Publiquei Revista - 7ª Edição

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Edição 7 -Março de 2017

As entrevistadas Kel Costa e Tati Machado falam sobre suas histórias

Cobertura especial do bate-papo sobre fãs do século XXI

Tatiana Amaral

multitarefas, a escritora baiana fala sobre suas séries e carreira



Sumário Editorial

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Painel da Literatura Nacional

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Top do Mês

pág. 6

Inspiração

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Achei no Wattpad

pág. 10

Publiquei no Bate-Papo dos Fãs

pág. 12

Capa

pág. 14

Empodere sua protagonista

pág. 18

Uma palavrinha com

pág. 19

Falando Nisso

pág. 20


Editorial M

arço é aquele mês no ano em que celebramos um dia todo especial. Como uma revista feita por seis mulheres com gostos, opiniões, corpos e histórias diferentes, podemos dizer que juntas somos mais fortes. Respeito, amor e parceria são algumas das coisas que mais precisamos no mundo de hoje, para que tenhamos oportunidades iguais. Por isso, você verá essa sétima edição da revista enaltecer mulheres lindas, maravilhosas, que escrevem livros que tocam o nosso coração. Já na matéria de capa, é a Tatiana Amaral quem responde as nossas perguntas. Você conhecerá um pouquinho mais sobre os livros e da carreira dessa escritora baiana. Passando para o “Painel da Literatura Nacional”, oito livros protagonizados por mulheres marcantes foram os selecionados. O TOP do Mês fala de três mulheres muito especiais: Karen Soarele, autora destaque; Maitê Passos, de “Amor Plus Size”; e Diana Rose Palmer,

ou Mia, de “Fangirlish”. Para responder nossas dúvidas sobre publicação, convidamos a editora Universo dos Livros. Todas as nossas colunas tratam sobre esse assunto tão importante: a mulher. Vamos conhecer o trabalho de lalala em “Inspiração”, além de falar sobre protagonistas empoderadas e oito grandes mulheres da nossa literatura. Direto do Wattpad, nossa entrevista é com a Tati Machado, que também faz a diagramação dessa revista que você está lendo. Nós também demos uma palavrinha com a Kel Costa, que recentemente relançou “Fortaleza Negra” pela Ler Editorial. Por último, fomos ao “Bate-papo literário: os tipos de fã do século XXI”, da Duplo Sentido Editorial, e trouxemos uma cobertura completa do evento, além de livros que falem da relação entre fãs e ídolos. Boa leitura!

Organização Carol Dias Paula Tavares

Diagramação Tati Machado

Redação Carol Dias Lyli Adams Tati Machado Thayanne Porto

Revisão

Carol Dias Thayanne Porto

Contato

contato@publiqueirevista.com (21) 99575-2012 publiqueirevista.com 4


O

Painel desse mês das mulheres não está de brincadeira. Serão oito livros protagonizados por mulheres incríveis, que deixaram sua marca nos livros lidos pela nossa equipe. Passe no nosso site para saber mais sobre eles:

Você pode conferir todas as sinopses no nosso site! É só acessar publiqueirevista.com e aproveitar todo o nosso conteúdo feito especialmente para você! ;) 5


TOP DO MÊS Em toda edição, uma seleção especial de livros e destaques do mundo literário para você! Por Carol Dias

Lançamento do mês

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er fã não é tarefa fácil e nós vamos aprender isso com Diana Rose Palmer. A protagonista de “Fangirlish”, Lançamento do Mês escrito pela Tamara Soares, é uma fangirl tão incomum que é uma personificação do que é ser fangirlish. No livro, que foi lançado pela Duplo Sentido Editorial no último dia 5, ela encara a missão de seguir Chad Gallagher, seu maior ídolo, enquanto grava um documentário e extorque dele os mais escondidos segredos. Confira a sinopse: “Diana Rose Palmer sempre quis tudo da própria maneira, a começar pelo apelido de infância que não tem nada a ver com seu nome: Mia. Com um metro e sessenta e sete de pura cara de pau, vive muito bem, obrigada, junto ao pai vegano e as mil e uma paixões adolescentes – sendo três delas a música pop, os anos oitenta e os prazeres da carne. Sempre ligada ao mundo do entretenimento, ela

divide seu tempo entre stalkear as celebridades favoritas e vender os maiores furos jornalísticos para descolar uma boa grana dos sites de fofocas; porque, embora Mia seja fã de carteirinha de muitas coisas, seu verdadeiro amor é e nunca deixará de ser o dinheiro. Com a sorte voltada a essa paixão, a vida presenteia Mia com a oportunidade de juntar a vocação em ser fangirl e o instinto mercenário: gravar cada passo de Chad Gallagher, seu maior ídolo e cantor preferido. É aí que Diana percebe que o garoto tem muitos segredos escondidos, e ela fará de tudo para descobri-los e tirar algum proveito disso – mesmo que precise usar de meios não convencionais para alcançar o objetivo, como a chantagem. Fangirlish é um livro jovem, envolvente e engraçado que revela o pior e o melhor de nós mesmos através de uma narrativa leve e irônica.”

