Travel NORDESTE | BRASIL
BARILOCHE
VOU DE TÁXI Aplicativos para táxi estão facilitando a vida de turistas e profissionais do setor
PARAQUEDISMO Aventura, adrenalina e uma vista privilegiada da natureza
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06 O poder dos food trucks
26 Energia eólica
08 O amor está no ar
30 Mestre Erasmo Beltrão
12 Explorando novos caminhos
34 HUB LATAM
22 Sustentabilidade no setor turístico
38 Paixão de Cristo de Nova Jerusalém
24 Os aplicativos e a mobilidade urbana
EXPEDIENTE DIRETOR EXECUTIVO Jaderson Santos DIRETOR DE REDAÇÃO Mário Victor de Moraes COMERCIAL Rodrigo Dantas
EDITORES Gilberto Caetano Geraldo Lélis Ramon Andrade Williams Daniel Breno Silva Tico Brazileiro
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COLUNISTAS Relva Beltrão DIAGRAMAÇÃO Fabiano Oliveira
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CARTA DO EDITOR
SUMÁRIO
Olá, é com grande alegria que estou aqui para te apresentar a Revista Travel, a nova publicação de turismo do Brasil. Nossa equipe, formada por jornalistas e colaboradores experientes, estará toda a sua disposição para trazer o melhor conteúdo para você. Aqui, teremos matérias de negócios, esportes, gastronomia, tecnologia, cultura e muito mais, tudo voltado para o turismo com foco no Nordeste brasileiro. Nesta primeira edição, por exemplo, você conhecerá melhor o paraquedismo de Fortaleza, o espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, os investimentos e ganhos do parque eólico no interior pernambucano, etc. Além de assuntos que valorizam e divulgam o NE, a Travel também vai contar sempre com uma Guia de Destinos com dicas de como encontrar um bom destino, boas passagens e locais de hospedagem. Tico Brazileiro vai ser seu conselheiro aqui, começando por uma viagem a Bariloche, na Argentina, indo por Foz do Iguaçu. Espero que gostem da nossa primeira edição e prometemos melhorar a cada nova publicação. Com mais assuntos e mais interação com vocês, nossos leitores. Caso tenham críticas ou sugestões, por favor, ente em contato conosco, será um prazer ouvi-lo. Então é isso. Aproveitem a leitura! Mário Victor
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NEGÓCIOS
O PODER DOS FOOD TRUCKS
Com um novo conceito culinário, os carros invadiram as ruas com um toque gourmet por Gilberto Caetano
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les estão estacionados em toda parte. Viraram febre, sinônimo de uma boa refeição com aquele toque gourmet. Os food trucks invadiram as ruas e se transformaram em tendência no mundo gastronômico. Os caminhões e trailers já estão entranhados ao cenário urbano das grandes cidades. Foi a tão temida crise que impulsionou essa avalanche de trucks nas ruas. Além dos novos empreendedores, os pequenos empresários do ramo alimentício foram obrigados a se adaptar a essa nova visão. De certo, isso não foi ruim. A variedade de comida oferecida pelos carros é tão grande que o público aprovou de imediato. E quem trabalha fora sempre acaba procurando um lugar para comer. Essa foi um dos pontos que as fizeram se destacar. Alinhar uma boa comida, praticidade, uma estrutura acolhedora, atendimento personali-
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zado e um ambiente limpo. Os food trucks vieram mesmo para ficar. E enganasse quem pensa que essa “moda” surgiu de uma hora pra outra. Em Recife, diversos estabelecimentos já abriram as portas para esse novo mercado. Um deles foi o Food Park, primeiro espaço fixo para os trucks da cidade. As empresárias Vanessa Bahé e Sueli Lucena foram as idealizadoras. Elas reuniram o Tuk Tuk (comida indiana), Lá cerva (cervejas artesanais), Mô véi (hambúrguer), Street Fish (temakeria), Bom D’Pizza (pizzas artesanais), Cup Brigadeiro e Doce Frutinha (sobremesas). Outro ponto bastante disputado é o REC Gastrô. Evento que carrega a marca da Prefeitura da Cidade do Recife por meio da Secretaria de Turismo e Lazer. No local do evento – Parque Santana – podemos encontrar comida para todos os gostos. Da massa italiana, passando pela tapioca, sanduíches, cachorro-quente, comida japonesa até as famosas paletas
mexicanas e os churros gourmetizados. Esses eventos fazem tanto sucesso que a prefeitura decidiu fixar uma data. Todo o segundo fim de semana de cada mês o estacionamento do parque, localizado na Zona Norte do Recife, vira uma imensa praça de alimentação. Com produtos para todos os gostos e idades. O pessoal da Kombi Massa sempre aportam no REC Gastrô. Capitaneada pelos sócios Jonas Lima e André Vita, a Kombi tem como ideia trazer pra rua uma nova roupagem na tradicional pizza. Se você é acostumado com os mesmos sabores ou até os velhos nomes nos cardápios, esqueça. Na Kombi, tudo é diferente e com aquele toque artesanal. No cardápio, os nomes das pizzas foram relacionados às bandas de rock - o ritmo pernambucano do Mangue Beat não foi esquecido. A pizza Chico Science & Nação Zumbi tem uma mistura regional de charque com queijo que, segundo um dos proprietários, faz o maior sucesso entre os consumidores. “Colocar em nosso cardápio os nomes das bandas foi algo bem interessante. Foi um chamariz. O público gosta quando você associa comida com nomes de outro universo. E a música fez muito bem seu papel em nossas pizzas”, disse. Outra que não sai do cardápio é a Red Hot Chili Peppers. Ela é feita com uma massa artesanal acrescida com peperoni levemente picante. E o pessoal da Kombi Massa faz questão de frisar com que tipo de bebida ela harmoniza. “Com uma cerveja bem gelada.” No cardápio da Kombi não poderia faltar uma homenagem ao quarteto mais famoso do mundo. The Beatles é feita com uma massa fina, molho de tomate especial, recheadas com queijos mussarela, provolone, catupiry e parmesão gratinado. Não tem como não deixar de provar. Trazer esse tipo de comida para junto da clientela é uma das vantagens dos Foods. Segundo Jonas Lima, a oportunidade de quem mora tanto na zona sul como na zona norte provar suas delicias é a grande vantagem para os empresários. “Poder me deslocar por entre os bairros, não ter um ponto fixo é maravilhoso. Assim fica bem mais fácil de todos provarem nossas pizzas”, pontuou. A Goodogz é outro food truck que está fazendo sucesso nas ruas do Recife. Especializado em cachorro quente - não nos tradicionais -, começou sua história com Bruno Siqueira e um amigo que tinha acabado de se formar em gastronomia. Hoje, esse parceiro já não faz mais parte da equipe e quem toca o negócio com ele agora é a esposa Rousi Paula.
Com nove meses de vida e 16h de trabalho por dia, os frutos desse empenho não demoraram para aparecer. A Goodogz deu o tão desejado pró-labore já no primeiro mês. Seguindo para o cardápio, o destaque fica por conta dos pães especiais e das salsichas artesanais. Por toda essa conjuntura, o bom e velho hot-dog foi extinto do menu. “No início ele até fazia parte. Chamado de 'vira lata'. Tivemos que tirar do cardápio quando apareceu o lado gourmet da Goodogz. Hoje, focamos nossos pratos nessa direção”, explicou Bruno. Uma coisa é certa: quando encontrar o food truck do casal estacionado, vai ser difícil escolher entre os mais pedidos. Eles têm o Goodogz, um pão artesanal feito com um mix de queijo que leva purê, cream cheese, duas salsichas, bacon crocante e chips de queijo parmesão. Você também pode escolher o Fila, que vem acompanhado pelo pão australiano, cream cheese, linguiça temperada, peperoni e geleia de menta com hortelã. No final, todos são prensados na chapa até dourar o queijo. Com tantas opções, a Goodogz já ganhou diversos seguidores. “Como nunca ficamos em um ponto fixo, as pessoas que apreciam os nossos pratos seguem a Goodogz a onde ela estiver”, comentou.
