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Sumário
Destaques 28
44 Tema de Fundo
Os desafios de uma indústria bilionária
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Dossier
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Moçambique: o sexto lugar para visitar
Os desafios de uma indústria bilionária Propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., Av. 25 de Setembro nº 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) - Telefone: +258 21 416186 - Fax: +258 21 416187 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Director Geral: André Dauane – andre.dauane@mozmedia.co.mz – Directora Editorial:HelgaNeida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Redacção: Belizário Cumbe - belizariocumbe@yahoo.com.br, Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz, Gildo Mugabe - gildomugabi@gmail.com – Secretariado Administrativo: Yolanda Machado; Cooperação: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Amor Amor; Gettyimages.pt, Google.com; – Ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. - Tradução: Frans Hovens; Paginação: Ricardo Timbe – 29timbe@gmail.com – Design e Grafismo: Mozmedia – Departamento Comercial: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Distribuição:Ímpia– info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.
Empreender é a palavra de ordem em muitas economias desenvolvidas e em desenvolvimento. A China, por exemplo, elegeu o estímulo ao empreendedorismo como um dos pilares para o desenvolvimento económico em 2016. Para abordar os prós e os contras do empreendedorismo em Moçambique, a Capital entrevistou Tânia Tomé, uma jovem que conta com prémios como economista e empreendedora.
Belchior prevê novo ciclo na economia
Os desafios de uma indústria bilionária
O Centro de Integridade Pública diz que a luta pela transparência na indústria extractiva registou importantes avanços nos últimos anos. De 2013 a esta parte, foram publicados 21 contratos (15 dos quais relativos aos hidrocarbonetos e seis do sector mineiro). Contudo, o CIP garante que o processo estagnou.
Actual
Capa
É preciso “Voar para além das asas”
O economista Oldemiro Belchior faz uma análise à evolução económica em 2015 e perspectiva o ano 2016. Belchior aponta como principais factores do “fracasso”, do ano passado, a queda das receitas das exportações, a redução do investimento directo estrangeiro, a instabilidade cambial, entre outros. Para 2016, o economista garante que haverá um ciclo de mudança do ambiente económico.
28 Tânia Tomé: É preciso “Voar para além das asas”
Tânia Tomé:
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Distinguida pela harmonia inter-religiosa no seu trabalho A médica moçambicana, Noorjehan Magid, responsável clínica do programa DREAM de combate à SIDA da Comunidade Sant’Egídio em Moçambique, foi distinguida na Alemanha com o Prémio KlausHemmerle 2016 pela luta que trava contra a SIDA em Moçambique.
Editorial
Bem-vindo Como três mulheres contribuem para o país
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D
Economia
esta feita, a nossa revista enceta uma viagem jornalística, através da qual percorre temas tão diversos quanto actuais. Nesse sentido, a mescla em termos de perspectiva da CAPITAL engloba assuntos como o empreendedorismo, a transparência, a saúde (entre outros) e o modo como os mesmos podem ser peças preponderantes para a economia do País.
Belchior prevê novo ciclo na economia
50 PROFILE Distinguida pela harmonia inter-religiosa no seu trabalho
A luta pela transparência na indústria extractiva registou importantes avanços, graças à intervenção do Centro de Integridade Pública (CIP). A prestação de contas, o respeito pelas normas e a transparência dos contratos assinados com as multinacionais (para a exploração dos recursos minerais em Moçambique) ganharam um novo fôlego com a intervenção do CIP, apesar de alguns desafios prevalecerem. Um estudo, levado a cabo pela investigadora Fátima Mimbire, e colaboradora da CAPITAL, revela que o processo da publicação dos contratos estagnou nos últimos dois anos. Saiba mais sobre este assunto no nosso ‘Tema de Fundo’.
56 EMPrEEnDEr TAXo Express: ligue e encomende o seu prato
76 Estilos de Vida ibo: Moçambique com vista para o Tejo
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MARÇO 2016 · Capital Magazine Ed.95
A esse propósito, fomos conversar com Tânia Tomé, o exemplo de como uma economista e empresária pode ser jovem, bem-sucedida, e mais... paladina da arte de empreender em Moçambique. Tânia, que granjeia pelo menos três prémios internacionais no seu já vasto curriculum pode muito bem ser um exemplo a seguir, tanto pelo que faz como pelo que pensa. Aliás, a empreendedora é da opinião de que Moçambique precisa de uma geração pronta para empreender e não de uma educação voltada para o trabalho dependente. E aponta a inovação, o conhecimento e o estímulo, como peças de uma engrenagem que deve contribuir para a redução dos elevados índices de desemprego.
Num outro quadrante, o da saúde, a médica moçambicana Noorjehan Magid, responsável clínica do programa DREAM de combate à SIDA da Comunidade Sant’Egídio, foi distinguida na Alemanha com o Prémio Klaus-Hemmerle 2016 pela forma como trava a luta contra a SIDA em Moçambique. Vale a pena seguir de perto o percurso que esta profissional seguiu até ao ponto de ser distinguida sobretudo pela harmonia inter-religiosa que imprimiu no seu trabalho. Mais um caso de sucesso!c
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Contents
Highlights 31
47 Background Theme The challenges of a billionaire industry
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The challenges of a billionaire industry
Mozambique: the sixth place to visit
The challenges of a billionaire industry
Property and Edition: Mozmedia, Lda. 25 de Setembro n- 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) – Telephone: +258 84 3015641 | +258 82 6567710 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Managing Director: André Dauane – andre.dauane@ mozmedia.co.mz – Editorial Director: Helga Neida Nunes – helga.nunes@mozmedia. – Editorial Staff: Belizário Cumbe - belizariocumbe@yahoo.com.br, Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz, Gildo Mugabe - gildomugabi@ gmail.com – Administrative Secretariat: Yolanda Machado; Cooperation: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Columnists: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Photography: Amor Amor; Gettyimages.pt, Google.com; – Illustrations: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B.- Translation: Frans Hovens;Page make-up: Ricardo Timbe –29timbe@gmail.com – Design and Graphics: Mozmedia –Commercial Department: Neusa Simbine – neusa.simbine@ mozmedia.co.mz, Distribution: Ímpia – info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registration: N.º 046/GABINFODEC/2007 - Printing: 7.500 copies. The articles reflect the authors’ opinion, and not necessarily the magazine’s opinion. All transcript or reproduction, partial or total, is authorised provided that the source is quoted.
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Belchior forecasts new cycle in the economy
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Current Capa
To undertake is the watchword in many developed and developing economies. China, for example, elected incentive instead of entrepreurship as one of the pillars for economic development in 2016. To address the pros and cons of entrepreneurship in Mozambique, Capital interviewed Tânia Tomé, a young woman that has earned awards as an economist and entrepreneur.
The economist Oldemiro Belchior does an analysis of the economic evolution in 2015 and envisions the year 2016. Belchior points out the main factors of “failure”, last year, as the drop of export revenue, reduction of foreign direct investment, exchange instability, amongst others. For 2016, the economist assures that there will be a change cycle of the economic environment.
Dossier
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it is necessary to “Fly beyond wings”
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Tânia Tomé: It is necessary to “Fly beyond wings”
Tânia Tomé:
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The Center for Public Integrity (CIP) that fights for transparency in the mining industry registered important advances in the last few years. From 2013 until today, 21 contracts were published (15 of which relating to hydrocarbons and six from the mining sector). However , CIP guarantees that the process has stagnated.
Distinguished by the inter-religious harmony in her work
The Mozambican Medical Doctor, Noorjehan Magid, clinical Head of the DREAM program of the Sant’Egídio Community for the fight against AIDS in Mozambique, was distinguished in Germany with the Klaus-Hemmerle 2016 Award for the fight against AIDS in Mozambique.
Editorial
Welcome
Foreseeing this years’ economy
39 Economy
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Belchior forecasts new cycle in the economy
52 PROFILE Distinguished by the inter-religious harmony in her work
his year, the growth of the global economy will surpass that of 2015. However, experts warn about the fact that there are still no great reasons for celebrations. It appears that, the GDP increase is shy and emerging markets are debating with serious political, economic and social challenges. It is predicted that the global Gross Domestic product (GDP) may grow 2.7% in 2016, registering a slight and moderate rise in 2015, due to the incipient growth in the Euro Zone, in Japan and in emerging markets. If Brazil and Russia shall register bad performances this year, now the economies of China, South Africa and India will grow in economic terms. The expectation is that India grows more than China, for the second year in a row. Indeed, the indian economy will register a boost with the implementation of big projects in the infrastructures sector. In this sense, and between the BRICS, India will be the country with the most reasons to celebrate in 2016, whereas the list of economies with the worst performance is headed by Libya. Mozambique hopes to grow 7%, this year after an unfortunate 2015. However, the general price rise may not surpass 5.6% and it is hoped that the level of international reserves may contribute to the coverage of four months of imports of goods and services. But recovery may not be immediate since the factors that dictated a dark 2015 still prevail. The fear of rise of public transport and small bus fees still subsist – despite the historical decrease of the oil cost in the international market – and the uncertainty of peace also subsists. Nevertheless, businessmen have revealed to Capital magazine that they believe in a better 2016. Please see how in the Special ‘The Country and the World in 2016’.
58 EntrEPrEnEurSHIP TAXo Express: Call and order your plate
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LIFE STyLES ibo: Mozambique with views to the Tejo
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Capitoon
EM BAIXA Situação económica e social é crítica
Mesmo sem avançar dados concretos em relação à situação da pobreza em Moçam bique, o Inquérito ao Orçamento Familiar (IOF) 2014/5 revela que a situação econó mica e social dos moçambicanos continua crítica e que grande parte dos mesmos ainda vivem com menos de um dólar por dia, com um deficiente acesso à água potável, saneamento, energia eléctrica, habitação condigna, saúde e educação.c
EM ALTA Orçamento das famílias duplica Os dados do Inquérito de Orçamento Familiar (IOF) 2014/2015 do Instituto Nacional de Estatísticas (INE), divulgados em Janeiro, revelam que as famílias moçambicanas duplicaram as despesas mensais para 6.924 meticais comparando com os dados do Inquérito de 2008/2009. Em termos de gastos mensais por pessoa, os dados mostram também um crescimento para mais do dobro, ao passar de 721 meticais em 2009 para 1.406, em 2015.c
Défice da produção da batata-reno reduz para 15%
Moçambique vai reduzir para 15%, o défice na produção da batata-reno, até finais de 2019, e prosseguir no sentido de se tornar auto-suficiente no tocante à disponibilidade do tubérculo. Para o efeito, o volume de produção do tubérculo no país vai atingir 364 mil toneladas, contra as actuais 255 mil toneladas.c
Investimento da Vale cai 24% Amineradora brasileira Vale prevê cortar no seu plano de investimentos para 2016. Segundo uma apresentação realizada em Londres (Inglaterra), e Nova Iorque, nos Estados Unidos da América (EUA), a companhia prevê investir 6.2 biliões de dólares no próximo ano contra 8.2 biliões de dólares investidos em 2015, o que representa uma queda de 24,4% .c
COISAS QUE SE DIZEM ALTERAR GOVERNO PODE NÃO SER SOLUÇÃO “Eu acho que o país precisa de um ambiente mais democrático do que é agora. Naturalmente, que em qualquer manifestação política há sempre vícios. Por exemplo, o facto de termos um partido que está há muito tempo no poder cria os seus vícios. Mas o problema não é nós termos partido político a ganhar sempre as eleições. O problema é toda a cultura política que nós temos. Nós podemos alterar os governos e continuarmos com a mesma situação que algumas pessoas criticam.”c
BONS DIAS VIRÃO “O meu desejo para este ano é que o diálogo para a manutenção da paz não desfaleça. O diálogo deve ser uma constante nas nossas vidas, nas nossas acções. Devemos continuar a apostar na unidade nacional e coesão como um povo. Só assim é que venceremos os grandes obstáculos que entravam o nosso processo de desenvolvimento. A nossa moeda, o metical, está a dar sinais de recuperação e estabilidade, o que demonstra que o Governo está a trabalhar seriamente. Tenho a certeza de que bons dias virão para os moçambicanos, para o que a aposta no trabalho é fundamental.”c
Elísio Macamo, sociólogo, in Jornal O País
Agostinho Vuma, empresário, in J ornal Notícias
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Capitoon
ON THE BOTTOM TRADE BETWEEN CHINA AND PORTUGUESESPEAKING COUNTRIES CONTRACTS
Trade between China and Portuguese language countries held last year to date through September tend to fall, having presented a contraction of 25.4% to 76 million dollars, according to official figures recently released. From January to September of 2015, the value of commercial exchange between China and the eight Portuguese speaking countries increased to 102.5 million dollars.c
ON TOP NATIONAL BANKS ON THE TOP 100 IN AFRICA Three Mozambican banks (BCI, Standard Bank and Millenium-bim) are part of the list of the 100 largest banks in Africa by capital, according to the list elaborated in 2015 by the “African Business” magazine. The other nine banks in the countries in which the official language is Portuguese (PALOP) are from Angola. By the way, the first of the 12 banks from the PALOP to surge in the list is Economic Bank of Angola, the former Espírito Santo Bank of Angola, in the 16th position with a capital of 1,583,000,000 USD, having gained the 12th position on the list released in 2014.c
FIVE BILLION USD IN CDM More than five billion dollars was invested by the public and private sectors in the social and economic areas to Maputo Development Corridor (CDM), according to the government. The Special Development Program (PDE) coordinator, the guardianship of the Mozambican development corridor, affirmed that the amount was applied into railway and port infrastructures, road and energy, and in business projects such as industry, tourism, and commercial farming.c
PREPARE FOR THE WORST The Bank of Mozambique ensures that this year will require the redoubling of efforts on the part of the Mozambicans. Is that prices will climb and the rate of semi-collective transportation, AKA “chapa 100”, won’t escape. Last year, the electricity cost increased without any awareness specified by the Electricity of Mozambique (EDM).c
THINGS BEING SAID THE POPULARIZATION OF A PROFESSIONAL CLASS “These days, we easily encounter accountants forging the accounts to satisfy employers with unclear objectives, we see accountants watch passively, and at times, partaking in a fiscal fraud… with these kind of mindset, how will the PMEs manage to rise, for example, the stock market to finance? How will the banks confront the evaluation process of credit risk?”.c
A WINNER IS NEVER SHAMEFUL “It’s the first I hear someone saying that a winner should be ashamed of their achievements. Only he (president of Costa do Sol) knows about the motives that lead him to say that we should be ashamed for our championship victory… for us the important thing is that with or without shame, we won the championship”..c
Ibrahimo Ibrahimo. CEO of Moza.
Sancho Kipisso Junior, president of Ferroviario de Maputo in the newspaper “O País”.
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ACTUAL
Moçambique: o sexto lugar para visitar Moçambique é um destino para visitar em 2016, segundo a publicação The York Times. Dos 52 países reconhecidos, a Pérola do Indico encontra-se na sexta posição, numa lista liderada por México. Um salto de gigante! Gildo Mugabe (texto)
T
rata-se de uma boa nova para Moçambique, um país cuja economia tem crescido a um ritmo de 7% por ano, sendo uma das economias mais promissoras ao nível da região subsaariana de África. Esta distinção coloca Moçambique na rota do turismo mundial tendo em conta as potencialidades que o país apresenta neste sector. O crescimento do sector do turismo é expressivo nos últimos anos. Só para se ter uma ideia, no primeiro semestre do ano passado as receitas do turismo atingiram mais de 85 milhões de dólares. E mais... cerca de 15 mil empregos directos foram criados
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De salientar que a nível da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP), Moçambique é o único destacado e lidera a lista dos países africanos indicados pela publicação em causa, o que deve constituir um motivo de orgulho e, não só, também um motivo para fazer mais e melhor. Pesam ainda alguns constrangimentos ao turismo em Moçambique como o preço das passagens aéreas, os acessos rodoviários, a polícia e a falta de algumas insfraestruturas de apoio ao longo do país, como por exemplo hospitais e clínicas.c ao longo dos últimos cinco anos no sector do turismo. Como reflexo, o número de trabalhadores do sector subiu para 45 mil, perto de metade dos quais são mulheres. O que reflecte uma melhoria na representação feminina do sector. E mais, a contribuição do sector do turismo para o Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos anos tem superado os 5,6% verificados em 2010. Ou seja, anda acima dos 6.7%. Na verdade, Moçambique é um destino turístico de referência a nível mundial. Não é por acaso que a The New York Times elegeu o nosso país como um destino para visitar este ano.
