CAPITAL

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Sumário

Destaques 30

44 Tema de Fundo

BancAbc tem 90 milhões de dólares para PMEs

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Foram investidos 105 milhões de euros na reabilitação e construção de infraestruturas em Tete. Para a garantia do retorno, a Estradas do Zambeze instalou quatro portagens. Os camionistas contestaram as taxas praticadas, o governo cedeu e pediu uma suspensão temporária de três delas, nomeadamente, Mameme, Changara 1 e Changara 2. Enquanto a medida vigora, a empresa gasta 980 mil meticais em salários de pessoas cujo trabalho está paralisado.

BancAbc tem 90 milhões de dólares para PMEs

O BancABC apresentou resultados positivos nos primeiros seis meses deste ano, desempenho que espera manter até ao final do ano. Trata-se de uma viragem que coincide com a aquisição do banco pelo grupo Atlas Mara, um parceiro que vai revolucionar a instituição. Aliás, uma das grandes novidades é a fatia de 90 milhões de dólares que se destina ao financiamento das PMEs em Moçambique.

30 Dossier

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Malawi: A arca da salvação

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Actual

Capa

na Perfect Panelbeaters, é perfeito ou nada feito

BancAbc tem 90M$ para PMEs Propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., Av. 25 de Setembro nº 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) - Telefone: +258 21 416186 - Fax: +258 21 416187 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Director Geral: André Dauane – andre.dauane@ mozmedia.co.mz – Directora Editorial:HelgaNeida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Redacção: Belizário Cumbe belizariocumbe@yahoo.com.br, Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz, Gildo Mugabe - gildomugabi@ gmail.com – Secretariado Administrativo: Indira Mussá – indira.mussa@mozmedia.co.mz; Cooperação: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Zein Hassam; Gettyimages.pt, Google.com; – Ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. - Tradução: Frans Hovens; Paginação: Ricardo Timbe – 29timbe@gmail.com – Design e Grafismo: Mozmedia – Departamento Comercial: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Distribuição:Ímpia– info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.

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Malawi: A arca da salvação

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Sabores portugueses em África e no resto do mundo

A empresa Porminho começou com um pequeno negócio de carnes, mas os sucessivos investimentos nas instalações fabris, em sistemas de qualidade e segurança alimentar levaram-na a exportar para mais de 12 mercados internacionais, sendo um deles Moçambique.

As imbatíveis vendas da Mercedes-benz

Há 91 anos no mercado, o vulto alemão do mercado automóvel, a Mercedes-benz, alcançou nos primeiros sete meses de 2015 resultados sem paralelo. Só em janeiro, a marca vendeu 126 mil veículos, garantindo o melhor início de ano da sua história. Já em Julho as vendas foram de 150 mil unidades. Aliás, a atestar a pujança das suas vendas, de Janeiro a Julho, a companhia procedeu à entrega de um milhão de carros.


Editorial

Bem-vindo

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O ‘isco’ financeiro

q

Foco Economia Turismo em vozes autorizadas

50 UP- Grade Carvão mineral, o ‘ouro negro’ que não reluziu

57 EMPrEEnDEr PME com aspiração de ser uma grande empresa

78 Estilos Estrelas de desporto dão a cara a Colecção nike Tech Pack

uinze anos após se estabelecer no mercado moçambicano, o BancABC já ocupa a sétima posição no ranking da banca nacional, sendo que a sua ambição é figurar no grupo dos cinco maiores bancos em termos de total de activos e rentabilidade. Certo que o caminho exige de si uma maior envergadura, o banco passou a contar na sua estrutura accionista com a musculatura financeira do grupo Atlas Mara. Atlas Mara foi criado em 2013 e aposta forte na inovação tecnológica, e, ao que tudo indica, vai dotar o BancABC de elementos diferenciadores que lhe vão permitir melhorar a sua oferta no mercado bem como a sua capacidade concorrencial. Como atributo exibe uma vasta experiência granjeada pela sua equipa em diversos mercados, com provas dadas no continente africano. Não obstante, o que irá certamente sobressair deste reforço será a exposição que o grupo possui face aos mercados globais, onde os fundos de investimento olham para África como um destino privilegiado. Por um lado, o facto de Atlas Mara operar em mercados como a Nigéria, com uma vasta experiência e conhecimento de sectores como o petróleo e gás, confere ao banco o expertise necessário para actuar neste sector em Moçambique, sem reservas. Por outro lado, o BancABC, juntamente com Atlas Mara, disponibiliza parte dos seus recursos financeiros para as PMEs e para a Agricultura. Hélder Chambisse, administrador delegado daquela instituição financeira, revela à Capital que o grupo financeiro Atlas Mara firmou um acordo que levará à mobilização de 300 milhões de dólares norte-americanos, dos quais 90 milhões se encontram destinados a Moçambique, principalmente para o financiamento às Pequenas e Médias Empresas. Outro aspecto importante é que o peso do financiamento à Agricultura no BancABC situa-se em torno dos 10% do total da sua carteira de crédito, financiando entre pequenas, médias e grandes empresas. Um grande detalhe que pode vir a interessar a alguns investidores, que buscam o ‘isco’ ou o devido apoio financeiro para dar alento aos seus projectos e a alguns empresários da área agrícola que bastas vezes esbarram em obstáculos que se prendem sobretudo com os riscos que as instituições financeiras não gostam de correr.

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Contents

Highlights 33

Malawi: The ark of salvation

105 million Euros have been invested in the rehabilitation and construction of infrastructure in Tete. In order to guarantee the return the Estradas do Zambeze installed four tolls. Truck drivers protested against the prevailing rates, the government gave in and ordered a temporary suspension of three tolls, namely in Mameme, Changara 1 and Changara 2. While the measure is in force, the company is spending 980 thousand meticais in wages for people whose work has been paralyzed.

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Background Theme 48 BancAbc has 90 million BancAbc has 90 million dollars for SMEs

dollars for SMEs

BancABC presented positive results in the first six months of this year, a performance the bank expects to maintain until the end of the year. It is a turning point, coinciding with the bank’s acquisition by the Atlas Mara group, a partner who will revolutionize the institution. As a matter of fact one of the big novelties is the package of 90 million dollars earmarked for the financing of SMEs in Mozambique.

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Portuguese tastes in Africa and beyond

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Dossier Malawi: The ark of salvation

17 Current Capa

At Perfect Panel Beaters, it is perfect or nothing

BancAbc has 90 million dollars for SMEs

Property and Edition: Mozmedia, Lda. 25 de Setembro n- 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) – Telephone: +258 84 3015641 | +258 82 6567710 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Managing Director: André Dauane – andre.dauane@ mozmedia.co.mz – Editorial Director: Helga Neida Nunes – helga.nunes@mozmedia. – Editorial Staff: Belizário Cumbe - belizariocumbe@yahoo.com.br, Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz, Gildo Mugabe - gildomugabi@ gmail.com – Administrative Secretariat: Indira Mussá – indira.mussa@mozmedia.co.mz; Cooperation: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Columnists: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Photography: Zein Hassam; Gettyimages.pt, Google.com; – Illustrations: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B.- Translation: Frans Hovens;Page make-up: Ricardo Timbe –29timbe@gmail.com – Design and Graphics: Mozmedia –Commercial Department: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Distribution: Ímpia – info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registration: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Printing: 7.500 copies. The articles reflect the authors’ opinion, and not necessarily the magazine’s opinion. All transcript or reproduction, partial or total, is authorised provided that the source is quoted.

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The company Porminho started as a small meat business, but successive investments in manufacturing installations and in systems for food quality and food safety have made it into a company exporting to more than 12 international markets, including Mozambique.

The unrivalled sales of Mercedes-Benz

With a presence 91 years in the market [since 1924? Come on, they started in the 1880s], the major German car manufacturer Mercedes-Benz, reached unparalleled results in the first seven months of 2015. In January alone the brand sold 126 thousand vehicles, ensuring the best start of a year in its history. In July sales reached 150 thousand units. Incidentally, attesting to the strength of its sales from January to July is the fact that the company managed to deliver one million cars.


Editorial

Welcome

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O financial ‘bait’

F

Focus on Economy Tourism o em vozes autorizadas

53 UP- Grade Malhazine Ecological Park, for real?

58 EntrEPrEnEurSHIP SME aspiring to become a large company

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LifeStyles

Sports stars embody the Nike Tech Pack Collection

ifteen years after entering the Mozambican market, BancABC already occupies the seventh position in the ranking of national banks, and its ambition is to belong to the group of the five largest banks in terms of total assets and profitability. Convinced that these plans would require a broader approach the bank now can count on a shareholder with financial muscle, namely the Atlas Mara group. Atlas Mara was created in 2013, it has a strong focus on technological innovation and, to all appearances, will provide BancABC with the differentiating elements that will allow the bank to improve its product offering in the market and its competitiveness. One of its attributes is the wide experience gained by its team in several markets, with a proven track record in Africa. Nevertheless, what will surely stand out in this reinforcement is the group’s exposure to global markets, where investment funds look to Africa as a prime destination. On the one hand, the fact that Atlas Mara operates in markets such as Nigeria, with vast experience and knowledge of sectors such as oil and gas, gives the bank the necessary expertise to act in this sector in Mozambique, without reservations. On the other hand, BancABC, along with Atlas Mara, makes part of its financial resources available for SMEs and Agriculture. Hélder Chambisse, managing director of the bank reveals to Capital that the financial group Atlas Mara signed an agreement that will lead to the mobilization of 300 million US dollars, 90 million of which are destined for Mozambique, mainly for the financing of Small and Medium Enterprises. Another important aspect is that the weight of financing for agriculture in BancABC hovers around 10% of its total loan portfolio used for the financing of small, medium and large enterprises. This is an important detail that may prove to be of interest to some investors, who procure the ‘bait’ or adequate financial support to encourage their projects, and also to some entrepreneurs active in agriculture who repeatedly come up against stumbling blocks that primarily are related to risks that financial institutions are reluctant to take.

Ed.91 · OUTUBRO · Março 2015 2013 Capital Magazine Capital Magazine

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Capitoon

EM BAIXA RISCO DE SER PALCO DE LAVAGEM DE DINHEIRO

Moçambique é o sétimo país do mundo com maior risco de ocorrência de branqueamento de capitais, mostrando-se vulnerável a fenómenos de lavagem de dinheiro ou financiamento ao terrorismo. A lista é divulgada pelo Instituto Basel de Governação, uma entidade independente com sede na Suíça, e classifica 152 países.c

EM ALTA MPDC MAIS EFICIENTE

A Sociedade de Desenvolvimento do Porto de Maputo (MPDC) vai reduzir de 84 para 60 horas o exercício de carregamento de um navio de 40 mil toneladas. A iniciativa resulta da recente aquisição, pela MPDC, de dois guindastes móveis destinados a melhorar os níveis de eficiência e produtividade no manuseamento de carga.c

NHAMATANDA VAI PROCESSAR CAJÚ Uma unidade de processamento de castanha de caju poderá ser instalada, brevemente, no distrito de Nhamatanda, em Sofala. O projecto Beira-Boi, cuja actividade primária se circunscrevia na produção de gado de corte, interessou-se pelo plantio de cajueiros faz três anos, tendo nessa altura ocupado uma área de 30 hectares.c

CRISE ATRASOU INTEGRAÇÃO NA SADC O antigo secretário executivo da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), Tomaz Salomão, diz que a crise financeira internacional, que iniciou em 2008, afectou negativamente o processo de integração regional. Os Estados-membros da região pretendiam, numa primeira fase, ter uma zona de comércio livre até aquele ano, mas o processo ainda decorre nos dias de hoje.c

COISAS QUE SE DIZEM AS RAÍZES DA CORRUPÇÃO “Quanto mais questões burocráticas e administrativas se colocarem, mais lojas da corrupção nós geramos. A corrupção é um fenómeno global, umas vezes de forma mais camuflada que outras. Em países marginais, como os nossos, nas economias marginais como as nossas, é mais notável a pequena corrupção, porque é o incómodo do dia-a-dia da população. As pessoas necessitadas vão-se corrompendo para sobreviver… nunca tive tendência a ser corrupto e acho que o que me segurou foi o berço”.c

O OUTRO LADO DA LIBERALIZAÇÃO… “Devo dizer que essas indústrias eram cartões-de-visita do país. Quando o presidente Samora Machel recebia os seus homólogos, iam visitar a Texlom, a Riopele, a Maquinag...Nas visitas em que participei, o presidente Samora conhecia os operários até pelos seus nomes. O ponto que se coloca é que quando nós avançámos para as liberalizações, com a entrada de produtos usados, isto acabou com a nossa indústria”c

Salimo Abdula, presidente da Confederação Empresarial da CPLP, in Jornal de Notícias.

Eneas Comiche, economista, in jornal “O País”.

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Capitoon Ah yeah! The payment at this toll is for paying the construction of the other two and there you are going to pay again to help us build this one.Got it? Or does it need repeating?

ON THE BOTTOM

RISK OF BECOMING A PLATFORM FOR MONEY LAUNDERING

Mozambique is seventh in a ranking of countries running the risk of being used for money laundering. The country is vulnerable when it comes to money laundering and the financing of terrorism. The list ranking 152 countries is published by the Basel Institute of Governance, an independent body based in Switzerland.c

ON TOP MPDC MORE EFFICIENT The Maputo Development Corporation (MPDC) will reduce the loading time of a 40,000 ton vessel from 84 to 60 hours. The initiative follows the recent acquisition by MPDC of two mobile cranes in order to improve efficiency levels and productivity in cargo handling.c

NHAMATANDA WILL PROCESS CASHEW A cashew processing unit will be installed shortly in the Nhamatanda district of Sofala. The Beira-Boi project, whose main activity was limited to producing beef cattle, became interested in planting cashew trees three years ago, and at the time occupied an area of 30 hectares.c

CRISIS DELAYED INTEGRATION IN SADC The former executive secretary of Community for Southern African Development Community (SADC) Tomáz Salomão stated that the international financial crisis, which started in 2008, has negatively affected the process of regional integration. The member states of the region initially intended to create a free trade zone by 2008 but the process is still not completed today.c

THINGS BEING SAID THE ROOTS OF CORRUPTION “The more bureaucratic and administrative processes are being introduced, the more possibilities for corruption we create. Corruption is a global phenomenon, sometimes more hidden, sometimes less. In marginal countries like ours, in marginal economies like ours, it is petty corruption that catches the eye, because it is a hassle in the day to day life of the population. People in need will become corrupt in order to survive ... I never had the urge to be corrupt and I think that what protected me was my cradle”.c

THE OTHER SIDE OF LIBERALIZATION… “I must say that these industries were the country’s showpieces. When president Samora Machel received his counterparts, they visited Texlom, Riopele, Maquinag ... During the visits I participated in president Samora knew the workers by name. The point is that when we went ahead with liberalization, with second hand products entering the country, that was the end of our industry”.c

Salimo Abdula, chairman of the Business Confederation of the CPLP, in newspaper “Notícias”.

Eneas Comiche, economist, in newspaper “O País”.

