Carlos Mira: “Queremos que o TruckPad seja o companheiro eletrônico do empreendedor das estradas”
CONDOMÍNIOS LOGÍSTICOS DEMANDA POR NOVOS ARMAZÉNS MANTÉM O MERCADO AQUECIDO MESMO EM MEIO À CRISE
OMNICHANNEL Empresas investem na integração dos canais de relacionamento com o cliente
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SUMÁRIO
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MERCADO Siga todas as novidades do mercado brasileiro de logística nesta seção
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56 POLI/CISLOG Artigo trata da criação de um aplicativo que tem como objetivo auxiliar na roteirização do transporte levando em conta o tempo de trânsito, para facilitar o deslocamento no tráfego das grandes cidades
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Divulgação/Capital Realty
Acompanhe o vai e vem dos profissionais no nosso movimentado setor de logística
ENTREVISTA Carlos Mira conta tudo sobre o TruckPad: da ideia inicial do aplicativo voltado ao caminhoneiro aos desafios de mudar completamente de ambiente, saindo de uma transportadora familiar para administrar uma empresa de tecnologia
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CONDOMÍNIOS LOGÍSTICOS Segmento não se abala com a crise do setor imobiliário e empresas seguem lançando novos empreendimentos em um mercado que se mantém estável e chega até mesmo a apresentar perspectivas de crescimento para o próximo ano
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OMNICHANNEL
60 EVENTOS Saiba o que aconteceu na 20ª edição da Fenatran e na 18ª edição da NT Expo, eventos que reuniram grandes nomes dos dois principais modais de transporte do Brasil
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Mercado busca se adaptar ao consumidor, cada vez mais exigente, e à tecnologia, cada vez mais avançada, para oferecer uma pluralidade de canais de vendas e de contato, tornando realidade a convergência das mídias e facilitando a interface com o cliente
ILOS Segunda parte do artigo sobre planejamento colaborativo na cadeia de suprimentos, escrito por especialistas da Plannera, explica os passos necessários para a implantação do processo e explora dois cases de sucesso
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PRODUTOS Conheça os principais lançamentos de produtos, sistemas e serviços voltados à logística
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AGENDA Confira os mais importantes cursos, seminários e eventos nacionais e internacionais do setor em nossa agenda
Capa: Michele Bianchi Foto: Divulgação/Pátria
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EDITORIAL
Publicare Editora Ltda. www.publicare.com.br
Diretores Shirley Simão shirley@publicare.com.br
Jorge Roberto Simão jorge@publicare.com.br
Por um 2016 melhor
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ão justamente os momentos de dificuldade que fazem com que as empresas busquem soluções para cortar custos e tornar seus negócios mais rentáveis ou mesmo direcionar melhor os recursos de que dispõem. E é sob esse enfoque que o mercado de condomínios logísticos tem se mantido estável em meio à desaceleração econômica e à insegurança política que o Brasil atravessa. Como você pode conferir em nossa reportagem de capa, a locação de imóveis nunca pareceu tão atrativa para as empresas de logística, e isso faz com que haja demanda para que o mercado continue investindo no lançamento de novos empreendimentos e possa até mesmo traçar perspectivas de crescimento para um futuro próximo, um “luxo” do qual poucos setores podem se gabar atualmente. Falando em dificuldades, de um percalço bastante conhecido no transporte de cargas nacional surgiu também uma ideia que já vem auxiliando grandemente no dia a dia do caminhoneiro e do embarcador. Carlos Mira, CEO da TruckPad, é nosso entrevistado do mês e conta como criou um aplicativo que tem como preceito básico conectar o caminhoneiro à carga, evitando que os veículos rodem vazios pelas estradas, e, a partir disso, fundou uma empresa de tecnologia aplicada à logística em franca ascensão. A edição da Revista Tecnologística que você tem em mãos traz também uma reportagem a respeito do conceito de omnichannel, uma demanda do próprio mercado consumidor que, motivado pelos constantes avanços tecnológicos, cada vez mais utiliza diferentes canais para realizar operações de compra, pagamento, troca e até de recebimento de seus produtos. Saiba como as empresas precisarão adaptar não só sua logística, mas sua cultura interna, para aplicar o conceito da melhor forma possível e conheça as novidades que o mercado oferece em prol dessa integração. E é dessa maneira, com boas notícias – apesar dos pesares –, que encerramos o ano de 2015 na esperança de podermos, contra todas as previsões, rechear as páginas da revista com elas também no próximo ano. Uma boa leitura e boas festas,
Shirley Simão
Ano XXI - N.º 241 - Dezembro 2015/Janeiro 2016 www.tecnologistica.com.br Redação, Administração e Publicidade Av. Eng. Luiz Carlos Berrini, 801 - 2º Andar CEP: 04571-010 - São Paulo - SP
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MERCADO
TCP busca ampliar uso de contêineres no transporte de fertilizantes Operação proporciona redução de custos e permite rastrear a carga
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Divulgação
TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá (PR), promoveu, em outubro, um encontro com empresários que atuam na importação de fertilizantes agrícolas para a apresentação de um modelo de transporte da carga utilizando contêineres, em substituição ao formato tradicional, que usa navios graneleiros. O transporte atual de fertilizantes apresenta uma série de desafios que causam impactos diretos na operação e nos custos. Além de expor a carga às mais variadas condições climáticas, o modelo utilizado não permite o rastreamento e gera perdas durante as várias movimentações realizadas no decorrer do processo. “Com o uso de contêineres, o empresário não é afetado pelo clima, sua carga é 100% rastreada e as perdas são praticamente eliminadas, uma vez que o produto entra no contêiner e só sai dele quando chega ao destino final”, afirma o diretor-superintendente e Comercial da TCP, Juarez Moraes e Silva. De acordo com o executivo, o uso de contêineres em produtos do agronegócio é uma tendência mundial, assim como acontece com a soja, que cada vez mais vem sendo conteinerizada para aproveitar os fretes de retorno. No caso dos fer-
tilizantes, por exemplo, os contêineres que saem de Paranaguá com carnes congeladas com destino à Rússia, um dos maiores produtores mundiais de fertilizantes, podem retornar com o produto. Atualmente, pouco mais de 1% do total de fertilizantes importados pelo Brasil utiliza o transporte por contêineres. “A TCP já responde por 59% deste volume, o que representa 8 mil contêineres por ano. Nossa expectativa é chegar a 15 mil contêineres até 2017”, destaca Moraes e Silva.
Aplicativo A TCP anunciou também o desenvolvimento de um aplicativo dedicado ao monitoramento dos contêineres refrigerados, que vem proporcionando uma redução de aproximadamente 30% no tempo dedicado à vistoria de temperaturas. Diariamente, a TCP faz o mo-
nitoramento de cerca de 3 mil contêineres, em quatro diferentes turnos: manhã, tarde, noite e madrugada. O App Reefer pode ser usado tanto on-line quanto off-line, a partir dos coletores de dados da equipe que atua no terminal. “Os dados são armazenados na memória do aparelho e, assim que ele detecta um ponto Wi-Fi, faz a transmissão automática das informações, sem que seja necessário que a pessoa responsável pela coleta pare o que está fazendo para atualizar o sistema”, explica Diego Neufert, gerente de Tecnologia da Informação da TCP. O aplicativo entrou em teste em julho e já é responsável por 100% do monitoramento de contêineres de cargas refrigeradas. “Ele foi desenvolvido para uso interno, é mais visual e permite uma gestão mais eficiente e ágil dos contêineres”, explica Neufert. Com interface amigável que utiliza a tela sensível ao toque, o aplicativo foi desenvolvido na plataforma Windows e instalado em aparelhos robustos, que suportam intempéries como quedas ou chuva.
TCP: (41) 3420-3300
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Hapag-Lloyd, empresa de logística de origem alemã, divulgou os números referentes às suas operações no terceiro trimestre deste ano. Depois da fusão de suas operações com a Compañía Sudamericana de Vapores (CSAV), do Chile, ocorrida em 2014, a empresa se aproximou do mercado sul-americano e pretende intensificar sua atuação também no segmento de transporte marítimo brasileiro. Com o negócio, a composição societária da Hapag-Lloyd passou a contar com a CSAV, com 31,4%, a cidade de Hamburgo, com 20,6%, a Kuhne Maritime, com 20,2%, o Tui Group, com 10,6%, estando o restante dividido entre acionistas menores. No terceiro trimestre de 2015, a empresa registrou alta no volume transportado, no faturamento e um aumento significativo nos ganhos. Nos primeiros nove meses do ano, o faturamento global aumentou de 1,9 bilhão de euros para 6,8 bilhões de euros, na comparação com o mesmo período do ano passado. “Em 2014 estávamos muito focados na fusão com a CSAV, por isso um resultado tão impactante. Agora, nosso foco será em investimentos, expansão e trade”, diz Rolf Habben Jansen, CEO da Hapag-Lloyd. O volume de transportes cresceu 28,3%, chegando a cerca de 5,6 milhões de TEUs de janeiro a setembro de 2015. Nos primeiros nove meses do ano, a Hapag-Lloyd atingiu um ebitda de 690,8 milhões de euros, diante dos 178,6 milhões do ano anterior, e um resultado operacional de 348,6 milhões de euros. No ano passado foram 77,9 milhões de euros.
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Divulgação
Hapag-Lloyd planeja intensificar atuação no Brasil
As despesas por TEU caíram US$ 239, passando de US$ 1.350 por TEU para US$ 1.111 nos primeiros nove meses de 2015. A queda aconteceu devido à redução dos preços dos combustíveis e ao declínio do consumo, assim como sinergias relacionadas à integração com a CSAV. Os custos dos serviços adquiridos também caíram US$ 92 por TEU graças ao custo menor de transporte de contêineres, assim como custos reduzidos nos portos e nos terminais, consequências diretas das sinergias e do programa de corte de custos. A empresa também divulgou que, no dia 6 de novembro, completou a oferta inicial de ações (IPO, sigla para initial public offering), gerando receitas brutas de US$ 300 milhões, que serão investidos em embarcações e contêineres. “Estamos satisfeitos com os nossos resultados para os primeiros nove meses do ano de 2015, especialmente levando em consideração o mercado desafiador”, analisa Jansen. “O terceiro trimestre provou que a fusão com a CSAV foi um passo acertado e que nossas medidas de redução de custos estão nos fazendo competitivos. Com as receitas do IPO, seremos capazes de investir no futuro para melhorar ainda mais a eficiência e a rentabilidade”, completa. Hapag-Lloyd Brasil: (11) 3306-9000
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MERCADO
Acordo setorial para a logística reversa de embalagens é assinado Objetivo é contribuir com a implantação do princípio da responsabilidade compartilhada
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ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, assinou, no dia 25 de novembro, em Brasília, o acordo setorial que estabelece a logística reversa de embalagens em geral. O acordo está previsto na Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). O objetivo é contribuir com a im-
plantação do princípio da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida dos produtos gerados pelo segmento. O acordo setorial foi assinado pelo governo federal, por 20 associações que representam as empresas de embalagens e pelo Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis (MNCR). Em 2012, o segmento de embalagens plásticas e óleos lubrificantes
teve seu acordo setorial assinado. Em 2013, foi a vez do mercado de lâmpadas fluorescentes de vapor de sódio e mercúrio e de luz mista. Os acordos dos setores de medicamentos e de produtos eletroeletrônicos e seus componentes encontram-se atualmente em fase de consulta pública. Ministério do Meio Ambiente: (61) 2028-1057
Logz prevê investimentos de R$ 1,8 bilhão em 2016 Aporte contempla projetos nas regiões Sul, Sudeste e Norte do Brasil
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Logz Logística Brasil, acionista de empresas na costa catarinense, como o Terminal Portuário de Santa Catarina (Tesc) e o Porto Itapoá, planeja investir R$ 1,8 bilhão em 2016, em conjunto com seus parceiros, no desenvolvimento de novos empreendimentos logísticos e na ampliação das operações já existentes. O plano da empresa prevê não somente o fortalecimento das atividades em Santa Catarina e no Sul do Brasil como a expansão do portfólio para outras regiões, seja com terminais portuários ou operações logísticas de interior, inclusive com ênfase na navegação fluvial. Dentre os principais projetos para 2016 estão o desenvolvimento de um sistema integrado para o escoamento de grãos na Região Norte, o desenvolvimento do Terminal de
Logística Integrada do Paraná (Terlip), dedicado à movimentação de grãos em Paranaguá, e a implementação do Terminal de Grãos de Santa Catarina (TGSC). De acordo com o diretor de Investimentos e Operações da Logz, Roberto Lopes, o atual ambiente político observado no Brasil, que demanda mais rigor na escolha e na aprovação dos empreendimentos, não constitui um problema para os projetos da empresa. “De forma geral, até o momento não vemos uma crise que gere um entrave ao desenvolvimento de nossos planos”, diz. Para ele, o setor de infraestrutura portuária sofre menos impacto de eventuais crises econômicas devido à diferença entre a demanda e a capacidade instalada. “Este descompasso impôs ao setor momen-
tos de saturação. A necessidade de investimentos para ampliar a capacidade de oferta, sobretudo tendo em vista o contínuo crescimento da produção agrícola, justifica planejamentos voltados para a expansão dos investimentos”. Lopes ressalta, porém, que a logística portuária merece mais atenção por parte do poder público, para agilizar processos e destravar novos investimentos. “Creio que, embora já tenha havido avanços, ainda precisamos de mais celeridade nas licitações dos arrendamentos, nas autorizações para os Terminais de Uso Privado (Tups), nos licenciamentos ambientais, na definição das novas poligonais nos portos organizados e nas obras de dragagem”, completa. Logz: (21) 3613-0400
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MERCADO
DHL lança centro de competência em commodities agrícolas Empresa criou ainda um departamento de vendas especializado em pequenos e médios negócios Divulgação
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DHL Global Forwarding anunciou, em novembro, o lançamento de um novo centro de competência no Brasil, focado no mercado de commodities agrícolas. O objetivo é ajudar os produtores a aprimorar os níveis dos serviços prestados aos clientes, com o apoio de uma equipe de especialistas dedicada. O novo centro de competência tem foco especial em serviços de exportação, tais como desembaraço aduaneiro, transporte e distribuição internacional de mercadorias. Um ponto de contato único e especializado com o cliente deste mercado irá fornecer as melhores soluções logísticas de ponta a ponta, o cumprimento de obrigações fiscais e regulatórias e a gestão de questões sanitárias e de segurança, sem comprometer o tempo de trânsito. O principal beneficiário dessa iniciativa será o cliente do produtor agrícola, que poderá centralizar todas as atividades referentes às remessas em uma única equipe durante toda a operação, de uma extremidade à outra da cadeia. A empresa também irá fornecer visibilidade sobre todo o processo para toda a cadeia envolvida na operação, o que normalmente inclui originador, trader no Brasil, instituição financeira, trader no mercado de destino e revendedor, além de intermediários. “Nossa equipe possui uma vasta experiência e amplos conhecimentos nesta área, e está pronta para superar os desafios inerentes à cadeia logística deste segmento no país”, destaca Ricardo Carui, diretor de Frete Marítimo da DHL Global Forwarding Brasil. A empresa trabalha com alocações de espaços dedicados a este segmento com os mais renomados operadores do
mercado e acordos com outros provedores logísticos para garantir a integridade das remessas e a disponibilidade de contêineres em locais próximos às áreas de produção. Neste primeiro ano, o foco do centro de competência para commodities agrícolas será em algodão, soja, milho e açúcar, que passam principalmente pelos portos de Santos (SP) e Paranaguá (PR). Além do novo centro de competência, a DHL Global Forwarding possui atualmente outros quatro no Brasil, voltados para os mercados automotivo, farmacêutico, de tecnologia e petróleo e energia.
Pequenas e médias empresas A empresa também criou recentemente um departamento de vendas especializado em pequenas e médias
empresas. Os serviços oferecidos serão os mesmos, porém agora há um canal de relacionamento específico para atender a esse tipo de negócio. “Esses clientes têm a necessidade de acesso a expertises, soluções e network. Uma empresa pequena pode ter apenas uma remessa mensal, por exemplo, e por isso pode não receber toda a atenção que precisa de outros provedores. Por isso, desenvolvemos uma equipe de televendas especializada, para estar em contato direto e frequente com esses clientes”, explica Shawn Boyd, vice-presidente executivo de Marketing e Vendas para as Américas da DHL Global Forwarding. Presente no Brasil desde 1976, a DHL, empresa de origem alemã, comemora 200 anos de existência em 2015. DHL Global Forwarding: (11) 5042-5500
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Modern oferece armazenagem sazonal em Jundiaí e Manaus Empresa pretende atender setores em que há alta demanda por contratos na modalidade spot
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Para iniciar de fato suas operações, a empresa está aguardando a chegada da frota própria de aeronaves cargueiras para passar pelo processo de certificação. A Modern escolheu o Aeroporto de Viracopos, em Campinas (SP), como hub, e definiu Manaus e Recife como seus primeiros destinos. Resultado de um investimento de 75 milhões de dólares, a Modern terá, até 2020, 36 aeronaves em sua frota.
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Modern Logistics deu início, no fim de 2015, a operações pontuais de armazenagem, antes mesmo de inaugurar suas operações rodoaéreas. A proposta é oferecer espaços livres para a indústria, especialmente para aqueles setores em que há alta da demanda nesta época do ano para contratos na modalidade spot. Alguns dos principais alvos são os fabricantes de eletroeletrônicos, e-commerce e peças automotivas. Estarão disponíveis para as operações de
armazenagem os centros de distribuição da Modern localizados nas cidades de Jundiaí (SP) e Manaus.
Modern: (11) 3109-6750
Salvador Logística fecha contrato com a Monsanto
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Salvador Logística estabeleceu um novo contrato com a Monsanto para armazenar, em sua unidade localizada no município de Guararema (SP), contêineres de importação destinados à unidade fabril da multinacional, que atua nos segmentos de agricultura e biotecnologia, situada em São José dos Campos (SP). As operações terão início na segunda quinzena de dezembro e a previsão é que sejam movimentados cerca de 350 contêineres mensalmente. A carga, composta por produtos químicos e insumos para abastecer a fábrica da Monsanto, chega ao Brasil pelo Porto de Santos (SP).
De acordo com Marcelo Grimaldi, diretor Comercial da Salvador Logística, o depósito de contêineres da empresa em Guararema, que soma 45 mil m², está passando por ajustes para receber a nova operação. “Estamos adequando a área para o recebimento dos contêineres. Entre maquinário, obras no piso e adequação para contenção, estimamos um investimento de R$ 3 milhões”, destaca o executivo. Para estabelecer o contrato com a Monsanto, a Salvador Logística participou e venceu uma concorrência que buscava um prestador para o serviço de armazenagem dos contêineres. Além da
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Operação prevê a armazenagem de contêineres para abastecer a fábrica da companhia em São José dos Campos
unidade de Guararema, o operador logístico conta ainda com outro depósito de contêineres localizado no Polo Industrial de Camaçari (BA), inaugurado em julho deste ano, com uma área de 67 mil m². Monsanto: (11) 3383-8000 Salvador Logística: (11) 3583-1777
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MERCADO
Lunardi amplia frota com caminhões Iveco Hi-Way
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Transportadora catarinense mantém a idade média de seus veículos em dois anos e seis meses
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Transportadora Lunardi, sediada no município de Xaxim (SC), adquiriu dez caminhões Iveco, do modelo Hi-Way, com o objetivo de ampliar sua frota rodoviária, que atende a todo o país. Os valores envolvidos na negociação não foram divulgados.
A Lunardi presta serviços de transporte para clientes de grande, médio e pequeno porte e conta com uma frota composta por mais de 260 veículos, incluindo carretas refrigeradas. De acordo com seu diretor, Ilói Lunardi, a transportadora mantém seus veículos com uma idade média de dois anos e seis meses. “Além de fortalecer o crescimento de nossas atividades, conseguimos manter a nossa meta para reduzir a emissão de gás carbônico, causando menor impacto ao meio
ambiente. Somos especialistas no carregamento de produtos perecíveis e carga seca. Acreditamos que a renovação constante dos equipamentos ajuda a melhorar a eficiência dos serviços prestados”, destaca o executivo. Além da matriz, a empresa possui filiais e pontos de apoio localizados em São Paulo, Fortaleza, Benevides (PA), Redenção (PA), Recife, Arapongas (PR), Feira de Santana (BA) e Estiva (MG). Iveco: (31) 3888-7469 Lunardi: (49) 3353-9900
Riogaleão Cargo implanta Programa de Eficiência Logística Terminal de cargas do aeroporto fluminense vai elaborar ranking, assessorar e premiar os melhores importadores e prestadores de serviços
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Riogaleão Cargo, terminal de cargas do Aeroporto Internacional Tom Jobim, no Rio de Janeiro, lançou em novembro seu Programa de Eficiência Logística, uma iniciativa da concessionária Riogaleão que tem como objetivo apoiar importadores e prestadores de serviços para que obtenham as melhores performances possíveis nos processos de importação. O programa contará com três módulos: ranking mensal, assessoria de desempenho e premiação. No ranking mensal, 11 segmentos serão avaliados e, no fim de cada mês, as
cinco empresas mais eficientes farão parte da lista, que será divulgada no portal do Riogaleão Cargo. A primeira classificação do Programa de Eficiência Logística estará disponível em dezembro, com base na análise das empresas participantes no mês de novembro. O ranking mensal será acompanhado por um trabalho de assessoria, que visa buscar soluções conjuntas para melhorar o desempenho das empresas importadoras, como redução do tempo médio e dos custos, engajamento com órgãos anuentes e prestadores de serviço e competitivi-
dade. Por fim, a primeira cerimônia de premiação acontecerá no fim de 2016, quando o programa completará um ano. “A otimização dos processos de importação é um benefício do programa que abrange todos os envolvidos no negócio. A implantação do Programa de Eficiência Logística do Riogaleão Cargo reflete nosso desejo de agregar valor ao cliente e de estabelecer o Riogaleão como a porta de entrada mais eficiente do país”, ressalta Patrick Fehring, diretor do Riogaleão Cargo. Riogaleão: (21) 3004-6050
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MERCADO
CD da Bel Fix utiliza estrutura autoportante da Águia Divulgação
Armazém terá 30 metros de altura e contará com 21 mil posições-palete
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Bel Fix, distribuidora de produtos de lazer, casa, brinquedos e ferramentas, com sede em Curitiba, está investindo cerca de R$ 30 milhões em um novo armazém autoportante na cidade de São José dos Pinhais (PR), fornecido pela Águia Sistemas. As obras já foram iniciadas e o empreendimento será entregue em março de 2016.
De acordo com Hilário Boito, gerente Administrativo da Bel Fix, a mudança de cidade obedeceu à necessidade de construção de um novo centro de distribuição, pois atualmente a empresa utiliza cinco locais diferentes para suas operações na cidade de Curitiba, encarecendo a operação. “Vamos ter uma sede própria com estrutura completa de armazéns e escritórios em São José dos Pinhais, eliminando custos com o aluguel de instalações e também otimizando o transporte: teremos uma malha rodoviária que nos favorece para entregas em outros estados”, comenta. Instalada em uma área total de 80 mil m², a estrutura de armazenagem autoportante terá 11 mil m², 30 metros de altura e capacidade de estocagem de 21 mil posições-palete. O complexo vai
abrigar atividades de armazenagem, separação e expedição de produtos. Uma segunda etapa da obra deve acontecer em breve. Nela, está prevista outra construção com 8 mil m² e 14 metros de altura, que será equipada com estruturas porta-paletes convencionais. Para a obra, a Águia Sistemas conta com a parceria da Scheffer Automação, que equipará o armazém com quatro transelevadores, e da Smart Sistemas Construtivos, que conduz a construção dos dois galpões e um edifício em estrutura metálica com cinco andares, para instalação da parte administrativa. Águia Sistemas: (11) 3721-0157 Bel Fix: (41) 3327-9993
DCL Real Estate tem novo armazém em Pinhais
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DCL Real Estate, empresa que atua no mercado imobiliário e faz parte do Grupo Demeterco, inaugurou, em outubro, um armazém em Pinhais (PR), na região metropolitana de Curitiba. O Armazém 3 é modulável, tem docas reguláveis e capacidade para atender até sete empresas ao mesmo tempo, ou seja, possui sete módulos individuais. O empreendimento possui 12 mil m², 28 docas e cerca de 8 mil posições-palete. Também conta com pé-direito de 12 m e capacidade de piso de 6 toneladas por m². Os módulos ofertados variam de 3.300 m² a 5 mil m². Entre as demais vantagens do prédio estão estrutura para mezanino e escritório, portaria 24 horas e fácil acesso às rodovias que ligam Curitiba ao interior
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Empreendimento modular tem docas reguláveis e capacidade para abrigar até sete empresas
do Paraná e ao Sudeste e Sul do país. O Armazém 3 está localizado dentro condomínio Business Park Jardim Pedro Demeterco, que também abriga operações de dois atacarejos – Adega Brasil e Maxxi Atacado –, uma loja da Havan, um escritório comercial e um centro de distribuição da empresa Fox Lux, além de outro armazém modulável nos mesmos moldes do Armazém 3. Todos os empreendimentos foram construídos e
são administrados pela DCL. “Além de reforçar nossa presença no segmento logístico, ratificamos a visão da DCL de ser uma referência em gestão e desenvolvimento de empreendimentos imobiliários no Sul do país”, diz a diretora executiva da empresa, Paola Noguchi. “A localização é invejável: um centro logístico às margens da capital, a dez minutos do centro e próximo a todos os principais contornos da cidade”, destaca. De acordo com a executiva, a expectativa de crescimento da empresa com o novo empreendimento é de 28%. O investimento no novo armazém foi de R$ 15 milhões. DCL Real Estate: (41) 3324-3235
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Comfrio-Stock Tech, grupo especializado em logística de food service, sementes e soluções in house, realizou um investimento de R$ 700 mil em infraestrutura, equipamentos e treinamento em sua unidade de Limeira (SP), que viabilizou uma redução no consumo de quilowatts/hora na cadeia de geração de frio em suas operações, o que economizou cerca de R$ 70 mil ao mês com gastos energéticos. Segundo a companhia, após um estudo realizado em diversas áreas, notou-se que era possível otimizar os resultados economizando dinheiro e energia. “Do ponto de vista técnico, adquirimos equipamentos mais leves e compactos. Destaca-se ainda um trabalho de reengenharia de layouts de câmaras, adequação de estruturas de armazenagem e instalação de portas
rápidas. Já no campo operacional, um intenso treinamento deu corpo a processos mais eficientes e um time mais ágil e comprometido com o resultado”, conta Emerson Gustavo Castro, diretor de Operações das regiões Sul e Sudeste da Comfrio-Stock Tech. Castro explica que o projeto tem duas fases: a primeira foi finalizada este ano e a segunda está em andamento. “Na primeira etapa foram investidos R$ 700 mil e o retorno obtido superou nossas expectativas iniciais. Reduzimos nosso consumo mensal em aproximadamente 120 mil quilowatts hora, trazendo ganhos da ordem de R$ 70 mil mensais capturados em todas as frentes trabalhadas. O projeto foi implantado em cerca de 60% das câmaras frias do centro de distribuição e se pagou em dez meses”, conta. Já a segunda fase contempla a
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Comfrio-Stock Tech investe em sistema de eficiência energética
implantação do projeto de redução energética em todo o CD, bem como uma possível aplicação em outras unidades. “Entendemos que a solução é replicável, há um padrão nas operações, mas sempre existem especificidades que podem exigir alguma adaptação. Estamos estudando esses detalhes para dar sequência a este projeto. Mas sem dúvida a economia é exponencial”, diz Castro. Comfrio-Stock Tech: (17) 3344-7777
Viracopos moderniza controle de temperatura Câmaras frias do terminal de cargas ganham sistema com alerta de variações mais preciso
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Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), administrado pela concessionária Aeroportos Brasil, anunciou que o sistema de controle de temperatura das câmaras frias de seu terminal de cargas passou por uma atualização, com o objetivo de fornecer informações mais precisas e também alertas sobre possíveis variações. O farmacêutico do Terminal de Cargas de Viracopos, Marcelo Mazzali, explica que agora existem mais informações à disposição. Ao todo, são 11 câmaras com temperatura controlada e uma antecâmara, que somam 21 mil m³, com temperaturas que podem ser ajustadas a partir de -22 ºC, chegando até 22 ºC.
