Capital

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Sumário

Destaques 32

44 Tema de Fundo

O ‘maestro’ de Nacala

O maestro de Nacala

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Liberalização do espaço aéreo deve ser efectiva

32 Iluminar um continente às escuras

16 Iluminar um continente às escuras

O Presidente da Associação dos Hotéis do Sul de Moçambique, Vasco Manhiça, diz que a intenção da liberalização do espaço aéreo moçambicano deve ser efectiva. Ou seja, deve sair da teoria para entrar na prática como forma de incrementar cada vez mais o desenvolvimento do turismo no País.

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Esperança Bias: “Sou parte do desenvolvimento do país”

Soft Skills- A formação para além do Académico

Propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., Av. 25 de Setembro nº 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) - Telefone: +258 21 416186 - Fax: +258 21 416187 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Director Geral: André Dauane – andre.dauane@ mozmedia.co.mz – Directora Editorial:HelgaNeida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Redacção: Belizário Cumbe belizariocumbe@yahoo.com.br, Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz, Gildo Mugabe - gildomugabi@ gmail.com – Secretariado Administrativo: Indira Mussá – indira.mussa@mozmedia.co.mz; Cooperação: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Zein Hassam; Gettyimages.pt, Google.com; – Ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. - Tradução: Frans Hovens; Paginação: Ricardo Timbe – 29timbe@gmail.com – Design e Grafismo: Mozmedia – Departamento Comercial: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Distribuição:Ímpia– info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.

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AGOSTO 2015 · Capital Magazine Ed.89

Nacala possui um porto de águas profundas, o terceiro mais importante do país, para além do Aeroporto Internacional, o mais sofisticado a nível nacional, e uma Zona Económica e Especial. Contudo, a urbe encara desafios no fornecimento de água e energia eléctrica, sem contar com a degradação das vias de acesso. Para o edil da cidade portuária, Rui Chong, apesar das dificuldades, estão reunidas as condições para que Nacala resplandeça.

Actual

Capa

Moçambique acolheu, recentemente, a 4a Conferência Anual Powering Africa. Um encontro de colossos mundiais de produção de energia. O objectivo do evento passava por fornecer ao Governo moçambicano uma plataforma que permitisse o estabelecimento de ligações com investidores internacionais, de modo a explorar as oportunidades de investimento nos sectores de energia e gás, que segundo dados oficiais, jogarão um papel fundamental no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e na melhoria das condições de vida de muitos nacionais, nas próximas duas décadas.

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Dossier

Iluminar um continente às escuras

Mais de 15 anos depois, Esperança Bias deixou o Ministério dos Recursos Minerais e no dia-a-dia faz a ponte entre o Comité Central do Partido Frelimo e a Assembleia da República. Não tem planos, por enquanto, para o futuro se não cuidar da família. Afinal de contas, é esposa (de Felisberto Ferrão) e mãe de duas filhas, a Márcia de 23 anos e Jéssica de 21. Garante que não tem negócios uma vez que “não sou boa em fazer negócios. Penso que é preciso ter uma inclinação e eu não tenho”.


Editorial

Bem-vindo

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Na Corrida de Obstáculos

N

Foco Economia Perspectiva de crescimento económico divide opiniões

52 UP- Grade Salvem a Casa Velha!

56 EMPrEEnDEr Liberalização do espaço aéreo deve ser efectiva

76 Estilos Uma nobre missão

em sempre o ritmo económico atinge a sua melhor performance mesmo que os ventos do desenvolvimento lhe sejam favoráveis. Embora o sector de turismo seja altamente promissor em Moçambique, e ‘corra’ e vá saltando inúmeros obstáculos, o mesmo mantém-se muito aquém das expectativas e ainda não atingiu o seu máximo potencial, em larga medida graças à prática dos elevados preços das passagens aéreas. Aliás, uma ida a Nacala, por vezes, sai tão caro como viajar até Lisboa. Nesse sentido, o panorama turístico não é competitivo apesar de Moçambique estar entre os destinos turísticos mais atractivos da Região. E o que motiva esse cenário é a inexistência da liberalização efectiva do espaço aéreo, apesar de todas as críticas, queixas e sugestões. A liberalização do espaço aéreo constitui uma miragem. Ou seja, ainda não existe um espaço para a geração de concorrência entre os prestadores de serviços aéreos nem para a bem-vinda redução dos bilhetes de avião, ou mesmo para o aumento de tráfego aéreo. A este propósito, o presidente da Associação dos Hotéis do Sul de Moçambique (AHSM), Vitor Manhiça, sublinha ser necessário, e urgente, promover reformas legais e reguladoras, assegurando a clara separação entre a formulação de políticas, as operações e a regulação. Num salto até Nacala, na província de Nampula, a revista Capital esteve a entrevistar o edil daquele Município, Rui Chong, e a conclusão a que se chega é que aquele destino tanto apresenta prós como contras no que tange ao seu desenvolvimento económico. Nacala possui um porto de águas profundas, um sofisticado Aeroporto Internacional e uma Zona Económica e Especial. Contudo, a urbe encara sérios desafios face ao fornecimento de água e energia eléctrica, sem contar com a notória degradação das vias de acesso. Em paralelo, o sector dos transportes vive dias de verdadeira confusão, na província de Nampula. Os transportadores ilegais tomaram conta das estradas e as autoridades licenciadoras e fiscalizadoras pouco fazem para solucionar essa problemática. Contudo, os obstáculos não ficam por aqui… Numa visão mais macroeconómica, o continente africano está às escuras. Pouco mais de 600 milhões de africanos (perto de 60%) não têm acesso à energia eléctrica e 80% de toda a electricidade que é consumida na África Subsaariana é encaminhada para a África do Sul. Isto quer dizer que o conjunto do resto dos países da África Subsaariana (onde Moçambique também figura) disputa os remanescentes 20% que não são suficientes. Teremos nós a capacidade de ultrapassar estes e outros obstáculos em tempo útil?

Capital Magazine Ed.87 · JUNHO 2015

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Contents

Highlights 36

48 Background Theme

48

Dossier

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Air space liberalization should be effective

17 Current Capa

Financing development through the Capital Market

Lighting a dark continent

Property and Edition: Mozmedia, Lda. 25 de Setembro n- 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) – Telephone: +258 84 3015641 | +258 82 6567710 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Managing Director: André Dauane – andre.dauane@ mozmedia.co.mz – Editorial Director: Helga Neida Nunes – helga.nunes@mozmedia. – Editorial Staff: Belizário Cumbe - belizariocumbe@yahoo.com.br, Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz, Gildo Mugabe - gildomugabi@ gmail.com – Administrative Secretariat: Indira Mussá – indira.mussa@mozmedia.co.mz; Cooperation: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Columnists: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Photography: Zein Hassam; Gettyimages.pt, Google.com; – Illustrations: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B.- Translation: Frans Hovens;Page make-up: Ricardo Timbe –29timbe@gmail.com – Design and Graphics: Mozmedia –Commercial Department: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Distribution: Ímpia – info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registration: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Printing: 7.500 copies. The articles reflect the authors’ opinion, and not necessarily the magazine’s opinion. All transcript or reproduction, partial or total, is authorised provided that the source is quoted.

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The maestro from Nacala

Nacala boasts a deep water port, the third largest in the country, an international airport, the most sophisticated of the country, and a Special Economic Zone. However, the city faces challenges in water and energy supply, not to speak of the degradation of access roads. Despite these difficulties the mayor of the port city, Rui Chong, thinks that the conditions are there for Nacala to shine.

Lighting a dark continent

Mozambique recently hosted the 4th Annual Powering Africa Conference, a meeting of the global giants in energy production. The purpose of the event was to offer the Mozambican government a platform that allows the establishment of links with international investors in order to explore investment opportunities in the energy and gas sectors which, according to official data, will play a key role in Gross Domestic Product (GDP) growth and in improving the living conditions of many Mozambicans in the next two decades.

The ‘maestro’ of Nacala

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Lighting a dark continent

66

The President of the Southern Mozambique Hotel Association, Vasco Manhiça, says that the plan to liberalize Mozambican airspace should be effective. That is, from being theory it should enter into practice as a way to increasingly boost the development of tourism in the country.

“I am part of the development of the country”

After more than 15 years Esperança Bias has left the Ministry of Mineral Resources and now she forms the every day link between the Central Committee of the Frelimo party and Parliament. She has no plans yet for the future, apart from taking care of her family. After all, she is a wife (of Felisberto Ferrão) and a mother of two daughters, 23-year old Marcia and Jessica, who is 21. She claims not to be engaged in doing business because “I’m not good at doing business. I think one has to have a certain aptitude, which I do not have".


Editorial

Welcome

40 Focus on Economy

Obstacle Race

T

Economic growth perspective divides opinions

54 UP- Grade Save the Casa Velha!

58 EntrEPrEnEurSHIP Air space liberalization should be effective

79 LifeStyles A noble mission

The pace of economic development is not always at its best, even when favoured by trends in development. Although the tourism sector is highly promising in Mozambique, and ‘runs into’ and surpasses numerous obstacles, it remains far short of expectations and has not yet reached its full potential, largely thanks to the high prices of air tickets. As a matter of fact, a trip to Nacala can be as expensive as traveling to Lisbon. In this sense, tourism is not competitive despite the fact that Mozambique is among the most attractive tourist destinations in the region. This scenario is brought about by the lack of any effective liberalization of airspace, despite all the criticism, complaints and suggestions that have been made. The liberalization of airspace is a mirage. That is, there is still no room for the creation of competition between air service providers or for the welcome reduction of ticket prices, or even for an increase in air traffic. In this connection Vitor Manhica, the president of the Southern Mozambique Hotel Association (AHSM), says that it is necessary and urgent to promote legal and regulatory reforms, which ensure the clear separation of policy-making, operations and regulation. Going all the way to Nacala in Nampula province, Capital interviewed the city’s mayor Rui Chong, and learned that this destination has its pros and cons viewed in terms of economic development. Nacala has a deep water port, a sophisticated international airport and a Special Economic Zone. However, the city faces serious challenges with respect to water and electricity supply, not to speak of the notorious deterioration of the access roads. At the same time the transport sector in Nampula province is going through troubling times. Illegal carriers have taken over the roads and the licensing and supervisory authorities do little to solve this problem. However, the obstacles do not stop there... From a more macroeconomic viewpoint, the African continent is in darkness. Over 600 million Africans (almost 60%) do not have access to electricity and 80% of all electricity consumed in sub-Saharan Africa is going to South Africa. This means that all other Sub-Saharan African countries put together (including Mozambique) are scrambling for the remaining 20%, which is not enough. Are we able to overcome these and other obstacles in due time?

Magazine Magazine Magazine Ed.89 Ed.87· ··AGOSTO JUNHO Março 2015 2013 Capital Capital Capital

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Capitoon

EM BAIXA

País longe da média de inclusão financeira da SADC

Moçambique está longe da média de inclusão financeira e do alargamento de serviços financeiros dos países da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), apesar dos avanços registados nos últimos anos. A revelação foi feita pelo administrador do Banco de Moçambique, Waldemar de Sousa.c

EM ALTA TVCABO oferece brinquedos à Pediatria do Hospital Central de Maputo No dia 16 de Junho, e para celebrar o Dia da Criança Africana, a TVCABO ofertou brinquedos à Pediatria do Hospital Central de Maputo (HCM), contando com a presença da Neyma para distribuir autógrafos e demais surpresas. A TV Cabo proporcionou, deste modo, um dia muito especial e cheio de alegria para todas as crianças internadas no HCM.c

Inspecção do Ambiente aperta o cerco

A Inspecção do Ambiente aplicou multas a 13 empresas de diferentes ramos, que desenvolviam as suas actividades sem licença ambiental. A fiscalização teve lugar entre Janeiro e Abril deste ano e decorreu em 116 empresas. As multas renderam cerca de 6.300.000 meticais para os cofres do Estado e a Inspecção deixou recomendações específicas em 32 companhias.c

CIP denuncia dados inconsistentes no PQG

O Centro de Integridade Pública (CIP) acusa o Governo de apresentar dados inconsistentes sobre o sector de energia eléctrica no Plano Quinquenal do Governo 2015-2019 (PQG). Segundo o CIP, enquanto o PQG apresenta um nível de acesso em 2014 de 45% da população moçambicana, o Instituto Nacional de Estatísticas (INE) fala de apenas 26%.c

COISAS QUE SE DIZEM SOBRE A XENOFOBIA NA ÁFRICA DO SUL “É sempre mais fácil atacar o elo mais fraco, e, neste caso, os cidadãos estrangeiros residentes na África do Sul foram o elo mais fraco. É preciso ir às causas mais profundas do problema além das histórias tradicionais, culturais, da atitude dos zulos que é conhecida na África do Sul. É preciso olhar para as coisas com frieza e análise, incluindo as desigualdades na África do Sul, que se agravaram nos últimos 20 anos”.c

HÁ SINAIS DE MELHORIA “De há algum tempo a esta parte, a situação de segurança nas companhias (aéreas) africanas não era das melhores, o mesmo acontecendo em relação à implementação dos padrões internacionalmente exigidos na aviação segura que era deficiente. Mas graças ao esforço feito pela Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) há sinais de progressos significativos”.c

Tomás Salomão, ex-secretário executivo da SADC, in jornal O País ..”

