Revista Anchieta - Agosto 2018

Page 1

ESPECIAL

Conheça a disciplina que trouxe o Design Thinking para as aulas do 6º e 7º Ano

REDE JESUÍTA DE EDUCAÇÃO

SQGE: saiba mais sobre os projetos de melhoria

PROJETOS

Magis Anchieta: evento terá uma versão para os pais

DESTAQUE

Semana Literária: relembre os 20 anos de história do evento



SUMÁRIO EXPEDIENTE

EDITORIAL

4

APM

5

DIRETOR-GERAL:

Pe. João Claudio Rhoden, SJ DIRETOR ACADÊMICO:

Dário Schneider

DIRETOR ADMINISTRATIVO:

Inácio Reinehr

REDAÇÃO/JORNALISTA RESPONSÁVEL:

Valéria Machado (MTB-RS 14.876)

ESPECIAL

16

Conexões Interdisciplinares

PROJETOS

27

MAGIS: De Filhos para Pais

7

PERFIL

REDAÇÃO:

Setor de Comunicação e Marketing do Colégio Anchieta CONSELHO EDITORIAL:

Pe. João Claudio Rhoden (Direção Geral), Marcia Schivitz (SOE), Dóris Trentini (SOP), Christiane Sisson (SOCE), Marcio Longhi (SOREP), Raquel Rocha (APM) REVISÃO:

Renato Deitos FOTOGRAFIAS:

ARTIGO

19

Meditação Inaciana na Escola

CAROLINA CIMENTI Aluna do Anchieta entre 1985 e 1995

Anderson Muniz - Clemente Design PRODUÇÃO GRÁFICA:

29

Homenagem ao benemérito engenheiro Nicolau Jorge Ache Waquil Homenagem ao eterno Pe. Janjão

Magis Produções, arquivos do Colégio e arquivos pessoais PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO:

MEMÓRIA

9

ARTIGO

ARTIGO

Um olhar da Rede Jesuíta de Educação sobre o Currículo

31

Bebendo da Fonte: das maravilhas da Criação aos Passos de Santo Inácio de Loyola

Cristina Guzinski

PRÉ-IMPRESSÃO E IMPRESSÃO:

Ideograf TIRAGEM:

4.000 exemplares

REDE JESUÍTA

CAPA:

DE EDUCAÇÃO

Conexões Interdisciplinares Foto: Magis Produções DESTAQUE O papel utilizado na REVISTA ANCHIETA ­possui certificação FSC, sistema internacionalmente reconhecido, que identifica, através de sua logomarca, produtos ­originados do bom manejo florestal. ACONTECE

A REVISTA ANCHIETA é um órgão oficial de divulgação do Colégio Anchieta.

CONTATOS www.colegioanchieta.g12.br

@ anchieta_comunicacao@colegioanchieta.g12.br facebook.com/colegioanchietapoa Twitter: @AnchietaPoaRS instagram.com/colegioanchietapoa anchietapoa (51) 3382.6000

20

Semana Literária completa duas décadas

11

POR DENTRO DA SALA DE AULA

23

32


EDITORIAL

Pe. João Claudio Rhoden

Mais um número da REVISTA ANCHIETA chega aos seus leitores: pais, famílias, educadores, antigos alunos e amigos. Ao saudar a todos e a todas, desejo que tenham, mais uma vez, a oportunidade de reconhecer-se parceiros do esforço comum na busca constante de formação integral dos alunos, seus filhos. Nesta edição da revista, de número 33, além de aspectos próprios do cotidiano da vida escolar do Colégio, como informações, homenagens, eventos, entrevistas, artigos, projetos, atividades complementares etc., os leitores encontrão reflexões e práticas pedagógicas inovadoras, decorrência da atualização permanente do processo de ensino e aprendizagem e do protagonismo dos alunos.

DIRETOR-GERAL

Esse processo reafirma a continuidade da longa e bonita história de 129 anos do Colégio Anchieta, a completar-se no dia 13 de janeiro de 2019. Marco que nos convida a elevar nossa ação de graças a Deus pelos muitos frutos que permitiu aos milhares de alunos e dirigir um profundo agradecimento a todos e todas que colaboraram na construção dessa bonita história. Um sinal eloquente da soma de esforços, de dedicação, de amor, de sacrifícios e de esperança dos educadores, famílias, jesuítas e amigos. Sem essa presença e sinergia, com certeza, a história do Colégio Anchieta teria capítulos incompletos e outros nem escritos. O Colégio Anchieta, sem acomodar-se aos louros do passado, encontra nessa história sempre nova energia e novo Quanto melhores entusiasmo para honrar a missão que recebeu da Companhia de Jesus: a forem as relações formação de crianças, adolescentes e entre família e jovens. Eles são a sua razão primeira, a educação de qualidade sua escola e quanto epermanente meta. Por isso, todas mais sejam as pessoas envolvidas no processo parceiras e educativo do Colégio, as questões didático-pedagógicas, as relações corresponsáveis humanas, as instalações do campus, pela missão de os processos, as normas e as vivências só têm sentido enquanto servem educar, resultados à realização da missão, resumida mais significativos numa expressão muito grata aos como: formar homens e serão alcançados... jesuítas mulheres para e com os outros. Hoje, também traduzida como: formar homens e mulheres conscientes, competentes, compassivos e comprometidos. A alegria dos colégios jesuítas realiza-se ao encontrar seus Antigos Alunos, quando adultos e inseridos no mundo social, cultural, familiar, religioso, econômico e político,

4

| REVISTA ANCHIETA

capazes de dar um pouco de si para os outros e, assim, colaborar na construção de uma sociedade mais humana, justa e solidária. Segundo o Evangelho, “ser sal da terra e luz do mundo”. Numa sociedade com a estrutura familiar fragilizada, a presença negativa dos meios de comunicação social, a perda de valores e a pouca valorização tornaram o processo educativo, sobretudo na educação básica – fundamental e média – uma tarefa complexa e desafiadora. Nesse contexto, quanto melhores forem as relações entre família e escola e quanto mais sejam parceiras e corresponsáveis pela missão de educar, resultados mais significativos serão alcançados, realizando-se a afirmação, amplamente conhecida: “Um sonho começa a tornar-se realidade quando um grupo de pessoas tem o mesmo sonho”. Que a leitura desta edição da Revista Anchieta, ao revelar um leque de atividades do cotidiano da vida escolar hoje, fortaleça os laços que unem escola e família e renove, em todos nós, educadores e famílias, o sentimento de pertença e de compromisso com a formação de qualidade dos nossos estudantes e filhos. Segundo o projeto educativo dos colégios jesuítas, somos todos – professores, alunos, famílias, profissionais não docentes – chamados a participar, de diferentes formas e lugares, dessa importante tarefa. Por fim, cabe ao Colégio Anchieta olhar com esperança para o futuro e reafirmar com determinação seu compromisso com a formação integral de qualidade, nas dimensões cognitiva, socioafetiva e espiritual religiosa, iluminada pelos valores humanos e cristãos. A todos e todas, desejo uma boa leitura.


APM

PAIS, VENHAM PARA O COLÉGIO!

Projetos da APM fortalecem vínculos entre as famílias ao longo do ano Todo início de ano letivo, pensamos carinhosamente na acolhida das famílias e na produção do vídeo institucional da APM. Afinal, estamos todos aqui porque entendemos a importância da nossa participação no ambiente escolar, o que nos dá o verdadeiro sentido de pertencimento!

U

m dos primeiros projetos do ano foi a quarta edição do Brechó Solidário, que aconteceu no mês de março e beneficiou o Educandário São João Batista. Com a doação de roupas, realizada ao longo do ano pelos pais, organizamos e selecionamos as melhores peças para serem vendidas, revertendo o valor arrecadado para as melhorias necessárias. As demais roupas são destinadas a doação. E não paramos por aqui.... Ainda teremos o Família Anchietana Solidária, momento em que as famílias vão ao encontro das instituições atendidas pelo Colégio, e o projeto “Noite Feliz para Todos”, proporcionando presentes e ceia na noite de Natal para famílias carentes. Todas essas ações vão ao encontro da filosofia jesuíta, algo que está muito presente na vivência dos nossos filhos. E, como pais, participar disso fortalece ainda mais os vínculos entre a família e a escola. “Em tudo amar e servir.” Valorizando a vivência da Espiritualidade, a APM participa da Missa da Família Anchietana, que acontece no primeiro domingo de cada mês, quando as crianças desenvolvem atividades lúdicas com o tema da Missa durante a “Hora das Ovelhinhas”. Além disso, os encontros do grupo da Espiritualidade são quinzenais e acontecem nas quintas-feiras na sede da APM. Todos estão convidados a participar! Ainda no primeiro semestre aconteceu aqui no Anchieta o encontro das APPs. Neste ano, recebemos os Colégios Medianeira e Catarinense para integração através do esporte. Os pais que participam dos Sábados

Esportivos integraram as equipes nas mais variadas modalidades. E o encontro encerrou-se com um jantar e a entrega das premiações aos competidores. Durante o dia, enquanto as equipes competiam, as diretorias da APM e das APPs se reuniram para trocar experiências. Dentro da nossa agenda de eventos, que também contempla o Bazar das Mães, a Festa Junina e o Bazar de Natal, um dos momentos mais esperados é a festa “Embalos de Sábado à Noite”, que já tem data marcada! Agendem-se para o dia 15 de setembro! E não podemos deixar de mencionar a importância da Rede de Pais. É através dela que realizamos um dos principais objetivos da APM: gerar um efetivo envolvimento das famílias a fim de criar uma rede de proteção aos nossos filhos. Além disso, no Ministério Público, participamos das reuniões do Fórum de Prevenção ao Uso de Álcool e Drogas por Crianças e Adolescentes. E com esse foco, no ano passado, entregamos o filme Art. 243 e a campanha “Eu me comprometo” em parceria com as demais escolas das redes pública e particular. Para 2018, o nosso novo desafio é o projeto Magis para Pais, que está sendo preparado em conjunto com o Serviço de Orientação Educacional do Colégio Anchieta. Os encontros de famílias do Ensino Fundamental I no Morro do Sabiá têm sido mais um dos momentos de convivência promovidos pela APM. E os encontros da “Família Anchietana no Esporte” acontecem durante todo o ano, no primeiro e no terceiro sábados do mês, e são abertos a todos os pais de alunos, professores e funcionários. Vale lembrar: a nossa sede fica na entrada do Portão 3 e está sempre de portas abertas! As reuniões com pais representantes de turma e referências de série acontecem na última quarta-feira do mês. E todas as quartas-feiras, das 18h às 20h, rola aquele chimarrão com um bate-papo bem descontraído. É uma ótima oportunidade para as famílias conhecerem melhor os projetos que acontecem por aqui.

E, como pais, participar disso fortalece ainda mais os vínculos entre a família e a escola. “Em tudo amar e servir.”