Agora vou montar meu food truck Seguir pelas ruas Recife mostrando seus dotes culinários a bordo de um food truck não é tão simples assim. A cidade carece de uma regulamentação própria e esse tema segue em pauta na Prefeitura junto com a Secretaria de Mobilidade Urbana. Enquanto isso, você pode contar com alguns espaços públicos e, principalmente, os privados. Então comprou um carro e pensa em adaptar ele? Pois bem, antes de fazer isso, você deve procurar o órgão de transito responsável da sua cidade e comunicar as modificações que deseja fazer no seu veículo. Caso seja pego irregular, o dono do truck poderá receber uma multa de R$127,69 e cinco pontos na carteira de habilitação. Depois disso, o proprietário deve levar seu veículo para fazer uma inspeção e emitir o CSV (Certificado de Segurança Veicular), e uma regulamentação do Inmetro. Posteriormente, o mais indicado seria abrir um MEI (Microempreendedor Individual). Feito isso, agora é só rodar a cidade e mostrar seu novo conceito culinário com aquela pitada gourmet. Boa sorte! Ou bom apetite!
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ESPORTES
O AMOR ESTÁ NO AR
Aventureiros desfrutam do sentimento de liberdade e da vista privilegiada que um paraquedas pode oferecer por Ramon Andrade
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catarinense Luiz Pedro Medeiros Neto conversa empolgado ao telefone. Dá para notar que o paraquedismo é um de seus assuntos favoritos, levando em conta a rapidez com a qual responde todas as perguntas. No entanto, basta uma simples questão para que as palavras fujam da sua boca: “Qual é a sensação?”. Depois de um longo silêncio, eis que o instrutor solta a pérola. “Não sei, cara. É como tentar explicar o orgasmo para um virgem.”
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ESPORTES Luiz Pedro é professor na 3F Paraquedismo, em Fortaleza. Com suas belas praias (573 km de litoral) e clima agradável, o estado cearense se destaca por ser palco de desafios cada vez mais radicais. Embora exija altos investimentos, a mochila de paraquedas é um dos materiais comuns entre os mais aventureiros do estado. Hoje, o Ceará conta com, aproximadamente, 80 paraquedistas profissionais. Destes, cerca de 50 estão em atividade. Parece pouco, mas vale lembrar que nem todo mundo tem a coragem de pular de um avião a centenas de pés, acreditando que o destino não vai te sacanear. “Geralmente são pessoas que gostam de fazer coisas diferentes, que buscam desafios e superação. O paraquedismo dá esse sentimento de liberdade e motivação. Nessa época do ano a procura sempre aumenta, especialmente os turistas”, diz Luiz Pedro. Assim como várias cidades nordestinas, Fortaleza teve um aumento considerável com o turismo nos últimos anos. O tráfego aéreo ficou intenso e isso acabou refletindo na prática do paraquedismo, mais praticado entre os 80 e 90. O alto fluxo de aviões fez com que mudassem de pico, procurando novos horizontes no interior do estado. Apesar de ter perdido espaço, o esporte ainda é uma paixão para os cearenses admiradores da adrenalina. O Ceará costuma figurar na lista dos viajantes que almejam uma visita ao Nordeste. Suas peculiaridades fazem dele um lugar requisitado. Aproveitando o clima descontraído, os aventureiros aproveitam para saltar de paraquedas e observar as belezas lá das nuvens. “Procuramos trabalhar o psicológico das pessoas, dar dicas e tirar dúvidas. Mas se entendermos que uma determinada pessoa não tem condições, não aconselhamos o salto”, avisa o Luiz Pedro. A queda da prática do esporte afetou os cursos especializados. Dos oito clubes de paraquedismo que existiam no Ceará, hoje, apenas três
funcionam normalmente. No entanto, o profissionalismo ainda segue vivo e forte no estado e a procura dos turistas não desanima as pessoas que estão envolvidas no negócio. “Temos atletas de nível internacional, que vivem competindo mundo afora. O número caiu um pouco, mas ainda somos referência no cenário nacional”, garante o presidente da Federação Cearense de Paraquedismo, Pedro Edson Ferreira. “Fazemos cursos periodicamente. De agosto a outubro, não é indicado para alunos por conta dos ventos fortes, mas realizamos saltos duplos com profissionais”, acrescenta. Uma média de três pessoas por dia procuram aulas de paraquedismo no Ceará. Os custos são bem aleatórios, podendo variar de R$ 650 (salto duplo) a R$ 5 mil (curso completo). Por conta dos valores, o paraquedismo nunca foi considerado uma atividade popular no Brasil. No entanto, ninguém duvida que a procura seria maior se o custo não fosse tão alto. A verdade é que, considerando o investimento e a coragem de seus praticantes - que desafiam o medo da mente humana e as leis da física -, a sensação de um paraquedas não cabe nas linhas de uma reportagem. “É um sentimento de liberdade, meditação e conexão com a natureza. Algo inexplicável para a realidade humana, pois você consegue aproveitar cada milésimo do seu tempo. É uma coisa cósmica”, tenta explicar o instrutor Luiz Pedro. De qualquer forma, valeu a intenção. O que importa é saber que, apesar das dificuldades, a paixão do brasileiro pelo paraquedismo ainda está nas alturas. Literalmente.
Outros esportes radicais praticados no Ceará Céu, terra, mar... Não importa onde, o Ceará tem uma diversidade de atividades para aqueles que gostam de uma aventura. No solo, o sand board é outro esporte radical bastante requisitado no estado. Com suas praias de areias fofas e relevadas, a região reúne vários praticantes do esporte. A praia da Taíba, no município de São Gonçalo do Amarante, é uma bela escolha. Além do sand board, o lugar é palco para os aquáticos como surf, kitesurf e windsurf. Voos de asa delta também fazem parte do repertório dos aventureiros no estado. Quixadá, a Terra dos Monólitos, é outro palco de aventuras. Se localiza no sertão cearense e possui uma diversidade de pedras e rochas para a prática de escalada.
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GUIA DE DESTINOS
EXPLORANDO NOVOS CAMINHOS A tríplice fronteira de Foz do Iguaçu pode ser o melhor caminho para chegar até Bariloche por Tico Brazileiro
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empre falo que a vida deveria ser uma eterna viagem e bem degustada. Talvez esse seja o motivo que viajar, para mim, é uma prioridade - além de ser um grande prazer na minha vida. Desde cedo, sempre “pilotei” um simulador de voo, além de ter aprendido os códigos dos aeroportos e as empresas aéreas que voavam e continuam voando nos céus do Brasil e do mundo, o que me ajuda bastante na escolha das rotas e empresas aéreas que estão cobrando os preços mais baratos ou em conta. E isto é exatamente o foco do que irei falar a seguir. Recentemente, estive em Bariloche com uma parada estratégica em Foz do Iguaçu. Poucas pessoas pensam nisto, mas aquela região é de tríplice fronteira e possui três diferentes aeroportos - o brasileiro, de Foz, o argentino de Puerto Iguazú e o paraguaio de Ciudad de Leste -, que viram opções para eventuais conexões para cidades argentinas.
