CAPITAL

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Sumário

Destaques 26

42 Tema de Fundo

A dádiva de gerar e gerir

Apesar das conquistas alcançadas pela mulher em vários domínios nos últimos anos, o acesso ao crédito bancário em Moçambique, tido como crucial para o seu empoderamento e promoção da igualdade de género, continua ainda a ser uma miragem.

42

A dádiva de gerar e gerir

53

Empresa da Beira é a segunda melhor PME

26 Dossier Financiamento para empreendedoras a conta gotas

12 Agência Veludo & Mentol lança ‘Maputo live City’

A dádiva de gerar e gerir Propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., Av. 25 de Setembro nº 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) - Telefone: +258 21 416186 - Fax: +258 21 416187 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Director Geral: André Dauane – andre.dauane@ mozmedia.co.mz – Directora Editorial:HelgaNeida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Redacção: Belizário Cumbe belizariocumbe@yahoo.com.br, Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz, Gildo Mugabe - gildomugabi@ gmail.com – Secretariado Administrativo: Indira Mussá – indira.mussa@mozmedia.co.mz; Cooperação: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Zein Hassam; Gettyimages.pt, Google.com; – Ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. - Tradução: Frans Hovens; Paginação: Ricardo Timbe – 29timbe@gmail.com – Design e Grafismo: Mozmedia – Departamento Comercial: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Distribuição:Ímpia– info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.

Moçambique pára, este mês, para homenagear a mulher. Aquela, que segundo Esperança Mangaze possui a dádiva divina de gerar e gerir. Apesar das prevalecentes assimetrias entre homens e mulheres, na sociedade moçambicana e não só, e em diferentes níveis socioeconómicos, a mulher não tira o pé do acelerador e continua, de batalha em batalha, a conquistar o seu espaço, nos negócios, na política, na economia, na cultura e na sociedade em geral.

Em 2015 foi considerada a segunda melhor PME de Moçambique. Anualmente regista uma facturação de pouco mais de dois milhões de dólares. Augusto Álvaro, director-geral da empresa diz que a companhia quer mais, porém lamenta as restrições que se verificam nos pagamentos internacionais. Para o responsável, este cenário mina as aspirações da AMA Equipamentos.

PUBLIREPORTAGEM Capa

Financiamento para empreendedoras a conta gotas

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Empresas com mulheres em cargos de liderança são as mais rentáveis Dados divulgados pelo Instituto Peterson de Economia Internacional revela que as empresas que apostam em mais mulheres nos cargos de liderança são mais rentáveis. A instituição analisou resultados de aproximadamente 22 mil empresas em todo o mundo, mais concretamente em 91 países.

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Editorial

Bem-vindo Empreendedoras precisam de mais formação e acesso ao crédito

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Economia “Filipe nyusi encontrou os cofres vazios”

f

az Faz algum tempo que conceitos como igualdade de género, empoderamento feminino e empreendedorismo feminino fazem parte do nosso léxico. Pouco a pouco, assistimos a exemplos de mulheres bem-sucedidas nos mais diversos sectores de actividade, tanto no pais como no resto do mundo.

52 ESTUDO Empresas com mulheres em cargos de liderança são as mais rentáveis

A propósito da economia, sempre que se aborda o envolvimento da mulher no mundo dos negócios, surge de imediato o constrangimento do acesso ao crédito. A este propósito, a CAPITAL foi falar com Joana Matsombe, administradora do Banco de Moçambique, que não tem dúvidas que o acesso aos serviços financeiros ainda se encontra aquém do desejável. Em paralelo, e além do acesso ao financiamento bancário, a mulher que singra no mundo dos negócios depara-se ainda com a problemática da formação, sobretudo em matéria de gestão empresarial.

53 EMPrEEnDEr AMA Equipamentos Empresa da Beira é a segunda melhor PME

75 Estilos de Vida luso lança água com sabor à goiaba e toranja

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Abril 2016 · Capital Magazine Ed.96

Moçambique presta este mês, e uma vez mais, uma homenagem à Mulher. Apesar de ainda existirem assimetrias entre homens e mulheres na sociedade moçambicana, e no resto do mundo, que atravessam diferentes níveis socioeconómicos, a mulher continua a conquistar o seu espaço nos negócios, na política, na economia, na cultura e na sociedade. A mulher moçambicana representa a maioria da população. No entanto, e em matéria de paridade de género, há quem lamente a sua marginalização em diversos segmentos da sociedade, com destaque para a liderança e economia.

Lecticia Klemens, presidente da Associação das Mulheres Empresárias e Empreendedoras (FEMME), assegurou que a problemática da formação é tanto uma preocupação como um sério desafio. E nessa perspectiva, a Capital foi descobrir que em Maio irá ser lançado um Programa chamado JOBA, que irá ter como missão facilitar a capacitação de jovens e mulheres para o mercado de trabalho. As boas notícias são que, apesar das dificuldades, há mulheres que levam os seus negócios a bom porto. Um bom exemplo disso é o da empreendedora Esperança Mangaze, proprietária da empresa Folha Verde, que garante que ao invés de ir atrás do dinheiro, foge das instituições de crédito. Por último, sabe bem saber que o Instituto Peterson de Economia Internacional revela que as empresas que apostam em mais mulheres nos cargos de liderança são as mais rentáveis. A título de curiosidade, sentimo-nos orgulhosos pelo facto da empresa - que publica esta nossa revista - apostar em três mulheres que ocupam os seus cargos directivos.



Contents

Highlights 28 Funding for dropper entrepreneurs

44 Background Theme

The gift of creation and management

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Despite the achievements of women in various areas in the last few years, access to bank credit in Mozambique, seen as a key feature for their empowerment and promotion of gender equality, still remains a mirage.

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The gift of creation and management

The Mozambique stops, this month, to pay homage to woman. That which, according to Esperança Mangazehasthegiftofcreationandmanagement.Despitetheprevailingasymmetries between men and women, in the Mozambican society and not only, and at different socioeconomic levels, women do not take their feet off the pedal and proceed, from battle to battle, conquering their space, in business, politics, economics and society in general.

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Dossier Funding for dropper entrepreneurs

13 PUBLIREPORTING Capa

Veludo & Mentol Agency launches ‘Maputo live City’

The gift of creation and management

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Property and Edition: Mozmedia, Lda. 25 de Setembro n- 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) – Telephone: +258 84 3015641 | +258 82 6567710 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Managing Director: André Dauane – andre.dauane@ mozmedia.co.mz – Editorial Director: Helga Neida Nunes – helga.nunes@mozmedia. – Editorial Staff: Belizário Cumbe - belizariocumbe@yahoo.com.br, Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz, Gildo Mugabe - gildomugabi@ gmail.com – Administrative Secretariat: Indira Mussá – indira.mussa@mozmedia.co.mz; Cooperation: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Columnists: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Photography: Zein Hassam; Gettyimages.pt, Google.com; – Illustrations: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B.- Translation: Frans Hovens;Page make-up: Ricardo Timbe –29timbe@gmail.com – Design and Graphics: Mozmedia –Commercial Department: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Distribution: Ímpia – info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registration: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Printing: 7.500 copies. The articles reflect the authors’ opinion, and not necessarily the magazine’s opinion. All transcript or reproduction, partial or total, is authorised provided that the source is quoted.

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AMA Equipamentos Company from Beira is the second best SME

in 2015 it was considered the second best SME of Mozambique. Annually it registers a turnover of a little more than two million dollars. Augusto Álvaro, the company’s managing Director says that the company wants more, however he regrets the restrictions that are verified in international payments. For the manager, this scenario undermines the aspirations of AMA Equipamentos.

Companies with women in leadership positions are more profitable

Data disseminated by the Peterson Institute of Interna- tional Economics reveals that companies that rely more women in leadership posi- tions are more profitable. The institution analyzed results from approximately 22 thousand companies all over the world – in 91 countries.


Editorial

Welcome

Entrepreneurs need more training and access to credit

38 Economy

I

t It has been sometime that concepts such as gender equality, female empowerment, and female entrepreneurship are part of our lexicon. Slowly we have been observing examples of successful women in various lines of business, be it in the country or abroad.

“Filipe nyusi found empty safes”

74 STUDy Women should take advantageof the market opportunities

With regards to economics, whenever one discusses the involvement of women in the business world, immediately the constrain of access to credit comes up. In this regard, CAPITAL went to talk to Joana Matsombe, a Director at the Central Bank of Mozambique, that has no doubts that access to financial services is still less than desired. In parallel, and besides access to credit, the woman that thrives in the business world still faces the problem of training, especially on the subject of business management.

54 EntrEPrEnEurSHIP

Mozambique renders this month, and once again, Homage to Women. Despite the fact that there still are disparities between men and women in the Mozambican society, and in the rest of the world, that cross different socioeconomic levels, women are still conquering their space in business, politics, economics, culture and in society. The Mozambican woman represents the majority of the population. However, and when it comes to gender parity, there are people that lament their marginalization in various segments of society, with highlight to leadership and economics.

AMA Equipamentos Company from Beira is the second best SME

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LIFE STyLES

luso launches water with guava and grapefruit flavor

Lecticia Klemens, Chairman of the Association of Business Women and Entrepreneurs (FEMME), ensured that the issue of training is both a concern and a serious challenge. And in this light, Capital found out that in May a program called JOBA will be launched, which will have as its mission to facilitate the training of youngsters and women for the job market. The good news is that, despite the difficulties, there are women that are successful with their business. A good example of that is the entrepreneur Esperança Mangaze, owner of the company Folha Verde, that ensures that instead of going after the money, she runs away from credit institutions. Lastly, it is good to know that the Peterson Institute of International Economy reveals that companies that bet more on women in positions of leadership are more profitable. As an informative note, we are proud of the fact that the company – that publishes our magazine- bets on three women that occupy its management positions.

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Capitoon

EM BAIXA MPDC regista queda no manuseamento de carga

A Sociedade de Desenvol­vimento do Porto de Maputo (MPDC) manuseou, em 2015, 15.6 milhões de tone­ladas de carga diversa, cifra que constitui uma queda de 19.17% de volumes compa­rativamente às 19.3 milhões de toneladas manuseadas em 2014. A queda registada prende-se essencialmente com as difíceis condições vividas nos mercados internacionais, com uma des­cida acentuada dos preços das “commodities” em comparação com anos anteriores. As maiores perdas de volumes registaram-se fundamentalmen­te no carvão e magnetite, mas também no terminal de viaturas e no açúcar.c

EM ALTA 200 milhões de meticais à disposição O Banco Comercial e de Investimentos (BCI) colocou mais de 200 milhões de meticais à disposição do sector privado nacional. A nova linha de financiamento foi anunciada em Quelimane (Zambézia), no decurso de uma conferência designada BCI Agro-Negócios: Desafios e Perspectivas para o Futuro. O Presidente da Comissão Executiva do BCI, Paulo Sousa, disse que a iniciativa se integra nos serviços financeiros da Linha BCI-Agro, que vai beneficiar produtores individuais, associações e cooperativas, micro, pequenas e médias empresas

envolvidas na produção, conservação, armazenamento, processamento, transporte e comercialização de produtos de origem vegetal e animal.c Qatar garante voo directo entre Doha e Maputo

A companhia aérea Qatar Airways vai incrementar os seus serviços entre Doha e Maputo para um voo direc­to, assegurado por um B787 Dreamliner, três vezes por semana. Antes, aquela companhia servia a rota DohaMaputo três vezes por semana mas com escala em Joanesburgo, na África do Sul.c

Standard Bank pessimista No seu mais recente Boletim Económico, o Standard Bank manifesta dúvidas quanto ao alcance das metas esta­ belecidas para as receitas do Estado deste ano. A prevalência da instabi­lidade económica, iniciada no ano passado, está na origem deste apa­rente pessimismo. O Orçamento do Estado aprovado para 2016 indica um aumento da receita do Estado de 9.8% para 176.41 biliões de meticais, que correspondem a 25.9% do PIB, o que em nossa opinião constitui um desafio se não houver um aumento substancial da base tributária, considerando uma desaceleração da actividade eco­nómica e taxas de imposto sobre o rendimento e sobre bens e serviços inalteradas, explica a instituição .c

COISAS QUE SE DIZEM SOBRE O DESARMAMENTO DA RENAMO “Com o nível de tolerância que existe, não há motivos para as pessoas andarem armadas. Só o facto de termos dito devol­va-me armas sozinho é sinal de tolerância que excede os limites e é essa a tolerância do povo que já está a transbordar a paciên­cia.”c

A ARMA DE UM ESCRITOR “Se todos escrevessemos da mes­ma maneira, segundo manuais de academias, já ninguém nos lia, porque todos os leitores morre­riam de tédio. É só por uma ques­ tão de sobrevivência que tento de vez em quando surpreender o lei­tor.”c

Filipe Nyusi, Presidente da República.

Pepetela, escritor angolano, in jornal O País .

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O valor é todo teu. O Moza reconhece as tuas qualidades, o valor do teu trabalho, da tua dedicação, da tua inspiração e força de vontade. Os valores certos são os mais importantes. É por isso que o nosso maior investimento é em ti. Visita o Moza ou o nosso site e descobre o banco que te dá mais valor. www.mozabanco.co.mz


Capitoon

ON THE BOTTOM MPDC records a drop in cargo handling

The Maputo Port Development Community (MPDC) handled, in 2015, 15.6 million tons of diversified cargo, a figure which constitutes a drop of 19.17% of volumes in comparison to the 19.3 million tons handled in 2014. The drop registered is mainly due to the difficult conditions experienced in international markets, with a significant drop of “commodity” prices in comparison with previous years. The biggest losses of volumes were registered fundamentally in coal and magnetite, but also in the vehicle and sugar terminal.c

s

The issue of gender equality is only a grammatical problem . The masculine of the phrase in the feminine is “of is in the kitchen washing dishes” is always “sitting in the lounge watching television”

ON TOP 200 million meticais available The Banco Comercial e de Investimentos (BCI) has made available more than 200 million meticais to the national private sector. The new funding line was announced in Quelimane (Zambézia), during a conference called “BCI Agro-Business: Challenges and Perspectives for the Future”. BCI’s Chief Executive Officer, Paulo Sousa, stated that the initiative is part of the financial services of BCI – Agro Line, which will benefit individual producers, associations and cooperatives, micro, small and medium enterprises involved in production, conservation, storage,

processing, transport and commercialization of products of vegetable and animal origin.c Qatar assures direct flight between Doha and Maputo

MThe airline company Qatar Airways will increment its services between Doha and Maputo to one direct flight, insured by one B787 Dreamliner, three times a week. Previously, that air company served the route Doha-Maputo three times a week but with a Layover in Johannesburg, South Africa.c

Standard Bank pessimist TIn its most recent Economic Bulletin, the Standard Bank shows doubts with regards to the reach of goals established for this Year’s State revenue. Prevalence of economic instability, initiated last year, is the root cause of this apparent pessimism. “State Budget approved for 2016 shows an increase in State revenue from 9.8% to 176.41 billion meticais, which corresponds to 25.9% of the GDP, which in our opinion constitutes a challenge if there is no substantial increase of the tax base, considering a slowdown of economic activity and unaltered tax rates on revenue and on goods and services”, explains the institution.c

THINGS BEING SAID “With the tolerance ON DISARMING OF RENAMO level that exists, there is no reason for people to walk around armed. Just the fact that we have said return the arms to us on your own is a sign of tolerance that exceeds the limits and it is this tolerance from the people that is already overflowing their patience”.c

“If we all wrote the same THE WEAPON OF A WRITER way, according to manuals from the academies, no one would read us, because all readers would die of boredom. It is only because of survival that every once in a while i try to surprise the reader..c

Filipe Nyusi, President of the Republic

Pepetela, angolan writer, in jornal O País .”

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PUBLIREPORTAGEM

Agência Veludo & Mentol lança ‘Maputo Live City’ A Veludo & Mentol – Publicidade, Design e Eventos é uma agência de publicidade, não ficando somente por aí. É uma marca dinâmica e irreverente que constitui uma nova aposta para o segmento empresarial.

A

agência surgiu em 2014, em Coimbra, Portugal, da vontade de dois jovens, Nuno Soares, moçambicano, e Omar Diogo, português, de criarem um conceito

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inovador no tratamento da imagem das empresas. “Smooth and fresh” é como classificam a sua marca. Uma empresa multifacetada, adequada aos tempos modernos, que procura preencher uma lacuna na região, mas

também dar um pontapé na crise que se vive em Portugal. A Veludo & Mentol trabalha em áreas como a concepção e activação de identidades corporativas, branding e re-branding, design gráfico, publicidade, packaging, websites e webdesign, gestão profissional de redes sociais, peças de vídeo publicitárias e de formação, produção e masterização áudio, organização e divulgação de eventos. Nuno Soares, CEO, diz que a empresa não só propõe as regras e estratégias a serem utilizadas em determinada campanha ou iniciativa de comunicação, como também, ela própria, através de uma equipa de profissionais com experiência na área, desenvolve todas as peças que integrarão a iniciativa ou campanha solicitada pelo cliente. A Veludo & Mentol criou já a identidade visual, digital e web para empresas dentro e fora Portugal, tendo também contribuído para o lançamento no mercado de alguns produtos das indústrias editorial, discográfica e de bebidas. “A empresa olha em várias direcções, o que provam os seus recém-revelados trabalhos para clientes de outras economias, como Moçambique, Angola e Cabo Verde, para além de Portugal. Não esperávamos ter este crescimento tão rápido“, sublinha Omar Diogo, gestor de projectos.


