CAPITAL

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Sumário

Destaques 42

O Mundo em 2016

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Quinta Iriní coloca desafio à produção orgânica

Os 20 países mais desenvolvidos do mundo (G20) terão um ano difícil em 2016. Questões políticas e económicas vão influenciar, em grande medida, o percurso destas nações durante o ano que agora começa.

42 Tema de Fundo O Mundo em 2016

30 Dossier OCAM: Os desafios de uma classe em consolidação

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16 Actual

Capa

Odebrecht aposta em infraestrutura Ade transportes e agricultura

Queda do carvão e ascensão do gás Propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., Av. 25 de Setembro nº 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) - Telefone: +258 21 416186 - Fax: +258 21 416187 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Director Geral: André Dauane – andre.dauane@ mozmedia.co.mz – Directora Editorial:HelgaNeida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Redacção: Belizário Cumbe belizariocumbe@yahoo.com.br, Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz, Gildo Mugabe - gildomugabi@ gmail.com – Secretariado Administrativo: Indira Mussá – indira.mussa@mozmedia.co.mz; Cooperação: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Zein Hassam; Gettyimages.pt, Google.com; – Ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. - Tradução: Frans Hovens; Paginação: Ricardo Timbe – 29timbe@gmail.com – Design e Grafismo: Mozmedia – Departamento Comercial: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Distribuição:Ímpia– info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.

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Fevereiro 2016 · Capital Magazine Ed.94

O crescimento da população mundial pressiona a produção e a produtividade agrária e a recorrência aos meios tecnológicos (uso de produtos químicos sintéticos), que garantem a maturação dos produtos antes do tempo “naturalmente” estabelecido, é uma das soluções para garantir mais comida em menos tempo. Mesmo assim há quem continue a privilegiar os produtos orgânicos e alimentos com qualidade superior à dos convencionais.

Transacções apavoram Banco Central

O nível de transações no exterior através de cartões de crédito e débito preocupam o Banco Central. É que só no ano passado os moçambicanos chegaram a gastar 800 milhões de dólares norte-americanos contra 300 milhões registados em 2012. E mais, um cartão só chegou a movimentar dois milhões de dólares.

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Uma cidade, uma marca

Numa aldeia global, cidades e territórios tendem a ser cada vez mais indiferenciados entre si, seja a nível económico, social ou cultural. Nesse âmbito, o que pode distinguir cada um? Que trabalho pode e deve ser feito no sentido de atrair investimentos, residentes e turistas? As cidades devem ser percepcionadas e trabalhadas como se de uma marca se tratasse, sem no entanto depender apenas de um símbolo, de um logótipo ou de uma imagem. As cidades têm de representar muito mais.


Editorial

Bem-vindo Antevendo a economia deste ano

36

Economia

E

São inevitáveis ajustamentos e reformas estruturais

52 UP- Grade CTA e Executivo têm encontro marcado dentro de seis meses

ste ano, o crescimento da economia global irá superar o de 2015. Contudo, os especialistas advertem para o facto de ainda não existirem grandes motivos para celebrações. Ao que tudo indica, o aumento do PIB é tímido e os mercados emergentes debatem-se com sérios desafios políticos, económicos e sociais. Prevê-se que o Produto Interno Bruto (PIB) global possa crescer 2.7% em 2016, registando uma ligeira e moderada subida em relação aos 2.4% registados em 2015, devido ao crescimento incipiente na Zona Euro, no Japão e nos mercados emergentes. Se o Brasil e a Rússia poderão vir a registar maus desempenhos este ano, já as economias da China, África do Sul e Índia irão crescer em termos económicos. A expectativa é que a Índia passe a crescer mais do que a China, pelo segundo ano consecutivo. Aliás, a economia indiana irá registar um impulso com a implementação de grandes projectos no sector das infraestruturas. Nesse sentido, e entre os BRICS, a Índia será o país com mais motivos para celebrar em 2016, ao passo que a lista das economias com o pior desempenho surge encabeçada pela Líbia. Moçambique espera crescer 7%, este ano depois de um lamentável 2015. Contudo, a subida generalizada de preços não poderá ultrapassar os 5.6% e espera-se que o nível de reservas internacionais possa contribuir para a cobertura de quatro meses de importações de bens e serviços. Mas a recuperação pode não ser imediata visto que os factores que ditaram um 2015 negro ainda prevalecem. Subsiste ainda o receio da subida das tarifas do transporte público e semicolectivo de passageiros apesar da descida histórica do custo do petróleo no mercado internacional – e subsiste igualmente a incerteza da paz. Não obstante, os homens de negócios revelaram à revista Capital que acreditam num 2016 melhor. Veja como no Especial O País e o Mundo em 2016.

59 EMPrEEnDEr Quinta Iriní coloca desafio à produção orgânica

82 Estilos de Vida Vamos poder voar de carro

Capital Magazine Ed.94 · fevereiro 2016

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Contents

Highlights 45 The world in 2016

45 Background Theme The world in 2016

TThe 20 most developed countries of the world (G20) will have a difficult year in 2016. Political and economic questions will largely influence, the path of these nations during the year beginning now.

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Iriní puts challenge on the organic production

The growth of the global population puts pressure on production and the agricultural productivity and the recurrence to the technological means (use of synthetic chemicals), which guarantee the maturation of the products ahead of time “naturally” established, is one of the solutions to ensure more food in less time. Yet, there are those who continue to favour organic products and foods with superior quality to that of the conventional.

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Transactions scare Banco Central

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Dossier OCAM: the challenges of a consolidation class

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Current Capa The dip of coal and rise of oil

Odebrecht bets on transportation and agriculture infrastructures

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Property and Edition: Mozmedia, Lda. 25 de Setembro n- 1462 - Edificio dos Correios de Moçambique (Túnel) – Telephone: +258 84 3015641 | +258 82 6567710 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Managing Director: André Dauane – andre.dauane@ mozmedia.co.mz – Editorial Director: Helga Neida Nunes – helga.nunes@mozmedia. – Editorial Staff: Belizário Cumbe - belizariocumbe@yahoo.com.br, Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz, Gildo Mugabe - gildomugabi@ gmail.com – Administrative Secretariat: Indira Mussá – indira.mussa@mozmedia.co.mz; Cooperation: CTA; Ernst &Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Columnists: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; NadimCassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Photography: Zein Hassam; Gettyimages.pt, Google.com; – Illustrations: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B.- Translation: Frans Hovens;Page make-up: Ricardo Timbe –29timbe@gmail.com – Design and Graphics: Mozmedia –Commercial Department: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz, Distribution: Ímpia – info@impia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registration: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Printing: 7.500 copies. The articles reflect the authors’ opinion, and not necessarily the magazine’s opinion. All transcript or reproduction, partial or total, is authorised provided that the source is quoted.

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Fevereiro 2016 · Capital Magazine Ed.94

The level of overseas transactions through credit and debit cards is concerning Banco Central. Last year alone, the Mozambicans reached a total of 800 million U.S dollars worth of spending compared to the 300 million U.S dollars in 2012. Plus, a credit card reached a spending spree of two million dollars.

One city, one label

in a global village, cities and territories tend to be increasingly undifferentiated from each other, whether economic, social or cultural level. in this context, what can distinguish one from the other? Which work can and should be done to attract investment, residents and tourists? Cities should be perceived and worked as a brand without, however, depending only on a symbol, a logo, or an image. Cities have to represent more.


Editorial

Welcome

Foreseeing this years’ economy

38 Economy

t

São inevitáveis ajustamentos e reformas estruturais

54 UP- Grade Women should take advantageof the market opportunities

his year, the growth of the global economy will surpass that of 2015. However, experts warn about the fact that there are still no great reasons for celebrations. It appears that, the GDP increase is shy and emerging markets are debating with serious political, economic and social challenges. It is predicted that the global Gross Domestic product (GDP) may grow 2.7% in 2016, registering a slight and moderate rise in 2015, due to the incipient growth in the Euro Zone, in Japan and in emerging markets. If Brazil and Russia shall register bad performances this year, now the economies of China, South Africa and India will grow in economic terms. The expectation is that India grows more than China, for the second year in a row. Indeed, the indian economy will register a boost with the implementation of big projects in the infrastructures sector. In this sense, and between the BRICS, India will be the country with the most reasons to celebrate in 2016, whereas the list of economies with the worst performance is headed by Libya. Mozambique hopes to grow 7%, this year after an unfortunate 2015. However, the general price rise may not surpass 5.6% and it is hoped that the level of international reserves may contribute to the coverage of four months of imports of goods and services. But recovery may not be immediate since the factors that dictated a dark 2015 still prevail. The fear of rise of public transport and small bus fees still subsist – despite the historical decrease of the oil cost in the international market – and the uncertainty of peace also subsists. Nevertheless, businessmen have revealed to Capital magazine that they believe in a better 2016. Please see how in the Special ‘The Country and the World in 2016’.

62 EntrEPrEnEurSHIP Solar lamp wins the European entrepreneurship prize

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LIFE STyLES We’ll be able to fly by car!

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Capitoon

EM BAIXA COMÉRCIO ENTRE CHINA E CPLP CONTRAI

O comércio entre a China e os países de língua portuguesa manteve no acumulado do ano passado até Setembro a tendência de queda, tendo apresentado uma contracção de 25.4% para 76 milhões de dólares, de acordo com números oficiais divulgados recentemente. De Janeiro a Setembro de 2015, o valor das trocas comerciais entre a China e os oito países de língua portuguesa ascendeu a 102.5 milhões de dólares.c

EM ALTA BANCOS NACIONAIS NO TOP 100 DE ÁFRICA Três bancos moçambicanos (BCI, Standard Bank e Millennium-bim) integram a lista dos 100 maiores bancos de África por capitais próprios, de acordo com a lista 2015 elaborada pela revista “African Business”. Os outros nove bancos de países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) são de Angola. Aliás, o primeiro dos 12 bancos dos PALOP a surgir na lista é o Banco Económico de Angola, antigo Banco Espírito Santo Angola, no 16º lugar, com um capital de 1.583 milhões de dólares, tendo ganho 12 posições relativamente à lista divulgada em 2014.c

CINCO BILIÕES USD NO CDM Mais de cinco biliões de dólares foram investidos pelos sectores público e privado em áreas sociais e económicas, desde 1995, no Corredor de Desenvolvimento de Maputo (CDM), segundo o Governo. A coordenadora do Programa de Desenvolvimento Especial (PDE), que tutela os corredores de desenvolvimento moçambicanos, afirmou que o montante foi aplicado em infraestruturas ferro-portuárias, rodoviárias e energéticas e em projectos empresariais em sectores como a indústria, turismo e agricultura comercial.c

AGUARDA-SE O PIOR Banco de Moçambique garante que este ano vai exigir o redobrar de esforços por parte dos moçambicanos. É que os preços vão mesmo subir e a tarifa do transporte semicolectivo de passageiros, vulgo “chapa 100” não vai escapar. No ano passado já tinha subido o custo da energia eléctrica, mesmo sem nenhum aviso por parte da Eletricidade de Moçambique. .c

COISAS QUE SE DIZEM A VULGARIZAÇÃO DE UMA CLASSE PROFISSIONAL “Facilmente assistimos hoje alguns contabilistas a falsear a escrita para satisfazer as entidades patronais com objectivos pouco claros, vemos contabilistas a assistir passivamente e, por vezes, a participar em fraudes fiscais… com este tipo de actuações, como é que as PMEs vão conseguir aceder, por exemplo, à Bolsa de Valores para se financiarem? Como é que os bancos se vão confortar no processo de avaliação do risco de crédito?.”c

UM VENCEDOR NÃO SE ENVERGONHA “É a primeira vez que oiço alguém a dizer um vencedor deve-se envergonhar pela sua conquista. Só ele (presidente do Costa do Sol) sabe sobre os motivos que lhe levaram a dizer que deveríamos nos envergonhar pela conquista do campeonato... que para nós o que importa é que com ou sem vergonha ganhamos o campeonato.”c

Ibraimo Ibraimo, PCE do Moza

Sancho Kipisso Júnior, presidente do Ferroviário de Maputo in jornal “O País”


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Capitoon

ON THE BOTTOM TRADE BETWEEN CHINA AND PORTUGUESESPEAKING COUNTRIES CONTRACTS

Trade between China and Portuguese language countries held last year to date through September tend to fall, having presented a contraction of 25.4% to 76 million dollars, according to official figures recently released. From January to September of 2015, the value of commercial exchange between China and the eight Portuguese speaking countries increased to 102.5 million dollars.c

ON TOP NATIONAL BANKS ON THE TOP 100 IN AFRICA Three Mozambican banks (BCI, Standard Bank and Millenium-bim) are part of the list of the 100 largest banks in Africa by capital, according to the list elaborated in 2015 by the “African Business” magazine. The other nine banks in the countries in which the official language is Portuguese (PALOP) are from Angola. By the way, the first of the 12 banks from the PALOP to surge in the list is Economic Bank of Angola, the former Espírito Santo Bank of Angola, in the 16th position with a capital of 1,583,000,000 USD, having gained the 12th position on the list released in 2014.c

FIVE BILLION USD IN CDM More than five billion dollars was invested by the public and private sectors in the social and economic areas to Maputo Development Corridor (CDM), according to the government. The Special Development Program (PDE) coordinator, the guardianship of the Mozambican development corridor, affirmed that the amount was applied into railway and port infrastructures, road and energy, and in business projects such as industry, tourism, and commercial farming.c

PREPARE FOR THE WORST The Bank of Mozambique ensures that this year will require the redoubling of efforts on the part of the Mozambicans. Is that prices will climb and the rate of semi-collective transportation, AKA “chapa 100”, won’t escape. Last year, the electricity cost increased without any awareness specified by the Electricity of Mozambique (EDM).c

THINGS BEING SAID THE POPULARIZATION OF A PROFESSIONAL CLASS “These days, we easily encounter accountants forging the accounts to satisfy employers with unclear objectives, we see accountants watch passively, and at times, partaking in a fiscal fraud… with these kind of mindset, how will the PMEs manage to rise, for example, the stock market to finance? How will the banks confront the evaluation process of credit risk?”.c

A WINNER IS NEVER SHAMEFUL “It’s the first I hear someone saying that a winner should be ashamed of their achievements. Only he (president of Costa do Sol) knows about the motives that lead him to say that we should be ashamed for our championship victory… for us the important thing is that with or without shame, we won the championship”..c

Ibrahimo Ibrahimo. CEO of Moza.

Sancho Kipisso Junior, president of Ferroviario de Maputo in the newspaper “O País”.

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ACTUAL

Odebrecht aposta em infraestrutura de transportes e agricultura

A

Odebrecht Moçambique, que actua nos sectores de Engenharia e Construção, Óleo e Gás, Petroquímico, Agronegócios, Ambiental, entre outros, vai iniciar, no primeiro semestre de 2016, em Maputo, a construção de uma solução de mobilidade urbana integrada com 17 quilómetros de faixas exclusivas para o transporte público, e com capacidade para transportar mais de 40 milhões de pessoas por ano. Trata-se da materialização do Projecto de Mobilidade Urbana do Conselho Municipal da Cidade de Maputo, consistindo num corredor exclusivo para autocarros com quatro terminais e 16 estações, ligando Magoanine, Xiquelene, Praça dos Trabalhadores e Museu, conforme explicou Félix Martins, Administrador Delegado da Odebrecht Moçambique. “Com a sua conclusão prevista para 2018, as obras de construção de um sistema de Bus Rapid Transit (BRT), em Moçambique, vão gerar oportunidades de empregos directos para cerca de 1.500 moçambicanos”, referiu o administrador delegado da Odebrecht Moçambique. Considerado como uma das melhores soluções a nível mundial em termos

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de custo-benefício para a área de transportes de massa, o Projecto de Mobilidade Urbana de Maputo, para além de contribuir para a redução do tráfego na cidade, visa combinar a capacidade e a velocidade dos autocarros com a flexibilidade e baixo custo de um sistema de transportes, como vem ocorrendo nos principais centros urbanos do mundo, melhorando significativamente a qualidade de vida dos utentes do transporte público.

