Revista Tecnologística - Ed. 240 Novembro 2015

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TRANSPORTE FERROVIÁRIO Como dar ao modal a importância que ele merece?

CAMINHÕES INTELIGENTES Tecnologias embarcadas ajudam na condução e no dia a dia das operações Maurício Quintella: Contrail surge com a meta de incrementar a participação da ferrovia no segmento de contêineres



SUMÁRIO

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MERCADO Siga todas as novidades do mercado brasileiro de logística nesta seção

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58 ILOS Primeira parte do artigo sobre planejamento colaborativo na cadeia de suprimentos, escrito por especialistas da Plannera, aborda os critérios de aplicabilidade do conceito

CROSS-DOCKING

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ENTREVISTA

Divulgação

Acompanhe o vai e vem dos profissionais no nosso movimentado setor de logística

Maurício Quintella, presidente da Contrail, conta os planos da empresa para aumentar a utilização da ferrovia no transporte de contêineres no Porto de Santos

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TRANSPORTE FERROVIÁRIO Players do setor discutem os caminhos para que o trem desponte como um elemento de maior relevância na matriz de transporte de carga brasileira

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64 OLIMPÍADAS 2016 Saiba como os Correios estão se preparando para encarar o desafio de gerenciar toda a logística dos Jogos Olímpicos Rio 2016, que acontecem em agosto do ano que vem

TECNOLOGIA EMBARCADA Os motoristas que viajam pelas estradas nacionais contam, cada vez mais, com o auxílio de uma companheira que veio para ficar: a tecnologia aplicada aos caminhões

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PRODUTOS Conheça os principais lançamentos de produtos, sistemas e serviços voltados à logística

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AGENDA Confira os mais importantes cursos, seminários e eventos nacionais e internacionais do setor em nossa agenda

Capa: Michele Bianchi Foto: Shutterstock


EDITORIAL

Publicare Editora Ltda. www.publicare.com.br

Diretores Shirley Simão shirley@publicare.com.br

Jorge Roberto Simão jorge@publicare.com.br

A velha matriz

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ntra ano e sai ano, e a infeliz distribuição dos modais na matriz de transporte nacional continua sendo um dos temas mais abordados nas páginas da Revista Tecnologística. Não é pra menos. O sonho de contarmos com um sistema de transporte mais equilibrado – e, por consequência, muito mais funcional – continua distante, e tudo o que temos são novas promessas, planos e projetos que, historicamente, não têm gerado resultados significativos na prática. Agora as esperanças estão depositadas no Programa de Investimento em Logística (PIL), cujas nuances dedicadas ao transporte ferroviário você conhecerá melhor nas páginas da revista que tem em mãos, em uma matéria que traça um panorama e fala sobre as perspectivas para o modal. Mas depositar as esperanças em um programa governamental justamente em um período repleto de escândalos de corrupção e incertezas políticas não é uma tarefa fácil. Como ansiar por investimentos públicos em um país em crise, que anuncia constantes cortes e contenções de custos e rombos bilionários? Felizmente, podemos nos apoiar na expectativa de que o envolvimento da iniciativa privada nos projetos do PIL faça com que algo saia do papel, por isso ficamos na espera das novas concessões e parcerias público-privadas. E nossa entrevista traz um ótimo exemplo da movimentação das empresas em busca de uma logística mais eficiente. Nela você vai conhecer os planos da Contrail, que pretende aumentar a participação dos trens no transporte de contêineres para o Porto de Santos, desafiando um modelo essencialmente rodoviário, que toma conta não só do maior porto do país, mas do transporte de cargas brasileiro como um todo. Os tempos são difíceis, mas de bons exemplos como esse as edições da Revista Tecnologística estão sempre repletas. A crise continua, é verdade, e o clima de fim de ano já está chegando. Fica a expectativa de que 2016 consiga trazer novos ares, mais promissores e favoráveis. Afinal, em 2015 temos apenas mais um mês pela frente, e não seria justo esperarmos muito do pobre dezembro, depois de enfrentarmos outros onze meses tão complicados. Uma boa leitura,

Shirley Simão

Ano XXI - N.º 240 - Novembro/2015 www.tecnologistica.com.br Redação, Administração e Publicidade Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar CEP: 04571-010 - São Paulo - SP

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MERCADO

Volvo tem novo centro de distribuição na Grande Curitiba Divulgação

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Volvo inaugurou, em setembro, um novo centro de distribuição de peças em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. O espaço, duas vezes maior que a estrutura utilizada pela empresa até então, possui mais de 33 mil m² entre áreas de armazenagem, administrativa e de apoio, além de 20 docas para carga e descarga, capacidade para armazenar 83 mil itens e um pátio adicional para veículos. A nova estrutura faz parte dos investimentos anunciados pela Volvo para ampliar a sua capacidade de atuação e atendimento aos clientes na América Latina e visa oferecer mais eficiência nos processos de recebimento e distribuição de peças, aumentando a agilidade dos serviços de entrega de pós-venda para os clientes da marca. O CD, onde atuam 180 funcionários da Volvo, está situado próximo às duas principais rodovias que cortam o Paraná, ao Aeroporto Internacional Afonso Pena, ao Porto de Paranaguá e às sedes de um grande número de transportadoras. O local atende a todas as áreas de

negócios da Volvo e concentra as atividades de recebimento e distribuição de peças de reposição para toda a América Latina, provindas tanto do mercado nacional como de países como Suécia, Bélgica, China e Estados Unidos. De lá, os itens partem para mais de 200 pontos de atendimento da empresa no continente. “Nos últimos anos tivemos um crescimento da frota de veículos da marca que circulam no país e, junto com os concessionários, estamos investindo na ampliação da capacidade de atendimento. Precisamos de uma estrutura de suporte para atender às demandas com qualidade e agilidade”, destaca Carlos Morassutti, vice-presidente de Assuntos Corporativos do Grupo Volvo América Latina. A operação do CD acontece 24

horas por dia, sete dias por semana, com equipes de plantão para atender aos chamados emergenciais. A infraestrutura do novo espaço foi planejada para tornar os processos mais eficientes. Com instalações modernas e funcionais, possui processos automatizados, espaços ergonômicos e instalações que garantem maior eficiência energética, com aproveitamento da luz natural. “Este novo espaço otimiza os nossos processos de entrega para atender aos clientes da marca dentro dos mais altos padrões de uma empresa de classe mundial”, afirma Joanylton Ruthes, diretor de Logística do Grupo Volvo América Latina. Volvo: (41) 3317-8111

Viracopos implanta novo WMS no teca de cargas importadas

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Aeroporto Internacional de Viracopos, localizado em Campinas (SP), implantou um novo WMS em seu terminal de cargas (teca) de importação. Somente do dia 11 de setembro, data de início do funcionamento da ferramenta, até o dia 18 do mesmo mês, foram recebidos 17 voos e processados 1.862 volumes de carga no local, com um peso total de 154 toneladas. No mesmo período, ocorreram 417 embarques. O WMS implantado conta com módulos da Viastore Systems, Trust e Thomson Reuters.

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O novo sistema começou a ser implantado em março e, agora, entrou em funcionamento gradual. “Sendo um go live gradativo, o volume processado na primeira semana é bem positivo. Demonstra que o sistema está funcionando conforme o esperado e que estamos conseguindo incluir cada vez mais voos e volumes que chegam na importação. Encontramos alguns entraves durante os processos iniciais, mas todos estão sendo resolvidos em tempo real com a reparação adequada dos processos”, diz o assessor de Negócios de Carga de Viracopos, Adam Cunha.

De acordo com ele, o WMS é considerado um ponto estratégico para aeroporto. “Esses processos de implementação e adaptação podem trazer algumas inconveniências iniciais, mas os ganhos de produtividade, melhorias de gestão e disponibilidade de informações aos clientes compensam o esforço. A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos está comprometida a fazer todo o possível para uma transição sem grandes transtornos”, completa. Aeroportos Brasil Viracopos: (19) 3725-5000



MERCADO

TRX investe US$ 26 milhões em condomínio logístico nos EUA Divulgação

Trata-se de um terreno de 100 mil m² localizado próximo ao Aeroporto Internacional e ao Porto de Miami

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TRX Investments, braço da brasileira TRX nos Estados Unidos, fez sua primeira aquisição de ativos em solo norte-americano. Trata-se de um terreno de 100 mil m² localizado próximo ao Aeroporto Internacional de Miami e ao Porto de Miami. Lá, será construído o TRX Doral 1, um condomínio logístico de 14 módulos,

com pé-direito de 9 metros e aproximadamente 20 mil m². O TRX Doral 1 terá ainda escritórios de apoio, docas elevadas para cada módulo (separadas dos escritórios, na parte traseira do edifício), sistema de sprinkler e estacionamento para carros separado da área de circulação de caminhões. De acordo com Scott Pryce, CEO da TRX Investments, a obra, que terá início no fim deste ano, tem previsão de conclusão para o segundo semestre de 2016 e as expectativas são de que mais de cem empregos diretos e indiretos sejam gerados. “Nossa meta é oferecer aos nossos clientes investidores um retorno competitivo, baseado na oferta de um produto

estável, neste que é um mercado com alta demanda para galpões modulares de alta qualidade”, diz. A TRX Investments também lançou, em abril deste ano, um fundo de investimentos diversificados e com proteção contra recessões no mercado americano para investidores brasileiros de private banking e gestoras de patrimônio, oferecendo retorno estimado em 13,8% ao ano, já livre de impostos e taxa de administração. “O aporte mínimo é de US$ 250 mil, mas a empresa também oferece investimentos estruturados de maior valor”, conta Pryce. TRX: (11) 4872-2600

DHL testa aplicativo de realidade aumentada em armazém

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DHL deu início, em outubro, a um projeto-piloto com óculos inteligentes e realidade aumentada em um armazém na Holanda. Viabilizada em parceria com a Ricoh, fabricante de produtos eletrônicos como impressoras e fotocopiadoras, e a empresa especialista em soluções computacionais para dispositivos eletrônicos Ubimax, a tecnologia chamada Vision Picking foi utilizada para implementar a retirada eletronicamente assistida de materiais nas operações de armazenagem. A equipe foi guiada pelo centro de distribuição por meio de gráficos exibidos em óculos inteligentes, o que acelerou o processo e reduziu o índice de erros. Segundo o grupo, o projeto-piloto demonstrou que a realidade aumentada pode oferecer valor agregado às operações logísticas, resultando em um aumento de 25% na efi-

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ciência operacional durante o processo de retirada de materiais armazenados. “O Vision Picking permite gerenciar a retirada de materiais armazenados com as mãos livres, aumentando significativamente a produtividade. A tecnologia ajuda muito a nossa equipe e proporciona um valor muito interessante aos clientes. No entanto, este é apenas o primeiro passo da nossa jornada de inovação, pois acreditamos que a realidade aumentada irá se tornar relevante para muitas outras áreas dentro da cadeia de abastecimento”, diz Jan-Willem De Jong, diretor de Tecnologia da DHL Supply Chain em Benelux, organização econômica que compreende a Bélgica, os Países Baixos e Luxemburgo. Segundo a empresa, o objetivo do projeto-piloto era obter insights a respeito dos benefícios e das limitações da tecnologia. Durante três semanas, os fun-

cionários do armazém localizado no município de Bergen op Zoom foram equipados com displays acoplados à cabeça, tais como o Google Glass e o VuzixM100. Os equipamentos mostravam as informações de cada tarefa durante o processo de retirada de materiais, incluindo o corredor, a localização física do produto e a quantidade desejada. No total, dez funcionários utilizaram os equipamentos e gerenciaram a retirada de mais de 20 mil itens, cumprindo 9 mil pedidos dentro do prazo determinado. Como resultado deste piloto, a equipe foi capaz de operar muito mais rapidamente e sem cometer erros. Segundo a empresa, a tecnologia deverá ser disponibilizada para outros sites da DHL em 12 meses aproximadamente. DHL: (11) 5042-5500



MERCADO

VAJ Log entra para o mercado internacional Empresa passará a oferecer serviços de transporte de cargas FTL, atendendo embarcadores que têm como origem e destino o Chile

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VAJ Log, empresa de transporte rodoviário de cargas, após passar, em abril deste ano, por uma reestruturação para fortalecer a marca no setor de logística integrada, começa agora a oferecer seus serviços também no mercado internacional. Trata-se de operações de transporte de carga lotação (FTL, ou full truckload) atendendo embarcadores de cargas secas, frias e congeladas que têm como origem e destino o Chile. No primeiro semestre de 2016, os serviços se estenderão ao Uruguai, Argentina e Paraguai. Com bases operacionais nos estados da Região Sudeste do Brasil, a empresa também está presente nas regiões Sul, Nordeste e Centro-Oes-

te. A VAJ Log conta com estrutura e frota para oferecer ao mercado serviços de transporte de carga lotação e fracionada (LTL, ou less than truckload), além dos serviços door delivery e door to door, atendendo atualmente aos setores de alimentos, cosméticos, higiene pessoal e correlatos, indústria de transformação e bens de consumo. A empresa passou a contar também com uma unidade de negócios voltada para a armazenagem, que tem como principal produto a logística in house. A VAJ Log desenvolve projetos para indústrias e distribuidores que buscam segurança com redução de custos e despesas, substituindo custos fixos e passivos traba-

lhistas por custos variáveis. Ela ainda dispõe de mais um braço, chamado VAJ Express, que atende aos embarcadores que necessitam de serviços com prazos de entrega reduzidos. O processo acontece por meio da integração dos modais rodoviário e aéreo e abrange todo o território nacional. “Um dos principais pilares do nosso negócio é atender e superar as expectativas dos nossos clientes, oferecendo o menor custo, garantindo, porém, que os serviços tenham qualidade, segurança e personalização”, explica Wagner Lestingi, diretor da VAJ Log. VAJ Log: (11) 2500-5973

Dânica e Zipco anunciam fusão Nova empresa, chamada DânicaZipco, nasce com faturamento de R$ 600 milhões e 800 funcionários

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Dânica e a Zipco assinaram um acordo para a fusão de suas operações. A nova empresa, chamada DânicaZipco, nasce como um proeminente player no segmento de sistemas construtivos metálicos, com faturamento de R$ 600 milhões. A principal vantagem competitiva é a oferta conjunta de estruturas metálicas, antes comercializadas pela Zipco, e os painéis termoisolantes industrializados da Dânica. A empresa passa a ter mais de 800 funcionários e fábricas no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pernambuco, Santa Catarina, Chile e México. O negócio foi concretizado pelo Pátria Investimentos, que já era sócio da Zipco desde 2011 e agora

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investiu na Dânica. Os empreendedores das duas companhias seguem com participações dentro da nova organização. O objetivo da fusão é estabelecer sinergias comerciais para impulsionar os negócios, integrando as ofertas de maneira complementar, com o cliente negociando com um único fornecedor. A força de vendas da DânicaZipco é outro ponto importante. Com a complementaridade entre equipes, amplia-se o alcance do portfólio conjunto de soluções construtivas industrializadas, com resultados práticos como a redução no número de etapas nos processos construtivos e tempo gasto para a conclusão da obra. A Dânica projeta e produz painéis

termoisolantes para fechamentos laterais, divisórias e coberturas industriais e comerciais para segmentos como construção civil, câmaras frias e supermercados. Desde 2009, a Dânica vinha crescendo a uma média de 14% ao ano, e encerrou 2014 com faturamento de R$ 477 milhões. Já a Zipco oferece soluções em coberturas metálicas para galpões de grande porte, incluindo vigas, telhas, domos e calhas. Em 2014, o faturamento foi de R$ 131 milhões, um salto de 400% em relação a 2011, quando o Pátria investiu na empresa. O valor envolvido na fusão não foi divulgado. DânicaZipco: (11) 3043-7864


John Deere amplia CD de peças em Campinas Espaço foi de 40 mil m² para 74.500 m², além de ganhar um centro de treinamento Divulgação

lizou a Série 8R de tratores de alta potência, cujo aporte foi de US$ 40 milhões. “A expansão reforça o objetivo da John Deere de oferecer soluções integradas ao mercado por meio do melhor desempenho, garantindo a disponibilidade e a produtividade dos equipamentos, que contam com tecnologias de última geração. É mais uma demonstração de como a John Deere acredita no potencial do país. Neste caso, apostamos na eficiência logística e na alta capacidade de entrega de peças como diferenciais que impactam em nosso atendimento pós-venda”, ressaltou Ilson Eckert, diretor de Operações de Peças na América do Sul. Inaugurado em 2008, o CD está localizado em uma região estratégica, com facilidade de acesso aos modais rodoviário e ferroviário, aos aeroportos de Viracopos, em Campinas, e Guarulhos (SP) e ao Porto de Santos (SP). Além disso, está próximo do escritório regional da John Deere, situado em Indaiatuba (SP). Focado no ensino, o centro de treinamento é um espaço preparado para capacitar os participantes a conhecer a fundo as novas fronteiras tecnológicas disponibilizadas pela empresa. Com capacidade para até 64 pessoas, o local possui escritório, sete salas de aula, sala de reunião, salas voltadas aos treinamentos a distância, sete oficinas, além de painéis de ferramentas e máquinas da companhia.

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John Deere inaugurou, no dia 6 de outubro, a expansão de seu centro de distribuição de peças para a América do Sul, localizado em Campinas (SP). Com esse investimento, o local passou de 40 mil m² para 74.500 m². A expansão contou com a participação da Bresco Investimentos e proporcionou à empresa ter entre 30% e 40% mais capacidade. Agora, o armazém conta com 200 mil posições de armazenagem, entre racks e paletes. O CD possui 300 funcionários, 72 docas e abriga 110 mil tipos diferentes de peças. Com a ampliação, o espaço ganhou ainda um centro de treinamento destinado à capacitação de concessionários, distribuidores, funcionários e clientes. Os investimentos fazem parte de um plano de expansão de médio e longo prazo da John Deere no Brasil, com valores que ultrapassaram US$ 200 milhões nos últimos cinco anos, em todas as divisões em que a companhia atua. Este ano, a empresa também inaugurou a expansão da fábrica de Montenegro (RS) e naciona-

John Deere: 0800 891-4031


Divulgação

MERCADO

UPS expande serviço expresso internacional Worldwide Express passa a atender 41 mil novos códigos postais

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UPS está expandindo seu serviço Worldwide Express para mais de 41 mil novos códigos postais ao redor do mundo, criando opções de entrega ainda mais cedo para clientes que antes tinham apenas garantia de entrega ao final do dia. Segundo a empresa, essa é a maior expansão da história do serviço. O UPS Worlwide Express é parte do portfólio chamado UPS Express, que oferece três opções de entregas garantidas para determinadas horas do dia e ainda inclui o desembaraço na alfândega. O portfólio abrange o UPS Express Plus, para entregas no início da manhã em 27 países, o UPS Express, para entregas até o meio-dia em 65 países, e o

UPS Express Saver, para entregas até o final do dia em 220 países e territórios. A empresa oferece entrega garantida no próximo dia útil até as 10h30, meio-dia ou 14 h, dependendo do destino. Pessoas físicas e empresas de todos os tamanhos podem utilizar o serviço, mas ele beneficia ainda mais aquelas com remessas internacionais urgentes. Na América Latina, entre os países onde o serviço será expandido estão Argentina, Brasil, Chile e México. “Estamos felizes por expandir o alcance global do UPS Worldwide Express”, diz Nick Basford, vice-presidente de Marketing Internacional da UPS. “Na medida em que o comércio internacional se expande e cadeias de supri-

mento tornam-se cada vez mais globais, os negócios precisam contar com uma entrega garantida para uma determinada hora do dia. O sucesso deles, por sua vez, move o comércio global e cria novos empregos”, explica. Empresas de alta tecnologia, varejo e indústria são os maiores usuários do serviço. A maioria dos novos códigos postais está na Ásia-Pacífico. Na Europa e no Canadá, a UPS está expandindo ainda mais sua cobertura, enquanto os novos códigos postais na América Latina, no subcontinente indiano, Oriente Médio e África aumentam a cobertura da empresa nessas regiões. UPS do Brasil: (11) 5694-6600

Grupo Polar e M&D Consultoria firmam acordo de cooperação Empresas passam a oferecer serviços para a indústria farmacêutica, cosmética e cadeia do frio

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Grupo Polar, fabricante de produtos para refrigeração no transporte de insumos de temperatura controlada, estabeleceu em setembro um acordo de cooperação com a M&D Consultoria. O objetivo é ampliar o leque de atuação e atender a todas as necessidades técnicas dos clientes, passando a ofertar serviços para toda a cadeia da indústria farmacêutica, cosmética e do frio. “Nosso principal objetivo é oferecer ao mercado uma opção que atenda à cadeia de fornecimento como um todo. Para isso, a parceria com uma empresa com o know-how e a solidez da M&D é fundamental. Hoje é possí-

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vel dizer que provemos, direta ou indiretamente, serviços e produtos que antes os clientes precisavam contratar separadamente e que agora podem contratar todos em um único lugar e com a certeza da qualidade”, explica o diretor Comercial do Grupo, Paulo Vitor de Andrade. A partir de agora, o Grupo Polar oferece qualificação e validação de processos, de limpeza e de sistemas automatizados e computadorizados, de equipamentos e utilidades e implementação de sistemas de qualidade para a cadeia produtiva da indústria, serviços que não faziam parte do escopo de atendimento. Já

a M&D Consultoria poderá disponibilizar a qualificação do transporte e o desenvolvimento e a qualificação de embalagens térmicas, passando a atender também aos requisitos da cadeia fria. “Esse tipo de intercâmbio de informações e tecnologias só traz benefícios ao cliente, pois além de prover segurança e eficácia ao processo, reduz tempo e esforços na gestão de cada um desses serviços contratados”, analisa a diretora de Qualidade da M&D Consultoria, Daniela da Silva. Grupo Polar: (11) 4044-5600 M&D Consultoria: (11) 2378-1054


Transportes Bertolini dá ênfase à atuação como armazém geral

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onhecida no mercado por sua atuação na atividade de transporte, combinando os modais rodoviário e fluvial, a Transportes Bertolini (TBL) busca dar mais destaque às suas operações de armazenagem, realizadas pela unidade de negócios Bertolini Armazéns Gerais (BAG), com o objetivo de consolidar seu conceito de integrador logístico completo. A BAG possui armazéns próprios em Guarulhos (SP), Manaus e Belém. O último a ser inaugurado, o de Guarulhos, em 2013, dispõe de 8 mil m² e capacidade para 8.200 posições-palete, além de áreas blocadas com nove docas.

“Nossa região é privilegiada. Estamos às margens da Rodovia Presidente Dutra, com acesso a várias rodovias que ligam aos demais estados, além do Rodoanel Leste”, destaca o diretor Comercial, Carlos Mensatto Benite. O armazém está situado dentro da filial da TBL de Guarulhos, que conta, no total, com uma área de 90 mil m². Além da área de armazenagem, a BAG oferece aos clientes um espaço de 1.600 m² para a montagem de escritórios administrativos, para que eles possam atuar próximos às suas cargas. A empresa utiliza um sistema WMS próprio, desenvolvido pela equipe de tecnologia do grupo, alocada na cidade

de Bento Gonçalves (RS). Existe ainda um portal na internet onde o cliente pode monitorar as operações realizadas nos armazéns a distância. Na capital amazonense, em que está sediada a empresa, são mais 9 mil m² dedicados à armazenagem, enquanto no Pará a BAG conta com mais 5 mil m². Além da TBL e da BAG, fazem parte do grupo as empresas Transportes Aiapuá, Eco Logística, Bertolini Construção Naval (Beconal), Bertolini Navegação da Amazônia (Benav), Bertolini da Amazônia (BAL), Bertoloni Agropecuária (Beal) e Airship do Brasil (ADB). BAG: (11) 2482-8000

TGA Logística passa a utilizar cabotagem em seus serviços Empresa uniu estrutura e know-how em coleta e distribuição para integrar o modal às suas operações

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TGA Logística anunciou, em setembro, a inclusão da cabotagem em suas atividades. Atuando no transporte rodoviário de carga fracionada, a empresa uniu sua estrutura e know-how em coleta e distribuição para integrar o modal às operações. Segundo a própria TGA, a expectativa de retorno sobre o investimento é de seis meses nesta primeira fase, quando deverão ser consolidados cerca de 40 TEUs por mês de carga fracionada seca e refrigerada. A TGA coleta as cargas em seus clientes e as leva até o seu armazém em Osasco (SP). Lá, elas são consolidadas e transportadas em carretas ou contêineres até o Porto de Santos (SP), onde a empresa conta com um escritório. No porto, a carga é embarcada via cabotagem.

