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6 SUMÁRIO ACTUAL / CURRENT
DOSSIER / DOSSIER
NEGÓCIO / BUSINESS
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TEMA DE FU
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DOSSIER / DOSSIER
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A aposta vai para as infraestruturas Uma boa fatia dos investimentos está a concentrar-se nas infraestruturas. Ou seja, avultados montantes estão a ser mobilizados como forma de suportar grandes como estradas, ferrovias, aeroportos e portos. O caso não é para menos. O ritmo de crescimento económico do país depende claramente dessa aposta.
The bet goes for infrastructures
A good chunk of investments goes to infrastructures. That is, huge amounts of money are being mobilized as a way of supporting large infrastructures such as roads, railways, airports and ports. This is believed to be a serious investment. Thus, the pace of the economic growth of the country clearly depends on this investment.
BOLSA DE VALORES / STOCK EXCHANGE Crescimento assinalável registado em Moçambique Para o mercado bolsista moçambicano o ano de 2012 foi marcado por um crescimento assinalável. Saiba como as Obrigações do Tesouro tiveram um contributo de 88 por cento no volume global de transacções, entre outros dados relevantes.
Remarkable growth registered in Mozambique
For the Mozambican stock market, the year 2012 was marked by a remarkable growth. Learn how Treasury Bonds had a contribution of 88 per cent in the overall volume of transactions, and other relevant data.
ÍNDICE DE ANUNCIANTES /ADVERTS INDEX TDM, p 02 AFRITOOL, p 03 SAMSUNG, p 04 MCEL, p 05 STANDARD BANK, p 08 COREBUSINESS, p 11 ZAP, p 49
NESTLE, p 51 SAL E PIMENTA, p 62 REALLIFE, p 67 MIRAMAR, p 69 FERTHA, p 70 RADISSON, p 71 BCI, p 72
SUMMARY 7 EMPREENDER
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DR
ESTILO DE VIDA DR
DESENVOLVIMENTO DR
UNDO / B. THEME
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EMPRESAS / COMPANIES Ernst & Young é premiada pela World Finance
Pela primeira vez, a World Finance, uma prestigiada revista de jornalismo financeiro, sedeada no Reino Unido, atribuiu um importante prémio à Ernst & Young Moçambique correspondente à categoria de Melhor Firma de Consultoria Fiscal.
Ernst & Young is awarded by the World Finance
For the first time, the World Finance, a prestigious magazine in the field of financial journalism, based in the UK, has awarded Ernst & Young Mozambique a prestigious prize corresponding to the category of the Best Tax Consulting Firm.
EMPREENDER / ENTREPRENUERSHIP Por AMOR ao lixo
O problema do lixo em Maputo e na Matola tem motivado sérios debates e a busca de soluções é uma prioridade. A Associação Moçambicana de Reciclagem (AMOR) explica através do seu presidente, Stephane Temperman, de que forma se pode gerir e valorizar os resíduos.
LOVE for garbage
The garbage problem in Maputo and Matola has prompted serious debates and the search for solutions is a priority. The Mozambican Association for Recycling (AMOR) explains through its chairman, Stephane Temperman, how solid waste can be managed and recovered.
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EDITORIAL
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Chegar a horas
Q Helga Nunes
helga.nunes@mozmediaco.mz
uanto tempo um indivíduo perde, em média, para ir de casa para o trabalho? Haverá algum estudo feito sobre a realidade dos transportes públicos que nos permita saber o tempo médio de espera dos utilizadores (em grande parte trabalhadores) em relação aos meios de transporte? Existirão cálculos feitos sobre o tempo que os mesmos demoram a cumprir os seus trajectos? Haverá números fiáveis sobre o nível de atrasos que esses mesmos meios de transporte registam face aos seus horários de utilização? Sabemos quanto custam as tarifas, mas será que sabemos quanto custa à economia do país o tempo de espera dos utentes nas paragens de autocarro ou de chapa? O que de facto constatamos, a cada dia que passa, é que o trânsito se encontra cada vez mais infernal. Há mais e mais automóveis na estrada – ao que tudo indica, existem actualmente cerca de 200 mil só a circular em Maputo. Mas poderão existir mais. O nível de tráfego em algumas vias é insuportável e vem provocando sérios congestionamentos. No decurso do estrangulamento das vias de acesso, há pessoas que acordam às 3h30, em Marracuene, para chegar aos seus empregos em Maputo antes da hora de entrada, pois caso contrário chegam sempre atrasados. Para que esse esforço seja possível concorrem sobretudo os serviços dos TPM (Transportes Públicos de Maputo) e dos vulgo ‘chapas’. Mas esse esforço não é de todo suficiente e as filas nas paragens são um nítido sintoma desse problema. A administração da demanda assume-se como o meio mais rentável de aumentar a mobilidade. À partida, o tráfego irá aumentar até com as melhores políticas, em especial nas cidades que registam um crescimento rápido, e impõe-se a implementação duma estratégia integrada de gestão dos transportes públicos. Por outro lado, poder-se-ia desenvolver o sistema de transporte de massa rápido, incluindo o triunvirato onde participam o metro, os comboios urbanos e os corredores de autocarros. No entanto, subsistem problemas. Os comboios rápidos urbanos e o metro exigem imensos investimentos em capital fixo, logo, os corredores de autocarros ganham geralmente uma maior popularidade. Os corredores de autocarros, mais comuns em cidades latino-americanas como Bogotá (Colômbia), Curitiba e São Paulo (Brasil) e Quito (Equador) custam mais de 10 milhões de dólares por km para serem construídos. Uma alternativa mais cara, que custa aproximandamente entre 10 e 30 milhões de dólares por km, é o comboio rápido que serve para cumprir distâncias curtas nas cidades (em locais como Hong Kong, Kuala Lumpur e Sidney, por exemplo). E a opção mais cara de transporte de massa rápido é o sistema metropolitano de transporte subterrâneo (metro), o qual possui a maior capacidade. O custo médio de construção do metro atinge, contudo, mais de 100 milhões de dólares por km, o que explica que existam menos de 200 sistemas no mundo. Quando as cidades atingem um certo tamanho e densidade, o metro é o único meio de transporte capaz de transportar grandes quantidades de pessoas para centros de concentração de empregos, com um cumprimento de horários acima da média. Em suma, o transporte público bem sucedido incentiva por si só o desenvolvimento de cidades ou áreas com densidades mais altas, e reduz a distância económica entre os lugares de congestionamento. Administrar toda essa realidade exige paciência e disciplina.c
Propriedade e Edição: Mozmedia, Lda., Av. Mao Tsé Tung, 1245 – Telefone/Fax: (+258) 21 303188 – revista.capital@mozmedia.co.mz – Director Geral: André Dauane – andre.dauane@mozmedia.co.mz – Directora Editorial: Helga Neida Nunes – helga.nunes@mozmedia. Directora Executiva: Vanize Manjate - vanize.manjate@mozmedia.co.mz co.mz – Redacção: Arsénia Sithoye - arsenia.sithoye@ mozmedia.co.mz; Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz – Secretariado Administrativo: Indira Mussá – indira.mussa@ mozmedia.co.mz; Cooperação: CTA; Ernst & Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Colunistas: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Fotografia: Luís Muianga, Amândio Vilanculo; Gettyimages.pt, Google.com; – Ilustrações: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. Capa: João Garrido – Paginação: Arlindo Magaia – Design e Grafismo: Mozmedia– Tradução: E. Vasques – Departamento Comercial: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia. co.mz, Loni Machava – loni.machava@mozmedia.co.mz ; – Distribuição: Nito Machaiana – nito.machaiana@mozmedia.co.mz; Mozmedia, Lda.; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Tiragem: 7.500 exemplares. Os artigos assinados reflectem a opinião dos autores e não necessariamente da revista. Toda a transcrição ou reprodução, parcial ou total, é autorizada desde que citada a fonte.
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revista capital
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EDITORIAL
Being punctual
O
n average, how long does an individual spend to commute to work from home? Is there any study on the reality of public transport that allows us to know the average waiting time of users (particularly workers) in relation to other transport means? Are there estimates made on the time that public transport takes to follow their routes? Are there reliable figures on the level of delays made by these means of transport against their schedule? We know the transport rates, but do we really know the cost of the users’ waiting time to the country’s economy? We have found that, each and every day, traffic becomes more and more infernal. More and more cars come in. By all accounts, there are now about 200 thousand cars moving only in Maputo. But there may be more. The level of traffic in some routes is unbearable and it has been creating serious traffic jams. Due to traffic jam, there are people who wake up at 3h30 in Marracuene in order to get to their workplaces in Maputo before the clock-in time, for contrary to this, they always arrive late. To meet this objective, TPM (Maputo Public Transport – State-owned) and the so-called ‘chapas’ (private-owned public transport) are above all used. But the effort made is by no means enough, and the queues at the bus stops are a clear symptom of such problem. Management of the demand is taken as the most profitable means to increase mobility. To start with, traffic will increase even with the best policies, in particular in the cities with a rapid growth, and the implementation of an integrated public transport management strategy is required. On the other hand, a fast mass transport system should be developed, including a system comprised by a subway, urban trains and car corridors. However, problems still remain. Fast urban trains and subways require huge investments in fixed capital. Thus car corridors often gain more popularity. It takes more than 10 million dollars to build 1km of the most common car corridors in Latin-American cities such as Bogotá (Colombia), Curitiba and São Paulo (Brazil) and Quito (Ecuador). A most expensive option, which takes almost between 10 and 30 million dollars per 1km, is the fast train, which is used for short distances in cities (in places such as Hong Kong, Kuala Lumpur and Sidney, for instances). And the most expensive option for a fast mass transport is the metropolitan subway transport system, which has more capacity. However, the average cost for building a subway can go as high as above 100 million dollars per km, which is the reason why there are less than 200 systems worldwide. When cities reach a certain size and density, subway is the only means of transport capable of carrying larger quantities of people to employment hubs, with above average time compliance. To wrap up, a well successful public transport stimulates by itself the development of cities or higher density areas, and it reduces the economic distance between places with traffic jam. It requires patience and discipline to manage all this reality.c
Property and Publishing: Mozmedia,Lda., Av. Mao Tsé Tung, 1245 – Telefone/Fax (+258) 21 303188 – revista.capital@mozmedia. co.mz – General Director: André Dauane – andre.dauane@mozmedia.co.mz – Editorial Director: Helga Neida Nunes – helga.nunes@ mozmedia.co.mz – Executive Director: Vanize Manjate - vanize.manjate@mozmedia.co.mz - Journalists: Arsénia Sithoye - arsenia. sithoye@mozmedia.co.mz; Sérgio Mabombo – sergio.mabombo@mozmedia.co.mz – Administrative Services: Indira Mussá – indira. mussa@mozmedial.co.mz; Partnerships: CTA; Ernst & Young; Ferreira Rocha e Associados; PriceWaterHouseCoopers, ISCIM, INATUR, INTERCAMPUS – Cronists: António Batel Anjo, E. Vasques; Elias Matsinhe; Federico Vignati; Fernando Ferreira; Hermes Sueia; Joca Estêvão; José V. Claro; Leonardo Júnior; Levi Muthemba; Maria Uamba; Mário Henriques; Nadim Cassamo (ISCIM/IPCI); Paulo Deves; Ragendra de Sousa, Rita Neves, Rolando Wane; Rui Batista; Sara L. Grosso, Vanessa Lourenço; Photography: Luís Muianga, Amândio Vilanculo; Gettyimages.pt, Google.com; – Ilustrations: Marta Batista; Pinto Zulu; Raimundo Macaringue; Rui Batista; Vasco B. Cover: Project – Graphic Design: Arlindo Magaia - Mozmedia –Comercial Departament: Neusa Simbine – neusa.simbine@mozmedia.co.mz; Loni Machava – loni.machava@mozmedia.co.mz - Distribution: Nito Machaiana – nito.machaiana@mozmedia.co.mz; Mozmedia, Ltd; Corre Expresso; Mabuko, Lda. – Registo: N.º 046/GABINFO-DEC/2007 - Copies: 7.500 unities. The articles express the opinion of the authors and not necessarily from the magazine.
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Helga Nunes
helga.nunes@mozmedia.co.mz
editora capital c
Afritool Av. 25 de Setembro, Nr. 2009 Caixa Postal Nr. 2183 Tel. +258 21309068/328998 Fax. +258 21328997/333809 info@afritool.co.mz Maputo - Moçambique
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Moçambique
Tanzania
Chipre
Swazilândia
Delegações em Quelimane, Tete e Nampula
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BCI BANCA
Os melhores resultados de sempre
Edifício Sede
E
m Assembleia Geral realizada no dia 28 de Fevereiro de 2013 foram aprovadas as Contas do Exercício de 2012 de que ressalta um crescimento de 37% nos Resultados Líquidos que atingiram 1.239 Milhões de Meticais. Este foi o melhor resultado de sempre alcançado, num ano caracterizado por uma conjuntura económica particularmente exigente, traduzida, ao nível internacional, por um cenário de crise e contracção de investimentos e, localmente, pelo aumento significativo de competitividade no sector bancário. Alguns indicadores relevantes: § Número de Clientes: 563.500 (um crescimento de 38% face a 2011) § Número de Agências: 128 (crescimento de 7%) § Número de ATM: 320 (crescimento de 9%) § Número de POS: 3.862 (crescimento de 57%) § Número de Colaboradores: 1.906 (crescimento de 12%) § Volume de negócios: 82.342 Milhões de Meticais (crescimento de 22%). Estes resultados evidenciam o reforço dos alicerces da identidade do Banco, assentes nos valores da Qualidade, da Ética e Transparência, aliados à clara Missão de criação de mais valor e melhor satisfação para os Clientes. Reflectem, por outro lado, o imprescindível suporte dos accionistas, a forte cultura organizacional dos recursos humanos e a confiança dos nossos Clientes Particulares e Empresas.c
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Vista de baixo do Edifício Sede
CAPITOON
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EM ALTA MCEL e EUA
A MCEL, com uma doação de dois milhões de dólares e os EUA com 1.7 milhões de dólares juntaram-se à iniciativa de apoiar as vítimas das inundações que se registaram em Janeiro na província da Gaza. A contribuição destina-se à aquisição de alimentos para as populações assoladas pelo desastre natural nas cidades de Chókwè, Guijá e Xai-Xai.
LUGELA
O distrito de Lugela, na província da Zambézia, poderá voltar a produzir chá nos próximos tempos. Para o efeito, o Governo provincial assinou uma escritura de compra e venda com investidores privados interessados na reactivação daquela unidade que outrora pertenceu à companhia Madal.
CRÉDITO AGRICOLA
O crédito bancário para produtores da mandioca deverá aumentar este ano de 8.3 milhões para 17.6 milhões de dólares. O objectivo é garantir uma produção de 14.7 milhões de toneladas, contra 9.7 milhões de toneladas de 2012. A decisão verifica-se numa altura em que a mandioca alarga o seu mercado por constituir matéria-prima para a produção da cerveja.
COISAS QUE SE DIZEM… Uma elite gulosa «A riqueza em Moçambique está sobretudo concentrada numa elite e não está a ser distribuída com justiça no País». Padre Diamantino Antunes, missionário da Consolata.
A esperança que nasce na boca dos peritos «Felizmente, os peritos dizem que parece que estamos a sair dessa crise, pelo menos da fase mais aguda» Embaixador de Portugal, Mário Godinho de Matos, em relação à crise portuguesa. Quando a austeridade aperta a TAP «A austeridade que está a ser aplicada na TAP é populista e sem caráter técnico…» Sindicatos da TAP, em análise ao processo salarial no âmbito da Política da Austeridade.
Os bons batem asas... «…e está a levar à emigração de técnicos altamente qualificados». Idem
EM BAIXA AMBIENTE DE NEGÓCIOS
Moçambique é a economia da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) onde o ambiente de negócios mais piorou de 2012 para este ano. No índice de Facilidade de Negócios 2013, divulgado pelo Banco Mundial, o país está na posição 146, numa lista de 185 países. A abertura de novos negócios, o acesso ao crédito e a protecção aos investidores prejudicaram a sua classificação.
ATRIBUIÇÃO DE CARTAS DE CONDUÇÃO
Altos dirigentes do Instituto Nacional dos Transportes Terrestres (INATTER) e dos Serviços de Viação, examinadores e também instrutores estão dentro de esquemas de corrupção, segundo o jornal Moz Online. O aluno de condução depois das aulas práticas e teóricas deve passar pela captação de dados, junto dos Serviços de Viação, local onde o esquema começa. O mecanismo permite que alunos, que frequentaram as aulas na especialidade de ligeiro, possam “negociar” com os Serviços de Viação do INATTER para obter uma carta “pesados” ou “serviços públicos.” março de 2013
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CAPITOON
UPWARDS MCEL and USA
MCEL, with a donation of two million dollars and the U.S.A with 1.7 million have joined the initiative to support the victims of the floods which occurred in January in the province of Gaza. The contribution is intended for the purchase of food for the people affected by the natural disaster in the towns of Chokwe, Guijá and Xai-Xai.
LUGELA
The district of Lugela, in the province of Zambezia, is expected to produce tea again in the near future. To this end, the provincial government has signed a deed of purchase and sale with private investors that are interested in the reactivation of that unit which has once belonged to Madal Company.
industry crackers and chocolates
AGRICULTURAL CREDIT
Bank credit to producers of cassava is expected to increase this year from 8.3 million to 17.6 million. The aim is to ensure a production of 14.7 million tonnes against 9.7 million tonnes in 2012. The decision comes at a time when cassava is extending its market due to the fact it constitutes the raw material for beer production.
DOWNWARDS BUSINESS ENVIRONMENT
Mozambique is the worst economy of the Community of the Portuguese Language Speaking Countries (CPLP). Its business environment has worsened more since 2012 to this year. In the 2013 Business Facility index which was published by the World Bank, the country is ranked 146, in a list of 185 countries. The opening of new businesses, access to credit and protection of investors are some of the reasons behind this ranking.