Indústria agrícola está também na mira da multinacional brasileira Ainda no primeiro semestre de 2016, conforme explicou Félix Martins, a Odebrecht Moçambique projecta construir, na província de Gaza, com fundos próprios e em parceria com empresários locais, uma planta de processamento da mandioca para a fabricação de amido in-natura e modificado. Com um investimento avaliado em mais de 20 milhões de dólares norte-americanos, o Projecto do Amido vai contar com o envolvimento directo de mais de cinco mil agricultores locais, numa área estimada de dois

mil hectares, numa primeira fase, devendo expandir-se até no máximo cinco mil hectares. “Pretende-se que este empreendimento aumente a produção e a produtividade agrícola, através da utilização de tecnologias sustentáveis de ponta para a agricultura tropical, promovendo a integração da população, por via da qualificação da agricultura familiar orientada para o mercado”, finalizou o administrador delegado da Odebrecht Moçambique. Já no segundo semestre, será a vez do distrito de Mocuba/Lugela, na província da Zambézia beneficiar do Projecto Avícola Integrado, que consiste na instalação de uma linha de produção, que compreende uma fábrica de rações, uma incubadora, a criação de frangos e um matadouro. O projecto, estimado em 65 milhões de dólares norte-americanos e ainda em fase de estudo de viabilidade, a ser igualmente implementado com base em fundos próprios da Odebrecht Moçambique, prevê a geração de riqueza envolvendo mais de três mil agricultores, com uma capacidade anual instalada para a produção de 6.500 toneladas de carne de frango, 30 mil toneladas de grão, 36 mil de ração e 1.600 toneladas de óleo.c


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CURRENT

O

debrecht Mozambique, which acts in the areas of engineering and construction, oil and gas, petrochemicals, Agribusiness, environment, among others, will start in the first quarter of 2016, in Maputo, the construction of an urban mobility solution integrated with 17 kilometres of lanes for public transport, and with the capacity to carry more than 40million people per year. This is the materialization of the urban mobility Project of the Municipal Council of Maputo city, consisting of a bus-only corridor with four terminals and 16 stations, linking Magoanine, Mmaricris211985, workers and Museum Square, as explained Félix Martins, Managing Director of Odebrecht Mozambique. “With its completion planned for2018, the construction of aRapidTransit Bus system (BRT), inMozambique, will generate directemployment opportunities to about1500 Mozambicans,” said the Managing Director of Odebrecht Mozambique. Regarded as one of the best global solutions in terms of cost-benefit analysis for the area of mass transport, urban mobility project in Maputo, in addition to contributing to the reduction of traffic in the city, it aims to combine the capacity and speed of the buses with the flexibility and low cost of a transport system, as has occurred in the main urban centres in the world, significantly improving the quality of life of users of public transport.

Agricultural industry is also in the sights of the Brazilian multinational In the first quarter of 2016, asexplained Félix Martins, Odebrecht-

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Odebrecht bets on transportation and agriculture infrastructures

Mozambique projects build, in Gaza Province, with equity and in partnership with local businessmen, a cassava processing plant for the manufacture of starch in-Natura and modified. With an investment valued at more than 20 million u.s. dollars, the project of starch will be the direct involvement of more than 5000local farmers in an area of 2000acres, initially, and expand up to a maximum of 5000 hectares. “This project is intended to increase production and agricultural productivity through the use of sustainable technologies for tropical agriculture, promoting the integration of the population, through the qualification of family agriculture market-oriented”, finalized the delegate administrator of

Odebrecht Mozambique. In the second half of the year, will be the District of Mocuba/Lugela, in Zambézia province benefit from Integrated Poultry Project, which consists in the installation of a production line comprising a feed mill, an incubator, the creation of chickens and a slaughterhouse. The project, estimated at 65 million u.s. dollars and still undergoing feasibility study, to be also implemented on the basis of own funds of the Odebrecht Mozambique, provides for the generation of wealth involving more than 3000 farmers with an annual installed capacity for the production of 6500 tonnes of chicken meat, 30 1000 tons of grain, feed 36 1000and 1600 tons of oil.c


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Briefing MUNDO

Turismo mundial Debilidade do euro fortalece desempenho da Eurozona

ocidental, cerca de 4%. Ásia e Pacífico, América e Médio Oriente experimentaram um crescimento de 4% enquanto que os “limitados dados disponíveis” sobre África apontam a uma descida de 5% no número de turistas internacionais.c

Grandes demais para falir Vultos da banca devem absorver perdas

O turismo

mundial mantém-se em alta. O sector movimentou, nos primeiros oito meses de 2015, 810 milhões de turistas, mais 4,3% que no mesmo período de 2014, de acordo com o Barómetro da Organização Mundial de Turismo (OMT) A grande actividade nos meses de Verão contribuiu para os resultados da Europa, onde os países da Eurozona beneficiaram da “debilidade da moeda e de uma recuperação económica sustentada”. Os 28 países da União Europeia distinguiram-se por mais 6% nas chegadas neste período, superando a média regional. A Europa Central e de Leste recuperaram da queda de 2014 e cresceram 7%. Por outro lado, a Europa do norte recebeu mais 6% de turistas internacionais que em 2014; a Europa meridional e mediterrânica, mais 5%, e a Europa

Há bancos que têm potencial para colocar o sistema financeiro global em risco. E são eles que têm de, por si, ser capazes de evitar as suas próprias falências. Para tal, devem dispor de uma capacidade de absorção das suas perdas. O que os obrigará a, nos próximos anos, procurar entre 457 mil milhões e 1,1 biliões de euros, de acordo com estimativas do organismo que assegura, em nome do G20 (grupo dos 20 países mais industrializados do mundo), a estabilidade financeira global. É que o Financial Stability Board, liderado pelo governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, faz recomendações para as 20 maiores economias do mundo, que visam assegurar a estabilidade financeira. Uma delas é a proposta final, já após a recepção das sugestões decorrentes da consulta pública do documento, relativamente à capacidade de absorção total de perdas que os gigantes da banca

Desempenho do turismo de Janeiro a Agosto de 2014 Europa Central

7%

Europa do Leste

7%

Europa do Norte

6%

África

5%

Europa Meridional e mediterrânia

5%

Europa Ocidental

4%

Ásia e Pacífico, América e Médio Oriente

4%

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mundial devem possuir. Este requisito mínimo é implementado para que os grandes bancos tenham suficiente capacidade de absorção de perdas e de recapitalização para que, em caso de ser necessário avançar com uma medida de resolução, as autoridades consigam implementar uma acção que “minimize os impactos sobre a estabilidade financeira, mantenha a continuidade das funções críticas e evite a exposição de fundos públicos a perdas”.c

DESTAQUE

Deutsche Bank “drena” nove mil pessoas no desemprego O Deutsche Bank

diz que vai suprimir nove mil postos de trabalho e retirar-se de 10 países no âmbito de uma profunda reestruturação a concretizar até 2020. Os países que vão deixar de contar com a presença do maior banco alemão são: Argentina, Chile, México, Perú, Uruguai, Dinamarca, Finlândia, Noruega, Malta e Nova Zelândia. Estas medidas, a que se soma igualmente a suspensão do pagamento de dividendos aos acionistas durante os próximos dois anos, têm como objectivo a redução de custos. O grupo quer poupar qualquer coisa como 3.8 biliões de euros até 2018. O Deutsche Bank enfrentou um 2015 particularmente agressivo. Só no terceiro trimestre, os prejuízos atingiram os seis biliões de euros.c


Briefing MUNDO/WORLD

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Briefing WORLD

Global tourism Euro weakness strengthens Eurozone performance

from the 2014 fall and grew 7%. On the other hand, Northern Europe received an additional 6% of international tourists than in 2014; Southern Europe and Mediterranean, more than 5%, and Western Europe with an estimate of 4%. Asia, the Pacific, America and the Middle East experienced a growth of 4%, whilst the “limited data available” about Africa show a 5% decrease of international tourists.c

Too big to fail Bank figures should overcome loss with the potential of putting the global financial system at risk. They should be the ones able to avoid their own bankruptcy. To do this, they must have a capacity to absorb their losses. That will force, in the next few years, to look between 457 billion and 1.1 billion euros, according to estimates of the body which ensures, on behalf of the G20 (Group of 20 most industrial countries in the world), the global financial stability. The Financial Stability Board, headed by the Governor of the Bank of England, Mark Carney, makes recommendations for the 20 largest economies in the world, to ensure financial stability. One of them is the final proposal, after the receipt There are banks

tourism maintains high. The sector moved in the first eight months of 2o15 to 4,3%, 810 million tourists, more than the 2014 period, according to the Barometer of the Global Tourism Organization (OMT). The high activity in the summer contributed to the European results, in which the Eurozone countries benefited from the “currency weakness and sustained economic recovery”. The 28 countries in the European Union distinguished themselves for another 6% in arrivals in this period, surpassing the regional average. Central and Eastern Europe recovered The global

Tourism performance from January to August 2014 Central Europe

7%

Eastern Europe

7%

Northern Europe

6%

Africa

5%

Southern and Mediterranean Europe

5%

Western Europe

4%

Asia and the Pacific, America and the Middle East

4%

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of suggestions arising from the public consultation of the document, concerning the ability of total absorption of losses that the world must have banking giants. This minimum required is used so that the large banks have enough capacity to absorb losses and recapitalization for which, in case you need to move forward with a measure of resolution, the authorities can implement an action “minimize the impacts on financial stability, maintain the continuity of critical functions and avoid exposure of public funds to losses”.c

HIGHLIGHT

Deutsche Bank “drains” nine thousand people to unemployment Deutsche Bank

says that it will erase nine thousand employment posts and withdraw from 10 countries under a deep restructuring to achieve until 2020. The countries that will no longer count on the biggest German bank’s presence are: Argentina, Chile, Mexico, Perú, Uruguay, Denmark, Finland, Norway, Republic of Malta, and New Zealand. These measures, to which is added also the suspension of payment of dividends to shareholders during the next two years, aim to reduce costs. The group wants to save roughly around 3.8 billion until 2018. Deutsche bank faced a particularly aggressive 2015. Only in the third quarter, the losses reached six billion euros.c


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Briefing ÁFRICA

Sector bancário angolano firme O sector bancário

Angola poderá crescer 4.3% este ano A Economist Intelligence Unit (EIU)

diz que a economia de Angola vai crescer 4.3% este ano, depois de rever em baixa o desempenho de 2015 para 2.7%. Melhor cenário só mesmo em 2019, ano em que poderá expandir 6.3%. A publicação fixou o crescimento de 2015 em 2.7%, reflectindo uma despesa pública mais baixa que a esperada, e um declínio ainda maior nos preços do petróleo, de cerca de 46%, e ainda constrangimentos técnicos na produção local. No comentário à evolução da economia de Angola, a EIU considera que, entre 2017 e 2019, a economia vai acelerar, em média, para 4,3%, “alicerçada na despesa pública e privada sólida e num contexto de recuperação dos preços do petróleo”. A EIU aproveita para “rever também em baixa a previsão de produção de petróleo devido à manutenção em curso”, passando a estimar que Angola consiga bombear 1.79 milhões de barris por dia, em vez de 1.82 milhões de 2015.

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angolano continua a apresentar elevadas taxas de crescimento ao nível da sua dimensão, ao registar um aumento de 7,3% em número de activos, 6,7% em número de agências e 6,4% em número de colaboradores, segundo o Banco Nacional de Angola (BNA). Esta é a principal conclusão da última edição da Análise ao Sector Bancário Angolano realizada pela KPMG. O estudo, que tem por base o universo de 23 bancos comerciais com actividade em Angola em 2014 (existem ainda seis bancos que não tiveram actividade) e foi elaborado com recurso à informação pública disponibilizada pelas diversas instituições do sistema financeiro, demonstra uma diminuição de 50,3% na rentabilidade do sector. A população angolana bancarizada fixou-se, no final de 2014, em 47%.c

as acções da Mota Engil África da bolsa de Amesterdão e, no dia 26, iniciou o processo da sua aquisição. A Mota-Engil opera em 11 países africanos, estando presente em 36 empresas e tem uma carteira de encomendas de quase 1,5 biliões de euros, tendo facturado mais de um bilião em 2014, segundo a construtora.c

DESTAQUE

Multa força queda do CEO da MTN

Mota-Engil compra sua subsidiária em África A Mota-Engil comprou todas as acções da Mota-Engil África detidas pela Mota Gestão e Participações (MGP) e que representam cerca de 12,6% do seu capital social e respectivos direitos de voto. A operação faz parte do processo de saída da subsidiária africana do grupo do mercado de acções da Holanda. A Mota-Engil diz porém que, apesar da transferência de acções já ter sido completada, a MGP assumiu o compromisso de reinvestir o produto da alienação da sua participação no capital social da Mota-Engil África no aumento de capital da Mota-Engil. A 11 de Outubro de 2015, a construtora anunciou que pretendia retirar

O presidente executivo da empresa de telecomunicações sulafricana MTN, Sifiso Dabengwa, demitiu-se depois da multa de 5.2 biliões de dólares aplicada à empresa pelos reguladores nigerianos devido a existência de assinantes não registados a nível da MTN Nigéria, escreve a Bloomberg. Nhleko, presidente nãoexecutivo da MTN, vai agora assumir o cargo de presidente executivo por um período máximo de seis meses, enquanto a empresa encontra um sucessor para Sifiso Dabengwa.c


Briefing ÁFRICA /AFRICA

Angolan Banking Sector Firm

Angola could rise 4.3% this year The Economist

Intelligence Unit (EIU) says that the Angolan economy will rise 4.3% this year, after reviewing a low performance in 2015 of 2.7%. The best case scenario is the expansion of 6.3% in 2019. The publication fixed the growth in 2015 of 2.7%, reflecting a public spending lower than expected, and an even greater decline in oil prices, of about 46%, and even technical constraints on local production. On the comment on the Angolan economy evolution, the EIU considers that between 2017and 2019, the economy will accelerate, in median, to 4,3%, “based on public and private expenditure in a context of solid recovery in oil prices”. The EIU leverages to “review also in low oil production forecast due to maintenance in progress”, passing the estimate that Angola can pump 1.79 million barrels a day, instead of 1.82 million in 2015.c

The Angolan banking sector continues presenting high rates of growth in terms of its size, by registering a 7.3% increase in the number of assets, 6.7% in the number of agencies and 6.4% in the number of collaborators, according to the National Bank of Angola (BNA). This is the main conclusion of the last edition of the Angolan Banking Sector Analysis conducted by KPMG. The study, which is based on the universe of 23 commercial banks with operations in Angola in 2014 (there are six banks that have had no activity) and has been developed using the public information provided by various institutions of the financial system, demonstrates a decrease of 50.3% in the profitability of the sector. The Angolan banking population settled, towards the end of 2014, in 47%.c

HIGHLIGHT

The CEO of MTN dropped due to fines The executive president of the South African MTN telecommunications, Sifiso Dabengwa, resigned after the company was fined 5.2 billion dollars by the Nigerian regulators due to existence of unregistered subscribers in the level of MTN Nigeria, writes Bloomberg. Nhleko, Non-Executive president of MTN, will assume the place of the Executive president for a maximum period of six months, whilst the company find a successor to fill Sifiso Dabengwa’s post.c

Mota-Engil buys their conglomerate in Africa Mota–Engil bought

all of MotaEngil shares detained by Mota Management and Participation (MGP) and it represents roughly about 12,6% of its social capital and right to vote. The operation is a part of the process of the African conglomerate of the Dutch stock market. However, Mota-Engil explains, despite the transfer of shares has been completed, the MGP undertook to reinvest the proceeds from the sale of its holding in the share capital of Mota-Engil Africa in capital increase of Mota-Engil. On 11th October 2015, the construction company announced that it intended to withdraw the shares in Mota-Engil Africa from the Amsterdam stock exchange, and on the 26th, they initiated an acquisition process. Mota-Engil operates in 11 African countries, being present in 36 companies and has a portfolio of orders of almost 1.5 billion euros, having charged more than a billion in 2014, according to the construction company.c

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MOÇAMBIQUE

A ambição de Omar Mithá no sector do gás O Estado

moçambicano prevê ganhar, até 2035, entre 67 biliões a 212 biliões de dólares pela exploração de gás natural na Bacia do Rovuma. Trata-se de ganhos que advirão de receitas arrecadas por meio de impostos e taxas, para além dos dividendos da participação do Estado nos empreendimentos da área 1 e 4 da Bacia do Rovuma, na província de Cabo-Delgado. Segundo o Presidente do Conselho de Administração (PCA) da Empresa Moçambicana de Hidrocarbonetos (ENH), Omar Mithá, o Governo pretende garantir ganhos de 20% a 25% dos investimentos para a área logística com a prestação de servi-

ços por moçambicanos, uso do gás no mercado doméstico para garantir o desenvolvimento da base industrial do país com impacto na exportação e tributação . Mas antes, a ENH terá de fazer uma grande ginástica para realizar a sua parte no investimento necessário. Segundo estimativas reveladas por Omar Mithá, serão necessários 2.5 biliões de dólares para o braço empresarial do Estado financiar a sua participação nos projectos de gás na Bacia de Rovuma. O Centro de Integridade Pública (CIP) alertou que o país pode estar a negociar mal com a Anadarko as condições de participação da ENH na fase de

Figura. Projecções do preço de LNG (2015-2035)

desenvolvi­mento no projecto. É que, na incapacidade de conse­guir financiamento para garan­tir a permanência da ENH no investimento, o Governo optou pelo “carry”. Ou seja, a ENH será carregada ao colo pela Anadarko na fase de desenvolvimento do projecto da área 2 e depois o Governo vai devolver o dinheiro quando o gás começar a ser explorado. Para o CIP, esta pode ser uma medida prudente por parte do Gover­no, considerando os actuais níveis de endividamento públi­co, mas é problemática, uma vez que não sen­do a Anadarko um banco mas, sim, uma empresa que busca lucro, o carry sairá muito caro à ENH e/ou ao Estado.c

Algodão atinge preço histórico este ano Depois do preço

18 15 12 9 6 3 0 2015

2020

2025

2030

Agência Internacional de Energia Banco Mundial ($/MMBtu)

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2035

do al­godão caroço conhe­cer maus momentos na campanha agrícola 2014/2015 - quando o quilograma do pro­duto de primeira custava 10.25 meticais e a mesma quantidade, mas de segunda classe, custava 9 meticais - para a campanha 2015/2016, o cenário poderá ser histórico, quando o preço atin­gir 13 meticais por cada quilo­grama. O preço foi fixado na reunião anual do algodão, decorrida na cidade de Quelimane, pela Asso­ciação Algodoeira, Fórum dos Produtores do Algodão, ad­ministradores distritais e outros intervenientes. O preço é consi­derado histórico, pelo facto de nunca antes ter sido aplicado. O presidente da Associação Al­ godoeira de Moçambique, Fran­cisco Ferreira dos Santos, explica que a depreciação do metical fa­vorece


MOÇAMBIQUE /MOZAMBIQUE

os produtores no quadro da comercialização, tendo em conta que o mesmo é comercia­lizado no mercado internacional onde o pagamento de valores é realizado em dólares. O responsável explicou que com o metical mais desvalorizado, os produtores do algodão conseguem ser mais competitivos. Este facto não acontece apenas em Moçambi­que mas em todo o mundo, sobretudo nas economias emergentes, onde o dólar está a fortalecer-se na sequência da desvalorização da moeda.c

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SABIA QUE?