Os navios que fazem o transporte são dos embarcadores Mercosul Line e Log-In. A TGA é responsável pelo controle dos processos, como recebimento da agenda, confirmação da viabilidade dos terminais nos portos, suprimento dos motoristas com toda a documentação e monitoramento das operações. O transporte rodoviário das cargas é feito utilizando carretas próprias para contêineres de 20’ e 40’. O diretor executivo Adilson Santos conta que a decisão da empresa de ampliar sua atuação para este segmento obedece a um momento estratégico, em que oportunidades começam a aparecer apesar da crise econômica do país. “Entramos no mercado já ganhando em van-

tagem competitiva, por contarmos com o conhecimento e toda a estrutura que envolve a consolidação de carga fracionada”. A TGA Cabotagem, unidade da empresa focada na nova atividade, já está operando a partir de Santos com linhas fracionadas porta a porta, tanto no modelo FCL (full container load) como no LCL (less than a container load). As mercadorias são coletadas nas regiões Sul e Sudeste e embarcadas semanalmente com destino aos portos de Manaus (14 dias de navegação) e Suape, no Recife (três dias de navegação), e quinzenalmente para o Porto de Belém (12 dias de navegação). TGA Logística: (13) 3216-1019 Novembro/2015 - Revista Tecnologística - 13


MERCADO

FL assina acordo para aquisição da Atlas

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FL Holding Brasil, subsidiária da mexicana Femsa, firmou, em outubro, um acordo para adquirir a totalidade da Atlas Transportes e Logística. A aquisição permitirá à empresa ampliar para todo o Brasil o alcance dos seus serviços de transporte e armazenagem de carga fracionada, que atualmente são oferecidos por meio da Expresso Jundiaí, adquirida em 2013. O acordo está sujeito à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). “Temos certeza de que com esta transação conseguiremos integrar processos e operações que nos

permitirão continuar com nossa missão de gerar valor econômico e social para nossos colaboradores, clientes e acionistas”, afirma Carlos Salazar Lomelín, diretor-geral da Femsa. A Atlas foi fundada nos anos 50 e tem mais de 3.600 colaboradores, além de uma rede de 49 centros operacionais com uma superfície de 420 mil m² em terminais, armazéns e pátios. Possui presença em todas as regiões do Brasil e oferece serviço a uma plataforma de 6 mil clientes, com mais de 1.200 veículos de carga. “A operação da Atlas Transportes e

Logística tem o suporte de uma equipe humana altamente qualificada e uma plataforma tecnológica avançada, o que permite um alto grau de controle sobre os processos, segurança e rastreabilidade da mercadoria para seus clientes. Estas e outras capacidades poderão ser replicáveis em nossas operações da FL Holding Brasil e no resto dos países onde temos presença. Além disto, a cultura de trabalho e valores de ambas as companhias são afins”, diz Lomelín. Atlas: (11) 2795-3000 FL: (11) 4585-2771

Aliança entre o Porto de Antuérpia e a Figueiredo Ferraz mira o desenvolvimento portuário brasileiro

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ando continuidade a um acordo de cooperação firmado entre os governos da Bélgica e do Brasil para o desenvolvimento de projetos logísticos portuários, o Porto de Antuérpia, localizado na cidade belga de mesmo nome, e a Figueiredo Ferraz Consultoria e Engenharia de Projeto assinaram, em setembro, uma carta de intenções. No documento, são descritas como bases do acordo a procura por projetos de desenvolvimento relacionados à infraestrutura de portos brasileiros, nos quais ambos podem cooperar em âmbito técnico; a busca por oportunidades de participação em joint-ventures para projetos de desenvolvimento ou gerenciamento de portos; e o apoio à nova Lei dos Portos, em vigor desde 2013, que estabelece regras para as concessões e autorizações de portos públicos e terminais privados no Brasil. Também foi definido que os projetos podem ser realizados tanto por iniciativa privada quanto pública, e

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as cooperações não são exclusivas. O documento foi assinado por Kristof Waterschoot, diretor do Porto da Antuérpia, e por João Antônio Del Nero, presidente da Figueiredo Ferraz. Segundo José Wagner Leite Ferreira, consultor da Figueiredo Ferraz, a assinatura do documento é muito significativa para o país. “O que o Brasil precisa no momento são investimentos em logística, principalmente na infraestrutura portuária. A Figueiredo Ferraz existe há 70 anos e já assinou importantíssimos projetos brasileiros, como o Museu de Arte de São Paulo (Masp). O que mais temos é expertise”, diz. A consultoria também já atuou em importantes portos, como o Porto de Santos (SP), o terminal da Embraport e o Terminal São Raimundo. “Prevejo grandes investidores apostando na logística do nosso país”, conclui. O Brasil é um importante parceiro comercial da comunidade portuária de Antuérpia. O volume anual movimentado é de 6,5 milhões de toneladas entre o

Porto de Antuérpia e o Brasil, distribuídos equitativamente entre importações e exportações. Os principais produtos de importação são agrícolas, caulim, minérios, ferro e aço, e cada vez mais os produtos químicos. A carga que sai de Antuérpia é essencialmente composta por verduras congeladas, fertilizantes, produtos químicos, alimentos, vidros, peças automobilísticas, compressores e componentes para grandes projetos de construção. Segundo dados divulgados ano passado, a cada mês são feitas 24 saídas para o Brasil – quatro para cargas gerais convencionais e 20 para contêineres –, sendo as principais empresas transportadoras Hamburg Süd, Maersk e MSC. Todos os serviços regulares de transporte convencional e por contêineres entre a Europa e o Brasil fazem escala no Porto de Antuérpia. Em 2013, o Brasil foi o sexto maior parceiro marítimo do porto belga. Figueiredo Ferraz: (11) 5085-5300 Porto de Antuérpia: +32 (0)3205-2011



MERCADO

Bresco anuncia construção de armazéns flexíveis

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Com 33.700 m² de área construída, o Flex Viracopos terá módulos a partir de 700 m²

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Bresco está investindo na construção do Flex Viracopos, condomínio localizado no Parque Corporativo Bresco Viracopos, em Campinas (SP). O empreendimento traz um conceito de armazém com espaços modulares, que permitem a expansão de seus mezaninos, assim como adaptações nos acabamentos das áreas internas, dando a oportunidade de unir todas as atividades da empresa em um só local, além de oferecer um custo

mais baixo em relação ao mercado. Com 33.700 m² de área construída, o Flex Viracopos terá módulos a partir de 700 m². O local possui pé-direito livre de até 10 metros, piso de concreto nivelado a laser com capacidade de carga de 6 toneladas por m², estacionamento com 917 vagas para veículos, além de vagas de uso comum para caminhões, rede elétrica subterrânea, previsão de instalação de elevador em cada módulo, telhado com revestimento face felt para conforto termoacústico e segurança com câmeras e portaria 24h. “Os espaços são ideais para atender diferentes tipos de uso, como escritórios, centros de treinamento, laboratórios, armazenagens, showrooms, call centers e indústrias de montagem e de alta tecnologia”, comenta o diretor Comercial da Bresco, Maurício Geoffroy.

Mesmo contando com portaria, áreas de apoio e restaurante exclusivos, o imóvel faz parte do Parque Corporativo Bresco Viracopos e utiliza sua estrutura. Um empreendimento de uso misto, o Parque Corporativo está localizado em um terreno de 1 milhão de m², com projeto aprovado para a construção de 420 mil m², que já contam com o centro de treinamento da Azul Linhas Aéreas e o centro de distribuição da John Deere, ambos desenvolvidos no modelo build to suit. O Bresco Viracopos está aberto a novos clientes uma vez que ainda abrigará outros prédios de escritório, armazéns, centros de treinamento, varejo e restaurantes e um hotel com 200 quartos. O empreendimento encontra-se em obras e a previsão de entrega é fevereiro de 2016. Bresco: (11) 4058-4555

GLP terá novo parque logístico em Jundiaí O empreendimento, com área construída de 93 mil m², tem construção prevista para o 1º trimestre de 2016

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Global Logistic Properties (GLP) adquiriu um terreno de 186 mil m² na cidade de Jundiaí, na Região Metropolitana de São Paulo. Localizado no km 61 da Rodovia Anhanguera, o espaço receberá um parque logístico com área construída de 93 mil m², infraestrutura completa e padrão A (best-in-class). O início das obras está previsto para o primeiro trimestre de 2016. Segundo Mauro Dias, presidente da GLP no Brasil, a localização estratégica da cidade, próxima a São Paulo e Campinas e com fácil acesso às principais rodovias do Brasil, entre elas a Rodovia dos Bandeirantes, Anhanguera e o Rodoanel, tem atraído empresas que

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buscam agilidade no escoamento e distribuição de seus produtos. O GLP Jundiaí III será o terceiro empreendimento da empresa na cidade, e o maior deles. Os parques GLP Jundiaí I, com área construída total de 53.400 m², e Jundiaí II, com 45.200 m², também estão localizados na Rodovia Anhanguera, nos kms 63 e 51, respectivamente. “O Brasil tem um grande déficit em instalações logísticas, sendo que apenas 20% do estoque total do país é de empreendimentos classe A. Estamos sempre atentos para aproveitar oportunidades de desenvolvimento e reconhecemos um grande potencial na região para ampliar a nossa oferta de instalações logís-

ticas modernas”, completa Dias. Para o secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, Marcelo Cereser, a instalação do terceiro empreendimento da GLP em Jundiaí mostra o potencial da cidade em atrair empresas. “Jundiaí preenche os pré-requisitos, como localização, oferta de mão de obra qualificada, infraestrutura e qualidade de vida, que a colocam no mapa dos investidores. A implantação do novo parque da GLP é importante para atrair novas empresas, o que deve resultar na geração de emprego e receita”, conclui. GLP: (11) 3500-3700


Localfrio investe R$ 40 milhões em infraestrutura Divulgação

Empresa atuará no regime de Clia em Itajaí e na margem esquerda de Santos

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Localfrio anunciou um pacote de R$ 40 milhões em investimentos em obras de expansão e melhorias. A empresa, que já atua em duas áreas alfandegadas nos portos de Santos (SP) e Suape (PE), iniciou as obras para atuar no regime de Centro Logístico e Industrial Aduaneiro (Clia) no Terminal II na margem esquerda de Santos e no Terminal Redex, no Porto de Itajaí (SC). Segundo a empresa, aproximadamente 80% do valor investido será injetado no Terminal II. A aplicação deste capital revela o posicionamento

da organização em buscar alternativas de crescimento, apesar do período de retração econômica vivido pelo país. “Estamos na contramão da economia. Sabemos que a logística é uma etapa fundamental em qualquer negócio, portanto, novos investimentos se fazem necessários para trazer alternativas aos nossos clientes e consolidar ainda mais a posição que conquistamos no mercado”, afirma Helio Vasone Jr., CEO da Localfrio. As obras do Terminal II já estão avançadas, com previsão de entrega ainda este ano, e posterior pedido de alfandegamento. A estrutura conta com área total de 78 mil m² e 4.500 TEUs de capacidade estática, sendo 3.150 m² de armazém exclusivo para cargas químicas. A empresa é especializada em estufagem de contêineres de grãos a granel, açúcar, algodão e café, além de possuir know-how e licenças específicas para produtos químicos em geral e projetos especiais com equipa-

mentos de grande porte e break-bulk. Durante o período de obras, a unidade continuará operando como armazém geral e de apoio ao Terminal I, que tem área total de 75 mil m² e opera com estrutura completa para movimentação e armazenagem de qualquer tipo de carga para importação e exportação, incluindo cargas químicas e frigorificadas. Conquistado o alfandegamento, o foco do Terminal II será manter os grandes clientes e buscar novos de importação e de exportação, principalmente dos mercados de break-bulk e grãos. Já no Terminal Redex em Itajaí, que conta com área total de 77.600 m² e 5.500 TEUs de capacidade estática, as obras se iniciaram no mês de abril, com investimento estimado em R$ 3 milhões e previsão de conclusão também ainda em 2015. A Localfrio espera aumentar a receita em 45% no primeiro ano de operação. Localfrio: (11) 3049-6570


MERCADO

Comfrio-Stock Tech inaugura estrutura em Goiás

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Comfrio-Stock Tech, empresa de logística que atua nos segmentos de food service, sementes e soluções in house, anunciou em outubro a inauguração de mais um armazém. Climatizada, a unidade está situada no município de Santa Helena de Goiás e possui uma área de 20 mil m². A Comfrio-Stock Tech visa o mercado de sementes da região e deve gerar, nos picos de safras, cerca de cem novos empregos em diversas áreas. Recente-

mente a empresa inaugurou outra unidade em Cuiabá. Um novo armazém também deve ser aberto em Londrina (PR), onde a Comfrio-Stock Tech já conta com um centro logístico. Além das inaugurações, os armazéns climatizados já existentes em Londrina e Uberlândia (MG) serão ampliados. O investimento total do plano de expansão da empresa está avaliado em cerca de R$ 25 milhões. De acordo com Evandro Calan-

ca, CEO da Comfrio-Stock Tech, os investimentos devem viabilizar um crescimento de aproximadamente 15% no volume de negócios da empresa até o final de 2015. “Os locais foram escolhidos pela proximidade com as áreas produtivas, pois é preciso um curto espaço de tempo entre a entrega das sementes e o plantio”, explica o executivo. Comfrio-Stock Tech: (17) 3344-7777

SDV terá hub no Porto de Le Havre Divulgação

Projeto está dividido em duas fases e tem previsão de entrega para outubro de 2016

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SDV Logistique Internationale, uma subsidiária da Bolloré Logistics, empresa de logística e transporte global, e o Haropa, complexo formado pela união dos portos de Le Havre, Rouen e Paris, que se localizam ao longo do Rio Sena, na França, assinaram um acordo preliminar para a construção de um armazém na plataforma Parc Logistique du Pont de Normandie 2 (PLPN2), no Porto de Le Havre. O projeto está dividido em duas fases de construção. A primeira engloba uma área de 24 mil m², seguida por um adicional de 12 mil m². A SDV, que já opera vários armazéns na plataforma PLPN1, se beneficiará com uma superfície total de 75 mil m² para atividades de transporte e logística no Porto de Le Havre. A entrega do edifício está prevista para outubro de 2016.

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“Este novo projeto é parte integrante de nossa estratégia de crescimento nos principais hubs globais. Estamos implantando ferramentas inovadoras e eficientes de logística dentro destes hubs, que estão em consonância com as mais recentes normas de qualidade. O fortalecimento das nossas posições nos principais hubs para o comércio internacional, juntamente com uma oferta de serviços competitivos, nos permite atrair maiores fluxos e gerenciar a logística e o supply chain de nossos clientes. Outros grandes projetos estão em andamento na França e no exterior”, diz Thierry Ehrenbogen, presidente da SDV Logistique Internationale. O armazém da PLPN2 também irá trabalhar com cargas secas. Isto permitirá à SDV desocupar e desenvolver uma grande área de 5 mil m² exclusivamente dedicada à logística de cargas reefer na zona PLPN1. Com a França se preparando para sediar a conferência de mudança de clima da ONU 21, questões ambientais são mais pertinentes do que nunca para o grupo Bolloré. O armazém, que estará localizado ao lado do novo terminal mul-

timodal em Le Havre, terá certificação Leed v4 e BiodiverCity. “A presença da SDV Logistique Internationale na plataforma PLPN2 e ao longo de todo o Rio Sena, em especial no Porto de Rouen, é exemplar em termos de criação de emprego e valor agregado, assim como a estreita relação que a empresa tem com os operadores de transporte internacional”, conta Hervé Martel, vice-presidente do Haropa. “Baseada na plataforma PLPN1 no Porto de Le Havre desde 2001, a SDV foi um dos primeiros provedores de logística privada a operar nesta área”, diz Henri Le Gouis, CEO da SDV na área da Europa Ocidental. “Este novo armazém representa um investimento total de 30 milhões de euros e sublinha nosso compromisso em apoiar o crescimento do Porto de Le Havre, posicionando-nos como um dos principais atores da logística internacional presentes na plataforma PLPN2”, completa. Haropa: +33 (2) 3552-5456 SDV: (11) 3897-8411


Outubro/2015 - Revista TecnologĂ­stica - 19


MERCADO

NCR é o mais novo cliente da FM Logistic Contrato prevê a armazenagem e o transporte de itens como caixas eletrônicos

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FM Logistic passou a realizar, em outubro, o transporte e a armazenagem dos produtos da NCR Corporation, empresa de tecnologia de origem norte-americana que atua no segmento de hardwares e softwares de transações, como caixas eletrônicos. A atuação junto ao novo cliente consiste em uma operação combinada entre a área de Armazenagem da FM e seu recém-criado setor de Transporte. Os produtos da NCR serão armazenados no centro de distribuição do operador logístico localizado em Resende (RJ), que funciona como entreposto alfandegado da Zona Franca de Manaus, o que permite que as mercadorias fiquem estocadas por até seis meses sem o recolhimento de impostos. A segunda etapa da operação con-

templa a entrega dos produtos no destino final, ou seja, nos clientes da empresa que utilizam os itens em suas estruturas, como é o caso dos bancos. “Os clientes da NCR apresentam alta demanda. Com os produtos armazenados em Resende, conseguimos entregar a mercadoria em tempo recorde no destino final”, afirma Luís Fernando Martinez, diretor de Transportes da FM. Além da preocupação com o prazo das entregas, outro ponto importante é o acondicionamento das máquinas, que são compostas por componentes eletrônicos delicados. “Estamos muito contentes com a chegada da NCR em nosso quadro de clientes. A FM Logistic está pronta para oferecer um serviço de qualidade, com inovação e agilidade”, avalia Martinez.

De acordo com o gerente nacional de Supply Chain da NCR, Antonio Marcos Fernandes, o contrato entre as empresas é fruto de um estudo de mais de três anos. “Precisávamos de uma localização privilegiada, que oferecesse mais agilidade de serviço aos nossos principais clientes, que estão alocados na Região Sudeste do país”. Dentre os clientes da NCR Corporation estão empresas dos setores de varejo, financeiro, hospitalidade, entre outros. “A FM trouxe a possibilidade de criarmos uma estrutura diferenciada de entregas, na qual a particularidade de cada cliente é usada como base para que o trabalho aconteça”, finaliza Fernandes. FM Logistic: (11) 2109-9400 NCR Corporation: (11) 3177-1100

Cia Verde Logística adquire caminhões Iveco Hi-Way

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Cia Verde Logística, transportadora com sede em Curitiba, adquiriu 15 unidades do caminhão Iveco Hi-Way, extrapesado da montadora projetado para percorrer longas distâncias. O investimento tem como objetivo aprimorar a frota com veículos que proporcionem baixo custo operacional e alta produtividade. A transportadora conta com filiais em Araucária (PR), Joinville (SC), Planalto (BA), Rio Claro (SP) e Vitória de Santo Antão (PE) – e pretende abrir nova filial em Gravataí (RS). A frota da Cia Verde Logística é composta por 210 veículos, dos quais 50 são da marca Iveco. “Pensamos no Hi-Way porque esse caminhão oferece um pacote de vantagens único no mercado: alto rendimento, conforto para nossos motoristas,

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Empresa investe na aquisição de 15 unidades do extrapesado da marca

versatilidade para rodar em diferentes tipos de terreno e o atendimento diferenciado na compra e no pós-venda”, diz Michele Caroline Prado Rudek, sócia-diretora da Cia Verde Logística. Os veículos transportarão produtos alimentícios da multinacional Mondelez. A negociação teve o apoio da concessionária Florença, de São José dos Pinhais (PR), e do Banco CNH Indus-

trial, que disponibilizou uma linha de crédito diferenciada, exclusiva para a compra de produtos da Iveco. Para Osmar Hirashiki, diretor de Vendas Corporativas e Vendas ao Governo da Iveco, a nova realidade do mercado de transporte exige que as montadoras não só entreguem veículos de qualidade, mas firmem parcerias de longo prazo com as empresas. “Não se trata só de vender caminhões, é muito mais do que isso. Desde o início da negociação, passando pela entrega do produto e pelo pós-venda, nosso objetivo é atender todas as necessidades do cliente”, destaca. O valor da transação não foi divulgado. Cia Verde Logística: (41) 3133-4050 Iveco: (31) 3888-7469



MERCADO

ID Logistics Brasil prevê crescimento apesar da crise

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unidade brasileira da ID Logistics completou, em outubro, 13 anos de existência, mantendo uma taxa de crescimento de 30% nos últimos cinco anos. O número faz com que a ID Logistics Brasil, que representa 11,5% das atividades e do faturamento total da companhia, seja a maior filial do grupo em todo o mundo e a segunda maior unidade em faturamento, atrás apenas da matriz, localizada na França. Em 2014, a ID Logistics obteve um volume de negócios de 674,5 milhões de euros nos 14 países em que atua, na Europa, América Latina, Ásia e África. Apesar da crise que o país atravessa, o CEO da ID Logistics no Brasil, Jesús Hernandez, afirma que existe um amplo mercado local para crescimento. “Temos uma demanda crescente pelo nosso business, que é o contrato logístico dedicado, feito sob medida para cada operação e de acordo com as necessidades e expectativas dos nossos clientes”, avalia o executivo espanhol. Ele destaca que o Grupo ID Logistics vivenciou uma séria crise

econômica na Europa. “Tivemos que lidar com um ambiente de negócios bastante difícil. Essa expertise nos traz confiança para gerir os negócios de forma a buscar oportunidades no mercado brasileiro”, diz. Para o CEO, os resultados obtidos pela filial nacional até então justificam as expectativas positivas. “Estamos seguindo o planejamento estratégico do grupo e crescendo de forma orgânica com as parcerias já existentes, assim como buscando ampliar a nossa presença de mercado nas áreas em que já temos expertise. Também estamos atentos às oportunidades de atuação em novos setores. Este ano fechamos contratos com novos clientes

nas áreas de consumo e automação e devemos chegar ao final do ano confirmando a expectativa de crescimento acima de dois dígitos”. Hernandez ressalta que a trajetória da ID Logistics no Brasil é uma referência de crescimento para todo o grupo. “A nossa companhia no Brasil conta com uma equipe muito comprometida, jovem, mas experiente e com uma vocação de serviço que me faz sentir muito confiante em nosso sucesso. Essa base permite que desenvolvamos as nossas operações com uma filosofia de projeto comum junto aos nossos clientes e aumenta as possibilidades de sucesso dos projetos”, finaliza. Dentre os clientes da ID Logistics no Brasil estão empresas como Chevron, Portobello, Danone, Sogefi, Pet Center, Henkell, Nivea, Colortil, Privalia, MWM, Ambev, Leroy Merlin, Meritor e Carrefour. Este último representa, inclusive, a maior operação do grupo em todo o mundo. ID Logistics Brasil: (11) 3809-3400

Log Service passa a representar as empilhadeiras Zoomlion

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Log Service foi nomeada representante da Zoomlion Empilhadeiras para parte dos estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A novidade abrange, especificamente, o Vale do Paraíba, a Serra da Mantiqueira, o litoral norte de São Paulo e o sul do Rio de Janeiro, até a cidade de Barra Mansa. “Estamos muito confiantes nesta parceria com a Zoomlion, pois vamos ficar ainda mais competitivos nas questões de preços, atendimento e

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qualidade. A expectativa é grande tanto na venda de equipamentos quanto no aumento nos negócios de locação”, diz o sócio-proprietário da Log Service, Ademir Bottura. Os produtos da Zoomlion já são representados no Brasil pela GTM Máquinas e Equipamentos, que foi escolhida no começo do ano para ser o master dealer no Brasil da unidade de negócios de fabricação de empilhadeiras. A empresa chinesa, que já produzia equipamentos como guindastes, esca-

vadeiras, gruas, elevadores para obras, máquinas de concreto e outros, passou a trabalhar com empilhadeiras ao adquirir a fábrica da Chery. No Brasil, está disponível a linha completa de empilhadeiras movidas a gás, diesel e elétricas da marca. A meta para o mercado nacional é chegar a 500 empilhadeiras já no fim do primeiro ano de representação. GTM: (11) 3912-5551 Log Service: (12) 3621-6081


Deicmar inaugura Centro de Apoio Operacional Espaço concentra atividades relacionadas a importação e exportação de cargas em um só local

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son Foratto, a novidade é uma forma de tornar a empresa cada vez mais próxima daqueles que utilizam seus serviços. “Temos o atendimento ao cliente como prioridade e a inauguração deste novo prédio, no ano em que completamos sete décadas de história, é uma forma de reafirmarmos esse compromisso, nos colocando à disposição de todos os envolvidos em nossas atividades”. O Clia da Deicmar foi inaugurado em 1987, como Terminal Retroportuário Alfandegado. Entre os produtos movimentados estão peças automotivas, artigos esportivos, vinhos, fertilizantes, roupas, aço em matéria-prima, materiais eletrônicos, cargas químicas, brinquedos, tecidos e bobinas de papel e aço, além de peças para aeronaves. No setor de alimentos, destaca-se a armazenagem de frutas em contêineres refrigerados. Única operadora de veículos da margem direita do Porto de Santos, a Deicmar recebe também, em seu pátio, cargas roll-on e roll-off de qualquer tamanho, tanto de importação quanto de exportação. Também faz parte das especialidades da empresa a operação de cargas superdimensionadas. Sediada em Santos, a Deicmar atua ainda como operadora portuária em São Sebastião (SP) e Suape (PE).