ALLOCATION OF DRIVING LICENCES
Senior leaders of the National Land Transport (INATTER) and Road Services, examiners and instructors as well are in corruption schemes, according to Moz Online newspaper. The driving apprentice after the practical and theoretical classes must undergo a process of data capturing by the Road Services, where the scheme starts. The mechanism allows the apprentices who have attended classes in the category of light vehicles to “negotiate” with the Road Services of INATTER in order to get a “heavy” or “public services” driving licence. revista capital
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Things people say
A greedy elite «The wealth in Mozambique is above all concentrated in one elite and it is not being fairly distributed across the Country ». Father Diamantino Antunes, Consolata Missionary. The hope that stems from the mouth of experts «Fortunately, the experts state that it seems that we are recovering from the crisis, at least from the most critical phase» Portugal Ambassador, Mário Godinho de Matos, commenting on the Portuguese crisis. When austerity squeezes TAP «The austerity being applied to TAP is populist and with no technical nature » TAP Unions, analysing the payment process in the context of Austerity Policy. Brain drain... « and this is making the highly qualified staff flee». Ditto
ACTUAL
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Soluções tecnológicas que simplificam vidas A Novabase é líder em Tecnologias de Infomação em Portugal e instalou-se em Moçambique para simplificar a vida das pessoas. Além da Europa, a empresa aposta no Médio Oriente e em África, estando presente também em Angola. Nelson Teodoro, director-geral da Novabase Moçambique, explica as vantagens das suas soluções, revelando que a marca pretende ser a parceira tecnológica dos principais bancos e operadores de telecomunicações a operar no país, bem como ter uma participação nos projectos estruturantes do Governo. Helga Nunes (entrevista) . João Garrido (fotos)
O que motivou a vinda da Novabase para Moçambique? A Novabase está fortemente empenhada na internacionalização das suas ofertas. Moçambique surge com duas motivações. Por um lado, o potencial do mercado Moçambicano: de acordo com as previsões do Fundo Monetário Internacional, Moçambique irá ter um crescimento anual de 7% até 2017, acima dos países emergentes. Por outro, temos já projectos em Moçambique desde 2009, e os nossos clientes solicitavam a nossa presença neste mercado. A empresa é líder em Tecnologias de Informação em Portugal, mas que tipo de serviços potenciaram essa conquista? A liderança foi estabelecida e está a ser mantida por conquistarmos a confiança dos nossos clientes. Somos o conselheiro e parceiro tecnológico dos nossos clientes. A confiança só não basta a nossa oferta de serviços e produtos abrange hoje todas as necessidades de tecnologias de informação de uma empresa, qualquer que seja o sector de actividade. A Novabase, mais do
que serviços, entrega soluções para problemas específicos. A nossa visão passa por tornar a vida das pessoas e das empresas simples e feliz. Temos projectos que vão desde a implementação de soluções de infra-estruturas de sistemas e comunicações até a soluções de desenho e definição de processos de negócio. Em termos práticos, e a título de exemplo, quando alguém entra numa agência bancária em Moçambique, existe uma grande probabilidade de interagir com soluções da Novabase sem se aperceber, porque ou implementámos componentes do equipamento informático, ou porque estamos a monitorizar esse equipamento 24x7. Que serviços pretendem implementar em Moçambique? A nossa aposta inicial é mais forte na área de infra-estruturas de sistemas e comunicações. São as áreas de maior prioridade para os nossos clientes. Estamos também a trazer soluções inovadores implementadas noutras geografias e que achamos
terem valor acrescentado para os nossos clientes no mercado moçambicano. A Novabase quer ser o parceiro tecnológico dos principais bancos a operar em Moçambique, das empresas de telecomunicações, nomeadamente dos operadores móveis, e ter uma participação significativa nos principais projectos do Governo Moçambicano. Já possuem parceiros locais? Antevêem projectos específicos para o nosso país? A Novabase é, por natureza, um integrador. Ou seja, com base nos produtos dos nossos parceiros, hardware e/ou software, adicionamos os nossos serviços e apresentamos a melhor solução aos nossos clientes. Os parceiros com os quais estamos a trabalhar em Moçambique são a Cisco, a HP, Oracle, Microsoft e SAP. De alguns destes parceiros temos inclusive certificações específicas para Moçambique. A Novabase tem já neste momento a decorrer projectos específicos em mercados como a Banca, o Governo e Transportes.c março de 2013
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CURRENT
Technological solutions facilitating people’s lives Helga Nunes (interview)
Novabase is the leading IT Company in Portugal. It was established in Mozambique with a view to simplify people’s lives. Apart from Europe, the company has branches in the Middle East and in Africa, and is equally based in Angola. Nelson Teodoro, the Managing Director of Novabase in Mozambique explains the advantages of its solutions, stating that the brand is intended to be the technological partner of major banks and telecommunications operators in the country, including having shares with Government structuring projects. What triggered the establishment of Novabase in Mozambique? Novabase is strongly committed to render its offers international. In Mozambique, it has emerged for two reasons. On one hand, the potential of the Mozambican market: in accordance with the International Monetary Fund forecasts, Mozambique will have an annual growth of 7% by 2017, a rate above that of emerging economies. On the other hand, we’ve had projects in Mozambique since 2009, and our customers already requested our presence in this market. Novabase is the leading IT company in Portugal. But what kind of services contributed to this achievement? The leadership has been achieved and efforts are being made to maintain it for winning our customers’ confidence. We have become our customers’ technological adviser and partner. Trust only is not enough – today, our services and products delivery meet all IT revista capital
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needs of any company, whatever the line of business. Novabase, more than just services, provides solutions to specific problems. Our vision includes making people’s lives and companies simple and happy. We have projects which range from implementation of systems and communications infrastructures solutions, to solutions for design and definition of business processes. As an example, when someone goes to a bank in Mozambique, there is great probability that they will interact or find Novabase solutions without realizing them, because either we are implementing IT hardware or we are monitoring such hardware 24 hours a day, 7 days a week. What kind of services do you intend to provide in Mozambique? Our initial commitment has more weight on systems and communications infrastructures. These are the areas with greater priority for our customers. We are equally bringing innovative solu-
tions, which are implemented in other regions and that we consider them as adding value to our customers in the Mozambican market. Novabase wants to be not only the technological partner of major banks operating in Mozambique, but also of telecommunications companies, such as mobile operators, and have significant shares with Mozambican Government projects. Does it possess any partner locally? Are there any prospective projects for our country? Novabase is naturally an integrator, i.e. based on our partners’ products, hardware/software, we add our services and bring better solutions to our customers. The partners with whom we are working in Mozambique, include: Cisco, HP, Oracle, Microsoft and SAP. In addition, we have specific certifications from some of these partners for Mozambique. Novabase currently has specific ongoing projects for the Government, including in the banking and transport sectors.c
Briefing MUNDO 17 Menos peso, maior distância Os maiores fabricantes mundiais de automóveis tendem a reduzir o peso dos carros substituindo o aço por mais plástico, alumínio e magnésio. A ideia é poupar combustível. O salão automóvel de Detroit exibiu mais de 50 novos modelos do género, vistos como um sinal do rejuvenescimento do mercado.
FRANÇA Vendas da Renault caem 6.3 %
EUA iPhone 5 surpreende pela negativa A Apple Inc cortou os pedidos de componentes para o iPhone 5 em resposta a uma demanda mais fraca do que o esperado. O mercado norte-americano já oferece indicações de que as vendas do mais recente smartphone da empresa não têm sido tão fortes quanto se previa anteriormente. As encomendas de telas do iPhone 5 para o trimestre de Janeiro a Março, por exemplo, caíram para cerca de metade do que a Apple havia projectado. Ao que tudo indica nem o design safa a marca e a Samsung soma e segue.c
As vendas mundiais da Renault caíram 6.3% em 2012, arrastadas pela queda da procura na Europa. A marca francesa vendeu 2.55 milhões de unidades. Mas no mercado europeu a queda ascende a 18%, um valor que supera o da rival Peugeot-Citroën. Já no resto do mundo, onde a presença da Renault é superior, as vendas subiram 9.1%. Em alta estiveram também as marcas low cost do grupo, como a Dacia, cujas vendas progrediram 37%. Por cá não se vê muitos modelos da marca, mas uma marca low cost seria muito bem-vinda, certamente.c Desempenho das vendas da Renault em 2012 Descrição
Procura
Vendas em 2012:
2.55 Milhões
Queda da procura
6.3%
Queda da procura no mercado europeu
18%
Subida de vendas no resto do mundo
9.1%
Subida de vendas de outras marcas do grupo
37%.
SUIÇA O melhor lugar onde pode nascer A Economist Intelligence Unit, da publicação The Economist, considera a Suiça como o País com melhores oportunidades para se viver. Em segundo lugar está a Austrália seguida pela Noruega. O ranking, criado pelo Economist Intelligence Unit (EIU), tem a denominação de Where To Be Born Index. A unidade de análise do EIU tem como base as oportunidades de saúde, segurança e de vida próspera para
os próximos anos. A título de curiosidade, nenhum dos países do Top 10 em causa são os preferidos pelos moçambicanos como destino de migração. De acordo com o The Global Migrant Origin Database, o destino preferencial de Moçambique é a África do Sul, seguido de Portugal e do Zimbabwe. Ranking Where To Be Born 1- Suiça
2- 3- 4- 5- 6- 7- 8- 9- 10-
Austrália Noruega Suécia Dinamarca Singapura Nova Zelândia Holanda Canadá Hong Kong.c
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Briefing MUNDO/WORLD
INDIA País é o mais generoso de todos A India é o País mais generoso do Mundo, segundo o Ranking World Giving Index 2012, que se baseia no número de pessoas que doaram dinheiro no período de um mês, estipulado pela pesquisa. Com 165 milhões de pessoas envolvidas na doação de dinheiro, o país é seguido pelos EUA, com 143 milhões de doadores. No Top 10 do ranking figuram ainda a Indonésia em terceiro lugar (126 milhões) e a China surge em quarto lugar (109 milhões), sendo que o Irão encerra a lista, com 29 milhões de doadores.c Top 10 dos países com maior número de doadores de capital Ranking
País
Doadores
1
Índia
165
2
EUA
143
3
Indonésia
126
4
China
109
5
Tailândia
39
6
Reino Unido
37
7
Japão
36
8
Brasil
35
9
Alemanha
31
10
Irão
29
COMMODITIES
Cresce a demanda de petróleo As recentes projecções da Agência Internacional de Energia (AIE) indicam que a demanda por petróleo está a crescer, impulsionada pelo mercado asiático. O organismo aumentou a sua previsão de demanda para este ano em 900 mil barris por dia (bpd), totalizando 90.8 milhões de bpd.c
Ouro volta a ser bom negócio O ouro esteve entre as boas aplicações financeiras, em 2012, e deverá continuar atractivo em 2013, conforme o mercado. De acordo com OM Grupo, o maior vendedor de ouro e câmbio online do Brasil, os preços de ouro subiram mais do dobro, desde 2008, ano do início da crise financeira. O mercado chinês é dos mais dinâmicos na sua comercialização.c
DESTAQUE
Desemprego global atinge 197 milhões Após dois anos consecutivos de queda, o desemprego global voltou a crescer em 2012 e a tendência é crescente. O alerta é dado pelo novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Só em 2012, 4,2 milhões ficaram desempregados no mundo, o que elevou o total de pessoas sem trabalho para 197 milhões. O documento “Tendências do Emprego Global 2013” destaca que a taxa de desemprego está em 5,9%. A OIT prevê ainda que a recuperação económica global não seja forte suficiente para que haja uma queda rápida no desemprego. Aliás, o número de pessoas que buscam trabalho deverá chegar a 210 milhões, nos próximos cinco anos.c
Less weight greater distance The world’s largest manufacturers of automobiles tend to reduce the weight of cars replacing steel by more plastic, aluminium and magnesium. The idea is to save fuel. The Detroit motor show has exhibited more than 50 new models of this kind, which was seen as a sign of market rejuvenation.
USA iPhone 5 surprises negatively Apple Inc has cut orders for the iPhone 5 components in response to weaker demand than the expected. The U.S. market already shows evidence that the sales of the company’s latest smartphone have not been as strong as it was previously expected. Orders for iPhone 5 screens for the quarter regarding January to March, for example, fell to about half of what Apple had planned. Apparently the design does not help the brand and in the mean time Samsung gets more points and goes ahead.c
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Briefing WORLD 19 FRANCE Renault’s sales fall by 6.3% Renault’s worldwide sales fell by 6.3% in 2012, dragged by the fall in demand in Europe. The French make has sold 2.55 million units. But the fall in the European market amounts to 18%, a percentage that exceeds that of the rival Peugeot-Citroën. As for the rest of the world, where the presence of Renault is higher, sales have risen by 9.1%. The highlight also goes to the low cost makes of the group, such as Dacia, whose sales have risen by 37%. Note that models of this kind are not often seen here, but a low cost make would be very welcome indeed.c Renault´s Sales Performance in 2012 Description
Demand
Sales in 2012:
2.55 Millions
Fall in demand
6.3%
Fall in demand in the European market
18%
Rise of sales in the rest of the world
9.1%
Rise of sales of other makes of the group
37%.
SWITZERLAND The best place to be born The Economist Intelligence Unit, from The Economist, considers Switzerland as the country with better opportunities to live. Australia was ranked second followed by Norway. The ranking, created by the Economist Intelligence Unit (EIU), is named Where To Be Born Index. The EIU analysis unit is based on the opportunities for health, safety and prosperous life for years to come. Out of curiosity, none of the top 10 countries concerned are preferred by Mozambicans as migration target. According to The Global Migrant Origin Database, the preferred destination of Mozambique is South Africa, followed by Portugal and Zimbabwe. Ranking Where To Be Born 1 - Switzerland 2 - Australia 3 - Norway 4 - Sweden 5 - Denmark 6 - Singapore 7 - New Zealand 8 - Netherlands 9 - Canada 10 - Hong Kong.c
INDIA COMMODITIES The most generous Growing oil demand Gold was among the best investments in 2012 and should remain attractive in 2013, country of all according to the market. According to OM Group, the largest seller of online exchanIndia is the most generous country in the world, according to the World Giving Index 2012 ranking, which is based on the number of people who donated money in a month, stated by the survey. With 165 million people involved in donating money, the country is followed by the U.S.A with 143 million donors. In the Top 10 ranking, Indonesia is ranked third (126 million) and China comes in fourth place (109 million), of which Iran closes the list with 29 million donors.c Top 10 countries with the highest number of capital donors Ranking 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
Country Índia USA Indonesia China Thailand UK Japão Brazil Germany Iran
Donors 165 143 126 109 39 37 36 35 31 29
ge and gold of Brazil, gold prices have risen more than double since 2008, the year in which the financial crisis began. The Chinese market is thought to be the most dynamic market in gold trading.c
Gold is once again a good business Gold was among the best investments in 2012 and should remain attractive in 2013, according to the market. According to OM Group, the largest seller of online exchange and gold of Brazil, gold prices have risen more than double since 2008, the year in which the financial crisis began. The Chinese market is thought to be the most dynamic market in gold trading.c
HIGHLIGHT
Global unemployment reaches 197 million After two consecutive years of decline, the global unemployment increased again in 2012 and the trend is growing. The warning is given by the new report from the International Labour Organisation (ILO). Only in 2012, 4.2 million people were made redundant in the world, bringing the total number of people without work to 197 million. The “Global Employment Trends 2013” report highlights that the unemployment rate is at 5.9%. Moreover, ILO does not expect the global economic recovery to be strong enough so that there is a rapid fall in unemployment. In other words, the number of people seeking work is expected to reach 210 million over the next five years.c março de 2013
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Briefing ÁFRICA
Guiné Equatorial quer mais investimento do Brasil Os ministros das Relações Exteriores do Brasil e da Guiné Equatorial analisaram oportunidades de intercâmbio comercial e de investimentos, na área das infraestruturas, da agricultura familiar e da defesa.
Swazilândia: O mais caridoso país da África Austral
BREVES
DOS PALOPS Escom Mining prevê iniciar extracção de diamantes
A Escom Mining prevê iniciar, em breve, a produção de diamantes na concessão de Luô e na região Tchegi, depois de quatro anos de prospecção. Segundo a Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), já existem boas expectativas para que o empreendimento seja lucrativo. Por outro lado, já existem recursos humanos treinados para responder ao desafio, assim como equipamentos posicionados para arrancar com a exploração.c
A
Swazilândia é o país da África Austral mais caridoso, segundo o World Giving Index 2012, um ranking sobre a matéria. No referido ranking, a pontuação do Estado do rei Mswati é de 35%, nível que o coloca à frente do Lesotho (32%) e da África do Sul (30%). Em quase toda a região da África Austral, a participação
na iniciativa de doar dinheiro é avaliada numa média de 13%. A região é, aliás, a única em África e uma das duas únicas no mundo (a outra é representada pela Ásia Central), onde muitos países tiveram níveis elevados de participação em termos de voluntariado baseado no factor tempo mais do que propriamente na doação de dinheiro.c
Produção de chá no Burundi atinge 134 toneladas A produção do chá seco do Burundi aumentou 3.6 por cento, passando de 8.816 toneladas em 2011 para 9.134 toneladas em 2012. O Gabinete Burundês do Chá (OTB) teve uma contribuição em divisas que passou de 22.2 milhões de dólares, em 2011, para 26.3 milhões em 2012. Entre os factores explicativos destes desempenhos encontra-se a boa pluviometria, o interesse financeiro pelos produtores do chá e a fertilização das plantações. Calcula-se que a produção poderá elevar-se para 12 mil toneladas até 2015, incluindo a extensão da superfície arável e a distribuição grátis das sementes para os camponeses.c revista capital
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SÃO TOMÉ E PRÍNCIPE Uso de dinheiro virtual massifica-se
A adesão ao sistema de pagamento automático em São Tomé e Príncipe aumentou significativamente, tendo o número de utilizadores de cartão electrónico ultrapassado os 10 mil utentes num curto espaço de tempo. Segundo as estatísticas da SPAUT, sociedade interbancária que gere a rede de pagamentos automáticos, o volume de transacções já supera os 50 mil levantamentos nas caixas automáticas, resultando num saldo superior a um milhão e 300 mil euros.c
DESTAQUE
Serra Leoa cresceu 25% em 2012 A economia da Serra Leoa, depois de ter crescido 25% em 2012, o segundo maior crescimento do mundo, prevê em 2013 um incremento no PIB na ordem dos 11.1%. A par da agricultura, dos transportes e das comunicações “ sectores em franca recuperação “, o País aposta sobretudo na extracção e na exportação de diamantes, mas também de minério de ferro e petróleo. c
O FMI projecta que sete das dez economias que mais irão crescer até 2015 sejam africanas. O organismo vaticina que a Etiópia, Moçambique, Tanzânia, Congo, Gana, Zâmbia e Nigéria são os que farão parte do referido Top Ten. Na última década, a média do PIB duplicou em África e o PIB per capita cresceu 3% ao ano, o dobro da média mundial. Os anteriores dados do FMI deram a perceber a mesma tendência da robustez das economias africanas. Há dois anos, o organismo elaborou um ranking no qual seis economias africanas se destacaram (Angola, Nigéria, Etiópia, Chade, Moçambique e Ruanda).c
Briefing AFRICA 21 Equatorial Guinea looking for more Brazil Investments The Ministers of Foreign Affairs of Brazil and Equatorial Guinea analyzed opportunities resulting from trade and investment exchange within the infra-structure and family agriculture and defense areas.
Swaziland: the most generous country in Southern Africa
S
waziland is the most generous country in Southern Africa, according to the World Giving Index 2012 ranking. Under the said ranking, the King Mswati’s Kingdom is the highest-ranked country in
Southern Africa. Its World Giving Index score of 35% puts it ahead of Lesotho (32%) and South Africa (30%). In almost the entire Southern Africa Region, participation in donating money to charity was found to be 13%. Southern
Africa is the only region in Africa, and one of only two globally (the other being Central Asia), where all countries were found to have participation levels higher for volunteering time than for donating money.c
Tea Production in Burundi achieves 134 Tons Production of dry tea in Burundi recorded an increase of 3.6%, from 8.816 tons in 2011 to 9.134 tons in 2012. The tea parastatal, Office du the du Burundi (OTB) recorded an input in foreign currency from USD 22.2 million in 2011 to USD 26.3 million in 2012. These performance explanatory factors are supported by good rains, the financial interest by tea farmers and plantation fertilization. It is estimated that the production may record an increase from 12 tons until 2015, including an agricultural land extension and free distribution of seeds for farmers.c
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Briefing AFRICA
Sierra Leone recorded a growth by 25% in 2012 BREVES
DOS PALOPS ANGOLA Escom Mining intends to start diamond mining
Sierra Leone economy, after recording 25% in 2012, the world second highest growth plans a GDP increase of 11.1% in 2013. In line with agriculture, transports
and communication - sectors in steady recovery - the country is firm, on diamond mining and export including iron ore and oil.c
HIGHLIGHTS
Escom Mining intends to commence, shortly, with diamond mining under Luテエ Concession in Tchegi region after four (4) years of prospection activities. According to the Angola National Diamond Company (Endiama) there are good expectations that may lead to a very lucrative undertaking. In other hand, there are skilled human resources to meet the challenges, as well as available equipments awaiting the mining activities.c
Sテグ TOME & PRINCIPE Use of virtual money increased
The IMF forecasts that seven out of ten economies recording an increase until 2025 shall be from Africa. According to the IMF, Ethiopia, Mozambique, Tanzania, Congo, Ghana, Zambia e Nigeria will be part of the top ten countries. In the last decade, the GDP average doubled in Africa and GDP
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per capita recorded an increase by 3% per year, double the global average. Previous IMF data showed also a trend and steady African economies. Two years ago, the organization ranking featured six African economies, Angola, Nigeria, Ethiopia, Chade, Mozambique and Ruanda.c
Adherence to Automatic Telling Machines systems in Sao Tome and Principe increased significantly, where the number of users of electronic cards is more than 10 thousands users in very short time. According to SPAUT statistics, inter banking society responsible for managing automatic payment network, the volume of transactions is more than 50 thousand withdrawals from ATM, which resulted in a balance higher than 1 300 million Euros..c
Briefing MOÇAMBIQUE 23 É hora de produzir em quantidade A província de Sofala reergueu-se e retomou a produção de mudas de cajueiros. Por outro lado, o grupo Agriterra, a actuar em Manica, constitui o segundo actor que revela ambição, na actual necessidade de alcançar a autossuficiência agrícola. O Grupo Agriterra produz sete toneladas de banana/dia e já está cotado no Mercado Alternativo de Investimento da Bolsa de Valores de Londres.
