

arquitetura | arte | design
O criador da Cidade Matarazzo revela seus próximos passos







Allard | Foto: Bob Wolfenson
RECONECTAR PARA DESPERTAR
No interlúdio entre os fluxos naturais e urbanos, o despertar de uma nova consciência. Regenerar não se limita à renovar, mas reinterpretar o espaço e nossa relação com ele. Quando a tessitura da urbe e a natureza se tocam, germinam o campo fértil para ressignificar valores desgastados. O tempo, mais do que mera contagem, é - ou deveria ser, o fio invisível para habitar, experimentar o ato de viver. Na Cidade Matarazzo de Alexandre Allard, o luxo não é ostentação, mas o catalisador para um novo modo de perceber e sentir o Débora Mateus, Editora e diretora de conteúdo
mundo que nos margeia. Empreendimentos imobiliários como o Allard Oscar Freire, infundem a floresta na selva de pedras paulistana. No Paraná, a regeneração da vida metropolitana é reimaginada pelo Parc Autódromo, novo bairro planejado, onde espaços idealizados com Jaime Lerner alimentam corpo e alma. Com sua ampliação vanguardista, o Masp faz-se epicentro de reflexão; dialoga através da arte com a sociedade e a cidade. Alargar a percepção torna palpável o invisível. Boa leitura!
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Colunistas: Paula Campos (Coluna Sobre Morar), Rodolfo Guttierrez (Coluna É Design), Cesar Franco (Coluna Conexão), André Marin (Coluna Ponto de Vista)
Créditos: Bob Wolfenson | Redes sociais: Trentini Comunicação | Impressão: Maxi Gráfica e Editora LTDA. | maxigrafica@maxigrafica.com.br Marca registrada: Capelatto Marcas e Patentes Contato: contato@revistahabitat.com.br Expediente
Alexandre




habitat
Revista Número 24 | Fevereiro e março
12 CAPA.
Alexandre Allard conta, em entrevista inédita, sobre a empreitada de criação da Cidade Matarazzo e seus novos projetos de regeneração urbana, cultural e ambiental
30 MASP.
A histórica ampliação do museu com o lançamento do novo edifício Pietro Maria Bardi
38 DESIGN & ARTE.
A poética de Pedro Ávila, talento da nova geração brasileira que eleva o design ao patamar artístico

PARC AUTÓDROMO.
O novo bairro idealizado pela BairrU com Jaime Lerner reimagina o viver urbano
ARTE TÊXTIL.
Radicado em Curitiba, Alex Rocca se inspira na ancestralidade afro-brasileira, conectando tradições e memórias em suas criações
DESIGN AUTORAL.
Referência do polo criativo na Barra Funda, o Estúdio Palma explora novas linguagens da contemporaneidade através de pesquisa e experimentação


NOTAS DE MERCADO.
Giro pelas principais notícias nacionais e globais
COLUNA SOBRE MORAR.
O lar de Luiz Eduardo Bini, presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento Paraná (IAB-PR)
COLUNA É DESIGN.
A jornada do designer Pepê Lima

COLUNA CONEXÃO.
Cobertura social dos eventos de Curitiba


ALEXANDRE ALLARD:
A REVOLUÇÃO DO LUXO VERDE
Em entrevista exclusiva, o empresário revela detalhes inéditos da empreitada que contribui para regeneração urbana, cultural e ambiental de São Paulo
Por Débora Mateus

Alexandre Allard | Foto: Bob Wolfenson

Numa incursão ao deserto africano, Alex Allard teve uma revelação: salvar a floresta do planeta. Há 14 anos, fixou-se no Brasil e iniciou a Cidade Matarazzo, marco de revitalização urbana com alma verde no coração de São Paulo. Com investimentos de R$ 3,5 bilhões, o complexo de 30 mil m² deu nova vida aos históricos Hospital e Maternidade Matarazzo, abandonados por 18 anos. Estruturado em seis “biomas” - cultura, hospitalidade, longevidade, gastronomia, moda, beleza & design e negócios - busca regenerar o futuro por meio da reconexão com a natureza. "O luxo tem o poder de transformar; ao criar desejo, inspira as lideranças a adotarem um novo paradigma. Para salvar a floresta percebi que não poderia estar na Amazônia, mas em São Paulo, onde estão o dinheiro, as decisões de negócios e cultura", conta à Habitat, da penthouse triplex na Torre Mata Atlântica do Rosewood São Paulo.
A torre Mata Atlântica, parte do hotel Rosewood São Paulo, assinada pelo arquiteto francês Jean Nouvel, redefine o skyline paulista com sua alma verde | Foto: Rodrigo Fonseca



Soho House São Paulo, primeira filial do clube privado inglês na América Latina, que terá 32 quartos de hotel, une a herança arquitetônica do prédio de 1904 à identidade da marca inglesa Fotos: Christopher Sturman
O Rosewood São Paulo, hotel que ocupa o 24º lugar no The World's 50 Best Hotels 2024, e a Soho House - primeira filial do clube britânico privado na América Latina - são marcos de hospitalidade. O AYA Hub - sede da AYA Earth Partners - epicentro de sustentabilidade e inovação, abriga mais de 120 empresas, enquanto a Casa Bradesco, polo cultural curado por Marcello Dantas, estreou com a mostra de Anish Kapoor. Na gastronomia, 35 novas experiências incluem 10 restaurantes e bares, além de um projeto que conecta chefs renomados e vendedores de comida de rua. Para materializar sua visão, Allard reuniu um time de geniais: arquitetos como Jean Nouvel e Rudy Ricciotti, e designers
como Philippe Starck e os Irmãos Campana. Nascido nos EUA, filho de franceses e criado na Costa do Marfim, ele consolidou seu legado na França ao transformar ícones de luxo como o Royal Monceau e a Maison Balmain. Chegou ao ápice quando fundou a Consodata, líder em dados para marketing, vendida por 500 milhões de euros. Poderia se aposentar, mas seu propósito de vanguarda o levou a novos feitos, para além do megacomplexo: o empreendimento imobiliário mais disruptivo do país, a revitalização dos Parques Trianon e Mário Covas, com concessão de 25 anos, e novos templos regenerativos em Salvador, Rio de Janeiro e cidades do Oriente Médio.

“Blinded by Eyes, Butchered by Birth” (2024) ©Anish Kapoor. Todos os direitos reservados, DACS/AUTVIS, 2024. A mostra “Inflamação” abriu a Casa Bradesco, centro de criatividade com 5 mil m² / Foto: Joana França

Projeção da fachada do empreendimento Allard Oscar Freire lançado em parceria com a Gafisa
Foto: © BlackHaus
NOVO MARCO IMOBILIÁRIO
O Allard Oscar Freire, primeiro empreendimento sob a marca que leva seu nome, em fase de lançamento, já está com quase todas as 20 unidades, entre 600 m² e 1.298 m², vendidas. Com VGV de R$ 800 milhões, o prédio assinado por Alexandre Allard e Arthur Casas, redefine o luxo com foco no imaterial e práticas sustentáveis. A torre verde, situada no enclave das ruas Oscar Freire e Consolação,
promete ser um oásis na região. "Com a marca Allard, o sucesso foi imediato. Aqui, não se compra metros quadrados, mas metros cúbicos de vida. Metade são clientes com residências no Rosewood São Paulo. Eles entenderam a mensagem de que não sigo o conceito convencional de real state, pois vendo um bem imaterial, que vale muito mais; o resultado é a valorização”.


Detalhes do interior do restaurante de alta gastronomia que deve ficar no 4º andar e promete ser um dos mais estrelados do país
Foto: © BlackHaus
Projeto da piscina externa do prédio cercada por vegetação | Foto: © BlackHaus


O bar/brasserie deve ocupar o segundo dos 33 andares do edifício | Foto: © BlackHaus
A decisão da parceria com a Gafisa foi imediata ao descobrir que o terreno escolhido era o mesmo que, em 2007, havia considerado antes de adquirir o do Matarazzo. Com entrega prevista para 2028, Allard afirma que o edifício supera até o Bosco Verticale, em Milão. Propõe encantar para regenerar, sensibilizando pelo poder da criatividade, da natureza e das raízes culturais brasileiras. O projeto contempla três restaurantes - incluindo um que promete ser o mais estrelado do país -, além de livra-
ria, centro de longevidade, padaria artesanal, boutiques de moda e galerias de arte curadas por Marc Pottier, com muitas das áreas abertas ao público. “Trabalho em duas frentes: trago o alto nível aspiracional e, ao mesmo tempo, popularizo esse luxo, tocando até quem vive realidades mais simples - como quem compra um pedaço desse sonho por um pastel a 12 reais”. No showroom, os visitantes podem degustar as iguarias do café assinado pelo mestre confeiteiro Antonio Bachour.
LUXO COMO ODISSEIA IMERSIVA
“O bioma da hospitalidade, entre os seis que concebemos, não diferencia um hotel de uma residência; são lugares onde você habita, seja por dias ou anos”
Indelével desde sua inauguração em 2022, o Rosewood São Paulo, parte do grupo Rosewood Hotels & Resorts, faz do cenário de luxo e hospitalidade uma experiência de imersão. Ancorado na Cidade Matarazzo, é um santuário verde em meio à pulsante Avenida Paulista. Fusão de tradição, inovação e cultura, ocupa terrenos como o prédio restaurado da Maternidade Condessa Filomena Matarazzo, a torre Mata Atlântica -
assinada pelo arquiteto Jean Nouvel, premiado com o Pritzker em 2008 - que contempla 250 árvores nativas -, além de abrigar a preservada Capela de Santa Luzia. Com 160 quartos, além de suítes privativas à venda, o hotel tem design de interiores assinado por Philippe Starck, que já colaborou com Allard no Royal Monceau. O projeto imerge nas raízes nacionais ao integrar materiais locais e móveis assinados.