No que diz respeito à organização de eventos, a agência já produziu concertos, desfiles e outros eventos recreativos e corporativos em vários e conceituados espaços da cidade, tendo atraído milhares de pessoas e trabalhado com nomes artísticos bem conhecidos no universo Palop, como, por exemplo, Kaysha, Nelson Freitas, Big Nelo, The Groove, Jhonny Ramos, Mika Mendes, Djodje, entre muitos outros. Apadrinha também os trabalhos de imagem e gestão de redes sociais de alguns cantores e bandas de renome, restaurantes, espaços de lazer e instituições.

Coimbra Live City, uma marca turística A agência destacou-se por desenvolver um projecto vencedor que foi ao encontro das necessidades e exigências do mercado, o Coimbra Live City, reconhecido como uma das principais marcas turísticas de programação e promoção junto de um target jovem

e não só. Na sequência de uma procura cada vez mais elevada por parte deste público, o desafio consiste em procurar colmatar a falta de uma abordagem mais agressiva, diferenciadora e eficaz, em segmentos como restauração, comércio local, turismo, eventos e apoio social. A Veludo & Mentol diz que se trata de um serviço de conteúdo útil e com que as pessoas se identificam. Na verdade, grande tem sido a adesão por parte da população, das instituições, do comércio local e de alguns artistas conhecidos nacionalmente. O Coimbra Live City tem crescido sem qualquer apoio governamental, sendo presentemente a maior página do género da cidade Coimbra. Mais do que uma simples página do Facebook para o mercado distrital, o Coimbra Live City destaca-se por assumir a preferência e criar um elo de ligação com o visitante, quer na consulta de informação sobre várias temáticas, quer relativamente ao aconselhamento na área do turismo e lazer. Seu objecti-

vo é tornar-se uma página de referência no mundo das agendas culturais distritais, promovendo uma rica interactividade com o utilizador. Preocupa-se em manter viva a história da cidade, registando os seus conteúdos milhares de visualizações e partilhas. Uma das novas apostas desta agência para dar seguimento ao mais amplo projecto Live City passa pela criação de uma aplicação para a cidade, com uma imagem clean, ambiciosa, moderna e organizada, um design gráfico atractivo e áreas de pesquisa e informação bem definidas. A ideia é expandir o projecto a nível nacional e internacional, começando já com o lançamento do Maputo Live City, programado para o mês de Março em Moçambique. É por Moçambique que a Veludo & Mentol quer começar a expandir-se, pois alguns membros da sua equipa são moçambicanos e tencionam contribuir também com as suas ideias inovadoras e o seu trabalho para o desenvolvimento do país.c

Veludo & Mentol Agency launches ‘Maputo Live City’ Veludo & Mentol – Publicity, Design and Events is an advertisement agency, and it does not stop there. It is a dynamic and irreverent brand that constitutes a new bet for the business segment.

T

he agency was created in 2014, in Coimbra, Portugal, from the willingness of two young men, Nuno Soares, Mozambican, and Omar Diogo, Portuguese, to create an

innovative concept in the treatment of images of companies. “Smooth and fresh” is how they classify their brand. A multifaceted company, suitable to modern times, that seeks to fill a gap in the region, but also kick

the crisis in Portugal. Veludo & Mentol works in areas such as design and activation of corporate identities, branding and re-branding, graphic design, advertising, packaging, websites and web design,

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PUBLIREPORTING

professional management of social networks, advertising of video pieces and training, production and audio mastering, organization and events promotion. Nuno Soares, CEO, says that the company not only proposes the rules and strategies to be used in certain campaign or communication initiatives, as well as, itself, through a team of professionals with experience in the field, develops all the pieces that will integrate the initiative or campaign requested by the client. Veludo & Mentol already created a visual, digital and web identity for companies in and outside of Portugal, having also contributed for the launch in the market of some products of the editorial industry. “The company looks in various directions, proved by their recent-revealed work for clients of other economies, such as Mozambique, Angola and Cape Verde, besides Portugal. We were not expecting to have such fast growth “, underlines Omar Diogo, project manager. With regards to promotion of events,

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the agency has already produced concerts, fashion shows and other recreational and corporate events in various prestigious spaces in the City, having attracted thousands of people and worked with well know names from the Palop Universe, such as Kaysha, Nelson Freitas, Big Nelo, The Groove, Jhonny Ramos, Mika Mendes, Djodje, amongst others. It also sponsors image works and social network management of some singers and well known bands, restaurants, leisure spaces and institutions.

Coimbra Live City, a tourist brand The agency stood out for developing a winning project that met the needs and demands of the market, the Coimbra Live City, acknowledged as one of the main tourist brands of programming and promotion with a young target and more. Following an ever more high demand from this public, the challenge is to seek to fill the lack of a more aggressive approach, different and effective, in segments such

as catering, local business, tourism, events as social support. Veludo & Mentol says that it is a service of useful content and with which people can identify themselves. Truthfully, great has been the adhesion from the population, institutions, local commerce and some artists known at national level. Coimbra Live City has been growing without any government support, and is currently the biggest page of the type in the City of Coimbra. More than a simple Facebook page for the district market, Coimbra Live City stands out for undertaking the preference and creating a link with the visitor, be it in the consultation of information about various themes, or with regards to advice in the area of tourism and entertainment. Its objective is to become a page of reference in the world of district cultural agendas, promoting a rich interactivity with the user. It is concerned with keeping the city history alive, and its contents registers millions of likes and shares. One of the new commitments of this agency to follow up to the biggest Live City project passes through the creation of an application for the city, with a clean, ambitious, modern and organized image, an attractive graphic design and research areas and well defined information. The idea is to expand the project at national and international level, starting from the launch of the Maputo Live City, scheduled for the month of March in Mozambique. Veludo & Mentol wants to begin expanding from Mozambique, since some of the members of its team are Mozambicans and intend to also contribute with their innovative ideas and their work for the development of the country.c



MUNDO

Exportações portuguesas em alta

No ano passado, o valor dos bens vendidos por Portugal ao mundo quebrou um novo recorde absoluto: quase 50 biliões de euros. Espanha consolidou lugar de primeiro cliente, Angola é a grande decepção e EUA a maior surpresa. As exportações portuguesas subiram 33% nos últimos cinco anos, tendo as importações crescido 25% no mesmo período, o que permitiu que a taxa de cobertura que mede a percentagem das importações pode ser “comprada” com o que o país vende ao mundo - melhorasse significativamente, passando de 63,5% para 82,9% entre 2010 e 2015, revelamdados sobre o comércio internacional divulgados nesta quarta-feira, 10 de Fevereiro, pelo Instituto Nacional de Estatística. Olhando para 2015, constata-se que, pelo sexto ano consecutivo, o valor dos bens vendidos por Portugal ao mundo quebrou um novo recorde absoluto, ao totalizar 49,8 biliões de euros, após um crescimento de 3,6% face a 2014. As importações também subiram, 1,9%, para 60,1 biliões de euros. Ao longo do ano passado, Espanha consolidou fortemente a posição tradicional de primeiro parceiro comercial. As exportações subiram 10% para 12,4 biliões de euros, o que significa que quase 25% do to-

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tal do “made in Portugal” vendido ao mundo se destinou ao país vizinho. Também as importações cresceram, 2,8% para 19,7 biliões de euros ou seja, a economia portuguesa adquiriu em Espanha 33% do total de bens e mercadorias que comprou lá fora. Entre os cinco países que mais compram em Portugal, Angola sobressai pela negativa, por ser o único em forte queda: as exportações para Angola caíram 34% face a 2014. Já os Estados Unidos sobressaem pela positiva, após as exportações para o mercado norte-americano terem subido 22% para 2,6 biliões de euros.c Top 5 dos destinos das exportações portuguesas em 2016 Espanha

12.4 biliões de euros

França

6 biliões de euros

Alemanha

5.9 biliões de euros

Reino Unido

3.2 biliões de euros

Angola

3.2 biliões de euros

Fonte: negócios.pt

Angolanos são os mais compram em Portugal Os angolanos continuam a ser os turistas que mais compram em Portugal, mas os chineses são os que gastam mais. Esse é resultado do estudo referente a 2015 da Global Blue, empresa que é líder mundial na área de “Tax Free Shopping”, aplicado aos turistas que têm a possibilidade de rever parte do IVA gasto naquele país europeu. Os angolanos retratam 43% daqueles que integram o chamado turismo de compras, mas são os chineses que mais gastam, em média 641 euros. Estes, porém, representam apenas 14% do turismo de compras, abaixo dos brasileiros (16%), e acima dos moçambicanos (4%) e dos americanos (3%). O estudo da Global Blue também ana-

Turismo de compras em Portugal (por nacionalidades) Angolanos

43%

Brasileiros

16%

Chineses Moçambicanos Americanos

14% 4% 3%

Fonte: Global Blue 2015

lisa o mercado do turismo de compras em Lisboa (onde se efectuam 85% destas transacções), onde os nacionais de Angola voltam a ser os principais compradores mas surgem apenas em terceiro a nível de compras: 310 euros em média. O mercado chinês lidera com 765 euros de compras médias, logo seguido do americano, com 586 euros. Os números referentes ao turismo de compras na capital portuguesa dizem-nos que o vestuário e a moda representam 69% dos gastos e a relojoaria e a joalharia atingem os 14%. O número de transacções dos principais mercados subiu 2% face a 2014..c

Petrobras é o segundo maior escândalo de corrupção do mundo Uma votação

promovida pela ONG Transparência Internacional na internet classificou os maiores casos de corrupção do mundo e levou a empresa brasileira, Petrobras, a um inglório segundo lugar, abaixo apenas do caso que envolve o ex-presidente ucraniano Viktor Yanukovych. O escândalo na estatal brasileira recebeu 11.900 votos dos internautas, contra 13.210 de Yanukovych, acusado de desvios milionários de recursos públicos para sua conta pessoal. O petrolão, como o caso é conhecido no Brasil, teve mais votos que os casos


MUNDO/WORLD

do ex-presidente do Panamá, Ricardo Martinelli, que teria desviado 100 milhões de dólares e recebeu 10.166 votos no júri popular, e do senador da República Dominicana, Felix Bautista, acusado de fraudes em fundos estatais, com 9.786 votos, além do escândalo de propinas pagas a cartolas da FIFA, escolhido por 1.844 internautas como o maior caso de corrupção. Entre os efeitos danosos causados pela corrupção na Petrobras, a ONG cita 2 biliões de dólares em propinas, pagamentos a políticos e “dezenas de milhares de empregos perdidos.”c

Portuguese exports on the high

Last year,

the value of goods sold by Portugal to the world broke a new absolute record: almost 50 billion euros. Spain consolidated the place of first client, Angola is the biggest disappointment and the USA the biggest surprise. Portuguese exports rose 33% in the last five years, and imports grew 25% in the same period, fact which allowed the coverage rate – which measures the percentage of imports that can be “compared” to what the country sells to the world – improved significantly, going from 63,5% to 82,9% between 2010 and 2015, reveal the data on international commerce announced this Wednesday , February 10, by the National Statistics Institute. Looking at 2015, it is noticeable, for the sixth year in a row, that the value of goods sold by Portugal to the world, broke a new absolute record, totaling 49,8 billion de euros, after a growth of

Os nove casos de corrupção que mais receberam votos na campanha da ONG:

votos

1º - O ex-presidente da Ucrânia Viktor Yanukovych

13.210

2º - Petrobras 11.900 3º - O ex-presidente do Panamá Ricardo Martinelli

10.166

4º - Felix Bautista

9.786

5º - FIFA 1.844 6º - Sistema Político do Líbano

606

7º - Akhmad Kadyrov Foundation

194

8º - O ex-presidente da Tunísia Zine al-Abidine Ben Ali

152

9º - O Estado americano de Delaware

107

Fonte: Veja

3,6% compared to 2014. Imports also rose, 1,9%, to 60,1 billion euros. During last year, Spain strongly consolidated the traditional position of first commercial partner. Exports rose 10% to 12,4 billion euros, which means that almost 25% of the total of “made in Portugal” sold to the world was intended to the neighboring country. Also imports grew from, 2,8% to 19,7 billion euros – that is, the Portuguese economy acquired in Spain 33% of the total of goods and merchandise that it bought abroad. Amongst the five countries that bought the most in Portugal, Angola stands out negatively, for being the only one in strong decline: exports to Angola dropped 34% compared to 2014. The United States stand out positively, after exports to the North American market rose 22% to 2,6 billion euros.c Top 5 destinations of Portuguese exports – in 2015 Spain

12.4 billion euros

France

6 billion euros

Germany

5.9 billion euros

United Kingdom

3.2 billion euros

Angola

3.2 billion euros

Source: negócios.pt

Angolans are the ones that buy the most in Portugal Angolans continue to be the tourists that buy the most in Portugal, but the Chinese are the ones that spend the most. This is the result of a study referring to 2015 from Global Blue, company that is the world leader in the area of “Tax Free Shopping”, applied to tourists that have the possibility of reviewing part of the VAT spent in that European country. Angolans represent 43% of those that are called purchase tourism, but the Chinese are the ones that spend the most, on average 641 euros. These, however, represent only 14% of the purchase tourism, below the Brazilian (16%), and above the Mozambicans

Capital Magazine Ed.96 · ABRIL 2016

17


(4%) and the Americans (3%). The study from Global Blue also analyses the purchase tourism market in Lisbon ( where 85% of these transactions take place), where Angolan nationals are once again the main buyers but come up in third place in terms of purchases: 310 euros on average. The Chinese market leads with 765 euros of

average purchases, immediately followed by the American, with 586 euros. The numbers relating to purchase tourism in the Portuguese capital tell us that clothing and fashion represent 69% of expenses and watches and jewelry reach 14%. The number of transactions from the main markets rose 2% compared to 2014..c

Purchase Tourism in Portugal (by nationality) Angolans

43%

Brazilian

16%

Chinese

14%

Mozambicans Americans

4% 3%

Source: Global Blue 2015

Petrobras is the second biggest corruption scandal of the world

A vote promoted by the NGO International Transparency on the internet classified the biggest corruption cases of the world and placed the Brazilian company Petrobras, in an inglorious second place, only below the case that involves the former President of Ukraine Viktor Yanukovych. The Brazilian State scandal received 11.900 votes from internet users, against 13.210 of Yanukovych, accused of millionaire diversion of public resources to his personal account. The big oil, like the case is known in Brazil, had more votes than the cases of former President of Panamá, Ricardo Martinelli, that is said to have deviated 100 million dollars and received 10.166 votes in the popular jury, and of Dominican Republic Senator, Felix Bautista, accused of fraud in state

18

Abril 2016 · Capital Magazine Ed.96

funds, with 9.786 votes, besides the scandal of fees paid to FIFA officials, chosen by 1.844 internet users as the biggest corruption case. Amongst the

damaging effects caused by corruption, the NGO mentions 2 billion dollars in fees, payments to politicians and “tens of thousands of job losses”.c

The nine corruption cases that received the most votes in the NGO’s campaign:

votes

1º - The former President of Ukraine Viktor Yanukovych

13.210

2º - Petrobras 11.900 3º - The former President of Panama Ricardo Martinelli

10.166

4º - Felix Bautista

9.786

5º - FIFA 1.844 6º - Lebanese Political system

606

7º - Akhmad Kadyrov Foundation

194

8º - The former President of Tunisia Zine al-Abidine Ben Ali

152

9º - The American State of Delaware

107

Source: Veja


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Capital Magazine Ed.96 · ABRIL 2016

19


ÁFRICA

difícil explicar os progressos de Cabo Verde ou a queda da Libéria, país que, apesar de ter tido uma taxa de crescimento duas vezes superior à do arquipélago, viu a pobreza aumentar. Com isso, conclui que a pobreza diminui nos países que investiram mais na construção de infraestruturas (redes eléctricas, sistemas de tubulações de água e esgoto, estradas asfaltadas, serviço de telefonia celular,

Cabo-verdianos vivem melhor graças às infraestruturas Cabo Verde foi apontado, por um estudo divulgado recentemente pelo jornal norte-americano Washington Post, como um exemplo do impacto das infraestruturas no crescimento económico e redução da pobreza em África. “Deve-se tirar lições da notícia de que os cabo-verdianos, bem como cidadãos de outros 21 países africanos, estão a viver melhor, resultado das infraestruturas erguidas, sobretudo nos últimos anos”, destaca o estudo. O artigo dado à estampa pelo jornal norte-americano destaca que, no caso de Cabo Verde, o país conseguiu reduzir a pobreza de forma significativa. Como a maioria dos países africanos, Cabo Verde contribui para o crescimento económico de África (média de crescimento anual de 4,8% do Produto Interno Bruto em 2006-2014) ”, escreve o periódico, sublinhando que o arquipélago tinha, em 2014, um PIB per capita de 6.520 dólares e registou um crescimento médio anual do PIB de 3,7%. Entretanto, o estudo ressalva que a relação entre o crescimento do PIB e a pobreza é inconsistente, pelo que é

