CAPITAL

Page 1


TARIFAS À SUA MEDIDA NOS VOOS NACIONAIS

NOVAS TARIFAS LAM. ESCOLHA COMO DESEJA VOAR. Passageiros diferentes têm necessidades diferentes. Por isso, a LAM criou 4 tipos de tarifas nos voos nacionais que se ajustam às exigências de cada passageiro. São soluções que oferecem vantagens e serviços distintos, mas com o mesmo objectivo: garantir a melhor experiência no ar e em terra. PARA QUEM DESEJA UM LUGAR COM O PREÇO MAIS CONFORTÁVEL.

RESUMO DE SERVIÇOS E VANTAGENS

PROMO

PARA VOAR COM TODA A SIMPLICIDADE E COMODIDADE. SEMI FLEX

PARA TER MAIS FLEXIBILIDADE E VANTAGENS NO AR E EM TERRA. FLEX

PARA VIAJAR COM TODOS OS PRIVILÉGIOS. MAX

BUSINESS

ACUMULAÇÃO DE MILHAS

25%

75%

100%

150%

REEMBOLSO/CANCELAMENTO

Não reembolsável

Reembolso de 50%

Reembolso de 90%

Reembolso de 90%

FRANQUIA DE BAGAGEM - DOM

20 kg

20 kg

20 kg

30 kg

ALTERAÇÕES/PENALIZAÇÕES

-

Taxa da remarcação de 1000,00 MZN

Flexível

Flexível

(em caso de reemissão mantendo na mesma classe).

Permite upgrade

(paga a diferença para a tarifa disponível + taxa de remarcação)

FLAMINGO LOUNGE

-

UPGRADE COM MILHAS

Não permite

35 USD ou 35 USD ou equivalente em MZN equivalente em MZN Não permite

Mais informações sobre todas as tarifas em www.lam.co.mz.

www.lam.co.mz

+258 21468800 | 82147 | 84147

/voelamm

Permite

Grátis Não aplicável


Sumário

Destaques 38

41 Tema de Fundo

Os números da navegação marítima global

27

29 DOSSIER

62

Da crise à anemia económica

O director-geral da Fábrica de Painéis Solares de Beleluane, Fernando Namburete, assegurou estar tudo a postos para a internacionalização daquela que é a primeira fábrica de género no país. A fábrica já passou os testes laboratoriais e de vistoria, sendo que dentro de três meses terá o seu certificado internacional.

“Nós temos de nos reinventar”

71

Um design à altura do Banco Central

ACTUAL

Propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., Av. 25 de Setembro nº 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) Telefone: +258 21 416186 - Fax: +258 21 416187 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Director Geral: André Dauane – andre. dauane@mozmedia.co.mz Emília Gomes - emiliagomes@mozmedia.co.mz – Directora Editorial:HelgaNeida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Redacção: Belizário Cumbe - belizariocumbe@yahoo.com.br, Gildo Mugabe - gildomugabi@ gmail.com – Secretariado Administrativo: Yolanda Machado - yolandamachado97@gmail.com; Cooperação: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Amor Amor; Gettyimages.pt, Google. com; – Ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. - Tradução: Helena Manhenje; Paginação: Ricardo Timbe – 29timbe@gmail.com – Design e Grafismo: Mozmedia – Departamento Comercial: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Distribuição:Ímpia– info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.

Fábrica de painéis solares aposta na internacionalização

Um empreendedor não tem limites. Acredita sempre que pode alcançar as suas metas. Em tempos de crise, um empreendedor não teme perder dinheiro, mas aguça a sua vontade de ganhar. Este é o pensamento de Dércio Parker, fundador e director da empresa Marcas e Companhias Internacional (MCI). Uma empresa jovem, voltada para a criação, gestão e representação de marcas.

Lei do Conteúdo Local na forja

Os números da navegação marítima global

O Banco Central restringiu a circulação de divisas no mercado nacional. Comprar dólar tornou-se uma missão quase impossível. As taxas de juro de referência subiram a jato nos últimos meses, um pretexto para estimular a produção e diminuir as importações. Mesmo assim, está difícil ‘segurar’ a moeda nacional.

14 Capa

Está difícil segurar o metical

Há sensivelmente quatro anos, lançava-se a primeira pedra para a construção da nova Sede do Banco de Moçambique. O que antes era um sonho, hoje é uma realidade à vista de todos. O Banco Central possui agora uma Casa à sua altura e o desenho arquitectónico do seu edifício torna-o inteligente e com uma roupagem absolutamente futurista.

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

3


Editorial

Bem-vindo A anemia económica versus soluções práticas

42

BANCA

h

Está difícil segurar o metical

á quem diga que a crise deu lugar à anemia económica. A macroeconomia não goza de grande saúde. As agências de rating consideram Moçambique problemático em termos económicos e baixam os seus indicadores. As reservas internacionais líquidas estão a cair e o dólar e o euro todos os dias sobem de valor, ao passo que o metical deprecia a olhos vistos.

55 MERCADO Mulheres em desvantagem no mundo do trabalho

Considerado o segundo país africano que mais Investimento Directo Estrangeiro (IDE) atraiu, entre 2012 e 2014, Moçambique perdeu a sua reputação internacional ao cair para a ‘cauda’ do índice “Doing Business 2016”. Segundo o Centro de Promoção de Investimentos (CPI), o investimento interno diminuiu 83,2%. E se, por um lado, o investimento directo estrangeiro reduziu, por outro, os doadores congelaram o seu apoio ao Orçamento Geral do Estado. O G14 tinha aprovado um apoio ao Orçamento do Estado avaliado em 210 milhões de dólares, mas somente foi disponibilizado um milhão de dólares. Uma gota num oceano outrora fértil em capitais. Por outro lado, o Fundo Monetário Internacional (FMI) cancelou o pagamento de 155 milhões de dólares. E, este ano, o Banco Mundial vai retardar o pagamento de 40 milhões de dólares... Mas nem tudo são más notícias. A cabotagem assoma-se como uma alternativa viável. A revitalização desta técnica de transporte em Moçambique será um processo longo e caro, é certo, além de que será necessário reflectir sobre as fontes de financiamento para a reabilitação dos portos. Mas tudo vai valer a pena. Carga diversa que é distribuída por meio das estradas vai passar a ser transportada por via marítima, sendo que os hidrocarbonetos poderão vir a ser uma importante fonte de receitas. Mas quais são os passos necessários para viabilizar a cabotagem? Qual é o ponto de situação? Que constrangimentos se espera? Que modelo o país deve adoptar? O leitor pode vir a ter a resposta a estas e outras perguntas, ao longo do Tema de Fundo desta edição.

62 EMPrEEnDEr Nós temos de nos reinventar

69 PROFILE Moda e design em alta na ‘Loja das Meias’

4

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

A propalada crise estala o verniz da economia. Mas para muitos a mesma ainda é florescente. A esse propósito, a Capital continua a seguir o percurso dos empreendedores e investidores que se recusam a baixar os braços perante as dificuldades e que procuram soluções práticas perante as adversidades. Casos como o de Dércio Parker que tem uma empresa voltada para a criação, gestão e representação de marcas. E, em destaque, surge também a necessidade de se desenharem instrumentos reguladores como a política de protecção industrial e o ante-projecto da Lei do Conteúdo Local. Saiba isto e muito mais ao longo desta sua revista.



O Plano Empresa é a chave do seu negócio Aumente a sua produtividade com a solução da Vodacom que lhe dá chamadas grátis entre colaboradores, SMSs e Internet. Ligue 84115

Vodacom Tudobom pra ti


Chamadas Grátis entre colaboradores

Termos e condições aplicáveis.


Contents

Highlights 40

46 Background Theme Numbers from global maritime navigation

28

32

DOSSIER

63

From the crisis to economic anemia

16

Current Capa Numbers from globalmaritime navigation

Law of Local Content in the pipeline

Property and Edition: Mozmedia, Lda. 25 de Setembro n- 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) – Telephone: +258 84 3015641 | +258 82 6567710 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Managing Director: André Dauane – andre.dauane@ mozmedia.co.mz – Emília Gomes - emiliagomes@mozmedia.co.mz - Editorial Director: Helga Neida Nunes – helga. nunes@mozmedia. – Editorial Staff: Belizário Cumbe - belizariocumbe@yahoo.com.br, Gildo Mugabe - gildomugabi@ gmail.com – Administrative Secretariat: Yolanda Machado - yolandamachado97@gmail.com; Cooperation: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Columnists: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Photography: Amor Amor; Gettyimages. pt, Google.com; – Illustrations: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B.- Translation: Frans Hovens;Page make-up: Ricardo Timbe –29timbe@gmail.com – Design and Graphics: Mozmedia –Commercial Department: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Distribution: Ímpia – info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registration: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Printing: 7.500 copies. The articles reflect the authors’ opinion, and not necessarily the magazine’s opinion. All transcript or reproduction, partial or total, is authorised provided that the source is quoted.

8

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

73

It is hard to hold the metical

The Central Bank restricted currency circulation in the national market. Purchase of dollar has become an almost impossible mission. Reference interest rates have sky rocketed in the last few months, a pretext to stimulate production and reduce imports. Still, it is hard to ‘hold’ the national currency.

Solar panel factory bets in internationalization The managing director of the Beleluane Solar Panel Factory, Fernando Namburete, ensured that everything is on track for the internationalization of the first factory of the kind in the country. The factory has already passed laboratory and inspection tests, and within three months it will have its international certificate.

“We have to reinvent ourselves” An entrepreneur has no boundaries. He/she always believes that he/she can reach his/her goals. In times of crisis, an entrepreneur does not fear to lose money, but sharpens his/her desire to win. This is the thought of Dércio Parker, founder and director of the company Marcas e Companhias Internacional (MCI). A young company, dedicated to the creation, management and representation of brands.

A design the size of a Central Bank

Travel Agents and tourism operators have had enough. They want to “push” the crisis which is affecting the sector. Noor Momade, president of AVITUM (Mozambican Association of Travel Agents and Tourism Operators), alerts to the fact that if tourism constitutes the fourth pillar of the current governance then it’s time to act and get the sector out of the jam.


Editorial

Welcome

Economic anemia versus practical solutions

44 BANK

t

It is hard to hold the metical

here are those who say that the crisis gave way to economic anemia. Macro economy is not very healthy. Rating Agencies consider Mozambique to be problematic in economic terms and lower its indicators. Net international reserves are falling and the dollar and the euro increase their value every day, meanwhile the metical depreciates noticeably.

57 MARKET Women in disadvantage in the job market

Considered the second African country which attracted the most Foreign Direct Investment (FDI), between 2012 and 2014, Mozambique lost its international reputation when it fell to the ‘tail’ of the “Doing Business 2016” index. According to the Center of Investment Promotion (CPI), internal investment reduced 83,2%. And if on the one hand, foreign direct investment reduced, on the other, donors froze their support to the State General Budget. The G14 had approved support to the State Budget to the amount of 210 million dollars, but only one million dollars was made available. A drop in an ocean once fertile in capital. On the other hand, the International Monetary Fund (IMF) cancelled the payment of 155 million dollars. And this year, the World Bank will delay payment of 40 million dollars... But not all is bad news. Coasting emerges as a viable alternative. Revitalization of this transport technique in Mozambique will be a long and expensive process, and it will also be necessary to think about sources of funding for restoration of ports. But everything will be worth it. A lot of merchandise which is transported by road will be transported by sea, and hydrocarbons may become an important source of revenue. But what are the steps required to revitalize coasting? What is the status? What challenges can be expected? What model should the country adopt? The reader may have the answer to this and other questions, in this edition’s Inside Theme.

63 EntrEPrEnEurSHIP “We have to reinvent ourselves”

70

PROFILE Fashion and design onthe high at ‘Loja das Meias’

The so promoted crisis cracks the economy’s varnish. But for many it remains flourishing. With this in mind Capital continues to follow the journey of entrepreneurs and investors who refuse to lower their arms in the face of challenges and that look for practical solutions in the face of adversities. Cases such as that of Dercio Parker who has a company dedicated to creation, management and representation of brands. As a highlight there is also a need to design regulating tools such as the industrial protection policy and the Decree-Law of Local Content. Find out about this and more in this magazine.

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

9


Capitoon

EM BAIXA O império da corrupção O Estado moçambicano perdeu cerca de 80 milhões de meticais só no primeiro semestre deste ano, devido a esquemas de corrupção. Do valor desviado, apenas 14 milhões de meticais foram recuperados. A informação é do Gabinete Central de Combate à Corrupção.c

Bancos comprometem combate à lavagem de dinheiro

Os bancos comerciais que operam no mercado moçambicano são acusados de não colaborarem na operacionalização da Lei de prevenção e combate ao branqueamento de capitais no país. Segundo o Gabinete Central de Combate à Corrupção, estas entidades não emitem a tempo os casos de transacções suspeitas, que são efectuadas nos seus balcões.c

EM ALTA Lucros do Barclays crescem 470% os lucros do Barclays Bank Moçambique aumentaram em cerca de 470%, nos primeiros seis meses deste ano. O banco registou um resultado líquido de 349 milhões de meticais, entre Janeiro e Junho, valor muito acima do alcançado durante o exercício económico de 2015. Comparando o primeiro semestre de 2015 com o do ano em curso, os depósitos naquela instituição bancária aumenta cerca de 50%, segundo dados daquela instituição bancária.c

Gaza vai ter aeroporto 0 grupo chinês Anhui Foreign Economic Construction, associado à empresa moçambicana de capitais chineses Sogecoa Lda., vai construir o futuro aeroporto da província de Gaza. A infraestrutura, a primeira do género naquele ponto do país, poderá custar cerca de 50 milhões de dólares e será dotada de terminais de passageiros e de carga, podendo receber aparelhos tipo Q-400, do fabricante canadiano Bombardier.c

COISAS QUE SE DIZEM O POVO ESTÁ SATURADO “Todos os moçambicanos estão saturados de pela comunicação social descobrirem que funcionários do Estado, empresas públicas, edis e trabalhadores de municípios estão metidos em pilhagens, negociatas por baixo da mesa, venda ao desbarato e ilegalmente de terrenos bravios que a Constituição protege, subornos, comissões.”c Sério Vieira, membro sénior do partido Frelimo, in jornal O País FAMÍLIAS TERÃO QUE APERTAR O CINTO “Não é o `vai ter`; eu penso que já está a ter! Os bancos comerciais são muito rápidos a seguir a

10

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

trajectória indicada pela taxa de juro da política monetária, e isto vai impactar no custo do dinheiro para as empresas, para a produção, o custo para as famílias para o consumo, para investimentos na habitação, para os serviços das dívidas que as pessoas já têm. Vai ter, em suma, um impacto negativo, porque vai obrigar as pessoas a reverem os orçamentos familiares e, naturalmente, vão ter que apertar um pouco mais o cinto. E há-de haver uma situação em que as pessoas já estavam nos limites, porque a nossa classe média é muito vulnerável. Portanto, o impacto é sério.”c Carlos Nuno Castel-Branco, economista, in jornal O País



Capitoon If it was for this they could have bought bigger boats!

ON THE BOTTOM Empire of corruption The Mozambican state lost about 80 million meticais in the first semester of this year alone, due to corruption schemes. Of the amount deviated, only 14 million meticais were recovered. The information is from the Central Department of the Fight against Corruption.c

Banks commit to fighting money laundering

Commercial banks which operate in the Mozambican market are being accused of not cooperating in the operationalization of the Law of prevention and fight against money laundering in the country. According to the Central Department of Fight Against Corruption, these entities do not issue in time the cases of suspicious transactions, which are made at their branches.c

ON TOP Barclays revenue grows 470% Revenue from Barclays Bank Moçambique has increased in about 470%, in the first six months of this year. The bank registered a net result of 349 million meticais, between January and June, an amount way above the one reached during the 2015 financial year. Comparing the first semester of 2015 with the current year, deposits at that banking institution have increased about 50%, according to data from that banking institution.c

Gaza will have an airport The Chinese group Anhui Foreign Economic Construction, associated with the Mozambican company of Chinese capitals Sogecoa Lda., will build the future airport of the Gaza province. The infrastructure, the first of its kind in that part of the country, may cost about 50 million dollars and will have passengers and cargo terminals, and may receive aircrafts of the type Q-400, of the Canadian manufacturer Bombardier.c

THINGS BEING SAID “All Mozambicans are saturated of THE PEOPLE ARE SATURATED finding out through the media that State employees, public companies, officials and Municipality employees are connected to looting, under the table dealings, illegal sale of land which the Constitution protects, bribes, commissions”.c Sério Vieira, senior member of Frelimo, in jornal O País FAMILIES WILL HAVE TO TIGHTEN THE BELT “It is not `it will have`; i think that it is already having! Commercial banks are quick to follow the path indicated by the interest rate of the monetary policy, and this will

12

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

impact in the cost of money for companies for production, the cost for families for consumption, for investment in housing, for debt services that people already have. In sum, it will have a negative impact, because it will force people to review their family budgets and, naturally, will have to tighten the belt a little bit more. And there will be a situation where people were already on their limits, because our middle class is very vulnerable. Therefore, the impact is serious”.c Roberto Tibana, economist, in jornal O País


  Aeroporto de Nacala é Destaque Internacional

A Engineering News-Record (ENR) distinguiu o Aeroporto Internacional de Nacala com o prémio de mérito de engenharia no 2016 Global Best Projects, na categoria de Aeroportos, levando em consideração factores como saúde e segurança, inovação, design, processo de construção e diversidade das equipas. A Odebrecht tem orgulho de ter participado nesta história e de ter construído, em parceria com a Aeroportos de Moçambique e com a força e empenho do Governo e do povo Moçambicano, mais uma página de destaque no cenário internacional. Continuamos a contribuir para o desenvolvimento do país, dia a dia, unidos numa só força e numa só vontade. Parabéns Moçambique por mais esta Conquista!

www.odebrecht.com


ACTUAL

Lei do Conteúdo Local na forja O Governo e o sector privado pretendem que os grandes empreendimentos incorporem na sua logística factores de produção nacionais com vista a valorizar os bens e serviços produzidos internamente, nomeadamente o capital, as matérias-primas e a mão-de-obra.

