Habitat 19

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arquitetura | arte | design

THIAGO BERNARDES

A obra do arquiteto à frente do escritório

Bernardes Arquitetura

Número 19 | Abril e Maio

FAZER ACONTECER

Na busca pela concretização de ideais, há sempre uma determinação eloquente que impulsiona através das camadas de aprendizado e tentativas inesgotáveis. Ao longo desse percurso, os sonhos podem se transformar em metas e a perseverança se torna o catalisador que arrebata. Nesta edição, somos conduzidos por aqueles que não apenas sonham, mas ousam fazer da determinação eloquente um compromisso real de transformação. São eles que possuem a força magnética para forjar novos caminhos, moldando um novo cenário urbano e cultural contemporâneo. Na construção de seu próprio percurso, o arquiteto Thiago Bernardes traz

uma nova perspectiva ao legado familiar, fazendo de sua história um compromisso com o meio natural e com cada pessoa com quem interage. Leva assim tudo o que sonhou para o cenário nacional e internacional. Ao transportar a arte para os jardins, o MON faz com que todos possam tocar, sentir e desejar ver mais. A capital paranaense ganha com profissionais como André Nacli, que enaltece a poesia da natureza através de sua expressão artística, ao mesmo tempo em que preza pela essência da cidade e de seu patrimônio com sua veia empreendedora. Num mundo ainda muito barulhento, é um alento olhar para aqueles que fazem acontecer.

Boa leitura!

Título

Débora Mateus, Editora e diretora de conteúdo

Expediente

Publisher: Cíntia Peixoto, cintia.vieira.peixoto@gmail.com | (41) 99225-7610

Série Tempo Matéria, André Nacli

Comercialização: Saltori Mídia Estratégica, saltori@saltori.com.br | (41) 99996-9995 | R SALTORI REPRESENTAÇÕES COMERCIAIS LTDA | 05.552.266/0001-60

Edição e direção de conteúdo: Débora Mateus | debora@dmcomunicacao.com

Direção de arte: Igor F. Dranka | ferreiradranka@gmail.com

Conselho

editorial: Cintia Peixoto, Consuelo Cornelsen e Débora Mateus

Colunistas: Paula Campos (Coluna Sobre Morar), Rodolfo Guttierrez (Coluna É Design), Cesar Franco (Coluna Conexão), Isabela França (Coluna Caleidoscópio) Débora Mateus (Coluna Spectrum, Arte & Design), Rafaela Tasca (Coluna Ponto de Vista).

Redes sociais: Cristina Fontoura Consultoria, consultoriacristinafontoura@gmail.com, @consultoriacristinafontoura

Contato: arevistahabitat@gmail.com

Créditos: Ruy Teixeira (Capa)

Impressão: Maxi Gráfica e Editora LTDA. | maxigrafica@maxigrafica.com.br

Marca registrada: Capelatto Marcas e Patentes

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Sem 2017, ERRATA | Na edição 18, erramos o sobrenome de Norma Grinberg.

14 CAPA.

No comando da Bernardes Arquitetura, Thiago Bernardes cria projetos inovadores e autorais no Brasil e mundo afora, sem esquecer do legado familiar

34 DESIGN & ARQUITETURA.

Lucas Jimeno Dualde, arquiteto e designer, preserva a identidade cultural ao fundir influências de sua herança mediterrânea com a brasileira em suas composições

38 ARTE.

Artesão das cores e poeta, o artista Jejo Cornelsen é reconhecido no meio artístico e arquitetônico por criar suas próprias cores e explorar as raízes do belo

44 ARQUITETURA.

A história do escritório Arquea Arquitetos, fonte de inspiração para a nova geração de talentos da arquitetura paranaense

48 ARTE EM TRAMAS.

O artista paranaense André Azevedo se destaca na cena nacional e internacional com uma narrativa que enlaça sinais linguísticos e a materialidade têxtil

51 MON SEM PAREDES.

Em sua nova edição, o projeto do MON apresenta novas esculturas interativas nos jardins, aproximando a população do universo artístico

52 ARTE GRÁFICA.

A jornada artística do curitibano André Brik que ganhou a admiração de colecionadores europeus

58 FOTOGRAFIA.

André Nacli une sua arte e veia empreendedora para a construir um contexto urbano e cultural melhor

66 BARCO.

A jornada do casal que deu vida ao resgate do primeiro veleiro Fast 500 do Brasil abandonado há 17 anos é um exemplo de determinação

70 SPECTRUM.

Os destaques mais relevantes da DW! Semana de Design de São Paulo, 2024

76 VITRINE.

Os lançamentos relevantes da 22ª Expo Revestir, a maior feira de revestimentos, louças e metais da América Latina, pelos sócios do Studio Architetonika Nomad

78 JAZZ SESSIONS.

Os ecos dos ritmos e revoluções da música brasileira na Europa

NOTAS DE MERCADO.

As principais notícias nacionais e globais

É DESIGN.

No complexo Cidade Matarazzo, em São Paulo, o AYA Earth Partners se destaca como o principal ambiente de negócios com foco em baixo carbono do Brasil

CALEIDOSCÓPIO.

Como incorporar obras de arte na decoração mantendo a identidade dos proprietários do lar

94 SOBRE MORAR.

O lar do casal Raphaella e Christian Sigel

98 CONEXÃO.

Cobertura dos eventos sociais de destaque em Curitiba

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O NOVO OLHAR DOS BERNARDES

Em entrevista exclusiva à Habitat, Thiago Bernardes revela seu percurso inovador, entrelaçando o desenho do futuro com a reverência ao legado familiar

Por Débora Mateus

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Se a leva da arquitetura contemporânea brasileira é fértil, muito se deve a Thiago Bernardes. O arquiteto ergue sua própria história, sem esquecer da herança de seus antecessores, projetistas inovadores da Escola Carioca: seu pai, Claudio (1949-2001), e seu avô, Sérgio (1919-2002). À frente da Bernardes Arquitetura, escritório que fundou há 12 anos, ele acrescenta novas páginas ao legado familiar, com perspectivas renovadas. Junto dos 8 sócios, conduz uma equipe de 130 colaboradores em três sedes: São Paulo, Rio de Janeiro e Lisboa, última a ser inaugurada para atender o mercado estrangeiro. Mais de mil projetos já passaram por suas mãos, alguns deles acumulam importantes premiações, com reconhecimento inicial para residências de tirar o fôlego. Espaços generosos intimamente ligados à natureza e ao entorno que privilegiam funcionalidade, jogos de luz e sombra, ventilação natural e que exalam o belo.

Localizada na zona sul do Rio de Janeiro, a Casa Asa possui 3 mil m² envoltos por mata nativa. Integrada com o terreno montanhoso, possui espaços subterrâneos e transparentes que se entrelaçam. Foto: Fernando Guerra

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Com estrutura organizada em núcleos de trabalho coordenados pelos diretores e sócios, o escritório realiza projetos de diferentes tipologias: de residências, edifícios e restaurantes até museus. No portfólio estão clientes nacionais e internacionais, incluindo países como Austrália, Estados Unidos, Costa Rica, e do Oriente Médio, que espelham a diversidade e alcance da empresa. Ao enfatizar a tríade que inclui arquitetura, design de interiores e ges-

tão, Thiago Bernardes amplia sua jornada com maestria. “Meu sonho sempre foi ter um escritório onde todos participassem do processo. Lanço uma ideia, a gente discute e ela pode virar de cabeça pra baixo. Todos são ouvidos, inclusive os estagiários que também participam. A troca de conhecimento e experiências entre as equipes das diferentes sedes é incentivada de maneira constante, enriquecendo o processo”, comenta à Habitat.

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Os jardins projetados com flora nativa da Mata Atlântica e a eficiência energética reforçam a delicadeza com o meio ambiente. Foto: Fernando Guerra
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Áreas sociais no pavilhão de vidro e granito, são conectadas ao exterior por painéis deslizantes. Foto: Fernando Guerra

LIBERDADE PRECOCE

Seu processo criativo é silencioso. O desafio do terreno e obras, além do clima onde estão inseridos, orienta o ponto de partida. A arte, segundo ele, consiste em unir várias questões, desde as necessidades legislativas até as exigências dos clientes. Um exemplo é a Casa Península, premiada diversas vezes inclusive internacionalmente, cuja topografia em declive indicou o rumo. A residência foi construída sobre uma plataforma que minimizou as alterações no terreno. Os 850 m² estão divididos entre três pavimentos: um embasamento retangular, um nível intermediário mais vazado e um volume triangular suspenso. Para outra construção no Alentejo, região portuguesa reconhecida pela riqueza paisagística, foram introduzidas aberturas reduzidas ao invés dos grandes painéis de vidro, comuns em outras de suas composições. Algo que explica o fato de mirar sempre em soluções que causam o mínimo impacto no entorno, mas que dependem do local onde se situam.

Aos 25 anos, após o falecimento de seu pai, o arquiteto transferiu a residência do Rio de Janeiro, onde morava até então, para São Paulo. Jovem, ele já acumulava uma quantidade expressiva de realizações, que profissionais do dobro da sua idade não tinham na época. A transição foi essencial para que pudesse construir sua liberdade, longe das expectativas associadas à consagração dos feitos familiares. “A vinda para a capital paulista me abriu o mundo. Diferente do Rio de Janeiro, onde todos conheciam minha família, na capital paulista as pessoas que apareceram não tinham relação com meu passado. E isso foi libertador”. O maior aprendizado que teve com os dois (pai e avô), é o valor das relações humanas na prática da arquitetura. Eles nutriam essa relação com todos com quem trabalhavam, do calculista ao mestre de obras – inspiração que carrega em sua empreitada autoral.

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Projetada como refúgio para uma família no interior paulista, a Casa CLL, se adapta à topografia em três platôs, integrando áreas sociais, íntimas e de lazer. Foto: Fernando Guerra
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Pátios ajardinados e piscina suavizam as transições entre os níveis, enquanto blocos revestidos em pedra abrigam áreas molhadas e de serviço, ancorando a estrutura em madeira. Foto: Fernando Guerra

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SINGULARIDADE COMO MEIO

“Embora siga uma linguagem arquitetônica definida, busco oferecer máxima criatividade em cada projeto, inspirado pelos desafios únicos de tipografia e climas. Uma vez, um cliente pediu que nossa autoria não fosse óbvia, e isso soou como música para meus ouvidos. Embora as residências tenham nos trazido notoriedade e oportunidades de experimentação, aspiramos a ultrapassar os limites da previsibilidade. Essa busca por obras distintas nos impulsiona”. Inicialmente o arquiteto relutou em ingressar no setor imobiliário pelo compromisso de oferecer o mesmo nível de excelência e singularidade dos projetos que realizava. No entanto, nos últimos 5 anos alcançou esse objetivo, direcionando cerca de 20% dos trabalhos a este mercado. A promoção da integração urbana sem deixar de se manter atento à constante inovação está na sua veia. Em Curitiba, o KÁA foi o primeiro empreendimento assinado por Bernardes em parceria com a construtora Laguna, empresa para a qual ele continua a desenvolver outros projetos.

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Com mais de mil metros quadrados, a Casa CM foi concebida como uma casa-varanda, oferece conforto e tranquilidade em seus espaços que se entrelaçam à paisagem idílica de Paraty, Rio de Janeiro. Foto: Ruy Teixeira

A premiada Casa Península fica numa encosta de 1300 m². Foi concebida para minimizar as alterações no terreno com seus pavimentos que compreendem um embasamento retangular, um nível intermediário e um volume triangular suspenso Foto: Fernando Guerra

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O projeto do futuro, para Bernardes, não é diferente apenas para ser. “É fruto de uma pesquisa constante de materialidades e soluções de acordo com a região. Ou, a partir do estudo de programas arquitetônicos não usuais. Mas não necessariamente tem a ver com a escala, pode ser uma cabana, um pavilhão, um museu ou uma cidade”. A sustentabilidade é pensada desde o começo, com o uso das condições naturais como ponto distintivo. Um bom projeto, segundo ele, deve incluir iluminação e ventilação natural abundante, para adotar elementos de proteção solar nas fachadas de maior incidência e outras soluções que possibilitem menor gasto energético, por exemplo. “Sempre que possível, trabalhamos com matéria-prima e produtos locais, o que promove um investimento na produção local e menor gasto com deslocamentos. Além disso, o investimento em pesquisas de novas tecnologias e soluções construtivas verdes como a madeira certificada, e consultorias especializadas seguindo padrões como Fitwell e Leed”.

