Sumário
Destaques 16
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45 Tema de Fundo
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Empresas prometem investir 1.5 biliões de dólares em Inhambane
16 Capa Empresas pagam acima do salário mínimo
ACTUAL
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Barclays Africa bate recordes com venda de acções
Propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., Av. 25 de Setembro nº 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) - Telefone: +258 21 416186 - Fax: +258 21 416187 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Director Geral: Emília Gomes - emiliagomes@ mozmedia.co.mz – Directora Editorial:HelgaNeida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Redacção: Belizário Cumbe belizariocumbe@yahoo.com.br, Gildo Mugabe - gildomugabi@gmail.com – Secretariado Administrativo: Yolanda Machado - yolandamachado97@gmail.com; Cooperação: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Shanna Chicalia; Gettyimages.pt, Google.com; – Ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. - Tradução: Sónia Almeida Santos; Paginação: Ricardo Timbe – timbedesign@ gmail.com – Design e Grafismo: Mozmedia – Departamento Comercial: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia. co.mz, Distribuição:Ímpia– info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.
Empresas prometem investir 1.5 biliões de dólares em Inhambane
Moçambique na rota global do LNG
Moçambique vai entrar na lista dos maiores produtores de gás natural em África, depois da Argélia e da Nigéria. Em 2022, a Área 4 da bacia do Rovuma vai começar a produzir para abastecer o mercado internacional.
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DOSSIER
Barclays Africa bate recordes na maior operação de venda de acções da África do Sul e uma das maiores de sempre do continente.
Inhambane assistiu a uma Conferência de Investimentos, que teve o condão de juntar no mesmo espaço uma série de empresários que se encontram interessados em investir em projectos locais.
Os riscos e perigos da Economia são agora maiores
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Barclays Africa bate recordes com venda de acções
Os riscos e perigos da Economia são agora maiores
No sentido de resgatar a memória colectiva e de falar dos desafios do pós-25 de junho de 1975, conversamos com Rui Baltazar, o homem que, ao liderar o Ministério das Finanças, assinou os instrumentos de adesão de Moçambique às instituições de Bretton Woods, em 1984.
Um instrumento dinamizador do crescimento económico
A partir desta edição a revista Capital irá começar a publicar uma rubrica mensal dedicada à Bolsa de Valores. Fique a saber quais os produtos transaccionados na Bolsa, os seus serviços, as vantagens das empresas cotadas na Bolsa de Valores e os requisitos de admissão à cotação na BVM.
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Maeva produz para 80% do território nacional
Há realmente casos de sucesso. O Grupo Maeva é um desses casos. Trata-se de um conjunto de 13 fábricas, emprega 1.500 trabalhadores e os seus produtos chegam a 80% do território nacional.
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Editorial
Bem-vindo 65
Revivendo a economia depois da Independência
banca
Banco Único lança cartão de combustível
A
82 COACHING Confiança nos negócios
o longo dos 42 anos desde a proclamação da independência nacional, o país venceu inúmeras batalhas, embora a actualidade reserve ainda inúmeros desafios económicos tal como alguns riscos e perigos. No sentido de registar o património histórico da economia moçambicana e de recordar as etapas mais marcantes que o país enfrentou desde 25 de Junho de 1975, entrevistamos Rui Baltazar, o governante que liderou os destinos do Ministério das Finanças, de 1978 a 1986. Ao longo da conversa, encetamos uma viagem que parte do final do período colonial, no qual a economia já se encontrava imersa numa profunda crise de insustentabilidade (agravada pelo primeiro choque petrolífero) e continua no contexto de uma economia centralmente planificada, adoptada após o III Congresso da Frelimo em 1977, e que se identificava com a ideologia do marxismo-leninismo. Mas a jornada continua... Depois do IV Congresso, deu-se uma introspecção sobre as opções económicas, com destaque para os resultados da aplicação do Plano Prospectivo Indicativo, e a Frelimo decide-se pelo início de uma série de reformas que vieram a resultar numa economia de mercado, que deu os seus primeiros sinais no início da década de 1980.
84 EMPREENDER
Ao mesmo tempo, e no plano internacional, decorreram aproximações aos países europeus (adesão à Convenção de Lome) e a outras importantes potências mundiais e prepararam-se dossiers e iniciaram-se contactos com as instituições de Bretton Woods. Aliás, foi Rui Baltazar quem assinou os instrumentos de adesão de Moçambique às instituições de Bretton Woods, em Setembro de 1984.
Champier pula para novos mercados vendendo inovação
Hoje, e 30 anos depois de Rui Baltazar ter saído do Ministério das Finanças, os desafios da economia mudaram e vivemos a era do Investimento Directo Estrangeiro (IDE), dos mega-projectos e de um empresariado nacional cada vez mais pujante – cadência essa que é expressa em diversas matérias jornalísticas nesta edição, e, no fundo, torna-se interessante analisar o caminho que o país trilhou desde a Independência até à actualidade.c
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Contents
Highlights 18
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Background Theme Economy’s risks and dangers are now bigger
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Capa Companies pay above minimum wage
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Inhambane hosted an Investment Conference, joining together in the same space a series of entrepreneurs who are interested in investing in local projects.
Mozambique on the global LNG route
Mozambique will enter the list of the largest producers of natural gas in Africa, after Algeria and Nigeria. In 2022, Area 4 of the Rovuma Basin will start producing to supply international market.
Economy’s risks and dangersare now bigger
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An instrument for economic growth
Current Barclays Africa beats records in sale of shares
Property and Edition: Mozmedia, Lda. 25 de Setembro n- 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) – Telephone: +258 84 3015641 | +258 82 6567710 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Managing Director: Emília Gomes - emiliagomes@ mozmedia.co.mz - Editorial Director: Helga Neida Nunes – helga.nunes@mozmedia. – Editorial Staff: Belizário Cumbe belizariocumbe@yahoo.com.br, Gildo Mugabe - gildomugabi@gmail.com – Administrative Secretariat: Yolanda Machado - yolandamachado97@gmail.com; Cooperation: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Columnists: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Photography: Shanna Chicalia / Chairman; Gettyimages.pt, Google.com; – Illustrations: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B.- Translation:Sónia Almeida Santos;Page make-up: Ricardo Timbe –timbedesign@gmail.com – Design and Graphics: Mozmedia –Commercial Department: Neusa Simbine – neusa. simbine@mozmedia.co.mz, Distribution: Ímpia – info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registration: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Printing: 7.500 copies. The articles reflect the authors’ opinion, and not necessarily the magazine’s opinion. All transcript or reproduction, partial or total, is authorised provided that the source is quoted.
Companies promise to invest $ 1.5 billion in Inhambane
In order to rescue collective memory and to talk about the challenges of post-25th June 1975, we spoke with Rui Baltazar, the man leading the Ministry of Finance then, who signed for the tools of Mozambique’s access to the Bretton Woods institutions, in 1984.
DOSSIER
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Barclays Africa hits record with the largest sale of shares in South Africa, one of biggest in the continent ever.
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Companies promise to invest $ 1.5 billion in Inhambane
Barclays Africa beats records in sale of shares
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Mozambican Stock Exchange (BVM) was established in 1998 by the Government and began its activities in October 1999, with the admission to quotation of a Treasury Bond Issue in the amount of 60 Million MZN (which at the date, corresponded to USD 4.5 million), and after 17 years BVM’s market capitalization is of 64,180 million MZN (USD 920 million), representing 9.0% of the country’s GDP.
Maeva produces for 80% of national territory
There are some cases of real success. But they are few, if not insignificant. Maeva Group is one of such cases. It’s a group of 13 factories, with 1,500 employees and their products reach 80% of national territory.
Editorial
Welcome 66
Reliving the economy after independence
banking Banco Único launches fuel card
D
83 COACHING TRUST IN BUSINESS
uring the 42 years after the declaration of national independence, the country has won numerous battles, although today it still faces numerous economical challenges such as some risks and dangers. In order to record the historical heritage of the Mozambican economy and to recall the most striking stages the country faced since June 25th, 1975, we interviewed Rui Baltazar, the ruler who led the destinies of the Ministry of Finance from 1978 to 1986. Throughout the conversation, we embarked on a journey from the late colonial period, in which the economy was already plunged into a deep crisis of unsustainability (aggravated by the first oil shock) and continued in the context of a centrally planned economy adopted after 3rd Congress of Frelimo in 1977, identified with Marxism-Leninism ideology. But the journey continues ... After the 4th Congress, there was an introspection on the economic options, highlighting the results of the application of the Prospective Indicative Plan, and Frelimo decided to start a series of reforms resulting in Market economy, giving its first signs in the early 1980s.
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At the same time, on an international level, there were approximations to European countries (entering the Lome Convention) and to other important world powers, dossiers were prepared and contacts were made with the Bretton Woods institutions. In fact, it was Rui Baltazar who signed Mozambique’s instruments of accession to the Bretton Woods institutions in September 1984.
ENTREPRENEURship Champier jumps into new markets selling innovation
Today, and 30 years after Rui Baltazar left the Ministry of Finance, the challenges of the economy have changed and we have experienced the era of Foreign Direct Investment (FDI), mega-projects and an increasingly powerful national business is expressed in several journalistic articles in this edition, and, at the end, it is interesting to analyze the path the country has traveled from Independence to the present day.c
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LIVING A Guide to Mozambique’s Best-kep
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Capitoon
EM BAIXA Maputo desperdiça água avaliada em 2.7 milhões de meticais
Numa altura em que a água é abastecida com restrições nas cidades de Maputo e Matola e distrito de Boane – devido à escassez – 2.5 milhões de metros cúbicos de água potável perdem-se todos os meses. A perda tem maior incidência nos bairros periféricos devido às fugas e ligações clandestinas na rede de canalização, segundo a empresa Águas da Região de Maputo (ADM). O desperdício está avaliado em mais 2.7 milhões meticais e a quantidade de água é suficiente para abastecer cerca de cinco mil famílias durante quatro meses.c
EM ALTA “Um distrito, um banco” em marcha O distrito de Chicualacuala, em Gaza, conta com uma agência bancária. Trata-se do primeiro banco a funcionar no distrito depois de mais de 15 anos. O empreendimento resulta de um investimento do Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural. É um empreendimento especial porque foi construído pelo Ministério em causa e está a ser explorado pelo banco Moza, seleccionado via concurso público, no âmbito do projecto do Governo chamado “Um distrito, um banco”.c
Governo investe 100 milhões de dólares na electrificação O Governo moçambicano investe, por ano, cerca de 100 milhões de dólares para a expansão da rede eléctrica do país. Dos 100 milhões de dólares investidos, 70% é disponibilizado pelos parceiros de cooperação, segundo Pascoal Bacela, director nacional de Energia. c
Funcionários fantasma na EDM A Electricidade de Moçambique (EDM) detectou um total de 300 trabalhadores fantasmas, dos três mil de todo o País da instituição. Ou seja, em cada 10 funcionários, um não existia na vida real da instituição, de acordo com o presidente do Conselho de Administração da EDM, Mateus Magala.c
COISAS QUE SE DIZEM
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Um corredor competitivo “O Corredor de Nacala foi concebido para ser de alta eficiência e de altos volumes. Por consequência, teremos um corredor com custos muito mais competitivos e que tem capacidade para carregar navios muito maiores. Com isso, o frete de carvão que se exporta pelo Corredor de Nacala chega ao cliente final a um custo muito mais baixo”.c
Millennium bim aposta no bem servir “O nosso horizonte bancário de crescimento é o de poder cobrir o maior número de vilas e localidades. Mas, neste momento, vamos nos concentrar mais na qualidade dos nossos agentes, para que possamos sentir que a população está bem servida. E obviamente que o futuro irá ditar de acordo com as necessidades o nosso crescimento.c
Renato Torres, PCA do Corredor Logístico de Nacala, in jornal O País.
Jorge Soares, director da Unidade Técnica no Departamento de Desenho de Projectos do Millennium-bim, in jornal O País .
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Capitoon
ON THE BOTTOM Water watisting in Maputo estimated at 2.7 million meticais At a time when water is supplied with restrictions in Maputo, Matola cities and in Boane district - due to the scarcity - 2.5 million cubic meters of drinking water are being lost every month. That loss has a higher incidence in peripheral suburbs due to leaks and illegal connections to the city water supply system, according to Maputo Water Company (ADM). The waste is estimated at more than 2.7 million meticals and the amount of water is enough to supply about five thousand families for four months.c
Fictitious employees at EDM
ON the TOP “One district, one bank” is launched Chicualacuala district, in Gaza has a bank branch. After more than 15 years it’s the first bank operating in the district. The enterprise results of an investment by the Ministry of Land, Environment and Rural Development. It’s a special enterprise because it was developed by this Ministry and Moza Bank is taking care of the operation and it was selected through public tender within the scope of the government’s project “One district, one bank”. c
Government invests US $ 100 million in electrification
Mozambican Government invests around US $ 100 million yearly to expand the country’s electrical network. Out of the US $ 100 million dollars invested, 70% is provided by the cooperation partners, according to Pascoal Bacela, National Director of Energy. c
Electricity of Mozambique (EDM) detected a total of 300 fictitious employees, out of a total of 3,000 working throughout the country. Meaning, in every 10 employees, one didn’t exist in the real life, according to the EDM’s Chairman of the Board of Directors, Mateus Magala. c
THINGS BEING SAID A competitive corridor “Nacala Corridor was designed to be of high efficiency and high volume. Consequently, we will have a corridor with much more competitive costs and that has capacity to load much larger ships. So, the freight of coal that is exported through the Nacala Corridor reaches the end customer at a much lower cost.“ c Renato Torres, Chairman of Nacala’s Logistic Corridor, in newspaper “O País”. “O nosso horiMillennium Bim focus in Good Customer Care zonte bancário de crescimento é o de poder cobrir o maior número de vilas e localidades. Mas, neste momento, vamos nos concentrar mais na
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qualidade dos nossos agentes, para que possamos sentir que a população está bem servida. E obviamente que o futuro irá ditar de acordo com as necessidades o nosso crescimento. “Our banking horizon of growth is that we can cover the largest number of towns and villages. But currently, we’ll focus more on the quality of our agents, so that we can feel that the population is well served. And obviously the future will dictate accordingly with the needs of our growth.” c Jorge Soares, Manager of the Technical Unit at the Project Design Department of Millennium-Bim, in “O País” newspaper.
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ACTUAL
Barclays Africa bate recordes com venda de acções Barclays Africa bate recordes na maior operação de venda de acções da África do Sul e uma das maiores de sempre do continente.
O
Barclays PLC vendeu 33.7% do capital social emitido do Barclays Africa, resultando na desconsolidação contabilística do Barclays Africa Group Limited das contas do Barclays PLC, na maior operação
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de oferta pública de acções dos últimos anos na África do Sul. “Este é um momento decisivo para o Barclays Africa. Temos uma oportunidade única para determinar o nosso próprio destino e de tomar as nossas próprias decisões sobre o que é ade-
quado para um negócio com enfoque pan-africano”. Estas foram as palavras de Maria Ramos, CEO do Barclays Africa Group sobre uma das maiores operações de oferta pública de acções de sempre em África. O Barclays PLC vendeu 285.691.979
das acções ordinárias do Barclays Africa a um preço de 132 Randes por acção, o que resulta na redução da participação do Barclays PLC para 23.4%, com uma potencial redução adicional de 7% a ser assumida pela Sociedade Pública de Investimento (Public Investment Corporation - PIC), assim que sejam emitidas as autorizações regulamentares necessárias. Após a recepção das devidas autorizações, o PIC passará a deter 14.9% do capital social do Barclays Africa. O número de acções previsto na oferta foi subscrito múltiplas vezes, numa combinação de investidores novos e existentes, tanto locais como internacionais, num valor agregado de cerca de 37.7 biliões de Randes.
O destino do Barclays PLC O Barclays PLC já havia comunicado que iria reduzir a sua participação ao longo do tempo, mas o nível de procura foi tal por parte dos investidores institucionais, que o Barclays PLC acabou por aceder a vender 33.7% de acções e não os 22% inicialmente previstos. “A conclusão desta transacção demonstra um apetite excepcionalmente saudável dos investidores pelo Barclays África e pela nossa estratégia de nos tornarmos um grupo líder e autónomo de serviços financeiros em África,” afirmou Maria Ramos. Com esta operação, o B arclays PLC deixa de ter o controlo accionista do Barclays Africa, passando o Grupo a apresentar uma carteira diversificada de accionistas, composta por investidores institucionais de elevada reputação. O Barclays PLC irá permanecer um importante accionista bem como apoiar o Barclays Africa ao longo do processo de venda e separação operacional, os quais estão em curso.
Que diferenças traz esta venda para o Barclays em Moçambique? Em Fevereiro de 2017, o Barclays PLC concordou em contribuir com aproximadamente 12 biliões de Randes (765 milhões de Libras Esterlinas) prioritariamente para o financiamento dos investimentos necessários para o Barclays Africa concluir a separação do Barclays PLC e poder estabelecer a sua independência. A contribuição irá, em parte, ser direccionada para investimentos em tecnologia, futuras alterações da marca e outros projectos decorrentes desta transição. Este processo apresenta uma oportunidade de acelerar a modernização e harmonização das operações do Barclays Africa, incluindo em Moçambique. A estrutura accionista directa das
operações do Barclays Africa no continente, incluindo em Moçambique, não se alterará em resultado desta operação. Os 12 bancos que formam o Barclays Africa irão continuar a ser liderados e geridos por pessoas com um profundo conhecimento local, experiência e diversidade de competências. Em Moçambique, o Barclays tem vindo a obter nos últimos anos excelentes resultados, tendo obtido um resultado líquido de 575 milhões de Meticais no exercício de 2016, representando um resultado superior em 87% ao alcançado durante o exercício de 2015, no valor de 308 milhões de Meticais. O Barclays Bank Moçambique continua a ser um dos bancos mais bem capitalizados do país, mantendo o seu Rácio de Solvabilidade em 22.5%, muito superior ao mínimo exigido a nível regulamentar de 8%.c
DESTAQUE
Barclays Africa pode vir a comprar o Moza Banco
A Bloomberg avança que o Barclays Africa Group será o principal candidato à compra do Moza Banco, em Moçambique, aproveitando as economias de escala geradas com a aquisição. O Barclays Africa Group, grupo bancário sul-africano que opera em 12 países do continente
africano, é referido pela Bloomberg como o principal candidato à compra do Moza Banco. De acordo com a mesma fonte, o Barclays Africa beneficiaria com a compra do Moza Banco, pois tal permitir-lhe-ia crescer substancialmente as suas operações naquele país. As propostas recebidas pelo banco central moçambicano serão revistas por um painel independente antes do anúncio do vencedor, que acontecerá em Julho.c
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CURRENT
Barclays Africa beats records in sale of shares Barclays Africa hits record with the largest sale of shares in South Africa, one of biggest in the continent ever.
B
arclays PLC sold 33.7% of Barclays Africa’s issued share capital, resulting in the deconsolidation of Barclays Africa Group Limited’s accounts of Barclays PLC in the
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largest public offering in recent years in South Africa. “This is a turning point for Barclays Africa. We have a unique opportunity to determine our own destiny and to make our own decisions about what
is appropriate for a pan-African business “ These were the words of Maria Ramos, CEO of the Barclays Africa Group about one of the largest IPOs in Africa ever. Barclays PLC sold 285,691,979 of Barclays Africa’s ordinary shares at a price of ZAR 132 per share, which resulted in a reduction of Barclays PLC’s stake to 23.4%, with a potential further reduction of 7% to be assumed by the Public Investment Corporation - PIC as soon as the necessary regulatory authorizations have been issued. Upon receipt of the relevant authorizations, the PIC will hold 14.9% of the share capital of Barclays Africa. The number of shares envisaged in the offer has been subscribed multiple times, in a combination of new and existing investors, both local and international, with an aggregate value of about ZAR 37.7 billion.
Barclays PLC’s fate Barclays PLC had already announced that it would reduce its share over time, but the level of demand by
institutional investors was such that Barclays PLC ended up selling 33.7% of shares and not the 22% initially forecasted. “The completion of this transaction demonstrates an exceptionally healthy investor appetite for Barclays Africa and our strategy to become a leading and autonomous financial services group in Africa,” said Maria Ramos. With this transaction, Barclays PLC ceases to have control of Barclays Africa, and the Group has a diversified portfolio of highly reputed institutional investors. Barclays PLC will remain a major shareholder as well as having to support Barclays Africa throughout the operational sale and separation process, which are ongoing.
What differences will this sale bring Barclays in Mozambique? In February 2017, Barclays PLC agreed to contribute approximately ZAR 2 billion (GBP 765 million) as a priority to finance the investments required for Barclays Africa to complete
the separation of Barclays PLC and to establish its independence. The contribution will in part be directed towards investments in technology, future brand changes and other projects resulting from this transition. This process presents an opportunity to accelerate the modernization and harmonization of Barclays Africa operations, including in Mozambique. Direct shareholder’s structure of Barclays Africa’s operations on the continent, including in Mozambique, will not change as a result of this operation. The 12 banks that constitute Barclays Africa will continue to be led and run by people with deep local knowledge, experience and diversity of skills. In Mozambique, Barclays has achieved excellent results in recent years, achieving a net profit of 575 million MTN in 2016, representing a 87% increase over 2015, amounting to 308 million MZN. Barclays Bank Mozambique continues to be one of the best capitalized banks in the country, maintaining its solvency Ratio at 22.5%, well above the regulatory minimum of 8%.c
HIGHLIGHT
Barclays Africa may buy Moza Bank Bloomberg said that the Barclays Africa Group will be the main candidate to buy Moza Banco in Mozambique, taking advantage of the economies of scale generated by the acquisition. Barclays Africa Group, a South African banking group operating in 12 African countries, is referred by Bloomberg as the main bidder for Moza Bank.
