CRISTINA WAKAMATSU
A paranaense que conquistou Dubai com projetos do LW Design na alta hotelaria
Takapau, do coletivo de mulheres Mataaho, vencedoras do Leão de Ouro na Bienal de Veneza, celebra tradições milenares Māori | Foto: Marco Zorzanello/La Bienale di Venezia 2024
TUDO ESTÁ CONECTADO
Em um único gesto podemos viajar pelo mundo sem sair do lugar. Esta edição mergulha nos interstícios da cultura, testemunha sua redenção. A histórica Bienal de Veneza, com Adriano Pedrosa como primeiro curador brasileiro, leva à Europa as identidades e ancestralidades que nos definem e merecem ser exaltadas. Ao celebrar duas décadas nesta edição, a SP-Arte demonstrou sua influência duradoura na projeção da arte brasileira na cena internacional. As macrotendências que têm sido fonte de transformação no design, encapsulam a epifania criativa dos inúmeros eventos da semana de Milão. A revolução da materialidade e da sustentabilidade, impulsionada pela inteligência artificial na arquitetura e no design. Artesanal, industrial e tecnologia adentram uma nova era. Entrevistas exclusivas com visionários como a papisa do design, Rossana Orlandi, o
arquiteto Isay Weinfeld e o artista francês Jean-Michel Othoniel elevam a arte, arquitetura e design ao patamar da genialidade. Assim como o legado cultural dos paranaenses, cujas vozes ecoam pelo mundo, enriquecendo nosso entendimento da beleza e da diversidade humana como a arquiteta Cristina Wakamatsu que conquistou o Oriente Médio e Furf Design que expande para a Itália. A artista Guita Soifer transpõe o efêmero, desafia o desconhecido e explora tempo e matéria. Na busca constante e libertadora pela essência da vida, ela entoa sua multiplicidade. Que possamos desfrutar das histórias que engrandecem a essência coletiva. Afinal, em bravos horizontes, tudo está conectado. Boa leitura!
Débora Mateus, Editora-chefe e diretora de conteúdo
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12 CAPA.
À frente da filial brasileira do escritório LW Group, a arquiteta Cristina Wakamatsu conquista Oriente Médio e Brasil com sua visão inovadora em projetos de alta hotelaria
28 SP-ARTE.
A marcante edição de 20 anos da SP-Arte, liderada por Fernanda Feitosa, consolida uma comunidade sólida e a projeção internacional da arte brasileira
42 ARQUITETURA.
Em entrevista exclusiva, Isay Weinfeld ressalta o papel crucial das artes em sua trajetória, desde instalações em museus até projetos arquitetônicos
46
BIENAL DE VENEZA.
O marco histórico do Brasil na Bienal de Veneza 2024, sob a curadoria de Adriano Pedrosa, entoa a diversidade global e a arte indígena
50
DESIGN MILÃO.
O melhor Semana de Design de Milão e iSalone, com conversas inéditas com Rossana Orlandi e Cristian Catania, do escritório Lombardini22
64 DE CURITIBA À ITÁLIA
Os sócios da Furf Design revelam, pela primeira vez, os bastidores de sua expansão para Milão, marcando um novo capítulo em sua história
68 MOSTRA.
Jean-Michel Othoniel, artista francês mundialmente conhecido que realizou a primeira individual no Brasil, revela sua profunda conexão com o Brasil e arquitetura
72 É DESIGN.
A cultura indígena brasileira ganha exposição no Weltmuseum de Viena, colocando Curitiba no circuito artístico internacional
76 SOBRE MORAR.
O lar do artista André Mendes, Priscyla Alma, Celeste e Alice
80 FOTOGRAFIA.
Por trás do olhar fotográfico de Eduardo Macarios, o elo sutil entre luzes, formas que expandem arquitetura e design à dimensão artística
84 ARTE
PARANAENSE.
Incursão inédita no novo ateliê de Guita Soifer, onde sua essência múltipla irradia em sua arte, com a busca transcendental dos recônditos da existência
88
CASACOR SÃO PAULO.
A edição de 2024 da CASACOR São Paulo exalta ancestralidade e o potencial futuro da diversidade brasileira, em diálogos marcantes entre arquitetura e arte
94
JAZZ SESSIONS.
As Mulheres do Jazz redefinem gêneros com arte e inovação
96
NOTAS DE MERCADO.
As principais notícias nacionais e globais
102
CONEXÃO.
Cobertura dos eventos sociais de destaque em Curitiba
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PONTO DE VISTA
Das paisagens idílicas à alta gastronomia o Perú se torna um destino peculiar
CRISTINA WAKAMATSU: A PARANAENSE QUE CONQUISTOU DUBAI
Liderando a filial brasileira do escritório LW Design Group, a arquiteta revela como as estratégias da alta hotelaria inspiram os empreendimentos do futuro
Por DéboraMateus | Fotos: Natelee Cocks/Divulgação
Wakamatsu, paranaense à frente da filial do LW Design Group no Brasil
No cenário da incorporação mundial, Dubai se destaca por sua arquitetura futurista de arranha-céus que desafiam os limites da inovação. Neste mercado altamente competitivo, Cristina Wakamatsu construiu sua história como sócia da filial brasileira do LW Design Group, um dos mais proeminentes escritórios de arquitetura e design de interiores com sede na cidade dos Emirados Árabes Unidos. Fundado por Lars Waldenstrom, Jesper Godsk e Morten Hansen, o grupo, de origem dinamarquesa, possui 25 anos de atuação e está em plena expansão no cenário global.
Além da sede em Dubai, a empresa possui três filiais estratégicas: Arhus (Dinamarca), Hong Kong e São Paulo, atuando em países nos continentes Americano, Asiático, Europeu e Africano. Dos 400 projetos realizados, 80% são comerciais, com destaque especial para empreendimentos no Oriente Médio, hotéis e resorts para redes como Jumeirah Group, Hyatt, Hilton, Four Seasons, Shangri-La, Radisson, além de bares e restaurantes premiados. Segundo Wakamatsu, a liderança do escritório no segmento hoteleiro de luxo tem impulsionado a procura cada vez maior pelo desenvolvimento de complexos residenciais. "Tudo começou com a criação da sede do escritório em Dubai. Os fundadores tiveram a visão coletiva de levar a essência do design minimalista à cidade. Isso representou uma virada de chave fundamental no design da região e impulsionou o LW para o que se tornou hoje. Embora a hotelaria tenha sido nosso foco desde o início, o segmento residencial tem crescido de maneira significativa em nosso portfólio. Muitos clientes que se hospedam em nossos hotéis nos procuram com o desejo de ter suas residências com o mesmo padrão", revela à Habitat.
Cores neutras e o mix de diferentes materiais e texturas evidenciam simplicidade e sofisticação. Com varandas envidraçadas, as suítes projetam as vistas do centro de Dubai
O paisagismo projetado por Madison Cox cria espaços íntimos com jardins nas áreas externas, onde oliveiras se integram ao ambiente
NOVOS RUMOS
O movimento é uma grande inspiração para os maiores incorporadores do mundo, que buscam as estratégias do setor hoteleiro de luxo - promover o bem-estar e elevar o design em padrões de excelência. A arquiteta paranaense liderou projetos urbanos marcantes, como o audacioso City Walk High Street, um boulevard no coração de Dubai. Criado para uma das maiores incorporadoras da capital, o projeto inclui edifícios residenciais e comerciais como escritórios, teatros, cinemas, bares e restaurantes, tornando-se referência no meio internacional. A consolidação internacional do grupo, segundo ela, teve início em 2010 com a criação da primeira filial, em Hong Kong, na China. Cinco anos depois, foi a vez da representação no Brasil, com a criação do escritório em São Paulo, seguida por Arhus, Dinamarca, há três anos.
Os hotéis e resorts projetados pelo LW são refúgios de luxo com identidade e narrativas próprias. Destacam-se o Bab Al Shams, a 45 minutos do centro de Dubai, que
funde a herança dos costumes à modernidade da Arábia e oferece uma experiência autêntica no deserto, e o Dubai EDITION Hotel, com mais de 100 metros de altura e torre estrategicamente girada para maximizar as vistas do Burj Khalifa. Além de complexos como o Jumeirah Beach Towers, que inclui um hotel 5 estrelas, escritórios e residências exclusivas. Atmosferas residenciais singulares contemplam concepções como o Adventz Tower, com 70 andares e vistas panorâmicas para o Golfo, projetado para integrar, de forma sustentável, os espaços públicos e privados, proporcionando um estilo de vida harmonioso. “O espírito escandinavo de colaboração e ética são fundamentais. E isso é evidente no tratamento com os clientes e interações com nossos colaboradores. Buscamos um ambiente que é franco, honesto, informal e altamente produtivo. Acreditamos que nutrir os relacionamentos e fomentar a confiança com os clientes adiciona um toque pessoal a cada concepção”.
EXPANSÃO EM EQUILÍBRIO
A experiência internacional de Cristina Wakamatsu teve início logo após a conclusão da faculdade de arquitetura na Universidade Estadual de Londrina (UEL), quando ingressou na Kajima Corporation, uma das maiores construtoras do Japão. Ao longo de sua carreira, acumulou experiência em renomados escritórios de arquitetura em Milão, Londres, Bahrein e, finalmente, Dubai, onde atuou por mais de uma década. Após 13 anos fora do Brasil, retornou com um repertório que a gabarita para desafios ainda mais ambiciosos. Em Curitiba ela lidera o desenvolvimento de um empreendimento em conjunto com a GT Building, seguindo a expertise adquirida
no setor global. Além das práticas como minimização do impacto ambiental, eficiência energética, redução do desperdício de recursos e preservação da biodiversidade, Wakamatsu acredita na correlação entre o bem-estar e a sustentabilidade. “A relação entre o ambiente construído e o bem-estar humano, que envolve iluminação natural, ventilação, layout, design dos espaços, uso de materiais sustentáveis e a integração com a natureza tem impacto direto na qualidade de vida dos usuários. A integração desses princípios sustentáveis e a busca por soluções inovadoras são fundamentais para promover a qualidade de vida por meio da arquitetura”.
SP-ARTE 20 ANOS
Sob o comando de Fernanda Feitosa, a maior feira da América do Sul celebra a consagração de um apelo internacional incontestável
Por Débora MateusAedição comemorativa de 20 anos da SP-Arte, maior feira de arte da América do Sul, demonstrou sua força pujante no cenário artístico brasileiro e internacional. Realizado de 3 a 7 de abril no Pavilhão da Bienal, o evento celebrou a carga histórica de consolidação no mercado nacional e global. Se em 2024 o Brasil ocupa um lugar de des-
“Ao longo de nossa história unimos o mercado para expandir a arte brasileira nacional e internacionalmente"
taque no cenário artístico internacional, incluindo a projeção na Bienal de Veneza, muito se deve à coragem de Fernanda Feitosa na criação da SP-Arte. Ao lançar a feira em 2004, foi pioneira em trazer um evento contemporâneo desse porte para um país que ainda não possuía algo semelhante.
As ondas 1996, Beatriz Milhazes, Almeida & Dale | Foto: Divulgação/Sergio Guerini
Desde sua fundação, com 41 galerias e cerca de 7 mil visitantes, a SP-Arte cresceu exponencialmente, tornando-se uma das maiores feiras do mundo, com 190 expositores e mais de 31 mil participantes em sua 20ª edição. Galerias internacionais renomadas, como Gagosian, David Zwirner, Lisson e White Cube, participaram da feira ao longo dos anos, apresentando artistas consagrados como Damien Hirst e Jeff Koons. O percurso de 20 anos da SP-Arte reflete sua significativa contribuição para a projeção internacional da arte brasileira.
"A consagração não acontece da noite para o dia. Gosto de refletir sobre o passado, pois ele molda o presente
e define nossos objetivos futuros. O sucesso da SP-Arte como o principal evento de artes visuais e design autoral do país é resultado de um esforço coletivo. Tenho o apoio essencial da minha equipe, incluindo meu irmão e sócio Felipe, e nossa diretora Tamara Perlman. Divido esse êxito com galerias que nos acompanham há 20 anos, como Silvia Cintra, Athena, Millan, Casa Triângulo, Simões de Assis, Almeida & Dale, Paulo Kuczynski, Pinakotheke e Raquel Arnaud, além das galerias de design desde a criação do setor em 2016, como a ETEL. Ao longo de nossa história, unimos o mercado para expandir a arte brasileira nacional e internacionalmente", afirma Fernanda Feitosa, em entrevista exclusiva à Habitat.
