Revista Travel Ed02

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Travel NORDESTE | BRASIL

MAIOR SÃO JOÃO DO MUNDO! UNIVERSO MÁGICO E MEDIEVAL Instituto Ricardo Brennand é parada certa pra quem vai à Recife e gosta de história. RALLY EM PERNAMBUCO Categoria renasce e só faz crescer pelas trilhas do estado.

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Nº 02 | ANO 1 |JUNHO 2017 | R$ 12,00

CÍRIO DE NAZARÉ Festividade em Belém do Pará tem atrativos de sobra para valer uma visita sua.

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SUMÁRIO

Carta do Editor O Nordeste brasileiro tem muitas belezas. São muitos motivos que fazem a região ser um dos principais destinos procurados no país, inclusive por quem mora aqui. Sejam pelas comidas típicas, pela cultura, pelo sol ou pelo frio, tem pra todos os gostos.

A matéria de capa da segunda edição da Revista Travel traz um dos maiores eventos do Brasil: as fantásticas festas de São João de Campina Grande e Caruaru. Com atrações durante todo o mês, essas duas cidades atraem milhares de pessoas e

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promovem shows diários para a alegria de todos. Além deles, mostramos que Alagoas e Rio Grande do Norte também tem festividades muito tradicionais nesse período. Vale a penas conferir a matéria e as festas.

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Fizemos também um roteiro para pegar a estrada e conhecer belíssimas cidades

06 Universo mágico e medieval

28 Não perca o foco!

do interior da nossa região, uma matéria

14 Os encantos da culinária Nordestina

30 São João do Nordeste

com as principais comidas típicas de cada

18 Por dentro do rally em Pernambuco

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estado do NE e um texto de Tico Brazileiro

24 De “Roliúde’’ ao paraíso tropical

41 Turismo e resíduos sólidos

compartilhando sua experiência no Círio de Nazaré, em Belém do Pará.

DIRETORES Jaderson Santos Breno Silva DIRETOR DE REDAÇÃO Mário Victor de Moraes COMERCIAL Rodrigo Dantas

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ALMOÇO DAS 11:30 ÀS 15:00H ABERTO TODOS OS DIAS DAS 18H ÀS 23H. SEXTA E SÁBADO ATÉ ÀS 00H.

EXPEDIENTE Boa leitura!

DUPLA RODÍZIO MENU À LA CARTE TEMAKIS EXCLUSIVOS PROMOÇÕES EXCLUSIVAS AMBIENTE ESPECIAL

REDATORES Gilberto Caetano Geraldo Lélis Ramon Andrade Williams Daniel Tico Brazileiro Paulo Feijó Rafael Urzedo Inácio Melo J.Vicktor Tigre

COLUNISTA Relva Beltrão relva_beltrao@yahoo.com.br DIAGRAMAÇÃO Márcio Ancelmo

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(081) 3040-3450 (081) 9 8360-5945

AVENIDA CONSELHEIRO AGUIAR, 666A - PINA APÓS O CHICO CITY (LADO ESQUERDO)

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UNIVERSO MÁGICO E MEDIEVAL Localizado na Zona Oeste da capital Pernambucana, o Instituto Brennand é um portal que faz seus visitantes viajarem no tempo J. Vicktor Tigre

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á imaginou a possibilidade de viajar ao passado, mas especificamente para a época medieval e conhecer um pouco da história europeia, africana, asiática e suas reflexões no Brasil Colonial? Sim, acredite, isso é possível. Localizado na Zona Oeste do Recife, o Instituto Ricardo Brennand é um conjunto arquitetônico medieval dividido em quatro prédios: museu do Castelo São João, Pinacoteca, Galeria e Capela Nossa Senhora das Graças. Todos circundados por um extenso parque que desafia a temporariedade da história humana. Um cenário de paz com o fundo paisagístico patriarcal de antigo engenho de açúcar, cuja extensão do terreno é de 18 hectares.

conservadas, mostram um pouco sobre a história da arte das cruzadas e os diferentes estilos em que eram forjadas pelas armarias europeias. Além disso, a Armaria possui uma coleção de armas brancas indescritíveis. São diversos punhais, estiletes, espadas, bestas, clavas, maças, alabardas, facas e canivetes de diversos formatos e origens diferentes. Muitos deles são ornamentados com gemas, marfins, chifres, madrepérolas, aço e outros metais que remetem aos séculos citados.

Fundado em 2002, o Instituto foi criado para abrigar mais de três mil peças de origens europeia, asiática e africana. Seu fundador, o empresário e colecionador Ricardo Brennand, produziu o complexo artístico em uma área construída de 77 mil metros quadrados. As construções seguem ao estilo arquitetônico britânico Tudor, mas com algumas intervenções artísticas interessantes como, por exemplo, a ponte levadiça, relevos de brasões e altar gótico. Para quem chega ao Instituto Ricardo Brennand, a primeira impressão é a que ultrapassamos a linha temporal da história da humanidade e fomos parar diretamente em um velho castelo britânico da baixa Idade Média. Sua arquitetura é muito similar ao Castelo de Ludlow - fortaleza localizada no condado de Shropshire, no centro-oeste da Inglaterra. No Castelo São João, também conhecido como Armaria – nome que faz referência às antigas oficinas de armadura da Idade Média – encontramos diversas peças e inúmeras histórias para alimentar a curiosidade. Ao todo, são diversas armas de caça, de guerra (ofensiva e defensiva) e de proteção pessoal, conjunto com 27 armaduras medievais completas (incluindo escudos, elmos, manoplas, guantes e cotas de malha) em exibição. Todas as peças foram fabricadas entre os séculos XIV e XVII em países como Inglaterra, França, Itália, Alemanha e Espanha. Um fato curioso são os detalhes das armaduras. Bem

