Amazônia 118

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27 Ano 17 Número 118 junho/2023 ISSN 1809-466X 9 77180 94 6 600 78 1100 R$ 29,99 € 5,00
Especial Meio Ambiente

O BRASIL, A AMAZÔNIA E OS CRÉDITOS DE CARBONO

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MAIS CONTEÚDO

O FUTURO DA CAPTURA E ARMAZENAMENTO DE CARBONO NOS MERCADOS DE CARBONO

O mercado de carbono surgiu a partir da criação da Convenção- Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática – UNFCCC, durante a ECO92, no Rio de Janeiro. Em 1997, em Quioto, Japão, na terceira Conferência das Partes – COP3, foi criado o Protocolo de Quioto, onde foi decidido que os países signatários deveriam assumir compromissos mais rígidos para a redução das emissões de gases que agravam o efeito estufa. A partir daí, uma das formas de incentivo a redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) são a partir dos créditos de carbono. De forma geral, para 09

A tecnologia de captura e armazenamento de carbono produz créditos de carbono capturando dióxido de carbono de usinas de energia e processos industriais e armazenando- o no subsolo para diminuir as emissões. Cada crédito de carbono é equivalente a uma tonelada de dióxido de carbono ou uma quantidade equivalente de outro gás de efeito estufa que foi reduzido, evitado ou sequestrado. Os mercados de carbono são plataformas onde as empresas podem obter receita...

FÓRUM DAS NAÇÕES UNIDAS

SOBRE FLORESTAS – UNFF

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O 18º UNFF se reuniu de 8 a 12 de maio de 2023 na sede da ONU em Nova York. Cerca de 400 participantes dos Estados Membros, organizações internacionais, Parceria Colaborativa em Florestas (CPF) e Grupos Principais participaram da sessão. Realizou discussões técnicas sobre a implementação do Plano Estratégico das Nações Unidas para Florestas 2017-2030 (UNSPF), destacando sinergias com outros esforços globais As florestas protegem as...

SHOW AGRO 2023

Organizada pela Cooperativa Agroindustrial Paragominense (Coopernorte), foi marcada por apresentar aos visitantes os maiores avanços em tecnologia, com área para teste de drones, simuladores com realidade virtual, tecnologia 3D, games e a presença do Centro de Pesquisa da Coopernorte, que apresentou todas as inovações desenvolvidas pela cooperativa. Além disso, outro grande destaque desta edição foram as vitrines vivas, exposição de material vegetal que permitiu aos produtores acompanhar na prática novas variedades, manejos e a ação de defensivos agrícolas. Como já tradicional um...

RESPOSTAS HUMANAS ÀS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E O DESTINO DA BIODIVERSIDADE

A mudança climática é uma ameaça existencial para os seres humanos e para a biodiversidade global, como foi reforçado no sexto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), bem como nas Conferências das Partes do IPCC (Glasgow, Reino Unido; novembro 2021) e a Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (Montreal, Canadá; dezembro de 2022). Mas essas reuniões também destacam implicitamente graves deficiências em como os cientistas conservacionistas e os formuladores de políticas...

USO DE MICROBIOMAS PARA COMBATER A PERDA GLOBAL DE BIODIVERSIDADE

Resumidos os conceitos atuais, gargalos e aspectos éticos que abrangem o gerenciamento cuidadoso e responsável dos recursos do ecossistema usando o microbioma (denominado manejo do microbioma) para reabilitar organismos e funções do ecossistema. Propomos uma estrutura de aplicação do mundo real para orientar aplicações probióticas ambientais e de vida selvagem. Esta estrutura detalha as etapas que devem ser seguidas no processo de upscaling (grids de amostragem de maior escala), ao mesmo tempo em...

[14] O segredo por trás da ‘terra escura’ da Amazônia pode ajudar a acelerar a restauração florestal em todo o mundo [20] Folha da Amazônia para substituição do mercúrio na extração de ouro [26] Animação “sem precedentes” mostrando 100 milhões de anos de história da Terra [29] Previsão de eventos climáticos extremos com mais precisão [32] Agora sabemos exatamente o que acontece na natureza quando derrubamos florestas [36] Cascatas de extinção acabarão com mais de um quarto da Biodiversidade Mundial [46] Esforços de conservação da natureza em larga escala por si só não preservarão os benefícios para nossas sociedades [49] Avaliando variações de 500 anos no clima e na vegetação [50] Shell e Inpa investem em nanobiotecnologia para recuperar áreas degradadas na Amazônia [52] Zona crepuscular em risco de mudança climática [56] Diversidade de Árvores aumenta o armazenamento de Carbono e Nitrogênio em solos florestais, mitigando as mudanças climáticas [58] Nuances da conexão floresta-água [60] As correntes antárticas que abastecem 40% do oceano profundo do mundo com nutrientes e oxigênio diminuem drasticamente [62] Metade dos maiores lagos do mundo está perdendo água [65] “Era do Gelo Quente” mudou os ciclos climáticos

CEP: 66033-800

Belém-Pará-Brasil

DIRETOR Rodrigo Barbosa Hühn

PRODUTOR E EDITOR Ronaldo Gilberto Hühn

COMERCIAL Alberto Rocha, Rodrigo B. Hühn

ARTICULISTAS/COLABORADORES

Cardiff University, Embrapa Florestas, Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas da Universidade de Columbia, Katia Pichelli , Luís Felipe Guandalin Zagatto, Manuela Bergamim, Owais Ali, PNAS (2023), Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK), Ronaldo G. Hühn, Tristan Salles, Universidade de Aarhus, Universidade de Columbia, Universidade Flinders, Universidade de Heidelberg, Universidade de Michigan, Universidade de Sydney;

FOTOGRAFIAS

Acervo do Laboratório de Fisiologia e Bioquímica Vegetal/ Inpa, Acervo Shell, Adaptação de Borges et al. (2022), André Bahr, Arquivo Amazônia, Center for Ecosystem Science and Society, CIFOR, Cortesia de Chris Leidy—Assouline, Nature Climate Change, Divulgação, Eileen Devinney/NPS, IISD/ENB | Ángeles Estrada Vigília, IRRI Photos/FlickrJules Verne Times Two / Creative Commons, Liam Forberg, Luís Felipe Guandalin Zagatto, Maurel Behling, MME, Mongabay, Morgan Bennett Smith / KAUST, Nasa, NASA Earth Observatory, NASA Landsat satélite, Nature, Northern Arizona University, Olena Sergienko/Unsplash, Paul Pearson/Cardiff University, Pixabay/CC0 Domínio, “Rain Storm Colorado Springs Colorado” de Brokentaco/Flickr está licenciado sob CC BY 2.0, Reprodução, Ron Whitaker/Unsplash, Samuel Monteiro Domingues (Creative Commons), Sander Lenaerts/Unsplash, Science, Shutterstock/Sk Hasan Ali, Stefanie Zingsheim, Tristan Salles, UniversalImagesGroup, Universidade Flinders, Universidade de Michigan, Universidade de Sydney, Universidade da Virgínia, UNFCC, Unsplash, Victor Leshyk, Wendy Ysser, Wikicommons;

EDITORAÇÃO ELETRÔNICA

Editora Círios SS LTDA

DESKTOP Rodolph Pyle

NOSSA CAPA

RECICLEESTAREVISTA

Samaumeira (Ceiba pentranda), árvore típica e simbólica da várzea amazônica, no rio Paraná do Ramos-Parintins, AM. Sugerindo sua utilização (a do Parque Estadual do Utinga), de alguma forma, nas mídias da COP30. Foto Adalmir Chixaro

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O Brasil, a Amazônia e os Créditos de carbono

Como estabelecido e acordado em Paris, no Protocolo de Kyoto em 1997, o Brasil precisa cumprir compromissos ambientais, de redução de emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE), buscando bater as metas de descarbonização e frear o aquecimento global.

Na COP26 – 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, foi firmado estes Compromisso, dentro desses prazos:

* Até 2030: redução de 50% das emissões de carbono.

* Até 2050, neutralizar todas as emissões de carbono

O Mercado

Omercado de carbono surgiu a partir da criação da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança Climática – UNFCCC, durante a ECO-92, no Rio de Janeiro. Em 1997, em Quioto, Japão, na terceira Conferência das Partes – COP3, foi criado o Protocolo de Quioto, onde foi decidido que os países signatários deveriam assumir compromissos mais rígidos para a redução das emissões de gases que agravam o efeito estufa. A partir daí, uma das formas de incentivo a redução de emissões de gases do efeito estufa (GEE) são a partir dos créditos de carbono. De forma geral, para quantificar: um crédito de carbono representa a redução ou remoção de uma tonelada métrica de dióxido de carbono (CO2) ou outro gás do efeito estufa equivalente.

Ainda na COP26, em Glasgow, na Escócia, o Ministério do Meio Ambiente apresentou diretrizes para a agenda estratégica voltada à neutralidade climática. Entre as medidas:

*Zerar o desmatamento ilegal até 2028: 15% por ano até 2024, 40% em 2025 e 2026, e 50% em 2027, comparando com o ano de 2022;

*Restaurar e reflorestar 18 milhões de hectares de florestas até 2030;

*Alcançar, em 2030, a participação de 45% a 50% das energias renováveis na composição da matriz energética;

*Recuperar 30 milhões de hectares de pastagens degradadas;

*Incentivar a ampliação da malha ferroviária.

Para atingir esses Compromissos, maiores esforços neste sentido deverão e estão sendo concentrados na Amazônia, de onde se originam 47% das emissões dos GEEs no País – a maior parte causada pelo desmatamento.

Esses créditos são negociados no chamado mercado de carbono, onde as empresas que precisam cumprir metas de redução de emissões

podem comprá-los de outras empresas ou organizações que implementaram medidas para reduzir suas próprias emissões.

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Fotos: Mongabay, NASA Landsat satélite, UNFCC por *Rodrigo Hühn

Fonte geradora

De acordo com um levantamento da FGV, o Brasil possui posição de destaque na geração de créditos de carbono no mercado voluntário mundial, ocupando a quarta posição em termos de volume de créditos de carbono historicamente gerados, atrás apenas de países como Estados Unidos, Índia e China.

Como detentor da maior floresta tropical do mundo, o Brasil possui um enorme potencial de gerador de créditos de carbono florestais, que são créditos de maior qualidade, maior permanência e co-benefícios, tais como preservação da biodiversidade, geração de emprego, proteção dos recursos hídricos.

No entanto, o Projeto de Lei 290/2020, que regulamenta o mercado no Brasil, ainda não foi aprovado, porém possui grande número proposições a ele apensados ( Sabe-se lá quando será).

Enquanto isso, a participação do mercado de carbono continua a ser regulamentada pelo Decreto nº 9.178/2017, que estabelece as regras para a negociação de créditos de carbono.

De acordo com o decreto, as atividades que podem gerar créditos de carbono incluem a redução de emissões de gases de efeito estufa decorrentes do desmatamento e da degradação florestal, a recuperação de áreas degradadas, o manejo florestal sustentável, entre outras.

Além disso, o Brasil também participa do mercado de carbono internacional por meio do Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), estabelecido pelo Protocolo de Quioto.

O MDL permite que os países em desenvolvimento recebam financiamento para projetos que reduzam as emissões de gases de efeito estufa, em troca da emissão de créditos de carbono que podem ser comercializados no mercado global.

Como ainda não é regulado, essas atividades são denominadas de mercado voluntário.

Mercado de Carbono Voluntário

O mercado de carbono voluntário – VERs, em inglês, surgiu de forma paralela ao mercado de carbono regulado, ambos decorrentes do Protocolo de Quioto.

No mercado voluntário, qualquer empresa, pessoa, instituição ou governo pode gerar ou comprar créditos de carbono voluntários.

Esses créditos são auditados por uma entidade independente, mas não estão sujeitos a registros da Organização das Nações Unidas (ONU) e, por isso, não valem como meta de redução para os países que fazem parte do acordo internacional.

Entretanto existem programas, adotados por organizações voluntárias, que contribuem para o cumprimento dos objetivos do Protocolo de Quioto e permitem que organizações que os implementam obtenham VERs.

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Estratégia de incentivo à geração de energia limpa, em um modelo em que as partes envolvidas pretendem reduzir as emissões de carbono Maior floresta tropical do mundo

Redução das emissões dos GEE’s

Apenas a redução dos GEE’s não é suficiente para reduzir o aquecimento global. Assim, além dessa questão há pontos como a redução dos combustíveis fósseis, a questão do consumo global, a importância da água para o meio ambiente e os processos de dessalinização da água. Existe também produtos como a “carne verde”, com produção de gado a partir da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF), (sobre isso, várias matérias já foram divulgadas aqui na Revista Amazônia), e já está sendo implementado, além da “soja verde” e a implementação de normas de governança ambiental do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e a Cédula de Produto Rural (CPR) Verde.

Os produtores rurais têm tudo para se beneficiar desse mercado

A combinação das políticas públicas, ações de governos junto com entidades privados que buscam uma governança mais verde, tende a resultar em um equilíbrio no futuro da produção verde.

Segundo André Passos, advogado especializado em direito do agronegócio e professor na FGV para o surgimento de novos mercados, é necessário demanda, métricas, capacitação e qualificação, com isso, é cada vez mais necessário essa educação nas universidades, empresas e do próprio mercado olhar para profissionais preocupados com questão ambiental.

As métricas dos créditos de carbono são internacionais, mas quando falamos de produção sustentável, obediência as normas ambientais, de um CAR extremamente moderno, ILPF, de produção integrada, recuperação de pastagens degradadas, ou a própria CPR verde, vemos que o Brasil institucionalmente e tecnicamente tem condições de assumir a frente desse processo.

Enfim, a combinação de todas essas políticas públicas, ações de governos junto com entes privados que buscam uma governança mais verde, tende a resultar em um equilíbrio no futuro da produção verde. Os créditos de carbono e a Cédula de Produto Rural (CPR) Verde vão contribuir com isso através dos incentivos financeiros que representam.

E na Amazônia...

A Amazônia tem um grande potencial de geração de créditos.

A floresta em pé retira os gases de efeito estufa da atmosfera e, portanto, pode virar fonte de créditos.

Com 5,3 milhões de quilômetros quadrados, o ecossistema é a maior floresta tropical do mundo e essencial para o ciclo de sequestro de carbono do planeta: responde por cerca de 14% do carbono assimilado por fotossíntese e abriga 17% de todo o carbono estocado em vegetação em todo o planeta

A Amazônia pode gerar créditos de carbono com os projetos de REDDs (Redução de Emissões provenientes de Desmatamento e Degradação Florestal). São ações de combate à derrubada da floresta que resultam na diminuição das emissões geradas por desmatamento e degradação, somado à conservação dos estoques de carbono florestal, manejo sustentável de florestas e aumento dos estoques de carbono florestal. Além da geração de energia limpa e renovável, entre outras

Porém já é mais que o momento de definir/normatizar definitivamente medidas governamentais necessárias para evitar que o mercado de carbono florestal produza efeitos perversos para a população que protege e vive da floresta. Basta de apensar proposições e .....

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Produção de gado a partir da Integração Lavoura-Pecuária-Floresta (ILPF)

O futuro da captura e armazenamento de carbono nos mercados de carbono

A captura e armazenamento de carbono (CCS) envolve a captura de dióxido de carbono (CO2) e o seu armazenamento no subsolo em formações geológicas, impedindo a sua libertação para a atmosfera. É crucial reduzir significativamente os níveis atmosféricos de CO2 e cumprir os objetivos do Acordo de Paris. Este artigo analisará o futuro da tecnologia de captura e armazenamento de carbono nos mercados de carbono à luz do relatório técnico IEAGHG 2023

Captura e armazenamento de carbono e seu papel nos mercados de carbono

Atecnologia de captura e armazenamento de carbono produz créditos de carbono capturando dióxido de carbono de usinas

de energia e processos industriais e armazenando-o no subsolo para diminuir as emissões. Cada crédito de carbono é equivalente a uma tonelada de dióxido de carbono ou uma quantidade equivalente de outro gás de efeito estufa que

foi reduzido, evitado ou sequestrado. Os mercados de carbono são plataformas onde as empresas podem obter receita ou atingir suas metas de redução de emissões comprando ou vendendo esses créditos de carbono.

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por *Owais Ali Fotos: Arquivo Amazônia, Divulgação, MME, Unsplash Captura, uso e armazenamento de carbono

Tipos de mercados de carbono

Os mercados de carbono são classificados em dois tipos: mercados de conformidade e mercados voluntários.

Os mercados de conformidade são estabelecidos em resposta a políticas ou mandatos regulatórios internacionais, nacionais ou regionais. Por outro lado, os mercados voluntários de carbono, internacionais e nacionais, envolvem a emissão, compra e venda voluntária de créditos de carbono. Os créditos voluntários de carbono são gerados principalmente por governos ou empresas

privadas que desenvolvem programas de carbono que levam à remoção ou redução de emissões. A demanda por esses créditos é principalmente de pessoas físicas que procuram compensar suas pegadas de carbono, organizações com metas de sustentabilidade e outras partes interessadas que buscam lucrar negociando créditos a um preço mais alto.

O sistema de comércio de emissões (ETS) é um exemplo típico de um mercado de conformidade em que empresas ou países, como a União Européia, são regulamentados e recebem licenças para suas emissões ou poluição.

Mercados voluntários

O sistema funciona com o princípio cap-and-trade, em que os poluidores que excedem suas emissões permitidas devem comprar licenças adicionais do mercado de carbono. Outro exemplo bem conhecido de um mercado de conformidade global é o mecanismo de desenvolvimento limpo (MDL), implementado como parte do Protocolo de Kyoto em 1997.

Os créditos de carbono de iniciativas de redução de emissões em países em desenvolvimento sob o MDL têm sido usados por países desenvolvidos para parcialmente alcançar suas metas de redução de emissões.

Mercados de conformidade

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Abordagens para Integrar a Captura e Armazenamento de Carbono em Mercados de Carbono e Cooperação Internacional sob o Acordo de Paris

Diferentes abordagens para a cooperação internacional sob o Artigo 6 podem apoiar a implantação de tecnologia de captura e armazenamento de carbono, como crédito de carbono ou comércio de emissões em mercados voluntários de carbono, mercados de conformidade, colaboração com fornecedores e produtores de combustíveis fósseis ou transferências de mitigação de governo para governo resultados fora dos mecanismos baseados no mercado.

Houve sugestões para estratégias específicas de captura e armazenamento de carbono, como a implementação de uma unidade de armazenamento de carbono (CSU) como um resultado de mitigação transferível e uma estratégia compensatória do lado da oferta.

Captura e Armazenamento de Carbono e InternacionalCooperação

O Acordo de Paris é um tratado internacional que visa manter o aquecimento global abaixo de 2°C e preferencialmente a 1,5°C.

Também se esforça para aumentar a capacidade de cada país para lidar com as consequências das mudanças climáticas, enquanto funciona como um sistema de apoio para ajudar a atingir os objetivos nacionais.

O Artigo 6 do Acordo de Paris permite que os países trabalhem juntos para alcançar metas globais de redução de emissões por meio do emprego de mercados internacionais de carbono. Ele permite a transferência de reduções de emissões entre países e estabelece uma estrutura para o equilíbrio mundial das emissões de gases de efeito estufa. A implementação de várias tecnologias de baixo carbono, como captura e armazenamento de carbono, deve ser acelerada para atingir as metas do Acordo de Paris.

