Revista Outdoor 0

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nº0 JuLho/Agosto 2011

www.revistaoutdoor.pt

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outdoor Revista

Torna-te fã

Fotografia Outdoor

Nos Bastidores da Montanha com Aurélio Faria

Viagens SaudÁveis em família

com Joel Santos

Mergulha

com a Elisabete Jacinto

MUS

A Aventura Urbana

Titan Desert

O relato de quem lá esteve!

Caminhar

Vida activa longe do stress

Apps

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Actividades Outdoor Julho e Agosto Disponível para iPad e iPhone






Editorial Ficha técnica

O nº zero

I

niciar um projecto editorial na actual conjuntura económica é… uma Aventura! E é esta aventura que nos faz criar um projecto que acreditamos inovador: oferecer aos portugueses uma realidade ainda pouco conhecida e explorada, em formato fora de portas. Aqui está finalmente a Revista Outdoor, fruto de onze anos de trabalho do Portal Aventuras, pensada e idealizada desde 2009, resultado de muito empenho e dedicação de uma equipa fantástica que nunca baixou os braços e sempre acreditou que era possível. Temos como objectivo principal dar a conhecer um Portugal recheado de encantos naturais por descobrir, ideais para a prática de turismo, desporto e aventura. Fomos também saber mais junto dos Portugueses que se destacam neste meio: são desportistas, têm um enorme mérito nos feitos que atingem e são muito pouco reconhecidos (ainda). Queremos ser uma montra para estes aventureiros… e que sirvam de inspiração aos mais de 10 milhões que já somos para uma fuga da rotina, para uma saída em família, para umas férias… As nossas sugestões são diversas e garantimos que vos levam a locais e a actividades realmente interessantes! A aposta no mundo digital, em alternativa ao papel, é uma consequência natural do forte crescimento tecnológico, de um ritmo de vida cada vez mais virtual e de um sentido ecológico cada vez mais necessário. O formato (esperamos nós) é bastante interactivo, com vídeos, imagens e artigos que nos cativa e nos aproxima do conteúdo. u ga o iroM t Nh Ba N iM a l M ex tr aN ® ai ® Ne r™

www.revistaoutdoor.pt

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nº0 JuLho/Agosto 2011

Agradecemos a todos os que estiveram connosco desde o início da criação deste projecto…o nosso muito obrigada. Esta revista também é vossa! Até Setembro e até lá… acompanhem dia a dia as novidades no Portal Aventuras.

outdoor RevistA

Torna-te fã

FotograFia outdoor com Joel Santos

Nos Bastidores da MoNtaNha com Aurélio Faria

ViageNs saudÁVeis em família titaN desert

O relato de quem lá esteve!

CaMiNhar

Vida activa longe do stress

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Julho_Agosto 2011 OUTDOOR

WPG – Web Portals Lda NPC: 509630472 Capital Social: 10.000,00 Rua Melvin Jones Nº5 Bc – 2610-297 Alfragide Telefone: 214702971 Fax: 214702973 Site internet: www.revistaoutdoor.pt E-mail: info@revistaoutdoor.pt Registo ERC n.º 126085 Editor e Director Nuno Neves | nuno.neves@portalaventuras.pt Marketing, Comunicação e Eventos Isa Helena | isa.helena@portalaventuras.pt Sofia Carvalho | sofia.carvalho@portalaventuras.pt Revisão Cláudia Caetano Colaboraram neste número: Aurélio Faria, Artur Pegas, Paulo Quintans, Ricardo Mendes, Paulo Nascimento, Elisabete Jacinto, Ana Lima, Rui Calado, Joel Santos, Magali Tarouca, Gonçalo Velez, Pedro Pacheco, Ana Barbosa. Design Editorial Inês Rosado

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aCtiVidades outdoor Julho e agosto Disponível para iPad e iPhone

Edição nº0

Fotografia Joel Santos

Mus

A Aventura Urbana

Equipa Portal Aventuras

Mergulha

com a Elisabete Jacinto

www.portalaventuras.pt

Desenvolvimento Ângelo Santos


EDITORIAL

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GRANDE REPORTAGEM Nos bastidores da Alta Montanha

Directrizes

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EM FAMÍLIA VIAGENS SAUDÁVEIS Caminhadas pelos cenários das caixas de bombons