O sistema também dispara alertas quando a temperatura está saindo de sua faixa de variação. “Para um range de 16 °C a 22 ºC, por exemplo, o alerta irá disparar a partir de 17 ºC ou 21ºC”, explica Mazzali. A tecnologia implantada consegue
detalhar o motivo da oscilação fora do padrão, permitindo um melhor controle e a tomada de ações mais eficiente para resolver o problema. “Caso dispare o alerta, o responsável poderá agir com mais precisão, evitando assim qualquer tipo de variação indesejada de temperatura na carga enquanto estiver armazenada”, completa o farmacêutico. O novo complexo de câmaras do Aeroporto de Viracopos foi inaugurado em maio de 2014, depois de passar por uma ampliação de quase 40% em sua área – que incluiu a construção da antecâmara –, com investimentos de R$ 4 milhões. Aeroportos Brasil: (19) 3725-5000
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Ceva inaugura nova sede para a América do Sul No local funcionará também o quarto Centro de Excelência Logística da companhia
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que a companhia aplica para otimizar as cadeias de suprimentos e criar vantagens competitivas. “Este é um importante passo estratégico para a Ceva na região, pois consolidamos nossa presença e nos preparamos para o crescimento contínuo. A integração plena de todas as funções de back office e de operações nos permitirá continuar a apoiar as necessidades de todos os nossos clientes”, analisa Richard Vieites, vice-presidente executivo para a América do Sul. A cerimônia de inauguração contou com a presença de executivos locais e regionais do cluster América do Sul, incluindo o CEO da Ceva, Xavier Urbain.
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Ceva Logistics inaugurou, em novembro, sua nova sede sul-americana, localizada em São Paulo, mais precisamente no bairro da Vila Olímpia, na Zona Sul da cidade, dentro do complexo de escritórios Thera Corporate. No local, a companhia reunirá área operacional e back office. De acordo com a própria Ceva, o complexo foi escolhido por estar alinhado ao seu compromisso com práticas comerciais sustentáveis, como uso eficiente de energia. O edifício possui certificação ouro para Leadership in Energy and Environmental Design (Leed), concedida pelo U.S. Green Building Council (USGBC). Além disso, a Ceva abriu no local seu quarto Centro de Excelência Logística, o primeiro na América do Sul, que se soma aos centros situados nos Estados Unidos, em Singapura e no Reino Unido. Trata-se de uma área onde os clientes atuais e potenciais podem experimentar em primeira mão as ferramentas e metodologias
Nova operação A Ceva assinou um contrato com a Sephora, varejista de cosméticos de propriedade da Moët Hennessy Louis Vuitton (LVMH), um dos maiores grupos de produtos de luxo do mundo. Nos termos do acordo, a Ceva consolidará uma variedade de produtos cosméticos, tais como maquiagens, perfumes, produtos para o cabelo, corpo e banho, acessórios e sua marca própria, Sephora Collection, no centro de distribuição de Louveira (SP) e distribuirá para todo o país. Para atender às especificações da Sephora, a Ceva investiu em infraestrutura de controle de temperatu-
ra, para permitir o armazenamento e a movimentação de mais de 7 mil SKUs e aproximadamente 3 milhões de itens de pedidos individuais por ano. A empresa gerenciará a entrada, a armazenagem, a saída e a logística reversa das lojas da Sephora em todo o país. “Estamos muito satisfeitos com esta parceria com um ator global reconhecido no setor de serviços de logística. Como planejamos crescer no Brasil, sabemos que a Ceva suportará esse crescimento e será uma excelente parceira para atender às nossas necessidades”, diz Fabio Gonçalves, diretor regional de Supply Chain da Sephora. “Escolhemos a Ceva porque precisávamos de um operador logístico dinâmico que pudesse responder às nossas necessidades e adequar com precisão sua oferta de serviços para a demanda de alto giro de uma casa de cosméticos. Cada segundo conta para nós e os segundos que a Ceva nos entregará com precisão serão ainda melhores”, explica. “Na Ceva, entendemos que altos níveis de serviço e um processo de cadeia de suprimentos ágil são fundamentais para apoiar o plano de crescimento agressivo da Sephora no país. Estamos muito satisfeitos em estabelecer esta nova relação com a empresa. Nosso foco será garantir que seus produtos estejam sempre disponíveis e na prateleira para atender à demanda do consumidor em tempo real”, completa Vieites. Ceva: (11) 2199-6700 Sephora: (21) 3004-7500
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Abree contará com parceiro europeu para desenvolver a logística reversa no Brasil European Recycling Platform já prestou consultoria para a associação, durante a formulação de seu plano de negócios
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Associação Brasileira de Reci- que existem muitos pontos comuns junto com a ERP no desenvolvimento de clagem de Eletroeletrônicos e entre o que se faz na Europa e as gui- um sistema de gestão da informação. Eletrodomésticos delines patentes no A ERP foi fundada em 2002, como a (Abree), organização edital de chamamento primeira plataforma europeia de reciclasem fins lucrativos que do Ministério do Meio gem, pelas empresas Electrolux, Gillete, visa estruturar a gestão Ambiente. Temos plena Hewlett-Packard e Sony. Atualmente, a dos resíduos sólidos das consciência de que no entidade atua em 17 países e disponibiliempresas do segmento, Brasil ainda é necessário za também serviços de gestão de resíduos estuda estabelecer uma desenvolver o mercado de embalagens e de pilhas e baterias. Ela parceria com a Europede reciclagem”, analisa trabalha agora na expansão de sua rede an Recycling Platform o executivo. para países fora da Europa, como é o caso (ERP) para aprimorar Ele explica que essa da Turquia, de Israel e do Brasil. a logística reversa com foi uma realidade tam“A aproximação entre a ERP e a base na experiência da bém em Portugal em Abree foi possibilitada pelo fato de exisentidade nos mercados 2005, quando as em- tir uma empresa fundadora em comum Mascarenhas, gerente executivo presas de reciclagem de nas entidades”, lembra Neto, referindoem que atua. As orgada Abree nizações já trabalham eletroeletrônicos ainda -se à Electrolux. O diretor afirma que juntas desde 2013, quando a Abree estavam pouco desenvolvidas, devido à existem duas grandes diferenças entre a contratou a ERP para prestar consulto- inexistência de um modelo organizado logística reversa de resíduos na Europa ria no desenvolvimento de seu plano de logística reversa. Neto acredita que o e no Brasil. “A primeira é que, por aqui, de negócios. aprendizado europeu pode ser adaptado adotou-se a responsabilidade comparti“O mercado europeu está alguns à realidade brasileira. “Os mecanismos lhada, e na Europa a responsabilidade anos à nossa frente, e isso fez com que de controle para garanalargada do produtor. ganhássemos velocidade na implantação tir a rastreabilidade dos Outra grande diferença do plano de negócios, contando com um resíduos ao longo da entre a diretiva europeia entendimento maior sobre os processos cadeia e o software para e a legislação brasileira envolvidos na logística reversa”, destaca relacionamento com o é a obrigação do ‘velho Herbert Mascarenhas, gerente executivo fabricante, no que diz pelo novo’. Ou seja, na da Abree. “Agora, vimos por bem dar se- respeito ao volume de Europa, quando um proquência, montando uma parceria estraté- produtos colocados no duto novo é entregue na gica visando a cooperação em várias áre- mercado, são indispencasa do cliente, ele pode as, como marketing, auditoria, operação sáveis. Na Europa, a ERP exigir a coleta do equipae sistemas de informação”. desenvolveu estes promento antigo”, explica. De acordo com Ricardo Neto, dire- cessos, criando um sofAinda sobre o cenátor-geral da ERP Portugal e responsável tware para esta gestão. rio europeu, Neto conta Neto, diretor-geral da pela expansão da plataforma na Amé- Atualmente, somos os que a primeira diretiva ERP Portugal rica do Sul e pela cooperação com a acionistas majoritários sobre a logística reverAbree, a partir da elaboração do plano da empresa que desenvolve este softwa- sa de resíduos estabelecia que cada de negócios foram identificados tópicos re, sendo esta uma importante área de habitante deveria realizar a coleta de, em que a organização pode continuar negócio do grupo”. De acordo com Mas- no mínimo, 4 kg por ano. “Com a rea colaborar com a Abree. “Durante o carenhas, um dos principais objetivos da formulação desta diretiva, em 2012 a desenvolvimento do plano ficou claro parceria é justamente trabalhar em con- obrigação passou para 45% do coloca-
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do no mercado até 2018 e 65% após essa data. Essa é uma exigência brutal. Para que tenhamos uma noção, o edital de chamamento no Brasil pede que sejam coletados 17% cinco anos após a assinatura do acordo setorial, tendo por base as quantidades colocadas no mercado no ano anterior à assinatura”. Ele destaca, porém, que as entidades gestoras europeias têm aplicado toda a sua criatividade, tanto na extensão das redes de coleta quanto na conscientização dos cidadãos, buscando atingir os objetivos traçados. “E até então os países têm obtido sucesso, sendo que, na maioria deles, os habitantes ultrapassam
largamente os 4 kg de coleta”, conclui. “A expectativa é que seja uma parceria duradoura”, exalta Mascarenhas. “A Abree é uma gestora madura, que já atua há quatro anos no mercado, fazendo todo um trabalho de pesquisa, levantamento e discussão sobre estratégias. E a interação com a ERP, que já possui experiência no assunto, vai nos dar mais celeridade. É uma área que eles conhecem muito bem em um país que nós conhecemos muito bem”, finaliza o executivo. Abree: (11) 2539-1334 ERP Portugal: (351) 21 911-9630
Correios utilizarão WMS da Sythex Empresa é uma unidade de negócios da Senior, que venceu licitação para a aplicação da ferramenta
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Senior, companhia desenvolvedora de softwares para gestão, venceu um processo licitatório para fornecer licenças de uso perpétuo de software integrado de gerenciamento de armazéns para os Correios, pelo valor de R$ 5,5 milhões. A ferramenta utilizada será o WMS da Sythex, unidade de negócios da Senior dedicada a sistemas de gestão de armazenagem e de transportes. Com a aplicação do software, o operador logístico estatal passa a gerenciar com muito mais exatidão e velocidade os seus centros de logística integrada, situados nas grandes capitais de todo o Brasil. O WMS da Sythex irá atuar diretamente na otimização da utilização do espaço físico desses centros e, princi-
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palmente, na redução dos custos, aperfeiçoando os ciclos de movimentação, com registro do tempo gasto nas tarefas, rastreabilidade, cálculo de produtividade, controle de acesso por grupo de usuários, armazenagem inteligente e agendamento de recebimento, entre outras funcionalidades indispensáveis para uma melhor gestão. “As nossas soluções conseguem se adaptar às necessidades de cada cliente, otimizando o tempo de movimentação, ordenando as tarefas, planejando os recursos e auxiliando na redução dos custos operacionais”, explica o gerente nacional de Vendas da Sythex, Marcelo Franco. Correios: 0800 725-7282 Sythex: (11) 5506-0861
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MERCADO
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Daf Caminhões, montadora de origem holandesa subsidiária da Paccar, iniciou, em novembro, a produção dos motores Paccar MX em sua unidade fabril localizada em Ponta Grossa (PR), depois de um investimento de R$ 60 milhões em infraestrutura e equipamentos. Os propulsores, de 360, 410, 460 e 510 cavalos, equiparão os caminhões XF105 e CF85 da montadora, fabricados no mesmo prédio onde está situada a linha de montagem dos motores. Toda a equipe dedicada à operação recebeu treinamento na unidade da Daf
em Eindhoven, na Holanda. Foram cerca de dez semanas de capacitação, além de simulações na unidade brasileira. “A estratégia de trazer para o Brasil a linha de motores vai agilizar o processo produtivo, reduzir custos e aumentar o índice de nacionalização, estimulando o desenvolvimento de fornecedores locais. Estamos cumprindo nosso planejamento dentro dos prazos estipulados e nos tornando cada vez mais fortes para crescer no mercado nacional”, analisa Michael Kuester, presidente da Daf Caminhões Brasil. Inaugurada em 2013, a fábrica de
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Daf inicia produção nacional de motores
Ponta Grossa foi a primeira da marca fora da Europa. Situada em um terreno de 2,3 milhões de m², ela opera de acordo com o Paccar Production System (PPS), sistema que garante a qualidade dos produtos. “A Daf está na contramão do mercado, em constante crescimento, ampliando a oferta de produto e, consequentemente, aumentando o seu market share”, completa Kuester. Daf: (41) 3122-8400
Grupo Sequoia passa a atuar como Sequoia Soluções Logísticas Companhia unifica a atuação das empresas Completa, Delivera, Sete Estradas e Celote sob uma única marca
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Grupo Sequoia, formado pelas empresas Completa, Delivera, Sete Estradas e Celote, passa a atuar no mercado como Sequoia Soluções Logísticas, unificando assim a atuação de suas marcas sob um mesmo nome. A companhia é especializada no atendimento aos segmentos de e-commerce, varejo, moda, mercado de luxo, utilidades domésticas, educação e brinquedos. “A empresa foi crescendo e se estabelecendo de acordo com a evolução dos negócios e a expansão acentuada de nossa carteira de clientes. Precisávamos de uma marca que organizasse toda nossa atuação e os segmentos atendidos”, explica Armando Marchesan Neto, CEO da Sequoia. “Estamos muito satisfeitos com o resultado e miramos um futuro muito promissor”, completa o executivo. Desenvolvedora de soluções com-
pletas de logística integrada para os mercados que atende, com serviços como armazenagem, manuseio, picking, packing, expedição e transporte, inclusive porta a porta, a Sequoia conta com um total de 2 mil funcionários. Atualmente, a companhia realiza a entrega de cerca de 7 mil peças por dia. A Sequoia está investindo também na renovação de sua frota, com a aquisição de 50 veículos novos, das marcas Volkswagen, Volvo e Scania. De acordo com a empresa, muitos dos ativos já estão circulando, adesivados com a nova identidade visual. Os valores envolvidos nas aquisições não foram revelados. Para atender com excelência o mercado da moda, por exemplo, os caminhões da Sequoia receberam equipamentos diferenciados para realizar entregas encabidadas, feitas diretamente nos pontos de venda de redes
de varejo em todo o país. “Queremos reforçar nossa participação, expandir nossa atuação e trazer ainda mais eficiência ao mercado da moda brasileiro”, diz Ricardo Conte, vice-presidente da Sequoia. Ao todo, a companhia conta com uma frota composta por 530 equipamentos rastreados. Para integrar os processos com itens encabidados e proporcionar ainda mais agilidade às operações, o sistema dentro dos CDs também foi totalmente modernizado, com melhorias na identificação das mercadorias e nos processos de separação e carregamento nos caminhões. A Sequoia possui cinco centros de distribuição, localizados nas cidades de Barueri (SP), Embu (SP), Rio de Janeiro (RJ), Navegantes (SC) e Extrema (MG), somando 140 mil m². Sequoia: (11) 4391-8800
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Brasil lidera o ranking mundial de reciclagem de alumínio
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lata de alumínio para bebidas, a reciclagem do material para a obtenção de uma nova embalagem reduz em 70% as emissões de CO2 e em 71% o consumo de energia, quando se compara à produção de latas com apenas alumínio primário, que é obtido a partir de extração da bauxita. “Mais que uma fonte de energia permanente, a reciclagem contribui para outra questão muito importante, que são as emissões atmosféricas, uma questão para a qual o Brasil terá de apresentar objetivos de redução nos próximos anos”, alerta o presidente executivo da Abal, Milton Rego.
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Associação Brasileira do Alumínio (Abal) e a Associação Brasileira dos Fabricantes de Latas de Alta Reciclabilidade (Abralatas) divulgaram em novembro o índice de reciclagem de alumínio no Brasil referente a 2014. O país reciclou 289,5 mil toneladas de latas para bebidas, das 294,2 mil toneladas disponíveis no mercado no ano, número que representa um crescimento de 12,5% em relação aos resultados de 2013. Com isso, o índice de reciclagem atingiu 98,4%, mantendo o Brasil na liderança mundial, posição que já ocupa desde 2001. Segundo dados das duas entidades, em unidades, foram recicladas, no ano passado, 22,9 bilhões de latas, o que corresponde a 62,7 milhões por dia, ou 2,6 milhões por hora. “A manutenção do índice próximo aos 100% de reciclagem é uma demonstração de que o modelo, referência para a construção da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PRNS), está consolidado e serve de exemplo para uma economia de baixo carbono, com geração simultânea de emprego e renda, conforme os objetivos que se pretende atingir na COP-21, em Paris”, analisa Renault Castro, presidente executivo da Abralatas. Segundo um estudo conduzido pelo Centro de Tecnologia de Embalagem (Cetea), que analisa o ciclo de vida da
Ciclo da lata A Revista Tecnologística esteve na cidade de Pindamonhangaba (SP), onde pôde presenciar todo o ciclo de vida da lata de alumínio. Para iniciar as visitas, foi escolhida a Cooperativa Moreira César Recicla, que reúne 23 colaboradores responsáveis por recolher o lixo reciclável durante o dia e separá-lo manualmente durante a tarde. No local, são recebidas em torno de 4 toneladas de resíduos diariamente. A cooperativa vende o material separado, como garrafas Pet, isopor, polietileno de alta densidade e alguns tipos de metais. O alumínio é vendido para a Latasa, empresa de reciclagem que faz parte do Grupo ReciclaBR e possui 22 centros de coleta localizados em 13 estados. As latas são então transportadas para o centro de coleta da Latasa em Pindamonhangaba. Lá, o material passa por uma prensa que separa a lata de resíduos indesejados e comprime o metal em fardos de 11 kg e, posteriormente, os paletiza em unidades de cerca de 1,3 tonelada. O
alumínio é levado então para a fábrica da Latasa, que o funde para que seja vendido em forma líquida ou em blocos sólidos. Atualmente, 200 mil toneladas de alumínio são recicladas pelo Grupo ReciclaBR, que vende a matéria-prima reciclada para indústrias automobilísticas, de embalagens, bens de consumo, construção civil e siderúrgicas. “A reciclagem já se tornou uma atitude extremamente importante para as indústrias e para a sociedade como um todo. ”, diz Mario Fernandez, CEO do Grupo ReciclaBR. No caso do ciclo da lata de alumínio, a Latasa vende o metal para a Novelis, que recebe em torno de 40 carretas por dia, cada uma com um cadinho, que tem capacidade para 9 toneladas. A unidade da Novelis de Pindamonhangaba concentra-se na produção de lâminas de alumínio para abastecer os segmentos de embalagem, automotivo e de construção civil. A Novelis recebe o alumínio líquido e fabrica blocos do metal, que serão transformados, futuramente, em novas latas. O comprador dessas bobinas é a Rexam, empresa global com sede em Londres, na Inglaterra, e última ponta do ciclo industrial da lata. Sua fábrica em Jacareí (SP) produz latas de alumínio para bebidas e atende grandes marcas brasileiras, como a Ambev. Na unidade fabril, as bobinas de alumínio são cortadas e moldadas nas especificações do cliente (latas de 350 ml, 473 ml, etc.), rotuladas de acordo com o produto e higienizadas. O espaço de armazenagem da fábrica possui 17 mil m² e capacidade para 200 milhões de latas. Abal: (11) 5904-6450 Abralatas: (61) 3327–2142 Latasa: (11) 2222-1085 Novelis: (11) 4461-0704 Rexam: (11) 3812-2288
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Armazéns Gerais Agrícola inaugurou, em novembro, um novo armazém para locação em seu Condomínio Industrial Tecnológico (CIT), localizado na cidade de Varginha (MG) e onde está situado também o Porto Seco Sul de Minas, administrado pela empresa. O espaço conta com área total de 28.295 m² e pode ser dividido em até seis módulos, dependendo das necessidades do cliente. A estrutura possui ainda piso nivelado a laser com capacidade para até 6 toneladas por m², pé-direito livre de 12 metros e 48 docas, além de sistema de combate a incêndios com sprinklers. Situado ao lado do Aeroporto de Varginha, o CIT proporciona acesso facilitado aos aeroportos de Guarulhos (SP), Viraco-
pos, em Campinas (SP), e Confins (MG) e aos portos de Santos (SP) e do Rio de Janeiro, além de uma infraestrutura sofisticada, com área descoberta para estacionamento e pátio de contêineres, balanças de pesagem, gerador de energia próprio com a possibilidade de plugar contêineres refrigerados e espaços para escritórios administrativos e operacionais. “Vale ressaltar que dentro de dez meses iremos entregar outro galpão com características idênticas às do que ficou pronto esse mês”, diz Breno Nogueira Paiva, gestor da Armazéns Gerais Agrícola. O complexo já abriga outros dois galpões em funcionamento, ocupados pelo porto seco e pela empresa varejista Polishop, que utiliza um espa-
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Condomínio no sul de Minas ganha novo armazém
ço de aproximadamente 10 mil m². Já o porto conta com 15 mil m² de área coberta, incluindo espaço climatizado, câmara fria e armazéns químico e farmacêutico, além de 30 mil m² de área descoberta. Paiva destaca ainda que o porto seco é o único recinto alfandegado do sul do estado de Minas Gerais. Armazéns Gerais Agrícola: (35) 3212-5627
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Netshoes registra aumento em entregas feitas por bicicletas no RJ
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Netshoes registrou crescimento no uso da Entrega Super Esportiva, modalidade que realiza o delivery de artigos esportivos e de lazer de até 2 kg no mesmo dia da compra utilizando bicicletas no Rio de Janeiro. Foi registrado um incremento de 149% no mês de setembro, na comparação com maio deste ano, primeiro mês de operação do serviço na capital fluminense. Segundo a empresa, do ponto de vista ecológico, o grande diferencial da entrega feita por bicicletas é a redução
da emissão de CO2. Cada ciclista percorre em média 74 km por dia, sendo que a cada km rodado com uma bicicleta poupa-se o consumo de 50 a 100 ml de gasolina, o que evita a emissão de 113 g de gás carbônico. Para garantir a segurança e a integridade dos itens entregues, os ciclistas-entregadores utilizam cestas, bagageiros, caixas e mochilas de variados tamanhos e formatos, todos impermeáveis. “O aumento da procura pelo serviço de Entrega Super Esportiva também foi auxiliado pela ampliação das regiões atendidas no Rio de Janeiro”, explica Marcio Chammas, diretor executivo de Logística do Grupo Netshoes. Atualmente, a Netshoes envia os produtos por bicicletas em bairros cariocas como Ipanema, Leblon, Gávea, Andaraí, Jardim Botânico e Lagoa. Implantada em 2013 em diversos bairros de São Paulo, a modalidade
de frete Entrega Super Esportiva registrou aumento de 92% em comparação com os três primeiros meses de aplicação. Em São Paulo, a entrega de bikes está disponível nos Jardins, Bela Vista, Vila Madalena, Pinheiros, Moema, entre outros bairros. A Netshoes opera com diversos parceiros logísticos e tem um controle rigoroso quanto aos prazos de entrega e ao service-level agreement (SLA, ou acordo de nível de serviço), com o objetivo de bem atender seus clientes. O e-commerce oferece gratuitamente a chamada Entrega Normal e também outras modalidades pagas de frete, como a Entrega Super Expressa e a Entrega Expressa. A entrega utilizando bicicletas está disponível entre segunda-feira e sábado, exceto feriados, para compras realizadas com cartão de crédito. Netshoes: 0800 888-8464
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Localfrio implanta equipamento que elimina energia reativa
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Localfrio implantou, em seu terminal alfandegado localizado no Guarujá (SP), filtros capacitativos automáticos que melhoram os sistemas elétricos e eliminam a chamada energia reativa – energia elétrica que circula de forma contínua em um sistema, mas sem produzir trabalho. De acordo com a própria empresa, a medida representa uma importante ação na preservação do meio ambiente, pois a energia reativa é uma das responsáveis por causar perturbações na rede da fornecedora de energia. Sem tais perturbações,
não é necessário aumentar a capacidade de geração e de transmissão para que exista compensação. Outro aspecto positivo do projeto é a eliminação de custos. Apenas em 2015 foram pagos mais de R$ 185 mil referentes à energia reativa no terminal, mas depois da implantação dos filtros automáticos capacitativos a empresa teve esse custo reduzido a zero. Com o projeto concluído no Terminal I do Guarujá, a empresa realizou um estudo preliminar que prevê a viabilidade da implantação também nos terminais de Itajaí (SC) e Suape