Embora a tecnologia de captura e armazenamento de carbono tenha sido amplamente reconhecida como uma tecnologia climática significativa nas

últimas duas décadas e fortemente destacada nas estratégias globais de mitigação alinhadas a Paris, ela ainda não alcançou a expansão esperada.

O início do Acordo de Paris apresenta uma oportunidade para reavaliar os incentivos e financiamentos disponíveis para a tecnologia e implementar soluções inovadoras que possam influenciar um impulso global renovado para implantar tecnologia de captura e armazenamento de carbono nos próximos anos.

Uma unidade de armazenamento de carbono refletiria a quantidade de dióxido de carbono armazenada em vez de ser medida como emissão ou reduções de emissão. Poderia servir como base para a colaboração internacional direcionada ao armazenamento geológico.

A criação de dois tipos de unidades, unidades de redução/remoção de carbono (CRRUs) e unidades de armazenamento de carbono (CSUs), pode complementar a precificação do carbono no mercado de carbono convencional. Além disso, essa abordagem pode ajudar a estabelecer dois pontos de conformidade e incentivar o comércio de unidades de armazenamento de carbono.

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A remoção de CO2 será necessária para atingir nossas metas climáticas De acordo com a Agência Internacional de Energia (IEA), o método CCS pode reduzir as emissões de gases de efeito estufa em todo o mundo em até 14% até 2050

Modelos propostos para cooperação na captura e armazenamento de carbono

Modelo 1: Políticas vinculadas de precificação de carbono entre países

O modelo envolve a negociação de unidades de redução/remoção de carbono obtidas por empresas que capturam dióxido de carbono ou reduzem emissões, que podem ser negociadas entre governos ou empresas para fins de compliance ou voluntários.

Modelo 2: Sistema voluntário de metas de armazenamento para produtores de combustíveis fósseis

Esse modelo emprega uma abordagem compensatória do lado da oferta, na qual as principais empresas independentes de energia se comprometem voluntariamente a apoiar a captura e o armazenamento de carbono. Políticas nacionais de armazenamento de carbono em certos países poderiam reforçar isso.

Ele usa unidades de armazenamento de carbono para encorajar corporações e países a apoiar voluntariamente a captura e implantação de armazenamento de carbono. As empresas de energia com ambições líquidas zero usariam unidades de armazenamento de carbono para acompanhar o progresso e demonstrar emissões zero no lado da oferta.

Um registro voluntário rastrearia o carbono produzido e depositado na geosfera através da aquisição e retirada de unidades de armazenamento de carbono.

Modelo 3: “clube CCS” multilateral das partes do Acordo de Paris

Este modelo emprega uma abordagem compensatória do lado da oferta, na qual os países se comprometem a promover a captura e o armazenamento de carbono. O foco está nos países que fazem promessas de cima para baixo para armazenar CO2 geologicamente. A implementação poderia começar com transações financeiras envolvendo transferências de unidades de armazenamento de carbono entre um grupo seleto de países. Isso poderia evoluir para transferências de unidades de armazenamento de carbono do Artigo 6 entre membros com metas específicas de armazenamento de carbono em suas contribuições determinadas nacionalmente (NDCs).

Avaliação de modelos de cooperação para captura e armazenamento de carbono

O IEAGHG realizou uma avaliação comparativa dos três modelos com base em vários critérios: eficácia, viabilidade financeira e comercial, integridade ambiental, desempenho de políticas e progresso. Esses critérios refletem os objetivos da cooperação internacional e os desafios associados à implementação da captura e armazenamento de carbono.

As estratégias de compensação do lado da oferta com base em unidades de armazenamento de carbono funcionando simultaneamente com os mercados de carbono tradicionais poderiam promover com sucesso medidas coordenadas para a captura e armazenamento de carbono de longo prazo de CO2 .

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Uma análise quantitativa das promessas feitas por importantes empresas independentes de energia indica que essa estratégia pode resultar em mais de 1 GtCO 2 sendo armazenado em 2050 (Modelo 2). Além disso, uma abordagem liderada pelo país poderia aumentar esse número para quase 4 GtCO2 (Modelo 3).

Embora essas estimativas sejam menores do que as tonelagens de armazenamento de carbono projetadas em 2050 para cenários de zero líquido (7,2 GtCO 2 ), elas fornecem uma base mais promissora para o progresso nessa direção do que o estado atual dos mercados globais de carbono (Modelo 1).

Sem medidas direcionadas para promover o armazenamento de carbono, é incerto se a captura e o armazenamento de carbono serão amplamente adotados pelos mercados de carbono tradicionais até pelo menos 2030.

Como resultado, o fornecimento de unidades de mercado de crédito pode continuar a ser dominado por atividades

N.E: No Brasil

A Lei da Política Nacional de Mudanças Climáticas do Brasil foi estabelecida em 2009 e introduziu o conceito de um Mercado Brasileiro de Redução de Emissões. O Ministério do Meio Ambiente do país fez avanços notáveis no desenvolvimento de um mercado voluntário de carbono ao estabelecer o Programa Floresta+ Carbono em 2020 e a Política Nacional de Pagamento por Serviços Ambientais em 2021. Em maio de 2022, o presidente do Brasil assinou o Decreto Federal nº 11.075/2022, anunciando um plano para criar um mercado nacional de carbono. O plano atribui aos Ministérios do Meio Ambiente e da Economia do Brasil a responsabilidade de propor “Planos Setoriais de Mitigação das Mudanças Climáticas”, para efetivamente definir metas setoriais de redução de emissões. Setores que incluem energia elétrica, transporte urbano público e de cargas, manufatura e bens de consumo duráveis, produtos químicos, papel e celulose, mineração, construção civil e serviços de saúde e agricultura podem registrar suas pegadas de carbono no novo registro. Além da via regulatória, o Projeto de Lei 528/21, em tramitação no Congresso Nacional, visa estabelecer o marco legal do Mercado Brasileiro de Redução de Emissões.

O novo governo considera que o mercado de carbono será essencial para o avanço da economia de baixo carbono no Brasil e o cumprimento das metas do Acordo de Paris, portanto, a expectativa é que o PL 528/21 não demore a ser votado. Se a lei vier a ser promulgada, será específica e hierarquicamente superior ao decreto, de modo que todo ele ou os dispositivos incompatíveis serão revogados. Esperemos.....

As opiniões aqui expressas são as do autor e não representam necessariamente nossas opiniões.

que reduzem emissões e conservar sumidouros, como gerenciamento de resíduos, implantação de energia renovável e eficiência energética.

As promessas de contribuições determinadas nacionalmente (NDCs) que se desviam dos níveis de emissões normais podem gerar grandes volumes de resultados negociáveis com base em emissões evitadas, em vez de remoções ou armazenamento. Por fim, compensar as estratégias do lado da oferta pode resolver problemas de progressão de NDC, abordar os desafios comerciais de captura e armazenamento de carbono e garantir um forte alinhamento setorial no desenho de políticas.

Observações finais

Aprimorar o conhecimento e a experiência reduziria a incerteza e facilitaria a tomada de decisões sobre a captura e armazenamento de carbono para mitigação das mudanças climáticas.

O Artigo 6 do Acordo de Paris estabelece uma estrutura para a colaboração internacional, incluindo o uso dos mercados de carbono para ajudar as nações em desenvolvimento a alcançar suas metas de redução de emissões. Isso oferece uma oportunidade para acelerar a implantação da tecnologia de captura e armazenamento de carbono e aumentar sua viabilidade comercial. A implementação da tecnologia de captura e armazenamento de carbono é crucial na redução das emissões de gases de efeito estufa para atingir os objetivos do Acordo de Paris e zero líquido até 2050. No entanto, com o aumento do uso de fontes alternativas de energia, a necessidade de tal sistema diminuiria gradualmente.

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Os mercados voluntários de carbono permitem que qualquer pessoa se envolva na luta contra as mudanças climáticas. Desde que as compensações de carbono sejam verificadas

O segredo por trás da ‘terra escura’ da Amazônia pode ajudar a acelerar a restauração florestal em todo o mundo

O desmatamento de áreas para agricultura e pecuária é a principal causa de degradação ecológica e perda de biodiversidade. A solução para mitigar esses danos depende de técnicas que melhorem a saúde do solo e a qualidade microbiana dessas áreas degradadas. Aqui, demonstramos que os altos teores de nutrientes e microbiológicos das Terras Escuras Amazônicas (ADE) podem promover o desenvolvimento de árvores utilizadas em projetos de restauração ecológica

Entre aproximadamente 450 aC e 950 dC, milhões de ameríndios que vivem na atual Amazônia transformaram o solo originalmente pobre por meio de vários processos. Ao longo de muitas gerações humanas, os solos foram enriquecidos com carvão de seus fogos de baixa intensidade para cozinhar e queimar lixo, ossos de animais, cerâmica quebrada, composto e esterco.

O resultado é a terra escura amazônica (ADE) ou terra preta, excepcionalmente fértil porque rica em nutrientes e matéria orgânica estável derivada do carvão vegetal, que lhe confere sua cor negra. Agora, cientistas do Brasil mostram que o ADE pode ser uma ‘arma secreta’ para impulsionar o reflorestamento – não apenas na Amazônia, onde 18% ou aproximadamente 780.000 km 2 foram perdidos desde a década de 1970 – mas em todo o mundo. Os resultados são publicados na Frontiers in Soil Science.

“Aqui mostramos que o uso de ADEs pode aumentar o crescimento de pastagens e árvores devido aos seus altos níveis de nutrientes, bem como à presença de bactérias benéficas e archaea na comunidade microbiana do solo”, disse o principal autor Luís Felipe Zagatto, aluno de pós-graduação do Centro de Energia Nuclear na Agricultura da Universidade de São Paulo, Brasil. “Isso significa que o conhecimento dos ‘ingredientes’ que tornam os ADEs tão férteis pode ser aplicado para ajudar a acelerar projetos de restauração ecológica”.

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Fotos: CIFOR, Luís Felipe Guandalin Zagatto, Reprodução Perfil de solo de terra escura amazônica (ADE). Observe que há uma camada preta e uma amarela. ADE corresponde apenas à camada preta

Imitando o reflorestamento em miniatura

Os pesquisadores conduziram experimentos controlados para imitar a sucessão ecológica e as mudanças no solo que acontecem quando o pasto em áreas desmatadas é ativamente restaurado para a floresta.

Seu objetivo era estudar como os ADEs, ou, em última análise, os solos dos quais o microbioma foi composto artificialmente para imitá-los, podem impulsionar esse processo.

Zagatto e seus colegas coletaram amostras de ADE da Estação Experimental de Pesquisa Caldeirão, no estado brasileiro do Amazonas, e como controle, solo agrícola da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiróz, no estado de São Paulo.

Eles encheram cada um dos 36 potes de quatro litros com 3kg de terra, dentro de uma estufa com temperatura média de 34ºC para antecipar o aquecimento global além das temperaturas atuais na Amazônia entre 22 e 28ºC. Um terço dos vasos recebeu apenas solo controle, outro terço uma mistura 4:1 de solo controle e ADE, e outro terço 100% ADE.

Para imitar o pasto, plantaram em cada vaso sementes de capim braquial (Urochloa brizantha), forragem comum para a pecuária no Brasil, e deixaram suas mudas crescerem por 60 dias. Eles então cortam a grama e deixam apenas suas raízes no solo – território virgem para reflorestamento em miniatura.

Os pesquisadores então replantaram cada um dos três solos com sementes de árvores: ou com a espécie colonizadora Ambay pumpwood (Cecropia pachystachya), com Peltophorum dubium típico de florestas secundárias, ou com cedro branco (Cedrela fissilis), típico de floresta clímax.

As sementes germinaram e as mudas cresceram por 90 dias, após o que foram medidas a altura, a massa seca e a extensão das raízes.

Os cientistas quantificaram as mudanças no pH do solo, textura e concentração de matéria orgânica, potássio, cálcio, magnésio, alumínio, enxofre, boro, cobre, ferro e zinco ao longo do experimento.

Com métodos moleculares, eles também mediram mudanças na diversidade microbiana no solo.

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Vasos finais para Cedrela fissilis apresentam diferenças de crescimento dependendo do solo. Da esquerda para a direita: 100% ADE, 20% ADE, Solo Controle Vasos finais para Cecropia pachystachya apresentam diferenças no crescimento dependendo do solo. Da esquerda para a direita: 100% ADE, 20% ADE, Solo Controle Vasos finais para Peltophorum dubium mostram diferenças no crescimento dependendo do solo. Da esquerda para a direita: 100% ADE, 20% ADE, Solo Controle

Rico em nutrientes e micróbios benéficos

No início, os ADEs apresentaram maiores quantidades de nutrientes do que o solo controle: por exemplo, 30 vezes mais fósforo e três a cinco vezes mais de cada um dos outros nutrientes medidos, exceto manganês. O ADE também tinha um pH mais alto e continha mais areia e silte, mas menos argila. Após o experimento, os solos continham menos nutrientes do que no início, refletindo a absorção pelas plantas, mas os solos 100% ADE permaneceram mais ricos nestes do que os solos controle, enquanto os níveis de nutrientes eram intermediários nos solos 20% ADE.

Ao longo do experimento, solos com 20% ou 100% de ADE suportaram uma maior biodiversidade de bactérias e archaea do que os solos controle.

“Os micróbios transformam as partículas químicas do solo em nutrientes que podem ser absorvidos pelas plantas. Nossos dados mostraram que o ADE contém microrganismos que são melhores nessa transformação dos solos, fornecendo assim mais recursos para o desenvolvimento das plantas”, disse o co-autor Anderson Santos de Freitas.

“Por exemplo, os solos ADE continham táxons mais benéficos das famílias bacterianas Paenibacillaceae, Planococcaceae, Micromonosporaceae e Hyphomicroblaceae”.

Crescimento impulsionado

Os resultados também mostraram que a adição de ADE ao solo melhorou o crescimento e o desenvolvimento das plantas. Por exemplo, a massa seca de capim braquial aumentou 3,4 vezes em 20% ADE e 8,1 vezes em 100% ADE, em comparação com o solo controle. A adição de ADE também impulsionou o crescimento das três espécies arbóreas : mudas de cedro blanco e P. dubium foram 2,1 e 5,2 vezes mais altas em 20% ADE, e 3,2 e 6,3 vezes mais altas em 100% ADE, comparadas aos solos controle. Ambay pumpwood nem cresceu em solos de controle ou 20% ADE, mas prosperou em 100% ADE.

Os pesquisadores concluíram que o ADE pode aumentar o crescimento das plantas. “Nossos dados apontam para uma mistura de nutrientes do solo e microorganismos adaptados [no ADE] para melhorar o estabelecimento de plantas arbóreas em restauração”, escreveram eles. O autor sênior Dr. Siu Mui Tsai, professor do mesmo instituto, alertou: “O ADE levou milhares de anos para se acumular e levaria o mesmo tempo para se regenerar na natureza se usado. Nossas recomendações não são para utilizar o ADE em si, mas em vez de copiar suas características, principalmente seus microorganismos, para uso em futuros projetos de restauração ecológica”.

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Pesquisadores do Brasil mostraram que a terra escura amazônica (ADE), solo enriquecido pelos povos ameríndios há milhares de anos, aumenta o estabelecimento e o crescimento de mudas de espécies arbóreas importantes para o reflorestamento. Ao copiar a composição do ADE, especialmente seus micróbios, o reflorestamento no Brasil e em outros lugares pode ser acelerado Vasos finais para Cedrela fissilis apresentam diferenças de crescimento dependendo do solo. Da esquerda para a direita: 100% ADE, 20% ADE, Solo Controle

Fórum das Nações Unidas sobre Florestas – UNFF 18

Fotos: IISD/ENB | Ángeles Estrada Vigília

(ODS) sob revisão do Fórum Político de Alto Nível sobre Desenvolvimento Sustentável (HLPF) em sua sessão de julho de 2023, o Kunming-Montreal Global Biodiversity Framework (GBF) e outros desenvolvimentos internacionais relacionados a florestas.

O18º UNFF se reuniu de 8 a 12 de maio de 2023 na sede da ONU em Nova York. Cerca de 400 participantes dos Estados Membros, organizações internacionais, Parceria Colaborativa em Florestas (CPF) e Grupos Principais participaram da sessão.

Realizou discussões técnicas sobre a implementação do Plano Estratégico das Nações Unidas para Florestas 2017-2030 (UNSPF), destacando sinergias com outros esforços globais

em florestas, degradação da terra, biodiversidade, mudança climática e muitos outros aspectos do desenvolvimento sustentável.

Sob o formato atual dos ciclos temáticos de dois anos do Fórum, o UNFF18 incluiu discussões técnicas sobre implementação e o UNFF19 se concentrará no diálogo sobre políticas, desenvolvimento e tomada de decisões. O trabalho técnico do UNFF18 incluiu discussões sobre as interligações entre os Objetivos Florestais Globais (GFGs), os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável

Painéis de palestrantes informaram o UNFF sobre: agricultura regenerativa; o papel do Global Environment Facility (GEF), do Adaptation Fund e dos bancos regionais de desenvolvimento; e o nexo florestas-energia-meios de subsistência. O Fórum também ouviu e discutiu uma apresentação especial sobre o potencial dos mercados de carbono para o financiamento florestal.

Abertura

Dia 8 de maio, o presidente do UNFF18, Zéphyrin Maniratanga (Burundi), abriu a reunião, e o vice-presidente Ismail Belen (Turquia) foi nomeado relator para UNFF18 e UNFF19. Os delegados aprovaram a agenda provisória (E/ CN.18/2023/1) sem emendas e a organização do trabalho proposta pelo Presidente.

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As florestas protegem as bacias hidrográficas, combatem a erosão do solo e protegem a biodiversidade e os principais ecossistemas, que por sua vez são essenciais para a segurança alimentar. O setor de produtos florestais costuma ser uma fonte significativa de empregos, combustível e renda
Enfatizando as ligações entre florestas, biodiversidade, mudança climática e degradação da terra

O UNFF18 também revisou os preparativos para a Revisão Intermediária (MTR) em 2024 da eficácia do Acordo Internacional sobre Florestas (IAF) e recebeu relatórios de progresso e atualizações sobre:

☆ a estratégia de comunicação e divulgação do UNSPF;

☆ o conjunto central global de indicadores florestais;

☆ a fase piloto para o uso do formato refinado para relatórios nacionais voluntários ao Fórum;

☆ preparativos para a Avaliação Global de Recursos Florestais (FRA) 2025 da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO); e

☆ operações e recursos da Rede Global de Facilitação de Financiamento Florestal (GFFFN).

Ainda na abertura o presidente Maniratanga enfatizou as ligações entre florestas, biodiversidade, mudança climática e degradação da terra. Ele instou a “quebrar os silos” entre essas questões e abordá-las de maneira holística e integrada, por meio de esforços concretos no terreno.

Programa Estratégico das Nações Unidas sobre Florestas (UNSPF)

Dentre as várias participações o Brasil reafirmou seu compromisso com o UNSPF, por meio, inter alia: da retomada dos esforços de prevenção e controle do desmatamento da Amazônia brasileira e de outros biomas; conservação aliada a políticas de combate à pobreza, com ênfase na bioeconomia; ajuda aos Povos Indígenas e aos esforços de manejo florestal das comunidades locais; e fornecer recursos financeiros novos e adicionais, incluindo um Fundo Amazônia reativado.

