RECANTOS DA TERRA
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Americana-SP Janeiro/ fevereiro 2018
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Cerco fechado
Americana impõe multa pesada contra incêndio em matas Valor saltou de R$ 1,5 mil para R$ 15 mil para quem for flagrado ateando fogo; cidadão agora pode denunciar por foto ou vídeo
A luta contra a mortandade de gambás na Gruta
Aterro sanitário é destaque no noticiário nacional
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Sustentabilidade
Veja 6 exemplos de combustíveis sustentáveis que você já pode usar no seu carro Buscar por alternativas sustentáveis para abastecer o seu carro é uma atitude que ajuda a diminuir os poluentes eliminados Pensamento Verde
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uso de combustível sustentável já é uma realidade, e todos deveriam pensar na possibilidade de ter essas alternativas como forma de abastecer seu automóvel. Isso porque os combustíveis tradicionais, principalmente a gasolina, poluem e são produzidos por meio da extração do petróleo. Em outras palavras, podemos dizer que o uso de combustíveis tradicionais prejudica o meio ambiente de duas formas: por meio da extração de um bem natural e pelo aumento da poluição atmosférica e gases do efeito estufa. Por isso, buscar por alternativas sustentáveis para abastecer o seu carro é uma atitude que ajuda a diminuir os poluentes eliminados. Vale destacar, inclusive, que alguns desses combustíveis são inclusive mais eficientes que a gasolina. Quais combustíveis sustentáveis podem ser usados no seu carro? Eletricidade Os carros elétricos são uma ótima alternativa àqueles movidos a gasolina, pois tudo o que ele precisa para funcionar é de energia elétrica. Esse tipo de veículo resolve bem o problema da poluição, já que não emite carbono. Para carregar, basta conectar o carro a uma tomada convencional, igual fazemos com um celular.
Biocombustível São carros movidos por meio elementos naturais — como a cana de açúcar (mais popularmente utilizada), a mamona, a soja, a mandioca e o babaçu. Como utilizam produtos naturais e que são fáceis de repor, podendo ser produzidos em larga escala, são considerados uma alternativa interessante à gasolina. Os biocombustíveis emitem um pouco de poluentes, mas em escala bem menor que os combustíveis que utilizamos diariamente. Etanol celulósico Este pode ser considerado um tipo de biocombustível. No Brasil, ainda passa por adaptações para se tornar mais eficiente, mas já vem sendo considerado o etanol de segunda geração. É produzido por meio da quebra de fibras vegetais. É considerado ainda mais sustentável pois aproveita as folhas e o bagaço da cana, que sobrariam após a produção do etanol de primeira geração. Ou seja: além de produzir um combustível sustentável ainda ajuda na reutilização de algo que seria descartado. GNV Conhecido como Gás Natural Veicular, o GNV é uma alternativa sustentável aos combustíveis fósseis. Produzido a partir do metano, proporciona uma alta redução na
emissão de poluentes e pode ser instalado em qualquer veículo. Além disso, é uma opção mais em conta, tendo um preço mais baixo que a gasolina e o diesel. Ar comprimido É uma novidade na França, sendo produzido por uma única empresa e direcionado para carros menores que transportam até três pessoas. O ar é o combustível, que permite que o carro funcione e não há nenhuma emissão de gases poluentes.