DESTAQUE

Banco Sol pode chegar a Moçambique este ano O angolano Banco Sol preten­de abrir sucursais em Moçambi­que e na Namíbia no primeiro trimestre de 2016, de modo a reforçar a sua presença no mer­cado internacional, segundo o presidente da Co­missão Executiva daquela instituição bancária, Coutinho Miguel, citado

A Autoridade Tributária de Moçambique (AT) prevê arrecadar, este ano, mais de 170 mil mi­lhões de meticais em impos-

pelo Jornal de Angola. O Banco Sol dispõe actualmente de um capital social de 18,3 milhões de dólares, tendo como principais accionistas a Sansul, do grupo GEFI Sociedade de Gestão e Participações Financeiras, com 45% e a Fundação Lwini, com 10%.c

tos, segundo o director-geral dos Impostos Augusto Tacarindwa.c

Omar Mithá’s ambition in the gas sector The Mozambican

Figura. Projecções do preço de LNG (2015-2035) 18 15 12 9 6 3 0 2015

2020

2025

2030

Agência Internacional de Energia Banco Mundial ($/MMBtu)

2035

State predicts gaining between 67 billion to 212 billion dollars for natural gas exploration in the Rovuma basin. These are gains that will rake in revenue through taxes and fees, in addition to the dividends of the State’s participation in enterprises pf the area 1 and 4 of the Rovuma basin, in the province of Cabo Delgado. According to the President of the Board of Directors (CEO) of the Mozambican Hydrocarbons Company (ENH), Omar Mithá, the Government intends to ensure 20% to 25% in revenue of investments to the logistics area “with the provision of services by Mozambicans, and the use of gas in the domestic market to ensure the development of the country’s industrial base with impact on export and taxation”. But, before, the ENH will have partake on an excessive exercise to hold

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MOZAMBIQUE

its share of the investment required. According to estimates revealed by Omar Mithá, 2.5 billion dollars will be needed for the business side of the State to finance its participation in gas projects in the Rovuma basin. The Centre for Public Integrity (CIP) warned that the country may be negotiating with Anadarko conditions for the participation of the EH in the development phase in the project. In incapacity on managing financial aid to guarantee its permanence with ENH in the investment, the government opted for “carry”. That is, the ENH will be loaded up by Anadarko in the project development phase 2 area and then the government will give the money back when the gas is explored. For the CIP, this can be a prudent measure by the Government, considering the current level of public debt, but it is problematic, since Anadarko not being a bank but, yes, a company that seeks to profit, the “carry” will be very costly to ENH and/or the State.

ers. The price is considered to be historic, for the fact that it has never been applied. The president of the Associação Algodoeira de Moçambique, Francisco Ferreira do Santos, explains that the depreciation of the metical favours the producers in the trade context, taking into account that it is traded in the international market where payment of values is conducted in dollars. The responsible explained that with the metical more devalued, the cotton producers can more competitive. This doesn’t happen only in Mozambique, but around the world, especially in emerging economies, where the dollar is to strengthen in the wake of the devaluation of the currency.c

?

DID YOU KNOW?

The tax Authority

on Mozambique (AT) foresees receiving, this year, 1.7 billion meticais in taxes, according to Augusto Tacarindwa, the General Director of of taxes.c

HIGHLIGHT

Sol Bank may be on its way to Mozambique this year

Cotton reaches a historic price this year After the price

of cotton seed surpassed bad moments in the agricultural campaign in 2014/2015 – when a kilogram of the prime product cost 10.25 meticais, and the same quantity, but in the second class, cost 9 meticais – for the campaign 2015/2016, it could be a historic scenario when the price range reaches 13 meticais per kilogram. The price was set at the annual cotton meeting, elapsed in the city of Quelimane, by the Cotton Association, cotton producers’ forum, district administrators, and other stakehold-

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The Angolan Sol bank plans to open branches in Mozambique and Namibia in the first quarter of 2016, as a way to strengthen its presence in the international market, according to the President of the Executive Board of that Bank, Chris Martin, quoted by Jornal de

Angola. The Sol Bank now has a capital of 18.3 million dollars, and as main shareholders are Sansul GEFI – group management company and financial holdings, with 45%, and the Lwini Foundation, with 10%.c


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Briefing MOZAMBIQUE

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DOSSIER

OCAM: Os desafios de uma classe em consolidação Mário Sitoe, bastonário da Ordem dos Contabilistas e Auditores de Moçambique (OCAM) afirma que pretende unir a classe e alcançar o reconhecimento internacional. Para o efeito, a ordem deve estar bem estruturada e sólida. E a formação dos associados é outro cavalo de batalha de Sitoe e seu elenco.

A

Ordem dos Contabilistas e Auditores de Moçambique (OCAM) organizou, no ano passado, o seu primeiro congresso. O evento decorreu sob o lema Impacto da Contabilidade e Auditoria para o Desenvolvimento Sustentável. O bastonário da OCAM, Mário Sitoe, diz que o encontro serviu, sobretudo, para a exaltação e afirmação da profissão e da OCAM como instituição. Foi, igualmente, uma oportunidade para discutir questões actuais no domínio da Economia, Contabilida-

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de, Auditoria, Fiscalidade, Finanças Públicas, Formação e Ética, procurando contribuir para promover um ambiente económico, baseado na transparência, verdade, independência, focos na inovação, solidariedade e responsabilidade, procurando promover o exercício da profissão em alinhamento com as práticas internacionais do mundo cada vez mais globalizado. O primeiro congresso da OCAM serviu, também, para promover e divulgar a importância da Contabilidade e Auditoria como ciências que contri-

buem para a melhoria da informação financeira e consequentemente do ambiente de negócios, privilegiando a confiança através de atitudes de gestão que dão primazia à ética, integridade e cultura da prestação de contas assente na verdade dos factos patrimoniais. Por outro lado, o evento propôs-se trazer a reclamada justiça tributária e equidade na redistribuição ou quinhão da renda nacional, de acordo com Mário Sitoe. Por outro lado, o congresso serviu também para unir a classe de contabilistas e auditores em Moçambique.


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É que, antes da criação da OCAM, e de acordo com o bastonário, a mesma estava dividida e ainda não havia consciência de uma luta por objectivos comuns. Aliás, até agora esses sinais são evidentes, mas de uma forma pedagógica estamos a levar a cabo um trabalho profundo para garantirmos uma classe de contabilistas e auditores coesa e profissional, garante Sitoe. Mas qual é o grande desafio da classe? O bastonário da OCAM diz que a classe que representa uma luta a ser reconhecida a nível internacional, mas que para tal precisa, primeiro, de garantir uma Ordem bem estruturada e sólida. Queremos uma secretaria-geral forte e profissionalizada à altura de responder aos desafios de modernidade e de uma globalização a todos os níveis. Produzimos alguns regulamentos importantes mas muitos ainda faltam. Estamos a treinar os nossos órgãos e colaboradores para que tenham capacidade de promover o procedimento de controlo de qualidade dos serviços dos membros quer colectivos quer individuais, esclareceu Mário Sitoe. Mais, estamos outrossim, empenhados no desenho da estratégia para introdução das IPSAS (Normas Internacionais de Contabilidade para o Sector Público) no país, que é também requisito de conformidade do país para adesão à Federação Internacional de Contabilistas (IFAC)”.

OCAM e as multinacionais O crescimento da economia moçambicana está a reboque dos megaprojectos. Mas Mário Sitoe diz que os auditores e contabilistas nacionais não estão a beneficiar deste movimento. Segundo o responsável, há um preconceito de que os contabilistas nacionais não têm capacidade

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ou “se quisermos” qualidade. Porém, a verdade é que “nunca lhes é dada oportunidade”. “Diz-se que não são capazes e vai procurar-se contabilistas, directores financeiros ou administrativos além-fronteiras, alegando-se que os nacionais não têm qualidade, quando na verdade nunca lhes foi dada uma chance para o demonstrar”, dispara o representante da classe. Outro aspecto que tem sido prejudicial é a língua. “Nós estamos num país de expressão portuguesa e somos penalizados por isso, mas sabemos que isto só acontece porque somos um país pequeno. É que para a prestação de serviços de contabilidade não é fundamental o conhecimento do inglês. Os relatórios podem ser traduzidos e a recolha e classificação de dados não exige o conhecimento da

língua inglesa. Mesmo assim, estamos empenhados em incutir aos membros a necessidade de trabalharem para a sociedade multicultural e multilinguística”, concluiu.

Estamos em todo o país É importante referir que a OCAM conta com representações em todo o país e com estrutura de direcção com pelo menos quatro membros, entre o delegado, responsável da formação e quadros, responsável pela gestão de membros e responsável pela observância das prerrogativas de natureza ética. Para além de estar presente em todas as capitais provinciais, a OCAM, está estabelecida, igualmente, em Nacala. Este ano, espera chegar a Chókwe, Maxixe e Vilanculos.c

COMPOSIÇÃO DOS MEMBROS DA OCAM Designação

Número

CONTABILISTAS

3223

SOCIEDADES DE CONTABILIDADE

62

AUDITORES

86

SOCIEDADES DE AUDITORIA

14

TOTAL DE MEMBROS

3385

Fonte: OCAM (2015)

DESTAQUE A Ordem dos Contabilistas e Auditores de Moçambique está a organizar um curso de Certificação e Mestrado em Auditoria. O mesmo, que poderá arrancar no primeiro trimestre do ano em curso, será levado a cabo em parceria com a Ordem dos Revisores Oficiais de Contas de Portugal (OROC) e com a Universidade

Politécnica. A iniciativa foi concebida e estruturada tendo em conta os níveis de conhecimento exigidos para o exercício da profissão de Auditor Certificado em Moçambique e a nível internacional. De recordar que o curso para além de certificar os auditores vai, igualmente, conferir o grau de Mestre aos participantes.c


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DOSSIER

OCAM: the challenges of a consolidation class Mario Sitoe, Chairman of the Association of Accountants and auditors of Mozambique (OCAM) States that want to join the class and achieve international recognition. To this end, the order must be well structured and solid. And associated training is another workhorse of Sitoe and his cast.

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he order of Accountants and auditors of Mozambique (OCAM) held last year, its first Congress. The event was held under the motto “impact of accounting and auditing for

sustainable development”. The Chairman of the OCAM, Mario Sitoe, says that the meeting served above all to the exaltation and affirmation of profession and OCAM as an institution. It was also an opportunity to discuss


current issues in the field of Economics, accounting, auditing, taxation, public finance, training and ethics, looking for help to promote an economic environment, based on transparency, truth, independence, focuses on innovation, solidarity and responsibility, seeking to promote the exercise of the profession in line with international practices in the increasingly globalized world. The first Congress of the OCAM served, too, to “promote and publicize the importance of accounting and auditing as sciences that contribute to the improvement of financial reporting and consequently the business environment, promoting trust through management attitudes that give primacy to ethics, integrity and accountability culture based on the truth of the facts sheet. On the other hand, the event set out to bring justice and equity in the tax complained of redistribution or share of national income”, according to Mario Sitoe. On the other hand, the Congress also served to unite the class of accountants and auditors in Mozambique. However, before the creation of OCAM, according to the chairman, the same was divided and was not yet aware of the battle of common objectives. Actually, “so far the signs are evident, but in a way we’re teaching to pursue a deep work to ensure a cohesive and professional accountants and auditors”, ensures Sitoe. But which is the big challenge of the class? The chairman of OCAM says that the class represents a struggle to be recognized at international level, but that for such need, first, to ensure a well-structured, solid order. “We want a strong and professional General Secretariat to meet the challenges of modernity and globalization at all levels. Produce some important regulations but many still

missing. We are training our organs and employees so that they have the ability to promote the quality control procedure of the services of collective and individual members,” explains Mario Sitoe. More over, “we are also committed to the design of the strategy for the introduction of IPSAS (international accounting standards for the Public Sector) in the country, which is also the country’s compliance requirement for membership of the international Federation of Accountants (IFAC)”.

they were never given a chance to demonstrate”, raises the class representative. Another aspect that has been damaging is the language. “We’re in a Portuguese-speaking country and are penalized for it, but we know that this only happens because we are a small country. For the provision of accounting services is not essential to the knowledge of the English language. Even so, we are committed to give the members the need to work for the multicultural and multilingual society, “he concluded”

OCAM and the Multinationals

We’re all over the country

The growth of the Mozambican economy is the mega-towing. But Mario Sitoe says that auditors and national accountants are not benefiting of this movement. Second, there is a prejudice that the national accountants have no capacity or “if we may say” quality. However, the truth is that “they never had given opportunity.” “They say that there are not being capable and go in search accountants, financial or administrative directors across borders, claiming that nationals don’t have quality, when in fact

It is important to note that the OCAM has representations across the country and with steering structure with at least four members, including the Chief, in charge of training and frames, responsible for managing members and responsible for compliance with the prerogatives of ethical nature. In addition to being present in all the provincial capitals, the OCAM, also is established in Nacala. This year, expect to get the Chimoio, Maxixe and Vilanculos.c

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ECONOMIA

São inevitáveis ajustamentos e reformas estruturais

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Fundo Monetário Internacional (FMI) considerou inevitável a aplicação de ajustamentos e reformas estruturais para controlar as ameaças que se colocam à economia

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de Moçambique, acreditando, porém, que a situação é transitória. «Há necessidade de ajustamentos inevitáveis para estabilizar a situação macroeconómica”, disse o representante do FMI em Moçambique, Alex


