CAPITAL

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Sumário

Destaques 32

44 Tema de Fundo

A realidade das mulheres empresárias e empreendedoras

44

30 Dossier Urge revitalizar a indústria do caju

16 Actual

Capa

56

SETEMBRO 2015 · Capital Magazine Ed.90

A realidade das mulheres empresárias e empreendedoras

Letícia Klemens, a presidente da Associação das Mulheres Empresárias e Empreendedoras de Moçambique (FEMME), aborda os desafios que as empresárias enfrentam na área financeira, sobretudo no acesso ao crédito bancário, assim como o papel da mulher no sector agrícola e informal e a fragilidade do ambiente de negócios. Como metas, Klemens aponta a criação de uma Cooperativa de Crédito Solidária e de uma Federação de Associações de Mulheres Empresárias Moçambicanas.

SIDA forma por um sector privado vibrante e sustentável

A SIDA, uma agência governamental sueca que trabalha em nome do Parlamento e do Governo daquele País Baixo, acalenta a missão de reduzir a pobreza no mundo. Nesse sentido, vai levar a cabo uma série de formações internacionais sobre matérias ligadas ao fortalecimento do sector privado e das estratégias de negócios.

64

Os rostos da acumulação

Iluminar um continente às escuras

4

O Governo de Moçambique através do Instituto de Fomento de Caju (INCAJU) está empenhado na revitalização e fortificação da indústria da castanha de caju. Aliás, o País já foi o maior produtor da castanha de caju na década de 70, altura em que chegou a comercializar mais de 200 mil toneladas.

A Sabedoria ao serviço do Mercado

Propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., Av. 25 de Setembro nº 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) - Telefone: +258 21 416186 - Fax: +258 21 416187 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Director Geral: André Dauane – andre.dauane@ mozmedia.co.mz – Directora Editorial:HelgaNeida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Redacção: Belizário Cumbe belizariocumbe@yahoo.com.br, Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz, Gildo Mugabe - gildomugabi@ gmail.com – Secretariado Administrativo: Indira Mussá – indira.mussa@mozmedia.co.mz; Cooperação: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Zein Hassam; Gettyimages.pt, Google.com; – Ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. - Tradução: Frans Hovens; Paginação: Ricardo Timbe – 29timbe@gmail.com – Design e Grafismo: Mozmedia – Departamento Comercial: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Distribuição:Ímpia– info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.

Urge revitalizar a indústria do caju

Têm muito em comum. Nasceram nos países que ditam as regras na economia continental, África do Sul e Nigéria. São formados e descendem de famílias com um histórico de bem-estar. Falamos de Aliko Dangote, o rei do cimento em África e Patrice Motsepe, o milionário do minério.


Editorial

Bem-vindo

36

A voz da classe empresarial feminina

Foco Economia

A

Dólar asfixia metical e moedas internacionais

52 UP- Grade Parque Ecológico de Malhazine, uma realidade?

56 EMPrEEnDEr Sustentabilidade e segurança na engenharia civil

76 Estilos Artista como gerador de riqueza

realidade das mulheres empresárias e empreendedoras em Moçambique tem muito que se lhe diga. Sobre esse assunto a empresária Letícia Klemens, que é também a presidente da Associação das Mulheres Empresárias e Empreendedoras de Moçambique (FEMME), refere em entrevista à revista Capital os desafios que as suas associadas, e não só, enfrentam na área financeira, sobretudo no que diz respeito ao acesso ao crédito na banca. As dificuldades são inequívocas ao ponto da FEMME ter decidido criar uma Cooperativa de Crédito Solidária. Para que servirá tal organismo? Segundo Klemens, a Cooperativa de Crédito Solidária pretende emprestar capital às empresárias e empreendedoras a uma taxa de juro mais convidativa do que a praticada no mercado financeiro. De que modo? Segundo suas palavras, primeiro poupando-se e depois investindo-se o valor em forma de crédito que, por sua vez, é concedido à classe empresarial feminina que cultiva o espírito de iniciativa. Mas os feitos da FEMME não se quedam por ali. A Associação vem dando atenção igualmente ao papel da mulher no sector agrícola e informal e à fragilidade do ambiente de negócios. A dinâmica da FEMME não pára, e além da celebração de parcerias estratégicas de vulto e da organização de oportunidades de networking, surge também como meta futura a intenção de colocar em prática a Federação das Associações de Mulheres Empresárias Moçambicanas. Isto porque existem outros desafios a ultrapassar, tais como a deficiente formação e o desequilíbrio do género na tomada decisão. Posto isto, sugere referir que a classe empresarial encontra-se bem representada. A presente edição traz também à tona a produção de caju em Moçambique. O Governo, por intermédio do Instituto de Fomento de Caju (INCAJU), procura a revitalização e fortificação da indústria da castanha de caju. Aliás, o País já foi o seu maior produtor na década de 70, ao comercializar mais de 200 mil toneladas, facto que lhe conferiu o estatuto de maior produtor mundial de caju. Hoje, pode estar a comercializar cerca de 120 mil toneladas por ano. Saiba mais sobre o panorama desta indústria ao longo das nossas páginas.

Capital Magazine Ed.90 · SETEMBRO 2015

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Contents

Highlights 36

47 Background Theme The reality of business women and entrepreneurs

47

33

Dossier It is necessary to revitalize the cashew industrythe cashew industry

17 Current

Capa

58

Knowledge serving the Market

Lighting a dark continent

Property and Edition: Mozmedia, Lda. 25 de Setembro n- 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) – Telephone: +258 84 3015641 | +258 82 6567710 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Managing Director: André Dauane – andre.dauane@ mozmedia.co.mz – Editorial Director: Helga Neida Nunes – helga.nunes@mozmedia. – Editorial Staff: Belizário Cumbe - belizariocumbe@yahoo.com.br, Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz, Gildo Mugabe - gildomugabi@ gmail.com – Administrative Secretariat: Indira Mussá – indira.mussa@mozmedia.co.mz; Cooperation: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Columnists: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Photography: Zein Hassam; Gettyimages.pt, Google.com; – Illustrations: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B.- Translation: Frans Hovens;Page make-up: Ricardo Timbe –29timbe@gmail.com – Design and Graphics: Mozmedia –Commercial Department: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Distribution: Ímpia – info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registration: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Printing: 7.500 copies. The articles reflect the authors’ opinion, and not necessarily the magazine’s opinion. All transcript or reproduction, partial or total, is authorised provided that the source is quoted.

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SETEMBRO 2015 · Capital Magazine Ed.90

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It is necessary to revitalize the cashew industry

The Government of Mozambique, through the Cashew Promotion Institute (INCAJU), is committed to the revitalization and strengthening of the cashew industry. Incidentally Mozambique was the largest cashew nut producer of the 70s, when it managed to market than 270 thousand tons.

The reality of business women and entrepreneurs

Leticia Klemens, the president of the Association of Business Women and Entrepreneurs of Mozambique (FEMME), addresses the challenges faced by entrepreneurs in obtaining funds, particularly those concerning access to bank loans, as well as the role of women in the informal agricultural sector and the fragility of the business environment. Klemens indicates two objectives, the establishment of a Solidarity Credit Cooperative and a Mozambican Federation of Associations of Women Entrepreneurs.

Sustainability and safety in civil engineering

He was born in the province of Inhambane and became a man of the world. José de Sousa, a young entrepreneur who embraced civil engineering to make a living and contribute to the development of the country, whose motto is environmental sustainability and safety despite the many setbacks faced..

The faces of accumulation

They have a lot in common. They were born in countries that dictate the rules of the continent’s economy, South Africa and Nigeria. They are formed in and come from wealthy families. We are talking about Aliko Dangote, the cement king of Africa and Patrice Motsepe, the mining ore millionaire.


Editorial

Welcome

38 Focus on Economy

The voice of the female business class

Dollar stifles the metical and international currencies

T 54 UP- Grade Malhazine Ecological Park, for real?

58 EntrEPrEnEurSHIP Sustainability and safety in civil engineering

78

LifeStyles Artist as creator of wealth

here is a lot to be said about the reality of women entrepreneurs in Mozambique. In an interview with Capital magazine the entrepreneur Leticia Klemens, who is also the president of the Association of Business Women and Entrepreneurs of Mozambique (FEMME), alludes to the challenges its members, and not only members, face in the financial sector, especially with regard to access to bank credit. The difficulties are grave enough for FEMME to have decided to establish a Solidarity Credit Union. What purpose does such a body serve? According to Klemens, the Solidarity Credit Union intends to borrow capital to entrepreneurs and business people at a more affordable interest rate than the one practiced in the financial market. How? According to her, first by saving it and then investing the amount saved in the form of credit that in turn is granted to female business women who show initiative. But the achievements of the FEMME also include giving attention to the role of women in the agricultural and informal sectors and to the weakness of the business environment. The dynamics of FEMME do not stop here and in addition to entering into major strategic partnerships and organizing networking opportunities there is the future goal to establish the Federation of Associations of Women Entrepreneurs of Mozambique. Because there are other challenges to overcome, such as poor training and the gender imbalance in decision-making. That said, she suggests that the business class is well represented [meaning?]. This edition of Capital also brings pays attention to the cashew production in Mozambique. The Government, through the Cashew Promotion Institute (INCAJU), tries to revitalize and strengthen the cashew industry. In fact, the country was the biggest cashew producer in the 70s and marketed more than 200 thousand tons, making it the world’s biggest cashew producer [you manage to say the same twice, in a small sentence like this. Wake up.]. Nowadays it sells about 120 thousand tons per year. Learn more about the outlook of this industry throughout our pages.

Ed.90 · SETEMBRO · Março 2015 2013 Capital Magazine Capital Magazine

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Capitoon

EM BAIXA

RECEITAS CAEM 50% EM MOMA No distrito costeiro de Moma, em Nampula, a empresa de exploração de areias pesadas Kenmare arrecadou cerca de um milhão de meticais de receitas próprias durante o primeiro semestre contra perto de dois milhões de meticais colectados em igual período do ano passado, uma redução de quase metade.c

EM ALTA INCLUSÃO BANCÁRIA NO BOM CAMINHO O representante do Banco de Mundial em Moçambique, Mark Lundell, saudou os esforços do Governo na promoção de uma maior inclusão financeira e no desenvolvimento económico no país. Lundell disse que Moçambique, através do Banco Central, já deu um passo importante ao aceitar que a redução da pobreza depende, em grande medida, de um processo económico inclusivo.c

INFLAÇÃO CONTROLADA O Banco de Moçambique garante que a inflação continua controlada e que o objectivo fixado pelo Governo até ao final do ano poderá ser alcançado. Em Junho, a variação do nível geral de preços situou-se a 1,3%, situação considerada muito abaixo da meta dos cinco por cento fixados até ao final de Dezembro.c

DÉFICE ORÇAMENTAL DE 6.8% EM 2015 O país poderá registar um défice orçamental de 6,8% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2015, apresentando uma tendência de diminuição do défice orçamental de 5,5% do PIB, favorecido pela contenção da despesa pública, defende a Economist Intelligence Unit (EIU) no seu mais recente relatório macroeconómico sobre Moçambique.c

COISAS QUE SE DIZEM DE AFRO-AMERICANO PARA AFRICANOS “(…) eu adoro o meu trabalho. E até acho que sou bastante bom no que faço, e que se concorresse outra vez à presidência ganharia, mas a lei é a lei, e nem os presidentes estão acima da lei. Não percebo como é que as pessoas querem ficar no mesmo trabalho tanto tempo, ainda por cima se essas pessoas são muito ricas”.c

PAULINA CHIZIANE NO SEU MELHOR “Se tivesse nascido independente, não teria levado tanto tempo para publicar um livro, porque dentro de mim fervilham muitas histórias, a minha cabeça tem muita confusão. Mesmo quando era miúda. Agora que estou a ficar velha, está a ficar pior…”c

Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América, in “Expresso”.

Paulina Chiziane, escritora in jornal “O País”.

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Capitoon I am an enterprising woman and I have some distressingly existential doubts about the present macro-economic situation. The devaluation of the Chinese currency and the depreciation of the metical against the dollar make me wonder whether the international economic crisis has not become a question of supply and demand of agricultural products.

Long turnips in abundance, but …. nuts are in short supply! By the way,

ON THE BOTTOM REVENUES DECREASE 50% IN MOMA In the coastal district of Moma in Nampula province, the heavy sands exploration company Kenmare reported a revenue of one million meticais [?? Check your numbers, this is about USD 25000] during the first two quarters, against almost two million meticais collected in the same period of last year, a revenue cut almost by half.c

you’d like a cuppa?

ON TOP INCLUSIVE BANKING ON THE RIGHT TRACK The representative of the World Bank in Mozambique, Mark Lundell, welcomed the efforts made by the government to promote more inclusion in finance and in the country’s economic development. Lundell said that Mozambique, through its Central Bank, has taken an important step in accepting that poverty reduction to a large extent depends on the economy being inclusive.c

INFLATION UNDER CONTROL The Bank of Mozambique ensures that inflation remains subdued and that the target set by the Government until the end of the year can be achieved. In June, the increase in general price level stood at 1.3%, which is considered far below the target of five percent set for the end of December.c

BUDGET DEFICIT OF 6.8% IN 2015 The country may register a budget deficit of 6.8% of gross domestic product (GDP) in 2015, showing a downward trend in the budget deficit from 5.5% of GDP, favoured by the containment of public expenditure, according to the Economist Intelligence Unit (EIU) in its latest macro-economic report on Mozambique.[?? it was 5.5% and it will be 6.8%? that is not downward but upward].c

THINGS BEING SAID FROM ANFRO-AMERICAN FOR AFRICANS “(…)I love my job. And I think I’m pretty good at what I do, and that if I would run again I would win, but the law is the law, and not even presidents are above the law. I don’t understand why people would want to stay in the same job for so long, especially if those people are very rich”. c

“If I had been born indepenPAULINA CHIZIANE AT HER BEST dent, I would not have taken so long to publish a book, because deep inside there are a lot of stories bubbling, my head is full of things. Even when I was a young girl. Now while I’m getting older, it’s getting worse . ”.c

Barack Obama, president of the United States of America, in “Expresso”. Paulina Chiziane, writer in newspaper “O País”.