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ACTUAL

Na Perfect Panelbeaters, é perfeito ou nada feito A Perfect Panelbeaters investiu cerca de 3 milhões de dólares norte-americanos na instalação, em Maputo, da primeira oficina de reparação de veicules com padrão internacionalmente exigido. Gildo Mugabe (texto e fotos)

A

Perfect Panelbeaters é uma oficina totalmente equipada com material aprovado e recomendado pela maioria dos fabricantes de veículos automóveis, nomeadamente a Mercedes Benz, BMW, Range Rover, Jaguar, Audi, Toyota, Nissan, entre outras. De acordo com o responsável daquela oficina, Henrique Almeida, a Perfect Panelbeaters não mediu esforços para avançar com esta iniciativa dada as exigências do mercado automóvel em Moçambique. “Estudamos o mercado e vimos que realmente existe uma lacuna na área de reparação de veículos automóveis no Pais. Várias empresas ou individualidades mandam os seus carros para a reparação na vizinha África do Sul e nós pensamos: por que não abrir uma empresa que ofereça todos serviços aqui no nosso País?”, disse Almeida. E assim foi. A Perfect Panelbeaters, tal como fez saber aquele responsável, faz a reparação de veículos e de qualquer avaria, incluindo os serviços de bate-chapa e pintura, usando a técnica e qualidade exigidas a nível internacional. Localizada na Avenida OUA, em Maputo, a Perfect Panelbeaters ocupa uma área aproximadamente de 4.000

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m² e está organizada de modo a que os processos e fluxos de viaturas possam desenrolar-se como num túnel. Na verdade, as viaturas desenrolam-se num sistema “drive thru”, onde se assiste a uma sucessão lógica, racional e eficiente de operações e procedimentos que têm como objectivo devolver as funcionalidades do veículo. “Caso seja necessário um par de horas para a reparação, oferecemos ao cliente um carro de substituição ou uma oferta de transporte de ida e volta até ao ponto necessário. Ou seja, emprego, casa ou outros lugares”, assegurou Henrique Almeida. Refira-se que a Perfect Panelbeaters conta com técnicos moçambicanos com credenciais passadas por fabricantes de prestigiadas marcas automóveis, acima referenciadas.c


CURRENT

At Perfect Panel Beaters, it is perfect or nothing Perfect Panel Beaters invested about 3 million US dollars in the installation in Maputo of the first vehicle repair workshop complying with internationally required standards Gildo Mugabe (text and photos)

P

erfect Panel Beaters is a workshop fully equipped with material approved and recommended by most vehicle manufacturers, including Mercedes Benz, BMW, Range Rover, Jaguar, Audi, Toyota, Nissan, among others. According to the workshop’s director, Henrique Almeida, Perfect Panel Beaters made every effort to move forward with this initiative, given the demands of the automotive market in Mozambique. “We studied the market and realized that there really is a gap in the area of vehicle repair in this country. There

are companies or individuals who send their cars to neighbouring South Africa for repairs, and we thought: ‘Why not start a company that offers all these services here in our country’”, according to Almeida. And so they did. Perfect Panel Beaters repairs any vehicle damage, including panel beating and painting, using technology and achieving quality in accordance with international standards. Located at the Avenida OUA in Maputo, Perfect Panel Beaters occupies an area of about 4.000m² and is organized in such a way that processes and vehicle flows take place as in a

tunnel. In fact, cars enter into a “drive through” system where they are subjected to a logical, rational and efficient sequence of operations and procedures aimed at restoring the functionality of the vehicle. “If the repair takes a couple of hours we offer the customer a replacement car or transport to and from the place he/she needs to be, i.e. the workplace, home or somewhere else”, so Henrique Almeida. It should be noted that Perfect Panel Beaters employs Mozambican technicians with credentials from the prestigious car brands referred to above.c

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Briefing MUNDO

que, um terço dos carros e cartões de crédito financiados, de Janeiro a finais de Abril, foi com base neste tipo de empréstimo.c

Brasil de rastos

Depois de quase colapsar sistema monetário dos EUA

Obreiro da crise financeira regressa em peso Uma das maiores

causas da crise financeira que abalou o mundo a partir de 2007 está de volta: os empréstimos subprime (sinónimo de alto risco). Trata-se de créditos concedidos a pessoas com mau histórico de endividamento e sem nenhuma fonte de renda, bastando para o efeito a apresentação de hipotecas. Por conseguinte, os empréstimos subprime, que explodiram no início da década 2000 nos Estados Unidos da América (EUA), são mais arriscados que os tradicionais, daí que os credores cobram taxas de juro mais elevadas para compensar o risco. Superada a grande depressão, os bancos dos EUA voltaram a oferecer o produto, que quase levou a baixo o sistema financeiro. Porém, desta vez, o subprime não é destinado à compra de casas, como aconteceu antes da crise, mas para o financiamento de cartões de crédito e automóveis, segundo o Wall Street Journal. A publicação destaca que o subprime subiu para níveis que superam os registados antes da crise financeira. É

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A General Motors paralisou fábricas e está demitindo milhares. A Latam Airlines, a maior companhia aérea da América Latina, está a cortar o número de voos. O terceiro maior fabricante de aviões do mundo, a Embraer, está a comprometer as entregas. No meio da sua mais profunda crise económica e política, assim vai o Brasil, um dos mais importantes actores na economia global. A sétima maior economia mundial está a encarar um ambiente de negócios que penaliza as grandes empresas e obriga as pequenas a escolherem entre baixar os preços e mudar de foco. Segundo a Bloomberg, a economia poderá contrair 2.01% este ano. A inflação já está acima da meta estabelecida pelo Banco do Brasil e a taxa de desemprego é a mais elevada dos últimos cinco anos. Como se isto não bastasse, o real, a moeda da terra do samba, regista, entre as principais, o pior desempenho no mundo.c

Portugal é o quinto país mais corrupto Um inquérito

sobre fraude e corrupção, levado a cabo pela Ernst & Young (EY), em 38 países coloca Portugal na 5ª posição dos mais corruptos, a seguir à Croácia, Quénia, Eslovénia e Sérvia, e depois da Índia e Ucrânia. Dos trabalhadores portugueses inquiridos - de um universo de 3.800 entrevistados, de 38 países da Europa Ocidental e de Leste e do Médio Oriente, Índia e África - 83% concordam que as práticas de suborno/corrupção acontecem de uma forma generalizada em Portugal.c

Comércio entre China e CPLP desacelera As trocas comerciais entre a China e os países de língua portuguesa caíram 25.6 % no primeiro semestre do ano em curso, fixando-se em 48 biliões de dólares norte-americanos, indicam dados dos Serviços de Alfândega da China. A fonte acrescenta que, entre Janeiro e Junho, a segunda maior economia global comprou aos países de língua portuguesa, bens avaliados em 28.5 biliões de dólares – menos 35% em relação ao período homólogo de 2014 – e vendeu


Briefing MUNDO/WORLD

produtos no valor de 19.5 biliões de dólares, uma desaceleração, em termos anuais, na ordem de 4.5%. Apesar do cenário sombrio, o Brasil manteve-se como o principal parceiro

económico da China, a nível da Comunidade dos Países de Língua Oficial Portuguesa (CPLP), com o volume das trocas a cifrar-se em quase 34 biliões de dólares (uma queda na ordem de 19%), seguindo-se Angola com 10.4 biliões de dólares (menos 45,24%). Já com Portugal, o comércio bilateral ascendeu a 2.1 biliões de dólares – menos 5,89% -, numa balança comercial favorável à China que vendeu bens de 1.4 biliões de dólares e comprou produtos avaliados em 700 milhões de dólares.c

After the US monetary system almost collapsed

The cause of the financial crisis returns with a vengeance A major cause of the financial crisis that shook the world in 2007 is back: the subprime loans (synonymous with high risk). These are loans granted to people with a history of bad debt and without any source of income, they only need to show collateral. This is why subprime loans, which exploded in the early 2000s in the United States of America (USA), are riskier than

?

SABIA QUE

Taxa de desocupação de escritórios ainda mais baixa na Europa A taxa média de desocupação de escritórios na Europa atingiu o valor mais baixo desde início de 2009, situando-se agora nos 8,7%. Esta descida representa em média uma diminuição de 5% a cada três meses e é mais acentuada em Londres, Dublin e algumas cidades alemãs.c

traditional loans, so lenders charge higher interest rates to offset the risk. Having overcome the great depression US banks have returned to offering this product, which nearly brought down the financial system. This time around, however, subprime loans are not intended for the purchase of houses like before the crisis, but to finance credit cards and cars, according to the Wall Street Journal. The newspaper notes that subprime loans have risen to levels that exceed those recorded before the financial crisis. One-third of the cars and credit cards financed from January to late April, was based on this type of loan.c

of the most important players in the global economy, in the midst of its deepest economic and political crisis. The world’s seventh largest economy is facing a business environment that penalizes large companies and forces small companies to choose between lowering prices and changing focus. According to Bloomberg, the economy may contract 2.01% this year. Inflation is already above the target set by the Bank of Brazil and the unemployment rate is the highest in five years. As if this were not enough, the real, the currency of the land of the samba shows the worst performance in the world among the top currencies.c

Brasil off track General Motors paralyzed factories and laid off thousands of workers. Latam Airlines, the largest airline in Latin America, is cutting the number of flights. The third largest aircraft manufacturer in the world, Embraer, is compromising deliveries. This is Brazil, one

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Briefing WORLD

Portugal is the fifth most corrupt country An inquiry

into fraud and corruption, conducted by Ernst & Young (EY) in 38 countries puts Portugal on the 5th place of the most corrupt countries, after Croatia, Kenya, Slovenia and Serbia, and after India and Ukraine. Of the Portuguese workers interviewed – from a universe of 3,800 respondents from 38 countries in Western and Eastern Europe and the Middle East, India and Africa - 83% agree that bribery / corruption are rampant in Portugal.c

standing at 48 billion US dollars, according to figures from China’s Customs Service. The source adds that, between January and June, the second largest global economy bought goods valued at 28.5 billion dollars from the Portuguese-speaking countries 35% less than in the same period in 2014 - and sold products worth 19.5 billion dollars, a slowdown in annual terms in the order of 4.5%. Despite the gloomy outlook, from among the Community of Portuguese Speaking Countries (CPLP), Brazil remained the main economic partner of China, with a trade volume of almost 34 billion dollars (a decline of about 19%), followed by Angola with 10.4 billion dollars (minus 45.24%). Bilateral trade with Portugal amounted to 2.1 billion dollars - minus 5.89% - with the trade balance being in favour of China, which sold goods worth 1.4 billion dollars and bought products estimated at 700 million dollars.c

Trade between China and CPLP slowing down Trade between China and the Portuguese-speaking countries decreased 25.6% in the first half of this year,

?

DID YOU KNOW THAT

Vacancy rate of offices lower still in Europe The average vacancy rate of offices in Europe reached its lowest level since early 2009, and now stands at 8.7%. This decline

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represents an average decrease of 5% every three months and is more pronounced in London, Dublin and in some German cities.c


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Briefing ÁFRICA

Angola

Assim vai o mercado segurador

Continente africano

15 milhões de jovens procuram emprego todos os anos O continente

africano tem a população mais jovem do mundo. Cerca de 200 milhões de pessoas têm idade entre os 15 e os 24 anos (até 2045 este número poderá dobrar) e 65% dos habitantes da África Subsaariana, de acordo com o African Economic Outlook – 2014, estão abaixo dos 30 anos de idade. Como resultado, mais de 15 milhões de jovens entram no mercado de trabalho todos os anos. Porém, parte importante destes não é absorvida na economia por diversas razões. O antigo director-geral do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), Donald Kaberuka, aponta “o facto das competências não se adequarem às necessidades” como um dos elementos que dita a exclusão. Na mesma linha, um estudo recente da Organização das Nações Unidas (ONU) fala da educação de qualidade e disponibilização de emprego digno como prioridade para os africanos na era pós-2015. Os resultados da pesquisa global alinham com o que muitos especialistas têm descrito como risco e provável foco de tensão: a elevada taxa de desemprego. Trata-se de um cenário, porém, que só pode ser alterado com o desenvolvimento económico que cria oportunidades de trabalho.c

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A Agência Angolana de Regulação e Supervisão de Seguros (ARSEG), em colaboração com a PWC, publicou, recentemente, um estudo sobre a evolução dos sectores dos seguros e dos fundos de pensões no triénio de 2011 a 2013. O levantamento apurou que o mercado tem registado uma expansão significativa do número de operadores. O documento, citado pela Exame-Angola, revela até Dezembro de 2013, existiam 15 empresas de seguros, 32 de mediação e corretagem e 351 mediadores individuais. Em termos de desempenho, enquanto o mercado de seguros registou um crescimento de 11,25% face ao ano anterior, o dos fundos de pensões caiu 2,36%. Responsáveis da ARSEG consideram que o sector ainda tem uma enorme margem de progressão. Basta recordar que a taxa de penetração dos seguros foi de apenas 0,82% do Produto Interno Bruto (PIB), em 2013, e a dos fundos de pensões de 0,55%. Uma radiografia do sector mostra que o seguro não vida é o mais solicitado ao cobrir 98% da demanda. Aqui, o seguro a viagens, acidentes

e doenças cobre 32% das necessidades, seguido pelo automóvel com 15%. O sector petroquímico, o dinamizador da economia surge na terceira posição com 15%.c

Mercado segurador em Angola SEGURO NÃO VIDA – 98% Acidentes, doenças e viagens – 32% Automóvel – 23% Petroquímica – 15% Incêndios, natureza – 8% Diversos – 8% Responsabilidade civil – 6% Outros danos – 4% Transportes – 3% SEGURO VIDA - 2% Fonte: Arseg/PwC/ (Abril, 2015)

?

SABIA QUE

Até 2050, três países africanos vão entrar no ranking das 10 nações mais populosas do mundo, de acordo com o Gabinete de Referência Populacional. A Nigéria e a República Democrática do Congo poderão substituir, na lista, a Rússia e o México.c

EMPREGABILIDADE DA JUVENTUDE EM ÁFRICA Agricultura

6% 7%

Construção e indústria transformadora

11% 47% 12%

serviços Dono de um negócio

17%

Trabalhadores profissionais e professores Vendas

Fonte: BAD


Briefing ÁFRICA /AFRICA

Shoprite investe 3 biliões de rands em segurança Assaltos

à mão armada e as restrições no fornecimento de energia

African continent

15 million youngsters looking for a job each year The African continent has the youngest population in the world. About 200 million people are between 15 and 24 years old (by 2045 this number could double) and 65%

eléctrica, por parte da Eskom, forçaram o Shoprite, maior grupo de supermercados da África do Sul, a aumentar a conta dos custos operacionais em três biliões de rands. Trata-se de uma factura que representa 2.5% das receitas e 13% dos lucros, segundo Whitey Basson, director-executivo do grupo. Só em segurança, de acordo com Basson, a rede investiu, para este ano, cerca de um bilião de rands, valor que supera a factura de transportes. É que, em média, pelo menos três lojas do grupo são alvo de assaltos à mão armada, principalmente em dias de pagamento de salários. Neste momento a Shoprite, a nível da África do Sul, emprega cerca de

of the inhabitants of Sub-Saharan Africa are younger than 30, according to the 2014 African Economic Outlook. As a result, more than 15 million youngsters enter the labour market every year. However, a large part of them is not absorbed in the economy, for several reasons. The former Director-General of the African Development Bank (AfDB,) Donald Kaberuka, points to “the fact that the skills do not fit the needs” as one of the elements that results in this exclusion.. Similarly, a recent study by the United Nations (UN) points to quality education and the provision of decent employment as a priority for African countries in the post2015 era. The results of the global survey correspond to what many experts have described as a risk and a probable source of tension: the high rate of unemployment. It is a scenario, however, which can only be changed with an economic development that creates job opportunities.c

10 mil trabalhadores, número que, em Moçambique, só é familiar em companhias mineiras principalmente as carboníferas.c

Milionário nigeriano apoia empreendedorismo O milionário nigeriano Tony Elumelu destinou 100 milhões de dólares para apoiar o empreendedorismo africano. Uma das maiores fortunas da Nigéria e promotor do africapitalismo, lançou um programa a 10 anos para formar, financiar e apoiar “a nova geração de empresários” em

54 países africanos.c

?