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BRENNAND

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Entre as armas brancas em exposição, o conjunto de facas e canivetes provenientes da tradicional cutelaria britânica Joseph Rodgers & Sons Limited se destacam. As peças começaram a ser fabricadas em 1724, na província de Sheffield, na Inglaterra. No Castelo São João ainda existe espaço para exposição de peças decorativas, mobiliária antiga e tapeçaria produzida em outros países europeus e asiáticos. A grande parte das peças são castiçais, candelabros, jarros, mosaicos, vitrais, cofres antigos, cerâmicas chinesas e instrumentos musicais. A maior parte dos objetos foi produzida no século XVII. Devemos destacar nesta coleção o par de candelabros franceses ‘Black-a-moor’ modelados por Émile Guillemin no século XIX, o conjunto de estatuetas francesas criadas pela oficina parisiense E. Granger e os relógios de caixa franceses e austríacos que, pelos seus detalhes bem conservados, parecem fazer o tempo parar. Sobre o núcleo de tapeçaria do Castelo São João, o visitante pode ver diversos exemplares franceses, holandeses e belgas. Todas peças incríveis, datados do século XVIII, produzidas por manufaturas legendárias, como a dos Gobelins e a de Aubusson. A Pinacoteca do Instituto Ricardo Brennand é mesmo de deixar todos sem palavras. Com salão expositivo de 1.200 metros quadrados, ela também conta com um auditório com capacidade de receber até 120 pessoas. Lá, também encontramos uma vasta biblioteca, com mais de 100 mil volumes - incluindo documentos do Brasil colonial e da Idade Média - e uma cafeteria com uma das melhores bebidas quentes do Recife: café para diversos gostos. O local, que possui temperatura e umidade controlada para melhor preservação das obras expostas, foi palco de exposições inesquecíveis, como a ‘Albert Eckhout: volta ao Brasil 1644-2002’, ocorrida em 2002, com quadros pintados à óleo pelo holandês que esteve em Pernambuco e no Nordeste brasileiro durante a ocupação holandesa no período colonial.

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Na Pinacoteca, há a exposição permanente ‘Franz Post e o Brasil Holandês’ com paisagens que levam o visitante de volta ao século XVII, a sala com o ‘Julgamento de Nicolas Fouquet’ - composta por 45 bonecos de cera em tamanho real - e a exposição”Paisagem Brasileiras do Século XIX, composta de pinturas à óleo, gravuras e desenhos de representantes importantes da iconografia brasileira, como Carlos Julião, Debret, Conde de Clarac, Bauch, entre outros. Por fim, temos a Capela Nossa Senhora das Graças. A sua arquitetura externa é bastante sintonizada com a do Castelo São João, seguindo o estilo britânico Tudor com algumas intervenções contemporâneas. Mas o seu interior é o que difere. Ela segue uma mistura entre o barroco-gregoriano. Admirando suas paredes, vemos o ditado de Fernando Pessoa: “Deus quer, o homem sonha, a obra nasce”. A visita ao Instituto Ricardo Brennand pode ser feita de terça a domingo, das 13h às 17h. O agendamento é somente realizado na quarta-feira pela manhã através do telefone: (81) 2121.0365. A entrada custa R$ 25 a inteira, R$ 12 a meia-entrada para pessoas com deficiências, estudantes, professores e idosos com idade acima dos 60 anos.

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OS ENCANTOS DA CULINÁRIA NORDESTINA Além de todos os encantos naturais que existem no Nordeste, a região se destaca também pela rica diversidade na gastronomia Inácio de Melo Neto

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arne-de-sol, macaxeira, acarajé e tapioca. Buchada de bode, arrumadinho, queijo coalho e cuscuz. Sarapatel, milho, pamonha, canjica e rapadura. A culinária nordestina é riquíssima. Varia de estado para estado. Da temperatura mais alta ao frio de “rachar”. Assim como a cultura, a culinária da região é muito diversificada. Devido à miscigenação de vários povos - temos influências dos africanos, portugueses, holandeses e espanhóis -, ingredientes de todos os lugares do planeta vieram parar aqui. A mistura de cores, raças e culturas não existe apenas no sangue. Está presente nos mais suculentos pratos da região. Além das belas praias, do clima tropical e do afeto do seu povo, os nove estados do Nordeste possuem pratos característicos. A cozinha pernambucana é bastante conhecida por suas comidas “pesadas”. Chambaril, dobradinha, buchada e sarapatel são sempre bem-vindos à mesa do litoral ao sertão.

Já no Maranhão, o destaque fica por conta do arroz. O ingrediente existe em, praticamente, todas as mesas do país, mas tem um valor especial no estado. O Maranhão foi dos primeiros a utilizá-lo no Brasil, com registros de 1745. À época, o estado virou um dos maiores exportadores de arroz do país, daí a

Um dos pratos mais pedidos é a boa e velha macaxeira com charque ou carne de sol. É de dar água na boca. Alguns dos locais mais tradicionais e receptivos são os mercados públicos espalhados pelo Recife, com destaque para o do bairro da Boa Vista, região central da cidade, o da Madalena e o da Encruzilhada, na Zona Norte. Ao preço popular, os mercados são uma atração à parte. Além de guardarem um pouco da história da cidade, apresentam cardápios diversificados e possuem um clima alto astral. Mas é possível comer pratos mais leves também. Se o interesse for tomar um café da manhã, a sugestão é comer um cuscuz reforçado, acompanhado dos tradicionais bolos, especialmente o de rolo. Os pratos baianos também são muito conhecidos por todo o país. É uma das culinárias mais famosas e apimentadas da região. Com fortes influências da cozinha africana, o principal prato da Bahia, como não poderia deixar de ser, é o já famoso acarajé, que é encontrado em várias ruas de Salvador. A iguaria nada mais é do que um bolinho salgado de feijão frito em óleo de dendê. Mas nem só de acarajé vive o baiano. A mesa soteropolitana também é muito conhecida por conta do vatapá, da moqueca e do arroz de hauçá, trazido para cá pelos africanos. O último prato é composto por arroz sem sal e leite de coco. Depois de ficar bem empapado, é acompanhado de molho de camarão ou carne desfiada. Porém, há lugares em que o que chama a atenção mesmo são os temperos. Nesse ponto, o Piauí difere dos vizinhos. Lá, a cebolinha branca, a pimenta de cheiro e o corante extraído do urucum dão o toque diferenciado no baião-de-dois, que, muitas vezes, é servido com milho, toucinho e pé de porco. Em terras piauienses, o prato é conhecido como “Pintado”.