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AVENTURA — Caminhada Aquática

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Jardim Zoológico

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nº0 Julho_Agosto 2011

AVENTURA MUS Portugal 2011

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MERREL BAREFOOT

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POR TERRA CAMINHADAS O escape para viver uma vida activa longe do stress CAMINHADA NOCTURNA Sintra Fantasmagórica

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EVENTO — MILENIO TITAN DESERT 2011

40

A MINHA AVENTURA — “GR14_Rota do Rio Douro”

48

INDOOR — Preparação para uma caminhada no ginásio

52

ENTREVISTA ELISABETE JACINTO

54

POR ÁGUA EVENTO — Audi MedCup 2011

62

PASSEIO EM KAYAK Pelo Minho em Kayak

68

INDOOR — Preparação para uma aventura em Kayak no ginásio

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A MINHA AVENTURA — Rio Sabor em Autonomia

72

Descobrir os bastidores da Alta Montanha é a proposta de Aurélio Faria, que nos apresenta um relato impressionante de uma vivência intensa. “ … Muitas vezes a história está também na viagem até ao acampamento base … ”

54

FOTOGRAFIA ENTREVISTA — Joel Santos por Magali Tarouca

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PORTFOLIO DO MÊS — Índia

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FOTOGRAFIA DO MÊS — Pescador de Sonhos

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Aplicações iPhone para fotógrafos — Trip Journal

96

SOS SOBREVIVENCIA — Bear Grylls SOS em BTT

98 100

KIDS Campos de Férias

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ACTIVIDADES OUTDOOR

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DESCOBRIR Parque Natural e Parques Nacionais

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DESAFIO — Coasteering Blue Line

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Cartão Jovem comemora 25 anos

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POUSADA DA JUVENTUDE — Pousada de Juventude de Alfeizerão

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INTRA-RAIL — Vem Descobrir Portugal

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A MINHA EXPERIENCIA

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Depois da brilhante vitória no Rally da Tunísia, a equipa da Revista Outdoor esteve com a Elisabete e numa conversa informal de partilha de experiências, descobrimos alguns segredos desconhecidos do grande público…

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Viajar VIAGEM AVENTURA — Moçambique, África do Sul, Swazilândia

140

MEMÓRIAS POR PEDRO PACHECO Breve Relato de uma aventura no tecto do Mundo em 1994

142

Cuidados de alimentação em Viagem

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RECEITAS OUTDOOR

146

ESPAÇO APECATE

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DESPORTO ADAPTADO Jogos de Portugal

154

Atletismo

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A fechar

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Os textos e imagens presentes na Revista Outdoor são da responsabilidade dos seus autores. Não é premitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista.

Com a simplicidade, humildade e carisma que tão bem o caracterizam, o fotógrafo Joel Santos abriu-nos as portas para o mundo captado pela sua câmara. Viaje nas suas palavras e deslumbre-se com as suas imagens!


Grande Reportagem  Histórias Rarefeitas “Nas encostas dos Himalaias, só existem as encostas dos Himalaias. É à distância, ou na memória, ou na imaginação que os Himalaias assumem toda a sua altitude, e até um pouco mais.”.

Pôr-do-sol Everest, vista do Kala Pattar, 5400m Nepal

NOS BASTIDORES DA ALTA MONTANHA

Nuvem lenticular (Tibete)