DID YOU KNOW THAT?

By 2050,

three African countries will enter the ranks of the 10 most populous nations in the world, according to the Population Reference Bureau. Nigeria and the Democratic Republic of Congo may substitute Russia and Mexico on the list.c

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Briefing AFRICA

Shoprite invests 3 billion rand in security

Angola

The ins and outs of the insurance market The Angolan

Agency for Insurance Regulation and Supervision (ARSEG), in collaboration with PWC, recently published a study on the evolution of the insurance and pension fund sectors between 2011 and 2013. The survey found that the market has seen a significant increase in the number of operators. The document, quoted by Exame-Angola, reveals that up to December 2013 there were 15 insurance companies, 32 mediation and brokerage companies and 351 individual mediators. In terms of performance, the insurance market grew 11.25% over the previous year, while the pension funds saw a 2.36% decrease. ARSEG is of the opinion that the sector still has huge room for improvement. Suffice to point out that the penetration rate of insurance was a mere 0.82% of Gross Domestic Product (GDP) in 2013, while the rate for pension funds was 0.55%. A X-ray sector shows that the non-life insurance is most requested, covering 98% of demand. Here, travel, accident and illness insurances cover 32% of demand, followed by motor insurance at 15%. The petrochemical sector, the driving force of the economy, occupies third place with 15%.c

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Armed robberies and restrictions in the electricity supply by Eskom forced Shoprite, the largest supermarket group in South Africa, to increase its operating costs with three billion rand. These costs represent 2.5% of revenue and 13% of the profits, according to the group’s CEO Whitey Basson. In security alone, according to Basson, the network invested about one billion rand this year, an amount that exceeds the transportation bill. On average at least three stores of the group are the target of armed robberies [per week, month?], especially on days when salaries are being paid.c

At present Shoprite employs about 10,000 workers in South Africa, a number that in Mozambique is only achieved by coal mining companies.c

Angolan insurance market

Nigerian millionaire supports entrepreneurship

LIFE INSURANCE – 98% Accidents, illness and travel – 32% Motor vehicle – 23%

The Nigerian

millionaire Tony Elumelu has allocated 100 million dollars to support African entrepreneurship. One of the biggest fortunes of Nigeria and a promoter of African style capitalism, he launched a 10-year programme to train, fund and support “the new generation of entrepreneurs” in 54 African

Petrochemical – 15% Fires, nature – 8% Miscellaneous – 8% Civil liability – 6% Other damages – 4% Transport – 3% Non Life Insurance - 2%

countries.c

Source: Arseg/PwC/ (April 2015)

EMPLOYABILITY OF YOUTH IN AFRICA 6%

Agricultura

7%

Construção e indústria transformadora

11% 47% 12%

serviços Dono de um negócio

17%

Trabalhadores profissionais e professores Vendas Source: BAD


Briefing MOÇAMBIQUE

IESE lança alerta sobre afunilamento da base produtiva

minerais, energéticos e florestais, diminuindo, deste modo, o potencial de articulação da produção doméstica. Entre 2005 e 2013, cinco sectores (nomeadamente, Indústria Extractiva, Transportes e Comunicações, Serviços Financeiros, Agricultura e Construção) cresceram a taxas mais altas do que o PIB, mas a Electricidade e a Água, cruciais para a expansão económica, cresceram a uma taxa média anual na ordem dos 6%, inferior aos 7.2% do PIB.c

Crescimento por sector 2005 – 2013 21% Indústria Extractiva 12%

O Instituto

de Estudos Sociais e Económicos (IESE) diz que a economia de Moçambique, nos ultimos 20 anos, mostrou robustez e resistiu a duas crises financeiras internacionais. Esta situação, porém, não disfarça problemas relacionados com as ligações produtivas. Vamos aos números. Neste período, segundo o IESE, o Produto Interno Bruto (PIB) real quadruplicou, crescendo a uma taxa anual de 7.2%, enquanto o PIB real per capita aumentou 2.6 vezes, a uma média de 4.9% por ano. Deste modo, apesar do PIB ser comparativamente pequeno e da economia se manter no nível das de baixo rendimento, a sua taxa de crescimento foi relativamente elevada, ao ser quatro vezes maior à média mundial, 50% superior à média da África subsaariana e alinhada com o comportamento das economias emergentes. Entretanto, neste período, a base produtiva, de acordo com o IESE, afunilou uma vez que reduziu o número e a variedade de produtos, em particular os de substituição de importações, aumentando a concentração em torno dos primários,

Transportes e Comunicações 10% Serviços Financeiros 8% Agricultura 8% Construção Fonte: Ideias, IESE

DESTAQUE

Apenas 52% dos projectos estão operacionais na ZEE de Nacala O Gabinete de Zonas Económicas de Desenvolvimento Acelerado (GAZEDA) revelou que apenas 52% dos projectos aprovados para a ZEE de Nacala estão operacionais. Porém, 23% do total preparam-se para arrancar com as suas actividades ainda este ano. Ou seja, até ao final de 2015, aproximadamente 75% das iniciativas estarão em pleno funcionamento.c

Estágio dos projectos da ZEE de Nacala

Operacionais -52%

Por iniciar -23%

Na fase de implementação – 14%

Sem nenhuma informação – 0.9%

Não operacional – 0.1%

Mobilização de capitais – 0.1%

Fonte: GAZEDA

Estado é o maior mobilizador de recursos através da Bolsa de Valores A Bolsa de Valores de Moçambique (BVM) existe há 15 anos. Neste período, já foram cotados 87 títulos, dos quais 32 Obrigações Corporativas, o que significou a movimentação de 7.9 mil milhões de meticais, e 27 Obrigações do Tesouro, no valor de pouco mais de 23 mil milhões de meticais. Neste momento, porém, apenas 43 títulos estão cotados na BVM, onde 36 são emissões de obrigações (19 do tesouro e 17 de empresas); quatro emissões de acções; três emissões de Papel Comercial (títulos de curto prazo) para além de um título de reembolso. Posto isto, vale dizer que, até Agosto de 2015, o Estado foi o maior mobilizador de financiamento através da BVM. De referir que as empresas cotadas na Bolsa beneficiam directamente de maior credibilidade e visibilidade a nível nacional e internacional, concorrendo e contribuindo para o desenvolvimento sustentável da economia.c

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Briefing MOÇAMBIQUE /MOZAMBIQUE

?

SABIA QUE

Isenção do IRPC Os operadores

das Zonas Francas Industriais beneficiam da isenção do IRPC nos primeiros dez exercícios fiscais. Já do 11o ao 15o a taxa reduz em 50%.c

IESE warns against narrowing of the productive base According

to the Institute of Social and Economic Studies (IESE) the economy of Mozambique has been robust and resisted two international financial crises in the last 20 years. However, this situation does not disguise problems related to productive links. Let us look at the numbers. During this period, according to the IESE, the Gross Domestic Product (GDP) quadrupled, growing at an annual rate of 7.2%, while real GDP per capita increased 2.6 times, an average of 4.9% per year. Thus, despite the GDP being comparatively small and the economy remaining at low-income level, its growth rate was relatively high at

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Evolução do mercado bolsista em Moçambique Valores Mobiliários

No de Emissão

Valor de Emissão (milhões de MT)

Obrigações do Tesouro

27

23.052.9

Obrigações Corporativas

32

7.915.3

Papel Comercial

23

7.078.8

Titulos de Reembolso

1

8.170.8

Acções

4

2.510.0

Total

87

48.727.7 Fonte: BVM

four times the world average, which is 50% higher than the average in sub-Saharan Africa and in line with the behaviour of emerging economies. However, the productive base in this period, according to the IESE, has narrowed because the number and variety of products reduced, in particular of products substituting imports, thus increasing the focus on raw materials, minerals, energy and forestry, while decreasing he potential of developing national production. Between 2005 and 2013, five sectors (namely, Extractive Industries, Transport and Communications, Financial Services, Agriculture and Construction) outpaced GDP growth, but Electricity and Water, crucial for economic growth, grew at an average annual rate of around 6%, lower than the 7.2% rate of GDP.c

Growth per sector 2005 – 2013 21% Extractive Industry 12% Transport and Communication 10% Financial Services 8% Agriculture 8% Construction Source: Ideias, IESE

Status of projects in the ZEE of Nacala

Operational – 52%

To be launched – 23%

In the implementation phase – 14%

No information whatsoever – 0.9%

Not operational – 0.1%

Raising of capital – 0.1%

Source: GAZEDA

HIGHLIGHT

Only 52% of projects are operational in the ZEE of Nacala The Office for Accelerated Economic Development Areas (GAZEDA) reported that only 52% of the projects approved for the Nacala ZEE are operational. However, 23% of all projects are bound to initiate their activities later this year. That is, until the end of 2015, approximately 75% of the initiatives will be fully operational.c


The state is the largest source of funding through the Stock Exchange The Mozambique

Stock Exchange (BVM) has been in existence for 15 years. During this period, 87 securities have been listed, 32 of which are Corporate Bonds, which meant a trade volume of 7.9 billion meticais, and 27 Treasury bonds, worth just over 23 billion meticais. At present, however, only 43 securities are listed at the BVM, 36 of which are bond issues (19 treasury and 17 corporate); four issues of shares; three issues of commercial paper

?

(short-term securities) in addition to one reimbursement. That said, it should be noted that by August 2015, the state was the largest source of funding through the BVM. It should be noted that companies listed on the Stock Exchange directly benefit from greater credibility and visibility at national and international level, competing and contributing to the sustainable development of the economy.c

Evolution of the stock market in Mozambique

DID YOU KNOW?

IRPC exemption Operators

in Industrial Free Zones are eligible for IRPC exemption in the first ten fiscal years. Between the 11th and 15th year the rate is reduced by 50%.c

Securities

No. of Issue

Value of Issue (millions of MT)

Treasury Bonds

27

23.052.9

Corporate Bonds

32

7.915.3

Commercial Paper

23

7.078.8

Reimbursements

1

8.170.8

Shares

4

2.510.0

Total

87

48.727.7 Source: BVM

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Briefing MOZAMBIQUE

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DOSSIER

Malawi: A arca da salvação Foram investidos 105 milhões de euros na reabilitação e construção de infraestruturas. Para a garantia do retorno, a Estradas do Zambeze instalou quatro portagens. Os camionistas contestaram as taxas praticadas, o governo cedeu e pediu uma suspensão temporária de três delas, nomeadamente, Mameme, Changara 1 e Changara 2. Enquanto a medida vigora, a empresa gasta 980 mil meticais em salários de pessoas cujo trabalho está paralisado. Belizário Cumbe (texto)

Luís Ferreira (Director de Operação e Manutenção da Estradas do Zambeze)

A

empresa Estradas do Zambeze gere 700 km de estrada na província de Tete. Para garantir a concessão, a empresa disponibilizou uma linha de crédito ao país na

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ordem dos 105 milhões de euros para a construção da nova ponte sobre o rio Zambeze, os respectivos acessos, assim como a reabilitação do eixo principal, com uma extensão de 270 km. O montante foi igualmente apli-


cado no reassentamento das famílias afectadas pela iniciativa. Como contrapartida, a companhia ficou por gerir a rede durante 30 anos. No sentido de garantir o retorno do investimento, bem como assegurar a manutenção - que inclui a sinalização, a assistência técnica e a vigilância - ficou por propor a instalação de portagens ao longo da via. Quatro anos depois, a Estradas do Zambeze instalou quatro novas portagens a nível da província (no total são cinco, se contabilizarmos a já existente na ponte Samora Machel). Porém, três estão paralisadas (Mameme, Changara 1 e Changara 2), todas no eixo principal que se estende de Cuchamano, na fronteira com o Zimbabwe - passa por Changara e Tete - até Zobué. O que está por detrás desta paralisação? Luís Ferreira, director de Operação e Manutenção da Estradas do Zambeze conta que em Maio passado a Associação dos Transportadores Rodoviários de Carga, sedeada na cidade da Beira, reclamou o custo das portagens – fixado em 900 e 1.450 meticais para as classes 4 e 5 (exclusivas para camiões), respectivamente. “O Governo propôs uma suspensão temporária das mesmas para darmos lugar a uma reflexão e encontrarmos um meio termo para uma provável mexida nas taxas. A promessa foi de que até finais de Junho tudo estaria resolvido, o que não aconteceu. Porém, mesmo assim, continuamos a aguardar”, revelou Ferreira. No que diz respeito à fixação das taxas, contestadas pelos automobilistas, o gestor esclarece que “não é a concessionária que fixa as taxas das portagens (como muitos entendem). A Estradas do Zambeze propõe, mas a decisão final cabe ao Conselho de Ministros e nós temos apenas que

cumprir”. Mais... “Ninguém no mundo gosta de pagar pelo uso de estradas, mas estas constituem a única forma de obtermos retorno do valor aplicado”. No final das contas, “ninguém investe para perder dinheiro”, desabafou. A construção de um km de asfalto custa um milhão de dólares e a sua manutenção gasta entre 50 a 100 mil dólares por km, segundo Ferreira e, no total, a empresa investe, anualmente, 1.5 milhões de dólares só na manutenção. Assim sendo, se a situação se prolongar por mais tempo, a empresa será obrigada a solicitar ao governo uma renegociação.

Como fica o plano de negócio? Luís Ferreira diz que o Plano de Negócio fica inevitavelmente afectado, mas sublinha que o facto de faltarem 26 anos para o fim da concessão ainda dá muita margem de manobra. Porém, não deixa de lamentar o facto de 100 trabalhadores estarem a receber seus salários praticamente “sentados”. O encargo é de 980 mil meticais em cada 30 dias que deviam ser de trabalho.