According to the same source, Barclays Africa would benefit from the purchase of Moza Banco, as this would allow it to substantially increase its operations in the country. Proposals received by Mozambican Central Bank will be reviewed by an independent panel before the announcing the winner, which will happen in July.c
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MUNDO
Projecto Novas Rotas da Seda movimenta 78.2 biliões USD
O presidente da China, Xi Jinping, anunciou, recentemente que 78.2 biliões de dólares serão aplicados
em projectos que integrem a iniciativa Novas Rotas da Seda, um projecto de infraestruturas com o qual a China pretende fortalecer o seu relacionamento comercial na Ásia, África e Europa. Xi Jinping, que falava no fórum de cooperação internacional “Uma Faixa, Uma Rota”, versão simplificada de Faixa Económica da Rota da Seda e da Rota Marítima da Seda para o Século XXI, disse que a China vai contribuir com 14.5 biliões de dólares adicionais para o Fundo da Rota da Seda, criado em 2014 para financiar projectos de infraestruturas e providenciar ajuda, nos próximos
três anos, no valor de 8.7 biliões de dólares a países em desenvolvimento e a organizações internacionais que participem na iniciativa. Dois bancos de Desenvolvimento da China e de Exportações e Importações da China vão também oferecer empréstimos especiais até 55 biliões de dólares para apoiar a iniciativa Uma Faixa, Uma Rota. Xi, que idealizou este plano internacional de infraestruturas durante uma visita oficial à Ásia Central em 2013, pretende com este projecto reavivar a antiga Rota da Seda, o corredor económico que uniu o Oriente o Ocidente.c
OPEP prolonga cortes de produção até Março de 2018
Marcas PT e Meo vão desaparecer As marcas portuguesas PT e Meo vão desaparecer e passam a designar-se Altice, segundo o grupo francês. A mudança das marcas decorre no âmbito da estratégia da criação de uma marca global única para todos os países onde a Altice está presente, nomeadamente Portugal, EUA, França, Israel e República Dominicana. A mudança de todas as marcas nos vários países onde a Altice está presente, que vai ser efectuada gradualmente, será concluída em 2018. A República Dominicana vai ser o primeiro país onde o grupo vai começar o “rebranding”, devendo ficar concluído no terceiro trimestre deste ano.c
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JUNHO 2017 · Capital Magazine Ed.106
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) decidiu prolongar os cortes na produção por nove meses. Os cortes, que estão em vigor desde o início do ano, terminariam no final do primeiro semestre. Com este acordo, são prolongados até Março de 2018. Segundo o ministro do Petróleo do Kuwait, Issam Almarzook, a Nigéria e a Líbia - países que atravessam períodos de grande instabilidade polítca interna - ficam de fora do acordo, não tendo de cumprir qualquer limite à produção. Já o Irão, que no acordo original alcançado no final do ano passado pôde aumentar a sua produção, fica agora obrigado a cumprir o limite então definido. O acordo abrange produtores não pertencentes ao cartel, incluindo o México e a Rússia, com Moscovo a cooperar com o cartel petrolífero pela primeira vez em 15 anos. Antes do início da reunião, o ministro
do Petróleo da Nigéria Emmanuel Kachikwu dizia, em entrevista à Bloomberg, que o prolongamento do acordo traria estabilidade aos preços. O governante admitiu que o cumprimento das reduções acordadas na oferta poria “um chão” de 50 dólares no preço do barril de petróleo, podendo até motivar uma subida de volta aos 60.c
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JUNHO 2017 · Capital Magazine Ed.106
WORLD
Project “New Silk Road” moves US $ 78.2 billion Chinese President Xi Jinping recently announced that US $ 78.2 billion will be invested in projects involved in New Silk Road Initiative, an infrastructure project with which China intends to strengthen its business relationship with Asia, Africa and Europe. Xi Jinping, speaking at Belt and Road Forum for International Cooperation, a simplified version of “Silk Road Economic Belt and 21st Century Maritime Silk Road”, said China will contribute with an additional US $ 14.5 billion for the Silk Road Fund established in 2014 to fund infra-
structural projects and provide $ 8.7 billion in aid over the next three years to developing countries and international organizations participating in the initiative. Two banks - China Development Bank and Import – Export Bank of China will also set up a special lendind scheme of up to $ 55 billion to support the Belt and Road. Xi, who idealized this international infrastructure plan during an official visit to Central Asia in 2013, intends to revive the ancient Silk Road, an economical corridor linking East to West.c
OPEC extends production cuts until March 2018
PT and Meo brands will disappear Portuguese brands PT and Meo will disappear and will be renamed Altice, according to the French group. The rebranding is part of the strategy of creating a single global brand for all countries where Altice is present, namely Portugal, USA, France, Israel and Dominican Republic. Dominican Republic will be the first country where the group will begin rebranding which should be completed by the third quarter of this year.c
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The Organization of the Petroleum Exporting Countries (OPEC) has decided to extend cuts on crude oil production for nine more months. The cuts, which started on the beginning of the year, were meant to end on the first half of this year. But, with this agreement, they’re being extended until March 2018. According to Kuwait’s Minister of Petroleum, Issam Almarzook, Nigeria and Libya - countries that are experiencing periods of great internal political instability - are out of the agreement and don’t have to meet any production limit. Iran, which in the original agreement was able to increase its production, is now obliged to comply with the limit then defined. The agreement covers non-cartel producers, including Mexico and Russia, with Moscow cooperating with the oil cartel for the first time in 15 years. Before the start of the meeting, Nige-
ria’s Oil Minister Emmanuel Kachikwu told Bloomberg that the extension of the agreement would bring price stability. He aknowledged that compliance with the agreed reductions in the offer would set 50 dollars as the lowest price per barrel of crude oil, and could even motivate a rise back to 60.c
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ÁFRICA
Superprodução de milho na região obriga SA a procurar novos mercados
A superprodução de milho
que se verifica em vários países da região austral de África na presente campanha agrícola está a obrigar a África do Sul (SA) a procurar outros mercadas para vender o seu excedente. Anualmente, o país vizinho vende milho a vários países da região, com destaque para o Malawi e a Zâmbia. Porém, na campanha agrícola 2017, estas nações, entre outros de todo o continente africano, registaram uma produção acima da média - o que resultou na redução dos preços desta cultura.
Assim sendo, a África do Sul (o maior mercado do continente) procura mercados para comercializar cerca de 3.4 milhões de toneladas de milho com vista a evitar desperdícios. Em 2014-2015, o país de Nelson Mandela exportou quase todo o seu excedente de milho para outros países africanos, mas este ano espera vender, pela primeira vez, para a Ásia e Médio Oriente onde esta cultura é usada para a alimentação animal. Na presente campanha agrícola, a SA espera colher um recorde de 15.6 milhões de toneladas de milho (dos quais 10.5 milhões de toneladas vão para o consumo doméstico), o dobro da produção de 2016. As condições climáticas favoráveis elevaram os rendimentos após uma seca severa induzida pelo fenómeno El Nino em 2016. Moçambique é um dos países da região que regista excedentes na produção de milho. Porém, dadas as dificuldades nas vias de escoamento, algumas unidades de produção são obrigadas a importar esta cultura do país vizinho.c
África ocidental perde 1.3 biliões USD por ano
Os países da África
ocidental, que estão junto à costa, perdem
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anualmente mais de 1.3 biliões de dólares norte-americanos devido à pesca ilegal, não declarada e não regulamentada. Para fazer face a este cenário, aquelas nações decidiram levar a cabo uma acção coordenada com vista a colocar um ponto final neste fenómeno. Segundo estatísticas oficiais, o comércio de pescado em todo o continente africano rende, por ano, pouco mais de 25 biliões de dólares.c
O maior acordo de exploração de diamantes do mundo A Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama) assinou com a mineradora russa Alrosa o maior contrato de exploração de diamantes do mundo. As duas empresas pretendem explorar a mina do Luaxe, sita na província oriental angolana da Lunda-Sul e tida como a maior do país. Segundo fontes próximas do negócio, a mina deve começar a operar em princípios do próximo ano com a promessa de oferecer dois mil empregos directos. Trata-se, de acordo com especialistas, do maior projecto económico de Angola fora do sector petrolífero, superando em alguns casos projectos da área dos petróleos, até agora principal fonte de receitas de exportação do país. Com uma reserva estimada em mais de 350 milhões de quilates, o Luaxe é apresentado como uma das maiores minas de diamantes do mundo, depois da sua descoberta há quase três anos no quadro de um programa da Endiama para a prospecção de novos kimberlitos. Dados preliminares indicam que o Luaxe produzirá oito milhões de quilates por ano, o que representa praticamente a totalidade da actual produção de Angola que é de 8,2 milhões de quilates. Admite-se, entretanto, que venha a produzir muito mais do que o previsto, uma vez que os dados “são bastante conservadores”.c
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AFRICA
Overproduction of maize in the region forces ZA to seek new markets
The maize over-production in several countries in southern African region this agricultural season is forcing South Africa (ZA) to search for other markets to sell its surplus. Annually, the neighboring country sells maize to several countries in the region, especially Malawi and Zambia. However, in 2017 agricultural season, these nations, among others throughout the African continent, had a production above average - which resulted in price reduction of this crop.
Therefore, South Africa (continent’s biggest market) is in the search for new markets to sell around 3.4 million tons of maize, in order to avoid waste. In 2014-2015, Nelson Mandela’s country exported almost all of its maize surplus to other African countries, but this year, for the first time it’s expected to sell for the first time to Asia and the Middle East where this product is used for animal feed. In the current agricultural season, ZA expects to harvest a record 15.6 million tons of maize (10.5 million tons of which goes to domestic consumption), doubling 2016 production. Favorable weather conditions boosted yields following a severe drought caused by El Nino phenomenon in 2016. Mozambique is one of the countries in the region that has surplus production of maize. However, due to difficulties in the flow, some production units are forced to import this product from the neighboring country.c
West Africa loses US $ 1.3 billion per year West African coastal
countries lose annually more than US $ 1.3 billion due to illegal, unreported and unregulated fishing. To cope with this scenario, those nations decided to carry out coordinated action to put an end to this phenomenon. According to official statistics, the fish trade across the African continent yields just over 25 billion dollars per year.c
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The world’s largest diamond exploration contract Angola’s National Diamond Company (Endiama) has signed with Russian mining company Alrosa the world’s largest diamond exploration contract. The two companies intend to explore the Luaxe mine, located in the eastern Angolan province of Luanda Sul, considered to be the largest in the country. According to sources close to this deal, the mine is expected to start operating early next year and it is promised to employ 2,000 direct jobs. According to experts, this is the largest economic project in Angola outside the oil sector, surpassing in some cases projects of that area, which has been the country’s main source of export earnings so far. With an estimated reserve estimated of more than 350 million carats, Luaxe was presented as one of the largest diamond mines in the world when it was discovered almost three years ago as part of an Endiama program for the prospecting of new kimberlites. Preliminary data indicates that Luaxe production will be eight million carats per year, representing almost Angola’s total current production of 8.2 million carats. However, it is can produce much more than expected, since data “is very conservative”.c
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MOçAMBIQUE
BM e AMB querem mais transparência na fixação de taxas de juros
A partir deste mês de Junho,
os bancos comerciais devem aplicar a mesma base para calcular a taxa de juro que aplicam ao crédito que concedem aos clientes. O Banco de Moçambique (BM) e a Associação Moçambicana de Bancos (AMB) materializaram, através de um acordo, a medida que visa aumentar
a transparência nas condições de fixação do preço do dinheiro e assegurar um maior controlo do Banco Central sobre as taxas de referência do mercado financeiro. No fundo, a decisão vem eliminar fragilidades, que já eram reportadas há anos na relação entre as taxas de juro de referência (também designadas por taxas directoras) e as taxas apli-
cadas pelos bancos comerciais. É que nunca havia impacto visível no facto de o BM mexer nas taxas de referência, com a intenção de sinalizar os bancos comerciais a seguirem o mesmo caminho para com os clientes. Com o acordo, assinado pelo governador do Banco Central, Rogério Zandamela, e o presidente da AMB, perante representantes de 20 instituições financeiras, o BM assegura um maior controlo sobre as taxas de referência do mercado financeiro. O principal destinatário deste acordo é o consumidor dos serviços bancários. Estamos em crer que o público almeja e espera de todas as instituições o respeito e a implementação dos termos acordados, pelo que, na nossa qualidade de supervisores e reguladores do sistema financeiro, assumimos desde já o compromisso de velarmos pela rigorosa implementação deste acordo, avançou Zandamela.c
EDM
Custos de produção e compra de energia disparam 129% Os custos totais
de compra e produção de energia da Electricidade de Moçambique (EDM) passaram de 9.810.414,744 meticais em 2015, para 22.490. 824,905 meticais em 2016, o que corresponde a um aumento de 129%. O relatório da companhia, que faz balanço das actividades de 2016, não detalha a causa dessas perdas, mas enumera uma série de outras ocorrências negativas que justificam as dificuldades que teve de enfrentar num ano difícil também
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em termos de desempenho da economia moçambicana no seu todo. A distribuidora pública de energia
eléctrica reporta ainda que as perdas totais de energia passaram de 25%, em 2015, para 26%, o correspondente a 1.424 Gigawatts/hora (GWh). Paralelamente, um pouco por todo o país testemunharam-se avarias de equipamentos que condicionaram o fornecimento de energia a diversos locais, incluindo a cidade de Maputo e da Matola. Houve pontos do país que tiveram limitações de acesso à energia eléctrica por um espaço de até três meses.c
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MOçAMBIQUE
DESTAQUE
Shell investe em refinaria e ENH será accionista A multinacional holandesa Shell
PUB
assumiu o compromisso de construir uma refinaria de gás natural em Palma, para a produção de combustíveis líquidos, com destaque para o gasóleo. Segundo o PCA da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos, Omar Mithá, aquela petrolífera vai investir mais de 7 mil milhões de meticais para operacionalizar o projecto, ou seja, se nós não contássemos os projectos da ENI e da Anadarko, seria o segundo maior projecto de Moçambique depois da
Mozal e seria sete vezes mais que a Mozal, realçou o mesmo, assegurando que a ENH vai entrar como accionista no projecto. Mithá não tem dúvidas sobre o impacto económico que o projecto vai ter em Moçambique: Só pela produção que vai fazer, dá para abastecer um milhão de carros por semana e centenas de aviões Boeing 737, o que poderá representar uma grande viragem em termos do peso do gasóleo nas importações de combustíveis líquidos actualmente feitas pelo Governo.c
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MOZAMBIQUE
BM and AMB want more transparency in interest rates setting
Starting this June,
commercial banks should apply the same basis to calculate the interest rate they apply to the credit given to customers. The Bank of Mozambique (BM) and the Mozambican Association of Banks (AMB) have, , implemented through
an agreement, a measure to increase transparency in the conditions of money pricing to ensure greater control by the Central Bank on the Financial market’s reference interest rates. Deep down, the decision removes weaknesses reported for years in the
EDM
difference between reference interest rates (also called guide rates) and commercial banks’ rates. There was never a visible impact on the fact that the BM changes on the reference rates, with the intention of making commercial banks to follow the same path towards customers. With this agreement, signed by Central Bank Governor Rogério Zandamela and the AMB President, before representatives of 20 financial institutions, BM ensures greater control over financial market benchmark rates. “The main recipient of this agreement is the banking services consumer. It is our belief that the public wants and expects all institutions to respect and implement the agreed terms. As a supervisor and regulator of the financial system, we are now committed to ensure a strict implementation of this agreement “, stated Zandamela.c
Costs of production and purchase of energy skyrocket 129% Total costs of purchase
and production of energy of Electricidade de Moçambique (EDM) increased from 9,810,414,744 MZN in 2015 to 22,490. 824,905 MZN in 2016, corresponding to an increase of 129%. The company’s report, which reviews the 2016’s activities, doesn’t detail the cause of these losses but lists a number of other negative events that justify the difficulties it faced in a difficult year also in terms of performance of the Mo-
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zambican economy as a whole . The public electricity distributor also reports that total energy losses increased from 25% in 2015 to 26%, corresponding to 1,424 Gigawatts / hour (GWh). At the same time, a little throughout the country, there was a series of malfunctions that affected the energy supply in several locations, including Maputo and Matola cities. There were spots in the country that had limited access to electric power for up to three months.c
Shell invests in refinery and ENH will be shareholder Dutch multinational Shell
has made a commitment to build a natural gas refinery in Palma to produce liquid fuels, mainly diesel. According to the President of the National Company of Hydrocarbons (ENH), Omar Mithá, that oil company will invest more than 7 billion MZN to operate the
project, meaning “if we didn’t count the projects of ENI and Anadarko projects, this would be the second largest project of Mozambique after Mozal and would be seven times bigger than Mozal, “ he noted, ensuring that ENH will enter as a shareholder in the project. Mithá has no doubts about the eco-
nomical impact that the project will have in Mozambique: “The production alone can supply one million cars a week and hundreds of Boeing 737s”, which could represent a major turning point in terms of the weight of liquid fuels imports currently made by the Government.c
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DOSSIER
Empresas prometem investir 1,5 biliões de dólares em Inhambane Inhambane assistiu a uma Conferência de Investimentos, que teve o condão de juntar no mesmo espaço uma série de empresários que se encontram interessados em investir em projectos locais. Questões como a ponte da Maxixe, a indústria da castanha de caju, a construção da estrada Mapinhane–Pafúri e a prospecção e pesquisa de areias pesadas, em Jangamo e Inharrime, foram abordadas bem como as actividades agro-pecuárias em Panda e a reabilitação e ampliação da estrada Lindela-Inhambane e Inhambane-Tofo. Saldo final: uma série de empresas compromete-se a investir 1.5 biliões de dólares em Inhambane.
S
egundo o Primeiro Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, a Conferência de Investimentos em Inhambane foi um sucesso a avaliar por dois indicadores. O primeiro foi o nível de participação de empresários nacionais e estrangeiros que superou a expectativa e, o segundo, a capacidade demonstrada pela província de seleccionar os temas prioritários que fizeram parte do debate. “Nós temos um Plano Económico e
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Social 2015-2019, estamos neste momento a meio da execução desse programa quinquenal. Então, estamos a fazer o exercício de avaliar o que falta fazer até ao fim do mandato, e a Província foi capaz de seleccionar as prioridades que devem ser atacadas para fazer a diferença nesta parte do País”, adiantou Carlos Agostinho do Rosário. E as prioridades vão desde a área das infraestruturas, à agricultura, passando pelos recursos minerais. “O Governo de Inhambane, na área
de infraestruturas, havia seleccionado a estrada Mapinhane-Pafúri, e como sabem é uma grande infraestrutura necessária para dinamizar todo o turismo na zona de Vilankulo, Inhassoro e também para impulsionar o desenvolvimento na indústria de gás naquela zona de Inhassoro e este objectivo foi atingido”, adianta o Primeiro Ministro. Compromissos foram firmados Num outro desenvolvimento, Carlos Agostinho do Rosário falou sobre os ganhos que a conferência trouxe no que diz respeito à construção da ponte da Maxixe, que garante a travessia entre Maxixe e Inhambane. “Fomos visitar a ponte na Maxixe. Vimos que está lá uma estrutura provisória que garante que as populações atravessem. Segundo vimos, é uma ponte alternativa mas o que queremos é fazer uma ponte definitiva e consistente, e o valor dessa ponte anda à volta de 400 milhões de dolares”, referiu o PM. A esse propósito, o Governo de Inhambane e o Governo Central já se encontram a desenvolver contactos no sentido de arranjar parcerias para a construção da ponte definitiva.
Por seu turno, Daniel Chapo, governador da província de Inhambane, afirmou que os objectivos do Governo de Inhambane circunscrevem-se à melhoria das condições de vida da população, através da mobilização e exploração de recursos que a província dispõe, de forma sustentável e de modo a impulsionar o desenvolvimento. E o governante anunciou, na ocasião, a sua satisfação pelos resultados alcançados com a realização da conferência, ao se firmarem compromissos com parceiros em diversas áreas. Aliás, foram firmados compromissos em prol dos projectos de produção e processamento de castanha de caju, da construção da estrada Mapinhane–Pafúri, da prospecção e pesquisa de areias pesadas em Jangamo e Inharrime, entre outros. Vários foram os projectos que o Govenador de Inhambane enumerou, de entre os quais o desenvolvimento de actividades agro-pecuárias no distrito de Panda, a reabilitação e ampliação da estrada Lindela-Inhambane e Inhambane-Tofo, incluindo a zona da praia da Barra, num esforço que totaliza um investimento aproximado de 1,5 biliões de dólares norte-americanos. A Conferência de Investimentos da província de Inhambane decorreu sob o lema “juntos por um Inhamba-
EM FOCO
Estrada Mapinhane-Pafúri arrebata o maior investimento Um compromisso assumido por investidores pode vir a alterar, por completo, a dinâmica de desenvolvimento de Inhambane bem como o seu quadro económico. Diversas empresas comprometeram-se, ao longo da Conferência que reuniu uma série de investidores em Inhambane, a investir 1.5 biliões de dólares norte-americanos, sendo que o maior montante poderá ser canalizado para a construção da estrada Mapinhane-Pafúri, a partir de 1 de Maio de 2018. O investimento poderá vir a ser assumido pela empresa sul-africana N222 Capital Projects. Os estudos de viabilidade já foram realizados e o projecto poderá avançar com um investimento de 780 milhões de dólares. A N222 dispõe do valor necessário e irá trabalhar com o seu parceiro estratégico chinês, a
ne próspero”, e teve a participação de pouco mais de 400 pessoas, dentre os antigos governadores de Inhambane, a governadora da província de
CHEC. A empresa sul-africana já encetou negociações com o Governo e espera que a construção da estrada inicie a 1 de Maio de 2018. Contudo, a N222, com parceiros chineses e moçambicanos, não é a única que pretende investir na estrada. Uma outra empresa sul-africana, a GP Nox Limitada, também se encontra disponível para investir 500 milhões de dólares no mesmo projecto. Nesse sentido, apenas as negociações com o Governo decidirão quem de facto avança com o projecto. Segundo o Primeiro-Ministro, Carlos Agostinho do Rosário, trata-se de uma Estrada que vai dinamizar a zona industrial do gás natural em Inhambane, assim como o turismo nos distritos de Inhassoro e Vilanculos, sendo que terá de ser implementada através de uma parceria público-privada (PPP).c
Gaza, o ministro das Obras Públicas, Habitação e Recursos Hidricos, para além do Primeiro Ministro, Carlos Agostinho de Rosário.c
Projectos, investimentos e valores envolvidos Empresa
Origem
Área de actividade
Valor de investimento em dólares
Indu Caju Asia Oriental Lda.
