sua rede de suprimentos e assim sucessivamente”, destaca Pires. De acordo com o executivo, primeiro é preciso medir para depois estabelecer um plano específico de metas a serem alcançadas e, então, traçar um plano de ações para mitigar as emissões.
Nova era Para Simone Zahran, diretora de Relações Públicas do CDP South America, a sustentabilidade levará as empresas a repetir o mesmo tipo de procedimento que ocorreu na década de 1980 com relação à qualidade. “No começo, cada companhia criou um departamento para tratar da qualidade e, com o passar dos anos, isso passou a ser um pré-requisito fundamental para todas as suas áreas. Hoje, a empresa tem que ter qualidade em tudo o que faz. Daqui a alguns anos o mesmo vai acontecer
Francisco Pires: toda a cadeia deve estar alinhada com a sustentabilidade Abril/2011 - Revista Tecnologística - 59
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com a sustentabilidade. Cada empresa terá de ser sustentável em diferentes níveis”, prevê Simone. E, segundo a executiva, o CDP pode contribuir muito nesse sentido, por ser o único sistema de reporte climático do mundo que representa 550 instituições globais (bancos, fundos de pensões e empresas de seguro e resseguro) com mais de US$ 70 trilhões em ativos e que são signatárias da entidade, 10% das quais são brasileiras. “São grandes investidores e, por isso mesmo, conseguem estimular as empresas (as respondentes), para as quais o CDP envia os questionários, a fazer as medições e a relatar os resultados”, explica Simone. Em 2010, cerca de três mil organizações em 60 países mediram e divulgaram suas emissões de GEE e estratégias de governança climática por meio do CDP, e a partir desse levantamento puderam estabelecer metas individuais de redução e melhorias de performance. Todas as informações podem ser acessadas não apenas por investidores institucionais, mas também pelos setores corporativos e governamentais, autoridades políticas e seus conselheiros, imprensa e o público em geral. O CDP envia os questionários para as maiores empresas de capital aberto com ações nas Bolsas de Valores. No Brasil, essa seleção se baseia no índice IBrx da BM&F Bovespa. O questionário é dividido em quatro partes, sendo que, na primeira, é avaliado como o tema sustentabilidade está sendo tratado dentro da empresa e se possui a adesão da alta direção. Na segunda parte são analisados os riscos e oportunidades aos quais a empresa está exposta e se já possui metas a serem alcançadas referentes à redução das emissões, para estar em conformidade com as regulações ambientais. Na terceira parte é feito o mapeamento das emissões de carbono.
Fábrica de Três Lagoas: Fibria tem bem mais sequestro do que emissões de carbono
Em 2010, cerca de três mil organizações de 60 países mediram e divulgaram suas emissões de GEE através do Carbon Disclosure Project
Para isso, podem ser utilizadas diferentes metodologias, inclusive as desenvolvidas pelas próprias empresas, mas o CDP recomenda o emprego da ferramenta do GHG Protocol (desenvolvida pelo World Resources Institute – WRI –, em parceria com o
World Business Council for Sustainable Development – WBSCD) por ser a mais usada no mundo. E, finalmente, a quarta parte refere-se à comunicação dos resultados aos acionistas. Foi no sentido de engajar também as empresas de capital fechado e de menor porte, com as quais não trabalha diretamente, que a entidade lançou o CDP Supply Chain, do qual a Fibria faz parte, em que as companhias respondentes mais expressivas (leaders members) são convidadas a estender suas práticas de governança climática para a sua cadeia de suprimentos. “Queremos acompanhar a evolução das empresas e do seu supply chain porque a questão climática tem várias vertentes. Ela não é só política; é também econômica e cultural, no sentido de que não existe fronteira para o câmbio climático. É uma forma
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SUSTENTABILIDADE
Na vanguarda
A
Gearbulk Marítima, especializada no transporte marítimo de produtos unitizados, é uma das integrantes da cadeia de suprimentos da Fibria que está participando do CDP Supply Chain e uma das que possuem maior conhecimento sobre sustentabilidade. Na avaliação de Maria Luiza Von-Rymon, diretora Comercial da companhia, esse projeto tem importância não apenas por ser um mecanismo capaz de registrar as emissões, mas também por gerar uma análise profunda referente ao que as empresas pensam sobre toda a questão do aquecimento global, quais os riscos e oportunidades que encontrarão pela frente e as estratégias que deverão considerar para se manterem competitivas. Esse trabalho fornece, ainda, uma visão de como as grandes companhias estão incorporando a responsabilidade das emissões no seu modelo de negócio e na seleção de fornecedores. Segundo a executiva, a Gearbulk sempre teve uma atitude responsável com relação à sustentabilidade, mas foi a partir de 2008, quando houve uma elevação dos custos dos combustíveis, que a companhia procurou formas de se tornar ainda mais eficiente, o que contribuiu também para reduzir as emissões. “Desde então tem ocorrido uma progressão natural e evoluiu, dentro da empresa, um conceito mais abrangente de sustentabilidade, incluindo as questões de saúde, responsabilidade social e ética. Esse movimento tem sido defendido pelo CEO, Kristian Jebsen, mas acreditamos que é apenas o começo e ainda há muito a ser feito
antes que possamos proclamar sucesso. Atingir a sustentabilidade irá envolver todas as áreas das empresas”, acredita Luiza. Para mapear as emissões de CO2 dos navios da sua frota e dos fretados, a Gearbulk utiliza a ferramenta Carbon Footprint, desenvolvida internamente e que também pode ser aplicada para o cálculo das emissões de rotas específicas, de embarcações individuais e de grupos de navios. Com relação ao inventário enviado ao CDP, a empresa incluiu seus dados no relatório do GHG Protocol, que identifica a emissão equivalente de CO2 requerido. A Gearbulk também utiliza a ferramenta da GHG para calcular as emissões do escopo 2 (emissões indiretas/consumo de energia) e do escopo 3 (emissões indiretas de fontes não controladas pela empresa), referentes aos escritórios/ terminais e às viagens dos executivos para negócios. A meta para 2011 é reduzir em 5% as emissões de CO2 por tonelada de carga transportada, seguindo as orientações da IMO (Organização Marítima Internacional). Esse índice também inclui as viagens com pouca ou nenhuma carga a bordo, sendo um indicativo de eficiência do uso de combustível.
Ações sustentáveis Para alcançar os objetivos propostos, a empresa adotou uma série de medidas em prol da sustentabilidade, entre as quais se inclui a criação de um departamento de análise de desempenho para monitorar a velocidade dos navios, o consumo de
combustíveis e emissões. Foram concebidos três relatórios internos inovadores, já testados e em uso: um para avaliar o estado do casco e da hélice dos navios, outro para avaliar o desempenho do motor principal e o terceiro referente às emissões das embarcações e eliminação de resíduos. Em paralelo, foram introduzidas políticas para reduzir o atrito dos navios com a água de forma a diminuir o consumo de combustível e, consequentemente, das emissões. Estas medidas incluem o jateamento de toda área submersa e aplicação de pintura anti-incrustante de alta performance a cada dez anos; aumento da altura das pinturas anti-incrustantes nas laterais do navio para reduzir a chance de incrustamento quando o mesmo estiver totalmente carregado; polimento regular da hélice para assegurar o ótimo desempenho (feita a cada oito meses); eliminação progressiva dos navios mais antigos e introdução de navios maiores e mais eficientes; adoção de uma política ecológica de compras para reduzir o uso de produtos químicos e materiais não ecológicos; e utilização apenas de combustíveis com baixo teor de enxofre para a maioria da frota. “Também estamos testando, em alguns navios, novos dispositivos, como aletas, hélices e tecnologias de medição, para economizar energia. Se os resultados forem satisfatórios esses recursos serão empregados em outros navios de nossa frota”, completa Luiza. Além disso, a Gearbulk criou um sistema de gestão ambiental e conduz treinamentos para todos os funcionários, com o objetivo de atingir o pa-
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drão ISO 14001 e obter a certificação ainda neste ano. “Em breve, iremos introduzir um programa para educar e treinar todos os funcionários sobre o que é necessário fazer para a Gearbulk se tornar verdadeiramente sustentável. Para isso, foi criada a gerência de Sustentabilidade, voltada a orientar a empresa nesse sentido. A ideia é trabalhar em conjunto com nossos clientes e fornecedores para discutirmos novos caminhos que contribuam para melhorar a sustentabilidade em toda a cadeia de abastecimento”, destaca a diretora Comercial. Na avaliação da executiva, é necessário que ocorra uma mudança radical na forma como as empresas conduzem os seus negócios, sendo absolutamente essencial que todas sigam o caminho para a sutentabilidade. E, embora o transporte marítimo seja o modal mais eficiente para o transporte de mercadorias, emitindo menos carbono por unidade de carga transportada do que qualquer outro, Luiza acredita que é possível
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obter resultados ainda melhores por meio da adoção de novas técnicas e formas operacionais que podem reduzir as emissões em até 10%. “A Gearbulk é um dos membros fundadores do Fórum Transporte Sustentável no Futuro, que está estudando os rumos do transporte marítimo, o estágio que deverá alcançar dentro de 30 anos e o que fazer para atingir os objetivos. O uso de combustíveis de baixo carbono, novas tecnologias para captura de emissão e projetos de novos cascos e propulsão já estão no horizonte”, completa Luíza. Fundada em 1968 por Kristian Gerhart Jebsen e com sede em Bermudas, a Gearbulk começou a operar no Brasil em 1970. Atualmente, a empresa possui a maior frota do mundo de navios do tipo OHGC (Open Hatch/Gantry Crane), conta com escritórios em mais de 30 países e responde por aproximadamente 500 empregos diretos. Gearbulk: (21) 2586-3400
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de a empresa proteger seu patrimônio e de manter-se atrativa para os investidores, que cada vez mais preferem apostar nas companhias que apresentam baixos índices de emissão de carbono e que se preocupam com a preservação ambiental”, ressalta Simone.
Para fazer os inventários, os custos variam de acordo com o escopo do que se irá mapear. Para o levantamento das emissões de carbono, por exemplo, a média gira em torno de R$ 60 mil por ano (incluindo o mapeamento de até 500 fornecedores),
o que é considerado um custo baixo para as companhias de grande porte.
Consciência ambiental Na avaliação de Francisco Pires, é importante que todas as empresas,
Entidade auxilia empresas a mapear e reduzir emissões de GEE
O
Carbon Disclosure Project (CDP) foi criado em 2000, na Inglaterra, com o objetivo de auxiliar as empresas a mitigar os efeitos do câmbio climático através da coleta e divulgação de informações sobre as emissões de carbono e gases do efeito estufa (GEE). Naquele ano, a organização sem fins lucrativos enviou o primeiro questionário às 500 maiores empresas do planeta listadas nas Bolsas de Valores. Atualmente, reúne 550 investidores globais como signatários, alguns dos quais se incluem também no rol das três mil empresas respondentes, como é o caso do Bradesco, Banco do Brasil e Itaú, só para citar alguns exemplos nacionais. O CDP passou a contar com signatários brasileiros de pedidos de disclosure a partir de 2005, com a adesão da BrasilPrev, Abrapp, Andib, Banco do Brasil e Previ. Hoje os investidores brasileiros somam 56 instituições. Para destacar as empresas que estão na vanguarda da transição para uma economia de baixa emissão de carbono junto aos investidores e ao público em geral, o CDP criou alguns índices. O primeiro deles foi o FTSE CDP Carbon Strategy Index, utilizado para avaliar todas as respostas enviadas pelas empresas para verificar se houve um entendimento claro sobre os riscos específicos e oportunida-
des potenciais do seu ramo de negócio, além de analisar as práticas de compreensão de emissões de GEE, incluindo o uso de energia. Este índice é baseado somente nas informações prestadas pelas empresas respondentes. O Markit Carbon Disclosure Leadership Index, lançado em 2009, é o índice utilizado para avaliar a performance climática das empresas com base em quatro pilares: estratégia, governança, comunicação aos acionistas e conquistas alcançadas nas efetivas reduções de emissões de carbono, como redução do consumo de energia e aproveitamento das oportunidades em seu setor específico. E o CDLI – Carbon Disclosure Leadership Index – indica as empresas que obtiveram as melhores perfomances em reduções de um ano para o outro. Incluem-se nesse rol 51 empresas, entre as quais a Siemens, Bayer, Samsung e Basf. A Vale ingressou em 2008, sendo a única empresa latino-americana a entrar nesse grupo, tendo-se destacado desde então pela qualidade e amplitude das respostas fornecidas. Em 2008 foi iniciada uma nova vertente, batizada de CDP Supply Chain, em que algumas respondentes, classificadas como empresas-âncora, passaram a se associar à entidade para enviar o questionário de pedido de disclosure a seus fornecedores, disseminando
uma nova cultura de governança climática na cadeia de suprimentos e, inclusive, obtendo dados sobre suas emissões indiretas. Participam desse projeto 50 empresas, entre as quais se incluem o Walmart, Acer, Cadbury, Dell, EADS, Google, HP, Unilever, Nestlé e Pespico, entre outras. No Brasil, as pioneiras nesse projeto foram o Bradesco, a Vale, a Celesc e, mais recentemente, a Fibria. Em 2010, ao completar dez anos de atuação, o CDP – que até então se limitava a reunir e reportar as informações sobre emissões de carbono – passou a trabalhar junto com as empresas de forma mais efetiva para auxiliá-las a estabelecer estratégias para a governança climática. No ano passado, a entidade também lançou o piloto de uma nova vertente: o CDP Water Disclosure Project, voltado a realizar o mapeamento hídrico e avaliar o consumo de água pelas empresas em todas as suas atividades. Estão participando desse projeto 303 convidadas. O CDP tem sede em Londres, Inglaterra, contando com escritórios regionais em Nova York (EUA), Berlim (Alemanha), Paris (França), Estocolmo (Suécia) e Tóquio (Japão). O CDP South America (CDP-SA), com base em São Paulo, atende aos países da América Latina e México.
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inclusive as de menor porte, comecem a se preocupar com a sustentabilidade, porque, em breve, as que não tiverem nenhuma ação nesse sentido poderão vir a ser descredenciadas como fornecedoras. “Essa poderá ser uma forma de obrigar as companhias a se conscientizarem e adotarem ações concretas em prol do meio ambiente”, destaca. De acordo com o executivo, a Fibria se preocupa em reduzir as emissões, apesar de ter mais resgate de carbono do que emissão, conforme revela o inventário de 2010, referente ao ano de 2009 – três fábricas de celulose da Fibria produzem aproximadamente 2,1 milhões de toneladas de carbono equivalente por ano e as florestas plantadas e preservadas sequestram 16,45 milhões de toneladas. Com isso, a relação sequestro/emissão é de aproximadamente 8 por 1. A área total florestal é de aproximadamente 1,04 milhão de
Efeito Estufa Os gases internacionalmente reconhecidos como causadores do efeito estufa regulados pelo Protocolo de Kyoto são:
Dióxido de carbono (CO2)
Metano (CH4)
Óxido nitroso (N2O)
Hexafluoreto de enxofre (SF6)
Hidrofluorcarbonos (HFCs)
Perfluorcarbonos (PFCs)
hectares, dos quais 396 mil são de reservas nativas e 584 mil de plantio, nos estados de Espírito Santo, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Sul. Segundo Pires, o Comitê de Sustentabilidade da empresa ainda não definiu as metas a serem alcançadas, mas algumas ações já estão sendo to-
A mudança de modais de transporte é uma das ações do Comitê de Sustentabilidade da empresa
madas há algum tempo. Uma delas foi a mudança dos modais de transporte de materiais. Antes da fusão das empresas, tanto a Aracruz como a Votorantim utilizavam unicamente o rodoviário para transportar as madeiras das suas áreas florestais para as plantas industriais. Atualmente, na Fibria, o transporte rodoviário caiu de 100% para 59%, passando a ser utilizado também o ferroviário (23%) e o marítimo (18%). “As fábricas de Jacareí (SP) e Três Lagoas (MS), por exemplo, já têm uma saída direta para a ferrovia para transportar a celulose até o porto”, exemplifica. E, na Bahia, a empresa utiliza o sistema de cabotagem, que é pioneiro no Brasil, para transportar a madeira pela via marítima, da floresta até a unidade fabril localizada no Espírito Santo. “As madeiras são transportadas em barcaças a partir do terminal marítimo de Caravelas, localizado a 295 km de distância do Portocel (porto privativo), e com isso deixamos de usar 140 tritrens (caminhões com capacidade de transportar 48 toneladas), o que contribui para reduzir o tráfego nas rodovias e o risco de acidentes, além de diminuir em oito vezes a emissão de CO 2 por km rodado”, destaca Pires. Segundo um estudo feito pela empresa, a subs-
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tituição do modal rodoviário pelo ferroviário permite reduzir quatro vezes mais a emissão de carbono. Do rodoviário pelo marítimo a redução é de oito vezes. “Nossa intenção é diminuir ainda mais o uso do transporte rodoviário e aumentar o marítimo. A Integration Consultoria está nos ajudando na elaboração de um projeto que tem esse objetivo e que deverá começar a ser implementado ao longo deste ano”, completa Pires. Atualmente, a Fibria conta com cinco unidades fabris: Aracruz (ES), Jacareí (SP) e Três Lagoas (MS), todas produtoras de celulose; a fábrica de papel em Piracicaba (SP); e a Veracel (BA), joint-venture com o grupo suecofinlandês Stora Enso, para a produção de celulose. No ano passado, a empresa obteve uma receita líquida de R$ 7,05 bilhões e produziu 5,23 bilhões de toneladas de celulose e 311 mil toneladas de papel, respondendo por 4,7 mil empregos diretos e 14,4 mil indiretos. A empresa exporta 90% da produção, dos quais 38% para a Europa, 27% para a América do Norte e 24% para a Ásia.