Malawi, a salvação Nas duas portagens em operação, nas pontes Samora Machel e Kassuende, é registado, diariamente, um movimento de duas mil viaturas. Mas são os camiões que vão e voltam do Malawi que garantem 70% do tráfego, garantindo deste modo a viabilidade do projecto. Dito de outra forma, a terra dos Banda é, curiosamente, o garante da sobrevivência da concessão, porque no final das contas precisa do porto da Beira para importar e exportar. De destacar que neste momento 85% da rede está asfaltada e em “perfeitas” condições. Os restantes 15% - 80 km que vão de Chiuta a Kassakatiza - precisam de ser intervencionados, o que poderá acontecer antes da época chuvosa.c

Estrutura accionista da Estradas do Zambeze Mota Engil África – 40% Ascendi – 40% Infra Engenharia – 20%

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DOSSIER

Malawi: The ark of salvation 105 million Euros have been invested in the rehabilitation and construction of infrastructure in Tete. In order to guarantee the return the Estradas do Zambeze installed four tolls. Truck drivers protested against the prevailing rates, the government gave in and ordered a temporary suspension of three tolls, namely in Mameme, Changara 1 and Changara 2. While the measure is in force, the company is spending 980 thousand meticais in wages for people whose work has been paralyzed. Beliz谩rio Cumbe (text)

T

he company Estradas do Zambeze manages 700 kilometers of road in Tete province. In order to ensure the concession the company released a credit line to the country of 105 million Euros for

the construction of the new bridge over the Zambezi River, including the access roads and the rehabilitation of the main road with a length of 270 km. The credit was also used to resettle the families affected by this initiative.

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In retur, the company would manage the network for a period of 30 years. To ensure the return on the investment and maintenance - which includes signaling, technical assistance and surveillance – it proposed the installation of tolls along the route. Four years later Estradas do Zambeze installed four new tolls in the province (five in all if we count the existing one on the Samora Machel bridge). However, three are shut down (Mameme, Changara 1 and Changara 2), all located on the main road from Cuchamano on the border with Zimbabwe - by way of Changara and Tete – up to Zóbuè. What happened? Luis Ferreira, Director of Operation and Maintenance of Estradas do Zambeze tells us that last May the Association of Cargo Road Carriers, based in Beira, lodged a protest against the cost of the tolls – fixed at 900 and 1,450 meticais for class 4 and 5 trucks respectively. “The government has proposed a temporary suspension of the tolls in order to give room for reflection and find a middle ground for a likely adjustment of the rates. The promise was that by the end of June everything would be solved, which did not happen. Nevertheless, we are still waiting”, according to Ferreira. As far as setting the rates disputed by motorists is concerned, the manager explains that, unlike many people think, “it is not the concessionaire who fixes the toll rates. Estradas do Zambeze offers a proposal but the final decision rests with the Council of Ministers and we just have to comply with that”. But... “Nobody in the world likes to pay for the use of roads, but this is the only way for us to obtain a return on our investment”. After all, “no one invests to lose money” so Ferreira. The construction one kilometer of asphalt costs one million dollars and on maintenance is spent 50 to 100,000

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dollars per km, according to Ferreira. All in all the company invests 1.5 million dollars per year in maintenance alone. Therefore, if this situation continues the company will be obliged to ask the government to renegotiate. What about the business plan? Luis Ferreira says that the business plan is inevitably affected, but he stresses the fact that the remaining 26 years of the concession still gives a lot of leeway. However, it is nonetheless regrettable that 100 employees are receiving their wages virtually “doing nothing”. Costs amount to 980,000 meticais for every 30 working days.

Malawi, the salvation The two tolls in operation, on the Samora Machel bridge and at Kassuende, recorded two thousand vehicle move-

ments per day. But it is the trucks going to and from Malawi that make up 70% of the traffic, thus ensuring the viability of the project. In other words, the land of Banda, oddly enough, guarantees the survival of the concessionaire because ultimately it needs the port of Beira for its imports and exports. It should be noted that currently 85% of the network is paved and in “perfect” condition. The remaining 15% - the 80-km stretch between Chiuta and Kassakatiza - needs to be rehabilitated, which may be done prior to the rainy season.c

Shareholders in Estradas do Zambeze Mota Engil África – 40% Ascendi – 40% Infra Engenharia – 20%

Luís Ferreira (Director de Operação e Manutenção da Estradas do Zambeze)


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Foco ECONOMIA

Turismo em vozes autorizadas “Os Desafios do Turismo em Moçambique: Crescimento Inovação e Diversificação” foi tema de mais uma conferência Mozefo. O evento juntou pesos pesados do sector, mas contou com representantes de Portugal e Cabo Verde. Os intervenientes apontaram fragilidades que adiam a rentabilidade do sector para a economia. Naguib diz que os moçambicanos olham para o turismo de costas para o país “consideram apenas o mar e que se esquecem do resto”. Belizário Cumbe (texto)

O

Turismo não é um sector. É uma constelação de vários, segundo Nuno Santos, director executivo do GFI Portugal. Ou seja, depende dos outros para crescer e assumir um papel de destaque, principalmente, em economias com milhares de quilómetros de costa, ilhas, imensas áreas de conservação, além de extensas cadeias montanhosas. Moçambique é um exemplo vivo disso. Mas o Turismo no país está longe de transformar o potencial em números para engordar o Produto Interno Bruto - PIB – (em 2014 representou 5.6%), e criar impacto no nível de vida das pessoas. Afinal de contas, para Fernando Sumbana, antigo ministro do Turismo,

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este sector tem algo que o distingue dos demais. Todos estão directamente envolvidos, desde o ilustre ao pacato cidadão e do anónimo à estrela de cinema. Mas como é que o turista chega ao destino? Esta é uma questão intrigante tanto para quem compra como para quem vende produtos turísticos. Quessanias Matsombe, presidente da Federação Moçambicana de Turismo, diz que as passagens aéreas são um nó de estrangulamento. “Não sabemos o que estamos a pagar, provavelmente parte importante do valor não vai para a companhia aérea”, presumiu. O músico Moreira Chonguiça acrescenta que é mais barato ir a Cape Town do que viajar para Cabo Delga-

do, terra natal da sua esposa. Chonguiça falou também do turismo cultural. Teceu um paralelismo com a África do Sul e explicou que um dos factores que faz com que os ingressos para os espetáculos musicais sejam mais caros cá do que lá é a ausência de infraestruturas à altura dos músicos de alta-roda. “Não basta dizer que vamos fazer crescer Moçambique, é preciso investir. A África do Sul, se não tivesse drenado dinheiro, não seria nada. É preciso trabalhar com pessoas e pararmos de aparecer na CNN apenas no espaço dedicado a África”, desabafou para depois apontar o dedo aos homens de negócio: “O sector privado não valoriza a indústria criativa. Mas sou da opinião que não se desenvolve uma burguesia sem a cultura”. Cabo Verde é o exemplo mais próximo de um país cuja economia está atrelada ao Turismo. O sector gera 332 milhões de dólares e representa 16.2% do PIB, além de empregar 32 mil pessoas (14.5% do total). Mas o antigo primeiro-ministro daquele país insular, António do Rosário, diz que, apesar dos números, é preciso diversificar e desconcentrar. É que a praia é a principal atracção e o principal operador controla 75% do mercado.c


Focus on Economy

Tourismo em vozes autorizadas “The Challenges of Tourism in Mozambique: Growth, Innovation and Diversification “was the subject of another Mozefo conference. The event brought together heavyweights in the sector and included representatives from Portugal and Cape Verde. Stakeholders pointed out weaknesses that delay the profitability of the sector for the economy. Naguib said that Mozambicans look at tourism while turning their backs on it: “they only see the sea and forget about the rest”. Belizário Cumbe (text)

T

ourism is not a sector. It is an amalgam of several sectors, according to Nuno Santos, executive director of GFI Portugal. In other words, it depends on other sectors for growth and assuming a key role, especially in economies with thousands of kilometers of coastline, islands, vast conservation areas and extensive mountain ranges. Mozambique is a living example. But tourism in the country is a long way from achieving the l numbers that would contribute to Gross Domestic Product - GDP - (in 2014 it represented 5.6%) and make an impact on the living standards of the people. After all, for former minister of tourism Fernando Sumbana this sector has something that distinguishes it from others. Everybody is directly involved, from the illustrious to the quiet citizen, from the anonymous to the movie star. But how does the tourist arrive to his or her destination? This is an intriguing question, both for the one who buys and for the one who sells tourism products. Quessanias Matsombe, president of the Federation of Mozambican Tourism, says that airline tickets are a bottleneck. “We do not know what we are paying

for, a large part of the amounts paid probably do not enter into the coffers of the airline”, he surmised. The musician Moreira Chonguiça adds that it is cheaper to go to Cape Town than to travel to Cabo Delgado, the birthplace of his wife. Chonguiça also spoke of cultural tourism. He wove parallels with South Africa and explained that one of the factors that cause tickets for musical shows to be more expensive here is the lack of infrastructure adequate for top musicians. “It just won’t do to say that we are going to develop Mozambique, you need to invest. South Africa, if it had not spent big time, it would be nothing. You have to work with people and let’s stop appearing on CNN only

in the space devoted to Africa”, he said and then pointed the finger at business people: “The private sector does not value the creative industry. But I am of the opinion that you can’t develop a bourgeoisie without culture”. Cape Verde is the closest example of a country whose economy is linked to tourism. The sector generates 332 million dollars, represents 16.2% of GDP and employs 32,000 people (14.5% of the total). But the former prime minister of that island country, António do Rosário, says that despite the numbers, it is necessary to diversify and decentralize. The beach is their main attraction and the main operator controls 75% of the market.c

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Foco finanças

SIMO em pleno até 2016 A Sociedade Interbancária de Moçambique (SIMO) estará em plena operacionalização até Maio de 2016, de acordo com a informação veiculada pelo Banco de Moçambique.

C

riada em junho de 2011, a Sociedade Interbancária de Moçambique tem como principal objectivo disponibilizar um sistema electrónico de pagamentos moderno, integrado e de acesso universal. Aliás, este sistema ou Rede Interbancária vai ainda permitir e contribuir para que se massifique de forma plena a utilização de meios de pagamentos electrónicos a nível do território nacional. De acordo com o Porta-voz do Banco Central, Waldemar de Sousa, até ao presente momento encontram-se interligados ao sistema bancário, cinco bancos, mas a mecânica de ligação significa ter todas as 1.450 ATM ligadas em 12 meses à rede única. “Neste momento, temos menos de 10% desse número das ATM ligadas em rede única”, sublinhou. Waldemar de Sousa mostrou-se con-

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fiante na concretização deste desiderato e assegurou que dadas as condições criadas para o efeito, o Banco Central está ciente de que, até 2016, todos os bancos comerciais estarão ligados ao sistema de rede única. Entretanto, e de acordo com a estratégia de inclusão financeira aprovada pelo Conselho de Ministros, Moçambique tem como meta fazer chegar serviços financeiros a pelo menos 25 por cento da população moçambicana, até 2019, contra os 23 por cento registados actualmente. Por outro lado, prevê-se que até 2022, não menos de 35% dos adultos activos em Moçambique possam ter acesso físico ou electrónico aos serviços financeiros providenciados por uma instituição bancária. No âmbito da inclusão financeira, Moçambique conta neste momento com 11.461 agentes de moeda electrónica; 1.490 terminais de POS e 1.400 ATM. Segundo dados da Fin-

marktrust, Finscope (2015), o Índex de Inclusão Financeira cresceu 53% entre 2005 e 2014. No que diz respeito a outros serviços, sabe-se que 20% dos subscritores de celulares possuem um e-money account ou uma conta electrónica, e que 26% da população activa possui uma conta electrónica. O maior desafio será criar condições para que a diversidade das empresas de telefonia móvel que operam no país não seja um obstáculo para a realização de transacções financeiras electrónicas.c


Focus on FINANCE

SIMO fully operational by 2016 The Mozambique Interbank Institution (SIMO) will be fully operational by May 2016, according to information conveyed by the Bank of Mozambique.

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stablished in June 2011, the Mozambique Interbank Institution’s main objective is to provide a modern integrated and easily accessible electronic payment system. As a matter of fact this system or Interbank Network allows for and contributes to the mass use of electronic payment devices throughout the country. According to Waldemar de Sousa, the spokesperson of the Central Bank, to date five banks are interconnected within the scope of this banking system, but the pace of establishing connections means that within 12 months all 1,450 ATMs will be linked to this single network. “At present less than 10% of these ATMs are linked to this network”, he said. De Sousa said he was confident that this goal would be achieved and guaranteed that given the conditions created for this purpose, the Central Bank is sure that by 2016 all commercial banks will be linked to the single network system. Meanwhile, according to the financial inclusion strategy approved by the Council of Ministers, Mozambique aims at providing financial services to at least 25 percent of the Mozambican population by 2019, as against the 23 percent recorded today. Furthermore it is expected that by 2022 at least 35% of the economically active adult population in Mozambique will have physical or electronic access to the financial services provided by banks. As far as financial inclusion is concerned Mozambique has currently 11,461 electronic money agents [what is this?]; 1,490 POS terminals

and 1,400 ATMs. According to data from Finmarktrust, FinScope (2015), the Financial Inclusion index increased 53% between 2005 and 2014. With regard to other services, it is known that 20% of mobile phone subscribers have an e-money account or an electronic account, and

that 26% of the economically active population has an electronic account. The biggest challenge will be to create the conditions such that the differences between the mobile phone operators in the country do not turn into an obstacle for the realization of electronic financial transactions.c

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Foco negócios

250 milhões USD da Cimpor para Nacala

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riada São 250 milhões de dólares a fatia destinada ao investimento da portuguesa Cimpor numa fábrica em Moçambique. Estima-se que a unidade fabril esteja operacional em 2018 e que venha a produzir 1,5 milhões de toneladas de cimento por ano. O local escolhido para implementar este projecto foi Nacala, onde o grupo Cimpor (sediado em Portugal e detido por capitais brasileiros), através da empresa Cimentos de Moçambique, já dispõe de duas unidades de moagem e de reservas. A Cimpor assegura que a nova capacidade a instalar vem aumentar o nível de eficiência da resposta à procura de cimento local, reconhecendo a Cimentos de Moçambique o seu papel de acelerador de desenvolvimento económico sustentável da região de Nacala. A concretização deste investimento em Moçambique passa por uma parceria com um fornecedor internacional, sendo que a sua “estrutura de financiamento não compromete o presente processo de desalavancagem da Cimpor”. Société Generale ‘muda-se’ para Moçambique A Société Generale mudou-se para o país e anunciou a sua entrada no capital do MCM Moçambique. O grupo bancário francês reforça assim a sua posição em África e sublinha o potencial de desenvolvimento do país na CPLP, com uma média de crescimento de 7% ao ano.c

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COMMODITIES

Procura de ouro recua para mínimos de seis anos A procura mundial

de ouro caiu evidenciando uma perda de apetite pelo metal amarelo. O ouro atingiu os níveis mais baixos dos últimos 6 anos, no segundo trimestre. Quem o diz é o relatório trimestral do World Gold Council (WGC). De facto, a procura global ascendeu, entre Abril e Junho, a 915 toneladas. Este valor representa um decréscimo de 12% face ao valor registado no mesmo período de 2014. Essa diminuição é justi-

ficada pelo WGC com a perda de apetite pela commodity por parte da China e da Índia, os maiores consumidores de ouro do mundo. Aliás, metade da procura a nível mundial cabe àqueles dois países, sendo que a maior parte da matéria-prima se destina à joalharia. Os consumidores destes países reduziram as aquisições não só de peças de joalharia como de moedas e barras de ouro, apesar da cotação do ouro rondar os mínimos de cinco anos, no período em causa.c


