Sumário
Destaques 34
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MIRAMAR lidera audiências
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16 Capa TV MIRAMAR lidera audiências
ACTUAL FACIM na ‘ressaca’ da crise
94 Propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., Av. 25 de Setembro nº 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) - Telefone: +258 21 416186 - Fax: +258 21 416187 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Director Geral: Emília Gomes - emiliagomes@ mozmedia.co.mz – Directora Editorial:HelgaNeida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Redacção: Belizário Cumbe belizariocumbe@yahoo.com.br, Gildo Mugabe - gildomugabi@gmail.com – Secretariado Administrativo: Yolanda Machado - yolandamachado97@gmail.com; Cooperação: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Shanna Chicalia; Gettyimages.pt, Google.com; – Ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. - Tradução: Sónia Almeida Santos; Paginação: Ricardo Timbe – timbedesign@ gmail.com – Design e Grafismo: Mozmedia – Departamento Comercial: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia. co.mz, Distribuição:Ímpia– info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.
TICAD VI Japão reforça tentáculos em África
O Japão é um dos países que se notabilizam no apoio ao desenvolvimento em Moçambique. Recentemente, o terceiro país mais rico do mundo investiu na reabilitação do Porto de Nacala (com cerca de 75 milhões de dólares) e anunciou alocar 500 milhões de dólares para o projecto Prosavana a ser implementado ao longo do Corredor de Nacala. Porém, as aspirações deste país em África vão muito além disso. O Japão quer ombrear com a China, cujas trocas comerciais com o continente negro estão avaliadas em mais de 170 biliões de dólares.
Tema de Fundo
Plano de produção da Sasol Perspectivas de receitas para o Estado são sombrias
A China deixou de ser o único gigante asiático a apostar no continente africano. Durante quase 20 anos, este país movimentou valores assombrosos nesta região, no contexto da iniciática chinesa, One Belt, One Road. Quando menos se esperava, dois gigantes asiáticos, Japão e Índia, criaram o CCAA e prometem ombrear com o “dragão”.
MIRAMAR lidera audiências
DOSSIER
China, Japão e Índia Tripé asiático disputa oportunidades em África
A TV Miramar, empresa moçambicana filiada no Grupo Record, está prestes a completar 19 anos e é, actualmente, líder no mercado audiovisual em Moçambique. A revista Capital foi tentar saber qual é o segredo do sucesso deste canal televisivo e em que pressupostos assenta a sua estratégia de liderança. Actualmente, está a investir na migração digital, nas infraestruturas e equipamentos, e na capacitação da sua equipa, e orgulhase de ser a primeira TV Online HD moçambicana.
Três ‘startups’ nacionais concorrem a prémio internacional
O mundo das startups tem modificado por completo a forma de empreender e fazer novos negócios no Mundo e a Ideario, uma organização jovem moçambica- na, tem sido pioneira na promoção desta iniciativa no País. Desde a sua criação, mais de 45 startups já receberam apoio da Ideario e todas elas conseguiram singrar no mercado.
SETEMBRO 2017 · Capital Magazine Ed.109
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Editorial
Bem-vindo O poder do investimento asiático em África e Moçambique
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ECONOMIA
Sector privado de Moçambique uma história a duas velocidades (1)
A
governação de José Eduardo dos Santos foi marcada por realizações económicas que elevaram Angola ao estatuto de sexta maior economia do continente africano. Contudo, Angola conta com 20 milhões de pobres em cerca de 25 milhões de habitantes. Quase 80% da população urbana de Angola vive em bairros de lata. Perto de 60% das famílias não têm acesso a fontes de água potável, segundo as Nações Unidas. E este é o cenário de um país que João Lourenço irá liderar.
56 COMMODITIES Negócio entre ENI e Exxon Mobile é balão de oxigênio para a economia
EMPRESA Um potencial parceiro de negócios para a LAM? Ethiopian Airlines na rota
Desde 2002, o número total de empresas duplicou, e essas organizações empregam agora o dobro dos trabalhadores que empregavam em 2002. Apesar disso, a dinâmica no panorama industrial tem sido desequilibrada, um pequeno número de grandes empresas dominam os resultados, um grande número de microempresas são menos produtivas e a região de Maputo continua a atrair a maior parte das novas actividades económicas.
103 ESTILOS DE VIDA Hotel Polana, o orgulho de Moçambique
SETEMBRO 2017 · Capital Magazine Ed.109
De facto, o Japão reforça e notabiliza-se no apoio ao desenvolvimento em Moçambique. O terceiro país mais rico do mundo investiu 75 milhões de dólares na reabilitação do Porto de Nacala e anunciou alocar 500 milhões de dólares para o projecto Prosavana, a ser implementado no Corredor de Nacala. Porém, as aspirações deste país em África vão muito além disso... Em Moçambique, o recém-lançado Censo de Empresas, que abrange o sector privado formal de Moçambique, indica que a aceleração do crescimento da economia deste país, liderada pelos recursos, tem sido acompanhada por uma expansão das actividades não directamente relacionadas com a indústria extractiva. O que é um dado positivo.
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A China deixou de ser o único gigante asiático a investir em grande no continente africano. Durante quase 20 anos, este país movimentou avultados valores na região, no contexto da iniciática chinesa, ‘One Belt, One Road’. Agora, África assiste à escalada económica de dois gigantes asiáticos: o Japão e a Índia. Ambos criaram o CCAA e prometem ombrear os investimentos no continente com o “Dragão”.
A TV Miramar - empresa moçambicana filiada no Grupo Record do Brasil - está prestes a completar 19 anos, é líder de audiências no mercado audiovisual e a primeira TV Online HD moçambicana. No sentido de saber em que pressupostos assenta a sua estratégia de liderança, a revista Capital descobriu que o canal televisivo se encontra, neste momento, a investir na migração digital, nas infraestruturas e equipamentos, e na capacitação da sua equipa.
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Contents
Highlights 36
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Background Theme
MIRAMAR leads audiences
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DOSSIER Sasol Production Plan Revenue outlook for the state is bleak
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18 Current Capa MIRAMAR leads audiences
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FACIM in the ‘hangover’ of the crisis
Property and Edition: Mozmedia, Lda. 25 de Setembro n- 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) – Telephone: +258 84 3015641 | +258 82 6567710 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Managing Director: Emília Gomes - emiliagomes@ mozmedia.co.mz - Editorial Director: Helga Neida Nunes – helga.nunes@mozmedia. – Editorial Staff: Belizário Cumbe belizariocumbe@yahoo.com.br, Gildo Mugabe - gildomugabi@gmail.com – Administrative Secretariat: Yolanda Machado - yolandamachado97@gmail.com; Cooperation: Bolsa de Valores; CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Columnists: Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Levi Muthemba; Maria Uamba; Paulo Deves; Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Photography: Shanna Chicalia; Gettyimages.pt, Google.com; – Illustrations: Ricardo Botas; Rui Batista; Translation: Sónia Almeida Santos; Page make-up: Ricardo Timbe –timbedesign@gmail.com – Design and Graphics: Mozmedia – Commercial Department: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Distribution: Ímpia – info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registration: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Printing: 7.500 copies. The articles reflect the authors’ opinion, and not necessarily the magazine’s opinion. All transcript or reproduction, partial or total, is authorised provided that the source is quoted.
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China, Japan and India Asian Tripod Opportunity Disputes in Africa China is no longer the only Asian giant to betting on Africa. For almost 20 years, this country has moved with astonishing amounts of money in this region, in the context of the Chinese initiative, One Belt, One Road. When it was least expected, two Asian giants, Japan and India, created the CCAA and promised to stand with the “dragon.”
TICAD VI Japan reinforces tentacles in Africa
Japan is one of the countries standing out in Mozambique’s development support. Recently, the world’s third richest country invested in the rehabilitation of Nacala Port (about $ 75 million) and announced that it would allocate $ 500 million to Prosavana project to be implemented along the Nacala Corridor. However, the aspirations of this country in Africa go far beyond that. Japan wants to stand with China, whose trade with the black continent is valued at more than 170 billion dollars.
MIRAMAR leads audiences
TV Miramar, a Mozambican company affiliated with the Record Group, is about to turn 19 and is currently the leader in Mozambique’s audiovisual market. Capital magazine was trying to know what’s the secret of the success of the television channel and on what assumptions is based on its leadership strategy. It’s currently investing in digital migration, infrastructure and equipment, and its team’s training, and is proud to be the first Mozambican HD Online TV.
Three national startups compete for international prize
Mozambique and South Africa are expected to make further efforts to maintain the growth path through the intensification and robustness of their relations to increase investment in strategic and priority areas for development.
Editorial
Welcome Asian investment’s power in Africa and Mozambique
52 ECONOMY Mozambique’s Private Sector A tale of two speeds (1)
84 COMMODITIES Business between ENI and Exxon Mobile is an oxygen balloon for economy
94 COMPANY A potencial business partner for LAM? Ethiopian Airlines on the up
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LIFE STYLE
J
osé Eduardo dos Santos’ governance was marked by economic achievements that raised Angola to the sixth largest economy in the African continent. However, Angola has 20 million poor people in its 25 million inhabitants. Almost 80% of Angola’s urban population lives in slums. Nearly 60% of households don’t have access to drinking water sources, according to United Nations. And this is the scenario of a country that João Lourenço will lead. China is no longer the only Asian giant to invest heavily in Africa. For almost 20 years, this country has moved large values in the region, in the context of the Chinese initiative, ‘One Belt, One Road’. Now, Africa is witnessing the economic upswing of two Asian giants: Japan and India. Both created the CCAA and promised to shoulder investments in the continent with the “Dragon”. In fact, Japan strengthens and stands out in development support in Mozambique. The world’s third richest country has invested $ 75 million in the rehabilitation of Nacala Port and announced it will allocate $ 500 million to the Prosavana project to be implemented in Nacala Corridor. However, the aspirations of this country in Africa go much further ... In Mozambique, the recently launched Census of Companies, covering the formal private sector of Mozambique, indicates that the acceleration of growth of the resource-led economy of this country has been accompanied by an expansion of activities not directly related to the extractive industry. Which is a positive fact. Since 2002, the total number of companies has doubled, and these organizations now employ twice as many workers as they used in 2002. Despite this, the dynamics in the industrial landscape has been unbalanced, a small number of large companies dominate the results, a large number of micro-enterprises are less productive and Maputo region continues attracting the largest number of new economic activities. TV Miramar - a Mozambican company affiliated with the Record Group of Brazil - is about to turn 19, is the leader in audiences in the audiovisual market and the first Mozambican TV Online HD. In order to know the assumptions based on its leadership strategy, Capital magazine found that the television channel is currently investing in digital migration, infrastructure and equipment, and the training of its team.
Polana Hotel, the pride of Mozambique
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Capitoon
EM BAIXA Comissões chorudas no FDA Os esquemas de fraude da qual foram retirados 170 milhões dos cofres do Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA) passaram pelo Reino da Espanha, onde foram pagas comissões chorudas a um membro da direcção por ter viabilizado um negócio a favor de uma empresa deste país europeu, segundo a acusação do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC).c
Incumprimento de Moçambique arrasa credores privados
O incumprimento no pagamento da dívida de Moçambique pode levar a perdas consideráveis para os credores privados. O alerta vem da Moodys, uma agência de classificação de risco de crédito, que diz que o país não paga desde o início do ano, segundo o “Observador”. A classificação de crédito reflecte essa expectativa, referiu a agência, numa análise anual sobre o país, divulgada recentemente.c
EM ALTA BNI lança linha de crédito para financiar projectos em Tete
O Banco Nacional de Investimentos (BNI) e a Agência Vale do Zambeze lançaram uma linha de crédito para financiamento de projectos de agro-negócios e empreendedorismo. A linha é de 400 milhões de meticais e deverá abranger todas as províncias da região centro do país. A mesma é destinada aos recém-graduados das escolas técnico-profissionais nas áreas de agro-negócios e pequenas e médias empresas que intervêm na cadeia de valor de produtos como a Batata Reno, Arroz, Feijões e Hortícolas.c
Vendas da LAM pela internet cresceram 61% A plataforma de vendas da empresa Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) por internet registou, no primeiro semestre do ano em curso, um crescimento de 61% em comparação com igual período do ano passado. Segundo comunicado da LAM, este resultado reflecte cada vez maior preferência do público pelas novas tecnologias para viabilizar as suas viagens. c
COISAS QUE SE DIZEM
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Dirigentes não devem ser escolhidos pela filiação partidária “Não que os chefes das instituições sejam membros da Frelimo. Não é isso o mais importante. Exijam a esses chefes que sejam competentes, que sejam patriotas, que se dediquem, defendam os interesses da cidade, do país. Às vezes, as pessoas honestas fazem isto (chefiar) melhor que os ´camaradas´ que não são tão honestos.”c
Precisamos conhecer melhor África “(…) nós precisamos de pensar com as nossas próprias cabeças, como dizia Amílcar Cabral. Precisamos conhecer melhor África e precisamos de uma profunda descolonização intelectual de África e das nossas universidades, dos nossos investigadores. Os nossos pensadores devem criar uma epistemologia que nos permita chegar mais longe no entendimento deste continente e na abertura de novos percursos rumo ao futuro”.c
Mia Couto, escritor, in jornal O país
José Maria Neves, antigo primeiro-ministro de Cabo Verde, in jornal O país .
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Capitoon
ON THE BOTTOM As soon as we knew, we decided to order this equipment
What an excellent idea.
ON the TOP BNI launches credit line to finance projects in Tete
The National Investment Bank (BNI) and the Zambezi Valley Agency have launched a credit line to finance agro-business and entrepreneurship projects. The line is 400 million meticals and should cover all provinces of the country’s central region. It is aimed at the recent graduates of technical-professional schools agribusiness and small and medium-sized companies areas realted to the value chain of products such as Reno Potato, Rice, Beans and Horticulture. c
61% growth in LAM’s internet sales The online sales platform of Linhas Aéreas de Moçambique (LAM) registered a growth of 61% in the first half of this year compared to the same period of last year. According to LAM’s statement, this result reflects an increasing public preference for new technologies to make travel feasible. c
Big commissions at the FDA Fraud schemes from which 170 million of the funds of the Agrarian Development Fund (FDA) were withdrawn have passed through the Kingdom of Spain, where large commissions were paid to a board member for having made a business in favor of a company in this European country, according to the indictment of the Central Office to Combat Corruption (GCCC).c
Incumprimento de Moçambique arrasa credores privados Mozambique’s Non-compliance destroys private creditors Failure to pay Mozambique’s debt can lead to “considerable losses for private creditors.” The alert comes from Moody’s, a credit rating agency, which says the country hasn’t paid since the beginning of the year, according to the “Observer.” The credit rating reflects this expectation, the agency said, in an annual analysis of the country recently released. c
THINGS BEING SAID Leaders should not be chosen by party affiliation “Not that the heads of the institutions are members of Frelimo. That isn’t the most important thing. Demand from these leaders that they are competent, that they are patriots, that they dedicate, defend the city’s and country’s interests. Sometimes honest people do this better (to lead) than the ‘comrades’ who are not so honest “ c Mia Couto, writer, in O país newspaper.
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We need to know Africa better “(...) we need to think with our own heads, as Amilcar Cabral said. We need to know Africa better, and we need a profound intellectual decolonization of Africa and of our universities, of our researchers. Our thinkers must create an epistemology that allows us to go further in understanding this continent and in opening new paths towards the future” c José Maria Neves, former Prime Minister of Cabo Verde, in O país newspaper.
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ACTUAL
FACIM na ‘ressaca’ da crise Mais de 80 mil pessoas fizeram-se presentes na 53ª edição da Feira Internacional de Maputo, realizada de 28 agosto a 3 de setembro, no distrito de Marracuene. Para além dos visitantes, o certame contou com 1.975 expositores, 250 empresas estrangeiras, sendo que as restantes eram moçambicanas. Produtos e serviços foram expostos, negócios foram feitos e houve muito networking numa altura em que o País se refaz da crise. Gildo Mugabe (texto)
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S
ob o lema “Fortalecendo as parcerias de investimento nacional e estrangeiro em Moçambique», Maputo acolheu a 53ª edição da Feira Internacional de Maputo (vul-
ga FACIM). Entre os vários objectivos que o evento visava, destacavam-se os de internacionalizar a economia nacional bem como expor as potencialidades de produção e exportação. No fundo, pretendia-se estabelecer
ACTUAL
parcerias e promover oportunidades de negócio nos diversos segmentos do tecido empresarial nacional e estrangeiro, estimular novas iniciativas de investimento público e privado e criar oportunidades para as PME´s nacionais. Em Marracuene, no pavilhão de Moçambique, estiveram representadas todas as províncias do país, cada uma mostrando o que de melhor produz.
Grandes novidades da FACIM Umas das grandes novidades da 53ª edição da Feira Internacional de Maputo, foi a presença pela primeira vez da Bielorrússia. Apesar de ser novata na esfera da FACIM, a Bielorrússia parece ter estudado com profundidade as prioridades de Moçambique, a avaliar pelo tipo de produtos e serviços que veio exibir, que incluem os sectores da Educação e Agricultura. Uma outra novidade prende-se com a presença massiva das empresas portuguesas na Feira Internacional de Maputo. É que dos 26 países representados nesta edição, Portugal ocupou um pavilhão inteiro, com 40 empresas – uma representação robusta que vem comprovar que os investidores lusos mantêm a sua confiança no mercado nacional. Outro dado não menos importan-
A Saboeira de Inhambane conquistou o prémio de ‘Melhor Empresa’ inovadora e Cabo Delgado o de ‘Província Revelação’. O certame contou com 1.975 expositores, 250 empresas estrangeiras (tendo havido uma drástica redução em relação aos números de 2016), sendo que as restantes eram moçambicanas. Na categoria dos países que participam pela primeira vez, a Bielorrússia conquistou o primeiro lugar. Participaram nesta edição da FACIM 20 países provenientes de África, Europa, Ásia e América do Sul, nomeadamente África do Sul, Zimbabwe, Tanzânia, Botsuana, Angola, Bielorrússia, Reino dos Países Baixos, Reino Unido, Portugal, Alemanha, Irlanda, Itália, Espanha, França e Ilhas Maiores, Índia, Coreia do Sul, Tailândia, China e Brasil. c
te prende-se com o facto de, pela primeira vez, ter-se assegurado um pavilhão exclusivo para as Pequenas e Medias Empresas (PMEs) moçambicanas. Alias, o chefe de Estado Filipe Nyusi reiterou o apoio do Governo às PMEs como motor de desenvolvimento da economia nacional, mesmo porque as premiações deste ano foram destinadas a este segmento de empresas, que representa a quase totalidade do tecido empresarial nacional (98%) e que contribui em larga medida para a criação de postos de trabalho.
Premiados Entre o rol de premiados na cerimónia, o destaque vai para a província de Inhambane que conquistou a posição cimeira na categoria de melhor expositor. Já as províncias centrais de Tete e Manica conquistaram o segundo e terceiro lugares, respectivamente. Um sinal de uma clara aposta nos produtos regionais. A África do Sul conquistou o prémio de melhor país expositor, seguido da Alemanha e do Reino Unido. Por seu turno, a Agência do Vale do Zambeze arrebatou o primeiro lugar na categoria de melhor instituição pública, seguido do ministério dos Recursos Minerais e Energia e do Mar, Águas Interiores e Pesca.
NÚMERO DE EXPOSITORES E VISITANTES NOS ÚLTIMOS 5 ANOS NA FACIM Descrição
2012
2013
2014
2015
2016
Países
19
22
26
31
32
Empresas estrangeiras
526
622
651
680
750
Empresas nacionais
1.274
1.398
1.975
2.750
3.010
Total
1.819
2.042
2.651
3.430
3.760
Visitantes
60.200
82.000
84.605
92.689
92.689
Total Geral
62.019
84.042
87.256
95.472
100.241
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CURRENT
FACIM in the ‘hangover’ of the crisis More than 80 thousand people attended the 53rd edition of Maputo International Fair, held from August 28 to September 3 in Marracuene district. In addition to the visitors, the event had 1,975 exhibitors, 250 foreign companies, the rest being Mozambican. Products and services were exposed, business was done and there was a lot of networking at a time when the country is recovering from the crisis. By Gildo Mugabe
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nder the motto “Strengthening national and foreign investment partnerships in Mozambique”, Maputo hosted the 53rd edition of the Maputo International Fair
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(commonly known as FACIM). Among the various objectives that the event was aimed at, they emphasized those of internationalizing the national economy as well as exposing the potential of production and exporting.
CURRENT
At the bottom, the intention was to establish partnerships and promote business opportunities in various segments of national and foreign business, stimulate new public and private investment initiatives and create opportunities for national SMEs. At Marracuene, in Mozambique’s pavilion, all country’s provinces were represented, each showing what they produce the best.
Great news from FACIM One of the great novelties of the 53rd edition of Maputo International Fair was the presence, for the first time, of Belarus. Despite being a newcomer to FACIM, Belarus seems to have studied in depth Mozambique’s priorities, judging by the type of products and services that came to view, which include the sectors of Education and Agriculture. Another novelty is the massive presence of Portuguese companies at the International Fair of Maputo. Of the 26 countries represented in this edition, Portugal has occupied an entire pavilion with 40 companies - a strong representation proving that Portuguese investors maintain their confidence in national market. Another important feature is the fact that, for the first time, an exclusive
pavilion for Mozambican Small and Medium-sized Enterprises (SMEs) has been created. In fact, the head of State Filipe Nyusi reiterated the Government’s support for SMEs as a driving force for the national economy’s development, even though this year’s awards went to this segment of companies, representing almost the entire national business(98%), contributing largely to jobs’ creation.
exhibitors, 250 foreign companies (there was a drastic reduction compared to the numbers of 2016), with the rest being Mozambican. In the category of first-time participating countries, Belarus won first place. 20 countries from Africa, Europe, Asia and South America were presente in this FACIM’s edition, namely South Africa, Zimbabwe, Tanzania, Botswana, Angola, Belarus, Kingdom of the Netherlands, United Kingdom, Portugal, Germany, Ireland, Italy, Spain, France and the Biggest Islands, India, South Korea, Thailand, China and Brazil. c
Award winners Among the ceremony’s prize-winners, the highlight is Inhambane province, that won the top prize in the category of best exhibitor. Meanwhile, the central provinces of Tete and Manica won the second and third places, respectively. A sign of a clear bet on regional products. South Africa won the award for best exhibitor country, followed by Germany and the United Kingdom. For its part, the Zambezi Valley Agency snatched first place in the category of best public institution, followed by the Ministry of Mineral Resources and Energy and the Sea, Inland Waters and Fisheries. Saboeira de Inhambane won the award for ‘Best Company’ and Cabo Delgado the ‘Revelation Province’ award. The event counted on 1,975
NÚMERO DE EXPOSITORES E VISITANTES NOS ÚLTIMOS 5 ANOS NA FACIM Description
2012
2013
2014
2015
2016
Countries
19
22
26
31
32
Foreign Companies
526
622
651
680
750
National Companies
1.274
1.398
1.975
2.750
3.010
Total
1.819
2.042
2.651
3.430
3.760
Visitors
60.200
82.000
84.605
92.689
92.689
General Total
62.019
84.042
87.256
95.472
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MUNDO
Preocupação da Banca Portuguesa: Ainda trémula depois de todos estes anos • Os credores do país ainda estão feridos pelo alto fardo dos maus empréstimos • É provável que a baixa rentabilidade continue a ser um desafio para os bancos
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pesar de todo o aumento de capital, os bancos portugueses ainda não estão fora de perigo. O Banco Comercial Português SA, o maior credor público de
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capitais activos do país, aumentou o capital a semana passada em 1.3 bilhões de euros (US $ 1,4 bilhão), enquanto o credor estatal Caixa Geral de Depósitos SA está pronto para obter o restante do seu impulso de
MUNDO
capital de 5 bilhões de euros, a partir de Março. Enquanto isso, o Novo Banco SA, que emergiu da dissolução do Banco Espírito Santo SA, ainda possui uma placa de “VENDE-SE” dois anos depois de ter sido colocado no mercado. O sector bancário do país continua periclitante quase três anos depois de Portugal ter terminado o seu resgate internacional. O crédito em risco nos bancos portugueses, que era de 32 biliões de euros no final de 2015, ficou em cerca de 12% do total nos últimos dois anos. Tal ocorreu depois dos oito maiores bancos de Portugal terem arrecadado mais de 26 biliões de euros em capital, de 2008 a 2014, incluíndo o auxílio estatal durante o resgate do Banco Espírito Santo, de acordo com o Banco Central. “Estamos numa situação em que ainda estamos a lidar com os mesmos problemas que tivemos anos atrás em relação à limpeza dos balanços dos bancos e a levantar empréstimos ruins para corrigir os níveis”, disse Benjie Creelan-Sandford, analista do banco no Grupo Jefferies.
