Habitat 23

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arquitetura | arte | design

GUSTAVO UTRABO

HABITAR O PORVIR

Neste último compasso de 2024 navegamos pelos recônditos da criação, onde as certezas se dissolvem e as perguntas despontam, moldando o que está por vir. É na interseção entre o possível e o sonhado que o futuro se forja, e na engenhosidade da transformação que encontramos o presente em constante reconfiguração. Nos espaços projetados por Gustavo Utrabo, a arquitetura se torna um portal que ampara o ser humano e meio o natural. A materialidade não é apenas forma, mas uma pulsação que ressoa na alma de nosso tempo. Da mesma forma, Gonçalo Ivo, com sua sinfonia pictórica, e Gérard Rancinan, com sua visão implacável, mergulham nas forças invisíveis que regem o ser e o tempo. Ivo nos guia pelo vórtice entre o que persiste e o que se perde, revelando a coreografia

contínua entre o efêmero e o eterno; Rancinan, com seu olhar penetrante, revela as metamorfoses de um mundo em frangalhos, antecipando um futuro que já se esconde nas fissuras do presente.

Como o vento que modela os galhos, mas não abala as raízes, as escolhas que fazemos hoje, esculpem o amanhã. É na busca incessante por significado, em todas as suas formas, seja na arquitetura, nas artes, ou no design -, que reside a promessa de um futuro que já começa a se desenhar, agora. Na confluência de tantas visões, o amanhã se antecipa, transformando-se no presente que desejamos habitar. Boa Leitura!

Expediente

Publisher: Cíntia Peixoto, cintia.vieira.peixoto@gmail.com | (41) 99225-7610

Comercialização: Saltori Mídia Estratégica, saltori@saltori.com.br | (41) 99996-9995 | R SALTORI REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS LTDA | 05.552.266/0001-60

Edição e direção de conteúdo: Débora Mateus | debora@dmcomunicacao.com | Direção de arte: Igor F. Dranka | ferreiradranka@gmail.com

Conselho editorial: Cintia Peixoto, Consuelo Cornelsen e Débora Mateus | Revisão: Paula Batista – Lide Multimídia Colunistas: Paula Campos (Coluna Sobre Morar), Rodolfo Guttierrez (Coluna É Design), Cesar Franco (Coluna Conexão), Cintia Peixoto (Coluna Ponto de Vista) Redes sociais: Trentini Comunicação

Contato: arevistahabitat@gmail.com | Créditos: Júlia Frenk

Impressão: Maxi Gráfica e Editora LTDA. | maxigrafica@maxigrafica.com.br

Marca registrada: Capelatto Marcas e Patentes

RM

Portrait du photographe français, Gérard Rancinan | Photo: Archives/Courtoisie

Revista

habitat

12 CAPA.

Número 23 | Dezembro & Janeiro

Gustavo Utrabo revela como sua arquitetura se consagrou ao criar espaços que amparam a vida humana e dialogam com a natureza

32 ARTE FOTOGRÁFICA.

Gérard Rancinan, um dos maiores fotógrafos contemporâneos, conta em entrevista exclusiva como sua obra reflete e questiona as transformações sociais.

4 0 ARQUITETURA & ARTE.

O arquiteto Maurício Pinheiro Lima explora a conexão entre arquitetura, cultura e brasilidade em projetos que unem curadoria de arte e design

48 GONÇALO IVO.

Um dos maiores coloristas contemporâneos, o artista fala sobre sua exposição Zeitgeist e a herança intelectual que influencia sua arte

51 MH STUDIOS E LISSA CARMONA.

O Trent Planner 2025 da MH Studios, em parceria com Lissa Carmona, homenageia o legado modernista paulistano

54 MOSTRA DE RUY TEIXEIRA.

Em sua primeira exposição individual na Herança Cultural, em São Paulo, o fotógrafo Ruy Teixeira expõe o repertório dedicado à arquitetura, arte e design

58 ARQUITETURA PARANAENSE.

A história de Giuliano Marchiorato, arquiteto que se consolidou como referência na nova geração de profissionais curitibanos.

62 MON.

O Museu Oscar Niemeyer, um dos maiores da América Latina, celebra seus 22 anos com exposições marcantes e ações inclusivas, sob a direção de Juliana Vosnika

68 TAPEÇARIA PROTAGONISTA.

Como os tapetes se tornaram peças essenciais no design de interiores, alcançando status similar ao de mobiliário de autor

88 NOTAS DE MERCADO.

Giro pelas principais notícias nacionais e globais

92 COLUNA SOBRE MORAR

O lar de Catherine Braska, empresária e galerista por trás da Urban Arts em Curitiba

96 COLUNA É DESIGN

A arte de Lorenz Johannes Heilmair no design, com vitrais que integram luz, cor e arquitetura

104 COLUNA CONEXÃO

Cobertura social dos eventos de Curitiba

ARQUITETO DO AMANHÃ

Com uma visão além do tempo, Gustavo Utrabo cria espaços que dialogam com a natureza e a sociedade, deixando um legado duradouro

Aarquitetura de Gustavo Utrabo, um dos principais nomes da nova geração contemporânea, nasce no espaço do não-dito, onde as respostas surgem gradualmente, fundamentadas por uma investigação que combina sensibilidade e reflexão crítica. Seus projetos desafiam convenções e propõem uma visão ampliada do ofício, distantes de fórmulas padronizadas. Resultam de uma análise minuciosa dos contextos sociais, ambientais e culturais das regiões onde são realizados. “Uma boa construção cria conexões que amparam a vida humana. Para isso, é preciso explorar diferentes contextos, entender as pessoas e o lugar. A materialidade é essencial como forma de expressão, e transformar a matéria em espaço é uma habilidade única do arquiteto. Além disso, acredito que a prática deve considerar seu impacto econômico e sustentável”.

“Uma boa construção tem que amparar a vida humana”
Cobertura no Xingu | Foto: Gustavo Utrabo
Moradas Infantis Canuanã, Tocantins. Premiado pelo RIBA 2018, criado em parceria com Marcelo Rosenbaum e Pedro Duschenes
Foto: Jesus Granada

Na escola-fazenda de Canuanã estudantes e adolescentes de áreas rurais encontram aprendizado e acolhimento | Foto: Jesus Granada

Com dormitórios no térreo e espaços de convivência amplos no pavimento superior, utilizam materiais locais e soluções sustentáveis, criando um ambiente acolhedor | Foto: Jesus Granada

Essa filosofia o leva a projetar espaços que criam diálogos profundos com as vidas e o ambiente onde estão inseridas. O arquiteto respeita a memória histórica, mas propõe algo novo, enxerga a construção como uma ferramenta de transformação social, capaz de gerar impactos positivos e perenes. Obras como as Moradias Infantis em Canuanã, no Tocantins - um conjunto de habitações escolares com foco na integração ao ambiente e na valorização da cultura local -, desenvolvidas com Marcelo Rosenbaum e Pedro Duschenes, exemplificam essa abordagem. O projeto, vencedor do Prêmio RIBA 2018, foi listado pelo The Guardian entre as 25 melhores

obras do século 21. De forma semelhante, a Indústria na Amazônia - uma fábrica no rio Iratapuru - fortaleceu a economia local e valorizou os saberes ribeirinhos ao usar recursos da região. “Nosso esforço é fazer com que o dinheiro do projeto permaneça localmente. É um processo complexo, mas cria um legado duradouro. As pessoas que participam da obra têm a oportunidade de enxergar novas possibilidades para os materiais que já conhecem. Ao se integrar na feitura, podem replicar o conhecimento em futuras construções. Essa é a potencialidade de deixar uma herança de aprendizado”.

Escola Bodoquena, no Pantanal, premiada na 13ª Bienal de Design Gráfico. Destaque para colunas pintadas, murais exclusivos e sinalização nos tetos das passarelas, que reforçam sua identidade local Foto: Jesus Granada

EXPERIMENTAR O INESPERADO

Ainda em desenvolvimento, a casa em Santo André, Bahia, é composta por três pavilhões distintos, com um percurso entre cajueiros Foto: Gustavo Utrabo

O arquiteto curitibano, radicado em São Paulo, construiu sua abordagem que funde inovação social e fortalecimento das culturas locais, com uma jornada iniciada por uma robusta atuação acadêmica que fomentou sua experimentação. No início enfrentou os desafios de concursos e editais, processos que foram fundamentais para a construção de sua identidade profissional. Sua trajetória inclui passagens por instituições renomadas como Harvard GSD, IIT Chicago e FAU-USP, além da experiência como sócio-fundador do escritório Aleph Zero. A experiência como professor na Escola da Cidade,

Universidade de Hong Kong e no IIT College of Architecture, ampliou suas perspectivas, permitindo uma reflexão mais profunda sobre materialidade e processos construtivos. Ao propor estúdios que exploraram práticas não convencionais, como o uso de areia nos Lençóis Maranhenses, Utrabo estimulou abordagens criativas, incentivando os alunos a investigar métodos não lineares e a experimentar novas possibilidades. Isso se reflete diretamente em sua arquitetura, que busca não apenas a inovação formal, mas a descoberta constante de novas relações entre o material, o espaço e as pessoas.

Os tijolos serão feitos manualmente, utilizando mão de obra e materiais locais. Além de fomentar a economia, o projeto se conecta à cultura local Foto: Gustavo Utrabo

Obras de Gustavo Utrabo para a residência na Bahia. Cada projeto traz suas obras, textos e uma investigação de materiais locais Foto: Gustavo Utrabo

Maquete da instalação Formas de Voltar Para Casa de Gustavo Utrabo para o MON (2022) | Foto: Gustavo Utrabo
Com 14 escoras de madeira, a instalação estabelece um diálogo com a paisagem, refletindo sobre o contexto que a circunda e convidando à contemplação | Foto: Gustavo Utrabo

NOVAS FORMAS DE ENXERGAR

A conexão com a natureza surgiu durante suas viagens pelo Brasil, onde vivenciou cada lugar e a diversidade dos biomas. Esse encantamento o levou a refletir sobre a impossibilidade de compreender plenamente sua imensidão. Para ele, a natureza é uma força em constante metamorfose, alinhada com as ideias de Emanuele Coccia. "A natureza é algo que me encanta, mas também desafia, porque reconheço a limitação de meu entendimento sobre sua magnitude".

Inspirado por Coccia e pensadores como Ailton

Krenak e Bruno Latour, Utrabo busca enxergar o mundo de "outro lugar". Esse deslocamento de perspectiva, segundo ele, possibilita chegar a novos lugares. Em seu processo criativo, a incerteza está presente desde o início. Desenhos e aquarelas começam vagos, capturam o intangível, e, à medida que se desenvolvem, revelam formas surpreendentes. É como o reflexo da transformação contínua da natureza, onde matéria e espaço se reinventam em uma troca constante com o ambiente.

Casa + Casa em Amparo, projetada em 2017 pela Aleph Zero, escritório do qual Gustavo Utrabo foi sócio-fundador, integra volumes metálicos elevados sobre um solo cultivado | Foto: Pedro Kok
A obra redefine as percepções do térreo natural e artificial, conectando as áreas de convivência à vegetação local | Foto: Pedro Kok

MATÉRIA E MATERIALIZAÇÃO

Pinturas a óleo sobre fotografia, por Gustavo Utrabo para o projeto do Campus WPP, agência de publicidade de 80 mil m que está em construção | Foto: Gustavo Utrabo

Entre os projetos em andamento de Gustavo Utrabo, destaca-se o campus WPP, uma agência de publicidade de 80 mil m², em São Paulo. Fruto de um concurso vencido em 2020, o projeto busca explorar as camadas ocultas da cidade, oferecendo um novo olhar sobre a paisagem urbana. A proposta integra a reutilização de materiais e o diálogo com o contexto urbano, reforçando a conexão entre arquitetura e cidade.

Três residências estão sendo construídas, uma nos Jardins, em São Paulo, outra na Bahia e uma terceira numa ilha nas Bahamas. O projeto da capital paulista parte de uma casa existente que será demolida, mas com o compromisso de reutilizar os materiais originais na criação de novos elementos e formas. A casa da Bahia terá três pavilhões separados. A utilização de cerâmica local, uma tradição da região, é usada para a

O edifício reflete a transformação da cidade de São Paulo. Com estrutura de concreto pré-fabricado, pátios conectados por varandas e escadas, deve abrigar 5 mil colaboradores | Foto: Estúdio Gustavo Utrabo

A obra, que se insere em uma área industrial em transformação, une a rigidez de sua estrutura e a interação com o ambiente natural circundante | Foto: Gustavo Utrabo

fabricação dos tijolos. "Eles serão feitos manualmente, e o dinheiro gerado com isso ficará na comunidade. Mas a uniformidade, o desejo de algo perfeito, muitas vezes não é compreendido por todos". Esses projetos têm um vínculo profundo com o momento atual do estúdio e seus clientes, que estão cientes do nível de especialização

e do investimento necessários. "Eles apostam no processo, sabem que o resultado final é incerto, mas acreditam na visão. Nesse processo o estúdio também desenha objetos de design da luminária até a maçaneta, tudo é pensado e desenhado com cuidado".

Intitulado Uma linha na paisagem, a residência com 600 m² em Petite

fora do país | Foto: Gustavo Utrabo.

A experiência é marcada por um percurso em meio à natureza, como caminhar entre cajueiros para chegar à cozinha. "A ideia de se molhar nesse contexto não é um problema". Ele acredita que a natureza deve ser vivida em sua plenitude, e que o papel do arquiteto é instigar o cliente a repensar.

Bahamas, é o primeiro projeto de grande escala do

"O conforto de hoje é muito diferente do de 100 anos atrás e será ainda diferente no futuro. O arquiteto que está projetando pensando no presente está atrasado”. A arquitetura moderna estava respondendo às questões do seu tempo; hoje, lidamos com outras preocupações”.

Cay, nas
arquiteto
Paisagem de Petit Cay, Bahamas | Foto: Gustavo Utrabo

Batman Family Boys, desconstrói o mito do herói, revelando as vulnerabilidades e contradições

GÉRARD RANCINAN:

O ECO DAS METAMORFOSES DO MUNDO

O aclamado fotógrafo francês conta como sua obra questina as mudanças sociais

Por Débora Mateus | Fotos: Gérard Rancinan

Ávido por decifrar os detalhes do mundo, Gérard Rancinan se tornou um dos fotógrafos mais reverenciados da atualidade, com 53 anos de carreira e 25 ao lado de Caroline Gaudriault, que assina os textos de suas obras. Juntos, eles não se limitam a criar arte; desafiam consciências, questionam os fundamentos sociais e estimulam a confrontar o que frequentemente ignoramos.

Influenciado por mestres da fotografia como Irving

Penn, Richard Avedon e Arnold Newman, e por pensadores como Jean Baudrillard, Roland Barthes e Pier Paolo Pasolini, Rancinan transforma suas fotografias em recortes de um tempo em constante mutação. Captura os pormenores que revelam a essência da humanidade."O meu trabalho se baseia em ver o mundo por meio desses detalhes e ser um testemunho das metamorfoses que o atravessam”, revela, em entrevista exclusiva à Habitat.