(PE). O projeto deve estar concluído em meados de 2016 e, com isso, a Localfrio calcula uma economia de R$ 607 mil por ano, considerando o preço atual da energia. “Nos dias atuais, em que a sustentabilidade e a preservação ambiental são importantes diferenciais de mercado, a Localfrio entende que estas questões a colocam numa posição de destaque perante ele”, analisa o superintendente de Engenharia e Manutenção da empresa, Luiz Augusto Meneguello. Localfrio: (11) 3049-6570
Fatec Jahu completa 25 anos Faculdade oferece cursos voltados para tecnologias fluviais e logística
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Faculdade de Tecnologia de Jahu (Fatec Jahu), situada na cidade de Jaú (SP), completa, em 2015, 25 anos de existência. A instituição iniciou suas atividades em 1990 com dois cursos: Tecnologia em Construção Naval e Sistemas Navais. Hoje, com sete cursos ao todo – dentre eles o de Logística –, a Fatec Jahu possui cerca de 1.800 alunos, tendo formado mais de 3.500 ao longo de sua história. A criação da Fatec Jahu está relacionada com a Hidrovia Tietê-Paraná, implantada na região em 1966, e utilizou-se do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza (Ceeteps) e da parceria com o poder público municipal para sua realização. A hidrovia recebeu novo impulso em 1981, com a inauguração da então Hidrovia do Álcool, de Barra Bonita até Ibitinga. A faculdade nasceu dentro de um contexto no qual se buscava a formação de mão de obra especializada para atuar nesta área. “Na época, a Compa-
nhia Energética de São Paulo (Cesp) estava concluindo a Hidrovia Tietê-Paraná. Ela tinha como previsão permitir o acesso de Piracicaba até Foz do Iguaçu, e também de Piracicaba, pelo canal de Pereira Barreto, até São Simão, em Goiás. Criou-se então um sistema hidroviário de 2.300 km, e nós não tínhamos profissionais habilitados na gestão desse sistema, já que é preciso saber combinar com os outros modais”, explica o professor José Wagner Leite Ferreira, um dos articuladores da criação da Fatec Jahu e seu primeiro diretor. O curso de tecnólogo em navegação
oferecido pela instituição foi o primeiro do Brasil e da América Latina e o quarto do mundo. “Antes da criação, visitei as principais hidrovias do mundo, em países como Alemanha, França e Estados Unidos. Em todas havia o papel do profissional especializado”, conta Ferreira. “E a Fatec Jahu conseguiu completar 25 anos de forma fantástica, se modernizando, com tanques de provas, sistemas de informática para projetos e hoje tem alunos trabalhando em todos os setores da navegação, inclusive em portos”, afirma. Hoje, os cursos oferecidos são de Tecnologia em Construção Naval, Sistemas Navais, Gestão da Tecnologia da Informação, Logística, Gestão da Produção Industrial, Meio Ambiente e Recursos Hídricos e Sistemas para Internet. A unidade de Jaú foi a quinta Fatec inaugurada. Atualmente, o Centro Paula Souza administra um total de 64 faculdades. Fatec Jahu: (14) 3622-8280
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CROSS-DOCKING • A Ativa Logística contratou, em outubro, Adriano Campos para ocupar o cargo de diretor Comercial. Formado em Direito pela Universidade São Judas Tadeu (SP), o executivo possui ampla experiência em logística, tendo atuado como diretor Comercial da Ramos Transportes por mais de 14 anos, como diretor-presidente da LTD Transportes – adquirida em 2012 pela Tegma – por dois anos e como sócio-diretor da Venkon Express por três anos. (11) 2902-5000 • A Mercedes-Benz do Brasil contratou novos executivos para ocupar cargos de diretoria das áreas de Marketing e Vendas de Caminhões e de Pós-Venda. Em 1º de dezembro, Ari Gomes de Carvalho, que liderava as atividades de Pós-Venda da empresa, assumiu a posição de diretor de Marketing e Vendas de Caminhões Brasil. Ele sucede a Gilson Mansur, que se aposenta. Para o cargo de diretor de Pós-Venda foi contratado Silvio Renan da Silva Souza. Ele tem sólida experiência profissional e um vasto conhecimento do mercado automobilístico, no qual atua há mais de 18 anos. Formado em Engenharia Mecânica e com MBA em Serviços, já gerenciou divisões de Vendas e Pós-Vendas no Brasil e na América Latina, liderando equipes e implementando estratégias e projetos de grande porte. 0800 970-9090 • O Conselho de Administração da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) elegeu, no dia 9 de novembro, José Alex Botelho de Oliva para o cargo de diretor-presidente, em substituição a Angelino Caputo e Oliveira. Graduado em Engenharia Civil e de Transportes pela Universidade de Brasília (UNB) e com mestrado em Engenharia Oceânica pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Oliva possui pós-graduação em Macroeconomia pela UNB e pela Universidade de Oxford, na Inglaterra, e
em Segurança e Desenvolvimento Nacional pela Escola Superior de Guerra (ESG-RJ). O executivo já ocupou os cargos de secretário de Fomento do Ministério dos Transportes e de superintendente de Navegação Interior da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). A Codesp trocou também os diretores das áreas de Engenharia, Paulino Vicente, e Administrativa e Financeira, Alencar Costa. Eles foram substituídos, respectivamente, pelo engenheiro Antônio de Pádua Andrade e pelo administrador Celino Fonseca. (13) 3202-6565 • A Zatix, empresa que atua com sistemas de rastreamento e telemática para o controle de veículos e gestão de frotas, anunciou a contratação de três novos executivos para ocupar cargos de diretoria. Gilberto Vasconcelos, que assume a área Comercial, é engenheiro formado pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e pós-graduado pela London Business School, na Inglaterra. Anteriormente, ocupou cargos de direção em empresas como BCP, Claro, Equifax e Experian. Michael Roubicek chega à Zatix para ocupar uma nova diretoria criada pela empresa, a de Relacionamento com Clientes. Engenheiro de produção graduado pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), o executivo possui MBA pela Universidade Católica de Louvain, na Bélgica. Roubicek já passou por empresas como Banco Safra, BCP, UOL e Saraiva, onde teve a oportunidade de se especializar na gestão de relacionamento com clientes. Por fim, Fábio Kato substitui Thiago Aguiar na diretoria Financeira. O profissional é engenheiro formado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e possui MBA pela Columbia Business School, nos Estados Unidos. Antes de entrar na Zatix, Kato foi diretor Financeiro do Grupo Rodobens. Aguiar permanece na empresa, mas atuando agora como diretor de Planejamento. (11) 4689-8019
• Com experiência profissional de mais de 35 anos em indústrias nacionais e multinacionais de bens de consumo, telecomunicações e serviços gráficos, como Kodak, Samsung e Log & Print, Oswaldo Mello assume a diretoria Comercial da Rayflex, empresa especializada na fabricação de portas automáticas flexíveis. Formado em Engenharia Química pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj), com MBA em Finanças pelo Instituto de Ensino e Pesquisa (Insper-SP), o executivo possui ainda cursos complementares em gestão, planejamento e negociação, entre outros, realizados no Brasil e no exterior. (11) 4645-3360 • No dia 1º de dezembro a OpenTech passou a contar com um novo profissional no comando de sua diretoria de Operações. Reginaldo Ferreira, que desde o início de 2015 já atuava na empresa como gerente-geral de Operações, assumiu a nova posição com o objetivo de aprimorar e reforçar a atuação da empresa nas atividades de campo e inteligência para o combate aos roubos de carga. Graduado em Engenheira de Produção pela Faculdade de Tecnologia (Fatec-SP) e em Administração pelo Centro Universitário Nove de Julho (Uninove-SP), ele possui ainda MBA em Gestão Estratégica de Serviços pela Fundação Getulio Vargas (FGV-SP). Ferreira conta com 20 anos de experiência em gerenciamento de risco, tendo atuado em empresas como Ansett Tecnologia, Duty Sistemas, Grupo GV e Apisul. (47) 2101-6122 • Sidney Catania é o novo chief financial officer (CFO) da Comfrio-Stock Tech. O executivo possui vasta experiência em Finanças, tendo atuado em empresas como PWC, Iochpe-Maxion, Votocel, Votorantim e Tellerina. Catania é formado em Economia e em Ciências Contábeis pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (SP) e possui ainda MBA em Controladoria pela Universidade de São Paulo (USP). (17) 3344-7777
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Conectando o caminhoneiro à carga
Revista Tecnologística – Como surgiu a ideia de criar o TruckPad? Carlos Mira – Eu era presidente executivo de uma grande transportadora, bastante tradicional, fundada pela minha família. Em 2011 eu, que sempre fui um entusiasta da tecnologia, fui convidado a visitar o Vale do Silício, na Califórnia, Estados Unidos, com um grupo de empresários. Lá existem muitas startups que precisam de investidores-anjo. Quem sabe você não investe em algo assim e de repente se vê só-
cio do próximo Google? Eu fui com essa ideia na cabeça: de investir um dinheiro em uma startup no Vale do Silício, onde estão as principais empresas de tecnologia do mundo. Nós visitamos uma série de companhias, como a Apple, o Paypal, o Facebook e o próprio Google. Durante uma palestra, na Universidade de Stanford, o orador começou a falar sobre smartphones. E ele dizia que os smartphones iam provocar uma segunda mudança na forma como as pessoas fazem compras. A
Fotos: Luiz Machado - Agência Imagem
Um aplicativo criado e desenvolvido com o objetivo de auxiliar o caminhoneiro autônomo a buscar fretes, reduzindo a ociosidade dos veículos que transitam pelas estradas brasileiras e acabando com os atravessadores, que aumentam o custo da carga para os embarcadores e diminuem o lucro do motorista. A partir dessa ideia, o empresário Carlos Mira constituiu uma companhia milionária, a TruckPad, que vem apresentando índices de crescimento meteóricos, lançando novas soluções para o dia a dia do caminhoneiro em todo o território nacional e que em breve estará presente também em outros países
primeira já havia acontecido, com o surgimento do e-commerce, e agora essa compra on-line ia passar a ser feita cada vez mais pelo smartphone. Eu me lembro de ouvi-lo dizendo que, em setores e países onde o uso do smartphone ainda não estava consolidado de verdade, havia grandes oportunidades, porque quando isso acontecesse as pessoas seriam empoderadas de uma maneira tão grande com mais informação e facilidade de compra, que aconteceria uma verdadeira disruptura em uma
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série de setores. E setores importantes para a economia. Ele falava tudo isso sobre países com características geográficas continentais e sobre segmentos em que os principais atores ainda não tinham acesso ao smartphone, mas logo passariam a ter. De repente eu percebi: ele estava falando comigo. Estava falando do Brasil, da logística e dos caminhoneiros. Tecnologística – Ali mesmo já surgiu o conceito inicial do aplicativo? Mira – Eu tive o insight. O conceito já estava todo ali na minha cabeça. Eu anotei uma série de coisas e, naquela mesma noite, já comecei a fazer algumas pesquisas. No dia seguinte, nós fomos visitar uma aceleradora de startups, chamada 500 Startups, de um empresário chamado Dave McClure. Eu conversei com ele sobre a minha ideia e perguntei se ele achava interessante esse conceito de caminhoneiros buscando cargas pelo smartphone. E ele me respondeu que não só gostava da ideia como investiria nela se eu modelasse tudo direitinho, porque ela estava em linha com as teses de investimento das aceleradoras de startups: atingir setores com muitos atores, pouca organização e pouca tecnologia aplicada. É a chamada teoria da cauda longa, chegando aos últimos usuários de tecnologia. Essa conversa foi a primeira validação da ideia. Então eu voltei para o hotel e comecei a passar tudo para o papel e a fazer pesquisas mais aprofundadas, como número de smartphones no mundo, por exemplo. Quando retornei ao Brasil, contratei uma consultoria para me ajudar a legitimar a ideia, para pesquisar se era um negócio que funcionaria de verdade por aqui. E o resultado foi tão positivo quanto a reação da aceleradora de startups. Aí eu percebi que, com todo mundo que eu falava,
as impressões eram as mesmas: que a ideia era boa, que o conceito era interessante e que representava um business gigante. O projeto foi amadurecendo e, quanto mais eu estudava sobre o assunto, mais eu percebia que não deveria ter a menor dúvida de que ia dar certo.
ele tem, que é o caminhão. E nós conseguimos isso, fazendo com que ele encontre a carga sem a necessidade de atravessadores. A dinâmica que envolve pegar um frete em uma agência de carga faz com que a margem de lucro do caminhoneiro seja muito baixa.
Tecnologística – O que exatamente lhe dava toda essa certeza? Mira – Existem pesquisas que dizem que 40% dos caminhões no Brasil rodam vazios. Entre os autônomos, segundo a Confederação Nacional do Transporte (CNT), esse número chega a 80%. Isso porque eles saem do ponto A para entregar uma mercadoria no ponto B, mas na volta não têm carga para levar. Quando esses pontos são próximos, o problema não é tão grande, mas e quando ele vai de uma cidade para outra? De um estado para outro? Ele precisa sair caçando carga para a viagem valer a pena. E a função do TruckPad é justamente ajudar o caminhoneiro a encontrar essa carga. Nosso objetivo é proporcionar mais produtividade ao caminhoneiro autônomo – e um terço dos caminhoneiros que rodam no Brasil são autônomos –, fazendo com que ele economize tempo e combustível na procura do próximo frete e fature mais com o principal bem que
Tecnologística – Mas o uso de smartphones ainda não estava bastante difundido entre os caminhoneiros nessa época, certo? Mira – Sim. E existia um conflito bastante intenso dentro da minha cabeça, porque ao mesmo tempo em que eu sabia que o projeto era bom, muitas pessoas duvidavam que ele daria certo justamente por isso. Eu me lembro de que, na primeira vez que eu fui até a Agência de Cargas Fernão Dias, em São Paulo, com o conceito do TruckPad na cabeça, não vi um caminhoneiro sequer com um smartphone na mão. Dois dias depois eu levei até lá o Edson Rigonatti, mentor na Endeavor, que é uma entidade de empreendedorismo, expus essa situação e ele me disse: “Ninguém aqui usa smartphone ainda? Que maravilha! Então você vai ser pioneiro nesse negócio”. E faz todo o sentido. Com o TruckPad, o caminhoneiro tem uma motivação a mais para ter um smartphone. Assim, podemos dizer até que somos responsáveis por, em muitos casos, incluir digitalmente esse profissional. E o principal usuário da telefonia móvel é justamente a pessoa que está em movimento. E quem está mais em movimento que o caminhoneiro? Mas dentro da transportadora onde eu trabalhava ninguém acreditava na ideia, e fiquei numa enorme solidão. Foi aí que percebi que provavelmente eu não conseguiria empreender com aquela cabeça do Vale do Silício dentro da transportadora. Então tive que tomar uma decisão mui-
Com o TruckPad, estamos construindo soluções para o dia a dia dos caminhoneiros
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to corajosa, que foi vender a minha parte e sair da empresa. Tecnologística – A ideia surgiu em 2011, mas quando exatamente você deixou a transportadora e partiu para o TruckPad de fato? Mira – Saí da empresa em dezembro de 2012, mesmo ano em que eu fui ao Instituto Nacional de Propriedade Intelectual (Inpi) e registrei a ideia de um aplicativo que conecta o caminhoneiro à carga. Assim, qualquer aplicativo que possa surgir usando o método que eu idealizei será ilegal. Além disso, fiz copyrights nos Estados Unidos também. A primeira versão do TruckPad foi lançada em 2013, e eu lembro que comemorei como uma criança quando os primeiros cem downloads foram feitos. Era como se eu tivesse uma transportadora com cem caminhões. Podia vender frete para qualquer indústria e contar com os serviços de transporte de pelo menos cem motoristas.
E foi aí que eu conheci toda a metodologia por trás de uma startup e compreendi que não podia mais me comportar como eu me comportava até então. E aos 45 anos de idade eu assumi que não podia ter vergonha de me comportar como um adolescente desse mundo da tecnologia. Eu tive que decidir se alugava um escritório e contratava uma secretária ou se faria reuniões no Starbucks. E optei pelo Starbucks. Tecnologística – Então foi uma mudança enorme na sua própria rotina de trabalho. Mira – A TruckPad é uma empresa com um espírito totalmente inovador. Eu não contrato mais pessoas para trabalhar comigo da mesma maneira que contratava na transportadora. É outra dinâmica. São pessoas mais jovens, que quando vêm aqui têm que se sentir bem, poder trabalhar de bermuda, por exemplo. Eles são, digamos, especialistas em lin-
Tecnologística – Hoje o TruckPad tem quantos usuários? Mira – Em dezembro de 2014 nós chegamos a 10 mil aplicativos instalados. Hoje, passamos dos 320 mil. A plataforma conta com R$ 1,2 bilhão em fretes por mês. São quase 400 mil ofertas de carga feitas aos caminhoneiros todos os meses. Tecnologística – Não é fácil sair de um ambiente de uma transportadora para investir em uma empresa de tecnologia. Como você encarou isso? Mira – Quando a ideia saiu do papel, a Endeavor abriu totalmente as suas portas para me ajudar a empreender. Eu não era uma pessoa que acreditava muito nisso, mas fiquei impressionado. Eles realmente sentam com você e passam o dia ajudando no que for preciso.
guagens de programação avançadas sem, muitas vezes, nem terem entrado em uma faculdade. Aprendem em casa, ou com um grupo de amigos. E eles trabalham motivados. Não é preciso nem impor horários. Se eles têm que entregar um trabalho, eles se dedicam. Tem dias em que eu preciso quase pôr as pessoas para fora da empresa e mandar para casa, porque a dedicação delas é muito grande. O comprometimento não é por hora de trabalho ou por presença física, mas com o projeto em si, que eles encaram como sendo deles. São profissionais que já nasceram com esse espírito dentro deles. Tecnologística – Mas e para você, como foi encarar essa mudança? Mira – Eles nasceram com isso, mas eu não. Eu sou da old school. Precisei introjetar esses conceitos, jogar todos os meus ternos e gravatas fora e passar a usar só calças jeans. A verdade é que, quando saí da transportadora, passei por um coaching de carreira e aí aprendi que, se eu não absorvesse esse espírito inovador, o projeto não iria para a frente. Se não fosse por isso, eu ficaria louco, porque é outra rotina, completamente diferente. Eu lido agora com uma geração que trabalha em um código em uma tela e acessa o Facebook na outra, ao mesmo tempo que conversa com o colega, come uma banana e ouve música no fone de ouvido. Então eu é que aprendo muito com eles. E estou adorando isso. Tecnologística – Todas essas mudanças se refletem nos negócios? Mira – Sem dúvida. Se tudo der certo e continuarmos no ritmo em que estamos, a TruckPad vai ser uma das empresas de tecnologia voltada para logística mais valiosas do Brasil com menos de um ano de fundação. É um caso que nunca aconteceu antes na lo-
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gística brasileira. E eu jamais chegaria a isso com a cabeça que tinha antes. Tecnologística – Voltando à criação do aplicativo... Mira – Em 2013, três semanas antes de colocar a primeira versão no ar, nós ganhamos um concurso em um evento chamado Google Startup Weekend. Eles chamam vários empreendedores e em um fim de semana você tem que mostrar sua empresa. Você chega sexta-feira, às 18 horas, e o evento só termina domingo à noite. Eram meninos de 17, 18 anos subindo no palco para falar, e eu no meio deles. A partir daí, eu passei a investir no meu elevator pitch, que basicamente consiste em ser capaz de expor a sua ideia em poucos minutos, em uma
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Para as empresas, trata-se de uma plataforma de redução de custos com o transporte de carga conversa de elevador. E aí comecei a participar de outros concursos de startups, e nós fomos premiados também na Feira do Empreendedor do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Peque-
nas Empresas (Sebrae), em 2014. Logo depois, ganhamos um prêmio também da Editora Abril, que nos deu o direito de ir até o Vale do Silício e ficar hospedados dentro de uma aceleradora de startups. Esse era o meu sonho desde que conheci esse mundo, em 2011. Para se ter uma ideia da importância disso, dentro dessa aceleradora, chamada Plug and Play Tech Center, foi onde surgiram o Google e o Paypal. Quando eu cheguei lá e apresentei a ideia, eles me falaram que tinham interesse em comprar o negócio. E ali surgiu o primeiro investimento do TruckPad, com a aceleradora comprando 6% da empresa. Até então as pessoas ofereciam investimentos, mas o dinheiro para tocar a empresa eu mesmo tinha.
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ENTREVISTA
Na verdade, o meu interesse maior era que a empresa fosse fundada na Califórnia. Então esse investidor foi mais interessante para mim. Poder falar que a Plug and Play Tech Center é parceira do TruckPad não tem preço. A TruckPad Company, portanto, é uma empresa californiana. Tecnologística – Provavelmente a aceleradora não tinha co-
nhecimento suficiente do mercado de carga brasileiro para acreditar tanto na ideia, certo? Esse investimento foi feito baseado no seu conhecimento? Mira – Na verdade foi um investimento feito baseado na ideia em si, não importando onde ela seria aplicada. Ela é brasileira porque aconteceu de ter nascido aqui, mas a intenção é levar o TruckPad para o mundo.
TruckBooking
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m novembro, a TruckPad lançou o TruckBooking, um serviço destinado a atender às demandas por pequenos fretes em todo o Brasil, auxiliando o transporte de empresas de pequeno e médio portes e também mudanças de pessoas físicas. O conceito é o mesmo do TruckPad, onde o solicitante anuncia sua carga e o caminhoneiro, por meio do aplicativo, visualiza os fretes disponíveis. A base de caminhoneiros utilizados pela solução também é a mesma do TruckPad. O interessado em contratar um profissional para realizar o transporte de sua carga só precisa acessar o site do TruckBooking e preencher informações como origem e destino, tipo de carga e tamanho do caminhão necessário para a operação. Quando um prestador de serviço se interessa pelo frete, por meio de um chat os envolvidos realizam o negócio. O TruckBooking surgiu a partir de uma pesquisa realizada com a base de dados do TruckPad, que identificou a oportunidade de otimizar o tempo ocioso dos caminhoneiros autônomos ainda mais, com ofertas de cargas complementares. Do outro lado da cadeia logística está a necessidade de facilitar as operações de transporte com soluções inteligentes
para pequenas e médias empresas e para usuários finais. “Ao observarmos o mercado, notamos uma carência de soluções fáceis e com custo acessível para os pequenos e médios lojistas. Em tempos economicamente mais complicados, sabemos que as pequenas e médias empresas podem fazer a diferença no país, então por que não atendê-las da melhor forma possível, ajudando nos deslocamentos e entregas? Desse pensamento nasceu o TruckBooking”, explica Carlos Mira. A empresa tem a expectativa de que até o fim do ano mais de 3 mil carretos tenham sido intermediados pela plataforma. “Com isso, corroboramos uma vez mais nossa missão de contribuir com um sistema de transporte eficiente e firmamos com a comunidade caminhoneira nosso compromisso de desenvolvimento do setor”, destaca Mira. O executivo explica que o TruckBooking nasceu como Carretos e Mudanças Online, mas foi repaginado e batizado com o novo nome. “Nossa intenção é que isso não pare no Brasil. O Carretos e Mudanças serviu como um teste, mas agora ele se chama TruckBooking e, no futuro, vamos levar essa solução também para outros países”, finaliza.
Tecnologística – Em termos práticos, como estar dentro de uma aceleradora ajudou no desenvolvimento da empresa? Mira – Nós passamos seis meses lá e eu posso dizer que foi nesse período que nós instrumentalizamos o aplicativo, tendo contato com os mais brilhantes profissionais de tecnologia. Eu estava no centro tecnológico do mundo, então eu dizia coisas como: “Poxa vida, a resposta para esse botão está muito lenta”, e na hora ouvia: “Só um minuto, que eu vou mandar uma mensagem para o cientista matemático responsável pelos principais algoritmos da Universidade de Stanford, e ele vem até aqui para ajudar”. Dali a pouco ele chegava, dava uma olhada no código e resolvia o problema. Onde mais eu teria acesso a esse tipo de coisa? A atenção que eles nos deram lá foi incrível, porque eles têm uma visão diferenciada. Surgem inúmeras novas ideias e muitas nem vingam, mas vai que o TruckPad dá certo. Esse é o espírito deles. É puro empreendedorismo. Paypal e Amazon, por exemplo, abraçam o negócio, até porque, uma vez que eu construí a arquitetura do meu aplicativo com eles, nunca mais saio. Então eles todos seguem um conceito de colaboração muito maior do que o que nós conhecemos no Brasil. Lá as pessoas sentam e abrem suas estratégias, seus problemas e seus desafios, coisa que eu não faria aqui. E eles te ajudam a resolver as suas dificuldades, muitas vezes simplesmente porque quem está ajudando também está aprendendo com aquilo e vai levar esse conhecimento. Lá eu tive muita mentoria, muita tutoria, e esse ecossistema é que faz deles o maior centro nervoso tecnológico do mundo. Ali, no Vale do Silício, o TruckPad deu um salto qualitativo absurdo, mais valioso do que qualquer possível investimento.
