Revista Anchieta - Novembro 2016

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DESTAQUE

Show Musical Anchieta: 50 Anos de talento e emoção

PERFIL ANCHIETANO

As memórias de Zé Alberto Andrade

ENTREVISTA

Como será o futuro da sala de aula?

ESPECIAL

Até logo, Anchieta: alunos partem para novos desafios



SUMÁRIO EDITORIAL

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EXPEDIENTE DIRETOR GERAL:

APM

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Pe. João Claudio Rhoden, SJ DIRETOR ACADÊMICO:

Dário Schneider

DIRETOR ADMINISTRATIVO:

PERFIL ANCHIETANO

Zé Alberto Andrade 06

Inácio Reinehr

CONSELHO EDITORIAL:

Pe. João Claudio Rhoden, Dário Schneider, Inácio Reinehr e Pe. João Roque Röhr.

DESTAQUE

Show Musical Anchieta Completa 50 anos com espetáculo emocionante 08

COORDENAÇÃO EDITORIAL:

Setor de Comunicação e Marketing do Colégio Anchieta REDAÇÃO/JORNALISTA RESPONSÁVEL:

Valéria Machado (MTB-RS 14.876)

ARTIGO

Anchieta Narra 10

REVISÃO:

Fátima Áli FOTOGRAFIAS:

Magis Produções, arquivos do Colégio e arquivos pessoais Foto da Capa: Lucas Saporiti Fotografia PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:

Anderson Muniz - Clemente Design PRODUÇÃO GRÁFICA:

ENTREVISTA

Qual será o futuro da sala de aula? 12 AÇÃO SOCIAL

Apadrinhamento: alunos aprendem o valor da solidariedade 14

Cristina Guzinski

PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO:

ACONTECE

TIRAGEM:

ESPECIAL

Gráfica Ideograf

4.000 exemplares O papel utilizado na Revista Anchieta ­possui certificação FSC, sistema internacionalmente reconhecido, que identifica, através de sua logomarca, produtos ­originados do bom manejo florestal.

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POR DENTRO DA SALA DE AULA

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REDE JESUÍTA DE EDUCAÇÃO

Projeto Educativo Comum 27 JESUÍTAS QUE FIZERAM HISTÓRIA

Pe. Henrique Aloisio Pauquet 29 PROJETOS

A REVISTA ANCHIETA é um órgão oficial de divulgação do Colégio Anchieta.

APM e Rede de Pais produzem Curta-Metragem sobre os perigos do álcool

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CONTATOS www.colegioanchieta.g12.br

@ anchieta_comunicacao@colegioanchieta.g12.br facebook.com/colegioanchietapoa Twitter: @AnchietaPoaRS instagram.com/colegioanchietapoa (51) 3382.6000

TECNOLOGIA

O Incrível Mundo Dos Códigos: alunos do 4º Ano aprendem a programar em sala de aula

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EDITORIAL

Pe. João Claudio Rhoden DIRETOR GERAL

É uma alegria apresentar a REVISTA ANCHIETA, como mais uma oportunidade de acompanhar a vida escolar do Colégio Anchieta. Além de recordar pessoas e atividades que tiveram significativa presença nos 126 anos dessa bonita história de educação. A revista é mais um resultado do esforço e dedicação de muitas pessoas, seja na busca de informações, de notícias, de reportagens, de eventos, seja no exercício de refletir e escrever sobre assuntos relacionados ao desenvolvimento da Proposta Educativa do Colégio Anchieta. A edição de número 30, que você agora tem em mãos, além dos aspectos do cotidiano da vida escolar, das entrevistas e destaques, dos eventos e comemorações, apresenta artigos sobre a proposta educativa e a aprendizagem dos alunos.

O cotidiano da vida escolar revela um leque de atividades que fazem parte do processo de ensino e aprendizagem, dos quais vários ocorreram fora do espaço da sala de aula, com interesse e agrado dos alunos, o que mostra que esse já não é o único espaço A revista é mais um privilegiado para a educação integral de qualidade, com foco no aluno. Entre outras resultado do esforço e atividades e eventos do cotidiano escolar, dedicação de muitas ocorridos no semestre, essa edição apresenta: pessoas, seja na Família Solidária Anchietana; Bienal Cultural; busca de informações, Semana Anchietana; Show Musical Anchieta; de notícias, de Despedida dos Alunos da 3ª Série do Ensino reportagens, de Médio; Pokémon Go Geográfico; eventos, seja no Apadrinhamento; Aprendendo a Criar e exercício de refletir Programar Jogos Virtuais. Merece destaque, e escrever sobre pelos seus 50 anos, o Show Musical Anchieta, assuntos relacionados grupo que iniciou em 1966, com o nome de ao desenvolvimento Pequenos Cantores do Colégio Anchieta. A da Proposta Educativa programação contou com um grande espedo Colégio Anchieta. táculo, que lotou completamente o Salão de Atos da Reitoria da UFRGS, recordando algumas pessoas e fatos que marcaram essa trajetória e fizeram e fazem parte dessa história vitoriosa. Na seção Artigo, a Coordenadora Pedagógica, Dóris Trentini, apresenta o Projeto Anchieta Narra, um espaço para discussão e compartilhamento de projetos realizados em sala de aula. O Projeto Anchieta Narra possibilita aos professores, de todos os segmentos do Colégio, a oportunidade

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de conhecer os trabalhos dos colegas, contribuindo, dessa forma, para o intercâmbio de ideias e práticas pedagógicas. Já na seção Entrevista, após o sucesso da palestra sobre o futuro da sala de aula, proferida no seminário da Rede Jesuíta de Educação, o Diretor de Graduação da Unisinos, professor Gustavo Borba, volta a falar sobre o assunto, destacando que é preciso aproveitar a conectividade dos jovens em sala de aula, desafiando-os a buscar mais conhecimento. As seções Perfil Anchieta e Jesuítas que Fizeram História, trazem, respectivamente, a figura de um antigo aluno e alguns dados sobre a vida do Pe. Pauquet. O jornalista José Alberto Andrade, antigo aluno, é uma figura emblemática do jornalismo esportivo. Zé Alberto, como é chamado, é um apaixonado pelo Colégio Anchieta e fala com emoção das muitas lembranças escolares e de como a instituição o auxiliou na sua escolha profissional. Na seção Jesuítas que Fizeram História, são apresentados dados sobre a vida do Pe. Pauquet pela visão de quem conviveu com ele. Foi um exemplo empreendedor, com grandes feitos, como a construção do Colégio Anchieta, a Casa da Juventude Vila Oliva e o Morro do Sabiá. Além do seu perfil empreendedor, encontrou tempo para dedicar-se aos alunos, retiros, Congregação Mariana e outras atividades próprias de seu sacerdócio. Na seção Projetos é abordado o curta-metragem, um alerta sobre os riscos do uso de álcool na infância e na adolescência, que vem sendo produzido pela Associação de Pais e Mestres em parceria com a Rede de Pais do Colégio Anchieta. Quando concluído, será veiculado nas redes sociais. No Espaço da APM, a Associação de Pais e Mestres apresenta os principais eventos do semestre promovidos pela entidade, além de já convidar a comunidade anchietana para participar da sua última promoção do ano, o Projeto Noite Feliz para Todos. Ao concluir a apresentação da Revista Anchieta, renovo o convite a vocês, professores, colaboradores administrativos, pais, mães, alunos, antigos alunos e amigos, como convidados especiais para atualização da memória e para um mergulho construtivo na vida escolar do Colégio Anchieta.


APM

ASSOCIAÇÃO DE PAIS E MESTRES do Colégio Anchieta Neste segundo semestre, a APM desenvolveu ações importantes dentro da comunidade anchietana. Destacamos três relevantes eventos que contaram com um número expressivo de colaboradores.

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o dia 27 de agosto, aconteceu a 4ª edição do Família Anchietana Solidária, projeto de ação social que contempla oito instituições assistidas pelo Colégio, numa manhã de visitação. Além das doações, alunos, pais e professores tiveram momentos de troca e aprendizado com as crianças e os idosos dessas instituições, despertando assim, para o verdadeiro significado da vivência da solidariedade, tão presente na pedagogia inaciana. A APM também contou com o apoio da Associação Brasileira de Odontologia do RS, que desenvolveu um significativo trabalho na área da prevenção em saúde bucal. No mês de setembro, tivemos a 6ª edição da Festa Embalos de Sábado à Noite, reunindo mais de 450 pessoas, entre pais, professores e amigos, que confraternizaram em um momento de descontração e alegria, confirmando o sucesso dessa festa que já se tornou uma tradição no calendário de eventos da APM. Também no mês de setembro, nos dias 23, 24 e 25, participamos do Encontro esportivo entre as APPs e APMs da região Sul do Brasil. A delegação do Anchieta, formada por

famílias e professores, foi recebida no Colégio Catarinense com uma bela e calorosa acolhida. Na ocasião, contamos com a participação de 100 pessoas da comunidade anchietana, que trouxeram o título de campeão nas modalidades de vôlei feminino, basquete masculino e futebol de campo – esse último sendo a conquista do bicampeonato.

É com grande alegria que compartilhamos essas ações e convidamos a Família Anchietana a participar, neste final de ano, do “Noite Feliz para Todos 2016”. Esperamos todos vocês!

“As atividades desenvolvidas pela APM têm o intuito de integrar as famílias anchietanas, fortalecendo o ambiente pedagógicoeducacional do Colégio Anchieta.”