INÚMERAS CONQUISTAS
A comunidade diversa, composta por colecionadores, galeristas, artistas, arquitetos, designers, e entusiastas da arte e design, desempenha um papel relevante no sucesso da feira. A variedade de obras, que inclui artistas consagrados e talentos emergentes, atrai um público plural e reflete uma ampla faixa de preços, que varia de R$2 mil a valores na casa dos milhões. Por meio do
programa de doações, a SP-Arte contribuiu para acervos de museus como a Pinacoteca de São Paulo, o Masp, o MAM-SP e o MAR, com mais de 170 obras ao longo da última década. Mesmo diante de desafios como greves em aeroportos e pandemias como a zika e a covid-19, Feitosa enfatiza a importância da resiliência para manter a continuidade das edições e o apoio aos artistas.
Makunaima conversa com o espírito do caxiri nos pés de batata doce 2023, Gustavo Caboco, Millan | Foto: Divulgação/Ana Pigosso
Entre os destaques desta edição, obras de José Resende na Marcelo Guarnieri, Beatriz Milhazes na Almeida & Dale, Adriana Varejão na Central, e Tomie Ohtake pela Nara Roesler ganharam evidência. Talentos da nova geração como Yuli Yamagata na Fortes D'Aloia & Gabriel e Diambe na Simões de Assis também foram notáveis. A Mendes Wood DM apresentou uma escultura de grandes dimensões da artista norte-americana Lynda Benglis. Da cena artística paranaense, André Mendes foi represen-
tado na Zilda Fraletti. Vinte dos 30 artistas brasileiros selecionados para a Bienal de Veneza estiveram presentes na última SP-Arte, incluindo nomes como Anna Maria Maiolino na Luisa Strina, Ione Saldanha na Vermelho, o coletivo de artistas indígenas MAHKU pela Carmo Johnson Projects - que criou um mural no Pavilhão Central da Biennale - e Gustavo Caboco, do povo Wapichana, na Millan, que também integra o corpo de curadores indígenas da feira italiana.
Children come to play 2022, Yuli Yamagata, Fortes D'Aloia & Gabriel | Foto: Divulgaçãogaleria Casa Rosa Amarela obras de Ana Berganton, Coletivo
Da esq. para a dir.: Mulher 1936, Emiliano Di Cavalcanti; esculturas Onda de calor 2024 e Eu me levanto, (still I rise) 2023, Diambe; A Place in the Sun 2024, Zéh Palito; e Desenho Cego 2024, Flávio Cerqueira | Foto: Divulgação/Simões de Assis
Para André Millan, diretor da Galeria Millan, reconhecida por seu elenco eclético e altamente qualificado, a superação das vendas na SP-Arte marca a relevância do evento, que não apenas impulsiona o mercado, mas também a cidade de São Paulo. "Participamos desde o início da feira, que se tornou um espaço diverso com obras de alta qualidade, de nomes consagrados e novos talentos. Em nosso estande, ícones como Miguel Rio Branco do MoMA dialogam com trabalhos de artistas em ascensão como Gustavo Caboco. Os encontros promovidos pela feira também são valiosos; ontem conversei com uma curadora do Tate Modern em Londres que encontrei aqui".
Vik Muniz, um dos prestigiados artistas que participaram da programação de Talks, ressalta à Habitat a relevância da presença de arquitetos no evento: "Gosto muito de arquitetura e colaboro com mais de 350 profissionais da área, incluindo nomes de peso como Peter Marino, com quem colaboro há décadas e que é responsável pelos projetos da Tiffany. A presença deles na feira reflete a importância de integrar arte à arquitetura para criar identidade nos espaços, algo que está redefinindo a essência da criação na indústria. Esta interação entre as duas áreas oferece identidade, estranheza e diálogo, impactando diretamente o contexto cultural e urbano".
PALCO PARA O DESIGN
Bancos de massagem impressos em 3D e plástico reciclado, do É Pedra Ateliê, e mobiliário modular Círculos, de Nido Campolongo, integram a mostra curada por Livia Debbané | Foto: Divulgação/SP-Arte
No oitavo ano desde sua criação, o setor de design continua em plena expansão, com 67 espaços expositivos apresentando mobiliários raros modernos e lançamentos contemporâneos de marcas como ETEL, Jacqueline Terpins e, ovo, além de móveis assinados por Lina Bo Bardi e Joaquim Tenreiro. A mostra coletiva “Tátil: materiais no design contemporâneo", curada por Livia Debbané, exibiu 25 peças contemporâneas voltadas para o ambiente doméstico, que exploram a materialidade e
as questões prementes do design atual. “O recorte da mostra começa pelo título ‘tátil’ que alude à dimensão sensorial dos materiais. A mostra traz uma variedade que vai do bronze fundido e cristal soprado ao plástico de milho e resina de mamona, soluções sustentáveis para o futuro. Buscamos incentivar o olhar para os recursos locais e a potência do território brasileiro”, explica. Nomes como Domingos Tótora, Lucas Recchia e Studio Rain estavam entre os selecionados.
A ETEL lançou a coleção "Resetar a Modernidade, Reinstituir a Natureza", destacando técnicas artesanais e materiais naturais, como lã bruta e pigmentos naturais, em peças com apelo sustentável. Assinadas por nomes de peso do design e arquitetura como Marcio Kogan do Studio MK27, Juliana Vasconcellos e Patricia Urquiola, elas também foram exibidas na Semana de Design de Milão.
Poltrona de lã dos Pampas, Patricia Urquiola para ETELCris Bertolucci se inspirou em temas cósmicos, como o universo galáctico e a vastidão do espaço sideral para criar a série Platina Celeste, composta por luminárias e mesas feitas de latão cromado e alumínio prateado, que harmonizam formas e texturas.
Poltrona Mohican, PROTOTYPE. | Foto: Divulgação
A linha Sons of Metal, da PROTOTYPE, desenhada por Felipe Protti, possui um conceito retrofuturista. As 12 peças celebram a liberdade criativa proporcionada pela versatilidade do metal, destacando sua resistência.
Coleção Cordel, lançamento da +55 Design traz xilogravuras originais de J. Borges | Foto: Divulgação/Romulo Fialdini
Para celebrar os 60 anos do xilogravurista J. Borges, a +55 Design lançou a coleção Cordel. Desenhada pelo designer Bruno de Carvalho, é composta por oito mobiliários exclusivos com xilografias originais de J. Borges, uma ode às histórias da cultura nordestina.
ASSINATURA PARANAENSE
O arquiteto Jayme Bernardo estreou na SP-Arte com o pendente Paricó para a Itens, inspirado nas águas amazônicas. Desenvolvida em colaboração com a diretora criativa da marca, Mariana Amaral, a luminária reforça a destreza artesanal das mulheres alagoanas. A estrutura de aros metálicos parece flutuar e fibras naturais que filtram a luz, criam uma atmosfera acolhedora. Em Curitiba, a peça pode ser encomendada com exclusividade na Ner Conceito.
Leandro Garcia selecionou suas criações icônicas para celebrar uma década no design. As mesas Toco, com base de madeira maciça e tampo de vidro unidos por um botão metálico, combinam versatilidade e sofisticação estética, podendo ser usadas juntas ou separadas.
Pendente Paricó, Jayme Bernardo para Itens. Foto: Divulgação/ Edison GarciaA MOSTRA DE ISAY WEINFELD NA CASA SP-ARTE
Em conversa com a Habitat, o arquiteto conta como a exposição espelha a pluralidade artística de seu legado
Por Débora Mateus | Fotos: Ruy Teixeira
Aeclética abordagem cultural que sempre nutriu o trabalho de Isay Weinfeld, um dos maiores arquitetos brasileiros, tem sido o fio condutor de uma carreira inventiva e singular ao longo de cinco décadas. Desde suas primeiras realizações - instalações artísticas em museus na adolescência - até seus projetos arquitetônicos aclamados das mais diversas escalas. Weinfeld tornou-se notável por afiar seu olhar sob as influências que transcendem a própria arquitetura. Sua personalidade instigante reflete a ampla variedade
de projetos, inspirados em expressões artísticas: das artes plásticas à música. Uma atuação que inclui inúmeras construções na capital paulista, prédios em Nova Iorque, resorts luxuosos, projetos de design, interiores, exposições, e até produções audiovisuais. O cinema, aliás, é uma de suas grandes paixões, que o levou a produzir inúmeros curtas-metragens nos anos 1980, incluindo o premiado "Idos com os Vento", em colaboração com Marcio Kogan.
sala, esculturas de
Na exposição "Funil", realizada por Isay Weinfeld em colaboração com Lucas Dualde, que comanda o design de interiores em seu escritório, Weinfeld apresenta a força poética da narrativa que permeia sua carreira. Os ambientes da casa modernista, projetada por Flávio de Carvalho, ganharam vida com a escolha de obras de arte e peças de design que contam um pouco da sua perspectiva - recheada de simbolismos, memórias e relações afetivas. Em bate-papo com a Habitat, Isay Weinfeld diz que, além de traduzir sua identidade, a mostra também se abre à interpretação de cada um. “Meu mundo é cinema, teatro, dança, música, artes plásticas, tudo isso misturado. Os projetos de arquitetura saem dessas fontes todas, algo que me levou a buscar, desde cedo, meu próprio caminho, distante das correntes tradicionais da
Droguinhas (Little Nothings) 1965/66, de Mira Schendel, é um dos destaques significativos da exposição
arquitetura brasileira, como as de Oscar Niemeyer ou Paulo Mendes da Rocha. Sou justamente o oposto do arquiteto que só pensa em arquitetura. O que realmente me interessa aqui são as interpretações, a visão de cada uma das pessoas que visitam essa mostra”.
Na entrada da Casa, a obra "Droguinhas" de Mira Schendel, artista suíça-brasileira que teve um impacto significativo na vida do arquiteto, está estrategicamente posicionada a uma altura inacessível. Segundo ele, além da escolha da obra, a forma como ela foi incorporada ao espaço simboliza a simplicidade sublime que torna sua arte tão elevada. Ela dialoga com criações de outros artistas como Fernanda Gomes, Lucas Rubly e Efrain Almeida.
Nesta Barrão, Thiago Honório, Saint Clair Cemin e Artur Lescher circundam a coluna centralNo escritório criado por Weinfeld, o amontoado de peças de design e arte - incluindo o quadro de Lorenzato, simboliza sua mente criativa
O cartaz "Aquitáfoda II", de Bruno Baptistelli, emoldura a parede da escada que leva ao andar superior com um tom humorado - outro traço marcante da personalidade de Weinfeld. Os cômodos se tornaram espaços expositivos completamente distintos. Esculturas verticais acompanham a coluna, elemento central de um dos ambientes, dentre obras de Artur Lescher e Barrão. Um quarto minimalista contrasta com o escritório abarrotado de objetos. A escolha dicotômica é proposital: Isay
Weinfeld não se encaixa em uma única estética. “As pessoas têm essa mania de pensar que minha linguagem é minimalista, mas a verdade é que não me prendo a nenhum padrão. Esse espaço cheio de peças e objetos é como a minha própria casa - e mente”.
Na busca incessante pela liberdade criativa, Isay Weinfeld personifica sua recusa em se conformar a padrões pré-estabelecidos. Plasma a essência com o arroubo de um verdadeiro artista.
O PAPEL DO BRASIL
NA BIENAL DE VENEZA 2024
Curada por Adriano Pedrosa, primeiro curador latinoamericano, a Biennale apresenta artistas de 80 países, com destaque especial para a arte indígena
Por Débora MateusA60ª edição da Bienal de Veneza 2024, intitulada Stranieri Ovunque - Foreigners Everywhere [Estrangeiros em todo lugar], representa um marco histórico para o Brasil. Adriano Pedrosa, diretor artístico do MASP, é o primeiro sul-americano a curar a Bienal em seus 130 anos de história. A exposição enfatiza a diversidade de vozes: estrangeiros, imigrantes, expatriados, diaspóricos, exilados ou refugiados, especialmente aqueles que transitam entre o Sul Global e o Norte Global. O título é inspirado na série do coletivo Claire Fontaine, criado em Paris e agora baseado em Palermo, na Itália.