Focus on BUSINESS

USD 250 million of Cimpor for Nacala

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he Portuguese company Cimpor plans to invest USD 250 million in a factory in Mozambique. It is estimated that the plant will be operational in 2018 and will produce 1.5 million tons of cement per year. The place chosen for this project is Nacala, where the Cimpor group (based in Portugal and owned by Brazilian capital), through the company Cimentos de Moçambique, already has two grinding and reserve units. According to Cimpor that the new capacity to be installed will increase its efficiency in responding to local demand for cement, acknowledging the role of Cimentos de Mozambique in accelerating the sustainable economic development of the Nacala region. This investment in Mozambique is realized by means of a partnership with an international supplier, and its “financing structure does not compromise the present deleveraging process of Cimpor”. [what does this mean?] Société Generale ‘moving’ to Mozambique Société Generale entered the country and has announced a participation in the capital of MCM Moçambique. The French banking group thus reinforces its position in Africa and underlines the development potential of the country within the CPLP, with an average growth rate of 7% per year.c

COMMODITIES

Gold demand drops to the lowest level in six years Global demand

for gold has dropped, signaling a loss of appetite for the yellow metal. In the second quarter of 2015 gold hit the lowest level in six years, according to the quarterly report of the World Gold Council (WGC). In fact, global demand increased between April and June, to 915 tons. This value [which value? a ton is a weight, not a value] represents a 12% decrease [??an increase that turns out to be a decrease? Please do your homework]

in comparison with the same period of 2014. The WGC explains this decrease with the loss of appetite for the commodity in China and India, the world’s largest gold consumers. In fact, half of global demand is from these two countries and most of the raw material is destined for the production of jewelry. Consumers in these countries have scaled back purchases not only of jewelry but also of coins and gold bars, despite gold prices being at a five-year low.c

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Foco EMPRESA

Kussema procura liderar em mercado competitivo A Kussema é uma empresa jovem moçambicana virada para a área de prestação de serviços em diferentes sectores, e tenciona liderar o mercado nos próximos anos, numa altura em que o mesmo se torna cada vez mais exigente e competitivo. Gildo Mugabe (texto e fotos)

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ue a liderança não se alcança por acaso todos nós sabemos. A liderança é resultado de decisões baseadas no conhecimento do mercado e do consumidor. E, mesmo quando se alcança o topo, é preciso continuar a trabalhar para não perdê-lo. Conquistar e manter a liderança é resultado de acções baseadas na determinação de visualizar oportunidades presentes e futuras. Grandes empresas têm sucesso e longevidade porque criam novos produtos continuamente. Na verdade, são produtos e serviços inovadores,

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que fornecem valores aos clientes, percorrem uma estrada congestionada até ocupar um espaço na mente dos seus consumidores. É exactamente isto que a Kussema pretende fazer no mercado nos próximos anos, tal como fez saber Dita Mpfumo, directora geral desta organização. Do nada, ou por outra, pelos fundos próprios nasceu a Kussema e hoje a mesma empresa discute o seu espaço com diferentes concorrentes no país. Criada em 2007, a Kussema tem sido uma das Pequenas e Médias Empresas (PME) que mais presta serviços ao Estado, e não só.

“Trabalhamos com o Estado. Na verdade o Estado é nosso grande parceiro bem como o sector privado”, frisou Dita Mpfumu. Aliás, e de acordo com Mpfumu, a Kussema é dotada de uma metodologia de trabalho diferente que confere credibilidade aos seus clientes. Dos diversos serviços prestados pela Kussema, o destaque vai para o fornecimento de todo o tipo de uniformes e material de protecção, fornecimento de equipamento informático e gestão de arquivos, fornecimento de refeições e gestão de refeitórios, limpeza de escritórios e casas, entre outras actividades.c


Focus on Company

Kussema tries to lead in a competitive market Kussema is a young Mozambican company providing services in different sectors, and intends to lead the market in the coming years, at a time when it is becoming increasingly demanding and competitive. Gildo Mugabe (text and photographs)

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e all know that leadership is not achieved by chance. Leadership is the result of decisions based on knowledge of the market and the consumer. And even when one reaches the top, one needs to work hard to stay there. Achieving and maintaining leadership is the result of actions based on the determination of seeing present and future opportunities. Large companies are successful and live long because they continuously create new products. In fact, it is innovative products and services that provide value to customers, travel a path that is full of contenders before occupying a space in the minds of consumers. This is exactly what the Kussema intends to do in the coming years, reveals Dita Mpfumo, general director of the organization. Out of nowhere, in other words based on own capital, Kussema was established and today the company is vying for space with various competitors in Mozambique. Established in 2007, Kussema is one of the Small and Medium Enterprise (SMEs) that provides most services to the state, and beyond. “We work with the state. In fact the state is our great partner, and the private sector as well�, according

to Mpfumo. He explains that Kussema uses a different work methodology that lends credibility to its customers. [what are your readers to make of this?] Among the various services provided by Kussema, the focus is on the provision of all kinds of uniforms and protective gear, the supply of computer hardware and file management, catering and the management of dining facilities, cleaning of offices and houses, among other things.c

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Tema de FUNDO

Com o Atlas Mara como novo accionista

BancAbc tem 90 milhões de dólares para PMEs O BancABC apresentou resultados positivos nos primeiros seis meses deste ano, desempenho que espera manter até ao final do ano. Trata-se de uma viragem que coincide com a aquisição do banco pelo grupo Atlas Mara, um parceiro que vai revolucionar a instituição. Aliás, uma das grandes novidades é a fatia de 90 milhões de dólares que se destina ao financiamento das PMEs em Moçambique. Belizário Cumbe (texto)

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BancABC está a mudar. Quinze anos depois de se estabelecer no mercado e a operar de forma bastante limitada, no que tange à sua dimensão, número de clien-

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tes e total de activos, a instituição bancária passou a contar, na sua estrutura accionista, desde Dezembro de 2014, com o grupo financeiro Atlas Mara, criado em 2013 com a visão de implantar um grupo financeiro de


peso em África. Ao cabo de um longo processo preparatório, o BancABC passou recentemente a acoplar na sua marca o nome do novo accionista, passando a designar-se BancABC - parte do Atlas Mara. Porém, a mudança vai muito além desta alteração da marca, segundo o administrador delegado, Hélder Chambisse. O grupo Atlas Mara tem na inovação tecnológica um pilar forte da sua estratégia e isto vai dotar o banco de elementos diferenciadores que o permitam melhorar a sua oferta no mercado e competir em pé de igualdade com instituições mais avançadas neste desiderato. “Passaremos a servir cada vez mais e melhor os nossos clientes através de plataformas tecnológicas modernas como o mobile banking, internet banking, para além de uma rede de ATM’s mais funcional”, disse Chambisse. Outro factor a ter em conta é o acesso a recursos financeiros que permitam financiar o crescimento do banco, incluindo a injeção de capital sempre que necessário, um ingrediente essencial para competir em igualdade de circunstâncias num mercado cada vez mais competitivo e com os bancos de maior dimensão em contínuo e franco crescimento.

nistrador. Por outro lado, a exposição do grupo aos mercados globais, onde fundos de investimento olham para África como destino privilegiado para os seus recursos financeiros, garante ao BancABC acesso aos mesmos. Hélder Chambisse revelou que, a Atlas Mara firmou recentemente um acordo com a OPIC (Overseas Private Investment Corporation), uma entidade do governo dos Estados Unidos da América, que levará à mobilização de 300 milhões de dólares norte-americanos, dos quais 90 milhões estão destinados a Moçambique, principalmente, para o financiamento às Pequenas e Médias Empresas, entre outras iniciativas.

É importante destacar, também, que o Atlas Mara opera em outros países africanos, como é o caso da Nigéria, com experiências relevantes em sectores que ainda colocam desafios de base à economia moçambicana. “O facto de o nosso accionista operar em mercados como a Nigéria, com vasta experiência e conhecimento de sectores como o petróleo e gás, confere ao banco o know-how necessário para actuar neste sector sem reservas”, destacou. Em Moçambique, o BancABC acredita que a banca nacional joga um papel importante no âmbito dos projectos de investimento em curso neste sector, mormente na Bacia do Rovu-

90 milhões para as PMEs moçambicanas O Atlas Mara foi criado em 2013, mas os fundadores, executivos e gestores, têm uma vasta experiência em muitos mercados e com provas dadas em África. Por isso, “havendo uma interação entre os nossos gestores e colaboradores, com esta equipa ganhamos maturidade, experiência e, consequentemente, melhoramos a nossa actuação”, destacou o admi-

Hélder Chambisse

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ma, embora que indirectamente. Uma vez que a maioria das multinacionais envolvidas na exploração deste projecto são de grande dimensão e muitas vezes já trazem a componente financeira dos países de origem, aos bancos locais cabe contribuir para o impulsionamento do chamado conteúdo local, prestando serviços às empresas contratadas pelos grandes projectos.

entre os cinco maiores bancos. Segundo o responsável: “teremos que crescer a um ritmo superior à média do mercado, o que requer um esforço enorme dos gestores e colaboradores, bem como do accionista e todo o trabalho, que tem sido feito desde Dezembro de 2014 a esta parte, tem sido no sentido de dotar o banco de capacidade financeira, tecnológica e humana para esse fim”.

Objectivo é manter-se relevante

O desafio de financiar a agricultura

No ranking da banca nacional - a avaliar pelo total de activos - o BancABC ocupa a sétima posição. Hélder Chambisse diz que a ambição do novo accionista é atingir uma posição cimeira no mercado moçambicano, que se traduza num total de activos e rentabilidade

O administrador delegado, Hélder Chambisse, revelou que o peso do financiamento à agricultura na instituição que dirige situa-se em torno dos 10% no total da sua carteira de crédito financiando entre pequenas, médias e grandes empresas.

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Porém, acrescenta que, a pouca apetência do sector bancário ao financiamento à agricultura decorre de vários factores de risco, muitos deles não cobertos pelos critérios de avaliação e mitigação dos riscos dos bancos, sendo crucial o envolvimento de todos os stakeholders para se encontrarem as melhores soluções. “Uma das formas é o envolvimento de todos os participantes na cadeia de valor na avaliação e gestão do risco. O banco não pode lidar única e exclusivamente com o mutuário que é o produtor, por exemplo, mas, também, com o principal cliente deste que sendo conhecedor da cultura e do mercado, pode auxiliar em assegurar que todo o processo ocorra como previsto e o produto chegue ao mercado com a qualidade desejada”, concluiu Chambisse.c


H茅lder Chambisse

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BACKGROUND THEME

With Atlas Mara as new shareholder

BancAbc has 90 million dollars for SMEs BancABC showed positive results in the first six months of this year, a performance it hopes to maintain until the end of the year. It is a shift that coincides with the acquisition of the bank by the Atlas Mara group, a partner that will revolutionize the institution. In fact, one of the big novelties is the fund 90 million dollar fund destined for financing SMEs in Mozambique Belizário Cumbe (text)

B

ancABC is changing. Fifteen years after entering the market and operating in a very limited way in terms of size, number of customers and total assets, since December

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2014 the bank counts among its shareholders the financial group Atlas Mara, established in 2013 with a view to setting up a financial group of weight in Africa. After a long preparatory process, Ban-

cABC recently added the name of the new shareholder to its brand name and is now called BancABC - part of Atlas Mara. But the change goes far beyond this re-branding, according to managing director Hélder Chambisse.


A strong pillar of Atlas Mara’s strategy is technological innovation and this will provide the bank with differentiating elements that allow it to improve its offers in the market and compete on an equal footing with more advanced institutions in this sector. “We will increasingly offer more and better services to our clients through modern technological platforms such as mobile banking, internet banking as well as a better functioning ATM network”, Chambisse said. Another factor to consider is access to financial resources to finance the bank’s growth, including capital injections when needed, an essential ingredient to compete on an equal footing in an increasingly competitive market and with continuously and rapidly growing larger banks.

90 million for Mozambican SMEs Atlas Mara was created in 2013 but the founders, executives and managers have extensive experience in many markets and with a proven track record in Africa. Therefore “there is interaction between our managers and employees, with this team we gain maturity, experience and consequently we improve our performance”, according to the manager. On the other hand the group’s exposure to global markets, where Africa is considered a destination of preference by investment funds, ensures that BancABC has access to these financial resources. Hélder Chambisse revealed that Atlas Mara recently signed an agreement with OPIC (Overseas Private Investment Corporation), an entity of the United States government, which will lead to the mobilization of 300 million US dollars, 90 million of which are earmarked for Mozambique,

mainly for the financing of Small and Medium Enterprises, among other initiatives. It is worth noting too, that the Atlas Mara operates in other African countries, such as Nigeria, with relevant experience in sectors that still pose basic challenges to the Mozambican economy. “The fact that our shareholder operates in markets such as Nigeria, with vast experience and knowledge of sectors such as oil and gas, gives the bank the necessary know-how to fully operate in this sector”, he said. BancABC believes that in Mozambique national banks play an important although indirect role in the ongoing investment projects in this sector, especially in the Rovuma Basin. Since most of the multinationals involved in this project are large and often bring the financial component of their countries of origin, local banks have to contribute to boosting the so-called local content, providing services to companies contracted by these large projects.

The objective is to remain relevant

directed towards providing the bank with the financial, technological and human capabilities to that end”.

