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Sumário
Destaques 33
33 Tema de Fundo
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Moçambique marca posição. China cada vez mais influente
46
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Dossier Brasil é 7ª maior economia e China deve passar EUA
16 Actual
Capa
A virtude do negócio com as comunidades
Moçambique, África, e o mundo em 2015 Propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., 1ª Rua Perpendicular nº 15 - Telefone: +258 21 416186 - Fax: +258 21 416187 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Director Geral: André Dauane – andre.dauane@mozmedia.co.mz – Directora Editorial:HelgaNeida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Redacção: Belizário Cumbe - belizariocumbe@yahoo.com. br, Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz, Gildo Mugabe - gildomugabi@gmail.com – Secretariado Administrativo: Indira Mussá – indira.mussa@mozmedia.co.mz; Cooperação: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Zein Hassam; Gettyimages.pt, Google.com; – Ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. - Tradução: Anacleto Machava; Paginação: Arlindo Magaia – Design e Grafismo: Mozmedia – Departamento Comercial: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Raúl Kadzomba - kadzomba84@gmail.com ; – Distribuição:Ímpia– info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.
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FEVEREIRO 2015 · Capital Magazine Ed.83
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Moçambique marca posição. China cada vez mais influente
O ano de 2015 será movido a gás. Parte importante dos 12 países que registarão o maior crescimento estará a reboque desta commodity. Apesar do “bear market” do carvão, Moçambique estará na elite das oito nações com o melhor PIB em 2015, uma demonstração de força, numa altura em que os países emergentes começam a crescer menos.
Prioridades e pilares para os próximos cinco anos
A indústria de fundição de alumínio Mozal voltou a ser considerada a maior empresa de Moçambique, lugar que ocupa há mais de uma década no ranking das 100 Maiores Empresas de Moçambique da KPMG. Nota de destaque foi também dada à Empresa Petróleos de Moçambique (Petromoc) pela sua segunda e honrosa posição.
Porto de Nacala, o Epicentro das economias da região
A reabilitação do Porto de Nacala está a despertar o interesse de investidores nacionais e estrangeiros, que crêem que a sua potencialidade vai imprimir uma nova dinâmica no desenvolvimento da região. Saiba como o Porto, localizado na Zona Económica Especial, pode vir a constituir um alicerce às iniciativas do sector privado, melhorando a articulação entre todos os investidores.
Vocacionada para a gestão das Finanças Públicas
A MB Consulting é uma empresa especializada na prestação de serviços de consultoria, assistência técnica, formação, desenvolvimento do sector privado, gestão de projectos e serviços de apoio à sociedade civil. A empresa foi fundada por Mariam Umarji, uma jovem moçambicana, especialista em Gestão Financeira.
Editorial
Bem-vindo
40 Foco Economia
Pedras de toque
Prioridades e pilares para os próximos cinco anos
E 46 UP-GRADE Porto de Nacala, o Epicentro das economias da região
56 Perspectiva Consumo Depois das festas, hora de fazer contas!
69 Estilos de vida Uma década de MODA celebrada com grande pompa
xiste uma pedra de toque na maior parte dos discursos proferidos, se os lermos de forma transversal, e a mesma é a inclusão. O desenvolvimento inclusivo passou a ser muito mais do que um conceito em África, e de modo particular em Moçambique, para passar à prática. Hoje, milhares de camponeses moçambicanos colhem frutos silvestres, sendo os principais fornecedores de pequenas empresas de derivados de fruta. A virtude do negócio com as comunidades ressalta à vista e o Simpósio organizado pelo LINK (Mecanismo de Apoio a Negócios Inclusivos e Parcerias) permitiu perceber até que ponto os negócios inclusivos são vantajosos com o enquadramento dos fornecedores locais. A revista Capital descobriu que a reabilitação do Porto de Nacala está a despertar o interesse dos investidores. Empresários que apostam que o mesmo irá imprimir uma nova dinâmica no desenvolvimento da região. Seguramente que o porto, pela sua ligação intrínseca à Zona Económica Especial, constituirá um alicerce às iniciativas do sector privado. Aliás, a descoberta e o início da exploração dos recursos minerais no País acordou sérios desafios no domínio da logística e a melhoria das linhas férreas e dos portos constitui em si outra pedra de toque do desenvolvimento. Paralelamente, o Plano Quinquenal do Governo ao qual a revista Capital teve acesso nesta edição revela-lhe as linhas mestras para a Economia do País, sem esquecer a necessária preocupação pela vertente social. Veja como o desenvolvimento sustentável e inclusivo foi acomodado naquele documento, que irá nortear o destino do país nos próximos cinco anos. E, ao mesmo tempo, a sua revista económica não deixa de traçar uma antevisão à economia do Mundo e de África, com um olhar extremamente analítico.c
Capital Magazine Ed.83 · FEVEREIRO 2015
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Contents
Highlights 37
37 Background Theme
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Mozambique takes position. China increasinlgy influencial
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Dossier Brasil is the 7th biggest economy and China will overtake the US
17 Current
On the cover
The virtue of doing business with communities
Mozambique, Africa and world in 2015
Property and Edition: Mozmedia, Lda., 15- 1ª Rua Perpendicular-Coop, – Telephone: +258 21 416186 | Fax:+258 21 416187 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Managing Director: André Dauane – andre.dauane@mozmedia.co.mz – Editorial Director: Helga Neida Nunes – helga.nunes@mozmedia. – Editorial Staff: Belizário Cumbe - belizariocumbe@yahoo.com. br, Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz, Gildo Mugabe - gildomugabi@gmail.com – Administrative Secretariat: Indira Mussá – indira.mussa@mozmedia.co.mz; Cooperation: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Columnists: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Photography: Celso Zaqueu, Marco P. Nicolau; Gettyimages.pt, Google.com; – Illustrations: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. - Translation: Nuno Santos;Page make-up: Arlindo Magaia – Design and Graphics: Mozmedia –Commercial Department: Neusa Simbine – neusa.simbine@ mozmedia.co.mz, Raúl Kadzomba - kadzomba84@gmail.com; – Distribution: Ímpia – info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registration: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Printing: 7.500 copies. The articles reflect the authors’ opinion, and not necessarily the magazine’s opinion. All transcript or reproduction, partial or total, is authorised provided that the source is quoted.
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FEVEREIRO 2015 · Capital Magazine Ed.83
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Mozambique takes position. China increasinlgy influencial
The year 2015 will be gaspowered. An important part of the 12 countries displaying the highest growth will depend on this commodity. Despite the bear market in coal, Mozambique will be among the first of the eight nations with highest GDP growth in 2015, a show of force at a time when emerging countries begin to grow less.
Priorities and pillars for the next five years
Meeting in another ordinary session of the Council of Ministers, the Government approved last December the proposed Five-Year Government Programme (FYGP) - an economic planning tool that will guide the activities undertaken by the country during the next five years
Port of Nacala, the Epicenter of the region’s economy
The rehabilitation of the Port of Nacala is attracting the interest of national and foreign investors who believe that its potential will give new momentum to the development of the region. Learn how the port, located in the Special Economic Zone, may offer a solid basis for private sector initiatives, improving coordination between all investors.
Oriented to Public Financial Management
MB Consulting is a Mozambican consulting company specialized in providing technical assistance, training and capacity building, private sector development, project management and civil society organisations’ supporting services. The company was established by Mariam Umarji, a young Mozambican, specialized in Financial Management.
Editorial
Welcome
42 Focus Economy
Cornerstones
Priorities and pillars for the next five years
M 48 UP-GRADE Nacala Port, the Epicenter of the region’s economy
59 Consumption Perspective After the holidays, time to do the math!
75 LifeStyles A decade of FASHION celebrated with great pomp
ost speeches made have a cornerstone in them, if we read them through carefully, and here it is inclusive development. This kind of development has become much more than a concept in Africa, and particularly in Mozambique, where it is put into practice. Today, thousands of Mozambicans harvest wild berries and have become the main suppliers of businesses producing fruit products. The advantage of doing business with communities is obvious and the Symposium organized by LINK (Support Mechanism for Inclusive Businesses and Partnerships) made one realize to what extent an inclusive business can take advantage of working with local suppliers. The magazine Capital noticed that the rehabilitation of the Port of Nacala is attracting investor interest. Entrepreneurs believe that it will give new momentum to the development of the region. It is certain that the port, through its connection with the Special Economic Zone, will offer a solid basis for private sector initiatives. As a matter of fact the discovery and the beginning of the exploitation of mineral resources in the country poses serious challenges in the field of logistics, and the improvement of railway lines and ports is itself another development cornerstone. At the same time the magazine Capital had access to the Government’s Five Year Plan, and this issue shows how it offers guidelines for the country’s economy, without forgetting to pay the necessary attention to social aspects. It shows how the document has accommodated sustainable and inclusive development, which will guide the destiny of the country over the next five years. Capital’s economic analysis offers a preview of the global and the African economy, with an extremely analytical approach.c
Ed.83 · FEVEREIRO · Março 2015 2013 Capital Magazine Capital Magazine
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Capitoon
EM BAIXA
90% dos “chapeiros” são ilegais
Um trabalho levado a cabo por agentes da Polícia de Trânsito, do Instituto Nacional dos Transportes Terrestres e da Administração Nacional de Estradas, no ano passado, e em Maputo, concluiu que 90% dos condutores de transportes públicos, vulgos “chapa 100”, não estão habilitados a conduzir aquele género de viaturas.
EM ALTA Agricultura ganha 12 novos regadios Aproximadamente 570 hectares de terra irrigada estarão disponíveis nas províncias de Manica, Sofala e Zambézia, até ao primeiro semestre de 2015, no quadro da implementação do Projecto de Desenvolvimento de Irrigação Sustentável (PROIRRI). Com efeito, estão a ser implantados 12 sistemas de regadio, que envolvem um custo estimado em 19 mil dólares..
Devedores do INSS no Niassa pagam dívidas
Acordos celebrados entre o Instituto Nacional de Segurança Social e alguns contribuintes em situação de devedores ao sistema já estão a produzir resultados na província do Niassa, assim como em outras províncias do país. A título de exemplo, a delegação provincial do INSS no Niassa conseguiu recuperar 1.826.514,69 Mt durante o terceiro trimestre de 2014, que estavam retidos por quatro empresas devedoras daquela região.
Incertezas no carvão
O que era visto como uma solução rápida para o crescimento país tornou-se numa incerteza. A queda do preço do carvão mineral - que alimentava tantas esperanças obriga agora a adiar o sonho. A ministra dos Recursos Minerais, Esperança Bias, admite as dificuldades no sector do carvão, mas acalmou os investidores renovando as esperanças de que o cenário de quebra dos preços no mercado internacional venha a mudar em breve.
COISAS QUE SE DIZEM “O que se está a passar na DENÚNCIA marginal e no mangal (em Maputo) não é agradável. A destruição do mangal é um crime organizado. Digo isto porque não se mede a consequência do que se está a fazer”. José Forjaz, arquitecto, in jornal “O País”.
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FOI MESMO POR AZAR “Eu solicitei esse crédito com base na garantia de um contrato que tinha. Só que o mesmo acabou não sendo renovado e alargado por mais tempo. Esta situação baralhou os meus planos de honrar os compromissos com a banca. Eu estava a trabalhar e a ganhar dinheiro e em função do meu contrato, com promessas de que seria renovado, solicitei um empréstimo bancário, contando com o que iria auferir. Mas, por azar, isso não aconteceu”. MC Roger, músico, in jornal “Notícias”.
Capitoon
ON THE BOTTOM
“It is a new concept of modernity, of optimizing resources and of economies of scale in air, rail and sea transport. Our motto is innovation and speed”.
90% of “chapeiros” are illegal
UA survey conducted last year in Maputo by the Traffic Police, the National Institute of Land Transport and the National Roads Administration found that 90% of the drivers of minibuses, the so-called “chapa 100”, are not entitled to drive that kind of vehicle.
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ON TOP Uncertainties around coal
Twelve new irrigation schemes in agriculture AApproximately 570 hectares of irrigated land will become available in the provinces of Manica, Sofala and Zambézia by the first half of 2015, as part of the implementation of the Sustainable Irrigation Development Project (PROIRRI). Twelve 12 irrigation systems are being deployed, at an estimated cost of 19 thousand dollars [please check: 19 thousand only?]
INSS Debtors in Niassa pay arrears
AAgreements entered into between the National Institute of Social Security and some contributors in arrears are already producing results in Niassa province, as well as in other provinces. For example, in the third quarter of 2014 the provincial INSS delegation in Niassa managed to recover 1,826,514.69 Mt owned by four debtor companies in that region.
What was considered to be a quick solution to the country’s growth problem has become something of an uncertainty. The plummeting coal prices – on which so many hopes were based - now force one to readjust the dream. The Minister of Mineral Resources, Esperança Bias, admits to difficulties in the coal sector but she reassured investors by renewing hopes that the scenario of falling prices in the international market will soon come to an end.
THINGS BEING SAID CONDEMNATION “What is happening on the marginal and in the mangroves (in Maputo) is not pleasant. The destruction of mangroves is an organized crime. I say this because people do not take into account the consequences of what they are doing”.
IT REALLY WAS BAD LUCK “I applied for this credit based on the guarantee of a contract I had. But in the end it was not renewed and extended. This scuppered my plans to honour my commitments with the bank. I was working and making money and based on my contract and the promise of its extension, I applied for a bank loan, counting on what I would earn. But, unfortunately things worked out differently”.
José Forjaz, architect, in newspaper “O País”.
MC Roger, musician, in newspaper “Notícias”.
