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UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL CURSO DE JORNALISMO

MULHERES NO JORNALISMO
EVELYN CRISTINA MORAES PARDAL
São2021Paulo
O que o Brasil tem feito para proteger as Jornalistas?
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
EVELYN CRISTINA MORAES PARDAL
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
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MULHERES NO JORNALISMO
O que o Brasil tem feito para proteger as Jornalistas?
Relatório de Fundamentação Teórica e Metodológica desenvolvido como etapa de elaboração do Trabalho de Conclusão de Curso de graduação em Jornalismo da Universidade Cruzeiro do Sul, sob orientação do Prof. Dr. Nivaldo Ferraz.
São2021Paulo

Agradeço a todos os meus professores do curso de Jornalismo daUniversidade Cruzeiro do Sul pela elevada qualidade do ensino oferecido.

Deixo um agradecimento especial a minha vó Aldezir que veio a falecer esse ano, mas sempre me apoiou grandemente durante toda a minha vida.
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Primeiramente gostaria de agradecer a Deus.
Aos meus pais Marcio e Soraya que sempre estiveram ao meu lado me apoiando ao longo de toda a minha trajetória.
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
AGRADECIMENTOS
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. 4 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO..................................................................6 2. APRESENTAÇÃO............................................................7 3. REFERENCIAL TEÓRICO METODOLÓGICO.................8 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS..............................................10 5. REFERÊNCIAS................................................................11 6. APÊNDICE.......................................................................12 1. TÍTULO................................................................................12 2. FICHA TÉCNICA.................................................................12 3. PLANO ESTRATÉGICO.....................................................12 4. DESCRIÇÃO DO PRODUTO..............................................12 5. LINHA EDITORIAL.............................................................13 6. ESTRATÉGIAS PARA DEFINIÇÃO...................................13 7. PÚBLICO A SER ATINGIDO..............................................13 8. FUNÇÃO INDIVIDUAL........................................................13 A) CRONOGRAMA................................................................13 B) ORÇAMENTO...................................................................14 9. DOCUMENTAÇÃO.............................................................14

Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. 5 10. SINOPSE............................................................................14 11.ROTEIROS E DECUPAGENS.............................................15 12. DIÁRIO DE CAMPO...........................................................70 13. ANEXOS............................................................................70

Por força das guerras que ocorreram na metade do século XX, as mulheres assumiram as empresas e negócios de suas famílias, além da posição do homem nacondução do lar. Isso aconteceu, não apenas duranteos anos de conflito, mas também posteriormente, em razão do grande número de mortes e de acidentes que deixavam os homens inaptos para o trabalho. A carreira profissional está entre as prioridades para as mulheres, mesmo com as desigualdades salariais e confrontos para alcançar cargo de chefia.
Mulheres no Jornalismo: O que o Brasil tem feito para proteger as Jornalistas?
O objetivo central do trabalho é abordar e analisar sobre o tema “o que o Brasil tem feito para proteger as jornalistas”, bem como o impacto desse assunto é sobre as mulheres. Propõe se, assim, apresentar reflexões e analisar a influência desse assunto na atualidade, baseado no princípio do preconceito com a mulher na redação, na bancada do telejornalismo e que traz àtona uma nova maneira de agir, de modo que, paraos homens, o mais importante nessa perspectiva é julgar a inteligência da mulher. Sob esse ponto de vista, o preconceito com a mulher na área jornalística é maioria apesar da evolução constante.
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

Ao longo dos anos muitas prioridades mudaram para as mulheres. Antes constituir uma família e ser mãe estava entre elas, hoje firmar se profissionalmente éa principal preocupação. Na Revolução Industrial foi a primeira vez que houve considerável absorção da mão de obra feminina. As fábricas contrataram mulheres como objetivo de reduzir as despesas comsalários e discipliná las ao seu modo.
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RESUMO
PALAVRAS-CHAVE: mulher; telejornalismo; redações; preconceito.
Evelyn Cristina Moraes Pardal Universidade Cruzeiro do Sul, São Paulo, SP
INTRODUÇÃO
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Em pleno século XXI a proteção às mulheres jornalistas ainda é insuficiente e um dos temas mais desafiadores na área da comunicação. São enormes os desafios a serem superados no
O principal objetivo desse projeto é incentivar as mulheres Jornalistas a denunciar ataques sexuais, verbais e psicológicos que sofrem nas redações, gravações externas e nas redes sociais. Discorrer sobre o jornalismo brasileiro e a representação das mulheres na imprensa. Com a finalidade de entender como a sociedade vem tratando esses casos que envolvem as mulheres.
APRESENTAÇÃO
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
O tema dessa pesquisa “O que o Brasil tem feito para proteger as Jornalistas?”, procura mostrar o papel da imprensa por trás e o que eles têm feito para diminuir ataques machistas e assédios sexuais, tanto presencial quanto online. O foco da pesquisa é identificar o que as mulheres Jornalistas vivem dentro das redações e o que encaram no dia a dia de trabalho.
Segundo a pesquisa “Gênero no Jornalismo Brasileiro” da Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo, 73% das jornalistas afirmam já ter escutado comentários ou piadasdenaturezasexualsobre mulheresno seuambientedetrabalho,83,6%jásofreram algum tipo de violência psicológica nas redações e 65,7% afirmaram ter tido sua competência questionada ou visto uma colega ter a competência questionada.

A escassez de pesquisas acadêmicas sobre as mulheres Jornalistas e o que o Brasil tem feito para protegê las, motivou a elaboração desse projeto que possui extrema importância não só para mulheres do assunto focado, mas também para sociedade no Ageral.pesquisa
se justifica no atual cenário no Brasil, onde incentivar mulheres a entrar no mercado de trabalho é uma das maneiras de acabar com a desigualdade degênero e esse assunto se torna urgente e de extrema importância. Além da inserção,incentivar a se proteger de ataques machistas. Alcançar o público alvo, criando um projeto radiofônico e descontraído onde as mulheres possamescutar no trajeto de suacasa até o trabalho ou realizando tarefas do dia a dia.
O aspecto teórico dapresente pesquisa foi estruturado emtrêstópicos, a saber:jornalistas mulheres e a desigualdade de gênero; a escassez de jornalistas negras na bancada do telejornalismo brasileiro; cenário feminino no webjornalismo.
Um dos casos registrados pela Abraji no levantamento foi citado pela revista Time no artigo sobreapremiação “Personalidadedo Ano de2018”.Aperseguição contraarepórter daFolha de S. Paulo Patrícia Campos Mello aconteceu após publicação de matéria sobre “apoiadores
Para iniciarmos esta parte teórica da pesquisa, apresentamos o conceito proposto por (CRENSHAW, 2002) que define desigualdade de gênero: “O gênero faz intersecção com várias outrasrelaçõesde poder,regidas pelas categorias de classe, raça, orientação sexual, origem e idade” (CRENSHAW, 2002 p. 171).
REFERENCIAL TEÓRICO-METODOLÓGICO
próprio ambiente de trabalho. O que o Brasil tem feito para proteger as mulheres jornalistas? Como as vítimas lidam com os ataques verbais e insultos no dia a dia?
Tentando esclarecer essas desigualdades que ainda existem entre homens e mulheres no mercado de trabalho nas áreas de comunicação social, é importante saber como as jornalistas mulheres se sentem a partir desse cenário, além de que, também sofrem ataques e assédios pelos homens no ambiente emque trabalham.
Em 2018, um levantamento da Abraji registrou mais de 150 casos de agressão contra jornalistas em contexto político eleitoral, sendo 87 no ambiente virtual e 72 ataques físicos. Na internet, mulheres foramalvo de 56,3% dos casosregistrados pelo levantamento.
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

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Estudar desigualdade de gênero pode ser considerado o meio para se apontar questionamentos mais sérios a respeito da inserção da mulher no meio jornalístico. Pois as dificuldades encontradas por pesquisadores ao tentar captar esse assunto indicam a necessidade de incorporar a questão da desigualdade de gênero.
do presidente eleito, Jair Bolsonaro, que financiaram uma campanha para disseminar notícias falsas no WhatsApp”, descreveu o periódico.
(...) Os negros não têm argumentos paracombater o racismo, pois, quando afirmam que este acontece, sempre tem um otimista para relembrar Gilberto Freyre e dizer que o Brasil é umceleiro da mistura das raças e, porisso, o racismo se torna inexplicável (RIBEIRO, 2004, p. 17).
Buscamos resultados também sobre a escassez da mulher negra nas bancadas do telejornalismo e é um assunto de extrema importância já que não encontramos variedades de pesquisas sobre. A trajetória para a representação do negro se tornar no nível de relevância que realmente tem, nos parece bem difícil ainda e é por isso que apresentamos essa pesquisa, para encontrarmos soluções cabíveis para este problema.
“
Euachoque não entrar em discussões na internet éuma maneira ótima dedeixar essas pessoas falandosozinhas. Assim, nãoalimentamos troll, robôs ou militantes pagos. Algumas medidas de segurança como autenticação em dois passos em suas redes, separar redes pessoais e profissionais podem ser úteis. Também acho importante que repórteres não se posicionem politicamente.”, (CAMPOS, PATRÍCIA, 2020)
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

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Assimque saiu a reportagemsobre as fakes news, Patrícia Campos Mello respondeu emuma entrevistacomooutrosjornalistaspodemsedefender contraesses linchamentosdigitaisassim como os que ela vivenciou.
Mesmo que hoje tenhamos a presença de profissionais negros na bancada do telejornalismo ou a valorização de algumas profissionais, como Maria Julia, apresentadora do Fantástico na TV Globo atualmente, um ato simbólico que demorou 50 anos para acontecer na emissora. O caminho parece ainda difícil para que a representação do negro seja condizente com a sua enorme importância na sociedade brasileira.
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Segundo a pesquisa “Mulheres e trabalho: breve análise do período 2004 2014”, com base nos dados do IPEA e do IBGE (PINHEIRO et al, 2016), a mulher negra ganha 40% a menos que o homem branco, sendo que o homem branco recebia em média R$ 2.393, em comparação a mulher negra ganhava R$ 946 mensais, em 2016. Em outro estudo do IPEA, “Expansão dos direitos das trabalhadoras domésticas no Brasil”, (PINHEIRO, GONZALEZ & FONTOURA, 2012),observa se que notrabalho doméstico entreosanos 1999 a 2009 as mulheres são maioria, representando 93%. As mulheres negras representavam em 2009, 62% da mão de obra no setor.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em 1899 o jornalista Edwin Shuman chegou a escrever que “o trabalho de coleta de notícias, via de regra, é muito rude e exigente para as mulheres. O trabalho de reportagem local lida muito exclusivamente com homens e com os negócios dos homens para dar às mulheres uma única chance nisso”.
Os temas citados neste projeto acadêmico são apenas poucos exemplos da presença e inserção feminina em todo o mundo. É um assunto pouco discutido que nos traz além de informações, um olhar mais criterioso para o problema que afeta a sociedade de forma árdua.
Sobre métodos de investigação notamos que as entrevistadas têm conhecimento sobre novas práticas investigativas, mostrando estarem ligadas comas mais recentes estratégias utilizadas, mesmo não querendo revelar as mesmas. Verificamos, igualmente, que a
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
Nesta pesquisa debatemos a introdução da mulher no mercado de trabalho jornalístico, tendo em vista que ao longo desse desenvolvimento observa se uma feminização da redação. Deste modo, buscamos problematizar o preconceito e a naturalização do machismo, que se reflete no âmbito profissional. Buscamos na pesquisa de campo, apesar de reconhecermos inicialmente, observar o quanto a questão de gênero implica nas atividades do jornalismo investigativo, que requer mais tempo e o conflito de documentos e fontes, além de abordar pautas ligadas à polícia, ainda não tão comuns no universo das jornalistas. Verificamos que apesar da evolução positiva em relação à ocupação das mulheres das redações, ainda há dificuldades nesse espaço.

ABRAJI. Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo. Gênero e Número. <https://www CRENSHAW,mulheresnojornalismo.org.br/12901_GN_relatorioV4.pdf>Kimberlé.

Documento para o encontro de especialistas em aspectos da discriminação racial relativos ao gênero. Estudos Feministas, ano 10,1º semestre 2002, p. 171 188.
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LEAL, Joana. Blog Escrevendo uma feminista. < RIBEIRO,http://www.usp.br/aunantigo/exibir?id=7501&ed=1302&f=23>GluacyMeyredeO.DemocraciaRacialeTelejornalismo: o negro no mercado de trabalho visual. TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) Universidade Federal de Juiz de Fora, 2004.
identificação com pautas que permeiam o universo feminino, reflete no direcionamento dado ao assunto, promovendo impacto na produção noticiosa.
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
REFERÊNCIAS
BRAGA, THALLYS, 2020. Observatório da Imprensa. <www.observatoriodaimprensa.com.br/liberdade de expressao/entrevista patricia campos mello/>
On Podcats
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Segunda Fase: Fizemos levantamentos e pesquisas para procurar as fontes específicas para o nosso trabalho, marcamos as entrevistas, produção de perguntas e roteiros para cada entrevistado.
Terceira Fase: As apresentadoras do Podcast realizaram reuniões antes de cada entrevista, fizemos em conjunto as decupagens e a edição do produto final também foi marcada e realizada.
Para a criação do produto, escolhemos o formato em Podcast, por se tratar de um conteúdo em áudio, rápido e fácil de ser escutado e disponibilizado através de um arquivo ou streaming, o Podcast tem uma linguagem mais acessível a grande parte da população. A Linguagem do nosso produto traz dados evidenciando o papel da mulher no jornalismo e contando as dificuldades de ser mulher nessa profissão, fizemos um bate papo com as jornalistas de uma forma mais centralizada, realizamos as entrevistas pela plataforma Zoom, e gravamos o áudio pelo computador no programa Audacity. Por tanto neste trabalho utilizaremos nossas vozes “femininas” com o intuito de chamar a atenção para esse cenário de desigualdade, violência e assédio. No final de
4. Descrição do Produto
APÊNDICE1.Título
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
2. Ficha Técnica
3. Plano Estratégico
Primeira Fase: Nos reunimos em grupo para definir um tema geral para o trabalho e dividimos as funções de cada integrante do grupo, criamos o nosso logo e as artes para postagem.
O On Podcats é um arquivo digital com uma linguagem acessível que aborda em 3 episódios de 10 minutos cada e teve a participação de 6 entrevistadas da área enfatizando através de seus relatos e vivências a importância da mulher no jornalismo e principalmente as dificuldades e preconceitos enfrentados.

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todo o processo osouvintes terão aoportunidade de baixar o áudio na memória do seu celular, com a opção de ouvir off line.
Nossas convidadas falam sobre assuntos similares e dentro do mesmo nicho a ser abordado. O áudio de cada vinheta é inserido para estimular o ouvinte para o próximo. A trilha sonora designada para o podcast foi inserida para descontração de um assunto tão sério.
O público alvo do podcast na grande maioria são mulheres, mas conta com homens da profissão que abordamos.
Editora e materiais de marketing
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

6. Estratégias para definição
8. Função Individual
Como os empregos oferecidos pelo Jornalismo possuem uma “capacidade” de empregadas mulheres, definiu se por este grupo, ficando excluídas as mesmas.
7. Público a ser atingido
5. Linha Editorial
O OnPodcats tem a visão de mostrar através do formato podcast uma discussão e reflexão perante a presença de mulheres no meio jornalístico, independente do segmento escolhido, queremos mostrar que para trilhar sua jornadano meio jornalístico para a mulher não é fácil que violências e discriminações acontecem constantemente, sabemos que esse tema é discutido por todos os meios mas sabemos também a importância de poder reforçar ainda mais esse assunto fazendo comque a sociedade entenda e que o jornalismo continue evoluindo cadadiamais perante a essas pautas.
A) Cronograma
B) Orçamento
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.


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10. Sinopse
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano
11.Roteiros e Decupagens
On PodCats é um arquivo digital de cinco estudantes de Jornalismo, em parceria com a Universidade Cruzeiro do Sul, cujas convidadas protagonistas são mulheres que atuam na área da comunicação. Suas histórias, muito distintas na forma, porém extremamente semelhantes no conteúdo, nos levam a refletir sobre a violência digital, assédio, o que o Brasil tem feito para proteger essas Jornalistas e também sobre a escassez da mulher negra nas bancadas do telejornalismo. Um assunto descontraído, relevante e ao mesmo tempo impactante e revoltante.


PAUTA NOMEDO OnPodcatsVEÍCULO RaEDÍTORÍAdio MulheresTEMA/ASSUNTOnoJornalismo EDÍÇAO
2021. 15 9. Documentação

DOGRUPOCOMRGM
EvelynCristina 19403933
Pesquisas iniciais sobre Mulheres no Jornalismo (02/06/2021),saber quais as descriminações de gênero e violência sofrida por essas mulheres em seu ambiente de trabalho. De que forma o Podcast pode auxiliar na visibilidade desse assunto e melhorias para elas, o que o Brasil tem feito para proporcionar proteção as jornalistas.
finalseraaproduçaodeumpodcastjustamenteporterumalinguagem maisacessívelagrandepartedapopulaçao,iremostrazerdadosevidenciandooverdadeiro papeldamulhernojornalismoetambemnosdiversosmeiosdecomunicaçao,faremosa junçaodeinformaçoeseentretenimento.Utilizaremosnossasvozes“femininas”como intuitodechamaraatençaoparaessecenariodedesigualdadeseuniversoemsuagrande maioriamasculino,quemuitasvezes,inibiecalaavozdaprofissionalfemininadaarea jornalística.Nofinaldetodooprocessoosouvintesteraoaoportunidadedebaixaroaudio namemoriadoseucelular,comaopçaodeouviroff line,vistoquenosdiasdehojeocelular equasequeumacompanhantefieldoserhumano.Dessaformatambempoderao compartilharnossotrabalhoalcançandomuitaspessoas.COMPONENTES
RenataFONTESLo
AmandaCunha 18670199
MoniqueViana 18858881
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. 16 02_/__06__/__2021