Denise Golder

PRESIDENTE DA APM AGOSTO DE 2018 |

5


COMUNIDADE EDUCATIVA

O PROTAGONISMO DOS LEIGOS NA IGREJA E NA SOCIEDADE Com o objetivo de promover a vocação do leigo e da leiga na Igreja e sua missão na sociedade, a Igreja do Brasil está celebrando o Ano do Laicato, com início na solenidade de Cristo Rei, no dia 26 de novembro de 2017, e com o encerramento no dia 25 de novembro de 2018. A partir do Concílio Vaticano II (1962 a 1965), como nos mostra o documento conciliar “Apostolicam Actuositatem”– sobre o Apostolado dos Leigos – iniciou-se uma chamada histórica em relação ao protagonismo dos leigos e leigas. O documento reconhece, no proêmio, que o Concílio voltou-se para os cristãos leigos ao afirmar que a presença deles é absolutamente necessária à missão da Igreja: “Pois o apostolado dos leigos, derivando da sua mesma vocação cristã, não poderá jamais faltar na Igreja”. Nessa perspectiva, na comemoração do 25º aniversário da conclusão do Concílio Vaticano II foi publicada a Exortação Christifidelis Laici do Papa João Paulo II (1989). Pelo mesmo motivo, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou o documento “Sínodo dos Bispos do Brasil sobre os Leigos”. O Papa Francisco, por ocasião da celebração do Ano do Laicato, em carta dirigida à Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), anima os leigos e leigas a sentirem-se verdadeiramente protagonistas da “Nova Saída Missionária” que Deus pede à Igreja. Para o Papa, “nesse momento particular da história do Brasil, é preciso que os cristãos assumam sua responsabilidade de ser o fermento de uma sociedade renovada, onde a corrupção e a desigualdade deem lugar à justiça e à solidariedade”. O Ano do Laicato representa, por isso, uma oportunidade privilegiada para promover maior compreensão da vocação do leigo e da leiga na Igreja e na sociedade, além de reconhecer a dignidade dessa vocação e fomentar a organização do laicato. Nessa perspectiva, o Papa Francisco pede que é preciso levar a uma revisão as estruturas de formação do laicato, em vista de uma formação qualificada em todos os níveis. No Brasil, a presença dos leigos e leigas na ação evangelizadora fortaleceu-se com a criação do Conselho

Nacional do Laicato do Brasil (CNLB), bem como de conselhos regionais e nas dioceses. Sua presença, em diversos organismos da Igreja, mostra importante abertura para um trabalho em comunhão. Segundo a presidente do Conselho Nacional do Laicato no Brasil, nota-se um número crescente de leigos e leigas atuando em diversas pastorais, como ministérios em teologia, da palavra, na liturgia, em espiritualidade, na reflexão bíblica, nas pequenas comunidades, nas comunidades eclesiais de base, em atendimentos e formação de outros leigos etc. Essa presença também confirma a existência de maior avanço e abertura entre presbíteros e leigos, o que oportuniza a estes serem mais atuantes na vida da comunidade. É importante ressaltar os sinais de esperança que o Papa Francisco depositou nos cristãos leigos e leigas como protagonistas da nova evangelização. Por isso, o Ano do Laicato tem a preocupação de ocupar os espaços que são, de direito, dos leigos para a transformação da sociedade, como reforça o presidente da Comissão do Laicato da CNBB: “Os cristãos leigos e leigas devem ser sal e luz do mundo, na sociedade. Devem purificar os mecanismos da sociedade que nós temos, de modo que a graça do batismo seja, de fato, o sacramento que transforma, que ilumina”. A celebração do Ano do Laicato, além de promover a compreensão da vocação dos leigos e leigas, reconhece a dignidade dessa vocação, fomenta sua organização e recorda a todos que somos chamados a viver como discípulas e discípulos missionários no dia a dia da nossa vida. Em decorrência desse chamado, os cristãos leigos, a partir da sua vocação específica, vivem o seguimento de Jesus na família, na comunidade, no trabalho, colaborando na construção de uma sociedade justa, solidária e pacífica, que seja sinal do reino de Deus. Para o Papa Francisco, “ninguém melhor que os leigos e as leigas podem desempenhar a tarefa essencial de inscrever a lei divina na vida da sociedade terrena”. Pe. João Claudio Rhoden Diretor-Geral

INTEGRAÇÃO DOS ALUNOS É A META DO GEA 2018/2019 Este ano, a ideia principal do Grêmio Estudantil do Anchieta é integrar os alunos desde o 6º Ano até a 3ª Série do Ensino Médio. Queremos que todos se sintam parte do nosso grupo e possam recorrer a qualquer um de nós sempre que necessário. Focamos em continuar alguns projetos que já ocorreram e fizeram sucesso como o Dia dos Namorados (que já aconteceu no mês de junho), o Festival Interno da Canção Anchietana, a Taça GEA e a realização do TRI e da carteirinha do estudante. Temos, também, alguns novos projetos em mente que 6

| REVISTA ANCHIETA

estão sendo discutidos e elaborados. Pretendemos fazer pesquisas de satisfação com os alunos de todas as séries, para que todos sejam ouvidos. E queremos realizar uma comemoração para o Dia do Estudante. Estaremos abertos para sugestões durante toda a nossa gestão e estamos muito felizes de poder tornar o colégio um ambiente cada vez mais agradável, onde todos possam se identificar. Gestão GEA 2018/2019


PERFIL ANCHIETANO

CAROLINA CIMENTI Aluna do Anchieta entre 1985 e 1995 Na bagagem, uma série de coberturas jornalísticas, algumas passagens inusitadas e até mesmo engraçadas. A repórter Carolina Cimenti é hoje correspondente internacional da GloboNews, mas foi no Anchieta que teve suas primeiras experiências no jornalismo ao editar o jornal do GEA. Foi aqui também que ela protagonizou diversas histórias, foi líder, odiou a Matemática e fez amigos para toda a vida.

O que eu mais lembro do Anchieta é o espaço. O slogan da escola era “educando para a liberdade”.

REVISTA ANCHIETA | Em que período

RA | De que locais mais

estudaste no Anchieta?

gostavas? CC | O meu cantinho preferido eu não posso contar, é segredo, mas a escadaria e aquele espaço na frente da Igreja, cheio de árvores, e a vista para o campo sempre me davam dimensão dos espaços, do caminho, do tempo. Foi ali que eu tirei as fotos de despedida do Anchieta, depois da formatura. RA | E as tuas disciplinas favoritas? CC | Português. História. Português. História. Português. História. Tá bom, tá bom... Geografia é útil também.

CAROLINA CIMENTI | Estudei no

Anchieta da 1ª Série do Primeiro Grau (como se chamava) até o fim da escola. Terminei o 3º Ano do Segundo Grau em 1995. No século passado, credo! RA | Quais são tuas principais lembranças

do Colégio? CC | Lembro muito de alguns professores, que me marcaram muito. Clarice, a minha primeira professora, que me alfabetizou, foi importante. Ela saiu no meio do ano letivo da 2ª Série para seguir carreira como advogada em um escritório. Eu acho que levei muitos anos para entender, mas isso me marcou: então podemos mudar de caminho no meio da estrada? Sim! Sempre! Os professores de Português em geral eram meus preferidos (acho que sempre tive uma ligação forte com a palavra), mas tenho que confessar que, depois de odiar Matemática por muitos e muitos anos, acabei cultivando um carinho enorme pelo saudoso Demétrio, que insistia pacientemente em ensinar álgebra e essas coisas todas tão misteriosas com números até mesmo para gente como eu. O que eu mais lembro do Anchieta é o espaço. O slogan da escola era “educando para a liberdade”. Eu achava aquilo lindo. E os espaços físicos da escola eram assim mesmo, muito livres. Foi muito útil aprender logo cedo a lidar com a liberdade.

Carol relembra com carinho dos colegas, seus amigos mais antigos.

AGOSTO DE 2018 |

7


PERFIL ANCHIETANO

O Anchieta tinha muita ênfase nas matérias humanas, e eu achava isso absolutamente espetacular. RA | Ainda mantém contato

com ­ex-colegas? Quais? CC | Sim, com muitos. São meus amigos mais antigos. Laura Futuro. Fernanda Caldas. André Serpa. Roberta Wagner. Caroline Chang. Janaina Fischer. Rafael Wagner. São muitos. RA | O Colégio influenciou na tua ­escolha profissional de alguma forma? CC | Acho que sim. O Anchieta tinha muita ênfase nas matérias humanas, e eu achava isso absolutamente espetacular. As longas e descritivas aulas de história da Rejane estão vivas na minha memória ainda hoje. E eu e um grupo querido de amigos e amigas lançamos o jornal do GEA, o Contápátupatucontápatuagalera. Foi minha primeira experiência escrevendo para ser lida. E editando. E fazendo reunião de pauta. E lidando com uma equipe. Éramos muito sérias, viu? Dava briga e tudo. 8

| REVISTA ANCHIETA

RA | Há histórias peculiares? CC | Claro que sim. Por algum motivo

que até hoje eu desconheço, na 8ª Série decidiram me mudar de turma. Foi um trauma no momento em que eu descobri, no primeiro dia de aula. Chorei. Reclamei. Pedi. Briguei. Achei injusto. Mas acabei tendo que aceitar a mudança. No fim das contas foi ótimo. Fiz mais amigos. Descobri-me uma líder de turma, e no fim do ano fui eleita presidente do GEA.

DEIXA UMA MENSAGEM PARA NOSSOS ALUNOS.

Não se concentrem demais no objetivo final (na minha época era passar no vestibular): vivam cada dia, cada aula, cada recreio. Tudo, tudo, tudo vai dar pé. Carolina Cimenti

Com a troca de turma na então 8ª Série, Carolina fez ainda mais amigos.


ARTIGO

UM OLHAR DA REDE JESUÍTA DE EDUCAÇÃO SOBRE O CURRÍCULO Dário Schneider | Diretor Acadêmico

A Educação atual, em meio a desafios e contradições, oferece um cenário de oportunidades e tendências que ultrapassam os propósitos políticos e os horizontes institucionais carregados de intencionalidade. Somam-se à prática educativa a capacidade humana, o conhecimento, as estratégias inovadoras e a aplicação de recursos com equidade. Nessa perspectiva, a Rede Jesuíta de Educação (RJE), da Província dos Jesuítas do Brasil (BRA), consciente desse cenário complexo, busca o diálogo e o trabalho colaborativo. Ao mesmo tempo, reafirma as premissas da identidade inaciana e do trabalho em rede, a partir das orientações do Projeto Educativo Comum (PEC), atualizando a gestão e o fazer pedagógicos com perspectivas de desenvolver a Educação Integral.