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Fotos: Aurélio Faria

Fernando Pessoa


C

Era uma personagem singular, a quem chamámos logo carinhosamente O Velho, tal como déramos alcunhas aos participantes nas expedições acampadas no término do glaciar de Khumbu. Quando soubemos o porquê da marcha de uma semana até aos 5400m de altitude, vimos n´O Velho, a história perfeita entre as expedições que tentavam conquistar a face sul da montanha mais alta do mundo. Na noite da chegada, houve uma festa em sua honra. Na tenda messe, cantaram-se canções de marinheiros ingleses e cowboys americanos e trautearam-se melodias tradicionais nepalesas. O Velho a tudo assistiu, com aquele sorriso especial, sentado numa espécie de trono – a cadeira O Velho a giratória usada nas expetudo assistiu, riências dos médicoscom aquele sorriso -alpinistas britânicos. Soubemos que era o especial, sentado numa principal financiador espécie de trono – a cada Expedição Médica deira giratória usada Britânica. Tinha doado o equivalente a 80 mil nas experiências dos Euros porque acreditava médicos-alpinistas que o dinheiro servia uma britânicos. causa nobre. Apesar da filha única ter morrido na montanha. Apesar dos jornais sensacionalistas britânicos lhe terem feito a vida negra, e invadido a privacidade em busca de detalhes mórbidos e pormenores mirabolantes sobre o desaparecimento da sua alpinista mais querida. O Velho recusou naturalmente ser entrevistado. Mesmo assim tentámos, insistindo no facto de sermos portugueses, e nos mover apenas o exemplo dado pela sua presença. Os médicos mediaram as nossas abordagens, polidas de tacto e delicadeza. Acabámos, contrariados por aceitar o Não. Mas encontrámo-nos e falámos várias vezes: na lavagem da roupa, com as mãos geladas, imersas no riacho de água do glaciar; e na madrugada muito fria do último ataque ao Everest. Nós, acordados às 4 da manhã por obrigação profissional, para registar o moral dos alpinistas. Ele, por insónia, por já ter idade para dormir pouco. Na tenda-cozinha, tomámos chá, e falámos de banalidades da vida, do frio e do clima da Escócia, dos ovos estrelados e do sol de Portugal.

Viajar Grande Reportagem

abelos brancos. Entre os 65 e os 70 anos. Arribou ao Acampamento Base do Everest em finais de Setembro. Chegou às costas de 4 sherpas. Cansado. Ofegante. Mal adaptado à altitude. Mas determinado e com um sorriso de bem com a vida.

Caravana de iaques na moreia do glaciar de Solu Khumbu (5000m), Nepal

Ice Fall, face sul do Everest

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Grande Reportagem

Monja budista, Nepal

Mãe e filho, Lukla (2700m), Nepal

Tal como arribou, O Velho partiu sorrateiramente numa manhã de nevoeiro, dias antes de desmontado o arraial do Acampamento Base. Na memória e no coração, guardo ainda o tal Sorriso de bem com a vida, a postura de quem sofreu e sobreviveu, e a serenidade de quem já sabia que faltava pouco para juntar-se à filha no Reino das Neves Eternas. Sem glória nem drama, terminaram dias depois quase dois meses de trabalho em condições-limite. A 5 mil metros de altitude, com metade do oxigénio respirado ao nível do mar, 30 graus durante o dia, 20 negativos à noite, uma comida às vezes intragável, uma cama em cima de um glaciar que ondula e avança um metro por semana com estalos contínuos, e rodeados de conquistadores e sonhadores, loucos e aventureiros, até não houve grandes razões de queixa. Ninguém morreu. Tudo correu, mais ou menos, conforme o planeado, à excepção do final da reportagem do Outono de 1994: «E assim acaba uma aventura portuguesa no Everest. Ventos superiores a 100 quilómetros/hora sopraram para bem longe os sonhos de Pedro Pacheco e mais 18 alpinistas. Apanhados pela pior época de alpinismo dos últimos anos nos Himalaias, vencidos pela montanha que nepaleses e tibetanos chamam Deusa Mãe do Mundo.» Não foi preciso usar o único telefone-satélite existente em todo o vale de Solu Khumbu, numa estação científica italiana, a 2 dias de marcha do acampamento base. O pesado gerador e o rudimentar painel solar para carregar as baterias da câmara vídeo chegaram incólumes ao fim da expedição. A este anti-clímax mediático, juntaram-se alguns sustos, mas sem consequências, como a avalanche que varreu a parte alta do Acampamento Base, verdadeiro abalo sísmico que durou segundos, e fez chover sobre as tendas pó de neve e mil e um bocados de gelo e pedras. Onze anos depois, - na Primavera de 2005-, voltei com os alpinistas João Garcia e António Coelho (Tozé) aos Himalaias, já numa época de informação instantânea e de acesso imediato à Internet. Os telefones-satélite, os painéis solares e o material mais ligeiro mediatizavam já qualquer aventura aos mais altos cumes do planeta, mas criavam também uma pressão perversa para contar quase em directo as emoções, as dificuldades e os obstáculos inesperados que marcam uma expedição himalaiana. No Kangchenjunga, também no leste do Nepal, voltei a perceber que tal como numa guerra, uma reportagem sobre a alta montanha é um desafio aliciante mas que pode revelar o pior e o melhor da condição humana, e quão frágil é a fronteira entre a vida e a morte.