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Sessão de Encerramento

Na ocasião, o presidente Maniratanga apresentou o resumo preliminar de seu presidente das discussões da semana e suas propostas para transmissão ao UNFF19. Maniratanga enfatizou que também aceitaria submissões por escrito sobre o resumo da sessão até sexta-feira, 19 de maio de 2023.

Os delegados revisaram o esboço do resumo para correções factuais, alguns observando a omissão acidental de uma seção sobre o MTR. O presidente concordou em distribuir aos membros por e-mail um novo parágrafo sobre o MTR a ser adicionado ao resumo.

Outras questões levantadas pelos delegados para possíveis ajustes no texto incluiram: referências à certificação florestal; enfatizar as ligações recíprocas entre florestas, o Acordo de Paris sobre mudança climática e o GBF; se deve incluir referências a chamadas para um fundo florestal dedicado ou mecanismo de facilitação de tecnologia; alteração das referências a “incêndios florestais” para “incêndios florestais”; quais detalhes incluir sobre o escritório proposto da GFFFN em Pequim, China; e como se referir aos impactos nas florestas devido ao conflito na Ucrânia.

O relator Belen do UNFF18 apresentou o rascunho do relatório da sessão (E/CN.18/2023/L.3) a ser submetido ao ECOSOC, observando que ele completaria o relatório com a assistência da Secretaria. O relatório foi aprovado. O presidente Maniratanga elogiou o UNFF18 e enfatizou que a

resolução dos desafios florestais oferecerá soluções para os impactos das mudanças climáticas, degradação da terra e perda de biodiversidade, e instou os Estados Membros a abordar as causas do desmatamento para tornar o UNFF mais eficaz. Ele encerrou o UNFF18 com o martelo às 11h09.

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O presidente Maniratan, encerrou o UNFF18 tradicionalmente com o martelo às 11h09 Sistemas Agroalimentares Sustentáveis para Enfrentar as Mudanças Climáticas e a Segurança Alimentar

Folha da Amazônia para substituição do mercúrio na extração de ouro

Pesquisa realizada no Brasil mostrou que bioextratores obtidos a partir de folhas de pau-de-balsa (Ochroma pyramidale), árvore nativa da Amazônia, podem ser uma alternativa viável e sustentável para a extração de ouro em substituição ao mercúrio. Agora, uma nova etapa vai estudar quais formulações de bioextratores podem ser competitivas com o mercúrio tanto no processo de extração quanto na redução do impacto na saúde de trabalhadores e no meio ambiente. As folhas de pau-de-balsa já são usadas de forma artesanal na região de Chocó, na Colômbia, com essa finalidade. Esse estudo será coordenado pela Embrapa Florestas (PR), em parceria com Embrapa Agrossilvipastoril (MT), Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT), Cooperativa dos Garimpeiros do Vale do Rio Peixoto (Coogavepe), Universidade Estadual de Maringá (UEM) e Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).

“Nosso intuito é melhorar esse processo e produzir um bioextrator atóxico, competitivo com o mercúrio”, explica a pesquisadora da Embrapa Marina Morales, responsável pela condução dos estudos. “A ideia é sair da prática artesanal para escala em pequena mineração, com análises de toxicidade e citotoxicidade e práticas que facilitem o uso”, informa. Os resultados devem ser apresentados até o início de 2025.

Em uma etapa posterior, a pesquisa também vai trabalhar com o sistema de produção do pau-de-balsa, já que essa espécie florestal é uma alternativa para a recuperação de áreas degradadas nos próprios garimpos.

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Pau-de-balsa é uma espécie florestal nativa da Amazônia e já é utilizada de forma artesanal na Colômbia para extração de ouro. Agora, cinco instituições vão trabalhar para desenvolver alternativas ao uso do mercúrio (Hg) na mineração. A primeira fase do projeto encontrou quatro possíveis formulações que serão testadas e comparadas com mercúrio, para a obtenção de um bioextrator competitivo com o elemento químico na extração
*Manuela Bergamim, Katia Pichelli
Fotos: Maurel Behling, Wikicommons A árvore do pau-de-balsa é também uma alternativa para a recuperação de áreas degradadas nos próprios garimpos. Com isso, plantios podem ser feitos no mesmo local de produção do bioextrator, viabilizando uma biofábrica local. A pesquisa traz boas expectativas para a atividade garimpeira, como a substituição do mercúrio por um produto sustentável e o barateamento do processo de extração, já que o elemento químico tem alto custo

Com isso, plantios poderiam ser feitos no mesmo local de produção do bioextrator, viabilizando uma biofábrica local. “Assim, além de fornecer matéria-prima – folhas –, as árvores do pau-de-balsa podem contribuir para a revegetação da área antropizada, dando condições para o estabelecimento de outras espécies florestais e possibilidade de exploração da madeira do pau-de-balsa no final do ciclo de crescimento”, declara o pesquisador da Embrapa Maurel Behling.

Segundo Gilson Camboim, presidente da Coogavepe, “a pesquisa traz boas expectativas para a atividade garimpeira, como a substituição do mercúrio por um produto sustentável e o barateamento do processo de extração, já que o elemento químico tem alto custo”. Para a ex-presidente da Coogavepe, Solange Luizão Barbuio Barbosa, que iniciou as discussões para participação no projeto, “o resultado pode ser pensado não só como uma simples produção de um bioextrator, pois ele abre outras vertentes para a utilização dessa planta, como o reflorestamento de áreas degradadas e a utilização da madeira, que podem beneficiar o proprietário de uma área lavrada”.

O estudo

A primeira fase da pesquisa, realizada em 2020, focou na caracterização química das folhas de pau-de-balsa. O estudo preliminar foi financiado pela designer de joias Raquel de Queiroz, inspirado na experiência de Chocó, na Colômbia, e objetivou entender as propriedades da folha. “Quando fiquei sabendo dessa possibilidade já em prática na Colômbia, imaginei que a ciência poderia nos ajudar a utilizar o pau-de-balsa de forma mais efetiva”, relata a designer. “Para nós, que atuamos nesse mercado, a melhoria de processos é importante e necessária. Isso contribui para melhorias na saúde e qualidade ambiental das pessoas e locais envolvidos no processo, além de garantir que nosso produto é produzido de acordo com práticas modernas e mais sustentáveis”, avalia.

Em 2023, se inicia uma nova etapa do estudo, que será realizado em parceria com um garimpo da região de Peixoto de Azevedo (MT). “Selecionamos um garimpo da Coogavepe, parceira do projeto para coleta de amostras e para a comparação da extração tradicional com mercúrio com o bioextrator”, explica Morales. No local, serão recolhidas amostras dos concentrados de minério aluvionar, ou seja, material com ouro concentrado que iria para o processo de separação com mercúrio.

O engenheiro de minas Matheus Lopes, da Coogavepe, explica como ocorre o processo de extração de ouro de aluvião. “De forma simplificada, no processo de extração de ouro de aluvião,

ou seja, em solo superficial, e não subterrâneo, após a remoção do solo por desmonte mecânico, jatos de água desagregam o minério – cascalho – e bombas-draga o transportam para caixas concentradoras com carpetes e grelhas, gerando o que chamamos de “concentrado”. Este vai para a central de amalgamação para inserção do mercúrio, etapa em que o ouro é finalmente extraído e separado dos demais minerais”, diz. No projeto, esse “concentrado” irá para os laboratórios para os testes dos bioextratores com pau-de-balsa. A primeira fase do projeto encontrou quatro possíveis formulações que serão testadas e comparadas.

Inserção de bioextratores

Essas formulações de bioextratores serão avaliadas quanto à eficiência em recuperar ouro em minério aluvionar. O bioextrator que apresentar melhor desempenho passará por ajustes com o objetivo de melhorar ainda mais a extração, e também será estudado o processo mecânico a ser utilizado na extração. A eficiência da extração será comparada ao processo tradicional por amalgamação com mercúrio. Além disso, serão realizadas análises de toxicidade e citotoxicidade (este último, com um indicador animal e um vegetal). “Além da nossa equipe de pesquisa e laboratório, o projeto também vai receber estudantes de graduação e pós-graduação para abrangermos diferentes linhas de pesquisa, possibilitando resultados mais completos”, explica a pesquisadora.

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Serão realizadas análises de toxicidade e citotoxicidade (este último, com um indicador animal e um vegetal) Mudas de árvore do pau-de-balsa

A amalgamação é um processo de junção das partículas de ouro ao mercúrio, formando uma liga metálica que, depois, é de fácil separação por aquecimento. O processo de separação, em garimpos legalizados, ocorre em centrais de amalgamação, de modo a reduzir a emissão de mercúrio para o meio ambiente. Já em extrações ilegais, esse processo ocorre a céu aberto, carregando o mercúrio por quilômetros.

Doença de Minamata

No ser humano, o acúmulo pode levar à síndrome neurodegenerativa, por envenenamento, chamada de doença de Minamata. Durante muitos anos, na década de 1950,

O pau-de-balsa

Segundo o livro Espécies Arbóreas Brasileiras, de autoria do pesquisador emérito da Embrapa Florestas Paulo Ernani de Carvalho, o pau-de-balsa (Ochroma pyramidale) é uma espécie arbórea que não perde todas as folhas durante o ano. As árvores maiores atingem dimensões próximas a 30 metros de altura. Dentro do Brasil, recebe diversos nomes vulgares, como, no Acre, algodoeiro, algodoeiro bravo, algodão-bravo, paco-paco e pau-de-balsa; no Amazonas, pau-de-balsa e pau-de-jangada; e no Pará, balsa, pata-de-lebre, pau-de-balsa, pau-de-jangada e topa.

A madeira do pau-de-balsa é leve e resistente, normalmente utilizada para fazer artesanatos, brinquedos, aeromodelos, placas de interiores em construções, chapas revestidas com

no Japão, uma fábrica jogava seus dejetos na baía de Minamata, o que causou a contaminação de peixes, frutos do mar, gatos e seres humanos. Entre os sintomas, estão a dificuldade de coordenação das mãos e dos pés, distúrbios da fala e dificuldades de equilíbrio. A doença causou a morte de 2 mil pessoas e deixou outras milhares com sequelas. Diante disso, foi criada, em 2013, a Convenção de Minamata, da qual o Brasil se tornou signatário em 2017. Composta por 140 países, a Convenção de Minamata tem sua origem no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente e visa reduzir as emissões e eliminar o uso de mercúrio, a fim de proteger a saúde humana e o meio ambiente.

O mercúrio (Hg) é utilizado para separar o ouro da lama e demais resíduos do minério aluvionar – usado por garimpeiros artesanais e pela indústria mineral de pequena escala, pode gerar danos à saúde humana e ao meio ambiente

O mercúrio

Conhecidamente utilizado para separar o ouro da lama e demais resíduos do minério aluvionar, o mercúrio (Hg) é usado por garimpeiros artesanais e pela indústria mineral de pequena escala, diferentemente das mineradoras de grande porte que utilizam, comumente, o cianeto, que também pode gerar danos à saúde humana e ao meio ambiente.

O mercúrio, ao ser inalado ou consumido, tem ação cumulativa no corpo humano e traz sérios riscos à saúde e ao ambiente

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Ochroma pyramidale é uma espécie arbórea que não perde todas as folhas durante o ano

materiais sintéticos, material térmico em câmaras frias, na produção de compensados e na construção de hélices para geradores de energia eólicos.

A árvore de pau-de-balsa tem crescimento rápido e contribui para melhorar o desenvolvimento de florestas secundárias, podendo ser utilizada em restaurações florestais, como espécie pioneira, e em plantios comerciais de árvores com ciclos de colheita relativamente curtos comparados com outras espécies cultivadas. No caso da adoção das folhas de pau-de-balsa para a extração do ouro, a ideia é que ela esteja associada à utilização da espécie para a recuperação das áreas alteradas com a exploração dos minérios dos depósitos de aluvião (lavra a céu aberto).

No início da década passada, a Embrapa Agrossilvipastoril desenvolveu pesquisas sobre a silvicultura do pau-de-balsa. Experimentos realizados em Guarantã do Norte (MT), em parceria com a Prefeitura local, Cooperativa de Produtores de Pau de Balsa de Mato Grosso (Copromab) e Compensados São Francisco serviram para obtenção de recomendações de adubação e espaçamento para o plantio comercial da espécie

Garimpo versus extração

A atividade garimpeira é uma forma legal de extração das riquezas minerais (Lei 7.805/1989), desde que autorizada por uma Permissão de Lavra Garimpeira (PLG), expedida pela Agência Nacional de Mineração (ANM). As maiores mineradoras são denominadas de “grande mineração” ou “mineradoras de grande porte”. Já a atividade garimpeira consiste nas atividades de mineração artesanal e de pequena escala (Mape), e enquadra as cooperativas de garimpeiros e os garimpeiros individuais.

Esses empreendimentos em regime de PLG foram responsáveis, em 2021, segundo a ANM, pela extração de 32,4 toneladas de ouro, o que representou 34,3% da produção total de ouro no Brasil e cerca de R$ 218 milhões em arrecadação para o País, referentes ao Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e à Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (CFEM).

Para obter a PLG, os empreendimentos devem seguir alguns critérios exigidos pela ANM, como ter a licença ambiental expedida pelo órgão ambiental competente, não exceder a área em 50 hectares para requerente individual, e mil hectares, quando outorgada

para a cooperativa de garimpeiros, podendo chegar a 10 mil hectares na Amazônia Legal; e não ser praticada em terras indígenas ou áreas protegidas. Já a extração mineral ilegal não atende a nenhuma dessas exigências, causando diversos impactos.

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Adoção das folhas de pau-de-balsa é uma alternativa viável e sustentável para a extração do ouro É legal desde que autorizada por uma Permissão de Lavra Garimpeira (PLG), expedida pela Agência Nacional de Mineração (ANM) [*] Embrapa Florestas

Show Agro 2023

Organizada pela Cooperativa Agroindustrial Paragominense (Coopernorte), foi marcada por apresentar aos visitantes os maiores avanços em tecnologia, com área para teste de drones, simuladores com realidade virtual, tecnologia 3D, games e a presença do Centro de Pesquisa da Coopernorte, que apresentou todas as inovações desenvolvidas pela cooperativa.

Além disso, outro grande destaque desta edição foram as vitrines vivas, exposição de material vegetal que permitiu aos produtores acompanhar na prática novas variedades, manejos e a ação de defensivos agrícolas. Como já tradicional um dos pontos altos do evento foram as palestras e a disponibilidade de capacitação técnica para produtores.

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Fotos Ascom Coopernorte, Divulgação
“A Sustentabilidade no Agronegócio”. Na cidade de Paragominas (PA), de 24 a 27 de maio, registrou mais de R$ 1,3 bilhão de negócios firmados e recorde de público, com cerca de 32 mil pessoas nos quatro dias de evento

Para atingir principalmente o público jovem, o diferencial foi a área de Inovação onde puderam desfrutar games, simuladores e outros, além do Mirante com vista privilegiada da feira, Bosque Maria Helena Capelari com programação para as crianças e uma ampla Praça de Alimentação com opções para todos os gostos.

Maior feira de agronegócios do Pará, a 6ª Show Agro Coopernorte encerrou seus quatro dias de evento em 2023 com uma edição histórica. Mais de R$ 1,3 bilhão em negócios foram firmados durante o evento, maior número registrado em toda a história da feira. Com recorde de público, foram registrados cerca de 32 mil visitantes. A Show Agro Coopernorte 2023 foi realizada na cidade de Paragominas (PA), de 24 a 27 de maio, e teve como tema “A Sustentabilidade no Agronegócio”.

“Estamos muito realizados com esta edição da Show Agro que veio para fomentar o agronegócio regional e nacional, apresentando ao País a força do agro e do cooperativismo na Região Norte. Conquistamos um alto número de negócios firmados e vamos preparar uma edição ainda maior para o próximo ano”, destaca Bazílio Carloto, diretor-presidente da Coopernorte.

O evento teve a presença de mais de 150 marcas expositoras de áreas como tecnologia, máquinas e implementos agrícolas, transportes, defensivos, autopeças, financiamento, armazenagem e muito mais. Além disso, marcaram presença no evento produtores de diversas culturas, como soja, milho, gergelim, milheto, feijão, entre outras.

A Show Agro 2023 foi marcada por apresentar aos visitantes os maiores avanços em

tecnologia, com área para teste de drones, simuladores com realidade virtual, tecnologia 3D, games e a presença do Centro de Pesquisa da Coopernorte, que apresentou todas as inovações desenvolvidas pela cooperativa. Além disso, outro grande destaque desta edição foram as vitrines vivas, exposição de material vegetal que permitiu aos produtores acompanhar na prática novas variedades, manejos e a ação de defensivos agrícolas.

A Show Agro 2023 recebeu grandes nomes do agronegócio nacional para palestras exclusivas. Dentre eles: Ronaldo Trecenti, engenheiro agrônomo e consultor em agricultura sustentável; Mariely Biffy, especialista em sucessão e governança familiar no agronegócio; Marcos Jank, renomado especialista em sistemas agroalimentares globais; Camila Telles, produtora rural e influenciadora digital na área de agronegócio; Telmo Amado, conceituado professor de Agronomia da Universidade Federal de Santa Maria; Luiz Carlos Mendonça, economista; e Dani Amaral, palestrante especialista em antifragilidade. A abertura do evento teve a presença dos agrônomos João Vitor Castro e Eduardo Palhares, conhecido como os Primos Agro, sucesso nas redes sociais com mais de 150 mil seguidores.

A Show Agro Coopernorte – um dos principais eventos do calendário do agronegócio no Brasil, ocorre desde 2016 em Paragominas (PA), com realização da Coopernorte, cooperativa de referência no setor agropecuário.

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”Conquistamos um alto número de negócios firmados e vamos preparar uma edição ainda maior para o próximo ano”, destacou Bazílio Carloto, diretor-presidente da Coopernorte

Animação “sem precedentes” mostrando 100 milhões de anos de história da Terra

Ferramenta digital pode nos ajudar a entender o passado e prever o futuro da Terra. Novas animações “sem precedentes” da Terra mostram como a superfície do planeta mudou e mudou nos últimos 100 milhões de anos. Um novo modelo mostra como a superfície do planeta evoluiu nos últimos 100 milhões de anos, desde o deslocamento das placas tectônicas até o movimento dos sedimentos. Essas animações são a visão mais detalhada da história da topografia da Terra, retratando a ascensão de montanhas, o desenvolvimento de bacias e o transporte de grandes massas de sedimentos ao redor do globo através da erosão

Clima, tectônica e tempo se combinam para criar forças poderosas que moldam a face do nosso planeta.

Adicione a escultura gradual da superfície da Terra pelos rios e o que para nós parece sólido como rocha está em constante mudança. No entanto, nossa compreensão desse processo dinâmico tem sido, na melhor das hipóteses, irregular.

Os cientistas publicaram uma nova pesquisa revelando um modelo detalhado e dinâmico da superfície da Terra nos últimos 100 milhões de anos.

Trabalhando com cientistas na França, os geocientistas da Universidade de Sydney publicaram este novo modelo na Science. Pela primeira vez, ele fornece uma compreensão de alta resolução de como as paisagens geofísicas de hoje foram criadas e como milhões de toneladas de sedimentos fluíram para os oceanos.