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Com relação ao trabalho de sustentabilidade junto à sua cadeia de suprimentos, além do workshop realizado em março deste ano, a Fibria irá selecionar cinco empresas, dentre as 15 principais fornecedoras, para servirem de exemplo como case de sucesso e inspirarem outras compa-
nhias a implementar ações em prol do meio ambiente. Silvia Giurlani CDP: www.cdproject.net Fibria: (11) 2138-4000 Greenhouse Gas Protocol Brasil (GHG Brasil): www.ghgprotocol.com.br
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Hábitos de logística reversa – versão 2010/2011 Paulo Roberto Leite
Introdução
A
presente pesquisa é de caráter exploratório do tipo “survey”, constituindo-se de 71 respondentes válidos e feita através de um questionário de 19 perguntas, respondido através do site do Conselho de Logística Reversa do Brasil – CLRB, entre os meses de outubro de 2010 e março de 2011. A pesquisa é de autoria, coordenação e análise do professor Paulo Roberto Leite, da Universidade Presbiteriana Mackenzie, presidente do CLRB.
Considerações gerais e achados da pesquisa Alguns aspectos gerais são sugeridos pelas respostas fornecidas pelos executivos respondentes das 71 empresas participantes da amostra examinada:
• A amostra desta edição é constituída por uma distribuição regular de empresas nos aspectos tamanho, setores, posição na cadeia e valor do produto retornado, o que a difere em relação às edições anteriores e possivelmente altera alguns de seus resultados. • Em cerca de 60% das empresas respondentes, o índice de retorno dos produtos de pós-venda revelado pela pesquisa varia entre 5% e 10%, sendo que cerca de 10% apontam índice maior que 10%. 30% dos respondentes disseram não saber as quantidades retornadas. • Os custos associados ao retorno de produtos de pós-venda foram indicados por 55% como sendo entre 1% e 5%; 30% revelaram custos de 5% a 10% e 10% apontaram como sendo superior a 10%. • Com relação à organização da empresa para a logística reversa de pós-
consumo, observa-se que somente 12% das empresas se consideram preparadas, 61% se disseram em fase de organização e 27% não têm pensado no tema. • As empresas participantes estão conscientes da oportunidade de ganho de competitividade através da logística reversa, seja pela redução de custos, diferenciação no mercado, satisfação de clientes ou pelo reforço de imagem corporativa ou de marca. Porém, as respostas parecem indicar que a dotação de recursos de diversas naturezas para esta atividade está ainda aquém das expectativas em muitas das empresas desta amostra. • As respostas sugerem baixo domínio de processos e informações sobre a logística reversa no âmbito interno das empresas. Pela experiência empresarial, sabe-se que este conhecimento é essencial para que se revelem os benefícios de implantação de uma LR eficiente.
Gráfico 1 – Setor empresarial a que a empresa pertence 68 - Revista Tecnologística - Abril/2011
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participantes, o principal produto tinha seu preço de mercado acima de R$ 1.000. Praticamente empatadas, com 18%, estão empresas com produtos cujos preços custam entre R$ 100 e R$ 1.000; entre R$ 20 e R$ 100; e entre R$ 5 e R$ 20. 15% das respondentes têm seu principal produto custando menos que R$ 5.
Gráfico 2 – Posição na cadeia de suprimento
• Como consequência das afirmações anteriores, percebe-se existir muito espaço para melhorias e, portanto, oportunidades de ganhos em diversos aspectos, tanto no âmbito interno das empresas como em suas relações na cadeia de suprimentos. • Diversas são as questões não respondidas por desconhecimento ou outro motivo não especificado. Este fato pode sugerir carência de informações internas à empresa ou baixo nível de integração entre áreas das empresas relativas a questões de logística reversa. • A responsabilidade de gestão da logística reversa predominantemente pela área de Logística e/ou Operações aparece como uma novidade nesta pesquisa, pois em edições anteriores essa predominância não ficou tão clara. Uma investigação posterior permitirá verificar a influência da amostra neste resultado. Os resultados descritivos das respostas obtidas na pesquisa são apresentados e comentados ao longo dos tópicos seguintes. 1) Faturamento da empresa respondente – Cerca de 50% das empresas participantes da
pesquisa têm faturamento de menos de dez milhões de reais; por volta de 10% delas apresentam faturamento entre dez e cem milhões de reais; 3%, entre 500 mi e um bilhão de reais, sendo que perto de 10% das respondentes faturam mais de 1 bilhão de reais. Outros 10% não responderam a esta questão. Pode-se inferir deste dado que a ainda baixa dotação de recursos para as atividades de LR vem do baixo faturamento das empresas. 2) Setor empresarial – Onze setores da economia identificados estão representados na pesquisa, com destaque para o de serviços logísticos e destinação final de produtos. Dentre eles, o de menor participação é o de remanufatura. 3) Preço do produto principal da empresa – Para cerca de 25% das
4) Posição na cadeia de suprimentos – A grande maioria das empresas participantes da pesquisa 2010/2011 é do setor de serviços (cerca de 40%), seguido pelo setor de comércio (18%), indústria (15%) e internet (5%). Os itens 1, 2, 3 e 4 mostram que a pesquisa contou com empresas respondentes apresentando faturamentos, setores de origem, preço de seu produto principal e posição na cadeia de suprimentos bem distribuídos, apesar de certa predominância de empresas de serviços, o que poderá garantir menor viés aos resultados que se seguem. 5) Objetivo da empresa no retorno de produtos não consumidos – O principal objetivo das empresas ao proceder o retorno de produtos foi a
Gráfico 3 – Objetivo da empresa no retorno de produtos não consumidos Abril/2011 - Revista Tecnologística - 69
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ambos apontados por 25% das respondentes.
Gráfico 4 – Atuação da empresa no retorno de produtos
diferenciação no mercado, apontada por 35% das participantes; motivos econômicos (citados por 31%); e legislação (15%). O Gráfico 3 confirma as demais pesquisas, nas quais o interesse principal nos programas de logística reversa é a busca da revalorização econômica dos itens retornados ou diferenciação da empresa no mercado, ambos apontados por cerca de 30% das respondentes. 6) Qual a atuação da empresa no retorno de produtos usados? – A pesquisa indicou que a principal área de atuação das empresas no retorno de itens usados é no descarte, opção apontada por cerca de 45% das participantes. O Gráfico 4 revela principalmente uma característica que tem ficado clara nas pesquisas, que é a pouca organização existente nas empresas para o retorno de pós-consumo. 7) Importância da LR para a empresa – Com relação à importância atribuída pelas
empresas à logística reversa, numa escala crescente de importância de 1 a 5, 40% das participantes deram a nota máxima; 15% atribuíram nota 4 e 20%, nota 3, o que revela que a LR está na pauta de temas relevantes para as empresas, embora isto nem sempre se reflita na atuação com relação ao retorno de produtos. 8) Potencial da LR em sua empresa – O maior potencial que as empresas brasileiras percebem com relação à logística reversa é para a satisfação dos clientes. A seguir, apontada por 40% das participantes, vem o aumento de competitividade, seguido pela melhora da imagem e obtenção de lucro,
9) Recursos disponibilizados para LR – A maioria das empresas (22%) afirmou que os recursos disponibilizados do orçamento para a logística reversa são poucos, mas suficientes. Já para 20%, estes recursos são adequados, enquanto que 15% os consideram poucos e 12%, mínimos. Apenas 5% apontaram os recursos destinados à LR como razoáveis. Os itens 7, 8 e 9 revelam nesta amostra, de forma consistente, que, embora a importância e o potencial de vantagem competitiva da logística reversa sejam percebidos e relevantes para as empresas, ainda é baixo o nível de recursos a ela destinada, considerado adequado somente por 20% das respondentes. 10) Indicador principal de LR usado – O resultado do Gráfico 5 pode ser interpretado como uma visão da logística reversa voltada para o cliente, pois tanto o tempo de solução como a medida direta da satisfação do cliente são
Gráfico 5 – Principal indicador de LR utilizado
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majoritariamente utilizados pelas empresas respondentes. Embora o tempo de solução seja de fácil obtenção, o indicador de satisfação do cliente é mais difícil de ser obtido. No entanto, os dados relativos aos demais indicadores exigem maior domínio dos processos de logística reversa, confirmando que ainda são escassos os processos bem organizados internamente. 11) Quantidade de retorno vendas/pós-vendas – A pesquisa revelou que 51% das empresas têm entre 1% e 5% de produtos retornados; para 15% delas, este índice fica entre 5% e 10% dos itens
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vendidos; 5% das respondentes disseram ter entre 10% e 20% de seus produtos retornados, enquanto que apenas 3% delas afirmaram retornar mais de 20% dos itens enviados ao mercado.
12) Custo de retorno vendas/ pós-vendas – Já com relação ao custo do retorno, 59% das empresas apontaram estar entre 1% e 5% do custo de venda do item; 31% disse-
Gráfico 6 – Área da empresa que se ocupa da logística reversa
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Gráfico 7 – Nível de organização face às novas leis (nota 1 é baixa e 5 significa alta organização)
ram que este custo fica entre 5% e 10% do valor de mercado do produto; enquanto que 8% apontaram que este custo está entre 10% e 20% do valor inicial do item. Somente 1% das respondentes afirmou que o custo de retorno estava acima de 20% do valor do produto. Embora pouco utilizados, conforme Gráfico 5, os itens 11 e 12 mostram coincidência nas quantidades e custos de retorno observados. Mais uma vez devemos observar a coincidência destes índices. Em próximas pesquisas serão observadas as metodologias usadas para a sua mensuração. No entanto, estas estimativas permitem observar as oportunidades de ganhos que existem na implantação da logística reversa. 13) Área que se ocupa com a LR – O Gráfico 6 mostra respostas mais
definidas em relação às pesquisas anteriores, e este resultado pode ser influenciado pela quantidade de empresas na área de pós-vendas, somente detectada por uma análise cruzada dos dados, a ser realizada a posteriori. 14) Nível de organização face às novas leis – O Gráfico 7 sugere que os respondentes da pesquisa consideram suas empresas ainda pouco organizadas para enfrentar as novas legislações, já que apenas pouco mais de 5% apontaram alta organização (nota 5). Oportunidades de ganhos são muitas, aparentemente. 15) Nível de organização da LR de pós-venda – Pouco mais de 50% das empresas apontaram estar em vias de organizar sua logística reversa de pós-venda. Cerca de 12% dis-
Gráfico 8 – Atividades da LR com maior emprego de PSLs
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seram que o nível de organização era bom, enquanto que outros 32% não têm nenhuma organização neste quesito. 16) Nível de organização da LR de pós-consumo – Da mesma forma, para a logística reversa de pós-consumo, a maioria Gráfico 10 – Como melhorar a competitividade através da LR das empresas (60%) disse estar no processo de organiza17) Atividades em que a empreção dessa atividade; pouco mais de sa usa prestadores de serviço de 10% afirmaram ter boa organização LR – O levantamento revelou que neste quesito e 28% apontaram que o emprego de prestadores de serviainda não têm seu retorno de pós- ços logísticos (PSLs) na logística reconsumo organizado. versa ainda se dá em grande parte Os itens 15 e 16 revelam que, na coleta, atividade em que o uso quando questionadas em detalhe de PSLs foi apontado por 35% das nas duas áreas da logística reversa – respondentes; 31% disseram usar os pós-vendas e pós-consumo –, de 10 parceiros logísticos em todas as atia 15% das empresas respondentes se vidades; 21% os utilizam para a desconsideram em condições de organi- tinação final dos produtos e 12%, zação adequadas. Os dados revelam para o seu reaproveitamento. ainda que cerca de 30% das empresas respondentes não estão consideran18) Credibilidade dos prestado o retorno de produtos como fonte dores de serviços em LR – A pesde interesse. Novamente, será neces- quisa indicou que o grau de cresária uma análise cruzada posterior dibilidade dos PSLs na logística para entender melhor esta condição. reversa encontra-se entre médio e
Gráfico 9 – Grau de credibilidade dos PSLs (nota 1 é baixa e 5 significa alta credibilidade)
alto, já que mais de 60% das respondentes atribuíram notas de 3 a 5 para os prestadores de serviços de logística. Enquanto o resultado da questão apresentada no item 17 confirma uma das principais características da logística reversa, a de terceirização de serviços especializados, o item 18 mostra que a amostra analisada nesta pesquisa sugere a existência de oportunidades de melhorias nesta área. 19) Como melhorar competitividade através da LR? – A maioria das empresas respondentes (43%) acredita que a melhoria da competitividade pela logística reversa se dará por meio de processos; 30%, com recursos; cerca de 38%, através de benchmarking; e 5% não responderam. O item 19 revela a consciência das empresas respondentes nos caminhos de possíveis melhorias. Relacionado com os outros dados desta pesquisa, o Gráfico 10 sugere que as ideias ainda não foram transformadas em realidade.
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Considerações finais Embora a metodologia de amostragem desta pesquisa não permita conclusões específicas para o universo de empresas brasileiras, os dados obtidos somam-se aos “surveys” anteriores, realizados por este autor nos anos de 2002, 2005, 2007 e 2009, e acrescentam importantes avanços no conhecimento do estado atual da logística reversa (LR) no país. Com base na amostra examinada nesta pesquisa, que apresentou algumas características diferentes quanto à distribuição de empresas participantes, pode-se dizer que esta edição confirmou alguns aspectos de edições anteriores e acrescentou novos conhecimentos, permitindo ratificar a existência de “avenidas de oportunidades” de melhorias de competitividade através da logística reversa para todos os players das cadeias de suprimentos direta e reversa: fabricantes, comerciantes e prestadores de serviços especializados em LR em geral. Estas oportunidades seriam fruto de melhorias sugeridas pela pesquisa, que podem ser resumidas em: • Maior conhecimento dos processos de retorno dos produtos, através de técnicas de mapeamento, o que permitiria a identificação das oportunidades efetivas; • Mensuração dos processos através de indicadores adequados; • Dotação de maiores recursos às atividades; • Maior integração nas informações e ações da logística reversa entre as diversas áreas da organização; • Maior integração nas informações entre os agentes da cadeia produtiva. Estes aspectos serão levados em consideração na próxima edição da pesquisa de Panorama CLRB da Logística Reversa. Saliente-se que, pelo período de recebimento de respostas, a pesquisa certamente não captou o impacto da recente regulamentação da Política Nacional de Resíduos Sólidos* – PNRS (Decreto-Lei nº 7404, de 23 de dezembro de 2010), que poderá modificar significativamente este panorama nas próximas edições da pesquisa.