Diante da flexibilização da quarentena e se essa se manter, iremos tentar a realização das entrevistas presencialmente mantendo o distanciamento social e os protocolos de segurança, caso não seja possível a mesma será realizada via on line.
ALÍNHAMENTOEDÍTORÍAL ENFOQUE/ANGULAÇAO
Prete jornalistaeapresentadora PatríciaCamposMello reporterecolunista FlaviaOliveira comentaristaGloboNews SindicatodosJornalistas(DepartamentodeMulheres) ÍsabelaJarrusso jornalista
OHÍSTORÍCOobjetivoe
KaynaraLima 19538853
OOBSERVAÇAO:nossoproduto
mostraoquantoadescriminaçaoeaviolenciacontramulheresjornalistasesta fortementepresentenoambientejornalístico,tomandoumaproporçaoenormesejalaqual forosegmentojornalísticodeescolhadecadajornalistamulhernomundo. Nossaquestaoeoqueojornalismobrasileirotemfeitoparaprotegerasjornalistascontra essesataques?Precisamosreforçaqueasociedadeeomeiojornalísticodevesermenos machistaeproporcionarmaissegurançaparaessasprofissionais,permitindoassimqueelas possammostraroverdadeiropapeldamulhernojornalismo.
PRISCILLA CHANDRETTI
Mulheres no jornalismo violência contra mulheres jornalistas
AnaBeatrizMagalhaes 19366485
Músicas e Convidadaefeitos
Desde a reforma trabalhista, somos uma das categorias mais atacadas com demissões em massa, perdas de direitos, assédio moral, intimidação e exposição à Oviolência.jornalista
convidada Priscilla Chandretti vai ajudar com algumas questões, representando o sindicato dos jornalistas no departamento de mulheres.
passa por situações onde sofre diariamente em redações e locais de Bia:trabalhoNossa
Roteiro de podcast
ApresentaçãoVinheta
Tema:
Seja Muito bem vinda Priscilla.
Amanda: Olá queridos ouvintes, sejam muito bem vindos ao nosso PODCATS. Eu sou a Amanda e ao meu lado hoje estão as minhas companheiras Ana Beatriz e Kaynara. Tudo bem meninas com vocês?
(meninas respondem)
na voz do(s) locutor(es)
Duração: 5 minutos
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
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Bia: Priscilla você poderia falar um pouco sobre você, e a sua função no sindicato.
Programa elaborado (perguntas direcionadas aos especialistas)
Kaynara: A discriminação de gênero e a violência contra a mulher está muito presente no campo jornalístico. Qual a recomendação que o Sindicato sugere quando uma jornalista sofre algum tipo de violência?Amanda:Você
acredita que assuntos como violência deve ser tratado em escolas para que as crianças possam saber definir o que é assédio de um elogio ou até de algo pior?
Bia: Por ocupar um cargo de importância dentro de uma organização, você já sentiu diferença de tratamento ou já sofreu alguma violência, seja ela, sexual, física ou verbal? Ou conhece alguém que já sofreu
Amanda: Quais as principais barreiras para a entrada das mulheres no mercado de trabalho e quais ações poderiam mudar esse quadro de desigualdade de oportunidades e salários?
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Amanda: Poderia explicar um pouco mais sobre a funcionalidade do Sindicato dos Jornalistas, e da sua importância para o Kaynara:jornalismo?Quais
Encerramento (Locutor) Bia ( Off ) Queremos agradecer ao sindicato e especialmente a Priscilla por ter aceito o nosso convite
as providências do sindicato quando um jornalista sofre agressões ou ameaças no exercício da profissão?
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

sobre a cultura profissional e as suas vivências nesse meio jornalístico. Queremos abordar a dinâmica que cada empresa usa com seus hábitos, crenças e valores internos e externos.
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E pra vocês, nossos ouvintes aguardem os próximos episódios!!
Tema:
Duração: 5 minutos
Músicas e Convidadaefeitos
GRACE ABDOU ApresentaçãoVinheta na voz do(s) locutor(es)
Bia :Hoje nós temos a ilustre presença da grande repórter investigativa, que sofreu uma das maiores agressões no telejornalismo brasileiro Grace Abdou Kelly vem contar um pouco mais da sua história pra gente
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

Roteiro de podcast
Amanda: olá ouvintes, chegamos ao nosso último episódio, mas não menos Vamosimportante.falar
Mulheres no jornalismo violência contra mulheres jornalistas
Vamos trazer muito mais convidadas e conversas sobre a violência contra mulheres jornalistas e como nos defender contra ataques onlines e presenciais com viés de gênero. Até a próxima!
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

Kaynara: Você acredita que o Brasil alcançará a igualdade de gêneros no mercado de trabalho? O que será preciso para chegar a esse patamar?
Você pode contar um pouco mais sobre a sua ligação com jornalismo? Oque levou você a escolher o segmento investigativo? Antes de começar os nosso Biaquestionamentos...:Umaspectoque gera uma discussão entre mulheres jornalistas do mundo inteiro, é conciliar a carreira, que as vezes acaba invadindo o período de descanso, com seus projetos familiares. Como foi pra você adequar suas tarefas profissionais com a jornada de trabalho doméstico?
Kaynara: As culturas organizacionais no jornalismo são campos dominados por valores machistas, nos quais as mulheres são frequentemente tratadas pelos seus chefes com um tom inferior, isso leva a colegas do gênero masculino pegar pautas de maior destaque, partilharem contatos e informações exclusivamente entre si. Você já presenciou um momento de exclusão e injustiça na divisão de tarefas no trabalho?
Programa elaborado (perguntas direcionadas aos especialistas)
Amanda: Olá tudo bem? Muito obrigada por aceitar nosso convite !! em nome do nosso PodCats seja muito bem vinda!
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Bia: Por muitos anos a cultura profissional no ambiente jornalístico mostrou que as mulheres eram responsáveis por gerar conteúdos estereotípicos da feminilidade como beleza, moda, entretenimento, maternidade, economia doméstica, comportamento... Enquanto os homens geravam conteúdo político, esportivo, automotivo, policial... Você notou essa divisão durante o período da faculdade?
que hoje a mulher jornalista não deve mais tolerar dentro do ambiente de Bia:trabalho?Jádizia, o grande Marcelo Rezende, no exercício da profissão de Jornalista;
Encerramento (Locutor) Amanda
Músicas e efeitos
MARILENE
Nome do programa
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Amanda: Você já sofreu assédio no trabalho? Pode comentar um pouco sobre essa Kaynara:pautaO
‘’ Quem teve oportunidade na vida e comete um crime deveria ter a pena em dobro’’, você acha que serviria também para quem serviria também para quem agride as mulheres? Seja ela física ou verbal?
Roteiro de podcast
Agradecemos sua participação Grace, tenho certeza que a sua história inspira muitas mulheres no jornalismo brasileiro!!!
Tema: Mulheres no jornalismo violência contra mulheres jornalistas
Duração: 5 minutos
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

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Programa elaborado (perguntas direcionadas ao especialistas)
Ela prestou o vestibular em 1983 em uma época que era proibido jornalista fazer estágio, já foi do rádio, assessoria de imprensa e fez até um freelancer na nossa Universidade Cruzeiro do Sul. São mais de 34 anos de profissão, e muita história para contar
Amanda:doméstico?O
ApresentaçãoVinheta
desequilíbrio salarial não é exclusivo ao campo jornalístico, é a realidade no cenário nacional da inserção da mulher no mercado de trabalho. Você já esteve em alguma situação que seu colega recebia um salário maior que o seu, desempenhando a mesma função?
Kaynara: Quais as principais barreiras para a entrada das mulheres no mercado de trabalho e quais ações poderiam mudar esse quadro de desigualdade de oportunidades e salários?
Kaynara: Agora vamos chamar uma jornalista, super experiente!!
na voz do(s) locutor(es)
Amanda: Seja bem vinda Marilene Freitas
Bia: Marilene...Um aspecto que gera uma discussão entre mulheres jornalistas do mundo inteiro, é conciliar a carreira, que as vezes acaba invadindo o período de descanso, com seus projetos familiares. Como foi pra você adequar suas tarefas profissionais com a jornada de trabalho
Kaynara: Apresentação da Marilene (Sobre ela, profissão etc.)
Roteiro de podcast
Você acha que é preciso masculinizar a função para ser respeitada?
Pode se dizer que para as mulheres ainda é mais difícil subir na carreira do que para os homens? O que você acha disso?
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E aqui se encerra mais um episódio e o último. Queremos agradecer a todas jornalistas, estamos muito gratas por toda informação fornecida para esse projeto, por vocês terem feito parte desse momento.
Amanda: A violência e o assédio sofridos por comunicadoras interfere na forma como a mulher é vista, algumas inclusive sentem a necessidade de incorporar um estilo masculino, para esquivar de possíveis críticas ligadas à sua feminilidade.
Kaynara: Você já sofreu assédio no Bia:trabalho?Podecomentar um pouco sobre essa pauta (complemento)
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

Mulheres no jornalismo violência contra mulheres jornalistas
Tema:
Encerramento (Locutor) Kaynara
O que você acredita, com toda a sua experiencia no mundo jornalístico, o que nós como sociedade podemos fazer para mudar isso? E no que o jornalismo também pode contribuir?
Amanda: Lillyane... Para começar conta pra gente O que mais você poderia destacar em sua vida profissional?
Duração:
Beatriz complementa: e para dar início a esse projeto teremos nossa primeira convidada que quebrou esse estereótipo da “feminização” da cultura jornalística, apaixonada pela investigação e uma incrível Repórter investigativa no programa “Cidade Alerta”Lillyane Nascimento, seja bem Lillyanevinda...
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

na voz do(s) locutor(es)
Beatriz: Olá ouvintes, eu sou a Ana Beatriz e é uma honra ter vocês nesse momento para falar de um assunto tão delicado, porém necessário, que dá uma esperança para mulheres nessa esfera do mercado de trabalho né?
LILLIANY NASCIMENTO ApresentaçãoVinheta
Amanda: ( Off ) Olá sejam bem vindos ao primeiro episódio do onPodcats O podcast da universidade cruzeiro do sul. Que vai falar sobre mulheres no jornalismo e a discriminação de gênero que está fortemente presente no ambiente Eujornalístico.souaAmanda e chego nessa edição com as minhas colegas Ana Beatriz e Kaynara
vai falar, logo em seguida a fala dela a Amanda já começa Perguntando: Programa elaborado (perguntas direcionadas aos especialistas)
5 minutos Músicas e efeitos Nome do programa
Amanda:função?
Bia:O desequilíbrio salarial não é exclusivo ao campo jornalístico, é a realidade no cenário nacional da inserção da mulher no mercado de trabalho. Você já esteve em alguma situação que seu colega recebia um salário maior que o seu, desempenhando a mesma
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Amanda: Antes de tomar realmente a decisão de cursar jornalismo e manter um compromisso na profissão, passou pela sua cabeça em algum momento que é uma área onde as mulheres sofrem abuso psicológico?
Bia: e com a sua experiência conta pra gente se você já sofreu violência física ou verbal no ambiente de trabalho? (Resposta)... E fora dele? (Engajamento) Na sua trajetória além de sofrer, já presenciou alguma cena do Bia:tipo?Quais
barreiras você teve que enfrentar no jornalismo investigativo por ser mulher?
Da pra perceber quando um elogio se torna uma coisa desagradável e nós mulheres não nos sentimos confortáveis com
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
Amanda:Sabemos que o Jornalismo investigativo já é difícil por si só, e a figura feminina muitas vezes pode ser levada como um ser inferior a figura masculina, dentre toda essa violência e desrespeito com as mulheres o que te das forças hoje, para continuar no Jornalismo?

Duração: 5 minutos
Que honra poder conversar com essa mulher tão renomada na TV e sobre um assunto importantíssimo que não é abordado frequentemente. Queremos te agradecer imensamente! Lillyane pela atenção e pela participação, muito obrigada!
Roteiro de podcast
Bia:Decotes muito fundos e vestidos muito justos e curtos, falas que são usadas muitas vezes pelas pessoas para tentar achar uma justificativa para que ocorra a violência... conta pra gente a sua opinião sobre isso....
Encerramento (Locutor)
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

Deixar o entrevistado falar, agradecer e encerrar
ApresentaçãoVinheta na voz do(s) locutor(es)
Nome do programa
isso, como reagir nesse caso?
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Então bora começar.
Músicas e efeitos
Beatriz: (off) Olá queridos ouvintes, sejam muito bem vindos ao segundo episódio do nosso PODCATS. Eu sou a Ana Beatriz e ao meu lado estão as minhas companheiras Amanda e Kaynara. Tudo bem meninas com vocês?
Tema: Mulheres no jornalismo violência contra mulheres jornalistas
Resenha de mulheres
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Programa elaborado (perguntas direcionadas aos especialistas)
AmandaQualodiferencial do Podcast? Explica pra gente o que é preciso para criar um e quais plataformas vocês usam para a divulgação
Amanda: Bem vindas (Entrevistada responde boa noite)
Bora chamar as apresentadoras do podcast esportivo RESENHA DE MULHERES, Natália e KayVictórianara:
seja muito bem vinda ao On Podcat’s
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Beatriz após a introdução pergunta sobre (conta mais pra gente sobre o podcast de vocês)Quala interação dos ouvintes com vocês?
KaynaraDequal maneira vocês acreditam que o Podcast pode dominar e ficar cada vez mais conhecido?Aprincipal diferença entre rádio e podcast está no modelo de consumo e transmissão. Enquanto as rádios possuem uma grade de programação linear, na maioria das vezes transmitida ao vivo, o podcast é produzido e consumido sob demanda. Vocês optaram pelo Podcast por gostar de fazer rádio? Comente mais
Alguns estudos apontaram que as culturas organizacionais no jornalismo são campos dominados por valores machistas. Para continuar esse assunto convidamos duas das 5 Jornalistas que são especialistas quando o assunto é futebol feminino
de conteúdo para a internet, vocês já sofreram algum tipo de violência, pelo conteúdo de vocês serem voltados para o campo esportivo? já foram barradas de falar sobre algum assunto?Algumavez, algum ouvinte foi desrespeitoso com vocês? Soltando Kaynaraofensivos?comentáriosAoseuver,quais
são as desigualdades que as mulheres mais sofrem, tanto no ofício da profissão e fora dela?
BeatrizDeacordo com o site Terra o houve um crescimento de produção de podcast durante pandemia,a que é uma forma de publicação de ficheiros multimídias na internet, conta pra gente qual a praticidade disso?
BeatrizOquevocês propõem para os nossos ouvintes, para o combate da desigualdade que as mulheres estão enfrentando hoje em dia
Amanda:Comoprodutoras
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Queremos agradecer a participação de vocês fala pra gente as redes sociais de vocês, para a galerinha ir lá seguir, e acompanhar o conteúdo
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

Amanda e Kaynara se despedem
Encerramento (Locutor) Beatriz:
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Editoria MarileneConvidadaFreitas Assunto
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021. 29

Kaynara: OLA MARILENE OLÁ A TODOS ESTAMOS COM MAIS UM PODCAST HOJE NÓS VAMOS CONVERSAR COM UMA JORNALISTA SUPER EXPERIENTE E NESSA CONVERSA ESTÁ HOJE AMANDA CUNHA E A ANA BEATRIZ
Kaynara: A NOSSA CONVIDADA DE HOJE ELA JÁ PRESTOU O VESTIBULAR EM 1983 EM UMA ÉPOCA QUE ERA PROIBIDO JORNALISTAS FAZER ESTÁGIO, JÁ FOI DO RÁDIO, DA ASSESSORIA DE IMPRENSA E FEZ ATÉ UM FREELANCER NA NOSSA UNIVERSIDADE CRUZEIRO DO SUL São Mais de 34 ANOS DE PROFISSÃO E MUITA HISTÓRIA PARA CONTAR E ELA atendeu o NOSSO CONVITE e está aqui hoje pra contar UM POUCO MAIS SOBRE ELA sobre a sua profissão sobre a sua experiência no nosso ramo que é o JORNALISMO
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Amanda: SEJA MUITO BEM VINDA ao NOSSO PODCAST E DIZER é UMA honra Ter você aqui com a gente
Marilene: Boa noite Amanda Beatriz Kaynara que estão aí na entrevista parabéns a vocês pelo trabalho parabéns a Unicsul vocês estão no oitavo semestre estão chegando aí fim estão chegando aí no campo do jornalismo e desejo tudo de bom a vocês estou aqui para colaborar com o que for necessário o que for preciso é uma ferramenta nova aqui pra gente também né para quem tem 34 anos de carreira e a gente também está sempre aprendendo tem Experiência mas também está sempre aprendendo
Folha de Decupagem 24/08/Data 2021
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2”151”56 Kaynara: Exatamente, Marilene antes da gente começar A NOSSA CONVERSA Expor as NOSSAS PERGUNTAS E A NOSSAS DÚVIDAS VOCÊ PODE FAZER UMA Breve APRESENTAÇÃO De SOBRE A SUA PROFISSÃO CONTAR UM POUCO MAIS SOBRE VOCÊ para os ouvintes por gentileza
Tempoin/out Conteúdo
3”092”17 Marilene: Como vocês mesmas disseram uma trajetória longa e A GENTE sempre aí caminhando Buscando aperfeiçoamento procurando se aprimorar compreender cada vez mais que é o que a gente também está fazendo com vocês né fazendo uma troca que é muito importante vocês estão sempre trazendo novidades pra gente e agora com o podcast a gente vai poder Falar um pouquinho assim é uma carreira que está continuando eu vejo assim como sempre uma novidade cada dia e lendo e aprendendo aprendendo a colocação a importância da nossa da nossa profissão e exercer sempre com dignidade com a verdade que acima de tudo é mais importante na nossa área
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Kaynara: Sim, é assim quais as principais barreiras para a entrada das mulheres no mercado de trabalho e quais as ações que poderiam mudar esse quadro de desigualdade e oportunidades de salários ao seu ver?
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Marilene: Não, eu nunca acreditei nisso sempre procurei ser eu mesma mostrar a minha profissão mostrar o que eu acredito e procurar mostrar o meu lado profissional e vencer por este lado e não por um lado sexual eu mesma já me coloco assim eu busco o meu respeito se eu achar que eu não sou respeitada então eu procuro os meus direitos tanto que agora temos uma
Amanda: Tenho sim, é Marilene é a violência né e o assédio sofrido por comunicadoras interfere na forma como a mulher é vista algumas inclusive sentem a necessidade de incorporar um estilo masculino para evitar possíveis críticas sobre a sua feminilidade você acha que é preciso masculinizar a função para ser respeitada?
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

Marilene: Eu particularmente adiei a maternidade já foi assim um pouco mais tarde por que sabia comigo mesma que seria mais difícil tentar algo com um filho com família e da minha parte procurei fazer sempre o melhor a partir do momento em que eu fui mãe ficou mais difícil mas eu já tinha um pouco mais de experiência mais bagagem para poder CONCILIAR momentos já tinha mais a minha independência financeira também que facilitou bastante
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Marilene: Eu acredito que seja sempre o nosso posicionamento a nossa luta mostrar que somos capazes e buscar os nossos direitos sempre acredito que assim a gente pode vencer cada vez mais nós já vencemos muitas categorias a gente já viu Mulheres em várias profissões exercendo cargos e posições que demonstram que nós somos capazes que podemos vencer e estarmos em pé de igualdade e apesar que eu acho assim meio chato falar igualdade um do outro eu acho que é mais sobre a capacidade de ser uma boa profissional independente de sexo se é homem de é mulher uma questão de igualdade.
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Beatriz: Sim com certeza, e MARILENE um ASPECTOS QUE GERA uma DISCUSSÃO ENTRE MULHERES JORNALISTAS do mundo INTEIRO É CONCILIAR A CARREIRA quE ÀS VEZES ACABA Invadindo O PERÍODO DE DESCANSO Com SEUS PROJETOS FAMILIARES como QUE FOI PARA VOCÊ Adequar suas TAREFAS PROFISSIONAIS Com a jornada de TRABALHO DOMÉSTICO?
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Amanda: Marilene o desequilíbrio SALARIAL NÉ NÃO É EXCLUSIVO ao campo do jornalismo é a REALIDADE no cenário nacional da inserção da mulher no mercado de trabalho você já esteve assim em alguma situação em que seu colega recebia um salário maior que o seu desenpenhando a mesma função apenas por ser homem?
Kaynara: Correto, Amanda você tem alguma coisa pra perguntar?
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Marilene: Eu nunca passei por essa situação mas a gente vê uma história do nosso país na evolução que a mulher fica sempre em segundo plano nessas questões a gente tem aí que continuar na batalha e tentar mostrar sempre que nós somos capazes e passar por cima dessas barreiras
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Beatriz: Você com toda a sua experiência no mundo jornalístico o que você acredita que nos como sociedade podemos fazer para mudar isso?
Marilene: acho meio assim delicado por que a gente passa por isso a todo momento as vezes numa conversa a gente percebe que a pessoa vai levando por um lado que você tem que trabalhar até psicologicamente seja com um amigo que tá ali conversando com você e pensa que por vc estar sendo simpática está se colocando de outra maneira, outras vezes tem certeza de que você é solteira ou até casada também que está se oferecendo de alguma maneira é chato isso né chato a gente até pensar que a pessoa está pensando isso da gente então a gente tem que ter um pouco de psicologia buscar os direitos ser forte não deixar que isso passe a denegrir a imagem nem de mulher muito menos como profissional também
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