DESTAQUE
O Top 10 dos Países México França (Bordeaux) Malta (The Mediterranean on a dime) EUA/Virgínia (Theodore Roosevelt National Park) Moçambique Toronto Canadá Emirados Árabes Unidos (Abu Dhabi) Suécia (Skane) Cuba
CURRENT
Mozambique: the sixth place to visit Mozambique is a destination to visit in 2016, according to a publication from The York Times. Out of the 52 countries recognized, the Pearl of the Indian Ocean is in the sixth position, in a list led by Mexico. A giant leap! Gildo Mugabe (text)
It should be noted that at the level of the Community of Portuguese Speaking Countries (CPLP), Mozambique is the only one that has been highlighted in the list of African countries nominated by the publication in question, which should constitute a reason for pride, and not only, but also a reason to do more and better. Some constraints still weight on tourism in Mozambique such as the price of flight tickets, road accesses, the police and the lack of some support infrastructure along the country, such as hospitals and clinics.c
I
t is good news for Mozambique, a country whose economy has been growing at a speed of 7% per year, being one of the most promising economies at the level of Africa’s Sub Saharan region. This distinction places Mozambique in the route of world tourism taking into account the potential that the country presents in this sector. Growth in the tourism sector is significant in the last few years. Just to have an idea, in the first semester of last year tourism revenue reached 85 million dollars. What’s more ... about 15 thousand direct jobs were created during the last five years in the tour-
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ism sector. As a result, the number of employees of the sector rose to 45 thousand, close to half of which are women. This is a reflection of an improvement of the female representation of the sector. Furthermore, contribution of the tourism sector for the Gross Domestic Product (GDP) in the last few years has exceeded the 5, 6% verified in 2010. In other words, it is above the 6.7%. In fact, Mozambique is a tourism destination of reference at world level. It is not by chance that the The New York Times selected our country as a destination to visit this year.
HIGHLIGHT
The top 10 of Countries Mexico France (Bordeaux) Malta (The Mediterranean on a dime) EUA/Virginia (Theodore Roosevelt National Park) Mozambique Toronto Canada United Arab Emirates (Abu Dhabi) Sweden (Skane) Cuba
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MUNDO
Depois do BRIC… vêm os TICK Taiwan,
Índia, China e Coreia do Sul decidiram constituir um novo quarteto preferido pelos investidores nos mercados emergentes. Focados na tecnologia, o grupo veio substituir os BRIC. No mesmo entra Taiwan e a Coreia do Sul, sai o Brasil e a Rússia. E, assim, os BRIC dão origem aos TICK. Taiwan, Índia, China e Coreia do Sul (Korea, em inglês) convertem-se assim na nova aposta de investimento nos mercados emergentes. O novo acrónimo reflecte não apenas a entrada de novos países, mas também a preferência por um novo sector, uma vez que a tecnologia está a substituir os produtores de matérias-primas, segundo destaca o Financial Times. No ano passado, o Goldman Sachs encerrou o fundo de investimento específico para o Brasil, Rússia, Índia e China, dissolvendo-o no fundo dos mercados emergentes. Com esta decisão, o banco sentenciou a morte dos BRIC, um acrónimo criado por Jim O Neill, economista do banco, em 2001. Mas, o Goldman continuou a aconselhar a aposta nos emergentes, apenas recomendando a exposição a um “universo mais diversificado”. Nesse sentido, os investidores estão a favorecer um novo conjunto de
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países emergentes. Economias como a de Taiwan e da Coreia do Sul, muito centradas na tecnologia e serviços, substituem assim os produtores de matérias-primas em recessão, devido ao colapso dos preços no mercado. Mesmo em relação à China, os investidores estão a aumentar a exposição ao sector tecnológico, em detrimento do sector financeiro, segundo indicam os dados da Copley Fund Research, citados pelo FT. O peso dos TICK nos fundos de investimento centrados em acções dos mercados emergentes cresceu de cerca de 40%, em 2013, para quase 54% no ano passado.c
Dívida pública do Brasil dispara quase 25% A posição
de endividamento do tesouro brasileiro aumentou 24,8% em 2015, disparando para 2,79 biliões de reais (629 biliões de euros), uma subida recorde de 125,2 biliões de euros em relação a 2014. A despesa com juros e o aumento das necessidades de financiamento
foram as duas principais fontes para o crescimento da dívida, de acordo com a Agência Brasil, que refere a ida aos mercados mais vezes do que o necessário para absorver liquidez em excesso na economia e combater a inflação. O valor fica ainda assim dentro do previsto por Brasília, que apontava para que a dívida pública tivesse atingido os 632 biliões de euros. Segundo a mesma agência, o Tesouro aumentou as reservas disponíveis para a amortização de dívida, passando a dispor de valores que permitem garantir os próximos seis meses em termos de necessidades de pagamento. Para este ano, a Fazenda (Ministério das Finanças local) estima que a dívida pública cresça ainda mais, para um intervalo que ficará entre os 3,1 e os 3,3 biliões de reais (de 700 a 745 biliões de euros).c AGENDA Evento: Conferência ‘Investindo para o Futuro’ Local: Nova Deli, Índia Data: 11 a 13 de Março de 2016
DESTAQUE
China vai manter emergentes sob pressão até 2020 O processo de ajustamento da economia chinesa vai continuar a penalizar a economia dos mercados emergentes nos próximos cinco anos. Os mercados emergentes têm sido fortemente penalizados nos últimos anos, com as acções destes países a serem arrastadas
pelas preocupações em torno das suas economias. E as perspectivas não deverão melhorar tão cedo. A complexa fase de transição que a economia chinesa enfrenta deverá manter os mercados emergentes sob pressão até 2020, segundo a o Goldman Sachs.c
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WORLD
After the BRIC… come the TICK Taiwan, India, China and South Korea have decided to constitute a new quartet favored by investors in emerging markets. Focused in technology, the group came to replace the BRIC. In it enters Taiwan and South Korea, and exits Brazil and Russia. And in this manner the BRIC give rise to the TICK. Taiwan, India, China and South Korea convert in this manner in the new investment bet in emerging markets. The new acronym reflects not only the entrance of new countries, but also the preference for a new sector, since technology is replacing raw material producers, as emphasized by Financial Times. Last year, Goldman Sachs shut down the investment fund that was specific for Brazil, Russia, India and China, dissolving it in the fund for emerging markets. With this decision, the bank sentenced BRIC to death, an acronym created by Jim O’Neill, an economist at the Bank, in 2001. But Goldman continued to advise the investment in the emerging only recommending exposure to a “more diversified universe”. In this sense, investors are favoring a new group of emerging countries.
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Economies such as the Taiwanese and South Korean, very centered in technology and services, replace in this manner raw material products in recession, due to the collapse of prices in the market. Even with regards to China, investors are increasing exposure to the technology sector, in detriment of the financial sector, as indicated by the data from Copley Fund Research, quoted by FT. The weight of TICK in investment funds centered in emerging market shares grew from about 40%, in 2013, to almost 54% last year.c
Brazilian public debt shoots almost 25% The Brazilian treasury debt position increased 24,8% in 2015, shooting to 2,79 billion reais (629 billion euros), a record rise of 125,2 billion euros in relation to 2014. The expense with interest and the increase of funding needs were the
two main sources for debt growth, according to Agência Brasil, which mentions visits to the markets more times than necessary to absorb liquidity in excess in the economy and fight inflation. The amount still remains, within the foreseen by Brasilia, which pointed that public debt should have reached 632 billion euros. According to the same agency, Treasury increased available reserves for debt amortization, and now has funds available that will allow it to guarantee the next six months in terms of payment needs. For this year, the Fazenda (local Ministry of Finances) estimates that public debt increases even more, to an interval that will remain between 3,1 and 3,3 billion reais (from 700 to 745 billion euros).c AGENDA Event: Conference ‘Investing for the Future’ Place: New Deli, India Date: 11 to 13 March 2016
HIGHLIGHT
China will keep emerging markets under pressure until 2020
The process of adjustment of the Chinese economy will continue to penalize emerging markets
economy in the next five years. Emerging markets have been highly penalized in the last few years, with the actions of these countries being dragged by concerns surrounding their economies. And perspectives should not improve any time soon. The complex transition phase that the Chinese economy faces should keep emerging markets under pressure until 2020, according to Goldman Sachs..c
DESENVOLVIMENTO
É CRESCIMENTO Crescer significa ser maior, andar para a frente, construir as pontes, os caminhos e as ligações para o futuro. O BNI faz Moçambique crescer. Este é um Banco diferente de todos os outros. 100% moçambicano, é o Banco que faz desenvolver o país, apoiando e investindo em projectos – IInfra-estrutura,Recursos RecursosNaturais, Naturais,Energia, Energia,Agricultura, Agricultura, Infra-estrutura, Indústria e Comércio – que desenvolvem Moçambique
.
BNI. Juntos desenvolvemos Banco de Desenvolvimento Moçambique.
Capital Magazine Ed.95 · MARÇO 2016
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Saiba mais sobre nós Saiba mais sobre nós www.bni.co.mz
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ÁFRICA
Angola duplica produção de diamantes até 2018 A produção de diamantes em Angola poderá duplicar até 2018, de acordo com o presidente do Conselho de Administração da Empresa Nacional de Diamantes (ENDIAMA), Carlos Sumbula. O responsável que falava em Nova Iorque, segundo a agência Angop, recordou que Angola produziu 8.8 milhões de quilates de diamantes, em 2015, que tornaram o país no terceiro maior produtor mundial de diamantes.
No ano passado, a receita de Angola proveniente da venda de diamantes foi de 1.1 biliões de dólares contra 1.3 biliões de dólares de 2014. Carlos Sumbula defendeu ainda uma comercialização concertada inter-
nacionalmente para equilibrar os preços do mercado e revelou estarem a decorrer negociações nesse sentido com os maiores produtores mundiais de diamantes como a África do Sul, Austrália e Botswana.c
Resultados da Produção de Diamantes – 2006/2014 2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
P r o d u ç ã o 9.123.991 (quilares)
9.701.709
8.918.926
9.238.271
8.362.194
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8.330.096
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Preço (USD)
Médio
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8.705
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Receita (USD)
Bruta
1.142.393.369
1.271.898.153
1.211.266.037 804.147.505
987.184.295
1.162.625.478
1.110.222.942
1.163.864.174.81 131.459.071.45
Anos
Fonte: Relatório e Contas da Endiama
Ano do renminbi em África?
Países africanos como Angola e Moçambique procuram alternativas aos escassos dólares norte-americanos, levando alguns analistas a decretar 2016 o ano do renminbi em África, no qual Macau pode ter um papel importante. Em artigo, recentemente publicado no site do Council on Foreign Rela-
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MARÇO 2016 · Capital Magazine Ed.95
tions, o consultor financeiro especialista na África subsaariana John Casey defende que já não é certo o domínio do dólar nesta região em que se inserem Angola e Moçambique, e que o ano que agora começa será de solidificação do papel do renminbi em África. Apesar da actual volatilidade, o momento é auspicioso para a moeda chinesa desafiar a hegemonia do dólar em África, onde os países produtores de crude lutam contra o dizimar das reservas estrangeiras em dólares, ligado à descida do preço do petróleo, afirma Casey. Como observado no caso de Angola e Moçambique, que têm (sem sucesso) tentado travar a forte depreciação das suas moedas, reservas estrangeiras mais baixas diminuem a
capacidade de actuação dos bancos centrais para apoiar a cotação das suas moedas e dificultam a repatriação de lucros pelas empresas estrangeiras. Outra razão apontada por Casey para a afirmação da moeda chinesa é a criação do Banco Asiático de Infraestruturas e do Novo Banco de Desenvolvimento (ex-banco dos BRICS), instituições rivais das baseadas no dólar (Fundo Monetário Internacional e Banco Mundial).c AGENDA
Evento: África CEO Fórum Local: Abidjan, Costa do Marfim Data: 21-22 de Março de 2016 Detalhes: O evento, que decorre na sua quarta edição, vai juntar mais de 800 CEOs de todo o mundo, entre bancários e investidores.
ÁFRICA /AFRICA
DESTAQUE
Angola enfrenta queda do preço do petróleo expansão controlada do défice e do endividamento para o relançamento da economia, aumentar a captação e melhorar a eficiência e a eficácia dos investimentos privados, bem como adoptar medidas e incentivos de natureza diversa para a promoção das exportações a curto prazo”.c
O Estado
angolano aprovou uma série de medidas destinadas a fazer face à crise resultante da queda acentuada do preço do petróleo no mercado internacional. Uma nota governamental indica que o Executivo vai procurar assegurar “uma
Angola doubles diamond production until 2018
Diamond
production in Angola may double until 2018, according to the Chief Executive Officer of the
National Diamond Company (ENDIAMA), Carlos Sumbula. The Head who spoke in New York,
according to Angop, remembered that Angola produced 8.8 million diamond carats, in 2015, which made the country the third largest diamond producer in the world. Last year, Angola’s revenue as a result of diamond sales was 1.1 billion dollars against 1.3 billion dollars in 2014. Carlos Sumbula also defended concerted trade at international level to balance market prices and revealed that negotiations are taking place in this regard with the world’s largest diamond producers such as South Africa, Australia and Botswana.c
Diamond Production Results - 2006/2014 Years
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
Production (carats)
9.123.991
9.701.709
8.918.926
9.238.271
8.362.194
8.329.519
8.330.096
8.598.694.71
8.791.340.01
Average Price (USD)
125.21
131.10
135.81
8.705
11.805
139.50
133.28
135.35
149.86
Gross Income (USD)
1.142.393.369
1.271.898.153
1.211.266.037 804.147.505
987.184.295
1.162.625.478
1.110.222.942
1.163.864.174.81 131.459.071.45
Source:Endiamas Annual Report
Capital Magazine Ed.95 · MARÇO 2016
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AFRICA
Renminbi year in Africa?
African countries
such as Angola and Mozambique are looking for alternatives to the scarce American Dollars, and some analysts are declaring 2016 “the renminbi year in Africa”, in which Macau may have an important role. In an article, recently published on the site of the Council for Foreign Relations, the financial consultant who is an expert in Sub Saharan Africa John Casey defends that “the dollar rule is no longer certain” in this region where Angola and Mozambique are inserted, and that the year beginning now will be of “solidification of the role of the renminbi in África. Despite the current volatility, the momentum is “auspicious for the Chinese currency to challenge the dollars hegemony” in Africa, where crude producing countries are fighting against the “decimation” of foreign reserves in dollars, associated with price drops, states Casey. As observed in the case of Angola and Mozambique, that have been (unsuccessfully) trying to put a stop to the strong depreciation of their currencies, lower foreign reserves decrease the capacity of central banks to act to
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support currency quotation and may hinder repatriation of profits by foreign companies. Another reason pointed out by Casey for the assertion of the chinese currency is the creation of the Asian Infrastructure Bank and of the New Development Bank (former BRICS Bank), rival institutions of those based on the dollar (International Monetary Fund and World Bank).c
AGENDA Event: Africa CEO Forum Place: Abidjan, Ivory Coast Date: 21-22 March 2016 Details: The event that is in its fourth edition will bring together more than 800 CEOs from all over the world, amongst bankers and investors.