Raimon Benjamin, secretário-geral da ICAO, in jornal n otícias

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Capitoon

ON THE BOTTOM

The country is a long way from the SADC average in terms of financial inclusion

Mozambique is still far below the average of financial inclusion and extension of financial services, as measured for the countries of the Southern African Development Community (SADC) despite the progress made in recent years, according to Waldemar de Sousa, administrator of the Bank of Mozambique.c

ON TOP TVCABO offers toys to the Pediatric Ward of Maputo Central Hospital Last June 16th, and to commemorate the Day of the African Child, TVCABO offered toys to the Pediatric Ward of Maputo Central Hospital (HCM), and this event had the participation of Neyma who signed autographs and there were many other surprises. Thus, TVCABO provided a very special day full of joy for all children admitted in the HCM.c

Environmental Inspectorate’s crack down

The Environmental Inspectorate fined 13 companies from various branches, which were engaged in doing business without an environmental permit. Inspections took place between January and April this year in 116 companies. The fines yielded around 6.3 million meticais for the state coffers and the Inspectorate made specific recommendations for 32 companies.c

CIP criticizes inconsistent data in Five Year Plan (PQG)

The Center for Public Integrity (CIP) accuses the Government of introducing inconsistent data on the electricity sector in its 2015-2019 Five Year Plan (QGP). According to the CIP, whereas the PQG claims that 45% of the Mozambican population have access to electricity in 2014, the National Statistics Institute (INE) speaks of only 26%.c

THINGS BEING SAID ON XENOPHOBIA IN SOUTH AFRICA “It is always easier to attack the weakest link, and in this case foreign citizens residing in South Africa were the weakest link. One has to go to the deeper causes of the problem, beyond the traditional and cultural histories and the attitude of the Zulus, which is well-known in South Africa. One has to look at these things in a clear-headed and analytical way, and include inequalities in South Africa that have been growing over the last 20 years”. c

“From some time now the security SIGNS OF IMPROVEMENT situation with respect to African airline carriers was not the best, and the same goes for the implementation of the international standards required in safe aviation, which was lacking. But thanks to the efforts made by the International Civil Aviation Organization (ICAO) there are signs of significant progress”.c

Thomas Solomon, former executive secretary of SADC, in newspaper “O País

Raimon Benjamin, Secretary General of the ICAO, in newspaper Notícias .

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ACTUAL

Soft Skills- A formação para além do Académico Vanessa Langa Consultora de Formação

M

oçambique em 2015. Uma era onde cada vez mais presenciamos a existência de mais e mais graduados, com cursos ainda mais diversificados e uma maior igualdade de género no acesso à educação. Todos os anos e em várias épocas, testemunhamos a alegria de estudantes que exibem euforicamente os seus magníficos trajes de término de curso. Com as esperanças guardadas dentro de um canudo, inicia-se uma das jornadas mais difíceis de um jovem moçambicano - a procura de emprego. A CONTACT tornou-se aliada de muitos jovens, e falando verdadeiramente numa perspectiva de uma Agência de Recursos Humanos existem muitas barreiras no acesso ao emprego, mas a que mais notamos

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é a falta de formação. Não falo apenas de uma formação académica, mas sim de um formação ainda mais completa e comportamental que irá diferenciar os bons dos melhores. Nesta perspectiva, criamos a Academia de Talentos que consiste num programa de vários módulos de formação em soft-skills que irão contribuir para a valorização profissional dos jovens moçambicanos. A Academia de Talentos serve de ponte entre as empresas e os formandos de um modo em que percebemos as maiores necessidades dos nossos clientes assim como as aflições dos jovens que nos batem à porta. Cada vez mais, as empresas procuram jovens que têm um excelente domínio de soft-skills, afinal os maiores líderes exibem o equilíbrio entre

os hard e os soft skills. Muitas vezes, os empregadores reclamam da falta de formação dos trabalhadores, que mais se nota na falta de experiência, gestão de conflitos e problemas na comunicação. Por outro lado, os recém-graduados dizem que há falta de emprego e que pior ainda, a exposição ao mercado empresarial é escassa pois o mercado não facilita os estágios profissionais. A CONTACT, através da Academia de Talentos, oferece um diferencial aos jovens, pois adiciona mais valor ao perfil profissional dos mesmos, oferecendo a exposição ao mercado empresarial e aos melhores, e concedendo a oportunidade de um estágio profissional. Sabemos que existem ainda muitas lacunas, mas acreditamos que podemos fazer uma diferença Criando Ligações. c


CURRENT

M

ozambique in 2015. An era when, increasingly, we witness the existence of more graduated students, with a wide range of courses and more gender equality in the access to education. Yearly and in different times, we witness the joy of students who euphorically display their magnificent end of course garments. With hopes stored in a graduation certificate, it begins one of the most difficult journeys for Mozambican youngsters – job seeking. CONTACT has become an allied of many youngsters, and truly speaking on the perspective of a Human Resources Agency, there are many barriers in accessing the employment market, but the main barrier that we have identified is lack of training. I don’t mean lack of academic training only, but of an even more complete and behavioral training that is going to differentiate the good ones from the best ones. Hence we have created the Talents Academy which is comprised by a program with several soft-skills training modules that are going to contribute for the professional development of Mozambican youth. The Talents Academy works as a bridge between companies and the trainees in such a way that we perceive our costumers’ main needs as well as the concerns of the youth who come knocking our doors. Increasingly the companies are looking for youngsters who master soft skills, for after all the greatest leaders show a balance between hard and soft skills. Often, employers complained the lack of training of employees, which is more noticeable in the lack of experience, conflict management and in communication problems. On the other hand, newly graduated students claim that there is lack of em-

Soft Skills- The Training Beyond Academic Vanessa Langa Training Consultant

ployment and even worse than that, the exposure to business market is scarce and the market is not often open to professional internships. CONTACT, through the Talents Academy, offers competitive advantage to the youngsters because it adds more value to their professional profiles,

by providing exposure to the business market and to the best ones, and by granting the opportunity for a professional internship. We know that there are many gaps but we do believe that we can make a difference by Criando Ligações (Creating Connections). c

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Briefing MUNDO

substanciais (330 biliões). Refira-se que o FMI define os subsídios aos combustíveis como a diferença entre o que os consumidores pagam e os “custos reais”, mais a taxa do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA).c

DR

Subsídios à energia por componentes em 2015 (USD) Poluição 2.734 triliões Outros factores locais – 967 biliões Preços abaixo da média internacional 333 biliões Aquecimento global – 1.268 triliões

milhões de desempregados na Europa, mais oito milhões do que antes da crise, “sobretudo entre os jovens, que podem não ter trabalho e ter de pagar as dívidas dos seus pais”. “Isto pode desencadear uma nova crise e abrir caminho aos populismos”, advertiu. Mais… É preciso fazer reformas estruturais, usar as margens existentes na política orçamental, avançar com o plano de investimento Juncker, caminhar para um verdadeiro mercado interno de serviços no domínio da energia, mas também do mercado de capitais.

Fonte: Agência Internacional de Energia e FMI

COMMODITIES

Combustíveis em 2015

Globo vai gastar 5.3 triliões de dólares em subsídios O mundo vai gastar, este ano, 5.3 trilhões de dólares em subsídios aos combustíveis. Esta estimativa “assombrosa, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI), equivale a 6.5% do Produto Interno Bruto (PIB) global. Esta soma excede os gastos na Saúde que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), representaram 6.5 do PIB, em 2013. O FMI garante, porém, que os subsídios têm efeitos adversos na eficiência económica, no crescimento e fomentam desigualdades sociais. Os subsídios aos combustíveis são praticados em muitos países desenvolvidos e em desenvolvimento. A Ásia emergente representa cerca de metade do total, enquanto as economias avançadas representam cerca de um quarto. Os maiores subsídios, em termos absolutos e em dólares, estão na China (2,3 triliões), Estados Unidos da América (699 milhões), Rússia (335 biliões), Índia (277 biliões) e Japão (157 biliões). Na União Europeia, os subsídios também são

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Produção da Rio Tinto cresce 10%

Crise na Zona Euro não foi superada A Alemanha

, através do secretário de Estado do Trabalho, Jörg Asmussen, avisa que, apesar do pior ter passado, não se pode dizer que a crise na Zona Euro esteja superada. Há países onde o endividamento e o desemprego permanecem elevados, como é o caso de Portugal. Segundo o governante, em vários países, persiste um elevado endividamento público e privado, e isto restringe muito a capacidade de fomentar o crescimento porque o processo de “desendividamento” vai ter de ser prosseguido. Ao mesmo tempo, acrescentou ainda que há 24

A produção da multinacional Rio Tinto de carvão metalúrgico, durante o primeiro trimestre deste ano, cresceu 10% quando comparado com o período homólogo de 2014 e foi 22% maior do que o registado nos últimos três meses do mesmo ano. Já no que concerne à produção do carvão térmico, a Rio Tinto, que vendeu os seus activos em Moçambique à indiana International Coal Ventures Private Limited, registou um aumento na ordem de 5% no primeiro trimestre de 2015, em comparação com 2014.


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Briefing MUNDO/WORLD

also substantial (330 billion). The IMF defines fuel subsidies as the difference between what consumers pay and the “real costs”, including the Value Added Tax (VAT).c

Energy subsidies per component in 2015 (USD) Pollution – 2,734 trillion Other local factors – 967 billion Prices below the international average – 333 billion Global warming – 1,268 trillion Source: International Energy Agency and IMF

The crisis in the Euro Zone has not been solved Fuel in 2015

The world will spend 5.3 trillion dollars on subsidies This year the world will spend 5.3 trillion dollars on fuel subsidies. According to the International Monetary Fund (IMF) this “amazing” estimate is equivalent to 6.5% of the world’s Gross Domestic Product (GDP). The amount exceeds spending on health, according to the World Health Organization (WHO), which accounted for 6.5% of GDP in 2013. The IMF ensures, however, that subsidies have adverse effects on economic efficiency and growth, and foment social inequalities. Fuel subsidies are common in many developed and developing countries. Emerging Asia accounts for about half of the total, while the advanced economies account for about one quarter. The largest subsidies in absolute terms and in dollars are to be found in China (2.3 trillion), the United States (699 million), Russia (335 billion), India (277 billion) and Japan (157 billion). Subsidies in the European Union are

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Germany

through Labor State Secretary Jörg Asmussen warns that while the worst is over, it cannot be said that the crisis in the Euro zone has been overcome. There are countries where debt and unemployment remain high, as is the case with Portugal. According to the secretary many countries continue to face important public and private debts, and this greatly limits the ability to boost growth because the process of debt reduction will have to be continued. At the same time, he pointed out that there are 24 million unemployed in Europe, eight million more than before the crisis, “espe-

cially among young people, who may be out of work while having to pay the debts of their parents”. This could trigger a new crisis and open the way to populism”, he warned. What’s more ... It is necessary to embark upon structural reforms, using the existing margins in budget policy and pursue the Juncker investment plan, moving towards a true single market for services in the field of energy, but also with respect to the capital market .c

COMMODITIES

Rio Tinto output increases 10% Coking coal production of multinational Rio Tinto in the first quarter of this year increased 10% compared to the same period of 2014 and was 22% higher than in the last three months of that year. As far as thermal coal output is concerned Rio Tinto, which sold its assets in Mozambique to International Coal Ventures Private Limited from India, reported an increase of around 5% in the first quarter of 2015, compared to 2014 .c


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Briefing ÁFRICA

Continente vai crescer 4.5% Neste momento, as perspectivas de crescimento, em África, são boas uma vez que a média de expansão poderá se fixar em 4.5%, este ano, e espera-se que em 2016 seja de 5%, convergindo com as taxas registadas actualmente na Ásia. Porém, os baixos preços do petróleo e de outras commodities, as incertezas globais e as consequências do surto da Ébola, na África Ocidental, e a instabilidade política em muitos

países pode atrasar o retorno às taxas de crescimento registadas antes de 2008. No que diz respeito ao Investimento Directo Estrangeiro (IDE), o continente africano vai receber, este ano, cerca de 73.5 biliões de dólares, sendo sobretudo impulsionado pela China que continua a ser o maior parceiro comercial de África. Além do IDE, há que destacar importantes investimentos que serão realizados por empresas locais.c

Projecção de crescimento da força de trabalho em algumas partes do mundo (2010-2050) 1000

830

800 600 400

317

200

80

-150

North-Africa

China

-96

0 -800

Explosão demográfica pressiona mercado de emprego O Banco

Africano de Desenvolvimento (BAD) diz que o número de pessoas no continente vai triplicar até 2050. Este cenário exige a modernização das economias locais de maneira a melhorar o padrão de vida. Em 2050, muitas cidades e comunidades rurais africanas verão a sua população crescer de forma drástica. Só no campo haverá aproximadamente 400 milhões de pessoas, de acordo com o Africa Economic Outlook divulgado na reunião anual do BAD. O relatório afirma que, ao longo dos próximos 15 anos, 370 milhões de jovens entrarão no mercado de trabalho na África Subsariana, como tal, urge a criação massiva de emprego.