CLRB: (11) 5097-9895 secretariageral@clrb.com.br
* Leia mais sobre a PNRS em artigos de Paulo Roberto Leite nas edições da Tecnologística de setembro de 2010 (nº 178), e de janeiro de 2011 (nº 183)
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LOGÍSTICA REVERSA
Fotos: Divulgação Philips
Philips amplia programa de reciclagem de produtos Iniciado com um projeto-piloto em Manaus em 2009, envolvendo apenas eletroeletrônicos, o programa Ciclo Sustentável Philips entra em nova fase, envolvendo a reciclagem de pilhas e baterias próprias e de terceiros. Ainda este ano, a empresa incluirá a reciclagem de lâmpadas e equipamentos médicos, tendo assim o ciclo sustentável implementado em 100% de sua linha de produtos
A
multinacional de origem holandesa Philips não esperou as definições da recém-publicada Política Nacional de Resíduos Sólidos para assumir sua responsabilidade sobre o retorno sustentável de seus produtos. Desde 2009, a subsidiária brasileira da empresa conduz um programa, denominado “Ciclo Sustentável Philips”, que visa a reciclagem de produtos seus e de terceiros. O programa começou com um projeto-piloto realizado na cidade de Manaus, onde fica a fábrica de eletroeletrônicos da Philips e, cons-
tatados os resultados e azeitada a operação logística, foi estendido, no ano passado, para todo o país. Walter Duran, diretor de Sustentabilidade da Philips Brasil, explica que o programa está estruturado em quatro etapas. A primeira visou a reciclagem de eletroeletrônicos da marca e já está implementada; a segunda, que começou em novembro do ano passado, inclui pilhas e baterias, de aparelhos Philips e de terceiros. E, ao longo de 2011, a companhia pretende implantar a terceira e quarta etapas, que visam a
reciclagem de lâmpadas – próprias e de outros fabricantes – e equipamentos médicos, estes somente da marca. Com isso, a empresa terá 100% do ciclo sustentável implementado em todos os produtos comercializados no país. Para fazer o recolhimento do material, a Philips disponibilizou aos consumidores mais de 40 pontos em todo o Brasil, que são as assistências técnicas autorizadas da marca – para os eletroeletrônicos – ou pontos de coleta espalhados em vários locais, no caso específico das pilhas e baterias. O consumidor pode ainda acessar
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a empresa para solicitar o recolhimento dos itens em domicílio, o que será feito por um dos pontos de coleta, mediante o pagamento de uma taxa. Desses pontos de coleta, os itens são enviados à Oxil, empresa de manufatura reversa responsável pela triagem, descaracterização, desmontagem e pela reciclagem dos produtos e equipamentos, que transforma em matéria-prima reutilizável cerca de 85% de todo o volume de resíduos que recebe. Lá, as pilhas e baterias são separadas dos produtos e enviadas à recicladora Suzaquim, que possui licença da Cetesb – Companhia Ambiental do Estado de São Paulo –, órgão responsável pelo licenciamento das empresas que lidam com resíduos no estado, para reciclar esses produtos, que pertencem a outra classe e têm outras exigências para o processo de manufatura reversa. Já no caso da coleta, transporte e gestão das pilhas e baterias dispostas fora dos produtos, a operação é feita por uma terceira empresa, a GMC. Até o momento, já foram recolhidas pelo Ciclo Sustentável cerca de 130 toneladas de eletroeletrônicos e 30 toneladas de pilhas e baterias. De acordo com Duran, esta quantidade ainda é pouca, mas ele acredita que o processo esteja apenas começando e que, à medida que a consciência ambiental vá se espalhando pelo mercado brasileiro, as pessoas passarão a se preocupar mais com a sustentabilidade e tenderão a colaborar mais. Além disso, a nova Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) irá forçar empresas que ainda não possuam iniciativas desse gênero a implementálas, o que potencializará o processo. E a entrada de outros players nos pools de lâmpadas e pilhas/baterias incrementará o volume e viabilizará ainda mais a logística reversa que, segundo o diretor, é financeiramente negativa e depende de grandes volumes para que possa ser viável.
“Reciclar ainda é um processo deficitário e a Philips faz isso pensando em sua responsabilidade ambiental, não no lucro. Não temos ganhos financeiros com a reciclagem. Frequentemente, transformar produtos novamente em matéria-prima é tão
A Philips já separou, pelo projeto, cerca de 130 toneladas de eletroeletrônicos e 30 toneladas de pilhas e baterias ou mais custoso do que transformar matéria-prima em produto. E a logística é mais cara, pois, além do cuidado com os itens para não inviabilizar sua utilização, os volumes recolhidos são bem menores e a coleta, mais pulverizada, por isso acaba custando mais que a logística direta. Uma coisa é entregar uma carreta completa no CD de um grande varejista; outra é coletar pequenas quantidades em assistências técnicas espalhadas por todo o Brasil”, exemplifica o diretor, ressaltando que os custos logísticos e de manufatura reversa, dentro desse programa, são todos arcados pela Philips. As matérias-primas resultantes deste processo reverso retornam ao mercado, mas não necessariamente para a Philips. “Nós não compramos matérias-primas, quem compra são nossos fornecedores”, esclarece Duran. “E é impossível garantir que eles irão comprar matérias-primas resultantes de nossos próprios produtos. E isso nem é importante. O que importa é que é dada destinação correta aos itens, que não são descartados na natureza e não
causam impacto ambiental, e ainda resultam em matérias-primas reutilizáveis. Além disso, o volume gerado com a reciclagem é muito inferior ao que consumimos”, destaca.
Processo delicado O processo de coleta pode não ser tão simples como parece à primeira vista. Os eletroeletrônicos, por questões fiscais legais, devem ser doados à Philips. Do contrário, não podem ser reciclados. O consumidor, ao entregar o produto, tem de assinar um termo de doação. No caso das lâmpadas, elas precisam estar em perfeito estado, ou o processo reverso é impraticável. Elas possuem gases e outros componentes que devem permanecer intactos. Neste processo do transporte reverso das lâmpadas, serão utilizadas embalagens especiais, retornáveis, que serão entregues nos pontos de coleta para acondicionar os produtos. Ao recolher as lâmpadas, a transportadora já deixará embalagens vazias nos pontos de recolhimento. Duran explica que pilhas e baterias são recolhidas dentro de um processo
Duran: preocupação com a responsabilidade ambiental e não com o lucro Abril/2011 - Revista Tecnologística - 77
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Philips, a preocupação é transportar com segurança, sem quebras. “Haverá um pool de empresas nesse processo, fabricantes que irão compartilhá-lo conosco, e isto já está bastante adiantado. O volume recolhido deverá ser bem maior, embora a tonelagem seja menor”, destaca o executivo, colocando que o processo de reciclagem de lâmpadas deve se iniciar por volta de junho ou julho próximos.
Gatilho Toda a gestão logística de recolha dos produtos da Philips para a reciclagem é feito pela própria Oxil, que utiliza para isso transportadoras parceiras, a maioria já acostumada a trabalhar cada região atendida. São as próprias assistências técnicas as responsáveis pelo chamado para recolhimento do material a ser reciclado, assim que ele atinge determinado volume, acionando o gatilho de recolhimento. Marcelo Barraca, diretor da
Luiz Machado
de pool, do qual fazem parte inúmeros fabricantes e envolve vários pontos de coleta, como farmácias, supermercados, bancos e outros. Para o recolhimento desses itens existem três tipos de coletores. Um, bem pequeno, que é entregue ao consumidor final; outro, intermediário, no qual é depositado o conteúdo desses pequenos; e as chamadas bobonas, que são contentores maiores, que vão para as recicladoras. “O tempo de coleta é importante para esses itens, e as embalagens são menores, para que a frequência de entrega seja alta. As pilhas não podem esperar muito ou se perde a reciclabilidade do material. Além disso, elas são mais contaminantes e não podem ficar nos pontos de coleta por muito tempo”, destaca Duran. Da mesma forma, a coleta de lâmpadas envolverá um pool, com vários fabricantes e todos os modelos e marcas. Com isso, a otimização da cubagem dos veículos não será muito boa, mas, de acordo com o diretor da
Barraca: cliente recebe um relatório detalhado da operação
Oxil, conta que a solicitação de coleta vai simultaneamente para a Philips e para a Oxil, mas é a fabricante quem faz a aprovação da operação. Uma vez aprovada, a recicladora começa a traçar as rotas dos veículos que
Sustentabilidade é preocupação antiga da Philips
A
sustentabilidade e os impactos de seus produtos no meio ambiente não são preocupações recentes da Philips. Em 1994, ela criou em âmbito mundial o programa EcoVision, que traz mais de 30 anos de ações da empresa com a questão ambiental. Dele faz parte o EcoDesign, que visa o desenvolvimento de produtos de forma sustentável, cujo desenho contemple já a reciclabilidade. Seis focos principais guiam a criação desses produtos: peso, uso de substâncias tóxicas, consumo de energia, reciclagem e descarte final, além de embalagem e tempo de vida útil.
O programa também contempla aspectos como educação, preservação ambiental e responsabilidade com o meio ambiente, para trazer novos produtos aos consumidores. Suas metas são computadas num sistema de monitoramento online que acompanha o progresso das divisões em todo o mundo. Um produto ou família de produtos que siga os critérios de EcoDesign recebe o Green Logo, atestando o cumprimento de sua responsabilidade pela preservação do meio ambiente. A sustentabilidade é um orientador para as atividades da empresa. Em 2009, ela foi indicada como líder
da área de leisure goods (bens de lazer) do índice Dow Jones de Sustentabilidade, da Bolsa de Valores de Nova Iorque, que monitora a performance das empresas com relação à inclusão da sustentabilidade na gestão dos negócios. O programa brasileiro Ciclo Sustentável Philips vem nessa corrente e objetiva dar destinação apropriada aos produtos de consumo e estilo de vida, iluminação e eletromédicos da empresa, após tratar os componentes presentes em sua composição, minimizando seu impacto no meio ambiente.
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irão fazer a coleta, que normalmente passam em mais de uma assistência técnica por rota. Para cada coleta existe uma cotação de frete, que deve ser aprovado pela Philips. Recolhidos os produtos e completada a carga da melhor maneira possível, os caminhões seguem para a Oxil, onde é feita uma conferência de todo o material recebido, por peso e por unidade. Este processo gera um relatório que é enviado à Philips, da mesma forma que, depois da manufatura reversa estar finalizada, outro relatório é gerado com as quantidades de matérias-primas resultantes dela. “Dessa forma, a Philips pode fazer o acompanhamento de todo o processo, desde a entrega do produto pelo consumidor até o que gerou de matéria-prima final”, diz Barraca. De acordo com o diretor da Oxil, as assistências técnicas são os únicos pontos de consolidação das cargas da Philips. “Não temos, por exemplo, um CD intermediário para concentrar as cargas, porque o volume, por ora, não justifica. Isso pode até vir a ocorrer no futuro, mas aí não poderia englobar somente a Philips; nós teríamos que ter uma gama maior de clientes para justificar uma estrutura assim.” Ele explica que outro grande cliente da Oxil, a HP, opera com um centro de consolidação próprio, com empresas de logística que fazem a operação casada com a de entrega de produtos novos. “Mas este é um esquema da
própria HP. Temos outros clientes que operam com os Correios para as operações reversas. Cada empresa tem uma estratégia diferente”, diz ele, contando que na carteira da Oxil existem gigantes como Apple, Lexmark, Kyocera e Mabe, além da própria Philips e da HP. Segundo ele, os volumes de eletroeletrônicos vindos da marca holandesa variam muito de mês a mês, com grandes picos e períodos de volumes menores. “Chegamos a ter picos de 40 t em um mês”, revela, afirmando que, ao contrário do que se possa imaginar, a maioria dos televisores que chega não são os antigos modelos de tubo, mas sim os mais modernos. Em 2010, a Oxil remanufaturou em torno de cinco mil toneladas de eletroeletrônicos entre todas as marcas que atende, envolvendo toda a gama de produtos, como linha branca e marrom, computadores e celulares, entre outros. A empresa já reciclou mais de 30 mil geladeiras e espera atingir, até 2014, a marca de dez milhões de refrigeradores. Barraca explica que a Oxil pode receber, sem a necessidade de licença especial, todas as pilhas e baterias que estiverem dentro dos aparelhos, inclusive dos controles remotos. A empresa se responsabiliza pelo encaminhamento destes itens às recicladoras licenciadas. Os resíduos eletrônicos são classificados como Classe 2, o que significa que não necessitam necessariamente, para serem encaminhados, do Cadri – Certificado de Movimentação de Resíduos de Interesse Ambiental, que é o instrumento oficial que aprova o encaminhamento de resíduos industriais aos locais de disposição final autorizados pela Cetesb, que é quem emite o certificado.
Já as pilhas, baterias e lâmpadas são artigos Classe 1, e para eles o certificado é obrigatório para destinação.
Radiativos Os equipamentos médico-hospitalares, que deverão entrar no programa até o final do ano, exigirão uma logística diferenciada, já que muitos deles contêm materiais radiativos ou infectantes, que devem ser retirados dos equipamentos antes de seu encaminhamento para a reciclagem. Normalmente, de acordo com Barraca, isso não é problema, porque as células radiativas ou as partes que tiveram contato com materiais infectantes – como equipamentos de hemodiálise, por exemplo – são retirados antes. “O equipamento em si não é contaminante e podemos fazer a remanufatura convencional sem problemas. Já fazemos esta operação para outros clientes”, explica o diretor da Oxil. De acordo com Walter Duran, o processo com os equipamentos médico-hospitalares é até mais fácil, porque existe a identificação do cliente final, que quando compra o produto é rastreado através dos contratos de manutenção. “Nós sabemos quando uma clínica, por exemplo, vai se desfazer do produto. Mas mesmo assim esta operação terá de ter um processo bem organizado, por isso será exclusiva para a marca Philips. Equipamento médico não é televisor, precisa ter responsabilidade maior no processo. Por isso foi deixado por último, porque também já existe um processo razoavelmente organizado, já é feito um tracking desses aparelhos e seu retorno é bem mais controlado. Só que agora vamos implementar o processo de forma mais padronizada.” Silvia Marino
Oxil: (19) 3833-2827 Philips: (11) 2125-0600
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A logística reversa de produtos e embalagens de bens de consumo com foco no retorno de produtos eletroeletrônicos do varejo Karen Harris e Patrícia Perim
Introdução
N
o Brasil, a logística reversa vem ganhando espaço e está se desenvolvendo ao longo dos anos. Porém, quando comparada à de outros países, percebe-se que ainda existe espaço para melhorias. De forma geral, uma logística reversa estruturada e completa engloba as seguintes etapas: coleta, armazenagem, separação, classificação e destinação ótima do item, que pode ser, por exemplo, revendido no mercado secundário, remanufaturado ou reciclado. Segundo o Conselho Executivo de Logística Reversa dos EUA, esse processo é definido como o processo de planejamento, execução e controle do fluxo eficiente e eficaz de: 1) matérias-primas; 2) estoque em processo; 3) produtos acabados; e 4) informações relacionadas do ponto de consumo até o ponto de origem, com o objetivo de recapturar valor ou levar o produto ao descarte apropriado. Em linhas gerais, este artigo tem como objetivo dar uma visão geral dos principais conceitos relativos à logística reversa, focando em produtos e embalagens de bens de consumo, além de analisar com mais profundidade a logística reversa da cadeia de eletroeletrônicos do varejo brasileiro.
