ENTREVISTAS COM TAMARA SOARES, MARI RAMOS E KARINA ALTOBELLI
a r a l C elli Sav
NO A MENINA QUE NASCEU TTPAD ORKUT E MORA NO WA
raffa fustagno fala sobre o fim dos blogs
EDIÇÃO
14ª EXPEDIENTE Editora Chefe Carol Dias Diagramação Carol Dias Ícones: Flaticon
Redação Raffa Fustagno Balleroni Bruno Luiz Silva Carol Dias Clara Savelli Isabelle Reis Marlon Souza Paula Tavares Patricia Silva Revisão Carol Dias Isabelle Reis Contato Carol Dias contato@publiqueirevista.com (21) 99575-2012 publiqueirevista.com
EDITORIAL
Produzir a Publiquei todos os meses é uma aventura. Produzir a Publiquei no mês do nosso primeiro evento literário e enquanto a equipe prepara o primeiro livro da Publiquei Editorial é uma aventura digna de trilogia épica. Mesmo assim, não existe dúvidas de que amamos escrever cada linha dessa revista. Nesse mês, mais uma vez, viemos exaltar uma autora aqui da nossa redação, que é um verdadeiro talento e que nos orgulha muito: a Clara Savelli. Ela é a voz da experiência quando falamos de livros, romance adolescente, Wattpad e Direito. Agora é hora de conhecer o trabalho dela como autora. Você vai perceber também algumas mudanças no conteúdo da Publiquei: novo projeto gráfico, com fontes que facilitam a leitura na Web; e a revista agora é dividida em editorias. As entrevistas e matérias continuam do jeito que a gente sempre fez, procurando trazer o que há de mais importante para você que, como nós, é apaixonado pela literatura. Verá também as entrevistas que fizemos com a Tamara Soares, a Karina Altobelli e com a Mari Ramos. A Raffa Fustagno, do blog A Menina que Comprava Livros, trouxe um texto super legal sobre blogs e a migração que vem acontecendo desse conteúdo para o YouTube. Discutimos a importância de falar sobre livros, principalmente nas áreas mais periféricas da cidade, na coluna “Falando Nisso” e resenhamos o livro “Reprodução”, do Bernardo Carvalho. A editoria Publique seu Livro veio com dois textos: uma entrevista com Raphael Pellegrini, do Capitu Já Leu, sobre a importância da revisão no processo de publicação; a novidade que é a Publiquei Editorial e o lançamento de Dança Perigosa. E não acaba por aí: em eventos, falamos sobre o “Pós-Bienal”; no Painel da Literatura Nacional, o tema é totalmente voltado para o Dia das Bruxas, com histórias recheadas de criaturas noturnas; o Top do Mês trouxe Pietra Von Bretch, “Olivia” e “Criaturas e Criadores”.
SUMÁRIO
PAINEL DA LITERATURA NACIONAL TOP DO MÊS INSPIRAÇÃO ACHEI NO WATTPAD AMAMOS E-BOOKS CAPA UMA PALAVRINHA COM FALANDO NISSO RESENHA BLOGS.COM PUBLIQUE SEU LIVRO EVENTOS
RIO DE JANEIRO - 14 º EDIÇÃO
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PAINEL DA LITERATURA NACIONAL por Paula Tavares
O ano está voando e daqui a pouco o fim de outubro está aí! E com ele chega o Dia das Bruxas, que pode até não ser a data mais comemorada no Brasil, mas rende umas boas histórias nos nossos queridos nacionais. Essa é a nossa seleção para entrarmos no clima da data com a ajuda de queridas criaturas noturnas.
Para saber mais sobre essas histórias, acesse o nosso site: publiqueirevista.com 4
TOP DO MÊS por Marlon Souza
Uma escritora de Fantasia que tem se destacado em eventos. Um drama sobre pessoas e universos. Um livro de terror escrito por grandes nomes da literatura nacional. AUTOR | LIVRO | LANÇAMENTO
AUTORA
Pietra Von Bretch Presença frequente em diversos eventos no ano de 2017, Pietra Von Bretch tem se destacado a cada dia no mercado editorial. Tendo lançado seu primeiro livro, “Dark London”, com direito a cosplayer de sua personagem principal, Pietra é atriz, roteirista, amante de RPG e fantasia em geral. Também é poetiza e já participou de alguns projetos como tal. Atualmente se dedica a continuação de sua série e outros trabalhos.
Conhece alguma história ou autor que gostaria de ver por aqui? Envie para contato@publiqueirevista.com ou em nossas redes sociais! 5
Olívia
LIVRO
J Magnane
“Olivia” é o primeiro trabalho solo publicado pelo jovem escritor carioca J Magnane. Publicado pela editora Rouxinol, o livro conta a história de um escritor que está tentando superar a perda de sua esposa Sophie. Ele decide voltar à ilha onde sua esposa foi enterrada ao mesmo tempo em que ele tenta dar continuidade em seu novo romance. Em “Olivia”, encontramos uma escrita madura, onde somos inseridos dentro de uma narrativa quase poética sobre perdas, o universo e pessoas. Um drama com personagens complexos que irá fazê-lo levantar vários questionamentos. Um ótimo início para um escritor que tem tudo pela frente. Por esses e outros motivos, “Olivia” foi escolhido o Livro do Mês.
LANCAMENTO
Criaturas e Criadores Raphael Draccon, Carolina Munhóz, Frini Georgakopoulos e Raphael Montes
O que esperar de um livro de contos de terror escrito por quatro escritores nacionais de grande sucesso da atualidade? A proposta de “Criaturas e Criadores”, lançado pela editora Record, foi juntar esses talentos das literatura brasileira para recontarem histórias clássicas do terror. E o mês não podia ser mais propício, já que outubro é conhecido como o mês do horror. O que esperar de um lançamento desses? Vamos ver como os autores trabalharam e reinventaram Frankenstein, Drácula e outros clássicos aclamados pela literatura mundial?
Conhece alguma história ou autor que gostaria de ver por aqui? Envie para contato@publiqueirevista.com ou em nossas redes sociais! 6
A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal.