O trabalho de 331 artistas e coletivos de 80 países, muitos deles estreantes em grandes mostras, ocupou os espaços do Arsenale e Giardini (Pavilhão Central), divididos em duas seções: uma contemporânea e outra histórica. Com múltiplos significados, o termo "estrangeiro" também se desdobra em suas traduções em outras línguas. Inclui artistas dissidentes de gênero e sexualidade, autodidatas outsiders ou com formação vinculada à transmissão de saberes e ofícios ao longo de gerações, bem como artistas indígenas
e queers, frequentemente considerados estrangeiros em sua própria terra. "Foreigners Everywhere" tem, pelo menos, um significado dual. Primeiramente, aonde quer que você vá e onde quer que esteja, sempre encontrará estrangeiros - eles/nós estamos em toda parte. Em segundo lugar, não importa onde você se encontre, você sempre é, verdadeiramente, e lá no fundo, um estrangeiro”, afirma Pedrosa.
A arte indígena ganha destaque com a monumental obra do coletivo indígena do Brasil (Movimento dos Artistas Huni Kuin) na fachada do Giardini. Na entrada do Arsenale, o coletivo neozelandês Mataaho expôs uma instalação inspirada na tecelagem maori e recebeu o Leão de Ouro como Melhor Participação. Em alguns dos pavilhões históricos e esculturais do Arsenale, os cavaletes de vidro de Lina Bo Bardi reforçam a potência da perspectiva de Pedrosa.
O evento também foi marcado pela cerimônia de entrega dos dois Leões de Ouro já anunciados, às artistas Anna Maria Maiolino, de origem ítalo-brasileira, e a turca Nil Yalter também, em homenagem ao conjunto de suas obras.
PAVILHÃO HÃHÃWPUÁ
Rebatizado como Hãhãwpuá, o Pavilhão do Brasil adiciona mais um capítulo marcante à sua representatividade na cena internacional com a mostra Ka’a Pûera: nós somos pássaros que andam. Curada pela primeira vez por um time indígena composto por Arissana Pataxó, Denilson Baniwa e Gustavo Caboco Wapichana (nascido em Curitiba, Roraima - como se apresenta), a exposição aborda questões cruciais como marginalização, desterritorialização e violação de direitos.
Glicéria Tupinambá tem papel central na realização das obras do pavilhão. Além dela, artistas como Olinda Tupinambá e Ziel Karapotó fazem reverberar a resistência indígena, estabelecendo conexões profundas com a natureza, as adaptações frente às urgências climáticas, e tradições ancestrais. A missão de Glicéria em recuperar e preservar os mantos tupinambás, anteriormente exibidos em museus europeus, trouxe um profundo sentido de resgate cultural e identidade nacional ao espaço do pavilhão. Além de celebrar a arte indígena, ela amplifica as vozes e lutas dos povos originários, lançando luz sobre suas experiências históricas e contemporâneas.
Antonio Lessa Garcia, superintendente executivo da Fundação Bienal de São Paulo, diz à Habitat que esta edição da Bienal de Veneza representa uma afirmação brasileira. "O papel brasileiro nos enche de orgulho nes-
ta edição. Pela primeira vez temos três curadores e uma artista indígena como figura central em nosso pavilhão. Em minha opinião, a obra do coletivo MAKHUO no pavilhão do Giardini afirma nossa identidade. Após ler uma crítica negativa inglesa que beirou o racismo devido à presença massiva da arte afro-indígena, percebi o quão crucial é persistir nas pautas de diversidade e inclusão, especialmente na Itália, país historicamente marcado pela imigração. A insistência nessa presença não é retórica, mas necessária, justamente porque ainda causa desconforto”.
Na Bienal de Veneza essa catarse, segundo ele, é resultado de movimentos como a crescente proeminência e número de artistas afro-indígenas, que teve origem na 34ª Bienal de São Paulo ao apresentar ativista e artista indígena já falecido, Jaider Esbell, cujo papel fundamental na cena da arte indígena contemporânea encontra eco na Biennale deste ano. O foco da Fundação Bienal de São Paulo, conforme o superintendente, é diferente do historicismo da mostra internacional italiana. “Nossa ênfase é na vanguarda artística e na experimentação futura. Vale relembrar que a última Bienal de São Paulo apresentou um elenco com 80% dos artistas sendo não brancos, refletindo nosso compromisso em estar na vanguarda da arte contemporânea, priorizando a experimentação e a relevância conceitual”.
O MELHOR DA SEMANA DE DESIGN DE MILÃO E ISALONI 2024
Instalações, mostras e entrevistas exclusivas. Mergulhe na cobertura completa da semana mais importante do setor no mundo
Por Débora MateusCobrir os maiores eventos de design de Milão é uma experiência estelar. Cada instante se torna tão intenso que deve ser absorvido em infusões suaves para que possam ser absorvidas. São inúmeras exposições, intervenções, circuitos de design que acontecem, todo ano, entre os dias 15 e 21 de abril. A começar pelo Salone del Mobile, maior feira de design de móveis e interiores do mundo, criada há 63 anos. Sua repercussão
foi tamanha que levou ao nascimento do Fuorisalone, há 30 anos. O circuito, fora do Salone, também oferece uma explosão de eventos e mostras em múltiplos distritos que concentram design, moda e arte. Do badalado Brera, passando por Tortora e Isola, sem esquecer de Porta Venezia - que circunda o Duomo - cada bairro se torna palco de apresentações em ícones da arquitetura como galerias de arte, Palazzos e castelos.
A catarse de inovações e experimentações transborda nos lançamentos em showrooms ao longo de ruas como a Via Durini. Tecnologia e sustentabilidade ampliaram as possibilidades da materialidade, dos biomateriais aos elementos reciclados como plástico, vidro ou papel. Exposições especiais em instituições culturais também
atraíram grandes públicos. Na Triennale, destacam-se duas mostras sobre Alessandro Mendini, incluindo Whats? - dirigida por Philippe Starck. O mestre Gaetano Pesce, falecido pouco antes de estrear sua exibição na capital, foi celebrado com Nice to See You na Pinacoteca Ambrosiana.
Il sono um drago, na Triennale, exibe 400 obras de Alessandro Mendini | Foto: DSL Studio/Triennale MilanoA 62ª edição do Salone del Mobile aconteceu nos pavilhões colossais da Rho, arredores da capital. Segundo Maria Porro, presidente, a feira superou as expectativas: “Foram mais de 370 mil pessoas em cinco dias, um aumento de 20% em relação ao ano passado. Novidades como a Bienal EuroCucina / FTK e a Exposição Internacional de Banheiros, além da instalação criada por David Lynch, tornaram essa edição ainda mais marcante”.
O redesenho do layout da EuroCucina e da Exposição Internacional do Banheiro foi assinado pelo escritório italiano Lombardini22, que aplicou estratégias de neurociência e inteligência artificial (IA), aprimorando a experiência humana no circuito. Em entrevista à Habitat Cristian Catania, diretor do projeto Reinventando Feiras
na Lombardini22 destaca a importância da tecnologia. “A aplicação da inteligência artificial (IA) no design e na arquitetura é crucial na abordagem da Lombardini22. Neste ano, para EuroCucina/FTK Technology for the Kitchen e Salone Internazionale del Bagno, utilizamos algoritmos personalizados de análise da percepção espacial dos visitantes, para identificar padrões de comportamento e otimizar o layout com base em dados. A evolução da IA está transformando nossa indústria. Visualizamos um futuro onde ela impulsiona fluxos de trabalho mais conectados e intuitivos, integrando neurociência e aprendizado de máquina para criar experiências espaciais mais personalizadas e eficazes”.
Na área do banho, a instalação "Under the Surface", por Emiliano Ponzi, Accurat e Design Group Italia, uma ilha submersa simbolizando a água como fonte de vida, provocou reflexões sobre a conservação dos recursos hídricos por meio de projeções interativas. O design alimentar atual e futuro foi o ponto central no setor da cozinha, com um palco em forma de estrela utilizado por profissionais do meio. Novas visões, hábitos e a integração de espaços ao ar livre, juntamente com iniciativas sustentáveis evoluídas, foram revelados. A tecnologia
embutida incluiu até os exaustores Downdraft da Elica (que aspiram para baixo). Inúmeros produtos, conceitos e perspectivas sobre o futuro do segmento dão conta de que a cozinha é um lugar de protagonismo dentro e fora de casa. A inteligência artificial também foi empregada na criação de mobiliário assinado por designers renomados como Philippe Starck para a Kartell. Sete anos após sua estreia com a inovação, ele reintroduziu novas versões, como as cadeiras dobráveis A.I.O.R.I
INSTALAÇÕES EXCEPCIONAIS
Fotos: Divulgação
STRAORDINÁRIA, ELICA
Criação de we+ para Elica, marca conhecida pelos exaustores e sistemas de ventilação inovadores, no Palazzo Litta. A intervenção, promovida junto com a Fondazione Ermanno Casoli, evoca um cenário de nuvens coloridas de ar e calor.
WHISPERS OF NATURE, NENDO
A solo premiada de Nendo exibiu 5 coleções no showroom da Paola Lenti. Inspiradas em fenômenos naturais muitas vezes ignorados no cotidiano. As prateleiras translúcidas "Clustered Clouds" aludem a nuvens vistas de longe e de perto.
Sob o tema Materia Natura, o Fuorisalone propôs refletir sobre como a natureza pode inspirar a cultura do design sustentável. Instalações, lançamentos e experimentações provaram que o futuro é um equilíbrio entre consciência ambiental e inventividade. Cada vez mais o artesanal se combina ao industrial e a tecnologia é uma ferramenta preciosa.
LA NASCITA, JR, MILANO CENTRALE
Com a obra La Nascita, o artista francês JR transformou a Estação Central de Milão em uma paisagem rochosa surreal, conectando as camadas da história e arquitetura deste ícone do patrimônio cultural da cidade.
EARTHIC ® LAB X FORMAFANTASMA
A Earthic Lab por Formafantasma para a Cosentino destacou reutilização e reciclagem de resíduos. Exibida no Teatro Gerolamo, venceu a categoria tecnologia, com a exibição de uma nova geração de superfícies feitas com materiais reciclados, incluindo a tecnológica Mineral Hybriq Silestone® XM.
ROSSANA ORLANDI ABRE SUAS PERCEPÇÕES DE FUTURO
"Sabe por que me considero visionária? Porque tenho uma mente livre". Assim começa minha entrevista com Rossana Orlandi, um dos nomes mais influentes do design e arte contemporâneos. O evento da galeria que leva o seu nome é o mais esperado da Semana de Design de Milão. Em RoColecctible, curada por ela e a filha Nicoletta, 80 talentos estabelecidos e emergentes revelam novas linguagens e experimentações sob o tema da anarquia estética.
Sua visão perspicaz surgiu quando trabalhou com tendências de moda. "Isso me ajudou a construir esse olhar de viver o presente, mas sempre olhar para o futuro e pós-futuro. Hoje há esse estado de espírito positivo que permeia a música, o cinema, reforça o tátil na
cena criativa e destaca a simplicidade e a nova forma de pensar novos materiais. Exemplos como a pasta de mármore - mais interessante que a pedra, o uso sustentável de borracha e silicone. Assim como o linóleo que cresce no setor. Nos próximos dias, receberemos 18 mesas feitas com ele”. Reconhecida por sua curadoria excepcional que reúne talentos de todo o mundo, Rossana Orlandi demonstra apreço pelos criativos brasileiros. “Eu gosto muito da arte e do design do Brasil. Há 10 anos recebi a cadeira Paulistano, primeira peça brasileira na galeria. Paulo Mendes da Rocha é simples, brilhante e inteligente. Da nova geração, adoro Lucas Recchia, que está conosco há alguns anos”.
Sul Trespolo, Secondome + StudioF. Peças de 5 estúdios em madeira italiana recuperada, vidro soprado de Murano e cobre, Rossana Orlandi Foto: Serena Eller
Aura Collection Gaïa, instalação da oï PRIVÉE uma linha pessoal e artística do Atelier oï em colaboração com a WonderGlass Foto: Divulgação
PARA PENSAR
A supervalorização de designers muito jovens, algo que virou tendência, é uma preocupação para ela. “Há esse problema, quando um designer é muito valorizado desde cedo. Para se tornar brilhante, é essencial percorrer um percurso, evoluir. Aqueles que já começam pensando que estão no auge não alcançarão o brilho dos que constroem uma jornada, expandem sua mentalidade e aprimoram sua arte ao longo do tempo".