C

om a intenção de garantir a participação nacional nos grandes empreendimentos, está em debate o anteprojecto da Lei do Conteúdo Local, um instrumento que irá estabelecer normas de obediência do conteúdo local em todos os sectores de actividade económica, impondo que os bens e serviços transaccionados em território nacional sejam produzidos, total ou parcialmente, com recurso a factores de produção nacionais. Os seminários de auscultação tiveram lugar nas cidades de Pemba, Beira e Maputo nas regiões Norte, Centro e Sul, respectivamente, tendo o último sido realizado a 19 de Agosto, em Maputo. Estes encontros visam levar o ante-

14

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

projecto ao conhecimento do sector privado e colher contribuições para a finalização e validação da proposta. Nos seminários, conforme explicou o director de Estudos Económicos e Financeiros do Ministério da Economia e Finanças, Vasco Nhabinde, o sector privado teve a oportunidade de dar a sua opinião sobre o que pretende ver incorporado na futura Lei de Conteúdo Local. “Este instrumento vai mudar o ‘modus operandi’ de muitas empresas, sobretudo no que diz respeito ao processo produtivo, que vai passar a exigir a incorporação de matériasprimas nacionais nos bens e serviços produzidos a nível nacional”, avançou Vasco Nhabinde. A obrigatoriedade de incorporação do conteúdo local na produção de

bens e serviços, segundo o director de Estudos Económicos e Financeiros do Ministério da Economia e Finanças, fará com que as empresas façam uma realocação dos processos produtivos para o País, passando a usar os factores de produção nacionais, tais como o tabaco, algodão, madeira, mandioca, entre outros. Por seu turno, Eduardo Macuácua, gestor da Unidade de Mecanismos Consultivos da Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), chamou à atenção para a necessidade deste instrumento não ser visto como uma forma de hostilizar o investimento estrangeiro. “Devemos olhar para este instrumento como uma forma de promover a cadeia de valores no processo produtivo”, disse Eduardo Macuácua, que defendeu que esta lei deve abranger todos os sectores, desde a prestação de serviços à produção. “Se conseguirmos incorporar estes factores nacionais (capital, matériasprimas e mão-de-obra) no processo produtivo estaremos a valorizar o conteúdo nacional, independentemente de quem esteja por detrás”, acrescentou o gestor da Unidade de Mecanismos Consultivos da CTA. Espera-se que a Lei de Conteúdo Local garanta a participação da indústria local, o incremento da capacitação e do desenvolvimento tecnológico, o alargamento da qualificação profissional e a geração de emprego e renda no País.c



16

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99


Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

17


CURRENT

Law of Local Content in the pipeline The Government and the private sector intend that large undertakings incorporate in their logistics factors of national production in order to value goods and services produced internally, namely capital, raw materials and labor.

W

ith the intention of ensuring national participation in the large undertakings, the draft Decree-Law of Local Content is under debate in all sectors of economic activity, imposing that goods and services traded in national territory be produced, total or partially, with resource to national production factors. Auscultation seminars were held in the cities of Pemba, Beira and Maputo in the North, Center and South regions, respectively, and the last one was held on August 19, in Maputo. These meetings aim at taking the decree-law to the knowledge of the private sector and gather contributions to the conclusion and validation of the proposal. At the Seminars, as explained by the director of Economic and Financial Studies of the Ministry of Economics and Finances, Vasco Nhabinde, the private sector had the chance to voice its opinion regarding what it intends to see incorporated in the future Law of Local Content. “This instrument will change the ‘modus operandi’ of many companies, especially with regards to the productive process, which will now

18

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

demand incorporation of national raw materials in the goods and services produced at national level”, added Vasco Nhabinde. The requirement to incorporate local content in the production of goods and services, according to the director of Economic and Financial Studies of the Ministry of Economics and Finance, will make companies reallocate productive process to the Country, using national production factors, such as tobacco, cotton, wood, cassava, amongst others. On the other hand, Eduardo Macuácua, manager of the Unit of Advisory Mechanisms of the Confederation of Economic Associations of Mozambique (CTA), drew attention to the need that this instrument not be seen as a way to antagonize foreign

investment. “We must look at this instrument as a way to promote the value chain in the productive process”, stated Eduardo Macuácua, who defended that this law should comprise all sectors, from service provision to production. “If we manage to incorporate these national factors (capital, raw materials and labor (in the productive process we will be valuing national content, regardless of who might be behind it”, added the manager of the Unit of Advisory Mechanisms of CTA. It is expected that Local Content Law ensures participation in Local Industry, increase of training and technological development, expansion of professional qualification and creation of jobs and revenue in the Country.c


Family OFERTA VÁLIDA OFFER VALID - 21.12.2016

OFERTA ESPECIAL PARA A FAMILIA* VERY SPECIAL OFFER FOR THE FAMILY*

/// OFERTA VÁLIDA PARA SEXTA & SÁBADO - POR NOITE PARA A FAMILIA /// EM QUARTO DUPLO - ALOJAMENTO, PEQUENO ALMOÇO & OFERTA DE REFEIÇÃO NO RESTAURANTE VARANDA BUFFET & 1 BEBIDA NÃO ALCOÓLICA PARA A FAMÍLIA, NUM MÁXIMO DE 2 CRIANÇAS POR CASAL

/// OFFER VALID FOR FRIDAY & SATURDAY - PRICE PER NIGHT FOR THE FAMILY /// IN DOUBLE ROOM - BED, BREAKFAST & MEAL OFFER IN VARANDA RESTAURANT BUFFET & 1 NON ALCOHOL DRINK FOR THE FAMILY, FOR A MAX. OF TWO CHILDREN PER COUPLE APLICAM-SE OS TERMOS E CONDIÇÕES DAS RESERVAS // RESERVATIONS TERMS AND CONDITIONS APPLY *MÁXIMO DE 2 CRIANÇAS GRÁTIS POR CASAL (ATÉ 12 ANOS); EXCLUEM-SE BEBIDAS ALCOÓLICAS DA OFERTA; VÁLIDO ATÉ 21.12.2016 *MAXIMUM OF 2 CHILDREN FREE PER COUPLE (UNTIL 12 YEARS OLD); OFFER EXCLUDES ALCOHOLIC BEVERAGES; VALID UNTIL 21.12.2016

RESERVE JÁ / BOOK NOW: +21 241 700 OU RESERVATIONS@SERENA.CO.MZ Polana Serena Hotel, Av. Julius Nyerere 1380 . P.O Box 1151, Maputo . Moçambique Tel.: +258 21 241700 / 800 . Cel.: +258 82 3201450 / +258 84 2417000 . Fax.: +258 21 491480 . Email.: Reservations@serena.co.mz Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016 Capital 19 Johannesburg Reservations . Grayston Ridge Office Park, Block C, Ground Floor, 144 Katherine Street, Sandown . South Africa Tel.: +27 (011) 021 2607/ 2608/ 2609 . Email: reservations@serenahotels.co.za . www.serenahotels.com . www.facebook.com/serenapolana


MUNDO

China lidera competitividade industrial A China é o país

mais competitivo no mundo em termos de produção industrial, segundo o Índice Global de Competitividade do Sector Industrial 2016. Em segundo lugar estão os Estados Unidos da América (EUA), que, poderão tirar a China do trono nos próximos cinco anos. As previsões apresentadas, pelo estudo realizado pela consultora Deloitte, têm por base a análise das respostas de mais de 500 CEOs (Chief Executive Officers) e administradores de empresas ligadas à área da produção industrial em todo o mundo. Tal como aconteceu nos estudos realizados em 2010 e 2013, os executivos foram convidados a nomear os 40 maiores países em termos de competitividade actual e futura neste sector, e a eleger os principais factores que impulsionam a competitividade global na indústria. O ranking elaborado evidencia o surgimento de polos regionais de grande capacidade, com a América do Norte e a Ásia a dominarem todo o cenário competitivo. Três países da América do Norte EUA, México e Canadá que fazem parte do top 10, deverão manter-se nesta posição nos próximos cinco anos. Na região da Ásia Pacífico, cinco nações deverão entrar para o top 10 até 2020 China, Japão, Índia, Coreia e Taiwan deixando apenas dois lugares vagos para a Alemanha e para o Reino Unido, os únicos representantes da Europa no top 10 em 2020. Os CEOs inquiridos defendem que as tecnologias avançadas de produção são essenciais para desbloquearem e assegurarem a competitividade no futuro­.c

20

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

Índice Global de Competitividade do Sector Industrial - 2016 País

Rank

Pontuação:2016

Projecção para 2020 Rank

País

Pontuação: 2020

01

China

100.0

01

Estados Unidos da América

02

Estados Unidos da América

99.5

02

China

100.0 93.5

03

Alemanha

93.9

03

Alemanha

90.8

04

Japão

80.4

04

Japão

78.0

05

Coreia do Sul

76.7

05

Índia

77.5

06

Reino Unido

75.8

06

Coreia do Sul

77.0 75.9

07

Taiwan

72.9

07

México

08

México

69.5

08

Reino Unido

73.8

09

Canadá

68.7

09

Taiwan

72.1

10

Singapura

68.4

10

Canadá

68.1

Fonte: Índice Global de Competitividade do Sector Industrial – 2016

Comércio entre China-CPLP cai 13% em seis meses O valor das trocas

comerciais entre a China e os países de língua portuguesa sofreu uma quebra homóloga de 13,34% no primeiro semestre de 2016, de acordo com dados divulgados pelo Fórum de Macau. Nos primeiros seis meses do ano, a China exportou para os oito países de língua portuguesa bens no valor de 12 biliões de dólares (-33,78%) e importou mercadorias cujo valor ascendeu a 28 biliões de dólares (+0,63%), assumindo um défice comercial de pouco

mais de 15 biliões. Dois países, Angola e Brasil foram, no período em análise, responsáveis por 91% do comércio da China com os países de língua portuguesa. Já o comércio entre o Brasil e a China ascendeu no primeiro semestre a 30.937 milhões de dólares (-9,65%), com a China a ter vendido produtos no valor de 9485 milhões de dólares (-36,43%) e a ter importado bens no montante de 21 451 milhões de dólares (+11,02%)­.c

DESTAQUE

Buffett reforça na Apple A empresa Berkshire Hathaway,

detida pelo multimilionário norte-americano Warren Buffet, reforçou no espaço de três meses a sua presença no capital da tecnológica Apple. A Berkshire Hathaway aumentou em mais de 50% a sua participação, passando de 9,81 milhões de acções no final de Março para 15,23 milhões de títulos, em 30 de Junho.

A queda dos preços das acções da Apple no segundo trimestre na ordem dos 12%, de acordo com contas da Bloomberg - não terá sido alheia a este movimento, permitindo comprar mais barato no mercado. Segundo a Reuters, está ainda por se perceber se o investimento terá sido feito em nome do próprio Buffett ou de um dos seus gestores de activos, Todd Combs ou Ted Weschler­.c


Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

21


WORLD

China leads industrial competitiveness China is the most

competitive country in the world in terms of industrial production, according to the Global Competitive Index of the Industrial Sector 2016. In second place is the United States of America (USA), which may overthrow China in the next five years. Predictions presented, by the study carried out by the consulting company Deloitte, have as its basis analysis of responses of more than 500 CEOs (Chief Executive Officers) and managers of companies connected to the area of industrial production all over the world. Similarly to what happened in the studies carried out in 2010 and 2013, executives were invited to appoint the 40 biggest countries in terms of current and future competitiveness in this sector, and to appoint the main factors which boost global competitiveness in the industry. The ranking highlighted the emergence of regional poles of great capacity, with North America and Asia dominating all the competitive scenario. Three countries of North America – USA, Mexico and Canada – which are part of the top 10, must remain in this position in the next five years. In the region of Pacific Asia, five nations must go into the top 10 until 2020 – China, Japan, India, Korea and Taiwan – leaving only two vacant spots for Germany and the United Kingdom, the only representatives of Europe in the top 10 in 2020. The CEOs inquired defend that advanced technologies of production are essential to unblock and ensure competitiveness in the future­.c

22

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

Global Competitiveness Index of the Industrial Sector - 2016 Rank

Country

01

China

02 03

Score:2016

Projection for 2020 Rank

Country

Score: 2020

100.0

01

United States of America

United States of America

99.5

02

China

100.0 93.5

Germany

93.9

03

Germany

90.8

04

Japan

80.4

04

Japan

78.0

05

South Korea

76.7

05

India

77.5

06

United Kingdom

75.8

06

South Korea

77.0 75.9

07

Taiwan

72.9

07

Mexico

08

Mexico

69.5

08

United Kingdom

73.8

09

Canada

68.7

09

Taiwan

72.1

10

Singapore

68.4

10

Canada

68.1

Source: Global Competitiveness Index of the Industrial Sector – 2016

Commerce between China and CPLP drops 13% in six months The value of commercial

trade between China and the Portuguese speaking countries suffered an homologous break of 13,34% in the first semester of 2016, according to data disseminated by the Macau Forum. In the first six months of the year, China exported to the eight Portuguese speaking countries goods in the amount of 12 billion dollars (-33,78%) and imported goods whose amount grew to 28 billion dollars (+0,63%), taking on a commercial

deficit of a little more than 15 billion. Two countries - Angola and Brazil – were, under the period in analysis, responsible for 91% of the trade of China with Portuguese speaking countries. Now trade between Brazil and China ascended in the first semester to 30.937 million dollars (-9,65%), with China selling products in the amount of 9485 million dollars (-36,43%) and having imported goods in the amount of 21 451 million dollars (+11,02%)­.c

HIGHLIGHT

Buffett reinforces at Apple The company Berkshire Hathaway,

owed by the north-American multimillionaire Warren Buffet, reinforced within three months its presence in the capital of the technological company Apple. Berkshire Hathaway increased in more than 50% its share, passing from 9,81 million of shares at the end of March to 15,23 million bonds, by 30 June.

The drop of Apples’s share prices in the second quarter – around 12%, according to Bloomberg’s – did not remain foreign to this movement, allowing it to purchase cheaper in the market. According to Reuters, it is still unknown whether the investment was made in the name of Buffet himself or one of his active managers, Todd Combs or Ted Weschler­.c


⪩ FirstMetical

FirstMetical©2016 │

corporate finance advisory ∎ business advisory ∎ investment advisory ∎ transaction advisory

Na FirstMetical estamos comprometidos em apoiar os nossos clientes a alcançarem a excelência através da oferta integrada de serviços de assessoraria empresarial que pauta pelo rigor e profissionalismo, valorizando as pessoas de alto desempenho e partilhando resultados

e

sucessos

com

os

clientes,

colaboradores e parceiros. ⪩

A FirstMetical utiliza sistemas e tecnologias modernas de análise de dados, previsões e projecções económico-financeiras, modelação e optimização de processos de negócios que apoiam os gestores e investidores na tomada de decisões estratégicas.

FirstMetical

o seu Parceiro Estratégico para o

desenvolvimento

dos

seus

negócios

em

FirstMetical⪩

Moçambique.

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

Rua Largo

23

do Ribatejo 19, R/C ∎ Tel: +258 21416152 ∎ Fax: +258 21416151 ∎ firstmetical@firstmetical.co.mz ∎ www.firstmetical.co.mz


ÁFRICA

O factor global

África do Sul à beira do colapso Os sul-africanos

devem-se preparar para os tempos difíceis que se aproximam. A economia cresce cada vez menos, mas a população não pára de crescer. Em Julho, o Banco Central da África do Sul anunciou que o Produto Interno Bruto (PIB) não vai crescer este ano. Um relatório do Standard Bank - divulgado recentemente - revelou que o PIB per capita caiu dois por cento, entre 2011 e 2015. Os economistas alertam que o momento de agir é agora. A queda permanente de dados macroeconómicos é preocupante. Segundo Siphamandla Mkhwanazi, um dos economistas que preparou o relatório, considerando o cenário global, se nada for feito a nível da África do Sul os ganhos acumulados durante anos podem diminuir e o povo ficar mais pobre. O estudo do Standard Bank avaliou o comportamento do PIB per capita, ao longo dos últimos 15 anos, e dividiu em três fases: 2000-2005; 20062010; e 2011-2015. O mesmo conclui que os padrões de vida melhoraram de forma significativa entre 2000 e 2005, enquanto no período mais recente, 2011-2015, registou-se o menor crescimento. “Durante o primeiro período, a economia cresceu mais do que a população, destaca­.c

24

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

O estado da economia global foi um factor que contribuiu de forma significativa para a diminuição do crescimento do PIB sul-africano. Mas existem factores internos como é o caso da crise da energia, cujo impacto se fez sentir, de forma notável, nos sectores da manufactura e mineração. “A crise da energia encareceu os custos de produção, tornando as exportações menos competitivas no mercado global. Consequentemente, a África do Sul ficou menos atractiva para os investidores, reforça o documento­.c

AGENDA Evento: Assembleia Geral das Nações Unidas Data: 13-26 de Setembro de 2016 Local: Nova Iorque, Estados Unidos da América

Angola deverá crescer 2.7% em 2017 É um crescimento a que Angola não está habituada, com excepção feita para o período difícil de 2008 e 2011, mas, apesar de tudo, o país deverá crescer 2,5% este ano e, no próximo, vai melhorar para 2,7%, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI). A médio prazo (2021), o FMI estima um crescimento mais positivo (cerca de 4,3%). O país, recorde-se, cresceu, em média, 10,3% entre 1998 e 2007 e vem crescendo desde então sempre acima dos 5%, descontando dos tais três anos de abrandamento resultantes da crise financeira mundial, entre 2009 e 2011. Ainda segundo as contas do FMI, a inflação (aferida em termos de média anual) deverá subir de 10,3% (em

2015) para 19,1% este ano, voltando a descer para 15,2% (em 2017). Para o FMI, o impacto da crise no preço do petróleo também implicará a deterioração do saldo da balança de transacções correntes, que será negativo em 11,6% do PIB, voltando a melhorar no próximo ano, para um valor de 8%­.c

Comportamento do Pib Angolano (2006-2015) Ano

Taxa de crescimento em %

2006

18.6

2008

13.8

2010

3.5

2012

5.2

2014

4.8

2016

2.5 (previsão)

Fonte: Trading Economics C

M

DESTAQUE

Y

CM

MY

Cimeira EU-África marcada para 2017 em Abidjan

Abidjan,

capital económica da Costa do Marfim, vai acolher uma cimeira entre a União Europeia (UE) e África. Questões económicas ligadas ao emprego dos jovens, às migrações, ao terrorismo e à redução da pobreza deverão ocupar uma posição importante na agenda deste encontro, de acordo com o representante da UE na Região dos Grandes Lagos, Voen Vervaek.c

CY

CMY

K


Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

25


AFRICA

Global factor

South Africa on the verge of a breakdown South Africans

must prepare themselves for the tough times ahead. The economy grows less and less, but the population does not stop growing. In July, the South African Central Bank announced that the Gross Domestic Product (GDP) will not grow this year. A report from Standard Bank – recently released – revealed that the GDP per capita fell two per cent, between 2011 and 2015. Economists warn that the time to act is now. Permanent drop of macroeconomic data is alarming. According to Siphamandla Mkhwanazi, one of the economists who prepared the report, considering the global scenario, if nothing gets done at South African level, accumulated gains during the years may reduce and the people may get poorer. Standard Bank’s study assessed the behavior of the GDP per capita, during the last 15 years, and divided in three phases: 2000-2005; 20062010; and 2011-2015. It concluded that life standards improved significantly between 2000 and 2005, while during the more recent period, 2011-2015, the lowest growth was registered. “During the first period, the economy grew more than the population”, he highlights.