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Em dezembro de 2014 aconteceu um evento chamado Winter Exhibition, com as startups locais e, depois de algumas seletivas, o TruckPad conquistou o direito de participar entre as 30 melhores do ano. Ali eu fui convidado a apresentar a empresa, em três minutos, para uma bancada de 40 investidores. Subi no palco, mostrei uma foto da Agência de Cargas Fernão Dias, com aquele monte de oferta de carga colada no vidro escrita a mão, e falei: “Eu não estou inventando nada. Só quero aproveitar uma oportunidade de um mundo em desenvolvimento, em que os caminhoneiros estão trocando seus aparelhos antigos por smartphones, e nós sabemos o mundo de possibilidades que se abre com isso. Se você quiser investir no mundo real, em um negócio real, venha falar comigo”. Tecnologística – A ideia então era mostrar aos investidores algo realmente palpável? Mira – Exatamente. Eu fiz isso porque estavam ali várias ideias mirabolantes, mas que problemas práticos elas resolvem? Problemas que ainda não existem e que talvez nem venham a existir. Meu negócio tinha os pés no chão. Eu podia mostrar o tamanho desse mercado de logística, falar sobre os problemas que o transporte de carga enfrenta, explicar que o caminhoneiro, que é quem faz o trabalho em si, é mal remunerado, entre outras coisas. E assim a TruckPad foi eleita a startup mais inovadora do mundo pela Plug and Play Tech Center na Winter Exhibition 2014. Tecnologística – Mas com tanto sucesso lá fora e a empresa aberta nos EUA, por que investir no mercado brasileiro? Mira – Quando eu lancei o TruckPad, em 2013, vim até a MapLink, da Movile, para tentar tratar
de um dos maiores problemas dos caminhoneiros: o custo do pedágio. Às vezes, o profissional não aceita determinado frete porque ele não sabe quanto vai gastar de pedágio naquela rota. A soma dos gastos com pedágio e combustível precisa valer a pena para ele, e a MapLink é uma das poucas empresas do Brasil que têm os preços dos pedágios on-line em tempo real, e poderia me ajudar a incorporar isso ao TruckPad. Eu estava disposto a pagar por isso, mas, como eu era uma startup, eles me deixaram usar essa informação e ficaram de olho no aplicativo. Então fui lá para a Califórnia, mas o pessoal aqui já estava namorando a empresa, querendo investir. E, quando o negócio começou a crescer, eles fizeram uma proposta para comprar 35% da TruckPad. Eu estava lá nos Estados Unidos, recebendo propostas internacionais – foram oito no total – que me deixaram sem dormir por uma semana. Depois de algumas conversas com mentores, eu percebi que a questão principal nisso tudo era: “A ideia é boa mesmo? Então por que ela não resol-
veu o problema lá no Brasil, onde surgiu?”. E faz todo o sentido. Primeiro a gente aplica o conceito aqui, cresce, adquire expertise e, aí sim, exportamos a ideia para o mundo. Tecnologística – E como as transportadoras, de um modo geral, veem o TruckPad? Mira – Esse é um ponto interessante, porque 90% dos empresários ligados ao Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de São Paulo e Região (Setcesp), por exemplo, não têm caminhão. Essas empresas podem não ver meu negócio com bons olhos, porque basicamente eu estou oferecendo para a indústria que é cliente dele uma ligação direta com o caminhoneiro. E as empresas usam esse tipo de serviço porque ele representa uma enorme vantagem para elas também. A Ambev, por exemplo, é usuária do TruckPad. Ela gasta quase R$ 2 bilhões com frete por ano, mas com o aplicativo ela tem uma oportunidade enorme de redução de custos, a partir do momento em que ela consegue contratar o caminhoneiro dire-
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to. Essa economia, em alguns casos, pode chegar até a 30%. Agora, as grandes transportadoras, que possuem suas frotas próprias, seus motoristas contratados, não sofrem com isso. E mais: quando elas precisarem contratar caminhoneiros autônomos, podem usar o TruckPad. Elas vão localizar o profissional de uma forma mais fácil, falar direto com ele e reduzir os custos. Eu posso ser considerado, hoje, pela capacidade operacional de carga, a maior transportadora do mundo, porque ninguém tem 320 mil caminhões para oferecer aos seus clientes. Tecnologística – O aplicativo é gratuito e apresenta um visual bem limpo, sem nenhum tipo de propaganda. Como ele gera receita? Mira – Nós temos acordos de revenue share com meios de pagamento. São vários parceiros, e quando eu indico um deles e a empresa dona do frete o utiliza, recebo esse revenue share. É a forma de monetização padrão desse mercado, utilizada pelo Uber, por exemplo. Além disso, nós somos remunerados também por meio do nosso business intelligence (BI), chamado RoadDrivers, que nada mais é do que inteligência aplicada às informações geradas pelo TruckPad. Só no primeiro ano, teremos R$ 3 milhões no caixa só no negócio de venda de BI. Montadoras, por exemplo, usam a nossa ferramenta para saber quem é o caminhoneiro autônomo que quer comprar um novo veículo. E essa informação é muito valiosa, porque não é achismo, é certeza. A gente pergunta isso para o caminhoneiro. Enquanto ele está parado, nós somos um passatempo para ele, porque conversamos diretamente com esses profissionais. O caminheiro responde questões como: “Você pretende comprar ca-
A ideia nasceu no Brasil, mas vamos levá-la para outros países com características semelhantes minhão nos próximos 12 meses? Qual sua marca preferida? Quais os principais pontos considerados na hora da compra? Quanto você está disposto a pagar? Qual a forma de pagamento? Você gostaria que alguma montadora entrasse em contato com você?”. Assim, eu crio um banco de informações muito valioso. Tecnologística – Quais são os próximos passos para o TruckPad? Mira – Estamos constantemente criando soluções para o dia a dia do caminhoneiro. Ele quer saber onde está a carga. Já estamos resolvendo esse problema. Quer saber quanto vai pagar de pedágio. Nós mostramos. Quer saber quanto ele tem de saldo nos cartões de recebimento de frete. Nós vamos ajudar com isso. E aí ele vai querer saber como está a manutenção do caminhão, como estão os pneus, vai querer ter mais controle sobre o combustível, emitir nota fiscal eletrônica... Nós vamos ajudar em todos esses aspectos. Queremos ser um mini-ERP (enterprise resource planning) para o caminhoneiro. Queremos que o TruckPad seja o companheiro eletrônico do empreendedor das estradas. Porque é isso que o caminhoneiro é: um empreendedor. Ele tem um bem que vale muito, que é o caminhão, e
coloca esse bem na estrada carregando, muitas vezes, milhões de reais em mercadorias. Quer mais empreendedorismo que isso? Tecnologística – E a intenção é levar o TruckPad para o mundo? Mira – Sim. Nós lançamos primeiro no Brasil e vamos exportar para outros países. Eu posso falar com toda a certeza que não existe solução melhor que o TruckPad em todo o mundo. Mas nós precisamos analisar os mercados. Nos Estados Unidos, por exemplo, o frete é mais barato que no Brasil, porque eles têm baixa ociosidade dos caminhões. Eles já usam esse conceito de aproveitamento das viagens muito mais do que aqui. O que nós percebemos, então, é que em países em desenvolvimento as coisas são muito parecidas com o que ocorre no Brasil. Filipinas, México, Índia e Turquia, por exemplo, são nações onde podemos trabalhar de forma muito parecida com o que estamos fazendo por aqui. Eles têm atravessadores, as distâncias entre os mercados produtor e consumidor são grandes e existe ainda uma parcela da população com dificuldade de acesso à informação. Na Europa, por exemplo, onde as distâncias são mais curtas, ou no Japão, onde praticamente nenhum caminhão trafega vazio, nós não temos interesse. A intenção é que já no primeiro semestre do ano que vem o TruckPad esteja no próximo país. Estamos na fase de entrevistar profissionais para contratar executivos que possam atuar como meus pares nos outros países. Até aqui eu conduzi, mas para internacionalizar eu preciso de outros Carlos Mira.
TruckPad: (11) 3047-8418
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CONDOMÍNIOS LOGÍSTICOS
Divulgação / GLP
Construindo com confiança A crise que assola o mercado de imóveis não chegou até o segmento de condomínios logísticos, que conseguiu, até agora, se manter estável mesmo em meio à atual conjuntura econômica brasileira. E ainda que as previsões não inspirem esperanças de uma mudança de cenário no futuro próximo, os players do setor mostram otimismo para 2016 e continuam investindo no lançamento de novos empreendimentos
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e acordo com dados da consultoria imobiliária Colliers International Brasil, somente no segundo trimestre de 2015 a absorção líquida nacional de condomínios logísticos classe A atingiu 362 mil m², resultado 22% maior que no mesmo período de 2014. No acumulado do ano passado, a absorção observada foi de pouco mais de 1 milhão de m², número que quase se igualou ao registra-
do em 2013, quando foram absorvidos 1,1 milhão de m² em condomínios logísticos em todo o Brasil, o que significa que o segmento se manteve praticamente estável. Os bons índices de absorção registrados até então em 2015 não significariam muito por si só, mas, se analisados em conjunto com o crescimento do inventário nacional, são bastante positivos. No terceiro trimestre deste
ano, por exemplo, foram incorporados novos 187 mil m², enquanto a absorção líquida foi superior a isso, chegando a 191 mil m², número que mostra que o mercado ainda tem espaço para crescer. No total, o Brasil conta com mais de 10,5 milhões de m² em condomínios logísticos, com uma taxa de disponibilidade de apenas 18%. “O mercado tem seguido estável durante 2015, mantendo o mesmo pa-
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tamar de absorção líquida do ano anterior”, comenta a vice-presidente da Colliers, Paula Casarini, referindo-se ao acumulado do ano e esclarecendo que o segmento procurou se adequar ao cenário econômico complicado que o Brasil atravessa. “As previsões de entrega de novas metragens eram significativas, mas, diante do quadro atual, o setor respondeu prontamente, revisou e equalizou essa quantidade, retardando os efeitos de uma possível superoferta”. Se os dados registrados até então se mantiverem, portanto, a estabilidade do ano anterior deve se converter em um relativo crescimento em 2015. Mas, no fim das contas, ainda que o mercado cresça timidamente, os números do segmento poderão ser considerados positivos, devido a toda a
instabilidade que ronda o país. No ano passado, as previsões para 2015 não eram as mais otimistas, e acreditava-se que a tendência era de que o mercado apenas manteria o ritmo. Isso, é claro, sem imaginar que o cenário nacional pioraria tanto quanto piorou, gerando toda a insegurança observada na economia de um modo geral, o que poderia ter levado todas as previsões por água abaixo. Mas o que se vê é que o mercado de condomínios não se deixou abalar, e as empresas que atuam no segmento conseguiram manter o cenário agitado. A Capital Realty, por exemplo, presente em toda a Região Sul do Brasil, está investindo no desenvolvimento de seu quarto empreendimento, localizado em Canoas (RS), na Região
Metropolitana de Porto Alegre, que se soma aos condomínios Mega Centro Logístico Curitiba, Mega Centro Logístico Itajaí (SC) e Mega Intermodal Esteio (RS). No total, a empresa conta com um portfólio de aproximadamente 500 mil m². Quando estiver pronto, o empreendimento localizado em Canoas contará com 165 mil m² de área construída e será o maior condomínio padrão A da Região Sul do país, com um investimento total aproximado de R$ 200 milhões. O presidente da empresa, Rodrigo Demeterco, afirma que é natural que a atual conjuntura econômica que o Brasil atravessa preocupe os players do setor, mas tenta ver o cenário de forma positiva. “É em momentos como este que o empresário acaba investindo para a melhoria dos projetos. Afinal, os desafios acabam nos inspirando. Nessas situações você é obrigado a inovar, a ler melhor o mercado para que haja ainda mais eficiência. São ciclos, e nesses ciclos você se torna melhor”. De acordo com o executivo, a expectativa de crescimento no faturamento da Capital Realty para 2015 é de 5% na comparação com o ano passado. Para 2014, esse índice foi de 10% em relação a 2013. Demeterco explica que um cenário de incertezas econômicas pode até mesmo ser benéfico para o segmento, já que faz com que mais companhias passem a investir menos ainda em imóveis próprios e optem por atuar dentro dos condomínios logísticos. “Esse é o grande ponto da terceirização imobiliária, e foi isso que movimentou o mercado desde o início. Para as empresas, os condomínios apresentam uma série de vantagens. Não apenas a localização e a infraestrutura são fatores importantes, mas também o custo mais baixo de operação, por se tratar de um empreendimento multiusuário, em que as despesas são rateadas”, analisa. Mauro Dias, presidente da Global Logistics Properties (GLP), concorda.
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Segundo ele, cada vez mentos mais curto, de mais as empresas opaproximadamente dez tam pela locação de meses de obra, contra seus imóveis, liberan24 meses em imóveis redo capital que pode ser sidenciais e comerciais. mais bem alocado em “E ele pode ser dividido seu core business, apriem fases, o que facilita a morando a eficiência de dosagem do estoque no suas operações. “Em um mercado. Ainda exiscenário de economia tem muitas oportunidadesacelerada, as empredes para esse segmento, sas começam a pensar pois várias empresas esem reduzir custos e ter tão aproveitando o moPaula: segmento se adequou à mais produtividade. Os mento para migrar para realidade do mercado brasileiro condomínios logísticos galpões de qualidade, proporcionam redução buscando menor preço nos gastos com o compartilhamen- e mais eficiência. Vamos manter nosso to das despesas e da infraestrutura”, planejamento, e estamos com dois galconsidera. “Temos notado uma forte pões sendo finalizados, o Bresco Itupetendência das empresas em deslocar-se va e o Flex Viracopos. de galpões próprios, em geral construO condomínio de Itupeva (SP) ocuções antigas, para alugar galpões em pa um terreno de 75 mil m² e possui 39 centros logísticos modernos, maiores, mil m² de área total construída moducom melhor aproveitamento de espa- lar. Já o Flex Viracopos está localizado ço, infraestrutura completa e boa loca- dentro do Parque Corporativo Bresco lização”. Viracopos, um empreendimento em “A realidade do mercado de loca- desenvolvimento em Campinas (SP), ções de galpões logísticos é bastante próximo ao Aeroporto Internacional diferente do que vive o mercado de de Viracopos, situado em uma área locação residencial e comercial. En- de aproximadamente 1 milhão de m², quanto muitas cidades têm excesso com 418 mil m² de construções, que de prédios e casas voltadas para esses vão desde centos de distribuição (CDs) fins, há escassez em galpões e parques até um hotel, passando por centros de logísticos com estruturas de alto pa- treinamento e prédios de escritórios. drão”, explica Dias. “Os condomínios Para o mercado logístico, além de já classe A representam cerca de 20% do abrigar um CD da John Deere, o parestoque total, o que é muito pouco que receberá, no início de 2016, o Flex comparado ao tamanho do mercado Viracopos, um armazém de 33.700 m² de consumo brasileiro. Há uma de- com módulos a partir de 700 m² e tomanda ainda não atendida em todo das as características de um condomío país, que movimenta o segmento. nio classe A. Em 2015, locamos 256 mil m² entre Concentração e acesso expansões e novos contratos, o que é um excelente resultado, principalMesmo existindo essa demanda mente se considerarmos a situação não atendida em todo o país, o ineconômica do país”, completa. Para o diretor Comercial da Bresco, ventário de condomínios logísticos de Maurício Geoffroy, o mercado de con- alto padrão brasileiro apresenta uma domínios logísticos é resiliente e tem distribuição muito desigual. Segundo como vantagem um ciclo de investi- os dados da Colliers, a Região Sudeste
do Brasil é a que mais abriga empreendimentos desse tipo, com quase 8,3 milhões de m², número que representa cerca de 80% de todo o inventário nacional. A Região Centro-Oeste, por sua vez, é a que possui menos condomínios, com aproximadamente 80 mil m². No ranking por estados, São Paulo lidera com folga, com 6,4 milhões de m², seguido pelo Rio de Janeiro, com 1,1 milhão de m². “O Centro-Oeste do Brasil é uma região muito pouco adensada, o que dificulta centralizar as operações”, opina Geoffroy. “Além disso, os principais produtos transportados na região são do agronegócio, portanto ela tem maior necessidade de silos e áreas refrigeradas, que são construções mais específicas e menos líquidas para um investidor. E os problemas de infraestrutura que assolam o país também contribuem para uma maior aglomeração de empreendimentos nas regiões mais bem atendidas”. “A concentração de construções tende a continuar na Região Sudeste, por ser o principal eixo de negócios do país, mas outras regiões têm se destacado”, diz Paula. “O estado de Pernambuco, por exemplo, recebeu nesse ano novos 150 mil m² e apresentou uma absorção líquida de 142 mil m², mantendo a taxa de disponibilidade em 10%, considerada saudável. Em Manaus, a taxa de disponibilidade atual é de 8%, um número baixo, mas está prevista a entrega de mais de 133 mil m² ainda em 2015”. Segundo os dados da Colliers, a Região Nordeste do Brasil conta com um inventário composto por mais de 1,1 milhão de m², enquanto o Norte do Brasil possui somente pouco mais de 223 mil m². A Região Sul, por fim, conta com quase 790 mil m². “O Sudeste brasileiro ainda é a região com mais potencial para o setor”, concorda Dias. “O eixo Rio-São Paulo concentra atrativos importantes para
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de 2016. Como o próprio nome já denuncia, o GLP Jundiaí III será o terceiro empreendimento da companhia na cidade, e o maior deles. O GLP Jundiaí I possui área construída de 53.400 m² e o GLP Jundiaí II tem 45.200 m². Segundo Dias, a localização estratégica da cidade, com fácil acesso às principais rodovias do Brasil, como a Rodovia dos Bandeirantes, a Anhanguera e o Rodoanel, tem atraído cada vez mais empresas que busMega Intermodal Esteio conta com um cam agilidade no escoamento e na terminal ferroviário distribuição de seus produtos. o desenvolvimento de empreendiÉ justamente o acesso que conmentos logísticos por abrigar grandes siste no principal fator observado pecentros de produção e de consumo”. las empresas que atuam no segmento A GLP está presente em 36 cidades de de condomínios logísticos na hora de dez estados brasileiros, mas 88% de escolher o local de implantação de seus empreendimentos estão localiza- seus projetos. “Para boas condições dos em São Paulo e no Rio de Janeiro. das operações logísticas, o ideal é que Com uma taxa de ocupação de 95%, a os condomínios estejam localizados empresa conta com 2,5 milhões de m² em até 150 km de distância dos cende área construída e 1 milhão de m² de tros consumidores”, explica Paula. De projetos em desenvolvimento. acordo com a Colliers, a característica É importante observar que, no caso mais eminente que faz com que Jundo estado de São Paulo, por exemplo, diaí – situada a pouco mais de 50 km os condomínios não estão concen- de São Paulo – se destaque nesse mertrados somente na capital, seu maior cado é o fato de a cidade estar servida polo de consumo. A por uma malha rodovipesquisa da Colliers inária privilegiada. É fácil dica que um dos granconcluir, portanto, que des destaques paulistas a situação do transporte é a cidade de Jundiaí, de cargas nacional, em por exemplo, com um grande parte dependeninventário que supera te do modal rodoviário, em 15% todo o estado que sofre com a situado Rio de Janeiro. ção precária das estraA própria GLP é uma das país afora, é que faz das empresas que tem com que a distribuição investido na cidade. do inventário nacional No mês de outubro, a seja desequilibrada. Demeterco: crise econômica companhia anunciou “Questões como lofaz com que as empresas a aquisição de um tercalização e acesso são invistam ainda mais na reno de 186 mil m² fundamentais quando locação de imóveis para a instalação de um se fala em condomínios condomínio classe A com 93 mil m² logísticos de alto padrão, e as outras rede área construída. O início das obras giões do Brasil ainda não têm estrutura está previsto para o primeiro trimestre para garantir os diferenciais exigidos
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pelas empresas”, destaca Dias. “Temos como meta garantir que os empreendimentos estejam localizados na malha adequada para a distribuição dos produtos e para o atendimento aos principais mercados consumidores em nível nacional. Estar no eixo Rio-São Paulo é um diferencial importante”. Rodrigo Demeterco explica que a possibilidade de haver uma migração dos condomínios logísticos para áreas ainda carentes desse tipo de empreendimento depende muito da formação de polos de consumo nos arredores e da infraestrutura de transporte. “Pelo tamanho da cidade de São Paulo, é natural a concentração de condomínios próximos à capital. Isso tem a ver com o mercado que há no entorno do empreendimento. Ninguém vai para o interior somente pela interiorização, mas para estar bem localizado. Esse movimento tem que fazer sentido, tem que ser em uma cidade que possua uma localização eficiente e que seja um hub de distribuição para outras. Se você tem um ponto receptor de cargas, se há uma boa infraestrutura ferroviária, aí sim é possível investir em outras regiões”, observa o executivo. “O problema são os custos. Longas distâncias implicam maiores gastos com combustível, manutenção e pe-
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especificações, e é o morador que vai se adaptar a elas, e não o contrário. O mesmo acontece com a escolha entre um CD próprio e um condomínio logístico. A empresa que arquiteta seu próprio empreendimento tem a oportunidade de adequá-lo da maneira que melhor Sob demanda e lhe convier, moldando Dias: condomínios proporcionam o projeto segundo suas sob medida redução de custos para as demandas. No caso dos operações de seus inquilinos Qualquer pessoa que condomínios, ela precitem a oportunidade de sa escolher aquele que comprar seu próprio terreno e projetar e melhor atenda às suas necessidades, construir sua casa obviamente concebe- já que são edifícios prontos para recerá o imóvel de acordo com seus gostos e ber operações dos mais variados tipos necessidades. Por outro lado, quando se – muitas vezes não só logísticas, mas opta pela compra de um apartamento industriais também – e, por isso, cos– ou mesmo por uma casa em um con- tumam contar com aspectos mais gedomínio –, a modelagem das principais neralizados. Obviamente, as empresas características do empreendimento sem que atuam nesse mercado planejam dúvida foge ao seu controle. Geralmente cuidadosamente seus empreendimenrealizamos uma pesquisa bastante minu- tos, para que eles apresentem caracciosa em busca do imóvel considerado terísticas que atendam com a maior perfeito, alimentando a falsa impressão plenitude possível às necessidades de de que o escolhido foi feito especialmen- vários tipos de operações, mas a anate para você, mas a verdade é que ele faz logia com os imóveis residenciais não parte de um projeto maior que engloba perde força por isso. muitas outras unidades com as mesmas Essa analogia, aliás, pode ir mais longe, e os pontos positivos encontrados em um condomínio em relação a uma casa devem ser analisados também. Além do custo reduzido no valor do próprio imóvel, entre os benefícios, para aqueles que procuram comodidade, estão desde a segurança sob responsabilidade de terceiros até a já citada redução com as despesas, que são rateadas entre os usuários. E são justamente os serviços agregados que fazem com que cada vez mais empresas de logística busquem os condomínios em detrimento dos investimentos em armazéns próprios. Contar com uma estrutura mais robusta, com itens Empreendimentos apresentam características que permitem a ocupação de empresas como portaria 24 horas, modernos sisde diferentes segmentos dágios, além do maior tempo de transporte”, completa Geoffroy. “A única justificativa para ir para regiões mais remotas são incentivos fiscais para os ocupantes, o que tem viabilizado empreendimentos em cidades como Manaus, por exemplo”.