Conhece alguma história ou autor que gostaria de ver por aqui? Envie para contato@publiqueirevista.com ou em nossas redes sociais! 6


Autor do mês

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esse mês da mulher, a nossa autora homenageada é a Karen Soarele. Ela é de Assaí, interior do Paraná, e já viveu em Curitiba, Brasília e outros lugares, até se estabelecer em Halifax, no Canadá. Viajou por vários lugares no mundo, onde acumulou experiências que utiliza em seus livros. É formada em Publicidade e Propaganda, mas também tem uma paixão por artes gráficas, que assumiu como profissão: Karen diagrama e ilustra revistas infantis. Escreveu diversos livros de fantasia, como “Línguas de Fogo” e “Tempestades de Areia”, da série “Crônicas de Myríade”. Nas horas vagas, gosta de coisas simples como ir ao cinema, jogar videogame, participar de podcasts e gravar vídeos para o YouTube.

Livro do mês

U

m mês todo dedicado à mulher merece “Amor Plus Size”, da Larissa Siriani, como livro de destaque. Ele conta a história de Maitê Passos, uma garota que passou toda a infância e adolescência ouvindo críticas sobre seu peso. Larissa nos fala sobre o caminho que a protagonista precisou percorrer para superar inseguranças, aceitar que não precisa ser igual a todo mundo e que deve se amar acima de qualquer coisa. Vale a leitura para todas as mulheres. Leia a sinopse abaixo: Uma jovem construindo uma jornada incrível de autoconhecimen-

to, aceitação e empoderamento, enquanto descobre seu lugar no mundo. Maitê Passos é uma garota linda, de dezessete anos e mais de cem quilos. Ela passou a infância e a adolescência sendo resumida ao peso. Mas, e quando é justamente esse o fator que pode mudar completamente a sua vida? Em meio ao turbilhão do ensino médio, com uma mãe obcecada por dietas, um crush antigo por Alexandre, o cara mais gato da escola, e uma amizade deliciosa com Isaac, fotógrafo amador, Maitê vai descobrir que não precisa ser igual a todas as outras meninas para ser feliz.

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nspiração I Por Carol Dias

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uando eu comecei a escrever, em 2010, publicava um capítulo da minha fanfic por dia. Chegava da escola e digitava feito doida nas poucas horas que minha mãe deixava eu usar o computador sem reclamar, então corria para o site (que eu não lembro mais o nome) e postava. Depois, ia para o Orkut e avisava para as minhas leitoras que a história estava lá para quem quisesse ler. Aí esperava os comentários. Quando Eleanor Marie Robertson, também conhecida como Nora Roberts, publicou seu primeiro livro, em 1981, as coisas funcionavam um pouco diferentes. Ela começou a escrever o primeiro livro no meio de uma nevasca, em fevereiro de

1978, quando ficou presa em casa com seus filhos. Aparentemente, o estoque de chocolate da casa estava acabando e havia três metros de neve em sua porta, então a única coisa a se fazer era escrever. Do momento da escrita até a publicação, ela percorreu um longo caminho. Acredite você ou não, mas, à época, ela levou seus três primeiros manuscritos à Harlequin, editora líder em publicação de romances, mas foi rejeitada inúmeras vezes. Você, autor nacional, consegue se identificar com isso? Foi a editora Silhouette quem deu a ela uma oportunidade com “Almas em Chamas”, em 1981. Seu primeiro best-seller só veio em 1985, porém, com “Jogo de Sedução”, da série “Os MacGregors”. Ela é uma escritora mega premiada

nos Estados Unidos, além de ter passado várias semanas na lista dos mais vendidos do New York Times. A autora é destaque, principalmente, pela sua forma de contar histórias. Elas são sempre intensas, com amores avassaladores. As descrições feitas por Nora, seja dos personagens ou das paisagens, são o maior destaque nas obras, fazendo o leitor mergulhar profundamente na história. Nunca de uma forma enfadonha ou cansativa, sempre apaixonante. Além da escrita impecável, ela se destaca pelo número de livros publicados. São mais de duzentos livros que estiveram na lista dos mais vendidos. No Brasil, foram publicados mais de 120 títulos.

Qual sua maior inspiração na hora de escrever? Conta para gente! Entre em contato pelo contato@publiqueirevista.com ou em nossas redes sociais! 8


Além de Nora Roberts, Eleanor também assumiu outros três pseudônimos: Jill March, Sarah Hardesty e o mais famoso, J. D. Robb. Com o último, ela publica a série de romances de suspense “Mortal”, com mais de 40 volumes, incluindo os contos, que conta a história de Eve Dalas. A série é ambientada no futuro, em meados do século XXI. No primeiro

volume, Eve, que é tenente da polícia de Nova Iorque, quebra algumas regras e se apaixona por um multimilionário chamado Roarke, suspeito de um dos seus casos. Nora tem mais de 400 milhões de cópias impressas dos seus livros e é referência como autora de romances. Ainda não consegui ler todos os seus livros, mas um dos meus favoritos

é “Mentiras Genuínas”, publicado pela Bertrand Brasil. Uma série maravilhosa é “Quarteto de Noivas”, que conta a história de quatro amigas que tem uma empresa de casamentos. Suas histórias são cativantes, daquelas que temos vontade de ler e reler, incansavelmente. Basta escolher uma e se inspirar.