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Deicmar inaugurou, no dia 1º de outubro, seu novo Centro de Apoio Operacional, localizado junto ao Centro Logístico Industrial e Aduaneiro (Clia) da companhia, na Rodovia Anchieta, próximo ao Porto de Santos (SP). Trata-se de um prédio de 500 m² com estrutura completa para atender às demandas da Receita Federal, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Exército do Brasil. As autoridades já contavam com escritórios dentro das instalações da Deicmar, mas a implantação do Centro de Apoio Operacional tem como objetivo reunir todas elas em um só espaço, facilitando as atividades do dia a dia. No local, despachantes aduaneiros, agentes de carga, importadores e exportadores terão à sua disposição um posto de atendimento da Deicmar para solucionar qualquer questão operacional. O prédio conta ainda com sala de reuniões, área de convivência e computadores com acesso à internet. Para o diretor da Deicmar, Ger-

Deicmar: (13) 3131-4500


MERCADO

DTZ conclui absorção da Cushman & Wakefield Resultado é uma das maiores empresas do setor imobiliário do mundo, com receita em torno de US$ 5 bilhões

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DTZ, consultora imobiliária que também atua no segmento logístico, anunciou a conclusão da absorção da Cushman & Wakefield, empresa global de serviços imobiliários comerciais, adquirida no início deste ano. A empresa gerada com a negociação vai operar com o nome Cushman & Wakefield e consiste em uma das maiores companhias do setor imobiliário do mundo, com receita em torno de US$ 5 bilhões, 43 mil funcionários,

aproximadamente 400 milhões de m² gerenciados e US$ 191 bilhões em locações e vendas transacionadas. A nova Cushman & Wakefield será comandada pelo CEO Brett White e pelo presidente global Tod Lickerman. “Esta fusão vai mudar a forma como o mercado imobiliário comercial atua hoje”, diz White. “O legado das duas empresas tem crescido agressivamente em suas respectivas plataformas, aprofundando sua participação de mercado com novas aquisições e talentos.

Agora nós temos a oportunidade de vislumbrar um futuro ainda mais promissor, compreendendo o momento do atual mercado e direcionando a nossa posição para que a empresa chegue ao topo no segmento em que atua”, aponta. Como parte do anúncio, a Cushman & Wakefield apresentou nova identidade visual e logo. Os valores envolvidos não foram divulgados. Cushman & Wakefield: (11) 5501-5464

Setor de logística farmacêutica ganha novo player

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Logic Pharma iniciou, em setembro, suas atividades no segmento farmacêutico. O operador logístico, focado na armazenagem e distribuição para o setor de saúde, está sediado em Itajaí (SC) e atende todo o território nacional. A empresa possui um armazém nas imediações da cidade com 8 mil m², adequado para a operação logística no segmento e dentro das normas de boas práticas e regulamentação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O CD dispõe de pé-direito de 12 metros e 14 docas, incluindo docas com túnel acoplável para impedir a entrada de poeira e insetos. Os clientes-alvo são indústrias farmacêuticas que importam produtos acabados ou insumos e os mercados de cosméticos e equipamentos

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Logic Pharma atende todo o território nacional a partir de sua sede, em Itajaí

da área da saúde. A empresa oferece planos individualizados de acordo com a necessidade do cliente, suporte e assessoria de importação e tributária. “Nosso principal objetivo é que sejamos reconhecidos por nossos clientes e pelo mercado como sinônimo de competência, não como o maior, mas como aquele que tem condições de atender aos projetos e

planos de desenvolvimento com o menor nível de estresse possível”, diz Josoel Pisoni, diretor executivo da Logic Pharma. A empresa já opera com o Grupo Elfa, distribuidor de medicamentos, e adianta que está em etapas finais de negociação com mais duas empresas do setor. “A decisão de investir neste segmento vem de anos atuando no mercado farmacêutico e em operadores logísticos, onde foi possível ter a experiência em ambos os lados e entender as expectativas e dificuldades de cada parte. O que nos move é o desejo de oferecer uma opção logística diferenciada, que realmente considere o cliente e suas necessidades”, conta Pisoni. Logic Pharma: (47) 3349-6971



MERCADO

Prumo Logística divulga desempenho do Porto do Açu Divulgação

Companhia anuncia ainda novos investimentos estruturais no complexo

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penas um ano depois de iniciar as operações do Porto do Açu, em São João da Barra (RJ), a Prumo Logística já comemora os números obtidos pelo complexo. Com 90 km² de área operacional, o Açu já recebeu, de 2007 até hoje, aportes de R$ 10,9 bilhões – incluindo investimentos de clientes que estão construindo suas unidades industriais. Atualmente o porto emprega 10 mil pessoas e, quando estiver em operação plena, deve gerar 40 mil empregos. Mais de 40 navios já passaram pelo Terminal 1 (T1) do Porto do Açu, exportando mais de 4 milhões de toneladas de minério de ferro. Destinado às movimentações do insumo e de óleo, o T1 conta com um pátio de armazenagem de minério com capacidade para 2 milhões de t. Os produtos são movimentados por 14 km de correias transportadoras e para o embarque nos navios é aplicado um carregador com capacidade para operar 15 mil t por hora. O terminal possui um píer, 3 km afastado da costa, de 450 metros, com dois berços de atração, 18,5 m de profundidade e capacidade para movimentar 26 milhões de t por ano de minério de ferro. Segundo o gerente de Implantação de Projetos da Prumo Logística,

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Johnson Tatton, o local está em processo de homologação para 20,5 m. A previsão é de que no início do próximo ano a dragagem seja autorizada. Para as operações de óleo a estrutura atual conta com um quebra-mar de 1.440 m. Três berços de atracação estão sendo construídos, com capacidade para movimentar, num primeiro momento, 2 milhões de barris diariamente. Já o Terminal 2 (T2) é destinado às operações de produtos como gás, além de carga geral. O local disponibiliza uma bacia de evolução com 14,5 m de profundidade e o canal de acesso, com duas margens, possui 6,5 km de extensão. Hoje, já oferece 1.400 m de cais na margem oeste e 450 m na leste. De acordo com Tatton, a previsão é de que o Porto do Açu encerre 2015 movimentando, apenas de minério de ferro, 10 milhões de t. Para o próximo ano a expectativa é atingir 20,5 milhões de t.

Negócios Hoje, são 14 clientes com contratos assinados no Porto do Açu. NOV, Technip, Anglo American, InterMoor, Votorantim e Wartsila já realizam movimentações, enquanto Marca Ambiental, Edison Chouest, BP, InterRio, BG, Holcim, InterCement e Vallourec estão estruturando suas operações. Mas a Prumo também investe em suas operações próprias no complexo. Para isso, assinou contrato com a Oiltanking para a venda de 20% de sua subsidiária, que será responsável pelo desenvolvimento do Terminal de Petróleo (Toil) no porto, por US$ 200 milhões. A Oiltanking também irá gerenciar as operações de transbordo que serão realizadas no terminal. O Toil terá capacida-

de para movimentar até 1,2 milhão de barris de petróleo por dia e estará preparado para receber os maiores navios utilizados para transporte de petróleo (very large crude carriers, ou VLCCs). O Toil será instalado no T1 e vai usar a infraestrutura já existente do terminal. O início das operações do Toil está previsto para agosto de 2016, com o transbordo de 200 mil barris de petróleo por dia produzidos pela BG nos campos do Pré-Sal. O contrato, que foi assinado com a petroleira no início de junho e tem duração de 20 anos, prevê ainda a possibilidade de expansão para 320 mil barris por dia. Segundo o CEO do EIG Global Energy Partners, controladora da Prumo Logística, Robert Blair Thomas, a empresa conta agora com um parceiro de classe mundial para atender às principais companhias do mundo e ajudá-la a encontrar soluções para os desafios técnicos da produção de petróleo em águas profundas. “A venda da participação minoritária na subsidiária possibilitará uma melhor avaliação da companhia em relação ao seu atual valor de mercado. O Toil é apenas uma das oportunidades de negócio que o Porto do Açu pode oferecer para o Pré-Sal”, diz. Na opinião do diretor-geral da Oiltanking, Daan Vos, o Porto do Açu irá oferecer às empresas uma operação de transbordo no estado da arte e, no futuro, armazenamento de petróleo, blending e unidade de tratamento. “Acreditamos fortemente que o terminal terá um grande impacto positivo na logística e na economia do setor de petróleo no Brasil”, diz. Oiltanking: (21) 2516-2966 Prumo Logística: (21) 3725-8000


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Bel Fix, distribuidora de produtos de lazer, para o lar, brinquedos e ferramentas com sede em Curitiba, está investindo cerca de R$ 30 milhões em um novo armazém autoportante na cidade de São José dos Pinhais (PR), projetado pela Águia Sistemas. As obras já foram iniciadas e o empreendimento será entregue em março de 2016. De acordo com Hilário Boito, gerente Administrativo da Bel Fix, a mudança de cidade obedeceu à necessidade de construção de um novo centro de distribuição, pois atualmente a empresa utiliza cinco locais diferentes para suas

operações na cidade de Curitiba, encarecendo a operação. “Teremos uma sede própria, com estrutura completa de armazéns e escritórios em São José dos Pinhais, eliminando custos com o aluguel das instalações e também otimizando o transporte: teremos uma malha rodoviária que nos favorece para entregas em outros estados”, comenta. Instalada em uma área total de 80 mil m², a nova estrutura terá 11 mil m², 30 metros de altura e capacidade de estocagem de 21 mil posições-palete. O complexo vai abrigar atividades de armazenagem, separação e expedição de produtos. Uma segunda etapa

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Bel Fix investe em armazém autoportante da Águia

da obra deve acontecer em breve. Nela, está prevista outra construção, com 8 mil m² e 14 metros de altura, que será equipada com estruturas porta-paletes convencionais. Para a obra, a Águia Sistemas conta com a parceria da Scheffer Automação, que equipará o armazém com quatro transelevadores, e da Smart Sistemas Construtivos, que conduz a construção dos dois galpões e um edifício em estrutura metálica com cinco andares, para a instalação da área administrativa. Águia Sistemas: (11) 3721-0157 Bel Fix: (41) 3327-9993


MERCADO

Cascade inicia programa de locação de equipamentos

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Cascade, que atua na fabricação e comercialização de acessórios e garfos para empilhadeiras, lançou, em outubro, seu programa de locação de equipamentos. A empresa, que até então somente vendia esses itens, agora também oferece a locação de todos os produtos de seu portfólio, incluindo transpaleteiras de pesagem, selecionadores de camadas, estabilizadores de cargas, entre outros. A exceção são os garfos e os deslocadores laterais, que estão disponíveis apenas para venda. Segundo o gerente-geral da Cascade, Ramatis Pedrosa, o novo modelo de serviço supre uma necessidade específica do mercado. “Alguns equipamentos têm valor de aquisição elevado. Alguns chegam a ter o seu preço próximo ao de empilhadeiras. E sabe-

mos que, no caso das empilhadeiras, existem várias formas de financiamento, com bancos privados e também pelo Finame, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Para equipamento não há essa opção”, explica. A locação é feita por tempo, da mesma maneira que funciona com empilhadeiras, nas modalidades spot (contrato pontual), de curto, médio e longo prazo. “Uma vantagem é que, como nos preparamos especificamente para o segmento de locação, 95% dos equipamentos oferecidos são novos”, conta o executivo. Além disso, são disponibilizados não apenas aparelhos standard, mas também aqueles que precisam ser feitos de acordo com a necessidade do clien-

te. “Existem operações muito específicas no país, e também oferecemos equipamentos tailor made, ou seja, feitos de forma customizada”, diz Pedrosa. Depois de alugados, os itens que foram feitos sob medida são transferidos para outros sites da Cascade para que sejam remanufaturados ou sucateados. Somando-se à economia na comparação com a aquisição do bem, essa modalidade oferece ao cliente facilidades fiscais. “O baixo custo, além de uma série de benefícios tributários, torna o modelo mais vantajoso”, analisa. Entre os principais clientes estão fabricantes e distribuidores de celulose, bebidas, linha branca, gráficas e operadores logísticos em geral. Cascade: (11) 4930-9800

Aliança fecha contrato com o Estaleiro Detroit de Itajaí

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Aliança Navegação e Logística firmou um contrato com o Estaleiro Detroit de Itajaí (SC) para a produção de três rebocadores. Segundo a empresa, a decisão está ligada às mudanças que estão ocorrendo na navegação mundial, com a construção de navios maiores, que exigem rebocadores mais potentes e de última geração para garantir a segurança nas manobras de atracação. A construção será custeada com recursos oriundos da conta vinculada do Adicional de Frete para Renovação da Marinha Mercante (AFRMM), que é gerida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Uma segunda fase do projeto contempla a construção de mais rebocadores, mas a quantidade não foi divulgada e

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sua efetivação dependerá da aprovação de liberação de mais recursos. A Aliança havia planejado, há cinco anos, retomar a construção de embarcações em estaleiros brasileiros com a intenção de renovar a frota dos navios de cabotagem. No entanto, na época, isso não se concretizou devido à limitada infraestrutura dos estaleiros para a construção de navios de grande porte e aos prazos de entrega que não condiziam com as necessidades do mercado. Diante da necessidade imediata de atender ao mercado crescente da cabotagem, foi tomada a decisão de construir navios na China. A frota da Aliança conta hoje com 11 navios modernos que ostentam a bandeira brasileira e operam com tripulação de nosso país. Com o aumento de disponibilidade

de espaço para a construção nos estaleiros nacionais a partir do início deste ano, foi retomado o projeto de construir embarcações no Brasil e a Aliança decidiu investir cerca de R$ 90 milhões na construção dos três novos rebocadores, que serão entregues no decorrer de 2017. São rebocadores de propulsão azimutal com comprimento total de 32 m e 70 toneladas de bollard pull (tração estática). “Os navios ficaram maiores e demandam rebocadores mais potentes para atracações mais seguras. Escolhemos a Detroit por ser um estaleiro de boa reputação e excelência na construção de rebocadores”, diz Julian Thomas, diretor-superintendente da Hamburg Süd e da Aliança. Aliança: (11) 5185-3100 Detroit Brasil: (47) 2103-8500



MERCADO

CROSS-DOCKING • A Navistar Mercosul, responsável pelas operações da International Caminhões e da MWM Motores Diesel, nomeou Sandra Mariani para o cargo de diretora Financeira Corporativa. Ela é responsável ainda pelas áreas de Recursos Humanos e Tecnologia da Informação da companhia, reportando-se diretamente a José Eduardo Luzzi, CEO da Navistar Mercosul. Com 26 anos de experiência profissional, a executiva é graduada e pós-graduada em Economia pela Universidade de São Paulo (USP) e possui MBA pela Thunderbird School of Global Management, nos Estados Unidos. 0800 770-1383 • A Tópico, empresa de soluções em armazenagem, divulgou que Mary Pereira assumiu a posição de head de Recursos Humanos da empresa. Com 20 anos de atuação, a executiva participou de implantações e reestruturações de empresas nacionais e multinacionais, entre elas as redes de hotéis Accor e Transamérica, Mana Engenharia e Grupo Lello. Psicóloga graduada pela Universidade Federal de Uberlândia (UFU-MG) e estudante residente de Psiquiatria Institucional e Saúde Mental em Trieste e Bolonha, na Itália, Mary tem MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP) e em Gestão de Negócios pela Faculdade de Tecnologia Empresarial (FTE-BA), além de formação em Desenvolvimento de Grupos Multirreferenciais e Liderança Sistêmica e Coaching e especialização em Terapia Organizacional. (11) 2344-1200 • A Ceva Logistics anunciou, em outubro, a contratação de três novos executivos para ocupar posições estratégicas nos negócios da empresa. Telma Dantas é a nova gerente regional de Tender Management para a América do Sul. Ela acumula 14 anos de experiência nas áreas de Comércio Exterior, Com30 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

pras, Negócios Internacionais e Supply Chain, tendo atuado em empresas como DHL, Alstom, Giorgio Gori e Lopes VNC. Graduada em Administração de Empresas com ênfase em Comércio Exterior pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP), Telma será responsável, no novo cargo, por gerenciar cotações regionais provendo informações pertinentes, competitivas e adequadas para a composição do preço para os diversos serviços de freight management que a Ceva oferece. Marcio Pires, por sua vez, chega para ocupar o cargo de diretor de Operações Aéreas para a América do Sul. Graduado em Relações Públicas pela Faculdade Cásper Líbero (SP), o profissional acumula 20 anos de experiência no segmento logístico, com passagem por empresas como UTi, Hellmann e pela própria Ceva, onde trabalhou entre os anos 2000 e 2005 como diretor de Produto Aéreo e Marítimo. Agora, ele será responsável por conduzir a melhoria contínua das operações aéreas na América do Sul. Por fim, Emiliano Marthos é o novo gerente da Filial Freight Management São Paulo. O executivo possui 17 anos de experiência em logística, tendo atuado em empresas como Yusen, Geodis, Kuehne + Nagel, DHL e Panalpina. Marthos é graduado em Administração de Empresas com foco em Comércio Exterior pela Universidade Municipal de São Caetano do Sul (USCS-SP) e possui MBA em Logística Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP). Na Ceva, ele irá gerenciar, controlar e monitorar o desempenho da filial, definindo planos estratégicos para acompanhar o crescimento da empresa. (11) 2199-6700 • A Associação Brasileira de Operadores Logísticos (Abol) tem novo comando. Gennaro Oddone, presidente da Tegma Gestão Logística, foi eleito, em as-

sembleia realizada no dia 15 de outubro, para assumir a presidência da entidade no exercício 2015-2016, em substituição a Vasco Carvalho Oliveira Neto, presidente do Conselho da AGV Logística, cujo mandato chega ao fim. Oddone é graduado em Economia e possui mestrado pela Faculdade de Administração e Economia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), além de especialização em Finanças pela New York University, nos Estados Unidos. Durante a assembleia, Carlos Cesar Meireles foi reconduzido, pela terceira vez consecutiva, ao cargo de diretor executivo da Abol. Formado em Administração de Empresas e pós-graduado em Marketing pela Universidade de Pernambuco (UPE), ele é mestre em Administração Empresarial pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Meireles possui vasta experiência profissional na indústria, em operadores logísticos e terminais portuários, além de ter atuado por três anos para o governo da Bahia e também como professor em diversas instituições de ensino superior. (11) 3192-3939 • John Garrison assumiu, no dia 2 de novembro, o cargo de CEO da Terex Corporation. A partir dessa data, o executivo também passou a fazer parte do Conselho Administrativo da Terex. Garrison sucede a Ronald DeFeo, que continuará a trabalhar como presidente executivo da empresa até 31 de dezembro de 2015, quando assumirá a função de consultor da Terex. Graduado pela Academia Militar dos Estados Unidos e com MBA pela Harvard Business School, Garrison entra na Terex após passagens pela presidência da Bell Helicopter, pertencente à Textron, e pelo segmento industrial da Textron, da E-Z-GO e da Azurix, além de ter ocupado posições de liderança na Case Corporation e servido como oficial das Forças Armadas dos Estados Unidos. 0800 031-0100


• Neila Quixabeira assume o cargo de gerente de Desenvolvimento de Produtos na Máxima Sistemas, empresa de soluções para movimentação. A executiva chega à companhia após passagens pelo Tribunal de Contas do Estado de Goiás, pela Fundação Nacional de Desenvolvimento da Educação, em Brasília, pela Indra e pela LG Informática, sempre atuando com tecnologia da informação. Dentre suas missões no novo cargo está aumentar o rendimento da equipe de Produtos, nivelar o conhecimento de negócio e de tecnologia entre os colaboradores, além de institucionalizar o processo de desenvolvimento de soluções de mobilidade na equipe. Para 2016, Neila planeja oferecer aos mercados-alvo da Máxima soluções móveis competitivas e a implementação de um canal para notificar os clientes sobre as melhorias a serem entregues a cada nova versão das ferramentas. Formada em Análise de Sistemas pela Universidade Salgado de Oliveira (Universo-DF), Neila é pós-graduada em Engenharia de Software pela Universidade Federal de Goiás (UFG), além de possuir MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV-DF). (62) 3412-2900 • A fábrica da Continental Pneus em Camaçari (BA) está sob novo comando. Sérgio Rocha assume o cargo de diretor-superintendente da planta no lugar de David Johnson, que deixa o posto exercido ao longo do último ano para se aposentar após 35 anos trabalhando em empresas do Grupo Continental. Formado em Engenharia Elétrica pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) e com mestrado em Engenharia de Produção pela Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR), Rocha res-

pondia pela gerência de Produção da unidade, tendo participado do primeiro projeto de pneus da Continental no Brasil, em 2005. O executivo também atuou na ContiTech, divisão do Grupo Continental que está entre as líderes no fornecimento de uma ampla gama de produtos técnicos de borracha e é especialista em plásticos. (11) 4583-6190 • O executivo Marcos Bagnolesi passou a ocupar a diretoria Comercial da filial brasileira do Grupo ID Logistics. No mercado da logística desde 2002 e com passagens pelas empresas Ceva, Gefco e Luft, Bagnolesi chega com amplo conhecimento do segmento e assume o desafio de manter e incrementar os níveis de crescimento da companhia multinacional no Brasil. Engenheiro mecânico formado pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT-SP), ele possui ainda MBA em Gestão Estratégica e Econômica de Mercado pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP). (11) 3809-3400 • A Intelipost, empresa desenvolvedora de uma plataforma de gestão logística de fretes fracionados de mesmo nome, contratou Pierre Emmanuel Jacquin para ocupar o cargo de diretor Comercial. Mestre em Negócios e Gestão Econômica pela Kedge Business School, na França, o profissional possui mais de seis anos de experiência na área de Vendas em cargos de gerência e diretoria, atuando pela IBM e pela Accenture, na França e no Brasil. A aposta no perfil do executivo para o cargo está alinhada ao atual momento da Intelipost, que registrou um crescimento de 1.500% na quantidade de cálculos de fretes realizados em sua plataforma nos nove primeiros meses deste ano. (11) 4872-8009


