Brasileiros vencem Rally Dakar 2017 e fazem história
Race Fórmula E Buemi perfeito na defesa do título.
Glória da Porsche Vitória emocionante em Le Mans foi decisiva para título.
MotoGP A trajetória do Tri de Marc Marques
Nova era na McLaren
Conheça o perfil do piloto selecionado para a vaga mais cobiçada da F1.
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O ESCOLHIDO
Nº 21 | ANO 6 |ABRIL 2017 | R$ 11,90
Depois de 36, Ron Dennis não está mais no comando.
SUMÁRIO
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CARTA DO EDITOR Muita coisa boa aconteceu em 2016 nas principais categorias do automobilismo mundial. Fórmula 1, Fórmula E, Endurance, MotoGP, Rali, entre outras, estão na edição 21 da Revista Race. Praticamente um grande resumo do ano. Na F1, teve aposentadoria surpresa do campeão mundial, volta de veterano depois alguns dias de aposentadoria, vaga disponível na melhor equipe do grid com vários pilotos interessados, muita especulação e jogo de influências nos bastidores para ocupar esse posto e muito mais. Além das emoções durante a temporada, muita coisa aconteceu após o fim do campeonato. Fizemos um grande resumo de tudo isso para você entender como tudo aconteceu. Fora das pistas, o destaque fica por conta da saída de Ron Dennis do comando da McLaren. Depois de muitas divergências com os outros acionistas da empresa, ele foi “forçado” a abdicar o posto de CEO e passar a ser apenas conselheiro da mega companhia que ajudou a construir praticamente do zero. Uma nova era para a escuderia. No Mundial de Endurande, a Porsche foi a grande campeã do ano. E o que dizer daquela vitória emocionante nas 24h de Le Mans conquistada na última volta com a quebra do carro da Toyota faltando apenas seis minutos para acabar a corrida. Como um resumo da temporada, o carro #1 guiado por Brendon Hartley/Mark Webber/Timo Bernhard fez a pole position, teve o maior número de voltas na liderança e venceu em Xangai para consagrar a marca como bicampeã da categoria. Se na Fórmula 1 o Brasil está há um tempo sem ídolo, os brasileiros andam fazendo bonito em outras categorias do automobilismo. Na Fórmula E, além de ter Nelsinho Piquet no top10, Lucas Di Grassi é o único que vem conseguindo colocar certa pressão no líder, Sebastien Buemi, que foi campeão no ano passado e vem defendendo muito bem o posto na atual temporada. Temos motivos para comemorar também rali. A dupla Leandro Torres e Lourival Roldan fizeram história ao vencer na categoria na classe de UTVs. O nome da MotoGP é Marc Marquez. O garoto vem dominando há algum tempo e conseguiu seu terceiro título na principal categoria das motos, o quinto ao todo.
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Boa leitura!
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Marc Marc Marc... Mundial de Construtores O auge e o fim O escolhido A volta do que não foi O fim da era O primeiro título brasileiro no Dakar
o trabalho aqui é feito de forma conjunta
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obter a transformação que a sua empresa precisa.
DAKAR 78
Esses e outros motivos
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MotoGP | Tricampeão
MARC... MARC... MARC!!!
O espanhol conquistou o terceiro título e voltou ao topo da categoria por Inácio de Melo Neto
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• Foto Gold & Goose/Red Bull Content Pool
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MotoGP | Tricampeão
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epois de cinco vitórias, 12 pódios e 298 pontos conquistados durante o último campeonato, Marc Márquez foi o grande campeão da MotoGP em 2016. Com apenas 23 anos, o espanhol ganhou seu terceiro título mundial na principal categoria da motovelocidade e tornou-se o piloto mais jovem a conquistar o título em todas as divisões da MotoGP. Além do tricampeonato, ele possui o troféu da 125cc e outro da Moto2. Com o feito, ele bateu o recorde que era de Valentino Rossi, maior vencedor da história com nove títulos da categoria principal. Já pelo mundial de Construtores, a grande campeã foi a Honda. A equipe japonesa chegou aos 369 pontos e ficou com o taça depois de perder para a Yamaha em 2015. Os três pilotos favoritos da categoria começaram o ano cercados de muita expectativa. Pelo lado de Márquez, que conquistou os títulos de 2013 e 2014, valia o retorno ao topo da motovelocidade. Enquanto isso, a intenção de Jorge Lorenzo (Yamaha) era a de conquistar o campeonato de forma consecutiva, o quarto da carreira. Já para Valentino Rossi (Yamaha), maior campeão da história da categoria e que sentiu o gosto do vice-campeonato nas duas últimas temporadas, valia a chance de ganhar um título depois de seis anos. Terminou em segundo mais uma vez. Principais candidatos ao título, Márquez, Lorenzo e Rossi venceram, ao todo, em 11 oportunidades. Foram cinco vitórias do campeão (Argentina, Estados Unidos, Alemanha, Aragão e Japão), duas de Rossi (Espanha e Catalunha) e quatro de Lorenzo (Catar, França, Itália e Valência). O trio também conquistou 14 pole positions ao longo do ano. Já as outras sete provas foram vencidas por seis pilotos diferentes: Maverick Viñales (Grã-Bretanha), Andrea Dovizioso (Malásia), Dani Pedrosa (San Marino), Cal Crutchlow (República Tcheca e Austrália), Andre Iannone (Áustria) e Jack Miller (Holanda).