26

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

The state of global economy was a factor which contributed significantly for the reduction of the growth of South African GDP. But there are internal factors such is the case of the energy crisis, whose impact is felt, notably, in the sectors of manufacturing and mining. “The energy crisis increased production costs, making exports less competitive in the global market. Consequently, South Africa became less attractive to investors”, reinforces the document­.c

AGENDA Event: United Nations General Assembly Date: 13-26 September 2016 Place: New York, United States of America

Angola shall grow 2.7% in 2017 It is a growth Angola is not used to, with the exception made to the difficult period of 2008 and 2011, but, despite it all, the country shall grow 2,5% this year, and in the next, it will go to 2,7%, according to the International Monetary Fund (IMF). At medium term(2021), the IMF estimates a more positive growth (about 4,3%).The country, if you remember, grew on average, 10,3% between 1998 and 2007 and has been growing ever since always above the 5%, discounting from the three years of slow down resulting from the world’s financial crisis, between 2009 and 2011. Still about IMF’s accounts, inflation (assessed in terms of annual average) shall rise from 10,3% (in 2015) to 19,1% this year, dropping again to 15,2% (in 2017).

For the IMF, the impact of the crisis on the price of oil will also imply deterioration of the current balance of payments, which will be negative in 11,6% of the GDP, and will improve next year, to an amount of 8%­.c

BEHAVIOR OF ANGOLAN GDP (2006-2015) Year

Growth rate in %

2006

18.6

2008

13.8

2010

3.5

2012

5.2

2014

4.8

2016

2.5 (forecast)

Source: Trading Economics

HIGHLIGHT

EU-Africa Summit scheduled to 2017 in Abidjan

Abidjan, the economic capital

of Ivory Coast will host a summit between the European Union (EU) and Africa. Economic questions connected to employment of youngsters, migrations, terrorism and poverty reduction shall occupy an important position in this meeting’s agenda, according to EU’s representative in the Great Lakes Region, Voen Vervaek.c


MOçAMBIQUE

China foi o maior investidor em Moçambique A China foi o maior

investidor em Moçambique no primeiro semestre de 2016 com 154 milhões de dólares. Este montante representa quase 60% do total do investimento directo estrangeiro, de acordo com dados do Centro de Promoção de Investimentos (CPI). Em segundo lugar está a África do Sul com 45 milhões de dólares, e as Maurícias posicionam-se em terceiro lugar com 29 milhões de dólares. Os restantes países na lista dos dez principais investidores são a Turquia, Itália, Índia, Espanha e Estados Unidos da América. Segundo o CPI, o investimento directo aprovado por Moçambique no primeiro semestre cifrou-se em 478 milhões de dólares. Dados revelam que daquele montante, 304 milhões de dólares foram investimento directo estrangeiro (IDE), 52 milhões de dólares de investimento directo nacional (IDN) e 122 milhões de dólares tiveram origem em suprimentos e empréstimos. Os mesmos dados revelam que todas as formas de investimento sofreram descidas acentuadas, com o estrangeiro a baixar 54% e o nacional 56%. Do investimento estrangeiro apro-

Ranking do IDE no primeiro semestre de 2016 País China África do Sul Maurícias Reino Unido Portugal

Montante (em milhões USD) 154 45 29 22 14

vado pelo CPI, quase 80% está concentrado no sector da construção e obras públicas, indústria, agricultura e agro-indústria e mais de metade (55%) abrange as províncias de Maputo e cidade de Maputo, a que se segue, com 21%, a província de Sofala.c

Electrificar todo o país até 2030 A Electricidade de Moçambique (EDM),

a Empresa Nacional de Parques de Ciência e Tecnologia (ENPCT) e o Fundo de Energia (FUNAE) assinaram um Memorando de Entendimento que preconiza a aceleração ao acesso universal à energia moderna e o aumento da segurança no fornecimento eléctrico através do uso de fontes renováveis e de medidas de eficiência energética. Entre vários aspectos, o documento assinado estabelece os termos de colaboração entre as partes para a implementação de programas de instalação e promoção de tecnologias e sistemas de micro-energia que incluem a micro-geração e as micro-redes de distribuição de energia. O Presidente do Conselho de Administração da EDM, Dr. Mateus Magala, diz que esta parceria surge numa altura em que a EDM está embalada num processo de transformação que visa posicioná-la como um pólo de geração de energia eléctrica na África Austral. Neste contexto, um dos desafios da empresa é garantir que, até 2030, todos os moçambicanos tenham acesso à energia eléctrica. Neste momento, apenas 26% da população está ligada à Rede Eléctrica Nacional e para se atingir a meta estabelecida, urge o recurso a fontes alternativas de energia.c

BREVES HCB busca soluções para conteúdo local A Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) procedeu, recentemente, à assinatura de um Memorando de Entendimento com bancos comerciais (Millennium bim, BCI, Standard Bank, Barclays Bank, Banco Único, Moza Banco, BancABC, FNB e BNI) no domínio do programa de desenvolvimento de conteúdo local, sobretudo no que diz respeito ao acesso ao financiamento por parte dos fornecedores locais. A iniciativa visa permitir que os fornecedores locais da HCB tenham acesso ao financiamento e a adiantamentos nos bancos comerciais para a aquisição de bens e serviços.c

BCI é o melhor banco comercial do país O Banco Internacional e de Investimentos foi distinguido como o “Melhor Banco Comercial em Moçambique 2016”, pelo 6.º ano consecutivo, pela revista World Finance, uma das mais prestigiadas referências entre as publicações do mundo financeiro. Noutros países, foram também distinguidas nesta categoria instituições como o Banco do Brasil, o Banco da China, a Societé Générale, em França, ou o Commerzbank, na Alemanha.c

Standard Bank premiado pela Global Finance O Standard Bank

arrecadou, recentemente, nos “Worlds Best Securities Services Providers 2016 Awards”, da prestigiada revista Global Finance, o prémio de Melhor Banco de Custódia de Valores Mobiliários em Moçambique. Os vencedores dos “Worlds Best Securities Services Providers 2016” serão galardoados numa cerimónia a ter lugar, no final deste mês, em Genebra (Suiça), durante o Swift Internationl Banking Operations Seminar 2016.c

Fonte: CPI

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

27


MOZAMBIQUE

China was the biggest investor in Mozambique China was the biggest

investor in Mozambique in the first semester of 2016 with 154 million dollars. This amount represents almost 60% of the total of foreign direct investment, according to data from the Investment Promotion Center (CPI). In second place was South Africa with 45 million dollars, and Mauritius positioned itself in third place with 29 million dollars. The rest of the countries in the list of the ten main investors are Turkey, Italy, India, Spain and the United States of America. According to CPI, direct investment approved by Mozambique in the first semester amounted to 478 million dollars. Data reveals that from that amount, 304 million dollars were foreign direct investment (FDI), 52 million dollars of national direct investment (NDI) and 122 million dollars originated in supplies and loans. The same data reveals that all forms of investment suffered significant drops,

FDI Ranking in the first semester of 2016 Country China South Africa Mauritius United Kingdom Portugal

Amount (in millions USD) 154 45 29 22 14

Source: CPI

28

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

with the foreign dropping 54% and the national 56%. Of the foreign investment approved by CPI, almost 80% is focused in the construction sector and public works, industry, agriculture and agro-industry and more than half (55%) comprises the provinces of Maputo and Maputo City, followed by 21%, the Sofala province.c

Electrify the whole country until 2030 The Mozambican Electricity Company (EDM), the National Companies of Science and Technology Parks (ENPCT) and the Energy Fund (FUNAE) signed a Memorandum of Understanding which preconizes the acceleration to universal access to modern energy and increase of security in electrical supply through the use of renewable sources and measures of energetic efficiency. Amongst various aspects, the signed document establishes the terms of cooperation between the parties for implementation of programs of installation and promotion of technologies and micro-energy systems which include micro-generation and micronetworks of energy distribution. EDM’s Chief Executive Officer, Dr. Mateus Magala, says that this partnership emerges at a time when EDM is launched in a process of transformation which aims at positioning it as a pole of generation of electrical energy in Sub Saharan Africa. In this context, one of the challenges of the company is to ensure that, until 2030, all Mozambicans have access to electrical energy. At this moment, only 26% of the population is connected to the national Electrical Network and to reach the target established, resorting to alternative sources of energy is of the essence.c

IN SHORT HCB seeks for solutions for local content The Cahora Bassa Hydro plant (HCB) proceeded, recently with the signature of a Memorandum of Understanding with commercial banks (Millennium Bim, BCI, Standard Bank, Barclays Bank, Banco Único, Moza Banco, BancABC, FNB and BNI) in the domain of the program of development of local content, especially with regards to access to funding from local suppliers. The initiative aims at allowing HCB’s local suppliers to have access to funding and advances at commercial banks

for acquisition of goods and services.c

BCI is the best commercial bank of the country The Banco Internacional

e de Investimentos was distinguished as the “Best Commercial Bank in Mozambique 2016”, for the 6th year in a row, by the magazine “World Finance”, one of the most prestigious references amongst the publications of the financial world. In other countries, institutions such as Banco do Brasil, Banco da China, Societé Générale in France, Commerzbank, in Germany were also distinguished in this category.c

Standard Bank awarded by Global Finance Standard Bank was recently awarded at the, “World’s Best Securities Services Providers 2016 Awards”, of the prestigious Global Finance magazine, the award of Best bank of Custody of Real Estate Values in Mozambique. The winners of the “World’s Best Securities Services Providers 2016” will be awarded at a ceremony to be held, at the end of this month, in Geneva (Switzerland), during the Swift International Banking Operations Seminar 2016.c


“In 2003, we introduced the modality of bilingual training in 23 schools. Currently there are more than 500 schools teaching in the modality.” JORGE FERRÃO Minister of Education and Human Development In an exclusive interview with The Business Year

Find out more in The Business Year: Mozambique 2016

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

29


EMPRESA

Fábrica de painéis solares aposta na internacionalização O director-geral da Fábrica de Painéis Solares de Beleluane, Fernando Namburete, assegurou estar tudo a postos para a internacionalização daquela que é a primeira fábrica de género no país. A fábrica já passou os testes laboratoriais e de vistoria, sendo que dentro de três meses terá o seu certificado internacional. Gildo Mugabe (texto)

cado por três turnos daria cerca de 90 mil painéis. “Neste momento, funcionamos apenas com um turno tendo em conta a demanda do mercado. Não podemos ter uma enorme quantidade de produção sem que haja garantias de absorção do produto”, elucidou aquele gestor.

Fábrica surge da necessidade de electrificar as zonas rurais

A

Fábrica de painéis solares de Beluluane está prestes a obter o seu certificado internacional, de acordo com o director-geral da companhia, Fernando Namburete. Assim sendo, espera-se que a empresa venha a granjear as condições ideais para a sua internacionalização. A nossa fábrica conta com tecnologia de ponta de cariz internacional e os painéis aqui produzidos obedecem a todos os padrões internacionais. Os painéis produzidos em Moçambique são de extrema qualidade e contam com uma duração de 20 anos, daí que possam ser comercializados em todo o mundo”, revelou Namburete. Com cerca de três anos no mercado, a empresa encontra-se no processo

30

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

de divulgação dos seus produtos bem como na fase de expansão a nível de todos os distritos do país. Estamos a produzir painéis solares com capacidade até 150 megawatts e, brevemente, vamos lançar no mercado uma linha de painéis solares de 250 megawatts. Com todo este esforço estamo-nos a preparar para competir com o mercado não só nacional, mas também internacional, sublinhou Namburete. De momento, a fábrica possui uma capacidade de produção de 15 a 20 megawatts por turno. Entretanto, e se a unidade fabril operar no seu pico que representa três turnos por dia, produzindo só painéis de 150 watts, a empresa alcançará uma produção anual de 30 mil painéis de 150 megawatts por turno, o que multipli-

É de salientar que a Fábrica de Painéis de Beluluane, localizada no distrito de Boane (na província de Maputo), surge como resposta a um projecto de electrificação rural levado a cabo pelo Ministério da Energia através do Fundo de Energia (FUNAE). “O processo de aprendizagem que tivemos revelou que esses sistemas de energia fotovoltaica têm de recorrer sempre ao uso de painéis solares, daí que houve a necessidade duma análise - feita na altura - de que seria bom que tivéssemos uma fábrica de painéis solares no país, a partir da qual pudéssemos reduzir drasticamente aquilo que é o custo de importação dos mesmos, disse Namburete. Refira-se que a Fábrica de Painéis Solares de Beluluane conta com mais de 42 funcionários de nacionalidade moçambicana.c


DESENVOLVIMENTO

É CRESCIMENTO Crescer significa ser maior, andar para a frente, construir as pontes, os caminhos e as ligações para o futuro. O BNI faz Moçambique crescer. Este é um Banco diferente de todos os outros. 100% moçambicano, é o Banco que faz desenvolver o país, apoiando e investindo em projectos – IInfra-estrutura,Recursos RecursosNaturais, Naturais,Energia, Energia,Agricultura, Agricultura, Infra-estrutura, Indústria e Comércio – que desenvolvem Moçambique

.

BNI. Juntos desenvolvemos Banco de Desenvolvimento Moçambique.

Saiba mais31 sobre nós Saiba mais sobre nós www.bni.co.mz

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

www.bni.co.mz


COMPANY

Solar panel factory bets in internationalization The managing director of the Beleluane Solar Panel Factory, Fernando Namburete, ensured that everything is on track for the internationalization of the first factory of the kind in the country. The factory has already passed laboratory and inspection tests, and within three months it will have its international certificate.

T

Gildo Mugabe (text)

he Beluluane Solar Panel Factory is about to obtain its international certificate, according to the company’s Managing Director, Fernando Namburete. Therefore, it is expected that the company gathers the ideal conditions for its internationalization. “Our factory has advanced technology of international standards and the panels produced here comply with all international standards. Panels produced in Mozambique are of very good quality and have duration of 20 years, and therefore they can be commercialized all over the world. ”, revealed Namburete. With about three years in the market, the company is in the process of dissemination of its products as well as in the phase of expansion at the level of all districts of the country. “We are producing solar panels with

32

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

the capacity of up to 150 megawatts and, soon we will launch in the market a line of solar panels of 250 megawatts. With all this effort we are preparing ourselves to compete not only with the national market but also with the international market”, highlighted Namburete. Currently, the factory has a production capacity of 15 to 20 megawatts per shift. However, and if the factory operates at its peak which represents three shifts per day, producing only solar panels of 150 watts, the company will reach annual production of 30 thousand panels of 150 megawatts per shift, which multiplied by three shifts would give 90 thousand panels. “At the moment, we work only with one shift taking into account the demand of the market. We cannot have a big production quantity without being sure of product absorption”, clarified the manager.