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Casa Triângulo: localizada em São Paulo, abrange uma área de 1.430 m² e é apoiada por paredes de concreto, formando um triângulo que segue a orientação do terreno e do sol. Foto: Leonardo Finotti

Leveza e balanço são garantidos pela estrutura metálica. Foto: Fernando Guerra

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CONCEPÇÕES MAGISTRAIS

O talento presente em cada edificação ressalta a importância das concepções arquitetônicas. Uma das primeiras realizadas foi o Museu da Arte do Rio (MAR), em 2013, onde três construções históricas se integram no espaço cultural. O terraço possui praça suspensa com elementos que evocam as ondas do mar. Dentre os trabalhos em andamento, destaque especial para a nova sede do Instituto Burle Marx, situada no terreno onde está a Casa Cavanelas, obra marcante do modernismo brasileiro projetada por Oscar Niemeyer nos anos 50, localizada na região serrana do Rio de Janeiro. “Este projeto é de extrema importância para nós. Estamos desenvolvendo os edifícios que abrigarão o acervo do Instituto, bem como os espaços de visitação, como recepção, exposições e café. É uma honra pensar nessa obra que propicia o diálogo tão delicado com grandes projetistas como Burle Marx e Oscar Niemeyer”. Este ano ainda está prevista a conclusão de outra construção imponente: o Museu de Porcelanas em Sintra, Portugal.

O Museu de Arte do Rio (MAR) conecta três edifícios distintos para abrigar o museu, a Escola do Olhar e espaços culturais. A cobertura leve e abstrata que remete a ondulações da água, adiciona um toque poético e contemporâneo Foto: Leonardo Finotti

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A sede do Instituto Brincante, um teatro-escola, prioriza uma conexão ativa com a rua, mantendo eficiência acústica, iluminação natural e conforto ambiental, com destaque para o mezanino como espaço de transição ligado ao auditório Foto: Leonardo Finotti
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Com vistas para o mar, o Edifício Atlântico dialoga com o icônico skyline da Avenida Atlântica. Destaque para as varandas projetadas como proa, empenas laterais em granito serrado e beirais em madeira Foto: Leonardo Finotti

Os jardins projetados com flora nativa da Mata Atlântica e a eficiência energética reforçam a delicadeza com o meio ambiente

Foto: Fernando Guerra

Honrarias significativas foram recebidas pelo escritório como o Architizer’s A+Awards 2022, vencedor pelo Voto Popular na categoria Private Houses - XL >6000 sqft, com o projeto da Casa Asa; World Architecture Festival 2019, finalista na categoria Completed Buildings: Villa, com as casas Asa e Pipa, e na categoria Future Project: Masterplanning, com o projeto Masterplan Paraty; o Global Architecture & Design Awards 2018, vencedor na categoria Private Residence, com o projeto da Casa Península, e segundo lugar na categoria Mixed Use, com o projeto do Hotel Fasano Angra.

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Cabana: testemunho da harmonia entre arquitetura e meio ambiente, esta residência de veraneio torna-se um refúgio. Situada na mata do Saco do Mamanguá, em Paraty, possui acesso exclusivo por barco Foto: Leonardo Finotti

encanta pela harmonia de sua

MEMÓRIA PRESERVADA

Para construir um futuro significativo, é essencial honrar e aprender com o passado. O projeto Memória Preservada, iniciado por Thiago Bernardes no mesmo ano em que fundou seu escritório, é o cerne dessa abordagem. Ao cuidar do acervo de Sergio e Claudio Bernardes, ele perpetua suas contribuições visionárias para as gerações futuras, estimula a troca de ideias por meio de iniciativas de fomento à pesquisa e ações como exposições, publicações e eventos. Thiago Bernardes presta homenagem às suas raízes. Traça novas perspectivas para a contemporaneidade de maneira autêntica. Esculpe assim um futuro arquitetônico onde a inovação e a tradição se unem para criar camadas de significado e beleza. Ao se desafiar constantemente, dá vida a um horizonte promissor além dos limites convencionais. Segue singular, tal como as obras que um dia sonhou concretizar.

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Residência em Paraty, forma horizontal e jardins exuberantes assinados por Isabel Duprat

ENTRE RAÍZES E CONEXÕES

CULTURAIS

O arquiteto e designer Lucas Jimeno Dualde une sua herança mediterrânea à cultura brasileira e preza pela preservação da identidade

Desde sua mudança de Barcelona para São Paulo há mais de uma década, onde começou a colaborar com o arquiteto Isay Weinfeld, Lucas Dualde tem se destacado pela marca sofisticada e minuciosa no mundo do design de interiores, mobiliário e arquitetura. Hábil em transitar entre projetos de diferentes escalas e naturezas, traz na empreitada uma formação acadêmica singular. A abordagem pluriforme resulta de seus estudos em moda, filosofia e artes, camadas que dão luz ao diálogo entre suas raízes mediterrâneas e a imersão na história, materialidade e técnicas construtivas brasileiras. Antes mesmo de estabelecer residência na capital paulista, o

Brasil já exercia forte influência em sua trajetória. Da interseção entre a herança mediterrânea e a cultura brasileira, surge uma narrativa que ultrapassa barreiras geográficas e temporais. Em entrevista exclusiva à Habitat, o arquiteto e designer espanhol radicado no Brasil destaca a presença de uma reflexão crítica em seu trabalho sobre a perda crescente de identidade e elementos culturais no design contemporâneo. "Há esse dilema de se manter fiel ao espírito do tempo sem esquecer das fontes. O design e arquitetura que me emocionam são o rastro da mão que o desenhou e o rastro da mão que o produziu. Hoje em dia, estamos perdendo os dois".

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Conceito para uma série de lojas pequenas e adaptáveis dentro de espaços da Calvin Klein em colaboração com Alan Chu. Ilustração de Danilo Zamboni com nanquim sobre papel de arroz
Débora Mateus | Fotos: Ruy Teixeira
Por
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Bem iluminado, este apartamento possui molduras de vidro que aludem ao movimento moderno. Destaque para a obra na parede "Concetto Spaziale, Attese, 1960” de Lucio Fontana e a cadeira de Axel Einar Hjorth

Design e Arquitetura

Suas concepções arquitetônicas são enriquecidas pelo contexto brasileiro de figuras como Lina Bo Bardi e o próprio Isay Weinfeld. Os móveis da ítalo-brasileira fazem parte, inclusive, da exposição inédita apresentada por Lucas Dualde, em parceria com Sergio Campos, aberta ao público até 6 de abril, na Casa de Vidro. A reverência de suas raízes mediterrâneas encontra interseção na influência do catalão Josep Lluís Sert, cuja família também possui conexões com a dele no segmento têxtil. Além disso, suas experiências afetivas têm lugar em seu trabalho. “Sempre estive envolvido com os ambientes onde cresci, como a sala da casa de família onde passávamos as férias. Minha avó a decorava com linhos floridos e móveis antigos ingleses de madeira, restaurados por ela mesma. Eram espaços aconchegantes, cheios de vida, onde se podia estar sozinho, em família ou com amigos”. Entre outras fontes de referência transgeracionais, ele cita o modernista finlandês Alvar Aalto e o Studio Mumbai, como referências contemporâneas.

Sofá e mesa concebidos por Lucas Dualde, banquetas criadas por Joaquim Tenreiro. A mesa de centro foi elaborada a partir de uma antiga porta e o tapete originário do Nepal com sáris de seda rústica reciclada

CONFLUÊNCIAS

Dualde compartilha que as experiências marcantes do seu dia a dia podem tornar-se fontes de inspiração. Para ele, o arquiteto mexicano Luis Barragán (Pritzker 2021) personifica esse “alinhamento perfeito entre o pensamento, a maneira de viver e projetar, em um contexto geográfico, cultural e espiritual específico”. A admiração pelas artes é outra tangente em suas concepções. Apreciador de Sert, que projetou a Fundação Miró –interseção entre as esferas arquitetônicas e artísticas -, Dualde menciona outros artistas que o inspiram: “Paula

Siebra, artista cearense, jovem talentosa e sensível; Isamu Noguchi, sem dúvida alguma; Amadeo Lorenzato, pelo talento bruto e inocente; Gonzalo Fonseca, pela experimentação onírica e condensada; e Eduardo Chillida, pelas raízes em sua terra durante toda a vida, a experimentação, liberdade e elegância”. Na incessante busca pelos vestígios dos criadores, Lucas Dualde ergue-se como uma ponte entre suas raízes e as tramas culturais do Brasil, desvendando o genius loci em cada obra que concebe.

Casa Lino, Brasília. Arquitetura de Pedro Ricciardi, Interiores por Lucas Dualde
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ARTE FUSIONAL

Jejo Cornelsen cria suas próprias cores com a poética de um artesão, e assim tornou-se admirado por nomes de peso da cena das artes e arquitetura

Por Débora Mateus | Fotos: Cortesia Jejo Cornelsen

Artesão das cores e poeta, o artista plástico e multimídia Jejo Cornelsen traz na veia um talento inato. Esteta, arquiteto e designer, ele cria obras de arte abstrata variadas - telas, esculturas ou têxteis -, e concebe suas próprias tintas, como fazia Alfredo Volpi. A diferença reside no fato de que os pigmentos de Jejo vêm da terra crua e são orgânicos. Resultam de pesquisas minuciosas em reservas de argila no interior dos estados do Sul do país e de um curso na cidade francesa de

Roussillon. Assim surgiu o Studio Passalacqua, fundado há 10 anos por Jejo Cornelsen e Paola Croso em São Paulo, especializado na concepção de tintas de origem mineral e ladrilhos hidráulicos feitos à mão. Em entrevista à Habitat, o artista conta que essas criações complementam sua expressão artística: "Minha arte evoluiu da figuração para abstração desde que comecei a desenvolver estas paletas de estudo. Isso se tornou minha essência, utilizo para criar todas as minhas obras".

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Nuances como Bones, Linho ou Rosso Milano compõem uma paleta autoral presente em projetos de escritórios arquitetônicos de prestígio, como Thiago Bernardes, Isay Weinfield, Atelier Peclat+Chow, Felipe Hess e MNMA Studio. A participação em feiras internacionais, como o FuoriSalone em 2015 com o DimoreStudio, impulsionou a demanda por colaborações no mercado brasileiro. Entre os trabalhos marcantes, uma casa de 1.800 m² projetada por Camila Tariki, sócia do Bernardes Arquitetura, as vitrines

da loja conceito da Calvin Klein, em Nova Iorque, espaços expositivos em galerias como Gomide & Co e Mendes Wood, além da residência de Vik Muniz, na Bahia. “O que encanta é justamente a autoralidade artística que essas tintas trazem. A propriedade da argila e outros minerais têm vida própria e refletem com a luz ; mudando os tons da cor usada no percurso do dia. Os gestos e ritmos da aplicação são revelados, assim como o nosso estado de espírito; a água translúcida reflete os tons claros e escuros”, afirma.

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REFLEXOS AMPLIADOS

Na centenária residência que um dia foi morada do artista Flávio Império e que faz fronteira com a icônica Vila Itororó, patrimônio cultural de São Paulo, Jejo estabeleceu não apenas seu lar, mas também seu ateliê. Um laboratório onde ele realiza suas experimentações com tintas orgânicas e artesanais, que se torna também um espaço expositivo de suas próprias obras. A atmosfera estética e cultural também abriga sua coleção de arte e design, com destaque peças garimpadas em feiras, como as cadeiras originais de Carlo Hauner e Martin Eisler. Nesse mesmo local, que já sediou os estúdios da ZH Produções de Cao Hamburguer, Jejo realizou diversos projetos audiovisuais. Nos anos 1980, a convite de Cao ele mudou-se do Rio de Janeiro, onde era reconhecido por seu trabalho de design gráfico para capas de discos de artistas como Gilberto Gil, Rita Lee e Sandra Sá. Desembarcou

em São Paulo para criar o conceito visual, cenário e bonecos para o filme institucional "Pantanal Alerta Brasil". Transmitido nacionalmente em rede de televisão, o vídeo se tornaria um marco de vanguarda na sensibilização pela preservação ambiental.