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GUIA DE DESTINOS
Isso acaba gerando um tempo maior de viagem, mas você conta com a possibilidade de fazer um bom “stopover” na cidade de principal cartão postal das cataratas do Rio Iguaçú. Usei milhas próximo de vencerem e, por isso, tive uma dificuldade maior de disponibilidade de assentos. Por ser um período de feriado nacional, que é quase impossível encontrar passagens baratas, sejam pagas ou por milhas (lembrando: milhas também são dinheiro, mesmo as pessoas não pensando desta forma). Inicialmente, o trecho Recife – Bariloche – Recife, estava sendo praticado em uma empresa aérea por 50.000 milhas (cinquenta mil) e, em outra, até encontrei por 20.000 (vinte mil), numa rota tradicional, via Buenos Aires. O problema é que só teria um lugar e eu viajei com a minha família. Isso me fez recorrer ao plano b: procurar aeroportos menos movimentados neste período, tendo grande chance de baratear a minha passagem, mesmo fazendo uma volta maior. Como eu fiz? Emiti um trecho por pontos do Recife para Foz do Iguaçu por cerca de 13.000 (treze mil) milhas e depois a solução seria atravessar a fronteira de carro e embarcar no aeroporto argentino, inclusive não tendo de pagar aquela taxa de voos internacionais entre Brasil e Argentina, que gira em torno de R$ 200,00 (duzentos reais). Com essa nova montagem, a taxa de embarque caiu para cerca de R$ 50,00. Consegui emitir o trecho Puerto Iguazú - Bariloche, ida e volta, por 20.000 (vinte mil) pontos
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e, no final, paguei a volta em dinheiro por apenas R$ 270,00 de Foz para o Recife, com uma conexão obrigatória em São Paulo. Em tempos de crise, as empresas aéreas precisam lucrar, até para conseguir se manter operando tranquilamente, e se valem muito do não conhecimento do passageiro em algumas rotas, o que gera várias reclamações dos clientes com relação aos programas de fidelização. Assim, ter um pouco de conhecimento de algumas rotas pode ajudar bastante na hora de conseguir o bilhete desejado, seja por pontos ou dinheiro, pagando um preço justo. Agora que vocês já sabem como eu consegui emitir minha passagem para Bariloche, vamos às dicas sobre Foz do Iguaçu, esse stopover inesperado. Aliás, para quem não sabe o que é isto, eu explico: como o próprio nome diz, é uma parada de maior tempo escolhida pelo passageiro para conhecer uma cidade em que seu voo vai já iria parar, sem custos adicionais. Em geral, as empresas não cobram a mais por isto, exceto algumas europeias como a TAP Air Portugal, que exige um valor simbólico caso deseje ficar alguns dias em Lisboa antes de seguir até o seu destino final. Começando o nosso roteiro no primeiro e inesperado destino, Foz do Iguaçu, há algumas coisas para se destacar, como a questão da locomoção pela cidade. Como acontece com todo turista lá, fiquei numa
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grande dúvida em alugar ou não um carro e acabei optando por contratar um serviço de taxi. Como meu hotel era do lado argentino, do aeroporto brasileiro para fazer a travessia, há um preço tabelado e previamente cobrado por todos os condutores da região - R$ 100,00. No meu caso, fiz uma amizade com o taxista e ele ofereceu uma breve parada para ver as belíssimas quedas d’água, que dizem ser mais bonitas do que as do Niagara, na América do Norte e, sinceramente, não posso duvidar. O serviço foi ótimo. Por mais R$80, incluía a espera dele no tempo que fosse necessário para a visita, além de guardar as malas e levar para o hotel. Pelo que notei, há uma variação de preços, podendo chegar até e R$ 100,00. Para os que tem tempo e não fazem muita questão de contratar um taxista para ajudar/facilitar no “tour” do Parque Nacional das Cataratas, não se preocupem. Ao comprar seu ingresso, você pode embarcar num ônibus e fazer todo o trajeto normalmente, mas terá de ter um pouco mais de paciência pelas inúmeras paradas que o veículo compartilhado faz até chegar nos melhores lugares. Aqui vale uma dica: só resolvam descer a partir da 5ª parada, é quando o visual fica diferenciado e exuberante. Acabei descendo na frente do antigo hotel da Varig, hoje Hotel das Cataratas, o único que fica dentro do parque nacional e com vista direta para as quedas d’água - nem precisa dizer que a hospedagem é caríssima, não é? Apesar da falência da empresa aérea, o hotel ainda funciona com nova administração, da renomada Orient-Express, administradora
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de grande hotéis, trens e cruzeiros de luxo. A vista já é de tirar o fôlego, apesar de muito distante, mas é o início de uma trilha de cerca de 1,1 km até próximo da famosa “garganta do diabo”, aonde é impossível não se molhar. No trajeto, é possível encontrar uma rica fauna e flora, com animais como o tucano de bico preto e os quatis, que apesar de dóceis, são exímios ladrões de comida e, as vezes, acabam transmitido raiva para os seres humanos quando dão o bote no alimento e deixam feridas, portanto, cuidado. Ao longo do caminho, são vários mirantes com vistas maravilhas e algumas lanchonetes para poder recarregar as baterias. Importante tomar bastante água, já que o tempo na região sempre é muito quente. Muito se fala do lado argentino, pois se chega muito próximo das quedas d’água, mas o lado brasileiro é, sem dúvidas, o mais bonito e o turista tem uma vista panorâmica impressionante das Cataratas. Aqui vai mais uma dica: para os que ficam em dúvida de qual lado escolher de visitação, um casal argentino conversou comigo no voo e afirmou que a parte do Brasil é a mais empolgante e bonita para se visitar. Acho que não preciso dizer mais nada, não é mesmo? Não poderia deixar de citar um passeio bastante interessante, o Macuco Safari. Ao invés de se fazer uma trilha e apenas caminhar pelas Cataratas, a experiência é dentro de um barco inflável e que navega pelas águas do Rio Iguaçu, passando por baixo de uma das quedas d’água, criando uma sensação única para quem experimenta esse
passeio. É preciso ter uma disponibilidade de, aproximadamente, duas horas e desembolsar cerca de R$ 170,00 por pessoa - de toda forma, vale muito a pena. Com certeza vai ser um momento único para ser guardado na memória. Após tudo isso, o próximo destino seria o hotel em Puerto Iguazu e uma breve caminhada pela cidade, que é bastante pequena. Uma das coisas mais atrativas por lá são os seus cassinos, restaurantes e a famosa feirinha que fica aberta até a meia noite, todos os dias. Na feira, é possível encontrar todo tipo de coisa, desde vinhos argentinos a preços maravilhosos, até uma variedade impressionante de alfajores, muitos tipos de azeitonas recheadas, queijos e muito mais. A dica fica por caminhar por ela e comprar vinhos que são o triplo do preço aqui no Brasil, como os da vinícola Rutini e sentar num barzinho para apreciar o movimento da cidade. Para quem tem celular da operadora Claro, uma curiosidade: funcionou com o sinal brasileiro, mesmo estando em solo Argentino, o que achei ótimo. Existem vários passeios em Foz do Iguaçu e Puerto Igauzu, mas como o meu tempo era curto e eu tinha apenas metade de um dia, resolvi ir para Itaipu, é a maior usina hidroelétrica do planeta. Outra vez, não tive dúvidas e contratei o mesmo taxista - desta vez, cobrou R$ 150,00 para levar até lá, esperar eu fazer o tour e depois voltar ao hotel para pegar as malas e levar até o aeroporto. São vários os planos para a visitação na usina, mas fiquei com básico,
um passeio panorâmico que explica tudo sobre a história, construção e funcionamento dela para o Brasil e o Paraguai, são as duas nações que administram este empreendimento. A exemplo do ocorrido no Parque das Cataratas, existem várias paradas estratégicas para o turista tirar algumas fotos e, ao final, paramos nas margens do Lago Itaipu, “construído” para a hidroelétrica. Para quem gosta de apreciar uma boa comida com uma vista diferenciada, há um restaurante bastante agradável por lá, além de um belíssimo tour marítimo em seus estruturados catamarãs.
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No dia seguinte, é hora de organizar a bagagem e seguir para o aeroporto argentino de Puerto Iguazu e seguir viagem para Brasiloche, digo... Bariloche. A cidade, bastante procurada pelos turistas brasileiros, ainda se encontrava com muita neve, mesmo no mês de Setembro não ser inverno rigoroso. A primeira dica é alugar um carro! Sim, não acho interessante você ficar preso a pacotes/ passeios turísticos e sem a liberdade e ir para aonde quiser ou gastar dinheiro com táxis ou Remises (Uber legalizado de lá). Por ter ido no final de semana do feriado nacional de 7 de setembro, o tempo foi curto mas deu pra ver quase tudo na famosa San Carlos de Bariloche. Procure se hospedar em algum hotel na beira do lago Nahuel
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Huapi, acordar com essa vista vai tornar a sua viagem muito mais inesquecível. Depois, o destino natural é conhecer a famosa Calle Mitre, onde tudo acontece na cidade, além de ter lojas de toda natureza, como chocolaterias espetaculares, como a Rapa Nui (a mais famosa), e restaurantes/ lanchonetes, como Friends. Para quem está indo com o objetivo de esquiar ou fazer snowboard, o lugar de conseguir aluguel de roupa por um preço justo é por aqui. Ao final desta rua, encontramos o famoso Centro Cívico, com monumentos e edifícios de arquitetura medieval e que ficam ao redor de uma praça, onde os moradores se reúnem para diversos fins. Lá encontramos um dos animais símbolos da cidade, o cachorro São Bernardo. A foto não pode deixar de ser tirada!