Sua jornada começou aos 16 anos, quando ingressou em um jornal no sudoeste da França, aprendendo com grandes nomes do jornalismo e fotógrafos próximos de Henri Cartier-Bresson. Aos 18 anos, ingressou na agência de imprensa Sygma, tornando-se o fotógrafo mais jovem do país. Retratou figuras como Fidel Castro, Yasser Arafat e o Papa João Paulo II, além de cobrir eventos históricos – das Guerras da Argélia e do Líbano

às Olimpíadas e Copa do Mundo. Desde 1990, quando fez a transição para a fotografia artística, cria séries como Métamorphoses, Trilogie des Modernes, La Malbouffe e Le Radeau des Illusions, que foram expostas nas mais prestigiadas instituições e museus, como a Biennale di Venezia, Triennale di Milano, Palais de Tokyo, Musée des Arts et Métiers e Museo de Arte Contemporáneo de Barcelona.

Last Supper integra a série Malbouff, reinterpreta a Última Ceia em um cenário de decadência, criticando os excessos e paradoxos do consumo

O BELO COMO EMOÇÃO E RIGOR

Le Déluge 2024, reflete a vulnerabilidade humana diante da crise climática

Em seu trabalho, Rancinan defende a importância de estar sintonizado com o espírito do tempo. Assim como um pintor ou arquiteto, o fotógrafo deve usar as ferramentas de sua época, sempre questionando o sentido do que cria. "Para quê?" é a pergunta que o guia. Em um mundo saturado de imagens, sua missão é trazer à tona questões emocionais, filosóficas e sociais. "Meu trabalho é acrescentar algo ao mundo. Não fotografar apenas por fotografar".

Séries como La Malbouffe (2009), exemplificam essa busca. Ao comparar os banquetes simples da antiguidade,

com o excesso de consumo que caracteriza a sociedade moderna. Recentemente, a abertura dos Jogos Olímpicos de Paris 2024 exibiu uma cena semelhante, levando a questionamentos sobre a originalidade da imagem. Embora outras influências tenham sido mencionadas, a questão persiste: será que essa reinterpretação trouxe um novo sentido à fotografia ou foi apenas uma mera reprodução? Para Rancinan, a verdadeira beleza vai além da aparência, está no significado profundo que a imagem transmite: "O belo não é fácil. A beleza exige rigor e sensibilidade emocional".

Le Radeux des Illusions, inspirada na tela de Géricault, explora a imigração, os sonhos frustrados dos imigrantes e os símbolos da sociedade contemporânea

MOMENTOS MARCANTES

Entre as experiências marcantes como fotojornalista, duas o impactaram profundamente. Durante a cobertura da Guerra do Líbano, numa pequena escola de um kibutz, em Israel, ele recebeu um desenho de uma criança de 10 anos. “Era uma cena com bombas caindo, crianças gritando e o sol brilhando. Uma beleza brutal e tocante. Enquadrei e o guardo até hoje”. Em Hiroshima, a pedido da revista Time, Rancinan fotografou os hibakusha – sobreviventes da bomba atômica, em iminência de doenças causadas pela radiação. Ao final de uma série de polaroides que realizava, perguntou a uma senhora quais eram as lembranças que ela tinha da família. "Ela me disse que não tinha nenhuma, pois seus dois filhos morreram na explosão. Então, ela procurou em sua bolsa e me mostrou uma foto, dizendo: 'Esta é a única coisa que eu

tenho como lembrança'. Eu a peguei nos meus braços, sem saber exatamente por quê”. Mais tarde, a diretora de fotografia da revista Time me disse que seria a capa da revista com mais de 30 páginas de cobertura".

Le Déluge (O Dilúvio), fotografada em 2024 e recentemente exibida em uma prisão em Nice, é um grito de alerta sobre o aumento do nível dos oceanos e os perigos da crise climática. Com uma profundidade que vai além da política imediata, Gérard Rancinan nos obriga a confrontar as consequências de nossa inação. Ao destacar a urgência de uma ação global, sua fotografia desafia a indiferença e coloca os espectadores frente a frente com o futuro, prestes a ser destruído. O tempo para refletir acabou; é hora de agir.

Head of Mickey 2012

Batman Family Boys déconstruit le mythe du héros, révélant ses vulnérabilités et contradictions.

GÉRARD RANCINAN: L’ÉCHO DES MÉTAMORPHOSES DU MONDE

Ávide de décoder les détails du monde, Gérard Rancinan est devenu l’un des photographes les plus respectés de notre époque, avec 53 ans de carrière et 25 aux côtés de Caroline Gaudriault, qui signe les textes de ses œuvres. Ensemble, ils ne se limitent pas à créer de l’art: ils défient les consciences, interrogent les fondements sociaux et incitent à affronter ce que nous ignorons souvent.

Influencé par des maîtres de la photographie comme

Irving Penn, Richard Avedon et Arnold Newman, ainsi que par des penseurs tels que Jean Baudrillard, Roland Barthes et Pier Paolo Pasolini, Rancinan transforme ses photographies en fragments d’un temps en constante mutation. Il capture les détails qui révèlent l’essence de l’humanité. "Mon travail repose sur la vision du monde à travers ces détails et le témoignage des métamorphoses qui le traversent", confie-t-il dans une interview exclusive à Habitat.

Son parcours a débuté à l’âge de 16 ans, lorsqu’il a intégré un journal dans le sud-ouest de la France, apprenant auprès de grandes figures du journalisme et de la photographie proches d’Henri Cartier-Bresson. À 18 ans, il a rejoint l’agence de presse Sygma, devenant le plus jeune photographe du pays. Il a immortalisé des figures telles que Fidel Castro, Yasser Arafat et le pape JeanPaul II, tout en couvrant des événements historiques –des guerres d’Algérie et du Liban aux Jeux olympiques

et à la Coupe du monde. Depuis 1990, après sa transition vers la photographie artistique, il crée des séries comme Métamorphoses, Trilogie des Modernes, La Malbouffe et Le Radeau des Illusions, exposées dans les institutions et musées les plus prestigieux, tels que la Biennale de Venise, la Triennale de Milan, le Palais de Tokyo, le Musée des Arts et Métiers et le Musée d’Art Contemporain de Barcelone.

Last Supper, qui fait partie de la série Malbouffe, réinterprète la Dernière Cène dans un contexte de décadence, critiquant les excès et paradoxes de la consommation.

LA BEAUTÉ COMME ÉMOTION ET RIGUEUR

Le Déluge 2024 reflète la vulnérabilité humaine face à la crise climatique

Dans son travail, Rancinan défend l’importance de rester en phase avec l’esprit du temps. Tout comme un peintre ou un architecte, le photographe doit utiliser les outils de son époque, tout en interrogeant le sens de ce qu’il crée. “Pourquoi?” est la question qui le guide. Dans un monde saturé d’images, sa mission est de mettre en lumière des questions émotionnelles, philosophiques et sociales. “Mon travail est d’ajouter quelque chose au monde. Pas de photographier juste pour photographier.”

Des séries comme La Malbouffe (2009) illustrent cette quête. En comparant les banquets simples de l’antiquité avec les excès de consommation caractéristiques de

la société moderne, il critique les valeurs actuelles. Lors de l’ouverture des Jeux Olympiques de Paris 2024, une scène similaire a suscité des interrogations sur l’originalité des images. Bien que d’autres influences aient été mentionnées, la question demeure: cette réinterprétation a-t-elle apporté un nouveau sens à la photographie ou n’était-ce qu’une simple reproduction? Pour Rancinan, la vraie beauté va au-delà des apparences; elle réside dans la signification profonde transmise par l’image: “Le beau n’est pas facile. La beauté exige rigueur et sensibilité émotionnelle.”

Le Radeau des Illusions, inspiré du tableau de Géricault, explore l'immigration, les rêves brisés des immigrés et les symboles de la société contemporaine

MOMENTS MARQUANTS

Parmi les expériences marquantes de sa carrière de photojournaliste, deux l’ont profondément touché. Lors de la couverture de la guerre du Liban, dans une petite école d’un kibboutz en Israël, il a reçu un dessin d’un enfant de 10 ans. “C’était une scène montrant des bombes tombant, des enfants criant et le soleil brillant. Une beauté brutale et poignante. Je l’ai encadré et je le garde encore aujourd’hui.”

À Hiroshima, pour le magazine Time, Rancinan a photographié les hibakusha – survivants de la bombe atomique – confrontés à des maladies causées par la radiation. À la fin d’une série de polaroïds, il a demandé à une femme âgée quels souvenirs elle avait de sa famille. “Elle m’a répondu qu’elle n’en avait aucun, car ses deux fils étaient morts dans l’explosion. Puis elle a cherché dans son sac et m’a montré une photo, en disant: “C’est

la seule chose que j’ai comme souvenir.” Je l’ai prise dans mes bras, sans savoir vraiment pourquoi. » Plus tard, la rédactrice en chef photo du magazine Time m’a dit que ce serait la couverture du magazine, avec plus de 30 pages de reportage.

Le Déluge (Le Déluge), photographié en 2024 et récemment exposé dans une prison à Nice, est un cri d’alerte sur l’élévation du niveau des océans et les dangers de la crise climatique. Avec une profondeur qui va au-delà de la politique immédiate, Gérard Rancinan nous oblige à affronter les conséquences de notre inaction. En mettant en lumière l’urgence d’une action globale, sa photographie défie l’indifférence et place les spectateurs face à un avenir sur le point d’être détruit. Le temps de réfléchir est révolu; il est temps d’agir.

Head of Mickey 2012

No espaço gourmet desta casa em Miami, obras de Geraldo de Barros e peneiras em cestaria brasileiras, curadas pelo arquiteto dialogam com o mobiliário da Artefacto e banquetas Philippe Starck | Foto: Daniel Katz

OLHAR PARA AS ARTES E O BRASIL

Maurício Pinheiro Lima fala sobre a perspectiva disruptiva do escritório que, ao lado de Carla Mattioli, une arquitetura, cultura e bossa

Vivenciar a cena artística antes de atuar como arquiteto permitiu a Maurício Pinheiro Lima construir um repertório curatorial que se tornou um dos seus maiores trunfos. Ao lado de Carla Mattioli, sua sócia há vinte anos, consolidou uma identidade autoral que valoriza a brasilidade e uma visão ampla do mundo atual. O escritório reúne projetos de arquitetura e design de interiores que refletem suas vivências em viagens, feiras e exposições de arte. Seu olhar atento à cena artística foi cultivado com a artista e amiga de infância, já falecida, Carla Vendrami. Após

retornar de Milão para Curitiba, nos anos 90, ela produziu telas para um hotel projetado por ele e esculturas para a galeria que marcou a inauguração do escritórioonde ele ainda reside. A exposição, aberta por um mês, também reuniu obras de Carina Weidle, Cristina Mendes, Eliane Prolik e Leila Pugnaloni, e chamou a atenção da mídia pela inventividade. Companheiro de Maurício há 18 anos, o artista Ale Mazzarolo, desempenha também um papel essencial em sua trajetória com seu olhar poético sobre as artes.

Neste living, em Miami, destaque para quadro de Dora Longo Bahia, a icônica poltrona UP 5 de Gaetano Pesce e duas peças da Minotti, o tapete Paul Smith e o abajur de Ingo Maurer | Foto: Daniel Katz
A obra de Leonilson adquirida para o primeiro projeto de interiores do apartamento na Vila Nova Conceição dialoga com móveis da Novo Rumo e a luminária Louis Poulsen | Foto: Eduardo Macarios

Um dos primeiros projetos em Curitiba, a Casa Cubo, tornou-se emblemático. Com conceito modernista e estrutura em steel frame, trouxe inovação, reduzindo custos de fundação. No ano seguinte, a cobertura de um apartamento na Vila Nova Conceição, em São Paulo, para uma família com a qual trabalha até hoje, impulsionou sua carreira. “Trabalho com eles há mais de 20 anos, assinando todos os projetos da família com quem construí uma amizade. É a segunda vez que estou revitalizando o design de interiores dessa cobertura que criei. Mas com cuidado, pois os clientes têm grande carinho pelo projeto”, conta à Habitat.

Obras adquiridas a dedo pelo arquiteto, como um quadro de Leonilson, uma fotografia de Mario Cravo Neto e uma escultura de Luiz Paulo Baravelli, enriquecem os ambientes. Peças vintage, como o lustre Louis Poulsen, mesa de jantar e cadeiras de Novo Rumo dos anos 70, revelam sua curadoria primorosa. Assim como as peças de design brasileiro, como poltronas de Sérgio Rodrigues, adquiridas em leilão, mobiliários da ETEL e Mi Casa. Na residência da família em Miami, a criatividade brasileira aparece em obras de arte e em peças de mobiliário que se mesclam a itens de design internacional.

A curadoria de arte nesta casa se soma à de design de interiores. Destaque para os quadros de José Patricio e o banco Marquesa de Anna Maria e Oscar Niemeyer | Foto: Nando Fisher

No bar, esculturas do Ascânio MMM e Washington Oliveira se misturam com os bancos Mocho de Sergio Rodrigues Foto: Nando Fisher

CONEXÃO CULTURAL

Atualmente com 16 projetos em andamento, o escritório Pinheiro Lima & Matiolli, que também tem uma filial na capital paulista, abrange um portfólio em diversas regiões do Brasil, além de cidades como Miami e Punta del Este. O olhar apurado dos sócios resulta em concepções autorais que destacam a identidade dos moradores. Ao longo de sua carreira, Maurício Pinheiro Lima diz ter evoluído sua perspectiva em consonância com o zeitgeist. “A arte afina a visão, com as discussões que promove - políticas e sociais. Estive na Bienal de Veneza e o trabalho que Adriano Pedrosa fez é muito

potente. Nas residências, a escolha das obras é uma sementinha que vamos plantando. Também estou lendo os livros Torto Arado, de Itamar Vieira Junior, e O Som do Rugido da Onça, de Micheliny Verunschk, essenciais para refletir sobre as transformações sociais que vivemos”. Os ecos desses temas na cena cultural paranaense são evidenciados, segundo ele, pela atuação de Luciana Casagrande Pereira, Secretária da Cultura do Paraná, para quem assinou o projeto de interiores de sua residência, e de Biba Bettega, que, à frente do MUPA, tem dado voz a essas questões.

O projeto dessa casa no interior gaúcho é composto por três blocos, separados por uma antiga esteira de arroz. Com conceito industrial, os interiores usam itens reciclados, como janelas, móveis e pias | Foto: Claudio Fonseca

VÁRIAS VOZES, UMA IDENTIDADE

O arcabouço de referências do profissional é multifacetado, percorre um vasto espectro de influências. Além da arquitetura pós-contemporânea, ele destaca nomes no design de interiores como Kelly Wearstler e Andre Mellone, e novos talentos no design autoral brasileiro, como Lucas Bond e Marcelo Caruso. "Somos um país continental, e é essencial olhar para o que está sendo feito no Brasil, incluindo os campos do artesanato e da indústria moveleira".

Ponto de inflexão na sua trajetória profissional e pessoal, a chácara que mantém em Morretes trouxe transformações à sua visão. Situada em um cenário de forte conexão com a comunidade local, proporciona um estreitamento profundo com a cultura e o povo da região.