Vietname
Agricultura e Indústria da castanha de caju, em Massinga
4,158 milhões
Matilda Minerals
Grã Bretanha
Nova Heald Innovations
Maurícias
Construção de clínica na cidade da Maxixe
500 mil
Moçambique Orgânico
ND
Agricultura no distrito de Panda
389 mil
China
Engenharia e Construção da Estrada LindelaInhambane e Inhambane-Tofo
40 milhões
Empresa Chinesa
Recursos minerais areias pesadas, em Jangamo e Inharrime
150 milhões
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DOSSIER
Companies promise to invest $ 1,5 billion in Inhambane Inhambane hosted an Investment Conference, joining together in the same space a series of entrepreneurs who are interested in investing in local projects. Issues such as the Maxixe bridge, the cashew nut industry, the construction of the Mapinhane-Pafúri road and the prospecting and research of heavy sands in Jangamo and Inharrime were addressed as well as the agri-livestock activities in Panda and the rehabilitation and Expansion of the Lindela-Inhambane and Inhambane-Tofo road. Closing balance: A number of companies are committed to investing 1.5 billion dollars in Inhambane.
A
ccording to the Prime Minister, Carlos Agostinho do Rosário, the Inhambane’s Investment Conference was a success assessed by two indicators. The first was the level of participation of national and foreign entrepreneurs that exceeded expectations, and the second was the ability demonstrated by the province to select the priority themes integrating the debate. “We have a 2015-2019 Economic and Social Plan, we are now halfway through the implementation of this
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five-year program. So we are doing the exercise of assessing what remains to be done until the end of the mandate, and the Province was able to select the priorities that must be tackled to make a difference in this part of the country, “said Carlos Agostinho do Rosário. And priorities range from infrastructure, agriculture to mineral resources. “ Inhambane’s Government, as far as infrastructure are concern, selected the Mapinhane-Pafúri road, and as you know it’s a great infrastructure necessary to boost all tourism in the
Vilankulo, Inhassoro area and also to boost development in the gas industry in that area of Inhassoro and this goal has been achieved “, says the Prime Minister. Commitments were signed In another development, Carlos Agostinho do Rosário spoke about the gains brought by the conference regarding the construction of Maxixe bridge, allowing the crossing between Maxixe and Inhambane. “We visit the bridge at Maxixe. We have seen that there is a temporary structure that ensures the crossing
of the population. It’s an alternative bridge but we want to make a permanent and consistent bridge, and the cost this bridge is around 400 million dollars, “said the PM. Daniel Chapo, governor of Inhambane’s province, said that the goals of Inhambane’s Government are limited to improving the living conditions of the population by mobilizing and exploiting resources that the province has in a sustainable way to boost development. And on the occasion the minister announced his satisfaction with the
results achieved with the conference, due to commitments made with partners in several areas. In addition, commitments were made regarding production and processing of cashew nuts, the construction of the Mapinhane-Pafúri road, the prospecting and research of heavy sands in Jangamo and Inharrime, amonsgt others. A number of projects have been identified by the Governor of Inhambane, including the development of agri-livestock activities in the Panda district, the rehabilitation and
extension of the Lindela-Inhambane and Inhambane-Tofo road, including Barra beach area, an investment totaling approximately US $ 1.5 billion. The Inhambane Province Investment Conference was held under the motto “together for a prosperous Inhambane,” and attended by just over 400 people, including the former governors of Inhambane, the governor of Gaza province, the Minister of Public Works , Housing and Water Resources, in addition to the Prime Minister, Carlos Agostinho de Rosario.c
HIGHLIGHT
Mapinhane-Pafúri road snatchs the biggest investment A commitment by investors can completely change Inhambane’s development dynamics as well as its economic environment. A number of companies committed to invested US $ 1.5 billion during the Conference, which brought together a number of investors in Inhambane, and the largest amount could be channeled to the construction of the Mapinhane-Pafúri road beginning in the 1st of May 2018. The investment could be taken over by the South African company N222 Capital Projects. The feasibility studies have already been carried out and the project could advance with an investment of 780 million dollars. The N222 has the necessary amount and will work with its Chinese strategic partner, CHEC. The South African company has already started negotiations with
the Government and hopes that the construction of the road will start on May 1st, 2018. However, the N222, with Chinese and Mozambican partners, is not the only one that wants to invest in the road. Another South African company, GP Nox Limited, is also available to invest $ 500 million in the same project. Due to this, only the negotiations with the Government will decide who actually advances with the project. According to the Prime Minister, Carlos Agostinho do Rosario, it is a road that will boost the natural gas industrial zone in Inhambane, as well as tourism in the districts of Inhassoro and Vilanculos, and it will have to be implemented through a partnership Public-private partnership (PPP).c
Projects, Investments and Amounts involved Company
Origin
Activity
Investment amount in USD
Indu Caju Asia Oriental Lda.
Vietnam
Agriculture and Cashew Nut Industry, in Massinga
4,158 million
Matilda Minerals
Great Britain
Nova Heald Innovations
Mauritius
Building a Clinic at Maxixe city
500 thousand
Moçambique Orgânico
ND
Agriculture in Panda district
389 thousand
Empresa Chinesa
China
Engineering and Road Building of Lindela-Inhambane e Inhambane-Tofo roads
40 million
Natural Resources Heavy sands, in Jangamo and Inharrime
150 million
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ECONOMIA
Indústria extractiva leva economia no colo Dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), apresentados pelo Banco Central, indicam que no primeiro trimestre de 2017 o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 2,9%, relativamente a igual período de 2016.
Evolução da inflação Variação do IPC de Moçambique (%)
30.00
Inflação Mensal
Inflação Anual
Inflação Média Anual
25.00 20.00 15.00 10.00 5.00 0.00 -5.00
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rata-se de um incremento suportado pelo desempenho dos sectores da indústria extractiva, dos serviços financeiros e do comércio e reparação, que cresceram 41,6%, 21,6% e 8,1%
respectivamente. O desempenho positivo da produção e exportação do carvão mineral, conjugado com a actividade de comércio e transportes, e favorecido pela prevalência da paz, amorteceu o baixo
ECONOMIA/ ECONOMY
desempenho da indústria transformadora (-4,3%), da electricidade e água (-17,6%), da construção (-25,1%) e da agricultura (-0,8%), sectores mais afectados pelos efeitos da estiagem (agricultura e electricidade e água) e pela limitada capacidade financeira do Estado. Os indicadores sugerem uma melhoria das perspectivas de crescimento económico para os próximos trimestres. Informação publicada pelo INE indica que, em Abril de 2017, a confiança dos empresários, avaliada pelo indicador de clima económico, aumentou ligeiramente, interrompendo a tendência decrescente registada no primeiro trimestre do ano, mas ainda assim continuando abaixo dos níveis registados em igual período de 2016. A melhoria recente do indicador foi explicada pela avaliação em alta de todas as suas componentes (perspectivas de emprego e procura), com excepção das expectativas de preços. O aumento das exportações, estimu-
lado pelo incremento dos preços das commodities no mercado internacional, continua a favorecer a redução do défice da conta corrente. Dados provisórios do primeiro trimestre apontam para a redução do défice da conta corrente em 263,7 milhões de dólares, face ao período homólogo de 2016, para cerca de 718 milhões de dólares. Este cenário é explicado pelo aumento das exportações do carvão,
das areias pesadas, do alumínio e do gás natural, perante o aumento das importações em 110 milhões de dólares. No entanto, excluindo os grandes projectos, o défice incrementa em 60 milhões de dólares, contrariando a tendência para a melhoria dos trimestres anteriores, traduzindo, provavelmente, a apreciação recente do Metical face às moedas dos principais parceiros comerciais de Moçambique.
Extractive industry carries economy on the shoulders Data from the National Statistics Institute (INE), presented by the Central Bank, indicate that Gross Domestic Product (GDP) increased by 2.9% in the first quarter of 2017 compared to the same period in 2016.
T
his was supported by the performance of the extractive industry, financial services and trade and repair sectors, which grew by 41.6%, 21.6% and 8.1%, respectively.
The positive performance of production and export of coal, coupled with trade and transport activity, and favored by the prevalence of peace, cushioned the low performance of manufacturing (-4.3%), electricity and water (-17, 6%),
construction (-25.1%) and agriculture (-0.8%), sectors most affected by the effects of drought (agriculture and electricity and water) and by limited financial capacity of the State. Indicators suggest an improvement
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ECONOMY
Inflation Evolution
IPC’s Variation in Mozambique
Variação do IPC de Moçambique (%)
30.00
Monthly Inflation Inflação Mensal
Annual Inflation Inflação Anual
Average Annual Inflation Inflação Média Anual
25.00 20.00 15.00 10.00 5.00 0.00 -5.00
in economic growth prospects for the coming quarters. Information published by INE indicates that, in April 2017, entrepreneurs confidence, measured by the economic climate indicator, increased slightly, interrupting the downward trend registered in the first quarter of the year, but still remaining below the levels registered in the same period of 2016. The recent improvement of the indicator was explained by the upward
assessment of all its components (employment and demand prospects), with the exception of price expectations. The increase in exports, stimulated by the increase in commodity prices in the international market, continues to favor the reduction of the current account deficit. Provisional data for the first quarter indicates a reduction of the current account deficit by US $ 263.7 million compared to the same period of 2016
to US $ 718 million. This scenario is explained by the increase in exports of coal, heavy sands, aluminum and natural gas, as imports increased by 110 million dollars. However, excluding large projects, the deficit increases by US $ 60 million, contrary to the trend towards the improvement of previous quarters, probably reflecting Metical’s recent appreciation against the currencies of Mozambique’s main trading partners.c
Evolution of GDP Annual Variation
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Quarterly Variation adjusted to Seasonality
ECONOMIA
Moçambique na rota global do LNG Moçambique vai entrar na lista dos maiores produtores de gás natural em África, depois da Argélia e da Nigéria. Em 2022, a Área 4 da bacia do Rovuma vai começar a produzir para abastecer o mercado internacional. Belizário Cumbe (texto)
O
projecto da unidade flutuante de Gás Natural Liquefeito (FLNG) de Coral Sul, avaliado em seis biliões de dólares, vai finalmente sair do papel. O Hotel Polana vestiu-se de gala para acolher o lançamento da iniciativa, liderada pela multinacional italiana ENI. A presença na cerimónia do Presidente da República, Filipe Nyusi, dos ministros dos Recursos Minerais e Energia e da Economia e Finanças, bem como dos líderes de gigantes mundiais como a ENI, Kogas, Samsung, Galp Energia, CNPC, entre outras, denunciava um evento de onde Moçambique sairia fortalecido e com a esperança renovada. Para o efeito foram assinados os contratos para a perfuração, construção e instalação das unidades de produção, assim como os acordos com o Governo de Moçambique para o financiamento e enquadramento legal do projecto. Esta iniciativa acontece depois de um longo período de incertezas. Ao todo passaram três anos, desde a perfuração do último poço de pesquisa, para que Moçambique entrasse no mercado global de gás.
Em 2022, a Área 4 da bacia do Rovuma vai começar a produzir para abastecer o mercado internacional. Dados da ENI indicam que a Área 4 (com reservas avaliadas em 85 trilhões de pés cúbicos) passará a produzir 3.4 milhões de toneladas de LNG por ano. Ao longo de 30 anos, a contar a
partir de 2022, este projecto poderá render cerca de 18 biliões de dólares em receitas ao Estado, o que equivale a uma média anual de 600 milhões de dólares. Só para se ter uma ideia, em apenas pouco menos de dois anos e meio de receitas, Moçambique estaria em condições de pagar na totalidade
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ECONOMY
as chamadas dívidas ocultas que arrastaram o país para a lama. Perante este cenário animador, o Centro de Integridade Pública (CIP) diz que o Governo tem um grande desafio na monitoria dos custos. Ou seja, é preciso certificar que as receitas esperadas sejam efectivamente arrecadadas e correspondam ao que a empresa deve, justamente, pagar. Esta chamada de atenção vem pelo facto do Estado moçambicano, alegadamente, estar a ser lesado na exploração do gás natural em
Pande-Temane pela contraparte sul-africana. Ou seja, foram feitas promessas de grandes receitas ao Estado e muitos postos de trabalho, entre outros ganhos económicos, mas uma década depois apenas a África do Sul teve ganhos assinaláveis com o gás.
Um projecto de nível mundial O administrador delegado da ENI, Claudio Descalzi, diz que “este projecto é o primeiro e o único, até
ao momento, a nível mundial, que atingiu o Project Finance no valor de seis mil milhões de dólares!Segundo Descalzi, “isso é extremamente importante não apenas sob o ponto de vista financeiro, mas mostra que é um projecto bastante robusto e, neste momento de extrema dificuldade financeira a nível mundial, fomos capazes de convencer 15 bancos, três nacionais e 12 internacionais para financiar um montante de 6 biliões de dólares. Ao mesmo tempo, em Moçambique e em particular este projecto Coral Sul têm atingido vários recordes a nível mundial. Aliás, este projecto flutuante é o primeiro de LNG em África e actualmente o terceiro maior, de acordo com Descalzi. Por seu turno, o Presidente da República, Filipe Nyusi, disse que o lançamento do projecto é o culminar de vários anos de negociações, com diferenças ultrapassadas, num equilíbrio de interesses das diversas partes por cedências de posições por vezes difíceis. Nyusi acrescentou que o acordo alcançado com a ENI é o melhor possível dado o contexto global que é marcado principalmente pela queda de preços das commodities e de extremas dificuldades no acesso ao financiamento.c
PROFILE
A rede de investimentos em torno da ENI A ENI é a operadora da Área 4, através da sua participação na Eni East África (EEA) que detém 70% da concessão, enquanto a portuguesa Galp Energia, a sul-coreana Kogas e a moçambicana ENH (Empresa Nacional de Hidrocarbonetos) detêm 10% cada. A ENI detém 71.4% de participações na Eni East África juntamente com a empresa chinesa CNPC que detém
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28,6%. Em Março de 2017, a Eni assinou um acordo de venda de 50% das suas participações na EEA para a ExxonMobil, acordo este que será concluído após a satisfação de um número de condições precedentes, incluindo o aval do Governo moçambicano e outras autoridades regulatórias.c
ECONOMY
Mozambique on the global LNG route Mozambique will enter the list of the largest producers of natural gas in Africa, after Algeria and Nigeria. In 2022, Area 4 of the Rovuma Basin will start producing to supply international market. BelizĂĄrio Cumbe (text)
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he South Coral Floating Liquefied Natural Gas (FLNG) project, valued at six billion dollars, will finally come off the paper. Hotel Polana dressed for a gala to welcome the launch of this initiative, led by the Italian multinational
ENI. The President of the Republic, Filipe Nyusi, the Ministers of Mineral Resources and Energy and Economy and Finance, as well as leaders of world giants such as ENI, Kogas, Samsung, Galp Energia and CNPC, among others, were present at the event from which Mozambique would
emerge strengthened and with hope renewed. In order for this to happen contracts were signed for the drilling, construction and installation of production units, as well as agreements with the Government of Mozambique for the financing and legal framework of the
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project. This initiative comes after a long period of uncertainty. Altogether, three years have gone by, since the drilling of the last research well, so Mozambique entered the global gas market. In 2022, Area 4 of the Rovuma Basin will start production to supply international markets. ENI data indicate that Area 4 (with reserves estimated at 85 trillion cubic feet) will produce 3.4 million tons of LNG per year. For a period of 30 years, starting in 2022, this project could yield about $ 18 billion of revenue to the state, an equivalent of an annual average of $ 600 million. Just so we can have an idea, in just under two and a half years of revenue, Mozambique would be able to pay in
full the so-called hidden debts that dragged the country into the mud. AS per this encouraging scenario, the Public Integrity Center (CIP) says that the Government has a great challenge in monitoring costs. Meaning, it’s necessary to ensure that the expected revenues are actually collected and correspond to what the company is supposed to pay. This warning call comes from the fact that Mozambican state is reportedly being harmed by the South African counterpart in natural gas operation in Pande-Temane. This meaning that promises of large revenues were made to the state and many jobs were promised, among other economic gains, but a decade later only South Africa had remarkable gains with gas.
A worldwide project ENI’s Executive Director, Claudio Descalzi, says “this project is the first and only, so far, worldwide, that has reached Project Finance worth six billion dollars!”. According to Descalzi, “this is extremely important not only from the financial point of view, but it shows that it is a very robust project and, at this moment of extreme financial difficulty worldwide, we were able to convince 15 banks, three national and 12 international banks to fund US $ 6 billion. “ At the same time, Mozambique and in particular this Coral South Project reached several world records. Incidentally, this floating project is the first LNG in Africa and currently the third largest, according to Descalzi. The President of the Republic, Filipe Nyusi, said that the launching of the project is the culmination of “several years of negotiations, with outdated differences, in a balance of interests of the various parts by compromising sometimes in difficult positions.” Nyusi added that the agreement reached with ENI is the best possible given the global context specially marked by falling commodity prices and extreme difficulties in accessing funding.c
PROFILE
The investment network around ENI ENI is the operator of Area 4, through its stake in Eni East Africa (EEA), which holds 70% of the concession, while Portugal’s Galp Energia, South Korea’s Kogas and the Mozambican ENH (Empresa Nacional de Hidrocarbonetos) hold 10 % each. ENI holds 71.4% of the shares in Eni East Africa together with
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the Chinese company CNPC which owns 28.6%. In March 2017, Eni signed an agreement to sell 50% of its holdings in the EEA to ExxonMobil, which will be completed filling a number of precedent conditions, including endorsement by the Mozambican Government and other regulatory authorities.c
TEMA DE FUNDO I Independência de Moçambique
Rui Baltazar, ministro das Finanças entre 1978 e 1986
Os riscos e perigos da Economia são agora maiores Já se passaram 42 anos desde a proclamação da independência nacional. O país venceu inúmeras batalhas, mas o presente ainda encerra inúmeros desafios económicos bem como maiores riscos e perigos. No sentido de resgatar a memória colectiva e de falar dos desafios do pós-25 de junho de 1975, conversamos com Rui Baltazar, o homem que, ao liderar o Ministério das Finanças, assinou os instrumentos de adesão de Moçambique às instituições de Bretton Woods, em 1984. Belizário Cumbe e Helga Nunes (entrevista) . Shanna Chicalia (fotos)
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Em 1975, ano da proclamação da Independência de Moçambique, o Dr. Rui Baltazar dos Santos Alves tinha 42 anos de idade. Entendemos por isso que terá acompanhado o processo que culminou com a libertação do país. Onde é que estava no dia 25 de Junho de 1975? Não só acompanhei como participei na luta de libertação nacional, através de acções de luta clandestina. No dia 25 de Junho de 1975, depois de na noite anterior ter assistido, no Estádio da Machava à proclamação da independência de Moçambique, estive envolvido nas várias cerimónias e acontecimentos relativos à independência que decorreram nesse dia. A partir de Setembro de 1974 até à Independência, exerceu o cargo de ministro da Justiça do Governo de Transição, funções que manteve até 1978, ano em que foi chamado a ser ministro das Finanças. Como é que acolheu esta chamada, tendo em conta que até então havia circulado apenas nos corredores do Direito? Não é correcto dizer-se que eu apenas tinha circulado nos corredores do Direito. Desde logo, os cursos de Direito em Portugal, na década de 1950, tinham uma importante componente curricular económico-financeira. Entre as disciplinas dos cursos de Direito, figuravam Economia Política, Estatística, Finanças e Introdução ao Estudo da Moeda. Depois de terminar a Licenciatura em Direito na Universidade de Coimbra, fiz um chamado 6.º ano ou Curso Complementar de Ciências Político-Económicas (correspondente ao que mais tarde se havia de designar por Mestrado), no qual havia uma importante carga de estudos económicos. Como mera referência histórica, lembro que o ditador português António
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“É verdade que o III Congresso da FRELIMO em 1977 significou um momento alto de radicalização política da Frente, dada a proclamada identificação com a ideologia do marxismoleninismo, a opção pela economia centralmente planificada e a ingénua convicção da possibilidade de saltar etapas do processo histórico construindo em Moçambique um Estado socialista.” de Oliveira Salazar, que fora professor de Direito na mesma universidade, começou a sua carreira política como ministro das Finanças antes de ser Primeiro Ministro. Um muito mau exemplo este que estou a dar, e que em nada me inspirou, a não ser para combater o Fascismo. Acho eu que o Presidente Samora Machel me nomeou ministro das Finanças por ter confiado que as minhas intervenções em sessões do Governo revelavam sensibilidade, capacidade e integridade (passe a imodéstia) nas matérias económico-financeiras para merecer assumir tal responsabilidade. Não tive dificuldades em assumir a pasta das Finanças
até porque contava entre os meus colaboradores mais próximos com quadros moçambicanos da mais alta qualidade técnica e profissional. Fui nomeado num período extremamente crítico (Abril de 1978, quando a África do Sul deixou de pagar em ouro parte das remessas dos salários dos mineiros moçambicanos), e nessas funções me mantive oito longos anos, dos mais desafiadores, complexos e atormentados da minha carreira política. Depois do III Congresso da Frelimo, em 1977, o país adoptou uma economia centralmente planificada. Um dos desafios de então era garantir o crescimento da economia, atingindo os níveis de crescimento de 72/73, bem como melhorar as condições de vida da população. Porém, este objectivo não foi alcançado. O que inviabilizou o alcance destas metas? Que medidas estruturais foram levadas a cabo? É verdade que o III Congresso da FRELIMO em 1977 significou um momento alto de radicalização política da Frente, dada a proclamada identificação com a ideologia do marxismo-leninismo, a opção pela economia centralmente planificada e a ingénua convicção da possibilidade de saltar etapas do processo histórico construindo em Moçambique um Estado socialista. Infelizmente, nós ainda estamos numa fase de não sabermos assumir criticamente a nossa história, papagueamos uma narrativa histórica extremamente esquemática e redutora, salvo honrosíssimas excepções do mundo académico, e não há, que eu conheça, significativos sinais de se produzirem análises mais sistemáticas, críticas e profundas de tudo o que ocorreu no período pós-independência.