Vista dos jardins que emolduram o restaurante Le Jardim, do Rosewood Săo Paulo | Foto: Matthieu Salvaing


No topo da torre Mata Atlântica, a suíte triplex tem 1.115 m², diária de US$ 50 mil e acomoda até oito pessoas | Foto: Matthieu Salvaing
Desenhos de Walmor Corrêa nos elevadores chamam a atenção dos hóspedes | Foto: Ruy Teixeira


A coleção de arte do Rosewood resplandece com 450 obras de artistas internacionais, nacionais, indígenas e mestres populares contemporâneos. Marc Pottier, curador do acervo, coordena também o espaço White Box e exposições nos jardins, com ícones como a série de colares de Jean-Michel Othoniel. Impressionam o afresco de Cabelo no bar Rabo di Galo, a instalação de Artur Lescher, azulejos de Sandra Cinto no rooftop da piscina e de Fernando De La Rocque no restaurante Blaise. Além dos tapetes de borboletas e libélulas gigantes de Regina Silveira e desenhos botânicos com saberes ancestrais de Walmor Corrêa nos elevadores, culminando em vitrais de Vik Muniz na Capela Santa Luzia. A gastronomia gera frisson com 6 restaurantes e bares. Destaque para o Taraz, do chef Felipe Bronze, o Blaise, inspirado no escritor franco-suíço Blaise Cendrars, e o Le Jardin - todos com sobremesas da chef Saiko Izawa. O compromisso com o bem-estar e práticas sustentáveis se traduz em inovações no Asaya Spa, enquanto soluções de circularidade permeiam cada aspecto de sua concepção.
A sala de meditação do Asaya Spa by Guerlain, recentemente inaugurado, apresenta 400 cristais de quartzo branco brasileiros
Foto: André Klotz
Inspirada nos rios de Bonito, a piscina do Emerald Garden Pool & Bar é adornada com azulejos pintados à mão por Sandra Cinto Foto: Ruy Teixeira

Mural de grafite do artista plástico ilustrador e grafiteiro Speto na entrada principal do hotel, que leva hóspedes e visitantes até o lobby
Foto: Ruy Teixeira
DO EGO À RESILIÊNCIA
Em viagens à Amazônia, realizadas duas vezes ao ano, Allard encontra a essência de sua inspiração, alinhando sua missão. Nessas imersões, reflete sobre o impacto de seus projetos e a vitalidade da floresta, que vê como um organismo vivo, essencial para a regeneração global. Conectando-se com comunidades indígenas e xamãs, reforça a filosofia de interdependência entre seres hu-
manos e natureza. Sua jornada é marcada por desafios ligados ao ego. "Aos 30 anos, tinha empresas listadas na Bolsa de Valores e todos me diziam que eu era um gênio. Meu ego inflou". No Brasil, chegou como um desconhecido pela maioria, com exceção dos abastados que conheciam seus feitos internacionais. Para realizar o que considera seu projeto de renascimento, no início foi visto

Alexandre Allard na fachada do AYA Hub, projeto de Rudy Ricciotti que integra cipós de concreto e vegetação natural, conectando arquitetura e natureza | Foto: Bob Wolfenson

como um idealista, enfrentou o descrédito da Faria Lima, burocracias e a barreira da língua. Passou por “50 chuvas frias” e as viu como essenciais para a limpeza do ego. O que o ajudou a superar foi a resiliência que alimenta suas perguntas constantes: “Estou realmente limpo e conectado com minha honestidade?”.
Idealizado para atrair 20 milhões de visitantes, o Matarazzo deve alcançar essa meta nos próximos três anos, com os lançamentos previstos. “Nossa máquina de cul-
tura visa receber três milhões de pessoas por ano, superando instituições como o MASP”. A regeneração, que tanto defende, é uma forma de impulsionar o potencial criativo. “Acredito que o coração humano vibra em uma frequência cientificamente comprovada, que nos conecta com o universo. As respostas estão dentro de nós. Não está escrito em um livro o que deve ser feito, mas fazemos parte dessa solução”.
Obra “Push-Pull” (2008) © Anish Kapoor. Todos os direitos reservados, DACS/AUTVIS, 2024. Convidado por Allard, Kapoor criou uma mostra visceral que se alinha à filosofia de interconexão do empresário | Foto: Joana França
A ERA DOS NOVOS ELOS URBANOS

Vista aérea do megacomplexo em São Paulo | Foto: Cidade Matarazzo/Divulgação
Seu vanguardismo vai além de estar à frente dos outros; é um compromisso com a profundidade e a ambição de arquitetar o futuro a partir das raízes autênticas de cada lugar. Após mais de duas décadas de reflexão, ele se sentiu pronto para criar a marca Allard, uma decisão essencial para proteger sua propriedade intelectual e garantir que sua visão não fosse distorcida. "É necessário ter coragem para desafiar o convencional, ter ambição para construir algo com uma visão clara. Como sou detalhista, não deixarei ninguém desviar do caminho. Esse é o meu legado".
Após o sucesso em São Paulo, Alexandre Allard agora mira em Salvador e Rio de Janeiro. O projeto para a capital baiana, alma preta do Brasil, com forte influência
Iorubá, deve ser um elo onde as comunidades possam se reconectar com suas raízes africanas. "Elas são a origem do mundo. Para projetar o futuro, não há solução sem essa conexão". No Rio de Janeiro, o foco será revitalizar uma cidade em crise, segundo sua visão. "Não falo só do Brasil, olho para o Hemisfério Sul e tenho projetos no Oriente Médio. Em cada lugar, nosso trabalho é restaurar a essência local, criar um movimento que atraia pessoas, negócios e resgate a autoestima da cidade”. Transformar esses centros urbanos, sem perder a profundidade da honestidade e o propósito original de dimensão planetária, é o que solidifica sua aspiração: não apenas remodelar cidades, mas dar forma aos ecos que antecipam as novas eras.

Alguns dos edifícios históricos restaurados no megacomplexo | Foto: Cidade Matarazzo/Divulgação

Alexandre Allard em um dos prédios históricos da Cidade Matarazzo, no início de sua transformação | Foto: Bob Wolfenson


A HISTÓRICA EXPANSÃO DO MASP
Com o novo edifício Pietro Maria Bardi, liderado pelo Metro Arquitetos, surgem galerias expositivas, espaços de pesquisa e novas experiências culturais
Por Débora Mateus
Grandioso desde sua fundação, há 56 anos, o Masp, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, simboliza um manifesto arquitetônico e cultural, rompendo convenções de uma época em que a Avenida Paulista iniciava a verticalização. Agora, o museu concebido por Lina Bo Bardi, ícone da arquitetura moderna, inaugura seu segundo edifício, Pietro Maria
Bardi - homenagem ao primeiro diretor artístico. Coordenado por Gustavo Cedroni e Martin Corullon, sócios do escritório Metro Arquitetos, o retrofit do antigo residencial Dumont-Adams, que funcionou até os anos 90 e entrou em degradação na década seguinte, representa a ampliação do conjunto arquitetônico.
Vista do conjunto arquitetônico do Masp: o histórico prédio de Lina Bo Bardi (esq.) e o edifício Pietro Maria Bardi (dir.) | Foto: Leonardo Finotti
A dupla, que já trabalhou com Paulo Mendes da Rocha em projetos importantes como o Cais das Artes, em Vitória, mantém uma relação de colaboração com o Masp desde 2015. Foram eles os responsáveis pelo redesenho do espaço expositivo do edifício original, reintroduzindo os inconfundíveis cavaletes de cristal. No novo prédio, iniciado há seis anos e previsto para abrir ao público no próximo mês, enfrentaram um desafio ainda mais complexo: ampliar o museu sem comprometer o legado de Lina, atendendo às exigências contemporâneas de expografia e museografia que não existiam na época da criação do Masp.
“Hoje, há demandas como a conservação das obras, soluções para carga e descarga no vão livre, o aprimoramento do acolhimento ao público e o atendimento às exigências internacionais. A configuração monolítica, pensada com pouca luz natural e muitas paredes, preserva o acervo e mantém uma relação harmônica com a essência do museu idealizado por Lina, ao mesmo tempo em que se adapta às necessidades atuais”, contam os arquitetos à Habitat.


Fachada lateral do novo edifício: as chapas perfuradas plissadas, controlam a entrada de luz e reduzem a temperatura interna Foto: Leonardo Finotti
Os sócios Gustavo Cedroni e Martin Corullon | Foto: Bob Wolfenson
NOVA RELAÇÃO URBANA
Com a construção do prédio de 14 andares, a instituição dobra sua área inicial para 21.863 m², incluindo o "vão livre" - concessão recente do Belvedere. O espaço dedicado às exposições aumenta em 66%. Segundo Heitor Martins, diretor-presidente do museu: “Este é um momento histórico para a instituição e para a cidade de São Paulo. O Masp cresceu e ficou maior que seu edifício. Alargar as fronteiras era necessário”.
Além de expandir as galerias expositivas, o Pietro oferece mais possibilidades para educação e pesquisa, com salas de aula e laboratório de conservação. Inclui ainda espaços multiúso, café, restaurante, área de acolhimento, depósitos e docas para carga e descarga.