20

Abril 2016 · Capital Magazine Ed.96

entre outros).c

“Plano Marchall na Líbia avaliado em 200 biliões de dólares O custo da reconstrução

e reabilitação das infraestruturas na Líbia está orçado em 200 biliões de dólares americanos e a duração destas obras é de 10 anos, segundo o Banco Mundial (BM). No seu relatório intitulado “Resumo Económico e Periódico para a Região do Médio Oriente e a África do Nor-

te”, o BM afirmou que a instauração da estabilidade, da segurança e da política bem como da paz nos países do Médio Oriente e da África do Norte pode acelerar a reconstrução dos Estados da região. Também pode encorajar investimentos nestes países, o que contribuirá para o aumento do nível da produção de petróleo na Líbia, lê-se no mesmo relatório. Segundo o documento, a guerra atingiu directamente quase 87 milhões de pessoas em quatro países na região do Médio Oriente e da África do Norte. Trata-se do Iraque, Líbia, Síria e do Iémen, ou seja, um terço das populações da região onde a guerra afectou fortemente a vida das pessoas. A taxa de crescimento económico na região está aquém das previsões com pressões da guerra, o terrorismo e a diminuição do preço do petróleo, acrescentou a instituição financeira mundial, afirmando que as perspectivas para um crescimento a curto prazo são incertas.c

DESTAQUE

Missão: Transformar Cabo Verde numa plataforma logística O empresário chinês,

David Show, pretende transformar Cabo Verde numa plataforma logística para servir toda a região africana, segundo a agência de notícias PANA. O investidor chinês fez este anúncio quando assistia ao lançamento da primeira pedra da construção dum empreendimento turístico, designado Resort Integrado Ilhéu Santa Maria, avaliado em 250 milhões de dólares e que vai cobrir uma área de aproxima-

damente 153 mil metros quadrados. Acrescentou, na ocasião, que no seguimento da estratégia política uma faixa, uma rota, lançada pelo Governo central da China, “e pelo fato da região chinesa de Macau ter servido como uma plataforma para os países lusófonos, acreditar que Cabo Verde tem todas as condições para acolher este tipo de projecto que vai despertar o interesse mundial para as ilhas.c


AFRICA

Cape-Verdeans live better thanks to infrastructures

of Liberia, country which, despite having had a growth rate two times higher than that of the archipelago, saw the increase of its poverty. With this, it concludes that poverty diminishes in countries that have invested more in infrastructures (electrical networks, water piping system and sewage, paved roads, mobile network services, amongst others).c

“Marshall Plan” in Libya estimated at 200 billion dollars Cape Verde was

indicated, by a study that was recently published in the North American newspaper “Washington Post”, as an example of the impact of infrastructures in economic growth and poverty reduction in Africa. “One must learn lessons from the news that Cape-Verdeans, as well as citizens from other 21 African countries, are living better, as a result of infrastructures built, mainly in the last few years “, highlights the study. The article published by the NorthAmerican newspaper highlights that, in the case of Cape Verde, the country managed to reduce poverty in a significant manner. “Similarly to the majority of African countries, Cape Verde contributes to Africa’s economic growth (average annual growth of 4,8% of the Gross Domestic Product in 2006-2014) ”, writes the newspaper, underlining that the archipelago had, in 2014 a GDP per capita of 6.520 dollars and registered an annual average GDP growth of 3,7%. However, the study points out that the relationship between GDP growth and poverty is not consistent, so it is difficult to explain the progress of Cape Verde or the fall

The cost of reconstruction

and redevelopment of infrastructures in Libya is estimated at 200 billion American dollars and this work is estimated to last 10 years, according to the World Bank (WB). In its report titled “Economic and Periodic Summary for the Middle East and North African Region”, the WB

stated that instauration of stability, security and politics as well as peace in the Middle East and North African countries may accelerate the reconstruction of the States in this region. It may also encourage investments in these countries, which will contribute to the increase of the level of production of oil in Libya, one can read in the same report. According to the document, war struck directly 87 million people in four countries of the region in the Middle East and North Africa. These countries are Iraq, Libya, Syria and Yemen, that is, one third of the population of the region where war seriously affected people’s lives. Economic growth rate is below the predicted with war pressures, terrorism and drop of the oil price, added the world’s financial institution, stating that perspectives for short term growth are not certain.c

HIGHLIGHT

Mission: Transform Cape Verde in a logistics platform The Chinese businessman, David Show, intends to transform Cape Verde into a logistics platform to serve the whole of the African region, according to the news agency PANA. The Chinese investor made this announcement while watching the launch of the first stone of the construction of a tourist development, called Integrated Resort Ilhéu Santa Maria, valued at 250 million dollars and that will cover an area of approximately 153 thousand square meters. He added, on the occasion, that following the political strategy “one

track, one route”, launched by the Chinese Central Government, “and for the fact that the Chinese region of Macau served as a platform for all Portuguese speaking countries”, he believes that Cape Verde has all the conditions to welcome this type of project which will awaken worldwide interest for the islands.c

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MOÇAMBIQUE

Inflação na casa dos dois dígitos Desde o último

trimestre de 2015, os preços dos produtos de primeira necessidade têm subido a jato. E a consequência imediata deste cenário é a ascensão da inflação em 11.7%, em Janeiro deste ano, quando comparado com o mesmo período de 2015.

A divisão da alimentação e bebidas não alcoólicas foi a que maior variação de preços sofreu, tendo-se fixado em 17.8%. No que diz respeito à inflação mensal, dados recolhidos nas cidades de Maputo, Beira e Nampula, em Janeiro,

indicam que o país registou um agravamento mensal do nível geral dos preços na ordem de 2.48%. Os preços dos produtos alimentares e bebidas não alcoólicas aumentaram em 4.03%. Esta divisão comparticipou para o total da inflação mensal com 1.8%.c

CONTRIBUIÇÃO MENSAL POR DIVISÃO (%) 6.0

Contrib

Descrição 5.0 4.0

Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas

1.81

Bebidas alcoólicas e tabaco

O.01

Vestuário e calçado Habitação, água, alectricidade, gás e outros com µobiliário, Artigos de decoração, equipamento da Saúde

3.0 2.0

Comunicação Lazer, recreação e cultura

Nov.15

Ago.15

Fev.15

Mai.15

Nov.14

Ago.14

Mai.14

Fev.14

Nov.13

Ago.13

Mai.13

Fev.13

Ago.12

Nov.12

Mar.12

-1.0

Fev.12

0.0

0.18 0.04 0.01 0.03 0.11

Educação

0.03

Restaurantes, Hotéis, cafés e similares (inclui Bens e serviços diversos.

0.04

Total

-2.0

0.02

0.03

Transportes

1.0

0.18

2.48

Gráfico 1 - Inflação Mensal (%)

Moçambique aumenta capacidade de transporte ferroviário A capacidade do transporte

ferroviário em Moçambique vai aumentar de forma significativa com a entrada em funcionamento da linha entre Moatize e Nacala, o chamado Corredor de Nacala, e com o reforço da linha do Sena, que irá ficar concluída nos próximos meses. O Corredor Logístico de Nacala tem capacidade para transportar 18 milhões de toneladas/ano e irá servir sobretudo a indústria de carvão, numa altura em que alguns exportadores enfrentam problemas logísticos, que tornam ainda mais difícil a exploração a um custo rentável,

22

Abril 2016 · Capital Magazine Ed.96

atendendo aos baixos preços das matérias-primas. A abertura da linha levou a Economist Intelligence Unit a rever em alta as previsões de produção de carvão a curto prazo, o que permite um crescimento das exportações mais rápido em 2016 e 2017 e, consequentemente, um menor défice corrente para Moçambique. Nacala vai finalmente aliviar os estrangulamentos de transporte da indústria do carvão de Moçambique, refere a EIU no seu mais recente relatório sobre o país. Com cerca de 18 meses de atraso e custando acima do orçamento inicial,

a linha de 902 quilómetros de extensão e o porto de águas profundas associado foram desenvolvidos pelo grupo brasileiro Vale, concessionária da maior mina de carvão moçambicana, em Moatize, que pode agora aumentar a produção e reduzir os custos. A construção do projecto de 3,5 biliões de dólares começou em 2012, quando o preço do carvão estava acima de 100 dólares/ tonelada, o dobro do registado no final de 2015, levando os principais produtores a adiar planos de expansão, caso da Vale, da Jindal Power, Internacional Coal Ventures Limited (ICVL) e Beacon Hills Resources.c


MOÇAMBIQUE

DESTAQUE

Gás pode safar o país Depois do governador

do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, é a vez do Governo e do grupo de países e instituições que apoiam o Orçamento de Estado, denominado G14 depois da saídade deautomóveis cinco parceiros - avisarem Indústria que 2016 será um ano difícil.

A seca no sul do país, as inundações no norte e a tensão político-militar estão entre os factores críticos. Sem falar da prevalência dos factores que fizeram de 2015 um verdadeiro pesadelo. Entretanto, o ministro da Econo­mia e

Finanças, Adriano Maleiane, prefere não falar ainda da revisão em baixa do crescimento econó­mico de 7% previsto para 2016. No entender do ministro, o arranque da construção da fábrica de gás liquefeito, previsto para este ano, poderá atenuar a situação.c

Empresa alemã acredita no mercado moçambicano A Daimler, companhia alemã, fabricante de veículos automóveis, acredita que a abertura do seu novo Centro Regional para a África Austral, inaugurado, recentemente, na cidade sul-africana de Pretória, irá ajudar a expandir o seu negócio de venda de camiões e autocarros a Moçambique. Poucos camiões novos são vendidos

actualmente em Moçambique. Wolfgang Bernhardt, membro do Conselho de Administração da Daimler para camiões e autocarros, disse à AIM que em 2015 foram vendidos apenas 62 novos caminhões Daimler (das marcas Mercedes-Benz e FUSO) a clientes moçambicanos, todos eles fornecidos pela fábrica da Daimler localizada na cidade sul-africana de East

Inflation at around two digits

HIGHLIGHT

Gas may rescue the country

After the Central

Bank’s Governor, Ernesto Gove, it is the Government’s turn and of the group of countries and institutions that support the State Budget, called G14 – after the exit of five partners – to warn that

London. Reconheceu que aproximadamente 80% do mercado de camiões em Moçambique é para veículos usados, mas disse acreditar que a Daimler está bem posicionada para satisfazer esse mercado. Aliás, aquela companhia fornece no mundo inteiro camiões em sistema de leasing, sistema que pode ser implementado em Moçambique.c

2016 will be a tough year. The draught in the South of the Country, floods in the north and political-military tension are amongst the critical factors. And not speaking of the prevalence of factors that have made 2015 a true nightmare. However, the Ministry of Economics and Finance, Adriano Maleiane, prefers not to speak yet about the downward revision of economic growth of 7% foreseen for 2016. In the view of the Minister, the beginning of the construction of the liquefied gas factory, foreseen for this year, may ease the situation.c

Since the last quarter of 2015, prices of basic products have sky rocketed. And the immediate consequence of this scenario is the rise in inflation by 11.7%, in January of this year, when compared to the same period of 2015. The division of food and non-alcoholic beverages was the one that suffered the greatest variation of prices, having fixed itself at 17.8%. With regards to monthly inflation, data collected in the cities of Maputo, Beira and Nampula, in January, indicate that the country registered a monthly escalation of the general level of prices of around 2.48%. Prices of food products and non-alcoholic beverages increased 4.03%. This division contributed for the total of the monthly inflation with 1.8%.c

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MOÇAMBIQUE /MOZAMBIQUE

Gráfico 1 - Inflação Mensal (%) 6.0 5.0 4.0

1.81

Bebidas alcoólicas e tabaco

O.01

Habitação, água, alectricidade, gás e outros com µobiliário, Artigos de decoração, equipamento da Saúde

2.0

Lazer, recreação e cultura

Nov.15

Ago.15

Fev.15

Mai.15

Nov.14

Ago.14

Mai.14

Fev.14

Nov.13

Ago.13

Mai.13

Fev.13

Ago.12

Nov.12

Mar.12

Fev.12

MONTHLY CONTRIBUTION PER DIVISION (%)

Mozambique increases the capacity of rail transport

Capacity of rail transport

in Mozambique will increase significantly with the entry into operation of the line between Moatize and Nacala, the so called Nacala corridor, and with the reinforcement of the Sena line, which will be concluded in the next few months. The Nacala logistics corridor has the capacity to transport 18 million tons/ year and will serve especially the coal industry, at a time when some exporters are facing logistical problems,

Abril 2016 · Capital Magazine Ed.96

0.18 0.04

0.03 0.11

Educação

0.03

Restaurantes, Hotéis, cafés e similares (inclui Bens e serviços diversos.

0.04

Total

-2.0

0.02

0.01

Comunicação

0.0

0.18

0.03

Transportes

1.0

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Produtos alimentares e bebidas não alcoólicas

Vestuário e calçado

3.0

-1.0

Contrib

Descrição

which make exploitation at a profitable cost ever more difficult, taking into account the low prices of raw materials. Opening of the line made the Economist Intelligence Unit to revise upwards the forecasts of coal production at short term, which allows for a faster growth of exports in 2016 and 2017 and, consequently, a smaller current deficit for Mozambique. “Nacala will finally relieve the strangulation of transport of the coal industry of Mozambique”, refers the EIU in its most recent report about the country. With about 18 months of delay and costing above the initial budget, the line of 902 kilometers of extension and the deep water port were developed by the Brazilian group Vale, concessionaire of the biggest Mozambican coal mine, in Moatize, that may now increase production and reduce costs. Construction of the project of 3,5 billion dollars began in 2012, when the coal price was above 100 dollars/ton, twice the amount registered in 2015, making the main producers put off expansion plans, which is the case of Vale, Jindal Power, International Coal Ventures Limited (ICVL) and Beacon Hills Resources.c

2.48

Automobile Industry

German company believes in the Mozambican market Daimler, German company,

manufacturer of automobile vehicles, believes in the opening of its new Regional Center for Southern Africa, recently, inaugurated in the South African City of Pretoria, will help to expand its car and truck selling business to Mozambique. Few new trucks are currently sold in Mozambique. Wolfgang Bernhardt, member of the Daimler’s Board for trucks and buses, stated to AIM that in 2015 only 62 new Daimler trucks were sold (Mercedes-Benz and FUSO brands) to Mozambican clients, all of them supplied by the Daimler factory located in the South African city of East London. He recognized that almost 80% of the Mozambican truck market is for used vehicles, but stated that he believes that Daimler is well positioned to satisfy this market. Indeed, that company supplies trucks to the whole world on a “leasing” system, which may be implemented in Mozambique.c


MOZAMBIQUE

Capital Magazine Ed.96 路 ABRIL 2016

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DOSSIER

Financiamento para empreendedoras a conta gotas Apesar das conquistas alcançadas pela mulher em vários domínios nos últimos anos, o acesso ao crédito bancário em Moçambique, tido como crucial para o seu empoderamento e promoção da igualdade de género, continua ainda a ser uma miragem. Gildo Mugabe (texto)

Bancarização económica do país 285

19

Bancos comerciais que operam no país

12

Organizações de Poupanças e Empréstimos

8

Cooperativas de crédito

10

H

á sensivelmente 45 anos Moçambique perdeu uma grande mulher, Josina Machel, que por sinal foi a segunda esposa do primeiro Presidente de Moçambique independente.

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Abril 2016 · Capital Magazine Ed.96

Operadores de Microcrédito

Microbancos

Com vista a imortalizar o seu nome bem como as suas grandes realizações, o Governo instituiu 7 de Abril como o Dia da Mulher Moçambicana. Naquela data, a mulher moçambicana reflecte sobre as suas realizações, con-

quistas e desafios rumo ao seu empoderamento e a uma maior promoção da igualdade de género. Contudo, e apesar das conquistas alcançadas até ao presente momento, ainda existem vários desafios por ul-


trapassar, nomeadamente, a formação em gestão de negócios e o acesso ao crédito por parte da banca comercial. Na verdade, não se trata da ausência de crédito nas instituições bancárias para financiar projectos ou iniciativas empresariais de um modo geral, mas da falta de políticas ou linhas de crédito específicas e direccionadas para mulheres empreendedoras. No rol dos 19 bancos comerciais que operam no território nacional, apenas dois ou três é que oferecem linhas de crédito destinadas às empreendedoras. E se as mesmas existem em todas as instituições bancárias, então as mesmas são pouco ou não são nada divulgadas. Por exemplo, o Banco Comercial e Investimentos (BCI) conta actualmente com uma linha de financiamento avaliada em 250 milhões de meticais só para mulheres empreendedoras denominada “Linha de Crédito BCI Negócios Mulher Empreendedora”. Trata-se de uma linha bonificada com a taxa de juro de 12%, muito abaixo da taxa aplicada no mercado, superior a 20%, tudo para assegurar a eficiência e a ampliação da actividade empresarial feminina. Para esse efeito, o Banco Comercial e de Investimentos (BCI) e a Agência Francesa para o Desenvolvimento, assumiram por acordo, a partilha do risco de crédito. Para além do BCI, o Banco Moza também conta com uma linha de financiamento para mulheres empreendedoras avaliada em 200 milhões de meticais. A linha de financiamento disponibilizada junta-se a outras facilidades que o Banco oferece às PME´s com vista à promoção de projectos de investimento, que potenciem de forma objectiva a criação de empregos e de acumulação de capital. Estes são apenas alguns exemplos de iniciativas de financiamento voltadas exclusivamente para a mulheres

empreendedoras, que alguns bancos comerciais oferecem no nosso país.