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Divulgação / Bresco Flex Viracopos está situado dentro do Parque Corporativo Bresco Viracopos
de forma especulativa e 100 mil m² já m². Por suas características modulares, fizeram parte dessa nova tendência, se- um cliente que queira ocupar um espaguindo o padrão built to suit. ço menor pode optar por abrigar suas Em janeiro de 2016, o Pátria In- operações em apenas uma parte do galvestimentos, empresa de gestão de pão maior, mas, se for necessário, pode investimentos alternativos e real es- também escolher ocupar por completo tate, entrega o primeiro armazém de o menor dos armazéns. “Existe um croseu Complexo Logístico Multimodal nograma para as obras e para a entrega Itatiaia (RJ), com uma área de 58.932 dos edifícios, mas ele pode ser alterado. m². O projeto, que soma um aporte de Se houver uma demanda específica por R$ 300 milhões, engloba outros qua- determinado galpão, por exemplo, nós tro galpões, que juntos somam quase poderemos atendê-la”, afirma Jensen. 175 mil m², mas que serão construídos Além disso, outros tipos de mudande acordo com os conças não são descartados tratos firmados com os pela empresa. “A inclientes que ocuparão o tenção de lançar a pricondomínio. “Não quemeira fase, que inclui o remos uma característiprimeiro galpão e o edica especulativa. A ideia fício de apoio, é mosé que o empreendimentrar o empreendimento to seja feito sob demane suas especificações da”, indica Marcelo Jenpara o mercado, mas, sen, diretor técnico do se surgir um inquilino Pátria. Ele explica que, com alguma demanda dessa maneira, a emespecífica, nós vamos presa consegue atender estudar como atendêGeoffroy: mercado tem melhor às necessida-la”, esclarece Jensen. como vantagem um ciclo de des de seus clientes. “A Nesse caso, a operação investimentos mais curto construtora está connão pode ser considetratada e os recursos já rada built to suit de existem, mas os demais galpões serão fato, mas segue um conceito bastante construídos conforme a demanda. É próximo, denominado tenant improum empreendimento built to suit”. vements (melhorias para o inquilino). Apesar de o conceito abranger, funMauro Dias, da GLP, explica que damentalmente, muitos outros aspec- a empresa oferece também o serviço tos, no caso dos condomínios logísticos built to suit, mas em geral os clientes o built to suit ainda está, quase que que procuram esse tipo de empreendiinvariavelmente, muito mais limitado mento são aqueles que têm operações às necessidades de tamanho da empre- com características muito específicas, sa que vai ocupar o armazém do que a que dificilmente seriam atendidas por adequações na construção do edifício um projeto de um condomínio logístiem si. No caso do condomínio de Ita- co padrão. “Nosso foco é desenvolver tiaia, por exemplo, o menor dos galpões empreendimentos a partir de avaliaa ser construído contará com 5.601 m², ções criteriosas do mercado e da reenquanto o maior, excetuando-se o gião. São condomínios projetados para que já está em fase final, terá 45.485 atender às necessidades gerais de clienDivulgação
temas de iluminação, de segurança e de combate a incêndio, por exemplo, faz com que as empresas possam direcionar todo o seu foco e a sua força de trabalho somente em sua atividade-fim – no caso, a logística –, e sem arcar com o ônus envolvido na manutenção de todos esses serviços e facilidades. Sabendo que são justamente essas as vantagens que chamam a atenção do locatário, as empresas que atuam no segmento de condomínios logísticos elevaram o padrão de seus empreendimentos ao longo dos anos, e hoje é difícil encontrar um lançamento que não siga preceitos básicos para apresentar-se como um projeto classe A. Claro que, no fim do dia, é tudo uma questão de opção, mas e se fosse possível unir o melhor desses dois mundos? Contar com todas as vantagens de abrigar suas operações dentro de um condomínio, mas ter um armazém moldado de acordo com as suas necessidades parece ser o cenário ideal nessa equação. Nesse sentido, seria preciso haver uma convergência entre os moldes de concepção de condomínios logísticos de alto padrão com o modelo de construção chamado built to suit (construído sob medida), que significa, assim como a própria expressão denota, a construção do empreendimento de acordo com as demandas do cliente, com o objetivo de atender plenamente às necessidades impostas por suas operações. Ainda que o conceito seja de difícil aplicação – ao menos em sua plenitude – no caso dos condomínios, torna-se cada vez mais comum o lançamento de projetos sem a característica especulativa, contando com todo o aparelhamento para edificar o condomínio, mas fazendo-o de acordo com a demanda do cliente, que assina o contrato para ocupar o armazém sem que ele esteja de pé ainda. Segundo as pesquisas da Colliers, dos novos 515 mil m² entregues no Brasil no segundo trimestre de 2015, 415 mil m² foram construídos
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sen. “Quando adquirimos o terreno e nos demos conta da linha férrea da MRS que passava por aqui, percebemos que fazia todo o sentido investir em um empreendimento intermodal. A MRS deu a licença para a gente, nós investimos na construção e quem vai operar é a Multiterminais. O projeto era tão bacana que alguns operadores disputaram essa oportunidade”, lembra o executivo. Como acontece em muitos outros casos, o Pátria foi responsável também pela melhoria da malha rodoviária da região onde está situado seu complexo. “Construímos não só o condomínio e o pátio intermodal, mas o acesso rodoviário também”, diz Jensen, referindo-se à via que faz a ligação entre o empreendimento e a Rodovia Presidente Dutra. “Fizemos nós mesmos o trevo, a alça e o acesso. São quase 3 km de vias, que não beneficiam somente nosso condomínio, mas também o bairro que está próximo a ele”, conclui. O número de empreendimentos multimodais disponíveis ainda é baixo, é verdade, mas o mercado já mostra certa maturidade ao entender e procurar atender a mais essa necessidade do operador logístico, especialmente em um país em que o sistema de transporte é castigado pela falta de infraestrutura, e esperar por investimentos públicos nesse sentido, historicamente, nunca foi a melhor opção, fazendo com que essa participação da iniciativa privada seja cada vez mais necessária. Divulgação / Pátria
tes de diversos setores. Normalmente, realizamos pequenas adaptações de acordo com a operação do inquilino, o que não chega a ser um built to suit, e sim tenant improvements”. O mercado sinaliza, assim, uma tendência de buscar ainda mais atrativos, tentando se adaptar às demandas dos clientes. Talvez, porém, por motiEm Itatiaia, o Pátria investiu em um terminal ferroviário e no vos econômicos isso ainda acesso rodoviário demore a se aprofundar e chegar a um nível em que possa ser os modais rodoviário e ferroviário para considerado um built to suit pleno, oferecer mais fluidez aos serviços de pois passa pela necessidade de que os transporte de seus clientes. Demeterco destaca que a Capital Recontratos de locação sejam trabalhados de maneira que adaptações estruturais alty, por exemplo, vai implantar em seu muito específicas, com a possibilidade empreendimento de Canoas um desvio de se tornar obstáculos para a locação ferroviário com pátio para contêineres, do espaço em um segundo momento, com o objetivo de permitir o transporte intermodal das mercadovalham a pena para as rias armazenadas no condetentoras dos condodomínio, que inclusive mínios, provavelmente receberá o nome de Mega com negociações envolIntermodal Canoas. O vendo acordos de locaprojeto segue o mesmo ção mais longos em alconceito do outro conguns casos particulares. domínio da empresa no Rodovia e ferrovia Rio Grande do Sul, o Mega Intermodal Esteio, Não é novidade para que possui um terminal ninguém que o transferroviário ligado à maporte de cargas brasileilha da América Latina Jensen: empreendimento ro é, muito mais do que Logística (ALL), operado construído de acordo com a deveria, dependente do pela Brado e que conta demanda do cliente modal rodoviário. Sacom saídas diárias para o bendo disso, as empresas que atuam Porto do Rio Grande (RS). no segmento de condomínios logístiO Pátria também investiu em um cos buscam implantar seus empreen- pátio intermodal no Complexo Logísdimentos à beira das melhores estradas tico Multimodal Itatiaia. Operado pela do país, para garantir o fluxo facilitado Multiterminais, o pátio possui 60 mil dos caminhões com as cargas de seus m², espaço para mais de 1.200 contêiinquilinos. Mas é cada vez mais comum neres e um ramal ferroviário exclusivo, ver investimentos em intermodalidade com 1,5 km, que interliga a região aos como um diferencial competitivo nes- portos fluminenses do Rio de Janeiro e se mercado, e tem crescido o número de Sepetiba. “Ter um pátio intermodal de condomínios que buscam integrar é um grande diferencial”, constata Jen-
Fernando Fischer Bresco: (11) 4058-4555 Capital Realty: (41) 2169-6850 Colliers: (11) 3323-0000 GLP: (11) 3500-3700 Pátria: (11) 3039-9000
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Conveniência ao gosto do freguês
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Nos últimos anos, o crescimento do comércio eletrônico, das redes sociais e do uso dos smartphones contribuiu para o surgimento de um novo tipo de consumidor, mais exigente, que tem pressa, é bem informado, navega constantemente pela internet e quer ser bem atendido de acordo com a sua conveniência. Como consequência, as empresas do setor de varejo, em particular, têm hoje o desafio de não apenas oferecer vários canais de venda e de contato com esse cliente, mas também contar com uma estratégia de negócios, tecnologias e estrutura interna que lhes permita ter total visibilidade e controle de suas operações a empresa conte com a quebra de barreiras uma infraestrutura de e a integração sinérsistemas, logística e gica entre os canais, processos integrados”, dando ao cliente a lidestaca o consultor, berdade de comprar e acrescentando que os de se relacionar com maiores desafios são a empresa da forma as pessoas, a govercomo preferir. Na nança e a gestão. prática, no entanto, é Na avaliação de Seralgo que ainda está em rentino, a maioria das evolução no mundo empresas brasileiras e bastante embrionáainda está no estágio rio no Brasil, havendo Serrentino: varejistas precisam de desenvolver o coapenas algumas tímide um e-commerce maduro mércio eletrônico e das iniciativas nesse para só então buscar a fazer com que esse canal sentido. “É muito fácil integração dos canais tenha escala relevante. falar em omnichannel e muito difícil de implantar e execu- “Muitos varejistas, inclusive os de tar, porque esse modelo requer que grande porte, ainda não iniciaram o e-commerce ou possuem operações de pequena escala, e é preciso que o canal virtual esteja maduro e com esA aplicação cala significativa para o negócio para prática do conceito que então possam partir para a implantação de iniciativas de integrade omnichannel ção dos canais”. Ele defende a ideia de que, antes de se criar modelos de ainda está em negócios que são mais complexos de evolução no mundo implantar, é preciso fazer bem o básico, ou seja, o bom e tradicional varee é muito embrionária jo, e em seguida partir para o e-commerce. “Isso tudo é uma jornada. Tem no Brasil que maturar e consolidar primeiro os canais físicos e virtuais para depois Varese Retail
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ojas físicas, e-commerce, mobile commerce, televendas, social commerce... estes são alguns dos canais de comercialização que estão à disposição do consumidor. Tornou-se comum, para quem tem interesse em adquirir um produto, fazer antes uma pesquisa pela internet para comparar preços e formas de pagamento e só depois decidir por qual canal irá concretizar a compra – se na loja física, na loja virtual, por meio do celular ou da televisão, entre outras opções – e, ainda, se prefere receber esse bem em casa ou retirar no ponto de venda mais próximo de sua residência ou trabalho, além das alternativas para devoluções e trocas. E para propiciar essas e muitas outras facilidades, os varejistas que apostaram na multicanalidade enfrentam agora o dilema de como avançar para a próxima etapa, a do omnichannel, que pressupõe a integração dos sistemas, com o emprego de novas tecnologias e a adequação da logística para atender de forma satisfatória os clientes tradicionais e atrair os potenciais. Alberto Serrentino, fundador da Varese Retail, boutique de estratégia de varejo, explica que, em termos conceituais, omnichannel é o modelo de negócio em que se buscam
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serem robustos e posteesse varejista possua riormente integrados. um processo logístiE hoje nenhuma emco integrado que supresa pode desprezar pra os diferentes cao comércio eletrônico nais, e é nesse sentido no Brasil porque, a desque o omnichannel peito da crise e da deganha relevância. saceleração da econo“A empresa omnimia, é o que continua channel é aquela que ganhando participação não vê fronteiras e em relação às vendas consegue atender medo varejo”. lhor o cliente porque O argumento é relhe dá várias opções. Terra: empresas ainda separam forçado por Eduardo Mas entre querer isso e muito os canais físico e virtual Terra, presidente da Sode fato executar existe ciedade Brasileira de Varejo e Consu- uma avenida gigantesca a ser percormo (SBVC), que acrescenta que nos rida. Além de precisar estar preparada últimos cinco anos o e-commerce do ponto de vista de infraestrutura, de tem crescido de forma substancial, e sistemas e logística, existem os aspecas estimativas da E-bit, empresa espe- tos de mudança de cultura e pessoas, cializada em estudos sobre comércio que são sempre os maiores desafios”, eletrônico, são de que o setor fecha- ressalta Serrentino. rá 2015 com um faturamento da orNa visão de Aurélien Jacomy, dem de R$ 43 bilhões, superando em sócio-diretor da Diagma Brasil, o e20% o registrado no ano anterior. As -commerce ampliou a necessidade categorias mais vendidas pelo canal de omnichannel na medida em que virtual em 2014, segundo o 31º Re- o centro de distribuição das emprelatório WebShoppers da E-bit, foram sas passou a atender também por moda e acessórios (17% do volume pedido. “Todas as empresas estão de pedidos), cosméticos e perfuma- atrasadas para a adoção desse novo ria (15%), eletroeletrônicos (12%), modelo porque precisam antes ajustelefonia e celulares (8%) e livros e tar o supply chain. Se uma emprerevistas (8%). O estudo também mos- sa tinha uma ou mais lojas físicas trou o crescimento do mobile com- que eram abastecidas por um CD, merce (compras feitas por aparelhos ao iniciar as operações de comércio móveis), que correspondeu a 9,7% de eletrônico esse mesmo CD passou a participação no comércio eletrônico. atender também ao canal virtual. E “No entanto, as empresas ainda a dificuldade é justamente adequar possuem políticas comerciais e de a cadeia de abastecimento para perlogística diferentes para os canais fí- mitir ao cliente escolher por qual sicos e virtuais, e não há integração canal comprar e como receberá o entre os sistemas”, explica Terra. E produto”, destaca. Outra questão essa falta de sinergia causa proble- é a área fiscal, porque cada estado mas, porque o consumidor não vê o possui tributações diferentes que canal, mas sim a marca e a proposta também precisam ser consideradas de valor. Ele quer ser bem atendido pelo varejista. e poder, por exemplo, comprar na Na verdade, o omnichannel traz loja virtual e trocar o produto em impactos em todas as áreas da emqualquer loja física da mesma em- presa, como as de logística, operapresa. Mas para isso é preciso que ções, marketing, tecnologia, fiscal,
entre outras, que precisam ver o consumidor da mesma forma, o que segundo Jacomy é de uma complexidade muito grande, porque existem inúmeras variáveis. Além disso, para impulsionar o comércio eletrônico no Brasil, muitas empresas precisaram oferecer ao consumidor vantagens adicionais, como o frete grátis, por exemplo, para convencê-lo a confiar no canal virtual uma vez que aqui não se praticou a venda por catálogos como em certos países da Europa e nos Estados Unidos. O consumidor não sabia o que era comprar, pagar, e só receber o produto depois. Outra questão é que, como não há integração entre os diversos canais, são praticadas políticas comerciais diferentes para cada um deles, e é difícil para o consumidor entender por que o mesmo produto vendido pela mesma empresa tem preços diferentes na loja física e na loja virtual. “É possível nivelar os preços para que não haja essa diferença ou explicar para o cliente por que isso ocorre. Na loja física pode estar mais barato por conta de uma promoção, por exemplo”, justifica Jacomy. Outra situação que tem se repetido é a do cliente que comprou pelo canal virtual, mas quer fazer a troca ou devolver o produto na loja física,
E-commerce deve fechar 2015 com um faturamento de R$ 43 bilhões _ crescimento de 20% na comparação com 2014
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em todas as lojas todos tantes para ajustar a os dias e com a mesrede de distribuição”, ma qualidade. Parece diz Jacomy. simples, mas é muito Para Serrentino, o desafiador”, afirma. E negócio precisa ser pena logística, segundo o sado em camadas. “No consultor, é um dos varejo, é muito difícil componentes fundafazer o básico funciomentais da eficiência nar redondo em todos os aspectos do negócio, da gestão do produto porque há sempre muie da eficiência sistêta gente envolvida. E mica do negócio. “A muitas vezes as empredefinição da estrutura Jacomy: a dificuldade está sas perdem energia em de oferta adequada, da em ajustar a cadeia de algumas iniciativas e precificação, do plaabastecimento para atender não cuidam das coisas nejamento e do ciclo todos os canais simples, que são funde como os produtos damentais. A primeira fidelização é entram e saem dos CDs e das lojas, cumprir a promessa feita ao consumi- especialmente quando há canais disdor, ou seja, entregar o que prometeu tintos, e de como a logística suporta Carolina Righetti
e invariavelmente encontra resistência por parte do vendedor, porque ele não vai ganhar nada com aquilo, uma vez que em geral sua remuneração é baseada em comissão sobre vendas e ainda pode ficar com um produto encalhado na loja e complicar a gestão do estoque. “São muitas as questões a serem consideradas e o desafio é determinar qual serviço a empresa quer oferecer ao cliente e a que custo. Outras perguntas que o varejo deve responder são: qual o tipo de demanda de cada produto, se o fornecedor é confiável, onde oferecer o serviço – em algumas praças ou no Brasil todo – e quem assume os custos das operações. São questões que, em geral, as empresas não dirigem a si próprias, e que são impor-
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A experiência dos pioneiros Para analisar as tendências de negócios e oportunidades relacionados às estratégias de omnichannel, foi realizada, entre abril e julho de 2014, uma pesquisa pela RSR Research, patrocinada pela Hybris SAP, que contou com a participação de 83 empresas varejistas com receita mínima de US$ 50 milhões e máxima de US$ 5 bilhões, presentes na América do Norte, América do Sul, Europa, África e Ásia Pacífico. O estudo mostrou que, para 93% dos entrevistados, a principal demanda para implementar o novo modelo é dispor de um sistema que permita total visibilidade do estoque, embora apenas 45% afirmaram ter essa capacidade. Boa parcela dessas empresas (44%) disse que ainda não consegue integrar o estoque e o
A multicanalidade exige investimentos em infraestrutura, logística e TI, além de mudanças de cultura
gerenciamento de pedidos em todos com a marca e aumentou em 28% o os canais, e 42% afirmaram que não tamanho da cesta de compras. Para possuem uma visão consolidada do impulsionar as vendas, 55% dos vacliente por todos os canais. rejistas pesquisados sincronizaram as Outra conclusão importante da informações entre os vários canais, e pesquisa foi a de que as empresas que esse esforço trouxe como resultado já aderiram ao conceito omnichan- uma maior satisfação do cliente, que nel reconhecem que a chave para se sentiu estimulado a comprar mais. alavancar os ativos é a conexão en- Ao fornecerem dispositivos móveis, tre os universos físico e digital, e a como tablets e celulares aos seus prioridade para 53% delas é permitir funcionários, 35% das entrevistadas aos consumidores comprar, receber afirmaram que todos os vendedores ou devolver um produto pelo canal têm as mesmas informações que são de sua escolha, e nesse sentido já disponibilizadas nos vários canais da buscam melhorar as operações em empresa como lojas físicas, loja ontodos os seus canais. E se no início -line, nas redes sociais e callcenters. o foco era juntar dados para obter Para os especialistas em varejo uma visão única do cliente, o estu- não há dúvidas de que o omnichando mostrou que agora nel permite oferecer o a prioridade é alinhar melhor atendimento e fortalecer a cadeia para o cliente e fortade suprimentos olhanlece seu vínculo com do para o fechamento a marca, mas a imde todo o ciclo, com plantação da estratéo objetivo de entregar gia esbarra em alguns a melhor experiência obstáculos e barreiras de compra ao cliente. culturais. “É preciso O desafio é ter flexibiestabelecer maior clalidade e disponibilireza nas políticas que dade de estoque para envolvem apropriação atender à demanda do de vendas e comissiocliente cross-channel, namento entre canais, Nigro: companhias que investirem na variedade de independente do local e superar as limitações canais são aquelas que vão físico. da infraestrutura, dos se consolidar Já a pesquisa reasistemas e da logístilizada em 2014 pela Retail Touch- ca”, indica Serrentino. Points, com o apoio da Oracle ReOutro empecilho, na visão de Tertail, unidade de negócios da Oracle ra, são os altos custos logísticos e de especializada em varejo, entrevistou tecnologia, na medida em que é fun124 empresas varejistas. Entre elas, damental introduzir novas ferramen71% disseram que já possuem uma tas de TI, fazer ajustes nos sistemas e estratégia omnichannel para promo- nos processos internos. “Apesar disso, ver o engajamento com a sua mar- no futuro próximo, as empresas se veca, e 24% afirmaram que ainda não rão obrigadas a migrar para esse modeintroduziram o conceito, mas estão lo porque o consumidor irá demandar trabalhando nesse sentido. O estudo isso”, sentencia Terra. Para Jacomy, o também mostrou que o novo modelo omnichannel deverá estar mais macontribuiu para aumentar a fideliza- duro daqui a cinco anos. “Ninguém ção dos clientes em 66%, promoveu até agora adotou esse modelo de foro crescimento de 40% das interações ma plena no Brasil, mas, quando uma Divulgação
tudo isso operacionalmente, é a grande chave de produtividade do varejo”, salienta Serrentino. Na avaliação de Terra, o outro lado da logística que também precisa ser considerado é o índice de ruptura, que é a demanda presente não convertida em venda. “É preciso prestar atenção ao estoque, que é um gerador de capital de giro e de caixa, mas deve-se olhar também a ruptura, que é um câncer para o varejo”, enfatiza.
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empresa o fizer, as demais verão os benefícios e irão investir nesse sentido. As startups já estão sendo criadas com esse conceito”, completa.
Tecnologias para o novo modelo Apostando na tendência de crescimento do omnichannel no Brasil, a Kajera, especializada na venda e na implementação de soluções para os segmentos de e-commerce, supply chain e cloud computing, desde setembro passado passou a representar a Manhattan Associates no país. “A empresa norte-americana, que é uma das líderes mundiais em soluções para omnichannel e supply chain commerce, já está presente no Brasil há muitos anos, atendendo diretamente empresas como Riachuelo, GM e Avon. Com o acordo, a Kajera irá não apenas comercializar as soluções da Manhattan como também implementá-las. Estamos treinando nossa equipe para esse escopo”, explica Marco Antonio Beczkowski, sócio-diretor da Kajera. A ideia é oferecer opções tecnológicas para frente de loja e para a retaguarda com foco específico em omnichannel. Segundo o executivo, as tecnologias tradicionais, como ERP, CRM e WMS, são importantes e contribuem para melhorar e automatizar as operações, mas não são suficientes para dar a visibilidade sobre os estoques nas lojas e nos CDs, sobre os pedidos dos clientes, e ainda permitir a integração dos canais na maneira requerida por esse novo modelo. Uma das ferramentas que nasceu sob o conceito de omnichannel é o Order Management System (OMS). “Essa solução é integrada a todos os sistemas da empresa e fica no coração do omnichannel. Com ela é possível, por exemplo, mudar um pedido em trânsito. Não
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Com a integração dos canais, os preços e as políticas comerciais precisam seguir um mesmo padrão
é preciso que o produto chegue ao destino para então ser devolvido, como é de praxe acontecer. Com o OMS, pode-se enviar o pedido de cancelamento para a transportadora e, com isso, ela aborta aquela entrega. Nenhum outro sistema faz isso”, indica Beczkowski. O OMS captura os dados dos estoques e os pedidos em todos os canais, e os abriga numa camada única. De acordo com as regras de negócios do varejista e com base nesses dados, a empresa decide qual CD ou loja atenderá determinado pedido e qual a prioridade. “As empresas que contam com uma grande quantidade de lojas físicas podem, por exemplo, oferecer ao cliente que comprou no e-commerce a retirada do produto na loja mais próxima à sua residência. É a revanche desses varejistas em relação às empresas que só possuem lojas virtuais e não contam com essa possibilidade”, destaca o diretor da Kajera. Outra solução para frente de loja da Manhattan é o Clienteling, que permite ao vendedor da loja física, por meio de um dispositivo móvel, identificar o consumidor e ter uma visão 360º, ou seja, de todo o seu histórico de relacionamento com a empresa, dos produtos que comprou e aqueles que deixou no carrinho, entre outras informações. “Com isso ele pode oferecer ao cliente o que mais de-
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seja e, se não tiver o prodos, mas licenciada duto naquela loja, conde forma diferente”, segue verificar em qual explica André Nioutra aquele item está gro, vice-presidente disponível e definir com para Soluções de Reo consumidor de que forlacionamento com ma ele será entregue. Isso Clientes e Comércio é omnichannel e vai proda SAP. piciar ao varejista nunca Para o B2C é ofeperder uma venda”, sarecido um pacote lienta Beczkowski. completo para frente O leque de soluções de loja e back-office, da Manhattan abrange que pode ser adquiGláucia: em muitos casos, o também ferramentas rido como licença e-commerce já é mais rentável para planejamento das ou como serviço em que as vendas em lojas físicas operações, otimização cloud, e a integração do inventário, fulfillment, visibili- demora de oito semanas a seis meses, dade, supply chain e distribuição, dependendo do projeto. “A plataforentre outras. “A empresa possui ma foi desenvolvida em Java, fora grande expertise no segmento de do mundo SAP, e com isso pode ser omnichannel e nós vamos trazer integrada a qualquer sistema legado para o Brasil as melhores práticas”, da empresa”, destaca Nigro. É uma destaca o executivo. Na sua avalia- ferramenta amigável, mas requer ção, o mercado brasileiro deverá treinamento do usuário e ajustes nos estar mais maduro para o omni- processos. Ela vem para agregar, mas channel dentro de dois anos, mas já requer mudanças na logística e em em 2016 muitas empresas deverão outras áreas da empresa. começar a investir de forma mais Na avaliação do executivo, hoje consistente nesse sentido. “Não há quem deseja estabelecer uma comuapenas um modelo de omnichannel, nicação eficiente com seus clientes mas sim jornadas diferentes dentro precisa de ferramentas de e-commerdele e, para cada uma delas, há uma ce. “Cerca de dez empresas já implancultura e maturidade diferentes. A taram a plataforma Hybris no Brasil, implantação dessa estratégia requer dentre as quais a DPaschoal (veja mudanças na estrutura, nas pessoas box), e mais dez estão em fase de ime nos processos das empresas, e deve ser feita em etapas”, ensina.
Plataforma para unir os dois mundos A SAP, tradicional fornecedora de sistemas de gestão, também aposta no segmento de omnichannel e, nesse sentido, há três anos adquiriu a Hybris, para oferecer ao mercado uma plataforma de e-commerce robusta e escalável e utilizada tanto para o B2C como para o B2B. “É a mesma solução para esses dois mun-
O omnichannel demanda também um projeto de integração dos estoques, o que leva um tempo considerável
plementação”, destaca. Nigro lembra que as maiores companhias do mundo estão focadas em gerar a melhor experiência de compra para o cliente, e estão investindo para atender esse consumidor por todos os canais. “Aquelas que se posicionam dessa forma tendem a aumentar seu rol de clientes e são as que irão se consolidar como as maiores no mundo”, reforça. A solução integra o OMS nativo, já na versão 1.7, que permite maior controle sobre os pedidos em todos os canais e pode ser empregada por empresas de todos os segmentos, mas as do varejo são as que estão tendo maior interesse no momento. “Daqui a cinco anos quem não vender também pela web estará fora do mercado”, supõe Nigro, que acrescenta que a plataforma Hybris é flexível e acessível inclusive para as empresas de menor porte. “O importante é saber qual é o ponto de partida e definir aonde se quer chegar, para trabalhar por fases. O custo depende do que se irá desenvolver em cima da ferramenta”. A Oracle Retail também oferece um amplo leque de soluções – 62 no total – voltadas especificamente para o setor de varejo. “A internet impulsionou os negócios e causou rupturas, levando os varejistas a questionar e rever seus modelos tradicionais. Hoje eles precisam considerar como os consumidores querem comprar, e especialmente os clientes mais jovens que, por estarem hiperconectados o tempo todo, não estão acostumados a não ter uma resposta imediata para suas necessidades”, opina Gláucia Maurano, diretora de Marketing para a América Latina da Oracle Retail. Na sua avaliação, os varejistas estão investindo mais em e-commerce não por modismo, mas porque ele já começa a ser mais rentável, uma vez que os consumidores acabam retornando à loja virtual para fazer novas
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compras e o ticket médio também tem sido maior nos últimos anos. Para migrar para o modelo omnichannel, a executiva vê como maior desafio a integração dos estoques, pois cada varejista resolve isso da sua maneira. “No omnichannel tudo está relacionado a estoque, e um projeto de integração leva um tempo considerável para ser implantado, mas o retorno é mais linear do que exponencial”. Por conta da crise, as empresas atualmente estão mais voltadas a prevenir perdas, reduzir inventário e repor o estoque com maior rapidez e eficiência. “O que fazer para otimizar o que eu já tenho é o que tem tido maior demanda”, destaca. Mas Gláucia também acredita que o omnichannel deve crescer nos
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próximos anos. “De certa forma, as grandes redes de supermercados já estão fazendo isso, na medida em que têm expandido o número de pequenas lojas para oferecer maior comodidade aos clientes. Muitas inclusive já oferecem o modelo click&collect, em que o consumidor realiza a compra pela internet e retira na loja que escolher. Já as empresas que vendem materiais para construção e bricolagem pensam no omnichannel para propiciar aos clientes a melhor experiência dentro das suas lojas”, exemplifica. A Oracle Retail tem sido mais procurada por empresas de grande porte, que segundo Gláucia buscam mais eficiência. Mas as soluções são acessíveis também para as de menor porte,
disponibilizadas como serviços na nuvem. “Por questões culturais, as empresas brasileiras ainda mostram certo receio com o cloud computing, mas como bem disse Larry Ellison, chairman da Oracle, mudar esse panorama é uma questão de tempo. A empresa pode começar por um processo na nuvem e ir avançando aos poucos, até se sentir mais segura para avançar”, diz. Atualmente o mercado está retraído por conta da desaceleração econômica, o que desestimula investimentos em projetos de tecnologia e de longo prazo. “O varejo é o primeiro a sofrer na crise, mas também o primeiro a sair dela. Quem puder investir neste momento certamente estará mais fortalecido quando a crise acabar”, conclui Gláucia.
