ALÉM DO COMUM
AGOSTO DE 2014
LOUCOS DE PEDRA
POR DENTRO DO CANYONING FREESTYLE
A MAIOR B A L A DA DO MUNDO SAÍMOS EM TURNÊ COM SKRILLEX
ASFALTO QUENTE
AS CORRIDAS DE ARRANCADA NOS ESTADOS UNIDOS
SENHOR
SIN CITY CRIMES, PECADOS, MULHERES E MUITA AÇÃO ROBE RT RODRIGU E Z REVELA OS SEGREDOS DO FILME MAIS COOL DO ANO
O MUNDO DE RED BULL
38 ARRANCADA!
Carros tunados em uma disputa de pura aceleração. Conheça as corridas de drag
BEM-VINDO! Sobre o filme Sin City: A Cidade do Pecado, de 2005, Robert Rodriguez diz: “Segurei muito a mão e não fiz tudo o que queria fazer porque fiquei com medo de assustar os espectadores”. Quanto ao segundo filme da série, Sin City 2: A Dama Fatal, que reúne nomes como Jessica Alba, Eva Green, Josh Brolin e Mickey Rourke, ele foi mais fundo: “Agora mergulhei sem medo no mundo de Frank Miller”. Estas palavras foram ditas na entrevista exclusiva que ele nos concedeu em seu estúdio, no Texas, entre uma cadeira elétrica e um confessionário. Com tanta paixão de um dos diretores mais originais dos EUA, podemos nos preparar para entrar num mundo bem sinistro no filme que chega aos cinemas em agosto. Esperamos que você goste! 4
“ Ela ama os macacos.” KERI RUSSELL, PÁG. 36
AGOSTO DE 2014
NESTA EDIÇÃO BULLEVARD
26
12 Fotos artísticas, selfies e as curiosidades sobre o mundo da fotografia
DESTAQUES 26 Robert Rodriguez
ROBERT RODRIGUEZ
Desvendamos tudo o que está por trás da sequência de Sin City
MICHAEL MULLER (COVER), DAVID HARRY STEWART, JPHN RUSSO, JOZEF KUBICA, BEN RAYNER, GETTY IMAGES, NATHAN GALLAGHER
Fomos ao estúdio do diretor que levou o mundo de Sin City às salas de cinema
34 Marina Diniz
64
A bela DJ paulista fala sobre sucessos das pistas e festas inesquecíveis
36 Planeta dos Macacos
Conversamos com dois atores da nova superprodução de Hollywood
38 Corridas de arrancada Uma das competições de carro mais alucinantes do planeta
52 Canyoning freestyle
52 CANYONING FREESTYLE
Pular de backflip de cima de uma cachoeira e cair numa área rasa rodeada de pedras pontudas? Sim, é isso mesmo
12
BULLEVARD: FOTOGRAFIA
Das máquinas antigas ao louco mundo das selfies: bem-vindo ao universo fotográfico THE RED BULLETIN
Sim, existe um cara que criou um esporte para quem é louco
SKRILLEX
Viajamos com um dos grandes mestres da música eletrônica atual e descobrimos seus segredos nos bastidores
78
EM FORMA
Para garantir o bom desempenho no críquete, no qual as partidas podem durar várias horas, Stuart Broad treina muito
60 Rei do tempo
Conheça o austríaco que domina os concertos com seu ritmo perfeito
64 Skrillex
O grande mestre da EDM
AÇÃO! 74 75 76 78 79 80 81 82 84 86
MALAS PRONTAS Macau MINHA CIDADE Seattle MEU EQUIPO Off-road EM FORMA Stuart Broad RELÓGIOS Mergulhe com o melhor BALADA La Santanera, no México MÚSICA 50 Cent abre o jogo GAMES Destiny, dos criadores de Halo NA AGENDA As pedidas de agosto MOMENTO MÁGIC0 Golfe na areia
5
EM CAUSA PRÓPRIA
Grande performance O Red Bulletin on-line aposta em histórias com imagens marcantes
A
mamos os pioneiros, os que incomodam, os que nadam contra a corrente. Os que primeiro são ridicularizados e acabam tornando-se heróis. Pessoas fascinantes que vivem para ir além dos limites... Vivemos com eles aventuras que nos levam aos recantos mais longínquos do planeta. Temos conversas arrepiantes. Estamos a seu lado quando realizam aquilo que até então era considerado impossível. Uma boa reportagem, uma boa entrevista, uma boa história te dão um impulso. Uma história extraordinária te dá asas. O Red Bulletin inspira os leitores com imagens de tirar o fôlego e textos brilhantes − agora também em nossa nova versão on-line, completamente renovada, com matérias que podem ser visualizadas na mais alta qualidade em qualquer lugar e em qualquer tipo de dispositivo. Com o www.redbulletin.com ampliamos os conteúdos de nossa revista com ainda mais fotos, vídeos e histórias únicas em formatos multimídia especiais. Novidades diárias, a toda hora, com aquela dose extra de energia que torna a vida mais divertida.
C O N T E Ú D O E XC LU S I VO / M A I S F O T O S / V Í D E O S / M U LT I M Í D I A 6
THE RED BULLETIN
Uma boa história te dá um impulso, uma história extraordinária te dá asas. O Red Bulletin continua inspirando. Agora com ainda mais força digital.
Uma história, quatro telas, uma missão
Todo o conteúdo do www.redbulletin.com é fornecido na resolução ideal para cada dispositivo, garantindo uma visualização perfeita em qualquer situação e entretenimento sem limites. O Red Bulletin significa jornalismo digital com técnica de última geração.
FIQUE POR DE NTRO DAS NOVI DADE S E M WWW. RE DBULLETI N.COM THE RED BULLETIN
7
2014,
NOSSO TIME QUEM COLABOROU NESTA EDIÇÃO “Nas corridas de drag não tem dinheiro nem grandes patrocínios, só diversão.” David Harry Stewart, pág. 38
MICHAEL MULLER
DAVID HARRY STEWART
Skrillex talvez seja um dos maiores DJs do mundo, e a sua super turnê, chamada Mothership Tour, tem muitas surpresas. “Como ele é uma estrela muito jovem, imaginei que seria só sexo, drogas e balada”, conta o jornalista Cole Louison, que viajou com Skrillex em três paradas da turnê nos EUA. “Mas, no final das contas, ele e a cena que ele comanda são diferentes. São pessoas animadas e felizes. São uns nerds descolados. Todos arrumados em um estilo único.” Veja o resultado a partir da página 64.
O premiado fotógrafo David Harry Stewart costuma trabalhar com moda e tecnologia e viaja o mundo trabalhando para publicações como The New York Times. Mas ele tem também uma paixão pelos esportes de motor. “Tem algo sensual nisso”, ele diz. “É uma coisa tóxica no barulho, na fumaça e na aceleração. Nas corridas de drag não tem dinheiro nem grandes patrocínios. É pura diversão. Existe um espírito de comunidade, paixão e adrenalina que é demais”. Confira tudo a partir da página 38.
MAKING OF
Direto das sombras
fernando.g… • 16.06.2014, 21:04 Uhr Waiting translation
PELO MUNDO
BEYOND THE ORDINARY
LIVE BETTER A DAY IN THE LIFE IN 2030
DRAG SHOW
T H E FA S T AND THE FURIOUS
CHRISTIAN BALE
TOP
“ I H AV E M Y LIMITS”
FORM
IA N WA L SH A ND THE FUTURE OF TRAINING
0814Cover-US_Walsh_Sale [P];22_View.indd 1
$4.50 US & Canada 08 August 14
O veterano Michael Muller já tinha feito fotos de Robert Rodriguez antes, nos arredores de um hotel sem graça. Desta vez a coisa foi diferente: 21:04 Uhr Michael encontrou o diretor nos estúdios Troublemaker, em Austin, no Texas. “Eu já tinha ouvido falar bastante do estúdio onde ele cria seus filmes de forma totalmente independente. Estava ansioso pra conhecer”, diz o fotógrafo. “Fazer as coisas do seu próprio jeito é sempre mais excitante.” Veja o diretor de Sin City do outro lado das câmeras a partir da página 26.
COLE LOUISON
AUGUST 2014 $4.50
16.06.14 16:10
O Red Bulletin é publicado em 11 países. Acima, a capa de agosto da edição dos EUA
Atmosfera noir nos estúdios Troublemaker
Para as fotos que fizemos com Robert Rodriguez, o fotógrafo Michael Muller aterrissou numa noite escura e chuvosa, repleta de trovoadas, em Austin, no Texas. “Passava das 11h30 da noite e os raios do lado de fora do avião pareciam luzes de discoteca”, ele diz. “Tinha que ficar com a minha cabeça virada para frente, se ficasse olhando pela janelinha ia enlouquecer.” Todo mundo pousou são e salvo – e mais do que inspirados para as fotos sombrias com o diretor de Sin City 2: A Dama Fatal.
8
THE RED BULLETIN
Diretor de Redação Robert Sperl Redator-Chefe Alexander Macheck Editor de Generalidades Boro Petric
THE RED BULLETIN Brasil, ISSN 2308-5940 Editor Brasil Fernando Gueiros Revisão Judith Mutici, Manrico Patta Neto Venda de Anúncios Marcio Sales: (11) 3894-0207, contato@hands.com.br Redação Av. Brig. Faria Lima, 1826, sala 709 – São Paulo/SP Contato fernando.gueiros@br.redbull.com
Diretor de Criação Erik Turek Diretor de Arte e de Criação Adjunto Kasimir Reimann
Diretor de Arte Miles English Diretor de Fotografia Fritz Schuster
Editora Executiva Marion Wildmann Editor Geral Daniel Kudernatsch Editores Stefan Wagner (Editor-Chefe), Werner Jessner (Chefe de Redação), Lisa Blazek, Ulrich Corazza, Arek Piatek, Andreas Rottenschlager Colaboradores Muhamed Beganovic, Georg Eckelsberger, Sophie Haslinger, Holger Potye, Clemens Stachel, Manon Steiner, Raffael Fritz, Marianne Minar, Martina Powell, Mara Simperler, Lukas Wagner, Florian Wörgötter Editores de Arte Martina de Carvalho-Hutter, Silvia Druml, Kevin Goll, Carita Najewitz, Esther Straganz Editores de Fotografia Susie Forman (Diretora de Fotografia), Rudi Übelhör (Diretor de Fotografia Adjunto), Marion Batty, Eva Kerschbaum
Ilustrador Dietmar Kainrath Diretor Editorial Franz Renkin Anúncios Internacional Patrick Stepanian Gestão de Anúncios Sabrina Schneider Marketing & Gerência de Países Stefan Ebner (Diretor), Manuel Otto, Elisabeth Salcher, Lukas Scharmbacher, Sara Varming Gerente de Produção Michael Bergmeister Produção Wolfgang Stecher (Diretor), Walter O. Sádaba, Matthias Zimmermann (App) Impressão Clemens Ragotzky (Diretor), Karsten Lehmann, Josef Mühlbacher Assinaturas e Distribuição Mag. Klaus Pleninger (Vendas), Mag. Peter Schiffer (Assinaturas), Nicole Glaser (Marketing de Vendas), Alexandra Ita (Marketing de Assinaturas), Yoldas Yarar (Marketing de Assinaturas)
Gerente Geral e Publisher Wolfgang Winter Produção de Mídia Red Bull Media House GmbH Oberst-Lepperdinger-Straße 11–15, A-5071 Wals bei Salzburg Tribunal de registro de empresas: Tribunal de justiça de Salzburgo; Número de registro: FN 297115i; UID: ATU63611700
Diretores Executivos Christopher Reindl, Andreas Gall
10
THE RED BULLETIN África do Sul, ISSN 2079-4282 Editor África do Sul Angus Powers Editores Nancy James (Subeditora-Chefe), Joe Curran (Subeditor-Chefe Adjunto) Venda de Anúncios Andrew Gillett: +27 (0) 83 412 8008, andrew.gillett@za.redbull.com Impressão CTP Printers, Duminy Street, Parow-East, Cidade do Cabo 8000 Assinaturas Preço da assinatura: ZAR 228,00; 12 edições/ano www.getredbulletin.com, subs@za.redbull.com Redação Black River Park North, 2 Fir Street, Observatory, 7925 8005 +27 (0) 21 486 8000
THE RED BULLETIN Alemanha, ISSN 2079-4258 Editor Alemanha Andreas Rottenschlager Revisão Hans Fleißner Venda de Anúncios Martin Olesch: anzeigen@at.redbulletin.com Assinaturas Preço da assinatura: EUR 25,90; 12 edições/ano www.getredbulletin.com, abo@de.redbulletin.com
THE RED BULLETIN Áustria, ISSN 1995-8838 Editor Áustria Ulrich Corazza Revisão Hans Fleißner Venda de Anúncios Alfred Vrej Minassian (Diretor), Thomas Hutterer, Romana Müller: anzeigen@at.redbulletin.com Impressão Prinovis Ltd. & Co. KG, D-90471 Nuremberg Assinaturas Preço da assinatura: EUR 25,90; 12 edições/ano www.getredbulletin.com, abo@redbulletin.at Contato redaktion@at.redbulletin.com
THE RED BULLETIN USA Estados Unidos, ISSN 2308-586X Diretor de Publicação Nicholas Pavach Editor EUA Andreas Tzortzis Editora Adjunta Ann Donahue Revisão David Caplan Venda de Anúncios Dave Szych: dave.szych@us.redbull.com Impressão Brown Printing Company, 668 Gravel Pike, East Greenville, PA 18041, www.bpc.com Assinaturas www.getredbulletin.com, subscriptions@redbulletin.com, Preço da assinatura: US$29,95; 12 edições/ano Redação 1740 Stewart St., Santa Monica, CA 90404 Contato 888-714-7317; customerservice@redbulletinservice.com
THE RED BULLETIN França, ISSN 2225-4722 Editor França Pierre Henri Camy Assistente de Redação Christine Vitel Tradução e Revisão Susanne & Frédéric Fortas, Ioris Queyroi, Christine Vitel, Gwendolyn de Vries Gerente de Canal Charlotte Le Henanff Venda de Anúncios Cathy Martin: 07 61 87 31 15, cathy.martin@fr.redbulletin.com Impressão Prinovis Ltd. & Co. KG, 90471 Nuremberg Redação 12 rue du Mail, 75002 Paris; fone: 01 40 13 57 00
THE RED BULLETIN Irlanda, 2308-5851 Editor Irlanda Paul Wilson Editora Associada Ruth Morgan Editor de Música Florian Obkircher Subeditora-Chefe Nancy James Subeditor-Chefe Adjunto Joe Curran Venda de Anúncios Deirdre Hughes: 00 353 862488504, redbulletin@richmondmarketing.com Impressão Prinovis Ltd & Co KG, 90471 Nuremberg Redação Richmond Marketing, 1st Floor Harmony Court, Harmony Row, Dublin 2, Irlanda; +35 386 8277993
THE RED BULLETIN México, ISSN 2308-5924 Editor México Alejandro García Williams Editores Pablo Nicolás Caldarola (Editor Adjunto), Gerardo Álvarez del Castillo, José Armando Aguilar Revisão Alma Rosa Guerrero, Inma Sánchez Trejo Venda de Anúncios +5255 5357 7024, redbulletin@mx.redbull.com Assinaturas MXP 270,00; 12 edições/ano Impressão R.R. Donnelley de México, S. de R.L. de C.V. (R.R. DONNELLEY) Av. Central no. 235, Zona Industrial Valle de Oro San Juan del Río, Querétaro, CP 76802 Editor Responsável Rodrigo Xoconostle Waye
THE RED BULLETIN Nova Zelândia, ISSN 2079-4274 Editor Nova Zelândia Robert Tighe Editores Nancy James (Subeditora-Chefe), Joe Curran (Subeditor-Chefe Adjunto) Venda de Anúncios Brad Morgan: brad.morgan@nz.redbull.com Impressão PMP Print, 30 Birmingham Drive, Riccarton, 8024 Christchurch Assinaturas Preço da assinatura: NZD 45,00; 12 edições/ano www.getredbulletin.com, subs@nz.redbulletin.com Redação 27 Mackelvie Street, Grey Lynn, Auckland 1021 +64 (0) 9 551 6180
THE RED BULLETIN Reino Unido, 2308-5894 Editor Reino Unido Paul Wilson Editores Florian Obkircher, Ruth Morgan, Nancy James (Subeditora-Chefe), Joe Curran (Subeditor-Chefe Adjunto) Venda de Anúncios Georgia Howie +44 (0) 203 117 2000, georgia.howie@uk.redbulletin.com Impressão Prinovis Ltd. & Co. KG, 90471 Nuremberg Redação 155-171 Tooley Street, Londres SE1 2JP, +44 (0) 20 3117 2100
THE RED BULLETIN Suíça, ISSN 2308-5886 Editor Suíça Arek Piatek Gerente Suíça Antonio Gasser, Melissa Burkart Revisão Hans Fleißner Venda de Anúncios Mediabox AG, Zurique: contact@mediabox.ch Assinatura Preço da assinatura CHF 19,00; 12 edições/ano www.getredbulletin.com, abo@ch.redbulletin.com
THE RED BULLETIN
FOTOS ARTÍSTICAS. HÁ 75 ANOS, SURGIA A PRIMA RICA DA FOTO COMUM. HOJE, JOVENS FOTÓGR AFOS DO MUNDO INTEIRO REINVENTAM A FOTO ARTÍSTICA O TEMPO TODO. NÓS MOSTRAMOS COMO
12
REN HANG
Fred Murray
BULLEVARD
JENNY ODELL
THE RED BULLETIN
15
BULLEVARD
SAMO VIDIC
17
BULLEVARD
DAVE LEHL
MAXIME BALLESTEROS
19
BULLEVARD
EVA STENRAM
20
THE RED BULLETIN
Paulo Calisto
BULLEVARD
FOTÓGRAFOS E ARTISTAS
O que eles dizem sobre o próprio trabalho
FOTOS INACREDITÁVEIS Tem foto para todos os gostos, não é? As agências de publicidade produzem mais e mais, pois nunca sabem quando e qual foto irão precisar no futuro. Mas quem publicaria essas maluquices? Ninguém, exceto a gente
REN HANG
FRED MURRAY
“Não consigo explicar minha foto. Ela não tem sequer um título.” Mas como é o nome da mocinha?