Outras fontes de financiamento e formação Entretanto, e enquanto não se criar mais iniciativas de género, as empresárias continuam a recorrer a outras fontes de financiamento que o mercado oferece. De acordo com último relatório anual do Banco de Moçambique, existem no país cerca de 10 Microbancos, 8 Cooperativas de Crédito, 12 Organizações de Poupanças e Empréstimo e 285 Operadores de Microcrédito. No rol dessas instituições, o destaque vai para a Socremo, Banco Mais, Ecobank, Nosso Banco, entre outras. Recorde-se que recentemente foi inaugurada na Cidade da Matola a “Caixa Mulher” – Caixa de Poupança e Crédito, um serviço bancário virado exclusivamente para o apoio a mulheres empresárias. Não obstante, e para além de acesso ao financiamento bancário, a mulher que singra no mundo dos negócios depara-se ainda com a problemática da formação quer em matéria de gestão empresarial como em outras não menos importantes para o decurso da sua actividade no mercado. A esta questão em particular, Lecticia Klemens, presidente da Associação das Mulheres Empresárias e Empreendedoras (FEMME), assegurou estar a ser ultrapassada gradualmente, embora a formação ainda constitua grande preocupação. “A FEMME tem estado a formar as mulheres empresárias, principalmente as que estão no sector informal. Para tal, distribuímos diversos manuais de gestão para que elas tenham noções básicas de como gerir os seus negócios e saírem da esfera informal”, refere Klemens.

A par dos esforços de associações voltadas para o universo feminino, há ainda a destacar os esforços desenvolvidos por alguns programas de capacitação para o exercício profissional, como o OYE, levado a cabo pela SNV (Organização Holandesa de Desenvolvimento) e orientado para jovens. O mesmo possui um forte pendor para o empoderamento feminino, a título do que virá a acontecer também com o programa JOBA, que será lançado oficialmente em Maio, com fundos da UKaid. O gender equity será a sua pedra de toque e a ideia passa por proporcionar às mulheres moçambicanas uma formação qualificada e orientada para o mundo do trabalho bem como para o empreendedorismo. Apesar destes e de outros desafios que a classe empresarial feminina enfrenta, pode-se dizer que 45 anos depois de 7 de Abril de 1971, a Mulher Moçambicana ainda caminha rumo à sua independência financeira.c Alguns entidades e programas de capacitacao à mulher emprendedora OYE – Oportunidades de Emprego para Jovens SNV – Organização Holandesa de Desenvolvimento JOBA - Capacitação de Jovens e Mulheres para o Trabalho (através dos fundos da UKaid) FEMME – Associação de Mulheres Moçambicanas Empresárias e Empreendedoras

Algumas iniciativas de financiamento para mulher empreendedora

BCI – 250 milhões de meticais Banco Moza – 200 milhões de meticais Caixa Mulher Ekobank Socremo Banco Mais Nosso Banco

Capital Magazine Ed.96 · ABRIL 2016

27


DOSSIER

Funding for dropper entrepreneurs Despite the achievements of women in various areas in the last few years, access to bank credit in Mozambique, seen as a key feature for their empowerment and promotion of gender equality, still remains a mirage. Gildo Mugabe (text)

Economic Banking of the Country

285

19

Commercial Banks that operate in the country

12

Savings and Loan Organizations

8

Credit Unions

10

N 28

Abril 2016 · Capital Magazine Ed.96

Microcredit Operators

Microbanks

early 45 years ago Mozambique lost a great woman, Josina Machel, who happened to be the second wife of the first President of Independent Mozambique.

In order to immortalize her name as well as her great deeds, the Government instituted the 7th of April as the Mozambican Woman’s Day. On this date, the Mozambican woman reflects about her achieve-


ments, conquests and challenges in order to achieve empowerment and greater promotion of gender equality. However, and despite achievements conquered until now, there are still challenges to overcome, namely, training in business management and access to credit from retail banking. Truthfully, it is not about absence of credit in financial institution to finance projects or business initiatives in general, but of the lack of policies or specific credit lines and dedicated to entrepreneur women. Out of the 19 commercial banks that operate in national territory, only two or three offer credit lines destined to entrepreneurs. And if they exist at all, then they are few or are not disclosed at all. For example, the Banco Comercial e Investimentos (BCI) has currently a credit line valued at 250 million meticais just for entrepreneur women called “Credit Line BCI Business Entrepreneur Woman”. It is a subsidized line with a 12% interest rate, below the market rate, above 20%, to ensure effectiveness and expansion of the female business activity. For that purpose, the Banco Comercial e de Investimentos (BCI) and the French Agency for Development, compromised by means of an agreement, to share the credit risk. Besides BCI, Moza Bank also has a credit line for entrepreneur women valued at 200 million meticais. The credit line made available is part of other facilities that the Bank has available for SME’s in order to promote investment projects that objectively reinforce job creation and accumulation of capital. These are only a few examples of funding initiatives that are exclusive to entrepreneur women, and

that some commercial banks offer in our country.

Other sources of funding and training However, and until similar initiatives are not created, business women are still resorting to other sources of funding the market has to offer. According to the last annual report from the Central Bank, the country has 10 Microbanks, 8 Credit Cooperatives, 12 Savings and Loan Organizations and 285 Microcredit Operators. Amongst these institutions, the highlight goes to Socremo, Banco Mais, Ecobank, Nosso Banco, amongst others. Remember that recently the “Caixa Mulher” – Credit and Savings Bank was inaugurated at Cidade da Matola, a bank service exclusively to support business women. Regardless, and besides access to credit, the woman that thrives in the business world still faces the issue of training be it on the subject of business management as well as other less important to carry out their activity on the market. The issue in particular, Lecticia Klemens, president of the Association of Business Women and Entrepreneurs (FEMME), assured that the situation is being overcome gradually, despite the fact that training is still a great concern. “FEMME has been training business women, mainly those that are in the informal sector. For that, we have distributed various management books in order for them to have basic notions about how to manage their businesses and get out of the informal sphere”, stated Klemens. Besides efforts from associations

dedicated to the female universe, one must still highlight efforts developed by some training programs for professionals, like OYE, carried out by SNV (Dutch Development Organization) and dedicated to young people. It has a great tendency for female empowerment, related to what will happen as well with the JOBA program, which will be officially launched on May , with funds from UKaid. The gender equity will be its touchstone and the idea is to give Mozambican women qualified training and geared towards the job world as well as entrepreneurship. Despite these and other challenges that the female business class faces, one can say that 45 years after the 7 of April 1971, the Mozambican Woman is still on her journey towards financial independence.c Some entities and training programs for the entrepreneur woman OYE – Employment opportunities for Young People SNV – Dutch Development Organization JOBA - Training of Young People and Women for the workplace (through funds from UKaid) FEMME- Association of Business and Entrepreneur Mozambican Women

Some funding initiatives for the entrepreneur woman

BCI – 250 million meticais Banco Moza – 200 million meticais Caixa Mulher Ekobank Socremo Banco Mais Nosso Banco

Capital Magazine Ed.96 · ABRIL 2016

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Empresa

Construtora do Mondego

Volume de negócio poderá rondar os 70 milhões de dólares Nasceu em 1995. Depois de 21 anos a operar no mercado, destaca-se como a segunda maior empresa de capitais nacionais no sector da construção. Este ano espera ter um volume de negócios de aproximadamente 70 milhões de dólares e ambiciona concorrer em pé de igualdade com as multinacionais. Belizário Cumbe (texto)

Construtora do Mondego

O

sector da Construção Civil é um dos que mais cresce em Moçambique. No mesmo, as multinacionais, com destaque para as de origem portuguesa, ditam as regras.

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Este cenário, porém, não retrai a ambição de empresas moçambicanas determinadas a ganhar o seu próprio espaço no mercado e, por via disso, concorrer em pé de igualdade com as companhias de grande dimensão.

Uma dessas empresas é a Construtora do Mondego com 100% de capitais nacionais que segundo Manuel Pereira, administrador delegado da mesma, iniciou as suas actividades em 1995, sendo que quatro anos


depois os seus fundadores não acreditaram no projecto e colocaram as acções à disposição. Nessa altura, em 1999, Pereira assumiu a construtora e garante que ter “levado a empresa a bom porto”. Hoje, o responsável acredita que a Construtora do Mondego destaca-se como a segunda maior empresa de capitais nacionais do sector e o objectivo passa por capacitar a empresa para concorrer a grandes projectos em igualdade de circunstâncias com as multinacionais.

está a ser levada a cabo pela Construtora do Mondego, neste momento, é a construção do edifício do Banco de Moçambique, em Xai-Xai, na província de Gaza, que poderá vir a custar perto de 70 milhões de dólares.

Aposta no sector Imobiliário A Construtora do Mondego está a apostar no sector imobiliário como uma das formas de diversificar a sua

actuação no mercado. Em virtude disso, tem um plano, para os próximos anos, avaliado em 18 milhões de dólares. Parte deste valor já está a ser investido na construção de dois hoteis. O primeiro, com 240 quartos está a ser edificado em Nacala, na província de Nampula, e o segundo, com 200 quartos, está a nascer na marginal de Maputo. A empresa pretente, igualmente, construir um complexo turístico na praia do Tofo, na província de Inhambane.c

Volume de negócios Manuel Pereira, administrador delegado da Construtora do Mondego revelou que, este ano, o volume de negócios da empresa poderá rondar os 70 milhões de dólares. Um crescimento significativo se comparado com os 46 milhões de dólares registados no ano passado. O engenheiro, que também é vice-presidente da Área de Construção e Imobiliária a nível da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), disse ainda que a construtora conta com 1.300 trabalhadores dos quais apenas cinco são estrangeiros. Há que destacar, igualmente, que 17 engenheiros nacionais ocupam altos cargos na empresa.

As obras da Construtora A Construtora do Mondego conta, no seu vasto currriculum, com empreitadas de vulto, entre privadas e públicas. Destaque vai para o novo edifício do Instituto Nacional de Estatísticas, na avenida 24 de Julho. Na mesma via, a Mondego está a edificar um prédio com 27 andares avaliado em 30 milhões de dólares. Entretanto, a maior empreitada que

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Company

Construtora do Mondego

Business volume may round 70 million dollars Was established in 1995. After 21 years on the market, it stands out as the second largest company with national capitals on the construction sector. This year it expects to have a business volume of approximately 70 million dollars and desires to be on equal footing with multinationals. Belizário Cumbe (text)

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he Construction Industry is one of the fastest growing in Mozambique. On the same, multinationals, especially the ones with Portuguese origins, that dictate the rules.

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This scenario, however, does not retract the ambition of Mozambican companies determined to win their own space on the market and, through that, compete equally with big companies.

One of those companies is Construtora do Mondego – with 100% national capitals – which according to Manuel Pereira, managing director, initiated its activities in 1995, and four years later its founders did not believe on


the project and made their shares available. At that time, in 1999, Pereira took over the company and he assures that he has “taken the company forward”. Today, the manager believes that Construtora do Mondego stands out as the second largest company of the sector with national capitals and the goal is to enable the company to compete for big projects at the same level with multinationals.

Focus on the Real Estate Sector Construtora do Mondego is focusing on the real estate sector as one of the ways to diversify its performance on the market. Because of that, it has a plan, for the next few years, valued at 18 million dollars. Part of

this amount is already being invested in the construction of two hotels. The first, with 240 rooms is being built in Nacala, in the Nampula province, and the second, with 200 rooms, is being born on the Maputo marginal. The company, intends to equally, build a tourist complex at the Tofo beach, in the Inhambane province.c

Business Volume Manuel Pereira, managing director of Construtora do Mondego revealed that, this year, the company’s business volume may be around 70 million dollars. A significant growth if compared with the 46 million dollars registered last year. The engineer, who is also the vicepresident of the Construction Area and Real Estate at the Confederation of Mozambican Economic Associations (CTA), also stated that the company has 1.300 employees out of which only five are foreigners. It is equally important, to highlight, that 17 national engineers occupy high offices in the company.

The works of the Company Construtora do Mondego has, in its long currriculum, large contracts, between private and public. The highlight goes to the new National Statistics Institute, at 24 de Julho Avenue. On the same road, Mondego is constructing a building with 27 floors valued at 30 million dollars. However, the biggest endeavor that is being carried out by Construtora do Mondego, at the moment, is the construction of the Central Bank building, in Xai-Xai, in the Gaza province, that might cost 70 million dollars.

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ECONOMIA

“Filipe Nyusi encontrou os cofres vazios” Desde que o Presidente da República, Filipe Nyusi, tomou posse, em Janeiro do ano passado, tem sido comum ouvir que este encontrou os cofres vazios. Esta declaração foi difundida pela imprensa ao longo de 2015, tornando-se referência emblemática nas apreciações críticas do primeiro ano da governação de Nyusi. Belizário Cumbe (texto)

A

ntónio Francisco e Ivan Semedo, do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE) decidiram problematizar e aprofundar o tema. É que, mesmo os comentadores

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Abril 2016 · Capital Magazine Ed.96

insuspeitos no seu compromisso com o regime político vigente referem-se aos alegados cofres vazios como se de um facto inquestionável se tratasse. Contudo, os investigadores garantem

que tal alegação não encontra suporte nos dados oficiais de execução orçamental da Conta Geral do Estado (CGE), auditada pelo Tribunal Administrativo e aprovada pela Assembleia da República.


Saldo de 72 biliões de dólares Segundo Francisco e Semedo, a alegação de que o Governo de Armando Guebuza terá deixado os cofres vazios é claramente contrariada pelos dados da CGE 2014. O documento mostra os saldos de caixa reconduzidos de 2013 para 2014, no valor total de 70 biliões de meticais. O mesmo ilustra, igualmente,

os saldos de caixa reconduzidos de 2014 para 2015, no valor de 71.5 biliões de meticais, correspondentes a 2.3 biliões de dólares, à taxa de câmbio média do mesmo ano (30,69 MT/USD). Deste valor, 39 biliões de meticais (54%) referem-se às instituições cobertas pelo Orçamento do Estado (OE), enquanto os restantes 33 biliões de meticais (46%) pertencem às Instituições do Estado não cobertas pelo OE, tais como: Autarquias, Empresas

Mapa Global de Receitas, Despesas e Financiamento do Estado, 2014 (Em Mil Meticais) DÉBITO

CRÉDITO

SALDOS DE CAIXA DO ANO ANTERIOR Conta Ùnica do Estado

SALDOS DE CAIXA DO ANO SEGUINTE 13,618,200

Conta Ùnica do Estado

10,634,970

Recebedorias

4,063,311

Recebedorias

6,867,213

Outras Contas do Tesouro

7,289,343

Outras Contas do Tesouro

7,698,634

Outras Contas do E Por outro lado, os 39 mil milhões de Meti- cais, das entidades cobertas pelo OE, representam 43% das RIL; o equivalente a 1,7 meses de importação cobertas pelas RIL, ainda que tanto quando se sabe, tais saldos de caixa não são propriamente reservas nacionais líquidas . Ainda sobre os 39 mil milhões de Meticais, equi- valentea a 1,3 mil milhões de USD, à taxa de câmbio acima referida, este valor seria suficiente, e sobraria uma parte substancial, para cobrir a totalidade dos encargos da EMATUM; uma empresa criada em Agosto de 2013, por três entidades públicas, para a compra de barcos de pesca de atum e equipamento de segurança marítima. O Governo do Presidente Guebuza agiu como avalista dos referidos encargos, con-

Outras Contas do Estado

46,321,071 71,521,888

nista no valor de 850 milhões de USD (6% do Produto Interno Bruto PIB) (IMF 2014, p. 4, 2016, p. 8). stado 45,074,833 70,045,687

RECEITAS DO ESTADO

DESPESASDE FUNCIONAMENTO

Receitas Fiscais

118,469,864

DESPESAS DE INVESTIMENTO

135,084,802

Receitas Nºao Fiscais

4,443,056

Financiamento Interno

Receitas Próprias

5,222,757

Financiamento Externo

Receitas Consignadas

8,698,448

45,374,484 41,661,712 87,036,196

2,887,044 156,336,108

Receitas de Capital

RECURSOS EXERNOS

OPERAÇÕES FINANCEIRAS

Donativos

24,106,479

Operações Activas

16,513,912

Empréstimos

50,396,280 74,502,759

Operações Passivas

5,029,224 21,543,136

EMPRÉTIMOS INTERNOS Obrigações de Tesouro

OUTRAS INSTITUIÇÕES DO ESTADO

5,715,091

Outros Bancos e Instituições Financeiras

TOTAL Fonte: Conta Geral do Estado 2014, Mapa I

0 5,715,091

Receitas(-)/Despesas(+)

306,599,645

TOTAL

8,028,560 306,599,645

Públicas, Institutos, entre outros. Só para se ter uma ideia de quanto este valor é significativo, os especialistas dizem que os 72 biliões de meticais representam quase 80% do valor das Reservas Internacionais Líquidas (RIL), em 2014, avaliadas em 90 biliões de meticais, montante equivalente a 2.9 biliões de dólares. Trata-se de um valor capaz de assegurar a cobertura de 4.1 meses de importação de bens e serviços, excluindo as importações de bens e serviços dos grandes projectos. Por outro lado, os 39 biliões de dólares das entidades cobertas pelo OE, representam 43% das RIL, o equivalente a 1.7 meses de importações cobertas. Ainda sobre os 39 biliões de meticais, equivalentes a 1.3 biliões de meticais, à taxa de câmbio acima referida, este valor seria suficiente e sobraria uma parte substancial para cobrir a totalidade dos encargos da Empresa Moçambicana de Atum (EMATUM), uma empresa criada em Agosto de 2013, por três entidades públicas, para a compra de barcos de pesca de atum e equipamento de segurança marítima. O anterior Governo agiu como avalista dos referidos encargos, no valor de 850 milhões de dólares, 6% do Produto Interno Bruto. O documento citado pelos investigadores aponta que o Governo de Armando Guebuza não só recebeu do exercício de 2013 um saldo idêntico ao que acabaria por reconduzir para o ano 2015. Adicionalmente, o anterior ministro do Ministério das Finanças (MF), Manuel Chang, recorreu a créditos, tanto externos como internos. Estes últimos envolveram empréstimos na forma de Obrigações do Tesouro, no valor de 3.2 e 5.7 biliões de meticais, em 2013 e 2014, respectivamente.c

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Economy

“Filipe Nyusi found empty safes” Since the President of the Republic, Filipe Nyusi, took office, in January of last year, it has been common to hear that he found empty safes. This statement was disseminated by the press during 2015, and it has become a benchmark on the critical reviews of the first year of Nyusi’s governance. Belizário Cumbe (text)

A

ntónio Francisco and Ivan Semedo, from the Institute of Social and Economic Studies (IESE) decided to question and investigate the issue. The fact is that, “even the less suspi-

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cious commentators on their commitment with the current political regime refer to the alleged empty safes as an undeniable fact”. However, investigators assure that such an allegation does not find support in


the official data of budget execution of the General State Account (GSA) audited by the Administrative Court and approved by the National Assembly.