Ao conviver com os moradores da cidade, passou a compreender a importância da integração genuína e da troca mútua. Essa experiência abriu seus olhos para o imenso potencial local, cujas riquezas históricas e culturais ainda estão por ser exploradas. "A gastronomia e a cena cultural são muito potentes. Eu mudei desde a pandemia, me tornei menos exigente. Hoje, entendo que a tríade arquitetura, arte e design é essencial para construir um país mais unido, com um olhar mais profundo sobre nossa riqueza cultural. Já é hora de olhar para todos os cantos do país com os mesmos olhos, unindo o Sul e o Norte. O vaso de cerâmica de Trancoso, trazido para uma casa no Sul, não é um objeto estrangeiro; é uma expressão de uma cultura única e compartilhada".

O ENIGMA DAS CORES E DO TEMPO

Em entrevista à Habitat, Gonçalo Ivo fala sobre sua recente exposição Zeitgeist e os laços imortais que atravessam sua arte

Nos entremeios da aurora, em um de seus enormes ateliês envoltos pela mata atlântica de Teresópolis, Rio de Janeiro, Gonçalo Ivo faz brotar sua sinfonia pictórica que o consagrou como um dos grandes coloristas brasileiros da contemporaneidade. Artista poliédrico e pensador, adentra os abismos da alma humana e investiga forças ancestrais, em uma busca incessante por significados ocultos. Sua arte atravessa o tempo, navega pelos contornos da existência e pelos fragmentos das sombras que tangenciam a essência do ser. E vai além dos pincéis: escreve com maestria sobre música e literatura, saberes que domina com a eloquência de quem cresceu em uma família de intelectuais. Em conversa com a Habitat, Ivo, que divide sua vida entre Madrid e Paris, fala sobre a última mostra, Zeitgeist, realizada na Pinakotheke Cultural. Curada por Luiz Chrysostomo de Oliveira Filho, a exibição reuniu 79 obras das séries Cosmogonias, Le jeu des perles de verre (O jogo de contas de vidro), L'Inventaire des pierres solitaires

Cosmogonia (2023), Gonçalo Ivo

(Inventário das pedras solitárias) e Cardboards. Com trabalhos inéditos, a nova exposição amplia a anterior, apresentada em 2022, no Paço Imperial. Max Perlingeiro, amigo e diretor da Pinakotheke, propôs uma nova edição, acompanhada pelo lançamento do livro homônimo, com textos de Nélida Piñon e outros importantes nomes, além de um vídeo de Kátia Maciel sobre sua trajetória.

“A exposição tem o cheiro de mato novo, de invenção, de orvalho. É um espelho do que vivi durante a residência na Fundação Anni e Josef Albers, em 2020, no início da pandemia. Foi um período de isolamento compulsório no qual perdi muitas pessoas queridas. Lá, dei continuidade ao Jogo das Contas de Vidro e Pedras Solitárias”, revela. Um ano antes, durante uma corrida em Nova Iorque, quando estava na Residency Unlimited, ele teve a ideia de reformular Cosmogonias (criada em 1980), obra que evoca a força simbólica do círculo, representando a circularidade do Sol, os movimentos cósmicos e a mitologia.

TEIA DE SABERES

Nascido em berço intelectual esplêndido, Gonçalo Ivo cresceu imerso na erudição da mãe, Maria Leda, e do pai, Lêdo Ivo, um dos grandes poetas brasileiros da geração de 45, autor de mais de 40 livros traduzidos para diversas línguas e premiados internacionalmente. Sua casa era frequentada por artistas como Sérgio Camargo, Ione Saldanha e Iberê Camargo. Ainda menino, ao ver as telas de Volpi compradas pelo pai, Gonçalo soube que queria ser pintor. “Eu ainda usava calça curta e convivia com Jorge Amado, Carlos Drummond e João Cabral de Melo

Neto. João Cabral passou uma semana no sítio de meu pai. Passávamos horas conversando. Foi meu primeiro colecionador, comprou dez quadros meus. Muitos dos volpistas, grandes colecionadores, me deram suporte”. Como um artesão da pintura, assim como Volpi o fazia, ele cria suas próprias tintas e têmperas, usa os melhores pigmentos do mercado - holandeses, ingleses e alemães. Jovem, ainda, aprendeu sobre o uso de tintas de alta qualidade e técnicas refinadas, ao frequentar ateliês de grandes mestres como Iberê Camargo.

Le jeu des perles de verre (2020), Gonçalo Ivo

LAÇOS IMORTAIS

L'Inventaire des Pierres Solitaires (2020), Gonçalo Ivo

Formado em Arquitetura e Urbanismo, área incentivada por Lêdo Ivo, que visava a estabilidade financeira do filho, Gonçalo trabalhou com Carlos Nelson Ferreira dos Santos no IBAM, no estudo do crescimento urbano. No entanto, a vocação artística prevaleceu. Seus únicos projetos arquitetônicos foram os três ateliês no sítio de Teresópolis, herdado do pai. Ali, construiu os espaços em uma área de 3 mil m², com seu próprio dinheiro e apoio de engenheiros.

A relação entre Gonçalo Ivo e seu pai, Lêdo Ivo, era moldada por uma amizade imortal e admiração mútua. Lêdo, atento ao talento literário do filho, elogiava seus textos com a sinceridade de quem vê grandeza. “Ele lia meus textos e dizia: ‘Pô, você escreve bem hein, não quer escrever poesia?’”, e Gonçalo, respondia com humor: “Só quando morrer”. Mas as palavras de Lêdo não se dissipam no tempo. A biblioteca herdada pelo filho, com mais de 40 mil títulos, continua a nutrir Gonçalo. Cada livro aberto carrega os ecos de pensamentos do gênio mentor e genitor.

Nos braços de Gonçalo, Lêdo Ivo faleceu no dia 22 de dezembro de 2012, em Sevilha. Durante nossa entrevista, Gonçalo preparava os objetos do pai para serem levados à "Caja de las Letras", a convite do Instituto Cervantes, na Espanha. Neste espaço reservado aos legados de grandes nomes da cultura hispânica, ao lado de imortais como Gabriel García Márquez, Lêdo Ivo também será eternizado.

RÉQUIEM PARA LEDA E LÊDO IVO

Por Gonçalo Ivo

Penso na morte todos os dias. Nesta transação solitária, como dizia Ray Bradbury, ela só não costuma acompanhar-me no sono ou nos sonhos. Quando a aurora se manifesta e percebo a realidade surgir, dádiva inacabada no vento que sopra, no corvo que pousa na varanda do apartamento da calle de Antonio Maura, em Madrid, ou ainda é noite no sítio São João, em Teresópolis, sinto o seu rumor quente segurando carinhosamente minha mão fria. Antevejo, nas temporadas serranas, essa companheira cotidiana em todo canto; nas parcelas de hortaliças indefesas nas tempestades de verão e nas geadas das noites limpas de inverno em julho e agosto.

Madrid/Vargem Grande, 11 de março de 2024

CASAS CHEIAS DE SONHOS

Trent Planner 2025 da MH Studios, em parceria inédita com Lissa Carmona, revela as histórias das icônicas casas modernistas de São Paulo

Inspirado nas residências projetadas pelos grandes mestres modernistas brasileiros, o Trent Planner 2025 da MH Studios nasce da parceria inédita entre Maria Helena Pessôa de Queiroz, diretora da papelaria de luxo, e Lissa Carmona, CEO e curadora da ETEL. A agenda traz o guia exclusivo "Casas Cheias de Sonhos", que reúne 12 casas modernistas icônicas de São Paulo, refletindo o legado da arquitetura nacional.

Curado e escrito por Lissa Carmona, o material destaca sua vasta pesquisa e experiência no campo do design brasileiro. À frente da ETEL por mais de 20 anos, Lissa conviveu com mestres como Sergio Rodrigues, Ruy Ohtake, Paulo Mendes da Rocha e Jorge Zalszupin. Além de liderar o projeto de preservação da Casa Zalszupin, Lissa também atua como embaixadora da Fundação Oscar Niemeyer e do Instituto Lina Bo Bardi, dedicando-se à preservação e divulgação dos legados desses ícones.

A empresária compartilha sua conexão pessoal com o projeto: “Minha relação com Maria Helena é profunda, e quando ela me convidou, lembrei não só de um livro que comprei há 30 anos, mas também das casas deslumbrantes que visitei e das sensações que elas me provocaram. Mais do que arquitetura, projeto ou programa, as casas são nossos refúgios, nossos altares de vida. Elas falam sobre quem somos, nossos sonhos e valores”. A inspiração para escrever o texto de Casa dos Sonhos veio do desejo de descobrir quais sonhos esses mestres modernistas buscavam realizar ao projetar suas próprias casas.

O material apresenta obras como a Casa de Vidro de Lina Bo Bardi, uma das residências mais icônicas do mundo, que coloca o Brasil no centro da cena arquitetônica global. Também estão destacadas a Casa Butantã e a Casa Sem Janelas de Paulo Mendes da Rocha, a Casa OVNI de Flávio de Carvalho, além de projetos de Rino Levi e Jorge Zalszupin.

Torna-se, assim, um convite para redescobrir São Paulo, despertando memórias e referências. Conduz à reflexão sobre como a arquitetura e o design têm o poder de revelar mais sobre nossa identidade do que imaginamos.

Maria Helena Pessôa de Queiroz e Lissa Carmona | Foto: Roberto Martini
Sonho N.274: O novo espaço reimaginado para o lançamento do Trent Planner inclui mobiliários da ETEL | Foto: Potyra Tamoios

SOBRE FORMAS: A SOLO DE RUY

TEIXEIRA NA HERANÇA CULTURAL

Com 39 imagens do vasto acervo do fotógrafo, a mostra desvela a pureza das formas na arquitetura, arte e design

Aforma, em sua essência mais pura, é um traço livre, um signo que se desprende dos nomes. Em sua primeira exposição solo na Herança Cultural, em cartaz em novembro na capital paulista, Ruy Teixeira revela o repertório dedicado à arquitetura, arte e design. Suas imagens exploram luz e sombra, linhas e contrastes como abstrações flutuantes entre o instante e o eterno. Nesse jogo de dicotomias, o fotógrafo alcança o universal por meio de uma poética abstrata que busca o traço essencial das formas. “Uma passagem entre o novo e o antigo, o construído e o destruído; a história e o conceito, o caminho da luz, o cheio e o vazio. Imagens que dialogam com a essência do objeto”, comenta Teixeira. Ele também assina a expografia: dividiu as 39 imagens em cinco paredes, onde escreveu frases que estabelecem uma conexão íntima com as fotos. “Em cada parede, narro minha história de paixão pelo tema, explorando ideias, criações, memória e propostas no meu modo único de ver. As frases refletem esse olhar sobre um mundo de dicotomias e se conectam para formar o texto fotográfico da exposição".

Nascido em 1957, em São Paulo, Ruy Teixeira construiu uma carreira notável de quatro décadas na fotografia, reconhecida nacional e internacionalmente. Atuou por 25 anos na Europa, realizando campanhas para marcas renomadas conectando arte, arquitetura, design e moda, além de colaborar com importantes revistas. As-

sina diversas obras literárias e exposições. Nesta mostra, produzida pela Fine Art Factory sob a direção de Stephan Schäfer, suas imagens desmaterializam o mundo em pura composição; lugares como Veneza, São Paulo, Londres e Brasília se desfazem em formas, assim como tempo e espaço.

O Reserva Mirante conta com 41 lojas abertas ao público regional e 95 salas comerciais.

RESERVA BARIGUI INICIA OBRAS COM GRANDE SUCESSO DE VENDAS

Grupo Avantti lançou o Reserva Mirante, localizado em frente ao Parque Barigui e ao lado do ParkshoppingBarigüi, uma das melhores regiões para investimento imobiliário em Curitiba

OGrupo Avantti deu início às obras do Reserva Mirante, que integra o maior complexo imobiliário já incorporado no mercado de Curitiba (PR). O empreendimento contará com 135 espaços comerciais de alto padrão e é o terceiro projeto do Reserva Barigui, onde será possível morar e trabalhar na melhor localização da cidade, em frente ao Parque Barigui e ao lado do ParkShopping.

Com arquitetura inspirada no estilo escandinavo contemporâneo, o inovador projeto traz muita biofilia, com o verde em meio aos espaços. O Reserva Mirante conta com 41 lojas abertas ao público regional, além de 95 sa-

las comerciais ou lajes corporativas que, juntas, também oferecerão uma vida de conveniência aos moradores dos empreendimentos residenciais do complexo.

Um dos grandes diferenciais do empreendimento são as praças suspensas de contemplação da paisagem, que estarão 12 metros acima do nível do lago do Parque Barigui – o mais desejado e frequentado da cidade, além de ser um dos melhores do mundo em capitais com mais de 1 milhão de habitantes. Os espaços comerciais do Reserva Mirante oferecerão às empresas um posicionamento de mercado único e valioso.

Nos últimos anos, tem se consolidado em Curitiba a chamada “Região do Barigui”, com o parque ao centro e bairros de alta renda integrados a uma vida de conveniência. Muitas opções de comércio e serviços, somadas a uma infraestrutura viária robusta, indicam o futuro do alto padrão imobiliário da cidade.

O Reserva Mirante é o único grande projeto comercial dessa importante região e teve 40% das suas unidades vendidas rapidamente desde seu lançamento, em junho de 2024. “O projeto atraiu investidores que buscam valorização de longo prazo e atraente rentabilidade em locação. Estamos muito satisfeitos com a velocidade da comercialização e trabalhando intensamente para que a oferta do produto chegue a todos os potenciais clientes”, destaca Carlos Rosenmann, diretor comercial e de marketing do Grupo Avantti.

ALTA QUALIDADE CONSTRUTIVA

O Grupo Avantti possui um sistema construtivo autoral denominado Av Tec, um conjunto de tecnologias aplicadas na engenharia de alto padrão, um diferencial muito valorizado pelos mais de 400 clientes que já investiram no Reserva Barigui. No inovador showroom, os visitantes são apresentados com profundidade a cada detalhe. Todas as unidades podem ser personalizadas e oferecem ampla flexibilidade de plantas. “Nosso diferencial é construir um alto padrão para Curitiba, traduzindo as necessidades culturais, climáticas e de mercado. Atualmente, temos diversos produtos disponíveis no Reserva Barigui, atendendo às demandas específicas de cada cliente", destaca Carlos Noleto, CEO e sócio-fundador do Grupo Avantti. A entrega do Reserva Mirante está prevista para o terceiro trimestre de 2027.

SOBRE O RESERVA BARIGUI

O Reserva Barigui é o maior complexo imobiliário de Curitiba, situado no coração de uma das regiões mais desejadas da cidade, com vista privilegiada para o Parque Barigui e ao lado do ParkShopping. O empreendimento compreende dois condomínios residenciais de alto padrão – Reserva Lago e Reserva Colina – e um condomínio comercial exclusivo – o Reserva Mirante, todos localizados em um terreno de 92 mil m². Um investimento com alto potencial de valorização imobiliária.

O

Rua Gen. Mário Tourinho, 1.805. Seminário | (41) 3223-0808 | @grupoavantti

GRUPO AVANTTI
O espaço fica em frente ao Parque Barigui e ao lado do ParkShoppingBarigüi.
A arquitetura foi inspirada no estilo escandinavo contemporâneo.
empreendimento terá praças suspensas de contemplação da paisagem.