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PERFIL ANCHIETANO

ZÉ ALBERTO ANDRADE Aluno do Anchieta entre 1971 e 1981

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oi no Colégio Anchieta que José Alberto Santos de Andrade, o Zé Alberto, teve o primeiro contato com jornalistas. Mais precisamente em uma Semana Cultural. Anchietano apaixonado, o jornalista da Rádio Gaúcha relembra momentos marcantes da sua trajetória no Anchieta. REVISTA ANCHIETA | Em que período

­estudaste no Anchieta? ZÉ ANDRADE | De 1971 – 1ª Série do “primário” até 1981 – 3º Ano do “2º Grau” Não estive no Colégio em 1979 (1º Ano do 2º Grau) porque morei em São Paulo. RA | Quais são tuas principais lembranças do Colégio? ZA | É uma lembrança de espaço, amplidão e liberdade. O Colégio era muito grande em espaço físico e isso sempre me impactou – até os dias de hoje. Claro que não podem faltar as lembranças esportivas: Semana Anchietana, os campos de futebol, ginásios e quadras. E, como 10 entre 10 anchietanos, são inesquecíveis as idas ao Morro do Sabiá.

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| REVISTA ANCHIETA

Zé Alberto tem mais de 30 anos no jornalismo, todos eles vividos na Rádio Gaúcha. RA | De que locais mais gostavas?

ZA | Sempre achei a biblioteca um lugar

especial. Acho que a vista lá daquele último andar me fascinava. Por paradoxal que possa parecer, lembro de matar aula e ir para a biblioteca com amigos para fazer coisa nenhuma de estudo, mas pelo ambiente. RA | E as tuas disciplinas favoritas? ZA | Variava de ano para ano e de acordo com os professores. A área de “Estudos Sociais”, com História e Geografia, era interessante. RA | Ainda manténs contato com ­ex-colegas? Quais? GR | Sim, com muitos! Temos há 15 anos um ativo grupo dos que saíram do Anchieta em 1981. O “A81” teve sua festa de 35 anos no dia 19 de novembro. Temos grupos de WhatsApp e Facebook. Um dos nossos líderes é o Rubem Penz, que costumo dizer que foi meu “primeiro melhor amigo” lá na 1ª Série A, em 1971. No mais, entre outros grandes amigos, tem um ex-colega de Anchieta que nunca foi da minha turma nos


PERFIL ANCHIETANO

era um bullying amistoso. Hoje, se me chamam assim, tomo como elogio. RA | Deixa uma mensagem para nossos alunos: GR | Aproveitem tudo que o Colégio oferece. Pensem que a formação passa necessariamente pela parte do conteúdo das matérias, mas valorizem o ambiente como um todo, o relacionamento interpessoal. Usufruam dos espaços, sejam curiosos pela própria história da instituição e daqueles que por ela passaram. Nunca se esqueçam de perguntar os “porquês”. No futuro tudo será motivo de saudade. 10 anos de Colégio, mas que entrou comigo na Faculdade de Jornalismo e, anos depois, foi quem me colocou na Radio Gaúcha, inclusive deixando a vaga dele para mim quando saiu da emissora há 30 anos. Falo do Alexandre Pussieldi. Hoje ele é comentarista de natação consagrado no Sportv e brilhou mais uma vez na Olimpíada. Nos falamos seguidamente. Tem ainda um grupo de “guris”, comandado pelo Flavinho Rosa, que se reúne mensalmente para alguns papos de “boleiros”. RA | O Colégio influenciou a tua escolha profissional de alguma forma? ZA | Sim. Meu primeiro contato com jornalistas e um veículo de jornalismo foi numa Semana Cultural, em 1978. Ouvimos uma palestra do narrador Samuel de Souza Santos e visitamos a redação e as oficinas da antiga Folha da Tarde. RA | Há histórias peculiares? ZA | Uma recente. Meu apelido de colégio era “Gordinho”. Virei “Zé” na faculdade. Quando nosso grupo se reuniu para os 20 anos de formatura, fizemos alguns jogos de futebol. No primeiro deles, vai bola e vem bola, eu recebo um passe e imediatamente ouço uma voz de comando “Aqui, Gordinho!!!!”. Nem me lembro o que fiz, mas comecei a rir de felicidade por uma fração de segundos que me fez voltar duas décadas. Nunca mais haviam me chamado assim. Agradeci ao colega o tratamento, embora não lhe tenha dado a bola. Risada geral. E mais: “Gordinho” na década de 70

“Por paradoxal que possa parecer, lembro de matar aula e ir para a biblioteca com amigos para fazer coisa nenhuma de estudo, mas pelo ambiente.” Zé Alberto Andrade

A carreira de Zé Alberto já soma coberturas de eventos como Copa do Mundo, Jogos Pan-Americanos, Copa América e Jogos Olímpicos.

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DESTAQUE

SHOW MUSICAL ANCHIETA COMPLETA

50 anos com espetáculo emocionante A plateia do Salão de Atos da UFRGS ficou lotada, a ansiedade era enorme nos camarins e o palco encheu-se de vida ao reunir diversas gerações de anchietanos em torno de uma mesma paixão: o Show Musical Anchieta. O dia 08 de outubro ficou marcado na memória de cada um – integrantes, ex-integrantes e familiares – como o dia em que um dos maiores espetáculos do Show Musical aconteceu nesses 50 anos. Para isso, 60 alunos e 120 ex-integrantes uniram talentos em um trabalho, que contou com o esforço e a dedicação de todos e que foi organizado e supervisionado por uma grande equipe: a atual maestrina Daiana Fülber, o maestro anterior Rafael Bueno, a atual coreógrafa Marta Severo, a coreógrafa anterior Nilva Pinto, o coordenador geral do Show Musical Anchieta, Evandro Matté; o diretor artístico Edson Erdmann; e uma equipe administrativa e operacional que deu todo o suporte necessário. 8

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Para o coordenador geral do Show Musical Anchieta, maestro Evandro Matté, o espetáculo representou um momento especial tanto para os atuais integrantes como para os ex-integrantes, que contagiaram as crianças e jovens com sua paixão pelo grupo. “Eles entenderam como é a paixão das pessoas que passaram pelo Show. E para os ex-integrantes acredito que irá ficar na memória como um momento muito especial de poder reencontrar os antigos amigos, conhecer os novos integrantes e de ter tido essa experiência de estar no palco novamente. Tudo isso reflete a importância do Show Musical como uma atividade dentro do Colégio que contribui com a formação integral ao longo de gerações”, destaca.


DESTAQUE

Foi muito emocionante participar das comemorações dos 50 anos do Show Musical, pois, além de ter sido uma experiência muito gratificante e marcante para mim, eu pude estar ao lado dos meus amigos e professores fazendo uma atividade que eu gosto muito, que é dançar. A apresentação foi muito bonita e garanto que fez toda a plateia se encantar. Cada momento em que estive no palco, eu sentia a emoção de estar construindo uma linda história. É um privilégio fazer parte do Show Musical, e é por isso que eu aproveito cada momento junto dessa grande família! Fernanda Schutz Lobelcho INTEGRANTE ATUAL/TURMA 85

DE PEQUENOS CANTORES A SHOW MUSICAL ANCHIETA: 50 ANOS DE HISTÓRIA! Já se passaram 50 anos desde que o Pe. Vicente Konzen, S.J., criou o grupo Pequenos Cantores do Colégio Anchieta. Em 1966, o jesuíta, então Diretor do Anchieta, decidiu ampliar a formação cultural dos alunos, desafiando-os a cantar e apresentar-se em diversas ocasiões que tivessem a oportunidade de mostrar seu talento. A primeira apresentação em público aconteceu no dia 18 de novembro de 1966, data que marca a fundação do grupo. Na ocasião, um coral formado por 27 meninos realizou um espetáculo em homenagem aos pais, numa

O espetáculo de 50 anos do Show, na verdade, durou dois meses! Tempo esse em que o reencontro de amigos antigos somou-se à oportunidade de fazer novos, neste universo de pessoas que passaram pelo Show até os atuais pequenos participantes, que devem ter pensado: ‘De onde saíram esses velhos malucos e alegres?’. A vitalidade da Nilva na condução dos ensaios motivou e trouxe o nosso melhor, assim como a alegria do maestro Rafael, além das atuais maestrina Daiana e coreógrafa Marta. A apresentação foi apenas um ápice de luxo em um sonho que foi se materializando nos inúmeros ensaios, com a excelência da produção nas mãos do Edson Erdmann, para uma plateia lotada de pessoas queridas, incluindo ex-integrantes que não puderam ensaiar. O único problema é: agora nos despertou e queremos mais, pois, como foi dito no texto de abertura, “serão eternos artistas”, graças ao Show Musical Anchieta! apresentação exclusiva. Marcos Muccillo Daudt INTEGRANTE DE 1968/1974 A regência ficava por conta do professor Tercílio Poffo, que, por mais de 40 anos, dedicou-se “de corpo e alma” aos Pequenos talentosamente pelos Cantores, como registra o anuário do Colégio anchietanos. Anchieta de 1967. O empenho do grupo Curiosamente, o espetáculo levou-o a conquistar o primeiro lugar no 5º comemorativo dos 50 anos Festival de Coros do Rio Grande do Sul, na do hoje Show Musical categoria dos corais infanto-juvenis. A com- Anchieta ocorreu no mesmo petição ocorreu no Salão de Atos da UFRGS, local e pelo mesmo período no dia 15 de outubro de 1967 e arrebatou o da primeira grande apresenpúblico que, por dois minutos e meio, bateu tação. Um retorno às origens palmas ininterruptamente. para marcar na memória o De lá para cá, a apresentação passou a contar sucesso desse grupo que com 60 integrantes entre meninos e meninas, apaixona e mora no coração que se dividem entre cantores, instrumen- de todos aqueles que fazem tistas e dançarinos, papéis assumidos parte dessa história. NOVEMBRO DE 2016 |

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ARTIGO

ANCHIETA NARRA: compartilhando experiências de sala de aula em vista da Educação Integral Dóris Trentini | Coordenadora Pedagógica

“Se partirmos da ideia de que, como seres humanos, somos incompletos, mais do que nunca, em tempos de aceleradas transformações socioculturais, científicas e com o incremento das tecnologias, temos que assumir nossa condição de incompletude também no âmbito educacional”.