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Viajar Grande Reportagem

uma reportagem sobre a alta montanha é um desafio aliciante mas que pode revelar o pior e o melhor da condição humana, e quão frágil é a fronteira entre a vida e a morte

Nascer do sol, acampamento base do Everest

Dezassete anos depois de ter observado pela primeira vez o pôr-do-sol único no Everest, mantenho a certeza de que o alpinismo no arriscado e rarefeito mundo da alta montanha é diferente do futebol. Não deve haver locutores a transmitir regularmente o tempo e o resultado dos alpinistas que sobem a montanha: chegar lá acima é apenas metade do

Foto e Sketch: António Coelho

Da ida ao terceiro cume mais alto do planeta e na montanha dos Himalaias onde reza a tradição tibetana, os deuses da riqueza guardam ouro, prata, cobre, trigo e os livros sagrados – os 5 Tesouros das Neves Eternas! -, guardei a história de uma conquista portuguesa, mas também de um acto de heroísmo. Aos 6 mil metros de altitude, João Garcia resgatou o companheiro acometido de uma apendicite aguda. Numa corrida contra-relógio de quase 48 horas, acompanhou a descida de Tozé pelas dezenas de quilómetros do escorregadio e pedregoso glaciar de Yalung, até à pastagem de iaques a 4500m, onde aterrou o helicóptero chamado por telefone-satélite. Tozé voltou a Portugal com um jornalista enfermeiro. João regressou à montanha, e alcançou ainda o cume do Kangchenjunga, iniciando o percurso vitorioso, terminado em 2010 da conquista das 14 montanhas de 8 mil metros do planeta.

Rota de ascensão do Kanchenjunga

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Grande Reportagem Acampamento base do Kanchenjunga (5400m), Nepal

Da ida ao terceiro cume mais alto do planeta e na montanha dos Himalaias onde reza a tradição tibetana, os deuses da riqueza guardam ouro, prata, cobre, trigo e os livros sagrados

APP IPHONE Altímetro Digital

O Altímetro Digital mostra a posição em alturas (metros) no ponto onde estamos. http://itunes.apple.com/pt/ app/digital-altimeter-free/ id336650411?mt=8

caminho, e subir é tão perigoso como descer. E muitas vezes a história está também na viagem até ao acampamento base, e nos não alpinistas que rodeiam os que arriscam tudo para conquistar os altos cumes dos Himalaias. ø Aurélio Faria Jornalista SIC

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Viena, Feito. Próxima etapa, Londres.

Grande Motivação. Grandes Resultados. Novo relógio de ecrã táctil com GPS Forerunner ® 610. “Energia esgotada, pernas e pés doridos e um óptimo sentimento de objectivo superado. Corri os 42 Kms e o meu relógio Forerunner 610 já está focado no meu próximo objectivo. Com as suas características de motivação intermináveis, treinos intensivos e resultados precisos mal posso esperar para voltar a correr.”

www.garmin.pt


Em família  Viagens Saudáveis

Áustria

Caminhadas pelos cenários das caixas de bombons

Em abstracto qualquer viagem pode (e deve) ser saudável. Mas, dizemos nós, há umas mais saudáveis que outras. A actividade física como parte integrante de um programa de férias, seguramente que lhe trará a breve trecho uma melhoria da sua condição física e do seu bem estar geral. Se essas viagens forem feitas com as pessoas de quem mais gosta, pode transformar uma experiência de viagem num acontecimento familiar fantástico. Aquilo que vamos passar a descrever e propor é fazer férias activas, em família. Em suma… Ponha a sua família a andar!