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actual Sérgio Mabombo (texto)
A virtude do negócio com as comunidades
M
ilhares de camponeses colhem frutos silvestres em muitas florestas moçambicanas. Eles são os principais fornecedores das pequenas empresas de derivados de fruta que absorvem a totalidade da oferta. A Agro Serviços é uma das várias empresas que já firmou parcerias fortes com estes fornecedores. O conceito denomina-se negócios inclusivos. Em Moçambique, o mecanismo já ganhou a parceria do LINK, o mecanismo que liga empresas; empreendedores e as populações de baixa renda como fornecedores locais. O Simpósio organizado em Novembro pelo LINK (Mecanismo de Apoio a Negócios Inclusivos e Parcerias) apoiado pela SNV e SEED Initiative - projecto da Organização das Nações Unidas permitiu perceber até que ponto os negócios inclusivos são vantajosos com o enquadramento dos fornecedores locais. «Não se trata de caridade. Estamos a ganhar dinheiro, tal como eles também», segundo explica Pedro Tomo, representante da Agro Serviços. Com efeito, a empresa dificilmente iria conseguir matéria-prima sem a parceria das comunidades. Estes são os fornecedores que melhor conhecem a floresta bem como os pontos estratégicos onde se pode colher as frutas
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silvestres, que garantem o stock da empresa. Por outro lado, o canal das lojas, vendedores informais e outros intervenientes podem ser enquadrados na linha de produção e na cadeia de distribuição dos diversos tipos de negócio, estabelecendo assim a diferença, segundo Rik Overmars, director da SNV Moçambique. No actual cenário em que as oportunidades de negócio crescem em Moçambique fica a descoberto o elevado potencial económico do País. Assim, as PMEs vêm incrementando a sua competitividade à medida que as multinacionais vão chegando ao mercado. Mas estes ganhos são pouco significativos se não houver o envolvimento das comunidades locais, segundo explica Overmars. No País, mais de 90% da população é de baixa renda e ganha menos de oito dólares por dia. Mas este facto não é visto como barreira para uma parceria com os membros das comunidades: «Por que não fazer negócio com eles?», questiona Overmars da SNV Moçambique. O conceito de negócios inclusivos implica fazer um modelo de parceria com indivíduos de baixa renda. E não é apenas a venda de produtos de consumo que é relevante, mas também a criação de maiores oportunidades de
emprego; a melhoria das condições de vida em termos de acesso à saúde, água, energia, educação, entre outros bens e serviços. À medida que o conceito de negócio inclusivo vai brotando no mercado nacional, a rede LINK, implementada pela SNV, é apontada como o instrumento que irá jogar um papel catalisador: Irá abrir oportunidades para as empresas desenvolverem melhores planos de negócios, assim como tecer uma ligação com o mercado global para fazer negócios e trocar experiências. O organismo já tem 10 empresas moçambicanas cadastradas no seu website: https//iba.ventures. Todas elas têm algo em comum: Os seus modelos empresariais são inclusivos e têm as comunidades como parceiros de destaque.c
No País, mais de 90% da população é de baixa renda e ganha menos de oito dólares por dia. Mas este facto não é visto como barreira para uma parceria com os membros das comunidades
CURRENT Sérgio Mabombo (text)
The virtue of doing business with communities
T
housands of peasants are harvesting wild fruits in many Mozambican forests. They are the main suppliers of small companies producing fruit products, which acquire the entire supply. Agro Serviços is one of several companies that entered into strong partnerships with these suppliers. The concept is called inclusive business. In Mozambique, it entered into a partnership with LINK, the mechanism that links companies, entrepreneurs and low-income populations as local suppliers. A Symposium organized in November by LINK (Support Mechanism for Inclusive Businesses and Partnerships), supported by SNV and the SEED Initiative – a United Nations project – showed to what extent inclusive businesses have advantages by including local suppliers. “This is not charity. We are making
money, and they as well”, according to Pedro Tomo, representative of Agro Serviços. As a matter of fact the company would hardly obtain raw materials without the partnership of the communities. These are the suppliers who are most familiar with the forest and with the strategic points where the wild fruits, guaranteeing the stock of the company, can be harvested In addition, the channel of shops, informal vendors and other stakeholders may be integrated in the production line and the distribution chain of the various kinds of business, thus making the difference, according to Rik Overmars, director of SNV Mozambique. In the current scenario, with business opportunities in Mozambique increasing, the high economic potential of the country is something still to be discovered. Thus, SMEs
are increasing their competitiveness to the extent that multinationals enter the market. But these gains are negligible if there is no involvement of local communities, according to Overmars. More than 90% of the country’s population is low-income and earns less than eight dollars a day. But this is not seen as a barrier to partnerships with community members: “Why not do business with them?” Overmars asks. The concept of inclusive business involves entering into a partnership model with low-income individuals. And it is not only the sale of consumer products that is relevant, but also the creation of more employment opportunities and the improvement of living conditions in terms of access to health, water, energy, education and other goods and services. As the concept of inclusive business will grow in the domestic market, the LINK network implemented by SNV is seen as the instrument that will play a catalytic role: it will open up opportunities for companies to develop better business plans, as well to establish a link with the global market to do business and exchange experiences. At present 10 Mozambican companies are already registered on its website: https // iba. ventures. They all have something in common: Their business models are inclusive and have communities as prominent partners.c
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Briefing MUNDO
10 países da Zona Euro vão crescer mais do que Portugal A economia portuguesa vai crescer ligeiramente acima da média da Zona Euro este ano. Mas serão ainda 10 os países do Euro com um desempenho superior a Portugal. As previsões da Comissão Europeia apontam que 10 países da Zona Euro vão apresentar, este ano, um crescimento económico superior ao de Portugal, enquanto sete países terão um desempenho inferior. Entre os países do Euro que verão o PIB a crescer acima de Portugal estão três periféricos que precisaram de financiamento da União Europeia: Irlanda, Grécia e Espanha. As previsões reveladas por Bruxelas ficam marcadas por uma revisão em baixa para a maioria dos países em causa. Segundo os dados publicados nas Previsões de Outono,o PIB português deverá avançar 1,3% em 2015, 0,2 pontos percentuais abaixo das estimativas do Executivo Luso.
Mapa do PIB da Zona Euro Finlândia Estónia Letónia Alemanha Eslováquia Eslovénia Áustria Itália Grécia Chipre Malta Espanha Portugal Rep. Irlanda Holanda Bélgica Luxemburgo França
2014 -0.4 1.9 2.6 1.3 2.4 2.4 0.7 -0.4 0.6 -2.8 3 1.2 0.9 4.6 0.9 0.9 3 0.3
2015 0.6 2 2.9 1.1 2.5 1.7 1.2 0.6 2.9 0.4 2,9 1.7 1.3 3.6 1.4 0.9 2.4 0.7
Fonte: Jornalnegócios.pt Quanto às maiores economias do Euro, as previsões para a Alemanha foram revistas em forte baixa (PIB crescerá 1,1% e não 2% como previsto na Primavera) e as estimativas para a França são
também sombrias. Em 2015, o PIB francês crescerá 0,7%, menos de metade do previsto anteriormente (1,5%). Já a economia italiana deverá crescer metade (0,6%) do que era previsto em Maio de 2014.c
Hollande admite não se recandidatar caso não reduza o desemprego francês François Hollande disse que não se recandidatará a novo mandato no Eliseu se a taxa de desemprego não recuar dos patamares superiores a 10% em que se encontra actualmente. “Acham que eu posso dizer ao povo francês: Não consegui resolver a situação nos últimos cinco anos mas prometo resolver nos próximos cinco? Não é assim que funciona,” disse no dia que marcou a primeira metade do seu mandato. Na resposta às questões colocadas por três jornalistas, Hollande assumiu ter cometido erros (Quem não os comete?), para assegurar depois que levará os franceses a 2017 até as coisas voltarem ao normal.c O presidente
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Briefing MUNDO/WORLD
COMMODITIES
Queda de preço do petróleo “Bear market” atinge pico em finais de Junho Estimativas, do banco de investimento Goldman Sachs, colocam crude e brent nos 70 e 80 dólares, respectivamente, no final do primeiro semestre de 2015. Desde a entrada do petróleo em terreno “bear market” no início de Outubro de 2014, após os máximos do ano atingidos em meados de Junho, que várias casas de investimento têm vindo a rever em baixa as suas estimativas para a evolução dos preços da matéria-prima. Goldman Sachs é o exemplo mais recente. O banco de investimento divulgou, recentemente, uma nota onde antevê que os preços do crude e do brent possam recuar - no primeiro semestre do ano - para mínimos de meados de 2010. O Goldman Sachs estima que a cotação do crude transaccionado em Nova Iorque possa desvalorizar para um preço médio de 70 dólares por barril na primeira metade deste ano. Ou seja, cerca de menos 10 dólares face à cotação de Novembro de 2014. Já o preço do barril de brent poderá deslizar cinco dólares no mesmo período,
10 Eurozone countries will grow faster than Portugal The Portuguese economy will grow slightly above the Eurozone average this year. But there will still be 10 countries in the Eurozone performing better than Portugal. European Commission forecasts show that this year 10 Eurozone countries will show higher economic growth than Portugal, while seven countries will grow less. Among the Euro countries with GDP growth outperforming Portugal are three countries in the periphery that needed funding from the European Union: Ireland, Greece and Spain. The forecasts revealed by Brussels
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FEVEREIRO 2015 · Capital Magazine Ed.83
para se situar em média nos 80 dólares. Estas previsões resultam do facto de o banco de investimento acreditar que o final da primeira metade do ano em curso será a altura em que os desequilíbrios entre a oferta e procura do “ouro negro” atingirão o seu pico. Um desequilíbrio que o Goldman Sachs acredita deverá ser suportado pelo aumento da produção de petróleo dos países fora da esfera da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Isto porque, enquanto os principais produtores da OPEP estão a optar por efectuar descontos de preços para assegurar a sua quota de mercado em vez de reduzir a produção de forma a impulsionar os preços, o “output” de petróleo russo está próximo do valor recorde da era pós-soviética e o ritmo de extracção dos EUA está em máximos de três décadas. O aumento de produção em países como o Brasil, o México e o Azerbeijão também deverá ajudar a alimentar esse excesso de oferta.c
GDP Map of the Euro Zone Finland Estonia Latvia Germany Slovakia Eslovenia Austria Italy Greece Cyprus Malta Spain Portugal Ireland Holland Belgium Luxemburgo France Source: Jornalnegócios.pt
2014 -0.4 1.9 2.6 1.3 2.4 2.4 0.7 -0.4 0.6 -2.8 3 1.2 0.9 4.6 0.9 0.9 3 0.3
2015 0.6 2 2.9 1.1 2.5 1.7 1.2 0.6 2.9 0.4 2,9 1.7 1.3 3.6 1.4 0.9 2.4 0.7
Briefing WORLD
are marked by a downward revision for most of the countries concerned. According to the data published in the Autumn Forecasts, Portugal’s GDP is expected to increase 1.3% in 2015, 0.2 percentage points below the Exe-
cutivo Luso estimates. As far as the largest economies in the Eurozone are concerned, the forecasts for Germany were revised sharply downwards (GDP will grow 1.1% and not 2% as expected in the spring)
and the estimates for France are also bleak. In 2015 French GDP will grow 0.7%, less than half the previously forecast 1.5%. The Italian economy is also expected to grow half (0.6%) of what was predicted in May 2014.c
Hollande admits not to run again if unemployment is not reduced French President François Hollande said he would not run again for a new mandate at the Élysée if the current unemployment rate of more than 10% is not diminished. “Do you think I can say to the French people: ‘I was unable to resolve the situation in the last five years but I promise to solve the problem in the next five’? That is not how things work” he said on the day that marked the first half of his mandate. In response to questions from three journalists, Hollande admitted to have made mistakes (“Who does not make them?”), and later ensured that it will take the French to 2017 “to get things back to normal”. c
COMMODITIES
Collapse of the oil price “Bear market” reaches peak in late June EstimativEs, of the investment bank Goldman Sachs place crude and brent at 70 and 80 dollars respectively, in the first half of 2015. Since oil entered into “bear market” terrain in early October 2014, after the year’s high reached in mid-June, various investment houses have been revising downwards their estimates for the development of raw material prices. Goldman Sachs is the latest example. The investment bank recently released a note predicting that crude and brent prices will fall - in the first half of the year – to mid2010 lows. Goldman Sachs estimates that the price of crude oil traded in New York may decrease to an average 70 dollars per barrel in the first half of this year. In other words, about 10 dollars less than in November 2014. The price of a barrel of brent may decrease five US dollars in the same
period, to 80 dollars on average. These estimates result from the fact that the investment bank believes that the imbalance between supply and demand for the “black gold” will be largest at the end of the first half of this year. An imbalance that Goldman Sachs believes should be supported by increased oil production from countries outside the Organization of Petroleum Exporting Countries (OPEC). The reason is that while the main OPEC producers are choosing to offer price discounts to ensure their market share rather than reduce production to boost prices, Russian oil output is close to the record level of the post-Soviet era and the US rate of extraction is the highest in three decades. The increase of production in countries such as Brazil, Mexico and Azerbaijan should also help feed this oversupply.c
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Briefing ÁFRICA
BAD movimenta 100 biliões de dólares
Africano de Desenvolvimento (BAD) completou, em Novembro passado, 50 anos de existência. Criado em 1964, em Lagos, na Nigéria, ao BAD foi atribuído um duplo mandato: a transformação social e económica de África, bem como a integração económica do continente. Trata-se de uma missão que é tão relevante hoje, quanto o era na altura. O que começou como uma parceria continental entre um punhado de países africanos (23) tem emergido como uma das parcerias globais mais eficazes de África, com uma adesão universal. Ao longo do caminho, 26 membros não-africanos juntaram-se às fileiras, e dois deles nos últimos dois anos, segundo dados revelados pela organização. Segundo o presidente do BAD, Donald Kaberuka, a instituição começou com um capital inicial modesto, na ordem dos 370 milhões de dólares. Hoje, a mesma movimenta pouco mais de 100 biliões de dólares. Deste modo, transformou-se num organismo de classe mundial, com uma condição financeira sólida e robusta. Mais... há 50 anos tinha apenas 10 O Banco
funcionários. Hoje conta com cerca de dois mil, operando em 54 países. Contudo, “há novos desafios e há os que ficaram por concretizar: encontrar formas inovadoras de financiamento de infraestruturas, a construção de capital humano, a luta contra as mudanças climáticas e as epidemias que assolam o continente”, acrescentou Donald Kaberuka. Quando o Banco foi criado em 1964, a população africana não era mais do que 300 milhões de habitantes. Esse número, desde então, triplicou. Em 2040, prevê-se que a mesma atinja os dois biliões de pessoas.c
IDE nigeriano cresce quatro vezes mais de 2011 para 2014 O Investimento Directo Estrangeiro (IDE) na Nigéria passou de 15 biliões de dólares em 2011 para 59,6 biliões de dólares no ano passado, segundo a agência de notícia Panapress. Isto é, em quatro anos, o fluxo de capitais
Crescimento do IDE na Nigéria ( biliões de dólares )
2011
2012
2013
2014
15 30 46 59.6
estrangeiros naquele país cresceu quatro vezes mais. Trata-se do cômputo de investimentos que abrangem vários sectores da economia como a manufactura, a petroquímica e a indústria automóvel.c
TACV vende aviões para pagar dívidas A Transportadora Aérea Cabo-verdiana (TACV) vendeu, recentemente, dois aviões ATR 72 para ajudar a companhia a reduzir de imediato os custos operacionais e permitir um encaixe financeiro para liquidar as dívidas. Num comunicado de imprensa, a transportadora de bandeira cabo-verdiana, garantiu que “com a conclusão da venda dos ATR 72, a TACV realiza um encaixe financeiro destinado à liquidação de dívidas referentes às prestações há muito vencidas do empréstimo contraído aquando da compra dos referidos aparelhos, bem como
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Briefing ÁFRICA/AFRICA
da totalidade das prestações com as vendas dos mesmos”. Os gestores asseguram ainda que a venda dos dois ATR 72 irá assumir um impacto significativo na vida da empresa, que busca “a sustentabilidade a par de uma melhor adequação ao mercado e à conjuntura económica”.c
?