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Outro prato típico do Piauí é o Quibebe ou Capiau, um cozimento feito à base de carne seca picada misturada com quiabo, jerimum, macaxeira e maxixe, cozinhada com cheiro-verde e manteiga de garrafa. Um dos restaurantes mais bem avaliados em relação à culinária piauiense é o Favoritos Comidas Típicas. Em uma visita ao estado, vale a pena dar uma parada lá.

criação de vários pratos à base do ingrediente. O que não faltam são opções. Tem para todos os gostos. Há o arroz de jaçanã, o arroz de toucinho, o arroz de camarão e vinagreira e o arroz-de-cuxá, o mais famoso de todos. O prato é composto por tomate, pimentão, cebola, pimentinha e camarão seco. Além disso, o Maranhão também é conhecido por ser um grande reduto de mandioca. Através do ingrediente, é possível fazer pirão, mingau, farofa, paçoca e chibés. Embora seja um prato amazonense, é possível faze-lo misturando a farinha de mandioca com água. Pode ser acompanhado de pimenta ou outros temperos.

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CULINÁRIA NORDESTINA

O melhor da cozinha oriental mais perto de você.

PRINCIPAIS PRATO

Os frutos do mar também são bastante utilizados no Nordeste. Praticamente todos os estados usam pratos com base nesse tipo de ingrediente. O estado de Alagoas é um dos locais mais interessantes para degustar um bom peixe frito. O litoral alagoano é um dos mais bonitos do Brasil e combina com os frutos do mar. Seja em Maragogi, na praia do Gunga, na praia do Francês, na Ponta Verde ou em Pajuçara, a pedida é a lagosta, a fritada de siri ou a peixada com pirão. De sobremesa, nada mais saboroso do que uma rapadura ou uma cocada. E, para acompanhar, o que não faltam são opções de suco. Pitanga, acerola, abacaxi, manga, graviola ou caju. Não há desculpa para não se refrescar.

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Alagoas - Peixe frito, Bobó de Camarão e Pe ixada com Pirão Bahia - Acarajé, Mun guzá e Caruru Ceará - Tapioca, Cara nguejada, Fritada de camarão Maranhão - Arroz de polvo, Arroz-de-cuxá, Arroz-de-toucinho Paraíba - Baiã-de-do is, carne-de-sol desfiad a e Galinha caipira Pernambuco - Mão-d e-vaca, Dobradinha, Cozido e Galinha à cabidela Piauí - Capote e Capi au Rio Grande do Norte - Camarão ao coco co m arroz e ensopado de ostras Sergipe - Beiju de tapi oca, Torta de Macaxei ra com Charque e Sarapatel

www.iangchao.com.br Ceará

Paraíba

Pernambuco

Rio Grande do Norte

Shopping Del Paseo Shopping Iguatemi Shopping Parangaba Shopping RioMar

Shopping Tambiá

Shopping Boa Vista Shopping Costa Dourada Shopping Difusora Shopping Tacaruna Vitória Park Shopping Paulista North Way Shopping

Shopping Midway Mall

Mato Grosso Pantanal Shopping

Pará Shopping Pátio Belém Shopping Castanheira

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ra quem busca diversão e aventura misturado com um pouco de adrenalina, ir atrás de um rally não é uma má opção. Muitos ainda não entendem o funcionamento da modalidade e acham que apenas competidores profissio nais podem participar, um engano! Amadores e amantes de aventuras também podem atuar nos rallys e desfrutar das incríveis paisagens adentro dos percursos destinados ao passeio. Pernambuco sempre foi uma vitrine para o automobilismo e com o rally não foi diferente. No estado, há competições da modalidade desde a época de 1970 – com inúmeros esquecimentos por conta de falta de investimento e de visibilidade no mercado -, com seus tempos áureos em 2007 e 2008, mas que, posteriormente, ficou adormecido na memória dos amantes da categoria. No entanto, após um grupo de competidores abraçar a ideia de voltar com as disputas, foi criado, assim, o Campeonato Pernambuco de Rally de Regularidade, conhecido como RallyPE. “Em 2012 eu voltei do interior para morar na capital e, com um amigo, começamos a organizar competições de rally. No entanto, organizar uma competição requer um certo nível de investimento, o que não tínhamos, então organizamos apenas em 2012 e 2013, parando em 2014”, lembrou Thadeu Falcão, que compete na modalidade há 40 anos. Os caminhos do RallyPE começaram a melhorar quando, no ano passado, um grupo de competidores iria participar de uma prova da Mitsubishy Cup no Ceará. Dessa forma, Thadeu começou a organizar provas de rally como uma espécie de “treino” para os que iriam disputar a prova, fazendo com que a paixão pela modalidade voltasse a dar sinais dentro dos amantes do rally em Pernambuco. “Fiz uma prova para começar a fazer os treinamentos daqueles que iriam competir no Ceará. Assim, muitos competidores voltaram a se interessar pelo rally”, explicou. “Hoje, somos 12 pessoas na organização do RallyPE, com as apurações das provas feitas através de rastreamentos de satélite, o que custa caro e, como não temos patrocínio para sermos independentes, o grupo banca por fora para que tenhamos um alto nível técnico”, contou Falcão.

POR DENTRO DO RALLY EM PERNAMBUCO Por Rafael Urzedo

A modalidade existe desde a década de 70, mas viveu altos e baixos ao longo dos anos. Do ano passado para cá, amantes do rally voltaram a organizar uma competição, o RallyPE.

