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CENA E ENSAIO
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Oálbum “A Vida Só Começou” marca a estreia de Bruno Schiavo. O compositor paulista faz uma leitura diferente do pop, com um toque vigoroso da banda que o acompanha. A convite de Eduardo Manso, produtor de Trança (2018) de Ava Rocha, e da gravadora e selo Rockit de Dado Villa-Lobos, o trabalho conta com músicos de trânsito intenso entre as cenas carioca e paulista. Com participações especiais de Ava Rocha, Ana Frango e Negro Leo, o disco mescla a canção no campo experimental, marcada pela investigação de fronteiras na música brasileira. Apesar do sentido inaugural evocado pelo título de seu disco de estreia, trata-se do resultado de um percurso de mais de dez anos pela música. Bruno integrou as bandas Dodecafunk, Bruno & Bruno, Eueueu e participou em inúmeras apresentações de improviso livre e em incursões pelo ruído e pela palavra. “ Ter fechado o ano sabendo que eu venci o Red Bull Music Breaktime Sessions foi algo muito grande pra mim”. POP VIGOROSO DE BRUNO SCHIAVO
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DEDIGUALDADE NA MÚSICA
O desequilíbrio de gênero que vivemos no Brasil não é diferente na música. Entre os 100 maiores arrecadadores de direitos autorais no país, apenas 10 são mulheres. E, em 2019, as mulheres receberam somente 9% do total distribuído em direitos autorais. Estes são alguns dados da terceira edição do estudo “Por Elas Que Fazem a Música”, desenvolvido pela União Brasileira de Compositores (UBC). Um dado que demonstra a persistência do estereótipo da figura feminina na posição de diva de autores homens é a origem dos rendimentos. Enquanto 14% das receitas masculinas são oriundas de interpretação de canções, para as mulheres este trabalho gera 27% de suas arrecadações. Homens têm 76% de receitas provenientes de suas autorias, já o total arrecadado pelas mulheres tem 66% oriundos de composições. Com mais de 33 mil associados, dos quais apenas 15% são mulheres, a associação comprova através da pesquisa que, apesar crescimento da participação da mulher, ainda há um longo caminho rumo equilíbrio de gênero no mercado fonográfico.
MIX ENTRE HERMANOS Com um sotaque portenho, Manda Mecha é a nova banda que surge em território brasileiro. A argentina Michu Mendez (Petit Mort, Muñoz, Menage) fica com os vocais, enquanto os brasileiros Chico Abreu (Skrotes, Los Desterros, Carolino), Juliano Parreira e Gustavo Koshikumo (ATR, Aquamono, Deep Leaks) se dividem entre guitarras, violões, baixos e sintetizadores. Papi, um som dançante com uma pegada latina, é o som de estreia com clipe para lá de divertido. Vem ver!
JULIA MELO O SEU HEAVEN Marcada pela força dos sintetizadores e das batidas que unem o pop, trap e dubstep, Julia Melo, que começou a compor aos oito anos de idade, lança o segundo single do seu EP de estreia, Celestial, pela Nuzzy Records. “Heaven” fala sobre o que a cantora passou e o que muitos outros LGBTQIA+ vivem, como violências físicas e psicológicas. Produzida por Marlon Lopes (Adorável Clichê), a faixa mistura peso e leveza no contraste do som. “Heaven foi criada para todas as pessoas que buscam o direito de ser quem são, de serem felizes e de poderem viver mesmo sendo perseguidos por todos”, diz.