O Lucilla Pimentel

Anchieta Narra é um evento organizado pelo Serviço de Orientação Pedagógica, que visa ao compartilhamento das práticas pedagógicas em direção à Educação Integral, ao fortalecimento da parceria entre o corpo docente, à vivência da generosidade e do encantamento pelo aprender a ensinar nos dias de hoje. E foi assim que esse evento se manifestou em sua primeira edição, no dia 27 de junho, no Auditório 1. Esse espaço foi constituído para que os professores compartilhassem seus projetos, seus objetivos, mostrando experiências de superação dos modelos tradicionais de ensino que evidenciassem as múltiplas possibilidades de inovação no uso dos espaços e dos tempos de sala de aula, na seleção dos conteúdos e na forma de concepção e apresentação das pesquisas realizadas pelos alunos. Inspirado no formato TEDx, o trabalho construiu-se a partir de depoimentos dos professores e foi muito bem recebido por todos que dele participaram. O Serviço de Orientação Pedagógica do Colégio Anchieta acredita profundamente na importância da formação continuada do seu corpo docente, quer como pessoas humanas em constante desenvolvimento, quer como profissionais que acolhem as novas gerações de estudantes, que escutam as novas

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demandas de crianças e jovens deste século, que se caracterizam por cultivar imagens, redes sociais e múltiplos recursos de comunicação. A primeira edição do Anchieta Narra teve como tema inspirador A Aprendizagem Integral nas práticas educativas. A proposta da reunião foi que professores de diferentes séries e segmentos pudessem compartilhar experiências, apresentando, para o grupo de colegas, trabalhos inovadores que já realizam na linha do desenvolvimento sustentável, socioemocional, artístico e espiritual dos alunos. O formato pensado para a reunião atendeu a uma solicitação frequente dos professores, que manifestam de forma reiterada o interesse de conhecer mais de perto o trabalho de seus colegas. Além disso, pretendeu-se dar visibilidade às múltiplas experiências de inovação e integração que já vêm sendo realizadas no Colégio. Afinal, as práticas que dão certo podem servir como estímulo para outros projetos, na linha do que preconiza o Projeto Educativo Comum. Senão, vejamos o depoimento de professoras que participaram do Anchieta Narra:

O Anchieta Narra possibilitou que os professores conhecessem o trabalho desenvolvido pelos colegas em um clima de compartilhamento de ideias e vivências.


ARTIGO

Confira o depoimento de quem participou do Anchieta Narra Trocar experiências com os colegas durante o Anchieta Narra propiciou formação e integração entre professores. Tanto no momento em que “narramos” quanto no momento em que ouvimos outras experiências, fomos convidados a refletir sobre as práticas anchietanas. Certamente uma forma de reconhecer e valorizar a qualidade do trabalho desenvolvido com nossos alunos! Ao relatar o trabalho desenvolvido no 2º Ano do Ensino Fundamental, “A Fantasia como Porta para o Aprendizado”, durante o Anchieta Narra, mostramos aos demais professores uma etapa singular do processo de ensino-aprendizagem: a fantasia como porta para o aprendizado. Etapa que deve ser respeitada e valorizada na formação de nossos alunos e que faz parte do processo de formação de pessoas conscientes, competentes, compassivas e comprometidas.

Pensamos no projeto “Kindness, um olhar para si e para o outro” com os alunos da 3ª Série, do nível avançado de Inglês, para despertar nos alunos o sentimento de bondade; para que eles possam olhar o seu semelhante de forma mais humana e, ao mesmo tempo, a partir desse olhar para com o outro, aprendam a conhecer-se a si mesmos. O Anchieta Narra oportuniza aos professores e alunos compartilharem essas experiências significativas, além de colaborar para uma nova construção do conhecimento, promover o desenvolvimento das habilidades socioemocionais e valorizar o resgate do potencial humano. Agradecemos muito a oportunidade e o convite para mostrarmos um pouco do nosso trabalho. Que possamos, através das próximas edições, conhecer muitos outros projetos que serão desenvolvidos por nossos colegas.

Aline Pedroso

Adriane Caldas

De fato, o encontro foi muito motivador e emocionante. Os trabalhos mostrados no Auditório contemplaram as mais diversas áreas e exploraram variadas dimensões de inovação. Assistimos aos nossos alunos transformando-se em investigadores, em autores, em artistas, em cientistas e em entrevistadores. Em todos os projetos, valorizou-se a criatividade e o protagonismo, mostrando que a sala de aula só tem a ganhar quando se reinventa. Conheça os Relatos apresentados na 1ª Edição do Anchieta Narra: De Lagarta a Borboleta, com a professora do Infantil B, Tairine Matzenbacher. Kindness: um olhar para si e para o Futuro, com a professora do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, Adriane Caldas. Caminhos Sustentáveis, com a professora do 3º Ano do Ensino Fundamental, Daniela Cabral.

Holocausto, com as professoras do 8º Ano do Ensino Fundamental II, Patrícia Gomes e Krishna Nunes Soares. A Fantasia como Porta para o Aprendizado, com a professora do 2º Ano do Ensino Fundamental I, Aline Pedroso. O Projeto dos Foguetes, com os professores do Ensino Fundamental II e Ensino Médio, Douglas Novaes e Lucius Samuel. Queremos parabenizar os professores pelo belíssimo trabalho, a todos que colaboraram para a realização do evento, e agradecer a acolhida e receptividade de todos os demais, professores e serviços, e desejar que no próximo ano tenhamos a oportunidade de continuar “narrando” as experiências e projetos que fazem parte de nosso jeito de ser, ensinar e aprender. Que venha o Anchieta Narra II!

PROFESSORA DO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Acesse o vídeo produzido sobre o Projeto Holocausto do 8º Ano:

https://goo.gl/31bvnK

PROFESSORA DO 2º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

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ENTREVISTA

Qual será o futuro da sala de aula? Essa foi a temática abordada na palestra do Diretor de Graduação da Unisinos, Professor Doutor Gustavo Borba, no Seminário da Rede Jesuíta de Educação, que aconteceu em agosto. Conversamos com ele sobre o assunto. Confira a entrevista. REVISTA ANCHIETA | Se fizéssemos um

diagnóstico do processo de ensino e aprendizagem hoje no Brasil, qual seria o retrato que teríamos? GUSTAVO BORBA | Na realidade, eu diria o seguinte: nós temos hoje uma padronização muito forte nas escolas, embora existam projetos inovadores. Na média, nós estamos limitados pela grade curricular e pelas práticas de ensino e aprendizagem que são executadas. Então, eu diria que nós teríamos como diagnóstico uma estrutura padronizada com a mesma grade curricular e com pouco espaço para inovação. REVISTA ANCHIETA | Uma frase presente no livro “Um olhar sobre a experiência da sala de aula”, do qual és autor junto com a Isa Mara da Rosa Alves, nos chamou atenção: “Nós precisamos lembrar que educação deve estar muito mais ligada ao empoderamento e menos ao controle”. Como mudar esse conceito tão arraigado em termos de educação? GUSTAVO BORBA | Essa é uma questão bem importante porque, na verdade, existe uma lógica do século 19, século 20, de controle, e não de empoderamento dos alunos. A ideia aqui é que o professor passa a ser um mediador e, sendo um mediador, ele empodera os alunos na construção de conhecimento coletivamente. Então, sai da centralidade do professor e fica a centralidade na discussão, no conjunto e no grupo. Como trabalhar com isso, já que existe um modelo arraigado na nossa cabeça, um modelo mental? Eu acredito que projetos pilotos nas escolas seria um caminho mais interessante; acho que seria um ponto bem legal.

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“A ideia aqui é que o professor passa a ser um mediador e, sendo um mediador, ele empodera os alunos na construção de conhecimento coletivamente.” REVISTA ANCHIETA | Muitos estudos fora

do Brasil têm sido realizados com o intuito de transformar o ambiente da sala de aula e possibilitar aos alunos um processo de aprendizagem diferente, tornando-os inovadores. Quais seriam as competências de um aluno inovador? GUSTAVO BORBA | O ponto chave está relacionado à ideia de como desenvolvemos competências, para que os alunos tenham conhecimento profundo nas disciplinas específicas, sejam pessoas que consigam dialogar

Representantes de colégios jesuítas de todo o Brasil assistiram à palestra de Gustavo durante o Seminário da RJE.