ENTREVISTA

Fotos: Luiz Machado - Agência Imagem

Pela ferrovia

Tecnologística – Para aqueles que ainda não conhecem, fale um pouco sobre como surgiu a companhia e qual seu foco de atuação. Maurício Quintella – A Contrail Logística é um operador logístico especializado no transporte de carga geral por ferrovia, criado em novembro de 2010 por meio de uma parceria entre a consultoria de transportes e logística Estação da Luz Participações (EDLP) e a MRS Logística, tendo como sócio o fundo de infraestrutura BTG Pactual e, agora, o Eurogate (veja o box da página 36). A ideia de conceber a empresa surgiu basicamente após observarmos que no Porto de Santos existiam um 32 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

O presidente da Contrail, Maurício Quintella, é enfático ao afirmar que o modelo logístico adotado atualmente no Porto de Santos para o mercado de contêineres não permite um crescimento sustentável dos volumes. A empresa surge, portanto, com a proposta de fomentar a utilização da ferrovia. Vale lembrar que, do total de contêineres movimentados por ano em Santos, apenas 2% utilizam a malha ferroviária. A meta da empresa é chegar a 20% e, para isso, já estruturou um hub ferroviário no litoral e terminais concentradores de carga no interior do estado de São Paulo. Além disso, acaba de firmar um acordo com o grupo alemão Eurogate, especializado na operação do transporte ferroviário e de terminais marítimos de contêineres

grande projeto de expansão dos terminais de contêiner e um problema sério nos acessos terrestres, devido principalmente ao desequilíbrio na matriz de transporte, se compararmos com terminais de outros países. Hoje, apenas 2% do volume de contêineres movimentado em Santos – cerca de 3,5 milhões de TEUs ao ano – utiliza o modal ferroviário, ou seja, quase nada. Deste panorama e contexto surge a Contrail, com a meta de incrementar a participação da ferrovia no segmento de contêineres. Tecnologística – Qual a sua avaliação do cenário atual quanto ao

transporte de cargas com destino ao Porto de Santos? Quintella – Com a matriz de transporte atual é insustentável o crescimento do contêiner. Existem bastante capacidade instalada e perspectivas positivas de crescimento, com anúncios de mais investimentos, mas os acessos terrestres continuam sendo um gargalo. E não temos gargalos apenas na Baixada Santista. O principal deles é na transposição da Serra do Mar. O Sistema Anchieta, único onde se pode atualmente transportar carga, está esgotado e, quando projetamos as perspectivas, é realmente preocupante. Por isso, não vemos alternativa senão


a utilização da ferrovia para sustentar o crescimento aguardado e projetado para o porto. Tecnologística – Que tipo de análise a empresa realizou para desenhar o modelo logístico? Quintella – A Contrail surgiu por meio da EDLP, que possui uma longa história no setor ferroviário. Tínhamos bastante conhecimento do modal, mas começamos a estudar o mercado para entender por que a ferrovia não participava do segmento de contêineres. Identificamos que existiam alguns gargalos na infraestrutura, e o principal estava na capacidade ferroviária de transpor a Serra do Mar. A cremalheira, sistema de transposição utilizado pela MRS Logística, empresa parceira responsável pela operação desta malha, estava esgotada, não tinha mais capacidade. Hoje, este sistema já foi recapacitado, assim como foi concluída a segregação das linhas de cargas e passageiros entre Manoel Feio e Suzano, com investimentos feitos pela MRS. Além disso, também havia problemas quanto ao nível de serviço. Fizemos um estudo e concluímos que 75% do mercado de contêineres está na área de influência da MRS, num raio de 300 km de São Paulo. Nesta distância o caminhão consegue atender, e a ferrovia, historicamente, não é considerada competitiva, por se tratar de uma distância muito curta. Após estas análises, definimos que um novo modelo logístico precisaria ser criado. Tecnologística – Que trabalho a Contrail desenvolveu para superar este paradigma? Quintella – Entre Santos e o planalto paulista temos a Serra do Mar, que do ponto de vista energético torna essa realidade muito diferente. Outro fator relevante são os problemas de acesso à região portuária. Trata-se de organizar a fila. Nesse sentido a ferrovia é uma solução muito mais

estruturada. É capaz de substituir 200 caminhões com um único trem. Outro fator importante é que, por meio do modelo ferroviário, conseguiremos consolidar os depots no interior e reaproveitar os contêineres. Quando observamos a logística hoje, verificamos que, no modal rodoviário, que opera os contêineres em Santos, em quase 100% dos fretes há um fluxo com contêineres vazios. Os transportadores movimentam o contêiner para Piracicaba, por exemplo, mas não há carga de retorno, pois não existem centros concentradores no interior de São Paulo. A ferrovia, pelo modelo operacional e pela necessidade de transbordo, irá cumprir este papel, otimizando a subida e a descida. Tecnologística – Foi necessário desenvolver um desenho logístico específico? Quintella – Exatamente. Em 2010, começamos a estudar o assunto, observamos que havia um desequilíbrio na matriz de transporte e verificamos que o modal ferroviário não era competitivo. O trabalho consistiu em, junto com a MRS, estabelecer um novo modelo logístico baseado em três pilares. O primeiro é o Terminal Intermodal do Porto de Santos (Tips), localizado em Cubatão. Trata-se de um hub ferroviário equidistante das duas margens do porto, com 300 mil m², onde atualmente temos dois desvios ferroviários

A ferrovia é uma solução muito mais estruturada para acessar a região do Porto de Santos

de 800 metros, maiores do que aqueles normalmente utilizados nos terminais portuários. A metragem das vias segue o padrão das composições empregadas pela MRS. O projeto é para chegarmos a dez linhas dentro do Tips. Tecnologística – Operacionalmente, o que você destacaria neste terminal? Quintella – Esta estrutura incrementa atratividade e competitividade à ferrovia, pois nos possibilita operar trens maiores, gerando maior capacidade, e realizar a triagem de cargas de diferentes origens e destinos, permitindo aumentar a ocupação dos trens. Estes são os diferenciais. Atualmente, quando um trem é formado na origem com destino a Santos, é necessário compô-lo para um determinado terminal portuário. Com o Tips, por ele ser um concentrador, o trem é composto com cargas que serão destinadas aos mais diversos terminais instalados no porto e vice-versa. Temos capacidade para movimentar neste local até 1 milhão de TEUs. Em operações ferroviárias é comum que haja a necessidade de manobras de vagões no porto, gerando muita ineficiência. Nosso objetivo com estruturação do hub é liberar o trem o mais rápido possível, possibilitando o maior giro dos ativos ferroviários e a otimização dos custos. Tecnologística – Qual o segundo pilar estabelecido pela Contrail junto com a MRS? Quintella – O vagão double stack. Hoje, em uma composição ferroviária de 800 m, é possível carregar até 80 TEUs. Com a utilização dos vagões double stack, que nos permitem empilhar até dois contêineres, ampliamos a capacidade de transporte, nestes mesmos 800 m, para 200 TEUs, com pouca alteração na capacidade de tração. Isso gera economia de custos e otimização de espaço nos terminais, fator crítico em Santos. Novembro/2015 - Revista Tecnologística - 33


ENTREVISTA

Tecnologística – E o terceiro e último pilar deste modelo logístico? Quintella – São os denominados Centros Ferroviários de Consolidação de Cargas (CFCC), uma rede de terminais interligados ao longo da malha da MRS com o objetivo de captar e distribuir as cargas no interior. Teremos sete CFCCs: dois na região de Campinas e Jundiaí, quatro na Grande São Paulo e um no Vale do Paraíba. Tecnologística – Estruturado o modelo logístico, quais as estratégias a partir de então? Quintella – Temos um grande desafio operacional, que é equacionar todos os elos da nossa solução: rodovia, terminal e ferrovia. A entrada do Eurogate como sócio da empresa nos traz esta expertise, por meio de seu modelo já consolidado na Europa. Estamos criando uma diretoria de logística na empresa para que possamos justamente topicalizar esse conhecimento. Nosso trabalho é equacionar os fluxos logísticos, importação ou cargas de cabotagem com destino ao exterior e exportação. O mercado, por ser concentrado na rodovia, é muito pulve-

rizado em relação aos prestadores de serviço. Há diversos transportadores, por isso não conseguimos consolidar o volume originário do interior. Com a ferrovia, é necessário implantar terminais, e com essas estruturas é possível consolidar as cargas. Criando grandes centros consolidadores, geramos mais competitividade para o sistema. Aproveitamos os contêineres com origem em Santos para o retorno ao porto, o que é bom para todos os players do segmento. Hoje oferecemos uma solução porta ao porto, retiramos o contêiner no cliente, movimentamos pelo modal rodoviário até os CFCCs, embarcamos no trem e transportamos até o terminal da Baixada Santista para, posteriormente, ser enviado, também via rodovia, ao terminal de destino. Tecnologística – Qual empresa é responsável pelo gerenciamento de todas estas etapas? Quintella – A própria Contrail. Nós somos os responsáveis por toda a gestão. É um modelo inteligente que construímos junto com algumas transportadoras que nos prestam serviço, levando em consideração a atividade

Modal apresenta alta confiabilidade, por ser um sistema fechado, com poucas interferências ferroviária, pois o trem possui horários fixos de chegadas e partidas. O modal rodoviário precisa estar bem estruturado para atender ao fluxo e às demandas operacionais da malha ferroviária. Tecnologística – Com tantas variáveis envolvidas, é possível operar qualquer tipo de carga conteinerizada pela ferrovia? Quintella – A ferrovia pode atender qualquer segmento que utilizar contêineres para transportar seus produtos. Não temos nenhum tipo de restrição para operar. Hoje já transportamos produtos eletrônicos, peças de automóveis, implementos agrícolas, papel, grãos, açúcar, entre outros. Nosso objetivo na Contrail é atender por ferrovia com a confiabilidade que o modal traz, por ser um sistema fechado, com poucas interferências, com flexibilidade equivalente ao caminhão e de forma competitiva. Tecnologística – Como a Contrail pretende gerar flexibilidade no sistema ferroviário? Quintella – Por meio dos nossos terminais, teremos grande capacidade, e eles servirão como os pulmões da operação. Isso traz flexibilidade e gestão para o modelo. Se o cliente deseja urgência de entrega no porto, conseguimos embarcar no trem ou, em última

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instância, transportar por caminhão. Esse desenho logístico também é nossa aposta para atender o mercado, pois a movimentação de contêineres é extremamente viciada no modal rodoviário. Tecnologística – Com relação aos fluxos logísticos, de que forma a Contrail realiza este gerenciamento? Quintella – A grande aposta da companhia é realizar esta gestão, e por isso prezamos e investimos em pessoas. É muito importante para o negócio capacitarmos os profissionais. A nossa cadeia é um pouco mais complicada, pois há vários elos, o que torna o gerenciamento mais complexo. Mas por que nos Estados Unidos e na Europa o sistema funciona? Porque há uma gestão integrada, sistemas apropriados,

aplicação de tecnologias e conhecimento da operação. Tudo isso faz com que a solução intermodal seja melhor do que aquela de apenas um modal. E é justamente isso que estamos fazendo. Estamos criando um sistema de gestão junto à MRS e às transportadoras e criamos um sistema interno de métricas e KPIs para melhorarmos nosso nível de serviço. O transit time de Campinas a Santos, por exemplo, é de 20 horas, superfactível e confiável. A chance de perder o embarque no porto é muito pequena. Já a acuracidade é de 98%. Não damos desculpas ao cliente, trabalhamos de forma transparente e com o objetivo de sempre entregar algo acima daquilo que ele espera. Há ainda uma desconfiança quanto ao modal ferroviário,

por ele ser mais complexo, e nosso desafio é entregar o melhor nível de serviço possível. Tecnologística – Vocês acabaram de fechar um acordo, em que negociaram 16,67% de participação da empresa ao Eurogate. O que a multinacional alemã agrega às atividades da Contrail? Quintella – O grande ativo que eles trazem é o know-how. Hoje o Eurogate transporta, por ano, 800 mil contêineres por ferrovia, e obviamente, para ser competitivo e atingir este volume, ele precisa de nível de serviço. E essa é a nossa aposta, este conhecimento que a companhia possui, tanto operacional quanto na gestão logística e em tecnologia. Por isso, estamos revisitando to-


ENTREVISTA

dos os nossos planos de investimento. Além disso, criamos uma diretoria técnica só para incrementar o nível de eficiência e de gestão e estudar novas tecnologias, desenvolver produtos e analisar o modelo logístico, a eficiência operacional e o sistema

ferroviário. A ideia é transferir o conhecimento de mais de cem anos que o Eurogate possui no negócio de transporte ferroviário na Europa para o Brasil. Isso não é positivo apenas para a Contrail, mas para todo o sistema logístico brasileiro.

Negócios

O

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Tecnologística – Com esse negócio, há a possibilidade de a Contrail iniciar operações de transporte e gestão internacional de contêineres? Quintella – Não. Nosso objetivo é mudar a matriz de transporte em Santos. Divulgação

grupo alemão Eurogate anunciou, em outubro, que se tornou sócio da Contrail após adquirir 16,67% da companhia brasileira. Até junho de 2018, o grupo poderá exercer a opção de compra de mais 16,67%, aumentando a sua participação para 33,34%. O principal negócio do Eurogate é a operação de terminais marítimos de contêineres. Ao todo, são 11 instalações, sendo dez na Europa e uma na África, distribuídas entre cinco países. Em 2014, a companhia movimentou 14,8 milhões de TEUs. Além da operação de terminais, o grupo também desenvolve soluções logísticas para atender à cadeia do contêiner de forma completa. A empresa oferece transporte ferroviário na Europa por meio de suas subsidiárias Boxxpress, Sogemar, Floyd e Hannibal. Segundo o presidente do Conselho do Grupo Eurogate e responsável pela área de Transporte Intermodal e Desenvolvimento de Novos Negócios, Thomas Eckelmann, a companhia está constantemente procurando oportunidades de investimento para ampliar sua participação internacionalmente. “Na Europa nós já provamos ter a tecnologia necessária para expandir as redes de transporte intermodais, por meio das nossas

Tecnologística – Existe uma sinergia entre as operações? A Contrail segue um modelo similar ao adotado pelo Eurogate? Quintella – Existe uma tropicalização do modelo europeu, e a diretoria de logística que criamos terá esse papel, de entender o que foi realizado na Europa e avaliar o que será possível aplicar no Brasil. Entre as análises estão os modelos operacional e comercial e o emprego de tecnologias.

empresas na Alemanha e na Itália. Agora estamos transferindo este conhecimento para o Brasil”, diz. Ainda de acordo com o executivo, boa parte dos clientes armadores da empresa atraca em Santos e necessita de serviços eficientes para conectar seus clientes com o porto, principalmente nas regiões de São Paulo e Campinas. “Temos uma grande demanda e possibilidades de crescimento em longo prazo”, prevê. Já o presidente do conselho da Contrail, Guilherme Quintella, afirma que a parceria com o Eurogate traz credibilidade no que diz respeito à capacitação operacional, assim como fomenta o relacionamento com o mercado global de contêineres. O executivo completa dizendo que, com o negócio, a meta da Contrail é ampliar a sua rede de operações intermodais utilizando seu hub instalado em Cubatão, atendendo aos corredores de São Paulo, Campinas e São José dos Campos.

Tecnologística – E o Eurogate, como vislumbra as possibilidades mercadológicas? Quintella – A empresa conhece bastante o mercado brasileiro. O principal negócio deles é a operação de terminais portuários, movimentando mais de 14 milhões de TEUs por ano, por isso ela acompanha o desenvolvimento e os investimentos que são realizados no Porto de Santos. Existe um grande problema no acesso terrestre, e o Eurogate, junto com a Contrail, identificou nesse gargalo uma oportunidade. A sustentabilidade do crescimento do porto depende deste ajuste na matriz de transporte. Tecnologística – A Contrail, agora junto com o Eurogate, trabalha para desenvolver o modal em Santos. Mas como você analisa o cenário geral hoje? Quintella – Santos é a primeira fase do projeto. O porto hoje tem uma grande capacidade instalada de terminal portuário, mas existe o problema crônico de acesso, não apenas na Baixada, mas também na forma de transpor a Serra do Mar, e a única solução é a ferrovia.


O negócio da Contrail traz uma solução estruturada e maior competitividade ao Porto de Santos, por isso é de interesse de todos os agentes e também de interesse público, pois traz grandes benefícios socioeconômicos. A ferrovia é uma solução transformacional, pois a partir do momento em que o modelo está em prática, há redução de acidentes na estrada, de emissão de carbono e melhoria no tempo de trânsito nas rodovias. Tecnologística – Mas você não considera que os investimentos na malha ferroviária são morosos? Quintella – Historicamente, sim. Mas a única solução para o porto é uma ferrovia eficiente. O transporte de contêineres não foi desenvolvido. Hoje, mais de 50% dos grãos, do açúcar e da celulose são movimentados por trem, mas apenas 2% por contêiner. A matriz é muito desequilibrada no contêiner. Tecnologística – Quais são os outros gargalos e possíveis soluções que você identifica? Quintella – Alguns projetos estruturais são muito importantes, como o Ferroanel Norte. Este é um investimento extremamente relevante, não só para o contêiner, mas para qualquer outro tipo de carga. A transposição da cidade de São Paulo precisa ser resolvida. Trata-se de um trecho de 40 km crucial para o desenvolvimento do país. Tecnologística – Esta é uma das principais demandas da empresa? Quintella – Sem dúvida. Mas não se trata de uma demanda da Contrail, o Ferroanel traz mais competitividade para a indústria, para o setor agrícola e, obviamente, para o Porto de Santos. É um trecho de 40 km com uma densidade altíssima de carga.

Tecnologística – De que forma atualmente a Contrail faz a transposição da cidade de São Paulo? Quintella – Utilizamos o sistema da MRS, em que o transporte de carga é compartilhado com a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM). O sistema funciona bem, mas tem um limite de capacidade física e de eficiência. Durante os horários de pico, os trens ficam parados, e isso gera ineficiência e custos não competitivos para a ferrovia. Operamos nos horários contrários aos dos trens de passageiros. Temos uma janela na madrugada, até às 4 h da manhã, e durante o dia utilizamos a malha em horários que não são de rush, das 9 h às 10 h e das 13 h às 15 h. Tecnologística – E, mesmo com as dificuldades, a expectativa é otimista? Quintella – Sim, pois, mesmo com estes gargalos, oferecemos um serviço muito confiável. Neste momento, o nosso desafio é convencer os clientes e conquistar a confiança no nosso modelo. Isso só conseguimos fazer operando, e temos obtido ótimos resultados.

Tecnologística – Em curto prazo, quais são as próximas ações para sustentar este planejamento? Quintella – Estamos desenvolvendo um terminal na região de Jundiaí, que no primeiro momento terá capacidade para movimentar até 50 mil contêineres por ano. A meta é começar a operar em 2016. Além disso, analisamos inaugurar estruturas em Campinas e São José dos Campos. Tecnologística – E a situação macroeconômica brasileira, não afeta os planos? Quintella – Claro que não é positivo o momento econômico do país, mas o market share da ferrovia tem muito a crescer, por isso a situação atual da economia não impacta de maneira relevante no mercado da Contrail. Não vinculamos nosso negócio ao cenário econômico, e sim às oportunidades que o modal ferroviário ainda pode proporcionar.

Contrail: (13) 3367-1303 Novembro/2015 - Revista Tecnologística - 37


TRANSPORTE FERROVIÁRIO

Divulgação / Abifer

Cadência moderada

Modal ferroviário brasileiro busca ganhar expressão na matriz de transporte de carga por meio da combinação com outras modalidades para aumentar a eficiência logística como um todo. Investimentos públicos e privados em vias, frota e intermodalidade podem ser o caminho para a modernização da ferrovia nacional

D

o início das concessões ferroviárias, em 1996, até o ano passado, o volume de carga movimentado por trilhos aumentou 83,2% no Brasil, pulando de 253,3 milhões para 463,9 milhões de toneladas úteis. Analisando mais detalhadamente, passados alguns anos do impacto da privatização, o volume entrou na casa das 450 milhões de toneladas úteis e de lá não saiu mais. Também permaneceu 38 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

praticamente inalterada a relação entre carga geral e granéis minerais e vegetais. O crescimento ritmado do modal, que hoje participa com pouco mais do que 20% na matriz de transporte de carga nacional, indica que a ferrovia carece de políticas de integração logística, que coloquem os trens no mesmo nível de importância do modal rodoviário. Muitos dizem que este é o ônus da cultura rodoviarista brasileira. Outros argu-

mentam que não é o caminhão o vilão da pobre distribuição logística, mas sim a inexistência de infraestrutura construída nos moldes da multimodalidade. De toda forma, em 2012 foi lançado o Plano de Integração Logística (PIL), para ampliar a escala dos investimentos em infraestrutura rodoviária, ferroviária, hidroviária, portuária e aeroportuária no Brasil. Este ano, entrou em cena a segunda fase do


Open access O superintendente de Infraestrutura e Serviços de Transporte Ferroviário da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Alexandre Porto, diz que entre a primeira e a segunda fase do PIL aconteceram mudanças importantes. “Tivemos o PIL I em 2012, que previa mais de 10 mil quilômetros de novas linhas. Houve então uma mudança na política pública, de não mais usar um modelo horizontal, que tinha fortes subsídios de uma estatal, a Valec. Foi possível, então, migrar para um modelo verticalizado, em uma tentativa de aumentar o direito de passagem”. O superintendente refere-se ao modelo de venda de capacidade, marcando o início do livre acesso à infraestrutura ferroviária (open access). Segundo ele, esse sistema dá mais competitividade ao transporte.

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Porto comenta a modelo de concessão atual fase do plano de podem garantir, por concessões previsto na exemplo, taxas de resegunda etapa do protorno mais atrativas e grama. “A situação é seduzir os investidores. a seguinte: a ferrovia “Na medida em que o Norte-Sul, tramo Sul, modelo seja bem elatem previsão para puborado, que se tenha blicação de edital para um marco regulatório o primeiro trimestre firme e que haja condo ano que vem; a dições de financiamenNorte-Sul, tramo Cento, a tendência é trazer tral, para o primeiro mais players, inclusive Porto: expectativa é que cada semestre de 2016; a internacionais. Essa é a vez mais empresas se interessem ferrovia Rio de Janeinossa expectativa”. pelo modal ferroviário ro, no trecho Lucas do Aumento da participação Rio Verde e Miritituba, deve ter edital publicado entre o primeiro semesPorto defende que o aumento da tre e o início do terceiro trimestre; e sobre o projeto da Ferrovia Biocêni- participação do modal na matriz de ca, temos trechos em parte conclu- transporte de carga deve se dar por ídos pela estatal Valec e outros que meio de políticas públicas de transprecisam que estudos de viabilidade porte. “Em linhas gerais, ao diminuir técnica, econômica e ambiental co- o custo logístico da operação ferrovimecem do zero. Não temos data para ária e aumentar a velocidade média dos trens, a tendência é que cargas esse projeto”. Quanto ao interesse da iniciati- do modal rodoviário migrem para o va privada em participar desses pla- ferroviário”, diz, acrescentando que é nos, ele acredita que modificações no necessário otimizar as linhas, expan-

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PIL, com previsão de investimentos de R$ 86,4 bilhões. No que concerne ao modal ferroviário, o programa prevê a construção, modernização e manutenção de 7,5 mil quilômetros de linhas férreas. O modelo de concessão mantém as premissas de ferrovias em bitola larga, com alta capacidade de transporte de carga, traçado geométrico otimizado e velocidade elevada. Adicionalmente, são premissas do modelo assegurar o direito de passagem com vistas à integração das malhas das concessões existentes e novas, aprimorar a concorrência no modelo de operador verticalizado, adotar a licitação por outorga ou o compartilhamento de investimento e usar o procedimento de manifestação de interesse para desenvolver os estudos de viabilidade. Segundo seu próprio enunciado, o programa poderia “resgatar o transporte ferroviário como alternativa logística”.