(Parênteses) O pseudônimo J. D. Robb surgiu do nome dos seus filhos, Jason e Dan. * Alguns dos seus livros foram adaptados para filmes: “Santuário”, “Magic Moments”, “Angels Fall”, “Montana Sky”, “Blue Smoke”, “Lua de Sangue”, “Nothern Lights”, “Midnight Bayou”, “High Noon” e “Tribute”. * A autora Janet Dailey assumiu ter plagiado duas obras de Nora Roberts: “Aspen Gold” e “Notorious”. O caso veio a tona quando uma leitora, na internet, comparou passagens de “Notorious” com “Sweet Revenge”, de Nora.

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o n i e h c A T

Por Clara Saveli

ati Machado é carioca da gema e começou a escrever depois que seu noivo a questionou “Se você lê tanto, porque não escreve?”. Foi como se um click acontecesse dentro da cabeça dela e a chave virasse para o lado escritora! Romântica incorrigível, seus gêneros favoritos são New Adult e ChickLit. Além de escritora, a nossa entrevistada é formada em Comunicação Social pela UFRJ e o TCC dela foi um roteiro adaptado de Procura-se um Marido, da Carina Rissi! Não pense que escrever é seu único dom: ela ainda desenha, tatua, cozinha e fotografa! Também ama videogames (é fã da franquia The Legend of Zelda) e não sabe viver sem música. Confira essa entrevista imperdível! Publiquei Revista: Como você achou o Wattpad e qual razão te levou a querer escrever e publicar nele? Tati Machado: Eu já usava o Wattpad para leituras antes mesmo de pensar em escrever alguma coisa. Sempre gostei das histórias de lá, e acho interessante a interação com o público. Quando comecei a escrever meus primeiros capítulos foi natural querer publicá-los na plataforma. PR: Como você lida com os comentários de seus leitores? A interação direta com eles ajuda ou atrapalha o rumo da história? TM: Sendo cem por cento sincera, acho que se não fosse pelos meus leitores, eu não teria terminado nem mesmo “Entre nós e Paredes”. Eu tive um hiato de quase seis meses na publicação da história e toda semana eu tinha uma chuva de notificações perguntando sobre o restante dos capítulos. Isso com certeza me fez ter mais perseverança na hora de colocar tudo por escrito.

Conhece alguma história ou autor que gostaria de ver por aqui? Envie para contato@publiqueirevista.com ou em nossas redes sociais! 10


PR: Qual é seu autor favorito da plataforma? E fora dela? TM: Eu gosto de muitas histórias de lá, é difícil escolher um favorito. O Wattpad mudou consideravelmente minha vida, conheci pessoas maravilhosas lá que hoje fazem parte do meu círculo de amigos, então seria injusto escolher uma pessoa só. Como leitora voraz que sou, também é difícil escolher um autor só, mas eu sou completamente apaixonada por toda a obra da Carina Rissi. Porém, não posso deixar de lado outros nomes muito fortes como a Cora Camarck, Becca Fitzpatrick, Coleen Hoover… São todas inspirações pra mim. PR: Quais são seus planos futuros para seus livros e sua carreira? Pretende avançar para outras plataformas, buscar a publicação de livros físicos ou continuar postando na plataforma? TM: “Entre Nós e Paredes” está passando por uma longa revisão, mas acredito que deve estar pronto para ir para a Biblioteca Nacional em breve. Publicar um livro passou a ser um sonho depois de concluir essa história, mas não deixo de escrever no Wattpad. Tenho muita gente me acompanhando por lá e seria de cortar o coração deixá-los sem mais histórias. E eu tenho tantas mais para contar!

PR: Para descontrair, se você estivesse presa no universo do último livro que você leu, onde você estaria? E se pudesse escolher um universo para viver entre todos os livros que já leu, qual escolheria? TM: Eu estaria presa junto com um cantor muito mulherengo e uma garota cheia de atitude, porque fui leitora beta de uma grande amiga para o seu próximo livro, “Inversos”. Não vou falar muito se não ela me mata, mas o livro é ótimo! E se eu pudesse escolher um universo, acho que não fugiria muito do que vivo. Gosto muito de livros que envolvem música, e eu sempre que posso vou aos shows que as bandas que admiro fazem por aqui, então não deixa de ser tudo um pouco. Como fotógrafa, eu também já acompanhei algumas bandas em shows e sempre era muito legal. PR: “Entre Nós e Paredes” fez o maior sucesso na plataforma, angariando mais de 250 mil leituras! Qual foi sua principal inspiração para a história? TM: Olha, parando pra analisar agora, acho que Matheus e Lívia sempre estiveram permeando minha cabeça, mas eu nunca deixava eles contarem o que queriam que eu escrevesse. A história foi muito