Factory emerges from the need to electrify rural areas It is important to highlight that the Beluluane Panel Factory, positioned in the district of Boane (Maputo Province), emerges as a response to a project of rural electrification carried out by the Ministry of Energy through the Energy Fund (FUNAE). “The learning process we had revealed that these systems of photovoltaic energy have to always resort to the use of solar panels, hence the need of an analysis – done at the time- that it would have been good if we had a solar panel factory in the country, from which we could drastically reduce that which is the cost of their importation.”, stated Namburete. It is important to mention that the Beluluane Solar Panel Factory has more than 42 employees of Mozambican nationality.c


DOSSIER

Da crise à anemia económica O País está numa situação macroeconómica deplorável. As agências de rating já consideram Moçambique problemático em termos económicos e baixam os seus indicadores. Por exemplo, a agência de notação financeira Standard & Poors baixou o rating de Moçambique de CC para CCC. As reservas internacionais líquidas estão a cair e o dólar está a derrapar de forma assustadora. Esta crise está a arrastar o país para uma anemia económica crítica. Gildo Mugabe (texto)

C

onsiderado o segundo país africano que mais Investimento Directo Estrangeiro (IDE) atraiu com os níveis de 5.2 e 7.0 biliões de dólares, entre 2012 e 2014, Moçambique perdeu a reputação - em termos internacionais ao cair para a ‘cauda’ do índice “Doing Business 2016”. Por outro lado, e de acordo com o Centro de Promoção de Investimentos (CPI), o investimento interno moçambicano diminuiu 83,2%. Aliás, os pro-

jectos de investimento autorizados em Moçambique caíram 74,5%, em 2015, e face ao ano anterior, para 1,7 biliões de dólares. E se, por um lado, o Investimento Directo Estrangeiro reduziu, por outro lado, os doadores congelaram o seu apoio ao Orçamento Geral do Estado e a situação agudizou-se ainda mais. De facto, o G14 tinha aprovado um apoio ao Orçamento do Estado avaliado em 210 milhões de dólares. No entanto, apenas um milhão de dólares foram transferidos no início deste ano,

ao passo que o remanescente ficou congelado. Também no início deste ano, o Fundo Monetário Internacional (FMI) cancelou o pagamento da segunda tranche, no valor de 155 milhões de dólares. E o Banco Mundial, que apesar de reiterar a promessa em apoiar os projectos de investimento isolados, vai atrasar os pagamentos no valor de aproximadamente 40 milhões de dólares este ano. Ao mesmo tempo, o Governo norte-americano está a rever o seu apoio

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

33


DOSSIER

de Maputo, que totalizam 1 bilião de dólares. Estes últimos projectos visam melhorar a circulação de viaturas e o descongestionamento da cidade Maputo que não possui uma rede funcional de transportes públicos.

Um olhar à EMATUM, PROINDICUS e MAM

financeiro a Moçambique. Lembre-se que os Estados Unidos da América têm concedido ao país um valor de 400 milhões de dólares todos os anos. Ou seja, com todos estes cortes, Moçambique anda descapitalizado.

Como é que o País chegou a esta crise? A economista Fernanda Massarongo, do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE), fez questão de lembrar que no início da década de 90, Moçambique atingiu os níveis mais elevados da dívida. Ou seja, o país tinha uma dívida que ultrapassava 100% do seu Produto Interno Bruto (PIB). Ao abrigo da Iniciativa do Alívio da Dívida para os Países Altamente Pobres (HIPC), parte significante da dívida moçambicana foi perdoada. Contudo, até ao início dos anos 2000, continua Massarongo, a dívida encontrava-se acima de 100% do PIB e passou para um pouco acima desta percentagem, por volta de 2005. Mas esforços foram feitos e, felizmente, houve o perdão da dívida, pelo que a mesma viu-se reduzida para cerca de 3,5 biliões de dólares, em 2006, contra os cerca

34

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

de 5 biliões, em 1999. Aliás, Fernanda Massarongo fez saber ainda que, desse período até 2008, a dívida foi caindo até cerca de 40% do PIB. Entretanto, o gráfico da dívida moçambicana começou a subir com o boom dos recursos naturais, um pouco depois de 2010. Segundo Fernanda Massarongo, o crescimento da dívida pública está conectado com o financiamento de grandes projectos de infra-estruturas e serviços, em linha com as dinâmicas do investimento privado, compra de equipamento de defesa e segurança e construção de edifícios públicos. Dos projectos em causa, o destaque vai para a PROINDICUS, a EMATUM e a MAM, ligados ao gás e à defesa costeira que totalizam 2,2 biliões de dólares. Contudo, há ainda a contabilizar o aeroporto de Nacala, a zona económica especial de Nacala, o terminal de carga do Porto da Beira, os projectos de Transporte de Energia Chimuara-Nacala e a Linha de Transmissão Caia-Nacala, que se encontram ligados à exploração e exportação de carvão e que totalizam 1,2 biliões de dólares, bem como os projectos da ponte Maputo KaTembe e a circular

A reestruturação da dívida da EMATUM adiou para 2023 o reembolso do seu capital, mas aumentou os juros. De acordo com o estudo do grupo de economia e desenvolvimento do IESE, entre 2015 e 2023, o Estado vai pagar 1,4 biliões de dólares, de juros e capital, pelo empréstimo de 850 milhões que a EMATUM não conseguirá pagar. O IESE indica ainda que este valor poderá aumentar, pois a taxa de juro dos títulos de dívida da EMATUM subiu em 177 pontos base, como resultado da situação financeira do país. Para os especialistas daquele organismo, o Estado terá que mobilizar, até 2021, mais de 1,4 biliões de dólares para pagar os empréstimos da PROINDICUS e do MAM. Há outros empréstimos que vencem até 2023, cujo capital, excluindo os juros, totaliza 4 biliões. Destes cálculos, exclui-se parte dos juros sobre 4 biliões por não serem conhecidos os termos dessa dívida, o serviço da dívida pública interna (cerca de 300 milhões

o crescimento da dívida pública está conectado com o financiamento de grandes projectos de infra-estruturas e serviços


de dólares) a serem pagos até 2019, e a dívida concessional. Os empréstimos secretos anulam o alívio momentâneo do serviço da dívida, a curto e médio prazos, que havia resultado da reestruturação da dívida da EMATUM. Enquanto o adiamento da amortização do capital da EMATUM até 2023 reduziu os encargos anuais da dívida daquela empresa de 200 para 78 milhões de dólares anuais, os empréstimos secretos adicionam mais de 253

milhões de dólares por ano ao serviço da dívida externa (119 milhões da Proindicus e 134 milhões de dólares da MAM). Por outro lado, ainda não foram divulgadas as condições de reembolso da dívida de 221 milhões de dólares, contraída pelo Ministério do Interior. Em resumo, e segundo revela o IESE, entre 2006 e 2014, o serviço da dívida pública total triplicou, devido ao aumento do serviço da dívida interna que passou de 62 milhões de dólares

para 171 milhões de dólares e da dívida externa que passou de 63 milhões para 176 milhões. Entre 2014 e 2015, o serviço da dívida pública externa quase duplicou, aumentando para cerca de 335 milhões, devido à inclusão do serviço da dívida da EMATUM. A inclusão da PROINDICUS e do MAM poderá fazer subir o serviço da dívida externa para mais de 500 milhões, o equivalente a 30% das exportações e 17% das receitas públicas.

Projectos e montantes envolvidos na dívida Até que ponto este cenário é preocupante? Para o IESE, se o crescimento exponencial da dívida constituiu ou não um problema depende do tamanho e da estrutura da economia, da estrutura e das causas da dívida, da sua aplicação, dos termos de reembolso e das consequências macroeconómicas. Mais adiante, o IESE esclarece que há países com stocks de dívida mais elevados que os de Moçambique e que continuam a contrair dívida, porque as suas economias acomodam o endividamento e a sua capacidade produtiva expande, de modo a sustentar o serviço de dívida sem incorrer em crises.

Entretanto, o IESE elucida que no caso de Moçambique a economia nacional é muito vulnerável, sobretudo quando exposta aos mercados financeiros internacionais, pela sua dependência das importações, direccionadas ao consumo e investimento, e de um pequeno número de produtos primários destinados à exportação para mercados voláteis e com elevadas taxas de substituição de produtos. Portanto, quando a economia expande, as importações tendem a crescer mais rapidamente do que as exportações. O endividamento rápido resulta desta dinâmica de dependência e consolida-a. A par do aumento significativo do défice

da conta de rendimentos, no mesmo período o valor das exportações contraiu devido à queda dos preços dos produtos primários, e as importações aumentaram em linha com a expansão da economia. Qual é a saída? Que o país está à beira do poço, todos já nos apercebemos. Entretanto, urge buscar soluções com vista a trazer de volta a confiança à economia nacional. Nessa perspectiva, várias soluções são apontadas pelo Governo, Confederação das Associações Económicas (CTA), economistas diversos, entre outras individualidades influentes na sociedade moçambicana. Acompanhe...c

Tomás Salomão – antigo Secretário-geral da SADC “Temos de controlar a dívida pública, quer seja interna quer seja externa. Mas temos de reter que não há país no mundo que não deva. É preciso pensar com os pés assentes na terra, para não cometermos erros, desenvolver as pequenas e médias empresas nacionais e o consumo do produto nacional”, disse Salomão, destacando a necessidade do país investir nos recursos humanos locais, para que no futuro possam liderar os destinos nacionais.c

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

35


Carlos Nuno Castel-Branco – Economista do IESE “É preciso fazer uma auditoria e conseguir ter uma estratégia de reestruturação e cancelamento da dívida. E, segundo, as instituições de soberania devem fazer uma investigação sobre a responsabilização nos casos de dívida ilegal. É preciso responsabilizar quem tomou decisões erradas e acima de tudo ilegais que feriram um Estado inteiro, quando a sua posição política era de garante na Constituição da República. Isto é um assunto que faz parte de reestruturação da dívida, porque aumenta a nossa credibilidade como Nação, que é capaz de dizer “isto não se vai repetir’’.c

Adriano Maleiane – Ministro da Economia e Finanças “O governo vai ter de efectuar cortes nas despesas inscritas em Orçamento Geral do Estado. Esta medida faz parte de um plano de austeridade e inclui ainda cortes nos gastos com combustíveis, viagens dos quadros do Estado ao estrangeiro e noutras áreas sem impacto relevante na vida dos cidadãos e das instituições públicas. O Governo vai proceder a cortes nas verbas que canaliza às empresas públicas, como parte do esforço de contenção orçamental”.c

CTA – Confederação das Associações Económicas (em comunicado) “A CTA sugere que não se espere pelas indicações dos parceiros, mas que se desenhe um plano concreto rumo à sustentabilidade da dívida e estabilização da despesa. Este plano deve mostrar como o papel das instituições será reforçado e como situações de endividamento descontrolado podem ser evitadas no futuro. A CTA concorda que o essencial neste momento é a concentração total na produção. A questão é como fazer esta produção aumentar”.c

36

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99


DOSSIER

From the crisis to economic anemia The Country is in a despicable macroeconomic situation. Rating agencies already consider Mozambique a problem in economic terms and have lowered its indicators. For example, the rating agency Standard & Poors lowered Mozambique’s rating from CC to CCC. Net international reserves are dropping and the dollar is skidding in a scary way. This crisis is dragging the country to critical economic anemia. Gildo Mugabe (text)

Graphic 1: Volume of Public Debt (in millions of USD) and weight over the GDP (in %)

Weight (%) Debt previously known over the GDP

Weight (%) Secret Debt over the GDP

Total PD (Excluding Secret Debt) in US$

Total PD (Including Secret Debt) in US$

Commercial Public Debt (Including Secret Debt) in US$

C

onsidered the second African country which attracted the most Foreign Direct Investment (FDI) with the levels of 5.2 and 7.0 billion dollars, between 2012 and 2014,

Mozambique lost the reputation- in international terms – falling to the ‘tail’ of the “Doing Business 2016” index. On the other hand, and according to the Center for Investment Promotion, Mo-

zambican internal investment reduced 83,2%. Indeed, investment projects authorized in Mozambique dropped 74,5%, in 2015, and against the previous year, to 1,7 billion dollars. And if, on the one hand, Foreign Direct Investment

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

37


DOSSIER

Graphic 2: Public Debt Structure (including secret debt), in % of the total public debt

Concessional PB

reduced, on the other hand, donors froze their support to the State General Budget and the situation worsened even more. In fact, G14 had approved support to the State Budget valued in 210 million dollars. However, only one million dollars were transferred at the beginning of this year, meanwhile the remainder was frozen. Also at the beginning of this year, the International Monetary Fund (IMF) cancelled the payment of the second installment, in the amount of 155 million dollars. And the World Bank, that despite reaffirming the promise to support isolated investment projects, will delay the payments in the amount of 40 million dollars this year. At the same time, the North-American Government is reviewing its financial support to Mozambique. Remember that the United States of America have been granting the country the amount of 400 million dollars every year. That is, with all these cuts, Mozambique is de-capitalized. How did the country get to this crisis? The economist Fernanda Massarongo,

38

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

Commercial PB (current data)

2015 (estimate)

from the Institute of Social and Economic Studies (IESE), made sure to remember that at the beginning of the 90s decade, Mozambique reached the highest levels of debt. That is, the country had a debt that surpassed 100% of its Gross Domestic Product (GDP). Under the initiative of Debt Relief for Highly Impoverished Countries (HIPC), a significant part of the Mozambican debt was forgiven. However, until the beginning of the years 2000, continues Massarongo, the debt was above 100% of the GDP and went to a little above this percentage, around 2005. But efforts were made, and fortunately, the debt was forgiven, so it was reduced to about 3.5 billion dollars, in 2006, against the 5 billion, in 1999. Indeed, Fernanda Massarongo stated that, from that period until 2008, the debt fell until about 40% of the GDP. However, the Mozambican debt graph began rising with the boom of natural resources, a little after 2010. According to Fernanda Massarongo, growth of the public debt is con-

nected to funding of big projects of infra-structures and services, in line with the dynamics of private investment, purchase of defense and security equipment and construction of public buildings. Of the projects in question, the highlight goes to PROINDICUS, EMATUM and MAM, connected to gas and costal defense which amounted to 2,2 billion dollars. However, one must still count the Nacala airport, the special economic zone of Nacala, the Beira Port cargo terminal, projects of Power Transport Chimuara-Nacala and the Transmission Line Caia-Nacala, which are connected to the exploitation and export of coal which amount to 1,2 billion dollars, as well as the projects of the Maputo KaTembe bridge and the Maputo circular, which amount to 1 billion dollars. These last projects aim at improving the circulation of vehicles and decongestion of the City of Maputo which does not have a functional network of public transport.

A look at EMATUM, PROINDICUS and MAM Restructuring of EMATUM’s debt postponed to 2023 the refund of its capital, but increased the interest. According to a study from the group of economics and development from IESE, between 2015 and 2023, the State will pay 1,4 billion dollars, of interest and capital, for the loan of 850 million which EMATUM was not able to pay. IESE also indicates that this amount may increase, because the interest rate of EMATUM’s debt bonds increased in 177 base points, as a result of the country’s financial situation. For the specialists of that body, the State will have to mobilize, until 2021, more than 1,4 billion dollars to pay the loans from PROINDICUS and


MAM. There are other loans which expire until 2023, whose capital, excluding the interest, amount to 4 billion. From these calculations, part of the interest over the 4 billion is excluded because the terms of that debt remain unknown, the internal public debt service (about 300 million dollars) to be paid until 2019, and the concessional debt. Secret loans nullify the momentary relief of the debt service, at short and medium term, which resulted from the restructuring of EMATUM’s debt. While postponement of EMATUM’s capital amortization until 2023 reduced the annual debt fees of that company from 200 to 78 million dollars annually, secret loans add more than 253 million dollars per year to the external debt service (119 million from Proindicus and 134 million dollars from MAM). On the other hand, conditions for refund of the debt of 221 million dollars contracted by the Ministry of Interior have not yet been disclosed. In summary, and as revealed by IESE, between 2006 and 2014, the public debt service tripled, due to the increase of the internal debt service

which went from 62 million dollars to 171 million dollars and the external debt went from 63 million to 176 million. Between 2014 and 2015, external debt service almost doubled, increasing to about 335 million, due to the inclusion of EMATUM’s debt service. Inclusion of PROINDICUS and MAM may cause the rise of the external debt service to more than 500 million, the equivalent to 30% of exports and 17% of public revenue.

To what extent is this scenario alarming? For IESE, if the exponential growth of the debt constitutes or not a problem depends on the size and structure of the economy, of the structure and causes of the debt, of its application, of the terms of refund and of macroeconomic consequences. Furthermore, IESE clarifies that there are countries with higher debt stocks than Mozambique and that continue to contract debts, because their economies accommodate the debt and its productive capacity expands, in order to sustain the debt service without incurring in crisis. However, IESE clarifies that in the case of Mozambique the national economy

is very vulnerable, especially when exposed to international financial markets, for its dependency on imports, directed at consumption and investment, and a small number of primary products destined to exports to volatile markets and with high rates of replacement of products. Therefore, when the economy expands, imports tend to grow faster than exports. Quick debt results from this dynamic of dependency and consolidates it. Similarly to the considerable increase of deficit of the revenue account, in the same period the amount of exports contracted due to the drop of prices of primary products, and imports increased in line with the expansion of the economy.