Balance of 72 billion dollars According to Francisco and Semedo, the allegation that the Government of Armando Guebuza has left the safes empty is clearly contradicted by the data from CGE 2014. The document shows the account balances extended from 2013 to 2014, in the total amount of 70 billion meticais. The same illustrates, as well, the cash balance extended from 2014 to 2015, in the amount of 71.5 billion meticais, corresponding to 2.3 billion dollars, at the average exchange rate of the same day (30,69 MT/USD). Of this amount, 39 billion meticais (54%) refer to the institutions covered by the State Budget (SB), whilst the remaining 33 billion meticais (46%) belong to State Institutions not covered by the SB, such as: Local Authorities, Public Enterprises, Institutes, amongst others. Just to have an idea of how much this amount is significant experts say that 72 billion meticais represent almost 80% of the amount of Net International Reserves (NIR), in 2014, valued at 90 billion meticais, amount equivalent to 2.9 billion dollars. It is an amount capable of ensuring the coverage of 4.1 months of import of goods and services of big projects. On the other hand, the 39 billion dollars from entities covered by the SB, represent 43% of the NIR, the equivalent to 1.7 months of imports covered. Still on the 39 billion meticais, equivalent to the 1.3 billion meticais, at the exchange rate mentioned above, this amount would be enough

and a substantial part would remain to cover the total of charges of the Mozambican Tuna Company (EMATUM), a company created in August 2013, by three public entities, for the purchase of tuna fishing boats and equipment of maritime security. The previous government acted as a guarantor of the said charges, in the amount of 850 million dollars, 6% of the Gross Domestic Product. The document quoted by investiga-

tors states that the Government of Armando Guebuza not only received from the exercise of 2013 a balance similar to that which would be extended to 2015. In addition, the former Minister of Finance (MF), Manuel Chang, resorted to loans, both external and internal. The latter involved loans in the form of Treasury Bills, in the amounts of 3.2 and 5.7 billion meticais, in 2013 and 2014 respectively.c

Revenue Global Map,State Expenses and Funding, 2014 (In Thousand Meticais) DEBIT

CREDIT

CASH BALANCE OF THE PREVIOUS YEAR States Single Account

CASH BALANCE OF THE FOLLOWING YEAR 13,618,200

States Single Account

10,634,970

Tax Offices

4,063,311

Tax Offices

6,867,213

Other Treasury Accounts

7,289,343

Other Treasury Accounts

7,698,634

Other E accounts On the other hand, the 39 thousand million Meticais from entities covered by the SB representam 43% das RIL; o equivalente a 1,7 meses de importação cobertas pelas RIL, ainda que tanto quando se sabe, tais saldos de caixa não são propriamente reservas nacionais líquidas . Ainda sobre os 39 mil milhões de Meticais, equi- valentea a 1,3 mil milhões de USD, à taxa de câmbio acima referida, este valor seria suficiente, e sobraria uma parte substancial, para cobrir a totalidade dos encargos da EMATUM; uma empresa criada em Agosto de 2013, por três entidades públicas, para a compra de barcos de pesca de atum e equipamento de segurança marítima. O Governo do Presidente Guebuza agiu como avalista dos referidos encargos, con-

Other State Accounts

46,321,071 71,521,888

nista no valor de 850 milhões de USD (6% do Produto Interno Bruto PIB) (IMF 2014, p. 4, 2016, p. 8). stado 45,074,833 70,045,687

STATE REVENUE

OPERATING EXPENSES

Tax Revenue

118,469,864

INVESTMENT EXPENSES

135,084,802

Non Tax Revenue

4,443,056

Internal Loan

Own Revenue

5,222,757

External Loan

Earmarked revenue

8,698,448

45,374,484 41,661,712 87,036,196

2,887,044 156,336,108

Capital Revenue

EXTERNAL RESOURCES

FINANCIAL OPERATIONS

Donations

24,106,479

Asset Operations

16,513,912

Loans

50,396,280 74,502,759

Liability Operations

5,029,224 21,543,136

INTERNAL LOANS Treasury Bills

OTHER STATE INSTITUTIONS

5,715,091

Other Banks and Financial Institutions

TOTAL

0 5,715,091

Revenue(-)/Expenses(+)

306,599,645

TOTAL

8,028,560 306,599,645

Source: General State Account 2014, Map I

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NEGÓCIOS

Mota-Engil dá primeiros passos no mercado sul-africano A Mota‑Engil deixará a sua marca com a construção de um importante edifício de escritórios e habitações no coração da cidade sul-africana de Joanesburgo. Belizário Cumbe (texto)

A

Mota‑Engil, empresa portuguesa de construção civil, assinou um contrato com a Lushaka Investments para a construção de um edifício de habitação e escritórios em Sandton, o centro empresarial e financeiro de Joanesburgo, na África do Sul. O icónico Central Square Building é um projecto de 483,7 milhões

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Fevereiro 2016 · Capital Magazine Ed.94

de rands (cerca de 34,7 milhões de euros) e a obra tem uma duração prevista de 24 meses. A Mota‑Engil Construction South Africa assumirá integralmente a construção que vai envolver 18.250 metros cúbicos de betão, 530 pilares, 2.000 metros quadrados de alumínio e vidro para janelas e 1.495 toneladas de aço, num total

de área de construção nova de 65.000 metros quadrados. Este será o projecto que permite o surgimento da marca Mota‑Engil no mercado da construção na África do Sul e uma oportunidade para mostrar a experiência de quase setenta anos no sector a nível internacional. A Mota‑Engil Construction South Africa começou por executar trabalhos através de uma empresa de construção sul-africana que adquiriu, mas começa agora gradualmente a conquistar as suas próprias obras, passando a integrar o conjunto de 11 países em que a Mota‑Engil está a trabalhar na produção de importantes obras no continente africano. De referir que o volume de negócios do grupo Mota-Engil foi de aproximadamente 2.3 biliões de euros, dos quais 74.8 % foram realizados fora de Portugal. Nas três principais geografias onde actua (Europa, África e América Latina), a vertente africana é a que tem maior peso nos negócios do grupo, ao totalizar 45% do total. Mas foi a América latina a que apresentou maior dinamismo, com um crescimento de 26,1%, para um total de 537 milhões. Na Europa, o aumento ficou-se por 2,2% para 931 milhões de euros.c


BUSINESS

Mota-Engil takes the first steps in the South-African market Mota‑Engil will leave its mark with the construction of an important office and housing building at the heart of the South-African city of Johannesburg.

M

Belizário Cumbe (text)

ota‑Engil, a Portuguese construction company, signed a contract with Lushaka Investments for the construction of an office and housing building in Sandton, the financial and business center of Johannesburg, South Africa. The iconic Central Square Building is a project worth 483, 7 million rands (about 34, 7 million euros) and the contract has an estimated duration of 24 months. Mota‑Engil Construction South Africa will fully take on the construction that will involve 18.250 square meters of concrete, 530 pillars, 2.000 square meters of aluminum and glass for the windows and 1.495 tons of steel, in a total new construction area of 65.000 square meters. This will be a project that will allow for the birth of the Mota-Engil brand on the South African construction market and an opportunity to showcase the experience of almost seventy years on the sector at international level. Mota‑Engil Construction South Africa began executing jobs through a South African construction company it acquired, but now it has gradually began conquering its own

contracts, and is now part of the 11 countries where Mota‑Engil is working on the production of important construction work on the African continent. It is important to mention that the Mota-Engil’s group business volume was of approximately 2.3 billion euros, of which 74.8 % were carried out outside of Portugal. On the three

main geographies where it performs (Europa, Africa and Latin America), the African arm is the one that has the greatest weight in the businesses of the group, totaling 45% of the total. But it was Latin America that presented more dynamism, with a growth of 26,1%, f or a total of 537 million. I n Europe, the increase stopped at 2,2% for 931 million euros.c

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Tema de fundo

A dádiva de gerar e gerir Moçambique pára, este mês, para homenagear a mulher. Aquela, que segund0 Esperança Mangaze possui a dádiva divina de gerar e gerir. Apesar das prevalecentes assimetrias entre homens e mulheres, na sociedade moçambicana e não só, e em diferentes níveis socioeconómicos, a mulher não tira o pé do acelerador e continua, de batalha em batalha, a conquistar o seu espaço, nos negócios, na política, na economia, na cultura e na sociedade em geral. Belizário Cumbe

A

mulher representa aproximadamente 52% da população moçambicana, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE). A nível das zonas rurais, onde ela domina a mão-de-obra, principalmente na agricultura, constitui a maioria do total dos habitantes, representando 54%. Entretanto, na sede de debates sobre a paridade do género, em Moçambique, ecoam vozes que lamentam a marginalização da mulher em vários segmentos da sociedade, com destaque para a liderança e para a economia. Mesmo assim é inequívoco o contributo da mulher no desenvolvimento do país. Para compreender os contornos da sua actuação em várias frentes, a revista Capital conversou com Esperança Mangaze, uma das mais notáveis empresárias moçambicanas – fundadora e directora-geral da empresa Folha Verde – e com Joana David Matsombe, administradora do Banco de Moçambique.

Mulher já deu provas suficientes Actualmente, inúmeras mulheres participam activamente nas diversas áreas da vida política, económica, social e cultural do país. A nível central, o país

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apresenta percentagens aceitáveis de ministras, vice-ministras e secretárias permanentes, com 28, 20 e 54%, respectivamente. Entretanto, a pergunta que não se quer calar é se esta participação de peso, se traduz, de facto, no poder de decisão que a mulher. Joana Matsombe, que ocupa um cargo de topo no Banco Central, responde que a mulher já deu provas mais do que suficientes de que, em pé de igualdade com o homem, pode dar a sua contribuição em prol do desenvolvimento do Pais. Para Matsombe, a sociedade moçambicana tem uma dose de machista. Como tal, e apesar dos esforços empreendidos no sentido de empoderar a mulher, esta devia estar mais envolvida principalmente a nível central. “Penso que a percentagem de ministras poderia subir um pouco, contudo não posso deixar de destacar que a mulher, no nosso país, já ganhou bastante quando comparada com alguns países europeus”, concluiu.

Mais de 80% das mulheres são excluídas do sistema financeiro formal

Uma das questões mais levantadas nos eventos que discutem o envolvimento da mulher no mundo dos negócios, é o acesso ao crédito. É comum ouvir que estas são menos privilegiadas. Matsombe discorda e diz, em bom som, que as instituições financeiras em Moçambique, felizmente, não descriminam a mulher. Pelo que as dificuldades que ela enfrenta são as mesmas que o homem também encara. Porém, a responsável não tem dúvidas que, de um modo geral, o acesso aos serviços financeiros ainda está aquém do que seria desejável. Por exemplo, actualmente, 17,4% das mulheres têm acesso aos serviços financeiros formais contra 26.7% dos homens. Quer isto dizer que cerca de 80% das mulheres se encontram excluídas contra 70% dos homens. Não sou a pessoa certa para me queixar Esperança Mangaze é proprietária da Folha Verde, uma empresa de produção de Plantas e Flores, Organização e Decoração de Eventos. Contudo, distancia-se

das mulheres que se queixam pela falta de financiamento e afirma que não é a pessoa certa para se lamentar. A empreendedora, que está no mercado há 13 anos, justifica dizendo que a sua actividade iniciou de forma peculiar. “Primeiro, mostrei serviço à sociedade, comecei por trabalhar a terra e os resultados não tardaram e as portas começaram a abrir”. Para Mangaze: quando a gente faz alguma coisa e mostra que tem capacidade e vontade de crescer, as pessoas e as instituições vêm que ali há um terreno fértil para investir. Por isso, a empresária garante que, hoje, no lugar de ir atrás de dinheiro, é obrigada a fugir de instituições de crédito que têm sempre propostas de financiamento para lhe “oferecer”. Em jeito de fecho, Esperança Mangaze contou à revista Capital que alimenta o sonho de um dia abrir uma academia onde poderá transmitir o conhecimento que adquiriu ao longo do tempo e fazer com que os jovens acreditem que com força de vontade tudo é possível.c

Mulher Inspiradora Em 2004, Esperança Mangaze lançou a revista Noivas e Eventos e, por via disso, serviu de fonte de inspiração para uma outra empreendedora. Mangaze conta que depois de lançar a publicação, uma mulher veio ao seu encontro para buscar inspiração. Trata-se de Lurdes Magul, proprietária do Centro Infantil Colégio Paraíso, localizado na Matola.

Mangaze diz que bastou uma conversa para Lurdes perceber que a sua vocação passava por cuidar e brincar com crianças, por isso abriu um centro infantil na sua própria residência, em 2005. Hoje é proprietária de um colégio que conta com mais de mil crianças e é de referência obrigatória a nível da cidade da Matola. Para a empreendedora, a mulher

tem uma dádiva divina de gerar e gerir. Por isso, com a emancipação a ganhar corpo em Moçambique, ela vai conquistando espaço e hoje assume cargos importantes na política, na economia e nos negócios. Para esta empreendedora, cada mulher tem tentado explorar o seu potencial a todos os níveis, não só em Moçambique, como em todo mundo.c

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BACKGROUND THEME

The gift of creation and management Mozambique stops, this month, to pay homage to woman. That which, according to Esperança Mangaze has the gift of creation and management. Despite the prevailing asymmetries between men and women, in the Mozambican society and not only, and at different socioeconomic levels, women do not take their feet off the pedal and proceed, from battle to battle, conquering their space, in business, politics, economics and society in general. Belizário Cumbe (Text)

W

omen represent almost 52% of the Mozambican population, according to data from the National Institute of Statistics (INE). In rural areas, where she dominates the labor, especially in agriculture, she constitutes the majority of inhabitants, representing 54%. However, in Mozambique in debates about gender equality, there are voices that regret the marginalization of women in various segments of society, especially leadership and economy. Still the contribution of women for the development of the country is clear. To understand the contours of performance in various areas, Capital spoke to Esperança Mangaze, one of the most notable Mozambican businesswomen – founder and managing director of Folha Verde – and to Joana David Matsombe, a Director at the Central Bank of Mozambique.