fluida, veio de uma vez só. Eu tive dificuldade em passar para palavras porque eu estava num período muito conturbado na faculdade, mas acabou que “Entre Nós e Paredes” se tornou meu xodózinho. (risos) PR: “Onde Quer Que Você Esteja” é o livro que você está postando agora no Wattpad, correto? Quais são suas aspirações com ele? Se pudesse realizar um desejo referente a este livro, qual seria? TM: Essa história é bem diferente do que já escrevi. Ela fala de muitas coisas pelas quais eu já passei (e ainda passo, às vezes). A Elisa é bem diferente da Helena, de “Lá em Cima”, por exemplo, que é muito forte e decidida. Ela é insegura, ela não é ela mesma. É uma grande batalha até ela finalmente se encontrar e escolher por si só o que ela quer. Por isso, acho que essa história é mais madura, talvez um pouco mais lenta que os outros enredos que já escrevi, e precisa ser digerida com mais cuidado, mais atenção. A minha maior vontade é que essa história possa ser entendida como ela tem que ser. Que o peso não seja demais para que os leitores acompanhem a trajetória dela, principalmente. Eu já a tenho toda aqui dentro da minha cabeça e não vejo a hora de contar o final.

Você pode acessar todas as histórias da Tati Machado em https://www.wattpad.com/user/TaaatiMachado

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[no bate-papo dos fãs]

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uem nunca foi fã de nada, que atire a primeira pedra. No domingo, 5 de março de 2017, a Duplo Sentido Editorial promoveu um evento que tocou o coração da fangirl que existe em mim. Foi o “Bate-papo literário: os tipos de fã do século XXI”, que eu carinhosamente apelidei de Bate-papo dos Fãs. Presentes no evento estavam duas autoras da casa: a Bruna Fontes, com seu livro “Sob o Mesmo Teto”, e Tamara Soares, lançando “Fangirlish”. Com a mediação da Thay Zaro, o evento foi uma verdadeira conversa entre fãs das mais diversas bandas, personalidades, livros, séries... Enfim. Em um clima amigável, as perguntas eram dirigidas às autoras da mesa, mas também às participantes do evento, que puderam contar um pouquinho das suas loucas experiências. O evento promovia o mais recente lançamento da editora, “Fangirlish”. O livro conta a história de Diana Rose Palmer, que assumiu o apelido “Mia” — roubado da melhor amiga Amélia. Mia não é uma garota comum: é apaixonada por música pop, anos 80 e os “prazeres

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Por Carol Dias da carne”, tem um metro e sessenta e sete e é extremamente cara de pau. Diferente da fangirl normal, ela inaugura um novo termo e tipo de relação entre fã e ídolo: fangirlish, que nada mais é que uma fã obsessiva (mas nem tanto) de alguma coisa, em especial de cultura pop; ou uma fã não-convencional, daquelas que chantageia o ídolo e pede dinheiro a ele, por exemplo. Adquiri o livro no evento e mal posso esperar para conhecer um pouco mais da história de Mia e Chad. Ao sair do evento, era fácil perceber as loucuras que um fã pode fazer pelo seu ídolo. Dormir em porta de hotel, perder provas na faculdade, rodar o Rio de Janeiro procurando onde ele está hospedado, madrugar em filas. Ainda nesta matéria, você vai conhecer um pouco mais sobre a Tamara e a Bruna, além de conferir outras histórias entre fãs e ídolos que nós amamos. Tamara Soares Moradora de São Paulo, Tamara é de 96, estuda Letras e trabalha como revisora. O primeiro livro publicado em formato físico é Fangirlish, mas você pode ler “Feira dos

Corações Partidos” e “Tudo Entre Amigos” no Wattpad. Fã de k-pop, ela pode ser considerada a fundadora de Mercúrio, cidade fictícia no Estado do Rio de Janeiro, onde vivem Mia e Chad. “Ser fã para mim é apreciar um artista/projeto com carinho e respeito. É torcer pelo sucesso daquilo, não importando a intensidade da sua paixão ou das suas ‘loucuras’. Acredito que ser fã é se sentir fã.” Fangirl de kdramas. Única coisa que a faz pirar pelas coisas mais simples. Bruna Fontes A Bruna é de Maricá, no Rio de Janeiro, também dos anos 90. Em 2013, publicou seu primeiro livro, “La La Land: O Sonho Americano”, pela Publiki. Hoje, tem várias histórias no Wattpad: “Platônico”, “Terceiro Tempo”, a série “La La Land” e “Sobre[o]postos”, segundo volume de “Sob o Mesmo Teto”, que foi publicado pela Duplo Sentido Editorial. “Eu acho que ser fã é, acima de tudo, admirar alguém ou o trabalho de alguém e acompanhar e apoiar essa pessoa ou essa coisa — porque