“A altura era gigantesca e estava ventando. Era arriscado. Mas Danny MacAskill resistiu bravamente.”
JENNY ODELL
SAMO VIDIC
Sobre suas fotos artísticas baseadas no Google Maps: “Minha favorita se chama ‘The Bean’ em Chicago”.
“Eu gosto muito de lama e sujeira. Infelizmente minha câmera não gosta tanto quanto eu.”
Abacaxi anônimo? Kim Dotcom luta contra Lenhadores são amigos dos homens? uma fruta ninja? Não sabemos! Mistério! Cachorros odeiam árvores?
Felix Baumgartner num encontro com a eguinha pocotó em um lixão.
DAVE LEHL “A foto diz: ‘Não seja passivo na vida! Saia para a rua e desperdice sua vida!’ ”
MAXIME BALLESTEROS “Uma boa foto faz perguntas, não elogios bobos.”
22
EVA STENRAM
PAULO CALISTO
Sobre erotismo: “Por meio de esconderijos revelamos nosso prazer”.
“Eu quero mostrar como os homens são ao mesmo tempo tão pequenos e tão enormemente corajosos.”
Comida saudável contra micro-ondas nuclear? Ou bolinhos de queijo fedidos?
O Nintendo Wii Senior vai ser processado pelos ativistas dos direitos dos animais!
THE RED BULLETIN
SHUTTERSTOCK(3), GETTY IMAGES(2)
O amor perigoso dos crash test dummies? Se beijar não dirija?
BULLEVARD
4 000 000 000 000 E mais um pouco... Este é o número de fotos que foram tiradas desde 1839. De lá para cá muita coisa mudou
400
350
350 MILHÕES DE FOTOS/DIA Se contarmos com os chats, o número é 400 milhões.
35 MILHÕES DE SELFIES Haja autoestima! Hoje as selfies são feitas até no banheiro.
250 BILHÕES DE FOTOS O Facebook é o maior arquivo de fotos do mundo.
60 MILHÕES DE FOTOS/DIA Em todo o século 19 foram tiradas menos fotos do que isso.
380 BI
OLHA O PASSARINHO As câmeras portáteis fazem parte de nossa vida desde 1925.
300
250
200
50 3 BI
1 BILHÃO
0 1940
1950
1960 3 Mrd.
1925
1930 1 Mrd.
LROC, GRIFFITH UNIVERSITY, LA CHAPELLE
A MAIOR
681 BILHÕES de pixels é o que tem esta foto da Lua. Cada pixel equivale a 4 m2.
THE RED BULLETIN
A MENOR
0,0000002 MILÍMETRO é o tamanho desta sombra de um átomo de laser.
MENOS É MAIS Aí a coisa ficou mais fácil. O tipo de arquivo JPG reduz o peso dos dados. E, ao mesmo tempo, a capacidade dos cartões de memória aumenta de forma considerável.
VAMOS TIRAR SÓ MAIS UMA? 10% de todas as fotos que foram tiradas no mundo desde a invenção das câmeras aconteceram nos últimos 12 meses.
2013
100
GERAÇÃO BABY BOOM O que os pais fazem durante o dia? Fotos dos filhos. Condenados pela obrigação de repetir pelo resto da vida: “Olha que coisa mais bonitinha!”
1997
UM, DOIS, TRÊS E JÁ! A Leica proporcionou à humanida25 BI de um novo senti10 mento: o registro BI do momento. A primeira câmera NÚMERO DE FOTOS TIRADAS POR ANO com rolos em 1970 1980 1990 2000 2014 35 mm ganhou 10 Mrd. 25 Mrd. 57 Mrd. 86 Mrd. 380 Mrd. o mundo. 57 BI
1960
86 BI
150
A PRINCIPAL Lady Gaga ou Lady Diana? Não é muito fácil dizer quem é a rainha dos holofotes da história da fotografia, mas não é uma surpresa que uma mulher é o ser humano mais fotografado de todos os tempos. O primeiro retrato do mundo foi uma dama, em 1839: a assistente do fotógrafo.
23
BULLEVARD
EU ME AMO!
BARBA DE GATO
CAÇA AOS FAMOSOS
EU, MEU BICHINHO E EU
ÍCONE 2.0
Homem? Gato? Hipster? O ponto alto dos hypes barbudos.
“Adivinha quem eu encontrei no banheiro!“
Senta! Deita! Rola! E, agora, pose para foto!
Nem um dos homens mais puros da Terra escapou.
24
EM GRUPO
CÓSMICO
O VENCEDOR
HISTÓRICO
Esta aqui rodou o mundo. Só as feras no Oscar.
Eu e um bilhão – a selfie mais cara do Universo.
Não seja um loser, use seu telefone!
Churchill fazia selfies? As fotos não mentem... nunca!
ANIMALESCO
ORIGINAL
SEXY
PLÁSTICA SÉLFICA
Tendência entre animais ameaçados: “Esse era eu!“
A primeira selfie: Robert Cornelius, pioneiro da tendência, 1839.
“Quem é esta gata? Ah, sim, esta sou eu!” Clic!
Cirurgias estéticas relâmpago para carteiras magras.
THE RED BULLETIN
WENN.COM, VIENNAREPORT, CATERS (3), AP PHOTO(3), NASA, LIBRARY OF CONGRESS, INTERTOPICS, PICTUREDESK.COM
O motivo principal continua sendo o “eu”. Mas você só pertence à nata dos adeptos das selfies se tiver participado de todas as tendências selfísticas – e se com essa acabou perdendo todos os seus amigos
BULLEVARD
MOSTRE-ME O FUTURO! Há 20 anos, quem teria pensado que estaríamos hoje tirando fotos com nossos telefones? Ao que parece, no futuro eles serão substituídos por bolinhas
QUIZ DOS APLICATIVOS Três aplicativos muito legais que gostaríamos de ter. Infelizmente só existe um. Qual é?
JOGA PRO AR As fotos serão como no Google Street View: graças a 35 fotochips integrados, a câmera esférica Panono tem olhos para tudo ao mesmo tempo. É só jogá-la para cima, o resto ela faz sozinha.
ADDFRIENDZ Ideal para eremitas e para pessoas com mau hálito: com este aplicativo você nunca fica sozinho.
OLHAR ATRAVESSADO
BEM FOCADO
O tempo em que você tirava fotos se posicionando atrás da câmera já era: graças aos monitores transparentes (de fabricantes como Samsung e LG), hoje o fotógrafo e o modelo podem olhar nos olhos uns dos outros. Só falta agora uma câmera invisível.
Para todos aqueles que não conseguem focar em uma coisa de cada vez foi desenvolvida a câmera de focos de luz Lytro. Devido a sua generosa memória, ela pode transformar em foco qualquer parte de uma foto. E é incrivelmente precisa!
A PRIMEIRA E A ÚLTIMA FOTO Como nosso artista Kainrath vê o futuro do mundo e da fotografia colorida
THE RED BULLETIN
Os anos gordos ficaram para trás. O SkinneePix te deixa não só em forma como também com um corpo de atleta. Dieta nunca mais!
SMILAR Depressão? Luto? Ressaca? Tédio? Não importa. Este aplicativo deixa todo mundo com a cara boa.
RESPOSTA: O SkinneePix!
TOM MACKINGER, DIETMAR KAINRATH
SKINNEEPIX
25
rebelde com causa Em Sin City 2: A Dama Fatal, Robert Rodr iguez faz sucesso com seu estilo único por: Ann donahue fotos: MICHAEL MULLER
26
“FOI O DWIGHT McCARTHY! ELE É LOUCO! LOUCO! ELE ESTÁ FAZENDO AMEAÇAS! E AGORA TEM SANGUE POR TODO LADO! VENHA DEPRESSA!” AVA LORD
“Se o filme der dinheiro, não interessa para Hollywood onde ou como ele foi feito.”
E As frases que você vai ler junto com as fotos são da graphic novel que inspirou o segundo filme da série, Sin City 2: A Dama Fatal
28
m um lado da sala está uma cadeira elétrica. Ela é maior do que você pode imaginar. É como se fosse um trono. Nela está também uma besta de madeira com tiras de couro prontas para enlaçar o corpo de quem se senta. Do lado oposto está um confessionário, outro bloco gigante de madeira com manchas escuras, mas este é mais delicado, com enfeites que reforçam seu propósito religioso. Destruição e redenção são temas recorrentes nos filmes do diretor Robert Rodriguez, então não é surpresa que ele tenha decorado a sala da entrevista no estúdio Troublemaker com dois dos mais medonhos e evocativos símbolos da fragilidade e da fé. A cadeira elétrica é uma peça de seu filme de 2005, Sin City: A Cidade do Pecado. Já o confessionário é do filme A Balada do Pistoleiro, de 1995. São objetos impressionantes que trazem a nostalgia dos filmes nos quais o diretor colocou seu coração e sua alma – porque, para Rodriguez, sempre tem novas coisas para explorar no que diz respeito à cinematografia. Uma obra de arte emoldurada bem do lado de fora do seu escritório diz tudo. É uma frase de Steve Jobs, e ela diz, em parte: “Eis os malucos. Os desajustados. Os rebeldes. Os encrenqueiros. As peças redondas nos buracos quadrados… E, enquanto alguns podem achá-los loucos, nós vemos gênios.