Segura, durante a apresentação em Maputo de um relatório da instituição financeira sobre perspectivas económicas para a África Subsaariana, intitulado “Lidando com nuvens negras”. Segura confirmou que há perspectivas de degradação económica no mundo. As principais características da economia mundial passam actualmente pela transformação do modelo de crescimento da China (que inclui o sector dos serviços e consumo), a queda dos preços das commodities e a normalização da política monetária. Na Africa Subsaariana, países como Etiópia, Costa do Marfim e Moçambique foram os mais desenvolvidos em termos económicos e os factores que sustentaram o desenvolvimento sólido da África Subsaariana, na última década, foram o surgimento de melhores políticas e instituições, os influxos de capital e os altos preços das matérias-primas. Não obstante, o que os números revelam faz algum tempo é que o preço das commodities está em queda no mercado internacional. Bens como o ferro, crude, gás natural, entre outros, desceram de valor colocando em risco os países produtores. Aliás, estados como Angola, Nigéria, Guiné Equatorial e Botsuana lidam hoje de perto com o fenómeno da desvalorização das suas moedas. Torna-se inequívoca a relação entre a queda do preço das commodities com a queda das exportações e das reservas internacionais, fazendo perigar a saúde económica daqueles e de outros países, como a Zâmbia, Uganda e mesmo Moçambique. No caso de Moçambique, o representante do FMI, diz ser previsível que continue a crescer, mas que, ao mesmo tempo, vai-se registar um aumento de inflação, que de qualquer modo

já é notável nos dias que correm. A título de curiosidade, os produtos cuja produção se espera continuar a aumentar no país são o alumínio, o tabaco e a madeira e a previsão do crescimento do IDE por sector apenas engloba a construção e as actividades financeiras. Em suma, o FMI disponibilizou 286

milhões de dólares ao Banco de Moçambique nesta fase de contracção da economia e concorda com o pacote de medidas de ajustamentos do Governo. Por outro lado, aquela instituição considera que a situação económica que se vive é de carácter transitório e que as perspectivas a médio prazo são ainda positivas.c

DESTAQUE

Patronato moçambicano prevê “cenário sombrio”

A Confederação das Associações Económicas de Moçambique (CTA), que congrega o patronato moçambicano, considerou que o aumento das taxas de juro, decretado pelo Banco de Moçambique, terá um resultado sombrio para a economia do país. “Estas medidas, combinadas com o efeito da depreciação cambial, resultarão num cenário cada vez

mais sombrio. A título de exemplo, o endividamento privado externo das empresas da agro-indústria, indústria e telecomunicações cresceu em 2014, passando a totalizar uma dívida externa de 64,30 milhões de dólares no início de 2015”, afirmou o vice-presidente da CTA, Rogerio Samo Gudo, falando em conferência de imprensa.c

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Economy

There are inevitable adjustments and structural reforms

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he International Monetary Fund (IMF) considered inevitable the application of adjustments and structural reforms to control the threats facing the economy of Mozambique,

believing, however, the situation is temporary. “There is need for inevitable adjustments to stabilize the macroeconomic situation,” said IMF representative in Mozambique, Alex Segura, during


the presentation in Maputo of a financial institution’s report on Economic Outlook for sub-Saharan Africa, titled “Dealing with dark clouds”. There are prospects for confirmed safe degradation in the economic world. The main features of the world economy currently pass through the transformation of the growth model of China (which includes the services sector and consumption), the fall of commodity prices and the normalisation of monetary policy. In Sub-Saharan Africa, countries like Ethiopia, Ivory Coast and Mozambique were the most developed economically and the factors that sustained the soliddevelopment of Subsaharan Africain the last decade have been the emergence of better policies and institutions, the capital inflows and high prices of raw materials. Nevertheless, what the numbers reveal for some time is that the commodity’s price fall in the international market. Goods like iron, crude oil, natural gas, among others, fell from value endangering the producing countries. In fact, States such as Angola, Nigeria, Equatorial Guinea and Botswana, deal today with the phenomenon of the devaluation of their currencies. It becomes clear the relationship between the fall in the price of commodities with the fall of exports and international reserves, making economic health and threaten other countries, such as Zambia, Uganda and even Mozambique. In the case of Mozambique, the IMF representative, says he is expected to continue to grow, but at the same time, it will register an increase in inflation, which however already is notable these days. Out of curiosity, products whose production is expected to continue to increase in the country are aluminium, tobacco and wood, and the fore-

cast of growth of FDI by sector only encompasses the construction and financial activities. In short, the IMF released 286million dollars to Mozambique at this stage of contraction of the econo-

my and agrees with the package of measures of Government adjustments. On the other hand, the Commission considers that the economic situation is transitory and that the mediumterm Outlook is still positive.c

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EMPRESA

PUMA ENERGY abre dois novos terminais em Moçambique Operação Nacional da Puma Energy passa a ser a segunda com maior capacidade em África.

A

Puma Energy, a empresa global de logística e distribuição de produtos petrolíferos, que opera em 45 países pelos 5 continentes, inaugurou oficialmente hoje os seus primeiros terminais de combustíveis e betume (alcatrão) na província de Maputo. Os novos terminais da Matola elevam a capacidade total da Puma Energy em Moçambique para 275.500m3 – a segunda maior capacidade da empresa em África. De acordo com Christophe Zyde, o CEO da Puma Energy para África, Moçambique é hoje um mercado muito promissor em África. “Temos confiança nas oportunidades comerciais que oferece a longo prazo, bem como na localização estratégica do país, ideal para responder às necessidades de fornecimento de toda a região da África Austral”, afirmou Zyde. Os novos terminais da Puma Energy incluem 11 novos tanques de armazenamento de produto refinado. Implicaram 12 meses de construção e 25.000 tonela-

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das de aço. A construção do novo terminal da Puma Energy na Matola utilizou as mais avançadas técnicas e tecnologias a nível mundial. Sophonie Babo, o director-geral da Puma Energy em Moçambique, declarou: “Aliado aos nossos terminais da Beira, em operação desde Maio de 2012, e ao terminal de Betume da Matola que foi aberto em Junho de 2014, a importância estratégica dos 115.000m3 deste novo terminal de combustíveis estende-se muito para além das nossas fronteiras. O terminal de Betume (alcatrão) significa que Moçambique já não depende das importações dos países vizinhos, e o terminal de combustíveis vem abrir um novo canal para o fornecimento de combustíveis, de forma segura e a preços competitivos, a toda a região da SADEC.”

PERFIL Puma Energy A Puma Energy é uma empresa glo-

bal de logística, armazenamento e distribuição de produtos petrolíferos que actua em 45 países. Criada em 1997 na América Central, a Puma Energy expandiu desde então as suas operações a todo o mundo, conseguindo um rápido crescimento, diversificação e desenvolvimento de novas linhas de produto. A empresa emprega mais de 7.350 trabalhadores. Tem sede mundial em Singapura, com sedes regionais em Joanesburgo na África-do-Sul, San Juan em Porto Rico, Brisbane na Austrália e Tallinn, na Estónia. A Puma Energy está presente em 18 mercados Africanos e é reconhecida como a empresa de fornecimento de combustíveis com mais rápido crescimento em todo o Continente. Desde 2012, a Puma já investiu mais de 1,5 biliões de dólares americanos em África e é de notar que mais de 50% da Puma Energy pertence a investidores Africanos.c


Company

PUMA ENERGY opens two new terminals in Mozambique Puma Energy’s National Operation is now the second largest in capacity in Africa.

P

uma Energy, the global logistics and distribution of petroleum products, which operates in 45 countries in 5 continents, today officially inaugurated its fuel terminals and tar in the Maputo province. The new terminals of Matola raise the total capacity of the Puma Energy in Mozambique to 275,500 m3 – the second largest in capacity in Africa. According to Christope Zyde, the CEO of Puma Energy for Africa, Mozambique today is a very promising market in Africa. “We have confidence in commercial opportunities that offers long-term, as well as on the country’s strategic location, ideal to meet the supply needs of the entire region of southern Africa,” said Zyde. The new terminal of Puma Energy includes 11 new refined product storage tanks. Required 12 months of construc-

tion and 25000 tons of steel. The construction of the new terminal of Puma Energy in Matola used the most advanced techniques and technologies worldwide. Sophonie Babo, the managing director of Puma Energy in Mozambique, said: “Ally to our border terminal, in operation since May of 2012, and Matola tar which was opened in June 2014, the strategic importance of the 115,000 m3 of this new fuel terminal extends far beyond our borders. The terminal of bitumen (Tar) means that Mozambique no longer depends on imports from neighboring countries, and the fuel terminal comes open a new channel for the supply of fuels, as a safe way and at competitive prices, in all of the SADEC region.

PROFILE Puma Energy Puma Energy is a global logistics,

storage and distribution of petroleum products which acts in 45 countries. Established in 1997 in Central America, the Puma Energy has since expanded its operations throughout the world, achieving a rapid growth, diversification and development of new product lines. The company employs over 7350 workers. The company has global headquarters in Singapore, with regional headquarters in Johannesburg in South Africa, San Juan in Puerto Rico, Brisbane in Australia, and Tallinn, Estonia. Puma Energy is present in 18 African markets and is recognized as the fuel supply company with faster growth across the continent. From 2012, Puma has invested more than 1.5 billion US dollars in Africa and it should be noted that more than 50% of Puma Energy belongs to African Investors.c

Capital Magazine Ed.94 · fevereiro 2016

41


Tema de FUNDO

O Mundo em 2016 Os 20 países mais desenvolvidos do mundo (G20) terão um ano difícil em 2016. Questões políticas e económicas vão influenciar, em grande medida, o percurso destas nações durante o ano que agora começa. Europa Ocidental

América do Norte

1.8%

2.5%

Europa do Leste

1.2%

Médio Oriente e Norte de África

Japão

3.2%

1.7% Ásia

(excluindo Japão, Austrália e Nova Zelândia)

5.4%

América Latina

1.3%

Austrália

África Subsariana

2.6%

3.6%

OS DEZ MELHORES DESEMPENHOS DE 2016 (Gráfico)

AS 10 MAIORES RECESSÕES DE 2016 (Gráfico)

Turquemenistão

8%

Líbia

8%

Laos

8%

Venezuela

6%

Cambodja

7.5%

Guiné Equatorial

3%

Serra Leoa

7.5%

Síria

3%

Moçambique

7.3%

Macau

3%

Birmânia

7.2%

Brasil

2%

Butão

7.1%

Timor Leste

2%

RDC

7.1%

Burundi

1%

Índia

7.1%

Trinidade e Tobago

1%

Costa do Marfim

7%

Grécia

1%

Fonte: The Economist

42

Fevereiro 2016 · Capital Magazine Ed.94

O

mesmo pode-se dizer em relação aos BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). É que, entre este grupo de países, apenas a Índia espera um 2016 tranquilo uma vez que, pelo segundo ano consecutivo, vai crescer mais do que a China. O Brasil vai enfrentar uma recessão; a Rússia vai pagar a factura pela queda do preço do petróleo; a China procurará mudar o modelo económico e a África do Sul vai usar


estímulos fiscais para relançar a economia. Contundo, o Produto Interno Bruto (PIB) global poderá crescer 2.7% em 2016, registando uma ligeira subida em relação aos 2.4% do ano passado, segundo a revista “The Economist”. Líbia com o pior desempenho A lista das economias com o pior desempenho face ao ano anterior é encabeçada pela Líbia, que deverá contrair mais de 8%, seguida pela Venezuela, com uma recessão superior a 6%, e pela Guiné Equatorial, que mantém a recessão de 3%, em 2016. Na mesma lista, a revista destaca ainda a Síria, Macau, Brasil, Timor-Leste, Burundi, Trinidade e Tobago e a Grécia, cuja economia deverá contrair cerca de 1%. Porém, é importante destacar que das 10 economias com as maiores recessões económicas este ano, quatro são de língua oficial portuguesa, numa lista encabeçada pela Guiné Equatorial e em que estão também Macau, Brasil e Timor-Leste. ÁFRICA DO SUL PIB

2.2%

PIB per capita

USD 5.900

Inflação

5.1%

Saldo Orçamental (% do PIB)

-3.5%

O presidente sul-africano, Jacob Zuma, está no seu segundo e último mandato e pretende deixar a sua marca na economia. Por isso, decidiu usar estímulos fiscais e uma nova política industrial para estimular a segunda maior economia de África em 2016. Porém, os desafios impostos pelo défice energético e o desemprego podem desencadear protestos à escala nacional.

ARGENTINA PIB

1.4%

PIB per capita

USD 13.500

Inflação

25.8%

Saldo Orçamental (% do PIB)

- 3.1%

Depois das eleições de 2015, a economia argentina está a cambalear. A corrupção continua um mal difícil de vencer e as infraestruturas uma miséria. Este ano, o país precisa de austeridade para estabilizar, o que testará a paciência de um povo bastante flexivel para sair às ruas. BRASIL PIB

- 0.7%

PIB per capita

USD 7.540

Inflação

6.6%

Saldo Orçamental (% do PIB)

- 7.8%

O segundo mandato de Dilma Rousseff está difícil e a descida do rating da dívida soberana nos finais de 2015 só agravou a situação de um país à beira do colapso. Para estabilizar a economia, Dilma decidiu adoptar uma postura fiscal mais dura, mas a decisão só indignou os eleitores. Se as eleições no Brasil fossem este ano, Rousseff seria humilhada nas urnas. É que, neste momento, está numa verdadeira luta pela sobrevivência, tentando resistir a um impeachment movido pela oposição. \

MÉXICO

PIB

2.8%

PIB per capita

USD 9.080

Inflação

3.7%

Saldo Orçamental (% do PIB)

-3.0%

O presidente mexicano, Enrique Nieto, vai tentar corresponder à indignação popular por causa das gangues assassinas e da corrupção desenfreada. Nieto espera, igualmente, pela melhoria do preço do petróleo com vista a alavancar as exportações. CANADÁ PIB

2.3%

PIB per capita

USD 43.730

Inflação

2.1%

Saldo Orçamental (% do PIB)

-1.2%

No Canadá, este é o ano da estreia de Justin Trudeau, na liderança do país. filho de um ex-primeiro-ministro, mas com pouca experiência em cargos políticos de alto nível, Trudeau promete uma mudança na política e investir mais nas obras públicas, em 2016. Para compensar o décife provocado pela queda do preço do petróleo, o dirigente pretende impulsionar as exportações. ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA PIB

2.5%

PIB per capita

USD 57.630

Inflação

1.2%

Saldo Orçamental (% do PIB)

-2.2%

Este ano há eleições nos Estados Unidos da América. Por isso, até Novembro, todas as atenções estarão viradas para a política. Porém, em larga medida, os americanos esperam, em 2016, falar apenas de política porque a economia continuará a crescer e a gerar mais postos de trabalho. Barack Obama vai, provavelmente, deixar o cargo para Hillary Clinton, também democrata, superando um candidato republicano que, certamente, não será Bush, muito menos Trump.

Capital Magazine Ed.94 · fevereiro 2016

43


CHINA PIB

6.4%

PIB per capita

USD 8.490

Inflação

2.4%

Saldo Orçamental (% do PIB)

-3.0%

A queda acentuada do crescimento económico da China abalou a sua confiaça a nível global. Mesmo assim o abrandamento, em 2016, será moderado. A China, vai, porém, procurar um novo modelo económico, baseado na inovação, empreendedorismo e fortalecimento do poder de compra. É que, uma economia que depende das exportações e do investimento já não está a dar e o gigante asiático quer evitar uma crise em 2016. JAPÃO PIB

1.7%

PIB per capita

USD 32.800

Inflação

1.4%

Saldo Orçamental (% do PIB)

-5.9%

Em 2015 o programa de reformas “Abenomics”, inspirado no nome do primeiro-ministro japonês, Shizo Abe, ajudou a reanimar a economia, mas a questão que se coloca é se as reformas mais profundas propostas por Abe serão implementadas ou não. É que, algumas forças internas estão a resistir à reforma dos mercados de trabalho, agricultura e do modelo de governação. COREIA DO SUL PIB

3.0%

PIB per capita

USD 21.680

Inflação

1.3%

Saldo Orçamental (% do PIB)

0.1%

A Coreia do Sul quer, em 2016, seguir o exemplo da China. O tigre asiático pretende alterar o modelo

44

Fevereiro 2016 · Capital Magazine Ed.94

económico, que se encontra baseado nas exportações, e virar as atenções para o consumo doméstico. Mas se o presidente, Park Geun-hye, perder a maioria parlamentar, nas eleições de Abril próximo, a concretização deste objectivo pode ser posto em causa. ÍNDIA PIB

7.1%

PIB per capita

U S D 1.860

Inflação

5.9%

Saldo Orçamental (% do PIB)

-3.7%

Este ano, o governo de coligação liderado por Narendra Modi pretende reforçar a cooperação com os Estados Unidos da América. Porém, para impulsionar a economia indiana, Modi vai apostar na implementação de várias infraestruturas consideradas estratégicas. A taxa de crescimento da Índia vai, pelo segundo ano consecutivo, superar a China. INDONÉSIA PIB

5.1%

PIB per capita

U S 3.440

Inflação

6.5%

Saldo Orçamental (% do PIB)

-2.2%

D

As ambições económicas do presidente Joko Widodo estão a cair em desgraça por causa do ambiente político que Widodo vive dentro do seu próprio partido. Mesmo assim, o timoneiro sonha em impulsionar o investimento nas infraestruturas e o Investimento Directo Estrangeiro com vista a garantir um crescimento razoável, apesar da queda do preço do petróleo, um fenómeno que afundou a economia daquele país nos últimos dois anos.