O décor deste living inclui poltronas e sofá do estudiobola, poltronas de Zanini de Zanine, mesa de centro, por Jader Almeida e mesa lateral, assinada pelo próprio arquiteto para o Estúdio Latino

ARQUITETURA E DESIGN EM ESSÊNCIA

A trajetória de Giuliano Marchiorato, que, aos 33 anos, se tornou referência em uma nova geração de arquitetos curitibanos

Eu tinha uma professora de inglês que falou para minha mãe: ‘Tire ele do inglês e coloque ele no desenho. Ele vai aprender a língua na vida, mas, no desenho, ele é muito bom’”, conta o arquiteto Giuliano Marchiorato. A previsão da professora foi certeira. Aos 33 anos, o profissional já é uma referência da nova geração de arquitetos curitibanos, somando 29 prêmios nacionais e internacionais.

Os reconhecimentos refletem o que Marchiorato define como uma “transpiração pela arquitetura”, nos momentos de dedicação aos projetos e no lazer. “Eu sempre soube desenhar muito bem e sabia o que queria. Desde

antes da faculdade, eu já era um apaixonado pela arquitetura e tudo o que ela envolve. Isso se tornou a minha profissão e o meu hobby. Até quando viajava, eu ia para ver a arquitetura”, conta.

Na universidade, duas bolsas de estudo – para o Canadá e para a Inglaterra – o fizeram entender o impacto da brasilidade em sua identidade e projetos: a bossa que se tornaria sua marca. “A boa arquitetura brasileira é a melhor do mundo. Nós unimos ótimas referências, mesclando as veias escandinavas e as japonesas, mas trazemos a nossa brasilidade, o latino, que aquece essas concepções”.

DIFÍCIL DE CATEGORIZAR, FÁCIL DE IDENTIFICAR

As suas propostas, seja na arquitetura, em decorados e até no design de produto, são facilmente reconhecíveis. Marchiorato alega ser difícil se colocar em categorias ou rótulos, mas defende o minimalismo, essencialismo e contemporâneo. “Estou falando de uma composição atemporal, que envelheça bem e fuja de tendências que surgem rapidamente ou que são usadas de maneira exagerada e acabam estragando uma ideia”.

Protagonistas do ambiente, as poltronas altas de Niemeyer, se mesclam a itens como o vaso de Carol Gay e as luminárias dsgnselo. Ao fundo: cadeiras e mesa de Jader Almeida

A bossa brasileira se destaca também na curadoria de móveis e materiais de seus projetos. “Queremos valorizar a nossa gente e a nossa cultura. É por isso que nós, brasileiros, somos vistos com bons olhos em design e em arquitetura”. Os projetos, para o arquiteto, devem ser mais do que vistos. O desafio está em aguçar os sentidos muito além da visão. “Sempre nos preocupamos com o que a pessoa vai sentir quando toca uma pedra, como será quando estiver descalça no piso. Isso é o que faz uma proposta boa se tornar excelente. São sensações que, às vezes, não conseguimos sequer explicar”.

Giuliano Marchioratto

O PAPEL DOS TRÊS ELEMENTOS

Uma das questões comuns para profissionais de destaque é: como se inspirar? Marchiorato conta que trabalha com três elementos principais, sejam materiais, cores ou objetivos apresentados pelo cliente.

“A partir disso, seja para um decorado de uma incorporadora ou para um cliente final, vamos estudar meticulosamente o que conseguimos traduzir. Cotidianamente, isso exige que sejamos um pouco psicólogos para entendermos o que o cliente espera, algo que a idade e a maturidade vão nos moldando”.

E é o tempo que também apresenta outras possibilidades de experimentação: “A vida vai te guiando para muitas coisas. Vejo os decorados como uma forma de

introduzir uma boa arquitetura para o público em geral. É a mesma linguagem que adoto em todas as minhas criações”.

Esta forma de expressão já está dando frutos no design. Neste ano, Marchiorato foi vencedor da categoria Produto com o projeto Mictório Nº1, destaque no 27º Prêmio Deca. A ideia? Transformar os banheiros em ambientes mais leves, mas sem perder a privacidade.

“Tanto o design quanto a arquitetura têm que melhorar o bem-estar das pessoas. Sou um entusiasta do design, com a mentalidade de melhorar o espaço. Este prêmio mostra que a ideia ultrapassou o conceito com uma real valorização do espaço, transformando o ambiente”.

Poltrona Moleca de Sérgio Rodrigues, banco de Jader Almeida e mesa amorfa de Arthur Casas, são emoldurados pela luz natural e obra de André Mendes

MON 22 ANOS: ARTE PARA TODOS

Sob a direção de Juliana Vosnika, o museu continua a surpreender com importantes exposições e iniciativas inclusivas

Um lugar mítico acessível a todos que dialoga com as curvas magistrais de Oscar Niemeyer. Considerado o maior museu de arte da América Latina, o MON conta com mais de 35 mil m² e um acervo com de 14 mil obras. Ao longo de duas décadas, tornou-se um convite à democratização, inclusão e profundas reflexões promovidas pelas mais diversas expressões artísticas. A instituição, liderada por Juliana Vosnika desde 2015, segue ampliando sua notoriedade com mostras de

grande impacto, tanto nacionais quanto internacionais, e prevê encerrar o ano com 700 mil visitantes. O êxito reflete o compromisso e a sensibilidade na sua condução. “O dia a dia à frente de uma instituição como o Museu Oscar Niemeyer, que é um espaço vivo, é uma grande responsabilidade. Os museus estimulam a conexão entre pessoas que, ainda que não se conheçam, compartilham ali uma mesma emoção, um mesmo pensamento”, afirma a diretora-presidente do MON, à Habitat.

Juliana Vosnika | Foto: Adalberto Rodrigues

Três exposições recém-lançadas comemoram o aniversário e encerram o calendário de 2024: O Olho da Noite, criada pelo artista francês Jean-Michel Othoniel, especialmente para o museu; Afinidades III - Cochicho, do carioca Luiz Zerbini; e Convivendo em Harmonia com a Impermanência, com artistas asiáticos contemporâneos. As duas primeiras são curadas por Marc Pottier, e a última, por Géraldine Lenain.

MARCOS HISTÓRICOS

Entre as mostras mais recentes de sua gestão, destaques para Ai Weiwei: Raiz (2019), que mergulhou no universo do artista chinês, e OSGEMEOS: Segredos (2021), que alcançou a marca de 100 mil visitantes. Além disso, em 2022, o centenário de Poty Lazzarotto, que foi celebrado com uma retrospectiva e a doação de 4 mil obras ao acervo. A valorização do talento paranaense é o cerne do projeto Afinidades, que convida artistas ligados ao estado a explorarem a coleção. Nesta terceira edição, Luiz Zerbini seleciona obras de Guido Viaro, Miguel Bakun, Bruno Lechowski, Guilherme William Michaud e Theodoro De Bona, conectadas ao seu trabalho. No ano passado, Extravagâncias apresentou a maior mostra individual da artista Joana Vasconcelos no Brasil. Para 2025, o MON negocia com artistas como o mexicano Gabriel de la Mora e o arquiteto curitibano Abrão Assad.

Pouso das Garças 2021, Luiz Zerbini exposta em Afinidades III - Cochicho | Foto: Pat Kilgore
OSGEMEOS: Segredos (2021) | Foto: Eduardo Macarios

Aquário 2024, escultura criada por Jean Michel Othoniel, especialmente para O Olho da Noite | Foto: Claire Dom Perrotin

O OLHO DA NOITE

Em cartaz até maio de 2025, O Olho da Noite, de JeanMichel Othoniel, artista representado conjuntamente pelas galerias Simões de Assis, Perrotin, e Kukje, reúne 25 obras compostas por vidro espelhado e aço inoxidável, vidro espelhado e madeira, aço e folhas douradas. No Olho, 12 esculturas site-specific criam um planetário que remete aos signos do zodíaco, num jogo de luz e sombra cósmico. Obras abstratas flutuam no espelho d'água, no exterior, enquanto outras esculturas são exibidas nos Espaços Araucária 1 e 2.

Segundo Othoniel, sua obra permite um respiro em meio ao contexto atual: “É importante que a arte

crie esse momento de distância da realidade, para que cada um se reconecte consigo mesmo, se fortaleça”. A mostra é inspirada no encontro que teve, ainda jovem, com Oscar Niemeyer: “Estar em sua casa foi uma experiência profunda. Nesta exposição, trago um pouco daquela memória. Minhas obras dialogam não apenas com a proeminência arquitetônica, mas também com o olhar de Niemeyer sobre a natureza, até mesmo nos desenhos de lótus que inspiraram as artes abstratas no espelho d’água. Em meus trabalhos, tudo começa com a contemplação do meio natural”.

ALÉM DAS PAREDES DO MUSEU

Romper os limites físicos tem sido um dos pilares do museu nos últimos anos. O projeto “MON sem Paredes –Artistas Conquistam os Jardins do MON” amplia o acesso à arte ao levar obras para a área externa, com entrada gratuita e ilimitada. A diretora-presidente recorda dois momentos marcantes: o primeiro, quando centenas de crianças de escolas públicas se encantaram com as esculturas interagindo com autoridades, incluindo o governador; o segundo, quando suas próprias filhas se emocionaram com o trabalho de Joana Vasconcelos.

A inclusão, segue também em outras frentes. Em

abril, Juliana Vosnika apresentou o projeto “Acolhendo a Comunidade Autista” na conferência Communicating The Arts (CTA), em Paris. Ela destacou o trabalho do Núcleo de Acesso e Participação (NAP), responsável pela primeira Sala de Acomodação Sensorial em museus do Brasil. “É uma imensa satisfação que o museu se torne mais acolhedor e diverso, podendo oferecer arte e cultura de qualidade ao maior número possível de pessoas. A principal motivação é contribuir para uma sociedade mais justa e democrática”.

A instalação Bicicletas Forever fez parte da mostra Ai Weiwei Raiz (2019), curada por Marcelo Dantas | Foto: Marcello Kawase

TAPEÇARIA EM EVIDÊNCIA

Dos modelos tradicionais ao design assinado, a Botteh Handmade Rugs eleva os tapetes a protagonistas nos projetos de interiores

Paquistão, Índia, Irã, Tibete e Turquia são alguns dos destinos para os quais Amir Shahrouzi embarca algumas vezes ao ano para realizar a curadoria que tornou a Botteh Handmade Rugs uma das maiores marcas de tapeçaria do país. Comandada por ele e sua esposa Daiane Shahrouzi, a Botteh possui uma vasta gama de modelos, para diversos estilos e bolsos. O olhar afiado de Amir para as coleções lançadas é nutrido pelas viagens a feiras internacionais e pelas pesquisas que realiza, sobre o setor, há 20 anos, quando começou sua atuação na comercialização de tapetes persas. Foi nesse momento que sentiu a necessidade de se reinventar, usando sua experiência para se destacar. “Percebi que os tons, as cores, as formas, os desenhos estavam mudando e tentei fazer isso da melhor forma.

Em nenhum momento abri mão da matéria-prima, do tingimento de qualidade e do tapete feito à mão. Foi isso que levou a Botteh à frente do mercado”, diz à Habitat. A marca possui um estoque de 100 mil m², que atende suas lojas físicas em Curitiba, São Paulo, Belo Horizonte e Balneário Camboriú, e clientes em todo o país. Seu portfólio abrange desde tapeçarias modernas até clássicas, com ou sem adornos, e inclui também uma linha de design assinado por profissionais de destaque: Naia Ceschin, Juliana Vasconcellos & Matheus Barreto, Luciano Dalla Marta e Suite Design assinaram coleções que foram bem recebidas pelo mercado. Com uma estratégia certeira, o executivo antecipa que, em 2025, novos nomes devem assinar linhas inéditas.

Neste living, projeto de Marina Linhares, o modelo Kilin
Oriente Paquistão da Botteh adiciona sofisticação e identidade marcante à composição
Foto: Evelyn Müller

Peças vintage garimpadas por Amir, bem como opções personalizadas, criadas em colaboração com arquitetos, também fazem parte do portfólio. “Estamos constantemente interagindo em feiras e eventos, e consigo captar esses movimentos. Pesquiso tendências, mas não sigo tendências”. Essa visão fez com que a Botteh se diferenciasse no mercado, tornando os tapetes protagonistas nos projetos de interiores. “Conseguimos enxergar neste produto um outro lugar para o tapete. Não é apenas conceber o layout e testar o tapete no espaço. Eles ocupam uma posição tão especial quanto o mobiliário planejado”, conta Daniela Frugiuele, sócia da Suite Arquitetos, responsável por assinar a coleção Transbordar, em parceria com a Botteh. O nome surgiu com a ideia de levar o olhar dos móveis para o tapete, recriando texturas e formatos orgânicos.

Na composição idealizada por Barbara Sganzerla o tapete Aquarela do Nepal, adiciona pontos de cor e reforça a proeminência no espaço Foto: Nando Fischer

CONQUISTA LOCAL

A Botteh completou 4 anos em Curitiba, cidade que atualmente representa cerca de 20% das vendas da marca. Em apenas um ano, a loja se consolidou como referência para os profissionais do segmento. Conhecida pelas vitrines criadas por renomados designers e pela atuação impecável de Bartira Brittes, responsável pela unidade, a marca conquistou rapidamente o mercado local. “Quando comecei a trabalhar com o Amir, ele me disse: ‘o pó do tapete vicia’. Essa paixão pelo produto, tão especial, transparece no mercado. O brilho nos olhos ao falar do tapete não pode ser forçado nem disfarçado”, revela.

A loja se tornou um habitat natural para os profissionais, o que facilitou o acesso ao mercado. “A Botteh tem um mix amplo para todos os estilos: projetos mais clean,

Uma das novas apostas da marca, a coleção Marroc se destaca pela originalidade, com relevos e texturas que realçam os tons da lã e do algodão | Foto: Divulgação

áreas externas, casas mais clássicas, uma residência com uma pegada mais natural ou super contemporânea e peças com design assinado. Seja qual for o perfil do cliente ou do arquiteto, temos uma gama de produtos para atendê-los”. O público de Curitiba surpreendeu. Havia a expectativa de que o perfil mais tradicional da cidade levasse a uma preferência pelas linhas mais claras e clássicas. Não foi o que aconteceu: a linha de design assinado se tornou um grande sucesso.

Para Bartira, isso é fruto da oferta de produtos pronta-entrega, que costumam modificar a percepção dos clientes finais, refletindo em escolhas mais ousadas. “O tecido envolve o projeto e dá esse acabamento, esse aconchego. Ver isso frio em um projeto em realidade virtual é diferente de sentir a textura e os tingimentos naturais”.

NA ERA DO DESIGN

Como louças e metais evoluíram de itens utilitários para peças centrais em concepções de interiores

Por Débora Mateus

Em tempos em que o design se integra ao inconsciente coletivo, louças e metais deixam de ser meros itens utilitários para se tornarem elementos-chave na composição dos ambientes. Ao criar sua primeira linha assinada para a Roca em 2018, Ruy Ohtake (19382021) declarou: “Uma boa peça ou obra de arquitetura vai além do utilitário, ela precisa unir emoção e o imprevisível”. A frase foi exibida em um vídeo durante o Red Dot Award 2019, ocasião em que a coleção do mestre brasileiro foi premiada na categoria máxima, “Best of the Best”. Composta por quatro cubas inspiradas no formato de um ovo, a coleção imortaliza os traços orgânicos de Ruy, reconhecido pela forte inspiração na natureza. Segundo Sergio Melfi, presidente da Roca Brasil, a ideia surgiu durante uma visita à unidade fabril da Suíça, quando o arquiteto esboçou o design num guardanapo. Pensada inicialmente para o Brasil, a coleção conquistou o mer-

cado internacional e foi exportada para 20 países. "Como multinacional presente em 170 países pensamos globalmente, mas agimos localmente. A linha de Ruy Ohtake reflete esse compromisso. Não mudamos absolutamente nada de seu desenho. Foi um momento muito bonito, ele participou da criação à produção", afirma.