D

iante desse horizonte de missão assumido pela Companhia de Jesus, desde a sua criação, a educação oferecida pelo Colégio Anchieta compreende que a mudança e a inovação se constroem com base na “fidelidade criativa” aos seus princípios e propósitos, pela articulação com o sistema educacional brasileiro, a que o Colégio está vinculado, atento às diretrizes do PEC. A RJE deseja aprofundar as experiências significativas e inovadoras, implantando fóruns permanentes de estudo, reflexão e diálogo sobre Currículo: concepção e inovação, lançando um novo olhar sobre o fazer pedagógico. Com isso, pretende-se olhar para o que se está ensinando para nossos alunos, que sentido tudo isso faz na vida de cada um. O que se ensina? Como se ensina? Para que se ensina? A partir das premissas da Educação Jesuíta de qualidade, eficácia e compromisso com a Educação Integral, alinhadas às metas do Plano Nacional de Educação, que referem a Educação como prioridade nas dimensões política, cultural, social e religiosa, queremos poder ir além do que a Base Nacional Curricular Comum apresenta. Ainda que, em seu processo histórico, perceba-se que as políticas públicas carecem de

continuidade para garantir legitimidade, pela sua função social, com investimentos efetivos em gestão, recursos e análise dos resultados para acompanhamento. Além da análise dos documentos do sistema educacional brasileiro, os colégios jesuítas também são pautados pelos documentos próprios institucionais, especialmente a “Ratio Studiorum: código pedagógico da Companhia de Jesus”, a alocução do Pe. Arrupe sobre “Nossos Colégios Hoje e Amanhã”, as “Características da Educação Jesuíta”, a “Pedagogia Inaciana: uma proposta prática”, e, mais recentemente, pelo “Projeto Educativo Comum”. A análise e o cruzamento dos conteúdos desses documentos nos apontam para que no processo educativo do século XXI nossa gestão educacional tenha três imperativos básicos: descontinuar, qualificar e inovar, o que exige investimento para desenvolver a liderança dos gestores, pensando em estratégias inovadoras a curto, médio e longo prazos. Trata-se de aplicar os cinco passos do Paradigma Inaciano: leitura de contexto, reflexão, experiência, ação e avaliação, acompanhados da identidade inaciana, e que a prática seja coerente com nosso modo de ser e proceder. O caminho da aprendizagem é longo e não podemos cair na tentação do imediatismo. Desse modo, o Colégio

O desafio dos docentes é saber consolidar a memória dos alunos para a sua evocação permanente. Anchieta vem fazendo um profundo processo de autoavaliação, através do Sistema de Qualidade e Gestão Escolar (FLACSI), nos âmbitos: pedagógico curricular, organização, estrutura e recursos; clima escolar; e família e comunidade. O sistema objetiva um ciclo: avaliar, refletir e desenhar projetos de melhoria para qualificar o serviço educacional e a possibilidade do

TUDO ISSO SE CONCRETIZA POR MEIOS DOS PROJETOS DE MELHORIAS ASSUMIDOS PELO COLÉGIO 2018/2019:

1 Ressignificação do projeto pedagógico;

2 Acompanhamento das atividades docentes;

3 Desenho e aplicação de

instrumentos que avaliem os níveis de satisfação da comunidade.

AGOSTO DE 2018 |

9


ARTIGO

exercício da cidadania e da solidariedade. No horizonte, sempre com a pergunta: o que somos e o que fazemos está em sintonia com a educação integral a que somos chamados a desenvolver? A partir da definição dos projetos, toda a comunidade educativa está participando do processo de desenvolvimento, uma etapa relevante que exige liberdade, reflexão crítica e dedicação das pessoas responsáveis para garantir a implementação. Vale lembrar que as melhorias têm como foco a Educação Integral. A partir desse processo, jesuítas e leigos, famílias e alunos são chamados a dar sentido à missão do apostolado educativo da Companhia de Jesus, atualizando sua prática e mobilizando as metas e os objetivos comuns. Ou seja, no Colégio Anchieta, os princípios e valores de gestão e fazer pedagógicos devem estar alinhados à qualidade contextualizada, à formação integral, ao compromisso com a excelência e o exercício da solidariedade, o que dá sentido de comunidade educativa. Trata-se do exercício da liderança inaciana ativada como eixo temático que constitui e mantém vivo o legado da tradição jesuíta, pela colaboração entre jesuítas e leigos no trabalho em rede. A sinergia e a dinâmica da Rede contribuem para o fortalecimento da comunidade educativa de cada Colégio. Na Rede, constituem-se espaços de diálogo e processos de formação que inspiram e iluminam gestores e educadores a pensar, desenvolver e validar a melhoria contínua. Os fóruns de

10

| REVISTA ANCHIETA

discussão, os projetos de formação e trabalhos de caráter colaborativo, atenção aos novos tempos, de modo que a inovação seja expressão dos princípios e valores inacianos e as tendências que configuram a nossa identidade institucional e prática, a serviço da Educação. Efetivamente, estamos desenvolvendo a liderança estratégica, articulando processos pedagógicos, ações educativas com foco na aprendizagem como forma de potencializar a gestão para atender a qualidade e validar as estratégias inovadoras. Diante desse cenário macro, localmente, estamos dando prioridade ao tema Currículo: concepção e inovação, a partir da tematização da prática, a fim

Representantes de diversos Colégios da RJE participaram do Seminário sobre Currículo no Colégio Loyola.

de implementar a inovação pedagógica, em que a estrutura física, os meios tecnológicos e a gestão dialoguem com as dimensões do PEC. O Colégio Anchieta ensina a pensar e preparar o futuro, estimula habilidades e competências, ensina nas dimensões cognitiva, socioemocional e espiritual-religiosa, como horizonte de vida. De fato, estamos comprometidos com a formação da pessoa toda para toda a vida, na qual as visões de mundo, de sociedade e de pessoa são tematizadas. E o currículo é entendido como o ethos, no qual realizamos a finalidade que declaramos: excelência na educação de pessoas conscientes, competentes, compassivas e comprometidas. Assim, damos razão ao que somos como Educação Jesuíta, articulação como Rede, e cada Colégio, pela sua capacidade humana, estrutura física e organização, pode continuar a ensinar a pensar, olhando com esperança para o futuro da educação, aprendendo e ensinando com nossos alunos, famílias, todos empenhados por uma Educação de qualidade.


ACONTECE

COLÉGIO ANCHIETA É A MARCA PREFERIDA NA CATEGORIA ENSINO MÉDIO DO MARCAS DE QUEM DECIDE

Em 2018, a pesquisa realizada pelo Jornal do Comércio em parceria com a Qualidata completou 20 anos. No mês de março, o Colégio Anchieta conquistou a marca preferida na categoria Ensino Médio do 20º Marcas de Quem Decide. A cerimônia aconteceu no Teatro do Sesi, na Fiergs, e o Diretor Administrativo do Colégio, Inácio Reinehr, representou a instituição. Neste ano, o Anchieta alcançou 14,7% da preferência em relação às demais instituições de ensino em todo o Rio Grande do Sul, concorrendo, inclusive, com redes de escolas. Essa diferença aumenta para 34,2% se considerado o contexto de Porto Alegre, e atinge 25,4% em Porto Alegre e Região Metropolitana. Na lembrança, apesar de figurar em segundo lugar no Rio Grande do Sul, em Porto Alegre alcança 26,3% e em Porto Alegre e Região Metropolitana atinge 20,2%. A partir da leitura dos dados no contexto da Capital e Região Metropolitana, observa-se a liderança na lembrança e na preferência, fato que ocorre há sete anos consecutivos. Há duas décadas, o Marcas de Quem Decide destaca marcas gaúchas em diversos setores da economia. A pesquisa, que avalia os níveis de lembrança e preferência, é feita pela Qualidata Pesquisas e Informações Estratégicas em parceria com o Jornal do Comércio. Nesta edição, 455 pessoas de 47 municípios participaram, das quais 89% são gestoras de negócios em cargos de direção e 51% são proprietários ou sócios de empresas.

SÃO JOSÉ DE ANCHIETA É HOMENAGEADO PELOS ANCHIETANOS

O dia 9 de junho é especial para a comunidade anchietana: é o dia de São José de Anchieta, patrono do Colégio. Para homenagear e relembrar a história desse que dedicou sua vida à educação, alunos e colaboradores acadêmicos e administrativos participaram de diversas celebrações. Foram encenações sobre a vida do santo, Missas, exposições e diversas atividades organizadas pelo SOREP.

IGREJA DA RESSURREIÇÃO REABRE À COMUNIDADE

No dia 12 de maio, a Igreja da Ressurreição foi reaberta à comunidade após um período de obras de revitalização. A Missa cantada em homenagem às mães, celebrada na ocasião, contou com a participação especial do Coral do Show Musical Anchieta. Com um novo projeto arquitetônico, o altar foi renovado e conta com a imagem de Jesus Cristo ressuscitado, uma alusão ao próprio nome da igreja. As obras realizadas visaram ainda à qualificação do espaço, incluindo a implantação de um sistema de climatização que possibilitará um maior conforto térmico no ambiente, além da construção de mais salas para as atividades de formação complementar. Além disso, houve a atualização do Presbitério. AGOSTO DE 2018 |

11


ACONTECE

MÃES SÃO HOMENAGEADAS DURANTE O MÊS DE MAIO

Todos os anos, as equipes de Anos/Séries junto com os alunos preparam lindas homenagens para celebrar a passagem do Dia das Mães. Neste ano, teve café da manhã, ginástica, atividades manuais, apresentações artísticas, entre outras formas de expressar o amor e a gratidão. Você pode conferir todas as homenagens em facebook.com/colegioanchietapoa. Confira alguns cliques desses momentos tão especiais!

GRÊMIO ESTUDANTIL ANCHIETA PROMOVE FICA 2018

Há quase 40 anos, o Festival Interno da Canção Anchietana (FICA) revela diversos talentos musicais. Daqui saíram nomes como Armandinho, Humberto Gessinger e Mano Changes, entre outros. Em 2018, o Grêmio Estudantil Anchieta trabalhou bastante para proporcionar um grande festival para o público, e o resultado foi um evento bem organizado e com muita música boa. Confira as bandas que participaram: §§ Red Anarchy §§ JV Hendrix Experience §§ Sand Totem §§ Fumaça Urbana §§ Ninho de Rato

§§ Expresso 21 §§ Saída §§ Sete37 §§ The Cheers §§ Juliana Azevedo

VÍDEO DE ANCHIETANOS É FINALISTA EM CONCURSO INTERNACIONAL

Assista ao vídeo:

12

| REVISTA ANCHIETA

“Qual o futuro que você quer deixar para os seus filhos?” é uma reflexão sobre a produção de lixo no Brasil e seu impacto no meio ambiente para as futuras gerações. O vídeo, finalista do BGreen Ecological Film Festival, foi produzido por quatro alunos da turma 205 do Colégio Anchieta – Roberto Jacob Kerber Neto, Fernando Dreckmann Picoral, Bernardo Kaufmann e João Pedro Santos Seia. O vídeo dos anchietanos foi o único finalista brasileiro entre os outros colégios jesuítas e foi selecionado com base em um conjunto de critérios presentes no regulamento, como criatividade, originalidade, inovação, impacto social e ambiental, entre outros. Todos os finalistas foram convidados a participar da grande final no dia 8 de junho, em Santo Tirso, Portugal. Os vídeos finalistas concorrem nas categorias Grande Prêmio BGreen, BGreen Júnior, Menção Honrosa, Melhor making of e Prêmio do público.