TURQUIA PIB

2.8%

PIB per capita

USD 8.570

Inflação

7.2%

Saldo Orçamental (% do PIB)

2.2%

A Turquia esperava viver um 2016 politicamente agitado. É que, o presidente Recep Tayyip Erdogan, depois da vitória retumbante nas eleições de 2015, pretende alterar o modelo de governação, do sistema parlamentar para o presidencialista, ignorando a constituição. Em termos económicos, o país vai crescer mas longe do boom vivido entre 2010 e 2013. ALEMANHA PIB

1.8%

PIB per capita

USD 39.640

Inflação

1.5%

Saldo Orçamental (% do PIB)

0.8%

Em 2016, a Alemanha vai continuar a receber os migrantes vindos do norte de África e da Ásia. Mesmo assim, o país de Angela Merkel não possui nenhum plano para lidar com uma eventual crise demográfica. Quanto à economia, esta vai continuar a crescer e será impulsionada pelos baixos preços do petróleo. FRANÇA PIB

1.3%

PIB per capita

USD 36.070

Inflação

1.0%

Saldo Orçamental (% do PIB) -3.6%

A presidência de François Hollande está a definhar em direcção à estagnação económica e uma profunda desaprovação pública. Não há dúvi-


das que Hollande vai perder as eleições em 2017. As reformas levadas a cabo em 2015 estão a dar frutos, mas não o suficiente para o país estabilizar. A batalha para a nomeação presidencial da oposição, entre Nicolas Sarkozy, antigo presidente, e Alain Juppé, ex-primeiro-ministro, irá proporcionar um teatro político em 2016. RÚSSIA PIB

- 0.4%

PIB per capita

USD 8.670

Inflação

8.2%

Saldo Orçamental (% do PIB) - 2.9%

Os preços do petróleo baixos, as sanções do Ocidente (que serão renovadas este ano) e a inflação elevada

estão a martelar a economia russa e a qualidade dos serviços públicos e o padrão de vida estão a cair. Vladimir Putin poderá ter dificuldades para manter a popularidade obtida no auge da crise diplomática com a Ucrânia. REINO UNIDO PIB

2.2%

PIB per capita

USD 44.580

Inflação

1.5%

Saldo Orçamental (% do PIB)

- 3.9%

O governo conservador de David Cameron aborda questões que dividem o país. Um provável referendo, em finais de 2016 ou princípio de 2017, é uma delas. Assim sendo, trata-se de um governo vulnerável

às contestações, mas espera ter um ano tranquilo, mesmo em questões ligadas à economia. PORTUGAL PIB

1.8%

PIB per capita

USD 17.990

Inflação

1.4%

Saldo Orçamental (% do PIB)

-2.8%

Depois das eleições de Outubro de 2015, Portugal enfrenta um cenário político conturbado, a última coisa que a economia precisa. Recentemente, a economia portuguesa foi resgatada após uma grande recessão, mas este ano o crescimento (1.8%) chegará aos níveis dos outros países da Zona Euro.c

The world in 2016 The 20 most developed countries of the world (G20) will have a difficult year in 2016. Political and economic questions will largely influence, the path of these nations during the year beginning now.

T

he same can be said about the BRICS (Brazil, Russia, India, China and South Africa). The issue is that, among these group of countries, only India expects to have a smooth 2016 since, for the second year in a row, it will grow more than China. Brazil will face a recession; Russia will pay the price for the fall in oil prices; China will seek to change its economic model and South Africa will use fiscal stimulus to revive the

economy. However, the global Gross Domestic Product (GDP) might grow 2.7% in 2016, registering a slight increase in relation to the 2.4% of the previous year, according to “The Economist”. Líbia with the worst performance The list of economies with the worst performance compared to the previous year is headed by Libya, which should contract more than 8%, followed by Venezuela, with a recession above 6%, and by Equatorial Guinea,

which retains the recession of 3%, in 2016. On the same list, the magazine also highlights Syria, Macau, Brazil, EastTimor, Burundi, Trinidad and Tobago and Greece, whose economy shall contract about 1%. However, it is important to point out that out of 10 economies with the greatest economic recessions this year, four are officially Portuguese speaking, in a list headed by Equatorial Guinea and in question are also Macau, Brazil and East- Timor.

Capital Magazine Ed.94 · fevereiro 2016

45


THE 10 GREATEST RECESSIONS OF 2016 (Graphic) Libya

8%

Venezuela

6%

Equatorial Guinea

3%

Syria

3%

Macau

3%

Brazil

2%

East Timor

2%

Burundi

1%

Trinidad and Tobago

1%

Greece

1%

8%

Laos

8%

Cambodia

7.5%

Sierra Leon

7.5%

Mozambique

7.3%

Burma

7.2%

Bhutan

7.1%

DRC

7.1%

India

7.1%

Côte Divoire

7%

Source: The Economist

SOUTH AFRICA GDP

2.2%

GDP per capita

USD 5.900

Inflation

5.1%

Budget Balance (% of the GDP)

-3.5%

South African President, Jacob Zuma, is on his second and last term and intends to leave his mark on the economy. Therefore he has decided to use fiscal stimulus and new industrial policies to stimulate Africa’s second largest economy in 2016. However, challenges posed by the energy deficit and unemployment may instigate protests at a national scale.

46

Fevereiro 2016 · Capital Magazine Ed.94

1.8%

2.5%

Eastern Europe

1.2%

Middle East and North Africa

Japan

3.2%

1.7% Asia

(excluding Japan, Australia and New Zealand)

5.4%

Latin America

1.3%

THE BEST TEN PERFORMANCES OF 2016 (Graphic) Turkmenistan

Western Europe

North America

Subsaharan Africa

3.6%

ARGENTINA GDP GDP per capita Inflation Budget balance (% of the GDP)

1.4% USD 13.500 25.8% - 3.1%

After the 2015 elections, the Argentinian economy has been staggering, Corruption is still an evil that is hard to beat and the infrastructure is still a misery. This year, the country needs austerity to stabilize, which will test the patience of a very flexible people to go to the streets. BRAZIL GDP

- 0.7%

GDP per capita

USD 7.540

Inflation

6.6%

Budget Balance (% of the GDP)

- 7.8%

Dilma Rousseff’s second term is be-

Australia

2.6%

ing difficult and the decrease of the sovereign debt rating at the end of 2015 only worsened the situation of a country on the verge of a breakdown. To stabilize the economy, Dilma has decided to adopt a tougher fiscal stance, but the decision only served to outrage the voters. If elections in Brazil were to be held this year, Rousseff would be humiliated at the ballot boxes. The issue is that, right now, she is in a true fight for survival, trying to resist an impeachment moved by opposition. \

MEXICO

GDP

2.8%

GDP per capita

USD 9.080

Inflation

3.7%

Budget balance (% of the GDP)

-3.0%

Mexican President, Enrique Nieto, will try to correspond the popular indignation due to assassin gangs and frantic corruption. Nieto equally, hopes, for the improvement of the oil price in order to leverage exports.


CANADA GDP

2.3%

GDP per capita

USD 43.730

Inflation

2.1%

Budget balance (% of the GDP)

-1.2%

In Canada, this is the debut year of Justin Trudeau, in the leadership of the country, son of a former primeminister, but with little experience, in high level political roles, Trudeau promises a change in politics and to invest more in public works in 2016. To compensate the deficit caused by the fall of the oil price, the statesman intends to leverage exports. UNITED STATES OF AMERICA GDP

2.5%

GDP per capita

USD 57.630

Inflation

1.2%

Budget balance (% of the GDP)

-2.2%

This year there are elections in the United states of America. Therefore until November, all eyes will be in politics. However, in large scale, Americans hope, in 2016, to only speak about politics because the economy will continue to grow and generate more jobs. Barack Obama will, probably, leave the office to Hillary Clinton, also a democrat, surpassing a republican candidate, who will certainly not be Bush let alone Trump. CHINA GDP GDP per capita Inflation

6.4% USD 8.490 2.4%

Budget balance (% of the GDP) -3.0%

Sharp decline of economic growth of China undermined its trust at global level. Still the slowdown, in 2016, will be moderate. China, will, however, seek a new economic model, based on innovation, entrepreneurship and strengthening of the buying power. The issue is that, an economy that depends on exports and investment is no longer working and the Asian giant wants to avoid a crisis in 2016. JAPAN GDP

1.7%

GDP per capita

USD 32.800

Inflation

1.4%

Budget balance (% of the GDP)

-5.9%

In 2015 the “Abenomics” reform program, inspired on the Japanese prime ministers name, Shizo Abe, helped revive the economy, but the question is if whether or not the more profound reforms proposed by Abe will be implemented. The issue, is that some internal forces are resisting market reforms, agriculture and the governing model. SOUTH KOREA GDP GDP per capita Inflation Budget balance (% of the GDP)

3.0% USD 21.680 1.3% 0.1%

South Korea wants, in 2016, to follow China’s example. The Asian Tiger aims to alter the economic model, that is based on exports and turn its attentions to domestic consumption. But if the President, Park Geun-hye, loses its parliamentary majority, in April’s elections, fulfillment of this objective may be questioned.

INDIA GDP

7.1%

GDP per capita

USD 1.860

Inflation

5.9%

Budget balance (% of the GDP)

-3.7%

This year, the coalition government lead by Narendra Modi intends to reinforce the cooperation with the United States of America. However, in order to leverage the Indian economy, Modi will bet on the implementation of various infrastructures that are considered strategic. India’s growth rate will, for the second year in a row, surpass China’s. INDONESIA GDP

5.1%

GDP per capita

U S 3.440

Inflation

6.5%

Budget balance (% of the GDP)

-2.2%

D

Economic ambitions of president Joko Widodo are falling in disgrace due to the political environment that Widodo lives inside his own party. Still, the helsman dreams of leveraging the investment on infrastructures and Direct Foreign investment in order to ensure reasonable growth, despite the fall in oil prices, a phenomenon which sunk that countries’ economy in the last two years. TURKEY GDP

2.8%

GDP per capita

USD 8.570

Inflation Budget balance (% of the GDP)

7.2% 2.2%

Capital Magazine Ed.94 · fevereiro 2016

47


Turkey expected to live a politically agitated 2016. The issue is that, President Recep Tayyip Erdogan, after his resounding victory in the 2015 elections, intends to alter the governing model, from the parliamentary system, to the presidential, ignoring the constitution. In economic terms, the country will grow but far from the boom lived between 2010 and 2013. GERMANY GDP

1.8%

GDP per capita

USD 39.640

Inflation

1.5%

Budget balance (% of the GDP)

0.8%

In 2016, Germany will continue to receive migrants from the North of Africa and Asia. Still, Angela Merkel’s country, does not have any plan to deal with the possible demographic crisis. With regards to the economy, it will continue to grow and will be leveraged by the low prices of oil. FRANCE GDP

1.3%

GDP per capita

USD 36.070

48

Fevereiro 2016 · Capital Magazine Ed.94

Inflation

1.0%

Budget balance (% of the GDP)

-3.6%

UNITED KINGDOM PIB PIB per capita

François Hollande’s presidency is languishing towards economic stagnation and a profound public displeasure. There are no doubts that Hollande will lose the 2017 elections. Reforms carried out in 2015 are bearing fruits, but not enough for the country to stabilize. The battle for the presidential election of the opposition, between Nicolas Sarkozy, former president, and Alain Juppe, former prime minister, will allow for a political theatre in 2016.

USD 44.580

Inflação

1.5%

Saldo Orçamental (% do PIB)

- 3.9%

David Cameron’s conservative Government addresses issues that divide the country. A possible referendum, at the end of 2016 or beginning of 2017, is one of them. In this manner, it is a government that is vulnerable to challenges, but hopes to have a smooth year, even with issues related to the economy. PORTUGAL

RUSSIA GDP

2.2%

- 0.4%

GDP

1.8%

GDP per capita

USD 17.990

GDP per capita

USD 8.670

Inflation

8.2%

Inflation

1.4%

- 2.9%

Budget balance (% of the GDP)

-2.8%

Budget balance (% of the GDP)

Low oil prices, sanctions from the West (which will be renewed this year) and high inflation will be hammering the Russian economy and the quality of public services and standards of life are declining. Vladimir Putin may have difficulties to keep the popularity obtained at the peak of the diplomatic crisis with Ukraine.

After the October 2015 elections, Portugal faces a troubled political scenario, the last thing the economy needs. Recently, the Portuguese economy was rescued after a great recession, but this year the growth (1.8%) will reach the levels of other countries of the Euro Zone.c


Indústria global em números Para a indústria mundial, 2015 não foi um ano digno de festejos. Porém, 2016 promete ser diferente. Os países desenvolvidos prometem ser o bastião do crescimento do sector, sendo que a Europa e o Japão mercados que parecem mais estáveis vão liderar a expansão que será de 2.3%. Os mercados emergentes vão-se esforçar, mas serão comprometidos pelo desmoronamento do Brasil e da Rússia. mento, a palavra de ordem no sector automóvel é crescer, reduzir os custos e promover a criatividade.

2012

N

3.5 3.0

3.1 2.5

3.2

3.0

3.1

2.5

2.9

3.1

CRESCIMENTO DO PIB MUNDIAL VS. CRESCIMENTO DO COMÉRCIO

2013

2014

2015

2016

o que diz respeito à venda de automóveis, esta vai decorrer de forma suave, seguindo o patrão dos últimos dois anos, mas se a parceria Trans-Pacífico (que aglomera 12 países) for ratificada o sector vai conhecer um importante impulso. É importante realçar que, neste mo-

Energia O sector energético será marcado, este ano, pela agitação da oferta. Porém, o crescimento do mesmo não será significante, quedando-se pelos 2.5%. Com o mercado petrolífero em baixa, devido à queda do preço do barril, a Arábia Saudita promete bombardear o mercado com mais petróleo, o que vai desencorajar os produtores do gás de xisto (um grande concorrente para os produtores do petróleo). Porém, os produtores do xisto, por sua vez procurarão estratégias para baixar cada vez mais os custos de produção. No que diz respeito ao carvão mineral, a Índia será um dos poucos países com um bom desempenho entre os produtores desta commodities e o consumo vai crescer 8%. Enquanto isso os reguladores do mercado, propõem-se ajudar as energias renováveis a conquistar uma

quota de 14% no consumo global.

Serviços financeiros Oito anos depois da crise financeira mundial, muitos financiadores começam a sentir-se encorajados. Pelo que, este ano, os empréstimos poderão crescer 7%. Mas, infelizmente, ainda está longe de alcançar os dois dígitos do período pré-crise. Nos mercados emergentes os credores vão levantar voo e a moeda chinesa vai liberalizar a taxa de juro. REGISTO DE AUTOMÓVEIS POR REGIÃO (PREVISÃO-2016) Europa Oriental e Central Ásia e Austrália África e Médio Oriente América Latina América do Norte Europa Ocidental

8.8 5.7 3.8 3.6 3.6 3.1

Capital Magazine Ed.94 · fevereiro 2016

49


3.9 3.0

3.3

3.4 3.4

Viagens e Turismo

2.3

2.7

3.5

3.9

4.0

GASTOS EM VIAGENS (em %)

2012

2013

2014

2015

2016

O sector do turismo espera por um ano risonho. A forte demanda na economia dos Estados Unidos da América vai fazer com que os impostos pagos pelos hotéis disparem 4%. Na América Latina poderão ser inaugurados, este ano, perto de 400 hotéis, parte importante dos quais no Brasil, onde terão lugar os Jogos

2013

2014

53 2012

2015

60

(brent), em USD

99

A economia europeia está em franca recuperação, mas este ano certamen-

PREÇO DO PETRÓLEO

109

Retalho

te que não será de corrida às lojas, uma vez que a sombra da recessão permanece. Mesmo no Reino Unido, relativamente mais estável, as vendas a retalho não vão crescer mais de 2%. O crescimento da economia norte-americana apertou mais do que uma velha pasta dentífrica - foi de apenas 2% - enquanto as taxas de juro são altas e podem suprimir o consumo. Assim sendo, as grandes marcas terão que voltar as suas atenções para a Ásia.

112

Já no mundo desenvolvido a marcha tecnológica trará benefícios para os consumidores, principalmente, com a disseminação do Mobile Banking.