The Woman has given enough evidence Currently, many women participate actively in various areas of the country’s political, economic, social and cultural life. At central level, the country represents acceptable percentages of minis-

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ters, vice-ministers and permanent secretaries, with 28, 20 and 54%, respectively. However, the big question is if this heavy participation, translates indeed, into the woman’s decision making power. Joana Matsombe, that occupies a top position at the Central Bank, answers that the woman has given more than enough evidence that, on the same footing as men, she can give her contribution for the development of the Country. For Matsombe, the Mozambican society has a dose of sexism. As such, and despite efforts carried out to empower women, she should be more involved especially at central level. “I think that the percentage of ministers could go up a bit, however i cannot not highlight that the woman, in our country, has won a lot when compared to some European countries”, she concluded. More than 80% of women are excluded from the formal financial system One of the issues that is raised the most at events that discuss the involvement of women in the business world, is access to credit. It is common to hear that they are underpriviledged. Matsombe disagrees and says, loudly and clearly, that financial institutions

in Mozambique, gladly, do not discriminate women. So the challenges that she faces are the same as those faced by men. However, the director does not have doubts, that in general, access to financial services is still far from what would be desired. For example, currently 17,4% of women have access to formal financial services against 26.7% of men. This means that about 80% of women are excluded against 70% of men. I am not the right person to lament Esperança Mangaze is the owner of Folha Verde, a company that produces Plants and Flowers, Organization and Decoration of Events. However, she distances herself from women that complain about the lack of funding and states that she is not the right person to lament. The entrepreneur, that has been on the market for 13 years, justifies saying that her activity initiated in a peculiar way. “First, i delivered to society, i began working the land and results did not delay and doors started to open”. For Mangaze: “when one does something and shows that one has ability and willingness to grow, people and institutions see that there is fertile ground to invest in there”. That is why, the businesswoman ensures that, today, instead of following the money, she is obliged to distance herself

from credit institutions that always have funding proposals to “offer”. In conclusion, Esperança Mangaze told Capital that she dreams of one day opening an academy where she will be able to transmit the knowledge that she has acquired during this time and make young people believe that with determination all is possible.c

Inspiring Woman In 2004, Esperança Mangaze launched the magazine Brides and Events, and as such, she was able to inspire another entrepreneur. Mangaze tells us that after launching the publication, a woman came to her to seek inspiration. It was Lurdes Magul, owner of the Centro Infantil Colégio Paraíso, located in Matola. Mangaze tells us that one conversa-

tion was enough for Lurdes to understand that her call was to take care and play with children that is why she opened a kinder garden at her own residence in 2005. Today she is the owner of a college that has more than one thousand children and is a reference at cidade da Matola. For the entrepreneur, women have a gift from God to create and man-

age. That is why, with emancipation taking shape in Mozambique, she is conquering space and today occupies important positions in politics, economy and business. For this entrepreneur, each woman has been trying to explore her potential at all levels, not only in Mozambique, but all around the world.c

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MERCADO

Metical aspira por melhores dias À entrada de 2016 o metical teve um comportamento misto em relação ao dólar norte-americano, tendo apreciado nos balcões dos bancos comerciais, em 1.1%, e no Mercado Cambial Interbancário (MCI) em 0.7%. Porém, a nível das casas de câmbio depreciou 0.2%. Belizário Cumbe (texto)

E

sta forma de estar da moeda nacional, já se tinha verificado na última quinzena de 2015, período em que o metical apreciou-se em relação ao dólar em todos segmentos

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de mercado, nomeadamente no MCI (3,77%), nos bancos comerciais (6,39%) e nas casas de câmbio (2,25%), reduzindo o diferencial de taxas do MCI com os bancos comerciais e aumentando o diferencial


destes com as casas de câmbios. Já nos últimos 15 dias de Janeiro a moeda nacional não resistiu. Depreciou-se em relação ao dólar em todos segmentos de mercado, nomeadamente no MCI (3,23%), nos bancos comerciais (1,88%) e nas casas de câmbio (2,46%). Contudo, este ano espera-se que a moeda nacional conheça melhores dias, revertendo a depreciação profunda registada nos últimos três meses de 2015. O Banco de Moçambique tem tomado medidas para conter a queda da moeda nacional e impulsionar a economia. A título de exemplo, em Fevereiro, o banco emissor decidiu mexer nas taxas de juro de referência num ponto percentual nos créditos para 10,75%, e em 0,5% para 4,25% nos depósitos. Na base da decisão do Comité de Política Monetária (CPM) do Banco Central são destacados os efeitos esperados da estiagem nas regiões sul e centro do país e das cheias na região norte, no comportamento dos principais indicadores macroeconómicos, nomeadamente, o crescimento do PIB abaixo das previsões iniciais, desvalorização do metical, pressão inflacionária e deterioração dos indicadores do sector externo.

O Banco de Moçambique apoia-se ainda nos dados do Instituto Nacional de Estatística que mostram que, por exemplo, o índice de Preços no Consumidor, na cidade de Maputo, registou em Janeiro de 2016 uma variação mensal positiva de 1,97% após 5,77%, no mês de Dezembro. Os principais produtos

e serviços que registaram uma subida generalizada dos preços são: o tomate, a cebola, as folhas de feijão nhemba e o amendoim. O ajuste das mensalidades e matrículas do ensino privado, bem como dos serviços de saúde privados são os serviços que também contribuíram para a acentuada inflação.c

Comportamento das Taxas de Câmbio

Taxa de Câmbio

Cotação no fecho a 15.01.16

Variação do Metical em % (-= Apreciação) Quinzena

Acumulada

Cotações (MCI) MZN/USD MZN/ZAR MZN/EUR

44,62 2,68 48,67

-0,73 -6,94 -0,69

-0,73 -6,94 -0,69

MZM/USD Bancos Comerciais (ICs) Casas de Câmbio (CC)

46,77 49,67

-1,12 +0,20

-1,12 +0,20

Anual

+40,98 -2,55 +30,83

+37,64 +48,14

Comportamento das Taxas de Câmbio

Taxa de Câmbio

Cotação do fecho 31.12.2015

Cotações (MCI) Spread das Taxas de Câmbio % Variação em pb Quinzena Acumulada Anual

BCs/MCI CC/MCI CC/BCs

Variação do Metical em % (- = Apreciação do metical) Quinzena

Acumulada

Anual

44,95 2,88 49,01

-3,77 -7,69 -4,58

+42,25 +5,88 +27,66

+42,25 +5,88 +27,66

47,30 49,57

-6,39 -2,25

+38,43 +51,04

+38,43 +51,04

FONTE: Banco de Moçambique

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MARKETS

The Metical aspires for better days At the beginning of 2016 the metical had a mixed behavior, against the American dollar, having appreciated in the branches of commercial banks, by 1.1%, and on the Foreign Exchange Market, by 0.7%, however, at the level of exchange offices it depreciated 0.2%. Beliz谩rio Cumbe (text)

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T

his way of being of the national currency, had already been verified in the last quarter of 2015, period in which the metical appreciated against the dollar in

all segments of the market, namely Foreign Exchange Market (3,77%), commercial banks (6,39%) and at exchange offices (2,25%), reducing the rate differential of the Foreign Exchange Market with all commercial


banks and increasing their differential with exchange offices. In the last fifteen days of January the local currency did not resist, it depreciated against the dollar in all segments of the market, namely Foreign Exchange market, (3,23%), commercial banks(1,88%) and exchange offices (2,46%). However, this year it is expected that the local currency will have better

days reversing the deep depreciation registered in the last three months of 2015. The Central Bank has been taking measures to contain the fall of the local currency and boost the economy. As an example, in February, the issuing bank decided to tamper with the reference interest rate at a percentage point in the credits, to 10,75%, and in 0,5% to 4,25% of

deposits. Based on the decision from the Central Bank Monetary Political Commission the effects expected from the drought in the south and center regions of the country and floods in the north are highlighted, in the behavior of the main macroeconomic indicators, namely, growth of the GDP below initial forecasts, devaluation of the metical, inflationary pressure and deterioration of the indicators of the external sector. The Central Bank of Mozambique also supports itself on the data from the National Statistics Institute which show that, for example, the Consumer Price Index, in the Maputo City, registered in January 2016 a positive monthly variation of 1,97% after 5,77%, in the month of December. The main products and services that have registered a general price increase are tomato, onion, cowpea leaves and peanut. Adjustment of monthly fees and registration in private schooling, as well private health services are services that have also contributed to the accentuated inflation.c

Behavior of Exchange Rates

Exchange Rate

Quotations (MCI) MZN/USD MZN/ZAR MZN/EUR

MZM/USD Commercial Banks (ICs) Exchange Offices (CC)

Cotação no fecho a 15.01.16

Variation of the metical in % (-= Appreciation) Quinzena

Acumulada

Anual

44,62 2,68 48,67

-0,73 -6,94 -0,69

-0,73 -6,94 -0,69

+40,98 -2,55 +30,83

46,77 49,67

-1,12 +0,20

-1,12 +0,20

+37,64 +48,14

Behavior of Exchange Rates

Exchange Rate

Closing Quotation 31.12.2015

Variation of the Metical in % (- = Appreciation of the metical) Fortnight

Accumulated

Annual

Quotations (MCI) Spread of Exchange Rates % Variation in pb Fortnight Annual Accumulated

44,95 2,88 49,01

-3,77 -7,69 -4,58

+42,25 +5,88 +27,66

+42,25 +5,88 +27,66

BCs/MCI CC/MCI CC/BCs

47,30 49,57

-6,39 -2,25

+38,43 +51,04

+38,43 +51,04

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Banca

Lucros de bancos moçambicanos crescem 28% Um estudo divulgado recentemente pela Associação Moçambicana de Bancos (AMB), revela que o sector bancário moçambicano registou lucros, antes de impostos, de 8,4 mil milhões de meticais em 2014, mais 28 por cento do que no ano anterior.

Três principais bancos de Moçambique 27%

73%

Activos detidos pelos primeiros três maiores bancos de Moçambique Activos dos restantes bancos

U

m dos grandes contribuintes para tal incremento é o aumento de rendimento de operações em moeda estrangeira, resultante em grande parte da depreciação acentuada do metical em relação ao dólar. Como consequência, o sector bancário registou lucros líquidos de 6,4 mil milhões de meticais em 2014, face a 5,2 mil milhões em 2013 O estudo produzido em parceria com a KPMG conclui ainda que o sector bancário em moçambique continua

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a ser altamente rentável, o que contribui com o crescimento de 23& no total de activos de 281 para 339 mil milhões de meticais, entre 2013 e 2014. O estudo revela ainda que o Banco Internacional de Moçambique, Banco Comercial e de Investimentos e o Standard Bank, continuam a dominar o mercado, controlando 73 por cento do total dos activos. Contudo, e apesar dos elevados lucros registados pelos maiores bancos a operar no país, os responsáveis

pelo estudo concluem que cinco dos 12 bancos analisados registaram resultados negativos: o Barclays Bank Moçambique, o BancABC Moçambique, o EcoBank, o Capital Bank e o Banco Terra. No ano de 2014, o crédito na economia aumentou 24 por cento, com a carteira de empréstimos e adiantamentos a alcançar 191,6 mil milhões de meticais, face a 154,5 mil milhões no fim de 2013. Este aumento do crédito encontra-se associado às necessidades de financiamento para projectos de infra-estruturas e construção bem como para as necessidades de capital circulante e para o consumo. A AMB conclui que os bancos moçambicanos continuam a investir na expansão da rede de balcões, com o número de balcões dos 12 bancos estudados a aumentar de 484, em 2013, para 572, em 2014. Este investimento, escrevem os autores do estudo, está “em consonância com os esforços do Banco Central na promoção da inclusão financeira com objectivo de cobrir 25 por cento da população moçambicana até 2020”. Infelizmente, a maior parte das agências bancárias está geograficamente concentrada nas cidades de Maputo e Matola. Como tal, um maior esforço é necessário para dinamizar a bancarização para as restantes regiões do país.c


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Bank

Revenues from Mozambican banks grow 28% A study disseminated by the Mozambican banking Association (AMB), reveals that the banking sector has registered gains, before tax, of 8.4 million meticais in 2014, 28 per cent more than the previous year.

Three major banks in Mozambique 27%

73%

Activos detidos pelos três maiores bancos de Moçambique Activos dos restantes bancos

O

ne of the greatest contributors for such an increase is the increase of revenue from operations in foreign currency, resulting greatly from the accentuated depreciation of the metical against the dollar. As a consequence, the banking sector registered net revenue of 6.4 thousand million meticais in 2014, against the 5.2 thousand million in 2013. The study produced in partnership with KPMG concluded that

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the banking sector in Mozambique continues to be highly profitable, fact which contributes to the growth of 23 in the total of assets from 281 to 339 thousand million meticais, between 2013 and 2014. The study reveals that the Banco Internacional de Moçambique, Banco Comercial e de Investimentos and Standard Bank, continue to dominate the market, controlling 73 per cent of the total assets.. However, and despite the high

revenue registered by the biggest banks operating in the country, the people responsible for the study concluded that five of the 12 banks analyzed registered negative results: Barclays Bank Moçambique, BancABC Moçambique, EcoBank, Capital Bank and Banco Terra. In 2014, the credit in the economy increased 24 per cent, with the loan portfolio and advances reaching 191,6 thousand million meticais, against the 154,5 thousand million at the end of 2013. This increase of credit is associated with funding needs for infrastructure and construction credit as well as needs of working capital and for consumption. AMB concluded that Mozambican banks continue to invest in the expansion of the branch network, with the number of branches of the 12 banks studied increasing from 484, in 2013, to 572, in 2014. This investment, write the authors of the study, is “in consonance with the efforts from Central Bank for the promotion of financial inclusion with the objective of covering 25 per cent of the Mozambican population until 2020”. Unfortunately, the greatest part of Banking Agencies is geographically concentrated in the cities of Maputo and Matola. As such, a greater effort is required to stimulate bancarization to the other regions of the country.c


EMPREENDER

AMA Equipamentos

Empresa da Beira é a segunda melhor PME Em 2015 foi considerada a segunda melhor PME de Moçambique. Anualmente regista uma facturação de pouco mais de dois milhões de dólares. Augusto Álvaro, director-geral da empresa diz que a companhia quer mais, porém lamenta as restrições que se verificam nos pagamentos internacionais. Para o responsável, este cenário mina as aspirações da AMA Equipamentos.

N

Belizário Cumbe (texto)

um contexto em que empreender exige criatividade, para sobreviver num mercado cada vez mais exigente, a AMA Equipamentos – uma empresa que trabalha com importações – decidiu apostar na diversificação. De acordo com Augusto Martinho Álvaro, director-geral da AMA, inspirado nas iniciais do nome completo do gestor, a companhia tem como foco a importação de equipamento hospitalar e máquinas pesadas e acessórios. Porém, aposta, igualmente, no fornecimento de mobília para residências. Criada em 2009, a AMA Equipamentos só começou a trabalhar a todo vapor em 2013. Porém, mesmo assim, orgulha-se por registar uma facturação anual de cerca de dois milhões dólares. O maior crescimento da sua história foi registado, precisamente, em 2015, ano atípico para a economia nacional. É que, no ano passado, a AMA cresceu 62.5%, segundo Álvaro. O responsável revela que este comportamento da empresa foi sustentada por uma maior aposta no equipamento hospitalar e

nas máquinas pesadas. “Em 2015, apetrechamos o Hospi-

tal Militar de Maputo. Fornecemos equipamento ao Hospital Central da

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ENTERPRISE

Beira, aos centros de saúde de alguns distritos, da província de Sofala, e aos centros de formação do INEF”, revelou.

98% não têm mais de 30 anos de idade, a AMA tem um capital social de 95 milhões de meticais.

Segunda melhor PME No ano passado, a AMA Equipamentos foi considerada a segunda melhor Pequena e Média Empresa do país, no concurso “100 Melhores PME”. Augusto Álvaro acredita que valeram para a distinção a aposta na diversificação e a capacidade de inovação. Segundo o responsável, a aposta é ficar cada vez mais próximo do cliente de modo a melhorar a sua satisfação. Com 75 trabalhadores, dos quais

Desafios A AMA Equipamentos, para além da cidade da Beira, está presente em Nampula, Xai-Xai e Maputo. Para este ano, o objectivo passa por fixar uma representação na cidade de Chimoio. Outro desafio da empresa é a conclusão das obras de construção da sua sede, um edifício com seis pisos, na cidade da Beira. Nas outras representações, a AMA quer, pelo menos, garantir instalações próprias.

Como principais desafios, o director-geral aponta as restrições impostas pelos reguladores do mercado financeiro nos pagamentos internacionais. Álvaro diz que este cenário obriga a empresa a apresentar, vezes sem conta, pedidos de desculpas aos seus clientes por causa dos atrasos.c

PERFIL Augusto Martinho Álvaro Idade: 34 anos Formação: Licenciado em Economia e mestre em Contabilidade Internacional Estado civil: Casado Filhos: Três Tempos livres: dar aulas

AMA Equipamentos

Company from Beira is the second best SME In 2015 it was considered the second best SME of Mozambique. Annually it registers a turnover of a little more than two million dollars. Augusto Álvaro, the company’s managing Director says that the company wants more, however he regrets the restrictions that are verified in international payments. For the manager, this scenario undermines the aspirations of AMA Equipamentos. Belizário Cumbe (text)

I

n a context where undertaking demands creativity, to survive in an ever more demanding market, AMA Equipamentos – a company that works with imports - has decided to bet on diversity. According to Augusto Martinho Álvaro, AMA’s managing director, in-

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spired by the initials of the manager’s full name, has as its focus the import of hospital equipment and heavy machines and accessories. However, he bets equally, on the supply of furniture for residencies. Created in 2009, AMA Equipamentos only began working with full speed in


2013. However, and still, he is proud for registering an annual turnover of about two million dollars. The greatest growth of its history was registered, precisely, in 2015, an unusual year for the national economy. The thing is, last year, AMA grew 62.5%, according to Álvaro. The manager reveals that this behavior from the company was sustained by a bigger bet on hospital equipment and heavy machines. “In 2015, we equipped the Hospital Militar de Maputo. We supplied equipment to Hospital Central da Beira, health centers of some districts in the Sofala Province, and to the INEF training centers”, revealed.

other subsidiaries, AMA wants, to at least ensure its own facilities. As its main challenges, the managing director points to the restrictions imposed by financial market regulators on international payments. Álvaro states that this scenario compels the company to apologize, countless times, to its clients due to delays.c

PROFILE Augusto Martinho Álvaro Age: 34 years Training: Honors in Economics and Masters in International Accounting Marital Status: Married Children: Three Hobbies: lecturer

Second best SME Last year, AMA Equipamentos was considered the second best Small and Medium Enterprise of the country, in the contest “100 Best SME”. Augusto Álvaro believes that what contributed to the distinction was his bet on diversity and ability to innovate. According to the manager, the commitment is to remain ever closer to the client in order to improve their satisfaction. With 75 employees, out of which 98% are not older than 30 years old, AMA has a share capital of 95 million meticais.