A vista do térreo permite contemplar o entorno urbano, além do vão livre e do edifício Lina Bo Bardi | Foto: Leonardo Finotti

A fachada do novo prédio é inovadora: ganha distinção pelo revestimento com chapas metálicas perfuradas e plissadas que controlam a incidência de luz, da temperatura interna e ainda promovem eficiência energética.
A sustentabilidade permeia o conceito - resultou na certificação LEED e baixa pegada de carbono. Como uma pele de proteção, a fachada também preserva a pureza volumétrica, mantendo uma relação equilibrada com o edifício histórico original. O jogo dinâmico de luz e sombra estabelece um diálogo com a paisagem urbana.
À primeira vista, parece sólido, mas sua permeabilidade faz com que, por dentro, ofereça vistas memoráveis. Conforme o dia avança, a luz intensifica seu vínculo com o entorno, e ao pôr do sol, se destaca como um ponto de observação marcante para quem observa de fora. “É um novo polo cultural para a cidade. Grandes intervenções como essa oferecem uma oportunidade para a sociedade discutir a relação da arquitetura com a paisagem urbana”, comenta Paulo Vicelli, gerente de experiência e comunicação do Masp.
Detalhes da escada helicoidal no 9º andar. Todo o processo construtivo ocorreu simultaneamente à demolição, sem impacto no entorno
Foto: Leonardo Finotti

Entrada do Pietro Maria Bardi, inspirado em tipologias de museus verticais | Foto: Leonardo Finotti

PONTOS DE CONVERGÊNCIA
Financiada por doações privadas, a intervenção totalizou R$ 250 milhões e reflete o modelo de gestão do Masp, que assegura sustentabilidade, transparência e fortalece sua conexão com a sociedade. A expectativa é aumentar o público atendido de 600 mil para 2 milhões de visitantes anuais. A conclusão do túnel de 40 metros, que conectará os dois edifícios pelo subsolo, prevista para o segundo semestre deste ano, deve melhorar a circulação e as questões logísticas do acervo.
Para Martin Corullon e Gustavo Cedroni, é a realização de um ciclo importante, com uma década de trabalho intenso: “Criamos, com nosso olhar técnico e uma pes-
quisa histórica aprofundada sobre as questões do Masp e do novo edifício, soluções inovadoras para o setor da construção civil. Finalizamos esse ciclo com um trabalho bem estruturado e autonomia para desenvolver o projeto de forma completa, com o devido aprofundamento e execução ideal. O resultado é uma grande sensação de realização”.
Neste ano, a programação mergulha em Histórias da Ecologia, fusão de arte, ciência e reflexão sobre questões urgentes. Alinhada ao capítulo histórico da instituição, que, com a expansão, reafirma seu papel de vanguarda como ícone cultural e arquitetônico.
Croqui do conjunto do Masp | Foto: Metro Arquitetos



A arandela Libra, da coleção Satélite explora a dualidade entre o industrial e o artesanal, a tecnologia e a natureza humana | Foto: Rafaeo Paiva
POÉTICA DO INCOMUM
Explorando as fronteiras entre o real e o imaginário, Pedro Ávila transforma o design em uma linguagem artística que desafia convenções
Por Débora Mateus
Dono de uma estética que navega entre o retrofuturismo, ciência, surrealismo, natureza e experimentação matérica, Ávila revela a expressão de seu design escultórico. Suas peças, forjadas no ateliê na Barra Funda - bairro que se tornou polo da nova geração de designers e artistas em São Paulo -, desafiam qualquer tipo de categorização. São impregnadas por uma investigação de materiais como pedra, vidro, resina, aço, consolidando seu nome no cenário nacional e internacional. Coleções como Fauno, desafiam a
gravidade: as luminárias são tensionadas por barras de bronze. Já em Satélite, o totem Foguete transforma formas humanas em fios quânticos. “Hoje, tenho a sorte de trabalhar com peças únicas e conceituais, onde minha liberdade criativa é valorizada. O que faço tem uma provocação delicada que acaba sendo bem absorvida. Defino meu trabalho como uma mistura de surrealismo e futurismo. Brinco com o tempo; com o contraste entre minimalismo e exagero”, explica à Habitat.
Não é à toa que a fonte para tamanha fagulha criativa tenha sido nutrida em Brasília, sua cidade natal. Na terra de mestres da arte e arquitetura, moldou seu olhar desde menino. As visitas ao Palácio do Planalto, local de trabalho dos pais, eram um manancial fascinante, especialmente pelas formas sinuosas e futuristas de Oscar Niemeyer. O diálogo entre essas criações e os icônicos paineis metálicos de Athos Bulcão também reverberam em peças recentes. Das férias familiares na Chapada dos Veadeiros, ele absorveu a riqueza orgânica
e mística da região. A miríade de influências explica o arcabouço estético sui generis.
Representado pela Aalvo Gallery, o designer conquistou uma clientela nacional e internacional, incluindo arquitetos que promovem seu trabalho. Está presente na Oceania, com o Studio Gardner, e em Londres, com a The Oblist. Recentemente, participou de uma exposição na galeria Mendes Wood, em Nova York, e almeja expandir sua presença para o mercado asiático.

Mesa de Centro Otto e Poltrona Colo: peças que refletem a simbiose entre futurismo e surrealismo | Foto: Fernando Mendes


Mesa lateral Lava: a pedra sabão alça uma forma inusitada e escultórica | Foto: Victoria Yamagata
Mesa lateral Continente combina aço inoxidável e resina de mamona | Foto: Victoria Yamagata
ENTRE REAL E IMAGINÁRIO

Pedro Ávila | Foto: Lola Maria
Aos 18 anos, mudou-se para São Paulo. Eis o início de sua jornada criativa. Desbravou o universo da cenografia com Lu Grecco no Castelo Rá-Tim-Bum, colaborou com nomes de peso, como o artista plástico Ary Perez e a produtora cultural Monique Gardenberg. Foi um dos fundadores do Estúdio Orth, ao lado de Seba Orth, que durante a pandemia, cresceu significativamente. Ao perceber que as demandas administrativas o afastavam da criação, decidiu seguir caminho próprio, iniciando uma nova identidade.
Suas fontes de inspiração vêm de grandes artistas, como Tunga. Da música, com Arca - DJ e produtora radicada na Espanha, que concebeu uma trilha para a série Euphoria, e se distingue pelas camadas sonoras distópicas. Além de Matthew Barney, cineasta e artista visual,
conhecido por desconstruir convenções ao explorar corpo, identidade e mitologia.
Quanto aos novos projetos, destacam-se dois novos em escala industrial: uma coleção de tecidos Jacquards e Bouclés em coautoria com André Bastos para a Tramare, na Firma Casa. Além de peças de mobiliário em colaboração com a Artesian, sediada em Curitiba, para os novos interiores do restaurante Fitó, nas três pinacotecas de São Paulo. “Os clientes internacionais têm mais abertura a novas estéticas, enquanto no Brasil o design se molda a partir do que é validado no exterior. As indústrias nacionais que oferecem essas oportunidades desempenham um papel importante na formação da cultura de design".



O Box de Experiências, projetado pelo Arquea e recém-inaugurado, proporciona aos visitantes uma experiência sensorial do que será o empreendimento
PARC AUTÓDROMO: NOVO MARCO PARA A VIDA URBANA
A visão futurista de Jaime Lerner ganha vida em novo bairro lançado pela BairrU que transforma o conceito de urbanismo inteligente e sustentável
Por Débora Mateus | Fotos: Divulgação
Ofuturo das cidades inteligentes vai muito além da tecnologia. Está relacionado a transformar o planejamento urbano para elevar a qualidade de vida. Jaime Lerner, um dos arquitetos e urbanistas mais visionários do mundo, trouxe para Curitiba - e mostrou ao globo -, soluções inovadoras em mobilidade, transporte público e áreas verdes, criando um modelo de cidade centrado no ser humano. Esses princípios, que hoje inspiram nomes como Jan Gehl, defensor do urbanismo humanizado, e Carlos Moreno, criador do
modelo de "Cidades de 15 minutos", ganham vida no Parc Autódromo. “Criamos um conceito inédito para os curitibanos. O Parc Autódromo integrará tudo o que o morador precisa para viver, trabalhar e se divertir a uma curta distância. A prioridade não é vender metros quadrados, mas oferecer uma nova qualidade de vida, onde o tempo é essencial. Com a certificação LEED, buscamos nos tornar o bairro mais sustentável do mundo”, conta Fernando Bau, CEO da BairrU e líder do projeto.
A ideia surgiu há 9 anos, em um jantar entre o empresário e Lerner. Regada a vinho, a conversa teve uma virada inesperada quando Lerner sugeriu a criação de um bairro no terreno do antigo Autódromo Internacional, em Pinhais, desativado há anos. Quando Fernando Bau questionou se as pessoas se sentiriam à vontade para morar em um local com uma história ligada
às corridas, Lerner, com seu característico espírito visionário, respondeu: "Se em Mônaco acontece, por que não aqui?" Empolgado pela visão, o mestre urbanista fez um esboço no dia seguinte, enquanto Bau daria início às negociações para a aquisição do terreno privado, que estava à venda há anos sem sucesso.

Último plano a ser assinado por Jaime Lerner em vida, o Parc Autódromo estima abrigar
10 mil pessoas e gerar
20 mil empregos
REPENSAR FRONTEIRAS

O projeto é fundamentado nos princípios do Novo Urbanismo, seguindo os croquis originais de Jaime Lerner
Além de promover a requalificação urbana, o Parc Autódromo conta com o apoio do Governo do Estado do Paraná. O objetivo é tornar-se um marco de sustentabilidade e inovação. Inspirado em cidades como Viena, Barcelona e Curitiba, coloca a escala humana no centro, com ruas projetadas para lazer e espaços públicos planejados para o bem viver. A fachada ativa integra edificações e a comunidade, incentivando uma vida acessível de interação. Entre as principais influências, está a Cidade Pedra Branca. Pioneira no urbanismo integrado no país, situada em Santa Catarina, teve contribuições de Jaime Lerner e Jan Gehl. Foram inúmeras as visitas de Fernando Bau à cidade para absorver e incorporar os aprendizados.
Localizado a 15 minutos de Curitiba, o novo bairro ocupará 560 mil m², sendo 130 mil m² destinados a áreas verdes. Com um VGV estimado em R$ 5 bilhões, será totalmente integrado ao contexto urbano, sem muros e com segurança tecnológica avançada. Contará com reconhecimento de pessoas e veículos, cercamento virtual e segurança 24 horas, incluindo ronda motorizada e central de controle operacional. “Jaime sempre dizia que a maior atração de uma cidade é a qualidade de vida de seus moradores. Com isso em mente, buscamos criar um espaço onde as pessoas possam viver no seu ritmo, sem a necessidade de barreiras físicas”.