SABIA QUE
Primeiro drone supersónico africano será construído na Argélia
O primeiro drone supersónico africano será fabricado em 2016 na Argélia no quadro da cooperação científica entre este país e a África do Sul, anunciou o diretor-geral argelino de Pesquisa Científica e Desenvolvimento Tecnológico, Hafidh Aourag, citado pela Agência Argelina de Notícias. Segundo Aourag, os motores deste tipo de avião de uso
ADB’s 100 billion dollar turnover
African Development Bank (ADB) celebrated its 50 years of existence last November. Created in 1964 in Lagos, Nigeria, the ADB was given a dual mandate: the social and economic transformation of Africa and the continent’s economic integration. It is a mission that is as relThe
24
FEVEREIRO 2015 · Capital Magazine Ed.83
táctico inovador serão construídos na Argélia. A cooperação entre os dois países será concretizada com a instauração de uma equipa comum que agrupa as competências e a perícia da Argélia e da África do Sul para a realização deste objectivo dentro de 18 meses o mais tardar. c
evant today as it was then. What started as a continental partnership between a handful of African countries (23) has emerged as one of the most effective global partnerships in Africa, with universal adherence. Along the way, 26 non-African members have joined the ranks, two of them in the last two years, according to data released by the organization. According to ADB chairman Donald Kaberuka, the institution started with a modest initial capital, in the order of 370 million dollars. Today, it has a turnover of a little over 100 billion dollars. Thus, it has become a worldclass organization enjoying a solid and robust financial condition. But ... 50 years ago it had only 10 employees. Today there are about two thousand, operating in 54 countries. However, “there are new challenges and there are those that still are to be realized: finding innovative ways of
financing infrastructure, building human capital, the fight against climate change and the epidemics that plague the continent”, so Donald Kaberuka. When the Bank was created in 1964, the African population added up to some 300 million people. That number has since tripled. Estimates are that it will be two billion people by 2040.c
Nigerian FDI grows four times between 2011 and 2014 Foreign direct investment (FDI) in Nigeria increased from 15 billion dollars in 2011 to 59.6 billion dollars last year, according to the Panapress news agency. In other words, the flow of foreign capital into the country grew fourfold in a four-year period. This calculation includes investments covering various sectors of the econ-
Briefing AFRICA
omy such as manufacturing and the petrochemical and automotive industries.c
TACV sells aircraft to pay debts The Cape Verde Carrier TACV recently sold two ATR 72 aircraft in order to help the company to immediately reduce operating costs and enable financial proceeds with a view to settle debts. In a press release, the Cape Verdean flag carrier stated that “with the completion of the sale of the two ATR 72, TACV generates cash flow for the settlement of debts related to long overdue installments of the loan taken at the time of purchase of those aircraft,
as well as for the settlement of all other installments from the sales of the same” [please check “bem como da totalidade das prestações com as vendas dos mesmos Refers to what exactly?] Managers also ensure that the sale of the two ATR 72 aircraft will have a significant impact on the company, which is seeking “sustainability better suited to the market and the economic environment”.c
FDI growth in Nigeria ( billions of dollars ) 15
2011
30
2012
46
2013
59.6
2014
?
DID YOU KNOW ...
First supersonic African drone will be built in Algeria
OThe Algerian director general of Scientific and Technological Development Hafidh Aourag, quoted by the Algerian News Agency, announced that the first African supersonic drone will be manufactured in 2016 in Algeria, within the framework of scientific cooperation between this country and South Africa. According to Aourag, the engines of this
type of aircraft for innovative tactical use will be built in Algeria. Cooperation between the two countries will be achieved by establishing a joint team comprising skills and expertise of Algeria and South Africa in order to obtain the above objective, within a period of at most 18 months c
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26
FEVEREIRO 2015 路 Capital Magazine Ed.83
Briefing MOÇAMBIQUE
Moçambique só importa 10% da água engarrafada
60%
20%
10%
10%
China vai receber gás nacional tem actualmente em Angola um dos seus principais fornecedores de petróleo, mas ao mesmo tempo está a posicionar-se para, no futuro, ter Moçambique como uma importante fonte de fornecimento de gás natural. Para assegurar o financiamento necessário à extracção e exportação de gás natural, a petrolífera norte-americana Anadarko Petroleum está já no mercado a negociar contratos de longo prazo, tendo um dos cinco primeiros a ser fechado sido, de acordo com a agência financeira Reuters, com a China National Offshore Oil Corp (CNOOC). A estatal CNOOC negociou a compra anual de entre 2 milhões e 2,5 milhões de toneladas de gás, um quarto da capacidade de produção da primeira unidade de liquidificação associada à Área 1 da bacia do Rovuma, cuja exploração é liderada pela Anadarko. O interesse das petrolíferas chinesas no gás natural de Moçambique tinha já resultado na compra pela Sinopec à petrolífera italiana ENI de uma participação de 20% na Área 4, vizinha da explorada pela Anadarko, por 4,2 mil milhões de dólares. O negócio é uma forma de mobilizar meios de investimento e também de elevar a apetência da China pela produção do gás natural.c A China
Sociedade de Águas de Moçambique
Água Vumba
Celfer ( Montemor )
Importações
Fonte: Mapa Empresarial
Em Moçambique, o acesso à água potável continua a ser um luxo de uma minoria que vive nas zonas urbanas. Nas zonas rurais, onde reside a maioria do povo moçambicano, apenas 30% da população tem acesso à água potável. Mas existem moçambicanos que estão alheios a este dilema, visto que o nível das suas necessidades está em aferir a qualidade e a proveniência da água engarrafada que consomem. Dados do Mapa Empresarial, produzido por John Sutton, docente de economia na London School of Economics, revelam que, em Moçambique, três grandes empresas produzem água engarrafada (entre mineral e mineralizada) que abastece 90% do mercado. Os restantes 10% são preenchidos pelas importações. A Sociedade de Águas de Moçambique representa 60% do mercado. A Água Vumba, que concentra as suas actividades na zona Centro do país, com destaque para a província de Tete, arrebata 20% do total das vendas nacionais. E a Celfer que através da sua marca Montemor preenche 10% da quota do mercado. Os restantes 10% são provenientes das águas de vários países, com destaque para Portugal, que são destinadas sobretudo a hotéis e restaurantes sofisticados.c
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Briefing MOÇAMBIQUE/MOZAMBIQUE
Gás e petróleo impulsionam GALP GALP no Rovuma - Área 4
70% 10%
GALP Energia
10%
ENH
10%
Kogás
ENI
Consórcio
Fonte: Galp Energia
In Mozambique, access to drinking water remains the luxury of a minority living in urban areas. In rural areas, where the majority of the Mozambican people live, only 30% of the population has access to drinking water. But there are Mozambicans untouched by this problem, their concern is assessing the quality and provenance of the bottled water they consume. Data from the Business Map, produced by John Sutton, an economics professor at the London School of Economics, shows that in Mozambique three large companies producing bottled water (mineral and mineralized water) supply 90% of the market. The remaining 10% are covered by imports. The Sociedade de Águas de Moçambique Mozambique’s has a market
28
FEVEREIRO 2015 · Capital Magazine Ed.83
da exploração e produção de petróleo e gás já é responsável por cerca de 60% do valor da GALP, mas deverá crescer até 80% ao longo desta década, segundo o presidente executivo da petrolífera portuguesa, Ferreira de Oliveira, em entrevista à agência Lusa. “Hoje, cerca de 60% do nosso valor já está na área de produção e exploração, e, ao longo desta década, vai crescer até aos 75% a 80%”, afirmou Manuel Ferreira de Oliveira. O responsável sublinhou que a GALP é uma empresa integrada que continuará empenhada “numa refinação eficiente e competitiva no mercado europeu” e na distribuição. Brasil, Moçambique e Angola são os focos da petrolífera portuguesa na área da exploração de gás e petróleo. c A área
Mozambique only imports 10% of its bottled water
60%
20%
Sociedade de Águas de Moçambique
Água Vumba
Source: Mapa Empresarial
10%
Celfer ( Montemor )
10%
Importações
Briefing MOZAMBIQUE
share of 60%. Água Vumba, which focuses on the country’s central region, especially the province of Tete, is responsible for 20% of total domestic sales. And Celfer has a 10% market share through its Montemor brand. The remaining 10% is covered by water imported from several countries, especially Portugal, sold primarily to hotels and sophisticated restaurants.c
China will receive natural gas
The state-owned CNOOC negotiated the annual purchase of between 2 million and 2.5 million tons of gas, a quarter of the production capacity of the first liquefaction unit associated with Area 1 of the Rovuma Basin, the exploration of which is led by Anadarko. The interest of Chinese oil companies in natural gas from Mozam-
bique already resulted in the acquisition by Sinopec of a 20% share in Area 4 from Italian oil company ENI, operating adjacent to Anadarko, for 4.2 billion dollars. The above deals are a way to mobilize investment resources and to increase China’s appetite for the production of natural gas. c
Gas and oil drive GALP The exploration and production of oil and gas already accounts for about 60% of GALP’s value, but is expected to grow to 80% in the course of this decade, according to the chief executive of the Portuguese oil company, Ferreira de Oliveira, interviewed by Lusa news agency. “Today, about 60% of our value is already to be found in production and exploration, and, in the course of this decade, this will grow to 75% -
80%”, according to Manuel Ferreira de Oliveira. He stressed that GALP is an integrated company that will remain committed to “efficient and competitive refining in the European market” and to distribution. When it comes to oil and gas exploration the Portuguese oil company focuses on Brazil, Mozambique and Angola. c
GALP in the Rovuma Basin - area 4 At present China has in Angola one of its main oil suppliers, but at the same time it is positioning itself in order to secure Mozambique as an important future source for the supply of natural gas. In order to ensure the necessary funding for the extraction and export of natural gas, the US oil company Anadarko Petroleum is already in the market negotiating long-term contracts. According to Reuters news agency one of the first of five to be concluded is with the China National Offshore Oil Corporation (CNOOC).
70% 10%
10%
GALP Energia
ENH
10%
Kogás
Consortium
ENI
Source: Galp Energia
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DOSSIER Belizário Cumbe (Texto)
Brasil é 7ª maior economia e China deve passar EUA
O
Banco Mundial classificou o Brasil como a sétima maior economia do mundo. Pelos dados divulgados, também é possível prever que a China deva ultrapassar os Estados Unidos da América como a maior economia do mundo. O estudo considera o critério de paridade de poder de compra (PPP, na sigla em inglês). O cálculo é considerado a melhor maneira de comparar o tamanho de diferentes economias, por reflectir melhor o custo de vida. Em 2005, o PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro equivalia a 12% do PIB norte-americano, segundo o relatório. Este número passou para 18% em 2011, considerando novos critérios (explicados abaixo). Com isso, o Brasil assumiu a sétima posição entre as maiores economias mundiais. Também entre 2005 e 2011, o PIB da China passou de 43,1% para 86,9% do PIB dos EUA. Os EUA continuam sendo a maior economia do mundo, seguidos pela China, mas o crescimento acelerado chinês aponta para a possibilidade de a economia chinesa superar a norte-americana, de acordo com o Banco Mundial.
Índia destrona Japão e assume 3º lugar Outro destaque do relatório foi o crescimento da Índia, que passou de 10ª economia do mundo para o terceiro lugar, secundarizando o Japão, que agora aparece na quarta posição.
Em seguida, aparece a Alemanha e, logo atrás, a Rússia, seguida pelo Brasil. França, Reino Unido e Indonésia fecham o ranking das dez maiores economias, nesta ordem.
Maiores economias do mundo
1º
Nova metodologia do estudo O último relatório do BM tinha sido baseado em dados de 2005; o actual leva em conta informações sobre os países em 2011. Neste ano, pela primeira vez, o Banco Mundial adotou o critério de “Paridade do Poder de Compra” para comparar as economias dos países. Essa metodologia aproxima-se mais de uma medida do custo de vida real, por comparar a possibilidade de aquisição de um bem em diferentes economias. O Banco Mundial ressalta, no entanto, que os resultados destes dois relatórios não são “directamente comparáveis”, por causa da mudança de metodologia. Em distribuição de renda, Brasil fica em 80º lugar Num ranking baseado no PIB per capita, que também usa o critério de Paridade do Poder de Compra, a situação é bastante diferente. O PIB per capita é um critério mais confiável para medir a distribuição de renda. Por este parâmetro, o Brasil ocuparia apenas a 80ª posição num ranking mundial. Os Estados Unidos aparecem em 12º lugar e a China na 99ª posição.c
Estados Unidos
2º
China
3º
Índia
4º
Japão
5º
Alemanha
6º
Rússia
7º
Brasil
França
9º
8º
Reino Unido
Indonésia
10º
Fonte: Banco Mundial
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DOSSIER
Brasil is the 7th biggest economy and China will overtake the US
W
orld Bank ranked Brazil as the seventh largest economy in the world. From the one can also predict that China will overtake the United States of America as the world’s largest economy. The study [which study?] considers the criterion of purchasing power parity (PPP). This calculation is considered the best way to compare the size of different economies, because it offers the best reflection of the cost of living. In 2005 Brazilian GDP (Gross Domestic Product) amounted to 12% of US GDP, according to the report. This percentage increased to 18% in 2011, considering the new criteria (explained below). Consequently Brazil occupied seventh place among the world’s largest economies. Between 2005 and 2011 China’s GDP increased from 43.1% of US GDP to 86.9%. The USA remains the largest economy in the world, followed by China, but the Chinese accelerated growth points to the possibility of the Chinese economy surpassing the US, according to the World Bank.
India dethrones Japan and occupies 3rd place Another highlight of the report was the growth of India, which from 10th economy in the world moved to third
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place, surpassing Japan, which now is fourth. Next comes Germany and not far behind is Russia, followed by Brazil. France, the United Kingdom and Indonesia close the ranking of the ten largest economies in order.