The challenge of financing agriculture Chambisse also stated that about 10% of the bank’s total loan portfolio for small, medium and large enterprises consists of financing of agriculture. However, he adds that the low appetite of the banking sector when it comes to financing agriculture is due to several risk factors, many of them not covered by banks’ criteria of risk evaluation and mitigation. It is crucial for all stakeholders to be involved in order to find the best solutions. “One way is to involve all participants in the value chain in assessing and managing risks. The bank can not deal only with the borrower who is the producer, for example, but should include his main customer who knows the crop and the market and thus can help to ensure that the entire process occurs as planned and the product reaches the market with the desired quality”, according to Chambisse.c

In the ranking of national banks - judging by total assets - BancABC occupies seventh place. Hélder Chambisse says the ambition of the new shareholder is to achieve a leading position in the Mozambican market, which means that in terms of total assets and profitability the bank has to rank among the five largest banks. According to Chambisse “we will have to grow at a faster pace than the market average, which requires an enormous effort of managers and employees, as well as the shareholder and all the work that has been done since December 2014 has been

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UP-GRADE

Carvão mineral, o ‘ouro negro’ que não reluziu Nos finais de 2009 e início de 2010, Moçambique iniciou a exploração e exportação de carvão mineral para o mercado internacional. A descoberta desta commodity mobilizou várias multinacionais. Empresas como a Vale e Rio Tinto canalizaram biliões de dólares para investir neste sector. No entanto, o que parecia ser ‘ouro negro’ não reluziu e virou até agora uma autêntica utopia. Gildo Mugabe (Texto)

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oçambique desfila na lista dos países com maiores reservas de carvão mineral no mundo, aliás, os dados indicam que o País possui mais de 23 biliões de toneladas deste minério. O anúncio destas reservas fez com que as multinacionais não medissem esforços nem recursos para investir na exploração desta commodity. Na última década, o Governo emitiu 124

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licenças para a exploração de carvão mineral, número que reflectia a procura do mercado por este minério. Entretanto, poucos ou quase ninguém previa que esta commodity, com o andar do tempo, viesse a perder valor no mercado internacional. Só para se ter uma ideia, o preço da tonelada de carvão já foi comercializado a 250 dólares nos últimos dois anos. Depois baixou para 100 dólares e hoje

oscila entre os 60 a 40 dólares norte-americanos. Uma baixa em tudo significativa. A Vale somou e continua a somar prejuízos. A Rio Tinto, por sua vez, abandonou o barco e vendeu os seus activos por 50 milhões de dólares norte-americanos ao consórcio estatal indiano International Coal Ventures Private Limited (ICVL). Trata-se de activos que foram adquiridos à Riversdale Mining Limited por 4,1 biliões de dólares norte-americanos em 2011. Facto que já de si revela uma perda de valor de grande magnitude. Originam a queda do preço do carvão vários factores, entre eles surge a redução da taxa de crescimento da Índia e China, principais consumidoras desta matéria-prima. Para o caso de Moçambique alia-se também outro factor negativo, que se prende com o local da produção localizar-se muito distante dos portos de escoamento. Um aspecto que contribui para que o bem não seja tão rentável para as empresas, associado à redução do seu preço na praça internacional. É caso para dizer que as virtudes do ‘ouro negro’ em Moçambique virou uma autêntica utopia. Na verdade, fica uma lição para o país, numa altura em que todas atenções neste momento se encontram voltadas para o Gás Natural localizado na Bacia do Rovuma.c


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UP-GRADE

Coal, the ‘black gold’ that didn’t shine In late 2009 and early 2010, Mozambique started the exploitation and export of coal to the international market. The discovery of this commodity mobilized several multinationals. Companies such as Vale and Rio Tinto channeled billions of dollars to invest in this sector. However, what appeared to be ‘black gold’ didn’t shine and even turned into a real utopia. Gildo Mugabe (Text)

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ozambique parades on the list of countries with the largest coal reserves in the world, as a matter of fact data indicate that the country has more than 23 billion tonnes of this mineral. The announcement of these reserves caused multinationals not to spare efforts or resources to invest in the exploration of this commodity. In the last decade, the Government has issued 124 licenses for coal exploration, a number that reflected market demand for coal. However, few or almost no one foresaw that this commodity, with the passage of time, were to loss value in the international market. Just to give you an idea, a ton of coal has been sold for 250 dollars in the last two years. The price then dropped to 100 dollars and today it ranges between 40 to 60 dollars. A low that is telling. Vale ir running and continues to run losses. Rio Tinto, meanwhile, jumped ship and sold its assets for 50 million dollars to the Indian state consortium International Coal Ventures Private Limited (ICVL) These are the assets that were bought from Riversdale Mining Limited for 4.1 billion dollars in 2011. This fact alone reveals a loss of great magnitude. Several factors account for this fall of the coal price fall, chief among them the

lower growth rate of India and China, the main consumers of this raw material. In the case of Mozambique there is another negative factor at play, namely the location of the production site far from the exporting ports. Apart from the reduction of the price in the international market this is another aspect that contri-

butes to coal not being very profitable for the companies,. In other words, the virtues of the ‘black gold’ in Mozambique have turned into a true utopia. In fact, it is a lesson for the country, at a time when all attention is focused on the natural gas found in the Rovuma Basin.c

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GESTÃO

Sabores portugueses em África e no resto do mundo A empresa Porminho começou com um pequeno negócio de carnes, mas os sucessivos investimentos nas instalações fabris, em sistemas de qualidade e segurança alimentar levaram-na a exportar para mais de 12 mercados internacionais.

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Porminho foi fundada em 1984 em Outiz, Vila nova de Famalicão, e começou por ser uma empresa especializada em produtos de charcutaria e carne fresca. Segundo Tiago Freitas, administrador da companhia, a mesma conta com a gestão da segunda geração da família e hoje já é uma referência no sector agroalimentar.

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O processo de exportação foi iniciado com os mercados de Angola e Moçambique, tendo em conta a relação de proximidade. Segundo Freitas, os Palops são países que apreciam os produtos portugueses e onde os mesmos já fazem parte dos seus hábitos de consumo locais. “São também mercados de grande consumo, oferecendo uma fonte de volume considerável”, adianta o gestor.

Hoje, os principais mercados de exportação são em África, com Angola, Moçambique e Cabo Verde à cabeça, enquanto na Europa destacam-se Espanha, França, Bélgica e Luxemburgo, onde dependendo dos países, trabalha com importadores ou com cadeias de distribuição directamente. Para fomentar a expansão internacional, a Porminho tem um investimento previsto entre 8 a 10 milhões de euros que arranca já a partir de Outubro e visa aumentar e diversificar a produção bem como ganhar novos mercados. O investimento tem como meta dar continuidade ao trabalho desenvolvido na Europa e em África, tendo a Porminho contactos adiantados também na Alemanha e na África do Sul. A entrada na América do Sul, por meio do Brasil, é também uma das prioridades, embora “as barreiras à entrada do mercado brasileiro sejam várias, com especial destaque para a homologação de produtos, a burocracia aduaneira e os elevados direitos de importação”, afirma Tiago Freitas, dizendo ao mesmo tempo que “a entrada em qualquer novo mercado é um processo de aprendizagem e de adaptação a uma realidade diferente da que temos no mercado nacional (português). Por isso, nunca é normalmente simples... Demora tempo e existem sempre obstáculos a ultrapassar”.c



MANAGEMENT

Portuguese tastes in Africa and beyond The Porminho company started as a small meat business but successive investments in manufacturing facilities and in food quality and safety systems have led the company to export to more than 12 international markets.

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orminho was established in 1984 in Outiz, Vila nova de Famalicão, and began as a company specializing in cured meat products and fresh meat. According to company manager Tiago Freitas, the company is now managed by the second generation of the family and has become a point of reference in the agro-food sector. Porminho started to export to Angola and Mozambique, taking into account the close relationship it has with these countries. According to Freitas, the Portuguese speaking countries (Palops) appreciate Portuguese products, which are already part of the local consumers’ diet. “These are also large consumer markets, with a demand of considerable volume”, according to the manager. The main export markets nowadays are in Africa, especially Angola, Mozambique and Cape Verde, while in Europe the company exports above all to Spain, France, Belgium and Luxemburg. Depending on the country the company works with importers or directly with distribution chains. In order to boost international expansion Porminho expects to invest between 8 and 10 million Euros from October onwards, aimed at increa-

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sing and diversifying production and at opening up new markets. The objective of the investment is to give continuity to the work developed in Europe and in Africa, with the company having established preliminary contacts in Germany and South Africa already. Entry in Latin America by way of Brazil is also one of the priorities although “there are several obstacles to entering the Brazilian

market, especially the approval of products, customs bureaucracy and high import duties”, so Tiago Freitas, who says that at the same time “entering any new market is a process of learning and adapting to a reality that differs from the one we have in our national Portuguese market. That’s why it is never simple... It takes time and there are always obstacles to overcome”.c


EMPREENDER

Technoplus:

PME com aspiração de ser uma grande empresa A Technoplus é uma empresa jovem que fornece soluções tecnológicas para diversas organizações nacionais, entre públicas e privadas. Trata-se de uma PME, que granjeia cinco anos no mercado moçambicano, e sob as rédeas de Sázia Sousa ruma em direcção ao grupo das Grandes Empresas. Gildo Mugabe (texto)

A

s Tecnologias de Informação e Comunicação (TICs) são indispensáveis no nosso diaa-dia, principalmente nesta era em que nos encontramos, a dita era da globalização. Aliás, as novas tecnologias também registam um desenvolvimento acelerado, sendo que todos os dias são produzidos novos telemóveis, televisões, computadores. Entretanto, ter as tecnologias a nossa disposição não basta por si só. É preciso que haja pessoas ou empresas

qualificadas com um know how comprovado na matéria. Em Moçambique, em particular, existem diversas empresas que se dedicam ou exploram o ramo das TICs, e dessas importa destacar a Tecnoloplus onde o core business passa por tratar as tecnologias por tu, segundo a sua representante, Sázia Sousa. “Estamos no mercado desde 2010, com enorme interesse no desenvolvimento do País, principalmente a nível das TIC’s. Para tal, estamos sempre estudando novas formas de atingir

este objectivo”, refere Sázia Sousa. Numa altura em que temos muitas empresas que exploram as TICs no País, o que torna a Tecnoplus diferente doutras? Questionamos a directora e proprietária desta empresa, tendo a mesma respondido nos seguintes termos: “O segredo é saber fazer, e nós decretamos tolerância zero às falhas”. “Temos como missão principal manter os nossos clientes devidamente competitivos num mercado em que as TIC’s têm-se tornado ferramentas cada vez mais indispensáveis.” Com pacotes de serviços informáticos mais voltados para as necessidades das empresas e com uma equipa jovem e altamente qualificada, a Technoplus possui soluções desenhadas para organizações de todas as dimensões. Entretanto, e segundo recorda Sázia Sousa, não foi fácil colocar a Tecnoplus num patamar financeiramente estável. “Enfrentamos várias dificuldades, sendo que uma delas foi o acesso ao financiamento, e durante os dois primeiros anos corremos vários riscos de desaparecer. Mas, com a devida persistência, hoje conseguimos superar”, garantiu a empresária.c

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ENTREPRENEURSHIP

Technoplus:

SME aspiring to become a large company Technoplus is a young company that provides technology solutions for various national organizations, both public and private. It is an SME that has been active in the Mozambican market fort five years and under the leadership of Sázia Sousa is on the way to enter the group of Large Companies Gildo Mugabe (text)

I

nformation and Communication Technology (ICT) is indispensable in our daily life, especially in the era we live in, the so-called era of globalization. In fact, new technologies are being developed at an ever faster rate, and every day new mobile phones, televisions and computers are being produced. However, having the technology at our disposal is not enough in itself. What is needed are qualified people or companies with relevant proven

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know how. In Mozambique in particular, there are several companies engaged in ICT, and standing out among these is Tecnoloplus, whose core business involves dealing with technologies for you [‘passa por tratar as tecnologias por tu’? I have no idea what you mean to say here], according to its representative Sázia Sousa. “We are in the market since 2010 and are very much interested in the development of the country, espe-

cially with respect to ICT. To that end we are always studying new ways to achieve this goal”, according to Sousa. At a time when there are many ICT companies active in Mozambique, what makes Technoplus stand out among others? When asked, the director and owner of the company says: “The secret is know how, plus the fact that we have a zero tolerance policy when it comes to failure. Our main mission is to keep our customers fully competitive in a market where ICT has become a tool that is increasingly indispensable”. With IT service packages more geared towards the needs of businesses and with a young, highly qualified team, Technoplus has solutions that suit all kinds of organizations, irrespective of their size. However, according to Sázia Sousa, it has not been easy to put Tecnoplus on a financially stable footing. “We face several difficulties, one of which is access to finance, and during the first two years we almost disappeared a number of times. But due to our persistence we managed to overcome these problems, according to the businesswoman.c


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MERCADOS

Os números do Black Monday

2

4 de Agosto de 2015, o dia em que ninguém escapou. A China mostrou a sua grandeza e provocou uma sangria nas principais praças financeiras globais. Longe de ser o Black Monday de 1929 – quando Wall Street caiu mais de 22% e arrastou multimilionários à banca rota – os receios pela desaceleração da segunda maior economia mundial provocaram pânico e a contabilização dos efeitos ainda vai levar tempo. Para dar fôlego à economia, que enfrenta dificuldades na produção industrial, a China desvalorizou a moeda em 3.5%, a mais alta em duas décadas. No lugar de aliviar, a medida só reforçou as preocupações do mercado. O que pretendia a China? A desvalorização da moeda pode impulsionar a economia por meio das exportações - sector-chave nas contas chinesas - que ficam mais baratas. Mas a verdade é que a iniciativa atirou as matérias-primas (a China é um dos maiores

consumidores mundiais de energia por isso o contágio atingiu as commodities, sobretudo o petróleo) para os mínimos e a factura paga pelas principais bolsas europeias e americanas, assim como pelos multimilionários, foi pesada. Lisboa, por exemplo, perdeu três biliões de euros naquela que foi a pior sessão da praça portuguesa desde Outubro de 2008, no rescaldo da falência histórica do banco norte-americano Lehman Brothers. O dono da maior fortuna chinesa, Wang Jianlin, perdeu ainda mais, 3.2 biliões de dólares. o valor equivale a 10% da sua riqueza.

SEGUNDA-FEIRA NEGRA Queda de principais índices chineses

8.5% Xangai

7% Shenzhen

Queda de principais índices europeus

4.7% Londres (FTSE)

5.8% Lisboa (PSI 20)

4,7% Frankfurt (Dax)

5,01% Madrid (Ibex)

Queda dos principais índices dos EUA EFEITOS SOBRE AS GRANDES FORTUNAS

4% Dow Jones

Segundo o ranking de multimilionários da Bloomberg, a queda da segunda-feira negra reduziu a riqueza estimada de dez das pessoas mais ricas do mundo num total de 21.1 biliões de dólares: c

3.7% Nasdaq

Brasil

3% Bovespa Fontes: Bloomberg, Reuters e Forbes

Segundo o ranking de multimilionários da Bloomberg, a queda da segunda-feira negra reduziu a riqueza estimada de dez das pessoas mais ricas do mundo num total de 21.1 biliões de dólares:

Wan Jianlin, presidente do Dalian Wanda Group 3.6 biliões

Bill Gates, fundador e conselheiro tecnológico da Microsoft – 3.2 biliões

Jeff Bezos, CEO da Amazon – 2.6 biliões

Warren Buffett, CEO da Berkshire Hathaway - 2 biliões

Li Ka-Shing, presidente da Cheung Kong Holdings e da Hutchison Whampoa – 1.5 biliões

Mukesh Ambani, presidente da Reliance Industries Limited 1.8 biliões

Mark Zuckerberg, CEO do Facebook – 1.7 biliões

Larry Elison, presidente da Oracle – 1.6 biliões

Carlos Slim, CEO da Telmex e América Móvil – 1.6 biliões

Amancio Ortega, CEO da Inditex – 1.5 biliões

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MARKETS

The numbers of Black Monday

A

ugust 24, 2015, the day no one escaped unhurt. China showed its size and caused a blood bath in key global financial centers. Far from being a Black Monday like 1929 - when Wall Street fell more than 22% and bankrupted billionaires fears for a slowdown of the world’s second largest economy caused panic and it will take time to account for the effects. To stimulate its economy, which is facing difficulties in industrial production, China devalued its currency by 3.5%, the largest devaluation in two decades. Rather than alleviate, the measure only reinforced market concerns. What where China’s intentions? The currency devaluation may boost the economy through exports - a key sec-

tor in China accounts - which become cheaper. But the truth is that the initiative caused raw material prices (China is one of the largest consumers of energy so the contagion hit commodities, especially oil) to fall to a new low and the bill paid by the main European and American stock exchanges, as well as by multi-millionaires, was heavy. Lisbon, for example, lost three billion Euros in what was the worst session of the Portuguese market since October 2008, in the aftermath of the historic bankruptcy of US bank Lehman Brothers. The owner of the largest Chinese fortune, Wang Jianlin, lost even more, namely 3.2 billion dollars, equivalent to 10% of his wealth.c

BLACK MONDAY Fall of main indicators in China

7%

8.5% Shanghai

Shenzhen

Fall of main indicators in Europe

4.7% Frankfurt (Dax)