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Evidentemente que o trabalho de redescoberta da verdade histórica nos anos subsequentes à independência há-de ser feito por jovens gerações de historiadores moçambicanos, pois que os da minha geração, em vias de extinção, ficar-se-ão por descosidas e mal amanhadas memórias (ressalvadas poucas excepções) mais centradas na exaltação dos seus egos do que na transmissão de conteúdos históricos rigorosos e autênticos. A pergunta contém afirmações questionáveis como a de que um dos desafios era o de garantir o crescimento da economia para atingir os níveis de 72/73. Em primeiro lugar, é preciso esclare-
cer que a economia de Moçambique, no fim do período colonial, já estava mergulhada numa profunda crise de insustentabilidade, agravada pelo primeiro choque petrolífero. Após a independência, nunca se poderia ter como modelo ou referência o sistema colonial ou os seus indicadores, ainda por cima com todos os abalos sísmicos sofridos pela economia e a sociedade moçambicana na sequência do 25 de Abri de 1974. A melhoria das condições de vida do povo moçambicano era, sim, prioridade, entre tantas outras prioridades, mas um objectivo impossível no quadro das convulsões que coincidiram com a libertação do país.
Porque os factos são já longínquos e muitos dos vossos leitores nem sequer tinham nascido por essa altura, deixem-me lembrar que a tomada do poder político pelos moçambicanos ocorreu quando mais de 90% da população era analfabeta, quando praticamente não havia moçambicanos tecnicamente qualificados nem a exercerem funções de chefia ou comando, ou a dirigirem até mesmo pequenos negócios. A quase totalidade dos recursos humanos mais experientes ou qualificados eram portugueses e abandonou o país e as actividades que exerciam. Nesse êxodo, os impropriamente designados por retornados, levaram o que puderam para reiniciar as suas vidas noutros quadrantes, dando lugar ao encerramento de muitas actividades económicas. É verdade que os moçambicanos também contribuíram para esse êxodo com pequenos empurrões de diversa natureza, mas que eram inevitáveis num processo de tal modo agitado e transformador. Acrescentem a este cenário as sanções decretadas contra a Rodésia e os efeitos delas decorrentes bem como a necessidade de salvaguardar a soberania e o controlo do poder político para se ter uma pálida ideia de como foi conturbado o processo de nascimento do Moçambique independente. Apesar de tudo, no final dos anos 70 e início de 80, o Governo moçambicano conseguira o quase milagre de estancar a crise e estabilizar o funcionamento da economia, alcançando frágeis níveis de crescimento económico em alguns sectores. Foi em 1980 que o Zimbabwe se tornou independente, para o que Moçambique deu um contributo decisivo. A euforia com que acolhemos essa independência deflagrou, talvez, o sinal de alarme que fez convergir
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contra o nosso país toda a hostilidade das forças mais reaccionárias da nossa região e do mundo. Era preciso liquidar o mau exemplo e o perigo que Moçambique podia representar. Embora os moçambicanos tenham sabido prever como iria agir o inimigo, não souberam tirar todas as consequências das suas previsões, não adoptaram as medidas preventivas e integradoras que se impunham, e não acautelaram devidamente o descalabro que se iria seguir com o alastrar da instabilidade a todo o território e a situação económico-financeira a entrar em rápido colapso. Houve, não obstante tudo isso e muito mais, alguns objectivos que foram conseguidos e muitos outros foram inviabilizados pelo nível das destruições humanas e físicas que se verificaram. Depois do IV Congresso, decorreu uma introspecção sobre as opções económicas com destaque para os resultados da aplicação do PPI (Plano Prospectivo Indicativo), e a Frelimo decide-se pelo início de uma série de reformas que desembocaram na viragem para uma economia de mercado. Em que momento o Governo notou que havia chegado a hora de mudar de direcção? Qual era o sentimento do Presidente Samora Machel em relação ao novo rumo que o país se preparava para tomar? Desde muito cedo se teve a percepção da necessidade de efectuar mudanças. A ofensiva política e organizacional denunciou algumas disfuncionalidades do sistema. O sonho de construir o socialismo e de uma rápida vitória contra o subdesenvolvimento foi de muito efêmera duração e chocou contra as realidades existentes e a ferocidade posta no processo de instabilização do país. Também a retaguarda segura
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que se supunha poder ser firmada com os países socialistas se foi desvanecendo e começaram-se a dar os primeiros passos para preparar o caminho em direcção à economia de mercado (primeiros anos da década de 80), enquanto no plano internacional faziam-se aproximações aos
países europeus (adesão à Convenção de Lome), a outras importantes potências mundiais e prepararam-se dossiers e iniciaram-se contactos com as instituições de Bretton Woods (cujos instrumentos de adesão assinei em Washington, em Setembro de 1984).
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Isto é, o país começou bem atempadamente a reequacionar as opções que tinha de fazer para salvaguardar a sua independência e viabilidade, senão mesmo sobrevivência, não hesitou em tomar as grandes decisões que se impunham e iniciou com grande antecedência o desenho dos futuros cenários políticos e económicos que se vieram a concretizar. O Presidente Samora Machel, desde muito cedo, se apercebeu da inevitabilidade de a economia do país se encaminhar para uma economia de mercado e estava bem consciente dos perigos que daí adviriam, dos quais a corrupção e a criação de novas dependências eram os mais previsíveis, muito embora a velocidade da sua disseminação e incrustação não fosse talvez plenamente assumida. A adopção da economia do mercado foi simbolizada pela implementação do Programa de Reabilitação Económica (PRE), em 1987. A esta altura, Rui Baltazar já não era ministro das Finanças, mas acreditamos que desempenhou um papel na criação deste instrumento. Que pilares tiveram em conta para a elaboração do PRE? Acredita que, diferentemente do PPI, este programa alcançou os resultados desejados? Para compreender o PRE, é bom recordar que no início da década de 80 se julgava possível fazer da década de 80-90 a década da vitória sobre o subdesenvolvimento. As realidades subsequentes mostraram que, ao invés de progredir, a situação económico-financeira se deteriorava cada vez mais e que era preciso reverter essa situação e que aquela utopia era irrealizável. O PRE surge, pois, tendo como objectivo essencial travar a queda da actividade económica do país, e iniciar a recuperação económica. Ele desenca-
deia a viragem decisiva da economia nacional para uma economia de mercado, define programas para as diversas áreas económico-financeiras e abre novas páginas na história económica de Moçambique. Como bem inferem na vossa pergunta, a minha participação nesse programa foi apenas nas suas fases preliminares e preparatórias e enquanto deputado da Assembléia. Há outros actores e fazedores desse Programa, felizmente ainda vivos, que com muito mais autoridade e conhecimento se podem acerca dele pronunciar. Quanto ao PPI, eu gostaria de referir aqui que a História ainda não lhe fez a devida justiça e ao enorme esforço que envolveu a sua preparação. Foi um plano visionário, utópico, é certo, mas nele se pesquisaram desenvolvimentos que só agora estão em parte a ser implementados. O que ilustra a clara perspectiva já então existente de muitas das potencialidades e recursos do nosso país e do seu virtual aproveitamento. Não era ficção científica, era, isso sim, sonho, mas eu diria, plagiando o meu caro amigo Óscar Monteiro, que também de sonhos se constroem os países. É preciso é que os sonhos não degenerem em megalomanias nocivas e doentias e que eles visem sempre prosseguir legítimos interesses nacionais. Já lá vão 30 anos desde que Rui Baltazar saiu do Ministério das Finanças. Hoje, os desafios da economia mudaram e estamos na era do Investimento Directo Estrangeiro (IDE), de um empresariado nacional cada vez mais pujante e dos mega-projectos. Como avalia o caminho que o país trilhou até chegar a esta fase? O caminho até agora trilhado é bem longo e sinuoso. Considero que não são muitos os países da nossa era que, em tão pouco
“O sonho de construir o socialismo e de uma rápida vitória contra o subdesenvolvimento foi de muito efêmera duração e chocou contra as realidades existentes e a ferocidade posta no processo de instabilização do país. Também a retaguarda segura que se supunha poder ser firmada com os países socialistas se foi desvanecendo e começaram-se a dar os primeiros passos para preparar o caminho em direcção à economia de mercado (...)” tempo (numa perspectiva histórica, claro está), acumularam tantas, tão ricas e diversificadas experiências como Moçambique. É caso para dizer, como na anedota famosa, que não há erro que os moçambicanos não tenham cometido. Mas libertámo-nos do colonialismo, o que não foi coisa pequena, preservámos a nossa independência e integridade territorial, alcançámos importantes progressos e estão a emergir novas gerações que nos fazem acreditar cada vez mais no futuro. Os desafios da economia são dife-
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O Presidente Samora Machel, desde muito cedo, se apercebeu da inevitabilidade de a economia do país se encaminhar para uma economia de mercado e estava bem consciente dos perigos que daí adviriam, dos quais a corrupção e a criação de novas dependências eram os mais previsíveis (...).
rentes, mas eu diria que muito maiores, como maiores são os riscos e os perigos. A paz que vivemos ainda é frágil e é preciso que tenhamos a sabedoria de a converter em definitiva com a reconstrução do tecido social e a genuína reconciliação de todos os moçambicanos; criaram-se ou desenvolveram-se assimetrias de desenvolvimento que são potenciais riscos para a unidade nacional; as clivagens de níveis de vida aprofundaram-se para além do tolerável ou admissível; perdeu-se o sentido do bem comum, da ligação permanente com os problemas e as aspirações do povo e da prioridade da sua solução; sacrificaram-se valores éticos e morais e o sentido de solidariedade; predomina um liberalismo anárquico e incontrolado; desrespeita-se a propriedade pública e utilizam-se todos os meios, até os ilegais e ilícitos, para dela uns quantos abusivamente se apropriarem; campeia a corrupção e organizam-se verdadeiras máfias que utilizam todos os mecanismos para enriquecerem e prosperarem sem escrúpulos de qualquer espécie;
corre-se atrás do investimento sem as cautelas e defesas necessárias, esquecendo que não são voluntarismos despegados das realidades que nos podem orientar e que nem sempre correr é a melhor maneira de atingir os objectivos. Em suma, para não alongar demasiado esta desencorajadora lista de perigos e armadilhas, diríamos que o país enfrenta também a ameaça de ser neocolonizado, e que isto não se compadece com o repetir dos mesmos erros que se praticaram ou vêm praticando, com a improvisação ou o cometimento de novas falhas, e que, acima de tudo, se exige boa e transparente governação, muita prudência e bom senso, coragem e ponderação nas decisões e um combate implacável contra os desregramentos a que vimos assistindo. É no homem moçambicano que está o sucesso ou fracasso do desenvolvimento do nosso país, e por isso, é nele que teremos sobretudo de investir para construir um melhor futuro para todos os moçambicanos e não só para alguns.c
Percurso de Rui Baltazar 1956: Licenciatura em Direito na Universidade de Coimbra, em Portugal 1958: Curso Complementar de Ciências Político-Económicas na Universidade de Coimbra 1959 -1974: Exerceu advocacia na cidade de Lourenço Marques 1974 – 1978: Ministro da Justiça no governo de transição e depois da independência 1978 – 1986: Ministro das Finanças 1986 – 1990: Reitor da Universidade Eduardo Mondlane (UEM) 1990 – 1994: Professor de Direito na UEM 1994 – 2001: Embaixador de Moçambique no Reino da Suécia 2002 – 2004: Conselheiro do Presidente da República de Moçambique 2004 – 2009: Presidente do Conselho Constitucional
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Rui Baltazar, Minister of Finance between 1978 and 1986
Economy’s risks and dangers are now bigger It has been 42 years since declaration of Independence. The country has won numerous battles, but presently still faces numerous economic challenges as well as greater risks and dangers. In order to rescue collective memory and to talk about the challenges of post-25th June 1975, we spoke with Rui Baltazar, the man leading the Ministry of Finance then, who signed for the tools of Mozambique’s access to the Bretton Woods institutions, in 1984. Belizário Cumbe e Helga Nunes (enterview). Shanna Chicalia (photos)
In 1975, the year of Mozambique’s Declaration of Independence, Rui Baltazar dos Santos Alves was 42 years old. That gives us an usderstanding why you have followed the process that culminated in the liberation of the country. Where were you on June 25, 1975? Not only I accompanied as I participated in the national liberation fight, through actions of clandestine rebellion. On June 25, 1975, after having witnessed the declaration of independence in the country at Machava Stadium on the night before, I was involved in the various ceremonies and events concerning independence that took place on that day. From September 1974 until Independence, you held the position of Minister of Justice of the Transitional Government, until 1978, the year in which you were called to be Minister of Finance. How did you accept the fact, bearing in mind that until then you had only circulated in the halls of law? It is not correct to say that I had only circulated in the halls of law. Law courses in Portugal, in the 1950s,
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had an important economic-financial curricular component. Among the subjects of Law courses were Political Economy, Statistics, Finance and Introduction to the Study of Currency. After finishing my degree in Law at the University of Coimbra, I made a so-called 6th year or Complementary Course of Political-Economical Sciences (corresponding to what would later be called Master), in which there was an important load of economic studies . As a mere historical reference, I remember that the Portuguese dictator Antonio de Oliveira Salazar, a law professor at the same university, began his political career as Finance Minister before becoming Prime Minister. A very bad example I’m giving, which inspired me nothing but to combat Fascism. I believe that President Samora Machel appointed me Finance Minister because he believed that my interventions in government sessions revealed sensitivity, capacity and integrity in economic and financial matters deserved such responsibility. I had no difficulty in taking over the Finances because I had amongst my closest collaborators Mozambican staff of the highest technical and professional quality. My appointment happened in an extremely critical period (April 1978, when South Africa failed to pay part of the Mozambican miner’s wages remittances in gold), and I hold that position for eight long years, the most challenging, complex and tormented in my career policy. After the 3rd Frelimo Congress in 1977, the country adopted a centrally planned economy. At that time, one of the challenges was to ensure economic growth, of 72/73 levels, as well as improving living conditions of the population. However, this objective wasn’t achieved. What made the achievement of the-
se goals unfeasible? What structural measures were taken? Is true that the 3rd FRELIMO Congress in 1977 was a high moment of the Front’s political radicalization, given the proclaimed identification with the ideology of Marxism-Leninism, the choice of centrally planned economy and the naive conviction of the possibility of jumping steps of the historical process building a socialist state in Mozambique. Unfortunately, we are still at a stage where we do not know how to take up our history critically, we parrot an extremely schematic and reductive historical narrative, with the exception of the very exceptional exceptions of the academic world, and there are not, as far as I know, significant signs of producing more systematic, and profound aspects of everything that happened in the post-independence period. Evidently, the work of rediscovering historical truth in the years following independence will have to be done
by young generations of Mozambican historians, for my generation, on the verge of extinction, that will be left with bare-bones and ill-fated memories ( with few exceptions) more focused on the exaltation of their egos than on the transmission of rigorous and authentic historical contents. The question has questionable statements such as ensuring economic growth to reach the 72/73 levels. In the first place, it must be made clear that Mozambique’s economy, at the end of the colonial period, was already plunged into a deep crisis of unsustainability, aggravated by the first oil shock. After independence, one could never have as a model or reference of the colonial system or its indicators, in addition to all the seismic shocks suffered by the economy and the Mozambican society following the 25th of April 1974. The improvement of living conditions of Mozambican people was a priority, among many others, but an impossible goal in the context of the
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Nonetheless, in the late 1970s and early 1980s, Mozambican government had achieved almost miracle of getting out the crisis and stabilizing the functioning of the economy, reaching fragile levels of economic growth in some sectors convulsions that coincided with the liberation of the country. Because the facts are long gone, and many of your readers were not even born by that time, let me remind you that Mozambicans took political power when more than 90% of the population was illiterate when there were practically no technically qualified Mozambican to perform managerial or command duties, not even to run small businesses Almost all experienced or qualified human resources were Portuguese and had left the country and all those activities they carried out. In this exodus, the improperly designated returnees took what they could to restart their lives in other places, leading to the closure of many economic activities. It is true that the Mozambicans also contributed to this exodus with small shoves inevitable in a process so agitated and transformative. Add to this scenario the sanctions decreed against Rhodesia and the resulting effects as well as the need to safeguard the sovereignty and control of political power to have a faint idea of how the process of the birth of independent Mozambique
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was so disturbed. Nonetheless, in the late 1970s and early 1980s, Mozambican government had achieved almost miracle of getting out the crisis and stabilizing the functioning of the economy, reaching fragile levels of economic growth in some sectors. It was in 1980 that Zimbabwe became independent, fact to which Mozambique had a decisive contribution. The euphoria with which we welcome this independence has perhaps triggered the alarm signal that brought against us all the hostility of the most reactionary forces in our region and in the world. The bad example and the danger that Mozambique could represent had to be solved. Although Mozambicans were able to predict “how the enemy was going to act”, they did not know how to take all the consequences of their predictions, they did not take the preventive and integrative measures that were required, and did not duly take care of the disruption that followed the spread of instability to the whole territory and the economic-financial situation going into rapid collapse. There were, despite everything, some objectives that were achieved and many others were made unfeasible by the level of human and physical destruction that occurred. After the 4th Congress, there was an introspection on the economic options, highlighting the results of the application of the PPI (Indicative Prospective Plan), Frelimo decided to initiate a series of reforms that led to the turn to a market economy. At what point did the Government realize that it was time to change direction? What was President Samora Machel’s feeling about the new course the country was preparing to take? From a very early stage the need to make changes was perceived. The political and organizational offensive denounced some dysfunctionalities of the system. The dream of build-
ing socialism and of a quick victory against underdevelopment was of a very short duration and shocked against the existing realities and the ferocity that was put in the process of instability of the country. The safe rear that was supposed to be signed with the socialist countries was fading away and the first steps were taken in order to prepare the way towards a market economy (beginning of the 80s), while at the international level they did (Access to the Lome Convention), to other major world powers, and to the preparation of dossiers and contacts with the Bretton Woods institutions (whose instruments of access I signed in Washington in September 1984). Meaning, the country began in a timely manner rethinking the options it had to make to safeguard its independence and viability, if not survival, didn’t hesitate to make major decisions that were required and initiated with great advance the design of future political and economic scenarios. Economic reforms that came to fruition. President Samora Machel realized very early it was unavoidable that the country’s economy moved towards a market’s economy and was well aware of the dangers that would arise, such as corruption and creation of new dependencies that were the most predictable, although the speed of its dissemination and encrustation were perhaps not fully assumed. Market economy was symbolized by the implementation of the Economic Rehabilitation Program (PRE) in 1987. By this time, Rui Baltazar was no longer Minister of Finance, but he believes that he played a role in this instrument’s creation. What were the pillars considered to prepare the PRE? Do you believe that, unlike PPI, this program achieved the expected results? In order to understand PRE, it is worth remembering that in the early 1980s
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this Program, fortunately still alive, who with much more authority and knowledge can speak about it. As far as the PPI, I would like to mention here that history has not yet done justice to it and the enormous effort involved in its preparation. It was a visionary, utopian plan, that’s for sure, but throughout it developments were researched that are still now only partially implemented. This illustrates the clear perspective of many of the potentialities and resources of our country and of its virtual use. It was not science fiction, it was, yes, a dream, but I would say, plagiarizing my dear friend Óscar Monteiro, that countries are also build of dreams. It is necessary that dreams don’t degenerate into harmful and sickly megalomanias and that they always aim to pursue legitimate national interests. It has been 30 years since Rui Baltazar left the Ministry of Finance. Today, the economy’s challenges have changed and we are in the era of Foreign Direct Investment (FDI), an increasingly strong national business and mega-projects. How do see the path the country has taken to reach
it was considered possible to make the decade 80-90 the decade of the victory over underdevelopment. Subsequent realities showed that, rather than progressing, the economic and financial situation deteriorated more and more, and that this situation had to be reversed and that utopia was unrealizable. The main objective of PRE therefore is to halt economic downturn and to start economic recovery. It trig-
gers the decisive turning of national economy towards a market economy, defines programs for the various economic-financial areas and opens new pages in the economic history of Mozambique. As per referred in your question, my participation in this program was only through its preliminary and preparatory stages and as a Member of the Assembly. There are other actors and makers of
this stage? The path so far is long and winding. I consider that not so many countries of our era, which in such a short time (in a historical perspective, of course) have accumulated as many, rich and diversified experiences as Mozambique. It is case to say, as in the famous joke, that there is no mistake that Mozambicans didn’t commit. But we have freed ourselves from colonialism, which was no small thing, we have preserved our independence and territorial integrity, we have made important progress and new generations are emerging, which makes us believe more and more in the future. Economy’s challenges are different,
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BACKGOUND THEME I Mozambique’s Independency Special
but I would much larger, with greater risks and the dangers. The peace we live in is still fragile and we must have the wisdom to convert it to a definitive reconstruction of the social fabric and the genuine reconciliation of all Mozambicans; development asymmetries representing potential risks to national unity have been created or developed; the cleavages of living standards have deepened beyond the tolerable or permissible; the sense of common good, the permanent connection with problems and aspirations of the people and the priority of their solution have been lost; ethical and moral values as well as sense of solidarity were sacrificed; anarchic and uncontrolled liberalism prevails; Public property is disrespected and all means are being used, even illegal and illicit, by some; corruption is rampant and real mafias are organized and use all the mechanisms to enrich and prosper without scruples of any kind; we run after the investment without the necessary cautions and defenses, forgetting that voluntarisms detached from the realities that can guide us don’t exist and that running is not always the best way to reach objectives. In short, in order not to overstretch this discouraging list of dangers and pitfalls, we would say that the country also faces the threat of being neo-colonized, disregarding the repetition of the same mistakes that had been or have been practiced, improvisation other, , above all else, good and transparent governance is required, a lot of prudence and common sense, courage and determination in decisions and a ruthless fight against the ruses we have been witnessing. The success or failure of the development of our country It’s in Mozambican man, and for that reason, it’s in him that we will have to invest mainly to build a better future for all Mozambicans and not only for some. c
56
JUNHO 2017 · Capital Magazine Ed.106
Rui Baltazar Professional Career 1956: Degree in Law at the University of Coimbra, Portugal 1958: Complementary Course of Political-Economic Sciences at the University of Coimbra 1959 -1974: Practiced law in the city of Lourenço Marques 1974 - 1978: Minister of Justice in the transition government and after independence 1978 - 1986: Minister of Finance 1986 - 1990: Rector of the Eduardo Mondlane University (UEM) 1990 - 1994: Professor of Law at UEM 1994 - 2001: Ambassador of Mozambique to the Kingdom of Sweden 2002 - 2004: Counselor of the President of the Republic of Mozambique 2004 - 2009: President of the Constitutional Council
ADICIONE UM NOVO COMPROMISSO À SUA AGENDA O jornal de economia da TV Miramar informa o telespectador sobre as notícias mais relevantes do panorama económico e empresarial nacional e internacional. Trazendo novidades, debates, opiniões, análises e conselhos de entidades inspiradoras e influentes do meio.