Beatriz: Sim verdade, é importante e você poderia comentar com a gente como que foi como você recebeu essa esse ato de assédio no trabalho? Você poderia comentar?
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Kaynara: Sim verdade, é Marilene a gente está fazendo algumas perguntas que faz parte do nosso tema né enfim, e fique a vontade se você quiser responder ou não tá mas a gente tem essa curiosidade de saber se você já sofreu Assédio no seu ambiente de trabalho?
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Marilene: Olha muitas vezes a gente percebe alguns assédios velados isso eu já percebi bastante e é como eu falei a gente tem uma lei que é debutante está fazendo 15 anos que é a lei Maria da Penha sancionada em 2006 então a gente pode considerar até que é uma lei nova ainda então eu acredito que a gente tenha que explorar outra lei buscar mais os nossos direitos o nosso posicionamento e no caso do Assédio a gente vê em todos os lugares Seja na condução ônibus né metrô e até na rua recentemente a gente viu a moça andando de bicicleta na rua e foi abordada com uma certa ignorância que era até pra ser um atropelamento não só um Assédio estão vendo como assédio mas também foi um atropelamento uma agressão as mulheres estão sendo agredidas. Violência, então muitas vezes até dentro de casa na rua no transporte então a gente tem que se posicionar Não adianta só pensar será que eu sofri a gente tem que se posicionar e cobrar cobrar sempre os nossos direitos a nossa posição, uma vez já me perguntaram vc acredita que num País existe preconceito? Existe e não é só com a mulher é o preconceito com a criança, é o preconceito com o idoso é o pedido que as nossas leis tem que funcionar as nossas leis precisam aparecer sempre com a nossa força e cobrança independente seja dentro do trabalho numa rua onde for onde estivermos a mulher tem que se posicionar, seja a mulher seja a transexual como humana independente do que ela faça da profissão onde esteja sempre colocar o seu direito a frente.
lei que nos defende que é a lei Maria da Penha então hoje em dia a gente tem que buscar Por esse lado
Marilene: Olha mudar é uma solução de mudar comportamento, a gente escreve todo dia as matérias no caso atualmente eu lido com a prefeitura de São Paulo e a gente vê é todos os dias é muito lixo na rua lixo nós córregos e ao mesmo tempo vem a chuva a enchente alaga tudo as pessoas ficam ilhadas mas não deixam de jogar o lixo na rua então eu acredito que o brasileiro tem muito a aprender muito a mudar comportamentos seja com limpeza higiene e até aí chegar aí comportamento de respeito também então é assim. Nós que somos Jornalistas fazemos parte disso temos a obrigação de cobrar isso todos os dias todo momento seja na nossa fala na nossa escrita e um trabalho de formiguinha mas a gente tem que lutar e falar sempre por que assim como não ter cuidado com o lixo é preciso aprender a tomar cuidado com o próximo e ter respeito com o próximo a partir do momento que não mudar isso a gente não vai conseguir mudar as leis nunca serão respeitadas todos os dias veremos esses casos na mídia de pessoas ser presas pessoas agredindo umas as outras seja crianças seja velho seja mulher seja transexual infelizmente né Infelizmente a gente vê isso no nosso país E acho que isso é um retrocesso infelizmente
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Amanda: Só agradecer a participação é toda informação toda experiência que ela trouxe pra gente e eu acredito assim sem dúvidas que vai contribuir muito e foi bem gratificante, só gratidão mesmo só agradecer
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

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Beatriz: além do comportamento o que o jornalismo pode contribuir?
Repórter:
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Marilene: evolução sempre e ver o próximo como seu melhor amigo como temos as nossas regras para o bem geral o bem de todos conquistar a nossa constituição somos todos iguais perante a lei então vamos fazer valer as leis cada vez usar o estatuto para alguma coisa e pra outra é uma lei só no geral que todos somos iguais
Kaynara: a gente queria te agradecer novamente por ter aceito o nosso convite e ter feito parte desse projeto
Marilene: O jornalismo pode contribuir sim, aliás é o nosso dever contribuir com algo que seja através da fala dos meios que tivermos rádios podcast e falando sempre chamando para conscientização da pessoa como sem humano da pessoa que tenha consciência com o próximo e a gente tem que ter um olhar de uma forma ampla que o nosso país o Brasil precisa estar a frente e desenvolver mais esse lado, parar com a violência a gente vê todos os dias pessoas ficando mais em casa com medo de se relacionar com o próximo então a gente tá assim tendo que pensar em evoluir e não regredir no tempo
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Amanda: Desde a reforma trabalhista somos uma das categorias mais atacadas com demissões em massa, perdas de direitos, assédio moral, intimidação e exposição a violência. O jornalista passa por situações onde sofre diariamente em redações e locais de trabalho.
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Conteúdo
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Folha de Decupagem Data 22/09/2021
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Bia: Nossa convidada Priscilla Chandretti vai ajudar com algumas questões representando o Sindicato dos Jornalistas no departamento deSejamulheres.muitobem vinda Priscilla!!!
Tema Mulheres no Jornalismo Assunto
Editoria Violência
Tempoin/out
Priscilla: Oi gente tudo bom?
Fala das repórteres: Tudo sim.
Priscilla: É... eu na verdade eu hoje sou ex diretora do Sindicato nesse momento, eu fui diretora do Sindicato até mês passado, eu fui diretora lá por 6 anos e nos últimos 3 anos eu fui secretária de comunicação na entidade, e a gente tem lá dentro da entidade , da direção uma comissão de acompanhamento a violência contra o jornalista , na qual participam alguns diretores, participam diretores da Federação Nacional dos Jornalistas, e eu continuo participando da Comissão, tanto no caso da Comissão de combate a violência, quanto a Comissão das mulheres, de mulheres jornalistas, mas agora eu participo como uma jornalista sindicalizada, mas ao longo dos últimos 6 anos eu tive não só na diretoria do Sindicato, mas eu pude tá liberada do trabalho Sindical e para acompanhamento desses casos, a gestão terminou aí no mês passado , no caso eu estou saindo de São Paulo e por isso que eu saí da gestão, em breve eu vou estar em outro estado, e aí no caso a gente com essa comissão de violência foi uma coisa que a gente sentiu uma necessidade porque a diretoria de Sindicato sempre atuou em relação a essas questões de combate a violência , mas a gente sentiu que a situação estava se intensificando, a gente tem visto muito mais casos tanto de violência , pra falar a verdade nos últimos 2 anos o número de violência, os casos de violência física até diminuiu mas de ataques públicos e de assédio e esse tipo de coisa, inclusive o FENAJ mesmo, a Federação até começou a organizar um observatório , aí no caso da FENAJ em específico com as violências que o presidente Bolsonaro comete
Bia: Priscilla, você poderia falar um pouco sobre você e a sua função no Sindicato?
Kaynara: Pelo que eu entendi a comissão passou a existir há pouco tempo, pelo que eu entendi ou não?
Priscilla: Foi a partir de 2017, que a comissão de violência existe.
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

Amanda: Priscilla, você poderia explicar um pouco mais sobre a funcionalidade do Sindicato dos Jornalistas e da sua importância para o jornalismo? Acho que você já deu uma breve introdução né?
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contra o jornalista , então essa comissão é um quadro que funciona junto com a diretoria , como uma forma de ajudar a diretoria do Sindicato a tomar as ações de uma forma mais rápida e entrar em contato com os jornalistas e oferecer um apoio de uma forma mais rápida possível.
Priscilla: É, mas eu acho que é legal a gente é, o Sindicato ele tem uma série de atribuições digamos assim , ele é uma associação de jornalistas, a 1ª coisa que agente gostade explicar é quepor exemplo, quando eu estava na diretoria do Sindicato , eu erauma jornalista que estava naquele momento na diretoria do Sindicato, mas o Sindicato em si não é só a diretoria dele, é um conjunto de jornalistas, associados, dos jornalistas que estão nos locais de trabalho e tudo mais, e o Sindicato ele tem uma função primordial básica que é lutar pelas condições de trabalho, então vai englobar ai salário, respeito a lei profissional, a jornada, luta pelo vale creche entendeu, várias questões , mas quando a gente fala do exercício profissional do jornalista , do trabalho do jornalista, e na nossa opinião também tá muito imbuída a questão do direito à livre expressão do jornalista , ou seja, não ter nenhum tipo de cerceamento, seja de censura, seja de tentativa de impedir o jornalista de fazer a cobertura de alguma coisa , então acaba que o Sindicato temuma função trabalhista, prioritária, mas a gente entende que a categoria, em geral entende isso que ele também cumpre o papel de uma associação de jornalistas que se reúnem , decide conjuntamente , coletivamente e enfrenta os problemas que são coletivos, ele também , ele acaba se imbuindo de uma forma de uma série de outras questões , então eu vou dar exemplos que as vezes não são assim trabalhistas , mas a gente tem uma comissão que discute a questão da igualdade racial , a falta de negros nas redações , que hoje são um número reduzidíssimo , não é exatamente uma questão de negociação salarial , mas é uma questão que a gente como categoria atua para tentar mudar esse quadro, e no caso aFENAJI queparticipacomagente dessacomissão de combate aviolência aquiemSão Paulo ,osdiretoresdaFENAJI deSão Paulo, é uma federação de Sindicatos no Brasil, então o Sindicato de Brasília, o Sindicato de Minas, o Sindicato do Rio Grande do Sul, do Ceará, então conjuntamente organizando uma federação nacional que atua nas causas nacionais dos jornalistas.
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Priscilla: Eu era diretora do Sindicato né, então a gente acha primordialque o jornalista se filie ao Sindicato, se associe pratájunto com a gente nesse grande combate.
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Priscilla: Primeiro você falou uma coisa que é muito verdade, que é a violência , e quando violência não é só a física, né, mas é esse tipo de ataque contra os jornalistas que acontece de forma geral muito incentivado pelo Bolsonaro , muito é uma coisa que é gritante assim, toda vez que ele fala , que ele cita algum jornalista né, que ele ataca um jornalista e esse jornalista em seguida, 5 minutos depois começa a sofrer uma série de perseguições nas redes sociais, e tem o aspecto , o ataque é contra todos, mas quando acontece contra uma mulher jornalistaclaro eevidente, alémdo fato deser uma jornalista mulher, então os ataques sempre vêm imbuídos com um grau de misoginia muito grande , assim o que a gente tem organizado , depende muito de cada caso , o 1º caso é que o próprio jornalista ,a gente sempre diz , a própria pessoa que foi atacada tem que tomar uma decisão , se ela quer enfrentar isso , como ela quer lidar com essa questão né, porque eventualmente vaiter jornalista que não vaiquerer, já aconteceu sabe de falar ah! Deixa pra lá, é raro, cada vez mais os jornalistas estão conscientes que a gente precisa reagir né, mas a gente não toma nenhum tipo de postura principalmente ou de providências se essa pessoa não a quiser, própria que isso aconteça né, porque não podemos passar por cima da vontade da pessoa que sofreu a violência, quando é um caso de violência física as providências que a gente pode tomar são mais claras , em geral casos de violência física a gente percebe, já assim há bastante tempo , bem antes do Bolsonaro aparecer , pelo menos desde 2013 , é mas tem casos mais antigos, em geral os casos de violência física são cometidos por policiais militares ou outros tipos de força de
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Amanda: É de extrema importância né.
Kaynara: Entendi, é... agora falando um pouco assim , até das nossas outras convidadas a gente até questiona sobre, como eutefalei a gente meio que diversas mulheres assim do jornalismo em si, que tá ali na linha de frente, quando vai produzir uma reportagem ou até mesmo tanto a mulher quanto o homem quando vai produzir uma reportagem, é às vezes como a gente tá vendo aí por causa do nosso comandante aí do nosso país , e parece que ficou banalizado então, ninguém respeita mais a profissão e nem o repórter nas ruas, e perante a essas coisas que andam acontecendo , principalmente com a mulher , eu gostaria muito de saber quais são as providências que o Sindicato faz né quando uma jornalista chega falando que sofreu agressões ou ameaças durante o exercício da profissão assim e qual seria o conselho queo Sindicato emsiprincipalmenteo departamento de mulheres dá pra essas mulheres, esse apoio?
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
segurança contra os jornalistas, é... então a gente tem uma série de procedimentos que a gente já orienta os jornalistas , vai cobrir uma manifestação por exemplo, alguma coisa nesse sentido já vai sabendo que se acontecer alguma coisa, você precisa tomar providência pra fazer um B.O , e a orientação que a gente dá ,é nesse sentido de procurar o Ministério Público de Direitos Humanos que tem o setor especializado no acompanhamento de esterçamento a imprensa , infelizmente esses casos , a gente já teve anos em que tinha muito mais casos, nos últimos anos deu uma diminuída até mesmo porque a gente tá há 2 anos em pandemia, então acaba tendo um pouco menos, mas a gente percebe que são os casos piores assim , são os mais graves, inclusive emMaio deste ano oSTF julgou, ainda não concluiu o julgamento , mas tápróximo de concluir o julgamento de um repórter fotográfico que foi ferido no ano 2000 , e o cara tá há 21 anos, é o caso do Alex Silveira foi julgado agora em Maio , mas ainda continua o julgamento , o que aconteceu, ele perdeu um olho por bala de borracha, enquanto ele cobria uma manifestação . O Sindicato tem uma posição que é a seguinte, que em qualquer manifestação quando o jornalista está sendo reprimido, ele está sendo reprimido porque a PM está reprimindo a manifestação e aí reprime os jornalistas para não ter registros daquilo ali né... é, e o Alex ele fez o que né, ele fezocorrência, eletrabalhavana Folhano jornalAgora, a empresa até deu uma orientação pra ele nesse sentido, mas vocês vejamque o Tribunalde Justiça de São Paulo tinha dado alguns anos atrás a decisão que a responsabilidade era dele , ou seja ele estava trabalhando, a manifestação que era legítima foi reprimida , e agora o Supremo Tribunal reverteu essa decisão né, o que ainda está em julgamento .Qual vai ser a indenização que ele vai receber do estado, como é que isso vai se dar, mas pra vocês terem uma ideia , com o aval do Tribunal de Justiça a gente viu ao longo das últimas 2 décadas, muitos jornalistas sendo abertamente agredidos pela PM né, inclusive com o segundo repórter fotográfico que é o Sérgio Silva alguns anos depois tambémperdendo umolho comuma outra bala de borracha, é então nesses casos, por mais difíceis que seja a gente tem uma orientação que é mais clara né, orientação assim , você foi agredido e precisa na medida do possível conseguir identificar quem foi o policial que te agrediu né, em casos que são de ataque verbal por exemplo o caso da jornalista que foi citada pelo Bolsonaro , aí já eventualmente tem uma dificuldade , a gente tem o caso da Bianca Santana, que foi uma jornalista, ela trabalha no Ecoa do UOL, o Bolsonaro afirmou que ela fez uma reportagem que ela não fez, ela processou o Bolsonaro e ganhou na justiça, o Bolsonaro vai ter que pagar uma indenização por danos morais cometidos contra ela, então são casos que a gente orienta, olha sempre que possível se você tiver disposição , porque a pessoa precisa também ter essa disposição , que é um desgaste pessoal, imagina você processar o presidente da república não é a coisa mais fácil do mundo de se fazer né...e aí justamente o Sindicato por conta disso, em Abril deste ano a gente entrou com uma ação, coletiva contra o Bolsonaro por danos morais

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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