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acto de caminhar é inato aos humanos enquanto espécie, por isso, parece-nos normal que esse atributo possa ser parte integrante de um programa de férias. Tão mais importante deve ser quando decidimos viajar com crianças, e mostrar-lhes a elas, que há mais mundo para além dos videojogos, da internet e das mensagens sms. Seleccionamos a região de Salzburgo para oito dias de passeios, descobertas e brincadeiras. Os vales e aldeias da região de Salzburgo co14

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meçam por surpreender pelo ambiente sereno, limpo e sofisticado. A arquitectura não nega que estamos entre a Baviera e o Tirol, tão pouco as suas gentes ocultam esse facto, fazendo gala no uso dos seus trajes tradicionais. Elas, saias rodadas até aos pés com motivos florais, avental branco imaculado, cabelo apanhado em carrapito ou rabo de cavalo. Eles, calções com peitilho, meias de lã até ao joelho, sapatos de couro com atacadores e chapéu verde, com uma pena colocada sobre a lateral. Para as crianças, as descobertas começam à saída do posto de turismo da aldeia. De mapa


Em famテュlia テ「stria Fotos: Papa-Lテゥguas

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Em família

na mão lançamos-lhes o desafio de descobrir o caminho para o hotel. Descemos entre ruas estreitas, de casas floridas e de gente alegre e sorridente. Neste dia de sol ameno, somos tentados a parar na geladaria. O tempo aqui passa mais devagar. Entre duas colheres de gelado, explicamos aos mais pequenos como ler um mapa, como encontrar o Norte, como transformar aquele pedaço de papel num labirinto gigante, por onde vão passar as brincadeiras dos próximos dias. A rede hoteleira desta região é peculiar. Sabe a outros tempos. Os hotéis são pequenos, familiares, decorados com as lembranças de quem os construiu e os foi deixando em herança aos descendentes. Tem uma escala humana, tão importante para que as crianças se possam sentir em casa. É este ambiente de descontracção, hotéis simples mas muito charmosos e uma comida deliciosa que nos prepara para em família fazermos os passeios pedestres que temos planeados. São passeios pequenos, simples e seguros, sempre com um objectivo que nos levam a percorrer vales verdejantes, cascatas impressionantes e desfiladeiros pouco comuns nas nossas latitudes. As crianças não se cansam, apenas tem que ter um objectivo em cada dia. Algo que o torne inesquecível, único. Ao fim do dia, depois de 16

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jantar, é bom usufruir do charme da nossa “casa na montanha” e ver (ou rever) as peripécias e aventuras que vivemos em família. Esta viagem termina em Salzburgo, cidade mergulhada numa cultura centenária, onde a música exerce um papel de relevo, dando oportunidade aos mais pequenos para escutar outros sons e aprender mais sobre os compositores que criaram algumas das mais belas obras musicais da nossa era. ø Artur Pegas

www.papa-leguas.com


asics.pt

Correr liberta mais do que suor

ASICS vem do Latim Anima Sana In Corpore Sano, que significa “Mente sã, num corpo são”


Em família  Aventura

As caminhadas aquáticas são recentes em Portugal. Trata-se de uma caminhada, mas no leito do rio. Tem a comodidade dos participantes terem fatos de neoprene e da caminhada se desenrolar num ambiente espectacular, observar espécies de árvores raras como o azereiro, mas também aves de rio, como a garça real, o melro de água ou o guarda rios. A possibilidade de ver lontras é rara, pois este mamífero é bastante esquivo, mas as marcas da sua presença são muitas. O silêncio e o contacto com a natureza são as principais características desta actividade. É uma experiência única, num rio magnífico.

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Foto: Trans Serrano

Caminhada Aquática no Rio Ceira – Góis


Este sector do rio Ceira é muito bonito, calmo e com grande contacto com a natureza...

Testemunho: Helena Moita - 35 anos “Gostei muito desta actividade... tinha medo de fazer um canyoning, mas a forma relaxante como decorreu e o nível muito acessível, fez ficar com vontade de experimentar outras actividades. Este sector do rio Ceira é muito bonito, calmo e com grande contacto com a natureza... Adorei aquele último salto no Açude antes do Ponte Velha da Cabreira! Obrigado Trans Serrano!”