Biggest economies of the world
1st
2nd
China
New study methodology The last World Bank report was based on data from 2005; the current report takes into account information about countries from 2011. This year, for the first time, the World Bank adopted the criterion of “Purchasing Power Parity” in order to compare the economies of countries. This methodology better measures the real cost of life, by comparing the possibility of buying goods in different economies. The World Bank points out, however, that the results of these two reports are not “directly comparable” because of the change in methodology. When it comes to income distribution, Brazil occupies the 80th position. In a ranking based on GDP per capita, which also uses the Purchasing Power Parity criterion, the situation is quite different. GDP per capita is a more reliable criterion for measuring income distribution. Using this parameter, Brazil would only occupy the 80th position in the world ranking. The United States appears in 12th place and China in 99th place.c
United States
3rd
India
4th
Japan
5th
Germany
6th
RUssia
7th
BraZil
FranCE
9th
8th
United Kingdom
Indonésia Source: World Bank
10th
TEMA DE FUNDO
O
Moçambique marca posição. China cada vez mais influente O ano de 2015 será movido a gás. Parte importante dos 12 países que registarão o maior crescimento estará a reboque desta commodity. Apesar do “bear market” do carvão, Moçambique estará na elite das oito nações com o melhor PIB em 2015, uma demonstração de força, numa altura em que os países emergentes começam a crescer menos. Países com maior crescimento em 2015 Papua Nova Guiné
14.8
Macau
9.0
RD. Congo
8.6
Turquemenistão
8.5
Eritreia
8.3
Mongólia
8.0
PIB (%)
Laos Moçambique
7.7 7.6
Congo (Brazzavile)
7.4
Butão
7.3
Cambodja
7.3
Tanzânia
7.3 1
2 3 4
5 6
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) mundial, em 2015, não será dominado pelos mercados emergentes. É curioso que, de acordo com a prestigiada revista The Economist, a Papua Nova Guiné, uma ilha localizada na Oceania, vai liderar o restrito ranking das 12 economias que registarão maior expansão, com 14.8%. Trata-se de uma importante viragem na economia global. Se antes os mercados emergentes, com destaque para os BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), ditavam as regras no crescimento do PIB, agora os pequenos mercados com um sector industrial em expansão chamaram a si essa responsabilidade. É importante destacar que o crescimento da maioria das economias que constam no ranking será impulsionado pela indústria do Gás Natural Liquefeito (LNG). O crescimento da Papua Nova Guiné, por exemplo, está a reboque de um projecto de LNG, que, em 2014, entrou na fase de exploração.
Moçambique toma posição na elite global A exploração do gás, em Moçambique, arranca dentro de três anos. Ou seja, em 2018. Porém, a Pérola do Índico já está a dar nas vistas pelo seu rápido crescimento e estabilidade macroeconómica. Este ano, a economia vai crescer 7.6%, a oitava melhor a nível global. O País vai perder apenas para dois países africanos, nomeadamente a República Democrática do Congo (em terceiro lugar, com 8.6%) e a Eritreia (posicionada no quinto lugar, com 8.3%). Outros países do “continente negro”,
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Produto Interno Bruto ( PIB ) por Região - 2015
2.1% 1.4% LESTE DA EUROPA
2.8%
EUROPA OCIDENTAL
AMÉRICA DO NORTE
6.0% 1.6%
4.1%
ÁSIA (EXCLUINDO JAPÃO E AUSTRÁLIA)
NORTE DE ÁFRICA 3.2%
4.5%
AMÉRICA LATINA
ÁFRICA SUBSAARIANA
que constam do Top 10 das economias que mais crescerão em 2015 são: a República do Congo (Brazzavile) cujo PIB poderá expandir 7.4%, ocupando a nona posição. Trata-se de um país que, apesar da pobreza que assola o seu povo, é rico em recursos naturais tais como os diamantes, o ferro, o zinco, o petróleo, e não só. A revista ‘The Economist’ sustenta que apesar da histórica queda do preço do petróleo, no mercado global (que está a ser negociado abaixo de 50 dólares o barril), será precisamente este recurso que irá influenciar largamente o crescimento do PIB deste país banhado pelo Oceano Atlântico. A Tanzânia, que partilha fronteira
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FEVEREIRO 2015 · Capital Magazine Ed.83
com Moçambique, é outro país africano que faz parte dos que registarão um grande crescimento em 2015. A exploração do gás natural estará, igualmente, por detrás deste cenário.
Ásia domina O continente asiático (excluindo o Japão e a Austrália) vai crescer 6% até 31 de Dezembro do ano em curso. Destacando-se como a região do mundo com maior crescimento. E não é para menos. É na Ásia onde está localizada a segunda maior economia global (a China), que vai crescer nada mais, nada menos que 7%. Os tigres asiáticos (Hong Kong,
JAPÃO
2.7% AUSTRÁLIA
Singapura, Taiwan e Coreia do Sul) certamente que terão, também, uma palavra dizer. A África Subsaariana vem logo depois da Ásia, com um crescimento do PIB na ordem dos 4.5%. A outra região do “continente negro”, o norte, segue na terceira posição com 4.1%. Já o PIB da América do Norte, onde está a maior economia global (Estados Unidos da América), vai expandir 3.2%. A região do mundo que vai crescer menos é a Europa Ocidental, com 1.4%. De referir que no “ocidente” muitas economias ainda sofrem os efeitos da crise da dívida que abalou, em larga escala, muitas nações localizadas no sul do Velho Continente”. c
TEMA DE FUNDO Belizário Cumbe (Text)
Indústria depois da recessão
2% (o número de barris por dia vai subir para 94 milhões). Trata-se de um momento em que as petrolíferas procurarão maiores retornos em termos de investimentos ligeiros.
Mineração A China está a desacelerar, mas continua a destacar-se como o principal motor do mercado de metais e mineração. O gigante asiático consome metade do cobre e alumínio disponibilizados no mercado. Trata-se de um cenário que vai prevalecer durante o ano em curso. É importante destacar, igualmente, que a China vai aumentar a produção interna de cobre em 9%, porém o preço destas commodities no mercado mundial irá continuar estável.
China vai impulsionar turismo global O actual renascimento das receitas do sector do turismo demonstra o retorno das boas condições de vida para muitos cidadãos da classe média a nível global, depois de sucessivos anos de crise, quando viajar não passava de um privilégio
O
s últimos cinco anos foram de uma grande recessão na economia global e o sector industrial esteve entre os mais penalizados. Mas, em 2015, os países em desenvolvimento vão recuperar o tempo perdido expandindo a produção em cerca de 5.3%. Já nos países desenvolvidos a produção industrial crescerá 2.5%, e os Estados Unidos da América terão uma contribuição assinalável. Espera-se que a indústria automó-
vel venha a viver um ano de glória, registando um crescimento de 6%. Ou seja, o parque vai passar a contar com mais 20 milhões de viaturas.
Consumo de energia As necessidades energéticas globais vão conhecer um novo rumo durante o ano em curso. A procura vai aumentar 3%, superando a procura do petróleo bruto, que não irá além de
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para poucos. O número de turistas vindo da ásia vai aumentar significativamente, à razão de 10%. Trata-se de uma cifra que vai superar a Europa e os Estados Unidos da América. A China vai-se destacar neste movimento turístico. Por isso, pretende construir 50 novos aeroportos nos próximos cinco anos. No mesmo período, mais de 100 milhões de chineses poderão gastar mais de 200 biliões de dólares só em turismo. Porém, para não variar, os maiores beneficiários deste movimento serão potências mundiais. Londres, capital da Inglaterra, prepara-se para um ano forte em termos turísticos. Os Estados Unidos da América poderão registar uma taxa média de ocupação hoteleira, durante o ano em curso, de 65%. A maior dos últimos 20 anos. c
Crescimento do Mercado Automóvel Global - 2015
1.7% 3.5% 8.4%
5.9%
8.4% 3.8%
5.9%
África e Médio Oriente – 8.4% Ásia e Austrália - 5.9% América Latina - 3.8% Europa Ocidental – 3.5% Leste da Europa e Rússia - 1.7%
Evolução das despesas globais em viagens (%) Turismo
36
Negócios
2011
4.9%
2011
5.5%
2012
3.7%
2012
3.0%
2013
3.2%
2013
2.9%
2014
4.2%
2014
4.6%
2015
4.3%
2015
4.6%
FEVEREIRO 2015 · Capital Magazine Ed.83
BACKGROUND THEME Belizário Cumbe (Text)
The growth of Gross Domestic Product (GDP) worldwide in 2015 will not be dominated by emerging markets. It is curious that, according to the prestigious magazine The Economist, Papua New Guinea, an island located in Oceania, will lead the restricted ranking of 12 economies showing further expansion, with 14.8% growth. This is a major turning point in the global economy. While the emerging markets, especially the BRICS (Brazil, Russia, India, China and South Africa), used to dictate the rules concerning GDP growth, now the small markets with an expanding industrial sector take over. It should be noted that the growth of most economies listed in the ranking will be driven by the Liquefied Natural Gas industry (LNG). The growth of Papua New Guinea, for example, is based on a LNG project, which in 2014 entered its operational phase.
Mozambique takes position. China increasinlgy influencial The year 2015 will be gas-powered. An important part of the 12 countries displaying the highest growth will depend on this commodity. Despite the bear market in coal, Mozambique will be among the first of the eight nations with highest GDP growth in 2015, a show of force at a time when emerging countries begin to grow less. Countries with highest growth rate in 2015
Mozambique toma posição na elite global Gas exploration in Mozambique will start in three years. That is, in 2018. However, the “Pearl of the Indian Ocean” is already being noted for its rapid growth and macroeconomic stability. This year, the economy will grow 7.6%, the eighth best growth rate worldwide. Only two African countries, the Democratic Republic of Congo (third place, with 8.6%) and Eritrea (fifth place, with 8.3%). Show better growth rates. Other countries from the “dark continent”, listed in the top 10 of fastest growing economies in 2015 are: the Republic of Congo (Brazzaville) whose GDP may grow 7.4%, ranking ninth. This is a country that, despite the poverty plaguing its people, is
Papua New Guinea
14.8
Macau
9.0
RD. Congo
8.6
Turkmenistan
8.5
Eritreia
8.3
Mongolia
8.0
GDP (%)
Laos Mozambique
7.7 7.6
Congo (Brazzavile)
7.4
Butan
7.3
Cambodja
7.3
Tanzania
7.3 1
2 3 4
5 6
7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
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BACKGROUND THEME
rich in natural resources such as diamonds, iron, zinc, oil etc. The magazine ‘The Economist’ argues that despite the historic fall of oil prices in the global market (which is trading below $ 50 a barrel), it will be precisely this resource [here you seem to be talking of oil] that will greatly influence GDP growth of Mozambique. Tanzania, which shares a border with Mozambique, is another African country that will experience strong growth in 2015. This growth is also driven by the exploitation of natural gas. [is it gas or oil you are talking about?]
Asia dominating The Asian continent (excluding Japan and Australia) will grow 6% until 31 December of the current year. It stands out as the world’s fastest growing region, and for good reason. The second largest global economy (China), which will grow no more and no less than 7% is to be found in Asia. The Asian tigers (Hong Kong, Singapore, Taiwan and South Korea) certainly count as well. Sub-Saharan Africa follows Asia, with GDP growth of around 4.5%. The other region of the “dark continent”, the north, follows in third place with a 4.1% growth rate. North American GDP, with the world’s largest economy (the USA), will grow 3.2%. The region of the world that will grow less is Western Europe, with 1.4%. It should be noted that many economies in the “West” are still struggling with the effects of the debt crisis which has severely shaken many southern nations from the “Old Continent”. c
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FEVEREIRO 2015 · Capital Magazine Ed.83
Gross Domestic Product ( GDP ) per Region - 2015 2.1% 1.4% EASTERN EUROPE
2.8%
WESTERN EUROPE
NORTH AMERICA
6.0% 1.6%
4.1%
ASIA (WITHOUT JAPAN AND AUSTRALIA)
NORTH AFRICA 3.2%
4.5%
LATIN AMERICA
SUB-SAHARAN AFRICA
JAPAN
2.7% AUSTRALIA
Industry after the recession
T
he last five years have seen a major downturn in the global economy and the industrial sector was among the worst hit. But in 2015, developing countries will catch up expanding production by about 5.3%. Industrial production in developed countries will grow 2.5%, and the United States will make a notable contribution. It is expected that the automotive industry will have a good year, recording 6% growth. That is, the American car industry will produce more than 20 million vehicles [is this what you mean?]
Energy consumption Global energy needs will take a new
direction for the current year. Demand will increase 3%, exceeding the demand for crude oil, which will not surpass 2% (the number of barrels a day will rise to 94 million). This at a time when oil companies seek higher returns from small investments.[please check, original unclear]
Mining China is slowing down, but continues to stand out as the main driver of the metals and mining markets. The Asian giant consumes half the copper and aluminum available on the market. This is a scenario that will prevail in the course of this year. It should also be noted that China will increase domestic copper production at 9%, however,
Growth of the Global Car Market - 2015
prices of these commodities on the world market will remain stable.
1.7%
China will drive global tourism The current revival of tourism revenues shows that many middle class citizens wordwide enjoy good living conditions again after successive years of crisis, when travel was a privilege for the happy few. The number of tourists from Asia will significantly increase, at a growth rate of 10%. This surpasses the growth rates of Europe and the United States. China will figure prominently in this tourist movement. Therefore, it plans to build 50 new airports over the next five years. During the same period, more than 100 million Chinese will spend over 200 billion dollars just on tourism. However, the largest beneficiaries of this movement will be world powers.
3.5% 8.4%
5.9%
8.4% 3.8%
5.9%
Africa and the Middle East – 8.4% Asia and Australia – 5.9% Latin America – 3.8% Western Europe – 3.5% Eastern Europe and Russia – 1.7% London, capital of England, prepares for a strong year in terms of tourism. The United States of America will be
able to register an average hotel occupancy rate of 65% during the year, the highest of the past 20 years.c
Development of global expenses travel (%) Tourism
Business
2011
4.9%
2011
5.5%
2012
3.7%
2012
3.0%
2013
3.2%
2013
2.9%
2014
4.2%
2014
4.6%
2015
4.3%
2015
4.6%
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Foco ECONOMIA Gildo Mugabe (texto)
Prioridades e pilares para os próximos cinco anos Reunido em mais uma sessão ordinária de Conselho de Ministros, o Governo apreciou, em Dezembro último, a proposta do Programa Quinquenal do Governo (PQG) - um instrumento de planificação económica, que irá orientar a realização das actividades do País nos próximos cinco anos.