4,7% Paris (CAC)

5.8% Lisboa (PSI 20)

5,01% Madrid (Ibex)

Fall of main indicators in the USA

4% Dow Jones

3.7% Nasdaq

Brazil

3% Bovespa Sources: Bloomberg, Reuters and Forbes

According to the Bloomberg billionaires ranking, the fall of Black Monday reduced the estimated wealth of ten of the richest people in the world to the tune of 21.1 billion dollars:

Wan Jianlin, chairman of the Dalian Wanda Group – 3.6 billion

Bill Gates, founder and technological advisor of – 3.2 billion

Jeff Bezos, CEO of Amazon – 2.6 billion

Warren Buffett, CEO of Berkshire Hathaway - 2 billion

Li Ka-Shing, chairman of Cheung Kong Holdings and of Hutchison Whampoa – 1.5 billion

Mukesh Ambani, chairman of Reliance Industries Limited 1.8 billion

Mark Zuckerberg, CEO of Facebook – 1.7 billion

Larry Elison, chaiman of Oracle – 1.6 billion

Carlos Slim, CEO of Telmex and América Móvil – 1.6 billion

Amancio Ortega, CEO of Inditex – 1.5 billion

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PROFILE

Fernando Sumbana Júnior

A vida além Turismo Fernando Sumbana Júnior deixou de ser ministro depois de 15 anos de exercício. Qual é o desafio de integração na sociedade que se coloca, após uma vida política plena? Nenhum, responde. Garante que nunca deixou de ir ao mercado comprar peixe, fruta ou mesmo de se deslocar a Chamanculo para rever os amigos. “Claro que fiquei distante por causa da agenda”, mas sempre que estivesse disponível ia aos casamentos, funerais ou mesmo ao mercado Estrela Vermelha e “nunca ninguém me apontou o dedo”. Belizário Cumbane (texto)

“S

ou pai de dois filhos mais dois”. A explicação não tardou: “Victor e Lúcio são biológicos, mas Sandra e Lígia, na verdade, são filhas da

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minha cunhada que foi assassinada da Suazilândia, por isso passaram quase toda a vida connosco”, revela Fernando Sumbana. Estes, a par da esposa, Filomena Panguene Sumbana, foram os membros

da família mais sacrificados pela rotina “protocolar” que cedo o abraçou. Hoje, quer preencher o vazio que deixou, descansar e organizar o arquivo pessoal. Na vida profissional, nivela por baixo, pretende apenas


actualizar-se para voltar a dar aulas e pintar, uma das suas grandes paixões.

Além do turismo A sua história é um rio por onde correram as águas da fundação de uma parte da estrutura económica de Moçambique independente. O ponto de partida deu-se, em 1976, nos Supermercados LM onde foi gestor, logo depois de estes serem intervencionados pelo Estado devido a sabotagem, açambarcamento, entre outros vícios próprios do tempo de então. Como chega ao cargo? Recém-formado, em Habilitação Preparatória para o Ingresso ao Curso de Ciências Económicas e Financeiras, pelo Instituto Comercial de Maputo, dirigiu-se ao então Ministério da Indústria, Comércio e Turismo para pedir emprego. O país tinha sido abandonado à sua sorte, como tal havia vagas em tudo o que era instituição. Naquele Ministério, Sumbana recebeu guia para se dirigir ao Supermercado LM, na 24 de Julho, onde foi recebido e conferida a sua posse. Porém, o trabalho era tanto que na primeira semana a missão foi carregar sacos e arrumar produtos nas prateleiras. Tinha apenas 21 anos de idade. Em 1978, o Estado intervencionou seis empresas (entre elas a Teixeira Companhia Lda. e a Vulcano) que empregavam perto de 900 pessoas. Na altura, fez parte da Comissão Administrativa do grupo e o desafio era, primeiro, estabilizar as companhias para depois fundi-las. Este exercício resultou na criação da Intermetal, uma companhia vocacionada para a importação e distribuição de material de construção e matéria-prima para a indústria

metalomecânica. “Digo e com muito orgulho que nós fazíamos, nesta empresa, contabilidade e análises de balanço regularmente e enviávamos ao Ministério do Comércio Externo, o que não acontecia em muitas companhias”, recorda. Porém a intensa vida profissional não impediu que Fernando Sumbana contraísse matrimónio, em 1977. No mesmo ano, foi admitido na Universidade Eduardo Mondlane para frequentar o bacharelato em Economia. Foi ainda em 1977 que fixou o primeiro endereço em seu nome, no bairro do Museu, mais concretamente na rua da Argélia. Já em 1981, Sumbana Júnior teve pela frente um dos mais importantes desafios da carreira. Foi chamado para fundar e dirigir o Gabinete do Programa de Importação, no Ministério do Comércio Externo. Lado a lado com Oldemiro Baloi (únicos funcionários para além da secretária) tinha como missão coordenar as importações e os concursos internacionais, assim como distribuir o dinheiro no mercado, em estreita colaboração com o Banco de Moçambique. Proveniente de uma família de 13 irmãos (um dos quais já falecido), onde a escola era a palavra de ordem, em 1987, e por via de uma bolsa, Fernando Sumbana seguiu para os Estados Unidos da América fazer o MBA em Administração Pedagógica.

Mudar as mentes Em 1996, dois anos depois das primeiras eleições multipartidárias, Fernando Sumbana foi nomeado director do Centro de Promoção de Investimentos (CPI). A instituição precisava ganhar uma nova dinâmi-

ca e responder aos desafios de um país ainda por reconstruir, depois da guerra cujas cicatrizes eram indisfarçáveis. Fez-se à instituição, estudou o terreno e deu o primeiro passo: “Notámos que a solução não era trocar as pessoas. Tínhamos que trabalhar as mentes. Havia pessoas lá que lidavam com investidores de vários quadrantes do mundo, mas não falavam nenhuma língua estrangeira”. A solução foi “mandá-las para fora do país aprenderem línguas. Quando voltaram, notamos que valeu a pena”, referiu. Sumbana orgulha-se por ter estado directamente envolvido na mobilização da primeira fase da Mozal e da sul-africana Sasol. No ano 2000 foi criado o Ministério do Turismo e foi chamado para liderar os seus destinos. Era preciso redesenhar a estratégia e a política nacional do sector. Revitalizar as áreas de conservação e definir o tipo do turismo que seria prioridade no país. “Elegemos o turismo de alta classe e, em virtude disso, conseguimos mobilizar para o país grupos como o Pestana e a Rani, mas, mesmo assim, fomos criticados. Porém, explicamos que apesar de servir a quem vem de fora, este turismo é de alto rendimento e exerce pouca pressão sobre o meio ambiente”. Entretanto, o turismo doméstico não foi esquecido. Destinos como Macaneta, Marracuene, Pemba e Bilene foram potenciados para o efeito. Doze anos depois de gerir as rédeas do sector do turismo em Moçambique (2000-2012), deixou de liderar o Ministério e garante que a indústria turística já tem pernas para andar e superar os 5% que representa no PIB.c

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PROFILE

Fernando Sumbana Junior

Life beyond Tourism Fernando Sumbana Junior is longer minister after 15 years in office. What is the challenge integrating in society after a full political life? None he replies. He ensures that he never stopped going to the market to buy fish, fruit or even going to Chamanculo to see his friends. “Of course I was often away because of my agenda”, but always when available he went to weddings, funerals or even to the market Estrela Vermelha and “no one ever showed me the finger”. Belizário Cumbe (text)

“I

am a father of two plus two”. The explanation is not long in coming, “Victor and Lucius are my biological children but Sandra and Ligia are the daughters of my sister who was murdered in Swaziland, so they spent most of their life with us”, says Fernando Sumbana. These, along with his wife Filomena Panguene Sumbana were the family members who suffered most of the “protocol” routine which soon started. Today he wants to fill the void left, rest and organize his personal archive. In his professional life, at a lower level, he only wants to catch up and return to teaching and painting, one of his great passions.

Beyond tourism His story is a river filled with the water of creating part of the economic structure of independent Mozambique. The starting point came in 1976 in supermarket LM where he was manager shortly after the intervention by the State brought about by sabotage, hoarding, among others own vices of the time. How did he get there? Newly trained

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with a Habilitação Preparatória para o Ingresso ao Curso de Ciências Económicas e Financeiras?? from the Commercial Institute of Maputo, he went to the then Ministry of Industry, Trade and Tourism to ask for a job. The country had been abandoned to its fate, so there were vacancies in every institution that existed. In that Ministry, Sumbana was told to go to supermarket LM on Avenida 24 de Julho where he was received and appointed manager. But the work was such that in the first week he wound up carrying bags and pack products on the shelves. He was only 21 years old. In 1978 the State intervened in six companies (including the Company Teixeira Lda. and Vulcan) employing

close to 900 people. At the time, he was a member of the Administrative Commission of the group and the challenge was to first stabilize the companies and then merge them. This exercise resulted in the creation of Intermetal, a company dedicated to the import and distribution of construction materials and raw materials for the metal industry. “I can say and say it with pride that in this company we did the accounting and the balance sheet analysis regularly and we sent it to the Ministry of Foreign Trade, something which was not done in many companies”, he recalls. But the intense professional life did not stop Fernando Sumbana to marry in 1977. The same year he was admitted to the Eduardo Mondlane University to attend a bachelor’s course in Economics. It was also in 1977 that he had his first house, in the neighborhood of the Museum, specifically in the Rua da Argélia. In 1981 Sumbana Junior had to face one of the biggest challenges of his career. He was asked to create and lead the Import Programme Office in the Ministry of Foreign Trade. Together with Baloi (they were the only officials, apart from the secretary) he had to coordinate imports and international tenders, as well as distribute the money in the market, in close collaboration with the Bank of Mozambique. Coming from a family of 13 brothers (one of whom is deceased), where school was the watchword in 1987, and by way of a grant, Sumbana went to the United States to do an MBA in Educational Administration.

Change minds In 1996, two years after the first multiparty elections, Fernando

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Sumbana was appointed director of the Investment Promotion Centre (CPI). The institution was in need of new momentum and had to meet the challenges of a country yet to rebuild after a war that left indelible marks. The institution was created, he studied the field and took the first step: “We noticed that the solution was not to change people, but to change minds. There were people there dealing with investors from various quarters of the world but they did not speak any foreign language”. The solution was “sending them abroad to learn languages. When they came back, we noticed that it was worth it”, he says. Sumbana is proud to have been involved in mobilizing the first phase of Mozal and South African Sasol. In 2000 Ministry of Tourism was created and he was asked to lead it. It was necessary to redesign the strategy and national policy in this sector. To revitalize conservation areas and define the type of tourism that would be priority in this country. “We chose high-class tourism and because of this we managed to attract groups such as Pestana and Rani to the country, but even so we were criticized. However, we explained that in spite of serving people coming from abroad, this tourism yield high revenues and exerts little pressure on the environment”. However, domestic tourism has not been forgotten. Destinations such as Macaneta, Marracuene, Pemba and Bilene have been enhanced for this purpose. After twelve years at the helm of the tourism sector in Mozambique (2000-2012), he left the Ministry and ensures that the tourism industry has legs to stand on and will surpass the 5% that it contributes to DP.c


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MARKETING

As imbatíveis vendas da Mercedes-benz Há 91 anos no mercado, o vulto alemão do mercado automóvel, a Mercedes-benz, alcançou nos primeiros sete meses de 2015 resultados sem paralelo. Só em janeiro, a marca vendeu 126 mil veículos, garantindo o melhor início de ano da sua história. Já em Julho as vendas foram de 150 mil unidades. Aliás, a atestar a pujança das suas vendas, de Janeiro a Julho, a companhia procedeu à entrega de um milhão de carros. Gildo Mugabe (texto)

É

uma das marcas de eleição no mercado nacional, principalmente quando o transporte contempla ministros, viceministros e até secretários permanentes. Os homens de negócios não ficam atrás, e é quase impossível encontrar um que não usa ou que não tenha usado um mercedes-benz. À semelhança do que acontece em Moçambique, esta marca é uma das mais procuradas pelo mundo fora. Por isso, no sétimo mês deste ano a Mercedes alcançou resultados históricos.

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O fabricante entregou praticamente 150 mil veículos a clientes em todo o mundo durante o mês de Julho, o que representa um crescimento de 15,2% em relação ao mesmo mês do ano anterior. O cenário resulta das fortes vendas do Classe C e dos modelos compactos da marca. Mas o recorde foi fixado, igualmente, nas vendas efetuadas de Janeiro a Julho. A companhia ultrapassou um milhão de vendas, uma fasquia nunca antes alcançada, segundo a Bloomberg. O volume de vendas do fabricante traduz-se na liderança do “segmento premium em Portugal, Alemanha, Japão, Canadá e Austrália”. As vendas bateram novos recordes na China, enquanto as vendas do Classe C Limousine e Station bateram recordes globais, com um crescimento de 83,1%. A empresa regista ainda a procura assinalável dos modelos compactos (32%). Na Europa, a marca entregou 457.468 automóveis durante os primeiros sete meses do ano. Em Portugal, “a Mercedes-Benz foi líder do segmento premium em Julho”, segundo um comunicado da empresa. O Reino Unido registou um novo recorde de vendas, sendo o segundo maior mercado da Marca na Europa.