coletivos , e a nossa alegação é que o Bolsonaro comete um assédio moral coletivo permanente contra a categoria , e que inclusive autoriza que pessoas que o seguem , pessoas que o admiram politicamente se sintamconfortáveis para atacar jornalistas né, então a gente tem casos de jornalista da Globo que estava na rua , a mulher começou a gritar o Bolsonaro tem razão vocês são um lixo, atéo caso de um jornalista que é o José Arantes em Olímpia em São Paulo que fez uma série de reportagens sobre a questão do isolamento social na cidade e o jornal dele que é um jornal familiar e a porta da residência dele sofreu um atentado, de uma pessoa que botou fogo na porta da residência e do jornal, e tudo isso aí na nossa opinião tem a ver com o clima que o Bolsonaro criou. Mas o que a gente em geral orienta é que sempre que a gente sabe de algum caso , a gente busca ir atrás do jornalista, busca tentar conversar comele ,oferecer o apoio do sindicato, se for umapoio político no sentido de denunciar o caso, se for o apoio de tomar alguma medida legal, o Sindicato está à disposição dependendo daquilo que é possível naquele caso, e o que o jornalista quer fazer, emvárioscasosseo jornalistaatuaemalguma empresa , as empresas emgeralassumem a defesa, que é uma questão que nós temos na nossa convenção coletiva de trabalho, é um direito , mas o que a gente tem dito é o seguinte a gente precisa reagir coletivamente né, então cada jornalista que levanta a voz , denuncia o que o Bolsonaro tá fazendo , se choca com isso, enfrenta essa questão , vai fortalecendo os colegas pra que façam o mesmo.
18” 03- 18” 29 Kaynara: Eu lembro até do episódio de uma repórter que tava numa manifestação, acho que ela levou uma guarda chuvada, foi uma coisa assim se eu não me engano, se eu não estou enganada, foi uma situação bem ruim, eu achei bem tenso, até por isso que eu te perguntei como seria esse posicionamento, como que faz pra correr atrás desses direitos né, que acredito que é uma falta de respeito com a profissão né, com a pessoa.
Priscilla: É isso e com objetivo político claro, e toda vez que a imprensa pergunta alguma coisa que ele não quer responder ele agride, é assim um comportamento típico.
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18” 31 21” 17 Priscilla: Eu vou te dar o exemplo de um caso que aconteceu aqui em Minas, eu estou em Minas agora, foi aqui numa cidade que é de Barbacena, mas aí não foi com uma jornalista, foi com um jornalista eumcinegrafista, queestavam fazendo uma matérianarua, eumcara veio agrediu, quebrou a câmera, nesses casos é isso a própria empresa fez um boletim de ocorrência, por agressão e tudo mais... e o que eu ia completar é que tem um 3º caso de violência , que é o caso de violência eventualmente até interno dentro da empresa, que é a violência sexual né que ai é praticamente só contra as mulheres, assim , eu não conheço algum caso, algum exemplo que tenha acontecido com homens, é possível ne , não é uma coisa que dá pra gente dizer que não vai existir , mas no sentido do assédio sexual
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Bia: Pode se dizer então que é uma perseguição?
mesmo né, e ai nossa categoria ela tem uma situação muito complicadaassim porquepela lei, agentequando falaassédio sexual né , a gente está falando de tudo, você ta na rua se o cara chega perto de você de uma forma assim, você se sente assediada e e´ assediada né, mas pela lei é uma coisa muito restrita, dentro de um ambiente de trabalho, um superior hierárquico seu que te pressiona ou que te promete alguma coisa em troca de favores sexuais que é o que a lei fala né , mas mesmo esse caso muito especifico, no caso da nossa categoria a ABRAJI fez uma pesquisa acho que em 2018 que um decimo , ou seja 10%, 1 em cada 10 jornalistas já passou por esse caso especifico, que é um caso que é crime , além de ser uma coisa horrível, ela está dentro de um local de trabalho e sofre um crime de um superior , a categoria em si né toda vez que a gente está lidando ou com uma fonte , fazendo uma entrevista em público, cobrindo alguma coisa a gente sempre acaba correndo o risco de naquele local de apuração você ser assediada de alguma forma, você se sentir violada , e uma coisa que é recorrente na nossa categoria, mas pior do que isso é o caso de que dentro das empresas a gente tem um nível , por mais que as empresas de jornalismo ou de comunicação muitas vezes faz uma campanha pública , tem um marketing muito bonito , o ambiente é no nível tóxico suficiente para várias chefias é , pô se você colocar 1 em cada 10 jornalistas é um número muito alto, eu considero um número muito alto, então eu acho que é um problema crônico da nossa categoria,
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Priscilla: Isso mesmo, a gente fez algumas restrições no Sindicato, como a gente faz negociações com as empresas, a gente então por exemplo negocia com as empresas de jornais e revistas, com as empresas de rádio e tv. Essas negociações elas viram instrumento, que chama convenção coletiva de trabalho, que é uma série de cláusulas que têm valor de lei, então se a gente faz uma convenção coletiva com as empresas de rádio e tv, todas as empresas de rádio e tv do estado tem que seguir aquilo ali, são direitos dos jornalistas. Essas convenções tem questões financeiras: o salário, o banco de horas, esse tipo de coisa , mas também entra algumas questões sociais, e a gente tem alguns anos insistido em clausulas de proteção contra o assédio sexual, e ai que a gente vê que muitas vezes que os discursos das empresas é só discurso mesmo porque na hora de assinar um documento garantindo o direito, e que a gente pede uma coisa muito simples, é que se a mulher fizer uma denúncia ao poder público de que ela sofreu um assédio sexual, porque diferente do assédio moralqueéumproblematrabalhista, oassédio sexualeleestá tipificado no código penal é crime mesmo. Se a mulher faz uma denúncia ao Poder Público, faz um B.O, alguma coisa assim o que a gente pede é que a empresa garanta o sigilo dessa mulher, e que essa mulher não seja demitida, que ela tenha ali um período de
Amanda: É uma triste realidade assim que precisa ainda ser mudada, o caminho ainda é bem longo....
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Amanda: Priscila você acredita que assuntos como violência devem ser tratados em escolas para que as crianças aprendam desde nova a saber diferenciar um assédio, de um elogio ou até mesmo assim de algo pior?
estabilidade, porque a gente conhece vários casos que a mulher denunciou dentro da empresa e quem foi demitida foi a mulher e não a agressor, eas empresas emgeral não aceitamassinar, a gente só tem uma clausula mais avançada de assédio sexual no setor de revistas e jornais da capital , que existe uma clausula mais especifica, ela é ali um ponto de apoio, mas ela não garante essa estabilidade entendeu , e agente argumenta pô , olha o nível da cabeça então se for assim as mulheres vão fazer denúncias para gozar da estabilidade, a gente fala não, a mulher pra fazer uma denúncia de assédio sexual , é um negócio muito grave, inclusive se ela fizer isso e não tiver sofrido ela pode ser processada , por fazer uma queixa falsa e tudo mais, então pra ela chegar a esse ponto é uma coisa grave, que ela quer tomar providências e o mínimo que a empresa pode fazer é oferecer é um certo conforto de que nesse momento da vida dela, ela não vai sofre retalhação, então a gente tem insistido nesse debate ai com as empresas, mas não é coisa muito fácil não.
Acho imprescindível, eu tenho vários amigos professores , eu acho que todo mundo tem amigo professor né , e vários contam isso assim que em algum momento fez um trabalho na escola falando sobre o assunto, ou a direção se colocou aberta e é na escola que a criança muitas vezes vai sentir confiança pra ir denunciar a situação que ela tá passando , e eu acho que é não só um trabalho que é uma discussão necessária fazer com as crianças , claro com uma linguagem ... ninguém vai chegar e falar de uma forma que a criança vai se chocar mais , mas eu acho que era necessário que tivesse um trabalho com os profissionais da educação para perceber alguns alertas assim né, eu percebo que tem muito profissional que é muito consciente com isso, que fica ligado, quedesconfia, se a criança tábem, se não tábem
Priscilla: você diz assim em escola primária mesmo com as crianças mesmo né?
Então eu acho que é imprescindível, eu acho inclusive que a gente só tem praticamente institucionalizado de assédio tão recorrente na profissão porque nós não temos desde o início uma cultura de promover a denúncia, promover que a vítima fale, que a vítima não se sinta acuado, por não ter a segurança de denunciar, acho que tem total relação inclusive.
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Priscilla: Pergunta difícil, eu acho que a gente tem uma situação que ela é, ela é muito enraizada no sistema capitalista assim sabe, eu acho que boa parte da situação que a gente vive e pelo fato de que para os empresários, para os patrões sempre interessa é pelo aquele conjunto de trabalho ali que ele tem, ele gastar o mínimo possível com a folha de pagamento dele, então assim sempre que ele pode economizar na folha de pagamento dele, ele vai economizar, e na minha opinião isso sempre foi verdade ao longos dos anos que a gente tem visto uma crisedo financiamento do jornalismo perversa, temsido mais verdade ainda, então eu acho que no caso das mulheres tem vários fatores assim, eu acho que o fato de que a gente é potencialmente mãe, que a gente eventualmente um dia vai ser mãe, que a gente eventualmente umdia vai falar cara não dáprafazer 12 horas hoje, eu não posso hoje entrar às 8hs da manhã e sair às 8hs da noite porque eu tenho que buscar meu filho na escola. Uma sociedade que por outro lado o pai pode falar isso com mais tranquilidade e nessas situações de pandemia o que a gente viu foi muito isso, eu acho que na nossa categoria até tem mais pais dedicados a cuidar da casa, a cuidar do filho, mas socialmente é inegável que as mulheres de uma forma em geral assumem essa carga quase no total, até antes da pandemia pesquisas do IBGE mostrou que ao longo do ano, do contrário do que a gente acha , na medida que o tempo tá passando, está aumentando a diferença de carga horária de mulheres e homens por conta do serviço doméstico que as mulheres estão passando cada vez mais tempo , então é a mulher que se tem um parente que fica doente, é a mulher que sai do trabalho pra poder cuidar do parente, e a mulher que quando o filho nasce ou depois ela precisa sair do emprego ou a empresa demite porque ela tá com o filho pequeno doente, e não consegue fazer mais o que ela fazia antes. E assim vai impedindo inclusive que a gente progrida na carreira, porque se toda vez que a gente precisa sair daquela contratação, você trabalha na empresa está se desenvolvendo aí o filho fica doente é a mulher que cuida, quando você volta, você vai voltar para outra empresa e começar tudo de Masnovo.tem um fator na minha opinião maior que do ponto de vista, de que as empresas precisam pressionar os salários para baixo, precisam fazer com que os salários não aumentem tanto , que você ter um setor da classe trabalhadora que são as mulheres que sejam socialmente aceitas, que elas tenham um salário mais baixo, que elas tenham que arcar praticamente sozinha com os custos e pesos das tarefas da maternidade e tenham que arcar praticamente sozinha com as tarefas domésticas, você consegue fazer com que o conjunto dos salários
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Amanda: Priscila pra você quais as principais barreiras para a entrada das mulheres no mercado de trabalho? E quais ações poderiam mudar esse quadro de desigualdades de oportunidades e salários?
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32” 29- 32” 49 Bia: Essa próxima pergunta Priscilla, se sinta à vontade pra poder responder ou não. Por ocupar um cargo de grande importância dentro de uma organização você já sentiu diferença de tratamento ou já sofreu alguma violência seja ela sexual, física ou verbal? Ou conhece alguém que já sofreu?
Essa questão parte dos homens e das mulheres que isso é incontornável, não é incontornável no sentido de que a sociedade deva continuar sendo assim ,a gente tem que lutar pra que isso mude e aí mudar as relações sociais em todos os ângulos ,mas eu particularmente falo com muita tranquilidade pois eu já vi alguns casos de denúncias de assédio dentro do movimento sindical , e os casos que eu conheço teve uma tentativa ali de tentar acobertar, mas eu não conheço caso que teve acobertamento, acho que até mesmo por causa que as diretoras não permitem, a gente não permite que o movimento sindical reproduza isso que acontece nas empresas, tentamos não permitir , atéonde eu consegui ver eunão conheço caso contrário disso.
baixam inclusive o dos homens, porque os homens também vão competir com essa mulher que ganha mais baixo, apesar que a gente sabe que o homem progride mais facilmente, ganha mais do que a mulher e tudo mais de uma forma em geral, os salários da classe são achatados pelo fato de que, a mesma coisa com racismo quando você justifica que a pessoa ganha menos porque é negra, e parda. Você na verdade está fazendo todo mundo ganhar menos porque afinal de contas, olha o exército de reservas que nós temos, eu não posso aqui exigir muito da empresa, não posso querer muito que a empresa invista no meu salário, porquetemgente lá fora quequero meu lugar, concorrência interna entre os trabalhadores, e aí como sindicalista eu digo que aí entra o Sindicato que ao invés da gente competir, ah! Eu vou puxar o saco do meu patrão porque tem alguém querendo o meu cargo, até mesmo a desigualdade salarial, ah! Mas você não faz exatamente o que ele faz, mas ele tem uma projeção de nome, porque ele não precisou sair do emprego para cuidar da mãe, não teve essa pausa que você teve para a maternidade.
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Priscilla: Eu nunca sofri violência desde o movimento sindical a gente sente , porque não dá pra fingir , por mais que os companheiros dos movimentos sindical entenda, isso aí é imbuído nas pessoas , as pessoas podem até tentar mudar, mas pode acontecer de você estar em uma reunião discutindo , que você tá tentando falar mas que as pessoas não estão curtindo muito sua ideia ,ainda mais por que quando eu entreina diretoria do Sindicato eu não era muito jovem, eu tinha30anos, então ficaparecendo queéuma meninaquetáfalando. Emalguns casos tem isso de não dar aatenção devida, o companheiro do seu lado fala praticamente a mesma coisa que você falou e dão atenção sabe.
Ana: Ela é um dos principais nomes do jornalismo investigativo, nós estamos falando sobre a Elisangela Carreira, seja muito bem vinda ao nosso podcast e muito obrigada por ter aceitado o convite.
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Repórter: Amanda Cunha, Ana Beatriz e Kaynara Lima
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Folha de Decupagem
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Kaynara: Bom gente, nesse segundo episódio trouxemos uma repórter e apresentadora que é um dos principais nomes do telejornalismo brasileiro e que infelizmente sofreu uma agressão muito ruim durante uma reportagem que estava fazendo.
Editoria
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

28/10/2021Data
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ElisangelaConvidadaCarreira Assunto
0:29 / 0:30 Amanda e Ana Beatriz: Boa noite
Kaynara: Olá queridos ouvintes, sejam bem vindos a mais um episódio do nosso podcats, ao meu lado as minhas companheiras de jornalismo Amanda Cunha e Ana Beatriz, boa noite meninas.
Tempoin/out Conteúdo
Priscilla: Eu acho que às vezes conquistar algumas coisas mas olhando de uma forma geral, eu acho que a gente tem regredido em relação a situação social em que a gente vive, na situação econômica que a gente vive e aí acaba que isso puxa os nossos direitos, então falei esse negócio do IBGE que tá aumentando a diferença de carga de trabalho, mas também está aumentando o número de mulheres que não tem emprego formal que é empurrada pro desemprego e essa situação econômicaelapotencializaasituação deviolênciadoméstica , a situação em que a mulher não tem uma independência financeira pra poder se firmar e não aceitar situações , então a gente tem conquistas, a gente conquistou vou dar um exemplo tá, a gente conquistou o programa empresa cidadã que permitiu que várias mulheres tivessem acesso a licença maternidade por 6 meses, a gente conquistou a lei Maria da Penha, mas aí é um problema de como eu vejo a sociedade que a gente vive que eu acho que ela pressiona a classe trabalhadora para ganhar menos, pra sofrer mais pra ser mais oprimida eagenteprecisadeummovimento queconsigareagir a isso de conjunto na minha opinião sabe.
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Kaynara: Você acha que a gente está evoluindo perante essas questões ou ainda falta muito?
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Kaynara: Elisangela, você poderia falar um pouco mais sobre você para aqueles que não te conhecem, sobre a sua trajetória no jornalismo?
Elisangela: Olha, algo parecido não, mas já levei chute de homem, de mulher, empurrões, porque trabalhar com isso é uma situação muito difícil. Você está ali diante de uma pessoa acusada de um crime. A respeito desse homem, não sei se posso chamar assim, esse criminoso chama Ironildo, ele é de uma cidade pertinho de Sorocaba. E a gente ficou muito tempo nessa história porque ele estuprou e depois matou Aline, uma menina de 19 anos. Eu fiquei nessa história durante todo o tempo, desde quando matou Aline, até descobrir quem era o assassino, que no caso era o Ironildo. E todos os dias praticamente eu estava na cidade, na casa de mãe de Aline, para descobrir primeiro onde estava o corpo, onde estava Aline. Depois para descobrir quem era o assassino e isso levou um tempo né, me aproximei mais ainda da polícia, todos os dias falava com o delegado, todos os dias informações. As vezes as pessoas passavam informação para mim, eu passava para o delegado para investigação, para os policiais. Até que um dia que encontraram o Ironildo no processo investigativo que eles não abrempara nós, mas abriram para mim, e aí o delegado falou “Elis, ta na mão”, eu entrei ao vivo aqui de casa mesmo com o Datena, a gente deu emprimeira mão e eu dando todas as informações. Só que eu liguei para o
Ana Beatriz: Bacana, e Elisangela conversar com você infelizmente seria inevitável não abordar o assunto que ao nosso ver foi constrangedor para você mulher e profissional no jornalismo, que foi a cusparada que levou de um criminoso em uma reportagem. Você poderia falar um pouco sobre esse acontecido e se você já havia passado por algo parecido antes?
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Elisangela: eu que agradeço o carinho e essa introdução que vocês fizeram. Muito obrigada mesmo, fiquei muito feliz com o convite e espero colaborar com vocês e com as perguntas, com as histórias da minha carreira.
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Elisangela: Claro, na verdade eu to na TV há mais de 14 anos. Comecei em presidente prudente, sou nascida e criada no interior paulista. Comecei na band, fiquei 2 anos na reportagem e os outros foram na apresentação. Fiquei durante uns 7 anos por aí só na apresentação do band cidade e outros programas. E aí depois me convidaram para vir para Band SP que foi um desafio muito grande para mim, pra ser repórter. Sai da bancada para ser repórter do Luis Bacci a princípio, fiquei 5 meses e depois fui convidada pela equipe e pelo Datena para fazer parte do time deles. Foi aí que começou toda a minha trajetória no investigativo, no policial e que até hoje eu continuo fazendo esse meio que eu aprendi a gostar e que me dá uma satisfação muito grande. Eu resumi bem minha trajetória gente, porque tem muita coisa, fiz esporte, fiz agronegócio, fiz muita coisa, entretenimento. E há 7 anos eu faço o investigativo, matéria policial.
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delegado e ele falou “Elisandra, você vai agora pra Sorocaba”, e eu peguei e falei “ta bom”, tomei um banho rápido. Falei “Dr, por favor, segura o Ironildo para não fazer a transferência dele para a cadeia, eu quero ver quem é esse cara e ter a chance de ficar de frente com ele, porque eu fiquei durante muito tempo tentando descobrir quem era esse assassino que foi tão cruel com uma jovem tão querida na cidade, mãe de uma menininha, uma história muito triste gente. Eu lembro que sai de casa umas 17h30, até chegar no Morumbi e na Band e depois Sorocaba. O delegado muito querido ficou segurando lá o Ironildo, a imprensa local já estava lá aguardando e o delegado estava simplesmente me aguardando. Eu me senti privilegiada porque eles respeitaram meu trabalho por muito tempo de investigação. Só que na hora que eu cheguei na delegacia, eu já avisei “Dr, olha só, cheguei. ” Ele falou “ainda bem, vou sair com o Ironildo”, isso já era umas 19h30/20h, e foi o momento que eu pisei na delegacia que eu cheguei para fazer a pergunta para ele, ali não deu nem tempo. Eu percebi que ele encheu o peito para cuspir na minha cara, e acertou a minha testa. Na hora que ele acertou a minha testa, vou ser muito sincera, me passou tanta coisa na cabeça em uma fração de segundos que vocês não têm ideia. Eu não posso deixar umhomemlixo desse, foi essa palavra que eu usei todo o momento, um lixo desse fazer isso comigo, de maneira nenhuma. Ele matou uma menina que tinha praticamente a idade da filha dele. Eu me vinguei da maneira que eu pude, a minha vontade era ter largado o microfone e ter ido com a mão. Falei para o Datena também. Naquele momento eu não podia me exceder mais, porque gente além de tudo, se eu vou além daquilo é capaz de eu responder por isso, por uma agressão. Ele cuspiu, eu bati e acabou ali. Eu estava extremamente nervosa, eu não enxerguei mais ninguém, mais nada. A única coisa que eu sabia falar depois para o delegado “Traz ele de volta” porque eu não me inconformava. Eu queria olhar de novo na cara dele. É uma situação de humilhação para a gente que é repórter, eu me senti extremamente revoltada. Se eu pudesse, sei que violência não leva a nada. Foi uma humilhação, você está ali fazendo o seu trabalho. Eu fiquei assim, foi difícil dormir, foi difícil esquecer a cara dele por um tempo e isso ficou guardado. Porque eu acho que por eu ser mulher ele fez isso, se fosse um homem não teria feito, só que ele achou que eu não fosse reagir. Porque se fosse um homem, um câmera, já teria jogado a câmera e ido pra cima. Então ele pensou, é mulher e não vai fazer nada, foi o que ele fez. Já começa aí os problemas que nós mulheres enfrentamos diante da nossa profissão. Foi uma cena revoltante, eu não puder bater muito mais, ele está cumprindo a pena dele e acho que eu quero que fique lá por muito tempo. Mas é uma situação que eu não desejo para ninguém, de verdade, para nenhuma profissional.
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Kaynara: Muito humilhante Elisangela o que aconteceu, é o que acontece principalmente com as mulheres que estão na linha de