Mercado nervoso Os problemas do sector bancário pesaram sobre a dívida soberana do país, com o rendimento das obriga-
ções de Portugal a 10 anos, atingindo o nível mais alto num ano, há pouco tempo. Não ajudou que o primeiro-ministro, Antonio Costa, ainda não tenha conseguido alcançar o objectivo - estabelecido no ano passado - de superar as questões que penalizam o sistema bancário, tenha sugerido que poderia nacionalizar o Novo Banco se os termos de venda fossem desfavoráveis. O governo altamente endividado sugeriu que poderia vir a inspirar-se no fundo de resgate bancário italiano. “Qualquer solução para o sector financeiro e o seu impacto no balanço do Governo serão observados de perto”, disse Federico Barriga, director de ratings soberanos da Fitch Ratings. Portugal, cuja classificação foi publicada pela Fitch, é um dos países mais endividados do mundo, disse. O primeiro-ministro Costa tranquilizou o Parlamento, dizendo que o seu governo estava em cima do assunto. “O que sabemos é que não há um novo problema” no sistema financeiro “, e vários dos antigos problemas foram resolvidos ou estão em processo de solução”, afirmou.
Qualidade dos Activos O Banco Comercial Português aumentou para o dobro do seu valor
de mercado para pagar os auxílios estatais recebidos há quatro anos e fortalecer os índices de capital depois de ter conseguido adicionar o Fosun International Ltd da China como novo accionista. A oferta de acções terminou a dois de fevereiro e foi totalmente subscrita. No caso da Caixa Geral de Depósitos, Portugal garantiu em Agosto um acordo com a Comissão Européia para aumentar o capital em 5 biliões de euros. A injecção de 2,7 biliões de euros de fundos do governo no maior credor do país por activos e a venda de dívida subordinada, que fazem parte desse plano, ainda estão por concluir. Embora o aumento de capital do Banco Comercial e da Caixa Geral tenha aliviado alguma pressão, as preocupações permanecem sobre a baixa geração interna de capital e a fraca qualidade dos activos, disse Roger Turro, em Lisboa, a 26 de janeiro director de bancos na Fitch Ratings. Enquanto isso, o Banco BPI SA, um credor menor, finalmente foi tomado pelo CaixaBank SA da Espanha numa oferta concluída, quase um ano depois de enfrentar a resistência dos accionistas minoritários. O BPI planeia levantar pelo menos 225 milhões de euros da dívida subordinada para atender aos requisitos do Rácio
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MUNDO
de Capital, disse o diretor executive, Fernando Ulrich.
Destruição Colossal As taxas de juros muito baixas, o crescimento silencioso e um grande stock de activos problemáticos são dificuldades que “pesam sobre a percepção dos investidores acerca dos riscos dos bancos portugueses e limitam a capacidade dos bancos de financiar os mercados externos”,
afirmou a S&P Global Ratings numa nota em 16 de Janeiro. Houve “uma destruição colossal de capital dos accionistas”, disse Ulrich do BPI a jornalistas em Lisboa, em 18 de janeiro, comparando o aumento de capital por parte dos bancos com o seu valor de mercado actual. O BPI foi o banco que aumentou menor capital, disse ele. “Neste contexto incerto, e dada a história dos bancos portugueses, não acho oportuno que os investidores
internacionais voltem a Portugal”, disse Diogo Teixeira, PCA da Optimize Investment Partners, uma empresa com sede em Lisboa que gere 130 milhões euros e não tem investimentos em bancos portugueses ou italianos. “Os bancos têm que provar, trimestre após trimester, que podem ser lucrativos” antes que isso aconteça.
Recomeço dos Dividendos Enquanto novos empréstimos mostram os sinais da recuperação, o total de empréstimos tem vindo a diminuir desde 2011, uma vez que a economia continua altamente endividada. A dívida privada era de mais de 180% do PIB no final de 2015, de acordo com o Departamento de Estatística da União Européia. O Banco Comercial está a dizer aos investidores que a sua venda de acções acelerará o retorno ao normal dos seus negócios, incluindo o potencial de retomar o pagamento de dividendos. O credor espera um retorno sobre o património líquido, uma medida-chave de rentabilidade, de cerca de 10% em 2018, com um índice de capital de equivalência patrimonial de mais de 11%. Em 2007, teve um ROE de 14 por cento. O ROE médio para os bancos da União Européia caiu para 5,7 por cento a partir de junho, um declínio de mais de um ponto percentual em relação ao ano anterior, de acordo com a Autoridade Bancária Européia. “O desafio para os bancos portugueses, assim como para o sector bancário europeu como um todo, é a dificuldade de alcançar a rentabilidade que já tiveram”, afirmou Creelan-Sandford, do Grupo Jefferies. c In Bloomberg
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WORLD
Portugal Banks’ Concern: Still Wobbly After All These Years • Country’s lenders still being hurt by high burden of bad loans • Low profitability is likely to remain a challenge for banks
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or all the capital they are raising, Portuguese banks are not out of the woods yet. Banco Comercial Portugues SA, the country’s biggest publicly traded lender by assets, last
week raised 1.3 billion euros ($1.4 billion) in capital, while state-owned lender Caixa Geral de Depositos SA is set to get the rest of its 5 billion-euro capital boost from March. Meanwhile, Novo Banco SA, which emerged
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Ratings. Portugal, whose junk rating was affirmed by Fitch on Friday, is one of the most indebted countries in the world, he said. Prime Minister Costa reassured parliament on Wednesday that his government was on the case. “What we know is that there is no new problem” in the financial system, “and various of the old problems have been solved or are in the process of being solved,” he said.
Asset Quality
from the breakup of Banco Espirito Santo SA, still carries a “for sale” sign more than two years after it was put on the block. The country’s banking sector remains wobbly almost three years after Portugal exited its international bailout. Credit at risk at Portuguese banks, which was 32 billion euros at the end of 2015, has been stuck at about 12 percent of the total for the last two years. That’s after Portugal’s eight biggest banks raised more than 26 billion euros in capital from 2008 through 2014, including state aid during the bailout and the rescue of Banco Espirito Santo, according to the central bank. “We’re in a situation where we are still dealing with the same issues we had years ago regarding the cleanup of the banks’ balance sheets and writing down bad loans to correct levels,” said Benjie Creelan-Sandford,
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a bank analyst at Jefferies Group.
Nervous Markets The banking sector’s woes have weighed on the country’s sovereign debt, with Portugal’s 10-year bond yield on Monday touching the highest level in a year. It hasn’t helped that Prime Minister Antonio Costa, who has yet to achieve a goal he set last year of overcoming issues penalizing the banking system, has suggested he might nationalize Novo Banco if the sale terms are unfavorable. The highly indebted government has also said it might take its cue from the Italian bank-rescue fund. “Any solution for the financial sector and its impact on the government’s balance sheet will be closely watched,” said Federico Barriga, director for sovereign ratings at Fitch
Banco Comercial Portugues raised double its market value last week to pay off state aid it received four years ago and strengthen capital ratios after it succeeded in adding China’s Fosun International Ltd as a new shareholder. The rights offering ended Feb. 2 and was fully subscribed. In the case of Caixa Geral de Depositos, Portugal secured an agreement in August with the European Commission to boost capital by 5 billion euros. The injection of 2.7 billion euros of government funds in the nation’s biggest lender by assets and the sale of subordinated debt that are part of that plan are yet to be done. Although Banco Comercial and Caixa Geral’s capital increases relieve some pressure, concerns remain over low internal capital generation and weak asset quality, Roger Turro, director for banks at Fitch Ratings, said in Lisbon on Jan. 26. Meanwhile, Banco BPI SA, a smaller lender, is finally being taken over by CaixaBank SA of Spain in a bid completed Tuesday, almost a year after running into resistance from minority shareholders. BPI plans to raise at least 225 million euros in subordinated debt to meet capital
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ratio requirements, Chief Executive Officer Fernando Ulrich said late on Wednesday.
Colossal Destruction Very low interest rates, muted growth and a large stock of problematic assets, are difficulties that “weigh on investors’ perception of Portuguese banks’ risks and constrain the banks’ ability to tap the external markets for funding,” S&P Global Ratings said in a note on Jan. 16. There has been “a colossal destruction of shareholder capital,” BPI’s Ulrich told reporters in Lisbon on Jan. 18, comparing the capital raised by banks with their current market value. BPI was the bank that raised the least capital, he said.
“In this uncertain context, and given the Portuguese banks’ history, I don’t think it’s time for international investors to return to Portugal yet,” said Diogo Teixeira, CEO of Optimize Investment Partners, a Lisbon-based firm that manages 130 million euros and has no investments in Portuguese or Italian banks. “Banks have to prove quarter after quarter that they can be profitable” before that happens.
Resuming Dividends While new loans show signs of picking up, total loans have been declining since 2011 as the economy remains highly indebted. Private debt was more than 180 percent of gross domestic product at the end of 2015, according to the European Union’s
statistics office. Banco Comercial is telling investors its share sale will accelerate the return to normal of its business, including potentially resuming dividend payments. The lender expects a return on equity, a key measure of profitability, of about 10 percent in 2018, with a common equity tier 1 capital ratio of more than 11 percent. In 2007, it had a ROE of 14 percent. The average ROE for European Union banks sank to 5.7 percent as of June, a decline of more than a percentage point from a year earlier, according to the European Banking Authority. “The challenge for Portuguese banks, as for the European banking sector as a whole, is that it’s difficult to achieve the profitability they once had,” Jefferies Group’s Creelan-Sandford said.c In Bloomberg
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O homem mais rico da África vai investir até US $50 biliões nos EUA e na Europa • Aliko Dangote investe em energias renováveis e produtos petroquímicos • Tem como objectivo ter 60% dos investimentos do grupo fora de África até 2020
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homem mais rico de África, Aliko Dangote, planeia investir de 20 a 50 biliões de dólares nos EUA e na Europa até 2025, em sectores como as energias renováveis e produtos petroquímicos. O magnata nigeriano do cimento, com 60 anos, tem como objectivo mudar-se para esses territórios pela primeira vez em 2020, depois de completar quase 5 biliões de dólares em projectos agrícolas e uma refinaria de petróleo de 11 biliões no seu país de origem, disse numa entrevista à Bloomberg Markets Magazine. “A partir de 2020, 60% dos nossos investimentos futuros estarão fora de África, para que possamos ter um equilíbrio”, disse Dangote, que vale 11,1 biliões de dólares, segundo o Billionaires Index da Bloomberg. O Grupo Dangote levará em conta os investimentos na Ásia e no México, mas irá concentrar-se principalmente nos EUA e na Europa. “Eu acho que as energias renováveis é o caminho a seguir, é o futuro. Estamos a ver a área dos petroquímicos, mas também podemos investir em outras empresas “. Dangote diversificou o seu negócio
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ACTUAL
rapidamente nos últimos cinco anos, tanto geograficamente quanto em novas indústrias. Expandiu a Dangote Cement Plc, que representa quase 80% da sua riqueza, em nove países africanos além da Nigéria. Em 2015, começou a construir uma refinaria que produz 650 mil barris por dia numa refinaria perto de Lagos, principal centro de negócios da Nigéria, e está a construir gasodutos para a cidade a partir da região petrolífera da Nigéria, com o Carlyle Group LP e Blackstone Group LP, empresas privadas americanas. Disse em julho que iria investir 4,6 biliões de dólares na produção de açúcar, arroz e productos lácteos, nos próximos três anos. As acções da Dangote Cimento subiram 2,7% para 219,80 Nairas Nigerianos em Lagos quinta-feira, atingindo um avanço de 26% este ano.
As telecomunicações não têm qualquer atractivo “Quando se olha para isso - não apenas apenas na Nigéria, mas no resto da África - a maioria dos países dependem de alimentos importados”, diz. “É impossível ter uma população de 320 milhões na África Ocidental sem auto-suficiência. Então, a primeira coisa a fazer é a segurança alimentar. Eu acredito que o Grupo Dangote está na posição certa para dirigir essa trajectória “. Dangote, que vive principalmente em Lagos e tem Bill Gates entre seus amigos, disse que era um industrial apaixonado e descartou a mudança para sectores mais recentes, tais como telecomunicações ou tecnologia.
“Quando olho para as telecomunicações, por exemplo, acho que seria muito difícil para nós”, disse. “Algumas empresas já estão neste mercado há 17 anos. Não há como ir e ultrapassar alguém depois de 17 anos de trabalho árduo. Posto isto, acho que passamos quando se trata de telecomunicações actualmente. Existem outros negócios que entendemos melhor “. Dangote também disse que não tem planos de entrar na política nigeriana. “Não estou interessado”, disse ele. “Eu gosto muito do que faço, e também adoro a minha liberdade - e não tenho muita. A pouca que tenho, a política levaria. Há empresários interessados em política. Eu não sou um deles. “ c In Bloomberg
Africa’s Richest Man to Invest Up to $50 Billion in U.S., Europe • Aliko Dangote is tempted by renewable energy, petrochemicals • Sees 60% of group’s investments being outside Africa in 2020
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frica’s richest man, Aliko Dangote, plans to invest $20 billion to $50 billion in the U.S. and Europe by 2025, in industries including renewable energy and petrochemi-
cals. The 60-year-old Nigerian cement tycoon aims to move into these territories for the first time in 2020 after
completing almost $5 billion of agricultural projects and an $11 billion oil refinery in his home country, he said in an interview with Bloomberg Markets Magazine this month. “Beginning in 2020, 60 percent of our future investments will be outside Africa, so we can have a balance,” said Dangote, who’s worth $11.1 billion, according to Bloomberg’s Billionaires
Index. Dangote Group will consider investments in Asia and Mexico, but will focus mainly on the U.S. and Europe, he said. “I think renewables is the way to go forward, and the future. We are looking at petrochemicals but can also invest in other companies.” Dangote has diversified rapidly in the last five years, both geographically and into new industries. He’s
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CURRENT
expanded Dangote Cement Plc, which accounts for almost 80 percent of his wealth, into nine African countries aside from Nigeria. In 2015, he began building a 650,000 barrel-a-day refinery near Lagos, Nigeria’s main commercial hub, and he’s constructing gas pipelines to the city from Nigeria’s oil region with U.S. private equity firms Carlyle Group LP and Blackstone Group LP. He said in July he’d invest $4.6 billion in the next three years in sugar, rice and dairy production. Shares in Dangote Cement rose 2.7 percent to 219.80 naira in Lagos Thursday, extending their advance this year to 26 percent.
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Telecoms Unappealing “When you look at it -- not just in Nigeria but in the rest of Africa -- the majority of countries here depend on imported food,” he said. “There is no way you can have a population of 320 million in West Africa and no self-sufficiency. So the first thing to do is food security. I believe Dangote Group is in the right position to drive this trajectory.” Dangote, who mostly lives in Lagos and counts Bill Gates among his friends, said he was a passionate industrialist and ruled out moving into newer sectors such as telecommunications or technology. “When I look at telecoms, for
instance, I think that would be very tough for us,” he said. “Some players have been in this market for 17 years already. There’s no way you can go and jump over somebody after 17 years of their hard work. So I think we would pass when it comes to telecoms today. There are other businesses that we understand better.” Dangote also said he has no plans to enter Nigerian politics. “I’m not interested,” he said. “I enjoy a lot of what I am doing, and I also love my freedom -- and I don’t have too much. The little I have, politics would take away. There are businessmen who are interested in politics. I’m not one of them.” In Bloomberg.c
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João Lourenço herda um país rico com 20 milhões de pobres Longe de gerar consensos, a governação de José Eduardo dos Santos foi marcada por realizações económicas que elevaram o país ao estatuto de sexta maior economia do continente. Em contrapartida, o país de Eduardo dos Santos tem 20 milhões de pobres em pouco mais de 25 milhões de habitantes. Quase 80% da população urbana de Angola vive em bairros de lata. Perto de 60% das famílias não têm acesso a fontes de água potável, segundo as Nações Unidas. Este é o cenário de um país que João Lourenço irá liderar.
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epois de 38 anos, José Eduardo dos Santos (JES) decidiu, contra todas as expectativas, deixar a presidência da República de Angola. João Lourenço, uma figura tímida e de um discurso de quem não precisa convencer o eleitorado para vencer as eleições, é o homem que se segue. José Eduardo dos Santos coloca um
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ponto final à presidência mais longa da história de África. Na hora de dizer adeus, há que recordar as realizações socioeconómicas do Engenheiro de Petróleos que, ao longo de 38 anos de liderança, adoptou a discrição e ausência no concerto das nações como característica fundamental. Dos Santos chegou à presidência, em
1979 (depois da morte de Agostinho Neto), quando Angola estava no quarto ano de uma guerra civil entre o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) e a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA). Longe de ser um militar de alto escalão, JES conduziu o conflito até 2002, ano da morte do líder da
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UNITA Jonas Savimbi. Pelo meio, há que destacar que o confronto conheceu uma importante paragem em 1991 com a assinatura dos Acordos de Bicesse. Porém, em 1992, Jonas Savimbi perdeu as eleições, não reconheceu os resultados e retomou a guerra.
As transformações económicas José Eduardo dos Santos dirigiu a transição económica do socialismo para a economia de mercado no início dos anos 1990, com a implementação do Saneamento Económico e Financeiro. No início da última década, Eduardo dos Santos firmou uma parceria sem paralelo, no continente, com a China como alternativa aos fundos ocidentais. O dinheiro chinês foi fundamental para a recuperação das infraestruturas que foram as principais vítimas da guerra. Até Junho de 2015, o Instituto de Estradas de Angola (INEA) contabilizava 12.400 quilómetros de estradas recuperadas e pelo menos 800 em construção, enquanto as pontes construídas estavam fixadas em 233. No caso da linha ferroviária, os números estavam em 2.612 quilómetros completamente recuperados, além de 151 estações construídas de raiz, num investimento global de 3,5 biliões de dólares. Favorecido pela valorização do preço do petróleo que permitiu uma taxa de crescimento média superior a 10%, até à crise de 2014, Eduardo dos Santos lançou o mais ambicioso projecto social da sua governação, que levou à construção de novas centralidades habitacionais nas 18 províncias. Luanda, com
cerca de um quarto da população angolana, viu erguidas desde 2008 quatro centralidades, resolvendo as necessidades habitacionais de dezenas de milhares de famílias angolanas.
Que país Eduardo dos Santos deixa? João Lourenço tem o desafio de dirigir uma nação que há 38 anos não mudava de timoneiro. Por isso, sempre haverá um país antes e depois de José Eduardo dos Santos. Mas coloca-se a questão: que país Eduardo dos Santos deixa? Ou dito de outra forma. Que país João Lourenço herda? A resposta é simples. Angola representa um contraste entre a imensa riqueza e a pobreza esmagadora. Angola é o segundo maior exportador de petróleo em África. Por incrível que pareça, é precisamente esta a grande fragilidade da terceira maior economia do continente. O petróleo representa 95% das exportações do país e quase metade do Produto Interno Bruto, 45%, segundo os dados da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo). A economia de Angola está profundamente dependente das receitas do petróleo. A queda abrupta dos preços dos últimos anos lançou o país numa profunda crise. A isso se soma uma classe empresarial que prefere colocar e investir a sua riqueza no estrangeiro. Entre 2002 e 2015, as empresas e os poderosos angolanos investiram 160 biliões de dólares no estrangeiro, segundo dados da Universidade Católica de Angola. Por isso, João Lourenço tem o desafio de se livrar da armadilha do petróleo, e a missão de diversificar a economia. c
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João Lourenço inherits a rich country with 20 million poor people Far from generating consensus, José Eduardo dos Santos’government was marked by economic achievements raising the country to the sixth largest economy in the continent. In contrast, Eduardo dos Santos’ country has 20 million poor people in little more than 25 million inhabitants. Almost 80% of Angola’s urban population live in slums. According to the United Nations, nearly 60% of households don’t have access to drinking water sources. This is the scenario of a country that João Lourenço will lead.
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fter 38 years, against all expectations, José Eduardo dos Santos (JES) decided, to leave the presidency of the Republic of Angola. João Lourenço, a shy figure and
a speech of who doesn’t need to convince the electorate to win the elections, is the next man. José Eduardo dos Santos puts an end to the longest presidency in African history.
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At the moment of saying goodbye, we must remember the socioeconomic achievements of the Petroleum Engineer who, over 38 years of leadership, adopted the discretion and absence in the concert of the nations as a fundamental characteristic. Dos Santos became president in 1979 (after Agostinho Neto’s death), when Angola was in the fourth year of a civil war between the Popular Movement for the Liberation of Angola (MPLA) and the National Union for the Total Independence of Angola (UNITA ). Far from being a high-ranking military man, JES led the conflict until 2002, the year UNITA’s leader Jonas Savimbi died. In between, we should note that the confrontation was marked by a major halt in 1991 with the signing of the Bicesse Accords. However, in 1992, Jonas Savimbi lost the election, didn’t recognize the results and resumed the war.
social project of its governance, which led to construction of new housing estates in the 18 provinces. Luanda, with a quarter of Angolan population, has seen four centralities erected since 2008, solving the housing needs of tens of thousands of Angolan families.