Sua jornada profissional é enriquecida pela base de formação obtida em Portugal e na Inglaterra, onde se dedicou a estudos de arquitetura, fotografia e artes plásticas. Inspirado desde a infância por seu pai, o mestre modernista Lolô Cornelsen, Jejo recebeu aos 7 anos seu primeiro estojo de tintas a óleo, com todo aparato como “il faut”. Iniciou assim, uma trajetória marcada pelo domínio artístico. Sua densidade virtuosa em tudo o que faz, é reverenciada por nomes de peso do universo das artes, como o artista e educador Calos Barmak, que foi coordenador de educação do Museu de Arte Moderna de São Paulo – MAM, Instituto Moreira Salles e da Funda-

ção Bienal de São Paulo. “Arquitetura é arte pura, e o Jejo tem esse talento extraordinário e versátil. Sempre admirei profundamente essa figura de habilidades inacreditáveis. E isso não é minha opinião isolada. Para todos os amigos, ele é uma referência. É como aquela banda Gentle Giant dos anos 70, um gigante gentil, com uma família incrível. De delicadeza, erudição, refinamento e trato refinado inigualáveis, ele transborda talento em cada trabalho. Do cinema, às artes plásticas, até os ladrilhos hidráulico. Num mundo onde tudo está tão achatado é um privilégio falar de alguém como o Jejo. Eu espero que ele venha a ter um livro, que possa mostrar a amplitude e dimensão do trabalho em tantas frentes e tão excepcionais”, declara. Lançando uma ponte entre tantas camadas das raízes do belo, ao explorar em sua forma mais crua, Jejo Cornelsen infunde a beleza das cores com uma sensibilidade cósmica.

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ESSÊNCIA TRANSFORMADORA

Conheça a jornada dos sócios do escritório Arquea, fonte de inspiração para a nova geração da arquitetura paranaense

Por Débora Mateus

OArquea, dos sócios Bernardo Richter, Fernando Lacerda, Pedro Amin, Helena Wenzel e Priscila Vicentim traz em sua história de 16 anos o reconhecimento da atuação multifacetada que abrange residências, até edifícios, projetos corporativos e urbanos, principalmente no Paraná. Alguns deles foram premiados nacionalmente e apreciados em outros países. Além disso, a criação de mobiliários - algo que começou de maneira orgânica -, é outra vertente que devem expandir nos próximos anos. Sua filosofia central busca o essencial, combinando técnicas construtivas, praticidade e sensibilidade humana. Nas palavras do sócio Fernando Lacerda: “Fundamos o escritório impulsionados pelo desejo de tornar a arquitetura uma força transformadora e integradora, conectando-se profundamente com a cultura local e todas as partes envolvidas no projeto. Queremos que nossas criações tenham um impacto positivo e duradouro na comunidade e na cidade".

A jornada começou após a faculdade, quando Fernando Lacerda e Pedro Amin, amigos de longa data, conheceram Bernardo Richter. Em 2008, o trio fundou o escritório. A primeira sede foi na garagem da casa da avó de Amin, onde se envolveram direto na construção da obra e na busca por materiais econômicos, uma experiência valiosa. Com o crescimento, construíram um anexo no jardim, mas, em 2020, mudaram para uma sede maior no Bigorrilho. O equilíbrio é algo que sempre foi levado em consideração. “Arquitetura é emoção e poesia, mas também deve ser economicamente viável. Nossos clientes são felizes e isso nos move. Quando se emocionam com nossas obras, nos emocionamos junto com eles. Nosso objetivo não é construir para ganhar destaque em uma publicação, mas para atender às necessidades e contextos de cada cliente", destaca Pedro Amin.

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A Casa Vila, um dos primeiros projetos premiados do Arquea, traz em seu conceito a desconstrução da residência tradicional. Foto: Fernando Lacerda

QUEBRA DE PARADIGMAS

Nos primeiros anos, a colaboração com o escritório Jaime Lerner Associados enriqueceu seus aprendizados e proporcionou suporte financeiro. A convivência com o arquiteto Fernando Canalli foi uma espécie de mentoria, instigando suas ideias. Entre os primeiros projetos premiados do Arquea, está a Casa Vila (2012), uma desconstrução da casa convencional inspirada na arquitetura japonesa contemporânea, que combina simplicidade arquetípica e funcionalidade. O Edifício 1232 conta com 4 apartamentos e introduziu um conceito inovador que integra a rua à cidade e vice-versa, com fachadas transparentes e brises móveis de madeira que garantem privacidade. Projetos corporativos e comerciais como a startup Pipefy e o Jambu Bar Jardim também refletem a versatilidade inventiva. O premiado Dsenho (2020), da IDEE Incorporadora, projetado pelo Arquea e com design de interiores de Leandro Garcia, tornou-se notório pela experimentação, integração delicada com a cidade e detalhes meticulosos, servindo de exemplo para outras construtoras.

O repertório dos sócios é inspirado por nomes que os “provocam”, como o paranaense Gustavo Utrabo, os portugueses Eduardo Souto de Moura e Mateus Aires, e os mexicanos Manuel Cervantes e Pablo Pérez Palácios. Além das escolas contemporâneas da Argentina e do Chile, a influência de Alberto Campo Baeza, professor de Fernando Lacerda e Pedro Amim durante um intercâmbio em Madri, também se faz presente.

O premiado prédio Dsenho, da IDEE Incorporadora, projeto do Arquea e design de interiores de Leandro Garcia, se destaca pelo conceito experimental de vanguarda. Foto: Eduardo Macarios
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Arquitetura e design

Durante esse período, eles tiveram a maquete de uma casa para Souto de Moura, selecionada pelo próprio arquiteto. A experiência internacional de Bernado Richter na Finlândia, onde concluiu o mestrado em arquitetura em madeira, moldou sua ênfase no que denominam de honestidade com os materiais. “Usamos matérias-primas e não imitação delas. Sempre acreditei na madeira como um material do futuro”, destaca Richter.

Para Priscila Vicentim, a sinergia entre os sócios é parte do processo colaborativo. “A participação de cada um nas etapas dos projetos e o compromisso com a praticidade são imprescindíveis”. Helena Wenzel complementa: “Sempre questionamos até que ponto precisa ser complicado, pois queremos encontrar soluções viáveis para que as coisas se concretizem e não fiquem no papel”.

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Ao revisitarem cada detalhe, mesmo que nem sempre resulte no maior retorno financeiro, eles se diferenciam e permanecem fiéis aos seus valores. Destacam a quebra de paradigmas como um desafio inicial, ressaltando o papel pioneiro de André Nacli, da IDEE Incorporadora, que acreditou em suas ideias e condicionou o mercado. Lacerda enfatiza esse apoio e reflete sobre a falta de conexão da arquitetura de alto padrão com a comunidade e a consciência ambiental. “A arquitetura deve criar soluções para vivermos de forma mais sustentável nesse planeta. É preciso instigar o senso crítico e colaborativo, ter a consciência de que dividimos o mesmo espaço, materiais e recursos naturais”. Abraçando essa mentalidade, o Arquea dá exemplo: sua perspectiva contemporânea somada à abordagem disruptiva e humanizada serve de inspiração para a próxima geração. Uma lição de como perpetuar a vida por aqui.

4 apartamentos distribuídos em três pavimentos, o Edifício
se
aconchegante e inusitada.
Leonardo Finotti
Com apenas
1232
destaca pela estética
Foto:
Foto: Leonardo Finotti

TRAMAS EXPRESSIVAS

Entrelaçando sinais linguísticos e a materialidade têxtil, o artista paranaense André Azevedo desponta na cena nacional e internacional

Por Débora Mateus | Fotos: André Azevedo. Série Cartelas, 2023

Aobra de André Azevedo, apresenta uma incursão versada e lírica, de caráter exploratório, que conecta técnicas têxteis e linguísticas com contemporaneidade estimulante. Nascido em Curitiba e radicado em São Paulo, o artista já participou de importantes exposições mundo afora. Ele tece narrativas que incorporam sinais linguísticos e exploram a materialidade têxtil para desdobrá-las em texto. Desta forma, estabelece diálogos entre o visual e o verbal. Com figuras de linguagem como "fio da meada" e "pano de fundo", sua obra espelha a convergência entre o homem e o mundo, partindo da análise etimológica de palavras como "texto", que tem em sua origem o sentido de entrelaçamento, tal como o tecido. Da mesma forma, a palavra "tessitura" carrega vários contex-

tos: refere-se tanto ao enlace dos fios na criação de tecidos, como à música, ou à trama de eventos e experiências que constituem uma trajetória ao longo do tempo.

Com formação em Desenho Industrial pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) e em Artes Visuais pelo Centro Universitário Belas Artes de São Paulo, André Azevedo, explica à Habitat que sua narrativa surgiu desde o início com a pesquisa da interconexão entre tecido e linguagem. "Encontrei inspiração nos cartões perfurados do tecelão francês Jacquard, que deram origem aos códigos binários. Eles fundamentam não apenas a linguagem das máquinas, mas também ecoam como códigos têxteis. O processo de codificação torna-se ainda mais rico revelando camadas de significado que transcendem os limites tradicionais da expressão”.

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REPERTÓRIO PROFUSO

A influência familiar permeia sua expressão artística. Filho de mãe artesã têxtil e pai sericicultor, criador de bichos-da-seda, ele mergulhou desde a infância no mundo das fibras. A vivência deu luz a várias camadas de significados em suas obras. É a faceta polivalente como artista e investigador, que o permite explorar todas essas estruturas. Além de resgatar a tradição do tecer, ele utiliza elementos como a datilografia, costura e algodão cru ou carbono em seu processo criativo. Demonstra habilidade artesanal, mas também a destreza de planejamento matemático até a execução final de cada trabalho. A leitura de "O Mundo Codificado", do filósofo tcheco-brasileiro Vilém Flusser (1920-1991), que trata dos códigos na sociedade, também deixou uma marca indelével

em seus trabalhos. Assim como a influência da artista e ex-estudante da Bauhaus Anni Albers (1899-1994), que foi uma das mais importantes designers têxteis do século XX. Segundo Azevedo, a leitura do livro "On Weaving”, que explora as conexões entre escrita e tecelagem, estimulou o aprimoramento de sua própria arte. Em 2022, a residência na Josef and Anni Albers Foundation, nos Estados Unidos, marcou sua carreira, conduzindo a novas perspectivas e conceitos ainda mais profundos. A experiência dadaísta alemã de 1919, intitulada como "uma corrida entre a máquina de escrever e a máquina de costura", também impactou sua obra. A repetição na datilografia, por exemplo, é usada como metáfora, onde cada tentativa e falha ajudam na evolução de sua narra-

tiva. Apreciador de poetas concretos brasileiros como Haroldo e Augusto de Campos, o artista paranaense que é representado pela galeria Simões de Assis, revela que possui em seu acervo 8 máquinas datilográficas. Tem afeição especial pela Remington Ipanema, que ganhou no aniversário de 12 anos. Ela representa o início de sua trajetória e integra seu processo até hoje. “Cada registro em meu trabalho se torna parte de um novo capítulo na história, refletindo a passagem do tempo e as marcas deixadas pelas máquinas. Essa conexão entre passado, presente e futuro confere uma dimensão temporal única”. Uma reflexão sobre a interação entre o indivíduo e seus contextos, que contorna elementos como arte, tecelagem, linguagem e materialidade.

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Oprojeto “MON sem paredes” inaugurou no último dia 13 de março sua mais recente edição. Agora, crianças e adultos têm a oportunidade de interagir com esculturas de grandes dimensões nos jardins do MON, criadas por diversos artistas. Entre as obras expostas estão Caleidoscópio e Giroscópio, de Artur Lescher; Estruturas Dissipativas / Trepa Trepa, de Rommulo Conceição; Maca Alecrim, Maca Cidreira, Maca de Força e Maca de Guarda, de Alexandre Vogler; Sempre em Pé, de Narcélio Grud; e Tè Danzante (Chá Dançante), de Joana Vasconcelos. São instalações temporárias e permanentes do acervo que se espalham pela área verde do museu, proporcionando momentos de diversão e exploração para o público.

Segundo Juliana Vosnika, direto-

ra-presidente da instituição: “A iniciativa visa convidar o público externo a apreciar a arte, inspirar-se e sentir-se estimulado a adentrar o espaço”. Ela destaca também a oportunidade de acesso a uma variedade de atividades interativas que nem sempre são possíveis em exposições museológicas tradicionais.

O especialista em arte no espaço público e curador do projeto, Marc Pottier, diz à Habitat que é crucial levar diversos trabalhos artísticos para esses espaços de acesso coletivo. “É uma experiência mais inclusiva e participativa com a arte, onde pessoas de todas as idades podem se conectar com as obras, sentindo-se mais à vontade para visitar os outros espaços do Museu. Uma forma de torná-la mais democrática".