Sofala
A província já está a recuperar o seu potencial de produção de castanha de caju. Para o efeito já está preparado um total de cinco campos de produção de mudas de cajueiros. Os referidos espaços estão nos distritos de Búzi, Dondo e ainda Nhamatanda e Chibabava que já contam com dois viveiros. Os resultados já começam a despontar, uma vez que os índices continuam a subir de ano para ano. Só no posto administrativo de Muxúngue, no distrito de Chibabava, existem dois campos com capacidade para 25 mil plantas cada, o que oferecem um total de 50 mil mudas, anualmente.c
Agriterra
Negócio da Rio Tinto, em Benga, complica-se
O
grupo Rio Tinto poderá vender a sua operação na mina de Benga. Uma das alternativas de negócio apontadas é a da mineradora poder aliar-se a empresas concorrentes que operam em Tete, como a brasileira Vale, na construção e utilização conjunta de infra -estruturas ferroviárias. As contas incluem um défice de 3 mil milhões de dólares, relativo ao projecto em Tete. O facto deve-se a uma avaliação por excesso das reservas de carvão existentes em Benga e à falta de uma rede logística com capacidade para escoar o carvão extraído rumo aos portos para a devida exportação.c
Pagamentos da indústria petrolífera ao Governo sem base legal O grupo adquiriu uma exploração agrícola com 2500 hectares na província de Manica, adicionando banana e nozes na sua carteira de produtos. O espaço agrícola fica situado a cerca de 25 quilómetros da quinta de Mavonde, onde o grupo procede a reprodução de gado. A plantação de bananas já oferece sete toneladas de fruta por dia. Entretanto, o grupo projecta quantidades ainda maiores. Os projectos ambiciosos do grupo, e a evolução dos seus negócios, já permitem outros voos: O organismo já está cotado no Mercado Alternativo de Investimento da Bolsa de Valores de Londres.c
Pagamentos feitos pelas empresas petrolíferas ao Estado para fins de capacitação institucional, treinamento e formação e fundos sociais para projectos das comunidades afectadas pelas operações petrolíferas não têm base legal. A constatação, feita pelo Centro de Integridade Pública (CIP), defende que é urgente que a matéria seja regulamentada. Organizar o processo na referida perspectiva é apontado como uma via para a legalidade, transparência e boa governação. Por outro lado, segundo o CIP, seria um meio para se afastar qualquer hipótese ou possibilidade de desvio de aplicação destes montantes. As verbas provenientes das empresas petrolíferas são pagas desde 2012, o que coloca uma necessidade urgente da matéria ser devida e legalmente regulada e regulamentada.c março de 2013
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Briefing MOÇAMBIQUE / MOZAMBIQUE FACTOS E NÚMEROS
800.000 empregos na pesca. O sector pesqueiro absorve actualmente cerca de 800 mil trabalhadores.c
AGENDA I Fórum de Recrutamento e de Formação Contínua 11 e 12 de Maio
O I Fórum de Recrutamento e de Formação Contínua terá lugar em Maputo durante os dias 11 e 12 de Maio. O Fórum tem como objetivo aproximar as empresas que procuram de recrutar candidatos moçambicanos para as suas respectivas operações. O evento é organizado pela Elite em parceria com o Ministério do Trabalho e a CTA.c
+ de 40.000 trabalhadores no Turismo. O sector do Turismo em-
prega mais de 40 mil trabalhadores, de forma directa.c
150.000 postos na mineração. Este é o número de empregos gerados pela mineração artesanal.c
It is time to produce quantity Sofala Province rose again and resumed the production of cashew saplings. On the other hand, the Agriterra group, operating in Manica province, is the second actor that reveals ambition in the current need to achieve agricultural self-sufficiency. Agriterra Group produces seven tons of banana/day and it is already quoted in the London Stock Exchange Investment Alternative Market.
Sofala Agriterra
The province is already recovering its cashew nuts production potential. Thus, a total of five fields of cashew saplings production have been prepared. The respective fields are located in Búzi and Dondo districts, in addition to Nhamatanda e Chibabava which have currently two nurseries. The results have begun to emerge since the indexes continue to rise year after year. In Muxúngue (Chibabava District) administrative post alone there are two fields with capacity for 25 thousand plants each, which offers a total of 50 thousand seedlings per year.c revista capital
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The acquired an agricultural field with 2500 hectares in Manica Province, adding banana and walnuts crops in its products portfolio. The agricultural field is located 25 km from Mavonde farm, where the group raises livestock. The bananas field already produces seven tons of fruit per day. Meanwhile, the group anticipates even major quantities. The group’s ambitious projects, the evolution of its business, already allow other achievements: The board is already quoted in the London Stock Exchange Investment Alternative Market. c
Briefing MOZAMBIQUE 25 FACTS AND FIGURES
Rio Tinto business in Benga becomes difficult
800,000 jobs in the fishing sector
Currently, the fishing sector absorbs about 800 thousand workers.c
40,000 + workers in the tourism sector Rio Tinto group may sell its shares in Benga mine. One of the business alternatives would be the mining company to join the competing companies in Tete, such as the Brazilian Vale, for a joint construction and use of railway infrastructures. The tourism sector employs directly more than 40 thousand workers.c
150,000 jobs in the mining sector.
The costs include a deficit of 3 thousand dollars for the project in Tete. This is due to the excessive evaluation of the coal reserves in Benga and to the lack of a logistics network with capacity to transport the coal extracted to the port for export. c
Oil industry payments to the State without legal basis
This is the number of jobs generated by the artisanal mining.c
AGENDA I Forum of Recruitment and Continuous Training 11 and 12 May
The I Forum of Recruitment and Continuous Training will take place in Maputo on 11 and 12 May. The Forum aims to approach the companies that seek to recruit Mozambican candidates for their activities. The event is being organized by Elite in partnership with the Ministry of Labour and CTA.c
The payments made by the oil companies to the State for institutional capacitybuilding, training and social funds to finance projects for the affected communities due to the oil operations do not have any legal basis. This finding by the Centre for Public Integrity - Centro de Integridade Pública (CIP) advocates that this matter needs to be urgently regulated. Organizing the process in this perspective is thought to be the way to legality, transparency and good governance. On the other hand, according to CIP, this would be the way to clear any hypothesis or chance of embezzlement of such amounts. Funds from the oil companies have been paid since 2012, which poses an urgent need to properly and legally regulate the matter. c março de 2013
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A aposta vai para as infraestruturas O sector das infraestruturas é vital para dar suporte às taxas animadoras de crescimento do país. Ocorre, no entanto, que há muito por se fazer tendo em conta que grandes projectos económicos, como é caso da exploração do carvão, têm a sua real capacidade de produção refém de questões logísticas, por falta de infraestruturas de escoamento. É na perspectiva de não deixar que as infraestruturas sejam o nó de estrangulamento da economia nacional, que as mesmas merecem uma especial atenção por parte do Governo.
P
arte significativa dos investimentos públicos, público-privados e até mesmo privados está a concentrar-se nas infraestruturas, por tratar-se do alicerce que o país precisa consolidar para manter o actual ritmo de crescimento económico. Estamos a falar de montantes avultados mobilizados, dentro e fora do país, através de diferentes engenharias financeiras para suportar obras de vulto em sectores como estradas, ferrovias, aeroportos e portos. São, na verdade, empreendimentos estratégicos sob o ponto de vista de redução de custos de escoamento e fluxo de mercadorias de diversa natureza, bem como a ligação doméstica dos centros de produção aos mercados de consumo - um factor crítico na cadeia comercial.
Infraestruturas aeroportuárias, ferroviárias, viárias e sociais em vista São exemplos destes empreendimentos revista capital
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as seguintes obras em curso e/ou por iniciar: Temos as obras do Aeroporto Internacional de Nacala, na província de Nampula. No que tange à ferrovia, existe a previsão do início da construção da linha férrea Moatize Nacala-à-Velha, este ano. Nos portos, teremos a construção do terminal de carvão de Nacala-à-Velha. Nas estradas destaca-se o ambicioso projecto da Ponte Maputo Ka Tembe, que vai ligar o distrito municipal da Ka Tembe à cidade de Maputo e também a estrada circular. Contudo, os investimentos não se concentram apenas em infraestruturas de aparente impacto económico imediato. As infraestruturas sociais também florescem um pouco por todo país, sobretudo em sectores como o da Educação, onde escolas e salas de aulas são construídas para acomodar o número de alunos que cresce de ano para ano. Temos também a saúde com obras de vulto por via dos
hospitais e centros de saúde. Fora isso, temos o abastecimento de água que tem impulsionado várias obras tendo em vista o aumento das taxas de cobertura. No mercado imobiliário assiste-se também a obras de vulto, sobretudo na capital do País, por se tratar do ponto que agrega maior valor comercial aos imóveis, uma tendência que poderá mudar com novos pólos imobiliários a surgir em províncias promissoras como Tete. A iniciativa de construção é, na maioria dos casos, privada ou de singulares, sobretudo no segmento habitacional. Porém, já se observa neste mesmo sector, uma maior intervenção do Estado, através das parcerias público-privadas estabelecidas com grupos oriundos de países experimentados na matéria, como é o caso da China e da Espanha. De um modo global, o cenário que se verifica no sector da construção no país, marcado por obras públicas e privadas
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em diferentes sectores, é característico de economias em desenvolvimento, como é caso de Moçambique.
Carteira fiscal vai crescer Não se pode falar de infraestruturas sem abordar a componente financeira. Qualquer país precisa de fundos para suportar os custos da edificação de empreendimentos nos diferentes sectores. Porém, a busca pelo financiamento, seja interno ou externo, deve ser feita de forma criteriosa e acima de tudo sustentável, para que o seu saldo não sufoque a economia em questão. É justamente nesta abordagem que os impostos são chamados a cumprir o seu papel: encaixar dinheiro nos cofres do Estado para que este possa financiar obras como as já mencionadas. Entretanto, isto só e possível com um sistema tributário eficaz, eficiente e abrangente. Não se trata de aumentar os valores dos impostos,
mas sim os níveis de tributação, isto é, taxar todos aqueles que - à luz do regime fiscal vigente - devem pagar impostos. Portanto, a base tributária deve ser alargada e os que rendem mais devem pagar mais. Mas não se quer com isto dizer que a pressão fiscal deve incidir sobre grupos que aparentemente geram mais dividendos como é o caso dos megaprojectos. Aliás, em finais de 2012 o ministro das Finanças Manuel Chang veio a público dizer que, paulatinamente, os megaprojectos contribuiriam mais para a carteira fiscal nacional. Entretanto, o governante defendeu a necessidade de haver justiça fiscal, no sentido de que todos devem pagar impostos mas ´não deve haver mais pressão para uns do que para outros´. Neste contexto, as metas de arrecadação de receitas internas para este ano são ambiciosas, estamos a falar de cerca de 114 mil milhões de meticais. Trata-se de
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uma cifra que reduz, em certa medida, a dependência da ajuda externa. Entretanto, este avanço pode ser visto em duas perspectivas, a primeira resulta do facto do País estar a fortificar efectivamente a sua carteira fiscal; e a segunda resultaria de uma pressão criada pela redução do apoio externo, tendo em conta a crise económica que afecta a Europa, continente do qual maior parte dos doadores é proveniente. Numa situação dessas, Moçambique viu-se forçado a olhar para soluções domésticas para cobrir o gap deixado pelos parceiros de cooperação. Seja qual for a causa, a verdade é que o fortalecimento e diversificação da carteira fiscal vai permitir ao país adquirir uma maior capacidade de financiar projectos estruturantes, sobretudo no sector das infraestruturas e em outros, cujo crescimento tem impacto directo na redução dos índices de pobreza.c março de 2013
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Priority goes to infrastructures The infrastructure sector is important to underpin the country’s encouraging growth rates. Nevertheless, there’s much to do, taking into account that megaprojects real production capacity is hostage to logistics issues, resulting from the lack of outflow infrastructures. This is the case of the coal mining project. The idea is to prevent theses infrastructures from being the national economy bottleneck. They deserve a special attention from the Government.
A
significant portion of public, public and private and even private investments is concentrated on infrastructures, since they constitute the foundations that the country needs to consolidate, with a view to maintaining the current economic growth rate. We are talking about large sums mobilized nationally and abroad, using various approaches, to support large scale works in sectors such as roads, railways, airports and ports. In fact, these are strategic business ventures from the point of view of reducing costs for transport and outflow of various goods, as well as the internal connection between production centers and markets – a critical factor in the commercial chain. Airport, railway, road and social infrastructures in the pipeline The following works in progress and / or revista capital
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to be initiated are examples of these undertakings: We have the ongoing works at Nacala International Airport, in the province of Nampula. As far as the railway is concerned, the construction of the Moatize – Nacala-a-Velha railway is expected to start this year. Concerning ports, the construction of the Nacala-a-velha coal terminal is in progress. The most noteworthy road construction is the Maputo – Catembe bridge project, which will connect Ka Tembe and Maputo City, as well as the ring road. Therefore, investment projects are not only concentrated on infrastructures of visible and immediate economic impact. Social infrastructures are equally flourishing throughout the country, mainly in the sector of education, where schools and classrooms are built to accommodate the growing number of students, year after year. The health sector
is equally home to large scale constructions, i.e. hospitals and health centers. In addition, water supply has driven various construction projects with a view to increase the coverage rates. As regards the housing market, there are large scale constructions, mainly in the capital of the country, given that it adds huge commercial values to real estate, a trend which is expected to change with the new housing projects arising in promising provinces such as Tete. In most cases, the constructions are a result of private or individual initiatives, mainly in the housing segment. Therefore, in the same sector a greater Government involvement can be noticed through public and private partnerships entered into with groups from countries with experience in these matters, such as is the case of China and Spain. In general, the scenario experienced
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in the country’s construction sector, which is characterized by the public and private constructions, is typical of developing economies like Mozambique. Fiscal portfolio to increase It is out of the question to speak about infrastructure without bringing forward the financial component. Any country needs funds to cover construction costs in the various sectors. However, the search for funding, either internal or externally, should be carried out judiciously, and, above all, in a sustainable manner so that its balance will not eventually overwhelm the economy. This is exactly where tax authorities are called for to fulfil their role: to put money into the State treasuries to allow it to fund the already mentioned constructions. Therefore, this is only possible with an effective, efficient and
comprehensive tax system. It is not about raising the amount of tax, but the levels of taxation too, i.e. to apply taxes on all those who must pay them in the light of the current tax regime. Thus, the tax base should be extended and those with higher incomes should pay more. But it doesn’t mean that the tax pressure should be on groups which apparently generate more dividends, such as is the case of mega-projects. Moreover, in late 2012 the Minister of Finance, Manuel Chang, announced publicly that, gradually, mega-projects have contributed more to the national tax portfolio. In addition, he advocated the need for fiscal justice in the sense that everyone should pay taxes, but “pressure should be put to everyone and not to a certain group only”. In this context, the internal revenue collection targets for this year are quite ambitious. We are talking about
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MZM114 billion. In a way, this amount cuts down on external aid dependency. Meanwhile, this progress can be seen in two perspectives. The first results from the fact that the country is effectively strengthening its fiscal portfolio; and the second would result from a pressure created by reduction of external aid, taking into account the economic crisis affecting Europe, the continent from which most donors come from. In such a situation, Mozambique was compelled to find solutions internally in order to close the gap left by the development cooperation partners. Whatever the cause, the truth is that strengthening and diversifying the tax portfolio will allow the country to have a greater capacity to fund structuring projects, mainly in the infrastructure sector as well as in other sectors whose growth has a direct impact on the reduction of poverty rates. c março de 2013
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Foco ECONOMIA
Firmino Mucavele esclarece… Temos de corrigir, primeiro, a transparência nos negócios. Às vezes, não temos sinais claros sobre o comportamento dos diversos sectores. É muito difícil obter informação sobre o volume de investimento, o que torna difícil fazer estimativas. Não se sabe quanto é que produzimos, o que exportamos, entre outras informações
FFH introduz programa de autoconstrução assistida
O
Fundo para Fomento de Habitação vai introduzir um programa de autoconstrução assistida de casas, a partir de 2013, com vista a expandir o acesso à habitação condigna em todo país. A novidade foi dada pelo PCA do Fundo, Rui Costa, para quem os actuais projectos imobiliários não são acessíveis à maior parte dos moçambicanos. Costa deu razão a todos os que diziam que muitos dos projectos habitacionais no país não tomam em consideração a realidade e o rendimento da maior parte de moçam-
bicanos. E, como tal, o Fundo para Fomento de Habitação vai introduzir um programa de autoconstrução assistida. Ou seja, a instituição vai conceder um terreno infraestruturado e um empréstimo para que os beneficiários construam, por conta própria, as casas que pretendem. “Nós fizemos contas e constatamos que uma casa tipo dois quando construída por empresas de construção civil custa pouco mais de 1.3 milhão de meticais, mas se esta mesma casa for fruto
de autoconstrução chega a custar abaixo de 700 mil meticais, o que quer dizer que é possível atingir o público-alvo que pretendemos, pois, acima de tudo, o Fundo também tem uma missão social”, explicou o PCA do Fundo. Rui Costa explicou que o que encarece muitos dos projectos habitacionais existentes é o somatório de todas as etapas ligadas ao alto custo dos materiais de construção, ao custo dos terrenos ou espaços e ao lucro das empresas construtoras. “Com a autoconstrução assistida, tiramos este lucro das empresas e o preço que muitos interessados devem pagar para obter um terreno”, acrescentou. O Fundo pretende introduzir o programa de autoconstrução em 2013, sendo que os empréstimos não vão envolver a banca, comportando inclusive taxas de juro baixas. Por outro lado, o FFH pretende elaborar um plano estratégico para o sector de habitação, a partir do próximo ano, como forma de ter algum direccionamento nas actividades que desenvolve. Recorde-se que o Governo prometeu, em 2010, promover a construção de 100 mil casas no presente mandato, mas o Fundo diz que está, neste momento, a trabalhar “sem norte”. Ora, o presente quinquénio termina em 2014, o que significa que faltam dois anos para findar o presente mandato do Governo, e só agora é que o Fundo vem a público falar de um plano estratégico, tendo já contratado uma consultora para ajudar na produção deste instrumento orientador.c
Evolução da Cadastração Fiscal de 1999 à 2012 Descrição
1999 a 2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
acumulado
Singulares
126.373
116.047
96.409
186.324
187.185
183.219
257.434
321.292
498.440
1.972.723
Colectivos
10.597
2.522
36.976
3.554
4.384
4.933
5.068
6.2.286
7.814
82.134
Total
136.970
118.569
133.385
189.878
191.569
188.152
262.502
327.578
506.254
2.054.857
255.539
388.924
578.802
770.371
958.523
1.221.025
1.548.603
2.054.857
Acumulados
2012 vs 2005 ―30.2 por cento Até 16 de Dezembro de 2012: 484.000 contribuintes Até 31.de Dezembro de 2013: 506.254 contribuintes Fonte: AT
revista capital
março de 2013
Focus on ECONOMY 31 Firmino Mucavele clarifies… First of all, we have to ensure business transparency. Sometimes, we have no clear signs on the behaviour of the various sectors. It is extremely hard to get information on the investment turnover, which makes it even difficult to work out estimates. Furthermore, it is nobody’s guess how much we produce, export, and among other information
The Habitation Fomentation Fund (HFF) introduces an assisted “do-ityourself” construction programme Evolution of the fiscal record from 1999 to 2012 Description
1999 a 2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
Accrued
Individuals
126.373
116.047
96.409
186.324
187.185
183.219
257.434
321.292
498.440
1.972.723
Legal persons
10.597
2.522
36.976
3.554
4.384
4.933
5.068
6.2.286
7.814
82.134
Total
136.970
118.569
133.385
189.878
191.569
188.152
262.502
327.578
506.254
2.054.857
255.539
388.924
578.802
770.371
958.523
1.221.025
1.548.603
2.054.857
Accrued
2012 vs. 2005 ― 30.2 per cent By 16th December, 2012: 484.000 taxpayers By 31st December, 2013: 506.254 taxpayers Source: Tax Authority (AT)
A
s of 2013, HFF will introduce an assisted “do-it-yourself” housing construction program with a view to expand the access to decent housing across the country. The news was provided by Rui Costa, the CEO of the Fund, who advocates that the current building projects are not accessible to a greater part of Mozambicans. Mr. Costa agrees with all who said that most of the housing projects in the country have not taken into account the reality and income of the majority of Mozambicans. And, as such, the Habitation Fomentation Fund will introduce an assisted “do-it-yourself” housing construction program. In other words, the institution will grant a plot of land with infrastructures and a loan for the recipients to build, on their own account, their respective houses. “We worked out estimates and found that a two-room house built by a construction company may cost a little over MZM1.3 million, but if the same house is self-built, it may cost less that MZM700,000, which means that it is possible to reach the target group because, above all, the Fund has a social responsibility mission”, explained the CEO. Rui Costa went on explaining that what makes housing projects expensive is the sum of all the stages related to the high cost of construction material, the
cost of parcels or plots of land as well as the constructors’ profits. “With the assisted “do-it-yourself” construction we remove this constructors’ profit and the price that the majority of interested parties would pay for the plot of land”, he added. The Fund intends to introduce the self-construction programme in 2013. The relevant loans will not be obtained from the banking sector and will comprise low interest rates. On the other hand, as of next year, the Fund intends to design a strategic plan
for the housing sector as a way of having some guidance in its activities. It is worth recalling that in 2010, the Government pledged to promote the construction of 100 thousand houses throughout this mandate, but the Fund alludes to be working with no guidance so far. Now, this five-year period ends in 2014, strictly two years and a month ahead the end of this Government’s mandate, and it is only now that the Fund speaks out about a strategic plan, having already hired a consultant to assist in the design of such guiding instrument.c março de 2013
revista capital
32
Foco NEGÓCIO
Ambiente de negócios facilita maior produção PROJECTOS DE INVESTIMENTO Nos últimos dois anos e meio, foram aprovados mais de 670 projectos de investimento, no valor de 7.2 mil milhões de dólares americanos, susceptíveis de criar mais 82 mil postos de trabalho. Trata-se da construção de novas fábricas de processamento de arroz na Zambézia; de milho e ração em Tete; de algodão em Manica, e de produção de cimento, projectos florestais e de exploração de recursos minerais.