Categorias de Logística Reversa e tipos de retorno De forma conceitual, a logística reversa pode ser categorizada em dois tipos distintos: logística reversa de emba-
lagem e logística reversa de produtos. E esta pode ocorrer por diversos motivos, como retorno ambiental de embalagens e produtos, recall de produtos ou retorno de produtos avariados pelo consumidor, entre outros. Dessa forma, estas duas categorias de logística reversa, embalagem e produto, podem ser quebradas em seis subcategorias ou tipos que consideram retorno, conforme mostra a Tabela 1. Para cada tipo de retorno, existem diversos tipos de tratamento. Por exemplo, no caso de retorno de produtos avariados, o varejista pode revender o produto diretamente ao mercado secundário, quando se trata de avarias pequenas que não danificaram a funcionalidade do item; pode enviar o produto para representantes da marca recondicionarem ou remanufaturarem o item, ou pode simplesmente reciclálo. A escolha do tratamento e destinação final dependerá do estado do produto, e tem como objetivo renovar e estender a sua vida útil, maximizando o seu valor. Embalagem Em geral, as embalagens coletadas e tratadas são aquelas que possuem valor agregado relevante, como latas de alumínio, ou aquelas que são controladas e devem ser retornadas por lei, como as embalagens de óleos lubrificantes. Em 2008, aproximadamente 91,5% das latas de alumínio produzidas no Brasil foram recicladas, representando um mercado de cerca de R$ 1,6 bilhão no ano. As latas são
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Sub-Categoria / Tipos de Retorno
Detalhamento
Exemplos de Tratamento Mais Usuais
Retorno de Ativos
Recapturar ativo tipo embalagens, paletes, cabides, bolsas ou prateleiras
Reutilizar, remanufaturar ou reciclar
Retorno Ambiental
Descarte de materiais perigosos com o objetivo de respeitar as normas ambientais. Ex: baterias e medicamentos
Tratar para descarte ambiental adequado
Retorno do Consumidor
Retorno do consumidor para o varejo devido a arrependimento ou avaria
Devolver ao fornecedor
Produto retornado da posição à frente da cadeia de abastecimento. Esse retorno é associado ao excesso de estoque
Retorno do Produto Revender Marketing A logística reversa de produtos considera retornos de itens que chegam ao fim da sua vida útil e retornos de produtos novos devido à avaRetorno de produtos ria, recall e volume excessivo em estoque, denRetorno de avariados do varejo à Revender no mercado tre outros. Produtos indústria. Neste caso o varejo secundário, recondicionar, Em geral, a logística reversa dos produtos noAvariados está retornando um produto remanufaturar ou reciclar vos não é feita da forma mais otimizada, posque chegou a ele avariado suindo diversos problemas ao longo do processo Revender no mercado e na destinação dos itens. Em entrevistas realiRetorno iniciado devido a um secundário, recondicionar, zadas com diversas empresas, um dos principais Recall problema de segurança ou remanufaturar, reciclar ou qualidade. Ex: Carros problemas levantados é a falta de visibilidade e aterro sanitário controle da cadeia de logística reversa, como, por exemplo, não se ter controle do estoque de Tabela 1: Categorias de Retorno (Dr. Dale Rogers) retornados ou dos produtos que foram para centros de reparo. produtos recondicionados. Há redes de lojas no mercado Uma das soluções para aumentar o controle e a visibilisecundário norte-americano, como a Marshall’s, com um dade é a implementação de softwares específicos para profaturamento anual de US$ 2,8 bilhões. Um estudo do Dr. dutos retornados. Nos EUA, alguns operadores logísticos Dale Rogers, da Rutgers Universtity (EUA), indica que esse já oferecem esta solução. Estes softwares garantem a comcanal é responsável por 2,28% do PIB do país. pleta visibilidade e o controle da cadeia logística, desde a No caso da logística reversa de produtos que chegaram coleta do produto até o ponto de destinação final, inforao fim da sua vida útil, até agosto de 2010, quando a Lei mando, por exemplo, o valor de cada produto retornado nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política armazenado, as condições dos itens e sua melhor destinaNacional de Resíduos Sólidos (PNRS), foi publicada no Bração, entre outras informações. Dessa forma, a empresa terá sil, o processo de descarte adequado não estava claramente o controle da operação e definirá a melhor destinação do definido no país. Muitos produtos usados eram e ainda são produto, que pode ser a reciclagem, o recondicionamento enviados por consumidores para aterros sanitários sem neou revenda no mercado secundário, entre outras. nhum tratamento. A nova lei foi feita com a intenção de Hoje, o mercado secundário no Brasil é ainda pequeno, redefinir esse processo e estabeleceu que algumas famílias além de muitas vezes ser informal, dificultando a comerde produtos que chegam ao fim da vida útil devem ser retorcialização dos produtos. Já nos EUA, o mercado secundário nadas à indústria, que é responsável pelo seu descarte adeé consolidado, e é representado por um conjunto de emquado, minimizando os danos causados ao meio ambiente. presas que se especializam em vender produtos que chegaEsta lei foi criada com o objetivo de diminuir o volume ram ao fim da temporada de vendas no canal primário, ou de resíduos (embalagens e produtos) não tratados e envia-
Fonte: Dale Rogers
coletadas por catadores, que são normalmente filiados a cooperativas, e são vendidas para recicladoras. O preço médio das latas coletadas em 2008, de acordo com uma pesquisa efetuada pelo Cempre, foi de R$ 3.500,00 por tonelada. No caso dos óleos lubrificantes, as embalagens são retornadas para serem tratadas e reutilizadas pelos produtores de óleo. Os pontos finais dos elos logísticos são utilizados para a coleta dessas embalagens, como os postos de gasolina ou concessionárias. Em 2010, a estatística do Programa Jogue Limpo, que atua em SP, RJ e no Sul, indicou que 24 milhões de embalagens nessas regiões foram coletadas e recicladas. Além disso, empresas produtoras de óleos afirmaram que cerca de 25% das suas embalagens são retornadas.
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dos diretamente para aterros sanitários, sem, entretanto, estabelecer como a diminuição será imposta. A lei detalha conceitos e desejos do Governo Federal referentes à destinação de resíduos, além de estabelecer que os estados sejam responsáveis pela instituição da regulamentação e os municípios pela a gestão das regras definidas pelos estados. Essa falta de definição de como a lei será aplicada e controlada está levando a questionamentos sobre se ela realmente será executada. Porém, há muitas indústrias que já estão se mobilizando e se preparando para atenderem à lei, o que aumentará a complexidade de suas operações de logística reversa. Esta mobilização é composta por comitês de debate que têm a intenção de definir como a adesão à PNRS acontecerá e se isto ocorrerá através de contratação de consultorias para desenhar o processo logístico de retorno adequado. Desta forma, o processo de logística reversa para produtos que chegam ao final de sua vida útil, no Brasil, está ganhando complexidade a partir da nova lei. Antes, apenas produtos como baterias eram obrigados a ter um retorno e descarte apropriados. No caso de produtos novos, o processo de logística reversa ainda está se desenvolvendo e, para alguns setores, como o de eletroeletrônicos, este processo pode ser crítico, pois se trata de produtos com alto valor agregado.
Logística reversa na cadeia de varejo de eletroeletrônicos
O processo de retorno de eletroeletrônicos do consumidor para o varejo depende da estrutura de venda da empresa, se a mesma tem lojas físicas ou se a venda acontece pela internet e/ou por televendas. Legalmente, varejos com lojas físicas não são obrigados a aceitar produtos retornados. Algumas lojas até oferecem a opção de testar o equipamento adquirido dentro da loja para evitar que o cliente reclame do funcionamento do produto posteriormente. Porém, muitos varejistas usam a opção de troca como uma vantagem competitiva frente aos seus concorrentes. Já os varejistas com lojas online são obrigados por lei a oferecer um período de sete dias para seus clientes trocarem as aquisições. Neste caso, a razão da troca ou retorno não precisa ser especificada ao varejista. No caso da compra física, o produto é retornado à loja e depois transportado para o centro de distribuição. Já na compra via internet, o produto segue diretamente para o CD. Neste local será feita a classificação e determinada a destinação final do produto ou sua entrega ao centro técnico de reparo. Atualmente, no Brasil poucas empresas de varejo estão preparadas para tratar o retorno recebido do seu cliente de uma forma eficiente. Em muitos casos, os varejistas têm algumas dificuldades no processo de logística reversa, associadas à falta de padronização, controle e visibilidade, o que resulta em um grande volume de estoque retornado armazenado no centro de distribuição do varejo. O ideal seria que o varejista seguisse alguns processos específicos após receber um produto retornado. Esses processos incluem a separação e classificação dos itens, bem como a sua destinação. Todavia, por falta de re-
Os eletroeletrônicos ou apenas eletrônicos são todos os equipamentos na linha digital voltados para tarefas específicas, como fotografar, filmar, processar informações, viabilizar comunicações, etc. Para o varejo de eletroeletrônicos, o processo de logística reversa é crítico, pois se trata de produtos de alto valor agregado e de um volume representativo de unidades que retornam. Em entrevistas realizadas com diversas empresas, foi constatado que o volume de produtos retornados pode atingir um valor de até 6% do faturamento do varejista de eletroeletrônicos. Logo, é importante que se tenha um processo eficiente e que otimize a destinação destes produtos para que se tenha a menor perda possível e a maximização do valor do item retornado. A Figura 1 mostra a cadeia Figura 1: Cadeia Logística do fluxo reverso do varejo de eletroeletrônicos logística destes produtos retornados. 84 - Revista Tecnologística - Abril/2011
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cursos, como um software especializado e mão de obra qualificada, o produto retornado, ao chegar ao CD, é armazenado em uma área predestinada a retornos, sem que seja feita a separação, classificação e a destinação da forma mais eficiente. Em alguns casos, o varejista espera que a área destinada a produtos retornados chegue a um nível de ocupação muito alto para que seja feita a destinação destes produtos. Nos EUA, existem operadores logísticos que estão preparados para fazer esse processo reverso de forma ideal. Eles oferecem aos varejistas um processo completo, com as opções de tratamento para os produtos retornados e canais de venda alternativos. Existem diversos tipos de destinação final para os produtos eletroeletrônicos retornados, dependendo da condição destes e do tipo de contrato com o fornecedor. Se o produto estiver em condições perfeitas, retorna para o estoque e é revendido nas lojas. Por outro lado, se o produto tiver sofrido qualquer tipo de avaria, pode ser vendido no mercado secundário, quando for o caso de avarias pequenas que não danifiquem sua funcionalidade, ir para o centro técnico de reparo, ser vendido como sucata, ser reciclado, ser devolvido para o fornecedor, dentre outras alternativas. No caso do retorno do produto ao fornecedor, em geral, o varejista inicia a negociação transferindo a responsabilidade do retorno para o fornecedor ao pronunciar que, de fato, a avaria está associada ao processo produtivo ou à entrega do produto ao varejo. Nesta etapa, inicia-se a guerra de transferência de responsabilidade entre a indústria e o varejo conhecida como o “Vale entre a Indústria e o Varejo”, teoria criada pelo Clay Valstad, Sears, Roebuck and Co (Figura 2).
Nesta teoria, o varejo sempre acusará a indústria pela falta do sucesso na venda para o consumidor final, e a indústria dirá que o varejo não teve um nível de competência adequado para vender o produto. Para evitar este tipo de negociação, os contratos entre a indústria e o varejo devem ser bem estruturados, especificando os produtos e em quais condições podem ser retornados. No Brasil, em algumas empresas varejistas, os contratos de retorno com a indústria ainda não estão bem estruturados, gerando margem para se ter uma negociação diferente a cada tentativa de troca do produto pela empresa. No caso do produto não poder retornar à indústria, pois na negociação com esta o varejo não consegue transferir a responsabilidade do produto retornado, as duas opções que geram mais valor ao varejo – quando possíveis, pois dependem do estado do produto – são a venda no mercado secundário ou o envio do item ao centro técnico para posterior venda. No caso de envio do produto para o centro técnico de reparo, o varejista, para manter o controle da operação, precisa ter uma equipe dedicada para acompanhar o processo. Muitas vezes, o varejista perde a visibilidade e o controle do produto no centro técnico, tendo um processo mais demorado e ineficiente do que o esperado. Como mencionado anteriormente, o mercado secundário no Brasil, comparado ao de outros países, ainda é pequeno e muito informal. Dessa forma, no caso da venda ao mercado secundário, muitos varejistas têm dificuldade de conseguir vender os produtos, que ficam estocados por muito tempo nos seus centros de distribuição até serem vendidos nesse canal secundário.
Fonte: Going Backwards: Reverse Logistics Trends and Practices (Dale Rogers)
Conclusão
Figura 2: Vale entre a indústria e o varejo – as dificuldades associadas às negociações de retornos
No Brasil, o processo de logística reversa do varejo de eletroeletrônicos ainda está em desenvolvimento e tem espaço para melhorias. A falta de controle e visibilidade faz com que se tenha um nível de estoque alto nos centros de distribuição dos varejistas, e a falta de um processo padronizado de classificação e separação dos produtos faz com que o processo de destinação não seja eficiente. Além disso, entrevistas realizadas pelo Ilos Infra indicam que o mercado secundário no Brasil é pequeno e pouco formalizado, dificultando a venda dos produtos retornados atra-
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vés desse canal. Ademais, os contratos entre o varejo e a indústria devem ser mais estruturados e respeitados. O estreitamento de contratos entre o varejo e a indústria faria com que produtos retornados também passassem a ser escoados de uma maneira mais eficiente e veloz, diminuindo o volume de itens que ficam em estoque nos CDs dos varejistas e a quantidade de itens obsoletos. Como disse um executivo entrevistado no livro Going Backwards: Reverse Logistics Trends and Practices, de Dale Rogers e Ronald S. Tibben-Lembke, “essas coisas não são como o bom vinho, elas não ficam melhores com a idade”. É importante destacar, também, a lei de resíduos sólidos para os produtos já no fim de sua vida útil. Esta lei foi desenvolvida com a intenção de diminuir o volume de resíduos inadequadamente descartados. A lei, entretanto, não apresenta parâmetros e ainda não está claro como será aplicada. Ficou evidente que o desejo da União é o de diminuir o volume de resíduos, mas que caberia às indústrias e aos estados definirem como essa redução será feita. Devido a essa transferência de poder, as indústrias estão se
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mobilizando na busca de maneiras mais eficientes de reduzir o volume de resíduos descartados impropriamente.
Bibliografia Roger, D.; Tibben-Lembke, R.. Going Backwards: Reverse Logistics Trends and Practice. Reverse Logistics Executive Council, Nevada, EUA, 1998. Cempre – Compromisso Empresarial para Reciclagem. Pesquisa: Fichas Técnicas: Latas de Alumínio, 2008 Programa Jogue Limpo: www.joguelimpo.org.br/ Patrícia Perim é consultora do ILOS Infra, do Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS patricia.perim@ilosinfra.com.br Karen Harris é consultora do ILOS Infra, do Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS kharris@gwmail.gwu.edu. Tel.: (21) 3445-3000
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EVENTO
Fotos: Luiz Machado
Brasil desperta para a logística reversa O II Fórum Internacional de Logística Reversa, realizado no último mês de março, em São Paulo, mostrou que as empresas brasileiras estão atentas às possibilidades de negócios abertas pelas crescentes exigências do mercado em relação à sustentabilidade
C
om o interesse cada vez maior dos consumidores e das empresas pelo tema da sustentabilidade, agora impulsionado pela recente promulgação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), surgem a cada dia novas soluções e iniciativas que visam, por um lado, adequar as atividades empresariais à nova mentalidade e, por outro, aproveitar a ampla gama de possibilidades que surgem das novas necessidades. E a logística reversa (LR) está presente na maioria delas, sendo o elo entre os diversos atores deste cenário – produtores, varejo, consumidores, operadores logísticos e recicladoras, entre outros. Iniciativas e oportunidades foram demonstradas e discutidas no II Fórum Internacional e Expo de Logística Reversa, realizado no dia 24 de março, em São Paulo, que reuniu
cerca de 250 participantes de empresas de variados segmentos. Organizado pelo Conselho de Logística Reversa do Brasil – CLRB – e pela Publicare Eventos, o Fórum teve o patrocínio da Chame o Gênio, Exata Logística, Grupo TPC-Reversa, TGestiona e Totvs. Abrindo o evento, Paulo Roberto Leite, presidente do CLRB, falou do crescimento da logística reversa no Brasil, da evolução em relação à época do primeiro Fórum, realizado em 2009 – o que foi corroborado pela pesquisa organizada por ele e apresentada ao final do evento –, e das “avenidas de negócios” que se abrem, não somente pelo surgimento da Lei e da regulamentação da PNRS, como também pela crescente quantidade de produtos que vão ao mercado e que precisam, ao
final de sua vida útil, ser destinados corretamente. “A LR é necessária e as empresas já entenderam isso. Este Fórum potencializa a divulgação dos programas e soluções desenvolvidos pelas empresas e possibilita um networking profícuo para a experiência profissional dos participantes.”