O masterplan vertical, assinado pelo escritório Ideia1, prevê 40 torres (35 residenciais e 5 corporativas) e 300 casas ao redor de um parque central, cuja área equivale a duas vezes a do Passeio Público. O espaço contará com lago, circuito de caminhada de 4 km e ruas com calçadas largas, ciclovias e paisagismo da JA8 Arquitetura Viva, proporcionando sombra e conforto – tudo para tornar as ruas verdadeiros espaços de convivência. Mobiliário urbano de última geração e brinquedos importados da
Holanda, pensados para as crianças, são exemplos de como cada detalhe foi cuidadosamente planejado. O hub de inovação "Pista" abrigará coworking e centros de tecnologia, enquanto o passeio “Rambla” contará com restaurantes, bares e cafés. O Food Market, assinado pelo escritório Superlimão e um shopping ao ar livre, com 200 lojas, completarão as áreas de lazer. Com a previsão de conclusão das primeiras construções em 2027, a fase de vendas deve se estender até 2037.
Com foco na mobilidade urbana, a concepção é pensada para que tudo esteja ao alcance de uma caminhada

IMERSÃO NO PARC
Idealizado pelo escritório Arquea, o Box de Experiências transforma o antigo espaço dos boxes do autódromo em uma imersão no futuro do bairro. “Nosso objetivo foi materializar algo inovador, mostrando de forma prática como será o projeto, com os conceitos de Lerner e das inúmeras cidades inteligentes que visitamos - adaptados à nossa realidade para oferecer o melhor para as pessoas", afirma Yasmin de Nadai, gerente de produto da BairrU. O espaço conta com uma instalação de madeira engenheirada, material sustentável inspirado nos preceitos japoneses de eficiência, que conduz os visitantes a um edifício de três andares, adaptado por retrofit para ilustrar a história e o conceito do Parc. Com 800 m², inclui
salas expositivas com a maquete gigante assinada pela empresa paulista Fogassa Maquetes, uma sala de projeções 5D com efeitos visuais, sonoros e olfativos, além de vista privilegiada para a via modelo, que exemplifica as ruas projetadas para a convivência e demonstra o uso da tecnologia de segurança, reforçando o caráter vanguardista. Para o CEO da BairrU o futuro é propositivo: “Daqui a 30 anos, quero estar em um bar da Rambla com amigos, vendo as pessoas vivendo e aproveitando o Parc Autódromo. Um sonho que começou no jantar regado a vinho com o Jaime e que se concretiza na realização do que imaginamos”.
Uma parte da via modelo foi construída como parte do Box de Experiências, que também inclui uma instalação em madeira engenheirada, dando início à imersão




ALEX ROCCA: TECER A IDENTIDADE E INSPIRAR GERAÇÕES
Da arte têxtil à celebração da ancestralidade afro-brasileira, Alex Rocca transforma sua busca pessoal em obras que conectam tradições, memórias e narrativas culturais
Por Vinicius Boreki
Na busca por sua identidade desde que se enveredou na arte têxtil em 2019, o artista e designer radicado em Curitiba, Alex Rocca, tem conquistado reconhecimento no cenário nacional. Considerado um dos nomes mais promissores dessa estética, explora a experimentação de materiais e técnicas como tufting, bordado, pedraria, vidro, amarração e crochê, mesclando tradição, contemporaneidade e um olhar atento à sua ancestralidade afro-brasileira. Incorporando simbologias que remetem à tradição, à história e às religiões de origem africana, ele busca novas narrativas culturais, ampliando os limites da arte têxtil e desafiando as convenções estabelecidas.
Adotado por uma família branca, Rocca passou a vida questionando sua própria identidade. “No começo, eu não queria buscá-los (os pais biológicos), mas depois quis saber quem eles são. Encontrei na tapeçaria a potência criativa para essa busca”, conta. Sua reflexão ressoa com o público jovem, especialmente nas participações em feiras como a SP-Arte, onde muitos afrodescendentes encontraram em suas peças um espelho de suas próprias histórias. “Acredito que a arte deve comunicar não só o artista, mas, também, quem a observa. Muitas pessoas, de diversos perfis, passaram pelo meu espaço na mostra em 2024 e diziam se conectar com minha história e trabalho. Um público de diferentes perfis, em especial os jovens”.
Alex Rocca em ensaio da Série Manto, lançada na SP-Arte em 2023 | Foto: Anderson Angélico
HERANÇA COMO FORÇA CRIATIVA
Há seis anos, Rocca ainda dividia sua experiência entre a atuação como diretor de arte e cenógrafo voltado à publicidade, de onde surgiu seu traço perfeccionista. “O cinema não estava mais permitindo explorar a minha criatividade. Sou inquieto, quero sempre partir para a próxima obra ou próximo projeto. E, com o bordado, encontrei um espaço para investigar minha ancestralidade e me conectar com minhas raízes”.
Na última SP-Arte, apresentou a série Altar, peças escultóricas que exploram narrativas individuais relacionadas à investigação sobre autenticidades culturais e religiosas, com foco nas tradições de matriz africana. O trabalho deu início a uma nova direção criativa, que culminará em sua participação na edição deste ano, com a série Herança. “Não é só o que você recebe, mas também o que você já tem dentro de si”. A nova coleção trará o simbolismo da riqueza do povo negro, especialmente por meio das joias crioulas, revelando uma nova faceta do artista – que inclui vidro. “Quero trazer a riqueza de um povo, que muitos desconhecem; reforçar


esse lugar valioso da cultura africana. Esses tesouros, muitas vezes apagados, mas ainda preservados em museus - como tronos, mantos e outros artefatos - têm um valor imenso, tanto cultural quanto financeiro. Assim como as joias crioulas de cunho religioso, compostas por adereços, contas, pedras e metais”.
As obras de Alex Rocca começaram a chamar atenção em 2019, com sua participação na Feira na Rosenbaum. Desde então, ele tem se destacado, marcando presença nas últimas quatro edições da SP-Arte. Atualmente é representado em galerias internacionais, como a WE Gallery, em Moscou, e a The House of Arts, em Miami, além de espaços curados por brasileiros em Los Angeles e na Itália. Galerias nacionais também estão em seu radar, assim como a expansão em projetos de empreendimentos imobiliários.
"É uma forma de perpetuar uma arte que cada vez mais está em voga no cenário artístico, com uma poética tão importante". Suas peças já foram adquiridas por hotéis como o Nomaa, em Curitiba, e por um empreendimento da Neolar Incorporadora, no espaço que leva a assinatura de Giuliano Marchiorato. Entre os projetos de orgulho do artista e designer, estão as 280 tapeçarias expostas em um hotel da rede Hilton, em Embu das Artes (SP), e a imponente peça de 10 metros no hotel Tropical Manaus. Em 2025, Rocca realizará sua primeira exposição individual em sua cidade natal, Curitiba, convidado pela Alhures Galeria.
As tapeçarias de Alex Rocca emolduram o espaço Estudio Oásis de Renzo Cerqueira na CASACOR Espírito Santo 2023
Foto: Camila Santos
Peça da série Altar, exibida na mostra “Respiro - Um convite ao essencialismo”, curada por Ricardo Gaioso | Foto: Felco



ESTÚDIO PALMA: NOVA LEITURA PARA O DESIGN CONTEMPORÂNEO
Como os fundadores do estúdio paulista forjam pesquisa, experimentação e referências em novas linguagens criativas de autoralidade
Por Débora Mateus
Que histórias ganham forma quando a pesquisa e a experimentação matérica se tornam o alicerce de um estúdio de design e arquitetura? No vértice entre as perspectivas da artista plástica Cléo Döbberthin e do arquiteto Lorenzo Lo Schiavo, surge uma alquimia conceitual que, livre de amarras, reimagina a autoralidade e abre novas linguagens de expressão. Fundadores do Palma há pouco mais de 4 anos, fazem parte do movimento efervescente de talentos da Barra Funda. Apesar do pouco tempo de estúdio, a dupla já co-
leciona conquistas significativas: a representação por galerias internacionais como a novaiorquina Verso, que apresentou suas peças na última Semana de Design de Milão. O ateliê dos sócios, de grandes dimensões em São Paulo, serve como vitrine para exposições, lançamentos anuais e o compartilhamento do processo criativo. As trocas com a comunidade da Barra Funda, segundo Cléo, têm sido essenciais para impulsionar o novo design autoral e colecionável, ressignificando a relação entre arte, técnica e cultura dos novos tempos. “Tivemos o desejo
Coleção Bingo, apresentada na Semana de Design de Milão 2024, em parceria com a galeria Verso | Foto: Jonathan Hokklo

O amplo ateliê, situado na Barra funda, é palco para experimentações e exposições dos lançamentos
Foto: Ruy Teixeira
de lançar o que acreditamos, mas também de contextualizar isso no Brasil. Depois de poucos anos, estamos caminhando bem. Vejo pessoas que começaram paralelamente no mesmo momento e percebo como esse impulso coletivo ajuda a criar uma nova possibilidade de mercado, educando o olhar".
Suas criações rompem com conceitos que não acompanham as transformações contemporâneas. Ao olhar para movimentos anteriores ao modernismo, buscam o resgate de saberes e técnicas esquecidas. Novos
diálogos entre passado e presente. “O modernismo reconstruiu o mundo, mas também nos desconectou das técnicas anteriores. No início da Palma, pesquisamos as técnicas perdidas dos movimentos antecessores. Houve uma época em que não era tudo branco e reto – qual o sentido de Andrea Palladio usar certos elementos nos frisos de seus edifícios?”. O potencial da estranheza desses encontros - da arquitetura clássica ao cotidiano contemporâneo -, como a bucha de lavar louça ou o banco de bolinhas do taxista, é o que os nutre.
REENCONTROS CRIATIVOS

Lorenzo Lo Schiavo e Cléo Döbberthin | Foto: Fran Parente
Antes de se associarem, houve encontros e desencontros. A dupla se conheceu em 2010, durante o processo seletivo da Escola da Cidade, em São Paulo. Após Lorenzo se mudar para Londres para estudar na Architectural Association School of Architecture (AA), ficaram 8 anos sem contato. No início da pandemia, por intermédio de amigos em comum, a conexão foi restabelecida. Juntos, começaram a desenvolver projetos como o corner da designer Isabela Capeto, na multimarcas Pinga. "Ela (Isabela) super embarcou na onda, e a gente executou o projeto quase inteiro dentro do ateliê. Percebemos que era algo muito fora do convencional, pensamos em uma solução única, diferente de tudo, e resolvemos criar uma história nova”. O processo criativo para as peças de design é alimentado por fontes diversas, além de cruzar seus know hows.
Da literatura, por exemplo, nasceu o biombo Cardume. A pesquisa no livro I Fioretti, trouxe a imagem de Santo Antônio de Pádua pregando aos peixes como metáfora para sua proposta. "O design como amálgama é como nomeamos nosso processo – olhamos para todos os lugares. A gente existe num lugar onde tudo pode, quando conversamos podemos discordar, mas ninguém sai ofendido. A sugestão do outro é fruto dessa crença de que podemos fazer algo muito diferente, muito verdadeiro. O processo flui para um lugar de coisas um tanto estranhas. Isso nos alimenta”. Para o futuro, planejam ingressar em uma residência artística - mais um indício de que arte e design não têm que ser delimitados: “Acho careta essa separação. Uma cadeira não pode ser arte? O design não é só um produto, é um processo nosso, não importa a definição”, finaliza Lorenzo.

