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MÁRCIO LUGÓ

MÁRCIO PODE TUDO

MÁRCIO PODE TUDO

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“Amaral pode tudo”, diz Márcio Lugó em determinado momento da entrevista. Amaral é seu cachorro, na realidade seu alter ego. Também é o nome do projeto paralelo ao autoral que mantém com amigos ao trabalho autoral. O nome da banda surgiu entre umas e outras cervejas, quando um deles brincou: “vocês já pensaram o que o Roberto faz quando dormimos?”. Roberto é o nome do integrante canino da turma, mas Amaral, bom... Amaral é a forma humana que Roberto assume quando dormimos. Nessa transmutação, Amaral é um cara que fuma e bebe, sai pela noite e, claro, faz tudo aquilo que, de alguma forma, precisamos sublimar. Amaral é a liberdade plena.

Márcio está acostumado com transformações, seu caminho pela música está marcado por certa impermanência. O cabeludo baixista de uma banda de rock progressivo um dia resolver tocar violão no trabalho autoral. O violão, em certo momento, se fez guitarra.

É interessante que todas as transformações de Márcio se fazem com a mesma elegância de suas músicas ou de sua fala. Seu jeito polido, em falas e gestos, denota a mesma simplicidade de suas canções. Não há espaço para exageros (que estão guardados para o palco), em seu estúdio pessoal, o Estúdio Mínimo, onde ele grava a si e aos amigos.

LONGA ESPERA

O álbum [esque]ser estava pronto em março de 2020. Inclusive, Márcio havia encomendado a prensagem de CDs para a venda em shows. Pelo sim, pelo não, quando foram suspensas as apresentações, ele resolveu segurar um pouco o lançamento. Mas ninguém previa que estaríamos há mais de um ano e meio sem poder frequentar casas de shows, e, depois de tanto tempo, era necessário colocar o material no mundo.

“Eu precisava lançar, logo eu ia deixar de me relacionar com esse material” conta o compositor, que, inclusive, teve de reaprender parte deste repertório. Por outro lado, pela primeira vez, Márcio tinha a possibilidade de construir o lançamento do álbum com calma. Assim, ele abriu o calendário e marcou a data, prevendo uma semana para cada canção. Se pôs, assim, a produzir conteúdo relacionado ao álbum, dia após dia, semana após semana. Dando ao seu público a possibilidade que dava a ele mesmo de se relacionar com o material.

Enquanto espera a possibilidade de subir novamente no palco, onde Márcio Lugó diz que ele revela seu verdadeiro “eu”, com toda a pulsão e energia que tem dentro de si, ele trabalh a as canções direto de seu estúdio mínimo por meio das redes sociais. O álbum que quase foi esquecido, tornou um reflexo de quem ele é.

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