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• Foto Gold & Goose/Red Bull Content Pool
A primeira etapa do campeonato foi realizada no Catar. Depois de um período de pré-temporada onde as equipes testaram os novos pacotes e novidades para as motos, os pilotos começaram a verdadeira disputa em março. Única corrida noturna do calendário, a prova foi vencida por Jorge Lorenzo. Porém, nas duas etapas seguintes, brilhou a estrela de Marc Márquez, que só voltaria a vencer na nona etapa do ano, na Alemanha. Enquanto isso, Rossi e Lorenzo alternaram a primeira posição, mas sempre seguidos de perto por Márquez. A regularidade do espanhol foi o principal motivo para a conquista do título deste ano. O fato de sempre pontuar fez com que ele chegasse ao Japão com chances reais de ser campeão, mesmo faltando três corridas para o final do campeonato. Bastaria uma combinação bem improvável acontecer para que o espanhol garantisse o tricampeonato. Coincidentemente, as coisas deram certo para Márquez. Para ser campeão, o piloto precisaria vencer, torcer para que Valentino Rossi terminasse abaixo da 15ª posição e que Jorge Lorenzo não chegasse entre os quatro primeiros.
• Foto Gold & Goose/Red Bull Content Pool
O piloto colocou a primeira mão na taça quando Rossi caiu da moto e abandonou a corrida. Faltavam 17 voltas para o fim quando o italiano se acidentou. O piloto da Yamaha ainda tentou voltar para a corrida, mas seu equipamento estava sem condições de uso e ele teve que voltar para os boxes, dando adeus a qualquer chance de título. Enquanto isso, na parte da frente do grid, o driver da Honda disputou com Lorenzo a primeira posição a cada momento. A prova estava chegando ao fim quando, faltando quatro voltas, Jorge Lorenzo também caiu. O espanhol perdeu o controle da moto, passou reto em uma curva e foi parar na caixa de brita. Com isso, teve que abandonar a disputa e ver o compatriota ser campeão.
• Foto Gold & Goose/Red Bull Content Pool
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MUNDIAL DE CONSTRUTORES Pela terceira vez seguida, a escuderia de Brackley se consagrou como a equipe mais competitiva do grid. por J. Vicktor Tigre • fotos Mercedes/Divulgação
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F1 | Mundial de Construtores
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ão teve para ninguém. O Mundial de Construtores da temporada de 2016 de Fórmula 1 foi inexoravelmente conquistado pela Mercedes. O time de Brackley finalizou o ano no topo da tabela com 765 pontos – 62 a mais se comparado com o campeonato de 2015, onde a escuderia prateada ficou com a pontuação de 703. Seguindo o mesmo roteiro do ganho de pontos ocorridos na temporada de 2016 de Fórmula 1, a diferença da Mercedes para o segundo colocado do Mundial de Construtores também aumentou. No ano passado, a Ferrari foi a vice-campeã mundial. O time de Maranello terminou o campeonato de 2015 com a pontuação de 428, 275 atrás do time alemão. Já neste ano, a Red Bull Racing (RBR) superou a Ferrari e terminou como vice-campeã com a pontuação de 468, 297 a menos do que a escuderia de Brackley.