MON LEVA ARTE AOS JARDINS

Iniciativa busca aproximar a população do universo das artes com parque de esculturas interativas na área externa do Museu

Fotos: Marcello Kawase

Arte habitat 51

ARTE GRÁFICA COMO EXPRESSÃO MÁXIMA

Conheça o percurso do artista curitibano André Brik que ganhou diversos admiradores europeus

Por Débora Mateus

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Peepholed Watermelon

Há 7 anos, André Brik decidiu se dedicar de maneira profunda à arte gráfica. Sua expressão criativa teve início com a formação em arquitetura e logo passou a ser complementada por cursos de Design Gráfico que fez em Nova Iorque na década de 90. Vértices que o ajudaram a alçar a estética artística. Nascido e residente em Curitiba praticamente toda a vida, ele conta à Habitat que os movimentos de avant-guard que desafiaram as convenções estabelecidas, além do design pré-modernista, têm destaque especial em sua investigação.

Em especial, os pôsteres poloneses e cartazes do estilo alemão Sachplakat dos anos 1920. Além da democratização promovida na arte e design pela escola Bauhaus. “Desde pequeno sempre gostei de desenhar, mas a vida foi levando para outras áreas. O fato de voltar à essência e me investir na arte de maneira profissional nesta fase da vida me levou a um processo mais libertário e autêntico. Meu objetivo é tocar as pessoas de alguma maneira”, afirma. O processo criativo de Brik começa com os croquis, herança dos estudos de arquitetura. Reflete a observação do

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Pine Cone Geometric Redux

cotidiano, onde os detalhes mais simples se transformam em obras de arte. Ele encontra beleza na repetição, nos movimentos à mão que depois ganham vida na execução em linóleo, acrílico ou no computador, ferramenta que usa para reinterpretar a técnica do glazing - comum durante o Renascimento, criando camadas translúcidas de imagens vetoriais. Mas, ele não se limita, fato que explica algumas experiências com esculturas tridimensionais. Vários colecionadores europeus adquiriram sua arte, com destaque para países como Dinamarca, Áustria e Itália. Nestes dois últimos, suas obras estão representadas em galerias de arte. Ele conta que a experiência de entregar os trabalhos pessoalmente a clientes dinamarqueses, durante a pandemia, foi enriquecedora.

Como resultado, surgem composições repletas de cores vibrantes e contrastantes, formas geométricas, e com tom irônico, por vezes divertido. Além das influências do design gráfico e da arquitetura, o artista que costu-

ma também ser um estudioso da teoria da arte, encontra inspiração em outros campos, como os estilos musicais do punk rock e indie dos anos 90, a literatura de George Orwell e Ray Bradbury, bem como os trabalhos de artistas visuais como MC Escher e Wayne Thiebaud. Influências que são infundidas em seu traço contemporâneo intrigante, muitas vezes pontuado por um senso de estranheza. “Sempre gostei da ideia de que todo mundo pode criar, apreciar a geometria, as formas mais simples, algo meio Gestalt que você bate o olho e entende. Com o design gráfico, aprendi a editar, deixar o mínimo necessário de elementos. Esse exercício de ir reduzindo e deixar as coisas mais simples, levo na vida também”. Em contraposição às noções convencionais de sucesso e reconhecimento, André Brik valoriza a autenticidade e a conexão humana em suas criações. Sua arte busca impactar os corações e mentes daqueles que têm a sorte de se envolver com ela.

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Arte
Banana with Wrong Peel Idiyllic Pickles
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DESBRAVADOR DA ARTE, FOTOGRAFIA E ARQUITETURA

Com uma narrativa de leveza poética André Nacli amplia sua arte para a edificação de um contexto urbano e cultural melhor

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Edifício Torrealta 1985, Leo Grossman Por Débora Mateus | Fotos: André Nacli

Na linguagem artística de André Nacli, fotógrafo e diretor da IDEE Incorporadora, a interação entre natureza, tempo e silêncio delineia uma investigação que convida o espectador a contemplar além da superfície. Com leveza poética, suas séries fotográficas trazem imagens muitas vezes capturadas ao amanhecer ou em dias nublados que refletem uma melancolia introspectiva e convidam a uma jornada emocional. Não é à toa que sua obra floresce de uma tríade apaixonada - por Curitiba, cidade natal, onde reside, pela arquitetura e fotografia, áreas que estudou, além de sua formação em administração. Desde os 15 anos, Nacli registra a capital paranaense e outras cidades que visita. “Comecei a perceber o impacto que as construções tinham na cidade e isso mexia comigo. Moleque ainda, eu enviava e-mails para as construtoras questionando algumas coisas”, relata à Habitat.

Com o tempo, ele aprimorou seus estudos na área fotográfica, incluindo um curso na renomada ICP - International Center of Photography, em Nova Iorque. Evoluiu da abordagem documental para uma jornada de descoberta artística e realizou exposições individuais e coletivas. Uma das mais recentes exibidas na galeria Simões de Assis em Curitiba, "Vão", foi seguida do lançamento do livro Tempo Matéria. Publicado pela Fotô Editorial, reúne registros feitos em diversos países da América do Sul, realçando o diálogo entre a domesticação da paisagem e a contemplação. Sua bagagem também inclui obras na coleção do Museu Oscar Niemeyer, MON e exposições como “Interior Anterior”, no Museo Emilio Caraffa, Argentina; e, em Curitiba, na “SIMBIOSE SIM”, na SIM Galeria, “Tempo Matéria”, no Espaço Cultural BRDE, Palacete dos Leões, e “Pós-Poste”, no Museu da Fotografia de Curitiba, ambas curadas por Eder Chiodetto.

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Edifício Mapi, Caiobá 1958, Elgson Ribeiro Gomes e Adolph Franz Heep Sem Título 2015, Série Tempo Matéria
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Fotografia
Sem Título 2015, Série Duelos
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Sem Título 2017 , Série Tempo Matéria

ATUAÇÃO VISIONÁRIA

O compromisso com a essência das cidades e seu patrimônio cultural levaram-no a aprofundar sua veia artística em paralelo à atuação empreendedora. Foi assim que lançou o Nomaa Hotel e a IDEE Incorporadora, materializando edificações que pudessem levar em consideração a delicadeza com o entorno da cidade e encapsular obras de arte e design em seus interiores. Realizações estas, que o tornam precursor na nova linguagem da incorporação.

As conexões entre todas as suas facetas, seja como artista, fotógrafo, administrador ou observador profundo da arquitetura, levam André Nacli a manter sua atuação em constante expansão. Entre seus projetos, está a criação do coletivo Casa da Arquitetura de Curitiba (CAC), que visa documentar e preservar o patrimônio arquitetônico modernista. Recentemente, ele iniciou uma nova fase exploratória em seus trabalhos, buscando expressões além da fotografia, como pintura e interações sensoriais. “Estou num momento de reencontro, explorando novas expressões para além da fotografia, comecei a pintar e me interessar por interações sensoriais também”. Além disso, sua convicção na importância das cidades como comunidades sustentáveis o motiva a fortalecer e incluir profissionais locais em seus projetos. “Realmente acredito que a solução para que a humanidade possa viver na terra de forma sustentável é viver em cidades, e, portanto, comu-

nidades. Se nos espalharmos pela natureza vamos acabar com ela. Grande parte do meu trabalho é voltado para tornar a vida na cidade melhor, através das construções, mas também do fortalecimento da nossa comunidade. Por isso me esforço para incluir profissionais, artistas, arquitetos e designers locais nos projetos, visando valorizar e promover seu trabalho". Com seu olhar sensível e comprometido André Nacli traça um novo contexto de significância: contribui para edificar uma perspectiva de enriquecimento cultural e urbano.

Sem Título 2021, Série Paisagens Interiores
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Sem Título 2021 , Série Paisagens Interiores

RESGATE ÉPICO

CASAL DÁ VIDA AO VELEIRO FORÇA MAIOR ABANDONADO POR 17 ANOS

Quando Ramiro e Giorgina Eli, descobriram o veleiro dos sonhos, o Força Maior - primeiro Fast 500 fabricado no Brasil, abandonado há 17 anos na Paraíba -, tiveram a convicção de que fariam tudo para comprá-lo. Assim o fizeram, provando à família, amigos e amantes da vela que a determinação é a chave para tornar o que se sonha realidade. A primeira unidade da embarcação de 50 pés, projetada por German Frers, foi feita em 1986 para Nelson de Sampaio Bastos, dono da Fast Yatchs. Em entrevista à Habitat, Giorgina revela a longa história de amor do casal com veleiros, desde os 5 anos, quando seus

pais se conheceram ao frequentar o Iate Clube Paulista, até a emocionante descoberta. Durante a semana de vela em 2019, após uma regata, ela expressou seu desejo de comprar um barco. “Ramiro ligou para um amigo que apresentou o dono de dois barcos. Ele queria vender um para reformar o outro. Na conversa, meu marido descobriu que era o Força Maior. No dia seguinte, ele e o ex-proprietário estavam em Cabedelo na Paraíba para vê-lo de perto”.

Para a surpresa de seu marido, era o mesmo barco do poster colado na parede do armário até os 20 anos, quando ele morava com os pais. Mas, ao entrar, logo percebeu o

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Primeiro Veleiro Fast 500 do Brasil, o Força Maior foi completamente restaurado pelo casal Ramiro e Giorgina Eli

A história emocionante de amor e determinação que tornou a reforma de um dos maiores veleiros produzidos no Brasil em uma prodigiosa façanha

Por Débora Mateus | Fotos: Aline Bassi / Balaio

estado precário. Giorgina insistiu em vê-lo pessoalmente mesmo sabendo que o proprietário não queria vendê-lo. “Pegamos um voo de São Paulo e fomos até o local. Quando entrei eu disse que era nosso barco”. Determinada, a velejadora pegou um cachorrinho de porcelana, decidida a devolvê-lo caso a compra não se concretizasse. Após meses de negociações, a decisão final veio após o dono receber uma carta dos filhos do casal, Martin, hoje com 10 anos, e Nicolas, 8 anos, com um desenho do Força Maior. "Compramos em 21 de janeiro de 2020, cientes de que enfrentaríamos uma reforma enorme. Levantamos um orça-

mento detalhado, priorizando a segurança para navegar”. Eles criaram uma conta no Instagram para documentar a jornada, e logo se tornaram referência para uma comunidade interessada nos progressos, dicas e informações. Administram um grupo com 300 membros, no telefone onde Giorgina mantém um acervo documental com manuais, sendo a responsável também pela lista que apurou a auditoria de 24 veleiros Fast 500.

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Antes da reforma

REFORMA PRODIGIOSA

O Força Maior se diferencia dos outros Fast 500 por sua imponência, daí o nome. Com 18 toneladas, tem quilha, leme e mastro maiores. A restauração teve duas fases. Na primeira, foi necessário refazer toda a parte elétrica, hidráulica, motor e leme para levá-lo à São Paulo. “Era pandemia, isso tornou os custos das passagens mais acessíveis. Íamos a cada 15 dias, durante 9 meses”. Segundo a velejadora, Ramiro, o irmão e dois amigos fizeram o trajeto da Paraíba à Ubatuba, que durou 9 dias com diversas intempéries. O casal decidiu usar o barco daquele jeito no verão para avaliar o que precisaria ser feito na continuidade da reforma. Os trabalhos duraram mais 11 meses, algo que normalmente levaria 2 anos. “Sempre fomos de colocar a mão na massa. Muita coisa do barco nós mesmos fizemos, com a ajuda de profissionais para a parte pesada. Além supervisioná-los de perto, eu fazia de tudo. Lixava, envernizava, cheguei a sair de lá rouca com o cheiro

de Epoxy. Ramiro estudava muito e cuidava da área mais técnica. Se ele dizia que eu precisava emendar 50 fios, eu fazia. Refizemos o barco. Graças ao nosso empenho, conhecemos cada detalhe, como foi feito e como funciona".

Para o casal o barco não afundou devido aos materiais de alta qualidade utilizados pelo primeiro dono como laminação resistente, o mastro sueco Seldén, e detalhes como as dobradiças banhadas a ouro. Giorgina conta que durante a pandemia, o fato de passarem 24 horas juntos e trabalhar na obra, fortaleceu ainda mais seu vínculo, enquanto muitos amigos se separavam. “Após 12 anos de casados, somos parceiros em tudo, compartilhamos afinidades diferentes, e vivemos nosso maior prazer em família: navegar. Nos finais de semana, participamos de regatas e passeamos com as crianças, que inclusive já aprenderam a velejar. Temos muito carinho pelo veleiro, estar embarcado em família é nossa realização”.

