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Noz Elétrica - Rock com Suingue
Por Ian Sniesko
NOZ ELÉTRICA
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ROCK COM SUINGUE
Chama a atenção, ao ouvir a faixa Haja, do Noz Elétrica, a sonoridade limpa e precisa da banda. Nestes tempos de caos sonoro, em que os artistas competem entre si para saber quem tem a música mais alta (leia sobre o loudness war no box ao lado), manter uma dinâmica expressiva e um feeling intacto no material final é uma dádiva para poucos. E é dessa graça orgânica que compartilham os integrantes Alex Carosso, Diego Salsixa e Gui Rodrigues.
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Tal conexão com o que é natural se mostra tão importante que aparece no nome: a noz, fruto que carrega significados poéticos e filosóficos, segundo Diego, faz um paralelo entre o espiritual e a semente da vida, o cérebro e as glândulas sexuais do ser humano; seguida do adjetivo elétrica, que não deixa de olhar para natureza bruta e, de certa forma, para a relação do homem com essas forças.
O Noz Elétrica nasceu das jams dos integrantes Alex e Diego, que casaram influências até chegar no suingue abrasileirado da banda. Diego, guitarrista do grupo, recebe influências que vão desde o gingado da capoeira e artistas brasileiros como Jorge Ben, Gil e Tim Maia até as guitarras “funkeadas” de Jimi Hendrix e John Frusciante, do Red Hot Chilli Peppers - banda essa importantíssima para o grupo.
Já Alex, vocalista e baixista possui, segundo Diego, influências centradas nos anos 80 e 90: Legião Urbana, Raul Seixas e, principalmente, o grunge noventista. Gui, o baterista, fica encarregado de trazer elementos do funk americano, reggae, afrobeat e manguebeat para as percussões do Noz Elétrica.
O que fazem, com certo despojo, os caras do Noz Elétrica é apresentar, em meio ao atual resgate da década de 90, com mais clareza, do que se tratava aquela década, que tinha seus resgates e influências por si. É um processo contrário à pasteurização ou à aplicação de filtros. O que fazem é exatamente “romper a casca” do resgate e apresentarem a si mesmos como a semente a ser degustada daquela árvore, enquanto os demais, que vemos nas prateleiras, serão descartados.
É neste cenário que a banda cria o que definem como rock com suingue, “com produção limpa e sem muitos efeitos”, como declara Diego. A aplicação daquilo que acreditam ser essa naturalidade para nossos ouvidos, acostumados com o auto-tune 1 e letras muitas vezes ininteligíveis do pop atual, se traduz na forma de vocais intimistas, com pouca reverberação, guitarra de som clean e percussão mais humanizada.
As letras compostas por Alex tratam, em sua quase totalidade, de temas filosóficos e espirituais, carregadas da visão de mundo do compositor, que tem o capricho de manter a aproximação pessoal e leve ao ouvinte, submetidas às composições instrumentais de Diego.
Com isso, a produção e a sonoridade do Noz Elétrica trazem à cena da música alternativa brasileira ares mais humanos e orgânicos, tornando-se uma boa pedida para quem quer desintoxicar ouvidos e mente. A banda se prepara para o início das apresentações ao vivo pelo Brasil e online, enquanto já compartilha faixas do seu primeiro álbum “Peso, Alegria e Groove”, estimado para ser lançado na segunda metade de 2019. Você pode conferir os singles Haja, Blue Hill e Musicarama nas principais plataformas de streaming e no canal da banda no Youtube.
Nota do editor: o AutoTune é um processador de áudio para corrigir as performances vocal e instrumental. É usado para disfarçar imprecisões e erros, permitindo, assim, que muitos artistas produzam mais precisamente suas músicas. O efeito Auto-Tune está disponível como um plug-in para profissionais de áudio utilizarem em estúdio, e como uma unidade independente para o processamento ao vivo. O Auto-Tune tornou-se um equipamento padrão para gravação em estúdio.
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LOUDNESS WAR
Você já percebeu que algumas músicas parecem ser mais “altas” que outras? Ou mesmo que as músicas mais novas parecem ter esse efeito? Isso não é resultado da “melhora dos métodos de gravação”, mas de um certo sacrifício de sua qualidade, para que a música se destaque. Desde que começamos a produzir para músicas em plataformas digitais, ou seja, para CDs, na década de 80, os produtores perceberam que podiam ultrapassar a limitação de picos de volume das plataformas analógicas por métodos de compressão digital de som. O problema destas técnicas é que elas “embolam” o som e diminuem sua qualidade, mas o seu volume fica acrescido, fazendo a música se destacar entre as outras quando tocadas em conjunto. Por isso, um álbum do Justin Bieber pode “ser mais alto” que um do AC/DC. Pejorativamente, a esse fenômeno se deu o nome de Loudness War.
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