INSPIRAÇÃO por Bruno Luiz Silva
O imortal Machado de Assis
Nascido no Morro do Livramento, na área central do Rio de Janeiro, bem perto da região portuária. Filho de um mulato que pintava paredes e de uma lavadeira portuguesa. Mal estudou em escolas públicas e nunca frequentou a universidade. Perdeu uma irmã muito jovem, e pouco depois ficou órfão de mãe. Para ajudar nas despesas de casa, trabalhou vendendo doces. Essa história é singular, mas ainda hoje podemos encontrar muitos casos similares. Não é fácil realizar sonhos e alcançar objetivos quando a corrida começa tantos passos atrás. Mas é possível. O texto dessa edição é sobre um dos maiores autores brasileiros. É sobre o nosso escritor mais completo. É sobre Machado de Assis, um autodidata que transformou sua história — e a de todos nós — por meio de seu esforço em qualificarse incansavelmente. Ao longo desse texto, não estará em mérito se Capitu traiu Bentinho ou não. A propósito, se você ainda não leu “Dom Casmurro”, refaça sua lista de próximas leituras e inclua esse clássico eterno e impecável. Mas cabe aqui mencionar que, quase 120 anos depois da publicação do livro, ainda há quem leia, discuta e se encante com “Dom Casmurro”. Que ain-
da questionemos se houve traição ou não: isso é genialidade. Que ainda nos impressionemos com a escrita de Machado de Assis: isso é eternidade. Interessado pela boemia e pela corte, Machado de Assis batalhou para crescer e alcançar seus objetivos por meio da superioridade intelectual. Aprendeu francês com uma amiga em sua juventude. Trabalhou na Tipografia Nacional como aprendiz de tipógrafo. Dois anos mais tarde, em 1858, tornou-se revisor na Livraria de Francisco de Paula Brito. Logo veio a colaborar para vários jornais e revistas, entre eles “Revista Ilustrada”, “Gazeta de Notícias”, e o “Jornal do Comércio”. Em 1864, publicou seu primeiro livro de poesias, “Crisálidas”. Em 1867, iniciou sua carreira de funcionário público. Por indicação do jornalista e político Quintino Bocaiuva, tornou-se redator do Diário Oficial, onde logo foi promovido a assistente de diretor. Em 1869, casou-se com Carolina Augusta Xavier de Novais, que o estimulou na carreira literária. Em 1872, publicou seu primeiro romance: “Ressurreição”. Machado de Assis teve uma carreira meteórica como funcionário público. Em 1873, foi nomeado primeiro oficial do Ministério
da Agricultura, e três meses depois assumiu a chefia de uma seção. Recebeu do Imperador o grau de Cavaleiro da Ordem da Rosa, por serviços prestados às letras nacionais. Foi um dos fundadores da Academia Brasileira de Letras, em 1896, já após instituída a República. Foi aclamado para presidente e, por unanimidade, foi eleito. Ocupou a cadeira de número 23. Machado de Assis escreveu algumas das obras fundamentais de nossa Literatura, como “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, “Quincas Borba” e “Dom Casmurro”. Escreveu romances, poemas, peças de teatro e contos. Introduziu o Realismo no Brasil. Batalhou e venceu por méritos próprios. Superou a infância difícil e criou as oportunidades das quais precisou. Tornou-se um imortal. Não só pela cadeira na ABL, mas principalmente por suas obras eternas. E aqui entre nós: Capitu não traiu Bentinho. 7
ACHEI NO WATTPAD
NO WATTPAD: @TAMARIZANDO
por Clara Savelli
De jovens para jovens: Tamara Soares e seu sucesso no Wattpad A escritora de 21 anos encontrou no Wattpad uma forma de exteriorizar sua mente criativa
Tamara Soares tem 21 anos e sempre amou histórias e começar coisas novas. Ela atribui sua criatividade aos contos de fada distorcidos que sua mãe contava para ela na infância (nas histórias da mãe de Tamara, João e Maria subiam em um pé de feijão e encontravam os sete anões!) e também aos livros que sempre amou ler. Fã de ficção científica, mistério, terror, jovem-adulto, e tudo que tem no meio. Nunca tinha conseguido terminar uma história até começar a postar “Fangirlish” no Wattpad, mas agora não para mais de escrever e concluí-las. O que a faz muito feliz, pois adora compartilhar as loucuras que moram com ela há tanto tempo. 8
Publiquei Revista: Como foi que você descobriu o Wattpad e o que te fez começar a publicar nele? Tamara Soares: Eu descobri enquanto tentava achar fanfic para ler. Cheguei a me cadastrar e seguir algumas pessoas, mas acabei não usando até quase um ano depois. Na verdade, eu comecei a publicar nele como forma de provar para uma amiga que eu era capaz de terminar uma história, em vez de deixá-la na minha mente para sempre. E acabou que eu consegui mesmo! PR: Como foi a experiência de ter “Fangirlish” publicaPR: Sabemos que “Feira do? Você sentiu muita didos Corações Partidos” tem ferença entre os leitores do uma pegada mais dramá- Wattpad e os leitores do litica, enquanto “Fangirlish” vro em papel? arranca muitas risadas. TS: Foi incrível! Eu nunca Como é para você transitar imaginei que teria um livro publicado assim tão cedo entre os gêneros? TS: Eu tenho uma imagina- (claro que é o sonho). Mas a ção muito fértil, então algu- melhor parte, para mim, foi mas vezes meu cérebro quer aprender a ser mais desinibiação; outras, romance; e ra- da, a deixar pessoas conheramente ele me pede drama. cerem meu trabalho longe Parece complicado ir da co- desse mundo “fechado” que média ao drama, mas para é o Wattpad. Já nos leitores, mim não é tão difícil, pois eu para mim, a maior diferenacesso essas partes espe- ça é o contato. Alguns que cíficas do meu cérebro para compram o físico falam coescrever. Quando preciso ser migo, mas online é tudo mais mais séria, como em “Feira rápido, mais instantâneo. dos Corações Partidos”, eu Você descobre na hora o que procuro em mim esse lado eles sentem, o que está funmais introspectivo, calmo, cionando ou não. E interagir etc. Já com “Fangirlish” ou com essas pessoas é uma “Tudo Entre Amigos” (minha experiência indescritível. No outra história do Wattpad), fim, eu acho que embora seeu tento buscar lembranças jam (muitas vezes) públicos engraçadas, momentos que diferentes, os dois têm suas me fizeram rir. Mas no fim eu particularidades que tornam acabo colocando drama na tudo isso muito maravilhoso comédia e comédia no drama e divertido para mim. porque não vivo sem os dois! PR: Qual é seu autor favorito
— dentro e fora do Wattpad? TS: Qualquer pessoa que me conhece sabe que eu sou péssima com favoritos! Eu costumo dividi-los em várias categorias, para sentir que estou sendo justa com todo mundo. Mas dentro do Wattpad têm duas pessoas que me inspiram muito (e são grandes amigas), elas são Julia Braga e a Bruna Fontes. A histórias das duas sempre me movem de uma maneira muito grande e eu digo o tempo todo que sou a maior fã delas. Já fora do Wattpad eu sou muito fã da Lauren Oliver, Becky Albertalli e claro da Bruna mais uma vez. Acho que de todas as escritoras de ficção adolescente que eu conheço e tive o prazer de ler, elas são as que mais mexem comigo e me tocam. As três possuem narrativas diferentes, mas no fim seus livros são meus favoritos. Agora autores mais “antigos”, eu sou apaixonada pelo Salinger (ele escreveu o meu livro preferido no mun9
do!), pela Virgínia Woolf (os ensaios dela são fantásticos) e pelo Manoel de Barros (o meu poeta preferido).