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Sub-Saharan Africa

India

Europe

United States

Fonte: UNDESA (2012)

?

SABIA QUE...

Kaberuka dobra investimento dos últimos 40 anos A 50ª

Assembleia Anual do Conselho de Governadores do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) que teve lugar em Abidjan, na Costa do Marfim, serviu para fazer o balanço das actividades da instituição nos últimos anos, que foram marcadas pelo forte investimento em infraestruturas. Donald Kaberuka, antigo presidente do BAD, revelou que nos últimos 10 anos a instituição investiu cerca de 28 biliões de dólares no sector. Trata-se de um montante que representa o dobro do valor aplicado nos últimos 40 anos. Ainda assim, o valor não foi suficiente para responder

às necessidades do continente, por isso, os chefes de Estado que marcaram presença na reunião (incluindo o moçambicano Filipe Nyusi) concordaram que é preciso intensificar os esforços neste domínio. O fosso é enorme, por isso, precisamos de ser mais inovadores e diminuir os riscos para atrair o sector privado a investir nas infraestruturas. Temos de privilegiar uma maior desregulamentação do sector de Energia, reformando a política de subsídios e assegurar que o fornecimento seja feito por empresas com demonstrações financeiras muito fortes, concluiu Donald Kaberuka.c


Briefing ÁFRICA /AFRICA

Investimentos nas infraestruturas na última década (USD) Investimento total -28 biliões Energia -11 biliões Transporte -11 biliões Água -2 biliões Tecnologias de informação e comunicação -2 biliões Outros -2 biliões Fonte: BAD

Angola é factor de risco para a banca portuguesa A exposição

significativa a Angola bem como ao sector imobiliário são dois dos principais riscos para a estabilidade dos bancos portugueses, segundo o Relatório de Estabilidade Financeira divulgado pelo Banco de Portugal (BdP). O documento indica que, apesar de em 2014, o sistema financeiro português se ter desenvolvido num quadro de recuperação de actividade económica e de correcção dos desequilíbrios ma-

croeconómicos, existem ainda riscos para a estabilidade financeira, entre os quais a concentração significativa em determinadas classes de activos. O Banco de Portugal identifica três classes de activos: o sector imobiliário, a exposição dos bancos à dívida soberana que aumentou de 2013 para 2014 e a exposição das instituições financeiras a países produtores de petróleo afectados pela descida do preço, como é o caso de Angola.c

Demographic explosion presses the job market The African

Development Bank (ADB) says that the number of people on the African continent will triple by 2050. This scenario requires the modernization of local economies in order to improve the standard of living. By 2050 many African cities and rural communities will have seen their population grow dramatically. In the rural areas alone there will be approximately 400 million people, according to the Africa Economic Outlook released at the annual meeting of the ADB. The report states that over the next 15 years, 370 million young people will enter the labour market in sub-Saharan Africa, and as such this requires massive job creation

The continent will grow 4.5% At present growth prospects in Africa are good with an average expansion rate of 4.5% this year, and it is to be expected to be 5% in 2016, converging with the rates currently recorded in Asia.

However, low prices of oil and other commodities, global uncertainties and the consequences of the Ebola outbreak in West Africa, and political instability in many countries may delay the return to the growth rates recorded before 2008. As far as Foreign Direct Investment (FDI) is concerned Africa will this year receive about 73.5 billion dollars, mainly driven by China, which remains the largest trading partner of Africa. In addition to IDE, it should be noted that significant investments will be made by local companies.c

Growth projection of the labour force in some parts of the world (2010-2050) 1000

830

800 600 400

317

200

80

-150

North-Africa

China

-96

0 -800

Sub-Saharan Africa

India

Europe

United States

Source: UNDESA (2012)

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Briefing AFRICA

Angola is a risk factor for Portuguese banks

sovereign debt - which increased from 2013 to 2014 - and the exposure of financial institutions “to oil-producing countries affected by the price drop”, such as Angola.c

Investments in infrastructure in the last decade (USD) Total investment – 28 billions Energy – 11 billions The

“significant” exposures to Angola and the property sector are two of the main risks for the stability of Portuguese banks, according to the Financial Stability Report published by the Bank of Portugal (BoP). The document indicates that, despite the development of the Portuguese financial system in 2014 “within the

?

framework of recovery of economic activities and correction of macroeconomic imbalances”, there are still risks to financial stability, including the “significant concentration in certain classes of assets”. The Bank of Portugal identifies three asset classes: the real estate sector, the exposure of banks exposure to

Transport - 11 billions Water – 2 billions Information and communication technology – 2 billions Other – 2 billions Source: BAD

DID YOU KNOW THAT...

Kaberuka fold Investment Latter 40 years The 50th

Annual Meeting of the Governing Board of the African Development Bank (ADB) held in Abidjan, Ivory Coast, served to take stock of the activities of the institution in recent years, which were marked by the strong investment in infrastructure. Donald Kaberuka, former President of ADB, revealed that in the last 10 years the institution has invested about 28 billion dollars in this sector. This is twice the amount invested in the 40 years before this period [please correct Portuguese. The last 40 years include the last 10 years]. Still, the amount was not

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enough to meet the continent’s needs, which is why the heads of state who attended the meeting (including Mozambique’s Filipe Nyusi) agreed that it is necessary to intensify efforts in this area. “The gap is huge, so we need to be more innovative and reduce risks in order to attract private sector investments in infrastructure. We have to give priority to inreased deregulation of the energy sector, by reforming subsidy policies and ensuring that supply is taken care of by companies with a strong financial track record”, according to Donald Kaberuka.c


Briefing MOÇAMBIQUE

CCS JV vai desenvolver parque de GNL

CTA quer dinamizar diálogo público privado nas províncias Os Conselhos Empresariais Provinciais (CEP), organismos de base da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), devem desempenhar um papel fundamental na melhoria do ambiente de negócios a nível local, conforme uma das deliberações da XVII Assembleia-Geral da CTA. Os CEP têm a missão, segundo a decisão da reunião magna, de conduzir o diálogo público-privado e de identificar os problemas com que se debatem os empresários a nível local. Para garantir a materialização deste fim, a CTA pretende munir estes organismos de pessoal qualificado, instalações apetrechadas, como forma de conferir mais dinâmica às acções de identificação e resolução das preocupações do sector privado nas províncias. Por outro lado, o alcance deste propósito passa ainda, de acordo com o plano de actividades para 2015, pelo melhoramento da articulação entre as associações empresariais, CEP e CTA, assim como pela auscultação constante das preocupações do empresariado nacional. Ainda durante a reunião magna, a CTA aprovou o relatório e contas referentes a 2014. A agremiação fez saber, igualmente, que 2014 foi um ano bom também a nível financeiro, uma vez que a base das receitas foi alargada.

O consórcio CCS JV (composto pelas empresas CB&I, Chiyoda Corporation e Saipem) vai desenvolver a fase inicial do parque de Gás Natural Liquefeito (GNL) onshore (produção em Terra) em Cabo Delgado. A sociedade foi escolhida pelo conjunto de empresas que exploram a Área 1, na Bacia do Rovuma, representadas pela Anadarko. Al Walker, presidente e director executivo da Anadarko, diz que esta iniciativa mostra a vontade de avançar neste projecto em direcção às “primeiras cargas”. O responsável mostra-se orgulhoso pelos progressos registados, com destaque para a obtenção de cartas de intenção dos financiadores do projecto. Enquanto o projecto avança, os moçambicanos estão a discutir a parte do ‘national content’ neste movimento. O presidente da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), Rogério Manuel, diz que o empresariado nacional não tem capacidade para satisfazer a demanda das multinacionais. Posicionamento secundado por Casimiro Francisco, presidente da Empresa Moçambicana de Exploração Mineira. Porém, o sector privado nacional não deve baixar os

braços e ficar a “ver os navios”.c

LAM pode ter concorrência já no próximo mês O Instituto de Aviação Civil de Moçambique (IACM) recebeu propostas de três companhias que pretendem operar no espaço aéreo de Moçambique, uma das quais poderá iniciar a actividade já no próximo mês. Segundo o presidente do Conselho de Administração do IACM, João Abreu, duas das referidas companhias (Fly Africa e a Mais) pretendem operar com aviões e a terceira (provavelmente a Makond Airlines) com helicópteros. As propostas apresentadas estão na fase final de certificação. Falando durante um seminário sobre aviação civil, em Maputo, João Abreu adiantou que uma das transportadoras vai operar a partir da cidade da Beira, na província de Sofala, e outra estará baseada em Nacala, na província de Nampula. Estas companhias irão juntar-se à companhia de bandeira moçambicana, Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), que tem operado em sistema de monopólio no mercado doméstico nacional, situação que tem sido apontada como responsável pelo custo elevado dos bilhetes no transporte aéreo nacional.c

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Briefing MOÇAMBIQUE /MOZAMBIQUE

DESTAQUE

País vai exportar mão-de-obra Moçambique

quer exportar mão-de-obra para países da região austral de África e do mundo. A informação foi avançada pelo vice-ministro do Trabalho, Emprego e Segurança Social (MITESS), Oswaldo Petersburgo. Segundo o jovem governante, a iniciativa justifica-se pela crescente procura que se regista de traba-

CTA wants to promote the public-private dialogue in the provinces The Provincial Business Councils (CEP), the local agencies of the Confederation of Economic Associations of Mozambique (CTA), should play a key role in improving the business environment at local level, according to one of the resolutions of CTA’s 12th General Assembly. The assembly decided that the mission of the CEP is to conduct a public-private dialogue and identify the problems being faced by entrepreneurs at local level. To ensure the realization of this objective the CTA intends to provide

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lhadores nacionais fora de portas. À luz da iniciativa, serão privilegiados sectores como a construção civil, recursos naturais, saúde e trabalhos domésticos. Até ao momento, sabe-se que a Arabia Saudita é um dos países interessados na mão-de-obra migratória proveniente de Moçambique.c

these provincial bodies with qualified personnel and well equipped facilities as a way to invigorate the identification and resolution of private sector concerns in the provinces. Furthermore, according to the 2015 action plan the scope of this objective also includes the improvement of the coordination between the business associations, CEP and CTA, as well as the permanent sounding of the concerns voiced by national entrepreneurs. CTA’s general assembly approved the report and accounts of 2014. The assembly also made it known that 2014 was a good year in financial terms due to the extension of the revenue base.c

CCS JV will develop LNG park The CCS JV

consortium (composed by the companies CB&I, Chiyoda Corporation and Saipem) will develop the initial phase of the onshore Liquefied Natural Gas (LNG) Park in Cabo Delgado. The company was chosen by the group of companies exploring Area 1 in the Rovuma Basin, represented by Anadarko. Al Walker, president and CEO of

Anadarko, says this initiative shows the commitment to advance this project towards the “first shipments”, and he noted that “the progress made, especially in obtaining letters of intent of the project financiers” was reason to be proud. As the project progresses, Mozambicans are discussing the part of national content in this undertaking. The president of the Confederation of Economic Associations of Mozambique (CTA), Rogério Manuel, observed that national businesses are unable to meet the demands of the multinationals. This view was endorsed by Casimiro Francisco, president of the Mozambican mining company Empresa Moçambicana de Exploração Mineira. However, the domestic private sector should not stand by idly “watching the ships”.c


Briefing MOZAMBIQUE

LAM may face competition next month already The Civil

Aviation Institute of Mozambique (IACM) received proposals from three companies wishing to operate in Mozambique’s airspace, one of which could start operating as early as next month. According to João Abreu, the chairman of the IACM Board, two of the companies (Fly Africa and Mais) plan to operate aircraft while the third (probably Makond Airlines) will use helicopters. The proposals are in the final stage of certification. Speaking at a seminar on civil aviation in Maputo, João Abreu added that one of the carriers will operate from the city of Beira in Sofala pro-

vince, and another will be based in Nacala in Nampula province. These companies will join the Mozambican flagship airline, Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), which

has had a monopoly in the domestic market, a situation that has been considered the root cause of the high costs of tickets in domestic air transport.c

HIGHLIGHT

Country will export labour Mozambique

wants to export labour to countries in Southern Africa and the world. The information was released by the Deputy Minister of Labour, Employment and Social Security (MITESS), Oswaldo Petersburgo. According to the young official, the initiative is justified by the growing demand for

national labour reported from abroad. In light of this initiative sectors such as construction, natural resources, health and domestic work will receive privileged treatment. To date Saudi Arabia is known to be one of the countries interested in migrant labour from Mozambique.c