HIGHLIGHT
Angola faces drop in oil prices The Angolan
State approved a series of measures aimed at facing the crises resulting from the significant drop of oil prices in the international market. A government note indicates that the Executive will make efforts to ensure “a controlled expansion of the deficit and improve private investment efficiency and effectiveness, as well as adopt measures and incentives of a diverse nature to promote exports at short term”.c
MOÇAMBIQUE
Gráfico 1: Principais Factores de Variação das Reservas Internacionais (USD milhões) USD milhões
USD milhões 3500 3000
1 500 1 000
2500
Nos últimos 10 anos
Reservas Internacionais com crescimento notável O Banco de Moçambique
diz que as reservas internacionais cresceram de forma notável nos últimos 10 anos, tendo atingido o máximo histórico em Agosto de 2014 de cerca de 3.5 biliões de dólares, em termos brutos e 3.3 biliões de dólares, em termos líquidos, momento a partir do qual começaram a reduzir. Numa perspectiva histórica, segundo o Banco Central, constata-se que, exceptuando os anos de 2013 e 2014 em que o país beneficiou de entradas extraordinárias de divisas sob a forma de mais-valias, os desembolsos da ajuda externa continuam a ser uma importante fonte de constituição de reservas, enquanto as vendas de divisas no mercado cambial interbancário, e muito recentemente o serviço da dívida externa, têm sido a principal fonte do seu desgaste. Porém, a Instituição lança um alerta: “Num contexto em que as condições de acesso ao financiamento no mercado internacional se tornaram cada vez mais difíceis e tendo em consideração a conjuntura económico-financeira actual do país urge reflectirmos sobre a relevância e identificação de mecanismos que permitam a constituição de reservas externas, condição importante para fazer eficazmente face aos choques diversos a que a nossa economia tem sido sujeita”.c
500 2000 0 1500 -500 1000 -1 000
500
-1 500
0 Ajuda Externa para apoio ao Orçamento e Projectos (Escala à Esq.) Vendas Líquidas no MCI (Escala à Esq.) Serviço da Dívida Pública (Escala à Esq.) Mais-valias (Escala à Esq.)
Fonte: Banco de Moçambique
DESTAQUE
Vem aí o Fundo de Investimento Africano
Os directores-gerais
dos Fun dos de Segurança Social dos paísesmembros da Conferência Interafricana da Previdência Social (CIPRES) comprometeram-se a criar um Fundo de Investimento Africano (FIA), com um capital de pelo menos 300 mi lhões de francos CFA, o equivalente a 22 milhões de meticais. A iniciativa foi anunciada no termo de um encontro decorrido em Brazzaville, a capital congolesa.c
FMI lança aviso à navegação As perspectivas económicas de Moçambique continuam favoráveis, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). A previsão de crescimento é de 6,3% em 2015 (uma revisão em baixa de 0,7%) e 6,5% em 2016, ainda abaixo do seu potencial, devido sobretudo à estagnação do sector extractivo e às políticas orçamental e monetária mais restritivas. A médio prazo, a projecção de crescimento é de 7,5 a 8%, apoiado pelo investimento sólido em projectos de gás natural e pelo aumento da produção de carvão, se forem firmados contratos-chave para o desenvolvimento do sector de carvão e gás. A inflação deverá aumentar para o intervalo médio do Banco de Moçambique de 5-6%, devido à recente depreciação do metical e aos ajustamentos dos preços administrados. Os riscos económicos são substanciais. Porém, no curto prazo, a construção
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MOÇAMBIQUE /MOZAMBIQUE
de fábricas de gás natural liquefeito (GNL) poderá sofrer atrasos significativos se as actuais negociações entre as autoridades e as empresas de gás não forem concluídas até ao fim do ano. Já no longo prazo, a continuação dos baixos preços internacionais das matérias-primas e da desaceleração na China e em outras economias importantes poderá atrasar a expansão de projectos de mineração de carvão e prejudicar o crescimento. Caso estes riscos se concretizem, alerta o FMI, a recuperação do crescimento para 7 e 8% poderá demorar vários anos, apesar de que o mesmo permaneceria acima de 6% devido ao crescimento previsto em sectores
não extractivos. Como risco extremo, a baixa dos preços internacionais do gás poderá provocar atrasos significativos em
projectos do sector durante vários anos, apesar das empresas de petróleo e gás se mantiverem confiantes na viabilidade dos seus projectos.c
Moçambique: Preços médios das matérias primas em 2015 (var. % vs. 2014)
Valor de exportação 4ª avaliação 5ª avaliação em 2014 (USD M)
Alumínio
-3,0
-9,8
1.052
-19,5
-14,1
501
1,2
1,0
355
Gás natural
-10,3
-33,4
340
Titânio
-16,6
-22,3
191
Carvão Electricidade
Fonte: FMI
País sem políticas económicas e agrárias estáveis O mais recente
estudo do Ob servatório do Meio (OMR) intitulado “Políticas Públicas e Agricultura”, da autoria dos pesquisadores (economistas) João Mosca e Máriam Abbas, revela uma série de aspectos que contribuem para a fraca produ tividade agrícola em Moçambique. O
estudo refere que não têm existido políticas públicas económicas e agrárias estáveis, continuadas no tempo e coordenadas entre o sector agrário e o conjunto da economia. Estes aspectos implicam mudanças sistemáticas de estratégias, alterações nas prio ridades da alocação de recursos,
instabilidade produtiva e incons tância nas opções dos investidores e produtores. Tome-se, por exemplo, as substituições entre culturas nos sistemas de produção (troca de algodão por gergelim, mandioca para a produção de cerveja por outras culturas, feijões e amendoim por Tabaco).c
In the last 10 years
International Reserves with remarkable growth The Central Bank
of Mozambique states that international reserves have grown remarkably in the last 10 years, having reached the maximum in its history in August 2014 of about 3.5 billion dollars, in gross terms and 3.3 billion dollars, in net terms, moment from which they began reducing. From an historical perspective, according to the Central Bank, it was noticed that, except from the years 2013 and 2014
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in which the country benefitted from extraordinary entry of foreign currency in the form of added value, disbursement of foreign aid continues to be an important source of constitution of reserves, while reserve sales in the interbank exchange market, and very recently the external debt service have been the main source of its wear. However, the institution launches an alert: “In a context where access
conditions to funding in the international market have become ever more difficult and taking the countries current economic-financial juncture into consideration there is a need for us to reflect about the relevance and identification of mechanisms that allow the constitution of external reserves, important condition to effectively address the various shocks our economy has been subjected to”.c
MOZAMBIQUE
FMI launches navigation notice Mozambican economic perspectives remain favorable, according to the International Monetary Fund (FMI). Growth forecast is 6, 3% in 2015 (a review in the low of 0,7%) and 6,5% in 2016, still below its potential, mainly due to the stagnation of the mining sector and more restrictive budgetary and monetary policies. At medium term, growth projection is 7,5 to 8%, supported by solid investment in natural gas projects and by the increase of coal production, if key contracts are signed for the development of the coal and gas sector. Inflation shall increase to the Central Bank’s average interval of 5-6%, due to recent depreciation of the metical and adjustments of administered prices. Economic risks are substantial. However, at short term, construction of the liquefied natural gas factory (GNL) may suffer significant setbacks if current negotiations between the authorities and gas companies are not included until the end of the year. At long term, continuation of international low prices and slowdown in China and other important economies may delay the expansion of coal mining projects and jeopardize growth. If these risks materialize, advises the IMF, recovery of growth to 7 and 8% may take various years, despite the fact that it would remain above 6% as a result of the growth foreseen in non-mining sectors. As an extreme risk, decrease in international gas prices may cause significant setbacks in projects of the sector for various years, despite the fact that oil and gas companies remain confident in the feasibility of their projects.c
Chart 1: Main Drivers of International Reserves Variation (USD millions) USD million
USD millions 3500 3000
1 500 1 000
2500 500 2000 0 1500 -500 1000 -1 000
500
-1 500
0 External aid for the Support to the Budget and Projects (Scale on the left.) Net sales on FX market (Scale on the left.) Public debt service (Scale on the left) Capital gains (Scale on the left)
Source: Mozambican Central Bank
Countries without stable economic and agrarian policies The most recent study from the Environment Observatory (OMR) entitled “Public Policies and Agriculture”, by researchers (economists) João Mosca and Máriam Abbas, revels a series of aspects that contribute to the poor agrarian productivity in Mozambique. The study mentions that there have not been stable economic and agrarian public policies, continued in time and coordinated amongst the agrarian
sector and the economy as a whole. These aspects imply systemic strategic changes, changes in the priority of assignment of resources, productive instability and inconstancy in the options of investors and producers. Let’s take as an example, replacements between cultures in the production systems (exchange of cotton for sesame, cassava for the production of beer by other cultures, beans and nuts for Tobacco).c
Mozambique: Average prices of raw materials in 2015 (var. % vs. 2014) Exportation value
4th assessment 5th assessment in 2014 (USD M)
Aluminum
-3,0
-9,8
1.052
-19,5
-14,1
501
1,2
1,0
355
Natural Gas
-10,3
-33,4
340
Titanium
-16,6
-22,3
191
Coal Electricity
Source: IMF
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DOSSIER
Tânia Tomé:
É preciso “Voar para além das asas” Empreender é a palavra de ordem em muitas economias desenvolvidas e em desenvolvimento. A China, por exemplo, elegeu o estímulo ao empreendedorismo como um dos pilares para o desenvolvimento económico em 2016. Para abordar os prós e os contras do empreendedorismo em Moçambique, a Capital entrevistou Tânia Tomé, uma jovem que conta com prémios como economista e empreendedora. Belizário Cumbe (texto)
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urante a última década – na governação de Armando Guebuza Moçambique convocou a juventude para o empreendedorismo e o auto-emprego como uma das formas de combater a pobreza, com maior enfoque para a urbana. Para falar dos prós e dos contras do
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empreendedorismo em Moçambique, a Capital conversou com Tânia Tomé, uma jovem empresária que colecciona prémios como economista e empreendedora, e que já desempenhou diversos cargos ao longo do seu vasto curriculum. Tânia possui uma licenciatura em Economia e pós-graduação em Auditoria e
Controlo de Gestão e uma experiência profissional de mais de 13 anos dedicados à Banca, no que tange à análise do risco de crédito e projectos de investimento. Entre os diversos prémios recebidos, salientam-se alguns, tais como o atribuído pelo presidente Mário Soares (Prémio Académico – Portugal – Africa
2003); o Woman Leadership Award 2014 (IVLP Program – EUA); o Best Young Executive Leader 2015 do Global Finance (Reino Unido), para além do African International Achievers Awards-2015.
Geração pronta a empreender Tânia Tomé diz que muitos jovens moçambicanos optam pelo conforto de um emprego em vez de arriscarem. Para a empreendedora, esta forma de estar manifesta-se como consequência de uma programação e educação voltada para o trabalho dependente, que ganhou raízes ao longo do tempo. Assim sendo, qual deve ser o caminho? Tomé responde que o país precisa conceber uma geração pronta para empreender. Porém, e para o efeito, a aposta num ensino primário de qualidade voltado para o conhecimento, empreendedorismo e programação financeira é imprescindível. Mais!... Para a responsável, havendo vontade politica em promover uma educação primária voltada para o conhecimento e empreendedorismo, e preparando o mercado para que as Pequenas e Médias Empresas (PMEs) tenham suporte, os jovens sentir-se-ão estimulados a embarcar nessa aventura. Só desta forma o empreendedorismo poderá jogar um papel fundamental na redução dos elevados índices de desemprego em Moçambique.
Empreendedorismo de subsistência Tânia Tomé acrescenta que muitos jovens moçambicanos empreendem para sobreviver. “Moçambique é um país de empreendedores de subsistência. Muitos que estão no sector informal podem ser considerados como tal, principalmente os que actuam no
comércio, com venda de todo tipo de produtos. Mas a luta diária pela sobrevivência e a forma de pensar e agir, não lhes permite passar para um outro nível” destacou. Entretanto há, no país, Pequenas e Médias Empresas estabelecidas e com mercado privilegiado, mas que não trazem nada de inovador, se não repetir o que os outros fazem. Falta o estímulo, a inovação, o fazer diferente e mais do que fazer diferente, ser a própria diferença. A estas unidades, Tânia diz que devem sair da zona do conforto. No final de contas, o empreendedorismo pode acontecer dentro das próprias instituições, transformando ideias em factores inovadores no mercado em que actuam. A empreendedora justifica que pouco se fala de empreendedorismo, e que este se manifesta de várias maneiras. “O da sobrevivência é apenas uma delas, mas temos o empreendedorismo social, e aqui se destaca o papel do lideres como factores de mudança e de várias organizações da sociedade
que advocam no sentido de empurrar o país para criar um ecossistema inclusivo, sustentável e desenvolvido”, concluiu.
Quénia é um exemplo a seguir Para a empresária, o Quénia é um dos países que conseguiu formar uma geração activa de empreendedores e Moçambique pode seguir o exemplo. No Quénia, todo o jovem quer fazer alguma coisa diferente. Usam a Internet para vender quase tudo. Na Cimeira Global de Empreendedores, que teve lugar em Nairobi, vimos muita coisa interessante como foi caso de um jovem que vendia vacas pela Internet”, revelou, para depois acrescentar que, contudo “nada aconteceu de um dia para o outro. Houve um forte investimento na educação, ambiente de negócios e não só. Moçambique precisa decidir hoje o país que quer ser dentro de 40 anos. Ou seja, precisamos de estratégias a médio e longo prazos”, concluiu.c
Tânia Tomé Multifacetada, Tânia Tomé é directora da Ecokaya Investimentos, presidente da Associação para o Desenvolvimento; formadora e mentora do jovem empreendedor; activista e humanista. Tânia tem-se notabilizado através do seu envolvimento em actividades sociais, culturais e humanitárias em Moçambique, e não só. Mais recentemente destacou-se como Porta-voz da Conferência Nacional para o Jovem Empreendedor da ANJE e também como Presidente da Mesa de Júri na Competição de Planos de Negócio da ONE – NGO de Empreendedores.
Em 2015, foi seleccionada para participar na Cimeira Global de Empreendedorismo que teve lugar em Nairobi, Quénia, um evento que contou com a presença de Barack Obama, presidente dos Estados Unidos da América. Aos 13 anos de idade começou a fazer colares para vender na escola – uma forma de ganhar a independência financeira. Aos 17 começou a viver sozinha, teve o seu primeiro emprego e entrou para a Universidade, tendo continuado a trabalhar ao longo de todo o curso. Assim vai, como a própria diz, Voar para além das asas”.c
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DOSSIER
Tânia Tomé:
It is necessary to “Fly beyond wings” To undertake is the watchword in many developed and developing economies. China, for example, elected incentive instead of entrepreurship as one of the pillars for economic development in 2016. To address the pros and cons of entrepreneurship in Mozambique, Capital interviewed Tânia Tomé, a young woman that has earned awards as an economist and entrepreneur. Belizário Cumbe (text)
D
uring the last decade – in Armando Guebuzas governance – Mozambique convened young people to entrepreneurship and self-employment as one of the ways to
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fight poverty with greater emphasis in urban poverty. To address the pros and cons of entrepreneurship in Mozambique, Capital talked to Tânia Tomé, a young entrepreneur that has already acted in various roles along
her vast curriculum. Tânia has an Honors Degree in Economics and a Post-graduate Degree in Audit and Management Control and a professional experience of more than 13 years dedicated to Banking, in the
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areas of credit risk analysis and investment projects. Amongst the various awards received, some are worth noting such as the one awarded by president Mário Soares (Academic Award – Portugal – Africa 2003); the Woman Leadership Award 2014 (IVLP Program – EUA); the Best Young Executive Leader 2015 of Global Finance (United Kingdom), and the African International Achievers Awards-2015.