A INFORMAÇÃO QUE FAZ TODA A DIFERENÇA. SEGUNDA, 22H00
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57
MZ Mercado
1.
Evolução da Actividade Económica
A confiança empresarial, expressa pelo Índice do Clima Económico (ICE), melhorou 1.64% em Abril face a Março, depois da queda nos últimos dois meses. Foi determinante para a ascensão do ICE, as melhorias nas expectativas de emprego (2.34%) e procura (2.32%) que suplantaram a deterioração nas expectativas de preços (3.46%). Evolução dos Índices de Confiança Empresarial 115 110
2.
Mercado Financeiro Nacional
Durante o mês de Maio, como reflexo do bom desempenho da economia nacional, tendência de estabilização do nível geral preços e apreciação da moeda nacional, continuou a prevalecer a normalização da política monetária do Banco de Moçambique caracterizada pela tonalidade menos restritiva. As taxas directoras nomeadamente: Facilidade Permanente de Cedência, Facilidade Permanente de Depósito e o Coeficiente de Reservas Legais continuaram fixados em 22.75%, 16.25% e 15,50%, respectivamente.
105 100
Como resultado da normalização da política monetária, as taxas de juro dos bilhetes de tesouro de 91, 182 e 364 dias desceram de 25.30%, 28.22% e 28.75% em Abril para 25.25%, 26.63% e 27.81% em Maio, respectivamente.
95 90 85
Perspectivas do Em prego Perspectivas da Procura Fonte: Instituto Nacional de Estatística
Clima Económico Perspectivas de Preços
O nível geral de preços registou uma queda de 0.38% durante o mês de Maio, tendo deste modo contribuído para a desaceleração da inflação homóloga (20.45%) e a acumulada (5.09%). Contribuíram para a queda do IPC, a queda dos preços dos alimentos e bebidas não alcoólicas (1.54%) e Habitação, água, eletricidade, gás e outros combustíveis (0.92%) que contribuíram conjuntamente em 0.57pp. Inflação Mensal (%) das principais classes do índice de preço ao consumidor por cidade no mês de Maio de 2017 Classes
Espera-se que as taxas de juro sobre empréstimo, depósito e prime rate actualmente fixadas em 29.72%, 17.18% e 28.32% (actualização de Março), registem uma queda nos próximos meses. Taxas de Juro do Mercado Monetário Taxas de Juro
Jul.16
Agost.16
Out.16
Dez.16
Jan.17
Fev.17
Apr-17
May-17
FPD
10,25%
10,25%
16,25%
16,25%
16,25%
16,25%
16.25%
16.25%
FPC
17,25%
17,25%
23,25%
23,25%
23,25%
23,25%
22.75%
22.75%
Reservas Obrigatórias(MZN)
13,00%
13,00%
15,50%
15,50%
15,50%
15,50%
15.50%
15.50%
Permuta de Liquidez Overnight
13,34%
15,53%
19,35%
23,16%
23,16%
21,85%
21,79%
21.68%
BT's de 91 dias
12,30%
16,82%
19,29%
24,15%
24,98%
25,87%
25.69%
25.25%
BT's de 364 dias
13,50%
13,50%
13,50%
28,00%
29,20%
28,63%
28.45%
27.81%
Activo (1 Ano)
22,70%
23,58%
25,49%
28,02%
27,40%
29.36%
-
Passivo (1 Ano)
10,93%
11,28%
11,92%
12,64%
14,60%
16.17%
-
-
21,75%
21,98%
24,48%
26,70%
27,43%
28.31%
-
-
Moçambique
Maputo
Beira
Nampula
Produtos Alimentares e Bebidas não Alcoólicas
-1,54
-0,89
-3,69
-1,07
Prime Rate
Bebidas Alcoólicas e Tabaco
-0,18
-0,25
-0,49
0,00
Fonte: Banco de Moçambique
Vestuário e Calçado
1,17
2,43
-0,02
0,14
Habitação, Água, Electricidade, Gás e outros Combust.
-0,92
-1,43
0,74
-0,26
Mobiliário, Artigos de Décor., Equip. Doméstico
-0,89
-0,96
-0,86
-0,71
Serviços
0,18
0,12
-0,04
0,47
-0,38
-0,15
-3,69
-0,08
Inflação Total Fonte: Instituto Nacional de Estatística
A queda do nível geral de preços em Maio é explicada pela redução nos preços de combustíveis e apreciação do Metical, que reduziu significativamente o custo de alguns bens e serviços importados, associadas as boas perspectivas de estabilidade político-militar interna. A nível internacional, foi determinante a queda nos preços de energia (4.15%) e bebidas (1.05%), que foram suficientes para anular o efeito da subida nos preços de alimentos (2.19%) e das matérias-primas (0.10%). Evolução dos Preços das Commodites Alimentos
Bebidas
Energia
Materias-Primas
2,66%
2,19%
0,64%
-2,20%
-1,58%
-0,78%
-1,65%
-1,05% -2,78% -4,15% -5,89%
mar-17
abr-17
Fonte: Banco Mundial, FAO (Preços dos Alimentos)
58
JUNHO 2017 · Capital Magazine Ed.106
mai-17
0,10%
Tendência
-
Alinhado a política monetária restritiva que caracterizou o primeiro trimestre de 2017, o crédito a economia reduziu de forma consistente. O seu volume se fixou em 246.83 milhões de meticais em Março de 2017, dos quais 43.58% foram alocados aos meios circulantes e 56.42% as despesas de investimento. Por outro lado, 22.85% do crédito concedido foi em moeda externa e os restantes 77.15% em moeda nacional. Os sectores que mais beneficiaram do crédito foram os da construção (13.65%), comércio (12.89%) e transportes e comunicações (10.94%). Porém, os particulares tiveram maior acesso ao financiamento com o peso de 16.99%. No mercado cambial, durante o mês de Maio, constituiu destaque a contínua apreciação do Metical em relação as suas contrapartes com destaque para o Dólar norte-americano (6.47%), Rand (5.22%), Libra (4.41%) e Euro (3.52%), consolidando assim a recuperação que vem registando desde o início do ano que em termos acumulados, de Janeiro à Maio, situou-se em 15.10%, 12.74%, 11.22% e 10.80% em relação ao Dólar, Libra, Rand e Euro, respectivamente.
Taxa de Câmbio do Metical em Relação às Principais Moedas Taxa de Câmbio Média
Moedas
Apr-17
May-17
31-May-17
Variação (%) Mensal Acumulada Homóloga
Meticais por Rand
4,91
4,65
4,63
-11,22%
30,31%
Meticais por Dólar
65,96
61,69
60,60
-6,47%
-15,10%
12,29%
Meticais por Euro
70,62 83,26
68,14 79,67
66,97 76,91
-3,52% -4,31%
-10,80% -12,74%
9,66% 1,25%
Meticais por Libra
-5,22%
Fonte : Bloomberg
No Mercado de Capitais, no último dia do mês de Maio, estavam cotados na Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) 42 valores mobiliários, dos quais 21 obrigações de tesouro, 15 obrigações privadas, 5 acções e 1 título de reembolso com uma capitalização bolsista total de MT 64.07 milhões, 1.28% acima da registada em Abril, sendo resultado do aumento da capitalização das acções (2.53%) e obrigações (0.44%). Evolução da Capitalização Bolsista da BVM (em Milhões de Meticais) 40.000
80.000,00
30.000
60.000,00
20.000
40.000,00
10.000
20.000,00
Cap. Bols. Obrigações Cap. Bols. Acções Capitalização Bolsista Total (Eixo Dto)
Apr-17
May-17
Mar-17
Jan-17
Feb-17
Dec-16
Oct-16
Nov-16
Sep-16
Jul-16
Aug-16
Jun-16
Apr-16
May-16
Mar-16
Jan-16
-
Feb-16
-
Cap. Bols. Papel Comercial Títulos de Reembolso
Fonte: Bolsa de Valores de Moçambique
O volume de transacções dos títulos na BVM situou-se em MT 627,5 milhões, uma queda de 72.70% em relação ao mês de Abril. Esta redução foi influenciada pela queda brusca nas transacções das acções (99.06%) e obrigações (90.12%) que foram mais que suficiente para anular o efeito do aumento nas transacções dos títulos de reembolso (551.33%).
3.
Mercado Financeiro Internacional
O desempenho da actividade económica global no mês de Maio, continuou sendo marcado pelo fortalecimento das economias desenvolvidas e recuperação da maioria das economias emergentes, influenciado sobre tudo, pela recuperação do preço das commoditties. Tabela: PIB, Inflação e Desempregro por grupo de economias em Maio de 2017 Descrição
PIB IVTrim 16
Estados Unidos Zona Euro Japão Inglaterra
2,00% 1,80% 1,60% 1,90%
China África de sul Brasil Russia Índia
6,80% 0,70% -2,50% 0,30% 7,00%
Inflação I Trim 17 Abril Maio Economias Desenvolvidas 2,00% 2,20% 1,70% 1,90% 1,40% 1,40% 0,40% 2,00% 2,70% Economias Emergentes 6,90% 1,20% 1,00% 5,30% -0,40% 4,10% 0,50% 4,10% 6,70% 3,00%
4,10% -
dados preliminares apontam uma queda de 10 pontos base nos EUA. No mercado financeiro internacional, no mês de Maio, sem nenhuma surpresa, os principais Bancos Centrais mantiveram as suas taxas de referência. A da Zona Euro continuou nula, uma política monetária considerada adequada numa altura em que as perspectivas de inflação continuam frágeis, permanência de riscos financeiros negativos e a recuperação económica da Zona Euro a caminho de uma maior robustez. Nos EUA, em linha com as expectativas e robustez do mercado de trabalho, apesar da desaceleração do crescimento económico, a Reserva Federal (FED) manteve a taxa de referência. Como resultado da manutenção da política monetária mais relaxada pelo Banco Central Europeu as taxas de juros de referência do mercado monetário da Zona Euro registaram uma variação mista, com a Euribor de 3 meses a subir em 0.10pb e a Euribor de 6 meses a cair 0.60pb fixando-se no território negativo de 0.33% e 0.25%, respectivamente. Nos EUA, a Libor de 3 e 6meses registam uma subida de 2.67pb e 0.77pb fixando-se em 1.21% e 1.42%, respectivamente, sendo justificadas sobretudo pelas expectativas da subida da taxa de referência do FED. Taxas de Juros e Indexantes Taxas de Juros e Indexantes
4,30% -
4,00% 27,70% 13,60% 5,30% -
-
31-M ay-17
Variação M édia
M ay-17
1,000%
1,000%
1,000%
0,00
ECB Refi Rate (Zona Euro)
0,000%
0,000%
0,000%
0,00
Repo Rate (Inglaterra)
0,250%
0,250%
0,250%
0,00
Call Rate (Japão)
-0,100%
-0,100%
-0,100%
0,00
Repurchase Rate (Africa de Sul)
7,000%
7,000%
7,000%
0,00
Policy Rate (Nigéria)
14,000%
14,000%
14,000%
Euribor 3 meses
-0,330%
-0,329%
-0,329%
0,10
Euribor 6 meses
-0,245%
-0,251%
-0,254%
-0,60
Libor USD 3 meses
1,159%
1,185%
1,210%
2,67
Libor USD 6 meses
1,417%
1,425%
1,418%
0,77
M ensal (Pb)
0,00
Fonte : Bloomberg
No mercado cambial, o dólar registou um desempenho misto, tendo depreciado face ao Euro (3.14%), Libra (2.24%) e Franco Suíço (1.51%), e apreciado face ao Iene (1.94%). Este desempenho é resultante do abrandamento da actividade económica nos EUA associada a fortificação do crescimento económico na zona euro.
Desemprego Abril Maio 4,40% 9,30% 2,80% -
Taxas M édias Apr-17
Fed Funds Tardet Rate (EUA)
Taxa de Câmbio do Dolár Norte-Americano em Relação as Principais Moedas Moedas Dólares Americanos por Euro Dólares Americanos por Libra Dólares Americanos por Franco Suiço Ienes por Dólar Americano
Taxa de Câmbio Média Variação (%) 31-mai-17 abr-17 mai-17 Mensal Acumulada Homóloga 1,071
1,105
1,124
3,14%
6,91%
-2,26%
1,264 0,999 110,110
1,292 1,014 112,250
1,289 1,033 110,780
2,24% 1,51% 1,94%
4,46% 5,28% -6,18%
-11,05% -0,81% 3,09%
Fonte: Bloomberg
Fonte: Bloomberg
Dados preliminares de inflação, no mês de Maio, indicam uma desaceleração de 50 pontos base na Zona Euro e manutenção de uma taxa de 4.10% na Rússia. No que tange as taxas de desemprego, de Abril para Maio,
Nos próximos meses, o mercado cambial poderá ser influenciado pela capacidade do governo norte-americano para implementar medidas que estimulem a actividade económica (USD), impacto das eleições no Reino Unido (GBP) e as perspectivas de crescimento na zona euro (EUR).
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59
1.
2.
EVOLUTION OF ECONOMIC ACTIVITY
The business confidence, expressed by the Economic Climate Index (ICE), improved 1.64% in April from March, after falling in the last two months. The improvements on the business confidence is a result of the increase in employment (2.34%) and demand (2.32%) expectations which surpassed the deterioration in price expectations (3.46%).
Business Confidence Index Evolution 115 110
National Financial Market
During May, as a reflection of the good performance of the national economy, trend of stabilization in the general price level and appreciation of the national currency, continued to prevail the normalization of the Bank of Mozambique’s monetary policy characterized by the reduction of restrictive tonality. The central bank interest rates, namely the Outstanding Lending Facility, Outstanding Deposit Facility and Legal Reserve Coefficient, remained fixed at 22.75%, 16.25% and 15.50%, respectively.
105
As a result of the less restrictive monetary policy, the interest rates on treasury bills of 91, 182 and 364 days decreased from 25.30%, 28.22% and 28.75% in April to 25.25%, 26.63% and 27.81% in May, respectively.
100 95 90 85
Employment Prospects
Economic Climate
Demand Prospects
Prices Prospects
The general price level (CPI) fell by 0.38% in May, thus contributing to the deceleration of the annual inflation (20.45%) and accumulated inflation (5.09%). The fall on the CPI is a result of the fall of the prices of food and non-alcoholic beverages (1.54%) and housing, water, electricity, gas and other fuels (0.92%), which jointly contributed with 0.57pp. Monthly Inflation (%) of the mainclasses of the consumer price index per city in the month in May 2017 Classes Food Products and non-alcoholic beverages
Mozambique
Maputo
Beira
Nampula
-1,54
-0,89
-3,69
-1,07
-0,25
-0,49
Clothing and footwear
1,17
2,43
-0,02
0,14
Housing, Water, Electricity, Gas and other fuels
-0,92
-0,18
-1,43
0,74
-0,26
Furniture, Decor articles and Domestic Equipament
-0,89
-0,96
-0,86
-0,71
Services
0,18
0,12
-0,04
0,47
-0,38
-0,15
-3,69
-0,08
Alcoholic beverages and tobacco
Total Inflation
The fall in the general price level in May is explained by the reduction in fuel prices and Metical appreciation, which significantly reduced the cost of some imported goods and services, coupled with the good prospects in internal political-military stability. At the international side, the drop in energy prices (4.15%) and beverages (1.05%) was decisive, which were enough to cancel out the effect of rising prices in food (2.19%) and raw materials (0.10%). Evoluation of Commodties Prices Beverages
Energy
Raw Materials
2,66%
2,19%
0,64%
-2,20%
-1,58%
-0,78%
-1,65%
-1,05% -2,78% -4,15% -5,89%
mar-17
abr-17
Source: World Bank and FAO
60
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mai-17
Money Market Interest Rates Interest Rates
Jul.16
Aug.16
Oct.16
Dez.16
Jan.17
Feb.17
Apr-17
May-17
FPD
10,25%
10,25%
16,25%
16,25%
16,25%
16,25%
16.25%
16.25%
FPC
17,25%
17,25%
23,25%
23,25%
23,25%
23,25%
22.75%
22.75%
Required Reserves
13,00%
13,00%
15,50%
15,50%
15,50%
15,50%
15.50%
15.50%
Overnight Liquity Exchange
13,34%
15,53%
19,35%
23,16%
23,16%
-
21,79%
21.68%
TB´s of 91 days
12,30%
16,82%
19,29%
24,15%
24,98%
25,87%
25.69%
25.25%
TB´s of 364 days
13,50%
13,50%
13,50%
28,00%
29,20%
28,63%
28.45%
27.81%
Loans (1 year)
22,70%
23,58%
25,49%
28,02%
27,40%
29.36%
-
Deposits 1 Year)
10,93%
11,28%
11,92%
12,64%
14,60%
16.17%
-
Prime Rate
21,75%
21,98%
24,48%
26,70%
27,43%
28.31%
-
Trend
Source: Bank of Mozambique
0,00
Source: Instituto Nacional de Estatística
Food
It is expected that the interest rates on loans, deposits and prime rates currently set at 29.72%, 17.18% and 28.32% (March update) decline in the coming months.
0,10%
In line with the restrictive monetary policy that characterized the first quarter of 2017, the credit to the economy declined consistently. Its volume stood at 246.83 million meticais in March 2017, of which 43.58% was allocated to the working capital and 56.42% was allocated to investment expenses. On the other hand, 22.85% of the credit provided was in foreign currency and the remaining 77.15% in national currency. The sectors that benefited most from the credit were construction (13.65%), trade (12.89%) and transport and communications (10.94%). However, individuals had greater access to financing with a weight of 16.99%. In the foreign exchange market, in May, the Metical continued to appreciate against its counterparts mainly against the US dollar (6.47%), Rand (5.22%), Pound (4.41%) and Euro (3.52%), consolidating the recovery registered since the beginning of the year, which in accumulated terms, from January to May, stood at 15.10%, 12.74%, 11.22% and 10.80% in relation to the Dollar, Pound, Rand and Euro, Respectively.
In the international financial market, in May, with no surprise, the main central banks maintained their benchmark rates. The Euro Zone rates remained null, a monetary policy considered adequate at the moment as the inflation prospects remain fragile, continuation of negative financial risks and the economic recovery of the Euro Zone is on the way to greater robustness.