O principal autor, Tristan Salles, da Escola de Geociências da Universidade de Sydney , disse: “Para prever o futuro, devemos entender o passado. Mas nossos modelos geológicos forneceram apenas uma compreensão fragmentada de como as características físicas recentes de nosso planeta se formaram.

“Se você procurar um modelo contínuo da interação entre bacias hidrográficas, erosão em escala global e deposição de sedimentos em alta resolução nos últimos 100 milhões de anos, simplesmente não existe. “Então, isso é um grande avanço. Não é apenas uma ferramenta para nos ajudar a investigar o passado, mas também ajudará os cientistas a entender e prever o futuro”.

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por * Tristan Salles, Universidade de Sydney Fotos: Eileen Devinney/NPS, Ron Whitaker/Unsplash, Sander Lenaerts/ Unsplash, Stefanie Zingsheim, Tristan Salles, Universidade de Sydney Deposição de erosão de animação de paisagem 100MY. Cem milhões de anos de dinâmica da paisagem desde a captação até a escala global. Essas animações são a visão mais detalhada da história da topografia da Terra, retratando a ascensão de montanhas, o desenvolvimento de bacias e o transporte de grandes massas de sedimentos ao redor do globo através da erosão Assista o vídeo: www.youtu.be/MhXkMSyLXsA Dr Tristan Salles da Escola de Geociências

Animação do mapa-múndi, últimos 100 milhões de anos Assista o vídeo: www.youtu.be/N3FHTtmOuD4

Usando uma estrutura que incorpora geodinâmica, forças tectônicas e climáticas com processos de superfície, a equipe científica apresentou um novo modelo dinâmico dos últimos 100 milhões de anos em alta resolução (até 10 quilômetros), dividido em quadros de um milhão de anos.

O segundo autor, Laurent Husson, do Institut des Sciences de la Terre em Grenoble, França, disse: “Este modelo de alta resolução sem precedentes do passado recente da Terra equipará os geocientistas com uma compreensão mais completa e dinâmica da superfície da Terra.

“Criticamente, ele captura a dinâmica da transferência de sedimentos da terra para os oceanos de uma forma que não conseguimos anteriormente”. Salles disse que entender o fluxo de sedimentos terrestres para ambientes marinhos é vital para compreender a química oceânica atual.

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Pela primeira vez, os cientistas têm um modelo de alta resolução de como as paisagens geofísicas de hoje foram criadas e como milhões de toneladas de sedimentos fluíram para os oceanos

“Dado que a química dos oceanos está mudando rapidamente devido às mudanças climáticas induzidas pelo homem, ter uma imagem mais completa pode ajudar na nossa compreensão dos ambientes marinhos”, disse ele.

O modelo permitirá aos cientistas testar diferentes teorias sobre como a superfície da Terra responderá às mudanças climáticas e às forças tectônicas.

Além disso, a pesquisa fornece um modelo aprimorado para entender como o transporte de sedimentos da Terra regula o ciclo de carbono do planeta ao longo de milhões de anos.

“Nossas descobertas fornecerão um histórico dinâmico e detalhado para cientistas de outras áreas prepararem e testarem hipóteses, como em ciclos bioquímicos ou em evolução biológica”.

Nosso estudo revela mais detalhes sobre o papel que a superfície da Terra em constante evolução desempenhou no

Os rios são um dos principais transportadores de sedimentos para os oceanos da Terra, com milhões de toneladas depositadas ao longo do tempo

movimento de sedimentos dos topos das montanhas para as bacias oceânicas, regulando o ciclo do carbono e as flutuações climáticas da Terra ao longo do tempo.

À medida que exploramos esses resultados em conjunto com o registro geológico, seremos capazes de responder a perguntas de longa data sobre várias características cruciais do sistema da Terra – incluindo a maneira como nosso planeta circula nutrientes e deu origem à vida como a conhecemos.

Os autores Dr. Salles, Dra. Claire Mallard e a estudante de doutorado Beatriz Hadler Boggiani são membros do Grupo EarthColab e o Professor Associado Patrice Rey e o Dr. Sabin Zahirovic fazem parte do Grupo EarthByte. Ambos os grupos estão na Escola de Geociências da Universidade de Sydney.

A pesquisa foi realizada em colaboração com geocientistas franceses do CNRS, França, Université Lyon e ENS Paris.

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Ao longo do tempo geológico, as paisagens mudam à medida que esta superfície evolui Visualização do mapa (círculos rosa e amarelo) dos 100 maiores fluxos de sedimentos fluviais em horários específicos

Previsão de eventos climáticos extremos com mais precisão

Na natureza, a precipitação exibe uma variação significativa com muitos extremos de precipitação, enquanto os modelos climáticos preveem uma variação menor na precipitação com uma tendência para chuva leve. Aqui, usando uma abordagem de aprendizado de máquina, é mostrado que 1) podemos aprender implicitamente informações relevantes sobre o papel da organização das nuvens na precipitação e 2) incluir essas informações pode melhorar significativamente a previsão de precipitação em modelos climáticos. A métrica de organização aprendida implicitamente explica a estocasticidade da precipitação quase inteiramente e pode substituir uma parametrização estocástica em modelos climáticos. Além disso, essa métrica exibe uma correlação temporal, causada pela persistência da estrutura da nuvem e, portanto, pode ser prevista usando seu próprio histórico

Com o surgimento de eventos climáticos extremos, que estão se tornando mais frequentes em nosso clima mais quente, previsões precisas estão se tornando mais críticas para todos nós, de agricultores a moradores de cidades e empresas em todo o mundo. Até o momento, os modelos climáticos falharam em prever com precisão a intensidade da precipitação, particularmente os extremos. Enquanto na natureza a precipitação pode ser muito variada, com muitos extremos de precipitação, os modelos climáticos preveem uma variação menor na precipitação com tendência para chuva leve.

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Novo método prevê eventos extremos com mais precisão por Escola de Engenharia e Ciências Aplicadas da Universidade de Columbia Fotos: Proceedings of the National Academy of Sciences (2023), “Rain Storm Colorado Springs Colorado” de Brokentaco/Flickr está licenciado sob CC BY 2.0, Universidade de Columbia Para entender melhor e mitigar o impacto de eventos climáticos extremos, que estão se tornando mais frequentes em nosso clima mais quente

Os pesquisadores têm trabalhado para desenvolver algoritmos que melhorarão a precisão das previsões, mas, como relatam os cientistas climáticos da Columbia Engineering, há uma informação que falta nas parametrizações de modelos climáticos tradicionaisuma maneira de descrever a estrutura e a organização das nuvens em escala tão fina que não é capturado na grade computacional que está sendo usada.

Essas medidas de organização afetam as previsões da intensidade da precipitação e sua estocasticidade, a variabilidade das flutuações aleatórias na intensidade da precipitação.

Até agora, não havia uma maneira eficaz e precisa de medir a estrutura da nuvem e quantificar seu impacto.

Um novo estudo de uma equipe liderada por Pierre Gentine, diretor do Learning the Earth with Artificial Intelligence and Physics (LEAP) Center, usou simulações globais de resolução de tempestades e aprendizado de máquina para criar um algoritmo que pode lidar separadamente com duas escalas diferentes de nuvem. organização: as resolvidas por um modelo climático e as que não podem ser resolvidas por serem muito pequenas.

(A) Granular os dados de alta resolução. (B) Arquitetura Baseline-NN: Esta rede recebe variáveis de escala grosseira (por exemplo, SST e PW) como entrada e prevê a precipitação de escala grosseira. (C). Arquitetura Org-NN: O painel esquerdo mostra o autoencoder que recebe o PW de alta resolução como entrada e o reconstrói depois de passar por um gargalo. O painel direito mostra a rede neural que prevê a precipitação em escala grosseira. A entrada para esta rede são as variáveis de escala grosseira (como para a rede de linha de base), bem como orgextraído do autoencoder. Os dois blocos são treinados simultaneamente

Essa nova abordagem aborda a informação que faltava nas parametrizações de modelos climáticos tradicionais e fornece uma maneira de prever a intensidade e a variabilidade da precipitação com mais precisão.

“Nossas descobertas são especialmente empolgantes porque, por muitos anos, a comunidade científica debateu se deveria incluir a organização de nuvens em modelos climáticos”, disse Gentine, Maurice Ewing e J. Lamar Worzel Professor de Geofísica nos Departamentos de Terra e Engenharia Ambiental e Terra Ciências Ambientais e membro do Data Science Institute.

para cada caixa de água precipitável e a temperatura troposférica livre média no domínio de simulação e no período de tempo

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Visão geral da estrutura proposta para parametrizar a precipitação Modelo global de resolução de tempestades. Instantâneo de uma cena de nuvem em 24 de fevereiro de 2016 do SAM como parte do conjunto de dados DYAMOND. Dez dias, selecionados aleatoriamente, das regiões tropicais (exibidas entre as duas linhas tracejadas brancas) desta simulação são usados para esta análise. O gráfico inserido mostra precipitação versus água precipitável para 10 d de simulações de SAM. As linhas mostram a média condicional da precipitação para bins de 0,3 mm de água precipitável e para bins de 1 K de temperatura troposférica livre. Os pontos de dispersão mostram a dispersão da precipitação

“Nosso trabalho fornece uma resposta ao debate e uma solução inovadora para incluir a organização, mostrando que a inclusão dessas informações pode melhorar significativamente nossa previsão da intensidade e variabilidade da precipitação”.

Usando AI para projetar algoritmo de rede neural

Modelo global de resolução de tempestades. Instantâneo de uma cena de nuvem em 24 de fevereiro de 2016 do SAM como parte do conjunto de dados DYAMOND. Dez dias, selecionados aleatoriamente, das regiões tropicais (exibidas entre as duas linhas tracejadas brancas) desta simulação são usados para esta análise. O gráfico inserido mostra precipitação versus água precipitável para 10 d de simulações de SAM. As linhas mostram a média condicional da precipitação para bins de 0,3 mm de água precipitável e para bins de 1 K de temperatura troposférica livre. Os pontos de dispersão mostram a dispersão da precipitação para cada caixa de água precipitável e a temperatura troposférica livre média no domínio de simulação e no período de tempo.

( A – C ) treinado usando apenas variáveis de escala grosseira e (D – F) treinado usando variáveis de escala grosseira, bem como métrica organizacional como entrada.

A mostra a precipitação em escala grosseira verdadeira (azul) e prevista (laranja) calculada em média sobre caixas PW (1 mm) para treinamento usando apenas PW, SST, qv2m e T2m. O sombreamento mostra o SD da precipitação em escala grosseira para cada bin de PW. A linha verde plota o R 2 em caixas PW. O painel B mostra a função de densidade de probabilidade (pdf) da precipitação verdadeira (azul) e a previsão do painel a (laranja).

O painel C exibe o R 2calculado para cada local de latitude e longitude em intervalos de tempo para o painel A .

Os painéis D – F mostram o mesmo que A – C, mas previstos pelo Org-NN, que inclui a métrica organizacional em suas entradas

Sarah Shamekh, Ph.D. O aluno que trabalha com Gentine desenvolveu um algoritmo de rede neural que aprende as informações relevantes sobre o papel da organização de nuvens em escala fina (escalas não resolvidas) na precipitação. Como Shamekh não definiu uma métrica ou fórmula com antecedência, o modelo aprende implicitamente — por conta própria — como medir o agrupamento de nuvens, uma métrica de organização, e então usa essa métrica para melhorar a previsão de precipitação. Shamekh treinou o algoritmo em um campo de umidade de alta resolução, codificando o grau de organização em pequena escala.

“Descobrimos que nossa métrica de organização explica quase inteiramente a variabilidade da precipitação e pode substituir uma parametrização estocástica em modelos climáticos”, disse Shamekh, principal autor do estudo, publicado pela PNAS . “A inclusão dessas informações melhorou significativamente a previsão de precipitação na escala relevante para os modelos climáticos, prevendo com precisão extremos de precipitação e variabilidade espacial”.

O algoritmo de aprendizado de máquina melhorará as projeções futuras. Os pesquisadores agora estão usando sua abordagem de aprendizado de máquina, que aprende implicitamente a métrica de organização da nuvem sub-grade, em modelos climáticos.

Isso deve melhorar significativamente a previsão da intensidade e variabilidade da precipitação, incluindo eventos extremos de precipitação, e permitir que os cientistas projetem melhor as mudanças futuras no ciclo da água e os padrões climáticos extremos em um clima em aquecimento. Esta pesquisa também abre novos caminhos de investigação, como explorar a possibilidade da precipitação criar memória, onde a atmosfera retém informações sobre condições climáticas recentes, que por sua vez influenciam as condições atmosféricas posteriores, no sistema climático. Essa nova abordagem pode ter aplicações abrangentes além da modelagem de precipitação, incluindo uma melhor modelagem da camada de gelo e da superfície do oceano.

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Desempenho do NN

Agora sabemos exatamente o que acontece na natureza quando derrubamos florestas

Os

para dar espaço a campos e animais e, ao fazê-lo, começaram a moldar a natureza de acordo com as necessidades dos humanos

Naquela época, nossos ancestrais já sabiam que, depois que a floresta fosse derrubada e as roças estabelecidas, alguns dos animais e plantas que antes prosperavam desapareceriam. Hoje, sabemos que a agricultura moderna e intensiva é uma das maiores ameaças à biodiversidade do planeta. No entanto, sabemos muito pouco sobre o que acontece especificamente com plantas, insetos e animais no ecossistema quando uma floresta é derrubada e o solo é arado e plantado. Portanto, Gabor Lovei, do Departamento de Agroecologia da Universidade de Aarhus, e vários colegas portugueses decidiram investigar. Na ilha Terceira, nos Açores, ainda existe uma parte da floresta original. Por esta razão, a ilha tornou-se um bom lugar para estudar como a agricultura afeta a natureza original.

O calor, a chuva recorrente e o solo vulcânico tornam a natureza dos Açores extremamente fértil. Na verdade, os agricultores podem colher durante todo o ano nas ilhas - e grande parte da fruta que comemos na Europa vem dos Açores. Muitos animais também pastam nas ilhas. Esta fotografia é

No entanto, quando Gabor Lovei viu seus resultados, ficou um pouco surpreso.

“As mudanças no ecossistema foram menos extensas do que eu imaginava.

É verdade que havia menos animais grandes e pequenos nos campos, mas em vários outros parâmetros, a atividade no ecossistema na verdade aumentou”, diz ele.

A natureza única dos Açores

Até 1427, muito poucos tinham pisado nos Açores. Descobertas arqueológicas recentes sugerem que os vikings talvez tenham visitado as ilhas muitas centenas de anos antes dos portugueses, mas foi somente no século XV que os humanos se estabeleceram lá permanentemente. Durante milhares de anos, os Açores permaneceram intocados e exuberantes no meio do Atlântico. Árvores e plantas verde-escuras prosperaram por causa da combinação de calor intenso, precipitação frequente e solo vulcânico das ilhas.

Depois que marinheiros portugueses descobriram acidentalmente as montanhas arborizadas no meio do Atlântico em 1427, tudo mudou.

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seres humanos começaram a cultivar cerca de 12.000 anos atrás. Nas margens do Eufrates e do Tigre, onde hoje são o Iraque e a Síria, pequenos grupos de pessoas começaram a cultivar ervilhas, lentilhas e cevada independentemente uns dos outros. Eles derrubaram árvores
da ilha Terceira, tirada perto de alguns famosos túneis vulcânicos Mapa da Ilha Terceira e dos seus principais habitats. Gabor Lovei e seus colegas traçaram os locais de seus experimentos neste mapa. Os pontos verdes mostram os locais. Além disso, o mapa mostra quais partes da ilha são cultivadas, quais são cultivadas por animais de fazenda e quais são cobertas por florestas antigas por *Universidade de Aarhus Fotos: Adaptação de Borges et al. (2022), Jules Verne Times Two / Creative Commons, Samuel Monteiro Domingues (Creative Commons), Wendy Ysser

Os pequenos proprietários, cansados das mercês régias derramadas sobre os solares de Portugal, fizeram as malas com as suas picaretas, pás e enxadas e partiram para os Açores.

Eles derrubaram a floresta e plantaram trigo e outras culturas.

Ao contrário de casa, no continente, os agricultores colheram grandes colheitas. Os rumores se espalharam e os fazendeiros invadiram as ilhas. Grandes partes da floresta desapareceram rapidamente e foram substituídas por terras agrícolas. Apenas as partes da floresta nas áreas mais montanhosas e inacessíveis, onde o solo era muito difícil de cultivar, foram poupadas. E foi justamente essa floresta original que Gabor Lovei pôde utilizar em suas pesquisas.

“Na Dinamarca – e na maioria dos outros lugares da Europa – a floresta não é original. Ele foi derrubado, replantado e modificado por humanos por milhares de anos. Nos Açores, por outro lado, há floresta totalmente original – e vale ouro para esse tipo de pesquisa”, diz.

O truque inteligente de Gabor

Normalmente, quando entomologistas ou ornitólogos estudam como a agricultura afeta diferentes espécies, eles colocam suas botas de caminhada e saem para os campos, prados e orlas da floresta para registrar tudo o que encontram.

Eles fazem isso sistematicamente, em diferentes momentos do dia e repetidamente. No entanto, o método não nos diz muito sobre como todo o ecossistema reage às mudanças. Apenas sobre as populações de animais.

Então, quando Gabor Lovei começou a investigar como todo o ecossistema reagia à derrubada da floresta e ao estabelecimento do campo, ele teve que usar outros métodos.

Primeiro, ele plantou várias alfaces adultas em uma floresta original, em campos cultivados e em campos de pastagem para vacas. As plantas foram deixadas por duas semanas. Após as duas semanas, ele registrou a área coberta pela alface e quanto havia comido. Dessa forma, ele poderia medir a extensão da atividade herbívora no ecossistema.

Ele repetiu o mesmo processo com as larvas para determinar o alcance da caça aos insetos. Quanto mais larvas comiam, mais animais – por exemplo, pássaros, roedores e sapos – viviam na área. Ele também colocou pequenas caixas de sementes para ver quantas desapareciam. Ele cavou saquinhos de chá dez centímetros no solo para examinar a atividade dos microorganismos no solo que decompõem a matéria orgânica.

E, finalmente, plantou morangos para aprender mais sobre a polinização nas diferentes áreas.

Juntos, todos esses pequenos experimentos formaram uma imagem de como o ecossistema como um todo muda quando a floresta é derrubada e os campos são plantados.

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Parte dos Açores é coberta por antiga floresta nativa. Esta foto é de uma área protegida na ilha Terceira. A mesma ilha que Gabor Lovei fez seus experimentos Florestas nativas (A), milharais de cota baixa (B), milharais de cota alta (C) e pastagens (D) na Ilha Terceira, Açores.

Menos animais nos campos

De todos os parâmetros estudados por Gabor Lovei, a maior diferença foi o número de insetos comidos. Na floresta, desapareceram significativamente mais larvas do que no campo cultivado e nas áreas de pastagem. Isso sugere que há mais vida selvagem na floresta, explica ele.

“As larvas são normalmente comidas por roedores, pássaros e lagartos. Nossas descobertas sugerem que havia significativamente mais deles na floresta, porque mais larvas desapareceram entre as árvores”, diz ele. As sementes também desapareceram mais rapidamente na floresta. “A umidade é maior nas florestas, o que significa que vários invertebrados diferentes podem viver ali. Animais como caracóis e besouros, que comem sementes.”