Ready to undertake generation Tânia Tomé says that many young Mozambicans chose the comfort of a job instead of taking risks. For the entrepreneur, this attitude comes as a consequence of a programming and education focused towards dependent work that has taken roots over time. In this manner, which should be the way? Tomé answers that the country needs to conceive a generation that is ready to undertake. However, and for the effect, investment in quality primary education focused in knowledge, entrepreneurship and financial programming is indispensable. More!... For the leader, with political willingness to promote primary education focused in knowledge and entrepreneurship, and preparation of the market so that Small and Medium Enterprises (SMEs) have support, young people will feel encouraged to embark in this adventure. Only in this manner entrepreneurship may play a fundamental role in reducing the high levels of unemployment in Mozambique.
Subsistence Entrepreneurship Tânia Tomé adds that many young Mozambicans undertake to survive.
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“Mozambique is a country of subsistence entrepreneurs. Many that are in the informal sector may be considered as such, mainly those that operate in trade, with the sale of all types of products. But daily fight for survival and the way of acting and thinking, does not allow them to pass to another level” she pointed out. Meanwhile, in the country, Small and Medium Enterprises established and with a privileged market, but that do not add any innovation, apart from repeating what others do. Lack of incentive, innovation, ability to do different and more than doing different, is to be the difference itself. To these units, Tânia says that they must get out of the comfort zone. In the end, entrepreneurship can happen within the institutions themselves, transforming ideas in innovative factors in the market where they act. The entrepreneur justifies that little is said about entrepreneurship, and that it manifests itself in various ways. “Survival is just one of them, but we have social entrepreneurship, and here one can highlight the role
of the leader as change factors and of various social organizations that advocate in the sense of pushing the country to create an ecosystem that is, sustainable and developed”, she concluded.
Kenya is an example to follow For the entrepreneur, Kenya is one of the countries that managed to train an active generation of entrepreneurs and Mozambique can follow the example. “In Kenya, every young person wants to do something different. They use the internet to sell almost anything. In the Global Entrepreneur Summit, that was held in Nairobi, we saw a lot of interesting things such as the case of a young man that sold cows through the internet”, she revealed after adding that, however, “nothing happened overnight. There was strong investment in education, business environment and more. Mozambique needs to decide today the country it wants in 40 years. That is, we need strategies at medium and long terms”, she concluded.c
Tânia Tomé Multifaceted, Tânia Tomé is the Head of Ecokaya Investimentos, chairwoman of the Associação para o Desenvolvimento; trainer and mentor of young entrepreneurs; activist and humanist. Tânia has been distinguishing herself through her involvement in social, cultural and humanitarian activities in Mozambique and beyond. Recently she stood out as the spokesperson for ANJEs National Conference for Young Entrepreneurs and as the chairwoman in the Competition of ONEs Business Plans – Entrepreneurs NGO.
In 2015, she was selected to participate in the Global Entrepreneurship Summit held in Nairobi, Kenya, an event attended by Barack Obama, president of the United States of America. At 13 years old she began making necklaces to sell at school – a way of gaining financial independence. At 17 years old she went to live by herself, got her first job and got accepted into University, and continued working during her degree. In this manner, and as she says she will, “Fly beyond wings”.c
Polana Serena Hotel, Av. Julius Nyerere 1380 . P.O Box 1151, Maputo . Moçambique Tel.: +258 21 241700 / 800 . Cel.: +258 82 3201450 / +258 84 2417000 . Fax.: +258 21 Magazine 491480 . Ed.95 Email.: Reservations@serena.co.mz · MARÇO 2016 Capital 33 Johannesburg Reservations . Grayston Ridge Office Park, Block C, Ground Floor, 144 Katherine Street, Sandown . South Africa Tel.: +27 (011) 021 2607/ 2608/ 2609 . Email: reservations@serenahotels.co.za . www.serenahotels.com
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Empresa
SKYDDO, um corretor de Seguros entre os maiores A SKYDDO Seguros é uma empresa de corretagem e consultoria na área dos Seguros, que se tem vindo a notabilizar no mercado graças ao seu rápido crescimento e afirmação. Para tal, contam a sua inovação, pro-actividade, rapidez e nível de serviço. A SKYDDO tem como ambição manter-se sempre entre os três maiores corretores de Seguros em Moçambique, apresentando soluções inovadoras, preços competitivos e seguros mais abrangentes. Gildo Mugabe (texto e fotos)
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esta era da globalização, onde o mercado está cada vez mais liberal, a assessoria na gestão de riscos, no estudo, na implementação, na negociação e na gestão de um programa de seguros é imprescindível. É importante contar com profissionais qualificados, que consigam intermediar junto a uma seguradora de forma eficaz, estruturando uma carteira de
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seguros de acordo com as necessidades do cliente e regularizando eventuais sinistros da forma mais breve possível. É justamente para isso que existem os corretores de Seguros. Constituída em Julho de 2009, a SKYDDO Seguros é uma empresa de corretagem e consultoria de Seguros, 100% moçambicana. Com 16 colaboradores, a SKYDDO Seguros, está entre as cinco maiores corretoras de Seguros no país. “Comparativamente com corretores de Seguros 100% moçambicanos, tendo em mente que existem no país corretores que não são 100% nacionais, devemos estar entre os três primeiros”, disse Henrique Almeida, CEO daquela empresa. De acordo com Henrique Almeida, a SKYDDO Seguros representa os seus clientes junto das companhias de seguros na negociação de melhores coberturas, melhores preços, regularização de sinistros, entre outros.
Vendendo serviços Como lema “nós não vendemos seguros, vendemos serviço”, a SKYDDO Seguros opta em trabalhar de pre-
ferência com todas as seguradoras nacionais e somente no caso de não obter um seguro específico localmente é que usa o seu “network” internacional, daí que tenha parcerias com outras corretoras internacionais e posteriormente contacta uma seguradora local específica para fazer um “fronting” ou seja, assumir uma parte do risco e emitir a apólice de seguro. Na SKYDDO oferece-se serviços de corretagem e consultoria de Seguros, nas áreas de assessoria de riscos que afectam o património, responsabilidades perante terceiros, seguros obrigatórios, seguros de engenharia, seguros de caução (para substituição de Garantias Bancárias), seguros de transporte, seguros de vida e acidentes pessoais, seguros de saúde e pensão, entre outros. “Saber de onde viemos e para onde vamos, sendo muito proactivos, ouvindo as necessidades dos clientes são factores que fazem da SKYDDO diferente de outras corretoras”, garante Almeida. Refira-se que a empresa iniciou as suas actividades com um capital inicial de 250 mil meticais e que hoje o seu volume de negócios atinge os 250 milhões de meticais.c
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Company
SKYDDO, an insurance Broker among the greatest SKYDDO Seguros is a brokerage and Consultancy Company in the field of Insurance that has been distinguishing itself in the market thanks to its fast growth and assertion. For this end, contribute its innovation, pro-activity, fast pace and level of service. SKYDDO has as its ambition to always remain in the top three Insurance brokers in Mozambique, presenting innovative solutions, competitive prices and broader insurance. Gildo Mugabe (text and photos)
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n this era of globalization, where the market is ever more liberal, consulting in risk management, in the study, in implementation, in negotiation and management of an insurance program is indispensable.
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It is important to count with qualified professionals that are able to mediate with an insurance company in an effective manner, structuring an insurance portfolio according to the client’s needs and regulating possible claims as fast as possible. This is why there are Insurance brokers. Constituted in July 2009, SKYDDO Seguros is a brokerage and consultancy company, 100% Mozambican. With 16 employees, SKYDDO Seguros, is amongst the 5 biggest Insurance Brokers in the country. “In comparison with insurance brokers that are 100% Mozambican, and having in mind that in the country there are insurance brokers that are not 100% Mozambican, we should be in the top three”, stated Henrique Almeida, CEO of the company. According to Henrique Almeida, SKYDDO Seguros represents its clients at insurance companies in the negotiation of the best coverage, best prices, and regularization of claims, amongst others.
Product Sales As a motto “we do not sell insurance, we sell service”, SKYDDO Seguros
chooses to work preferably with all national insurance companies and only when it does not get a specific insurance locally it uses its international “network”, and that is why it has partnerships with other international brokers and afterwards it contacts a local insurer to do the “fronting” that is, undertake part of the risk and issue an insurance policy. At SKYDDO insurance brokerage and consultancy services are offered, in the fields of consultancy of risks that affect assets, third party insurance, compulsory insurance, engineering insurance, bond insurance, (to replace Bank Sureties), transport insurance, life insurance and personal accidents, health insurance and pension amongst others. “To know where we came from and where we are going, being proactive, and listening to client’s needs are factors that make SKYDDO different from other brokers”, ensures Almeida. It is important to mention that the company began its activities with an initial capital of 250 thousand meticais and that today business has a business volume of 250 million meticais.c
ECONOMIA
Belchior prevê novo ciclo na economia O economista Oldemiro Belchior faz uma análise à evolução económica em 2015 e perspectiva o ano 2016. Belchior aponta como principais factores do “fracasso”, do ano passado, a queda das receitas das exportações, a redução do investimento directo estrangeiro, a instabilidade cambial, entre outros. Para 2016, o economista garante que haverá um ciclo de mudança do ambiente económico. Belizário Cumbe (textos)
O
ano de 2015 foi caracterizado por uma conjuntura económica e financeira adversa, destacando-se o agravamento do nível de inflação anual, depreciação
do Metical, aumento do serviço da dívida pública externa, redução da ajuda externa no apoio ao Orçamento do Estado, abrandamento do investimento directo estrangeiro (IDE), desaceleração da actividade
Capital Magazine Ed.95 · MARÇO 2016
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económica. Não obstante o cenário menos favorável de desempenho económico observado em 2015, considerado um ano atípico pelo economista Oldemiro Belchior, a economia moçambicana continua a registar níveis de crescimento superiores à média da África Subsaariana. Mas nem tudo são rosas. Moçambique enfrenta desafios estruturantes que limitam que a economia cresça ao ritmo registado nos últimos anos. Estas limitações resultam da combinação de factores domésticos e externos, nomeadamente a forte depreciação do metical face ao dólar e a outras moedas estrangeiras, a incerteza sobre a situação política do país, a desaceleração do investimento directo estrangeiro, que, nos
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últimos anos, serviu de alavanca para o crescimento da economia e estabilidade cambial. A queda dos preços das commodities nos mercados internacionais, por exemplo, afectou substancialmente as receitas de exportação arrecadadas pelo país, e por consequência cambial resultou na diminuição de disponibilidade de divisas no mercado.
Insustentabilidade da dívida As preocupações relacionadas com a sustentabilidade da dívida levaram as principais agências de rating (Standard & Poor´s, Moody´s, Fitch) a rever em baixa as perspectivas para Moçambique, efectuando o downgrade na notação de risco, com o Outlook negativo, tendo em conta os indicadores sobre a dívida, a fraca performance fiscal, reflectindo elevados défices orçamentais, impulsionados pela volatilidade da receita pública e impacto na despesa, e pela depreciação do metical face ao dólar. Para o presente ano (2016), o Governo projecta o crescimento real do PIB em torno de 7% e uma inflação anual de 5,6%, de acordo com o Plano Económico e Social (PES). A expansão da actividade económica deverá ser impulsionada pelo aumento da produtividade no sector agrícola, aumento da produção do carvão, efeitos positivos decorrentes da base logística de Pemba. Para 2016, o FMI reviu em baixa o crescimento da economia moçambicana de 8.2% para 6.5%. Segundo esta instituição da bretton woods, as perspectivas no médio prazo permanecem positivas, mas, a curto prazo, Moçambique enfrenta choques externos associados à queda dos preços das commodities no mercado internacional e atrasos no arranque
dos projectos de investimento de gás natural liquefeito (GNL). De acordo com o Standard Bank, as perspectivas de crescimento podem reduzir para níveis inferiores a 6%, caso se verifique um atraso no arranque dos projectos do gás. Posto isto, vale a pena dizer, segundo Belchior, que em 2016 prevê-se que o Banco Central continue a intervir nos mercados interbancários, através de adopção de medidas restritivas que assentam numa política monetária que visa conter a procura de moeda, incluindo a procura de divisas, por forma a assegurar o equilíbrio dos indicadores macroeconómicos. O ano de 2016 aponta para um ciclo de mudança no ambiente económico. É fundamental para a economia nacional que os resultados das decisões políticas se traduzam numa solução governativa estável para o país. Mais!... O desenvolvimento da economia dependerá fundamentalmente: da governabilidade (fundamentada numa visão e num conceito estratégico nacional, em instituições robustas, na coesão social e na estabilidade política); do crescimento económico sustentável (requerendo estabilidade macroeconómica, sustentabilidade da dívida e uma estratégia de desenvolvimento que inclua reformas para melhorar o ambiente de negócios e, nomeadamente, do investimento); do fortalecimento do sector privado, com enfoque nas pequenas e médias empresas (PME); das reformas estruturais na gestão das finanças públicas; do direccionamento de investimentos públicos em áreas sociais prioritárias para o desenvolvimento, nomeadamente a saúde, educação, infraestruturas, água e saneamento; de um sistema financeiro estável e sólido com capacidade para financiar a economia e promover um crescimento inclusivo.c
Economy
Belchior forecasts new cycle in the economy The economist Oldemiro Belchior does an analysis of the economic evolution in 2015 and envisions the year 2016. Belchior points out the main factors of “failure”, last year, as the drop of export revenue, reduction of foreign direct investment, exchange instability, amongst others. For 2016, the economist assures that there will be a change cycle of the economic environment.
T
he year 2015 was characterized by an adverse economic and financial climate, highlighting the deepening of annual inflation level, Metical depreciation, increase of external public debt service, reduction of external aid for State Budget Support, slowdown of foreign direct investment (IDE), slowdown of economic activity. Nevertheless the least favorable scenario of economic performance observed in 2015, considered an atypical year by economist Oldemiro Belchior, the Mozambican economy continues to register growth levels above average in Sub Saharan Africa. But not all is rosy. Mozambique faces structural challenges that limit the growth of the economy at the pace registered in the last few years. These limitations come as a result of a combination of domestic and external factors, namely strong depreciation of the metical against the dollar and other foreign currencies, the uncertainty of the country’s political situation, slowdown of foreign direct investment, which, in the last few years, served as leverage for economic growth and exchange stability. Fall in commodity prices in interna-
tional markets, for example, affected substantially export revenue collected by the country, and as an exchan-
ge consequence it resulted in the reduction of availability of foreign currency in the market.
Capital Magazine Ed.95 · MARÇO 2016
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Unsustainable debt Concerns related to debt sustainability have made the main rating agencies (Standard & Poor´s, Moody´s, Fitch) to review on the low the perspective for Mozambique, carrying out the downgrade in the risk rating, with negative Outlook, taking into account debt indicators, weak fiscal performance, reflecting high budget deficits, leveraged by the volatility of public revenue and the impact of the expense, and by depreciation of the metical against the dollar.