O
Governo prossegue esforços na implementação de reformas económicas para a criação de um ambiente propício ao investimento no país. De entre essas reformas estão a implementação de uma plataforma integrada de prestação de serviços ao cidadão, cuja primeira
fase irá funcionar em balcões de atendimento único, em cinco cidades do País. Nos últimos anos, as reformas permitiram que o país atraísse inúmeros projectos de investimento, os quais constituem uma importante alavanca para o incremento da produção, o que tem propiciado ao país aumentar as exportações.
Bechtel entra no gás do Rovuma A empresa de construção e engenharia norte-americana Bechtel foi escolhida para participar no primeiro projecto de liquefacção de gás natural (LNG, na sigla inglesa) em Moçambique, que tem as primeiras vendas previstas para 2018. A empresa foi escolhida pela também norte-americana Anadarko para projectos de engenharia e design para a fase inicial da fábrica de LNG que será construída ao largo de Cabo Delgado. A futura fábrica terá uma capacidade de produção anual de cinco milhões de métricos cúbicos de gás natural liquefeito e a Anadarko prevê produzir 50 milhões de toneladas de gás natural liquefeito, no seu projecto do norte de Moçambique, cujas receitas poderão igualar o Produto Interno Bruto (PIB) de Moçambique. A produção irá arrancar em 2018. O consórcio Anadarko (36,5%). EUA Mitsui e Co. (20%). Japão ENH (15%). Moçambique Bharat Petroleum Corp. (10%). India Videocon Industries (10 %). India.PTT (8,5%) . Tailandia.c
EXPORTAÇÕES As projecções para 2013 indicam que as exportações de bens poderão atingir 3.558 milhões de dólares norte-americanos, o equivalente a um crescimento de 14% face às previsões para o final de 2012, sustentado pelo dinamismo dos projectos de exploração de recursos naturais, que se espera incrementem 18%, correspondendo a uma receita anual de 2.734 milhões de dólares, em face do aumento do volume das exportações de carvão. Prevê-se, por outro lado, que as exportações tradicionais cresçam apenas 4%. revista capital
março de 2013
IMPORTAÇÕES Do lado das importações, espera-se um aumento de 10 por cento em 2013, para um total de 4.887 milhões de dólares, a ser determinadas pelos grandes projectos que se espera um crescimento de 11%, derivado do investimento em curso na exploração de recursos naturais. Espera-se igualmente, que as importações não pertencentes àquela categoria cresçam 9%. Com as variações esperadas para 2013, espera-se que o peso das importações dos grandes projectos no total das importações mantenha-se na ordem dos 34 por cento.
Oportunidade de Negócio Crédito bancário para produtores de mandioca aumenta O crédito bancário para produtores da mandioca deverá aumentar este ano 8,3 milhões de dólares para 17,6 milhões de dólares, que compara com 9,3 milhões de dólares concedidos em 2012, informou a Direcção Nacional dos Serviços Agrários do Ministério da Agricultura de Moçambique. Prevê-se, com o aumento do crédito, garantir uma produção de 14,7 milhões de toneladas, contra 9,7 milhões de toneladas em 2012.c
Focus on BUSINESS 33
The business environment facilitates greater production INVESTMENT PROJECTS In the last two and a half years, 670 investment projects were passed, which corresponds to USD7.2 million, and with a potential to generate 82,000 jobs. It concerns the construction of rice processing plants in Zambézia; maize and animal feed processing plants in Tete; cotton processing plants in Manica, and cement production plants, forest and natural resources exploration projects.
T
he Government continues to endeavour towards implementation of economic reforms for the creation of an investment friendly environment in the country. The implementation of an integrated platform for provision of services to citizens is among these reforms, where the first phase will focus on the establishment of one-stop shops in five cities of the country. In the recent years, the reforms allowed the country to attract a greater number of investment projects, which are an important lever for increasing production, thus contributing to the country’s increase in exports.
Bechtel to enter Rovuma gas business The American construction and engineering company (Bechtel) has been selected to join the first liquefied natural gas (LNG) project in Mozambique. The first sales are envisaged for 2018. The company was chosen by another American company (Anadarko) for engineering and designing projects (during the inception phase of LNG plant) which will be built along the Province of Cabo Delgado. The future plant will have an annual production capacity of 5 million cubic meters of liquefied natural gas in its project located in the Northern region of Mozambique. The relevant revenue will be equal to the Mozambique Gross National Product (GNP). The production will start in 2018. The Consortium Anadarko (36,5%). USA Mitsui e Co. (20%). Japan ENH (15%). Mozambique Bharat Petroleum Corp. (10%). India Videocon Industries (10 %). India PTT (8,5%) . Thailand.c
EXPORTS The 2013 projections indicate that exports of goods may reach USD3,558 million, corresponding to a growth by 14%, in light of the forecasts for the end of 2012, underpinned by the drive of natural resources exploration projects, which are expected to grow by 18%, corresponding to an annual revenue of USD2,734 million, in light of the increased coal export turnover. On the other hand, it is expected that traditional export will only grow by 4%. IMPORTS As far as imports are concerned, in 2013 it is expected an increase by 10%, corresponding to USD4,887 million, driven by mega-projects expecting a growth by 11%. This is triggered by the ongoing investment in the exploration of natural resources. It is equally expected that exports not pertaining to that category will grow by 9%. With variations foreseen for 2013, it is envisaged that the weight of imports under mega projects will stick to 34%.
Business Opportunity Increase in Banking Credit for cassava producers In accordance with the National Directorate for Agricultural Services from the Ministry of Agriculture of Mozambique, this year, the banking credit for cassava producers is expected to increase from 8.3 million to USD17.6 million, as compared to USD9.3 million allocated in 2012. With this increase in credit it is surely expected that the production will reach 14.7 million tons, against the 9.7 million tons in 2012.c março de 2013
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Foco EMPRESA
Ernst & Young premiada pela World Finance Londres, Início de 2013 – Pela 1.ª vez, a World Finance, prestigiada revista de jornalismo financeiro, sedeada no Reino Unido, atribuiu importante prémio à Ernst & Young Moçambique.
N
a cerimónia realizada no início do ano corrente, em Londres Inglaterra, a Ernst & Young foi reconhecida com o prémio correspondente à categoria de Melhor Firma de Consultoria Fiscal em Moçambique. A distinção em apreço resulta de uma pesquisa sobre Moçambique, realizada com base numa amostra aleatória constituída por personalidades do sector empresarial ´CEO´s, Directores-Gerais, Empresários e
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Gestores – e altos funcionários governamentais baseados em Moçambique. Os critérios de classificação baseiam-se, de entre outros, em indicadores como o contributo efectivo das empresas/ instituições para o crescimento e desenvolvimento económico do país; o domínio de competências de gestão; o nível de implementação de políticas de governação corporativa; a capacidade de inovação e o reconhe-
cimento da visibilidade da imagem e marca institucional. Os prémios anuais atribuídos pela World Finance têm-se tornado nos últimos anos uma referência incontornável no contexto da gestão pública e privada em Moçambique. Com um painel de jurados com cerca de 230 anos de experiência agregada em jornalismo financeiro, o seu objectivo, de acordo com os promotores, é, por um lado, premiar e celebrar a Excelência e, por outro, reconhecer e definir Padrões de Referência que deverão orientar e inspirar a actuação dos demais agentes económicos do mercado. Para a Ernst & Young, este prémio representa mais um reconhecimento pelos agentes económicos do trabalho desenvolvido pela empresa nos últimos anos, através da concretização de um posicionamento estratégico e de uma política de crescimento contínuo que tem por base as nossas pessoas, para além de um forte compromisso com questões de responsabilidade social e de acções de parceria no desenvolvimento sustentado das famílias e das empresas moçambicanas. c
Focus on COMPANY 35 For the first time, the World Finance, the prestigious magazine in the field of financial journalism, based in the UK, has awarded Ernst & Young Mozambique a prestigious prize.
Ernst & Young receives award from World Finance
A
t a ceremony that took place at the beginning of the year, in London England, Ernst & Young received an award for the Best Tax Consulting firm in Mozambique. This distinction comes from a research conducted in Mozambique on a random sample consisting of personalities from the business sector – General Managers, CEO’s, CFO´s, Entrepreneurs, managers and senior government officials based in Mozambique. The classification criteria were based on indicators such as the contribution of the companies for the growth and economical development of the country; ability management competency; implementation of corporate governance policies; innovation and brand recognition. The annual awards by World Finance have become a rema-
rkable reference in the context of public and private management in Mozambique. With a penal of judges with an aggregate of 230 years of experience in financial journalism, the objective of the awards, according to the promoters is, on the one hand, acknowledge and celebrate excellence and, on the other, recognize and define reference standards that should guide and inspire the action of other economic agents in the market. For Ernst & Young this award represents one more recognition by the economic agents of the commitment of the company with the implementation of a strategic positioning and a policy of continuous growth based on our people, in addition to a strong commitment with social responsibility issues and partnering for the sustainable development of Mozambican families and firms. c
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IOLANDA WANE, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DOS TPM
Frotas da TPM mais musculadas A empresa Transportes Públicos de Maputo agora é tutelada pelos municípios de Maputo e da Matola. A EMTPM, perante os actuais desafios, traçou novas estratégias e empenhou-se em muscular a sua frota, bem como a estrutura da organização. Em 2012, foram tomadas decisões que permitiram uma maior frequência dos autocarros e consequente redução do tempo de espera dos passageiros nas paragens. Ao mesmo tempo, o número de passageiros aumentou cerca de 51%, segundo a presidente do Conselho de Administração, Iolanda Wane.
Helga Nunes (entrevista) . João Garrido (fotos) A empresa TPM passou a ser tutelada pelos municípios de Maputo e Matola. Que melhorias trouxe esta decisão? A decisão de transferir a empresa para a tutela dos municípios de Maputo e Matola enquadra-se dentro da estratégia mais global do Governo de descentralização dos serviços para junto dos cidadãos. Acreditamos que há vantagens em aproximar este tipo de serviços para junto dos cidadãos, neste caso dos munícipes. Por exemplo, em 2012, mercê de uma planificação conjunta e de um diálogo permanente com as estruturas dos bairros, abrimos 10 novas linhas para atendimento da demanda crescente nas paragens intermédias. Esta medida permitiu maior frequência dos autocarros e consequente redução do tempo de espera dos passageiros naquelas paragens. A inserção da empresa junto do Município permite-lhe ter uma visão mais clara das necessidades da cidade em matéria de transporte, razão pela qual a nossa participação no processo de elaboração do Plano Director de Transportes para a região metropolitana de Maputo tem sido fundamental. Este plano vai ajudar a equacionar da melhor maneira o redimensionamento da rede de transportes e o papel de cada actor, quer do sector público quer do privado, na prestação dos serviços de transporte. revista capital
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O número de carreiras, na frota da EMTPM, ainda não cobre o nível de procura. Que planos existem para solucionar esse problema? Efectivamente operamos com uma disponibilidade da frota abaixo da demanda. A nossa abordagem tem sido a de privilegiar actividades que asseguram um maior número de autocarros em circulação diariamente, com vista ao aumento da taxa de cobertura no Município de Maputo. Para o efeito, em 2012 desenvolvemos acções estruturantes nas diferentes áreas da empresa. Houve um aprimoramento da condução pelos tripulantes através de ses-
TEMA DE FUNDO
sões de capacitação e da reciclagem. Por outro lado, registou-se o recrutamento de mais técnicos de manutenção, o aperfeiçoamento dos engenheiros e operários sob supervisão dos técnicos dos fabricantes dos nossos autocarros. Outras mais valias foram registadas na aquisição de equipamento oficinal e ferramentas para reforço dos meios de trabalho; no aprovisionamento de peças e sobressalentes na dimensão dos meios de que dispomos. Estas acções contribuíram para que a empresa aumentasse o número de passageiros transportados em 2012 na ordem dos 51%, pois atingiu 41.917.944 contra os 27.772.893 transportados em 2011. Mas existe a necessidade de alocar mais autocarros… Tendo em mente o desafio de colocar o maior número de autocarros em circulação, na nossa estratégia para o período de 2012-2016, prevemos organizar e capacitar equipas especializadas para assegurar o diagnóstico e a reparação das avarias em tempo útil, de modo a que o tempo médio de reparação de um autocarro reduza gradualmente das actuais 24h para
8h. E esta abordagem deverá ser complementada com investimento anual para a renovação da frota, tendo em vista a redução dos custos de manutenção. Obviamente que a problemática do transporte na cidade de Maputo passa por uma solução de integração de todos os meios de transporte disponíveis, pois os problemas de transporte na cidade estão para além do número de autocarros. Por outro lado, e não menos importante, há que ter em conta outros factores que influem negativamente no escoamento do tráfego e que devem ser equacionados na solução do problema de transporte na cidade da Maputo. Estamos a falar da má condução, do congestionamento e estado de conservação das vias, das condições dos terminais e paragens de maior concentração, só para citar alguns exemplos. Cada dia que passa o tempo de viagem num trajecto leva mais tempo! Acreditamos que o estudo em curso sobre a criação de um Sistema de Transporte Integrado e a melhoria das condições que concorrem para uma maior fluidez do tráfego, com segurança e conforto para os passageiros, poderão trazer uma solução eficaz.
37
As novas tarifas, em vigor desde Novembro de 2012, são consideradas insignificantes face ao objectivo de cobrir os custos de operação da EMTPM. Como é que pensa fazer face aos encargos e atingir o patamar dos lucros? A EMTPM é uma empresa vocacionada para o transporte público de passageiros no Município de Maputo e arredores, cumpre uma função eminentemente social e deve operar com níveis de rentabilidade aceitáveis. Sendo assim, em 2012 a nossa atenção esteve voltada para o desenvolvimento de esforços para que a empresa opere com um nível de eficiência operacional elevado. As actividades realizadas com este objectivo privilegiaram a introdução de novas formas de trabalho na gestão das operações de tráfego; na introdução de um sistema de gestão integrada de recursos humanos; na intensificação das acções de fiscalização com participação da comunidade para a redução da fraude; bem como medidas de contenção de custos. Os desafios para o período 2012-2016 nesta área prevêem a reformulação do modelo de gestão das operações de tráfego para se conferir uma maior operacionalidade e fiabilidade da frota a partir dos principais terminais e paragens de maior concentração de passageiros; acções de reabilitação das infra-estruturas para a melhoria das condições de trabalho; a modernização da gestão de recursos humanos e financeiros; o reforço da colaboração com os voluntários dos bairros e organizações da comunidade na prevenção e combate à fraude. 150 autocarros da EMTPM são movidos a gás natural. Até que ponto o uso deste combustível minimiza os custos, e como tem decorrido a experiência? Sem dúvida que o preço unitário do litro equivalente do gás natural é mais barato que do litro do gasóleo e neste momento a nossa frota é maioritariamente composta por autocarros movidos a gás natural. Contudo, a experiência enfrenta desafios enormes devido às rupturas de fornecimento deste combustível, que resultam em paralisações frequentes dos autocarros e, consequentemente, no não alcance dos objectivos pretendidos. Contudo, acreditamos que em breve estes problemas serão ultrapassados graças aos esforços em curso que têm em vista a identificação de soluções alternativas para o reforço da capacidade de abastecimento e de armazenamento deste combustível.c março de 2013
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IOLANDA WANE, chairman of the Board of Directors
More improved TPM Fleets The Public Transport Company of Maputo is now overseen by the municipalities of Maputo and Matola. Due to the current challenges, EMTPM has come up with new strategies and it has endeavoured to improve its fleet as well as its organizational structure. In 2012, decisions were made that allowed a greater frequency of buses and the consequent reduction of the passengers’ waiting time at the bus stops. At the same time, the number of passengers has increased by about 51%, according to the chairman of the Board of Directors, Iolanda Wane. Helga Nunes (interview) . João Garrido (photos)
TPM company is now overseen by the municipalities of Maputo and Matola. What improvements has this decision brought about? The decision for the company to be overseen by the municipalities of Maputo and Matola is within the broader strategy of the Government regarding the decentralization of services to the citizens. We believe that there are advantages in bringing this type of services to citizens, in this case, to the municipalities. As an illustration, in 2012, thanks to a joint planning and an ongoing dialogue with the government structures in these municipalities, we opened 10 new lines to meet the growing demand in the intermediate stops. This measure has allowed greater frequency of buses and the consequent reduction of the passengers waiting time in those bus stops. The integration of the company with the municipality allows it to have a clearer view of the city’s needs for transport, that is why our participation has been critical in the drafting of the Transport Master Plan for the metropolitan area of Maputo. This plan is expected to balance the re-dimensioning of the transport network and the role of each actor in the best possible way, both in the public and private sectors. The number of careers in the EMTPM fleet still does not cover the level of demand. Are there any plans to solve this problem? Effectively, we are operating with a fleet revista capital
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availability that is below the demand. Our approach has been to focus on activities that ensure a greater number of buses in daily circulation, in order to increase the coverage rate in the Municipality of Maputo. To this end, in 2012 we developed structuring actions in different areas of the company. There was an enhancement of driving by the crew members through training sessions and recycling. Moreover, more maintenance technicians were recruited; there were capacity building sessions for engineers and technical workers under the supervision of the manufacturers´ technicians of our buses. It should also be stressed that other capital gains were recorded in the acquisition of workshop equipment and tools for the reinforcement of the means of work; supply of parts and spare parts proportionally to the means at our disposal. These actions have helped the company to increase the number of passengers carried in 2012 by 51%, given that it managed to achieve 41 917,944 passengers against 27 772,893 transported in 2011. But there is a need to allocate more buses... Bearing in mind the challenge of getting the highest number of buses in circulation, in our strategy for 2012-2016, we anticipate organizing and training specialized teams in order to ensure the timely diagnosis and repair of faults so that the average repair time of a bus can gradually reduce from the current 24 hours to
8 hours. This approach should be complemented with an annual investment for fleet renewal, with a view to reducing maintenance costs. It is crystal clear that the transport problem in Maputo city requires the integration of all the available means of transport as the transport problems in the city are far beyond the number of buses. Furthermore, and not least important, other factors that negatively influence the flow of traffic should be taken into consideration and should be addressed in solving the transport problem in Maputo city. We are talking about bad driving, congestion and the state of conservation of the roads, terminals and the bus stops with the highest concentration of passengers, just to name a few. Every day the travel time in a route takes longer! Therefore, we believe that the ongoing study on the creation of an Integrated Transportation System and the improvement of the conditions that contribute to an increased flow of traffic, with safety and comfort for passengers, can bring an effective solution. The new tariffs, in force since November 2012, are regarded as being insignificant if they are to cover the EMTPM operating costs. How are you going to bear the costs and still reach the profits level? EMTPM is a company that is dedicated to the passenger public transport in the Municipality of Maputo and the surrounding area, primarily serving a
BACKGROUND THEME
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social function. Note that it should operate at acceptable levels of profitability. Thus, in 2012 our attention was focused on developing efforts for the company to operate with a high level of operational efficiency. The activities undertaken within this goal favoured the introduction of new ways of working in the traffic operations management; introduction of an integrated management system of human resources; enhancing surveillance activities with community participation in order to reduce fraud as well as cost containment measures. The challenges for the period 20122016 in this area include the reformulation of the model of traffic operations management in order to provide greater functionality and reliability of the fleet from the main terminals and bus stops with higher concentration of passengers; rehabilitation of infrastructures for the improvement of working conditions; modernization of human and financial resources management; strengthening collaboration with volunteers from the municipality areas and community organizations in preventing and combating fraud. 150 EMTPM buses are powered by natural gas. To what extent the use of this fuel minimizes costs, and has the experience lived up to your expectations? It goes without saying that the unit price of a gallon equivalent to natural gas is cheaper than a litre of diesel and currently our fleet is mostly composed of buses powered by natural gas. However, there are enormous challenges due to the disruption of fuel supply, resulting in frequent breakdowns of buses and obviously this is not within the scope of the desired objectives. Nonetheless, we believe that these problems will soon be overcome thanks to the ongoing efforts aiming at identifying alternative solutions for enhancing supply and storage capacity of this fuel.c
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Mercados/Markets STANDARD BANK
Informação Económica Mensal Economia Moçambicana / Mozambican Economy
Fáusio Mussá Economista do Standard Bank
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Inflation National Statistics Institute (INE) monthly inflation data for January, measured by Mozambique’s Consumer Price (CPI) Index came high at 1.35% m/m when compared with the same period of 2012. This reflects essentially the impact of the recent floods on food costs. It also reflects a survey in some CPI items that occurs seasonally. The City of Beira recorded the highest monthly inflation at 2.10% m/m, followed by Nampula with 1.42% m/m and Maputo with 1.06% m/m. Mozambique’s CPI indicates that the annual inflation rose 0.71pp to 2.73% y/y but the average inflation continued to ease, down 0.19pp to 2.41%. This behavior was consistent across the 3 cities were CPI is calculated.