2016

Olímpicos. As companhias aéreas, no geral, vão praticar preços competitivos, mas toda a indústria turística vai beneficiar da queda do preço dos combustíveis. As companhias chinesas estão a ampliar o seu mercado para toda a Ásia. Já as norte-americanas estão mais voltadas para o seu território. No geral, os gastos no sector turístico, este ano, vão crescer 4%, segundo a Organização Mundial do Turismo (OMT).c

Global Industry in numbers For the world industry, 2015 was not a year worthy of celebration. However, 2016 promises to be different. Developed countries promise to be the beacon of growth of the sector, and Europe and Japan – markets that seem more stable – will lead the expansion that will be 2.3%. Emerging markets will make an effort, but will be compromised by the collapse of Brazil and Russia.

W

ith regards to the sale of automobiles, this will go smoothly, following the pattern from the two previous years, but if the Trans-Pacific partnership (which agglomerates 12 countries) gets ratified the sector will experience an important boost. It is important to point out, that currently, the

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Fevereiro 2016 · Capital Magazine Ed.94

key word in the automobile sector is to grow, reduce costs and promote creativity.

Energy The energy sector will be marked, this year, by the agitation of the offer. However, its growth will not be sig-

nificant, and will stop at 2.5%. With the oil market on the low, due to the fall of the price of the barrel, Saudi Arabia promises to bomb the market with more oil, which will discourage products of shale gas (a great competitor for oil producers). However, shale products, on their hand will look for strategies to lower even more the production costs. With


than 2%. Growth of the North American economy has tightened more than an old tooth paste – was only 2% - while interest rates are high and may suppress consumption. Therefore, the biggest brands will have to turn their attention to Asia.

REGISTRATION OF VEHICLES BY REGION (FORECAST-2016) Eastern and Central Europe Asia and Australia Africa and Middle East Latin America North America Western Europe

Travel and Tourism

OIL PRICE (brent),

2013

2014

European economy is in frank recovery, but this year will certainly not be a year of race for the shops, since the shadow of recession remains. Even in the United Kingdom, relatively more stable, retail sales will not grow more

2015

2016

5.7 3.8 3.6 3.6 3.1

2012

3.5 3.0 2.5

3.0

3.1

GROWTH OF THE WORLD GDP VS. GROWTH OF COMMERCE

2.5

Retail

2012

2.9

Eight years after the global financial crisis, many donors have started to feel encouraged. Therefore, this year, loans may grow 7%. But, unfortunately it is still far from reaching the two digits from the pre-crisis period. In emerging markets creditors will take off and the Chinese currency will liberalize the interest rate. In the developed world the technology pace will bring advantages to consumers, mainly, with the dissemination of Mobile Banking.

60

in USD

Financial services

8.8

might be inaugurated this year, and an important part in Brazil, where the Olympic Games will take place. Airline companies, in general, will practice competitive prices, but all of the tourism industry will benefit from the fall in oil prices. Chinese companies are expanding their market to the whole of Asia. Now the North Americans are more inclined to their own territory. In general, expenses in the tourism sector, this year, will grow 4%, according to the World Tourism Organization (OMT).c

3.2

regards to mineral coal, India will be one of the few countries with good performance amongst the producers of this commodities and consumption will grow 8%. Meanwhile market regulators, have proposed to help renewable energies conquer a quota of 14% of global consumption.

53

2016

3.1

2015

99

2014

109

2013

112

2012

The tourism sector expects a bright year. The strong demand in the United States Economy will cause taxes paid by hotels to shoot up 4%. In Latin America nearly 400 hotels

3.1

3.9 3.0

3.3

3.4 3.4

2.3

2.7

3.5

3.9

4.0

EXPENSES WITH TRAVELS (in %)

2013

2014

2015

2016

Capital Magazine Ed.94 ¡ fevereiro 2016

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UP-GRADE

Execução das matrizes de prioridades 2015-2016

CTA e Executivo têm encontro marcado dentro de seis meses Em Agosto de 2015, o Governo e o Sector Privado realizaram o primeiro Conselho de Monitoria do Ambiente de Negócios. No encontro, foram estabelecidas 28 reformas a serem levadas a cabo, pelas partes, até 31 de Julho do ano em curso. Ainda há seis meses de actividades, depois o balanço.

O

diálogo público-privado (entre o Governo e a Confederação das Associações Económicas de Moçambique - CTA) foi estabelecido há quase duas décadas. O mesmo sempre respondeu a agendas pontuais que fossem do interesse de ambas ou de uma das partes. Para conferir um novo rumo e garantir maior eficiência do diálogo, o Governo e a CTA identificaram, no ano passado, um conjunto de reformas que devem ser levadas a cabo até o dia 31 de Julho deste ano com vista a garantir a melhoria do ambiente de negócios em

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Fevereiro 2016 · Capital Magazine Ed.94

Moçambique. No antigo modelo do diálogo, os empresários é que apresentavam as questões que deviam ser resolvidas pelo Executivo, desta vez, porém, o Governo passa a exigir à CTA para que faça, igualmente, as suas reformas. Ao todo foram apresentadas um total de 28 prioridades, das quais 22 devem ser levadas a cabo pelo Estado e as remanescentes, seis, pelo sector privado. Para o Executivo fica o desafio da aprovação de políticas que incentivem a produção e produtividade agrárias e a revisão do Decreto n.º 15/2010 sobre o concurso público com vista à promo-

ção da participação de empresas nacionais nas empreitadas de obras públicas. O sector privado gostaria, também, de ver aliviada a taxa de gasóleo que incide sobre a actividade pesqueira, para além do levantamento da proibição de importação de equipamentos com volante à esquerda (exceptuando carros de transporte de passageiros e carga) e a aprovação de uma lei sobre as transacções eletrónicas. Numa altura em que de forma sistemática se assiste ao abandono de obras, o Governo exigiu ao sector privado a promoção do cumprimento dos prazos de execução de empreitadas do Estado e de entrega de bens e concepção de uma plataforma para o cadastro de empreiteiros como forma de facilitar os concursos públicos. Outras propostas do Governo têm a ver com a promoção da formalização de pelo menos 100 operadores actualmente no sector informal e a necessidade da criação de uma associação de administradores de insolvência. Estes compromissos foram assumidos sob a forma de memorando de entendimento, tendo o documento sido assinado pelo ministro da Indústria e Comércio, Ernesto Max Tonela, e pelo presidente do Conselho Directivo da CTA, Rogério Manuel. Depois de 31 de Julho, certamente que as partes voltarão à mesa para fazer o devido balanço e traçar novos caminhos.c


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UP-GRADE

T

he public-private dialogue (between the Government and the Confederation of Economic Associations of Mozambique – CTA) was established almost two decades ago. The same always responded to specific agendas that were of interest to both or one of the parties. To give a new direction and ensure more effective dialogue, the Government and the CTA identified last year, a set of reforms that must be carried out until the 31st July this year with a view to ensure the improvement of the business environment in Mozambique. In the old dialogue model, the entrepreneurs were the ones presenting the issues that should be resolved by Executive, but this time however, the Government goes on to require the CTA to do, also, his reforms. There were a total of 28 priorities presented, of which 22 are to be carried out by the State, and the remaining six by the private sector. For the Executive it is a challenge of adopting policies that encourage agricultural production and productivity and the revision of Decree No. 15/2010 concerning the public competition with a view to promote the participation of domestic companies in public works contracts. The private sector would also see relieved the rate of diesel on the fishing activity, in addition to the lifting of the ban on import equipment with steering wheel on the left (except for cars carrying passengers and cargo) and the adoption of law on electronic transactions. At a systematic time, if you watch the abandonment of works, the Government urged the private sector to promote compliance with the deadlines for execution of State contracts and delivery of goods and the design of a platform for the registration of

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Implementation of arrays of 2015 – 2016 priorities

CTA and Executive have a meeting appointed in six months In August 2015, the Government and the Private Sector have undertaken the first monitoring Council of the business environment. At the meeting, 28 were established to reforms carried out, by the Parties until 31 July of the current year. Six months of activities after the swing.

contractors as a means to facilitate public competition. The other proposals that the Government have to deal with are the promotion of formalization of at least 100 operators in the informal sector and the need for the creation of an Association of insolvency administrators. These commitments have been

undertaken in the form of a memorandum of understanding, and the document was signed by the Minister of industry and trade, Ernesto Max Tonela, and by the President of the Governing Board of the CTA, Rogerio Manuel. After July 31st, the parties will return to the table to make the due balance sheet and chart new paths.c


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GESTÃO

Lucios

Veio, chegou e conquistou milhões

F

undada em 1942, a portuguesa Lucios começou por ser uma empresa de construção, evoluindo de forma gradual e à medida que ia conquistando novos clientes. Nos últimos tempos, a requalificação e conservação de obras públicas e privadas assumiu-se como a área prioritária. E reconstruir, recuperar e reabilitar foram três vectores de acção que passaram integrar o seu portfolio. Para além destas áreas, a empresa em Portugal também se dedica à construção residencial, industrial, de comércio e serviços, desporto e lazer. Para projectos mais específicos, existe uma área de promoção imobiliária residencial para os segmentos alto e médio-alto. Em 2003, a Lucios questionava-se se seria viável manter uma operação significativa em Portugal devido à crise, pretendendo reduzir o peso do mercado português no volume de negócios da empresa. A aposta residiu na exportação, que já havia começado dois anos antes. “Diversificamos geograficamente a nossa actividade. A facturação da Lucios é considerável em países como Moçambique. No entanto, não atingi-

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mos ainda a diversificação pretendida naquele mercado, visto que Portugal continua a ter um peso superior àquele que será objectivo num futuro próximo”, refere Luis Machado, administrador da Lucios. Em Portugal, a Lucios cresceu de 15,5 milhões de euros, em 2006, para 57 milhões de euros, em 2014. “Justificamos este significativo crescimento com a necessidade de crescer em volume de negócios para poder concretizar alguns projectos de maior dimensão, o que se veio a registar ao longo dos anos. Atingimos, em 2012, a facturação de 50 milhões de euros, valor que considerámos adequado à actividade actual da empresa”, afirma o seu administrador.

Expansão lá fora O ano de 2011 assinalou a criação da Lucios Moçambique. Após alguma pesquisa em torno de vários mercados, a entrada no país afigurou-se uma boa oportunidade para a empresa que decidiu investir 3,3 milhões de euros a cinco anos. “A Lucios Moçambique tem vindo a desenvolver a sua actividade no mercado moçambicano em torno de obras

residenciais, industriais, de comércio e serviços”, adianta Luís Machado. Com diversas obras a decorrer, o principal destaque vai para o edifício de habitação e comércio onde irá emergir a Sede do Comité Olímpico de Moçambique. Mas, recentemente, foi também iniciado um projecto de raiz no sector do ensino: a construção do Instituto Superior de Humanidades e Tecnologias, na cidade de Quelimane. As obras em Moçambique renderam cerca de 9 milhões de euros no ano de 2014, sendo que a sua carteira de encomendas ronda os 52 milhões de euros. “Em Moçambique, registámos um aumento de 5,3 milhões de euros, em 2013, para cerca de 9 milhões de euros no ano passado. Para 2015, estimamos quase que duplicar a facturação”, sublinha o administrador. Além de Moçambique, a Lucios encontra-se também presente em França, Brasil e está a pensar avançar também para os mercados da Argélia e Gana.c Lucios em Moçambique 9 M€ (2014) Foi quanto renderam as obras 52 M€ é quanto vale a sua carteira de encomendas



MANAGEMENT

Lucios

Came, saw, and conquered millions

F

ounded in 1942, the Portuguese company Lucios began as a construction company, gradually evolving through the new clients they achieve. In recent years, their priority area was requalification of public and private works. Reconstruction, recovering and rehabilitation were the three vectors that integrated to the Lucios portfolio. Besides these areas, the company in Portugal is also dedicated in residential construction, industrial, trade and services, sports and leisure. As for more specific projects, there is a residential real estate promotional area for the high and medium high. In 2003, Lucios was questioned if it would be beneficial maintaining operations in Portugal due to the crisis, intending to reduce the weight of the Portuguese market in the company’s turnover. All the bets were on exportations, which had started two years ago. “We geographically diversify our activity. Lucios work ethic is considerate in countries like Mozambique. Although, we haven’t obtained the di-

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versification needed for that market, seeing that Portugal still has to cope with the weight of the objectives for the near future”, comments Luis Machado, administrator of Lucios. In Portugal, Lucios grew from 15,5 million euros, in 2006, to 57 million euros in 2014. “We justify this significant growth with a necessity to grow business in volume in order to consolidate project with large dimensions, that has been registered throughout the years. We have achieved, in 2012, a billing of 50 million euros, an amount that we consider adequate to the actual company activity”, affirmed the administrator.

Expansion to the exterior The year 2011 was the creation of Lucios Mozambique. After a few researches in various markets, entry to the country was a good opportunity for the company that invested 3,3 million euros five years ago. “Lucios Mozambique has been developing its activities in the Mozambican market around residential works,

industrial, trade and services”, adds Luis Machado. With different works taking place, the highlight will be the housing and trading building where the Olympic Committee of Mozambique headquarters will be. However, recently, a project was initiated a project in education: the construction of the Institute of Humanities and Technology, in the city of Quelimane. The constructions in Mozambique profited 9 million euros in the year of 2014, with its portfolio of orders is around 52 million euros. “In Mozambique, we registered a raise of 5,3 million euros, in 2013, around 9 million euros last year. For 2015, we estimated that we almost doubled the numbers”, states the administrator. Besides Mozambique, Lucios is present in France, Brazil, and is moving the Ghanaian and Algerian markets.c Lucios in Mozambique 9 M € (2014) Profit from constructions 52 M € Price for the stock orders


EMPREENDER

Quinta Iriní coloca desafio à produção orgânica O crescimento da população mundial pressiona a produção e a produtividade agrária e a recorrência aos meios tecnológicos (uso de produtos químicos sintéticos), que garantem a maturação dos produtos antes do tempo “naturalmente” estabelecido, é uma das soluções para garantir mais comida em menos tempo. Mesmo assim há quem continue a privilegiar os produtos orgânicos e alimentos com qualidade superior à dos convencionais. Belizário Cumbe (texto)

F

oi para satisfazer este segmento de consumidores que, em 2010, Carla Mariza Reis Esculudes, de 65 anos de idade, concebeu e criou a Quinta Iriní um espaço de

7.5 hectares – uma unidade que se dedica à produção de vegetais e de fruta. A mesma produz Jams (compotas) tendo como base a manga, a papaia, o jambalão, a amora e o ananás, sendo que destas frutas apenas o

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ananás não é produzido localmente. Mariza Esculudes conta que no princípio produzia apenas para a família. Porém, mais tarde, decidiu colocar a sua produção no mercado uma vez que em Moçambique há solo e condições climatéricas adequadas para o efeito”, esclareceu. Como tudo começou? “Notei que a nível dos supermercados havia produtos como o tomate cereja, courgettes, vários tipos de alface, entre outros, que eram vendidos a peso de ouro mas cujos processos de produção estavam ao meu alcance, por isso decidi apostar”, revelou. Apesar de estar no mercado há mais de 10 anos, Carla Mariza diz que para uma produção mais ambiciosa o país precisa de massificar as estufas, como acontece, por exemplo, na África do Sul.

dlane. Este foi um dos que mais benefícios trouxe à minha produção”, destacou. Contudo, foi num curso monitorado pelo Instituto para a Promoção da Pequenas e Médias Empresas (IPEME) que começou a pensar abraçar o ramo empresarial. Daí em diante, começou a mostrar a diferença que existe entre os produtos caseiros e os da fábrica e as encomendas começaram a disparar. Dito de outra forma, muita gente começou a privilegiar os produtos orgânicos no lugar dos convencionais. Entretanto, Carla Mariza refere que “há que reconhecer que há tantas outras pessoas que apenas consomem produtos orgânicos pura e simplesmente porque são mais saborosos .