A Casa de Alguém imagina o lar fictício de Jayme Fontine, vivido entre 1974 e 2000. Peças criadas pelo estúdio se misturam a obras de Geraldo de Barros, Lygia Pape e móveis de nomes como Mario Botta Foto: Ruy Teixeira
O FUTURO DO ALTO PADRÃO EM CURITIBA TEM A ASSINATURA MDGP
ODNA da MDGP Incorporadora se traduz na harmonia entre forma, arte e função e, com essa filosofia, vem consolidando uma trajetória marcada pela sofisticação e pelo compromisso com um design que dialoga com o tempo, a arte e a sustentabilidade.
O olhar atento às tendências do mercado nacional e internacional é um diferencial que se reflete nas escolhas arquitetônicas, nos materiais nobres, na curadoria de profissionais renomados e na sustentabilidade dedicada aos projetos.

Fotos: Eduardo Macarios, Eduardo Bragança e Andrei Pacher
Texto: IEME Comunicação
A ARTE COMO PARTE DA
PAISAGEM CURITIBANA
A conexão entre arte e arquitetura sempre foi um dos diferenciais da MDGP. Cada empreendimento carrega uma identidade visual única, e essa essência muitas vezes se materializa através de obras de arte cuidadosamente selecionadas ou desenvolvidas exclusivamente para os projetos. No Amira, essa relação se intensifica com a instalação de uma escultura inédita do Estúdio Campana. A obra, que será desenvolvida ao longo de 2025, explora a leveza dos materiais brutos como ferro e pedra, criando a ilusão de pedras flutuantes. “Um presente para a cidade, a escultura ficará no jardim em frente ao empreendimento, aberta ao público e convidando quem passa pela rua a interagir e sentir a arte integrada ao espaço urbano”Eduardo Gomes, idealizador da parceria com Estúdio Campana e sócio da Aurora Centennial, empresa com participação nos empreendimentos da MDGP.

UM PORTFÓLIO QUE ESTÁ REDEFININDO O ALTO PADRÃO
Nos últimos anos, a MDGP tem transformado a paisagem da capital paranaense com empreendimentos que unem arquitetura contemporânea, inovação e um profundo respeito ao entorno. Arbo Cabral (2021): um projeto que mescla urbanidade e natureza, com varandas alternadas e um paisagismo assinado pelo escritório Burle Marx. Átman Cabral (2022): inspirado no bem-estar e no equilíbrio, foi concebido como um refúgio urbano sofisticado. Andáz Cabral (2024): um marco sustentável, reconhecido com o Selo GBC Condomínio Platina, a mais alta certificação do Green Building Council Brasil. Amira (em construção): o mais recente empreendimento da MDGP no Cabral, trazendo uma fusão perfeita entre tradição e contemporaneidade.

2025: UM NOVO CICLO DE EXPANSÃO
Com um portfólio consolidado e um olhar voltado para o futuro, a MDGP prepara-se para lançar dois novos empreendimentos que prometem elevar ainda mais o mercado imobiliário de Curitiba.
Chácara Kantuá: Um condomínio horizontal de lotes no Campo Comprido, projetado para quem busca mais espaço, tranquilidade e sofisticação, sem abrir mão do alto padrão e da conexão com áreas verdes.
Para o segundo semestre, localizado na Rua Clóvis Bevilaqua, no Cabral, em um dos últimos terrenos vizinhos ao Graciosa Country Club, neste futuro lançamento, a MDGP irá reforçar seu DNA do Alto Padrão e trará um conceito de moradia sofisticada e exclusiva.
"Acreditamos que 2025 será um ano de grandes realizações. Nossos novos projetos trazem uma abordagem ainda mais sofisticada, com atenção especial ao design, bem-estar e inovação. Queremos continuar surpreendendo e superando as expectativas do nosso público." –Cássia Assumpção, Gerente de Incorporação.
O FUTURO DA ARQUITETURA ESPERA POR VOCÊ
Mais do que assinar empreendimentos únicos, a MDGP se preocupa em criar relações de longo prazo com seus clientes. O atendimento personalizado e próximo garante que cada família encontre um espaço que realmente reflita seu estilo de vida. O futuro já está sendo construído e a MDGP segue na vanguarda desse movimento.

Conheça mais sobre a MDGP e seus empreendimentos w ww.mdgp.com.br
Chácara Kantuá, Campo Comprido
Arbo Cabral

Uncertain Journey, 2016/2021, Shiota Chiharu: The Soul Trembles, Taiwan, 2021 Foto: Guan-Ming Lin © VG Bild-Kunst, Bonn, 2023 © Adagp, Paris, 2024
CHIHARU SHIOTA
Em cartaz no Grand Palais, Paris, até março, a exposição "Chiharu Shiota: The Soul Trembles” é a maior retrospectiva já dedicada à artista japonesa no país. Coorganizada com o Mori Art Museum de Tóquio, apresenta sete instalações monumentaisesculturas, fotografias, desenhos, vídeos de performances e documentos de arquivo. A mostra imerge nos temas de temporalidade, movimento e sonhos.
ARQUITETURA PAULISTANA
No último dia 25 de janeiro, São Paulo celebrou 471 anos. Entre as contribuições que marcaram a cidade, está a obra de Artacho Jurado (19071983), arquiteto autodidata responsável por edifícios icônicos em Higienópolis, como o Piauí e o Bretagne. Com varandas amplas, cores vibrantes e pastilhas cerâmicas, seus projetos ficaram conhecidos por romper com a rigidez do modernismo na década de 1950.

Edifício Parque das Hortênsias | Foto: Reprodução/Tuca Vieira
SIMÕES DE ASSIS
Para abrir a programação de 2025, a Galeria Simões de Assis apresenta a mostra individual “Fé Feitiço”, de Larissa de Souza. Em cartaz até 1º de março, em São Paulo, reúne 15 obras inéditas que exploram saberes ancestrais do Brasil e as vivências da artista em Angola. Textos das curadoras Mariane Beline e Paula Nascimento explicam
a narrativa poética que envolve a relação com as magias populares e simpatias no Brasil, explorando símbolos, saberes das ervas e o imaginário dessas crenças. As pinturas, com tons azulados, lilás e púrpura, além de bordados e ladrilhos, evocam a elevação espiritual.

Fé e Magia 2024, Larissa de Souza, Simões de Assis | Foto: Divulgação
IMÓVEIS VERDES
Segundo a Associação Brasileira de Incorporadoras Imobiliárias (Abrainc), 57% dos brasileiros preferem projetos integrados à natureza, e 56% pagariam mais por construções sustentáveis. Curitiba lidera com 32 edifícios certificados ou em processo de certificação pelo Green Building Council (GBC), superando São Paulo, que tem 16. O Temple Batel, recente entrega da GT Building em processo de certificação GBC, adota práticas sustentáveis, como painéis solares e reaproveitamento de água da chuva.

Temple Batel | Foto: Nilton Russo

KOGAN EM SANTA CATARINA

A praia do Estaleirinho, em Balneário Camboriú, receberá um empreendimento assinado pelo renomado arquiteto e urbanista Márcio Kogan, fundador do estúdio MK27, em coautoria com Samanta Cafardo. Com 6 apartamentos de até 312 m², o projeto da Blue Heaven Empreendimentos integrará madeira laminada e concreto ciclópico, com blocos de pedra, preservando 60% da biodiversidade do terreno. As unidades terão piscinas orgânicas privativas, amplos terraços e jardins exuberantes.
CONEXÕES FAHRER
A coleção Conexões Fahrer, premiada com 3 Menções Honrosas no IDA - International Design Awards 2024, transforma tubos e conexões, materiais comuns na construção civil, em peças de design. A poltrona Conexão 10, a caixa de som Conexão 03 e a mesa de jantar Conexão 08 combinam funcionalidade e estética de forma inventiva. São desenvolvidas em parceria com as marcas Tigre e Alltak.
Poltrona Conexão 10 | Foto: Max Fahrer

ARTE E GASTRONOMIA
O livro Desreceitas – Dez Processos Artísticos, de Rose Klabin, em parceria com o curador Rodrigo Villela, propõe uma nova perspectiva sobre o ato de se alimentar, conectando diferentes formas de expressão. Reúne nove artistas como Ayrson Heráclito, Sonia Gomes e Nati Canto, que, junto a psicanalistas, chefs e outros convidados, elaboram pratos e trocam ideias em um processo colaborativo.
COLETIVO COLETORES
No final de janeiro, o Museu Afro Brasil Emanoel Araujo, em São Paulo, recebeu AKOMA, projeção do Coletivo Coletores, formado por Flávio Camargo e Toni Baptiste. A instalação, realizada por videomapping na fachada do museu, revisita figuras e eventos importantes da história afro-latina, como Tereza de Benguela e a Revolta dos Búzios. Resultado de cinco anos de pesquisa, a obra utiliza a arquitetura do museu como tela dinâmica.