Quanto ao futuro próximo, sugere olhar para nomes dos anos 80 como Maarten Baas, além de Nacho Carbonell, que considera como um filho. Ao me mostrar um cartaz que recebeu em 2010 com a frase “As mulheres inteligentes têm a idade que decidem ter”, diz: “Fabuloso, não?”. Fácil entender como se tornou não apenas uma das mulheres mais influentes, mas também inspiradoras da cena criativa global.
DESIGN & EMOÇÃO
Sala de Jantar VSHD Design: destaque para a cadeira amarela de Jonathan Bocca, o cabinet geométrico de Sebastiano Bottos e a mesa de Massimiliano Locatelli - CLS Architetti | Foto: Tomaso Lisca and Luca Argenton
L’ APPARTAMENTO
A Artemest, plataforma de e-commerce de design e décor de luxo italiano, apresentou espaços assinados por seis estúdios renomados na Residenza Vignale, uma mansão milanesa dos anos 1900.
Lumiárias SuperWire por Formafantasma para Flos | Foto: Nicolò Panzeri
BAILE DE LUZ
Nos salões do Palazzo Visconti, a Flos apresentou um baile luminoso com peças assinadas por Michael Anastassiades, Barber Osgerby e Formafantasma. Os volumes de vidro da linha SuperWire de Formafantasma amplificam a qualidade etérea das luminárias.
NILUFAR
A galeria Nilufar exibiu “Time Traveler”, curada pela fundadora Nina Yashar, na Viale Lancetti. A série Purple Nebula do renomado duo Objects of Common Interest imagina uma área de jantar etérea e monocromática.
MATER X PATRICIA URQUIOLA
Os móveis Alder, criados por Patricia Urquiola em colaboração com a Mater, são feitos com Matek®, um material biodegradável que combina fibras de fontes renováveis com um aglutinante de plásticos reciclados.
CADEIRAS MILANO
As cadeiras Milano de Jacopo Foggini para Edra são inspiradas nas formas do Duomo de Milão. Criações esculturais em policarbonato que refletem a arquitetura icônica da cidade.
Milano Chairs, Jacopo Foggini para Edra | Foto: Divulgação Purple Nebula, Objects of Common Interest, Nilufar Foto: Alejandro OrozcoMODA & DESIGN
Fotos: Divulgação
É um movimento crescente. As mais luxuosas marcas de moda lançam criações exclusivas para o setor de decoração em Milão. Demonstram assim, o potencial de negócios que as duas áreas juntas podem gerar.
LOEWE LAMPS
A Loewe, reconhecida por descobrir novos talentos artesanais por meio de prêmios anuais, expôs luminárias de 24 artistas no Palazzo Citterio. Obras como a de Anthea Hamilton.
GUCCI DESIGN ANCORA
Com expografia de Guillermo Santomà, a Gucci reeditou 5 ícones do design italiano. Na cor burgundy, Rosso Ancora, itens como o armário Storet, projetado por Nanda Vigo para Acerbis.
ODE A LE CORBUSIER
On the Rocks lançou a parceria entre Bottega Veneta, Cassina e Fondation Le Corbusier no Palazzo San Fedele. O icônico LC14 Tabouret Cabanon foi relançado com acabamentos em madeira carbonizada e couro, utilizando a técnica Intreccio da marca de moda italiana.
DO BRASIL PARA A ITÁLIA
Fotos: Divulgação
Além de figurar na lista dos dez países que mais levam público ao Salão do Móvel de Milão, a criatividade brasileira ganha um espaço cada vez mais relevante. Confira dois lançamentos estreantes que se destacaram no iSaloni.
JADER ALMEIDA
Pela primeira vez no Salone del Mobile, com o apoio da Apex-Brasil e Abimóvel, Jader Almeida apresenta em parceria com a indústria SOLLOS, seus produtos já consagrados. “Já participei de showrooms significativos no FuoriSalone mas esta experiência é interessante. Temos
atraído a atenção de quem passa pelo espaço, esse invólucro neutro pensado para ser como um respiro na feira. O estande evidencia a maestria das formas, linhas e curvas”, diz à Habitat.
JAYME BERNARDO
Estreia do arquiteto Jayme Bernardo na Semana de Design de Milão, a coleção Dolce Far Niente pela DIEEDRO em colaboração com a Modalle traz móveis modulares em estrutura de alumínio e encosto trançado em corda náutica. Ideais para projetos indoor e outdoor.
FURF DESIGN EXPANDE PARA MILÃO
Em primeira mão, os sócios da empresa de design, sediada em Curitiba, falam sobre a expansão na Itália
Por Débora Mateus
Conversar com Maurício Noronha e Rodrigo Brenner é mergulhar em um oceano poético de ideias geniais, que fluem da sintonia de suas personalidades. A dupla de jovens designers coleciona prêmios, incluindo o Leão de Bronze em Cannes pela prótese Confete, presente em 25 países – primeira capa para próteses de pernas coloridas produzidas em massa no Brasil. As criações refletem suas personalidades sinergéticas: sem amarras, leves e inclusivas. Recentemente, eles projetaram a fachada da primeira gelateria do mundo em micélio (material à base de cogumelos), com tecnologia da Mush, totalmente biodegradável. A Crema Lab, localizada na capital paranaense, tem também móveis projeta-
dos pela Furf. É mais uma das diversas experimentações singulares, divertidas, sustentáveis, simples, originais e ousadas. Combina um símbolo simples e universal - a casquinha de sorvete - com inovação.
Reconhecidos como "comendadores de Curitiba", os sócios fundaram a Furf em 2011, durante a faculdade de Design Industrial. Durante um intercâmbio no Politecnico di Torino, na Itália, estabeleceram uma rede de contatos em Milão, que mantêm até hoje. Desde então, alimentam o desejo de expandir para o exterior, mesmo trabalhando daqui com marcas internacionais como Natuzzi Italia, National Geographic e Walt Disney Company.
Capas de próteses multipremiadas Confete, design Furf Design Studio para ID Ethnos | Foto: Divulgação
Rodrigo Brenner já se mudou com a esposa para Milão, enquanto Maurício Noronha cuida da sede paranaense da empresa. Uma palestra proferida por Brenner na feira Ambiente em Frankfurt - a maior de artigos para o lar e produtos de consumo do mundo -, a convite da Associação Brasileira das Empresas de Utilidades e Presentes, abordou sobre tendências e casos de sucesso com grandes empresários brasileiros, algo que reflete o reconhecimento e consolidação que o escritório alcançou nos últimos anos. Os sócios, que também são professores no Centro Europeu, pensam em ampliar o braço de educação da Furf Design.
VISÃO UNÍSSONA
A habilidade virtuosa da dupla brota da perfeita sincronicidade de suas visões. "Rodrigo é o meu melhor amigo; nós temos uma troca constante, conseguimos conversar sobre coisas que não discutimos com ninguém. Um alimenta o outro, para nós não há como desvincular poesia e negócios. Desenhamos sofás, luminárias e embalagens para perfumes, como o Her Code, um dos maiores lançamentos do O Boticário e, até, urna funerária. Costumamos dizer que estamos em todas as fases da vida, incluindo seu desfecho. Por trás de tudo isso há poesia, tornando os produtos mais humanos”, explica Noronha.
As concepções da Furf Design se materializam de diversas maneiras, num amplo leque de materiais - biotecido, micélio, vidro e plástico injetado. "Criar coisas poéticas que fazem o coração sorrir e que tornam o dia das pessoas mais leve e com conteúdo, é uma forma efi-
caz de fazer negócios. A leveza é um mantra para nós. Vivemos radicalmente o conceito de inclusão no design", diz Brenner. Para eles, a ênfase no design exclusivo pode excluir. "É mais desafiador criar produtos inclusivos em grande escala do que peças únicas. Claro que peças autorais de alto valor devem continuar existindo, assim como as acessíveis, que devem ser feitas com dignidade, originalidade, certificação e de forma sustentável".
Sobre pensar fora da caixa, sua visão sintetiza a faceta cativante: "Aí é que está, não existe caixa. Em um mundo onde tudo é performance, contribuir para a autoconfiança das pessoas é o que importa. Tudo o que criamos tem um significado muito especial para nós". A dupla, agora em Milão, ainda sonha em ganhar um Nobel, fazer uma viagem ao espaço e ter filhos. "Não é sobre brilhar, é sobre iluminar". Aproximam-se de seus sonhos mais ambiciosos despertando emoções.
Raízes: criação para o programa Design Export + GS Móveis, apresenta móveis que evocam árvores simbólicas em respeito às origens e natureza
Foto: Antônio Wolff
PRIMEIRA MOSTRA SOLO DE JEAN-MICHEL OTHONIEL NO BRASIL
Em sua estreia na galeria Simões de Assis, em São Paulo, o artista reflete sobre a paixão pela cultura brasileira e arquitetura
Por Débora Mateus | Fotos: Simões de Assis
Esculturas em vidro criadas por Jean-Michel Othoniel para sua primeira mostra individual brasileira propõem variados significados
S“ com grandes arquitetos, incluindo Tadao Ando, Peter Marino e, mais recentemente, Jean Nouvel. As esculturas criadas exclusivamente para a mostra solo na capital paulista, refletem a luminosidade da atmosfera brasileira e a profunda conexão de Othoniel com o país e a arquitetura. "Eu tinha esse desejo de homenagear a energia solar que há no Brasil e a força deste país, que é única no mundo. Aqui encontrei novas emoções e ideias, novos sois", destaca Jean-Michel Othoniel à Habitat. Sua busca contínua em transpor o belo e reencantar o mundo é evidente em suas experimentações com uma variedade de materiais como vidro, ouro, cera, enxofre e metal.
ob Outro Sol”, exposição curada por Marc Pottier na galeria Simões de Assis, em São Paulo, revelou a vastidão da abordagem poética e contemplativa das criações de Jean Michel-Othoniel. O artista francês é reconhecido pelas obras em grandes dimensões, em prestigiadas instituições de arte como o Petit Palais, Palais de Tokyo e Palácio de Versalhes em Paris, MoMA e Brooklyn Museum em Nova York, Coleção Peggy Guggenheim em Veneza e Seoul Museum of Art. Ele é o criador da instalação site-specific Le Kiosque des Noctambules na estação Palais Royal – Musée du Louvre, comissionada para celebrar o centenário do metrô parisiense. Tamanha visibilidade culminou na colaboração
Wonder Block 2024, Jean-Michel Othoniel
DIÁLOGO ARQUITETÔNICO
"A interconexão entre arte e arquitetura é muito importante para mim. Ainda criança, frequentava o museu de arte contemporânea perto de Saint-Étienne, minha cidade natal, e visitei uma das obras mais importantes de Le Corbusier. No meu trabalho, essa conexão pode ser percebida pelo diálogo com os espaços expositivos e, até mesmo, na reinterpretação do tijolo, um dos mais antigos materiais na história, que apresento no vidro em colaboração com artesãos indianos". Inspirado na metamorfose da matéria, seu processo parte de desenhos em aquarela que se referem à transparência do vidro. "Quando morei na Itália pude mergulhar na beleza das coleções artísticas e dos jardins, que me fascinam. Existe uma forte ligação com o vidro que é fruto do meu contato com os artesãos de Murano. A sensualidade de cor, matéria e
formas e da própria alquimia que decorre da metamorfose do material, passando da areia à luz, é central em meu trabalho. A noção poética alcança uma beleza política. É como entrar num jardim, permitir-se escapar um pouco e retornar à vida real mais forte". No contexto artístico brasileiro, Jean-Michel Othoniel revela seu apreço pela riqueza da cena cultural. Ele destaca visitas à Casa de Vidro e à Pinacoteca, onde pode admirar as obras de Lygia Clark. E antecipa, em primeira mão, que está trabalhando para preparar uma exibição grandiosa no MON, em Curitiba, também curada por Marc Pottier. O espaço do Olho, que considera mítico pela genialidade de seu projetista, Oscar Niemeyer, é mais uma grande conquista em sua paixão pelo diálogo da arte e arquitetura.