ENTREVISTA

“Acredito que realmente temos de aproveitar essa oportunidade, porque os alunos vêm com outro modelo mental, outro desenho, uma outra conexão” com todas as áreas e sejam pessoas que tenham uma competência focada no empreendedorismo, na solução de problemas e com uma postura ética forte. No livro, há quatro quadrantes com competências para o século 21, mas eu destacaria essa questão da ética e da visão global e a questão de solução de problemas, como elementos fundamentais para os nossos alunos. REVISTA ANCHIETA | Vivemos um momento de grandes transformações socioculturais e de perfil das novas gerações, o que impacta diretamente o modelo de sala de aula. Nesse sentido, quais são as características inerentes a essa geração – que tu apontarias – e como o professor pode aproveitá-las para ampliar a aprendizagem de seus alunos? GUSTAVO BORBA | Acredito que realmente temos de aproveitar essa oportunidade, porque os alunos vêm com outro modelo mental, outro desenho, uma outra conexão. Então, como eles já têm muito da informação que o professor poderia repassar em aula, parece-me que é apropriado provocá-los a buscar informação e não trazer a informação para a sala de aula, assumir um espaço de protagonismo mesmo. Assim, em vez de trazer um tema histórico para aula, poderia ser sugerido, por exemplo, que os alunos buscassem informações sobre isso e o

debate acontecesse a partir das informações deles, que o pessoal chama de sala de aula invertida, ou mesmo utilizar os supercomputadores que eles têm no bolso, que são os smartphones, como um elemento para conectar diferentes questões relacionadas a um tema. Utilizar essa lógica deles para gerar engajamento é um ponto chave. REVISTA ANCHIETA | O ensino massificador, no qual o professor apenas repassa os conteúdos sem levar em conta os estilos de aprendizagem do aluno, já se mostra ineficiente hoje em dia. Uma mudança proposta seria o professor atuando como “designer da experiência”. Como funcionaria essa competência do professor? GUSTAVO BORBA | O professor tem que enxergar que toda aula dele é um projeto, e, como um projeto, ele tem que projetar, tem que desenhar. E para desenhar ele tem que considerar a estrutura, as pessoas que estão na sala e também as necessidades de conteúdo, obviamente, e competências para aquela aula. Então, o ideal seria o professor ter essa abertura para pensar o diferente e buscar ferramentas do próprio designer, que possa apoiar nesse processo.

DICA DE LEITURA:

Um olhar sobre a experiência da sala de aula - Gustavo Borba Isa Mara da Rosa Alves Editora Unisinos 116 páginas Lançamento: 2016

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AÇÃO SOCIAL

APADRINHAMENTO:

alunos aprendem o valor da solidariedade Há pelo menos 13 anos, o Projeto Apadrinhamento possibilita que alunos convivam com outras realidades sociais, diferentes da sua, promovendo a consciência social, sensibilizando e aproximando as diferentes realidades, estabelecendo um vínculo afetivo, consciente e comprometido com outras crianças, seus afilhados. Ao longo do ano letivo, os alunos do 4º Ano têm a oportunidade de apadrinhar uma instituição assistida pelo Colégio Anchieta, realizando encontros de convivência e partilha, possibilitando um novo

olhar sobre a diversidade humana e os valores. A Orientadora Religiosa, Espiritual e de Pastoral do 4º Ano, Dionara Ritta, explica que a atividade quer sensibilizar os alunos para a existência de situações de vida diferentes da sua. “Através do projeto é possível que cada criança amplie o seu mundo e sua compreensão da humanidade. É um convite para sair da sua realidade e ir a esse espaço que é tão diferente do seu. Trata-se, então, de uma sensibilização para que o aluno se sinta convidado e provocado a ser agente transformador na sociedade em que vive”, avalia.

Atividades ocorrem em momentos diferentes do ano A Obra Social Imaculado Coração de Maria (OSICOM) e a Pequena Casa da Criança são as duas instituições apadrinhadas nesse projeto, que inicia já na Páscoa. Os padrinhos confeccionam cestas de doces para alegrar os pequenos afilhados. A retribuição vem em forma de cartões das crianças das instituições, agradecendo o gesto. “Após essa troca, nossos alunos ficam muito curiosos para conhecer os afilhados, e esperam ansiosos pelo encontro com todos”, revela Dionara. Em sala de aula, há uma preparação dos alunos sobre o que é ser padrinho ou madrinha. “É uma forma de ressaltar a importância de valorizar quem cativamos e a responsabilidade que os alunos passarão a ter com aqueles que, a partir daquele momento, tornam-se importantes na vida deles”, declara Dionara. O primeiro contato pessoal ocorre nas dependências do Colégio Anchieta. Os afilhados são recebidos em sala de aula, depois saem para o pátio para brincar com seus padrinhos. Após, há o momento do lanche, tudo especialmente preparado pelos anchietanos para melhor receber seus convidados especiais. 14

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No mês de outubro, realiza-se o Apadrinhamento do Dia da Criança, cada um escolhe um brinquedo para presentear às turmas das instituições (blocos de encaixe, quebra-cabeça, jogo da memória, bingo, dominó, fantoches...). Os brinquedos são usados coletivamente, nas salas de aulas, pelas crianças apadrinhadas. O último encontro ocorre no final do ano, com a celebração natalina, quando as crianças apadrinhadas vêm ao Colégio novamente e participam de uma programação especial. Nesse momento, ocorre a chegada do Papai Noel, que entrega para os afilhados os presentes trazidos pelos padrinhos. O Apadrinhamento, em todas as suas formas, habilita todos os envolvidos, educadores, famílias, alunos, afilhados a exercitarem sua capacidade humana de reinventar a vida, criando e recriando estratégias para transformar, continuamente, os desafios em conquistas. “Todas essas vivências são investimentos afetivos, e a escola tem, pois, que promover e estimular seus alunos a irem além da compaixão, para chegarem à solidariedade, para serem agentes de mudança”, reitera Dionara.

A experiência de quem participa: O Apadrinhamento é um projeto muito legal porque é uma forma de a gente se integrar com outras crianças e aprender muito com elas, deixar elas mais felizes! Podemos aprender muito e elas aprendem com a gente também.

Ana Laura Lopes Marczwski TURMA 40C

O Projeto Apadrinhamento é uma oportunidade que a gente tem de mostrar e oferecer um pouco da nossa realidade para essas crianças. Eu acho muito divertido porque a gente pode aprender também com elas. Eu espero por esse projeto desde o 2º Ano, eu tinha muitas expectativas e no primeiro encontro todas as minhas expectativas foram atendidas

Helena Martins Feijó TURMA 40B


ACONTECE

FAMÍLIA ANCHIETANA SOLIDÁRIA APROXIMA FAMÍLIAS E INSTITUIÇÕES CARENTES

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odos os anos, o Projeto Família Anchietana Solidária reúne famílias e instituições assistidas pelo Colégio para uma atividade nobre: promover a solidariedade! A edição deste ano ocorreu em agosto em parceria com a Associação de Pais e Mestres (APM). As famílias são convidadas a visitarem as instituições, desenvolvendo atividades em conjunto. A proposta é que os participantes conheçam esses locais e vivenciem a solidariedade, oportunizando um momento de convivência e troca de experiências. Em 2016, além dos professores e representantes dos serviços da Educação Infantil, os do Ensino Fundamental II e Ensino Médio também participaram. A Orientadora Religiosa, Espiritual e de Pastoral da Educação Infantil, Rosária Anele, destaca a importância da atividade para a transformação pessoal de cada participante. “Foi uma manhã afetiva, humana, de trocas e de muita gratidão; por meio dessas vivências, nos tornamos mais compassivos, educados na sensibilidade, na afetividade e no apostolado educacional da Companhia de Jesus: em tudo amar e servir... Com gratidão e alegria”.

“Foi uma manhã afetiva, humana, de trocas e de muita gratidão; por meio dessas vivências, nos tornamos mais compassivos, educados na sensibilidade, na afetividade e no apostolado educacional da Companhia de Jesus: em tudo amar e servir... Com gratidão e alegria”

O Projeto Família Anchietana Solidária oportuniza conhecer diferentes realidades, em um clima de solidariedade e convivência

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ACONTECE

BIENAL CULTURAL No mês de setembro, o Anchieta foi palco para a cultura de mais de 60 países por meio da Bienal Cultural, projeto interdisciplinar desenvolvido pelo Colégio há 10 anos, que tem como objetivo promover a diversidade cultural, demostrando respeito e solidariedade a todos os povos. Em 2016, os alunos do 8º Ano foram desafiados a pesquisar sobre os países em que há

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colégios jesuítas de nível básico, além de analisar o desempenho dessas nações nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro. Os alunos dividiram-se em grupos e pesquisaram dados populacionais, econômicos e naturais dos diversos países e, depois, apresentaram no evento aberto à comunidade anchietana, contribuindo para o intercâmbio de informações entre eles e os visitantes.


ACONTECE

SEMANA FARROUPILHA

Cultivar hábitos, costumes e a cultura gaúcha também faz parte da tradição anchietana de educar.

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ACONTECE

SEMANA ANCHIETANA

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ACONTECE

ESPORTE

ENCONTRO ESPORTIVO DOS COLÉGIOS JESUÍTAS NA ARGENTINA O intercâmbio cultural é uma experiência que o Colégio Anchieta oportuniza aos alunos com o intuito de desenvolver autonomia, responsabilidade e possibilitar vivências culturais enriquecedoras. E é isso que anualmente o Encontro Esportivo dos Colégios Jesuítas do Cone Sul propicia: a integração dos jovens de diversos países por meio do esporte. No mês de agosto, alunos, professores e jesuítas viajaram até Santa Fé, na Argentina, para participar da 13ª edição do evento, que incluiu atividades esportivas, culturais e religiosas. Além do Colégio Anchieta, também estavam representados o Colegio de la Inmaculada Concepción, de Santa Fé, sede do evento; o Instituto Sagrada Familia, de Córdoba; Colegio del Salvador, de Buenos Aires; Colegio San

Luis Gonzaga, de Mendoza; Colegio Monsenhor Ricardo Isasa e Seminário, de Montevidéu; Colegio Cristo Rey e Técnico Javier, de Assunción; e San Roque de Santa Cruz, do Paraguai. Além das celebrações religiosas que aconteceram na abertura e no encerramento do evento, os alunos também participaram de variadas atividades esportivas envolvendo as modalidades de Futebol, Handebol, Voleibol e Basquetebol, além de jogos cooperativos e uma prova de cross-country. “A convivência com as famílias que hospedaram os alunos visitantes complementou o intercâmbio, proporcionando trocas de experiências entre os alunos e a oportunidade de vivenciar uma outra cultura”, contou o Coordenador do Centro Esportivo, Manoel Ohlweiler dos Santos.