É
de domínio comum que a economia moçambicana continua a crescer de forma robusta. Aliás, vários relatórios produzidos por especialistas nacionais e estrangeiros provam a estabilidade macroeconómica que o País vive e que viveu durante o exercício fiscal do quinquénio
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FEVEREIRO 2015 · Capital Magazine Ed.83
2010-2014. Nestes cinco anos, foram registados bons resultados macro-económicos no País. No mesmo período, a inflação situou-se abaixo do objectivo estabelecido e o crescimento do PIB manteve-se na trajectória das previsões realizadas. De acordo com o relatório do Fundo Monetário Internacional (FMI), o nos-
so país alcançou um crescimento de 6,8% em 2010 e de 7,1% em 2011. Em 2012, o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 7.5% e em 2013 atingiu 7.9% segundo o documento produzido em conjunto pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económicos
(OCDE), pela Comissão Económica da ONU para a África (UNECA) e pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Apesar das intempéries verificadas no início do ano passado e da instabilidade política protagonizada pela Renamo, Moçambique conseguiu situar-se nos 7.5% do (PIB) tal como fez saber Ernesto Gove, Governador do Banco Central, durante a cerimónia de encerramento do ano económico de 2014. Estes dados constituem em si provas vivas de que a economia moçambicana (segundo as projecções) continua no bom caminho rumo à consolidação da sua robustez.
Perspectivas em torno do quinquénio 2015-2019 Posto isto resta-nos proceder à aná-
lise daquilo que será o quinquénio 2014-2019. Trata-se de um quinquénio bastante promissor para os moçambicanos tendo em conta a recente descoberta e início da exploração dos recursos naturais com destaque para o gás natural e o carvão mineral. Aliás, este último recurso tem vindo a perder espaço para o gás natural. Ou seja, o preço do carvão - quer do coque ou do térmico - está em queda livre no mercado internacional, facto que preocupa não somente os investidores mas também o Estado moçambicano. Um outro factor promissor está relacionado com as expectativas que giram em torno das políticas sócio-económicas a serem tomadas pelo novo Governo. O novo Governo assume o poder num ano em que os objectivos macroeconómicos passam por uma inflação anual de 5,5%, e de um crescimento anual do Produto Interno Bruto (PIB) de 7,7%. Para se atingir esta meta bem como o pressuposto na proposta do Plano Quinquenal do Governo, é imprescindível a manutenção da paz.
Desenvolvimento sustentável e inclusivo na base dos objectivos Indo concretamente aos objectivos centrais, prioridades e pilares que irão nortear a implementação do Plano Quinquenal do Governo, importa destacar o aumento de emprego, a produtividade, a competitividade, a criação da riqueza para o alcance do desenvolvimento inclusivo e um ambiente de paz e segurança. Para os próximos cincos anos, o Governo pretende aumentar a ar-
recadação das receitas do Estado de uma forma sustentável e justa e assegurar a afectação criteriosa dos recursos. Tenciona, ao mesmo tempo, garantir a redução do défice orçamental, melhorar a administração e gestão prudente da previdência social dos funcionários e agentes do Estado; conceber e operacionalizar os subsistemas de planificação e orçamentação e de monitoria. Pretende igualmente fortalecer a coordenação do desenho de políticas e estratégias sectoriais e territoriais que contribuam para a promoção do desenvolvimento sustentável e inclusivo. Ainda na esteira da proposta do Plano em alusão, o destaque vai para a promoção do crescimento sólido e estável do mercado de seguros, melhorar a capitalização bolsista e assegurar o acesso da população de baixa renda aos serviços financeiros, tanto nas zonas rurais como urbanas. Melhorar a gestão da política monetária com vista a torná-la adequada aos objectivos de uma baixa inflação, implementar uma política cambial prudente e adequada às transformações económicas em curso no país, também constituem prioridades para o Governo. Incentivar o estabelecimento de um sistema de pagamento moderno, inclusivo, abrangente e ajustado ao nível de desenvolvimento do sistema financeiro nacional; Assegurar um sistema financeiro saudável e resistente aos impactos das crises financeiras são outros dos objectivos propostos. Por último, e na área social, o Governo através do seu Plano Quinquenal vai promover a expansão e o acesso às oportunidades educativas, vai expandir a rede sanitária, e aumentar a provisão e o acesso da água. c
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Focus on ECONOMY Gildo Mugabe (text)
Priorities and pillars for the next five years Meeting in another ordinary session of the Council of Ministers, the Government approved last December the proposed Five-Year Government Programme (FYGP) - an economic planning tool that will guide the activities undertaken by the country during the next five years
I
t is common knowledge that the Mozambican economy continues to grow robustly. In fact, several reports produced by domestic and foreign experts point out the macroeconomic stability that the country enjoys and enjoyed during the five-year period 2010-
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FEVEREIRO 2015 路 Capital Magazine Ed.83
2014. Throughout these five years the country showed a good macroeconomic performance. During the same period, inflation remained below the target set and GDP growth maintained the trend that had been forecast. According to the International Mon-
etary Fund (IMF) report, our country achieved 6.8% growth in 2010 and 7.1% in 2011. In 2012, the Gross Domestic Product (GDP) grew 7.5% and in 2013 7.9%, according to a document produced jointly by the African Development Bank (AfDB), the Organization for
Economic Cooperation and Development (OECD), the UN Economic Commission for Africa (UNECA) and the United Nations Development Programme (UNDP). Despite setbacks recorded at the beginning of last year and the political instability caused by Renamo, Mozambique maintained a GDP growth of 7.5%, according to Ernesto Gove, Governor of the Central Bank, speaking at the closing ceremony of the financial year 2014. These data as such are living proof that the Mozambican economy (in accordance with the forecasts) remains on track towards the consolidation of robust growth.
Perspectives for the fiveyear period 2015-2019 Having said that, we need to analyze what will happen in the course of the five-year period 2014-2019. This is a very promising period for Mozambicans, taking into account the recent discovery and exploitation of natural resources, above all natural gas and coal. As a matter of fact, the latter resource is losing out to natural gas. That is, the price of coal - either coking or thermal coal - is in free fall in the international markets, something that worries not only investors but also the Mozambican state. Another promising factor is related to the expectations concerning the socio-economic policies to be realized by the new government. The new government assumes power in a year in which the macroeconomic objectives include an annual inflation of 5.5% and an annual GDP growth of 7.7%. In order to achieve this goal as well as the objectives proposed in the
Government’s Five-Year Plan, maintaining peace is vitally important.
Objectives based on sustainable and inclusive development Looking specifically at the central objectives, priorities and pillars that will guide the implementation of the Government’s Five-Year Plan, one should highlight the increase in employment, productivity, competitiveness, the creation of wealth to achieve inclusive development and a peaceful and secure environment. Over the next five years, the Government intends to increase the collection of state revenues in a sustainable and fair manner, and ensure the judicious allocation of resources. At the same time it seeks to reduce the budget deficit, improve the prudent administration and management of the social security of government officials and employees; design and operate planning, budgeting and monitoring subsystems. It also tries to better coordinate the elaboration of policies and sectoral and territorial strategies that con-
tribute to the promotion of sustainable and inclusive development. In line with the proposals from the Plan referred to, the focus will be on the promotion of sound and stable growth of the insurance market, on enhancing market capitalization and on securing access by low-income populations to financial services in rural as well as urban areas. Improving the management of monetary policy in order to make it suitable to the objectives of low inflation and implementing a prudent exchange rate policy that suits the economic changes underway in the country, are also priorities for the Government. Other objectives are encouraging the establishment of a modern, inclusive and comprehensive payment system that is adjusted to the development level of the financial system; and ensuring a healthy financial system resistant to the impacts of the financial crisis. Finally, through its Five-Year Plan the Government will promote the expansion of and access to educational opportunities, expand the health network and increase the provision of and access to water. c
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FEVEREIRO 2015 · Capital Magazine Ed.83
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UP-GRADE Gildo Mugabe (texto) | Fotos: Helga Nunes
Porto de Nacala, o Epic das economias da reg
A reabilitação do Porto de Nacala, localizado na província nortenha de Nampula, está a de res nacionais e estrangeiros que admitem que a sua potencialidade vai imprimir uma nov da região.
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valor do Porto de Nacala pode ser medido em três dimensões, nomeadamente, nas dimensões económica, social e ambiental. Na verdade estas três dimen-
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sões só serão vividas de forma eficaz quando aquela infraestrutura for capaz de produzir efeitos directos e indirectos que, por sua vez, vão dinamizar outras actividades à sua volta. Ou seja, só quando o Porto servir de
alavanca para o desenvolvimento da região, contribuindo para a geração da riqueza nacional, garantindo o emprego e rendimento das famílias. Esta mega-infraestrutura está orçada em 300 milhões de dólares norte-
centro gião
incidem sobre a ponte-cais norte, pavimentação da área de parqueamento de contentores, instalação de equipamentos para a modernização das operações de manuseamento de combustíveis, alargamento de portões e construção de um terminal ferroviário, entre outras acções. Concretamente, este projecto, tido como estratégico para o desenvolvimento económico da região norte do país, inclui a construção e reabilitação de infraestruturas importantes que deverão dar um suporte ao crescimento económico. Considerado um dos mais profundos da costa oriental de África, o Porto de Nacala serve não somente às regiões situadas ao longo do Corredor de Nacala, como também ao Malawi e à Zâmbia, esperando-se também que a República Democrática do Congo venha a ser futuramente uma grande utilizadora do mesmo. O facto do projecto estar localizado na Zona Económica Especial faz com
que constitua um alicerce às iniciativas do sector privado, melhorando a articulação e a integração que se pretende de todos os que investem na região. Recorde-se que o PCA da Empresa Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique CFM, Victor Gomes, assegurou que com a conclusão das obras será possível dar-se vazão a cerca de quatro milhões de toneladas de carga diversa. Victor Gomes disse ainda que este porto exerce uma função capital relativamente aos portos da Beira e de Maputo quando se trata de navios de grande calado. Enquanto decorrem as obras, medidas especiais deverão ser adoptadas pelo operador portuário no sentido de continuar as operações regulares, como forma de responder aos desafios da logística e de garantir as oportunidades de negócio e os investimentos, na Zona Económica Especial e no Corredor de Nacala.c
espertar o interesse de investidova dinâmica no desenvolvimento -americanos, um montante desembolsado pelo Governo do Japão e pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). Com o término previsto para 2017, as obras para a sua reabilitação
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UP-GRADE Gildo Mugabe (text) | Photos: Helga Nunes
Nacala Port, the Epicenter of the region’s economy The rehabilitation of the Port of Nacala, located in the northern province of Nampula, is raising the interest of domestic and foreign investors who recognize that its potential will give new momentum to the development of the region.
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M
easuring the value of the Port of Nacala means taking into account economic, social and environmental aspects. As a matter of fact these three dimensions will only be truly effective when the port infrastructure is capable of producing direct and indirect effects that, in turn, will boost other activities around the port. That is, only when the port serves as a catalyst for the development of the region, by contributing to the creation of national wealth and by ensuring employment and household income. An estimated 300 million US dollars is budgeted for this mega-infrastructure, an amount disbursed by the Government of Japan and the African Development Bank (ADB). With completion scheduled in 2017, works for the port’s rehabilitation focus on the north jetty, the paving of the container storage area, the installation of equipment for the modernization of fuel handling operations, the enlargement of gates and the construction of a terminal railway, among other actions. The project, which is considered strategic for the economic development of the country’s northern region, includes the construction and rehabilitation of major infrastructure that will support economic growth. Known as one of the deepest harbours on the east coast of Africa, the Port of Nacala serves not only the regions along the Nacala Corridor but also Malawi and Zambia, and it is expected that the Democratic Republic of Congo will become a major user of the port in the future. Due to the fact that it is located in the Special Economic Zone the project constitutes a solid basis for private sector initiatives, improving co-
ordination and integration required by all who invest in this region. It should be remembered that the CEO of Portos e Caminhos de Ferro de Moçambique CFM, Victor Gomes, informed that with the completion of the works it will be possible to handle about four million tons of diverse cargo [per year/week/day?]. Victor Gomes also stated that the port plays a very important role
compared to the ports of Beira and Maputo when it comes to deepdraught ships. During the duration of the works special measures shall be adopted by the port operator so as to continue regular operations, with a view to meeting logistical challenges and ensuring business opportunities and investments in the Special Economic Zone and the Nacala Corridor.c
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empreender Helga Nunes (Entrevista)
Vocacionada para a gestão das Finanças Públicas A MB Consulting é uma empresa especializada na prestação de serviços de consultoria, assistência técnica, formação, desenvolvimento do sector privado, gestão de projectos e serviços de apoio à sociedade civil. A empresa foi fundada por Mariam Umarji, uma jovem moçambicana, especialista em Gestão Financeira.
Qual foi o percurso da empresa até este momento? Éramos três quando começámos e hoje, temos cerca de 50 colaboradores. Temos colegas em Maputo e em várias províncias, implementando projectos nas nossas áreas de espe-
cialidade. Desde 2013 que temos o selo ‘Made In Mozambique’ e em 2014 recebemos a certificação ISO 9001, Certificado de Qualidade Internacional. Como olha para os incentivos da
banca nacional? Existe bastante publicidade por parte da banca mas que de específico não corresponde ao que pequenos empresários precisam. Onde o banco vê em nós um risco nós vemos uma oportunidade e nem sempre
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é fácil o diálogo e o entendimento. Por outro lado, as condições de acesso ao financiamento em Moçambique são praticamente proibitivas, o que quase nos obriga a desistir. Na consultoria, o que é mais difícil para vocês? A maior dificuldade é o acesso aos trabalhos e aos concursos. Vivemos constantemente a situação do ovo e da galinha... Somos jovens como equipa e como empresa e, nesse sentido, nem sempre reunimos todos os requisitos dos concursos nacionais e internacionais, quer lançados pelo Estado quer pelos seus vários Parceiros, mas por outro lado se não reunirmos desde já a experiência nunca saíremos dessa situação. Vemos também uma tendência de manter os trabalhos nas mãos das grandes empresas internacionais e dos países de origem dos fundos. Que outros desafios enfrentam? A retenção de jovens a quem preparamos e formamos é um grande desafio. Eles vêm para o mercado de trabalho completamente despreparados e fazemos um grande esforço de formação e qualificação. Uma vez formados, os quadros têm tendência de procurar colocação ou em projectos dos doadores ou nas grandes empresas internacionais que à primeira nunca recrutam jovens sem nenhuma experiência porque não querem arcar os custos de formação de quadros. E pode falar-nos sobre a vossa área de especialização? A Gestão das Finanças Públicas pode parecer algo complexo mas não é. Já a Gestão dos Recursos Públicos essa sim é complicada.