uma história), foi quando eu fui tomar açaí aqui na minha cidade e vi um casal de namorados que me lembraram na hora dois personagens PR: Qual é sua principal ins- meus que quase não interapiração para começar um li- giam. Naquele instante vievro novo? As ideias surgem ram cenas para mim e tudo naturalmente? Qual foi a úl- que eu pensava sobre os tima que surgiu? Pode con- dois acabou mudando! tar para gente? TS: Sonhos! Eu sempre tive PR: Dos livros que já posuma imaginação muito fértil tou no Wattpad ou está (e também um pouco para- postando agora, você sabe noica), por isso criar e sonhar apontar um favorito? Aquecom situações bizarras sem- le que faz o coração bater pre foi comum para mim. Al- mais forte quando você gumas ideias eu forço, como lembra da história ou o que em “Fangirlish” que eu que- você ficou mais empolgada ria escrever sobre uma me- em escrever? nina doidinha fã de música TS: O meu livro favorito é a pop, mas no caso da “Feira “Feira dos Corações Partidos Corações Partidos”, por dos”, a história existe na miexemplo, tudo veio de uma nha cabeça há sete anos, e história que minha mãe con- eu finalmente tive coragem tou para mim sobre minha de passar ela para o papel. família seguida de um sonho Foi mágico, principalmente sobre a mesma coisa. Eu jun- agora que eu a finalizei. Eu tei um mais um e virou o que me identifico muito com a é hoje. Mas tudo me inspira, protagonista, então acomna verdade. panhar ela por tanto tempo Acho que a última ideia que foi quase como uma terapia surgiu para mim (que real- para mim. Mas o livro que mente mudou o curso de mais me deixou empolgada
Fangirlish 300 páginas Duplo Sentido Editorial
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foi “Fangirlish”, por ser a primeira história que eu escrevi e publiquei, e por causa das personagens que me conquistaram muito. É quase difícil ter que escolher qual das duas eu gosto mais (“Fangirlish” ou a “Feira”) porque elas são igualmente importantes e mágicas para mim. Então acho que seria um empate. PR: Agora, para descontrair: se você pudesse escolher um dos personagens dos seus livros para ganhar vida, quem seria e por que? TS: Eu daria vida à Mia, só para ela ser minha amiga! Quando eu estava escrevendo ela, eu sempre quis que ela fosse uma garota doidinha, pra frente, que ama e protege os amigos… E seria muito divertido ser amiga de alguém como ela, que é uma pessoa totalmente sem papas na língua. Claro que se eu pudesse, daria vida a quase todos os meus personagens, para poder abraçá-los, principalmente. Mas escolhendo só um, vai ser a Mia mesmo.
Diana Rose Palmer sempre quis tudo da própria maneira, a começar pelo apelido de infância que não tem nada a ver com seu nome: Mia. Com um metro e sessenta e sete de pura cara-de-pau, vive muito bem, obrigada, junto ao pai vegano e as mil e uma paixões adolescentes – sendo três delas a música pop, os anos oitenta e os prazeres da carne. Sempre ligada ao mundo do entretenimento, ela divide seu tempo entre Stalkear as celebridades favoritas e vender os maiores furos jornalísticos para descolar uma boa grana dos sites de fofocas; porque, embora Mia seja fã de carteirinha de muitas coisas, seu verdadeiro amor é e nunca deixará de ser o dinheiro. Com a sorte voltada a essa paixão, a vida presenteia Mia com a oportunidade de juntar a vocação em ser fangirl e o instinto mercenário: gravar cada passo de Chad Gallagher, seu maior ídolo e cantor preferido. É aí que Diana percebe que o garoto tem muitos segredos escondidos, e ela fará de tudo para descobri-los e tirar algum proveito disso – mesmo que precise usar de meios não convencionais para alcançar o objetivo, como a chantagem. Fangirlish é um livro jovem, envolvente e engraçado que revela o pior e o melhor de nós mesmos através de uma narrativa leve e irônica.
AMAMOS E-BOOKS por Bruno Luiz Silva
A mente denunca uma para autorade funcionar Karina Altobelli, autora de “7Dias”, conta sobre sucesso na Amazon
Na edição desse mês, a “Amamos E-books” traz uma entrevista especial com a escritora Karina Altobelli, que tem um trabalho de sucesso na Amazon. A autora de “7Dias” conta suas experiências e dá algumas dicas: Publiquei Revista: Com que idade você começou a escrever? O que despertou a vontade de escrever histórias? Karina Altobelli: Eu comecei a escrever um pouco tarde, se comparado com novos autores brasileiros que temos no momento. Acredito que escrever livros mesmo, comecei com uns 35 anos. Minha irmã e eu resolvemos escrever um livro juntas. A ideia, infelizmente, não deu
certo. Mas eu descobri que nizada que existe. Acho que eu gostava tanto de escrever, não tenho uma rotina de que não consegui mais parar. processo de criação. Quando estou escrevendo um livro, PR: Qual é a temática que normalmente eu não sei o você mais gosta de explorar que acontecerá no capítulo em seus livros? seguinte, não sei como será KA: Gosto muito de colocar a reação dos personagens ação nos meus livros. Qua- sobre tal assunto da cena, eu se todos sempre têm como realmente deixo fluir. O final tema um assassinato, ou do livro, eu só terei certeza mistério, ou traição. mesmo de como será quanAchei que não conseguiria do estiver com poucos capíescrever drama, mas ini- tulos para acabar a escrita. ciei um livro há poucos dias, Não consigo fazer um resucom personagens sofridos mo do que vai acontecer no que precisam de muita luta início, meio e fim, e depois ir para a própria sobrevivência. escrevendo as cenas, como Acho que não me daria bem muitos autores fazem. escrevendo para crianças e Também não tenho horários adolescentes. Minha escrita é fixos para escrever, escrevo voltada para o público adulto. no momento que consigo, pode ser em qualquer horáPR: Como é seu processo rio que tiver uma brecha. A única coisa que sempre faço de criação? KA: Eu sempre brinco que é anotar tudo que me vem à sou a autora mais desorga- mente. Se eu tiver uma ideia, 11
paro tudo que estou fazendo e corro para anotá-la. Muitos finais de livros — ou até mesmo aquela cena muito importante e crucial para a história — aconteceram dessa maneira. PR: Quem são seus maiores incentivadores? KA: Meus maiores incentivadores, além de meus leitores, claro, são: meu marido, que tudo faz para me incentivar, apoiar e ajudar; minha irmã, que é minha beta e me dá ótimas ideias e é muito crítica; minha mãe, irmão, sogra, cunhadas. Na verdade, agradeço a Deus, pois a maioria da minha família sempre me apoiou.
PR: Como você analisa a literatura brasileira contemporânea? Quais são os autores que você acompanha? KA: Acredito que a literatura brasileira atual está cada vez mais ganhando espaço e isso me deixa muito feliz. Temos ótimos autores sendo revelados. Muitos leitores que não davam crédito aos autores brasileiros, estão mudando de opinião e lutando ao nosso lado para cada vez mais as pessoas terem acesso às obras nacionais. Acompanho muitos autores brasileiros, pois assim conhecemos o trabalho de todos.
PR: Como avalia os resultados alcançados nas plataformas digitais? KA: Acho que foram realmente um grande marco para nós. Comecei no Wattpad e conheci muitas pessoas especiais que são minhas amigas até hoje. Foi onde consegui que meu trabalho fosse visto. Em relação à Amazon, realmente é uma maravilha para os autores. Muitas pessoas podem ter acesso, ficamos conhecidos e ainda somos renumerados por esse trabalho. Quando lancei “7Dias” nessa plataforma, eu pude ter uma noção de como funciona. Obtive um retorno caloroso de meus leitores. Ainda recebo mensagens dizendo que leram meu livro na Amazon, por indicação de outros ou até mesmo ao acaso, e adoraram. Não existe retorno maior para um autor do que isso, o carinho do leitor. PR: Quais são seus próximos projetos? KA: Meu próximo projeto será a publicação de “Rainha Aurora” na Amazon, um conto que está em revisão e em breve também estará na plataforma. No Wattpad, continuo as postagens de “Billi”. E estou fechando uma parceria maravilhosa para a publicação “7Dias” em formato físico com a Editora Arcadia. E os projetos continuam, pois, a mente de uma autora nunca para de funcionar.