A lei na prática Abrindo as palestras, Silvano Silvério da Costa, secretário de Recursos Hídricos e Ambiente Urbano do Ministério do Meio Ambiente – MMA, contou o histórico das discussões que culminaram na Lei 12.305/2010, que cria a Política Nacional de Resíduos Sólidos, regulamentada pelo Decreto nº 7.404/2010. Falando sobre as metas embutidas no PNRS, ele destacou que a par-
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tir de 2014 não haverá mais lixões no país e não poderá mais haver depósito, em aterros sanitários, de resíduos (materiais que são passíveis de reciclagem). Outra meta destacada é a que obriga a União a dedicar recursos para os estados que tiverem implementado um plano para reciclagem de resíduos sólidos. De acordo com o secretário, os Acordos Setoriais são o melhor caminho para a implantação da responsabilidade compartilhada entre fabricantes, importadores, distribuidores, comerciantes, consumidores e serviços públicos. E também para a institucionalização da logística reversa, para que os resíduos possam voltar ao ciclo de consumo. Ele informou que já está instalado um Comitê Orientador, composto por cinco ministérios – Saúde; Agricultura; Meio Ambiente; Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior; e Fazenda –, que já tem plano de ação e reuniões agendadas para deliberação de estratégias e cronogramas para os lançamentos de editais de LR e criação de grupos de trabalho para várias cadeias de produtos, como eletroeletrônicos e seus componentes, lâmpadas de vapor de sódio e mercuriais, embalagens em geral, óleos lubrificantes, pneus e descarte de medicamentos. “Estes são os itens para os quais a destinação final será obrigatória, o que pode ser estendido para resíduos ou produtos de vidro, plástico e metal, desde que tenham impacto ambiental ou na saúde pública.” Outros destaques importantes com relação à Lei são a criação de um Sistema Nacional de Informações de Resíduos e de um Cadastro Nacional de Operadores de Produtos Perigosos, que facilitará o controle e gestão dos resíduos, e o programa Pró-Catador, instituído pelo mesmo Decreto 7.405, que prevê a organização e inclusão dos catadores de materiais reutilizáveis e recicláveis na coleta seletiva de resíduos sólidos.
O governo estuda uma campanha nacional de educação ambiental, que é fundamental para o sucesso da PNRS
de quantidades e prazos e a responsabilidade de cada agente da cadeia no processo. “As mesmas entidades presentes na Europa se encontram aqui; basta definir o papel de cada uma delas na responsabilidade estendida” (veja entrevista com Luís Martins nesta edição).
Proativos Abrindo os cases, pela manhã, houve as apresentações do InpEV – Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias –, responsável pelo transporte adequado das embalagens devolvidas para o destino final. Para implementar o modelo de LR, o instituto tem uma parceria com o Grupo Luft, utilizando o mesmo caminhão que leva as embalagens cheias de defensivos agrícolas para trazer as vazias, a granel ou compactadas. O modelo se utiliza da grande experiência da Luft Agro na distribuição de defensivos e demais produtos para o agronegócio. Para se ter uma ideia do sucesso do modelo, apenas no último bimestre o país destinou corretamente mais de cinco mil toneladas de embalagens vazias de defensivos para reciclagem,
Costa destacou ainda, para a efetiva implementação do PNRS, a importância da participação dos cidadãos na coleta seletiva, que começa dentro das casas. “Esta participação é fundamental para o sucesso do programa e é um trabalho de educação ambiental. O governo já discute a criação de uma campanha nacional e revisão dos programas educacionais voltados ao meio ambiente.” Um bom exemplo de caminho a ser seguido para a efetivação prática da coleta e reciclagem de resíduos sólidos urbanos foi dado por Luís Veiga Martins, diretor-geral da Sociedade Ponto Verde, de Portugal, responsável pelas políticas de reciclagem de embalagens naquele país, seguindo as diretivas da Comunidade Europeia. Martins destacou que muito do que foi feito na Europa pode ser replicado no Brasil, adaptado à realidade local, já que esta adaptação à situação de cada país também ocorreu naquele continente. O importante, segundo Leite: empresas já entenderam a importância da LR ele, é definir metas
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Costa: a PNRS detalha até onde vai a responsabilidade de cada um
volume 25% maior que o registrado em janeiro de 2010. Atualmente, cerca de 90% das embalagens desses produtos têm destinação correta no país, o que faz o programa referência mundial na gestão pós-consumo desse material. Outro case prático apresentado foi o da Philips, que ampliou o programa de logística reversa de seus produtos e espera encerrar 2011 com 100% de sua linha incluída no programa Ciclo Sustentável Philips (veja detalhes na matéria sobre o case nesta edição). A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) – ou Correios – participou do evento com a palestra “Logística Reversa no Pós-Venda”, ocasião em que o gerente de Vendas, Marcelo Matos, detalhou as ações tomadas pela companhia para colaborar com a logística reversa no Brasil, com destaque especial para o segmento de e-commerce. O setor registrou um acréscimo de 40% no faturamento durante o ano de 2010 em relação a 2009 (R$ 14,8 bilhões, ante R$ 10,6 bi), segundo dados do 23º Relatório WebShoppers, realizado pela e-bit, empresa especializada em informações do e-commerce.
Foram feitos mais de 40 milhões de pedidos online no ano, encabeçados pelos eletrodomésticos, que representaram 14% de todas as compras, seguidos dos livros, revistas e jornais (12%), dos produtos de saúde, beleza e medicamentos (12%), dos equipamentos de informática (11%) e, finalmente, dos eletroeletrônicos (7%) que, segundo Matos, devem crescer e representar cerca de 15% das compras online em 2011, passando para o topo da lista. Para o gerente, o e-commerce consiste em um fator elementar para a necessidade da implantação de programas de logística reversa. “O consumidor está cada vez mais exigente e mais esclarecido. Ele cobra mais e quer economizar tempo sem abrir mão da comodidade”, analisa, justificando a demanda por trocas de mercadorias danificadas, encaminhamento para assistências técnicas ou mesmo devoluções por erros de expedição. Segundo ele, essa nova mentalidade dos clientes praticamente obriga as companhias a investir no pós-venda. “Com o e-commerce, a necessidade de retorno do produto foi reforçada, apesar de a logística reversa ir muito além disso”, completa. Para atender a essa nova demanda, que se intensifica cada vez mais, os Correios utilizam quatro modalidades de operação. No serviço domiciliário, a empresa vai até a casa do cliente para retirar o produto a ser substituído ou devolvido. Já o serviço de e-ticket provê ao cliente um número protocolar que permite a entrega do produto nas mais de sete mil agências dos Correios espalhadas pelo Brasil. Ambas as modalidades possuem variações,
denominadas serviço simultâneo domiciliário e serviço simultâneo em agência, em que o novo produto é entregue ou retirado na mesma hora, mediante a entrega da mercadoria a ser devolvida. Segundo Matos, até algum tempo atrás poucas companhias apresentavam essa mentalidade voltada ao pós-venda. “Acreditava-se que isso não era necessário, desde que a venda fosse bem feita”, conta. Mas, com as novas exigências dos consumidores e as regras aplicadas ao e-commerce – o cliente pode, por exemplo, desistir da compra em um prazo de até sete dias e devolver o produto mesmo sem defeito –, as companhias viram a necessidade de investir nesse tipo de atividade. “Se eu vendo, eu preciso abrir um canal para suprir a necessidade de retorno do produto. Para o consumidor ficar plenamente satisfeito, a logística reversa tem que ser uma experiência tão boa quanto a da compra”, defende o gerente de Vendas.
Responsabilidade na cadeia Durante a apresentação do Programa Top Log – Busca pela Excelência Logística e Sustentabilidade –, o diretor de Operações Logísticas da Companhia Brasileira de Distribuição (CBD), Sérgio Biagioli, expôs as iniciativas voltadas à logística reversa contidas no projeto – um sistema de certificação que tem como finalidade reduzir o índice de rupturas e os custos logísticos – realizado há seis anos pela companhia junto a seus fornecedores e ao seu próprio supply chain. Segundo Biagioli, os fornecedores da CBD devem preencher os requisitos e atingir as metas previstas no programa para receber o certificado, e a logística reversa faz parte dessas iniciativas. O executivo destaca que, atualmente, a companhia realiza dois tipos primordiais de LR: a de resí-
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duos, em que são coletados, nas quase 1.700 lojas espalhadas por 18 estados brasileiros e no Distrito Federal, materiais como plásticos e embalagens; e a logística comercial, que consiste, por exemplo, no recolhimento de itens sazonais, como o estoque remanescente de brinquedos adquiridos pela companhia no período de Natal, ou ovos de chocolate comprados durante a Páscoa, mas que não foram vendidos nas lojas. As iniciativas fazem parte da política da companhia de investir em lojas e centros de distribuição verdes, ou ambientalmente corretos. Em março do ano passado, a CBD inaugurou, no Distrito Federal, um CD verde orçado em R$ 75 milhões. Com 32,6 mil m², ele adota práticas eficazes para racionalização do uso de água e energia elétrica, pintura ecológica com tintas e vernizes à base de água ou com baixa emissão de compostos químicos, madeira reutilizada, ventilação natural, entre outras características. “Todos os CDs inaugurados a partir de 2010 pela companhia são centros verdes”, conta Biagioli. O executivo atenta para o fato de que tais medidas encarecem o produto no momento em que este chega a seu destino final, pesando diretamente no bolso do consumidor. “Temos o papel de dizer para o cliente o valor da logística reversa, nem que ele tenha que pagar mais por isso”, diz Biagioli. “Convenhamos que livrar-se de uma geladeira velha é um transtorno. Por isso, o cliente está disposto a pagar mais para, ao receber a geladeira nova, entregar a velha.” Os trabalhos da tarde foram iniciados com a palestra do Analista de Políticas Industriais da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Wanderley Coelho Baptista. Para ele, a Política Nacional de Recursos Sólidos (PNRS) não é o que o setor industrial deseja. “O governo precisa criar critérios para viabilizar a
A participação do varejo é fundamental para a implantação da PNRS, pois ele serviria de ponto de coleta para os itens retornados
norma técnica e economicamente”, diz. Além disso, reforça, a grande dificuldade será implementar a logística reversa em todo o território nacional. “O setor industrial tem que ser ouvido para definir objetivos, uma vez que o país ainda não tem metas quantitativas quanto à coleta de resíduos”, afirma. Baptista é enfático ao dizer que as indústrias têm se mobilizado para analisar a viabilidade de se criar um sistema único de retorno. Ele exemplifica o caso das embalagens, que ainda não possuem uma regra clara. “Uma gerenciadora central poderia coordenar junto ao Governo Federal todas as definições da política, além de gerir um acordo setorial que atenda à lei”, diz. Entre as vantagens da centralização ressaltada pelo analista está a melhor organização dos elos envolvidos na cadeia – catadores, envasadores, beneficiadores, fabricantes e importadores – e a redução nos custos operacionais. Para ele, também é fundamental a participação do comércio no processo, que serviria de importante ponto de coleta. “Hoje, apenas as indústrias estão tentando equacionar os problemas.”
Destinação correta Na palestra “Logística Reversa e Manufatura Reversa”, o diretor da Oxil, Marcelo Barraca, explanou sobre
a forma correta de destinação dos produtos. “Conseguimos entre 85% e 90% de reciclabilidade dos produtos que recebemos”, salienta. O trabalho da companhia consiste em receber os itens e efetuar a desmontagem, a descaracterização, o processamento e a reintegração das matérias-primas ao ciclo econômico ou ao descarte. “Eliminamos o risco de passivos ambientais, reduzimos a utilização de recursos naturais e diminuímos o volume de resíduos enviados aos aterros”, informa. Barraca enfatiza a importância da operação. “Protegemos a marca e a tecnologia dos clientes.” Segundo ele, muitas vezes computadores, por exemplo, são enviados à Oxil funcionando e contêm informações no HD. “Se não fizermos a desmontagem de forma correta, as informações podem vazar”, pontua.
Comercial Já a Reversa Soluções Logísticas – criada pelo Grupo TPC para atuar especificamente no segmento de logística reversa e apresentada ao mercado durante o Fórum (veja nota na seção Mercado, nesta edição) – trabalha com itens que ainda possuem funcionalidades. Especialista na gestão de logística reversa no e-commerce, a companhia desenvolve soluções para minimizar o retorno de produtos a seus clientes. Trata-se de uma operação peculiar. Isso porque 70% de tudo o que retorna não apresentam nenhum tipo de defeito. Entre as razões para as devoluções estão o arrependimento, o fácil acesso ao canal de devolução e a assistência técnica que não resolve o problema. Para evitar um grande número de itens retornados aos clientes, a Reversa se propõe a manipulá-los. O diretor Décio Honorato Alves diz que a empresa recebe os itens dos
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redução no tempo das entregas e mais controle dos envios. Quanto ao inventário, a nova ferramenta permite visibilidade de tudo o que está estocado.
Processo rentável Formas de como tornar a Logística Reversa um processo rentável, mas, acima de tudo, sustentável, foram abordadas em praticamente toSousa, da TGestiona: iniciativas simples dos os cases apresentados transformam a LR em um processo rentável nessa segunda edição do varejistas, os cadastra, realiza a tria- Fórum. A TGestiona, braço logístico gem, testa, classifica – produto sem do Grupo Telefônica, é um exemplo funcionalidade, perfeito ou com al- de como é possível a LR proporcionar guma avaria – e efetua a destinação, ganhos de receita e até de produtivique pode ser a volta ao mercado, o dade. Especializada na Logística Reenvio para a assistência técnica ou a versa de produtos eletroeletrônicos, a reciclagem. “Conhecendo o real es- empresa nasceu para prestar serviços tado do item agregamos maior valor exclusivos ao Grupo, mas hoje tem comercial”, afirma. como clientes grandes players do merPara controlar o retorno, contudo, cado, como Vivo, Semp Toshiba, LG é preciso que as operações estejam e Motorola, entre outros. Parte desse bem administradas. Pensando nisso, a sucesso se deve aos reflexos do projeto Golden Cargo investiu na implemen- criado pela empresa para centralizar as tação do sistema Logix, ferramenta operações e obter maior sinergia opede gestão disponibilizada pela Totvs. racional, o que resultou em aumento Thiago Maioli, consultor da Totvs, de receita da Telefônica e 20% de cresconta que, antes da implementação cimento na produtividade. da novidade, a Golden Cargo não O diretor da empresa, Marcelo de possuía informações centralizadas. Sousa, explica que a adoção de ini“A qualidade de dados era duvidosa e ciativas como agendar a retirada dos não era possível realizar a integração modems, por exemplo, evitou viagens corporativa”, diz. Maioli conta que a perdidas que, além de desperdício de mudança já trouxe benefícios. “Agora dinheiro e tempo, geravam emissão eles conseguem fazer com que as prá- de gases na atmosfera desnecessariaticas sejam corporativas e os profissio- mente. “Afinal, de nada adianta retirar nais trabalhem focados nos negócios milhões de equipamentos eletrônicos da companhia”, ressalta. mas colocar milhares de caminhões Há ganhos, também, no proces- nas ruas”, pondera o diretor. so de armazenagem. Recebimento, Além de agendadas, agora todas armazenagem, expedição e fatura- as coletas são roteirizadas de formento são geridos, o que resultou ma casada com a rede de distribuinuma melhor acurácia do estoque, ção e os produtos são catalogados
e triados para a destinação devida: reciclagem, no caso dos obsoletos, ou reparação, para os reutilizáveis. “Hoje é importante investir em tecnologia e na padronização dos processos com sólidas ferramentas de TI, governança especializada, KPIs específicos e alta efetividade de coleta para transformar alto custo operacional em custo de oportunidades”, ressalta o diretor. Na opinião dele, também é essencial que as empresas comecem a analisar programas para incentivar o descarte correto dos produtos quando da aquisição de um aparelho novo, bem como realizar um trabalho bem mais efetivo de pós-venda. Esse, aliás, é o foco do Chame o Gênio, solução de pós-venda de eletroeletrônicos criada pela empresa Fix Net após estudar por alguns anos como grandes indústrias internacionais dos EUA e França lidavam com os processos de logística reversa. Por meio de um balcão montado dentro das lojas, o Chame o Gênio oferece todo o serviço de pós-venda com profissionais tecnicamente preparados para avaliar se o produto realmente necessita de assistência técnica, troca ou uma maior atenção ao consumidor. “É inacreditável a quantidade de eletrônicos sem defeito algum que são devolvidos ou trocados por falta de conhecimento dos consumidores”, revela Alexandre Buzzo, diretor da empresa. Ele acrescenta que, para estes casos, os profissionais do Chame o Gênio também estão treinados para orientar o consumidor quanto ao correto uso do aparelho o que, na maioria das vezes, resulta na desistência da troca ou devolução. “Nas compras online realizadas em uma grande rede de supermercados nacional, por exemplo, o Chame o Gênio conseguiu evitar 60% das trocas, sendo que 25% eram por mau uso”, esclarece.