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GUIA DE DESTINOS
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Aproveitando a neve que ainda existia no topo do Cerro Catedral, acordei cedo com a intenção de ir em direção a ele, tomar algumas aulas de snowboard e brincar na neve. Já tinha a roupa alugada, só faltava o equipamento (a prancha) e a entrada para subir na montanha. Não é um preço interessante. A minha entrada, que dava direito a livre acesso durante o dia todo, saiu em torno de R$ 230,00, fora o próprio snowboard e as aulas - para não passar vergonha ou se envolver em algum acidente. O professor foi bastante atencioso e os movimentos são relativamente simples, pois se mexe basicamente os calcanhares e as pontas dos dedos dos pés. Essa brincadeira toda fica em torno de R$ 300,00 a R$ 350,00, dependendo do câmbio do dia. Não tão longe dali, todos os caminhos nos levam para o Cerro Otto que, apesar de não ter grande quantidade de neve, durante esta época do ano ainda proporciona um visual bastante diferenciado e maravilhoso. O acesso é por um teleférico antigo e custa cerca de R$ 60,00 - idosos pagam metade do valor. Aliás, não falei anteriormente, mas tudo em Bariloche tem meia entrada para os idosos, no caso, as atrações e ingressos. Já no topo da “montanha”, existem diversos mirantes com visuais bastante diferentes, seja da cidade ou das outras cadeias montanhosas e com um adicional bastante interessante, o café/restaurante giratório, perfeito para quem quer tomar um chocolate quente ou se aquecer com um vinho “nacional”, apreciando o pôr do sol, que não é nada mal.
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Dependendo do tempo que se tem, a sugestão fica em fazer um passeio pela Rota dos 7 lagos, pouco explorada pelos turistas brasileiros, de Bariloche para San Martín de Los Andes. Lá, vão encontrar outra estação de esqui, a de Chapelco, e com uma parada estratégica em Villa La Angostura, na província de Neuquén. São cerca de 3h a 4h de viagem por terra, com um visual incrível dos lagos andinos. O ideal é ir com tempo suficiente de se hospedar e dormir em San Martín de Los Andes para poder curtir e viver um pouco mais dessa cidade, também na Patagônia argentina. Por fim, não poderia deixar de citar alguns restaurantes tradicionais e interessantes da cidade, como o “Bolicho de Alberto”, o “Friends” e o trattoria I’Italiano, uma ótima opção para quem gosta de comida italiana, bem servida e bem feita. Uma boa pedida para entrar no clima do friozinho de Bariloche é experimentar os diversos foundes do restaurante Familia Weiss, que vem com a carne pré-cozida e, ao invés do óleo - como usado aqui no Brasil - ou da chapa, vem uma espécie de molho madeira/ da carne, para aquecer e comer com uma outra variedade de sauces servidos na mesa. E já que o assunto é comida, a sobremesa tem que ser com um ótimo founde de chocolate da Rapa Nui, já citado acima, além do seu chocolate quente imbatível. Aproveite para comprar alguns chocolates artesanais e trazer para o Brasil, seja de presente ou para você mesmo. Espero que tenham gostado do nosso passeio. Até o próximo encontro!
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COLUNA | TURISMO E MEIO AMBIENTE RELVA BELTRÃO é Bióloga Ambiental, com especialização e mestrado na área de sustentabilidade. Presta consultoria ambiental a empresas privadas e órgãos públicos e atua como professora de pós-graduação. Contato: relva_beltrao@yahoo.com.br.
SUSTENTABILIDADE NO SETOR TURÍSTICO
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uando se fala em sustentabilidade, é importante levar em consideração o chamado “triple bottom line”, ou seja, os três pilares da sustentabilidade, que envolvem não apenas a conservação do meio ambiente, mas também o crescimento econômico e o progresso social. O conceito de desenvolvimento sustentável, criado em 1987 e bastante difundido nos dias atuais, implica no desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes, sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades. Muitas vezes, um roteiro turístico é considerado “sustentável” por envolver locais paradisíacos que promovam o contato com a natureza, como cacheiras e trilhas. No entanto, para um turismo realmente receber esse título, deve haver um equilíbrio entre os três pilares citados acima. Vamos detalhar a seguir.
Conservação Ambiental Ao pensar em sustentabilidade no turismo, deve haver uma preocupação em garantir a perenidade do local a ser visitado. Entre outras palavras, garantir que as condições ambientais ali existentes estejam disponíveis para usufruto atual e futuro – seja um rio com água própria para banho, uma trilha na mata atlântica ou no ecossistema manguezal, uma piscina natural, etc. Muitos locais de grande beleza cênica foram dizimados pelo chamado turismo em massa, como as excursões realizadas por grande número de visitantes, que sem nenhum critério de cuidado com o meio ambiente o deixam impróprio para outras pessoas utilizarem depois. Os exemplos são notórios e os mais comuns são a geração de resíduos sólidos e sua deposição em local inadequado, a contaminação das águas fluviais ou marinhas e o desmatamento de locais para ampliação de trilhas, entre outros.
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Crescimento Econômico A sustentabilidade envolve também o crescimento econômico. Para ser sustentável, o turismo deve contribuir economicamente com a região visitada. Através de investimentos econômicos no segmento turístico em uma região, é possível proporcionar a manutenção da qualidade ambiental dos locais visitados. Pode-se, por exemplo, adotar campanhas de educação ambiental, instalar coletores seletivos para resíduos sólidos em proporção adequada ao número de turistas e locais de maior concentração de pessoas, contratar fiscais ou agentes de defesa ambiental, etc. Esses investimentos irão contribuir para a perenidade dos recursos naturais e consequente usufruto dos roteiros turísticos com qualidade ambiental satisfatória.
Progresso Social Para que o setor turístico seja considerado sustentável, é necessário ainda haver o cuidado com a responsabilidade social, proporcionando benefícios principalmente às comunidades locais. Muitos empreendimentos turísticos promovem a exclusão de moradores, gerando,
através da desapropriação, alteração em seus modos de vida. Ao invés de transferir nativos para outros locais distintos de sua realidade cotidiana, é possível promover sua inclusão social. Nesse sentido, podem ser criados postos de trabalho que abriguem a população local, como camareiras, recepcionistas e guias turísticos. É possível também promover cursos de qualificação e formação de artesãos, contratação de pescadores e agricultores para fornecimento de alimentos, etc. Além disso, havendo investimentos econômicos com relação ao descarte de resíduos sólidos, é totalmente viável o apoio à criação de cooperativas de catadores de materiais recicláveis. Dessa forma, o lixo, que possui valor econômico agregado e podem ser utilizados como matéria prima de outros produtos, deixam de ser um transtorno, passando a se tornar fonte de renda para os moradores. O planejamento do turismo sustentável pode minimizar os efeitos negativos da atividade turística e, dessa forma, desperta a intenção por parte dos visitantes de retornar ao destino, o que corresponde a um importante indicador do sucesso de um atrativo, contribuindo com fatores ambientais, econômicos e socioculturais.
TECNOLOGIA
APLICATIVOS REVOLUCIONAM A MOBILIDADE URBANA Ferramentas como Easy Taxi e 99Taxis mudaram de forma positiva o serviço de táxi por Williams Daniel
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eríodo de férias, viagens – sem a possibilidade do uso de carro particular-, vontade de ir para a balada sem o compromisso de voltar dirigindo... São esses e mais alguns motivos que levam pessoas a buscarem o serviço de táxi. A procura é ainda maior quando se trata do turismo. Prezando pela qualidade e segurança, os turistas vêm aderindo a ideia dos aplicativos de táxi. Os mais conhecidos na atualidade são 99Taxis e Easy Taxi. Com maior conforto e praticidade, os apps vêm ganhando espaço no mercado a cada dia. Não à toa, estima-se que mais de 50% dos 10.000 taxistas do Estado de Pernambuco, já utilizam a ferramenta para trabalhar e, consecutivamente, conquistar sua renda dia pós dia.
Quais a vantagens do uso dos aplicativos Além de dar maior suporte à sociedade (usuários), onde o pagamento pode ser feito através de cartões de crédito ou dinheiro (forma tradicional), os aplicativos também ajudam bastante os profissionais do ramo.
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Antes, os taxistas saíam de casa tentando encontrar corridas nas esquinas das cidades e bairros. Hoje eles acordam, se arrumam e acessam os aplicativos para iniciar o dia de trabalho.