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CAPA por Isabelle Reis
Se você acha que já postou em muitas plataformas de leitura, conheça
Clara Savelli
Autora de diversos livros, a também advogada mostrou um pouquinho do seu mundo Clara Savelli diz que é filha do Orkut e moradora do Wattpad. Já teve mais de 3 milhões de visualizações nas suas histórias e adora escrever um romance jovem. Clara já foi Vencedora do Prêmio NRA 2009 nas Categorias “Melhor Livro Não-Concluído”, “Melhor Autora” e “Melhor Entrevista” e ganhou o Prêmio Paulo Britto de Literatura 2011 na Categoria Prosa, além de uma Menção Honrosa no Concurso Internacional de Contos Vicente Cardoso 2012. Por ela, seu crush pode andar de “Mocassins & All Stars”, você pode ir para um “Acampamento de Músicos (nem tão) talentosos”, dar uma de “Tiete!”, chamar seu ídolo de “Sir” e ele te chamar de Lady, só porque você gosta de “Chinelos e Salto Alto”, afinal, o amor pelo próximo faz partes das “Reações Químicas” da vida. Gostou? Essas são as histórias, além dos lindos contos, de uma carioca da Clara. 13
Publiquei Revista: Você se formou em direito, trabalhou em uma empresa de engenharia e agora é autora. O que trabalhar com o que gosta significa para você? Clara Savelli: Eu sempre fui autora, desde que me lembro por gente, mas sou formada em Direito e Relações Internacionais também. Trabalhei com minhas formações até o final de 2016, mas minha rotina era muito exaustiva e não me permitia dedicar à minha carreira como eu desejava. Depois de muita reflexão e preparação, decidi pedir demissão para focar em trabalhar com o que eu sempre amei. Apesar de todo medo que me deu de tomar essa decisão, tenho certeza que ela foi a correta! Vivo muito mais feliz e sinto que minha carreira, de fato, está alavancando com minha maior dedicação. PR: Seu primeiro livro publicado, “Mocassins e All Stars”, teve alguns problemas para ser lançado. Como você enfrentou essas barreiras? CS: “Mocassins e All Stars” foi publicado integralmente no Orkut, onde acabou ganhando repercussão e chamando atenção de uma pequena editora de São Paulo. Todavia, na época, eu conhecia muito pouco do mercado literário e não me dei conta de que aquilo podia ser uma cilada (risos). Fiquei tão feliz que alguém estava interessado em publicar meu livro! Porém, eu assinei o contrato 14
em 2010 e o livro só saiu em 2014, me dando muita dor de cabeça, estresse e fazendo com que todos os exemplares acabassem vindo parar na minha sala de estar! Foi muito desafiador, mais menos de um ano depois eu já tinha acabado com a primeira tiragem inteira e acabei assinando contrato com outra editora para a segunda edição: a Editora Garcia — com quem continuo até hoje. PR: Seus livros vêm do Wattpad, uma plataforma gratuita de leitura de livros. Você tem alguma estratégia para alcançar esse público? CS: Acho que a principal estratégia é não desistir. Hoje quando olho meus números na plataforma mal consigo acreditar! Mas a verdade é que quando comecei por lá, eu também não tinha muitos leitores. Comemorava a cada 100 leituras! Fazia post na fanpage, agradecia no Instagram, e quando comecei a completar 1000 leituras, resolvi instaurar os bolos. Hoje meus bolos comemorativos são famosos por aí! Sempre faço quando alguma marca importante é alcançada no Wattpad ou no Sweek, bem como também faço quando algo incrível acontece (como ganhar o Wattys, por exemplo). Além de ter persistência, minha dica é ser sempre muito acessível e simpático. Às vezes é muito difícil, mas eu tento ao máximo interagir com meus leitores, responder os comentários, ler os livros dos meus colegas, etc. Sem falar que um bom
O S L I V R O S
(risos) Para ser bem sincera, acho que o mais importante, de verdade, é que você se divirta escrevendo. Os leitores são consequência de um trabalho apaixonado e dedicaPR: Ganhadora do Wattys do! Faça por você, mas sem2015, 2016 e 2017, quais pre pensando neles também. dicas você pode dar para os Procure estudar formas de novos escritores da plata- melhorar sua escrita, converforma? se com escritores com mais CS: Ih, gente, mas eu falei tempo de estrada, leia muito das minhas dicas todas na e seja feliz escrevendo! pergunta das estratégias! PR: Você escreveu um livro em 20 dias. O que você pode nos contar sobre ele? CS: Acho que essa foi minha experiência literária mais intensa e maluca! Minha agente me pediu para escrever um livro inédito com alguma urgência. Eu comecei rascunhando um enredo, ela me ajudou dando alguns pitacos e nós acordamos que eu ia escrever um capítulo por dia. Começamos no dia 25 de setembro e eu finalizei tudo ontem, dia 12 de outubro. O livro acabou ficando com 32 capítulos e um epílogo. Ou seja: eu escrevi mais de um capítulo por dia! Eu ainda estou incrédula! Isso só foi possível por conta do suporte incrível da minha agência literária (Increasy) e por conta da compreensão dos meus leitores, que entenderam minha suspensão de postagens temporária no Wattpad e meu sumiço (e que estão ansiosos esperando por mais informações sobre BdS). Eu ainda não tenho autorização para contar muito da história, mas adianto que é um romance adolescente ( jura, Clara?) com um marketing também ajuda muito! Foque nos memes e nas artes fofas feitas com quotes dos livros para chamar atenção para sua obra!
O S C O N T O S
casal principal que promete arrebatar uns corações... PR: Você trabalha com uma agência literária. Isso é uma ajuda a mais para te disciplinar como autora? CS: Acabei de falar da minha agência na pergunta de cima, olha como estamos! Mas sim, isso me ajuda demais. As meninas da Increasy são profissionais que entendem muito do mercado e de literatura. Sempre trabalhamos juntas na edição dos meus capítulos e textos e sinto que trabalhar com minha agente potencializa minha escrita, trazendo à tona o melhor dela. Creio que as agências literárias são o melhor caminho para os autores iniciantes que buscam uma forma de publicação tradicional e desejam melhorar seu potencial como escritor. Recomendo a Increasy de olhos fechados para todo mundo que me pergunta! PR: Por seu público ser mais jovem, você tem o cuidado de falar assuntos importantes para a sociedade? CS: Quando comecei a escrever era muito nova (16 anos), vivíamos em outra realidade social (no final de 2007) e eu nem tinha real intenção de viver sendo escritora (achava que era um sonho impossível). Por isso, eu escrevia por amor e tratava os temas que interessavam aos adolescentes como eu (afinal, 16 anos, rs). Todavia, com a cabeça muito mais madura que tenho hoje (10 anos depois, né?) e com a quantidade de 15
conhecimento que acumulei, sinto que é minha obrigação como escritora tentar passar mensagens positivas e falar de temas que impactam a sociedade para os adolescentes. Até porque sinto que é cada vez mais isso que eles têm interesse em ler também (amém!). Os temas acabam surgindo naturalmente no enredo. Por exemplo, em “Acampamento de Inverno para Músicos (nem tão) Talentosos” (meu livro mais famoso no Wattpad), nós tratamos de relacionamentos abusivos, alcoolismo e insegurança. Sempre de forma muito divertida, mas passando mensagens importantes! PR: Como é seu processo criativo para os novos livros? CS: Meu processo criativo normalmente depende dos meus leitores me cobrarem por capítulos ou da minha agente. Antes de publicar “Mocassins e All Stars” no Orkut, eu não conseguia concluir nenhum projeto que começava. Foi só quando eu joguei o primeiro capítulo lá e comecei a ver que tinha gente lendo de verdade que criei motivação para continuar escrevendo, até acabar. Continua funcionando da mesma forma. Eu amo o Wattpad, o Sweek e qualquer outro tipo de plataforma de escrita que me permita interagir com o público de forma tão direta e usá-lo como catalisador dos meus capítulos (risos). Minha agente foi minha única leitora durante o pro16
cesso de criação desse livro que escrevi em 20 dias, mas cumpriu seu papel com maestria, me cobrando por mais diariamente.