What country does Eduardo dos Santos leaves?
Economic transformations José Eduardo dos Santos directed the economic transition from socialism to market economy in the early 1990s, implementing Economic and Financial Sanitation. At the beginning of the last decade, Eduardo dos Santos established an unparalleled partnership on the continent with China as an alternative to Western funds. Chinese money was paramount in rebuilding the infrastructure that was the war’s main “victim”. As of June 2015, the Angolan Roads Institute (INEA) accounted for 12,400 kilometers of reclaimed roads and at least 800 under
construction, while the constructed bridges were set at 233 kilometers. As far as the railway line, the numbers were in 2,612 kilometers completely recovered, in addition to 151 stations constructed from root, in a global investment of 3.5 trillion dollars. Favored by the valorization of oil price that allowed an average growth rate of more than 10%, until the crisis of 2014, Eduardo dos Santos launched the most ambitious
João Lourenço has the challenge of running a nation that for 38 years had the same helmsman. Therefore, there will always be a country before and after José Eduardo dos Santos. But the question arises: what country does Eduardo dos Santos leaves? Or put another way. What country does João Lourenço inherit? The answer is simple. Angola is a contrast between immense wealth and overwhelming poverty. Angola is the second largest oil exporter in Africa. Amazingly, this is precisely the great fragility of the continent’s third largest economy. Oil accounts for 95% of the country’s exports and nearly half of the GDP, 45%, according to data from the Organization of Petroleum Exporting Countries (OPEC). Angola’s economy is heavily dependent on oil revenues. The price’s abrupt drop in recent years has thrown the country into a deep crisis. To this is added a business-class that prefers putting and investing their wealth abroad. Between 2002 and 2015, companies and powerful Angolans invested 160 billion dollars abroad, according to data from the Catholic University of Angola. Because of this, João Lourenço has the challenge of getting rid of the oil trap, and the mission of diversifying the economy. c
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ÁFRICA
China, Japão e Índia
Tripé asiático disputa oportunidades em África A China deixou de ser o único gigante asiático a apostar no continente africano. Durante quase 20 anos, este país movimentou valores assombrosos nesta região, no contexto da iniciática chinesa, One Belt, One Road. Quando menos se esperava, dois gigantes asiáticos, Japão e Índia, criaram o CCAA e prometem ombrear com o dragão. Belizário Cumbe (texto)
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esde o ano 2000, a China no contexto da iniciativa One Belt, One Road – tornou-se no maior parceiro comercial de África. Os números das trocas comerciais e do investimento chinês no berço da humanidade são espantosos e crescem a um
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ritmo sem paralelo. Segundo a African Business Magazine (ABM), o comércio entre África e a China cresce a uma média anual de 20%, desde o ano 2000, atingindo 188 biliões de dólares em 2015. Ao mesmo tempo, o investimento aumentou a uma média de 40%
nos últimos 10 anos, atingindo 35 biliões de dólares. Parte importante dos projectos chineses em África, segundo a publicação, foi apoiada por agências e empresas estatais daquele país asiático, como é o caso do Chinese Development Bank e da China Rail-
ÁFRICA
way Construction Corporation. Entretanto, nos últimos 10 anos, o número de empresas chinesas que chega ao continente tem aumentado de forma significativa. Neste momento, são cerca de 10 mil companhias (que criam mais de 300 mil postos de trabalho), representando 12% (ou 500 biliões de dólares por ano) da produção industrial de África. Estas empresas estão envolvidas nos sectores de recursos naturais, infraestrutura e manufactura, e encontram-se em países como Angola, Costa do Marfim, Zâmbia, Quénia, Nigéria, Africa do Sul, Tanzânia e Etiópia, que juntos representam mais de 60% da África Subsaariana. Estima-se que as receitas das empresas possam atingir os 400 biliões de dólares nos próximos 10 anos. Porém, o Japão e a Índia (que estão entre as economias mais industrializadas do mundo) conceberam a iniciativa Corredor de Crescimento Ásia-África (CCAA), um veículo que pretende (além de convergir com o One Belt, One Road, da China) estimular as relações económicas e de desenvolvimentos entre os gigantes asiáticos e o continente. O corredor de crescimento apresenta cinco pilares, nomeadamente, Infraestruturas, Ligações Humanas, Troca de Experiência e Assistência ao Desenvolvimento. Na verdade, o CCAA vai combinar a capacidade financeira do Japão à eficiência da Índia. Os pensadores do CCAA, concebido pelo Primeiro-Ministro do Japão, Shinzo Abe e pelo seu homólogo indiano Narendra Modi, acrescentam que o corredor irá desempenhar um papel importante em África alinhando metas japonesas e indianas com as prioridades de desenvolvimento da região, principalmente, nos sectores da agricultura, gestão de
calamidades, saúde e farmácia. Perante este movimento, a China está preocupada e tem uma visão negativa do CCAA. Entretanto, o Japão e a Índia pretendem minimizar a rivalidade afirmando que os objectivos e os critérios de actuação são diferentes. A African Business Magazine sustenta que as lacunas das infraestruturas em África são enormes, por isso as iniciativas do CCAA não vão concorrer com as da China, mas que haverá uma complementaridade.
Saindo da Ásia Hoje, a Índia é o segundo maior parceiro comercial de África, depois da China, com as trocas avaliadas em 59 biliões de dólares em 2015, à frente de países como a França, EUA e Alemanha, mas muito abaixo dos 188 biliões de dólares do dragão asiático. Nesse sentido, para a Índia o corredor de desenvolvimento representa o aumento de um compromisso comercial já robusto com o continente africano de maneira a consolidar a posição de segundo maior parceiro comercial. No que diz respeito ao Japão, há que destacar a liderança de Shinzo Abe que tem como premissa a inversão ousada de estagnação japonesa, incentivando os grandes grupos empresariais a se aventurarem além do mercado interno. Neste momento, muitas companhias japonesas são grandes demais para permanecerem em casa daí que a indicação do governo de Abe é moverem os negócios para o exterior. Posto isto, vale a pena destacar que a Índia e o Japão têm uma causa comum em termos geopolíticos, plasmados no CCAA como parte da cooperação mais ampla entre as duas nações. c
Investimento da China e da Índia em África Participação da China nos bens globais de África em 2015 -15.9% Estimativa de empresas chinesas a operar em África - 10 000 Expectativas do volume comercial até 2019 - 100 biliões USD Índia é o 2.º maior parceiro comercial bilateral com volumes de negócios estimados em: 51 biliões USD em 2015 IDE da Índia em África em 2015 - 17 biliões USD Valor estimado da iniciativa One Belt, One Road, incluindo Ásia, Médio Oriente, Europa e África - 1 trilião de dólares A China é o maior parceiro comercial de África movimentando 149 biliões USD em 2016. No primeiro trimestre deste ano cresceu 16.8% Comércio entre África e Japão em 2015 - 24 biliões USD
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Investimento Ásia-África; Um retrato da China, Índia e Japão 15.9%: A percentagem da China no comércio global de mercadorias de origem africana em 2015
15.9% $100bn
O BAD refere que espera que volumes de comércio atinjam os 100 biliões de dólares em 2019
$51bn
A Índia é o segundo maior parceiro de comércio em África com volumes de comércio bilaterais estimados em $51.1bn em 2015. Um valor considerável em relação aos $ 6.9bn em 2000.
10,000 $35bn 10,000: O número estimado de empresas chinesas em funcionamento em África. 90% das mesmas são detidas por privados
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$35bn: O volume de Investimento Directo Estrangeiro (IDE) da China em África no ano de 2015, tornandose no quarto maior investidor global a seguir aos EUA, UK e França
$17bn O volume de IDE da Índia em África no ano de 2015, em contraste com os $12bn em 2010. Tal transforma a Índia no sétimo maior investidor no continente.
$1tr
$1 trilião; O valor estimado da iniciativa comercial da China ‘One Belt, One road’ que se estende à Ásia, Médio Oriente, Europa e África.
16.8%
A China tem sido a maior parceiro de África em termos comerciais, durante estes anos. O total do volume de comércio bilateral fixouse em $149.1bn em 2016. Mas os volumes cresceram 16.8% anualmente e no primeiro quadrimestre de 2017 atingiram $38.8bn.
$24bn
O comércio entre o Japão e a África chegou a $24bn em 2015
$30bn
A relação do Japão com a África tem sido baseada em cooperação, apenas tendo desenvolvido um cunho comercial recentemente. Em 2016, o primeiro ministro, Shinzo Abe, orientou $30bn de investimento como forma de acelerar a intervenção comercial.
$10bn
Do total, 10 biliões de dólares serão dedicados às infraestruturas e os remanescentes 20bn são capitais esperados por parte do sector privado japonês.
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China, Japan and India
Asian Tripod Opportunity Disputes in Africa China is no longer the only Asian giant to betting on Africa. For almost 20 years, this country has moved with astonishing amounts of money in this region, in the context of the Chinese initiative, One Belt, One Road. When it was least expected, two Asian giants, Japan and India, created the CCAA and promised to stand with the “dragon.” By Belizário Cumbe
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ince the year 2000, China - in the context of the One Belt, One Road initiative has become Africa’s largest trading partner. The numbers of China’s trade and investment in the “cradle of humanity”
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are staggering and growing at an unparalleled rate. According to African Business Magazine (ABM), trade between Africa and China grows at an annual average of 20% since 2000, reaching $ 188 billion in 2015. At the same time,
AFRICA
investment has increased by an average of 40 % in the last 10 years, reaching 35 billion dollars. According to this publication, an important part of Chinese projects in Africa was supported by Chinese state agencies and companies, such as the Chinese Development Bank and the China Railway Construction Corporation. Meanwile, in the last 10 years, the number of Chinese companies reaching the continent has increased significantly. At the moment, there are about 10,000 companies (which create more than 300,000 jobs), representing 12% (or $ 500 billion a year) of industrial production in Africa. These companies are involved in natural resources, infrastructure and manufacturing sectors, and mainly found in countries such as Angola, Ivory Coast, Zambia, Kenya, Nigeria, South Africa, Tanzania and Ethiopia, which together represent more than 60% of Africa Sub-Saharan Africa. Companies revenues are estimated to reach $ 400 billion over the next 10 years. However, Japan and India (which are among the most industrialized economies in the world) have designed the Asia-Africa Growth Corridor (CCAA) initiative, a vehicle that intends (in addition to converging with One Belt, One Road, of China) stimulate economic and development relations between the Asian giants and the continent. The growth corridor presents five pillars, namely, Infrastructures, Human Connections, Exchange of Experience and Assistance to Development. In fact, the CAAC will combine Japan’s financial capacity with India’s efficiency. CCAA thinkers, conceived by Japan’s Prime Minister Shinzo Abe and his Indian counterpart Narendra Modi,
add that the corridor will play an important role in Africa by aligning Japanese and Indian goals with the development priorities of the region, sectors of agriculture, disaster management, health and pharmacy. Faced with this movement, China is worried and has a negative view of CCAA. However, Japan and India want to minimize rivalry by stating that the objectives and performance criteria are different. African Business Magazine states that infrastructure gaps in Africa are huge, so CAAC initiatives will not compete with China’s, but there will be complementarity.
Out of Africa Today, India is Africa’s second largest trading partner, after China, with trade valued at $ 59 billion in 2015, ahead of countries like France, the US and Germany, but well below the $ 188 billion of the “Asian dragon”. In this regard, for India, the development corridor represents an increase in an already robust trade commitment with the African continent in order to consolidate its position as the second largest trading partner. As far as Japan, Shinzo’s Abe leadership is premised on the bold reversal of Japanese stagnation, encouraging large business groups to venture beyond domestic market. At the moment, many Japanese companies are too big to stay “at home” hence the indication of Abe’s government is to move business overseas. Having said this, it is worth noting that India and Japan have a common cause in geopolitical terms, embodied in the CCAA as part of the broader cooperation between the two nations. c
China and India Investment in Africa China’s share of Africa’s global goods in 2015 - 15.9% Estimate of Chinese companies operating in Africa - 10 000 Commercial volume expectations up to 2019 - USD 100 billion India is the 2nd largest bilateral trading partner with estimated turnover of: US $ 51 billion in 2015 India’s FDI in Africa in 2015 - $ 17 billion Estimated value of the One Belt, One Road initiative, including Asia, Middle East, Europe and Africa - 1 trillion dollars China is Africa’s largest trading partner moving 149 billion USD in 2016. In the first quarter of this year it grew 16.8% Trade between Africa and Japan in 2015 - USD 24 billion
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AFRICA
Asia-Africa Investment; A Snapshot of China, India and Japan 15.9%: China’s share of Africa’s global trade in goods in 2015
15.9% $100bn
The African Development Bank has said it expects trade volumes to hit $100bn by 2019.
$51bn
India is Africa’s second largest single trading partner with bilateral trade volumes estimated at $51.1bn in 2015. This is up from just$ 6.9bn in 2000.
10,000 $35bn 10,000: The estimated number of Chinese companies active in Africa. 90% of them are privately owned.
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$35bn ; China’s FDI stock in Africa in 2015, making it the fourth largest investor globally behind the US,UK and France.
$17bn India’s FDI stock in Africa in 2015, up from $12bn in 2010. This makes in the seventh larges investor into the continent.
AFRICA
$1tr
$1 trillion; The estimated value of China’s landmark One Belt, One road trade iniciative, spanning Asia, the Middle East, Europe and Africa.
16.8%
China has been Africa’s single biggest trading partner for years. Total bilateral trade stood at $149.1bn in 2016. Volumes jumped 16.8% year-on-year in Q1 of 2017 to $38.8bn.
$24bn
Trade between Japan and Africa stood at around $24bn in 2015.
$30bn
Japan’s relationship with Africa has historically been dominated by aid, only recently taking on more commercial approach. In 2016 prime minister Shinzo Abe pledged $30bn of investment to accelerate this.
$10bn
Of this $10bn will be dedicated to infrastructure. The remaining 20bn is expected to come from Japan’s private sector.
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MOçAMBIQUE
TICAD VI
Japão reforça tentáculos em África O Japão é um dos países que se notabilizam no apoio ao desenvolvimento em Moçambique. Recentemente, o terceiro país mais rico do mundo investiu na reabilitação do Porto de Nacala (com cerca de 75 milhões de dólares) e anunciou alocar 500 milhões de dólares para o projecto Prosavana a ser implementado ao longo do Corredor de Nacala. Porém, as aspirações deste país em África vão muito além disso. O Japão quer ombrear com a China, cujas trocas comerciais com o continente negro estão avaliadas em mais de 170 biliões de dólares.
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oçambique acolheu a VI Conferência Internacional de Tóquio para o Desenvolvimento de África (TICAD), uma plataforma que simboliza a aposta
da diplomacia japonesa em África e que é essencialmente voltada para o encorajamento do crescimento resiliente do continente, combinando os esforços com parceiros internacionais.
MOçAMBIQUE
O que move o Japão em África?
No evento, o Japão decidiu alocar cerca de 32 biliões de dólares para o investimento empresarial, Assistência Oficial ao Desenvolvimento (ODA) e promoção de iniciativas de paz e estabilidade. Esta decisão adiciona-se ao valor alocado anteriormente na ordem de 30 biliões de dólares para a viabilização de infraestruturas, resiliência dos sistemas de saúde e reforço da paz e a estabilidade em moldes de parcerias público-privadas. Afinal de contas, a iniciativa nipónica (TICAD) está em alinhamento com a Agenda de Desenvolvimento de África 2063, com o Programa de Desenvolvimento de Infra-Estruturas para África, Programa Alargado para o Desenvolvimento da Agricultura em África, Programa Acelerado do Desenvolvimento Industrial de África, entre outros, segundo o Presidente da República, Filipe Nyusi, que procedeu à abertura do evento.
Apesar de todos os riscos e desafios que o continente africano encerra, o consumo global dos consumidores africanos e das empresas já se situa nos quatro triliões de dólares anualmente e o crescimento tem sido muito rápido. O consumo das famílias tem uma expectativa de crescimento de 3,8% ao ano para um total de 2,1 triliões de dólares em 2025. O consumo das empresas ainda é maior – de 2,6 triliões em 2015 para uma expectativa de 3,5 triliões de dólares em 2025. Independentemente do valor absoluto dos números, releva-se a taxa de crescimento média em 10 anos. Com uma população estimada em pouco mais de um bilião de pessoas, o mercado de consumo tende a crescer a cada ano que passa, como resultado de uma taxa de natalidade
elevada. Em 2050, o continente africano deverá ter 349 milhões jovens ou seja 29% do total mundial, representando um forte aumento em comparação com a subida de nove por cento da juventude do mundo em 1950. Devido aos problemas demográficos, o Japão continua a apoiar o combate à pobreza e o desenvolvimento económico de África e de Moçambique em particular, dando prioridade a três áreas tais como: vitalização da economia regional, inclusive o desenvolvimento dos corredores de desenvolvimento, formação humana e prevenção das calamidades naturais. De acordo com o relatório da McKinsey, África pode mesmo duplicar a sua produção (indústria de transformação) para 930 biliões de dólares em 2025 contra os 500 biliões de dólares actuais, com acções decisivas na melhoria do ambiente de negócios e da indústria de transformação. c
DESTAQUE
Quem esteve no TICAD VI O encontro de Maputo, que tinha como um dos principais pontos agenda a consolidação da posição do Japão no mercado africano, dominado pelo gigante asiático vizinho, a China, juntou mais de mil convidados, entre ministros, vice-ministros, diplomatas, representantes de instituições multilaterais, empresários, e demais personalidades de África e do Mundo. c
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MOzAMBIQUE
TICAD VI
Japan reinforces tentacles in Africa Japan is one of the countries standing out in Mozambique’s development support. Recently, the world’s third richest country invested in the rehabilitation of Nacala Port (about $ 75 million) and announced that it would allocate $ 500 million to Prosavana project to be implemented along the Nacala Corridor. However, the aspirations of this country in Africa go far beyond that. Japan wants to stand with China, whose trade with the black continent is valued at more than 170 billion dollars.
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ozambique hosted the 6th Tokyo International Conference for the Development of Africa (TICAD), a platform that symbolizes the com-
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mitment of Japanese diplomacy in Africa, which is essentially focused on encouraging the continent’s resilient growth, combining efforts with international partners. At the event, Japan decided to allo-
cate about $ 32 billion for business investment, Official Development Assistance (ODA) and promotion of peace and stability initiatives. This decision adds to the amount of 30 billion dollars, previously
MOzAMBIQUE
allocated for infrastructure feasibility, resilience of health systems and peace building and stability in the form of public-private partnerships. After all, the Japanese Initiative (TICAD) is in line with the Africa Development Agenda 2063, the Infrastructure Development Program for Africa, the Africa Agriculture Development Program, among others, according to the President of the Republic, Filipe Nyusi, who opened the event.
What moves Japan in Africa? Despite all risks and challenges being faced by the African continent, global consumption of African consumers and businesses is already at four trillion dollars annually and growth has been very rapid. Household consumption has a growth forecast of 3.8% per year for a total of $ 2.1 trillion by 2025. Business consumption is still higher - from 2.6 trillion in 2015 to an expected 3, 5 trillion dollars in 2025. Regardless of the absolute value of the numbers, the average growth rate in 10 years is included. With a population estimated at just over one billion people, the consumer market tends to grow with each passing year as a result of a high birth rate.
By 2050 the African continent is expected to have 349 million young people, or 29% of the world total, a sharp increase compared to the 9% rise in world youth in 1950. Due to demographic problems, Japan continues to support the combating poverty and economic development in Africa and Mozambique in particular, giving priority to three areas such as: vitalization of the regional
economy, including development of development corridors, human training and prevention of natural disasters. According to the McKinsey report, Africa can even double its production (manufacturing industry) to $ 930 billion in 2025 from $ 500 billion today, with decisive action to improve the business environment and manufacturing industry. c
HIGHLIGHT
Who was presente at TICAD VI had as one of its main agenda items, the consolidation of Japan’s position in the African market, dominated by neighboring Asian giant China, brought together over a thousand Maputo meeting
guests, among ministers, vice ministers, diplomats, representatives of institutions multilateral organizations, entrepreneurs, and other personalities from Africa and the World. c
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DOSSIER
Plano de produção da Sasol
Perspectivas de receitas para o Estado são sombrias O Centro de Integridade Pública (CIP) diz em comunicado que o plano de desenvolvimento do Contrato de Partilha de Produção da Sasol, referente ao gás natural de Temane e Petróleo leve de Inhassoro, é problemático e que as perspectivas de receitas para o Estado são sombrias. Gildo Mugabe (texto)
S
egundo um relatório do CIP, ao abrigo do Contrato de Partilha de Produção (PSA), celebrado em Outubro de 2000 entre o Governo a ENH e a Sasol Petroleum Mozambique Lda (SPM), cujo objectivo visava a pesquisa, avaliação, desenvolvimento e produção das
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áreas adjacentes à área do PPA, a Sasol anunciou novas descobertas de petróleo e gás em Inhambane. Já em Fevereiro de 2013, lê-se no referido relatório, a Sasol notificou o Governo da ‘comercialidade’ das descobertas e, a 25 de Fevereiro de 2015, apresentou - para a aprovação do Governo - o Plano de Desenvolvi-
mento para a produção de petróleo leve e gás natural, a partir dos jazigos de Inhassoro e Temane. É no quadro deste Plano de Desenvolvimento que a Sasol anunciou ao público as ‘descobertas’ realizadas. Entretanto, a apreciação deste Plano de Desenvolvimento levanta sérias inquietações, todas elas relacionadas com a viabilidade económica do PSA, na óptica dos ganhos para o Estado. A título de exemplo, enquanto o factor de recuperação apresentado para o gás, estimado em 70%, é aceitável, para o petróleo leve o factor de recuperação proposto de 22% é bastante abaixo da média mundial de 40%, quando se tem em conta os níveis de desenvolvimento tecnológico alcançados nesta indústria. Por outro lado, o CIP esclarece que tanto o capital como os custos operacionais propostos da Tranche 1 são aceitáveis. Contundo, tratando-se de um financiamento dentro do grupo Sasol e tendo em conta a experiência do PPA, que registou um aumento de capital na ordem de 60%, as condições estão criadas para que tanto o capital como os
DOSSIER
custos de operação sejam inflacionados, esterilizando o potencial de receita para o Estado moçambicano.