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ACTUAL

De ISTEG para UniTiva

A Sabedoria ao serviço do Mercado A busca pela formação superior em Moçambique está a agitar o sector. O nível médio disponibiliza, todos os anos, candidatos a cântaros. As universidades e outras instituições equivalentes decidiram acelerar o passo e a qualidade do ensino foi beliscada. O ISTEG, que mudou para UniTiva, diz que a sua missão é apostar na inovação e investigação. Belizário Cumbe (texto)

N

asceu há sete anos (em 2008) e foi baptizado como Instituto Superior de Tecnologias e Gestão (ISTEG), e na altura os seus destinos eram dirigidos por um vulto da academia em Moçambique, Dr. Brazão Mazula. Hoje, Inocente Mutimucuio dirige o barco que, pelas metamorfoses que sofreu, próprias de uma instituição dinâmica e inovadora, passou a chamar-se Universidade Wutivi (UniTiva). ‘Wutivi’ que, na língua changana, uma das mais faladas na região sul de Moçambique, significa ‘Sabedoria’. Mutimucuio explica que bastaram seis anos para que a instituição fosse para além das Ciências Sociais e Humanas. Passou a abranger os domínios das Ciências Naturais e Exactas, das Ciências Técnicas e Tecnológicas e, por via disso, passou a ostentar o grau de Universidade. O nome Wutivi surge a propósito da valorização da investigação, e no sentido de transformar a UniTiva numa universidade de renome, a nível nacional e internacional. Outro desafio, perseguido pela mesma, passa por garantir quadros bem preparados para assumir e executar quaisquer tarefas no processo do desenvolvimento do país. Isto é, a Wutivi pretende garantir que a ligação formação-mercado seja cumprida de forma exemplar e sem

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Última graduação da UniTiva Marketing e Publicidade – 7 Gestão Turística – 4

Gestão de Empresas – 10 Economia Monetária e de Seguros 11 Ciências de Comunicação – 10

DIREITO 67

Informática de Gestão – 11

Contabilidade e Auditoria- 16

Psicologia Social e do Trabalho – 17

Gestão de Recursos Humanos – 34

Gestão Financeira e Bancária – 30

Total quadros 217

Mulheres

Homens

159 73.28%

58 26.72%

paralelo a nível nacional. Em Maio, a UniTiva lançou para o mercado 217 novos quadros. Trata-se da segunda cerimónia de graduação realizada pela instituição, desde a sua fundação, segundo Mutimucuio. Numa primeira análise sobre o universo dos graduados, salta à vista o facto de mais de 70% dos mesmos

serem mulheres. É importante destacar também que 67 do total dos graduados serem formados em Direito, ao que depois se segue a Gestão dos Recursos Humanos com 34 quadros. A Gestão Bancária e Financeira, um dos cursos mais procurados a nível da instituição, surge na terceira posição com 30 licenciados.c


CURRENT

From ISTEG to UniTiva

Knowledge serving the Market The pursuit of higher education in Mozambique is shaking up the sector. Every year a great many mid level candidates become available. Universities and similar institutions have decided to accelerate the pace and the quality of teaching has deteriorated [beliscada?] The ISTEG, which has become UnTiva, says that its mission is to focus on innovation and research. Belizário Cumbe (text)

W

hen it was established seven years ago (in 2008) it was known as the Higher Institute of Technology and Management (ISTEG), and at the time it was led by a well-known academic in Mozambique, Dr. Brazão Mazula. Today, Innocent Mutimucuio is in charge of the institute that, due to changes inherent to a dynamic and innovative institution, has changed is name into University Wutivi (UniTiva). ‘Wutiv’ means wisdom in Changana, one of the languages most spoken in the southern region of Mozambique,. Mutimucuio explains that after six years the institution had to expand beyond the Social Sciences and Humanities. Now it covers the Natural and Exact Sciences and the Technical and Technological Sciences and that is why it has become a University. The name Wutivi comes up in connection with the appreciation of research, in the sense of transforming the UniTiva into a renowned university at national and international level. Another challenge is guaranteeing to deliver graduates that are well prepared to assume and perform any tasks in developing the country. In other words Wutivi intends to ensure that education and market are linked in a way that is exemplary and unparalleled in Mozambique.

In May, 217 students were graduated at UniTiva. It was the second graduation ceremony organized by the institution since its establishment, according to Mutimucuio. A first glance at the graduates shows that more than 70% of them are

women. It should also be noted that 67 students graduated in Law, followed by Human Resources Management with 34 graduates. Banking and Financial Management, one of the most popular courses in the institution comes third with 30 graduates.c

Last graduation of the UniTiva Marketing a Publicity – 7 Tourism Management – 4

Business Administration – 10 Monetary and Insurance Economy 11 Communication Sciences – 10 Management Information Technology – 11

Law 67

Accounting and Auditing- 16

Social and Labour Psychology – 17

Human Resources Management – 34

Banking and Financial Management – 30

Total garduates

Mulheres

Homens

217

159 73.28%

58 26.72%

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Briefing MUNDO

China: Onde quase todos têm telefone celular

O número de telemóveis na China atingiu 1.290 milhões em junho passado, correspondendo a 94,5% da população do país, sendo que também a maioria tem acesso à internet, segundo o ministério chi-

nês da Indústria e Tecnologia de Informação. As duas maiores cidades chinesas (Pequim e Xangai) e duas províncias do litoral (Guangdong e Zhejiang) têm mesmo mais telemóveis do que habitantes. Comparando com os dados do final de 2014, no primeiro semestre deste ano, o número de telemóveis na China aumentou 6,88 milhões, ou seja, mais de um milhão por mês. Cerca de 674 milhões (52,1%) têm acesso à internet (3G e 4G). Segunda economia mundial, com um crescimento de 7% no primeiro semestre deste ano, a China é também o país mais populoso do planeta, com cerca de 1.350 milhões.c

Derrame no Golfo do México dá prejuízo milionário à BP A multinacional British Petroleum (BP) apresentou um prejuízo de 5,8 mil milhões de dólares no segundo

Lista de países com maior número de celulares em uso PAÍS

NO DE CELULARES

POPULAÇÃO

PERCENTAGEM

China

1 290 000 000

1 350 000 000

94.5%

Índia

670 600 000

1 185 000 000

56%

EUA

285 610 000

308 505 000

91%

Rússia

213 000 000

141 940 000

147%

Brasil

194 429 000

191 219 000

103%

Indonésia

168 264 000

229 965 000

73%

Paquistão

109 505 000

168 500 500

65%

Japão

107 490 000

127 530 000

84%

Alemanha

107 000 000

81 882 342

130.1%

México

103 700 000

111 212 000

93.2%

Fonte: Listas e Rankings

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trimestre do ano em curso, reflectindo o valor acordado para pagar indemnizações referentes ao derrame no Golfo do México, que ocorreu em 2010. A petrolífera reconheceu nas contas trimestrais um custo, antes de impostos, de 9,8 mil milhões de dólares, referentes a um acordo de princípio com as autoridades norte-americanas. Apesar de reconhecerem estes valores para indemnizações nas contas, a petrolífera poderá pagar os montantes acordados com as autoridades dos EUA de forma faseada, a um ritmo de cerca de mil milhões de dólares por ano. O acordo para fechar todas as queixas nos EUA, atingido este mês, foi de 18,7 mil milhões de dólares. Excluindo os custos com as indemnizações para compensar os danos causados pelo derrame no Golfo do México, o resultado da BP no segundo trimestre foi de 1,3 mil milhões de dólares, menos 64% que os 3,64 mil milhões registados no mesmo período do ano anterior. Segundo a Bloomberg, foi o menor lucro trimestral dos últimos 10 anos.c


Capital Magazine Ed.90 路 SETEMBRO 2015

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Briefing MUNDO/WORLD

BCP com melhor resultado semestral desde 2007 O Millennium BCP (accionista do Millennium-bim) apresentou, recentemente, o melhor resultado semestral desde 2007, com um lucro de 240,7 milhões de euros nos primeiros seis meses do ano. Apesar destes números, as acções do banco liderado por Nuno Amado estão a ser penalizadas pelos investidores. Os títulos perdem 3,84% para 7,23 cêntimos. O analista André Rodrigues destacou, numa nota a investidores, o “desempenho positivo ao nível da

conta de resultados”. Mas ressalvou que o resultado foi “sustentado em itens de natureza não recorrente”. O BCP conseguiu ganhos de 508,3 milhões de euros em operações financeiras, com a venda de dívida portuguesa a representar uma mais-valia de 385,5 milhões de euros. Já a margem financeira subiu 26,6% no primeiro semestre face ao mesmo período do ano anterior. Mas a evolução no segundo trimestre saiu abaixo do esperado por alguns analistas.c

China: Where almost everyone has a cell phone 2014, in the first half of this year the number of mobile phones in China increased 6.88 million, that is more than one million per month. Approximately 674 million people (52.1%) have Internet access (3G and 4G).

The second economy in the world economy, with a growth rate of 7% in the first half of this year, China is also the most populous country in the world, with about 1.35 billion inhabitants.c

List of countries with more cellphones

The number

of mobile phones in China totaled 1.29 billion last June, corresponding with 94.5% of the population. Most people also have internet access, according to the Chinese Ministry of Industry and Information Technology. The two biggest Chinese cities (Beijing and Shanghai) and two coastal provinces (Guangdong and Zhejiang) even have more mobile phones than inhabitants. Compared with data from the end of

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SETEMBRO 2015 · Capital Magazine Ed.90

COUNTRY

Nr of CELLPHONES

POPULATION

PERCENTAGE

China

1 290 000 000

1 350 000 000

94.5%

India

670 600 000

1 185 000 000

56%

USA

285 610 000

308 505 000

91%

Russia

213 000 000

141 940 000

147%

Brazil

194 429 000

191 219 000

103%

Indonesia

168 264 000

229 965 000

73%

Pakistan

109 505 000

168 500 500

65%

Japan

107 490 000

127 530 000

84%

Germany

107 000 000

81 882 342

130.1%

Mexico

103 700 000

111 212 000

93.2%

Source: Lists and Rankings


Briefing WORLD

Gulf of Mexico oil spill causes loss running into millions for BP The multinational

British Petroleum (BP) posted a loss of 5.8 billion dollars in the second quarter of this year, which reflects the amount agreed upon to pay for compensating the oil spill in the Gulf of Mexico, which occurred in 2010. The oil company’s quarterly accounts indicate a cost, before taxes, of 9.8 billion dollars, referring to a principle agreement with the US authorities. While recognizing these values ​​for allowances in its accounts, the company may pay the amounts agreed upon with the US authorities in a phased manner at a rate of about one billion dollars a year. The agreement to end all claims in the USA, reached this month, has a price tag of 18.7 billion dollars. Excluding the cost of the compensation to offset damage caused by the spill in the Gulf of Mexico, BP’s re-

sults of the second quarter amounted to 1.3 billion dollars, 64% less than the 3.64 million in the same period of

last year. According to Bloomberg, it was the lowest quarterly profit of the last 10 years.c

BCP with best half-year result since 2007

Millennium BCP (shareholder of Millennium bim) recently presented the best half-year result since 2007

with a profit of 240.7 million Euros in the first six months of the year. Despite these figures, shares of the

bank led by Nuno Amado are being punished by investors. The bonds lost 3.84% to 7.23 cents. In a note to investors the analyst André Rodrigues emphasized the “positive performance in terms of profit and loss account”. But he admitted that the result was “sustained in non-recurring items”. BCP gained 508.3 million Euros from financial operations, while the sale of Portuguese debt represented capital gains of 385.5 million Euros. The financial margin rose 26.6% in the first half, compared to the same period of last year. But development in the second quarter turned out to be lower than expected by some analysts.c

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Briefing ÁFRICA

Líderes da África Ocidental unem-se pela causa energética O Presidente

Sector petrolífero na Nigéria

25 Mil barris são desviados diariamente O Presidente

nigeriano, Muhammadu Buhari, declarou guerra contra a corrupção na Nigéria. Buhari garante que vai descobrir as contas dos indivíduos que desviaram dinheiro das receitas do petróleo, proceder ao seu congelamento, recuperar os fundos pilhados e processar os culpados. O estadista nigeriano, que foi eleito com base na sua promessa de lutar contra a corrupção e a insegurança, bem como de restabelecer na boa via a economia oscilante do país, deplorou o facto de que a corrupção na Nigéria se tornou quase numa cultura de engano de pessoas honestas e revelou que 25 mil barris de crude nigerianos são roubados por dia, e que depois de vendidos o dinheiro é depositado em contas individuais. É importante destacar que a Nigéria é o maior produtor de petróleo de África e mais de 90% das suas exportações dependem deste sector.c

Exportações nigerianas Petróleo e seus derivados – 95% Outros – 4% Cacau e amêndoas – 1% Fonte: Guia de Negócios - Nigéria

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SETEMBRO 2015 · Capital Magazine Ed.90

da Costa do Marfim Alassane Ouattara lançou, recentemente, em Abidjan, o Grupo Africano de Líderes de Energia (AELG, sigla em inglês) da África Ocidental, que junta políticos e empresários. A iniciativa visa a concepção de planos concretos no impulsionamento de reformas no sector energético. A África subsaariana tem o nível mais baixo de acesso à energia eléctrica no mundo e a África Ocidental tem a maior pobreza energética do continente. Como tal, o AELG pretende identificar projectos viáveis principalmente no que concerne à energia limpa e renovável. O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) estima que será necessário um investimento anual na ordem de 42 mil milhões de dólares para atender à demanda energética no continente até 2040. Porém, a falta de políticas públicas claras e de projectos viáveis dificulta a concretização de muitas iniciativas. Entre outros, a iniciativa junta os antigos presidentes da Nigéria e do Gana, Olusegun Obasanjo e John Kufuor, respectivamente, para além do músico

senegalês-americano, Akon, patrono do Akon Lighting Africa, um programa que pretende garantir a iluminação de comunidades rurais em 11 países africanos.c

DESTAQUE

Fluxo de capitais ilícitos atinge 60 biliões USD por ano

Os fluxos financeiros ilícitos provenientes do continente africano estimam-se em cerca de 60 biliões de dólares americanos anuais, segundo um relatório do Escritório das Nações Unidas contra a Droga e o Crime (ONUDC). A esta realidade, acresce-se o facto de que o branqueamento de capitais no mundo inteiro era de 1.6 milhões de dólares em 2009, o que corresponde a 2,7% do Produto Interno Bruto (PIB) global, segundo o documento. Neste momento, África intensifica acções que visam o combate a estes fenómenos que são, de resto, nocivos ao desenvolvimento do continente.c


Briefing ÁFRICA /AFRICA

skom produz energia limpa A central

eólica da empresa pública sul-africana de energia eléctrica, Eskom, alcançou a capacidade de produção e comercialização de 100 Megawatts de energia. A iniciativa custou 45 milhões de dólares disponibilizados pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD). Neste momento, a África do Sul está a enfrentar uma crise energética sem paralelo. Desde o início deste ano, a nação mais industrializada de África tem estado, de alguma forma, às escuras.