20 18 16 14 12 10 8 6 4 2 0
Inflação - Moçambique (Moz Inflation) Anual (Year on Year) Media (Average)
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 Jan/12 Feb/12 Mar/12 Apr/12 May/12 Jun/12 Jul/12 Aug/12 Sep/12 Oct/12 Nov/12 Dec/12 Jan/13
%
Inflação Dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam uma inflação mensal elevada no primeiro mês de 2013, comparativamente a igual período de 2012, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor (IPC) Moçambique, de 1.35% m/m. Este comportamento do IPC revela essencialmente o impacto negativo das cheias sobre o custo dos alimentos. Reflecte igualmente a actualização de alguns preços do cabaz do IPC que ocorre sazonalmente. A Cidade da Beira registou a inflação mensal mais elevada, de 2.10% m/m, seguida de Nampula com 1.42% m/m e Maputo com 1.06% m/m. O IPC Moçambique revela que em termos anuais, a inflação subiu 0.71 pontos percentuais (pp) para 2.73% a/a, mas a média anual manteve uma tendência decrescente, baixando 0.19pp para 2.41%. Este comportamento foi consistente nas 3 cidades onde o IPC é calculado. Na Cidade de Maputo o IPC anual subiu 0.17pp para 2.35% a/a, mas a média caiu 0.16pp para 1.94%. Nas cidades de Nampula e Beira, a inflação anual aumentou 1.42pp e 0.91pp para 3.2% a/a e 2.9% a/a, respectivamente, com a inflação média a descer 0.26pp em Nampula e 0.17pp na Beira, ambas para 2.88%. Estima-se que a inflação média anual tenha atingido em Janeiro o nível mais baixo dos últimos anos, e que comece a subir nos meses subsequentes. Apesar do impacto negativo das cheias, a inflação anual encontra-se a níveis historicamente baixos, e as importações de bens de primeira necessidade da África do Sul têm beneficiado de um câmbio MZN/ZAR relativamente favorável, o que nos permite manter a previsão de uma inflação a um dígito para este ano, se o preço dos comodities no mercado internacional se mantiver benigno, e se o Metical se estabilizar face ao Dólar.
Mercados/Markets STANDARD BANK 41
20
Taxas de Juro (mercado primário) (Primary market interest rates)
%
15 10 5
2005 2006 2007 2008 2009 Dec -10 Dec -11 Jan -12 Feb-12 Mar-12 Apr-12 May -12 Jun-12 Jul-12 Aug -12 Sep -12 Oct-12 Nov -12 Dec -12 Jan -13
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BT 91d (TB)
FPD
Apesar de ligeira, esta subida, indica que a taxa de juro dos BT’s permanece num nível artificialmente baixo, para pressionar os bancos comerciais a expandirem o crédito à economia. Dados referentes ao mês de Dez/2012 indicam uma expansão anual do crédito à economia de 18.3% a/a para o nível de MT116.2 mil milhões. A informação disponível mais recente sobre a massa monetária refere-se a Nov/2012 e revela uma expansão anual de 29.9% a/a para um saldo de MT177.8 mil milhões, motivado pelo forte crescimento dos depósitos bancários. Esta forte expansão dos agregados monetários ocorre num contexto de descida das taxas de juro do crédito à economia. Dados referentes ao mês de Janeiro indicam que a taxa de juro prime média dos bancos comerciais, caiu 4pb para 15.42%, com perspectivas de manter a tendência decrescente pelo facto de alguns bancos efectuarem muito lentamente os ajustes para baixo, para proteger as suas margens financeiras. Mercado Cambial Em Janeiro, o Metical continuou a perder terreno face ao Dólar e ao Euro, com depreciações mensais de 1.6% m/m e 4.4% m/m, respectivamente, fechando o mês ao nível de MZN/ USD29.98 e MZN/EUR40.63, traduzindo-se em depreciações anuais de 10.6% a/a e 13.7% a/a. Num contexto em que o Rand se manteve relativamente fraco internacionalmente, quebrando a barreira psicológica dos 9 ZAR por USD, o Metical ganhou algum terreno face à moeda Sul-Africana, com apreciações de 3.2% m/m e 3.6% a/a, fechando o mês ao nível de 3.36 MZN/ZAR.
The Maputo annual inflation increased 0.17pp to 2.35% y/y, with the average dropping 0.16pp to 1.94%. Nampula and Beira annual inflations rose 1.42pp and 0.91pp, respectively to 3.2% y/y and 2.9% y/y, with the average falling 0.26pp and 0.17pp, both to 2.88%. Average inflation is expected to have bottomed in January and is likely to rise in coming months. Despite the negative impact of the recent floods, annual inflation remains at historic low and Mozambican imports from South Africa benefits from a relatively stable exchange rate of Metical to the Rand allowing us to maintain a forecast of single digit inflation for the year. The main risk for inflation now comes from commodity prices and the stability of the Metical to the US Dollar. Money Market Central Bank maintained unchanged their reference interest rates, with FPC - overnight lending facility interest rate, at 9.5%, and the deposit facility interest rate at 2.25%. In our view, current inflation outlook feed expectations of a stable FPC with equal probability of a 100 basis points (bp) ease. For the first time in many months, the 91-day Treasury Bills (TB’s) interest rate increased in January, by 12bps to 2.71%. Despite being small, this increase, signals that TB’s interest rate remains artificially low, to force commercial banks to expand their loan books. Data reported to Dec-2012 indicates an annual growth of private sector credit extension of 18.3% y/y to the level of MT116.2 billions. Latest available information on money supply reports to Nov2012, an annual expansion of 29.9% y/y to the M3 balance of 177.8 billion mainly due to the strong growth in deposits. This expansion of monetary aggregates occurs in a context of decreasing lending interest rates.
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Agregados Monetários & Prime Rate Monetary Agregates & Prime Rate
25 20 15 10 5
0 2005 2006 2007 2008 2009 2010 Dec-11 Jan-12 Feb-12 Mar-12 Apr-12 May-12 Jun-12 Jul-12 Aug-12 Sep-12 Oct-12 Nov-12 Dec-12 Jan-13
Mercado Monetário O Banco de Moçambique (BM) manteve inalteradas as suas taxas de juro de referência nos actuais níveis de 9.5% para os empréstimos overnight aos bancos comerciais, FPC e 2.25% para a facilidade de depósito, FPD. No nosso entender, o actual cenário de inflação alimenta expectativas de estabilidade ou corte de 100 pontos base (pb) na da FPC, com igual probabilidade de ocorrência. Pela primeira vez em vários meses, assistiu-se em Janeiro, a uma ligeira subida das taxas de juro dos Bilhetes do Tesouro (BT’s) para o prazo de 91 dias, de 12 pontos base para 2.71%.
Credito a Economia (Credit to Economy) y/y% M3 y/y% Prime rate %
Data reported to January reveals a 4bps decrease in commercial banks average prime lending rate to 15.42%, a trend reflecting that some commercial banks decreased very slowly their lending rates, to protect their net interest margins. Foreign Exchange Market During January, the Metical continued to lose some ground to the Dollar and the Euro, with monthly depreciations of 1.6% and 4.4% m/m, respectively to the levels of MZN/USD 29.98
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revista capital
Mercados/Markets STANDARD BANK Taxas de Câmbio (Foreign Exchange Rates) 5
40 4
35
MT/ZAR
MT/USD MT/EUR
45
30
Taxas de Câmbio (variação % anual) Foreign Exchange Rates (y/y %change)
3
25 2
2005 2006 2007 2008 2009 Dec -10 Dec -11 Jan -12 Feb-12 Mar-12 Apr-12 May -12 Jun-12 Jul-12 Aug -12 Sep -12 Oct-12 Nov -12 Dec -12 Jan -13
20
MT/USD
MT/EUR
MT/ZAR
O mercado cambial continua pressionado por uma procura de divisas superior a oferta, exacerbada pela magnitude das facturas de importação de combustível, traduzindo-se na venda de divisas pelo BM e na consequente redução das Reservas Internacionais Liquidas em 9% m/m para o nível de USD2.4 mil milhões.
7
2.500
6
5
2.000
4
1.500
3
1.000
2
500
1
0
Meses (Months)
3.000
2005 2006 2007 2008 2009 2010 Dec -11 Jan -12 Feb -12 Mar-12 Apr -12 May -12 Jun -12 Jul-12 Aug -12 Sep -12 Oct -12 Nov -12 Dec -12 Jan -13
0
RIL (NIR) USD Meses Cob.Import.(Import Cover Months)
Se esta postura do BM se mantiver, irá limitar a volatilidade da moeda nacional, que começou a transaccionar-se com mais frequência no intervalo de 29 a 31 MZN/USD. Actividade Económica As recentes cheias, cujo impacto está ainda em avaliação, colocaram as populações afectadas numa situação humanitária difícil, com impacto negativo sobre a produção em vários sectores da actividade económica, incluindo a agricultura. Felizmente, a ajuda humanitária, tanto domestica como internacional tem permitido atenuar o sofrimento das famílias afectadas. Não dispomos de dados suficientes para justificar uma revisão em baixa das expectativas de crescimento da economia moçambicana. Para além do impacto directo sobre algumas áreas cultivadas, as condições climatéricas adversas resultaram na interrupção do tráfego nalgumas estradas e linhas férreas do país. O Governo divulgou estimativas recentes que indicam que a produção global cresceu 7.6% em 2012, em linha com as expectativas de crescimento do PIB, infelizmente não dispomos do detalhe por sector de actividade.c
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50 40 30 20 10 0 (10) (20) (30) (40)
> 0 MZM depreciation < 0 MZM apreciation
MT/USD MT/ZAR MT/EUR
The foreign currency (fx) market remained pressurized by a higher fx demand exacerbated by sizable oil import bills, which resulted in Central Bank sales of fx and a 9% m/m decline in Net International Reserves to U$2.4 billion.
Reservas Internacionais vs Cobertura Imp. (Net International Reserves vs Import Cover)
mio USD (USD millions)
and MZN/EUR 40.63 and annual depreciations of respectively, 10.6% and 13.6% y/y. In a month were the Rand remained relatively weak internationally, breaking the psychological barrier of 9 ZAR per USD, the Metical appreciated to the SA Rand at 3.2% m/m and 3.6% y/y, closing at 3.36 MZN/ZAR.
2006 2007 2008 2009 Dec -10 Dec -11 Jan -12 Feb-12 Mar-12 Apr-12 May -12 Jun-12 Jul-12 Aug -12 Sep -12 Oct-12 Nov -12 Dec -12 Jan -13
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These interventions are likely to limit the local currency volatility, which traded more recently, frequently in the 29 -31 range to the US Dollar. Economic Activity The recent flooding, which impact is currently being accessed, placed many Mozambican families in a difficult humanitarian situation, with negative impact in several economic sectors, including agriculture. Fortunately, the aid, both domestic and international is helping to alleviate the suffering. We do not dispose enough information to justify a downward review in Mozambican economic growth prospects. The adverse weather conditions not only impacted negatively on some cultivated areas, but interrupted road and railway traffic in some regions. Government has recently disclosed recent estimates on output growth for 2012, at 7.6%, in line with GDP growth expectations; unfortunately the detail per sector is not yet available.c
Mercados/Markets STANDARD BANK 43
Anexo (Appendix): Indicadores Macroeconómicos (Macroeconomic Indicators) Indicadores (Indicators) PIB nominal (Nominal GDP) PIB real (Real GDP) PIB per capita (Per capita GDP) População (Population) Inflação média (Average Inflation) - Maputo Exportacoes (Exports) Importações (Imports) Cobertura importações (Import cover) M3, massa monetária (M3, money supply) Crédito a economia (Private sector credit ext. Base monetária (Reserve money)
Unidade (Unit)
Escala (Scale)
2011
2012 (*)
2013(*)
MZN variação percentual (percent change) US Dollars
milhoes (millions)
365.334 7,3 606
414.375 7,5 616
482.871 8,4 649
habitantes (Inhabitants)
milhões (millions)
22,3
23,8
24,4
10,4
2,1
7,5
2.776 4.187 5,2
3.116 4.460 5,8
3.558 4.887 4,8
variação percentual (percent change) US Dollars US Dollars Meses (months)
mil (thousand) mil (thousand)
variação percentual (percent change) variação percentual (percent change) variação percentual (percent change)
Recursos Internos (Internal Resources) MZN Despesa Total (Total Expenditure) MZN Deficit Global (Global Deficit) MZN Donativos (Grants) MZN Deficit após Donativos (Deficit after Grants) MZN Crédito Interno (Internal Borrowings) MZN Crédito Externo (External Borrowings) MZN Fontes (Sources): Banco de Moçambique, Governo de Moçambique, INE, FMI Notas notes: (*) previsão (forecast)
Nota Este documento foi preparado com base em informação de fontes que o Grupo Standard Bank acredita e são confiáveis. Apesar de todo o cuidado ter sido tomado na elaboração deste documento, nenhum analista ou membro do Grupo Standard Bank fornece qualquer garantia ou aceita qualquer responsabilidade sobre a informação contida neste documento. Todas as opiniões, previsões e estimativas contidas neste documento podem ser alteradas após a sua publicação e a qualquer momento, sem aviso prévio. O desempenho histórico não é indicativo de resultados futuros. Os investimentos e estratégias discutidos aqui podem não ser adequados para todos os investidores ou qualquer grupo particular de investidores. Este documento foi elaborado para efeitos informativos, apenas para clientes do Standard Bank ou potenciais clientes e não deve ser reproduzido ou distribuído a qualquer outra pessoa sem o consentimento prévio de um membro do Grupo Standard Bank. O uso não autorizado deste documento é estritamente proibido. Ao aceitar este documento, concorda ser guiado pelas limitações que existem ou que venham a existir. Copyright 2013 Standard Bank Group. Todos os direitos reservados.
millions millions millions millions millions millions millions
8,2 4,6 8,5
N/D (N/A) 18,3 19,7
19,3 19,0 18,4
79.158 141.757 (62.599) 35.285 (27.315) 2.619 24.696
95.538 163.035 (67.497) 34.719 (32.778) 3.150 29.629
113.962 174.955 (60.993) 19.811 (41.182) 3.573 37.609
Disclaimer This research report is based on information from sources that Standard Bank Group believes to be reliable. Whilst every care has been taken in preparing this document, no research analyst or member of the Standard Bank Group gives any representation, warranty or undertaking and accepts responsibility or liability as to the accuracy or completeness of the information set out in this document. All views, opinions, estimates contained in this document may be changed after publication at any time without notice. Past performance is not indicative of future results. The investments and strategies discussed here may not be suitable for all investors or any particular class of investors. This report is intended solely for clients and prospective clients of members of Standard Bank Group and may not be reproduced or distributed to any other person without the prior consent of a member of the Standard Bank Group. Unauthorized use or disclosure of this document is strictly prohibited. By accepting this document, you agree to be bound by the foregoing limitations. Copyright 2013 Standard Bank Group. All rights reserved.
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PRICEWATERHOUSECOOPERS
Recursos Minerais:U e sua dependência do “A minha relação com a PWC ajuda-me a criar o valor que procuro” Esta é a promessa que fazemos aos nossos clientes, aos nossos colaboradores e às comunidades nas quais operamos. Oferecemos uma amplitude de serviços para assessorar os nossos clientes, nas mais diversas áreas, para enfrentar desafios e potenciar o seu desempenho. Local e internacionalmente, a PwC trabalha com as maiores organizações mundiais e com grandes empreendedores. A PwC é uma rede internacional e sustentada de prestação de serviços de elevado profissionalismo. Os nossos serviços, entre outros: Auditoria Consultoria Contabilidade Fiscalidade
PricewaterhouseCoopers Pestana Rovuma Hotel, Centro de Escritórios, 5.º andar, Caixa Postal 796, Maputo, Moçambique T: (+258) 21 350400, (+258) 21 307615/20, F: (+258) 21 307621/320299, E-mail: maputo@mz.pwc.com www.pwc.com
N
o passado dia 11 de Fevereiro de 2013, a PwC Moçambique realizou um “Business Breakfast”, visando discutir os Recursos Minerais enquanto factor de desenvolvimento e as perspectivas futuras deste sector. O evento contou com a presença de S.Exa. o Vice-Ministro de Recursos Minerais da República de Moçambique - Dr. Abdul Razak - e de Tim Goldsmith, Partner da PwC Austrália e PwC Global Mining Leader. O encontro teve o condão de consistir numa excelente combinação do conhecimento local sobre a área de mineração, e do seu papel no desenvolvimento do país, com o conhecimento global da PwC sobre este sector. Esta mescla e partilha de conhecimentos e experiências resultou de duas apresentações, sendo uma do Dr. Abdul Razak, subordinada ao tema “Recursos Minerais para o Desenvolvimento de Moçambique” e uma segunda da autoria de Tim Goldsmith, versando sobre as tendências actuais a nível global deste relevante sector de actividade económica. E resultante da análise crítica das duas apresentações, conclui-se desde logo que para Moçambique os recursos minerais constituem um valoroso factor de desenvolvimento, mas cuja exploração maciça imediata depende igualmente das tendências económicas e financeiras dos mercados internacionais, tendo presente fenómenos exógenos à escala mundial, com maior ênfase para a desaceleração económica verificada em países como a China. Moçambique – Um novo actor na mineração global Ao longo da sua apresentação o Vice-Mirevista capital
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nistro dos Recursos Minerais apresentou as potencialidades e desafios da exploração dos recursos naturais de Moçambique. Mas adiante, Abdul Razak sublinhou que o país assume se cada vez mais como um novo actor de referência no mercado global de minerais, graças as vastas reservas de recursos recentemente confirmados e os projectos que iniciaram ou prevêem começar a produção. O facto ilustra também a tendência do mercado mundial em que as 40 maiores empresas continuaram a mudar para os mercados emergentes, sendo que 19 dessas mineradoras são de ou encontram-se concentradas em mercados emergentes, como o de Moçambique. Mas os desafios que se colocam ao sector ao nível global têm implicações no país, que enfrenta dificuldades logísticas para assegurar a exploração viável dos recursos. “É com alguma preocupação que vemos este desfasamento entre a exploração e as infra-estruturas”, disse Abdul Razak, acrescentando que a “questão essencial é toda a logística necessária que é muito complexa e que não se constrói de um dia para o outro”. Por último, Abdul Razak adiantou que a revisão da legislação de minas e petróleo vai obrigar a um conteúdo local progressivamente maior em termos de bens e serviços para estes sectores, com vista a assegurar e promover o crescimento de pequenas e médias empresas locais. As Tendências Actuais no Mercado Internacional A procura mundial de recursos minerais deverá continuar alta por um longo período estimulado pelo crescimento econó-
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Um Factor de Desenvolvimento os Mercados Internacionais
mico da China, mas garantir a oferta será um desafio devido ao aumento dos custos de produção e redução da rentabilidade dos minérios, aliado a volatilidade dos preços, segundo a PwC. Esta foi a posição expressa e inequívoca do líder global para o sector mineiro da PwC, Tim Goldsmith, tendo acrescentado que “os desafios do futuro serão acerca de levar a oferta (de recursos minerais) através dos projectos certos”. “Continuará a mudança estrutural nos historicamente altos preços das matérias-primas, derivados dos elevados custos de produção e baixa rentabilidade ”, disse ainda Goldsmith, sublinhando contudo que este facto não garante o aumento das margens brutas. Goldsmith afirmou que apesar do certo nervosismo que os mercados demonstram sobre a habilidade da China gerir a
sua economia e a actual transição política, aquele país demonstrou que excede sempre as metas de crescimento económico por si estabelecidas, agora fixadas numa expansão de 7% nos próximos cinco anos. Destacou que aquele país ainda tem uma grande taxa da sua população nas zonas rurais, que com o crescimento económico resultará numa maior urbanização, exigindo mais acesso a recursos minerais. Muitos países em desenvolvimento ou potências emergentes com as mesmas características deverão seguir a mesma tendência da China em termos de crescimento económico e maior urbanização, o que também aumentará a procura em termos de recursos minerais. Trata-se de países como a Índia, Indonésia, Brasil, Rússia e diversos países africanos.