What is the way out? We have all realized that the country is on the verge of the shaft. However, it is important to look for solutions in order to bring back trust to the national economy. In this perspective, various solutions are indicated by the Government, Confederation of Economic Associations (CTA), various economists, amongst other influent personalities of the Mozambican society. Please follow...c

Tomás Salomão – former General Secretary of SADC “We must control de public debt, be it internal or external. But we have to remember that there is no country in the world which does not owe. It is important to think with our feet on the ground, in order not to make mistakes, develop the national small and medium enterprises and consumption of national product”, stated Salomão, highlighting the need for the country to invest in local human resources, so that in the future they may lead the national fate.c

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

39


Carlos Nuno Castel-Branco – IESE’s Economist “It is necessary to conduct an audit and manage to have a strategy of restructuring and cancellation of the debt. And, secondly, sovereign institutions must conduct an investigation regarding accountability in the case of illegal debt. It is important to hold accountable those who made wrong decisions and above all illegal that hurt an entire State, when their political position was to guarantee the Constitution of the Republic. This s a matter which is part of debt restructuring, because it increases our credibility as a Nation, that is capable of saying “this will not happen again’’.c

Adriano Maleiane – Ministry of Economy and Finances “The Government will have to make cuts in expenses written under the State General Budget. This measure is part of an austerity plan and also includes cuts in expenses with fuel, travels of State cadres abroad and in other areas without relevant impact in the life of citizens and public institutions. The Government will proceed with cuts in the funds it canalizes to public companies, as part of the effort of budget restraint”.c

CTA – Confederation of Economic Associations (in a statement) “CTA suggests that one should not wait for indications from partners, but that a concrete plan should be drafted en route to debt sustainability and stabilization of the expense. This plan must show how the role of institutions will be strengthened and how uncontrolled debt situations may be avoided in the future. CTA agrees that the essential at the moment is total focus in production. The question is how to make this production increase”.c

40

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99


ECONOMIA

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

41


BANCA

Está difícil segurar o metical O Banco Central restringiu a circulação de divisas no mercado nacional. Comprar dólar tornou-se uma missão quase impossível. As taxas de juro de referência subiram a jato nos últimos meses, um pretexto para estimular a produção e diminuir as importações. Mesmo assim, está difícil segurar a moeda nacional. Belizário Cumbe (texto)

O

metical segue em constante desvalorização em relação às principais moedas transaccionadas em Moçambique. Dados do Banco de Moçambique (BM) mostram que, em Janeiro do ano em curso, a unidade do dólar era vendida a 46 meticais. Em Julho, disparou para os quase improváveis 69 meticais. É que, há três anos, um dólar custava apenas 30 meticais, menos de metade do valor registado em Julho. Ou seja, o agravamento é de aproximadamente 60%. Trata-se de um cenário que contribui significativamente para o agravamento do custo de vida. Afinal de

contas, o país vive de importações. Importa referir que as taxas do Banco de Moçambique são apenas de referência. Nos bancos comerciais, as divisas são muito mais caras. No Millennium-bim, por exemplo, o dólar era vendido, no final de Agosto a aproximadamente 80 meticais. Este valor era praticado, igualmente, em algumas casas de câmbio da capital do país e no mercado informal.

Rand e Euro também não cedem O Rand e o Euro também continuam em permanente apreciação em relação à moeda nacional. De Janeiro a Julho de 2016, a moeda sul-

-africana passou de 2.9 para 4.9 meticais e a moeda comunitária passou de 50 para 77 meticais, segundo dados do Banco Central. Os moçambicanos, das classes média e baixa, sentem directamente os efeitos da desvalorização do metical em relação ao rand uma vez que parte importante dos produtos de primeira necessidade comercializados nos principais supermercados do país - é importada da África do Sul. Dados do Instituto Nacional de Estatísticas (INE) apontam que a inflação anual, até Julho passado, acelerou para 19,07% na cidade de Maputo, 24,73% na da Beira e 21,1% na de Nampula. A média nacional, segundo o INE, foi de 20,6%.c

Comportamento do Dólar em relação ao metical de Janeiro a Julho de 2016

Mês

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Julho

Taxa

46

47.2

50.2

53.2

58.2

69.2

Comportamento do Rand em relação ao metical de Janeiro a Julho de 2016

Mês

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Julho

Taxa

2.9

2.9

3.4

3.7

3.7

4.9

Comportamento do Euro em relação ao metical de Janeiro a Julho de 2016

Mês

Janeiro

Fevereiro

Março

Abril

Maio

Julho

Taxa

50.2

51.5

57.5

60.7

64.9

77.1

Fonte: Banco de Moçambique

42

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99


Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

43


BANK

It is hard to hold the metical The Central Bank restricted currency circulation in the national market. Purchase of dollar has become an almost impossible mission. Reference interest rates have sky rocketed in the last few months, a pretext to stimulate production and reduce imports. Still, it is hard to ‘hold’ the national currency. Belizário Cumbe (text)

T

he metical continues in constant depreciation against the main currencies transacted in Mozambique. Data from Central Bank shows that, in January of this year, the dollar unit was being sold for 46 meticais. In July, it sky rocketed to the almost improbable 69 meticais. The issue is that, three years ago, the dollar used to cost only 30 meticais, less than half the amount registered in July. That is, the rise is of approximately 60%. It is a scenario that contributes significantly for the worsening of the standard of living. After all, the country lives of imports. It is important to mention that

Central Bank rates are only reference rates. At commercial banks, currency is very expensive. At Millennium-bim, for example, the dollar was sold, at the end of August at approximately 80 meticais. This amount was practiced, equally, at some exchange bureaus of the country’s capital and in the informal market.

The Rand and the Euro also do not drop The Rand and the Euro also continue in permanent apreciation against te national currency. From January to July 2016, the

South African currency went from 2.9 to 4.9 meticais and the community currency went from 50 to 77 meticais, according to data from Central Bank. Mozambicans, from medium and low classes, feel directly the effects of metical depreciation against the rand since an important part of basic necessity products – traded in the country’s main supermarkets – is imported from South Africa. Data from the National Statistics Institute (INE) point that annual inflation, until July of last year, accelerated to 19,07% in the city of Maputo, 24,73% in Beira and 21,1% in Nampula. National average, according to INE, was 20,6%.c

Dollar Behavior against the metical from January to July 2016 Month Taxa

January

February

March

April

May

July

46

47.2

50.2

53.2

58.2

69.2

Rand behavior against the metical from Janeiro to July 2016 Month Taxa

January

February

March

April

May

July

2.9

2.9

3.4

3.7

3.7

4.9

Euro behavior against the metical from January to July 2016 Month Taxa

January

February

March

April

May

July

50.2

51.5

57.5

60.7

64.9

77.1

Source: Central Bank

44

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99


TEMA DE FUNDO

Os números da navegação marítima global O transporte marítimo mundial apresenta números impressionantes. Contribui com 380 biliões de dólares para o comércio mundial. Movimenta pouco mais de 100 mil navios e cria mais de um milhão de postos de trabalho. Quanto à mercadoria, pouco mais de 70 por cento desta é composta pelo petróleo e produtos a granel. Belizário Cumbe (texto)

O

transporte marítimo é um dos dinamizadores da indústria global. Ao longo do último século, jogou um papel fundamental no incremento da industrialização e da liberalização da economia mundial. Dados da Conferência das Nações Unidas sobre o Comércio e Desenvolvimento (UNCTAD) revelam que mais de 90% do comércio mundial é transportado via marítima. Este meio

de transporte, ainda de acordo com a UNCTAD, contribui com cerca de 380 biliões de dólares em fretes, o equivalente a cinco por cento do total do valor do comércio mundial. Em 2012, a capacidade da frota mundial, correspondente a pouco mais de 100 mil navios, era de 1.5 milhões de toneladas. Desta tonelagem, 37% é de navios petroleiros; 35% de navios graneleiros; 12% de porta-contentores; 10% de navios de carga geral e

6% de outros tipos de navios. No que diz respeito à empregabilidade do sector é importante destacar que a construção, os estaleiros de manutenção e fornecedores de equipamentos marítimos representam perto de um milhão de empregos directos e indirectos e significa um volume de negócios estimado em cerca de 190 biliões de dólares. Já o turismo marítimo, desenvolvido em cruzeiros de longo curso, repre-

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

45


senta cerca de 13 milhões de empregos com um volume de negócios de cerca de 120 biliões de dólares.

Paraísos fiscais lideram registos de frota O registo da frota, tanto em tonelagem quanto em quantidade, é dominado por paraísos fiscais. Por isso, países como o Panamá e a Argélia dominam o registo. Contudo, é importante destacar que se trata de bandeiras de conveniência, uma vez que os seus proprietários mantêm as suas frotas em outros países. Daí que 50% da tonelagem mundial, de acordo com dados do Ministério dos Transportes e Comunicações (MTC), pertença à Grécia, Japão, Alemanha e China. O país que domina o transporte marítimo mundial é a Alemanha, representando 23%, seguido pelo Japão e pela Grécia, com 11% e 10%, respectivamente. No que diz respeito a empresas, a Maersk Line, MSC e CMA CGM juntas operam 30% da capacidade mundial de transporte de contentores.

Tendências do transporte marítimo

çou a renovar a sua frota em 2006 posicionando-se à frente dos demais. É importante destacar que estes dados reflectem uma indústria onde as empresas sobrevivem graças à economia de escala usando navios cada vez maiores, além de demonstrar uma tendência para a segmentação de frotas marítimas, em países como a Alemanha, Dinamarca, Japão e outros, onde predominam armado-

PAÍSES QUE DOMINAM O TRANSPORTE DE CARGA VIA MARÍTIMA NO MUNDO Alemanha

23%

China

7.5%

Japão

11.2%

Dinamarca

5.6%

Grécia

9.8%

46

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

Fonte: MTC e DEI

DISTRIBUIÇÃO DA FROTA MUNDIAL DE NAVIOS POR MERCADORIA Navios petroleiros

37%

Navios de carga geral

10%

Navios graneleiros

35%

Outro tipo de navios

6%

Navios porta-contentores

12%

Fonte: MTC

Transmarítima busca parceiros A Transmarítima lançou,

Entre 2009 e 2011, a frota mercante internacional estava em renovação. Neste período, mais de mil navios foram desmantelados. A frota grega, por exemplo, que era a maior (com mais de dois mil navios) era composta por embarcações antigas, e com a crise que atingiu o sector a partir de 2008, no lugar de recondicionar as frotas, as empresas passaram a comprar navios novos. Neste processo, os alemães foram mais eficientes e conseguiram ocupar o lugar da Grécia como o país com o maior número de navios. Assim sendo, a Alemanha come-

res de navios porta-contentores. Já na Grécia, Singapura, China e Brasil predominam frotas de navios para granéis, transporte a granel - ou commodities que transportam produtos primários, como minérios. Porém, os fretes estão constantemente em queda uma vez que mineradoras como a Vale e a BHP Billiton investem nas próprias frotas ou fazem contratos de frete a longo prazo.

recentemente, um concurso público que busca um parceiro para o desenvolvimento da cabotagem em Moçambique. O objectivo é encontrar um operador privado com capacidade financeira para desenvolver, operar, gerir e manter o comércio lingando os portos nacionais. É importante destacar que o concurso foi lançado depois do Governo aprovar um decreto para incentivar a expansão da cabotagem. Em agosto passado, o ministro dos Transportes e Comunicações, Carlos

Mesquita, disse que através do decreto, os navios estrangeiros registados no país vão receber o mesmo tratamento com os que navegam com a bandeira nacional. Já em Junho, o Governo tinha dado um passo importante para a revitalização da cabotagem ao assinar quatro memorandos de entendimento com as concessionárias dos portos de Maputo, Beira, Nacala e Quelimane. Trata-se de acordos que prevêem a redução das taxas portuárias em 60% na Beira e 50% em Maputo, Nacala, Pemba e Quelimane.c


BACKGROUND THEME

Numbers from global maritime navigation Maritime transport presents amazing numbers. It contributes with 380 billion dollars for world trade. It handles more than 100 thousand ships and creates more than one million jobs. With regards to goods, a little more than 70 per cent of it is composed by oil and bulk products. BelizĂĄrio Cumbe (text)

M

aritime transport is one of the facilitators of the global industry. During the last century, it played a fundamental role in the increase of industrialization and liberalization of global economy. Data from the United Nations Conference on Commerce and Development (UNCTAD) reveal that more

than 90% of world commerce is transported by sea. This means of transport, still according to UNCTAD, contributes with about 380 billion dollars in shipment, the equivalent to five per cent of the total amount of world commerce. In 2012, capacity of the world fleet, corresponding to a little more than 100 thousand ships, was 1.5 million tons. From this tonnage, 37% is of oil

tankers; 35% of bulk carriers; 12% of container ships; 10% of general cargo ships and 6% of other types of ships. With regards to availability of jobs in the sector it is important to highlight that construction, maintenance shipyards and maritime equipment suppliers represent close to one million direct and indirect jobs and signify an estimated business volume of

Capital Magazine Ed.99 ¡ SETEMBRO 2016

47


about 190 billion dollars. Now maritime tourism, developed in long distance cruise ships, represents about 13 million jobs with a business volume of about 120 billion dollars.

Tax havens lead fleet registers Fleet register, be it in tons as in quantities, is dominated by tax havens. Therefore, countries such as

Panama and Algeria dominate the fleet register. However, it is important to highlight that it is about convenience flags, since its owners keep their fleets in other countries. Therefore 50% of the world’s tonnage, according to data from the Ministry of Transport and Communication (MTC), belongs to Greece, Japan, Germany and China. The country that dominates maritime transport is Germany representing

COUNTRIES WHICH DOMINATE CARGO TRANSPORT BY SEA IN THE Germany

23%

China

7.5%

Japan

11.2%

Denmark

5.6%

Greece

9.8%

Source: MTC and DEI

DISTRIBUTION OF THE WORLD’S VESSEL FLEET BY Oil Tankers

37%

General Cargo Ships

10%

Bulk Ships

35%

Other type of ships

6%

Container Ships

12%

Source: MTC

Transmarítima looks for partners Transmarítima recently

launched, a public bid, which is looking for a partner for the development of coasting in Mozambique. The goal is to find a private operator with financial capacity to develop, operate, manage and keep trade connecting national ports. It is important to highlight that the bid was launched after the Government approved a decree to encourage the expansion of coasting. Last August, the Minister of Transports and Communications,

48

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

Carlos Mesquita, said that after the decree, foreign ships registered in the country will receive the same treatment as those that navigate with the national flag. Now in June, the Government had taken an important step to revitalize coasting by signing four memorandums of understanding with concessionaries of the ports of Maputo, Beira, Nacala and Quelimane. These are agreements that foresee the reduction of port charges in 60% in Beira and 50% in Maputo, Nacala, Pemba and Quelimane. .c

23%, followed by Japan and Greece with 11% and 10%, respectively. With regards to companies, Maersk Line, MSC and CMA CGM together operate 30% of the world’s capacity of container transport.

Tendencies of Maritime Transport Between 2009 and 2011, international merchant fleet was under renovation. During this period, more than nine thousand ships were scrapped. The Greek fleet, for example, which was the biggest, (with more than two thousand new ships) was composed by old vessels, and with the crisis that stroke the sector from 2008, instead of reconditioning the fleets, companies began purchasing new ships. In this process, the Germans were the most efficient and managed to occupy Greece’s place as the country with the biggest number of ships. In this manner, Germany began renovating its fleet in 2006 positioning itself ahead of the rest. It is important to highlight that these data reflects an industry where companies survive thanks to scale economy using bigger and bigger ships, besides showing a tendency for segmentation of maritime fleets, in countries such as Germany, Denmark, Japan and others, where owners of container carrier vessels predominate. In Greece, Singapore, China and Brazil fleets of bulk carriers, bulk transport are predominant -or commodities – which transport primary products, such as minerals. However, the fleets are constantly dropping since mining companies such Vale and BHP Billiton invest in their own fleets or enter into long term fleet contracts.c


Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

49


TEMA DE FUNDO

Cabotagem, a alternativa viável A revitalização da cabotagem em Moçambique será um processo longo e caro. Para além das discussões relacionadas com a legislação adequada, outros encontros haverá para a definição do modelo da empresa de bandeira nacional. Enquanto isso, é preciso pensar em fontes de financiamento para a reabilitação dos portos. Mas tudo vai valer a pena. Carga diversa pode sair das estradas e o transporte de hidrocarbonetos será, sem dúvida, uma importante fonte de renda. Belizário Cumbe (texto)

M

oçambique quer viabilizar o mar, a estrada nacional número zero, como ficou conhecido no consulado de Armando Guebuza. Trata-se de uma alternativa viável para o transporte de cargas a longas distâncias uma

50

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

vez que contribui significativamente para a redução dos custos bem como para a competitividade dos produtos no mercado, nacional e internacional. A própria Estratégia do Desenvolvimento Integrado do Sistema de Transportes refere que para a movimentação de carga para distân-

cias superiores a 500 quilómetros, recomenda-se o uso do transporte marítimo. Em outras palavras, um camião que sai de Maputo, com carga, não devia passar de Massinga, em Inhambane. Mas quais são os passos que o país precisa dar para viabilizar a cabo-


tagem? Qual é a actual situação? Quais são os constrangimentos? Que modelo a adoptar? Tudo isto será respondido nas linhas que se seguem.

Um sector encalhado Depois da guerra civil, que durou 16 anos, a cabotagem marítima em Moçambique, que chegou a transportar 220 mil toneladas métricas por ano entrou em hibernação. Os homens de negócios compraram camiões e a carga saiu do mar para as estradas. A Navique, uma empresa estatal, que detinha então o monopólio, chegou a ter uma frota de 21 navios próprios e fretados. Mas com o fim do conflito armado, o número de embarcações começou a diminuir, por abate, e sem reposição, como consequência directa da diminuição acentuada de carga nos portos. No ano 2000, Moçambi-

que passou a não dispor de navios próprios. Hoje, estão licenciadas em Moçambique 37 empresas para o transporte marítimo de cabotagem, das quais apenas quatro (RhenusTora, CMA CGM, MSC e Deballa Shipping) operam regularmente. Destas empresas, duas são moçambicanas e operam com navios fretados. As outras duas são estrangeiras e actuam com navios próprios. Há, porém, que destacar que estas empresas são autênticas suicidas, uma vez que operam num mar de constrangimentos, a começar num excesso de burocracia, ao longo do processo de transbordo de carga, e a acabar na ausência de procedimentos uniformes e padronizados. Os navios disponíveis não são adequados, o que resulta na cobrança de preços proibitivos, retirando desta forma uma das principais vantagens da cabotagem que são os preços competitivos. Os bancos comerciais não dão financiamento para a aquisição de navios. Os serviços de estaleiros navais não são suficientes e a legislação existente é extemporânea e dispersa.