ACONTECE

CAMPANHA DA FRATERNIDADE 2018 INSPIRA DIVERSAS ATIVIDADES DURANTE O SEMESTRE Fraternidade e Superação da Violência, tema escolhido para a Campanha da Fraternidade 2018, norteou diversas atividades durante o semestre. Em abril, os alunos do 8º e do 9º Anos organizaram a Exposição Superação da Violência e Cultura da Paz, com o objetivo de impactar e mobilizar a comunidade educativa sobre o tema. A partir de experiências sensoriais, desenho, pintura, mostra de fotografias, som, música, imagem e teatro, os alunos criaram ambientes em que os participantes podiam interagir e refletir sobre o tema. A palestra Sobreviventes também integrou a programação de atividades relacionadas à temática trabalhada. Os sobreviventes do Holocausto Bernard Kats, Curtis Stanton e Johannes Melis contaram aos alunos do 8º Ano suas experiências durante a Segunda Guerra Mundial, dando uma verdadeira aula sobre história e direitos humanos. A atividade, mediada pela historiadora e professora Ieda Gutfreind, é uma iniciativa das Lojas B’nai B’rith do Rio Grande do Sul e do Instituto Cultural Judaico Marc Chagall com o objetivo de promover debates sobre direitos humanos e respeito à diversidade étnica, cultural, religiosa e social. Outra atividade que também incluiu a temática da superação da violência foi a palestra A Realidade do Sistema Prisional Brasileiro e Gaúcho: para onde estamos

caminhando? Direcionada aos alunos da 1ª Série do Ensino Médio, a palestra foi ministrada pela Defensora Pública e Doutoranda no assunto Mariana Py Muniz Capellari, que trouxe diversos aspectos e exemplos do que acontece nos presídios do Brasil e principalmente de Porto Alegre. Mariana apresentou um panorama geral com dados e muitas imagens dos locais, o que preparou os alunos para debaterem o assunto após assistir ao documentário Central.

Distribuídas em diversas salas, as atividades propiciaram vivências diferentes aos alunos.

Cartaz da Campanha da Fraternidade de 2018.

Os alunos do 9º Ano foram os responsáveis pela organização de toda a exposição.

AGOSTO DE 2018 |

13


ACONTECE

MIGRANTES CONTAM SUAS HISTÓRIAS DE VIDA AOS ALUNOS DO ENSINO MÉDIO

No dia 3 de maio, os alunos da 2ª Série do Ensino Médio conheceram histórias de migrantes como a do haitiano Jacquenel Evariste e da venezuelana Anitza Guayapero. Eles saíram de seus países em busca de melhores oportunidades para si e sua família, enfrentaram barreiras culturais e idiomáticas, mas não desistiram de ter uma vida melhor. Na ocasião, o Pe. Gustot Lucien também conversou com os alunos sobre essa realidade e falou sobre seu trabalho à frente do Centro ítalo-Brasileiro de Assistência e Instrução às Migrações (CIBAI) e da Pastoral da Mobilidade Urbana. O CIBAI presta apoio a migrantes, com doação de roupas e alimentos, bem como oferecendo aulas de Língua Portuguesa aos estrangeiros e auxílio na emissão de documentos. Projeto We are all immigrants: em busca da formação integral dos alunos Ao estudar o tema nas aulas de Língua Inglesa, nível Upper-Intermediate, a reflexão foi ampliada a partir do Projeto We are all immigrants, idealizado pelas professoras da disciplina. O trabalho incluiu o diálogo dos alunos com as famílias sobre suas origens; uma reflexão sobre o filme The Visitor, que mostra o sistema de imigração nos Estados Unidos e apresenta a importância de se colocar no lugar do outro; e, por fim, o encontro com os migrantes e o Pe. Gustot e a arrecadação de alimentos não perecíveis para doação ao CIBAI.

ANCHIETA VENDE MAIOR NÚMERO DE CAMISETAS PARA A CORRIDA PARA VENCER O DIABETES Em 2018, o Colégio Anchieta recebeu novamente o reconhecimento por ser um dos pontos com maior número de vendas de camisetas para a Corrida para Vencer o Diabetes. Foram 365 camisetas vendidas para essa vigésima edição do evento que ocorreu no dia 6 de maio, com largada no Parcão. O agradecimento vai para toda a comunidade anchietana que contribuiu para essa grande causa!

RELIGIÕES EM BUSCA DA PAZ PROMOVE DEBATE INTER-RELIGIOSO ENTRE OS ALUNOS

No dia 14 de junho, o Colégio Anchieta recebeu o Grupo de Diálogo Inter-religioso de POA para a realização da segunda edição do encontro Religiões em Busca da Paz. Estiveram presentes representantes da religião espírita, religião judaica, do Islã, Igreja Anglicana, Budismo e Igreja Católica. O momento possibilitou aos alunos conhecer mais sobre cada uma dessas crenças e o trabalho realizado pelo Grupo. Para o professor de Ensino Religioso do 9º Ano, Gustavo da Costa, a realização desse projeto contribui para a formação integral dos alunos, que aprendem mais sobre as crenças e a importância de respeitá-las. “No Colégio Anchieta, atentamos para o chamado à formação integral. Essa atividade, com toda a certeza, vai ao encontro dessa missão, proporcionando um momento de diálogo e de respeito, fomentando a formação humana e cristã dos nossos alunos, além de ser uma iniciativa muito legal para o Colégio, pois está alinhada ao apelo do Papa Francisco e da Igreja, bem como do PEC”, explica.

14

| REVISTA ANCHIETA


ACONTECE

FESTA JUNINA

VEM AÍ

n  Intercâmbio esportivo de 30/8 a 2/9 n  Nosso jeito de aprender 18/8 AGOSTO DE 2018 |

15


ESPECIAL

O sinal toca, a aula inicia. O professor entra na sala, mas os alunos não estão sentados como de costume. Em pequenos grupos, estão equipados com folhas coloridas, canetas, lápis, recortes, caixas, massinhas de modelar. A sala de aula tem uma nova configuração, e os alunos assumem outros papéis além de receptores de conhecimento. Tornam-se protagonistas de sua própria aprendizagem com a ajuda do Design Thinking.

CONEXÕES INTERDISCIPLINARES:

D

Anchieta traz o Design Thinking para a sala de aula

esde o ano passado, um grupo de estudos foi formado por professores do Colégio Anchieta e especialistas da UNISINOS a fim de criar uma disciplina inovadora para o currículo do Colégio. “A partir de conversações pedagógicas, vinha-se pensando em temas para pensar a inovação. Em setembro, desenhou-se um novo componente curricular, algo diferente em que o corpo docente não ficasse atrelado à sua formação específica. O principal objetivo era suscitar a criatividade e o protagonismo”, explica a Coordenadora do Serviço de Orientação Pedagógica do Colégio Anchieta, Dóris Trentini. Depois disso, muitos encontros ainda aconteceram com uma equipe interdisciplinar da universidade que reuniu o Diretor de Graduação Gustavo Borba (Design), Isa Mara da Rosa Alves (Linguística), Paula Campagnolo (Nutrição) e Karine Freire 16

| REVISTA ANCHIETA

(Design). Os professores do Colégio Anchieta assistiram a palestras, conheceram um plano de estudos para a disciplina, estudaram, planejaram aulas e ainda participaram de um workshop sobre Design Thinking, possibilitando de forma prática o entendimento sobre a lógica do Design e os processos que envolvem um projeto. “Para a universidade, tem sido uma experiência importante do ponto de vista de construir aprendizagem coletiva, com muita troca entre os professores e com um projeto que tem como grande desafio a necessidade de não ser pré-formatado. Como ele é orientado pelo Design, e como temos que construí-lo a partir do que interessa aos alunos, a cada nova rodada aprendemos coisas diferentes”, explica Gustavo.

A partir dos desafios, os alunos aprendem a trabalhar em grupo.


ESPECIAL

As aulas acontecem a partir de desafios, e cada componente do grupo tem uma função definida para se chegar ao objetivo.

O respeito às diferentes opiniões é um dos aprendizados adquiridos.

E FOI ASSIM QUE O COMPONENTE CURRICULAR CONEXÕES INTERDISCIPLINARES surgiu para integrar o currículo dos alunos do 6º e do 7º Anos, alicerçado no Projeto Educativo Comum (PEC) ao trazer um novo significado para a aprendizagem, focando no aluno e no conhecimento. Para o professor Silvio Almeida, à frente desse projeto, o desafio é grande ao trazer o pensamento projetual para alunos tão jovens. “O primeiro desafio era chegar nesse pensamento projetual com os alunos, que eles entendessem a importância desse método. Eles têm entre 11 e 13 anos, e os projetos têm que ter sentido para eles, para que construam respostas interessantes para os desafios que são colocados”, pondera. As aulas são compostas por desafios, e o primeiro foi escolher uma pessoa especial e produzir uma surpresa para essa pessoa. O segundo foi um desafio solidário, respondendo a uma pergunta da realidade para encontrar soluções às entidades assistidas pelo Colégio. “Os alunos representantes conversam com essas instituições, identificam suas necessidades, realizam um brainstorming para encontrar a solução”, explica Dóris. Três dimensões são trabalhadas nessa disciplina, tanto no 6º Ano como no 7º Ano: cognitiva, socioemocional e espiritual-religiosa. Gustavo explica que a ideia é desenvolver competências importantes para a vida dos alunos. “Esse trabalho abre um canal para trabalharmos com competências que são para a vida e não somente para o colégio ou para a universidade, são competências que formam os alunos para aprender a resolver problemas, aprender a pensar diferente, a ter cuidado com o outro, e aí o Design nos ajuda nessa perspectiva projetual”, contextualiza. O 6º Ano, por exemplo, vem desenvolvendo

a formação de uma equipe, focando na importância do trabalho em grupo. Já os alunos do 7º Ano criaram uma empresa de soluções criativas. Em ambos, são trabalhadas desde as funções desempenhadas pelos membros até valores, identidade do grupo, slogan, grito de guerra, a marca, o protótipo e, por fim, a apresentação desse grupo ou do que foi trabalhado durante as aulas. Para a professora de Português Isabel Janostiac, que atua nessa disciplina no 6º Ano, a aprendizagem dos alunos é observada em dois quesitos. “Aprender a trabalhar em grupo e aprender a planejar foram grandes aprendizados para os alunos. Por exemplo, no desafio da surpresa para alguém especial, muitos realizaram a tarefa sem parar para planejar com os colegas”, conta. A aluna Helena Cipriani Gomes da Silva, da turma 64, conta que as aulas têm proporcionado aprendizagens significativas. “O mais legal para mim é poder ... são competências trabalhar com meus amigos que formam em coisas criativas e divertidas. os alunos para Aprendi a trabalhar em grupo e ter respeito pelas opiniões aprender a resolver dos meus colegas”, explica. problemas, aprender Além das possibilidades de aprendizagem dos alunos a a pensar diferente, partir dessa nova disciplina, a ter cuidado os professores também têm com o outro... a oportunidade de trabalhar novas perspectivas e “pensar Gustavo Borba fora da caixa”. “Esse novo componente curricular inova no sentido de os alunos menores começarem a entrar em uma metodologia mais ativa e os professores estarem desenvolvendo novas capacidades”, afirma Dóris. AGOSTO DE 2018