Porque as pessoas que são loucas o suficiente para achar que podem mudar o mundo são aquelas que, de fato, o mudam”. Rodriguez foi louco o bastante para mudar o cinema. Em vez de trabalhar sob o olhar controlador dos executivos de estúdios de Los Angeles, ele comanda a Troublemaker em Austin, Texas, em hangares do aeroporto abandonado da cidade. Lá ele criou todo o seu próximo filme, Sin City: A Dama Fatal. Desde a escalação do elenco até a filmagem, passando pelo figurino, peças que formam todo o repertório de efeitos especiais e a composição dos cartazes. A data prevista para o lançamento da sequência de Sin City: A Cidade do Pecado, um filme que faturou US$ 158 milhões (cerca de R$ 350 milhões) em todo o mundo, é dia 22 de agosto. Esse nível de autonomia na indústria de Hollywood, além de foco no que é essencial, é impressionante. “Alguém criou esse sistema de Hollywood e a indústria. Mas, para quem é criativo, isso realmente não faz muito sentido”, diz Rodriguez. “Para arriscar, é preciso ter uma pequena incubadora de ideias na qual é possível se sentir à vontade para errar. Não é sempre que você pode ir em um grande estúdio e dizer: ‘Ei, me empresta esse espaço para eu ver o que rola?’. Eles iam dizer: ‘Cai fora’.” Os créditos que rolam no final de um filme de Rodriguez se parecem com o produto de uma monomania: em Sin City 2, ele é o co-diretor, produtor, compositor, diretor de fotografia e editor. “Meus passatempos favoritos quando criança eram fotografia, desenho, música e cinema”, diz Rodriguez. “Escolhi cinema porque eu ainda poderia manter todos os meus hobbies favoritos ao mesmo tempo fazendo um filme. Então, em todos os meus primeiros filmes, eu fazia tudo. E, quando entrei no esquema de Hollywood, pensei: ‘Não sei por que deveria abrir mão dessas coisas. Ainda são minhas atividades favoritas’.” É uma ética de trabalho nascida de um histórico de fazer filmes com um orçamento apertado. O primeiro de Rodriguez, O Mariachi (1992), é sobre um músico que é confundido com um assassino e foi produzido com US$ 7 mil (cerca de R$ 16 mil). Os direitos de distribuição foram adquiridos pela Columbia Pictures, que na época investiu US$ 1 milhão (R$ 2,2 milhões) para comercializar o filme. Ele rendeu o dobro dessa quantia, e a lenda de Rodriguez como um diretor de baixo orçamento, que filma uma produção em apenas um mês, estava criada. “Eu era o cara que fazia filmes de baixo custo, então eles sempre conseguiam lucrar”, ele diz. “Filmei O Mariachi no meu próprio apartamento. Pensei: ‘Não quero estar em Hollywood, eles não estão nem aí. Desde que apareça o filme em suas mesas e eles consigam distribuir e fazer algum dinheiro com isso, eles não têm o menor interesse em saber como você fez’. Acredito que a formalidade foi para o saco quando vendi aquele filme.”
“MARV É UM CARA PARA VOCÊ SEMPRE FICAR DE OLHO. ELE NÃO SIGNIFICA PERIGO, ELE É O PERIGO.” DWIGHT McCARTHY
“AS DÚVIDAS APARECEM. TALVEZ EU NÃO DEVA CULPAR VOCÊ. TALVEZ QUANDO EU LIBERAR MEU MONSTRO, ALGUMA COISA RUIM VAI ACONTECER, SEMPRE ACONTECE.” DWIGHT McCARTHY
“Eu ia até a loja de quadrinhos, comprava uma Sin City e ia para casa descobrir que já tinha três repetidas.” O que sedimentou a fé de Hollywood em Rodriguez foi sua série Pequenos Espiões, que teve início em 2001. Os quatro filmes faturaram desde então mais de US$ meio bilhão em todo o mundo. E deram a Rodriguez o poder de ir atrás de qualquer projeto pelo qual se apaixonasse – e o objeto de sua obsessão era uma série de filmes noir baseada nas graphic novels de Frank Miller. “Eu ia até a loja de quadrinhos, comprava uma Sin City e ia para casa descobrir que aquela era a terceira repetida que eu tinha”, ele diz. “Amava tanto e sabia que ninguém poderia fazer um filme daquilo porque iria estragar tudo.” O que envolveu Rodriguez era o estilo visual dos livros – os desenhos de Miller em linhas traçadas em preto e branco brilhante. Exatamente como nos personagens, em que não havia nuances de cinza. Ele conta histórias de assassinos desfigurados, prostitutas, policiais vingativos e políticos corruptos. No primeiro Sin City, Rodriguez levou todo o mundo cão de Miller para as telas usando o máximo de estilo visceral que se sentia confortável 31
“DEMORA MEIA HORA 32
PARA SUBIR AS COLINAS DE SIN CITY, ONDE O AR FRESCO SOPRA E OS RICOS VIVEM.” DWIGHT McCARTHY
em usar no ano de 2005. “No primeiro filme, eu não forcei muito a mão porque pensei que as pessoas não entenderiam o que elas estavam vendo”, conta o diretor. “Seria muito dispersivo, muito estranho. E então as pessoas acharam visualmente revolucionário. Pensei: ‘Meu Deus, e isso que nem fui até o final’.” Desde então, houve alguns tiros que engasgaram no canhão de Rodriguez. O altamente conceitual Grindhouse, uma colaboração com Quentin Tarantino, falhou comercialmente, mas levou a dois desdobramentos: os extravagantes e cults Machete e Machete Kills. Mas, toda vez que voltava a seus escritórios na Troublemaker, namorava a coleção de quadrinhos de Frank Miller que estava arrumada na mesa. Depois de quase dez anos, Robert Rodriguez queria voltar para a Sin City.
A
filmagem do segundo filme da série de Frank Miller começou com um telefonema: Rodriguez ligou para a atriz Jessica Alba, e pediu para que ela aparecesse assim que pudesse na Troublemaker. “Fiquei tipo: ‘Meu Deus, Robert, você precisa me dizer mais que isso!’ ”, ri Jessica. “Mas é assim que as coisas funcionam.” Como a estrela apareceu no primeiro Sin City como a dançarina exótica Nancy Callahan, ela, de certa forma, acostumou-se com esses chamados de Rodriguez de última hora. Assim que recebeu o roteiro, seis meses antes, ela começou a trabalhar com um coreógrafo no aperfeiçoamento das muitas danças que faz na sequência. Depois dessa preparação, seu trabalho em Austin foi feito em questão de dias. “Ele simplesmente toca as coisas”, ela diz. “De forma muito calma e gentil.” Além de Jessica Alba, Rodriguez não tinha nenhum outro ator escolhido quando começou a filmar. “Quando se tem o próprio estúdio, não é necessário pedir permissão para fazer as coisas”, ele diz. “Assim que o trem parte da estação, as pessoas podem pular a bordo.” E foi exatamente dessa forma que, depois de alguns dias, entre os que assinaram estavam Eva Green, que faz o papel da dama do título; e Joseph Gordon-Levitt, que vive um apostador em uma missão misteriosa. Enquanto filmava o primeiro Sin City, Robert Rodriguez foi um dos pioneiros de uma técnica chamada de chroma key, que coloca atores com um fundo neutro e depois preenche o entorno digitalmente durante a pós-produção. O estúdio de chroma key de Rodriguez na Troublemaker é imenso, um set cavernoso do tamanho de um andar industrial, todo pintado de verde. “Quando Josh Brolin chegou lá, perguntou: ‘Onde está Mickey Rourke?’. Eu respondi: ‘Já filmei ele’ ”, lembra Rodriguez. “E ele diz: ‘Todas as minhas cenas são com Mickey?! Ele me leva por aí e nós bebemos juntos e ele dirige carros!’.
“Quando você tem os direitos de uma coisa assim, é mágico. Você quer ser muito fiel.” Eu respondi: ‘Eu sei. Vou dar um jeito quando estiver lá e tudo vai dar certo pois já fiz isso antes.’ ” Sin City 2: A Dama Fatal é composto de quatro das histórias de Miller: duas ainda não publicadas, a graphic novel cujo nome dá o título do longa e ainda mais um trabalho, chamado The Long Bad Night (A Longa Noite Ruim). O filme está estruturado como uma vinheta que remete ao primeiro da série, mas Rodriguez quer que este seja maior, mais ousado e mais alinhado com o estilo da obra de Miller. Vai ter a mesma atmosfera em preto e branco do original – mas dessa vez ainda terá projeção em 3D. “Queria ir além do que os quadrinhos proporcionam”, ele diz. “Quando você tem os direitos de uma coisa assim, é mágico. Você quer ser absolutamente fiel.” A produção do filme inteiro levou 35 dias, um terço do tempo que é normalmente gasto em um sucesso de bilheteria. Isso deu a Rodriguez tempo de perseguir outros interesses. Enquanto ele trabalhava na pósprodução de Sin City 2, o diretor também lançou a rede de TV El Rey, que tem como público-alvo hispânicos dos EUA que falam inglês. Até o momento, tem duas séries originais: uma versão do filme de Rodriguez Um Drink no Inferno e o agente de operações especiais Matador, dos criadores da série Fringe, Roberto Orci e Alex Kurtzman. A El Rey tem o mesmo espírito das produções de Rodriguez: Um Drink no Inferno é rodada na Troublemaker – o estúdio em que a série é filmada tem um bar cenográfico que acaba servindo para as confraternizações dos funcionários. Todos esses empreendimentos criativos são feitos à maneira de Rodriguez, realizados de acordo com o seu direito de ser um pouco maluco. “Sempre senti vontade de fazer meus filmes como se estivesse ainda brincando em casa, no meu quintal”, afirma o diretor. “Por que isso deveria mudar?” www.sincity-2.com
CONTINUA...
MARINA DINIZ
Ela comanda as picapes Marina Diniz comandou noites quentes na Europa enquanto viveu na Irlanda. De volta ao Brasil, a bela DJ comanda algumas das festas mais disputadas de São Paulo
: Qual é o grande artista da música hoje na sua opinião? Pharrell Williams e Daft Punk arrasaram no ano passado, você acha que eles ainda estão no topo? : Sempre gostei muito de Daft Punk, e do Pharrel em suas participações com outros artistas. A sacada, muito esperta dos dois, foi convidar o rei da disco, Nile Rodgers, do Chic. Ele é um superprodutor, hitmaker, que fez inúmeras bandas crescerem, como Sister Sledge. Acho que eles devem continuar fazendo sucesso, sim, mas quem me chamou atenção foi o duo inglês Disclosure. Eles lançaram o primeiro álbum, Settle, em junho de 2013 e concorreram como melhor álbum de música eletrônica no Grammy deste ano. O Michael Jackson está bombando com “Love Never Felt So Good”, numa parceria póstuma com Justin Timberlake. Existe alguém capaz de superar o Michael? Essa nova música tem muito potencial, por vários motivos, mas principalmente por ser uma track exclusiva de um artista que infelizmente não temos mais. O Justin é genial e talentoso e conseguiu fazer um remix sem descaracterizar o estilo dance/disco do Michael. E acho bacana também a relação entre o Michael e o Justin em relação à dança/coreografia. Estes dias no estúdio de um amigo estávamos mexendo numa a capella do Michael, na época, ainda Jackson Five. Sempre me surpreendo, mesmo que ouvindo pela vigésima vez. Então, perguntei exatamente isso para o meu amigo: será que existe alguém como o Michael Jackson? Eu ainda não conheço, era muita genialidade e brilhantismo em uma pessoa só. “Blessed!”. 34
Qual é o segredo para animar a pista na hora certa? A pista se constrói. Um warm up bemfeito é imprescindível. O segredo é sacar para qual pista você está tocando e tentar unir seu bom gosto e bom senso ao que a pista espera de você. Você morou cinco anos na Irlanda. Como isso influenciou sua carreira? Fui para Dublin fazer o curso de Sound and Music Technology depois de me formar. Eu já tocava, desde os 16, mas em um mês na cidade fui contratada pela Star DJs, uma agência local. Tocava quase
“O segredo é unir seu bom gosto e bom senso ao que a pista espera de você.” todos os dias da semana. Foi aí que me profissionalizei, tecnicamente e musicalmente. A Irlanda é muito musical, então conheci muita coisa e me envolvi na cena, tocando em festivais, como Fringe e Electric Picnic, além de vários clubs pela Europa. Consegue listar cinco festas alucinantes nas quais você tocou? Minha primeira gig em Ibiza, no Sands Beach Bar. Estava supernervosa e emocionada ao mesmo tempo, e no final foi um sucesso. Teve também a abertura do show da Robyn, no Electric Picnic, na Irlanda; a Opening Ceremony do Fringe Festival, em Dublin; uma festa no Icon, na semana da Winter Music Conference, em Miami; e o Réveillon dos Milagres, em São Miguel dos Milagres.
E os lugares mais diferentes? Quais foram? Na Irlanda, todos os bares fecham às 3 da manhã e é proibida a venda de bebida alcoólica depois desse horário. Aí surgiu uma after party que rolava em um barco. Por não ser, digamos, em “terra firme”, não tinha como proibir a venda de bebida, então era “a festa”. Superdisputada, convites tinham que ser reservados com antecedência, e a festa ia até o amanhecer. Maravilhoso, uma supervibe. Toquei também em uma igreja de arquitetura gótica, construída no século 19, no interior da Irlanda. Que tipo de baladeiro mais incomoda? Hoje, sinto as pessoas muito mais dispersas. Nem todos estão ali pela música, mas porque ouviram falar que é legal, ou porque é moda, para postar no Instagram ou por qualquer outro motivo, menos pelo som. Os que têm cabeça mais aberta recebem novidades e curtem um set não convencional. Já alguns “têm” que escutar o que querem ou o que ouvem incansavelmente nas rádios – são esses que normalmente julgam o DJ como ruim por não tocar um set completamente comercial. Vi DJs sendo convidados a interromper o set antes do horário porque o “playboy” do camarote ameaçou parar de comprar champanhe por não estar contente com a música. Infelizmente tem sim muita gente mal educada na noite. Mês passado um dos personagens da reportagem “O Rei do Camarote” arremessou dois copos de bebida em direção à cabine em que eu e outro DJ estávamos. A gente teve perda total nos equipamentos! O porquê de ele ter feito isso? Queria ficar dentro da cabine chamando a atenção. Convidado a se retirar, ficou nervoso e nos agrediu. soundcloud.com/dj-marina-diniz THE RED BULLETIN
RAUL ARAGÃO / I HATE FLASH
Entrevista: Fernando Gueiros
Nome Marina Diniz Profissão DJ DJs brasileiros favoritos DJ Marky, Memê, Gui Boratto, Fabo, Database, Anhanguera, John Lee, The Twelves, Fatnotronic, Wehbba, Antonio Eudi, William Ribeiro, Dall Anese DJs mulheres favoritas Annie Mac, Anna Lunoee, Ellen Allien, Aoife Nic Canna, Kelly-Anne Byrne Onde sonha em tocar Clubs como Space, Fabric e Amnesia. Festivais como Coachella, Creamfields e Lovebox
HOMEM VERSUS
SÍMIOS Quem vence a batalha para se tornar o grande ser dominante no mundo? As estrelas de ambos os lados do filme Planeta dos Macacos: O Confronto contam tudo
Por: Paul Wilson
N
este ano, nos cinemas, os humanos precisarão encarar o ataque de robôs mutantes e lagartos gigantes, além de assistir os heróis superpoderosos combatendo vilões do mal. Mas a batalha mais intrigante e mais próxima de casa é a dos homens contra os macacos. Em Planeta dos Macacos: O Confronto, que se passa dez anos depois da revolta dos símios e a pandemia que começou no final do excelente Planeta dos Macacos: A Origem, alguns dos sobreviventes da doença encontraram uma comunidade de macacos que prosperou onde os humanos foram praticamente exterminados – e a coexistência harmoniosa não foi o que aconteceu depois. Andy Serkis, que repete seu papel como César, líder dos macacos, e Keri Russell, que é a líder entre os sobreviventes, contam os seus lados da história.