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Confiança é a alma do negócio
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ntender qual é a de frente de loja dejornada do consenvolvidos pela equisumidor, desde o pe própria de TI da momento em que DPaschoal, além do ele decide trocar um ERP SAP, cujo módulo pneu ou fazer a made WMS gerencia toda nutenção do seu veía parte de atendimenculo, se de fato há essa to, logística e estoques necessidade naquele das lojas físicas e dos momento e como ele 18 CDs instalados em pesquisa preços e presvários locais do país. tadores desses serviços “Nossas ações de ena internet foi o que -commerce têm de Castro: temos que fazer algumas contar com uma célumotivou a DPaschoal manobras para dar mais a reformular sua esla de fulfillment muiconveniência ao cliente tratégia comercial e to atuante, porque a investir no e-commerce com o intui- loja precisa confirmar rapidamente to de se transformar na primeira loja se tem estoque para atender determiomnichannel do mercado. nado pedido. Caso não tenha, preci“Já tínhamos um site de comér- samos verificar que outra loja mais cio eletrônico, mas que acabava próxima dispõe daquele item, ou sendo utilizado pelos clientes mais movimentar de algum CD, ou ainda como uma referência de preço e comprar o pneu do fornecedor ou de para uma conexão via chat, e-mail algum outro local. Às vezes temos e telefone. Nossa proposta de valor que fazer algumas manobras para dar era orientar e dar ao consumidor maior conveniência para o cliente”, conhecimento e transparência so- explica Castro. bre sua real necessidade, para direTodo o transporte é terceirizado. cionar a compra da peça ou pneu “Trabalhamos com várias transportaque ele de fato precisaria, além de doras por região e por área de atuação. oferecer o atendimento pós-ven- Contamos com alguns hubs avançada”, explica Robledo de Andrade e dos para o abastecimento mais reguCastro, gerente de TI da DPaschoal. lar das lojas com movimento maior Após finalizar a implantação do e CDs mais avançados para as entresistema de gestão ERP da SAP, em gas semanais, além de credenciarmos 2013, a empresa passou todo o ano transportadoras mais próximas para seguinte pesquisando no mercado as as entregas mais rápidas”, detalha o soluções disponíveis para o projeto executivo. A DPaschoal também posde omnichannel e acabou optando sui delivery, uma vez que cerca de pela plataforma de e-commerce Hy- 20% dos clientes preferem receber o bris, também da SAP, cuja imple- pneu em sua residência. “Para esse mentação teve início em janeiro de serviço contamos com transporta2015, e o sistema entrou em opera- doras específicas porque a logística, ção em setembro. nesse caso, é mais complicada e há o Foram integrados ao Hybris, que desafio do agendamento prévio com roda em nuvem, todos os sistemas o consumidor, porque não é possível,
por exemplo, deixar o produto na portaria do prédio”, destaca. O gerente conta que um dos principais pontos que deve ser resolvido lá nos primeiros passos da jornada do cliente é a compra do pneu errado. “É muito comum a pessoa pegar simplesmente a medida do pneu, esquecendo-se de verificar outros pontos importantes e, com isso, acabar comprando errado. Nossa ideia com o projeto de omnichannel é justamente orientar o consumidor para que isso não aconteça”. Segundo Castro, por meio do site o cliente tem um direcionamento de como fazer a medição, e também acesso a informações sobre outras peças, como amortecedores, baterias, freios e sistemas de suspensão, para que possa fazer a compra direcionada do produto certo no momento certo e ainda fechar todas as condições de pagamento e agendar o atendimento na loja de sua escolha. “Mas ele só irá pagar depois que for atendido na loja física. Nós fazemos todas as operações necessárias de verificação de estoque e tudo mais que for necessário para atender o cliente. Tudo começa no mundo digital e termina no mundo físico”, completa. E no caso de, ao chegar na loja, o vendedor verificar que a pessoa não precisa daquilo que solicitou, a venda não será feita. “Nesse caso, aproveitamos para capturar os dados daquele cliente para podermos avisá-lo quando ele realmente terá que fazer aquele serviço. Nosso objetivo é estabelecer uma relação de confiança e fortalecer o relacionamento com o consumidor”, enfatiza o gerente. Castro destaca que, pelas estatísticas da empresa, 60%
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do que os clientes acham que precisam, não é de fato necessário. “Fazemos muitos orçamentos, mas verificamos que muitas das peças não precisariam ser trocadas naquele momento. E direcionamos toda a nossa força de venda nesse sentido. Nossos funcionários não são remunerados por comissão sobre as vendas, mas sim por como o cliente avaliou o serviço. Não há nada parecido com isso no mercado”. O projeto de omnichannel está sendo implementado inicialmente nas cerca de 200 lojas próprias da DPaschoal e, após sua consolidação, será estendido para os mais de 800 credenciados que utilizam a marca. Podem ser agendados serviços como o de troca de pneu, balanceamento, alinhamento, instalação de sistema de ar-condicionado, cristalização de vidros, troca de óleo, limpeza de bicos de injeção, troca de amortecedores, entre outros. “A ideia é possibilitar à pessoa fazer tudo o que necessita para a manutenção de seu veículo em
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um único lugar. Só não fazemos serviços mecânicos”, explica o gerente. Dentre os benefícios já propiciados pelo novo site, Castro cita o aumento da produtividade nas operações e a facilidade de gestão, o que impacta em ganho da qualidade da prestação de serviço. O tempo que o cliente fica on-line também teve um aumento de cerca de 40% e a taxa de rejeição caiu significativos 30%. “Não avaliamos o e-commerce pelo faturamento, mas sim pelo que ele vai canalizar em vendas por qualquer canal que seja. Isso é pensar omnichannel”, destaca. A próxima etapa será estender o Hybris para os credenciados e também para o B2B, uma vez que grande parte dos clientes da DPaschoal são caminhoneiros, pequenas oficinas mecânicas, grandes frotas, empresas do setor agrícola, revendas e distribuidores. A nova plataforma também será utilizada pela AutoZ, pertencente ao grupo DPaschoal, que comercializa pneus, peças e acessó-
rios, e cujo foco será oferecer um portfólio mais amplo, incluindo 14 marcas de pneus, acessórios, som automotivo e autopeças, com atendimento especializado e entrega em todo o Brasil. Genuinamente brasileira, a DPaschoal atua desde 1949 na prestação de serviços automotivos especializados, respondendo atualmente por 3.800 funcionários, 200 lojas próprias e mais de 800 credenciadas, distribuídas nos estados de São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Goiás. Para o segmento de linha pesada, a DPaschoal conta com dez unidades de recapagem e 18 Truck Centers, no Sul e no Sudeste. A empresa fornece pneus, serviços e acessórios para veículos de passeio, caminhões, ônibus, tratores, máquinas agrícolas e industriais. Além da AutoZ, o Grupo DPaschoal compreende também a Fundação Educar e as empresas Daterra e DPK.
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A reinvenção da caixa postal
Divulgação / ThinPost
Chamados de lotes com cerca de 300 ckers, ou terminais mil compartimentos inteligentes, os nopara entregas e devovos equipamentos são luções de encomenmunidos de tecnolodas, instaladas em gia e podem ser insmais de 1.600 cidades talados em diferentes na Alemanha. “Na locais, como shopInglaterra essas caiping centers, aeroporxas postais estão sentos, rodoviárias, posdo instaladas até em tos de combustíveis, pubs, e nos Estados estações de metrô e Unidos a Google comaté mesmo em granprou uma startup para Taurion: a ideia é levar o des lojas e supermercriar o serviço Google conceito de autoatendimento do cados, e permitem ao Shopping Express, e a mundo virtual para o físico consumidor retirar as Amazon também pascompras realizadas no e-commerce sou a disponibilizar, no mercado de forma prática e segura. americano, o serviço Amazon’s Lo“A ideia é levar o conceito de cker”, exemplifica Taurion. autoatendimento do mundo virtuAinda não há nenhuma inial para o mundo físico, com a mes- ciativa desse tipo no Brasil, mas o ma facilidade com que hoje se vai potencial de mercado existente é até um caixa eletrônico para retirar enorme e foi o que motivou a criadinheiro”, explica Cezar Taurion, ção da ThinPost. Depois de mais de CEO e sócio-fundador da ThinPost. 40 anos atuando na área de TI como O funcionamento é muito simples, consultor, dos quais 12 anos como bastando ao consumidor, que rea- Chief Evangelist da IBM e como lizou a compra numa loja on-line, palestrante e autor de oito livros, escolher um terminal próximo à sua Taurion decidiu que chegou a hora residência ou trabalho. Assim que de colocar em prática o que sempre o produto chega nessa caixa postal, pregou na teoria. O primeiro movio comprador é avisado por meio de mento nesse sentido foi a criação mensagem eletrônica (SMS) ou e- da Litteris Consulting, consultoria -mail e pode retirar sua encomenda especializada em Big Data e análise a qualquer hora no terminal, digi- de dados e mercados. E, em agosto tando seu código de acesso, o que de 2015, o executivo se uniu a dois garante a segurança da operação. A jovens empreendedores – o lituano devolução também pode ser feita Olegas Orlovas, com vasta experipelo mesmo processo. ência em terminais inteligentes adNa Europa esse mercado está em quirida na fundação e no comando franco crescimento. Um dos exem- de uma das empresas líderes nesse plos é o da Deutche Post DHL, que segmento na Lituânia e na região do conta com 3 mil terminais inteligen- Báltico, e o brasileiro João Mendes, Divulgação
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ada mais prazeroso do que fazer compras por meio de um simples clique no mouse ou pelo smartphone, sem ter que enfrentar filas e trânsito, especialmente nas grandes cidades e em épocas como o fim do ano, quando os congestionamentos – nas ruas e nas lojas – costumam ser caóticos. Por outro lado, nada mais frustrante do que ter poucas opções para receber os produtos adquiridos. Pior ainda se houver necessidade de trocas ou devoluções. Se para o consumidor situações como essa causam incômodo e irritação, para varejistas e operadores logísticos representam custos e, em muitos casos, prejuízos financeiros e na imagem das companhias. Foi pensando nisso que duas empresas – a ThinPost e a InPost do Brasil – estão se preparando para sair na dianteira e trazer ao Brasil uma espécie de reinvenção da caixa postal, que já faz sucesso principalmente na Polônia, Lituânia, Alemanha, Inglaterra e em países do Leste europeu.
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Sistema já é utilizado com sucesso em vários países, principalmente da Europa “Em princípio vamos alugar as máquinas e cuidar de toda a manutenção, monitoramento e suporte. Mas nossa intenção é oferecer modelos flexíveis de negócios em que todas as partes envolvidas obtenham ganhos. Quando todos ganham, tudo funciona”, destaca Taurion. Será disponibilizada também toda a parte de analitics, para que os clientes possam analisar e cruzar dados. “Para isso, será utilizada toda a expertise da Litteris, que entra como parceira da ThinPost, pois algoritmos podem ajudar muito a identificar em quais locais um terminal inteligente funcionaria melhor”, completa. A operação será iniciada em 2016 e a perspectiva da empresa é instalar mais de mil terminais inteligentes em três anos. “É uma
meta conservadora, se levarmos em conta a quantidade de pontos comerciais potenciais, como shoppings, aeroportos e condomínios, em que esses equipamentos podem ser instalados”, diz Taurion. A ideia é começar em São Paulo e no Rio de Janeiro e, posteriormente, criar um modelo de franquia para ter abrangência geográfica maior a um custo compensador. Segundo o executivo, no momento a ThinPost está buscando investidores de peso que tenham interesse em participar do negócio. “Não queremos apenas capital, mas investidores que possuam grande conhecimento de mercado e outras habilidades, para agregar valor e contribuir para o crescimento da empresa”, completa. A InPost, pertencente ao grupo Integer, considerada a maior operadora e fabricante de caixas postais automatizadas para encomendas da Polônia, e com uma base instalada de mais de 7 mil pontos em 22 países, também pretende ser uma das pioneiras nesse segmento no Brasil. “Já
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criadores no Brasil da Thinkkers, uma Venture Builder de capital privado focada no desenvolvimento de produtos digitais e em startups. “Em conversas identificamos sinergias e que a minha maturidade e experiência como profissional sênior seriam um fator positivo ao esforço empreendedor de ambos, o que resultou na criação da ThinPost”, explica Taurion. A nova empresa já está fechando um acordo com um fabricante chinês que também fornece esse tipo de equipamento para outras companhias e competidoras europeias. “O design das máquinas, sensores e os softwares de gestão e monitoramento, com base na legislação brasileira, foram desenvolvidos pela ThinPost, mas as máquinas, nesse primeiro momento, serão fabricadas na China”, esclarece Taurion. A meta é criar no Brasil uma rede própria de máquinas e estabelecer modelos flexíveis de negócios, que sejam adequados tanto para operadores logísticos e distribuidores, como para varejistas e empresas de comércio eletrônico que desejam ter uma presença física em shoppings, aeroportos e vários outros locais com grande circulação de pessoas. Nesse sentido serão disponibilizados vários modelos de máquinas, de diferentes tamanhos e funcionalidades. Além de caixa postal, esses equipamentos, que são modulares, também podem ser utilizados como pontos automáticos de venda de produtos e de ingressos para shows e eventos, e ainda para pagamento de contas de luz, gás e água.
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homologamos o fabricante que pro- clientes de forma mais eficiente. duzirá os equipamentos no país, que “As máquinas serão alugadas por deverão ser disponibilizados a par- pacotes de serviços, mas caso uma tir do primeiro trimestre de 2016”, empresa queira adquirir lockers próadianta Beczkowski, da Kajera, em- prios, haverá também essa possibilipresa investidora e que representa e dade”, completa Beczkowski. Na sua gerencia a InPost do Brasil, acrescen- avaliação, além de representar mais tando que um grande embarcador já uma alternativa de ponto de entrega se mostrou interessado em adquirir para os consumidores do comércio a solução. O executivo explica que eletrônico, essas máquinas também as máquinas foram projetadas pela podem impulsionar vendas para o Porsche Design, podendo conter de local que as abrigar. Um exemplo é 30 a 200 escaninhos com dimensões o de uma loja de pesca nos Estados variáveis e ser equipadas com duas Unidos, que permitiu a instalação de câmeras no teto e uma no terminal uma máquina da Amazon’s Locker de acesso, e com sistema de contro- e com isso atraiu 14% mais movile automático das portas com dois mentação de pessoas, obtendo 7% a chips diferentes de celulares, sendo mais no faturamento, já que muitos resistentes às variações climáticas. consumidores que foram retirar suas A empresa estima instalar 2 mil compras no locker acabaram comlockers em dois anos e investir cer- prando também um artigo daquela ca de R$ 200 milhões loja, como bonés e caem cinco anos. “Vamisetas. “Eram consumos começar a instamidores que normallar os equipamentos mente não entrariam nos grandes polos naquele tipo de estaconsumidores e posbelecimento”, destaca. teriormente em várias Outro exemplo é localidades do país”, o da Asos, uma vareadianta Beczkowski. jista de moda feminiA maioria dos clientes na na Inglaterra que deverá ser de empreacoplou um provador sas do setor de vareao locker, permitinjo, mas nada impede do ao cliente receber Beczkowski: Kajera representa a vários modelos de que também as fabriInPost no Brasil cantes de produtos e roupas, experimentáprestadoras de serviços se utilizem -los no local e retornar os itens que desse novo modelo. Segundo o exe- não gostou na mesma hora, estracutivo, a Samsung disponibilizou a tégia que implica redução de cusnova versão do Galaxy nos Estados tos de logística reversa e redução Unidos por meio de lockers, para do tempo de produto indisponível que os interessados pudessem com- para venda. De acordo com a Inprar os aparelhos momentos após Post, 15% de todo o e-commerce o anúncio do seu lançamento. E da Polônia já passa por lockers e empresas como a Net, por exem- 30% das vendas da Avon na Poplo, podem deixar equipamentos lônia utilizam esses equipamenem lockers para que sua rede de tos. Na França, 60% das compras prestadores de serviços tenha rá- on-line são retiradas pelos clienpido acesso a peças de instalação tes em lojas físicas, e no Brasil e reparo, e com isso atender aos um dos maiores grupos varejistas
Equipamentos munidos de tecnologia podem oferecer serviços agregados, como venda de produtos e pagamento de contas já tem 15% de seu e-commerce nesse esquema. Tanto a InPost quanto a ThinPost irão disponibilizar também máquinas com módulos climatizados e refrigerados para alimentos, cosméticos e medicamentos. E, na avaliação de ambas, o emprego dessas caixas postais poderá beneficiar especialmente aos consumidores que gostariam de comprar em lojas virtuais, mas não o fazem por vários motivos, dentre os quais por não terem pessoas que ficam em casa para receber as encomendas, ou por morarem em zonas de risco e em comunidades em que as distribuidoras não conseguem transitar. A modalidade também favorecerá as transportadoras na medida em que estas poderão realizar o mesmo número de entregas com utilização menor da frota e em menos tempo, gerando uma redução de custos da ordem de 50%. Silvia Giurlani Diagma: (11) 3141-0249 DPaschoal: 0800 770-5053 Kajera: (19) 4062-8643 Oracle Retail: 0800 891-4433 SAP: 0800 888-9988 SBVC: (11) 2397-0022 ThinPost: (21) 2426-7890 Varese Retail: (11) 3939-0758
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Solução de roteirização considerando o tempo de trânsito Bruno Giachini Colangelo Lopes Pinto e Celso Mitsuo Hino
A
tualmente, o trânsito nas grandes capitais brasileiras interfere negativamente na produção diária. Esta ineficiência é transformada em prejuízo, pela necessidade de aumentar a frota de veículos e a quantidade de funcionários para manter o mesmo nível de serviço. Este artigo, que trata da criação de um aplicativo para facilitar e reduzir o tempo de deslocamento entre diversos pontos, vem em um momento em que a cidade de São Paulo, por exemplo, passa por uma mudança radical no seu sistema viário. A implantação de corredores de ônibus e ciclofaixas tem se propagado de forma exponencial nas vias, dificultando a circulação de veículos particulares e veículos de carga. O aplicativo em questão tem como público-alvo representantes comerciais, empresas de pequeno porte que praticam a entrega de produtos com poucos veículos, não sendo necessária a verificação de carga máxima por
veículo, e empresas de prestação de serviço delivery. A solução trabalhará com duas variações, com o último destino definido ou com o último destino indefinido. A solução vem ao encontro da necessidade de alguns usuários, pois algumas vezes é de interesse a rota mais rápida visando ao término num local definido, como sua casa,
o trabalho, o depósito central ou um estacionamento, ou a rota mais rápida para o atendimento dos clientes, sem se preocupar com o último local da rota. É notado que a roteirização e as opções de geolocalização ganharam muito com a disseminação da internet e das ferramentas que vieram junto com seu desenvolvimento. Em um primeiro momento, foi lançado o Google Earth, que mostrava as imagens aéreas do globo terrestre, incluindo a projeção das vias de circulação de carros, com a opção de traçar algumas rotas entre pontos. Deste momento em diante, os avanços foram diversos. Serviços especializados para rotas apareceram, como o MapLink, o Google Maps, entre outros. Numa segunda evolução, apareceram os aplicativos Tabela 1 - Matriz com informações de tempo entre para smartphones, que mais os endereços uma vez revolucionaram com
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do usuário de manter o último a ordem dos destinos pode ser destino fixo ou variável. Com completamente aleatória. estas variáveis definidas, o No momento de indicar o último software iniciará o processamento destino definido ou indefinido é que dos dados e trará as informações se diferencia o modelo de resolução, do melhor roteiro. dependendo da matriz origem X O primeiro passo é a criação destino escolhida. No caso do último de um link da Application destino definido, o último endereço Programming Interface (API) não estará na coluna de origens, mas Distance Matrix, fornecida somente na linha dos destinos. Se o pelo Google Maps. Este caso for o último destino indefinido, link é criado utilizando- todos os endereços estarão descritos se as informações inseridas na coluna de origens e na linha dos como origem e destino destinos. O primeiro ponto sempre Tabela 2 - Matriz com as variáveis binárias entre mencionadas acima. Ele é será somente origem, pois é o ponto os endereços gerado automaticamente pelo em que o percurso é iniciado. Este a geolocalização e o trânsito em sistema e, ao ser lançado em um ponto não deverá mais ser uma origem tempo real, como o Waze, o Maps navegador de internet, como retorno ou destino, ou seja, a rota não mais e alguns outros menos populares. é obtido um arquivo do tipo xml, contemplará este endereço. Com o trânsito como uma das que será carregado novamente no Após a alocação das origens e variáveis que mais influenciam a efi- software, que por sua vez trabalhará destinos na matriz, é o momento ciência dos deslocamentos, pode-se as informações geradas de criar o link para a API descrever o problema conforme o pela API. As informações Distance Matrix, que foi a U ditado popular que diz que tempo é devolvidas pela API nesta ferramenta escolhida para a dinheiro. Quanto menos tempo for próxima fase são analisadas solução. Esta API tem como Endereço 9,00 1 gasto nos deslocamentos totais, mais pelo solver do Microsoft base a entrada de vários clientes poderão ser atendidos e, con- Excel e retornará a melhor endereços, segregando Endereço 5,00 sequentemente, maior será a eficiên- das opções de rotas, origens e destinos, e a 2 cia de uma empresa. trazendo assim a solução saída é no formato de uma Endereço Analisando os sentidos de fluxo da roteirização. matriz relacionando todos 8,00 3 do trânsito nas grandes capitais, é No solver algumas restrições os endereços inseridos com comum verificar uma pista com um e limitações são necessárias as informações de tempo e Endereço 3,00 4 tráfego praticamente intransitável e para a solução. É preciso distância, sempre com valores o outro sentido quase livre, sem veí- especificar que um destino só de tempo em segundos Endereço 4,00 culos. Neste momento é possível ter pode ser destino uma vez, e o em formato de algarismos 5 uma efetividade maior, iniciando o mesmo vale para as origens. E ou de minutos e horas no Endereço 2,00 percurso por destinos que estão no é preciso inserir que a solução formato por extenso, além 6 contrafluxo e atendendo os demais ótima é a menor soma total da distância, descrita em Endereço pontos respeitando o menor tempo dos tempos individuais de metros no formato somente 6,00 7 total dos percursos. cada um dos trechos. de algarismos ou no formato Estes destinos serão definidos pelo Inserir os endereços por extenso em quilômetros. Endereço 7,00 8 aplicativo a ser criado. O cálculo con- e destinos é o primeiro Para a criação do link siderará a melhor rota dos destinos passo, sendo necessário desta matriz foi necessário Endereço 1,00 usando como base o menor tempo to- incluir o ponto de partida unir os endereços no formato 9 tal da viagem. e, em seguida, os destinos solicitado pela API. Separando Endereço 1,00 intermediários. No caso o link em partes, é possível 10 Como o programa funciona? de ter o último destino analisar trecho a trecho: Tabela 3 - Matriz definido, incluir no último http://maps.googleapis.com/ secundária para O software criado solicita em sua campo o destino desejado. maps/api/distancematrix/xml? restrições contra entrada de dados as informações de Caso não haja o interesse Neste primeiro trecho é rotas cíclicas origem e destino, além da intenção no último destino definido, feita a referência à API Distance ĞƐƟŶŽ
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Matrix e, por último, ao formato do arquivo solicitado, que é um xml. origins=Avenida+Politécnica,+1000+Rio+ Pequeno|Avenida+Paulista,+2064+ Cerqueira+César+São+Paulo+SP| Avenida+dos+Autonomistas,+1400+ Shopping+União+de+Osasco,+Osasco+SP |Praça+Samuel+Sabatini,+200+ Centro+São+Bernardo+do+Campo+SP| Av.+Paulista,+854+Bela+Vista+ São+Paulo+SP|Av.+Reg.+Feijó,+1739 +Vila+Regente+Feijó,+São+Paulo+SP| Av.+Rebouças,+3970+Shopping+ Eldorado+Pinheiros,+São+Paulo+SP| Av.+Brg.+Faria+Lima,+2232+ Jd.+Paulistano,+São+Paulo&
No segundo trecho são inseridos todos os endereços que podem ser origens. No lugar dos espaços entre as palavras devem ser inseridos os sinais de mais (+) e entre os endereços deve ser inserida a barra vertical (|). Depois do último endereço é necessário inserir o E comercial (&). destinations=Avenida+Paulista,+2064+ Cerqueira+César+São+Paulo+SP| Avenida+dos+Autonomistas,+1400+ Shopping+União+de+Osasco,+Osasco+SP |Praça+Samuel+Sabatini,+200+Centro +São+Bernardo+do+Campo+SP|Av.+ Paulista,+854+Bela+Vista+São+Paulo +SP|Av.+Reg.+Feijó,+1739+Vila+Regente+ Feijó,+São+Paulo+SP|Av.+Rebouças,+3970 +Shopping+Eldorado+Pinheiros,+São+ Paulo+SP|Av.+Brg.+Faria+Lima,+2232+Jd.+ Paulistano,+São+Paulo|Travessa+ Casalbuono,+120+Vila+Guilherme+ São+Paulo&
Nesta terceira etapa deverão ser inseridos todos os endereços que podem ser destinos. Novamente, no lugar dos espaços entre as palavras devem ser inseridos os sinais de mais (+), entre os endereços deve ser inserida a barra vertical (|) e após o último endereço é necessário inserir o E comercial (&). mode=car&language=pt-BR&sensor=false
Na quarta e última etapa do link são inseridas as variáveis modo do deslocamento, linguagem da programação e se existe um geolocalizador sendo utilizado ou não. Da mesma forma, os termos do link devem ser separados pelo E comercial (&). Com o link criado, é necessário copiá-lo e colá-lo em um navegador. Após a página carregar, basta salvar o arquivo criado em alguma pasta do computador. Deve-se importar as informações da API para o Excel para tratá-las, portanto é preciso reabrir o Excel em uma nova planilha dentro do mesmo arquivo, clicar na aba Dados, acionar a função De Outras Fontes e clicar sobre a opção Da Importação de Dados xml. Neste momento abrirá uma tela do Explorer do computador e será necessário localizar o arquivo xml salvo. Depois desta operação, aparecerão na tela algumas opções para a inserção do arquivo, que deverão ser seguidas da seguinte forma: Na primeira mensagem, sobre o Excel criar um esquema com base nos dados, nesta opção clique em OK. Na segunda mensagem, um questionamento sobre onde os dados devem ser inseridos, clique no item Na Tabela xml em Planilha Existente e coloque no próximo campo $A$1. Assim, o arquivo xml será carregado no Excel com todas as informações enviadas pelo Google Maps por meio da API Distance Matrix e então bastará trabalhar as informações utilizando outra planilha. Para isso, é preciso selecionar as células e copiar o conteúdo destas, para que seja possível prosseguir sem a necessidade de alteração nas fórmulas.