Florestas nativas

Níveis de intensidade de herbivoria, predação global, predação de invertebrados, predação de vertebrados, polinização, predação de sementes e decomposição nas florestas nativas dos Açores, campos de milho de baixa e alta altitude e pastagens. Letras diferentes indicam diferenças significativas entre habitats e processos ecológicos ( p < 0,05)

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Grandes partes dos Açores são cultivadas ou pastoreadas por animais. Esta foto mostra pastagens na Terceira. Essas áreas contêm menos biodiversidade do que a floresta origina

Com relação à polinização e ao número de microrganismos no solo, ele não encontrou diferença. De fato, a polinização das plantas foi ligeiramente maior nos campos de milho do que na floresta. No entanto, isso não significa necessariamente que existam muitas espécies diferentes de abelhas. Geralmente, existem apenas alguns tipos de plantas em campos cultivados. Por esta razão, as mesmas poucas espécies de abelhas são responsáveis pela polinização.

O que os agricultores podem fazer?

Quando os agricultores locais derrubam a floresta, a biodiversidade é perdida. Gabor Lovei demonstrou isso claramente em seus experimentos. Mas seus resultados também podem dizer algo sobre o que os agricultores podem fazer para obter parte da biodiversidade de volta em seus campos?

Sim, ele explica. Eles podem. Os resultados fornecem uma compreensão completamente nova de quais partes do ecossistema serão afetadas.

“Vemos claramente que os caracóis e os besouros têm dificuldades nos campos. Para recuperá-los, os agricultores podem deixar pequenos bolsões de vegetação natural nos campos. Por exemplo, eles podem deixar raízes de árvores mortas para apodrecer. Isso atrairá muitos tipos de besouros”, diz ele.

Outro problema com os campos é que nós, humanos, trazemos conosco animais, plantas e micróbios que não pertencem lá naturalmente quando cultivamos nossas plantações.

Por exemplo, os ratos invadiram e deslocaram grande parte da fauna indígena dos Açores.

“Ao abrir espaço para pequenos bolsões de natureza não cultivada dentro e ao redor dos campos, sabemos que as espécies nativas sobreviverão com mais facilidade. Eles simplesmente são mais resistentes a espécies invasoras”, explica.

Os resultados podem ser transferidos para a Dinamarca?

A natureza nos Açores é muito diferente da Dinamarca. A Dinamarca é mais fria, o solo é diferente e praticamente não temos mais natureza original. Ainda assim, os resultados dos Açores podem ser transferidos para as condições dinamarquesas, segundo Gabor Lovei.

“Esses experimentos abrangentes nunca foram conduzidos no continente europeu, mas alguns dos parâmetros foram estudados em outros países europeus. O padrão era praticamente o mesmo. Portanto, podemos supor que a natureza dinamarquesa reage mais ou menos da mesma forma ao desmatamento e ao cultivo”, diz ele. “No entanto, a agricultura não é tudo que ameaça a biodiversidade. Cidades e jardins também restringem onde os animais podem viver. Por isso é importante fazer algo em nosso próprio quintal”, conclui. Semear flores e árvores que pertencem naturalmente à Dinamarca – e não plantas exóticas – pode fazer uma grande diferença. Plante árvores dinamarquesas e flores dinamarquesas e pare de cortar a grama. Isso fará uma enorme diferença para muitas espécies.

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A natureza nos Açores é muito diferente da Dinamarca A Dinamarca é mais fria, o solo é diferente e praticamente não temos mais natureza original

Cascatas de extinção acabarão com mais de um quarto da Biodiversidade Mundial

Modelo mostra que

Uma nova ferramenta desenvolvida por cientistas europeus e australianos que permite a modelagem incomparável da perda de espécies interconectadas mostra que extinções em cascata são inevitáveis e que a Terra perderá cerca de 10% de seus animais e plantas até 2050, aumentando para 27% até 2100.

As descobertas foram publicadas na revista Science Advances.

Usando um dos supercomputadores mais poderosos da Europa, o cientista da Comissão Europeia, Dr. Giovanni Strona, também da Universidade de Helsinque, e o professor Corey Bradshaw, da Universidade de Flinders, usaram a ferramenta para criar Terras sintéticas completas com espécies virtuais e mais de 15.000 teias alimentares para prever a interconexão destino de espécies que provavelmente desaparecerão devido à devastação das mudanças climáticas e do uso da terra.

A ferramenta apresenta uma previsão sombria do futuro da diversidade global, confirmando sem sombra de dúvida que o mundo está passando por seu sexto evento de extinção em massa.

Os dois cientistas dizem que as abordagens anteriores para avaliar as trajetórias de extinção no próximo século foram bloqueadas por não incorporar coextinções – ou seja, espécies que se extinguem porque outras espécies das quais dependem sucumbem às mudanças climáticas e/ou mudanças na paisagem.

“Pense em uma espécie predadora que perde sua presa para a mudança climática. A perda da espécie de presa é uma ‘extinção primária’ porque ela sucumbiu diretamente a um distúrbio. Mas sem nada para comer, seu predador também será extinto (uma ‘co -extinção’). Ou imagine um parasita perdendo seu hospedeiro devido ao desmatamento, ou uma planta com flores perdendo seus polinizadores porque fica muito quente. Cada espécie depende das outras de alguma forma”, diz o professor Bradshaw.

Professor Corey Bradshaw, Universidade Flinders.

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cascatas de extinção causadas pelo uso da terra e mudanças climáticas acabarão com mais de 25% da biodiversidade mundial
A Terra perderá cerca de 10% de seus animais e plantas até 2050 *Universidade Flinders Fotos: Pixabay/CC0 Domín, Universidade Flinders Bactérias resistentes a drogas encontradas nas entranhas de lêmures que vivem perto de humanos

Até agora, os pesquisadores não conseguiram interconectar espécies em escala global para estimar quanta perda adicional ocorrerá por meio de coextinções. Embora existam muitas análises excelentes que examinam aspectos distintos das extinções, como os efeitos diretos da mudança climática e da perda de habitat no destino das espécies, esses aspectos não são necessariamente costurados de forma realista para poder prever a escala das cascatas de extinção.

A solução de Strona e Bradshaw para esse problema foi construir uma enorme Terra virtual de redes de espécies interconectadas ligadas por quem come quem e, em seguida, aplicar mudanças climáticas e de uso da terra ao sistema para informar projeções futuras.

As espécies virtuais também podem recolonizar novas regiões à medida que o clima muda, podem se adaptar até certo ponto às mudanças nas condições, podem ser extintas diretamente da mudança global ou podem ser vítimas de uma cascata de extinção.

“Essencialmente, povoamos um mundo virtual desde o início e mapeamos o destino resultante de milhares de espécies em todo o mundo para determinar a probabilidade de pontos críticos no mundo real”, explica o Dr. Strona.

“Podemos então avaliar a adaptação a diferentes cenários climáticos e interligar com outros fatores para prever um padrão de coextinções.

“Ao executar muitas simulações em três cenários principais do clima até 2050 e 2100 - os chamados Caminhos Socioeconômicos Compartilhados (SSP) do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), mostramos que haverá até 34% mais co- extinções em geral até 2100 do que as previstas apenas pelos efeitos diretos”, diz o Dr. Strona. O professor Bradshaw diz que ainda mais assustador é que as coextinções aumentarão a taxa total de extinção das espécies mais vulneráveis em até 184% até o final do século.

“Este estudo é único, porque considera também o efeito secundário sobre a biodiversidade, estimando o efeito da extinção de espécies nas cadeias alimentares locais além dos efeitos diretos. para 184% para as espécies mais suscetíveis nos próximos 75 anos. “Comparado com as abordagens tradicionais para prever extinções, nosso modelo fornece uma visão detalhada da variação nos padrões de diversidade de espécies, respondendo à interação do clima, uso da terra e interações ecológicas.

Professor Corey Bradshaw, Universidade Flinders Espécies como os elefantes podem sobreviver a temperaturas mais altas, mas dependem de outras que não podem, levando a indiretas ou co-extinções

As crianças nascidas hoje que vivem até os 70 anos podem esperar testemunhar o desaparecimento de literalmente milhares de espécies de plantas e animais , desde as minúsculas orquídeas e os menores insetos até animais icônicos como o elefante e o coala... “O modelo produz redes estruturadas de forma realista e uma distribuição regional plausível das massas corporais das espécies, espelhando as evidências do mundo real e validando nossa abordagem. Avaliamos os efeitos do clima simulado e do uso da terra de 2010 a 2100 mensalmente para extinção de espécies, não deixando dúvidas de que em todos os cenários , a mudança climática é diretamente responsável pela maioria das extinções primárias e co-extinções”, diz o Dr. Strona. O professor Bradshaw diz que, apesar de uma apreciação geral de que a mudança climática é agora um dos principais impulsionadores das extinções em todo o mundo, a nova análise demonstra claramente que até agora subestimamos seus verdadeiros impactos na diversidade da vida na Terra. Sem grandes mudanças na sociedade humana, podemos perder muito do que sustenta a vida em nosso planeta.

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Resumo das principais categorias de mudanças ambientais relacionadas à biodiversidade, expressas como uma porcentagem de mudanças causadas pelo homem (em vermelho) em relação à linha de base (azul) Uma representação esquemática de diferentes fatores de extinção (mudança climática, perda de habitat, desmatamento, mudança no uso da terra, caça e caça furtiva) para grandes mamíferos ameaçados na Ásia tropical

Respostas humanas às mudanças climáticas e o destino da biodiversidade

A mudança climática é uma ameaça existencial para os seres humanos e para a biodiversidade global, como foi reforçado no sexto relatório de avaliação do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), bem como nas Conferências das Partes do IPCC (Glasgow, Reino Unido; novembro 2021) e a Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (Montreal, Canadá; dezembro de 2022). Mas essas reuniões também destacam implicitamente graves deficiências em como os cientistas conservacionistas e os formuladores de políticas estão lidando com a ameaça da mudança climática.

Embora não seja diretamente atribuível à mudança climática, a situação dos refugiados rohingya, vista aqui construindo abrigos improvisados em Bangladesh em 2017, ilustra como os deslocamentos populacionais humanos induzidos pelo clima podem afetar a biodiversidade. Quando os residentes locais não aceitam o influxo de “estrangeiros” em suas comunidades, quaisquer áreas naturais remanescentes nas proximidades podem ser destinadas à conversão de terras e desenvolvimento para apoiar essas pessoas deslocadas.

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Refugiados rohingya, construindo abrigos improvisados em Bangladesh em 2017 Fotos: Mapa da NASA, Shutterstock/Sk Hasan Ali

A pesquisa em ecologia e conservação da mudança climática ainda é dominada por tentativas de entender como as espécies são vulneráveis às condições abióticas alteradas impulsionadas apenas pela mudança climática (por exemplo, aumento da temperatura). Esta ameaça é sem dúvida importante. Mas argumentamos que outras facetas da perturbação climática podem ter impactos muito maiores – em particular, as maneiras pelas quais as sociedades humanas, demografia e economias alteradas pelo clima interagem com os ecossistemas e espécies naturais.

Infelizmente, essas dimensões humanas da ecologia da mudança climática receberam pouca atenção. A avaliação em larga escala da escala das respostas da biodiversidade às mudanças climáticas está, portanto, subestimando o problema – potencialmente em escala massiva – ao incorporar apenas impactos abióticos diretos. A mudança climática é frequentemente considerada uma das ameaças enfrentadas pela biodiversidade, distinta de outras ameaças e não considerada – pelo menos atualmente –como tendo um impacto tão forte quanto a perda de habitat e a superexploração.

Mas, em vez de ser um fator separado, a mudança climática amplia essas outras ameaças e agora está exacerbando todos os caminhos pelos quais os humanos causam diretamente o perigo de extinção das espécies.

Os formuladores de políticas e planejadores ainda não reconhecem esse impacto combinado ao considerar como reduzir a perturbação climática e a perda de biodiversidade.

De fato, são essas sinergias, juntamente com o ritmo da mudança, que tornam a atual crise de extinção única na história da Terra.

Embora a mudança climática global de cerca de 6 °C tenha causado o maior evento de extinção em massa da Terra até hoje (no final do Permiano), esse fenômeno provavelmente ocorreu em uma ordem de magnitude mais lenta do que estamos induzindo hoje - e em um mundo sem habitat significativo perda, degradação e outras ameaças à biodiversidade pelas ações de uma única espécie.

Agir

Compreender e abordar as sinergias que descrevemos aqui será extremamente complexo.

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Há um grande número de cenários Uso da terra e a biodiversidade. A biodiversidade está diminuindo em todo o mundo a uma taxa sem precedentes

Há um grande número de cenários de como a mudança climática pode afetar guerras, movimentos de refugiados, produção agrícola, extração de recursos e outros fatores, todos com grandes incertezas e possíveis interações com outros processos conhecidos e atualmente desconhecidos. Essa complexidade torna extremamente difícil prever, com algum grau de certeza, os múltiplos impactos das mudanças climáticas na biodiversidade. De fato, tais dificuldades poderiam explicar em parte por que a pesquisa em ecologia climática até agora se concentrou tão fortemente na tarefa comparativamente simples de avaliar a vulnerabilidade direta das espécies às mudanças abióticas. Mas essas dificuldades não devem nos impedir de tentar. Colaborações com demógrafos humanos, economistas de recursos naturais e futuristas serão fundamentais, juntamente com o reconhecimento de que os problemas que enfrentamos estão altamente interligados.

Lidar com sucesso com os impactos da mudança climática na biodiversidade significará trabalhar com as comunidades humanas para reduzir sua vulnerabilidade às perturbações climáticas, particularmente para os grupos mais pobres e vulneráveis que têm necessidades imediatas de adaptação. Abordagens emergentes de serviços ecossistêmicos para adaptação climática usam elementos da natureza para proteger as comunidades humanas

contra os impactos adversos de mudanças climáticas (por exemplo, adaptação baseada no ecossistema). Mas, para que gerem resultados positivos para a biodiversidade, eles devem se concentrar em benefícios duplos para a natureza e para os seres humanos. comunidades.

Precisamos de uma mudança sistêmica na forma como a biodiversidade é vista e contabilizados, de modo a integrar alterações fundamentais nas indústrias, uso da terra e planejamento, para contrabalançar os impactos negativos sobre as espécies e o sistema climático.

O momento dessa mudança é crítico à luz das recentes negociações em torno da Conferência das Partes da Convenção sobre Diversidade Biológica (CBD), o acordo intergovernamental fundamental sobre a conservação de espécies que definirá a agenda internacional de

conservação para as próximas décadas. Muitas dessas partes - e os cientistas que as orientam - reconhecem que o tempo esta esgotando-se para mudar a atual trajetória da biodiversidade.

Na fase de implementação do Plano Estratégico de Biodiversidade pós-2020 da CDB surge uma importante oportunidade de definir padrões e métricas globais para as nações e indústria. Precisamos de políticas e iniciativas estratégicas que abordar a biodiversidade no contexto das respostas humanas às mudanças climáticas que estão ocorrendo agora. Isso só pode acontecer com amplo reconhecimento de cientistas e formuladores de políticas de como a biodiversidade e a conservação contribuem para economias e sociedade - de maneiras que, até o momento, têm sido amplamente subestimado.

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Uso de microbiomas para combater a perda global de biodiversidade

A perda global da biodiversidade e a extinção em massa de espécies são dois dos problemas ambientais mais críticos que o mundo enfrenta atualmente, resultando na interrupção de vários ecossistemas centrais para as funções ambientais e a saúde humana. Intervenções direcionadas ao microbioma, como probióticos e transplantes de microbioma, estão surgindo como opções potenciais para reverter a deterioração da biodiversidade e aumentar a resiliência da vida selvagem e dos ecossistemas. No entanto, a implementação dessas intervenções é urgentemente necessária.

Resumidos os conceitos atuais, gargalos e aspectos éticos que abrangem o gerenciamento cuidadoso e responsável dos recursos do ecossistema usando o microbioma (denominado manejo do microbioma) para reabilitar organismos e funções do ecossistema. Propomos uma estrutura de aplicação do mundo real para orientar aplicações probióticas ambientais e de vida selvagem. Esta estrutura detalha as etapas que devem ser seguidas no processo de upscaling (grids de amostragem de maior escala), ao mesmo tempo em que pesa os riscos em relação ao alto custo da inação. Ao fazer isso, traçamos paralelos com outros aspectos da ciência contemporânea que se movem rapidamente diante de desafios globais urgentes.

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O peixe-leão do gênero Pterois está entre as muitas formas de vida marinha que dependem de ecossistemas de corais saudáveis Fotos: KAUST, Morgan Bennett Smith / KAUST Microrganismos benéficos beneficiam diversas formas de vida, incluindo a) vida marinha, b) corais, c) abelhas e d) formas terrestres terrestres

Um grupo de especialistas líderes da Beneficial Microbes for Marine Organisms (BMMO), uma rede internacional de colaboradores com experiência em áreas transversais de pesquisa probiótica, emitiu uma estrutura crítica para o uso de microbiomas para proteger a vida selvagem de maneira ética e eficiente, na Nature Microbiology, Aproveitando o microbioma para prevenir a perda global da biodiversidade, que fornece uma estrutura baseada na ciência para acelerar a pesquisa e desenvolvimento responsável de soluções de microbioma.

A Dra. Raquel Peixoto, fundadora e co-presidente do BMMO, e professora associada de ciências marinhas da KAUST, disse: “Os principais ecossistemas, que abrigam muitas formas de vida, estão à beira do colapso ecológico, levando a enormes perdas de biodiversidade e extinções em massa , e perturbando os ecossistemas essenciais para apoiar os meios de subsistência”.

Um guia para acelerar o uso de macrobióticos para restaurar corais

Os cientistas examinam o uso de probióticos para “reinicializar” microbiomas saudáveis e proteger relações simbióticas importantes e sensíveis entre hospedeiros e seus micróbios associados.

Os probióticos agora são aplicados convencionalmente em agroecossistemas, mostrando que aplicações bem-sucedidas em ambientes abertos são possíveis com riscos controlados.

A equipe propõe uma estrutura baseada na ciência, delineando um caminho desde a bancada de laboratório até aplicações piloto e em larga escala de microbiomas, para salvar ecossistemas ameaçados. “Nós, como uma rede de cientistas líderes, estamos preocupados que o desenvolvimento tecnológico de uma ferramenta necessária com urgência possa ser adiado por etapas de avaliação de risco pouco claras e indefinidas”, disse o ilustre professor de ciências marinhas da KAUST, Carlos Duarte, que atua como diretor executivo do Coral Plataforma Aceleradora de Pesquisa e Desenvolvimento ( CORDAP ).

“Além disso, não há discussões éticas disponíveis para fornecer diretrizes e

regras para acelerar a transição da concepção para a aplicação de probióticos ambientais de maneira prática e segura. Portanto, estamos destacando o caminho do conceito para soluções do mundo real, abordando considerações éticas, bem como riscos contra benefícios.” O estudo serve para colmatar esta lacuna. A estrutura também considera o risco de inação e pode ser adaptada a outros desenvolvimentos científicos urgentes.

“Nossa estrutura fornece uma ferramenta regulatória pragmática adaptada à vida selvagem para orientar cientistas e partes interessadas na luta contra a perda de biodiversidade”, disse Peixoto. “Ele leva em consideração os possíveis efeitos colaterais de sua aplicação, além de considerar o alto custo da inação”.