Despesas de investimento maiores do que as receitas esperadas Outrossim, a expansão da unidade central de processamento (CPF) prevista no PSA apresenta um valor realista, o que reforça o argumento do CIP de que o custo de 400 milhões de dólares, referente à primeira expansão, no contexto do PPA, foi astronomicamente exagerado. Um outro dado não menos importante elucidado pelo CIP prende-se com o facto de que mesmo antes de se considerar os aspectos acima indicados, o plano de desenvolvimento apresentado pela Sasol já era, na componente económica, problemático, por não apresentar resultados positivos, dado que as despesas de investimento são maiores do que as receitas esperadas. Ou seja, para um investimento global das duas tranches na ordem dos 3.5 biliões de dólares, as receitas previstas são menores, mais concretamente na ordem dos 2.3 biliões de dólares, reflectindo um défice ou perda de 1.2 biliões de dólares. Tal significa que o projecto mostra resultados economicamente não atractivos, pois o volume de investimentos é maior do que o volume de receitas. Para além de existir problemas na componente económica, o desenvolvimento do projecto também apresenta lacunas na componente legal. Isto deriva do facto de, apesar de se estar em 2017, com leis de petróleos e fiscal claras sobre as fontes de receita para o Estado, ainda se insiste em enquadrar o PSA numa lei de há 36 anos atrás,
a Lei 3/81 de 3 de Outubro (Lei da Actividade Petrolífera) e o Decreto do Conselho de Ministros (CM) nº 14/82 de 3 de Dezembro. Em termos concretos, o Estado moçambicano assina, hoje, um PSA sem partilha de produção. O Plano de Desenvolvimento não indica as assumpções das projecções de receita para a Sasol que são a base para o cálculo do ganho para o Estado moçambicano. De acordo com o CIP, o Plano de Desenvolvimento também não é transparente nas bases para as projecções das receitas do Estado moçambicano, mas indica que estas virão apenas do Imposto de Produção Petrolífera e do Imposto de Rendimento de Pessoas Colectivas. Posto isto, o CIP questiona como é que se pode aprovar um plano de desenvolvimento, em 2017, sem actualizar os aspectos fiscais do contrato (partilha de produção) que são regidos por uma lei de há 36 anos atrás, a Lei 3/81 de 3 de Outubro. Refira-se que a produção do petróleo leve em Inhassoro prevê custos de capital de 863 milhões de dólares e custos operacionais de 1.337
milhões de dólares, totalizando 2.200 milhões de dólares. Para este projecto prevêm-se receitas fiscais para o Estado na ordem de 1.731 milhões de dólares, resultantes da cobrança de impostos durante a vida do projecto. Quanto ao projecto de produção de gás de Temane prevê custos de capital na ordem dos 321 milhões de dólares e custos operacionais de cerca de 1.069 milhões de dólares, o que totaliza 1.390 milhões de dólares. Este projecto prevê, segundo o Plano de Desenvolvimento, receitas fiscais para o Estado na ordem de 656 milhões de dólares, durante a vida do projecto, o que poderá permitir ao Estado arrecadar em média 26,24 milhões de dólares anualmente. Adicionalmente, o contratado deverá entregar ao Estado, em espécie ou em dinheiro, uma quantidade correspondente a 5% do gás natural produzido e vendido em Temane e uma quantidade correspondente a 8% do petróleo leve produzido e vendido em Inhassoro, correspondendo a 1200 bbl/d. Recorde-se que este contrato termina em 2029. c
Produção do petróleo leve em Inhassoro
Produção do Gás de Temane
863 milhões USD
1.337 milhões USD
2.200 milhões USD
1.731 milhões USD
321 milhões USD
1.069 milhões USD
1.390 milhões USD
656 milhões USD
Custos de capital
Total
Custos de capital
Total
Custos operacionais
Receitas para o Estado
Custos operacionais
Receitas para o Estado
Investimento total nas duas Tranches: 3.5 biliões de dólares
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DOSSIER
Sasol Production Plan
Revenue outlook for the state is bleak The Public Integrity Center (CIP) said in a statement that the development plan for Sasol’s Production Sharing Contract for Temane’s natural gas and Inhassoro Light Oil is problematic and that the state’s revenue outlook is bleak. By Gildo Mugabe
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ccording to a CIP report, under the Production Sharing Agreement (PSA) made on October 2000 between the Government (ENH) and Sasol Petroleum Mozambique Lda (SPM), whose objective was to research, evaluate, develop and produce areas adjacent to the PPA area, Sasol announced new oil and gas founs in Inhambane.
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As early as February 2013, as per that report, Sasol notified the Government of the ‘commerciality’ of the findings and, on February 25, 2015, presented – for Government’s approval - the Development Plan for the production of oil light and natural gas, from Inhassoro and Temane’s deposits. It’s within the framework of this Development Plan that Sasol an-
nounced to the public the ‘discoveries’ made. However, the appreciation of this Development Plan raises serious concerns, all related to the economic viability of the PES, from the perspective of the gains for the State. As an example, while the recovery factor for 70% of the gas is acceptable, for light oil the proposed recovery factor of 22% is well below the
world average of 40% when taking into account levels of technological development achieved in this industry. On the other hand, CIP clarifies that both capital and proposed operating costs of Tranche 1 are acceptable. However, in Sasol’s group financing case, and in the light of PPA’s experience, which has registered a capital increase of around 60%, the conditions are created so that both capital and operating costs are inflated, sterilizing the revenue potential for the Mozambican state.
Investment expenses higher than revenues expected Also, the expansion of the central processing unit (CPF) provided in the PSA presents a realistic value, which reinforces the CIP’s argument that the cost of $ 400 million due to the first expansion in the PPA’s context was astronomically exaggerated. Another important point made clear by CIP is that, even before considering the above aspects, the development plan presented by Sasol was already problematic in the economic component, stating that investment expenses are higher than expected revenues. In other words, for a total investment of two tranches of around US $ 3.5 billion, the expected revenues are smaller, more specifically in the order of US $ 2.3 billion, reflecting a deficit or loss of US $ 1.2 billion. This means that the project shows economically unattractive results because because the volume of investments is greater than the volume of revenues. In addition to problems in the economic component, the development of the project also has gaps in the
Production of light petroleum in Inhassoro 863 million USD
1.337 million USD
2.200 million USD
Temane’s Liquid Gas 1.731 million USD
321 million USD
1.069 million USD
1.390 million USD
656 million USD
Capital costs
Total
Capital costs
Total
Operating costs
Sate’s Revenue
Operating costs
Sate’s Revenue
Investimento total nas duas Tranches: 3.5 biliões de dólares
legal component. This stems from the fact that, although it’s 2017, with clear oil and tax laws of revenue sources for the State, it is still insisted on framing the PSA in a law 36 years old, Law 3/81 of October 3 (Petroleum Activity Act) and Decree of the Council of Ministers (CM) nº 14/82 of 3 December. In concrete terms, the Mozambican state today signs a PSA without production sharing. The Development Plan doesn’t indicate the assumptions of revenue projections for Sasol that are the basis for the gain calculation for Mozambican State. According to CIP, the Development Plan is also not transparent on the basis of Mozambican State revenue projections, but indicates that these will come only from the Petroleum Production Tax and Corporate Income Tax. Having said this, the CIP questions how a development plan can be approved in 2017 without updating the fiscal aspects of the contract (production sharing) that are governed by a law 36 years old, Law 3/81 of October 3
It should be noted that Inhassoro’s light oil production provides capital costs of $ 863 million and operating costs of $ 1,337 million, totaling $ 2.2 billion. For this project tax revenues for the State are estimated at US $ 1,731 million, resulting from the tax collection over the project’s life. As far as Temane’s liquid gas production project, capital costs are due of $ 321 million and operating costs of $ 1,069 million, totaling $ 1,390 million. According to the Development Plan, this project provides tax revenues to the state of US $ 656 million over the project’s life, which could allow the State to raise an average of US $ 26.24 million annually. In addition, the contractor shall deliver to the State, in cash or in kind, an amount corresponding 5% of the natural gas produced and sold in Temane and an amount corresponding to 8% of the light petroleum produced and sold in Inhassoro, corresponding to 1200 bbl / d. It is recalled that this contract ends in 2029. c
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ECONOMia
Sector privado de Moçambique uma história a duas velocidades (1)
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Na passada edição, a Capital divulgou parte do relatório que o Banco Mundial lançou a propósito da Actualidade Económica de Moçambique e abordou a tendência de melhoria que se verificou já este ano. Desta feita, exploramos o retrato do sector privado formal e informal.
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recém-lançado Censo de Empresas (CEMPRE), que abrange o sector privado formal de Moçambique, sugere que a aceleração do crescimento da economia deste país, liderada pelos recursos, tem sido acompanhada por uma expansão das actividades não directamente relacionadas com a indústria extractiva, no sector privado. Desde 2002, o número total de empresas duplicou, e esses negócios empregam agora o dobro dos trabalhadores que empregavam em 2002. Apesar disso, a dinâmica no panorama industrial tem sido desequilibrada. O sector privado continua a mostrar-se altamente con-
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centrado, com um pequeno número de grandes empresas a dominarem os resultados, numa extremidade do espectro, e um grande número de microempresas, menos produtivas, na outra extremidade. Há também uma tracção persistente exercida por parte de Maputo, região que continua a atrair a maior parte das novas actividades económicas. Têm surgido alguns sinais positivos. A participação das pequenas e médias empresas no sector privado formal está a aumentar, sendo este um fenómeno que favorece o crescimento da produtividade em geral. No entanto, é provável que a crise económica em curso tenha um
impacto desproporcionalmente negativo sobre estas micro, pequenas e médias empresas emergentes. Uma análise das evidências emergentes indica que, enquanto as indústrias extractivas, outros megaprojectos e as grandes indústrias, mostram alguma resiliência, o resto do sector privado, os “rebentos” da economia, enfrentam a redução da procura, custos mais elevados e acesso mais difícil ao crédito. Considerando a abertura e exposição de Moçambique ao ciclo das matérias-primas, é essencial proceder a reformas que visem melhorar o ambiente de negócios, reforçar a concorrência e aperfeiçoar a educação e as competências.. c
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ECONOMia
Panorama Empresarial de Moçambique antes da crise Entre 2002 e 2015, o emprego formal e o número total de empresas em Moçambique duplicaram e Maputo ampliou a sua posição como centro da actividade económica do país.
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os últimos 15 anos, Moçambique teve um forte crescimento no número de empresas e um crescimento significativo no sector dos serviços. De acordo com o último censo de empresas, o número de firmas em Moçambique, formalmente registadas, aumentou 4% ao ano entre 2002 e 2015. Os dados mostram que o crescimento foi particularmente robusto nas áreas da construção e dos serviços, tais como imobiliário, serviços financeiros, transportes e logística. No sector da indústria transformadora, o número de empresas permaneceu inalterado, enquanto nos sectores da agricultura, pesca e turismo, o número de empresas diminuiu. Quase dois terços do crescimento empresarial da última década ocorreram na cidade de Maputo e na região da Grande Maputo. A área de Maputo, que contém cerca de 10% da população de Moçambique, capturou 62 % da expansão referente ao número de empresas. A cidade de Maputo e a Grande Maputo também registaram as maiores taxas de crescimento do emprego, logo seguidas pelas províncias de Sofala e Nampula. Foram criados novos postos de trabalho, principalmente pelas empresas situadas nas regiões mais po-
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bres. Em 2002, 28.000 empresas declararam que empregavam 255.000 pessoas. Até 2015, tanto o número de empresas como o de postos de trabalho tinham duplicado. Entre 2002 e 2015, o crescimento do em-
prego foi generalizado, sendo mais significativo nas províncias a norte e centrais, incluindo as de Tete, Sofala, Nampula e Zambézia, onde os níveis de pobreza são acentuados. Fora do sector extractivo, o maior crescimen-
Maputo também representou a maior quota de criação de emprego... Quota de novos postos de trabalho criados por província, 2002-1540
0-5 5 - 10 10 - 15 15 - 20 >20% Source: INE, Censo de Empresas (CEMPRE)
ECONOMIA
to do emprego registou-se no sector imobiliário.
… ... e o crescimento do emprego diversificou-se.
As más notícias Grande parte do sector privado em Moçambique continua a ser informal. Actualmente, cerca de 40% do PIB de Moçambique é produzido no sector privado informal, sendo esta uma das quotas mais elevadas da África Subsariana. De acordo com o mais recente levantamento dos agregados familiares, entre 70 a 80 por cento da mão de obra moçambicana declara trabalhar no sector informal. Aqueles que trabalham no sector informal não têm acesso a benefícios de protecção jurídica, segurança social e pensões. Devido à natureza informal dos seus negócios, também não têm acesso ao financiamento formal e podem sentir dificuldades em recrutar mão de obra qualificada, dois factores que limitarão a sua capacidade de desenvolverem a respectiva actividade e contribuírem para o crescimento económico. O sector privado formal continuava a ser dominado por um pequeno número de empresas, sendo 70% do emprego, das receitas e do valor acrescentado em Moçambique gerados por apenas 7% da totalidade das empresas registadas. Esta concentração constitui apenas uma ligeira melhoria comparativamente ao que se passava em 2002, altura em que 70% das receitas e do emprego eram gerados por apenas 5% da totalidade das empresas. O papel desempenhado pelos megaprojectos com investimentos de capital altamente intensivos em Moçambique constituiu um factor de dinamização fundamental para a concentração do valor acrescentado entre as grandes
Source: INE, Censo de Empresas (CEMPRE) empresas. Representa um forte contraste face às microempresas de Moçambique. Em 2015, três quartos das empresas no sector formal de Moçambique eram microempresas que empregavam menos de cinco funcionários. Normalmente, tais empresas encontravam-se envolvidas em empreendimentos de baixa produtividade, tendo sido responsáveis, no seu conjunto, por apenas 16% das receitas e 13% do emprego. Desde 2002, a produtividade da empresa média no sector extractivo tem vindo a ultrapassar, largamente, a das empresas de outros sectores. Com um aumento anual de 22%, a produtividade da mão de obra da empresa média no sector extractivo cresceu a um ritmo mais de sete vezes superior ao do sector agrícola, o outro único sector que registou um crescimento significativo a nível de produtividade entre 2002 e 2015. Além disso, apesar de a sua dimensão ainda ser pequena em termos de
contributo global para o PIB, as empresas do sector extractivo também já lutam a par dos “pesos pesados” no que se refere ao seu contributo para o valor acrescentado. De igual modo, as exportações do sector extractivo têm vindo a aumentar progressivamente, representando, em média, 25% de todas as exportações realizadas entre 2011 e 2016. E mais de metade do total de fluxos de IDE, desde 2009, foram dirigidos a esse sector.
As boas notícias Há alguns sinais de um crescente “meio” no panorama empresarial de Moçambique, sendo este um desenvolvimento que abona a favor do crescimento da produtividade. Apesar de o panorama empresarial de Moçambique continuar a ser dominado por empresas muito pequenas (as chamadas “microem-
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ECONOMia
presas”), registaram-se alguns sinais de um “meio” que cresce lentamente, ou seja, a quota de pequenas e médias empresas estava a aumentar. Desde 2002, a quota de pequenas e médias empresas, definidas como empresas com 5 a 19 funcionários (pequenas) e 20 a 100 funcionários (médias), aumentou de 19% para 25%. Além disso, a participação dessas empresas “médias” entre o grupo das empresas de alto desempenho aumentou de 21% para 36%. Houve também sinais de que alguns sectores estão, lentamente, a tornar-se mais competitivos. Um sintoma da alocação e ciente dos recursos em todos os sectores é que as empresas produtivas fazem com que as menos produtivas acabem por falir. Como resultado, as dispersões na produtividade tendem a ser menores nos sectores mais competitivos. Em 2015, as dispersões de produtividade das empresas em Moçambique ainda tendiam a ser elevadas dentro dos sectores, excepto no sector financeiro. No entanto, quando comparadas a 2002, tais dispersões de produtividade dentro dos sectores têm vindo a diminuir, sugerindo uma tendência de maior e ciência na alocação de recursos. A dispersão da produtividade dentro dos sectores teve uma diminuição mais expressiva entre as empresas agrícolas e nos sectores da educação e serviços financeiros. c NOTA DE DIRECÇÃO Na próxima edição, iremos adordar o impacto da crise económica bem como o apoio às pequenas e medias empresas durante e além crise.
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A quota das pequenas e médias empresas tem vindo a crescer...
b … em como na produtividade
% do número total de empresas, por tamanho da empresa
% de empresas no quartil superior de produtividade, por tamanho
Source: INE, Censo de Empresas (CEMPRE)
Source: INE, Censo de Empresas (CEMPRE)
A dispersão da produtividade nos sectores diminuiu, sugerindo um aumento da concorrência
Fonte: INE, Censo de Empresas (CEMPRE)
DESTAQUE A informalidade continuava a ser elevada e o valor acrescentado no sector formal continuava concentrado em algumas poucas grandes empresas. c
A maior quota de pequenas e médias empresas, e os sinais de aumento da concorrência dentro dos sectores apontam para algum dinamismo no florescimento do sector privado de Moçambique fora do sector extractivo. c
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ECONOMIA
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ECONOMY
Mozambique’s Private Sector – A tale of two speeds (1) In our latest edition, Capital published an excerpt of Central Bank report due to a Mozambican economical overview and we spoke about the positive tendency registered this year. Now we explore the profile of Mozambique’s formal and informal private sector.
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ccording to the Central Bank report about Mozambique’s Private Sector – A tale of two speeds, the recently released firm census, Censo de Empresas (CEMPRE), which covers Mozambique’s formal private
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sector, suggests that Mozambique’s resource- driven growth acceleration has been accompanied by an expansion in the non-extractive private sector. The overall number of firms doubled since 2002 and these businesses now employ twice as many
workers as in 2002. In spite of this, dynamics in the firms’ landscape have been lopsided. The private sector remains highly concentrated with a small number of large firms dominating output on one end of the spectrum, and a large number of less productive micro firms on the other end. There is also a persistent pull wielded by Maputo, which continues to attract the largest share of new economic activity. There have been some positive signs. The share of small and medium enterprises in the formal private sector is growing, a phenomenon that bodes well for overall productivity growth. However, the ongoing economic downturn is likely to have a disproportionately negative impact on these emerging micro, small and medium enterprises. A review of the emerging evidence indicates that while megaprojects and large industries are showing some resilience, the rest of the private sector, the green shoots, are facing reduced demand, higher costs and more difficult access to credit. Given Mozambique’s openness and its exposure to the commodity cycle, reforms to improve the business environment, strengthen competition, as well as improve education and skills are essential. c
ECONOMY
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Mozambique’s Firm Landscape prior to the crisis Between 2002 and 2015, formal employment and the total number of firms in Mozambique doubled;33 Maputo amplified its position as the country’s center of economic activity.
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ozambique experienced robust growth in the number of firms over the past 15 years and significant growth in the services sectors.
According to the latest firm census, the number of firms that are formally registered in Mozambique grew by 4 percent per annum between 2002 and 2015. Data shows that growth was particularly robust in construc-
Maputo has also accounted for the largest share of employment created … Share of new jobs created by province, 2002-1540
0-5 5 - 10 10 - 15 15 - 20 >20% Source: INE, Censo de Empresas (CEMPRE)
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tion and services such as real estate, financial services, transport and logistics. The number of firms in the manufacturing sector remained unchanged, while that of agriculture and fishery, and tourism declined. Almost two thirds of firm growth in the past decade happened in Maputo City and the Greater Maputo area. The Maputo area, which contains approximately 10 percent of Mozambique’s population captured 62 percent of the expansion in the number of firms. Maputo City and greater Maputo also registered the highest rates of employment growth, followed by the provinces of Sofala and Nampula. New jobs were created particularly by firms in poorer regions. In 2002, 28,000 firms reported employing 255,000 people. By 2015, both the number of firms and employment had doubled. Employment growth between 2002 and 2015 was widespread, with significant job growth in central and northern provinces including Tete, Sofala, Nampula and Zambezia, where poverty levels are accentuated. Outside of the extractives sector, the highest employment growth was registered in the real estate sector.
The bad news Much of the private sector in Mozambique remains informal. Approximately 40 percent of Mozambique’s GDP is currently produced in the informal private sector, one of the highest shares in Sub-Saharan Africa. According to the latest household survey, between 70 to 80 percent of the Mozambican labor force works in the informal sector. Those working in the informal sector lack access to legal protection, social security and pension benefits. Because of the informal nature of their business they also have no access to formal finance and might find it difficult to recruit skilled labor; two factors that will limit their ability to grow their activity and contribute to economic growth. The formal private sector continued to be dominated by a handful of firms, with 70 percent of employment, revenues, and value added in Mozambique being generated by just seven percent of all registered firms. This concentration constituted only a slight improvement in comparison with 2002, when 70 percent of revenues and employment were generated by only five percent of all firms. The role played by Mozambique’s highly capital intensive megaprojects was a key driver of the concentration in value added amongst the large rms. It presents a stark contrast with Mozambique’s micro rms. In 2015, three fourths of firms in Mozambique’s formal sector were micro businesses that employed fewer than five employees. These were typically involved in low productivity endeavors, and all together accounted for just 16 percent of revenue and 13 percent of employment.
… and employment growth has been diversified Formal private sector employment by sector, 2002-15
Source: INE, Censo de Empresas (CEMPRE) Since 2002, the productivity of the average firm in the extractives sector by far outpaced that of firms in other sectors. With an annual increase of 22 percent, labor productivity of the average firm in the extractives sector grew more than seven times as fast as in the agricultural sector, the only other sector which registered significant positive productivity growth between 2002 and 2015. Also, while still small in terms of its overall contribution to GDP, firms in the extractives sector were also already punching above their weight in terms of each firm’s contribution to value added. Similarly, exports from the extractives sector have been increasing steadily, accounting for on average 25 percent of all exports between 2011 and 2016. And more than half of total FDI flows
have gone to the sector since 2009.
The good news There have been some signs of a growing “middle” in Mozambique’s firm landscape, a development that bodes well for productivity growth. While Mozambique’s firm landscape continued to be dominated by very small (so called micro) firms, there were some signs of a slowly growing “middle “, i.e. the share of small and medium sized firms was increasing. Since 2002, the share of small and medium sized firms, de ned as firms with 5 to 19 (small) and 20 to 100 (medium) employees, grew from 19 to 25 percent. Moreover, the share of these “middle” firms among the group of high performing firms in-
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Maputo has also accounted for the largest share of employment created , Share of new jobs created by province, 2002-1540
Source: INE, Censo de Empresas (CEMPRE)
creased from 21 to 36 percent. There were also signs that some sectors are slowly becoming more competitive. One symptom of efficient allocation of resources across sectors is that productive firms drive the less productive ones out of business. As a result, productivity dispersions tend to be smaller in more competitive sectors. In 2015, productivity dispersions of firms in Mozambique still tended to be high within sectors with the exception of the financial sector. However, when compared to 2002 these within sector productivity dispersions have been on the decline across the board, suggesting a tendency towards more efficient resource allocation. Within sector productivity dispersion has declined the most amongst agricultural firms, as well as in the education sector and financial services. c On our next edition we will analyze the “Impact of the Economic Downturn” and “Supporting small and medium enterprises through the crisis and beyond”.