Kaynara: a gente estava lendo uma matéria até para conhecer um pouco mais de você, eu fiz essa pergunta mesmo porque veio um questionamento. É muito bom conversar e saber a sua versão da história, porque eu tinha falado para as meninas, será que depois desse episódio, sabemos que foi contratada pela Jovem Pan, será que foi demitida por conta desse episódio. Vamos perguntar, e como você respondeu isso para a gente, fiquei muito feliz e confortável de verdade que você tenha recebido esse apoio. Agora queremos saber como está sendo a sua experiencia na Jovem Pan.
Elisangela: ah, com certeza, né? Porque se você não tem esse acolhimento, você fica se sentindo culpada, fiz errado, por mais que a minha atitude não tenha sido errada. Nem todo mundo tem esse acolhimento com algum tipo de atitude. Conheço repórter que chegaram a nem bater, só foi para cima e acabou sendo demitida por conta disso, de outra emissora, porque ela não foi acolhida. Foi agredida verbalmente, e ela foi para cima tirar uma satisfação, tem situações e situações, na minha me senti acolhida e abraçada.
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Elisangela: Recebi, eu fiquei até surpresa, depois que eu fiz aquilo, mandaram essa imagem para o Datena e ele me ligou, naquele momento eu falei “pronto, agora eu perdi o emprego”, mas não eu lembro o que ele falava exatamente, ele falava “mas você não tem tamanho pra isso, não acredito que você fez isso” ele falava “fica calma, ta tudo certo, ação reação, a gente está com você” e isso já foi acolhedor naquele momento e tambémdento da delegacia, todos os policiais vieram me abraçar, limparam o cuspe, me sentaram. O delegado me deu água, me sentou. Todos ficaram do meu lado naquele momento. E quando cheguei na tv aquele dia, eu estava transtornada porque já tinha passado em todas as emissoras, falei “meu deus, o que eu fiz”, mas quando eu cheguei na emissora foi muito legal, fui recebida com flores. Recebi um apoio tão legal, tão bacana, me senti feliz por não ter sido julgada pela minha atitude.
Elisangela: Com certeza, ainda mais pelo fato que neste meio os homens dominam, mulher é a minoria.
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frente assim, no meio investigativo, ter que lidar com essas situações.
Kaynara: Você recebeu algum apoio na época que aconteceu da emissora que você estava?
Kaynara: Você acha que é necessário esse apoio, só fortalece quando acontece essas coisas com os jornalistas? Porque as vezes pode rolar de não acontecer esse apoio né, aconteceu com você e isso é muito necessário par seguir em frente?
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Elisangela: Quando sai da Band, muita gente achou que eu tinha sido demitida por causa desse episódio. É muito legal vocês me perguntarem isso porque não foi, não foi nada disso, muito pelo contrário. E o que acontece, as benditas Fake News elas acontecem, eu falei: “gente olha como a informação é disseminada de uma maneira que não tem nada a ver.” Mas depois da Band eu passei para uma casa maravilhosa que é o SBT, uma casa incrível de trabalhar, vocêsnão têmnoção, uma energia muito boa. E depois do SBT eu fui para a Record, então tudo assim, Band, SBT, Record e agora estou na Jovem Pan. A Record é uma casa maravilhosa, uma estruturalinda, não tenho o que falar da record, do sbt, da band. Eu sou uma privilegiada, posso dizer para vocês, graças a Deus eu tive a chance de passar por essas emissoras. E hoje tem sido um desafio para mimestar na JovemPan, muito grande, mas vocês não têm ideia. Sair da record quando me chamaram para Jovem Pan foi uma decisão muito difícil, mas eu falei: “não, eu vou aceitar porque a jovem pan vai virar TV agora dia 27”, então uma rádio que vai virar TV e eu queria fazer parte dessa história, desse marco. A jovem pan como radio é líder em audiência, ela tem bilhões de visualizações no youtube. Não vou citar a emissora, mas ela tem mais audiência do que uma emissora de TV, no youtube. Então eu pensei, “por que não aceitar esse desafio? ” e esse der certo tudo bem, eu acho que a gente está ai para isso né, e se não der tudo bem também. Eu nunca fiz rádio para começar né, quando eu cheguei na Jovem Pan essa transformação ainda está acontecendo, eu to em uma rádio, mas essa rádio tem imagem para o youtube, só que tem coisas de TV que eu não posso fazer porque é rádio, toda confusa. Então imagina, mais de 14 anos de TV e de repente cai em uma rádio que vai virar TV. Então tem sido assim para mim uma experiência muito legal e que com certeza vai engrandecer toda a minha carreira. Tem sido uma experiência muito bacana a Jovem Pan. Eu achei que ia falar sobre política, economia. Falei “ah, vou sair um pouco do policial.”, mas não, eu acabei entrando em um programa investigativo que vai acontecer. Eu ainda não posso falar o nome, vai ser semanal, é um programa de uma hora. E acabei ficando nisso, não tem jeito, não tem jeito mesmo. Eu to em um meio que escuto política e economia e tem sido enriquecedor para mim e ao mesmo tempo fazendo o que eu gosto que é matéria policial e investigativo mais elaborado também.
Amanda: Antes de seguir a carreira jornalística, você pensava em seguir outra profissão?
Kaynara: Que bom, tivemos um spoilerzinho do que vai acontecer.
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Elisangela: Eu sempre quis ser médica, como eu não sei. Mas desde criança eu queria ser médica, queria ser pediatra porque eu amo criança. Quando criança eu só brincava de ser apresentadora, de ser repórter. E esse meu gosto pelo jornalismo é por conta do
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Kaynara: Dentro da redação jornalística, falando agora das redações. Já surgiu alguma pauta que você queria muito cobrir, mas não pode, por você ser mulher, não seria qualificada para estar cobrindo aquela pauta? E também a minha outra pergunta se ao contrario já aconteceu, de ter pautas que foram direcionadas para você, mas por acaso não queria, mas foi direcionada propriamente para você por ser mulher?
Às vezes não vai dar conta de subir um morro, vamos dizer assim em uma matéria especifica. Pelo jeito dela não vai aguentar, vai ser muito pauleira. Mas não a gente aguenta tudo e mais um pouco. Mas eu nunca me senti atingida com isso, as vezes eu pensava “poxa, eu podia ter ido” eu pensava, mas ok na próxima eu vou. E já aconteceu do contrário de ter que ser mulher porque vai conversar com uma mulher, tem que ser mulher porque tem mais sentimento uma com a outra, e as vezes não era esse tipo de matéria que eu queria fazer sabe. Poxa, podia mandar umhomem. Mas homemnão
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meu pai. Meu pai é radialista e jornalista, então eu convivia com isso. Eu escutava meu pai que tem a voz linda e maravilhosa, sou suspeita para falar. Eu via meu pai entrando ao vivo de dentro do carro falando umas coisas, eu falava “gente, da onde ele está ouvindo/vendo isso”, mas rádio da isso né para a pessoa, essa espontaneidade, essa rapidez. Uma criatividade que eu falo meu Deus, eu pequenininha (ainda sou pequena né) eu ficava encantada com esse mundo. Mas eu sempre falava que queria ser médica. E quando eu estava mais ou menos no terceiro colegial, eu perdi dois priminhos, os dois tinham 2 anos. Um teve câncer e o outro uma infecção muito grave e os dois morreram. Eu acompanhei a história e coloquei na minha cabeça que não dava para ser médica, falei “gente, gostar de criança é uma coisa, agora eu querer cuidar de uma criança como médica não é para mim”, eu não tenho psicológico. E naquele dia eu falei “não, eu vou fazer jornalismo” tipo do nada né, aí meu pai ficou louco né, falou “você está louca, você não vai fazer jornalismo” e eu falei “não pai, eu vou fazer, eu gosto” foi do nada, e eu fiz, passei e foi amor à primeira vista. Já estava no sangue meu gosto por isso, eu não me vejo fazendo outra coisa gente, de verdade, hoje eu não me vejo.
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Elisangela: As duas coisas já aconteceram. Já aconteceu de ter uma pauta muito boa, uma matéria muito boa e mandarem um homem, porque homem é homem e ele vai conseguir, isso acontece e as vezes acontece também pelo próprio editor chefe, pelo próprio diretor do programa, que fala “não, manda um homem”. E as vezes não tem uma justificativa para isso, isso é muito estranho porque eu já vi. Eu fico pensando “poxa, eu consigo fazer isso, por que não eu?”, mas isso nunca foi problema na minha cabeça, tudo bem mandou ele, mas na próxima oportunidade eu vou, mas acontece gente. “Ah, vamos mandar fulano porque é homem e ele vai dar conta do recado, mulher é mais frágil, mulher é mais não sei o que.”
temessa pegada para falar com mulher, não temessa sensibilidade. Então esse tipo de matéria mulher conta melhor. Mas eu até entendo porque tem matérias, por exemplo, um feminicídio. Quando uma mulher conta, quando eu estou de frente com uma mulher, de uma família que perdeu alguém, o marido matou a esposa. A gente está conversando com a família, todo mundo tem essa sensibilidade, o homem também, mas a mulher ela consegue ter todo aquele sentimento, toda aquela narrativa mais envolvente, não que o homem não tenha, mas tem matérias que combinam mais com mulher e matérias que combinam mais com homem, isso eu compreendo, mas tem matéria que da para os dois fazer. Por exemplo eu fui para o morro no Rio de Janeiro quando teve um desabamento, e aí olharam para mim e falaram “vai Elis”, vamos lá, subi esse morro. Até a coordenadora de link e uma das editoras chefes falaram “ainda bem que você faz academia, porque aguentar subir e descer esse morro ao vivo toda hora” e aí depois mandaram um homem para lá, eu tinha feito sete matérias já em dois dias, mandaram um repórter para lá e pediram para eu voltar, mas isso já é coisa de apresentador, apresentador quis falar “agora manda um homem porque eu quero dar impressão que tem vários repórteres meus lá no RJ”, então vai muito do apresentador. Não sei se eu estou conseguindo deixar bem claro para vocês.
Kaynara, Ana e Amanda: Está sim.
Elisangela: Às vezes ele quer que esteja um homem lá e tem isso gente, e acho que de verdade a gente consegue conviver com isso, não que eu to sendo ok, não. Nesse nosso meio as vezes a gente aprender a conviver comisso mesmo. Tem situações que realmente são assim, por exemplo Brumadinho, eu não fiz essa cobertura, mas um repórter excepcional da Band fez, dois repórteres e fizeram brilhantemente. Às vezes uma mulher não teria tanto emocional, tanto físico para pisar na lama todo dia, vocês entendem mais ou menos o que eu quero dizer? Não que o homem não tenha sentimento, mas as vezes ele, enfim... Aconteceu em Brumadinho também de uma repórter de outra emissora que ela foi extremamente insensível com a mulher, durante a entrevista ela acabou sendo tirada da cobertura, de outra emissora. Então para a gente ver que não existe muito, né, de isso é para mulher e isso é para homens. Quem decide mesmo é a redação, não sei se consegui explicar mais ou menos para vocês. Já sofri com isso, eu poderia ter ido e não fui, aí colocaram um homem e quando é uma matéria sei lá, por exemplo, quando a matéria é uma bucha e você não sabe nem por onde começar aí me mandavam. Eu ficava “gente, não tem nada” aí eles falavam “você se vira”, você entendeu? “Mas eu não vou colocar o outro repórter porque ele não vai me trazer o material.” Então também vai muito do perfil né de cada repórter. Consegui mais ou menos gente, explicar?
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Bia: E durante a apuração o jornalista investigativo utiliza algumas estratégiaspara obter asinformações. Conta para a gente quais são essas estratégias para investigar e transmitir essas notícias?
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Amanda: Sim, perfeitamente.
Kaynara: Sim, eu entendi.
Elisangela: Olha, cada repórter trabalha de um jeito né, e assim, a gente não costuma falar muito as estratégias que a gente usa porque é nossa ferramenta de trabalho, para fazer um trabalho investigativo. Mas são várias porque a gente aprende com a polícia inclusive, com o nosso contato direto com a polícia. Mas uma coisa que eu posso falar para vocês que eu uso é da fidelidade com quem é a minha fonte, isso que eu sempre usei. Delegado, policial, alguém da família, a minha fidelidade, a minha lealdade. Se a pessoa falar "isso você não pode falar", eu não vou falar gente, por mais que seja o furo do furo, eu só vou falar a hora que a pessoa falar "agora você pode falar". Por isso que no caso do Ironildo eu dei um furo de reportagem, porque eu fui leal e fiel com o delegado. Eu tive o furo, a gente deu a maior audiência na Band naquele dia, então eu uso de estar bem sincronizada, de sempre falar a verdade, porque senão eu atrapalho o trabalho da polícia, se eu for além do que ele me permite, eu vou atrapalhar. Não é isso que eu quero, muito pelo contrário eu quero ter aquela informação quente para eu passar, para dar o furo de reportagem. Cada repórter age de um jeito, tem repórter que chega, vai dar a informação e perde a fonte. Cada um usa as armas que tem. Eu vim lá do interior, sou da boa conversa, sou do preto no branco e está tudo certo, vai ser assim vai ser assado. E já sofri com isso, as vezes tinha informação e estava me segurando, falei "não, se eu dar a informação eu vou perder a fonte e talvez nunca mais eu vou ter outra matéria do tipo", então eu uso disso, de manter sempre o contato alinhado com essa minha fonte, de trocar figurinha mesmo e essa fonte acaba me ensinando a como chegar em uma pessoa. De repente eu tenho um endereço, aí será que esse endereço é nessa cidade, aí a minha fonte chega e fala "vou te dar uma dica, faz isso, isso e isso e você vai descobrir se essa rua é nessa cidade", aí caramba, que legal, eu não imaginava. Então assim, você vai descobrindo o mundo muito surreal. Eu fiz uma coisa lá na Band quando eu estava no "tá na tela" com o Bacci que hoje eu não faria. Eu entrei, eu nem costumo contar isso né, mas enfim vou contar para vocês agora. Eu entrei no sírio libanês, eu burlei a segurança do sírio libanês para saber do Jo que estava internado na época, isso tem 7 anos. Eu fiz a maior loucura do mundo minha gente, vocês não têm ideia. O sírio libanês é cercado de seguranças, cercado de câmeras de segurança, eu consegui ficar das 15h até às 18h30 dentro do sírio libanês e consegui ter informações do Jo e ver o Jo, então assim, depois sai correndo para não ser presa, hoje eu não faria isso de maneira nenhuma. Eu usei
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das minhas estratégias para entrar, não fui notada, ninguém sabia que eu era jornalista e consegui entrar no sírio libanês, na hora que eu sai correndo eu pensei "meu deus, o que eu fiz". Depois disso o Bacci queria que eu entrasse em todos os hospitais, falei assim "não, não é assim que funciona, não é qualquer hora, qualquer jeito", mas hoje eu já não faria mais isso, não tem porque, no começo a gente quer fazer muita coisa. Eu vou para o sírio só pegar o boletim médico do Jo? Eu quero ver o Jo, eu quero ver como está o Jo, para poder contar como está, eu consegui falar com a fisioterapeuta do Jo, consegui ver o Jo. Consegui um monte de informações e no final eu falei "puta, que bacana", que legal gente, consegui, mas depois eu não faria de novo. Então a gente usa de várias artimanhas para conseguir, mas acho que o principal de tudo é fonte, eu escuto isso desde que eu me formei e desde que eu entrei na Band Prudente. O antigo diretor, ele fazia reuniões com a gente na band, com repórteres e apresentadores e falava “gente, vocês não têm fonte”. E realmente, em prudente ninguém tinha fonte. Com quem eu vou falar, um juiz da vara tal, quem vai ser minha fonte? É difícil você construir uma agenda de fontes no celular, sabe assim? Delegado, juiz, promotor. E ele batia na tecla, toda reunião ele falava “vocês não são jornalistas porque vocês não têm fonte” e hoje eu entendo a importância da fonte, olha só, ir para prudente para entender de fato a importância de fonte, eu de presidente prudente chegando aqui na primeira delegacia que eu fui não sabia nem como falar, como eu peço o telefone do delegado? Ele vai achar que eu estou querendo alguma coisa né, na minha cabeça, ainda mais uma mulher já tinha esse preconceito. Fazendo policial, mulher na delegacia, e eu fui construindo todasessas fontes e contatos, que não é fácil.
Amanda: Elisângela você poderia deixar uma mensagem de resiliência para as futuras jornalistas que pretendem ingressar nessa área, o que elas não podem mais tolerar?
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Elisângela: Aí eu teria tanta coisa para falar. Porque assim, primeiro não tenham medo e façam por amor. Nós mulheres infelizmente a gente vai sofrer preconceito, a gente vai ser apontada, ela pode, ela não pode, ela vai conseguir, ela não vai. Mas meu, passa por cima igual um trator, porque a gente consegue tudo, a gente faz tudo, e fazemos muito bem. O que eu falo, primeiro faça por amor e lute pelo o que você quer e qualquer sinal de preconceito, desrespeito, eu nem sei qual palavra usar, passa por cima e faça o seu, foi o que eu fiz, eu fingi que não via e ia, “não é pra mim essa matéria eu vou fazer outra” e vou fazer bem feita, agora pra mim essa que podia ser um homem, vou fazer essa também e bem feita. Esse é nosso papel da melhor maneira possível, independente de sofrer ou não, ou até mesmo assedio que muitas mulheres sofrem no ambiente de trabalho saber conduzir isso, saber se impor o tempo todo nesse meio. Ainda mais eu que vivo nesse meio masculino, é se impor,
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Kaynara: é muito gratificante ouvir essas palavras suas, só fortalece a gente que está estudando e batalhando nessa carreira, a gente chegou ao fim né Amanda?
mostrar da onde você veio, da sua importância, é se impor, acho que atitude é tudo. Isso que eu falo para quem quer fazer jornalismo, quem gosta de jornalismo, independente de quem for, vai igual um trator. Não se deixa abater por isso, porque o que as pessoas querem é isso né, te derrubar. Fazer com que você se sinta mal e inferior. Muitas pessoas fizeram isso comigo, até mesmo lá atrás em Prudente, eu ficava “meu deus como essa pessoa está fazendo isso”, mulher tá, mulher falando para mulher, me deixando para baixo, passando por cima de mim, eu falava “ao invés dela estar comigo, pra me ajudar, estamos crescendo juntas” eu via aquilo ali mas falava “eu vou, eu vou” era um choro ali, um choro aqui mas eu fui e hoje estou onde estou por determinação, por não deixar quem me desapontava, de repente me humilhava, me desmerecia pelo fato de ser mulher. Eu não deixei que isso tomasse conta de mim por mais que doesse, então eu falei "se eu estudei pra isso e gosto de fazer isso, então está bom". O que é meu, é meu. O meu espaço é meu espaço, cada um tem o seu. Cada um brilha de um jeito, cada um cresce de um jeito, e pronto, cada um com seu espaço, cada uma de nós. Eu tenho amigos ótimos no jornalismo, maravilhosos que acabaram não aguentando. Sofreram muitas coisas no jornalismo, enfim e acabaram desistindo. Eu falo para as meninas também "não desistam, se vocês gostam dessa profissão, de tudo isso, vai na frente e não pense que por você ser mulher vai sofrer alguma coisa. Se já foi com esse pensamento, pronto, acho que não tem que ter esse pensamento. Cada um tem seu espaço, tanto homem quanto a mulher.
24:54 / 25:06
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

25:09 / 25:35
Amanda: Elisângela em nome dos nosso podcast nós gostaríamos de te agradecer, apesar da sua agenda cheia você arrumou um tempo, e encontrou uma disponibilidade para participar e trazer essa noite todo seu conhecimento. Deixamos aqui nosso muito obrigada por toda a experiência que nos passou essa noite.
Elisângela: Meninas, eu que agradeço, estou à disposição. Eu ainda tenho muito que aprender e gosto de conversar com quem está estudando porque eu aprendo muito também com vocês. Vocês me fazendo essas perguntas me faz retomar quem eu sou e de onde eu vim. Então isso é muito legal, vão começar isso tudo e vão passar por muitas coisas legais e coisas não tão legais e isso enriquece nossa vida. Eu fico muito feliz de participar e me coloco mesmo a disposição, pra qualquer conversa, coisa, duvida e esclarecimentos. Sei que a agenda é corrida, mas eu paro e mando um áudio. Eu fico muito feliz que as mulheres hoje já tomam conta de uma redação jornalista, já é maioria, eu fico cada vez mais
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1”381”28
20/10/Data 2021
GraceConvidadaAbdou Assunto
2”382”02
2”001”39
Tempoin/out
Amanda, Kaynara e Bia: *agradecimentos*
Editoria
Beatriz: HOJE NÓS TEMOS A ILUSTRE PRESENÇA DA GRANDE REPÓRTER INVESTIGATIVA QUE EM ENTREVISTA PARA O PROGRAMA DO PORCHAT RELATOU QUE SOFREU UMA DAS MAIORES AGRESSÕES NO TELEJORNALISMO BRASILEIRO, ELA ESTAVA COBRINDO PARA O CIDADE ALERTA A PRISÃO DE UM HOMEM ACUSADO DE MATAR MULHER E AO TENTAR ENTREVISTALO FOI AGREDIDA POR ELE COM UM EMPURRÃO, GRACE ABDOU KELLY VEM CONTAR UM POUCO DA SUA HISTÓRIA PARA GENTE
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

Repórter: Amanda, Kaynara e Bia Folha de Decupagem
Conteúdo
Grace Abdou: OLA MENINAS, NA VERDADE MEU NOME É Grace Kelly Abdou O APRESENTADOR QUE ME CHAMA DE GRACE ABDOU KELLY MAS O QUE EU USO ASSINANDO É GRACE ABDOU QUE EU ASSINO, E DESCULPA EU SÓ PRECISAVA CORRIGIR QUE É GRACE ABDOU. QUAL É A PERGUNTA PERDÃO?
contente e vendo vocês aqui lindas e maravilhosas. Eu agradeço de coração.
Amanda: OLA OUVINTES, CHEGAMOS AO NOSSO ÚLTIMO EPISÓDIO MAS NÃO MENOS IMPORTANTE VAMOS FALAR SOBRE A CULTURA PROFISSIONAL E AS SUAS VIVÊNCIAS IREMOS ABORDAR AS CRENÇAS E VALORES INTERNOS E EXTERNOS
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