O Crescimento desconexo Apesar de se prever que a procura de minerais se mantenha numa base larga, podendo não ser tão alta como recentemente, a oferta para satisfazer a demanda tem demonstrado ser problemática, segundo o especialista da maior empresa mundial de serviços profissionais. Goldsmith prevê que os primeiros seis meses de 2013 serão difíceis para as empresas mineiras, referindo-se a questões como o contínuo aumento do custo de produção devido a redução da rentabilidade das minas, custos com força de trabalho e acesso a energia e financiamento. “Pode se ter grandes reservas mas é necessário verificar qual será o custo para produzi-las”, disse Goldsmith, indicando que nos últimos meses os preços baixaram cerca de 10 por cento enquanto os custos aumentaram na mesma ordem. Referiu igualmente que dadas as pressões orçamentais, os governos tendem a tributar mais as empresas mineradoras por ser um sector que não pode se deslocalizar. “Se as empresas mineradoras não fazem dinheiro ninguém as vai emprestar dinheiro”, afirmou Goldsmith, indicando que os investidores parecem não acreditar no crescimento a longo prazo do sector. Os participantes ao evento, que contou com a presença de gestores seniores de empresas do ou que prestam serviços ao sector mineiro, sublinharam haver um grande futuro na indústria, apesar dos desafios que se colocam, sobretudo na área de infra-estruturas e logística. De salientar que, estando no mercado moçambicano há mais de 18 anos prestando serviços de auditoria, consultoria e contabilidade, a PwC Moçambique é parte de uma rede mundial representada em 154 países e contando com cerca de 161.000 colaboradores.c março de 2013
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Mineral Resources: A and respective depen “A minha relação com a PWC ajuda-me a criar o valor que procuro” Esta é a promessa que fazemos aos nossos clientes, aos nossos colaboradores e às comunidades nas quais operamos. Oferecemos uma amplitude de serviços para assessorar os nossos clientes, nas mais diversas áreas, para enfrentar desafios e potenciar o seu desempenho. Local e internacionalmente, a PwC trabalha com as maiores organizações mundiais e com grandes empreendedores. A PwC é uma rede internacional e sustentada de prestação de serviços de elevado profissionalismo. Os nossos serviços, entre outros: Auditoria Consultoria Contabilidade Fiscalidade
PricewaterhouseCoopers Pestana Rovuma Hotel, Centro de Escritórios, 5.º andar, Caixa Postal 796, Maputo, Moçambique T: (+258) 21 350400, (+258) 21 307615/20, F: (+258) 21 307621/320299, E-mail: maputo@mz.pwc.com www.pwc.com
O
n February 11, 2013, PwC Mozambique held a “Business Breakfast” aimed at discussing the Mineral Resources as development factor and future perspectives of this sector. The event was attended by the Vice–Minister of Mineral Resources of the Republic of Mozambique, Dr. Abdul Razak, and Tim Goldsmith, Partner of PwC Australia and PwC Global Mining Leader. The gathering had the privilege to consist on an excellent combination of local knowledge on mining and its role on the country’s development, with the global knowledge of PwC regarding the sector. This mix and share of knowledge and revista capital
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experiences resulted from two presentations, being one by Dr. Abdul Razak, related to “Mineral Resources for the Development of Mozambique” and a second one by Tim Goldsmith, related to global Current Trends of this important sector of the economic activity. From the critical analysis of these two presentations, it was concluded that for Mozambique, the mineral resources constitutes a valuable factor of development, however its immediate massive exploration also depends on economic and financial trends of the international markets, bearing in mind exogenous factors worldwide, with emphasis on economic slowdown on countries like China.
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A Development Factor ndency on International Markets Mozambique – A new player in global mining Throughout his presentation, the Vice – Minister of Mineral Resources presented the potential and challenges of exploiting the Mozambique natural resources. Furthermore, Abdul Razak highlighted that the country is becoming increasingly a new reference player on mineral global market, thanks to the extensive reserves of resources recently confirmed and the projects which initiated or plan to start production. The fact also illustrates the trend of the global market which the 40 largest companies continued to shift to emerging markets, with 19 of these miners being either from or primarily concentrated on emerging markets, such as Mozambique. However the challenges faced on a global perspective by the sector, have implications on the country, which faces logistical difficulties to ensure feasible exploitation of resources. “It is with concern that we see this gap between the exploitation and the infrastructure”, said Abdul Razak, adding that “the key issue is all the necessary logistic, very complex and that cannot be built from one day to another”. Finally, Abdul Razak said that the current revision of mining and oil legislation will impose a progressively higher local content in terms of goods and services for these sectors, in order to ensure and promote the growth of small and medium local companies. Current Trends on the International Market The global demand of mineral resources will continue high for a long period
stimulated by China economic growth, but to ensure the supply will be challenging due to increasing of production costs and lower grades, combined with price volatility, according to PwC. This was the expressed and unequivocal position of the PwC global leader for mining sector, Tim Goldsmith, adding that “future will be about bringing on supply through the right projects. Continued structural change to historically high commodity prices, underwritten by higher production costs and lower grades”, Goldsmith also stressed out that this fact does not guarantee increasing gross margins. Goldsmith said that despites of some nervous of the markets on the China’s ability to manage its economy and current political transition, this country has demonstrated that always exceeds the economic growth targets self imposed, now fixed at a 7% growth rate over the next five years. He stressed that the country still has a high percentage of its population on rural areas and the economic growth will result on the increase of urbanization, demanding more access to the mineral resources. Many developing countries or emerging powers with the same characteristics should follow the same trend of China in terms of economic growth and increased urbanization, which will also increase the demand of mineral resources. We are referring to countries such India, Indonesia, Brazil, Russia, and several African countries. The growing disconnect Despite of foreseeing that the demand of
mineral remains, although with increases not as high as until now, to assure that the supply meets the demand has proven to be a problematic issue, according to the expert of the world’ largest professional services firm. Goldsmith foresees that the first six months of 2013 will be difficult for mining companies, referring to issues as the increasing cost of production due to lower grades of mines, employee’s costs and access to energy and funding. “You can have huge reserves but you need to see how you will produce and what will be your production costs”, said Goldsmith, indicating that in recent months the prices decreased about 10 per cent while the costs increased in the same order. He also noted that given the budgets pressures, the government tends to tax more mining companies due to be a sector that cannot be relocated. “If mining companies do not make money, no one will lend them money” said Goldsmith, indicating that investors seem not to believe on the industry long term growth perspective. The event’s participants, which included senior managers of companies from or which provides services to the mining sector, stressed that there is a great future for the industry, despites of challenges, particularly on infrastructure and logistics area. It should be noted that being in Mozambican market for over 18 years providing consultancy, assurance and accounting services, PwC Mozambique is part of a worldwide network represented in 154 countries and with approximately 161.000 employees.c
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BOLSA DE VALORES
Acções da CDM quase triplicam
O
ano de 2012 para o mercado bolsista moçambicano foi marcado por um crescimento assinalável, tendo os indicadores de desempenho registado uma tendência de crescimento em comparação com o ano de 2011. Em termos de valores mobiliários cotados, registou-se uma evolução crescente em quatro títulos de 2011 para 2012. O volume de transacções do mercado cresceu de 394,46 milhões de MT em 2011 para 1.796,38 milhões de MT, no final de 2012, representando um crescimento de 355,40%. As Obrigações do Tesouro tiveram um contributo de 88,0% no volume global de transacções. Por outro lado, o grande destaque foi para as acções da CDM - Cervejas de Moçambique, S.A, que registaram uma subida da cotação de 43,00MT no final de 2011 para 113,60MT no início de 2012, em resultado do aumento de capital social no valor de 40 milhões de MT, tendo-se registado uma maior procura destes títulos, e um volume de transacções com um peso de 6,8%, sendo assim, o segundo título com maior liquidez no mercado bolsista moçambicano, a seguir às Obrigações do Tesouro 2012.
Evolução dos Dividendos - 2012 Acções da CMH – Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos, S.A
Acções da CDM – Cervejas de Moçambique, S.A
Volume de Transacções por Valores Mobiliários Papel Comercial
2.1%
Acções
7.0%
Obrigações Corporativa
Obrigações do Tesouro
2.9%
88.0%
Em termos da sua dimensão, a capitalização bolsista do mercado evoluiu de 16.998,24 milhões de MT em 2011 para 31.970,75 milhões de MT em 2012, correspondente a uma taxa de crescimento de 88,08%. Este valor, equivalente a 1.079,72 milhões de USD, constitui um facto marcante na história da Bolsa de Valores de Moçambique, visto que se trata do mais elevado valor desde a sua inauguração.
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A Bolsa de Valores de Moçambique na Região da SADC No âmbito das suas relações exteriores, a Bolsa de Valores de Moçambique acolherá no 2º semestre de 2013 a 44ª Reunião do CoSSE – Comité das Bolsas de Valores da SADC, que congrega a totalidade das Bolsas de Valores da região da SADC. Esta será a quinta vez que a Bolsa de Valores de Moçambique, acolherá um evento desta envergadura, juntando os Presidentes e os mais altos quadros das Bolsas de Valores, corretores de bolsa e demais especialistas de mercado, depois de já o ter feito nos anos de 2001, 2004, 2006 e 2009. De referir que o CoSSE, reunido de 24 a 25 de Junho de 2012, em Gaberone, Botswana, definiu a necessidade de criação de 3 Subcomités de trabalho para a implementação de iniciativas identificadas no seu Plano Estratégico 2012-2016, cabendo à Bolsa de Valores de Moçambique, a responsabilidade pela coorde-
nação do Subcomité para a Capacitação e Visibilidade das Bolsas de Valores, tendo como atribuições, interagir com as Bolsas de Valores, os reguladores, os corretores, os investidores e outros intervenientes do mercado de capitais, de forma a desenvolver e coordenar acções de formação; fortalecer o novo website do CoSSE, ajudando os membros a actualizarem os seus websites e a assegurando que a informação de cada uma das Bolsas de Valores seja disseminada internacionalmente. Os trabalhos dos três subcomités do CoSSE, integrados no seu plano estratégico 2012-2016, visam fundamentalmente, o alcance do seu maior objectivo, a criação de um bloco economicamente forte a nível da região da SADC, através da interligação das Bolsas de Valores, mantendo cada uma delas a sua independência e autonomia.c Website:www.bolsadevalores.co.mz
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STOCK EXCHANGE
Quotes of CDM almost triple
F
or the Mozambican stock market, the year 2012 was marked by remarkable growth and the performance indicators have registered a growth trend in comparison with the year 2011. In terms of listed securities, there has been an increasing evolution by four bonds from 2011 to 2012. The market turnover has grown from MT394.46 million in 2011 to MT 1,796,380,000 at the end of 2012, representing an increase of 355.40%. On one hand, Treasury Bonds had a contribution of 88.0% in the total turnover. Moreover, major highlight goes to CDM shares – Cervejas de Moçambique, SA which recorded a rise in the price from MT 43.00 at the end of 2011 to MT 113.60 in early 2012 as a result of the share capital increase amounting to MT40 million. Therefore, there has been greater demand for these securities and there was a turnover with a weight of 6.8%, thus becoming the second with more liquidity in Mozambican stock market following the Treasury Bonds in 2012.
Evolution of Dividends - 2012 CMH Shares- Companhia Moçambicana de Hidrocarbonetos, S.A
CDM Shares – Cervejas de Moçambique, S.A
Mozambique Stock Exchange in the SADC Region In terms of size, the stock market capitalization has increased from MT16, 998,240,000 in 2011 to MT31, 970,750,000 in 2012, representing a growth rate of 88.08%. This figure, equivalent to USD1.07972 billion, is a remarkable fact in the history of Mozambique Stock Exchange, for being the highest value since its inauguration.
As part of its foreign relations, Mozambique Stock Exchange will host in the 2nd half of 2013 the 44th Meeting of CoSSE - Committee of SADC Stock Exchanges, which brings together all the stock exchanges in the SADC region. This will be the fifth time that Mozambique Stock Exchange will have hosted an event of this scale, bringing together CEOs and the most senior corporate executives from Stock Exchanges, brokers and other market experts after having done so in the years 2001, 2004, 2006 and 2009. Note that CoSSE, which gathered from 24 to 25 June 2012 in Gaborone, Botswana, has identified the need to create three working subcommittees in order to implement the initiatives that were identified in its 2012-2016 Strategic Plan. However, it is for Mozambique Stock Exchange to coordinate
the Stock Exchanges Training and Visibility Subcommittee, and one of its tasks is to interact with the Stock Exchanges, regulators, brokers, investors and other stakeholders of the capital market in order to develop and coordinate training; strengthen the new CoSSE website, helping its members to update their websites and ensuring that the information of each of the Stock Exchanges is disseminated at international level. It should also be mentioned that the work of the three CoSSE subcommittees that is included in its 2012-2016 Strategic Plan, fundamentally aims at meeting the scope of its wider objective which is the creation of an economically powerful bloc within the SADC region, through the interconnection of Stock Exchanges while maintaining their independence and autonomy.c Website:www.bolsadevalores.co.mz
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Perspectiva DESENVOLVIMENTO
Associação de produtores de Macuvulane:
Um laboratório de desenvolvimento inclusivo No posto Administrativo de Xinavane e zonas circunvizinhas, a vida sempre andou ao ritmo da maior companhia açucareira da região Sul e uma das maiores do País, ali instalada. Enquanto alguns moradores da região encontraram trabalho na fábrica e nas plantações de cana-de-açúcar, a maioria da população local vinha assistindo de longe ao desenvolvimento da mega-empresa sem poder comparticipar nem beneficiar dele. Este cenário tem vindo a alterar-se desde que há sete anos as atenções deixaram de se concentrar apenas na mega-empresa local para se atender também ao potencial dos pequenos produtores locais. Um projecto do Governo de Moçambique, financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) construiu um pequeno sistema de irrigação e contratou a Gapi-SI para organizar a comunidade local a rentabilizar essa infraestrutura, bem como para a apoiar no acesso a serviços financeiros.
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s actuais intensos debates académicos e de política de desenvolvimento sobre “agricultura comercial versus sector familiar”, “ligações de mercado”, “vias para aumento da produtividade agrícola” e, enfim, a questão de fundo que é a do “desenvolvimento económico inclusivo” são temas da máxima importância para o futuro de Moçambique. Estes debates encontram agora algumas respostas no “laboratório” que a parceria estratégica entre o Governo e a Gapi criou em Macu-
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vulane. No passado dia 7 de Fevereiro, e sob o pretexto do lançamento da primeira pedra de um centro de saúde destinado a servir a comunidade de Macuvulane, foi recordado que há sete anos aqueles camponeses andavam descalços e viviam em pobres cabanas de pau-a-pique. Hoje, naquela aldeia, a maioria das casas é de alvenaria, alguns têm motorizadas, outros até compraram pequenas viaturas e as mulheres camponesas, em dias de festa, ostentam bonitas capulanas e não há criança que
passe fome e não vá à escola. No lançamento da pedra de edificação do centro de saúde da aldeia, a festa e alegria foram generalizadas. Porém, a atenção virou-se para as 198 famílias que integram a cooperativa de produtores de cana de Macuvulane e à relação que ela criou com a Gapi, através da qual mobilizou assistência à gestão dos seus negócios, acesso a financiamentos acima de meio milhão US dólares e agora até a constituição de um banco comunitário na aldeia. Hoje, o “driver” do desenvolvimento de Magude
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e Macuvulane já não é apenas a grande “Açucareira de Xinavane”. O “laboratório” de Macuvulane está a ser replicado pela Gapi em diversas zonas do País, como uma aposta de que a estratégia de desenvolvimento de Moçambique deve integrar milhões de pequenos produtores. Exemplo de organização, de produção e de inclusão A Associação dos Camponeses de Macuvulane, localizada no distrito de Magude, na zona de influência da Açucareira de Xinavane, é uma das 32 Associações de agricultores, beneficiárias do então Programa de Irrigação de Pequena Escala (Small Scale Irrigation Project - SSIP), da iniciativa do Governo Moçambicano que contou com financiamento do Banco Africano de Desenvolvimento e assistência técnica e financeira da Gapi-SI. Em Macuvulane, o Governo construiu o regadio que abastece os cerca de 200 hectares de terra, no âmbito do SSIP, que visava aumentar de forma sustentável, o rendimento doméstico e a segurança alimentar dos pequenos produtores familiares através da (1) expansão das áreas irrigadas, (2) aumento da produtividade e rentabilidade agrícola e (3) fortalecimento da organização e capacitação dos camponeses. Após anos de inactividade, a Associação dos Camponeses de Macuvulane foi relançada com o apoio da Gapi, que interveio com uma metodologia combinando
serviços de apoio ao desenvolvimento de negócios, criação e ou reforço das instituições dos produtores, particularmente a organização de um sistema de auto-ajuda para poupança e empréstimo, que, por sua vez facilita o acesso a créditos comerciais para aquisição de equipamentos e meios de trabalho nas campanhas agrícolas. A actividade central da associação é o cultivo da cana-de-açúcar, que é vendida à Açucareira de Xinavane, o motor de desenvolvimento da região. As produções anuais de cana realizadas pela associação nos cerca de 200has aproveitados oscilam entre as 16 a 19 mil toneladas. Dada a qualidade do sistema de regadio construído pelo SSIP e a assistência técnica prestada pela Açucareira de Xinavane, tem-se conseguido produtividades superiores a 80 toneladas de cana por hectare. As receitas financeiras são boas. Contudo, desde há dois anos deram início à diversificação, investindo na produção de culturas alimentares. De acordo com o Presidente do Conselho da Administração da Gapi-SI, desde a sua criação, a Associação já recebeu da Gapi vários créditos que totalizam cerca de 15 milhões de meticais tendo cumprido com o plano de reembolsos dentro do prazo. E justificou o sucesso dizendo que “quando a assistência às organizações de produtores e o acompanhamento das suas lideranças, bem como a avaliação e estruturação das operações de financiamento são
feitas de forma profissional e com rigor, as taxas de reembolso são altas” “É uma organização exemplar de produtores de pequena escala. Os seus membros mostram trabalho e organização, particularmente as mulheres, das quais, uma delas, é a líder do movimento. Em sete anos receberam 15 milhões e pagam as dívidas sem atraso. Estão a criar uma base económica, que dá sustento e estimula benefícios sociais como este centro de saúde para o qual, hoje, aqui, modestamente demos o nosso contributo”, disse o PCA da Gapi no âmbito do lançamento da primeira pedra para a construção de um Centro de Saúde de Macuvulane (ver caixa). “O desenvolvimento sustentado da economia de Moçambique depende do esforço que se fizer para multiplicarmos por todo o País, organizações produtivas que integrem os produtores de pequena escala, as famílias rurais e promovam o seu potencial produtivo. Isto tem de ser feito em interligação e complementaridade com os investimentos de maior vulto que algumas médias e grandes empresas estão a realizar. Mobilizar recursos para criar réplicas deste tipo de organizações é o objectivo estratégico da Gapi”- acrescentou o PCA da Gapi. Empoderamento da Mulher e melhoria das condições de vida das famílias As acções de apoio ao desenvolvimento inclusivo implementadas pelo Governo e seus parceiros nesta associação reflectem-se directamente na melhoria das condições da vida das famílias. Actualmarço de 2013
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mente a Associação conta com 189 membros, dos quais 89 (47%) são mulheres. Mulheres trabalhadoras que ajudam na melhoria da renda familiar, construção de habitações melhoradas, dieta alimentar mais equilibrada, forte participação nas despesas da educação dos filhos, são alguns dos avanços relatados pelos camponeses de Macuvulane, como resultado do apoio da Gapi. “A força desta associação nasceu com a ajuda da Gapi. Trabalhámos nesta terra desde o período colonial, plantávamos a depender da chuva e quase nada colhíamos. Eu nunca tive uma casa melhorada, mas hoje é o que vêem. Tenho esta casa, comprei estas cadeiras, tenho electrodomésticos e mobílias. Crio aves e outros animais. Não nos falta o que comer. Isto é desenvolvimento”, diz Fernando Cossa, membro-fundador da associação e secretário do Bairro 4 de Maguiguana. Sofia Cuacua, membro e presidente da associação dos camponeses de Macuvulane está feliz porque agora pode suportar as despesas da família. “Os aconselhamentos e finaciamentos
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que vieram da Gapi mudaram a nossa vida. Trabalho na associação e com este valor que recebo, consigo ajudar meu marido nas despesas da casa, na escola dos nossos filhos. Antes só esperava pelo dinheiro do meu marido”, afirma entusiasta. “Nos últimos anos vivia em Maputo, onde trabalhava como torneiro mecânico, mas hoje voltei aqui na minha terra e levo uma vida melhor do que a que estava a levar em Maputo”, diz João Chongo, membro e funcionário da associação. A Gapi financiou diversas actividades da associação como aquisição de equipamentos e máquinas agrárias, nomeadamente tractores, alfaias, adubos. Porém, a Administradora do Distrito enalteceu o apoio à constituição de uma Organização de Poupança e Empréstimo. “Um microbanco deste tipo permite que as famílias façam uma melhor gestão ao longo do ano das receitas da cana que só ocorrem uma a duas vezes por ano. Sendo esta OPE propriedade dos camponeses locais, são eles que beneficiam das suas próprias poupanças.”c
Governo satisfeito quer réplicas de “macuvulanes” pelo País No início do passado mês de Fevereiro, a Governadora da Província de Maputo, Maria Elias Jonas, procedeu ao lançamento da primeira pedra para a construção de Centro de Saúde de Macuvulane, uma oferta da Gapi-SI em Parceria com o Banco Árabe para o Desenvolvimento Económico de África – BADEA, que visa “premiar o esforço da associação de camponeses de Macuvulane na transformação e melhoria da actividade social e económica daquela comunidade”, segundo palavras do PCA da Gapi. A governadora de Maputo manifestou a sua satisfação com o trabalho da Associação e o papel da Gapi na organização dos produtores. Pediu que o exemplo de Macuvulane seja replicado para mais regiões da província e do País. “Fiquei muito impressionada com o que acabei de ver aqui. Ouvi as nossas mamãs a lerem com muita segurança, a dizerem coisas positivas sobre a sua vivência,…. Sobretudo disseram algo muito importante: que para acabar com a nossa pobreza é necessário o trabalho e unidade. É essa a grande agenda do Governo. É necessário que todos juntemos os esforços pra trabalhar” – afirmou a Governadora de Maputo, congratulando a associação, a Gapi, o BAD e o BADEA pelo seu trabalho em Macuvulane. Sobre o Centro de Saúde que acabara de lançar a primeira pedra para a sua construção, a chefe do Governo de Maputo disse que vai ajudar muito no cumprimento do Plano Económico e Social do Governo, aumentando o acesso à saúde às comunidades, reduzindo os índices de moralidade infantil, aumentando a taxa de partos institucionais e salvar muitas vidas. A representante do BADEA no evento, Fátima Gimo, disse que a contribuição da instituição financeira na construção do Centro de Saúde de Macuvulane visa apoiar socialmente a comunidade local. O BADEIA trabalha em Moçambique desde 1974, tendo financiado, por exemplo, a recuperação da Açucareira de Xinanvane.c
UP GRADE
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Cidadela da Matola
Um projecto abortado?