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Os produtos que realmente serão devolvidos ou trocados são separados e identificados conforme o destino: produto sem defeito para ser reembalado e devolvido ao mercado, ou produto com defeito para reparo. Todo o transporte é realizado pelos mesmos veículos que abastecem as lojas. Vale ressaltar que, com a diminuição das trocas, também há redução de custos com reembalagem e, ainda, de resíduos. “O varejo nacional de eletroeletrônicos gasta cerca de R$ 1 bilhão por ano com reembalagem de produtos trocados e devolvidos”, informa Buzzo. Evitar ao máximo o descarte de resíduos também foi citado pelo assessor da presidência da Associação Brasileira dos Distribuidores de Produtos Químicos e Petroquímicos (Associquim), Eduardo Barrella, que mencionou o exemplo de uma empresa que passou a reutilizar suas embalagens de aditivos para combustível trocando apenas o lacre e o rótulo, alcançando uma economia de R$ 60 mil por ano. “Trabalhando de forma criativa e responsável, é possível evitar gastos e danos ao meio ambiente e à sociedade”, defende.
“É incrível a quantidade de eletrônicos sem defeitos que são devolvidos ou trocados por falta de orientação ao consumidor”
Ele também destaca a importância do comprometimento e união das empresas de químicos e petroquímicos para a contínua melhoria da distribuição de seus produtos. “O trabalho e o alinhamento junto às entidades de classe e associações empresariais, a fim de compartilhar diretrizes, facilitam muito a tomada de decisões que beneficiam todo o segmento”, disse, referindo-se ao Prodir (Processo de Distribuição Responsável), criado pela Organização. Baseado no Responsible Distribuition Process (RDP) da associação norte-americana National Association of Chemical Distributors (NACD), o programa certifica empresas conforme regras de responsabilidade social e de sustentabilidade que conferem garantia de qualidade para o produtor, confiança para o cliente e segurança para a comunidade. Para serem certificadas pelo Prodir, as empresas do segmento devem seguir práticas gerenciais que incluem gerenciamento de risco, atendimento a legislações e normas, seleção de transportadores, manuseio e armazenagem, Barrella: redução das devoluções trazem gandes reduções de custos procedimentos de traba-
lho e treinamento, gerenciamento de resíduos, atendimento a emergências e preparação e integração com a comunidade, gerenciamento do produto, auditorias internas, ações corretivas e preventivas e controle de documentos. Segundo Barrella, alguns dos benefícios alcançados pelas empresas acreditadas pelo programa são a redução de custos e desperdícios, aumento da produtividade e eficiência, maior segurança operacional, melhoria da imagem e maior satisfação dos clientes.
Estágio da LR no Brasil A última palestra do dia foi a apresentação da pesquisa do CLRB denominada “Hábitos de Logística Reversa – versão 2010-2011”, apresentada pelo professor Paulo Roberto Leite, que também a coordenou. Um aprofundamento de trabalhos semelhantes realizados nos anos de 2000, 2005, 2007 e 2009, a pesquisa confirmou alguns aspectos relevantes e acrescentou novos conhecimentos às edições anteriores, que permitem ratificar as “avenidas de negócios” mencionadas pelo autor na abertura do evento (veja íntegra da pesquisa nesta edição). Ao final do Fórum, foi realizado, ainda, um painel sobre o impacto da Política Nacional de Resíduos Sólidos, bem como as tendências da Logística Reversa, no qual ficou evidente que os executivos, de um modo geral, defendem a importância da união e integração de toda cadeia para o amadurecimento dos processos sustentáveis no Brasil e, consequentemente, para a preservação do nosso meio ambiente.
CLRB: (11) 5097-9895 Publicare Eventos: (11) 5505-0999
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O depósito falante Fotos: Divulgação
Compreendendo como a voz desencadeia maior desempenho na distribuição de produtos Roger Byford e David Maloney
Capítulo 2: Desmistificando a Voz no Depósito
N
este capítulo veremos diversos tipos de sistemas de reconhecimento de voz e exploraremos por qual razão eles não foram criados de forma equivalente. Daremos ênfase especial ao reconhecimento de voz no mundo do depósito, explicaremos quais as melhores maneiras de maximizar a sua qualidade de reconhecimento de voz e, finalmente, examinaremos o valor comercial que se pode obter usando as melhores práticas reconhecidas na precisão do reconhecimento de voz.
Em um momento ou outro, todos nós tivemos que conversar com um computador através de um sistema de reconhecimento de voz Este tipo de experiência de “fala humana com computador” nem sempre é positiva. Por exemplo, telefonamos para um centro de atendimento ao cliente e somos questionados pela “recepcionista” eletrônica sobre o motivo da ligação, a partir
de uma lista de opções. Damos uma resposta e, muitas vezes, o sistema não reconheceu plenamente o que falávamos. Tivemos que repetir, enfatizando a nossa dicção, até que o sistema compreendesse. Isto nos deixa frustrados e desacreditados de tal tecnologia. Não é de se admirar, então, que muitos gestores da cadeia de suprimento receiem que o fluxo de trabalho dirigido por sistemas de voz ofereça resultados semelhantes. Mal sabem eles que nem todos os sistemas de reconhecimento de voz são criados igualmente.
O desafio Os sistemas de reconhecimento de voz por computadores têm um desafio. Quando os seres humanos trabalham com um computador através de uma tela e teclado, sabemos que estamos lidando com uma máquina, e por isso ficamos um pouco tolerantes com as falhas na interação. Por outro lado, as pessoas são muito menos tolerantes quando se trata de comunicação falada. Tudo o que aprendemos sobre conversas ao
vivo envolveu um segundo ser humano; então, nós temos total expectativa de que a outra parte responda de forma inteligente. É compreensível, então, que os usuários às vezes se sintam frustrados, mesmo quando um sistema de reconhecimento baseado em computador seja quase perfeito na compreensão de sua fala. Isso é ainda pior no caso de um ambiente de distribuição, onde cada mal-entendido ou resposta lenta tem um impacto sobre a produtividade. Sendo assim, cabe aos projetistas de sistemas de voz de depósitos não apenas batalharem para maximizar a precisão do reconhecimento de voz, mas também estarem atentos sobre como gerenciar o diálogo com o usuário da forma mais natural e inteligente possível. O objetivo de qualquer tipo de sistema de reconhecimento de voz é interpretar a fala de forma precisa e no tempo oportuno. De forma ideal, o sistema compreenderá tudo o que o usuário quiser ouvir, mas ignorará tudo o que ele não quer ouvir, tais como ruídos estranhos do ambiente.
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A eficiência com que um reconhecedor de fala cumpre os seus objetivos depende da escolha da tecnologia de voz, de como ela é aplicada e quão rigorosos são os requisitos do usuário. Vamos rever brevemente os três aplicativos mais comuns de reconhecimento de voz hoje em dia: • Ditado • Por telefone • Depósito Ditado Os reconhecedores de ditado são projetados para “Pegue uma carta, Computador” e imediatamente converter a fala em texto. Alguns são adaptados para domínios específicos, tais como médicos ou advogados. Outros simplesmente se destinam a substituir o teclado para qualquer pessoa que escreva um documento. Pela própria natureza, o software de ditado requer um vocabulário enorme, e uma vez que estas palavras são colocadas em estruturas de frase, é criada uma complexidade maior. Além disso, ao contrário dos sistemas que pedem aos usuários itens específicos, um sistema de ditado (quase) não tem ideia do que o usuário pode discutir. Felizmente, vários atributos do aplicativo tornam a vida um pouco mais fácil. Eles geralmente funcionam em ambientes silenciosos. Pode-se esperar que os usuários trabalhem com microfones com qualidade razoavelmente alta, e que cooperem com o reconhecedor; e é aceitável que seja solicitado aos usuários que invistam um pouco de tempo, no início, para familiarizar o reconhecedor com seus padrões de fala. Finalmente, os sistemas de ditado são geralmente alimentados a partir de tomadas de energia na parede, para que possam utilizar algoritmos que requeiram memória e poder de processamento consideráveis.
As pessoas são menos tolerantes quando se trata de comunicação falada, pois esperam que a outra parte responda de forma inteligente
Por telefone Os reconhecedores por telefone são aqueles que a maioria de nós já utilizou. Eles são projetados para ocupar o lugar, total ou parcialmente, dos agentes humanos. Espera-se que os sistemas por telefone reconheçam algumas centenas, ou milhares, de palavras diferentes – por exemplo, os nomes das cidades em um sistema de informação de companhia aérea. No entanto, eles devem trabalhar, às vezes, para milhões de pessoas diferentes, com sotaques muito variados. Quando comparamos o nível de dificuldade geral para as diversas categorias, não é surpresa o fato de que reconhecedores por telefone nem sempre correspondam às expectativas. Depósito Um sistema de depósito não tem que reconhecer muitas palavras diferentes – geralmente menos de cem. No entanto, reconhecedores de depósito têm de operar em ambientes extremamente ruidosos. Eles precisam reconhecer palavras muito rapidamente, independentemente do sotaque ou dialeto, e lidar com as mudanças nos padrões de voz provocadas por diferentes níveis de ruído (conhecido como o efeito Lombard). Eles também devem ser capazes de
operar de forma confiável a temperaturas extremas, tais como no trabalho em um freezer.
Então, qual a extensão desta dificuldade? Vamos resumir as “métricas de dificuldade” mais importantes para cada reconhecedor. E, em seguida, discutiremos alguns dos problemas com maior detalhamento. As medidas que utilizaremos são as seguintes: • Tamanho do vocabulário – Quantas palavras diferentes o reconhecedor deve compreender? • Restrições de gramática – De quantas maneiras diferentes o usuário pode registrar informação? • Familiaridade – Quanto o reconhecedor sabe sobre o usuário, e vice-versa? • Qualidade do sinal – Qual é a qualidade do sinal sonoro que o reconhecedor recebe? Aqui está uma visão dos desafios relativos:
Desafios com reconhecedores de fala Nós podemos tornar o problema do reconhecedor muito mais fácil de ser resolvido que no caso de um reconhecedor para ditado ou reconhecedor por telefone.
Fonemas ou palavras? Um reconhecedor trabalha ao pegar “modelos” armazenados de sons e compará-los com os sons que ouve do usuário. Por várias razões, não é prático para um reconhecedor com um vocabulário grande manter os modelos de todas as palavras que pode ouvir. Assim, tais reconhecedores (incluindo os sistemas de ditado e por telefone) usam os modelos de fonemas em vez de modelos de Abril/2011 - Revista Tecnologística - 99
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palavras. Fonemas são as menores unidades de som de uma língua. Outro desafio para os sistemas baseados em fonemas é sua dependência de transcrições fonéticas precisas de palavras. Isso fica evidente ao observar os programas texto-avoz, que também dependem da fonética. Estes sistemas, como o nome indica, transformam informações de texto diretamente em fala. Você pode ter utilizado um sistema de GPS em seu carro, por exemplo, que usa um texto-a-voz para fornecer direções faladas detalhadas (turn-by-turn). Em caso afirmativo, então, você provavelmente se deparou com uma situação em que o sistema tentou falar o nome de uma rua e o pronunciou errado. Portanto, um reconhecedor baseado em fonemas deve ser desenvolvido com um grande dicionário de ortografia fonética. Em contraste com sistemas baseados em fonemas, de grande vocabulário, os reconhecedores de
pequenos vocabulários usam modelos baseados em palavras. Estes são projetados para modelar os sons de uma palavra inteira, ao invés de juntar segmentos fonéticos. Há mais informações no som de uma palavra do que no som de um fonema, e a pronúncia de uma palavra não varia tanto quanto a pronúncia dos fonemas. Portanto, quando um pequeno vocabulário torna os reconhecedores baseados em palavras práticas, eles apresentam uma vantagem no desempenho sobre os baseados em fonemas. Sendo assim, quase todos os sistemas de voz para centro de distribuição e depósito usam reconhecedores baseados em palavras.
Tamanho do vocabulário e gramática A fim de diminuir a lista e permitir que o computador compreenda e responda mais rapidamente, o sistema se concentra na interpretação de um vocabulário ativo – as
possíveis palavras que um interlocutor pode usar em qualquer momento. Por exemplo, um sistema de voz por telefone pode fazer uma pergunta que espera apenas uma resposta sim ou não. Infelizmente, nem todas as respostas podem ser limitadas a isso. Isso exige que o sistema mergulhe ainda mais fundo em sua lista completa de vocabulário – a gramática se torna mais livre, a probabilidade de erros aumenta significativamente e o tempo que o computador gasta para responder pode aumentar. Os reconhecedores de ditado podem usar um “modelo de linguagem estatística” para melhorar a sua precisão. Esta técnica faz uso de regras de gramática e de contexto para ajudar o reconhecedor a escolher entre as sequências de palavras mais e menos prováveis. Um reconhecedor de depósito, por outro lado, pode usar a gramática restrita de forma mais severa durante todo o tempo ou na maior parte do tempo.
Luiz Machado
Familiaridade – treinar ou não treinar? Uma das principais dificuldades com os reconhecedores por telefone é que devem ser capazes de compreender as pessoas que telefonam pela primeira vez. Depois de ouvir por alguns minutos, o nosso índice de compreensão aumenta. E se um reconhecedor tiver a oportunidade de aprender com seus usuários, ouvindo-os dizer, antecipadamente, as palavras que usarão à medida que trabalharem com o sistema? Os reconhecedores de depósitos podem ser “totalmente treinados” para entender melhor o usuário, o que aumenta significativamente os índices de reconhecimento. Um usuário apenas tem que investir de 10 a 20 minutos para ensinar ao sistema
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O fato de os usuários se familiarizarem com o sistema e seu uso prolongado contribuem para a eficiência da ferramenta
como ele pronuncia as palavras usadas no ambiente do depósito. O sistema pede ao usuário para falar as palavras do vocabulário, e ele as repete de volta para o microfone do fone de ouvido. O software registra estas palavras como respostas típicas do usuário, determinando sua altura tonal, sotaque, inflexões e pronúncias únicas de cada palavra. O reconhecedor usa as respostas para construir modelos específicos do interlocutor de todas as palavras do vocabulário. O fato de os usuários se familiarizarem com o sistema com treinamento formal e o uso prolongado contribuir para a produtividade mostram a diferença no desempenho entre esses sistemas especializados e os reconhecedores de ditado e por telefone, com finalidade mais genérica. Um desempenho melhor é desejado, mas devemos nos perguntar se o custo de treinamento de um sistema compensa a melhora da precisão do reconhecimento. Foi feita uma avaliação do retorno sobre o investimento associado aos sistemas treinados, em comparação com os sistemas não-treinados. Primeiro, foi calculado o custo para treinar um reconhecedor de depósito, que é um processo que leva de 10 a 20 minutos. A US$ 30,00
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por hora para salários e benefícios, o treinamento do reconhecedor custa para uma instalação cerca de US$ 10,00 no tempo do empregado. Essa despesa foi comparada com os custos que o mesmo funcionário iria incorrer se ele experimentasse índices de erro de reconhecimento mais altos associados aos sistemas não-treinados. Os critérios para determinar os custos adicionais foram baseados nos atrasos no tempo de trabalho provocados pela necessidade de repetir palavras ou adicionar palavras extras para permitir que o sistema não-treinado processasse uma resposta correta. De acordo com os cálculos do estudo, se o treinamento do reconhecedor reduz a taxa de erro em um ponto percentual (de 2% para 1%, por exemplo), o período de recuperação do investimento no treinamento pré-uso (gravando os sons das palavras de referência) é inferior a seis dias de trabalho. E a economia de custos contínua por dispositivo, a cada ano, é de aproximadamente US$ 450,00 para a separação de pedidos de caixas e US$ 2.400,00 para a separação de pedidos de peças. Em uma operação de dois turnos, a economia anual por dispositivo duplica.