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Source: INE, Censo de Empresas (CEMPRE)
Productivity dispersion within sectors has declined suggesting increased competition
Source: INE, Censo de Empresas (CEMPRE)
DESTAQUE Informality remained high and value added in the formal sector continued to be concentrated in a few large firms. c
A greater share of small and medium enterprises and signs of increasing competition within sectors signal some budding dynamism in Mozambique’s private sector outside of the extractives sector. c
22, 23 e 24 NOVEMBRO MAPUTO CENTRO INTERNACIONAL DE CONFERÊNCIAS JOAQUIM CHISSANO
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MIRAMAR lidera audiências A TV Miramar, empresa moçambicana filiada no Grupo Record, está prestes a completar 19 anos e é, actualmente, líder no mercado audiovisual em Moçambique. A revista Capital foi tentar saber qual é o segredo do sucesso deste canal televisivo e em que pressupostos assenta a sua estratégia de liderança. Actualmente, está a investir na migração digital, nas infraestruturas, nos equipamentos, e na capacitação da sua equipa, e orgulha-se de ser a primeira TV Online HD moçambicana. Helga Nunes (texto) . Shanna Chicalia (fotos)
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resposta sobre o segredo do seu sucesso foi inequívoca: tudo acontece porque o seu foco são as pessoas. E nesse sentido, o Canal procura colocar-se no lugar da
audiência e perceber o que a mesma pretende e espera da TV. Ou seja, o telespectador torna-se assim no centro de tudo. E como o público surge sempre em primeiro lugar, a Miramar procura ser a pioneira no mercado e
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implementar padrões e conteúdos internacionais de qualidade. Contudo, a constante busca da excelência não significa que a TV Miramar seja uma marca elitista nem vocacionada somente para a classe popular. A Miramar assume-se como uma TV para todos e cultiva a preocupação de criar uma programação generalista, que remonta aos primórdios da sua história. Hoje, consegue exibir um leque diversificado com 27 programas semanais, 5 telenovelas e 4 telejornais diários que se dirigem a todas as pessoas de classes sociais, culturas e idades diferentes... ‘para que todo o mundo se sinta em casa’. Aliás, essa preocupação pelos gostos dos espectadores é constante e inequívoca. A esse propósito, o canal tem vindo a intensificar o conteúdo local ao longo dos anos e apresenta uma grelha de programas muito variada. Os seus gestores referem que possuem ‘as melhores novelas, programas de entretenimento que são líderes de audiência, programas nacionais de informação, turismo, música, variedades e entretenimento – que se encontram em constante evolução, e que inovam todos os dias com novas rubricas, cenários, reportagens e muita interacção com o público. Público esse que pode assistir e interagir com estes programas em directo, através das diferentes plataformas disponíveis.
programação em simultâneo e de forma gratuita pela plataforma web, através do endereço miramar.co.mz/ tv-online. Também é a Televisão presente no maior número de redes sociais: Facebook, Twitter, Instagram e Youtube, tendo somente no Facebook, mais de 550.000 fãs, que interagem diariamente com opiniões, críticas, dúvidas e participação nos programas em directo através deste canal. Está presente em todo o país em sinal aberto, e ainda faz parte da plataforma das principais operadoras de cabo de Moçambique e Angola, uma mais valia para os seus anunciantes que comunicam em simultâneo com dois países num único sinal.
Mais e mais produtos nacionais A busca pelo conteúdo nacional fez com que a TV se consolidasse como uma produtora de conteúdos. Antigamente, havia a percepção de que a Miramar não era um canal moçam-
bicano e que possuía muita programação estrangeira. Essa percepção estava, no entanto, equivocada e o canal já conseguiu desmistificar essa ideia. Dos seus 27 programas semanais, mais de metade são produtos moçambicanos. Inclusivé, a Miramar, exceptuando os programas nacionais gravados, tem diariamente na sua grelha 9 horas de programas nacionais em directo. Casos como o MZ no ar 1ª e 2ª edição, Belas Manhãs, Balanço Geral, Atracções e Fala Moçambique. Segundo a Direcção do canal, o que gerava essa percepção de que a TV é estrangeira é a qualidade dos programas internacionais que são emitidos. Por ser membro do grupo Record (A emissora é 80% moçambicana e conta com 20% de participação do Grupo Record), a TV Miramar consegue fazer uma selecção de conteúdos de sucesso e os seus produtos, entre séries e novelas, não são só de origem brasileira mas também portuguesa e americana, muito embora a predominância seja mesmo nacional.
Distribuição multiplataforma Sempre na vanguarda, a Miramar foi a primeira TV a apostar na distribuição multiplataforma de seu conteúdo. É a TV Online mais assistida do País, disponibilizando 100% da sua
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Acaba existindo uma ponte com duas direcções distintas e o canal promove o intercâmbio dos conteúdos nos dois sentidos, uma vez que também tem programas de entretenimento sobre Moçambique que são exibidas no Brasil e em Portugal. Um desses casos é o programa ‘Pérola do Índico’, um produto produzido pela Miramar que já foi premiado durante dois anos pelo Festival Luso do Porto como o melhor programa de turismo. E a propósito de prémios, o programa ‘Contacto Directo’ conta igualmente com dois galardões CNN de Jornalismo Africano, como o melhor Programa em Língua Portuguesa de África.
Novelas são um produto forte Na Miramar as telenovelas são um produto muito forte. Aliás, é o único canal, de momento, que emite 5 novelas diariamente. O marco que provocou o ‘Break Even’ da Miramar, segundo Alexandre Mari, o director
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de Marketing e Comercial daquela emissora, foi a novela ‘Os Dez Mandamentos’ - um espaço de entretenimento que veio inaugurar um novo segmento, o das novelas familiares com um cunho histórico. O produto televisivo em causa veio ao encontro das expectativas do público moçambicano porque retratava situações que todos os elementos da família podiam ver e comentar. Numa frase: a novela veio conquistar tanto os pais como os filhos. O diferencial da Miramar assenta numa audiência linear, de manhã à noite, e não apenas em picos de horário, e para isso contribui o facto de ter novelas para todos os segmentos (desde o infantil ao adulto, passando pelo público juvenil e em todos os períodos do dia). De facto, é esse fenómeno de audiências que contribui também para a sua ‘performance’ comercial. Mas ‘Os Dez Mandamentos’ foram um sucesso não só na TV como nos cinemas, onde a Miramar bateu um recorde de espectadores (que passou dos 35 às 90 mil). Inclusivamen-
te, o canal chegou ao ponto de criar salas de cinema no país para que as pessoas pudessem ver o filme. Uma estratégia fora do comum que resultou em pleno. Contudo, o esforço foi mais além, pois os artistas da novela vieram a Moçambique, interagiram com o público, mandando mensagens e convites no sentido de assistirem, falando um pouco sobre a história e dando autógrafos.
Informação conquista audiências Os programas que conseguem absorver o maior número de audiências são os telejornais. Nos três últimos anos, a crise financeira gerou uma maior preocupação pela busca de informação. E se antigamente a tendência do público era orientada para o entretenimento, hoje a mesma dirige-se mais para a informação. E a TV Miramar aproveitou a preferência, apostando em telejornais mais dinâmicos, peças mais curtas,
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um grafismo mais elaborado e melhores equipamentos. Por outro lado, aumentou também o número de telejornais na emissão de dois para cinco (MZ no ar 1a edição, Balanço Geral, MZ no Ar 2ª edição, Fala Moçambique e PME+) e os semanais, Economia & Negócios e Contacto Directo. Todos decorrem da produção nacional e lideram a audiência no canal.
Investimentos em tempo de crise Numa altura de contracção da economia, a Miramar tem realizado um grande investimento ao nível da tecnologia, equipamentos e infraestruturas do canal - tendo em vista a plataforma digital, tal como uma aposta na capacitação da sua equipa, fortalecendo competências. A nível tecnológico, as operadoras (DSTV, Startimes, TV Cabo, por exemplo) já recebem o sinal da Miramar em alta definição. Aliás, actualmente, já se pode ver a TV Miramar na íntegra online e a resolução das imagens é de superior qualidade (HD). Em 2017, foi realizado um avultoso investimento em equipamentos com esta finalidade. Mas o Canal também fez outras melhorias como alterações nos estúdios, mudança de padrões gráficos e cenários de programas, e aumentou o número de equipamentos de gravação e edição, e viaturas, como forma de proporcionar uma melhor emissão e produção. No sentido de fazer mais exteriores, foram adquiridas cerca de 15 viaturas com boas condições para se deslocarem e equipamentos foram comprados para que a TV Miramar
possa fazer ‘directos’ a partir de qualquer lugar. Assim sendo, já é possível ver nos telejornais e restantes programas de produção diversos ‘inserts’ ao vivo. A Miramar apostou também na capacitação dos recursos humanos. Técnicos espanhóis vieram a Moçambique para montar os equipamentos e passaram uma semana a dar
formação para que a equipa pudesse operar com os novos equipamentos digitais (da Reggie e Edição). Em paralelo, tem sido feito um grande investimento na melhoria da infraestrutura e qualidade do sinal, que era uma das prioridades devido à migração digital. A migração é o maior e mais expressivo investimento e envolve a substituição de todo
RECURSOS HUMANOS
Equipa Número 1 Nada como ir à TV e ter um contacto directo com as estrelas que diariamente fazem as delícias de milhões de pessoas. A equipa é praticamente 100% moçambicana. De 123 profissionais, apenas três são estrangeiros. Constantemente, a mesma recebe formações (em diferentes sectores) por profissionais internacionais do Grupo Record e de outras empresas congéneres, e é de realçar que são jornalistas e apresentadores que vestem a camisola da Miramar. c
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o equipamento analógico da TV por equipamentos digitais em HD (High Definition) tornando a Miramar novamente a pioneira ao emitir o seu sinal totalmente digital. Segundo o administrador executivo da Miramar, Leandro Maquinez, “os investimentos não irão parar. A Miramar já está a preparar grandes novidades para a sua programação de 2018, que inclui a estreia de novelas inéditas, reality shows, desporto, e novos conteúdos para os programas regulares da grelha. Assim como os nossos clientes têm acreditado e investido em nós, acreditamos em Moçambique e continuaremos também a investir, pois devemos semear para colhermos bons frutos. E este é o momento, é a nossa convicção”.
Origem da robustez financeira Mas… De onde vem toda esta robustez financeira? Através do investimento publicitário. Nos dias que correm, a Miramar possui cerca de 93% do seu espaço comercial ocupado. Aliás, nunca havia registado na sua vida uma adesão de anunciantes tão grande como agora. Ao que tudo indica, as suas receitas provêm da gestão eficiente e sustentável dos espaços publicitários, que não são apenas breaks comerciais porque o departamento comercial – em
Fonte: IPSOS Connect
posse da sua criatividade – criou uma série de formatos diferenciados. A marca Miramar é inovadora não só em termos de programação como a nível comercial e a sua equipa cria soluções diferentes dos concorrentes. Todos os anos, os profissionais que angariam publicidade agregam novos formatos ao portfolio de produtos do Canal, não deixando à concorrência grande espaço de manobra. Desse modo, além dos spots inseridos nos programas, a equipa de Executivos de Contas recorre ao ‘merchandising’ e ‘product placement’. E outra das vantagens é que conseguem também fazer ‘cross media’ em todas as plataformas. Além do mais, partilham com os seus clientes os estudos de audiência,
relatórios de emissão e clippings que garantem que o serviço contratado é mesmo prestado. Em suma, a TV Miramar está a projectar novas e melhores condições para a produção de programas nacionais no sentido de mais e melhor conteúdo, seja através de ligações em directo do local onde a notícia acontece, seja através de uma maior interacção com o telespectador, daí a o investimento realizado em novas plataformas. A Miramar quer chegar a todos, de diferentes formas, e tem trabalhado no sentido de levar um sinal digital de melhor qualidade a um maior número de pessoas. E a adicionar a todos estes ingredientes, novos conteúdos e estreias estão previstos para breve. c
EM DESTAQUE
Campanha ‘Contigo em primeiro lugar’ da emissora intitulada “Contigo em #primeirolugar”. Através da mesma, a Miramar agradece ao seu público telespectador enaltecendo a sua importância e Está no ar a Campanha Publicitária
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enfatiza quem está para ela (e com ela) em primeiro lugar, e pode ser vista não apenas no ecrã da TV mas em diversos suportes de média espalhados pelo país. c
BACKGROUND THEME
MIRAMAR leads audiences V Miramar, a Mozambican company affiliated with the Record Group, is about to turn 19 and is currently the leader in Mozambique’s audiovisual market. Capital magazine was trying to know what’s the secret of the success of the television channel and on what assumptions is based on its leadership strategy. It’s currently investing in digital migration, infrastructure and equipment, and its team’s training, and is proud to be the first Mozambican HD Online TV. Helga Nunes (text). Shanna Chicalia (photos)
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he answer to the secret of their success was unmistakable: everything happens because their focus is on people. Regarding this, the Channel seeks putting itself
in the audience’s shoes and realizes what they intend and expect from the TV. Meaning, the viewer thus becomes the center of everything. And as the public always comes first, Miramar aims to be the market’s pioneer
BACKGROUND THEME
and implement quality international standards and contents. However, the constant pursuit of excellence doesn’t mean that TV Miramar is an elitist brand or aimed only at the popular class. Miramar assumes itself as a TV Channel for all and cultivates the concern in creating a generalist programming, that goes back to the beginnings of its history. Today, it can display a diverse range of 27 weekly programs, 5 soap operas and 4 daily news programs appealing appeal to everybody from different social backgrounds, cultures and ages ... ‘so that everyone can feel at home.’ In fact, this concern for spectators’ tastes is constant and unequivocal. In this regard, the channel has been intensifying local content over the years and presents a wide variety of programs. Its managers says they have the best soap operas, entertainment programs that they are audience leaders, national information programs, tourism, music, variety and entertainment - that are constantly evolving and innovating every day with new headings, scenarios, news reports and lots of public interaction. Public that can watch and interact with these programs live, through different available platforms.
works: Facebook, Twitter, Instagram and Youtube, having on Facebook more than 550,000 fans, who interact daily with opinions, criticisms, doubts and participation in live programs through this channel. It is present throughout the country in an open signal, and is still part of the main cable operators platform of Mozambique and Angola, an added value for its advertisers that communicate simultaneously with two countries in a single signal.
More and more national products The search for national content made the TV’s consolidation as a content producer. In the old days, there was the perception that Miramar wasn’t a Mozambican channel and that it had a lot of foreign programming. This perception was, however, wrong and the channel has already managed to demystify this idea. Of its
27 weekly programs, more than half are Mozambican products. Including, Miramar has daily on its grid 9 hours of live national programs, excluding recorded national programs. MZ 1st and 2nd edition, Belas Manhãs, Balanço Geral, Atracções e Fala Moçambique. According to the channel’s management team, what was behind this perception that the TV is foreign is the quality of the aired international programs. As a member of the Record group (the station is 80% Mozambican and Record has 20%), TV Miramar is able to make a selection of successful content and its products, between series and soap operas, are not only but also Portuguese and American, although the predominance is still national. There is a bridge in two different directions and the channel promotes content exchange in both directions, since it also has entertainment programs about Mozambique exhibited
Multiplatform distribution Always ahead, Miramar was the first TV to bet on its content’s multiplatform distribution. It is the most watched online TV in the country, providing 100% of its programming simultaneously and free of charge via the web platform, through the address miramar.co.mz/tv-online. It is also the television network present in the largest number of social net-
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in Brazil and Portugal. One such case is the ‘Pérola do Índico’ program, a product produced by Miramar that has been awarded for two years by Festival Luso do Porto as the best tourism program. And in terms of prizes, the ‘Direct Contact’ program also has two CNN Awards for African Journalism, as the best Portuguese Language Program in Africa.
Soap operas a strong product At Miramar soap operas are a very strong product. In fact, it is the only channel, at moment, broadcasting 5 soap operas daily. Miramar’s Break Even, according to Alexandre Mari, the channel’s Marketing and Commercial Manager, was the soap opera
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‘The Ten Commandments’ - an entertainment space that initiated a new segment, family soap operas with a historical imprint. This tv product met the expectations of Mozambican public because it portrayed situations that all family members could see and comment on. In one sentence: the soap opera arrived to conquer both parents and children. Miramar’s differential is based on a linear audience, from morning to night, and not only at peak times, and for this it contributes the fact of having soap operas for all segments (from the child to the adult, through the youth public and in all periods of the day). In fact, it’s this audience phenomenon that also contributes to its commercial performance.
But ‘The Ten Commandments’ were a hit not only on TV but also in theaters, where Miramar hit a recordbreaking audience of 35 to 90,000. The channel went so far as to create cinemas in the country so people could see the movie. An unusual strategy that resulted in full. However, the effort went further, as the soap opera’s actors came to Mozambique, interacted with the public, sending messages and invitations to watch, talking a little about the story and signing autographs.
Information conquers audiences The programs that absorving audiences’ largest number are the news. In the last three years, the financial
BACKGROUND THEME
crisis has generated a greater concern for the search of information. And if in the past the public trend was entertainment oriented, today it is directed more towards information. TV Miramar took advantage of the preference, betting on more dynamic television shows, shorter news, more elaborate graphics and better equipment. On the other hand, the number of news programs aired went from two to five (MZ 1st edition, Balanço Geral, MZ no Ar 2ª edição, Fala Moçambique e PME+) and the weekly ones, Economia & Negócios e Contacto Directo. All coming from national production and lead the audiences in the channel.
Investments in times of crisis At a time of economic contraction, Miramar has made a major investment in technology, equipment and infrastructure of the channel - in view of the digital platform, betting the team’s training, strengthening skills. At technological level, carriers (DSTV, Startimes, Cable TV, for example) already receive Miramar’s signal in high definition. By the way,currently, you can see TV Miramar in full online and the resolution of the images is of superior quality (HD). In 2017, a massive investment of
Fonte: IPSON Connect
one million dollars was made only in equipment for this purpose. But the Channel also made other improvements such as changes in the studios, changing graphic standards and program scenarios, and increased the number of recording and editing equipment and vehicles as a way to deliver better broadcast and production. In order to make more exterior, were acquired about 15 vehicles and equipment was purchased so
TV Miramar can be live direct from anywhere. Thus, it’s already possible to see in news programs and other productions several live ‘inserts’. Miramar also bets on human resources’ training. Spanish technicians came to Mozambique to assemble the equipment and spent a week training the team to operate the new digital equipment (from Reggie and Editing). In parallel, a major investment has been made in improving signal infrastructure and quality, which was
HUMAN RESOURCES
Number1 Team Nothing like going to the TV and having a direct contact with the stars that daily make the delights of millions of people. The team is practically 100% Mozambican. Out of 123 professionals, only three are
foreigners. It is constantly receiving training (in different areas) by international professionals from the Record Group and other similar companies, and it is noteworthy that they are journalists and presenters who wearing Miramar’s jersey. c
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BACKGROUND THEME
a top priority due to digital migration. Migration is the largest and most significant investment and involves the replacement of all analog TV equipment with digital equipment in HD (High Definition) - making Miramar again the pioneer when it emits its full digital signal. According to Miramar ‘s executive director, Leandro Maquinez, “investments won’t here. Miramar is already preparing great news for its 2018 program, which includes the debut of soa operas, reality shows, sports, and new content for the regular programs of the grid. Just as our clients have
believed and invested in us, we believe in Mozambique and we will continue investing as well, because we must sow to reap. It’s our conviction that this is the moment, “he says.