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Fevereiro 2016 · Capital Magazine Ed.94
For the current year (2016), the Government projects real GDP growth around 7% and annual inflation of 5,6%, as per the Economic and Social Plan (PES). Expansion of economic activity shall be driven by the increase in productivity in the agrarian sector, increase of coal production, positive effects resulting from Pemba’s logistics base. For 2016, the IMF lowered the growth of Mozambican economy from 8.2% to 6.5%. According to this bretton woods institution perspectives at medium term remain positive, but, at
short term, Mozambique faces external shocks associated to the fall of commodity prices in the international market and delays in the startup of liquefied natural gas (GNL) investment projects. According to Standard Bank, growth perspective may reduce to levels below 6%, in case there is a delay in the startup of gas projects. Therefore, it is worth to say, according to Belchior, that in 2016 it is foreseen that the Central Bank will continue to intervene in interbank markets, through the adoption of restrictive measures that settle in a monetary policy that aims at restraining currency demand, including demand for exchange currency, in order to ensure the balance of macroeconomic indicators. The year 2016 points to a change cycle in the political climate. It is essential for national economy that results of political decisions be translated in a stable government solution for the country. More!... Development of the economy will fundamentally depend on: governability (based on a vision and on a national strategic concept, in robust institutions, in social cohesion and political stability);sustainable economic growth (requiring macroeconomic stability, debt sustainability and a development strategy that includes reforms to improve the business climate and namely, of investment); strengthening of the private sector, with focus in small and medium enterprises (SME); structural reforms in the management of public finances; targeting of public investments in social areas that are a priority for development, namely health, education, infrastructure, water and sanitation; a stable and solid financial system with the capacity to finance the economy and promote inclusive growth..c
Banca
Bancarização económica continua aquém das expectativas Cerca 90% dos moçambicanos não possuem conta bancária e apenas 22% da população adulta tem acesso aos serviços financeiros, de acordo com os últimos dados do Banco de Moçambique. Gildo Mugabe (texto)
O
Banco de Moçambique (BM) lançou, em 2007, a Estratégia de Bancarização da Economia que contemplava um conjunto de medidas e acções, sendo de destacar o relaxamento dos condicionalismos para a abertura de mais estabelecimentos e agências bancárias no país. Apesar do aumento do número de instituições bancárias no país, os
serviços financeiros são ainda deficitários, sobretudo nas zonas rurais. São diversos os factores que condicionam a expansão da rede bancária no país, dos quais importa destacar a natureza socioeconómica, a densidade populacional e as infraestruturas inexistentes nos distritos. É que as agências das instituições financeiras tendem a posicionar-se nos locais onde há electricidade e
telecomunicações, pelo que a representação bancária pelos distritos do País também depende da existência e do padrão de distribuição de infraestruturas. Contudo, é preciso frisar que o crescimento verificado neste sector, nos últimos quatros anos, embora tenha sido fraco, ainda assim é digno de registo tal como o gráfico abaixo indica.c
Avanço da bancarização económica nos últimos 4 anos 2010
2011
Bancos: 16 Microbancos: 6 Operadores de Microcrédito: 118 Organizações de Poupança e Empréstimo: 10
2012 Bancos em operação:18 Microbancos: 8 Operadores de Microcrédito: 199 Organizações de Poupança e Empréstimo: 11
Bancos em operação:18 Microbancos: 6 Operadores de Microcrédito: 166 Organizações de Poupança e Empréstimo: 10
2013 Bancos em operação: 18 Microbancos: 10 Operadores de Microcrédito: 233 Organizações de Poupança e Empréstimo: 12
2014 Bancos em operação:18 Microbancos: 10 Operadores de Microcrédito: 285 Organizações de Poupança e Empréstimo: 12 Fonte: Banco de Moçambique
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BANKING
Economic Banking continues below the expected About 90% of Mozambicans do not have a bank account and only 22% of adult population has access to financial services, according to the last data from Central Bank. Gildo Mugabe (text)
T
he Central Bank of Mozambique (BM) launched, in 2007, the Strategy for Economic Banking which contemplated a group of measures and actions, and one can highlight the relaxation of constraints for the opening of more banking institutions and branches in the country. Despite the increase of the number of banking institutions in the country,
financial services are still poor, especially in rural areas. Many are the factors that condition the expansion of the banking network in the country, out of which one can highlight the socio-economic nature, population density and lack of infrastructures in the districts. Financial institution’s agencies tend to position themselves in places where there is no electricity and
telecommunication, therefore banking representation throughout the Country’s districts also depends on the existence and distribution pattern of infrastructures. However, there is a need to point out that the growth verified in this sector, in the last four years, despite having been weak, none the less is still worthy of record as indicated in the chart below.c
Economic Banking Advances in the last 4 years 2010
2011
Working Banks: 18 Microbanks: 6 Microcredit Operators: 166 Loan and Savings Organizations: 10
Banks: 16 Microbanks: 6 Microcredit Operators: 118 Loan and Savings Organizations: 10
2012
2013
2014
Working Banks: 18 Microbanks: 8 Microcredit Operators: 199 Loan and Savings Organizations: 11
Working Banks: 18 Microbanks: 10 Microcredit Operators: 233 Loan and Savings Organizations: 12
Working Banks:18 Microbanks: 10 Microcredit Operators: 285 Loan and Savings Organizations: 12 Source: Central Bank Of Mozambique
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MARÇO 2016 · Capital Magazine Ed.95
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Capital Magazine Ed.95 · MARÇO 2016
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Tema de fundo
Os desafios de uma indústria bilionária O Centro de Integridade Pública diz que a luta pela transparência na indústria extractiva registou importantes avanços nos últimos anos. De 2013 a esta parte, foram publicados 21 contratos (15 dos quais relativos aos hidrocarbonetos e seis do sector mineiro). Contudo, o CIP garante que o processo estagnou. Belizário Cumbe (texto)
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O
Centro de Integridade Pública (CIP) completou 10 anos de existência. Uma década marcada pela monitoria da transparência e boa governação em Moçambique. Com o CIP, a prestação de contas e o respeito pelas normas ganharam um novo rumo apesar dos
desafios que ainda prevalecem. Não há dúvidas, porém, que a indústria extractiva sempre esteve no centro das atenções da instituição, primeiro liderada pelo jornalista e investigador Marcelo Mosse e agora nas mãos de Adriano Nuvunga. O móbil da batalha movida pelo CIP, ao
longo da última década, foi a transparência dos contratos assinados com as multinacionais para a exploração dos recursos minerais em Moçambique. Entretanto, um estudo, levado a cabo pela investigadora Fátima Mimbire, revela que o processo da publicação dos contratos estagnou nos últimos dois anos. É que, em Dezembro de 2013, o Governo moçambicano começou a publicar os contratos existentes, nos sectores mineiro e de hidrocarbonetos. No total já foram publicados 21 contratos, 15 do sector petrolífero e seis mineiros. Porém, desde o arranque da iniciativa, há dois anos, não houve avanços significativos. Segundo o CIP “há contratos assinados e não publicados com a mineradora indiana Jindal, que já está a laborar desde 2012, bem como com a Ncondezi Coal Company Mozambique, ENRC, Midwest Africa Lda, Rubi Mining”. Só para citar alguns. Mais. Entre Agosto e Dezembro de 2014, o Governo assinou três novos contratos de concessão para a exploração de carvão na província de Tete. Entretanto, um ano depois, os mesmos ainda não foram colocados no domínio público. Esta situação acontece, igualmente, com os contratos assinados em Outubro de 2013 com a Midwest e a Rio Tinto para exploração de carvão nas zonas carboníferas de Ncondezi e Minjova, em Moatize, respectivamente.
rantia de confidencialidade pelo que não poderiam ser tornados públicos, excepto se houvesse acordo entre as partes, no qual concordavam em publicá-los, tal como ocorreu em 2013, de acordo com o CIP. Já os contratos assinados depois de 2009, no geral, são de consulta pública, ou seja, não gozam da garantia de confidencialidade. Mas, mesmo antes de 2013, não chegaram a ser publicados. Por um lado, a lei de mina garante a publicação completa dos contratos ao referir que os mesmos devem ser publicados no Boletim da República, antecedidos do visto prévio do Tribunal Administrativo (TA), no prazo de 30 dias. Ainda refere que podem ser publicados, também, em jornais e/ou sítios da Internet. Por outro lado, a Lei de Petróleos fala apenas da publicação dos principais termos dos contratos, aqueles que não colocam em causa as questões comerciais da companhia. Mas a mesma lei não diz quais são os principais termos e como se determinam. Entretanto, há que referir que, internacionalmente, considera-se transparência dos contratos a publicação completa dos contratos, ou seja, de todos os termos, sem excepção, incluindo os anexos e as adendas. Portanto, todos os termos do contrato são principais termos, de acordo com o Centro de Integridade Pública.
Prós e contras da nova legislação
Moçambique no âmbito da ITIE
À luz das novas leis de minas e petróleos a publicação dos contratos, assinados entre o governo e as multinacionais, é obrigatória. Antes da aprovação desses instrumentos legais, a garantia de publicação ou não era definida nos próprios contratos. Mas os contratos assinados antes de 2009 tinham a ga-
Moçambique é um país cumpridor da ITIE desde Outubro de 2012, uma posição que poderá ser revalidada no decurso de 2016. Como tal, o país é chamado a remover todos os obstáculos à transparência. A prevalência de cláusulas de confidencialidade nos contratos extractivos e a falta da garantia legal
da publicação completa dos contratos constitui alguma das barreiras prevalecentes ao alargamento da transparência no país. As “Regras da ITIE, Edição 2011 versão de 4 de Abril de 2011 referem que o Governo deve eliminar todos os obstáculos legais, regulamentares ou de outra natureza para a implementação da ITIE. Os obstáculos comuns incluem cláusulas de confidencialidade em contratos entre governos e empresas. A lei de minas aboliu a confidencialidade das questões comercialmente sensíveis, garantindo que os contratos são publicados na íntegra. Já a Lei de Petróleos condiciona a publicação completa dos contratos à salvaguarda da confidencialidade da informação comercial estratégica e concorrencial das operações petrolíferas.c
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Contratos publicados Empresa
Província
Recursos
Ano de assinatura
Vale
Tete
Carvão
2007
Riversdale
Tete
Carvão
2009
Kenmare
Nampula
Areias Pesadas
2002
Minas de Moatize
Tete
Carvão
2013
Minas de Rovúbue
Tete
Carvão
2013
Rio Tinto Zambeze
Tete
Carvão
2013
Artumas Moçambique Petróleos Limitada
Cabo Delgado
Petróleo
2007
SASOL Petroleum Temane Lda
Inhambane
Petróleo
2002
SASOL Petroleum Mozambique Explorations Lda
Inhambane
Petróleo
2010
Petronas Carigalli Mozambique (Rovuma Basin) Ltd Cabo Delgado
Petróleo
2008
Sofala Offshore Limited
Sofala
Petróleo
2006
Contrato de Gasoduto entre o Governo da República de Moçambique, a Republic of Mozambique Pipeline Investments Company
Temane-Secunda
Transporte de gás natural
2004
Anadarko Moçambique Área 1 Limitada
Cabo Delgado
Petróleo
2006
SASOL Petroleum Sofala Lda
Sofala
Petróleo
2005
Cabo Delgado
Petróleo
2006
1
(Proprietary) Limited (ROMPCO) e a SASOL Limited
Hydro Oil & Gas Mocambique As
2
Contratos não publicados Empresa
Província
Recursos
Ano de assinatura
ENRC (6128C)
Tete
Carvão
6 de Novembro de 2014
Eta Star
Tete
Carvão
6 de Novembro de 2014
Sol Mineração Moçambique
Tete
Carvão
Agosto de 2014
Highland African Mining Company
Zambézia
Tatalite, berílio, etc
2000
Midwest
Tete
Carvão
2013
Rio Tinto (Projecto Zambeze- 4695C)
Tete
Carvão
2013
Haiyu Mozambique Mining Company Lda
Nampula
Areias Pesadas
2012
Kenmare
Nampula
Areias Pesadas
2012
ENRC (6195C)
Tete
Carvão
2015
Fonte: CIP
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BACKGROUND THEME
The challenges of a billionaire industry The Center for Public Integrity (CIP) that fights for transparency in the mining industry registered important advances in the last few years. From 2013 until today, 21 contracts were published (15 of which relating to hydrocarbons and six from the mining sector). However , CIP guarantees that the process has stagnated. Belizário Cumbe (text)
T
he Center for Public Integrity (CIP) has 10 years of existence. A decade marked by transparency monitoring and good governance in Mozambique. With CIP, account rendering and respect for norms have gained a new direction despite the challenges that still prevail. There are no doubts, however, that the mining industry has always been at the center of the institution’s attention, first led by the journalist and researcher Marcelo Mosse and now in the hands of Adriano Nuvunga. The mobil of the battle moved by CIP, during the last decade, was the transparency of contracts signed with multinationals for the exploitation of mining resources in Mozambique. However, a study carried out, by researcher Fátima Mimbire, reveals that the process of publication of contracts stagnated in the last two years. In December 2013 the Mozambican Government began publishing contracts that existed in the mining and hydrocarbons sectors. In total 21 contracts have already been published, 15 from the oil sector and six from the mining sector. However, since the beginning of the initiative, two years ago, there have
not been significant advances. According to CIP “there are contracts that have been signed and not published
with the Indian mining company Jindal that has been operating since 2012, as well as Ncondezi Coal Com-
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pany Mozambique, ENRC, Midwest Africa Lda, Rubi Mining”. Just to mention a few. More between August and December 2014, the Government signed three new concession contracts for the exploitation of coal in the Tete Province. However, one year later, they still have not been placed in the public domain. This situation also takes place, with contracts signed in October 2013 with Midwest and Rio Tinto for the exploitation of coal in the coal fields of Ncondezi and Minjova, in Moatize, respectively.
about the publication of the main terms of the contracts, those that do not call into question the companies’ commercial issues. But the same law does not say what are the main terms and how they are determined. However, it is important to mention that at international level, “contract transparency is considered the full publication of contracts, that is, of all terms, without exception, including the attachments and addendums. However, all terms of the contract are the main terms”, according to the Center for Public Integrity.