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Quando nós trabalhamos com os governos nacionais ou provinciais, assembleias nacionais ou provinciais, ministérios sectoriais e demais organizações da sociedade civil a chave principal é a gestão das pessoas e o seu bom entendimento dos conceitos em causa. Não quer dizer que as pessoas não tenham competências, antes pelo contrário e, de forma geral, verificamos que as pessoas até têm as competências mas existem desafios sobre como aplicar no contexto nacional essas competências e por vezes em ambientes não apenas técnicos. Como encara o panorama da gestão das finanças públicas no país? Moçambique tem sido um país bastante dinâmico e reformador em relação às finanças públicas. Tinha um quadro legal para esta área datado de 1901 que foi revisto em 2002 e começou a ser implementado com algum dinamismo desde esse período. O sistema não depende apenas de leis e regulamentos… Somos muito bons em Moçambique
a publicar as leis e regulamentos e precisamos de melhorar a nossa capacidade de as implementar em pleno e do Estado de supervisionar a sua aplicação e sancionar os desvios verificados na sua não aplicação. Por outro lado, encontrar soluções tecnológicas como saída para a reforma em países como o nosso, não são por si só a solução. É necessária uma combinação de legislação, tecnologia, pessoas motivadas. O que tem sido feito pelo Estado no sentido de divulgar cada vez mais a informação sobre as contas públicas? Esta é uma excelente pergunta e uma área onde também Moçambique tem verificado progressos. Há 10 anos, a informação era reduzida. Hoje, ao entrar no site do Ministério das Finanças, na Direcção Nacional do Orçamento, encontra uma grande parte da informação fiscal chave: Propostas do Orçamento do Estado, Relatórios de Execução Orçamental, Conta Geral do Estado, entre outros. O Tribunal Administrativo também publica com regularidade os seus relatórios e pareceres. c
DESTAQUE
MB inaugura Academia de Finanças Públicas A MB Consulting inaugurou, a 15 de Setembro de 2014, a Academia de Finanças Públicas, um projecto que decorre da necessidade da promoção de acções de capacitação e de desenvolvimento de competências, nas áreas de Planificação Estratégica e de Gestão de Finanças Públicas. Nesse sentido, hoje os quadros do sector público em Moçambique poderão contar com acções de formação de curta e média duração, coaching e mentoring e um centro de recursos.c
ENTREPRENEURSHIP Helga Nunes (Interview)
Oriented to Public Financial Management MB Consulting is a Mozambican consulting company specialized in providing technical assistance, training and capacity building, private sector development, project management and civil society organisations’ supporting services. The company was established by Mariam Umarji, a young Mozambican, specialized in Financial Management. Which has been the course of the company so far? We were only three staff members when we started up the business and today, we have almost 50 staff members. We have fellow employees in Maputo and in various provinces of the country, who are implementing
projects in our areas of expertise. We have the certificate ‘’Made in Mozambique’’ since 2013 and have obtained in 2014 the International Quality Certification ISO 9001. How do you look at the incentives by the national banking system?
There is a lot of advertisement by the banks’ but offers do not specifically correspond to what the small entrepreneurs need. Where the bank sees a risk in us, we see an opportunity and it has not always been easy to dialogue with them or to reach an agreement. On the other
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hand, the conditions to access to finance in Mozambique are somehow prohibitive, which almost forces us to give up. What are the major difficulties for you? The greatest difficulty is having access to contracts in tenders. We live constantly the situation of ‘’egg and chicken’’….we are young as a team and as a company and, in this sense, it is not easy for us to meet the requirements for some key national and international tenders, whether launched by the Government or development partners. But on the other hand, if we do not gather from now the required experience, we will never get out of this situation. We also see a trend of keeping the contracts in the hands of the large international consulting companies and particularly those hailing from the countries where projects come from. What other challenges do you face? Retaining the young recently graduated staff that we employ and that we subsequently prepare and train is a big challenge. Most of the youth come to the labour market totally unprepared and we make significant amount of efforts to train them. Once trained, they tend to seek for jobs where they can get paid more than we do, so they either go to donor’s projects or big international corporations which in principle do not recruit youth without any work experience because they do not want to pay for the costs of training. And can you tell us about your area of expertise? Public Financial Management can be perceived as being something complex, and it is not. But the Public Resources Management is
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DESTAQUE
MB launches the first Public Finance Academy Consulting has launched on the 15th September the first Public Finance Academy, a project resulting from the need to ensure capacity building activities and skills development, in the areas of Strategic Planning and Public Finance Management. The Academy aims to offer short and medium-term courses targeting public senior officers in Mozambique. There will also be coaching and mentoring programmes as well as a resource centre available.c MB
rather complex. When we work with national and provincial governments, national and provincial assemblies, sectorial ministries and civil society organizations, the key element is the human resources management, as well as their good understanding of the concepts in question. It is not that people do not have skills, but the contrary, in general, what we see is that they do have the skills but they struggle on how to apply those skills in the national context and sometimes in non technical environments. How do you face the background of the public finance in the country? Mozambique has been a very dynamic and reformer country with regard to the Public Financial Management system. It had a legal framework done in 1901 which was reviewed in 2002 and started to be implemented with some dynamism since that period. The system does not only depend on laws and regulations… In Mozambique, we are very good at publishing laws and regulations and
we need to improve our capacity of implementing them in full and also the capacity of the Government in supervising its enforcement and sanctioning the deviations. On the other hand, finding technological solutions as a way out to reform in countries like ours, it is not by itself the solution. A combination of legislation, technology and motivated staff is required. What has been done by the Government in order to disclose more information on public accounts? This is an excellent question and an area where Mozambique has also been recording progress. Ten years publically available information was scarce but this is no longer the case and for several years now. Today, if you visit the website of the Ministry of Finance, National Directorate of Budget, you will find a great part of the key fiscal information: State Budget Proposals, Budget Execution Reports, General State Account, among others. The Administrative Court also publishes regularly its reports and opinions.c
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Perpectiva CONSUMO Belizário Cumbe (texto) Helga Nunes (fotos)
Depois das festas, hora de fazer contas! As famílias moçambicanas não tiveram falta de batata, cebola nem tomate para a quadra festiva. Os mukheristas, que fazem a ponte Moçambique-África do Sul, todos os dias, encarregaram-se de garantir produtos frescos. A produção nacional, porém, não ficou atrás. Parte importante do tomate consumido é Made in Mozambique. A Coca-Cola garantiu refrigerante e a Cervejas de Moçambique as bebidas alcoólicas.
C
omo acontece todos os anos, a quadra festiva foi marcada pela corrida às lojas, aos mercados e supermercados. A demanda pelos bens de primeira necessidade criou agitação nos estabelecimentos comerciais, quase à escala nacional. Outros houve
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que procuravam presentes para oferecerem a amigos e familiares. Afinal de contas, as lojas vestiramse de gala (o tradicional vermelho e branco) para atrair mais clientes e aumentar o volume de vendas. Os micro-importadores, mais conhecidos por mukheristas,
garantiram produtos “para dar e vender” ao mercado. Os objectivos passavam por superar os números do ano passado. Por exemplo, na quadra festiva de 2013, os mukheristas disponibilizaram aos maiores mercados das províncias da região sul
onde há dois grandes projectos de produção. Este produto só é importado em caso da ruptura de estoque. Deste modo, Fernando Matusse, presidente da AMIM, diz que em Moçambique já não há espaço para a especulação de preços, pelo menos no que diz respeito à cebola, batata, tomate, até mesmo em relação ao ovo. Porém, a realidade mostra que o oportunismo, apesar de estar a decrescer, ainda é levado a cabo por alguns comerciantes desonestos, o que só encarece as festas de muitos moçambicanos. Para além da AMIM e da Higest, a Distribuidora Nacional de Açúcar (DNA), a Associação Moçambicana dos Avicultores (AMA), a Companhia Industrial da Matola (CIM), entre outras organizações prestadoras de serviços, garantiram igualmente produtos em quantidades suficientes para a quadra festiva. e da Beira, em Sofala, 900 mil sacos de batata (10 quilogramas cada), 700 mil sacos de cebola (10 quilos) e 15 mil caixas de ovos (de 15 dúzias cada). No que diz respeito ao frango, a Higest garantiu mais de 80 toneladas, que foram distribuídas a diversos consumidores. A Associação dos Micro Importadores de Moçambique (AMIM) diz que os produtos frescos, com destaque para a batata, começam a escassear, durante o último trimestre do ano, pelo que os comerciantes são obrigados a importar. Mas é verdade que, pelo menos durante a quadra festiva, o poder da África do Sul no abastecimento do mercado começa a diminuir. A título de exemplo, o tomate consumido durante as festas, e não só, é produzido em Chókwè, Moamba e Catuane (no distrito de Matutuine)
Não faltou refrigerante nem cerveja Em relação aos refrigerantes, a CocaCola garantiu a disponibilidade de aproximadamente quatro milhões de garrafas de 300 mililitros, o que supera em larga medida as quantidades disponibilizadas
em 2013. De 2012 para 2013, a quantidade de refresco aumentou em 700 mil unidades. A Coca-Cola colocou, igualmente, no mercado, refrigerantes em lata e garrafas de dois litros, mas não revelou as quantidades disponíveis. A Pepsi tem 100 distribuidores nas cidades de Maputo e Matola e colocou no mercado mais de 1.3 milhões de garrafas. A empresa Cervejas de Moçambique (CDM) garantiu em todo o país cerca de 4.5 milhões de caixas, sendo que a zona sul recebeu mais cerveja em relação às outras. Posto isto, é caso para dizer que depois de níveis de consumo sem paralelo, na quadra festiva, chegou a hora de fazer contas.c
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Perspective CONSUMPTION Belizário Cumbe (text) Gildo Mugabe (photos)
After the holidays, time to do the math!
Mozambican families had no shortage of potatoes, onions or tomatoes during the festive season. The mukheristas, who cross the Mozambique-South Africa border every day, ensured the supply of fresh produce. Domestic production, however, did not lag behind. A large part of the tomatoes consumed is Made in Mozambique. Coca-Cola assured the supply of soft drinks and Cervejas de Moçambique of alcoholic beverages.
A
s is the case every year, the festive season was marked by the race to the shops, markets and supermarkets. The demand for basic necessities created turmoil in the
shops, almost on a national scale. And then there are those looking for gifts to offer to friends and family members. Ultimately, stores were decorated (the traditional red and white) to
attract more customers and increase their sales volume. The micro-importers, better known as mukheristas, guaranteed a rich variety of products on the market. Numbers of goods handled surpas-
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sed those of last year. For example, in the 2013 holiday season the mukheristas supplied to the largest markets of the southern provinces and of the city of Beira in Sofala, 900 thousand bags of potato (10 kg each), 700 thousand bags of onion (10 kg each) and 15 thousand egg cartons (15 dozens each). As far as chicken is concerned, the company Higest supplied more than 80 tons, distributed to many consumers. The Association of Micro Importers of
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Mozambique (AMIM) states that fresh produce, especially potatoes, are becoming scarce during the last quarter of the year, so that traders are forced to import. But the thing is that, at least during the festive season, the capacity of South Africa to supply the market starts to diminish. For example, tomatoes consumed during the holiday season and beyond are produced in Chókwè, Moamba and Catuane (in Matutuine district), where two large production projects are located. This product is only imported during temporary shortages. Thus, Fernando Matusse, AMIM president, states that in Mozambique there is no longer room for price speculation, at least with regard to onion, potato, tomato and even when it comes to eggs. But reality shows that, despite opportunism tending to decrease, there are dishonest traders still engaging in opportunistic practices, something which only raises the cost of the festive season for many Mozambicans. In addition to AMIM and Higest, the National Sugar Distributor (DNA), the Mozambican Association of Poultry Farmers (AMA), the Industrial Com-
pany of Matola (CIM), among other organizations providing services, ensured sufficient quantities of products for the festive season.