Challenges AMA Equipamentos, besides being in the city of Beira, is also present in Nampula, Xai-Xai and Maputo. For this year, the goal is to fix representation in the city of Chimoio. Another challenge of the company is the conclusion of the construction of its head office, a building with six floors, in the City of Beira. In the

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MARKETING

Uma Cidade, uma Marca (III)

O Marketing e a ‘Marca Cidade’ Numa perspectiva de marketing, produto é “um bem tangível, um serviço, uma ideia ou uma experiência”. Uma cidade é um produto único, na medida em que é um produto compósito, “do qual fazem parte bens físicos, serviços e ideias que, em conjugação, proporcionam ao visitante uma experiência única e diferente” (Kolb, B.M.,2006:12). Um lugar, qualquer que seja a sua condição, é constituído por uma multiplicidade de produtos e de funções, concebidos para satisfazer necessidades de visitantes, de residentes, de investidores e comerciantes/empresários. Não sendo um produto exclusivo do presente, a cidade acumula influências e contributos provenientes de diversos momentos históricos e civilizações. Trata- se, neste caso, de um produto híbrido, o que contribui em larga medida para o seu carácter compósito. Helga Nunes* (texto)

O

s recursos físicos (a arquitectura, o urbanismo, os parques, as ruas, os monumentos, transportes, entre outros), geográficos (a localização, a morfologia, a topografia), culturais (eventos desportivos, festivais, exposições, produções teatrais, dança ou concertos) e históricos, que dão forma ao produto cidade, contri-

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buem de forma determinante para a formação da sua imagem, devendo integrar a essência da estratégia de posicionamento e a marca dessa mesma cidade. A experiência decorrente de uma visita resulta dessa forma da combinação de todos estes elementos. A vertente cultural (que inclui desde os recursos arquitectónicos e urba-

nísticos, até aos museus e eventos) tem sido o veículo privilegiado para a construção e reconstrução das respectivas marcas distintivas das cidades, posicionando-as num cenário global e cada vez mais competitivo. A cultura representa, portanto, um recurso com potencial económico, sobretudo no quadro de uma política de desenvolvimento local (Fortuna, 2002). Face a este cenário, cresce a consciência de que os lugares devem investir na identificação de expressões identitárias singulares, nas quais deverão assentar os atributos essenciais de uma marca destinada a promover factores de vantagem competitiva no quadro da concorrência interlugares. A intensificação da vertente cultural das cidades é encarada como sendo uma estratégia que visa reforçar a competitividade e a atractividade de territórios com objectivos políticos e económicos bem definidos. Trata-se, de facto, de uma distinção simbólica, com frequência o elemento mais diferenciador das políticas de ma-


rketing das cidades e de gestão de fluxos de turismo cultural (Ashworth, 1994; Peixoto, 2000). O marketing de lugares tornou-se mais do que um mero instrumento utilizado para “vender” uma área e atrair organizações e turistas. É actualmente encarado como uma componente essencial ao planeamento e desenvolvimento dos lugares, sendo considerado um importante instrumento de desenvolvimento da economia local. Os objectivos adjacentes a uma abordagem de marketing das cidades são, portanto, maximizar a eficiência social e o funcionamento económico da área definida, bem como construir uma imagem sólida e positiva da urbe, através da gestão integrada das variáveis do marketing mix dos lugares. É neste plano que deve ser

equacionada a gestão da marca da cidade e que a organização dos eventos (culturais ou outros) constitui um elemento do mix, cuja principal função é aumentar a atractividade da cidade com efeitos sobre a respectiva notoriedade e imagem. Os grandes eventos, ao mesmo tempo que se multiplicam à escala global, contribuindo para uma certa homogeneização no que diz respeito aos meios através dos quais as cidades contribuem para a formação das respectivas imagens, quando geridos no âmbito de uma estratégia integrada e de acordo com os atributos diferenciadores, contribuem para transmitir e reforçar o posicionamento da cidade enquanto lugar desejado para viver, trabalhar ou visitar. O contributo dos eventos para a formação das percepções dos paí-

ses permaneceu desconhecido até à emergência da investigação da marca dos lugares (Place Branding, 2004: 108). Tal como os eventos desportivos, os produtos (como filmes, livros e música) e os eventos culturais também influenciam a reputação e a imagem dos lugares, com efeitos de maior longevidade. A esse propósito, e no caso concreto da cidade de Maputo, é inegável a importância da ocorrência das conferências (atraindo 31% dos turistas) e dos meetings de negócios (57% dos turistas) em matéria de motivação, de acordo com o Estudo da Cadeia de Valor levado a cabo pelo grupo consultivo do Observatório de Turismo da Cidade de Maputo, em 2009.c (*) Mestranda no Curso de Marketing e Comunicação do Instituto Politécnico da Guarda (Portugal)

One City, one Brand (III)

Marketing and the ‘City Brand’ In a marketing perspective, product is “a tangible good, a service, an idea or an experience”. A city is a single product, in the sense that it is a composite product, “from which physical goods, services and ideas, that, in conjunction provide the visitor with a single and different experience” (Kolb, B.M.,2006:12). A place, regardless of its condition, is constituted by a variety of products and functions, created to satisfy the needs of visitors, of residents, of investors and traders/ businessman. Not being an exclusive product of the present, the city accumulates influences and contributions from various historical moments and civilizations. In this case, is it a hybrid product, which contributes greatly to its composite character. Helga Nunes* (text)

P

hysical resources (the architecture, urbanism, parks, the streets, the monuments, transports, amongst others), geographical (the location, morphology, the topography),

cultural (sportive events, festivals, exhibitions, plays, dance or concerts) and historical, which shape the city product, contribute for the shaping of its image, and shall shape the essence of the positioning strategy and

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MARKETING

the brand of that city. The experience from a visit results from this way of combining all these elements. The cultural aspect (which includes from architectural and urban resources to museums and events) have been the priviledged vehicle for the reconstruction of the respective distinct brands of cities, positioning them on a global scenario and ever more competitive. Culture represents a resource with economic potential, especially in a framework of a local development policy (Fortuna, 2002). In the face of this scenario, the consciousness that places should invest in the identification of single identity expressions grows, in which the essential attributes of a brand destined to promote competitive advantage factors in the framework of interplace competition.

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Intensification of the cultural aspect of cities is seen as being a strategy that aims at reinforcing competition and the attraction of territories with well-defined political and economic objectives. It is, indeed, a symbolic distinction, frequently the most distinguishing element of cities marketing policies and management of cultural tourism flows (Ashworth, 1994; Peixoto, 2000). Marketing of places has become more than a simple instrument used to “sell” an area and attract organizations and tourists. It is currently seen as an essential component to planning and development of places, and is considered an important instrument of development of the local economy. The adjacent objectives to an approach to city marketing are, there-

fore, to maximize social effectiveness and the economic functioning of the defined area, as well as build a solid and positive image of the city, through integrated management of the marketing mix variables of places. It is in this plan that the management of the city brand must be envisaged and that organization of events (cultural and other) constitutes an element of the mix, whose main role is to increase the attractiveness of the city with effects on the perspective notoriety and image. Big events, at the same time they multiply on the global scale, contributing to a certain homogenization with regards to the means through which cities contribute to the formation of its respective images, when managed in the context of an integrated strategy according to differentiating attributes, they contribute to transmit and reinforce the positioning of the city as a place desired to live in, work or visit. The contribution of events for the formation of perceptions of countries remained unknown until the emergence of the investigation of the place branding. (Place Branding, 2004: 108). Similarly to sportive events, products (such as films, books and music) and cultural events also influence the reputation and image of places, with more longevity effects. In this regard, and in the specific case of the city of Maputo, it is undeniable the importance of conferences (attracting 31% of tourists) and of business meetings (57% of tourists) on the subject of motivation, according to the Study of the Value Chain carried out by the advising group from the Maputo City Tourism Observatory, in 2009.c (*) Currently attending a Masters Degree in Marketing and Communication from the Instituto Politécnico da Guarda (Portugal).


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superbrands

Tendências das marcas para 2016 2016 começou e com ele cresce a curiosidade sobre quais serão as tendências que este ano irão fazer a diferença na relação entre as marcas e os seus consumidores.

Novas formas de pagamento

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dentificar ou definir uma tendência ou preferência que segue um padrão de mudança gradual num mundo globalizado e com milhares de marcas não é uma tarefa fácil. Porém, prever o sentido do desejo de consumo nas suas múltiplas dimensões torna-se imperativo para os profissionais de marketing que operam no país, pois será a partir delas que poderão definir estratégias que ajudem a alcançar os seus objectivos anuais. De acordo com o relatório da Trendwatching, a primeira das tendências a prestar atenção em África será a dos serviços on-demand (a pedido), disponibilizados através de dispositivos móveis e platafor-

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mas online. Em 2015 já tínhamos assistido à Uberização de algumas actividades, levando a que serviços ineficientes e informais se tornassem obsoletos. Em Moçambique, o pagamento do Credilec através da banca móvel, veio evitar longas esperas, melhorando a qualidade de vida dos clientes da EDM. São indiscutíveis os impactos negativos e prejudiciais do mercado negro. No entanto, se usado de forma consciente, poderá servir de inspiração para marcas incentivarem ou mesmo reforçarem bons comportamentos. O Suborno Bondoso deverá ser sempre bem intencionado e positivo - mesmo se não agradar a todos.

Em 2015, a Uber Nigéria por forma a incentivar a utilização de serviço de forma responsável começou a cobrar cerca de 10 USD caso os motoristas sejam deixados à espera mais de 30 minutos. Seguindo de forma inversa esta tendência, a DSTV apostou num prémio instantâneo sorteado entre clientes que tenham pago a sua subscrição mensal antes da data limite. Em 2016, os consumidores vão preferir formas de compra exclusiva, o que significa que haverá uma necessidade por parte das marcas de pensar novos métodos de conquista dos seus clientes. A demora na bancarização em Moçambique teve os seus pontos positivos, como o lançamento de serviços mobile como BCI Directo ou IZI pelo Millennium bim. Irá assistir-se à crescente utilização de serviços de pagamento móvel mKesh e M-pesa por diversas marcas e negócios desde o sector formal ao informal. As novas formas de pagamento são essenciais para a conveniência dos consumidores, para atrair clientes e torná-los leais à marca de um serviço ou produto. Em 2016, as marcas enfrentarão novos desafios. Estas tendências serão a oportunidade de quebrar velhos hábitos e abraçar novos métodos de relacionamento, mas como disse Peter Drucker: “Se quer algo novo, precisa de parar de fazer algo velho”. Por isso e porque ainda estamos no início, o melhor será começar desde já a pensar como implementar estas tendências no seu negócio.c


“In 2003, we introduced the modality of bilingual training in 23 schools. Currently there are more than 500 schools teaching in the modality.” JORGE FERRÃO Minister of Education and Human Development In an exclusive interview with The Business Year

Find out more in The Business Year: Mozambique 2016

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superbrands

Brand trends for 2016 2016 has started and with it grows the curiosity about which ones will be the trends that will make a difference this year in the relationship between brands and their consumers.

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o identify or define a trend or preference that follows a gradual change pattern in a globalized world and with thousands of brands is not easy. However, to forecast the direction of the consumption desire in its various dimensions becomes an imperative for marketing professionals that operate in the country, and it will be from them that one will be able to define strategies that help reach its annual goals. According to the report from Trendwatching, the first of the trends to pay attention in Africa will be the one for on-demand services made available through mobile devices and online platforms. In 2015 we had already watched the Uberization of some activities, making inefficient and informal services become obsolete. In Mozambique, payment of Credilec through mobile banking came to assist in avoiding long waits, improving the

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quality of life of EDM clients. The negative and damaging impacts of the black market are unquestionable. However, if used consciously, it may serve as an inspiration for brands to motivate or even reinforce good behavior. The Good Bribery shall always be well intended and positive – even if it does not please everyone.

New means of payment In 2015, Uber Nigeria in order to stimulate the usage of the service in a responsible manner began charging 10 USD in case the drivers are left waiting for more than 30 minutes. Following this tendency in reverse form, DSTV betted on a instant prize picked amongst clients that have paid their monthly subscription before the deadline. In 2016, consumers will prefer exclusive means of purchase, which means that there will be a need from brands

to think of new methods to conquer their clients. The delay in implementing Banking activities in Mozambique had its strengths, such as the launch a mobile service like BCI Directo or IZI by Millennium bim. One will assist the growing usage of mobile payment services like mKesh and M-pesa by various brands and businesses from the formal and informal sectors. New means of payment are essential for the convenience of consumers, to attract clients and make them loyal to the brand of a service or product. In 2016, brands will face new challenges. These trends will be an opportunity to break away from old habits and embrace new relationship methods, but as stated by Peter Drucker: “If you want something new, you need to stop doing something old”. Therefore and because we are still at the beginning, the best thing to do is to already start thinking of how to implement these trends in your business.c


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Gestão António dos Santos, Consultor, Accenture Moçambique Guilber de Souza, Senior Manager, especialista em Conteúdo Local, Accenture Brasil

GESTÃO ESTRATÉGICA

Conteúdo Local: Crescimento = Desenvolvimento?

Doug Casey explains why your attitude toward money reveals your attitude toward life itself. This essay originally appeared in Doug’s hit book, Crisis Investing for the Rest of the 90s. desenvolvimento de Conteúdo Local é hoje um desígnio estratégico e tema central de vários debates, conferências, apresentações e discussões no mundo em geral e particularmente nos países emergentes. Moçambique, com grandes reservas de recursos naturais e a necessidade de capital para o seu desenvolvimento, não é excepção. Mas a definição, sobretudo a medição de Conteúdo Local, não é uniforme para todos, varia de país para país, e muitos ainda não possuem uma definição formal.

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o entanto, em geral, pode-se entender que o desenvolvimento de competências ou conteúdo local em determinada indústria tem como primeira premissa o desenvolvimento industrial local

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que permita o envolvimento de empresas locais na Indústria. Uma estratégia de promoção do conteúdo local, visa o aumento de valor gerado para o País, nomeadamente através da capacitação de recursos humanos e empresas locais que viabilizem a sua

participação nessa mesma indústria. A definição de um quadro de actuação onde a Indústria, Governo, Empreendedores e Sociedade Civil estejam integrados, promove benefícios totais positivos. A Indústria beneficia de uma redução de custos operacionais numa perspectiva de médio/ longo-prazo, tanto mais quanto maior for a envolvência nacional na sua cadeia de valor. Isto resulta sobretudo da minimização da dependência de conhecimento expatriado para as operações. Existem ainda benefícios fiscais importantes, resultantes da contribuição local para o desenvolvimento do País, para além do aumento do reconhecimento social da empresa. Para o Plano Estratégico do Governo, é fundamental a diversificação económica dos sectores industriais que serão desenvolvidos utilizando como âncora a procura da Indústria Extractiva. Uma consequência positiva directa é o aumento da receita fiscal e das transacções económicas dentro do País. Adicionalmente, proporciona uma melhoria da imagem do País e o aumento da atractividade de investimento estrangeiro. O Empreendedor Local e a Sociedade Civil em geral, ganham ao participarem nas


actividades da Indústria onde tipicamente não seriam envolvidos. Os mesmos verão um aumento de negócio pelo volume de procura adicional e obtêm ainda o acesso a alta-tecnologia numa perspectiva local. Isto resulta num aumento do valor do capital moçambicano através do aumento de conhecimento local na execução das actividades da Indústria e por sua vez o aumento da competitividade na prestação de serviços / materiais. O desenvolvimento de Conteúdo Local quer na participação directa na indústria, ou a montante ou jusante, gera um efeito multiplicador através dos fornecimentos directos, subcontratações e diversificação de outros produtos e serviços. Por sua vez, este efeito permite a substituição de importação de bens e serviços por oferta local e o aumento da participação de recursos humanos locais na indústria, gerando emprego e renda.

Alguns desafios em cima da mesa Em Moçambique, existem alguns constrangimentos actuais ao desenvolvimento da industrial nacional, com desafios que importa ultrapassar. Apesar da extensa população jovem, o nosso país caracteriza-se por uma escassez de recursos humanos qualificados, nomeadamente nos sectores das indústrias extractivas, onde reside o maior potencial de desenvolvimento económico e necessidade de mão-de-obra intensiva nos próximos anos. Há ainda um défice das infraestruturas de suporte às operações destas indústrias o que torna o sector privado que nelas operam menos competitivo que alternativas externas. Em suma, o envolvimento do sector privado moçambicano nas actividades das indústrias extractivas de elevado valor acrescentado potencial para o país é ainda muito diminuto. Para além da falta de recursos e infraestrutura qualificadas, o sector privado nacional carece também de tecnologia

actual, de escala que o torne competitivo, de acesso a recursos financeiros económicamente viáveis e da visibilidade e previsibilidade das oportunidades de negócio. Sem uma procura mínima estável, o maior desafio é o da sustentabilidade do próprio empresariado. Existem ainda outros factores exógenos ao sector privado que podem ser definidos para permitir o seu desenvolvimento, como o regime fiscal, a política industrial, a regulação e a estabilidade jurídica. Os grandes projectos de desenvolvimento industrial de um país geram habitualmente a discussão do envolvimento de competências nacionais. A discussão relativa ao desenvolvimento de Conteúdo Local em Moçambique iniciou-se há algum tempo atrás, já antes do início do primeiro Mega-Projecto no País (MOZAL – BHP). Iniciativas importantes como o SMEELP (2001-2003), Mozlink I (2003 – 2007) e Mozlink II (2007 – 2010) proporcionaram a formação a mais de 100 PME’s e respectivos gestores que por sua vez geraram um valor significativo de receitas. O contexto legal para o desenvolvimento destas competências e envolvimento nacional encontra-se em evolução, existindo o requisito de quotas mínimas de recursos nacionais na estrutura das empresas e a preferência por fornecedores moçambicanos protegidos por um diferencial de preço até 10%. Esses fornecedores deverão no entanto satisfazer os requisitos de qualidade e competitividade e possuírem no seu capital social uma participação mínima de 50% de pessoa colectiva ou individual moçambicana.