Trata-se duma crise que, para além de prejuízos na ordem de 20 biliões de rands em cada 10 horas de corte de electricidade por dia, já custou a demissão de dois presidentes do Conselho de Administração, sem falar de outros administradores e técnicos de alto nível. Neste momento, a Eskom desdobra-se na criação de soluções para este dilema que parece estar a levar ao limite a capacidade de imaginação dos respectivos gestores e autoridades governamentais.c

ruption and insecurity and to put the country’s flagging economy on a sure footing, deplored the fact that corruption in Nigeria has almost become a culture of cheating honest people. He revealed that 25 thousand barrels of Nigerian crude oil is stolen per day, and that upon being sold the money is deposited in individual bank accounts. It should be noted that Nigeria is the largest oil producer in Africa and that more than 90% of its exports depend on this sector.c

Oil sector in Nigeria

25 Thousand barrels stolen each day

Nigerian exports Oil and oil derivates – 95% Other – 4% Cocoa and almonds – 1% Source: Business Guide - Nigeria

Nigerian President Muhammadu Buhari has declared war against corruption in Nigeria. Buhari ensures that he will find the accounts of the individuals who diverted money from oil revenues, proceed to freeze them, recover the looted funds and prosecute the culprits. The Nigerian statesman, who was elected on his promise to fight cor-

West African leaders unite around energy The President of Ivory Coast Alassane Ouattara launched recently in Abidjan the African Energy Leaders Group (AELG) of West Africa, which

brings together politicians and businessmen. The initiative aims at developing concrete plans to boost reforms in the energy sector. Sub-Saharan Africa has the lowest level of access to electricity in the world and West Africa is the poorest region in terms of energy use of the continent. As such, AELG aims at identifying viable projects particularly with respect to clean, renewable energy. The African Development Bank (ADB) estimates that an annual investment of 42 billion dollars will be needed to meet the energy demand of the continent by 2040. However, the lack of clear policies and viable projects hampers the implementation of many initiatives. Among other things, the initiative brings together the former presidents of Nigeria and Ghana, Olusegun Obasanjo and John Kufuorely, in addition to the Senegalese-American musician, Akon, patron Akon Lighting Africa, a programme that intends to ensure the lighting of rural communities in 11 African countries.c

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Briefing AFRICA

HIGHLIGHT

Illicit capital flow reaches USD 60 billion per year [don’t you think when you write?] in 2009, which corresponds to 2.7% of global gross domestic product (GDP), according to the document. At present Africa intensifies actions to combat these phenomena which hamper the development of the continent.c

Illicit financial

flows from Africa are estimated at about USD 60 billion per year, according to a report of the UN Office on Drugs and Crime (UNODC). Added to this is the fact that money laundered worldwide totaled USD 1.6 million

Eskom produces clean energy The wind

farm of the South African public electricity company Eskom has reached its production and marketing capacity of 100 Megawatts. The initiative cost USD 45 million, made available by the African Development Bank (ADB). At present South Africa is facing an

energy crisis without parallel. Since the beginning of this year the most industrialized nation in Africa has in some way been in the dark. It is a crisis that, in addition to losses in the order of 20 billion rand for every 10 hours of power outage, has cost the two presidents of the Board

of Directors their job, not to mention other administrators and high level technicians. Right now Eskom is scrambling to find solutions to this problem, something which seems to push the imagination of its managers and government officials to the limit.c

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Briefing MOÇAMBIQUE

Balança comercial do LNG: 2014 vs 2013 5 4 YOY Prices 3 2

-$0.20

A multinacional

norte-americana Anadarko vai investir 180 milhões de dólares para transferir as comunidades abrangidas pelo traçado do projecto de liquefacção de gás natural no distrito de Palma, em Cabo Delgado. O reassentamento vai abranger cerca de cinco mil pessoas que vivem na península de Afungi, zona escolhida pela petrolífera para desenvolver o projecto de gás natural. Para o efeito, o Ministério da Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural e a Anadarko assinaram um memorando que define as condições em que serão reassentadas as comunidades, nomeadamente, tipo de habitação, indemnizações, infra-estruturas sociais e projectos de

S/mm Btu

-$0.40 -$0.60 -$0.80

-2

-$1.00

-3

-$1.20

Fonte: Global LNG Market Outlook 2014-15

-$1.40

ções anteriores das receitas do Estado foram baseadas em previsões de preços para o LNG da Ásia, que já não são credíveis devido à produção de gás de xisto nos Estados Unidos e à queda dos preços internacionais do petróleo. Preços mais baixos significam menos receita para o Estado e podem pôr em risco a futura expansão da produção do LNG do Rovuma.c Para receber voos internacionais

Aeroporto de Nacala aguarda certificação ainda este ano

(-5.19bbI

da província de Nampula, Francisco Bonzo. Uma equipa da Aviação Civil nacional esteve em Nacala para trabalhar no cronograma das actividades previamente traçadas para a atribuição do almejado certificado. O Aeroporto de Nacala, que converge numa Zona Económica Especial com o porto de águas profundas e com um parque industrial (ainda em fase de expansão), custou 176 milhões de dólares norte-americanos, e as obras foram executadas pela empresa brasileira Odebrecht.c

?

SABIA QUE

70% das infraestruturas são financiadas pela China

desenvolvimento socioeconómico.

Acordos de alto risco Um estudo recente do Centro de Integridade Pública (CIP) revelou que os acordos de venda para o Gás Natural Liquefeito (LNG) do Rovuma estão a ser negociados numa altura em que os preços do gás estão mais voláteis do que nunca. As projec-

M. Europa

US/Can

Latin Am.

Asia/M.E.

-2

Supply

mt

1 0

N. Europa

Europa -1.6 mt

JCC

$0.00 Asian spot

Definidas regras de reassentamento em Palma

O Aeroporto Internacional de Nacala poderá obter até ao final do ano certificação internacional de modo a receber voos de aeronaves internacionais de grande porte. A informação foi revelada pelo director dos Transportes e Comunicações

Cerca de 70% do investimento efectuado em Moçambique no sector das infra-estruturas são realizados por empresas chinesas. Trata-se de um cenário que está a garantir um progresso rápido em termos de cooperação económica e comercial.c

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Briefing MOÇAMBIQUE /MOZAMBIQUE

Sector pesqueiro cresce na última década Moçambique

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262 825

190 542 222 939 131 517 85 221

81 691

167 116

88 443

2005

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

Fonte: Ministério das Pescas

price forecasts in Asia, which are no longer credible because of the production of shale gas in the United States and the fall in international oil prices. Lower prices mean less revenue for the state and this may jeopardize future expansion of LNG production from the Rovuma basin.c

A recent study by the Center for Public Integrity (CIP) showed that the sales agreements for Liquefied Natural Gas (LNG) of the Rovuma basin are being negotiated at a time when gas prices are more volatile than ever. Previous projections of state revenues were based on LNG

LNG Trade Balance: 2014 vs 2013 5 4 YOY Prices 3 2

M. Europe

US/Can

-2

Latin Am.

0

N. Europe

1

S/mm Btu

-$0.20 Europe -1.6 mt

JCC

Asian spot

$0.00

Asia/M.E.

The US multinational Anadarko will invest 180 million dollars to transfer the communities affected by the design of the natural gas liquefaction project in the district of Palma district in Cabo Delgado. Resettlement will include about five thousand people living in the Afungi peninsula, the area chosen by the oil company to develop the natural gas project. To this end the Ministry of Land, Forestry and Rural Development and Anadarko signed a memorandum establishing the conditions for the resettlement of the communities, in particular the type of housing, compensation, social infrastructure and socioeconomic development projects. High risk agreements

(Toneladas)

246 760

Supply

Resettlement rules defined in Palma

Evolução da produção de Pescado

mt

é um país com grandes potencialidades pesqueiras. As mesmas derivam da sua localização geográfica que conta com uma extensão de litoral de 2,750 km e 200 milhas da costa de Zona Económica Exclusiva (ZEE), possuindo, deste modo, uma diversidade de recursos de pesca. Como forma de fazer valer este potencial, ao longo dos últimos 10 anos, o sector das pescas cresceu à semelhança do que aconteceu com a economia nacional. A previsão de produção pesqueira neste período era de 150 mil toneladas, no entanto, no ano de 2013 registou-se mais de 200 mil toneladas (um crescimento na ordem de 160%), numa clara demonstração da superação da meta.c

-$0.40 -$0.60 -$0.80

-2

-$1.00

-3

-$1.20

Source: Global LNG Market Outlook 2014-15

-$1.40

(-5.19bbI


Briefing MOZAMBIQUE

In order to receive international flights

Nacala Airport awaits certification this very year

?

The Nacala International Airport may obtain international certification to land flights from major international aircraft by the end of this year. The information was revealed by the Director of Transport and Communications of Nampula province, Francisco Bonzo. A team from the National Civil Aviation was in Nacala to work on the schedule of activities previously outlined for attributing the desired certificate. The Nacala Airport, which is located in a Special Economic Zone with the deep-water port and an industrial park (still in its expansion phase), cost USD 176 million and the works were executed by the Brazilian company Odebrecht.c

DID YOU KNOW THAT

70% of the infrastructure is financed by China

About 70% of the investments in infrastructure in Mozambique are made by Chinese companies. It is a scenario which ensures rapid progress in terms of economic and trade cooperation.c

Fishery sector growths in the last decade is a country with great fishing potential, due to its geographical location with a coastline of 2.750 kilometers and a 200mile Exclusive Economic Zone (EEZ), thus having a variety of fish resources. In order to cash in on this potential over the past 10 years, the fishery sector has grown in tandem with the national economy. The forecast of fishery production in this period was 150 thousand tons [per year?], however, more than 200 thousand tons was registered in 2013 (a growth of 160%), a clear demonstration of how the targert has been surpassed.c Mozambique

evolution of fishery production 246 760 262 825

190 542 222 939 131 517 85 221

81 691

2005

167 116

88 443

2006

2007

2008

2009

2010

2011

2012

2013

Source: Ministry of Fishery

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DOSSIER

Urge revitalizar a indústria do caju O Governo de Moçambique através do Instituto de Fomento de Caju (INCAJU) está empenhado na revitalização e fortificação da indústria da castanha de caju. Aliás, o País já foi o maior produtor da castanha de caju na década de 70, altura em que chegou a comercializar mais de 270 mil toneladas. Gildo Mugabe (texto)

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uem não gosta de um sumo delicioso de caju? Quem se arrisca a perder uma bebida tropical e refrescante proveniente do sumo de caju? O fruto além da bebida que

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proporciona, apresenta como mais valia a sua castanha. O caju, além da sua beleza especial e da excelência das suas qualidades gustativas, destaca-se pelo alto valor nutritivo, principalmente em relação

ao teor de vitamina C, sendo de três a cinco vezes superior ao da laranja. Além de proporcionar ao consumidor o cálcio, fósforo, vitamina A, complexo B, potássio e ferro, fortalecendo assim o seu sistema imunológico e combatendo


o estresse. Em abono da verdade, a castanha de caju é considerada um escudo contra várias doenças.

Produção e comercialização Infelizmente, nos últimos anos, Moçambique reduziu drasticamente a produção e comercialização deste precioso alimento. Por exemplo, depois de ter comercializado mais de 270 mil toneladas da castanha de caju na década 70, facto que lhe conferiu o estatuto de maior produtor mundial da castanha de caju, actualmente, o país comercializa apenas 70 a 80 mil toneladas por ano. As estatísticas apontam para a comercialização da castanha de caju e não para a produção porque o País, ao que tudo indica, não está em condições de registar a produção feita, mas sim a comercializada. “Quero dizer, em outras palavras, que o país não está a produzir apenas 80 mil toneladas por ano, naturalmente que é muito mais do que isso. Dois estudos realizados no mercado informal pela Universidade Eduardo Mondlane e outro por um consultor privado, mostram que das 80 mil toneladas produzidas anualmente se acresce mais 40%. Ou seja, o país pode estar a produzir mais de 120 mil toneladas por ano”, disse em exclusivo à Revista Capital Filomena Maiope, directora nacional do INCAJU. De acordo com Filomena Maiope, nos últimos 8 ou 10 anos, concretamente na campanha 2004/2005, Moçambique comercializou 105 mil toneladas e, de 2010 a 2011, foram 112 mil. Ou seja, estas foram as duas campanhas de pico quando comparado com a produção da década 70.