Com o design como um de seus pilares, a marca continuou a lançar coleções assinadas por grandes nomes da arquitetura, como Fernanda Marques e João Armentano. Na Expo Revestir deste ano, apresentou a quarta coleção, criada por Rodrigo Ohtake. As peças, uma homenagem às formas curvas de seu pai, ganham uma releitura inspirada na flor copo-de-leite. "Com esse movimento, mostramos que o design nacional está em linha com o internacional. Em 2025, a Roca celebrará novamente o legado da família Ohtake na ISH em Frankfurt", afirma Aline Pereira, gerente de marketing da Roca.

Na casa de Tomie Ohtake, a cuba oval assinada por Ruy Ohtake para Roca contracena com peças da coleção internacional da marca, Ona Foto: Ruy Teixeira

ELO SENSÍVEL

A primeira grande renovação do Hotel Unique, duas décadas após sua inauguração, exemplifica essa abordagem. Com seu arrojado arco invertido e janelas circulares, a obra de Ruy Ohtake se destaca no skyline paulistano. Sob a visão contemporânea de João Armentano, a reforma dos interiores em andamento incorpora a arquitetura de Ruy. Em 30 dos 90 quartos, mudanças começam nos corredores com carpete azul e concreto aparente, e se estendem às suítes, mais luminosas e arejadas. Além de incorporar tecnologia como automação, enaltecem o design brasileiro, com mobiliários de mestres Jorge Zalszupin, Sergio Rodrigues e Zanine Caldas. De acordo com Armentano, a escolha de cada elemento reitera a experiência sensorial característica do trabalho de Ohtake: “As cubas de apoio ovais da coleção Ohtake especificadas na segunda fase da obra, trazem a geometria surpreendente que se tornou uma marca dos desenhos do Ruy - curvas que lembram a plasticidade de alguns projetos do Oscar Niemeyer”. As linhas Horizon, uma fusão entre geometria e o jogo de luz e sombra, criadas por Armentano para a Roca, também estão presentes nos banheiros do hotel.

À Habitat, o arquiteto fala sobre as perspectivas promissoras do setor no cenário nacional: “No Brasil, há o privilégio de estabelecer relações entre a arquitetura e a natureza. É um tema formador da disciplina no país que segue pertinente, especialmente em nossos projetos no Sul e na hotelaria no Ceará, onde integramos o contexto local com soluções inovadoras e sustentáveis, como materiais, técnicas construtivas e artesanato".

A fachada do Hotel Unique, obra audaz de Ruy Ohtake, prevalece na paisagem paulistana com seu arco invertido e janelas circulares Foto: Vivi Spaco
Em algumas suítes renovadas por João Armentano, as cubas Horizon, criadas por ele para a Roca, reforçam sua abordagem contemporânea Foto: Raquel Toth

Com sólida presença internacional, o Grupo Roca se destaca em projetos históricos. Durante as Olimpíadas de Paris 2024, a marca forneceu novamente as louças sanitárias para os inconfundíveis banheiros vermelhos da Torre Eiffel, concebidos pelo arquiteto Alain Moatti na reforma de 2013. O tom que permeia os espaços remete à cor original da torre, Venetian Red, e está presente também em cubas e vasos sanitários. O compromisso

da empresa com inovação e design, é reconhecido nas coleções internacionais, como a Ona, criada pelo Roca Design Center em Barcelona, em colaboração com os estúdios Noa Design, Benedito Design e Interior Design Studio Cobalto. As galerias do grupo, em cidades como São Paulo, Barcelona, Madrid, Lisboa, Londres, Xangai e Pequim, estimulam uma troca criativa entre diferentes perspectivas culturais.

Os famosos banheiros da Torre Eiffel, parte da reforma liderada por Alain Moatti em 2013, incluem peças da marca| Foto: Divulgação Roca

PROJETO INOVADOR E SUSTENTÁVEL

Daniela Rigolino e Júnior Rigolino da DEX Building

Unindo inovação, sustentabilidade e exclusividade, a Dex Building consolida seu posicionamento como um novo player no mercado de incorporação de residências horizontais de alto padrão em Curitiba. Fundada com o propósito de transformar o sistema construtivo tradicional, trazendo uma revolução no conceito do morar, e oferecendo um novo estilo de vida. Com escolhas construtivas que impactam positivamente o meio ambiente, promovendo o mínimo de desperdício, que equilibra design sofisticado, eficiência térmica e acústica, e o máximo de conforto.

CADA PROJETO É GUIADO POR TRÊS PILARES ESSENCIAIS

- Inovação, com o sistema construtivo em aço que reduz o consumo de água, minimiza emissões de CO2 e promove uma execução ágil e precisa.

- Sustentabilidade, refletida no uso de materiais recicláveis, soluções para reaproveitamento de águas pluviais, placas fotovoltaicas e telhados verdes, que contribuem no aumento da biodiversidade local, além de proporcionar isolamento térmico.

- Exclusividade, evidenciada nos elementos únicos de cada projeto, feitos sob medida para refletir o estilo de vida único de seus moradores.

Em setembro de 2024, a Dex realizou o Open House+, um evento marcante para apresentar o projeto House+ Reserva Wiés e celebrar sua entrada no mercado. Realizado em três edições exclusivas, nos dias 3, 4 e 27 de setembro, o evento proporcionou aos convidados uma experiência imersiva na primeira House+, onde os participantes tiveram a oportunidade de conhecer os diferenciais do projeto, os detalhes que traduzem o compromisso da marca com um novo estilo de vida.

O Open House+ contou com a presença de parceiros, como Villa Batel, Uusi Móveis, Adornie Home Decor, Laís Aliski Casa, Realsmart, e o arquiteto Fabio Petillo que foram fundamentais para celebrar esse momento tão especial. "Esse evento foi uma oportunidade para mostrar ao mercado que a construção de um novo futuro se faz hoje, e que a primeira House+ é a materialização do que acreditamos, da nossa essência: mostrar que é possível unir sofisticação e responsabilidade ambiental em um novo conceito de morar", comenta a CEO Daniela Formighieri Rigolino.

Com sua estreia no mercado, a Dex Building reafirma sua missão de transformar o mercado imobiliário, inspirando clientes e parceiros a acreditar em um futuro mais consciente, com mais conforto e qualidade de vida.

www.dexbuilding.com.br +55 41 999 150 066 dexbuilding

Gabriel Falavina da Altma Incorporadora/ Daniela Rigolino da DEX/ Jessika Malucelli da Realsmart/ Arquiteto Fábio Rigolino
Daniela Rigolino da DEX/ Márcia Almeida da Villa Batel
Daniela Rigolino da DEX/ Jessika Malucelli da Realsmart/ Arquiteto Fábio Petillo

ZILDA FRALETTI: O BRILHO EM DESBRAVAR

Com um livro recentemente lançado, a galerista reflete sobre o legado na cena artística em Curitiba

Brilho 1987, Eduardo Zimmermann

Há quatro décadas, Zilda Fraletti revelou sua faceta audaz ao fundar a primeira galeria contemporânea de Curitiba, num cenário majoritariamente masculino. Esse espírito desbravador a acompanha na trajetória marcante, tecida pelo amor à arte. Ao lado do sócio Carlos Cavet, com quem colabora há 18 anos, transformou a galeria que leva seu nome num espaço cultural que desmistifica o universo artístico. Sua cura-

doria inclui talentos como André Mendes, Juliane Fuganti – agora diretora do MAC-PR – e Marcelo Conrado, artistas que acompanha desde o início e com quem compartilha conquistas, incluindo exposições no Brasil e no exterior. “Nunca imaginei que trabalharia com arte; a vida foi me conduzindo para isso. A relação que tenho com os artistas é significativa; olhamos na mesma direção. O foco sempre esteve além do lucro, e isso nos conecta”.

Muito de sua sensibilidade cultural vem da herança familiar. Sua mãe, Vera Beltrão, foi uma das primeiras psicólogas da época, e seu pai, Paulo Fraletti, dirigiu o Hospital Psiquiátrico do Juqueri. Paulo fundou uma escola de arte para pacientes com Osório César, exmarido de Tarsila do Amaral, mostrando aos filhos o valor da expressão artística. Jovem recém-formada em psicologia, Zilda viu seus planos mudarem de rumo após o fim de um noivado. A convite do tio Alexandre Beltrão, diretor da Organização Internacional do Café em Londres, decidiu respirar novos ares e estudar inglês in loco. “Meu tio Alex sempre estava cercado por grandes artistas e intelectuais. Possuía obras de Tomie Ohtake, Sérgio Camargo e Antonio Dias”. Em terras britânicas, ela conheceu Carlos Eduardo Zimmermann, que mais tarde representaria e se tornaria um grande amigo.

Sem título da "Série Jardins" 2024, Juliane Fuganti

Durante o dia, ela levava a vida típica de estudante; à noite, os jantares na casa dos tios proporcionaram contato com figuras como Eleonore Koch, a quem chama de Lauren. Ali, seu olhar crítico para a arte foi moldado. Após o curso, visitava a National Gallery semanalmente e consultava a revista Time Out para conferir as mostras no Tate Modern e no British Museum. Entrava em galerias

sem intenção de compra, pois acredita que arte não deve intimidar. Esse conceito permeia seu próprio espaço, assim como o hábito de explorar minuciosamente catálogos e biografias de artistas. “Me dedico a conhecer profundamente suas trajetórias e planejo minhas viagens de acordo com as exposições – um legado que transmito às minhas filhas e netos”.

Os trabalhos com arte começaram em 1984, de forma pioneira na capital. Inspirados por uma ideia que sua mãe trouxe, o clube de colecionadores teve início com dois grupos e obras de Zimmermann, expandindo para 17 grupos. “Eu não queria selecionar artistas em várias galerias; meu diferencial era trazer talentos não representados, como Teca Sandrini e Mazé Mendes”. Sempre à frente de seu tempo, Zilda rompeu barreiras. Nos anos 90, inaugurou um espaço em São Paulo, onde trabalhou com Tomie Ohtake e Arcangelo Ianelli, artistas que admira profundamente.

Em Curitiba, transformou um casarão na Avenida João Gualberto em uma galeria com salas expositivas, bar com livros de arte e auditório. Apresentou vanguardistas como Emanoel Araújo, Carlos Vergara e Mario Cravo Neto, desafiando a tradição local. Desde 2022, Fraletti mantém uma parceria exclusiva no Paraná com a galeria Almeida & Dale, que atua há mais de 20 anos no mercado secundário. A exposição inaugural da parceria foi icônica, apresentando 13 obras de diferentes períodos da carreira de Tomie Ohtake. Neste ano, duas exposições que

expressam o clamor pela preservação da natureza foram realizadas em colaboração no espaço da galeria, em Curitiba: “Grito da Terra”, de Frans Krajcberg, e “Elogio à Natureza”, de Lelli de Orleans e Bragança.

O legado de Zilda Fraletti, recém-publicado em um livro pela editora Telaranha, traz textos de José Carlos Fernandes e Fernando Bini. Além de traçar o panorama da cena artística paranaense, reúne fotos com figuras marcantes que fizeram parte de sua trajetória. À Habitat, a empresária antecipa que a participação na SP-Arte 2025 contará com um espaço maior e exibirá novas representações: Fernando Lindote e Guilherme Dable. Embora não se considere colecionadora, possui obras de Carlos Eduardo Zimmermann, como “Brilho”, que o artista prometeu nunca vender, mas acabou cedendo. “Nunca vou me separar dela; olho todos os dias e penso: que coisa boa ter esse brilho”. A escolha da obra não é fortuita, reflete não apenas sua trajetória, mas também sua aura. Basta uma boa conversa com Zilda Fraletti para perceber a intensidade da luz que emana.

O sonho do Sonho do Sonho 2024, André Mendes
Sem título 2019, Marcelo Conrado
LEGADO POLIVALENTE

CURITIBA NA ROTA DOS MAIS RENOMADOS ARTISTAS DE JAZZ

Nos últimos anos, Curitiba tem se consolidado como uma das principais paradas para grandes nomes do jazz contemporâneo. Com uma cena cultural rica e um público que valoriza a diversidade e a inovação, a cidade se tornou um ponto de encontro para performances ao vivo, repletas de energia e autenticidade. Palcos icônicos, como a Ópera de Arame, têm recebido músicos que estão redefinindo o jazz em escala global, posicionando a capital paranaense no circuito internacional da música. Kamasi Washington, uma das maiores figuras do jazz atual, passou pela cidade

em duas ocasiões recentes. Em 2019, sua primeira apresentação trouxe uma fusão potente de jazz com elementos de funk e soul, encantando a plateia com seu estilo singular e grandioso. Em 2022, Kamasi retornou para mais uma performance inesquecível, reafirmando sua conexão com Curitiba e deixando uma marca ainda mais profunda na cena local. Suas apresentações, cheias de improvisação e momentos orquestrais, proporcionaram uma experiência musical intensa e quase espiritual.

Kamasi Washington | Foto: Vinicius Grosbelli

Outro marco para a cidade foi a estreia da banda canadense Badbadnotgood em 2019. Conhecidos por suas colaborações com artistas de hip-hop e pela fusão de jazz com música eletrônica, eles transformaram a noite em uma celebração de som e experimentação. No mesmo ano, o grupo australiano Hiatus Kaiyote também fez sua primeira apresentação, encantando o público com uma performance pulsante e arranjos complexos de jazz contemporâneo. Em 2023, FKJ (French Kiwi Juice), multi-instrumentista francês, conquistou a plateia com sua habilidade em improvisações e composições envolventes, criando uma atmosfera única.

Ainda em 2023, Snarky Puppy, grupo norte-americano que se destaca pela mistura de jazz, funk e world music, fez uma apresentação vibrante que capturou a energia do público. Hamilton de Holanda, um dos maiores expoentes do jazz brasileiro, também esteve na Ópera de Arame com seu show "Flying Chicken". Com seu virtuosismo no bandolim, explorou as raízes do jazz nacional, proporcionando uma experiência rica. Em 2024, Alfa

Mist, com sua fusão de jazz e hip-hop, trouxe uma performance introspectiva que cativou a audiência. Neste ano, o multi-instrumentista britânico Kamaal Williams também se apresentou no Teatro Paiol, trazendo sua mistura de jazz com elementos eletrônicos e funk, em um ambiente intimista que reforçou a posição da capital como destino para o jazz experimental e contemporâneo. Com uma infraestrutura cultural que favorece o intercâmbio e uma audiência cada vez mais engajada, Curitiba tem se destacado como destino preferido para os principais artistas de jazz contemporâneo. As apresentações de Kamasi Washington, Badbadnotgood, Hiatus Kaiyote, FKJ, Snarky Puppy, Hamilton de Holanda, Alfa Mist e Kamaal Williams reforçaram o papel da cidade como um espaço de efervescência e conexão musical. Para 2025, grandes nomes como Hermanos Gutiérrez, Glass Beams, Kamasi Washington, Hiatus Kaiyote e o lendário Herbie Hancock são aguardados, prometendo enriquecer ainda mais a cena jazzística e reafirmar Curitiba como destino essencial para o jazz multicultural.