Como funcionam os aplicativos As ferramentas podem ser baixadas nos aparelhos de celular que contam com o sistema Android. Depois disto, basta acessar e solicitar o táxi mais próximo da sua localização. Em seguida, o taxista irá responder positivamente ou negativamente ao seu pedido. Se for aceito, o GPS lhe indicará a localização, o percurso e o tempo estimado que o profissional levará para chegar à você. Bastante empolgados com o serviço das ferramentas, pessoas que desejam passar férias no Nordeste tem um motivo a mais para visitar a região tropical. É o caso de Rafael Corrêa. Estudante de 27 anos, reside em São Paulo e sempre vai apreciar as belezas do Recife quando tem oportunidade.
Adepto dos aplicativos de táxi, Rafael lista os motivos para seguir usando os serviços do Easy Taxi e 99Taxis na capital pernambucana.“Estive em Recife em Janeiro desse ano passando minhas férias.Fiquei hospeado numa região central da cidade de fácil acesso aos pontos turísticos da capital, assim não sendo necessário o aluguel de um carro”, lembrou. “Talvez, mesmo sendo necessário a locação de um carro acho que pensaria duas vezes antes de alugar, pois como só iria me deslocar para pontos turísticos acredito que de taxi alem de ser mais comodo, é mais seguro e as vezes sai mais barato”. “Com o taxi posso cortar caminho pelas faixas exclusivas de ônibus (dependendo do horário), não tenho que me preocupar onde estacionar o carro e se o local é seguro, não corro tanto risco de ser assaltado na hora de ir embora além de não ter que me preocupar em que caminho utilizar. Como sou turista na cidade, caso estivesse de carro, seria indispensável um GPS para me localizar e saber como me dirigir aos locais desejados”, seguiu argumentando o jovem. Ao falar sobre a utilização dos aplicativos, Corrêa revela que também usa na sua própria cidade.“Sou usuário de aplicativos de táxi, uso aqui em São Paulo com bastante frequência. Os aplicativos facilitaram bastante o serviço de taxi e minha viagem. Hoje em dia com os aplicativos posso me programar com relação ao horário da “carona” e não tenho que ficar esperando na rua um taxi vazio (não fico mais exposto ao perigo, com meus pertences na rua, ou até muitas vezes desatento prestando atenção nos taxis que passam)”, comentou. “O app facilitou minha estadia em Recife, não fico preso aos estacionamentos, não tinha que me preocupar qual caminho seguir além de não precisar dirigir num transito um pouco caótico da cidade”, concluiu. Radiantes com o impacto positivo causado pelos aplicativos, os taxistas só fazem elogios às ferramentas que ingressaram ao mercado há dois anos e já oferecem frutos significativos. Experiente no tema, Gilvan Andrade, secretário do Sindicato dos Taxistas de Pernambuco, comemora o passo à frente dado pelos profissionais após a chegadas dos apps.
Segundo Gilvan, após a chegada os apps, os taxistas agora trabalham mais por conta própria, sem depender de empresas.“A melhor coisa que aconteceu na vida dos taxistas. As empresas de rádiotáxi controlavam muito os profissionais, tornando-os muito dependentes. Com a chegada dos aplicativos deixou tudo mais fácil. Não existe mais preocupação em procurar passageiros”, destacou Gilvan. Taxista há quase duas décadas, Ronaldo Gomes admite que nunca viu nada igual aos aplicativos. “Com o surgimento dos programas, todos foram beneficiados. Usuários e taxistas agora contam com mais segurança, conforto e confiança em ambos. Para Ronaldo, prestador da Easy Taxi e 99Taxi, quem busca qualidade no transporte, pode utilizar os aplicativos sem receio. “Pessoas que prezam pelo bom atendimento precisam destes aplicativos. Isso é um verdadeiro marco para nós”, revelou o profissional de 35 anos. Proporcionando conforto e segurança aos seus clientes desde 1979, Edton Pereira Miranda rasgou elogios aos novos aplicativos. Para ele, a tecnologia é sinônimo de inovação. “Ela (tecnologia) só agrega. Mas tem que saber usufruir dela. É o caso dos aplicativos. Se é impactante para os jovens, imagina para mim, que trabalho na área há quase 40 anos.”
Regulamentação à vista Com o crescimento assustador, os aplicativos irão ser regulamentados. A lei 18.176/2015foi publicada, durante o mês de outubro de 2015, no Diário Oficial da Prefeitura do Recife. A medida visa regulamentar o uso de softwares destinados à oferta de serviços individuais de transportes de passageiros na cidade. Ou seja, em 90 dias a partir da data de publicação, essas plataformas precisam de autorização da Prefeitura do Recife para funcionar no município. Em nota enviada pela Prefeitura do Recife (PCR), a entidade afirma que o procedimento “trata de regulamentação de aplicativos destinados ao serviço de táxi. Os aplicativos existentes hoje, como Easy Taxi e 99Taxis, deverão, a partir de agora, ser registrados na Prefeitura”.
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NEGÓCIOS
ENERGIA EÓLICA
Nordeste se consolida como principal polo do Brasil por Geraldo Lélis | foto: Casa dos Ventos
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om nove parques eólicos em operação e uma produção de 106,65 mega watts de energia, Pernambuco pode se considerar viável para a fonte de energia limpa. De acordo com a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, o Estado conta ainda com dez parques em implantação e 19 com previsão para serem instalados. Com isso, o território pernambucano alcançará a marca de 998,55 MW gerados por dia. A geração atual está concentrada em dois complexos instalados no Interior – sendo um deles com sete parques – além de um terceiro que tem previsão de iniciar a operação em julho de 2016. Os maiores investimentos na área foram realizados pela Casa dos Ventos, que tem o complexo Ventos de Santa
Brígida, com capacidade de produzir 181,9 MW em 107 torres de 80 metros, e iniciou as obras para instalar o Ventos de São Clemente, a participação da energia eólica na matriz energética do Estado - que, agora, representa 7,7% da base de geração pernambucana. Neste último, serão investidos R$ 1,05 bilhão. Estima-se que os dois complexos rendam R$ 2 milhões por ano a pequenos proprietários rurais a título de arrendamento. A mudança teve início em 2013, quando o Estado realizou o primeiro leilão para a instalação das torres. O primeiro investimento foi da ordem de R$ 864 milhões e já contemplou os sete parques do complexo Ventos de Santa Brígida, que foi implantado nas cidades de Paranatama, Caetés e Pedra, no Agreste pernambucano.
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NEGÓCIOS
Ainda está na programação da empresa o investimento em um terceiro complexo, denominado Ventos de São Estevão e será localizado no Sertão do Araripe. Este terá potência instalada de 142 MW e investimentos de R$ 650 milhões. Os empreendimentos programados para Pernambuco atraíram dois centros de serviço da GE Wind, subsidiária de energia eólica da multinacional General Electric (GE). Dentre as empresas investidoras, além da Casa do Ventos, estão PEC Energia S.A. e Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf). Estima-se que o território pernambucano tem hoje um potencial bruto de gerar 1.000 giga watts de energia eólica e ainda outros 5.195 GW de energia solar. O modelo híbrido se mostra viável em 60% do território pernambucano, estando mapeados 3.619 GW. As regiões mais promissoras estão em fase final de catalogação no Atlas Solar e Eólico de Pernambuco. A publicação técnica, voltada para investidores do segmento e para o poder público, aponta os potenciais eólico e solar de Pernambuco e a disponibilidade de infraestrutura, cruzando essas informações com dados socioeconômicos e ambientais. As informações subsidiarão a expansão das energias renováveis de forma planejada, sustentável e socialmente inclusiva às regiões contempladas. Além dos geradores, Pernambuco conta também com um polo produtivo de equipamentos para parques eólicos considerado o mais completo do Brasil, localizado no Complexo Industrial Portuário de Suape. A Gestamp, fabricante de torres eólicas, iniciou suas operações em 2010 e produz, atualmente, 500 torres por ano. A LM Wind Power, que começou a operar recentemente, tem uma estimativa de produção de 900 unidades de pá eólica por ano. A empresa empreende uma ampliação de sua área produtiva em seis mil metros quadrados. Já a GRI Flanges Brasil, inaugurou, no último mês de novembro, a primeira fábrica de flanges eólicas no país. Além da produção de energia através dos ventos, o estado investe também em geração de energia solar. No último mês de setembro, foi inaugurado o empreendimento Fontes Solar I e II, da Enel Green Power, no
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município de Tacaratu, no Sertão, com potência instalada de 11 MW. O parque, destinado à geração fotovoltaica, estará ligado à planta eólica de 80 MW que a companhia implantou e opera na mesma localidade. Juntos, constituem o primeiro parque híbrido eólico e solar brasileiro. Juntos, são capazes de gerar 340 GWh por ano, volume suficiente para abastecer 250 mil residências. A energia gerada pelo parque fotovoltaico evitará a emissão de mais de 5 mil toneladas de CO² na atmosfera a cada ano. No último mês de agosto, o Governo de Pernambuco publicou um decreto que amplia benefícios fiscais para compras internas, interestaduais e importação de máquinas, aparelhos e equipamentos para as indústrias de componentes e parques eólicos e solares. Com isso, estão isentos de Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) os produtos adquiridos para integrar usinas eólicas e solares pernambucanas. A isenção vale também para importação ou compra interna de insumos feitas pelos fabricantes de chapas de aço para torres, geradores e flanges eólicas, além de matérias-primas utilizadas no processo produtivo de geradores solares fotovoltaicos.