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Soares: ferrovias precisam ser interligadas aos portos

dindo-as e modernizando-as de forma que atinjam centros produtores para fazer uma integração nacional mais racional e eficiente. “O acesso aos portos, por exemplo, é importante, e temos vários, mas precisamos aumentar a capacidade desses acessos para que a ferrovia seja realmente uma opção logística”, afirma. A ideia é compartilhada por vários outros atores do setor. O vice-presidente de Transporte Ferroviário da Câmara Brasileira de Contêineres (CBC), Washington Luiz Pereira Soares, argumenta que apenas construir ferrovias não basta. “É necessário que estas ferrovias estejam integradas às novas áreas portuárias nos novos objetos de concessão, para vincular recursos públicos de forma integrada aos projetos divulgados no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC)”. Na visão de Soares, o governo deveria assumir como prioridade o desenvolvimento de novos recursos para a prática multimodal. “Muito pouco foi feito desde a divulgação do PIL. O Brasil possui 37 portos públicos e apenas 45% dispõem de ferrovias integradas. A verdade é que as ferrovias se 40 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

mantêm operacionalmente estagnadas na ordem de 29 mil quilômetros, quase o mesmo número apresentado na década de 1990 antes da privatização”, avalia. Para o representante da CBC, uma das razões para esta estagnação é o modelo de concessão. “Poderia ser mais construtivista e definir contrapartidas mais produtivas para o modal, como exigir do concessionário, até o término da concessão, a construção de mais 20% de via permanente, com base no atual patrimônio explorado ou bem adquirido, sendo este, material rodante. Isto significa dizer que, ao término do ato da renovação a cada 25 anos, teríamos um incremento de mais 20% na malha ferroviária, condição que poderia ser também sine qua non à renovação”, sugere. O diretor da CBC argumenta ainda que a ferrovia poderia contribuir não apenas como ferramenta de integração multimodal, mas também como elemento de soluções mais ecoeficientes no transporte de carga. Para compreender o potencial de redução na emissão de poluentes, um exercí-

cio matemático: para transportar os 464 milhões de toneladas de carga movimentados por ferrovia em 2014, seriam necessários 16,5 milhões de caminhões, ou 45.200 caminhões por dia. “Se levássemos como prioridade a construção de ferrovias de forma correlacionada à obrigatoriedade de cumprir a legislação ambiental em atividades de transportes, poderíamos gerar um modelo multimodal de transporte sustentável. Seria bem mais fácil corrigir equívocos da gestão pública que adicionam ferrovias no mapa sem qualquer obrigatoriedade de conexão ou infraestrutura portuária”. Na sua cadência moderada, o modal mantém o ritmo. A movimentação de cargas pelas ferrovias cresceu sutis 2,63% de 2013 para 2014, com 463,9 milhões de toneladas úteis transportadas, e a previsão da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) para 2015 é que o setor atinja 475 milhões de toneladas úteis. Em termos de produção do transporte ferroviário, em 2014 houve aumento de 2,15%, enquanto o Produto Interno Bruto (PIB) teve um aumento de 0,1%. O resultado pode parecer matematicamente tímido, mas consideradas as adversidades impostas pela desaceleração econômica brasileira, o setor fer-

MOVIMENTAÇÃO DE CARGA NAS FERROVIAS BRASILEIRAS Έem milhões de toneladas úteis) 1997 2002 2007 2010 2011 2012 2013 2014 2015

253,3 315,8 445,2 469,7 452,9 457,4 452,0 463,9 475,0

Fonte: ANTF

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TRANSPORTE FERROVIÁRIO


É certo que a ferrovia não pode ser pensada isoladamente e as operadoras ferroviárias há muito investem em agregar valor ao transporte, interligando suas linhas a outros modais e aproximando o trem dos grandes centros produtores. Exemplo desse movimento é o protagonizado pela VLI, operadora ferroviária responsável pela operação da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA), com 7.220 quilômetros de extensão, e da Ferrovia Norte-Sul (FNS), com 720 quilômetros de extensão. A empresa também possui contratos de capacidade com a Vale para o transporte de cargas na Estrada de Ferro Vitória a Minas (EFVM) e na Estrada de Ferro Carajás (EFC). Desde 2012, a VLI vem executando um plano de investimentos de R$ 9 bilhões que tem o objetivo de incrementar a integração de serviços em terminais, ferrovias e portos, consolidando seus corredores logísticos. O capital vem sendo aplicado na construção de terminais intermodais de transbordo de carga, na ampliação da atuação portuária da companhia, na aquisição de locomotivas e vagões e na modernização das linhas férreas. “Nosso DNA é a operação ferroviária. Usamos o tripé terminais, portos e ferrovias entendendo que traz eficiência para o sistema de transporte de carga em geral”, diz o diretor comercial da empresa, Fabiano Lorenzi. A estratégia de integração de ativos da VLI visa a redução de custos operacionais. “Grande parte do tempo que as locomotivas ficam paradas acontece nas pontas da operação: no carregamento ou no descarregamento”, diz Lorenzi, explicando que o plano de negócios da empresa é

desenvolver corredores logísticos, inte- cargas de clientes da empresa de logísgradores dos modais ferroviário e por- tica, tais como os Terminais Portuários tuário. “Ele considera a construção de Praia Mole e de Produtos Diversos, amterminais de interior com grandes capa- bos no complexo portuário de Tubarão, cidades, a implantação de um terminal em Vitória. A Vale é uma das acionistas portuário em Santos, a modernização da VLI, com 38%, juntamente com a de vagões e locomotivas e também a ca- Brookfield, com 26,5%, a Mitsui, com pacitação da nossa malha ferroviária”, 20%, e o Fundo de Investimento do diz o executivo. Fundo de Garantia do Tempo de ServiA VLI atua em grandes segmentos: ço (FI-FGTS), com 15,9%. siderurgia, com transporte de insumos O Tiplam, um dos principais projepara a indústria siderúrgica e produtos tos da empresa, consumiu R$ 2 bilhões acabados, agricultura e indústria em dos R$ 9 bilhões do plano de investigeral. A empresa possui hoje seis ter- mentos. A estrutura será dedicada exminais intermodais para transbordo de clusivamente a operações ferroviárias cargas, localizados em pontos estratégi- e marítimas, com três berços de atracacos e integrados às ferrovias por ela ope- ção, sendo um de importação e dois de radas. Três unidades estão voltadas à exportação – um será dedicado a opelogística de grãos (Terminal Integrador rações com açúcar e o outro com grãos. Palmeirante [TO], Terminal Integrador O terminal tem 50% da obra concluíPirapora [MG] e Terminal Integrador da e deve estar totalmente concluído Araguari [MG], esse último realizando no primeiro semestre de 2017. “Além também o transbordo de fertilizantes), disso temos terminais que serão entreduas a produtos siderúrgicos (Terminal gues no começo do ano que vem, um Integrador Santa Luzia deles em Minas Gerais [MG] e Terminal Integrae dois outros no Tocandor Ouro Preto [MG]) e tins”, conta Lorenzi. uma ao açúcar (Terminal Do plano de invesIntegrador Guará [SP]). timentos de R$ 9 biOutros três terminais eslhões da empresa, já tão em fase de construforam investidos cerca ção e devem ser inaugude 60% desde 2012. Os rados no ano que vem. objetos de investimenNos portos, a VLI opeto são a capacitação de ra o Terminal Integrador vias, a ampliação de Portuário Luiz Antonio pátios de cruzamento Mesquita (Tiplam), em e a aquisição de novos Lorenzi: objetivo da VLI é Santos (SP), o berço 105 vagões e locomotivas. desenvolver a integração entre do Porto de Itaqui (MA) Apenas no ano passado os modais e o Terminal Portuário a VLI adquiriu 42 novas Inácio Barbosa (SE), esse último me- locomotivas, sendo 34 delas fabricadas diante consórcio com a Petrobras. A no Brasil, e comprou 2.155 vagões. VLI também possui contratos com a “A ferrovia não existe sozinha, ou Vale para que os terminais marítimos melhor, a sua eficiência fica seriamenda mineradora possam movimentar as te limitada quando não se combinam Divulgação

Filosofia da integração

Gustavo Andrade

roviário ao menos ficou no azul. Com relação à injeção de recursos, as concessionárias planejam manter a linha de investimentos e preveem dedicar por volta de R$ 5,9 bilhões, valor próximo ao incorporado à operação em 2014.

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TRANSPORTE FERROVIÁRIO

as características da ferrovia com outros modais. Por isso, nosso conceito é buscar a integração”, argumenta Lorenzi. Para exemplificar, o executivo cita o terminal da empresa inaugurado em 2013 em Araguari, com capacidade estática de 120 mil toneladas para receber grãos, pera ferroviária e sistema de descarga de caminhões com quatro tombadores. “O caminhão demora não mais que oito horas no entreposto para descarregar e partir, sem gerar estadias. E uma composição nossa, de cem vagões aproximadamente, carrega em mais ou menos seis horas. São terminais iguais a esse que estamos construindo. Nosso objetivo é viabilizar a interligação nas duas pontas”, diz o executivo da VLI.

Linhas curtas Uma das formas de incentivar a entrada de novos players na operação ferroviária e resgatar da ociosidade trechos ferroviários comercialmente pouco atrativos é a entrada de empresas na operação regional, ou short lines, ao melhor estilo norte-americano. Com extensão de até 50 quilômetros, essas ferrovias mais curtas podem abastecer as linhas princi-

pais ou interligar pontos não atendidos pelas grandes concessionárias. Além disso, chamam para o negócio novas empresas, de menor porte, que atraem mais carga para o sistema como um todo. Nos Estados Unidos, essa modalidade conta com mais de 540 empresas, operando 29% da malha do país, ou 78.346 quilômetros, e 25% do tráfego, ou 455 bilhões de toneladas por quilômetro útil. A realidade brasileira é, obviamente, diferente, mas a modalidade pode ter valia significativa. “Temos 30 mil quilômetros de ferrovias, dos quais apenas 23 mil são operacionais. Queremos ampliar este conceito nesses 7 mil quilômetros que hoje não são operacionais e, eventualmente, em alguma outra extensão desses 23 mil quilômetros sobre a qual não haja um interesse comercial direto da concessionária principal e que pudesse ser operada por uma short line”, explica o presidente da Associação Brasileira da Indústria Ferroviária (Abifer), Vicente Abate. Ele argumenta que essa modalidade é complementar às ferrovias de longa extensão, podendo contribuir com o aumento da produtividade do modal, incrementar a capilaridade de toda a

malha e também influenciar positivamente a demanda para a indústria ferroviária nacional. “Ao ter um contingente maior de clientes, teríamos mais pedidos de vagões e locomotivas, incentivando o crescimento da própria indústria”. Porto, da ANTT, concorda. “A modalidade seria muito útil para trechos abandonados ou com inviabilidade econômica. Essa viabilidade pode se dar no modelo de operação mais simples e mais curta”. Do ponto de vista dos operadores ferroviários, a ideia precisa ser avaliada com critério. Lorenzi, da VLI, acredita que é fundamental uma análise de mercado e de posicionamento de demanda. “Crucial também é o estudo sobre o tipo de carga que se beneficiaria com essa modalidade de ferrovia. Nos Estados Unidos há escala e há um mix de cargas mais variado, com a inclusão importante de cargas conteinerizadas, o que justifica esse tipo de operação”, pondera. Falando em contêineres, esse tipo de carga vem aumentando a participação na ferrovia brasileira: a quantidade de contêineres transportados por vias férreas cresceu 32,05%, comparando 2013 com 2014. Em 2015, deve ultrapassar 480 mil unidades.

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Frota renovada

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No ano passado, Abifer e ANTF uniram esforços e formataram o plano de renovação da frota de vagões e locomotivas, que prevê a substituição dos ativos rodantes que estão obsoletos por novos equipamentos. O programa está em processo de análise pelo governo federal. De acordo com Abate, da Abifer, o período das eleições e a definição do ajuste fiscal arrefeceu as negociações e, por este motivo, ainda não há uma definição. “Fizemos todas as tentativas junto ao governo e o programa está em processo de avaliação. Está sendo avaliada a melhor forma para aplicá-lo”, explica. Um das sugestões das associações é incluir o plano de renovação da frota


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nas ações do PIL. “Existe na, mais capaz e menos a questão da renovação poluente. A constância das concessões antecide fabricação melhora a padamente ao seu vencondição de compra em cimento, o que daria às custos e preço de venconcessionárias uma vida. Existem mecanismos são de longo prazo. Em do governo que podem paralelo, está o investiincentivar as concessiomento do PIL a ser dedinárias. Isso vai dar um cado ao setor ferroviário incentivo para a indúsem material rodante, e tria, por isso esperamos pensamos que parte deste que se torne realidade”, valor poderia ser direcioargumenta Abate, acresAbate: renovação da frota nada à renovação. Ainda centando que as concesferroviária pode ser incluída não sabemos como isso sionárias vêm fazendo no PIL poderia ser feito, se com compras e investindo na uma linha de crédito específica ou pelo indústria nacional. Regime Tributário para Incentivo à MoNo ano passado a indústria ferrovidernização e à Ampliação da Estrutura ária entregou 4.700 vagões de carga, o Portuária (Reporto), que está aprovado dobro do registrado em 2013, e 80 loe cujos incentivos são muito benéficos comotivas. Para 2015, a Abifer projeta para as concessionárias”. manter o mesmo ritmo de produção, De acordo com estatísticas da Abifer, com a fabricação de 4 mil novos vados 110 mil vagões da frota brasileira, gões, que apesar de parecer um número 40 mil têm mais de 40 anos. Na mesma menor relacionado a 2014, está acima situação estão 1.400 das 3.200 locomo- da média da última década, quando fotivas do país. “Já que está prevista a am- ram produzidas cerca de 3 mil unidades pliação de frota, por que não ter recursos anuais. A estimativa da associação aintambém para a renovação? Agora é uma da aponta para a fabricação de 90 locoquestão de conversa entre as partes, go- motivas e 420 carros de passageiros. verno e concessionárias, para que con“Esperamos algo em torno de R$ 6 sigam entabular algum tipo de negocia- bilhões, um faturamento de 5 a 10% ção, idealmente com base no que já foi maior que 2014. O ano que vem ainda discutido no momento da definição do gera dúvidas, mas chegamos a um panosso plano de renovação de frotas e tamar médio anual de 4 mil vagões e, aproveitando, eventualmente, os recur- quem sabe, pode até ser mais expressisos do PIL”, diz Abate, citando entre os vo. Há boas perspectivas, considerando benefícios do plano a constância na fa- que a produção agrícola e a de granéis bricação, a linearidade de prazos, a redu- minerais, celulose e papel têm crescido, ção de custos em suprimentos e a mão assim como a carga conteinerizada. O de obra e produtos mais modernos. transporte ferroviário tem todas as conA inclusão do programa de renovação dições de crescer”, finaliza Abate. de frota traria também benefícios para o governo, uma vez que significaria ingresValeria Bursztein sos com impostos e a geração de mão de Abifer: (11) 3289-1667 obra que seria absorvida pela indústria ANTF: (61) 3212-8900 para atender a demanda. “Com todas ANTT: 166 estas vantagens, não deveríamos perder CBC: (21) 2263-1645 esta oportunidade de transformar uma VLI: (31) 3279-4900 frota ineficiente em uma frota moder-


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Olho na estrada, atenção aos sistemas

Caminhões saem da linha de montagem cada vez mais inteligentes. Utilização de tecnologia embarcada, com a aplicação de softwares, dispositivos e ferramentas operacionais integradas, contribui para a redução dos custos na operação, maximização do emprego do ativo e gerenciamento mais eficaz da frota. Fornecedores de insumos, como pneus, seguem a tendência e desenvolvem soluções que proporcionam visibilidade durante toda a vida útil do produto 44 - Revista Tecnologística - Novembro/2015


Presente e futuro Para o diretor de Estratégia, Desenvolvimento de Negócios e Suporte a Vendas de caminhões do Grupo Volvo na América Latina, Nilton Roeder, a tendência é que os veículos estejam cada vez mais conectados. “A era digital no setor de transportes comerciais já começou. As novas tecnologias, produtos e serviços estarão gradativamente conectados em tempo real. Eles estarão focados no veículo e no motorista e proporcionarão significativas melhorias na disponibilidade, produtividade e no consumo de combustível, além de aumentar a segurança da operação”, diz.

na indústria de caminhões”, afirma. Roeder reforça que os caminhões se comunicarão com praticamente tudo ao seu redor. “O transportador fará a gestão logística em tempo real, pois o veículo terá a capacidade de auxiliar na otimização da gestão da oferta-demanda ao localizar instantaneamente depósitos e pontos de varejo próximos. Em breve, um sistema de gestão de pedidos e serviços informará eventuais falhas de equipamento ou de coleta de bens na ponta do cliente e ainda na estrada”, prevê. Segundo o executivo, novas tecAlém disso, continua o diretor, nologias com altos níveis de inte- o motorista também poderá receroperabilidade e poder de análise ber informação sobre custo de peemergem como soluções em conec- dágio em tempo real para definir tividade com alto impacto na ma- uma rota com menor custo – não neira das empresas operarem. “A apenas com base na distância comassa de dados que está impul- berta, mas incluindo outros cussionando estas novas soluções aos tos associados. Haverá, ainda, um fornecedores de tecnologia e pres- novo dispositivo que oferecerá tadores de serviços está crescendo melhores opções para manter o exponencialmente. É o chamado veículo em rotas preferidas, evibig data”, lembra. tando congestionamentos devido O diretor revela alguns números a acidentes ou obras em rodovias e para ilustrar a imporregiões com topogratância da tecnologia fia acidentada. atualmente. De acorOutras tecnolodo com ele, o volume gias são destacadas. médio de dados deve Segundo ele, o cacrescer 76% nos próminhão identificará ximos 12 a 18 meses, automaticamente o 31% das grandes emponto mais próxipresas já administram mo de abastecimenmais de 1 petabyte, to quando o sistema e o tráfego global de mostrar baixo nídados deve atingir o vel de combustível. patamar de 100 zetE também exibirá a Roeder: veículos comerciais tabytes até 2025. “O concessionária ou estão cada vez mais conectados a estação de reparo mercado global de big data já gera receita sumais próxima no caso perior a US$ 122 bilhões atualmen- de o veículo reconhecer algum tipo te. Este novo cenário garante uma de mau funcionamento. O camiconstante evolução tecnológica e nhão identificará ainda a vaga de permitirá que novas soluções inte- estacionamento disponível e fornegradas e independentes gerem mais cerá orientações sobre como chegar aplicações de serviços localizados a ela.

Novas tecnologias não somente gerenciam o ativo, mas ajudam na condução e nas tomadas de decisões

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H

á alguns anos a logística observa uma mudança de comportamento em um dos profissionais mais atuantes da cadeia: o motorista. Aliás, esta definição pura e simples da atividade está caindo em desuso. Atualmente, é muito comum nos provedores logísticos ou nas transportadoras os gestores, ao se referirem a estes colaboradores, chamarem-nos de operadores. Sim, operadores. E a realidade do dia a dia na condução dos veículos mostra que esta alteração de nomenclatura não é simplesmente uma formalidade para tornar o trabalho mais atrativo, talvez valorizá-lo. Não. Hoje, os profissionais que conduzem – ou melhor, operam – os caminhões precisam estar atentos a uma série de informações e detalhes. A mudança no cotidiano operacional nas estradas se deve fundamentalmente à aplicação das mais variadas tecnologias embarcadas. Sensores, softwares, chips, sistemas de gerenciamento e controle... hoje há uma série de dispositivos que, além de gerir o ativo, controla a condução e auxilia os operadores a tomarem as melhores decisões.

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telemetria do veículo, o posicionamento e o consumo de dieAs montadoras vissel e do aditivo Arla lumbram estas mais 32”, explica Roeder. diversas ferramentas É possível, ainda, veainda não aplicadas, rificar os dados opemas já adotam outros racionais do veículo, sistemas que contritudo remotamente, buem para a melhor por meio de um comoperacionalidade. Na putador conectado à Volvo, por exemplo, o internet, e gerar rediretor de Caminhões, latórios que ajudam Fernandes: tecnologias auxiliam no Bernardo Fedalto, sagerenciamento o profissional na condução lienta que a conectida frota, tomando as do caminhão vidade é a base dos melhores decisões, de avanços tecnológicos que a compa- forma mais ágil e rápida. O usuário nhia promove em sua linha. “Nos- pode ver as informações do veículo sos veículos têm agora ainda mais num computador de mesa, laptop dispositivos para tornar a operação ou até mesmo num tablet ou celude transporte mais rentável”, decla- lar. “Essa flexibilidade de acesso aos ra. O executivo se refere especifica- dados dos veículos dá muita agilimente às possibilidades ofertadas dade para o dono dos caminhões no FH, desde sistemas de gestão ou o administrador da frota. Eles de frota e de manutenção do ca- não precisam estar no seu escritóminhão, passando por dispositivos rio para tomar decisões. Podem fapara aumentar a produtividade, até zer isso de qualquer lugar”, destaca o entretenimento do motorista nas Roeder, ao lembrar que o aplicativo horas de descanso. do Dynafleet para smartphones já O gerente de Engenharia de Ven- está disponível. das do Grupo Volvo, Álvaro Menoncin, completa dizendo que a montadora fez uma verdadeira revolução tecnológica. “São inúmeros os novos sistemas introduzidos na linha recém-criada, começando pela nova plataforma eletrônica do caminhão, agora mais inteligente e que proporciona um melhor nível de interatividade homem-máquina”, relata. Uma das soluções desenvolvidas pela Volvo é o sistema Dynafleet, de gerenciamento de frota. Com ele, o transportador gerencia os veículos de acordo com as características da operação, carga e rota. “O sistema, instalado nas linhas F e VM de caminhões, é muito avançado e permite um acompanhamento on-line, em tempo real, de toda a 46 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

O Dynafleet é oferecido em duas opções de serviços. A primeira é a Gestão de Frota, que tem uma ferramenta de telemetria, podendo coletar dados remotamente, gerando relatórios gerenciais, tais como consumo de combustível, informações sobre a utilização do motor, alarme de mudança brusca no nível de combustível, entre outras situações. Na opção Gestão de Frota e Posicionamento, além da telemetria, o usuário pode utilizar o sistema para obter os dados de posicionamento geográfico, do histórico de posições

A era digital chegou ao setor de transportes, e uma de suas principais características é aumentar a segurança no dia a dia

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Conectividade e gerenciamento