Contribuição da castanha de caju para a economia Afinal qual é a contribuição deste sector para o PIB nacional? Questionamos a Directora Nacional do INCAJU, ao que respondeu nos seguintes termos: “Não vou falar da contribuição para o Produto Interno Bruto, mas sim da sua contribuição na balança de pagamento que é de 14 a 15% sem a contribuição dos grandes projectos e de 3 a 4% com a contribuição dos grandes projectos”, respondeu Maiope. Em outras palavras a fonte precisou que este sector movimenta actualmente 20 milhões de dólares norte-americanos contra 49 milhões anteriores. Filomena Maiope disse igualmente que a castanha moçambicana é processada em 13 fábricas todas localizadas na província de Nampula e comercializada localmente sendo que o remanescente é exportado para o mercado asiático, mais concretamente para a Índia. Infelizmente, lamenta Maiope, ainda existe uma outra parte daquele bem que ainda não é quantificada, aquela que é produzida e comercializada no mercado informal com ênfase para as províncias de Nampula, Cabo Delgado, Sofala e Gaza. Ainda na esteira desta entrevista a Directora Nacional do INCAJU fez saber que o Governo está preocupado com o preço da castanha de caju, que não se encontra padronizado. A título de exemplo, segundo Maiope, no sector formal 1kg da castanha de caju era comercializado entre 15 e 17 meticais na campanha finda e no sector informal os preços rondavam entre os 20 e os 30 meticais/kg. “O Governo está a propor ao Conselho de Ministros a introdução de um preço

de referência. A nível do Ministério da Agricultura e do Conselho Consultivo já estamos a discutir e concordamos em padronizar o preço da castanha de cajú”, revelou a Filomena Maiope.

Comércio informal da castanha de caju preocupa Governo De acordo com a directora nacional do INCAJU, o Governo está preocupado com a comercialização paralela da castanha de caju. Filomena Maiope garante que a intenção do Governo não é eliminar este sector, mas perceber como funciona. “Ao longo da Estrada número 1 é possível ver muitos jovens que se dedicam à venda da castanha de cajú. Queremos perceber como eles funcionam, como podemos acolhê-los em associações ou cooperativas. Assim, será muito mais fácil encontrar mecanismos de apoio no sentido dos mesmos contribuírem para a receita do país”, esclareceu Maiope.

Pulverização a conta-gotas Se realmente o País tenciona voltar a ocupar os lugares cimeiros na produção e comercialização da castanha de caju, deve imprimir uma outra dinâmica no processo de pulverização de cajueiros. Torna-se importante que mais recursos humanos dotados de técnicas bem como recursos financeiros sejam mobilizados em prol desta causa. Aliás, dos 31 milhões de cajueiros existentes no país, apenas 5 milhões são pulverizados, daí que há uma necessidade de olhar para este sector com maior responsabilidade. Segundo Maiope, não é possível eliminar na totalidade as pragas que afectam o cajueiro, mas é possível controlar, é possível prevenir para que os danos sejam controlados.c

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DOSSIER

It is necessary to revitalize the cashew industry The Government of Mozambique, through the Cashew Promotion Institute (INCAJU), is committed to the revitalization and strengthening of the cashew industry. Incidentally Mozambique was the largest cashew nut producer of the 70s, when it managed to market than 270 thousand tons. Gildo Mugabe (text)

W

ho doesn’t like delicious cashew juice? Who would want to miss a tropical and refreshing drink made from cashew juice? The fruit and the rink made of it add value to the cashew nut. Cashew, apart from its special beauty and its excellent taste, stands out for its high nutritional value, especially with regard to its vitamin C content, which is three to five times that of orange. In addition it offers the consumer calcium, phosphorus, vitamin A, vitamin B complex, potassium and iron, thus strengthening the immune system and combating stress. Truth be told, the cashew nut is considered a shield against various diseases.

Production and marketing Unfortunately in recent years Mozambique has drastically reduced the production and marketing of this precious food. For example, while more than 270 thousand tons of cashew nut were marketed in the 70, something which made the country

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into world’s largest cashew nut producer, at present the country sells a mere 70-80 thousand tons per year. Statistics use data on the marketing rather than the production of cashew nuts, because the country seemingly is not able to register production, contrary to what has been marketed. This means that the country is not producing 80 thousand tons per year, obviously it is much more than that. Two studies conducted by the Eduardo Mondlane University and one by a private consultant about the informal market show that to the 80 thousand tons produced annually should be added more than 40%. In other words, the country may be producing more than 120 thousand tons per year, according to Filomena Maiope, national director [do they also have an international director? If not, what is the point of ‘national’?] of INCAJU in an exclusive interview with Capital. According to Filomena Maiope in the last 8 or 10 years, specifically during the 2004-2005 campaign, Mozambique marketed 105 thousand tons and 112 thousand tons during the 2010-2011 campaign. These were the two peak campaigns, compared with the production sold in the 70s.

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Cashew’s contribution to the economy What is the contribution of this sector to the country’s GDP? When asked, INCAJU’s general director replies as follows: “I will not refer to the contribution to GDP but to its contribution to the balance of payments, which is 14-15% without counting the contribution of major projects and 3-4% when major projects are taken into account”. In other words, as she points out, this sector currently has a turnover of USD 20 million, as opposed to USD 49 million in the past. She also said that Mozambican cashew is processed in 13 factories all located in the province of Nampula and marketed locally. The remainder [which remainder?] is exported to the Asian market, more specifically to India. Unfortunately, according to Maiope, there is also another part of the cashew production as yet unquantified, which is produced and sold in the informal economy, especially in the provinces of Nampula, Cabo Delgado, Sofala and Gaza. After the wake she informed that the Government is concerned about the price of cashew nut, which is not standardized. For example, according Maiope 1kg of cashew from the last campaign is sold for between 15 and 17 meticais in the formal sector while prices in the informal sector vary between 20 and 30 meticais per kg. “The Government proposes to the Council of Ministers the introduction of a reference price. Within the Ministry of Agriculture

and the Advisory Board we are having these discussions and we agreed to standardize the cashew nut price”, so Filomena Maiope.

Informal cashew trade worries Government She states that the Government is concerned about the parallel trade in cashew nut and she ensures that it is not the intention of the Government to eliminate this sector, but to understand how it functions. “Along national highway EN1 you see many young people busy selling cashew nuts. We want to understand how they work, how we can integrate them into associations or cooperatives. That way it will be much easier to find support mechanisms in the sense that they contribute to the country’s revenue”, so Maiope. [not clear to me]

Spraying using the drip method If the country really intends to re-occupy the top position in the production and marketing of cashew nut, it should instill another dynamic in the cashew spraying process. It is important that more people with technical and financial resources are mobilized to this end. As a matter of fact, of the 31 million existing cashew trees in the country, only 5 million are sprayed, hence there is a need to take a good look at this sector. According Maiope, it is not possible to fully eliminate the pests affecting the cashew tree, but it is possible to control them, it is possible to prevent in order to control damage.c


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Foco ECONOMIA

Dólar asfixia metical e moedas internacionais O fortalecimento do dólar americano não está a acontecer exclusivamente em relação ao Metical, mas perante todas as principais moedas internacionais. Gildo Mugabe (texto)

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ue o dólar está a crescer e ao rubro ninguém duvida. Entretanto, a sua hegemonia face a outras moedas bem posicionadas a nível internacional já preocupa institu-

ições de financiamento, como o FMI e o Banco Mundial. Só para se ter uma ideia, no fecho do mês de junho, a Libra registou perdas nominais avaliadas em 9 por cento perante o dólar norte-americano.


é geral e que não afecta somente o metical, mas todas as principais moedas transacionadas a nível internacional. Esta informação foi tornada pública pelo administrador do Banco de Moçambique, Waldemar de Sousa, que falava durante a cerimónia de apresentação do relatório sobre a Conjuntura Económica e Perspectivas de Inflação. Para o caso de Moçambique em particular, de Sousa explicou que a fortificação da moeda norteamericana deve-se a vários factores, nomeadamente o défice da conta corrente da balança de pagamentos, bem como a factores de natureza psicológica e de expectativas face ao mercado. “A depreciação acentuada do metical face ao dólar norte-americano observa-se desde o último trimestre de 2014, com alguns intervalos de estabilidade, tendo, no final de junho de 2015, o dólar no mercado cambial interno sido cotado a um câmbio médio de 39,03 meticais, o que representa uma depreciação acumulada e anual do metical de

23,55% e 27,34%, respetivamente”, de acordo com Waldemar de Sousa. De acordo com aquele funcionário sénior do Banco Central, a moeda moçambicana também tem registado perdas em relação ao euro e ao rand sul-africano, com uma depreciação anual de 4,5% e 11,07%, respectivamente. Quanto ao Produto Interno Bruto de Moçambique, Waldemar de Sousa fez saber que houve crescimento na ordem dos 5,9% no primeiro trimestre deste ano. Até ao final de Junho, o país tinha constituído reservas internacionais líquidas no valor de 2,6 mil milhões de dólares (2,3 mil milhões de euros), o que corresponde a um aumento de 111,7 milhões de dólares (101,2 milhões de euros). No que diz respeito à inflação, segundo Waldemar de Sousa, a mesma foi negativa e fixou-se nos 0,46% em Junho, pelo terceiro mês consecutivo, explicada pela queda dos preços dos produtos alimentares agrícolas, com destaque para o coco, tomate, alface, couve, milho e farinha de milho.c

Ainda no período em alusão, o Euro continuou a registar elevadas perdas nominais face ao dólar na ordem dos 23 por cento e o Yen em 21 por cento. E em termos de moedas da região da SADC, visualiza-se que o Rand sul-africano acumulou em termos anuais uma depreciação de 18% face ao dólar norte-americano. Já o metical, ainda com uma tendência mais recente de evolução moderada sob o ponto de vista cambial, acumulou uma depreciação de 25% face ao dólar americano.

Dólar soma e segue Com estes dados, fica claro que a tendência do fortalecimento do dólar

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Focus on Economy

Dollar stifles the metical and international currencies The US dollar is not only strengthening in relation to the Metical, but against all major international currencies. Gildo Mugabe (text)

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hat the dollar is rising to new highs is not doubted by anyone. However, its supremacy vis-á-vis other currencies well positioned internationally already worries financial institutions such as the IMF and the World Bank. Just to give you an idea, at the end of June the pound recorded nominal losses estimated at 9 percent against the US dollar. In the same period the euro continued to record high nominal losses against the dollar in the order of 23 percent while the yen lost 21 percent. In terms of currencies from the SADC region we see that the South African Rand shows an accumulated loss of 18% against the US dollar on an annual basis. The metical, while showing a more recent trend of moderate growth from a foreign exchange point of view, accumulated a 25% loss against the US dollar.

Dollar sum and follows With these data, it is clear that the trend of a strengthening dollar is general and does not only affect the metical, but all major currencies traded internationally. This was made clear by the administrator of the Bank of Mozambique, Waldemar de Sousa, who spoke at the presentation ceremony of the report on Economic Situation and Inflation Prospects. In the case of Mozambique in particular, de Sousa explained

that the strengthening of the US dollar is due to several factors, in particular the current account deficit of the balance of payments as well as psychological factors and expectations regarding the market. “The sharp depreciation of the metical against the US dollar from the last quarter of 2014 onwards, with some intervals of stability and an average exchange rate of 39.03 meticais to the dollar on the domestic foreign exchange market at the end of June 2015, represents a cumulative and annual depreciation of the metical of 23.55% and 27.34%, respectively”, according to de Sousa. He stated that the Mozambican currency has also recorded losses against the euro and the South African rand, with an annual depreciation of 4.5% and 11.07%, respectively. As for Mozambique’s GDP de Sousa informed that it increased around 5.9% in the first quarter of this year. By the end of June, the country had a net international reserves amounting to USD 2.6 billion (2.3 billion euros), corresponding to an increase of 111.7 million dollars (101.2 million euros). As far as inflation is concerned, de Sousa indicated that it was negative and at 0.46% in June, the third consecutive month, due to the fall in prices of agricultural food products, in particular coconut, tomato, lettuce, cabbage, maize and maize meal.c

The sharp depreciation of the metical against the US dollar from the last quarter of 2014 onwards

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Foco FINANÇAS

Aumentam níveis de crédito mal parado na banca nacional Depois ter fechado com um indicador de 3% de crédito mal parado no ano passado, o sistema bancário nacional, de acordo com as últimas actualizações do Banco Central, registou um incremento deste rácio na ordem de 4%. Gildo Mugabe (texto)

De acordo com o administrador e porta-voz do Banco de Moçambique, Waldemar de Sousa, este indicador é preocupante embora esteja na banda dos critérios aceitáveis, ou seja, abaixo dos 5%. “Embora esteja na banda dos critérios aceitáveis, ou seja,

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inferiores a 5%, começa a reportar sinais de alguma preocupação, dado que vai significar que daqui em diante algumas instituições onde estão concentrados os maiores problemas de inadimplência terão que fazer um exercício interno na análise de vários projectos de

crédito que lhes são submetidos”, esclareceu Waldemar de Sousa. E mais, o administrador referiu igualmente que, com esta subida de crédito mal parado, as instituições bancárias que operam no território nacional terão de fazer provisões para dar cobertura a essa tendência de crédito mal parado. Entretanto, o Banco de Moçambique, fazendo uso das suas funções como regulador e supervisor das instituições de crédito que operam no mercado moçambicano, tem vindo a fazer testes de esforços do sistema bancário nacional. Tal como referiu o administrador daquela instituição bancária, esses testes de esforços são realizados consoante determinados sinais de choques que a economia pode porventura enfrentar num contexto de riscos acentuados. Apesar deste cenário preocupante, o sector bancário moçambicano está a crescer e a expandir-se de uma forma significante. A título de exemplo, neste momento existem cerca de 584 balcões no país. Ou seja, a rede bancária está fisicamente presente em 70 distritos, o sistema de pagamento modernizado ronda os 1.414 e existem mais de 3.900 mil contas bancárias actualmente. c


Focus on FINANCE

National banks see an increase in bad debt levels Depois ter fechado com um indicador de 3% de crédito mal parado no ano passado, o sistema bancário nacional, de acordo com as últimas actualizações do Banco Central, registou um incremento deste rácio na ordem de 4%. Gildo Mugabe (text)