Tipo de percurso: Linear. Extensão: 2 km Duração: 4 a 5h. Dificuldade: Médio, dependendo da condição física dos participantes e das condições do rio. Épocas recomendadas: Primavera, Verão e Outono (Maio a Outubro) Descrição: Caminhada aquática pelo leito do rio Ceira. Este rio possui uma galeria ripícola bem preservada. Tem início na Foz da Fonte, um local espectacular do rio, onde no passado os habitantes locais desviaram o leito do rio Ceira, escavando um túnel na montanha. O percurso inicia-se aqui, junto ao túnel, um local que se presta para fotografias inesquecíveis, num local onde mais ninguém vai. O percurso inclui a passagem e transposição de alguns açudes através de saltos. Ao longo deste sector pode-se ver antigos moinhos, lagares de azeite, muros de propriedades agrícolas e pontes, tudo feito em xisto e lousa. A meio encontra-se um açude de uma antiga serração movida a água, com permite diversos tipos de saltos de 2 a 3 metros para um poço muito fundo. Termina na Ponte Velha da Cabreira, um local deslumbrante com o lagar, moinho e tulhas, tudo em pedra da região. Este local tem várias opções de saltos para a água, para terminar a actividade em beleza. Durante o percurso é possível efectuar apneia. O percurso é em certos locais muito escorregadio, pelo que é necessário ter muita a atenção na progressão. Recomendações: Requer alguma destreza e resistência física. O que deve trazer: Deve trazer água e almoço ligeiro: sandes, fruta, barras energéticas, frutos secos etc. É necessária trazer calçado para andar na água (botas de caminhada ou ténis/sapatilhas velhas), meias de neoprene (facultativo), camisola de Lycra (facultativo), mochila pequena para andar na água, protector solar. Quem usar óculos graduados deve aplicar um cordão para estes andarem mais seguros. Preço: 17,5€/pax Inclui: Fato de neoprene e meias, seguros e enquadramento por monitores experientes. Disponibilizamos alguns óculos e tubos de apneia para o grupo. Actividade realizada com o mínimo de 6 participantes. Um Programa: Trans Serrano ø

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Em família Caminhada Aquática

FICHA TÉCNICA


Em famĂ­lia

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(Artigo escrito segundo o novo acordo ortogrรกfico)

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Aventura

MUS PORTUGAL 2011

Estรก de volta a mais divertida prova de aventura urbana! Faro, Beja, ร vora, Castelo Branco, Coimbra, Viseu, Aveiro, Porto jรก receberam as mini-provas. Seguem-se as mini-provas de Braga e Braganรงa antes da final de Lisboa

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Aventura MUS Portugal 2011 LOAD

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epois do sucesso da edição de 2010, a Merrell volta a trazer a Portugal a maior e mais divertida prova de aventura urbana: o MUS 2011. Ideal para aqueles que gostam de desafios e de imprevistos, o MUS reúne aventura, desporto, animação, cultura e solidariedade. E tudo isto, enquanto se explora a cidade que a recebe.

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Tiago Veloso, Brand Manager da Merrell, destaca que “a abrangência do MUS expressa de forma única os valores da Merrell, pois é uma prova onde a responsabilidade social e ambiental se integram naturalmente com os outros atributos: diversão, desporto e cultura. É com enorme satisfação que nesta segunda edição levamos esta A solidariedade é experiência a outras cidades, de Norte a Sul de Portugal, um dos atributos do permitindo que os fãs de MUS. Como tal, e à semeactividades ao ar livre de lhança do que aconteceu em todo o país embarquem na mais divertida aven2010, o MUS apoia a Assotura urbana”.

ciação CAIS, encaminhando para esta instituição os donativos angariados pelas equipas.

A edição deste ano tem várias novidades: foi criado um calendário nacional que vai permitir que 10 cidades,

de Norte a Sul do país, tenham oportunidade de experimentar esta aventura urbana, há provas de animação destinadas ao público que assiste à competição e vai permitir que a equipa vencedora da prova final participe na Oyster Racing Series, nos Estados Unidos. Faro (7 Maio), Beja (14 Maio), Évora (21 Maio), Castelo Branco (28 Maio), Coimbra (4 Junho), Viseu (11 Junho), Aveiro (18 Junho), Porto (25 Junho), Braga (2 Julho) e Bragança (9 Julho) são as cidades que recebem mini provas antes da grande final de Lisboa, marcada para 16 de Julho, no coração da cidade. O envolvimento do público em actividades inovadoras, através da produção de energia cinética, é a segunda novidade e serve de base a uma série de desafios nos quais os vencedores não vão ficar de mãos a abanar. Watt Challenge: Competição para ver quem gera mais energia pedalando. DJ Contest: Concurso de DJ’s em que o sistema de som é alimentado pela energia produzida por pessoas a pedalar. O vencedor de cada cidade será convidado a actuar na prova de Lisboa. Pedal Milkshake: Batidos de fru-

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Aventura

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ta feitos na hora com energia cinética. Cada pessoa pedala para confeccionar o seu. Runway Bike: Desfiles de moda em bicicleta que vão ser marcados pela originalidade de cada participante. Outra novidade desta edição é a possibilidade da equipa vencedora da prova final ir à Oyster Racing Series, uma prova urbana que se realizou pela primeira vez na cidade de Denver, nos Estados Unidos, em 2003, e que depressa se estendeu a outras cidades do país.