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assam-se três anos desde que foi anunciada publicamente a construção do megaprojecto imobiliário “Cidadela da Matola”. Uma parceria entre as empresas sul-africanas McCORMICK - Propriedade de Desenvolvimento, PIC - Public Investiment Corporation (detentora de 50% dos centros comerciais na África do Sul), e a empresa moçambicana SFI (consórcio moçambicano constituído por empresas de investimento), num esforço financeiro global estimado em cerca de 220 milhões de dólares. Projectava-se construir no terreno do antigo Centro de Transmissão da Rádio Moçambique, na Cidade da Matola, um centro comercial de 46 mil metros quadrados, edifícios para escritórios, uma zona residencial, uma clínica privada e um centro de saúde, um centro desportivo e ginásio, uma zona hoteleira com centro de conferências, zona para vendas e serviços de produtos automóveis, zona de mercado grossista e várias áreas para restaurantes, parques e jardins, para além de um complexo governamental de quatro edifícios com diversos departamentos do Governo
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da Província de Maputo, e um para o Conselho Municipal da Matola. O rol de realizações era de se perder o fôlego! Parcerias foram firmadas, investimentos estipulados, tarefas divididas. Enfim, o plano estava devidamente traçado conforme anunciou na ocasião Lúcio Sumbana, o administrador do projecto. Entretanto, nada foi erguido no local, e a mata tomou conta do espaço em questão. Previsões naquela época eram de que as obras do centro comercial iniciassem em Julho de 2010 e que durassem pelo menos 18 meses. Ou seja, por esta altura já deveríamos estar a gozar os prazeres desse templo comercial… A ideia do grupo era dar resposta ao rápido crescimento da economia moçambicana e à falta de habitação principalmente para os jovens recém-formados. Na zona residencial “Cidadela da Matola”, era suposto os jovens adquirirem casas (ou apartamentos) de qualidade a preços entre os 120 a 210 mil dólares. Era suposto também criar-se milhares de novos postos de trabalho. Na altura, e a avaliar pela pompa e circunstância do lançamento oficial do projecto,
algumas empresas e particulares devem ter feito a reserva de espaços para habitação, escritórios e outros empreendimentos na Cidadela, num ímpeto que ainda não passou de um sonho. Numa entrevista concedida pelo presidente do Município da Matola, à revista Capital em Julho de 2012, Arão Nhancale deu o seguinte ponto de situação: «Para este projecto foi aprovado o estudo de viabilidade e de impacto ambiental. Foi igualmente lançada a mobilização dos fundos e dos parceiros interessados, sendo um projecto grande. Mas a sua materialização está nas mãos de privados. O que fazemos a nível institucional é dar um suporte, aprovando os instrumentos importantes legais que nos competem, como é o caso do estudo de impacto ambiental e do apoio e aprovação do projecto de construção». A verdade é que nunca mais se ouviu mais falar desde projecto, abafando assim a esperança dos que nele acreditaram. Para quando será? Eis a questão. Ou será a “Cidadela da Matola” mais um daqueles projectos que nunca irá ver a luz do dia?c
An aborted project?
t has been three years since the construction of a real estate megaproject was publicly announced - “Cidadela da Matola.” This megaproject is a result of a partnership between South African companies McCORMICK - Property Development, PIC Public Investment Corporation (which owns 50% of the shopping centres in South Africa) and the Mozambican company SFI (Mozambican consortium consisting of investment firms), in an overall financial effort estimated at around 220 million dollars. A shopping centre of 46 thousand square metres, office buildings, a residential area, a private clinic and a health centre, a sports centre and gym, a hotel area with a conference centre, an area for sales and services of automotive products, wholesale market area and several areas for dining, parks and gardens, in addition to a government complex of four buildings with various departments for the Provincial Government of Maputo, and one for the Municipal Council of Matola were projected to be built on the site of the former Central Transmission of Radio Mozambique, in Matola City. Anyone would run out of steam with this list of accomplishments! Note that partnerships were made, investments were stipulated and tasks were divided. Moreover, the plan had duly been drawn up as Lúcio Sumbana said on the occasion, the project manager. However, nothing has been built on the site, and the bush has taken over the space in question. Works for the building of the commercial centre were expected to start in July 2010 and they would last for at least 18 months. That
is, we should be enjoying the pleasures of this commercial temple by now... It should be underlined that the idea of the group was to respond to the rapid growth of the Mozambican economy and the lack of housing especially for young graduates. In the residential area “Cidadela da Matola”, young people were supposed to acquire quality houses (or apartments) at prices ranging from 120 to 210 thousand dollars. Thousands of new jobs were expected to be generated. At the time, and by evaluating the pomp and circumstance of the official launch of the project, some companies and individuals might have booked space for housing, offices and other businesses in the Cidadela, in a momentum that is still a dream. In an interview with the Mayor of Matola city by the Capital magazine in July 2012, Arão Nhancale said the following: “For this project, the feasibility and environmental impact study has already been approved. The mobilization of funds and interested partners for being a large project has also been launched. But its materialization is in the hands of the private sector. What we do institutionally is to give support, passing the required important legal instruments, such as the environmental impact study and the support and approval of the construction project. “ Should the truth be told, this project has been talked about since then, thus dampening the hopes of those who believed in it. When is it going to be built? That is the key question. Or will the ‘Cidadela da Matola’ be one of those projects that will never be fulfilled?c março de 2013
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Perspectiva AMBIENTE
Resíduos sólidos valem dinheiro! Arsénia Sithoye (entrevista)
Os focos de lixo espalhados por todos os lados são uma tónica comum na cidade de Maputo. O director da área de Gestão dos Resíduos Sólidos Urbanos e Salubridade do Município, João Mucavele, fala dos desafios que enfrenta em busca da gestão adequada dos resíduos sólidos. O lixo já é uma fonte de rendimento para muitas famílias, mas poderá vir a produzir ainda mais dinheiro.
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Perspectiva AMBIENTE 57 O Conselho de Ministros aprovou, em Agosto, a Estratégia de Gestão de Resíduos Sólidos Urbanos. Decorridos três meses, qual é o estágio da implementação desta estratégia? O Município de Maputo tem uma estratégia de gestão integrada de resíduos sólidos urbanos há mais de cinco anos. Portanto, neste plano são considerados todos os elementos que têm a ver com a gestão de resíduos sólidos. Trata-se de um Plano Director que pressupõe a consideração de todos os elementos de gestão e de todos os parceiros. Fazem parte dos principais elementos da gestão de resíduos sólidos a produção, transporte, redução, reutilização, tratamento e deposição. Por outro lado, existem os agentes, que são os produtores de lixo, os munícipes, as indústrias, o comércio, as empresas com quem trabalhamos na recolha e redução do lixo, algumas organizações como a Livhaningo, os voluntários e outros movimentos cívicos, e naturalmente a Assembleia Municipal. O Plano Estratégico já vem sendo implementado. Saímos de uma situação em que recolhíamos 120 toneladas de lixo por dia, há cerca de 10 anos, e hoje já atingimos as 800 toneladas diárias. Isto não significa que todo o lixo produzido é recolhido, mas é sinal de que estamos a crescer.
“O Plano Estratégico já vem sendo implementado. Saímos de uma situação em que recolhíamos 120 toneladas de lixo por dia, há cerca de 10 anos, e hoje já atingimos as 800 toneladas diárias. Isto não significa que todo o lixo produzido é recolhido, mas é sinal de que estamos a crescer. Estamos num estágio que ainda não nos satisfaz, mas que já apresenta resultados. O importante é que temos uma estratégia que nos ajuda a ter uma visão, metas por alcançar e indicadores claros a serem seguidos.”
Estamos num estágio que ainda não nos satisfaz, mas que já apresenta resultados. O importante é que temos uma estratégia que nos ajuda a ter uma visão, metas por alcançar e indicadores claros a serem seguidos. Existem parcerias com algumas entidades públicas ou privadas para a gestão do lixo? Quantas são? Em que consistem? Existem 37 pequenas empresas constituídas nos bairros por elementos desses mesmos bairros, que têm contratos e são pagas pela edilidade. Estas microempresas têm a função de recolher o lixo das casas até ao ponto de transferência, que é um contentor de 12 metros cúbicos, o que tecnicamente chamamos de recolha primária. Temos igualmente um contrato com uma grande empresa, a Enviro Service com a qual recolhemos os resíduos dos pontos de transferência para a deposição final. Se esta empresa tiver deficiência na recolha dos contentores, afecta imediatamente as microempresas. Entretanto, temos tido reuniões regulares com as 37 microempresas e com a empresa grande para correcções, concertações e constantes diálogos. Que factores contribuem para a fraca gestão dos resíduos sólidos no Município de Maputo? Temos vários factores interligados entre si, sendo o primeiro, o factor meios. Na área suburbana temos as microempresas e uma grande empresa a fazerem o trabalho. No interior da cidade há sítios em que a recolha dos resíduos sólidos é feita pelo Conselho Municipal e outra parte é feita por uma empresa. O equipamento que o Conselho Municipal possui não é o desejável, mas o possível, devido a limitações financeiras. Temos aqui viaturas que em condições normais já deviam estar arrumadas. As viaturas são exíguas. Já em termos de recursos humanos,estamos sempre em constante formação e treinamento, pois o factor humano é muito importante para dar resposta ao problema da gestão de resíduos sólidos. Por outro lado, as empresas contratadas também enfrentam os mesmos problemas. Infelizmente têm limitações, apesar de termos conseguido essas empresas em concursos internacionais. Mesmo as microempresas que operam nos bairros foram submetidas a concursos para o apuramento. Ainda no que concerne aos constrangimentos, quero falar da consciência dos munícipes. Há uma parte, que embora pequena, perturba o sistema: não respeitam o horário de deposição, e depositam
material impróprio como pedras, troncos e ramos. Outros acham que pelo facto de pagarem taxa de lixo devem agir como bem entendem. É verdade que a taxa é uma grande contribuição, é boa, mas está efectivamente longe de por si só responder ao trabalho de recolha e transporte do lixo. O que tem feito o Município para solucionar esse problema? O Governo da cidade tem procurado parceiros para colmatar a parte que a taxa de lixo não cobre. Um dos parceiros é o Banco Mundial, no contexto do pró-Maputo. Entretanto, não atinge os 100% pois na óptica deles, quem produz lixo deve pagar pela recolha – poluiu, pagou - portanto, é um apoio que não será definitivo. Numa situação destas, já devíamos ter agravado as taxas, mas temos consciência de que muitos não têm capacidade de pagar o custo real para a remoção do lixo que produzem em casa. Considerando as dificuldades, e agora com o agravamento dos “chapas”, vamos adiando e o Município procura financiar até onde pode. Os conselhos municipais de Maputo e da Matola rubricaram recentemente um acordo de construção de um aterro sanitário para a gestão de lixo de ambas as cidades. Que mudanças esta infraestrutura trará para os dois municípios? Vai trazer grandes mudanças. Os dois municípios (Maputo e Matola) conscientes de que os munícipes devem ter acesso aos serviços desse aterro, estão a mobilizar fundos para construir o aterro. Através de um concurso internacional vamos contratar gestores. Neste momento, a capacidade económica do Município só da para construirmos um aterro. Já temos 100 hectares, que estão em processo de demarcação e vedação, e há uma comissão mista das duas urbes para trabalhar no assunto. O aterro sanitário não vai reduzir problemas de lixo, mas vai reduzir os problemas de saúde e a indisciplina dos catadores de lixo. O novo aterro será vedado, melhor organizado e o lixo vai ser acondicionado de forma económica e social. O lixo só vai lá depois de ter sido reduzido, reciclado, reutilizado e compostado. Que futuro espera a actual lixeira do Hulene? A lixeira do Hulene será encerrada. Publicamos recentemente um concurso público no sentido de encontrarmos um jurista para preparar um termo de referência para posterior exploração de gás e energia naquela lixeira, pois lixo é dinheiro.c março de 2013
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EnviroNment Outlook
Solid waste is worth money! ArsĂŠnia Sithoye (interview)
he waste scattered everywhere is a common concern in Maputo city. The director of the area of Solid Waste Management and Health of the Municipality, JoĂŁo Mucavele, talks about the challenges he faces in search of the proper management of solid waste. Waste is now a source of income for many households, but it is likely to produce more money.
The Council of Ministers approved in August the Management Strategy of Municipal Solid Waste. It has been three months now, at which stage is the implementation of this strategy? revista capital
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Maputo city has put in place a strategy for the integrated management of municipal solid waste for more than five years. Note that all the elements that have to do with solid waste manage-
ment are considered in this plan. This is a Master Plan that requires the consideration of all management elements and partners. The main elements of the manage-
EnviroNment Outlook Are there any partnerships with public or private entities for waste management? How many are they? In what they consist? There are 37 small businesses in the municipal areas established by elements of those municipal areas, which have contracts and are paid by the municipal council. These microenterprises have the task of collecting waste from homes to the transfer point, which is a container of 12 cubic metres, which is technically called primary collection. We also have a contract with a big company, Enviro Service with which we collect waste from the transfer points for final disposal. If this company has problems in collecting containers, it immediately affects microenterprises. However, we have had regular meetings with the 37 microenterprises and with the big company for corrections, constant consultations and dialogues.
ment of solid waste include production, transportation, reduction, reuse, treatment and disposal. On one hand, there are agents which are the producers of waste, the residents, industries, commerce, the companies with which we work in collecting and reducing waste, some organizations like Livhaningo, volunteers and other civic movements, and naturally the Municipal Assembly. The Strategic Plan is already being implemented. We have passed the phase at which we used to collect 120 tons of waste per day, for about 10 years, and today we have reached 800 daily tons. This does not mean that all the waste produced is collected, but it is a sign that we are growing. We are at a stage that still does not satisfy us, but it already shows results. The important thing is that we have a strategy that helps us to have a vision, goals to be achieved and clear indicators to be followed.
What factors contribute to poor solid waste management in Maputo city? We have several interlinked factors, the first being the means. In the suburban area we have the microenterprises and a big company doing the work. Within the city there are places where the collection of solid waste is made by the Municipal Council and in the other places the collection is made by a company. The equipment that the Municipal Council has is not desirable, but the possible due to financial constraints. We have cars that in normal conditions should not be on the roads. Vehicles are scanty. In terms of human resources, we are always in constant capacity building and training because the human factor is very important for addressing the problem of solid waste management. Moreover, the companies that we have hired also face the same problems. Unfortunately they have limitations, although these companies were hired in international tenders. The microenterprises operating in the municipal areas have also undergone public tenders. Still in the context of constraints, I want to talk about the awareness of the citizens. There is a segment of the citizens, although small, that disturbs the system: it does not respect the disposal time, and it dumps inappropriate material such as rocks, tree trunks and branches. Others think that because they pay garbage fee they should act as they please. It is true that the fee is a major contribution, it is good, but
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it is actually far from responding to the work regarding the collection and transportation of waste. What has the Municipal council done to solve this problem? The city Government has been seeking partners to bridge the gap that the garbage fee does not cover. One of the partners is the World Bank in the context of pro-Maputo. However, it does not cover 100% because in their opinion, who produces garbage should pay for its collection - polluted, paid - so it is not a permanent support. In such a situation, we should have increased the fees, but we are well aware that many are unable to pay the actual cost for the removal of garbage they produce at home. Considering the difficulties, and now with the increase of the price of public transport, the so called â&#x20AC;&#x153;chapasâ&#x20AC;?, we keep postponing it and the Municipal council always tries to finance it as far as it can. Maputo and Matola municipal councils have recently signed an agreement for the construction of a landfill for waste management in both cities. What changes will this infrastructure bring for the two municipalities? It will bring big changes. The two municipalities (Maputo and Matola) are well aware that the citizens should have access to this landfill, so they are raising funds in order to build the landfill. Through an international tender we are going to hire managers. Right now, the economic capacity of the municipality is only for building a landfill. We have 100 hectares which are in the process of demarcation and fencing, and there is a joint committee from the two large cities to work on it. The landfill will not reduce waste problems, but it will reduce health problems and the indiscipline of the solid waste collectors. The new landfill will be fenced, better organized and the solid waste will be packaged in an economic and social manner. Solid waste will only go there after being reduced, recycled, reused and composted. What future holds for the current dumping ground of Hulene? The dumping ground of Hulene will be closed. We recently have published a call for tenders in order to find a lawyer for preparing the terms of reference for further exploration of gas and energy in that dump, because solid waste is money. c março de 2013
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EMPREENDER
Por AMOR ao lixo O problema do lixo em Maputo e na Matola tem motivado debates, conferências e workshops. A busca de soluções é uma prioridade. Por um lado, há falta de recursos por parte das entidades competentes. Por outro, há falta de consciencialização dos munícipes. A Associação Moçambicana de Reciclagem AMOR, face ao problema, explica através do seu presidente, Stephane Temperman, a melhor forma de gerir e valorizar os resíduos. Arsénia Sithoye (texto)
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egundo Stephane Temperman, presidente da Associação Moçambicana de Reciclagem (AMOR), empresa sem fins lucrativos, fazer gestão de resíduos é dar um destino correcto a cada resíduo sólido. Nesse âmbito, encontram-se nos municípios de Maputo e da Matola sete ecopontos - locais onde os ‘catadores’ ou outros agentes depositam os lixos recolhidos e destinados à reciclagem. O objectivo da AMOR é vir a ter 15 ecopontos sustentáveis, com recolhas de 400 toneladas de resíduos por mês, garantindo 50 empregos directos e 150 indirectos. «Podíamos reciclar muito mais. Mas só podemos fazê-lo num mercado que seja
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pelo menos auto-sustentável», afirmou Temperman. Esta Associação tem trabalhado com o sector privado no que concerne à prestação de serviços e à consciencialização. Nesse sentido, a AMOR coloca caixotes para a separação de papel nas empresas, para além de proporcionar formação do pessoal de limpeza. Um dos entraves com que a AMOR se tem deparado ao longo da sua missão passa pelo modo como as pessoas pessoas encaram a dimensão dos resíduos sólidos, mais concretamente, pelo preconceito que faz com que não se respeite as pessoas que trabalham com o lixo. Um dos grandes trabalhos desta associação nas empresas, passa por incutir no
pessoal a valorização do trabalho à volta do lixo, para que os que lidam directamente com o lixo comecem a ter orgulho da sua actividade profissional. Daí a importância da formação na área de limpeza e uma posterior mudança de comportamento de todo o pessoal da empresa. «Fazemos campanhas nas empresas, na sociedade civil, através da televisão ou rádio, produzimos flyers, participamos em eventos nas universidades, escolas, entre outros locais. Os nossos serviços são mais solicitados por instituições, embaixadas, Nações Unidas, ONG´s, pessoas que já têm consciência ambiental, do que por empresas porque temem os custos», revelou Stephane Temperman.