Pros and cons of the new legislation
Mozambique in the context of ITIE
In the light of new mining and oil laws the publication of contracts, signed between the government and multinationals, is compulsory. Before approval of these legal instruments, publication guarantee or not was defined in the contracts themselves. But contracts signed before 2009 had a confidentiality guarantee so they could not be made public, except if there was an agreement between the parties, where they agreed to publish them, such as took place in 2013, according to CIP. Now the contracts signed after 2009, in general, are for public consultation, that is, do not enjoy the confidentiality guarantee. But, even before 2013, they were not published. On the one hand, mining law ensures the complete publication of contracts when mentioning that they must be published in the Government Gazette, preceded by an approval from the Administrative Court (TA), within 30 days. It further mentions that they can also be published in newspapers and/or internet sites. On the other hand, oil Law only talks
Mozambique is a country that complies with ITIE since October 2012, a position that may be revalidated during 2016. As such, the country is called to remove all obstacles to
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transparency. Prevalence of confidentiality clauses in mining contracts and lack of full legal guarantee of the publication of contracts constitutes one of the barriers that still prevail for the expansion of transparency in the country. The “ITIE Rules, 2011 Edition – version of the 4th of April 2011” mentions that the Government must eliminate all legal obstacles, regulatory or of another nature for the implementation of ITIE. Common obstacles include confidentiality clauses in contracts between the government and companies. Mining law has abolished the confidentiality of issues that are commercially sensitive, ensuring that contracts are fully published. Now the Oil Law conditions the full publication of contracts to the safekeeping of confidentiality of strategic commercial information and competition related of oil operations.c
Contracts published Company
Province
Resources
Year of Signature
Vale
Tete
Coal
2007
Riversdale
Tete
Coal
2009
Kenmare
Nampula
Heavy Sands
2002
Minas de Moatize
Tete
Coal
2013
Minas de Rovúbue
Tete
Coal
2013
Rio Tinto Zambeze1
Tete
Coal
2013
Artumas Moçambique Petróleos Limitada
Cabo Delgado
Oil
2007
SASOL Petroleum Temane Lda
Inhambane
Oil
2002
SASOL Petroleum Mozambique Explorations Lda
Inhambane
Oil
2010
Petronas Carigalli Mozambique (Rovuma Basin) Ltd
Cabo Delgado
Oil
2008
Sofala Offshore Limited
Sofala
Oil
2006
Pipeline contract between the government of the Republic of Mozambique Republic of Mozambique Temane-Secunda Pipeline Investments Company (Proprietary) Limited (ROMPCO) e a SASOL Limited
Natural Gas Transport 2004
Anadarko Moçambique Area 1 Limited
Cabo Delgado
Oil
2006
SASOL Petroleum Sofala Lda
Sofala
Oil
2005
Hydro Oil & Gas Mocambique As2
Cabo Delgado
Oil
2006
Non published contracts Company
Province
Resources
Year of signature
ENRC (6128C)
Tete
Coal
6 November 2014
Eta Star
Tete
Coal
6 November 2014
Sol Mineração Moçambique
Tete
Coal
August 2014
Highland African Mining Company
Zambézia
Tatalite, berrylium, etc
2000
Midwest
Tete
Coal
2013
Rio Tinto (Projecto Zambeze4695C)
Tete
Coal
2013
Haiyu Mozambique Mining Company Lda
Nampula
Heavy Sands
2012
Kenmare
Nampula
Heavy Sands
2012
ENRC (6195C)
Tete
Coal
2015
Source: CIP
Capital Magazine Ed.95 · MARÇO 2016
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PROFILE
Distinguida pela harmonia inter-religiosa no seu trabalho A médica moçambicana, Noorjehan Magid, responsável clínica do programa DREAM de combate à SIDA da Comunidade Sant’Egídio em Moçambique, foi distinguida na Alemanha com o Prémio Klaus-Hemmerle 2016 pela luta que trava contra a SIDA em Moçambique. Gildo Mugabe (texto)
D
iz um ditado popular “Quando se pratica uma boa ação, o reconhecimento não tarda a vir”, e não tardou para Noorjehan Magid, uma médica moçambicana. Noorjehan foi distinguida e honrada pelo trabalho que desenvolve na longa luta contra a SIDA em Moçambique, mas também pelo seu empenho em desenvolver um trabalho conjunto com cristãos e seguidores de outras crenças religiosas. Aliás, Noorjehan Magid reconhece que não é fácil combinar o tabu, doença e tratamento com a parte religiosa. E entende que não se pode negar a cura a nenhum doente só pelo facto do mesmo professar esta ou aquela religião. “Eu mesma sou muçulmana e trabalho, por exemplo, com a comunidade
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MARÇO 2016 · Capital Magazine Ed.95
Sant’Egídio, que é uma comunidade católica. Estamos lado a lado a trabalhar nesse objectivo, que é o de melhorar a qualidade de vida dos moçambicanos”, disse Noorjehan Magid, em entrevista à Deutsche Welle, na Alemanha. Com mais de 15 anos de experiência nesta área, a médica moçambicana diz ter sido colhida de surpresa com esta distinção dado que existem várias pessoas que desenvolvem a mesma actividade no território nacional. Contudo, a médica sente-se muito satisfeita pelo reconhecimento e acrescenta: “É sempre bom sermos reconhecidos pelo trabalho que fazemos”.
O espectro da sua intervenção «O nosso grande sonho – declarou
Noorjehan Majid na cerimónia de entrega do prémio, a 22 de janeiro, diante de autoridades civis e religiosas – é poder tratar um milhão e meio de pessoas, doentes de SIDA, no nosso país. Até agora isso aconteceu apenas para 300 mil, das quais 70 mil são crianças. Além disso, por meio de uma terapia específica, foi possível que mais de 60 mil mães infectadas dessem à luz crianças sadias». Ainda que a meta esteja distante, estes resultados lisonjeiros abrem à esperança, justamente pelo empenho de pessoas, como Noorjehan e a sua equipe, que actuam no projeto Dream, promovido pela Comunidade de Santo Egídio. É caso para se dizer que não é todos os dias que uma médica moçambicana recebe um prémio alemão pela excelência no trabalho desenvolvido no seu país. c
DESTAQUE
O Prémio Klaus-Hemmerle... É atribuído em memória da pessoa e da herança espiritual do bispo católico de Aachen, Klaus Hemmerle e que o Movimento dos Focolares confere um prémio a
personalidades que se destacam como “construtores de pontes” de diálogo entre as igrejas, as religiões e as diferentes visões do mundo, a cada dois anos?c
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Capital Magazine Ed.95 · MARÇO 2016
53
PROFILE
Distinguished by the interreligious harmony in her work The Mozambican Medical Doctor, Noorjehan Magid, clinical Head of the DREAM program of the Sant’Egídio Community for the fight against AIDS in Mozambique, was distinguished in Germany with the Klaus-Hemmerle 2016 Award for the fight against AIDS in Mozambique. Gildo Mugabe (text)
S
o goes the popular saying “When practicing a good deed recognition does not take long to come”, and it did not take long for Noorjehan Magid, a Mozambican Medical Doctor. Noorjehan was distinguished and honored for the work she develops in the long fight against AIDS in Mozambique, but also for her commitment in developing joint work with Christians and followers of other religious beliefs. What is more, Noorjehan Magid recognizes that it is not easy to combine taboo, illness and treatment with the religious part. And she understands that cure cannot be denied to any patient just because he/she is a believer of this or that religion. “I am a Muslim myself, and work, for example, with the Sant’Egídio
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community, which is a Catholic Community. We are side by side working in this objective, which is to improve the quality of life of Mozambicans”, stated Noorjehan Magid, in an interview to Deutsche Welle, in Germany. With more than 15 years’ experience in this area, the Mozambican medical doctor says that she was caught by surprise with this distinction since there are many people who develop the same activity on national territory. However, the doctor feels very content with the recognition and adds: “It is always good to be recognized for the work we do”.
The spectrum of her intervention «Our biggest dream – declared
?
Noorjehan Majid at the award ceremony, on 22 January, before civil and religious authorities - is to be able to treat one and a half million people, who have AIDS, in our country. Until now that has happened to only 300 thousand, out of which 70 thousand are children. Besides this, by means of a specific therapy, it was possible that more than 60 thousand infected mothers give birth to healthy babies ». Despite the fact that the target is still far, this flattering results give way to hope, precisely because of the commitment of people like Noorjehan and her team, who work on the Dream project promoted by the Santo Egídio Community. It is fair to say that it is not every day that a Mozambican medical doctor is awarded a German prize for excellence in work developed in her country.c
Did you know?
The Klaus-Hemmerle Award... Is granted
in memory of the person and spiritual heritage of the Catholic Bishop from Aachen, Klaus Hemmerle and that the Focolare Movement awards a prize to perso-
nalities that distinguish themselves as “builders of bridges” of dialogue between churches, religions and different visions of the world, every two years?c
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Mercados
OPEP acredita na recuperação do preço do petróleo O preço do barril do petróleo atingiu mínimos históricos (25 dólares) desde Setembro de 2003. Analistas do Goldman Sachs acreditam que este é apenas o princípio e o mesmo poderá descer até aos 20 dólares. A OPEP, porém, diz que este é o ano da recuperação e que em 2040 o barril vai custar 160 dólares. Belizário Cumbe (texto)
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ano em curso começou mal para as economias petrolíferas. É que o barril de referência da OPEP Organização de Países Exportadores de Petróleo desceu para 25 dólares, no dia 14 de Janeiro, o valor mais baixo desde 22 de Setembro de 2003, quando o barril chegou a ser comercializado a 24.82 dólares. Trata-se de um cenário que resulta do excesso de produção numa altura em que os países emergentes, com destaque para a China, reduziram as estimativas de crescimento económico e de consumo de energia. Contudo, a OPEP mantém as previsões que apontam para uma recuperação do preço do barril de petróleo ainda este ano, depois da brutal queda de 2015 para os níveis mais baixos da última década, e prevê uma subida até aos 80 dólares, em 2020, e os 160 dólares, em 2040. Estes cálculos da OPEP constam no relatório Previsões Mundiais do Petróleo 2015 e os mesmos foram feitos com base numa estimativa de que a economia mundial cresça entre 3,5% e 3,7%, no período entre 2016 e 2020, e entre 3,6%
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e 3,3%, nas duas décadas seguintes. Refira-se que a queda dos preços do petróleo agudizou-se desde o princípio de Dezembro de 2015, depois dos ministros da OPEP não terem conseguido chegar a um acordo em relação a um plafond conjunto de produção, apesar do excesso de oferta no mercado. Neste contexto, analistas de alguns bancos de investimento, como o Goldman Sachs, não afastam a hipótese de que a actual tendência possa afundar a cotação do petróleo até aos 20 dólares.
Moçambique alheio Quando em 2008 o preço do barril do petróleo no mercado internacional atingiu os 150 dólares, as autoridades nacionais invocaram o contexto global para agravar os preços dos combustíveis. Porém, nos últimos dois anos, o preço do mesmo barril tem vindo a cair. Contudo, o país mostra-se alheio e os preços a nível doméstico não descem.c
Comportamento do preço do barril do petróleo no mercado internacional desde Setembro de 2003
22 de Setembro de 2003 – 24.82 05 de Abril 2004 – 29.90 05 de Abril de 2005 – 52.27 05 de Abril de 2006 – 61.08 05 de Abril de 2007 – 64.16 07 de Abril de 2008 – 101.16 07 de Abril de 2009 – 50.96 05 de Abril de 2010 – 81.27
05 de Abril de 2011 – 116.73 05 de Abril de 2012 – 121.15 05 de Abril de 2013 – 103.10 04 de Abril de 2014 – 103.12 06 de Abril de 2015 – 53.10 06 de Janeiro de 2016 – 29.71 14 de Janeiro de 2016 – 25.00 fonte: OPEC
Markets
OPEC believes in the recovery of oil price Price of the oil barrel reached historical minimums (25 dollars) since September 2003. Analysts from Goldman Sachs believe that this is only the beggining and that it could go down to 20 dollars. OPEC however, says that this is the year of recovery and that in 2040 the barrel will cost 160 dollars. Belizário Cumbe (text)
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his year began on a low note for oil economies. The problem is that OPEC’s – The Organization of Petroleum Exporting Countries - reference barrel dropped to 25 dollars, on January 14th, the lowest amount since 22 September 2003 when the barrel was traded for 24.82 dollars. It is a scenario that results from excess production in a time when emerging countries, with highlight to China, have reduced their economic growth and energy consumption estimates. . However, OPEC still sticks to the previsions that point out to a recovery of the oil barrel price still this year, after the brutal drop of 2015 to the lowest levels of the last decade, and foresees a rise up to 80 dollars, in 2020, and 120 dollars in 2040. These calculations from OPEC are part of the World Oil Previsions Report and these were done based on an estimate that world economy will grow between 3,5% and 3,7%, in the period between 2016 and 2020, and between 3,6% and 3,3%, in the
two decades to follow. It should be noted that the drop in oil prices worsened in December 2015, after OPEC Ministers were not able to reach an agreement with regards to a joint production plafond, despite the excess of supply in the market. In this context analysts, from some investment banks, such as Goldman Sachs, do not stray away from the hypothesis that the current tendency may sink oil price down to 20 dollars.
Alien Mozambique When in 2008 the price of the oil barrel in the international market reached 150 dollars, national authorities invoked the global climate to aggravate fuel prices. However, in the last two years, the price of the same barrel has been dropping. However, the country remains alien, and prices at domestic level do not go down.c
Oil Barrel price bahaviour in the international market since September 2003
22 September 2003 – 24.82 05 April 2004 – 29.90 05 April 2005 – 52.27 05 April 2006 – 61.08 05 April 2007 – 64.16 07 April 2008 – 101.16 07 April 2009 – 50.96 05 April 2010 – 81.27
05 April 2011 – 116.73 05 April 2012 – 121.15 05 April 2013 – 103.10 04 April 2014 – 103.12 06 April 2015 – 53.10 06 January 2016 – 29.71 14 January 2016 – 25.00 Source: OPEC
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Empreender
TAXO Express:
Ligue e encomende o seu prato A Kussema introduziu há pouco tempo um serviço no seu leque de actividades. Trata-se do Taxo Express, uma holding voltada para a confecção e comercialização de refeições para todo o tipo de clientes, desde singulares a informais, instituições públicas e privadas. Gildo Mugabe (texto)
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riação, inovação e saber aproveitar as novas oportunidades que o mercado oferece constitui um desafio. Cada vez mais as empresas precisam de aguçar o seu engenho para marcar ou pontuar num mercado onde existe cada vez mais concorrência mas onde também há mais oportunidades para todos. Assim entende Dita Mpfumo, directora-geral da Kussema, uma empresa jovem moçambicana virada para a área da prestação de serviços. Aliás, foi por estas e outras razões que a Kussema decidiu abrir espaço para o nascimento de uma Holding na empresa, mais concretamente para a Taxo Express. De acordo com Dita Mpfumo, a Taxo surgiu da necessidade de responder a
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um vazio que existe no mercado dedicado à confecção e comercialização de alimentos. Existe muita comida comercializada na rua. Alguns exemplos dos quais sem obedecer às regras básicas de higiene e segurança alimentar, daí que a Kussema tenha encarado esse facto como uma fragilidade e oportunidade aberta no mercado. “Uma vez que já estamos na área de catering mais voltada para a gestão de centros sociais nas empresas, decidimos ao mesmo tempo criar uma nova linha que poderá servir para todos os bolsos”, revela Dita. “No sentido de nos podermos diferenciar dos outros, vim com a ideia de comprar bicicletas, e de reduzir o tempo de espera, uma vez que um dos maiores
problemas com que lidamos à hora do almoço é tráfego e o congestionamento de viaturas nas ruas. Como tal, preparamos as bicicletas e equipamo-las”, acrescenta. Em defesa das regras de higiene e segurança alimentar Tal como fez saber Dita Mpfumo, as refeições por si confecionadas são transportadas até ao consumidor obedecendo às regras de higiene e de segurança alimentar. “A embalagem, o sabor, a qualidade, a forma como confeccionamos, a entrega atempada das refeições, e o facto dos nossos trabalhadores estarem equipados com o uniforme identificativo da empresa... isto é o que nos torna diferente dos outros”, revelou a directora geral da Kussema e responsável pela Taxo. Neste momento, a Taxo para além de confecionar e comercializar refeições introduziu uma nova linha, a dos sumos naturais. São na verdade sumos com um grau nutricional significativo para os efeitos de dieta. E prevê-se a breve trecho que venha ainda a ter sopas na sua ementa. De referir que os produtos da Taxo são entregues ao domicílio pelo que os clientes podem ligar antecipadamente para encomendar o que pretendem comer e beber.c
“In 2003, we introduced the modality of bilingual training in 23 schools. Currently there are more than 500 schools teaching in the modality.” JORGE FERRÃO Minister of Education and Human Development In an exclusive interview with The Business Year
Find out more in The Business Year: Mozambique 2016
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ENTERPRISE
TAXO Express:
Call and order your plate Kussema introduced a while ago a service in its range of activities. It is called Taxo Express, a holding focused on the preparation and commercialization of meals for all types of clients, from individuals to public and private organizations. Gildo Mugabe (text)
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reation, innovation and know how to take advantage of new opportunities that the market has to offer is a challenge. More and more companies need to sharpen their devices to mark or score in a market where there is ever more competition but also where there are opportunities for all. So understands Dita Mpfumo, managing Director of Kussema, a young mozambican company focused on the service provision area. As a matter of fact, it was for this and other reasons that Kussema decided to open space for the birth on a Holding
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in the company, more specifically Taxo Express. According to Dita Mpfumo, Taxo came up out of the need to respond to a gap that exists in the market that is dedicated to preparation and commercialization of meals. There is a lot of food that is commercialized on the street. Some examples which do not even comply with basic rules of hygiene and food safety, and Kussema looked at this as a weakness and an opportunity that was opened in the market. “Since we are already in the field of catering more focused on management of
companies’ social centers, we have decided at the same time to create a new line that will be able to cater for all pockets”, stated Dita. “In the sense of being different from others, i came up with the idea of buying bicycles, and of reducing waiting time, since one of the biggest problems we deal with at lunch time is traffic and traffic jams on the streets. As such, we prepare the bicycles and equip them”, she adds. In defense of hygiene and food safety rules As mentioned by Dita Mpfumo, meals prepared by her are transported to the consumer complying with the rules of hygiene and food safety. “Packaging, flavor, quality, the way we prepare our food, on time delivery of meals, and the fact that our employees are equipped with the companies’ uniform ...this is what makes us different from others”, revealed Kussema’s managing director and head of Taxo. Currently, Taxo besides preparing and commercializing meals introduced a new line, natural juices. They are in fact juices with a significant nutritional degree for diet purposes. And soon it is foreseen that it will have soups in its menus. It is important to mention that Taxo’s products are delivered to your door step so clients can call in advance and order what they want to eat and drink.c
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MARKETING
Uma Cidade, Uma Marca (II)
Como transformar uma commodity numa experiência de turismo Ao criar e desenvolver uma estratégia própria, a Marca Cidade tem de se preocupar com alguns dos grandes paradigmas das marcas tradicionais. Tem de entender que deve gerir interesses económicos e políticos diferentes, pelo que tem de ser unificadora e assegurar compromissos entre as partes envolvidas; tem de se esforçar por não querer ser tudo para todos ao mesmo tempo; tem de evitar estereótipos; tem de evitar cair na tentação de copiar o vizinho que tem sucesso. Helga Nunes* (texto)
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final, a Marca Cidade, tal como as marcas tradicionais, também tem de criar e desenvolver uma estratégia credível (alinhada com os objectivos estratégicos e operacionais atingíveis interna
e externamente), relevante (realçando os atributos mais valorizados pelos seus públicos-alvo), distintiva (destacando características únicas que fazem a distinção das cidades vizinhas), sustentável (captando um espaço de percepções
defensável no presente e no futuro) e simples (fácil de entender interna e externamente). Só assim é que a Marca Cidade consegue crescer economicamente (atraindo cidadãos, turistas e investimento), potencializar produtos e serviços locais, unificar entidades públicas e privadas, construir o orgulho e o compromisso dos diversos públicos e divulgar externamente as qualidades locais de forma positiva e atractiva. O maior desafio da Marca Cidade é transformar algo que pode apenas ser uma commodity (algo por onde se passa, onde hoje estamos, por não ter nada que justifique valor acrescentado económico ou emocional) numa experiência de vida, de turismo ou investimento em que sentimos e vivemos algo diferente com esse valor acrescentado, económico e emocional. Um último pensamento aplicado à realidade da Marca Cidade é que também aqui a marca não muda de realidade, mas se a realidade está a mudar, ao mesmo tempo a marca está a catalisar o processo de mudança de percepções e a criar um novo valor para todos.