36
Andy Serkis
JOHN RUSSO(2), FOX FILM
Keri Russell
: Como é “o confronto” do ponto de vista de suas respectivas espécies? : Estamos num tipo de sociedade utópica criada pelo César, na qual os humanos chegam. Ele foi o líder que colocou ordem nas tribos de gorilas, chimpanzés e orangotangos. Os símios viram os humanos desaparecerem. Eles acreditavam que os humanos estavam extintos até que eles voltam. Aí o César desencadeia reações muito complicadas – como entrar em um acordo com os humanos em vez de lutar contra eles. : Os humanos lutaram, e os sobreviventes que sobraram estavam muito prejudicados. Eles se apegaram uns aos outros em um tipo frágil de harmonia que criaram para eles mesmos. E, por diversas razões, eles precisam THE RED BULLETIN
ingressar na floresta onde encontram os macacos. Em cada lado há uma necessidade de proteger a família e as pessoas que se ama. E, no começo, nenhum dos dois lados sabe o que acontece do outro lado. E a relação dos seus personagens uns com os outros? : César é casado, tem um filho adolescente e uma criança pequena. Ele tem a oportunidade de conhecer alguns dos humanos, tentando encontrar uma maneira pacífica de trabalhar com eles. Dois deles são Malcolm, personagem de Jason Clarke, e Ellie. Malcolm é um cientista tentando reativar uma usina elétrica. Eles estão juntos. Malcolm perdeu sua mulher e tem um filho jovem. Acontece uma integração entre eles e a família de César e um relacionamento íntimo se desenvolve entre Ellie e César.
: Ellie era uma enfermeira, combatendo o vírus por anos. Hoje, os que sobraram perceberam que são imunes. O vírus era uma gripe símia, então é muito assustador ficar cercado por isso, mas, por causa da experiência médica de Ellie, ela sabe que foi criada por cientistas. Ela é menos assustada pelos macacos e mais impressionada por sua aparência e pelo que aconteceu. Ela gosta do César e sabe que ele não é um macaco comum. Andy, interpretar os macacos é muito difícil? : Cerca de 95% foi filmado em locações nas florestas de Vancouver, no final do inverno e início da primavera. Estava frio demais. Então, nós fomos até Nova Orleans, estava calor e nós filmamos com umidade de 100%. Acredite, não é muito agradável ficar ao lado de alguém que está vestido com uma fantasia pesada daquelas no meio do verão. É um esforço físico, porque você usa os músculos que não usaria se estivesse interpretando um personagem humano. Você gostaria de estar do outro lado? : Ah, Jesus, nunca. De jeito nenhum. O coração desses filmes são os macacos, sua metáfora da condição humana. : Eu queria ser uma macaca. A batalha é sempre interessante de dissecar, é menos obscura,
“Eu aposto nos macacos, de verdade.” Andy Serkis
“Ela sabe que o César não é um macaco comum. Ela gosta dele.” Keri Russell menos confusa do que podem ser nossas vidinhas complicadas. Além disso, é incrível o que eles [os atores macacos] podem fazer. No filme original, de 1968, os atores que viviam os macacos sentavam para comer com os seus semelhantes quando iam almoçar. Isso aconteceu com vocês? : Que coisa engraçada. Foi meio assim mesmo. Acredito que é porque os atores ficaram envolvidos no treinamento de macacos juntos por meses antes que os humanos aparecessem. Quem ganhou na vida real o conflito entre humanos contra macacos? : No final das contas, acaba sendo uma questão de poder de fogo. Mas os macacos, enquanto se tornam mais inteligentes, basicamente conseguem sobreviver onde os homens precisam de mais recursos. Eles não conseguem mais caçar ou encontrar comida. Eu estou apostando nos macacos, de verdade. : Bem, você sabe, a franquia se chama Planeta dos Macacos, não Planeta dos Humanos. Planeta dos Macacos: O Confronto tem lançamento mundial previsto para 11 de julho. dawnofapes.com
Quem manda aqui?
37
DRAG COMO DEVE SER AS REGRAS SÃO AS MESMAS HÁ 60 ANOS: UMA RETA, DUAS PISTAS, DOIS CARROS, LUZ VERDE E PÉ FUNDO NO ACELERADOR. QUEM SERÁ O MAIS RÁPIDO NO TRECHO DE 0,5 KM? DÁ-LHE PNEU QUEIMANDO, RECORDES, DRAMAS COM CHEIRO DE GASOLINA E LARGADAS ULTRAPODEROSAS. O FOTÓGRAFO DAVID HARRY STEWART APRESENTA SEU TRABALHO SENSACIONAL DO MUNDO DO DRAG
38
As corridas de drag nasceram na ilegalidade, quando os americanos voltavam para casa depois da Segunda Guerra Mundial. Ao mesmo tempo, os carros tornaram-se mais baratos. Desde os anos 1950, as disputas acontecem em campos de aviação abandonados, transformados em pistas de corrida
40
as corridas de Dr ag só têm um vencedor: ou você ou o seu rival. Normalmente, dá par a saber quem vai levar depois dos primeiros metros
42
400 Cavalos já é uma boa potência par a participantes ambiciosos. mais do que isso é ainda melhor. quer colocar 600 cavalos? vai com tudo!
FAZ PARTE DO RITUAL DESTAS CORRIDAS UM AQUECIMENTO CUIDADOSO DOS PNEUS, PAR A GAR ANTIR A TR AÇÃO MÁXIMA NA LARGADA
Os pilotos ficam praticamente enjaulados, apertados em seus bancos, munidos de capacete, protetor de pescoço e roupa à prova de fogo. Quando, numa corrida de drag, acontece algo errado e os equipamentos te levam para o caminho errado, tudo se torna extremamente perigoso. MUITO perigoso! Carros como estes são pensados para acelerar, não para parar
45
As ideias mais brilhantes e os aiores motores, mais fortes e m barulhentos, montados em carros comuns, deram origem aos carros tunados, muito populares nos anos 1960 e 1970. Os carros têm nomes como Barracuda, Furry, Superbird ou Charge e são perigosamente potentes. Eles são os grandes pro tagonistas das corridas de drag
mandar bem e cair par a dentro é par a qualquer um. Você nunca é novo demais par a esSes 12 segundos mágicos ao longo de 0,5 km pilotando um carro de 40 anos de idade 46
Os motores V8 dos clássicos têm uma capacidade que vai até 10 litros, e o ar entra por essas turbinas grandes em cima do capô
Eis uma boa oportunidade para ver os queridinhos dos circuitos, ainda bem arrumados e limpinhos – e a família também pode vir. Em a lgumas áreas dos Estados Unidos, as corridas de drag são como uma festa popular. As duas maiores organizações, a NHRA e a IHRA, contam com c entenas de classes diferentes, que oferecem oportunidades e troféus para todos. Até as bicicletas são bem-vindas
47
Olho na luz verde: o tempo médio de reação de um homem é de 200 a 300 milisSegundos Assim como um jogador ou um corredor, os pilotos de drag treinam os seus tempos de reação. Os melhores alcançam marcas que ficam em torno de 120 milissegundos. Para ter uma ideia, no atletismo as reações abaixo de 100 milissegundos já são consideradas largadas queimadas
49
Pé direito no acelerador, pé esquerdo nos freios. Marcha engatada e pneus aquecidos. Vá até a linha de partida, sem desperdiçar um milímetro. Espere pela luz verde. Antes de soltar os freios, segure bem o volante e em seguida sinta o poder da aceleração – uma, duas, três vezes até a embreagem não aguentar mais
Pequeno, leve e com muito estilo: clássicos como um Chev y Nova 72 Diesel estão predestinados a ter uma vida eterna na pista de Dr ag 50
dhstewart.com
O
HOMEM DAS
CACHOEIRAS Onde alguns veem uma q u e d a - d ’á g u a , W a r r e n Ve r b o o m vê um parque de diversões. Ele faz canyoning freestyle e precisa acertar cada centímetro no meio das pedras durante seus saltos. Com 32 anos, ele é magrinho e tem um coração de manteiga que o faz se emocionar ao final de seus saltos P o r: A l ex L i s e t z Fo t o s : J o z e f K u b i c a
52
Por รกgua abaixo: Warren Verboom domina a arte do canyoning freestyle
V
erboom, o velho, e Verboom, o jovem, têm um pacto: o garoto entra com as ideias malucas e doideira suficiente para realizá-las, e o velho contribui com sua experiência e sabedoria, tirando de cada empreitada bemsucedida uma lição de sucesso. “Você não se atreveria”, diz o garoto, quando pensa em como pôr à prova novamente a coragem do corpo adulto, que sempre responde: “Quer apostar?”. Assim, Warren Verboom aprendeu seus primeiros saltos de esqui, e com isso montou sua base para saltos e voos de wingsuit. “Mas, em algum momento, o medo de saltar desapareceu, e eu fiquei entediado”, ele conta. Por esse motivo, o esportista acabou inventando uma modalidade que esconde em si muito do “você não se atreveria”: o canyoning freestyle, que impõe como condição primordial que seus adeptos abram mão de tudo que saibam sobre canyoning, modalidade em que o esportista desce precipícios seguindo as quedas-d’água... “Uma bela experiência na natureza”, define Verboom. Mas o garoto inquieto não se dá por satisfeito, e, por isso, do alto de seu 1,80 metro e pesando 80 quilos, Warren Verboom passou a combinar o canyoning com outras modalidades: na queda-d’água, no meio pulo, ele vai de pedra em pedra, variando entre acrobacias como um salto ornamental nas profundezas e deslizando em meio às águas como no rafting.
54
“O canyoning freestyle tem um potencial imenso, esportistas de diversas modalidades podem se reinventar”, observa o atleta. Novas modalidades estão esperando para serem descobertas, novos truques podem ser inventados ou adaptados para a tridimensionalidade do ambiente dos rochedos, da água e dos precipícios. Antes de qualquer coisa, a brincadeira com a estrondosa brutalidade da natureza obriga a enfrentar medos. “Quando estou no topo de uma queda-d’água e imagino como poderia saltar...” – ele faz uma pausa dramática e seus olhos parecem os de uma criança em frente à vitrine de uma loja de brinquedos –, “...sinto meu corpo formigar.”
BASE-JUMP DO BELICHE Warren Verboom sentiu esse formigamento pela primeira vez quando observava o chão de seu quarto de cima do beliche. Aos 3 anos de idade, ele já pensava se deveria ou não fazer o salto. “Você não vai fazer isso”, ele pensava consigo mesmo. “Quer apostar?”, respondia sua voz interior. E o resultado dessa conversa mental foi ostentar um gesso no braço. “Aquela sensação de formigamento que eu senti, o triunfo de superar o medo – esses são os sentimentos que até hoje procuro.”
A primeira regra do canyoning freestyle: esqueça tudo que você sabe sobre o canyoning
O que é rock’n’roll para Verboom? Um backflip em uma minipiscina rasa – se calcular 1 centímetro errado, pode ser fatal
Saltar de 11,5 metros de altura dando um sideflip e backflip: uma combinação de freerunning com salto de penhasco e canyoning clássico
O preço da entrada nessa terra para além dos medos contabiliza alguns ossos quebrados em Verboom: dez, para ser mais exato. Sem falar nas dúzias de distensões e contusões, assim como uma lesão craniana. “Até agora, não aconteceu nada sério comigo por causa do canyoning freestyle” – e aqui “nada sério” significa apenas uma ruptura dos ligamentos e estourar os tímpanos quatro vezes.
A ÁGUA É MAIS FORTE QUE VOCÊ Warren, filho de uma suíça com um holandês, se mudou faz dois anos para o cantão suiço de Ticino, porque lá a natureza é especialmente generosa com os aficionados a canyons. O precipício no qual ele treina, Val d’Iragna, é apenas um entre muitos e é perfeito para a prática do rapel. Verboom traz consigo um guia de canyoning onde todos os principais pontos do precipício são minuciosamente descritos, e onde dá para ler em destaque: “Não há prática de canyoning nas épocas de degelo”, e figuras de meter medo ilustram a violência das cortinas de água no começo do ano, mais fortes que qualquer praticante bem treinado. Nesta segunda-feira de fim de maio, as fotos do guia parecem tranquilas se comparadas à realidade. Warren Verboom se enfia na superfície pequena de uma rocha bem rente a uma cortina truculenta d’água e explica berrando em meio à nuvem de gotículas: “O segredo é trabalhar com a violência da água, e não contra ela”. Depois escala em três ou quatro movimentos ágeis a parede ao lado da monstruosa cachoeira e, balançando-se sobre uma pedra redonda sem muito espaço para pisar com os pés, ele supera o barulho, o frio e a umidade, até que reste apenas sua concentração. À sua direita, desaba uma queda-d’água de 10 metros. E lá embaixo tem algo importante a ser considerado. Sua área de aterrissagem tem aproximadamente 4 metros quadrados e sua profundidade é irregular. “Eu não posso cair no meio porque ali é raso demais, tenho que cair o mais perto possível da rocha à esquerda, aquela que não dá para ver direito.” O paredão embaixo dele, em vez de
ser vertical, forma um declive, o que o obriga a tomar primeiro uma distância de 2 metros para assegurar que depois do backflip ele aterrisse na água em pé. “Quando a água é mais rasa, as pernas funcionam como amortecedores.” A hora de saltar é que define se a manha funciona ou não: “É preciso estabilidade nas pernas e paz interior, não importa a profundidade do abismo a sua frente. Só se pode saltar quando você tem certeza que terá precisão”. Isso ele aprendeu em seus 2 mil saltos de paraquedas. Mas e o medo? Tipo aquele formigamento que você falou antes? “Muito, muito medo. Como sempre”, ele admite. “O medo vem quando tenho uma ideia nova que soa completamente
louca e fica claro para mim que, enquanto eu não fizer aquilo, não vou poder pensar em mais nada.”