|

17


ESPECIAL

O PROFESSOR COMO MEDIADOR DO PENSAMENTO PROJETUAL: UM DESAFIO PARA O CORPO DOCENTE Como trabalhar de forma interdisciplinar, tendo o pensamento projetual como horizonte do aprendizado dos alunos? Esse foi o desafio abraçado pelos professores do 6º e do 7º Anos ao iniciarem o trabalho com o novo componente curricular que tem como base o Design Thinking, uma metodologia focada em soluções inovadoras para as pessoas e que está alicerçada no seguinte processo: Empatia (insights) – Definição (foco) – Idealização (brainstorming) – Prototipagem (construção) – Testagem (entrega). Silvio explica que a formação do professor historicamente não tem esse viés e que foi necessário um trabalho com o corpo docente para o aprofundamento nessa lógica. “Como eu como educador transformo minhas crenças e começo a enxergar que eu também sou um designer, também sou um professor projetista e que eu tenho que me transformar? Estamos acostumados a trabalhar de forma fragmentada e a ter o controle sobre os processos, e nessa nova metodologia tu perdes o controle porque a demanda dos alunos pode mudar o rumo de algumas das premissas”, esclarece. Isabel conta que a formação dos professores tem sido permanente. “Foi muito desafiador enquanto nova atividade, mas nós recebemos formação desde o ano passado, e a cada dois meses nos reunimos com a Dóris e o Silvio para discutir os materiais das aulas”, completa. É um aprendizado em conjunto com a universidade, que trabalhou com o Colégio na perspectiva da formação docente. “O Design da UNISINOS tem toda a

A formação

permanente dos expertise, é um conhecimento muito amplo, professores do e a troca tem sido muito legal. Os desafios Anchieta conta com o apoio da UNISINOS. são adaptados à nossa realidade de colégio”, conta Silvio. Para Gustavo, a universidade também ganha em conhecimento. “Para a universidade também é um momento de grande aprendizagem, pois estamos compartilhando essas ideias do Design com um grupo de professores de uma escola reconhecida como o Anchieta e conhecendo um pouco mais Como eu, como sobre essa geração que daqui uns anos estará na educador, transformo universidade”, conclui.

minhas crenças e começo a enxergar que eu também sou um designer? Silvio Almeida

PROCESSO ENVOLVIDO NO DESIGN THINKING:

Prototipagem construção

Empatia insights

Idealização brainstorming

Definição foco

18

| REVISTA ANCHIETA

Testagem entrega


ARTIGO

MEDITAÇÃO INACIANA NA ESCOLA Prof. Clóvis Lasta Waszkiewicz | Orientador Religioso, Espiritual e de Pastoral do 8º Ano

É visível que o interesse por práticas de meditação e exercícios de diferentes espiritualidades tem crescido nos últimos anos. Um tema que antes era relegado às religiões, hoje é preocupação de um número cada vez maior de pessoas. Um exemplo importante do crescimento desse interesse é que neste ano de 2018, todas as manhãs, no início de cada dia de palestras e debates no Fórum Econômico Mundial, em Davos, havia uma sessão de meditação.

Q

uem entrava na sala, era conduzido e sentava-se em uma banqueta e ficava com as mãos nos joelhos durante meia hora para ouvir Jayanti Kirpalani, diretora da Universidade Espiritual Mundial Brahma Kumaris. Em meio a tantos líderes empresariais e políticos do mundo, essa novidade chamou a atenção e, no mínimo, suscitou uma questão: por que, neste tão badalado e importante evento, se incentivou e se deu espaço para a meditação? Várias razões podem ser elencadas com facilidade. No entanto, somente serão entendidas pelas pessoas que realmente se interessarem e vivenciarem com disciplina a meditação presente desde os primórdios das práticas das religiões. Nas empresas, defende-se que a meditação faz com que as pessoas se sintam mais felizes, criem um ambiente de trabalho melhor, resolvendo conflitos de forma mais eficiente e empática, além de gerar mais produtividade no âmbito geral. Com ambientes mais saudáveis, as pessoas melhoram seu nível de concentração e mantêm um padrão alto de energia ao longo do dia. Muito antes do aumento do interesse popular e empresarial pela meditação, essa prática de tomada de consciência, reflexão e oração fazia parte do rol das

práticas espirituais da Igreja Católica. Um exemplo importante de incentivador e propagador da meditação na espiritualidade católica é Santo Inácio de Loyola, o santo fundador da Companhia de Jesus. A jornada espiritual de Inácio é permeada pela meditação como uma maneira de colocar o ser humano em contato com Deus e de discernir seus desígnios para a vida cotidiana. Fazendo parte dessa história, o Colégio Anchieta procura incentivar práticas de meditação entendendo o potencial de formação que ela tem. Por isso, na Jornada de Formação e Convivência, que ocorre no Morro do Sabiá, os alunos do 8º Ano são convidados a vivenciar a meditação inaciana conduzida. Cada vez mais a escola tem se tornado um espaço de formação para a vida. Acreditamos que essa prática, além tornar os estudantes mais reflexivos e conscientes, pode também construir uma sociedade mais capaz de resolver seus conflitos harmonicamente e com mais empatia.

A jornada espiritual de Inácio é permeada pela meditação como uma maneira de colocar o ser humano em contato com Deus e de discernir seus desígnios para a vida cotidiana.

A atividade de meditação foi desenvolvida com os alunos do 8º Ano no Morro do Sabiá.

AGOSTO DE 2018 |

19


DESTAQUE

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

SEMANA LITERÁRIA COMPLETA DUAS DÉCADAS O ANO ERA 1999, E AS ATIVIDADES VOLTADAS AOS ALUNOS DIVIDIAM ESPAÇO COM A FEIRA DO LIVRO NO AUDITÓRIO 1 Ali também ficava um Café Literário, que tornava o ambiente convidativo para apreciar um bom livro ou uma boa conversa. A proposta da 1ª Semana Literária era envolver toda a comunidade anchietana em uma ampla reflexão sobre a cultura, possibilitando o contato dos alunos com diversas obras e seus autores. Esta talvez tenha sido a maior marca da Semana Literária nestes vinte anos: ter uma programação especial de atividades para os alunos desde a Educação Infantil, passando pelo Ensino Fundamental e o Ensino

Médio. Até sua terceira edição, o evento era coordenado pelo Serviço de Orientação Pedagógica do Colégio Anchieta. A partir de 2002, a Biblioteca passa a trabalhar conjuntamente com o SOP no projeto, trazendo maior número de editoras para participar da Feira do Livro, que saltou de quatro ou cinco na primeira edição para vinte na quarta. “As próprias editoras nos diziam que nossa feira era muito maior do que as realizadas em outros municípios. Hoje sabemos que no Anchieta existe a maior feira do livro

interna em escolas”, orgulha-se a bibliotecária Denise Pazetto. Com o passar dos anos, a Semana Literária foi ganhando um caráter de evento institucional, trazendo para o Anchieta um referencial de instituição de ensino que incentiva a leitura entre seus alunos. O evento ganhou visibilidade a partir do trabalho da área de Comunicação do Colégio, que passou a divulgar o evento nos meios de comunicação, o que também contribuiu para que autores e editoras se interessassem ainda mais em participar.

20ª SEMANA LITERÁRIA E 5ª SEMANA CULTURAL A partir de 2018, houve uma grande mudança: a Semana Literária, que era realizada no início do primeiro semestre, passou para o mês de junho (de 4 a 8 de junho), abrindo a possibilidade de participação do aluno na formatação do evento. “Neste ano, tivemos a presença do aluno nessa organização, mais uma oportunidade para trabalhar sua formação integral, objetivo do Colégio Anchieta.” Além disso, professores de todas as áreas de conhecimento foram inseridos no grupo de trabalho que planejou essa edição. “O desafio foi muito grande, pois a Semana Literária continua com sua programação diferenciada para cada faixa etária de aluno e ainda contou com muitas ações conjuntas entre todos os segmentos de ensino de forma interdisciplinar, contemplando toda essa diversidade”.

20

| REVISTA ANCHIETA

2008


DESTAQUE

2009

2010

2011

2012

2013

2014

2015

2016

2017

2018

ana Literária e 4ª Semana Cultural terá uma programação intensa para alunos ão Infantil à 3ª Série do Ensino Médio. De 03 a 07 de abril, o Colégio Anchieta PROJETO MEU PRIMEIRO LIVRO nará diversas atividades para todos os públicos da comunidade anchietana. E SESSÃO DE AUTÓGRAFOS ão de Pais e Mestres (APM) contará com o Espaço da Família Anchietana, e o O Projeto Meu Primeiro livro é uma oteiro Manoel da Nóbrega, com o Espaço Escoteiro, noiniciativa ambiente FeiradedoOrientação do da Serviço

A

Pedagógica do 4º Ano que surgiu em 2002. A ideia é exercitar a criatividade do de uma de Autógrafos dos alunos do 4º Ano de 2016 acontecealuno de 04como a 06 autor de abril, no poesia, possibilitando sua participação na Prédio A. O livro Conviver é viver com... apresenta diversas reflexões, a partir elaboração de um livro e culminando com ainda infantil, sobre como as pessoas podem, atravésuma de sessão pequenas ações e na qual a de autógrafos, família edo amigos podem nar o convívio em sociedade mais alegre e feliz. O prefácio livro fica por prestigiá-lo pelo seu trabalho. “Nos primeiros anos, scritora Cíntia Moscovich, homenageada da Semana Literária e Cultural deste corríamos para arrumar as salas de aula do participará da abertura oficial do evento para professores e colaboradores andar térreo do Prédio A para que os ativos, no dia 03 de abril. Cíntia foi patrona da Feira doalunos Livroautografassem, de Porto Alegree contávamos com o auxílio de quem estivesse por ali. Depois tínhamos de organizar tudo novamente, pois nona outro dia a aula nças e a saudade do Colégio Anchieta estarão registradas 3ª edição doera normal”, explica Denise. Lá pela décima edição da Memórias Anchietanas”, dos alunos da 3ª Série do Ensino de optou-se 2016. por passar a SemanaMédio Literária, ento da obra está previsto para o dia 07 de abril e contará comdea autógrafos presença dos sessão para o Ginásio de Esportes, em um sábado pela manhã. Em escritores. 2011, a atividade passou contar com a dinâmica que é feita até hoje: fala inicial mento, com o Sarau Literário, é aberto a toda comunidade anchietana. O tema no ambiente da Feira do Livro e e músicas versarão sobre o prazer da convivência. autógrafos no saguão do Prédio A.

os descontos especiais das editoras que estarão presentes na Feira do Livro AUTORES PRESENTES ar a leitura em dia. vinte anos, diversos autores Nestes

L

passaram pela Semana Literária do APOIO: Colégio Anchieta. Entre eles, destacamos: Carlos Urbim, Moacyr Scliar, Martha Medeiros, Cláudia Tajes, Sérgio Luís Fischer, Luiz de Miranda, Alcy Cheuiche, Letícia Wierzchowski, Marcia Kupstas, Pedro Bandeira, Luis Fernando Verissimo, Luís Augusto Fischer, Esther Grossi, Jane Tutikian, Luiz Coronel, Rubem Penz, José Airton Ortiz, Dilan Camargo e Cintia Moscovich. AGOSTO DE 2018 |

21


ABERTURA DA SEMANA LITERÁRIA Em uma mesma noite, acontecia simultaneamente a abertura oficial do evento com a presença de educadores e famílias e ainda a sessão de autógrafos do livro dos alunos do 4º Ano. A cerimônia de abertura ocorria na escadaria do Auditório 1, com público estimado em mais de 1.000 pessoas e sempre contando com a sorte, pois uma chuva poderia colocar tudo a perder. “Contávamos com o apoio de Santo Inácio, porque poderia chover. Não tinha como ver a previsão do tempo em celulares, como hoje. Era uma apreensão”, relembra Denise.