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A cientista marinha Dra. Raquel Peixoto usa probióticos para impulsionar a recuperação de ecossistemas de corais ameaçados, mostrados aqui na primeira vila de probióticos de corais do mundo, localizada no Mar Vermelho perto da Universidade de Ciência e Tecnologia King Abdullah A cientista marinha da KAUST, Dra. Raquel Peixoto, administra probióticos, ou Microorganismos Benéficos para Corais (BMC), a corais em ambientes de aquário controlados

Os cientistas examinam o uso de probióticos para “reinicializar” microbiomas saudáveis e proteger relações

simbióticas importantes e sensíveis entre os hospedeiros e seus micróbios associados. Os probióticos agora são aplicados convencionalmente em agroecossistemas, mostrando que aplicações bem-sucedidas em ambientes abertos são possíveis com riscos controlados.

Avaliando a saúde dos corais em ambientes controlados de aquários

A equipe propõe uma estrutura baseada na ciência, delineando um caminho desde a bancada de laboratório até aplicações piloto e em larga escala de microbiomas, para salvar ecossistemas ameaçados. “Como uma rede de cientistas líderes, estamos preocupados que o desenvolvimento tecnológico de uma ferramenta necessária com urgência possa ser adiado por etapas de avaliação de risco pouco claras e indefinidas”, disse o ilustre professor de ciências marinhas da KAUST, Carlos Duarte, que atua como diretor executivo do Plataforma Aceleradora de Pesquisa e Desenvolvimento Coral ( CORDAP ).

Os cientistas marinhos da KAUST criam um potente probiótico a partir do “suco de coral”, uma solução de água do mar contendo fragmentos do próprio coral e os microorganismos que vivem no coral. A partir dessa mistura, cepas de bactérias são selecionadas por seu potencial genético e metabólico para servir como probióticos, ou Microorganismos Benéficos para Corais (BMC)

“Além disso, não há discussões éticas disponíveis para fornecer diretrizes e regras para acelerar a transição do planejamento para a aplicação de probióticos ambientais de maneira prática e segura.

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Um guia para acelerar o uso de macrobióticos para restaurar corais
O aumento do microbioma pode ajudar os corais a resistir ao branqueamento Uma relação simbiótica saudável entre o hospedeiro do coral e as algas que vivem no coral é a base dos ecossistemas dos recifes e ajuda a manter os recifes em estase

Portanto, estamos destacando o cami-

do conceito para soluções do mundo real, abordando considerações éticas, bem como riscos contra benefícios.”

O artigo serve para colmatar esta lacuna. A estrutura também considera o risco de inação e pode ser adaptada a outros desenvolvimentos científicos urgentes.

“Nossa estrutura fornece uma ferramenta regulatória pragmática adaptada à vida selvagem para orientar cientistas e partes interessadas na luta contra a perda de biodiversidade”, disse Peixoto.

“Ele leva em consideração os possíveis efeitos colaterais de sua aplicação, ao mesmo tempo em que considera o alto custo da inação”. Este projeto visa criar um biobanco de diferentes microrganismos marinhos com potencial para serem utilizados como mitigadores de stress ambiental, probióticos para aquacultura, agentes de recuperação e reabilitação ambiental, promotores de saúde urbana e humana, produtores de antibióticos, entre outros.

Os autores contribuintes incluem os professores Gabriele Berg, da Universidade de Tecnologia de Graz; Christian Voolstra da Universidade de Konstanz; Ute Hentschel da GEOMAR; Rodrigo Costa da Universidade de Lisboa; Carlos Duarte da KAUST; e a especialista em ética Jeantine Lunsh, de Harvard, entre outros acadêmicos ilustres.

Administração do microbioma como uma ferramenta potencial para mitigar os impactos antropogênicos.

Impactos antropogênicos podem perturbar microbiomas saudáveis, causando disbiose caracterizada por perda de diversidade, uniformidade e homeostase, e aumento da prevalência de micróbios de estratégia r , hipermutação e resistência antimicrobiana. Isso pode resultar em ecossistemas perturbados, surtos de pragas e patógenos e, portanto, aumento do risco de doenças. A administração do microbioma pode explorar o microbioma, uma vez que essas comunidades microbianas são membros-chave do holobionte, conectam todas as entidades do ecossistema, respondem rapidamente à manipulação com efeitos imediatos e são mais fáceis de manipular do que os macroorganismos. O uso de probióticos ou simbióticos é uma abordagem para promover o funcionamento do ecossistema e a saúde geral, evitando a perda de biodiversidade, pandemias e outros impactos, mantendo os serviços ecossistêmicos.

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Dra. Raquel Peixoto, discute o importante papel que os probióticos desempenham na recuperação dos corais; mostrado aqui no Laboratório de Microbiomas Marinhos da KAUST
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Esforços de conservação da natureza em larga escala por si só não preservarão os benefícios para nossas sociedades

Aampliação das áreas protegidas e os incentivos do preço do carbono para o reflorestamento por si só não impedirão o declínio da biodiversidade e a perda contínua de funções críticas do ecossistema, se não forem acompanhados de medidas que também visam as paisagens manejadas. Um novo estudo publicado na Nature Communications, liderado pelo Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK), mostra que mesmo em cenários com alta demanda por terra é possível manter paisagens favoráveis à biodiversidade, que também fornecem serviços críticos como a polinização e solos saudáveis.

A pesquisa demonstra que o uso da terra não é um jogo de soma zero, mas que importa onde as terras agrícolas estão localizadas para promover a diversidade da paisagem. Com os incentivos certos.

Para o ano de referência de 2015, a cobertura global da terra inclui 1.654 Mha de terras cultivadas (alimentos, rações e bioenergia), 3.202 Mha de área de pastagem, 3.979 Mha de floresta e 3.930 Mha de vegetação não florestal. A floresta manejada apresenta restauração florestal com base em NDCs e reflorestamento induzido pelo preço do carbono, bem como plantações de madeira.

Para NDC e reflorestamento induzido pelo preço do carbono, empregamos as mesmas curvas de crescimento e densidades de carbono dos ecossistemas nativos

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Abelha em uma flor por *Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK) Fotos: Nature, Potsdam Institute for Climate Impact Research (PIK), Scotty Turner/Unsplash

a. Representação espacial dos valores estimados de suficiência de polinização (consulte Métodos) em escala de campo para o ano de referência de 2015. ‘Alto’ indica que há habitat de polinizador suficiente disponível dentro do raio de vôo de 2 km em torno dos pixels da terra de cultivo para garantir um suprimento estável de polinização, enquanto ‘moderado’ e ‘baixo’ indicam disponibilidade deficiente ou insuficiente de habitat de polinizadores em torno da terra cultivada. Pixels cinza denotam áreas não cultivadas.

b. Mudanças globais na área de cultivo com pontuações de suficiência de polinização ‘alta’, ‘moderada’ e ‘baixa’ entre 2015 e 2050. As barras representam mudanças gerais na área de cultivo, enquanto os pontos sombreados ilustram as mudanças de suficiência de polinização apenas em áreas históricas de cultivo (pixels classificados como terras cultivadas em 2015).

c. Mudanças globais nos limites de suficiência de polinização expressos como porcentagem do total de terras cultivadas

“O fato de a comunidade internacional ter concordado em colocar 30% da superfície terrestre sob proteção até 2030 é um grande avanço, mas também não devemos esquecer os outros 70%. Em última análise, essas são as áreas em que nossa economia e natureza mais interagem e que abrigam muitas espécies que são mais familiares para nós”, explica o principal autor do PIK, Patrick von Jeetze.

“Desde a polinização e proteção do solo até aspectos de saúde mental e prevenção de inundações, sabemos que espaços verdes em paisagens intensamente utilizadas e próximos a assentamentos humanos podem trazer muitos benefícios.

Uma rede bem organizada de espaços verdes também ajuda a vincular melhor as áreas protegidas, o que facilitaria a migração das espécies – um aspecto crítico especialmente em um clima em mudança”. “Existe um amplo consenso de que 10 a 20% dos habitats permanentes, como pastagens ou bosques extensivamente manejados, devem ser mantidos em áreas de intenso uso da terra, a fim de fornecer uma reserva ecológica e conectar áreas protegidas”, acrescenta a coautora Isabelle Weindl de PIK. “Nosso estudo mostra que a manutenção desses habitats em paisagens cultivadas seria, em princípio, possível em escala global, mesmo em cenários com forte competição entre diferentes usos da terra”.

Uma alocação inteligente de diferentes usos da terra é fundamental para equilibrar diferentes objetivos de conservação da terra

O estudo mostra que o que é preciso é uma alocação inteligente e adaptável do uso da terra em escala global para promover paisagens favoráveis à biodiversidade e equilibrar diferentes alvos de conservação da terra. Ao mesmo tempo, o estudo revela que existem co-benefícios importantes entre as medidas de conservação. Um cenário de mitigação climática baseado em terra, por exemplo, também causou uma redução de 75% na perda de solo em escala global em comparação com um cenário de referência sem ação climática.

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O painel a. mostra estimativas espaciais da perda global de solo (ver Métodos) dividida em sete classes de acordo com a classificação do European Soil Bureau. O gradiente de cores denota a intensidade da perda de solo de baixa (verde) a alta (vermelha) taxa de perda de solo. As áreas cinzentas não são cobertas pelo nosso modelo devido à falta de dados. b. Mudanças projetadas de perda de solo em terras cultiváveis em comparação com 2015 agregadas a valores globais (à esquerda) e regionais (à direita). As barras mostram as mudanças gerais de perda de solo, enquanto os pontos sombreados mostram apenas as mudanças de perda de solo em áreas de cultivo históricas. A mudança geral na perda de solo (linha preta) entre 2015 e 2050 segue de perto a perda de solo nas terras cultiváveis. GLO: Global; CAZ: Canadá, Austrália e Nova Zelândia; ACS: China; EUR: União Europeia; IND: Índia; JPN: Japão; LAM: América Latina; MEA: Oriente Médio e Norte da África; NEU: estados não membros da UE; OEA: outra Ásia; REF: países em reforma; SSA: África Subsaariana; EUA: Estados Unidos

Em um esforço colaborativo entre cientistas do PIK, da Universidade de Minnesota, da Universidade de Basel e do Joint Research Center (JRC) da Comissão Europeia, os pesquisadores empregaram uma nova abordagem de modelagem combinando o modelo de sistema terrestre de código aberto MAgPIE (Model da Produção Agrícola e seu Impacto no Meio Ambiente) com o Simulador de Paisagem de Alocação Econômica Espacial (SEALS) e a plataforma Global Soil Erosion Modeling (GloSEM). Isso permitiu que eles reduzissem as projeções de uso da terra em quatro cenários futuros alternativos para a escala de campo (300m x 300m), a fim de estimar como as mudanças na cobertura da terra nessa resolução relativamente alta poderiam levar a mudanças na polinização, heterogeneidade da paisagem e perda de solo por erosão hídrica.

“Paisagens amigas da biodiversidade não são “bons de se ter”, mas são a chave para uma produção agrícola sustentável, econômica e baseada na natureza. Mas também está claro que as políticas que aumentam a diversidade da paisagem não devem ser perseguidas isoladamente. Nosso estudo mostra que a criação de paisagens favoráveis à biodiversidade geralmente é possível e não leva a compensações com outros alvos de conservação, como a mitigação climática baseada na terra. Agora são necessárias políticas que combinem objetivos ambientais com melhores condições estruturais que apoiem os agricultores na geração de benefícios mais amplos para a sociedade”, conclui o coautor do estudo, Alexander Popp, líder do grupo de pesquisa em Gestão do Uso da Terra no PIK.

Este estudo fornece uma perspectiva integrada e globalmente consistente sobre como, nas próximas três décadas, o aumento da demanda por alimentos e bens materiais, bem como ações em larga escala voltadas para a proteção do clima e da biodiversidade, podem levar a mudanças na heterogeneidade da paisagem e nas principais regulamentações NCP que sustentam a produtividade da terra.

Aumentos perceptíveis na oferta de polinização e na heterogeneidade da paisagem também encontrados nos cenários BAU, PROTECT e COACTION foram realizados por meio da expansão das terras agrícolas às custas de pastagens e ecossistemas naturais na fronteira agrícola, aumento das perdas de carbono e taxas mais altas de perda de solo.

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Avaliando variações de 500 anos no clima e na vegetação

Os cientistas da Terra da Universidade de Heidelberg investigaram as variações naturais do clima e da vegetação nos últimos 500 anos para prever os efeitos das mudanças climáticas induzidas pelo homem nos ecossistemas mediterrâneos. Seu foco principal foi o impacto dessas mudanças nas florestas da região do Mediterrâneo

Por serem excepcionalmente sensíveis às mudanças climáticas, a preocupação com sua sobrevivência está crescendo devido às emissões antropogênicas de CO2 e ao aquecimento global associado: Dr. Andreas Koutsodendris, Instituto de Ciências da Terra, Universidade de Heidelberg.

Mudanças no conteúdo atmosférico de CO2 influenciam a quantidade de precipitação na região do Mediterrâneo

O Dr. Andreas Koutsodendris é membro do grupo de pesquisa do Prof. Dr. Jörg Pross no Instituto de Ciências da Terra da Universidade de Heidelberg, que estuda a dinâmica ambiental e do ecossistema da Terra. Os investigadores de Heidelberg, em colaboração com colegas da Alemanha, França, Grécia e Reino Unido, coletaram núcleos de perfuração de Tenaghi Philippon, um arquivo climático terrestre no nordeste da Grécia que fornece um registro completo dos últimos 500 anos e contém pólen fóssil. grãos, para rastrear como as florestas mediterrâneas reagiram às mudanças climáticas no passado.

Os dados do grão de pólen sobre o desenvolvimento da vegetação durante este período de tempo foram conectados com os dados geoquímicos sobre as mudanças na precipitação.

fiados pelo Dr. Andreas Koutsodendris examinaram o pólen fóssil preservado em um núcleo de sedimento da Grécia.

Grãos de pólen de Tenaghi Philippon, de 400 anos, sob o microscópio. Devido à sua boa preservação, eles também são preservados em testemunhos de perfuração e, assim, permitem reconstruir a vegetação e as mudanças climáticas no passado geológico

dições de seca de longo prazo, conforme previsto pelos modelos climáticos mais recentes, a desertificação das florestas da região do Mediterrâneo é provável

As florestas mediterrâneas não são apenas hotspots de biodiversidade, mas cos essenciais. Eles evitam a erosão do solo, controlam o clima regional e as

No passado, uma diminuição na precipitação de 40 a 45 por cento foi suficiente para desencadear uma mudança repentina de florestas para biomas de estepe em condições naturais: Dr. Andreas Koutsodendris, Instituto de Ciências da Terra, Universidade de Heidelberg.

Segundo o cientista da Terra de Heidelberg, essas descobertas mostram que tal mudança pode ocorrer nas florestas da região do Mediterrâneo em um futuro próximo se nada for feito para protegê-las. A Fundação Alemã de Pesquisa, o Estado de Hessen, como parte de sua iniciativa estadual para promover a excelência científica e econômica, e a Fundação Wilhelm Schuler forneceram financiamento para a pesquisa.

As descobertas da pesquisa dirigida pelo Dr. Koutsodendris revelam que, no passado, quando limites precisos de precipitação eram atingidos, as florestas mediterrâneas se transformavam em estepes em poucas décadas. Usando modelos ecológicos, os pesquisadores investigaram as causas potenciais das mudanças nos padrões de precipitação. Suas descobertas indicam que as mudanças no conteúdo atmosférico de CO2 têm um impacto na quantidade de precipitação na região do Mediterrâneo.

Mudanças no conteúdo atmosférico de CO2 influenciam a quantidade de precipitação na região do Mediterrâneo

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por *Universidade de Heidelberg Fotos: Universidade de Heidelberg

Shell e Inpa investem em nanobiotecnologia para recuperar áreas degradadas na Amazônia

Pesquisa em parceria com a Krilltech avalia o efeito da ‘arbolina’ em sistemas de plantio, com foco na absorção de carbono

Acastanheira, árvore nativa da Amazônia, é a espécie chave escolhida para uma experiência de pesquisa, ensino e extensão em nove estados da Amazônia Legal. Com investimento de R$ 4 milhões da Shell Brasil, o projeto NANORAD’s objetiva investigar o efeito de uma nanomolécula de carbono no solo e na planta, testando-a em diferentes sistemas de cultivo para recuperar áreas degradadas e impactadas pelo desmatamento. O projeto estabeleceu uma rede de pesquisa robusta entre instituições amazônicas. É realizado em parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e a empresa Krilltech Nanotecnologia Agro.

A nanomolécula (arbolina) é um biofertilizante capaz de aumentar a tolerância das plantas ao estresse provocado pela baixa disponibilidade de nutrientes e água, pela alta irradiância solar e temperatura em áreas desflorestadas, em estado de degradação. São condições desfavoráveis que tornam o processo de recuperação do solo mais desafiador e oneroso. O uso da nanotecnologia pode potencializar o crescimento de árvores no campo, na medida que intervém no processo fisiológico da planta. A arbolina, desenvolvida pela Krilltech, tem demonstrado grande potencial para alterar as trocas gasosas, tornando a captura e o uso da luz pela planta mais eficientes.

“Vamos trabalhar em três frentes: primeiro, junto ao Inpa, buscaremos entender como diferentes sistemas de plantio podem auxiliar no reflorestamento. Junto à Krilltech, saber como a arbolina pode influenciar no crescimento de espécies nativas da Amazônia.

Por último, com a Treevia, empresa de mensuração florestal parceira do projeto, vamos tentar provar um meio de contabilizar o carbono sequestrado pela floresta.

Esse projeto contribui para os esforços de recuperação da Amazônia”, afirma o gerente de Tecnologia de Baixo Carbono da Shell Brasil, Alexandre Breda.

A arbolina será pulverizada em folhas de árvores cultivadas no sistema de plantio puro (somente com castanheiras), misto (castanheiras com outra árvore do bioma local) e sistema agroflorestal (castanheiras combinadas com outras espécies frutíferas, adubadoras, arbustos, entre outras).

Não existe um protocolo de seleção de espécies de árvores com potencial para gerar um setor de produção e que agregue emprego e renda na Amazônia. “O uso de produtos florestais certificados da Amazônia depende de escala de produção. Somente esses plantios em áreas desflorestadas e consideradas marginais são capazes de entregar esses resultados a partir do uso de tecnologias para o pequeno, médio e grande produtor do setor de produção”, explica o coordenador do projeto do Inpa, José Francisco de Carvalho Gonçalves.

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O projeto Nanorad avalia o efeito da ‘arbolina’ em sistemas de plantio, com foco na absorção de carbono Fotos: Acervo Shell, Acervo do Laboratório de Fisiologia e Bioquímica Vegetal/ Inpa As folhas da castanheira serão pulverizada com arbolina objetivando investigar o efeito de uma nanomolécula de carbono no solo e na planta

Além de avaliar os efeitos na produtividade e de monitorar o comportamento da castanheira em diferentes sistemas de plantio, o experimento controlado pretende medir os estoques de biomassa e o acúmulo de carbono em áreas cultivadas com e sem a aplicação da arbolina. Um sensor irá mensurar, em tempo real, a circunferência das árvores e informará os estoques de carbono na biomassa e acima do solo. “Essa será a primeira vez que uma rede de sensores de crescimento florestal será instalada em todos os estados da Amazônia. Isso permitirá o monitoramento simultâneo em cada um deles, buscando entender qual o efeito que as mudanças climáticas possuem sobre o crescimento das florestas”, afirma Esthevan Gasparoto, engenheiro florestal e sócio-diretor da Treevia.