CASACOR PARANÁ
A Galeria Laguna, espaço da construtora Laguna, apoiadora oficial da CASACOR Paraná 2025, contará com um ambiente exclusivo na mostra, assinado por Thiago Bernardes. Outra novidade é o evento exclusivo para o elenco, promovido no dia 20 de fevereiro, com palestras da arquiteta carioca Gisele Taranto, que trará referências sobre equipes multidisciplinares, curadoria de arte, experiências sensoriais e tecnologia. Pedro Ariel, curador da CASACOR, também abordará o tema "Semear Sonhos", com foco nos pilares de sonhos coletivos, ecossistemas em cooperação e a confluência de saberes.
Foto: Joyce Cury
Foto: Juliana Ribas
Rose Klabin e Sonia Gomes | Foto: Matthieu Rougé

O OLHAR TRANSFORMADOR DE ALESSANDRA GANDOLFI
Uma viagem ao legado da arquiteta paranaense que mistura inspiração familiar e neuroarquitetura
Duas gerações se mesclam na concepção de uma cobertura de 600 m², no icônico edifício Michelangelo, em Curitiba. De um lado, o olhar apurado e contemporâneo da arquiteta Alessandra Gandolfi; de outro, a concepção de dois dos mais reconhecidos nomes da arquitetura paranaense, o sogro José Maria Gandolfi e o irmão Roberto Maria Gandolfi. A reforma do projeto original do apartamento, assinada pela arquiteta, é uma adição recente ao seu portfólio de projetos residenciais e comerciais. Ao longo de 24 anos, Alessandra tem aplicado o vasto conhecimento adquirido no mestrado no Politécnico de Milão e na especialização em neuroarquitetura. Concepções que combinam saberes acadêmicos, técnicos e de gestão, além das vivências internacionais – que incluem experiências culturais, gastronômicas e imersões em diferentes contextos.
A neuroarquitetura, integrada a esses conhecimentos, proporciona uma perspectiva aprofundada,
permitindo que cada composição de alto padrão seja concebida de forma mais personalizada: "Quanto mais compreendemos o cliente, mais acertamos nos projetos. Nossas emoções, humor, qualidade de vida e bem-estar são moldados pelo ambiente em que estamos. A neuroarquitetura permite aprofundar o briefing para perceber quem realmente é o cliente que, muitas vezes, sabe o que quer, mas não sabe como expressar".
Na cobertura, o desafio foi transformar um projeto de múltiplos ângulos, pensado para otimizar a orientação solar, em uma proposta fluida que conecta áreas externas e internas, atendendo ao desejo dos proprietários de criar ares de casa. Algumas modificações de planta permitiram ampliações, resultando em ambientes integrados e conectados com as amplas varandas, que percorrem todos os ambientes. A ventilação cruzada e iluminação natural se somam ao frescor do paisagismo pensado minuciosamente, com espécies resistentes ao vento e plantas frutíferas.
O painel ripado no corredor da cobertura de 600 m² esconde os roupeiros com sofisticação | Foto: Eduardo Macarios
A integração de sala de entrada, living, cozinha gourmet e sala de jantar ganha imponência com peças de design assinado e obras de arte, incluindo heranças familiares. Trabalhos de Poty Lazzarotto, Fernando Calderari, Arcangelo Ianelli e Roberto Burle Marx contracenam com
peças de mestres modernistas como Jorge Zalszupin e Sergio Rodrigues, além de designers contemporâneos como Jader Almeida, Roberta Banqueri e a marca italiana Natuzzi.

Espaços integrados conectam interior e exterior banhados pela luz natural. A pintura de Burle
poltrona e banco de

Na sala de entrada, a tapeçaria de Poty Lazzarotto (1976), e os desenhos de Burle Marx emolduram a mesa de centro de Jorge Zalszupin, poltronas de Sergio Faher e o pufe de Roberta Banqueri | Foto: Eduardo Macarios
Marx dialoga com o sofá Natuzzi Italia, mesa,
Sergio Rodrigues, mesa de Jader Almeida | Foto: Eduardo Macarios

REDE DE SABERES
Nascida em uma família sem relação com o meio arquitetônico, Alessandra teve a oportunidade de estabelecer trocas com José Maria Gandolfi e Roberto Maria Gandolfi, pai e tio de seu marido. Os irmãos integraram a chamada fase de ouro da arquitetura e urbanismo paranaense, capitaneada por Jaime Lerner. Participaram de projetos notórios em todo o país, como a sede de campo do Clube Santa Mônica e do Paraná Previdência, em Curitiba, além do edifício histórico da Petrobras, no Rio de Janeiro. Influenciada pela relação com o sogro José
Maria Gandolfi, Alessandra revela que, por muito tempo, seu interesse estava voltado para o desenvolvimento de projetos arquitetônicos, sempre com a perspectiva de pensar de dentro para fora. Hoje, porém, o foco está nos projetos de interiores. Os conhecimentos do ofício aliados à vivência pessoal tornam seu olhar para a funcionalidade mais minucioso: “Como sou mãe, dona de casa e arquiteta, sei o que funciona e o que não funciona. Isso reflete uma escuta atenta”.
Neste apartamento de 145 m², o mix de texturas valoriza peças do living como a poltrona de Sergio Rodrigues, banco e luminária de Jader Almeida, carrinho de Ronald Sasson e sofá da Natuzzi | Foto: Eduardo Macarios
NOVAS APOSTAS
Entre os cerca de 20 projetos simultâneos, a concepção de um escritório voltado a iniciativas ambientais tem destaque especial. A obra incorpora biofilia e sustentabilidade, demonstrando como o design pode impactar positivamente a qualidade de vida e a produtividade em ambientes corporativos. Em 2025, Alessandra planeja expandir sua atuação no segmento imobiliário em Curitiba, trazendo a experiência adquirida com as unidades decoradas que assinou para a construtora Golpar em Caiobá.
A ideia é continuar expandindo seus projetos de
altíssimo padrão e iniciar a idealização de clínicas de saúde com ambientes acolhedores e funcionais, capazes de atender de forma mais personalizada tanto neurodivergentes quanto outros pacientes. Seu objetivo é criar espaços que promovam conforto, bem-estar e impacto positivo na vida das pessoas. Essa visão começou a ganhar forma em mostras como a CASACOR Paraná e Espírito Santo de 2024, onde apresentou os ambientes "Quarto do Ico" e "Refúgio do Autista". Seu objetivo é reafirmar o compromisso de transformar vidas, provando o verdadeiro potencial da arquitetura.

Espaço de descompressão de um escritório corporativo em Curitiba, combina design, funcionalidade e biofilia | Foto: Eduardo
Macarios



A VISÃO DE LUIZ EDUARDO BINI SOBRE HABITAR EM CURITIBA
Um mergulho nos bastidores do lar do presidente do IAB/PR

Eduardo Bini em seu apartamento de 230 m² no coração de Curitiba
por Paula Campos
Coluna Sobre morar
Fotos: Mario Kreb

Dinâmico, prático e com múltiplos interesses. Este é Luiz Eduardo Bini, um arquiteto e urbanista com características da velha guarda e um olhar atento para as cidades e para a sociedade. Nascido em uma casa grande com jardim, em Prudentópolis (PR), Eduardo, como é conhecido, vem de uma família italiana. Filho de um engenheiro, teve desde pequeno a oportunidade de refletir sobre o espaço construído, o que o motivou, mais tarde, a escolher sua profissão. “A arquitetura é uma ferramenta muito poderosa, capaz de mudar a vida das pessoas”.
Em seu escritório, Luiz Eduardo desenvolve projetos em diversas escalas, dedicando-se a tirar planos do papel e viabilizar iniciativas privadas, institucionais e políticas públicas que transformem a qualidade de vida das pessoas. Entusiasta da vida ao ar livre, ele combina trabalho e lazer em atividades como escaladas, wakeboard, jazz clássico e a descoberta de novas culturas. Já visitou mais de 30 países, experiências que enriqueceram sua bagagem cultural e refinaram seu olhar para os espaços e as múltiplas formas de morar.
Na sala, a entrada de luz e o verde natural destacam as peças de Gerrit Rietveld, Le Corbusier e Sergio Rodrigues


Poltronas Candango de Sergio Rodrigues e La Chaise Charles & Ray Eames contrastam com a mesa de vidro de Lina Bo Bardi, além de obras de Poty Lazzarotto, Vik Muniz e Oscar Niemeyer
por Paula Campos Coluna Sobre morar

HABITAR A CIDADE
Durante a pandemia, Eduardo percebeu o privilégio de viver próximo à natureza, passando um período isolado em uma fazenda. Ao assumir a presidência do IAB-PR e se mudar para Curitiba, encontrou o equilíbrio perfeito entre suas duas paixões: o contato com a natureza e o estilo de vida cosmopolita. Em seu apartamento de 230m², localizado estrategicamente na "tríplice fronteira" entre os bairros Batel, Centro e Água Verde, ele desfruta de uma rotina que combina deslocamentos a pé e de bicicleta, mantendo uma conexão constante com a cidade e seu dinamismo. No apartamento ensolarado, a varanda com vegetação e o layout aberto refletem suas paixões e memórias. Na cozinha, sua coleção de panelas
Le Creuset e cafeteiras divide espaço com móveis herdados da avó, revelando seu amor pela gastronomia e pelas histórias que carrega. Apesar disso, ele afirma que seu verdadeiro lar é a cidade.
Atento a leilões e antiquários, aproveitou o período de isolamento para adquirir peças icônicas e outras mais raras de design e arte. A primeira aquisição foi a poltrona Mole de Sérgio Rodrigues, um de seus designers favoritos. Juntam-se a ela a interessante poltrona Candango, que foi criada por Sérgio para o antigo auditório da UNB coincidentemente chamada de ‘’poltrona do IAB’’, a clássica Chaise LC4 de Le Corbusier que trouxe de Paris, e
outras peças de artistas como Jorge Zalszupin, Lina Bo Bardi, Charles e Ray Eames, Gerrit Rietveld e Paulo Mendes da Rocha.
Colecionador também de obras de arte, ele tem um apreço especial por uma obra de Fernando Calderari, que simboliza sua relação com a cidade de Curitiba que assim como uma pintura atribuída a Oscar Niemeyer em seu período de exílio, enriquece a roda de conversa em encontros entre amigos que promove no apartamento, onde também podem ser vistas obras de Alfredo Volpi, Di Cavalcanti, Amilcar de Castro, Bruno Giorgi, Iberê Camargo, Poty Lazzarotto, Vik Muniz, Jorge Guinle, Sebastião Salgado, Otto Stupakoff e também do Norte-Americano Jackson Pollock.
Para Eduardo, morar é um processo dinâmico, que acontece junto com a vida e reflete sua conexão com a cidade e seus espaços de gastronomia, música e trabalho. Ele valoriza o patrimônio artístico, cultural e arquitetônico, vendo como um privilégio colecionar esculturas e obras de artistas cujos trabalhos também enriquecem os espaços públicos. É essa relação entre o dinamismo urbano e os momentos vividos que define seu jeito de habitar e aproveitar o que mais lhe agrada, ao lado das pessoas que mais ama.
O quadro de Fernando Calderari divide a atenção com um móvel de família