Na região Ásia-Pacífico foi atingido um novo recorde em Julho, com a comercialização de 332.377 veículos. Na China, 29.540 automóveis foram vendidos no mesmo mês, representando um crescimento de 41,5% comparativamente ao mesmo mês do ano anterior. Recorde de vendas também alcançado no Japão, Coreia do Sul e Austrália em Julho. No Japão e na Austrália, a Mercedes-Benz continua a ser líder no segmento premium.c

Crescimento das vendas da Mercedes benz no mundo em 2015 Espanha ---------------45,4% Portugal ---------------33,3% França ---------------22% Reunido Unido ---------------20,4% Reunido Unido ---------------20,4% Itália---------------16,3% EUA---------------14,5% Alemanha---------------11,3% China---------------8,9% Fonte: Bloomberg, Reuters, Veja. PT


MARKETING

The unrivalled sales of Mercedes-Benz With a presence of 91 years in the market, the major German car manufacturer MercedesBenz reached unparalleled results in the first seven months of 2015. In January alone the brand sold 126 thousand vehicles, marking the best start of a year in its history. In July sales reached 150 thousand units. Incidentally, attesting to the strength of its sales, between January and July the company managed to deliver one million cars. Gildo Mugabe (text)

I

t is one of the brands of choice in the domestic market, especially for driving around ministers, deputy ministers and even permanent secretaries. Businessmen do not lag behind, and it is almost impossible to find one that does not use or has not used a Mercedes-Benz. Similar to what happens in Mozambique, this brand is one of the most sought after in the world. Therefore, in the seventh month of this year, Mercedes has achieved historic results. The manufacturer delivered almost 150,000 vehicles to customers worldwide during the month of July, which represents a 15.2% increase over the same month last year. The scenario is the result of strong sales of the C-Class and the brand’s com-

pact models. But the record has been set, also for sales made from January to July. The company sold more than one million cars, a level never before achieved according to Bloomberg. The sales volume is reflected in the leadership of the “premium segment in Portugal, Germany, Japan, Canada and Australia”. Sales hit new records in China, while the C-Class Limousine and Station sales hit global records with a growth of 83.1%. The company also reports considerable demand for compact models (32%). In Europe, the brand delivered 457,468 cars during the first seven months of the year. In Portugal “Mercedes-Benz was leader in the premium segment in July”, according to a company statement. The UK,

the second largest Mercedes Benz market in Europe, posted a new sales record. In the Asian Pacific region a new record was established in July with sales of 332,377 vehicles. In China 29,540 cars were sold in the same month, an increase of 41.5% over the same month last year. Japan, South Korea and Australia also achieved record sales in July. In Japan and Australia Mercedes-Benz continues to be a leader in the premium segment.c

Growth of Mercedes-Benz sales in 2015 Spain ---------------45,4% Portugal ---------------33,3% France ---------------22% United Kingdom ---------------20,4% Reunido Unido---------------20,4% Italy---------------16,3% USA---------------14,5% Germany---------------11,3% China---------------8,9% Source: Bloomberg, Reuters, Veja. PT

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COACHING

A

sensação de frustração que advém de a nossa equipa não fazer mais ou o que lhe é pedido é uma das questões mais presentes na vida de quem dirige uma equipa, uma empresa. Se pensarmos, quantas vezes damos connosco a fazer o trabalho dos outros para assim servir de exemplo e esperamos que o milagre da repetição aconteça! E agora pensem. Quantas vezes aconteceu o milagre? Quantas vezes, fazemos algo à espera que o outro nos imite? Independentemente de há quanto tempo a empresa exista, sempre é o momento certo para rever e fazer de forma diferente. Sugiro o uso do feedback como ferramenta para melhorar a nossa satisfação e o desempenho da nossa equipa. É simples de usar. Começamos pelo princípio, eu. O passado só tem exemplos, nada do que foi feito pode ser mudado, a não ser que seja possível ir ao passado mudar as coisas, o que julgo não ser possível nos dias de hoje. Assim, cada dia é uma nova oportunidade de começar, de recomeçar, de criar, de inventar e de fazer melhor ou pelo menos diferente. O feedback é o acto de eu dizer a outra pessoa ou a mim mesmo o que posso melhorar e como o posso fazer, no caso de a pessoa não saber como o fazer. Assim, imaginemos a situação em que alguém da nossa equipa, responsável por nos entregar um documento, está atrasado e quando, já está quase no prazo lembramos que estamos à espera e contamos com que o documento seja entregue, no dia, caso contrário acreditamos que a pessoa nos irá avisar, com antecedência e nos pedirá ajuda caso seja

Cristina Azinhal, Executive & Bussiness Coach PD Moz – Parcerias em Desenvolvimento

Para melhorar é preciso dizer “As coisas não mudam, às vezes chego a fazer o trabalho dos outros para eles verem. E nem assim!” necessário. Contamos com que o outro tenha uma forma de proceder que não ponha em causa a entrega do documento. Já aconteceu algo assim? Parecido? Conseguem imaginar a situação? Pois bem como usar o feedback nesta situação quando o nosso objectivo é melhorar o desempenho da nossa equipa? Sempre que “esperamos” devemos acompanhar, monitorar até que o desempenho corresponda a esse ideal que traçámos. A esta pessoa a quem demos uma tarefa com prazo, devemos perguntar se compreendeu, devemos pedir para repetir o que entendeu e devemos mostrar a nossa abertura para ajudarmos caso seja preciso. Ao longo do tempo vamos perguntar se está tudo bem e pedir para nos mostrar o progresso e é nesse momento em que damos o feedback e dizemos à pessoa se está a ir bem ou não e o que pode fazer para melhorar. A Tarefa: Feedback Pense, o que é que pode fazer por si para ser melhor? Como gostaria de se sentir? O que é que acontece quando se sente bem? E o que faz à sua equipa quando correspondem às suas expectativas? Sugestão: Dê-se primeiro feedback a si mesmo e depois treine cada dia dar feedback

às pessoas que estão à sua volta. Se não dizermos o que pensamos sobre algo que o outro fez, o outro pode nunca saber que poderia melhorar.c

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COACHING Cristina Azinhal, Executive & Bussiness Coach PD Moz – Parcerias em Desenvolvimento

If you want improvements you have to talk. “Things don’t change, sometimes I end up doing the work of others for them to see. And even that doesn’t work out!”

T

he feeling of frustration arising from our team not doing what it has been asked is one of the issues most common in the life of those who lead a team or a company. If we think how often we ourselves do the work of others in order to set an example while hoping that it will be repeated! And now think. How often did this miracle happen? How often do we so something hoping for others to imitate us? Regardless of how long the company exists, it is always the right moment to review and do things differently. I suggest the use of feedback as a tool to improve our satisfaction and the performance of our team. It is simple to use. We start with principle one. The past only has examples, nothing that has been done can be changed, unless it would be possible to return to the past and change things, which I think can’t be done, at least for now. So each day offers a new opportunity to start, restart, create, invent and do things better, or at least differently. Feedback is the act of me telling another person or myself what I can improve and how to do it, in case that person doesn’t know how to do it. Hence, let us imagine a situation in which someone from our team who has to submit a document is delayed and when the deadline is

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near we remind him that we are waiting and counting for that document to be submitted that day. In case he doesn’t make it we assume that he will warn us in advance and ask for help if necessary. We assume that

the other has a way of doing things that will not jeopardize the delivery of the document. Has something like this happened? Something similar? Can you imagine the situation? How do we use feedback in this situation, when we aim at improving the performance of our team? Whenever we “expect” something we have to follow and monitor things, until the performance matches the ideal we strive after. We have to check that the person we give a task and a deadline really understood and we have to show our willingness to help him in case he needs help. In the meantime we will keep asking if everything is going fine and for him to show us the progress he is making and it is then that we give our feedback and tell him whether he is on track or not and what he can do to improve things. The Task: Feedback Think what you can do yourself to improve? How would you like to feel? What happens when you feel fine? And how will you treat your team when it lives up to your expectations? Suggestion: Give yourself feedback first and then train each day to give feedback to the people around you. If we don’t say what we think about something another person did, the other may never know that he could improve.c


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TECNOLOGIA

Apple desenvolve carro autónomo veículos capazes de fazerem percursos inteiros sem a intervenção de um condutor.

WhatsApp Web já disponível para iPhone

D

ocumentos obtidos pelo jornal britânico Guardian indicam que a Apple está a desenvolver um carro capaz de conduzir sozinho e que o veículo já está numa fase de

testes. O rumor de que a Apple está a tentar criar um automóvel já corre há muito e visitas recentes de executivos da multinacional americana à sede da BMW aqueceram ainda mais a especulação. Segundo o Guardian, em Maio, engenheiros de um grupo de projectos

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especiais da Apple tiveram uma reunião com representantes de uma antiga base naval perto de São Francisco, nos EUA, que está a ser convertida num espaço de testes para veículos autónomos. Os carros autónomos estão a ser desenvolvidos pela indústria automóvel, bem como pelo Google, há anos. Muitas marcas têm vindo a incorporar nos seus modelos tecnologia de condução autónoma (como assistência a estacionar ou sistemas de travagem automática) e esperam comercializar dentro de alguns anos

A versão para Internet da WhatsApp, a WhatsApp Web, está disponível para iPhone, o que significa que já é possível aos utilizadores da aplicação de mensagens instantâneas no iPhone manter também as suas conversações através do computador Apple, à semelhança do que já acontecia com os Blackberry, Windows Phone, Nokia e dispositivos Android. A WhatsApp Web está disponível na versão desktop para o Google Chrome e para Android desde Janeiro, mas ainda estava por chegar aos aparelhos da Apple, ao que tudo indica devido a limitações na plataforma da empresa californiana. Agora, o utilizador do iPhone que tenha a aplicação WhatsApp já não precisa de estar no smartphone para troca de mensagens e fazê-lo no seu PC. Em termos práticos, os utilizadores que tiverem a última versão da aplicação móvel WhatsApp para iOS vão encontrar uma nova opção (web) no menu Definições. Instalada a opção WhatsApp Web, a câmara do smartphone deve ser colocada em frente ao código QR para a sua leitura. O resto da operação é feito de forma automática.c


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TECHNOLOGY

Apple develops autonomous car

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ocuments obtained by the British newspaper Guardian indicate that Apple is developing a car capable of driving alone and that the vehicle is already in the testing phase. There have been rumours for some time that Apple is trying to create a car and recent visits of executives from the American multinational to BMW headquarters added to the speculation. According to the Guardian in May, engineers from a group of special Apple projects had a meeting with representatives of a former naval base near San Francisco, in the US, which is being converted into a space for testing autonomous vehicles. Autonomous cars are being developed by the automotive industry as well as by Google for some years now. Many brands incorporate autonomous driving technology (such as parking assistance or automatic braking systems) into their models, and expect to sell vehicles able to travel a whole route without the intervention of a driver within a few years

WhatsApp Web already available for iPhone The Internet version of WhatsApp, WhatsApp Web, is available for iPhone, which means that users of instant messaging on iPhone can now have their conversations via an Apple computer, similar to what was

already the case with Blackberry, Windows Phone, Nokia and Android devices. WhatsApp Web is available on the desktop version for Google Chrome and Android since January, but was not as yet available for Apple devices, apparently due to limitations of the platform of the Californian company. Now, the iPhone user with the WhatsApp application no longer

needs the smartphone for messaging and can do it on his or her PC. In practical terms, users who have the latest version of the mobile WhatsApp application for iOS will find a new option (web) in the Settings menu. With the WhatsApp Web option installed, the smartphone camera should be placed in front of the QR code for its reading. The rest of the operation is done automatically.c

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ESTILOS DE VIDA

Estrelas de desporto dão a cara a Colecção Nike Tech Pack ?

SABIA QUE

Nike sempre a inovar Poderá visualizar a nova colecção no website www.store.nike.com. Ao aceder àquele sítio poderá também fazer compras on line e apreciar a gama de cores e modelos existentes, bem como os preços para cada peça de vestuário desportivo, cujas linhas modernas são uma lufada de ar fresco e dão sem dúvida nas vistas.c

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ançada em 2013, a coleção Nike Tech Packtem vindo a reinventar-se ano após ano. A campanha da nova colecção da Nike conta com atletas conhecidos como Cristiano Ronaldo, Maria Sharapova, Neymar, Kevin Durant, entre outros, para lhe dar corpo. A nova linha utiliza a inovadora Tech Fleece: uma camada maleável de espuma leve e macia situada por entre a suave malha de algodão que retém ar fornecendo calor, respirabilidade, isolamento e facilidade de movimentos. A linha de senhora da colecção deste

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Outono é marcada pelas cores vivas e silhuetas arrojadas que foram pensadas para fazer sobreposições. As silhuetas modernas, simples e aerodinâmicas características das colecções Tech Pack estão mais cintados do que nas edições anteriores, com detalhes de borracha que se estendem ao longo dos fechos, uma malha visivelmente suave e costuras invisíveis nas golas. A silhueta dramática mas feminina da capa NikeTech Fleece Cape inclui um capuz inspirado num casulo, enquanto a camisola Nike Tech Fleece Camo Crew se destaca pelo seu padrão camuflado. Também a colecção de homem evoluiu

seguindo as mesmas linhas da colecção de mulher, apresentando agora novas proporções e padrões camuflados. O casaco Nike Tech Fleece Varsity Jackt é uma versão modernizada do modelo clássico com uma lã especialmente fabricada para a colecção e um design ergonómico. A sweat shirt Nike Tech Fleece Hoodie apresenta uma silhueta mais comprida atrás que oferece maior cobertura e um capuz com a gola mais subida para maior conforto e protecção. A coleção de Outono 2015 Nike Tech Pack, que inclui a tecnologia Tech Fleece, está disponível desde Agosto, na loja online e em lojas com a colecção de Nike Sportswear.c


A Agência mais premiada em Moçambique acaba de conquistar, na pesquisa PMR.africa, cinco Diamond Arrow Awards: melhor Agência de Publicidade em Print, TV e Rádio; melhor Agência de Publicidade em Outdoor; melhor empresa de Marketing; empresa mais inovadora; e empresa com as melhores iniciativas em responsabilidade corporativa e investimentos. Segundo esta pesquisa especializada em estudos de mercado, e na opinião dos líderes empresariais, anunciantes e profissionais de marketing, a Agência GOLO é, pelo 10º ano consecutivo, a melhor Agência de Publicidade no País. Uma década de inspiração, empenho, respeito e dedicação a Moçambique. Com campanhas que geram resultados e caem sempre no gosto popular: quem mais conta.

Uma Agência do Grupo LOCAL.

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LIFE STYLES

Sports stars embody the Nike Tech Pack Collection ?

DID YOU KNOW THAT

Nike always innovates You can view the new collection on the website www.store.nike.com. Accessing that site also enables you to shop online and appreciate the range of existing colours and models as well as the prices of these pieces of sportswear whose modern lines are a breath of fresh air and, without doubt, striking.c

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aunched in 2013, the Nike Tech Pack collection is reinvented each year. The campaign for the new Nike collection counts upon wellknown athletes such as Cristiano Ronaldo, Maria Sharapova, Neymar and Kevin Durant, among others, to give it substance. The new line uses innovative Tech Fleece: a malleable layer of lightweight soft foam inside the soft woven cotton which traps air, providing warmth, breathability, insulation and ease of movement. The female autumn collection is marked by bright colours and bold silhouettes

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that were designed to overlap. The modern and simple silhouettes and the aerodynamic features of the Tech Pack collections are more strapped than previous editions, with rubber details that extend over the closures, a noticeably soft mesh and invisible seams on the cuffs. The dramatic yet feminine silhouette of the Nike Tech Fleece Cape includes a hood inspired by a cocoon, while the Nike Tech Fleece Camo Crew sweater stands out for its camouflage pattern. The male collection has evolved along the same lines as the female collection

and now features new proportions and camouflage patterns. The Nike Tech Fleece Varsity Jacket is a modernized version of the classic model with a especially manufactured wool for the collection and an ergonomic design. The Nike Tech Fleece Hoodie sweat shirt has a longer silhouette at the back that offers more coverage and a hood with a higher collar for more comfort and protection. The 2015 Autumn Collection of Nike Tech Pack, which includes Tech Fleece technology, is available from August onwards via the online store and in stores selling Nike Sportswear.c


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O Jazz também é daqui. O BCI orgulha-se de ser o alto patrocinador do More Jazz Series, contribuindo para consolidar ainda mais um projecto de nível mundial com um toque verdadeiramente moçambicano. Já na sua 5ª edição, o More Jazz Series vai continuar comprometido com a promoção do turismo cultural, valorizando o património artístico do país e apostando no intercâmbio internacional.

30.10.15 PORTAS ABREM ÀS 17H00

31.10.15

HOTE L POL ANA

JAT 5

PORTAS ABREM ÀS 15H00

Os bilhetes estarão à venda, a partir di dia 1 de Outubro, nas seguintes Agências do BCI: Super Marés, Maryah (Av. Sociedade de Geografia), Sede, Julius Nyerere II (Antiga Rosas de Moçambique), Centro BCI Corporate Polana e Centro BCI Exclusivo Parque dos Poetas (Matola).

O melhor Jazz vem daqui.

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