[UN]KNOWN ARTISTS OF THE AMAZON: ARTISTAS (DES)CONHECIDOS DA AMAZÔNIA
De Curitiba ao Weltmuseum Wien na Áustria
Preview da mostra [Un]Known Artists of the Amazon no Weltmuseum Wien, em Viena, Áustria. As redes do teto, criação de Tayna Kamayura, são feitas com fio de palmeira de buriti
Curitiba está deixando sua marca no cenário internacional da arte com a exposição “[Un]Known Artists of the Amazon” (Artistas (Des) Conhecidos da Amazônia), que está sendo exibida no prestigioso Weltmuseum de Viena. A mostra, que reúne 128 peças, oferece um olhar profundo sobre a rica cultura indígena brasileira e ficará em cartaz por um ano. “Esta exposição é muito relevante para Curitiba, Paraná e Brasil, pois fomos escolhidos por um dos museus etnográficos mais importantes da Europa”, afirma Julianna Podolan Martins, diretora do Museu de Arte Indígena (MAI).
O Weltmuseum, localizado em um palácio da famí-
lia Habsburgo – da qual a primeira imperatriz do Brasil, Maria Leopoldina, fazia parte – é o cenário perfeito para esta apresentação cultural. A parceria entre o MAI e o Weltmuseum foi intermediada por Sofia Guimarães, uma brasileira residente em Viena. Após três anos de negociações e ajustes culturais, a exposição finalmente se concretizou. “O principal objetivo em levar o MAI até Viena é proporcionar um olhar especial dos brasileiros para a população indígena e divulgar a impressionante produção cultural que ainda existe na Amazônia, antes que destruam, tanto a Amazônia como a população tradicional”, destaca Sofia.
Bancos por Turuza Waurá, artista da Aldeia Apyulaga do Alto Xingu, que já expôs em vários países europeus e na Ásia
A paixão de Julianna pela cultura indígena brasileira resultou em uma iniciativa ousada: a criação do primeiro museu particular do Brasil dedicado exclusivamente à produção artística dos indígenas brasileiros. O MAI possui mais de 3 mil peças, incluindo arte plumária, cerâmica, cestaria, instrumentos musicais, máscaras ritualísticas e objetos utilitários. Trazer a arte indígena do Brasil para o público nacional e internacional é uma missão valiosa. Muitos brasileiros desconhecem a riqueza da arte indígena devido ao difícil acesso às comunidades remotas. “Mostrar a arte indígena aos brasileiros que têm curiosidade, mas não possuem acesso, e agora levá-la para a Europa, é realmente algo grandioso e valioso. É uma abertura de portas para mostrar o que o Brasil tem de melhor”, celebra Julianna.
A exposição “[Un]Known Artists of the Amazon” já é um marco na divulgação e valorização da cultura indígena brasileira, destacando a beleza e a importância de suas tradições artísticas em um dos palcos mais renomados da Europa.
a
do
Museu de Arte Indígena (MAI)
Endereço: Av. Água Verde, 1.413, Curitiba, Visitação: De segunda à sexta, das 10h às 17h30
Na exposição, essência ritual se revela através da imagem do indígena Yawalapiti, mergulhado na tradição ancestral do KuarupCASA VIVA
As casas contam as histórias de seus moradores e eu conto as histórias dessas casas. No ‘’episódio’’ de hoje, o lar do Artista André Mendes, Priscyla Alma, Celeste e Alice.
Fotos: Divulgação
Uma casa para ser vivida! É assim que a família descreve seu lar. Para eles os detalhes físicos servem como cenário para que possam exercitar o que para eles é mais valioso: a conexão e sintonia que esbanjam. Seu apartamento é repleto de significado, o que os conecta em uma vida leve e descomplicada. Nela vivem André Mendes, muralista, escultor, pintor - e considerado um dos mais renomados artistas contemporâneos de Curitiba -, que além de seu vasto currículo detém uma personalidade espontânea, sociável, gentil e em constante desenvolvimento, fruto de uma trajetória de muita pesquisa e autodescoberta.
Sua esposa, Priscyla Alma, é psicóloga parental, pesquisadora cultural, entusiasta do consumo consciente, mas, acima de tudo, uma mãe atenciosa e dedicada, que busca intenção em todas suas ações e entende que um lar harmonioso é reflexo de organização e planejamento, missão que desempenha com muito carinho. Usa todo seu conhecimento para educar suas filhas, que em tom de brincadeira chama de ‘’seu laboratório pessoal’’. As duas filhas do casal, Celeste e Alice, são um encanto. Educadas, simpáticas, cultas e interessantes. Suas personalidades são fruto do ambiente em que vivem, um lar cheio de afeto, estímulos criativos, música e conexão.
O APARTAMENTO
Uma mesa de centro cheia de pecinhas de lego e um jogo de tangram dão o tom de que estamos na casa de uma família de criativos. Em constante movimento, quadros, objetos e instrumentos musicais não ficam muito tempo no mesmo lugar. A funcionalidade se une à beleza de cada elemento, e técnicas de feng shui, uma habilidade de Priscyla, junto ao pôr do sol, tão admirado por eles, invade a casa com energia e vitalidade. Como inspiração, a família tem o privilégio de observar de suas janelas a união da natureza com a vida urbana, tendo o Museu do Olho como seu jardim particular.
Os objetos presentes na casa contam histórias e recordam momentos de afeto. Representando a família, pedras recolhidas por eles, em uma viagem à praia, formam um pequeno altar. Uma jabuticabeira, presente de uma amiga de Priscyla, traz a natureza para dentro de casa. Uma mesa autêntica dos anos 50, presente da mãe de André, é o palco de noites de jogos em família, e um dos espaços mais importantes, chamado carinhosamente de ‘’Cantinho dos Ancestrais’’, que é onde também Alice toca suas suaves notas no piano que pertenceu à avó de André. O relógio centenário da família de Pryscila compõe com a cristaleira que funciona como seu acervo com objetos de muito significado, somados a pinceladas de diversas áreas que formam seu repertório multifacetado: uma mistura de Freud, Bhagavad Gita, Dolto, Flaubert, Alquimia de óleos essenciais, Paul Auster, Manual de gestação e puerpério, Machado de Assis, Guia 4 rodas, Virginia Woolf, Dicionários, Clarice Lispector e catálogos de arte e de exposições.
Para a família Mendes, falar em arte é redundante, e aqui referência é o que não falta. Pelas suas paredes e prateleiras, peças de outros artistas como Jair Mendes, Ciro França, Juan Parada, Lailana Krinski, Alex Cabral, Rodrigo Dulcio, Antonio Wolff, Fernando Franciosi, Rimon Guimarães, Osvaldo Marcon, Andréia Las, Tom + Amor, Gabriel Galarza, Guadalupe Presas, Humberto Michaltchuk, João Moro, Augusto Braz, do próprio André e de suas pequenas Celeste Mendes e Alice Mendes, completam os espaços. Cheiro da comida sendo feita, de café recém-passado, tardes musicais em família, momentos juntos na cozinha, tornam a casa um espaço ca-
loroso, acolhedor, onde as pessoas são protagonistas e a sensibilidade de cada morador dá espaço para que a vida seja vivida plenamente.
Morar, para André, Priscyla, Celeste e Alice, é uma combinação de refúgio com pertencimento. Um lugar onde cada um tem a liberdade de ser, criar e viver e onde se regeneram e renovam as energias. Uma oportunidade de testemunhar sua própria evolução através do autoconhecimento, de se perceber e perceber o outro, um laboratório de consciência coletiva que os torna uma unidade forte e sólida, mas com toda a delicadeza e sutileza de almas sensíveis e sinceras.
ENTRE LUZES E FORMAS
Prestes a completar uma década na fotografia de arquitetura e design, o curitibano Eduardo Macarios reflete sobre o equilíbrio entre arte e gestão comercial
Por Débora Mateus | Fotos: Eduardo Macarios
Nome ilustre na fotografia de arquitetura e design, o curitibano Eduardo Macarios completa quase uma década capturando a alma dos espaços assinados pelos mais renomados arquitetos no cenário paranaense e nacional. Com um olhar documental enraizado em sua essência fotográfica, edificou sua carreira com muito trabalho e dedicação. Aos 16 anos, fez parte do ensino médio na Austrália e mergulhou na paixão pela arte da imagem. Ingressou na faculdade de jornalismo em Curitiba, sempre focado na fotografia. Antes de se formar, estudou na escola Portfólio onde, mais tarde, foi professor; e embarcou num intercâmbio de dois anos na Inglaterra. Frequentou a prestigiada Arts University Bournemouth, ampliando sua formação artística e seus horizontes. De volta ao Brasil, Macarios iniciou sua carreira fotografando eventos, editoriais, gastronomia e lifestyle. Mas depois de 6 anos optou por se reposicionar e direcionou seu foco ao meio arquitetônico. “Em 2015 decidi fazer uma mudança deliberada em minha carreira. Foi um mo-
mento de reflexão e avaliação. Fechei minha agenda, lotada de eventos, para me dedicar ao reposicionamento. Contratei um designer, desenhamos juntos como e onde eu queria chegar. Muito do meu êxito se deve a ter entendido desde o início que, como toda a carreira, era preciso fazer gestão e organizar a estrutura do escritório”.
Influenciado por grandes mestres da fotografia documental como Sebastião Salgado e Henri Cartier-Bresson, do humanismo pós-guerra, também admira nomes do cinema como Almodóvar. Fontes que ele prefere olhar ao invés dos contemporâneos de sua geração. Encontrou, assim, uma nova dimensão para expressar sua arte. É defensor dos direitos autorais na fotografia de arquitetura, sendo pioneiro no estabelecimento de diretrizes claras para o uso de suas imagens no Paraná. "Identifiquei a importância de ser transparente e profissional. Respeito muito o trabalho que faço e as regras se desdobram em ser fiel a isso. Hoje somos um grupo com mais de 300 profissionais da fotografia em todo o país”.
EQUILÍBRIO CONSTANTE
A estrutura do estúdio, com dois profissionais – um para administrar a agenda e outro para edição e tratamento de imagens – permite que ele se concentre na gestão e na fotografia. Isso agiliza o fluxo de trabalho e resulta em um atendimento eficiente e pioneiro na capital, possibilitando a entrega rápida do material, mesmo diante de demandas de última hora. “Esse fluxo nos diferencia em Curitiba, sem sacrificar a minha qualidade de vida e da minha equipe. Prezo pelo prazer e qualidade de vida no dia
a dia; estar com a família depois do horário comercial é essencial”. Macarios equilibra sua veia comercial e artística, e ainda fica empolgado. "Amanhã vou fotografar um projeto da Architects Office, agência de arquitetura e design de interiores do ex-fundador do Triptyque, em Curitiba. Ainda me vejo mais como artista do que empresário".
Série New York, New York 2020Mesmo com a agenda lotada, ele ainda tem planos de lançar um livro para celebrar o marco de uma década no segmento, desenvolver novos projetos autorais e criar um curso focado em fotografia, gestão de escritório e edição de imagens. “Tenho vontade de morar no exterior ou perto da natureza, no sítio que eu e minha esposa temos. Com uma filha de 1 ano e meio e outro bebê a caminho, quem sabe mais tarde”. Seu olhar atento nunca para. Nos momentos fora do trabalho, seja com sua filha ou nas andanças, continua a buscar novas formas de capturar a beleza e a complexidade do ambiente construído.
MÚLTIPLAS GUITAS
Aos 83 anos, a paranaense Guita Soifer exala a vitalidade visceral que consagrou sua arte
Por Débora Mateus | Fotos: acervo Guita SoiferComo dar corpo ao indizível, ao inexplorado ou ao impermanente? Em tempos onde o efêmero impera, a arte de Guita Soifer é fulcral. Desafia o desconhecido, irrompe a existência. Toca a busca infindável pela matéria e tempo, revelando como a materialidade, em suas transformações visíveis, torna perceptível a passagem temporal. Criadora e criação tornam-se múltiplas, vasculham mistério e espera, transitam entre abstração e figuração. A natureza polifônica que insiste em indagar sobre memórias e vivências, encontra eco em pinturas, gravuras, aquarelas, instalações, fotografias e fragmentos fotográficos, um arroubo da sensibilidade visceral de Guita. Com uma intensidade catártica, o percurso é inerente ao seu processo criativo - uma fonte palpitante e libertária. Transforma o comum em algo que provoca introspecção.