dá para ser fã de coisas, tipo filmes e séries. Não acho que um fã verdadeiro precise saber tudo sobre o objeto da sua idolatria, mas ter aquele sentimento de amor e admiração e apoio.” Fangirl de Taylor Swift. Fiquem tranquilos, ela paga todos os seus boletos em dia. Para as fangirls espalhadas pelo Brasil, livros que explorem a relação entre fã e ídolo são um prato cheio. Além de Fangirlish, separamos quatro livros sobre o tema para você ler entre um surto e outro. Tudo Por Um Popstar, da Thalita Rebouças Está tudo bem se apaixonar Slack Tom Tompson, Julius Tiger, Alexander Ray Boff e Michael Lazdakson, os membros da banda mais pop, mais tocada e mais adorada do planeta, Slavabody Disco Disco Boys. Ninguém vai julgar você. O livro da Thalita Rebouças é a primeira história do trio Manu, Gabi e Ritinha: três amigas de Resende, no Rio de Janeiro, que são verdadeiras tietes, fanáticas, fangirls. É impossível não se identificar com algumas das loucuras feitas por elas para conhecerem os rapazes da banda, quando eles vêm ao Brasil fazer um show no Maracanã. O livro ainda nos apresenta a persona-

gens secundários incríveis, como a Babete, que é um caso à parte. Por mais adolescente que possa parecer, vale a leitura para pessoas de todas as idades. Sábado à Noite, da Babi Dewet “Sábado à Noite” foi provavelmente, a primeira fanfic interativa da banda McFly no Brasil. É uma das mais famosas fanfics a serem transformadas em livro no nosso país. A história da Babi Dewet é sobre a Amanda, que estuda numa escola que tem uma banda misteriosa, com caras mascarados, que começou a tocar nos bailinhos que acontecem todo sábado à noite. Várias tretas adolescentes acontecem ao redor da banda e em três livros o leitor vai acompanhar enquanto os rapazes alcançam o sucesso em terras brasileiras. Toda fã deveria ler, em especial as de McFly. Tiete!, da Clara Savelli Katerine é melhor amiga de Mariana desde que ela se lembra por gente, mas ela não aguenta mais ouvir falar de Alex Rodder - ator favorito da melhor amiga. Kate está mais preocupada com os problemas da sua vida do que com o número 1 da lista dos 25 mais bonitos com menos de 25 anos. Afinal, o que ela vai

fazer na faculdade? Como lidar com um pai que passa mais tempo fora de casa do que dentro dela? E esse relacionamento-não-relacionamento que ela tem com o Caio, irmão da Mariana? Por falar nela, qual é a dessa amizade com o mala do seu ex? Quando Mariana ganha uma promoção para conhecer Alex Rodder na première de seu novo filme na Inglaterra e resolve levar a melhor amiga como acompanhante, a vida das duas vira um pequeno caos em terras londrinas. Fangirl, da Rainbow Rowell Se eu pudesse resumir a minha adolescência em um livro, esse seria “Fangirl”, da Rainbow Rowell. Ele é gringo e conta a história da Cath, que é fã da série de livros Simon Snow. Se você perceber uma leve semelhança com Harry Potter, não se espante, mas a verdade é que eu não sei se amo mais a história da Cath em si ou os trechos da fanfic que ela escreveu e a autora colocou no livro. Porque é assim: Cath é tão apaixonada pela série que vive lendo, relendo, participando dos fóruns, escreve uma fanfic de sucesso e faz cosplay dos personagens na estreia de cada filme da saga. A vida da Cath muda logo que ela entra na faculdade, mas seus livros e fanfics são como um porto seguro em sua vida.

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E

TatianaAmar

sse é o nome da fera. Até se dedicar integralmente à escrita, ela já foi jogadora de vôlei, futebol, nadadora, atriz e se formou em marketing. A baiana é mãe de três meninos livros, os 3Ds, e casada com seu “crush”, como dizem os filhos. Começou a escrever depois que apresentaram o mundo das fanfics de Crepúsculo a ela. Hoje, é a mãe e criadora de diversos personagens fictícios que conquistam os nossos corações. De “Segredos” e

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Por Carol Dias

“Traições”, seu primeiro livro, somos apresentados a Thomas e Cathy. O casal Melissa e Robert nós conhecemos em “Função CEO”, série que colocou seu nome no mercado literário e já foi traduzida para o espanhol. O atual queridinho da galera é Alex Frankli e Charlotte, de “O Professor”, série de quatro livros que chega ao fim com “O Professor: A Prova Final”, lançado agora em março. Fora das séries, conhecemos também Cléo e Douglas — de “Casei. E Agora?” — e

Daniel e Gabriela — de “A Carona”. Para 2017, Tati pretende publicar mais quatro livros. Ela fala brevemente sobre eles, além dos seus personagens e carreira. Leia a entrevista, que contou também com perguntas enviadas por leitoras. Publiquei Revista: As suas mocinhas, em especial a Charlotte, têm personalidades bem fortes. Você vê um pouco de si mesma em alguma delas?