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OS DESTAQUES DA DW! 2024 A

VÉR – ARTEFACTO

A nova linha da Artefacto, Edition 2024 – VÉR, lançada em comemoração aos 48 anos da marca, captura a essência das metamorfoses naturais. Com curvas delicadas, fluidez e transparências inspiradas na primavera, os mobiliários foram idealizados por Patricia Anastassiadis, em sua sétima colaboração para a marca. De mesas de jantar com combinações de madeira e pedra natural até poltronas e camas com elegância escultural, a coleção foi apresentada de maneira inédita na DW!.

13ª DW! Semana de Design de São Paulo, criada por Lauro Andrade em 2012, retornou com vigor nas ruas da capital paulista. Com o intuito de promover o design e sua confluência com arquitetura, urbanismo, arte e inovações tecnológicas, a mais recente edição, realizada de 14 a 24 de março, exibiu trabalhos de mais de mil criativos e contou com 200 ações espalhadas por oito distritos da cidade. Exposições, instalações interativas, intervenções artísticas, palestras e lançamentos movimentaram negócios, e fizeram com que o público pudesse participar de maneira intensa das novidades do segmento. Confira os destaques que permearam diversos pontos do circuito histórico, da tradicional Alameda Gabriel Monteiro da Silva até a zona norte de São Paulo.

BOOMSPDESIGN

Evento âncora do festival, o BOOMSPDESIGN chegou à 17ª edição no Edifício Itália com diversas novidades. A começar pelo homenageado, que nesta edição é o arquiteto e designer italiano Simone Micheli. Ainda do país europeu, o evento lançou o preview de uma série de objetos lúdicos e divertidos da marca Queeboo. Peças da nova coleção da Casa Rizzon by Arti, da Arti Móveis que conta com nomes como Ronald Sasson e Rodrigo Ohtake, além de marcas de renome como Tidelli e Natuzzi também marcaram presença.

Foto:
Divulgação
70 habitat por Débora Mateus Coluna Spectrum
Mesa Giocco | Foto: Divulgação

JALAPOEIRA APURADA

A Feira Rosenbaum deixou sua marca no Edifício Martinelli, ao apresentar peças trançadas em capim dourado por mulheres quilombolas do Jalapão. Os visitantes que passaram pela instalação Jalapoeira Apurada puderam se encantar com a beleza escultural dos objetos. A iniciativa

de Marcelo Rosenbaum em colaboração com o Instituto A Gente Transforma, celebrou a ancestralidade, o meio ambiente, as tradições do artesanato manual e a economia da região do Tocantins.

MISERICÓRDIA E ALGAZARRA

No Edifício Misericórdia, os nove andares ganharam vida com uma variedade de performances, exibições e palestras promovidas pela Somauma e o movimento Seiva da Cidade. A mostra “Misericórdia e Algazarra”, curada por Felipe Morozini, mergulhou na história da região. Uma instalação em apologia ao Chafariz da Misericórdia, primeiro sistema de abastecimento de água de São Paulo, criado por Joaquim Pinto de Oliveira, o Tebas, ocupou o topo do prédio. Ele é considerado um dos maiores arquitetos do século 18, escravizado até os 58 anos de idade.

Foto: Loiro Cunha
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Foto: Fabiano Sanches

ETEL

A ETEL apresentou o projeto Unicidades - um ateliê de alta costura no design em parceria com a artista têxtil Juliana Maia -, e a coleção de luminárias Mantiqueira, desenvolvida em colaboração com os arquitetos Marina Acayaba e Juan Pablo Rosemberg. Ambos os projetos visam romper com a monotonia estética, oferecendo objetos que são ver-

dadeiros territórios particulares. Além disso, a marca apresenta sua coleção de tecidos especiais ETEL Selection, feitos com matéria-prima e tingimento naturais, e convida a explorar as técnicas de intervenção propostas por Juliana Maia nas peças da marca.

UM LUGAR

Na Galeria Metrópole, a atenção se voltou para "Um Lugar: bancos brasileiros contemporâneos". Organizada por Gabriel De La Cruz e Pedro Luna, residentes da galeria, a exposição contou com curadoria de Carolina Gurgel e consultoria de Adélia Borges. Estúdio Campana, Domingos Tótora, Hugo França e Cláudia Moreira Salles estiveram entre os 70 profissionais que expuseram suas criações.

Intervenção cadeira del Rey. Foto: Potyra Tamoios
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Foto: Fran Parente
por Débora
Mateus
Coluna Spectrum

BRETON

Inspirada nas paisagens brasileiras, a coleção I Am Breton Brasil, da Breton evidencia “a brasilidade, design, sustentabilidade e valores familiares”, segundo Daniel Pegoraro, diretor de Estilo, Imagem e Produto da marca. A coleção, recém-lançada em Dubai, destaca a singularidade do mobiliário brasileiro e suas matérias-primas. Na DW!, a marca esteve presente no shopping D&D, um dos hubs do festival e no Lar Center, com peças assinadas por designers como Caio e Carlos Carvalho, Luisa Moisés, Bruno Niz, e Karol Suguikawa. A coleção também está presente na Breton Curitiba, que acaba de abrir suas portas no coração do Batel.

DO OBJETO À CIDADE

A maior exposição da DW! deste ano, intitulada 'Do Objeto à Cidade: o design em tudo', apresentou uma vasta gama de objetos do dia a dia até elementos urbanos. Dividida em três partes - indivíduo, ambiente e cidade -, a mostra destacou a integração do design em diversos aspectos da vida contemporânea. Com curadoria de Winnie Bastian e expografia pelo Studio Garoa, no Shopping Lar Center, os itens foram selecionados com foco na inovação.

Foto: Fabiano Sanches
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Foto: Divulgação

DESIGN NOS DETALHES

Confira as principais apostas apresentadas na Expo Revestir 2024 sob a perspectiva da Impermix

Fotos: Divulgação

Para imprimir estética e personalidade em seus projetos, arquitetos e designers voltam seus olhares para os detalhes, como acabamentos e revestimentos. Além de funcionais, estas são peças-chave na composição das formas, cores e texturas dos ambientes. A relevância desses itens para o mercado faz com que recebam eventos exclusivos, como é o caso da Expo Revestir, uma das semanas mais aguardadas pela maioria dos entusiastas de decoração.

A edição deste ano da Expo Revestir aconteceu entre 19 e 22 de março, no São Paulo Expo, e a Impermix, maior boutique de acabamentos de Curitiba, acompanhou as novidades, tendências e inovações apresentadas. No centro dos lançamentos, estão o design tecnológico, as soluções sustentáveis e as releituras. Dentre as mais de 300 marcas expositoras, confira as principais apostas do ano, ressaltadas pela Impermix.

LOUÇAS E METAIS

A linha Deca You amplia o conceito de versatilidade com os novos toalheiros térmicos que complementam a linha de acessórios, trazendo maior funcionalidade e estética compatível com diferentes linhas de metais Deca. A aplicação de parede garante maior conforto na saída

do banho, enquanto a de piso privilegia o bem-estar em outros espaços, uma vez que pode ser transportada para diferentes cômodos da casa ou ser fechada e guardada. Ambos os modelos contam com timer que permite programar ciclos com desligamento automático.

Toalheiro Térmico,
Deca You 74 habitat Impermix Branded Content
Linha

REVESTIMENTOS CERÂMICOS

Diretamente dos dias ensolarados da Sicília, nasce a collab Ceusa + SOUQ by Traudi Guida. Repletos de história, mas com ar contemporâneo, os porcelanatos Italian Days foram inspirados nos ladrilhos históricos pintados à mão em padrões geométricos. O lançamento é composto por cinco modelos decorados e dois neutros que podem ser combinados de infinitas maneiras, criando estampas ora mais marcantes, ora mais discretas.

Completando a já consagrada linha da Deca, as novas Cubas Slim de Embutir contam com os modelos de apoio, sobrepor e semiencaixe. Entre os diferenciais da nova aplicação, destaca-se o deck interno para instalação de metais ou acomodação de itens de higiene e cuidados pessoais para otimização da bancada. São mais de 100 versões com diferentes aplicações, formatos, tamanhos e cores, que atendem aos mais variados estilos e perfis de projetos.

A coleção Gales da Portinari ganha módulos de linhas orgânicas. A região montanhosa do país de Gales serviu de inspiração para a linha, em que as peças trazem as singularidades de pedras distintas, mas se assemelham em dois pontos: a naturalidade e a neutralidade cromática. Os kits com 8 peças, cada uma com um formato distinto, permitem uma paginação diversa e dão um resultado ainda mais natural ao conjunto.

Com mais de 50 anos de tradição, a Impermix se consolidou em Curitiba como loja de materiais de construção e boutique de acabamentos, tornando-se revendedora exclusiva das marcas Deca, Portinari e Ceusa. As três lojas estão localizadas nos melhores pontos da cidade: Batel, Jardim Social e Rebouças.

Mais informações em www.lojaimpermix.com.br

Siga @impermix para atualizações e novidades.

Cuba Slim, Deca Italian Days, Ceusa
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Kit Gales Organic, Portinari

HIGHLIGHTS DA EXPO REVESTIR 2024

Os sócios Ary Jacobs e Renan Mutão capitaneiam o escritório paranaense Studio Architetonika Nomad, reconhecido pela singularidade e personalidade de seus projetos. Antenados com as últimas novidades na cena da arquitetura e design, eles estiveram na 22ª Expo Revestir, maior feira de revestimentos, louças e metais da América Latina, realizada em São Paulo, e compartilham sua visão refinada para destacar o que mais chamou sua atenção.

Para além das questões de sustentabilidade, inovação e brasilidade, a feira apresentou propostas que abraçam o lado mais humano e caloroso, segundo eles, e que se voltam ainda mais ao bem-estar, com um tom vibrante, por vezes divertido. Cores, texturas e movimento conferem autenticidade. Confira 5 os lançamentos relevantes elegidos pelos sócios.

CERÂMICA

ARTESANAL

O efeito único da sofisticação artesanal das cerâmicas da Keramica Artigiana foi evidenciado pela vivacidade artística. O contraste da junção da textura rústica da base cerâmica com a superfície esmaltada cria um efeito de cores e texturas na superfície de cada peça.

ARTE E NATUREZA

A coleção Hana, da Portinari em colaboração com o prestigiado paisagista Alex Hanazaki, enaltece a conexão entre natureza e arte. As peças, em elementos vazados no concreto arquitetônico de diferentes cores e formatos, ganham um tom refinado autoral.

Coleção Hana, Portinari. Foto: Divulgação
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Coluna Vitrine
Linha Progetto. Foto: Ary Jacobs e Renan Mutao
Por Studio Architetonika Nomad

TEXTURAS EM RELEVO

Na Portobello, a linha Fita, inspirada em um dos 5 princípios da arquitetura modernista de Le Corbusier, une a singularidade das linhas com os diferentes relevos que se formam com elas. A marca também lançou as séries Folia e Bordas, criadas em parceria com o renomado arquiteto Isay Weinfeld.

DESIGN DA CAATINGA

A Coleção Caatinga da Lurca é uma homenagem à riqueza cultural, fauna e flora do bioma brasileiro. Os azulejos autênticos e duráveis são inspirados nas cores e desenhos dos galhos, assim como na poesia paisagística do sertão. Vencedores do prêmio IF Design Award e finalistas do prêmio americano Architizer em 2020, além de finalistas do prêmio Brasileiro de Design em 2023.

PEDRAS INOVADORAS

O Granito Café Imperial, é o protagonista do PR Grupo Paraná, vencedor do Best In Show, prêmio que seleciona os lançamentos mais inovadores da feira. Extraído da jazida em Minas Gerais é versátil, tem brilho sofisticado e resistência. Ideal para revestir pisos, paredes e áreas externas, além de ser utilizado em peças decorativas.