A relevância da Política de Conteúdo Local O Modelo de Governo para a coordenação de uma Política Nacional de Desenvolvimento de Conteúdo Local encontra-se em definição e identificará os órgãos mandatados para a sua definição, supervisão e controlo.

Os países que decidiram implementar uma política de Conteúdo Local adaptaram as melhores práticas conhecidas, à sua realidade e estratégia de desenvolvimento nacional. As referências internacionais servem sobretudo de aprendizagem sobre a aplicabilidade de uma solução para uma realidade próxima, sendo claro que não existem “receitas pré-concebidas”. Angola e Nigéria, por exemplo, têm desenvolvido modelos de política de Conteúdo Local com conceitos uniformes de medição e requisitos mínimos estipulados para as indústrias extractivas. Já no Brasil, a Política de Conteúdo Local avançou bastante a partir da criação do PROMINP (Programa de Mobilização da Indústria Nacional de Petróleo e Gás Natural). Este programa promoveu acções de qualificação profissional, estratégias de substituição da importação e desenvolvimento tecnológico, e instituiu linhas de financiamento especiais para fornecedores tendo implementado métodos formais de medição e certificação de Conteúdo Local. Em Moçambique, a HCB (Hidroeléctrica de Cahora Bassa) tornou-se pioneira na implementação de um Programa de Desenvolvimento de Conteúdo Local onde privilegia as compras a fornecedores localizados em território moçambicano e com capital social nacional, desde que possuam o nível adequado de competitividade e qualidade técnica na entrega do seu produto ou serviço. Adicionalmente, este programa contempla ainda acções de capacitação e apoio aos desafios do empresariado nacional como o desenvolvimento humano, promoção do acesso ao financiamento e visibilidade do plano de compras a curto e médio prazos. Moçambique detém um vasto potencial de crescimento económico por via da riqueza dos seus recursos naturais. Uma estratégia consolidada de capacitação e promoção da participação nacional é condição chave para garantir que esse crescimento se transforma em desenvolvimento.c

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MANAGEMENT António dos Santos, Consultant, Accenture Moçambique Guilber de Souza, Senior Manager, expert in Local content, Accenture Brasil

STRATEGIC MANAGEMENT

Local Content: Growth = Development? The development of Local Content is today a strategic plan and a core theme in many debates, conferences, presentations and discussions in the world in general and particularly in emerging countries. Mozambique, with great reserves of natural resources and the need for capital for its development, is not an exception. But the definition, especially the measurement of Local Content, is not uniform for all, it varies from country to country, and many do not yet have a formal definition.

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owever, in general, it can be understood that the development of competencies or local content in a certain industry has as its first premise the development of the local industry that allows for the

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participation of local companies in the industry. A strategy to promote local content, has as its goal the increase of value generated for the Country, namely through the training of human resources and local companies that enable their participation in

that same industry. The definition of a framework where the industry, Government, Entrepreneurs and Civil Society are integrated, promotes total positive benefits. The industry benefits from a reduction in operational costs in a medium/long term perspective, the greater the national involvement in its value chain. This results especially from the minimization of expatriate knowledge dependence for operations. There still are important fiscal benefits, resulting from local contribution to the Country’s development, besides the increase of the company’s social acknowledgement. For the Governments Strategic Plan, it is fundamental to diversify the economy of the industrial sectors that will be developed using as anchor the search for the Mining Industry. A direct positive consequence is the increase of tax revenue and of economic transactions inside the Country. In addition, it provides an improvement of the Country’s image and the increase of attractiveness of foreign investment. The Local Entrepreneur and Civil Society in general, win when participating in activities from the Industry where they would not typically be involved. They will notice an increase in business by the volume of


added demand and they also get access to advanced technology in a local perspective. This results in an increase of the value of the Mozambican capital through the increase of local knowledge in the execution of activities from the Industry and on its turn the increase of competitiveness in service provision/materials. Development of Local Content be it in direct participation in the industry, or backwards or forward, creates a multiplying effect through direct supplies, subcontracting and diversification of other products and services. In turn, this effect allows the replacement of import of goods and services by local offer and the increase of participation of local human resources in the industry, creating jobs and revenue. .

Some challenges on the table In Mozambique, there are some current constraints to the national industrial development, with challenges that are important to overcome. Despite the large young population, our country is characterized by scarcity of qualified human resources, namely in the sectors of the mining industry, where the greatest potential for economic development lays and need for intensive labor in the next few years. There is still a deficit of infrastructures of support for operations of this industries which makes the private sector that operates in it less competitive than external alternatives. In short, the involvement of the Mozambican private sector in activities of possible high added value mining sector industries for the country is still very small. Besides the scarcity of resources and qualified infrastructures, the national private sector lacks current technology as well, in a scale that makes it competitive, access to financial resources that are economically viable and visibility and

predictability of business opportunities. Without minimal stable demand, the biggest challenge is the sustainability of the business community itself. There are still other exogenous factors to the private sector that may be defined to allow its development, with the tax regime, the industrial policy, regulation and legal stability. The biggest industrial development projects of a country usually generate a debate of the involvement of national competencies. The discussion related to the development of Local Content in Mozambique began a while ago, even before the beginning of the first Mega-Project in the Country (MOZAL – BHP). Important initiatives such as SMEELP (2001-2003), Mozlink I (2003 – 2007) and Mozlink II (2007 – 2010) provided training to more than 100 SME’s and respective managers who in turn generated a significant amount of revenue. The legal context for the development of these competencies and national involvement is in evolution, and there is the requirement of minimal shares of national resources in the structure of companies and the preference for Mozambican suppliers protected by a price differential up to 10%. These suppliers must however satisfy the requirements of quality and competitiveness and have in their share capital a minimum participation of 50% of Mozambican legal or natural person.

The Political relevance of Local Content The Model of Government for the coordination of a National Policy of Development of Local Content is in the process of definition and will identify the mandated bodies for its definition, supervision and control. Countries that have decided to imple-

ment a policy of Local Content have adapted the best practices known, to their reality and national development strategy. International references serve mostly as a learning point about the applicability of a solution to a close reality, and it is clear that there are not “pre-conceived recipes”. Angola and Nigeria, for example, have been developing policy models of Local Content with uniform concepts of measurement and minimum requirements stipulated for mining industries. In Brazil, the Local Content Policy advanced greatly from the creation of PROMINP (National Industry for the Mobilization of Oil and Natural Gas). This program promoted actions of professional qualification, strategies of replacement of import and technological development, and instituted especial credit lines for suppliers having implemented formal measurement methods and certification of Local Content. In Mozambique, HCB (Cahora Bassa Hydroelectric) has become a pioneer in the implementation of a Program of Development of Local Content where it privileges purchases from localized suppliers in Mozambican territory and with national share capital, as long as they possess the adequate level of competitiveness and technical quality in the delivery of its product or service. In addition, this program contemplates training actions and support to challenges from the national business community such as human development, promotion of access to funding and visibility of the short and medium term purchase plan. Mozambique has great growth potential due to the wealth of its natural resources. A consolidated strategy of training and promotion of national participation is key to ensure that this growth transforms into development.c

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COACHING Cristina Azinhal, Executive & Business Coach PD Moz – Parcerias em Desenvolvimento

Novo colaborador. E agora? “Tenho uma pessoa nova na equipa, esta pessoa era essencial e já devia ter entrado há mais tempo. O problema é que agora não tenho tempo para a receber e sei que o deveria fazer, mas estou cheio de trabalho e não consigo parar para sentar com ela, porque a minha agenda não pára e as minhas obrigações também não!”

E

ste dilema é vivido diariamente por um número incontável de gestores, chefias, líderes de equipa e equipas. Trata-se aqui de receber devidamente um novo elemento da equipa, não só pela chefia mas por todos. Vamos reflectir sobre isto. Normalmente, um novo elemento entra numa equipa porque há uma necessidade identificada de que precisamos de alguém para fazer determinado trabalho, cumprir determinada função. Foi

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uma necessidade nossa, em princípio, e resultou de uma estratégia. De que adianta nos escondermos detrás das nossas tarefas infindáveis e listas de “To Do” que não acabam? No final nós seremos sempre os mais penalizados, pois não proporcionamos ao novo colaborador a possibilidade de, proactivamente, cumprir com zelo a sua função. A forma como recebemos determina a qualidade do colaborador novo. Imaginem que vão a casa de um amigo jantar na qual não se

sentem bem-vindos, não vos mostra os “cantos” da casa, não se preocupa em vos servir a bebida que vocês gostam ou em servir um prato que seja do vosso agrado. Qual a vossa vontade de voltar à casa desse amigo? Então a nossa mente processa as situações da mesma forma e mesmo existindo um maior tolerância no local de trabalho, a exigência também é maior. O que importa na hora de acolher um novo colaborador? O ambiente de trabalho, a simpatia da equipa, mostrarem-lhe os “cantos” todos do novo local de trabalho, as rotinas, os recursos de trabalho (material necessário à realização da função e cumprimento de tarefas). É importante parar e preparar a equipa durante 5 minutos e fazer essa recepção! Novas normas podem ser pensadas que visem contribuir para a alegria no local de trabalho, o que aumenta proporcionalmente os resultados e a produtividade. Tarefa: Recorde uma situação na qual tenha ido integrar uma nova equipa e se tenha sentido mal recebido. O que fizeram? O que sentiu? Qual foi a sua reacção? Agora, recorde uma situação inversa, ou seja que integrou uma nova equipa e foi bem recebido. O que fizeram? O que sentiu? Qual foi a sua reacção? Sugestão: Agora, pense em como pode melhorar e/ou mudar a forma como recebe as pessoas, na sua vida, no seu local de trabalho, na sua casa. No fundo, está a receber as pessoas da forma mais adequada? c


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COACHING Cristina Azinhal, Executive & Business Coach PD Moz – Partnerships in Development

New employee. What now? “I have a new person in the team, this person was crucial and should have come on board a long time ago. The problem is that now i do not have time to see her and i know what i should do, but i have a lot of work and i cannot stop to sit down with her, because my agenda does not stop and my obligations do not stop either!”

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his dilemma is faced daily by a countless number of managers, heads, team leaders and teams. It is about welcoming a new element to the team accordingly, not only by management but by all. Let us reflect on this. Usually, a new element enters into a team because there is an identified need that we need someone to perform a certain task, fulfill a certain role. It was our

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need, in principal, and resulted from a strategy. What good will it do to hide behind our endless tasks and “To Do” lists that do not end? At the end we will be the ones to suffer the most because we failed to give the new employee the opportunity to proactively perform his/her task with zeal. The way we welcome determines the quality of the new employee. Imagine if you go to a friend’s house for dinner and you do not feel welcome, he/she

does not show you the “corners” of the house, is not concerned about pouring you the drink that you like or serving a plate that pleases you. What would be your desire to return to that friend’s house? So our mind processes situations in the same manner and even if there is more tolerance at the work place, the demand is also greater. What matters when welcoming a new employee? The work environment, the friendliness of the team, to show him/ her all the “corners” of the new place of work, the routines, work resources (material needed to fulfill the job and complete the task). It is important to stop and prepare the team for 5 minutes and give that welcome! New norms may be thought about that aim at contributing to the joy in the work place, which proportionally increases results and productivity. Task: Remember a situation where you went to integrate a new team and felt like you were not welcomed adequately. What did they do? What did you feel? What was your reaction? Now, remember the inverse situation that is where you went to integrate a new team and were welcomed adequately. What did they do? What did you feel? What was your reaction? Suggestion: Now, think about how you can improve and/or change the way you receive people, in your life, place of work, in your home. Deep down, are you welcoming people in an adequate manner?c


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ESTUDO

Empresas com mulheres em cargos de liderança são as mais rentáveis toras e membros do Conselho de Administração. O mesmo constatou que estas, na qualidade de CEOs, não superam os seus homólogos masculinos. Mas na qualidade de membros do Conselho de Administração, as mulheres conseguem, de longe, superar o desempenho dos homens. Laura D’Andrea Tyson, professora de economia e negócios na Haas School da Universidade de Berkeley, nos Estados Unidos da América, referiu num painel no Fórum Económico Mundial 2016 que o debate da paridade de género é ironicamente focado na justiça. Para ela, as mulheres têm capacidades de melhorar na inovação e de tomar decisões complexas.

O que é que o estudo constatou?

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ados divulgados pelo Instituto Peterson de Economia Internacional revela que as empresas que apostam em mais mulheres nos cargos de liderança são mais rentáveis. A instituição analisou resultados de aproximadamente 22 mil empresas em todo o mundo em 91 países, que operam em diferentes sectores, e

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concluiu que pelo menos 30% das mulheres em posições de liderança acrescentam 6% à margem de lucros líquidos. Para Marcus Noland, director de estudos do Instituto Peterson, a liderança feminina passa, deste modo, a ser associada à maior rentabilidade. O estudo analisou as mulheres em três posições diferentes: CEO, direc-

O estudo constatou que 60% do total das empresas não tinham membros do sexo feminino nos conselhos (13,017 empresas). Pouco mais de 50% não tinham mulheres na liderança (11.802 empresas), apenas 4,5% possuíam CEOs do sexo feminino. A liderança feminina é encontrada, na maior parte das vezes, em grandes empresas e em países onde estas têm um bom aproveitamento na matemática, superando os homens.c


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STUDY

Companies with women in leadership positions are more profitable leadership is in this manner, associated to more profitability. The study analyzed women in three different positions: CEO, directors and members of the Board. He noted that, when acting as CEOs they do not surpass their male counterparts. But as members of the Board, women can, by far surpass the performance of men. Laura D’Andrea Tyson, a professor of economics and business at the Haas School in the University of Berkeley, in the United States of America mentioned in a panel on the World Economic Forum 2016 that the debate of gender parity is ironically focused on justice. For her, women have capacities to improve in innovation and make complex decisions.

What did the study determine?

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ata disseminated by the Peterson Institute of International Economics reveals that companies that rely more women in leadership positions are more profitable. The institution analyzed results from approximately 22 thousand

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companies all over the world – in 91 countries -, which operate in different sectors and concluded that at least 30% of women in leadership positions add 6% to the margin of net revenue. For Marcus Noland, director of studies at the Peterson Institute, female

The study determined that 60% of the total of companies did not have members of the female sex on the board (13,017 companies). A little more than 50% did not have women in leadership (11.802 companies), only 4,5% had CEOs of the female sex. Female leadership is found, in most cases, in big companies and in countries where they have good scores in mathematics, surpassing men.c


ESTILOS DE VIDA

Luso lança água com sabor a goiaba e toranja

A

marca portuguesa de água mineral, Luso, decidiu voltar a inovar ao oferecer ao mercado mais um produto com sabor à fruta. Trata-se da Luso de Fruta Goiaba e Toranja, uma água refrescante, natural e saudável, segundo a empresa Sociedade da Água de Luso. O produto é uma combinação entre duas frutas, Goiaba e Toranja, com propriedades únicas e que promete surpreender os consumidores no seu dia-a-dia. Para o lançamento da nova variedade, a empresa está a promover uma campanha, em vários meios, designada Um Sonho das Caraíbas. A Luso de Fruta é uma bebida à base de água Luso e sumo natural de fruta, sem corantes nem conservantes e está disponível em um e dois litros.

A mais recente inovação vem assim juntar-se às quatro variedades da

gama já existentes: Romã e Açaí, Água de Coco, Frutos Vermelhos e Limão.c

E se pudesse ver o seu carro antes de ser construído? A Accenture Digital desenvolveu, para a Fiat Chrysler Automobiles (FCA), um protótipo de uma aplicação imersiva que permitirá visualizar e interagir com uma versão virtual em tamanho real do automóvel que o consumidor pretende adquirir.

A solução mobile cria um carro virtual 3D em tamanho real, tirando partido da tecnologia da Google (Projecto Tango). O consumidor, através de um dispositivo móvel, pode visualizar o exterior, abrir as portas e espreitar

o interior do automóvel, podendo alterar as suas preferências (como a cor ou o estilo dos painéis) com apenas um toque no ecrã do dispositivo. O primeiro dispositivo Projecto Tango deverá estar disponível este Verão.c

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LIFE STYLES

Luso launches water with guava and grapefruit flavor

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he Portuguese brand of mineral water, Luso, decided to innovate again and offer the market one more product with fruit flavor. It is Luso de Fruta Goiaba e Toranja, a water “refreshing, natural and healthy”, according to the company Sociedade da Água de Luso.

The product is a combination between two fruits, Guava and Grapefruit, with unique properties and that promises to surprise consumers daily. For the launch of the new variety, the company is promoting a campaign, in various media outlets, called “A Caribbean Dream”.

Luso de Fruta is a drink based on Luso water and natural fruit juice, without coloring and preservatives and is available in one and two liters. The latest innovation comes to join the four varieties of the brand that already exist: Passion Fruit and Acai, Coconut water, Berries and Lemon.c

What if you could see your car before it is assembled? Accenture Digital developed, for Fiat Chrysler Automobiles (FCA), a prototype of an immersive application that will allow visualization and interaction with a virtual version in life size of the car that the consumer

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wishes to acquire. The mobile solution creates a virtual 3D car in life size, using Google Technology (Tango Project). The consumer, through a mobile device, may visualize the exterior, open doors and peep the

interior of the car, he/she may change his/her preferences (such as color or style of the panels) with only one touch to the screen of the device. The first device of the Tango Project shall be available this summer.c


ARQUITECTURA | DECORAÇÃO DE INTERIORES | IMOBLIÁRIA

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revista.habitar@mozmedia.co.mz | CEL: (+258) 82 030 19 05

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