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DOSSIER

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4a Conferência Anual Powering Africa

Iluminar um continente às escuras Moçambique acolheu, recentemente, a 4a Conferência Anual Powering Africa. Um encontro de colossos mundiais de produção de energia. O objectivo do evento passava por fornecer ao Governo moçambicano uma plataforma que permitisse o estabelecimento de ligações com investidores internacionais, de modo a explorar as oportunidades de investimento nos sectores de energia e gás, que segundo dados oficiais, jogarão um papel fundamental no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) e na melhoria das condições de vida de muitos nacionais, nas próximas duas décadas. Belizário Cumbe (texto)

D

ados divulgados na 4a Conferência Anual Powering Africa apontam que o sector da energia de Moçambique recebeu investimentos na ordem dos 3.2 mil milhões de dólares norte-americanos em 2014. O mesmo foi responsável por 45.6% do montante total de investimentos aprovados pelo CPI (Centro de Pro-

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moção de Investimentos), que atingiu 7.1 mil milhões de dólares. O projecto da Hidroeléctrica de Lupata, no rio Zambeze, foi o que mais dinheiro recebeu, um investimento proveniente das Ilhas Maurícias. Porém, estes investimentos estão longe de satisfazer as necessidades energéticas do País. Nos últimos anos, a empresa pública Electricidade de Moçambique (EDM) tem mos-

trado incapacidade de responder às exigências do mercado. A explosão do sector imobiliário, por exemplo, está a pressionar a capacidade de fornecimento desta empresa. O antigo presidente do Conselho de Administração da EDM, Augusto Fernandes, defende a diversificação das fontes de energia, a revisão das tarifas e negociação da quota de energia exportada à África do Sul,


bem como a expansão de fontes alternativas como forma de melhorar a capacidade fornecimento e a qualidade desta commodity. Apesar das dificuldades que enfrenta, o país apresenta um potencial de energias renováveis de 23.000 gigawatts (GW) e espera-se que se torne no terceiro maior exportador de gás natural liquefeito (GNL), tendo em conta a escala dos jazigos de gás descobertos recentemente. Porém, estes planos requerem investimentos e apoios suficientes por parte da comunidade internacional e atrair investidores para o sector foi um dos objectivos que norteou a 4a Conferência Anual Powering Africa. Na conferência em causa, Moçambique colocou as suas potencialidades em cima da mesa. Afinal de contas, o evento reuniu promotores de projetos e agentes financeiros globais para facilitar as discussões no âmbito do comércio, sucesso das iniciativas, interconectividade regional e parcerias público-privadas.

Um continente às escuras

a procurarem fontes alternativas a nível local e regional. O cenário é mais grave quando nos damos conta de que em 2014, cerca de 1.2 biliões de pessoas no mundo viviam sem acesso à electricidade e metade delas encontravam-se na África Subsaariana. Mais, entre os 20 países com os maiores défices energéticos, 12 situam-se nesta região, dos quais oito têm um nível de acesso abaixo de 20%. Um exemplo caricato, que consta do relatório Powering Africa, da USAID, aponta que um frigorífico doméstico nos Estados Unidos da América (EUA) consome seis vezes mais energia que um cidadão da classe média da Tanzânia. Já um etíope leva dois anos para consumir a quantidade de energia que um norte-americano gasta em apenas três dias. De acordo com a Agência Internacional de Energia, 40% da população que não tem acesso à electricidade na África Subsaariana está concentrada nos seguintes países: Etiópia, Gana, Quénia, Libéria, Nigéria e Tanzânia.c

Disparidade do uso de energia entre alguns países africanos e os EUA (uso anual per capita) Etiópia

52 KWH

Libéria

82 KWH

Tanzânia

–91 KWH

Nigéria

140 KWH

Kenia

–150 KWH

Gana

–342 KWH

EUA

–12.461 KWH

População com acesso à energia Libéria

2%

Tanzania

– 17%

Kenya

–20%

Etiópia

22%

Nigéria

54%

Gana

–61%

EUA

–100%

Fonte: Relatório Powering África - 2014

O continente negro está mesmo às escuras. Dados revelados na 4a Conferência Anual Powering Africa são mais do que esclarecedores. Pouco mais de 600 milhões de pessoas (perto de 60%) não têm acesso à energia e, aproximadamente, 80% de toda a electricidade que é consumida na África Subsaariana vai para a África do Sul, a maior potência industrial do continente. Por outras palavras, quer isto dizer que o resto dos países da África Subsaariana disputa os remanescentes 20% que, evidentemente, não são suficientes. Outrossim, a própria África do Sul está neste momento a enfrentar uma crise energética que está a obrigar as autoridades locais

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DOSSIER

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4th Annual Powering Africa Conference

Lighting a dark continent Mozambique recently hosted the 4th Annual Powering Africa Conference, a meeting of the global giants in energy production. The purpose of the event was to offer the Mozambican government a platform that allows the establishment of links with international investors in order to explore investment opportunities in the energy and gas sectors which, according to official data, will play a key role in Gross Domestic Product (GDP) growth and in improving the living conditions of many Mozambicans in the next two decades. Belizário Cumbe (text)

D

ata released at the 4th Annual Powering Africa Conference show that Mozambique’s energy sector received investments of around 3.2 billion US dollars in 2014, accounting for 45.6% of total investments approved by the Investment Promotion Centre CPI, amounting to 7.1

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billion dollars. The Lupata hydroelectric power plant project on the Zambezi River netted the largest investment, coming from Mauritius. However, these investments are far from meeting the country’s energy needs. In recent years the public company Electricidade de

Mozambique (EDM) has shown to be unable to respond to market demand. The boom in the real estate sector for instance, is drawing heavily on the supply capacity of the company. The former president of the Board of Directors of EDM, Augusto Fernandes, argues for the diversification of energy sources, the revision of tariffs


and negotiating the share of energy being exported to South Africa, as well as the expansion of alternative energy sources in order to improve the supply capacity and the quality of energy. Despite the difficulties it is facing the country has a renewable energy potential of 23,000 gigawatts (GW) and is expected to become the world’s third largest exporter of liquefied natural gas (LNG), taking into account the scale of the recently discovered gas fields. However, these plans require sufficient investment and support from the international community, and attracting investors to the sector was one of the objectives that guided the above conference. At the conference Mozambique showcased its potential. Ultimately the event brought together project developers and global financial players, in order to facilitate discussions within the areas of trade, the success of initiatives, regional interconnectivity and public-private partnerships.

local authorities to seek alternative sources at local and regional level. The situation is more daunting still when one realizes that in 2014 about 1.2 billion people worldwide, half of whom live in sub-Saharan Africa, had no access to electricity, and that among the 20 countries with the highest energy shortages 12 are located in this region, eight of which have an access level below 20%. In a grotesque example from the Powering Africa report, USAID points out that a domestic fridge in the United States of America (USA) consumes six times more energy than a middle class citizen from Tanzania. And an Ethiopian citizen takes two years to consume the amount of energy that an American uses in just three days. According to the International Energy Agency, 40% of the population without access to electricity in subSaharan Africa is concentrated in the following countries: Ethiopia, Ghana, Kenya, Liberia, Nigeria and Tanzania.c

Disparity in energy use between some African countries and the USA (annual use per capita) Ethiopia

52 KWH

Liberia

82 KWH

Tanzania

–91 KWH

Nigeria

140 KWH

Kenya

–150 KWH

Ghana

–342 KWH

USA

–12.461 KWH

Population with access to energy Liberia

2%

Tanzania

– 17%

Kenya

–20%

Ethiopia

22%

Nigeria

54%

Ghana

–61%

USA

–100%

Source: Powering Africa Report - 2014

DR

A dark continent The black continent is really dark. Data revealed at the 4th Annual Powering Africa Conference are more than obvious. Just over 600 million people (nearly 60%) have no access to energy and approximately 80% of all electricity consumed in subSaharan Africa goes to South Africa, the largest industrial power of the continent. In other words, this means that the rest of Sub-Saharan countries are scrambling for the remaining 20% which, of course, are not enough. Moreover, South Africa is currently facing an energy crisis that is forcing

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Foco ECONOMIA

Perspectiva de crescimento económico divide opiniões O Banco de Moçambique e o Fundo Monetário Internacional (FMI) prevêem um crescimento económico que ultrapasse os 7% no exercício do presente ano fiscal. Entretanto, esta antevisão divide A opinião de alguns economistas nacionais bem como de algumas instituições financeiras que operam no país. Gildo Mugabe (texto)

O

Fundo Monetário Internacional (FMI) divulgou as suas projecções de Primavera, onde apresenta um cenário de crescimento económico mundial moderado, em torno

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dos 3,5% em 2015, com a previsão de alta em 2016 para 3,8%. Estas previsões fundamentam-se, entre outros factores, em novos riscos que as economias avançadas e de mercados emergentes enfrentam, afectando


deste modo o ímpeto da retoma das suas economias. Nas economias mais desenvolvidas merece realce a aceleração do crescimento anual do PIB nos EUA, no primeiro trimestre de 2015, em 3,0%. Por seu turno, nas economias de mercado emergentes, destaca-se a desaceleração do crescimento anual do PIB na China para 7,0%, no I trimestre de 2015, após 7,3% no trimestre anterior. Entretanto, o Fundo Monetário Internacional (FMI) faz uma análise particular das perspectivas e desempenho da economia moçambicana para este ano económico. De acordo com aquela organização, o desempenho económico do País permanece robusto. Aliás, esta análise é também defendida pelo Governo moçambicano. Tal como o Governo e o FMI, espera-se que a economia moçambicana cresça 7% no presente ano fiscal, embora existam riscos de diminuição desta projecção devido ao declínio dos preços dos produtos primários e à necessidade de consolidação fiscal. Quanto às cheias que afectaram o país no início do presente ano, o FMI desdramatiza o seu impacto e ga-

rante que a extensão do impacto das calamidades naturais sobre a economia nacional não será tão expressivo quanto foi inicialmente calculado. As receitas na indústria extractiva, nomeadamente no carvão, após deduzido o efeito negativo da queda do preço da commodity no mercado internacional, e o crescimento da agricultura, transportes e comunicações, sector financeiro, bem como das infraestruturas vão determinar o bom desempenho da economia em 2015. Apesar destas projecções, por sinal boas para o país, existem elementos fundamentais a ter em conta, tal como faz referência José Chichava, antigo ministro da Administração Estatal e actual deputado na Assembleia da República. Chichava considera preocupante para o investimento as frequentes notícias sobre o desentendimento no âmbito do diálogo político do Centro de Conferências Joaquim Chissano. Na percepção de Chichava será difícil, ou quase impossível, os empresários fecharem grandes negócios num clima de tensão e de retrocesso, que no fim afectará a economia. E mais, segundo Chichava, a questão

da criminalidade - assaltos e raptos - também afastam o naturalmente o investidor. Por seu turno, o Standard Bank prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) moçambicano cresça a um ritmo mais lento este ano, em torno dos 6.5%, contra os 7.4% registados em 2014. Para o Stantard Bank, contrariamente à análise do FMI, a actividade económica nacional foi afectada pelas cheias registadas nos primeiros meses deste ano. Para além deste facto, a queda de preço dos comodities no mercado mundial também teve o seu impacto na economia. Entretanto, e de acordo com Fáusio Mussá, economista sénior do Standard Bank e colaborador da revista Capital, o Orçamento Geral do Estado (OGE) recentemente aprovado poderá estimular a actividade económica. Mussá entende que a recente queda da inflação para um nível abaixo do esperado, de 2% em termos anuais em Abril, com a média a baixar para 2.6%, alimenta expectativas de que possa fixar-se abaixo dos 5.1%, com a volatilidade do Metical a apresentarse como um dos principais riscos para a inflação este ano.c

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Focus on Economy

DR

Economic growth perspective divides opinions The Bank of Mozambique and the International Monetary Fund (IMF) predict an economic growth exceeding 7% in the present fiscal year. However, this forecast divides the opinions of some national economists and of some financial institutions operating in the country Gildo Mugabe (text)

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he International Monetary Fund (IMF) published its spring projections, presenting a scenario of moderate global economic growth hovering around 3.5% in 2015, with

a high forecasted in 2016 of 3.8%. These forecasts are based, among other things, on new risks faced by advanced economies and emerging markets, which affect the pace of recovery of their economies.