Alfa Mist | Foto: Ravi Isfer

ANTONIA RATTO: INVESTIGAÇÃO DA POTÊNCIA FEMININA

A artista resgata saberes ancestrais sobre o corpo feminino, transformando-os em símbolos de fortalecimento e renovação cultural

Há histórias que resistem ao esquecimento por encontrarem na arte não apenas um meio de sobreviver, mas de se ressignificar. A produção artística de Antonia Ratto é assim. Ela emerge de uma investigação profunda sobre as práticas e cuidados com o corpo feminino e sua potência reprodutiva - temas que, ao longo dos séculos, foram silenciados e subalternizados. Com uma obra que transpassa fronteiras geográficas e culturais, dividida entre o Rio de Janeiro e Paris, a artista se dedica a reavivar tradições ancestrais, muitas das quais foram esquecidas pela ciência moderna, especialmente aquelas ligadas ao ciclo da fertilidade, incluindo temas como sexualidade, contracepção, aborto e os saberes ancestrais nos partos.

Sua investigação sobre a figura das parteiras, muitas vezes associadas ao arquétipo da "bruxa" e perseguidas ao longo da história, propõe uma ressignificação dos saberes que foram apagados. “Longe de serem apenas cui-

dadoras, essas mulheres [parteiras] eram guardiãs de uma sabedoria que vai além do biológico. Conhecimento que reverbera nas práticas que mantinham vivas, muitas vezes, à margem da sociedade. A arte tem o poder de transformar saberes invisibilizados em memória viva”, afirma à Habitat. Nos materiais que utiliza, como bordados e fios dourados, a artista transforma esses saberes ancestrais em símbolos de resistência cultural, ligando o natural e o feminino. Sua poética visual vai além de preservar a sabedoria tradicional: também a resgata como um elo de continuidade e fortalecimento feminino.

Em julho deste ano, Antonia apresentou sua primeira exposição individual, Amniomancia, na galeria Espace L em Genebra. A mostra reuniu o resultado de dois anos de pesquisa sobre o ciclo de fertilidade feminina e o trabalho das parteiras tradicionais do Brasil, concluindo seu mestrado em pesquisa e criação contemporânea na Universidade Paris1-Panthéon Sorbonne.

Madonna en thé 2022 (Madonna em chá), Antonia Ratto

PLA[CE]NTA 2023, Antonia Ratto

MEMÓRIA AUDIOVISUAL

Além de seu trabalho nas artes visuais, Antonia Ratto também se destaca no audiovisual. No documentário A Mochila do Mascate (2005), ela imortaliza a trajetória de seu pai, o renomado cenógrafo e diretor teatral Gianni Ratto. Produzido e roteirizado por ela, o documentário evidencia a figura central de Gianni na reconstrução do teatro italiano pós-guerra e sua importância como pilar do teatro moderno brasileiro. Na exposição Gianni Rat-

to – 100 Anos, co-curada por Antônia, a memória de seu pai é reforçada por fotos, croquis e registros interativos que conectam sua arte à visão transformadora do teatro. Em sua prática visual, Antonia Ratto segue resgatando legados culturais esquecidos, transformando-os em símbolos vivos de renovação e os conectando à arte contemporânea.

ARTE BRASILEIRA EM FOCO

A recente aquisição de uma obra de Tomie Ohtake pelo MoMA de Nova York e a exposição de Tarsila do Amaral no Musée du Luxembourg, inaugurada em setembro em Paris, marcam o crescente reconhecimento internacional da arte brasileira. A retrospectiva de Tarsila, a maior já realizada em terras francesas, reúne 150 obras, incluindo as icônicas Abaporu (parte do acervo do MALBA) e A Negra. A mostra simboliza a revalorização do legado de uma das figuras centrais do modernismo brasileiro, especialmente na França, onde ela iniciou sua carreira internacional há mais de 100 anos.

Foto: Divulgação

REFERÊNCIA ARQUITETÔNICA

A Darlington Public School, localizada no subúrbio de Sydney, foi eleita “Construção do Ano de 2024” pelo World Architecture Festival. O projeto, assinado pelo escritório fjcstudio, transforma a antiga estrutura dos anos 1970 em um campus contemporâneo e funcional, com espaços ao ar livre, quadras e um telhado “serrato” - ângulo similar ao perfil de uma serra. Com capacidade para abrigar 500 alunos, o novo edifício preserva a cultura indígena com murais aborígenes, que refletem a história local e instigam o envolvimento comunitário.

MAISON&OBJET 2025

A edição inaugural da Maison&Objet 2025, que acontecerá entre 16 e 20 de janeiro em Paris, celebra o centenário do Manifesto Surrealista com o tema “Sur/Reality”. A feira explorará o impacto contínuo do surrealismo no design contemporâneo, apresentando peças que distorcem percepções e desafiam normas visuais. Em paralelo, o Centre Pompidou continuará a exibir a mostra “Surrealismo: uma viagem ao inconsciente”, até o final de janeiro. A conexão entre a feira e a exposição reforça o diálogo entre o surrealismo na arte e no design, convidando à reflexão sobre as influências duradouras desse movimento.

Foto: Brett Boardman
A Negra 1923, Tarsila do Amaral | Foto: Reprodução Romulo Fialdini

BRASILEIRO NO MALBA

Rodrigo Moura, um dos mais respeitados curadores brasileiros, assume a curadoria do Museu de Arte Latino-Americana de Buenos Aires (Malba), após cinco anos como curador-chefe do Museo del Barrio, em Nova York. Com uma trajetória que inclui passagens por instituições de prestígio como o Instituto Inhotim, o MASP e a SP-Arte, além de sua participação na última edição de Rotas Brasileiras, na qual concedeu entrevista à Habitat, Moura é reconhecido por ampliar a representação da arte latino-americana, e voltando sua pesquisa também às diásporas do continente.

FÁBRICA DE IDEIAS

A Audi do Brasil confiou ao escritório Ricardo Amaral Arquitetos Associados o projeto da Fábrica de Ideias, um moderno centro de inovação e tecnologia no bairro Rebouças, em Curitiba. Integrante do programa Paraná Competitivo, o empreendimento ocupará o antigo espaço da Ambev e contará com um investimento de R$ 300 milhões. O projeto reunirá empresas, startups, centros de pesquisa e instituições governamentais, além de oferecer espaços para aceleração de negócios, coworking, cultura e gastronomia. A primeira etapa, prevista para 2025, incluirá o retrofit sustentável do imóvel, com 50 mil m².

NOVO EMPREENDIMENTO

A AG7 Incorporadora acaba de lançar o Ícaro Casa-Térrea, em Curitiba. O empreendimento combina luxo, bem-estar e natureza em um terreno de 20 mil m², no Novo Ecoville. Com 38 unidades que variam de 470 a 1,4 mil m², o projeto leva assinatura de nomes de peso do cenário nacional: Architects Office, que assina a arquitetura, Juliana Vasconcelos, no design de interiores, e Ricardo Cardim, no paisagismo. Com obras previstas para iniciarem em 2025, o edifício terá bosque privativo, varandas amplas, serviços personalizados e infraestrutura completa voltada para a qualidade de vida e longevidade.

MARCOS EXPRESSIVOS

Com 28 anos de atuação e 15 empreendimentos entregues, a Laguna se destaca no mercado imobiliário curitibano, com um landbank superior a R$2 bilhões e 10 terrenos adquiridos. Em apresentação para clientes e formadores de opinião, a diretoria anunciou três lançamentos de destaque no próximo ano: edifícios na Alameda Presidente Taunay, Rua João Américo de Oliveira e o BIOOS Barigui, voltado para o público 60+. Até 2028, serão 10 novos projetos. A construtora é a única no Brasil a integrar o IWBI, com edifícios certificados WELL, como o PINAH, primeiro residencial da América Latina a conquistar esse selo.

Foto: Reprodução
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Piana, vice-governador

Ratinho

ALÉM DO MODERNO

A exposição Além do Moderno, em cartaz até fevereiro de 2025 na Casa Zalszupin, propõe um diálogo entre o mobiliário de mestres do modernismo brasileiro e obras de arte de artistas como Aluísio Carvão, Hélio Oiticica e Milton Dacosta, além de contemporâneos como Cassio Michalany e Eduardo Sued. Curada por Antonio Gonçalves Filho, a mostra é inspirada no conceito de "tempo tríbio" de Gilberto Freyre, refletindo sobre as interações entre passado, presente e futuro. Peças de design de ícones como Jorge Zalszupin, Oscar Niemeyer, Joaquim Tenreiro, Lasar Segall e Gregori Warchavchik destacam a influência do legado modernista no contexto atual.

Foto: Divulgação

A ARTE DO BEM MORAR

Em apenas seis meses desde o lançamento, o Casa Nomaa, empreendimento da IDEE Incorporadora com projeto por Arquea Arquitetos, Fernanda Cassou e Flávia Tiraboschi, superou expectativas ao alcançar R$ 120 milhões em vendas. Localizado em um terreno de 6 mil m² no Ecoville, o residencial combina design, arte e serviços exclusivos de hospitalidade de luxo, compartilhando espaço com o Nomaa Offices, torre comercial que complementa o conceito de viver e trabalhar com excelência. A entrega está prevista para 2028.

COPPOLA EM CURITIBA

Francis Ford Coppola, cineasta de "O Poderoso Chefão", voltou a Curitiba após 21 anos, a convite da Secretaria da Cultura, para lançar "Megalópolis". O filme, custeado por ele, é inspirado na cidade de Curitiba e no trabalho visionário de Jaime Lerner, que influenciou a criação do personagem Cesar Catilina (Adam Driver), um arquiteto utópico que busca reconstruir a cidade fictícia de Nova Roma. No Palácio Iguaçu, Coppola recebeu a Ordem Estadual do Pinheiro, a maior honraria do Paraná, entregue pelo vice-governador Darci Piana. Em entrevista coletiva, ele afirmou: “Com criatividade Jaime Lerner buscava soluções para melhorar a vida das pessoas com projetos inovadores”.

Foto: Divulgação

SELO INTERNACIONAL

O empreendimento Denmark, da GT Building, celebrou a conquista da certificação internacional GBC Gold, um reconhecimento às suas soluções inovadoras em sustentabilidade. Localizado no bairro Cabral, o edifício é inspirado no conceito dinamarquês Hug House e adota práticas sustentáveis em todas as suas etapas de concepção. Além disso, é o primeiro de Curitiba a oferecer automação residencial completa, com integração por comando de voz, proporcionando maior conforto, segurança e eficiência energética aos seus moradores.

Foto: Divulgação

Darci
e
Júnior, governador do Paraná com Francis Ford Coppola | Foto: Gabriel Rosa /AEN

UM PALCO DE EXPRESSÃO E MEMÓRIAS

O lar de Catherine Braska, a empresária e galerista por trás da Urban Arts em Curitiba

Uma mulher forte, que transparece alegria e energia, Cathy é uma pessoa que tem brilho próprio. Seu carisma transborda e cativa quem cruza seu caminho. Filha única, tem no sangue uma mistura improvável: a conexão com a arte e a cultura, herança de sua mãe que, por muitas décadas, comandou uma conhecida escola de dança, junto ao olhar prático e organizado de seu pai, um empresário de sucesso. Esta mistura a fez abandonar uma carreira convencional como advogada e aplicar a disciplina, organização e capacidade de impro-

visar - que adquiriu ao longo dos anos de ballet clássico -, para abrir seu próprio negócio, a Urban Arts, uma loja de quadros que comanda há mais de 8 anos.

Desde pequena teve muito estímulo da arte em geral que a transformou em uma pessoa interessante e dinâmica. Cidadã do mundo, teve a oportunidade de morar na Rússia, Espanha e Estados Unidos, o que a tornou uma pessoa curiosa e que vive em busca de conhecer lugares e ter novas experiências. Mas suas raízes ficam mesmo em Curitiba, onde se sente em casa.

Catherine Braska
Fotos: Eduardo Macarios

O living, assim como os outros ambientes, revela um pouco da identidade irreverente da proprietária da Urban Arts

O APARTAMENTO

Ao completar 30 anos, buscou um novo lar, e escolheu um apartamento há apenas alguns metros do de seus pais. Cathy confiou o décor de sua casa à Lisa Zimmerlin e Carolina Danylczuk, da Unic Arquitetura. Pela amizade de mais de 30 anos que tem com Carol, não teve dúvidas de que saberiam unir seu estilo despojado e alegre à identidade minimalista e contemporânea do escritório. Na entrada do apartamento, uma atmosfera acolhedora pode ser percebida por uma caixa em marcenaria no tom verde sálvia. O espaço abriga o banco Iaiá de Gustavo Bittencourt.

‘’Foi uma forma de trazer tons da natureza para um ambiente cosmopolita e urbano’’. Seu espaço preferido, o Living, integra sala, cozinha e varanda, onde recebe as pessoas próximas de forma descontraída e informal. Se engana quem pensa que a casa está sempre cheia. Tendo uma vida em constante movimento, o local é, para ela, um refúgio. Por trabalhar perto, aproveita sempre que pode para passar no seu lar e renovar as energias.

Na sala de jantar, o colorido dos quadros se mistura a peças de design de Lattoog, estudiobola, Zanini de Zanine e Cris Bertolucci

Em suas estantes, em tons claros, estão presentes objetos do Japão, Islândia, México, Peru e Croácia, sempre itens que simbolizam momentos ou comemorações que vivenciou. Um pequeno gnomo da Islândia a lembra da primeira vez que viu a aurora boreal, e uma pequena Santinha foi um presente dado por sua avó, que a recebeu do presidente da Escola de Samba Beija-Flor. Na cozinha, as banquetas Eclipse da Lattoog são o destaque. A mesa de jantar, bem ao centro do ambiente principal, é uma combinação equilibrada entre a leveza do pendente Acítara, de Cris Bertolucci, a robustez da mesa Concrete Disforme do estudiobola, e as cadeiras Agda, de Zanini de Zanine.

Na suíte principal, a Luminária Cyli, da dsgnselo, destaca uma pequena cerâmica com a palavra ‘’dance’’ e os quadros em cima da cama são estudos para um espetáculo Bolshoi, da época da escola de ballet da sua mãe. Com a curadoria da Unic Arquitetura, nomes de peso não poderiam faltar, como a poltrona Otto do Studio Roca, o Sofá Platô de Jayme Bernardo, a Poltrona Viki da Líder, Banquetas Pedrita de Marcelo Caruso, Arandela lasca do Estúdio Orth e, é claro, quadros da Urban Arts.

“Morar, para mim, é VIVER! É um estado de espírito, é energia, tudo que eu sinto representado na minha casa. É sobre SENTIR. Uma vida boa é muito mais sobre o que sentimos do que sobre as coisas que temos. O morar é uma consequência de quem você é’’.

O quarto também é uma extensão da curadoria feita pela Unic Arquitetura
Sobre morar

30 ANOS DE EXCELÊNCIA

Fundada em novembro de 1994, em Maringá, a Adega Brasil nasceu com o objetivo de atender a crescente demanda do norte do Paraná por bebidas de qualidade. O que começou como um pequeno negócio de distribuição de bebidas quentes, logo se expandiu para Curitiba em 1999, tornando-se referência no setor e no estado. Hoje, com sete lojas, e-commerce e distribuidora com dois centros de distribuição, o mix de produtos da Adega Brasil inclui mais de 20.000 itens selecionados, levando qualidade e excelência para diversas regiões.