Na temporada de 2016, a Force India acumulou um total de 173 pontos, 37 a mais se comparado com o campeonato de 2015 – com destaque para Pérez, que conquistou dois pódios, nos GPs de Mônaco e da Europa, no Azerbaijão. A Williams foi uma das equipes que decepcionaram na temporada de 2016 de Fórmula 1. O time de Grove caiu de ritmo e perdeu o foco no desenvolvimento aerodinâmico do FW38. A escuderia britânica tinha conquistado a terceira colocação no Mundial de Construtores de 2015 com quatro pódios e 257 pontos. Em 2016, a Williams amargou a quinta colocação no Mundial de Construtores com 138 pontos – 119 a menos se comparado com o campeonato de 2015. A escuderia de Grove
Em sua temporada de estreia, a Haas F1 Team conseguiu surpreender. A escuderia americana desbancou a Sauber, Renault e Manor Racing, conquistando a oitava colocação do Mundial de Construtores de 2016 com 29 pontos. De volta para a Fórmula 1, a Renault, que havia comprado a Lotus, não conseguiu ter forte desempenho na temporada de 2016. A escuderia de Enstone ficou em nono no Mundial de Construtores deste ano, onde marcou apenas oito pontos. Resultado este bem diferente do ano passado, quando a antiga esquadra anglo-francesa terminou em sexto com a pontuação de 78. O desempenho da Sauber foi decepcionante no campeonato de 2016. Diferente do campeonato de 2015, onde o time de Hinwil terminou
Ainda sobre a briga pela segunda colocação do Mundial de Construtores, temos a queda de desempenho da Ferrari. Na temporada de 2015, o time de Maranello acumulou três vitórias – nos GPs da Malásia, Hungria e Cingapura com Sebastian Vettel – e 16 pódios. Já em 2016, devido aos problemas técnicos com o SF16-H e a perda de foco no desenvolvimento do chassi e da unidade de força vermelha, a escuderia do ‘Cavalo Rampante’ não conseguiu vencer. E ainda teve a queda do número de pódios de 13 para 11 se comparado com o campeonato de 2015. No entanto, a Red Bull cresceu em 2016. Na temporada de 2015, a escuderia taurina não venceu. O time de Milton Keynes acumulou três pódios e conseguiu marcar apenas 187 pontos, ocupando assim, a quarta colocação no Mundial de Construtores. Com a melhora do desenvolvimento dos motores híbridos da Renault – que estava nomeado pela marca Tag Heuer -, o time de Milton Keynes desencantou. A escuderia taurina venceu duas corridas – GP da Espanha, com Max Verstappen, e da Malásia, com Daniel Ricciardo. E ainda acumulou 16 pódios, 13 a mais se comparado ao campeonato de 2015. A quarta colocação do Mundial de Construtores foi ocupada por uma grande surpresa: a Force India. Após terminar o campeonato de 2015 na quinta posição com 136 pontos – ressaltando como destaque o único pódio conquistado por Sergio Pérez no GP da Rússia daquele ano -, a equipe indiana acertou no desenvolvimento aerodinâmico do VJM09, marcando presença na ponta das escuderias intermediárias do grid da Fórmula 1. E de quebra, ainda superou a Williams.
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conquistou apenas único pódio que foi com Valtteri Bottas, no GP do Canadá. A McLaren-Honda foi uma das equipes que mais surpreenderam na temporada de 2016 de Fórmula 1. Por conta dos avanços tecnológicos dos motores híbridos japoneses, a equipe de Woking subiu três posições em comparação ao campeonato de 2015 e terminou o ano ocupando o sexto lugar do Mundial de Construtores com 76 pontos – 49 a mais se comparado com o ano passado. A Scuderia Toro Rosso (STR) ficou estagnada na hierarquia da Fórmula 1. Em 2016, a escuderia de Faenza continuou na sétima colocação que foi conquistada no Mundial de Construtores de 2015. A diferença ficou apenas na pontuação que caiu de 67 para 63 neste ano.
aquele ano na oitava colocação com 38 pontos, a escuderia suíça não acertou no desenvolvimento do seu carro. E teve que amargar a penúltima colocação da tabela com dois pontos – que somente foram conquistados por Felipe Nasr no último GP do Brasil. E por fim, temos a Manor, que continuou com a lanterninha do campeonato pelo terceiro ano seguido. A diferença, no entanto, foi que a equipe britânica conseguiu pontuar com Pascal Wehrlein no último GP da Áustria. O condutor alemão finalizou a etapa disputada no circuito de Red Bull Ring de forma competitiva e na décima colocação, o que rendeu único ponto para a esquadra.
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m 2016, Nico Rosberg entrou definitivamente para a história da Fórmula 1. E não foi apenas porque ele garantiu o seu primeiro título na principal categoria do automobilismo mundial, mas também por resolver parar de correr logo após ter chegado ao topo. Muito se fala sobre o momento certo de um piloto de Fórmula 1 abandonar as pistas e anunciar a sua aposentadoria. Normalmente, todos acreditam que o competidor deve parar enquanto está indo bem no campeonato, para não chegar ao ostracismo. Mas é claro que resolver pendurar as luvas logo depois de sagrar-se campeão mundial pela primeira vez não é uma decisão fácil de ser tomada, nem tampouco de ser aceita pelo público em geral. E foi por isso que Nico se tornou o centro total das atenções neste fim de ano na Fórmula 1. O piloto alemão transformou o auge da sua carreira no fim da mesma em menos de uma semana.