ção sem noção no celular ou um garrancho no caderninho. Já perdi uma infinidade de ideias porque não parava na hora para anotar! O que ainda costuma me pegar são PR: Trabalhar com o fee- aquelas ideias que você tem dback dos leitores no Wat- quando está indo dormir, já tpad e no Sweek ajuda no de olhinhos fechados, na processo de escrita? cama. São as piores porque CS: Sim! Como eu disse na é certeza absoluta que você pergunta anterior, eu adoro vai esquecer se não anotar, usar os comentários e rea- mas e a preguiça de se meções como termômetro para xer? a história e levo muito em consideração tudo que é dito PR: Consegue ver uma evopara melhorar o enredo. Al- lução na sua escrita? Nos guns fatos e acontecimentos temas abordados e etc? para mim são basilares e eu CS: Com certeza! Como já dificilmente mudo, mas vá- falei também, sinto que hoje rios comentários me fazem minha literatura é mais maquestionar alguns aspectos dura e trata de temas muito da história e eu acabo mu- importantes, que antes eu dando uma coisa ou outra não tratava, ou deixava um enquanto escrevo os próxi- pouco de lado. São novos mos capítulos ou anoto, para tempos e novos livros. Na modificar na revisão. Sem verdade, fico feliz por ter tido falar que eu sinto como se o essa oportunidade de evoluir livro fosse quase colaborati- como pessoa, aprender mais vo. No final de “Acampamen- sobre a vida e sobre os outo de Inverno Para Músicos tros e conseguir transportar (nem tão) Talentosos”, o ca- isso de forma positiva para sal principal tem que cantar literatura. uma música. Achei que seria divertido pedir sugestões de CS: Deixe um recadinho músicas para os leitores e para os leitores da revista. abrir uma enquete para que Queridos, obrigada pelo eles escolhessem a música apoio e pelas leituras de todo que os dois cantariam. Foi mês! Eu amo fazer parte desincrível e todo mundo ficou sa equipe linda e acho que a super contente de participar. importância da Publiquei no mercado é tamanha! Espero PR: Se considera uma es- que vocês tenham gostado critora que para no meio da dessa edição e da minha enrua para anotar uma ideia? trevista! Fiquei muito tímida, Ou acaba esquecendo o mas aguardo ansiosa os coque pensou? mentários de vocês! ObrigaCS: Hoje eu costumo parar da pelo convite e até a próxino meio da rua, nem que ma edição! seja para fazer uma anota-
UMA PALAVRINHA COM... por Clara Savelli
Mari Ramos
Manual do Coração Partido Grupo Editorial Record 136 páginas
Personagem literário:
Riobaldo (Grande Sertão: Veredas)
Apaixonada por fic- Autor inspiração: Roland Barthes e ção, a carioca Mari Ramos é uma amante da Candance Bushnell, língua portuguesa. Ama cada um ao seu estilo viajar, não foram poucas Melhor história as vezes em que pensou em ir e não voltar. Já que escreveu: morou em vários lugasempre a que ainda não escrevi! res do mundo: Londres, Argentina, Costa Rica, Melhor livro China, Bali — pergunque leu: te a ela sobre isso, ela O som e a fúria adora conversar sobre (William Faulkner) a experiência. Sua casa agora é o Rio, onde pasMúsica: seia de casa, pela tela The Diamond Sea (Sonic Youth) do computador, sempre observando e escrevenCor: do sobre meninos e meAzul turquesa ninas. “Manual do Coração Partido” é o seu livro Lugar no mundo: Oahu, Havaí mais recente, publicado pelo selo Bestseller da Cidade natal: Record. Nas palavras da Rio de Janeiro Mari, o livro é “dedicaComida: do a todos aqueles que Sushi já sofreram por amor e Dia inesquecível: acharam que o mundo fosse acabar… Mas não um dia qualquer no acabou”. Havaí
“Manual do Gênero para leitura: Coração Partido” romance em uma palavra: desmanual Gênero para escrita: romance
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FALANDO NISSO... por Marlon Souza
A importância de falar sobre livros Imagine um garoto que cresceu no subúrbio do Rio de Janeiro, mais especificamente na Baixada Fluminense, sem nenhuma referência quanto à literatura. Como um garoto negro e pobre iria saber que ler pode ser legal? Que não era só mais uma atividade imposta pela a escola? Não são muitos os casos em que uma pessoa nessas condições se torna leitor na vida adulta e me considero um sortudo por isso. Foi por causa de JK Rowling e seu mundo fantástico que descobri que ler pode mudar vidas, mas nem todos chegam a encontrar aquele livro que fará com que sua vida mude e que crie um hábito de leitura. Que transforme o livro um de seus
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companheiros diários, assim como o celular e as redes sociais tornaram-se para uma maioria absoluta de pessoas. Por isso eu prezo pelo incentivo da leitura. Pela importância de se falar sobre livros. Dos eventos literários, dos diversos blogs e canais no Youtube que valorizam este hábito. Principalmente em nosso país. O Brasil é muito grande e a triste realidade é que brasileiro não lê. Não como deveria, com uma frequência e regularidade mínima que poderia ser aceitável. Então cabe a nós — escritores, blogueiros, leitores — difundir a literatura, seja ela internacional ou nacional. Contemporânea ou clássica. Voltada para o público Jovem -Adulto ou exclusivamente adulto. Falar sobre livros se torna uma obrigação de todos aqueles que se intitulam leitor. Se você for escritor, é sua função tanto quanto escrever. É claro que o número de leitores em nosso país tem crescido a cada dia. Podemos ver isso nos eventos literários espalhados por todo o país. As Bienais do Livro cada vez mais cheias; mais autores expondo, mais lei-
tores participando. Mas, ainda estamos longe. Por que é mais fácil lotar um campo de futebol todas as semanas do que encher um centro de exposição a cada dois anos? Gostaria de frisar os encontros literários, os clubes de leituras. Um local de leitores para leitores. Aficionados por livros que chegam a contagiar tantos outros. Com discussões sobre livros que ampliam horizontes, mostrando diversas vertentes de histórias definidas previamente. Uma alternativa que vem crescendo e trazendo jovens e até mesmo adultos para o mundo da leitura. Segundo Kelly Cominoti (blog e canal Aventuras da leitura), “os livros tem o poder de apresentar a novos mundos, lugares, personagens… É uma forma de fugir da realidade e também de refletir sobre ela, como os livros de não-ficção nos mostram, por exemplo. Falar sobre livros na internet é uma forma de divulgar a literatura e fazer com que outros se apaixonem pelo universo literário”. Você, leitor ou autor, que esteja lendo esse pequeno texto, vá atrás desses encontros. Procure. Caso não tenha na sua cidade, crie um você mesmo. Chame a todos. Difunda essa prática para que venha crescer a cada dia. Poste nas suas redes sociais; tire fotos, selfies. Comentem e compartilhem. Só não deixem de falar sobre livros.