In more developed economies the acceleration of GDP growth in the USA in the first quarter of 2015 to 3.0%, deserves to be mentioned. For their part, standing out in the emerging market economies is the slowdown in annual GDP growth in China to 7.0% in the first quarter of 2015, after 7.3% in the previous quarter. Meanwhile, the International Monetary Fund (IMF) undertakes a particular analysis of the prospects and performance of the Mozambican economy for this fiscal year. According to the IMF the country’s economic performance remains robust. In fact this analysis is supported by the Mozambican Government. Just like the Government and the IMF, it is expected that the Mozambican economy grows 7% this fiscal year, although this projection runs the risk of being scaled down, due to declining commodity prices and the need for fiscal consolidation. As far as the floods which hit the country earlier this year are concerned, the IMF plays down their impact and ensures that the extent of the impact of natural disasters on the national economy will not be as significant as initially calculated. Revenues in the extractive industry, in particular of coal after deducting the negative effects of the price fall of coal in the international market, the growth of agriculture, transport and communications, the financial sector and infrastructure will be responsible for the good performance of the economy in 2015. Despite these projections which, incidentally, are a good sign for the country, there are fundamental elements to be taken into account, as noted by José Chichava, former Minister of State Administration and currently a deputy in the National

Assembly. Chichava thinks that the frequent news about disagreements within the political dialogue taking place in the Joaquim Chissano Conference Centre is a concern from the point of view of investment. In the perception of Chichava it will be difficult, or almost impossible, for business people to close big deals in an atmosphere of tension and retrogression, which in the end affects the economy. In addition, according Chichava, the issue of crime - robberies and kidnappings - also chases away the investor. In its turn, Standard Bank predicts that the Mozambican Gross Domestic Product (GDP) will grow at a slower pace this year, around 6.5%, against the 7.4% registered in 2014.

According to Standard Bank, contrary to the IMF analysis, domestic economic activity was affected by the floods recorded in the first months of this year. Apart from this fact, the price drop of commodities in the world market also had its impact on the economy. Meanwhile, according to Fáusio Mussá, senior economist at Standard Bank and collaborator of the magazine Capital, the recently approved General State Budget (OGE) can stimulate economic activity. Mussá believes that the recent drop in inflation to a level lower than expected, 2% in annual terms in April, with the average decreasing to 2.6%, feeds expectations that it might settle below 5.1%, with the volatility of the metical being one of the main risks to inflation this year. c DR

Fáusio Mussá, senior economist of Standard Bank

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Foco NEGÓCIOS

AMPCM promove produção orientada para o Mercado A Associação Moçambicana para a Promoção do Cooperativismo Moderno (AMPCM), através da sua Delegação Regional, está a capacitar produtores agrícolas tendo em vista contribuir para o aumento da renda familiar e para o incremento do volume de negócios. Gildo Mugabe (texto)

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Associação Moçambicana para a Promoção do Cooperativismo Moderno (AMPCM) lançou mãos à obra e encontra-se a formar produtores agrícolas como forma de contribuir para o aumento da renda sua familiar. A iniciativa, inserida no projecto de Desenvolvimento de Agro-negócios com financiamento da Noruega, consiste na capacitação dos agricultores para a produção orientada para o mercado, contribuindo, deste modo, para a promoção de cooperativas viáveis e sustentáveis. De acordo com Jeremias João,

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secretário da Cooperativa Morreno, localizada no distrito de Monapo, no Posto Administrativo de Netia, em Nampula, desde que a AMPCM começou a trabalhar com a Cooperativa, em Março de 2014, que os membros se tornaram capazes de identificar e classificar as suas potencialidades. “Estamos capacitados para reflectir sobre a nossa atitude como produtores para transformarmo-nos em produtores de negócios ou orientados para o mercado, avaliar os custos de produção e prever perdas ou ganhos, elaborar planos de produção individual e de negócios, para além

de procurar fontes de financiamento dos nossos planos”, explicou Jeremias João. Aquele responsável acrescentou ainda que, actualmente, os agricultores associados à cooperativa Morreno conseguem produzir muito mais em relação ao que produziam anteriormente. “Já sabemos quais são as culturas que rendem bem nas nossas terras, por isso estamos muito satisfeitos com os resultados que temos vindo a conseguir”, finalizou. Ou seja, a AMPCM adoptou uma estratégia, que tem vindo a dar francos resultados no sector dos agro-negócios. c


Focus on BUSINESS

AMPCM promotes market oriented production The Mozambican Association for the Promotion of Modern Cooperatives (AMPCM), through its Regional Delegation, is training farmers with a view to contributing to an increase in family income and in business volume. Gildo Mugabe (text)

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he Mozambican Association for the Promotion of Cooperatives Modern (AMPCM) began its work and is training farmers in order to contribute to an increase in family income. The initiative, part of the Agro-Business Development project funded by Norway, consists in training farmers to produce for the market, thus contributing to the promotion of viable and sustainable cooperatives. [?? do they produce in order to promote cooperatives, or do they form coops in order to promote production?]

According to Jeremiah João, secretary of the Cooperative Morreno, located in the administrative post of Netia in the district of Monapo in Nampula, since AMPCM began working with the Cooperative in March 2014, members have learned to identify and classify their potential. “We have been trained in reflecting upon our attitude as producers, in transforming ourselves in commercial or market-oriented producers, in evaluating production costs and predicting losses or gains, in elaborating individual production and business

plans, and in addition to procuring sources for funding our plans”, according to Jeremiah João. He also added that at present the farmers associated with the Morreno cooperative are able to produce a lot more compared to what they produced previously. “We already know which cultures offer good yields on our land, so we are very pleased with the results we have been getting”, he added. In other words, the AMPCM adopted a strategy that has been giving good results in the agribusiness sector.c

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TEMA DE FUNDO

O maestro de Nacala Nacala possui um porto de águas profundas, o terceiro mais importante do país, para além do Aeroporto Internacional, o mais sofisticado a nível nacional, e uma Zona Económica e Especial. Contudo, a urbe encara desafios no fornecimento de água e energia eléctrica, sem contar com a degradação das vias de acesso. Para o edil da cidade portuária, Rui Chong, apesar das dificuldades, estão reunidas as condições para que Nacala resplandeça. Belizário Cumbe (texto)

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stamos na Estrada Nacional Número Oito (EN8). Pela frente, temos 200 longos quilómetros de estrada até chegar ao destino. A viagem, que durará quase três horas, vai terminar em Nacala Porto - um importante motor de desenvolvimento da província de Nampula e do País. Por isso, saímos, da capital de Nampula, ávidos em medir o pulsar do

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município, primeiro de forma ocular e, segundo, através de uma entrevista previamente marcada com o edil da cidade portuária de Nacala, Rui Chong Saw. O desusado movimento de camiões, carregados ou vazios, ao longo da EN8, denuncia uma orquestra económica, cujo maestro é o jovem político, que também é empresário. Por sua vez, a linha férrea (parte do Corredor

de Nacala), quase paralela à estrada, confirma o cenário. À entrada da urbe, a Zona Económica e Especial (ZEE) ganha corpo. Há parcelas que não passam de espaços vagos ou vedados, mas outras há onde avultam mega-construções. Quanto mais nos aproximamos, empresas como a Bakhresa (indústria moageira de cereais), Coberafrica (produtora de chapas de cobertura e material de


construção), a tanzaniana MMI Steel Mill (que produz chapas de zinco) e a fábrica de cimento destacam-se no conglomerado. Mas o tempo é escasso, por isso apressamo-nos para pontualmente estarmos com Rui Chong, o maestro de Nacala. Cumprido o horário, fomos recebidos e imediatamente levados ao palácio municipal, que dista a parcos cinco minutos do edifício-sede da edilidade.

Nacala vai estourar Alto, forte, com traços orientais e bem-disposto, Rui Chong, surge do fundo do corredor que dá acesso à sala de visitas da mansão. Todo o protocolo observado, dispara sem reservas: “Nacala vai estourar”. “Temos um dos maiores portos de África, em termos de profundidade, com capacidade para manusear, por ano, dois milhões de toneladas de carga. Uma zona ZEE em polvorosa, para além do mais moderno aeroporto do país. Quando esta infraestrutura passar a receber voos internacionais, Nacala vai estourar”, garante o edil. Todavia, e neste momento, Nacala enfrenta problemas no que diz respeito ao fornecimento de energia eléctrica. Facto suficiente para a retirada de alguns empresários da ZEE. Rui Chong não minimiza o problema e fala inclusive de possíveis soluções. “Está projectada a construção de uma linha exclusiva para a zona industrial. Actualmente, a única existente é partilhada por todos e há provas inequívocas de que não é suficiente”. Mais... O governante revela que há empresários, de origem japonesa, interessados em investir na produção

de energia na ZEE, mas que aguardam pela garantia de que a Electricidade de Moçambique (EDM) venha a ser seu cliente. Mas o fornecimento de energia é apenas um dos desafios que a cidade portuária encara. Há problemas no abastecimento de água às empresas e a particulares, para além das vias de acesso. À entrada da zona baixa da urbe, os buracos imperam e obrigam os automobilistas a envolverem-se em manobras perigosas e ilegais. Entretanto, o edil revela que - em pouco mais de um ano de mandato - já foram asfaltados perto de dois quilómetros de estrada. Aliás, o plano estabelecido pelo seu Executivo é mais ambicioso e espera-se, a breve trecho, resolver este dilema. No que tange ao abastecimento de água, Ruca, como é conhecido o presidente do Município a nível de Nacala e não só, anuncia que, além da extensão da rede em curso, foram disponibilizadas 26 viaturas que diariamente levam o precioso líquido aos bairros mais carenciados. É importante referir que no município de Nacala as receitas fiscais crescem a uma média de 10% ao ano, ao passo que a Edilidade só consegue cobrir 30% das suas despesas (que totalizam 130 milhões de meticais).

Os remanescentes 70% são alocados pelo governo central. Mas a ambição do edil passa por garantir a sustentabilidade do município a médio prazo. Para o efeito, conta com os investimentos em curso na ZEE, assim como com a exploração do potencial turístico que dispõe de 31 unidades hoteleiras (170 quartos e 259 camas), maioritariamente concentrados nas zonas de Naherenque e Maiaia, para além de uma cadeia de 32 restaurantes.c

O império de Rui Chong Rui Chong Saw,

de 38 anos de idade, é o símbolo do empresariado jovem em Nacala. O homem de negócios é proprietário da Trans Rucc’s Phoenix, um império de camiões e máquinas pesadas (que engloba um total de 350 veículos), avaliado em 15 milhões de dólares norte-americanos e que emprega 600 pessoas.c

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Transportes em Nampula

O Triunfo da ilegalidade O sector dos transportes a nível da província de Nampula vive dias de uma verdadeira arruaça. Os ilegais tomaram conta das estradas e as autoridades licenciadoras e fiscalizadoras pouco fazem para solucionar a situação. Por isso, a ilegalidade compensa, de acordo com Luís de Vasconcelos, presidente da Associação dos Transportadores Rodoviários de Nampula. Belizário Cumbe (texto)

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ampula é caracterizada por uma intensa actividade de transporte de carga e de passageiros. Na província mais importante do norte do país, não há carga que fique

em terra, nem passageiro sem assento. Todavia, este cenário esconde problemas graves que o sector atravessa, mas que o presidente da Associação dos Transportadores Rodoviários de Nampula (ASTRA)


e vice-presidente da Federação Moçambicana de Transportadores Rodoviários (Fematro), Luís de Vasconcelos, decidiu desvendar. O sector está ferido de ilegalidades. É que 75% dos operadores são ilegais e as autoridades licenciadoras e fiscalizadoras pouco fazem para solucionar a situação. Por isso, e segundo Vasconcelos, operar neste sector legalmente, em Nampula, constitui um acto de coragem. No transporte de carga, para além da proliferação de operadores nacionais desonestos, há chineses e somalis que agravam o cenário. Luís de Vasconcelos é sócio da empresa de transportes de passageiros Tangaline, sedeada em Nacala, e que conta com uma frota de 14 viaturas que diariamente percorrem diversas capitais provinciais. É um homem sem meias palavras, que reflecte o desespero dos associados da ASTRA na sua exposição: “Temos cidadãos somalis, com estatuto de refugiados, que chegam a ter entre quatro e seis camiões a circular em Nampula. Já os chineses entram via Zona Económica e Especial de Nacala (ZEEN), o que lhes assegura isenção de algumas taxas na importação de veículos, mas competem em igualdade de circunstâncias com os nacionais, revela. Os transportadores somalis até chegam a licenciar algumas viaturas, mas o grosso da frota é ilegal, sendo que o mesmo modus operandi é adoptado pelos chineses.

de 300 quilómetros (Nampula-Moma), custava, em condições normais, entre 45 e 60 mil meticais, chega a ser executado a 20 mil meticais, o que representa uma quebra sem precedentes nas contas de quem tem obrigações com o fisco no final de cada mês. Em paralelo a esta situação, há relatos de transportadores nacionais que abraçaram a ilegalidade. Há transportadores nacionais que também recorrem à ilegalidade, principalmente no ramo de passageiros. Temos camiões que levam pessoas de Nampula a Nacala (um percurso de 200 quilómetros) e viaturas de

sete lugares que dobram a lotação para fazer o mesmo percurso, denuncia Vasconcelos. A ASTRA já procurou soluções junto das autoridades locais, da base ao topo, mas nada acontece. A inércia, por parte de quem de direito se justifica, segundo Vasconcelos, pelo facto de muitas das viaturas não licenciadas pertencer, precisamente, a quem devia licenciar e fiscalizar. Essas viaturas pertencem, maioritariamente, a agentes da polícia de trânsito e das alfândegas, para além de outros servidores públicos que se encontram em situações de conflito de interesses”, disparou. c