OUTRAS PERSONALIDADES Além dos escritores, também participaram de atividades com os alunos: o produtor musical Arthur de Faria, o jornalista Celso Schröder, o músico Ernesto Fagundes, o cineasta Jorge Furtado, o professor Pasquale, o humorista André Damasceno, que abriu uma das edições; o cineasta Giba Assis Brasil e o diretor artístico Edson Erdmann.

TROFÉU SEMANA LITERÁRIA Na quarta edição, passou-se a entregar um troféu para homenagear convidados, alunos ou professores que se destacaram em alguma iniciativa envolvendo a literatura. A partir da décima edição, definiu-se que o Troféu Semana Literária seria entregue apenas para um homenageado, seguindo critérios de importância social no meio literário.

22

| REVISTA ANCHIETA

SEMANA CULTURAL Nos últimos cinco anos, a Semana Literária passou a agregar também a Semana Cultural, com atividades ligadas a música, dança e outros tipos de arte.

E-BOOK MEMÓRIAS ANCHIETANAS Desde 2014, os alunos da 3ª Série do Ensino Médio escrevem sobre suas melhores memórias do tempo de Anchieta. Todas essas lembranças são compiladas em um e-book intitulado Memórias Anchietanas. O lançamento ocorre sempre no ano seguinte ao término da vida escolar dos alunos, que têm a oportunidade de voltar ao Anchieta para o lançamento da obra, que já está em sua quarta edição este ano.

LOCAL DA FEIRA A partir de 2011, resolveu-se mudar o formato até então utilizado no Auditório 1. “Pensamos em um novo modelo, visto que o evento tinha tomado proporções muito maiores em decorrência das inúmeras atividades e alcance que passou a ter”, pondera Denise. A Feira do Livro passou a acontecer na parte externa, próxima ao bonde, por pelo menos mais dois anos. Depois, foi realizada ao lado do Prédio A, e desde 2014 acontece no pátio coberto do Prédio A.


POR DENTRO DA SALA DE AULA

PROJETO CURITIBA:

A APRENDIZAGEM QUE ALIA TEORIA E PRÁTICA

Uma experiência multidisciplinar que proporciona a vivência prática de conteúdos trabalhados em sala de aula. Esse é o propósito do Projeto Curitiba, desenvolvido com alunos do 9º Ano, cujas viagens de estudos aconteceram em dois grupos. Além dos conteúdos revistos de forma prática, a viagem proporciona a socialização entre os alunos e amplia sua visão de mundo.

CONFIRA OS RELATOS DE QUEM PARTICIPOU:

“No dia 9 de maio, visitamos a cidade de Curitiba, capital do estado do Paraná, com a intenção de aprender mais sobre o local e seus pontos turísticos. Apreciamos o colorido e belo Jardim Botânico, inaugurado em 1991, e entramos numa grande estufa com espécies botânicas. Aprendemos muito sobre a história dos brasileiros durante a Segunda Guerra Mundial no Museu do Expedicionário, que nos disponibilizava fotografias, filmes, livros e outros artefatos históricos. Conhecemos a Universidade Livre do Meio Ambiente, um espaço rodeado de natureza, onde as pessoas discutem sobre ecologia e sustentabilidade. O melhor ponto visitado, para mim, foi o Museu Oscar Niemeyer, onde há uma forte ligação da arquitetura com a arte visual. Gostei muito de todo o passeio, pois ele proporcionou tanto convivência quanto conhecimento aos alunos. Sem dúvida, foi uma das melhores viagens do Colégio.” Ana Clara Morsch – turma 92

“Curitiba para mim foi mais uma das experiências incríveis que o Colégio nos proporcionou, assim como Missões (4º Ano), Itaimbezinho (5º Ano), Projeto São Paulo (7º Ano). É claro que, infelizmente, meu grupo de viagem não pôde ver todas as atrações turísticas devido às condições climáticas, mas mesmo assim o passeio foi bom para fazer e fortalecer novas amizades, sem contar os lugares visitados, que nos proporcionaram grandes conhecimentos e aprendizado. Curitiba é uma cidade magnífica, também chamada de cidade modelo, reconhecida pelo crescimento urbano, cuidado com o meio ambiente e pela infraestrutura perceptível e diferenciada das demais capitais. As ruas, se comparadas com o resto das cidades do nosso país, são limpas e organizadas, o povo, acima de tudo, é pura gentileza, e não posso deixar de falar nas suas incríveis e futurísticas paradas de ônibus, as quais chamaram a atenção de todo mundo no grupo. Em resumo, valeu a pena o investimento, agradeço ao Colégio pela oportunidade.” João Vitor Ritta – turma 93

AGOSTO DE 2018 |

23


POR DENTRO DA SALA DE AULA

INFANTIL A: O DIA A DIA DOS NOSSOS PEQUENOS ALUNOS Passear pela Educação Infantil é encantar-se! Basta caminhar um pouquinho para encontramos, além do espaço acolhedor, um ambiente propício ao apreender. Em cada corredor, trabalhos artísticos produzidos pelas turmas inspiram nossos olhares curiosos a compreender como crianças tão pequenas traduzem a simplicidade e a beleza em seus desenhos. Em um desses passeios, resolvemos perguntar para nossas crianças do Infantil A o que elas gostavam de fazer no Colégio Anchieta e como viam nossos espaços pedagógicos e lúdicos. Começamos pela sala da professora Daniele Braz e encontramos parte da turma dentro de um barco em uma aventura além-mares. Conversamos com a Helena, o Enzo e o Rafael, que estavam fazendo deliciosos pratos culinários com massinha de modelar. Eles contaram que brincar de pega-pega, super-herói e de fantasia com os amigos é muito divertido. Helena disse que aprendeu a lavar as mãos para depois comer o lanche e descobriu a pintura com os dedos. O Enzo disse que adora o balanço amarelo e fazer piquenique com a professora. Rafael completou: “Adoro ser um dinossauro!”. Depois, escutamos um barulho de bola no A4. As crianças, em sua maioria de verde e amarelo, estavam brincando com a bola. Eduarda olha para nós com curiosidade e nos conta: “Sabe que hoje brinquei de pular saco na aula de inglês? Foi muito legal!”. Pedro, que é apaixonado por futebol, está com adesivos do Brasil na mão e pergunta se queremos um para colar na roupa. Aproveitamos e perguntamos o que ele mais gosta de fazer aqui no Anchieta e a reposta veio bem rápida: “Jogar futebol! Ah! E brincar de porquinho”. Nossa missão chega ao fim com muitas descobertas do que as crianças mais gostam de fazer pelos ambientes onde circulam todos os dias. Cada espaço da Educação Infantil tem o encanto do “faz de conta”, criando múltiplas possibilidades de aprendizagem, de brincadeiras, de relações e construções para uma identidade pessoal, coletiva e fraterna. Colaboração: CRISTIANE MIRANDA SISSON Orientadora de Convivência Escolar da Educação Infantil

24

| REVISTA ANCHIETA

Os alunos da Educação Infantil têm a possibilidade de ser protagonistas de sua aprendizagem ao experimentarem o encantamento do mundo do “faz de conta”.


POR DENTRO DA SALA DE AULA

UM ESPAÇO PARA QUEM APRECIA LIVROS: BEM-VINDO AO CLUBE DE LEITURA DO 5º ANO O Clube da Leitura, com este nome e formato, iniciou neste ano, mas é uma reformulação de um projeto tradicional do 5º Ano, o Projeto Traça, que tinha o mesmo objetivo principal: incentivar o prazer pela leitura, utilizando o espaço da Biblioteca Central. No Clube da Leitura, os alunos têm a possibilidade de escolher o livro de sua preferência, a partir de uma lista de livros selecionados por nós, professoras de Português do 5º Ano, e organizados em um corredor especial da Biblioteca. A cada trimestre, os títulos dessa lista são renovados, e com essas leituras os alunos realizam diferentes trabalhos, como confecção de personagem, interpretação escrita, levantamento em gráficos sobre as leituras da turma.

Os alunos vão até a Biblioteca Central, no Prédio A, para participar da contação de histórias com o auxiliar de biblioteca Guilherme Teixeira.