RESENHA
Reprodução
por Patrícia Silva
Bernardo Carvalho Os discursos e suas reproduções
A primeira vez que tentei ler “Reprodução”, de Bernardo Carvalho, não consegui passar das vinte primeiras páginas. A história do estudante de chinês, que reencontra a professora que tinha abandonado as aulas no meio da lição 22 do quarto livro do curso intermediário na fila de check-in do voo das seis para Xangai, junto com uma menina que não poderia ser sua filha, não é facilmente apreendida pelo leitor; muito menos os mistérios que a rondam ou a reflexão que ela traz. Dividido em três partes, o livro segue a fala e a escuta do estudante de chinês, revelando aos poucos a narrativa através de detalhes aparentemente desconexos e que podem passar facilmente desapercebidos. Retido por um delegado da Polícia Federal e sem entender porque a professora e a menina haviam sido levadas da fila por um outro policial, o estudante desanda a falar de um modo que reproduz os discursos problemáticos que estamos acostumados a ler na internet. Entretanto, mais do que representar uma
possível opinião do autor, as longas e confusas falas dos personagens caracterizam aqueles que as dizem. Para deixar isso claro, Bernardo Carvalho se utiliza de uma escrita irônica e cínica, que não deixa, no entanto, de trazer algum tipo de reflexão sobre os tempos atuais. Tudo que parece absurdo na narrativa é, de algum modo, facilmente percebido na realidade, o que a enriquece profundamente. Assim, mesmo não sendo um livro exatamente fácil, “Reprodução” acaba sendo uma leitura bastante divertida e interessante. Além disso, as revelações que se tem durante a narrativa sobre os personagens e a forma como elas acabam a influenciando mantém a atenção de qualquer leitor curioso. É impressionante como o autor consegue criar uma teia de conexões que sustenta o estudante de chinês como protagonista, por mais irritante que ele seja. Falando pessoalmente, é bem difícil ler as opiniões dele e também os longos blocos de texto em que as mesmas estão escritas sem que se tor-
ne cansativo, porém, quando se entende o que o autor pretende, o livro ganha outra forma. Desse modo, e com o humor certo, este livro retrata a realidade em que vivemos de um jeito quase cruel ao repetir os preconceitos e julgamentos que todos nós aprendemos, reproduzimos e tentamos desconstruir diariamente. Pode não ser o tipo de livro que cria um apelo emocional no leitor, porém ele coloca um espelho a nossa frente e é necessário só um pouco de sensibilidade e honestidade consigo mesmo para que você possa se enxergar nele também.
Reprodução, Bernardo Carvalho Companhia das Letras 168 páginas
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BLOGS.COM por Raffa Fustagno Balleroni
Certamente vocês se depararam com alguns Booktubers falando sobre o tema em seus Canais. Aliás, hoje em dia parece que não há porque existir na blogosfera se não fizermos vídeos. Você diz que é blogueira e logo em seguida alguém pergunta: “Qual o seu canal? Quantos inscritos?”. A pressão é imensa. Você olha os números daquele seu amigo que posta vídeos semanalmente e eles batem mil visualizações em minutos. Suas postagens do blog andam caindo, já tem tempo que o número de inscritos não aumenta. Você se esforça, pesquisa, lê todos os livros de parceria, mas os números andam tão vagarosamente que você tem medo de comemorar números redondos de seguidores porque quando olha perdeu dois... e você nem sabe o que postou que os desagradou. Sim, blogs não tem mais números. O que importa é quantas curtidas tem sua fanpage no Facebook 20
É o fim dos blogs? que é vinculada ao blog! Nem sempre a foto do livro que bombou — que, por sinal, foi postada originalmente no Instagram, mas você sabe que ela tem que ser vista por todos os públicos, então ela é postada lá e compartilhada automaticamente para sua fanpage e para o Twitter, claro! Então lá está ela na Fanpage com um link que você insere para que leiam o que seria o mais importante: a resenha no blog! Mas das 5 mil pessoas que visualizaram e das 120 que curtiram, somente metade delas entrou no blog. Afinal, que matemática é essa? Ainda somos blogueiros? Quando comecei o blog em 2010, os números cresciam, não tinha nada vinculado. As pessoas des-
cobriam porque seguiam o blog através do GFC (Google Friend Connect), mas hoje ninguém mais lembra dele. Afinal, o que se posta é facilmente compartilhado em todas as outras redes sociais do blog e todas elas levam ao mesmo conteúdo. Muitas vezes, a foto do Instagram lotada de bonecos para ficar fofa, com molduras e canecas, deixa o livro em segundo plano. Sim, eu sei como funciona, afinal, eu assumo que também faço. A questão toda é que cada vez se lê mais o que é escrito, se quer mais imagens e vídeos na internet e o que me assusta é que são leitores que pedem isso. Não teriam os blogueiros literários que escreverem? Quem faz vídeos somente não é blogueiro, certo? Ele é vlogueiro, ou melhor, booktuber, como chamamos no mundo inteiro. E o YouTube? Esse vilão que amamos passou a ser mais rentável para quem ganha alguma graninha, então, se tem mais público e eu ganho mais com o YouTube,
porque continuar escrevendo resenhas mesmo? Essa semana perguntei no meu blog — que obviamente também tem vivido essas mudanças nesses sete anos de existência — se os leitores queriam que eu fizesse somente vídeos e a reposta é sempre a mesma: não. Muitos não aguentam vídeos, a internet não acompanha e as postagens escritas são mais fáceis de serem lidas no dia a dia. Também há um público mais jovem que é vidrado em vídeos, que curte mais fazer os vídeos de poadcast — muitos falam que não assistem, mas sim ouvem os vídeos. Eu fico no meio dessa batalha entre dois mundos que me agradam, mas que nem sempre a vida ajuda a me dar tempo para eu acompanhar a agradar os dois públicos. Hoje algumas resenhas minhas são publicadas somente no Canal da Menina, mas críticas de filme em geral tem muito mais acesso no blog do que em vídeo. O público que me acompanha ama quando posto vídeos de Bienais e de book hauls (vídeos que mostram os recebidos e comprados daquele
mês) e nem sempre tenho muitas visualizações em resenhas, exceto as que obviamente tem sorteio do livro resenhado. Eu, como blogueira, não me vejo parando de escrever no blog, mas confesso que amo fazer vídeos e essa paixão pelas duas coisas facilita em agradar ambos os gostos. Mas, hoje não sei dizer se os blogs entrarão em extinção e se uma nova geração optará somente por vídeos. Aliás, mesmo os booktubers que tem números altos de inscritos tem comentado que sente os números diminuírem no crescimento de seus canais, ou seja, que tudo anda mais lento. Ao meu ver e também já citado por eles, pode ser que a falta de um “boom literário” ajude no não crescimento. Muitos canais surgiram entre 2013 e 2015, uns antes... Assim como blogs literários e muitos de nós fomos motivados por paixões por sagas e séries que nos fizeram leitores. Há pelo menos dois anos que isso não acontece com um livro, aquele que se mantenha no número da lista como um dia já foram os de colorir e hoje são facilmente os de Youtu-
bers.