Linha Fita, Portobello. Foto: Divulgação Granito Café Imperial, PR Grupo Paraná | Foto: Renato Navarro
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Coleção Caatinga, Lurca Azulejos. Foto: Ary Jacobs e Renan Mutao

JAZZ SESSIONS

Entre Ritmos e Revoluções: A Música Brasileira Ecoando pela Europa

Por Lucas Rodrigues | Fotos: Anna Coelho

No universo pulsante da música, poucos elementos têm o poder de transcender barreiras culturais e geográficas com a mesma fluidez e vibração que a música brasileira. Essa sinergia entre ritmos e nações encontrou um representante apaixonado na figura de Alex Barck, DJ, fundador do selo Sonar Kollektiv e membro fundador do influente coletivo Jazzanova. Em uma troca profunda sobre a interconexão das esferas musicais do Brasil e da Europa, Barck revela como a batida

brasileira ressoa nas ruas e nos corações do Continente Europeu. Desde os primórdios da sua carreira nas cabines de DJ de Berlim, Barck se viu magnetizado pelos sons oriundos do Brasil.

A distinção única da música brasileira, para ele, reside na sua capacidade de juntar alegria e melancolia em harmonia perfeita, criando ritmos que convidam ao movimento e à reflexão. Esse toque de complexidade emocional, diz Barck, é uma resposta ao que muitos buscam

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Alex Barck
Musica

na pista de dança: uma leveza que permite a catarse, algo que a música europeia, na sua rica diversidade, às vezes procura replicar e incorporar.

Um dos marcos dessa transição cultural foi a influência de artistas como Marcos Valle, cuja obra forneceu uma lente através da qual Barck e seus contemporâneos puderam ver o possível casamento entre gêneros musicais. Dessa forma, não é apenas o aspecto emocional da música brasileira que captura, mas também o seu ímpeto inovador, algo que Barck reconhece como essencial na evolução da música eletrônica e do jazz europeu.

Dentro dessa narrativa, a música atua como uma ponte entre gerações e culturas, conectando pessoas que, de outra forma, poderiam encontrar-se separadas por fatores tão diversos quanto idade ou etnia. Barck vê no jazz, em particular, uma "linguagem universal" capaz de dialogar sobre a condição humana sem se prender a palavras, mas expressando-se através do som.

Esse fluxo contínuo entre moldar e ser moldado pela música cria, para ele, um ciclo de inovação e descoberta constantes. A diáspora cultural e as migrações globais têm um papel indelével nesse processo, tornando centros urbanos como Berlim, mosaicos vivos das mais diversas expressões culturais. A experiência de Barck reflete essa realidade, onde a música se revela um fruto raro da imigração, trazendo consigo novos sons

e histórias que, por sua vez, alimentam a cena local.

No entanto, esse intercâmbio cultural não está isento de desafios. A realidade das turnês e da distribuição musical no século XXI, marcada por custos elevados e uma complexa rede de plataformas digitais, suscita questões sobre a sustentabilidade da cena musical ndependente. Apesar desses obstáculos, Barck permanece otimista, apontando para modelos alternativos de consumo e produção musical, como o Bandcamp, que permitem uma conexão mais direta entre artistas e audiência.

Por fim, a conversa com Alex Barck nos leva a refletir sobre o papel revolucionário da música. No seu entender, a música não apenas tem o poder de mudar o indivíduo, mas também de moldar sociedades, abrindo caminhos para novas formas de pensar e ser. Em um mundo cada vez mais orientado por códigos e algoritmos, a música oferece uma alternativa: a chance de explorar universos desconhecidos e conectar-se com o cerne da experiência humana. A música brasileira, com sua capacidade única de fundir emoção e técnica, tristeza e alegria, passado e futuro, continua a ser uma força vital na cena musical global, inspirando artistas e audiências em todo o mundo. À medida que artistas e ouvintes buscam criar e descobrir, a música resiste como um meio de expressão incomparável, capaz de transcender fronteiras e unir corações.

LP Marcos Valle, Garra 1971 LP Azymuth, Tightrope Walker 1986
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Formação Jazzaonova, 2021

IF AWARD DESIGN 2024

O Brasil foi protagonista na mais recente edição do iF Design Award de 2024, estabelecendo um novo recorde com 70 projetos premiados. Entre os destaques curitibanos estão a Galeria Laguna, concebida pelo Estúdio 41 em parceria com a Petinelli, e o Edifício Lemme, da Bidesi, com interiores projetados por Boscardin Corsi. Além dis-

Foto: Divulgação

so, a urna funerária Navegar, desenvolvida pela Furf Design Studio, uma solução inovadora e sustentável feita de micélio, e a poltrona Celina, desenhada pela BST Arquitetos em parceria com o Estúdio Latino de Design, que alia design e funcionalidade, também foram reconhecidos.

PRITZKER 2024

Riken Yamamoto é o vencedor do Prêmio Pritzker deste ano, maior honraria da arquitetura. Suas obras priorizam o senso de comunidade, conectando espaços públicos e privados. Projetos como Pangyo Housing e Hotakubo Housing, são notáveis por enfatizar a convivência entre os moradores. Nono arquiteto do Japão a receber o prêmio, Yamamoto afirmou: "A abordagem arquitetônica atual enfatiza a privacidade, negando a necessidade de relacionamentos sociais. No entanto, ainda podemos honrar a liberdade de cada indivíduo enquanto vivemos juntos no espaço arquitetônico como uma república, promovendo a harmonia entre culturas e fases da vida".

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Galeria Laguna, Estúdio 41 e Petinelli | Foto: Reprodução

BULGARI NAS ARTES

O Bulgari Studio, recentemente lançado em Seul - cidade conhecida como importante centro criativo global -, é o mais novo projeto colaborativo da Bulgari. A plataforma visa convidar diversos artistas para reinventar a narrativa de alguns de seus ícones, como o anel B.zero1. Uma instalação imersiva de sons e imagens inspirados na joia, assinada pelo DJ e artista multidisciplinar Anyma, no edifício Lotte World Tower, marcou a estreia do projeto na metrópole oriental. O evento contou com a presença de Marina Ruy Barbosa e Pedro Scooby. Ao longo do ano, outras coleções Bulgari estão previstas para inspirar mentes visionárias em todo o mundo.

DESIGN LATINO NO MOMA

Em cartaz no MoMA, Nova Iorque, até setembro, "Crafting Modernity: Design na América Latina, 19401980", ressoa a frase de Ana Porset como lema para apresentar a interconexão entre habilidades artesanais e industriais. Curada por Ana Elena Mallet e Amanda Forment, a exposição concentra-se em seis países - Argentina, Brasil, Chile, Colômbia, México e Venezuela -, que lideraram o desenvolvimento do design doméstico moderno na América Latina. Com mais de 100 objetos, incluindo móveis, design gráfico, fotografia, têxteis e cerâmicas, espelham a diversidade e a complexidade do design na região durante o período de 1940 a 1980, refletindo também as transformações políticas, sociais e culturais da época.

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Foto: Divulgação Parque Ibirapuera, Roberto Burle Marx 1953

SP-ARTE: 20 ANOS

Sob o comando de Fernanda Feitosa, a SP-Arte, maior feira de arte da América Latina, celebra duas décadas como epicentro de cultura, arte e inovação. A edição comemorativa ocorreu entre os dias 3 e 7 de abril no pavilhão da Bienal, reunindo 180 expositores. Galerias nacionais proeminentes como Fortes D’Aloia & Gabriel, Luisa Strina, Mendes Wood DM, Millan, A Gentil Carioca, Nara Roesler,

Foto: Divulgação/SP-Arte

além da nova geração de galerias como Gomide&Co, Galatea, MaPa, Mitre, HOA, Verve, Central e Superfície, e representações internacionais. No setor de design, marcas como ETEL, Estúdio Rain e Firma Casa se destacaram, com uma exposição curada por Livia Debbane. Acompanhe a cobertura completa na edição de junho da revista Habitat.

Foto: Divulgação

HOMENAGEM A POTY

Para celebrar o 331º aniversário de Curitiba e o centenário do renomado artista paranaense Poty Lazzarotto, a construtora e incorporadora Piemonte realizou uma exposição em parceria com o Studio R. Krieger Galeria de Arte. A mostra incluiu algumas das obras de Poty Lazzarotto, além de uma sala dedicada à história do artista e visitas guiadas sobre o 'paranismo', conceito central em seu trabalho. Durante o evento, os convidados tiveram a oportunidade de conhecer em primeira mão o empreendimento Nizza, próximo lançamento da Piemonte, inspirado no coração da Itália.

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ARTE NIPO-BRASILEIRA

Em cartaz na Galeria Frente até o dia 21 junho, "A realidade máxima das coisas" exibe obras de artistas nipo-brasileiros sobre suas perspectivas individuais em contato com a cultura dos trópicos. Com curadoria de Jacob Klintowitz, um dos mais respeitados críticos de arte, a mostra reúne 11 artistas de renome que dedicaram suas vidas e arte no Brasil , incluindo Jorge Mori, Flávio Shiró, Kazuo Wakabayashi, Manabu Mabe – em celebração ao seu centenário -, Megumi Yuasa, Takashi Fukushima, Tomie Ohtake e Yutaka Toyota.

EXPANSÃO IMOBILIÁRIA

A construtora Plaenge tem a meta de atingir R$ 3,2 bilhões em vendas líquidas até 2024, como parte de sua estratégia de expansão concentrada em empreendimentos de médio e alto padrão no Brasil e no Chile. Em 2023, a empresa lançou 20 projetos, registrando um crescimento de 40% em comparação com 2022. Com 79 empreendimentos em fase de construção nos dois países, a Plaenge planeja investir em condomínios fechados, aproveitando seu amplo banco de terrenos, e tem previsão de lançamentos em diversas cidades até 2025.

COMPLEXO INOVADOR

O lançamento do Verse360, primeiro complexo privado de inovação do Vale do Pinhão, representa um marco no cenário tecnológico de Curitiba. Apresentado no Smart City Expo Curitiba 2024 pelas incorporadoras AGL e HIEX a convite do prefeito Rafael Greca, o projeto visa transformar o bairro Rebouças em um polo industrial de inovação, inspirado no distrito 22@ de Barcelona. Com a participação de figuras como Josep Piqué e Carlos Olsen no Conselho Estratégico, o Verse360 promete fomentar o surgimento de startups e empresas de tecnologia, fortalecendo a posição da cidade como referência em inovação e empreendedorismo.

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prefeito de Curitiba, Rafael Greca. Foto: Dan Guinski Sem Título, Tomie Ohtake, Galeria Frente | Foto: Luan Torres
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Experience, Plaenge | Foto: Juliano Rossetto

ALTO PADRÃO PARA INTERIORES CRIATIVOS

Oshowroom da Divisystem, recentemente inaugurado em Curitiba, é um espaço dedicado aos acabamentos de alta qualidade para interiores, aberto à visitação por profissionais do setor. Com foco em soluções completas, do piso ao teto, o Living Divisystem oferece uma variedade de materiais, como forros acústicos, divisórias de alto padrão e revestimentos para paredes e pisos.

Com 200 m², o espaço apresenta

diversos ambientes, composições e conceitos, permitindo aos visitantes observar tendências e soluções em acabamentos que aliam propriedades técnicas dos materiais ao design criativo. Tudo é interligado pelo meeting principal, concebido para atender de maneira multifuncional à demanda por palestras, reuniões e apresentações.

Além disso, o showroom oferece espaços como coworking, sala de reuniões e salas técnicas, proporcio-

nando uma ampla gama de formatos e soluções que atendem às necessidades dos profissionais da área, utilizando os materiais comercializados pela empresa. Visitas guiadas estão disponíveis mediante agendamento, assim como a realização de palestras.

Dentre as soluções oferecidas, destacam-se as nuvens e baffles acústicos, eficazes no controle da reverberação em forro criativo e suspenso; o painel Invisacoustics para absorção de ruídos; o revestimento

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acústico SWISSCLIC, que com volume marcante no ambiente se distingue pela versatilidade de aplicação em paredes e teto; e as linhas de alto padrão para pisos, que combinam design e tecnologia a partir de matérias-primas naturais. A linha de pisos fabricados pela suíça Swiss Krono, recém-lançada no mercado brasileiro é uma novidade exclusiva. Com mais de 30 anos de experiência e reconhecimento no setor de materiais para revenda, a Divisys-

tem agora abre suas portas para o setor de arquitetura e acabamentos, apresentando novas possibilidades que demonstram qualidade, design e versatilidade de seus acabamentos através de um showroom funcional.

Mais informações em divisystem.com.br

Rua Dante Angelote, 507, Bairro Alto, de segunda a sexta, das 9h às 17h.

Siga @divisystem para atualizações e novidades.