DESVENTURAS EM SÉRIE

Acima disso, pensamos que o elementar neste trabalho seja a convivência com a turma e o compartilhamento de experiências literárias na Biblioteca Central, que é um espaço cultural-tecnológico riquíssimo. A expressão das crianças ao entrarem no local pela primeira vez é fantástica. No início do ano, sempre recebemos retornos de pais que comentam o encantamento de seus filhos com a Biblioteca. Neste ano, a nosso pedido, a equipe da biblioteca organizou uma tenda especial para os alunos participarem de uma contação feita pelo auxiliar de biblioteca Guilherme Teixeira, que assumiu o papel de Lemony Snicket e leu para os alunos o primeiro capítulo de Desventuras em série. Nosso maior desejo é que os alunos experimentem, saboreiem a literatura, e momentos como esse contribuem altamente para sua vivência. Colaboração: BRUNA CORREIA DE SOUZA E SIMONE TREVIZAN Professoras de Português do 5º Ano AGOSTO DE 2018 |

25


ARTIGO

Educação e espiritualidade: Um caminho para a aprendizagem integral

ARTIGO

Rosanita Moschini Vargas | Orientadora Educacional da Educação Infantil Educar a mente sem educar o coração não é educar em absoluto. Aristóteles

M

uito se tem discutido sobre a importância da Aprendizagem Integral, assim humanizadora. Infelizmente muitas abordagens ainda trazem o integral embasado ao tempo, como podemos ver na Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBN, 1996) no seu Art. 2°, que faz referência à responsabilidade da educação para o pleno desenvolvimento do(a) educando(a) e nos Art. 34 e 87, inciso 5°, que prevê a ampliação da jornada escolar para tempo integral. Tempo Integral e Aprendizagem Integral são conceitos distintos. Enquanto o primeiro preconiza o tempo despendido no ambiente escolar e, ainda, mantém compreensões reducionistas e centradas mais na acumulação de tarefas, conteúdos, destacando o privilégio cognitivo, a segunda pensa a aprendizagem enquanto seu todo, contemplando o ser humano em sua multidimensionalidade, destacando outros conhecimentos da vida dos estudantes, não só o cognitivo, mas também outras dimensões: emocional, espiritual, interpessoal. Ou seja, não visa apenas à excelência acadêmica, mas a excelência humana. Na contemporaneidade a construção de uma visão de Educação Integral e Espiritualidade busca contribuir na estruturação, no educando, de um conjunto de atitudes que permitam a melhoria de sua vida cotidiana, que o leve a enfrentar os problemas com maiores possibilidades de sucesso e atitudes de valorização de sua saúde mental, física e espiritual. Frente ao mundo caótico e dinâmico em que estamos inseridos, com suas complexidades, em que surgem novos conhecimentos a todo momento, constatamos muitos benefícios, mas também a busca frenética dos estudantes por

26

| REVISTA ANCHIETA

informações e atualizações, que julgam necessárias, para que possam acompanhar o ritmo dinâmico que a sociedade vem desenvolvendo no seu dia a dia. Mas, em contrapartida, sentem-se perdidos em meio a tantas informações, que parecem complexas, não conseguindo relacioná-las com a vida prática. Assim, os aprendizados acabam sendo adquiridos de modo desconexo, não apresentando, de fato, significado para a sua vida prática. Dessa forma, garantir a Aprendizagem Integral compreende que a educação garanta o desenvolvimento dos estudantes em todas as suas dimensões – intelectual, física, emocional, social e cultural – constituindo-se como projeto coletivo, compartilhado por crianças, jovens, famílias, educadores, gestores e comunidade. Nesse sentindo, pensar na contemporaneidade alinhada às demandas do século XXI nos convoca a ter como foco a formação de sujeitos críticos, autônomos e responsáveis, consigo mesmos e com o mundo, cuja diversidade exige atitudes inclusivas. Buscando na sustentabilidade a relação entre o que se aprende e o que se aplica, bem como equidade, reconhecendo o direito de todos ao acesso a oportunidades, independente de quais sejam, condição fundamental para o enfrentamento das desigualdades educacionais.

...os aprendizados acabam sendo adquiridos de modo desconexo, não apresentando, de fato, significado para a sua vida prática.

A Aprendizagem Integral vai além da dimensão cognitiva, contemplando o aluno em sua multidimensionalidade.


PROJETOS

MAGIS: DE FILHOS PARA PAIS Semanalmente eles se reuniram, discutiram, planejaram. A organização de um grande evento não é uma tarefa fácil, envolve trabalho, disposição e muito debate e reflexão em grupo. A diversidade de opiniões, que por vezes é encarada como um embate de ideias, pode revelar a riqueza de um trabalho construído a muitas mãos e mentes, possibilitando aprendizado a todos os envolvidos. PROTAGONISMO JUVENIL: ENSINANDO POR MEIO DA EXPERIÊNCIA

Eles iniciaram a caminhada no ano passado com a primeira edição do evento, uma inspiração que veio do TEDxYouth@PortoAlegre, realizado em 2016, em parceria com a UNISINOS. Aprendidos os passos, os alunos do 9º Ano e da 1ª Série do Ensino Médio, apoiados pelos organizadores do TEDx, lançaram o Magis Anchieta, um evento feito totalmente por alunos para alunos, cujo propósito é trazer inspiração a partir de ideias inovadoras e histórias de pessoas que tentam mudar a realidade por meio de diversas ações. “É muito impactante ver que diante de um mundo repleto de paradoxos, crises éticas, manifestações de intolerância, vemos os jovens querendo outro tipo de sociedade. Alguém até poderia dizer que a esperança está sufocada, mas, quando vemos esses jovens, percebemos sementes de esperança e de transformação”, explica o professor Silvio Almeida Jr., que coordena o trabalho. Em 2018, chegou a vez de uma nova turma envolver-se na preparação do Magis, uma experiência única para exercitar a liderança e o protagonismo juvenil. Foram meses de planejamento, e o suporte veio de

uma turma de conselheiros que cresceram muito com toda essa experiência no ano anterior. Para ajudar, os mais experientes auxiliam os novos integrantes do grupo nas tarefas que compõem a gestão do evento todo. A aluna Valentina Zanardi foi Diretora-Geral do Magis Anchieta em 2017 e compartilha o que aprendeu com os alunos Os alunos dessa edição. “Sinto-me muito conselheiros lisonjeada de ter a oportunidade de participar auxiliam os colegas na organização do desse projeto de novo, agora como orientaevento. dora, pois vejo como meu trabalho realmente valeu a pena. Conviver com o 9º Ano e presenciar eles passando pelos mesmos anseios e alegrias pelos quais passei ano passado no Magis só me faz criar mais amor por esse evento”, emociona-se. Orientados pelo professor Silvio, os alunos ganham mais do que conhecimento, ganham novas responsabilidades, maturidade e tornam-se protagonistas de sua própria formação. A organizadora licenciada do TEDxUnisinos, a professora Gabriela Gonçalves, que acompanha o trabalho feito pelo Colégio, destaca o aprendizado obtido por meio dessa experiência. “Toda dinâmica do evento é algo de extremo aprendizado, pois você acaba exercendo e experenciando todas as vivências de uma organização, envolvendo todas as camadas de uma gestão”, garante. O Magis Anchieta de 2018 teve como tema Impressões Digitais – Qual é a marca que você quer deixar no mundo?

AGOSTO DE 2018 |

27


Engajados, os pais preparam o evento que acontece no dia 14 de agosto.

INSPIRANDO O VIVER: O MAGIS DOS PAIS Inspirado na experiência dos filhos, surgiu o Magis - Inspirando o Viver organizado de pais para pais. O grupo é formado por aproximadamente 35 pais e mães de alunos, que conciliam as tarefas familiares e profissionais com a de ­organizar um grande evento. A Coordenadora-Geral do projeto alicerçado na Rede de Pais, Isabel Tremarin, conta que o engajamento dos pais é fundamental para o sucesso do projeto. “Esse é um projeto da Rede de Pais e só existe porque há a participação efetiva e dedicada deles”, explica. Nada melhor do que contar com a experiência de quem já fez para iniciar o trabalho. Assim, os alunos, hoje conselheiros do Magis Anchieta, conversaram com os pais, que receberam muitas dicas de como proceder. “É tudo novo, estamos seguindo os passos dos alunos, trocando experiências com eles, e vemos como eles se sentem importantes nesse processo”, conta Maria Inês Peña, que coordena a equipe responsável por buscar patrocínio junto às empresas para viabilização do evento. Os desafios são muitos, e o grupo trabalha conjuntamente até chegar o grande dia, claro, sempre na base do diálogo. “É muito desafiador porque todo mundo aqui cria. Somos profissionais de diferentes áreas, influenciadores, formadores de opinião, pessoas que têm seu posicionamento”, explica Denise Marques, da equipe do Marketing. As diferenças de opinião enriqueceram a escolha do tema que traz uma reflexão interessante para os dias de hoje, segundo Ana Elise Dorneles Dias, também do Marketing. “Um grande desafio foi a

28

| REVISTA ANCHIETA

definição do tema, que gerou muita reflexão. Enfim, esse tema Re-conexões quer trazer ao público um resgate do que realmente importa para a vida das pessoas”, garante. A ideia do tema escolhido para essa primeira edição é desconectar da tecnologia e reconectar-se com outros valores. É o que a marca do Magis – Inspirando o Viver quer trazer: simplicidade, leveza, resgate da alegria e de estar junto com o outro. O apoio para realização de ambos os projetos, tanto dos filhos como dos pais, veio da UNISINOS, por meio do Diretor de Graduação, professor Gustavo Borba, e da organizadora licenciada do TEDxUnisinos, professora Gabriela Gonçalves, que também participaram de encontros com os pais, oferecendo expertise para orientá-los nesse processo. “O projeto dos pais é muito inovador por permitir uma troca e construção do conhecimento a partir do que os alunos desenvolveram”, observa Gustavo. Para Gabriela, é gratificante ver que o conhecimento compartilhado entre colégio e universidade vem rendendo bons frutos. “É muito interessante perceber que de alguma forma a universidade estava presente e conseguiu transmitir e deixar isso para a escola”, destaca. Para Isabel, esse conhecimento adquirido já tem a sua própria marca. “A partir dessa inspiração no TEDx, em 2016, criamos um protocolo nosso para o evento, ressignificando esse processo dentro das nossas premissas educativas”, acrescenta. FICA O CONVITE:

MAGIS – INSPIRANDO O VIVER Quando? 14 de agosto, às 19h30min Onde? Teatro da UNISINOS Para quem? A todos os pais anchietanos


MEMÓRIA

Homenagem ao benemérito engenheiro NICOLAU JORGE ACHE WAQUIL Por Pe. João Roque Rohr, S.J. O Colégio Anchieta consigna em sua revista oficial uma justa homenagem e uma inesquecível memória ao engenheiro Nicolau Jorge Ache Waquil, que faleceu no dia 7 de junho de 2018, aos 88 anos de vida. Com dor e saudade expressa a sua esposa Teresinha, aos filhos Jorge, Lilian, Fernando, Cristina, Paulo e Luciana, bem como às noras e genros, aos netos e as netas, as mais sentidas condolências e fraterna solidariedade, com preces e intenções de missa.

O

que justifica a homenagem que o Anchieta quer deixar registrada indelevelmente nos seus anais e na sua trajetória de 129 anos de existência? A resposta é que a atual e futura geração de anchietanos sente o dever de gratidão e reconhecimento ao engenheiro Nicolau Waquil pelos muitos e competentes serviços profissionais que prestou na construção dos prédios do novo Colégio Anchieta. A partir da segunda metade da década de 1950 até meados de 1980, quantas reuniões de planejamento de programação, de cálculos, de medições etc., juntamente com o Pe. Pauquet, o Ir. Willy, o arquiteto Erwin Brandt, o calculista Blessmann e tantos outros profissionais que colaboraram neste gigantesco empreendimento. Agora estarão todos reunidos no céu, relembrando as pegadas deixadas neste chão, nestes corredores e salas frequentadas por

milhares de crianças, adolescentes e jovens e seus mestres. As construções materiais e físicas estão aí solidamente cimentadas na terra, mas apontando para o céu. As construções espirituais e invisíveis são aquelas que se perpetuam pela educação e a formação de gerações de alunos que são acolhidos e abrigados nos edifícios construídos com tanto esmero, ciência e tecnologia sob orientação do engenheiro Nicolau Jorge Ache Waquil. Dele se pode dizer de verdade, como se expressou um poeta desconhecido: “Em decorrência das virtudes humanas aplicadas em obras materiais e espirituais de misericórdia, podemos afirmar sem medo de errar que o nosso homenageado percorreu uma existência abençoada por Deus e a traduziu numa canção com forte eco no tempo e saudosos estribilhos em nossos corações”. Do céu, benemérito engenheiro e amigo, intercede a Deus por nós e alcança Dele, por intercessão de Maria e de São José de Anchieta, copiosas bênçãos para a tua família e para o Colégio pelo qual tanto te empenhaste.