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ACONTECE

Há 16 anos, o Colégio Anchieta auxilia os pais a tomar uma importante: escolher a futura escola dos filhos. Por meio de atividades especialmente preparadas pela equipe pedagógica, as famílias conhecem o nosso jeito de ser e aprender

NOSSO JEITO DE APRENDER: PAIS E FILHOS JUNTOS EM SALA DE AULA Os professores e equipes de Ed. Infantil e 1º Ano receberam as famílias em mais duas edições do Projeto Nosso Jeito de Aprender. As famílias que estão em busca de colégio para seus filhos puderam vivenciar de perto a proposta pedagógica do Colégio, como se fossem alunos. O Nosso Jeito oportuniza às famílias a experiência de uma rotina escolar completa, desde a acolhida, oração e estratégias de sala de aula (com vivências também nas aulas especializadas de Música, Inglês, Educação Física e Pensamento Lógico), recreio e lanche. A Coordenadora de Unidade de Ensino

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de Educação Infantil ao 5º Ano, Tatiane Waldow, comemora o sucesso do projeto, que já é realizado há 16 anos e conta com o empenho de vários profissionais. “Os professores e equipes estiveram empenhados para partilharem com carinho o modo de ser e proceder da Educação Jesuíta. O resultado foi muito positivo! O nosso reconhecimento e agradecimento a todos os que estiveram envolvidos neste processo”.

Juntos, pais e filhos experimentam um pouco da rotina escolar do Colégio Anchieta.


ACONTECE

ANCHIETANOS MOBILIZAM-SE no Dia Internacional da Paz No dia 21 de setembro, a comunidade anchietana foi convidada a vestir-se de branco e unir-se em torno de um tema de grande relevância em nosso contexto: a paz! Cada um, de forma criativa, pôde expressar-se – vestindo branco, mostrando cartazes, participando de caminhadas pelo campus, formando a palavra “paz” no pátio – e chamar atenção da sociedade sobre o cuidado com a vida, refletindo sobre os últimos acontecimentos envolvendo violência em nossa cidade. “O Colégio Anchieta deseja afirmar o sentido pleno da vida e repudiar todo tipo de

violência física, verbal e emocional. Todos desejamos a paz. Ela pode ser grande e forte se nossa adesão na construção da cultura da paz se tornar um ideal individual e social”, pondera o Diretor Acadêmico do Anchieta, Dário Schneider. O “abraço à paz” contou com a participação de alunos do 8º Ano à 3ª Série do EM

As atividades envolveram desde os alunos menores, que participaram de atividades como caminhadas pelo campus e ações de gentileza ao próximo

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ESPECIAL

CHEGOU A HORA DE DIZER “ATÉ LOGO, ANCHIETA”! A pouco mais de um mês para o ano ­terminar, todas as tarefas que ficaram inacabadas até agora precisam ter uma finalização; os preparativos para as festas iniciam e começamos a pensar nos projetos para o ano que está vindo, novinho em folha e cheio de possibilidades.

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ara alguns, o mês de dezembro vem como o fechamento de um ciclo longo, marcado por lembranças maravilhosas, amizades duradouras e preocupações apenas com o bom desempenho escolar. Estamos falando dos alunos da 3ª Série do Ensino Médio, que, durante todo o ano de 2016, estão despedindo-se do Colégio Anchieta e caminhando em direção a novos horizontes e desafios. A Despedida da 3ª Série não acontece somente em dezembro, com a cerimônia na FIERGS. O processo de “desapego” começa bem antes: os alunos iniciam o ano letivo com a palavra “último” sempre em mente. “Última Semana Literária, última Semana Anchietana, última ida à Biblioteca para estudar”. A Coordenadora do Serviço de Orientação Educacional do Colégio Anchieta, Isabel Tremarim, explica que o momento deixa os jovens ansiosos. “A vida é marcada por fases e, a cada fase, os desafios que se apresentam são diferentes. Sair

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do colégio e iniciar uma nova fase, agora universitária, é um momento que desperta muita ansiedade nos jovens”, explica. Saber lidar com as despedidas dos amigos e da sala de aula, que por tantos anos foi um porto seguro, e ainda com a pressão natural para passar no vestibular, não é uma tarefa fácil para esses adolescentes que de uma hora para outra viram jovens-adultos. Nem só para eles, os pais também vivem um momento de ruptura. “Da mesma forma, o grupo familiar também passa por esse processo de encerramento de uma fase e

abertura para uma nova, o que traz para os pais um certo luto. Seja pelos momentos da vida escolar que se concluem, seja pela vida adulta que se aproxima” acrescenta Isabel.

ÚLTIMA SEMANA LITERÁRIA, ÚLTIMA SEMANA ANCHIETANA...


ESPECIAL

DESPEDIDA PELOS PRÉDIOS Lembra quando você estudava lá na Educação Infantil e tinha o dia do brinquedo, o pátio livre e a musiquinha para ir lavar as mãos? Ou quando você estava nos primeiros anos do Ensino Fundamental e ia até a Biblioteca Infantil retirar livrinhos ou ainda quando fazia aquela fila organizada para entrar na sala? Com certeza todos lembram, e o Colégio faz questão de reavivar essas memórias, promovendo a despedida dos alunos pelos prédios. Durante uma manhã, as turmas de 3ª Série fazem um tour pelo campus, passeando

por salas e corredores que fizeram parte de sua infância. O momento emociona os alunos, que voltam ao passado, relembram histórias de sua época e encontram um pedacinho da sua formação em cada espaço. Dessa forma, relembram os bons momentos vividos e têm a oportunidade de se despedir dos espaços que, por tanto tempo, frequentaram no Colégio.

E-BOOK RESGATA MEMÓRIAS Desde 2014, os alunos – ou já ex-alunos, mas sempre anchietanos – têm um motivo para voltar ao Anchieta no ano seguinte à sua saída: o lançamento do E-book Memórias Anchietanas. A obra é composta por uma produção coletiva de textos dos alunos sobre o que marcou sua vida escolar enquanto estiveram no Colégio. Com a inserção de imagens e vídeos, o e-book é um repositório das mais belas lembranças escolares, que, durante a Semana Literária do ano posterior, é lançado em um evento que reúne ex-alunos e os atuais, que já preparam as ideias para a próxima edição. A Orientadora Pedagógica do Ensino Médio, Maria Isabel Xavier, conta que os

textos são uma importante marca de despedida da 3ª Série do Anchieta. “Os relatos são todos muito espontâneos, como os anchietanos costumam ser e estão cheios de fotos e referências significativas a episódios felizes, engraçados ou surpreendentes que os alunos acharam que mereciam ser destacados na sua passagem pelos diferentes espaços do Colégio e na sua vivência como alunos”, conta Maria Isabel. O próximo e-book, de 2017, já está sendo produzido, e a coleção só aumenta, assim como as saudades do Anchieta. “O e-book é uma obra inovadora que inaugurou um novo espaço de reencontro, possibilitando aos alunos reviver seu passado e matar parte das saudades dos seus anos de colégio, reconhecendo-se como parte integrante da história anchietana”, completa Maria Isabel.

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POR DENTRO DA SALA DE AULA

ORAÇÕES PRODUZIDAS POR ALUNOS de Educação Infantil ao 5º Ano são lançadas em livro Desde os Anos Iniciais, os alunos do Colégio Anchieta aprendem os primeiros passos para conectar-se com Deus por meio da oração, uma prática estimulada pela Pedagogia Inaciana. E que tal se eles pudessem criar suas próprias orações?

É

isso que o Projeto Nossas Conversas com Deus – Livro de Orações quer proporcionar aos alunos: envolvê-los na construção de um instrumento concreto de oração, do qual sejam autores, colocando em prática o Paradigma Inaciano: experiência, reflexão e ação. A Orientadora Religiosa, Espiritual e de Pastoral de 1º ao 4º Ano, Juliana Limeira explica como o Livro de Orações se configura. “O livro também conta com pequenos textos na intenção de ajudar o aluno a melhor preparar-se para o momento de oração pessoal e comunitário, com breves explicações a respeito das maneiras de rezar”, explica. A produção da oração começa em sala de aula. Cada turma constrói colaborativamente a sua e depois compõe um livro com as demais turmas de um determinado Ano. O Livro de Orações é entregue impresso na Semana da Criança, que acontece em outubro, com uma programação especial para homenagear os pequenos. O livro ainda poderá ser levado para casa, apreciado e vivido nos momentos em família e retornar para o Colégio para a utilização comunitária. No ano seguinte, o aluno participará da composição de um novo livro, formando assim, uma coleção de livros de oração.

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A atividade é promovida pelo SOREP, com o apoio do Setor de Comunicação e Marketing


POR DENTRO DA SALA DE AULA

HERANÇA AFRICANA encanta alunos do 4º Ano A formação do povo rio-grandense é um dos conteúdos que acompanha os alunos do 4º Ano durante todo o ano letivo, dentro do Projeto Pelos Caminhos do Rio Grande do Sul. Por meio da teoria em sala de aula e das atividades práticas realizadas nos passeios e em ambientes do campus do Colégio, o aprendizado sobre nossos antepassados vai tomando forma e ficando mais e mais interessante.