Gestão do ruído: o fone de ouvido é importante O ruído de fundo de empilhadeiras, ventiladores, música alta, sistemas de alto-falantes e outros equipamentos torna sempre um desafio o reconhecimento de voz preciso. Ainda mais desafiador para o projetista do equipamento de voz são os sistemas de depósito que devem funcionar em freezers ou nas docas de embarque, debaixo do sol. Daí a razão de se utilizar um fone de ouvido de alta qualidade.
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Os microfones com cancelamento de ruído exigem tolerâncias de fabricação muito severas, tornandoos caros; porém, um microfone de baixa qualidade pode comprometer o desempenho de todo o sistema. O fone de ouvido deve ser projetado para tornar o posicionamento do microfone mais fácil e intuitivo. O microfone também deve funcionar sob condições extremas, mesmo após ter sido submetido à sujeira, escombros e líquidos, comuns em ambientes de distribuição. Esse problema se torna ainda mais desafiador pelo efeito Lombard mencionado anteriormente – quer precisem ou não, as pessoas falam naturalmente mais alto em um ambiente ruidoso.
Reconhecimento adaptável Nós presumimos que os usuários falarão da mesma forma todas as vezes que falarem com o reconhecedor. Mas, na prática, isso não ocorre. Após oito horas de trabalho, um usuário pode estar cansado ou resfriado. Tais variações podem alterar a forma como uma pessoa pronuncia as palavras e, por sua vez, como o sistema interpreta o som.
Um reconhecedor adaptável tem a capacidade de continuar a aprender mais detalhes sobre os padrões de fala do usuário, à medida que este último interage com ele. Em comparação, um reconhecedor por telefone geralmente não pode tirar proveito do reconhecimento adaptável, porque normalmente assume que ouvirá um usuário apenas uma vez. Aumentos de até frações de um segundo nos tempos de resposta podem fazer com que uma conversa agradável se torne difícil. Se o usuário começar a achar que o reconhecedor não o ouviu, ele pode começar a se repetir. O reconhecedor que tenha ouvido o usuário, mas que tenha sido lento para responder, pode interpretar a nova fala como outro item de dados. Por esta razão, é melhor que o processamento da fala seja realizado diretamente no computador portátil ou de uso constante do usuário. Embora isso exija que estes dispositivos portáteis tenham poder de processamento significativamente maior, os ganhos em velocidade e desempenho fornecem essa arquitetura, conhecida como thick client, com uma vantagem superior.
Vamos pegar a tarefa de voz comum de separação de um pedido de depósito como exemplo. Os itens são armazenados em locais nas estantes do depósito. O terminal de uso constante do separador do pedido tem uma lista de locais e quantidades de itens que compõem uma ordem. A única diferença real das compras no supermercado é que os itens a serem escolhidos são especificados por local, como, por exemplo, “Corredor 3, local 124”, e não pela descrição, como, por exemplo, “banana”. Após o separador concluir uma operação, o mecanismo do aplicativo verifica a lista de atribuições para encontrar a próxima localidade a ser visitada. Se ela estiver no mesmo corredor que o local atual, o aplicativo cria uma solicitação para o separador que simplesmente diz: “Local 135”. O mecanismo do aplicativo envia o pedido para o mecanismo de diálogo – uma instrução para o reconhecedor se preparar para ouvir uma sequência de (geralmente) três dígitos, e a instrução de que esta solicitação não é passível de interrupção. O usuário deve, então, ouvir tudo antes de responder. A capacidade de um sistema para oferecer solicitações passíveis ou não-passíveis de interrupção é essencial. No entanto, outras vezes podemos querer que o usuário possa interromper o diálogo. Por exemplo, um usuário pode pedir algum tipo de relatório de status e, depois, decidir que não precisa ouvir aquilo tudo. Assim que o sistema emitir a instrução “Local 135”, o reconhecedor de fala é iniciado para que o sistema possa ouvir a resposta dada pelo usuário. Neste exemplo, o usuário leria em voz alta uma sequência de dígitos verificadores para confirmar
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Aumentos de até frações de um segundo nos tempos de resposta podem fazer com que uma conversa agradável se torne difícil
o local. O usuário lê o digito verificador “373”, e o reconhecedor interpreta os números falados e os compara com os modelos de palavras no vocabulário ativo que o sistema espera que o usuário fale. Se o reconhecedor descobrir uma palavra ou sequência de palavras em que está confiante, ele passa a combinação para o mecanismo do aplicativo para processamento. Se o discurso reconhecido não coincidir com o dígito verificador correto, o pedido é, então, repetido. Se o reconhecedor ouvir um som que não pode localizar na gramática, ele ignorará o som, supondo que seja um ruído estranho que entrou no microfone do usuário. Tanto para a produtividade máxima quanto para a satisfação do usuário, o sistema também deve minimizar o número de palavras que devem ser faladas. Alguns sistemas de voz menos eficazes exigem palavras-âncora. Estas são palavras que o usuário deve fornecer para explicar o que virá a seguir. Por exemplo, antes de fornecer um dígito verificador, o usuário pode ter que dizer “Verificar” para alertar o sistema de que a resposta que se seguirá será composta de números correspondentes a dígitos verificadores.
Após a confirmação de que o usuário está no local correto, o mecanismo do aplicativo coleta o próximo comando necessário, como por exemplo, “Separar pedido”, e adiciona a quantidade a ser selecionada. O diálogo continua até que o usuário escute: “Separar três”, confirme a quantidade selecionada dizendo “Três” e, novamente, o reconhecedor compare a resposta e encontre a melhor correspondência. Todo este processo complexo acontece tão rapidamente quanto o usuário pode falar e ouvir.
maior retorno de um sistema de voz por meio de um bom reconhecimento de fala é uma oportunidade e um item do resultado.
Possibilidades infinitas
“The Talking Warehouse: Understanding How Voice Unleashes Higher Performance in Product Distribution”. 2010, Vocollect, Inc. Todos os direitos reservados.
Neste capítulo tentamos traçar uma linha sólida de separação entre os sistemas de reconhecimento de voz para o consumidor e os sistemas de reconhecimento de voz industriais. Conforme esclarecido, a precisão do reconhecimento da tecnologia de reconhecimento de voz nas configurações do depósito está anos-luz além das aplicações para consumidores normalmente vivenciadas. No mundo de hoje, no qual as empresas devem eliminar os desperdícios de sua cadeia de suprimento o máximo possível, obter o
Roger Byford e David Maloney participaram do desenvolvimento do sistema de reconhecimento de voz Voccollect Adaptative Speech Recognition, da Voccolect contato@voccollect.com www.voccollect.com
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PRODUTOS
Rebocador elétrico, da Jacto
A Jacto, fabricante de veículos e rebocadores elétricos que atua na venda, locação, prestação de serviços de manutenção e gestão de frotas, traz ao mercado nacional o RB 60, novo rebocador elétrico com capacidade para mover até seis toneladas, exigindo baixa manutenção e com emissão zero de gases e ruídos. Além de características ergonômicas que proporcionam maior conforto e redução de fadiga ao operador, o RB 60 conta ainda com limitador de velocidade, regeneração automática de energia das baterias, motorização de corrente alternada, frenagem de serviço dianteira e traseira, dispositivo push-pull, retrovisores convexos, bancos com suspensão e apoio de braço, além de iluminação em led. (11) 4166-4250
Sistema de navegação para corredores largos, da Jungheinrich A Jungheinrich apresenta um sistema de navegação para corredores largos que permite gerenciar os processos fora dos corredores estreitos de forma eficiente e segura. O lançamento se diferencia dos outros do gênero porque, enquanto nestes a posição dos equipamentos é calculada por meio da tecnologia RFID e transponders aplicados no chão, o sistema Jungheinrich utiliza um sistema especial de rastreamento óptico que possibilita determinar a posição exata do equipamento. O sistema de navegação é construído com base no terminal de dados e na “Interface Logística Jungheinrich”. A interface transmite as comunicações do sistema de gerenciamento para o equipamento e vice-versa. A base para a implementação do sistema envolve a integração de todos os equipamentos em todo o processo – da chegada do material ao despacho. A novidade pode ser implantada em qualquer produto da Jungheinrich – sejam empilhadeiras retráteis, selecionadoras de pedido ou patoladas. En-
tre as funcionalidades, destaque para a função “Gerenciamento de Rotas”, similar a um GPS, que mostra qual é a direção atual do equipamento e a rota a ser percorrida. Caso o operador tome uma rota diferente, o sistema o avisa imediatamente, recalculando o trajeto se ele permanecer na rota errada. Assim que o operador chega a seu destino e inicia o empilhamento, o pré-seletor de altura permite a elevação até a longarina do palete que está sendo empilhado, que já foi cadastrado anteriormente no sistema. Com isso, não é mais necessário confirmar o local por meio de scanner ou placas de identificação. (11) 4815-8200
Transpaleteira WT 3000, da Commat A Commat Comércio de Máquinas está lançando a linha de transpaleteiras com operador a bordo WT 3000, da marca norte-americana Crown, composta pelos modelos WT 3020 e WT 3040, com capacidade para 2.000 kg de carga, e WT 3060, para 2.500 kg. A linha WT 3000 apresenta plataforma que reduz
o impacto dos choques transmitidos ao operador em mais de 80%. Além disso, a vida útil da suspensão da plataforma não exige intervenções de qualquer tipo para evitar problemas causados por agentes contaminantes. A bateria elétrica que alimenta o equipamento tem capacidades entre 240 Ah e 460 Ah, podendo ser removida vertical ou horizontalmente. As transpaleteiras WT 3000 estão equipadas com o sistema e-GEN Braking System, que proporciona uma frenagem regenerativa e sem fricção elétrica
(a frenagem mecânica ocorre apenas no modo estacionamento), e controle manual X10 reunindo todas as funções da transpaleteira ao alcance dos dedos do operador. Os equipamentos já vêm da fábrica dotados de Controladores Access 123, que comandam todas as operações da máquina, desde a tração até a parte hidráulica, e o painel de programação, que permite preestabelecer níveis de velocidade e realizar diagnósticos e detecções de falhas. (11) 2808-3333
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PRODUTOS
Nova linha Cargo, da Ford
Após três anos de trabalho, a Ford coloca no mercado sul-americano a linha Novo Cargo 2012, que traz onze modelos, sendo cinco com a opção de cabine-leito. Com caminhões na faixa de 13 a 31 toneladas de peso bruto total e capacidade máxima de tração de até 63 toneladas, a novidade é um projeto global que foi desenvolvido nos estúdios de design e centros de engenharia de Camaçari (BA), São Bernardo do Campo (SP) e Tatuí (SP). A nova linha Cargo é formada pelos modelos 1317, 1517, 1717, 2622, 2628 e 3132, com cabine-regular; e 1722, 2422, 2428, 1932R e 1932, com cabine-regular ou cabine-leito. Os veículos são equipados com os motores Cummins de quatro e seis cilindros e receberam as novas transmissões Eaton das famílias FS, de seis marchas, com primeira sincronizada, e FTS, com 13 marchas. Todos os modelos trazem, ainda, novo acionamento da transmissão por cabo, que torna os engates mais leves e precisos. As linhas dos novos caminhões são detalhistas. Na área frontal, há um conjunto de grades superior e inferior, com uma tela ao fundo em estilo colmeia. Dois defletores aliam efeito visual de movimento e contribuem para criar um fluxo de ar nas laterais da cabine, ajudando a manter as portas limpas.
Já a área envidraçada, em conjunto com janelas auxiliares tipo vigia, amplia a visibilidade, enquanto o perfil arredondado possibilita melhor aerodinâmica ao veículo. A abertura das portas é de grande amplitude, para facilitar o acesso, e os degraus que levam à cabine têm piso antiderrapante, com grade vazada em formato colmeia, que evita o acúmulo de sujeira. O aspecto funcional também foi aplicado na tomada de ar do motor, que fica protegida sob o capô, liberando espaço. A cabine ganhou válvulas de ar na traseira, para renovação do ar ambiente mesmo com os vidros fechados. Merece destaque a suspensão da cabine, que é composta por quatro conjuntos de amortecedores que isolam as oscilações da pista.
Comodidade A linha 2012 oferece segurança ativa e passiva. Os freios trazem uma nova válvula APU, com pórticos adicionais para a instalação de acessórios. Os faróis oferecem grande luminosidade e as lanternas dianteiras e traseiras são amplas, aumentando a visibilidade e a segurança. Há repetidores de seta nas laterais. Os comandos dos piscas, farol alto, buzina, lavador e limpador do para-brisas, reunidos numa única alavanca multifuncional, contribuem para que o motorista mantenha a atenção na pista. O cavalomecânico e os modelos 4x2 e 6x2 vêm com um retrovisor superior adicional que reduz os pontos cegos e facilita as manobras. Os veículos contam, ainda, com um sistema que trava automaticamente as portas quando o veículo atinge a velocidade de 8 km/h e oferece a opção de travas elétricas com fechamento global.