Financial Strengh’s origin But ... Where does all this financial strengh come from? Through advertising investment. These days, Miramar has about 93% of its commercial space occupied. In fact, they had never seen advertiser support in his life as great as now. It seems that
its revenues come from the efficient and sustainable management of advertising spaces, which aren’t just commercial breaks because the sales department – with its creativity - has created a series of different formats. Miramar brand is innovative not only in terms of programming but also in commercial terms, and its team creates different solutions from their competitors. Each year, advertising professionals add new formats to the Channel’s product portfolio, leaving little room for competition. Thus, in addition to the spots inserted in the programs, the Account Executives team uses merchandising and product placement. Another advantage is that they can also do cross media on all platforms. Moreover, they share with their clients audience studies, emission reports and clippings that guarantee that the contracted service is actually provided. In short, TV Miramar is projecting new and better conditions for national programs production directed to more and better contents, either through live links where the news happens or through viewer’s greater interaction, hence the investment made in new platforms. Miramar wants to reach everyone, in different ways, and has worked to bring a better quality digital signal to a greater number of people. And to add to all these ingredients, new content and premieres are planned for soon. c
HIGHLIGHT
“With you first” Campaign Campaign “With you #first”. Through it, Miramar thanks its viewers for its importance and emphasizes who’s for it (and with It airing the Channel’s Publicity
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it) in first place, and can be seen not only on the TV screen but in several media supports throughout the country. c
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análise
MERCADO BOLSISTA
REQUISITOS DE ADMISSÃO À COTAÇÃO PARA ACÇÕES
MERCADO DE COTAÇÕES OFICIAIS (Estado e Grandes Empresas)
SEGUNDO MERCADO (Pequenas e Médias Empresas)
ü
ü
16 000 000 MT
4 000 000 MT
ü
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2 anos
9 meses
CONFORMIDADE LEGAL DA EMPRESA E DAS ACÇÕES CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA PREVÍSIVEL OU VALOR DE CAPITAIS PRÓPRIOS ADEQUADA SITUAÇÃO ECONÓMICA-FINANCEIRA DA SOCIEDADE PUBLICAÇÃO DE RELATÓRIOS DE GESTÃO E CONTAS ANUAIS DA SOCIEDADE
TEMPO E CUSTOS TEMPO DE UM PROCESSO DE ADMISSÃO À COTAÇÃO DE ACÇÕES: 3 A 6 MESES
CUSTOS DA BVM TAXA DE ADMISSÃO:
0,05%
TAXA DE MANUTENÇÃO: 0,01% LIVRE TRANSMISSIBILIDADE DAS ACÇÕES DISPERSÃO DE ACÇÕES A COTAR EM BOLSA
ü 15%
ü
TAXA DA CENTRAL:
5%
TAXA DO BANCO:
0,08% VARIÁVEL
Requisitos de Admissão à Cotação de Acções
A
transacção e movimentação de Valores Mobiliários (acções, obrigações, papel comercial e outros títulos), nos mercados de capitais são feitos no Mercado Primário de Valores Mobiliários (onde se criam os títulos) e no Mercado Secundário de Valores Mobiliários (transacção e movimentação dos títulos criados no Mercado Primário). Quando no Mercado Secundário se realizam operações relativas a títulos cotados na Bolsa de Valores, estamos perante o Mercado de Bolsa, ou Mercado Bolsista, um mercado caracterizado pela existência de normas legais e operacionais, de conhecimento público, que asseguram a transparência, o anonimato e a igualdade de circunstâncias relativamente à participação dos investidores nesse mercado. Temos, por outro lado, o Mercado Fora de Bolsa (operações com títulos não cotados em Bolsa), também designado por Mercado OTC (“Over-the-counter”), um mercado com menor nível de protecção dos investidores e menor equidade e justiça em termos da sua participação. Na Bolsa de Valores de Moçambique, o mercado bolsista está segmentado em função da dimensão das empresas, havendo por isso um mercado para o Estado e as Grandes Empresas – o Mercado de Cotações Oficiais (MCO) – e um mercado de bolsa para as PME (Pequenas e Médias Empresas) – o Segundo Mercado. O mercado de bolsa para as PME´s foi criado pela Bolsa de Valores em 2009 para permitir o acesso deste importante segmento do sector empresarial ao Mercado de Capitais, pelo grande contributo das PME’s na economia nacional, em particular na criação de emprego e na geração de rendimento para as famílias. Para dar maior nível de confiança ao merca-
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Salim Cripton Valá,
PCA da Bolsa de Valores de Moçambique
do e aos seus investidores, a Bolsa de Valores condiciona a cotação das empresas ao cumprimento de um conjunto de requisitos (legais, económicos e de mercado), que são diferentes para cada um dos tipos de títulos (acções, obrigações, Papel Comercial e outros) e para cada um dos Mercados de Bolsa (Mercado de Cotações Oficiais e Segundo Mercado de Bolsa). Nos mercados bolsistas, as acções são os títulos mais negociados, pelo que as condições de admissão deste título na Bolsa de Valores assumem um especial relevo. A seguir apresenta-se a tabela contendo os requisitos de admissão de acções para cada mercado, o tempo e os custos: Até ao final de 2016, eram 4 as empresas cotadas no mercado de bolsa, nomeadamente a CDM – Cervejas de Moçambique, CMH – Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos, CETA – Construção e Engenharia, e EMOSE – Empresa Moçambicana de Seguros. Em 2017, foram admitidas à cotação 2 empresas, designadamente a MATAMA – Matadouro da Manhiça, SA, em 24 de Abril, e a Zero Investimentos, SA, a 18 de Agosto, naquela que constituiu a primeira PME a ser cotada na Bolsa de Valores. As 6 empresas cotadas no mercado de bolsa da BVM pertencem aos mais distintos sectores de actividade económica, nomeadamente indústria alimentar e de bebidas, recursos minerais e energia, construção, serviços e seguros. Para além dos actuais mercados de bolsa da BVM – o Mercado de Cotações Oficiais e o Segundo Mercado - a instituição tem ainda a competência regulamentar necessária para a criação de novos mercados de bolsa, sempre que tal seja de relevante interesse para o desenvolvimento do Mercado de Capitais em Moçambique. c
SECTOR EMPRESARIAL RESPONDE FAVORAVELMENTE A NECESSIDADE DE DESENVOLVER O MERCADO BOLSISTA EM MOÇAMBIQUE
E
m Moçambique, como na generalidade das praças financeiras, a gestão dos mercados de bolsa é a competência nuclear das Bolsas de Valores, sendo muitas vezes a sua principal actividade. Em bolsas de maior reputação e com um forte dinamismo, essa é a principal fonte de geração de receitas. O volume de negócios no mercado bolsista em 2016 foi de 2.787 Milhões MT, quandosó até Setembro de 2017 o seu valor é de 3.413 Milhões MT, representando até agora um aumento de 22,5%. Os factores que dinamizam e concorrem para a eficiência dos mercados de bolsa são o livre acesso ao mercado e a sua transparência, o nível de liquidez, a diversificação de produtos e serviços, para além da multiplicidade de investidores e de empresas. A reduzida dimensão e impacto da bolsa na economia está, de alguma forma, correlacionado com as baixas cifras dos principais indicadores bolsistas (como capitalização bolsista, volume de negócios, liquidez do mercado e títulos cotados). Uma das prioridades de primeira linha da Bolsa de Valores de Moçambique é a atracção de novas empresas para o mercado bolsista da BVM, promovendo a diversidade em termos de tipo de actividade económica, dimensão das empresas e sua localização geográfica. Assim, a BVM estabeleceu como uma das metas para 2017 a admissão à cotação de 4 novas empresas, projectando cotar mais 12 novas empresas até 2019. O alcance desta importante meta da BVM começou em Abril do corrente ano, com a admissão à cotação da MATAMA – Matadouro da Manhiça, SA, e prosseguido através da admissão daZERO INVESTIMENTOS, SA. Esta segundaempresa assumiu um significado peculiar para o mercado de capitais e para a BVM, por ser a primeira a ser cotada no Segundo Mercado de Bolsa, um mercado bolsista criado pela BVM, em 2009, e vocacionado para as PME´s, um segmento que representa acima de 98% da paisagem empresarial de Moçambique. Com a admissão à cotação da primeira PME no Segundo Mercado de Bolsa, estamos a quebrar paradigmas enraizados e a desmistificar a visão e percepção de que a Bolsa de Valores é um instrumento financeiro exclusivo para as grandes empresas e investidores. Questionando a aura de elitismo que muitas vezes rodeia as Bolsas de Valores, estamos a contribuir para popularizar o uso da bolsa em Moçambique e a tornar o nosso sistema financeiro mais vigoroso, inclusivo e calibrado para responder as demandas dos agentes económicos nacionais. Como BVM, queremos reconhecer que o sector empresarial está a responder ao desafio imposto pela necessidade de desenvolver o mercado bolsista em Moçambique. c
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análise
STOCK MARKET
EQUITY LISTING REQUIREMENTS
OFFICIAL MARKET (the State and Large Enterprises)
SECOND MARKET (Small and Medium Enterprises)
LEGAL REQUIREMENTS FOR COMPANIES AND SHARES MARKET CAPITALIZATION OR STOCKHOLDERS’ EQUITY
TIMEFRAME AND COSTS
Timeframe of Listing Process 16,000,000 MT
4,000,000 MT
2 years
9 months
ADEQUATE FINANCIAL AND ECONOMIC SITUATION PUBLICATION OF MANAGEMENT AND AUDIT REPORTS
Salim Cripton Valá,
PCA da Bolsa de Valores de Moçambique
Equity: 3 to 6 MONTHS Exchange Costs Listing cost: 0.05%
FREE TRANFERABILITY OF SHARES SHARES’ FREE FLOAT
the
15%
5%
Maintenance 0.01%
cost:
Listing Requirements for Equity
T
he trading and movement of securities (shares, bonds, commercial paper and others) in the Capital Markets are conducted in the Primary Market (where the securities are created) and in the Secondary Market (where securities created in the Primary Market are traded). When trading at the Secondary Market are comprised of trades of securities listed on the Stock Exchange, we are faced with a Stock Exchange Market or just Stock Market, a market defined by the existence of legal and operational regulations and public awareness that ensure transparency, anonymity and equality of circumstances with regard to the participation of investors in the market. On the other hand, there is the Over-the-counter Market (trading of securities not listed on the Stock Exchange), also called OTC Market, which is a market with lower protection of investors and less equity and fairness in terms of their participation. On the Mozambican Stock Exchange, the stock market is segmented according to the companies’ size, one for the State and Large Enterprises - the MCO or Official Market - and another market for Small and Medium Enterprises (SMEs) - the Second market. The stock market for SMEs was created by the Stock Exchange in 2009 to offer opportunities for this important segment of the business sector to access the Capital Market, considering its great contribution to the national economy in creating employment and generating income for households. In order to increase market and inves-
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tors trust, the Stock Exchange conditions the listing of companies to a set of requirements (legal, economic and of the market), which are different for each type of securities (shares, bonds, commercial paper and others) and for each Stock Markets (Official Market and Second Market). Equity or shares comprise the most traded securities in the Stock Market, so the requirements for listing this security at the Exchange take on great importance. The table below shows Equity listing requirements for each market, timeframe and costs: By the end of 2016 there were 4 companies listed on the stock market, namely CDM - Cervejas de Moçambique, CMH - Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos, CETA - Construction and Engineering and EMOSE - Empresa Moçambicana de Seguros. In 2017, 2 companies were admitted to listing, namely MATAMA - Matadouro da Manhiça, SA, on April 24, and Zero Investimentos, SA, on August 18, which represented the 1st SME to be listed on the Stock Exchange. The 6 companies currently listed on BVM stock market belong to the most diverse sectors of economic activity, namely food and beverage industry, mineral and energy resources, construction, services and insurance. In addition to BVM current markets – The Official and Second Market - the institution still has the required regulatory jurisdiction to create new markets, whenever it becomes relevant for the development and contribution to the Capital Market in Mozambique. c
BUSINESS SECTOR RESPONDS FAVORABLY TO THE NEED TO DEVELOP THE STOCK MARKET IN MOZAMBIQUE
I
n Mozambique, as in most financial markets, the management of the stock market is the core business of the Stock Exchanges, often representing its main activity. In more reputable and dynamic exchanges, this is the main source of income generation. The value of trades in the stock market in 2016 was MT 2,787.00 million while in the first half of 2017 the value is already MT 3413 million, representing a 22.5% growth. The factors that stimulate and contribute to the stock market’s efficiency are the free access, transparency and liquidity of the market, products diversification and services, as well as the multiplicity of investors and companies. The small size and impact of the stock Exchange in the economy is to some extent, linked with the low numbers of the main stock indicators (such as market capitalization, turnover, market liquidity and listed securities). One of the main priorities of the Stock Exchange in Mozambique is the attraction of new companies to listing on BVM, promoting diversity in terms of economic activity, companies’ size and geographical location. Thus, BVM has set as one of its goals for 2017, the admission to listing of four new companies and a total of 12 companies by 2019. The achievement of this important BVM goal began in April this year, with the listing of MATAMA - MATADOURO DA MANHIÇA, SA, and continued with the admission of ZERO INVESTIMENTOS, SA. This last company assumed a special significance for the capital market and for the stock exchange, as it represented the first company to be listed on the Second Market, created by BVM in 2009 for the SMEs, a segment that represents more than 98% of the business sector outlook. With the listing of the 1st SME in the Second Market, we are breaking rooted paradigms and demystifying the vision and perception that the Stock Exchange is an exclusive financial instrument for large companies and investors. Questioning the aura of elitism that often surrounds the Stock Exchanges; we are contributing to popularize the stock market products and services in Mozambique and creating a vigorous financial system, inclusive and prepared to respond to the demands of the national economic agents. As BVM, we believe that the business sector is responding to the challenge imposed by the need to develop the stock market in Mozambique. c
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banca
Inclusão Financeira
Para todo o problema há uma solução A Financial Sector Deepening Moçambique (FSDMoç) é uma entidade vocacionada para o desenvolvimento do sector financeiro, com enfoque para a inovação e expansão dos serviços e produtos financeiros. Na sua estratégia, o públicoalvo abrange toda a população de baixa renda com particular incidência no segmento das mulheres e dos jovens, nas zonas rurais, assim como nas pequenas e médias empresas. A sua intervenção no mercado decorre do estabelecimento de parcerias estratégicas com instituições do sector público, privado e organizações de desenvolvimento e a sua missão é providenciar assistência técnica e subvenções, recorrendo ao conhecimento técnico e orientando fundos de modo a promover a capacitação. Helga Nunes (texto) . Shanna Chicalia (fotos)
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banca
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Financial Sector Deepening Moçambique (FSDMoç) é uma entidade facilitadora do desenvolvimento do sector financeiro, que tem por missão expandir os níveis de inclusão. A FSDMoç começou a intervir no mercado moçambicano em Março de 2014, como um programa de desenvolvimento do DFID (Department for International Development) com a missão de contribuir para aumentar os níveis de inclusão financeira. A organização conta assim com o apoio do governo britânico através do DFID e a boa novidade é que, este ano, o governo sueco também se juntou ao grupo parceiros que apoiam a FSDMoç. Para já, a organização conta com três a cinco milhões de libras anuais para garantir a sua missão. No foco da sua estratégia, o público-alvo abrange sobretudo as mulheres, os jovens e a população rural de baixa renda, tal como os pequenos negócios caracterizados por uma falta de acesso a serviços financeiros apropriados e acessíveis. Ao mesmo tempo, a FSDMoç suporta os seus parceiros-chave no que diz respeito à inovação e à expansão de serviços financeiros, recorrendo ao conhecimento técnico e orientando os fundos de modo a promover a capacitação e desenho de novos produtos e serviços financeiros inovadores que respondem às necessidades dos grupos alvo. “No fundo, trata-se de um programa catalítico. Nós não implementamos directamente as intervenções mas trabalhamos com parceiros que envolvem instituições financeiras, reguladores e instituições públicas”, diz a CEO da Financial Sector Deepening Mozambique, Esselina Macome. Nesse sentido, e em termos de processo, a equipa da FSDMoç identifica as falhas no mercado, através da realização de estudos de mercado; apresenta uma solução que deve ser implementada
ADULTOS NAS ZONAS RURAIS POR PROVÍNCIA
77,3%
81,5%
79,7%
84,6%
72,7%
72,2%
72,5%
65,7% 57,2%
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no sentido de resolver um determinado problema, indo ao encontro das necessidades do grupo-alvo. “É assim que são desenhadas as iniciativas. Nós, os bancos, as seguradoras e as instituições de moeda electrónica, entre outros intervenientes, identificamos a falha e avaliamos a solução possível em conjunto”, refere. Em termos de abrangência, a FSDMoç opera em todo o país e com todas as instituições que fazem parte do sistema financeiro, desde que se identifique um problema e suas possíveis soluções. “Um exemplo... Neste momento, estamos a intervir na área agrícola. Muitas vezes, quando se fala de finanças para a agricultura, fala-se somente de crédito. Mas nem sempre os agricultores precisam de crédito e conceder crédito a uma pessoa que não está habituada a trabalhar com transacções financeiras pode revelar-se um problema. Como tal, queremos identificar quais são as outras necessidades dos agricultores”, adianta
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SOFALA
INHAMBANE
GAZA
MAPU TO PROVINCE
a representante da organização.
Inovação é uma mais valia Além da FSDMoç, existem mais 8 FSDs em 8 países africanos (Zâmbia, Tanzania, África do Sul, Ruanda, Uganda, Ethiopia, Nigéria, Quénia) e a FSDAfrica actua como uma espécie de ‘network’. Uma das mais-valias da rede que implementa passa pela partilha de informações e experiências de algumas entidades. “Na capacitação, todos nós acreditamos na inovação e estamos a participar numa formação sobre o dinheiro electrónico e chamamos os nossos parceiros para perceberem como as instituições financeiras se posicionam numa era digital”, explica a CEO. Nesse âmbito, a FSDMoç está a criar uma comunidade em que todos participam e discutem soluções que possam contribuir para a construção do sistema de servicos financeiros digitais em Moçambique. Ou seja, há resultados e partilha de experiências e
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RENDIMENTO DA PESCA, AGRICULTURA E PASTORÍCIA
20%
DEPENDENT ON OTHER NEGÓCIO PRÓPRIO BISCATE SALÁRIO
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VENDA DE PRODUTOS NÃO 2% PROCESSADOS RECOLHIDOS DA NATUREZA0% SEM SALÁRIO PENSÃO
17% 22% 16% 17%
59% 31%
45%
20%
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RURAL URBAN Fontes de Rendimento
informações entre diversas instituições. E esta troca de informações acontece a nível de África, tendo por base o uso das plataformas digitais. A inovação é um dos instrumentos de eleição da organização e existe uma forte participação da esfera académica nos trabalhos encetados. “Promovemos estudos de mercado e, quando queremos inovar, as universidades são chamadas. As academias são convidadas porque a casa da inovação são as academias”, garante Esselina Macome. A esse propósito, foi organizado um concurso, através do qual alguns inovadores trouxeram ideias para resolver um determinado problema. E, actualmente, a FSDMoç está a trabalhar com os mesmos na área das novas tecnologias. A ideia é fazer um casamento bem-sucedido entre os estudos de mercado (com o levantamento de problemas e correspondentes soluções) e o uso da inovação através das novas tecnologias. A FSDMoç já realizou estudos, e, em breve, irá lançar um sobre como as pessoas constroem as suas casas. Com base nos dados recolhidos, as insti-
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tuições de crédito poderão identificar oportunidades. “O nosso estudo sobre grupos de poupança mostrou que muito do dinheiro poupado é canalizado para a construção”, revela.
‘Work in progress’ com grupos de poupança A FSDMoç acredita que uma maior participação em grupos de poupança poderá contribuir para o aumento das poupanças, acesso ao crédito, acumulação de riqueza, investimento em negócios, consumo, segurança alimentar, capital social e resiliência. Contudo, e apesar destas conquistas, o sector enfrenta ainda inúmeros desafios. O total de adultos da população rural é de 9.7 milhões de pessoas (67% da população de Moçambique) e 59% dedica-se à Agricultura e Pescas. Curiosamente, a Agricultura é a que mais contribui para o PIB do país e, não obstante, a banca não aposta nesse sector e as taxas de juro que aplica são elevadas. A juntar a este cenário, sabe-se que os grupos de poupança são classificados como informais, muito embora a Finan-
cial Sector Deepenig acredite que existe um ponto de partida para a formalização dos mesmos, principalmente num país onde a banca não chega a todos. Como canalizar o dinheiro para a banca formal “Decidimos trabalhar com os grupos de poupança e o objectivo foi saber como funcionam, identificámos o problema, e tentamos inovar a sua forma de funcionamento”. Um dos sistemas tecnológicos colocados ao serviço da inclusão financeira é o ‘e-recording’, um programa que faz o registo dos grupos, membros, a massa monetária que gira no mercado (com o recurso aos meios digitais). Outro sistema é o SOMAS, que é desenvolvido por uma empresa moçambicana, a UX, e que trouxe, além do registo, a componente de como os grupos de poupança podem ser auto-sustentáveis. “O interessante é que podemos de exportar esta solução para outros países e a mesma pode ser utilizada para a educação financeira e educação nutricional”. Nós não queremos eliminar a componente social dos grupos, mas queremos introduzir esta plataforma, através da qual se pode saber quem contribuiu, quem recebe e que dinheiro existe. Para nós aquele dinheiro devia
DESTAQUE
Capacitação de grupos de poupança no mundo Nos últimos 25 anos, as organizações de desenvolvimento capacitaram um total de quase 700,000 grupos de poupança com pelo menos 14 milhões de membros em 75 países. c
BANCA/ BANKING
ficar numa instituição financeira - mas para já, e infelizmente, ainda está numa caixa”, explica Esselina Macome. Em Moçambique, existem 40 promotores de grupos de poupança, sendo que 65% destes são mulheres. Até à altura do estudo, os mesmos já haviam acumulado um total de 1.8 biliões de meticais. E a segunda fase passa por saber como canalizar o capital para a banca formal, sendo que uma das hipóteses passa pelo dinheiro digital.
O caso do BancABC Mas a FSDMoç além de dirigir a sua atenção para os grupos de poupança, trabalha igualmente em parceria com uma data de ‘players’ do sector financeiro – bancos, companhias de seguros, operadores de pagamentos via ‘mobile’, e outras organizações. De momento,
está a trabalhar com o M-Pesa e possui parcerias encetadas com o Banco de Moçambique, BancABC, BCI, Banco Único, Bolsa de Valores de Moçambique, Instituto Nacional de Estatísticas, JFS e já assinou também com o Letshego, BIG e Standard Bank. O BancABC está prestes a expandir os seus serviços sobretudo nas zonas rurais, através da capacitação de pequenos empresários que podem vir a ser agentes bancários locais. A ideia é promover a inclusão financeira e garantir o acesso fácil e apropriado a um leque de produtos. O serviço, numa primeira fase, será implementado nas províncias de Maputo, Tete e Niassa. Serão seleccionados os agentes económicos que irão representar a marca ABC no sentido de providenciarem serviços básicos da banca tradicional. Os clientes poderão
assim fazer levantamentos, depósitos, consulta de extractos, recarregamento dos cartões de débito e pagamentos de serviços como energia e compra de recargas. A FSD Moçambique acredita que com esta parceria os indivíduos com baixos rendimentos serão atraídos para o sistema financeiro formal. c
?
DID YOU KNOW...
77% dos adultos que vivem nas zonas rurais encontram-se excluídos do sistema financeiro em Moçambique. 67% dos adultos que residem nas zonas rurais ganham menos do que 5 mil meticais por mês. c
Financial Inclusion
For any problem there is a solution The Financial Sector Deepening Mozambique (FSDMoç) is a facilitator dedicated to financial sector development, focusing on innovation and expansion of financial services and products and financial inclusion. In its strategy, the target audience covers the entire low-income population with a particular focus on the segment of women, especially young people, in the rural population, low-income rural areas and small and medium-sized enterprises. Its market intervention results of the establishment of strategic partnerships with public, private, public and development organizations and its mission is to provide technical assistance and grants,. At the same time, FSD supports its key partners in innovation and expansion of financial services, drawing on technical expertise and guiding funds to promote capacity building.
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Financial Sector Deepening Moçambique (FSDMoç) é uma entidade facilitadora do desenvolvimento do sector financeiro, que tem por missão expandir os níveis de inclusão. The Financial Sector Deepening Mozambique (FSDMoç) is an entity facilitating financial sector development, whose mission is to expand inclusion levels. FSDMoç began operating in the Mozambican market in March 2014, as a development program for DfiD (Department for International Development), with a mission to contribute to increasing levels of financial inclusion. The organization thus counts on the support of the British government through DFID. And the good news is that this year the Swedish government also joined the group of partners supporting FSDMoç. For now, the FSDMoç organization has three to five million pounds per year to guarantee its mission. Strategy’s focused, the target audience is mainly women, young people and the rural poor, such as small businesses characterized by a lack of access to appropriate and affordable financial services. At the same time, FSDMoç supports its key partners in innovation and expansion of financial services, drawing on technical expertise and guiding funds to promote the training and designing of innovative new products and financial services that respond needs of target groups. “Basically, it’s a catalytic program. We don’t directly implement interventions but we work with partners involving types such asfinancial institutions, regulators and public institutions, “says Esselina Macome, CEO of Financial Sector Deepening Mozambique. In this sense, and regarding process, the FSDMoç team identifies the market failures, through the completion of research studies surveys in the market; presents a solution that must be imple-
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mented in order to solve a given problem, meeting the target group’s needs. “This is how the initiatives are designed. We, the banks, the insurance companies and the electronic money institutions, among other stakeholders, have identified the failure and evaluated the possible solution together, “she says. In terms of scope, FSDMoç operates throughout the country and with all institutions that are part of the financial system, provided that a problem is identified and its possible solutions. “An example ... Currently, we are intervening in the agricultural area. Often, when we talk about finances for agriculture, and we only speak of credit. But farmers are not always in need of credit and granting credit to a person who isn’t accustomed to working with financial transactions can prove to be a problem. As such, we want to identify what other farmers’ needs are, “says the organization’s representative.