Formação voltada para o negócio

Mesmo que produza usando métodos quase artesanais, Mariza nunca prescindiu da formação. Afinal de contas, este seria um dos poucos meios que poderia garantir a melhoria da sua produção, e, consequentemente, trazer mais rentabilidade ao seu negócio. Por isso, a nossa interlocutora diz, e muito orgulhosa de si, que possui mais de 20 formações e que quase todas foram determinantes para que atingisse o nível em que hoje se encontra. A minha primeira formação foi na produção de cogumelos. Mais tarde, participei no primeiro curso de Permacultura, levado a cabo pela Universidade Eduardo Mon-

O passo de gigante

Por outro lado, Carla Mariza revela que o seu negócio deu um passo de gigante quando participou numa formação sobre embalagens na África do Sul. A mesma foi levada a cabo pela Organização Internacional do Trabalho (OIT) e pelo IPEME. Durante o curso visitamos fábricas de embalagens e decidi passar a usar embalagens de vidro no lugar das plásticas. Mas porque em Moçambique não há produção daquelas embalagens, tal revela-se um grande constrangimento, pois sou obrigada a importar da África do Sul . Porém foi a partir daí que o seu negócio de Jams (compotas) começou a ganhar maior visibilidade e hoje já conta com consumidores fiéis. A Quinta Iriní, para além de frutas, produz igualmente hortícolas. Carla Mariza reconhece que em termos de apresentação, os hortícolas produzidos em Moçambique estão muito longe de se compararem aos dos sul-africanos. Não obstante, conseguiu espaço para distribuir a sua produção no SPAR, Supermercado LM, Terramar e em vários restaurantes das cidades de Maputo e da Matola. Em tempos já forneceu ‘achares’, mas decidiu parar para poder melhorar a embalagem e estar à altura de competir com os importados. E eis a história de uma empreendedora que se recusa a baixar os braços perante as dificuldade.c

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ENTREPRENEURSHIP

Iriní puts challenge on the organic production The growth of the global population puts pressure on production and the agricultural productivity and the recurrence to the technological means (use of synthetic chemicals), which guarantee the maturation of the products ahead of time “naturally” established, is one of the solutions to ensure more food in less time. Yet, there are those who continue to favour organic products and foods with superior quality to that of the conventional. Belizario Cumbe (text)

I 62

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t was to meet this segment of consumers who in 2010, Carla Mariza Esculudes, Kings of the age of 65, conceived and created the fifth Iriní- an area of 7.5 hectares- a unit dedicated to the

production of vegetables and fruit. The same produces Jams (jam) based on the mango, papaya, jambalão, blackberry and pineapple, and of these, the pineapple fruit is he only not produced locally.


Mariza Esculudes account which at first produced just for the family. However, later decided to place their production on the market since “there is soil and climatic conditions in Mozambique suitable for the purpose”, clarified. How did it all start? “I’ve noted that at the level of the supermarkets, there where products like tomato cherry, courgettes, various types of lettuce, were sold for a golden price, but the production process were at my reach, that is why I decided to bet on it”, revealed Mariza. Although being in the market for more than 10 years, Carla Mariza says that for a more ambitious production, the country needs to massif the greenhouse, like South Africa as an example.

However, Carla Mariza says that “it must be acknowledged that there are so many other people who only consume organic products simply because they are tastier”.

The giant step

On the other hand, Carla Mariza reveals that her business took a giant step when participated in a training on packages in South Africa. It was carried out by the International Labour Organização Internaçional do Trabalho (OIT) and by IPEME. “During the course we visited factories, and packaging and I decided to use glass containers instead of plastic. But because in Mozambique there is not production in those packages, such proves to be a great embarrassment, because I am forced

to import from South Africa”. It was from there that her business of Jams (jam) began to gain greater visibility and today already has loyal customers. The Iriní Farm, in addition to fruits, also produces vegetables. Carla Mariza recognizes that in terms of presentation, the vegetables produced in Mozambique are far to compare to those of the South Africans. Nevertheless, it got space to distribute their production in SPAR, supermarket LM, Terramar and at several restaurants in the cities of Maputo and Matola. Once provided ‘achares’ but decided to stop in order to improve the packaging and be able to compete with the imports. And here’s the story of an entrepreneur who refuses to put her arms down in the times of difficulties.c

Formation returned to business Even if you produce using manual methods, Mariza never dismissed her formation. After all, this would be one of the few that could ensure the improvement of its production, and thus bring more profitability to your business. So, our speaker says, proudly, that she has more than 20 formationsand almost all were instrumental to reach the level she is now. “my first training was in the production of mushrooms. Later, I participated in the first Permaculture course, conducted by Eduardo Mondlane University. This was one of the most beneficialthat brought my production,” she said. However, it was a course monitored by the institute for the promotion of small and medium- sized enterprises (IPEME) began to think of embracing the corporate branch. Thereafter, it began to show the difference between homemade and factory products and orders started firing. Put in other words, a lot of people began to focus on organic products in conventional places.

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MERCADOS

Uma moeda à deriva O metical teve um desempenho negro em 2015. Este ano, a moeda nacional já está a recuperar terreno em relação ao dólar, apesar do nervosismo do mercado. Porém, a pergunta que não se quer calar é: voltará o metical aos níveis de Fevereiro de 2015? Belizário Cumbe (texto)

FORTALECIMENTO DO DÓLAR NO MERCADO INTERNACIONAL EM SETEMBRO DE 2015

100 80 60 40 20 0

SADC:Depreciação Anual face ao USD (%) 22,69

28,89

37,67

42,40

90,91

44,17

Fonte: Banco de Moçambique

N

a primeira síntese da situação financeira do país, referente aos primeiros 15 dias do mês de Fevereiro de 2015 – divulgada pelo Banco de Moçambique (BM) – o dólar americano custava 34.7 meticais (nos bancos comerciais) e 35.8 metivcais (nas casas de câmbio), o que representava, na altura, uma depreciação quinzenal de aproximadamente 1%. Desta forma, arrancava um ano negro para a moeda nacional, caracterizado por perdas devastadoras e consecutivas em relação ao dólar. É que, 11 meses depois, na primeira quinzena de Dezembro 2015, o dólar era cambiado a 50.5 meticais (nos bancos comerciais) e 50.7 meticais (nas casas de cambio), o que representava uma desvalorização acumulada de 47.8% e 54.5%, respectivamente. Porém, é importante destacar que

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Fevereiro 2016 · Capital Magazine Ed.94

no mercado informal e formal o dólar chegou a custar 60 meticais, facto que originou agitação e incerteza. Mas a situação ficou mais difusa quando a comunicação das autoridades nacionais (Banco Central e Ministério da Economia e Finanças), no lugar de apontar soluções a curto e médio prazos para travar a desvalorização da moeda no mercado nacional, preocupou-se apenas em apontar culpados pela situação que o país vivia. Por exemplo, na altura, Adriano Maleane, ministro da Economia e Finanças apontou a importação de viaturas usadas (que movimenta cerca de 500 milhões de dólares anuais), por parte dos moçambicanos da classe média, como um dos factores que pressionam o metical. A verdade, porém, é que Moçambique possui uma economia dependente das importações até para garantir a comida na mesa e enquanto

esta situação prevalecer, o metical vai continuar frágil e vulnerável. A produção moçambicana é insípida e enquanto essa tendência continuar a persistir, será muito difícil que a sua moeda fortaleça. A moeda nacional está a recuperar terreno, este ano, mas a questão que não se coloca é: Voltará a moeda nacional aos níveis de Fevereiro de 2015? A resposta sincera é: Não. Enquanto o país não parar de importar tudo o que consome e de transformar fábricas em armazéns nunca irá ter um Metical forte.c

14

Economias Avançadas: Depreciação Anual face ao USD (%) 13,0

12

9,3

10

7,2

8 6 4 2 0 Euro

70 60

Yen

Libra

Economias Emergentes: Depreciação Anual face ao USD (%) 65,0 61,5

50 40 30 20

12,3

10

3,6

5,8

0 Real

Yuan

Won

Fonte: Banco de Moçambique

Rupia

Rublo


“In 2003, we introduced the modality of bilingual training in 23 schools. Currently there are more than 500 schools teaching in the modality.” JORGE FERRÃO Minister of Education and Human Development In an exclusive interview with The Business Year

Find out more in The Business Year: Mozambique 2016

Capital Magazine Ed.94 · fevereiro 2016

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MARKETS

A coin adrift The metical had a black spell in 2015. This year, the national currency is already to make up ground against the dollar, despite the nervousness of the market. However, the question which isn’t in silence is: will the metical return to its level in February 2015? Belizario Cumbe (text)

STRENGHTNENING OF THE DOLLAR IN THE INTERNATIONAL MARKET IN SEPTEMBER 2015

100 80 60 40 20 0

SADC:Depreciação Anual face ao USD (%) 22,69

28,89

37,67

42,40

90,91

44,17

Fonte: Banco de Moçambique

I

n the first blend of the financial situation of the country, for the first 15 days of February 2015 – released by the Banco de Moçambique (BM) – the U.S dollar cost 34.7 meticais (commercial banks) and 35.8 meticais (exchange houses), which represented, at the time, a biweekly depreciation of approximately 1%. In this way, pulled a black year for the national currency, characterized by devastating and consecutive losses against the dollar. 11 months later, in the first fortnight of December 2015, the dollar was changed to 50.5 meticais (commercial banks) and 50.7 meticais (exchange houses), which represented an accumulated devaluation of 47.8% and 54.5%, respectively. However, it is important to highlight that in the informal and formal – market – the price of a dollar reached

60 meticais, which resulted in unrest and uncertainty. But the situation was diffused when the communication of national authorities (Central Bank and Ministry of economy and finance), in place of appointing solutions in the short and medium terms to halt the devaluation of the currency in the domestic market, was just to point out to blame for situation that the country was living. For example, at the time, Adriano Maleane, Minister of economy and finance opted for the import of used cars (which moves around from 500 million dollars annually) by the Mozambicans of the middle class, as one of the factors that put pressure on the metical. The truth, however, is that Mozambique has an economy dependent on imports in order to put food on the table and while this situation prevails, the metical will remain fragile and vulnerable. The

Mozambican production is inspired, and while this tendency still persists, it will be difficult to strengthen the metical. The national currency is regaining ground this year, but the question not being asked is: will the national currency return to the state it was in in February 2015? The honest answer is: No. While the country doesn’t stop importing everything it consumes, and turning factories into warehouses, the Metical will never be strong.c

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Economias Avançadas: Depreciação Anual face ao USD (%) 13,0

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8 6 4 2 0 Euro

70 60

Yen

Economias Emergentes: Depreciação Anual face ao USD (%) 65,0 61,5

50 40 30 20

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0 Real

Yuan

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Fonte: Banco de Moçambique

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Libra

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BANCA

Transacções apavoram Banco Central O nível de transações no exterior através de cartões de crédito e débito preocupam o Banco Central. É que só no ano passado os moçambicanos chegaram a gastar 800 milhões de dólares norte-americanos contra 300 milhões registados em 2012. E mais, um cartão só chegou a movimentar dois milhões de dólares. Gildo Mugabe (texto)

N

a verdade, os dados sobre a realidade da economia moçambicana são assustadores e o Governador do Banco Central quer combater a fuga de divisas face à “situação excepcional” que a economia do país atravessa. De acordo com o Governador do Banco de Moçambique, Ernesto Gove, urge limitar o uso dos cartões de débito e crédito no exterior para evitar fuga de divisas, quando a economia do país se confronta com uma forte desvalorização da sua moeda. “Serão estabelecidos limites de utiliza-

ção de cartões de crédito e débito no exterior e os bancos serão instruídos para remodelarem as suas aplicações informáticas”, disse visivelmente preocupado Ernesto Gove. Ainda de acordo com o Governador do Banco de Moçambique, os moçambicanos precisam alterar os seus hábitos de consumo e modelo de exportações principalmente nesta fase que a economia moçambicana está a atravessar. De acordo com dados apresentados pelo Governador do Banco Central, entre 2010 e 2014, as exportações cresceram 123,6 por cento, dado satisfatório, mas as importações su-

biram 147 por cento, o que significa uma desproporcionalidade, o que agrava o défice da balança comercial com todos os impactos que pressionam a moeda local no sentido da depreciação. Ernesto Gove indicou que Moçambique vai ter de encontrar prioridades para as suas importações para gerar divisas, no sentido de garantir o ciclo produtivo, e a disponibilidade de bens de consumo essenciais. “É fácil verificar nas grandes superfícies que há bens que podem ser produzidos localmente e é preciso trabalharmos todos nesse sentido, autoridades e sector privado, para se substituir o modelo actual”, disse Ernesto Gove, recordando que Moçambique continua a gerar produtos, que, por falta de processamento local, acabam por “alimentar outras geografias” e que o país não pode continuar a ter “uma economia ad aeternum de exportação de matérias-primas”. Apesar das ameaças que assolam o país, os fundamentos macroeconómicos não estão abalados, garantiu Gove, destacando que, além das decisões já tomadas em meados de Novembro de revisão das taxas de juro de referência, o banco central vai prosseguir medidas de carácter fiscal, reforçar outras ao nível monetário e manter a supervisão, de modo a garantir que a inflação permaneça baixa e a estabilidade económica.c

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PROFILE

Transactions scare Banco Central The level of overseas transactions through credit and debit cards is concerning Banco Central. Last year alone, the Mozambicans reached a total of 800 million U.S dollars worth of spending compared to the 300 million U.S dollars in 2012. Plus, a credit card reached a spending spree of two million dollars. Gildo Mugabe (text)

I

n fact, data on the reality of the Mozambican economy are frightening and the Governor of Banco Central wants to combat the flight of hard currency in the face of the “exceptional situation” that the country’s economy is going through. According to the Governor of the Bank of Mozambique, Ernesto Gove, is pressing to limit the use of debit and credit cards overseas to avoid foreign exchange leakage, when the country’s economy is facing a heavy devaluation of its currency. “There will be limits established on credit cards and debit cards abroad and banks will be instructed to remodel their computer applications,” said Ernesto Gove visibly worried. According to the Governor of Banco de Mocambique, Mozambicans need to change the or consumption habits and mainly exports especially at this stage in which the Mozambican is going through. According to the data presented by the Governor of the Central Bank, between 2010 and 2014, the exports grew by 123.6%, satisfactory data, but imports went up 147%, which means it’s not proportional, which aggravates the trade deficit with all impacts pressing the local currency towards depreciation. Ernesto Gove pointed out that Mozambique will have to find priorities

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for their imprts to generate foreign currency, in order to ensure that the productive cycle, and the availability of essential consumer goods. “It is easy to check on large surfaces that there are goods that can be produced locally and we must all work in this direction, authorities and the private sector, to replace the current model,” said Ernesto Gove, recalling that Mozambique continues to produce products, which, for lack of local processing, they “feed other geographies” and

that the country cannot continue to have “an economy ad aeternum of export of raw materials”. Despite threats that plague the country, the economic fundamentals are not shaken, Gove, noting that, in addition to the decisions already taken in midNovember of revision of the reference interest rates, the central bank will pursue fiscalmeasures, strengthen othermonetary level and maintain the supervision, to ensure that inflation remains low and economic stability.c


Bank

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MARKETING

Uma cidade, uma marca

Numa aldeia global, cidades e territórios tendem a ser cada vez mais indiferenciados entre si, seja a nível económico, social ou cultural. Nesse âmbito, o que pode distinguir cada um? Que trabalho pode e deve ser feito no sentido de atrair investimentos, residentes e turistas? As cidades devem ser percepcionadas e trabalhadas como se de uma marca se tratasse, sem no entanto depender apenas de um símbolo, de um logótipo ou de uma imagem. As cidades têm de representar muito mais. Helga Nunes* (texto)

U

ma cidade é um produto único, conjugado com uma multiplicidade de serviços e ofertas, dotada de história e de características ímpares que a tornam inigualável. Conquistando uma reputação que

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deve ser baseada em conceitos positivos, atraentes, originais, sustentáveis e relevantes para diferentes tipos de públicos. É apostando na diferenciação desses elementos distintivos que uma cidade consegue ganhar os desafios da competitivida-


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de, notoriedade e prestígio. No final, a decisão de se fazer negócios, viver ou simplesmente visitar uma cidade depende largamente da imagem que se constrói em torno dela.

A emergência da Marca Cidade Uma Marca Cidade deve ser uma entidade viva. À semelhança das marcas tradicionais, a Marca Cidade deverá ser influenciada e constituída pela economia, pela política, pela cultura, pelas cidades vizinhas, pelos investidores, pelos turistas, pelos residentes, pelos fornecedores e pelos meios de comunicação. As marcas constituem o elo de ligação entre as organizações e os seus públicos estratégicos, garantindo lucros futuros através da preferência e lealdade que geram nesses mesmos destinatários. Tal sucede porque as marcas não só reduzem a complexidade de escolha e decisão, como alimentam a confiança, fornecem identidade e envolvem relações de paixão. Se as marcas estabelecem relações que devem integrar experiências

diferenciadoras. Se as marcas constituem activos económicos, então também os lugares, ou, neste caso, as cidades são marcas. Melhor dizendo, as cidades sempre foram marcas, no verdadeiro sentido da palavra ‘marca’. Quando se afirma que as cidades sempre foram marcas, essa crença é suportada no facto de, à semelhança das marcas mais tradicionais, também as cidades competirem entre si pelo poder, influência, vendas, investimentos, turistas ou residentes, entre outras metas.
Desde tempos imemoriais que as cidades cultivam os seus próprios símbolos, rituais, mitos, imagens e que reforçam sentimentos de pertença, orgulho, e, ao mesmo tempo, motivam disputas. As cidades sempre tiveram a sua história, uma geografia bem delineada, as suas personalidades, as suas crenças e a sua cultura.