Gerenciamento
As informações da matriz (tabela 1) serão carregadas automaticamente e nela estão os dados de tempo entre os pontos. Na coluna localizada à esquerda são identificadas todas as possíveis origens. Já na linha superior são identificados todos os possíveis destinos. A intersecção entre as linhas e colunas indica o tempo em segundos de um ponto para o outro. Nas intersecções que possuem o mesmo endereço como origem e como destino, o tempo é zero, porém é utilizada uma artimanha para que este tempo zero não prejudique o cálculo: estes são transformados no número fictício 999999999, inviabilizando assim o uso deste arco como uma solução ótima. Numa segunda matriz (tabela 2), de características idênticas a esta primeira, ou seja, mesmo número de linhas e de colunas da primeira, é onde o problema será resolvido, por meio de uma função do Excel. Esta função é o Solver, que possui também uma versão gratuita, o OpenSolver. A função tem como principal objetivo atingir a melhor solução possível para um problema. Para inserir os componentes para a solução, basta acessar a aba Dados e SOMA IGUAL A 1 (caso exista origem)
SOMA Binário 1
<=
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<=
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<=
1
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<=
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Somas das somas das linhas
=
Para gerenciar as informações para o Solver, é importante ter atenção para a escolha que foi feita no início, com último destino definido ou com último destino indefinido, pois isso mudará a planilha que será trabalhada.
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Total de origens menos 1
Tabela 4 - Uma origem será origem apenas uma vez, e a soma das somas será igual ao número de origens, no caso de último destino definido
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será preciso restringir que cada coluna que contenha um endereço = = = = = = = = = = tenha a soma igual a 1 e que cada linha deverá SOMA IGUAL A 1 ser menor ou igual a 1. (caso exista 0 1 1 1 1 1 1 1 1 0 ĚĞƐƟŶŽͿ No caso das linhas, onde existe a relação de origens (tabela 4), Tabela 5 - Um destino será destino apenas uma vez é utilizada a função clicar na opção Solver. Neste momento menor ou igual, pois o endereço que é possível verificar todas as opções será o último destino não poderá ser e variáveis que podem ser inseridas origem para nenhum outro endereço. na ferramenta. Pode-se determinar a Portanto, como restrição será definido função objetivo e definir se o melhor que a soma das somas de cada linha resultado é um valor exato, mínimo deverá ser igual ao número de origens ou máximo para aquela equação. quando for tratada a solução de último No caso deste projeto, o ideal é a menor destino definido, e ao número de soma dos tempos dos arcos, passando origens menos 1 quando se tratar do por todos os nós apenas uma vez. Para a último destino indefinido. criação desta fórmula, é necessário efetuar Existe uma última restrição que a multiplicação da matriz 1 pela matriz 2 previne que não existam rotas cíclicas. e depois a soma de todos estes produtos. Para esta restrição é necessário utilizar A melhor solução será a que apresentar a também algumas células como células menor soma destes produtos. variáveis e uma relação destas variáveis As variáveis da equação devem ser com outras restritivas. Para a criação definidas. Estas serão as células que das restrições, é necessário criar uma deverão ser alteradas para ser atingida relação de todas as origens com todos os a solução ótima da problemática. Neste destinos e fazer uma comparação onde momento, duas matrizes serão definidas o resultado da equação do número total como variáveis, a própria matriz 2 de origens vezes o binário da intersecção (tabela 2) e uma matriz secundária, que entre o destino e a origem somados com servirá de base para as restrições contra a variável do destino menos a variável da rotas cíclicas (tabela 3). origem devem ser menores ou iguais ao As restrições são necessárias para número de origens menos 1. Também é estabelecer os limites para a função necessário restringir estas variáveis, que objetivo e para as variáveis. A matriz devem ser maiores ou iguais a 1. 2 deverá conter uma restrição em suas Analisar a solução é simples. Depois células variáveis. Todas elas devem de clicar no botão Resolver do Solver, ser binárias, ou seja, serão 0 ou 1. a informação que conseguiu atender a Esta variável permite a informação de todas as restrições é apresentada. Neste utilização ou não na fórmula de somar momento, é necessário clicar em OK os produtos entre as duas matrizes. para manter os resultados. A resposta Para a matriz 2 ser criada da forma será dada na matriz 2. Nos locais em desejada pela função Solver, algumas que o binário for 1, é a indicação restrições são necessárias. Além da de que a origem será o endereço à restrição de números binários descrita esquerda e o destino será o endereço acima, é necessário identificar que cada acima. É necessário fazer a análise da origem somente será origem uma vez matriz 2 para criar a lista de destinos (tabela 4) e que cada destino será destino ordenados sequencialmente na ordem apenas uma vez (tabela 5). Para isso origem inicial e destinos parciais. SOMA BINÁRIOS
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Restrições e vantagens da utilização do sistema O programa deverá ser usado em casos em que não há restrição de local, vias, horários ou ainda capacidade do veículo. O foco de utilização é para pequenas entregas, representantes comerciais, prestadores de serviço in loco, mensageiros motorizados, entre outros. O usuário do aplicativo pode ser um leigo, pois o mesmo será de fácil interface. Isto se dará devido às necessidades de entrada. Será necessário apenas incluir a origem, os destinos possíveis e se o último destino será fixado ou não. Quanto ao restante, o programa é automatizado para rodar de forma independente. Conclui-se assim que, com uma boa escolha da ordem dos destinos, o tempo a ser ganho é muito grande, aumentando desta forma a produtividade, reduzindo os custos e aumentando os níveis de serviço. Uma boa escolha da rota, considerando não só a melhor ordem dos destinos mas também o caminho entre eles, é o ponto vital para uma maior eficiência dos deslocamentos e também para maximizar os custos desprendidos nas operações de entregas, transportes e atendimentos. Bruno Giachini Colangelo Lopes Pinto Engenheiro civil graduado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, pós-graduado em Administração Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV) e pela Universidade da Califórnia (UCLA) e em Logística Empresarial pela Fundação Vanzolini, em parceria com a Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP) giachinibruno@hotmail.com Celso Mitsuo Hino Consultor em logística, pesquisador do Centro de Inovação em Sistemas Logísticos (Cislog) da Poli-USP e professor do Curso de Especialização em Logística Empresarial na Fundação Vanzolini cmhino@usp.br Poli/Cislog: (11) 3091-5450
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Setor de implementos rodoviários alavanca negócios fechados na Fenatran 2015
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A feira reuniu, durante seus cinco dias, 50.222 visitantes; evento também abrigou a primeira edição do Congresso Fenatran
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e 9 a 13 de novembro, o Pavilhão de Exposições do Anhembi, em São Paulo, recebeu a 20ª edição do Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Carga, ou Fenatran, evento realizado pela Reed Exhibitions Alcantara Machado. A feira contou com a presença de empresas da cadeia produtiva do setor representadas por 320 marcas expositoras, entre caminhões, implementos rodoviários, produtos e serviços de gestão e rastreamento de frotas, autopeças, equipamentos, e outras. Durante a abertura do evento, o presidente da Associação Nacional dos
Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, anunciou que o governo federal reabriria, ainda em novembro, o Financiamento para Aquisição de Máquinas e Equipamentos Industriais (Finame), do Programa de Sustentação do Investimento do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que foi fundamental para a realização de negócios durante a feira. “O evento tem esse poder, de reunir compradores, tomadores de decisão em suas empresas, para que possam traçar novas rotas e gerar oportunidades de negócios. Como prevíamos, esta edição da
Fenatran foi ainda mais importante para o mercado, pois havia alta necessidade de se criar situações de promoção e vendas”, disse o vice-presidente da Reed Exhibitions, Paulo Octávio Pereira de Almeida. Marcada pela ausência de nomes importantes do setor de caminhões e com apenas duas grandes montadoras presentes – Daf e Volvo –, a feira teve foco maior na participação da indústria de implementos. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir), foram 6 mil oportunidades de negócios registradas durante o evento. Algumas marcas presentes foram Randon, Noma, Librelato, TruckVan, Rossetti e Guerra, além de produtos e soluções de empresas como Valecard, Pamcard, Autotrac, Alcoa, AngelLira e Continental. A feira reuniu, durante seus cinco dias, 50.222 visitantes, vindos de todos os estados brasileiros, segundo a organização. O evento contou com uma série de atrações e encontros voltados à geração de negócios e atualização profissional. O I Congresso Fenatran, que aconteceu no dia 11, reuniu mais de 150 participantes e trouxe painéis como “Qual será o cenário econômico e político que existirá até 2018?”, com Rodrigo Custódio, diretor automobilístico da Roland Berger, Frederico Turolla, sócio da Pezco Microanalysis, Priscila Carvalho, diretora executiva da Ernst Young, e José Ricardo Veiga, superintendente nacional da Caixa Econômica Federal; “O futuro do setor de transporte rodoviário de cargas/A logística brasileira de
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EVENTOS
2016 a 2035”, com Jorge Luiz Macedo Bastos, diretor-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Pedro Moreira, presidente da Associação Brasileira de Logística (Abralog), Vinícius Patel, diretor da MTO Logística, e Tayguara Helou, diretor de Desenvolvimento e Novos Negócios da Braspress. Completaram o congresso as palestras “Planejamento estratégico até 2018: como fazer a gestão da minha frota?”, com André Prado, diretor de Operações e Logística da Atlas Logística, e Marcelo Arantes, diretor executivo de Supply Chain do Grupo Pão de Açúcar; e “Tecnologia, inovação e a nova relação homem X máquina: impactos na produtividade e nos resultados”, com Bernardo Ferreira, especialista para o mercado automotivo da McKinsey, e Luiz Jesus, especialista em inovação do Grupo Volvo Caminhões América Latina.
A Ilha do Conhecimento, instalada dentro do pavilhão onde aconteceu a feira, teve como objetivo apresentar soluções tecnológicas ou de negócios focadas na geração de conteúdo e na troca de experiências. O espaço recebeu, ao todo, 22 horas de conteúdo gratuito para atualização profissional. Algumas apresentações foram “Como a adoção de práticas sustentáveis no setor de transporte impulsiona novos negócios”, por Adriana Prestes, fundadora da CO2 Neutro; “Como uma efetiva gestão de pneus melhora o custo pneu e o consumo de combustível”, por Alexei Bicolini, especialista da Ticket Car; “O impacto da redução de peso do implemento no lucro do transportador: soluções em alumínio”, por Marcelo Gonçalves, coordenador de Projetos da Associação Brasileira do Alumínio (Abal); “Como o sistema de RFID auxilia no controle dos custos com pneus
de caminhões”, por Richard Suarez, consultor da Tech International; “Zero acidentes: como torná-lo possível nas nossas empresas”, por João Pedro Corrêa, consultor do Programa de Segurança no Trânsito da Volvo; “Entenda o novo perfil dos caminhoneiros conectados”, por Carlos Mira, CEO da TruckPad, entre outras. A Fenatran acontece a cada dois anos e recebe visitantes dos setores de varejo e distribuição (5%), serviços e equipamentos de transporte (22%), transporte terrestre, armazenagem e frotistas (48%) e indústrias e importação e exportação (15%). A expectativa para a próxima edição, que acontece em 2017, é que 370 marcas nacionais e internacionais participem do evento, que deve ser visitado por mais de 61 mil profissionais. Reed Exhibitions Alcantara Machado: (11) 3064-0901
Para desenvolver a ferrovia
O
Pavilhão Branco do Expo Center Norte, em São Paulo, foi palco da 18ª NT Expo – Negócios nos Trilhos, promovida pela UBM Brazil, que aconteceu entre os dias 3 e 5 de novembro com o compromisso de atuar como catalisadora de mudanças e vitrine de oportunidades para o setor ferroviário nacional, congregando toda a cadeia produtiva do transporte de cargas e de passageiros. A edição deste ano recebeu cerca de 9 mil visitantes e 230 marcas expositoras nacionais e internacionais que exibiram as últimas tendências e inovações em equipamentos, infraestrutura, serviços e manutenção. A feira contou ainda com um encontro inédito, batizado Fórum de Líderes, que reuniu autoridades, especialistas e empresários para debater os gargalos, desafios e investimentos necessários para o
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NT Expo debate os desafios do transporte ferroviário nacional em busca de reestruturação e modernização
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transporte ferroviário brasileiro. “Mais de 60% do público participante é composto por CEOs, diretores, gerentes e coordenadores, que são atores diretos do desenvolvimento do setor. Queremos que, além de ser um ambiente para geração de negócios, a NT Expo seja ponto de partida para novos posicionamentos de mercado”, destaca Renan Joel, gerente do evento. Durante o fórum, a subsecretária de Parcerias e Inovações da Secretaria do Governo do Estado de São Paulo, Karla Bertocco, fez uma apresentação sobre como o governo estadual vem aprimorando o modelo de parcerias público-privadas (PPPs). “O importante hoje é entender quais das alternativas são financiáveis neste cenário de escassez de recursos. É evidente que o modelo rodoviário está saturado. Neste cenário, o setor metroferroviário ganha ainda mais relevância”, expôs. Como nas demais edições do evento, em sessões que acontecem dentro da feira com capacidade para receber até 60 pessoas por apresentação, o Espaço Inovação + Mobilidade reuniu empresas, associações e imprensa especializada, que tiveram a oportunidade de conhecer novas tecnologias e projetos inovadores relacionados ao transporte ferroviário. Em todos os dias aconteceram também as Rodadas de Negócios, reuniões com horários agendados para que fornecedores e compradores se encontrassem para negociar produtos e serviços, sob os olhares da Associação Nacional dos Transportadores Ferroviários (ANTF) e da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos). “Sabemos do papel fundamental do transporte ferroviário para o país e o quanto projetos bem estruturados podem contribuir positivamente para a expansão do setor, por meio de um traçado logístico inteligente, que possibilite integrar todas as regiões e traga competitividade e facilidade de locomoção. Como representantes do único evento do segmento na América do Sul, temos a responsabilidade de estimular este desenvolvimento como plataforma de negócios”, disse Joel.
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Para debater os principais desafios dos profissionais que atuam no setor, aconteceu, no terceiro e último dia da feira, o Fórum Carreiras, que contou com a presença de especialistas de empresas de recrutamento. O conteúdo abrangeu temas como as competências exigidas para o profissional da área, mudanças de perfil técnico e comportamental e demandas e tendências do mercado para o futuro. O terceiro dia da NT Expo foi marcado também por uma homenagem ao Reino Unido, precursor das ferrovias em todo o mundo. Na oportunidade, a missão britânica no Brasil, representada pelo Consulado Geral Britânico e pelo UK Trade & Investment, reafirmou o compromisso de colaborar com o desenvolvimento da indústria metroferroviária no país, durante um painel especial que reuniu especialistas que apresentaram cases sobre tecnologia, conhecimento e inovação. “O Reino Unido começou a construção ferroviária no Brasil. Temos total interesse em renovar constantemente nossa parceria”, destacou o embaixador britânico no Brasil, Alex Ellis. A missão envolveu dez empresas de vários setores, como serviços integrados de engenharia, sistemas de monitoramento, transporte inteligente e gestão de projetos de infraestrutura. O painel contou também com a apresentação de Edward Stewart, da Birminghan Center for Railway, que abordou os avanços promovidos pela Rail Research Association, uma parceria que envolve a indústria metroferroviária e universidades com o objetivo de ampliar a pesquisa e o desenvolvimento do setor no Reino Unido. “Continuamos abertos para receber os estudantes brasileiros em nossa instituição, que é a maior da Europa em pesquisa e ensino sobre metroferrovias”, salientou. A 19ª edição da NT Expo já tem data marcada: ela acontecerá de 8 a 10 de novembro de 2016, novamente no Expo Center Norte, em São Paulo, desta vez no Pavilhão Vermelho. UBM Brazil: (11) 4878-5990
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ILOS - INSTITUTO DE LOGÍSTICA E SUPPLY CHAIN
Planejamento colaborativo na cadeia de suprimentos Diego de Souza e Luciana Magalhães
2ª parte
A
primeira parte deste artigo explorou o conceito de Collaborative Planning, Forecasting and Replenishment (CPFR), seus desafios, benefícios e critérios de aplicabilidade. Nesta segunda parte, explicaremos os passos necessários à implantação do processo de CPFR e exploraremos dois cases de sucesso. Também listaremos alguns exemplos de indicadores para a mensuração do processo.
Implantação Para as empresas que desejam iniciar um piloto de CPFR em sua cadeia de suprimentos e alcançar os objetivos prometidos pelo processo, algumas dicas importantes devem ser consideradas. 1- Fase de avaliação do estado atual da empresa: Segundo o roadmap do processo publicado pela Voluntary Inter-industry Commerce Standards (Vics) em 1999, como primeiro passo a ser dado antes da implantação do CPFR, deve ser feita uma análise das necessidades da empresa, valores, cultura, estratégias, relacionamentos com parceiros e histórico de implementação de melhores práticas. O output desta análise será a indicação das áreas nas quais mudanças serão necessárias para que o CPFR possa ser implantado e a empresa
possa alcançar os ganhos prometidos. Nesta fase, duas atividades se destacam: desenvolvimento da visão do CPFR na empresa e seleção de potenciais parceiros. a- Desenvolvimento da visão do CPFR na sua empresa: Antes de dar início ao processo, é preciso que esteja documentado e claro para todos os envolvidos quais são os principais planos e objetivos do CPFR na empresa. É preciso desenvolver uma visão do processo. Uma boa visão conseguirá responder as seguintes perguntas: - Quais são os objetivos da sua empresa com o CPFR? - Quais áreas da empresa serão impactadas? - Como o processo será medido? - Qual será o seu escopo? - Quais parceiros serão envolvidos no processo? - Quais produtos serão considerados no processo? - Quais lojas e centros de distribuição serão incluídos? - Qual o nível de sofisticação tecnológica da sua empresa e dos parceiros escolhidos? b- Escolhendo os parceiros comerciais: A definição dos parceiros comerciais é uma etapa crucial para o processo, contribuindo expressivamente para o sucesso ou insucesso da implantação. As seguintes questões devem ser levadas em consideração nesta etapa: - A sua relação com o parceiro é caracterizada por abertura e confiança? - Vocês apresentam forças e fraquezas complementares? Por exemplo: um é forte tecnologicamente en-
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quanto outro é forte em conhecimento de mercado. - Seu parceiro apresenta comprometimento e recursos necessários para que o CPFR seja um sucesso? 2- Pré-piloto: Nesta etapa, as empresas devem estabelecer os processos que serão seguidos no planejamento colaborativo e definir produtos e unidades que serão incluídos. Devem ser escolhidos os indicadores que serão usados na medição do desempenho do processo. Uma dica essencial é começar de forma simples. O ideal é que os passos sejam dados aos poucos e que o processo inicie somente com as informações do centro de distribuição central, sem incluir as lojas, e selecionando itens mais estáveis e menos promocionais. Outra dica importante é que seja feita a seleção de itens que tenham boa relação: baixa complexidade X maiores oportunidades de retorno. Nesta etapa também ocorrerá a definição de escopos e responsabilidades. É importante que o papel de cada colaborador esteja bem definido no processo. Outro item-chave nesta fase é a padronização de dados que abastecerão o sistema. A linguagem tem que ser a mesma em toda a cadeia, nomes de produtos e codificações têm que estar alinhados entre os parceiros para que não surjam inconsistências. 3- Execução do piloto e expansão: O próximo passo será a execução da rodada-piloto. Nesta fase, a sugestão é que o modelo da Vics citado anteriormente seja usado como base. Após o êxito do piloto, caso a empresa queira expandir o CPFR, o direcionamento é que sejam buscados primeiramente parceiros com perfis próximos aos do piloto e que seja ampliado o número de SKUs no CD central antes da expansão para outros CDs ou lojas.
Indicadores Para garantir a melhoria contínua do processo e manter o estímulo à participação dos parceiros, são fundamentais a criação e a manutenção de um painel de indicadores. Podemos dividir os indicadores em quatro grandes categorias: acurácia do planejamento, serviço ao cliente, performance do supply chain e qualidade do processo. Cada cadeia deve definir a melhor maneira de medir cada uma destas dimensões de forma que todos os parceiros compreendam. Nesta seção daremos alguns exemplos de indicadores que podem ser utilizados em cada uma das categorias. • Acurácia do planejamento: - MAPE: erro percentual absoluto médio, na sigla
em inglês. Mede o desvio do planejado para o realizado e pode ser aplicado tanto ao plano de vendas quanto ao plano de pedidos. Pode também ser ponderado por algum fator de importância, como margem total de contribuição ou faturamento; - MPE, ou Bias: mede o viés do plano, indicando se em média estamos sendo mais otimistas ou pessimistas; - Aceite do pedido sugerido: de forma geral, o processo terá alguma forma automática de sugerir um plano de compras (sell in) baseado no plano de vendas (sell out), que dependerá principalmente da política de estoque e da lógica de reposição acordadas entre as partes. O ajuste manual frequente destas sugestões onera o processo e pode sinalizar a necessidade de rever os parâmetros de cálculo. Este indicador pode ser medido, por exemplo, via MAPE, ou por percentual de linhas do plano com ajuste manual. • Serviço ao cliente: - OTIF: um clássico indicador de nível de serviço, o on time in full, é a medida do pedido perfeito, que chegou na hora certa, e na quantidade certa; - Out of stock, ou Ruptura: a perda de vendas por ruptura de estoque pode ser quantificada pela margem perdida para cada pedido que tenha sido cancelado por falta de estoque, ou pela média de vendas de cada dia com estoque zero ou próximo de zero. Pode ser medida em cada elo, chegando até a gôndola do varejo (on-shelf availability); - Backorder: pedidos que encontram uma ruptura de estoque nem sempre são cancelados. Podem acumular no sistema de gestão até que sejam atendidos ou esquecidos. É importante acompanhar esta fila, medindo-a seja por número de pedidos atrasados, seja por volume ou valor; - Crescimento de vendas: ter o produto certo, no lugar certo e na hora certa aumenta as chances de vender. Sendo assim, é esperado que todo processo de CPFR influencie positivamente o volume vendido. • Performance do supply chain: - Níveis de estoque: o estoque pode ser medido em unidades totais, total de capital investido ou cobertura em dias. Também é possível medi-lo comparando-o à política de estoques estabelecida entre as partes, como um percentual de produtos fora da política. Este indicador, junto ao de perdas de vendas por ruptura, são os indicativos mais evidentes de que o processo está dando retorno; - Lead time: a diminuição da incerteza e sua melhor gestão ajudam a reduzir o lead time médio entre os elos, diminuindo por consequência a necessidade de estoques; Dezembro 2015/Janeiro 2016 - Revista Tecnologística - 65
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- Percentual de transportes emergenciais: fretes aéreos e cargas não consolidadas são boas opções emergenciais para imprevistos, mas podem aumentar significativamente os custos logísticos e devem ser acompanhados de perto. • Qualidade do processo: - Índice de qualidade da informação: a informação de base do processo, principalmente o sell out e os estoques, deve ser julgada segundo as seguintes dimensões: Completude: todos os dados necessários estão na base? Pontualidade: os dados estão chegando dentro do cronograma esperado? Validade: os volumes de venda e níveis de estoque estão dentro dos padrões de normalidade? Existe algum decréscimo de estoque sem uma venda associada? Acurácia: os dados representam a realidade? O estoque no sistema bate com o estoque real? Consistência: os dados são iguais entre sistemas, como na ferramenta de CPFR e no sistema de gestão das empresas? Integridade: todos os produtos vendidos estão no cadastro de produtos? Todos os pontos de venda também? - Acurácia do inventário: mais simples que o índice de qualidade, a acurácia do inventário geralmente já é medida na maioria das empresas. Disparidades en-
95% 90% 85% 80% 75% 70% 65% 60% 2004
2005
Figura 1- Evolução da acurácia do forecast na LCBO
2006
tre estoque real e estoque no sistema de gestão podem causar rupturas e pedidos excessivos; - Cumprimento do cronograma: como mencionado na seção de desafios, o CPFR influencia uma série de outros processos internos de cada elo da cadeia e envolve muitas pessoas. Sem respeito estrito ao cronograma, o processo não pode funcionar; - ROI: implantar o CPFR pode constituir investimentos significativos em equipe, consultoria e ferramentas. É importante estabelecer um caso base de indicadores-chave como perdas de vendas e níveis de estoques e medir o ganho após algum tempo, para garantir que o esforço investido compense o retorno. Para alguns destes indicadores, pode fazer sentido medi-los separadamente por categoria de produto, classificação ABC, estágio do ciclo de vida (lançamento, maturidade e descontinuação) e promoção.
Case de implantação: LCBO e fornecedores A Liquor Control Board of Ontario (LCBO), rede varejista de bebidas alcoólicas atuante no Canadá, iniciou um piloto de CPFR em 2003. A empresa havia executado novas estratégias comerciais, que incluíam mudanças no layout das lojas, displays e merchandising inovadores e mix de produtos mais dinâmicos. As mudanças elevaram a experiência de compra do consumidor, que reagiu positivamente. O sucesso dessas estratégias comerciais foi prejudicial para a cadeia de suprimentos, devido ao aumento da incerteza da demanda e às falhas de abastecimento. Além disso, sua cadeia estava se tornando cada vez mais complexa. As preferências dos consumidores estavam mudando, o portfólio de produtos aumentando, seus lead times eram longos e seus fornecedores pertenciam aos cinco continentes. A solução para o impasse na cadeia de suprimentos foi tentar melhorar o fluxo de produtos por meio de uma rede de parceiros, colaborando de forma efetiva e focando no usuário final. Foi feita uma pesquisa sobre as melhores práticas da indústria e a solução da LCBO foi implantar um processo de CPFR seguindo o modelo sugerido pela Vics. O processo de CPFR foi personalizado para a LCBO, totalmente integrado e automatizado. Os fornecedores foram fonte importante de inputs durante a fase de desenvolvimento. Em 2003 foi iniciado o piloto com seis forne-
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time delivery, melhoraram. E o principal: a satisfação do consumidor também evoluiu.