Sobre a MERRELL A MERRELL, que em 2011 comemora 30 anos de existência, é a marca de calçado Outdoor que mais vende no mundo. Trata-se de uma marca norte-americana de calçado que se expandiu mais recentemente para a área do vestuário. Integrou desde 1997 a Wolverine Wold Wide, empresa sediada em Rockford, no Michigan, que inclui no seu portfólio marcas de grande notoriedade como a CAT, Harley–Davidson, Patagonia, Sebago ou Hush Puppies. Actualmente a MERRELL produz mais de oito milhões de pares de sapatos por ano, distribuídos por cerca de 200 países e territórios.

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RESPONSABILIDADE SOCIAL A solidariedade é um dos atributos do MUS. Como tal, e à semelhança do que aconteceu em 2010, o MUS apoia a Associação CAIS, encaminhando para esta instituição os donativos angariados pelas equipas. Nesta edição podem angariar-se fundos através das inscrições (por cada inscrição, a CAIS recebe €5), da página da MUS Portugal no Facebook (por cada “like” a CAIS recebe €0,10), através da linha telefónica MUS de apoio à CAIS – 760 50 16 50 – sendo que a Associação recebe €0,30 por cada chamada efectuada, e pela angariação directa dos participantes junto dos seus familiares, amigos, colegas e restante cadeia de conhecimentos através de um sistema de donativos explicado mais à frente. Para Henrique Pinto, director da Associação CAIS “é com imenso orgulho que a Associação CAIS volta a unir-se ao MUS pela segunda vez consecutiva. A aposta da Merrell, e de todo o público que adere a esta iniciativa, em ajudar a CAIS no seu trabalho é muito importante para o combate à pobreza. É motivador saber que há empresas e projectos que não esquecem o lado solidário e socialmente responsável e o MUS é disso exemplo. Recordo que em 2010 esta parceria permitiu à CAIS angariar


Por água Aventura MUS Portugal 2011 LOAD

Sobre a Associação CAIS Fundada em 1994, a CAIS é uma Associação de Solidariedade Social sem fins lucrativos. Activa e dinâmica, a CAIS é uma entidade que não só trabalha no terreno como debate as questões sociais em Portugal. A sua missão é contribuir para o melhoramento global das condições de vida de pessoas sem casa/lar, social e economicamente vulneráveis, em situação de privação, exclusão e risco. No terreno, a CAIS actua a dois níveis: inclusão - ajudar as pessoas a integrarem-se no mercado de trabalho ou a encontrar formas de sustentação económica mais estáveis; intervenção – promover a reflexão e o debate das questões que se ligam aos fenómenos da pobreza e exclusão, em Portugal e no mundo. OUTDOOR Julho_Agosto 2011

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Aventura

A PROVA Aos participantes cabe realizar as tarefas que lhes forem designadas no menor tempo possível e, embora correr e andar de bicicleta sejam actividades esperadas, a verdadeira aventura é o secretismo! As equipas podem ser desafiadas a fazer as coisas mais improváveis e é essa, precisamente, uma das principais atracções do MUS: embarcar numa prova cujos detalhes são desconhecidos.

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fundos para 704 refeições completas. Nesta edição a missão passa por ajudar a criar emprego através de um novo projecto da CAIS: o Capacitar Hoje”.