Grace Abdou: É UMA ETERNA METAMORFOSE, TANTO A VIDA SOCIAL OS ASSUNTOS A SEREM TRATADOS AS IDEIAS DA SOCIEDADE EM RELAÇÃO À DETERMINADOS ASSUNTOS A GENTE TEM SEMPRE QUE LUTAR POR TEMAS TABUS EXPOR E DE ALGUMA FORMA SE POSICIONAR POR QUE DIZEM QUE O JORNALISTA TEM QUE SER INSENTO E NA VERDADE ISSO NÃO EXISTE NÉ, TODO MUNDO TEM UMA IDEIA SOBRE QUALQUER TEMA A SER ABORDADO, O QUE É IMPORTANTE É QUE VOCÊ OUÇA E DE A POSSIBILIDADE PARA AS PESSOAS TOMAREM AS SUAS CONCLUSÕES, NÃO SENDO TÃO TENDENCIOSO MAS É CLARO QUE A IDEIA TODOS NÓS TEMOS ENTÃO TRABALHAR NESSA LUTA, NESSA ÁREA DE DIREITOS HUMANOS, DA DEFESA DOS DIREITOS DAS MULHERES, DAS CRIANÇAS, DOS ADOLESCENTES, DAS MINORIAS, É MUITO IMPORTANTE E NECESSÁRIA E EU ME IDENTIFICO COM ELA PORQUE EU TIVE UMA INFÂNCIA DIFÍCIL E NEM EXISTIA A LEI MARIA DA PENHA, E EU VEJO O QUANTO A GENTE EVOLUIU ENQUANTO HOJE A GENTE PODE TRATAR DE TEMAS DE OUTRAS FORMAS E IMPORTANTE PARA MIM DE ALGUMA FORMA CONSEGUI AJUDAR ALGUMA PESSOA, ALGUMA FAMILIA MESMO QUE SEJA ALGO BEM PONTUAL , UMA SITUAÇÃO EXPECIFICA UM PROBLEMA FAMILIAR,UM CRIME, A GENTE CONSEGUIU AJUDAR DE ALGUMA FORMA FEZ A DIFERENÇA NO NOSSO DIA E NO NOSSO TRABALHO, EU ACREDITO MUITO QUE NOS CONSEGUIMOS FAZER A DIFERENÇA, MESMO QUE SEJA UM TRABALHO DIFICIL E MUITO PESADO NÉ, A GENTE NEM CONSEGUE ASSISTIR AINDA MAIS NÓS ENTRARMOS NESSA HISTÓRIA EU ACHO QUE É SENSIBILIDADE FEMININA É MUITO IMPORTANTE NESSA HORA E PODE ATE NOS DESTACAR POR NOS APROXIMAR DE ALGUNS TEMAS QUE A GENTE SABE LIDAR BEM. Amanda: GRACE MUITO OBRIGADA POR ACEITAR O NOSSO CONVITE NÉ EM NOME DO NOSSO PODCAST SEJA MUITO BEM VOCÊVINDA!PODERIA CONTAR ASSIM UM POUCO MAIS SOBRE A SUA LIGAÇÃO COM O JORNALISMO E TAMBÉM O QUE LEVOU VOCÊ A ESCOLHA DO SEGMENTO INVESIGATIVO Grace Abdou: EU ME INTERESSEI PELO JORNALISMO DESDE CRIANÇA, EU ME RECORDO QUE TINHA SETE ANOS, MEUS PAIS NÃO TIVERAM ACESSO À UNIVERSIDADE, TIVERAM POUCO ACESSO A EDUCAÇÃO NÃO CONSEGUIRAM NEM CONCLUIR O ENSINO MEDIO, ENTÃO ERA MUITO IMPORTANTE QUE EU CONSEGUISSE ESTUDAR E ME FORMAR, QUANDO EU ERA CRIANÇA EM UMA CONVERSA COM MEU PAI ELE DISSE QUE SE TIVESSE UMA OPORTUNIDADE DE TER ESTUDADO E CHEGADO A UMA FACULDADE ELE FARIA JORNALISMO PORQUE ELE SE
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Kaynara: NO CASO A GENTE GOSTARIA QUE VOCÊ SE APRESENTASSE PARA OS OUVINTES QUE NÃO TE CONHECEM AINDA, CONTAR UM POUCO MAIS SOBRE VOCÊ, SUA HISTORIA NO JORNALISMO SUAS VIVÊNCIAS E ALEGRIAS
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

Grace Abdou: EU GOSTAVA DE ASSISTIR AQUELE PROGRAMA ERA PESADO, NAO ERA PRA CRIANÇAS, POREM EU ME IDENTIFICVA COM OS TEMAS PORQUE ME REALIZAVA NA SEMANA SEGUINTE VER QUE DE ALGUMA FORMA AQUILO HAVIA SIDO RESOLVIDO, O CRIME DESVENDADO O FUGITIVO GERALMENTE UM HOMEM QUE PRATICOU UM CRIME CONTRA A MULHER, CONTRA A FAMILIA ERA LOCALIZADO, TINHA A FOTO EXPOSTA E ERA PRESO, NÃO EXISTIA LEI MARIA DA PENHA AINDA, ENTÃO AQUILO ERA UMA FORMA DE SOCORRO MESMO PARA ESSAS FAMILIAS E ESSAS MULHERES, ENTÃO EU QUANDO JA FORMADA COMO JORNALISTA ACABEI TRABALHANDO COM O MARCELO REZENDE NO CIDADE ALERTA, EU CONTEI ESSA HISTÓRIA PRA ELE E ELE FICOU MUITO EMOCIONADO POR QUE AQUELE TRABALHO TROUXE UMA GRANDE DIFERENÇA PRA MIM E NA MINHA ATUAÇAO POR QUE EU SABIA O QUE AQUELAS FAMÍLIAS ESTAVAM VIVENDO, MUITOS TEMAS ERAM PRÓXIMOS DAQUELE QUE EU A TINHA VIVIDO, ENTÃO PARA MIM ERA MUITO IMPORTANTE EU ACHO DESSAS FAMÍLIAS ALGO QUE EU NAO TIVE LA ATRAS, A GENTE NÃO TEVE, A DEZESSEIS ANOS CASAMENTO, MACHISMO TAMBÉM DIZIA QUE NÃO PODIA SE SEPARAR, QUE A MULHER PRECISAVA SALVAR O HOMEM, TUDO ISSO QUE A GENTE SABE QUE NA VERDADE É UMA FORMA DE DOMINAR E MANIPULAR A MULHER, ENTÃO HOJE AO LONGO DESSES DEZESETE ANOS EU TIVE INTIMIDADE COM ESSES TEMAS, TEMAS MAIS CRUEIS, CRIMES MAIS GRAVES MAS ESSA MINHA HISTORIA DE VIDA ME APROXIMA DESSAS PESSOAS E ME DÁ UMA SATISFAÇÃO DE PODER AJUDAR DE ALGUMA FORMA E ELAS ESTÃO ALI PARA GENTE E NÓS ENTRAMOS NA VIDA DELAS NO MOMENTO MAIS DIFICIL, ENTÃO É MUITO DELICADO TANTO PARA PESSOA QUANTO PRA NOS TAMBÉM, É PRECISO A GENTE PISAR EM OVOS, É MUITO DELICADO PODE SER PESADO TAMBÉM EMOCIONALMENTE PSICOLOGICAMENTE ENTÃO É O TRABALHO NECESSÁRIO, QUE MUITOS CRITICAM POR QUE ENVOLVE OUTRAS QUESTÕES , QUESTÕES DE ABORGENS SENSACIONALISTAS DE ACHAR QUE NA VERDADE É UMA EXPLORAÇAO DA DOR ALHEIA, MAS ASSIM O QUE VALE E O QUE EU POSSO DIZER E A MINHA INTENÇÃO MEU TRABALHO EU NÃO GANHO POR AUDIÊNCIA E EU SAIO DE CASA PARA AJUDAR AS
IDENIFICAVA, ISSO ME CHAMOU ATENÇÃO E REALIZAR DE ALGUMA FORMA O SONHO DO MEU PAI DA MINHA FAMÍLIA EU TINHA UMA LIGAÇÃO MUITO FORTE COM ELE E AO MESMO TEMPO MUITO CONTURBADA, POR QUE ELE ERA ALCOATRA , ALCOLICO A GENTE USA HOJE EM DIA ESSE TERMO, E VIOLENTO ENTÃO EU A MINHA IRMÃ DOIS ANOS MAIS VELHO MINHA MÃE SOFREMOS VIOLENCIA DOMESTICA. EU ME IDENTIFICAVA LEMBRO BEM DO PROGRAMA QUE ERA APRESENTADO PELO MARCELO REZENDE QUE CHAMAVA LINHA DIREITA, EU ERA CRIANÇA EU GOSTAVA MUITO DE ASSISTIR ESSE PROGRAMA APESAR DE SER DE ASSUNTOS VIOLENTOS
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15:12 Beatriz: SIM E NÓS SABEMOS QUE UM ASPECTO QUE GERA DISCUSSÃO ENTRE AS MULHERES JORNALISTAS DO MUNDO INTEIRO É CONCILIAR A CARREIRA QUE ÀS VEZES ACABA INVADINDO O PERÍODO DE DESCANSO COM SEUS PROJETOS FAMILIARES COMO FOI PARA VOCÊ ADEQUAR AS SUAS TAREFAS PROFISSIONAIS COM A JORNADA DE TRABALHO DOMÉSTICO?
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

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Grace Abdou: OLHA MENINAS TRABALHO DOMESTICO NA VERDADE NAO É FAMININO, ISSO EU DEMOREI PRA APRENDER ENTÃO NO COMEÇO EU ACHAVA QUE EU TINHA QUE FAZER AS COISAS DENTRO DE CASA PORQUE EU GANHAVA MENOS E AJUDAVA MENOS AS CONTAS, ENTÃO ME SOBRECARREGAVA UM POUCO, FAZENDO AS COISAS EM CASA E É CLARO ME DEDICANDO AOS ESTUDOS, POR QUE EU AINDA ESTUDVA QUANDO EU TRABALHAVA JA NA RECORD TV EU AINDA TINHA
PESSOAS, EU SOU JORNALISTA PARA AJUDAR AS PESSOAS E EU SINTO QUE EU FAÇO A DIFERENÇA A CADA DIA APESAR DE FAZER UM TRABALHO TÃO DIFÍCIL E QUESTIONAVEL ÀS VEZES MAS QUE AO AGRADECIMENTO DESSAS FAMÍLIAS A PRÓPRIA PARA ELAS SEREM ATENDIDAS PELA POLÍCIA PORQUE ESSA POPULAÇAO CARENTE, ELA NÃO TEM ATENÇÃO ELA NÃO TEM VOZ ENTÃO O MEU MICROFONE DA VOZ A ELALAS, E A CHANCE DELAS SEREM OUVIDAS, SEREM ATENDIDAS EISSO É MUITO ESPECIAL PORQUE ELAS SÃO TRATADAS DE OUTRA FORMA SE ELAS FOREM SOZINHAS A DELEGACIA, AO HOSPITAL, SEJA ONDE FOR. E ENTÃO É ISSO QUE FAZ VALER A PENA E QUERENDO NÃO EU ACHO QUE A UM IMA NÉ NA NOSSA ENERGIA NA NOSSA HISTÓRIA QUE ACABA NOS LEVANDO DE ALGUMA FORMA A VIDA ME LEVOU A ESSE CAMINHO E A FAZER A DIFERENÇA DESSE JEITO . NÃO QUE EU NÃO FALE DE FLORES QUE EU NÃO GOSTARIA DE FALAR DE COMPORTAMENTOS DE ECONOMIA DE OUTRAS COISAS ENTÃO A GENTE PODE SE ADAPTAR A QUALQUER ASSUNTO EU ACHO QUE NESSE ASSUNTO EU TAMBÉM JA FIZ A MINHA PARTE, SE ACABAR HOJE EU TÔ EU TÔ SATISFEITA EXPERIÊNCIA EU JÁ TIVE NESSA ÁREA.
14”3514”34
Grace Abdou: EXATO, E EU ATÉ DIGO PRA VOCÊS ISSO MENINAS, É A PRIMEIRA VEZ QUE EU FALO SOBRE ISSO NÉ, EU CONTEI PARA O MARCELO REZENDE A MINHA IDENTICAÇAO O QUAL TAMANHA ERA A IMPORTANCIA DE ESTAR ALI TRABALHANDO COM ELE, EU COMECEI A SER REPORTER COM ELE ENTAO EU LUTEI MUITO PARA ATINGIR ESSE OBJETIVO, QUE ERA O MEU OBJETIVO. SER REPORTER DESDE OS MEUS SETE ANOS DE IDADE, E ACABEI ME TORNANDO REPORTER ESPECIALISTA EM POICIA INVESIGATIVA, DIREITOS HUMANOS, O QUE TEM UM POUCO A VER COM ESSA HISTORIA
Beatriz: DO MESMO MODO QUE É DIFÍCIL É GRATIFICANTE NÉ
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16”0715”27
20”3220”27
Grace Abdou: ENTÃO CONSILIANDO O TRABALHO, ESTÁGIO, FACULDADE, MAIS O TRABALHO DE CASA PORQUE EU CASEI JOVEM COM VINTE E DOIS ANOS NÉ ENTÃO EU FAZIA AS COISAS PORQUE EU ACHAVA QUE OS TRABALHOS DOMESTICOS ERAM MESMO MAIS FEMININOS E A PERTIR DO MOMENTO EM QUE VOCÊ VAI AMADURECENDO, VAI ENTENDENDO MELHOR AS COISAS, ENCONTRANDO O SEU LUGAR NO MUNDO, SEU LUGAR DE FALA AÍ VOCÊ PASSA A COBRAR TAMBÉM SEU PARCEIRO DO COMPANHEIRO, OU A SUA FAMILIA, SEU IRMÃO SEJA QUEM FOR E COLOCANDO TAMBÉM AS COISAS, NAO, HOE NA MINHA CASA A PALAVRA AJUDA É PROIBIDA, MEU MARIDO AS VEZES FALA BRINCANDO DANDO RISADA EU VOU TE AJUDAR LAVANDO ESSA LOUÇA, MAS NAÕ NÉ É A NOSSA LOUÇA A NOSSA CASA E SÃO OS NOSSOS AFAZERES ENTÃO ELE VAI PREPARAR O JANTAR AQUI PORQUE EU ESTOU EM UM COMPROMISSO COM VOCÊS ENTÃO É IMPORTANTE QUE A GENTE SAIBA SE COLOCAR, QUEBRAR O OUTRO E DIZER NÃO, EU TRABALHO O MESMO TEMPO QUE VOCÊ, SÃO OITO HORAS, ENTAO SÃO OITO HORAS DE TRABALHO, ENTÃO OS AFAZERES DOMESTICOS SE VOCÊ FAZ ISSO E EU FAÇO AQUILO NÃO FICA PESADO PRA NINGUÉM NAO É MESMO.
Kaynara: GRACE ASSIM A GENTE SABE QUE AS ESTRUTURAS ORGANIZACIONAIS JORNALISMO SÃO CAMPOS DOMINADOS POR VALORES MACHISTAS. NOS QUAIS A GENTE SABE QUE FREQUENTEMENTE AS MULHERES SÃO TRATADAS PELO SEU CHEFE NÉ EM UM TOM INFERIOR E ISSO LEVA A NOSSAS COLEGAS DE TRABALHO E O GÊNERO MASCULINO E PEGAR PAUTAS DE MAIOR DESTAQUE PARTIHAREM CONTATOS E INFORMAÇOES EXCLUSIVAMENTE ENTRE ELES, NO CASO VOCE JÁ PRESENCIOU UM MOMENTO DE EXCLUSÃO E INJUSTIÇA NA DIVISÃO DE TAREFAS NO TRABALHO TEVE PAUTAS QUE VOCÊ QUERIA
20”5620”49
20”4920”46
Grace Abdou: EU DIGO ASSIM JUNTOU O QUE, COMUNICAÇÃO SOCIAL AINDA TEM ESSA
20”0019”59
Beatriz: TEM MUITO
19”5919”11
UM OUTRO BICO PARA COMPLEMENTAR A RENDA ENTÃO ASSIM EU ME SOBREARREGAVA
20”3720”37
20”4020”40
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

18”5817”14
Grace Abdou: EU QUERO FAZER UMA PERGUNTA PARA VOCÊS QUANTOS HOMENS TEM NA SALA DE VOCÊS
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Grace Abdou: TEM?
Evelyn: MAS TODOS OS HOMENS QUEREM JORNALISMO ESPORTIVO
Beatriz: VERDADE, É UM TRABALHO EM CONJUNTO NÉ
Grace Abdou: TEM MAIS HOMENS DO QUE MULHERES NA SALA DE VOCES?
Grace Abdou: MINHA ÉPOCA EU LEMBRO QUE DE 50 ALUNOS TINHAM QUATRO HOMENS A MAIORIA ERA MULHER, EU VEJO QUE NO MERCADO NA GRANDE IMPRENSA ONDE EU TRABALHO TEM MUITO MAIS MULHER A MAIS MULHER NA REPORTAGEM SÓ QUE HÁ MUITO MAIS HOMENS NAS NAS CHEFIAS NAS APRESENTAÇÕES ENTÃO É CURIOSO A GENTE TER MAIS MULHER COMO REPÓRTER E MAIS HOMEM COMO APRESENTADOR NE? O NATURAL SERIA QUE DA REPORTAGEM AS MULHERES TAMBÉM TOMASSEM ESSEE ESPAÇO DE MAIS PODER AUTONOMIA E LUGAR DE FALA NÉ, A POSSIBILIDADE DE SER ANCORA, COMENTARISTA APESAR TAMBÉM DO PROGRAMA POLICIAL ABORDAR TEMAS DE VIOLÊNCIA CONTRA MULHER, CRIANÇAS, SEMPRE SÃO HOMENS QUE APRESENTAM ENTÃO É CURIOSO. A GENTE TEM POUCA MULHER NO CARGO DE CHEFIA, DE DITORIA CHEFE, DE COMANO MESMO NÉ CHEFE DE REDAÇÃO SAO POUQUISSIMAS, ISSO SE CHAMA ATENÇÃO EU NÃO SEI OUTRAS EMPRESAS COMO TA MUDANDO ISSO POR QUE NA MINHA ÉPOCA ERAM MAIS MULHERES ESTUDANDO JORNALISMO NA SALA DE VOCÊS JA TEM UM MEIO A MEIO TENDENDO MAIS PARA HOMENS, ENTÃO NO JORNALISMO EXISTISSEM SIM TEMAS QUE SÃO IDEAIS SEGUERIDOS PARA MULHER OU HOMEM DIGO UM EXEMPLO SE VOCÊ VAI ENTREVISTAR UMA CRIANÇA ABUSADA PELO HOMEM, UMA MENINA, UMA CRIANÇA O MENINO, VOCÊ MANDARIA QUEM PARA FAZER ESSA ENTREVISTA COM A FAMÍLIA OU ATÉ UMA MULHER ABUSADA, QUEM SERIA IDEAL PARA FAZER ESSA ENTREVISTA COM ESSA VITIMA? A MULHER, PRIMEIRO QUE ESSA VITIMA ESA ATERRORIZADA COM A PRESENÇA MASCULINA ENTÃO O IDEAL É QUE SEJA UMA PESSOA QUE ELA CONFIA MAIS QUE NAO VAI SE TRAUMATIZAR, QUE POSSA TER ACESSO A ELA, ENTÃO É NATURAL ISSO, QUE ESSES TEMAS SEJAM ENCAMINHADOS MAS A TAMBÉM DA NOSSA EXPERIÊNCIA DA NOSSA VONTADE DE TRATAR TEMAS DIFERENTES, A MUHERES QUE CURTEM FUTEBOL, A MULHERES QUE CURTEM CARROS, ENTÃO HOJE EM DIA É MAIS DIFÍCIL NÉ CLARO QUE TAMBÉM É UMA VIAGEM, UM SERVIÇO ARRISCADO TENDE A ACHAR QUE O HOMEM É MAIS FORTE OU CORAJOSO ENTÃO EU ACHO QUE MESMO QUE O MACHISMO ESTA IMPLISSITO NA NOSSA EDUAO, NA NOSSA SOCIEDADE TODOS TODAS NÓS PRECISAMOS PRESTAR ATENÇÃO NOS NOSSOS ATOS NOS NOSSOS PENSAMENTOS NAS NOSSAS CRENÇAS E PENSAR
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