20%
Case de implantação: Metro AG e Procter & Gamble
15%
10%
5%
0% Pré-CPFR
2005
Figura 2 - Evolução do giro de estoques na LCBO
cedores e em 2005 foi expandido para 21 fornecedores, representando 34% do negócio. As informações de vendas, pedidos e estoque eram transmitidas a cada semana, aumentando a visibilidade da cadeia. Planos de promoções foram desenvolvidos conjuntamente para 18 meses. Planos de vendas eram realizados pela LCBO e pelos fornecedores, registrando as premissas utilizadas. As exceções eram tratadas e depois se alcançava um consenso entre os planos. Planos de pedidos eram desenvolvidos para as 52 semanas seguintes. A avaliação de desempenho dos fornecedores era feita trimestralmente, por meio de relatórios com os resultados de cada fornecedor e um quadro de resultados identificando benchmarks. Esta ação era apoiada pelos fornecedores, que a viam como um benefício, pois incentivava melhorias e identificava possíveis problemas. Alguns dos indicadores usados nas medições foram forecast accuracy com o weighted mean absolute percentage error (WMAPE); forecast value added; tracking signal; in stock position; on time delivery e order fill rate. As maiores barreiras encontradas pela LCBO no processo foram a falta de confiança entre os players, comprometimento, custo e complexidade do processo. Apesar dos desafios, os resultados foram positivos. O indicador forecast accuracy melhorou em torno de três pontos percentuais e o giro de estoque dobrou seu resultado após o piloto. Além desses, outros indicadores, como in stock position, order fill rate e on
O Metro AG é o maior grupo atacadista e varejista da Alemanha, operando em 2.250 pontos de venda em 24 países. Em 2001, foi iniciado um piloto de CPFR entre o grupo e a Procter & Gamble (P&G), que se posiciona entre uma das principais fabricantes de produtos de consumo do mundo. Na fase pré-piloto, no fim do ano 2000, a equipe multifuncional que trabalharia no processo foi selecionada, contando com integrantes de ambas as empresas. O foco do processo foi definido e este seria centrado no planejamento de produtos promocionais. Os indicadores para a medição do processo foram acordados, assim como o padrão de dados e a frequência de compartilhamento de informações. O piloto iniciado no ano seguinte incluía 27 produtos de uma determinada linha, 53 lojas e um CD. Em um outro momento, o escopo foi estendido para duas linhas de produtos, o que resultou em um total de 130 SKUs. Os principais objetivos do processo envolviam a melhoria do processo de planejamento de promoções, redução de rupturas, otimização de estoques, incentivo à real colaboração entre parceiros e, finalmente, aumento do nível de serviço ao cliente final. Semanalmente, Metro e P&G colaboravam nos planos de promoções e de vendas de produtos promocionados. A P&G fazia um plano para as 12 semanas seguintes enquanto o Metro colaborava sobre as oito semanas seguintes. Se a diferença entre os planos dos dois parceiros ultrapassasse um limite pré-acordado de variação, o software utilizado gerava notificações de exceções. As exceções geradas eram resolvidas com o auxílio de dados históricos e fatos conhecidos. As premissas usadas eram registradas no sistema e chegava-se a um plano acordado entre as duas partes. Baseados no plano de vendas, os pedidos das lojas eram atualizados. A ferramenta recebia os dados diários dos pontos de venda ao longo de cada promoção para checar o desempenho dos produtos participantes do processo. Esse monitoramento ajudava na detecção de possíveis problemas e permitia a reação da cadeia para solucioná-los. Os indicadores utilizados neste processo foram out Dezembro 2015/Janeiro 2016 - Revista Tecnologística - 67
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of stock, medido no centro de distribuição; on shelf availability, cobertura de estoques no centro de distribuição, cobertura de estoques nas lojas; e order accuracy, conversão do plano de vendas em plano de pedido X pedido realizado. O resultado da implantação-piloto do CPFR foi bastante satisfatório para ambas as partes. A melhora de 46% na previsão de pedidos para os produtos e lojas incluídos no piloto e a redução dos níveis de estoque no armazém para até duas semanas foram alguns dos ganhos obtidos com o processo. O sucesso do piloto foi crucial para a expansão do CPFR, que foi iniciada já em 2002. A Metro expandiu o processo para mais três fornecedores no primeiro trimestre do ano e para outros seis no segundo trimestre.
Conclusão e tendências Muitos autores questionam a viabilidade do CPFR pelo fato de ser muito trabalhoso, enfrentar altíssimas barreiras culturais e depender fortemente da acurácia de planejamento do varejo para funcionar. Entretanto, os diversos casos de implantação documentados indicam que existe uma enorme oportunidade de aumento de vendas e ganho de eficiência na cadeia. Por motivos óbvios, casos de insucesso não são alardeados com o mesmo furor, logo dificilmente conseguiríamos uma base completa de onde pudéssemos inferir o percentual de sucessos e fracassos. Aqui no Brasil, 60% das grandes empresas entrevistadas em um recente Panorama de Planejamento no Supply Chain, publicado pelo Instituto de Logística e Supply Chain (Ilos), dizem não ter CPFR, e 15% já têm um piloto implantado, mas não têm o processo como parte da estratégia para melhorar serviços e reduzir custos. Apenas 12% das entrevistadas colocaram o CPFR como um processo estratégico. Cadeias como a de medicamentos, que possuem abundância de informação disponível e altíssimos custos de estoque e de perda de vendas, ainda estão tímidas em suas iniciativas neste sentido. Porém, já começamos a ver alguns players-chave colocarem a colaboração como um fator fundamental de sucesso para melhorar a eficiência e a eficácia da cadeia. Fatores como o crescimento da computação em nuvem e de ferramentas no modelo software as a service (SaaS), assim como a disponibilidade maior de dados dos pontos de vendas associados a tecnologias de big data, tornam o ambiente atual propício para uma nova onda de implantações de CPFR. Esperamos que, desta vez, o diferencial tecnológico seja o último empurrão necessário para que este processo finalmente ganhe escala.
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PRODUTOS
Fox 3.0, da AngelLira
Caminhão FH 6x4 com eixo suspensor, da Volvo
Divulgação
A Volvo lançou, em toda a América Latina, seu cavalo mecânico FH 6x4 equipado com eixo suspensor, tecnologia que desengata e levanta o segundo eixo de tração, solução indicada para trajetos com pouca ou nenhuma carga, proporcionando menor consumo de combustível, menos desgaste mecânico e mais conforto na operação. A elevação é de 14 centímetros, a mesma altura que se eleva um caminhão 6x2 com eixo com dispositivo semelhante. O funcionamento do sistema é bastante simples. Utilizando um engate estriado entre eixos, o segundo eixo pode ser desengatado e elevado. São apenas dois botões, localizados no painel de instrumentos do caminhão. Na posição de automática, um sistema eletrônico impede que o veículo trafegue com carga e com o eixo elevado; ao mesmo tempo, garante a elevação automática do último eixo quando o veículo está sem carga. Com o suspensor de eixo ligado, o segundo eixo motriz do caminhão 6x4 é desativado e as rodas são elevadas, passando para a configuração 4x2, reduzindo o arrasto, as perdas mecânicas e o consumo de diesel e proporcionando maior capacidade de manobra. Quando está ativado, o sistema reduz também os ruídos e as vibrações. De acordo com informações da própria Volvo, a condução do caminhão com o segundo eixo motriz levantado pode poupar até 4% de combustível, economia importante considerando que o diesel muitas vezes representa até 50% dos custos com transporte nas empresas. Outra vantagem é que, em superfícies escorregadias, o motorista pode, apenas acionando uma tecla no painel, fazer uma transferência de carga para o primeiro eixo trativo, o que resulta em maior aderência, reduzindo riscos na operação. Além disso, o transportador pode diminuir os custos com pedágios, quando o veículo transitar vazio em praças que não cobram pelo eixo levantado. (41) 3317-8111
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A AngelLira disponibiliza no mercado o Fox 3.0, nova versão de sua solução para gestão logística e controle de jornada do motorista que engloba software e hardware. Trata-se de um computador móvel dedicado especialmente a transportadores, embarcadores e demais empresas que possuem frota. A terceira geração da tecnologia traz diversas atualizações que buscam oferecer um controle ainda mais preciso das operações, promovendo redução de custos e aumentando a produtividade. O aparelho possui tela de 5,2 polegadas, trabalha nas posições vertical e horizontal e a bateria dura 18 horas seguidas mesmo com funcionalidades como Bluetooth, Wi-Fi e internet móvel ativadas. Além de estar mais intuitivo, o Fox 3.0 está conectado com a nova Central Fox de Emergências, que trabalha 24 horas por dia, cobrindo todo o território nacional. A central controla fatores como desvio de rota, perda de posição, paradas indevidas e entradas e saídas em áreas de risco. Outros apoios, como guincho, ambulância e seguro, podem ser solicitados pelo motorista por meio de um botão de emergência existente no computador. Também conhecido como Terminal de Comunicação AngelLira (TCA), o Fox é conectado ainda à Central de Monitoramento AngelLira, preparada para atuar no monitoramento logístico e de riscos, buscando evitar situações como roubos, perdas e atrasos nas entregas. O acompanhamento também pode ser feito pelas próprias empresas utilizadoras, por meio do sistema LiraLog. O Módulo Logístico do Fox traz relatórios gerenciais com informações de viagens, baixa de entregas, tempos de embarques e desembarques, prováveis atrasos, tempo de cada entrega, mercadorias não entregues, entre muitas outras planilhas que são geradas no LiraLog, podendo ser estudadas a fim de agilizar a comunicação e as tomadas de decisão. Já com o Módulo de Jornada é possível visualizar em tempo real o status de toda a equipe de motoristas. O Fox apresenta a funcionalidade de cartão de ponto eletrônico, monitorando a jornada conforme a Lei do Motorista ou os acordos sindicais. Dentre as demais ferramentas estão GPS, transmissão de fotos e vídeos, leitor de código de barras, mapeamento de trânsito com street view, hodômetro e chat corporativo, com troca de mensagens entre os motoristas, sob supervisão do gestor. (49) 3361-1777 70 - Revista Tecnologística - Dezembro 2015/Janeiro 2016
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Vagão hopper triarticulado, da AmstedMaxion Divulgação
Empilhadeiras elétricas SC 6000, da Crown A Crown lançou no mercado sua nova série de empilhadeiras elétricas SC 6000. Os modelos disponibilizados, de três e quatro rodas, apresentam capacidades que variam entre 1,3 e 2 toneladas, alturas de elevação de até 7,5 metros e alta ergonomia. Por exemplo, a baixa altura do degrau, de 375 mm, e a folga para a cabeça facilitam a entrada e a saída do equipamento. Além disso, o design da empilhadeira oferece aos operadores uma visão desobstruída em todas as direções. A cabine parcial inclui um para-brisa, painel traseiro e teto com luz para leitura opcional. A cabine parcialmente fechada possui portas flexíveis com ímãs integrados para proteção lateral contra intempéries. Mesmo a cabine fechada para uso ao ar livre oferece uma visão desobstruída em todas as direções, incluindo visão superior. Para a melhor proteção contra intempéries, também vem com portas com excelente visibilidade, janelas de correr para ambos os lados e opção de aquecedor. A liberdade de movimento do operador, seja qual for a cabine escolhida, não é afetada.
O design compacto, incluindo um chassi robusto e uma placa sólida e longa, abaixo da bateria, mantém a empilhadeira em excelente forma nas condições mais adversas e nas aplicações mais exigentes. Os eixos em aço oferecem uma estrutura de aço/ferro fundido e rolamentos cônicos que permitem que a empilhadeira aguente solavancos ao passar por superfícies irregulares e docas. Esse sistema de direção com eixo traseiro de longa vida útil foi testado por milhares de horas e, mesmo assim, até o raio de giro para quatro rodas é quase nulo, fazendo com que o mesmo seja tão ágil quanto a versão de três rodas. Uma excelente visão de ambas as rodas da frente ajuda a aproveitar a manobrabilidade que isso proporciona. Mastros com perfis em I minimizam a flexibilidade longitudinal, lateral e de torção e oferecem aos operadores maior confiança na operação. As empilhadeiras também são equipadas com motores elétricos resistentes ao calor, de alta qualidade, projetados para evitar a perda de potência de saída a fim de prevenir o superaquecimento.
permanente das ferrovias brasileiras. Ela proporciona, por meio da otimização do comportamento dinâmico do vagão, um aumento significativo da segurança operacional e da vida útil dos componentes, principalmente das rodas. O grande destaque do HTH triarticulado é a operação de carga e descarga automatizada, que possibilita o acionamento das tampas por meio de um sistema pneumático. A tecnologia torna o processo mais seguro tanto para a carga quanto para o operador, já que não necessita de força humana para acionar as portas. (11) 5506-4606
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A AmstedMaxion desenvolveu, em parceria com a Greenbrier, um novo vagão do tipo hopper, com o objetivo de atender principalmente às operadoras ferroviárias que trabalham no setor agrícola e buscam soluções diferenciadas para o escoamento das safras, que crescem a cada ano. O vagão HTH triarticulado apresen-
ta maior capacidade de carga, facilidade de manutenção e tecnologia automatizada para as operações de carga e descarga em movimento. De acordo com a empresa, a novidade, capaz de transportar até 136 toneladas de carga, estará em operação nas principais ferrovias brasileiras até o fim de 2015. Trata-se de um aperfeiçoamento do vagão hopper, desenvolvido com o truque Motion Control, da família Truques Premium, tecnologia de ponta da Amsted Rail – empresa do grupo Amsted Industries – feita especificamente para as condições operacionais e de via
O sistema de inteligência embarcada garante que a série SC 6000 mantenha uma velocidade constante em rampas e ajude os operadores, ajustando automaticamente as funções de controle em relação a diferentes pesos de carga, alturas de elevação, ângulos de direção e velocidades de deslocamento. Outro destaque é a facilidade de manutenção. A tecnologia patenteada Crown Access 1 2 3 oferece aos clientes diagnósticos a bordo e em tempo real. Com o sistema de troca de bateria BTS 1000, que permite que uma pessoa troque a bateria da empilhadeira em apenas três minutos, a empresa oferece um conceito abrangente que dinamiza os fluxos de trabalho e garante operações logísticas sustentáveis, produtivas e mais lucrativas. (11) 4585-4040
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PRODUTOS
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Linha de implementos 2016, da Librelato
A Librelato lançou seus novos implementos para 2016. Uma das novidades é o Semirreboque Carga Aberta Graneleiro, segundo a empresa, o mais leve do mercado, com 7.600 kg. Entre seus diferenciais, apresenta tampas da caixa de carga mais leve, maior resistência a impacto e pressão, material impermeável, maior durabilidade e exclusivo sistema de vedação. Outro destaque fica por conta do painel, mais resistente, durável e intercambiável graças à utilização do compensado de 12 milímetros, 40% mais robusto do que os utilizados atualmente. No mercado, é encontrado nas versões dois eixos distanciados, três eixos, três eixos distanciados, quatro eixos bitrem, seis eixos bitrenzão, seis eixos rodotrem e reboque dolly dois eixos. Além disso, a empresa apresentou sua linha Premium, com diversos modelos de implementos. O Semirreboque Basculante é disponibilizado em três versões: três eixos, com 8.900 kg de tara e 45 m³; três eixos distanciados, também de 45 m³, mas com 9.450 kg de tara; e Rodotrem, total de 70 m³ e que traz como principal vantagem o engate esférico, possibilitando que o descarregamento seja realizado no implemento traseiro, sem a necessidade de desengatar do dianteiro. Outras novidades da linha Premium são o Bitrem e o Rodotrem de alumínio. Com design sem colunas, alumínio de liga laminado e perfilador de alta per-
formance, os novos produtos apresentam vantagens em relação ao peso, por serem mais leves – cerca de 2.600 kg na comparação com os que utilizam aço carbono –, proporcionando ganhos ao transportador. Um diferencial deste equipamento é a caixa de carga formato cônico dotada de vincos laterais para enrijecimento da estrutura, minimizando a quantidade de colunas laterais. Já o Semirreboque Carrega Tudo, pescoço removível, apresenta como vantagem a rampa com acionamento eletro-hidráulico, eliminando, assim, a necessidade de bascular o equipamento nas operações de carregamento e descarregamento. Além disso, foram aplicadas argolas de amarração e alargadores embutidos na lateral. O Semirreboque Tanque, para transporte de combustível, foi desenvolvido para atender os mais exigentes clientes do segmento. Com alta qualidade de fabricação e acabamento, possui válvulas de fundo com acionamento pneumático, totalmente preparado para instalação do sistema botton loading com recuperador de vapor, fácil manutenção por meio de componentes parafusados ao chassi e maior eficiência de frenagem devido à compatibilidade com o sistema dos cavalos mecânicos. O produto tem capacidade para transportar 62 mil litros de gasolina, 61 mil l de etanol e 58 mil l de diesel. Mais uma das novidades é o Semirreboque Lonado para o transporte de
bebidas, com três eixos distanciados. O implemento possui painéis dianteiro e traseiro com revestimento em chapas de aço e dispõe de mecanismo pneumático para travamento da carga, proporcionando maior segurança e agilidade na operação de carga e descarga. A capacidade do produto é de 28 paletes ou carga líquida de 34,7 toneladas. Outro destaque é o Semirreboque Furgão Alumínio, desenvolvido para o transporte de cargas fracionadas e que tem como itens nova frontal, colunas de aço, chapa de alumínio, todo parafusado, teto em alumínio inteiriço, chapas de fechamento das portas em alumínio liso, aumento nas espessuras das colunas e perfis de acabamento. O implemento conta com portas traseiras intercambiáveis com a linha furgão lonado e porta duas folhas standard com quatro varões e opcional portal roll-up. Para completar a linha de semirreboques Premium há o modelo empregado nas operações florestais. O equipamento apresenta fueiros – opção de três, quatro ou seis por composição – e painéis parafusados ao chassi e sistema de freio compatível ao empregado no cavalo mecânico. Na linha leve, a Librelato apresenta dois modelos de coletores, o Coletor Máximus, com carregamento traseiro, e o Coletor Lateral. O Coletor compactador modelo Máximus foi desenvolvido para transporte de resíduos sólidos urbanos, comerciais e industriais, sempre que sejam resíduos não perigosos, com carregamento traseiro. O implemento possui praça de carga com capacidade volumétrica de 2,4 m³. Já o Coletor Lateral possui sistema de carga lateral automatizada, utilizando tecnologia de última geração para o correto gerenciamento dos resíduos sólidos domiciliares. O sistema está baseado na utilização de contêineres metálicos para o acondicionamento dos resíduos. (48) 3466-6000
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A Truckvan desenvolveu um novo furgão de alumínio basculante destinado ao transporte de resíduos domiciliares e de saúde. O implemento foi feito sob medida para as operações da EcoUrbis Ambiental, responsável pela coleta e pela destinação adequada dos rejeitos na região sudeste da cidade de São Paulo, mas está disponível no mercado para qualquer empresa interessada. O lixo, coletado em hospitais e postos de saúde, é depositado no furgão por meio das portas laterais e traseira. Ao final da coleta, o veículo se dirige ao incinerador e bascula o furgão, fazendo com que o lixo seja inteiramente descartado em local adequado sem a necessidade de manuseio humano, evitando assim contaminações. Revestido internamente em fibra, o furgão possui compartimentos destinados ao armazenamento de kit de segurança e
Divulgação
Furgão para o transporte de resíduos, da Truckvan
de ferramentas, além de contar com quadros de portas em aço inoxidável, que possibilita a lavagem sem causar corrosão. A expectativa da Truckvan é fabricar 20 modelos do furgão por ano. A capacidade de carga transportada varia de 1 a 4 toneladas, dependendo do veículo escolhido para a aplicação do implemento. No caso da EcoUrbis Ambiental, foi utilizado um veículo Sprinter, da Mercedes-Benz. (11) 2635-1133
Ajato, da Tam Cargo A Tam Cargo, unidade de cargas no Brasil do Grupo Latam Airlines, estabeleceu uma parceria com a Tam Viagens, operadora de turismo do grupo, para o envio de pequenas encomendas pelas lojas da Tam Viagens. O serviço chama-se Ajato e começou a ser oferecido como um piloto na loja de João Pessoa, seguindo para as unidades de Maceió, Aracaju, Florianópolis e Ribeirão Preto (SP). A previsão é de que até o fim de 2016 seja promovida a expansão do projeto para as demais lojas. Os valores do serviço são variados, de acordo com o prazo de entrega, com o tipo de embalagem escolhido e com o destino. Ao todo são seis formatos de embalagem, que vão desde envelopes para documentos, com menos de 1 kg, até volumes maiores, com capacidade para até 15 kg. Para os principais des-
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tinos, a entrega pode acontecer até no mesmo dia. Segundo a empresa, em cada loja do projeto-piloto haverá um funcionário treinado para ajudar o cliente na escolha do serviço. Serão analisados o tipo de encomenda, a melhor embalagem, o destino e o prazo de entrega. O funcionário Tam Viagens etiqueta o volume, faz a cobrança do cliente e a Tam Cargo coleta a encomenda na loja e prossegue com a entrega. Atualmente, a capilaridade da Tam Cargo alcança diretamente cerca de 400 municípios e, indiretamente, 4 mil. Existem hoje mais de 160 lojas Tam Viagens pelo país que podem aderir à parceria. Elas estão localizadas em endereços privilegiados, como dentro de shopping centers e em regiões centrais das cidades, por exemplo, o que facilita o contato com pessoas físicas e pequenas empresas. (11) 5091-3200
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AGENDA
INTERNACIONAL Fruit Logistica 2016. 3 a 5 de fevereiro. Berlim, Alemanha. Organização e informações: Messe Berlin. fruitlogistica@messe-berlin.de www.fruitlogistica.com Logimat 2016. 8 a 10 de março. Stuttgart, Alemanha. Organização e informações: Messe Stuttgart. logimat@euroexpo.de www.logimat-messe.de Transport Solutions Middle East. 13 a 15 de março. Dubai, Emirados Árabes. Organização e informações: Comexposium Middle East. j.dcosta@comexposium-me.com www.transportsolutionsme.com NACIONAL
Cursos de curta duração Controle de Almoxarifado e Inventário Físico. 19 de janeiro. Em São Paulo, SP. Organização e informações: Minder Group. Tel.: (11) 5111-8220 www.mindergroup.com.br Estruturação de Empresa de Transportes. 19 de janeiro. Gestão de Central de Tráfego. 19 de janeiro. Custos no Transporte Rodoviário de Cargas. 19 de janeiro. Indicadores de Performance em Transportes. 20 de janeiro. Indicadores de Desempenho no Planejamento de Demanda. 26 de janeiro. Planejamento e Previsão de Demanda. 26 de janeiro. Métodos de Forecasting. 27 de janeiro. Auditoria Logística no Planejamento de Demanda. 27 de janeiro. Indicadores de Desempenho em Customer Service. 2 de fevereiro. Customer Services: Como Balancear Custos. 2 de fevereiro. Sistema Avançado de Logística e Customer Service. 3 de fevereiro. Indicadores de Desempenho na Produção. 16 de fevereiro. Sequenciamento de Produção. 16 de fevereiro. Lean Manufacturing. 17 de fevereiro. Mapeamento
da Cadeia de Valor. 17 de fevereiro. Todos em Campinas, SP. Organização e informações: Cebralog. sac@cebralog.com www.cebralog.com.br Administração de Armazenagem. Administração e Planejamento da Produção. Compras e Administração de Materiais. Gestão da Distribuição. Logística em Comércio e Serviço. Logística, Marketing e Vendas. Negociação em Compras. Tecnologia Aplicada à Logística. Todos com carga horária de 15 horas. Custos Logísticos, Aspectos Tributários e Fiscais. Carga horária: 18 horas. Logística Integrada. Logística Reversa. Logística de Transportes. Todos com carga horária de 24 horas. Administração de Operações Logísticas. Carga horária: 30 horas. Gestão de Frotas. Carga horária: 30 horas. Operações de Logística Internacional. Carga horária: 30 horas. Para datas e locais, consulte o Senac. Organização e informações: Senac. Tel.: 0800 883-2000 naiana.gsouza@sp.senac.br www.sp.senac.br Legislação de Produtos Perigosos. 20 de fevereiro. Conhecimento Eletrônico e MDFe Manifesto Eletrônico - Novas Mudanças Regras ANTT. 20 de fevereiro. Em São Paulo, SP. Organização e informações: Maxxima Educação Corporativa. Tel.: (11) 2243-7927 maxximaeduc@gmail.com www.maxximaeducacao.com.br Gestão da Cadeia de Suprimentos e Logística. 22 de fevereiro. Gestão Integrada
da Logística. 22 de fevereiro. Finanças e Custos Aplicados à Logística. 22 de fevereiro. TI Aplicada à Logística. 24 de fevereiro. Gestão da Cadeia de Suprimentos. 24 de fevereiro. Lean Logistics - Pensamento Enxuto Aplicado à Logística. 30 de março. Todos em Campinas, SP. Organização e informações: Unicamp. Tel.: (19) 3521-2337 extensao@fec.unicamp.br www.extecamp.unicamp.br/cursoslogistica/
Cursos de longa duração Tecnologia em Logística. Duração: 2 anos. Curso de Extensão em Supply Chain Management. Carga horária: 40 horas. Curso a distância. Pós-Graduação em Logística Empresarial. Carga horária: 366 horas. São Paulo, Águas de São Pedro (SP) e a distância. Curso Técnico para Assistente em Logística Empresarial. Carga horária: 200 horas. Bertioga (SP). Curso Técnico em Logística. Carga horária: 800 horas. Curso Livre em Almoxarife. Carga horária: 160 horas. Auxiliar de Operações em Logística. Carga horária: 160 horas. Curso Livre de Comprador. Carga horária: 160 horas. Assistente em Transporte e Distribuição. Carga horária: 240 horas. Para datas e locais, consulte o Senac. Organização e informações: Senac. Tel.: 0800 883-2000 naiana.gsouza@sp.senac.br www.sp.senac.br Veja a agenda completa de cursos, seminários, MBAs e demais eventos em www.tecnologistica.com.br/agenda
ANUNCIANTES DA EDIÇÃO Assine Tecnologística .................. 3ª capa Bresco .................................................. 29 Bsoft .................................................... 61 Cargomax ............................................ 37 Cascade ............................................... 49 Condomínio Logístico Golgi ......Encarte GLP - Global Logistic Properties ......... 17 Grupo TPC .......................................... 41 HBZ...................................................... 73 Ilos ....................................................... 69 JEM Transportes .................................. 09 L. Amorim ........................................... 47
Manserv ............................................... 33 Mendonça & Associados ..................... 51 Multhlogic........................................... 07 Pátria ................................................... 55 Penske ................................................. 21 Porto Seco Sul de Minas ...................... 13 Rayflex ................................................. 63 Salvador Logística ............................... 45 Smartlog ...................................... 4ª capa Tegma .................................................. 05 TruckPad ..................................... 2ª capa
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