Nunca me vi como uma celebridade, sou só a pessoa que escreve a história

Tatiana Amaral: Elas são fortes, mas ao mesmo tempo são frágeis. Sempre tentei me distanciar o máximo possível das minhas personagens, mas Charlotte me venceu. Ela se parece muito comigo quando mais jovem. Todas as suas inseguranças e dúvidas e também a sua coragem de lutar pelo que quer. PR: Você costuma dizer que Alex, de “O Professor”, é o homem perfeito e Robert, de Função CEO, é o imperfeito. Os dois

ral

são protagonistas nas suas séries, mas a que você atribui todo o amor que as fãs têm por ambos? TA: Eu acredito que isso aconteça porque eles conseguem mostrar que mesmo na imperfeição existem os pontos bons, como na perfeição existem os pontos ruins. Tanto Robert quanto Alex são homens apaixonados, dispostos a dar tudo pela mulher que amam. Acho que isso não acontece com frequência nos relacionamentos frágeis que vemos hoje em dia. A facilidade de terminar e recomeçar tonou as relações mais fugazes.

TA: É maravilhoso e assustador ao mesmo tempo. Como tudo, tem um lado positivo e outro negativo. Eu sempre fui uma ótima leitora, amo os livros, mas nunca me preocupei com os autores porque o meu fascínio é pela história. Hoje as pessoas amam os livros, amam os autores e querem seguir cada passo seu, o que assusta um pouco. Nunca me vi como uma celebridade, sou só a pessoa que escreve a história, mas quando chego nos eventos e encontro pessoas chorando e tremendo eu fico me perguntando como isso foi acontecer? Mas também é mágico e fasciBeatriz Soares: Durante o seu nante saber que você escreveu algo processo de escrita, tem algu- que faz com que as pessoas sonhem, ma coisa que te inspira ou os per- que suspirem. É muito gratificante. sonagens vão falando e você vai passando para o computador? PR: Ficou mais fácil também se TA: Depende. Algumas vezes eu te- conectar a outros escritores e tronho a história em minha cabeça e uma car experiências. Para você, qual música me joga em uma determinada a importância das amizades que situação que ficaria perfeita naquele cultivamos no meio literário? contexto. Outras vezes em conversas TA: Como em todo outro meio, as com amigas ou em alguma coisa que amizades possuem um valor inestileio, mas no geral eu sigo aquilo que vai mável. Aprendi muito nos cinco anos surgindo em minha na hora da que me não dedicodepenexclusivamente a esSeicabeça que um livro bom escrita. Os personagens possuem vida crita. Conhecer pessoas que pensam de de gênero, mas de qualidade liprópria e seguem o rumo que querem. como você e se dedicam ao mesmo terária: personagens construsonhobem é libertador. Nunca me neguei PR: A internet eídas, as redes sociais bem es- a ajudar ninguém que me procurou. tramas armadas, falas treitaram os laços da relação entre Converso com todos e conto a miarticuladas uma narrativa. o autor e o leitor. Como é para evocê nhaboa história sem esconder nenhum lidar com esse feedback imediato? detalhe porque acredito fielmente 15


que existe espaço para todos. Como amante dos livros, eu sei que precisamos de muitos livros, então incentivo para que isso nunca acabe. Amo quando novos escritores surgem e arriscam tudo para realizar este sonho. PR: Dentre os seus personagens, qual deles mais deu trabalho de escrever? TA: Charlotte com toda certeza. Ela era tão infantil que me irritava. Ao mesmo tempo eu amava tudo o que escrevi dela por ser engraçada e ingênua.

çamento, mas por enquanto sigo escrevendo um livro novo, adaptação de uma antiga fanfic que escrevi. Também tenho em meus projetos para este ano mais três livros e espero concluir todos até o final do ano.

Gisele Alves: Você pensa em algum famoso quando vai escrever seus personagens? Se sim, quem você imagina o Alex de “O Professor”? TA: Eu sempre imaginei o Robert Pattinson, porque sou muito fã mesmo, mas com o Alex foi diferente, ele surgiu PR: São 11 livros, 3 séries e um em minha cabeça como o Robert, e logo montão de fãs espalhadas pelo se transformou no Ian Somerhalder. Brasil. O que mais podemos esperar das suas histórias em 2017? PR: Em “O Professor 3”, muitos TA: Estou com o lançamento do úl- leitores reclamaram de uma atitimo livro da série O professor e va- tude do Alex, mas é uma caractemos iniciar a campanha deste lan- rística comum nos seus livros: ver 16

personagens mais realistas, que cometem erros como todos nós. Qual é a importância de representar isso na literatura atual? TA: É complicado explicar porque sou a maior defensora de que nos livros devemos escrever as fantasias e não a vida real, mas eu me sinto responsável por fazer a realidade se aproximar cada vez mais da fantasia, então acaba acontecendo. As pessoas falham, perdoam, amam, odeiam, enlouquecem, encontram a paz e por aí vai. Achei importante esse momento do Alex e da Charlotte para que ela pudesse amadurecer e entender a importância dele em sua vida. Sei que muitas pessoas ficam aborrecidas, mas encaro com naturalidade.