MERGULHAR ANTES, PULAR DEPOIS Muitos consideram o que ele faz uma coisa totalmente de louco. “Pensam que eu sou maluco, porque só veem um cara que dá backflips em cataratas, mas não sabem tudo que já fiz antes disso. Eles não têm ideia de que ali eu já conheço há muito tempo cada detalhe, cada pedra, que antes de cada salto eu já tinha mergulhado na suposta área de pouso e inclusive aterrissado muitas vezes antes.” 57
Verboom é um jogador ousado, frio e calculista que concretiza suas visões com uma paciência perspicaz, passo por passo. Mas isso não vale apenas para seus objetivos de esportista, ele tem o plano de estabelecer o canyoning freestyle como uma nova modalidade radical. Há três anos, ele reuniu uma turma de respeito, composta de antigos saltadores de penhasco, freerunners e ginastas, e formou o Deap Team. Em 2012, ele conseguiu patrocinadores e fez com a equipe o filme The Beginning, que teve seu trailer vertiginoso postado no YouTube. Seu segundo filme foi lançado há pouco tempo, o Continue, e seu próximo objetivo é desenvolver e fabricar equipamento profissional para os adeptos de Canyoning. “Eu acho que a gente parece”, diz Verboom, abrindo os braços, “a gente parece um bando de palhaços: usando roupa de neoprene para mergulhadores, capacetes de skatistas, equipamento de segurança para escaladores, e nada que se adapte realmente às nossas necessidades.”
ATERRISSAGEM “O mais divertido de tudo”, diz Warren, “é quando você consegue combinar vários elementos de uma só vez.” Agora, ele está 18 metros acima do rio e observa horizontalmente uma cachoeira que cai em direção ao vale do lado dele. Ele se joga e salta, com as pernas para a frente, a 3 metros de altura por cima de um canal, e tudo com a leveza de um mergulho na piscina, deslizando verticalmente (e radicalmente) para baixo. Para distribuir a energia do impacto, ele deve mexer os ombros, as costas e as pernas com força, ao mesmo tempo, enquanto levanta também a cabeça. “Tipo assim”, ele diz, “como os judocas fazem com o ombro e o resto do corpo.” Verboom consegue pousar exatamente no lugar certo: um pouco mais para cima seria muito plano, e um pouco mais para baixo muito íngreme. Um pouco mais à esquerda ele daria de frente com uma pedra pontuda. E um pouco mais para a direita ele se quebraria de jeito. 58
Se não tivesse velocidade suficiente, daria de cara na pedra Ele treina a precisão de seus truques na piscina e na cama elástica, porque na cachoeira não há espaço para erro. O canal corre sem piedade muitos metros para baixo e, em seguida, tenta golpear nosso atleta como um verdadeiro maluco sem noção. Se ele não tivesse velocidade suficiente, daria de cara na pedra. Mas Verboom se lança no ar e ainda dá demonstrações de um belo flip gainer grave. Depois, desaparece dentro d’água. Quando salta para fora d’água, ele mantém o olhar para cima. “Lá em cima tem ainda mais limites”, diz. Se ele ainda saltasse de costas... Mas, caramba, um pulo em espiral poderia ser fatal. “Você nunca se atreveria”, diz para ele o menino interior. deapcanyoning.com
A manobra é conhecida como gainer grab flip, mas com uma coisa a mais: um pontão de 2 metros não deixa ele ver onde vai aterrissar
REI DO TEMPO O BATERISTA MARTIN GRUBINGER É O SUPER STAR MAIS RADICAL DA MÚSICA CONTEMPORÂNEA. PARA FAZER BONITO, ELE TREINA COMO UM ESPORTISTA DE ALTO NÍVEL Por: Andreas Rottenschlager
Fotos: Christoph Meissner
em noites que Martin Grubinger desaba na sala de ensaio, de tão exausto. Depois de passar 14 horas treinando na bateria, a portas fechadas e com o devido isolamento acústico, ele literalmente cai (de sono) em cima dos instrumentos. “Já cochilei caído em cima das teclas da minha marimba”, conta Grubinger. “Outra vez, acordei deitado no chão agarrado aos meus instrumentos de bateria.” Ele diz que já se acostumou a dormir com os instrumentos: “É comum quando você toca até a exaustão total. Algum tempo depois de tocar sem parar, seu corpo naturalmente vai se inclinando para a frente. E aí você acorda horas depois”. Grubinger, no auge de seus 30 anos, está sentado na pequena cozinha do andar térreo de sua casa, na Áustria. As paredes são pintadas de branco. Tem cheiro de café. Para um homem que passa as noites na sala de ensaios, ele está surpreendentemente bem-arrumado: cara limpa e lavada de bebê, pele lisa, bochechas coradas. Nos antebraços, veias grossas e protuberantes. Martin Grubinger é o baterista mais radical do mundo. Ele domina vários instrumentos de percussão em nível virtuoso. Na marimba, versão extragrande do xilofone, ele é dono de um dos melhores desempenhos do planeta. O famoso jornal americano The New York Times o chama de “mestre da alta velocidade”, porque ele consegue dar 40 golpes em um tambor no intervalo de 1 segundo. Ele é o único baterista que toca várias horas seguidas em concertos (do tipo maratona) de percussão com orquestras clássicas. Nessas empreitadas, o pulso dele chega a 195 bpm, e ele emagrece até 2 quilos por apresentação. No ano passado, Grubinger participou de 68 concertos em três continentes. Seu modo de tocar influenciou muitos instrumentistas. Antes dele, o baterista era simplesmente o cara que tocava na fileira de trás da orquestra. Hoje compositores escrevem peças especialmente para ele, e algumas são tão difíceis que só mesmo Grubinger consegue tocá-las. O que mais te deixa empolgado? “As experiências fronteiriças, o teste dos limites. Eu quero saber tudo que posso dar do meu corpo e do instrumento. Como solista, você toca com mais 70 músicos na orquestra. Você tem que usar cada nota no ponto certo – durante um período de várias horas. É preciso 61
o preparo de um atleta de resistência. Caso contrário, isso detona os músculos e não se conseguem bons desempenhos por nem um minuto. Ao mesmo tempo, é preciso ser sensível para tocar. E precisa saber improvisar.” Grubinger é filho de um professor de percussão e cresceu em Thalgau, perto de Salzburgo. Quando criança, ele ouvia os alunos de seu pai ensaiando em casa. Ele diz que aprendeu música da mesma forma que as outras crianças aprendem a falar. Aos 12 anos de idade, ele entrou no conservatório. Lá aprendia matemática na parte da manhã, e à tarde frequentava aulas na universidade. Logo começou a se interessar mais por instrumentos do que por matemática. Aos 15, deixou a escola na metade, e aos 21 já era um virtuoso da percussão e participava de competições. Mas para ele isso ainda não era o bastante. E foi então que ele faz um plano bem peculiar: tocar seis concertos de bateria em uma noite, incluindo três estreias mundiais – tudo na Sala Dourada do Musikverein, de Viena, a sala de concertos mais famosa do mundo. Um total de quatro horas e meia de música altamente complexa; 600 mil notas em uma noite. Partituras? Nenhuma. Ele quer chegar ao concerto com tudo decorado. “Quero dar à bateria uma nova identidade”, afirma ele. No dia 17 de novembro de 2006, às 18 horas, entrou Martin Grubinger pela porta da Sala de Concertos de Viena e se posicionou diante de um semicírculo de 200 instrumentos de percussão: congas, bongôs, tambores, pratos. A Orquestra Sinfônica da Rádio de Viena estava ali para acompanhá-lo. Ele começa a bater no tambor. Veias emergem de sua garganta. Gotas de suor escorrem pelo seu rosto e caem no chão. Durante os curtos intervalos, ele mergulha as mãos na água gelada. O baterista não consegue se lembrar da maior parte dessa noite. “Eu alcancei o que chamam de estado de fluxo. Eu me vi de fora, na bateria. Das minhas mãos eu só sabia uma coisa: em que direção elas tinham de se mover.” Martin Grubinger conseguiu a proeza que parecia impossível. Ao final do concerto, quando ele se inclinou para agradecer os aplausos, suas mãos tremiam.
Grubinger: “Cadernos com notas musicais me deixam travado.”
O site do Konzerthaus compara o seu desempenho com a subida ao Monte Everest sem oxigênio na reserva. Foi essa verdadeira maratona de bateria que fez de Grubinger um solista famoso. Começa a amanhecer na parte alta da Áustria, onde estamos. Grubinger olha pela janela: florestas de coníferas, colinas. Já faz seis meses que ele construiu no meio da província uma casa digna de estrela do rock. A sala de estar no primeiro andar é composta de três blocos rodeados por janelas de vidro. A sala de ensaios no piso térreo tem 200 metros quadrados. As portas são anti-ruído. As janelas possuem uma espessura de três camadas de vidro. Músicos convidados também podem ensaiar aqui durante o dia inteiro. Martin Grubinger planejou até quartos de hóspede para eles. Na rua tem uma rampa de caminhão que dá diretamente na sala de ensaios. “Uma questão de sobrevivência”, afirma o músico. Se ele viaja com a orquestra, chega a transportar 6 toneladas de equipamentos. “Você fica completamente louco se tiver de arrastar o material por todo o primeiro andar.” Quando o relógio bate 21h, Grubinger vai para a sala de ensaios. Hora do treino. A propósito: como ele faz para decorar 600 mil notas? “Divide-se o concerto em frases. As frases são divididas em unidades de quatro batidas. Praticam-se essas quatro batidas – se for preciso, por semanas a fio – no nível mais baixo que pode ser ajustado para o metrônomo: tempo 35. Aí, depois de praticar bastante, treinam-se essas quatro batidas, até atingir um automatismo. Então, praticam-se as próximas quatro.
O CONCERTO QUE O TORNOU FAMOSO DUROU 4 HORAS E MEIA. GRUBINGER TOCOU 600 MIL NOTAS. TODAS DE CABEÇA 62
A gente aprende a tocar nos concertos do tipo maratona como se estivesse aprendendo uma coreografia.” Sem partitura? “Eu não gosto de partituras. Elas ficam entre mim e o público. Elas bloqueiam meu poder.” Para quem quiser entender o poder de Grubinger, basta apenas digitar as palavras “Planet Rudiment” na busca do YouTube. Ele mesmo compôs a peça. Na maioria das vezes ela é tocada no último número de seus concertos. Rudiments são exercícios de técnica, como os alunos aprendem em aulas de bateria – “Planet Rudiment” leva a técnica aos extremos. No vídeo, ele está no lugar preferido: diante de um tambor. Ele respira fundo, depois afunda as baquetas vigorosamente no instrumento. Grubinger aumenta a velocidade de suas batidas. As baquetas giram várias vezes em suas mãos, e ele mostra truques tão rápidos que fica difícil acompanhar com os olhos. Ao se curvar para agradecer à plateia, Grubinger se ajoelha na frente do tambor. Ele rola a baqueta esquerda em seu ombro esquerdo e a faz dar uma quicada no chão, depois a apanha com a mão direita. Ele se levanta e ainda toca mais um pouco antes de se despedir do palco. Os músculos do peito se contraem. Seu rosto se contorce em uma careta. E então ele tamborila com força máxima: “Drrr - Drrr - Drrr - Drrr” – é um som que parece uma metralhadora. A apresentação termina com um último tapa estalado na borda de metal do tambor. “Zapt!” Grubinger golpeia o ar e suspira. Em menos de quatro minutos ele tamborilou a essência de sua carreira de dez anos como concertista: velocidade, precisão e virtuosismo – enriquecidos por uma pitada de loucura. www.martingrubinger.com THE RED BULLETIN
Skrillex começa sua turnê dando um pulo: a partir daí, é só paulada!
64
SKRILLEX tem 26 anos e é um dos caras mais ocupados da música eletrônica. Faz mais de 300 shows por ano, produz discos vencedores do Grammy e comanda dois selos. Sua mais nova ideia é uma nave que cospe laser em sua turnê. A gente foi conferir de perto Por: Cole Louison Fotos: Ben Raynor
FAZ 25 ºC… ...e a temperatura cai às 18h em Louisville, Kentucky, no Anfiteatro Iroquois, um espaço arejado e coberto no Parque de Iroquois. A estrada sem faixas no meio da deslumbrante floresta está lotada pela multidão que esgotou os ingressos da noite. Tem 3 mil pessoas de todos os tamanhos, formatos, cores e credos. Uma a cada cerca de 50 delas aperfeiçoou o look: cabelo penteado para o lado com um dos lados raspados e óculos com aros pretos e aqueles brincos com buraco do lóbulo em formato de “O” que são indescritíveis. Alguns usam colares de miçangas, bandanas e rendas dos tempos das raves dos anos 1990. Muitos enfeites de planetas, estrelas e a cabeça de marciano conhecida pela capa do álbum do cara que eles estão esperando: Skrillex. Uma dessas pessoas é Terri MacSkimming, uma mãe não fantasiada e meio fora de si ao lado do seu filho Andre, 12 anos, e cheia de animação. “Meu filho me falou: ‘Tem esse som, chama-se dubstep’. E eu falei: ‘O que é isso?’. E eu agora adoro”, contou Terri. “Você pode dançar e ao mesmo tempo é suave”, ela disse. “Eu não sei como é que ele consegue.” O estilo que ela descreve é chamado EDM – electronic dance music –, o gênero que mais cresce nos EUA no momento. Cinco anos atrás, produtores como David Guetta começaram a trabalhar com artistas pop do mainstream, tornando gêneros como trance, house e dubstep acessíveis para as massas. Hoje, jovens artistas da EDM tocam em estádios e têm posições de destaque nos maiores festivais de música. Segundo a revista Forbes, em 2012 os dez DJs mais bem pagos do mundo faturaram US$ 125 milhões (cerca de R$ 270 milhões) – mais que a folha de pagamento dos Los Angeles Lakers. Um deles chama-se Sonny John Moore, também conhecido como Skrillex. Em apenas quatro anos, esse garoto de 26 anos, que abandonou os estudos, ganhou seis Grammys, tem 16 milhões de seguidores no Facebook e faz anualmente cerca de US$ 15 milhões (R$ 32 milhões) – mesmo dando os seus álbuns de graça. 66
O REI DO DUBSTEP SE CHAMA SKRILLEX. NO CAMARIM, ELE É O SONNY
Dizem que ele é só um “apertador de botões”. Skrillex responde que só isso não basta para gerar emoções genuínas
Nos bastidores do show, pouco antes da apresentação, o cara é um pequeno borrão todo vestido de preto com o cabelo molhado, disparando do seu vestiário pelo corredor cheio de sinais que apontam para o palco, serviço de comida, ônibus, passando pelas pessoas com diferentes níveis de acesso ao backstage e até a entrada do palco onde Milo & Otis – a dupla radicada em L.A. que faz o show de abertura – começam os trabalhos. Sonny (todo mundo na turnê o chama de Sonny) fica dentro do limite da luz do palco, sacudindo a cabeça e cantarolando por alguns segundos, olha para o celular rachado e corre de volta para o vestiário – dando tragos num cigarro e uma olhada no laptop sobre uma mesa com garrafas empilhadas – e fecha a porta. “Ele está esgotado no momento”, diz um cara chamado Skaruse, o assistente de Sonny no dia a dia da turnê, que explica que ele está dando os toques finais em uma música composta naquele dia. Apesar de parecer estar sempre balançando a cabeça, fazendo música, ou gritando “Uhuuuu” quando corre ou encontra os fãs, pessoalmente Sonny é educado e concentrado, ainda que não menos empolgado em relação a tudo. Como ele consegue ter toda essa energia é um mistério, porque ele está muito, muito ocupado nos últimos anos. Tocou em 322 shows em 2011, fazendo até três apresentações por noite (normalmente
“PARA MIM, É TUDO UMA QUESTÃO DE EXPERIÊNCIAS.”
dois sets e depois a afterparty). No final de 2013, ele estava terminando Recess, o que de certa forma foi o seu primeiro álbum, um trabalho denso, pesado, divertido e expressivo que começa com um clipe encontrado em uma enferrujada aula de ciência, acompanhado pelo som cada vez maior de uma decolagem: “Para chegar a 1,6 mil km da Terra, um foguete precisaria dessa potência, dessa potência, dessa potência, dessa potência...”