OS PRÉMIOS Mini Provas: Todos os participantes recebem uma t-shirt oficial do MUS, um saco mochila, uma garrafa de água e uma barra energética. Nas mini provas, as 3 equipas que melhor se classificarem ganham Camelbacks, buffs, e equipamento Merrell no valor de €75, €50 e €25 por participante. São ainda convidadas a disputar gratuitamente a prova de Lisboa, a 16 de Julho. MUS: Todos os participantes recebem uma t-shirt oficial do MUS, um buff, um saco mochila, uma gar-

PARTICIPAR O MUS é uma prova aberta a todos os que queiram participar, desde que tenham no mínimo 14 anos e constituam uma equipa com 3 elementos. Os interessados poderão inscrever-se nos balcões e bilheteira online dos CTT a partir de 15 de Abril. O valor da inscrição é de €15 para as mini provas e €25 para a prova de Lisboa. 26

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Como a prova é secreta, será distribuído às equipas um passaporte momentos antes do início, indicando o próximo local de destino. O objectivo é chegar lá o mais rápido possível, utilizando o meio de transporte designado. Depois de cumprido o desafio as equipas retornam ao ponto de partida, onde recebem novas instruções. Como o MUS se inspira no forte sentido de responsabilidade ambiental da Merrell, a valorização de recursos naturais, o não desperdício, o culto das energias renováveis e a preservação ambiental são conceitos que integram toda a prova – por exemplo, através da promoção do uso da bicicleta ou dos transportes públicos no desempenho das actividades.

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rafa de água e uma barra energética. Sendo a Merrell o patrocinador principal da Oyster Racing Series – www.oysterracingseries.com – a equipa vencedora da final de Lisboa ganha a participação nesta prova, com oferta das viagens e estadias numa cidade ainda a designar com base no calendário da Oyster. O segundo e terceiro classificados ganham Camelbacks, buffs e equipamento Merrell no valor de €150 e 100€, respectivamente. Do quarto ao décimo participantes, o prémio é um Camelback. ø


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Por รกgua Aventura MUS Portugal 2011


Aventura

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Julho_Agosto2011 Junho_Julho 2011 OUTDOOR OUTDOOR


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colecção MERRELL Barefoot proporciona um bom equilíbrio entre protecção ao pé, amortecimento e liberdade de movimentos, de forma a ajudar os entusiastas do outdoor a evitar lesões e a fortalecer os seus músculos enquanto fazem o que mais lhes dá prazer na natureza. Os modelos que integram a MERRELL Barefoot juntam o design minimalista que dá liberdade ao pé, à tracção em zonas específicas do calçado para ir ao encontro dos desafios de cada terreno – desde a estrada ao trilho de montanha. Os designs criados proporcionam uma locomoção mais natural, pela movimentação da protecção do calcanhar e pelo amortecimento que a dianteira proporciona ao caminhar, a que se junta um alinhamento ideal. Ao estimular a musculatura, aumenta a força do torso, a agilidade corporal e a capacidade de queimar mais calorias.

MERRELL Barefoot Collection: Deixa-te conduzir pelos teus pés Entre as propostas masculinas os ténis TRAIL GLOVE destinam-se a corrida e caminhada e proporcionam uma sensação próxima do terreno. Para praticar montanhismo e alpinismo com grande naturalidade o modelo TRUE GLOVE é o ex-líbris dos desportos mais radicais. Ambos os modelos integram gáspea em pele sintética e em rede, assim como o sistema de laçagem patenteado pela marca, o Merrell Omni-Fit™,

que garante um ajuste perfeito dos ténis ao pé. Um suporte no interior oferece estabilidade ao pé e um design ergonómico com grande capacidade de resposta. Ainda entre as propostas masculinas o TOUGH GLOVE é um modelo construído em pele macia com um estilo casual e desportivo, com um design versátil que lhe permite andar pela cidade assim como entrar numa aventura espontânea de última hora.

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Aventura MERRELL Barefoot

A MERRELL®, marca líder na criação de calçado e vestuário outdoor, que já nos habituou a qualidades como conforto e qualidade, e a Vibram®, líder mundial em solas de borracha de alta performance responsável pelo design e produção do conhecido conceito Five Fingers®, empreenderam uma colaboração exclusiva com o objectivo de criar uma sola com um design na vanguarda da adaptabilidade e movimento multi-direccional. O resultado é a MERRELL Barefoot, uma colecção que agora se estreia, de calçado eficiente, versátil, ultra-leve e minimalista. Esta colecção representa o calçado mais futurista que vai ao encontro das várias necessidades dos entusiastas outdoor.


Aventura

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