After having closed last year with a bad debt indicator of 3% the domestic banking system, according to the latest updates from the Central Bank, recorded an increase to a ratio of 4%. According to the administrator and spokesman of the Bank of Mozambique, Waldemar de Sousa, this indicator is cause for concern although it is still within acceptable bounds, i.e. under 5%. “Although it is within the band of acceptable criteria, that is, less than 5%, it begins to be a cause for concern because it will mean that from now on some institutions where the major problems of default are concentrated will have to make serious efforts to analyze the various credit projects submitted to them”, so de Sousa. In addition, the administrator also noted that, with this increase in bad debt the banking institutions operating in the country will have to make provisions in order to cover this increase in bad loans. However, the Bank of Mozambique in its capacity as regulator and supervisor of credit institutions operating in the Mozambican market has been doing some tests to gauge the efforts

made by the national domestic banking system. According to the Bank’s administrator, these tests are conducted according to certain signs of setbacks that the economy may face in a context of increased risk. Tal como referiu o administrador daquela instituição bancária, esses testes de esforços são realizados consoante determinados sinais de choques que a economia pode porventura enfrentar num contexto de

riscos acentuados. Despite this worrying scenario, the Mozambican banking sector is growing and expanding in a significant way. For example, right now the country has about 584 [how many?] bank branches. This means that the banking network is present in 70 districts, the modernized payment system [what is this?] consists of 1,414 [what?] and jointly the banks have more than 3.9 million bank accounts.c

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Foco EMPRESA

Torresrani, vocacionado para o lazer e o negócio Cerca de 200 milhões de dólares norte-americanos foram investidos pelo grupo Rani Investiment na construção de duas torres, sendo que uma se destina ao sector empresarial, e a outra está preparada para responder à procura de habitação na zona nobre da cidade de Maputo. Gildo Mugabe (texto)

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nstaladas numa área de 71 mil metros quadrados, numa zona nobre de Maputo com vista para o mar, as duas torres possuem uma vocação residencial, com 181 apartamentos mobilados, e um perfil executivo, com uma área de

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22 mil metros quadrados destinada a escritórios, além de dois andares reservados para um parque de estacionamento coberto. Na verdade, estes empreendimentos respondem à crescente procura de serviços com qualidade na área

do turismo e dos negócios, tendo em conta o número progressivo de pessoas interessadas em investir no território nacional. Aliás, as torres em construção representam um marco imobiliário que reflecte a ambição e diversificação que se espera alcançar. Tal como fez o saber o presidente do Conselho de Administração do grupo Rani Investment, Salim Bitar, Moçambique precisa de mais investimentos nesta área, como forma de acelerar os níveis de competitividade nela existente, o que, por sua vez, vai proporcionar serviços de qualidade para os investidores. Salim Bitar admitiu existência de riscos neste investimento, apontando concretamente para o aumento dos custos de energia, considerando-os como meros problemas imediatos. “Confiamos nas acções do Governo para nos proporcionar um ambiente saudável para o nosso investimento, e, além disso, as expectativas que o FMI tem sobre a economia moçambicana são positivas, e isso motiva-nos”, frisou. Refira-se que o grupo Rani Investment está em Moçambique há mais de 15 anos e é proprietário de quatro unidades hoteleiras no país.c


Focus on BUSINESS

Torresrani, focused on leisure and business About 200 million US dollars have been invested by the Rani Investment Group in building two towers, one for the business sector, and the other is for meeting the demand for housing in the prime area of the city of Maputo. Gildo Mugabe (text)

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ocated in an area of ​​71 thousand square meters in a prime area of Maputo ​​ overlooking the sea, the two towers offer living space, containing 181 furnished apartments, and a business area of 22 ​​ thousand square meters for offices, while two floors are reserved for a covered car park. In fact, these projects respond to the growing demand for quality services in tourism and business, taking into account the growing number of people interested in investing within the country. Incidentally, the towers under construction represent a milestone in real estate, which reflects the ambition and diversification hoped for. According to Salim Bitar, the president of the Board of Directors of the Rani Investment Group, Mozambique needs more investments in this area in order to speed up existing levels of competitiveness which, in turn, will provide quality services for investors. Mr. Bitar admitted that there are risks for this investment, pointing specifically to the rise in energy costs, but he considers these to be mere start-up problems. “We trust in the actions of the Government to provide us with

a healthy environment for our investment, and in addition the expectations the IMF has with respect to the Mozambican economy are positive, and this motivates us”, he

said. The Rani Investment Group is already active in Mozambique for more than 15 years and owns four hotels in the country.c

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Tema de FUNDO

O mundo das mulheres empresárias Letícia Klemens, a presidente da Associação das Mulheres Empresárias e Empreendedoras de Moçambique (FEMME), aborda os desafios que as empresárias enfrentam na área financeira, sobretudo no acesso ao crédito bancário, assim como o papel da mulher no sector agrícola e informal e a fragilidade do ambiente de negócios. Como metas, Klemens aponta a criação de uma Cooperativa Solidária e de uma Federação. Gildo Mugabe (texto)

Quando foi criada a Associação de Mulheres Empresárias e Empreendedoras de Moçambique, mais conhecida por FEMME?

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FEMME significa ‘mulher’ em francês e foi criada a 5 de Maio de 2009. Hoje conta com 97 membros e está estruturada em 7 direcções, nomea-


damente, Direcção de Desenvolvimento Institucional; Direcção de Negócios; Direcção da Área Social; Direcção de Relações Internacionais; Direção de Políticas Internas; Direcção Financeira e Direcção de Marketing. Qual foi o principal motivo que ditou a criação da FEMME? Como base para a criação desta Associação sentimos que há muitas razões e como deve saber no nosso mercado há muitas oportunidades e muita coisa ainda por se fazer. Quando iniciámos com a Associação tivemos muitas razões, e, ao mesmo tempo, deparámo-nos com tantas ideias sem concretização, baixa motivação, falta de apoio a nível institucional, burocracia, apoios centralizados, network inexistente e falta

de união em vários sectores.

isso que não queremos.

Quanto tempo levou a FEMME para começar efectivamente a funcionar? Levamos cerca de dois anos para criar um grupo de trabalho, criar um método de trabalho. Só há dois anos é que de facto conseguimos ter um Plano Estratégico. Ou seja, levamos muito tempo para o desenvolvimento institucional. Esse tempo que levamos - tendo em conta que existem mulheres interessadas com que a organização vá a avante - fez com que a dinâmica seja mais efectiva, mais rápida do que até esperávamos.

Qual são os principais desafios que a mulher empresária enfrenta actualmente? Os desafios são vários, mas importa destacar o difícil acesso ao crédito, a educação e o treinamento, a própria formação bem como a falta de capacidade para elas gerirem as suas empresas. Estes problemas afectam os dois sectores, quer o informal quer o formal. Nós optámos por criar uma solução viável para a questão de financiamento em particular.

Há tantas associações com os mesmos objectivos no país. O que torna a FEMME diferente das outras? Temos uma estrutura para funcionar de forma diferente com outras associações em termos de gerência. Repare que no associativismo não há salários. Tudo funciona na base do voluntarismo, o que nos obrigou a ter que criar um modelo flexível e esse modelo encaixou-se nos nossos objectivos. Nós desenvolvemos nossos negócios de uma forma sustentável porque reparamos que no mercado não existe isso. Há dificuldades no seio empresarial das mulheres e a FEMME procura colmatar essas barreiras. A FEMME trabalha apenas com o sector informal ou com o formal? Não trabalhamos apenas com mulheres no sector formal, também olhamos para o sector informal e não tem sido fácil para ajudar todas porque ainda não temos uma base na totalidade. De que nos valerá corrermos até ao topo e mostrarmos o que é bonito, enquanto não temos nenhuma sustentabilidade? Corremos o risco de desmoronar e é exactamente

O que foi feito concretamente? Decidimos criar a Cooperativa Solidária. O projecto nasceu da necessidade de satisfazer as necessidades das empresárias moçambicanas. Neste momento, encontra-se na sua última fase de concepção. Já fechámos com os nossos parceiros, e temos cerca de 45 mulheres que acreditaram neste projecto e já estão a fazer as suas poupanças. Mas como vai funcionar esta cooperativa? Trata-se de uma cooperativa, assim sendo nós poupamos dinheiro que, por sua vez, será dado em forma de crédito às mulheres. Esse crédito terá uma taxa de juro muito baixa em comparação com a que é praticada no mercado. Como é que a FEMME apoia as mulheres na área de agricultura? Na área da agricultura temos uma empresa chamada Importação e Exportação de Produtos Agrícolas – IEPA, que foi criada por membros da Associação para exclusivamente satisfazer esta área. Temos também o programa da AWAB pertencente à Graça Machel e que, brevemente, também será transformado em asso-

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ciação. Esse programa está focalizado apenas na agricultura, desde a produção à comercialização de produtos agrícolas. Como avalia o ambiente de negócios na perspectiva das empresárias em Moçambique? O ambiente de negócios no seio da mulher moçambicana não está bem. Está muito fragilizado, principalmente no que diz respeito ao sector informal.

Infelizmente, as mulheres deste sector passam por piores momentos durante o exercício das suas actividades. Elas estão fragilizadas, não estão a ganhar quase nada, torna-nos difícil passar uma mulher daquelas para o sector formal. Na verdade, há diversos problemas que conhecemos e que devem ser resolvidos o mais breve possível para que a mulher - empresária ou empreendedora - trabalhe num bom ambiente.

O que a FEMME tem feito no sentido de minimizar ou mesmo de eliminar os desafios que a empresária enfrenta no exercício das suas funções? A FEMME tem estado a formar as mulheres empresárias, principalmente as que estão no sector informal, distribuímos diversos manuais de gestão para que elas tenham noções básicas de como gerir os seus negócios e saírem da esfera informal. Por outro lado, trabalhamos com elas, organizamos palestras no sentido de sensibilizar a ‘mulher empresária’ no sector informal para que saia do mesmo e contribua de forma organizada para o desenvolvimento do País. Como é que a FEMME olha para as políticas traçadas pelo Governo no âmbito da melhoria do ambiente de negócios? Nós temos políticas e boas políticas. Aliás, temos uma legislação sobre o sector empresarial em Moçambique… só que está a falhar na sua implementação. Será que estas políticas estão todas alinhadas para satisfazer as necessidades das mulheres empresárias? Será que há interesse em resolver os problemas que a mulher empresária enfrenta? Quais são os principais parceiros da FEMME? Temos parcerias com o Ministério da Indústria e Comércio, Ministério da Mulher e Acção Social, temos memorandos de entendimento celebrados com cinco associações no nosso país. Temos delegadas em Nacala, Nampula e Beira e estamos a crescer até chegarmos a todas províncias. Na verdade, a FEMME é uma plataforma de soluções para problemas que o Governo não pode resolver.c

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BACKGROUND THEME

The world of business women Leticia Klemens, the president of the Association of Business Women and Entrepreneurs of Mozambique (FEMME), addresses the challenges faced by entrepreneurs in obtaining funds, particularly those concerning access to bank loans, as well as the role of women in the informal agricultural sector and the fragility of the business environment. Klemens indicates two objectives, the establishment of a Solidarity Credit Cooperative and a Mozambican Federation of Associations of Women Entrepreneurs. Gildo Mugabe (text) Lucas Menezes (Photography)

When was the Association of Business Women and Entrepreneurs in Mozambique, best known as FEMME, established? FEMME was created on 5 May 2009. Today it has 97 members and its structure consists of seven directo-

rates covering Institutional Development; Business Management; Welfare; International Relations; Internal Policies; Financial Management, and Marketing. It has branches in Nampula and in Nacala and soon we will have more in the other provinces.

We signed work memorandums with six business associations and we have partnerships with the Federation of Women of Angola and Italy. AWEP programmes (Hillary Clinton Programme for Africa), Awab, NAWB Gra莽a Machel Trust. Partnerships with

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the government (MMAS, MIC, AT) What was the main reason for establishing FEMME? There are several reasons for creating this Association and as you may know, there are many opportunities in our market and a lot still to be done. When we started with the Association we had various reasons to do so and at the same time we faced so many ideas that were never realized, low motivation, lack of support at institutional level, bureaucracy, centralized support, a nonexistent network and lack of unity in various sectors. How long did it take you to get FEMME up and running? It took us about two years to create a workgroup and an effective working method. Our strategic plan was completed only two years ago. So getting the institutional development right took us quite some time. The time we took - given that there are women interested in getting the organization to go forward - made the dynamic more effective, faster than expected There are so many associations in Mozambique with the same objectives. What makes FEMME different? We have a structure that makes us work differently from other associations in terms of management. Note that associations pay no wages. Everything functions on the basis of volunteer work, something which forced us to create a flexible model and this model is incorporated into our objectives. We have developed our business in a sustainable way because we noticed that this does not exist in the market. There are difficulties in the female business world and FEMME intends to overcome these barriers.