Metical Exchange against Main Currencies Average Exchange Rate Variation (%) 30-Apr-17 Mar-17 Apr-17 Monthly Accumulated Homologous
Currencies Metical/Rand Metical/Dollar Metical/Euro Meticail/Pound
4,91 65,96
4,65 61,69
4,63 60,60
-5,22% -6,47%
-11,22% -15,10%
30,31% 12,29%
70,62 83,26
68,14 79,67
66,97 76,91
-3,52% -4,31%
-10,80% -12,74%
9,66% 1,25%
Source: Bloomberg
In the Capital Market, at the last day of May, were listed at the Mozambique’s Stock Exchange (BVM) 42 securities of which 21 were treasury bonds, 15 corporate bonds, 5 shares and 1 treasury refund bond, with a total market capitalization of MT 64.07 million, 1.28% higher than in April, as a result of the increase on stock (2.53%) and bonds capitalization (0.44%). Evolution of BVM's Market Capitalization (Millions of Meticais) 40.000
80.000,00
30.000
60.000,00
20.000
40.000,00
10.000
20.000,00
Market Capitalization Bonds Market Capitalization Shares Total Market Capitalization (Right Axis)
Apr-17
May-17
Mar-17
Jan-17
Feb-17
Dec-16
Oct-16
Nov-16
Sep-16
Jul-16
Aug-16
Jun-16
Apr-16
May-16
Mar-16
Jan-16
-
Feb-16
-
In the US, in line with the expectations and robustness of the labor market, despite the deceleration on the economic growth, the Federal Reserve Bank (FED) maintained its benchmark rate. As result of the accommodative monetary policy by the European Central Bank, the reference interest rates of the Eurozone money market registered a mixed variation, with Euribor of 3 months rising by 0.10 bps and Euribor of 6 months falling by 0.60 bps standing at the negative territory of 0.33% and 0.25%, respectively. In the US, the Libor of 3 and 6 months rose by 2.67bpd and 0.77bp, standing at 1.21% and 1.42%, respectively. Interest and Benchmark Rates
Market Capitalization Commercial Paper Refund Bonds
Averages Rates
Interest Rate and Index
Source: BVM
The BVM trading volume amounted MT 627.5 million, representing a fall of 72.70% compared to April. This reduction was influenced by the sharp fall in the transactions of shares (99.06%) and bonds (90.12%) which were more than sufficient to offset the effect of the increase in the treasury refund bonds (551.33%).
Monthely
31-May-17
April-17
May-17
Fed Funds Tardet Rate (EUA)
1,000%
1,000%
1,000%
0,00
ECB Refi Rate (Zona Euro)
0,000%
0,000%
0,000%
0,00
Repo Rate (Inglaterra)
0,250%
0,250%
0,250%
0,00
Call Rate (Japão)
-0,100%
-0,100%
-0,100%
0,00
Repurchase Rate (Africa de Sul)
7,000%
7,000%
7,000%
0,00
Policy Rate (Nigéria)
14,000%
14,000%
14,000%
0,00
Euribor 3 meses
-0,330%
-0,329%
-0,329%
0,10
Euribor 6 meses
-0,245%
-0,251%
-0,254%
-0,60
Libor USD 3 meses
1,159%
1,185%
1,210%
2,67
Libor USD 6 meses
1,417%
1,425%
1,418%
0,77
Averages
Source: Bloomberg
3.
INTERNATIONAL FINACIAL MARKETS In the foreign exchange market, the dollar recorded a mixed performance, having depreciated against the Euro (3.14%), Pound (2.24%) and Swiss Franc (1.51%) and appreciated against Yen (1.94%). This performance is the result of the slowdown in economic activity in the United States associated with the fortification of economic growth in the euro area.
The performance of the global economic activity in May continued to be marked by the strengthening of the developed economies and the recovery of most of emerging economies, influenced mainly by the stabilization of the price of oil and commodities Table: GDP, Inflation and Unemployment - March 2017 Description USA Euro Zone Japan England China South Africa Brazil Russia India
IVTrim 16 2,00% 1,80% 1,60% 1,90% 6,80% 0,70% -2,50% 0,30% 7,00%
GDP I Trim 17* Developed 2,10% 1,60% 1,40% 2,30%
Inflation April May Countries 2,20% 1,90% 1,40% 0,40% 2,70% -
Emerging Countries 6,90% 1,20% 1,10% 5,30% -1,10% 4,10% 0,80% 4,10% 6,70% 3,00%
4,10% -
Unemployment April May 4,40% 9,30% 2,80% -
4,30% -
4,00% 27,70% 13,60% 5,30% -
-
Source: Bloomberg *Estimated Data
Preliminary inflation data in May indicate a deceleration of 50 basis points in the Euro Zone and a 4.10% in Russia. Regarding the unemployment rates, from April to May, preliminary data point to a 10 basis point drop in the US.
Dollar Excahnge Rate agains Main Currencies Currencies Dollar/Euro Dollar/Pound Dollar/CHF Yen/Dollar
Average Exchange Rate Variation (%) 31-mai-17 abr-17 mai-17 MonthlyAccummulatedHomologous 1,071 1,264 0,999 110,110
1,105 1,292 1,014 112,250
1,124 1,289 1,033 110,780
3,14% 2,24% 1,51% 1,94%
6,91% 4,46% 5,28% -6,18%
-0,83% -9,34% -0,53% -0,61%
Source: Bloomberg
In the coming months, the foreign exchange market will influenced by the ability US government’s stance to implement actions that stimulate the economic activity (USD), the impact of the UK election (GBP) and the growth prospects in the euro area.
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BOLSA DE VALORES DE MOÇAMBIQUE
Um instrumento dinamizador do crescimento económico Natureza, Objectivos e Atribuições
A
Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) foi criada pelo Governo, em 1998, tendo iniciado as suas actividades em Outubro de 1999, com a admissão à cotação de uma Emissão de Obrigações do Tesouro, no valor de 60 Milhões MT (à data, correspondia a USD 4,5 Milhões), e passados 17 anos a capitalização bolsista da BVM é de 64.180 Milhões MT (USD 920 Milhões), representando 9,0% do PIB do País. A sua visão é ser referência na oferta de oportunidades de conversão da poupança em investimento produtivo, contribuindo para o crescimento da economia e para a inclusão social e financeira. O papel da Bolsa de Valores é fazer com que aqueles que têm necessidades de financiamento (o Estado, as Grandes Empresas e as PMEs) se possam financiar recorrendo aos produtos e serviços do mercado de capitais, através da captação das poupanças dos investidores na compra de acções, obrigações e outros títulos emitidos pelo Estado e pelas Empresas. Para além da sua principal atribuição, ser a entidade gestora do mercado secundário de valores mobiliários, a BVM assume ainda a função de entidade gestora da Central de Valores Mobiliários, de Promoção da Dívida Pública e, mais recentemente, de Autoridade Nacional de Codificação de Valores Mobiliários e Produtos Financeiros.
Serviços da Bolsa de Valores
Produtos Transaccionados na Bolsa
Requisitos de Admissão à Cotação na BVM
As Obrigações do Tesouro; As Acções e Obrigações Corporativas; Os Fundos Públicos e os valores mobiliários equiparados; Outros valores mobiliários que possam ser admitidos à cotação em Bolsa.
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APOIO AO MERCADO E SEUS PARTICIPANTES
Me rca dos de bol s a e Pre s ta çã o de I nforma çã o; Produtos , s e rvi ços e i ns trume ntos fi na nce i ros ; Di vul ga çã o da Bol s a e do me rca do de ca pi ta i s ; Apoi o a o Es ta do, à s e mpre s a s e a os i nve s ti dore s ; Admi s s ã o e m bol s a de a cçõe s , obri ga çõe s e outros títul os .
NEGOCIAÇÃO DE TÍTULOS
Obri ga çõe s de Te s ouro e Fundos Públ i cos ; Obri ga çõe s Corpora ti va s e Pa pe l Come rci a l ; Acçõe s e Di re i tos ; Uni da de s de Pa rti ci pa çã o de Fundos de I nve s ti me nto; Uni da de s de Pa rti ci pa çã o de Fundos de Pe ns õe s .
CENTRAL DE VALORES MOBILIÁRIOS
Re gi s to dos títul os e mi ti dos e ne goci a dos e m Moça mbi que ; Re gi s to i ndi vi dua l i za do dos s e us ti tul a re s , e mi te nte s e de ma i s pa rti ci pa nte s ; Compe ns a çã o e l i qui da çã o fi na nce i ra de ope ra çõe s com títul os .
AGÊNCIA NACIONAL DE CODIFICAÇÃO
Codi fi ca çã o i nte rna ci ona l dos títul os e mi ti dos e ne goci a dos e m Moça mbi que ; Codi fi ca çã o i nte rna ci ona l dos Produtos e i ns trume ntos fi na nce i ros e mi ti dos e m Moça mbi que .
Vantagens das Empresas Cotadas na Bolsa de Valores MAIOR APETÊNCIA DOS INVESTIDORES ESTRANGEIROS
MERCADO BOLSISTA, MUITOS INVESTIDORES, POTENCIAL DE MAIS NEGÓCIO
ISENÇÃO DE IMPOSTO DE SELO NAS TRANSACÇÕES DE BOLSA
04 03
05
POUPANÇA FISCAL DE 50% NOS DIVIDENDOS
OPÇÕES DE FINANCIAMENTO SEM JUROS
02
06 EXPATRIAMENTO DE CAPITAIS FAVORÁVEL
MAIOR VISIBILIDADE DA EMPRESA
01
VANTAGENS DAS EMPRESAS COTADAS NA BOLSA
07
A BVM procura dar confiança ao mercado, às empresas e aos investidores, pelo que a natureza dos requisitos exigidos (legal, económico e de mercado) são diferentes para cada titulo (acções, obrigações, papel comercial e outros) e para cada um dos mercados de Bolsa (Cotações Oficiais e o Segundo Mercado de Bolsa).
Condições de Admissão para o Mercado de Cotações Oficiais
Condicções de Admissão para o Segundo Mercado (PME’s) ADMISSÃO À COTAÇÃO DE TÍTULOS DAS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS
ADMISSÃO À COTAÇÃO DE TÍTULOS DO ESTADO E DAS GRANDES EMPRESAS NA BVM VALORES MOBILIÁRIOS
REQUISITOS DE ADMISSÃO À COTAÇÃO EM BOLSA
CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA OU CAPITAIS PRÓPRIOS
ACÇÕES
VALORES MOBILIÁRIOS
Situação Anterior (até 2015)
CAPITALIZAÇÃO BOLSISTA OU CAPITAIS PRÓPRIOS
Mínimo de 7.000.000 MT
Mínimo de 4.000.000 MT
RELATÓRIOS E CONTAS
Mínimo de últimos 9 meses
sem alteração
DISPERSÃO PELO PÚBLICO
Mínimo de 5% do capital social
sem alteração
MONTANTE DA EMISSÃO
Mínimo de 4.000.000 MT
Mínimo de 2.000.000 MT
RELATÓRIOS E CONTAS
Mínimo de últimos 9 meses
sem alteração
MERCADO DE COTAÇÕES OFICIAIS (M.C.O.) Situação Anterior (até 2015)
Mínimo de 28.000.000 MT
Situação Actual (após 2015)
Mínimo de 16.000.000 MT
RELATÓRIOS E CONTAS
Últimos 2 anos, auditados e publicados
sem alteração
DISPERSÃO PELO PÚBLICO
Mínimo de 15% do capital social, ou dispersão de 250.000 acções
sem alteração
MONTANTE DA EMISSÃO
Mínimo de 16.000.000 MT
Mínimo de 8.000.000 MT
RELATÓRIOS E CONTAS
Últimos 2 anos, auditados e publicados
sem alteração
OBRIGAÇÕES
ACÇÕES
SEGUNDO MERCADO (PME)
REQUISITOS DE ADMISSÃO À COTAÇÃO EM BOLSA
Situação Actual (após 2015)
OBRIGAÇÕES
Tempo de Processo e Custos na BVM
Com o foco direccionado para dinamizar e diversificar as ofertas, em 2009 a BVM criou um mercado especial para as PME’s, de mais fácil acesso ao financiamento via mercado de capitais, com todas as vantagens inerentes ao oferecer maior visibilidade à empresa, maior confiança ao mercado e aos investidores, benefícios fiscais para os accionistas e investidores estrangeiros e maior valorização do potencial da empresa cotada.
ADMISSÃO À COTAÇÃO DE TÍTULOS NA BOLSA DE VALORES DE MOÇAMBIQUE
ENTIDADE
TEMPO DE PROCESSO E CUSTOS (base de incidência: valor nominal)
TEMPO DE PROCESSO
BVM
TAXA DE ADMISSÃO
TAXA ANUAL DE MANUTENÇÃO
MERCADO BOLSISTA (MCO e PME) ACÇÕES
OBRIGAÇÕES
3 A 6 MESES
1 A 3 MESES
0,050%
0,025%
0,008% - 0,01%
0,004% - 0,005%
STOCK EXCHANGE OF MOZAMBIQUE
An instrument for economic growth Nature, Objectives and Tasks
M
ozambican Stock Exchange (BVM) was established in 1998 by the Government and began its activities in October 1999, with the admission to quotation of a Treasury Bond Issue in the amount of 60 Million MZN (which at the date, corresponded to USD 4.5 million), and after 17 years BVM’s market capitalization is of 64,180 million MZN (USD 920 million), representing 9.0% of the
country’s GDP. Its vision is to be a reference in offering opportunities to convert savings into productive investment, contributing to economic growth and social and financial inclusion. Stock Exchange role is to make it possible for those who have financing needs (the State, Large Corporations and SMEs) to be able to finance themselves by using capital market products and
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services, by raising investor savings in the purchase of shares, bonds and other securities issued by the State and by the Companies. In addition to its main attribution, being the managing entity of secondary securities market, BVM also assumed the function of managing entity of the Central Securities, Promotion of Public Debt and, more recently, National Authority for Codification of Securities and Financial Products.
Advantages of Companies Listed on the Stock Exchange STOCK MARKET, MERCADO BOLSISTA, MANY INVESTORS, MUITOS INVESTIDORES, MORE BUSINESS POTENCIAL DE MAIS POTENTIAL NEGÓCIO
Treasury Bonds; Corporate Shares and Obligations; Public Funds and similar securities; Other securities that may be admitted to stock exchange listing.
Stock Exchange Services ADMISSION TO THE LISTING OF STATE AND BIG COMPANY SECURITIES IN THE BVM SECURITIES
REQUIREMENTS FOR ADMISSION TO QUOTATION IN THE STOCK MARKET Previous Situation (until 2015)
OFFICIAL LISTED MARKET (O.L.M) Current Situation (after 2015)
MAIOR VISIBILIDADE MAJOR DA EMPRESA VISIBILITY OF THE COMPANY
SHARES
Minimum of
REPORTS AND ACCOUNTS
Last 2 years
CAPITAL DISPERSION BY THE PUBLIC
Minimum of 15% of share capital, or dispersion of 250.000 shares
AMOUNT OF ISSUE BONDS
ACCOUNTING REPORTS
28.000.000MZN
Audited and published
Minimum of 16.000.000MZN Last 2 years Audited and published
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05
FISCAL POUPANÇA SAVINGS FISCAL DE 50% OFNOS 50% IN DIVIDENDS DIVIDENDOS
06 EXPATRIAMENTO FAVORABLE DE CAPITAIS EXPATRATION FAVORÁVEL OF CAPITAL
VANTAGENS DAS EMPRESAS COTADAS NA BOLSA
07
Admission Requirements to BVM listing The BVM objective is to give confidence to the market, companies and investors, so the nature of the requested requirements (legal, economic and of the market) are different for each title (shares, bonds, commercial paper and others) and for each of the markets (Official Quotations and Second Stock Market).
Conditions for Admission to the Official Listed Market ADMISSION TO THE LISTING OF SMALL AND MEDIUM ENTERPRISES REQUIREMENTS FOR ADMISSION TO QUOTATION IN THE STOCK EXCHANGE
Minimum of 16.000.000MZN Stationary
SHARES
Minimum of 8.000.000MZN Stationary
Support to the Market and its participants – Stock Exchange and Information; Products, services and Finantial; Disclosure of stock market and capital markets; Support to the State, business and investors; Admission to the stock exchange of bonds, bonds and other securities Negotiation of Bonds - Treasury Bonds and Public Funds; Corporate Obligations and Commercial Paper, Stocks and Rights, Units of Participation of Pension Funds Central Stock Exchange – Registration of bonds issued and traded in Mozambique; Individual register of issuers and other participants; Clearing and financial settlement of securities transactions National Coding Agency International coding of securities issued and traded in Mozambique; International codification of the Products and financial instruments issued in Mozambique
64
ISENÇÃO DE SEAL TAX IMPOSTO DE EXEMPTION SELO NAS IN BANK TRANSACÇÕES TRANSACTIONS DE BOLSA
02
01
SECURITIES MARKET CAPITALIZATION OR EQUITY CAPITALS
04
03 FUNDING OPÇÕES DE OPTIONS FINANCIAMENTO SEM JUROS WITHOUT INTEREST
Products on the Stock Market • • • •
MAIOR APETÊNCIA GREATER APETENCE DOS INVESTIDORES OF FOREIGN ESTRANGEIROS INVESTORS
BONDS
SECOND MARKET (SME) Previous Situation (until 2015)
Current Situation (after 2015)
MARKET CAPITALIZATION OR CAPITAIS PRÓPRIOS
Minimum of 7.000.000MZN
Minimum of 4.000.000MZN
REPORTS AND ACCOUNTSS
Last 9 months minimum
Stationary
CAPITAL DISPERSION BY THE PUBLIC
Minimum of 5% share Staionary capital
AMOUNT OF ISSUE
Minimum of 4.000.000MZN
Minimum of 2.000.000MZN
Minimum of the last 9 ACCOUNTING REPORTS Stationary months
Focusing on boosting and diversifying the offerings, in 2009 BVM created a special market for SMEs, with easier access to financing via the capital markets, with all the inherent advantages of offering greater visibility to the company, greater confidence in the market and to investors, tax benefits for shareholders and foreign investors and greater appreciation of the listed company’s potential.
Process Time and Costs in BVM ADMISSION TO QUOTATION ON BVM ENTITY
BVM
TIME AND COST OF THE PROCESS (reserve base: nominal value)
STOCK MARKET (OLM e SME) SHARES
BONDS
TEMPO DE PROCESSO
3 TO 6 MONTHS
1 TO 3 MONTHS
ADMISSION RATE
0,050%
0,025%
MAITENANCE ANNUAL RATE
0,008%-0,01%
0,004%-0,005%
BANCA
Banco Único lança cartão de combustível Banco Único lançou no mercado o Cartão SIGA, um cartão de combustível pré-pago recarregável, válido em todas as gasolineiras do país aderentes à SIMOrede.
R
eforçando o compromisso que assumiu desde o início da sua actividade, de trabalhar a pensar sempre no cliente, o Banco Único alarga a sua oferta de Produtos com o lançamento do seu primeiro cartão de combustível Pré-Pago - o Cartão SIGA. Este cartão seguro e personalizado permite o pagamento de combustível em qualquer gasolineira aderente à SIMOrede e oferece um maior controlo de despesas com a utilização limitada aos saldos previamente carregados. Disponível tanto para clientes particulares, como para empresas e contrariando a tendência do mercado, este cartão não estará associado a uma gasolineira específica, mas sim aberto a todos os postos de gasolina, proporcionando assim a liberdade de escolha aos seus clientes no momento de abastecimento do seu veículo automóvel. Sob o mote “Abasteça e Siga”, o Banco Único promete um pagamento mais rápido e confortável aos seus clientes. António Correia, presidente da Comissão Executiva do Banco Único, disse a propósito deste novo produto que: “Este novo cartão vem reforçar a nossa vontade de sermos um banco desafiador, capaz de dar resposta às necessidades específicas de cada Cliente e assim firmar uma relação
de verdadeira parceria. Por isso, mais do que comercializar produtos, construímos soluções que respondam às reais necessidades e especificidades dos nossos clientes, e este produto é a materialização disso mesmo, uma solução cómoda, assente nos pilares da rapidez, conveniência e mobilidade. É um cartão que visa facilitar a vida dos nossos clientes com a não restrição a uma marca específica de combustível.” O Banco Único conta com um portfolio de mais de 30 prémios internacionais, tendo sido eleito em 2016 o Melhor Banco de Moçambique pela Revista The Banker, do grupo Finan-
cial Times e por duas vezes consecutivas, nos últimos dois anos, o Melhor Banco de Moçambique pela excelência do seu serviço pela prestigiada publicação Euromoney. Sediado em Moçambique e liderado por António Correia, o Banco Único é um banco universal, com forte vocação de retalho, inaugurado a 22 de Agosto de 2011, estando em quinto lugar em termos de quota de mercado e contando com presença nas 8 cidades economicamente mais importantes do país. “O novo cartão SIGA é o único cartão pré-pago de combustível válido em todas as gasolineiras do país.”c
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BANKING
Banco Único launches fuel card Banco Único launched the SIGA Card, a rechargeable prepaid fuel card, valid at all SIMOrede gas stations in the country.