Projeto O Novo Cargo é resultado de um projeto desenvolvido no Brasil com apoio da estrutura global de recursos da Ford. Foi o primeiro projeto de caminhões da montadora no mundo a usar o sistema global de desenvolvimento do produto da marca (GPDS), que permite o trabalho simultâneo de todas as áreas de engenharia para uma execução rápida e otimizada. Ao todo, foram realizados mais de dois mil testes antes da construção do primeiro protótipo. A Engenharia de Serviços também participou do projeto do Novo Cargo em todas as fases, visando a garantir a facilidade de manutenção do veículo. O objetivo foi simplificar a remoção e instalação de equipamentos, além de ampliar os intervalos de manutenção, diminuir o tempo das operações e a necessidade de ferramentas especiais. Como parte das propostas de serviços, o acesso aos itens de manutenção é facilitado pelo capô amplo e leve, que dispensa o basculamento da cabine. O para-choque dianteiro é composto por três partes e os faróis com máscara protetora facilitam a troca de lâmpadas. O diagnóstico do motor é realizado por um visor digital no painel de instrumentos que informa os códigos de falha. A caixa de fusíveis é localizada no painel do lado do passageiro, oferecendo fácil acesso. A limpeza do para-brisa é facilitada por duas alças sob o vidro e apoio para o pé no para-choque. O basculamento da cabine é feito por um avançado sistema hidráulico, que exige menor esforço e oferece um ângulo de abertura maior para acesso ao motor. A nova coluna de direção, com sistema “lube-for-life”, dispensa a lubrificação por graxeiras. 0800 7033673
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Novo pneu G687 com tecnologia FuelMax, da Goodyear A Goodyear apresenta o novo modelo da série de pneus 600, o G687, para aplicação no serviço rodoviário de longa distância em eixos de tração. O modelo proporciona maior quilometragem em banda original, aumento do índice de recapabilidade e, por meio da tecnologia Goodyear Impact, apresenta redução de vibrações, que propicia um rodar mais confortável. Com capacidade máxima de carga de 3.550 kg e pres-
são com carga máxima de 120 lb/pol², o G687 apresenta aro de nove polegadas e profundidade de sulcos de 22,2 milímetros. Além disso, o modelo apresenta as características padrão da série 600, como reforço de aço no talão, composto interno impermeável e ângulos de cintas otimizados. Com a tecnologia FuelMax, que, por meio de um composto especial na banda de rolagem, oferece uma redução de 5% a 6% no coeficiente de resistência ao rolamento, o G687 proporciona economia de combustível e redução da emissão de CO2 na atmosfera. A tecnologia FuelMax estará presente também nos pneus do modelo G657. 0800 7257638
Garra mecânica para tubos de concreto, da Saur
A Saur disponibiliza ao mercado brasileiro a garra mecânica da fabricante inglesa Probst, destinada ao manuseio, carga e descarga de tubos de concreto para a mecanização dos processos de logística da construção
civil. O equipamento tem capacidade para levantar tubos de concreto de até 1.500 kg e diâmetros externos que podem variar de 200 mm a 800 mm. Com fácil ajuste para variações de diâmetros dos tubos, o equipamento dispensa mão de obra auxiliar e confere agilidade à operação. A garra apresenta ainda um mecanismo automático que permite suspender o tubo com segurança, devido ao sistema de fechamento e abertura com dupla função, que trava a garra para que não haja risco de queda da carga. Para facilitar sua utilização, também é possível acoplar a garra mecânica a gruas, pás-carregadeiras, retro-escavadeiras e empilhadeiras. (55) 3376-9300
Troles e talhas manuais de alavanca, da Vonder
A Vonder está lançando no mercado novos modelos de Talhas Manuais de Alavanca, ideais para elevação de cargas mesmo em áreas com espaço reduzido. O equipamento apresenta punho plastificado que substitui a tradicional corrente, proporcionando maior praticidade na utilização e mais conforto ao operador. O corpo com estrutura reforçada, os ganchos em aço forjado e a corrente de carga grau 8 conferem toda resistência necessária para garantir a segurança exigida no manuseio. O produto está disponível em cinco versões, com elevação de 1,5 e 3 m, e capacidade de carga de 0,75 a 3 t. Complementando a linha, a empresa também disponibiliza novos modelos de Troles Manuais desenvolvidos para serem utilizados em conjunto com as Talhas Manuais quando instalados em um trilho (viga tipo “I”) de movimentação. Os modelos TM50 (capacidade de 0,5 t), TM100 (de 1 t) e o TM300 (para 3 t) possuem estrutura reforçada em aço, engrenagens e roldanas temperadas, além de regulagem de largura que facilita a instalação. Já o modelo TC050 (capacidade de 0,5 t), além das características acima, possui, ainda, sistema de catraca que permite a sua movimentação através do acionamento da corrente. (41) 2101-0550 Abril/2011 - Revista Tecnologística - 107
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PRODUTOS
Equipamento para transporte pesado interno da Transremoção
A Transremoção, empresa especializada em serviços de transporte pesado, remoção técnica e armazenamento, traz ao mercado nacional o equipamento Traksporter, importado da empresa americana Hilman Rollers. Inédito no Brasil, o Traksporter é movido por tração hidráulica e tem capacidade para transportar e posicionar internamente máquinas e equipamentos industriais pesando até cem toneladas de forma rápida e econômica. A alta tecnologia de tração multidirecional aplicada ao equipamento permite que ele realize manobras, percorra corredores e faça curvas em qualquer grau e direção dentro dos galpões. Dessa forma, é possível executar o transporte completo da carga, desde o local onde foi descarregada até a base dentro da fábrica, sem a necessidade de modificações e perfurações no piso e o uso de guinchos elétricos, que normalmente seriam necessários neste tipo de serviço. A Transremoção também anuncia a ampliação da sua frota de módulos de conjuntos transportadores do tipo linhas de eixos. São 24 módulos de eixos da marca italiana Cometto, que conferem à empresa a capacidade de transporte de peças em até 48 eixos. (11) 3933-9494
Ferramenta online para o pagamento de fretes, da Autofax A Autofax lança o m-Frete, solução de pagamento online de fretes que permite o gerenciamento de todo o processo em uma única ferramenta. A novidade possibilita a localização de veículos para contratação de frete online, o que gera oportunidades de negócios e empregos na prestação de serviços ligados à Nota Fiscal Eletrônica. Além disso, o m-Frete é integrado aos principais meios de pagamento – como cartões de crédito –, possui processo todo automatizado,
o que elimina o consumo de papel, além de autenticar e validar as operações efetuadas. Outra vantagem fica por conta do pagamento do frete diretamente aos motoristas, sem a utilização da carta frete e dos deságios praticados no mercado, aumentando a rentabilidade. (11) 3471-2500
Coletor de dados Pidion BIP-6000, da Prime Technologies O novo coletor de dados Pidion BIP-6000, da Prime Technologies, é um equipamento indicado para os segmentos de automação comercial, industrial e logística. Ideal para trabalhos de campo de longa duração ou em condições adversas, suporta quedas de grandes alturas – sem qualquer restrição de ambientes e superfícies – e resiste a impactos, pressão, imersão em água, exposição ao pó, chuva e tempestades, atendendo aos requerimentos IP65 de vedação. Sua câmera de 3.0 megapixels com foco automático e flash é capaz de capturar imagens mais nítidas, em curtas distâncias e sob pouca luz, e gravar vídeos em alta resolução. Os Leitores RFID e de Código de Barras 1D/2D integrados desenvolvem uma captura versátil de dados, em um único aparelho. Inclui tecnologias como o processador de
806 Mhz e o sistema operacional Windows Mobile 6.1, suportando ainda o sistema operacional Android. Sua memória é de 256 MB RAM, 512 MB ROM e possui entrada para MicroSD. Também oferece recursos de HSDPA, WiFi e Bluetooth para comunicação em tempo real. Um A-GPS integrado permite rastrear a posição do usuário e simplificar o planejamento de rotas. Possui display VGA de 3.5”, LCD TouchWindow à prova de rachaduras e, adicionalmente, teclado Numérico/QWERTY com iluminação traseira, que permite operar em qualquer nível de luminosidade. (11) 3027-1100
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PRODUTOS
Transporte aéreo de carga pesada, da TNT Desde o início do mês de março, a TNT disponibiliza para as empresas instaladas na região Sul o TNT International Freight, serviço de transporte aéreo de carga pesada. O produto é destinado às companhias que operam itens de alto valor agregado, como tecnológicos e farmacêuticos, ou emergenciais, caso de peças industriais. Agora, com a introdução
do Sul do país, a expectativa da empresa é de que os setores calçadista e de maquinário industrial façam parte do portfólio de usuários. Vale lembrar que a TNT oferecerá o serviço de desembaraço aduaneiro na região. Lançado inicialmente em 2010, o serviço era destinado apenas às cidades de Campinas (SP) e São Paulo, interligando os aeroportos de Viracopos e
Sistema de gestão de frota, da MaxiFrota A MaxiFrota, marca da Nutricash que desenvolve soluções para a gestão de frotas de veículos pesados, disponibiliza ao mercado um serviço que auxilia na redução dos custos com manutenção. Trata-se do MaxiFrota Gestão de Manutenção, sistema que conta com três diferentes módulos: monitoramento do estoque e serviços realizados; manutenção de peças; e acompanhamento da vida útil dos pneus. A ferramenta monitora o estoque e a realização dos serviços prestados por meio do cadastro de peças. A novidade disponibiliza planilhas sobre as movimentações de compras e permite que a empresa tenha controle sobre o direcionamento dos gastos. Com o registro completo das peças e pneus, o sistema também emite um alerta sobre quando é recomendável a manutenção ou troca. Dessa forma, a companhia é avisada com antecedência e pode trabalhar o gasto e a gestão do estoque de forma estratégica. (71) 3340-1000
Guarulhos à Europa, China e Estados Unidos. (11) 3573-7700
Nova Impressora Térmica da Datamax-O’Neil A Datamax-O’Neil, fornecedora global de soluções para a impressão de etiquetas e recibos, traz ao mercado mundial a Impressora Térmica de Etiquetas E-Class Mark III, para desktop de até quatro polegadas. Indicada para a identificação de mercadorias, a nova impressora possui cabeçote estacionário de impressão que permite reduzir o consumo diário de energia, paredes duplas, número reduzido de peças, opções de idiomas e tela LCD. Além disso, a E-Class Mark III utiliza fitas de 300 metros que proporcionam maior economia. Disponível em quatro modelos, a impressora exige baixa manutenção, eliminando gastos com limpeza e reparos constantes. O modelo Basic é indicado para a maioria dos requisitos das aplicações de códigos de barras. Inclui portas USB e seriais com opção de 300 dpi, transferência térmica e removedor de etiquetas. A versão Advanced, para aplicações que exigem comunicação de rede, maior velocidade de impressão ou manuseio de
mídia especial, inclui portas de comunicações paralelas e Basic Ethernet, sensor de indexação de mídia posicionável e impressão até cinco ips. O modelo Professional se destina a aplicações que exigem maior nível de capacidade de interface, maior performance e comunicação wireless. Possui um display gráfico com interface de menu de navegação, relógio em tempo real, alarme sonoro, conectividade de host USB, maior velocidade de impressão e comunicação opcional sem fio Lan e Bluetooth. Finalmente, a versão Professional Plus é indicada para aplicações que exigem grande capacidade de mídia interna. Inclui rolo interno maior, mídia de ventilador interno dobrado e trava de gabinete opcional. (11) 3825-0690
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AGENDA
INTERNACIONAL Salón Atlántico de Logística y Transporte 2011. 27 a 29 de abril. Ilhas Canárias. Organização e informações: Cluster Canario del Transporte y La Logística. www.salt2011.es CeMAT Hannover 2011. 2 a 6 de maio. Hannover, Alemanha. Organização e informações: Hannover Fairs Sulamérica. Tel.: (11) 3521-8000 cemat@hanover.com.br www.cemat.de 13ª Transport Logistic. 10 a 13 de maio, Munique, Alemanha. Organização: Messe München International info@transportlogistic.de www.transportlogistic.de 3º Fórum de Sustentabilidade e Supply Chain. 5 de maio. Buenos Aires, Argentina. Organização e informações: Webpicking. www.forologistica.com Latin Rail 2011. 9 a 11 de maio. Miami, Flórida. Organização e informações: Terrapinn. www.terrapinn.com/2011/latinrail
NACIONAL Planejamento e Previsão de Demanda. 21 a 23 de abril. São Paulo, SP. Organização e informações: Cebralog. Tel.: (19) 3289-0903 sac@cebralog.com www.cebralog.com Gestão de Pedidos e Serviços ao Cliente. 26 e 27 de abril. São Paulo, SP. Organização e informações: Enaslog. Tel.: (11) 3668-5513 enaslog@enaslog.com.br www.enaslog.com.br Logística Enxuta Seis Sigma. 27 de abril. Distribuição Física. 7 de maio.
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Gestão Tributária e Fiscal nas Operações Logísticas. 7 de maio. Técnicas Avançadas de Planejamento, Programação, Controle da Produção e Gerenciamento de Estoques. 17 e 18 de maio. Melhores Práticas na Acuracidade de Estoques. 17 e 18 de maio. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Tigerlog. Tel.: (11) 2694-1391 vanessa.silva@tigerlog.com.br www.tigerlog.com.br Gestão das Operações Logísticas. 18 de abril. Liderança Operacional para Empresas de Transportes de Carga e Logística. 30 de abril. Gestão Financeira de Contas a Pagar e Receber com Ênfase em Empresas de Transporte e Logística. 30 de abril. Distribuição Física. 7 de maio. Medidores de Performance Aplicados à Logística. 11 de maio. Gestão de Frota de Veículos. 14 de maio. Transporte Rodoviário Internacional de Cargas. 14 de maio. Desenvolvimento de Analistas de Treinamento. 20 e 21 de maio. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Ceteal. Tel.: (11) 5581-7326 secretaria@ceteal.com www.ceteal.com.br Gestão de Estoques na Cadeia de Suprimentos. 19 e 20 de abril. Curso de Negociação na Cadeia de Suprimentos. 10 e 11 de maio. Curso Lean Aplicado à Manufatura e Serviço. 17 e 18 de maio. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Instituto de Logística e Supply Chain – ILOS. Tel.: (11) 3847-1909 ilos@ilos.com.br www.ilos.com.br
Código de Barras e a Identificação de Produtos Comerciais. 17 de maio. Práticas de E-Commerce e EDI. 17 de maio. Ambos em São Paulo, SP. Organização e informações: GS1 Brasil.
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AGENDA
Tel.: (11) 3068-6229 atendimento@gs1br.org www.gs1br.org
Cursos de Média e Longa Duração Analistas em Logística e Supply Chain. Duração de 36 horas. Rio de Janeiro, RJ. Organização e informações: Instituto de Engenharia de Gestão – IEG Tel.: (21) 2223-1528 cursos@institutodegestao.com.br www.institutodegestao.com.br Tecnologia em Logística. Duração de 2 anos. Assistente em Logística Empresarial. Duração de 160 horas. Administração de Operações Logísticas. Duração de 30 horas. Administração de Armazenagem. Duração de 15 horas. Administração e Planejamento da Produção. Duração de 15 horas. Compras e Administração de Materiais. Duração de 15 horas. Custos Logísticos, Aspectos Tributários e Fiscais. Duração de 18 horas. Gestão da Distribuição. Duração de 15 horas. Gestão de Frotas. Duração de 30 horas. Gestão de Riscos Logísticos. Duração de 36 horas. Logística Integrada. Duração de 24 horas. Logística de Transportes. Duração de 15 horas. Logística em Comércio e Serviço. Duração de 15
horas. Logística, Marketing e Vendas. Duração de 15 horas. Negociação em Compras. Duração de 15 horas. Previsão da Demanda para o Planejamento de Vendas e Operações. Duração de 15 horas. Serviços e Operações Portuárias. Duração de 36 horas. Tecnologia Aplicada à Logística. Duração de 15 horas. Organização e informações: Senac. Para inscrições, local e data de início, consulte a instituição. Tel.: 0800 8832000 naiana.gsouza@sp.senac.br www.sp.senac.br
Feiras e Seminários 8º Seminário Internacional em Logística Agroindustrial. 18 de abril. Piracicaba, SP. Organização e informações: Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” – ESALQ. Tel.: (19) 3429-4580 http://log.esalq.usp.br Simpósio SAE Brasil de Logística Automotiva e Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos. 19 de abril. Porto Alegre, RS. Organização e informações: Sociedade de Engenheiros da Mobilidade – SAE. Tel.: (54) 3223-8677 www.saebrasil.org.br
Airport Infra Expo e 1º Seminário Internacional de Infraestrutura Aeroportuária da América Latina. 26 a 28 de abril. São Paulo, SP. Organização e informações: Sator Eventos. Tel.: (11) 3032-5633 airportinfraexpo@sators.com.br www.airportinfraexpo.com.br 3º Congresso de Supply Chain. 11 e 12 de maio. São Paulo, SP. Organização e informações: Instituto Brasileiro de Profissionais de Supply Chain – IBPSC. Tel.: (19) 3289-4181 ibpsc@ibpsc.net www.ibpsc.net EcoTransporte e Logística 2011. 18 e 19 de maio. São Paulo, SP. Organização e informações: NTC & Logística. Tel.: (11) 2632-1500 www.ecotranslog.com.br XV Conferência Nacional de Logística. 7 e 8 de junho. São Paulo, SP. Organização e informações: Associação Brasileira de Logística – Aslog. Tel.: (11) 3668-5513 www.aslog.org.br Veja agenda completa de cursos, seminários, MBAs e demais eventos no: www.tecnologistica.com.br/site/5,1,53.asp
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO 5A Consultoria ............................... 21 Águia Sistemas ................................ 53 Almi .................................................. 27 Ampla ............................................... 31 Amsted Maxion.............................. 79 ANTF ......................................... 40 e 41 Apoio Logística............................. 103 Assine Tecnologística ................. 113 Bertolini ........................................... 07 BMC .................................................. 61 Brasif ................................................. 48 Brasilmaxi........................................ 17 Capital Realty ................................. 93 Cargomax ........................................ 39 Clark ................................................. 35 Columbia......................................... 15 Congresso Aslog........................... 111 Consmetal ....................................... 37 Continental Pneus ................ 3ª capa Coparts............................................. 24
DB Trans .......................................... 29 DHL Global ..................................... 49 DVA Express.................................. 112 Exata Logística........................ 4ª capa F&F .................................................... 55 Flash Sistemas................................ 67 Fort Paletes ...................................... 71 Gefco................................................. 95 Grupo TPC ...................................... 80 GWI................................................... 44 Hörmann ......................................... 75 ILOS .................................................. 85 JLW.................................................... 16 Jungheinrich................................... 73 KK Logística .................................... 12 Kopron ............................................. 13 Localfrio ........................................... 91 Maory ............................................... 45 Matra do Brasil ............................... 72 Metalshop........................................ 23
MRV Log ................................09 e 109 Nautika............................................. 57 Otimis............................................... 11 Paletrans .......................................... 25 Patrus .............................................. 105 PrestServ........................................... 10 Prosperitas ....................................... 97 Santos Brasil .................................... 47 Savik ................................................ 101 Speedpak .......................................... 30 TNT ................................................... 05 Toledo............................................... 65 Top Flex ........................................... 63 Tópico............................................... 87 Toyota ...................................... 2ª capa TVH................................................... 33 VBR.................................................... 20 Vonder.............................................. 19
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