Qual o caminho a seguir? Para a revitalização marítima em Moçambique, o Ministério dos Transportes e Comunicações (MCT) propõe sete pilares. Destaque vai para a necessidade da criação da Autoridade Portuária e revisão da legislação geral e específica; Estabelecimento de Incentivos Aduaneiros; Simplificação de procedimentos Aduaneiros; Desenvolvimento do Capital Humano e Reabilitação e Melhoria de Infra-estruturas dos Portos Secundários e Terciários. Neste último pilar, é importante acrescentar que entre as infra-estruturas que devem ser intervencio-

nadas constam os portos de Inhambane, Vilanculos, Chinde, Macuse, Pebane, Moma, Angoche e Mocímboa da Praia. No que diz respeito ao modelo da empresa que irá desenvolver a cabotagem nacional, existem duas alternativas. A primeira é a constituição de uma sociedade anónima onde o Estado estará representado pelo Instituto de Gestão das Participações do Estado (IGEPE), e, igualmente, farão parte a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH), Caminhos de Ferro de Moçambique (CFM), Portos de Cabo Delgado e o sector privado através da Bolsa de Valores de Moçambique. Esta empresa passa a ter exclusividade na espinha dorsal: Maputo, Beira, Quelimane, Nacala e Pemba e na quota atribuída no transporte de hidrocarbonetos para o mercado interno e externo. A segunda alternativa é a liberalização do mercado de cabotagem marítima em toda a costa para companhias que alvoram a bandeira nacional, cabendo ao Estado moçambicano a função de facilitador e regulador do sector. Ou ainda a reestruturação da Transmarítima, capitalizando-a com a entrada de novos accionistas, os mesmos do modelo acima descrito.

Barata e amiga do ambiente Entre as vantagens da cabotagem está a redução do custo final da carga, visto que quem recorre a este meio não tem tantos gastos como quem usa as rodovias. A cabotagem também apresenta vantagens ecológicas quando comparada com o transporte rodoviário. Afinal de contas, a quantidade de gases tóxicos lançados na atmosfera pelos camiões é bem superior à emitida pelos navios.c

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

51


BACKGROUND THEME

Coasting, the viable alternative Revitalization of coasting in Mozambique will be a long and expensive process. Besides the discussions related to adequate legislation, there will be other meetings to define the model of the National Flag Company. Meanwhile, it is necessary to think about sources of funding to renovate the ports. But all will be worth it. Various cargo can be exited from by road and hydrocarbon transport will be, without a doubt, an important source of revenue. Belizário Cumbe (text)

M

ozambique wants to enable the sea, National route number zero, as Armando Guebuza’s consulate was known. It is a viable alternative for long distance cargo transport since it contributes significantly to cost reduction as well as competitiveness of products in the national and

52

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

international market. The Strategy of Integrated Development of Transport System itself refers that for movement of cargo to distances above 500 kilometers, use of maritime transport is recommended. In other words, a truck that leaves Maputo, with cargo, should not go through Massinga in Inhambane. But what are the steps that the coun-

try needs to take to enable coasting? What is the current situation? What are the constraints? Which model to adopt? All this will be answered in the lines that follow.

A stranded sector After the civil war, which lasted for 16 years, maritime coasting in


Mozambique, which transported 220 thousand metric tons per year went into hibernation. Businessman purchased trucks and cargo left the sea to the roads. Navique, a state company, which detained the monopoly, had a fleet of 21 own ships and rented. But with the end of the armed conflict, the number of vessels diminished, by scrapping, and without replacement, as a direct consequence of accentuated reduction of cargo at the ports. In the year 2000, Mozambique did not have any own ships. Today, 37 companies are licensed in Mozambique for coasting maritime transport, out of which only four (RhenusTora, CMA CGM, MSC and Deballa Shipping) operate regularly. Out of these companies, two are Mozambican and operate with rented ships. The other two are foreign and operate with their own vessels. However, it is important to highlight that these companies are suicidal, since they operate in a sea of constraints, starting from an excess of bureaucracy, during the cargo overflow process, and ending with the lack of uniform and standardized procedures. Available ships are not adequate, which results in the charge of forbidding prices, stripping in this manner one of the main advantages of coasting which are competitive prices. Commercial banks do not give funding for acquisition of vessels. Shipyard services are not enough and existing legislation is untimely and disperse.

What is the way forward? For maritime revitalization in Mozambique the Ministry of Transport and Communication (MCT) proposes seven pillars. The highlight goes to the need to cre-

ate the Port Authority and review of the general and specific legislation; Establishment of Custom Incentives; Simplification of Custom procedures; development of human capital and Rehabilitation and Improvement of Infra-structures. In this last pillar, it is important to add that amongst the infrastructures that should be created are the ports of Inhambane, Vilanculos, Chinde, Macuse, Pebane, Moma, Angoche and Mocímboa da Praia. With regards to the model that the company will develop to national coasting, there are two alternatives. The first is the constitution of a public limited company where the State will be represented by the Institute for Management of State Shares (IGEPE), and, will also be a part of it, the Hydrocarbon National Company (ENH), Mozambican railway (CFM), Cabo Delgado Ports and the private sector through the Mozambican Stock Exchange. This company will now have exclusivity in the backbone: Maputo, Beira, Quelimane, Nacala and Pemba and in

the share attributed in the transport of hydrocarbons to the internal and external market. The second alternative is the liberalization of the maritime coasting market in the whole coast for companies which dawn the national flag, and it is up to the Mozambican State to facilitate and be the regulator of the sector. Or still restructuring of Transmarítima, capitalizing it with entrance of new shareholders, the same as the model described above.

Cockroach is a friend of the environment Amongst the advantages of coasting is the reduction of the final cost of cargo, since those who use this method do not have so many expenses like those who use roads. Costing also has ecological advantages when compared to road transport. After all, the quantity of toxic gas in the atmosphere by trucks is way higher than that issued by ships.c

PUBLICIDADE

SERVIÇOS ESPECIALIZADOS DE TRADUÇÃO PARA AS ÁREAS JURÍDICA, ECONÓMICOFINANCEIRA E CIENTÍFICO-TÉCNICA. SOMOS UMA EMPRESA CONSTITUÍDA POR ADVOGADOS-LINGUISTAS, ECONOMISTAS-LINGUISTAS E ENGENHEIROS-LINGUISTAS, CADA UM TRABALHANDO NA SUA ÁREA DE ESPECIALIDADE. OFERECEMOS CONHECIMENTO ESPECIALIZADO PARA O TRATAMENTO DA INFORMAÇÃO. TRANSLATOR LEGAL AND FINANCIAL MOÇAMBIQUE, LDA. AVENIDA ROMÃO F. FARINHA, N.º 376, 1.º ANDAR, MAPUTO José santos, TLM: (+258) 84577440 / (+258) 827108234 / Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016 53 (+258) 829093037 Eamil: TRANSLATOR.moçambique@ TRANSLATOR.es Eamil: business@ TRANSLATOR.es


PUBLIREPORTAGEM

FDA forma operadores de máquinas agrícolas e gestores dos centros de serviços agrários O programa de formação de gestores e operadores de máquinas está a ser coordenado pelo Fundo de Desenvolvimento Agrário (FDA) e implementado pela empresa de consultoria em agronegócio 4IGreen e pelo representante do fabricante do equipamento em Moçambique, a Sotema.

A

s formações realizam-se ao abrigo do Programa Nacional de Mecanização Agrária e visam dotar os operadores de máquinas e gestores dos Centros de Serviços

54

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

Agrários de conhecimentos sobre os modelos conceituais de gestão de parques de máquinas, maneio cultural e técnicas de manutenção e operação de máquinas agrícolas.


As formações beneficiaram os operadores e gestores de todas as províncias do país e foram realizadas em Mafuiane-Província de Maputo, Chókwè-Província de Gaza, Buzi-Província de Sofala, Malema-Província de Nampula e Bandeze-Província de Niassa. Conforme Alfredo Simango, operador de máquinas de Boane, Província de Maputo, “o treinamento foi bom porque aprendemos a fazer a manutenção do tractor, regular os implementos conforme os tipos de solo e as culturas em campo assim como aprendemos a utilizar alfaias que não conhecíamos como semeadores, subsoladores e espalhadores de adubo”. Por sua vez, o gestor do Centro

de Serviços Agrários de Buzi, Província de Sofala, José Massoura, afirma que “agora temos as condições para gerir um parque de máquinas de forma sustentável, dado que aprendemos a calcular os custos e estabelecer os preços do serviço, controlar o fluxo de caixa, como também podemos ajudar os agricultores com o maneio das culturas para alcançar maiores níveis de produtividade”. Para o Presidente do Conselho de Administração do FDA, Eusébio Tumuitikile, o programa de formação visa garantir o tempo de vida útil do tractor e maximizar os rendimentos dos agricultores e a rentabilidade dos Centros de Serviços Agrários. “Estamos a criar condições para mecanizar quase todos os processos de produção agrícola, desde a lavoura, correcção dos solos, adubação, sementeira, pulverização e colheita. Acreditamos que os Centros de Serviços Agrários podem contribuir para acabar com os deficits nas culturas alimentares e ainda exportar os excedentes para arrecadar divisas para o país”, acrescentou o PCA do FDA. Desde o início do ano, o FDA formou, a nível nacional, 156 operadores de máquinas agrícolas e 69 gestores dos Centros de Serviços Agrários. Até Julho corrente foi alocado mais de 70% dos 513 tractores do programa e instalados 69 Centros de Serviços Agrários, sendo 39 privados e 30 geridos por instituições públicas, como centros penitenciários, instituições de ensino superior, centros de pesquisa agrária e regadios geridos pelo Estado. Os Centros de Serviços Agrários são unidades de agronegócio criadas pelo Ministério da Agricultura

e Segurança Alimentar (MASA) com o objectivo de facilitar o acesso aos insumos agrários, serviços de preparação de solos, sementeira, irrigação e colheita. Pretende-se que estas unidades sejam o suporte da cadeia de valor agrária, agregando os serviços de assistência técnica aos agricultores, processamento, conservação, transporte e comercialização de produtos agrários. Estas unidades estão equipadas com 513 tractores de potência 80 HP, tracção nas quatro rodas, menor giro de raio da categoria, economia de combustíveis entre 5 a 6 litros\hora, equipamento de limpeza, nivelamento da terra, sementeira e colheita. Na ocasião, alguns formandos mostraram-se satisfeitos, no qual referem que as formações têm um impacto muito grande e acreditam que as mesmas possam melhorar e aumentar a produção e a produtividade. ̋Começamos com aulas teóricas em Marracuene e, neste momento, estamos a por em prática o que aprendemos aqui em Mafuiane, como conduzir o tractor e lubrificá-lo. A nossa formação levou mais de uma semana. Gostamos do que aprendemos porque habilitou-nos a conduzir ̋, disse Alfredo Simango operador formado. Igualmente Jordão Mateus acrescentou que ̋aprendemos como usar o tractor antes e depois da lavoura, onde temos que ver se o tractor tem água, nível de óleo recomendado, esvaziamento de óleo se for o caso. Aprendemos como colocar o adubo na máquina e o estrume e, ao fazer isso, temos que ter o cuidado para não compactar o solo.

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

55


PUBLIREPORT

FDA trains operators of agricultural machines and managers of agrarian service centers The program of training of managers and machine operators is being coordinated by the Agrarian Development Fund (FDA) and implemented by the consulting company in agribusiness 4IGreen and by the representative of the manufacturer of the equipment in Mozambique, Sotema.

T 56

rainings are being carried out in light of the National Program of Agrarian Mechanization and aim at equipping machine operators and managers of Agrarian Services

SETEMBRO 2016 ¡ Capital Magazine Ed.99

Centers with knowledge about conceptual models of management of machine parks, cultural handling and maintenance techniques and operation of agricultural machines. Trainings benefitted operators and

managers from all provinces of the country and were held in MafuianeMaputo Province, Chókwè- Gaza Province, Buzi- Sofala Province, Malema- Nampula Province and Bandeze-Niassa Province.


According to Alfredo Simango, Boane machine operator, Maputo Province, “training was good because we learnt how service the tractor, regulate implements according to the type of soil and cultures on the field, and we also learnt how to use implements we did not know of such as sowers, subsoilers and fertilizer spreader”. On its turn, the manager of Buzi Agrarian Services Center, Sofala Province, José Massoura, states that “now we have the conditions to manage a park of machines in a sustainable manner, since we have learnt to calculate costs and establish service prices, control cash flow, and also we can assist farmers with handling of crops to attaining greater levels of productivity”. For FDA’s Board Chairman, Eusébio Tumuitikile, the training program aims to ensure the lifetime of the tractor and maximize farmers’ income and profitability of the Agrarian Services Centers. “We are creating conditions to mechanize almost all processes of agricultural production, from farming, soil correction, fertilization, spraying and harvest. We believe that Agrarian Services Centers may contribute to end with deficits in food crops and also export surplus to obtain currency for the country”, added the CEO of FDA. Since the beginning of the year, FDA has trained, at national level, 156 agricultural machine operators and 69 managers of the Agrarian Service Centers. Until July of this year more than 70% of the 513 tractors of the program were allocated and 69 Agrarian Service Centers were installed, being 39 private and 30 managed by public institutions, such as Penitentiary Centers, High Education Institutions, Agrarian Research Centers and Irrigation managed by the State. Agrarian Service Centers are agribu-

siness units created by the Ministry of Agriculture and Food Security (MASA) with the objective of facilitating access to agrarian feedstock, soil preparation services, sowing, irrigation and harvest. It is intended that these units be the support of the agrarian value chain, aggregating services of technical assistance to farmers, processing, conservation, transport and commercialization of agrarian products. These units are equipped with 513 tractor of 513 80 HP of potency, four wheel drive, less turning radius in the class, fuel economy between 5 to 6 litres/hour, cleaning equipment, land levelling, sowing and harvest. At the occasion, some trainees showed excitement, and mentioned that trainings have a very big impact

and they believe that it may improve and increase production and productivity. ̋We began with theoretical lessons in Marracuene and, at the moment, we are practicing what we have learnt here in Mafuiane, how to drive and lubricate a tractor. Our training lasted more than a week. We are happy with what we have learnt because it has enabled us to drive” , said Alfredo Simango trained operator. Similarly Jordão Mateus added that we have learnt how to use a tractor before and after farming, where we have to see if the tractor has water, level of oil recommended, and oil drainage if that is the case. We learnt how to put fertilizers in the machine and manure and when doing this we have to be careful not to compact the soil.

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

57


A D O T R R E A C N U G O CO Z D N A O S T H I H L C E O RT A V E O B B O M R À A I S L O Á C AR ROS D JOSÉ

M E A O M O I I R A I N N F H Ó Ó A O T T S M N N A I A O J A O M N D I C L A N I I I A H J O S C D M N Z S DILO A VIEGA TOMA BO L U M R I I A A Z I B V I A H N EL C W A L E & E A Y RI U L N B L Q I A A U U G W R A NG I P A M S G I O N R D I E A A X L M C A B IO GE A C A N N N A Ê E U T Z O R C A HO A T N A A R JO SÉ BA O B M JO UIA M O L PAU

CENTRO CULTURAL UNIVERSITÁRIO PRODUÇÃO

58

PATROCÍNIO:

PARCEIRO INSTITUCIONAL:

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE MINISTÉRIO DA CULTURA E TURISMO

P ov o

o Uni d o e Sob e ra n

Conselho Municipal de Maputo

APOIO:

PARCEIROS DE MEDIA:

23

SETEMBRO | 2016

20H:00 AVENDA NO LOCAL


MERCADO

Mulheres em desvantagem no mundo do trabalho Segundo o Relatório do Desenvolvimento Humano 2015, subordinado ao tema ‘O trabalho como motor do desenvolvimento humano’, persistem as clivagens entre homens e mulheres no mercado do trabalho. Nos dois mundos— do trabalho remunerado e trabalho de prestação de cuidados não remunerado — continuam a existir desequilíbrios pronunciados no domínio do género, vigorando os valores locais, tradições sociais e os papéis históricos associados ao género.

O

trabalho de prestação de cuidados inclui o trabalho doméstico, como por exemplo a preparação das refeições para a família, a limpeza da casa, a recolha de água e

combustível, bem como a prestação de cuidados a crianças, idosos e membros da família que estão doentes, seja a curto como a longo prazo. Na maior parte dos países, em todas as regiões, as mulheres trabalham mais

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

59


do que os homens. Estima-se que as mulheres respondem por 52 por cento do trabalho global e os homens por 48 por cento. Porém, ainda que as mulheres tenham a seu cargo mais de metade do trabalho, a verdade é que estão em desvantagem nas duas esferas do trabalho: trabalho remunerado e não remunerado. Em 2015, a taxa global de participação na força de trabalho era de 50 por cento para as mulheres e de 77 por cento para os homens. À escala mundial, no mesmo ano, 72 por cento dos homens em idade activa (com idade igual ou superior a 15 anos) estavam empregados, em comparação com apenas 47 por cento das mulheres. A contribuição das mulheres para a força de trabalho e taxas de emprego é fortemente afectada por questões económicas, sociais e culturais e pela repartição dos cuidados a prestar no agregado familiar. Dos 59 por cento do trabalho remunerado, principalmente fora de casa, a parte relativa aos homens é praticamente o dobro da das mulheres, a saber, 38 por cento versus 21 por cento. A situação inverte-se relativamente ao trabalho não remunerado, principalmente dentro do agregado

60

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

familiar, abrangendo uma série de responsabilidades relacionadas com os cuidados: dos 41 por cento do trabalho não remunerado, as mulheres respondem por três vezes mais do que os homens, a saber 31 por cento versus 10 por cento. Esta é a fonte do desequilíbrio: os homens dominam o mundo do trabalho remunerado e as mulheres o do trabalho não remunerado. O trabalho não remunerado no lar é indispensável para o funcionamento da sociedade e do bem-estar humano. Contudo, quando recai principalmente sobre as mulheres, limita as suas escolhas e oportunidades face a outras atividades que poderiam ser mais gratificantes. Outro detalhe é que as mulheres, mesmo quando realizam um trabalho remunerado, enfrentam inúmeras desvantagens e a discriminação. O caso das posições de topo é paradigmático. As mulheres estão sub-representadas em cargos de topo a nível global: ocupam apenas 22 por cento dos cargos de liderança, e 32 por cento das empresas não têm administradores do sexo feminino, com algumas variações a nível regional. A segregação profissional tem prevalecido ao longo do tempo e é transversal aos vários níveis

de prosperidade económica. Tanto nos países desenvolvidos como nos em desenvolvimento, os homens estão sobre-representados no artesanato, no comércio, em trabalhos relacionados com instalações e máquinas e em cargos de gestão e legislativos; e as mulheres em profissões que exigem competências médias, como escriturários, prestadores de serviços, e promotores de vendas ou funcionários de lojas. As mulheres, mesmo quando executam um trabalho semelhante, podem ganhar menos, sendo que, na generalidade, as diferenças salariais mais acentuadas verificam-se no caso dos profissionais mais bem remunerados. A nível mundial, as mulheres ganham 24 por cento menos do que os homens. Na América Latina, os gestores de topo do sexo feminino ganham, em média, apenas 53 por cento dos salários pagos a gestores de topo do sexo masculino. Na maioria das regiões, a probabilidade de as mulheres terem um “emprego vulnerável” é superior, o que se traduz por trabalharem por conta própria ou para outrém em contextos informais, sendo a remuneração inconstante e as protecções e segurança social mínimas ou inexistentes.c


MARKET

Women in disadvantage in the job market According to the Human Development Report 2015, entitled ‘Work as the human development engine ’, the cleavages between men and women still persist in the job market. In the two worlds – paid work and unpaid care work – considerable unbalances still exist in the domain of gender, prevailing local values, social tradition and historical roles associated to gender.