Beatriz Soares: Você já teve receio de colocar alguma cena mais picante em um dos seus livros? TA: Sempre tenho. Escrever sobre sexo não é fácil até porque pode ficar repetitivo e cansativo. Sem contar que eu estou sempre ligando o sexo ao amor, o que acredito ser importante, então determinadas situações me fazem pensar muito. Quando comecei a escrever erótico fiquei com tanto receio que demorei para apresentar ao público, mas descobri que esse é o meu caminho. É como eu gosto de escrever e não consigo mais escrever sobre o amor sem que nele o sexo seja algo real. PR: Por último, deixe uma mensagem para os seus leitores. TA: Não existe mensagem que represente melhor como eu me sinto do que o “muito obrigada”. Os leitores são a parte mais importante desta caminhada. Tenho leitores que estão comigo desde a primeira fanfic e isso é lindo. É o que me motiva. Então eu só posso agradecer por todo carinho.

Bom saber Tatiana foi vencedora do Prêmio Amazon 2016, a única finalista de três categorias: Destaque como autora no Kindle Unlimited (1º Lugar); Destaque como autora de romance (2º Lugar); e Autora Destaque de e-book KDP mais lido (3º Lugar); * Um dos livros que Tati vem trabalhando é “Por Mil Anos”, que era uma antiga fanfic com Edward e Bella, mas está sendo reescrita e você pode ler o primeiro capítulo no site oficial da autora.

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Empodere sua protagonista

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scritor senta na frente do computador. Estala os dedos, bebe o café, respira fundo. Vou fazer algo diferente! Agora vou sair dos padrões, chega de mocinhas que esperam pelos príncipes, minha princesa é uma conquistadora e não precisa de ninguém! Então o empolgado escritor começa, termina, publica. E erra. O grande problema de histórias que buscam “sair dos padrões” de hoje em dia — que padrões? — peca seriamente justo na hora de mostrar uma personagem principal crível. Saímos da era das mocinhas super sensíveis, burras e inúteis para a era das protagonistas overpower, que trocam pneu sem nunca terem visto um carro na vida, que sabem tudo de tudo, que nunca choram e que montam nos homens como se fossem cachorros. Amigos, ainda estamos errando. Vamos parando que já está feio, ok?

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Vamos aprender a empoderar nossas moças principais. E, ao contrário do que muitos pensam, uma mulher empoderada não é uma mulher “perfeita”. Primeiro que, ao construir uma personagem perfeita, você impõe um padrão de perfeição. A ideia não era justamente quebrar padrões? Por que então sua protagonista é boa em tudo? Será que não estamos transformando nossas personagens femininas num clichê idêntico ao que era o clichê dos personagens masculinos padrões, altos, príncipes, musculosos e com respostas para tudo? Sua personagem, sendo humana (ou elfa, sem preconceito com colegas da literatura fantástica), precisa ser problemática. Via de regra. Narrativa não existe sem problemas. Então, ao criar nossas moças empoderadas, vamos pensar bem se não estamos criando moças que não existem. Se queremos que nossas personagens sejam modelos para outras mu-

Por

Lyli Adams

Autora de Pecadores, Íris e Inimigo Digital. sitedoup.com.br @raindancely

lheres, então primeiro precisamos garantir que essas mulheres possam se enxergar em nossas personagens. E essas mulheres choram. Essas mulheres às vezes não sabem a resposta. Essas mulheres não precisam ser especialistas em “coisas de homem” para provar que são fortes e empoderadas. E seu livro não precisa ser um Ctrl+C e Ctrl+V de páginas feministas de Facebook para dar certo. Mas ele precisa ser autêntico. É lindo trazer personagens feministas, apenas não se esqueçam que estas mulheres não são robôs e têm sim seus problemas, têm fraquezas, têm momentos em que falam besteiras e depois se arrependem e têm homens indesejados nas suas vidas. É isso que as faz humanas. Sua personagem, então, não deveria ter também?


Uma palavrinha

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ossa palavrinha esse mês foi com a Kel Costa. A autora é apaixonada por cachorros e chocolate, mega ansiosa e hipocondríaca, além de ser louca por filmes e séries, como a saga Crepúsculo. Foi a série de livros, por sinal, que fez a carioca se dedicar à escrita: ela escrevia fanfics e, após o sucesso de “The Cullen’s Secret”, resolveu publicá-la como seu primeiro livro. O que mais deixa os “calos fofos”, nome dados aos seus leitores, ansiosos é o lançamento do último livro da

Por Carol Dias

trilogia Fortaleza Negra, Ruínas de Gelo. A série conta a história da Sasha, que vive em um mundo dominado por vampiros. Os seres da noite não são a maior ameaça dos humanos — ambas as criaturas vivem em paz — mas sim os mitológicos, centauros e minotauros que perseguem e matam seres humanos. Nessa entrevista, você vai conhecer um pouquinho mais sobre seus gostos pessoais. Confira:

• Gênero para leitura: Romance, muito romance! Também amo literatura fantástica e um bom chick-lit nunca pode faltar na estante. • Gênero para escrita: Fantasia é o que mais mexe comigo na hora de escrever. Gosto de fugir da normalidade e criar meus mundinhos! • Personagem literário: Celaena Sardothien, da série Trono de Vidro, porque essa mulher é maravilhosa demais! (quem não conhece, leia os livros!) • Autor inspiração: Minha diva maior, sempre, Anne Rice. Mas atualmente, a Sarah J. Maas tem sido uma grande inspiração também. • Melhor história que escreveu: Ruínas de Gelo, o terceiro livro da trilogia Fortaleza Negra (que ainda não foi lançado). Sem dúvidas, foi o que mais me diverti escrevendo. • Melhor livro que comprou: Difícil, hein... Tenho vários na listinha, mas um sempre se distancia mais dos outros: “Como eu era antes de você”, pois mexeu demais comigo. • Música: I’ll be there for you, do Bon Jovi... E qualquer outra da banda. Minha paixão! • Cor: Rosa (risos). • Lugar no mundo: Onde minha família estiver. • Cidade natal: Cidade maravilhosa! • Comida: Arroz à piamontese. Como até puro! • Dia inesquecível: O dia em que assinei o contrato de publicação do meu primeiro livro. Se Deus quiser muitos contratos ainda virão, mas o primeiro a gente nunca esquece!. 19


Falando nisso...

Por Lyli Adams

N

este mês de março, relembramos as bravas lutas das mulheres do passado que brigaram para conquistar quase todos os direitos que temos hoje. Em homenagem a esse célebre oito de março de lutas, lembremos de oito grandes mulheres da literatura, aquelas que nos ajudaram quebrando as barreiras que não permitiriam que estivéssemos presentes no mercado hoje – como nesta revista aqui, por exemplo. Carolina de Jesus Uma das primeiras e mais importantes escritoras negras do Brasil. Mineira da comunidade rural, Carolina começou na literatura retratando a realidade que vivia em cadernos encontrados no lixo. Leia: Quarto de Despejo: Diário de uma favelada, Onde Estaes Felicidade Simone de Beauvoir Ela foi dona do mais prestigioso prêmio literário francês, o Prêmio Goncourt. Simone é ícone do existencialismo e analisa a postura da mulher na sociedade e papéis de gênero. Trouxe conteúdo erótico para a literatura conservadora de sua época e isso criou polêmicas que ajudam a quebrar tabus até hoje. Leia: O Segundo Sexo, Os Mandarins Agatha Christie Agatha foi contra tudo e contra todos e desafiou a família que a queria numa carreira de pianista clássica para se tornar escritora de histórias de suspense. Ela escreveu mais de noventa livros e ficou conhecida como Rainha do Crime e a maior escritora de romances policiais de todos os tempos – isso tudo numa época em que ninguém queria ler livros “de mulherzinha”. Leia: Assassinato no Expresso do Oriente Jane Austen Autora de um dos livros mais lidos do mundo. Ela apenas criou a comédia de costumes, retratando a sociedade de sua época e rindo da classe média inglesa. Trouxe diálogos carregados de ironia num tempo onde mulheres deveriam ser belas, recatadas e do lar. Foi uma das primeiras mulheres da literatura a ousar levantar a voz sobre preconceitos tão profundos na sociedade de seu tempo. Leia: Orgulho e Preconceito 20

Clarice Lispector A mulher que inaugurou a prosa introspectiva no Brasil não podia faltar nessa lista. É graças a Clarice que hoje temos personagens sofredores com discursos tão internos e pessoais. Nos ensinou sobre textos narrados em formatos muito intimistas, onde os sentimentos dos personagens podem ser sentidos pelo leitor. Leia: A Hora da Estrela Chimamanda Adichie Esta nigeriana é muito conhecida mundialmente por sua fala sobre o perigo das “histórias únicas” e a palestra que diz que todo mundo deveria ser feminista. Ganhou notoriedade quando seu discurso feminista foi incorporado por uma música da Beyoncé. Leia: Americanah, Meio Sol Amarelo Rachel de Queiroz Rachel foi a primeira mulher a ingressar na Academia Brasileira de Letras. Em suas narrativas, expõe temas sociais sem medo e de forma dramática. É conhecida por retratar com realidade as injustiças vividas pelo povo nordestino e fala sobre a luta contra a fome e a miséria. Leia: Memorial de Maria Moura, Dora Doralina J. K. Rowling Claro que a grande mamãe Potter não poderia faltar nesta lista. J.K. lutou a vida inteira para conseguir ser levada a sério profissionalmente e foi recusada por diversas editoras que não acreditavam na sua capacidade de vender livros de duzentas páginas para crianças. Depois de lutar contra uma depressão, já vendeu mais de 400 milhões de livros no mundo inteiro e revolucionou a criação de cenários fantásticos. Leia: Saga Harry Potter, Morte Súbita


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