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Does FEMME only work with the informal sector or also with the formal? Our association is for business women and entrepreneurs. One of our major objectives is to formalize the informal sector. We have been working with the informal sector but that has not been easy because women’s businesses have poor foundations in all aspects, but this is our challenge and things go slowly and it is also a process compared with other countries [?? What is this supposed to mean???]. What is the point of climbing to the top and having a beautiful view when we have no sustainability whatsoever? We run the risk of collapsing and that is exactly what we do not want. What are the main challenges faced by women entrepreneurs today? The challenges are many, it is estimated that Mozambique will be the country with the second highest economic growth rates of Africa. How to prepare for this growth? Knowing our weaknesses when it comes to access to credit, education, the gender imbalance in decision making and training itself, for example the poor capacity in managing businesses. These problems affect both the informal and the formal sector. One of the challenges to get the voice of women heard is the creation of the Federation of Women Entrepreneurs of Mozambique, an organization that coordinates the activities of various associations and that is characterized by the uniformity of its activities throughout the country. What has been done concretely? We decided to establish the Solidarity Credit Cooperative. The project responds to the need to satisfy the financial needs of Mozambican en-

trepreneurs. At this point, it is in its implementation phase. We already entered into partnerships and we have about 45 entrepreneurs in different sectors such as cross-border trade, agribusiness and hospitality, who believed in this project and are already making their savings. But how is this cooperative going to function? It is a cooperative. So we save and invest, and in turn the value will be given in the form of credit to women [invest? which value? How can you expect your readers to understand this drivel?] This credit will have a lower interest rate as that practiced in the market. How does FEMME support women in agriculture? We have a company called Import and Export of Agricultural Products - IEPA, which was created by members of the Association exclusively for this area. We also have the AWAB programme which soon will be transformed into an association as well. This programme focuses only on agriculture, from production to the marketing of agricultural products. How do you rate the business environment in Mozambique from the perspective of the entrepreneur? The business environment from a female viewpoint is not good. It is very fragile, especially with regard to the informal sector. Unfortunately, women entrepreneurs in this sector go through the worst of times. They are vulnerable and they earn almost nothing, something which makes it hard for us to get these woman into the formal sector. As a matter of fact, there are several problems that have to be solved as soon as possible so that women

entrepreneurs are able to work in a good environment. What has FEMME done to minimize or even eliminate the poblems that the entrepreneur is facing? FEMME has educated and trained its members, especially those in the informal sector, and we have written and distributed management manuals so that they have the basic knowledge of how to manage and improve their business. On the other hand, we work with them, we organize lectures to raise awareness among the female entrepreneurs in the informal sector, so that they leave it behind and contribute in an organized way for the development country. What does FEMME think of the policies outlined by the Government in order to improve the business environment? There are policies and good policies. As a matter of fact, there is a law concerning the business sector in Mozambique ... but it has not been implemented. Are these policies all aligned to meet the needs of women entrepreneurs? Is there an interest in solving the problems faced by female entrepreneurs? Who are FEMME’s main partners? We partner with the Ministry of Industry and Trade, the Ministry of Women and Social Welfare, and with the Revenue Authority. On the other hand, we have signed work memoranda with five associations in the country. We have branches in Nacala and Nampula and we are growing until we cover all provinces. In fact, FEMME is a platform for solutions that works together with the government. c

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publireportagem

Inscrições válidas: De 12 de Agosto á 12 de Outubro de 2015 Cel:+258 84 62 05 055 Para mais informações adira ao website www.privatesectordevelopment.se/

Suécia forma um sector privado vibrante e sustentável A Suécia, através da Agência Sueca de Cooperação para o Desenvolvimento Internacional, que trabalha em representação do Parlamento e do Governo Sueco com a missão de reduzir a pobreza no mundo, vai realizar uma série de formações internacionais em matérias ligadas ao fortalecimento do sector privado e estratégias de negócios.

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om estes programas de formação, a Suécia pretende contribuir para o desenvolvimento de um sector privado vibrante e sustentável. O programa de formação em Estratégias de Crescimento do Sector Privado, por exemplo, está projectado especialmente para pessoas qualificadas a participar nos processos de reforma em diferentes níveis organizacionais. O programa de Estratégias de Crescimento do Sector Privado (PSGs) é um processo de cinco etapas, nomeadamente, Start-up, Curso de formação na Suécia, Desenvolvimento e a execução do Plano de Acção Comum para o Desenvolvimento do Sector Privado, Seminário de Acompanhamento Regional para todos os participantes e encerramento. Para além deste, um outro programa de formação iniciará brevemente. Trata-se do programa (SBM), ou seja, Gestão Estratégica de Negócios ou STRATEGIC BUSINESS MANAGEMENT em inglês. O programa SBM visa proporcionar aos participantes conhecimentos e habilidades para melhorar o crescimento e sucesso do seu próprio negócio. Os dois programas têm como alvo profissionais de alto nível em instituições e organizações nacionais na Libéria, Moçambique, Tanzânia, Zâmbia e Zimbabwe. Todos os interessados podem aproveita a oportunidade para se candidatar ao Programa PSGs com a duração de um ano e a tempo parcial, que inclui uma sessão de três semanas de formação na Suécia, seminários regionais e nacionais suplementares, tutoriais, e oportunidades para networking/interagir com actores nacionais, regionais e suecos.

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Esta iniciativa existe há anos e vários moçambicanos já beneficiaram das formações e programas da Suécia. TESTEMUNHOS Beneficiários dos programas contam a sua experiência “Considero o formato, a metodologia e o conteúdo programático do curso Private Sector Growth Strategies apropriado para o desenvolvimento e reforço do know how dos quadros do Governo com vista a melhoria da assistência as PMEs, implementação de novas abordagens tanto no âmbito institucional como pessoal. E ndereço a minha mensagem de apelo aos colegas para que se candidatem ao curso e agradeço a minha instituição, o IPEME, pela oportunidade que me foi concedida para fazer parte do programa organizado pelo Sida”. Madina Remane Ismail, coordenadora da Direcção de Assistência Financeira, Organização e Marketing no IPEME. “Abordagem do programa da Asdi facultou-me ferramentas de gestão e visão empresarial, abordagem correcta e realística para o progresso e sucesso no mercado de trabalho face às dificuldades de desenvolvimento do país e da oferta de serviços. Aprendi a explorar muito melhor as minhas capacidades de gestão e de liderança”. Rita Ribeiro, directora da empresa RITA RIBEIRO – ARQUITECTURA & CONSULTORIA. “O curso oferece um conteúdo adequado para quem pretenda emergir no mundo empresarial e providencia as ferramentas relevantes para o efeito”, Frederico P. Silva, co-fundador e CEO da empresa UX.c


PUBLIREPORTAGEM

Sweden trains a vibrant and sustainable private sector Sweden, through the Swedish Cooperation Agency for International Development, which on behalf of the Parliament and the Swedish government works on reducing poverty in the world, will organize a series of international training courses on matters related to the strengthening of the private sector and business strategies.

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ith these training programmes Sweden seeks to contribute to the development of a vibrant and sustainable private sector. The training programme in Private Sector Growth Strategies for example, is designed especially for people qualified to participate in reform processes at different organizational levels. The Private Sector Growth Strategies programme (PSG) is a process consisting of five steps, namely the Start-up; a Training course in Sweden; the Development and implementation of a joint action plan for private sector development; a Regional follow-up seminar for all participants and finally Closure. Apart from this, another training programme will start shortly. This is the SBM programme, i.e. Strategic Business Management. The SBM programme aims at offering participants knowledge and skills to improve the growth and success of their own business. The two programmes target highly qualified professionals in national institutions and organizations in Liberia, Mozambique, Tanzania, Zambia and Zimbabwe. All those interested can take the opportunity to apply for the part-time PSG programme lasting a year, which includes a three-week training ses-

sion in Sweden, regional and national supplementary seminars, tutorials and opportunities for networking / interacting with national, regional and Swedish actors. This initiative has been around for years and many Mozambicans have benefited from Swedish training programmes. WITNESSES

Madina Remane Ismail, coordinator of the Financial Assistance, Organization and Marketing Directorate from IPEME. “Sida’s programme approach gave me management instruments and a business vision, a correct and realistic approach for achieving progress and success in the labour market visá-vis the country’s problems in terms of development service provision. I learned to far better explore my management and leadership skills”. Rita Ribeiro, director of the company Rita Ribeiro – Arquitectura & Consultoria. “The course offers the adequate content for those who wish to engage init the business world and offers the relevant tools for this purpose”. Frederico P. Silva, co-founder and CEO of the company UX.c

Beneficiaries of the programmes about their experience “I think the format, the methodology and the curriculum of the course Private Sector Growth Strategies are suitable for further developing and strengthening the know-how of Government staff on how to improve assistance to SMEs, and implement new approaches both at institutional and personal level. I would certainly appeal to colleagues to apply for this course and I thank my institution, the IPEME, for the opportunity it gave me to be part of the programme organized by Sida”.

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Parque Ecológico de Malhazine, uma realidade? O Governo decretou em 2011 a extinção do Paiol de Malhazine e consequente criação do Parque Ecológico de Malhazine. Entretanto, e quatros anos depois, ainda não se materializou este propósito. Gildo Mugabe (texto)

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aiol de Malhazine. De certeza que estas palavras nos trazem lembranças dolorosas e nos fazem recordar a pior tragédia que o País viveu nos últimos nove anos. A fatídica tarde de quinta-feira, 22 de Março de 2007, ficará marcada para sempre nos corações dos moçambicanos. Na sequência das explosões do Paiol em Malhazine, várias habitações foram destruídas.

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Quatro anos depois, em 2011, reunido em mais uma sessão ordinária, o Governo aprovou o decreto que extingue o Paiol de Malhazine e o transforma em Parque Ecológico de Malhazine (EcoParque). Neste parque serão implantadas infraestruturas científicas que vão permitir que se preserve o ambiente, sem deixar de proporcionar aos cidadãos um local de lazer e de estudo. Só que quatros anos depois, o Parque

Ecológico de Malhazine ainda não se encontra efectivamente criado. Para melhor perceber o que está a ser feito à luz deste propósito, contactamos a vereação que superintende este sector, na voz do respectivo vereador, João Munguambe. Segundo Munguambe, o projecto está em andamento e num estado avançado rumo à sua implementação. “Há constrangimentos, sim, ligados à ordem financeira e institucional. Lembra que este projecto envolve várias instituições, não depende só do Conselho Municipal ou do Ministério do Turismo”, esclareceu Munguambe. Adianta ainda a fonte que já existe uma Comissão Instaladora do Parque Ecológico de Malhazine – CIPEM, onde fazem parte o Conselho Municipal, o Ministério dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, o Ministério do Turismo, entre outras instituições. “Já foi feito um plano de desenvolvimento, já se fez a limpeza naquele local, retiramos tudo, incluindo as sucatas lá presentes”, deu a conhecer Munguambe. Neste momento, tal como avançou Munguambe, está-se a elaborar um plano de maneio, um estudo de viabilidade económica bem como do projecto executivo. Refira-se que o Conselho Municipal está aberto a Parcerias Público Privadas para a materialização deste projecto.c


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UP-GRADE

Malhazine Ecological Park, for real? The Government decreed in 2011 the closure of the Malhazine ammunition storeroom and the subsequent creation of the Malhazine Ecological Park. Meanwhile, four years later, nothing much has materialized. Gildo Mugabe (text)

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he Malhazine ammunition storeroom. These words certainly bring painful memories and remind us of the worst tragedy that affected the country in the past nine years. The fateful Thursday afternoon of 22 March 2007 will forever be marked in the hearts of Mozambicans. The explosion of the Malhazine ammunition storage facility destroyed several homes. [more than 100 people died and you only refer to “várias habita-

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ções destruídas”?] Four years later, in 2011, the government in one of its meetings approved the decree that closes the Malhazine Ammunition Storeroom and transforms it into the Malhazine Ecological Park (EcoPark). In this park scientific infrastructure will be built that allows for the preservation of the environment, while providing citizens with a place of leisure and study. But, four years later, the Malhazine Ecological Park is still to come into

existence. To better understand what is being done in the light of this proposal, we contacted the town council overseeing this sector, and spoke to the councilor, João Munguambe. According to Munguambe, the project is in progress and in an advanced stage towards implementation. “There are constraints, yes, of a financial and institutional order. Remember that this project involves several institutions, it does not depend only on the Municipality or the Ministry of Tourism”, says Munguambe. He also states that there is already a Malhazine Ecological Park Installation Committee - CIPEM, in which the Municipal Council, the Ministry of Foreign Affairs and Cooperation, the Ministry of Tourism, among other institutions, participate. “We already have a development plan, the place has been cleaned up, we removed everything, including the waste lying around”, so Munguambe. At present a management plan, an economic feasibility study and an executive draft are being elaborated. It should be noted that for the realization of this project the City Council is open for public-private partnerships.c


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EMPREENDER

OBB - Green Project

Sustentabilidade e segurança na engenharia civil Nasceu na província de Inhambane e cresceu para o país e para o mundo. Falamos de José de Sousa, um jovem empreendedor que abraçou a engenharia civil para ganhar dinheiro e contribuir para o desenvolvimento do país, tendo a sustentabilidade ambiental e a segurança como seu cajado, apesar das inúmereas adversidades enfrentadas. Belizário Cumbe (texto)

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empreendedor vale por identificar e apostar em novas oportunidades de negócios. Mas é igualmente próprio de quem empreende, introduzir ou aperfeiçoar conceitos dife-

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renciadores numa determinada área ou actividade. José de Sousa, jovem de mil e uma actividades empresariais, decidiu em 2004, criar a OBB - Green Project, Construção Civil e Obras Públicas.

Uma empresa que, segundo o mesmo, surgiu para fazer valer o conceito de uma construção amiga do ambiente, ao incorporar formas sustentáveis de executar obras e que tem a Higiene e Segurança no Trabalho (HST) como


bandeira. Aliás, para o jovem empreendedor, a recente queda de andaimes numa obra da construtora Britalar, em plena baixa da capital do país, deveu-se, provavelmente, à marginalização deste conceito. Para evitar este tipo de desastres, a OBB, já com uma carteira significativa de clientes, privilegia a construção mais segura e limpa. Trata-se de um grande desafio para uma jovem empresa, mas o responsável garante que o modus operandi da construtora tem sido apreciado pelos clientes. Mas a vida de um empreendedor é, na essência, um mar de obstáculos. José de Sousa diz que o sector da construção civil em Moçambique tem o Estado como principal cliente, mas os requisitos exigidos para a participação nos concursos públicos, à luz do Regulamento de Contratação de Empreitada de Obras Públicas, Fornecimento de Bens e Prestação de Serviços ao Estado, longe de encorajarem o empreendedorismo, quase que provocam o efeito contrário. É excesso de zelo, para José de Sousa, exigir uma garantia bancária que pode rondar os 900 mil meticais, num prazo de 90 dias, a quem está a dar os primeiros passos na área empresarial. “Se a prioridade é alavancar o empreendedorismo, temos que encontrar uma solução alternativa para a juventude”, enfatizou, para depois acrescentar que “temos, igualmente, dificuldades no pagamento, quando prestamos serviços ao mesmo Estado. A factura sai quase sempre atrasada e este cenário embaraça o funcionamento das empresas, uma vez que temos obrigações com o fisco, colaboradores e fornecedores de serviços”, concluiu. É importante notar que a postura

de José de Sousa, no mundo dos negócios, é de um homem transversal que aprecia desafios. Por isso, o seu universo empreendedor não se esgota na OBB. É proprietário de uma frota de camiões, comercializa material de construção (areia grossa, pedra e cimento nacional) e extensões para mulheres, mas garante que a construção civil é a sua “galinha de ovos de ouro”.

dedores “de rua”. É que, a AEIMO, que controla todos os vendedores informais a nível nacional está a levar a cabo, à luz de um memorando firmado com o Moza Banco, um projecto designado “Banco Mercado”.