O AUGE E O FIM
Rosberg conquista o seu primeiro título mundial, mas surpreende a todos ao anunciar aposentadoria na semana seguinte por Paulo Feijó • fotos Mercedes/Divulgação
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O AUGE A temporada de 2016 era encarada por Nico Rosberg como a do “tudo ou nada” na Fórmula 1. O piloto, que já havia tido a oportunidade de vencer um campeonato nos dois anos anteriores, precisava provar que não estava na melhor equipe do grid, a Mercedes, apenas para ser apontado como “companheiro de Lewis Hamilton”. Como dito anteriormente, Nico vinha de dois vices-campeonatos em 2014 e 2015. Em ambos, ele teve a oportunidade de levantar o seu primeiro troféu da carreira, mas deixou a oportunidade escapar. 2015 foi quando ele mais se aproximou de ser campeão, quando chegou a liderar o campeonato, mas viu Hamilton vencer mais e ser campeão com quatro corridas de antecedência, nos Estados Unidos, após um erro de Nico no fim da corrida. Ciente da importância de, enfim, se tornar campeão mundial, Rosberg começou 2016 com tudo. Logo de cara, emplacou uma sequência de quatro vitórias consecutivas na primeiras quatro corridas do campeonato - Austrália, Bahrein, China e Rússia. O bom começo lhe deu uma certa “gordura” sobre Hamilton na tabela de classificação. Mesmo se tratando apenas de um início de campeonato, os bons resultados aumentaram ainda mais a confiança do piloto alemão. Mas ao mesmo tempo cresceu a pressão sobre o seu companheiro de equipe, que precisava mais urgentemente de uma vitória. Essa mistura de emoções resultou em um dos momentos mais tensos dentro da Mercedes. Em Barcelona, Hamilton largou na pole position, mas viu Nico o ultrapassar logo na primeira curva. Querendo dar o troco logo em seguida, Lewis forçou a ultrapassagem e viu Rosberg o colocar pra fora da pista. Sem o controle do carro, o britânico atingiu em cheio o carro número 6 e ambos foram parar na brita, abandonando a prova. Aquele episódio rendeu uma chuva de críticas a ambos os pilotos. Alguns diziam que a culpa era de Hamilton, outros apontavam Rosberg como
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responsável pelo incidente. A tensão nos bastidores pode e deve ter atrapalhado Nico nas provas seguintes. Tanto que o sétimo lugar em Mônaco e o quinto no Canadá não refletiam nem de longe o bom desempenho apresentado pelo driver no início da temporada. Para encerrar de vez aquele capítulo ruim na temporada de Rosberg, nada melhor do que uma vitória em uma pista nova do calendário. Ela veio durante o GP de Baku, no Azerbaijão, recolocando a jornada no caminho certo. É claro que um título mundial não se conquista apenas com vitórias no campeonato. Sempre há aqueles momentos em que as coisas não irão dar certo. Por isso, o piloto precisa saber desempenhar bem o seu trabalho mesmo nos momentos em que as vitórias não vêm. Foi o que Nico fez na metade do campeonato. Nas provas da Áustria, Inglaterra, Hungria e Alemanha - que antecederam as férias de verão -, o alemão viveu uma seca de triunfos, mas sempre esteve entre os quatro primeiros colocados. A recompensa veio logo depois que a F1 voltou da pausa. Nas provas da Bélgica, Itália e Cingapura, Rosberg voltou a emplacar uma sequência de vitórias, agora com três consecutivas. Ali, ele praticamente encaminhava a conquista do título mundial. Na sequencia, ele ainda garantiu um terceiro lugar na Malásia e mais um triunfo no Japão. A partir daí, começava a contagem regressiva para o título de Nico, que já poderia ter vindo nos Estados Unidos, mas a vitória de Hamilton provocou um adiamento na festa. Duas semanas depois, Lewis adiou outra vez a conquista vencendo no México e voltou a vencer sete dias depois no Brasil. Em todas estas provas, Rosberg ficou em segundo. Assim, a disputa ficou mesmo para a última prova do ano, em Abu Dhabi. Em Yas Marina, Rosberg precisaria apenas de um terceiro lugar para se tornar campeão mundial pela primeira vez, independentemente do resultado do seu companheiro de equipe.