PÊPE LIMA: DO CHÃO DE FÁBRICA AO
DESIGN COSMOPOLITA
Com uma trajetória entre culturas, o designer brasileiro aposta em um estilo global, inclusivo e sustentável
Fotos: Divulgação/Pepê Lima
Pepê Lima formou-se em Design pela Belas Artes, em São Paulo, em 2004. Desde cedo, o design de móveis fez parte de sua vida. Quando criança já olhava com atenção para detalhes de decoração e mobiliário, observando com interesse elementos em filmes e desenhos animados. Essa aptidão natural acabou moldando sua trajetória profissional. Ainda no primeiro semestre da faculdade, ele iniciou sua experiência prática na fábrica de móveis Mac Design, em Minas Gerais, onde passava todas as férias. Ali, vivenciou o dia a dia do chão de fábrica, realizando desde tarefas simples, como lixar madeira e embalar produtos, até participações mais complexas, como soldar e montar móveis. Essa imersão foi fundamental para seu desenvolvimento. “É algo que sempre recomendo aos jovens designers: vivenciem a realidade da produção. Trabalhar em uma fábrica e experimentar todas as etapas do processo pode ser decisivo na formação profissional”.
Encantado pela possibilidade de expandir seus hori-
zontes, Pepê decidiu tentar a sorte no Politécnico di Milano, uma das instituições mais prestigiadas do mundo. “Não achei que seria aceito, mas, para minha surpresa, recebi o e-mail de aprovação. Naquele momento, não havia mais volta”. Em Milão, cursou a Laurea Magistrale, um programa que mistura elementos de mestrado e formação avançada, aprofundando seu conhecimento em metodologia e pesquisa no design.
Durante sua estadia na Itália, notou diferenças marcantes entre as abordagens italiana e brasileira. Enquanto os italianos valorizam a pesquisa aprofundada, o rigor nos acabamentos e a qualidade absoluta do produto final, o design brasileiro tende a ser mais prático, voltado à produção em massa e realizado em ritmo acelerado. Inspirado por esses contrastes, Pepê criou sua própria metodologia, fundindo os pontos fortes de cada abordagem. Ele absorveu dos italianos a delicadeza estética e o valor da pesquisa detalhada, e, dos brasileiros, a praticidade e a flexibilidade criativa.

Poltrona Ahmed homenageia a cultura Árabe
DIVERSIDADE SEM LIMITES
Cosmopolita por natureza, Pepê rejeita o conceito de limitar-se a uma identidade de design estritamente nacional. A inspiração está em toda parte - nas culturas ao redor do mundo e até mesmo fora do planeta. “Quando crio, penso em elementos globais e atemporais, sem me prender a um ‘traço’ de brasilidade. Essa diversidade enriquece meu trabalho”. Ele cita como exemplo a poltrona Armed, uma homenagem às culturas árabes que conquistou seguidores ao redor do mundo.
O ofício, em sua visão, não deve se limitar a ser funcional, estético ou emocional - ele pode ser tudo isso, dependendo da visão e dos objetivos do profissional. “O importante é que o designer tenha clareza sobre sua identidade e sobre o que deseja transmitir com seu trabalho”. Ele ressalta que o mercado oferece espaço para todos os estilos, mas valoriza aqueles que são autênticos e resolvidos em sua abordagem criativa.
Sobre o design brasileiro, destaca que o vê como jovem e em crescimento acelerado. “O Brasil tem uma riqueza cultural imensa, mas ainda é um mercado conservador. Muitas vezes, o consumidor opta pelo seguro, com medo de ousar em um produto com valor mais alto e inovador”. Além disso, ele critica a ansiedade do mercado por novidades constantes que, frequentemente, sacrificam produtos de qualidade antes mesmo que possam ser plenamente apreciados. Segundo ele, “valorizar o design original é uma questão de escolha e mentalidade”.

SUSTENTABILIDADE E INCLUSÃO

Em sua visão, o design desempenha um papel essencial na construção de um mundo mais sustentável. Por isso, celebra iniciativas que promovem o reaproveitamento de materiais e o uso de insumos renováveis. “A tendência é que o foco na sustentabilidade cresça ainda mais, impulsionado pela demanda de consumidores conscientes”. Além disso, “o design pertence a todos. É uma arte universal que deve atender a humanidade como um todo, sem barreiras de gênero, religião ou origem. Estamos em 2025; já passou da hora de compreendermos isso”. Ao ser questionado sobre seus sonhos, Pepê destaca seu desejo de continuar contribuindo para o design com criatividade e relevância. “Quero deixar uma marca positiva, ser lembrado como alguém que saiu da zona de conforto e ousou. Meu objetivo é criar produtos que inspirem e transformem vidas”.
O designer Pepê Lima
Poltrona Leonard lançada em parceria com Móveis James



GT BUILDING

O residencial Denmark, da GT Building, no Cabral, recebeu o selo GBC Gold por práticas sustentáveis, como eficiência energética, reaproveitamento de água e uso de materiais não tóxicos. Felipe Faria (CEO do Green Building Brasil), Mauricio Fassina (diretor de Operações), Luis Felipe Simioni (coordenador de Engenharia), Guilherme Fujita (gerente de Operações) e Laura Gaudencio Malucelli (analista de Projetos), todos da GT Building. Foto: Nilton Russo
VALLIATTI & PATRÃO
O escritório Valliatti & Patrão Arquitetura iniciou o ano com força total! Com diversas obras em andamento, a equipe já se prepara para a participação na CASACOR Paraná 2025. O projeto será um loft de 50 m², composto por um estar integrado à suíte e um espaço de apoio com copa e bar. Sérgio Valliatti e Luciana Patrão
Foto: Divulgação


JOSHUA ADEGAS CLIMATIZADAS
Joshua Adegas Climatizadas, uma das maiores fabricantes de adegas personalizadas do Brasil, inaugurou um showroom em Curitiba, no Terra Madre Ristorante, Bigorrilho. Com 30 anos de experiência e 8 mil projetos entregues, a marca oferece adegas artesanais com design exclusivo de Joshua Costa, atendendo a clientes renomados como o hotel Rosewood. Joshua Costa e Raphael Zanette, do Terra Madre.
Foto: Daniel Fiedler
ARTEFACTO
Bruna Horn Bacchi vai além da curadoria: como branding director da Artefacto USA e diretora curatorial da Artefacto Brasil, ela traduz histórias em formas, cores e sensações. Sua visão combina elegância moderna e simplicidade sofisticada, unindo design artesanal a colaborações com grandes artistas. Entre seus destaques estão os vasos inspirados no azul icônico de Yves Klein e a coleção “Bubbles”, que brinca com formas orgânicas e nos convida a mergulhar em um universo de criatividade infinita. Foto: Divulgação

NEXT ALIMENTOS E CWPACK
NEXT Alimentos e CwPack apresentaram soluções inovadoras para o setor de gastronomia em evento com coquetel preparado pelo chef Paulo Gubert. A Next destacou sua linha de alimentos congelados e práticos, enquanto a CwPack apresentou embalagens e equipamentos para cozinhas profissionais. Breno Hatschbach (CwPack), Marcelo Gonçalves (NEXT) e o chef Paulo Gubert. Foto: RS Comunicação


MED4U
O Grupo Med4U, que integra o Instituto de Oncologia do Paraná (IOP), encerra 2024 com conquistas notáveis: foi incluído no ranking das 500 Maiores Empresas do Sul, elaborado pelo Grupo AMANHÃ em parceria com a PwC Brasil, alcançando a liderança em rentabilidade no setor de saúde. Ronaldo Amorim, CEO do Grupo Med4U. Foto: Divulgação

PÁTIO BATEL
No início de janeiro, o Pátio Batel deu início à ativação Corona Summer, proporcionando uma experiência única para os visitantes. Cesar Franco, Chris Bley, Paula Pignanelli e Fernando Bonamico. Foto: Bidilow

BSA

A Baggio Schiavon Arquitetura, responsável por projetos de destaque no mercado imobiliário curitibano, marcou presença no lançamento do AYA Carlos de Carvalho, da Invespark. Flávio Schiavon, sócio da BSA, e Michelle Beber, gerente de projetos e processos da incorporadora, celebraram o potencial do empreendimento como um marco de revitalização do centro de Curitiba.
Foto: Marcelo Veiga
LOPES HOME
A Lopes Home Curitiba celebra 5 anos de atuação, consolidando seu papel de destaque no mercado imobiliário paranaense. Sob a direção de Vivian Silva e Jairo Tkachechen, a empresa fortalece suas conexões com colaboradores e parceiros, reforçando um futuro promissor no cenário local. Vivian Silva e Jairo Tkachechen.
Foto: Marcus Campos


JAYME BERNARDO
Jayme Bernardo Arquitetos assina o projeto do novo escritório da Dotti Advogados em São Paulo. O arquiteto Jayme Bernardo e sua equipe de arquitetura entregaram o trabalho que reflete a visão moderna e funcional da empresa no novo espaço. Marlus Doria, Jayme Bernardo e Rogéria Dotti. Foto: Gladstone Campos
por Cesar Franco Coluna Ponto de Vista
JBA
A JBA Imóveis iniciou 2025 com sua nona unidade em operação, em Pinhais, Região Metropolitana de Curitiba. Com 255 colaboradores e 130 construtoras parceiras, a imobiliária oferece cerca de 3,5 mil imóveis para venda e locação. Na foto os diretores Ilso e Claudia Gonçalves com a gerente Renata Oliveira Alquino. Foto: Divulgação