De mãos dadas com o associativismo

De Sousa explica que “com base na apresentação de comprovativos de pagamento de taxas aplicadas para o exercício das suas actividades podem contrair um empréstimo que varia entre os três e 100 mil meticais”.

Formado como técnico de Vendas, José de Sousa é secretário da área fiscal na Associação da Economia Informal (EIMO) - que congrega mais de 1.600 membros - e desempenha, igualmente, funções de vice-presidente da Câmara de Comércio e Indústria Juvenil, a nível da província de Maputo. Neste momento, o desafio que tem pela frente é de formalizar os ven-

Esta iniciativa consiste na instalação de pequenas unidades bancárias em diversos mercados, à escala nacional, que visam, principalmente, o financiamento deste grupo de comerciantes.

Esta iniciativa serve, na verdade, como isco para incentivar a formalização destes vendedores uma vez que, segundo o responsável, há muitos vendedores com volumes de venda muito acima da média, mas que têm medo de pagar impostos, por isso não se formalizam, rematou.c

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ENTREPRENEURSHIP

OBB - Green Project

Sustainability and safety in civil engineering He was born in the province of Inhambane and became a man of the world. José de Sousa, a young entrepreneur who embraced civil engineering to make a living and contribute to the development of the country, whose motto is environmental sustainability and safety despite the many setbacks faced. Belizário Cumbe (text)

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he real entrepreneur identifies and invests in new business opportunities. But it is also typical of enterprising people that they introduce or improve concepts that make a differ-

ence in a given area or activity. José de Sousa, jack-of-all-trades when it comes to business, decided in 2004 to establish OBB - Green Project, Civil Construction and Public Works. It is a company that was


created to enforce the concept of environmentally friendly building by incorporating sustainable ways of executing works, and whose motto is Health and Safety at Work (HSW). Incidentally, the young entrepreneur alleges that the recent collapse of a scaffold on a Britalar construction site in downtown Maputo was probably due to neglect of this very concept. To avoid such disasters OBB, with a significant customer base already, favours safer and cleaner construction. It is a major challenge for a young company, but the man in charge ensures that its way of working is being appreciated by its clients. But the life of an entrepreneur consists, in essence, in a sea of obs​​ tacles. José de Sousa said that the construction sector in Mozambique has the state as its main client, but the requirements for participation in public tenders laid down in the Regulations for Public Works Contracts and Supply of Goods and Services to the State, far from encouraging entrepreneurship, almost have the opposite effect. It is overzealous, according to de Sousa, to require a bank guarantee for up to 900,000 meticais within a 90-period from someone who is taking the first steps as an entrepreneur. “If the priority is to encourage entrepreneurship, we have to find an alternative solution for young people”, he emphasized, adding that “we also face difficulties in getting paid when we provide services to the state. Bill payments are almost always delayed and this scenario hampers the functioning of enterprises, because we have obligations to the tax authorities, our employees and service providers”.

It is important to note that the business attitude of José de Sousa is that of a versatile man who enjoys challenges. Therefore, his entrepreneurial universe is not limited to OBB. He owns a fleet of trucks, sells building materials (gravel, stone and cement made in Mozambique) and hair extensions [extensões para mulheres?] for women, but he ensures that the construction business is the “chicken that lays golden eggs”. Trained as a sales manager, José de Sousa is financial secretary of the Informal Economy Association (AEIMO) - which has more than 1,600 members - and he is also vice chairman of the Youth Chamber of Commerce and Industry in the province of Maputo. At present the challenge that lies ahead is to formalize the “street vendors”. AEIMO, which controls all infor-

mal vendors at national level [?? with 1,600 members?] is implementing a project called “Market Bank”, in the wake of a memorandum signed with Moza Banco, This initiative involves the installation of small banking units in several markets across the country, mainly aimed at funding this group of traders. De Sousa says that “based on the presentation of proof of payment of the fees charged for carrying out their activities, they can borrow between three and hundred thousand meticais.” As a matter of fact the initiative serves as “bait” to encourage the formalization of these vendors since, according to de Sousa “there are many vendors with sales volumes far above average who are afraid to pay taxes, so why not formalize them”.c

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Perspectiva PME

Banco ABC abre portas às PMEs As PMEs representam 90% das empresas que mais crescem em Moçambique, mas continuam a enfrentar dificuldades na busca pelo financiamento. O Banco ABC decidiu abrir as portas para este importante segmento empresarial. Belizário Cumbe (texto)

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m Moçambique, a relação entre a banca e as Pequenas e Médias Empresas (PME) é de desconfiança mútua, causada por assimetrias de informação de ambas partes. As instituições financeiras entendem que muitas PMEs apresentam factores de risco indisfarçáveis, por vezes difíceis de sanar, e estas (PMEs), por sua vez, acusam os credores de concederem financiamento com base em critérios pouco claros. Em jeito de forçar uma reconciliação com este importante tecido empresarial, que constitui 90% das empresas

que mais crescem no país, o Banco ABC decidiu abrir as portas às PMEs, tornando os critérios de acesso ao crédito cada vez mais facilitados. Nasser Meggi, Gestor da Banca de Pequenas e Médias Empresas, a nível do ABC, diz que esta instituição decidiu criar soluções personalizadas e inovadoras. Isto é, oferecer a cada cliente uma solução que vai ao encontro das suas reais necessidades de investimento, tesouraria e outros serviços. É que, segundo Meggi, na carteira de clientes do Banco ABC, as PMEs ocupam um lugar privilegiado e, mais do que clientes, são parceiros da instituição. Mas o responsável alerta, mesmo assim, que as PMEs devem-se estruturar cada vez mais e melhor. Muitas ainda operam em moldes informais e isso não pode continuar acontecer avisa. Em muitas PMEs, os responsáveis confundem despesas pessoais com as da empresa e nós temos gestores orientados, não só para oferecer soluções financeiras adequadas, mas também para prestarem assessoria em matéria de organização , revela Meggi. O objectivo passa por acompanhar o seu crescimento, dinâmica e comportamento no mercado. Entre os sectores mais privilegiados, na relação entre o Banco ABC e as PMEs, constam a Produção de Pequena Escala, Agro-Pecuário, Comércio, Construção Civil, Transportes e Serviços.

isso a instituição apresenta uma política de crédito aberta e flexível ao aceitar bens como móveis, imóveis e até contratos. Aliás, de acordo com Nasser Meggi, há casos em que empresas beneficiam de crédito mesmo sem apresentar nenhuma garantia. Convém dizer que, aliado a este aspecto, o ABC tem em vigor um acordo de partilha de risco de crédito assinado com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD). Mas a luta do ABC pelas PMEs em Moçambique não pára por aqui. Meggi diz que estas empresas devem ter respostas de qualidade e atempadas, quando submetem processos de pedido de financiamento ao banco.”Para nós, as Pequenas e Médias Empresas são parceiros a longo prazo”, reforça Meggi. Por isso, a instituição estabeleceu o tempo médio de sete dias úteis para responder aos clientes.c

O dilema das garantias Outro facto que quase tira sono às PMEs é a exigência de garantias, por parte dos bancos, para a concessão de empréstimos. O Banco ABC entende que as PMEs em Moçambique são credíveis, por

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SME Perspective

ABC Bank opens the door for SMEs Ninety percent of the fastest growing companies in Mozambique are SMEs but these companies continue to face difficulties in raising funds. The ABC bank decided to open the door to this important business segment. Gildo Mugabe (texto)

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n Mozambique the relationship between the banks and Small and Medium Enterprises (SMEs) is one of mutual distrust caused by information asymmetries on both parts. According to financial

institutions many SMEs pose clear risks that sometimes are difficult to remedy, and the SMEs in turn accuse lenders of providing financing based on unclear criteria. By way of enforcing a “reconciliation”


with this important business sector, which constitutes 90% of the fastest growing companies in the country, ABC decided to open the doors to SMEs by easing the criteria for having access to credit. Nasser Meggi, SME Manager of ABC says that the bank decided to create tailor made and innovative solutions. That is, it offers each customer a solution that meets his or her real needs in terms of investment, treasury and other services. Acording to Meggi SMEs occupy a privileged position in the client portfolio of the ABC bank, they are bank partners rather than clients. But nevertheless he warns that SMEs should be better structured. “Many still operate in informal ways and this cannot continue” he says. “In many SMEs, the people in charge treat personal expenses like company expenditure and we have instructed our managers not only to offer appropriate financial solutions, but also to offer advice on how to organize a company”, so Meggi. The objective is to monitor growth, dynamics and market behaviour. The most privileged sectors from among the SMEs doing business with ABC include Small Scale Production, Agriculture and Livestock Breeding, Trade, Construction, Transport and Services.

In fact, according to Nasser Meggi, there are cases where companies benefit from credit without giving any guarantees. In this regard it should be noted that ABC enters into a credit risk sharing agreement with the French Development Agency (AFD). But the ABC struggle in favour of SMEs in Mozambique does not stop

here. Meggi says that these companies have to respond properly and timely when submitting applications for bank funding. “For us, Small and Medium Enterprises are long-term partners”, he adds. Therefore, the institution established a time average of seven working days to respond to customers.c

The problem with guarantees Another issue that is a real headache for SMEs is the bank’s demand for guarantees in return for loans. ABC understands that SMEs in Mozambique are credible, therefore the institution has an open and flexible credit policy that accepts movable and fixed assets and even contracts.

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PROFILE

Os rostos da acumulação Têm muito em comum. Nasceram nos países que ditam as regras na economia continental, África do Sul e Nigéria. São formados e descendem de famílias com um histórico de bemestar. Falamos de Aliko Dangote, o rei do cimento em África e Patrice Motsepe, o milionário do minério. Belizário Cumbe (texto)

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liko Dangote é o dono da maior fortuna em África, avaliada em 15.4 biliões de dólares de acordo com a Forbes, e, ao mesmo tempo, o negro mais rico do planeta. Na Nigéria, sua terra natal, o seu nome é sinónimo de poder. Porém, Dangote resplandece para além do mundo de negócios, onde é conhecido como o rei do cimento de África. Na Nigéria, Aliko Dangote é uma celebridade. É, provavelmente, a figura que mais atrai audiências para programas de televisão, onde aparece de forma frequente. A sua imagem, estampada em jornais e revistas, pode-se traduzir em “melhor comprar logo, antes que a edição esgote”. Dangote, de 58 anos de idade, é, igualmente, estrela de palestras em escolas e universidades. O seu público favorito é jovem, por ele considerado empreendedor em potência. Segundo a Forbes, o homem hipnotiza a audiência principalmente quando o tema é como ganhar dinheiro. É uma lenda da motivação. A sua história, contada na primeira pessoa, inspirou o jornalista nigeriano Peter Anosike a escrever o livro “Dangote´s Ten Commandments on Money” (Os Dez Mandamentos de Dangote sobre Dinheiro). Não é para menos, no circuito formal e legal, Dangote foi o homem que

mais ganhou dinheiro em África na última década e é curioso que a Nigéria, também, cresceu o suficiente

para, a par do magnata, se tornar o país mais rico do continente, deixando a África do Sul (terra de Patrice

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Motsepe, outra verdadeira máquina de fazer dinheiro) para trás. A origem do empresário, que nasceu em Kano (norte do país) é humilde, mas a sua família conta com outra história de sucesso. O seu bisavô materno era considerado um dos homens mais ricos de África na década de 1950. Apesar de ser considerado um privilegiado, o magnata acumulou com trabalho, muito capital. A sua vida profissional começou depois de se formar em Administração de Empresas, no Egipto, de forma modesta, como pequeno comerciante de cimento, açúcar e outros géneros alimentares. É unânime que Aliko Dangote acumulou o suficiente para viver rodeado de luxo, ter uma vida de alto padrão

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global. Porém, o empresário está atento a novas oportunidades. No ano passado decidiu entrar no mercado moçambicano e para o efeito, criou a Quarries Mozambique Limited, subsidiária do Grupo nigeriano Dangote, líder do sector do cimento em 14 países africanos, e tem uma capacidade de produção de cerca de 30 milhões de toneladas por ano sendo que há planos para aumentar a produção cinco vezes mais este ano.