Ao longo desses 30 anos, a Adega Brasil manteve seus valores inabaláveis: excelência, confiança e comprometimento com seus colaboradores, clientes e fornecedores. Cada etapa desta jornada foi marcada pela busca constante por qualidade e inovação, sempre guiada por uma missão de oferecer produtos excepcionais e serviços que vão além das expectativas.

Cada uma das lojas Adega Brasil reflete o compromisso com a qualidade e a experiência do cliente. Seja em Curitiba, Pinhais, Maringá ou Balneário Camboriú, as unidades oferecem mais do que apenas produtos: elas proporcionam experiências personalizadas que atendem aos diversos gostos e necessidades.

CONHEÇA NOSSA LOJAS:

Adega Brasil Gourmet Localizada no Mercado Municipal de Curitiba, oferece vinhos e alimentos gourmet, como embutidos e temperos, em um ambiente que valoriza a gastronomia de alta qualidade. Av. 7 de Setembro, 1.865 - Centro, Curitiba

Adega Brasil Delicatessen Próxima ao Parque Barigui, destaca-se pela sofisticação e mix exclusivo de bebidas e petiscos. Oferece atendimento personalizado e espaço para eventos especiais.

Av. Cândido Hartmann, 1.485 - Mercês, Curitiba - PR

Adega Brasil Auto Serviço Curitiba

Primeira a adotar o formato de auto serviço, conhecida como "Mercadão das Bebidas", oferece uma ampla variedade de produtos com praticidade e agilidade.

Endereço: R. da Paz, 643 - Centro, Curitiba - PR

Adega Brasil Auto Serviço Pinhais

A maior unidade, com mais de 4.000 metros quadrados, oferece um vasto mix de bebidas, alimentos, kits e acessórios, destacando-se pela variedade e praticidade.

Rod. Dept. João Leopoldo Jacomel, 12.910 - Emiliano Perneta, Pinhais - PR

Adega Brasil Maringá Mercadão

No vibrante Mercadão, a loja Adega Brasil se destaca como um paraíso para os apreciadores de bebidas finas e alimentos gourmet. Com uma seleção cuidadosa de bebidas e alimentos artesanais, a loja oferece opções para todos os gostos e ocasiões.

Av Prudente de Morais 601 LOJAS 3 A 7 - Zona 7, Maringá - PR

Adega Brasil Maringá

Oferece uma vasta seleção de bebidas nacionais e importadas, além de uma refinada seção alimentos. Com um ambiente acolhedor e sofisticado, é ideal para eventos especiais e happy hours. Refletindo o compromisso da Adega Brasil com a qualidade, é um ponto de referência para os amantes de bebidas finas.

Av. Euclides da Cunha, 1165 - Zona 05, Maringá - PR

Adega Brasil Balneário Camboriú

Loja conceito que proporciona uma experiência diferenciada com uma grande variedade de bebidas e produtos de delicatessen, em um ambiente sofisticado e único.

Av. do Estado Dalmo Vieira, 451 - Centro, Balneário Camboriú - SC

www.adegabrasil.com.br @adegabrasilcuritiba

Fotógrafo: Gustavo Zavatti

O DESIGN NA ARTE DE LORENZ JOHANNES HEILMAIR

Em seu trabalho, vitrais e murais funcionam como elementos de design que harmonizam arquitetura, luz, cor e espaço

Poucos ofícios carregam tanto simbolismo quanto a arte do vitral. Para Lorenz Johannes Heilmair, esse universo é mais do que um trabalho; é herança, paixão e resistência. Nascido na Alemanha, ele veio ao Brasil com apenas um ano de idade, mas voltou ao seu país de origem para se formar em Belas Artes, em Munique. Seu trabalho vai além da arte pura, ele cria elementos de design que dialogam com a arquitetura, harmonizando luz, cor e espaço, transformando os ambientes. Sua dedicação demonstra que a arte pode preservar uma tradição quase extinta, transformando o vitral em um elo entre o passado e o futuro.

Cada obra resulta do trabalho apaixonado que transcende o tempo, reafirmando o design como uma das expressões mais puras da criatividade humana. "Minha jornada começou com meu pai, meu primeiro mestre, e a maior herança que recebi foi o respeito pelas técnicas originais dos vitrais". Sua abordagem se baseia no uso do vidro colorido artesanal - o Echt-Antik, termo alemão que significa "autenticamente antigo", em que a cor faz parte da própria massa do vidro. "É o mesmo material usado nas obras históricas que admiramos até hoje". Manter esse padrão, não é simples. "É necessário uma estrutura complexa: um estoque de vidros com até 280 tons diferentes, o que exige planejamento e dedicação. No mundo moderno é desafiador manter a fidelidade às técnicas tradicionais, mas essa é a essência do meu trabalho".

Lorenz iniciou cedo. Aos seis anos, realizou seu primeiro vitral e, aos 12, já trabalhava em obras de grande porte. Por volta dos 15, praticamente todos os projetos do estúdio da família, em Porto Alegre - e mais tarde em São Paulo -, já eram de sua autoria. Durante o boom de vitrais em residências particulares na capital paulista, seu estúdio chegou a contar com 20 colaboradores para atender à alta demanda. Nesse período participou de projetos importantes, como a execução dos mais de 4 mil metros quadrados de vitrais para a Catedral do Rio de Janeiro, considerados os maiores do mundo na época.

PROCESSO CRIATIVO

Cada criação que realiza segue uma sequência cuidadosa. "Tudo começa com uma ideia inicial do cliente, analisamos o local, estudamos plantas e partimos para um anteprojeto. O estudo final é feito com grande atenção; costumo criar aquarelas em escala 1:10, para detalhar ao máximo como será o resultado". Lorenz compara o período de desenvolvimento a uma gestação: "É um processo criativo que não pode ser apressado. Às vezes, é necessário tempo para alcançar algo original e significativo". A execução também varia dependendo do tamanho, detalhamento e complexidade da obra.

Uma característica interessante é que, mesmo sendo trabalhos minuciosos e demorados na produção, podem ser instalados rapidamente.

O artista viveu intensamente a transição entre a produção em larga escala e o foco em peças exclusivas. Após se especializar em Belas Artes em Munique nos anos 1980 - onde estudou as técnicas dos grandes mestres europeus -, ele mudou radicalmente seu método. "Eu queria estar envolvido em cada etapa da criação do projeto à execução. O processo criativo não deve terminar no papel; ele continua até a peça finalizada, permitindo que as ideias evoluam". Essa mudança trouxe mais significado. "Cada criação é um recomeço. Às vezes, o resultado final surpreende até a mim mesmo. É assim que o vitral deixa de ser apenas uma execução técnica e se torna uma expressão artística em constante transformação".

Nos fins de semana, ele se dedica à pintura, gravuras e desenhos em seu próprio ateliê - o mesmo espaço onde realiza suas obras durante a semana -. Porém, aos sábados e domingos, enxerga esse local de forma diferente. "Eu fico sozinho, exponho meus quadros, pinto sem a preocupação ou a pressa de terminá-los", revela. Esse tempo no ateliê transforma seu ambiente de trabalho em um refúgio criativo, onde se sente livre para explorar novas ideias. "É como um portal para o inconsciente", descreve. Essa imersão em outras formas de arte alimenta sua paixão e inspira sua criatividade. "Aos finais de semana, o espaço me inspira; durante a semana, volto ao mesmo lugar, mas revigorado e com um olhar renovado para o vitral e o mosaico".

A abertura da segunda loja da Trousseau é um marco importante para a marca, refletindo nosso crescimento contínuo e a confiança que os nossos clientes têm em nossa proposta de produtos de alta qualidade.

Isso demonstra o sucesso que temos alcançado em oferecer excelência e sofisticação no mercado de cama, mesa e banho.

Trousseau Curitiba

Referência no segmento de cama, mesa e banho. trousseaucuritiba 41 99853 2622

ParkShoppingBarigüi

Pátio Batel

No dia 18 de novembro a Trousseau inaugurou sua nova loja na expansão do piso L3 no ParkShoppingBarigüi.

Venha conhecer a nova loja e celebrar conosco!

Ana Paula Balardini e Lenise Campos Ana Paula Balardini, Rodolfo Trussardi e Lenise Campos
Darclê Lumikoski, Alysson Lumikoski, Ana Paula Balardini e Francielle Cristina
Guilherme Heiden, Lenise Campos, Vanessa Heiden, Cesar Heiden e Mauricio Slaviero Campos
Juliana G. Vilas Boas, Lenise Campos e Ana Paula Balardini
Kátia Campos e Lenise Campos
Lenise Campos, Regina Rocha, Vanessa Taques, Cintia Peixoto e Ana Paula Balardini
Maurício Slaviero Campos, Lenise Campos, Fernando Trevisan, Ana Lúcia Trevisan e Fernanda Trevisan
Juliana Slaviero Campos Oliveira, Lenise Campos e Luciana Hepp

LC com ARTE

A Releitura Contemporânea do Design Moderno

Em um tributo à genialidade imortal de Charlotte Perriand, Le Corbusier e Pierre Jeanneret, por iniciativa e curadoria de Consuelo Cornelsen, 14 artistas foram convidados a criar com total liberdade, utilizando as cores das tabelas cromáticas originais do estúdio Le Corbusier, de 1931 e 1959. Estas paletas inspiraram novas leituras das icônicas poltronas LC. Produzida pela Bauhaus Curitiba, a linha

revisita uma das mais importantes criações do design moderno, concebida há 96 anos. Com o design original, agora em domínio público, as peças da coleção LC com Arte, representadas pela Oslo com exclusividade, são assinadas em edições limitadas de 10 exemplares por autor. As obras mesclam cores vibrantes e intervenções criativas. Mantendo a essência das originais, celebram a liberdade da arte contemporânea.

Leo Franco
Jayme Bernardo & Glei Tomazi
André Azevedo & Felipe Potenza
André Brik
Chrys Kishida
Eduardo Bragança
Felipe Michelena
Fernando & Natália Canalli
Henning & Leticia Kunow
João Brandão
Mariana Palma
Pedro Amim
Themis Bertuol
Marcelo Stefanovicz

IMPERMIX

Os sócios-proprietários da Impermix, Erivan e Cintia Helm, prestigiaram a inauguração da nova loja conceito em Ponta Grossa, com 700 m² e projeto assinado pela designer Fernanda Hercoli. Com mais de 50 anos de tradição no mercado curitibano de construção, a Impermix é reconhecida pelo portfólio de marcas consagradas e pela experiência de compra personalizada.

Foto: Laerte Soares

PKB

Jacqueline Vieira de Lemos, superintendente do ParkShoppingBarigui, e Eduardo Kaminitz Peres, presidente da Multiplan, participaram da inauguração da maior expansão do PkB. Com um investimento total de R$ 600 milhões, realizado pela Multiplan e pelos novos lojistas, o shopping passa a contar com 417 lojas.

Foto: Patricia Amancio

GADENS

O Bosco Centrale, empreendimento da Gadens, recebeu o selo GBC Brasil CoO, que atesta sua sustentabilidade, com áreas verdes e soluções ecologicamente responsáveis. Localizado no coração de Curitiba, oferece fácil acesso à Rodoferroviária, UTFPR, Shopping Estação e Rua 24 Horas. Na imagem, Lincoln Gadens, Katia Maciel e Thiago Gadens. Foto: Divulgação

LAGUNA

O PINAH recebeu a certificação WELL Platinum, tornando-se o primeiro residencial da América Latina a conquistar esse reconhecimento de saúde e bem-estar nas edificações. Atualmente, a Laguna é a única construtora brasileira integrante do WELL Portfolio, um grupo global exclusivo de empresas com empreendimentos que atendem aos rigorosos padrões do IWBI. Na imagem, Andre Marin e Gabriel Raad. Foto: Patrícia Amancio

UZA. DESIGN E ARQUITETURA

Simone Pacheco e Fernanda Vieira, sócias do escritório UZa. Design e Arquitetura, foram responsáveis pelo projeto da nova loja da Crema Lab do ParkShopping Barigui. Elas já tinham feito o projeto da loja de rua da marca.

Foto: Divulgação

CANET JÚNIOR

Felipe Reichmann, Rodrigo Corrêa de Barros, Fabiana Canet Silva, Ana Cristina Canet Ozorio, Jaqueline Milstein e Jayme Canet Neto no lançamento do Paseo de Ávila, novo condomínio fechado da incorporadora Canet Júnior no Neoville, região planejada com um milhão de metros quadrados que fica na zona sul de Curitiba.

Foto: Raquel Lima

SWELL

Os irmãos e sócios da Swell Construções, Thiago, Vanessa e Leonardo Pissetti, na entrega do Mirage Silva Jardim, empreendimento de número 40 da incorporadora. O Mirage é o último edifício com vista para a Praça do Japão, um local emblemático na cidade. Foto: Matheus Felipe

BOTTEH

A Botteh foi palco do lançamento do cardápio de Natal de Mariana Abouhamad, em uma tarde especial na loja. Na oportunidade, os convidados também puderam conferir os lançamentos da casa e os incríveis arranjos da florista Daniele Portilho. Mariana, Bartira Brites, gerente da Botteh e Daniele Portilho. Foto: Divulgação

INVESCON

O empresário Luis Napoleão está focado no processo de profissionalização da Invescon. Entre as primeiras ações implementadas está a contratação de Fábio André Oliveira, ex-superintendente da BR Malls, que assume a Diretoria de Desenvolvimento da Invescon, e de Marcelo Vieira, que passa a liderar a Diretoria Operacional. Na imagem, Fábio André Oliveira, Luis Napoleão e Marcelo Vieira.

Foto: Divulgação

COISAS DE FAMÍLIA

A loja preferida dos apaixonados por acervos familiares, Coisas de Família, inaugurou um novo showroom repleto de novidades. No mesmo endereço, na Alameda Princesa Izabel, o espaço tem projeto assinado pelos arquitetos Gustavo Scaramella, Flavia Glanert, Carlos Reichmann e Angela Chinasso, conhecidos por explorar o mix and match em suas concepções de interiores.

Foto: Patrícia Amancio

MARINA NESSI

Marina Nessi tornou-se cidadã honorária do Estado do Paraná. Por proposição do deputado Alexandre Curi, a diretora da CASACOR Paraná, natural do Rio Grande do Sul e já condecorada como cidadã honorária de Curitiba, recebeu o novo título em homenagem ao seu legado para o mercado de arquitetura, decoração e construção, bem como por sua contribuição para a sociedade paranaense.

Foto: Juliana Ribas

MON

No MON, Juliana Vosnika, diretora-presidente da instituição, o artista Jean-Michel Othoniel e Luciana Casagrande Pereira, secretária de Cultura do Paraná, receberam convidados para a cerimônia de celebração dos 22 anos do museu. O evento marcou a inauguração das exposições O Olho da Noite, de Jean-Michel Othoniel; Afinidades III - Cochicho, de Luiz Zerbini; e Convivendo em Harmonia com a Impermanência, com artistas asiáticos contemporâneos. Foto: Antonio More / Divulgação MON

MONARCA

Há 27 anos, Seme Raad e Seme Raad Filho, duas gerações que estão à frente da Monarca, uma das empresas mais sólidas do setor imobiliário paranaense. Desde 1997 a empresa construiu um portfólio robusto com mais de 20 edifícios, sempre buscando excelência e inovação. Contando com profissionais qualificados, a Monarca se destaca por projetos alinhados às demandas contemporâneas e influências internacionais.