Hidrogênio O hidrogênio também é uma alternativa de combustível sustentável e já existem veículos criados para funcionar a partir desse componente. A eletricidade motriz é produzida a partir do hidrogênio, permitindo que o carro se movimente normalmente. Outra vantagem está no fato da existência de grande quantidade desse componente na atmosfera terrestre, o que tornaria o combustível mais barato. Não há a emissão de gases poluentes. *www.pensamentoverde.com.br
EXPEDIENTE Edição e Texto: Paulo José San Martin e Anderson Barbosa | Diagramação: Skanner Projetos Gráficos | Redação: paulo.san@jornalrecantosdaterra.com.br - anderson@jornalrecantosdaterra.com.br Gestor de Anúncios: Geraldo Martins - (19) 9.8268.9110 - ge@jornalrecantosdaterra.com.br | Rua Indaiá, 411, Jd. Ipiranga Americana-SP - Fone: (19) 3601.8996
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Rua Índia
‘Amigos da Gruta’ luta contra a mortandade de gambás Segundo os membros da ONG, cerca de 10 animais morrem na via em 2017 vítimas de atropelamento
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ONG (Organização Não Governamental) Amigos da Gruta (referência à Gruta Dainese) de Americana luta contra a mortandade de gambás atropelados na Rua Índia, esquina com a Avenida Estados Unidos, no bairro Jardim São Roque. Segundo os membros da ONG, cerca de 10 animais morreram na via em 2017 vítimas de atropelamento. Um ofício foi encaminhado à Câmara e ao MP (Ministério Público) com o intuito de cobrar providências. De acordo com o presidente da ONG, Eduardo Coienca, a entidade busca conscientizar a população sobre a importância de preservar os animais da Gruta. “Realizamos um ato ecológico no qual instalamos placas de trânsito com a intenção de advertir os motoristas que a via é passagem
natural dos gambás. Esperamos também providências do poder público em relação ao assunto”, afirma Coienca. intertítulo Ele explica ainda que no ofício encaminhado à Câmara e ao MP, a ONG questiona a legalidade da rua. “A Prefeitura não deixou nenhum tipo de corredor ecológico no local. Também não sabemos se a Rua Índia foi aberta legalmente. Estamos levantando informações e realizando atividades para que a mortandade pare”, explica. Segundo Coienca, além dos gambás outros animais silvestres, como cobras, por exemplo, já foram encontradas mortas na via. “Temos que cuidar dos animais da Gruta. Trata-se de um Parque Natural Municipal que necessita ser preservado”.
ccz
Vigilância Sanitária começa aplicação de veneno para desratização A Vigilância Sanitária da Prefeitura de Americana aplicou veneno para desratização dos roedores que estão aglomerados embaixo da árvore localizada na Rua Ítalo Boschiero, próximo ao Terminal Rodoviário Francisco Luiz Bendilatti, no Bairro Campo Limpo. A Vigilância, que trabalha por meio do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), foi até o local para verificar qual procedimento iria ser adotado para conter a infestação dos ratos e então, foi solicitada a compra de três tipos de venenos: pó, granulado e parafina. Por conta das chuvas nos últimos dias, foi escolhida a aplicação do veneno de parafina e o Centro vai realizar visitas semanais, para monitoramento e avaliação sobre o consumo do raticida e resposta sobre a atuação do produto. De acordo com o CCZ, este processo é gradual, já que biologicamente há dificuldades para o extermínio, pois a colônia está
estruturada numa hierarquia, primeiramente os ratos periféricos é que irão comer o raticida, depois os chamados “ratos-alfa” é que terão acesso, esses ratos vivem apenas no interior do abrigo. A Vigilância Sanitária orienta aos munícipes evitarem a passagem próxima ao local em função do veneno e dos ratos. CONTÊINER Dois contêineres foram doados pela MB, empresa responsável pela coleta de lixos em Americana, para que os lixos sejam depositados.
Placas informam motoristas sobre passagem dos animais
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Projeto alterado
Americana fecha o cerco contra incêndio em matas Com alteração do projeto de Lei 174, multa para quem for flagrado ateando fogo aumenta de R$ 1,5 mil para R$ 15 mil
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mericana fecha o cerco contra queimadas criminosas em matas e áreas de preservação do município. Projeto de Lei de autoria da Comissão de Estudos e Acompanhamento para a Despoluição da Represa de Salto Grande, que aumenta de R$ 1,5 mil para R$ 15 mil a multa de quem for flagrado ateando fogo, foi aprovado por unanimidade dos votos em segunda discussão e segue para ser sancionado pelo prefeito Omar Najar (MDB). Além de aumentar a punição, agora a população poderá contribuir na fiscalização. O projeto prevê ainda a chamada “Denúncia Cidadã”, na qual qualquer pessoa poderá fotografar ou filmar um infrator e, posteriormente, encaminhar para o GPA (Grupo de Proteção Ambiental) da Gama (Guarda Municipal de Americana), responsável pela autuação, com total anonimato. Entre 2016 e 2017 foram 376 ocorrências de queimadas no município e apenas 95 foram transformadas em multas, segundo informações da Secretaria de Meio Ambiente.