Me alegra ver que a literatura nacional tem ocupado cada vez mais espaço e feito leitores surgirem motivados pela identificação. Seja com os cenários brasileiros ou com o fato de poder ver de perto e mais vezes o autor que admira. Seja qual a rede social que inventarem, ainda me sinto muito blogueira para parar de escrever, para fazer somente vídeos ou tirar somente fotos dos livros. Todas as redes dão trabalho, todas exigem de quem as administra disciplina e paciência, não sempre na mesma ordem. Umas crescem sem que o dono espere, outras não tem a resposta que quem criou imaginava que teria. Aqui desse lado, eu acredito que o importante é que você não desista, que encontre sua forma preferida — ou formas, porque não ter todas as redes como eu? Mas encontre sua felicidade em falar do que você ama, porque remunerado ou não, blogar, vlogar, fotografar... Tudo dá trabalho e, como sempre falo, nem sempre somos pagos com números, mas com letras. E somos felizes mesmo assim!
ameninaquecompravalivros.com.br facebook.com/meninaquecompravalivros instagram.com/raffafustagno YouTube: A Menina que Comprava Livros
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PUBLIQUE SEU LIVRO por Isabelle Reis
O Capitu Já Leu é, além de um blog, uma equipe que presta serviços editoriais. Visite o site e entre em contato para parcerias e contratação para o seu livro.
Vamo revisar mais? Esta retranca já mostrou que sim.
Quando se quer lançar um livro, os autores pensam em tudo. Ou quase tudo. Revisar, revisar, revisar. Será que existe a hora de parar de revisar? A verdade é que um texto precisa ser muito bem trabalhado para que possa ser considerado um bom livro. Muitas editoras e autores acabam pulando essa tão importante etapa e é triste ver um livro impresso com erros de digitação, gramática e continuidade. Por isso, nada melhor que um revisor profissional para falar sobre o momento de cuidado e adaptação da história. Raphael Pellegrini trabalha, junto com a Clara Taveira, na empresa Capitu Já Leu, que além de um blog sobre literatura, é uma firma especializada em revisão de livros.
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Publiquei Revista: Como você define a importância da revisão? Raphael Pellegrini: Tenho sempre comentado com os autores que trabalho que, para além de escritores independentes, eles também são seus próprios editores. Sobre si recai o bônus — escolha de catálogo e valorização da escrita que produziu — e o ônus da tarefa — assumir os riscos de sucesso ou fracasso na publicação. Nesse sentido, a revisão, e tantas outras etapas de publicação, é um momento importante da constituição do livro e, como tal, responsabilidade da editora (seja ela o próprio autor, ou a publicadora que o agencia). Para isso, sempre defendo que a escolha do profissional que trabalhará no seu livro precisa ser cautelosa e estudada. É necessário conhecer o trabalho do profissional, sua formação, leituras, escrituras, em suma, saber um pouco de sua história profis-
capitujaleu.com
sional, para a partir disso ter a tranquilidade de que o seu livro estará em boas mãos. PR: A autopublicação democratizou o lançamento de livros no Brasil. O mercado ficou mais abrangente depois disso? RP: A ampliação da democratização da leitura e da publicação com certeza contribui para uma maior produção de diferença, e, consequentemente, se torna mais abrangente. A chegada da Amazon no Brasil (assim como a implementação de outras plataformas digitais) me pareceu um primeiro estímulo para a ampliação da cultura do livro, assim como todos os programas de incentivo à leitura produzidos em âmbito federal, estadual e municipal. Do digital para a publicação por demanda — que já acontecia aqui há bastante tempo, por meio do Círculo do Livro — a passagem foi um pulo, e isso é maravilhoso. Ter cada vez mais
pessoas contando suas histórias, construindo seus personagens e se envolvendo com arte é algo que precisa ser comemorado e potencializado. Entretanto, se por um lado criamos possibilidades de ampliação, penso, em muitos momentos, que essa abertura pode produzir também seu próprio esvaziamento quando aquilo que é vendido não passa pelo tratamento necessário como objeto artístico. Mesmo que com orçamentos, preços e percursos diferentes, livros de grandes editoras estarão dividindo a mesma tela de livros de autores independentes. Então, assim como os primeiros possuem todo o trabalho de edição profissional, me parece necessário buscar o mesmo profissionalismo nas autopublicações, caso contrário, elas poderão ser vistas como uma literatura menor e menos importante. PR: Quais são as dicas que você dá para quem está querendo publicar um livro? RP: Procure profissionais na área, pergunte, estude e busque pessoas que podem de fato contribuir para sua obra. E, principalmente, respeite os tempos do livro, da criação artística, do trabalho profissional. De nada adianta produzir um texto a cada três meses se para você aquilo não é boa arte. Cada autor tem seu tempo, sua forma de trabalhar e de se constituir na arte que produz, então, mesmo que a pressão pelo novo livro
exista, controle a ansiedade e trabalhe diariamente para entregar o melhor texto que você conseguir.
tarmos que a escrita é trabalho e, como tal, precisa se profissionalizar. Por isso defendemos que o autor é seu próprio editor, que cabe a ele RP: Revisão de texto x Co- selecionar o profissional cerpidesque. Como funciona to para seu texto. esses dois tipos de revisões na sua empresa? PR: Quais dicas de revisão RP: Aqui na empresa esses você dá para os jovens esdois trabalhos se distinguem critores? pela profundidade e limites RP: Leiam, leiam de tudo um de interferência. Mesmo que pouco. Leiam autores prea linha que os separa seja miados, autores esquecidos, tênue em alguns momentos, autores best-seller, leiam de o trabalho de preparação é tudo um pouco. E escrevam bem mais detalhado e, nor- sempre. Escrevam todo dia, malmente, exige do autor toda hora, todo momento. a reescritura de muitos tre- Nem tudo que você for ler chos. vai te ajudar, nem tudo que Na preparação a gente ana- você escrever vai ser bom. lisa não somente questões Fazer essa separação, tralinguístico-textuais, como balhar esses textos e essa também o ritmo, escolha le- leitura é um dos muitos caxical, composição de cenas, minhos possíveis para cresdiálogos e quaisquer outros cer como leitor e escritor. E elementos que possam in- se digo para lerem de tudo, fluir diretamente na leitura. também indico que se leiam. Por esse motivo, o trabalho de preparação é mais longo, PR: Este é um espaço para demorado e exige um diá- passarem qualquer mensalogo muito maior entre os gem para os nossos leitores. profissionais e, no caso de RP: Valorizem a literatura autores independentes, o nacional, valorizem os esescritor. paços que abordam essas Já o trabalho de revisão a in- produções, como é o caso terferência é muito menor, da Publiquei, valorizem hisassim como as sugestões ao tórias de pessoas comuns, longo do texto. Logicamente com rotinas comuns, vidas que muitas vezes essa se- comuns, mas que desejam paração não é tão nítida e, profundamente inventar unide certa forma, acabamos versos ficcionais. O movifazendo indicações de cami- mento artístico que realizam nhos e possibilidades mes- é belo e fundamental para a mo quando estamos reali- produção de outros mundos, zando “apenas” uma revisão. outras possibilidades de viA nossa defesa da revisão, ver com o outro. Produz dipreparação e de todas as ferença e complexidade para etapas de constituição do as relações entre os sujeitos. livro acontece por acredi- E visitem o Capitu Já Leu! 23
É hora de criar c o r a g e m
e ser i n d e p e n d e n t e
por Carol Dias
Foto: Divulgação
É impossível negar que o sonho da maioria dos autores é ser publicado por uma grande editora. Vamos ser sinceros: você que escreve sonha com auditórios lotados na Bienal, filas imensas de autógrafos, seu livro entre os mais vendidos na livraria. Eu não vou julgar você, prometo. Sentada aqui atrás do meu computador, eu quero o mesmo. Quero o mesmo desde que acordei um dia e decidi que meu grande sonho era ser escritora.