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pós um passeio pela herança cultural indígena e açoriana, as crianças puderam vivenciar um pouco da herança cultural africana. Com o objetivo de conhecer mais sobre a história e as manifestações culturais que influenciaram a formação dos povos do RS e contribuíram para isso, os alunos participaram da Oficina de Percussão com o Instituto Cadê Zumbi?. Além da alfabetização musical, puderam conhecer um pouco mais sobre os instrumentos musicais trazidos pelos negros africanos, sobre o sincretismo religioso, e também acerca da contribuição gastronômica. No pátio do Prédio B, na primeira semana de setembro, os alunos foram convidados a degustar um lanche diferente: acarajé, cocada, pé de moleque e quindim. Dona Célia, a baiana que todos os anos vem ao Anchieta apresentar a culinária africana aos alunos, serviu às crianças e informou sobre os ingredientes dos alimentos feitos por ela. Assim, instalações, uso diversificado de suportes, técnicas e propostas reflexivas possibilitam que a Herança Africana transite por “terrenos férteis”, capazes de trazer à tona a criatividade e as diferentes linguagens, a respeito da cultura na qual estamos inseridos. “É um ressignificar da nossa própria identidade. A pele, o cabelo e o sangue, enfim

todo o corpo, trazem uma informação, memória que devemos recuperar para compreender como podemos nos inserir e os preconceitos que ainda precisamos combater. E é através da reflexão e discussão sobre essas ideias e também de vivências culturais variadas que buscamos valorizar e compreender todo esse legado, o modo africano de ser/viver/conhecer/saber que perpassa por toda a cultura nacional e que muitas vezes é camuflado e até negado”, explica a Orientadora Religiosa, Espiritual e de Pastoral do 4º Ano, Dionara Ritta.

E é através da reflexão e discussão sobre essas ideias e também de vivências culturais variadas que buscamos valorizar e compreender todo esse legado

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POR DENTRO DA SALA DE AULA

POKÉMON GO NA AULA DE GEOGRAFIA? Alunos do 5º ano utilizam o jogo para estudar mapas O jogo virou uma verdadeira febre entre todas as faixas etárias. Nos intervalo das aulas, os alunos corriam pelo campus à caça dos bichinhos. Até que um professor teve uma grande ideia...

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ara tornar as aulas de Geografia mais próximas da realidade dos alunos e ajudá-los no estudo dos mapas, o professor da disciplina no 5º Ano, Cleomar Graef de Oliveira, decidiu utilizar um jogo muito querido pelos alunos: o Pokémon Go. “No 5º Ano os alunos devem aprender a manipular, criar, ler e interpretar mapas, o que às vezes não é uma tarefa fácil, pois a percepção do mapa requer uma série de requisitos, como a visão projetada para fora do corpo do aluno, em perspectiva de planta baixa, a decodificação e identificação de símbolos e a percepção do entorno e dos objetos da área mapeada”, explica o professor. A atividade Pokémon Go Geográfico começou em sala de aula com a explicação do professor. Depois, já no ambiente externo, no primeiro momento, os alunos receberam um mapa do Colégio e uma bússola. Assim, eles iniciaram a atividade identificando-se dentro do mapa, a partir da percepção dos prédios e ruas que fazem parte da área mapeada do Colégio. Eles facilmente encontraram a área do campo de futebol e a pista de atletismo, bem como o Prédio B, onde ocorrem suas aulas. No segundo momento, eles foram desafiados a encontrar a orientação correta do mapa, em que uma rosa dos ventos em branco deveria ser preenchida com o auxílio do uso da bússola. Para orientar com precisão, os alunos tinham de posicionar o mapa corretamente a partir da percepção dos elementos mapeados e, após, consultar

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a bússola, assim determinando a posição ­correta dos pontos cardeais no mapa. O terceiro passo era o início do jogo, quando os alunos se deslocavam em busca dos pokémons e, simultaneamente, traçavam o trajeto percorrido no mapa, utilizando setas que indicavam a direção percorrida. Durante a atividade, os alunos eram questionados pelo professor sobre a localização em que se encontravam no momento no mapa, para verificar se estavam conseguindo perceber-se na área mapeada e na área real ao mesmo tempo. Ao final da atividade, os grupos tinham mapeado todo o percurso de caminhada durante a caçada, e cada grupo tinha um trajeto diferente. O professor Cleomar explica que atividades como essa, envolvendo a parte lúdica, ajudam a consolidar o conhecimento mais facilmente. “Os estudos acerca da neurociência apontam que atividades pedagógicas que envolvem a emoção se tornam mais significativas para os alunos, consolidando o aprendizado na memória de longa duração, que se perpetua ao longo da vida dos indivíduos”, garante.

O Pokémon Go Geográfico trouxe o lado lúdico para o estudo dos mapas, ampliando as possibilidades de aprendizagem.


REDE JESUÍTA DE EDUCAÇÃO

SEMINÁRIO RJE

PROJETO EDUCATIVO COMUM É LANÇADO OFICIALMENTE A convivência e a troca de experiências entre os 190 representantes das 17 unidades da Rede Jesuíta de Educação (RJE), da Província do Brasil (BRA), marcaram o Seminário da RJE – Um caminho de Renovação. O evento ocorreu no final do mês de agosto, no CECREI (Centro de Eventos Cristo Rei), em São Leopoldo. Na ocasião, o Projeto Educativo Comum (PEC) da RJE foi lançado oficialmente, na perspectiva de rever, reposicionar e revitalizar o trabalho apostólico da Companhia de Jesus na área da Educação Básica no Brasil e, ao mesmo tempo, inspirar, orientar e direcionar os necessários ajustes e/ou a qualificação do que já fazemos hoje. O Seminário proporcionou momentos de reflexão, discussões e o contato com diversas realidades. Durante o evento, aconteceram

palestras, trabalhos em grupos, confraternizações e visitas à Unisinos, em São Leopoldo, e aqui, ao Colégio Anchieta. O encontro no Anchieta ocorreu no dia 30 de agosto, iniciando no Auditório 1, onde foram organizadas 12 estações que apresentaram as práticas das áreas acadêmica e administrativa do Colégio. Os participantes puderam conhecer o Colégio Anchieta e seus projetos e dialogaram com os profissionais envolvidos nas áreas. Além disso, os visitantes participaram de uma Missa na Igreja da Ressurreição, celebrada pelo Diretor Geral, Pe. João Cláudio Rhoden, e depois assistiram a um espetáculo do Show Musical. Ao final, o momento de confraternização aconteceu no hall de entrada do Prédio A. A contribuição desse Seminário da RJE foi a possibilidade de ver que a concretização de um trabalho executado colaborativamente pela Rede é um resgate da tradição educativa da Companhia de Jesus. Ele também contemplou os princípios e valores que fazem parte do Projeto Educativo Comum, em sua organização e pressupostos e nas dimensões do processo educativo: curricular; organização, estrutura e recursos; clima institucional e relação com a família e com a comunidade. Nós nos sentimos inscritos em cada página desse documento.

No Seminário RJE, também foi lançado o Projeto de Formação Continuada, com duas modalidades: o curso de Especialização em Educação Jesuítica: Aprendizagem Integral, Sujeito e Contemporaneidade e o Mestrado em Gestão Escolar. O projeto é uma parceria entre a Rede Jesuíta de Educação, o Programa de Pós-graduação em Educação da Unisinos e os Colégios. NOVEMBRO DE 2016 |

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REDE JESUÍTA DE EDUCAÇÃO

ABRE-SE UMA CHAVE DE LEITURA QUE NOS DESAFIA... Um segundo ponto é perceber o que é “o mínimo comum” a todos os Colégios e a inquietação diante de novos desafios. A gratidão, a ousadia e as possibilidades, somadas ao desejo e ao querer, apontam para a perspectiva da Educação Jesuíta: formar pessoas conscientes, competentes, compassivas e comprometidas. Sempre respeitando as expectativas que carregamos e os desafios percebidos na prática, trabalhando com ânimo e fidelidade criativa, vivendo intensamente o presente, na perspectiva de futuro. O Seminário fortaleceu a missão educativa e proporcionou a reflexão pessoal e conjunta sobre a prática pedagógica que nos cabe desenvolver. Ao final do Seminário, voltando à prática, foi possível perceber que há uma conexão entre o contexto da Educação que oferecemos no Colégio e o sistema educacional no qual estamos inseridos, pela experiência de partilha e escuta permeada pela reflexão como gestores e educadores, pelo desejo de avaliar os processos de gestão e currículo, renovar a esperança com ações e novas perspectivas para a missão e a visão da Educação Jesuíta no Brasil. Assim, “abre-se uma chave de leitura que nos desafia a reorientar nossas práticas e buscar novos caminhos. Uma vez que os desafios do contexto atual são grandes, maior ainda deverão ser nossa coragem e esperança” (PEC nº 13). Agora é momento de profundar o documento do PEC a partir das orientações, inspirações e diretrizes, um convite e uma porta aberta para mudanças e inovações. Também, é momento de fortalecer os laços e renovar a alegria de nos encontrarmos, trocarmos experiências significativas e estreitarmos os laços com

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colegas dos colégios da Rede. Em especial, atuar na verdade e liberdade pela Educação Jesuíta, como proposta e prática, que deseja e quer continuar a marcar pela experiência efetiva e afetiva na vida dos seus profissionais, alunos e famílias. Acima de tudo, gratidão, primeiramente, a Deus e depois à RJE, que conta com a dedicação profissional de cada um para concretizar a missão, deixando a “chama” da partilha e a missão acesas em nossos corações! E, de modo muito especial, gratidão a cada um, pelo espaço de partilha dos projetos e pela dinâmica da visita aqui no Colégio Anchieta. A tarde do dia 30 de agosto, pela paixão e emoção, criatividade e dedicação, representou a marca anchietana. Apresentamos o que realmente somos e fazemos. O Colégio Anchieta é, verdadeiramente, um espaço favorável de ensino e aprendizagem, de convivência e um espaço de realização. Isso anima a caminhada e nos leva a uma busca constante de maior qualidade da nossa entrega, tendo no horizonte o magis. Todos perceberam o encantamento e a aprendizagem pela experiência e criatividade da proposta. Foi lindo! Muito obrigado a todos! O PEC nos convoca, enquanto Rede, a ter uma causa comum. Que o ideal e as experiências de Santo Inácio nos inspirem e orientem em nossa missão. Dário Schneider