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F1 | O substituto
O ESCOLHIDO Mercedes teve motivos de sobra para contratar Bottas. por Paulo Feijó • fotos Mercedes/Divulgação
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a Fórmula 1, vários aspectos pesam na contratação de um piloto pelas escuderias do grid. Atualmente, temos visto que, em grande parte dos casos, o dinheiro é o que fala mais alto. O candidato a vaga tem um aporte financeiro alto e leva vários patrocinadores para a equipe que ele for contratado, o que acontece com quase todos os pilotos das escuderias menores do grid. Por outro lado, as maiores equipes não estão tão preocupadas com o dinheiro de cada candidato. Com o lado financeiro mais estabilizado, os dirigentes de Mercedes, Ferrari, Red Bull e até mesmo McLaren procuram analisar outros detalhes de cada piloto. Experiência, inteligência para desenvolver os carros e, principalmente, o talento são os pontos que mais pesam na escolha dos seus competidores. Dentre estes últimos aspectos, Valtteri Bottas se encaixa perfeitamente em todos eles. E é por isso que o finlandês já era cobiçado pelas grandes escuderias do grid há alguns anos. O nome do ex-companheiro de Felipe Massa sempre surge com muita força em todas as especulações da Ferrari, por exemplo. Mas a proposta concreta não veio do time italiano e sim da melhor escuderia do grid nos últimos três anos, a Mercedes. Valtteri é um piloto ímpar dentre os titulares hoje da Fórmula 1. O curioso é que ele é visto de formas distintas dentro e fora do paddock. Quem não convive com o finlandês costuma vê-lo como um coadjuvante, mas é raro ver alguém que conheça o seu trabalho de perto e não crave que ele é um futuro campeão mundial. Essa completa diferença de análises é simples de ser explicada. Bottas está longe de ser aqueles pilotos que fazem manobras espetaculares durante as provas ou arrisca tudo na disputa de uma posição. Muito pelo contrário, o finlandês costuma ser bastante conservador na maioria das etapas e faz tudo sem correr grandes riscos. Por isso, alguns fãs da F1 acabam por o ver como um piloto que não almeja títulos. Mas a realidade é completamente diferente do que podemos ver das arquibancadas ou pelas
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F1 | O substituto transmissões da principal categoria do automobilismo mundial. Dentro do paddock e, principalmente, na garagem é que Bottas mostra o quanto tem um futuro espetacular pela frente. Se ele não é um piloto como Max Verstappen, por exemplo, que costuma tirar o fôlego dos espectadores quando vai fazer uma manobra na pista, Valtteri compensa tudo isso com a sua regularidade impressionante. Ao contrário da grande maioria dos competidores que as vezes oscilam dentro do campeonato e das corridas, ele tem a capacidade incrível de ser constantemente rápido. Entretanto, a sua capacidade não está restrita apenas a ser extremamente competitivo e rápido em todos os momentos e em todas as corridas, o know-how ultrapassa os limites da pista, com a habilidade para detectar os problemas apresentados pelo carro e explicar detalhadamente como quer que os engenheiros modifiquem o bólido. Para completar o conjunto de competências, o finlandês ainda tem como peso a sua experiência e o fato de saber trabalhar muito bem em equipe. Ele conhece bem as delimitações sobre o que é bom para o seu lado pessoal e o que ele precisa abrir mão para poder beneficiar a escuderia onde trabalha. Sem dúvidas, todos estes pontos foram analisados pela Mercedes na hora de definir o substituto de Rosberg para a temporada de 2017. Claro que seria mais simples e defensável que a equipe germânica optasse pela contratação do seu jovem prodígio Pascal Wehrlein. Entretanto, quando se trata da melhor equipe do grid, o pensamento precisa ser muito mais abrangente. Contar com Wehrlein na equipe poderia ser uma grande interrogação para o campeonato, já que a falta de experiência poderia fazer com que Hamilton o “engolisse” dentro da pista, o que não seria bom para o show. Some-se a isso o desejo de Wolff em contar novamente com os serviços de Valtteri e até mesmo o peso da opinião de Bernie Ecclestone, que preferia o nome do finlandês. Enfim, contratado. Agora é a hora do Fin mostrar na pista que a Mercedes fez a opção certa em contratá-lo. Claro que ter um companheiro como Hamilton dificulta bastante o trabalho, mas pelo talento que já demonstrou ter neste últimos anos, Bottas tem tudo para, pelo menos, repetir o trabalho de companheiro e maior rival desempenhado por Rosberg nas temporadas anteriores.