Um vulto na África do Sul A par de Dangote, Patrice Motsepe, de 53 anos, é um dos rostos da acumulação em África. É considerado o homem mais rico da África do Sul, o oitavo no continente, com uma

fortuna estimada em 1.5 biliões de dólares, de acordo com a revista americana Forbes. Advogado de formação, a sua capacidade de gerir negócios está gravada nos genes da família. Após se terem instalado em Pretória, o seu pai abriu um Spaza Shop (loja de conveniência típica da África do Sul), proporcionando ao seu primogénito uma introdução no mundo financeiro. Mas Patrice não estava convencido de que aquele seria o seu destino, negou assumir a liderança da empresa e preferiu formar-se em Direito. Em 1994, ano marcado pela eleição de Nelson Mandela a primeiro presidente negro da África do Sul, Patrice Motsepe foi o primeiro sócio negro da Bowan Gilfillan, um dos maiores escritórios de advocacia do país. Numa altura em que o governo pressionava as empresas a darem maior participação aos negros, em 1997, Motsepe aproveitou o facto da mineira Anglo American querer desfazer-se das suas minas de baixo desempenho, e adquiriu as mesmas com a condição de que o pagamento só seria efectuado com os lucros futuros da empresa. Assim, nasceu a ARM (African Rainbow Minerals, a referência ao arco-íris - rainbow - é em homenagem à diversidade étnica), que se tornou numa das maiores empresas do sector mineiro sul-africano, com mais de 10 mil funcionários, participação em mais de 20 minas de ouro, ferro, platina, carvão e cobre, e com uma facturação anual superior a 1 bilião de dólares. Se na sua vida profissional Patrice Motsepe terá um lugar na história da África do Sul, como empreendedor, barão da mineração e como um dos mais brilhantes advogados da sua geração, na sua vida pessoal o sucesso também é visível.c


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PROFILE

The faces of accumulation They have a lot in common. They were born in countries that dictate the rules of the continent’s economy, South Africa and Nigeria. They are formed in and come from wealthy families. We are talking about Aliko Dangote, the cement king of Africa and Patrice Motsepe, the mining ore millionaire. Belizário Cumbe (text)

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liko Dangote is the owner of the largest fortune in Africa, valued at 15.4 billion dollars according to Forbes, and at the same time he is the richest black man of the planet. In Nigeria, his homeland, his name is synonymous with power. But Dangote shines beyond the business world, where he is known as the ce-

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ment king of Africa. Aliko Dangote is a celebrity in Nigeria. He is probably the figure who attracts most audiences for television programmes, in which he appears frequently. The meaning of his image, printed in newspapers and magazines, is best translated as “better buy immediately, before the issue is sold out”.

Dangote, who is 58 years of age, also stars in talks for schools and universities. His favourite audience consists of young people, considered as potential entrepreneurs. According to Forbes the man hypnotizes the audience especially when the topic is how to make money. He is a legend in terms of motivation. His story, told in the first person,


inspired Nigerian journalist Peter Anosike to writing the book “Dangote’s Ten Commandments on Money”. For good reason Dangote is the man who made more money in the formal and legal business world in Africa during the past decade than anyone else and it is curious that Nigeria itself has grown alongside the tycoon, becoming the richest country of the continent, leaving South Africa (the country of Patrice Motsepe, another real moneymaker) behind. The businessman is of humble origins, he was born in Kano in the country’s north but his family has another success story. His maternal great-grandfather was considered one of the richest men in Africa in the 1950s. Although considered privileged [what is the meaning of this part?], the magnate accumulated a lot of capital through hard work. His professional life started after graduating in Business Administration in Egypt, modestly, as a small trader in cement, sugar and other foodstuffs. Aliko Dangote gained enough to be living surrounded by luxury and lead the high life. However, he is alert to new opportunities. Last year he decided to enter the Mozambican market and to this end established Quarries Mozambique Limited, a subsidiary of the Nigerian Group Dangote, the cement industry leader in 14 African countries with a production capacity of about 30 million tons per year, and there are plans to increase production fivefold this year [so next year it is 150 million tons?]. A major figure in South Africa Together with Dangote, Patrice Motsepe, 53, is one of the money makers in Africa. He is considered the richest man in South Africa, the eighth rich-

est of the continent, with a fortune estimated at 1.5 billion dollars, according to Forbes magazine. A lawyer by training, his ability to conduct business is recorded in the family genes. After having moved to Pretoria, his father opened a spaza shop (typical convenience store in South Africa), introducing his oldest son to the world of finance. But Patrice was not convinced that that would be his destiny and refused to assume the leadership of the company, preferring to study law instead. In 1994, the year marked by Nelson Mandela’s election as first black president of South Africa, Patrice Motsepe became the first black associate of Bowan Gilfillan, one of the nation’s largest law firms. At a time when the government put pressure on businesses to offer greater participation to blacks in 1997, Motsepe took advantage of

the fact that mining company Anglo American wanted to get rid of its underperforming mines, and he acquired them on condition that payments due would be based on the mine’s future profits. Thus came into being ARM (African Rainbow Minerals, the reference to the rainbow is in honour of ethnic diversity), which became one of the largest companies in the South African mining sector, with more than 10,000 employees, participations in more than 20 gold, iron, platinum, coal and copper mines, and with an annual turnover of more than one billion dollars. As a professional Patrice Motsepe will have a place in the history of South Africa as entrepreneur, mining baron and one of the most brilliant lawyers of his generation, while in his personal life he has been successful as well.c

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COACHING Cristina Azinhal, Executive & Bussiness Coach PD Moz – Parcerias em Desenvolvimento

A empresa é minha. Eu dito as regras. “Estou cansado, a equipa não funciona e ninguém faz o que eu digo. Repito todos os dias a mesma coisa, não sei como me fazer entender, acho que tenho que mudar o pessoal todo.”

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ara quem dirige uma empresa com pessoas e depende do trabalho delas para conseguir os seus resultados, às vezes pode ser frustrante o dia de trabalho.

Na minha opinião, com humildade tudo é possível resolver-se. Se eu sou o que sou é porque o outro é o que é e com base nisso eu consigo perceber a minha essência. Mas, para isso, é preciso humildade, e isso

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folha e escreva o nome das pessoas que considera essenciais para o funcionamento da sua empresa. Como descreve cada uma delas. O que é que elas contribuem para a sua empresa e o que gostaria que melhorassem? O que é que pode fazer, que depende de si, para que cada uma dessas pessoas possa melhorar o seu desempenho? Quando vai fazer isso? E como vai fazer? Os resultados dependem inteiramente de si e da forma como gere a sua equipa.

Sugestão:

significa saber-se colocar no lugar do outro. No dia em que, enquanto gestores tivermos a consciência de que a nossa equipa não é como nós, tudo fluirá. Passo a explicar. Todos temos experiências diferentes, percepções diferentes, emoções diferentes e isso varia com a nossa experiência, educação e realidade a que estamos expostos. Se eu sou trabalhador por conta de outrem, eu penso diferente daquele que é empresário. Se eu trabalho para alguém quero o meu salário, quero o meu contrato e o meu horário de trabalho e de preferência, um ambiente de trabalho harmonioso, livre de conflitos. Se eu sou empresário e a empresa é minha eu quero resultados e quero que todos os dias a minha equipa dê o melhor de si e faça o melhor que sabe e pode. Este é o mundo real, as nossas necessidades são diferentes consoante a nossa situação na profissão, na vida. Anteriormente, trabalhámos no auto-conhecimento, na responsabilidade,

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no planeamento e na gestão de tempo. E hoje, trabalhamos na capacidade de nos colocarmos no lugar do outro de forma a compreender como este processa a informação e assim conseguir melhores resultados. O que nos diferencia é a cultura, a família, o grupo a que pertencemos, a religião, os valores, as crenças, o sítio onde nascemos, tudo isto faz de nós seres diferentes. Todos temos as mesmas seis emoções básicas: a alegria, a tristeza, a raiva, a surpresa, o nojo e o medo. O que muda é a combinação que fazemos destas emoções com base nas nossas experiências. Assim, se eu compreender o outro, ajuda a fazer-me compreender. Requer tempo, este trabalho de compreender o outro, é possível e tem resultados de longo prazo. Que resultados têm tido com a sua forma de fazer com que a sua equipa apresente resultados? A Tarefa: Compreender a minha equipa Quem é a minha equipa? Pegue numa

É sempre o momento certo quando se quer evoluir, melhorar e mudar. Assuma com coragem a sua vontade de mudar o seu rumo. Valorize as críticas, comentários e observações. Isso quer dizer que as pessoas estão atentas ao seu comportamento e ao que está a fazer.c


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COACHING Cristina Azinhal, Executive & Bussiness Coach PD Moz – Parcerias em Desenvolvimento

The company is mine. I make the rules. “I’m tired, the team does not function and no one does what I tell them to do. I repeat every day the same thing, I don’t know how to make myself clear, I think I have to change the entire staff”.

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he workday can be frustrating for anyone who runs a business with other people and depends on their work to get results. But I think that with a humble

attitude it is possible to solve anything. Keeping in mind that I am what I am because others are what they are enables me to understand myself. To do that requires humility, you need to be able to put yourself


into the position of the other. When we as managers become aware that our team is not like us, everything will flow. Let me explain. We all have different experiences, perceptions and emotions, and these vary with our experiences, education and the reality to which we are exposed. When I am working for someone else my thinking differs from that of the employer. When I work for someone I want my salary, I want my contract and my working hours and preferably a harmonious working environment, free of conflict. When I am a businessman and the company is mine I want results and I want my team to do the best it can every day. This is the real world, our needs are different depending on our situation with respect to employment, to life. Previously, we addressed self-awareness, responsibility, planning and time management. And today, we deal with the ability to put ourselves in someone else’s position in order to understand how that person handles information and gets better results. What sets us apart is the culture, the family, the group to which we belong, religion, values, beliefs, the place where we were born, all this makes us into different beings. We all have the same six basic emotions: joy, sadness, anger, surprise, disgust and fear. What changes is the way we combine these emotions based on our experiences. So understanding the other helps me to understand myself. It takes time, this work to understand one another, but it is possible and it pays off in the long run. What results did you have with your way of making your team present results? [??? I don’t understand this: “Que resultados têm tido com a sua forma de fazer com que a sua equipa apresente resultados”]

The Task: Understand my team Who is my team? Take a piece of paper and write down the names of the people you think are essential for the functioning of your company. How do you describe each one? What do they contribute to your company and what would you like them to do better? What can you do, what depends on you, for each one of these people to improve his or her performance?

When are you going to do that? And how will you do it? The results depend on you alone and on the way you manage your team.

Suggestion:

When you want to develop, improve and change, you can do it at any time. Have the courage to change course. Appreciate criticism, comments and observations. This means that people are notice your behaviour and are aware of what you are doing.c

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ESTILOS DE VIDA

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e acordo com Jorge Dias, também director da Escola Nacional de Artes Visuais, a arte movimenta a sociedade do ponto de vista da contribuição para a economia do país, ela mexe com vários sectores, nomeadamente, artesanato, indústria, manufactura, mão-de-obra, serviços, transporte, entre outros. “O artista é um gerador de riqueza, primeiro porque ele adquire produtos no mercado para o seu trabalho, esses produtos podem ser comercializados ou vendidos em diferentes locais como ateliês, ou galerias e museus”, disse Jorge Dias. Dias fez este pronunciamento à margem da cerimónia de inauguração da sua exposição denominada, lugares de passagem, que está patente no Centro Cultural Franco Moçambicano. Segundo o autor, esta é uma exposição que de alguma forma dá continuidade da que foi lançada no ano passado, a exposição anterior era lugar-comum e esta chama-se lugares de passagem. Com esta exposição o autor procura reflectir os limites e os posicionamentos da arte, os materiais que se utilizam na arte, as questões culturais, sociais, acima de tudo o universo humano através de elementos que compõem o nosso dia-a-dia. Esses elementos, tal como referiu Dias, às vezes são imperceptíveis, mas que compõem a nossa forma de ser, estar e a nossa identidade como indivíduos. São no total 22 trabalhos expostos no Franco Moçambicano e em outros três trabalhos do ano passado. No fundo, é uma exposição de arte contemporânea, estando expostos trabalhos de assemblagem, colagem, e um trabalho complexo de colagem, assemblagem e instalação.

Artista como gerador de riqueza O artista plástico moçambicano Jorge Dias entende que o artista deve-se considerar gerador de riqueza para o país, alguém que contribui para o desenvolvimento da economia nacional. Gildo Mugabe (texto)

“A particularidade desta exposição é ter uma carga de cor mais forte e em momento algum utilizei tinta para dar esta cor, a cor é dos materiais

que usei para fazer este trabalho”, refere o artista. A exposição em alusão esteve patente até 29 de Agosto.c

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LifeStyles

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ccording to Jorge Dias, also director of the National School of Visual Arts, art moves society from the point of view of contributing to the economy [meaning? What do you want to say here?], it engages with various sectors, namely crafts, industry, manufacturing, labour, services, transportation, among other things. “The artist creates wealth, firstly because he buys products in the market for his work, these products can be marketed or sold in different locations, such as studios or galleries and museums”, says Dias. He was speaking on the sidelines of the opening ceremony of his exhibition called crossing places, which can be seen at the Centro Cultural Franco Mozambicano. According to the artist, the exhibition somehow continues the work launched last year, the previous exhibition was called commonplace while this one is is called crossing places. With this exhibition the artist seeks to reflect on the limits and the position of art, on the materials used in the art, on cultural and social issues and above all on the human universe, using the elements that make up our day-to-day life. These elements, according to Dias, are sometimes imperceptible but they make up our way of being, behaving and our identity as individuals. There are 22 works in all exhibited at the Franco Mozambicano and em outrostrês trabalhos do ano passado?? Basically it is a contemporary art exhibition showing art work consisting of assembled elements, collages and a complex piece consisting of collage, assembly and installation. “The exhibition is peculiar in that it

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Artist as creator of wealth The Mozambican artist Jorge Dias believes that the artist should consider himself a creator of wealth for the country, someone who contributes to the development of the national economy. Gildo Mugabe (text)

shows far stronger colours while not using any paint at all to achieve this, the colours are of the materials used

to make these works” he says. The exhibition is open until the 29th of August.c


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A Agência mais premiada em Moçambique acaba de conquistar, na pesquisa PMR.africa, cinco Diamond Arrow Awards: melhor Agência de Publicidade em Print, TV e Rádio; melhor Agência de Publicidade em Outdoor; melhor empresa de Marketing; empresa mais inovadora; e empresa com as melhores iniciativas em responsabilidade corporativa e investimentos. Segundo esta pesquisa especializada em estudos de mercado, e na opinião dos líderes empresariais, anunciantes e profissionais de marketing, a Agência GOLO é, pelo 10º ano consecutivo, a melhor Agência de Publicidade no País. Uma década de inspiração, empenho, respeito e dedicação a Moçambique. Com campanhas que geram resultados e caem sempre no gosto popular: quem mais conta.

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