Área

Esse ‘laboratório vivo’ vai permitir documentar a dinâmica da restauração florestal e compreender o potencial impacto da arbolina nos custos de projetos de reflorestamento, visando o mercado de créditos de carbono. A área total destinada para os testes é de 100.00 m2, subdividida em sítios com tamanhos iguais de plantio localizados nos estados que constituem a Amazônia Legal: Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima, Pará, Amapá, Maranhão, Tocantins e Mato Grosso. A pesquisa iniciada em 2022 deve durar três anos. A Shell Brasil financia o projeto com recursos oriundos da cláusula PD&I da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que estabelece que as concessionárias destinem 1% da receita bruta em projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação no Brasil.

Os nove estados da Amazônia Legal receberão plantios florestais nas mesmas condições científicas e obedecendo as condições de variações de solo e clima locais degrada usada para experimento Projeto INPA-Shell Parceria com o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa/MCTI) e a empresa Krilltech Nanotecnologia Agro, iniciada em 2022 deve durar três anos em rede de pesquisa robusta entre instituições amazônicas [*] Assessoria da Shell Brasil

Zona crepuscular em risco de mudança climática

A vida na “zona crepuscular” do oceano pode diminuir drasticamente devido às mudanças climáticas, sugere uma nova pesquisa. A zona crepuscular (200m a 1.000m de profundidade) recebe muito pouca luz, mas abriga uma grande variedade de organismos e bilhões de toneladas de matéria orgânica

Onovo estudo adverte que a mudança climática pode causar uma redução de 20 a 40% na vida da zona crepuscular até o final do século.

E em um futuro de altas emissões, a vida na zona crepuscular pode ser severamente esgotada em 150 anos, sem recuperação por milhares de anos.

“Ainda sabemos relativamente pouco sobre a zona crepuscular oceânica, mas usando evidências do passado podemos entender o que pode acontecer no futuro”, disse Katherine Crichton, da Universidade de Exeter e principal autora do estudo.

A equipe de pesquisa, formada por paleontólogos e modeladores oceânicos, analisou a abundância de vida na zona crepuscular em climas quentes do passado, usando registros de conchas microscópicas preservadas em sedimentos oceânicos.

“Observamos dois períodos quentes no passado da Terra, cerca de 50 milhões de anos atrás e 15 milhões de anos atrás”, disse o professor Paul Pearson, da Cardiff University, que liderou a pesquisa.

“Descobrimos que a zona crepuscular nem sempre foi um habitat rico e cheio de vida.

“Nesses períodos quentes, muito menos organismos viviam na zona crepuscular, porque muito menos comida chegava das águas superficiais.”

Os animais na zona crepuscular alimentam-se principalmente de partículas de matéria orgânica que descem da superfície do oceano.

O estudo mostrou que em mares mais quentes do passado, essa matéria orgânica era degradada muito mais rapidamente por bactérias – o que significa que menos comida chegava à zona crepuscular.

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por *Cardiff University Fotos: Cardiff University, Nature, Paul Pearson/Cardiff University A zona crepuscular (200m a 1.000m de profundidade) recebe muito pouca luz, mas abriga uma grande variedade de organismos e bilhões de toneladas de matéria orgânica Conhecida como meia-água ou mesopelágica, a zona crepuscular é fria e sua luz é fraca, mas com flashes de bioluminescência – luz produzida por organismos vivos. A região fervilha de vida

A partir do topo: Ilustrações da distribuição de foraminíferos planctônicos e diversidade de espécies ao longo do Cenozóico; Distribuição da comunidade de foraminíferos planctônicos para o Mioceno (rosa) e topo do núcleo (azul), (nenhum dado disponível para o início do Eoceno); temperatura modelada da superfície e do oceano bentônico e configurações continentais para o início do Eoceno, meados do Mioceno e presente pré-industrial (“Moderno”); a pilha bentônica global δ. O para mudanças ao longo do Cenozóico. O bentônico δ O stack é dominado pelos efeitos combinados de temperatura e volume global de gelo (SH é o Hemisfério Sul, NH é o Hemisfério Norte. PETM é o Máximo Térmico do Paleoceno Eoceno, EECO é o Melhor Clima do Eoceno Inicial, MECO é o Ótimo Climatológico do Eoceno Médio, OMT é o Oligoceno Mioceno Transition, MCO é Miocene Climatic Optimum, MMCT é Middle Miocene Climate Transition), como visto no oceano profundo

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Dados foraminíferos e indicadores climáticos para o início do Eoceno, meados do Mioceno e presente pré-industrial

“A rica variedade de vida da zona crepuscular evoluiu nos últimos milhões de anos, quando as águas do oceano esfriaram o suficiente para agir como uma geladeira, preservando a comida por mais tempo e melhorando as condições que permitem a vida prosperar”, disse Crichton. Isso levou os pesquisadores a perguntar o que acontecerá com a vida na zona crepuscular em um mundo futuro mais quente. Combinando as evidências de períodos quentes anteriores com simulações do Modelo do Sistema Terrestre, eles simularam o que pode estar acontecendo agora na zona crepuscular e o que pode acontecer nas próximas décadas, séculos e milênios devido ao aquecimento climático impulsionado pelas emissões de gases de efeito estufa.

“Nossas descobertas sugerem que mudanças significativas já podem estar em andamento”, continuou o Dr. Crichton.

“A menos que reduzamos rapidamente as emissões de gases de efeito estufa, isso pode levar ao desaparecimento ou extinção de grande parte da vida na zona crepuscular dentro de 150 anos, com efeitos que se estendem por milênios a partir de então.

“Mesmo um futuro de baixas emissões pode ter um impacto significativo, mas isso seria muito menos severo do que cenários de médias e altas emissões.

“Nosso estudo é um primeiro passo para descobrir o quão vulnerável esse habitat oceânico pode ser ao aquecimento climático”. Os três cenários de emissões do estudo são baseados no total de emissões de dióxido de carbono após 2010.

“Baixo” é 625 bilhões de toneladas, “médio” é 2.500 bilhões de toneladas e “alto” é 5.000 bilhões de toneladas.

Para contextualizar, o Orçamento Global de Carbono (liderado pela Universidade de Exeter) estimou as emissões globais totais de dióxido de carbono de 40,6 bilhões de toneladas somente em 2022.

As emissões foram próximas de 40 bilhões de toneladas por ano de 2010 a 2022, então a maior parte do dióxido de carbono (cerca de 500 bilhões de toneladas) para o cenário “baixo” do estudo já foi emitido. No ritmo atual, o cenário “médio” seria alcançado daqui a 50 anos, e o “alto” em pouco mais de um século.

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Um grande robô, carregado com sensores e câmeras, projetado para explorar a zona crepuscular do oceano. Crédito: Marine Imaging Technologies, LLC, Woods Hole Oceanographic Institution Fitoplâncton visto ao microscópio Crédito: Laura Holanda

Jamie Wilson, da Universidade de Liverpool, disse: “A zona crepuscular desempenha um papel importante no ciclo do carbono do oceano porque a maior parte do dióxido de carbono absorvido pelo fitoplâncton acaba lá quando seus restos afundam na superfície do oceano.

“Um dos desafios de prever como esse movimento de carbono pode mudar no futuro é que existem muitos processos para desemaranhar no oceano moderno.

“Olhando para a zona crepuscular em períodos quentes anteriores, podemos identificar os processos mais importantes e usá-los para prever o futuro.

“Descobrimos que esse ciclo natural de carbono provavelmente já está mudando e pode ser perturbado no futuro.”

Para aumentar nosso conhecimento sobre a zona crepuscular do oceano, um programa da ONU (JETZON) foi criado. Ele afirma: “É mal compreendido de quase qualquer perspectiva. No entanto, contém possivelmente o maior e menos explorado estoque de peixes do mundo e recicla cerca de 80% do material orgânico que afunda nas águas superficiais produtivas”.

O novo estudo foi financiado pelo Natural Environment Research Council e inclui pesquisadores das universidades de Exeter, Liverpool, California Riverside, Bremen, Cardiff e University College London.

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Métodos de armazenamento de carbono nos oceanos. Crédito: Natalie Renier/Woods Hole Oceanographic Institution Estudos recentes sugerem que a biomassa de peixes na zona crepuscular pode ser dez vezes maior do que se pensava anteriormente – mais do que em todo o resto do oceano combinado O objetivo da JETZON é fornecer a compreensão científica necessária para informar uma abordagem sustentável para a gestão e conservação do ecossistema da Twilight Zone Assista o Vídeo em: www.youtu.be/PsAsQAcpr4g

Diversidade de Árvores aumenta o armazenamento de Carbono e Nitrogênio em solos florestais, mitigando as mudanças climáticas

Preservar a diversidade das florestas garante sua produtividade e potencialmente aumenta o acúmulo de carbono e nitrogênio no solo, o que ajuda a manter a fertilidade do solo e a mitigar as mudanças climáticas globais Essa é a principal conclusão de um novo estudo que analisou dados de centenas de parcelas do Inventário Florestal Nacional do Canadá para investigar a relação entre a diversidade de árvores e as mudanças no carbono e nitrogênio do solo em florestas naturais.

Numerosos experimentos de manipulação da biodiversidade sugeriram coletivamente que uma maior diversidade de árvores pode levar a um maior acúmulo de carbono e nitrogênio nos solos florestais. Mas o novo estudo, na Nature, é o primeiro a mostrar um resultado semelhante em florestas naturais, de acordo com os autores. Os pesquisadores usaram um método estatístico chamado modelagem de equação estrutural para avaliar as relações entre a diversidade de árvores e o acúmulo de carbono e nitrogênio no solo. Eles descobriram que o aumento da diversidade de árvores aumentou o armazenamento de carbono no solo em 30% a 32% e o armazenamento de nitrogênio em 42% a 50% em uma escala de tempo decenal. “Nosso estudo, pela primeira vez, mostra os benefícios sustentados da diversidade de árvores no armazenamento de carbono e nitrogênio do solo em florestas naturais”, disse o principal autor do estudo, Xinli Chen, um bolsista de pós-doutorado no Institute for Global Change Biology da U-M e um pós-doutorando bolsista da Universidade de Alberta.

“Nossos resultados destacam que a promoção da diversidade de árvores não apenas aumenta a produtividade, mas também atenua as mudanças climáticas globais e reduz a degradação do solo. E o tamanho do dividendo de diversidade é grande.

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Garantir a preservação da diversidade florestal garante sua produtividade Banco de dados do Inventário Florestal Nacional (NFI) do Canadá O aumento da diversidade de árvores aumentou o armazenamento de carbono no solo em 30% a 32% e o armazenamento de nitrogênio em 42% a 50% em uma escala de tempo decenal por *Universidade de Michigan Fotos: IRRI Photos/Flickr, Olena Sergienko/Unsplash, Universidade de Michigan

Reforça a importância da conservação da biodiversidade nas florestas e orientará os crescentes esforços para usar as florestas para o sequestro de carbono e nitrogênio”.

Os pesquisadores calcularam as mudanças no armazenamento de carbono e nitrogênio do solo ao longo do tempo comparando dados de dois censos de lotes de amostragem do Inventário Florestal Nacional, um de 2000-2006 e outro de 2008-2017. Eles quantificaram a diversidade de árvores como riqueza de espécies, uniformidade de espécies e – com base nas características funcionais das árvores – diversidade funcional.

A riqueza de espécies é o número de espécies de árvores em uma parcela de amostra, enquanto a uniformidade de espécies é uma medida da abundância relativa de espécies de árvores. Diversidade funcional é a variedade de características funcionais – como teor de nitrogênio foliar e altura da árvore adulta – de espécies de árvores dentro de uma comunidade.

A equipe de pesquisa descobriu que aumentar a uniformidade das espécies de seu valor mínimo para máximo aumentou o armazenamento de carbono na camada orgânica do solo em 30% e o armazenamento de nitrogênio em 42%. Aumentar a diversidade funcional das árvores ao seu valor máximo aumentou o armazenamento de carbono na camada mineral do solo em 32% e o armazenamento de nitrogênio em 50%. “Descobrimos que uma maior diversidade de árvores está associada a um maior acúmulo de carbono e nitrogênio no solo, validando inferências de experimentos de manipulação da biodiversidade”, disse o coautor do estudo Peter Reich, ecologista florestal e diretor do Institute for Global Change Biology, que faz parte da Escola de Ambiente e Sustentabilidade da U-M.

“Uma maior diversidade de espécies se traduz em uma mistura de diferentes tipos de árvores com diferentes formas de adquirir e armazenar biomassa – tanto em troncos vivos, raízes, galhos e folhas quanto em detritos vegetais recém-mortos e em decomposição no solo”.

O banco de dados do Inventário Florestal Nacional do Canadá é baseado em uma rede de parcelas que cobre grande parte do território do país. O novo estudo analisou amostras de horizonte de solo orgânico de 361 parcelas e amostras de horizonte de solo mineral de 245 parcelas.

Esses lotes abrigam várias espécies de abetos, bordos, bétulas, abetos, pinheiros, choupos, cedros e cicutas, entre outros tipos de árvores. Os solos florestais desempenham um papel importante no sequestro de carbono extraído do gás dióxido de carbono que aquece o planeta durante a fotossíntese. Esses solos armazenam pelo menos três vezes mais carbono do que as plantas vivas. O nitrogênio é um nutriente essencial que impulsiona a assimilação do carbono e o crescimento das plantas nos ecossistemas florestais. A diversidade de plantas está diminuindo rapidamente globalmente, levando à degradação da função do ecossistema, incluindo a função dos solos.

Os outros autores do estudo da Nature são Anthony Taylor, da Universidade de New Brunswick, Masumi Hisano, da Universidade de Tóquio, Han Chen, da Universidade Lakehead, e Scott Chang, da Universidade de Alberta e da Universidade Zhejiang A&F. A pesquisa foi apoiada pelo programa Discovery Grants do Conselho de Pesquisa em Ciências Naturais e Engenharia do Canadá, Fundação Canadense para Inovação, Fundo de Pesquisa de Ontário, Banting Postdoctoral Fellowship e uma bolsa dos Institutos de Integração Biológica da Fundação Nacional de Ciências dos EUA.

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Novo teste usa a biologia do solo para medir a quantidade de nitrogênio que o milho precisa, produz resultados mais precisos Acima, uma tabela de cores de folhas de quatro painéis indica os níveis de nitrogênio das plantas de arroz A promoção da diversidade de árvores não apenas aumenta a produtividade, mas também atenua as mudanças climáticas globais e reduz a degradação do solo. E o tamanho do dividendo da diversidade é grande, diz Xinli Chen

Nuances da conexão floresta-água

A infraestrutura que leva água potável até as residências é um investimento. Para milhões de

as florestas fazem parte do sistema por trás de suas torneiras. As bacias hidrográficas florestadas fornecem a mais alta qualidade de água entre todos os tipos de cobertura do solo, mas o benefício desse serviço ecossistêmico depende do contexto da paisagem

Mais florestas do sul foram perdidas para o desenvolvimento do que em qualquer outro lugar nos EUA. Quando as florestas são substituídas por estacionamentos, bairros e outros empreendimentos, a perda é essencialmente irreversível.

“Até onde sabemos, este é o primeiro estudo a combinar dados de qualidade da água, projeções de cobertura da terra e informações sobre sistemas públicos de água em grande escala”, diz Peter Caldwell, pesquisador do Serviço Florestal e principal autor do novo estudo.

Nas próximas décadas, muitas bacias hidrográficas florestais podem ser perdidas para o desenvolvimento, diminuindo a qualidade da água e aumentando os custos de tratamento de água, de acordo com um novo estudo publicado na Science of the Total Environment.

A equipe de pesquisa se concentrou na conexão floresta-água no sul dos Estados Unidos, uma região complexa e heterogênea e, infelizmente, um local ideal para estudar a perda de florestas e a piora da qualidade da água. Mais de 80% das florestas do sul são de propriedade privada e a população humana está crescendo.

“Nossa equipe de pesquisa inclui economistas que vincularão a qualidade da água e os custos de tratamento da água”, diz Caldwell. “Esta linha de pesquisa poderia um dia informar programas que compensam proprietários florestais privados pelos serviços ecossistêmicos que suas bacias hidrográficas florestais fornecem.”

“Examinamos pequenas bacias hidrográficas em uma ampla região”, diz Katherine Martin, pesquisadora da North Carolina State University e coautora do estudo.

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pessoas,
A perda de florestas para qualquer outro uso da terra provavelmente resultará em menor qualidade da água Fotos: Sarah Farmer, Serviço Florestal do USDA

“Da Virgínia ao Texas, e em diferentes tipos de floresta, solos, topografia e hidroclimas, nossos resultados confirmam que as florestas são importantes para a qualidade da água”. A água que sai de terras florestais geralmente tem concentrações mais baixas de nitrogênio, fósforo e sedimentos suspensos do que a água que sai de qualquer outro tipo de terra, como mostra o estudo.

Mas há nuances na conexão entre água limpa e florestas. Algumas bacias hidrográficas florestais individuais podem ter qualidade de água inferior, talvez por causa do tipo de solo e rocha na bacia hidrográfica ou erosão sedimentar no canal do rio. “Esses fatores e outros podem dificultar a quantificação dos benefícios da floresta”, diz Caldwell.

No entanto, a perda de florestas para qualquer outro uso da terra provavelmente resultaria em menor qualidade da água, sugere o estudo. Por exemplo, o desenvolvimento de apenas 1% das florestas a montante de uma tomada poderia resultar em um aumento de 0,4% na concentração de sedimentos suspensos na água, em média. Os municípios que extraem água diretamente dos rios correm maior risco de ter água de qualidade inferior, agora e no futuro.

A água retirada de um rio em vez de um reservatório já tende a precisar de mais tratamento antes de ser potável. Municípios que extraem água de bacias menores também correm maiores riscos, pois qualquer floresta perdida em uma pequena bacia hidrográfica pode representar uma proporção maior de sua área. Em geral, quanto mais área florestada a montante da instalação de captação, melhor a qualidade da água. O novo estudo está relacionado a um grande corpo de pesquisa sobre como as pessoas dependem

As florestas são importantes para a qualidade da água de bacias hidrográficas florestais para obter água potável. A equipe de pesquisa também trabalha com coalizões como a Keeping Forests. “Reunimos cientistas, líderes empresariais e especialistas em conservação para desenvolver abordagens baseadas no mercado para apoiar proprietários privados”, diz Laura Calandrella, diretora executiva da Keeping Forests. “Ao iluminar os benefícios econômicos e ambientais das florestas do sul, estamos capacitando as pessoas a manter as florestas como florestas”.

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Proteger as bacias hidrográficas florestais pode ajudar a proteger o futuro abastecimento de água potável

Oceano abissal derrubando desaceleração e aquecimento impulsionado pelo degelo da Antártica. As temperaturas mais quentes estão aumentando o fluxo de água derretida menos densa e diminuindo-as. Essas marés oceânicas profundas fornecem quase metade dos oceanos do mundo com nutrientes vitais e oxigênio, mas o derretimento das plataformas de gelo está diminuindo sua velocidade

As correntes oceânicas profundas ao redor da Antártida, vitais para a vida marinha, diminuíram 30% desde a década de 1990 e podem em breve parar completamente, segundo um novo estudo. Essas correntes, conhecidas como águas de fundo da Antártida, são alimentadas por água fria e densa da plataforma continental da Antártica que desce a profundidades abaixo de 10.000 pés (3.000 metros).