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CULTURA E ARTE
O artista em seu atelier
MESTRE ERASMO BELTRÃO A cultura nordestina na Ilha de Itamaracá por Williams Daniel | fotos: Williams Daniel
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uem pretende visitar uma das belas praias do Nordeste pode optar pela Ilha de Itamaracá, em Pernambuco. E para a viagem ficar ainda mais interessante, a dica é conferir de perto as obras do escultor surrealista, Erasmo Beltrão. Pode ter certeza, é uma bela programação! Natural de Olinda, o Mestre Erasmo reside entre os pontos turísticos de maior relevância da Ilha, a Vila Velha e o Forte Orange. Situada no litoral norte, Itamaracá fica a 45km de Recife, capital pernambucana. Apesar de ser conhecido pelas obras realizadas através da escultura, foi na pintura que o artista começou a traçar sua trajetória profissional. E isso aconteceu muito cedo. Aos 8 anos de idade, Erasmo já sentia a aptidão pela arte quando ainda era uma criança. Nas aulas de educação artística, o menino já se destacava entre os colegas de turma. “Conheci a arte no colégio. Adorava as aulas de desenho”, fala Beltrão, sem esconder o orgulho de sua origem. Mais tarde, em Olinda, sua terra natal, o jovem trabalhou, com entalhe em madeira, ao lado de outros artesões no Alto da Sé, onde conheceu o
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artista plástico e artesão Tiago Amorim, com quem conviveu vários anos, o que lhe acrescentou mais experiência artística. Atualmente aos 56 anos, Mestre Erasmo Beltrão já se dedica à escultura há quase três décadas. Ambientalista nato, em convivência com a natureza desenvolveu uma nova forma de moldar a madeira, encontrando a ideia para trabalhar com raízes de árvores. Suas preferidas são as raízes de Angélica, Sucupira, Jitaí, Angelim e Louro-rosa. Através de suas obras, Erasmo busca dar vida à madeira, dando nova visão e significado com talento para criar figuras imaginárias e reais. As esculturas elaboradas por ele atendem aos critérios da sustentabilidade, sendo a matéria prima obtida de áreas já degradadas, que sofreram o processo de queimadas ou desmatamentos, sendo transformadas em delicadas peças de arte. “Foi amor à primeira vista. Antes eu trabalhava esculturas na pedra sabão, mas hoje só me interessam as raízes. Sou conectado demais com o meio ambiente e, com toda certeza, isso me levou a trabalhar com as raízes de árvores”.
Emocionado, Erasmo recordou seu amigo e grande incentivador a praticar sua paixão atual. “Quem me deu grande apoio foi José Luiz Simon, um grande amigo meu e escultor também, quando ainda morava em Olinda. Na época eu ainda trabalhava em meu atelier com pintura em tela e serigrafia. Porém, certo dia, ele veio em minha direção e falou ‘Erasmo, você é um escultor’. Aquilo me marcou bastante. Infelizmente ele faleceu há alguns anos”, lamenta. Dono de um improviso ímpar com a goiva e o batedor nas mãos, Beltrão não esconde de onde vem a inspiração para fazer o que mais gosta: a sua companheira Rusa, com quem é casado há 33 anos, além de seu estilo de vida baseado na simplicidade. Admirador do belo visual no quintal de sua casa, em um atelier adaptado, o artista contemporâneo se renova a cada pesca e contato com a natureza, procurando sempre viver desfrutando de cada detalhe do seu dia. “Gosto de sair para pescar e relaxar. É assim que procuro renovar minhas ideias e isso é fundamental para minha inspiração na realização das minhas obras. Meu refúgio sempre foi aqui. Já me sinto um nativo de Itamaracá. Procuro sempre viver tranquilo, sempre otimista e ao mesmo tempo com os pés no chão. A vida em grandes cidades nunca me encheu os olhos. Inclusive, só vou para Recife quando tenho compromissos com minha família”, revela Erasmo. Quando o assunto é a locomoção para buscar as matérias primas, Erasmo afirma que sempre conta com a ajuda de amigos. Dependendo da quantidade, o artista tenta arrumar algum tipo de transporte para facilitar a logística. Ultrapassando o primeiro estágio de força física, Beltrão diz ser fundamental cumprir as etapas de conservação da madeira. Além de descascar, limpar e dar forma, as peças também sofrem um processo de imunização que dura uma média de 15 dias. Assim, é evitado qualquer contato com hospedeiros, assegurando a qualidade do material usado ao longo prazo. “A imunização é muito importante para oferecer materiais de qualidade para as pessoas. Além de proteger as raízes, essa técnica também faz com que as obras tenham durabilidade de muitos anos”. Depois desse processo de dias, começa a fase de acabamento da escultura. A intenção é deixar a obra com cor viva, lisa e mais resistente. “Para finalizar a peça, é preciso lixar bastante e encerar”.
Em seu jardim em meio à mata, o artista exibe uma das peças da produção 2016
Participação em eventos relacionados à cultura Erasmo Beltrão tem uma vasta experiência no quesito cultura. O artista já figurou em várias feiras culturais pelo Brasil afora. Em 2001, por exemplo, ele apresentou seu trabalho na II Feira Nacional de Negócios do Artesanato (FENEARTE), realizada no Centro de Convenções de Pernambuco. Nesse mesmo evento, o artista representou o município da Ilha de Itamaracá pela primeira vez em sua carreira. Seis anos mais tarde, Erasmo participou da VIII FENEARTE com o stand próprio, denominado “Atelier Erasmo”. Nessa mesma época foi contemplado, durante o 2º Encontro Nacional de Artesãos de Pernambuco, pela Federação dos Artesãos de Pernambuco (FACARPE), com o prêmio de Mestre Artesão. Ainda em 2007 suas esculturas participam de algumas exposições em galerias de arte na cidade de Recife e na 5ª Feira Mundial de Artesanato - a ArtMundi - realizada no Pavilhão Oeste do Parque Anhembi, em São Paulo. Durante a feira, criou, para si mesmo, o desafio de esculpir uma peça com aproximadamente 1,70 m. E ele conseguiu! Em 2014, foi selecionado para participar do Salão de Arte Popular Ana
“Cobra no Garrancho”, obra exposta no Salão de Arte Popular Ana Holanda 2015
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CULTURA E ARTE
“Garças no alagado”, peça exposta no Salão de Arte Popular Ana Holanda 2014
A matéria prima e o artista
Holanda, na XV FENEARTE, com a peça intitulada “Garças no Alagado”; e também, expôs seu trabalho na 12ª ArtMundi, realizada no Mendes Convention Center, em Santos, São Paulo. Em 2015, Beltrão marcou presença no Salão de Arte Popular Ana Holanda (XVI FENEARTE) com a peça “Cobra no Garrancho”.
Obra da produção 2016
A esperança por um grande futuro Sempre sereno, Mestre Erasmo não teme pela desvalorização do artesanato no estado. Apontando a falta de conhecimento como a principal causa para a falta de interesse da juventude, ele deposita a confiança nos novos talentos para que a atividade não seja extinta nas próximas décadas. “A falta de informação do público atrapalha. Não vemos escolas ensinando e passando um pouco da nossa cultura para a nova geração. Mas Pernambuco é muito rico em termos de arte e artesanato. A cada esquina que passamos, observamos vários talentos promissores. Temos muitos artistas escondidos em nossa terra”. Homem simples, Beltrão não se desespera quando o quesito é o lucro das suas obras, apesar de ter várias peças espalhadas pelo mundo. “Já vendi minhas esculturas para holandeses, portugueses e espanhois. Não tenho ideia de onde posso encontrar todas elas, mas acredito que estão bem espalhadas pelo mundo (risos)”. “Eu penso que cada obra desenvolvida é predestinada para uma pessoa. Costumo falar que cada peça é realizada para o seu dono. Não importa onde e quando eles vão se encontrar, mas esse momento sempre acontece”.