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O RallyPE é um campeonato de automobilismo multimarcas com provas de rally de regularidade em trechos variados e médias horárias a serem definidas em uma planilha de roteiro para que todos tenham maior igualdade na competição. Mas o que é um rally de regularidade? Bem, é um estilo um pouco diferente, onde quem vence não é o mais rápido durante a prova, mas quem cumpre o percurso no tempo determinado pela organização. Atrasar ou adiantar em relação a este tempo implica na perda de pontos. Com relação aos percursos, podem ser estradas pavimentadas, secundárias, privadas ou abandonadas, circuitos especiais e trajetos fora de estrada, prevalecendo, nas vias públicas, as leis de trânsito locais, mas é sempre buscado fugir do tráfego intenso e procura-se lugares onde a beleza natural seja admirada. “O diretor de provas, Leonardo Moura, é quem define os percursos. Ele pega o carro e estabelece um ponto de partida – saindo de Recife com direção à Zona da Mata, por exemplo -, ai ele vai explorando através de um mapa com satélite e aplicativos, o que facilita muito, já que antigamente era através do boca a boca. Depois que é apurado o caminho de ida e volta, é feito a medição”, explicou Thadeu. O RallyPE é dividido em cinco categorias: Graduado, Turismo, Turismo Light, 4x2 Light e Passeio. Todos os inscritos devem se filiar à CBA (Confederação Brasileira de Automobilismo). O campeonato é disputado pelo sistema de pontos, atribuídos aos concorrentes de acordo com a categoria em que ele se encontra inscrito e na sua função (piloto ou navegador). A idade mínima para participar do RallyPE é de 18 anos para piloto, 16 para navegador e 10 para acompanhante.

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RALLY EM PERNAMBUCO POR DENTRO DE CADA CATEGORIA: Graduado: Competidores que constem no cadastro da CBA como PGRR (Piloto Graduado de Rally de Regularidade), NGRR (Navegador Graduado de Rally de Regularidade), PTRR (Piloto Turismo de Rally de ReguAlaridade), e NTRR (Navegador Turismo de Rally de Regularidade). A participação de acompanhantes (convidados, repórteres e jornalistas) devem ser autorizadas pelo Diretor de Prova. Turismo: Competidores que constem no cadastro da CBA como PTRR e NTRR. Turismo Light: Serão permitidos concorrentes que não constem no cadastro da CBA nas categorias de Turismo ou Graduado. Essa categoria é destinada aos concorrentes com pouca ou nenhuma experiência em Rally de Regularidade. Todos os concorrentes serão cadastrados na categoria PNRR (Piloto Novato de Rally de Regularidade) ou NNRR (Navegador Novato de Rally de Regularidade). 4x2 Light: Concorrentes que não constem no cadastro da CBA nas categorias de Turismo ou Graduado. Essa categoria é destinada, preferencialmente, aos concorrentes que já possuem alguma experiência anterior em Rally de Regularidade. Todos também serão cadastrados nas categorias de PNRR ou NNRR. Passeio: Por se tratar de um passeio em geral, não há restrições, não sendo necessário nenhum tipo de filiação. ESTRUTURA DO CAMPEONATO: Para efeito de campeonato, a pontuação é distribuída da seguinte forma: 17 pontos (1º colocado), 15 pontos (2º colocado), 13 pontos (3º colocado). A partir do 4º colocado a pontuação diminui em 1 ponto. Por exemplo: 12 pontos para o 4º colocado, 11 pontos para o 5º colocado, 10 pontos para o 6º colocado... e assim sucessivamente. Pilotos e navegadores têm suas pontuações computadas separadamente. Com relação às etapas do RallyPE , há, no total, 4 eventos. Cada evento é dividido em 2 provas, totalizando 8 provas. As premiações são destinadas aos vencedores de cada categoria, com os prêmios divulgados no site da RallyPE (www. rallype.com.br). COMO PARTICIPAR: As inscrições são feitas através da internet e as orientações constam no site da RallyPE (www.rallype.com.br) . O valor da taxa de inscrição é definido por categoria, com um adicional de uma cesta básica de, no mínimo, 10kg por veículo para causas sociais. São admitidos automóveis de passeio, utilitários e derivados dos mesmos e de competição, de fabricação nacional e importada, regularmente comercializados no Brasil com o Registro Nacional de Veículos Automotores (RENAVAM). Para as categorias Graduado, Turismo e Turismo Light, o veículo deve ser, obrigatoriamente, 4x4, sendo facultativo para categoria Passeio. Já para a categoria 4x2 Light, não será permitido a participação de veículos 4x4. DICAS PARA QUEM NUNCA PARTICIPOU DE UM RALLY: E pra quem ainda não participou de um rally, mas tem muita vontade de dar uma volta por dentro desta aventura incrível, nada melhor do que algumas dicas do experiente Thadeu Falcão. Com mais de 40 anos de propriedade no assunto, Thadeu garante que, para participar do rally, basta se inscrever na prova e fazer um curso que é realizado antes dos eventos, proporcionado pela própria RallyPE. Outra boa notícia é de que é totalmente gratuito. “Abrimos espaço para a pessoa ter conhecimento sobre o rally. Já para quem busca competir, o básico é não se perder, medir bem a prova, hoje á tecnologia suficiente que permite que a pessoa não se perca, se preocupando menos com o tempo e mais com o caminho.”

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DE “ROLIÚDE’’ AO PARAÍSO TROPICAL Inácio de Melo Neto

Viajar de carro pelo Nordeste é uma atividade prazerosa e capaz de fortalecer relações. Revelar locais pouco conhecidos do grande público é uma das missões da Travel

Sol e frio. Praia e sertão. Montanhas e áreas rupestres. O Nordeste é uma região plural. Com lugares completamente diferentes. Tem de tudo. É ideal para viajar, conhecer ambientes fantásticos e aprender um pouco da cultura brasileira. Dá para tomar banho de mar, de rio ou cachoeira. Para conhecer o lado acolhedor do povo sertanejo e se deliciar com as belas vistas da região. Viajar de carro por aqui é uma tarefa que deveria ser realizada por todos, até pelos que não gostam tanto de se aventurar. Assim, a Travel vai listar pra você cinco rotas ideais para se fazer de carro, aproveitando a companhia e as lindas paisagens.