There were no shortages of soft drinks and beer As far as soft drinks are concerned, Coca-Cola ensured the availability of approximately four million 300ml bottles, which far exceeds the quantities made available in 2013. From 2012 to 2013, the amount of soft drinks increased by 700 thousand units. Coca-Cola also marketed soft drinks in cans and two-liter bottles, but did not disclose the quantities. Pepsi has 100 distributors in the cities of Maputo and Matola and marketed more than 1.3 million bottles. Cervejas de Moçambique (CDM) supplied about 4.5 million cases across the country, with the southern region receiving more beer than other regions. Having said that, it seems that after witnessing unparalleled consumption levels during the festive season it’s time to do the math.c
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GESTÃO EMPRESARIAL Hugo Malheiro e Fabrício Santos (texto)
Mobile Banking em África – Inovação e Inclusão
O
Mobile Banking tem sido sem dúvida um tema apaixonante para quem nos últimos tempos tem trabalhado em serviços financeiros no mercado africano, conciliando uma vertente de responsabilidade social na inclusão financeira a uma vertente de negócio com fins lucrativos. Apesar de ser uma tendência global, o Mobile Banking em África é particularmente especial, uma vez que se tem assumido como um dos principais veículos de bancarização e/ou massificação de utilização de serviços financeiros formais. As elevadas taxas de utilização de telemóveis e proliferação de serviços financeiros disponíveis por este canal facilitam assim o acesso a uma camada da população que até há pouco tempo recorria habitualmente a soluções financeiras informais e tradicionais como o Xitique (poupança rotativa) para endereçar desafios como a poupança ou o risco de transportar e guardar dinheiro de forma segura. São vários os termos que se utilizam para descrever a prestação de serviços financeiros através do telemóvel, sendo por vezes difícil identificar as diferenças entre cada um deles. Desde mobile banking, e-money, mobile money, e-wallet, são vários os termos que bancos, operadoras móveis e mesmo empresas têm utilizado na dinami-
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Hugo Malheiro
zação das suas soluções móveis sem que haja um consenso alargado na sua utilização. Gostaríamos de clarificar os conceitos que nos parecem reunir maior consenso e que melhor se aplicam aos objectivos deste artigo. O e-money consiste na desmaterialização do numerário, passando este a ser suportado por exemplo em cartões
pagos, dispositivos como os telemóveis ou serviços de pagamento via internet. Alguns exemplos de e-money são os cartões pré-pagos, carteiras electrónicas como o M-Pesa no Quénia e o serviço de pagamentos na internet Paypal. O Mobile Banking, por outro lado, consiste na prestação de serviços bancários suportados numa conta bancária através de um dispositivo móvel. O case study do M-Pesa no Quénia é o caso que tem suscitado maior interesse por parte de várias instituições, sendo utilizado como a referência para qualquer solução já existente ou que pretenda iniciar a sua actividade. E de facto os números são impressionantes. Lançado em 2007 pela operadora móvel Safaricom com o lema “Envie dinheiro para casa”, possui actualmente cerca de 19 milhões de clientes e uma rede de cerca de 85.000 agentes a nível nacional. Dos 19 milhões de clientes, cerca de 12 milhões são activos, ou seja, efectuaram pelo menos uma transacção nos últimos 30 dias e 61% destes clientes activos utilizam o serviço pelo menos uma vez por dia. Diariamente são transaccionados cerca de 14 milhões de dólares. Tendo em consideração estes números e o actual mapa de soluções mobile a operar em África seria de esperar mais casos de sucesso como o M-Pesa. No entanto, esse não é o cenário que se
observa. Em mais de 150 iniciativas lideradas por operadores móveis em todo o mundo, apenas cerca de 5% podem considerar-se casos de sucesso. Uma das razões que levam a esta situação de insucesso é que, em muitos casos, as soluções são concebidas assumindo-se que se se aplicar os mesmos princípios e linhas orientadoras de casos como o M-Pesa no Quénia, estas novas iniciativas serão também elas um sucesso. No entanto, há que ter em conta as diferenças e características económicas, culturais e sociais que caracterizam os vários países africanos. No caso do M-Pesa houve vários factores que contribuíram para o seu sucesso. O seu lançamento ocorreu num momento em que o Quénia se viu privado de serviços financeiros formais durante um curto espaço de tempo, permitindo que o M-Pesa ganhasse de imediato um forte impulso de arranque. O regulador teve igualmente um papel fundamental, sendo a Safaricom uma entidade com participação do Estado, ao restringir a utilização da rede de agentes para distribuição de serviços financeiros apenas a operadores móveis. O regulador privilegiou assim uma solução, optando por não promover a diversificação e a competitividade deste tipo de serviços naquele país. Outro factor relevante foi a existência de “corredores populacionais migratórios” entre as várias regiões do Quénia, os quais fomentaram a utilização do M-Pesa como meio de transferência de fundos entre diferentes regiões de forma segura e rápida. O exemplo do M-Pesa demonstra a forma como o papel do regulador é determinante para a expansão e crescimento do negócio. Mas existem outros exemplos, como o MTN Mobile Money no Gana. Neste caso, a motivação para o lançamento do primeiro serviço do
Fabrício Santos
género no Gana partiu da MTN. Os bancos não tinham demonstrado até então um particular interesse. Em termos de regulação, apenas instituições financeiras podiam ser responsáveis por iniciativas de Mobile Banking e para além disso teriam de estar envolvidas várias instituições. Inicialmente era exigido o envolvimento de três bancos, tendo sido alterado posteriormente para nove. Para além disso, era necessário garantir a interoperabilidade entre todos os participantes. Todas estas condicionantes conduziram a uma situação de passividade na dinamização no negócio, não se verificando o crescimento esperado. Um dos motivos foi porque o stakeholder com maior motivação, neste caso a MTN, não tinha poder para tomar decisões efectivas no sentido de promover o Mobile Banking. Os bancos, por seu lado, apesar de envolvidos, sentiam
que qualquer investimento que efectuassem seria uma mais-valia para todos os bancos envolvidos não gerando um factor diferenciador para si próprio. Este caso ilustra como é decisivo criar as condições necessárias aos stakeholders mais motivados e como o sucesso da imposição de novas regras de mercado depende muito do estágio de desenvolvimento da indústria. A decisão de forçar a interoperabilidade, provavelmente seria melhor sucedida quando a utilização do sistema estivesse já mais enraizada na população. No Paquistão, a regulação em vigor definia que iniciativas de Mobile Banking tivessem como principais responsáveis instituições financeiras. O Easypaisa surge então como uma parceria entre uma operadora móvel, a Telenor, e uma instituição de micro-finança, a Tameer. Foi também uma parceria estratégica no sentido em que cada uma das partes ficou responsável pela componente de negócio que melhor conhecia tirando ambas partido da aquisição e angariação de novos clientes através do serviço Mobile Banking. Este é outro caso de sucesso, em que o papel do regulador determinou que numa fase inicial da indústria o stakeholder com maior experiência na gestão de risco, segurança na gestão de valores, gestão de fraude e processamento de pagamentos, ou seja os bancos, deveria ser o líder da iniciativa. Numa solução de Mobile Banking, os principais actores tipicamente envolvidos são a banca tradicional, o operador móvel, o regulador e o cliente final. Cada um tem o seu papel fundamental que pode variar dependendo de quem lidera a operação (o banco, a operadora móvel ou modelo colaborativo). O envolvimento da operadora móvel é fundamental devido ao controlo que tem neste momento do canal de comunicação USSD (Unstructured Supplementary Service Data). O USSD con-
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siste num protocolo de comunicação entre os telemóveis e as operadoras e que devido à sua simplicidade pode ser utilizado em qualquer telefone, garantindo que todas as pessoas com telemóvel poderão utilizar o serviço. Num contexto como o de África em que a maioria da população possui telemóveis sem acesso à internet e onde o acesso a dados está ainda na sua maioria restrito aos centros urbanos, o canal USSD assume-se neste momento como a tecnologia de referência para as soluções mobile. Apesar disso, bancos e operadoras, como líderes naturais deste tipo de iniciativas, devem estar particularmente atentos à evolução do acesso a dados por parte dos utilizadores. Para esta evolução contribuirá não só o investimento em infra-estruturas de comunicação mas também a redução significativa do custo de aquisição de smartphones. Desta forma prevê-se que o canal de dados poderá assumir um papel cada vez mais importante nas soluções mobile, à semelhança do que se verifica actualmente noutros mercados. Então ocorrerá certamente uma transformação significativa nesta
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indústria em África, existindo também a oportunidade para se inovar aparecendo novos conceitos e serviços liderados por esta região. A massificação na utilização de dados aliada a um suporte tecnológico mais flexível e amigo do utilizador permitirá criar, por exemplo, aplicações mais intuitivas e especificamente direccionadas para pessoas de baixos índices de literacia, em que a utilização de imagens em vez de texto pode assumir-se como um forte meio para a promoção da inclusão financeira. No entanto, apesar desta tendência, não se poderá nos próximos anos desvalorizar o valor do canal USSD para o Mobile Banking em favorecimento dos dados. O canal USSD pela sua simplicidade, universalidade e cobertura geográfica continuará a ter por certo uma aderência por parte dos utilizadores desde que a conveniência, a segurança e a utilidade dos serviços disponibilizados sirvam as necessidades das pessoas. Por outro lado, o canal de dados tenderá a ter cada vez mais expressão pelo que a capacidade de bancos e operadoras móveis conciliarem estes dois canais
na criação de novos serviços inovadores e melhoramentos dos existentes será determinante. Em Moçambique, a indústria do Mobile Banking está ainda em fase de crescimento e o papel de cada stakeholder, o regulador, os bancos, os operadores móveis bem como os clientes finais é determinante para o sucesso da indústria. Só um grupo de stakeholders devidamente capacitado, incentivado e equilibrado nos seus interesses e na correcta exploração das vantagens competitivas de cada um permitirá que a indústria se desenvolva com sucesso e benefícios para o país. A vasta maioria da população, nomeadamente, poderá ser a principal beneficiadora ao aceder a serviços financeiros de forma simples, segura, barata e fiável. Evoluindo, a indústria tem depois a capacidade para proporcionar serviços mais complexos, acompanhando as necessidades e expectativas dos utilizadores finais. Em alguns casos, hoje, as soluções mobile já evoluíram da simples compra de airtime, pagamento de serviços e transferências entre utilizadores para a disponibilização de serviços financeiros mais complexos como micro-poupança, micro-crédito e pagamento de salários. O conceito de mobilidade é algo sem dúvida apaixonante, algo que pela sua capacidade de penetração na camada mais desfavorecida da população nos urge a equacionar soluções e novas perspectivas de como pode ser utilizada para o bem-estar da mesma e para a melhoria das condições de vida das pessoas. No entanto, o papel de cada um dos intervenientes, as suas motivações e a componente financeira do modelo de negócio mobile não pode ser descurado. A conjugação destas perspectivas pode ser a chave para o sucesso do Mobile Banking em África.c
GESTÃO EMPRESARIAL Hugo Malheiro e Fabrício Santos (texto)
Mobile Banking in Africa – Innovation and Inclusion
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ithout doubt Mobile Banking has been a passionate theme for those who have recently worked in financial services in the African market, reconciling a sense of social responsibility in financial inclusion with a profit-making business. Although it is a global trend, Mobile Banking in Africa is particularly special, since it has become one of the main vehicles for expanding banking services and/or for increasing on a mass scale the use of formal financial services. The high rates of use of cell phones and the proliferation of financial services available through this channel thus facilitate access to a sector of the population which, until a short while ago, resorted habitually to informal and traditional financial solutions such as Xitique (rotating savings) to address challenges such as savings or the risk of transporting and keeping money safely. Several terms are used to describe the provision of financial services
Fabrício Santos
through cell phones, and it is sometimes difficult to identify the differences between each of them. Mobile
banking, e-money, mobile money, e-wallet, these are several of the terms which banks, mobile phone operators and even companies have used for their mobile solutions, without any broad consensus as to their use. We would like to clarify the concepts which seems to us to attract the greatest consensus and which best apply to the objectives of this article. e-money consists of the dematerialisation of cash, which comes to be supported by pre-paid cards, and devices such as cell phone and also payment services via the internet. Some examples of e-money are theelectronic wallets such as M-Pesa in Kenya and the Internet payment service Paypal. Mobile Banking, on the other hand, consists in providing banking services, supported by a bank account, through a mobile device. The case study of M-Pesa in Kenya is the case which has aroused greatest interest on the part of various institutions, and is used as the reference point for any already existing solution
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or ones that intend to start their activities. And the numbers are indeed impressive. Launched in 2007 by the mobile operator Safaricom with the motto “Send money home”, it currently has about 19 million clients and a network of about 85,000 agents nationally. Of the 19 million clients, about 12 million are active – that is, they have made at least one transaction in the previous 30 days and 61% of these active clients use the service at least once a day. Every day, about US$ 14 million are transactioned. Taking these numbers into consideration, and the current map of mobile solutions operating in Africa, more cases of success such as M-Pesa would be expected. However, this is not the scenario we observe. In more than 150 initiatives led by mobile operators throughout the world, only about 5% can be regarded as cases of success. One of the reasons behind failure is that, in many cases, solutions are designed on the assumption that, if the same principles and guidelines of cases such as M-Pesa in Kenya are applied, these new initiatives will also be successful. However, the economic, cultural and social differences and characteristics that mark the various African countries must be taken into account. In the case of M-Pesa there were several factors which contributed to its success. It was launched at a moment when Kenya found itself deprived of formal financial services for a brief period, which immediately allowed M-Pesa
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to make a strong take-off. Safaricom is a company in which the state participates, and the regulator also had a fundamental role, by restricting only to mobile operators the use of agent networks for distributing financial services. The regulator privileged a solution and opted not to promote diversification and competitiveness among this kind of services in the country. Another relevant factor was the existence of “migratory population corridors” between the various regions of Kenya, which encouraged the use of M-Pesa as a means of
transferring funds between different regions in a safe and quick way. The example of M-Pesa shows how the role of the regulator is determinant for the expansion and growth of the business. But there are other examples, such as MTN Mobile Money in Ghana. In this case, the motivation for launching the first service of the kind in Ghana came from MTN. Until then the banks had shown no particular interest. In terms of regulation, only financial institutions could be responsible for a Mobile Banking initiative and several institutions would have to be involved. Initially the involvement of three banks was required, and this was later changed to nine. In addition, it was necessary to guarantee interoperability among all the participants. All these conditioning factors led to passivity in encouraging the business, and it did not undergo the expected growth. One of the reasons was that the stakeholder with the greatest motivation, in this case MTN, had no power to take effective decisions to promote Mobile Banking. For their part, the banks, although they were involved, felt that any investment they might make would be an added value for all the banks and would not generate a differentiating factor for any particular bank, This case shows how it is decisive to create the necessary conditions for the most motivated stakeholders and how the success of imposing new market rules depends heavily on the stage of development of the industry. The decision to en-
force interoperability would probably have been more successful when use of the system was more deeply rooted among the public. In Pakistan, the regulations in force defined that Mobile Banking initiatives should have financial institutions as the bodies mainly responsible for them. Easypaisa then appeared as a partnership between a mobile operator, Telenor, and a microfinance institution, Tameer. It was also a strategic partnership in that each of the parties was responsible for the business component that it knew best, and both then took advantage of acquiring and soliciting for new clients through the Mobile Banking service. This is another success story, in which the role of the regulator determined that, in an initial phase of the industry, the stakeholder with greatest experience in risk management, in security in handling values, managing fraud and processing payments, that is, the banks, should lead the initiative. In a Mobile Banking solution, the main actors typically involved are the traditional bank, the mobile operator, the regulator and the final client. Each of them has its fundamental role which may vary depending on who led the operation (the bank, the mobile operator or a collaborative model). The involvement of the mobile operator is fundamental due to the control it currently has over the USSD (Unstructured Supplementary Service Data) channel of communication. The USSD is a communication protocol between the cell phones and the operators which, due to its simplicity, can be used in any telephone, guaranteeing that anyone with a mobile phone could use the service. In a context such as that of Africa where the majority of the population owns
cell phones without access to the internet, and where access to data is still mostly restricted to the urban centres, the USSD channel is currently the reference point for mobile solutions. Despite this, banks and operators, as natural leaders of this type of initiative, should pay particular attention to the evolution of access to data by the users. Not only investment in communication infrastructures but also the significant reduction in the cost of acquiring smart phones will contribute to this evolution. It is thus forecast that the data channel may assume an increasingly important role in mobile solutions, just as can currently be seen in other markets. A significant transformation will occur in in Africa, and there will also be the opportunity for innovation, with the appearance of new concepts and services led by this region. Mass use of data together with a more flexible and user-friendly technological support will, for example, make it possible to create more intuitive applications, aimed specifically at people with low levels of literacy, in which the use of images rather than text, could become a strong means of promoting financial inclusion. However, despite this trend, we cannot, downplay the value of the USSD channel for Mobile Banking in favour of the data in the coming years. Because of its simplicity, universality and geographical coverage, the USSD channel will certainly continue to enjoy adherence from the users as long as the convenience, security and usefulness of the service serve people’s needs. On the other hand, the data channel will tend to become increasingly significant, and so the capacity of banks and mobile opera-
tors to reconcile these two channels in the creation of new, innovative services and in improving the existing services will be determinant. In Mozambique, the Mobile Banking industry is still in a growth phase and the role of each stakeholder, the regulator, the banks, the mobile operators, as well as the final clients is crucial for the success of the industry. Only a group of stakeholders, who are duly trained, stimulated and balanced in their interests and in the correct exploitation of the competitive advantages of each one, will allow the industry to develop successfully and with benefits for the country. The vast majority of the population could be the main beneficiaries in accessing to financial services in a simple, safe, cheap and reliable manner. The industry will evolve and later have the capacity to provide more complex services accompanying the needs and expectations of the end users. In some cases today, the mobile solutions have already evolved from the simply purchase of airtime, payment for services and transfers between users, to more complex financial services such as micro-savings, micro-credit, and payment of wages. Undoubtedly, the concept of mobility is something fascinating, something which because of its capacity to penetrate into the poorest strata of the population urges us to find solutions and new perspectives as to how it can be used to improve people’s living conditions. However, the role of each of the stakeholders, their motivations, and the financial component of the mobile business model cannot be neglected. Bringing these perspectives together could be the key for the success of Mobile Banking in Africa.c
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ESTILOS DE VIDA
Vodacom Mozambique Fashion Week
Uma década de MODA celebrada com grande pompa Palco, luz, música e glamour! Estas foram as palavras de comando dos desfiles, ao longo de 10 dias do Vodacom Mozambique Fashion Week, mas não foram suficientes para descrever a grandeza de um dos maiores eventos da moda de África. A estas quatro palavras juntaram-se outras como originalidade, festa e animação, que tornaram as sessões do MFW momentos de confraternização e inovação.