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Projeto executado pelo especificador técnico da Divisystem, Arq. Carlos Tietjen

O CENTRO PARA NEGÓCIOS

VERDES NA CIDADE MATARAZZO

Situado no icônico complexo paulista, o AYA Earth Partners é o principal ambiente de negócios com foco em baixo carbono do Brasil, onde empresas e parceiros colaboram para promover a sustentabilidade

Entre os imponentes arranha-céus e a agitação da Avenida Paulista, está o complexo Cidade Matarazzo. Inaugurado oficialmente em 2022 pelo empresário Alexandre Allard, abriga em seus 30 mil m² de terreno a história centenária do Hospital Umberto I e da Maternidade Condessa Filomena Matarazzo, construções icônicas do século 20, além de incorporar uma visão futu-

rista de sustentabilidade e regeneração.

Após quase dois anos, o complexo já colhe os resultados de suas operações bem-sucedidas nos setores hoteleiro, imobiliário e empresarial. Representa a fusão entre tradição e modernidade, harmonizando a arquitetura toscana do século XX com intervenções contemporâneas e continua a inovar.

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É Design
Fotos: Pablo Castro Prédio do AYA Earth Partners, centro inovador de negócios verdes que faz parte do Complexo Matarazzo

SUSTENTABILIDADE EM AÇÃO

Além de abrigar o Hotel Rosewood São Paulo, um dos mais luxuosos do Brasil, o Cidade Matarazzo integra também o AYA Earth Partners, primeiro hub de economia verde do país que visa promover a neutralidade de carbono para empresas. O prédio ocupa 2,5 mil m², divididos em três pavimentos e funciona como um espaço para negócios sustentáveis, onde as ideias florescem e oportunidades se multiplicam. Cada aspecto do projeto foi planejado para ressaltar seu propósito. Um exemplo é a concepção do piso de todo o espaço em madeira de demolição, projeto executado por Flavio Ferraz, fundador da empresa Tetrus.

De acordo com Ferraz, os desafios envolveram a busca pela matéria-prima ideal para a execução do projeto, especialmente a dificuldade em encontrar as peças adequadas para a construção da escada em espiral, elaborada com materiais antigos de Pequiarana de dimensões substanciais. "Gerir a responsabilidade de um projeto de tal envergadura demanda expertise e uma equipe de colaboradores altamente qualificados. Graças à vasta experiência no campo e à mão de obra especializada, o resultado supera as expectativas daqueles que pisam por lá”, afirma.

DO DESIGN ÀS CONSTRUÇÕES SUSTENTÁVEIS

Em um recente evento realizado neste espaço, líderes e especialistas da indústria abordaram não apenas o papel crucial da madeira certificada FSC na preservação ambiental e no desenvolvimento econômico, mas também sua importância no mobiliário e na construção civil. Esta certificação, uma ferramenta poderosa para o manejo responsável das florestas, reforça o compromisso da Cidade Matarazzo com a sustentabilidade e o respeito ao meio ambiente, enquanto agrega valor social e ambiental aos seus produtos, desde móveis elegantes até estruturas arquitetônicas duradouras.

Do resgate de uma herança histórica à promoção de um futuro sustentável, a Cidade Matarazzo representa a essência da transformação em São Paulo. Entre suas paredes, o passado e o presente se encontram em harmonia, inspirando um amanhã mais verde e promissor.

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Detalhes da mesa Twist da Boulle, design Rodolpho Guttierrez lançada em evento no Aya AYA Earth Partners

LIBERDADE NA DECORAÇÃO FAZ A ALEGRIA DOS COLECIONISTAS

Obras de arte dão pessoalidade a projetos de interiores. Casas contemporâneas, menos formais, pedem o mix de estilos e memórias afetivas

Fotos: Isabela França

Fetichistas e amantes de objetos e quinquilharias comemoram: os espaços mais contemporâneos permitem a mistura de estilos artísticos e dão mais personalidade à decoração. E, para isso, os quadros são aliados indispensáveis.

A tendência atual de mesclar diversas técnicas e esco-

las artísticas numa mesma parede é uma boa forma de imprimir o DNA do dono da casa. “Temos percebido cada vez mais a utilização de pinturas, fotografias e desenhos numa mesma composição. Isso traz modernidade para o ambiente”, explica Liliana Cabral, proprietária da Artestil, que há mais de quarenta anos produz molduras artesanais.

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Casa Essência Duratex, Paola Ribeiro. Foto: Divulgação/CASACOR por Isabela França Coluna Caleidoscópio

RESGATE A MEMÓRIA

Partindo do princípio de que a arte é para ser vivida, antes de tudo, é importante que o proprietário da casa escolha as obras que mais lhe agradam ou com as quais tem maior ligação sentimental. Liliana explica que, feita esta curadoria, é preciso observar o estado das obras e das molduras e eventualmente trocar ou adaptar algumas para criar um padrão. Às vezes, a própria ausência de padrão, a mistura de perfis de molduras modernas com ou-

tras clássicas, e até mesmo vitrines ou caixas para expor obras tridimensionais, pode ser interessante. “O centro da composição deve estar na altura dos olhos, aproximadamente 1,60 m do chão, mas isso não é obrigatório. Quando se penduram muitos quadros, haverá alguns que ficarão abaixo e outros acima desta média. O importante é centralizar a obra de maior importância, de preferência nesta altura”, ensina.

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Casa Coral, Marcelo Salum Foto: Divulgação/CASACOR

OUSE COM CRIATIVIDADE

Abraçando a liberdade criativa, não é preciso ficar preso a alinhamentos tradicionais. Seja pelo topo, pelo centro, pela base dos quadros, é possível fazer sempre instalações originais, segundo a galerista. Até mesmo arranjos assimétricos podem ficar interessantes, quando se aproveita um detalhe da arquitetura da casa, ou se quer dar destaque a uma obra muito pequena, que pode ficar fora do conjunto principal. A simetria pode ser uma escolha sofisticada para sequências de obras do mesmo tamanho. Várias fotografias ou desenhos de um mesmo autor ficam lindas quando dispostas em sequência. Uma única peça quebrando a sequência também proporciona uma dissonância muito interessante.

A fusão de técnicas e escolas artísticas é uma das composições que mais agrada Liliana. Especializada na venda de obras de artistas clássicos, ela conta que por muito tempo houve quem substituiu clássicos por obras contemporâneas achando que elas não poderiam conviver em harmonia. “A proposta atual pede este contraste e fica muito bonito manter peças que fazem parte de sua história de vida, foram herdadas da família ou trazem uma memória afetuosa”, conta.

A CASA COMO EXPRESSÃO DO DONO

Assim como a arte é uma linguagem sem fronteiras e em constante efervescência, a arquitetura e o design de interiores também são. A casa deve ser uma expressão de liberdade e criatividade do seu dono, comenta a arquiteta Ana Elisa Figueiredo. Para ela, o arquiteto deve conceber o projeto de forma a integrar objetos e obras de arte pessoais do cliente ao conceito. “Isso pode ser feito através de uma abordagem cola-

borativa, em que o arquiteto trabalha em estreita colaboração com o cliente para entender seus gostos, interesses e estilo de vida, incorporando esses elementos no projeto de maneira harmoniosa e expressiva”, explica.

Depois de muito brainstorming e de mergulhar na personalidade de cada um dos moradores e na própria família, o trabalho de seleção de materiais, cores, texturas e layout fica facilitado. “Esta busca parte de uma

premissa que reflita a personalidade do cliente, bem como a integração de peças de arte, móveis e objetos de coleção específicos do cliente no design arquitetônico da casa. Essa abordagem ajuda a criar um ambiente que não apenas atende às necessidades funcionais do cliente, mas também reflete sua identidade única e cria um espaço verdadeiramente personalizado e significativo”, conclui Figueiredo.

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Foto: Isabela França

O DINAMISMO DA VIDA EM ENCONTRO COM A ARTE

As casas contam as histórias de seus moradores, e nós contamos as histórias dessas casas. No "episódio" de hoje, o lar de Raphaella e Christian Sigel

Fotos: Divulgação

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Oque torna este apartamento tão especial não é a excelente planta, os acabamentos impecáveis ou a coleção e obras de arte que o decora, mas a união e sintonia entre cada um de seus 4 moradores. Raphaella e Christian Sigel são um casal inspirador. A cumplicidade e admiração que têm entre si vêm de outras gerações. Seus pais e avós eram amigos e eles têm absoluta certeza de que nasceram um para o outro. Hoje moram no apartamento com seus filhos Pedro e Maria Francisca, a Kiki.

Rapha é uma mulher que irradia luz por onde passa. Sua profissão de joalheira materializa aquilo que ela tem de sobra: uma energia contagiante e o dom de fazer peças que celebram o que mais admira, A VIDA! Interessante, divertida e com um senso estético refinado, é amante da arte e de tudo que é belo.

Christian, ou Tica como é chamado, é um cara que exala leveza. Sua origem suíça pode ser percebida pela elegância natural e discrição. Meticuloso e exigente, construiu uma carreira de sucesso na joalheria junto da esposa. A personalidade analítica o levou ao mercado financeiro, seu maior foco. Apaixonado pela família, ele busca ser referência para que seus filhos, assim como ele, tenham o gosto por aprender e a habilidade de tirar suas próprias conclusões. Raphaella e Tica se consideram cidadãos do mundo. Viajar é uma das atividades que mais os enriquece culturalmente e ensinada aos filhos. Quando não estão desbravando museus, galerias, antiquários ou leilões de arte pelo mundo, estão na Pousada Vale Sagrado em Urubici, lugar que idealizaram durante a pandemia e que os conecta à sua essência e à natureza.

O APARTAMENTO

Estar próximo ao mais importante Museu de Arte de Curitiba, o MON, pode não ser mera coincidência. A localização já era familiar para os moradores, ambos cresceram na região. A escolha do apartamento no 19º andar, com uma vista deslumbrante, foi uma decisão fácil. A facilidade de fechar as portas sempre que quisessem viajar foi o atrativo inicial. Sem ver muitos detalhes sobre o apartamento, Tica o escolheu para ser o novo lar da família.

Com o auxílio da arquiteta Cris Daros, o casal criou uma base característica de museus. Paredes brancas, piso

Chevron em madeira Tauari e painéis escolhidos a dedo em Mármore Michelangelo Calacatta. O layout foi pensado durante muito tempo e teve como pontapé inicial o Piano da avó de Tica - um belo Essenfelder de 1956 vindo da Alemanha, criado especialmente para ela. Os demais espaços da casa ficaram livres permitindo que os moradores, em constante movimento, tenham a liberdade de mudar tudo de lugar, trazendo para dentro do lar a flexibilidade e liberdade que expressam em suas personalidades.

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ACERVO

Eles são colecionadores de 501 esculturas em resina acrílica do artista Abraham Palatnik, brasileiro de origem judaica especialista em arte cinética e conhecido por seus quadros abstratos. As peças com figuras de animais são um elo entre o casal desde que se conheceram, e sua numerosa coleção foi reconhecida pelo próprio artista como sendo uma das maiores do Brasil. Estão dispostas de forma livre pela casa e constantemente os proprietários interagem com elas relembrando os momentos em que foram adquiridas e permitindo com que façam parte de sua história.

Seu acervo de arte começou antes mesmo do casamento. Para eles, a arte sempre foi um investimento. Uma das primeiras peças adquiridas foi o aparador em madeira de Giuseppe Scapinelli. Possuem móveis assinados e obras de artistas como Arthur Nisio, Poty Lazzarotto, Ademir Martins, Rogério Dias, Oscar Niemeyer, Carlo Hauner e Joaquim Tenreiro e luminárias assinadas por Gae Aulenti, Serge Mouille, Fase Madrid, Artemide, Floss e Gaetano Sciolari.

HIPPO

Mesmo sendo conhecidos pela coleção de Palatnik, há outra que ganha seu coração e pode ser facilmente percebida em sua casa: a de esculturas de hipopótamos de diversos artistas. Entre as peças, a escultura em bronze e vidro da artista italiana Gabriella Crespi tem importância para ambos. Para estes moradores arrojados, dinâmicos e que vivem a vida com intensidade, morar é ter em sua casa peças e objetos que tragam a sensação de acolhimento, lembranças de momentos felizes e a possibilidade de viverem a sua própria história junto com seus amados Pedro e Kiki.

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INSTAGRAM

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TÂNIA BULHÕES

Daniela Bulhões e Márcia Almeida, receberam na loja Tânia Bulhões, 15 arquitetas em um almoço para lá de agradável, e mesa decorada com louça da marca comme il faut.