DIRETOR ACADÊMICO

O Delegado para Educação Básica da Província Jesuíta do Brasil, Pe. Mário Sündermann, lança oficialmente o PEC no evento


JESUÍTAS QUE FIZERAM HISTÓRIA

PE. HENRIQUE ALOISIO PAUQUET (1907 - 1986) Por Pe. João Roque Röhr, S.J | Orientador Espiritual

Transcorridos 30 anos desde o falecimento do Pe. Pauquet, não convém que sua lembrança se apague da memória das gerações que o conheceram em vida, nem seja desconhecida pela atual e futura geração de anchietanos, que desfrutam do seu precioso legado sem sabê-lo. Millôr Fernandes, grande escritor e fraseologista, dizia que a memória de uma pessoa ou de uma instituição se preserva nos seus arquivos e relatórios, possibilitando a transmissão do conhecimento e da informação de geração em geração. Por essa razão, a Revista Anchieta apresenta a seus leitores os principais dados biográficos, prestando uma homenagem ao grande educador e missionário; e uma entrevista com o Professor Luiz Osvaldo Leite, profundo conhecedor do homenageado, pois foi seu aluno, seu amigo, seu discípulo e seu colega de trabalho por muitos anos.

BREVES DADOS BIOGRÁFICOS DO PE. PAUQUET Nasceu em Colônia (Köln Mülheim), na Alemanha, a 30 de agosto de 1907. Ingressou na Companhia de Jesus em Mittelsteine, a 26 de abril de 1927. Após o noviciado, cursou Filosofia no Colégio Santo Inácio, em Falkenburg, Holanda, de 1929 a 1932. Em seguida, fez o Magistério (estágio escolar), no Colégio São Luiz, em Bad Godesberg, de 1932 a 1935. Nesse mesmo ano, iniciou o estudo de Teologia em Falkenburg, na Holanda. Devido às ameaças do nazismo aos institutos religiosos, Pauquet veio com alguns outros jesuítas ao Brasil para continuar os estudos de Teologia no Seminário Central, em São Leopoldo. Desembarcou no porto de Santos (SP), no dia 11 de setembro de 1936. Foi ordenado sacerdote jesuíta em 31 de julho de 1938. Em 1940, fez a Terceira Provação, em Pareci Novo (RS), concluindo assim as etapas de formação na

Companhia de Jesus. Emitiu os votos solenes de professor no dia 15 de agosto de 1944. Em 1941, Pe. Pauquet foi destinado ao Colégio Anchieta, situado, na época, no centro de Porto Alegre, à Rua Duque de Caxias. Nesse estabelecimento, transcorreram seus dias ao longo de 45 anos. Aí dedicou todas as suas atividades em prol da educação da juventude como professor, diretor espiritual, pregador de retiros, diretor da Congregação Mariana e em outras funções. PE. JOÃO ROQUE RÖHR - A brevíssima biografia do Pe. Pauquet apenas o localiza no tempo e no espaço, sem revelar a grandeza de sua personalidade e a beleza da missão desempenhada por ele por tantos anos no Colégio Anchieta. Sucintamente, os dados mencionam que “ele dedicou todas as suas atividades em prol da juventude como professor, diretor espiritual, pregador de retiros, diretor da Congregação Mariana e em outras funções”. Que outras funções teriam sido essas? LUIZ OSVALDO LEITE - As funções registradas na biografia do Pe. Henrique Pauquet foram, para mim, a formação de líderes, o turismo educativo e o trabalho em favor da natureza. Explicarei essas atuações na última questão. JRR | O que fez o Pe. Pauquet em prol da educação da juventude? LL | Pauquet ficou famoso na cidade como “um construtor”, um “tocador de obras”. Certamente, destacou-se nesse aspecto como atestam suas obras. Mas essa é uma visão superficial da sua figura, não é o ponto central de sua atuação. Ele foi, acima de tudo, um educador de jovens. Em um primeiro momento, atuando nos velhos prédios da Rua Duque de Caxias, trabalhou diretamente com os jovens como Diretor Espiritual, hoje, Orientador Educacional,

AMEAÇAS DO NAZISMO Devido às ameaças do nazismo aos institutos religiosos, Pauquet veio com alguns outros jesuítas ao Brasil para continuar os estudos de Teologia no Seminário Central, em São Leopoldo.

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JESUÍTAS QUE FIZERAM HISTÓRIA

PROF. LUIZ OSVALDO LEITE FALA SOBRE PE. PAUQUET em contato permanente com a juventude, empolgando com seu carisma pessoal. Em um segundo momento, sua ação se fez sentir através de edificações materiais. Essas, entretanto, visavam à juventude. Eram fundamento para o trabalho educacional. Logo no início dos seus trabalhos, em meados dos anos 1940, construiu a Casa da Juventude, em Vila Oliva, à época Distrito de São Francisco de Paula. O nome da instituição diz tudo. A casa era da juventude. Era para a juventude. Visava às férias anuais dos alunos. Mais tarde, Pe. Pauquet construiu a Casa da Juventude do Morro do Sábia. Visava igualmente à juventude, ao fim de semana dos adolescentes anchietanos. Seu plano inicial incluía uma terceira casa: a Casa da Juventude da cidade, local onde o jovem passaria todo o dia, com atividades extraclasse, práticas esportivas, jogos de salão, biblioteca e espaços para estudos complementares, conferências, cursos e atividades religiosas. Essa casa não se concretizou, mas o Novo Colégio Anchieta a substituiu. JRR | Na função de professor, como era o Pe. Pauquet? LL | Fui aluno do dele no 3º ginasial. Regeu duas disciplinas: Religião e Francês. Em Religião, Pauquet seguia literalmente a obra de um sacerdote especializado em catequética: Mons. Alvaro Negromonte. Título do livro: “As fontes do Salvador”. A obra versava sobre os sete sacramentos. Sua figura dava brilho às preleções. Outra disciplina que ministrava foi o Francês. O seu sobrenome Pauquet apontava para língua de Pascal e Descartes. Achávamos que ele fosse francês. Até hoje, encontro colegas e ex-alunos que afirmam sua descendência gálica. Didaticamente, sua

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insistência era com os verbos irregulares em sua conjugação. Exigia um caderno com os verbos detalhados em seus tempos e modos. Esse caderno era revisado em todas as aulas. Se contivesse erros, ele rasgava as folhas de alto a baixo e exigia nova redação. Lia, também, textos de autores da literatura Francesa. Suas traduções ficaram famosas pelas expressões inusitadas que continham. Nunca esqueci algumas, como, por exemplo: “A caneta cuspia”. A disciplina na sala de aula era plena e total. Ninguém se atrevia a desvios de comportamentos. Pe. Pauquet impunha-se pelo seu físico, por sua voz tonitruante e por sua vigorosa personalidade. JRR - O que fazia como diretor espiritual? LL - Como diretor espiritual, objetivava formar jovens íntegros, de acordo com o modelo católico e com a espiritualidade da Companhia de Jesus. Enfatizava o desenvolvimento intelectual, o bom desempenho escolar, a disciplina pessoal, e a formação do caráter e a perfeição moral. Nessa última havia, talvez, preocupação demasiada com a sexualidade. O parâmetro teórico dessa educação eram os livros do húngaro Monsenhor Tihamer Toth. JRR | Como pregava retiros? LL | Como pregador de retiros, Pe. Pauquet era fiel aos Exercícios Espirituais de Santo Inácio em sua versão abreviada. Fixava-se na 1ª semana do retiro, com as meditações sobre a morte, o inferno e o pecado. Sua voz poderosa ainda soa nos meus ouvidos. À noite, apagava as luzes da Vila Manresa, acendia o lampião e vociferava: “Tu ainda achas que o pecado é uma ninharia?”. Muita gente dormia mal. Sei de alguns que, até hoje, têm pesadelos com as palestras do retiro. Pauquet dava ênfase menor às outras três semanas do retiro Inaciano. As meditações sobre a vida de Cristo terminavam com a via dolorosa: paixão e morte de Jesus. A ressurreição não era destacada suficientemente.

Pe. Pauquet impunhase pelo seu físico, por sua voz tonitruante e por sua vigorosa personalidade.

OBJETIVAVA FORMAR JOVENS ÍNTEGROS, DE ACORDO COM O MODELO CATÓLICO.