21”1521”15 Kaynara: SIM MUITO MAIS
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Kaynara: A GENTE FAZ PARTE DO CAMPOS DE SÃO MIGUEL E TEM O PESSOAL DO CAMPO LIBERDADE, E TODO MUNDO SE JUNTOS NO CAMPOS SAO MIGUEL NOTURNO. E TEM MAIS HOMENS DO QUE MULHERES
21”1020”57
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Grace Abdou: ENTÃO ISSO NA VERDADE VEM DE UMA IDEIA DA SOCIEDADE QUE TAIS TEMAS DEVEM SER ABORDADOS POR HOMENS E TAIS TEMAS POR MULHERES DE FATO EXISTE ESSA NECESSIDADE DE ASSUNTOS DELICADOS EU CITEI EM RELAÇÃO A UMA VÍTIMA DE ABUSO NÉ, ENTÃO CLARO TUDO PRECISA SER ANALISADO MAS DESDE A FACULDADE TAMBÉM A CURIOSIDADE DO JORNALISTA QUE É INTERESSANTE SE PROVOCAR NÃO PROCURAR FALAR TEMAS SÓ QUE VOCE DOMINA VOCÊ NÃO PODE SÓ ABRIR O JORNAL E LER AQUILU QUE TE INTERESSA VOCÊ TEM QUE SE INTERAR DE TUDO, ENTÃO VOCE VAI TER QUE LER SOBRE ESPORTE, LER SOBRE ECONOMIA, VAI TER QUE LER CADERNO DO CARRO, É ENTÃO É IMPORTANTE QUE GENTE ESTEJA PREPARADO PRA TRATAR DE QUALQUER TEMA TANTO NA FACULDADE, QUE EU ACHO QUE A EXPERIÊNCIA COLABORATORIA AÍ PRA SE TOCAR PRA PERCEBER E ÀS VEZES ATÉ PERCEBER UM CAMINHO QUE VOCÊ JAMAIS IMAGINARIA HOJE EU SOU ESPECIALISTA EM JORNALISMO INVESTIGATIVO POLICIAL CRIMINAL PORÉM EU ESTUDO ECONOMIA ENTÃO EU ME PREPARO PARA FALAR SOBRE ECONOMIA ALI NA FRENTE EU POSSO FALAR SOBRE QUALQUER ASSUNTO EU POSSO FAZER UMA REPORTAGEM SORRINDO DIVERTIDA E POSSO FALAR SERIAMENTE FAZER UMA DENUNCIA QUE PODE DERRUBAR PESSOAS MUITO FORTES NO PODER, ENTÃO A NOSSA FUNÇÃO É ESTÁ PREPARADO PARA FALAR SOBRE QUALQUER TEMA, TANTO O HOMEM QUANTO A MULHER
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26”5526”26
SERÁ QUE ISSO TÁ CERTO SERA QUE NÃO É MACHISMO, NOSSO JULGAMENTO A GENTE ENTÃO TÁ CONSTANTEMENTE PENSANDO E TAMBÉM PRESSIONANDO, ISSO ACONTECERIA COMIGO SE FOSSE UM HOMEM NO LUGAR? A GENTE TEM QUE ESTAR SEMPRE PRECISANDO QUESTIONAR E PRESTAR ATENÇÃO NISSO, ESSA PESSOA FALARIA COMIGO ASSIM SE EU FOSSE EU HOMEM? ESSE CHEFE OU ATÉ MESMO ESSE COLEGA DE TRABALHO REAGIRIA ASSIM COM A MINHA INDAGAÇÃO SE EU FOSSE UM HOMEM ENTENDEU, É PRECISO A GENTE ESTAR ATENTO E PRESTANDO ATENÇÃO NISSO ATÉ ENTRO NUM TEMA QUE VOCÊS QUEREM VOCÊS VÃO TOCAR EU ACHO QUE É IMPORTANTE A GENTE A GENTE DESTACR ESSA COM ESSA PARTE A GENTE TÁ SEMPRE ATENTO A ESSAS COISAS E REAGIR NÉ QUANDO NECESSÁRIO.
Beatriz;CERTO, E POR MUITOS ANOS A CULTURA PROFISSIONAL NO AMBIENTE JORNALÍSTICO MOSTROU QUE AS MULHERES ERAM RESPONSÁVEIS POR GERAR CONTEÚDOS ESTEREOTÍPICOS DA FEMINILIDADE COMO BELEZA MODA E ENTRETENIMENTO MATERNIDADE ECONOMIA DOMÉSTICA COMPORTAMENTO ENQUANTO OS HOMENS GERAVAM COM CONTEÚDO POLÍTICO ESPORTIVO AUTOMOTIVO E POLICIAL VOCÊ NOTOU ESSA DIVISÃO DURANTE O PERÍODO DA FACULDADE?
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

Amanda: GRACE ASSIM ESSA PERGUNTA CASO VOCÊ SE SINTA CASO A SUA RESPOSTA SEJA SIM E VOCÊ ASSIM É SE SINTA CONFORTÁVEL NÉ PARA FALAR SOBRE EU PEÇO ASSIM QUE VOCÊ COMENTE UM POUCO SOBRE ESSE ASSUNTO SE VOCÊ JÁ SOFREU ASSÉDIO NO TRABALHO Grace Abdou: MENINAS TODAS NÓS EM ALGUMA SITUAÇÃO DA VIDA JÁ PASSAMOS POR ASSÉDIO E SE ALGUMA DISSER QUE NÃO É PORQUE NÃO PERCEBEU ENTÃO
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A GENTE DE FATO A GENTE SEMPRE VAI PASSAR POR SITUAÇÕES DE DISCRIMINAÇÃO E DE ASSÉDIO MORAL OU SEXUAL TANTO NO AMBIENTE DE TRABALHO QUANTO NA RUA QUANTO ATE NA NOSSA PRATICA DIÁRIA DE JORNALISMO TENDO ACESSO A OUTRAS PESSOAS A OUTRAS COISA ENTÃO É COMO MULHER NÃO SÓ COMO PROFISSIONAL COMO JORNALISTA NÓS PRECISAMOS ESTAR SEMPRE ATENTAS E SE POSICIONAR REGIR FALAR DE ALGUMA FORMA NÃO PRECISA BRIGAR ESCANDALIZAR É BOTAR A BOCA NO TROMBONE, ENFIM NAO É ISSO DE ALGUMA FORMA MOSTRAR QUE VOCÊ NÃO GOSTOU DAQUILO QUE SE SENTINDO INCOMODADA OU ATÉ MESMO QUE VOCÊ NÃO ENTENDEU O QUE A PESSOA QUIS DIZER COM AQUILO COM AQUELA ATITUDE COM AQUELA REAÇÃO AQUELA FALA ÀS VEZES DEVOLVER PRA PESSOA PESSOA É UMA FORMA DE
Grace Abdou: A GENTE PRECISA ALCANÇAR ESSE PATAMAR É URGENTE É NECESSÁRIO PORÉM É MUITO DIFÍCIL A GENTE PRECISA ENCARAR ESSA REALIDADE NOS UNIR PORQUE A SOCIEDADE NOS PREPAROU PARA SER TALVEZ PARTADAS UMAS CONTRA AS OUTRAS NÉ POR INVEJA, CIÚMES VAIDADE ENTÃO NA VERDADE NÃO NÓS PRECISAMOS DAR AS MÃOS SENTIR A DOR DO OUTRO COMO SE FOSSE A NOSSA A GENTE PRECISA FALAR QUANDO A GENTE TIVER EM UMA SITUAÇÃO DE DISCRIMINAÇÃO DE ABUSO DE ASSÉDIO DE QUALQUER TIPO DE PRECONCEITO A GENTE PRECISA SE COLOCAR A GENTE PRECISA REAGIR A GENTE PRECISA DENUNCIAR AJUDAR UMAS ÀS OUTRAS PARA QUE AOS POUCOS MUITO POUCO A GENTE CONSIGA DA UM PASSINHO PRA FRENTE A CADA DIA EU CREIO QUE TAMBÉM DIANTE DE PESQUISAS QUE APONTAM QUE A GENTE TA ATRASADO PELO MENOS UNS 100 ANOS 150 ANOS DE PAÍSES MAIS DESENVOLVIDOS SE NÃO ME ENGANO A SUÉCIA QUE TEM UM PATAMAR MAIS IGUALITÁRIO ENTRE SALÁRIOS E CARGOS ENTRE HOMENS E MULHERES ENTÃOA GENTE TA MUITO ATRÁS E A GENTE PRECISA CORRER CONTRA O TEMPO PARA QUE DAQUI TALVEZ CEM ANOS A GENTE CONSIGA ALGUMA EQUIPARIDADE DE IGUALDADE DE CARGO E DE SALÁRIO E DE ESPAÇO NO GERAL
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Kaynara: VOCÊ ACREDITA QUE O BRASIL ALCANÇARÁ A IGUALDADE DE GÊNERO NO MERCADO DE TRABALHO E OUTRA PERGUNTA EM CIMA TAMBÉM O QUE SERÁ PRECISO PARA A GENTE PODER CHEGAR NESSE PATAMAR NESSA EVOLUÇÃO
35”2734”30 Kaynara: É COMPLICADO NÉ, QUANDO A GENTE FALA SOBRE ESSA SITUAÇÃO POR QUE IGUAL VOCÊ FALOU QUANDO A GENTE FALA QUE A MULHER FALA QUE NUNCA SOFREU É POR QUE NÃO ENTENDE NÉ, POR QUE TEM VEZES QUE REALMENTE A MULHER EM SI NA MINHA OPINIÃO NÃO CONSEGUE COMPREENDER NÉ DOFERENCIAR O QUE SERIA UM ELOGIO E ALGO QUE TA TE MACHUCANDO NE NO CASO E FOI TUDO ISSO QUE VOCÊ FALOU MESMO E DIANTE TODO ESSE CENÁRIO QUE A GENTE ESTÁ PRODUZINDO ESSE PODCAST FALANDO SOBRE ASSÉDIO CONTRA A MULHER JORNALISTA A GENTE VE VARIOS RELATOS AI DE VARIAS JORNALISTAS QUE JÁ SOFRERAM ALGO DO TIPO QUE FOI CONSTRANGEDOR COMO JÁ ACONTECEU COM VOCE E COM OUTRAS FALANDO MAIS DA MULHER JORNALISTA MESMO NA SUA OPINIÃO O QUE VOCÊ ACHA QUE A MULHER JORNALISTA HOJE NÃO DEVE MAIS TOLERAR DENTRO DO AMBIENTE DE TRABALHO DELA Grace Abdou: O PRECONCEITO, A DISCRIMINAÇÃO A REAÇÃO ABUSIVA POR PARTE DE HOMENS É SEJAM ELES QUEM FOREM SER CHEFES OU SUBCHEFE OU SUBORDINADO ENTAO A GENTE PRECISA REAGIR SE POSICIONAR E DIZER ISSO ACONTECERIA COMIGO SE FOSSE UM HOMEM? OU VOCE FALARIA ASSIM SE FOSSE COM UM HOMEM? É PRESTAR ATENÇÃO MUITO NA REAÇÃO DAS PESSOAS COMO ELAS AGEM COMO A MESMA PESSOA COM O MESMO HOMEM AGEM COM UMA MULHER REAGE COM O HOMEM E TUDO ISSO PRECISA SER DITO E PRECISA SER ESCANCARADO PRA QUE TODOS PASSEM A PERCEBER ENTENDEU E ESSA PESSOA QUE PRATICA ESSE TIPO DE ATITUDE DE PRECONCEITO DE DISCRIMINAÇÃO DE ASSÉDIO MORAL E SEXUAL PRA QUE ELA SEJA IMPEDIDA DE CONTINUAR E PRA GENTE NÃO TOLERAR EU NÃO TOLERO MAIS NENHUM DESRESPEITO NENHUM HOMEM VAI REAGIR A UMA SOLICITAÇÃO MINHA DE TRABALHO POR QUE EU TENHO A MINHA AUTONOMIA E NOSSO TRABALHO É COBRAR INFORMAÇÃO COBRAR UM TRABALHO BEM FEITO NOS NÃO POREMOS ERRAR E EU COMO REPÓRTER EU SOU LIDER DE UMA
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REAGIR SUTILMENTE PERGUNTAR EXPLICA NÃO ENTENDI O QUE VOCÊ QUIS DIZER COM ISSO FAZ A PESSOA PARAR PARA PENSAR E AÍ AÍ SIM PENSA DUAS VEZES ANTES DE FALAR OU AGIR DAQUELA FORMA E COMPREENDER QUE NÃO FOI BEM VINDA AQUELA ATITUDE EU ACHO QUE EM QUALQUER SITUAÇÃO EM FORMA DE OUTRA GENTE PRECISA MUDAR NOSSO COMPORTAMENTO POR QUE A SOCIEDADE NOS ENSINOU A FINGIR QUE NÃO ENTENDEU A SORRI COMO SE FOSSE UMA GRACINHA UMA PIADA MAS ASSIM UMA PIADA É UMA BRINCADEIRA É UMA BRINCADEIRA QUANDO OS DOIS LADOS SE DIVERTEM NÃO SÓ QUANDO UM LADO SORRI OU ACHA ENGRAÇADO ENTÃO SE APENAS UM LADO ESTA SE DIVERTINDO NÃO É UMA BRINCADEIRA É UMA ATITUDE IMPRÓPRIA QUE DEVE SER REPENSADA E REFERIDA
Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.
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ENTAO A GENTE PRRCISA SE POSICIONAR SER FIRME E QUANDO ELES REAGIREM QUESTIONAREM OU ACHAREM QUE SABEM MAIS DO QUE VOCE VOCE PRECISA DIZER E FALAR POR QUE? POR QUE EU QUERO POR QUE É ASSIM QUE VAI SER ENTAO POR QUE SE FOSSE UM HOMEM ELES NÃO PERGUNTARIAM POR QUE SIMPLESMENTE FARIAM ENTAO EU NÃO ADMITO QUE ME TRATEM COMO UMA MENINA POR QUE EU SOU UMA MULHER E MEREÇO RESPEITO COMO QUALQUER HOMEM
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Beatriz: ENTÃO GRACE, PRA FINALIZAR AS PERGUNTAS COM VOCÊ, COMO JÁ FOI DITO EU GOSTO MUITO DE JORNALISMO INVESTIGATIVO E TENHO PRA MIM O MARCELO REZENDE COMO ÍDOLO NO JORNALISMO, SEMPRE ASSISTI ELE NO CIDADE ALERTA E ALEM DISSO EU ACOMPANHO TODO DIA O CIDADE ALERTA, EU SOU FÃ DO LUIS BACCI E TAMBEM DO SEU TRABALHO O TRABALHO DE TODOS VOCES E COM ISSO EU GOSTARIA DE FAZER UMA CITAÇÃO DO MARCELO PRA COMPLEMENTAR ESSA PERGUNTA: COMO JÁ DIZIA, O GRANDE MARCELO REZENDE, NO EXERCÍCIO DA PROFISSÃO DE JORNALISTA; ‘’ QUEM TEVE OPORTUNIDADE NA VIDA E COMETE UM CRIME DEVERIA TER A PENA EM DOBRO’’, VOCÊ ACHA QUE ESSA FALA SERVIRIA TAMBÉM PARA QUEM AGRIDE AS MULHERES? SEJA ELA FÍSICA OU VERBAL? COMENTA PRA GENTE Grace Abdou: NOSSA VOCÊ CITAR O MARCELO REZENDE AGORA ATE ME ARREPIOU POR QUE ME REMETE A MINHA INFÂNCIA A MINHA HISTÓRIA COMO EU ACOMPANHEI O TRABALHO DELE COMO EU TRABALHEI COM ELE E O QUANTO EU APRENDI COM ESSE JORNALISTA QUE ERA MUITO INCISIVO NO TRABALHO E MUITO CARINHOSO NO TRATO PESSOAL ELE ERA UM AMIGO, ELE JÁ VEIO AQUI NA MINHA CASA E EU TENHO MUITO ORGULHO DISSO E ELE FALAVA MUITO BEM SOBRE ISSO ELE FALAVA SOBRE PENA DE MORTE EU SOU CONTRA PENA DE MORTE MAS ELE ACHO QUE SIM ACHO QUE UM HOMEM QUE PRATICA OU QUE É RECIDENTE NA AGRESSÃO NA VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA A SUA MULHER E SEUS FILHOS QUE ISSO É GRAVÍSSIMO MUITAS VIDAS ABALADAS POR UMA ATITUDE DE UM HOMEM QUE ACHA QUE TEM O PODER DE DECIDIR DE MAU TRATAR ESSA FAMÍLIA ENTAO ISSO É MUITO GRAVE É MUITO PESADO E TRAUMATIZA GERAÇÕES ENTAO DE FATO EU ACHO QUE ESSE É O MAIOR PIOR CRIME O MAIS PRATICADO E MAIS
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38”0338”02 39:02 Beatriz: SE POSICIONAR 39:03
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

EQUIPE QUE GERALMENTE É FORMADA POR HOMENS QUE
Kaynara: UMA AULA NE GENTE
SILENCIOSO HOJE MESMO A GENTE TEM UM EXEMPLO DE UM ABUSADOR RICO QUE TRABALHA COM JOGADORES DE FUTEBOL QUE É EMPRESÁRIO DONO DE CASA NOTURNA E FOI ABSOLVIDO PELA SEGUNDA VEZ POR UNANIMIDADE POR QUE A JOVEM ABUSADA POR QUE ELE QUE FOI DOPADA, MANIPULADA É TRANCADA NO QUARTO COM ELE ABUSADA E NÃO TINHAM PROVAS O SUFICIENTE QUE ELE NÃO PORIA ALEGAR E SE LIVRAR DAQUELA SITUAÇÃO ENTAO É UM ABSURDO QUE ISSO ACONTEÇA ENTÃO REALMENTE É UM CRIME CONTRA A MULHER UM CRIME CONTRA CRIANÇA DEVERIA SER A PENA DOBRADA, TRIPLA, QUANTO MAIS PUDESSE SER POR QUE INFELIZMENTE A CADEIA É DOMINADA POR PEQUENOS DELITOS PESSOAS QUE SÃO AS MAIS POBRES PEGAS COM PEQUENAS QUANTIDADES DE DROGA E QUE VÃO PRA FACULDADE DO CRIME ENFIM O SISTEMA CARCERÁRIO PRECISAVA SER REVISTO, REFEITO PRA GENTE TER ATE UMA SOCIEDADE MELHOR Beatriz: VERDADE
Amanda: VERDADE, EM NOME DO NOSSO PODCAST AGRADECEMOS GOSTARIA DE TE AGRADECER TENHO CERTEZA QUE A SUA HISTÓRIA INSPIRA MUITAS MULHERES NO JORNALISMO BRASILEIRO E ISSO OBRIGADA MUITO OBRIGADA MESMO Violência
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Amanda: GRACE CHEGAMOS NO FINAL DO NOSSO PODCAST FOI MUITO BOM MUITO PROVEITOSO E VOCE TROUXE MUITAS EXPERIÊNCIAS E EU TENHO CERTEZA QUE CADA UMA DE NÓS VAMOS LEVAR PARA O RESTO DAS NOSSAS VIDAS NA NOSSA CARREIRA Kaynara: MUITOS ENSINAMENTOS TAMBÉM
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Repórter: Folha de Decupagem 28/09/Data 2021 Editoria:
LillianyConvidadaNascimento Assunto:
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Trabalho de Conclusão de Curso em Jornalismo. Ano 2021.