A arte de receber bem!

@taniabulhoes @danibulhoes @marciacdealmeidaa

ARTE & MODA

A arte na moda" ou seria "a moda na arte"? Na história, os dois caminham lado a lado. O jornalista e historiador Bruno Astuto, o curador Marc Pottier e a diretora-presidente do museu, Juliana Vosnika, fizeram um talk, com o cenário ao fundo de uma obra de Joana Vasconcelos, e contaram sobre as diversas oportunidades em que artistas trouxeram a moda para seu cenário e estilistas produziram sua arte em roupas e peças icônicas da moda. Bruno, gentilíssimo! Adoramos, merci! @brunoastuto @julianavosnika @marcpottierart @museuoscarniemeyer

PINGA STORE

A arquiteta Priscilla Müller, recebeu em sua casa, Catharina Tamborindeguy Johannpete, diretora da Pinga Store, Marcus Contin em um encontro com direito aos biscoitos “O Globo”. Adorei!

@primuller.arq @pingastore @marcuscontin

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Foto @cristinafontoura

BOTTEH

A Botteh Handmade Rugs está de casa nova! A marca de tapetes finos inaugurou sua nova loja em São Paulo, a quinta no país. O evento contou com a presença de importantes personalidades da arquitetura e decoração,

Foto: WoW lab

ADEMI-PR

Thomas Gomes assumiu a presidência da Ademi-PR para o biênio 2024-2025, sucedendo Luiz Gustavo Salvático, agora 1º vice-presidente. A cerimônia ocorreu no Sinduscon Corporate e incluiu autoridades e representantes do setor. A associação movimenta R$ 5 bilhões na capital paranaense, desempenhando um papel fundamental na economia local.

Foto:Divulgação

incluindo renomados profissionais do Paraná. Na foto, a gerente da Botteh Região Sul, Bartira Brittes, a arquiteta Marcia Fujimoto, o proprietário da Botteh, Amir Shahrouzi, e a arquiteta Elaine Zanon.

SWELL CONSTRUÇÕES

Os irmãos Leonardo Pissetti, Vanessa Pissetti e Thiago Pissetti, respectivamente diretor de novos negócios, diretora administrativa e financeira e diretor de engenharia da Swell Construções, durante brunch de apresentação do apartamento decorado Le Sense, que a construtora entrega em junho deste ano no bairro Água Verde.

Foto: André/Cazé Studio

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ARTEFACTO

Paulo Bacchi recebeu convidados para o lançamento da Edition 24 - Vér e a inauguração da Mostra Artefacto, na flagship da Haddock Lobo, em São Paulo. Na foto, Mari Rios, Costanza Pascolato, Paulo Bacchi e Bruna Horn Bacchi. Crédito Cleiby Trevisan.

Foto: Divulgação

PONTO DE DECORAÇÃO

A diretoria do Ponto de Decoração, associação de lojas do segmento ArqDecor, eleita para o próximo biênio, Gustavo Celante, Eliane Baptista, Suzie Maia, Ary Lima, Marinice Bettega, Marcos Pereira, Keila Giacomeli, Marcelo Camargo e Bartira Brittes.

BRETON

A diretora Comercial da Breton, Anette Rivkind; o presidente do Conselho, Marcel Rivkind; os franqueados da Breton Curitiba, Bruna e Ricardo Fernandes e o diretor de imagem, estilo e produto da Breton, Daniel Pegoraro durante a inauguração da nova loja Breton Curitiba na Avenida Batel.

Foto: Patrícia Amancio

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Foto: Kelly Knevels

DESJOYAUX E TESSARO

Gerônimo Machado, Manuel Baggio e Maurício Mildemberg discutiram as tendências de piscinas e mobiliário para áreas externas na Desjoyaux Piscinas e Tessaro Home Garden.

Foto: Divulgação

DIVISYSTEM

O Living DIVISYSTEM é um novo espaço aberto à visita de profissionais, onde é possível visualizar e explorar materiais de alto padrão de acabamento para projetos comer-

Foto: Gerson Lima

ciais e corporativos. A Divisystem é fabricante, importadora e distribuidora de materiais de acabamento. Na foto os empresários Felipe e Guilherme Lago.

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VALLIATTI & PATRÃO

Os arquitetos Sérgio Valliatti e Luciana Patrão apresentaram a vitrine que criaram para a Artefacto. A ambientação reflete as características distintivas do escritório: é agradável, contemporânea e concebida para inspirar qualidade de vida. Destaque para as peças da coleção In∞Out da Artefacto Beach & Country.

CLAUDIA PEREIRA E ELISEU PORTUGAL

O escritório da arquiteta Cláudia Pereira foi responsável pelos projetos e consultoria para os espaços de hospitality (gastronomia e hospedagem) do Adele Gastronomia, que serviu de cenário para a foto com Eliseu Portugal, médico atuante nas áreas de estética, ortomolecular e medicina integrativa.

Foto: Divulgação

HOLY HOME STORE

Fabiano e Gabrielle Nava, proprietários da Odhos Odontologia, uma das clínicas mais modernas e tecnológicas de Curitiba, foram conferir as últimas novidades na Holy Home Store do Batel. A Holy acaba de receber com exclusividade as marcas Lalique e Lladró.

Foto: Divulgação

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Foto: Fernando Fiorentin

NPK

A celebração que homenageou os vencedores da campanha do Núcleo Paranaense de Decoração reuniu diversos nomes proeminentes do mercado de arquitetura e decoração. Na imagem, ao lado de Debora Mehry e Rafaella Buffara, da NPK Mármores – loja parceira do Núcleo – estão as arquitetas Catherine Moro (à esquerda) e Silmara Pimpão (à direita).

Foto: Patrícia Amancio

ENLACE

O casal Diego Fernando Olejnik e Marcelle de Guadalupe Cavalcanti Sampaio trocou seus votos no último dia 23 de março. A festa de casamento aconteceu no Santa Mônica Clube de Campo, onde puderam celebrar o início da jornada com os convidados. Felicidades aos recém-casados!.

Foto: Paixão Foto Arte

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KAROLINNA VENTURI

A nova vitrine da Botteh Curitiba, foi assinada por Karolinna Venturi. Numa cenografia maximalista, abstrata e conceitual, a arquiteta mesclou 31 tapetes da marca handmade. Entre tantas formas, cores, texturas e diferentes estampas, a proposta é mostrar como os ambientes podem refletir personalidade sem perder a harmonia estética. Ainda na ocasião, Karolinna participou de um talk com os também arquitetos, Carlos Reichmann e Gustavo Scaramella.

GABRIELA CASAGRANDE

Gabriela Casagrande lançou na Galeria Zilda Fraletti sua marca de mobiliário 'GAB': Móveis que revelam alma. Uma fusão perfeita de estilo, funcionalidade e design, enraizada no minimalismo e na sustentabilidade.

LUSON

A Luson Tarumã foi reinaugurada e contou com a presença de autoridades da Volkswagen e do governo paranaense. A concessionária recebeu a assinatura de Luiz Volpato Arquitetura, o escritório oficial da Volkswagen no Brasil e na América Latina. No projeto retrofit, o arquiteto aliou sustentabilidade e experiência de alta tecnologia em 4.554 m² de área construída. Na foto, o arquiteto Luiz Volpato posa com o vice-prefeito de Curitiba, Eduardo Pimentel Slaviero.

INC

O Hospital INC inaugurou uma nova UTI com foco na humanização, impulsionando a expansão e aprimoramento do atendimento a pacientes de alta complexidade, especialmente aqueles com necessidades neurológicas, neurocirúrgicas e cardiológicas. Na foto de Celso Pilati, os sócios-fundadores do INC, Dr. Álvaro Rea e Dr. Ricardo Ramina, celebram este marco.

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Foto: Patrícia Amancio Foto: Patrícia Amancio Foto: Celso Pilati Foto: Divulgação

PREVIEW SP-ARTE & GALERIA SIMÕES DE ASSIS

A revista Habitat recebeu na Casa L´Espace | Habitat, a diretora e idealizadora da SP-Arte, Fernanda Feitosa e Guilherme Simões de Assis, diretor da galeria Simões de Assis para um bate-papo, em primeira mão, sobre as novidades da edição comemorativa de 20 anos da SP-Arte, maior feira de arte da América Latina. O evento inédito em Curitiba, aconteceu antes do lançamento oficial da SP-Arte na capital paulista e contou com a participação de mais de 80 convidados entre empresários, formadores de opinião e profissionais dos cenários da arte, arquitetura e design.

Fotos: Patricia Klemtz

Guilherme Simões de Assis, Cintia Peixoto, Fernanda Feitosa e Waldir Simões de Assis Os sócios da Habitat, Cintia Peixoto e Renato Saltori Waldir Simões de Assis, Fernanda Feitosa, Clemilda Thomé e Flávia Simões de Assis
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Guilherme Simões de Assis, Marcos Bertoldi, Fernanda Feitosa, Débora Mateus e Flávia Suzuki Fernanda Feitosa e Priscilla Muller
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NOVA GESTÃO DO NÚCLEO PARANAENSE DE DECORAÇÃO

A empresária Priscila Fleischfresser, CEO da Michelangelo Mármores do Brasil, assumiu a presidência do Núcleo Paranaense de Decoração. O primeiro evento de sua gestão ocorreu na Casa Barrozo, com a assinatura do renomado designer de eventos Marcos Soares e gastronomia da Petit Pop. Composto por 35 lojistas, o Núcleo Paranaense de Decoração foi a primeira associação de lojistas da cidade, com a missão de promover o desenvolvimento de seus associados por meio de ações de relacionamento focadas no conhecimento.

Fotos: Patrícia Amancio

Priscila Fleischfresser e Marcelo Fedatto Eviete Dacol, Mauricio Pinheiro Lima, Carla Mattioli, Priscila Fleischfresser, Cláudia Machado e Leandro Lorca Luciana Baggio, Yvone Miyamura, Maristella Fisher e Sônia Elias Glei Tomazi e Carol Bollmann
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Zilda Fraletti, Carol Alves, Silmara Pimpão e Priscila Fleischfresser

ARTE , CULTURA E TERROIR

Aeconomia artisticamente criativa está na paleta do contemporâneo. Recente estudo aponta que a Economia da Cultura e Indústrias Criativas responde por 3,11% do PIB nacional. Os dados são estimulantes com uma perspectiva: incentivar as práticas de ativação do território. Mas como potencializar as suas vocações culturais? Inhotim (MG) e a Usina de Arte (PE) são exemplos de instituições fundadas na relação arte, contexto e lugar. Aberto ao público em 2006, Inhotim se consolidou como o maior museu a céu aberto do mundo com dados de visitação que indicam sua ressonância no circuito e seus impactos socioeconômicos. Localizado entre os biomas da Mata Atlântica e do Cerrado, a sua experiência imersiva de escala ambiental, o comissionamento de obras e o estímulo a reflexões contemporâneas o tornaram um local distintivo.

Na Zona da Mata, a Usina de Arte ressignificou a antiga propriedade da família Pessôa de Queiroz com um projeto de Parque Artístico-botânico e um programa curatorial com obras como Generator (2024), trabalho site-specific recém inaugurado da artista sérvia Marina Abramović. Sua proposta ativadora incide sobre as memórias de um local associado ao ciclo açucareiro com efeito de cura relacional entre público e natureza.

O procedimento artístico de site-specific mobiliza uma leitura expressiva com densidade conceitual que

potencializa as facetas do terroir ou espírito do lugar. Os exemplos são vastos. Em Curitiba, a artista Eliane Prolik concebeu dois trabalhos para o Palacete Leão Jr., antiga moradia de ervateiros. Espelho-espelho (2015) refletia o embate da arquitetura instalada e seu entorno. Verde é o Verde (2021) propôs uma imersão pela sensorialidade ancestral do mate aberta ao campo olfativo e à incidência luminosa do verde.

Muito embora com potência de atravessar tempos e ativar territórios, a economia artisticamente criativa ainda requer incentivos públicos para sua consolidação e um patronato ativo, comprometido com sua dimensão de legado cultural.

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Coluna Ponto de Vista
*Rafaela Tasca é mestra em Economia da Cultura e curadora de programas institucionais de ativação de territórios pela arte. Hélio Oiticica, Invenção da cor, Penetrável Magic Square #5, De Luxe 1977, Instituto Inhotim. Foto: Julia Lanari Marina Abramović, Generator 2024, Usina de Arte. Foto: Andrea Rego Barros

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