Cidade como entidade simbólica Como tal, de uma forma mais ou menos estruturada e planeada, as cidades sempre se preocuparam em definir um posicionamento próprio

que as caracterizasse, a partir de uma bandeira, um símbolo, um lema, um produto, ou mesmo de uma campanha de comunicação. A esse propósito, surgem bons exemplos como a marca criada para a cidade de Nova Iorque com o intuito de promover o turismo (I Love NY) ou a marca distintiva e muito explícita de Barcelona (B the City), convenientemente acompanhada por um excelente exercício de design integrado. Actualmente, uma Marca Cidade não deve constituir um plano secundário, nem limitar-se a explorar uma variável de marketing mix. A Marca Cidade não deve ser apenas um nome ou um logo (presente numa tabuleta de entrada ou de saída da delimitação duma cidade), um símbolo, um slogan, um produto ou um serviço, uma campanha de comunicação, de publicidade ou de marketing, ou mesmo uma mera brochura de divulgação. A Marca Cidade assume-se, tal como as marcas tradicionais, como uma entidade simbólica que é influenciada e constituída pela economia, pela política, pelas cidades vizinhas, pelos investidores, pelos turistas, pelos residentes, pelos fornecedores e pelos média.
Imbuída desse espírito, a Marca Cidade também possui uma cultura muito própria - veja-se o caso da ‘Cidade das Luzes’ (Paris) – e deste modo deve conseguir identificar e trabalhar os seus valores, a sua missão, o seu posicionamento e a sua personalidade intrínseca. Ou seja, a Marca Cidade deve criar e desenvolver uma estratégia de marca distinta e sustentada na sua essência (enquanto expressão de uma experiência prometida e proposta de valor oferecida ao seu público-alvo). (*) Mestranda do Curso de Marketing e Comunicação da Escola Superior de Gestão da Guarda e Directora Editorial da CAPITAL.c

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MARKETING

One city, one label In a global village, cities and territories tend to be increasingly undifferentiated from each other, whether economic, social or cultural level. In this context, what can distinguish one from the other? Which work can and should be done to attract investment, residents and tourists? Cities should be perceived and worked as a brand without, however, depending only on a symbol, a logo, or an image. Cities have to represent more. Helga Nunes* (text)

A

city is a unique product in conjunction with a multitude of services and offerings, endowed with history and unique characteristics that make it second to none.

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Gaining a reputation that should be based on positive, attractive, unique, sustainable and relevant for different types of public concepts. It is betting on the differentiation of these distinctive elements that a city can

win the challenges of competitiveness, reputation and prestige. In the end, the decision to do business, live of just visit a city depends largely on the image that is built around it. The emergency of City Branding


A City Branding should be a living entity. Like the traditional brands, the City Brand should be influenced and formed by economy, politics, culture, the neighbouring cities, by residents, by suppliers and the media. The marks are the link between organizations and their stakeholders, ensuring future profits by preference and loyalty that generate these same recipients. This is because brands not only reduce the complexity of choice and decision, as feed confidence, provide identity and involve passion relations. If the marks that relations must integrate differentiating experiences. If the marks are economic assets, therefore the places or in this case the cities are trademarks. It’s best to say, the cities have always been trademarks, in the best word ‘brand’. When it is said that cities have always been trademarks, this belief is supported by the fact that, as the more traditional brands, cities also compete among themselves for power, influence, sales, investments, tourists or residents, among other goals. Since the imperial times, the cities grow their own symbols, rituals, myths, images and which strengthen feelings of belonging, pride, and, at the same time, encourage disputes. The cities have always had their story, geography well outlined, their personalities, their beliefs and their culture.

brand created for New York City to promote tourism (I Love NY) or the distinguishing mark and very explicit of Barcelona (B theCity), conveniently accompanied by an excellent exercise in integrated design. Currently, a labelled city should not constitute a secondary plan, or limit itself to explore a variable marketing mix. The City brand should not be just a name or a logo (a sign incoming or outgoing the city), a symbol, a slogan, a product or a service, a communication campaign, advertising or marketing, or even a mere disclosure brochure. The City Brand is fictitious, as the traditional brands, as a symbolic entity that is influenced and formed by

economy, politics, the neighbouring cities, by residents, by suppliers and media. Fixed on this spirit, the City Brand also possesses a prestigious culture – see the case of the ‘City of Lights’ (Paris) – and thus it should be able to identify and work its values, mission, position and it’s essential personality. Therefore, the City Brand should create and develop a distinct and suitable brand strategy in its essence (as an expression of a promised experience, and value proposition offered to its target audience). (*) Masters in Marketing and Communication at Escola Superior de Gestao da Guarda and Editorial Director of CAPITAL.c

City as a symbolic entity As such, in a less structured and planned, the cities always bother to define a placement that the features, from a flag, a symbol, a motto, a product, or even a communication campaign. In this respect, there are good examples how the

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COACHING Cristina Azinhal, Executive & Bussiness Coach PD Moz – Parcerias em Desenvolvimento

O Sistema (im)perfeito “Esta equipa não melhora e já fiz de tudo, até coaching! Estou desiludido, não posso contar com ninguém e tenho que continuar a ser sempre eu a fazer tudo e a garantir que cada um faz o seu trabalho.”

Passo a explicar. Um líder, que concentra a sua acção em melhorar a performance da equipa, a estratégia da organização, as condições de trabalho e produção, é um líder perfeito e proporciona um sistema perfeito porque está sempre em busca da melhoria. Então, a perfeição é procurar sempre ser melhor e obter um resultado melhor! No processo frustra porque não sente e não vê que a equipa corresponda ao investimento que foi feito. E aqui eu pergunto: de que forma? Há registos sobre a performance no momento 0, ou seja antes de iniciarem as intervenções? A falta de consciência do momento 0 é um dos motivos pelos quais a frustração ainda é elevada pois avaliamos com base em sentimentos, emoções. E será que nós que exigimos essa perfeição ao nosso sistema, nos lembramos de também melhorar o nosso eu?

E

xistem sistemas perfeitos? Em teoria, sim. Em teoria, um sistema é um conjunto de partes que interagem e que dependem parcialmente e que em conjunto formam um todo com um determinado objectivo e função. Aqui o nosso sistema é a nossa organização. Ela é composta por pessoas, máquinas, mesas, cadeiras, canetas, etc. e as pessoas interagem entre

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elas e dependem umas das outras para o cumprimento dos objectivos. Após reflectir sobre o mesmo problema/desafio (a minha equipa não melhora) apresentado por diferentes clientes que, de alguma forma, algo fizeram para intervir nesse sistema e melhorar a sua produtividade quer através da formação, de campanhas de motivação, de conversas individuais, etc., concluí que o sistema perfeito na prática é isso mesmo.

A Tarefa: Reflectir O meu EU, hoje. O que é que eu tenho vindo a melhorar conscientemente na minha performance? Será que já houve mudança à minha volta e eu ainda não me apercebi? O que é que quero ver e sentir no meu Sistema? Sugestão: Lembre-se que antes de iniciar uma acção de melhoria deve ter sempre uma fotografia do momento 0 e assim poderá ver as diferenças.c


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COACHING Cristina Azinhal, Executive & Bussiness Coach PD Moz – Partnerships in Development

The (un)perfect System “This team doesn’t get better and I’ve done everything, even coaching! I’m disappointed, I can’t count on anyone and it always has to be me that does everything and that guarantees that everyone does their job.” conversations, etc., in conclusion, the perfect system in practice is this. Allow me to explain. A leader, which focuses its efforts in improving team performance, the organization strategy, work and production conditions, is a perfect leader and provides a perfect system because you’re always striving for improvement. So, perfect is always opting for improvement and obtaining better results! The process is frustrating because you don’t feel nor see the team in correspondence to the investment done. And I ask: in what way? There are registers about the performance at the time 0, or before interventions? The lack of conscience of time 0 is one of the motives that frustration is elevated after evaluations with basic feelings, and emotions. Are we going to demand these perfections to our system, remembering that we have to also improve ourselves?

D

o perfect systems exist? In theory, yes. In theory, a system is a set of interacting parts and partially dependent, and that together form a whole with a specific purpose and function. Here, our system is our organization. It is composed by staff, machines, tables, chairs, pens, etc. and people

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interact amongst themselves and depend on each other to reach the objectives. After reflecting the same problem/ challenge (my team doesn’t improve) presenting different clients, in a certain way, something they did to intervene the system and improving their productivity through formation, of motivational campaigns, individual

The Task: Reflect My ME, today. What have I constantly improved in my performance? Will there be a change in my surroundings that I am not aware of? What do I want to feel in my System? Suggestion: Remember that before initiating an action of improving, you always have to photograph the moment 0, and this way you’ll be able to notice the difference.c


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ESTILOS DE VIDA

Vamos poder voar de carro Concebido na Eslováquia, o AeroMobil é uma viatura que se transforma em avião em poucos instantes. A sua comercialização no mercado está para breve.

O

carro voador é uma daquelas invenções dignas dos sonhos, dos filmes de ficção científica ou dos desejos de modernidade das elites. Mas o certo é que ele já existe e foi concebido na Eslováquia, depois de Stefan Klein e Juraj Vaculik muito terem sonhado com o invento. Foi apelidado de AeroMobil e é a primeira viatura voadora completamente transformável. Mas não se preocupe, pois não se trata de um transformer! Na estrada é um roadster futurista e no céu um avião privado. E se tudo correr conforme se espera, o engenho poderá chegar às garagens dos privados daqui a dois anos. Mais ou menos com as mesmas dimensões de um Bentley de cinco portas, o AeroMobil tem espaço para dois lugares, duas asas que recolhem atrás do lugar do condutor e uma hélice montada na traseira que se encaixa entre as asas dobradas durante a condução em estrada. O voo inaugural já decorreu na pista de Nitra, a 100 km de Bratislava e Stefan Klein (chefe do projecto, co-proprietário e único piloto do aparelho) fez as honras da casa.

Roda, voa e convence

Klein e Juraj não são os únicos a sonhar com carros voadores. O projecto Terrafugia nascido no Massachusetts Institute of Technology (EUA) de u origem a uma empresa que tentou comercializar

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um produto semelhante antes da empresa eslocava. Tal como o AeroMobil, o protótipo da Terrafugia voou e demonstrou as suas aptidões na estrada. Mas enquanto o seu conceito era o de um avião de sas retrácteis, capaz de percorrer pequenas distâncias terrestres, o AeroMobil anda tão bem como carro e voa como um avião. Como não tem cabine pressurizada nem reservas de oxigénio, o tecto está limitado a 3 mil metros. Em contrapartida, possui piloto automático e paraquedas. O AeroMobil orgulha-se de ter a primeira coluna de direcção acoplada do mundo, simultaneamente, a um volante e a uma manche. O que significa que se pdoe passar da condução em estrada para a de voo sem mudar de comandos. Por outro lado, e segundo Klein, as quatro roídas ajudam a resolver os problemas de aterragem.

Entre o sonho e a realidade

Num certo sentido, Stefan Klein e Juraj Vakulic são velhos colegas de universidade bem instalados na vida mas que nunca abdicaram dos seus sonhos de juventude. Os dois primeiros protótipos foram fabricados à mão nas salas do castelo de Nitra, cidadela do séc. XI, onde Stefan vive e ganhou a reputação de inventor e aviador louco. Sonhos à parte, na sede da empresa, em Bratislava, o objectivo é ganhar dinheiro. Para já, foi Juraj Vaculik que financiou o arranque, 300 mil euros do seu dinheiro graças à sua carreira de especialista em

Marketing. Faltam agora 10 milhões de euros para passar (talvez nos primeiros meses de 2016) à fase da produção e comercialização. Um negócio tentador que tem aliciado alguns investidores - públicos e privados - bem como uma série de empresas de capital de risco. Segundo os fundadores do projecto, o dinheiro virá provavelmente de um industrial de renome ou de um parceiro sólido do sector das tecnologias. Estratégia de ataque ao mercado O objectivo da empresa é envolver pessoas com experiência, como forma de fazer avançar as coisas e a evoluir para projectos de investigação e desenvolvimento mais complexos. O número de trabalhadores deverá atingir os 60 daqui a a um ano e os 200 quando a produção atingir a capacidade máxima. A meta de Stefan e de Juraj é englobar um raio de acção de 1000 km, a uma velocidade de 200 km/ h, sendo o peso total inferior a 650 kg, incluindo os passageiros e a equipa prevê fabricar 250 unidades por ano. Os inventores do AeroMobil pretendem seduzir, numa primeira fase, uma carteira de clientes ao estilo da Ferrari e da McLarem. O preço ascenderá a algumas centenas de milhar de euros, afirma Juraj Vaculik, ou seja, a um décimo do valor de um helicóptero particular. A empresa espera seguidamente evoluir para um mercado intermédio e seguir os passos de Tesla, o construtor californiano de viaturas eléctricas que começou com um roadster topo de gama e que agora trabalha na concepção de um veículo para o grande público.c


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LIFE STYLES

We’ll be able to fly by car! Built in Slovakia, AeroMobil is a vehicle that transforms into an airplane in a flash of an eye. It will be available on the market soon.

T

he flying car are one of those inventions from dreams, scientific films or the modern day desires. But what is correct is that it was built n Slovakia, after Stefan Klein and Juraj Vaculik had dreamt enough times about this invention. The name AeroMobil was given, and it is the first transformable flying car. Don’t worry, it’s not an actual transformer! On the road it is a futuristic roadster, and in the skies it’s a private plane. If everything goes as planned, the prodigy will be in private garages in two years. With slightly the same dimensions as a five door Bentley, AeroMobil has space for only two personnel, two wings that fold behind the driver, and a propeller mounted on the rear of the car between folded wings whilst on the road. The flight inauguration took place in the Nitra runway, a 100km from Bratislav, and Stefan Klein (chief of the project, co-owner and the only pilot of the AeroMobil) did the honors.

Wheel, fly, and convincing

Klein and Juraj aren’t the only ones to dream of flying cars. The project Terrafugia born in Massachusetts Institute of Technology (USA) is a company that tried to commercialize a similar project before the Slovakian company. Just like AeroMobil, the Terrafugia prototype flew and dem-

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onstrated its capacity on the road. Whilst their concept was a plane with retractable wings able to cover small distances, AeroMobil is a car on the road and a plane in the sky. Since the cabin isn’t pressurized and no oxygen reserve, the ceiling is limited to 3 thousand meters. On the other hand, it has auto-pilot and parachutes. AeroMobil is proud to have the first steering column coupled which can pass for driving on the road and steering in the sky without changing commands. According to Klein, the four wheels help resolve the landing problem.

Between dream and reality

In a certain way, Stefan Klein and Juraj Vakulic are old colleges buddies from university both well in society but didn’t chase their dream in their younger days. The first two prototypes were fabricated by hand in castle rooms of Nitra, the tower of the 11th century where Stephan lives now and has the reputation of inventor and an aviator geek. Now dreams aside.in the companies head office, in Bratislava, the objective is getting money. For now, it was Juraj Vaculik’s capital that started the company, 300 thousand euros of his money thanks to his career as a marketing specialist. Hopefully in the beginning of 2016 they manage to obtain the remainder of 10 million euros in order for it to be commer-

cialized. A tempting business which has caught the eye of a few investors, public and private, as well as a couple of venture capital companies. According to the founders of the project, the funds will be provided from a solid partner in the technology sector.

Strategy to pierce into the market The objective of the company is to involve staff with the experience, evolving into research and more complex development projects. The number of staff should should 60 in a year, and 200 when production reaches its maximum production. Stefan and Juraj’s goal is to encompass a range of 1000km, a speed of 200km/h, and a total weight less than 650kg including the passengers, and the production team plans to sell 250 units per year. The AeroMobil investors tend to seduce, in the first phase, a client portfolio like similar to the likes of Ferrari and McLaren. The price will rose a few thousands of euros, affirms Juraj Vaculik, better yet, a tenth of the price of a private helicopter. The company has hopes in evolving to an intermediate market following the steps of Telsa, the Californian electric car company that started with a high-end roadster and now is a vehicle for the public.c



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