Custos de transporte de mercadoria baixam Assim sendo, os custos do transporte de mercadoria tendem a baixar a nível da província. Por exemplo, um frete que num percurso

Luís de Vasconcelos Presidente da ASTRA

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BACKGROUND THEME

The maestro from Nacala Nacala boasts a deep water port, the third largest in the country, an international airport, the most sophisticated of the country, and a Special Economic Zone. However, the city faces challenges in water and energy supply, not to speak of the degradation of access roads. Despite these difficulties the mayor of the port city, Rui Chong, thinks that the conditions are there for Nacala to shine. Belizário Cumbe (text)

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Rui Chong

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e are on National Highway Number Eight (EN8). Ahead of us we have 200 kilometers of road before we reach our destination. The trip, which will last about three hours, will end in Nacala Porto - an important engine for the development of the province of Nampula and the country. That is why we left the capital of Nampula, eager to measure the pulse of Nacala, first simply by looking and secondly, through a previously scheduled interview with the city’s mayor, Rui Chong Saw. The unusual heavy traffic of loaded and unloaded trucks along the EN8 points to economic bustle supervised by the young politician, who is also a businessman. The railway line (part of the Nacala Corridor), running almost parallel to the road, confirms the scenario. At the entrance of the city the Special Economic Zone (ZEE) takes shape. There are plots only vaguely recognizable as such with others fenced, but on others large megabuildings loom. The closer we get, companies like Bakhresa (grain mill-


ing industry), Coberafrica (producer of roofing sheets and construction materials), the Tanzanian MMI Steel Mill (producing zinc sheets) and the cement plant stand out. But time is short, so we hasten to be on time for our meeting with Rui Chong, the ‘maestro’ of Nacala. Right on time we were greeted and immediately taken to the municipal palace, which is a mere five minutes from the headquarters of the city council.

Nacala will make it big Tall, strong, with oriental features and in good spirits Rui Chong comes down the hallway which gives access to the mansion’s drawing room. All protocol observed, he fires away: “Nacala will make it big”. “We have one of the largest ports in Africa, in terms of depth, able to handle two million tons of cargo per year. A busy ZEE area, in addition we have the most modern airport in the country. When this infrastructure starts to receive international flights, Nacala will make it big”, says the mayor. However, at present Nacala faces problems with regard to electric power supply. Reason enough for some business people leaving the ZEE Rui Chong does not minimize the problem and alludes to possible solutions. “The construction of an exclusive power line for the industrial zone is planned. Currently, the only one is shared by all and it is abundantly clear that that is not enough”. But there is more ... The mayor reveals that there are business people from Japan interested in investing in energy production in the ZEE, but they wait until they are

sure that Electricidade de Moçambique (EDM) will be their customer. But the power supply is only one of the challenges faced by the port city. There are problems with the water supply to companies and to individuals, in addition to problems with the access roads. At the entrance of the city’s lower area, potholes prevail and force motorists to engage in dangerous and illegal maneuvers. However, the mayor reveals that - in just over a year in office - nearly two kilometers of road have been paved [Two km in one year? Are you sure you want to include this? No one in his right mind will take this seriously]. In fact, the plan set by his Executive is more ambitious and in the near future one expects to solve this problem. With regard to water supply Ruca, as the mayor is known in and around Nacala, announces that in addition to the network’s extension in progress, 26 vehicles have been made available to supply the most deprived neighbourhoods on a daily basis. It should also be noted that tax revenues in the municipality of Nacala grow by an average 10% per year, while the city council can only cover 30% of its expenses (totaling 130 million meticais). The remaining 70% are allocated by the central government. But the ambition of the mayor is to ensure the municipality’s sustainability in the medium term. To that end he counts on the ongoing investments in the ZEE, as well as on the exploitation of the tourism potential with 31 accommodation units (170 rooms and 259 beds), mostly concentrated in the areas of Naherenque and Maiaia, as well as on a chain of 32 restaurants. c

The imperium of Rui Chong Rui Chong Saw,

38 years of age, symbolizes the young entrepreneur in Nacala. The businessman is the owner of Trans Rucc’s Phoenix, an empire of trucks and heavy machinery (with a total of 350 vehicles), valued at 15 million US dollars and employing 600 people.c

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Transport in Nampula

The triumph of illegality The transport sector in Nampula province suffers from real hooliganism. Illegal transporters are in charge of the roads and the licensing and supervisory authorities do little to remedy the situation. Therefore, unlawfulness pays off, according to Luis de Vasconcelos, president of the Association of Nampula Road Carriers. Beliz谩rio Cumbe (text)

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ampula is characterized by intense cargo and passenger transport operations. The most important province of the north, there is no cargo left behind, nor pas-

sengers without seats. However, this situation hides serious problems faced by the transport sector. Luis Vasconcelos, the president of the Association of Nampula Road Carriers (ASTRA) and vice president of


the Mozambican Federation of Road Transporters (FEMATRO) decided to bring into the open. The sector is vitiated by unlawfulness. 75% of the operators are illegal and the licensing and supervisory authorities do little to remedy the situation. Therefore, according to Vasconcelos, legally operating in this sector in Nampula constitutes an act of courage. In freight transport, in addition to the proliferation of rogue national operators, the situation is made worse by Chinese and Somalis. Luis de Vasconcelos is partner in the Tangaline passenger transport company, based in Nacala, which has a fleet of 14 vehicles running daily to several provincial capitals. He is a man who does not mince his words, which reflects the desperation of ASTRA members: “We have Somali citizens with refugee status, who have between four and six trucks operating in Nampula. The Chinese enter via the Special Economic Zone of Nacala (ZEEN), which assures them exemption from some taxes on the import of vehicles, but they compete on equal terms with nationals”, he says. Somali carriers do license some vehicles, but the bulk of the fleet is illegal, and the same modus operandi is adopted by the Chinese

20,000 meticais, representing an unprecedented fall in revenue for those who have tax obligations at the end of each month. At the same time there are reports of national carriers who start operating illegally. “There are national carriers who also take recourse to illegal practices, particularly in the passenger business. There are trucks taking people from Nampula to Nacala (some 200 kilometers) and seven-seat vehicles carrying fourteen people in order to do

the same route”, Vasconcelos reveals. ASTRA has sought solutions with the local authorities, from top to bottom, but nothing happens. Inaction on the part of those eligible is not a surprise, according to Vasconcelos, because many of the unlicensed vehicles belong, precisely, to those who should license and supervise. “These vehicles mostly belong to agents of the traffic police and customs, as well as to other public servants, who find themselves in a conflict of interests” he says.c

Costs of transporting commodities are decreasing The above being the case, transport costs of merchandise tend to decrease in the province. For example, freight that on a 300-kilometer stretch (Nampula Moma) under normal conditions would cost between 45 and 60,000 meticais, is now hauled for

Luís de Vasconcelos Presidente da ASTRA

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UP-GRADE

Salvem a Casa Velha! As instalações da Associação Cultural da Casa Velha, na cidade de Maputo, encontram-se em estado avançado de degradação. O edifício histórico-cultural foi relegado ao abandono e está a desmoronar-se aos poucos. Uma velhice pouco nobre para um espaço que poderia ser um autêntico ex-libris cultural. Gildo Mugabe (texto e fotos)

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anelas e portas completamente degradadas. Do muro de vedação, só restou o entulho. Da casa, anteriormente feita de madeira e zinco, com um desenho

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arquitectónico de apuro estético, hoje apenas restam emendas. São emendas aqui, alí e acolá, que na verdade deixam saudades de quem um dia conviveu ou passou por lá, assistiu a peças teatrais e


Velha no estado em que se encontra, é relegar uma memória ou uma história de vida ao abandono. “É inconcebível para os amantes das artes e da cultura o que está acontecer com a Casa Velha. Recorde-se que a Casa Velha não somente produziu actores, mas também, alguns declamadores e outras pessoas que amam as artes”, sublinha Lamarque Jorge. Na memória da Casa Velha aquilo que o tempo, tão-pouco a velhice da casa que resulta da degradação infra-estrutural conseguem apagar, encontra-se, entre outros, uma “cultura em movimento”. Para Ali Santos, bailarino da Companhia de Dança Tradicional Hefu, a Casa Velha foi uma escola, um lugar que pela primeira vez aprendeu a dar gosto ao pé. Era década de 90 quando tudo começou. Um amigo convidou-me para assistir a uma peça teatral do grupo Mapiko. Depois disso, foi a vez da dança. Entrei para dançar, como amador, e por ter gostado, Zé Candenga, bailarino profissional, le-

vou a que eu frequentasse algumas aulas de dança. Foi nessa hora que tudo começou, recordam Ali Santos. Enfim, hoje restam somente as lembranças que todos os amantes das artes carregam daquele lugar outrora mágico. E essa desconfortável e profunda dor de assistir a uma casa velha ficando cada vez mais decrépita, sem contudo poder salvá-la. O comum visitante sente-se intimamente solidário com a dor dos amantes das artes, pois aquela Casa transmite uma sensação de imponência histórica e riqueza arquitectónica indesmentíveis. Actualmente, ainda é possível assistir a bandas a ensaiar no anfiteatro existente ao ar livre e por lá ainda deambulam bailarinos a descrever pliês ao sabor do momento. As imagens inserem-se num cenário de reviver o passado numa Casa, cuja configuração aproxima as pessoas por meio da partilha de gostos e ideias. É caso para fazer um repto: Salvem a Casa Velha, salvem as artes. c

danças acompanhadas por poesias fleumaticamente declamadas. O palco - construído em madeira - já não oferece condições de segurança. Carece de reabilitação há mais de 15 anos. A madeira, com a humidade, chuva e sol, ou pior com as intempéries naturais, logicamente que não poderia durar tanto tempo e esboroa-se a cada dia que passa. Passámos bons momentos naquela casa cultural. Demos boas e muitas gargalhadas com o falecido Vitor José, antigo locutor e apresentador de TV”, recorda Lamarque Jorge, actor. Para Lamarque Jorge deixar a Casa

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UP-GRADE

Save the Casa Velha! The premises of the Cultural Association of the Casa Velha in the city of Maputo are in an advanced state of degradation. The historical-cultural building has been left to abandon and is slowly falling into disrepair. An unworthy end of a venue that could be an authentic cultural signboard. Gildo Mugabe (text and photos)

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indows and doors completely in decay. From the surrounding wall only the rubble is left. From the house, originally made of wood

and zinc and of an aesthetically refined architectural design, today only remain parts. Parts here and there, actually leaving behind a nostalgic longing for the people who once lived here or


passed by, watched the plays and dances accompanied by phlegmatically declaimed poetry. The stage - made of wood - no longer is safe. It is already 15 years in need of rehabilitation. The wood, with the moisture, the rain and the sun, or worse ... with the natural weathering, it is clear that it could not last that long, and it crumbles further away every passing day. “We had good times in that cultural centre. We shrieked with laughter with the late Victor José, former speaker and TV host”, recalls the actor Jorge Lamarque. For Lamarque Jorge, the Casa Velha in the state it is in is to relegate a memory or a life story to abandon. “For lovers of art and culture it is unthinkable what is happening with the Casa Velha. It not only produced actors, but also people reciting poetry and others who love the arts”, according to Lamarque Jorge. The memory of the Casa Velha which time nor the old age of the house remaining from infrastructural decay can erase – includes, among other things, a “culture in movement”. For Ali Santos, ballet dancer of the Traditional Dance Troupe Hefu, the Casa Velha was a school, a place where he for the first time learned to enjoy dancing. “It was in the 90s when it all started. A friend invited me to attend a play of the group Mapiko. After that, we danced. I joined the dancing as an amateur, and because he liked it Zé Candenga, a professional dancer, asked me to attend some dance lessons. That was when it all started, recalls Ali Santos. Anyway, today there are only the memories left that all art lovers carry with them from that once magical place. And that uncomfortable and

profound pain of watching an old house becoming increasingly decrepit, without being able to save it. The common visitor feels deeply sympathetic to the pain of the art lovers, because this house conveys a sense of historical grandeur and undeniable architectural richness. At present one can still watch bands rehearsing in the existing outdoor

amphitheater, and there still roam dancers making ‘doubles’ [pliés, not pliês] at the whim of the moment. The images are part of a scenario that recuperates the past in a House whose setting brings people together through the sharing of tastes and ideas. It is time to make a challenge: Save the Casa Velha, save the arts. c

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EMPREENDER

Liberalização do espaço aéreo deve ser efectiva O Presidente da Associação dos Hotéis do Sul de Moçambique, Vasco Manhiça, diz que a intenção da liberalização do espaço aéreo moçambicano deve ser efectiva. Ou seja, deve sair da teoria para entrar na prática como forma de incrementar cada vez mais o desenvolvimento do turismo no País. Gildo Mugabe (texto)