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pós dias de exibições variadas, fica a lembrança de uma semana calorosa, em que a moda, a música, a dança, a arte e outras manifestações artísticas se fundiram para alavancar a arte de bem vestir com o Vodacom Mozambique Fashion Week. Em 10 dias, o Vodacom MFW deu aos actores da moda a oportunidade de mostrarem o que de melhor se produz ao nível desta área, num ano em que a semana da moda de Moçambique celebra o seu 10° aniversário. Tendo como patrocinadores principais a Vodacom, CFM, Samsung, LAM, Home Center, Matisana, Toyota de Moçambique, TV Cabo e S&R, o evento arrancou no dia 4, com a Gala Fashion Awards, no Serena Polana Hotel, gala que premiou e fez o reconhecimento de estilistas, modelos, e prestou honras à Primeira-Dama da República Maria da Luz Guebuza e a figuras incontornáveis que estão ligadas à moda, pelo seu contributo ao
desenvolvimento da mesma no País. O Prémio Modelo Masculino Revelação foi para Orlando Kamba; Júlia Manguene levou o Prémio Modelo Feminino Revelação. O Prémio Revelação Moda Homem foi atribuído ao estilista Alexande Tique Alexandre; e na mesma categoria para Mulher, o estilista Taibo Bacar foi o premiado. Sónia Sultuane recebeu o Prémio Curadora do Evento. São (Olimpia Pinto) foi galardoada com o Prémio Make Up; Adélia Tique mereceu o Prémio Carreira. A Primeira-Dama de Moçambique, Patrona do MFW, foi também galardoada. Na edição 2014, a Vila da Moda (nos CFM) constituiu a grande inovação para o Vodacom MFW. O local albergou Lounge, espaço para exposição de roupas e marcas filiadas no MFW, espaço concebido para desfiles e outro para os After Parties, decorados pela Flor Real e Home Center. Ao longo da semana da moda, as noites de desfile foram marcadas por exuberantes exibições de colecções
diversas, intercaladas com música e dança ao cuidado dos artistas Lizha James, Os Cuambas, Sheila Mahoze, Cátia Agy, Cremildo Caifaz, New Joint, Zoco Dimande e Afro Black. Os momentos musicais no Lounge tiveram como convidados as bandas Kakana, Smart Trio, Miguel Xabindza e Xixel Langa. Com o tema “Wild Now”, estilistas de várias nacionalidades fizeram “voar” as suas criações num dos maiores eventos de moda de África. Estilistas Moçambicanos na categoria de Young Designers foram desafiados a criar roupas de marcas variadas, testando deste modo a sua capacidade criativa. Os Young Designers que mais impressionaram com as suas criações e que foram premiados por diferentes marcas são: Omar Adelino Muapiwa – TV Cabo Challenge e Core Challenge; Patrícia Vasco - Matisana Challenge; Melanie de Vales – Home Center Challenge; Gerson Ussene -Vodacom Challenge e Cília Chiziane – Miramar Challenge.
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ESTILO DE VIDA
Nesta 10ª edição estiveram presentes estilistas internacionais como Micaela Oliveira (Portugal), Nicolas Salas (Itália), Amanda Ericsson e Moose (Suécia), Kyuten Kawashima (Japão) que transportaram beleza e cor para as passarelas do MFW, exibindo suas deslumbrantes colecções no Serena Polana Hotel. E para diversificar as actividades do MFW, a estilista sueca Amanda Margareta Ericsson e o Designer Moose orientaram um workshop na Vila da Moda, baseado na sua colecção Taronja que resulta do 180, um movimento de desconstrução, cujo objectivo é desfazer as regras de vestuário e recriar. Ou seja, eles gostam de transformar calças em jaquetas e camisas de homens em vestidos.
Uma década de brilho intenso Fazendo uma apreciação dos 10 anos do Vodacom Mozambique Fashion Week, o Director Geral da DDB, Vasco Rocha, considera que ao longo desta década “nascemos, crescemos e ganhamos notoriedade e sempre com a segurança de que estamos a fazer o melhor. O sucesso do MFW é resultado da paixão pelo trabalho e do empenho de cada vez mais talentos moçambicanos que despertam para esta indústria.” O Vodacom MFW solidificou-se e tornou a moda mais visível nacional e internacionalmente. Para que isso fosse possível, Rocha afirmou que houve grandes desafios relativamente a recursos humanos e a tecnologia. “Conseguimos uma grande percentagem de sucesso, mas a luta tem passado por melhorar cada vez mais”, garantiu. Os estilistas pan-africanos passearam a sua classe exibindo colecções exu-
berantes e provando que em África a moda tem um lugar definido. Como diz a estilista da Suazilândia, Bongi Gray, participante da 10ª edição do MFW: “África está cada vez mais a elevar-se na moda, está a evoluir. África já firmou sua moda original, o que prova que temos identidade”. Bongi Gray faz parte de um grupo de estilistas pan-africanos que marcaram sua presença no MFW 2014, juntamente com Nadir Tati e Carla Silva (Angola), Jamil Walji (Quénia), Anisa Mpungwe e Manju Msita (Tanzânia), Chakirra Claasen (Namíbia), Fred Eboka (Nigéria) e Kobus Dippennar e Thula Sindi (África do Sul). Estes estilistas apresentaram suas colecções no último dia do Vodacom Mozambique Fashion Week, emprestando à 10ª edição da semana da moda um ar selvagem imbuído de alta criatividade. Na verdade fizeram valer o tema deste ano do MFW: “Wild Now”. Os espectadores renderam-se ao MWF deste ano. Foi o caso da Nena do Nascimento que afirmou ter sido a primeira vez que via o MFW de perto. “É super divertido, gostei das colecções e das cores, próximo ano estarei cá de novo”, prometeu aquela estilista.
Quem também partilhou sua emoção foi também a espectadora Tânia Chongo, que disse que a ideia de se envolverem escolas no Mozambique Fashion Week é muito boa. “Gostei do desfile pan-africano, mostrou que África tem moda. A semana da moda deve ser um orgulho para os moçambicanos”, reforçou Tânia Chongo. O estilista Omar Adelino, acredita que a moda em Moçambique começou a ganhar vida graças ao MFW. Segundo o mesmo, “o MFW não deve parar, mas continuar a incentivar os estilistas a criarem. Omar entende que muitos estilistas consagrados atingiram o nível que tem graças ao MFW. As noites da semana da moda foram marcadas por festas, animadas pelos Djs nacionais Faya, Celsinho, I’M K, Tay e Lady K e pelos internacionais Krash e The Master Sisters e os Double Trouble de Portugal, Willy Monfret de França, Dantz do Japão, Quentin Mosimann da Suiça, Dino Moran da África do Sul, Jay Hardway e Firebeatz da Holanda. Foi uma semana de luxo, carregada de cultura, a qual resumiu os 10 anos do MFW, numa simbiose de diferentes manifestações artísticas que se lêem em “Wild Now”.c
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Vodacom Mozambique Fashion Week
A decade of FASHION celebrated with great pomp Stage, light, music and glamour! These were the key words during 10 days of Vodacom Mozambique Fashion Week, but they do not suffice to describe the magnitude of one of the biggest events in African fashion. These four words are joined by other ones, such as originality, celebration and entertainment, which made the MFW sessions moments of fellowship and innovation.
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fter days of varied exhibitions, what lingers in the mind is a warm-hearted week, in which fashion, music, dance, art and other art forms merged to leverage the art of dressing with Vodacom Mozambique Fashion Week. In the course of 10 days Vodacom MFW offered fashion actors the opportunity to show the best of what is being produced in this area, in the year in which the Mozambique fashion week celebrates its 10th anniversary. With its main sponsors being Vodacom, CFM, Samsung, LAM, Homecenter, Matisana, Toyota Mozambique, TV Cabo and S&R, the event started on the 4th, with the Gala Fashion Awards in the Serena Polana Hotel, a gala that awarded and acknowledged designers and models and honoured the First Lady of the Republic, Maria da Luz Guebuza and key figures linked to fashion, for their contribution to its development in this country. The Prize for Male Model Revelation went to Orlando Kamba; Júlia Manguene took the Prize for Female Model Revelation. The Prize for Male Fashion Revelation was awarded to designer Alexande Tique Alexandre; and in the same prize in the category Women was awarded to the designer Taibo Bacar. Sónia Sultuane received the Event Curator Award. São (Olimpia Pinto) was awarded the MakeUp Prize; Adélia Tic received the Career Award. The First Lady of Mozambique, patroness of the MFW was also awarded. In this 2014 edition the Town of Fashion (in CFM) was the great innovation of the Vodacom MFW. The site housed the Lounge, a space for exhibiting clothes and brands affiliated to the MFW,
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a space designed for fashion shows and another one for after parties, decorated by Flor Real and HomeCenter. Throughout the fashion week, the evening fashion shows were marked by lush exhibitions of various collections, interspersed with music and dance, supported by the artists Lizha James, Os Cuambas, Sheila Mahoze, Cátia Agy, Cremildo Caifaz, New Joint, Zoco Dimande e Afro Black. The musical touch in the Lounge was provided by the bands Kakana, Smart Trio, Miguel Xabindza and Xixel Langa.
With the theme “Wild Now”, designers of various nationalities “flew” their creations in one of the largest fashion events in Africa. Mozambicans designers in the Young Designer category were challenged to create clothes of different brands, thus testing their creative capacity. The Young Designers who most impressed with their creations and who received awards of different brands are: Omar Adelino Muapiwa - TV Cabo Challenge and Core Challenge Challenge; Patrícia Vasco - Matisana Challenge; Melanie de Vales - Homecenter Challenge; Gerson Ussene -Vodacom Challenge
movement of deconstruction, which aims to undo and recreate the dress code. In other words, they like to turn pants into jackets and men’s shirts into dresses.
A decade of intense brightness
and Cília Chiziane - Miramar Challenge. The 10th edition was attended by international designers such as Micaela Oliveira (Portugal), Nicolas Salas (Italy), Amanda Ericsson and Moose (Sweden), Kyuten Kawashima (Japan), who brought beauty and colour to the MFW catwalks, showing their stunning collections in the Serena Polana Hotel. In order to diversify the activities of the MFW, the Swedish designer Amanda Margareta Ericsson and the designer Moose directed a workshop in the Town of Fashion, based on their Taronja collection from 180, a
Making an assessment of 10 years Vodacom Mozambique Fashion Week, the DDB Managing Director Vasco Rocha believes that in the course of a decade “we started, grew and won fame, always with the assurance that we are doing the best we can. The success of the MFW is the result of passion for the work and of the commitment of more and more Mozambicans talents who wake up and join this industry”. Vodacom MFW consolidated itself and has made fashion more visible nationally and internationally. In order to make this possible, according to Rocha, major challenges in terms of human resources and technology had to be faced. “We managed to have a high percentage of success, but the fight is now to improve more and more”, he said. The pan-African designers showed their class exhibiting lush collections and proving that African fashion has a well-defined place. According to the Swazi designer Bongi Gray, participant in the 10th MFW edition: “Africa is a rising force in fashion, it is evolving. Africa already has its signature original fashion, which proves that we have identity”. Bongi Gray is part of a group of pan-African designers who made their presence felt at the 2014 MFW together with Nadir Tati and Carla Silva (Angola), Jamil Walji (Kenya), Anisa Mpungwe and Manju Msita (Tanzania), Chakirra Claasen (Namibia) Fred Eboka (Nigeria) and Kobus Dippenaar and Thula Sindi
(South Africa). These designers presented their collections on the last day of the Vodacom Mozambique Fashion Week, giving the fashion week’s 10th edition a wild air imbued with high creativity. They really celebrated this year’s MFW theme: “Wild Now”. Viewers really appreciated the MWF of this year. The designer Nena do Nascimento for example said that this was the first time she saw the MFW up close. “It is great fun, I loved the the collections and colours, next year I will be here again”, she promised. Who also shared his excitement was the visitor Tânia Chongo who said that the idea of engaging schools in Mozambique Fashion Week is very good. “I liked the pan-African fashion show, it showed that Africa does have fashion. The fashion week should be a source of pride for Mozambicans” she said. The designer Omar Adelino believes that fashion in Mozambique came to life thanks to the MFW. According to him “the MFW should not stop but continue to encourage designers to create”. Omar believes that many established designers reached the level they have thanks to the MFW. The fashion week nights were marked by celebrations, enlivened by national Djs Faya, Celso, I’M K, Tay and Lady K and by international DJs Krash and The Master Sisters, Double Trouble from Portugal, Willy Monfret of France, Dantz from Japan, Quentin Mosimann from Switzerland, Dino Moran of South Africa, Jay Hardway and Firebeatz from the Netherlands. It was a week of luxury, full of cultural events, summarizing 10 years of the MFW, a symbiosis of different artistic performances being read in “Wild Now”. c
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