R
einforcing the commitment assumed from the beginning of its activity, of always thinking about the customer, Banco Único expands its products range with the launch of its first Prepaid Fuel Card - SIGA Card. This secure and personalized card allows the payment of fuel at any petrol station that adheres to SIMOrede and offers greater expense control, and usage is limited to the pre-paid balances. Available to both private and business customers, and contrary to the market trend, this card isn’t associated with a specific petrol station, but will be open to all gas stations, thus providing freedom of choice to its customers when it comes tank up
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JUNHO 2017 · Capital Magazine Ed.106
their vehicle. Under the motto “Tank up and Go”, Banco Único promises a faster and more comfortable payment to its customers. António Correia, Chairman of the Executive Committee of Banco Único, said: “This new card reinforces our desire to be a challenging bank capable of responding to the specific needs of each customer and thus establish a relationship of partnership. Therefore, more than marketing products, we build solutions that respond to the real needs and specificities of our customers, and this product is the materialization of this, a comfortable solution, based on the pillars of speed, convenience and mobility. It’s a card that aims to make life easier for our customers by not
restricting a specific brand of fuel. “ Banco Único has a portfolio of more than 30 international awards, with Mozambique’s Best Bank elected by The Banker Magazine of the Financial Times group in 2016, two consecutive times in the last two years. Best Bank of Mozambique due to excellent service by the prestigious publication Euromoney. Headquartered in Mozambique and headed by António Correia, Banco Único is a universal bank with a strong retail vocation, established on August 22, 2011, ranking fifth in terms of market share and present in the 8 economically more important cities the country. “ The new SIGA card is the only prepaid fuel card valid at all gas stations in the country.”c
BANKING
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PUBLIREPORTAGEM
BCI reforça soluções para as Grandes Empresas
O
BCI reforçou recentemente o compromisso com as Grandes Empresas. Neste âmbito, abriu um Centro BCI Corporate, o segundo na cidade de Maputo. O novo espaço
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JUNHO 2017 · Capital Magazine Ed.106
dedicado e este segmento situa-se no novo edifício-sede, na Avenida 25 de Setembro nº 4. Assim, Maputo passa a contar com dois Centros BCI Corporate exclusivamente dedicados às Grandes Empresas.
PUBLIREPORT
A abertura deste novo Centro BCI Corporate em Maputo representa um compromisso de excelência de serviço para as Grandes Empresas, e sobretudo a demonstração inequívoca de confiança no Empresariado desta Cidade, com o qual o BCI tem vindo a construir uma franca parceria, acompanhando o seu crescimento e estimulando o seu desenvolvimento. Esta nova Unidade de Negócio irá
oferecer ainda maior proximidade, segurança e confiança a todas as Empresas, dando-lhes todo o apoio de que necessitam para investir mais na nossa Economia e no nosso País, em prol do desenvolvimento socioeconómico de Moçambique. Mas as novidades para este segmento não ficam por aqui. Muito recentemente o BCI lançou o Cartão de Débito BCI Empresas – Serviço ATM
Depósitos, concebido para assegurar a realização de operações de depósito de numerário em notas, através do ATM. Estas ATM Depósito permitem, para além das operações tradicionais disponíveis neste canal, o depósito de notas pelos Clientes titulares de um Cartão de Débito Particulares ou Empresas do BCI, sendo o valor depositado na respectiva Conta à Ordem associada.c
BCI reinforces solutions for Large Corporates
B
CI recently reinforced its commitment to Large Enterprises. Due to this, it opened a BCI Corporate Center, the second one in Maputo city. The new dedicated space and this segment is located in the new headquarters building, at Avenida 25 de Setembro number 4. Thus, Maputo now has two BCI Corporate Centers exclusively dedicated to Large Companies. The opening of this new BCI Corporate Center in Maputo represents a commitment to excellence of service for large companies, and above all the unequivocal demonstration of confidence in the Business of this City, with which BCI has been building a frank partnership, following its growth and stimulating their development. This new Business Unit will offer even greater proximity, security and confidence to all Companies, giving them all the support they need to
invest more in our Economy and in our Country towards Mozambique’s socio-economic development. But the news for this segment doesn’t stop here. Most recently, BCI launched the BCI Empresas Debit Card - Deposits ATM Service, designed to ensure cash deposit opera-
tions in banknotes through the ATM. In addition to the traditional operations available through this channel, these Deposit ATMs allow the deposit of banknotes by the Clients who hold a BCI Debit Card Private or Corporate, and the amount is deposited in the respective associated account.c
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EMPRESA
Daniel Mondlane, Diretor-Executivo do Grupo Maeva
Maeva produz para 80% do território nacional A industrialização é uma das apostas do Governo moçambicano. Na verdade, já o era no mandato de Armando Guebuza, mas os resultados teimam em aparecer. Há realmente casos de sucesso. Mas os mesmos são poucos, ou mesmo insignificantes. O Grupo Maeva é um desses casos. Trata-se de um conjunto de 13 fábricas, emprega 1.500 trabalhadores e os seus produtos chegam a 80% do território nacional. Belizário Cuambe (texto)
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Vamos aos factos. A primeira fábrica do Grupo Maeva a Sabimo - nasceu em 1999. O crescimento da produção e o nascimento de novas unidades fabris levou os accionistas a criarem o grupo em 2004. Hoje, a Maeva comporta 13 fábricas, parte importante das quais estão localizadas em Maputo e Inhambane. Para levar a cabo a sua produção, o grupo importa óleo bruto de girassol, soja, palma e o detergente usado no fabrico do sabão.
Dinamizadora do agro-negócio
O
Grupo Maeva é um gigante de produtos alimentares e de higiene. Sabão em barras, detergentes em pó, óleo alimentar e azeite são algumas das mercadorias produzidas pelo grupo. Só o óleo alimentar chega a 80% do território nacional, segundo Daniel Mondlane, diretor-executivo da Maeva. Trata-se de um número que, de acordo com o homem forte da companhia, justifica um crescimento médio anual de 13%. Mas o que distingue este grupo é a aposta numa cadeia de valor que garante eficiência e reduz as importações de matéria-prima.
Porém, em 2014 a companhia decidiu implementar a actividade agrícola com vista a reduzir a importação da matéria-prima para a produção do óleo alimentar. Para o efeito, o grupo fez uma parceria com camponeses que passaram a produzir sementes de girassol e de soja, as principais matérias-primas da Maeva. De acordo com Daniel Mondlane, numa primeira fase, a Maeva trabalhou com 500 camponeses das províncias de Manica, Sofala, Tete e Zambézia. Hoje, nas mesmas províncias, a companhia trabalha com cinco mil camponeses que exploram cerca de 350 mil hectares. Para que esta parceria fosse possível, Mondlane conta que a Maeva apresentou-se como parceiro junto das comunidades. A Maeva apresentou-se como parceiro e cliente de eleição dos camponeses e os incentivamos a não parar de produzir comida por causa desta parceria, acrescentou. Como resultado desta parceria, desde 2014 o grupo reduziu as importações da matéria-prima em 20%. A médio prazo, os planos são ambiciosos. Até 2020, a companhia espera diminuir as compras no exterior em 50%.
Daniel Mondlane diz, orgulhoso, que a Maeva é, na verdade, dinamizadora do agro-negócio e é pioneira neste tipo de iniciativa, uma vez que a concorrência tem receio de investir.
Uma estrutura bem-sucedida O Grupo Maeva tem 1.500 trabalhadores, distribuídos pelas 13 fábricas. Trata-se de funcionários que apesar de estarem espalhados por várias unidades, trabalham na mesma estrutura. As duas unidades que estão na província de Inhambane, por exemplo, produzem óleo de copra que, para além de outros clientes, é fornecida às duas fábricas de óleo alimentar que estão na cidade da Matola, bem como à Sabimo - localizada na cidade de Maputo - que produz sabão. No grupo existe também a Maeva Plastics, uma unidade que produz todos os artigos plásticos usados por outras fábricas do conjunto. Neste momento, está em construção na cidade da Matola uma fábrica de margarina e mayonnaise. Já em Boane está a terminar a edificação de uma unidade que vai produzir sabão e detergentes em pó.c
PERFIL O Diretor Executivo, Daniel Mondlane é o diretor-executivo do Grupo Maeva. Ocupa o cargo desde a criação do grupo em 2004. Tem 49 anos, é casado e pai de quatro filhos. Chegou como contabilista em 1999 à Sabimo, a primeira empresa do grupo. E antes de chegar ao cargo de direcção máxima do grupo, ocupou também o cargo de gestor da Administração e Recursos Humanos.c
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COMPANY
Maeva produces for 80% of national territory Industrialization is one of the primary issues of Mozambican Government. In fact, it was already during Armando Guebuza’s mandate, but results persist in not appearing. There are some cases of real success. But they are few, if not insignificant. Maeva Group is one of such cases. It’s a group of 13 factories, with 1,500 employees and their products reach 80% of national territory. Belizário Cuambe (text)
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aeva Group is a food and hygiene products giant. Bar soap, washing powder, cooking and olive oil are some of the goods produced by the group.
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Only food oil reaches 80% of the national territory, according to Daniel Mondlane, Maeva’s Executive Director. This is the number that, according to company’s strong man, justifies an average annual growth of 13%.
But what distinguishes this group their bet in a value chain that guarantees efficiency and reduces raw material imports. Now the facts. Maeva Group’s first factory - Sabimo – was established in 1999. Production growth and the rising of new manufacturing plants led the shareholders to create the group in 2004. Today, Maeva has 13 factories, a large part located in Maputo and Inhambane. To carry out its production, the group imports crude sunflower, soybean and palm oil and the detergent used in soap manufacturing.
“Maeva presented itself as partner and as main client of the farmers and we encouraged them not to stop producing food due to this partnership,” he added. As a result of this partnership, since 2014 the group has reduced imports of raw material by 20%. In the medium term, the plans are ambitious. By 2020, the company expects to reduce overseas purchases by 50%. Daniel Mondlane says proudly that Maeva is, in fact, a catalyst for agribusiness and is a pioneer in this type of initiative, as their competitors fear to invest.
Agri-business stimulating
Maeva Group has 1,500 employees, distributed through 13 factories. These are employees who, despite being distributed throughout several units, work under the same structure. The two units in the province of Inhambane, for example, produce copra oil which, amongst other customers, supplies two food oil factories in Matola city, as well as Sabimo - located in the city of Maputo - which produces soap. In the group there is also Maeva Plastics, a unit that produces all plastic articles used by other factories of the Group. At the moment, a factory of margarine and mayonnaise is under construction in the Matola city. In Boane the construction of a unit that will produce soap and washing powder is being finished already..
However, in 2014 the company decided to start agricultural production in order to reduce imports of raw material for food oil production. Therefore, the group partnered with farmers to produce sunflower seeds and soybeans, Maeva’s main raw materials. According to Daniel Mondlane, in a primary stage, Maeva worked with 500 farmers from Manica, Sofala, Tete and Zambézia provinces. Today, in the same provinces, the company works with five thousand farmers operating about 350 thousand hectares. To make this partnership real, Mondlane notes that Maeva presented itself as a partner of the communities.
A successful structure
PERFIL Excecutive Director, Daniel Mondlane is the CEO of Maeva Group. He has held that position since the group’s creation in 2004. He is 49 years old, married and has four children.
He arrived in 1999 as an accountant at Sabimo, the group’s first company. And before reaching the maximum management position of the group, he was also Administration and HR Manager.
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SECTOR PRIVADO
Vuma vence disputa histórica na CTA Agostinho Vuma é o novo presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA). Vuma venceu um escrutínio bastante concorrido, com uma margem apertadíssima. Foram 56 votos para o antigo vice-presidente e 50 para o seu opositor na corrida eleitoral, Quessanias Matsombe. Belizário Cuambe (texto)
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engenheiro da Construção Civil, Agostinho Vuma, venceu uma eleição atípica na CTA. A disputa, para além do meio empresarial, decorreu em larga escala na televisão, redes sociais e nos
jornais. Alguns actos de propaganda, atribuídos aos candidatos, roçaram o ridículo e puseram em causa a prática do “jogo limpo”. O debate televisivo que juntou os dois candidatos foi a maior montra das di-
SECTOR PRIVADO / PRIVATE SECTOR
ferenças que existem entre Agostinho Vuma e Quessanias Matsombe. Apesar de ter sido presidente do Conselho Fiscal do elenco de Rogério Manuel (onde Vuma era vice-presidente), Matsombe disse que não concordava com os métodos de gestão que estavam a ser implementados na CTA, por isso propunha mudanças profundas e acabar com o que chamou de dinastia naquele organismo. Nos bastidores, e por vezes em público, as duas candidaturas acusaram-se mutuamente de estarem a aliciar os membros com valores monetários e com acompanhantes de luxo. Para sustentar esta tese, Quessanias disse à imprensa, depois da divulgação dos resultados, que: “Todos vocês viram que muitos dos nossos colegas das províncias são pessoas bastante necessitadas.
Depois da Assembleia Geral, o presidente da mesa, Salimo Abdula, tentou minimizar a disputa afirmando que o que difere este escrutínio dos anteriores é o nível de mediatização. Porém, Quessanias afirmou precisamente o contrário. “Sinto-me orgulhoso por ter proporcionado um nível de disputa elevado nestas eleições. Nunca, na CTA, houve uma disputa do género, muito menos este nível de transparência. No meio de tanta agitação, a Comissão Eleitoral foi o maior destaque da eleição. Pedro Baltazar e os seus pares dirigiram um escrutínio incontestável. Porém, dois momentos marcaram sobremaneira o processo. Primeiro, antes do sufrágio, Baltazar proibiu os empresários de se fazerem à mesa de votação com os telemóveis alegando que havia conhecimento de
que alguns empresários receberam dinheiro para votarem num determinado candidato, mas a condição para receberem a segunda metade do combinado é a apresentação de uma foto do boletim de voto”. Já depois do sufrágio, o presidente da Comissão Eleitoral revelou ainda que “uma senhora tentou votar sem que estivesse inscrita para o efeito”. Vicissitudes de uma eleição extremamente disputada, onde, ao que tudo indica, não se olhou a meios para atingir os fins. Perante este panorama, esperemos que o futuro da CTA não venha a ser comprometido por estratégias menos éticas e apropriadas. Quais são as principais linhas de actuação de VUMA??? Faz uma caixa com isso por favor e verifica se estás de acordo com a edição que fiz ao teu texto.c
Vuma wins historic CTA dispute Agostinho Vuma is the new president of the Confederation of Economic Associations of Mozambique (CTA). Vuma won a very contested ballot, with a very tight margin. There were 56 votes for the former vice president and 50 for his opponent in the election race, Quessanias Matsombe. Belizário Cumbe (text)
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gostinho Vuma, a construction engineer, won an atypical election at CTA. The dispute, besides the entrepreneurial environment, happened on a large scale on television, social networks and newspapers. Some deeds
of the campaign, attributed to the candidates, were almost ridicule and rouse questions about the practice of “fair play.” The television debate between the two candidates was the biggest showcase of the differences that exist between
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PRIVATE SECTOR
Augustine Vuma and Quessanias Matsombe. Although he was chairman of the Fiscal Council of Rogério Manuel’s cast (where Vuma was vice president), Matsombe said he didn’t agree with the management methods being implemented at CTA, so he proposed profound changes and end with what called a “dynasty” in that institution. Behind the scenes, and sometimes in public, the two candidacies accused each other of enticing members with monetary values and “luxury escorts.” To support this thesis, Quessanias told the press after the results had been released that: “You all saw that many of our provincial colleagues are people in great need.” After the General Assembly, the Chair-
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man of the Board, Salimo Abdula, tried to minimize the dispute by saying that what made this scrutiny different from the previous ones is the level of media coverage. Quessanias, however, stated precisely the opposite. “I am proud to have provided a high level of dispute in these elections. There has never been such a dispute in CTA, let alone this level of transparency. “ In the midst of such upheaval, the Electoral Commission was the biggest highlight of the election. Pedro Baltazar and his peers conducted an undeniable scrutiny. However, two moments marked the process greatly. First, prior to the vote, Baltazar banned entrepreneurs from voting carrying their mobile phones as there was “knowledge that some entrepreneurs
were given money to vote for a particular candidate, but the condition for receiving the second half of the combined was a photo of the ballot paper “. And after the vote, the president of the Electoral Commission also revealed that “a lady tried to vote without being registered for the purpose.” Vicissitudes of an extremely disputed election, where, it seems, there was no means to achieve ends. As per this scenario, we hope CTA’s future won’t be compromised by not so ethical and inappropriate strategies. Quais são as principais linhas de actuação de VUMA??? Faz uma caixa com isso por favor e verifica se estás de acordo com a edição que fiz ao teu texto.c
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MERCADO DE TRABALHO
A nossa Segurança Social A receita do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) ronda os 10 mil milhões de meticais por ano, de acordo com o presidente do Conselho de Administração daquela instituição. Francisco Feliciano Mazoio revela que o montante é alocado às despesas técnicas e administrativas e a diversos investimentos que garantem a sustentabilidade do INSS. Mazoio faz ainda o balanço dos 28 anos daquela instituição e aborda o estágio actual da implementação do SISSMO, mencionando igualmente os desafios e perspectivas. Gildo Mugabe e Helga Nunes (texto) . Shanna Chicalia (Fotos)
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ste ano, o Instituto Nacional de Segurança Social (INSS) faz 28 anos e segundo Francisco Mazoio, o presidente do Conselho de Administração daquele organismo, o país possui
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um sistema de segurança social e sólido, estável, que presta serviços relevantes aos seus beneficiários. “Hoje, o INSS assume e confere outras prestações que são relevantes como o subsídio de materni-
dade - por dois meses - atribuído a mulheres com bebés, libertando deste modo as empresas desse encargo fiscal. Em caso de doença ou internamento hospitalar, também a responsabilidade é passada ao INSS que atribui o subsídio por doença ou subsídio por internamento”, explica o PCA. Ainda a esse propósito, a assistência aos cidadãos em caso de incapacidade e de velhice é um direito fundamental consagrado na Constituição da República e no sentido de melhor materializar esse trabalho com eficácia, o INSS deu particular atenção à informatização do seu sistema (através do Sistema de Informação de Segurança Social de Moçambique SISSMO). O lema nesse contexto tem sido o de modernizar para melhor servir, segundo Mazoio. “Não temos filas de espera de pessoas que vêm receber a sua pensão nos nossos escritórios. Tudo porque os nossos beneficiários recebem a sua pensão directamente no banco e em datas exactas”, assegura, referindo que tal apenas é possível graças ao processo de modernização que está a ser implementado. Mas além desses benefícios, espe-
ram-se igualmente boas notícias quanto à obtenção de documentos com a informatização do sistema, que verá o seu términus no final de Outubro deste ano. Assim sendo, quando o empregador ou o contribuinte precisar de uma certidão de quitação, poderá vir a imprimir no seu escritório, sem ter de se deslocar ao INSS para solicitá-la. Por outro lado, se quiser verificar a sua situação contributiva, também poderá pedir essa informação bastando para tal ter acesso à rede. “Na verdade, este sistema (SISSMO) facilita a obtenção de dados sobre a situação contributiva; a transferência das contribuições; a fixação das pensões e, desse modo, o trabalhador não vai ter de esperar quatro meses para saber da sua pensão”, explica o timoneiro do INSS. Como é que funciona o processo de contribuição no INSS? O sistema contributivo do INSS prevê que o trabalhador desconte 3% do seu salário e que as empresas contribuam com 4% do salário de cada trabalhador. Esse valor das contribuições é transferido para o INSS e é através do mesmo que se
assegura a despesa técnica (que é a despesa realizada com pensões e prestações, totalizando mais de 300 milhões de meticais por mês); a despesa administrativa (que é a despesa relacionada com o funcionamento da instituição) e os investimentos do INSS, como forma de capitalizar os dinheiros e garantir a funcionalidade do sistema a longo prazo. De acordo, com Francisco Mazoio, se não se fizer esta capitalização, podem acontecer casos de desequilíbrio entre a receita e a despesa. “Temos exemplos de países onde sistemas de segurança social colapsaram por falta desse esforço de capitalização, então nós estamos a trabalhar nesse sentido. Aprovamos, há pouco tempo, a nossa politica de investimento. Fizemos uma reunião nacional de investimentos onde optimizámos a nossa capacidade de gestão dos investimentos no sentido de garantir uma maior renda possível em benefício do sistema do INSS”. Um dos grandes desafios enfrentados pelo sistema relaciona-se com os valores descontados e não canalizados para o sistema. Actualmente, acima de 10.500 empresas estão a dever ao INSS e o somatório da
Sistema de Segurança Social 1.274.000
Trabalhadores (beneficiários inscritos)
83.861
Empresas (contribuintes)
15.000
Trabalhadores por conta própria
52.585
Pensionistas
10
Mil milhões de meticais de receita anual
10.500
Empresas devedoras
650
Milhões de meticais de dívida
Evolução da Pensão Mínima paga
3.342 Meticais
1.070 Meticais
2013
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dívida atinge cerca de 650 milhões de meticais. Em termos estatísticos, a cidade de Maputo é onde se encontra concentrada a maior parte da dívida. Mas o INSS arregaçou as mangas tendo em vista reaver este montante. Nesse sentido, está neste momento a fazer uma campanha de cobrança da dívida, trabalhando com as empresas sob o ponto de vista de sensibilização e acordos de recuperação através dos quais as empresas devedoras podem pagar a dívida a prestações, facilitando assim a sua liquidação. Só este ano, a instituição conseguiu recuperar mais de 120 milhões de meticais da dívida. Mas o trabalho não se esgota e como desafios futuros o PCA do INSS aponta a área de investimentos e sustentabilidade da instituição e a obtenção da excelência no atendimento e prestação de serviços.c
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MERCADO DE TRABALHO
Our Social Security Revenue from the National Institute of Social Security (INSS) is around 10 billion meticals per year, according to the Chairm of the Board of the institution. Francisco Feliciano Mazoio reveals that the amount is allocated to technical and administrative expenses and various investments that guarantee the sustainability of the INSS. Mazoio also reviews the institution’s 28 years and discusses the current stage of implementation of the SISSMO, also mentioning the challenges and perspectives. Gildo Mugabe e Helga Nunes (text) . Shanna Chicalia (photos)
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his year, National Institute of Social Security (INSS) is 28 years old and according to Francisco Mazoio, the Chairman of the Board of Administration of that institution, the country has a solid and stable social security system that provides relevant services to its beneficiaries. “Today, the INSS assumes and confers other relevant benefits such as the maternity allowance - for two months - attributed to women with babies, thus releasing companies from this tax burden. In case of illness or hospitalization, the responsibility is also passed on to the INSS, which allocates the sickness allowance or hospitalization allowance, “explains the PCA. Regarding this, assistance to citizens in case of incapacity and old age is a fundamental right enshrined in the Constitution of the Republic and in order to better materialize this work effectively, INSS has paid particular attention to the computerization of its system (through the System Of Social Security Information of Mozambique - SISSMO). The motto in this context has been to modernize to better serve, according to Mazoio. “We don’t have
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waiting lines for people who come to receive their pension in our offices. All because our beneficiaries receive their pension directly at the bank and on exact dates, “he says, noting that this is only possible thanks to the modernization process that is being implemented. But in addition to these benefits, we are also expecting good news about obtaining documents with the computerization of the system, which will finish by the end of October this year. Therefore, when the employer or the taxpayer needs a certificate of discharge, you can print in your office, without having to go to the INSS to request it. On the other hand, if you want to check your tax situation, you can also ask for this information by simply accessing the network. “In fact, this system (SISSMO) eases the obtaining of data on the contributory situation; The transfer of contributions; The fixation of pensions and, therefore, the worker will not have to wait four months to know about his pension, “explains the INSS helmsman. How does the INSS contribution process works? The INSS contributory system pro-
vides that the worker deducts 3% of his salary and that companies contribute 4% of the salary of each worker. This amount of contributions is transferred to the National Social Security Institute (INSS) and it is through this that technical expenses (which is the expenditure on pensions and benefits totaling more than 300 million Meticals per month) are guaranteed; administrative expenses (which is the expenses related to the institution’s operation) and investments of the INSS, as a way to capitalize the money and guarantee the long term system’s functionality. According to Francisco Mazoio, if this capitalization isn’t achieved, there may be cases of an imbalance between revenue and expenditure. “We have examples of countries where social security systems have collapsed because of the lack of capitalization, so we are working towards this. We recently approved our investment policy. We held a national investment meeting where we optimized our investment management capacity to ensure a higher income possible for the benefit of the INSS system. “ One of the major challenges the system faces relates to the discounted and non-channeled values for the
National Security System 1.274.000
Workers (beneficiaries)
83.861
Companies (tax payers)
15.000
Sel-employed workers
52.585
Pensioners
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Thousand million meticals anual revenue
10.500
Companies in debt
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Million in debt
Evolution of the Minimum Pension
3.342 meticals
1.070 meticals
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system. Currently, over 10,500 companies are in debt with INSS and the sum of the debt reaches about 650 million meticais. In statistical terms, the city of Maputo is where most of the debt is concentrated. But INSS rolled up its sleeves with a view to recovering this amount. In this regard, it is currently undertaking a debt collection campaign, working with companies from the standpoint of awareness raising and recovery agreements through which debtor companies can repay the debt in installments, thus facilitating their settlement. This year alone, the institution was able to recover more than 120 million meticals of debt. But the job is not finished and as far as future challenges, the CEO of INSS points out the area of investments and sustainability of the institution and the achievement of excellence in service and provision of services.c
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COACHING Cristina Azinhal, Executive & Business Coach PD Moz – Parcerias em Desenvolvimento
Confiança nos negócios “A confiança é o processo através do qual nos sentimos motivamos a interagir com o outro em qualquer área da nossa vida.” está a ser verdadeira nas suas palavras e esperamos sempre pelas segundas intenções. Em resumo quando uma pessoa com quem trabalhamos, seja, cliente, colega, fornecedor ou outro, procuramos que a pessoa sejam congruente entre o que diz e o que faz e que seja objectiva que o que quer dizer seja o que diz. Na área da confiança quem é o outro e o que diz que faz são as duas perguntas que nos colocamos antes de investir em qualquer relação.