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oçambique encontrase entre os destinos turísticos mais atractivos na região, com uma variedade de recursos naturais e culturais a toda a prova. Contudo, este sector ainda não desenvolveu o seu verdadeiro potencial, devido à sua baixa competitividade no mercado, em particular no que diz respeito aos preços das passagens aéreas. Entretanto, o que fundamenta a necessidade da liberalização é a geração de concorrência entre os prestadores

de serviços aéreos, para induzir baixa dos preços de passagens e a melhoria dos serviços aéreos. A liberalização do espaço aéreo poderia contribuir em muito para o aumento do tráfego e uma maior contribuição para o crescimento da economia moçambicana. De acordo com Vasco Manhiça, presidente da Associação dos Hotéis do Sul de Moçambique (AHSM), as experiências noutras regiões, incluindo as regiões em vias de desenvolvimento, revelam que a liberalização do transporte aéreo conduz invariavelmente a ganhos significativos para os consumidores e para o aumento da actividade económica. “A questão não passa por eliminar a companhia nacional, mas sim de apoiar o crescimento das indústrias turísticas onde se obterá muito mais vantagens em termos de crescimento económico e criação de empregos”, explica Manhiça. Tendo em vista solucionar este desafio, o representante da AHSM refere ser necessário e urgente promover reformas legais e reguladoras, assegurando a separação clara entre a formulação de políticas, as operações e a regulação. Manhiça prestou estas declarações à margem da realização da Assembleia Geral da Associação dos Hotéis do Sul de Moçambique, na capital do país. Para além da liberalização do espaço aéreo, a associação por liderada por Vasco Manhiça está preocupada com a necessidade de mão-de-obra qualificada que responda à demanda das exigências do mercado. “Temos vários jovens formados com nível superior, mas infelizmente estes não têm a prática suficiente que os torne competitivos no mercado. O que mais importa agora é a prática, a arte de saber fazer e isso ainda falta na mão-de-obra moçambicana”,

sublinha Vasco Manhiça. Importa referir que a Associação dos Hotéis do Sul de Moçambique visa profundamente contribuir para o desenvolvimento da indústria hoteleira em Moçambique bem como dinamizar o sector do turismo nacional. c

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ENTREPRENEURSHIP

Air space liberalization should be effective The President of the Southern Mozambique Hotel Association, Vasco Manhiça, says that the plan to liberalize Mozambican airspace should be effective. That is, from being theory it should enter into practice as a way to increasingly boost the development of tourism in the country. Gildo Mugabe (text)

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ozambique is one of the most attractive tourist destinations in the region, with a variety of natural and cultural resources throughout. However, the tourism sector still has not developed its full potential due to its poor competitiveness, in particular with regard to the prices of airline tickets. However, the reason for liberalization is creating competition between air service providers, which stimulates the lowering of ticket prices and the improvement of air services. The liberalization of air space could contribute greatly to an increase in traffic and it could be a major contribution to the growth of the Mozambican economy. According to Vasco Manhiça, president of the Southern Mozambique Hotel

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Association (AHSM), experiences in other regions, including regions in developing countries, show that the liberalization of air transport invariably leads to significant gains for consumers and to increased economic activity. “The issue at stake is not the elimination of the national company, but rather to support the growth of the tourism industry, which will get much more advantages in terms of economic growth and job creation” says Manhiça. Aimed at resolving this challenge, the AHSM representative pointed out that there is an urgent need to promote legal and regulatory reforms, ensuring the clear separation between policymaking, operations and regulation. Manhica made these statements on the sidelines of the General Assembly

of the Southern Mozambique Hotel Association, in the country’s capital. In addition to the liberalization of airspace the association led by Vasco Manhiça is concerned with the need for qualified labour able to respond to the demands of the market. “We have several young graduates with higher education, but unfortunately they do not have sufficient practical experience to make them competitive in the market. What matters most at present is practice, the art of knowing how to do things, and Mozambican labour still lacks this experience”, according to Vasco Manhica. It should be noted that the Southern Mozambique Hotel Association aims at profoundly contributing to the development of the hotel industry in Mozambique and at boosting the national tourism sector. c


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Perspectiva Commodities

País será terceiro maior produtor de GNL Mais de dois triliões de metros cúbicos de recursos recuperáveis de gás natural foram localizados na Área 1 da Bacia do Rovuma em Moçambique. Com estas descobertas o país poderá alcançar a terceira posição de maior exportador de GNL, nos próximos anos. Gildo Mugabe (texto)

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bom caminho, rumo à produção de gás a escala mundial. Esta informação foi tornada pública no decorrer da Feira de Gás do Mundo, que teve lugar em Paris, capital da França. Um evento importante à escala global para o sector de gás natural. Organizado pela International Gas Union (IGU), a Feira m causa reuniu os estudos de diversas companhias e pesquisadores sobre a exploração e o futuro do gás natural em suas mais variadas aplicações. Moçambique foi representado na IGU através da Empresa Nacional de Hidrocarbonetos ENH, um dos parceiros do projecto Mozambique LNG. Segundo o presidente da IGU, Jérôme Ferrier, a Conferência Mundial de Gás é uma grande oportunidade para discutir o futuro da indústria. E assim o foi. Segundo um estudo recente do

Standard Bank, o projecto de GNL de Moçambique tem potencial para criar 15.000 empregos directos e 685.000 empregos indirectos, gerando aproximadamente 39 mil milhões de dólares para a economia moçambicana por ano. Vai igualmente melhorar as infraestruturas, incluindo as aéreas, rodoviárias e portuárias, e criar oportunidades significativas para as pequenas e médias empresas. Refira-se que a Anadarko Petroleum Corporation em nome das empresas associadas da Área 1 em Moçambique, e após o processo competitivo de FEED (Fase Conceitual do Projecto de Engenharia), anunciou recentemente a selecção de um consórcio composto por CB&I, Chiyoda Corporation e Saipem (CCS JV) para o desenvolvimento inicial do parque de GNL onshore em Moçambique. c

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oçambique já é o 13º país no mundo com mais reservas de combustíveis fósseis. Somente em 2012 foram descobertos mais de 100 biliões de pés cúbicos de gás natural em solo nacional. A região norte do Rio Rovuma, na província de Cabo Delgado, é hoje a mais promissora para o desenvolvimento do sector de óleo e gás no país. De acordo com Anadarko Petroleum Corporation, Moçambique está num

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Commodities Perspective

The country is going to be the third LNG producer More than two trillion cubic meters of recoverable natural gas resources have been located in Area 1 of the Rovuma Basin in Mozambique. With these findings the country may become the the third largest LNG exporter in the coming years. Gildo Mugabe (text)

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ozambique is already the 13th country in the world in terms of fossil fuels reserves. Only in 2012 more than 100 trillion cubic feet of

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natural gas have been discovered in national territory. The northern part of the Rovuma River in Cabo Delgado province is now the most promising area for the development of the oil and gas sec-


tor in the country. According to Anadarko Petroleum Corporation, Mozambique is on track toward the production of gas on a global scale. This information was released during the World Gas Exhibition held in Paris, the capital of France. An important global event for the natural gas sector. Organized by the International Gas Union (IGU), the Exhibition in question gathered the studies of several companies and researchers on the exploitation and the future of natural gas in its most varied applications. Mozambique was represented at the IGU by the National Hydrocarbon Company ENH, one of partners of the Mozambique LNG project. According to the president of the IGU, J茅r么me Ferrier, the World Gas Conference is a great opportunity to discuss the future of the industry. And so it was. A recent study by Standard Bank claims that the LNG project in Mozambique has the potential to create 15,000 direct and 685,000 indirect jobs, and to generate about 39 billion dollars to the Mozambican economy per year. It will also improve infrastructure, including air, road and port connections, and create significant opportunities for small and medium enterprises. It should be noted that Anadarko Petroleum Corporation on behalf of the associated companies of Area 1 in Mozambique, and after the competitive Front End Engineering Design (FEED) process, recently announced the selection of a consortium composed of CB&I, Chiyoda Corporation and Saipem (CCS JV) for the initial development of the onshore LNG Park in Mozambique. c

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PROFILE

Esperança Bias

“Sou parte do desenvolvimento do país” Mais de 15 anos depois, Esperança Bias deixou o Ministério dos Recursos Minerais e no diaa-dia faz a ponte entre o Comité Central do Partido Frelimo e a Assembleia da República. Não tem planos, por enquanto, para o futuro se não cuidar da família. Afinal de contas, é esposa (de Felisberto Ferrão) e mãe de duas filhas, a Márcia de 23 anos e Jéssica de 21. Garante que não tem negócios uma vez que não sou boa em fazer negócios. Penso que é preciso ter uma inclinação e eu não tenho. Belizário Cumbe (texto)

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enhora de passos firmes, próprios de quem sabe para onde se dirige. Dona de uma voz viva e em bom-tom, inconfundível e, durante anos, sinónimo de anúncio da descoberta de mais uma reserva de carvão mineral, areias pesadas ou mesmo de adicionais pés cúbicos de gás natural. É macua de gema, filha de pai operário e mãe doméstica. O chão da Ilha de Moçambique, na província de Nampula, ‘pode-se gabar de se ter “alimentado” do seu cordão umbilical. Estamos a falar da Esperança Laurinda Francisco Nhiuane Bias, que esteve em destaque no período em que todos almejávamos boas novas dos resultados da pesquisa do carvão mineral em Tete e de cada furo levado a cabo na Bacia do Rovuma, na caça ao gás e ao petróleo. Porém, antes deste período desafiante da sua vida, Esperança Bias percorreu uma estrada, marcada por uma vida estudantil intensa e prenhe de histórias. Bias, filha de Francisco Bias e Laurinda Faustino, nasceu a 28 de Julho de 1958, na Ilha de Moçambique, na província de Nampula. Em 1970, aos 12 anos, começou a frequentar o ensino primário na então Escola Primária Dona Filipa. Já em 1978 concluiu o nível secundário e no ano seguinte partiu para a capital do país, onde fez o ensino propedêutico (introdutório) na Universidade Eduardo Mondlane. O nível de licenciatura, esse, só concluiu em 1990, na mesma instituição do ensino superior, frequentado em paralelo com os primeiros passos da vida profissional. É que um ano depois da

independência nacional, em 1976, Esperança Bias teve o seu primeiro emprego. Trabalhou como escriturária no então Banco Standard Totta (hoje Standard Bank), de onde saiu quatro anos depois, em 1980.

No mundo dos minérios Em 1983 foi admitida na Empresa Nacional de Minas onde foi, gradualmente, chefe dos Serviços Administrativos e chefe de Departamento, antes de, entre 1984 e 1987, trabalhar na companhia Gemas e Pedras Lapidadas, sendo que nesta empresa chegou a exercer o cargo de directora-geral. A estreia de Esperança Bias no Ministério dos Recursos Minerais (MIREM) deu-se em 1991, quando assumiu os cargos de directoraadjunta do Carvão e directora de Economia. E foi no ido ano de 1999 que Esperança foi nomeada viceministra. O ano de 2005 marca a sua aparição ao palco central da esfera governamental. Foi nomeada ministra dos Recursos Minerais pelo então Presidente da República Armando Guebuza. A sua tarefa era um osso duro de roer. Afinal de contas, aquele era o ministério que já estava no centro das atenções, primeiro, pelo início da exploração do gás natural em Pande e Temane e, segundo, pelo intensificar das pesquisas nas bacias carboníferas de Benga e Moatize, na província de Tete. As expectativas aumentavam com informações de que estava para breve o lançamento de um concurso internacional para a concessão de áreas para a pesquisa e produção de hidrocarbonetos na Bacia do

Rovuma.

Encarar as empresas de frente Entre negociar com as multinacionais e gerir expectativas, Bias reconhece que por vezes “dava um frio na barriga” mas a sua equipa sempre deu o suficiente para a “safar”, pois era constituída por jovens e era de um dinamismo impressionante. Aliás, revela que uma análise prévia das operações de cada multinacional em outras partes do mundo antecedia as negociações. Esperança Bias diz que era importante encarar as empresas de frente, sem nunca mostrar fragilidades. Era necessário negociar de igual para igual, mesmo sabendo que éramos um país de menor expressão, destacou a responsável. Porém, a antiga governante admite que a sua estadia no MIREM não foi apenas feita de êxitos. Diz que faltou acabar com a mineração artesanal e ilegal no país, um mal com danos ambientais e económicos sem paralelo. Não fomos eficazes na sensibilização, confessa. A ex-governante diz que apesar das incertezas, o sector dos recursos minerais vai continuar a desempenhar um papel fundamental na economia, mas alerta que não se pode marginalizar a agricultura. A agricultura é a base do desenvolvimento e podemos usar os recursos para melhorar a sua produtividade, como é o caso do gás que pode ser utilizado na produção de fertilizantes. Esperança Bias, actualmente deputada da Assembleia da República e membro da Comissão Política do Partido Frelimo, afirma orgulhosa que é parte do desenvolvimento de Moçambique e o seu percurso não a deixa mentir.c

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PROFILE

Esperança Bias

“I am part of the development of the country” After more than 15 years Esperança Bias has left the Ministry of Mineral Resources and now she forms the every day link between the Central Committee of the Frelimo party and Parliament. She has no plans yet for the future, apart from taking care of her family. After all, she is a wife (of Felisberto Ferrão) and a mother of two daughters, 23-year old Marcia and Jessica, who is 21. She claims not to be engaged in doing business because “I’m not good at doing business. I think one has to have a certain aptitude, which I do not have”. Belizário Cumbe (text)

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woman with a resolute attitude, typical of someone who knows what she is doing. Hers is a lively and clear, distinctive voice, for years on end associated with the an-

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nouncement of yet another discovery of coal reserves, mineral sands or additional cubic feet of natural gas. She is of Macua origin, daughter of a father who was a labourer and a mother working as a domestic ser-

vant. The soil of Ilha de Moçambique in Nampula province, can boast of having been “fed” from her umbilical cord. [?? Foi o “chão que se alimentou do cordão umbilical dela” ou foi ela que se alimentou do chão?]