Na arte de Guita essa imersão parece verter os conceitos de fluidez e a transitoriedade da vida moderna, como sugeriu o sociólogo polonês Zygmunt Bauman sobre tempos líquidos. “Não se trata apenas de saber, mas, sim, de experimentar. Se eu tivesse que dar um título para a minha vida seria à procura da própria coisa. Todo mundo quer ter certeza, mas o não saber é um presente. Quando viajava comecei a pensar que, na viagem como na vida, captamos ângulos. Pedi a uma amiga para me fotografar de costas, porque, muitas vezes, vemos o mundo e nem o vemos, somos duplos. Essa experiência me fez refletir sobre a fotografia como uma forma de mentira. Percebi que ao fotografar minhas viagens estava perdendo a oportunidade de realmente vivenciar a paisagem. Ao me permitir experimentar e buscar, encontro liberdade nas minhas criações”.
ENTREMEIOS
Aos 83 anos, Guita Soifer entremeia a memória, já fez muito e continua fazer; sua mente são tantas. A produção artística se desdobra e renova continuamente. Seu novo ateliê, no subsolo do Pátio Batel, é um espaço expositivo que, aos poucos, revela a preciosidade de uma vida dedicada à arte. Como um arquivo vivo, as várias salas reúnem o recorte prolífico da artista que contabiliza inúmeras premiações, além de mostras nacionais e internacionais, incluindo Museu Oscar Niemeyer, Fundação Cultural de Curitiba, Bienal de Curitiba, MAC e Museu Paranaense, Museu de Arte de São Paulo, Bienal do Chile, Instituto Cultural Brasileiro na Alemanha, Berlim, Varig Icaro´s Room, Nova Iorque, Triennale Mondiale d'Estampes Petit-Format, Auvergne, França.
Artes visuais e literárias têm valor irrefutável em suas veias. Para além da série de livros gravados, produzidos em diversas superfícies - alumínio, prensas, colados -, ela emerge nas inúmeras possibilidades criativas da trama idiomática. “Reconhecemo-nos nas coisas que existem, aquelas que foram destruídas pedem silêncio. O uso das escrituras, o traço arranhado, o resíduo, o resto o rastro, a cor da dor, dor memória geram expressividade subjetiva”. Poucos sabem, mas a artista escreveu 10 livros, que assim como suas obras, catapultam as questões humanas. Suas produções literárias e visuais espelham a epifania descomunal. Acariciam o suspiro de seu fôlego interior.
"Não quero dizer nada. Quero sentir".
Ao tatear a beleza no que é descartado, muitas vezes transformando objetos comuns em arte, Guita Soifer encontra a fluidez do caminho. Suas buscas - múltiplas como ela e sua produção artística, se espalham pelas fendas das palavras que iluminam os mistérios da existência.
Guita Soifer
A LIBERDADE DE VIVER BEM
Localizado no tradicional bairro Juvevê, em Curitiba, o Ares Juvevê promete elevar o padrão de qualidade de vida na capital. Com unidades que variam de 55 a 133 m², acabamento premium e plantas inteligentes, o empreendimento oferece elegância em cada detalhe, apresentando o melhor da arquitetura contemporânea a um dos bairros mais desejados da cidade. A região oferece uma gama completa de serviços, comércio e opções de lazer, ideal para quem busca conveniência e praticidade no dia a dia. Além disso, a proximidade com o Centro, Centro Cívico e Universidade Positivo proporciona uma mobilidade eficiente a diversos pontos de interesse na cidade. Com base na arquitetura e urbanismo local, o projeto do Ares Juvevê buscou a otimização de espaços sem perder de vista o conforto, enquanto os interiores foram inspirados em tons neutros e suaves, remetendo à natureza e sua leveza. O apartamento decorado já se encontra disponível e pode ser visitado na Rua Almirante Tamandaré, 1.712.
As áreas comuns incluem academia, coworking, rooftop grill, brinquedoteca e lounge externo. Já os apartamentos dispõem de espaços de conforto e lazer para a família e amigos, com sacada gourmet com churrasqueira a carvão, forro rebaixado de gesso acartonado, manta acústica entre as lajes, entre outros. Cenários ideais para quem busca praticidade onde a vida acontece.
Previsão de entrega: Fevereiro de 2025
Configurações do prédio: 73 Unidades. Plantas de 55 a 133 m² Opções de apartamentos tipo, gardens e coberturas duplex
Rua Almirante Tamandaré, 1.712. Tel.: (41) 3017-3333 | (41) 98880-0323 @gadensincorporadora
ACESSE O SITE
Sofisticação e elegância estão presentes em cada detalhe O projeto buscou a otimização sem perder de vista o confortoCASACOR SÃO PAULO 2024 EXALTA ANCESTRALIDADE DO BRASIL
Com espaços que conectam passado e futuro, a mostra apresenta diálogos artísticos e arquitetônicos
Sob o fio condutor que envolve o tema “De Presente, o Agora”, com curadoria de Livia Pedreira, Pedro Ariel Santana e Cris Ferraz, a CASACOR São Paulo 2024, em exibição no Conjunto Nacional até 28 de julho, celebra a diversidade da essência cultural brasileira. A mostra apresenta 70 ambientes e 5 instalações artísticas que refletem as raízes afro-indígenas e a identidade cultural do país. Os visitantes podem explorar uma variedade de espaços – de livings, quartos e lavabos, a casas, jardins e lofts.
Diálogos entre arte e arquitetura se espalham pelo circuito. Denilson Baniwa, um dos curadores indígenas do pavilhão brasileiro na Bienal de Veneza, assina a instalação “Segurar o Céu” que trata da conexão dos povos indígenas com as constelações. A arquiteta Esther Carro
destaca a transformação social pela arquitetura em um ambiente construído pela primeira vez fora da mostra, em uma comunidade. Na instalação “Ocupação Terreiro”, Alexandre Salles aborda a interação social dos terreiros, espaços tradicionais do samba e do candomblé, utilizando inteligência artificial e elementos simbólicos para reinventar a materialidade. A exposição coletiva “Ecos Armoriais”, organizada por Pedro Ariel Santana e Rodrigo Ambrósio, celebra o Movimento Armorial - fundado pelo escritor e artista Ariano Suassuna em 1970 -, e as tradições sertanejas. André Secchin, diretor geral do evento, comenta: “A 37ª edição da CASACOR São Paulo aponta para um caminho mais diverso e conectado com a cultura brasileira, reunindo uma amplitude ainda maior de gestos criativos”.
LAR CATIVANTE
Cada ambiente faz do lar um espaço que aproxima e abraça as relações de convívio e afeto, sublinhando a memória das nossas raízes. A casa tem jeito de Casa. Em "As Rosas Falam", criação de Marcelo Salum para a Duratex, delicadeza e força feminina são homenageadas. “A
flor representa essa força feminina que é delicada e está em cada um de nós. Obras de artistas como Monica Pilon, Claudia Liz e Nazareth Pacheco e de designers como Jader Almeida e Maurício Arruda enfatizam esse conceito”, explica.
Próprio
Cacau Ribeiro traz conforto e aconchego com a premissa de que tudo é para agora, inclusive o depois | Foto:
Gisele Taranto, em "Memórias Deca", traça uma linha temporal e sensorial sobre a história e o futuro da marca, incluindo inovações sustentáveis atuais. No lounge, móveis modernistas de Sérgio Rodrigues e Joaquim
Tenreiro dialogam com peças de nomes contemporâneos como Arthur Casas. A arte NFT "Atrator no Mar Profundo", de Tania Fragas, convida à reflexão sobre a escassez de água e o mar.
Lugar de Afeto - Casa Coral, Paola Ribeiro | Foto: MCA EstúdioGustavo Scaramella estreia na edição paulista com um projeto cativante. Combina peças garimpadas, a vivacidade de cores e materiais, refletindo seu olhar apurado e o ecletismo do processo criativo que o diferencia. O pro-
fissional afirma: “É um convite, um manifesto para que as pessoas revelem suas identidades autênticas em um mundo tão plural”.
Para conceber Dell Anno Global Living, Leo Shehtman se inspirou nas penthouses novaiorquinas. “Na minha 36ª participação na CASACOR, proponho uma atmosfera intimista, onde design e arte contemporânea se fundem a materiais e acabamentos industriais, destacados pela
interação entre luz e sombra". A Casa Coral - Lugar de Afeto, de Paola Ribeiro traz as cores da paleta 2024 da AkzoNobel, reforça os elementos contemporâneos e as peças familiares para resgatar o conforto do lar.
Dell Anno Global Living, Leo Shehtman | Foto: MCA StudioCURITIBA JAZZ SESSIONS
As Mulheres do Jazz: redefinindo gêneros com arte e inovação
Texto: Lucas Rodrigues | Fotos Divulgação
Ojazz sempre foi um terreno fértil para a inovação e a expressão artística e as mulheres têm desempenhado um papel crucial na evolução desse gênero musical. Hoje, no cenário contemporâneo, elas continuam a tradição iniciada por ícones como Billie Holiday, Ella Fitzgerald e Nina Simone, trazendo novas perspectivas e influências que enriquecem o jazz moderno.
Esperanza Spalding é uma das figuras mais proeminentes do jazz contemporâneo. Como contrabaixista, cantora e compositora, Spalding ganhou destaque internacional ao se tornar a primeira artista de jazz a vencer o Grammy de Artista Revelação em 2011. Sua habilidade técnica impressionante, combinada com uma sensibilidade artística única, faz dela uma das vozes mais influentes de sua geração. Recentemente, ela colaborou com o lendário Milton Nascimento no álbum "Esperanza & Milton", uma fusão brilhante de jazz e música brasileira que tem sido aclamada pela crítica.
Outra estrela brilhante é Norah Jones, que mistura jazz com elementos de folk, country e pop. Desde o lançamento de seu álbum de estreia, "Come Away With Me", Jones tem cativado espectadores ao redor do mundo com sua voz suave e estilo versátil. Sua abordagem acessível e melódica ajudou a trazer o jazz para uma nova audiência, expandindo os horizontes do gênero e atraindo novos fãs.
Cécile McLorin Salvant também merece destaque.
Com uma voz poderosa e uma capacidade de interpretação profunda, Salvant revive clássicos do jazz com um toque contemporâneo e inovador. Ela é conhecida por sua habilidade de contar histórias através da música, trazendo uma nova dimensão emocional às suas performances. Seu trabalho é uma ponte entre o passado e o presente, mantendo viva a essência do jazz enquanto o transforma. Terri Lyne Carrington, uma talentosa baterista e compositora, tem sido uma força motriz no jazz contemporâneo. Além de suas colaborações com gigantes do jazz como Herbie Hancock, Carrington também é uma defensora ativa da diversidade e inclusão na música, fundando o Instituto de Jazz e Gênero na Berklee College of Music. Sua liderança e visão têm aberto portas para futuras gerações de mulheres no jazz.
Outro nome importante é o de Nubya Garcia, uma saxofonista britânica que está emergindo como uma das mais emocionantes vozes instrumentais do jazz contemporâneo. Seu álbum "Source" tem sido aclamado por sua mistura de jazz com reggae, soul e ritmos africanos, demonstrando sua habilidade técnica e criatividade musical. Além de Garcia, outras instrumentistas notáveis estão moldando o som do jazz contemporâneo. Trompetistas como Keyon Harrold e saxofonistas como Tia Fuller estão inovando em suas respectivas áreas, trazendo novas texturas e complexidades ao gênero.
O jazz contemporâneo não estaria completo sem mencionar as contribuições das artistas do R&B e neo soul que, frequentemente, cruzam fronteiras musicais. Artistas como Erykah Badu e Jill Scott têm infundido suas músicas com elementos de jazz, criando sons únicos que ressoam profundamente com o público. Erykah Badu, conhecida como a "Rainha do Neo Soul", tem uma carreira marcada por seu estilo único e letras introspectivas. Seu álbum "Baduizm" não apenas definiu um novo gênero, mas também incorporou influências de jazz que podem ser ouvidas em suas composições e performances ao vivo. Jill Scott, por sua vez, combina R&B, soul e jazz de maneira impecável. Sua voz rica e emotiva, juntamente com suas letras poéticas, criam uma experiência auditiva que é ao mesmo tempo profundamente pessoal e universalmente ressonante. Álbuns como "Who Is Jill Scott? Words and Sounds Vol. 1" mostram a capacidade de Scott de navegar entre diferentes gêneros enquanto mantém uma identidade sonora coesa.