Innovation is an asset In addition to the FSDMoç, there are another 8 FSDs in 8 African countries (Zambia, Tanzania, South Africa, Rwanda, Uganda, Ethiopia, Nigeria, Kenya) acting as a kind of network. One of the most valuable assets of the implemented network is sharing of information and experiences of some entities. “In training, we all believe in innovation and we are all participating in e-money training, we call on our partners to realize how financial institutions are positioned in a digital age,” explains the CEO. In this context, FSDMoç is creating a practice community in which all participate and discuss solutions contributing to the construction of Mozambique’s ecosystem of financial digital services. Meaning, there are results and sharing of experiences and information among several institutions. And this information exchange takes place at African
RURAL ADULTS PER PROVICE
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level, based on digital platforms usage. Innovation is one of the organization’s elected instruments and there’s a strong participation of the academic sphere in the begun work. “We promote market studies and, when we want to innovate, some universities are called. The academies are invited because academies are house of “, guarantees Esselina Macome. In this regard, a competition was organized, through which some innovators brought ideas to solve a particular problem. And, currently, FSDMoç is working with them in new technologies. The idea is to make a successful marriage between market research (with problem-solving and corresponding solutions) and the use of innovation through new technologies. The FSDMoç has already conducted studies, and will soon be launching one on how people build their homes. Based on collected data, credit institutions will be able to identify opportunities. “Our
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savings groups’ study has shown that much of the money saved is channeled into construction,” says.
Savings groups’ work in progress FSDMoç believes that increased participation in savings groups may contribute to increased savings, access to credit, accumulation of wealth, investment in
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DID YOU KNOW...
77% of adults living in rural areas are excluded from the financial system in Mozambique. 67% of adults living in rural areas earn less than 5,000 meticais per month. c
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INCOME FROM FISHING, AGRICULTURAL AND ATTLE C
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DEPENDENT ONOTHER OWN BUSINESS
RECEIVE WA GES ORSALARY
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SALE OF PRODUCTS COLLECTED 2% FROM NATURE UNPROCESSED 0% 2% NO INCOME 1% 1% PENSION ANDOTHER G RANTS 3%
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20%
RURAL URBAN
business, consumption, food security, social capital and resilience. However, despite these achievements, the sector still faces numerous challenges. The total adult population of the rural population is 9.7 million people (67% of Mozambique’s population) and 59% is dedicated to Agriculture and Fisheries. Curiously, Agriculture contributes most to the country’s GDP and, nevertheless, banks don’t invest in this sector and the interest rates applied are prohibitive (21.5%). Adding to this scenario, it is known that savings groups are classified as informal, although the Financial Sector Deepenig believes that there is a starting point to formalizing them, especially in a country where the bank doesn’t reach all.
How to channel money into formal banking “We decided to work with savings groups and the purpose was to know how they work, we identified the problem, and we tried to innovate their way of functioning.” One technological system that was put at the service of financial inclusion is
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‘e-recording’, a program that registers the groups, members, the monetary mass exhisting in the market (with the use of digital media). Another system is SOMAS, which is developed by a Mozambican company, UX, and which brought, in addition to registration, the component of how savings groups can be self-sustaining. “The interesting thing is that we can export this solution to other countries and it can be used for financial education and nutritional education.” We don’t want to eliminate the social component of groups, but we want to introduce this platform, through which one can know who contributed, who receives and what money exists. For us that money should be in a financial institution - but for now unfortunately it is still in a box, “explains Esselina Macome. In Mozambique, there are 40 promoters of savings groups, of which 65% are women. By the time of the study, they had already accumulated a total of 1.8 billion meticals. And the second phase involves knowing how to channel capital into the formal banking system, one of which is digital money.
BancABC But FSDMoç, in addition to its focus on savings groups, also works in partnership with a number of players in the financial sector - banks, insurance companies, mobile payment operators, and other organizations. At the moment, it is working with M-Pesa and has partnerships with Banco de Moçambique, BancABC, BCI, Banco Único, Stock Exchange, National Statistics Institute, JFS and has also signed with Letshego, BIG and Standard Bank. BancABC is about to expand its services mainly in rural areas, through small entrepreneurs’ training who can become local banking agents. The idea is to promote financial inclusion and ensure easy and appropriate access to a range of products. The service will initially be implemented in Maputo, Tete and Niassa provinces. The economic agents who will represent the ABC brand will be selected to provide basic services of traditional banking. Customers can thus make withdrawals, deposits, check extracts, recharge debit cards and payments for services such as energy and topup purchase. FSD Mozambique believes that with this partnership, individuals with low incomes will be attracted to the formal financial system. c
HIGHLIGHT
Capacity building of savings groups in the world Over the past 25 years,
development organizations have trained a total of nearly 700,000 savings groups with at least 14 million members in 75 countrie.c
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dos
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negócios
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Moçambique.
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COMMODITIES
Negócio entre ENI e Exxon Mobile é balão de oxigênio para a economia O Governo já autorizou a venda de activos na área 4 da bacia de Rovuma entre a ENI e a Exxon Mobil, e a Autoridade Tributária poderá, até Outubro, cobrar os 354 milhões de dólares referentes a impostos de mais-valias.
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rata-se de um valor que, depois de muito suspense sobre o seu real destino, o Governo decidiu investi-lo na exploração de gás natural na bacia do Rovuma. A operação resulta da venda de metade dos 70% detidos pela italiana Eni East Africa na área 4 da bacia do Rovuma à norte-americana Exxon Mobil.
CTA espera efeito multiplicador na economia Reagindo a este negócio, a Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA) disse tratar-se de um bom negócio por parte do Governo e é da opinião de que terá efeitos multiplicadores na economia. “Estamos a falar de mais ou menos 350 milhões de dólares em termos de mais-valias. É um valor necessário e, de cer-
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teza, vai ter um efeito multiplicador na economia moçambicana”, disse Florival Mucave, vice-presidente do pelouro dos Recursos Minerais e Hidrocarbonetos a nível da CTA. Segundo Mucave é louvável que o negócio tenha acontecido. “A CTA saúda e está muito satisfeita com o facto de este negócio ter sido concluído”, acrescenta o mesmo. A CTA também destaca o facto de a ENI ter cedido as acções à Exxon Mobil, a maior companhia petrolífera do mundo inteiro. Os empresários entendem que a ExxonMobil é uma empresa técnica e financeiramente robusta e capaz de resistir facilmente à volatilidade dos preços de gás e petróleo no mercado internacional. “A ExxonMobil é muito bem-vinda. Esperamos, realmente, que haja este
efeito multiplicador e que as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) moçambicanas possam também beneficiar da sua entrada no mercado moçambicano”, sublinhou Florival Mucave.
Fundo soberano na calha Recentemente, o ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, falou da proposta da criação do Fundo Nacional de Desenvolvimento, que deverá ser sustentado com receitas de mais-valias. “O que existe no país são vários fundos. E o importante é ver como esses fundos podem ser melhor articulados. Quer dizer que pode existir um fundo que é nacional. O Ministério das Finanças está a trabalhar na proposta e depois vamos levar ao órgão do Governo apropriado (Conselho de Ministros),” afirmou Maleiane. c
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COMMODITIES
Business between ENI and Exxon Mobile is an oxygen balloon for economy The Government has already authorized assets’ sale in Rovuma area 4 between ENI and Exxon Mobil, and Tax Authority may, until October, charge the $ 354 million relating to capital gains taxes. CTA also highlights the fact that ENI has transferred the shares to Exxon Mobil, the largest oil company in the world. The entrepreneurs understand that ExxonMobil is a technical and financially robust company and able to easily withstand the volatility of oil and gas prices on the international market. “ExxonMobil is most welcome. We really hope that this multiplier effect will happen and that Mozambican Small and Medium Enterprises (SMEs) will also benefit from their entry into the Mozambican market, “said Florival Mucave.
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his is an amount that, after much suspense over its real destiny, the Government decided to invest it in the exploitation of natural gas in the Rovuma basin. The operation results from the sale of half of the 70% held by Italy’s Eni East Africa in area 4 of the Rovuma basin to the North American Exxon Mobil.
CTA expects multiplier effect on economy Reacting to this business, the Confederation of Economic Associations of
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Mozambique (CTA) said that it’s a good deal for the Government and is of the opinion that it will have multiplier effects in the economy. “We’re talking about $ 350 million worth of capital gains. It’s a necessary amount and will certainly have a multiplier effect on Mozambique’s economy, “said Florival Mucave, vice president of the Mineral Resources and Hydrocarbons at CTA level. According to Mucave it’s praiseworthy that the business has happened. “CTA welcomes and is very pleased that this deal has been completed,” he adds.
Sovereign fund on the way Recently, the Minister of Economy and Finance, Adriano Maleiane, spoke about the proposal to create the National Development Fund, which should be supported by capital gains revenues. “What exists in the country are several funds. And the important thing is to see how these funds can be better articulated. It means that there may be a fund that is national. The Ministry of Finance is working on the proposal and then it will be taken to the appropriate Government entity (Council of Ministers), “said Maleiane. c
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EMPRESA
Um potencial parceiro de negócios para a LAM?
Ethiopian Airlines na rota A Ethiopian Airlines, a maior companhia aérea da África, encomendou mais 10 Airbus A350-900 e iniciou um projecto de expansão do aeroporto no valor de 345 milhões de dólares para elevar a capacidade anual de passageiros no Aeroporto Internacional Bole de Addis Abeba de 7 para 22 milhões.
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e acordo com um artigo da African Business, em contraste com o mau desempenho do sector da aviação africana nos últimos anos, essa expansão indica a saúde brutal da Ethiopian Airlines e a sua intenção de dominar
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os céus africanos. A companhia aérea adiciona os A350-900s a uma frota de 92 aeronaves. Foi a primeira em África a incluir o A350-900 em 2016 e a primeira a operar o Boeing 787 Dreamliners em 2012. Desta forma, o projecto de expansão do
aeroporto, apoiado pelo Exim Bank da China, é um movimento para rivalizar com o O.R da África do Sul, o Aeroporto Internacional de Tambo, que recebeu cerca de 21 milhões de passageiros no ano passado. A Ethiopian registou um aumento de passageiros de 18% em
EMPRESA
2016 e, apesar da turbulência política local e das difíceis condições de mercado, obteve um lucro líquido recorde de 273 milhões de dólares no ano fiscal 2015-16, findo em junho de 2016. Em contraste com o desempenho global da aviação em África, que registou uma perda de 900 milhões de dólares em 2015 e de 800 milhões em 2016, de acordo com a Associação Internacional de Transporte Aéreo (IATA). Na verdade, alguns dos maiores concorrentes da Ethiopian Airlines, como a Kenya Airways e a South African Airways, lutaram devido a um misto de condições desfavoráveis, uma gestão estratégica fraca e com uma abordagem sem fronteiras em todo o continente para criar ambientes favoráveis a operadoras africanas. As companhias aéreas não-africanas operam 80% do tráfego intercontinental entre África e o resto do mundo, com operadoras como a Emirates e a Turkish Airlines a assumir uma participação crescente, e houve poucas iniciativas para resolver este desequilíbrio. Da mesma forma, muitos governos africanos só permitem que suas operadoras estatais operem vôos domésticos, levando ao aumento das tarifas e à falta de concorrência e de crescimento do tráfego aéreo. Em 2016, as companhias aéreas africanas tinham o factor de carga menor - o número de lugares ocupados pelos clientes - no mundo em 54,6%.
da aviação, incluindo a liberalização do mercado de aviação africano; infra-estruturas de aviação melhorada; melhoria das políticas de vistos; harmonização da legislação; licenciamento e normas técnicas em todo o continente africano; e implementação eficiente de sistemas de navegação aérea segura e sólida em toda a África “. A Declaração de Yamoussoukro de 1988 estabeleceu, um princípio, a ideia de liberalizar o espaço aéreo africano e muitos operadores africanos esperam que o plano da Área de Livre Comércio Continental da União Africana - que supostamente virá a concretizar-se este ano – e que a declaração vai levantar vôo. A IATA prevê que, se apenas 12 das economias africanas liberalizassem o seu espaço aéreo, as tarifas caíriam até 35%, 1,3 biliões seriam adicionados ao PIB e o mercado estaria no caminho do crescimento. A Etihiopian diz: “A Declaração de Yamoussoukro deve ser implementada de forma a superar os desafios que as operadoras africanas enfrentam em termos de segurança, restrições técnicas e de recursos humanos, custos operacionais altos e falta de cooperação comercial e coordenação política”.
Resistindo à tempestade A queda dos preços do petróleo também conduziu a uma diminuição das receitas e levou a um aumento das despesas e uma diminuição das reservas em moeda estrangeira. A maioria das despesas aéreas são facturadas em dólares, o que significa que muitas empresas africanas estão a perder como resultado de sua restrita moeda. A Ethiopian Airlines, no entanto, conseguiu enfrentar a tempestade e emergiu do exercício anterior com lucros, novos planos e aviões. Agora voa para mais de 100 destinos internacionais (recentemente adicionou Oslo, Singapura, Jacarta e Shengzhou) e transporta mais de 7,6 milhões de passageiros por ano. “A Ethiopian Airlines surgiu como uma operadora formidável e inspiradora, dissipando muitos mitos durante o caminho e mostrando à indústria, a África e o ao resto do mundo o que é possível fazer, quando se combina visão e estratégia com talento, capacidade e equipamento certo “, comenta Mikail Houari, presidente da Airbus para a África e Médio Oriente. Um grande factor na contribuição deste sucesso foi o documento de visão 2025 da empresa, que exige que a Ethiopian
Liberalizando o mercado aéreo em África Tudo isso aponta para a necessidade de liberalizar o mercado aéreo africano. Daniel Mosely, director de Comunicação da Boeing para a Europa e África, diz: “O aumento da concorrência só pode servir para aumentar os padrões em todo o continente. Os esforços devem continuar a promover políticas progressivas
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Airlines “se torne o grupo de aviação mais competitivo e líder em África, fornecendo um transporte de passageiros e de carga seguro, orientado para o mercado e com foco no cliente, formação em aviação, catering a bordo, operações de manutenção reparação e serviços terrestres de handling até 2025. “ Envolvido nesta visão está um modelo de negócio que se baseia em quatro áreas-chave. Em primeiro lugar, investindo na qualidade e diversidade da frota da Ethiopian. Possuindo e operando o Boeing Dreamliner e o Airbus 350 significa que a Ethiopian detém dois dos melhores cartões de visita da aviação do mundo. Em segundo lugar, a Ethiopian Airlines tem consistentemente insistido no sentido de espalhar a sua conectividade e beneficiou grandemente da criação de centros regionais em Lomé, Togo e Lilongwe, no Malawi. Através destes pólos, a Etihiopian pode ligar-se a mais locais e pode impulsionar vôos através da Addis, que é uma maneira efectiva de gerar mais negócios e mais receitas. A Ethiopian também teve lucro com o relativamente recente e crescente interesse asiático em África, voando para Dubai, Bangkok, Bombaim e Singapura. Além disso, é uma das poucas companhias aéreas africanas com permissão da Administração Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA) para voar para os Estados Unidos. Em terceiro lugar, o atendimento ao cliente e os níveis de satisfação são elevados. A empresa recebeu vários prémios, incluindo o SKYTRAX World Airline Award para a melhor equipa de uma companhia aérea em África e a melhor companhia aérea de carga do ano. Por fim, a Ethiopian diversificou as suas fontes de rendimento oferecendo dois serviços adicionais sobre a aviação básica. Em 2016, a Ethiopian Airlines abriu em África as portas da sua Academia de Aviação no valor de 100 milhões de
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dólares. A Academia é um centro de formação completo de alta especialização com 20 aeronaves de treino para piloto, salas de aula, auditório e dormitório. Ao mesmo tempo, a Bole International está rapidamente a tornar-se um pit stop para vôos regionais e continentais, que vêm para Addis para os seus aviões serem atendidos pelas equipas de manutenção e reparação da Ethiopian. Com base na sua capacidade de oferecer esse tipo de serviços, a Ethiopian Airlines está bem posicionada para se tornar o ponto de partida da aviação em África. Da mesma forma, a partir desta forte posição, a Ethiopian está pronta para capitalizar o inevitável crescimento da indústria de aviação africana, como prevêm a Boeing e a Airbus. Houari da Airbus diz: “A produção e as entregas dos A350s ainda estão a aumentar e a Air Mauritius será em breve a próxima operadora africana a receber seu primeiro A350, o primeiro dos quais está actualmente a ser equipado e mobilado no centro de acabamentos Toulouse, França. Estamos em constante comunicação com companhias aéreas e operadores africanos sobre como os produtos da Airbus poderiam atender melhor às suas necessidades de rede e de crescimento “. Mosely, da Boeing, diz que as companhias aéreas africanas precisarão de 1.220 aviões novos nos próximos 20 anos para acomodar o crescimento da população e que África investirá quase 180 biliões de dólares em novos aviões. Quanto à Ethiopian, a sua direcção é clara: “O crescimento rápido, lucrativo e sustentável é a filosofia de gestão subjacente à Ethiopian e é neste pensamento que se delineou uma visão de longo prazo que transformará a companhia aérea num grupo de aviação líder em África até 2025, agora no seu sétimo ano de implementação com o que pode ser considerado o maior desempenho e lucro na indústria “. c
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SABIA QUE...
Ethiopian Airlines apurada para explorar rotas domésticas foi apurada para fazer a exploração das rotas domésticas de transporte aéreo em Moçambique.A companhia faz parte de um total de sete empresas, entre nacionais e estrangeiras, apuradas para a exploração de rotas domésticas de aviação. Para além desta companhia, foram apuradas as Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), a Moçambique Expresso (MEX SARL), CFM Transportes Aéreos, Transportes e Trabalho Aéreo (TTA), Solenta Aviation Mozambique SA e a Malawi Airlines. As sete empresas têm 180 dias para operacionalizar as rotas. Refira-se que é a primeira vez na história do país que companhias estrangeiras exploram as rotas domésticas. c A Ethiopian Airlines
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COMPANY
A potencial business partner for LAM?
Ethiopian Airlines on the up Ethiopian Airlines, the largest airline in Africa, has ordered 10 additional Airbus A350-900s and set in motion a $345m airport expansion project to raise the annual passenger capacity at Addis Ababa’s Bole International Airport from 7m to 22m.
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ccording to an African Business article, in contrast with the poor performance of the African aviation industry over recent years, this expansion indicates the rude health of Ethiopian Airlines
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and its intent to dominate the African skies. The airline adds the A350-900s to a fleet of 92 aircraft. It was the first in Africa to include A350-900s in 2016 and the first to operate Boeing 787 Dreamliners in 2012.
COMPANY
Similarly, the airport expansion project, backed by China’s Exim Bank, is a move to rival South Africa’s O.R. Tambo International Airport, which received around 21m passengers last year. Ethiopian registered an 18% passenger increase in 2016, and despite local political turbulence and tough market conditions, it made a record net profit of $273m in the 2015–16 fiscal year ending June 2016. Contrast this with Africa’s overall poor aviation performance, which marked a loss of $900m in 2015 and $800m in 2016 according to the International Air Transport Association (IATA). Indeed, many of Ethiopian Airlines’ largest competitors like Kenya Airways and South African Airways have struggled due to a mix of unfavourable conditions, poor strategic management and a continent-wide lacklustre approach to creating favourable environments for African carriers. Non-African airlines operate 80% of intercontinental traffic between Africa and the rest of the world, with carriers such as Emirates and Turkish Airlines taking an increasing share, and there have been very few moves to address this imbalance. Equally, many African governments only allow their state-owned carriers to operate domestic flights, leading to increased fares and a lack of competition and air traffic growth. In 2016 African airlines had the lowest load factor – the number of seats occupied by customers – in the world at 54.6%.
must continue to promote progressive aviation policies including; liberalisation of the African aviation market; improved aviation infrastructure; relaxation of visa policies; harmonisation of legislation; licensing and technical standards across the African continent; and efficient implementation of safe, secure, and sound air traffic navigation systems across Africa.” The 1988 Yamoussoukro Declaration set in principle the idea of liberalising the African air space and many African carriers are hoping the African Union’s Continental Free Trade Area plan – supposedly coming to fruition this year – will put wind beneath the declaration’s wings. The IATA forecasts that if only 12 of Africa’s economies liberalised their air space, fares would drop by up to 35%, $1.3bn would be added to GDP and the market would be set for growth. Ethiopian says: “The Yamoussoukro Declaration must be implemented so as to beat the challenges African
carriers are facing in safety, technical and human resource constraints, high operating cost environment, and lack of commercial cooperation and policy coordination.”
Weathering the storm Declining oil prices have also decreased revenues and led to a drying up of foreign currency spending and reserves. Most airline expenses are billed in dollars meaning that many African companies are losing out as a result of their trapped currency. Ethiopian Airlines, however, has managed to weather the storm and have emerged from the previous financial year boasting profit, new planes and plans. It now flies to more than 100 international destinations (recently adding Oslo, Singapore, Jakarta and Chengdu) and carries more than 7.6m passengers each year. “Ethiopian Airlines has emerged as a formidable and inspirational carrier, dispelling a lot of myths
Liberalising the African air market All this points to the need to liberalise the African air market. Daniel Mosely, Boeing’s communications manager for Europe and Africa, says: “Increased competition can only serve to raise standards across the continent. Efforts
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along the way and showing the industry, Africa and the rest of the world what is achievable when one combines vision and strategy with talent, capability and the right equipment,” comments Mikail Houari, Airbus President for Africa and the Middle East. A large contributing factor to this success is the company’s 2025 vision document, which calls for Ethiopian Airlines “to become the most competitive and leading aviation group in Africa by providing safe, market driven and customer focused passenger and cargo transport, aviation training, flight catering, maintenance repair and operations, and ground services by 2025.” Wrapped up in this vision is a business model that capitalises on four key areas. Firstly, investing in the quality and diversity of the Ethiopian Airlines fleet. Owning and operating the Boeing Dreamliner and the Airbus 350s means that Ethiopian holds two of the world’s best aviation cards. Secondly, Ethiopian Airlines has consistently pushed to spread its connectivity and has greatly benefited from setting up regional hubs in Lomé, Togo, and Lilongwe, Malawi. Through these hubs Ethiopian can connect to more places and can push flights back through Addis, which is an effective way of generating more business and revenue. Ethiopian has also capitalised on the relatively recent and growing Asian interest in Africa, flying to Dubai, Bangkok, Mumbai and Singapore. Furthermore, it is one of the few African airlines allowed by the United States Federal Aviation Administration (FAA) to fly to the United States. Thirdly, customer service and satisfaction levels are high. The company has been presented with numerous awards including SKYTRAX World Airline Award for Best Airline Staff in Africa and Cargo Airline of the Year. Lastly, Ethiopian has diversified its
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income sources by offering two additional services on top of basic aviation. In 2016 Ethiopian Airlines unveiled its Aviation Academy in Africa costing $100m. The Academy is a high spec training centre complete with 20 pilot training aircraft, classrooms, auditorium and a dormitory. Alongside this, Bole International is fast becoming a pit stop for regional and continental flights, which come to Addis to get their planes serviced by Ethiopian’s maintenance and repair teams. Capitalising on their capability to offer these services, Ethiopian Airlines looks well positioned to become Africa’s aviation ground zero. Similarly, from this position of strength, Ethiopian is poised to capitalise on the inevitable growth of the African aviation industry, as is predicted by Boeing and Airbus. Airbus’s Houari says: “Production and deliveries of A350s is still ramping up and Air Mauritius will soon be the next African carrier to receive its first A350, the first of which is currently being equipped and furnished in our completion centre in Toulouse, France. We are in constant discussion with African airlines and operators about how Airbus’s products could best meet their network and growth requirements.” Boeing’s Mosely says African airlines will need 1,220 new airplanes each over the next 20 years to accommodate population growth and Africa will invest almost $180bn on new planes. As for Ethiopian, its direction is clear: “Fast, profitable and sustainable growth is the underlying management philosophy at Ethiopian and it is in this vein that it has outlined a long-term vision that will transform the airline to a leading aviation group in Africa by 2025, now in the seventh year of implementation with what can be considered as the highest performance and profit in the industry.”. c
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DID YOU KNOW...