“A
confiança é o processo através do qual nos sentimos motivamos a interagir com o outro em qualquer área da nossa vida.”
A confiança é essencial em qualquer negócio, a sustentabilidade de qualquer empresa e empresário variam consoante a confiança que geram, em si como profissionais e na sua capacidade de apresentar resultados, na capacidade técnica de fornecer o produto ou serviço que comercializa e a consistência com que diz o que faz. Na minha opinião, a chave do sucesso de qualquer organização reside nesta capacidade de expandir a confiança, sem ela tudo é volátil, inconsistente e sem futuro o que bloqueia a sustentabilidade desejada pelas organizações.
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Convido-vos a pensar em alguém com quem trabalhem, em quem confiem. Já? Agora pensem em como é comunicar com essa pessoa? A maioria das respostas que obtemos, reflectem como é fácil, fluída, sem obstáculos, sem limites, segura, sentimos apoio, sem julgamento, sem tabus, prazerosa, directa, motivadora, e um sem fim de adjectivos que nos mostram em como contribui positivamente ara o resultado trabalhar com alguém em quem confiamos. E agora convido-vos a pensar em alguém com quem trabalhem em quem não confiam. E pensem em como é comunicar com essa pessoa? Neste caso as respostas, são bem mais dolorosas e todas nos remetem para como evitamos a fala com esta pessoa, fazemos de tudo para garantir a nossa segurança com medo de ser enganados ou desmentidos, é problemático, nunca sabemos com o que contar, não acreditamos que a pessoa
Teste de auto-diagnóstico da Confiança: Integridade. Eu sou congruente? – digo o que faço • Assuma e mantenha compromissos consigo próprio • Lute por uma causa • Seja transparente Intenção. Eu expresso a minha intenção de forma clara? • Escolha abundância: existem benefícios para todos? • Declare a sua intenção: a que melhor serve todos, incluindo a si mesmo! Discuta-a, especialmente quando não for clara. Capacidades. As minhas capacidades são relevantes para a área em questão? • Concentre-se nos seus pontos fortes – quais são os seus talentos naturais? Se não tem a certeza, pergunte! • Mantenha-se relevante – conecte às suas forças à oportunidades. • Saiba para onde vai – qua é o seu contributo? • Resultados. Eu apresento resultados? Qual é o meu histórico? • Assuma a responsabilidade pelos resultados – focada em resultados e não em actividades. O que estou a fazer agora conduz-me para o resultado que eu pretendo ou estou só ocupado? • Programe-se para ganhar – defina claramento o que são ganhos. • Tenha garra! – abaixo a cultura da desistência e mentalidade de vitimização. Mantenha a sua garra. Sugestão: avalia a sua capacidade de confiar e de gerar confiança nos outros.c
COACHING Cristina Azinhal, Executive & Business Coach PD Moz – Parcerias em Desenvolvimento
Trust in business “Trust is the process through which we feel motivated to interact with each other in any area of our lives.”
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rust is essential in any business, the sustainability of any business and entrepreneur will vary depending on the confidence they generate in themselves as professionals and on their ability to deliver results, on the technical ability to provide the product or service they market and the consistency with which they tell what they do.In my opinion, the key to any organization’s success lies in this ability to expand trust. Without it, everything is volatile, inconsistent, and without future, blocking the sustainability desired by organizations.
I invite you to think of someone you work with, whom you trust. Done? Now think about what it’s like to communicate with that person? Most of the answers we get, reflect how easy it is, fluid, unimpeded, boundless, secure, supportive, judgmental, without taboos, pleasurable, direct, motivational, and with endless adjectives that show us how it positively contributes to work with someone we trust. And now I invite you to think of someone you work with whom you do not trust. And think about what it’s like to communicate with that person? In this case the answers are much more painful and all refer to how we avoid talking to this person, we do everything to ensure our safety due to fear of being deceived or denied, it is problematic, we never know what to tell, we don’t believe that the person is being true in his words and we always wait for the ulterior motives. In summary, when a person with whom we work, being client, colleague, supplier or other, we hope that person to
be congruent between what he says and what he does and that it is objective that what he means is what he says. As far as trust is concern , who is the other and what he says he does are the two questions we put before investing in any relationship. Trust self-diagnosis test: Integrity. Am I congruent? I say what I do • Make and keep commitments with yourself • Fight for a cause • Be transparent Intention. Do I express my intention clearly? • Choose abundance: are there benefits for everyone? • Declare your intention: what best serves everyone, including yourself! Discuss it, especially when it is unclear.
Capabilities. Are my capabilities relevant to the area in question? Focus on your strengths - what are your natural talents? If you are not sure, ask! Stay relevant - connect your strengths to opportunities.
Know where you are going - what is your contribution?
Results. Do I present results? What is my background? Take responsibility for results - focused on results, not activities. What am I doing now leads me to the result that I intend or Am I just busy? Schedule yourself to win - Define clearly what your earnings are. Have determination! – no more with the culture of desistence and victimization mentality. Keep your determination. Tip: assess your ability to trust and build trust in others.c
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EMPREENDER
Champier pula para novos mercados vendendo inovação A Champier Lda. é uma empresa criada pelo jovem Claude que se dedica ao ramo da informática. Desde 2015, a mesma tem-se notabilizado no desenvolvimento de software corporativo. Em apenas dois anos de existência, a marca teve o condão de criar um produto inovador e de alargar o seu leque de clientes para outros países africanos, além de arrebatar alguns prémios de referência. Gildo Mugabe (texto) . Shanna Chicalia (fotos)
ca. Com quase três anos de existência no mercado moçambicano, a Champier Lda. conta com sete colaboradores, todos moçambicanos.
BlackBox promete revolucionar o negócio
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iz o adágio popular que “filho do peixe sabe nadar”, mas Claude Champier, embora o seu pai seja engenheiro mecânico, decidiu optar pelo curso de Informática. Claude é o filho mais novo do Enge Champier e que desde criança que teve uma inclinação muito forte para o mundo da informática. Há mesmo quem diga que nas suas veias corre sangue informático. “Desde criança, eu tive esta curiosidade de montar e desmontar. Aos cinco anos de idade eu já conseguia montar e desmontar dínamos e lâmpadas”, conta Claude Champier. Foi com 12 anos de idade que Claude teve o primeiro contacto com um computador. Nessa altura, e além de usá-lo,
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teve a ousadia de o desmontar por completo - o que lhe valeu então uma reprimenda do pai. Quando tinha 15 anos, Claude Champier iniciou a sua vida profissional. “Tudo começou com a vontade de querer ajudar os meus pais. Eles saíram da Beira para Maputo sem nada, tudo o que hoje têm é graças ao esforço deles. Na verdade, foram peças-chave para o meu sucesso”, refere. Hoje, com apenas 22 anos, Claude é um empreendedor que já dá nas vistas com a empresa Champier Lda. A Champier é uma empresa ligada à criação e instalação de softwares corporativos, mas também administra infraestruturas de redes, segurança cibernética e consultoria em informáti-
Em 2016, a equipa de Champier começou a desenvolver o BlackBox TV. Um dispositivo conectável à TV que proporciona melhores filmes, seriados e desenhos animados. “É um sistema livre, ou seja, o cliente não precisa de Internet, muito menos de antenas exteriores para o seu funcionamento. Basta ter uma TV e um cabo ligado ao dispositivo para assistir ao melhor de entretenimento”, garante o seu criador. O sistema ainda não está operacional por imperativos legais, mas “brevemente poderemos lançar no mercado a preços baixos”, frisou. Esta criatividade, rendeu vários prémios à Champier Ltda. É o caso do prémio Moz Tech Award 2017, o prémio Seed Stars Award 2016 e ficou no top 6 de inovação em fevereiro deste ano. Refira-se que além de prestar serviços a empresas nacionais, a Champier tem garantido serviços a clientes da Namíbia, Tanzânia, África do Sul, e brevemente rumará para o mercado do Quénia, alargando o seu espectro de actuação.c
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ENTREPRENEURship
Champier jumps into new markets selling innovation Champier Lda. is a company created by the young Claude and its field is computers. Since 2015, it has been noted in the development of corporate software. In only two years, the brand was able to create an innovative product and expand its range of customers to other African countries, as well as snatch some reference awards. Gildo Mugabe (text) . Shanna Chicalia (photos)
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he popular adage says that “son of the fish knows how to swim”, but Claude Champier, although his father is a mechanical engineer, decided to opt for the Informatics course. Claude is the youngest son of the
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Enge Champier and since childhood he has had a very strong inclination to the computer world. There are even those who say that computer blood flows in their veins. “As a child I had this curiosity to assemble and dismount. At the age of five I was already able to assemble and disassemble dynamos and lamps,” says Claude Champier. Foi com 12 anos de idade que Claude teve o primeiro contacto com um computador. Nessa altura, e além de usá-lo, teve a ousadia de o desmontar por completo - o que lhe valeu então uma reprimenda do pai. Age 12 years Claude had the first contact with a computer. At that time, and in addition to using it, he dared to dismount it completely – with a rebuke from his father. When he was 15, Claude Champier began his professional career. “It all started with the desire to want to help my parents, they left Beira for Maputo with nothing, all they have today is thanks to their efforts, in fact they were key to my success,” he says. Today, at only 22 years, Claude is an noted entrepreneur already because of Champier Lda. Champier is a company dealing in creation and installation of corporate software, but also manages network infrastructures, cyber security and IT
consulting. With almost three years of existence in the Mozambican market, Champier Lda. Has seven employees, all Mozambicans.
BlackBox promises to revolutionize the business In 2016, Champier’s team began to develop BlackBox TV. A TV-capable device that delivers better movies, serials and cartoons. “It’s a free system, meaning, the client doesn’t need Internet, let alone the outside antennas for its operation. Just needs to have have a TV and a cable connected to the device to watch the best of entertainment,” says its creator. The system is not yet operational due to legal imperatives, but “we can soon launch it in the market at low prices,” he said. This creativity has earned several prizes for Champier Ltda. This is the case of the Moz Tech Award 2017, the Seed Stars Award 2016 and was in the top 6 innovation in February this year. In addition to providing services to domestic companies, Champier has guaranteed services to clients in Namibia, Tanzania and South Africa, and will soon be moving to the Kenyan market, broadening its scope of action.c
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A Guide to Mozambique’s Best-Kept Secret Beaches
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rom the bustling metropolis of Johannesburg, it’s just a 45-minute flight to Maputo, the capital of Mozambique. Despite the distance, these neighboring countries couldn’t be more different. If you make the drive
by LANE NIESET in Vogue Magazine (June)
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to Mozambique along South Africa’s perfectly paved roads, you’ll quickly have your Wizard of Oz moment once you hit the Kosi Bay border—realizing you’re really no longer in South Africa anymore. Roads come to an abrupt end at the customs office and
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are replaced by rugged, sandy paths. Experienced drivers will point out grazing giraffes while expertly navigating Land Rovers around potholes and slow-shuffling cattle. On the hour-long trek along the southern coast of Mozambique, you’ll see how the locals here really live, cruising past deserted stretches of honeycolored beaches and tin-roof villages. Pause along the way at one of the hut-like barracas (Portuguese for “stall”) or bars, which sell local beer like Laurentina for less than a $1 alongside freshly caught grilled fish. Street-side barracas are just one of the lingering signs of Mozambique’s past life as a Portuguese colony. Dubbed the “Pearl of the Indian Ocean,” Mozambique—roughly the size of Turkey—is tucked between Tanzania to the north and South Africa, with a coastline stretching roughly 1,535 miles along the Indian Ocean. Getting to Mozambique is the easy part. After a safari in South Africa, hop on an hour-and15-minute charter flight from Kruger Mpumalanga International Airport, one of the three airports nearby the national park, to the Manguzi airstrip at the Kosi Bay border post. When you arrive in Mozambique, you can purchase a visa for around $35 in cash (U.S. dollars are preferred) from customs officials. Once you land, however, the nearly nonexistent infrastructure makes it a challenge to get anywhere—unless you know where to go. Hop in a 4x4 and make your way down to the shark tooth–shaped Lagoon Coast to one of the country’s bestkept secrets—Ponta Mamoli—where you’ll have miles of untouched sandy shores practically all to yourself. If you’re coming from capital Maputo, it’s a three-hour drive (or 30-minute helicopter ride) past remote villages
and the elephant-filled Maputo Special Reserve, Mozambique’s version of a bush safari. You’ll know you’re close when you stumble upon the grasslands shielding the country’s second-largest lake, Lake Piti. “The surprise behind these dunes is the people, fishing folks in their handcrafted boats made of corrugated sheets, crudely pulled together with tree branches and ropes made from the fibers of reeds and grasses,” explains South African native Warren Green, a former game ranger who now spearheads sustainable travel company Warren Green & Associates. Green has traversed Mozambique from top to bottom, snorkeling along the coast and island hopping through the Bazaruto and Quirimbas Archipelagos. But Ponta Mamoli still reigns as one of his favorite spots in the country. “This is such a special region because it is sandwiched by two national parks—Mkuze Game Reserve in South Africa and Maputo Elephant Reserve—and the land has a very low human population, which makes it pristine and beautiful.” Ponta Mamoli is a secret shared by locals and South Africans who cross the border just to bask on these
secluded beaches, whose glittering turquoise waters are shielded by miles of dry savanna, swampy forest, and floodplains of reed beds and papyrus. This small strip along the Indian Ocean sits halfway between the larger towns of Ponta Dobela and Ponta Malongane, and it served as a titanium mine in the 1940s. In the ’70s, camping resorts slowly sprouted up along the unspoiled coastline. After a period of political upheaval during the Mozambican Civil War, the area faded back into nature. It was only around 2013 that Ponta Mamoli regained a bit of its prewar glory. Mozambique native Florival Mucave saw potential in the land, transforming a former self-catering beach lodge into the luxurious White Pearl Resorts, designed to blend into the surrounding scenery. Perched on stilts above sand dunes, each of these 21 suites is the definition of beach-house chic—think: standing tubs and private plunge pools overlooking the Indian Ocean. You’ll quickly discover that one of the best ways to spend an afternoon is with a picnic by the water, sipping South African rosé while dining on freshly grilled, palm-size Mozam-
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bican prawns, lightly drizzled with spicy peri-peri sauce. The duo in the kitchen, chef Ananias Chambule and his wife, Julia, blend their self-taught skills with culinary inspiration from stints at spots like the elegant Saxon Hotel in Johannesburg and Maputo’s Mediterranean-inspired bistro Botanica. At night, the only thing that will keep you awake are the monkeys pattering on villa rooftops. Chaise longues on sleek wooden terraces look up at a sea of stars that are glowing so bright, you’ll forget for a moment that you’re just steps from the ocean instead of on a far-flung mountaintop. If you’re looking to mix and mingle with the locals, head to the largest village in the region, Ponta do Ouro, just a 20-minute ride away. The beach town’s main attraction is the open-air market, but this makeshift bazaar more resembles something you’d find in the Caribbean than Istanbul. Vendors sell handcrafted curios, traditional woodwork, and vibrant patterned capulanas, a traditional sarong-style piece of fabric that’s a wardrobe staple for Mozambican women. You’ll be one of the few tourists among the crowd of locals and surfer expats who give the village its bohe-
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mian vibes. During the week, Ponta do Ouro may seem sleepy, but nights heat up come Friday. Make your way to one of the modest beach shacks doubling as a bar or disco, such as live-music favorite Love Cafe. Here, you’ll get a taste of Marrabenta, a popular style in Mozambique that’s a mix of local dance rhythms and Portuguese folk. Don’t leave without sampling a Mozambique favorite, the R&R—a cocktail usually mixed with local Tipo Tinto rum and raspberry Sparletta soda. Along the bays, safaris take on aquatic form as you cruise by boat in search of bottlenose dolphins and humpback whales, which migrate to these waters annually from July to November. Since there are limited boat launchings in the area, this reef—with more than a dozen dive sites—has remained practically untouched. “With so many diving options, each day is different. But in some of these places, like the 105-foot-deep Pinnacles site, you’re guaranteed to see at least 20 sharks every time you go down,” says White Pearl dive master Isaac Nhamirre. “Think about the Great Barrier Reef and how there are fewer and fewer pristine dive sites around the world. We are lucky here to still have such great reefs that are
full of wildlife.” If you’re staying at the resort, Nhamirre can take you out to one of the sites scattered off Mamoli Bay, or you can set off on a scuba-diving charter in the marine-protected Ponta do Ouro area with Scuba Adventures Mozambique, the largest dive charter in the area. Given the region’s remote nature, you’ll mostly find accommodations like low-key cottages, basic bush lodges, and tented camps. One other spot that stands out, however, is the tucked-away Machangulo Beach Lodge, accessed only by boat. East of Maputo near Inhaca Island, this 17-room resort sits along a secluded peninsula encased by dunes and forest. Think of these beachfront villas as Mozambique’s version of Tulum’s bohemian bungalows, with colorful Missoni-esque decor. For a place that’s even more remote, jet off to andBeyond Benguerra Island on the second-largest island in the Bazaruto Archipelago. From Mozambique’s Vilanculos Airport, it’s a quick helicopter ride to this luxury lodge in the Indian Ocean, outfitted with the most glamorous thatched-roof cabanas and plunge pools sitting steps away from the sea.c
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Credelec BCI
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