Além das já consagradas, uma nova geração de mulheres está trazendo uma energia renovada ao jazz contemporâneo, muitas vezes misturando-o com R&B, neo soul e hip hop. Lianne La Havas, Cleo Sol, Sampa The Great e Noname são algumas dessas artistas que vêm conquistando o público e a crítica com suas abordagens inovadoras. Lianne La Havas combina jazz, soul e folk com uma sensibilidade moderna. Seu álbum "Blood" é um exemplo de sua habilidade em fundir esses estilos de forma coesa e emocionalmente ressonante. Cleo Sol, conhecida por seu trabalho solo e como parte do coletivo SAULT, traz uma mistura de neo soul, R&B e jazz que é ao mesmo tempo suave e profundamente impactante. Suas letras introspectivas e vocais etéreos criam uma experiência auditiva única. Sampa The Great, uma rapper e cantora zambiana-australiana, incorpora elementos de jazz, hip hop e soul em sua música. Seu álbum "The Return" é uma celebração da cultura africana e uma exploração de identidade, resiliência e empoderamento. Noname, uma rapper e poetisa de Chicago, mistura hip hop com influências de jazz e soul. Seus álbuns "Telefone" e "Room 25" mostram sua habilidade lírica e a profundidade de suas narrativas pessoais e sociais.
No Brasil, as mulheres também têm deixado sua marca no jazz contemporâneo. Eliane Elias é uma pianista e cantora reconhecida internacionalmente, que mistura jazz com bossa nova e outros ritmos brasileiros. Seu álbum "Made in Brazil" ganhou o Grammy de Melhor Álbum de Jazz Latino, demonstrando seu talento e habilidade em fundir diferentes estilos. Joyce Moreno, uma cantora, compositora e violonista, também se destaca por sua contribuição ao jazz brasileiro, trazendo uma sensibilidade única às suas composições e performances. Flora Purim, outra notável artista brasileira, é uma cantora que ganhou reconhecimento internacional por seu trabalho com jazz fusion e bossa nova, trazendo uma mistura rica e inovadora de estilos em suas colaborações e álbuns solo.
Essas mulheres, entre muitas outras, estão redefinindo o jazz e outros gêneros musicais. Elas combinam virtuosismo técnico com uma profunda sensibilidade artística, explorando novas fronteiras musicais enquanto homenageiam as raízes do jazz e de outros estilos. Através de suas contribuições, a música continua a evoluir, refletindo as complexidades e diversidades do mundo moderno. Em um mundo onde a música é frequentemente moldada por tendências passageiras, as mulheres do jazz contemporâneo, juntamente com as influências do R&B e neo soul, estão aqui para ficar. Com suas inovações e paixões, elas garantem que o jazz e outros gêneros não apenas sobrevivam, mas prosperem, continuando a tocar corações e mentes ao redor do globo.
RESIDENCIAL PARA IDOSOS
O projeto residencial mais recente do renomado arquiteto polonês Daniel Libeskind, autor do Conjunto Nacional em São Paulo, é o complexo para idosos Atrium at Sumner, em Bed-Stuy, Nova Iorque (2018). Centrado no conforto e segurança, o empreendimento conta com 190 unidades adaptáveis, jardins comunitários e assistência social integrada, seguindo os padrões de Passive House, para eficiência energética.
RESTAURO DO MASP
No lugar do vermelho característico dos pórticos do Edifício Lina Bo Bardi do Museu de Arte de São Paulo (MASP), uma nova tonalidade - o cinza do concreto cru. Essa mudança integra as obras de restauro do maior projeto de restauração do MASP, iniciadas no final de abril, que além do restauro dos pórticos e do vão livre, incluem a construção de um novo edifício de 14 andares. Miriam Elwing, gerente de Projetos e Arquitetura do MASP, ressalta o uso de metodologias científicas no restauro, que não interromperá a programação do museu. A obra, apoiada por patrocinadores como Citi e AkzoNobel deve ser concluída em 2025.
ARTE AO AR LIVRE
Para os paranaenses amantes da arte e natureza, a dica é conhecer o Parque Geminiani Momesso, localizado em Ibiporã, Paraná, a apenas 25 km de Londrina. O museu a céu aberto possui 60 esculturas e um pavilhão dedicado ao renomado escultor Angelo Venosa. Fundado por Orandi Momesso e administrado pelo Instituto Luciano Momesso, o espaço preserva uma coleção de mais de 5 mil obras, que incluem nomes como Emanoel Araújo, Gilberto Salvador, José Resende, Nicolas Vlavianos, Rubem Valentim e Victor Brecheret, representando cinco séculos da arte brasileira.
The Atrium at Sumner | Foto: Cortesia Daniel Libeskind Vista do edifício do MASP, na década de 1970 | Foto: Luiz Hossaka - Acervo Centro de Pesquisa do Museu de Arte de São Paulo Assis ChateaubriandALÉM DA COR
Em cartaz de 11 de junho a 27 de julho na galeria Simões de Assis, em Curitiba, a mostra “Além da Cor”, reúne obras de Alfredo Volpi, Ione Saldanha, Gonçalo Ivo e André Ricardo, sob o recorte da pesquisa cromática de cada um. Ione Saldanha explora cores e verticalidade, integrando pintura e espaço arquitetônico; Alfredo Volpi se consagrou por suas composições geométricas com alusões arquitetônicas; e Gonçalo Ivo utiliza a cor para criar espaços táteis e dinâmicos, comparáveis a partituras musicais. A mostra promove um diálogo visual entre diferentes gerações e técnicas de pintura.
SOFÁ MEMORIA
Destaque da nova coleção da Natuzzi Italia, o sofá Memoria leva assinatura de Karim Rashid, proeminente designer da nova geração. Com formas orgânicas e linhas sinuosas, evoca a sensação de proximidade da cultura de Puglia. Os assentos e apoios de braços volumosos pro-
CASACOR PARANÁ
A CASACOR Paraná que ocorre de 4 de junho a 28 de julho em um casarão dos anos 80 no Batel, Curitiba, trará mais um encontro com o arquiteto italiano Enrico Mangoni. Ele esteve presente mais cedo neste ano para apresentar as novidades do evento e discutir sobre natureza, arquitetura e design, a convite da mostra. Em julho, Mangoni retornará para uma conversa sobre o "Retrofit do Patrimônio Construído Existente", abordando dois casos italianos: Coliseu e Estação Ferroviária de Milão, durante a 30ª edição da CASACOR Paraná.
porcionam convivialidade, enquanto os diferentes módulos permitem configurações versáteis. O design ergonômico remodela as linhas tradicionais para um conforto aprimorado, celebrando a hospitalidade mediterrânea.
Trabalhos de Alfredo Volpi, André Ricardo, Gonçalo Ivo e Ione Saldanha farão parte da próxima mostra na Simões de Assis em Curitiba | Foto: Galeria Simões de Assis Sofá Memoria, Karim Rashid, Natuzzi Italia | Foto: DivulgaçãoDESIGN ARTESANAL
A Casa de Marimbondo, marca de mobiliários e artefatos brasileiros, apresenta sua coleção de estreia, "Pacatuba", que combina elementos contemporâneos ao artesanato tradicional da região. Inspirada na comunidade do Tigre, as peças são desenvolvidas a partir de materiais locais como taboa e vergalhão, criando uma
AMPLIAÇÃO IMOBILIÁRIA
A Invescon, empresa de destaque no setor imobiliário em Curitiba, está expandindo sua carteira de investimentos de maneira significativa. Com 32 terrenos, a maioria deles próprios, projeta um aumento expressivo em sua receita de locação nos próximos três anos, alcançando R$2,5 milhões mensais. Os terrenos, localizados em Curitiba, serão destinados a uma variedade de projetos, incluindo empreendimentos corporativos, residenciais e comerciais. Além disso, a Invescon está explorando novos mercados, como Santa Catarina, onde já está envolvida em projetos de loteamento.
estética única e preservando a tradição ancestral. Sob a liderança da multiartista Naná Oliveira e da arquiteta Giovanna Arruda, a marca busca resgatar e valorizar os conhecimentos tradicionais, gerando prosperidade e renda para as mulheres das comunidades nordestinas.
Foto: Invescon/Divulgação
A Coleção Pacatuba, criada no pantanal de Sergipe | Foto: DivulgaçãoTem Habitat também no Instagram. Siga, curta e compartilhe nossas notícias sobre arte, cultura, arquitetura e decoração no Brasil e no mundo
@revistahabitat
ARTE + VULCÃO
James Turrell - e a sua obra mais conhecida: Roden Crater. É um vulcão extinto na região de Painted Desert, no norte do Arizona, e sua cratera está sendo transformada em um observatório celeste pelo artista.