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e definir as chamadas cercas logísticas para controle de entradas e saíOs mais diversos das dos veículos em áreas-alvo. Os caminhões Volvo são equipatipos de dos com um módulo eletrônico e tecnologias uma antena, que transmitem os dados do veículo via rede de telefonia disponíveis GSM/GPRS para o portal Dynafleet. Além de poder ser acessado de no mercado estão qualquer computador, ele pode ser em constante integrado a um sistema administrativo de gestão já utilizado pelo evolução transportador. Os veículos da nova linha F já saem de fábrica prontos para a ativação do Dynafleet. Para veículos mais antigos (a partir de devido à violação da cabine, além caminhões equipados com motor de ser possível checar se o alarme D12D e linha VM com motor ele- está desarmado. trônico) é possível instalá-lo na Visualização em tempo real rede de concessionárias. Outra solução desenvolvida pela Na Mercedes-Benz, a aposta fica Volvo é o My Truck, aplicativo para smartphones que reproduz no apa- por conta de um produto de alta relho muitas das funções exibidas tecnologia para a gestão de frotas no painel de instrumentos do cami- e, agora, rastreamento. Até então nhão. Fedalto frisa que o motorista somente disponível para os extrae o transportador podem, mesmo pesados Axor e Actros, o FleetBoard – produto da Daimler longe do veículo, ter comercializado pela acesso a uma série de Mercedes-Benz do informações vitais soBrasil – passou a ser bre seu status, lendo oferecido, a partir de no smartphone os nímarço deste ano, para veis de combustível, toda a linha de camide óleo, do líquido nhões da marca. Sisde arrefecimento e do tema de telemática, a Arla 32. “Informação solução utiliza as facia distância e rápida lidades da integração é um elemento funda informática com damental para que o os recursos da intertransportador possa Svedlund: aplicação móvel net e da telefonia mótomar decisões acerotimiza o treinamento vel para proporcionar tadas e aumentar a dos motoristas uma gestão moderprodutividade de sua na da frota e dos motoristas, assim frota”, diz. Há mais um item tecnológico como da segurança do veículo e da destacado. Trata-se do alarme de carga. A gestão de frota é feita a disfábrica conectado ao My Truck. tância, nos computadores dos escriCom ele, o motorista ou o trans- tórios das empresas de transportes. portador recebe uma mensagem no Também por meio de smartphones e smartphone caso o alarme dispare tablets – incluindo aplicativos para 48 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

iPhone e iPad – o gestor pode acompanhar o desempenho de um veículo ou de toda a frota. Alguns ajustes foram realizados no sistema. O diretor da Fleetboard Brasil, Érico Fernandes, conta que uma demanda dos transportadores que foi integrada à nova geração do FleetBoard é que o sistema não seja manipulável. “O novo aparelho não está visível no interior da cabine e faz parte do gerenciamento eletrônico do veículo. Por isso, é extremamente seguro, não permitindo a manipulação ou mesmo sua retirada”, revela. Segundo o vice-presidente de Marketing, Vendas e Pós-Venda, Roberto Leoncini, entre os benefícios do FleetBoard para os transportadores destacam-se, em situações reais de uso no Brasil, a redução de até 15% do custo operacional, considerando consumo e manutenções, e também uma maior disponibilidade da frota, o que resulta em mais produtividade e rentabilidade para o cliente. “Isso atende às expectativas das empresas de transporte do nosso país, que estão se profissionalizando cada vez mais, buscando entender melhor sua frota a fim de otimizar os custos”. Leoncini explica que o FleetBoard é um sistema de telemática avançado, mas a companhia entende que não é suficiente oferecer apenas o melhor produto para o gerenciamento de frota, sendo necessário, também, ampliar os serviços para aumentar a segurança do veículo e da carga, ajudando a prevenir acidentes e protegendo-os contra furtos e roubos nas estradas brasileiras. O executivo destaca que o produto integra um conjunto de serviços e soluções oferecidos pela Mercedes-Benz para atender o cliente de uma forma ainda mais completa. Prova disso é o acordo firmado


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junto à Zatix para que o FleetBoard ofereça soluções de rastreamento, segurança e gerenciamento de risco de cargas e logística. O objetivo é apoiar o cliente na prevenção de furtos e roubos de veículos e de cargas. Para esta prestação de serviços é utilizada uma tecnologia de ponta, bem como a ampla experiência da central de inteligência e da equipe de localização própria da Zatix. Para comodidade, o cliente do FleetBoard conta, ainda, com suporte da central de atendimento 24 horas, durante sete dias por semana, bem como da rede de assistência técnica, presente em todo o país, para instalação e manutenção. O FleetBoard também tem como meta contribuir para uma direção econômica e segura. “Graças às facilidades do sistema os gestores da frota têm total controle e acesso a informações sobre o estilo de direção de cada motorista, bem como relatórios com indicação de pontos de melhoria na condução”, diz Fer-

nandes. “Eles fornecem dados que auxiliam o condutor do veículo a alcançar um melhor desempenho, dirigindo de uma forma mais econômica e segura, com menor consumo de combustível, ampliando os intervalos entre as manutenções”, diz. O executivo continua dizendo que outro possível resultado proporcionado pelo uso dessa ferramenta é a redução do consumo de lubrificantes, filtros e freios. Outro dado muito importante fornecido pelo sistema é a visualização das pausas que o motorista faz durante a viagem. Isso permite verificar se ele está cumprindo a jornada de trabalho conforme a nova legislação. O sistema oferece mais vantagens, como o diagnóstico remoto de falhas e a manutenção preventiva, auxiliando na redução dos custos de manutenção.

Gestão operacional Já a Scania e a Man Latin America focam suas ações quanto à co-


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nectividade em ferramentas que auxiliam na melhor performance dos veículos. Na montadora sueca, o presidente e CEO da Scania Latin America, Per-Olov Svedlund, informa que a companhia lançou no mercado global o Scania Wic Kit. Trata-se de uma aplicação móvel, desenvolvida para otimizar o treinamento do motorista no veículo, que fornece informações, via tablet, em tempo real sobre a condução. Outro destaque é a tecnologia com foco no motorista, o Scania Watch. A novidade é um relógio projetado para enviar dados relativos à condução, como informações de consumo de combustível e distância e tempo percorridos. Na Man Latin America, o diretor de Engenharia, Rodrigo Chaves, em relação ao rastreamento e 50 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

gerenciamento dos veículos, destaca que, tanto nas linhas sob a marca Volkswagen quanto Man, há sistemas disponíveis, chamados Volksnet e Man Guard. De acordo com o executivo, o diferencial destas soluções é a possibilidade de o gestor da frota ter acesso pleno, em tempo real, às informações do veículo, como desempenho do motor e sistemas de trem de força. Além disso, completa Chaves, as ferramentas monitoram, rastreiam e, caso haja necessidade, bloqueiam os veículos. “Estes sistemas criam uma plataforma de dados com a conectividade satelital, GPRS e GSM e todas as mídias disponíveis de conectividade das centrais de rastreamento, monitoramento e gerenciamento”, diz. Chaves lembra também que, tanto com a aplicação do Volksnet quanto com a introdução do Man Guard, é possível, além de monitorar os ativos, tomar decisões eficientes no que tange à logística, segurança e operação dos veículos. As soluções permitem a operação simultânea do gerenciamento de risco de carga, jornada de trabalho do motorista, verificação de parâmetros de condução e desempenho do condutor e informações funcionais do veículo. Os equipamentos vêm embarcados de fábrica para alguns modelos da linha Constellation e Man, sendo possível a aquisição para os demais modelos.

Tecnologia a serviço da condução Além das tecnologias embarcadas nos caminhões que auxiliam na gestão remota dos ativos, muitas ferramentas tecnológicas são aplicadas a fim de melhorar a condução, propiciando a tomada de decisões imediata por parte do operador. Na Volvo, por exemplo, a linha FH vem

preparada para ser equipada com o I-See, sistema que lê a topografia da estrada e a memoriza. Numa viagem futura pela mesma rodovia, o dispositivo utiliza os dados para ajudar o motorista na condução do caminhão e automaticamente tornar mais eficiente a troca de marchas, contribuindo para melhorar o desempenho do veículo e diminuindo o consumo de combustível. Roeder estima que a utilização do I-See resulta numa economia de até 3% no consumo de combustível. “É um número muito bom, considerando-se os preços crescentes do diesel e a participação de até 50% do combustível na planilha de custos do transportador”, observa. O I-See está conectado diretamente com a caixa de câmbio I-Shift da Volvo. O dispositivo memoriza as subidas e descidas, onde elas começam e onde terminam e qual o grau de inclinação de cada uma, mesmo as mais suaves, por vezes imperceptíveis aos olhos do motorista. Estas informações ficam armazenadas na memória do veículo e são utilizadas oportunamente para gerenciar sua dinâmica de movimento, a fim de economizar combustível. “O I-See é o único sistema do gênero no mercado que faz a medição das rodovias em tempo real, não dependendo de mapas”, afirma Luiz de Jesus, plane-

Gestores das frotas podem ter uma visão completa e em tempo real de todos os veículos e também das operações


jador de Produto do Grupo Volvo na América Latina. Jesus explica seu funcionamento. “Quando o sistema reconhece que o caminhão se aproxima de uma subida, ele acelera o veículo próximo ao limite máximo de velocidade estabelecido pelo motorista, mantendo-se, assim, numa marcha mais alta durante mais tempo. Da mesma forma, ao aproximar-se do topo de um aclive, o I-See evita uma redução de marcha desnecessária”, diz. Já quando se aproxima de uma descida, o executivo descreve que o sistema evita acelerações excessivas, ou até pode colocar a caixa na posição neutro assistido (I-Roll), permitindo ao caminhão rodar livremente, aproveitando para ganhar

embalo com a topografia. “Essa condição poupa energia e minimiza a necessidade de frear. O I-See sabe quando começa e quando termina o declive, e assim aciona e libera o freio motor no momento ideal. E o sistema sempre vai aproveitar a inércia que a descida proporciona para eventualmente vencer uma subida logo à frente”, frisa. Na Mercedes-Benz, o câmbio automatizado tem funções de economia e conforto. Oferecido como item de série em toda a linha de caminhões Actros, tanto rodoviários quanto fora de estrada, o câmbio totalmente automatizado Mercedes PowerShift, sem pedal de embreagem e sem anéis sincronizadores, assegura diversas vantagens, tan-

to para o motorista quanto para o cliente. A solução vem equipada com sensor de inclinação de via, que proporciona trocas de marchas mais rápidas e inteligentes, melhorando ainda mais o desempenho e o consumo de combustível. Assim como nos caminhões Atego e Axor, na linha Actros o Mercedes PowerShift conta com as funções Power (troca de marchas em rotações mais altas para subidas e ultrapassagens), EcoRoll (transmissão em neutro para economia de combustível) e Manobra (controle preciso do veículo para manobras e movimentações em pátios), que proporcionam mais economia, produtividade, conforto e segurança. Além disso, os caminhões da linha Actros contam com a função Ba-


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Divulgação / MAN

lanceio, que oferece um auxílio extra para sair de eventuais atolamentos. Este recurso propicia maior dirigibilidade e segurança. Sem os anéis sincronizadores, as engrenagens utilizadas na tecnologia PowerShift são mais largas e robustas, reduzindo a demanda por manutenções e aumentando sua vida útil. Os números relativos à economia proporcionada dependem da aplicação operacional de cada veículo. Para Svedlund, da Scania Latin America, redução do consumo de combustível e aumento da disponibilidade dos veículos são dois be-

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O gerenciamento eletrônico garante redução nos custos operacionais e maior disponibilidade dos caminhões

nefícios diretos que de aplicação, gerando a combinação entre maior conforto para o um motorista bem motorista e melhor detreinado e o uso de sempenho do veículo. tecnologias pode traO segundo é um freio zer. Com este foco, a auxiliar hidráulico que montadora disponiproporciona mais sebiliza o Scania Driver gurança, economia de Support, que auxilia o combustível e redução motorista a manter e dos custos operacionais. complementar novas Entre as demais técnicas, bem como tecnologias, destacamhábitos mais seguros -se dois sistemas de Chaves: companhias têm e saudáveis adquirifrenagem. O Automaacesso a todas as informações dos no Treinamento tic Emergency Break do caminhão de Motorista Scania. (AEB), freio automáUtilizando sensores, esse dispositi- tico acionado quando o veículo devo inteligente localizado no painel tecta a presença de um objeto à sua de instrumentos do veículo fornece frente, e o Adaptative Cruise Confeedback instantâneo ao motorista trol (ACC), sistema que delimita a sobre melhores práticas de direção, distância em relação ao veículo à como frenagem, aceleração e troca frente. Nessa mesma linha, a Scania de marchas. desenvolveu o Lane Departure WarPara obter redução de consumo de ning (LDW), dispositivo que emite combustível e de paradas imprevistas, um alarme caso detecte um desvio aspectos que refletem na rentabilidade na trajetória do veículo. do cliente, a Scania também desenFerramentas de operação volveu o Opticruise e o Retarder. O primeiro é um sistema automatizado Na Man Latin America, Chaves rede troca de marchas que oferece opções de tração de acordo com o tipo vela que o mais recente lançamento, o VW 13160, para distribuição urbana, tem como opcional um sistema eletrônico de transmissão automatizada, permitindo que toda a operação do veículo seja realizada de forma precisa a fim de reduzir o desgaste do condutor e proporcionar segurança e conforto na dirigibilidade. Além disso, por ser um sistema eletrônico que gerencia a transmissão e o motor, o veículo opera sempre com a marcha mais adequada, fazendo com que o motor trabalhe na condição mais econômica. “Do ponto de vista do consumo de combustível há redução de 10%. Quebra e desgaste dependem da operação, mas, com essa tecnologia embarcada, custo operacional e manutenção podem ser reduzidos entre 20% e 30%”, calcula.

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Chaves destaca que a montadora também disponibiliza, como opcional, um sistema de auxílio de partida em rampa para outros modelos de veículos de operação urbana que constantemente precisam fazer paradas e partidas em regiões acidentadas. O produto opera em transmissões mecânicas, automáticas e automatizadas. “Esse sistema segura o veículo em rampa durante o processo de partida, evitando que haja um recuo que possa causar possíveis colisões. Além disso, há ganhos na durabilidade da embreagem, que, dependendo da condição topográfica, variam entre 50% e 100%”, avalia. Já nos veículos leves, médios e pesados da marca que possuem segundo eixo auxiliar na suspensão traseira, há um sistema eletrônico antiderrapagem, que cria um maior apoio sobre o eixo trativo, permitindo operar em aclives e declives mais acidentados sem patinação excessiva do conjunto. “E quando a patinação ocorre, temos um sistema de controle ativo de tração que interage com o motor a fim de dosar a quantidade de aceleração que o condutor imprime, para que haja o máximo de aderência”, explica. Além disso, os sistemas de freio ABS da montadora têm embarcado o Electronic Brake Distribution 54 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

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A inteligência vem sendo aplicada não somente ao veículo em si, mas também a alguns itens, como os pneus

(EBD), que não só evita o travamen- que não permite que a velocidade to das rodas, como garante fricções máxima programada seja ultrapasde frenagem diferenciadas para sada mesmo com carga no pedal de garantir o máximo possível de de- aceleração. O modelo também possui saceleração do veículo. “Ele aplica freio auxiliar Intarder, que, combinana roda que tem condição de atrito do com o freio motor, chega a quase adequado à frenagem o máximo de 1.000 cv. Como adicional, ele gera potência a fim de evitar a patina- mais segurança no sistema antitravação. Vale lembrar que a tecnologia mento das rodas. Também nesse sensempre leva em consideração ques- tido, o Hi-Way traz de série ajustador tões de estabilidade e dirigibilidade. automático de freios, freios ABS e Ela tem outras correções para que, sensor do nível de desgaste da lona. não havendo sua aplicação plena O modelo conta com duas opções em determinada roda, não haja mu- de suspensão: mecânica e pneumátidança direcional. Este sistema traz ca full air. Nesse último caso, o commuita segurança em situações de ponente é equipado com um sisteemergência gerada pelo baixo atrito ma especial para manter a altura do das rodas com a pista de rodagem”, chassi em trânsito e ajustá-la durante completa Chaves. o carregamento e desNa Iveco, são dicarregamento, além de versos os dispositivos facilitar o engate e o aplicados no auxílio à desengate de semirreoperação. No modelo boques. Essa tecnoloHi-Way, por exemplo, gia traz mais conforto há um computador de aos ocupantes da cabibordo que traz informane, melhora a proteção ções completas e prepara a carga e aumenta cisas sobre a condução a durabilidade do vedo veículo. Por meio ículo, na medida em dele, torna-se possível que proporciona uma visualizar, entre outras distribuição uniforme Garcia: solução provê controle funcionalidades, níveis da carga nos chassis completo da vida útil dos pneus de pressão dos circuie pneus. tos de freio, média de Inteligência nos periféricos consumo de combustível, tempo de funcionamento do motor e indicador Caminhões cada vez mais intelido nível de Arla 32. Também ganha destaque o Econômetro, integrado ao gentes demandam itens com nível computador de bordo. O instrumento tecnológico similar. A indústria de é um importante auxílio para o geren- pneus segue essa tendência e dispociamento da frota. Como o próprio nibiliza uma série de novidades. Na nome diz, ele aponta parâmetros para Goodyear, o destaque fica por conta uma direção mais eficiente, indicando do Control Max, solução que permite o consumo de combustível instantâ- o monitoramento, gerenciamento e controle completo de toda a vida útil neo e o nível de pressão do turbo. Quanto à segurança, o Iveco dos pneus de uma frota. Segundo o geHi-Way traz piloto automático, que rente de Marketing de Pneus Comerpermite manter a velocidade deseja- ciais, Fabio Garcia, o produto, dispoda sem a necessidade de pisar no ace- nível desde abril deste ano, após dois lerador. Da mesma forma, o veículo anos de desenvolvimento, é composto conta com limitador de velocidade, por software e ferramentas de última


Divulgação / Goodyear

geração que podem ser totalmente integrados a outros sistemas de gestão de frotas, permitindo ainda o controle patrimonial e o monitoramento eletrônico do uso dos pneus dos veículos. A ferramenta, além disso, possui um sistema de alertas, auxiliando o gestor a priorizar as manutenções de acordo com cada inspeção. “Ela emite relatórios analíticos fundamentais para o controle do estoque, montagens, rodízios, reparos e trocas. O sistema também permite a coleta eletrônica de dados de pressão de ar e profundidade de sulcos. Outro diferencial é o controle eletrônico patrimonial via RFID. Todas

essas informações podem ser acionadas e gerenciadas via internet, em tempo real, de qualquer lugar do mundo, por computador, tablet e celular”, diz. Garcia recomenda que o Control Max seja aplicado em pneus novos ou recapados, tanto no cavalo mecânico quanto no implemento. A gestão e a utilização da ferramenta permitem que ela seja aplicada, além dos pneus Goodyear, em pneus de outras marcas e em todas as medidas. A solução pode ser utilizada em todas as frotas comerciais, independentemente de seu segmento de atuação: rodoviário, regional, regional severo, urbano e misto.

Segundo o gerente, com a implementação da ferramenta, além da frota passar a obter a gestão eletrônica e patrimonial dos pneus, também é realizada a inspeção dos mesmos (número de fogo, pressão e profundidade de sulco), permitindo em tempo real a total visibilidade da atual situação dos pneus. “O Control Max possibilita uma economia de até 15% em gastos anuais com pneus. Em virtude da manutenção frequente, há um incremento no tempo de vida útil dos pneus, menor possibilidade de furtos e trocas de pneus indevidas, menor desgaste e maior preservação das carcaças, bem como economia de combustível. Esta economia pode variar de acordo com cada aplicação e perfil de utilização dos pneus na frota”, afirma Garcia. A Pirelli também possui uma solução, o Cyberfleet. O gerente de Marketing de Pneus de Caminhão, Ernani dos Santos Filho, explica que o sistema monitora constante e automaticamente a pressão e a temperatura dos pneus dos caminhões. A solução baseia-se no emprego do dispositivo Tyre Mounted Sensor (TMS) posicionado dentro do pneu, permitindo ao gestor da frota implementar procedimentos precisos de diagnóstico e intervenção.


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Desenvolvimento conjunto

S

Fonte: Autotrac

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oluções tecnolótadora produzidos gicas no segmena partir de janeiro to de transporte podo ano passado. “O dem ser concebidas produto é aplicado de forma indepenem todos os veículos dente por cada inproduzidos pela Ford dústria. Mas também Caminhões, sendo há o modelo de detrês modelos da Sésenvolvimento comrie F e 17 modelos partilhado. É o caso da linha Cargo. Para do FordTrac Cargo. ativá-lo, é preciso O sistema, desenvolselecionar o períovido pela Autotrac do pelo qual deseja Toscano: FordTrac Cargo é item utilizá-lo e efetuar a para a Ford, permide série nos novos veículos te o gerenciamento compra por meio da remoto do funcioloja virtual. Todo o namento e da performance do ca- processo de ativação do sistema minhão, contribuindo para uma ocorre automaticamente por meio maior eficiência operacional. da rede de telefonia celular, não Segundo o diretor Comercial e havendo necessidade de nenhuma de Marketing da Autotrac, Marcio intervenção adicional no veícuToscano, a solução vem instalada lo”, explica. O sistema é operado de fábrica nos caminhões da mondentro do software SuperVisor Web. Ao receber os sinais GPS, o FordTrac une as informações de posicionamento aos dados de telemetria e as transmite por meio da rede de telefonia celular/satelital e da estação de telecomunicações da Autotrac para o software. O sistema eletrônico opera dentro do Barramento CAN, sendo, portanto, desenvolvido para a gestão do cavalo mecânico.

O sensor também exerce a função de identificador de cada um dos pneus. Além disso, é possível beneficiar-se da funcionalidade Track & Trace, para o monitoramento de cada pneu do veículo, assim como da elaboração dos indicadores de performance, dentre os 56 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

quais destacam-se a quilometragem e a velocidade. “A solução pode ser implementada em pneus novos e também nos reformados, desde que a reforma tenha sido feita de forma correta e respeitando as especificações do fabricante. A solução pode sair de fábrica ou ser apli-

cada posteriormente, após a aquisição dos pneus, em ativos destinados tanto a cavalos quanto a implementos”, conta. A economia de combustível e o auxílio no bom uso do pneu, alongando, desta forma, a vida útil do produto, são outras vantagens verificadas com a adoção do Cyberfleet. Monitorando a pressão, aumenta-se também o nível de segurança e colabora-se com a durabilidade do produto. Esta ferramenta é direcionada para o gestor da frota, pois se concentra em elementos relacionados aos custos de funcionamento que, juntos, representam quase 40% dos valores totais: combustível, pneus, reparo e manutenção. De acordo com o executivo da Pirelli, estudos recentes, por meio do monitoramento de 1 milhão de quilômetros rodados por um cavalo mecânico 4x2, indicam que esta economia pode chegar a praticamente R$ 24 mil em cada ano de uso. Quanto ao controle patrimonial, a posição de cada pneu pode ser monitorada constantemente junto à posição do veículo, fornecendo alertas para eventuais trocas ou remoções dos pneus durante a operação. Desta forma, graças à utilização dos sistemas de transmissão de dados, sabe-se exatamente a localização dos pneus e dos veículos. Santos Filho afirma que não há como mensurar dados referentes aos custos de furtos ou do controle, uma vez que eles não são abertos pelos clientes. Fábio Penteado Autotrac: (61) 3307-7000 Ford: 0800 703-3673 Goodyear: 0800 725-7638 Iveco: (31) 3888-7469 Man: (24) 3381-1000 Mercedes-Benz: (11) 4173-6611 Pirelli: (11) 4322-2000 Scania: (11) 4344-9333 Volvo: (41) 3317-8111 Zatix: (11) 4689-8019



ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN

Planejamento colaborativo na cadeia de suprimentos Diego de Souza e Luciana Magalhães

1ª parte

É

difícil começar um artigo sobre planejamento sem cair no bom e velho clichê: o mercado está cada vez mais instável e dinâmico. Consumidores ficam mais exigentes, portfólios ficam mais numerosos, mercados inteiros surgem de um dia para o outro, e a conectividade faz com que as ondas de mudança se propaguem com cada vez maior velocidade. A incerteza maior faz com que, mais do que nunca, não seja suficiente olhar apenas para dentro das fronteiras da empresa. É preciso olhar além, através dos elos da cadeia de suprimento até chegar à real demanda do consumidor final, e é preciso olhar para trás, colaborando com fornecedores para garantir que o futuro que eles enxergam e planejam seja o mesmo que o seu. Esta incerteza pode ser diminuída com o aumento da visibilidade na cadeia e com processos de planejamento internos, como o Sales and Operations Planning (S&OP), e colaborativos, como o Collaborative Planning, Forecasting and Replenishment (CPFR), mas nunca pode ser eliminada. A incerteza que resta depois de todos os nossos esforços para eliminá-la pode ser compensada basicamente de três maneiras: com estoques, com agilidade de reação ou com menor nível de serviço ao cliente. Cada uma destas formas de compensação tem seus respectivos custos, que podem ser balanceados de forma a diminuir o custo total. Este artigo é o resultado de uma extensa pesquisa feita em parceria entre a Plannera, o Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos) e a Fidelize, e da experiência no desenho e implantação de processos de planejamento. No decorrer dos meses que precederam este artigo, mais de cem empresas foram en58 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

trevistadas, milhões de dados foram analisados e uma extensa bibliografia foi revisada. Uma série de iniciativas decorreu deste esforço, abordando diversos aspectos do assunto, incluindo o desenvolvimento de ferramentas de apoio ao processo e uma série de palestras e artigos, dos quais este faz parte. Aqui, em particular, exploraremos o processo de planejamento colaborativo da cadeia de suprimentos (CPFR, na sigla em inglês) como uma das frentes de combate à incerteza. Nesta primeira parte, serão expostos o conceito e os critérios de aplicabilidade do CPFR. Já na segunda parte do artigo, a ser publicada na próxima edição, exploraremos a implantação do processo, exemplificando com alguns casos reais.