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A VOLTA DO QUE NÃO FOI Pouco mais de um mês se “aposentar”, Massa está de volta à F1 para substituir Bottas na Williams por Paulo Feijó • Williams/Divulgação
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F1 | Ex-aposentado
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ão durou nem meia temporada a “aposentadoria” de Felipe Massa. Depois de receber diversas homenagens no GP do Brasil e de Abu Dhabi por colocar um ponto final na sua carreira como piloto de Fórmula 1, o brasileiro assinou a “renovação” com a Williams e continuará correndo por, pelo menos, mais uma temporada pelo time de Grove. A situação vivida por Felipe foi bastante curiosa. Para quem não recorda, o anúncio de que iria se aposentar ao fim do ano aconteceu no fim de semana do GP da Itália, em Monza. Na ocasião, o piloto alegou que não enxergava a possibilidade de conseguir um lugar em uma equipe minimamente competitiva para em 2017. Por isso, preferia parar ao invés de apenas participar de corridas, sem chances de brigar por boas posições ou ao menos por pontos. Tudo isso aconteceu porque a Williams já havia o informado que contrataria o jovem Lance Stroll - que traria um aporte financeiro de cerca de 30 milhões de euros. Como também iria permanecer com Bottas, não sobraria nenhum assento para Massa. Mas tudo mudou menos de uma semana após o fim do campeonato, quando Nico Rosberg anunciou a sua retirada da categoria. Com a Mercedes de olho em Bottas para substituir o atual campeão da Fórmula 1, a Williams entrou em contato com Massa que topou logo de
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cara voltar. Afinal, ele só “se aposentou” porque não teria uma equipe competitiva e agora passava a ter. Massa tinha motivos de sobra para aceitar a proposta da Williams e acertou em fazer isso. Afinal, a equipe de Grove deve ter muito mais condições financeiras do que nos últimos anos. Além do dinheiro que Stroll irá levar, a equipe ainda irá economizar no motor da Mercedes, que entrou na negociação de Bottas. Mas não para por aí, com o iminente anúncio da contratação de Paddy Lowe, ex-diretor técnico da Mercedes e que está de malas prontas para a fábrica britânica, a equipe deve crescer bastante em desempenho. Assim, Massa, que ainda tem lenha para queimar, terá a oportunidade de voltar a brigar por pódios e, quem sabe, vitórias. Pelo lado do time inglês, a opção por convencer Massa a retornar também se mostrou ser a mais coerente. Felipe, além de conhecer bem o time, ainda tem experiência de sobra para ajudar a desenvolver o novo carro em meio a mais uma grande mudança no regulamento. No fim, todo mundo pareceu sair ganhando com essa dança das cadeiras. A Mercedes ficou feliz com Bottas, a Williams terá um piloto experiente em 2017, Felipe continuará fazendo o que gosta e o Brasil terá um representante na principal categoria do automobilismo mundial.
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F1 | Deixa grande legado
O FIM DE UMA ERA
Após 36 anos, Ron Dennis deixou o comando da McLaren. Na verdade, foi forçado a isso. por Paulo Feijó • fotos Mercedes/Divulgação
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hegou o fim de uma era para a McLaren. Não tem como considerar a saída de Ron Dennis do comando da McLaren de forma diferente. O britânico esteve à frente da escuderia de Woking por nada menos do que 36 anos. Mas, como tudo tem início, meio e fim, o dirigente renunciou ao cargo de CEO do Grupo McLaren. Quer dizer, foi quase “obrigado” a fazer isso.