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ROLIÚDE Lajedo Pai Mateus - Um dos lugares mais legais para conhecer com a família ou os amigos, ele fica na cidade de Cabaceiras, a 199 km de João Pessoa, na Paraíba. O local é formado por grandes formações rochosas arredondadas e fica no coração do sertão paraibano. Ao longo do parque, localizado dentro do Hotel Fazenda Pai Mateus, o visitante aprecia um local pouco conhecido. Ele é explorado, principalmente, por geógrafos e geólogos de todo o mundo, curiosos por conta do formato das rochas, o Lajedo guarda segredos e algumas lendas. De acordo com os mais antigos, durante o século 18, um curandeiro viveu entre as rochas e ajudou as pessoas no combate à doenças e outras chagas. Em troca, ele pedia apenas comida. Para chegar até o local, é necessário pegar a BR- 230. A viagem, saindo da capital paraibana, dura, em média, 3h30. A cidade de Cabaceiras também é conhecida por ser a “Roliúde Nordestina’’. A alcunha foi concedida por conta dos mais de 30 filmes rodados na região. Apesar da população de pouco mais de 5 mil habitantes, a cidade foi cenário de filmes aclamados pela crítica, como “O Auto da Compadecida’’ e “Cinema, Aspirinas e Urubus”.

Andando um pouco mais pelo interior paraibano, o turista chega na cidade de Areias, a 130 km de João Pessoa. O local é conhecido pelos 623 metros de altitude e o clima bastante frio. Em Areias, que já foi considerada a “Terra da Cultura’’ da Paraíba, fica o Museu da Rapadura. Localizado dentro do campus da Universidade Federal da Paraíba, o turista pode aprender como se produz uma das principais iguarias nordestinas. Desde a extração da cana-de-açúcar, ao melado, e passando pela fabricação da cachaça. Comer a rapadura direto da “fonte’’ é uma das boas sensações da viagem. A cidade também possui o primeiro teatro construído na Paraíba. O Theatro Minerva ganhou vida vários anos antes do primeiro edificado em João Pessoa. Para chegar até o local, é necessário seguir pela BR230 e depois pegar a PB-079. O percurso dura, em média, 2h, partindo da capital.

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Já o “Oásis Nordestino”, como é conhecida a cidade de Triunfo, a 355 km do Recife, é um dos locais mais bonitos do estado. O primeiro atrativo é o clima destoante à região. As temperaturas baixas dão a impressão de se estar no sul do país, e não é exagero! Mas, para desfrutar de todos os atrativos da cidade, é preciso de, pelo menos, cinco dias. Formada por ladeiras com ruas de paralelepípedos, Triunfo tem

um ar colonial. Construções do século 19, com casarões imponentes, chamam a atenção. É história pura. Uma das construções mais antigas é o Convento Franciscano São Boaventura. Erguido em 1945, hoje, o Convento também serve de hospedaria para os turistas. Em relação aos pontos naturais, a cidade possui o local mais alto de Pernambuco, o Pico do Papagaio, com 1260 metros de altura em relação ao nível do mar. Já no coração da cidade, há o famoso

teleférico, que passa por cima do enorme açude - passeio obrigatório para o turista -, além do Teatro Guarany, fundado em 1922. Para chegar à cidade, é preciso um teste de paciência e atenção. Partindo de Recife, são quase 6h de viagem pela BR-232. Mas o Nordeste também tem seus locais paradisíacos. Seus paraísos naturais. Praias que encantam qualquer um. Pipa, no Rio Grande do Norte, é uma delas. Situada no município de Tibau do Sul, a 85 km de Natal, Pipa é ponto de surfistas e muitos turistas estrangeiros. Várias praias fazem parte da região. As principais são a Praia do Amor e a Praia do Madeiro. Lá também há o Chapadão, com uma bela vista e que dá para ver todas as praias. De acordo com estudiosos, não existe outro lugar no mundo onde a costa de dunas e falésias se unam para formar um chapadão tão grande. Para chegar em Pipa é simples. Saindo de Natal, é preciso pegar a BR-101 sentido Paraíba e aguardar 1h30 para chegar ao paraíso. Já partindo de Recife, também é preciso pegar a BR-101 norte, passando por PB, até chegar em Tibau do Sul. A viagem dura, em média, 3h30.

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NÃO PERCA O FOCO! É difícil, mas há como manter a rotina de treinos e boa alimentação durante a viagem Por Geraldo Lélis

“Se o hotel não tiver boa oferta de alimentos saudáveis aconselho ir a um supermercado para comprar algumas coisas mais próximas do que está sendo orientado no plano alimentar”, acrescenta Milena, que também dá as dicas para fugir das guloseimas e frituras do sempre farto café da manhã de hotel. “Tem que procurar as opções mais próximas que estão no seu cardápio alimentar, de repente até pedir para o hotel cozinhar o ovo ao invés de comer frito e evitar as guloseimas que sempre tem, além de dar preferência às opções mais saudáveis, como grãos, frutas e as proteínas como queijo ou frango”, diz.

Por conta da mudança de rotina e de local, os treinos também mudam na maioria das vezes, mas Paula recomenda que pode se criar um programa de treinos mais gerais. “O que pode ser feito, por exemplo, é pedir para o treinador passar uma série de exercícios mais simples e eficientes imaginando que não tenha uma academia no local, que possam ser feitos sem aparelhos”, afirma. “Uma boa opção é levar uma thera band (elástico) que dá para fazer inúmeros movimentos”, acrescenta.

Outro conselho de Rafael Coelho é não praticar o exercício logo após a chegada ao local da viagem. É preciso haver um repouso. “Devemos repousar, pois como em toda viagem, as pessoas, muitas vezes, não conseguem descansar o suficiente, aumentando o nível do hormônio catabólico, o cortisol, que atua contra a construção muscular”, explica. “Pessoas pouco treinadas devem treinar três vezes por semana. Pessoas mais treinadas devem manter sua rotina de treino por mais de três vezes por semana”, finaliza.

E se, mesmo com todo esse esforço, a pessoa der uma escorregada na dieta? A nutricionista ressalta que qualquer saída do programa alimentar é passível de “prejuízo” na balança, mas nada que não se possa recuperar depois. “Se interromper a dieta enquanto estiver viajando pode se ter um prejuízo sim, porém se, quando voltar, mantiver mesmo o foco, dá para recuperar sim”, completa.