Ethiopian Airlines established to explore domestic routes Ethiopian Airlines was established to operate the domestic air transportation routes in Mozambique. The company is part of a total of seven companies, both domestic and foreign, cleared for the operation of domestic aviation routes. In addition to this company, the Mozambican Airlines (LAM), Mozambique Expresso (MEX SARL), CFM Transportes Aéreos, Transportes e Trabalho Aéreo (TTA), Solenta Aviation Mozambique SA and Malawi Airlines were also cleared. The seven companies have 180 days to operationalize the routes. It should be noted that it’s the first time in the country’s history that foreign companies have explored domestic routes. c
minerva
EMPREENDER
Gerson Cumbane, de Ideario
Três ‘startups’ nacionais concorrem a prémio internacional O mundo das startups tem modificado por completo a forma de empreender e fazer novos negócios no Mundo e a Ideario, uma organização jovem moçambicana, tem sido pioneira na promoção desta iniciativa no País. Desde a sua criação, mais de 45 startups já receberam apoio da Ideario e todas elas conseguiram singrar no mercado. Gildo Mugabe (texto)
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odos já tivemos uma ideia e em algum momento pensamos em transformá-la num negócio. Infelizmente, várias pessoas desistem dos seus sonhos ou das suas ideias
na maior das vezes, por falta de orientação, falta de investimento, e, principalmente, devido à incerteza de que o negócio possa dar certo. Foi no sentido de mudar esta forma de encarar o mundo dos negócios que
EMPREENDER
Gerson Cumbane entende que as startups são fundamentais para impulsionar a economia. Numa altura em que o índice de desemprego tende a aumentar, o empreendedorismo é considerado a melhor saída. “Não podemos esperar que o mercado de emprego absorva todos os recém-formados, daí que seja preciso apostar no empreendedorismo e a startup constitui um dos mecanismos auxiliadores nesse sentido”, referiu Cumbane. A Ideário tem ajudado os jovens a iniciarem - de forma segura e rentável - as suas startups de modo a terem sucesso no desenvolvimento das suas actividades. “Na verdade ninguém quer criar uma empresa, investir rios de dinheiro e não ter o retorno desejável e nós estamos no mercado para auxiliar os novos jovens empreendedores”, frisou Gerson Cumbane.
nasceram as startups. Mas afinal o que é uma startup? Em linhas gerais, trata-se de uma empresa que se encontra na fase inicial, ou que é embrionária. Como tal, apresenta um baixo custo de manutenção, mas a possibilidade de crescer rapidamente e de gerar muito lucro. Para Gerson Cumbane, da Ideário, startup é uma forma acelerada de fazer negócio. “A startup busca soluções com os seus próprios recursos, mesmo com recursos escassos ela consegue ter uma saída”, garante Gerson Cumbane. A Ideário trabalha com várias startups, sendo que a maior parte delas conseguiram estabilizar-se no mercado, como é o caso da Signos e da Izy Shop (já referenciada numa das nossas anteriores edições).
Entraves e suportes às startups Questionado sobre se o acesso ao crédito bancário e a necessidade de se ter uma contabilidade organizada não constituem um entrave ao desenvolvimento das startups moçambicanas, Cumbane respondeu nos seguintes termos: “A Ideário auxilia o empreendedor na produção de estudos de viabilidade, o que faz com que a ideia ou o negócio consiga ter financiamento na banca nacional”. Mas que tipo de suporte é dado às startups? No caso da Ideário, a mesma conta com diversos serviços que suportam novas ideias, nomeadamente o Tchova, que é usado quando alguém precisa de implementar um negócio mas não sabe concretamente qual. Existe ainda a Plataforma Apto, que funciona em outsourcing. “Conta-
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SABIA QUE...
Moçambique foi o único país da África lusófona no evento Em 2016, Moçambique foi o único País da África lusófona a participar no SLUSH Global Event e esteve representado pelas empresas IzyShop e Mozambikes, que se sagraram vencedoras. c
mos com a Plataforma Rampa, que é o marketing de um negócio já existente, contamos igualmente com o Colab, que funciona como o protótipo de uma ideia de negócio, e com o Nguva que é uma agência de talentos que capacita mulheres em áreas de tecnologias e competências em diferentes áreas de trabalho”, elucidou Cumbane.
Moçambique na rota do maior evento mundial das Startups Moçambique participa, de 30 de Novembro a 1 de dezembro deste ano, no maior evento mundial das startups: o SLUSH Global Event, em Helsínquia (Finlânida). E desta feita, três startups moçambicanas foram selecionadas para este certame, nomeadamente, a Wamina, Toor e Bioasis.
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EMPREENDER / ENTREPRENEURSHIP
Pela segunda vez consecutiva nestas andanças, Moçambique desloca-se à Finlândia com a missão de conquistar mais um prémio, repetindo deste modo a proeza de 2016, quando a Izy Shop conquistou o primeiro lugar, tendo ganho 500 mil dólares norte-americanos referentes ao primeiro prémio. “Para além do prémio, o que mais conta é estar numa rede de investidores que se possam interessar por uma ideia e investir nela”, disse Cumbane. A selecção das três startups que irão a Helsínquia decorreu na SLUSH GIA Moçambique, uma iniciativa organizada pelo IDEÁRIO com o apoio da Incubadora do Standard Bank. c
PROFILE
As startups moçambicanas que concorrem ao Prémio WAMINA existe desde 2016. Produz pensos higiénicos reutilizáveis. A iniciativa visa ajudar mulheres desfavorecidas que não têm recursos para comprar pensos convencionais. BIOASIS também foi criada em 2016. Procura criar produtos cosméticos na base de recursos naturais locais. Usam plantas, tipo eucaliptos e ervas para produzir cosméticos tais como
cremes, pomadas e perfumes. TOOR é um serviço que procura ligar guias turísticos locais a visitantes, ou seja, pessoas que conhecem uma determinada zona turística do país aos turistas. Além de Moçambique, participam neste evento, Tanzânia, África do Sul, Zâmbia, Quénia, Etiópia e Tunísia, Argentina, Brasil, entre outros países.c
Three national startups compete for international prize Startups world has completely changed the way of undertaking and doing new business in the world and Ideario, a young Mozambican organization, has been pioneer in promoting this initiative in the Country. Since its inception, more than 45 startups have already received Ideario’s support and all of them managed to hit the market. By Gildo Mugabe
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e’ve all had an idea and at some point we thought of turning it into a business. Unfortunately, many people give up on their dreams or their ideas most of the
time because of lack of guidance, lack of investment, and especially because of the uncertainty that the business can work. It was in order to change this way of looking at the business world that startups were born.
ENTREPRENEURSHIP
But after all what is a startup? In general, it is a company that is in the initial stage, or that is embryonic. As such, it has a low maintenance cost, but it also has the possibility of growing rapidly and generating a lot of profit. For Gerson Cumbane, of Ideario, startup is an accelerated way of doing business. “A Startup looks for solutions with its own resources, even with scarce resources it can find a way out,” states Gerson Cumbane. Ideário works with several startups, most of which have managed to stabilize in the market, as Signos and Izy Shop (already present in one of our previous editions). Gerson Cumbane understands that startups are key to economy boosting. At a time when unemployment’s rate tends to increase, entrepreneurship is considered the best way out. “We can not expect the job market to absorb all the new graduates, so we have to bet on entrepreneurship and startup is one of the mechanisms to help this,” said Cumbane. Ideario has helped young people to start their startups in order to succeed in the development of their activities in a safe and profitable way. “Actually no one wants to start a business, invest tons of money and not have the desirable return, so we’re in the market to help the new young entrepre-
neurs,” said Gerson Cumbane. Startup barriers and supports Asked whether access to bank loans and the need for organized accounting constitute an obstacle to the development of Mozambican startups, Cumbane answered: “Ideário assists the entrepreneur producing feasibility studies, ena-
bling the idea or the business to have financing in the national banking “. But what kind of support is given to startups? In Ideario’s case, it has several services that support new ideas, namely Tchova, which is used when someone needs to implement a business but doesn’t t know exactly which one.
PROFILE
Mozambican startups competing compete for the Prize in 2016. It produces reusable sanitary towels. The initiative aims to help underprivileged women that can’t afford conventional sanitary towels. BIOASIS was also established in 2016. Seeks to create cosmetic products based on local natural resources. They use plants such as eucalyptus and herbs to produce cosmetics WAMINA was established
such as creams, ointments and perfumes. TOOR is a service that seeks to connect local tourist guides to visitors, meaning, people who know a particular tourist area of the country to tourists. In addition to Mozambique, Tanzania, South Africa, Zambia, Kenya, Ethiopia and Tunisia, Argentina, Brazil and other countries participate in this event. c
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ENTREPRENEURSHIP
There is also Apto Platform, working in outsourcing. “We have Rampa Plataform, which is the marketing of an existing business, we also have Colab, which functions as the prototype of a business idea, and Nguva, a talent agency that empowers women in areas of technologies and skills in different areas of work, “said Cumbane. Mozambique on the route of the world’s largest Startups event From November 30th to December 1st, Mozambique will participate in the world’s largest startups event: the SLUSH Global Event, in Helsinki (Finland). And this time, three Mozambican startups were selected for this event, namely, Wamina, Toor and Bioasis. For the second consecutive time, Mozambique moves to Finland with the mission of winning another prize, thus
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repeating the 2016 feat, when the Izy Shop won the first place, having won 500 thousand US dollars for the first premium. “Beyond the prize, what matters most is being in a network of investors who might be interested in investing in an
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idea “, Cumbane said. The three startups selected that will go to Helsinki took place at SLUSH GIA Mozambique, an initiative organized by IDEÁRIO with the support of the Standard Bank Incubator. c
DID YOU KNOW...
Mozambique was the only country from Lusophone Africa at the event In 2016, Mozambique was the only Lusophone African Country to participate in the SLUSH Global Event and was represented by the companies IzyShop and Mozambikes, award winning. c
ESTILOS DE VIDA
Hotel Polana, o orgulho de Moçambique O Hotel Polana é uma referência internacional no ramo da Hotelaria. Um dos seus segmentos são os seus clientes de negócios que procuram uma nova experiência. O Bar do Polana construiu a sua reputação, ao longo dos anos, como um local icónico para reuniões empresariais e sociais e o hotel também aposta em excelentes serviços e eventos visando uma audiência que valoriza a saúde e o bem-estar, assim como o lazer. O hotel tem um novo director geral, Abhishek Negi, e o seu foco será garantir que os hóspedes partam do hotel com as memórias de uma experiência verdadeiramente excepcional. Helga Nunes (texto)
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ESTILOS DE VIDA
O Hotel Polana é considerado um dos ex LIBRIS de Moçambique e faz parte dos serviços de hotelaria de prestígio, tanto em alojamento como em restauração. Como é que a sua gestão se irá concentrar em atrair o público corporativo? Desde há anos que o Polana tem sido o hotel preferido, não só em África, mas internacionalmente. Continuaremos a fazer crescer a posição privilegiada do hotel nos mercados locais, regionais e
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internacionais através do planeamento estratégico e de marketing. No Polana acreditamos não só num excelente serviço, mas também em entender as necessidades dos nossos clientes. Isso resultou na recente remodelação da nossa ala Polana Mar para attender os clientes de negócios exigentes e que desejam uma nova experiência. Também é essencial que a nossa oferta de produtos esteja actualizada, oferecendo mais opções de acomodação e de serviços.
Por outro lado, procuramos construir relações corporativas através de programas de fidelidade Serena. Esforçamo-nos por implementar novas estratégias voltadas para os negócios, assegurando que também estamos a devolver benefícios à comunidade. Muitas vezes, o Lobby do hotel funciona como um catalisador para networking de empresas. Como é que o hotel mantém uma relação
ESTILOS DE VIDA
dos favoritos, são um bom e duradouro caminho para que os nossos clientes se sintam em casa. O Polana aposta em excelentes serviços e eventos visando um público que valoriza a saúde e o bem-estar, assim como o lazer. De que maneira os serviços prestados podem ser competitivos face a outras unidades hoteleiras? Para o segmento de luxo, é essencial sermos inovadores e líderes da indústria. Há oportunidades para ir além das experiências convencionais e estamos confiantes de que o nosso produto tem um valor adicionado que nos separa de outros hotéis. Acreditamos no instinto, sentido de urgência e compreensão dos clientes, priorizando os requisitos dos clientes e agindo para os entregar. Trazendo a criatividade, o factor surpresa e a satisfação para os hóspedes e esforçamo-nos por aprender a arte da hotelaria. Pessoas, Produto e Processos são meus valores.
duradoura com certas empresas e instituições? O Polana Bar construiu a sua reputação ao longo dos anos como um local icónico para reuniões empresariais e sociais e o principal resultado do nosso sucesso é compreender as necessidades dos nossos clientes e oferecer um serviço personalizado consistente. Pequenas coisas como cumprimentar o nosso convidado com um sorriso, usando os seus nomes e lembrando os seus pedi-
Robert e Suresh são pilares da equipa e contribuem para a manutenção dos padrões de qualidade do hotel. Que tipo de serviço acha que a sua equipa deve oferecer? Robert juntou-se à equipa como Chef executivo e as suas experiências anteriores com os hotéis Serena adicionam valor e elevam o padrão Serena. Suresh esteve connosco há algum tempo como Director de Comidas&Bebidas. Estou confiante de que a combinação contribuirá fortemente para estimular os padrões e a experiência do serviço. O foco seria construir sobre a a clientela local. O nosso Departamento de Comidas&Bebidas está atualmente concentrado em oferecer alimentos orgânicos, vegan e menus sem glúten para os hóspedes que querem continuar os seus estilos de vida saudáveis quando viajam. Queremos criar novas sinenergias e apoiar agricultores locais, assim como
elevar pratos moçambicanos a uma plataforma internacional. Assumiu recentemente a gestão do Hotel, e parece que irá apostar numa promoção e numa comunicação diferentes. Haverá um relacionamento mais próximo entre o cliente e o hotel? O hotel Polana Serena tem sido o orgulho de Moçambique e eu gostaria de continuar o impulso do posicionamento da marca e elevá-lo ainda mais com estratégias-chave de crescimento. Acredito numa política de portas abertas, levando em consideração os comentários dos nossos clientes e superando as suas expectativas. O meu foco será garantir que os hóspedes partam com as memórias de uma experiência hoteleira verdadeiramente excepcional. Para ser um bom director geral, é necessária a relação com a equipa a todos os níveis, compreendê-los, criar confiança e treiná-los para que se desenvolvam a nível de crescimento profissional. É necessário ser verdadeiramente visionário, e não pode ser um caminho acelerado, então temos que guiar a equipa com bons exemplos. Eu acredito em orientação. Um dos maiores desafios que enfrentamos é gerir e motivar uma equipa multi-cultural de funcionários para sempre almejar mais alto em tudo o que fazemos. Como com a maioria das coisas na vida que são desafiadoras, também é muito gratificante. Adoro construir uma equipa. Se conseguimos a química certa e as pessoas certas, teremos a equipa certa. Acredito em tratar o hóspede do hotel e os funcionários da mesma forma. O que faz com que um cliente realmente aproveite uma experiência é, muitas vezes, a mesma coisa para um e para todos os nossos funcionários e isso completa o círculo. Se os hóspedes realmente desfrutam de uma experiência de serviço consistente
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e os funcionários adoram o trabalho que fazem, isso é inspirador. O meu estilo de gestão é muito aberto. Eu adoro obter as opiniões das pessoas. Eu sou definitivamente um director geral de “porta aberta”, mas, como alguém me disse uma vez, “está apenas aberta se as pessoas passarem por ela”. Quem foi uma inspiração por si só. Dado o modelo de negócios existente, quais são as novas estratégias que irá implementar como forma de maximizar a ocupação do hotel? Eu sou um forte crente em formar a minha equipa, capacitando-os a tomar decisões correctas, pois são a linha mestra do hotel. Trabalhando na nossa estratégia de vendas, levando em consideração as exigências dos clientes de negócios, e mantendo a simplicidade para a sua execução. Também estou a trabalhar no aumento de nossa pegada em estratégias de comércio eletrónico, enquanto continuamos a trabalhar com os canais dedicados, concentrando em expandir os nossos limites-alcance para os nossos potenciais mercados. Há certamente projectos novos e mais recentes na calha. Polana Mar é um deles. O que nos pode contar sobre isso? Contando com o Polana Mar no nosso histórico, somamos agora um total de 66 quartos no inventário total do Polana Serena Hotel. Todos os quartos do Polana Mar são contemporâneos, com salas temáticas únicas e interiores requintados. Gostaríamos de posicionar o Polana como a primeira escolha do nosso cliente para grandes conferências e grupos. Além do cliente de negócios, também podemos atender a um crescente número de clientes de lazer. O Polana Mar também abriga quatro quartos familiares dedicados a famílias que se deslocam a Maputo em lazer ou a negócios. c
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Polana Hotel, the pride of Mozambique Polana is an international reference in the Hotel business. One of it’s segments is their business travellers who are searching for new experience. The Polana Bar has built its reputation over the years as an iconic venue for business and social gatherings and the hotel also bets on excellent service and events aiming an audience that values ​health and well-being as well as leisure. The hotel has a new general manager, Abhishek Negi, and his focus will be to ensure that guests depart with memories of a truly exceptional hotel experience. Helga Nunes (text) . Shanna Chicalia (photos)
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Hotel Polana is considered one of Mozambique’s ex LIBRIS and is part of the prestigious hospitality services, both in accommodation and restaurant. How does your management will focus on attracting a corporate business? Polana has been the preferred hotel for years not only in Africa but Internationally. We will continue to grow the hotel’s prominent position within the local, regional and international markets through strategic planning and marketing. In Polana, we believe in delivering not just excellent service but understanding our client’s needs. This has resulted in our recent refurbishment of our Polana Mar wing to cater discerning business travelers who wants a new experience. It is also essential that our product offering is up to date, which provides more options for accommodation and facilities. We also aim on building corporate relationships through Serena loyalty programmes. We strive on implemen-
ting new strategies that is targeted towards business while making sure we are also giving back to the community. Often the hotel lounge works as a catalyst for business and networking. How does the hotel maintains a long lasting relationship with certain companies and institutions? The Polana Bar has built its reputation over the years as an iconic venue for business and social gatherings and the main result of our success is to understand our customers’ needs and providing personalized service that is consistent. Little things like greeting our guest with a smile, using their names and remembering their favorite orders goes a long way in making our customers feel at home. Polana bets on excellent service and events aiming an audience that values health and well-being as well as leisure. How can the services provided be competitive
with other hotel units? For the luxury segment, it is essential to be innovators and industry leaders. There are opportunities to go beyond mainstream experiences and we are confident that our product adds value that sets us apart from other hotels. We believe in instinct, sense of urgency and understanding the guests, prioritizing clients’ requirements and acting on to deliver. Bringing in creativity, the sense of surprise and delight for guests and striving to learn the art of hospitality. People, Product and Process are my values. Robert and Suresh are pillars of team and contribute to the maintenance of quality standards of the hotel. What kind of service do you think your team should provide? Robert has joined the team as Executive chef and his previous experiences with the Serena hotels would add value and elevate the Serena
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standard. Suresh has been with us for some time now as the Director-Food and Beverage. I am confident the combination will contribute strongly in uplifting the standards and service experience. The focus would be to build on the local clientele base. Our Food and Beverage are currently focusing on offering organic foods,
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vegans and gluten free menus for guets who wants to continue their healthy lifestyles when travelling. We want to bring in new energy and support local farmers and showcase Mozambican dishes on an International platform. You recently took over the management of the Hotel, and it seems that you will now bet on a different promotion and communication. Will there be a closer link between the customer and the hotel? The Polana Serena hotel has been the Pride of Mozambique and I would like to continue the momentum of the brand’s positioning and elevating it further with key growth strategies. I believe in an open door policy hence taking the feedbacks of our customer and exceed their expectations. My focus will be to ensure that guests depart with memories of a truly exceptional hotel experience. To be a good general manager, you need to relate with the team at all levels, understand them, build in trust, and coach them to develop in achieving their professional growth. You really need to be visionary which cannot be a fast-track, then lead your team with good examples. I believe in mentoring. One of the greatest challenges we face is managing and motivating a multi-cultural team of associates to constantly aim higher in everything we do. As with most things in life that are challenging, it is also very rewarding. I love building a team. If you get the right chemist and the right people, then you’ve got the right team. I believe in treating both the hotel guest and the individual associates in much the same way. What makes a customer really enjoy an experience is very often the same thing for each and every one of our associates and
this completes the circle. If I see guests truly enjoying a seamless service experience, or associates just love the work what they do, it really inspires me. My management style is very open. I love to get people’s opinions. I’m definitely an ‘open door’ general manager but, as someone once said to me, ‘it’s only open if people go through it.’ Who has been your inspiration in the i. Given the existing business model, what new strategies will you implement as a way to maximize the hotel’s occupancy? I am a strong believer in training my team, empowering them to make sound decisions, as they are the front line of the hotel. Working on our sales strategies taking into consideration the business travelers demands while keeping it in simple mode that can be executed. I am also working on increasing our footprint in e-commerce strategies, while continuing to work with dedicated channels. Focus on expanding our reach to our potential geo-source markets. There are certainly new and recent projects on hold. Polana Mar is one of them. What can you tell us about it? With the Polana Mar addition in our inventory, we have a total of 66 more rooms added to the total inventory of the Polana Serna Hotel. All rooms at the Polana Mar are contemporary with unique themed-rooms and exquisite interiors. We would like to position Polana as our customer’s first choice for large conference and groups. Besides business guest we can also cater to a growing requirement of leisure clients. The Polana Mar also houses 4 family rooms which caters to families moving to Maputo for leisure or business. c
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