N
essa noite, acontece o terceiro show da nova edição da Mothership Tour, uma turnê com 23 datas nos EUA – em sua maioria em lugares ao ar livre. “Para mim, é tudo uma questão de fazer experiências”, ele diz. Sonny utiliza um conceito de alguns anos atrás que ele (é claro) repensou para incluir no show as luzes perfeitas e uma nave customizada de cima da qual ele comanda a noite como DJ. Elevadores hidráulicos erguem a nave e a levam acima da multidão, soprando fumaça, enquanto uma tela alta atrás mostra coisas como padrões de art déco e um clipe de Três é Demais, estrelando Uncle Jessie, e outro com Steve Urkel. A turnê Mothership cresceu muito desde que começou, em 2011. O show e a música chamaram atenção de todo mundo. Um jovem DJ com um corte de cabelo estranho apresentou a muitos americanos um gênero chamado dubstep e impressionou o público com um show visual que tinha um poder tão grande quanto seu som: nave, pirotecnia, luzes. No verão dos EUA, Skrillex escolheu deixar todas as turnês para trás. Ele e sua equipe trabalharam por cinco meses em um armazém de 3 mil m2 no centro de Los Angeles fazendo brainstorm, ensaiando,
Uma coisa é se vestir. Outra é se vestir para ir num show do Skrillex
68
THE RED BULLETIN
A TURNĂŠ MOTHERSHIP VIAJA O MUNDO COM SUA NAVE
Antes condenada aos pequenos clubs, a EDM agora comanda grandes festivais
experimentando, construindo e reconstruindo um show de luzes com uma nave do tamanho de um helicóptero e uma tela de três andares que se parece com uma parede de líquido brilhante. Os holofotes ficam em rotação e se rebaixam nos braços mecânicos e disparam feixes densos como suco de laranja com todas as cores do arcoíris. Seis canhões posicionados em frente ao palco alternadamente disparam fumaça e fogo. Assim que é desmontado, o equipamento do palco enche três trailers. O barulho dos fãs de Skrillex cresce em volta do seu camarim, que está marcado por fitas 8x10 que dizem “Skrill-ville”. Do lado de fora da Skrill-ville estão Skaruse e alguns dos funcionários da turnê. Eles têm os crachás em que se lê “All Access” ao redor de seus pescoços, ingressos pretos com os cortes das três marcas registradas que Skrillex coloca nos seus álbuns e em outros produtos. Um som no estilo husky sai do camarim de Sonny e ninguém tem permissão de entrar. “Ele está em modo criativo”, diz Skaruse. Ele e a equipe fizeram um plano para depois do show. Tem um tipo de toque de recolher nessa noite porque o plano é arrumar tudo e se mandar para a estrada assim que o Skrillex estiver pronto, umas 22h50. O plano é dormir no ônibus, como eles fazem na maior parte das noites em que tem show, e no dia seguinte estar em Cleveland por volta das 4h. Em outro recinto, os rapazes da tecnologia estão comendo com os ajudantes de palco, assistentes e outras pessoas. A hierarquia é complicada, mas existe uma equipe da turnê, assistentes, seguranças, polícia, médicos, cozinheiros e outros tipos de gerenciadores que imprimem os sinais que estão colados nas paredes do lugar 70
das apresentações, orientando as pessoas ao palco ou à comida ou com o ID de cada vestiário. Quanto maior o lugar, mais sinais. Nessa noite são cerca de 20. Todo mundo que trabalha em volta do palco calça botas e veste jeans com um número absurdo de chaves penduradas. Cada um deles tem um rádio enganchado no cinto ou no bolso de trás. Eles ou não possuem nenhuma tatuagem ou têm muitas. Parece que esse conjunto de personagens sabe como se divertir, mas, mesmo com as festas que aconteceram, nenhuma delas seria nada perto das turnês de Skrillex. Um repórter testemunhou um grupo de pessoas correndo antes do show e um poderoso espremedor de suco de frutas no bar de comidas naturais. A única noite em que saíram incluiu alguns drinques e um bar triste no centro de Cleveland,
com um dançarino solitário e uma garçonete de topless. Eles ficam em qualquer grande hotel decente que esteja à mão e ninguém parece ficar esperando no lobby ou no corredor. Ele provavelmente vai ficar grudado no seu iPhone rachado. Talvez isso explique por que tem tanto foco no show. Porque enquanto ele está correndo, dando batidinhas, gritando a maior parte do tempo, as coisas mudam quando ele chega próximo do momento de tocar. Quando ele está nas picapes para fazer os últimos ajustes no show de luz que aconteceria mais tarde naquela noite, fala muito pouco, olhando direto para o painel de controle que está no primeiro mezanino. O holofote de luz azul que eles têm sobre ele “parece de hospital”, ele diz. “Não gosto disso. De jeito nenhum. Podemos tentar cores diferentes?”
THE RED BULLETIN
A
luz se apaga, alguém faz uma brincadeira sobre John Hughes e todo mundo ri, menos Sonny. Ele dá uma bicada em um copo vermelho e afasta de perto dele um drinque enquanto olha bem em frente. A cabine da nova nave, um mamute, as sombras, uma coisa angular feita de um metal escuro que parece poder voar. Alguém aperta um botão e logo aparece um jeans lavado. Ele balança a cabeça. “Que tal isso?” Parece bom. Isso é parte da EDM. Boas vibrações por todos os lados. “Não temos problemas com a EDM”, diz Caleb Meyer, um segurança de barbicha que fica parado entre o palco e o público. Só alguns minutos antes que Skrillex tenha entrado na nave, Meyer fica murmurando no rádio, tentando fazer com que todos tomem seus assentos. O estampido em volta dele faz lembrar um formigueiro efervescente, mas Meyer parece estar numa boa. “Todo mundo está só se divertindo por aqui. A coisa mais difícil de fazer é mantê-los em suas cadeiras.” Boa sorte. Eles não querem ficar em suas cadeiras. A casa está toda de pé antes que Skrillex tenha aparecido na nave do palco e jogue
“A GAROTADA GOSTA DO QUE É REAL. O SOM TE FAZ SENTIR.” THE RED BULLETIN
Luz, lasers, pirotecnia: isso é um pouco da experiência visual que é a apresentação do Skrillex
uma interferência que emite um grave zunido na multidão. Ele vai de um lado para o outro na sua mesa de som e ergue a mão para as outras 10 mil pessoas que abanam de volta para ele. A nave sobe de maneira consistente em uma parede de fumaça e uma explosão de cores. Dentro de um minuto, ele está em cima dos controles com o mullet já ensopado de suor. “Está todo mundo curtindo!?” – ele pergunta, enquanto as luzes vão até a multidão e se apagam, indo do vermelho a um verde marciano. A multidão explode. Sim. Todo mundo está curtindo, especialmente Sonny, apesar de um recente aumento das críticas sobre seu trabalho e sua música. Enquanto o interesse do público e das empresas na EDM cresce, mais pessoas questionam a sua legitimidade enquanto gênero musical, incluindo alguns na comunidade. O sucesso de público Deadmau5 se referiu a Skrillex e outros artistas da EDM como “apertadores de botões”. Desde que pararam de arranhar discos, alguma coisa se perdeu. Quando questionado sobre isso depois do show, Sonny parece não ter outra atitude além de não estar nem aí. “Não é nem um pouco polêmico para mim porque estou cagando”, ele diz. “Os Ramones tocavam três acordes. Não eram só os três acordes. Era toda a energia e o movimento. Então, gosto dessa crítica. É parte do que torna tudo revolucionário. Não é essa a forma com a qual as pessoas normalmente fazem música.” Ele aponta a sua configuração básica para a sua turnê e que qualquer um com um computador pode fazer EDM, ainda assim poucos são bons de verdade. “Tudo vem da reação que você causa. Se você vê que o público está pirando,
então se vê uma conexão genuína com a música – não se pode forjar nada que esteja ali. Quando você sente essa paixão verdadeira, e eu sinto isso com o meu público, então a coisa anda bem.” O seu público realmente está bem. Não tem nada de falso naquela vibração das mãos balançando cheias de alegria. Esses são os fãs de Skrillex, milhares alinhados em fila. Tem também alguns esperando nas proximidades, mantidos nos bastidores do palco para conhecer o artista. Um deles é Paxton Titus, 15 anos, de Howell, Michigan, que segura um retrato de Skrillex, feito por seu irmão de 10 anos, Carver. “Ele faz algo completamente diferente do que você escuta na Sirius XM”, ele diz, referindo-se à rádio temática. “E ele mostra que você pode ser muito artístico e não cair na armadilha da música eletrônica em que 95% dela é a mesma coisa. Vocais femininos, um baixo bem grave e então a batida. É a mesma estrutura. Skrillex segue a sua própria estrutura. Ele tem o seu próprio som.” Outra é Mandee Edwards, 24, que chegou de St. Louis e passou duas horas preparando sua maquiagem, suas botas e o penteado em cascata que ela fez. “Esse som faz as pessoas felizes”, ela diz. Uma porta abre, e Sonny corre para elas gritando: “Heeeyyy!”. Ele aperta as mãos, abraça, posa para as selfies e assina fotos, crachás, camisetas, uma jaqueta, um pacote de cigarros e vários braços e quadris que ele ouve que virarão tatuagens. Sonny assina o retrato de Paxton e faz uma foto com ele. Depois de meia hora, o empresário diz que precisam ir embora. Eles têm dois shows em Toronto, e levar toda a parafernália até lá no meio da noite não é fácil. Ele agradece cada um dos fãs, levanta os braços num pedido de desculpas e é levado para cima por dois caras com rádios. Sonny sempre foi próximo dos fãs. Seja para encontros, Instagram ou para mostrar antes sua música. Isso sempre foi valorizado pelo público, mas é também uma parte integral dele como artista. Ele precisa criar, mas também precisa lançar as coisas. Essa abertura é que é crucial. “É uma forma rápida de fazer as coisas e obter uma reação. E, se a coisa toda estiver perfumada demais, se for um show punk em um lugar com cerveja caríssima, o pessoal não vai curtir. A garotada gosta mesmo do que é real. Tem um vídeo no YouTube de um moleque de 2 anos dançando Skrillex. Isso é legal, porque é uma idade em que nada pode te persuadir. Não tem mídia. Não tem cena ou estereótipos. Você ouve alguma coisa e isso te faz sentir. Acho que é um bom sinal.” 71
A energiA de red Bull em trĂŞs novos sABores.
crAnBerry
lime
BlueBerry
www.redBull.com.Br
Aonde ir e o que fazer
Caixa de som e protetor de iPhone: tudo em um só aparelho (pág. 81)
AÇ ÃO !
V I AG EM / EQ U I PA M ENTO / TR EI N O / M Ú S I CA / FESTAS / C I DA D ES / BA L A DAS
Hora do mergulho
ESTÁ CANSADO DESSES BUNGEE JUMPS QUE VOCÊ VÊ POR AÍ? ENTÃO, CONHEÇA O MAIS ALTO DE TODOS, QUE FICA EM MACAU, NA CHINA AJ HACKETT
MALAS PRONTAS, pág. 74 Lá do alto: a Macau Tower tem 233 metros de altura
THE RED BULLETIN
73
AÇÃO!
MALAS PRONTAS
S I NTA-S E EM CASA MACAU FALA PORTUGUÊS E TEM MUITA COISA BOA
VELOCIDADE Não perca o Grande Prêmio de Macau, uma emocionante disputa de F3 pelas ruas da cidade com alguns dos melhores pilotos do mundo: Schumacher já venceu aqui. www.macau. grandprix.gov.mo
BUNGEE JUMP PRECISA DE CORAGEM PARA PULAR DE CIMA DA PLATAFORMA DE SALTOS MAIS ALTA DO MUNDO A 233 metros de altura, a plataforma de bungee jump da Macau Tower, na China, é a mais alta do mundo. É um salto tão alto que o homem por trás dele, o experiente bungee jumper AJ Hackett, precisou de um outro tipo de cabo. Desde sua abertura, em 2006, aqueles que têm coragem saltam sobre a cidade em uma queda livre de cinco segundos que chega a 200 km/h. Henrique Ferreira, um dos gerentes da torre, pulou 17 vezes, mas é ainda considerado um novato se comparado aos mais antigos membros da equipe da Macau Tower, cada um com mais de 900 saltos. “O coração dispara só de ficar na plataforma”, diz Ferreira. “Não importa se for o décimo ou o milésimo salto.” Miguel Soares, 29 anos e engenheiro elétrico de Portugal, demorou três anos para ter coragem para o primeiro salto. “Quando agendei, passei noites em claro”, ele conta. “Aí cheguei na plataforma e fiquei aterrorizado. Tipo: ‘O que você tá fazendo?’ E então tem a contagem regressiva Cada salto e você pula. O primeiro segundo é de custa a partir de puro horror. Depois, o sentimento é US$ 360 (R$ 750). a coisa mais incrível que existe. A priReserve com meira coisa que você pensa ao chegar antecedência em: ajhackett.com/macau lá no chão é ‘quero fazer isso de novo’.” 74
MAIS ALTO Pegue o teleférico que sobe o Guia Hill para ver a vista e depois escale um pouco mais, na rota conhecida como “A Caminhada das 33 Curvas”. en.macautourism. gov.mo
DICA DE QUEM CONHECE CABEÇA ERGUIDA “Meu conselho é que você não olhe para baixo”, diz Miguel Soares. “De verdade: não. Até que você chegue lá, os 233 metros são apenas um número. Mexe com a cabeça ver os carros do tamanho de formigas.”