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Também não escondeu seu maior sonho: construir um mirante em seu terreno, ao lado da sua casa, para usá-lo como ponto turístico privado. “Meu próximo objetivo é construir um mirante para que as pessoas desfrutem da paisagem e eu possa expor minhas obras. Se Deus quiser, em alguns anos estarei cumprindo este desejo”, concluiu. Quem tiver o interesse de conhecer as obras do artista de perto, pode entrar em contato através do email atelierasmo@yahoo.com.br, acessar a página www.facebook.com/atelierasmo ou contatá-lo através dos números (81) 99197-1125 e 98428-3896. O atelier situa-se no Forte Orange, na Ilha de Itamaracá, próximo à Pousada Refúgio do Forte.
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NEGÓCIOS
HUB LATAM
Fortaleza, Natal e Recife concorrem para receber centro de conexões de voos por Geraldo Lélis
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ma reforma que proporcionará a criação de milhares de empregos e a geração de até R$ 4 bilhões para os cofres públicos. Isso é novo centro de distribuição de voos - também chamado de hub - do grupo Latam - detentor das companhias aéreas LAN e TAM. O objeto de disputa entre os governos de Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte e que deverá ser construído a partir de 2016 em um dos aeroportos das capitais Recife, Fortaleza ou Natal.
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Os governos e prefeituras fazem seus lobbies para abocanhar a reforma. O efeito combinado do investimento da empresa com a geração de empregos e a criação de voos é o aumento do fluxo de passageiros e cargas, das receitas das empresas envolvidas e da arrecadação de impostos. Está prevista a abertura de postos de trabalho para engenheiros e mecânicos, pessoal de atendimento e recepção de passageiros, manejo de bagagem, serviços de táxi, fornecimento de alimentação e hotelaria, entre outros segmentos. Serão adicionados 14 voos diários para a Europa e 46 para a América do Sul a partir do Nordeste. Foi apresentado um estudo técnico produzido pela consultoria britânica Oxford Economics e encomendado pelo grupo Latam que aponta ganhos de 520 milhões de dólares no produto interno bruto (PIB) de Fortaleza, US$ 512 milhões no do Recife e US$ 374 milhões de Natal, o que representa um acréscimo entre 5% e 7% no PIB anual de cada cidade. Estima-se que sejam criados 35,5 mil empregos na capital cearense, 29 mil na pernambucana e 24,1 na potiguar. A consultoria contratada atuou também
na implantação de hubs nos aeroportos de Dubai e da Cidade do Panamá. Na corrida pelo “presente”, governos estaduais fazem várias reduções de Imposto sobre Circulação de Mercadoria e Serviços (IMCS) e de Imposto Sobre Serviço (ISS) - no caso das prefeituras. O Ceará foi o único a não fazer reduções pois já tinha a taxa de ICMS mais baixa entre os concorrentes. Mas Rio Grande do Norte e Pernambuco reduziram para 12% o imposto estadual sobre o querosene de aviação e a Prefeitura de São Gonçalo do Amarante, onde está situado o aeroporto internacional de Natal, ofereceu redução de 5% para 2% no ISS à Latam. No entanto, as medidas podem ser insuficientes. De acordo com a presidente da TAM, Claudia Sender, nenhum dos estados preenchem 100% os requisitos para ter instalado um hub da empresa. Segundo ela, os passageiros em conexão exigem internet, shoppings e conforto, sem contar a importância de investimento em hotelaria, transporte público, atrações turísticas e formação de mão de obra qualificada. Para tentar compensar as faltas de infraestrutura, as cidades apostam
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NEGÓCIOS
NA ZONA NORTE OU ZONA SUL, A MURAI É BEM MAIS MITSUBISHI.
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e ressaltam suas vantagens. Fortaleza aponta como vantagem o fato de o aeroporto estar dentro do município, o que ocorre também no Recife, mas a capital cearense também destaca que seu terminal entrou no pacote de concessões anunciado pelo Governo Federal – um investimento de R$ 1,8 bilhão –, o que garantirá modernização e mais agilidade para o equipamento, fugindo da burocracia que uma empresa pública oferece no Brasil. Fortaleza é a cidade com a maior rede hoteleira, superando Natal por 100 leitos. São 27,5 mil contra 27,4 mil. Nesse quesito, o Recife fica atrás com 15,5 mil. Os fortalezenses acreditam que a chegada do hub alavancará a economia e dinamizará o turismo e a exportação de produtos como flores, frutas e hortaliças. Já Natal coloca como vantagem o fato de estar mais próximo da Europa e da África, apesar de ter o aeroporto instalado na cidade vizinha de São Gonçalo do Amarante. Para compensar na infraestrutura urbanística, a capital potiguar promete a construção de um sistema de VLT (veículo leve sobre trilhos) integrado ao terminal de passageiros. Além disso, o aeroporto é novo e já é concedido a uma empresa privada, que o administra. Outra vantagem apontada pelas autoridades natalenses é que o Rio Grande do Norte conta com uma refinaria que produz querosene de aviação, o que garantirá o suporte. Natal acredita ser essa a melhor oportunidade para se consolidar como polo de atividades logísticas, serviços avançados de comércio exterior e atração turística. Já o Recife se utiliza das pesquisas de opinião que avalia os aeroportos brasileiros e de outros países que colocam o seu terminal como o melhor do Brasil e um dos melhores do mundo entre passageiros e profissionais do turismo. Diante disso, se argumenta na capital pernambucana
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que lá existe uma maior capacidade de receber passageiros e cargas por estar perto do Porto de Suape e que essa capacidade poderá ser maior ainda com a instalação do hub. O setor de viagens tem se comportado de maneira oposta à crise que afeta o Brasil e o mundo. O turismo mundial deverá crescer 5% em 2015, segundo prevê a Organização Mundial do Turismo (OMT). Entre 2013 e 2015, o Brasil saltou da 51ª para a 28ª posição no ranking do Fórum Econômico Mundial sobre competitividade em viagens e turismo. Para se instalar no Nordeste, a Latam vai se basear na experiência obtida por ela no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, principal hub do grupo. Lá, a companhia atende um total de 15 milhões de passageiros por ano. Os hubs são utilizados mundialmente para racionalizar trajetos, economizar custos para as empresas e tempo para os usuários, possibilitando redução no preço das passagens. Este projeto deve consumir 40% dos investimentos previstos pela empresa em 2015 e 2016. A decisão só sai no primeiro semestre de 2016. Até lá, as cidades continuam suas campanhas, as administrações dos aeroportos vão fazendo as adaptações técnicas, e a empresa vai avaliando as propostas. Nos bastidores, uma declaração dada em novembro pelo então ministro da Fazenda, Joaquim Levy, levantou muita polêmica. Ele teria se posicionado a favor de Fortaleza nessa disputa. Na ocasião, o governador de Pernambuco chegou a entrar em contato com a presidente Dilma Rousseff, que garantiu não haver interferência do Governo Federal na escolha da Latam e que a decisão seria exclusivamente técnica. Apesar das garantias verbais, os governos dos estados pretendentes continuam de olhos atentos nos bastidores para não sofrer nenhum revés político.