C

are taking work includes domestic work, such as preparation of meals for the family, house cleaning, collection of water and fuel, as well as caring for children, the elder and

family members who are sick, be short or long term. In most countries, in all regions, women work more than men. It is estimated that women respond for 52 per cent of global work while men respond to 48 per cent.

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

61


However, there are places where women have upon them more than half of the work, the truth is they are in a position of disadvantage in both work spheres: paid and unpaid work. In 2015, the global rate of participation in the work force was 50 per cent for women and 77 per cent for men. At a global scale, in the same year, 72 per cent of men in active age (aged 15 or more) were employed, in comparison to 47 per cent of women. The contribution of women to the work force and employment rates is strongly affected by economic, social and cultural issues and by the distribution of care to be rendered in the household. Of the 59 per cent of paid work, mainly outside of the household, the part regarding men is practically double that of women, that is, 38 per cent versus 21 per cent. The situation is inverted with regards to unpaid work, mainly within the household, comprising a series of responsibilities related to care: of the 41 per cent of unpaid work, women respond to three

62

SETEMBRO 2016 ¡ Capital Magazine Ed.99

times more than men, namely 31 per cent versus 10 per cent. This is the source of unbalance: man dominate the paid job world and women dominate the unpaid job world. Unpaid work in the household is indispensable for the good functioning of society and human well-being. However, when it falls mainly on women, it limits their choices and opportunities before other activities that could be more rewarding. Another detail is that women, even when they carry out paid work, still face many disadvantages and discrimination. The case of top positions is paradigmatic. Women are underrepresented in top position jobs at global level: they occupy only 22 per cent of leadership roles, and 32 per cent of companies do not have female CEOs, with some variations at regional level. Professional segregation has been prevailing throughout time and is transversal to various levels of economic prosperity. Both in developed countries as well

as in developing countries, men are overrepresented in crafts, in trade, in work related to the installation and machines and in management and legislative positions; and women in professions that demand average competencies, such as clerks, service providers, sales executives or shop employees. Women, even when performing similar work, may earn less, and, in general, greater differences in wages are verified in the case of better compensated professionals. At global level, women earn 24 per cent less than men. In Latin America, female top managers earn in average, only 53 per cent of salaries paid to male top managers. In most regions, the likelihood of women having a “vulnerable job� is higher, which is translated into self-employment or for somebody else in informal contexts, and the compensation is inconstant and minimal or inexistent protections and social security.c


Capital Magazine Ed.99 ¡ SETEMBRO 2016

comercial@miramar.co.mz

/tvmiramar.mz

www.miramar.co.mz

@MiramarTv

63


MERCADO

Cartel do petróleo quer reduzir produção A OPEP (Organização dos Países Produtores e Exportadores do Petróleo) falhou o objectivo de reduzir os níveis de produção, em Abril. Este mês, na Argélia, o cartel espera chegar a acordo, mudando o sentido dos votos do Irão e da Arábia Saudita, que vetam a iniciativa há cinco meses. O objectivo deste esforço é garantir a recuperação dos preços do petróleo na segunda metade do ano. Belizário Cumbe (texto)

dente da OPEP podem ser entendidas como um alerta que o cartel poderá tomar medidas se a cotação do petróleo não estabilizar em níveis superiores. Se a OPEP se reunir (está previsto um encontro este mês, de 26 a 28 de Setembro na Argélia) para anunciar algo ao mercado, terá que ser uma proposta semelhante à que foi recusada em Julho, que passe por congelar a produção, segundo considera um analista da Bloomberg.

P

ara a OPEP, a queda recente dos preços do petróleo foi apenas “temporária” e as cotações vão recuperar na parte final do ano. Segundo Mohammed Al Sada, ministro da Energia do Qatar, que assume actualmente a presidência da OPEP, a expectativa de uma procura mais elevada de crude no terceiro e quarto trimestres de 2016, conjugada com uma descida da oferta, está a levar os analistas a concluir que o actual bear market é apenas temporário e o preço do petróleo vai subir na parte final de 2016. Em meados de Julho, o petróleo registou fortes quedas, cerca de 20%,

64

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

colocando um ponto final na recuperação que levou a matéria-prima quase a duplicar de valor, desde os mínimos que tinha fixado em Fevereiro. Esta tendência negativa nas cotações renovou a pressão sobre os países mais dependentes da exportação de petróleo, que têm registado uma forte deterioração das suas contas públicas devido à queda nas receitas. Al Sada diz que os preços do petróleo têm registado uma melhoria sustentada desde o início do ano, devido à “quebra da produção, cortes nos fornecimentos e redução das reservas, enquanto a procura global melhorou nesse período”. Para a Bloomberg, as palavras do presi-

Agenda do meeting da Argélia Um dos principais pontos da agenda do encontro informal da OPEP, que terá lugar este mês na Argélia, é a definição das metas de produção, de acordo com o Wall Street Journal. Actualmente, a OPEP conta com um limite de produção mensal de 30 milhões de barris. Por diversas vezes ao longo do tempo, foi tentada uma redução da produção e oferta como forma de atingir uma subida de preços nos mercados internacionais. Porém, um acordo nesse sentido depende da aprovação de todos os membros da organização. Na última reunião de Abril, esta hipótese foi vetada pelo Irão e pela Arábia Saudita.c


MARKET

Petroleum Cartel wants to reduce production OPEC (Organization of Petroleum Exporting Countries) failed the objective to reduce the levels of production, in April. This month, in Algeria, the cartel expects to reach an agreement, changing the direction of the votes of Iran and Saudi Arabia, who vetted the initiative five months ago. The objective of this effort is to ensure recovery of oil prices in the second half of the year.

F

Belizário Cumbe (text)

or OPEC, the recent fall of the oil price was only “temporary” and prices will recover towards the end of the year. According to Mohammed Al Sada, Qatar’s Miniter of Energy, who currently heads the presidency of OPEC, the expectation of a higher demand for crude in the third and fourth quarters of 2016, together with a drop in supply, is making analysts conclude that the current ‘bear market’ is only temporary and that the price of oil will go up at the end of 2016. In mid-July, oil registered strong drops, about 20%, placing an end point in recovery which made the raw material almost double its value, since the minimums it had fixed in February. This negative tendency in prices renewed the pressure over the coun-

tries which depended more on the export of oil, which have been showing strong deterioration of its public accounts due to the drop in revenue. Al Sada says that oil prices have been registering sustainable improvement ever since the beginning of the year, due to “loss of production, cuts in supplies and reduction of reserves, while global demand improved in the period”. For Bloomberg, the words of OPEC’s president may be understood as an alert that the cartel may take measures if the price of oil does not stabilize in higher levels. If OPEC meets (a meeting is scheduled for this month, from 26 to 28 September in Algeria) to make an announcement to the market, it will have to be a proposal similar to that which was refused in July, which passes by freezing produc-

tion, according to an analyst from Bloomberg.

Argelia’s meeting Agenda One of the main points of the agenda of OPEC’s informal meeting, which will be held this month in Algeria, is the definition of production targets, according to the Wall Street Journal. Currently, OPEC has a monthly production limit of 30 million barrels. Countless times during this period, a reduction in production and demand was attempted as a way of attaining a price increase in international markets. However, an agreement in this sense depends on the approval of all members of the organization. In the last meeting in April, this hypothesis was vetted by Iran and Saudi Arabia.c

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

65


Empreender

N ós temos de nos reinventar Um empreendedor não tem limites. Acredita sempre que pode alcançar as suas metas. Em tempos de crise, um empreendedor não teme perder dinheiro, mas aguça a sua vontade de ganhar. Este é o pensamento de Dércio Parker, fundador e director da empresa Marcas e Companhias Internacional (MCI). Uma empresa jovem, voltada para a criação, gestão e representação de marcas. Belizário Cumbe (texto)

D

urante aproximadamente década e meia, Dércio Parker vestiu a pele de agente de viagens, na Aquarium Tours. Foi lá onde se aperfeiçoou como gestor e se inventou como jovem empreendedor. Em conversa com a nossa revista, Parker conta que o seu envolvimento com o mercado corporativo levou-o a desvendar uma oportunidade de

66

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

negócios. Segundo o gestor, muitos executivos que visitavam o país faziam-no com necessidades específicas e depois regressavam logo aos seus países de origem. Deste modo, perdiam muito tempo com as viagens e tinham alguma dificuldade em cuidar dos seus negócios (implantados em Moçambique) à distância. Para lhes poupar tempo e trabalho,

Dércio Parker decidiu, em Outubro de 2014, criar a MCI - Marcas e Companhias Internacional Lda. Como forma de acolher empresas e marcas. Em Novembro do mesmo ano, o responsável passou a contar com mais dois sócios e a MCI começou a operar organizando eventos corporativos. Daí, a empresa decolou. Hoje, a MCI, que conta com 10 trabalhadores (dos quais seis são permanentes e quatro


ENTERPRISE

são eventuais) trabalha com 25 empresas, das quais mais de metade são moçambicanas. A título de exemplo, a empresa tem clientes em Espanha, que não têm escritórios em Moçambique, mas que participam em concursos públicos por via da representação da MCI.

mesmos a preços competitivos. Mas é importante destacar que para além de gerir, a MCI cria empresas sempre que é solicitada. Parte importante das pessoas que procuram a companhia para este segmento de serviços, são também elas empreendedores.

Qual é o core business da MCI?

Uma empresa transversal

Para além de representar marcas, a MCI cuida delas. Ou seja, tira das mãos dos proprietários toda a carga operacional. Tramita documentos, paga impostos, salários, cuida da imagem e de sectores como os recursos humanos. A MCI investiu em sistemas de contabilidade e informáticos, que são insuportáveis para as pequenas e médias empresas, e permite que os seus clientes tenham acesso aos

A MCI não tem um sector específico de actuação. Dércio Parker revela que a companhia está aberta a todo o tipo de clientes. Porém, se o cliente tiver uma dimensão fora das capacidades da MCI recorrem a parceiros. “Estamos cientes que não podemos abraçar tudo sozinhos, acrescentou o empresário. Esta transversalidade ajuda a equilibrar as contas da empresa. Parker conta que, no ano passado,

a MCI chegou a criar três empresas por mês. Este ano, porém, o número reduziu para uma ou duas. Mesmo assim, entre Janeiro e Março a companhia cresceu 300%, isto explica-se pelo facto das outras áreas terem registado um desempenho robusto.

Estratégia em tempos de crise Dércio Parker diz que a empresa quer continuar a crescer, uma vez que a cria não deve servir de obstáculo. Nós temos que nos reinventar. É para isso que servem os momentos de crise, este não é o momento para desistir. A MCI é uma marca moçambicana com um espirito moçambicano, por isso queremos atingir o panorama internacional como o fizeram as multinacionais Deloitte e Ernest & Young, que prestam os mesmos serviços”.c

We have to reinvent ourselves An entrepreneur has no boundaries. He/she always believes that he/she can reach his/her goals. In times of crisis, an entrepreneur does not fear to lose money, but sharpens his/her desire to win. This is the thought of Dércio Parker, founder and director of the company Marcas e Companhias Internacional (MCI). A young company, dedicated to the creation, management and representation of brands. Belizário Cumbe (text)

F

or almost a decade and a half, Dércio Parker has played the role of a travel agent, at Aquarium Tours. It was there where he mastered the art of manager and invented

himself as a young entrepreneur. In a conversation with our magazine, Parker reveals that his involvement with the corporate market lead him to discover a business opportunity. According to the manager, many ex-

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

67


Empreender

small and medium enterprises, and allows its clients to have access to the same competitive prices. But it is important to highlight that besides managing, MCI creates companies whenever it is requested to do so. A good number of people who look for the company for this segment of services, are also entrepreneurs themselves.

A crossover company

ecutives who visited the country did it with specific needs and returned right away to their countries of origin. In this manner, they used to waste a lot of time with the trip and had some difficulties in taking care of their businesses (implanted in Mozambique) from a distance. In order to save them time and work, Dércio Parker decided, in October 2014, to create MCI - Marcas e Companhias Internacional Lda. As a way of welcoming companies and brands. In November of the same year, the director had two more partners and MCI began operating organizing corporate events. From then on the company took off. Today, MCI which has 10 employees (out of which six permanent and four temporary) works with 25 compa-

68

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

nies, out of which more than half are Mozambican. As an example, the company has clients in Spain, who do not have offices in Mozambique, but which participate in public bids through representation of MCI.

What is MCI’s core business? Besides representing the brands, MCI takes care of them. That is, it takes from the hands of the owners all the operational burden. It processes documents, pays taxes, salaries, takes care of the image and of sectors such as human resources. MCI has invested in accounting and IT systems, which are unbearable for

MCI does not have a specific sector of action. Dércio Parker reveals that the company is open to all types of clients. However, if the client has a dimension beyond MCI’s capacities they resort to partners. “We are conscious that we cannot embrace everything on our own”, added the businessman. This crossover helps balance the company’s accounts. Parker, reveals that in the past, MCI used to create three companies per month. This year, however, the number reduced to one or two. Still, between January and March the company grew 300%, this is explained by the fact that other areas registered robust performance.

Strategy in times of crisis Dércio Parker says that the company wants to continue to grow, since it creates it must not serve as an obstacle. “We have to reinvent ourselves. That is what moments of crisis are for, this is not the moment to quit. MCI is a Mozambican brand with a Mozambican spirit, that is why we want to reach the international landscape as did the multinationals Deloitte and Ernest & Young, which provide the same services”.c


COACHING Cristina Azinhal, Executive & Business Coach PD Moz – Parcerias em Desenvolvimento

Eu escolho ser Líder Após de quase uma década a liderar e a acompanhar líderes, concluí, com a certeza que me é possível ter, que somos nós que escolhemos que tipo de líderes queremos ser e que a perfeição não reside no facto de conhecer e enumerar um rol de técnicas de liderança e de gurus da área da liderança, ou de citar um sem fim de ferramentas de renome no mercado, que mostram o quão actualizados estamos.

O

tipo de líderes que queremos ser, vem de dentro de nós, vem da nossa capacidade de nos adaptarmos aos outros, conseguindo o efeito do alinhamento e a partilha do caminho, do como vamos chegar. É saber-ser, é carácter, é quem somos. Quando escrevo, tenho em mente um leitor que gere um projecto, uma empresa, e uma equipa. A dimensão da realidade, se a empresa é PME ou se a equipa tem 5 ou 50 pessoas, não condiciona o nosso carácter. O que condiciona o nosso carácter somos nós mesmos. Para a dimensão, precisamos daquele tipo de conhecimento técnico que nos torna a referência no sector, ou seja, precisamos o chamado saber-fazer (gestão, economia, modelos, análises, estratégia, inovação, etc). Para a liderança é o saber-ser que importa, é a dose certa de humildade e a vontade que faz um líder. O nosso meio condiciona-nos na medida em que o deixamos que nos molde. Eu compreendo a facilidade de responsabilizar tudo o que está à minha volta e não querer nem pensar na minha parte de responsabilidade. É muito mais fácil e até parece que os outros acreditam e ainda nos apoiam quando assumimos uma atitude derrotista e de irresponsáveis. É melhor amigo aquele que nos ajuda a sair da situação, pensando connosco em alternativas, do que aquele que se

senta a chorar e a mal-dizer o mundo ao nosso lado. Tarefa: Lembre-se de que os mesmos factores que nos impulsionam a melhorar, por vezes, são os que travam o nosso desenvolvimento. O nosso passado, as nossas experiências, as nossas percepções, tudo condiciona o nosso comportamento.

No que é que acredito? Que tipo de líder eu sou? Descrevam-se e sejam sinceros, só assim poderemos melhorar. Sugestão: Deixe-se ser. O melhor está dentro de si. Desafio quem quiser a enviar-me um e-mail sobre o seu processo de reflexão, terei todo o gosto em facilitar os primeiros passos.c

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

69


COACHING Cristina Azinhal, Executive & Business Coach PD Moz – Partnerships in Development

I choose to be a Leader Almost one decade leading and accompanying leaders, i have concluded, with the certainty that i am allowed to have, that we are the ones who choose what type of leader we want to be and that perfection does not reside in the fact of knowing and being able to number leadership techniques and gurus in the area of leadership, or of citing without end famous tools in the market, which show how up to date we are.