Mas não perca o visual
“Faça um esforço para abrir os olhos”, diz Henrique Ferreira. “No meu
primeiro salto eu não abri os olhos até começar a ricochetear porque estava surtando, por isso perdi a vista, que é incrível.”
JOGATINA Qualquer um que acredita ter sorte por sobreviver ao bungee jump deve visitar algum dos cassinos pelos quais Macau é famosa, como o Wynn Macau. wynnmacau.com
THE RED BULLETIN
AJ HACKETT, MACAU.GRANDPRIX.GOV.MO, SHUTTERSTOCK(2)
Macauuuuuuu!
Tem que gostar de altura: você pularia de cima da Macau Tower?
AÇÃO!
MINHA CIDADE
N 45TH ST
1
SEATTLE A CIDADE NÃO TEM O SONICS HÁ SEIS ANOS, MAS UMA GRANDE ESTRELA DO CLIPPERS TEM A “CIDADE ESMERALDA” EM SEU CORAÇÃO
2 4 3 P
U
G
E
T
S
O
U
N
E
M
I AD
SO
ST
N
GREE
N PO IN
T FL OA
TING
BRID
GE
D L A C E Y V. M U R R O W M E M O R I A L B R IDGE
BEAC VE ON A S
www.nba.com/clippers
I-5 EXPRESS
W E ST S E AT T L E B R I D G E RGIN E MA
Ainda que Jamal Crawford chame hoje Los Angeles e os Clippers de sua casa, ele sonha com sua cidade natal, conhecida como Emerald City (“Cidade Esmeralda”). “São as melhores pessoas que conheço”, diz o veterano com 13 anos de NBA. “Assim que você desembarca do avião, sente como o ar é limpo. É totalmente diferente de tudo a que você está acostumado. É o lugar mais lindo do mundo.” Ele explica também por que Seattle é boa para quem gosta de basquete. “Como chove muito, você fica dentro dos ginásios. Eu ficava treinando sem parar”, ele diz. “Isso realmente me influenciou muito como pessoa e na forma que jogo.”
EVER
LAKE WASHINGTON
Faça chuva ou sol
I-5 EXPRESS
AU RO RA AV E N
Jamal Crawford, do Los Angeles Clippers
AY AL W S
TOP CINCO
5
GETTY IMAGES, SHUTTERSTOCK(4)
ANDY AND BRIAN KAMENETZKY
OS XODÓS DE JAMAL
1 SEATTLE PRO-AM
BASKETBALL Seattle Pacific University Acontece de 5 de julho a 30 de agosto. “Temos muitos caras já engajados para essa temporada. Rajon Rondo disse que vem. Gerald Wallace também.”
2 KEY ARENA
305 Harrison St. “A Key Arena é muito boa porque tem uma configuração muito legal. Eles conseguem deixar tudo muito, muito escuro, então todas as atenções se voltam para o palco. Eu vi Sade e Kendrick Lamar lá.”
E TEM MAIS NA PEGADA DA CIDADE
THE RED BULLETIN
3 PIKE’S PLACE MARKET
4 DICK’S DRIVE-IN
5 SEWARD PARK
86 Pike St. “Meu avô morava lá no alto. Em todas as fotos que vejo do Pike Place Market, posso ver o apartamento do vovô. Nunca consegui pegar um peixe do mercado, mas algum dia vou conseguir.”
115 Broadway E “Este é um clássico. Macklemore parou toda a linha do ônibus na Broadway e filmou no alto do Dick’s. É único. Os milkshakes são sensacionais. As batatas fritas também. Até o Bill Gates frequenta.”
“No Lago Washington, você pode dar umas voltas e ver a belíssima paisagem e as árvores. A água é limpa e fresca. Dá para ver o Monte Rainier também.”
EMP MUSEUM
EL CORAZÓN
SEATTLE FOUNTAIN
Com design estranho, o lugar tem a única mostra sobre o Nirvana que você precisa ver na vida.
Conhecido como “Off Ramp”, aqui foi onde o Pearl Jam tocou pela primeira vez. Salve o grunge!
O lugar para fazer vigílias pelas lendas da música falecidas também tem show das fontes d’água.
5895 Lake Washington Blvd. S
75
AÇÃO!
MEU EQUIPO
Pronto para batalha Na parte traseira fica o equipamento de segurança que garante proteção em caso de acidentes.
TU DO PRO NTO O QUE VOCÊ PRECISA NO DESERTO
Sem aperto A direção funciona com um circuito eletrônico e tem bom espaço para as pernas, afinal as corridas podem durar até 12 horas.
LUZ LED PARA CAPACETES Disponível nos diâmetros de 35, 60 e 75 mm. Iluminação garantida. www.trailtech.net
Amortecimento A suspensão independente com reservatórios externos aguenta buracos de até 35 cm de profundidade.
MAIS LUZ Alongados Os eixos longos (214 cm) garantem o controle em alta velocidade nos terrenos irregulares.
Esta lanterna de alta pressão com 100 watts é perfeita para ser usada em alta velocidade. www.trailtech.net
Máquina na areia O FF-ROAD TODA A EXPERIÊNCIA DE DEREK MURRAY AO CRUZAR OS DESERTOS AMERICANOS Derek Murray, 34, dirige um Can-Am Maverick Max 1000R
76
No ano passado, Derek Murray e seu irmão Jason venceram a série BITD, na Vegas to Reno – a maior corrida off-road dos EUA, com 870 quilômetros. E eles fizeram isso com um utility vehicle desenvolvido pela própria dupla. Para a empreitada, eles modificaram um Can-Am Maverick Max 1000R
acoplando um motor de dois cilindros resfriado à base d’água com 101 CV – o mais potente da categoria. “Uma das vantagens dele é a versatilidade”, diz Murray. “Em comparação com a concorrência, passamos por poucos problemas. Desde que a gente não cometa erros, ele cumpre todas as expectativas.”
LIFTTRAX Ajuda muito na hora de sentar na areia ou na lama. O Recovery Set inflável aguenta até 4 toneladas. www.lifttrax.com
THE RED BULLETIN
/redbulletin
© Jörg Mitter
LI K E WHAT YOU LI K E
SEU MOMENTO. ALÉM DO COMUM
AÇÃO!
EM FORMA Paulada na bola: Broad joga com a esquerda e a direita em suas posições
Stuart Broad é uma das estrelas do time de críquete da Inglaterra
Bela tacada C RÍQUETE O CRAQUE CONTA COMO SOBREVIVE À MAIS DIFÍCIL POSIÇÃO DO ESPORTE POUCO CONHECIDO NO BRASIL “Escolhi a posição mais difícil do críquete, o fast bowler”, diz o capitão da Inglaterra Stuart Broad, 28 anos, enquanto seu país se prepara para enfrentar a Índia em cinco jogos testes e outros seis regulares nesta temporada. “Nós recebemos dez vezes o peso dos nossos joelhos e tornozelos cada vez que jogamos a bola. Eu tenho 85 kg, então faz as contas. Durante o dia da partida de teste, nós usamos um GPS e corremos, em média, 18 km por partida. Então, as pernas recebem muito peso no final das contas. Tem um alto nível de lesão entre os que jogam. Nós sofremos uma série de fraturas de desgaste, seja nos pés ou nas costas, onde os ossos estão o tempo todo sob pressão. É preciso reforçar essas partes do corpo. Mas a gente joga até 250 dias por ano, então não se pode fazer nenhum treino forte demais: precisa estar sempre pronto para o jogo.” stuart-broad.com
ESTI LO CAC H O R RO
P A R A FA Z E R E M C A S A “As pessoas acreditam que a força para bater na bola está nos ombros”, diz Broad. “Mas na verdade está nas pernas, então é preciso trabalhar coxas, glúteos e os tendões das pernas.”
1
2
Com os pés paralelos, segure um peso em cada mão. “Deve estar confortável e oferecer desafio.”
Dê um passo para a frente, flexionando o joelho. Levante o braço oposto na direção do teto.
3
BOLADA FORTE
“Nós treinamos com esses atiradores de bola para cachorro”, diz Broad. “Revestimos com uma camada de fita de fibra de carbono e jogamos uns nos outros. Consigo lançar uma a 120 km/h, e isso é o mais rápido possível, é mais intenso que no jogo.”
78
Flexione as pernas da frente e de trás em ângulo de 90° (sem tocar o joelho no chão) e levante o braço.
THE RED BULLETIN
NATHAN GALLAGHER (2), SCHECKER.DE
NÃO FAÇA ISSO EM CASA
AÇÃO!
RELÓGIO
OS FIFTIES DE HOJE VERSÕES ATUAIS DA LENDA
Mergulho com precisão
ALEXANDER LINZ
FIFTY FATHOMS UM INVENTOR VISIONÁRIO E UM NADADOR DE COMBATE DESENVOLVERAM O PRIMEIRO RELÓGIO DE PULSO MODERNO PARA MERGULHO Relógios de pulso à prova d’água? Para mergulhar? Isso não tem futuro. Era o que em geral pensavam os fabricantes de relógio suíços no começo dos anos 1950. Mas um homem pensava diferente: o mergulhador Jean-Jacques Fiechter. Ele era diretor da Blancpain e tramava a invenção do primeiro O Fifty Fathoms relógio de pulso à prova d’água. de 1953 Mais ou menos na mesma época, o capitão Robert “Bob” Maloubier Se você girasse sem querer, fundou a École des Nageurs de a marcação do início do mergulho Combat, uma escola de nado para mudava sempre para “mais cedo”, combate do exército francês. Robert nunca para “mais tarde”. Com essa Maloubier procurava por relógios mudança, os mergulhadores não de pulso que seus homens pudestinham mais o problema de “prosem levar em seus mergulhos. longar” o mergulho (e ter que Fiechter e Maloubier enconpedir mais ar) sem querer. traram juntos uma solução. Maloubier começou enO capitão queria um relótão a usar o Fifty Fathoms gio de pulso que pudesse (“fathom” significa “braça” funcionar a até 100 metros – 50 braças correspondiam de profundidade, resistente, a 91,44 metros de profuncom um painel rotativo AVISO DE didade), o primeiro relógio (que funcionasse com um “SEM RADIAÇÃO” de pulso moderno para anel externo). O mostrador Num Fifty mergulhadores que ganhou e o painel deveriam ser de 1968 o mundo quando o mergupretos, os ponteiros e os lhador francês Jacques Cousteau números deveriam ser bem claros usou o Fifth Fathoms em seu e grandes, de modo que fosse pospremiado filme rodado embaixo sível ver no escuro. d’água, O Mundo Silencioso. Fiechter desenvolveu um sistema de vedação duplo, um jeito de É radioativo? Adorado especialprender o painel com parafusos mente pelos colecionadores, o e um funcionamento automático, antigo Fifty Fathoms vinha com permitindo a rotação por meio de um aviso de “sem radiação” no uma presilha interna de ferro com mostrador. Motivo: o “Mil-Spec 1”. campos magnéticos. Ele colocou Tinha uma exigência do exército no mostrador, perto do número coramericano de que as horas fossem respondente ao horário de 6 horas, visíveis aos soldados mesmo no um indicador de umidade que muescuro. Por isso, alguns modelos dava de cor dentro d’água. do “Mil-Spec 1” tinham substânLogo depois, Fiechter revolucias radioativas que permitiam cionou o painel: ele era contra a iluminação. Então, na parte de a rotação em sentido horário. 79
CLÁSSICO
O Fifty de hoje resiste a até 300 m de profundidade
trás desses relógios usados pelos soldados americanos foi gravado “Perigo. Se você encontrar isso devolva na sede militar mais próxima”. Para diferenciar suas criações dos militares, a Blancpain colocou no lugar do indicador de umidade um sinal [no detalhe], escrito embaixo “Sem radiação”. Nascia uma lenda. Robert “Bob” Maloubier hoje (ao lado) e em 1955 (abaixo) voltando das profundezas com seu relógio de pulso Fifty
OURO MACIÇO
A versão em metal nobre do clássico Blancpain
500 FATHOMS
Edição limitada (500 peças). Resistente a até 914 m
THE RED BULLETIN
AÇÃO!
BALADA
Ambiente electrokitsch tropical: parece interessante!
PA R A ACORDAR BEM O MEZCAL TE PEGOU DE JEITO? AQUI VÃO TRÊS REMÉDIOS MEXICANOS PARA A RESSACA
MENUDO O tradicional mocotó mexicano não é para todo mundo. Mas o pesado e picante caldo de vitela com miúdos e tortillas cai como um milagre pela manhã.
Um drinque no inferno Antes, o calçadão na beira da Playa del Carmen era uma região ruim para quem procurava boa música, como Alejandro Gámez. “A maioria dos clubs tocava pop”, ele lembra. “E nas festas na beira da praia tocava psy-trance. Era terrível.” Há dez anos, Gámez resolveu esse problema – ele abriu o La Santanera, a melhor balada de Playa del Carmen e uma das melhores do país. O club conta com os DJs mais antenados de tecno e house do mundo, dois andares, um terraço gigante e uma decoração extravagante: detalhes em néon, grandes bolas luminosas estilo retrô, lustres direto do mercado de pulgas e na pista de dança um excêntrico santuário kitsch (como não poderia deixar de ser) para o padroeiro dos traficantes de drogas do local, Jesús Malverde. Sem dúvida, o interior da balada lembra o bar Titty Twister de Robert Rodriguez no filme Um Drink no Inferno. “Queríamos ser diferentes dos nossos vizinhos de praia”, conta Gámez. “E deu nisso!” LA SANTANERA Calle 12, Mza. 30 Loc. 2 Playa del Carmen, Q Roo, México 77710 www.lasantanera.com
80
Todas as noites o La Santanera faz a temperatura subir
FAÇA A COISA CERTA É SUA PRIMEIRA VEZ? AQUI VÃO OS CONSELHOS PARA APROVEITAR TUDO
O QUE BEBER Em vez de coquetéis, Gámez recomenda um shot da legítima aguardente mexicana: “Você precisa provar o Mezcal Papadiablo. E, depois dele, tomar uma cerveja”. O QUE VESTIR “Alguns frequentadores se arrumam muito. Mas esta não é a nossa pilha.” O que Gámez quer dizer: “Seja apenas você mesmo. É o melhor jeito de atrair os olhares”. HORA DA PAQUERA Chegar com um “De onde você é?” funciona bem no La Santanera, diz Gámez. “O público é internacional, a Playa del Carmen é uma mistura de culturas do mundo inteiro.”