Para a presidente da comissão, vereadora Maria Giovana Fortunato (PC do B), o projeto tem potencial para ser apresentado em outras cidades da RMC (Região Metropolitana). “Nossa comissão já percorreu diversas cidades da região e nossa intenção é divulgar ao máximo esse projeto. Queimadas são recorrentes em Americana e acredito que em toda nossa região e projetos como esse vem ao encontro de ações de educação e informação”, argumenta. Já o relator da comissão, vereador Rafael Macris (PSDB), o projeto traz maior rigidez ao infrator. “Esse projeto visa coibir e punir os responsáveis por essas queimadas que são prejudiciais a todos. Precisamos ter uma penas mais rígida e o apoio da população para realizar as denúncias junto aos órgãos competentes”, afirma o parlamentar. A comissão é composta também pelos vereadores Guilherme Tiosso (PRP), Juninho Dias (MDB), Thiago Martins (PV), Gualter Amado (PRB), Professor Padre Sérgio (PT) e Vagner Malheiros (PDT).
Principais mudanças no projeto 174/2017 Art. 1º - O artigo 4º da Lei Municipal nº 3.812, de 28 de abril de 2003, passa a vigorar com a seguinte redação: “Art. 4º Ficam estabelecidas as seguintes multas para as infrações previstas no artigo anterior: III – infração prevista no inciso III: multa de R$ 15.000,00 (quinze mil reais); 4º - O auto de infração poderá ser lavrado mediante a apresentação de fotos, vídeos ou outro meio de prova complementar capaz de identificar o infrator, registradas e apresentadas pelo seu respectivo autor, o qual assumirá a condição de denunciante e terá seu sigilo preservado, se assim por ele solicitado”.
Barulho
Gama intensifica fiscalização de poluição sonora A Gama (Guarda Municipal de Americana) tem intensificado a fiscalização de poluição sonora provocada por estabelecimentos comerciais, imóveis particulares ou veículos neste município, principalmente com as equipes do GPA (Grupo de Proteção Ambiental). A ação está embasada nas leis municipais 5.907/2016 e 6.062/2017, além da NBR 10.151 da ABNT. No caso dos veículos, se estiver em vias públicas, com emissão de som acima do limite permitido, a multa é de R$195, além de cinco pontos na CNH (Carteira Nacio-
nal de Habilitação). Quando o veículo está em local particular e os decibéis ultrapassam os limites previstos nas legislações, a multa é de R$1.000 para o condutor. Nos casos de reincidência, a multa dobra e o veículo é apreendido. Já quando a perturbação do sossego público acontece por som que ultrapasse os limites estabelecidos em logradouros públicos, estabelecimentos comerciais ou área particular, a multa é de 30 (trinta) UFESP – Unidade Fiscal do Estado de São Paulo, que equivale a R$ 770.
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Rescaldo negativo
Incêndios florestais: impactos ambientais e econômicos Alexandre França Tetto, especialista em prevenção e combate a incêndios florestais, explica os impactos causados pelos incêndios Pensamento Verde
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s incêndios florestais têm se tornado cada vez mais corriqueiros, não só no Brasil, mas em diversos países do mundo. Recentemente, incêndios de grandes proporções atingiram países como Portugal, Espanha, Canadá, EUA, entre outros. Além do enorme impacto ambiental causado por este tipo de desastre, existe a questão socioeconômica envolvida, já que diversas famílias próximas ao local do incêndio abandonam seus lares e a região por muitas vezes demora anos para retomar a sua normalidade econômica.