T

he type of leaders we want to be, comes from within us, from our capacity to adapt to one another, mastering the effect of alignment and sharing of the path, of how we will get there. It is knowing how to be, it is character, it is who we are. When i write, i have in mind a reader that manages a project, a company, a team. The dimension of reality, if the company is an SME or if the team has 5 or 50 people, does not condition our character. We are the ones who condition our character. For dimension, we need that type of technical knowledge which makes us the reference in the sector, that

70

SETEMBRO 2016 ¡ Capital Magazine Ed.99

is, we need what is called know-how (management, economics, models, analysis, strategy, innovation, etc). For leadership it is knowing how to be that matters, it is the right dose of humility and willingness that makes a leader. Our environment conditions us in the sense that we allow it to shape us. I understand how easy it is to blame my surroundings and not be willing to think about my part in accountability. It is easier and it even seems that others believe and even support us when we take upon an attitude of defeat and lack of responsibility. Is it a better friend he who helps us get rid of the problem by thinking with

us about alternatives, than he who seats and cries and bad mouths the world besides us. Task: Remember that the same factors that make us want to improve, sometimes, are the same that stop our development. Our past, our experiences, our perceptions, everything conditions our behavior. What do i believe in? What type of leader am i? Describe yourselves and be honest, this is the only way we can improve. Suggestion: Let yourself be. The best is inside of you. I challenge whoever is willing to send me an e-mail about their reflection process, it will be my pleasure to facilitate the first steps.c


MARKETING

Superbrands mostra o valor das marcas moçambicanas

A

pesar do ano atípico ao nível de crescimento económico vemos que em Moçambique as marcas que continuam a apostar em novas campanhas, afastando qualquer tipo de receio no futuro e afirmando-se com confiança perante os consumidores e as dificuldades da economia mundial. Mas para construir uma marca forte não basta uma boa campanha de comunicação, é necessário criar um conjunto de boas experiências e emoções nos consumidores no contacto com essas marcas. E é ao longo do tempo e na consolidação destas relações que se constrói a confiança com o consumidor e se mostra o real valor da marca. Anualmente, a Superbrands identifica, as marcas de excelência, em mais de 89 países em todo o mundo. Marcas que trabalham a sua relação com o consumidor e que procuram a excelência dessa relação. Essas são as Superbrands – Marcas de Excelência. De acordo com Patrícia Aquarelli, directora da Superbrands Moçambique, “a premiação Superbrands não se limita a uma eleição de logótipos ou nomes de marcas, mas sim a uma avaliação do valor e da confiança de um conjunto de marcas que operam em diversos sectores em Moçambique”.

Vem aí a gala de premiação! Tal como um pouco por todo mundo onde têm decorrido algumas galas de premiação Superbrands, em Moçambique aproxima-se também o momento mais aguardado do ano, no que diz respeito às Marcas e ao Marketing – vem aí a gala de premiação. De acordo com Miguel Proença, director

da Superbrands Moçambique, é crescente o interesse que as marcas demonstram na participação no projecto. “Penso que a grande aceitação da Superbrands em Moçambique é o resultado de um trabalho contínuo e a aposta num conceito que, desde 2010, procura divulgar as marcas de excelência e que os marketeers reconhecem que confere valor, prestígio e reconhecimento à sua marca e ao seu trabalho”. Em Moçambique, a Superbrands não se limita à realização de uma gala anual. Através de inúmeros eventos, redes sociais, meios de comunicação, parcerias estratégicas e do anual Seminário Superbrands, as marcas podem comunicar através da plataforma Superbrands ao longo de todo o ano. Para Patrícia Aquarelli esta é uma oportu-

nidade única das marcas se aproximarem de um público crescentemente interessado em conhecer a marca para além do seu logótipo. “Esta nova geração de consumidores é curiosa e tem vontade de conhecer o processo que leva à evolução da sua marca preferida e, se possível, participar dessa evolução”, acrescenta a directora da Superbrands Moçambique. E algumas das super-marcas são... A 18 de Outubro irá decorrer o Evento de Premiação – Superbrands no Polana Serena Hotel e algumas das marcas já confirmadas com Superbrands são: Barclays, BCI, Banco Único, CDN, Flor Real, LM Radio, Loja das Meias, mcel, Miramar, Moet Chandon, MOTORCARE, Nissan, Polana Serena Hotel, Revista Capital, South African Airways.c

SABIA QUE?

A Superbrands tem convites para dar? Para acompanhar as novidades Superbrands faça like na página facebook - facebook.com/superbrands.mocambique. Até ao even-

to serão reveladas mais marcas Superbrands 2016 serão oferecido alguns convites para a Gala aos fans da página.c

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

71


MARKETING

Superbrands shows the value of Mozambican brands countries all over the world. Brands that work its relationship with the consumer and that look for excellency in that relationship. These are the Superbrands – Premium Brands. According to Patrícia Aquarelli, director of Superbrands Moçambique, “Superbrands awards is not only limited to choice of logos or brand names, but to an assessment of the worth and trust of a group of brands which operate in various sectors in Mozambique”.

Here comes the award gala!

D

espite the abnormal year in terms of economic growth we see that in Mozambique brands are still betting in new campaigns, pushing aside any instance of doubt in the future and asserting themselves with trust before consumers and the difficulties of world economy. But to build a strong brand a good communication campaign is not enough, it is necessary to create a group of good experiences and emotions in consumers in the contact with these brands. And it is over time and in the consolidation of these relationships that trust with consumers is built and the true valeu of a brand is shown. Annually, Superbrands identifies, premium brands, in more than 89

72

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

Similarly to other parts of the world were some Superbrands award galas have taken place, in Mozambique the most awaited moment of the year, with regards to Brands and Marketing is getting closer – here comes the awards gala. According to Miguel Proença, director of Superbrands Moçambique, interest demonstrated by brands to participate in the project is growing. “I think that acceptance of Superbrands in Mozambique is the result of continued work and belief in a concept that, since 2010, aims at publicizing premium brands and that marketers recognize that grants them value, prestige and acknowledgement to their brand and work”. In Mozambique, Superbrands is not limited to the organization of an annual gala. Through various events, social media, media, strategic partnerships and the annual Superbrands Seminar,

brands can communicate through the Superbrands platform during the whole year. For Patrícia Aquarelli this is a unique opportunity for brands to get closer to an audience who is ever more interested in knowing the brand beyond the logo. “This new generation of consumers is curious and is willing to know the process that leads to the evolution of their favorite brand, and if possible be part of that evolution”, adds the director Superbrands Moçambique. And some of the super-brands are... On October 18 the Award Event Superbrands will take place at Polana Serena Hotel and some of the brands already confirmed as Superbrands are: Barclays, BCI, Banco Único, CDN, Flor Real, LM Radio, Loja das Meias, mcel, Miramar, Moet Chandon, MOTORCARE, Nissan, Polana Serena Hotel, Revista Capital, South African Airways.c

DID YOU KNOW THAT?

Does Superbrands have invitations to give away? To keep up with Superbrands news like the facebook page facebook.com/superbrands.mocambique. Until the event more brands Superbrands 2016 will be revealed and some invitations will be given away for the Gala to the fans of the page.c


PROFILE

Moda e design em alta na ‘Loja das Meias’ Com mais de 100 anos de história e prestígio no ramo do pronto-a-vestir, a Loja das Meias já abriu as suas portas na cidade de Maputo.

E

sta nova loja que representa um leque com as mais distintas marcas internacionais possui um espaço inteiramente criado de raiz, deriva de um projecto com a assinatura de Maria Macropoulos (da loja DHOW) e do Arquitecto Henrique Caleia Rodrigues. Entrar na Loja das Meias inspira no visitante desde logo uma noção clara de bom gosto, pois o seu estilo distingue-se por um traçado elegante de inspiração africana. A entrada de luz natural, os materiais escolhidos, com destaque para a madeira, e a decoração em tons suaves pretendem realçar as peças e acessórios das grandes marcas internacionais, das quais se destacam: Marc Jacobs,

Michael Kors, Moschino, Hoss, Missoni, Dolce & Gabbana, Hackett, Escada e Stella Mccartney. Segundo Pedro Miguel Costa, bisneto do fundador da Loja das Meias, “este projecto, criado de raiz, pretende conjugar a história e a notoriedade da Loja das Meias num espaço inspirado na cultura moçambicana. Por esta razão, estabelecemos parcerias com estilistas moçambicanos que terão as suas colecções à venda na loja de Maputo. Queremos promover um verdadeiro intercâmbio cultural e económico que represente uma mais-valia para os nossos clientes.” Pedro Costa acrescenta a vontade de trazer para Maputo as melhores marcas

do mundo. Aliás, adianta que as mesmas estarão disponíveis num espaço distinto que terá também uma área de lounge. “Aquilo que ambicionamos proporcionar aos nossos clientes é uma verdadeira experiência de aquisição de um bem exclusivo com um serviço de excelência e requinte”. O espaço de lounge pretende ser uma área dedicada ao lifestyle, arte e cultura, onde se possa beber um copo e tomar uma pequena refeição. E porque a moda e o design são expressões que se elevam quando convivem com outras formas de arte, estão previstas uma série de parcerias com artistas locais.c

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

73


PROFILE

Fashion and design on the high at ‘Loja das Meias’ With more than 100 years of history and prestige in the business of ready-made clothing, Loja das Meias has already opened its doors in the city of Maputo.

T

his new shop which represents an array with the most prestigious international brands has a space created entirely from the ground up, derives from a project with the stamp of Maria Macropoulos ( DHOW) and of

74

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

Architect Henrique Caleia Rodrigues. To go inside Loja das Meias inspires in the visitor from the beginning the clear idea of good taste, because its style is distinguished by an elegant line of African inspiration. Entrance of natural light, materials

chosen, with highlight to wood, and decoration in light tones intend to enhance the pieces and accessories of the biggest international brands, such as: Marc Jacobs, Michael Kors, Moschino, Hoss, Missoni, Dolce & Gabbana, Hackett, Escada and Stella Mccartney. According to Pedro Miguel Costa, great Grandson of the founder of Loja das Meias, “this project, created from the ground up, intends to conjugate the history and notoriety of Loja das Meias in a space inspired in the Mozambican culture. For this reason, we have established partnerships with Mozambican designers who will have their collections on sale at the Maputo Store. We want to promote a true cultural and economic exchange which represents added value to our clients.” Pedro Costa adds the willingness to bring to Maputo the best brands of the world. Indeed, he says that they will be available in a distinguished space which will also have a lounge area. “What we aspire to provide to our clients is a true acquisition experience of an exclusive good with a service of excellence and sophistication”. The lounge space intends to be an area dedicated to lifestyle, art and culture, where one can have a drink and a small meal. And because fashion and design are expressions which elevate each other when connected with other forms of art, a series of partnerships are forecasted with local artists.c


ESTILOS DE VIDA

Um design à altura do Banco Central

Há sensivelmente quatro anos, lançava-se a primeira pedra para a construção da nova Sede do Banco de Moçambique. O que antes era um sonho, hoje é uma realidade à vista de todos. O Banco Central possui agora uma Casa à sua altura e o desenho arquitectónico do seu edifício torna-o inteligente e com uma roupagem absolutamente futurista. Gildo Mugabe (texto)

O

sector imobiliário continua a registar um crescimento assinalável na capital moçambicana. A cada ano que passa, novas construções têm conferido uma nova imagem à cidade de

Maputo. Entretanto, o boom verificado neste sector deve ser acompanhado não somente por empreendimentos modernos, mas também de soluções que respondam às novas exigências em termos de design arquitetónico.

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

75


Foi nessa perspectiva que o Banco Central, ao pensar num novo edifício procurou juntar a qualidade e a inovação, facto que tornou aquele empreendimento o melhor a nível da região e quiçá de África. Para além de ser um Edifício do Futuro, a nova sede do Banco de Moçambique é um empreendimento inteligente, cujo desenho arquitectónico obedeceu aos mais exigentes requisitos mundiais”, disse Henrique Castro Amaro, diretor-geral da Empresa Arquitetos Consultores e Associados, Lda. As infraestruturas do Banco Central, de acordo com Henrique Castro Amaro, compreendem o desenvolvimento de três novos edifícios, nomeadamente a Torre Central, o Silo de Automóveis e o Pólo Técnico. O Pólo Técnico tal como descreve o Arquitecto, representa o coração de todos os edifícios. Aqui são encontrados todos os requisitos básicos para o pleno funcionamento dos restantes edifícios do Banco Central, nomeadamente, a Parte Técnica, (UPS, Climatização, Energia (grupos geradores e transformadores), Centro de Controlo, entre outros). O Pólo Técnico, comtempla ainda um passadiço técnico com 40 metros de vão que liga este bloco ao edifício Sede existente, à Torre e ao Silo, permitindo a passagem de todas as infraestruturas e as suas derivações aos edifícios. O novo edifício da Torre Central que por si só, já confere uma visão moderna à baixa da Cidade de Maputo, é uma Estrutura com 30 pisos com cerca de 130 metros de altura e contempla entre outras facilidades, Salas de Reuniões, Sala de Reuniões Vip com capacidade para 50 pessoas, com todas as infraestruturas audiovisuais necessárias a um bom funcionamento. Por seu turno, o seu topo apresenta

76

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99

uma visão panorâmica, não só sobre a Catembe como sobre toda a Cidade de Maputo.

Requisitos de funcionalidade e exigências tecnológigas Neste edifício, como nos restantes, foram observados todos os requisitos necessários em termos de segurança e combate a incêndios, permitindo que estes possam, dentro dos próximos 50 anos, ser edifícios funcionais e facilmente adaptáveis à evolução de novas exigências tecnológicas. Por seu lado, o edifício do Silo Auto, com 19 pisos e com 2 caves contempla um parque de estacionamento com capacidade para mais de 700 viaturas, para além de Áreas de Escritórios, Auditório, Biblioteca, Museu, Área de Ginásio, Áreas de Arquivo, Áreas de Café, Área de Restaurante, Esplanadas, um Bar Panorâmico colocado a nível da cobertura, facilmente acessivel através dos dois elevadores panorâmicos colocados, nas extremidades da fachada Samora Machel e de uma Sala de Conferências multi funcional com capacidade para mais de 250 pessoas.

Os edifícios foram ainda projectados tomando em consideração o factor de segurança e neste sentido foram desenvolvidos dois passadiços, permitindo a ligação entre os edifícios e facilitando a movimentação em caso de emergência. Falando concretamente dos projectos, Henrique Castro Amaro, Arquitecto com mais de 40 anos de experiência, disse que espera que estes edifícios possam dar uma nova dinâmica e contribuição para a realização de um Centro de Negócios Activo e Empreendedor na baixa da Cidade de Maputo. Este é, na verdade, um empreendimento inteligente, sim, um Edifício do Futuro e para o Futuro.c


LIFE STYLES

A design the size of a Central Bank Roughly four years ago, the first stone for the construction of the new headquarters of Banco de Moçambique was casted. What was once a dream, today is a reality for all. The Central Bank now has a Home that matches its level and the architectural design of the building makes it smart and with an absolutely futuristic grab. Gildo Mugabe (text)

The real estate sector continues to register a significant growth in the capital of Mozambique. New constructions have conferred a new image of the city of Maputo. Therefore, the boom in this sector has to only be accompanied by modern enterprises, but also solutions that respond to the modern demands in terms of architectural designs. It was in this perspective that Central Bank, whilst thinking of a new building sought to join quality and innovation, in fact it turned the enterprise into the best in the African region. “Besides of being a futuristic building, the new headquarters of Banco de Moçambique is a smart enterprise, whose architectural design went accordingly with the global requirements”, said Henrique Castro Amaro, General Director of the Empresa Arquitetos Consultores e Associados, Lda. The Central Bank infrastructures, according to Henrique Castro Amaro, showcase the development of the three new buildings, in particular, Torre Central, parking garage, and the Technical Pole. The Technical Pole as described by the architect, represents the heart of all buildings. You find all the basic requirements for a swift full operation of

the remaining buildings of the Central Bank, in particular, the technical part, (UPS, air conditioning, Energy (generators and adaptor group), Control

Centre, and others). The Technical Pole, also has a 40-meter-long bridge linking this block to the existing headquarters building,

Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

77


LIFE STYLES

meeting rooms, VIP meeting room with a holding capacity of 50 people, with all the necessary audio-visual infrastructures to a proper functioning. For this part, the top offers a panoramic view, not only of Catembe, but over the whole city of Maputo.

Technological requirements and functionality requirements

the tower and to the parking building, allowing the passage of all infrastructure and its derivations to buildings. The new building of the Central tower

78

SETEMBRO 2016 ¡ Capital Magazine Ed.99

which in itself gives a modern view to downtown Maputo, is a structure with 30 floors with around 130 meters tall and includes among other facilities,

In this building, as in the other, all necessary requirements were observed in terms of security and fire-fighting, allowing them to be able, within the next 50 years, to be functional buildings and easily adaptable to the evolution of new technological requirements. On the other hand, the parking garage, with 19 floors and two underground levels, contemplates a parking garage with the capacity to accommodate more than 700 vehicles, besides office areas, Auditorium, Library, Museum, Gym, CafÊ, Restaurant, Terraces, a panoramic bar placed on the coverage level, easily accessible through the two panoramic elevators placed at the ends of the façade Samora Machel and multi-functional conference room with a capacity of more than 250 people. The buildings were still projected, taking into consideration the safety, two developed hallways permitting a linkage between the buildings and ease of access in case of emergency. Speaking specifically of the projects, Henrique Castro Amaro, am architect with more than 40 years in experience, said he expects these buildings can give fresh impetus and contribution to the achievement of an active and entrepreneurial business centre in downtown Maputo. This is, in fact, a smart venture, a building of the future and for the future.c


Capital Magazine Ed.99 · SETEMBRO 2016

79


80

SETEMBRO 2016 · Capital Magazine Ed.99


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.