POZOLE O ensopado de páprica com milho, carne de porco, orégano e rabanete é herança dos Maias. Hoje é conhecido como “mata-ressaca”. Precisa dizer mais alguma coisa?
CHILAQUILES Gorduroso, salgado, delicioso: tortillas fritas com queijo, molho de pimenta e proteínas – ovo ou carne de frango – para fortalecer o corpo com muitos minerais.
THE RED BULLETIN
BENNETT SELL-KLINE FOR THEBPMFESTIVAL.COM(3), SHUTTERSTOCK.COM
P LAYA DEL CARMEN A BALADA MAIS AGITADA DA REGIÃO LEMBRA UM FILME DO DIRETOR ROBERT RODRIGUEZ
AÇÃO!
MÚSICA
NA PALMA DA MÃO Curtis Jackson era um traficante de 24 anos quando quase morreu num tiroteio em Nova York, em 2000. O acidente transformou radicalmente sua vida: Jackson mudou seu nome para 50 Cent e se concentrou na carreira de rapper. Em 2003, ele lançou seu álbum de estreia ao lado de Dr. Dre – Get Rich or Die Tryin’ se tornou o quarto disco mais bem-sucedido da história do hip hop. Em meio a tudo isso, 50 Cent fez um filme, escreveu um livro e desenvolveu um novo tipo de fone de ouvido. Ainda deu tempo de se dedicar à música? “Claro que sim. Mas as coisas boas levam tempo para serem feitas”, ele diz, orgulhoso de seu novo álbum depois de cinco anos: Animal Ambition. Ele nos conta aqui sobre as cinco músicas que mais o inspiraram.
Curtis Jackson, ou 50 Cent, tem 38 anos e é rapper e empresário
“Bieber é o novo rei do pop” PLAYLIST HINO DE MACONHEIROS, CRÍTICA À SOUL MUSIC E ALGUNS CLÁSSICOS: O GIGANTE DO RAP NOS APRESENTA SEU MUNDO MUSICAL
1 Marvin Gaye
2 Rick James
3 Michael Jackson
Em 1970, a maioria das canções de soul falava de amor – até Marvin Gaye quebrar essa tradição. Ele escrevia músicas sobre injustiças sociais. Como, por exemplo, “Inner City Blues”. Apesar disso, a música é tão leve que dá para cantar até no banho. Gaye não era um pregador, era um observador. E por isso eu amo e respeito demais esse cara.
O melhor hino de maconheiros, composto pelo cara mais cool do mundo. Rick James é o pai de todos os adolescentes malvadinhos. Tem uma entrevista dele falando de seus excessos egocêntricos no rock’n’roll no YouTube. É muito boa. Esse cara é um mestre. A entrevista foi concedida ao comediante americano Dave Chappelle. É obrigatório assistir!
O álbum Thriller fez do cara o herói da minha juventude. Mas essa música de 1992 é para mim a melhor dele de todos os tempos. Principalmente por causa do videoclipe, que se passa no Egito Antigo. Até hoje é inigualável. O único artista vivo que atualmente poderia chegar aos pés de Michael Jackson é Justin Bieber. Estou falando sério!
4 Curtis Mayfield
5 Prince
Uma música da melhor trilha sonora de todos os tempos. “Pusherman” reflete muito bem a atmosfera de Superfly, um dos filmes de gângster mais legais dos anos 1970. A música de Mayfield se encaixa perfeitamente na trilha sonora – parece até que ele assistiu ao filme antes de escrevê-la. Foi uma grande inspiração para o meu Animal Ambition.
Com este álbum, Prince superou a si mesmo. A música-título é atemporal – o que para mim é o maior elogio que uma música pode receber. Como se compõe uma música atemporal? Eu não sei. Um artista tenta fazer uma obra-prima sempre que cria uma canção, mas não existe uma receita para isso. Mas, se existisse, o modelo seria “Purple Rain”.
“Inner City Blues”
“Pusherman”
KATHERINE HAWTHORNE
50cent.com
THE RED BULLETIN
“Mary Jane”
“Purple Rain”
TRÊS APPS QUE TODO AMANTE DE MÚSICA DEVE TER
BEATGUIDE O aplicativo informa sobre as festas de até 15 cidades próximas de você e oferece amostras dos sets dos DJs.
“Remember the Time”
WHOSAMPLED Qual o clássico do soul que Jay-Z usou no sample de seu novo hit? Esse app analisa suas músicas e mostra a origem dos hits.
ES C UTA ES SA! GADGET DO MÊS
PARA TODA HORA
Esta caixa de som cabe na palma da mão, toca músicas de iPhone (por 30 horas com uma bateria sem fio) e é para ser usada ao ar livre. Ela é à prova de poeira, água, resiste à profundidade de 5 metros e aguenta quedas de até 10 metros. Item obrigatório para os aventureiros que gostam de música.
PHONOPAPER Transforme seu smartphone em um sintetizador que mostra as gravações graficamente. Dá para ler e desenvolver em forma de música.
81
AÇÃO!
GAMES
Mirando o sucesso: US$ 500 milhões serão gastos para fazer e divulgar Destiny
PEQ U EN OS E BONS LANÇAMENTOS PARA TABLETS E CELULARES
DARKLINGS A segunda temporada do jogo de aventura sem fim. Sua elegante mecânica de jogo faz com que você desenhe símbolos na tela para vencer. mildmania.com
Tiros e estratégia
VEM AÍ...
Alvos verdes
D ESTINY SERÁ QUE OS CRIADORES DO HALO CONSEGUIRÃO ACERTAR NOVAMENTE COM SEU NOVO JOGO DE TIRO? Faz 13 anos desde que o inovador Halo apareceu. O game foi um lançamento para Xbox, motivo que bastava para adquirir o console e, desde então, o Xbox 360 foi superado pelo Xbox One. Halo ainda está rolando, mas o seu criador, Bungie, não está mais envolvido com ele – atualmente, ele trabalha para o diretor JJ Abrams nos novos filmes da saga Star Wars. Porém, desde seu último jogo, Halo: Reach, de 2010, Bungie tem trabalhado em Destiny, que deve sair em setembro e que neste mês estará disponível na versão beta para jogadores cadastrados. Até agora, o que foi visto é ao mesmo tempo previsível e animador: é um jogo de tiro de ficção científica, bem na pegada do Halo, com gráficos alucinantes. Quanto à parte inovadora, o destaque é a tentativa de fazer um “mundo compartilhado do tiro”, para combinar o jogo em primeira pessoa com os elementos de games para múltiplos jogadores, como World of Warcraft. Não são apenas os fãs que têm a expectativa alta: US$ 500 milhões (mais de R$ 1,1 bilhão) serão gastos na realização e no marketing de Destiny – uma soma ligeiramente maior do que a gasta para fazer o novo Star Wars. Qual dos dois terá mais sucesso? destinythegame.com
82
PLANTS VS. ZOMBIES VOLTOU
O Plants vs. Zombies original provou que os games simples, especialmente no celular, podem ser tão cheios de ação quanto os jogos de console mais rebuscados. Em agosto, a nova versão faz sua estreia no PS3 e no PS4 (você já pode adquiri-la para Windows e em ambos os Xboxes). No videogame tem mais ação que no celular.
OC-TANE Lembra o jogo de corrida do futuro Wipeout – e são boas semelhanças – com uma sensação de Tron e capacidade para até oito jogadores. Para Android e iOS. syncinteractive.co.uk
popcap.com
Hora do confronto!
SÓ FICA MELHOR: MADDEN FAZ 15 ANOS Se tem um jogo de esporte mais perfeito que Madden, e provavelmente não existe, é porque se trata de um simulador de esportes que chega muito perto da ação real. A sensação é de que você está imerso em um jogo de futebol americano ao vivo pela TV, e não um game. A mais recente versão, que sai em agosto, promete ser a maior e melhor até agora (exatamente como foram as anteriores).
80 DAYS Como no clássico A volta ao mundo em 80 dias: um desafio que é parte jogo e parte narrativa de aventura, tomando 150 cidades e toda a sua intriga e perigo. Só para iOS. inklestudios.com
easports.com/madden-nfl
THE RED BULLETIN
GRAB YOUR PIECE OF THE ACTION
AÇÃO!
NA AGENDA
Você ainda acha que velocípede é coisa de criança? 23/8, em Belo Horizonte
Trike Strike O Red Bull Trike Strike vem para quebrar o paradigma de que triciclo é coisa de criança. A modalidade consiste em uma corrida de carros com a frente de BMX e a traseira de rodas de kart em ladeiras íngremes. Na pista Morro do Ralado, em Macacos, a 20 km de Belo Horizonte, os competidores poderão atingir velocidades de até 80 km/h. Atletas, adultos, crianças e curiosos estão convidados a conferir a primeira edição do evento, que contará com a participação dos pilotos da Stock Car Daniel Serra e Felipe Fraga. www.redbull.com.br
84
15/8, no Rio de Janeiro
Sete vidas Pitty lança o disco Sete Vidas no palco do Circo Voador, no bairro da Lapa, no Rio. O disco é o primeiro material inédito lançado pela roqueira baiana em quatro anos, desde o single “Comum de Dois” (2010), que está no álbum ao vivo A Trupe Delirante no Circo Voador. O último disco completo de inéditas da Pitty é Chiaroscuro. www.circovoador.com.br
THE RED BULLETIN
22/8, em São Paulo
AGOSTO TÁ A Í
Criolo e Milton Após antigas parcerias de sucesso, Milton Nascimento convida Criolo para seu mais novo projeto, o Linha de Frente, que une os grandes sucessos dos cantores em um novo formato. Além das canções já conhecidas pelos fãs, a dupla apresentará pela primeira vez a música “Dez Anjos”, cuja letra é de autoria dos dois. Participações como a do cantor Daniel Ganjaman, da Banda 5, e de Júlia Vargas também podem ser aguardadas pelo público. O show será no HSBC Brasil, com ingressos a partir de R$ 40. hsbcbrasil.com.br
Blindtext für Dominic Thiem
TRÊS PEDIDAS PARA ESQUENTAR O MÊS
22 SEXTA
PARA LER 30/8, em Belém
Puro ritmo Depois das finais nacionais, que aconteceram em 12 países, o Red Bull BC One, a competição mais relevante da cena internacional de break dance, selecionará o melhor b-boy da América Latina para a final mundial, que este ano acontecerá em Paris. O campeão brasileiro, Ratin, é um dos nomes que vão brigar por uma vaga para representar o país na Europa. Ao todo, 16 b-boys se enfrentam em batalhas homem a homem.
BRUNO SENNA, DIVULGAÇÃO (2) , ROMINA AMATO/RED BULL CONTENT POOL, RALLY ZONE/KTM IMAGES/RED BULL CONTENT POOL
bienaldolivrosp. com.br
www.redbull.com.br
26
20 a 30/8, em Goiás
Rally dos Sertões
TERÇA
PUNK CJ Ramone, um dos remanescentes dos Ramones, faz turnê no Brasil até dia 7 de setembro. É mais uma oportunidade para os loucos por punk rock cantarem clássicos como “Pet Sematary”.
O rally de maior tradição no país liga os motores no dia 20 de agosto, em Goiânia, para uma aventura repleta de velocidade em dez dias de corrida numa das paisagens mais secas e inóspitas do Brasil. São motos, carros e caminhões desafiando o clima hostil da região em busca de muita adrenalina e consagração no coração do Brasil. A chegada do rally será em Belo Horizonte.
cjramone.com
www.sertoes.com
9 e 10/8, em Mangaratiba
30 e 31/8, em São Paulo
8 a 16/8, em Gramado
12 a 16/8, no Rio
XTerra Tour
Cinema de ação
Olha o Kikito
Som no metrô
Triatlo, mountain bike, corridas noturnas de 7 km e 21 km, ultramaratonas de 50 km e 80 km. É mais ou menos isso o que você encontra nas etapas do XTerra Brazil Tour, que passa este mês pelas praias de Mangaratiba, no Rio. O circuito conta com dez etapas ao longo do ano, em lugares como Paraty e Ilhabela. www.xterrabrasil.com.br
O festival Rocky Spirit reúne os melhores filmes de ação e aventura do mundo! Com uma curadoria para lá de afiada, o evento acontece em duas noites frias do inverno paulistano no Parque do Ibirapuera. Leve uma canga, um cobertor e uma térmica com bebida quente: o programa é imperdível. gooutside.uol.com.br/spirit
O Festival de Gramado, no Rio Grande do Sul, é um dos grandes chamarizes do mercado cinematográfico brasileiro. A 42ª edição do festival que premia longas-metragens e documentários nacionais e estrangeiros conta também com a Mostra Novo Olhar, Mostra Especial Gaúcha, e Mostra Não Competitiva. www.festivaldegramado.net
Pela primeira vez, o Metrô do Rio será invadido pela música do Red Bull Sounderground, o Festival Internacional de Músicos de Metrô. O evento contará com apresentações de músicos de diversos estilos e cantos do mundo. Além das atrações internacionais, o festival também vai selecionar talentos brasileiros. www.redbull.com.br
THE RED BULLETIN
Entre 22 e 31 de agosto, amantes da literatura vão debulhar em São Paulo. A 23ª Bienal Internacional do Livro acontecerá no pavilhão de exposições do Anhembi com 480 expositores.
30 SÁBADO
CUBANA A cantora Omara Portuondo apresenta a turnê com músicas de seu primeiro disco, Magia Negra, de 1959. A cantora também é conhecida pelo filme Buena Vista Social Club. teatrobradesco.com.br
85
MOMENTO MÁGICO
O torneio de golfe King of the Greens conta com atletas de outros esportes. Ano passado, em Londres, as estrelas da disputa foram o snowboarder Ben Kilner (da Escócia) e o esquiador de estilo livre PK Hunder (da Noruega), que na foto está dando uma bela tacada chamada “bunker” – captada com perfeição pelo fotógrafo Lorenz Holder.
A tacada bunker é muito simples: você não pode acertar a bola. Antiga sabedoria do golfe LORENZ HOLDER
Um pouco de areia é sempre bom
A PRÓXIMA EDIÇÃO DO RED BULLETIN SAI NO DIA 13 DE AGOSTO 86
THE RED BULLETIN