rketing de lugares e mediante a necessidade de atrair turistas, empresas, pessoas e mercados para as exportações. Philip Kotler acrescenta dois factores fundamentais que, no seu entender, justificam o impulso crescente que o marketing e a marca dos lugares (onde se pode ler também ‘marca cidade’) têm conhecido nos últimos anos. Por um lado, os residentes aspiram a sentir orgulho pelo lugar onde vivem, o que os predispõe a trabalhar em prol da sua melhoria contínua, e, por outro lado, a crescente mobilidade de pessoas e de recursos resultantes da evolução tecnológica e da globalização em busca de lugares (países, regiões ou cidades) que ofereçam oportunidades
mais atractivas. Diante de tal estado de ideias, as cidades apostam em produtos, temas e recursos diferenciadores, distintivos, por meio dos quais desenvolvem vantagens nitidamente competitivas. Num contexto onde a atracção de turistas constitui um dos principais objectivos das Capitais do mundo, a gestão das experiências e das relações afectivas e emocionais projectadas através de elementos gráficos que expressam a identidade da marca da cidade, tendo em vista a comunicação de um posicionamento sustentado, são reconhecidos como elementos fundamentais à maximização dos efeitos do evento na imagem das respectivas cidades.c
A gestão da ‘Marca Cidade’ em prol do turismo Embora a gestão de uma marca seja um conceito recente no âmbito dos lugares, localidades ou cidades, existe o consenso entre académicos e profissionais de que os lugares podem ser geridos através da marca do mesmo modo que os bens e os serviços de grande consumo. Perante tal cenário, a marca desempenha um papel fundamental na medida em que acentua a diferenciação face à concorrência e cria laços afectivos e emocionais com os mais vastos públicos. Existe consenso relativamente às principais razões apontadas como justificação para a pertinência em adoptar técnicas de gestão da marca no domínio do ma-
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MARKETING
One City, One Mark (II)
How to transform a commodity in a tourism experience When creating and developing one’s strategy, the City Brand has to worry about one of the biggest paradigms of traditional brands. It has to understand that it has to manage different economic and political interests, therefore it has to be unifying and ensure commitments between the parties involved; it has to make an effort not to be everything to everybody at the same time; it has to avoid stereotypes; it has to avoid falling into the temptation of copying the neighbor that is successful. Helga Nunes* (text)
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fter all, the City Brand, similarly to traditional brands, also has to create and develop a credible strategy (aligned with strategic and operational objectives that are attainable internal and
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externally), relevant (highlighting the qualities that are most valued by their target audience) distinctive (highlighting unique characteristics that make the difference in neighbor cities), sustainable (capturing a space of perceptions that are
defensible in the present and future) and simple (easy to understand internal and externally). Only in this manner will the City Brand be able to grow economically (attracting citizens, tourists and investment), strengthen local products and services, unify public and private entities, build pride and commitment of various audiences and disseminate externally local qualities in a positive and attractive manner. The greatest challenge of the City Brand is to transform something that may only be a commodity (something where one passes by, where we are today, for not having anything that justifies economic or emotional added value) in a life experience, tourism or investment where we feel and live something different with that economic and emotional added value. One last thought applied to the reality of the City Brand is that here as well the brand does not change reality, but if reality is changing, at the same time the brand is catalyzing the process of perception change and creating a new value for all.
Management of the ‘City Brand’ for tourism Even though brand management is a recent concept in the context of places, localities or cities, there is a consensus amongst academics and professionals that places may be managed through the brand in the same manner as mass consumption goods and services. In the light of this scenario, the brand plays an important role in the sense that it accentuates the differentiation against the competition and creates affective and emotional bonds with various audiences. There is a consensus in relation to the main reasons pointed out as a justification for the pertinence to adopt brand management techniques in the domain of marketing of places and according to the need to attract tourists, companies,
people and markets for exportation. Philip Kotler adds two essential factors which, in his understanding, justify the growing impulse that marketing and the branding of places (where it can also be read ‘city brand) have known in the last two years. On the one hand, residents aspire to feel pride for the place where they live, which makes them want to work for their continued improvement, and, on the other hand growing mobility of people and resources as a result of technological evolution and globalization in the search of places (countries, regions or cities) that offer more attractive opportunities. Before
such state of ideas, cities bet on products, themes and differentiating resources, distinctive, through which they develop clearly competitive advantages. In a context where the attraction of tourists constitutes one of the main objectives of world capitals, management of experiences and of affective and emotional relationships projected through graphic elements that express the identity of the city brand, having in mind the communication of a sustainable positioning, are recognized as essential elements to the maximization of the effects of the event in the image of respective cities.c
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Gestão
Doug Casey sobre a Filosofia do Dinheiro Doug Casey explica porque é que a sua atitude em relação ao dinheirro revela a sua atitude em relação a própria vida. Este estudo apareceu originalmente no livro de sucesso de Doug Crisis Investing for the Rest of the 90s.
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titudes em relação ao dinheiro são atitudes psicológicas que se refletem em todos os aspectos da sua vida. A sua atitude em relação ao dinheiro revela a sua atitude em relação a vida. Há duas escolas entre aquelas que se dão ao trabalho de formular os seus pensamentos.
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Numa escola, o pensamento dominante da sociedade, vê o dinheiro, ou pelo menos o amor pelo dinheiro, como a raiz do mal. È visto como a causa de divórcios e processos judiciais, roubos e assassinatos, mentira e fraude. Mas o dinheiro, apesar de ser um mal para eles, é considerado um mal necessário, e esse pensamento
ajuda a recionalizar o esforço para conseguir mais. A outra escola,a qual eu pertenço, vê o dinheiro como um bem moral, representando todas as coisas boas da vida que deseja ter, fazer, a dar aos outros. Desde que passe os dias da sua vida trabalhando para ele, o dinheiro representa uma vida concen-
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trada. Este pensamento não precisa de racionalizar a busca pela riqueza. É estranho que “o dinheiro seja maul” esta escola seja sempre vista como moralmente superior – mais independente, espiritual e preocupada com os valores reais. É estranho porque quando estas pessoas tentam fazer dinheiro, estão a viver uma mentira e a ser hipócritas. Se não fizerem dinheiro , estão a ser auto-destrutivas, parasíticas e um peso para os outros. Ter repúdio ao dinheiro em princípio, mas ser forçado e lidar com ele em prática, apresenta o que Marx chamaria de contradição interna. Requer uma justificação constante e um esforço constante para fazer com que a realidade se conforme a um sistema de crenças, ao invés de tentar juntar o sistema de crenças a realidade. Por isso é que a legislação sobre assuntos económicos é quase um desastre a nível universal: equivale a mais do que dramatização das fantasias e ilusão daqueles que a elaboram. Uma legislação deste género seria uma piada, para não ser leveda a sério, salvo paela a incoveniência e destruição que causa. Dinheiro, riqueza, e possessões não são um butão quente para as pessoas no geral;criam uma área “carregada” que é quase tangível.Esse tipo de reacção é previsível em áreas da vida (sexo, políticas e religião são outras) carregadas de motivos emocionais e impulsos. Por estarem tão carregadas , muitas pessoas tem problemas em confrontar o dinheiro de forma directa. Confrontá-lo não significa estudar economia convencional, cheia de fórmulas matemáticas esquisitas descrevendo abstrações que não tem nada a ver com o mundo real. Confrontar o dinheiro – habituar-se ao conceito – é um processo subjectivo e de introspecção; a economia é na verdade um departamento da filosofia. A
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semelhança de todas as áreas da vida “carregadas”, quando confrontadas sem receio, o dinheiro é tão intimidante ou confuso quaunto uma flor ou cone de gelado. O antagonismo em relação ao dinheiro ultrapassa dólares e contas bancárias. No entanto de um ponto de vista económico, o dinheiro é um meio de troca e um depósito de valor; o seu principal valor é representar outros bens. Portanto o que é que aqueles que odeiam o dinheiro pensam sobre o universo material que o dinheiro representa? A conclusão lógica é que
não gostam do mundo no geral, ou pelo menos estão muito desconfortáveis com ele. É esta é dificilmente um fórmula para serenidade espiritual e é duplamente estranho para pessoas que fingem estar desapegadas, etérea e espiritualmente. Anti-capitalistas tendem a ver o dinheiro como uma barreira artificial e mortífera para a evolução pessoal, quando é na realidade um marco integrante para mais evolução. Pessoas que culpam o dinheiro pelos males do mundo sofrem de falta de responsabilidade; atribuir culpas não é uma boa
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forma de fazer com que os males desapareçam. Na verdade, atribuir culpas a terceiros causou grande parte da probreza, guerra, e miséria geral que a história documenta. Atitudes em relação ao dinheiro tendem a estar enraizadas. As noções filosóficas que sustentam a forma como as pessoas lidam com o mundo não podem ser influenciadas por argumentos escritos e apelos a lógica. Nos casos em que as causas dos problemas são psicológicas ou espirituais, um entendimento intelectual não ajuda.
O quadro geral Apercebo-me que – independentemente sa sua aversão ao dinheiro – a medida que as pessoas vão ficando mais velhas, tornam-se mais, não menos, orientadas no que concerne ao dinheiro. Isto é de algum modo contra intuitivo; pode pensar que quanto mais velho fica menos tempo tem de sobra, e iria concentrar-se mais em valores internos. Mas pelo contrário, quando as pessoas atingem a meia idade, parecem tornar-se mais gananciosas e tentam tomar o mundo material para si com mais força, na altura que deveriam tentar livrar-se dele. É perverso, mas a humanidade esta repleta de contradições. Portanto, apesar da aversão da maior parte das pessoas ao dinheiro, fazem o seu melhor para acumular mais e gastar menos a medida que vão envelhecendo. Aqueles que são bem sucedidos deixam um herança que pode ser distribuida pelos seus filhos ou para a caridade. Certamente é bom ter uma herança de seus pais ou “Tio rico”; por vezes pode ser utilizado de forma útil e gerar muito prazer. No entanto, raramente, pode levar a indolência, dissipação ou culpa; conjugado com co os pensamen-
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tos prevalecentes sobre o dinheiro, não é surpreendente que herdeiros sofram muitas vezes de baixa auto-estima. Isto explica parcialmente o porque do facto de se dar dinheiro a instituições de caridade ser tão atraente. Mas a maior parte das caridades tornam-se viaturas para os seus criadores; membros do conselho de admnistração e executivos viajam em primeira classe, contratam secretárias, pagam-se salários altíssimos, e criam burocracias cuja existência eventualmente se torna mais importante que o objectivo original da caridade. E as caridades podem acabar destruindo aqueles cujo objectivo é ajudarem, a semelhança do que fazem geralmente os programas sociais do governo. Certamente que Ford e Carnegie ficariam muito aborrecidos se viessem o que é que as fundações que comportam os seus nomes fizeram com o seu dinheiro. Suspeito que teriam empilhado tudo e queimado. Portanto, pode-se se questionar, qual é o significado real do dinheiro?E por esse motivo, qual é o significado da vida?Quando tiver dinheiro suficiente, tem o prazer de responder a pergunta maior. Pessoas que quase não conseguem sobreviver tem menos tempo para reflecções filosóficas. É compreensível que quando pensa sobre quanto dinheiro “precisa”, quanto dinheiro deve gastar, e o risco que deve tomar para acumulá-lo, coloca-lhe num dilema. A enormidade da tarefa e a sua futilidade aparente faz com que certas pessoas nem sequer tentem se tornar ricas. A atitude que absorveram da sociedade em relação ao dinheiro muitas vezes os persuade que teriam escolhido melhor se tivessem se esquivado da riqueza. Já tive muitos milhões de dólares que passaram pelas minhas mãos. Mais muito mais valiosas que o dinheiro são as experiências e conhecimentos que
adquiri do dinheiro que já não tenho. Viemos ao mundo sem nada e morremos sem nada. Mas no entretanto, enquanto estivermos a viver no mundo material,tentamos revindicá-lo. Isto é natural porque o primeiro imperativo da vida é sobreviver, e quanto mais tivermos, mais fácil se torna a sobrevivência.Leva-nos de volta a condição daqueles que são contra o dinheiro ou contra a riqueza; ao odiar estas coisas, elas, por implicação, odeiam a vida. Memso enquanto estivermos juntos, a nossa propriedade das coisas é passageira. Um incêncio, inundação, Guerra, ou um acção do governo pode levar tudo num instante. E apesar da situação poder , no momento parecer sem solução, não é na verdade assim tão séria. Finalmente irá aperceber-se que o que realmente possui não são os seus bens mas as suas experiências, habilidades e conhecimentos. É tudo que é essencialmente você, e que não pode nunca lhe ser arrancado. Se perder os bens materiais, como já aconteceu a milhões de pessoas em todo o mundo na sua história, é portanto essencialmente o seu eu que irá permitir que recupere os seus bens, caso assim o escolha.c (*) Doug Casey é um especulador multimilionário e fundador da Casey Research. Literalmente escreveu o livro sobre lucro durante a turbulência económica. O livro de Doug, Crisis Investing, passou várias semanas como número umna lista dos best sellers do The New York Times e foi o livro sobre Finanças mais vendido em 1980. Doug e a sua equipa de analistas escrevem o The Casey Report, um dos avisos sobre investimento mais importante do mundo. A cada mês The Casey Report fornece ideas específicas e exequíveis para auxiliar os assinantes a fazerem dinheiro com acções e títulos, moeda, imobiliária e commodities.c
MANAGEMENT
Doug Casey on the Philosophy of Money Doug Casey explains why your attitude toward money reveals your attitude toward life itself. This essay originally appeared in Doug’s hit book, Crisis Investing for the Rest of the 90s.