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F1 | Deixa grande legado Ron, em nenhum momento, concordou que este era o momento de passar o comando da McLaren para outra pessoa. Mas os sócios da escuderia viam a situação de forma completamente diferente. Não adiantou nem Dennis apelar na Suprema Corte, sem sucesso. A decisão já estava tomada e ele teve apenas que acatar e tirar um “afastamento remunerado” até que o seu contrato - que termina no fim do ano - chegasse ao fim. O dirigente britânico tem 25% das ações do Grupo McLaren, o saudita Mansour Ojjer tem mais 25% e o fundo de investimento bareinita Mumtalakat é detentor dos outros 50%. Este dois últimos acabaram sendo os responsáveis pela decisão de afastar definitivamente Dennis do comando da escuderia. Entretanto, ele continuará com sua participação na equipe e integrará o conselho da empresa. Mas não é de agora que os sócios da McLaren estavam interessados em tirá-lo da chefia. Muitos já vinham insatisfeitos com o modelo de gestão do dirigente há alguns anos. A maior contestação é relacionada à intransigência de Dennis, que em alguns momentos acabaram culminando com a perda de alguns patrocinadores da equipe. É claro que a responsabilidade não é apenas do CEO, mas é atribuído a ele o fato da McLaren não ter um patrocinador master desde a saída da Vodafone, em 2013. Ainda, a ida da Hugo Boss para a Mercedes e da TAG Heuer para a Red Bull também foram colocadas na conta da forma de Ron comandar o time. Porém, a gota d’água para a insatisfação geral dos sócios da McLaren teria sido a decisão do dirigente de deixar descartar a Mercedes e retomar a parceria com a Honda, que até o momento só se mostrou negativa para a equipe. O fraco desempenho nas pistas com motores japoneses acabou prejudicando o interesse de patrocinadores pela escuderia, que ainda viam a intransigência do CEO nas negociações. Obviamente, Ron não gostou nem um pouco de ser praticamente “expulso” da empresa que ajudou a construir. E ele não teve qualquer receio em demonstrar a sua insatisfação. Em nota divulgada, tratou de atacar os sócios. “Estou desapontado com a decisão dos principais acionistas da McLaren, que me forçaram a assumir uma licença remunerada, apesar das fortes advertências do restante da equipe sobre potenciais consequências dessas ações no negócio”, disse.
hoje, uma equipe que venceu 20 campeonatos de F1 e que cresce em um negócio de £ 850 milhões (R$ 3,6 bilhões) por ano. Durante esse tempo, trabalhei de perto com uma série de colegas talentosos e que nos colocaram na vanguarda da tecnologia. A eles sempre serei extremamente grato”, continuou, ainda destacando que não pretende deixar de participar das decisões tomadas pelo grupo. “Ficou claro para mim que, por meio deste processo, nem o grupo e nem a Mumtalakat compartilham da minha visão sobre a McLaren e seu verdadeiro potencial de crescimento. Mas a minha primeira preocupação é com o negócio que construí e com os 3.500 funcionários. Vou continuar a usar a minha participação significativa nas empresas para proteger os interesses e os valores da McLaren, ajudando a moldar o seu futuro.” Ainda na nota, Dennis também confirmou que pretende criar um novo fundo de investimento em tecnologia. “Pretendo lançar um novo fundo de investimento em tecnologia depois que meus compromissos contratuais com a McLaren estiverem encerrados. Isso vai capitalizar a minha experiência, os meus recursos financeiros, juntamente com o investimento externo para prosseguir as muitas oportunidades comerciais que me foram oferecidas nos últimos anos, mas que foram impossíveis de serem aceitas por conta de negócios já existentes”, concluiu. Na semana seguinte, a McLaren anunciou a contratação de Zak Brown para substituir Dennis no cargo de diretor-executivo do grupo. O novo contratado declinou uma proposta feita pela nova dona da Fórmula 1, a Liberty Media, para aceitar o cargo em Woking. Apesar de nunca ter comandado uma grande equipe dentro da F1, Brown tem um nome forte dentro da categoria. Isso porque ele, junto com sua empresa de marketing, a JMI, foi responsável por atrair diversos patrocinadores para equipes, incluindo Johnnie Walker, GlaxoSmithKline, Hilton e Chandon para a McLaren.
“Os motivos foram ilegítimos. O meu estilo de gestão é o mesmo que sempre foi e é aquele que permitiu à McLaren se tornar o que ela é
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Rally Dakar | Brasil na história
PRIMEIRO TÍTULO BRASILEIRO NO DAKAR
Leandro Torres e Lourival Roldan foram os grandes campeões da categoria UTV, que estreou no Rally no último campeonato. por Inácio de Melo Neto
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• foto Marcelo Machado
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Rally Dakar | Brasil na história
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ela primeira vez na história do Rally Dakar, uma dupla brasileira terminou a competição na primeira colocação e ficou com o título. Depois de duas semanas enfrentando grandes variações climáticas, terrenos irregulares, deslizamentos de terra e problemas físicos e com o carro, Leandro Torres, 45 anos, e o navegador Lourival Roldan, 58, foram os grandes campeões da categoria UTV. Depois de percorrer mais de 8 mil quilômetros entre a Argentina, o Paraguai e a Bolívia, a dupla cruzou a linha de chegada após 54h01min50. Foi a primeira vez que o país ficou com o título do Rally. Até então, o melhor resultado do Brasil havia sido em 2003, quando André Azevedo, guiando um caminhão, terminou na segunda colocação.