Na foto, Ray Tavares durante sua sessão de autógrafos na Bienal. A autora passou por uma grande desilusão com uma editora pequena até ser publicada pelo Grupo Editorial Record
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Dizem que para conquistar nossos sonhos, nós temos que trabalhar. Se seu sonho é ser publicado por uma grande editora, logo você vai entender que isso não é tão simples: poucos são os autores nacionais contemporâneos publicados pelas grandes. A menos que você seja um youtuber ou um famoso, aí o papo é outro. Quando não é dessa forma, as possibilidades de cairmos numa cilada são ainda maiores. Pequenas fortunas para publicar, editoras que passam a perna em você... Os problemas são muitos. E eu entendo que isso vai minando aquele sonho que a gente tem. Mesmo quando achamos uma editora que faz um bom trabalho com os nossos livros, os míseros 10% que recebemos pela venda do exemplar são de cortar o coração. É difícil demais desistir de sonhos. Então, você começa a pensar na tal publicação independente. Mas, o que fazer? Será que daria certo?
Quem leria meus livros? Por onde eu começo? O medo de que as coisas não deem certo pode facilmente nos paralisar. É aí que a gente levanta a cabeça, sacode a poeira e traça um plano: encontrar bons profissionais, ter um bom original e preparar uma estratégia de lançamento e vendas. E é aqui que a Publiquei Editorial entra. Depois de um ano escrevendo, editando, diagramando, publicando, entrevistando e conhecendo o meio literário, nós vamos abrir um selo editorial. Não é uma editora (ainda). Não pretendemos estar nas grandes livrarias (ainda). Não queremos um estande na Bienal (ainda). Queremos possi-
bilitar que o seu livro esteja nas mãos de uma equipe profissional. Gente formada em propaganda, jornalismo, produção editorial. Revisores, designers. Uma equipe que está mais interessada em ver seu sonho se realizar do que pedir o valor equivalente a um carro para publicar seu livro. Vamos começar com Dança Perigosa. É o sonho da Isabelle Reis, redatora da nossa revista, que está sendo realizado. O livro teve
mais de 75 mil leituras no Wattpad, mas recebeu “não” de algumas editoras. Foi a hora de dizer chega e tirar o sonho do papel. O lançamento será no dia 11/11, na hamburgueria favorita da autora. Opção dela, que não quis ir para uma livraria. Ela pode opinar na capa, no projeto gráfico, na sinopse, em tudo. A palavra final era dela em todas as fases do projeto. E o melhor? Parte do valor das vendas é para bancar a gráfica;
Eliana e Matheus se conheceram em meio à guerra que a Rocinha enfrenta todos os dias. Entre tiros e uma grande ajuda em um momento difícil, o desejo de estarem juntos se torna inevitável para a bailarina e o policial do BOPE.Quando se descobre apaixonado pela moça, Matheus percebe que seu maior desafio começa ao conhecer Leonardo Maroni, o pai de Eli. Entrar para a família de um dos juízes mais corruptos do país era a escolha certa? Sua amada precisa saber de toda a verdade escondida pelos Maroni? Depois de uma década separados, seus sonhos e planos deixados para trás, o amor dos dois continua vivo. Matheus e Eliana vão conviver com a impunidade, revolta e falta de recursos que os brasileiros têm de encarar todos os dias. Além de, é claro, lutar com unhas e dentes para ficarem juntos.
uma pequena parte é para os custos editoriais; todo o resto é lucro. Se você quiser que a Publiquei sonhe junto com você a sua publicação, entre em contato com a gente. Seja o livro físico ou digital, é a sua hora de criar coragem e ser independente. Obs: Sinta-se convidado(a) para o lançamento de Dança Perigosa. Abaixo, você confere asinopse do livro.
LANÇAMENTO 11/11, às 18h30min Legião Carioca Burger & Beer
Rua Arnaldo Quintela, 89 - Loja A,Botafogo, Rio de Janeiro
PEÇA SEU ORÇAMENTO
contato@publiqueirevista.com
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uma roda e conversarem por horas sobre o momento atual do mercado literário e das por Isabelle Reis novidades que estão vindo por aí. Entre bate papos, sorteios e danças, ainda era possível comprar os itens da The Gift Box com desconBarra sediou o evento que deu oportunidade de conhecer to e aproveitar, só lá é claquem não deu para ver na Bienal ro, os preços maravilhosos de alguns lançamentos que estava no Riocentro. Os 12 Signos de Valentina, que foi um dos livros mais vendidos pelo Grupo Editorial Record, estava por apenas trinta reais para quem comprasse no evento. E ainda levava brindes e fofuras da autora. Para quem não curtia um tumulto, é fã de uns bons comes e bebes caseiros e adora os mimos da The Gift A Bienal do Livro 2017 apresentador pagando mico Box, o evento foi um prato deixou saudades! Por isso e Ray Tavares tentando adi- cheio para um sábado à taruma parceria entre o Saga vinhar o signo de todo mun- de. Ficou com vontade de ir, Twilight Eternamente, Ma- do que estava lá. mas acabou perdendo? Esta ravilhosas Descobertas e a Pensando na proxi- vai ser a pegada do Sábado The Gift Box foi a nossa sal- midade que a Bienal trouxe Literário, evento que será no vação depois da depressão para os leitores e os autores, mesmo local e está sendo pós bienal. E era esse mes- a Pós Bienal deu um momen- organizado pela Publiquei. mo o nome do evento, o “Pós to ainda mais intimista com Ele acontece no dia 28 de Bienal” trouxe autoras que aqueles que estavam pre- outubro e promete muitos fizeram sucesso lá no Rio- sentes, a ponto de juntarem autores e risadas para quem centro, para bater um papo e algumas cadeiras, fazerem ama literatura. Nos vemos lá! dar uma chance para quem não conseguiu autógrafos na correria entre os estandes do maior evento literário do país. O “chorinho” da Bienal aconteceu no Centro de Convenções do Condomínio Íon e teve as mais diferentes brincadeiras com os autores, arrancando risadas de quem estava participando evento. Teve escritor dançando,
EVENTOS
Foto: Pietra Von Bretch
Pós Bienal e aquele último adeus (ou até 2019)
Foto: The Gift Box
Está organizando um evento e quer que a equipe Publiquei faça a corbertura? Envie um e-mail para contato@publiqueirevista.com ou em nossas redes sociais! 26
VAMOS COMEMORAR O PRIMEIRO ANO DA PUBLIQUEI EM GRANDE ESTILO!
AUTORES CONFIRMADOS Clara Alves Giulia Paim Clara Taveira Eloá Gaspar Thaís A. Araújo Carol Caputo Naty Rangel Catia Mourão e mais! SORTEIOS | BATE-PAPO | GINCANA Sábado, 28/10, das 14h às 18h Condomínio ION Avenida das Américas, 1650, bloco 2, Barra da Tijuca.
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