EMPREENDER Reciclagem: Óleo de cozinha já é transformado em biodiesel A reciclagem é uma área bastante complexa, segundo o presidente da AMOR, que acrescenta que em Moçambique o processo vai da separação e compactação dos resíduos à fase da produção de matéria-prima para as indústrias. Posteriormente, esta é exportada para países como a África do Sul, índia, China e Paquistão que são os que mais compram no mercado internacional. «Fornecemos serviços aos hotéis no sentido de colocarmos lá o nosso pessoal para fazer a separação dos resíduos e
formar o valor dos resíduos em material escolar. «Trata-se de um concurso diário, em que numa fase inicial, iremos colocar em 10 ou 15 escolas meios de separação de resíduos como lata, papel, papelão e plástico. Não queremos que as crianças comecem a vasculhar os baldes de lixo na escola, mas que comecem a fazer a separação em casa e tragam à escola. Nós vamos recolher nas escolas e transformar o valor dos resíduos em material escolar», explicou. No quadro do concurso, serão classificadas mensalmente as melhores escolas e
registarem todo o fluxo, de modo a que se quantifiquem os resíduos reciclados. Começamos também com a reciclagem de óleo de cozinha usado para transformá-lo em biodiesel», avançou aquele dirigente. Segundo Temperman, não há consciência nem respeito pela área ambiental em Moçambique pois nunca houve uma educação face à preservação do ambiente, gestão de resíduos, da água e energia. «É preciso consciencializar as pessoas e isso começa desde pequeno», sublinha.
premiadas, sendo este concurso importante não só pelo impacto que causará no ensino em si, mas pela própria concorrência entre as escolas. A participação da AMOR no projecto far-se-á através do apoio na recolha dos resíduos, na monitoria do fluxo, reciclagem, transformação, aquisição de material para pelo menos 60 escolas de Maputo e Matola, até 2015. Ao todo estarão envolvidos no concurso cerca de 100 mil alunos, e, devido a este elevado numero, projecta-se a criação de uma vitrina ambiental num lugar público, onde se possa mostrar como se faz uma boa gestão ambiental, compostagem, reciclagem da água, energia, entre outros. «Na África do Sul, o concurso começou há cerca de 19 anos e teve um grande impacto, e este país supera a taxa de re-
Como transformar o lixo em material escolar A AMOR tem em carteira um projecto de consciencialização que consiste na criação de um concurso nas escolas de Maputo e Matola, no sentido de trans-
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ciclagem dos países da Europa», conta o presidente da AMOR. O projecto em Moçambique poderá arrancar ainda este ano e conta com a parceria do Millenium Bim. A ideia é incutir novos hábitos nas novas gerações, por forma a mudar a consciência das pessoas. Assim, as crianças irão adquirir uma nova consciência ambiental e poderão transmiti-la aos seus pais. A associação conta igualmente com os projectos da limpeza da praia e compostagem nos parques e jardins públicos. Valorização do lixo Tendo as pessoas consciencializadas e os resíduos separados, há-que acrescentar-lhes mais valor, que neste momento é muito baixo. No que concerne ao papel e papelão, Stephane Temperman diz que a ideia é transforma-los cá em Moçambique, pois constituem a maior percentagem dos resíduos. Por mês, são exportadas 500 toneladas de lixo, das quais 300 são só de papel e papelão. Neste contexto, surgiu a iniciativa de se criar uma feira ecológica, para a produção da chamada telha fibro-asfáltica através do papel usado. Trata-se de telhas ecológicas que absorvem menos calor e são mais flexíveis em relação às telhas convencionais, e já se encontra disponível a matéria-prima (o papelão) em quantidades suficientes para se dar início ao projecto. Estudos feitos indicam que o produto será vendido à metade do preço de uma telha normal e enquadra-se no sistema do negócio justo, uma vez que será feita a distribuição do valor pelos intervenientes no processo. Na pior das expectativas a organização espera empregar com estes projectos cerca de 250 pessoas. Neste momento, cerca de 350 famílias vivem do lixo - 250 famílias em Hulene e 150 em Malhampsene. E sabe-se que só a lixeira do Hulene produz mensalmente 800 toneladas de lixo. Situação actual 6 ecopontos Gestão ambiental de cerca de 80 toneladas recicladas por mês 500 pessoas fazem a separação dos resíduos Trabalho de consciencialização é necessário Resultados económicos: 18 actividades directas, 60 indirectas. Resultados socioeconómicos: 12 membros trabalham na associação 3 catadores são formalizados.c março de 2013
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ENTREPRENEURSHIP
LOVE for Garbage The garbage problem in Maputo and Matola has triggered debates, conferences and workshops. The search for solutions is a priority. On one hand, there is a lack of resources by the authorities. On the other hand, there is a lack of awareness among citizens. The Mozambican Association of Recycling – AMOR (love), addresses the problem and its chairman, Stephane Temperman explains the best way to manage and recover the waste. Arsénia Sithoye (text)
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ccording to Stephane Temperman, the chairman of the Mozambican Association for Recycling (AMOR), a nonprofit organization, waste management is to give a correct destination to every solid waste. In this regard, there are seven ecopoints in Maputo and Matola cities - where garbage ‘collectors’ or other agents dump the waste collected for recycling purposes. The objective of AMOR is to have 15 sustainable ecopoints, with collections of 400 tons of waste per month, providing
50 direct jobs and 150 indirect jobs. “We could recycle more. But we can only do it in a market that is at least self-sustainable, “said Temperman. This Association has worked with the private sector in the provision of services and awareness campaigns. In this sense, AMOR puts bins in firms for separating paper, in addition to providing training for the cleaning staff. One of the problems AMOR has been facing throughout its mission has to do with the way people perceive the dimension of solid waste, more specifically, the
prejudice people have against those who work with garbage. One of the major activities of this association in firms is to instill in people the appreciation of the work around garbage, so that those who deal directly with waste can begin to take pride in their work. Hence, the importance of training staff in cleaning which results in a subsequent change in their behavior. “We carry out campaigns in companies, civil society, through television or radio; we make flyers, participate in events at universities, schools, among
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ENTREPRENEURSHIP
other places. Our services are the most requested by institutions, embassies, UN, NGOs, people who already have environmental awareness than companies because they fear costs”, said Stephane Temperman. Recycling: Cooking oil is already transformed into biodiesel Recycling is a very complex area, according to the chairman of AMOR, adding that the process in Mozambique starts from the separation and waste compaction to the production phase of raw materials for industries. Thereafter, these raw materials are exported to countries such as South Africa, India, China and Pakistan which are the countries that purchase the most in the international market. «We provide services to hotels in order to put there our personnel for them to make the separation of waste and registering the entire stream, so that the recycled waste can be quantified. We started well with the recycling of used cooking oil to turn it into biodiesel, “the chairman added. According Temperman, there is no awareness or respect for the environmental area in Mozambique because there has never been an awareness campaign for the preservation of the environment, waste management, water and energy. “We need to make people aware and it starts from childhood,” he underlined. How to turn garbage into school supplies AMOR is undertaking an awareness project which consists in creating a school contest in Maputo and Matola in order to transform the value of waste into school supplies. “It is about a daily contest, in which we
will initially put in 10 or 15 schools waste separating means such as cans, paper, cardboard and plastic. We do not want children to start rummaging through garbage pails in school, but they should begin separating it at home and bring it to school. We will collect it in schools and transform the value of waste into school supplies,” he explained. Under this contract, the best schools shall be classified monthly and awarded. Note that this contest is important not only for its impact on education itself, but also for the contest itself between schools. The participation of AMOR in the project will occur through supporting the collection of waste, stream monitoring, recycling, processing, material procurement for at least 60 schools in Maputo and Matola until 2015. About 100 thousand students altogether will be involved in the contest, and due to this high number of participants, an environmental showcase in a public place is expected to be established where people can see how to do good environmental management, composting, water recycling, energy, among others. “In South Africa, the contest started about 19 years ago and it had a major impact and because of that this country surpasses the recycling rate of the European countries,’ says the chairman of AMOR. The project in Mozambique could begin this year and it has a partnership with Millennium Bim. The idea is to instill new habits in the younger generations in order to change people’s consciousness. Thus, children will acquire a new environmental awareness and may transmit it to their parents. The association also has other projects such as beach cleaning and composting in parks and public gardens.
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Enhancement of garbage If people are already aware and separate waste, there is a need to add more value to them, which is currently very low. Regarding paper and cardboard, Stephane Temperman says that the idea is to transform them in Mozambique because they represent the largest percentage of waste. Every month, 500 tonnes of waste are exported, out of which 300 are only paper and cardboard. In this regard, an initiative to create an ecological fair for producing the so called fibro-asphalt tile through paper came up. It is about green tiles that absorb less heat and are more flexible compared to conventional roofing tiles and raw material is already available (cardboard) in sufficient amounts to initiate the project. Studies indicate that the product will be sold at half the price of a standard tile and it fits into fair trade system given that value distribution will be made by those involved in the process. In a worst case scenario, the organization expects these projects to employ about 250 people. At present, about 350 households depend on garbage - 250 households in Hulene and 150 in Malhampsene. It is common knowledge that only the dumping ground of Hulene produces 800 tons of garbage monthly. Current Situation 6 ecopoints Environmental management of about 80 tons of recycled waste per month 500 people make the separation of waste Awareness raising is required Economic results: 18 direct and 60 indirect activities. Socioeconomic outcomes: 12 members working in the association 3 collectors are formalized.c março de 2013
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AMBIENTE
Desenvolvimento sustentável
Renegociação de mega-projectos pode rentabilizar novos negócios Sérgio Mabombo (texto)
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renegociação dos contratos com os mega-projectos pode impulsionar a melhoria do mercado e a implementação de outros negócios em Moçambique. Esta vantagem é apenas uma gota no oceano no rol de benesses, descritos por economistas do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE). O “forcing” feito surge em oposição às isenções fiscais concedidas aos grandes projectos, uma vez que as referidas liberdades fiscais são vistas como medidas distantes dos objectivos da arrecadação de receitas do País. «Os mega-projectos actualmente contribuem com apenas 1% do OGE. Entretanto, estas companhias beneficiam de isenções fiscais que vão de 50 até 0% do IRPS, por um período considerável», segundo afirmado pela equipa do IESE. Por outro lado, aponta-se a isenção de impostos como o IVA, IRPS, SISA, durante os anos de construção e exploração. Este cenário impõe não só a necessidade de renegociação mas também o uso das possíveis receitas a arrecadar para investir em infraestruturas. Normas internacionais devem ser obedecidas O acordo da renegociação dos contratos com os mega-projectos deve ser estabelecido entre os grandes projectos e o Governo, respeitando as normas de direito internacional, de acordo com a visão do Instituto de Estudos Sociais e Económicos (IESE). O organismo defende ainda a necessidade de se analisar as experiências do género, ocorridas em outros países. Segundo o IESE, um aspecto bastante comum é o argumento (previsível) das companhias de incutir o receio de que iniciativas do género afectem as decisões de investimento. No entanto, muitos exemplos comprovam o contrário. A Austrália, tomou a decisão de fazer uma revisão da lei de petróleo na década 80, em que se esperava um colapso no fluxo de investimentos. Mas tal não ocorreu. O mesmo país, em 2010, decidiu rever os impostos sobre minas, processo que foi acompanhado por uma reacção negativa de companhias como a Rio Tinto e outras. A ameaça das empresas era a de adiar os investimentos. Contudo, e uma vez mais, tudo não passou de um mero alarido. Nesse sentido, o IESE conclui que as decisões de investimento dos mega-projectos são pouco influenciadas pelos incentivos fiscais. Impostos em função do lucro Os rendimentos é que devem ditar os níveis de impostos a serem pagos pelos megaprojectos em Moçambique, de acordo com o economista João Mosca. Este é um dos aspectos importantes a ter em conta na renegociação dos contratos com as grandes multinacionais que exploram o mercado nacional. Entretanto, o Executivo moçambicano deverá preparar-se a contento, antes de chegar à mesa de negociações. Na óptica do economista, o Governo deverá ter informação técnica sobre a área, assim como conhecer os níveis de lucro dos grandes projectos. A suposta falta de informação por parte do Executivo leva o economista a concluir que não existe base de fundamentação sobre a matéria.c revista capital
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ENVIRONMENT
Sustainable development 65
Mega-projects renegotiation may make new businesses profitable Sérgio Mabombo (text)
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enegotiation of mega-projects contracts may foster the majority of markets and the implementation of other businesses in Mozambique. This advantage is just a drop in the ocean in the list of benefits described by economists from the Social and Economic Studies Institute - Instituto de Estudos Sociais e Económicos - (IESE). The “forcing” made appears as opposition to the tax exemptions granted to major projects, since the so called fiscal freedoms are seen as measures which differ widely from the national revenue collection objectives. «Currently, mega-projects contribute with only 1% of the SB (State Budget). Meanwhile, these companies benefit from tax exemption ranging from 50 to 0% of IRPS tax, for a considerable period», according to the IESE team. On the other hand, exemption is for taxes such as VAT, IRPS and SISA during the construction and exploration phases. This scenario poses not only the need to renegotiate the contract, but also the use of the revenues that are likely to be collected for investment in infrastructures. International rules must be complied with The agreement for renegotiating megaprojects must be settled between major projects and the government, in compliance with the rules of international law, according to IESE vision. This institute further defends the need to review similar experiences from other countries. As stated by IESE, a more com-
mon aspect is the companies’ (foreseeable) argument to instil fear that similar initiatives may affect investment decisions. However, many examples prove the contrary. Australia decided to review the law on petrol in the 80s, in which a fall in the flow of investments was expected. However, this did not happen. This same country decided in 2010 to review the taxes on mines, a process which had a negative reaction by companies such as Rio Tinto and others. The companies were threatening to defer investments. Once again, however, all this was just a furore. IESE concludes therefore that decisions for mega-projects investments are less influenced by fiscal incentives. Profit-based taxes The profits must dictate the levels of taxes to be paid by the mega-projects in Mozambique, according to the economist João Mosca. This is one of the crucial issues to take into account in the renegotiation of contracts with the major multinational companies operating in the national market. Meanwhile, the Mozambican executive must prepare themselves to the satisfaction before reaching the table of negotiations. For the economist, the government must have technical information of the issue as well as be aware of the level of profits made out of major projects. The alleged lack of information by the Executive leads the economist to conclude that there is not any basis of justification on the matter.c março de 2013
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ESTILO DE VIDA
LUGARES PARA ESTAR
BEM VINDO AOS SEUS OUVIDOS
Portugal e Moçambique
Os melhores destinos do mundo para 2013
E assim foi o Festival Marrabenta…
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portal da Globe Spots classifica Portugal e Moçambique no topo dos dez melhores destinos a visitar em 2013. Em primeiro lugar, a Globe Spot destaca Portugal, pelo velho charme do país, as praças, as ruas, o vinho do Porto, e as pastelarias, entre outros, e recomenda as cidades de Guimarães (berço de Portugal e a capital da cultura 2012), Braga, Porto, Évora, Sintra. Entre outros lugares a conhecer, o Globe Spot sugere visitar a capela dos ossos, o palácio da Pena, as caves do vinho do Porto e o Cabo da Roca, que é o cabo mais ocidental da Europa. Em segundo lugar, ficou Moçambique. Entre os lugares de interesse, foram seleccionadas as cidades da Beira, Maputo, a Ilha de Moçambique, Inhambane, Entre Lagos e Nampula. Em destaque surgem as praias de Vilankulos e do Tofo, a viagem de comboio entre Nampula e Cuamba, e o mercado do “chapa”.c
O QUE HÁ DE NOVO
Nós matámos o cão tinhoso” é colocado em cena
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Teatro Bando de Portugal apresentou, de 25 a 27 de Janeiro em Maputo, a peça “Nós matámos o cão tinhoso!”, adaptado do conto do autor moçambicano Luís Bernardo Honwana, publicado em 1964. O Teatro Bando convidou Nuno Pino Custódio para se apropriar do texto homónimo de Luis Bernardo Honwana, texto cruel e inocente, assustador e comovente, cruzando o colonialismo com a vivência ingénua e trágica das crianças da guerra. Com dramaturgia e encenação a cargo de Nuno Pino Custódio e interpretação de Nicolas Brites, Nuno Nunes, Raul Atalaia, Rosinda Costa e Sara de Castro, o espectáculo te-
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atral aborda os conflitos que enfrentamos na escolha entre aquilo a que aspiramos e aquilo que fazemos, entre o que amamos e o que tememos, à semelhança da obra. Luís Bernardo Honwana nasceu em Lourenço Marques (1942) e cresceu no distrito de Moamba, onde o seu pai trabalhava como intérprete. Aos 17 anos passou a viver na capital, onde estudou e se iniciou na actividade jornalística. Apoiou a luta pela libertação, foi preso em 1964 e ficou encarcerado três anos, tempo durante o qual escreveu o livro. Após a independência do seu país, desempenhou diversos cargos políticos, um dos quais, o de ministro da Cultura.c
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Festival Marrabenta tornou-se - tal como o Gwaza Muthini - uma cerimónia emblemática do mês de Fevereiro, época do (Ukanyi) bebida tradicional feita na base do canhú, fruto silvestre típico africano. A sexta edição deste Festival realizada recentemente no Centro Cultural Franco Moçambicano e no distrito de Marracuene, subordinado ao tema “Integração de Gerações e Internacionalização do Festival”, teve a participação de músicos nacionais e internacionais. De Moçambique, participaram artistas como Neyma, Dilon Djindji, Childo Tomás, Roberto Chitsonzo, Alberto Mula (Manjacaziano), Xifimingwana e Cheny Wa Gune, para além dos grupos Makwaela dos TPM, Rádio Marrabenta e Orquestra Djambu. De fora do país esteve o cantor Sam Mangwana, que se popularizou na década 80/90 com os temas “Marrabenta”, “Vamos para o campo” e “Tio António”. Nascido em Kinshasa, capital da República Democrática do Congo, Sam Mangwana é uma rica tapeçaria de influências internacionais.c
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LIFE STYLE WELCOME TO YOUR EARS
And so was the Marrabenta Festival...
PLACES TO STAY Portugal and Mozambique
The world’s best destinations for 2013
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he Globe Spots website ranks Portugal and Mozambique as the top ten best destinations to visit in 2013. First and foremost, Globe Spot highlights Portugal, for the old charm of the country, the squares, the streets, the Port wine and the pastries, among others and recommends the cities of Guimarães (Portugal cradle and capital of culture 2012), Braga, Porto, Evora, Sintra. Among other places to visit, Globe Spot suggests visiting the chapel of bones, the Palace of Pena, the Port wine cellars and Cabo da Roca, the westernmost point of Europe. Mozambique was ranked second. Amongst the places of interest cities such as Beira, Maputo, Mozambique Island, Inhambane, Entre Lagos and Nampula were selected. The highlight goes to Vilankulos and Tofo beaches, the train journey between Nampula and Cuamba, and the “chapa” market.c
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he Marrabenta Festival became - as Gwaza Muthini - an emblematic ceremony of February, the time of (Ukanyi) the traditional drink made on the basis of canhú, a typical African wild fruit. The sixth edition of this Festival, which was held recently at the Centro Cultural Franco Moçambicano and also in the district of Marracuene under the theme “Integration of Generations and Internationalization of the Festival,” was attended by national and international musicians. From Mozambique, musicians such as Neyma, Dilon Djindji, Childo Tomas, Roberto Chitsonzo, Alberto Mula (Manjacaziano) Xidimingwana and Cheny Wa Gune attended the festival in addition to Makwaela groups of TPM, Marrabenta Radio and Orchestra Djambu. From abroad, musicians such as Sam Mangwana, who became popular in the late 80/90 with the themes “Marrabenta”, “Let’s go to the field” and “Uncle Anthony” attended the festival. Born in Kinshasa, the capital of the Democratic Republic of Congo, Sam Mangwana is a rich tapestry of international influences.c
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WHAT’S NEW
“We killed the mangy dog” is placed on the stage
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he Bando Theatre of Portugal presented from 25 to 27 January in Maputo, the play “We we killed the mangy dog!” adapted from the story by the Mozambican author Luís Bernardo Honwana, published in 1964. The Bando Theatre invited Nuno Pino Custodio to appropriate the homonym text of Luis Bernardo Honwana, a cruel and innocent text, scary and touching, crossing colonialism with the naive and tragic experience of children of war. With drama and staging in charge of Nuno Pino Custodio and interpreting by Nicolas Brites, Nuno Nunes, Raul Atalaia, Rosinda Costa and Sara de Castro, the theatrical performance
discusses the conflicts we face in the choice between what we aspire to and what we do, between what we love and what we fear, just like the work. Luis Bernardo Honwana was born in Lourenço Marques (1942) and grew up in the district of Moamba, where his father worked as an interpreter. At the age of 17, he went to live in the capital, where he studied and began his activities as a journalist. He supported the liberation struggle, was arrested in 1964 and he was jailed for three years, the time during which he wrote the book. After the independence of his country, he held various political positions, one of which, as the Minister of Culture.c