A água então se espalha para o norte nos oceanos Pacífico e Índico oriental, alimentando uma rede de correntes chamada circulação meridional global e abastecendo 40% do oceano profundo do mundo com nutrientes frescos e oxigênio. Mas o aquecimento das temperaturas globais está liberando grandes volumes de água doce menos densa das plataformas de gelo da Antártica, diminuindo essa circulação.

“Se os oceanos tivessem pulmões, este seria um deles”, disse Matthew England, professor de dinâmica oceânica e climática da Universidade de New South Wales, em Sydney, Austrália, que contribuiu para a pesquisa. Pesquisadores do Reino Unido e da Austrália colaboraram em um estudo publicado na Nature, que previu uma redução de 40% na força das águas profundas da Antártica até 2050.

Ele também alertou que as correntes poderiam eventualmente parar completamente. “Estamos falando sobre a possível extinção a longo prazo de uma massa de água icônica”, disse England. Em um novo estudo publicado recentemente (25 de maio) na Nature Climate Change, England e seus colegas dizem ter confirmado essas previsões com observações da vida real na Bacia Antártica Australiana, que abrange as águas polares entre a Austrália e a Antártida.

Os pesquisadores examinaram as mudanças na quantidade de água de fundo que entrou na bacia entre 1994 e 2017 e registraram uma redução de 30% na velocidade, o que sugere que essas correntes oceânicas profundas, ou abissais, estão começando a estagnar.

A diminuição da circulação ao redor da Antártica pode desacelerar a rede global de correntes abissais e prender nutrientes e oxigênio nas profundezas do oceano, com efeitos indiretos para a vida marinha e a produtividade.

“A coisa sobre os oceanos é que toda a vida marinha que temos na superfície, quando morre, afunda no fundo do oceano, então há muita água rica em nutrientes no abismo do oceano”, disse em um vídeo produzido pela Academia Australiana de Ciências. “Se desacelerarmos a circulação que traz a água do fundo de volta à superfície, cortamos uma maneira de os nutrientes voltarem à superfície para regenerar a vida marinha”.

Aproximadamente 276 trilhões de toneladas (250 trilhões de toneladas métricas) de água fria, salgada e rica em oxigênio afundam na Antártica a cada ano, de acordo com o novo estudo.

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As correntes antárticas que abastecem 40% do oceano profundo do mundo com nutrientes e oxigênio diminuem drasticamente
As temperaturas mais quentes estão aumentando o fluxo de água derretida menos densa e diminuindo as correntes oceânicas profundas na Antártica Fotos: Cortesia de Chris Leidy—Assouline, Nature Climate Change, UniversalImagesGroup Quando as enormes correntes oceânicas estão desacelerando. Assista como no YouTube: www.youtu.be/-KlpKq3YEdM

a, b, Seções transversais verticais da idade climatológica média zonal da água do mar (cor) na década de 1990 a partir da corrida de controle (a) e anomalia da idade da água do mar (cor) e anomalia de salinidade (eclodido) em 2050 da corrida [eólica + térmica + água derretida] (b), em relação ao controle, para um setor de formação AABW perto da Costa Adélie (120° E-130° E). A área hachurada em b denota uma anomalia de salinidade positiva de >0,025 psu. Os contornos pontilhados em ambos os painéis mostram as superfícies de densidade potencial (referenciadas a 2.000 m) na corrida de controle, com valores variando de 36,80 kg m-3 a 37,20 kg m-3 com um intervalo de 0,08 kg m-3; contornos sólidos em b mostram as mesmas superfícies de densidade potencial na corrida [eólica + térmica + água derretida]. Observe que em b, as superfícies de densidade de execução de controle em a são mostradas apenas se essa superfície de densidade ainda estiver presente em 2050 (portanto, não há superfície de 37,20 kg m-3 indicada em b). As setas vermelhas denotam a ressurgência do CDW em direção à superfície do mar em a e movendo-se para o talude continental em b, com as águas superficiais fluindo para o norte para formar a Água Intermediária Antártica (AAIW). As setas azuis representam a média climatológica AABW em a e a contração projetada de AABW em b.

Em um clima mais quente, a água doce derretida reduz a densidade dessa massa que está afundando, o que significa que mais dela permanece nas camadas superiores do oceano. “Essas regiões abastecem as águas abissais de todo o Pacífico e as bacias do leste da Índia, então as mudanças quantificadas aqui provavelmente afetarão uma grande fração do oceano abissa global.

Os cientistas alertaram que a entrada de água doce nas águas antárticas provavelmente continuará e acelerará nas próximas décadas, o que significa que essas correntes vitais podem entrar em colapso em breve. “Essas mudanças profundas na mudança de calor, água doce, oxigênio, carbono e nutrientes do oceano terão um impacto significativo nos oceanos nos próximos séculos”, disse England.

As novas descobertas reforçam as estimativas dramáticas feitas pelos pesquisadores no início deste ano, disse

Ariaan Purich , pesquisador da Escola da Terra, Atmosfera e Meio Ambiente da Universidade Monash na Austrália, que não esteve envolvido na pesquisa.

“Este novo estudo é significativo porque, juntamente com um recente estudo de modelagem de marcos, fornece

mais suporte, incluindo evidências observacionais de que o derretimento do manto de gelo e das plataformas da Antártica afetará a circulação global do oceano, com impactos importantes na absorção de calor e carbono pelo oceano”, disse Purich.

Apesar da proximidade do fundo do oceano e do papel essencial para a sobrevivência humana, mapeamos menos sua topografia do que a superfície de Marte

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Esquema mostrando mecanismos para ventilação abissal reduzida em 2050

Metade dos maiores lagos do mundo está perdendo água

Mais de 50 por cento dos maiores lagos do

estão perdendo

Mas o principal autor, Fangfang Yao, pesquisador visitante do CIRES, agora pesquisador do clima na Universidade da Virgínia, disse que as notícias não são totalmente sombrias. Com este novo método de rastreamento das tendências de armazenamento de água do lago e as razões por trás delas, os cientistas podem fornecer aos gestores de recursos hídricos e às comunidades uma visão de como proteger melhor as fontes críticas de água e importantes ecossistemas regionais.

“Esta é a primeira avaliação abrangente das tendências e impulsionadores da variabilidade global do armazenamento de água em lagos com base em uma série de satélites e modelos”, disse Yao. Ele foi motivado a fazer a pesquisa, publicada na Science, pelas crises ambientais em alguns dos maiores corpos d’água da Terra, como a secagem do Mar de Aral entre o Cazaquistão e o Uzbequistão. Assim, ele e colegas da University of Colorado Boulder, Kansas State University, França e Arábia Saudita criaram uma técnica para medir as mudanças nos níveis de água em quase 2.000 dos maiores lagos e reservatórios do mundo, que representam 95% do armazenamento total de água do lago. na terra.

A equipe combinou três décadas de observações de uma série de satélites com modelos para quantificar e atribuir tendências no armazenamento de lagos globalmente. Globalmente, os lagos e reservatórios de água doce armazenam 87% da água do planeta, tornando-os um recurso valioso para os ecossistemas humano e terrestre.

Ao contrário dos rios, os lagos não são bem monitorados, mas fornecem água para grande parte da humanidade – até mais do que os rios.

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mundo
água, de acordo com uma nova avaliação inovadora. Os principais culpados não são surpreendentes: aquecimento do clima e consumo humano insustentável
Olhando para o nordeste, o Vale Imperial e o Mar de Salton, no sul da Califórnia, são fotografados pela espaçonave Gemini-5 em órbita da Terra Os buracos no Mar Morto têm uma ampla gama de cores Mar de Aral visível em 25 de agosto de 2000, à esquerda, e em 21 de agosto de 2018 entre o Cazaquistão e o Uzbequistão. O novo estudo de 18 de maio de 2023, diz que as temperaturas mais altas da mudança climática e o desvio de água da sociedade estão diminuindo os lagos do mundo, incluindo o Mar de Aral Fotos: Liam Forberg, NASA, NASA Earth Observatory, Science, Universidade da Virgínia

Mapa interativo ilustrando as descobertas. A quantidade de água armazenada em grandes lagos diminuiu nas últimas três décadas devido a fatores climáticos e humanos. Yao et ai . usou observações de satélite, modelos climáticos e modelos hidrológicos para mostrar que mais de 50% dos grandes lagos e reservatórios naturais sofreram perda de volume durante esse período

Declínio generalizado do armazenamento em grandes lagos globais de outubro de 1992 a setembro de 2020. Tendências de armazenamento de água de lago (LWS) para 1.058 lagos naturais (pontos vermelhos escuros e azuis escuros) e 922 reservatórios (pontos vermelhos claros e azuis claros). Os reservatórios recentemente cheios depois de 1992 são indicados como pontos roxos claros. Todos os pontos coloridos denotam tendências estatisticamente significativas (p < 0,1), enquanto nenhuma tendência significativa é mostrada como pontos cinzas. A classificação dos regimes climáticos entre regiões áridas e úmidas foi feita por meio do índice de aridez [razão entre a precipitação média anual e a evapotranspiração potencial

Mas, apesar de seu valor, as tendências de longo prazo e as mudanças nos níveis de água eram amplamente desconhecidas – até agora. “Temos informações muito boas sobre lagos icônicos como o Mar Cáspio, o Mar de Aral e o Mar de Salton, mas se você quiser dizer algo em escala global, precisa de estimativas confiáveis dos níveis e volume do lago”, disse Balaji Rajagopalan, membro do CIRES, professor de engenharia na CU Boulder e co-autor. “Com este novo método … podemos fornecer informações sobre as mudanças globais no nível do lago com uma perspectiva mais ampla”.

Para o novo artigo, a equipe usou 250.000 instantâneos da área do lago capturados por satélites entre 1992-2020 para pesquisar a área de 1.972 dos maiores lagos da Terra. Eles coletaram níveis de água de nove altímetros de satélite e usaram níveis de água de longo prazo para reduzir qualquer incerteza.

Para lagos sem registro de nível de longo prazo, eles usaram medições recentes de água feitas por instrumentos mais recentes em satélites.

A combinação de medições de nível recentes com medições de área de longo prazo permitiu aos cientistas reconstruir o volume de lagos que datam de décadas.

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Poeira fluindo do lago Mar Chiquita na Argentina

Os resultados foram surpreendentes: 53% dos lagos em todo o mundo experimentaram um declínio no armazenamento de água. Os autores comparam essa perda com a magnitude de 17 Lake Meads, o maior reservatório dos Estados Unidos. Para explicar as tendências em lagos naturais, a equipe aproveitou avanços recentes no uso da água e modelagem climática. A mudança climática e o consumo humano de água dominaram o declínio líquido global no volume de lagos naturais e as perdas de água em cerca de 100 grandes lagos, disse Yao. “E muitas das pegadas humanas e das mudanças climáticas nas perdas de água do lago eram desconhecidas anteriormente, como a dessecação do lago Good-e-Zareh no Afeganistão e do lago Mar Chiquita na Argentina”.

Lagos em áreas secas e úmidas do mundo estão perdendo volume. As perdas em lagos tropicais úmidos e lagos árticos indicam tendências de secagem mais amplas do que se pensava anteriormente. Yao e seus colegas também avaliaram as tendências de armazenamento em reservatórios.

Eles descobriram que quase dois terços dos grandes reservatórios da Terra sofreram perdas significativas de água. “A sedimentação dominou o declínio global do armazenamento nos reservatórios existentes”, disse Ben Livneh, também coautor, membro do CIRES e professor associado de engenharia na CU Boulder. Em reservatórios estabelecidos há muito tempo – aqueles que encheram antes de 1992 – a sedimentação foi mais importante do que secas e anos de chuvas intensas.

Os setores afetados associados à perda de água do lago são o declínio da água doce, a degradação ambiental e a redução da energia hidrelétrica. Aproximadamente um quarto da população global reside em bacias com perda de água em lagos, dividida comparativamente entre regiões áridas e úmidas

Enquanto a maioria dos lagos globais está diminuindo, 24% tiveram aumentos significativos no armazenamento de água. Os lagos em crescimento tendem a estar em áreas subpovoadas no interior do planalto tibetano e nas grandes planícies do norte da América do Norte e em áreas com novos reservatórios, como as bacias dos rios Yangtze, Mekong e Nilo. Os autores estimam que cerca de um quarto da população mundial, 2 bilhões de pessoas, reside na bacia de um lago seco, indicando uma necessidade urgente de incorporar o consumo humano, as mudanças climáticas e os impactos da sedimentação na gestão sustentável dos recursos hídricos.

E sua pesquisa oferece insights sobre possíveis soluções, disse Livneh. “Se o consumo humano é um grande fator no declínio do armazenamento de água no lago, podemos adaptar e explorar novas políticas para reduzir declínios em larga escala”. Isso aconteceu em um dos lagos que a equipe estudou, o Lago Sevan, na Armênia. O lago Sevan registrou um aumento no armazenamento de água nos últimos 20 anos, o que os autores vincularam à aplicação das leis de conservação sobre a retirada de água desde o início dos anos 2000.

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Porcentagens da população global que residem em bacias com perda significativa de água nos lagos [*] Em The Jerusalem Post O Lago Urmia, no Irã, já foi o segundo maior lago salgado do mundo, mas desde 1998 sua área diminuiu em mais de 90%. As perdas em lagos tropicais úmidos e lagos árticos indicam tendências de secagem mais amplas do que se pensava anteriormente

“Era do Gelo Quente” mudou os ciclos climáticos

Cientistas identificam passo fundamental no desenvolvimento climático posterior da Terra. Condições úmidas e quentes na Eurásia durante o último glacial da Transição do Pleistoceno Médio. Aproximadamente 700.000 anos atrás, uma “era do gelo quente” mudou permanentemente os ciclos climáticos da Terra. Durante este período excepcionalmente quente e úmido, as geleiras polares se expandiram muito. Uma equipe de pesquisa identificou essa conexão aparentemente paradoxal. A mudança no clima da Terra representa um passo crítico no desenvolvimento climático posterior do nosso planeta.

por *Universidade de Heidelberg

Uma equipe de pesquisa europeia, incluindo cientistas da Terra da Universidade de Heidelberg, usou dados geológicos recentemente adquiridos em combinação com simulações de computador para identificar essa conexão aparentemente paradoxal. Segundo os pesquisadores, essa profunda mudança no clima da Terra foi responsável pela mudança nos ciclos climáticos, representando assim uma etapa crítica na evolução climática posterior do nosso planeta.Eras geológicas do gelo –chamadas períodos glaciais – são caracterizadas pelo desenvolvimento de grandes mantos de gelo no Hemisfério Norte.

Localização dos sites discutidos no texto

(este estudo), ODP Sites 980, 981, 983, 984, U1313, U1314 e DSDP 607 , Lake Ohrid, Tenaghi Philippon, Chinese Loess Plateau sequências selecionadas: Gulang e Pingliang, Jingshuan , Baoji, Lingtai, Puxian, Jingyuan, Local ODP 882, Local ODP 1143. NAC Corrente do Atlântico Norte, Giro Subtropical STG, SPG: Giro Subpolar, ENACW: Águas Centrais do Atlântico Norte Oriental, Corrente KC Kuroshio, monção de verão EASM do Leste Asiático, EAWM Monção de inverno do Leste Asiático, Alta Siberiana SH, após. Seta verde: os ventos de oeste atuais durante um índice baixo da oscilação do Atlântico Norte (centrado em ~40°−45°N ), alcançando mais latitudes ao sul durante os períodos glaciais, conforme mostrado por dados e simulações de modelo para o Último Máximo Glacial

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O navio de investigação “Joides Resolution” – aqui no porto de Lisboa – é utilizado desde 1985 no âmbito do International Ocean Discovery Programme para perfuração científica. Os núcleos de perfuração usados no atual estudo da “era do gelo quente” foram coletados durante uma expedição no Golfo de Cádiz e ao largo do sul de Portugal ODP Site U1385 Fotos: André Bahr, Universidade de Heidelberg

Nos últimos 700.000 anos, as fases mudaram entre distintos períodos glaciais e quentes a cada 100.000 anos. Antes disso, no entanto, o clima da Terra era governado por ciclos de 40.000 anos com períodos glaciais mais curtos e fracos. A mudança nos ciclos climáticos ocorreu no período de Transição do Pleistoceno Médio, que começou há aproximadamente 1,2 milhão de anos e terminou há cerca de 670 mil anos.

“Os mecanismos responsáveis por essa mudança crítica no ritmo climático global permanecem amplamente desconhecidos. Eles não podem ser atribuídos a variações nos parâmetros orbitais que regem o clima da Terra”, explica o professor associado Dr. André Bahr, do Instituto de Ciências da Terra da Universidade de Heidelberg. “Mas a recentemente identificada ‘era do gelo quente’, que causou o acúmulo de excesso de gelo continental, desempenhou um papel crítico.”

quente e úmido do que o interglacial anterior

Para suas investigações, os pesquisadores usaram novos registros climáticos de um núcleo de perfuração em Portugal e registros de loess do planalto chinês. Os dados foram então alimentados em simulações de computador. Os modelos mostram uma tendência de aquecimento e umidade de longo prazo em ambas as regiões subtropicais nos últimos 800.000 a 670.000 anos.

Contemporânea com esta última era do gelo no período de transição do Pleistoceno Médio, as temperaturas da superfície do mar no Atlântico Norte e no Pacífico Norte tropical foram mais quentes do que no interglacial anterior, a fase entre as duas eras do gelo. Isso levou a uma maior produção de umidade e chuvas no sudoeste da Europa, à expansão das florestas mediterrâneas e a um aumento das monções de verão no leste da Ásia.

A umidade também atingiu as regiões polares, onde contribuiu para a expansão das camadas de gelo do norte da Eurásia. “Eles persistiram por algum tempo e anunciaram a fase de glaciação sustentada e de longo alcance da era do gelo que durou até o final do Pleistoceno. Essa expansão das geleiras continentais foi necessária para desencadear a mudança dos ciclos de 40.000 anos para os ciclos de 100.000 anos que vivemos hoje, o que foi crítico para a evolução climática posterior da Terra”, afirma André Bahr. Os resultados desta pesquisa foram publicados na “Nature Communications”. Cientistas da Alemanha, França, Espanha e Portugal contribuíram para a pesquisa. O trabalho foi financiado pela Fundação Alemã de Pesquisa.

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Limites das camadas de gelo contíguas da Eurásia durante o Pleistoceno Médio e Final (cor online). Adaptado de informações em Svendsen et al. (2004), Astakhov et al. (2016) e Hughes e Gibbard (2018). A leste dos Urais, a glaciação mais extensa ocorreu em MIS 8, embora a evidência dessa glaciação esteja ausente no oeste da Europa Expansão de longo prazo das florestas mediterrâneas e aumento da precipitação, bem como uma monção de verão intensificada no leste asiático associada ao aumento e à migração para o norte da fonte de umidade do Atlântico. Paradoxalmente, o glacial foi mais A mudança nos ciclos climáticos ocorreu no período de Transição do Pleistoceno Médio, que começou há aproximadamente 1,2 milhão de anos e terminou há cerca de 670.000 anos Gás de cozinha Resíduo orgânico

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