JESUÍTAS QUE FIZERAM HISTÓRIA

JRR | O que o distinguia como diretor da

Congregação Mariana? LL | Como Diretor da Congregação Mariana, ele se distinguia como orientador, que ultrapassava os limites de uma vivência meramente religiosa. Sua Congregação Mariana não era unicamente um sodalício piedoso. Fomentava os esportes, as excursões, o teatro e as leituras. A Congregação Mariana Nossa Senhora da Glória encenava peças teatrais no salão nobre do Colégio. Cite-se como exemplo Macbeth, escrito por William Shakespeare. A Congregação Mariana possuía uma biblioteca que abrigava inclusive obras não teológicas. Nela, comecei a ler as obras de Karl May e a coleção amarela da Editora Globo. JRR | Poderia descrever brevemente o modo de ser e de proceder do Pe. Pauquet nas outras funções que apontou na primeira questão? LL | O texto biográfico inicial registra, nas atividades do Pe. Pauquet, “outras funções”, mencionadas mas não especificadas. Registrarei algumas. Primeiro: Formação de Lideranças Pauquet foi um formador de líderes. O sistema de funcionamento da Casa da Juventude, com divisão em turmas, com um chefe e também com jovens responsáveis por setores como esporte, lazer, biblioteca e liturgia é exemplo de capacitação de líderes. Manuseando hoje a lista de alunos que frequentaram a Casa, constatamos quantos líderes dali saíram: Governadores do Estado, Deputados, Ministros, Secretários, Diretores de Empresas, Sacerdotes e Religiosos. Segundo: Incentivador do Turismo Educativo. Hoje, viajar tornou-se comum. A proliferação dos meios de locomoção facilitou os deslocamentos. Na década de 1940, não era assim. Pe. Pauquet promoveu viagens pela Europa, pela América do Sul e pelo Rio Grande do Sul, com grupos juvenis. Famosa tornou-se a excursão pela América do Sul – em ônibus do Colégio, o inesquecível “tartaruga”

– ocasião em que os estudantes visitaram o Uruguai, Argentina, Chile, Bolívia, Peru, Equador e Colômbia, por estradas quase inviáveis. Pauquet visitou a Europa no Ano Santo de 1950. No RS, foi pioneiro nas visitas ao Itaimbezinho, acompanhado do Pe. Balduíno Rambo, e nas idas às praias catarinenses, quando ninguém delas falava. Terceiro: Amante da Natureza e da Ecologia Pe. Pauquet sempre fomentou o amor e o respeito pela natureza, a árvore era sagrada. Em Vila Oliva, nos obrigava a plantar pinheiros. Não permitia o corte das plantas. Entre os seus auxiliares, incluía cientistas exímios como Pe. Balduíno Rambo, os Padres Pio Buck e Ernesto Maurmann, os quais vivenciavam valores ecológicos. JRR - Que lições podemos tirar da vida e da obra material e imaterial legada pelo Pe. Pauquet para as atuais e futuras gerações? LL - Muitas lições podemos tirar da vida do Pe. Pauquet. Vale a pena dedicar-se à Educação da Juventude, principalmente dos adolescentes. Para isso, impõe-se uma personalidade jovial, alegre, comunicativa e dinâmica, como foi a dele, para atrair e falar a linguagem dos jovens. Vale a pena descobrir nessa educação maneiras novas que saiam dos templos e penetrem no mundo, como foram as Casas da Juventude. Vale a pena formar lideranças jovens para atuarem na vida política, social, empresarial e religiosa, levando à humanidade as mensagens éticas do cristianismo. Lamentavelmente a vida e a obra gigantesca dele são pouco conhecidas. Revelando-as, que nos sirvam de modelo e incentivo. Obrigado, Padre Henrique Pauquet!

MUITAS LIÇÕES PODEMOS TIRAR DA VIDA DO PE. PAUQUET. NOVEMBRO DE 2016 |

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PROJETOS

APM e Rede de Pais produzem

CURTA-METRAGEM SOBRE OS PERIGOS DO ÁLCOOL Um alerta sobre os riscos do uso de álcool na infância e na adolescência: esse é o tema central do curta-metragem que vem sendo produzido pela Associação de Pais e Mestres (APM) em parceria com a Rede de Pais do Colégio Anchieta. Vários pais de alunos tornaram-se atores; outros, roteiristas, e há quem participou ainda da captação das imagens, todos engajados na produção de um material que será disponibilizado para todas as escolas do Brasil de forma gratuita.

A

ideia de produzir um curta-metragem surgiu em uma das reuniões do Fórum Permanente de Prevenção à Venda e ao Consumo de Bebidas Alcoólicas por Crianças e Adolescentes, que tem como objetivo desenvolver atividades de conscientização junto às famílias e escolas e adotar medidas de fiscalização por parte do Poder Público em relação à venda e uso de bebidas por crianças e adolescentes. Na ocasião, o produtor audiovisual Ricardo Fagundes exibiu o filme Cortex, e a Coordenadora do Serviço de Orientação Educacional do Colégio Anchieta, Isabel Tremarim, sugeriu a produção de um filme sobre a temática, destinado aos pais, já que há poucos materiais produzidos para esse público sobre o tema. Assim, desde agosto, um grupo de pais reúne-se semanalmente sob a coordenação de Fagundes para construir o filme, em regime de oficina, por meio do Projeto Cinema na Escola. As etapas incluem a instrução, o roteiro, iluminação, captação de imagens, figurino e interpretação, envolvendo os pais em todas as etapas. A trilha sonora será original, criada pelo Coordenador do Setor de Midiaeducação do Anchieta, José Francisco Flores. O curta-metragem deverá ter 20 a 23

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| REVISTA ANCHIETA

minutos de duração e será lançado no início do próximo ano letivo. A ideia é mostrar que os pais precisam conversar com seus filhos, mas também entre si sobre o problema do álcool na adolescência. “O curta pretende situar as pessoas na realidade atual do uso de álcool por crianças e adolescentes, alertando sobre os riscos e abordando alternativas para melhor conduzir essas situações, além de discutir a atual legislação, que criminaliza e responsabiliza quem vende ou oferece bebidas alcoólicas a menores de idade”, explica Isabel.

O CURTA PRETENDE SITUAR AS PESSOAS NA REALIDADE ATUAL... ALERTANDO SOBRE OS RISCOS E ABORDANDO ALTERNATIVAS PARA MELHOR CONDUZIR ESSAS SITUAÇÕES. Isabel Tremarim

COORDENADORA DO SERVIÇO DE ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

O curta será lançado no início do ano letivo de 2017 e contará com uma trilha sonora original


TECNOLOGIA

O INCRÍVEL MUNDO DOS CÓDIGOS: alunos do 4º Ano aprendem a programar em sala de aula Roteirista, artista, designer e programador. Você consegue imaginar uma criança de 9 ou 10 anos desempenhando esses papéis? Pois, nas aulas de Tecnologia e Arte Digital do 4º Ano, as crianças são desafiadas a desenvolver atividades que resultem em um jogo digital e, para isso, precisam desenvolver certas competências e habilidades.

H

oje, com o recurso do ensino computacional em sala de aula, a aprendizagem sobre tecnologias tornou-se muito mais interessante. E, com base no estudo realizado no 4º Ano sobre a formação do povo rio-grandense, por meio do Projeto Pelos Caminhos do Rio Grande do Sul, os alunos são convidados a planejar e programar um jogo envolvendo essa temática, possibilitando a construção coletiva do conhecimento e promovendo a criticidade e a autonomia. Um dos objetivos da aula da professora Joelene Lima é mostrar que cada um tem um papel importante na equipe. “Eles aprendem que existem diferentes habilidades de cada um dos integrantes de uma equipe de desenvolvedores de jogos digitais. Dessa forma, o trabalho em equipe, desde o planejamento do projeto, é um dos maiores aprendizados”, considera. O desenvolvimento do raciocínio lógico, o estímulo à criatividade e a solução de problemas também integram o rol de benefícios que o ensino da programação oportuniza. Mas, para dar início a essa aventura pelo mundo dos códigos, os alunos precisavam de um ponto de partida, e nada melhor que o exemplo para motivar essa turma. Alunos e professores do curso de Jogos Digitais da Unisinos promoveram uma série de palestras no Colégio, além de

convidarem as crianças para conhecerem o Atomic Rocket, laboratório de desenvolvimento de jogos digitais da Unisinos. Lá, os anchietanos puderam interagir com os recursos existentes e avaliaram o game Embarcando na Aventura: o Turismo e a História do Jogo Digital nas Missões, criado pelos universitários e cuja temática é a mesma estudada pelos alunos do 4º Ano.

PEDRO DEMARCO Turma 41

O que eu mais gosto é programar e dividir ideias, assim conseguimos aprender novas coisas para fazer novos jogos! E é fácil, o conceito é fácil e o programa é um dos melhores.

No Atomic Rocket, os anchietanos testam os jogos desenvolvidos pelos alunos da Unisinos.

NOVEMBRO DE 2016 |

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TECNOLOGIA

SCRATCH: AULAS UTILIZAM FERRAMENTA DESENVOLVIDA PELO MIT Planejar o jogo, desenhando cenários, personagens e objetos, e fazê-los movimentarem-se a partir de determinados comandos compõem as etapas de produção dos games. Com a ajuda do programa Scratch, os alunos dão vida às ideias que saíram do papel. O Scratch é uma ferramenta desenvolvida pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT), concebida especialmente para jovens entre 8 e 16 anos de idade, mas podendo ser usada por pessoas de todas as idades. Já é usado em mais de 150 países e está disponível em mais de 40 línguas. De acordo com o site da ferramenta, já são mais de 16 milhões de projetos realizados a partir do Scratch, compartilhados em todo o mundo. A partir da aprendizagem da programação, os alunos passam de consumidores para produtores da tecnologia e contam qual é o significado dessa experiência:

LAURA MOREIRA

GUSTAVO MARQUES

Turma 42

Turma 42

O que eu mais gosto é o Scratch. Acho um pouco difícil programar, porque às vezes confunde um pouco. Mas, com certeza, é a etapa que mais curto!

Eu gosto mais das imagens que criamos! Hoje estamos programando o Jogo das Missões, pois acabamos de estudar sobre esse assunto.

THEO MILETO

MARTIM MILIOLI

Turma 40 A

Eu acho muito legal porque podemos criar nosso próprio jogo e ainda deixar muita gente feliz com isso.

Turma 40 A

Nós passamos por todas as funções, mas eu acho muito legal programar.

#FICAADICA

Palestra de Mitch Resnick: Vamos ensinar as crianças a escrever códigos

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| REVISTA ANCHIETA

Curso de Jogos Digitais: Laboratório Atomic Rocket/Unisinos

Motivos para ensinar programação para crianças/A hora do código

Presidente Obama falando sobre programação

Notícias Anchietanas




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