Foto: Divulgação

CASA GLASER

A Casa Glaser lançou sua nova coleção durante um almoço exclusivo, apresentando as novidades para casa trazidas da Ásia. Madeira, referências étnicas e tramas naturais compõem a nova linha, que inclui mobiliário, objetos e itens de mesa posta. Bianca e Mariela Glaser com a decoradora Angela Russi. Foto: Marcelo Elias

PIEMONTE

Karine Staben, gerente de marketing da Incorporadora Piemonte, Silvia Soares, diretora de incorporação e novos negócios, Zina Mendes, coordenadora de produto do Piemonte Amíz, e Daniel Peruzzo, gerente geral de vendas, participaram do Preview Piemonte Amíz. O evento marcou a apresentação da maquete do Amíz, um empreendimento exclusivo frente mar localizado na Praia Central de Guaratuba. Foto: Ezequiel Prestes

COSY

À frente da Cosy Home, Nitsa Vianna encerra 2024 com resultados expressivos e se prepara para um 2025 marcado por crescimento e novidades. Revendedora exclusiva de renomadas marcas nacionais como Entreposto, Branco e Missoni, a Cosy Home trará, já no primeiro semestre, lançamentos estratégicos dessas marcas, alinhadas à visão inovadora de sua fundadora.

Foto: Divulgação

PLAENGE

A Plaenge entregou o Vitra, o edifício mais alto do bairro Água Verde, em Curitiba. Localizado na Rua Guilherme Pugsley, o empreendimento reforça a posição do bairro como uma das regiões mais valorizadas da cidade, com ampla infraestrutura e diversas opções de serviços e lazer. Na imagem, Daniel Turchetti, gerente regional da Plaenge em Curitiba, Luiza Bohrer, arquiteta, e Fernando Fabian, diretor da Plaenge. Foto: Juliano Rossetto

MONANT

A convite do arquiteto Antonio Taques, da Monant, a influenciadora Manu Touma visitou a Holy Home Store para conhecer as novas coleções da marca de tableware.

Foto: Divulgação

JARDINS ARTEFACTO BY SWELL

O evento de lançamento do Jardins Artefacto by Swell, primeiro empreendimento da parceria entre a Swell Construções e a Artefacto no Paraná reuniu 300 convidados, entre eles Manuel Baggio e Flávio Schiavon. A ocasião contou com a apresentação da sinfonia “Tapajós 177”, composta pelo musicista Hélio Brandão e interpretada ao vivo pelo Quinteto Brandão.

Foto: Gerson Lima

PRISCILLA MULLER

Os clientes e admiradores do escritório de Priscilla Muller foram surpreendidos mais uma vez com seu presente de fim de ano. A icebag, em cor intensa e criada pelo Studio, é acompanhada de um vinho francês da linha Le Petit Cochonnet, da vinícola Vignobles & Compagnie. O rótulo, assinado por Laurine, traduz a irreverência e modernidade da região de Languedoc-Roussillon, em sintonia com o olhar contemporâneo e inovador da arquiteta. Foto: Divulgação

VILLA BATEL

A nova vitrine da Villa Batel ganhou ainda mais cor, estilo e design, agora pelas mãos da talentosa arquiteta Karolinna Venturi. O espaço traz os lançamentos da multimarcas de mobiliário, com destaque para a Dopo, marca de mobiliário solto da Gava e da Century. Na imagem, Karolina Venturi e a empresária Marcia Almeida.

Foto: Divulgação

Zilda Fraletti lançou um livro em que relata os 40 anos de trajetória da Galeria Zilda Fraletti. O evento reuniu autoridades e uma grande quantidade de amigos que a galerista cultivou ao longo dessa jornada.

Foto: Gerson Lima

ZILDA FRALETTI

ADEMI-PR

Em comemoração aos 45 anos de história, a Ademi-PR realizou um evento na sede Concórdia do Clube Curitibano, que reuniu 300 pessoas, entre empresários, autoridades e formadores de opinião. A associação, que representa mais de 80% do mercado imobiliário de Curitiba e Região Metropolitana, movimenta mais de R$ 8 bilhões anuais. Thomas Gomes, presidente da entidade, destacou o legado de expresidentes e a importância da Ademi-PR na defesa do setor, além de promover o networking entre os principais players do mercado.

Luiz Gustavo Salvático, Thomas Gomes e José Carlos Martins
Ademi-PR presta homenagem aos ex-presidentes da entidade
João Guilherme Mansur Baglioli e Thomas Gomes
Alberto Accioly Veiga Filho, Frederico Carstens e Eduardo Quiza

JARDINS ARTEFACTO BY SWELL: INOVAÇÃO AO UNIR MÚSICA E NATUREZA

A primeira colaboração imobiliária do Paraná reúne duas marcas de referência no país e celebra a história do terreno nas Mercês

Amúsica e a natureza são as inspirações do Jardins Artefacto by Swell, a primeira collab imobiliária registrada no Paraná. Há razões muito claras para que o empreendimento, que será construído no terreno de 8 mil m2 no coração das Mercês, se relacione com a música. O endereço, na Tapajós 177, tem uma sinfonia homônima

própria desenvolvida pela família Brandão, a antiga detentora do terreno. O local foi sede do movimento que resultou na criação da Orquestra Sinfônica do Paraná, em 1985. Mais de uma década separam as negociações para a venda do terreno à concretização do negócio e o lançamento do Jardins Artefacto by Swell. “Foi uma negociação longa. Por

se tratar de uma família de músicos, queremos prestar homenagem a eles, com a música como inspiração para o projeto. Teremos, inclusive, uma escultura de violino no hall de entrada”, explica Vanessa Pissetti, diretora administrativa da Swell Construções, mencionando o casal Ophélia, pianista, e o médico Hélio Brandão.

Leonardo Pissetti, Paulo Bacchi, Vanessa Pissetti, Thiago Pissetti e Pedro Torres | Foto Matheus Felipe

As três gerações da Artefacto:

UM BOSQUE NO CENTRO DE CURITIBA

A menos de cinco minutos do Centro e Centro Cívico, o terreno terá cerca de metade de sua área preservada no projeto, cujo Volume Geral de Vendas (VGV) esperado é de R$200 milhões. “As pessoas que estão conhecendo o empreendimento querem viver em apartamentos com estilo de casa. Ou seja, ter o conforto de uma casa, mas com tranquilidade em relação à segurança para poder viajar. Tudo isso com um bosque próprio”, diz Vanessa. Isso se alia à sofisticação da

marca Artefacto, responsável por assinar os projetos de interiores das áreas comuns, em projetos neste formato em Miami e em outros estados brasileiros. “Quando um cliente compra um produto residencial da marca Artefacto ele tem certeza da elegância e do acabamento. É o nosso nome que vai ficar lá para sempre, que é o que temos de mais importante. É por isso que nós nos associamos com os melhores construtores em cada cidade”, diz o CEO da Artefacto, Paulo Bacchi.

Ele reforça que a sua família também tem uma relação forte com a música, assim como a busca pelo bem-estar baseado em fatores sensoriais: “Minha avó foi considerada a melhor professora de piano clássico de São Paulo. Em nossos projetos sempre buscamos associar princípios de qualidade de vida baseado nos cinco sentidos. E um dos fatores é o auditivo, onde a música se encaixa e vai estar presente em todos os ambientes”.

Paulo, Bruno, Albino (fundador) e Pietro Bacchi | Foto: Rogério Cavalcanti

design de interiores do empreendimento leva assinatura da marca Artefacto, por Juliana Meda | Foto:

O SONHO DE VIVER EM CASAS SUSPENSAS

O Jardins Artefacto by Swell terá três tipos de plantas no conceito de casas suspensas:

- Casas jardins ou gardens, totalmente integradas ao bosque que será preservado;

- Casas de vidro, que serão os apartamentos com janelas amplas para que seja possível desfrutar da natureza em meio à metrópole;

- Casas na árvore ou as coberturas, com uma visão privilegiada da área verde.

É esta mescla de música e natureza que será a referência de design de interiores das áreas compartilhadas. “Foi, na verdade, a maior inspiração para o projeto. Isso vai além da escultura: está também nas escolhas das estruturas das áreas comuns”, conta a arquiteta Juliana Meda, responsável pelo design de interiores.

O projeto aproveitou as amplas janelas para desfrutar deste pano verde de fundo, assim como a integração com o bosque para que as

pessoas possam circular pela natureza do terreno. “Na escolha do mobiliário dentro da Artefacto trabalhamos com uma ideia mais orgânica, com peças em formato mais arredondado para lembrar as notas musicais e sem marcações fixas. Isso exigiu encaixes de estruturação em paredes para receber peças e garantir esta liberdade e a visão contínua”, ressalta.

swellconstrucoes.com.br (41) 3339-8818

Projeção da fachada do Jardins Artefacto by Swell | Foto: Divulgação
O
Divulgação

NPK 30 ANOS

Em uma festa grandiosa, a NPK Mármores celebrou seus 30 anos de trajetória e a inauguração da nova loja conceito. Assinado pela arquiteta Priscila Muller, o projeto reúne mais de 30 mil m² de mármores e pedras naturais de diversas regiões do mundo. A nova loja oferece aos visitantes uma experiência imersiva, permitindo o contato direto com uma vasta coleção de materiais que unem história e autenticidade. Entre os ambientes exclusivos, destacam-se a materioteca, a área gourmet e o lounge para encontros técnicos e culturais. O evento também foi o palco para o lançamento de novas linhas de revestimentos especiais da marca.

Fotos: Patrícia Amancio

Cesar Franco Coluna Conexão
Eduar Merhy Neto e Debora Merhy, diretores da NPK, com o jornalista Bruno Astuto
Claudia Machado, Elaine Zanon e Vivian Hansen da Arquitetare. O arquiteto Marcos Bertoldi
Kely Oliveira Franco, Debora Merhy, Lara Hyczy e Tayse Martinez.

RETROSPECTIVA HABITAT 2024

Foi um ano recheado de conteúdo, com entrevistas e matérias de capa exclusivas, nacionais e internacionais. Marcamos presença nas maiores feiras e eventos de arte e design no Brasil e no mundo, incluindo a SP-Arte, Semana de Design de Milão, a Bienal de Veneza, além do encontro com Mario Botta, na Suíça. Nosso trabalho ultrapassou as páginas da revista, com a realização de 22 eventos itinerantes em Curitiba em conjunto com nossos parceiros. Os bate-papos trouxeram à capital paranaense grandes nomes do setor nacional. Encontros que promoveram o intercâmbio cultural e fomentaram debates tornando a tríade arquitetura, arte e design um movimento vivo. Graças aos nossos parceiros, conseguimos materializar feitos extraordinários. Confira os highlights:

HOMENAGEM A CARLOS MOTTA

PREVIEW DA SP-ARTE E SIMÕES DE ASSIS

IDEALLY E CRIS BERTOLUCCI

PROTOTYPE E OSLO DESIGN

RUY TEIXEIRA E IDEE

PUPPI CERAMICHE

Fernanda Vasconcellos, Max Kampa, Sérgio Sone, Marina Moreira, Rômulo Lass e Luciano Puppi. Foto: Divulgação

Lissa Carmona e Diego Motta Foto: Patricia Klemtz
Waldir Simões de Assis, Fernanda Feitosa, Clemilda Thomé e Flavia de Assis Foto: Patricia Klemtz
Helena Barbero Protti e Felipe Protti Foto: Divulgação
Regina Rocha, André Nacli, Cintia Peixoto, Renato Saltori, Débora Mateus e Ruy Teixeira. Foto: Rodrigo Leal
Soraya Ribas, Cintia Peixoto, Cris Bertolucci, Débora Mateus e Giovanna Bertolucci. Foto: Divulgação
Eviete Dacol, diretora da Inove Design e o designer Mauricio Lamosa. Foto: Patrícia Amancio

TON SUR TON

Ainovação sustentável no design foi o foco do encontro na Ton Sur Ton, loja comandada por Sonia e Wilson Elias. Com a participação da designer Rejane Carvalho Leite e de Daniel Bauer, fundador da Dü Design, o bate-papo também contemplou com a apresentação dos lançamentos dos móveis da Dü Design, assinados por Rejane Carvalho Leite e feitos a partir da madeira da uva-do-japão, espécie invasora da flora brasileira.

Wilson e Sonia Elias, Daniel Bauer, Rejane Carvalho Leite e equipe comercial da Ton Sur Ton
Francis Meister, Maristella Fischer, Rejane Carvalho Leite, Olga Bergamini e Silvia Franzoni
Maurício Pinheiro Lima, Sumara Bottazzari, Alessandra Gandolfi, Sonia Elias, Rejane Carvalho Leite e Maristella Fischer
Sonia Elias, Rejane Carvalho Leite e Rosi Guelmann
Fotos: Divulgação

DESIGN DE ILUMINAÇÃO BRASILEIRO

Ariqueza da cultura e do design brasileiros tornou a festa de 10 anos da Ner Casa de Luz, parte do Grupo Ner, um evento memorável. Realizada na Casa RB, ícone da arquitetura curitibana projetada por Marcos Bertoldi, a ocasião contou com um bate-papo sobre a força da autoralidade nacional, com Mariana Amaral, diretora criativa da Itens; Carol Gay, designer prestigiada; e Samira Barakat, fundadora da Jaime Lerner Design. Mediada pela editora da Habitat, Débora Mateus, a conversa explorou a valorização do talento nacional, parte essencial do DNA da Ner Conceito. Sob o comando de Fernando França, é a primeira galeria de design de iluminação do país. Confira quem esteve por lá, abaixo:

Fotos: Patrícia Amancio
Fernando, Heitor e Rosane França
Samira Barakat, Fernanda Cassou, Fernando França, Rafael Marcondes e Erwin Zaidowicz
Karen Camilotti e Marcos Bertoldi
Fernando França, Flavio Schiavon, Claudia Baggio e Cintia Peixoto
Cintia Peixoto, Leandro Couto, Mariana Amaral, Fernando França, Carol Gay e Débora Mateus

O ANO DO MERCADO IMOBILIÁRIO

Oano de 2024 consolidou o mercado imobiliário do Paraná como um exemplo nacional de inovação e sustentabilidade. Com o crescimento expressivo de empreendimentos que não apenas atendem às exigências do consumidor, mas também redefinem os padrões do setor. A capital paranaense, com sua reputação ambiental e inovadora, liderou o movimento com inúmeros lançamentos sustentáveis que conquistaram certificações como LEED e WELL. Muitos empreendimentos priorizaram eficiência energética, reaprovei-

tamento de recursos e integração com áreas verdes, alinhando-se a uma nova mentalidade focada em responsabilidade ambiental e qualidade de vida.

A percepção cada vez mais aguçada do setor para projetos que conectam design e arte trouxe novas possibilidades. Desde fachadas assinadas por artistas renomados até espaços comerciais multifuncionais, os empreendimentos entregues este ano reforçam o posicionamento do Paraná como referência em tendências globais.

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