We are talking about Esperança Laurinda Francisco Nhiuane Bias, who has been in the limelight in the period in which we all hoped for good news from the exploration of coal in Tete and from each well drilled in the Rovuma Basin in the “hunt” for gas and oil. However, before this challenging period of her life, Esperança Bias followed a path marked by an intense student life and full of stories. Bias, daughter of Francisco Bias and Laurinda Faustino, was born on July 28 1958 on Ilha de Moçambique in Nampula province. In 1970, at the age of 12, she began attending primary school in the then Dona Filipa Primary School. Already in 1978 she completed her secondary education and the following year she left for the capital, where she completed the propedeutic year at the University Eduardo Mondlane. She only completed her Bachelor’s in 1990 at the same university, while at the same time starting her professional life. One year after independence, in 1976, Esperança Bias landed her first job. She worked as a clerk in the then Banco Standard Totta (nowadays Standard Bank), where she left four years later, in 1980. In the world of minerals In 1983 she started working for the National Mining Company where after some time she became Chief of Administration and Head of Department, before working from 1984 to 1987 at the company Gemas e Pedras Lapidadas (gems and polishes stones) where she came to hold the office of director -General. Esperança Bias made her debut at the Ministry of Mineral Resources (MIREM) in 1991, when she assumed the positions of Deputy Director of Coal and Director of Economics. In

1999 she was appointed as deputy minister. The year 2005 marks her appearance at center stage of the government. She was appointed Minister of Mineral Resources by the then President of the Republic Armando Guebuza. Her task was tough. After all, it was the ministry that was already in the spotlight, first of all by the start of natural gas exploration in Pande and Temane and secondly by the intensification of the exploration in the Benga and Moatize coal fields in Tete province. Expectations grew with information about the imminent launch of an international tender for the concession of licenses for the exploration and production of hydrocarbons in the Rovuma Basin. Face the companies head-on Between negotiating with multinational and managing expectations, Bias admits that sometimes “she had goose bumps” but her team always managed to “protect” her, because it consisted of young people showing an impressive dynamism. Moreover, she reveals that a previous analysis of the operations of each multinational in other parts of the world preceded the negotiations. Esperança Bias says that it was important to face the companies head-on and never show weaknesses. “It was necessary to negotiate as equals, even though we knew we were a country that didn’t count for much”, she says. However, the former minister admits that her tenure at MIREM was not only marked by success. She says that she did not manage to end artisanal and illegal mining in the country, something that causes environmental and economic

damages without parallel. She confesses that “we were not effective in raising awareness”. The former minister says that despite existing uncertainties, the mineral resources sector will continue to play a key role in the economy, but she warns that one should not marginalize agriculture. “Agriculture is the basis for development and we can use our resources to improve its productivity, such as in the case of natural gas that can be used in the production of fertilizer”. Esperança Bias, currently member of the National Assembly and member of the Political Commission of the Frelimo party proudly states that her personal history reflects the development of Mozambique, and the path she travelled leaves no doubt about that.c

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COACHING Cristina Azinhal, Executive & Bussiness Coach PD Moz – Parcerias em Desenvolvimento

O que é preciso para ser melhor? Parar-pensar-planear-agir! “A minha empresa não consegue facturar o suficiente, sinto sempre que estamos com a corda no pescoço. Já não sei qual é problema. Além demais, todas as minhas ideias parecem ficar a meio caminho, não consigo avançar com tudo. Tem dias que sinto uma frustração tão elevada que parece que o mundo está contra mim” DR

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á todos sabemos que o planeamento é um conceito importante na gestão. Então o que é que nos impede de passar o plano para um documento oficial, calendarizá-lo, implementá-lo e monitorar a imple-

mentação? O que nos impede podem ser dois motivos: a ausência de um método eficaz e/ou a falta de tempo. Por vezes, ambos estão associados e, por outras, o facto de se tratar de uma pessoa cheia de ideias associasse-lhe

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COACHING Cristina Azinhal, Executive & Bussiness Coach PD Moz – Parcerias em Desenvolvimento

uma desorganização natural. Enquanto empresário, dispõe de várias opções: pode contratar alguém que balance essa sua falta de planeamento; e/ou pode encontrar esse tempo que precisa para planear junto de um coach. No último caso, convém que já disponha de alguma competência para planear, pois o coaching, não dá respostas, apenas faz perguntas que o colocam num estado de reflexão que lhe permite traçar os seus planos. 1. O quê? Qual é a ideia? Transforme em objectivo. O objectivo deve ser SMART (específico, mensurável, alcançável, realista e temporizado). 2. Como faço para chegar ao objectivo? Que passos tenho que dar? Descrever as actividades/ tarefas que tem que ser executadas para que o objectivo possa ser alcançado. 3. Quem pode fazer cada uma das actividades/tarefas? Posso delegar? Como faço para controlar e monitorizar as actividades/ tarefas delegadas? 4. Quando é que cada uma das actividades deve estar concluída? Certifique-se que, sempre que tem uma ideia, seja um novo negócio, uma nova apresentação a um cliente ou a renovação de um serviço que já oferece, procura informação no mercado, sobre o que tem sido feito. Lembre-se de sondar o mercado de forma sistemática, ouvir os seus clientes e colegas de trabalho. Eles podem ser o melhor filtro da nossa ideia.

A Tarefa: Pausa para pensar em si Numa folha em branco pense e escreva sobre: o que é que deixou de fazer por falta de planeamento?

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Quais são as ideias que quer colocar em acção na sua empresa e/ou negócio? O que o impede de organizar e sistematizar essas ideias? O que é que o impede de avançar?

Sugestão: Se para si planear é um desafio,

procure um coach, uma ferramenta ou um curso que o auxilie nesse trabalho e que lhe permite reservar um tempo para o fazer. Ter competências ao nível da gestão de projecto poderá ajudá-lo muito no planeamento das suas ideias e execução das mesmas.c


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COACHING Cristina Azinhal, Executive & Bussiness Coach PD Moz – Partners in Development

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What do you need to be better? Stop-think-Stop-think! “My company cannot charge sufficiently, it always feels like we have the rope around our neck. I do not know what the problem is. Besides others, all my ideas seem to get stuck half way, I cannot make progress with everything. Some days I am so frustrated that it looks like the world is against me”

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e all know that planning is an important concept in management. So what is keeping us from turning the plan into an official document, sched-

ule it, implement it and monitor the implementation? What keeps us form doing so may be two reasons: lack of an effective method and / or lack of time. Sometimes both are associated, and


sometimes the fact that our person is someone full of ideas suggests that he may not be well organized. As an entrepreneur, he has several options: he can hire someone who balances his lack of planning; and/ or he can find the time he needs to plan together with a coach. In the latter case, it is appropriate that he already has some expertise in planning, because the coaching does not give answers, it merely asks questions that put him in a state of mind that allows him to outline his plans. 1. What? What is the idea? Make it into an objective. The objective should be SMART (specific, measurable, achievable, realistic and timed). 2. How do I achieve the objective? Which steps do I have to make? Describe the activities / tasks to be carried out for achieving the objective. 3. Who can execute each one of the activities / tasks? Can I delegate? How do I control and monitor the delegated activities / tasks? 4. When does each activity have to be completed? Make sure that whenever you have an idea, whether it is a new business, a new presentation to a client or the renewal of a service you already provide, you try to find information in the market about what has been done. Remember to systematically probe the market, listen to your customers and colleagues. They can be the best filter for our idea

The Task: Stop to think about yourself

.

Think and write on a blank sheet: what is left unfinished due to lack of

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planning? What are the ideas we want to realize in your company and/or business? What keeps you from organizing and systematizing these ideas? What keeps you from moving forward?

Suggestion: If what you plan is a challenge, look for a coach, a tool or a course that assists in this work and that allows you to set aside time to do so. Having skills to manage a project can help you a lot in planning your ideas and in realizing them. c

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ESTILOS DE VIDA

Uma nobre missão O empresário moçambicano Atul Laxmissancar defende que a responsabilidade social deve ser “obrigatória” no seio das empresas. Laxmissancar entende que só assim as empresas podem participar de forma efectiva no processo de desenvolvimento do País.

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os anos 70, uma nova prática ganhou força entre os homens de negócios espalhados pelo mundo: a responsabilidade social. Esta prática, que não é mais do

que uma forma voluntária de uma determinada organização de adoptar uma postura e accões que promovam o bem-estar do seu público (interno e externo), assaltou os planos estratégicos das companhias e virou uma


prática de carácter obrigatório. Atul Laxmissancar, empresário moçambicano e líder de um dos maiores grupos de venda de vestuário (Intermoda), é um daqueles que desde cedo percebeu a importância de abraçar causas sociais e fazer da sua empresa um veículo de realização de sonhos de muitas crianças à escala nacional. O empresário diz que a vontade de ajudar a quem mais precisa despontou na adolescência e que de lá a esta parte nunca mais parou. Nos últimos anos, Atul Laxmissancar, percorreu o país em campanhas de responsabilidade social e calcula que já tenha oferecido mais de 50 mil

pares de chinelos, principalmente, a crianças e pessoas da terceira idade. Mas resolver o problema dos pés descalços está longe de ser a sua bandeira. A espinha dorsal do desenvolvimento de um país é a educação. Por isso, tenho feito muito por este sector. Aliás, é o mais privilegiado nas minhas acções uma vez que há muitas crianças que estudam sem as mínimas condições”, revela Laxmissancar. Nesse sentido, o filantropo já ofereceu quantidades volumosas de material escolar ao longo do país, com destaque para Maputo, Sofala e Nampula.

Atul Laxmissancar não diz quanto investe nestas acções, mas garante que os seus planos de actividades anuais incluem sempre a responsabilidade social como um elemento crucial para o crescimento e prestígio do Grupo Intermoda. Mas enquanto faz a sua parte, Atul diz-se preocupado com a fragilidade do empresariado nacional nesta matéria. Sinto que o empresariado nacional está fraco nesta área, mas se nos unirmos podemos fazer a diferença. Moçambique é nosso, por isso temos que assumir o comando. Esta nobre missão deve ser abraçada por todos”.c

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A noble mission

The Mozambican businessman Atul Laxmissancar argues that social responsibility should be “mandatory” for companies. Laxmissancar argues that it is the only way in which companies can effectively participate in the country’s development process.

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n the 1970s, a new practice gained strength among businesspeople around the world: social responsibility. This practice, which is no more than an organization’s voluntary adoption of an attitude and actions that promote the welfare of people (internal and external), challenged the strategic plans of companies and has become a “mandatory” practice. Atul Laxmissancar, Mozambican businessman and leader of one of the largest clothing sales groups (Intermoda), is one of the people who early realized the importance of embracing social causes and turning one’s own company into a vehicle that makes the dreams come true of many children all over the country. The entrepreneur

says he started to care for those in need in his adolescence and from then to the present day he has never relinquished. In recent years, Atul Laxmissancar toured the country in social responsibility campaigns and he estimates that he has already offered more than 50,000 pairs of slippers, especially to children and the elderly. But solving the problem of bare feet is far from being his only activity. “The backbone of the development of a country is education. That’s why I have done much for this sector. Incidentally, it is foremost among my activities because there are a great many children learning without having minimal conditions”, says Laxmissancar. To this end the philanthropist has of-

fered massive amounts of school supplies throughout the country, especially in Maputo, Sofala and Nampula. Atul Laxmissancar does not say how much he invests in these actions, but he ensures that his annual business plans always include social responsibility as a crucial element for the growth and prestige of the Intermoda Group. But while doing his part, Atul is concerned about the weak response of the national business community in this regard. “I feel that national entrepreneurs are weak in this area, but if we unite we can make a difference. Mozambique is ours, which is why we have to take charge. This noble mission should be embraced by all”.c

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