No Brasil, tivemos casos recentes de grandes incêndios. Alguns locais foram praticamente devastados, os principais foram: no Horto Florestal em Campos do Jordão, Parque Nacional da Chapada Diamantina na Bahia, Parque Nacional da Serra Bocaína na divisa entre São Paulo e o Rio de Janeiro e na Chapada dos Veadeiros em Goiás. Esses são apenas alguns exemplos dos diversos incêndios que ocorrem em nosso país. Para melhor compreender esse tema que causa tanta preocupação, principalmente em países como o Brasil, em que as floretas e matas são tão abundantes e o clima seco em muitas regiões, convi-Ü
06 dei o professor Dr. Alexandre França Tetto, especialista em prevenção e combate a incêndios florestais, mestre e doutor em Conservação da natureza, além de ter atuado na Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Estado do Paraná, no SENAR-PR e também como consultor. Ele ainda elaborou projetos e laudos para o Governo do Estado do Paraná, INCRA, IICA, poder judiciário e empresas privadas. Atualmente leciona as disciplinas de Incêndios Florestais, Climatologia, Meteorologia Florestal e Manejo de Áreas Silvestres na Universidade Federal do Paraná, veja abaixo como foi o nosso bate-papo:
RECANTOS DA TERRA causa dos incêndios florestais, isso significa que a grande maioria desses desastres poderiam ser evitados? Teoricamente, sim. O que falta é prioridade e planejamento em ações de prevenção aos incêndios florestais.
Por que ocorrem tantos incêndios florestais no planeta? Os incêndios ocorrem sobretudo em função da mudança do uso do solo, com o aumento de áreas de culturas agrícolas, cultivos florestais ou pecuária, que possuem material combustível predominantemente fino e em quantidade, que facilitam o início e propagação dos incêndios, além da presença humana, que é responsável pelo início da grande maioria dos incêndios.
Em regiões com maior propensão a incêndios florestais, existe algum tipo de vegetação/biodiversidade que possa auxiliar na prevenção contra os incêndios? Para que o fogo exista, há necessidade de três elementos: calor, material combustível e oxigênio. Se eliminarmos um ou mais destes elementos, reduzimos ou extinguimos o fogo. Neste sentido, uma das técnicas de prevenção diz respeito à alteração da vegetação por meio da implantação de cortinas de segurança (vegetação menos inflamável daquela que se quer proteger). Cabe destacar, que para cada local/condição haverá uma composição vegetacional mais indicada, no caso da cortina de segurança, ou a opção de outras alternativas de prevenção, como: educação/sensibilização ambiental, construção de aceiros, queima controlada, entre outras.
Diversas pesquisas apontam a ação humana como a principal
Na sua opinião o Brasil está preparado para combater incêndios
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florestais? Existe algum estado que pode ser citado como caso de sucesso? Para entender o contexto atual, destaco um fato histórico que foi o incêndio de 1963, no estado do Paraná. Este incêndio, considerado como um dos maiores no mundo em extensão, queimou 2 milhões de hectares, destruiu 8.000 imóveis entre casas, galpões e silos, deixou aproximadamente 5.700 famílias de trabalhadores rurais desabrigados e causou a morte de 110 pessoas. Naquela época, o corpo de bombeiros do estado recebeu treinamento do Serviço Florestal Americano, que o repassou, ao longo dos anos seguintes, aos demais grupamentos do Brasil. Em função disso, os bombeiros possuem uma boa capacitação para o combate aos incêndios florestais. O mesmo ocorre nas empresas florestais, que frequentemente realizam treinamentos/ capacitações para os seus funcionários. O desafio está em aperfeiçoarmos a prevenção e o combate em unidades de conservação, em função da falta de recursos humanos e de ferramentas ou equipamentos para combate. Percebe-se uma demora elevada na tomada de decisão no combate ao fogo pelas instituições públicas, seja em âmbito Federal ou Estadual, por que isso ainda ocorre? As ações de prevenção e combate devem ser realizadas anualmente em função da estação normal de perigo de incêndios. Como existem picos de ocorrência de incêndios, a cada 3 a 5 anos, por exemplo, não há uma continuidade dessas ações, o que compromete a efetividade do sistema de proteção. Além disso, o impacto causado pelos incêndios, principalmente em unidades de conservação, não é uma prioridade do governo. Uma floresta que sofre com um incêndio de grandes proporções, demora quanto tempo para recu-