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anter dieta atividade esportiva já não é fácil para quem tem uma rotina concentrada em apenas uma cidade. Agora imagina para quem precisa viajar várias vezes no mês ou até mesmo na semana? Os horários quase nunca são os mesmos, assim como os locais de treino, os locais das refeições e as próprias refeições também são difíceis de se repetirem.

Sobre a alimentação, a nutricionista Milena Santana lembra a importância de se fazer as seis refeições, independente da programação. “Numa viagem é sempre mais complicado manter rotina de alimentação, pois não é como se estivéssemos em casa. Mas aconselho evitar comer frituras, evitar muita massa ou pães e não pular as refeições”, comenta.

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Com relação aos exercícios, a personal trainer Paula Pessôa lembra que não precisa deixar a rotina de lado ou abusar dos exercícios e acabar deixando de aproveitar o que o local tem para oferecer. “A motivação é pensar que não se quer perder o que conquistou e ter uma viagem mais saudável, pois quando acabar os dias a pessoa vai ficar muito feliz em pensar ‘que massa que eu consegui’”. “A questão da motivação é o equilíbrio em que se possa fazer bom proveito dos dias longe de casa e, ao mesmo tempo, manter o corpo ativo”, acrescenta.

Mesmo com várias orientações do personal e do nutricionista, esses profissionais estão a distância, o que aumenta a margem de acontecer imprevistos na saúde. Em caso de problemas, o médico especialista em nutrologia e medicina ortomolecular, Rafael Coelho, recomenda a interrupção imediata do treino. “Existem duas possibilidades: se as alterações na saúde forem rápidas, passageiras, deve-se anotar o que ocorreu para, assim, relatar ao médico que já o acompanha; se as alterações forem mais persistentes, deve-se procurar a emergência de onde estiver, para ser avaliado pelo médico local”, diz.

Caso o hotel não ofereça boa estrutura ou caso o hóspede não goste das opções de exercícios do local, vale calçar os tênis e passear a pé pela cidade. “Já passei por essa experiência na Costa Rica, e foi um dos melhores passeios que já fiz. Consegui observar coisas que não vi quando passei de carro, conseguimos explorar melhor os lugares, observar os detalhes”, conta. “Todo movimento é válido”, completa antes de ressaltar a importância da orientação do preparador físico.

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SÃO JOÃO DO NORDESTE Por Paulo Feijó

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uando se fala em Nordeste, dois coisas vêm logo à cabeça de qualquer um. A primeira delas, sem dúvidas, é as maravilhosas praias encontradas no nosso litoral. Porto de Galinhas, Natal, Fortaleza, Jericoacoara entre outras são mundialmente conhecidas pelas suas belezas. Mas a segunda coisa que vem a cabeça quando se fala em Nordeste do Brasil é o São João. Depois do Carnaval, podemos dizer que o São João é a festa que mais representa a cultura brasileira. E estas comemorações ganham força ainda mais nas cidades do Nordeste. Seja na capital ou no interior, você sempre irá encontrar ruas enfeitadas e grandes eventos que ficam marcados para sempre na memória. Fogueiras, comidas típicas, fogos de artifício e muita música marcam as comemorações de juninas. O forró, geralmente, comanda a maioria das festas, mas também há espaço para o xote, o xaxado e o baião. O interior dos estados costumam se destacar na realização de grandes eventos ou mesmo de festas tradicionais do circuito junino. Os maiores exemplos estão em Campina Grande, na Paraíba, e Caruaru, em Pernambuco. As duas promovem festas gigantes e ainda mantém aquele clima de “rivalidade" para ver quem tem o maior São João. Nesta edição, a Travel mergulhará nas celebrações destas duas cidades e também de Aracaju, em Sergipe, e Mossoró, no Rio Grande do Norte, apontadas como quatro das maiores festas juninas do nordeste.

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SÃO JOÃO

Campina Grande

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ntitulado de “O maior São João do Mundo”, o São João de Campina Grande, na Paraíba, junto com Caruaru, em Pernambuco, são as maiores festas juninas do Brasil. Realizado pela prefeitura de Campina Grande, o evento é um dos mais conhecidos em todo o país e recebe milhares de turistas todos os anos interessados em conhecer a cultura local e acompanhar os grandes shows. A festa na cidade interiorana da Paraíba acontece desde a década de 80, quando foi construído o famoso “Parque do Povo”. No início, o espaço era apenas uma grande palhoça com chão de cimento queimado, feito através de um mutirão. Posteriormente, outras etapas foram realizadas para ampliar e tornar o parque do povo muito maior. Antes de falar dos grandes shows que acontece por lá, antes vamos dar uma

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Além das quadrilhas e da fogueira, você também encontrará no São João de Campina Grande o Expresso do Forró, um passeio de trem que acontece nos fins de semana e leva os seus passageiros da Estação Velha até o distrito de Galante. passada na cultura encontrada em Campina Grande. Primeiramente, é impossível falar em São João sem lembrar de fogueiras, certo? Pois bem, na cidade paraibana encontramos a fogueira cenográfica gigante. Ela possui 20 metros de altura e todos os anos é construída para ser uma espécie de “Pira Olímpica” da festa. As quadrilhas juninas também são tradição nas comemorações do nordeste. Em Campina Grande, elas têm o seu lugar reservado para darem os seus shows para o público. O festival de quadrilhas juninas acontece na Pirâmide, um espaço coberto reservado para o evento.

Enfim, chegamos ao que mais atrai o público para Campina Grande: os shows. Este ano, as apresentações durarão um mês inteiro, iniciando no dia 2 de junho e seguindo até o dia 2 de julho. Entre as atrações já confirmadas estão Wesley Safadão, Maiara e Maraisa, Aviões do Forró, Marcia Felipe, Elba Ramalho, Dorgival Dantas, Gabriel Diniz, Simone e Simaria, Saia Rodada, Padre Fábio de Melo, Bruno e Marrone, Marília Mendonça, Luan Santana, Henrique e Juliano, Fernando e Sorocaba, entre outros.