IMÓVEIS DE PRIMEIRA
Comandada pelos sócios Paulo Orlandini (esq.) e Waldir Chinasso, a Imóveis de Primeira celebra em 2025 seus 10 anos com a campanha “Imóveis de Primeira 10 anos”. Referência em lançamentos e imóveis de alto padrão, a empresa alcançou R$ 1 bilhão em vendas nos últimos dois anos, consolidando-se no mercado imobiliário curitibano. Foto: Gerson Lima
CELANA
A Celana Construções Civis, sob a liderança de Afonso Melo Filho, é referência na construção de residências de altíssimo padrão. Priorizando confiança e proximidade com os clientes, a empresa se destaca pelo acompanhamento minucioso e pela gestão completa de cada projeto, consolidando-se como uma das principais do segmento de alto padrão. Foto: Divulgação


TRANCA SOLIDÁRIA
O Iate Clube de Caiobá recebeu a 8ª edição da Tranca Solidária, organizada por Fernanda Borio, Paula Mocellin Slaviero, Priscilla Müller, Renata Sguario e Tatiana Reichmann. Este ano, o evento apoiou a Associação Obra Nossa, responsável por direcionar os recursos arrecadados à ANCRESMAT, entidade que apoia coletores e selecionadores de resíduos sólidos em Matinhos. Foto: Divulgação

LEO PERUSSOLO
O Instituto Leo Perussolo, fundado em agosto de 2022 e mantido pela Construtora San Remo, transforma a vida de jovens de 14 a 18 anos por meio de projetos de educação, assistência social, saúde e cultura. Na foto, a presidente Sônia Regina Moritz Perussolo e a diretora executiva Iara Finger Varela. Inscrições abertas no site do Instituto. Foto: Divulgação

RODOLFO FONTANA
O arquiteto Rodolfo Fontana escolheu o novíssimo Raffles OWO London para celebrar a virada do ano. O hotel, que ocupa o antigo edifício da Old War Office (escritório do MI5), abrigou o gabinete de Churchill durante a Segunda Guerra Mundial e hoje é considerado um dos maiores projetos de restauração arquitetônica da Inglaterra. Foto: Divulgação
MOSTRA BLACK HOME SUL
Curitiba será palco da segunda edição da Mostra Black Home Sul, que acontece de 25 de agosto a 25 de novembro de 2025. Realizada em duas charmosas casas na Rua Olavo Bilac, 486, no Batel, com patrocínio local da incorporadora Adriática, o evento combina design, luxo e inovação. Fernando Rodrigues, CEO da mostra, promete experiências únicas e reflexões sobre arquitetura e sustentabilidade. Foto: Divulgação

GRACIOSA
O Réveillon do Graciosa Country Club foi um sucesso, repleto de animação e momentos especiais. O evento, organizado pelo festeiro Zauri Junior, reuniu sócios e convidados em uma celebração memorável. Eduardo Mourão, Adriana Santos, Thais Barbosa Pinto, Isabela Macedo Almeida, Renato Almeida e Beta Mourão.
Foto: Divulgação



HORTA E VELLO
O escritório Horta e Vello Arquitetura e Interiores terá um ano repleto de entregas de apartamentos decorados para os clientes da 1ª fase do edifício Reserva Barigui, da Construtora Avantti. Responsável por dois projetos de apartamentos de exposição, o escritório contribui para este empreendimento inovador em frente ao Parque Barigui. Os sócios Claudia Horta e Edison Vello. Foto: Raquel Lima
por Cesar Franco Coluna Ponto de Vista
AG7
Em novembro, a AG7 lançou o Ícaro Casa-Térrea, empreendimento que une elegância, bem-estar, arquitetura e paisagismo inspirados na identidade brasileira. O lançamento contou com o Chef Oscar Bosch (restaurante Tanit) e a cantora Roberta Sá. Alfredo Gulin e Alexia Motter, líder do projeto Ícaro Casa-Térrea. Foto: Divulgação

FLAVIA GLANERT
A arquiteta Flavia Glanert inicia uma nova fase em sua carreira com a abertura de seu escritório no edifício DS1529. Além de novos projetos em design e interiores, ela assina peças exclusivas de mobiliário. Seu trabalho se destaca no segmento de altíssimo luxo, unindo sofisticação e inovação em cada detalhe. Foto: Dessa Pires


BLUE PARK
O Blue Park agora faz parte do Visit Iguassu, ampliando sua presença no turismo nacional. Durante o anúncio, Luciano Motta, CEO do Grupo Mabu, assumiu a vicepresidência da entidade e reforçou o compromisso com o desenvolvimento de Foz do Iguaçu. Diego Garcia (diretor comercial do Grupo Mabu), João Biancardi (diretor de marketing do Grupo Mabu), Luciano Motta (CEO do Grupo Mabu) e Elvio Andrade (diretor do Blue Park)
Foto: Divulgação

PIEMONTE
A Construtora Piemonte realizou o coquetel de entrega do Piemonte Solenne. Localizado no Juvevê, o empreendimento se destaca pela arquitetura moderna, que harmoniza natureza e vida urbana, inspirada no conceito de solenidade. O evento contou com a participação dos sócios-fundadores Lucas e Filipe Biscaia Demeterco, que celebraram este marco com convidados especiais.
Foto: Ezequiel Prestes

por
ARQUITETARE
A arquiteta Elaine Zanon, da Arquitetare, esteve em Doha e visitou o Museu Nacional do Qatar, um projeto icônico do renomado arquiteto Jean Nouvel. Inspirado na “rosa do deserto”, formação mineral típica dos desertos do Golfo, o museu impressiona pela sua estrutura composta por 600 discos interconectados, criando uma obra que remete a uma joia monumental. Foto: Divulgação

GT BUILDING
A GT Building reuniu mais de 700 corretores e líderes do mercado no GT Expert 2025, o maior evento imobiliário do Paraná. Realizado no Teatro UP Experience, o encontro trouxe palestrantes renomados e conteúdos estratégicos sobre tendências, marketing e vendas. Um dia de aprendizado, networking e troca de experiências para impulsionar o setor. Na foto de Nilton Russo, Arsenio de Almeida Neto, diretor executivo da GT Building.


PLAENGE
A Plaenge celebra os resultados de 2024 com lançamentos de sucesso, como o Ágon Residence, que vendeu 85% das unidades no primeiro fim de semana, e o Paseo Folloni, que superou 50% no lançamento. Também foram concluídos os empreendimentos Experience, Fifty Cabral, Rodin, Vitra Água Verde e Signature. Gustavo Salvático (superintendente), Daniel Turchetti (gerente regional) e a arquiteta Luiza Bohrer comemoram o crescimento da construtora, com aumento significativo no VGV e nas entregas. Foto: Divulgação

ALTMA
A incorporadora ALTMA inicia 2025 com dois empreendimentos inovadores: o B41, primeiro condomínio Student Housing do Paraná, e o MYTÁ, que contará com uma floresta urbana e soluções avançadas de sustentabilidade, visando o selo GBC Condomínio Platina. A equipe da ALTMA, celebrando na sede no Batel: Helena Arioli (Marketing), Stephany Melo (Relacionamento), Raisa Dored (sócia e diretora de operações), Gabriel Falavina (sócio-fundador), Guilherme Cachuba (Comercial) e Vinícius Tumelero (Marketing).
Foto: Kauana Bechtloff
Cesar Franco Coluna Ponto de Vista



CONSTRUIR O FUTURO
Novos lançamentos, exclusividade com Thiago Bernardes e pioneirismo em sustentabilidade consolidam a construtora Laguna no setor
São 28 anos de atuação, 16 empreendimentos entregues e muitas novidades pela frente. Após anunciar a aquisição de 10 terrenos, com um landbank superior a R$ 2,5 bilhões e três novos empreendimentos para 2025, firmamos uma parceria exclusiva com o renomado escritório Bernardes Arquitetura. Os projetos assinados por Thiago Bernardes em Curitiba serão criados especialmente para a Laguna. A satisfação é enorme: pela carreira do arquiteto e sua família, reconhecida por seus projetos e admirada por todos, e pelo KAÁ, considerado um case de sucesso e referência no mercado imobiliário, principalmente pelas soluções inovadoras para o terreno.
Em breve, o ZAHI será lançado na Alameda Taunay, coração do Batel. O edifício, que ocupará um terreno de 3.200m², reflete a visão acertada de Thiago sobre espaço e sua otimização. Todas as unidades terão insolação privilegiada, com concierge e serviços, além de outros diferenciais da Laguna. A Galeria Simões de Assis será nossa parceira na curadoria de obras de arte. O ZAHI receberá certificação WELL, isolamento termoacústico e sistemas de renovação de ar. É um orgulho sermos a única construtora do país a integrar o WELL Portfolio, grupo exclusivo de empresas que promovem qualidade de vida,
saúde e bem-estar. O WELL, certificado pelo International Well Building Institute (IWBI), avalia 10 requisitos, como qualidade da água, ar, nutrição e exercícios. Nossa proposta é criar ambientes que impactem positivamente as pessoas, mantendo sustentabilidade, inovação e novos processos em nosso DNA.
PRÓXIMOS PASSOS
Com foco em inovação, bons terrenos, produtos de vanguarda e no cliente, a meta é consolidar a liderança e aumentar entre 15% e 20% o market share no mercado superluxo (imóveis acima de R$ 3 milhões). Serão dois lançamentos: na Rua João Américo de Oliveira, no Cabral, ao lado do Graciosa Country Club, em um terreno de 2.600m², com interiores assinados por João Armentano; e o BIOOS Barigui, residencial exclusivo para o público 60+. A oferta de produtos diferenciados, como o BIOOS, será ampliada, com mais frequência e inovações. Tudo isso com tecnologia, sustentabilidade e qualidade, sem perder a essência e a missão de tornar as cidades mais belas e melhores para viver.
André Marin, diretor de incorporação da Laguna
Thiago Bernardes | Foto: Patrícia Amancio