Breve história O início da década de 1990 foi marcado por um boom de iniciativas colaborativas: em 1991 a empresa Bose foi pioneira, com o Just in Time II (JIT II), levando fornecedores estratégicos para dentro de sua fábrica, trabalhando como parte de sua equipe. Outra iniciativa partiu da indústria de alimentos, que deu início ao movimento Efficient Consumer Response (ECR) nos Estados Unidos em 1993, quando supermercadistas e fabricantes iniciaram a colaboração compartilhando informações em tempo real, gerenciando categorias, realizando reposição contínua, o custeio baseado em atividades e a padronização. Também nos Estados Unidos, surgiu, no setor têxtil, o Quick Response (QR), em que fornecedores passaram a receber dados coletados nos pontos de vendas do cliente e sincronizaram suas operações de produção e seus estoques com as vendas reais do cliente final (sell out). Outra abordagem colaborati-


Figura 1- Exemplos de efeitos da incerteza na cadeia

va iniciada na década de 1990 para otimizar o desempenho da cadeia de suprimentos foi o Vendor Managed Inventory (VMI). No VMI, o fornecedor tem acesso aos níveis de estoque do cliente e assume as decisões sobre reabastecimento. Nenhuma das iniciativas foi implementada em larga escala conforme o idealizado, principalmente por duas razões: dificuldades culturais relacionadas à gestão colaborativa e falta de software escalável. Apesar disso, elas foram importantes para a conscientização dos benefícios da visibilidade e da colaboração na cadeia de suprimentos. Estes movimentos de colaboração foram expandidos e evoluíram naturalmente para o CPFR.

Conceito A prática do CPFR vem sendo adotada como um meio de integrar todos os players, permitindo uma visão global da cadeia de suprimentos. A combinação da inteligência dos parceiros comerciais no planejamento e atendimento à demanda com uma orientação focada no consumidor final e no sucesso da cadeia de valor permite a criação de inúmeras soluções ganha-ganha. O processo ajuda as empresas participantes a administrarem e compartilharem informações, de maneira a equilibrar a cadeia, controlando o estoque em todos os elos, diminuindo as rupturas e aumentando o nível de serviço entregue aos clientes. O movimento CPFR surgiu em 1995 a partir de um projeto-piloto entre o Walmart e um de seus fornecedores, a extinta Warner-Lambert, com o apoio da Benchmarking Partes, da SAP e da Manugistics. A iniciativa teve como principal objetivo a previsão de vendas e o reabastecimento dos estoques dos produtos da marca Listerine de maneira colaborativa. Os resultados apresentados em 1996 foram satisfatórios e o piloto foi um sucesso, contando com redução de lead times, aumento de vendas e diminuição nos índices de ruptura dos produtos. Na sequência do sucesso do piloto, a Voluntary Inter-industry Commerce Standards (Vics) se envolveu no programa

e ajudou em sua evolução. Em 1998 foi publicado um modelo de nove passos para a implementação do programa pelo comitê CPFR da Vics, composto por empresas ligadas ao varejo, empresas manufatureiras, fornecedores de serviços e empresas vinculadas ao e-marketplace. Apesar de a Vics estar focada na cadeia de bens de consumo e varejo, o modelo básico de CPFR pode ser adotado por indústrias de outros setores, podendo ser aplicável tanto à relação entre a indústria e seus fornecedores quanto à de indústrias com os canais de distribuição e varejo. Os nove passos apresentados pelo modelo da Vics de 1998 são: 1- Desenvolvimento de acordos na linha de frente; 2- Criação de planos de negócios conjuntos; 3- Criação de planos de vendas; 4- Identificação de exceções nos planos de vendas; 5- Solução das exceções identificadas nos planos de vendas; 6- Criação de plano de compras; 7- Identificação de exceções nos planos de compras; 8- Solução das exceções identificadas nos planos de compras; 9- Geração de pedido de compras. Segundo o modelo da Vics, o primeiro passo para a implantação do CPFR deve ser o desenvolvimento de acordos na linha de frente e de um plano de negócios conjunto. Após esta etapa, planos de vendas e de pedidos para o horizonte de planejamento definido deverão ser elaborados em consenso pelos parceiros periodicamente, assim como ações promocionais e informações de mercado deverão ser compartilhadas. Na sequência do desenvolvimento de cada plano, as exceções deverão ser identificadas e tratadas. São consideradas exceções todas as revisões do plano de vendas ou de pedidos que ultrapassem um certo patamar pré-acordado. Elas deverão ser tratadas dentro do processo e deverão ter seus impactos avaliados pelos processos de planejamentos internos de cada colaborador. Um eficiente gerenciamento de exceções é crucial para que se possa escalar o processo para um grande número de SKUs e pontos de estoque. Diferentemente das iniciativas colaborativas anteriores, o CPFR requer a colaboração de ambos os participantes para resolver estas exceções. Softwares que auxiliam na detecção e no tratamento das exceções também são grandes aliados nesta etapa do processo. Após os acordos iniciais, os planos compartilhados de vendas e de pedidos, os tratamentos de exceções e as trocas de informações estratégicas, o passo conclusivo do processo é a geração de pedidos de reposição, garantindo a conexão do planejamento à execução. Em 2004, a Vics lançou uma versão revisada do modelo de 1998. A nova versão é mais abrangente que a anterior, engloNovembro/2015 - Revista Tecnologística - 59


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Figura 2 - Primeiro modelo idealizado pela Vics, em versão simplificada

bando quatro diferentes macroetapas: Strategy and Planning, Demand and Supply Management, Execution e Analysis. Estas etapas englobam no total oito tarefas colaborativas e ainda alternativas de papéis no processo e alternativas para cenários comuns no CPFR. O novo modelo é mais simples de ser entendido e mais facilmente executável. Por ser mais adaptável que a versão anterior, este responde melhor às necessidades das diferentes empresas que desejam implementar o processo. As principais atividades que devem ser realizadas em cada macroetapa do processo estão listadas abaixo: 1- Strategy and Planning: estabelecimento de acordos para o relacionamento colaborativo. - Definição dos objetivos da parceria e papéis; - Seleção dos membros da equipe e atribuição de funções e responsabilidades; - Determinação do mix de produtos que participarão do processo; - Identificação de eventos que possam afetar a demanda e o suprimento, como promoções, mudanças na política de estoques, abertura e fechamento de lojas e lançamento e descontinuação de produtos. 2- Demand and Supply Management: projeções da demanda do consumidor e pedidos ao longo do horizonte de planejamento. - Previsão da demanda do consumidor para o horizonte de planejamento definido; - Criação de planos de pedidos futuros com base na previsão de vendas realizada, políticas de estoque e informações de eventos previstos; - Revisões dos planos feitos nos ciclos anteriores; - Tratamento de exceções dos planos de vendas e compras. 3- Execution: transformação dos planos de pedidos em pedidos reais e atendimento destes. 60 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

- Geração de pedidos; - Transações de vendas e pagamentos; - Produção, expedição, distribuição e estocagem de produtos. 4- Analysis: avaliação de desempenho por meio de indicadores visando à melhoria contínua dos resultados. - Geração de indicadores para avaliar o processo. Outro ponto muito importante e também abordado pelo novo modelo da Vics é o alinhamento com os processos internos de planejamento. Sem um alinhamento interno previamente desenvolvido com enfoque colaborativo, o esforço de colaboração externa deverá ser maior e os benefícios alcançados serão limitados. Sendo assim, é crucial que os processos de planejamento interno sejam robustos e que as diferentes áreas trabalhem de maneira integrada. Empresas que possuem um bom processo de S&OP apresentam maiores chances de sucesso com o CPFR.

Desafios e benefícios Os benefícios do CPFR emanam principalmente da diminuição das incertezas na cadeia, que são amplificadas quanto mais a montante caminhamos pelo que ficou conhecido como efeito chicote. Esta amplificação da variabilidade da demanda percebida por cada elo é causada principalmente pela flutuação de preços, consolidação de lotes de compra, lógicas de pedido e, finalmente, pelo acúmulo de erros de previsão em cada processo de planejamento interno. Isto faz com que a cadeia como um todo carregue mais estoque e sofra mais com problemas como rup-

Figura 3 - Modelo revisado da Vics


turas de estoque, backorders, write-offs, transportes emergenciais e longos ciclos de ressuprimento. São abundantes os estudos que listam e quantificam estes benefícios. Incluímos na figura 5 os resultados de uma pesquisa feita pela AMR Research, separados por elo da cadeia. Além dos ganhos relativos ao faturamento, destacamos o significativo impacto na redução dos níveis de estoque, geralmente usado como principal defesa contra a incerteza. Com o elevado custo de capital que enfrentamos no Brasil, esta redução pode trazer ganhos significativos por meio da diminuição do ciclo cash-to-cash. Quanto aos desafios, podemos dividi-los nas três categorias clássicas de pessoas, processos e tecnologias. Na frente de pessoas, o principal desafio é o cultural. Figura 4 - O efeito chicote Deficiências conceituais quanto ao processo são facilmente resolvidas com treinamento e consultoria, entretanto o real convencimento de todos os envolvidos do caráções como vendas e estoques, o desafio que segue é o da coleta ter ganha-ganha do CPFR não é uma tarefa simples. A relação destas informações, que se encontram em diferentes empresas natural de confronto entre varejo e indústria torna o salto para e em diferentes sistemas. Adiciona-se a isso a necessidade de uma mentalidade de planejamento colaborativo o maior desaconsistência com os cadastros (como os códigos de produto), fio para o sucesso destes projetos. Estudos de casos de sucesso padronização de unidades, padronização de layouts de arquiem indústrias similares e pequenos pilotos ajudam no procesvos de troca e alinhamento de conceitos (por exemplo, a defiso de convencimento, e a mensuração constante dos resultanição de estoque disponível para venda), entre outros. Soluções dos após a implantação ajuda a mitigar o risco de uma recaída. na nuvem facilitam a conexão com os diversos elos da cadeia Em processos, destacamos o respeito ao cronograma como e tornam a colaboração sobre uma mesma base de dados mais um fator chave de sucesso. Por envolver diversas equipes, simples. Sistemas também auxiliam na geração automática de afetar significativamente outros processos internos, como o exceções, na detecção de dados fora do comum e no gerenciaS&OP, e ter de lidar com um volume considerável de dados, mento do fluxo de trabalho. é virtualmente impossível rodar um processo de CPFR sem se Aplicabilidade ater a um cronograma rigoroso. Parâmetros de exceção devem ser regulados de forma que a média de exceções geradas É comum escutarmos casos de cadeias que não obtiveram supossa ser tratada no tempo disponível para o processo, incesso com a implantação do CPFR. Tal situação ocorre principalformações devem ser compartilhadas no tempo e no formamente por três motivos: pelo processo ser bastante trabalhoso, peto certos e reuniões devem seguir uma pauta bem definida las previsões do varejo não serem boas o suficiente e por falta de para garantir o bom uso do tempo dos envolvidos. Métodos integração com outros sistemas das empresas, como ERP e APS. de cálculo de pedido a partir dos planos de vendas (como o Apesar de casos de insucesso existirem, eles não devem ser atingimento de um estoque-meta ao final do mês) devem ter generalizados. O processo é capaz de entregar o que promete e seus parâmetros bem definidos e acordados entre as partes, diversos casos de sucesso podem servir como prova disso. A pride forma a requerer o mínimo de intervenção humana. Além meira questão que deve ser levada em consideração é se as emdo cronograma, podemos ressaltar também a importância presas que desejam iniciar o processo apresentam as caracterísda definição de responsabilidades entre as equipes de planeticas necessárias para conseguir se beneficiar desta empreitada. jamento envolvidas. Pontos focais devem ser estabelecidos Mas afinal, quais são as características que uma cadeia deve para evitar falhas de comunicação, e processos-satélite devem apresentar para ter maiores chances de sucesso com o CPFR? garantir que informações relevantes de áreas relevantes da Segundo Lora Cecere, em seu artigo de 2010, os critérios são: companhia (como ações de marketing, lançamentos e mu1- Alta volatilidade da demanda: quanto maior o bedanças de preço) fluam para o planejamento. nefício com a antecipação do conhecimento de variações Já na categoria de tecnologia a dificuldade principal são a na demanda, maior será o valor gerado pelo CPFR. Emprecoleta e a qualificação dos dados utilizados no processo. O CPFR sas cujos produtos têm ciclo de vida curtos, padrões sazoé, acima de tudo, um processo de tomada de decisão conjunta, nais, forte dependência climática e que pertençam a categoe decisões confiáveis precisam ser baseadas em dados confiáveis. rias competitivas, como o segmento de alimentos e objetos Ultrapassada a barreira cultural de conseguir acesso a informaNovembro/2015 - Revista Tecnologística - 61


ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN

da moda. Cadeias que possuem demanda estável e fácil de prever não terão tantos ganhos e possivelmente o investimento não será justificado. 2- Parcerias fortes: a utilização do CPFR está fortemente ligada à gestão do relacionamento da cadeia de suprimentos. É necessário haver maturidade e envolvimento dos parceiros para que o processo apresente bons resultados. Os dados precisam ser confiáveis, acessíveis e significativos para os objetivos de ambas as partes. Os parceiros devem apresentar habilidades de planejamento e engajamento pela precisão das previsões. 3- Preparo tecnológico: as empresas que participam do CPFR precisam estar preparadas tecnologicamente para a colaboração. Sem ferramentas que ajudem na sincronização de informações, integração dos planos de vendas e pedidos e no tratamento das exceções dos planos, será muito custoso avançar no processo. 4- Presença significativa no canal: o volume de vendas para os parceiros e/ou dos itens escolhidos para participar do CPFR deve ser significativo, representando pelo menos 10% das vendas no canal. Quanto mais representativo, maiores serão os potenciais benefícios. 5- Ligação direta com a reposição: o processo de planejamento não pode viver estanque. É necessário garantir que a execução esteja conectada e que a realidade reflita o mais fielmente possível o que foi acordado, salvo exceções. Em alguns casos, empresas possuem as características apresentadas acima, porém não estão maduras o suficiente para iniciar um processo como o CPFR e obter valor dele. Sendo assim, após a conclusão de que a sua empresa pode tirar proveito do processo, duas perguntas devem ser respondidas: 1- A sua empresa valoriza a cooperação e a comunicação entre departamentos e entre parceiros comerciais? 2- A sua empresa adotou outras boas práticas da indústria, como EDI, padronização da identificação de produtos (EAN), ECR, VMI, S&OP etc.? Se a resposta para as perguntas acima for não, o recomendado é dar um passo para trás antes de partir para o piloto e resolver questões relacionadas à cultura da empresa. Caso a resposta seja sim para as perguntas acima, siga em frente.

Na próxima parte deste artigo, entraremos mais a fundo nos passos necessários para a implantação.

Referências ANDRASKI, Joe. The New Model of CPFR. Disponível em: https://www.bisg.org/docs/VICS-CPFR.pdf. AROZO, Rodrigo. CPFR – Planejamento Colaborativo: Busca da Redução de Custos e Aumento do Nível de Serviço. Disponível em: http://www.ilos.com.br/web/cpfr-planejamento-colaborativobusca-da-reducao-de-custos-e-aumento-do-nivel-de-servico/. AROZO, Rodrigo. O CPFR como Mecanismo de Integração da Cadeia de Suprimentos. Disponível em: http://www.ilos.com.br/web/ o-cpfr-como-mecanismo-de-integracao-da-cadeia-de-suprimentos/. BORGES, Wagner Luís, 2011. Uma Análise na Implantação do CPFR em Empresas de Varejo. Dissertação de mestrado, Escola de Engenharia de São Carlos. CECERE, Lora. Let’s Face It. We Have Not Done a Good Job on CPFR or VMI. Disponível em: http://www. supplychainshaman.com/new-technologies/lets-face-it-wehave-not-done-a-good-job-on-cpfr-of-vmi/. ECR Europe, 2002. European CPFR Insights. Disponível em: http://ecr-all.org/wp-content/uploads/pub_2002_cpfr_european_ insights.pdf. INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN, 2015. Panorama ILOS – Planejamento no Supply Chain. MILLER, Craig, 2005. CPFR Case Study: Liquor Control Board of Ontario. RITTER, Fernando Gomes. Proposta para Implementação de CPFR em uma Empresa de Adesivos e seus Clientes. Disponível em: http:// www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/2410/000369270. pdf?sequence=1. SHEFFI, Yossi, 2002. The Value of CPFR. RIRL Conference Proceedings. SHERMAN, Richard J. Why Has CPFR Failed to Scale? Disponível em: http://www.supplychainquarterly.com/archives/200702/. SULESKI, Janet, 2001. Beyond CPFR: Retail Collaboration Comes of Age. AMR Reasearch Report. VICS, 1999. Roadmap to CPFR: The Case Studies. Disponível em: http://www.gs1us.org/DesktopModules/Bring2mind/DMX/ Download.aspx?Command=Core_Download&EntryId=632&Po rtalId=0&TabId=785. Luciana Magalhães Especialista em Planejamento da Plannera luciana.magalhaes@plannera.com.br

Figura 5 - Benefícios mapeados pela AMR Research 62 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

Diego de Souza Sócio-diretor da Plannera diego.souza@plannera.com.br Tel.: (21) 2025-7373



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OLIMPÍADAS 2016

O jogo da logística Os Correios, escolhidos como provedor logístico oficial dos Jogos Olímpicos Rio 2016, são a primeira empresa pública no mundo a assumir um evento desta magnitude. Companhia d h modelo d l operacional, i l d di ffuncionários i á i próprios ó i para a gestão tã d desenha dedica dos JJogos e investe em inteligência a fim de acompanhar o dinâmico dia a dia do comitê organizador

O

s Jogos Olímpicos Rio 2016, primeira edição do evento realizado na América do Sul, já começaram. Não, não estamos nos antecipando às datas oficiais. As competições realmente estão marcadas para ocorrer entre os dias 5 e 21 de agosto do próximo ano. Mas a questão é que todo o planejamento para que o evento ocorra já foi iniciado há algum tempo. Isso porque são inúmeras as ações que devem ser tomadas para que os atletas, a imprensa e outros profissionais que 64 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

atuarão nos Jogos possam exercer com foco suas atividades. Para isso, é necessário que todo o material utilizado nas provas, assim como aqueles que suportam a estrutura do próprio evento, seja destinado à sua correta aplicação. Quem não se lembra, por exemplo, da saltadora brasileira Fabiana Murer, que ficou de fora da disputa por medalhas nas Olimpíadas de Pequim, em 2008, por conta do sumiço de uma de suas varas. A logística num evento desta mag-

nitude não pode falhar. Planejamento e execução devem ser definidos com antecedência, problemas precisam ser identificados e uma pronta resposta, adotada. É o que estão fazendo os Correios, companhia escolhida para efetuar toda a operação logística dos Jogos Olímpicos Rio 2016.

Seleção O vice-presidente de Logística dos Correios, José Furian Filho,


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2007. “Esta é uma tais como mudanças de operação diferente locais de competição, inde tudo o que já certezas quanto a datas, fizemos. A do Pan quantidades e tipo de é semelhante, mas equipamentos relacionanuma proporção dos à chegada e retirada menor e menos dos materiais”, relata. complexa do que a Para minimizar os dos Jogos Olímpiproblemas e solucionar cos”, reconhece. os entraves, Furian afirA definição do ma que todas as análises desenho logístico se baseiam no mercado também foi baselogístico, no legado que Furian: operações envolvem a ada nas informao projeto proverá à emmovimentação de cerca de 30 ções que os Corpresa, incluindo recursos milhões de itens reios detinham do e inteligência competiticomitê organizador, como quais va, passando pela pesquisa das meeventos serão realizados, quais e lhores opções de equipamentos, e a quantos itens serão necessários para montagem do mix de equipamena realização de cada um deles, onde tos de transporte e movimentação ocorrerão os eventos e em qual mo- interna. Além disso, há registros de mento estes itens precisarão estar todas as estratégias definidas decordisponíveis. “Com isso, estabele- rentes da elaboração e da execução cemos o desenho logístico de cada dos diversos planos, como Plano de uma das operações. Vale lembrar Risco, Plano de Contingências, Plaque fomos definindo os diferentes no de Armazenagem, Plano de Desmodelos desde o início de 2014, locamento Urbano, Plano de Instamas eles mudam constantemente, lações Físicas, Plano de Tecnologia uma vez que há diversas alterações, e Plano de Capacitação.

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conta que, no final de 2012, o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016 iniciou o processo de contratação de uma empresa que tivesse capacidade para realizar a operação logística dos Jogos, desde o recebimento, o transporte e a armazenagem até a distribuição de todos os itens envolvidos no evento. Trata-se de um volume considerável. O executivo estima que serão cerca de 30 milhões de itens movimentados, entre equipamentos esportivos e de mídia, eletrônicos, móveis e utensílios. O trabalho do comitê consistiu em lançar, à época, uma seleção internacional para a escolha do provedor. Os Correios apresentaram sua proposta em maio de 2013, que foi selecionada junto com as de outras duas empresas. Depois disso, os organizadores realizaram uma análise de cada uma dessas empresas. “Ao final de 2013, fomos escolhidos como a companhia que realizaria as operações logísticas dos Jogos e assinamos o contrato em janeiro de 2014. A operação está orçada em R$ 180 milhões”, informa. O executivo lembra ainda que todo o trabalho de planejamento, as ações estipuladas e as estruturas e equipamentos aplicados na logística das Olimpíadas serão utilizados nas Paralimpíadas, que serão realizadas na sequência, entre os dias 7 e 18 de setembro.

O projeto Furian explica que as ações para definir a modelagem logística dos Jogos começaram no início de 2014. A meta, conta o vice-presidente, era atender às necessidades do comitê, utilizando a experiência que a companhia acumulou durante a operação dos Jogos Panamericanos, realizados na capital fluminense em Novembro/2015 - Revista Tecnologística - 65


OLIMPÍADAS 2016

Equipe e ativos O executivo salienta, contudo, que nenhuma modelagem é eficaz se o quadro de colaboradores não estiver focado na realização do evento. Por isso, para entender as nuances da operação e estabelecer os processos, a companhia criou internamente uma equipe denominada Força Tarefa, hoje composta por 25 pessoas. Na opinião de Furian, um ponto central foi a decisão de que os principais técnicos responsáveis pelo gerenciamento da operação logística dos Jogos, residentes em Brasília, cidade-sede dos Correios, deveriam se mudar temporariamente para o Rio de Janeiro, possibilitando assim uma gestão mais acurada e tomadas de

A empresa é responsável por toda a logística dos Jogos, desde o recebimento das cargas até a distribuição nos eventos

decisões contingenciais mais rápidas. Até o início dos Jogos, garante ele, um total de 250 funcionários próprios dos Correios estarão dedicados às operações. O executivo explica que a equi-

Experiência para tomar decisões

O

processo de planejamento dos Correios para as Olimpíadas de 2016 incluiu acompanhar diferentes eventos realizados ao redor do mundo e também participar efetivamente dos eventos-teste organizados pelo Comitê Rio 2016. Furian conta que a companhia investiu em acompanhamentos técnicos. O trabalho consistiu em enviar colaboradores, internamente chamados de profissionais de inteligência, para conhecer as dificuldades das operações logísticas durante os Jogos Olímpicos de Inverno de Sóchi, na Rússia, os Jogos Olímpicos de Verão da Juventude de Nanjing, na China, e a Copa do Mundo de Futebol do Brasil, todos realizados em 2014. Este ano, os colaboradores verificaram os trabalhos efetuados durante os Jogos Panamericanos de Toronto, no Canadá. Ao todo, 32 funcionários dos Correios atuaram como observadores nos eventos.