Caruaru A cidade de Caruaru, no interior de Pernambuco, ficou conhecida mundialmente como a “Capital do Forró”. E nada mais adequado do que realizar uma das maiores festas juninas do Brasil. Assim como a festa em Campina Grande, o evento pernambucano também é chamado de “O maior São João do Mundo”, uma clara amostra da grande rivalidade entre as duas cidades. Entretanto, a prefeitura de Caruaru tem motivos para classificar a sua festa como a maior. É que o evento está registrado até mesmo no Guinness World Book, o livro dos recordes, como a maior festa country (regional) do mundo, levando todos os anos cerca de 1,5 milhão de pessoas.

As comemorações de São João em Caruaru começaram há décadas nos sítios da região, mas chegaram de fato ao centro da cidade em 1972. Foi só em 93 que a prefeitura da cidade passou a organizar o evento. Além das tradicionais quadrilhas juninas, o São João de Caruaru é muito conhecido pela tradição dos Bacamartes - são armas que serviram na guerra do Paraguai, em 65, que foram modificadas para o uso dos famosos bacamarteiros. Eles carregam suas armas com pólvora seca e se dividem em grupos para se apresentarem com tiros, sempre sob a chefia de um sargento e o controle geral de um comandante.

Passando pelo lado cultural da festa na cidade pernambucana, chegamos enfim ao que mais atrai a grande massa para acompanhar de perto o São João de Caruaru. Os grandes shows acontecerão no Pátio do Forró - Parque de Eventos Luiz Gonzaga. Entre as atrações, o público poderá acompanhar as apresentações de Elba Ramalho, Fulô de Mandacaru, Saia Rodada, Xand Avião, Cavaleiros do Forró, Dorgival Dantas, Gabriel Diniz, Bell Marques, Magníficos, Geraldinho Lins, Marcia Fellipe, Gustavo Lima, Bruno e Marrone, Matheus e Kauan, Simone e Simaria, entre outros.

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Aracaju A capital de Sergipe também é famosa por realizar uma das grandes festas de São João do Nordeste. Organizado pela Prefeitura de Aracaju, o “Forró Caju” sempre leva multidões para a praça de eventos que fica localizadas entre os mercados Albano Franco e Thales Ferraz, no centro da cidade. Todos os anos, a cidade se prepara para receber o evento, que contagia toda a população. Além dos grandes shows no centro, a orla de Atalaia também sedia apresentações de artistas locais. Em 2017, infelizmente, por conta da crise financeira vivida pela capital, o prefeito Edvaldo Nogueira resolveu cancelar a festa.

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Mossoró Situada no oeste do Rio Grande do Norte, a três horas e meia da capital Naral, Mossoró também se destaca nas comemorações de São João. O município potiguar sedia o Cidade Junina, quem também é uma das grandes festas do nordeste. Além dos shows gratuitos na Estação das Artes Elizeu Ventania - Estação do Forró, o pingo também poderá acompanhar o “Pingo do Mei Dia”, que é realizado no na Avenida Rio Branco, abrindo a programação musical no dia 10. Mas a festa completa acontece do dia 2 de junho ao dia 2 de julho. Este ano, entre as principais atrações está a banda Aviões do Forró.

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CÍRIO DE NAZARÉ Tico Brazileiro

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unca tinha ido em qualquer lugar da região Norte do País e quando apareceu a oportunidade de conhecer Belém no feriado de 12 de Outubro. Para completar, a cidade estava em festa, com a comemoração religiosa chamada Círio de Nazaré. Oportunidade bastante interessante para se conhecer o portal de entrada da Amazônia e um pouco mais da cultura local que, acreditem, é completamente diferente de tudo que eu já tinha visto na vida.

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Não existiam vôos diretos de Recife para Belém na época. O jeito foi pegar uma conexão em Brasília, e seguir por mais duas horas e dez minutos para a capital paraense. O problema é que o tempo por lá não estava dos melhores e na chegada o avião teve de arremeter por conta de uma combinação de fatores - a chuva (que deixa a pista do aeroporto bastante escorregadia) e um blackout, que culminou com o desligamento das luzes da pista do aeródromo local.

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CÍRIO Finalmente em solo de Belém, já fui me familiarizando com alguns termos desconhecidos até então para mim. No hotel, pedi um suco, e uma das opções oferecidas foi o de “taperabá”, que obviamente não sabia do que se tratava, até entender ser apenas um suco de cajá. Pois é... ao longo desta postagem com certeza algumas coisas novas serão ditas e relatadas. O primeiro dia foi no Círio fluvial, que passa todos os anos nos noticiários. Comprei uma camisa-ingresso para um navio e ele seguia pelas margens da Baía de Guarajá rumo à orla de Icoaraci, onde a santa iria ser embarcada num navio da Marinha e seguir de volta para a Estação das Docas, ponto de partida de todas as embarcações. Uma curiosidade é que no barco/ navio que eu estava, cabem cerca de 2.500 (duas mil e quinhentas pessoas) e ele faz a rota de Belém-Manaus em longos 5 (cinco) dias. Dentro dele, um show de danças paraenses como o famoso “Carimbó”, além de muitas pessoas, comida, bebida e água, claro. O trajeto durou cerca de 3 (três) a 4 (quatro) horas e teve seu ápice quando os barcos, quase que se tocando, acompanhavam bem devagar a imagem da santa. Sem dúvidas uma grande demonstração de fé de todos que ali estavam. Uma outra curiosidade, é que o Círio tem as mesmas dimensões da festa de Natal, vocês acreditam? Tanto é, que é natural e normal você desejar um “feliz Círio” para todos eles, além de a cidade parar para essas comemorações. Ao desembarcar, aproveitei para conhecer um pouco mais das Estações das Docas, que foi inspirada em Puerto Madero, na Argentina e, sinceramente, não fica devendo em nada àquela área da cidade portenha. Vários bares e restaurantes são encontrados, além de shows ao vivo dentro de algumas docas. Eu destaco o meu preferido, a Amazon Beer, que são cervejas artesanais fantásticas. Como todos sabem, Belém é a terra do Açaí, e antes de ir para lá já descobri que eles tinham uma cerveja bastante premiada feita com essa iguaria local. Não tive dúvidas e fui degustar! O resultado? Tive que trazer para casa algumas long necks dessa cerveja, muito boa! Também aproveitem para experimentar outros tipos, como as de Bacuri e Taperebá, que vocês já sabem o que é! O legal mesmo é aproveitar bem e com calma a estadia na Estação das Docas, lá tem um pôr do sol único, além de ferver durante a noite.