perar-se em sua plenitude? O efeito do fogo sobre uma formação florestal dependerá das suas características. O cerrado, por exemplo, é considerado uma vegetação dependente do fogo, ou seja, a sua evolução está relacionada e condicionada à presença do fogo, que ocorre regularmente. Por isso, neste ambiente é recomendado o manejo do fogo, que acaba por resultar em benefícios ao ambiente, como o surgimento de flores poucos dias após a passagem do fogo. No outro extremo está a Floresta Ombrófila Densa (floresta atlântica), que além de não possuir adaptações vegetativas ao fogo, possui condições que dificultam a sua ocorrência e propagação, como: menor temperatura, maior umidade relativa do ar e menor velocidade do vento. A população, principalmente em locais com propensão a incêndios florestais, é orientada quanto a gravidade do tema? Existe engajamento das empresas privadas com o assunto? São campanhas pontuais que vêm sendo realizadas pelos governos, geralmente por técnico preocupado com o tema. Em empresas florestais, a preocupação já é mais continuada, sobretudo nas áreas de entorno dos cultivos florestais. Possui algum recado/alerta que gostaria de deixar aos leitores sobre o tema incêndios florestais? É preciso se atuar mais na prevenção dos incêndios florestais e no seu planejamento. A utilização de um registro de ocorrência de incêndios, que nos possibilita uma análise histórica de ocorrências, fornece subsídio e nos indica onde, quando e de que forma concentrar esforços, já que os recursos são finitos. Além disso, o uso de um índice de perigo de incêndios é fundamental, por indicar as medidas preventivas a serem adotados, o comportamento do fogo esperado e a dificuldade de supressão do incêndio. *www.pensamentoverde.com.br
Praia dos Namorados
Obras dentro do cronograma As obras de revitalização da orla da Praia dos Namorados seguem dentro do cronograma, com previsão de término no próximo mês de junho. O secretário municipal de Cultura e Turismo, Fernando Giuliani, esteve no local vistoriando o andamento dos trabalhos, agora, com a execução de guias, bocas de lobo e das caixas para tubulação da iluminação. Na sequência, 500 metros de calçadas faltantes serão finalizados. Os serviços são realizados pela empresa Baseplan, contratada
para realização da obra que tem investimento de R$ 2.775.849,14 em recursos do Ministério do Turismo. Além disso, equipe da Prefeitura de Americana também executa obras de bocas de lobo em outro ponto da Rua José Ferreira Coelho, local das intervenções. A revitalização da orla conta ainda com ciclovia, que já foi finalizada; implantação de lombofaixas, com algumas implantadas e restando seis para a finalização; recapeamento; iluminação; paisagismo; implantação de bancos e lixeiras.
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Tema nacional
Aterro de Americana é destaque negativo no Estadão Jornal paulista lembra que a construção do aterro é alvo de ações judiciais e de um inquérito civil no MP
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mericana iniciou o ano de forma negativa na imprensa nacional: o aterro sanitário da Engep – já em pleno funcionamento na região do Pós-Represa – foi alvo de matéria do diário “O Estado de São Paulo”, jornal de circulação nacional. Com título “Aterro de Americana recebe licença em área de aeroporto”, o periódico questiona a implantação de um aterro próximo ao Aeródromo Municipal Augusto de Oliveira Salvação. Além disso, o jornal faz um paralelo em relação ao funcionamento do aterro em uma área de preservação, próximo a Represa de Salto Grande. “A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) autorizou a construção e operação de um aterro sanitário em distância inferior à permitida pela legislação de segurança do tráfego aéreo, no interior de São Paulo. O aterro construído pela Engep - Engenharia e Pavimentação Ltda, no município de Americana, está a 8,5 km do Aeródromo Municipal Augusto de Oliveira Salvação. A Lei 12.725/2012, do governo federal, instituiu a Área de Segurança Aeroportuária (ASA), definindo uma distância de 20 km a partir do centro geométrico da pista do aeródromo, em que a ocupação está sujeita a restrições especiais para a segurança dos aviões. Em um raio de até 10 km, são proibidas atividades como aterro sanitário, que tem alto potencial para atração de fauna, como os urubus”, afirma a reportagem.