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CULTURA E ARTE
A Paixão de Cristo deverá agitar turistas e pernambucanos durante o feriado da Semana Santa, em Nova Jerusalém por Williams Silva
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emana Santa é sinônimo de religiosidade. E, para quem ainda não decidiu o que fazer no próximo feriado do ano, pode conferir de perto o espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém, em Pernambuco, que completará 49 anos de existência neste ano de 2016. Considerado o maior evento teatral ao ar livre do mundo, a Paixão será apresentada entre os dias
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Foto: Bernard Matussière
19 e 26 de Março, em Brejo de Madre de Deus, localizada a 200 km do Recife. Um excelente programa para a família celebrar a passagem de Jesus Cristo na terra. Apesar de ser apresentada em Nova Jerusalém, a origem da Paixão de Cristo mais conhecida do Estado vem das encenações do Drama do Calvário, realizadas nas ruas da vila de Fazenda Nova, também no Estado, no período de 1951 a 1962, graças à iniciativa de Epaminondas Mendonça, comerciante e político da época. Depois de ter lido uma revista de variedades, na Baviera alemã, onde encenavam a Paixão de Cristo,
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Epaminondas interessou-se e teve a ideia de realizar um evento semelhante durante a Semana Santa a fim de atrair turistas e, assim, movimentar o comércio do lugar. Não demorou muito e logo surgiram os primeiros espetáculos da pequena vila, que contavam com a participação apenas de familiares e amigos da família do idealizador. Com o passar dos anos, as encenações começaram a atrair atores e técnicos de teatro do Recife e a Paixão começou a ganhar fama e notoriedade em todo o estado e país. O sucesso traduz a satisfação revelada pelo público. De acordo com estatísticas, todos os anos, cerca de 98%
Foto: Bernard Matussière
Foto: Fábio Jordão
CULTURA E ARTE
dos adeptos consideram o espetáculo bom ou ótimo. Além disso, quase 50% do público retornam para assistir a Paixão de Nova Jerusalém pelo menos por mais uma vez. Não à toa, mais de 3,8 milhões de pessoas já foram conferir o evento de perto. Vale lembrar que Fazenda Nova, vila do município de Brejo da Madre de Deus, onde aconteceram as primeiras encenações, fica bem próxima ao local onde hoje se situa a cidade-teatro de Nova Jerusalém. A ideia de construir um teatro a céu aberto como uma pequena réplica da cidade de Jerusalém (Israel) - para deixar o evento mais fiel - foi de Plínio Pacheco, que chegou a Fazenda Nova em 1956. Contudo, a obra foi concluída apenas em 1968, quando foi realizado o primeiro espetáculo na cidade teatro de Nova Jerusalém. Desde então, já são quase 50 anos de apresentações, atraindo espectadores de todo o Brasil e do mundo. Para os fãs que buscam viver o espetáculo com maior intensidade, a Pousada Oficial da Paixão de Nova Jerusalém, instalada dentro da cidadeteatro, oferece uma experiência ímpar aos turistas que desejam não só assistir, mas também sonham em entrar em cena junto com os atores do espetáculo. São dois dias de hospedagem, nos quais os turistas assistem à peça no primeiro dia e, no segundo, atuam como figurantes juntamente com todo o elenco.
Novidades Na edição 2016 da Paixão, os espectadores poderão estar ainda mais próximos do espetáculo com uma ferramenta de interação extra. Isso porque a produção disponibilizou um canal direto com os visitantes via aplicativo WhatsApp. O público pode receber, pelo celular, informações e esclarecer dúvidas sobre o espetáculo. Além da inovação tecnológica, também haverá mudanças na estrutura
durante a 49ª edição do evento: trata-se do painel turístico gigante de quatro metros de altura com a marca da Paixão de Cristo em três dimensões. Construída em granito, madeira e fibra de vidro, a estrutura será instalada próxima à Porta dos Leões, entrada principal do público, em frente à cidade-teatro, na área onde, até o ano passado, funcionava a praça de alimentação e a feira de artesanato, que foram transferidas para outro local. Com a desocupação da área, o turista terá uma visão panorâmica privilegiada do painel e das monumentais muralhas de granito, que possuem quase três quilômetros de extensão, três metros de altura e 70 torres de sete metros. Além disso, nos dias de espetáculo, 30 centuriões romanos estarão perfilados ao longo dos 600 metros da muralha frontal, a qual receberá uma iluminação especial, gerando forte impacto visual. Segundo organizadores do espetáculo, as inovações que serão inauguradas são apenas alguns dos aperitivos do grande projeto de comemoração dos 50 anos da Paixão de Cisto de Nova Jerusalém, previsto para acontecer em abril de 2017.
Elenco da Temporada 2016 Pela segunda vez consecutiva, o ator Igor Rickli viverá Jesus. Para ele, apontado como um dos que melhor desempenhou o papel do filho de Deus, a experiência foi transformadora em sua vida. “Sinto-me mais maduro e sério depois que integrei a equipe deste espetáculo da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém”, revelou. Maria será vivida pela atriz Bianca Rinaldi e Antonio Calloni desempenhará o papel do rei Herodes. Estreante, o ator Fiuk será o Apóstolo João; Odilon Wagner viverá Pilatos e a atriz e modelo Caroline Correa será Madalena.
ABRIL, 2016 | TRAVEL | 41
Foto: Bernard Matussière
CULTURA E ARTE
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GRANDTREK AT3
SP TOURING T1
Com visual agressivo e condução confortável em asfalto e terra, o pneu GRANDTREK AT3 oferece melhor dirigibilidade no uso off-road. Seus três sulcos retos principais permitem rápido escoamento de água e estabilidade em alta velocidade, além da ranhura lateral alargada que reduz a ocorrência de aquaplanagem.
Especialmente desenvolvido para veículos pequenos e médios, esse pneu oferece um excelente custo-benefício, e apresenta boa estabilidade em piso molhado e conforto no rodar. Contando com quatro sulcos lineares que permitem boa drenagem de água, especialmente em alta velocidade, o SP TOURING T1 apresenta cavidades antiaquaplanagem para maior segurança.
SP SPORT LM704 Destinado a uma ampla gama de veículos (sedãs, SUVs e compactos), esse pneu oferece um rodar com conforto, maciez e alta durabilidade. Complementando essas qualidades, sua banda de rodagem contém sílica, para melhoria dos índices de consumo de combustível. As características do LM704 asseguram dirigibilidade, resistência ao desgaste e satisfação para os mais exigentes motoristas.
DIREZZA DZ101 Especialmente concebido para os entusiastas do desempenho e para aqueles que curtem passar bons momentos atrás do volante. O pneu DIREZZA DZ101 garante esportividade e segurança em piso seco ou molhado.
GRANDTREK PT2 Modelo ideal para viagens confortáveis e silenciosas em seu SUV, o pneu Grandtrek PT2 alia tranquilidade e estabilidade em altas velocidades e em piso molhado. Projetado com desenho otimizado da ranhura central, tecnologia “Digital Rolling Simulation” e bloco central reto, este pneu proporciona a distribuição otimizada de rigidez dos blocos, melhorando o tempo de resposta do pneu em qualquer condição de uso.
GRANDTREK MT1 Pneu certo para superar qualquer desafio, o GRANDTREK MT1 foi desenvolvido para as condições mais pesadas do off-road. Sua banda de rodagem autolimpante fornece tração poderosa na lama, no cascalho e em outras condições.
ENASAVE 2030 Ingressos Os ingressos da temporada 2016 da Paixão de Cristo de Nova Jerusalém estão disponíveis para compra no site oficial do evento e deverão ser comercializados até o dia 26 de março. Os valores das entradas variam entre R$ 100 e R$ 140, dependendo do dia escolhido pelo espectador. Como de costume, está ativa a meia-entrada para idosos, estudantes, professores do estado e público de até 14 anos. O valor pode ser parcelado em até 12 vezes no cartão de crédito. Além do site oficial, estão funcionando alguns estandes de vendas em Caruaru. Confira os locais:
Polo Caruaru - Rodovia BR 104, quilômetro 62, sem número, Bairro Nova Caruaru; Shopping Difusora - Avenida Agamenon Magalhães, número 444, Bairro Maurício de Nassau; Caruaru Shopping - Avenida Adjar da Silva Casé, número 800, Bairro Indianópolis, Caruaru. Fábrica da Moda - Avenida Lourival José da Silva, número 80, Bairro Petrópolis; Arturismo - 2ª Travessa Rio Branco, número 365, Centro; MC Rosal Turismo - Avenida Nossa Senhora de Fátima, número 98, Bairro Maurício de Nassau;
Seu composto de banda de rodagem foi desenvolvido com o uso de nanotecnologia, que reforça as ligações químicas, buscando a máxima performance. Com baixa resistência ao rolamento, economia de combustível e maior durabilidade, esse pneu tem um excelente desempenho no seco e no molhado.
Os pneus Dunlop são produzidos na moderna fábrica do Paraná, de onde também sairão os pneus da marca para toda a América do Sul e Central.
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