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Não muito longe dali, na verdade ao lado, encontramos o complexo do Mercado Vero-Peso, que é a maior feira ao ar livre na América Latina e que possui diversas frutas e iguarias da região. Para quem gosta de pimenta, comprem no Tucupi e levem para suas residências, isso só é possível encontrar lá! Por lá é possível inclusive ver como vem a famosa castanha do Pará, dentro do seu “ouriço” e acompanhar em tempo real como se tira e descasca ela. O problema do mercado, é a insegurança. Por ser bastante movimentado e aberto para todo o público, são vários os casos de furtos lá dentro. A sugestão é ficar bastante atento para evitar situações desagradáveis ou passar algum tipo de aperto. No dia seguinte, o ideal é reservar um tempo até as margens do Rio Guamá, no Mangal das Garças, que fica próximo ao centro histórico da capital paraense. Para quem gosta de natureza e ambiente

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extremamente ecológico, há um parque com mirantes, que mostra um pouco da vegetação nativa, lago central e artificiais, além de algumas garças circulando entre as pessoas. E ainda tem um adicional a tudo isto, um restaurante bastante importante e agradável, o Manjar das Garças, é repleto de comidas típicas, como o “Pato no Tucupi”, o “Tacacá” e o Maniçoba, além de várias carnes e peixes, como “filhote ao molho de castanha do Pará”. O atendimento e a comida são ótimos, vale bastante a pena. Ao final deste passeio, a pedida é se dirigir até a torre que fica dentro o Parque Mangal das Garças e ver toda a cidade de Belém do alto, ou parte dela.

do Círio de Nazaré. Isso foi de fato impressionante, pois até os shoppings centers e a Estação das Docas fecharam, até as 16h por conta disto. Para se ter idéia, nenhum restaurante da cidade estava aberto, mesmo com turistas em Belém, algo que deveria ser revisto pelo Governo Estadual e Municipal, apesar de ser algo bastante cultural da cidade. De toda forma, soube que na Casa das Onze Janelas, há um complexo de bares e restaurantes bastante agradáveis e que ficará para um próximo retorno em Belém.

Mais um dia se iniciou e junto com ele, uma tentativa frustrada de conhecer um pouco mais da cidade, como a famosa Casa das Onze Janelas, a Catedral Metropolitana e o Forte Presépio, que estavam todos fechados por conta do dia

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TURISMO E RESÍDUOS SÓLIDOS Relva Beltrão Bióloga, diretora da Líquen Projetos e Consultoria Ambiental A Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), Lei Federal nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, estabelece que os municípios são responsáveis pelo gerenciamento dos resíduos gerados em seus territórios (coleta, transporte, transbordo, tratamento e destinação e disposição final ambientalmente adequada) e que o setor empresarial e a coletividade são responsáveis pela efetividade das ações voltadas para assegurar a observância das determinações estabelecidas nesta Lei. A PNRS determina ainda que os consumidores são obrigados a acondicionar adequadamente e de forma diferenciada os resíduos sólidos gerados e disponibilizar adequadamente os resíduos sólidos reutilizáveis e recicláveis para coleta ou devolução, desde que seja estabelecido um sistema de coleta seletiva pelo plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos. Apesar das disposições legais preconizadas a mais de seis anos, muito ainda precisa ser realizado para seu efetivo cumprimento. Na prática, o que se observa na maioria dos pontos turísticos é a ausência

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de local apropriado para o acondicionamento dos resíduos, culminando no descarte em local irregular. Alguns hotéis e restaurantes desenvolvem um sistema de gestão ambiental e, por iniciativa própria, realizam ações de educação ambiental e gerenciamento adequado dos resíduos sólidos. Por parte do setor público, se verifica, muitas vezes, ausência de estruturas físicas adequadas para o descarte dos resíduos sólidos, tratamento e destinação final. Grande parte dos resíduos sólidos gerados poderiam ser reciclados e vendidos, sendo convertidos em emprego e renda, desde que corretamente segregado e armazenado. Por falta de orientação, muitos estabelecimentos comerciais e moradores não separam bem os resíduos, contaminando o material reciclável com material orgânicos, tornando-o inutilizável. A ausência de gerenciamento adequado por parte das prefeituras municipais promove o acúmulo de resíduos. Em férias e feriados prolongados, devido ao número

maior de pessoas, a produção aumenta enormemente. Além do impacto visual, os problemas abrangem ainda a contaminação do solo, de corpos hídricos locais (caso existam), o mau cheiro e a atração de vetores causadores de doenças. Essa falta de gestão ambiental torna o ponto turístico menos atrativo. Os gestores públicos municipais devem prover meios adequados para o acondicionamento, coleta e destinação final dos resíduos, promovendo um trabalho constante de educação ambiental. Além disso, deverão fornecer orientação e fiscalização aos diversos estabelecimentos comerciais, principalmente aos meios de hospedagem e restaurantes que geram uma maior quantidade de resíduos. O sistema de coleta municipal deve funcionar adequadamente e ser bem organizado para produzir o maior rendimento possível e servir, de estímulo e exemplo para que a comunidade local, empreendedores e turistas colaborem. Dessa forma, haverá boas condições visuais, ambientais e sanitárias e os pontos turísticos se manterão atrativos.

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VÁ até a touch mais próxima de você! voc

nos me lhores shoppin do nor gs deste 48 | TRAVEL | JUNHO, 2017


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