primeiros campeões da nova categoria. Mas a caminhada deles começou com muitos problemas, embora sempre tenham figurado na parte de cima da classificação. Porém, foi apenas depois da quinta especial, na Bolívia, que os brasileiros assumiram a primeira posição, onde se mantiveram até o final. “É fantástico, um sonho realizado”, admitiu Leandro Torres. “Disputamos o Dakar no ano passado para entender o nível de dificuldade. Estudamos e fomos mais agressivos neste ano. É muito bom ser o primeiro vencedor da categoria UTV”, continuou. Mas essa não foi a primeira grande vitória da vida de Leandro. O piloto, em 2005, passou 60 dias lutando contra a morte depois de contrair uma bactéria após passar por uma cirurgia de redução do estômago. Como pesava mais de 130 kg, o administrador buscou assistência médica para emagrecer, porém, os problemas no pós-operatório viraram sua vida de cabeça para baixo.
A UTV, que até a edição de 2016 era disputada ao lado dos carros padrões, foi desmembrada e virou uma nova categoria na última edição. A prova é disputada com veículos utilitários multitarefas, ou seja, modelos que se encaixam entre os quadriciclos e os carros. A parceria entre Lourival, ex-analista de sistemas, e Leandro, administrador, começou no ano passado, mas sem muito sucesso. Os dois chegaram a participar do Rally Dakar, mas longe de terminar nas primeiras posições. Porém, em 2017, foram mais ousados, souberam administrar o carro e fizeram história ao serem os
Rally Dakar | Brasil na história
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“A morte chegou muito perto de mim. Dois dias depois de operado, voltei para o hospital. A briga ficou entre minha cabeça e meu corpo. Tive que ficar focado, não perder a atenção, como no rali. Felizmente, consegui superar a morte e perdi 40 quilos. A gente tem que viver a vida e comecei a fazer as coisas que eu queria”, disse Leandro
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Depois de vencer a batalha contra a morte, Leandro estreou no Rally Dakar. Em 2007, disputou na categoria moto, mas sofreu um acidente, quebrou a clavícula e teve que abandonar o campeonato. Mais um baque. Passou ainda pelos carros, até migrar para a UTV em 2014 e começar a parceria com Lourival dois anos depois. E deu certo. Com a experiência de 32 anos no automobilismo, Lourival agregou sua capacidade de liderança com a gana pelas vitórias de Leandro. “Um cara de 45 anos de idade e outro com quase 60 vencerem uma prova tão difícil como essa é incrível”, admitiu o navegador. “Foi preciso muito esforço para isso acontecer. O brasileiro é um povo diferente. Toda vez que tenta, consegue. O sonho começou quando o UTV se tornou uma categoria. Deu certo e formamos a dupla. Foi a realização de um sonho”, ressaltou Lourival. Na opinião do navegador, a dupla conseguiu o título por conta do jeito agressivo de Leandro pilotar. Ele acredita que essa ousadia faltou no primeiro campeonato que disputaram juntos.
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Além de ter habilidade de pilotar rápido, saber dosar e tirar o pé do acelerador na hora correta para o motor não quebrar, ele teve uma proposta mais agressiva, o que é bom para o piloto.”
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A dupla agora vai se preparar ao longo do ano, disputar outros campeonatos e aprimorar a forma física para chegar na primeira semana de janeiro do ano que vem e buscar o bicampeonato da categoria.
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Classificação final do Rally Dakar: UTVs 1° – Leandro Torres / Lourival Roldan 54h01m50 2º – Wang Fujiang / Li Wei (Polaris) + 4h42m34 3º – Maganov Ravil / Kiril Shubin (Polaris) + 6h05m35 4º – Mao Ruijin / Sebastien Delaunay (Polaris) + 23h30m07 Carros 1º – Stephane Peterhansel / Jean Paul Cottret (Peugeot) 28h49m30 2º – Sebastien Loeb / Daniel Elena (Peugeot) + 5m13 3º – Cyril Despres / David Castera (Peugeot) +33m28 4º – Nani Roma / Alex Haro Bravo (Toyota) + 1h16m43 5º – Giniel De Villiers / Dirk Von Zitzewitz (Toyota) +1h49m48 18º – Sylvio de Barros / Rafael Capoani (MINI) + 8h13m47 Motos 1º – Sam Sunderland (KTM) 32h06m22 2° – Mathias Walkner (KTM) +32m 3º – Gerard Farres Guell (KTM) + 35m40 4º – Adrian Van Beveren (Yamaha) + 36m28 5º – Joan Barreda (Monster Energy Honda Team) + 43m08 59º – Richard Fliter (Honda) + 1h02m30
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