66 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

Para avaliar na prática de que forma as operações serão realizadas, o trabalho de preparação também envolveu a realização das movimentações logísticas dos itens utilizados em 12 eventos-teste, entre eles ciclismo, canoagem, vôlei de praia, maratona aquática, hipismo, vela, remo e mountain bike, realizados durante todo este ano no Rio de Janeiro. Os números envolvidos nestas operações ainda estão sendo mensurados. O trabalho continuará até bem próximo ao início dos Jogos, uma vez que os Correios também efetuarão as movimentações logísticas dos próximos eventos-teste, que começarão no início de 2016, avançando até o mês de maio. “Esta é a forma que o comitê utiliza para testar os prestadores de serviço para que, quando os Jogos forem iniciados, tudo esteja pronto”, afirma.

pe atual está dedicada ao planejamento e à gestão do projeto Rio 2016. Em função das necessidades definidas com o comitê, esses profissionais começaram a analisar a operação a fim de definir as ações e os ativos que deveriam ser aplicados. “Eles começaram a dimensionar o parque de estruturas e equipamentos logísticos – armazéns e ativos de movimentação, como caminhões, implementos, empilhadeiras e guindastes. Este é um trabalho fundamental por diferentes aspectos: iremos realizar operações dentro de armazéns, mas também em locais com areia, concreto e grama. Todas estas questões devem ser consideradas para que possamos definir qual o melhor equipamento para determinada aplicação”, define. Além disso, os profissionais dos Correios, no momento de definir o desenho logístico, avaliaram qual o melhor modelo para o investimento nos ativos – compra ou locação – e para a contratação dos colaboradores. “Nesta operação, utilizamos mais a locação para mobilizarmos os maquinários apenas quando necessário. Dos 5 mil equipamentos previstos para utilização na logística dos Jogos, 10% serão adquiridos e o restante, locado”, destaca Furian. Segundo o vice-presidente, alguns ativos serão comprados – empilhadeiras e leitores de código de barras, por exemplo –, uma vez que a companhia realiza aquisições frequentes de equipamentos que são empregados em suas unidades espalhadas pelo Brasil. Outros, como porta-contêineres e guindastes, serão locados, já que não são utilizados nas operações convencionais da empresa. Já o quadro de funcionários dedicado às operações – cerca de 2 mil


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pessoas – será composto por profissionais selecionados por meio de uma empresa especializada na triagem e provedora de mão de obra, contratada pelos Correios. “Não faz sentido fazermos uma contratação direta, tornando-os funcionários, pois ao término dos Jogos não háverá como alocá-los”, frisa. Furian aponta que a fase, agora, é de contratação de serviços e adoção dos equipamentos. “Fechamos a locação e já operamos um armazém de 35 mil m². Outro, também com 35 mil m², será entregue em janeiro de 2016”. Ambos estão localizados no município fluminense de Duque de Caxias. Mais dois estoques, com 12 mil m² cada e instalados nos bairros de Deodoro e da Barra da Tijuca, estão em negociação e serão locados. Estas duas estruturas, lembra o executivo, são desmontáveis. Ele calcula que mais de 50% da estrutura necessária – funcionários e ativos – para colocar em prática o

modelo logístico dos Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro está efetivada. “Nossa previsão é de que até o final de dezembro ou início de janeiro tudo esteja concluído”, resume.

Desafios De acordo com Furian, apesar de o trabalho consistir em uma operação logística, atividade que os Correios dominam, foi preciso tomar alguns cuidados especiais com determinados pontos. “Trabalhamos de forma integrada ao comitê e montamos uma gerência, instalada no Rio de Janeiro, que define o trabalho de outros 50 funcionários dos Correios dedicados ao evento”, relata. Apesar destes cuidados, o executivo reforça que ainda há alguns aspectos que tornam o trabalho exigente. O ineditismo, frisa, é um deles. “Nunca havíamos realizado um evento desse porte e é a primeira vez no mundo que um correio ofi-


OLIMPÍADAS 2016

verá eventos espalhados por toda a cidade do Rio de Janeiro. Além disso, outros estados, como São Paulo, Minas Gerais, Amazonas e Bahia, e também o Distrito Federal, receberão, assim como a capital fluminense, os jogos de futebol. “É preciso fazer uma análise do fluxo de carga para que não haja interferência no dia a dia dos municípios”, diz.

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Soluções

cial é responsável pelos Jogos”, conta. Há outras dificuldades, como a transferência de conhecimento, também relacionada ao fato de a empresa nunca ter operado eventos desta magnitude. “As companhias que possuem este tipo de experiência não estão à nossa disposição. A dificuldade é buscar as informações e difundir o conhecimento. Então temos que aprender isso ao longo do tempo”, reconhece. Outro problema é o risco envolvido em projetar uma operação logística com tanta antecedência. Mas não só isso. Existe a questão de possíveis mudanças nos rumos. “Se fosse uma operação padrão seria fácil, mas ela é muito dinâmica. Fazemos o planejamento de maneira contínua. Os ajustes são realizados pelo comitê e vamos redefinindo a estratégia ao longo do tempo”, pontua. Além disso, existem os aspectos relacionados à contratação dos serviços. O executivo explica que, diferentemente das empresas pri68 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

Por seu dinamismo, a operação pode sofrer muitas alterações, o que demanda um planejamento muito bem elaborado vadas, que podem adquirir no mercado o que definirem como mais adequado, os Correios, como empresa pública, devem seguir a Lei 8.666/93, que estabelece normas gerais sobre licitações e contratos administrativos pertinentes a obras e serviços, inclusive de publicidade, compras, alienações e locações no âmbito dos poderes da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios. A expansão territorial é mais um dificultador. Isso porque ha-

Existem, contudo, algumas iniciativas que minimizam as dificuldades e sanam os problemas. “Trabalhamos de uma maneira muito próxima ao Comitê Rio 2016 para identificar de imediato qualquer alteração e redefinir as estratégias logísticas”, assegura. Além disso, completa, muitos dos profissionais que estão trabalhando nos Jogos do Rio já têm experiência com eventos similares. “São especialistas em organizações de jogos, que contribuem com seu conhecimento”, sentencia. Quanto à vasta gama de locais de competição, a ação estabelece realizar o trabalho junto aos diferentes órgãos governamentais – secretarias de Segurança Pública, de Transporte, da Marinha, do Exército e da Aeronáutica – para que as ações sejam estabelecidas em conjunto. “Todos estes órgãos interagem com o comitê e, sempre que surge uma necessidade, consultamos o responsável para solucionar as demandas. O evento não é do Rio de Janeiro, e sim do país”, completa Furian.

Fábio Penteado

Correios: 0800 725-7282



PRODUTOS

Novos produtos e serviços, da Mercedes-Benz 622 LA de quatro cilindros e 1,6 litro de cilindrada, oferecendo 114 cv de potência a 3.800 rpm, com torque máximo de 270 Nm entre 1.500 e 2.500 rpm.

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Serviços

A Mercedes-Benz do Brasil apresentou, em evento realizado em sua fábrica instalada em São Bernardo do Campo (SP), diversas novidades. São sete modelos de caminhões, com a recente linha de extrapesados Actros, de semipesados Atego e de médios Accelo, três modelos do furgão Vito, que chega para atuar no segmento de comerciais leves, três serviços de manutenção e um consórcio próprio. Com os novos veículos, a empresa passa a oferecer opções de 1 a 500 toneladas de capacidade. O aumento do portfólio de veículos, produtos e serviços tem como objetivo fazer com que a empresa esteja cada vez mais presente em todos os momentos da vida do cliente, oferecendo soluções que facilitam a aquisição dos veículos e que também garantam eficiência em custo operacional, produtividade e durabilidade ao longo de toda a vida útil do produto. Uma das apostas da montadora fica por conta do novo modelo do Actros, o 2651 6x4, dotado com motor OM 460 LA de 13 litros e 510 cv de potência a 1.900 rotações por minuto (rpm), com torque máximo de 2.400 Nm a 1.100 rpm. Os já conhecidos Actros 2646 6x4 e Actros 2546 6x2 também recebem esse motor de 70 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

13 litros, na versão de 460 cv. A recém-chegada linha do Actros rodoviário foi totalmente desenvolvida pela equipe do Centro de Desenvolvimento Tecnológico da Mercedes em São Bernardo do Campo. Além dos três novos Actros, a linha de caminhões Mercedes-Benz ganha mais quatro modelos: os semipesados Atego 3030 e 3026 8x2, os primeiros veículos da marca a sair de fábrica já na configuração 8x2 com quatro eixos; o Atego 2730 6x4 para construção civil e operações fora de estrada e o atual médio Accelo 1316 6x2, com terceiro eixo de fábrica, veículo para 13 toneladas de peso bruto total (PBT). Outra novidade da Mercedes-Benz do Brasil é a chegada ao país da linha Vito, já presente na Europa e que vem com o objetivo de oferecer um conceito moderno de comerciais leves na América Latina. Com PBT de 3.050 kg, ela chega ao mercado nos modelos furgão para transporte de cargas, o Vito 111 CDI, e van de passageiros em duas versões: Vito Tourer 119 Comfort (8+1) e Vito Tourer 119 Luxo (7+1), ambas com motor turbo flex. O Vito 111 CDI disponibiliza 1.225 kg de carga útil e 6 m³ de volume de carga, possui altura interna de 1.392 milímetros, o comprimento interior da área de carga chega a 2.831 mm e sai de fábrica com motor turbo diesel OM

A montadora também apresentou, durante o lançamento dos veículos, novos serviços, como o Consórcio Mercedes-Benz. A meta com a iniciativa é ampliar as alternativas de aquisição de veículos comerciais zero-quilômetro. Já o portfólio de serviços de manutenção oferecidos pela Mercedes-Benz ganha três novidades. A primeira é o serviço rápido denominado Veloz, que compreende atividades de manutenção entregues em até uma hora, como troca de óleo e de filtros, e que será empregado nas 200 concessionárias instaladas pelo Brasil. Outra novidade são as oficinas da marca, disponibilizadas em grandes frotistas. Nestes locais, são oferecidas manutenções corretivas e preventivas e os serviços realizados na oficina do cliente possuem características similares aos efetuados na concessionária, em relação à gestão de processos, estoque de peças genuínas, utilização de ferramental apropriado e aplicação de mão de obra especializada. Para finalizar o pacote de serviços, a Mercedes-Benz do Brasil lança o Truck Center, instalado em unidades do Posto Ipiranga. Operada pelo concessionário, trata-se de uma oficina compacta para atendimento a veículos comerciais que estão em deslocamento fora de sua região e que não abrem mão de um serviço de qualidade. Reparos, assistência técnica, serviços de revisão e troca de óleo estão entre os trabalhos prestados. Além disso, é indicado a clientes que desejam aproveitar o descanso do motorista para um cuidado a mais com seu caminhão. 0800 970-9090


A Michelin lança no mercado o pneu X Line Energy Z, para atender às novas demandas do mercado de transporte rodoviário de cargas e passageiros, disponível na dimensão 295/80 R22.5. Indicado para todas as posições e otimizado para os eixos direcionais, o lançamento pode ser utilizado nos mais variados tipos de veículos, para médias e longas distâncias, e foi desenvolvido especialmente para trechos que combinem estradas retas e planas, com baixa incidência de curvas, aclives e declives, pisos asfaltados em bom ou pelo menos razoável estado de conservação. O exclusivo composto de borracha Energy, da banda de rodagem, proporciona menor aquecimento do pneu durante o uso, reduzindo sua resistência à rodagem, contribuindo assim para o baixo consumo de combustível do veículo. O desenho da banda, com quatro

sulcos longitudinais, retilíneos e com lamelas, oferece uma melhor distribuição das pressões no contato com o solo, provocando um desgaste mais uniforme do pneu e, consequentemente, um excelente rendimento quilométrico em sua primeira vida. Sua carcaça com a tecnologia X Core proporciona uma velocidade de propagação da fissura cinco vezes menor. No caso de perfuração, é possível reparar o pneu antes da sua perda prematura por oxidação dos cabos. Devido à maior resistência a choques, perfurações e infiltrações, o rendimento total pode aumentar em até 10% e o produto possui uma maior recapabilidade, reduzindo o descarte de pneus e o consumo de matéria-prima. Graças ao desenho da banda de rodagem, o pneu provoca um menor nível de ruído durante o uso, oferecendo mais conforto, além de pro-

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Pneu X Line Energy Z, da Michelin

porcionar uma excelente aderência tanto em pisos secos quanto molhados, gerando melhor drenagem da água e trazendo mais segurança para o usuário e para a carga transportada. A largura otimizada da banda ainda propicia uma melhor dirigibilidade do veículo. 0800 970-9400

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Computador móvel Dolphin CT50, da Honeywell

A Honeywell lança no mercado o computador móvel Dolphin CT50, o último de uma série de avançadas soluções móveis de workforce. O equipamento agiliza operações e maximiza a eficiência do trabalhador nas áreas de transporte e logística, serviço de campo, entrega direta em loja e ambientes de armazenagem.

Com interface touch, o Dolphin CT50 permite ao trabalhador alcançar um novo nível de produtividade para aplicações intensivas de varredura e busca. Além disso, maximiza a eficiência em atividades essenciais como melhoria da rota, garantia de janelas de entrega mais precisas, aumento do nível de serviço aos clientes com cronogramas em tempo real e possibilidade de uma resposta mais rápida e efetiva a pedidos dos clientes. Oferecendo a flexibilidade de uso tanto do Windows Embedded 8.1 Handheld quanto do Android 4.4 KitKat, o Dolphin CT50 proporciona alto grau de proteção com atualizações contínuas. Esta versatilidade de escolha do sistema operacional, além de oferecer

mais segurança, possibilita maior compatibilidade com outros dispositivos, como tablets e computadores pessoais. O Dolphin CT50 é o segundo lançamento de uma série de soluções mobile desenvolvidas com o processador Qualcomm Snapdragon 800, que oferece altas velocidades. Sua arquitetura possibilita a coleta e o processamento de um enorme volume de dados usando múltiplos aplicativos. Desenvolvido com foco no usuário final, o aparelho inclui conexão Wi-Fi e 4G/LTE, que garantem acesso a aplicativos de negócios e conteúdos multimídia pesados, tais como streaming de vídeo e videoconferência, seja no escritório ou conectando remotamente. (11) 3475-1900 Novembro/2015 - Revista Tecnologística - 71


PRODUTOS

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Pulseira transceptora QuickPick Remote, da Crown

A Crown Equipment Corporation lançou uma nova pulseira transceptora sem fio para seu sistema de seleção de pedidos QuickPick Remote, que oferece aos gerentes de logística mais uma opção vestível para seus operadores. A pulseira transceptora é fixada ao

pulso e ao dedo do operador por meio de tiras ajustáveis, deixando a mão livre para fazer a seleção de pedidos localizados em níveis mais baixos. Ela possui um botão que, ao ser acionado pelo polegar, permite ao operador mover a transpaleteira ao próximo local de coleta sem ter que voltar ao compartimento do operador. Um módulo transceptor sem fio que se encaixa em um suporte na parte de trás da pulseira transmite e recebe sinais de radiofrequência vindos da transpaleteira. A pulseira se encaixa sobre todos os tipos de luvas, o que a torna ideal para aplicações em baixas temperaturas, como em freezers e refrigeradores. O produto utiliza tecnologias semiautomáticas de movimentação

para reduzir os passos a serem dados para a seleção de pedidos, aumentando a produtividade e reduzindo a fadiga do operador. Ele permite manter um ritmo consistente, aproveitando ao máximo cada segundo no processo de seleção realizado em ritmo acelerado. O sistema pode economizar até cinco segundos por seleção a uma distância de até 5 metros de alcance. A um ritmo de cem seleções por hora, permite uma economia de tempo de até 14%. A tecnologia opera independentemente das redes de internet do armazém, o que significa que é fácil de configurar, não consome dados e não exige grandes investimentos em tecnologia. (11) 4585-4040

Sistema de gestão de fretes, da Célere A Célere Intralogística, divisão do Grupo Movicarga especializada na gestão e execução de operações logísticas de alta complexidade, anuncia um novo sistema de gestão de fretes. Voltado para auxiliar o dia a dia de players em diversos setores a escolherem a melhor transportadora para o serviço, a novidade compara custos, prazos de entregas e executa a simulação de rotas. O sistema também é capaz de realizar a checagem das cobranças de serviços logísticos prestados por fornecedores, com a avaliação virtual de todas as notas fiscais de venda e de frete. Com isso, ele evita custos com pagamentos indevidos ou duplicados de fretes, já que confere eletronicamente a validade de cada nota. A tecnologia disponibilizada pela Célere provê suporte às negociações de fretes ao indicar números con72 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

cretos, relatórios com o histórico de serviços e permitir a cotação para encomenda, com potencial de economia avaliado de 4% até 10% nos custos, apenas com essa funcionalidade específica. O sistema de gestão de fretes também é amigável à integração com softwares ERP das transportadoras via intercâmbio eletrônico de dados (EDI, na sigla em inglês), ou seja, com a troca de informações entre os servidores dos prestadores de serviços de carga e seus clientes. Dessa forma as ocorrências da encomenda logística são monitoradas de ponta a ponta, em 100% do tempo, com a geração de informações consolidadas e classificadas por tipo de situação, com o rastreamento e também o controle do transporte. É possível ainda gerar um ranking de transportadoras por níveis de assertividade de cobrança e cumprimento

dos prazos de entrega, gerenciar informações dos fretes com filtros por clientes, localidades do país e também por cada transportadora. Com o novo sistema, os clientes são capazes de reduzir o headcount diretamente ligado à operação para conferência e checagem das cobranças de transporte. Tudo isso por meio de uma solução que permite atender todo e qualquer nicho de atuação. O sistema é comercializado no modelo de ganho compartilhado, ou seja, divisão dos ganhos obtidos pelo serviço. O cliente opta pelo custo fixo mensal para atender a uma demanda específica ou custo variável, medido por documentos de Conhecimento de Transporte Eletrônico (CT-e) ou Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e). É possível ainda seguir um modelo híbrido, que mescla custos variáveis e fixos. (11) 5670-5670



AGENDA

INTERNACIONAL Solutrans 2015. 17 a 21 de novembro. Chassieu, França. Organização e informações: Comexposium. marie-lise.scordo@comexposium.com www.solutrans.eu CeMat India. 9 a 11 de dezembro. Nova Délhi, Índia. Organização e informações: Deutsche Messe. meike.sauer@messe.de www.win-india.com India Cold Chain Show 2015. 16 a 18 de dezembro. Mumbai, Índia. Organização e informações: Reed Manch Exhibitions. rohan.chopra@reedmanch.com www.indiacoldchainshow.com NACIONAL

Cursos de curta duração PPCP - Planejamento da Produção Sistemas MPS, MRP, MRPII e ERP. 26 de novembro. Gestão de Compras e Negociação com Fornecedores. 2 de dezembro. Controle de Almoxarifado e Inventário Físico. 10 de dezembro. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Minder Group. Tel.: (11) 5111-8220 www.mindergroup.com.br Como Elaborar e Negociar Tabelas de Fretes no Transporte Rodoviário de Cargas. 28 de novembro. Como Vender Frete no Transporte Rodoviário de Cargas. 5 de dezembro. Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: Centro de Estudos Técnicos e Avançados em Logística (Ceteal). Tel.: (11) 5581-7326 secretaria@ceteal.com www.ceteal.com Formação de Engenheiros Logísticos. 23 a 26 de novembro. Logística Fiscal/ Tributária Aplicada às Operações Logísticas. 28 de novembro. Demonstra74 - Revista Tecnologística - Novembro/2015

ção de Resultados do Exercício para Transportadoras e Operadores Logísticos. 5 de dezembro. Onde Estão as Melhores Oportunidades de Mercado para Transportadoras e Operadores Logísticos? 7 de dezembro. Formação de Controllers em Logística. 8 e 9 de dezembro. Excelência na Gestão das Empresas de Transporte de Cargas Fracionadas. 15 e 16 de dezembro Todos em São Paulo, SP. Organização e informações: TigerLog. Tel.: (11) 2694-1391 contato@tigerlog.com.br www.tigerlog.com.br Planejamento e Previsão de Demanda. 22 de novembro. Customer Services: Como Balancear Custos e Satisfação de Clientes. 24 de novembro. Adquirindo Visibilidade no Supply Chain: Técnicas de Mapeamento de Processos Logísticos. 4 de dezembro. Custos Logísticos no Supply Chain. 16 de dezembro. Todos em Campinas, SP. Organização e informações: Cebralog. sac@cebralog.com www.cebralog.com.br Administração de Armazenagem. Administração e Planejamento da Produção. Compras e Administração de Materiais. Gestão da Distribuição. Logística em Comércio e Serviço. Logística, Marketing e Vendas. Negociação em Compras. Tecnologia Aplicada à Logística. Todos com carga horária de 15 horas. Custos Logísticos, Aspectos Tributários e Fiscais. Carga horária: 18 horas. Logística Integrada. Logística Reversa. Logística de Transportes.

Todos com carga horária de 24 horas. Administração de Operações Logísticas. Carga horária: 30 horas. Gestão de Frotas. Carga horária: 30 horas. Operações de Logística Internacional. Carga horária: 30 horas. Para datas e locais, consulte o Senac. Organização e informações: Senac. Tel.: 0800 883-2000 naiana.gsouza@sp.senac.br www.sp.senac.br

Cursos de longa duração Tecnologia em Logística. Duração: 2 anos. Curso de Extensão em Supply Chain Management. Carga horária: 40 horas. Curso a distância. Pós-Graduação em Logística Empresarial. Carga horária: 366 horas. São Paulo, Águas de São Pedro (SP) e a distância. Curso Técnico para Assistente em Logística Empresarial. Carga horária: 200 horas. Bertioga (SP). Curso Técnico em Logística. Carga horária: 800 horas. Curso Livre em Almoxarife. Carga horária: 160 horas. Auxiliar de Operações em Logística. Carga horária: 160 horas. Curso Livre de Comprador. Carga horária: 160 horas. Assistente em Transporte e Distribuição. Carga horária: 240 horas. Para datas e locais, consulte o Senac. Organização e informações: Senac. Tel.: 0800 883-2000 naiana.gsouza@sp.senac.br www.sp.senac.br Veja a agenda completa de cursos, seminários, MBAs e demais eventos em www. tecnologistica.com.br/agenda

ANUNCIANTES DA EDIÇÃO Assine Tecnologística ................................73 Autotrac.....................................................09 Brazilian Business Park ..............................53 Bsoft ..........................................................15 Cascade .....................................................35 Combilift ...................................................55 Condomínio Golgi Mauá ..........................21 Condomínio Golgi Seropédica .................19 GLP - Global Logistic Properties ...............29 Gollog........................................................69 HBZ............................................................31 Ilos .............................................................63 L. Amorim .................................................43 Login ................................................. 3ª capa

Manserv .....................................................57 Pátria .........................................................05 Protechoque ..............................................17 Rayflex .......................................................23 Rodoborges ................................................51 Salvador Logística .....................................27 Sanca GTIS Embu II...................................07 Sascar .........................................................47 Smartlog ............................................ 4ª capa Tecnologística Online ...............................67 Testo ..........................................................49 Tópico .......................................................11 Vix ..................................................... 2ª capa Zebra..........................................................25




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