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ttitudes toward money are a psychological watershed that reflect on every aspect of life. Your attitude toward money reveals your attitude toward life itself. There are two schools among those who take the trouble to formulate their thoughts. One school, the dominant view of society, sees money itself, or at least the love of money, as the root of all evil. It is viewed as the root of divorces and lawsuits, robberies and murders, lying and fraud. But money, although evil to them, is considered a necessary evil, and that thought helps to rationalize the effort to get more of it. The other school, to which I belong, sees money as a moral good, representing all the good things in life you want to have, do, and provide for others. Insofar as you spend the days of your life working for it, money represents concentrated life. This view doesn’t need to rationalize the quest for wealth. It is odd that the “money is evil” school is usually seen as morally superior – more detached, spiritual, and concerned about ethereal values. It is odd because when these folks attempt to make money, they are living a lie and being hypocrites. If they do not make money, they are being self-destructive, parasitic, and a burden to others. Loathing money in principle, but being forced to deal with it in practice, presents
what Marx would call an internal contradiction. It calls for constant justification and a constant effort to make reality conform to a belief system, rather than matching the belief system to reality. That is why legislation on economic matters is almost universally disastrous: it amounts to no more than a dramatization of the fantasies and wishful thinking of those who draft it. Such legislation would be a joke, not to be taken seriously, except for the inconvenience and destruction it causes. Money, wealth, and possessions are a hot button for people in general; they bring up an area of “charge” that’s almost tangible. That kind of reaction is predictable
in areas of life (sex, politics, and religion are others) fraught with irrational motives and impulses. Because it is so highly charged, many people have trouble confronting money directly. Confronting it doesn’t mean studying conventional economics, full of bizarre mathematical formulas describing abstractions that have nothing to do with the real world. Confronting money – growing comfortable with the concept – is a subjective, introspective process; economics, after all, is really a division of philosophy. As with all “charged” areas of life, when you confront it squarely, money is no more intimidating or confusing than a flower or an ice cream cone.
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MANAGEMENT
Antagonism toward money goes beyond dollars and bank accounts, however. From an economic viewpoint, money is a medium of exchange and a store of value; its main value is to represent other goods. So, what do money-haters think about the material universe that money represents? The logical conclusion is that they don’t like the world at large, or at least they are very uncomfortable with it. That is hardly a formula for spiritual serenity and is doubly strange for people who pretend to being detached, spiritual, and ethereal. Anti-capitalists tend to view money as an artificial and deadly barrier to personal evolution, when it is really an integral stepping-stone to further evolution. People who blame money for the evils of the world suffer from a lack of responsibility at best; assigning blame isn’t an optimal way of making evils go away. In fact, readily assigning blame elsewhere has caused most of the poverty, war, and general misery that history catalogues. Attitudes toward money tend to be ingrained. The philosophical notions underpinning the way one deals with the world cannot be swayed by written arguments and appeals to logic. Where the roots to the problem are psychological or spiritual, an intellectual understanding doesn’t really help.
The big picture I notice that – notwithstanding their philosophical aversion to money – as people get older, they seem to get more, not less, money-oriented. This is somewhat counter-intuitive; you might think that the older you get and the less time you have left, you would focus more on inner values. But instead, once people hit middle age, they seem to become more grasping and to try to clutch the material world to themselves ever more strongly, at the very time they should be trying to let go of it. It is perverse, but humanity is
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replete with contradictions. So, despite most people’s philosophical aversion to money, they do their best to accumulate more and spend less as they get older. Those who are successful leave an estate that can be distributed to their children or to charity. Certainly it is nice to have a bequest from a parent or “rich uncle”; sometimes it can be put to good use and generate a great deal of pleasure. As often as not, however, it can lead to indolence, dissipation, and guilt. Receiving the unearned often leads to guilt; compounded with the prevailing views on money, it is not surprising that heirs often suffer from low self-esteem. That is partially why giving money away to charities is appealing. But most charities turn into vehicles for their organizers; board members and executives travel first class, hire secretaries, pay themselves fat fees, and create bureaucracies whose existence eventually becomes more important than the original objective of the charity. And charities can wind up destroying those they are supposed to help, just as government welfare programs often do. Certainly Ford and Carnegie would have a fit if they could see what the foundations bearing their names have done with their money. I suspect they would have sooner put it in a big pile and burned it. So, you might ask yourself, what’s the real meaning of money? And, for that matter, what’s the meaning of life? Once you have enough money, you have the leisure to address the bigger question. People who are barely making ends meet have less time for philosophical reflection. It is understandable that when you think about how much money you “need,” how much time you should spend, and the risk you should take to accumulate the stuff, it puts you in a quandary. The enormity of the task and its seeming futility cause some people to not even try to become wealthy. The attitude toward money they have absorbed from society often
persuades them they have chosen wisely in eschewing wealth. I have had many millions of dollars pass through my hands. But much more valuable than the money are the experiences and knowledge I’ve gained from the money I no longer have. We come into the world with nothing and we die with nothing. But in between, while we are living in the material world, we try to lay claim to it. That is natural because the first imperative of life is to survive, and the more we have, the easier it is to do so. It leads back to the condition of those who are anti-money or anti wealth; by hating these things, they, by implication, hate life. Even while we are alive, our ownership of things is fleeting. A fire, a flood, a war, or some action of the government could take it all away in an instant. And even though the situation may, at that moment, seem hopeless, it is not really serious. You finally realize that what you really own are not your possessions, but your experiences, skills, and knowledge. That is all that’s really essentially you, and that can never be taken from you. Should you lose your material possessions, as has happened to millions of people throughout the world throughout history, then it is your essential self that will allow you to regain possessions, if you so choose. (*) Doug Casey is a multimillionaire speculator and the founder of Casey Research. He literally wrote the book on profiting during economic turmoil. Doug’s book, Crisis Investing, spent multiple weeks as number one on The New York Times best sellers list and was the bestselling financial book of 1980. Doug and his team of analysts write The Casey Report, one of the world’s most respected investment advisories. Each month, The Casey Report provides specific, actionable ideas to help subscribers make money in stocks, bonds, currencies, real estate, and commodities.c
COACHING Cristina Azinhal, Executive & Bussiness Coach PD Moz – Parcerias em Desenvolvimento
Business Detox “A minha facturação não tem um padrão, está sempre a oscilar, quando facturamos melhor, parece que estamos na mesma e rápido desaparece o efeito benéfico do alívio. Sinto-me cansado, desmotivado. A imagem da minha organização já teve melhores dias e não consigo o reconhecimento pelo trabalho feito.”
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ssim como na vida pessoal, para melhorarmos a nossa saúde quando cometemos excessos, a nutrição nos sugere um programa de detox, também o nosso negócio de vez em quando precisa de um detox, de se libertar das toxinas que entopem o funcionamento do sistema e vitaminar o motor do negócio. Já tinha pensado nisto? Através de um bom profissional de coaching de negócios poderá obter a ajuda necessária para fazer esta desintoxicação profunda. Aqui fica um programa leve que poderá fazer sem ajuda e que não custa nada! Com as experiências do dia a dia, a nossa mente vai ficando cheia de
toxinas, facto que chega a impedir-nos de pensar com clareza, tomar decisões acertadas e cirúrgicas e até de sentir satisfação com o nosso dia a dia, o que nos leva por vezes a refugiar-nos detrás da secretária à espera que os gases passem e que o impacto seja o mínimo possível. É o medo que nos impede de agir e nos paralisa. A receita requer tempo para compreender e analisar, colocarmo-nos as perguntas certas, inteligência para elaborarmos um caminho de saída, um plano e coragem para o implementar. Dizem por aí que normalmente a nossas melhores respostas são as mais difíceis de implementar, eu ainda hoje não tenho a certeza desta
máxima e atrevo-me a dizer que com a experiência a nossa inteligência aguça e as nossas respostas são melhores e a nossa capacidade de reagir de forma proactiva também. A Tarefa: DIGA ADEUS A TUDO O QUE LHE FAZ MAL! Faça uma lista de tudo o que o intoxica: parceiros, clientes, funcionários, contas, hábitos, etc.. E agora pense no plano para se libertar dessas toxinas todas. E por fim, FAÇA ACONTECER! Sugestão: A responsabilidade é nossa, nós é que permitimos que as toxinas invadam o nosso sistema. Liberte-se!c
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COACHING Cristina Azinhal, Executive & Bussiness Coach PD Moz – Partnerships in Development
Business Detox “My profit does not have a pattern, it is always fluctuating, when we profit better, it seems like we are in the same place and the beneficial effects of the relief quickly disappear. I feel tired, demotivated. My organization’s image has seen better days and I can’t get recognition for work done.”
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s well as in personal life, to improve our health when we surpass ourselves, nutrition suggests to us a detox problem, our business as well needs a detox every once in a while, it needs to get rid of toxins that clog the functioning of the system and to vitamin the business engine. Have you ever thought about this? Through a good business coaching professional one can get the necessary help to do this deep detox. Here is a light program that you might do without help and that is for free! With day to day experiences, our mind gets full of toxins, fact which
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prevents us from thinking clearly, make right and surgical decisions and even feel satisfaction with our day to day, which sometimes leads us to take refuge behind the desk waiting for the gas to pass and the impact be as minimal as possible. It is this fear that prevents us from acting and paralyses us. The recipe requires time to understand and analyze, for us to make the right questions, intelligence to draft a way out, a plan and courage to implement. It is often said that our best answers are the hardest to implement, still today i am not sure of this motto and i dare say that with experience our in-
telligence sharpens and our answers are the best and our capacity to react proactively as well. The task: SAY GOODBYE TO EVERYTHING THAT HARMS YOU! Make a list of everything that intoxicates you: partners, clients, employees, bills, habits, etc… And now think of a plan to get rid of all those toxins. And lastly, MAKE IT HAPPEN! Suggestion: It is our responsibility we are the ones who allow toxins to invade our system. Free yourself!c
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ESTILOS DE VIDA
Ibo: Moçambique com vista para o Tejo Um olhar no passado e outro no futuro. Uma interligação de sabores. Um restaurante – que mistura gastronomia moçambicana e portuguesa – onde comer é, definitivamente, um prazer.
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udo começou um pouco por acaso. Um evento, uma falha do fornecedor de catering e João Pedrosa “chegou-se” à frente. E o que começou como que uma brincadeira rapidamente assumiu um “tom” sério. E resultou na abertura, em 2008, do Restaurante Ibo, no Cais do Sodré, em Portugal. Um restaurante cuja cozinha aposta numa fusão entre a gastronomia portuguesa e moçambicana, terra de infância dos proprietários. E foi essa nostalgia que levou à escolha do nome e inclusive a alguma da decoração. Instalado num antigo armazém de sal pouco resta da sua história. Com uma decoração sóbria e moderna, o branco das paredes e do mobiliário domina num espaço com apontamentos referentes a Moçambique. É o caso das várias fotografias expostas e de algumas peças de artesanato. Uma breve (e
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bonita) introdução à refeição. A carta é fértil em tentações. De tal forma que dificulta a escolha. A única solução é mesmo regressar para experimentar novos pratos. Mesmo assim… mesmo assim há alguns preferidos. Como a Salada de caranguejo e manga sobre mistura de “verdes”. Uma mistura de sabores que apela ao exotismo africano com a frescura do tomate e dos citrinos. Também imperdíveis os Camarões em tiras de massa filo com maionese de limão e “gremolata” de salsa, assim como as chamuças com perfume de Goa. Em todos os pratos se nota um cuidado na fusão entre duas gastronomias apresentando um resultado final que não só é delicioso e visualmente apelativo como de fácil digestão. O domínio do marisco e do peixe mantém-se nos quentes. Pode optar por um prato leve (mas onde domina
o contraste de sabores) e escolher os Lombinhos de peixe em molho de côco e coentros com puré de mandioca e batata-doce ou seguir para uma das especialidades da casa e seleccionar um dos “caris”: Caril de caranguejo desfiado ou caril de camarão com arroz basmati. Para quem não prescinde da carne, então a sugestão vai para o Frango no forno à “Zambeziana” ou para o Chacuti de cabrito. As perdições continuam na área das sobremesas. Para os super-gulosos só há uma escolha possível: Banana caramelizada com gelado de nata e crocante de sementes de sésamo (que o Ibo aconselha que seja acompanhada de um vinho do Porto LBV). Se prefere algo mais light (mas nem por isso menos saboroso) então a opção recai sobre Papaia recheada com requeijão de ovelha e redução de vinho do Porto (que deverá ser servida com vinho do Porto Vintage). Numa cidade onde existem poucos restaurantes com gastronomia africana, este é um dos espaços a visitar e revisitar. Seja para um almoço mais apressado ou para um jantar calmo. Entre a vista para o rio Tejo e as delicias que são trazidas para a mesa é impossível sentir-se defraudado. In Oje.pt, grupo de media parceiro da Mozmedia que é proprietária da revista Capital
LIFE STYLES
Ibo: Mozambique with views to the Tejo One look in the past and another one in the future. An interconnection of flavors. A restaurant – that mixes Mozambican and Portuguese cuisine – where eating is definitely a pleasure.
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t all started a little bit by chance. An event, a failure from the caterer and Joao Pedrosa “came” forward. And what started as a joke quickly took on a serious “tone”. And resulted in the opening, in 2008, of Restaurante Ibo, in the Cais do Sodré, in Portugal. A restaurant whose cuisine focuses in a fusion between the Portuguese and Mozambican cuisines, childhood home of the owners. And it was in this nostalgia that resulted in the choice of the name and some of the decor. Installed in an old salt warehouse little is left of its history. With a sober and modern decor, the white of the walls and of the furniture dominates in a space with notes regarding Mozam-
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bique. It is the case of various photos exposed and some handicrafts. A brief (and beautiful) introduction to the meal. The menu is fertile in temptations. In such a way that is makes choice difficult. The only solution is to go back to try new dishes. Still… there are some favourites. Such as Crab salad and mango upon a mix of “greens”. A mix of flavors which appeals to African exoticism with the freshness of tomatoes and citrus fruits. Also unforgettable are Prawns in strips of filo pastry with lemon mayonnaise and salsa “gremolata”, as well as samosas with Goa perfume. In all the dishes one can notice the care in the fusion between the two cuisines presenting a
final result that is not only delicious and visually appealing as easy to digest. The domain of seafood and fish remain in the hot dishes. You can chose a light dish (but where the contrast of flavors is dominant) and chose fish loin with coconut and coriander sauce with cassava and sweet potato mash or try one of the house specialties and select one of the “curries”: shredded crab curry or shrimp curry with basmati rice. For those who cannot do without meat, the suggestion goes to Chicken in the oven “Zambeziana” way or goat chacuti. Temptations continue with deserts. For the super greedy there is only one possible choice: caramelized banana with cream ice-cream and sesame seed crunchy (which Ibo suggests that it be accompanied by a LBV Port wine). If you prefer something lighter (but nonetheless less tasty) the option falls on Papaya stuffed with goat cream and Port wine reduction (which shall be served with Port Vintage wine) In a city where there are few restaurants with African cuisine, this is one of the spaces to visit and revisit. Be it for a quick lunch or for a calm dinner. Between the view to the river Tejo and the delights that are brought to the table it is impossible to feel defrauded. In Oje.pt, Group Media partner of Mozmedia which is the owner of Capital Magazine
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