@ jamesturrel
DÉCOR ASSINADO
Flávia Glanert - Para Villa Batel, Meu Century e Casa de Valentina. Foto: @foto.gro @flaviaglanert @villabatel
100 ANOS DE POTY
Secretária Estadual da Cultura, Luciana Casagrande Pereira, na abertura da exposição dos 100 Anos de Poty Lazzarotto no MON, em cartaz até 31 de janeiro de 2025. Terça a domingo, 10h às 18h, sala 6. @lucianacasagrandepereira @mon
CIDADE SAGRADA
Machu Picchu - A Cidadela Inca foi o destino escolhido por Andrea Omeiri. Acredita-se que a cidade tinha função religiosa, além de ser um refúgio do imperador inca. @andreaomeiri
PLAENGE
A Plaenge entregou o Experience, no Ecoville, com 23 unidades de 320m² cada, em um bosque de 3 mil m². Destaque para a sofisticação em detalhes de arquitetura e design, assinados pelo escritório Bohrer Arquitetos. Na foto, o gerente regional Daniel Turchetti, a arquiteta Thaisa Bohrer e o diretor da Plaenge, Fernando Fabian. Foto: Allyson Berger
PÁTIO BATEL
No último dia 17 de abril o renomado chef Ipe Aranha veio ao shopping Pátio Batel para um talk de lançamento do seu livro, "Detoxifique-se", em Curitiba. Foto: Loiro
TESSARO MÓVEIS
A designer de interiores Hellen Giacomitti visitou a Tessaro Móveis. A loja é reconhecida por sua excelência na produção de móveis de alto padrão para áreas externas. Com uma ampla coleção de tecidos e opções de personalização, a Tessaro oferece soluções sob medida para cada projeto. Foto: Divulgação
PBFW
Durante dois dias, o evento PBFW Edição Talks, realizado pelo Pátio Batel, promoveu uma série de encontros e discussões sobre o cenário da moda contemporânea. Na imagem: Alice Ferraz, Daniela Gontijo, Fernando Bonamico e Camila Seleme. Foto: Amanda Lavorato
BOTTEH
Sérgio Valliatti e Luciana Patrão apresentam a coleção Telas, para a nova vitrine da Botteh, no Batel, criando uma ambientação que destaca a grandiosidade dos tapetes handmade de Naia Ceschin. Na imagem, Sérgio e Luciana com Amir Shahrouzi, proprietário da Botteh Handmade Rugs. Foto: Patrícia Amancio
DCOR&GIFT
O ano de 2024 está marcado por grandes transformações para a Dcor&Gift, uma empresa especializada em decoração, arquitetura e design de interiores. A mudança da loja para o Shopping Crystal aproximou a marca do circuito de design e decoração de Curitiba, oferecendo mais de 10 mil itens prontos para entrega. Na imagem, Ingrid Moskalewski, Beni Gelhorn e Claudia Baggio Pereira. Foto: Gerson Lima
INC
Uiara Bartira, renomada gravurista paranaense, realizou uma exposição no Pátio Batel, no Espaço Cultural do INC (Instituto de Neurologia de Curitiba). Ela apresentou pinturas e gravuras provenientes de sua pesquisa sobre "Arte como Neurociência". Na imagem estão Ana Cristina de Castro, Uiara Bartira e a neurologista Vanessa Rizelio, diretora clínica do INC. Foto: Divulgação
EUROCUCINA
A Dell Anno, em parceria com Alicante e GranParaná, recebeu convidados em sua loja para o talk "Eurocuccina Technology For the Kitchen 2024", com as arquitetas Maiara Faria, Ana Paula Gusso e Marina Rinaldin. O bate-papo, mediado pela jornalista e empresária Melissa Mussi, abordou as tendências da feira no mercado brasileiro. Na imagem José Luiz Rodrigues, proprietário da Dellanno; Maiara Faria; Ana Paula Gusso; Marina Rinaldin; Melissa Mussi e o proprietário da GranParaná, Renan Lopis. Foto: Gspinardi
VILLA BATEL
Curitiba sediou o Roadshow da Century na Villa Batel, com a presença da jornalista de decoração Lucila Turqueto, do Casa de Valentina. Os ambientes foram assinados por Carla Ribas, Camilla Mota, Flávia Glanert, Juliana Marques, Roberta Lanza, Larissa Lóh, Roger França e Viviane Loyola, que estão na foto ao lado de Márcia Cardoso de Almeida. Foto: Patricia Amancio
HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE
A Sociedade Hípica Paranaense realizou o maior evento de hipismo do Brasil, acompanhado de um almoço beneficente em prol do Hospital Pequeno Príncipe. A renomada gastronomia ficou por conta do restaurante Taberna do Eliseu, que encantou os presentes com sua famosa Paella de Frutos do Mar. Na imagem, Many Elache, Ety Cristina Carneiro e Tayse Martinez. Foto: Luiza Strapasson
CONSTRUTORA EQUILÍBRIO
A Construtora Equilíbrio lançou seu mais recente empreendimento no bairro Juvevê. O Blanc de Rouge possui 25 andares, com 2 apartamentos por andar, incluindo 8 duplex e 2 gardens. Na imagem os diretores da Construtora Equilíbrio: Romulo De Mio, Anna Paula Araujo e Tiago De Mio. Foto: Divulgação
PASTILHART
A Pastilhart reuniu arquitetos e designers para o Talk "O Futuro dos Banheiros e Lavabos”. O empresário Fábio Pacheco, o influenciador Adriano Tadeu Barbosa e o arquiteto Fábio Petillo falaram sobre o iSaloni, com ênfase na EuroCucina. Na imagem, Adriano Tadeu Barbosa; os sócios da Pastilhart, Fernanda e Fábio Pacheco; e o arquiteto Fábio Petillo. Foto: Gerson Lima
MOMENTTUM
A Momenttum lançou 3 novas vitrines assinadas por Hōra Arquitetura, Sosna Design e Rodolfo Fontana, destacando o mobiliário nacional. A loja, que está comemorando 25 anos, também recebeu Vivian e Erika Coser, do Studio Sette7, para uma conversa sobre processos produtivos e a participação na Semana de Design de Milão. Na foto, Rodolfo Fontana, Erika Coser, Vivian Coser, Ana Salgado, Marinice Bettega, Juliana Macedo e Renan Freitas. Foto: Kelly Knevels
ZILDA FRALETTI
Comemorando 40 anos, a Galeria Zilda Fraletti promoveu, em Curitiba, em parceria com a Galeria Almeida & Dale, a exposição “Elas, do Modernismo ao Contemporâneo”, com obras originais de algumas das principais artistas brasileiras, como Tarsila do Amaral, Adriana Varejão e Beatriz Milhazes. Na imagem de Gerson Lima, Danilo Campos e Tatiana Kallas, da Almeida & Dale, e os sócios Zilda Fraletti e Carlos Cavet. Foto: Divulgação
COLLAB NPK E BOTTEH
A parceria entre NPK Mármores e entre Botteh Handmade Rugs levou um grupo de profissionais de Curitiba à São Paulo para a edição comemorativa da SP-Arte, um jantar exclusivo no rooftop da loja Botteh na Gabriel Monteiro, além de uma visita à obra que utiliza pedras da NPK Mármores, com projeto assinado pelos arquitetos Gabriel Kogan e Guilherme Pianca. Um almoço no Restaurante Kinoshita, estrelado pelo guia Michelin, encerrou a programação. Na imagem, Priscila Muller, Fernanda Cassou, Felipe Chimanski, Rita Teodorovicz, Jayme Bernardo, Camille Scopel, Claudia Machado. Foto: Divulgação
SOLAR DO ROSÁRIO
O encontro entre a acadêmica Liana Leão e o ator Thiago Lacerda foi um verdadeiro sucesso. Realizado pela Academia de Letras do Paraná e o Solar do Rosário, o evento atraiu uma grande audiência para o auditório Regina Casillo. Após a animada conversa entre os dois amigos, o espetáculo "Quem está aí?" conquistou completamente o público presente. Sob a direção de Ron Daniels, a montagem apresenta uma emocionante compilação de três peças de Shakespeare. Na imagem, Liana Leão, Thiago Lacerda, Regina Casillo e Lucia Casillo Malucelli. Foto: Divulgação
JAYME BERNADO
Modalle e DIEEDRO, por Jayme Bernardo, realizaram, em maio, na Loja Modalle SP, o lançamento da Coleção Dolce Far Niente. Na foto, Jayme Bernardo com Valdevir Pires, Bruno Machado e Mariluci Costa, da Modalle. Após o sucesso em Milão e SP, a coleção segue para Nova York e mercados nacionais como Brasília e Curitiba. Foto: Mariana Casemiro
CASA GLASER
A tradicional Casa Glaser, que recentemente passou por uma grande transformação de marca e produtos, preparou uma ação especial com a criação de duas mesas assinadas pela arquiteta Carla Kiss e pela designer Luciana Baggio. A loja agora apresenta uma proposta com linhas mais asiáticas e contemporâneas. Na imagem Luciana Baggio, Bianca Glaser e Carla Kiss. Foto: Divulgação
HOLY HOME STORE
As arquitetas Juliana Macedo e Ana Salgado, do escritório HōRA Arquitetura e Design, exploraram as novidades da Holy Home Store. Ambas estão noivas e planejam suas listas de casamento. A Holy é conhecida por ser especialista nesse assunto. Foto: Divulgação
MIRÓ E CARVALHO
Com mais de 15 anos de experiência, o escritório Miró e Carvalho Arquitetura, especializado em projetos arquitetônicos e de interiores residenciais, segue o conceito de escritório boutique. Os arquitetos Gisela Miró e Rafael Carvalho, prezam por um atendimento individualizado ao cliente, criando projetos únicos. Foto: Divulgação
NPD
A revista Habitat, em parceria com a L´Espace, recebeu a noite argentina de Cinema, promovida pelo Núcleo Paranaense de Decoração com uma sessão de filme sobre o arquiteto modernista argentino Amancio Williams. O evento contou com arquitetos e lojistas e celebrou os ganhadores da categoria Ouro do NúcleoGo que receberam uma viagem à Argentina. Na imagem, Sonia Elias, Priscila Fleischfresser e Cintia Peixoto. Foto: Patricia Klemtz
FEITOS IMOBILIÁRIOS
Evento de lançamento do empreendimento Lange, Turin, da GT Building lotou o auditório do Teatro Guaíra
GT BUILDING
A GT Building lançou, em Curitiba, o empreendimento Lange, Turin, em homenagem aos artistas paranaenses Frederico Lange de Morretes e João Turin. O evento, realizado no Teatro Guaíra, reuniu 1600 pessoas, incluindo corretores de imóveis e formadores de opinião. O projeto arquitetônico é assinado pelo consagrado escritório LW Design Group e a curadoria de arte, por Rafaela Tasca. O edifício celebra a cultura local e contará com uma praça pública e três torres interconectadas. Foto: Nilton Russo
Geninho Thomé e Marcello Malucelli Thá Os integrantes da banda Blindagem, Marcello Thá, Luis Mello e Geninho Thomé Geninho Thomé, fundador da GT BuildingGALERIA IDEE
Localizada no Batel, a Galeria IDEE convida os curitibanos à apreciação da arte e do design, refletindo o DNA da IDEE Incorporadora. Com projeto assinado pelo escritório Arquea Arquitetos para se integrar ao contexto urbano, apresenta os lançamentos Casa Nomaa e Nomaa Offices, que serão construídos no Ecoville e têm em comum a essência da grife hoteleira Nomaa, que, em 2024,
completa 10 anos. A galeria, aberta ao público, exibe obras de arte e mobiliários de design criados por nomes de peso na cena local e nacional. Os visitantes também têm a oportunidade de acessar uma biblioteca com títulos sobre as joias arquitetônicas modernas e contemporâneas da cidade. Fotos: Rodrigo Leal
Cristina e Jorge Nacli com os filhos Carol e André Nacli Fernando Caldeira de Lacerda, Flávia Tiraboschi e Pedro Amin Marcelo Berger, André Nacli e Cristiano RossINVICTTA
Dani Terasawa, líder da imobiliária Invictta, celebrou, junto à sua equipe, a superação da meta de vendas do Solaia Garden Home Resort, empreendimento da A.Yoshii Engenharia. Este marco significativo coloca a Invictta
entre as duas imobiliárias reconhecidas pela conquista, recebendo assim a maior premiação já concedida na história do mercado imobiliário. Fotos: Gerson Lima
Leonardo Yoshii, Anita Yoshii, Daniela Terasawa e Henrique Berticelli Marcia Kniggendorf, Darina Bertoluci, Renato Hasimoto, Stephanie Oliveira, Viviana Moraes, Henrique Berticelli, Daniela Terasawa, Liane Takakusa, Cristiana Michels, Dahiana De Paula e Karin TerasawaESTÚDIO CAMPANA PARA MDGP
Em encontro com convidados no Campo das Artes, em São Luís do Purunã, Região Metropolitana de Curitiba, a incorporadora MDGP e sua sócia Aurora Centennial apresentaram o conceito da primeira instalação assinada pelo ícônico Estúdio Campana. Idealizada por Humberto Campana, a escultura suspensa pensada para aludir à leveza e a marca do tempo da natureza, será instalada em frente ao empreendimento Amira, recém-lançado pela incorporadora, situado no Cabral. Um presente à paisagem urbana da capital paranaense e ao cenário artístico do país. Fotos: Lening Abdala
Eduardo Gomes, Cássia Assumpção, Alceu Vieira, Larissa Marinero e Marlus Doria Rogéria Dotti, Marlus Doria e Humberto Campana Humberto CampanaPERU: VIVÊNCIA CULTURAL E GASTRONÔMICA
Ariqueza cultural do Peru atrai viajantes de todo o mundo em busca de vivências autênticas que mesclam tradição e contemporaneidade. Desde as majestosas ruínas de Machu Picchu até as vibrantes cidades como Lima, Cusco, Arequipa e Nazca, o país oferece uma jornada de diversidade histórica, étnica e artística. Reconhecido como um dos principais destinos gastronômicos globais, o Peru conquista turistas em busca da combinação entre suas deslumbrantes paisagens naturais e os sabores marcantes da alta gastronomia, já reconhecida internacionalmente. Os sabores, cores e especiarias presentes na culinária peruana são um verdadeiro reflexo dessa diversidade cultural.
O turismo desempenha um papel significativo na economia peruana, representa cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB) conforme dados de 2019. Além de contemplar as maravilhas de Machu Picchu e os majestosos picos dos Andes, os visitantes têm a oportunidade de se deliciar com a culinária peruana, que apresenta pratos emblemáticos como a cozinha crioula, uma fusão das tradições culinárias incas e europeias. Em Curitiba, Isidoro Troyes González capitaneia, há 6 anos, a cozinha do
QCeviche! no Novotel, compartilhando os sabores únicos do Peru. Para o chef, os pratos retratam essa experiência fusional. A profusão de sabores é oriunda da agricultura, com 4 mil batatas e 40 variedades de milho, alimentos que integram as receitas mais icônicas como Lomo Saltado, Ceviche ou Olluquito com charque. Eles refletem a celebração desse mosaico cultural, combinando sabores e técnicas tradicionais de forma harmoniosa.
O Consulado Honorário do Peru no Paraná, representado pelo cônsul Sr. Luiz Henrique Sossella Costa Lima desde o ano de 2008, mantém uma relação próxima com as comunidades locais no Paraná e no Sul do país. Comprometido em promover a riqueza cultural do país e oferecer suporte essencial (documentações) a todos os peruanos e brasileiros residentes no estado, fortalece os laços e a cooperação intercultural, bem como os acordos diplomáticos entre Brasil e Peru. A entidade consular promove a essência desse país, que se tornou um verdadeiro ícone global de sabor e arte, personificando a essência do Sul Global em destaque nas macrotendências dos principais eventos de arte, arquitetura e design do mundo.