Em outro trecho, o jornal paulista lembra que a construção do aterro é alvo de ações judiciais e de um inquérito civil. “O processo de licenciamento do aterro de Americana, construído no entorno da Represa de Salto Grande, é alvo de duas ações judiciais e de um inquérito civil público no Ministério Público Estadual. O Grupo de Atuação Especial do Meio Ambiente (Gaema) apura se as licenças dadas pela Cetesb estão de acordo com a legislação. Conforme o Gaema, como algumas leis foram alteradas no curso do processo, será analisado se as exigências feitas pela Cetesb são compatíveis com o risco do empreendimento para o tráfego aéreo e o meio ambiente”, diz. Ao periódico, Prefeitura de Americana respondeu que “ter o aterro no próprio município implica em economia no tempo e nos custos do transporte”. O Estado também entrou em contato com a assessoria de imprensa da Engep, que informou ter enviado os questionamentos feitos pela reportagem à diretoria, mas preferiu não se manifestar. Confira matéria completa no link: http://sustentabilidade.estadao.com. br/noticias/geral,aterro-em-americana-recebe-licenca-em-area-de-aeroporto,70002171835
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Recuperação
Saiba como foi feita a despoluição do Rio Sena e como pode ajudar os rios brasileiros Rio Sena é considerado o mais importante da França e, na década de 1960, ele foi considerado biologicamente morto
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lguns rios se encontram em estados tão extremos de poluição que parecem ser impossíveis de recuperar. Felizmente, porém, nada é impossível por meio da tecnologia, conscientização e projetos que visam a despoluição de um rio que aparentemente está condenado. Um bom exemplo dessa situação aconteceu com o Rio Sena. O Rio Sena é considerado o mais importante da França e, na década de 1960, ele foi considerado biologicamente morto. A partir de então, ele foi incluído em uma série de leis de proteção ambiental e em projetos nos quais foram investidos milhões de euros ao longo dos anos. No geral, as ações consistiam em formas de recuperar o ecossistema do rio e na criação de esta-
ções de tratamento. Atualmente, estudiosos de todo o mundo constatam o que os franceses já esperavam: o rio foi despoluído e está vivo! A água é cristalina e há uma variedade de peixes e outros seres vivos, sendo que o rio é seguro até mesmo para a presença de humanos autorizados. Levou algumas décadas, mas hoje em dia o Rio Sena pode ser visto novamente como um cartão-postal de Paris, além de um membro essencial para o ecossistema francês. Sim! Na verdade, a recuperação do Rio Sena deve servir como inspiração. Em 2013, foi assinado um acordo de cooperação entre o governo francês e o de São Paulo, que pretende aplicar no rio Tietê até 50 iniciativas similares às usa-
das no Sena. Considerado o mais poluído do Brasil e destaque entre os rios mais poluídos do mundo, o Tietê apresenta uma situação tão preocupante que apenas seres vivos que não precisam de oxigênio, como bactérias e fungos, conseguem sobreviver no local. Outras iniciativas e soluções também estão sendo buscadas por empresas e organizações brasileiras. A tecnologia despoluidora The Water Cleanser, da Austrália, já vem sendo testada em rios brasileiros, e pode ajudar muito em breve. Ainda assim, o processo de recuperação é muito demorado. O Brasil é um dos países com o maior índice de poluição de água no mundo todo, o que é especialmente assustador considerando que também possuímos uma das maiores reservas de água doce do planeta. Esse problema surge tanto da falta de conscientização da população, que joga dejetos nos
mais diversos rios, como da falta de tratamento básico de esgoto na maioria dos municípios. Em outras palavras, podemos dizer que a despoluição de rios brasileiros é possível, mas apenas com esforços conjuntos de diferentes esferas — o que inclui o âmbito governamental e o social. No primeiro caso, é preciso usar tecnologias, projetos e iniciativas aprovadas e eficazes em outros países, adaptadas para a realidade brasileira. Além disso, são necessárias campanhas de conscientização da população. Por parte dos cidadãos, é fundamental que todos devem realmente seguir as orientações e evitar todo tipo de ação que cause poluição. Por mais que a falta de saneamento básico seja um dos principais causadores deste problema, nenhuma ação será muito eficiente se as pessoas continuarem com o hábito destrutivo de jogar lixo em rios.