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Lilliany: Obrigada pelo convite, estou muito feliz de participar do Podcast de vocês e estou pronta para responder ai, oque vocês tiverem de dúvidas, quiserem saber sobre esse mundo né. Onde as mulheres até pouco tempo não seriam bem vindas ou talvez vistas com bons olhos, mais que agora a gente está dominando aí.
Amanda: Lillyane... para começar conta assim pra gente né, o que mais você poderia destacar em sua vida profissional
Amanda: Boa tarde Lilliany, seja bem vinda, é uma honra ter você aqui com a gente no nosso primeiro episódio do onPodcats O podcast da universidade cruzeiro do sul. Que vai falar sobre mulheres no jornalismo e a discriminação de gênero que está fortemente presente no ambiente jornalístico.

Beatriz: Olá ouvintes, eu sou a Ana Beatriz e é uma honra ter vocês nesse momento para falar de um assunto tão delicado, porém necessário, que dá uma esperança para mulheres nessa esfera do mercado de trabalho.
Minha vida profissional, começou assim como de muitas outras pessoas, decidi fazer jornalismo, é eu entrei na faculdade em 2010 e fiz 4 anos de jornalismo, foi em 2010, na verdade eu entrei em 2009.
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Tempoin/out
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Eu sou a Amanda e chego nessa edição com as minhas colegas Ana Beatriz e Kaynara.
E para dar início a esse projeto teremos nossa primeira convidada que quebrou esse estereótipo da “feminização” da cultura jornalística, apaixonada pela investigação e uma incrível Repórter investigativa no programa “Cidade Alerta” Lilliany Nascimento, seja bem vinda...
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Conteúdo
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2010 eu fiz estágio na Polícia Rodoviária Federal, no núcleo de comunicação, mais foi em 2011 que eu entrei na televisão mesmo né, na Record, como estagiária ,então trabalhei dois anos como estagiária 2011 e 2012, desde do momento que eu entrei eu já trabalhava com matérias , no setor de apuração, então eu apurava né? E já era algo assim, vamos assim dizer, por ser um mundo policialesco , mesmo ainda estando dentro de uma
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Ainda mais porque eu era muito nova, e as pessoas olhavam ‘’ ah, uma menina nova, será que consegue? ‘’ e eu fui mostrando aos poucos conquistando o meu espaço e consegui né. Então eu me formei em 2012, em 2013 eu trabalhei no SBT, fiquei 1 ano lá como produtora policial, indo pra rua...é... foi um grande primeiro desafio, assim ai nesse mundo, eu digo sendo mulher porque, ir pra rua atrás de câmeras de segurança, om um caso que marcou muito, foi um desabamento que teve na zona leste de São Paulo, então eu fui como, e encontrei vários produtores, da maioria homens e eu fui a única que conseguiu o circuito de segurança do prédio desabando, então, assim pra mim foi uma grande conquista eu tive um grande destaque la na emissora, mais eu vi aquelas pessoas que, principalmente homens que, duvidavam né, meio que torcendo o olho assim ‘’ caramba ela conseguiu’’, então aos poucos eu fui conquistando o meu respeito, o meu lugar de respeito né?
redação, mesmo ainda, e sendo uma estagiária eu já enfrentava alguns desafios né? eu li dava muito com homens, tanto na redação também, quanto por telefone, que eu ligava na delegacias batalhões, para conseguir ocorrências e saber o que estava acontecendo, pra virar matéria para o repórter ir lá fazer, então eu já encarava o desafio desde ai né?
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Lilliany: Ó no ambiente de trabalho, e dentro de Tv, eu nunca sofri, nunca sofri graças a Deus, tem mulheres que devem passar por isso nos seus trabalhos, mas eu graças a Deus nunca passei. É, eu digo com colegas de trabalho, agora em gravações sim né? Certa vez fui fazer, um estuprador que foi preso , e estava atacando várias mulheres, fiz a chegada dele na delegacia , e na época quando o Marcelo Rezende... o Marcelo Rezende gostava, porque a gente abordava e queria que a gente fizesse algumas perguntas , e eu fui fazer uma pergunta , ele estava do lado do delegado, estava algemado , tudo e perguntei pra ele né? Nunca se, se arrependeu, porque eu aprendi que o Marcelo Rezende falava ‘’ Nunca pergunte isso para um criminoso, porque a gente não quer saber se ele se arrependeu ou não, porque ele já fez, ele pode usar isso para se defender. Mais eu perguntei do modo
Bia: e com a sua experiência conta pra gente se você já sofreu violência física ou verbal no ambiente de trabalho? (Resposta)... E fora dele? (Engajamento) Na sua trajetória além de sofrer, já presenciou alguma cena do tipo?
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Depois em 2014 eu me tornei repórter no Cidade alerta e to até hoje são oito anos como repórter, oito anos de desafios ai, cada dia um aprendizado novo.
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Bia: Certo... além de sofrer, já presenciou alguma cena do tipo contra outra mulher?
Bia: E quais barreiras você teve que enfrentar no jornalismo além dessas por ser mulher?
Então esse tipo de violência eu já sofri. É Ah ! também outras de bandido que esta preso e tentar me chutar algemado, e tentar ficar me chutando, eu não sei se talvez enxergar a mulher como frágil, pensava, Ah é uma mulher eu vou fazer, acredito que sim talvez faria isso com um homem, e esse tipo de violência eu já sofri sim.
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em que ele agia , porque ele atacava as vitimas assim, e ele falou que a próxima era eu, então assim do lado da policia, algemado ali, ele me ameaçou né , ele é um estuprador e disse que eu seria a próxima, então ali eu senti assim uma violência verbal pelo lado dele né? Não me abalei, mais confesso que foi difícil ouvir isso de um criminoso ali algemado.
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Lilliany: Ah bom, teve no ambiente de trabalho eu já presenciei, nas gravações assim já, de a gente está gravando um caso de violência contra mulher e o cara bater na mulher na nossa frente assim, então já presenciei, já presenciei várias cenas assim. Agora eu como mulher no ambiente de trabalho não
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Lilliany: Ah! Bom teve tantos casos, que eu cobri tantos casos de oito anos pra cá. Foi assim pra ser um combustível pra mim evoluir mais nesse repertório, mais sei que muitas mulheres não aguentam a pressão porque é um ser humano né?muitas mulheres as vezes que não aguentam a profissão, não aguentam, está ali disputando uma vaga que talvez perder de novo pra um honmem de novo, quando que vai chegar a minha vez essa é a pergunta que a gente se faz sempre né? Eu to num lugar que eu gosto muito hoje, e to bem mais eu não to acomodada eu digo assim é sempre bom a gente se incomodar né , a gente sempre querer algo mais, então assim, você sempre se questionar e tentar fazer o melhor e saber que você vai enfrentar dificuldade ainda mais por ser mulher, vamos assim dizer, vai, na hora da largada da corrida vamos imaginar uma corrida , eu acho que nós mulheres a gente ta um pouquinho atrás pra sair sabe? Para dar a largada, naquela posição lá na
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enfrentei isso sim, e já tive que lutar por uma igualdade salarial
Amanda: Da pra perceber quando um elogio se torna uma coisa desagradável e nós mulheres não nos sentimos confortáveis com isso, na sua opinião como as mulheres devem reagir ao passar por essa situação?
Bia: O desequilíbrio salarial não é exclusivo ao campo jornalístico, é a realidade no cenário nacional da inserção da mulher no mercado de trabalho. Você já esteve em alguma situação que seu colega recebia um salário maior que o seu, desempenhando a mesma função?
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frente tem um homem aí a gente tem que, correr, correr, correr, correr, e tentar alcançar, porque muitas vezes tem em maratona alguém que entra lá atrás e passa, e cada vez mais a gente vai passar.
Lilliany: Olha é bem complicado isso porque, eu acredito que cada mulher se sinta melhor reagindo de um jeito, como é que eu posso explicar, bom, eu vivo em um mundo de jornalismo investigativo, jornalismo policial tem muito homem né? Policiais em fim...Eu nunca fui desrespeitada por um policial, muito pelo contrário é, eu chego sou respeitada, converso.
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Eu já passei por situações assim, que eu dei uma respostinha na hora entendeu? Sabe aquele tapa com luva de luta, se não ia fazer mal, não ia tirar meu sono. Agora tem mulher que talvez precise reagir de outra forma, tipo assim procurar algum superior
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Lilliany: Já, lutei pra que isso mudasse, tomei chá de cadeira, lutei de novo, consegui mudar um pouco, uma constância, né? E você se pergunta, porque? Se a gente faz a mesma coisa ou porque se até eu faço um pouco mais bom, vai saber né mais a gente sempre luta pra tentar , mudar reverter isso, se eu falar pra vocês que eu vejo é no jornalismo, na Tv por exemplo, tem várias emissoras, colegas que eu tenho contato , sempre um homem ganha mais? Eu vou mentir, porque tem muitas vezes que eu vejo que a mulher desempenha o papel ali e ganha bem, mas eu já passei por isso de estar desempenhando a mesma coisa que a pessoa e a pessoa está ganhando mais, e eu perguntava, mais porquê? Eu nunca tive uma resposta clara né? nunca me falou, Ah! Por causa disso, ou não porque você é mulher ele é homem, não Maisseijá
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pra contar, denunciar, eu acho que cada uma reage da forma assim que se sentir melhor.
Eu quando acontece coisas parecidas, eu gosto de dar uma resposta ,inclusive eu estava conversando hoje com a minha equipe ,a gente saiu pra gravar e a gente estava vendo uma mulher passando assim na rua e vários caras olhando e ela com uma roupa assim que o corpo ficava bem a mostra, ai eu falei ‘’ bom se isso acontece comigo digo até em situação de trabalho , eu chego tem um monte de homem e acaba chamando atenção e todo mundo olhando pra mulher , e eu percebo que talvez querem me intimidar , eu olho e falo ‘’ BOM DIA TUDO BEM?
Lilliany: Então é... bom, quando eu decidi escolher, quando eu falei eu vou cursar jornalismo, eu não pensei nisso ,porque como eu falei, eu acho que a gente quando é estudante pelo menos antes, eu fiquei muito deslumbrada de trabalhar em Tv de ir pro jornalismo investigativo. Ai! fiquei muito feliz sabe pensando em mil coisas e isso não passou pela minha cabeça, eu descobri que existia na pratica, né? Passando por isso, mais antes não, talvez se antes eu tivesse pensado, eu descobri talvez da pior forma , na prática, porque , é...eu bem lembro quando eu era estagiária bem no começo, a minha como é que se diz, a minha capacidade foi colocada em jogo né, á duvido que uma estagiária assim uma menina dessa, vai conseguir, a não vai aguentar nem dois meses, á e não sei o que , então eu ouvi isso de homens né e então assim eu descobri na pratica que realmente isso existe, existe muito, hoje, hoje eu não passo mais por isso por enquanto não passei novamente , mais já passei muito por isso.
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Eu por exemplo, quando eu percebo uma situação assim é desagradável de me expor que eu não gostei de algum jeito, por exemplo, eu chego em um grupo de homens...pronto, vou dar o
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Lilliany: Bom eu acho que cada mulher reage de um jeito, porque, tem muitas mulheres que digamos assim, ficam desconcertadas e levam aquilo e aquilo vira um problema é, vira até um problema assim psicológico pra pessoa, ela vai martirizando ‘’ poxa, passei por aquilo , passei por aquilo’’ e vira um trauma, são varias possibilidade de li dar.
BOA TARDE TUDO BEM?’’ Então acho que são várias formas de reagir essa é a minha.
Amanda: Da pra perceber quando um elogio se torna uma coisa desagradável e nós mulheres não nos sentimos confortáveis com isso, na sua opinião como as mulheres devem reagir ao passar por essa situação?
Amanda: Antes de tomar realmente a decisão de cursar jornalismo e manter um compromisso na profissão, passou pela sua cabeça em algum momento que é uma área onde as mulheres sofrem abuso psicológico?
exemplo perfeito para vocês, na minha gravação de hoje eu entrei em uma comunidade , uma comunidade bem perigosa, dominada pelo crime organizado, pelo tráfico de drogas, eu tive que ter autorização do comando para entrar, entrei, e gravei. Era um caso de assassinato, na hora em que eu estava indo embora tinha um grupo em uma esquina de uns homens assim, acredito que traficantes né? Eles estavam armados também, e na hora que eu vim passando, meu cinegrafista, meu auxiliar, eu vim e eu já percebi eles me olhando de lá, e com umas conversinhas, umas risadinhas, eu percebi que era uma maldade, por eu ser mulher, e começaram a olhar, e eu andando, indo em direção ao carro chegando próximo deles, e eles me olhando me intimidando , eles queriam me intimidar, a minha forma de reagir. Ai tinha esse grupo de homens acredito que traficantes, vi um armado, e me olhando, eu estava até atravessando o córrego e indo em direção ao carro e eles estavam me olhando de uma forma assim, maldosa, um conversando com o outro, piadinha, tal, e eu senti que eles estavam querendo me intimidar
E acredito que, talvez hoje não, porque eu provei que eu sei trabalhar, que eu trabalho direitinho, mais muitas vezes eu acredito que a pessoa olha e vê... Ah! é uma mulher nossa, corpo bonito, uma mulher bonita e esquece que por de trás dessa mulher tem lá a leoa, uma baita profissional, e que quer respeito.
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Qual que é a minha forma de reagir em uma situação dessa, e o que me faz bem, então eu agi desse jeito e eu não levo pra casa porque pra mim fiz, ali está resolvido, resolvo do meu jeito, , na hora que eu estava passando perto deles, eu olhei e falei assim ‘’ Bom Dia tudo bem?’’ Olhei nos olhos de cada um, e eles, bom dia, bom dia, meio que deram uma recuada , então assim a minha forma de reagir em uma situação que eu percebi que eles queriam me constranger, de algum jeito por eu ser mulher, estar olhando, olhando pro meu corpo, entendeu?
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Bia: Decotes muito fundos e vestidos muito justos e curtos, falas que são usadas muitas vezes pelas pessoas para tentar achar uma justificativa para que ocorra a violência... conta pra gente a sua opinião sobre isso....
Lilliany: Bom, é o seguinte, a minha opinião é um pouco polêmica sobre isso, eu por ser mulher e achar isso, posso ser julgada mais é a minha opinião então eu acredito que vivemos em uma democracia e cada um acha uma coisa, oque, que acontece. Não, nunca a culpa é da mulher, eu acredito nisso, isso é claro, nuca é culpa da mulher. Porém nós vivemos em uma sociedade, em um país, sem educação, então assim, o que tem de maníaco solto, e gente maldosa solta por aí, cara... vocês não têm ideia, e é muito, é muito.
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A minha opinião é a seguinte, a mulher nunca tem culpa, não tem, não é a roupa, isso é claro, isso é obvio, vivemos em uma sociedade sem educação e mais do que isso, eu não gosto de falar assim, ah mais o povo não tem educação, não pode por a culpa só da educação, é que assim o assediador e estuprador não rasga dinheiro, ele sabe o que é certo e errado e ele não é louco , então é falta de vergonha na cara mesmo, então, qual que é a minha questão que é um pouco polêmica, as mulheres devem se vestir como elas querem, porém como tem tanto maníaco, tanto cara louco solto por ai, o meu pensamento é que assim, meu, toma cuidado , no lugar que você tiver de colocar aquele decote, de colocar não sei o que, porque para o criminoso, para o estuprador é um convite, quanto mais você chamar atenção, eu estou tentando falar de uma forma que vocês entendam, pra não passar como, sei lá machista ou em fim, que não é bem isso.
Mas eu quero dizer que, enquanto o lado de lá de criminosos de leis não mudar, a gente vai continuar sendo vítima, entendeu? Então infelizmente aquela mulher que quer por aquele vestidinho dela, aquele decote dela, vai virar um alvo, vai virar um alvo. É muito chato falar isso mais é a realidade e eu acredito que nós mulheres enquanto isso não se resolve, enquanto as leis são brandas, ridículas, as nossas leis são ridículas, a legislação brasileira é péssima e enquanto a educação também não melhorar a gente vai continuar sendo vítima, então acho que quando poder cuidar mais sabe? Não quero dizer para não usar a roupa, mais dependendo do lugar tomar cuidado, é muito melhor, eu lembro que uma certa vez eu recebi uma lista com dicas para fugir de um estuprador, olha o absurdo.
Primeiro, não usar cabelo preso, rabo de cavalo, porque é mais fácil pra ele segurar e te puxar na rua né? Se você for correr, em fim , você entrar em um elevador ou em uma situação que você percebe que o cara está te assediando, você está achando que ele vai fazer alguma coisa com você, você olha nos olhos dele e pergunta ‘’ que horas são por favor’’ porque o maníaco, ele não gosta que olhe nos olhos dele. Qual que é a paixão do maníaco e do estuprador, é pegar uma mulher sem ela querer, ela se debater, aquela negação, porque se a mulher chegar pro estuprador e falar eu quero ele desiste, se você encarar ele nos olhos, ele desiste, porque ele é covarde, então ele quer pegar a mulher na parte frágil dela. Outro, você está na rua e um maníaco se aproxima de você, você nunca grite socorro, nunca grite, porque os vizinhos vão ficar com medo de sair se você gritar socorro, você grite, fogo!!! Fogo!!, aí alguém vai sair pra ver e te ajudar. Então é triste ter que seguir umas dicas dessas, ter que ficar com isso na cabeça, é, mais é a realidade de hoje, é triste saber de que eu não posso ir para qualquer lugar com aquele meu decote, e aquela minha mini saia que eu gosto de usar, é, é
A partir dai foram realizadas diversas pesquisas e leituras. Diante das entrevistas conseguimos responder todos os questionamentos que tínhamos sobre os temas e produzir o produto de forma resumida e trazendo a informação queele pedia, o produto de certaforma ajuda muito como trabalho individual.
13. Anexos
O tema reúne se com todos os questionamentos do trabalho, que são ligados a violência contra a mulher no ambiente de trabalho, mas acabou abordando a violência com as mulheres jornalistas de uma forma geral, ou seja, não somente nas redações jornalísticas, como diariamente também. E a escolha do Podcast foi realmente para poder contar histórias vivenciadas por essas mulheres de forma mais direta.
triste, mais eu acho que é uma questão de segurança também para a mulher, por enquanto, quem sabe um dia nós mulheres, as outras gerações, poderão ficar seguras, andar a vontade sem temer pela própria vida.
Hoje eu temo pela minha vida, acredito que vocês também
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Lilliany: Obrigada, eu agradeço e acho bem legal vocês trazerem à tona um assunto como esse né tão importante. Então parabéns também aí, pela iniciativa de vocês, por abordarem um assunto tão polêmico e importante e necessário nos dias de hoje.
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Repórter: Amanda Cunha, Ana Beatriz Magalhães e Kaynara Lima.
12. Diário de Campo
Amanda: Chegamos ao término, que honra poder conversar com essa mulher tão renomada na TV e sobre um assunto importantíssimo que não é abordado frequentemente. Lilliany queremos te agradecer imensamente! pela atenção e pela participação, muito obrigada e sucesso.
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