Junto com o Pe. Pauquet, o Ir. Willy e o arquiteto Erwin Brandt, o engenheiro Waquil ajudou a projetar o Novo Anchieta.

As construções espirituais e invisíveis são aquelas que se perpertuam pela educação e a formação de gerações de alunos que são acolhidos e abrigados nos mesmos edifícios construídos com tanto esmero, ciência e tecnologia pelo engenheiro Nicolau Jorge Ache Waquil.

AGOSTO DE 2018 |

29


MEMÓRIA

Homenagem ao eterno Pe. Janjão PE. JOÃO DARCI JOHN Por Ir. Celso Schneider 4 de julho de 2017... faz um ano que o popular Pe. Janjão partiu para a casa do Pai. Resta-nos recordar a vida que como jesuíta e sacerdote dedicou à família anchietana. Seu amor ao aluno anchietano e ao meio ambiente foi uma das suas muitas características, sobretudo no Morro do Sabiá e na Casa da Juventude de Vila Oliva. A alegria e a disposição contagiantes do Pe. Janjão deixaram marcas indeléveis em todos os momentos em que conviveu conosco nas diversas atividades educativas que desempenhou no Colégio Anchieta.

A

devoção à Eucaristia (Missa) produziu seus efeitos em todos aqueles que puderam algum dia participar das celebrações religiosas na capelinha de Vila Oliva, sem esquecer seu amor à Nossa Senhora, que tanto demonstrou em suas preces em companhia dos alunos anchietanos. Hoje ele certamente estará recordando – em outra dimensão – o canto “Lenta e calma”, que tantas vezes entoou ao final da oração da noite na capela da Casa da Juventude. E quem não se lembra dos encerramentos dos encontros de formação na capelinha de Nossa Senhora, no Morro do Sabiá? A mensagem que o Pe. Janjão nos deixa através das suas múltiplas

30

| REVISTA ANCHIETA

atividades educativas e religiosas desempenhadas no Colégio Anchieta poderia ser esta: “Que todos se esforcem por encontrar a Deus em todas as coisas” (S. Inácio). Por outro lado, Henry Adams dizia: “O professor (educador) se liga à eternidade; ele nunca sabe onde cessa a sua influência”. Nossa homenagem e gratidão eternas ao Pe. Janjão!

Sempre com uma câmera, Janjão gostava de registrar a passagem dos alunos por Vila Oliva e Morro do Sabiá.

A devoção à Eucaristia (Missa) produziu seus efeitos em todos aqueles que puderam algum dia participar das celebrações religiosas na capelinha de Vila Oliva...


ARTIGO

ARTIGO

Bebendo da Fonte: das maravilhas da Criação aos Passos de Santo Inácio de Loyola

Rosária Anele | Orientadora Religiosa, Espiritual e de Pastoral da Educação Infantil

Partilhar as experiências vivenciadas durante as férias passadas com os nossos colegas, familiares, conhecidos, nos enriquecem, e muito!

A

o iniciar o ano letivo, as Equipes de Ensino participaram do primeiro encontro com a Direção e a Coordenação. Na ocasião, uma pergunta nos foi feita pelo Diretor Acadêmico, professor Dário Schneider: Qual foi a marca de Deus durante as férias de cada um? Sem dúvida, meu pensamento direcionou-se para Manresa, uma das cidades da Catalunha, onde estive com minha família. Exatamente lá, na “Cova de Santo Inácio”, gruta para onde ele se retirava para orar, meditar e onde, durante quase dez meses, à beira do Rio Cardoner, escreveu os Exercícios Espirituais (século XVI). Pois foi lá que a presença de Deus foi marcante, muito

embora O sentisse sempre conosco! Já dizia o querido Pe. Inácio Rhoden: “Conhecer a história por meio de livros é maravilhoso, agora estar no local...é emocionante, indescritível”. Estudar sobre a Fundação da Companhia de Jesus por meio de registros escritos e visuais; por diferentes experiências oportunizadas pelo Colégio Anchieta como as Pegadas Inacianas, a Peregrinação às Missões, atividades pedagógico-religiosas através do projeto “Nos Passos de Inácio” com a comunidade anchietana, entre outras, e estar presente no local onde tudo ocorreu, reforça a minha identidade, o meu sentimento de pertença e de toda a dedicação reservada a esta instituição nesses quase 12 anos. Com esse sentimento, também tive a oportunidade de conhecer Montserrat, local onde Santo Inácio doou suas vestes de cavaleiro a um pobre, passando a usar trajes rústicos. Sua espada foi deixada no altar da Igreja de Nossa Senhora de Montserrat, permanecendo por uma noite em oração. Uma forte emoção me tomou diante da Santa Negra (chamada na Catalunha de “La Moreneta”, considerada a padroeira da região). Conta a lenda que foi encontrada entre as rochas das montanhas onde está localizado o Mosteiro de Montserrat. Teria sido escondida em uma gruta por Mosteiro de Montserrat.

...também tive a oportunidade de conhecer Montserrat, local onde Santo Inácio doou suas vestes de cavaleiro a um pobre... devotos, para que não fosse levada pelos mulçumanos no século VIII, durante a invasão desse povo. E para completar esta bela experiência, tive a oportunidade de participar do “Proyecto Puertas Abiertas” de um dos oito Colégios Jesuítas da Catalunha, o do bairro Sarriá, cujo objetivo é captar alunos. Seria o “Nosso Jeito de Aprender”, que realizamos aqui, porém sem atividades pedagógicas com as crianças e famílias. Lá, pude conhecer os espaços comuns dos segmentos e os específicos da Educação Infantil, a metodologia, os projetos extracurriculares...e trocar ideias com as professoras. Diante dessas oportunidades, só GRATIDÃO a Deus por conhecer esses lugares sagrados e que comprovaram que a Rede Jesuíta de Educação, tanto no Velho como no Novo Mundo, possui a mesma linguagem: a “Linguagem Inaciana” com princípios humano-cristãos que caracterizam o carisma marcado por uma linha comum de ação, a do PEC, com suas especificidades de acordo com os contextos sociopolítico-econômico-culturais de cada lugar, mas com uma única razão de Ser e Existir: a da “Educação Integral para formar homens e mulheres para e com os demais”.

AGOSTO DE 2018 |

31


REDE JESUÍTA DE EDUCAÇÃO

Anchieta dá início aos projetos de melhoria do Sistema de Qualidade da Gestão Escolar Desde 2017, o Colégio Anchieta vem trabalhando para qualificar seus processos de avaliação e melhoria, confrontando suas realidades específicas e focando na aprendizagem integral, com a implantação do Sistema de Qualidade da Gestão Escolar, uma proposta da Federação Latino-americana de Colégios da Companhia de Jesus (FLACSI). A primeira etapa foi a Autoavaliação, na qual a instituição passou por uma investigação criteriosa em relação a seus processos. Após verificar o que precisava ser ajustado, partiu-se para os projetos de melhoria em três aspectos: RESSIGNIFICAÇÃO DO PROJETO PEDAGÓGICO O redesenho do Projeto Pedagógico tem como perspectiva a elaboração de um documento único, com lógica vertical e horizontal, realizado de forma colaborativa pela comunidade educativa, com representantes dos diversos espaços formativos do Colégio Anchieta, tendo o aluno como centro do processo de aprendizagem. STATUS: no início do mês de junho, foi dado mais um passo previsto neste projeto: a construção da parte introdutória a partir da atualização do Fundamento Contextual, Projeto Político-pedagógico vigente. A comunidade educativa está convidada a refletir conjuntamente sobre os Fundamentos Contextual, Doutrinal e Metodológico para definir as

32

| REVISTA ANCHIETA

aprendizagens, os eixos temáticos, componentes e as competências esperadas nas dimensões Cognitiva, Socioemocional e Espiritualreligiosa, para cada Nível de Ensino e da Formação Complementar, com vistas à Educação Integral de qualidade. Espera-se que este processo de renovação ajude a impulsionar o currículo, as aprendizagens e práticas, fruto do processo de reflexão e discernimento comum. A sistematização do Projeto de Melhoria apoiou-se na avaliação, espaço de reflexão e abertura para a inovação pedagógica. Portanto, o Projeto Pedagógico deseja afirmar os fundamentos da Educação Jesuíta, sua tradição e identidade na atualidade, proporcionando espaços de diálogo com os diversos atores do Colégio. ACOMPANHAMENTO DAS ATIVIDADES DOCENTES Tem como horizonte a educação integral e pretende constituir-se como um processo de acompanhamento das atividades educativas que valorize o protagonismo dos profissionais, considerando-os em sua integralidade, contemplando “a formação da pessoa toda e para toda a vida” (PEC 25). STATUS: três eixos compõem esse projeto: o planejamento dos professores, cujo acompanhamento já é realizado pelo pedagógico; a prática didática, que inclui a

metodologia, o clima e a gestão do tempo; e a reflexão sobre os pontos observados. O projeto está na fase da prototipagem a fim de se encontrar um modelo de acompanhamento que será implementado em toda a Instituição. Esse processo será concluído com um Projeto de Acompanhamento, que, aprovado pelo Conselho Diretor, será implementado em todos os segmentos de ensino do Colégio. AÇÃO DE MELHORIA – INSTRUMENTO DE AVALIAÇÃO DOS NÍVEIS DE SATISFAÇÃO DA COMUNIDADE A ação de melhoria prevê o desenho e a aplicação de distintos instrumentos que avaliem o clima, os graus de participação e satisfação dos estudantes, dos colaboradores e das famílias, na proposta educativa do Colégio Anchieta no sentimento de pertença no processo educativo. STATUS: a fim de construir instrumentos de pesquisa teoricamente consistentes, coerentes com o projeto de Aprendizagem Integral e alinhados ao Sistema de Qualidade da Gestão Escolar, o Instituto de Pesquisa de Mercado da UNISINOS irá trabalhar conjuntamente com o Colégio Anchieta. A ideia é desenvolver a metodologia da pesquisa e realizar apreciação crítica dos resultados e sugestões de melhoria para qualificar os processos de gestão institucional.


REDE JESUÍTA DE EDUCAÇÃO

A Orientadora Pedagógica Doris Trentini ministrou a oficina Conexões Interdisciplinares.

ANCHIETA PARTICIPA DO SIMPÓSIO CURRÍCULO E INOVAÇÃO DA RJE Entre os dias 16 e 18 de maio, vários representantes do Colégio

Anchieta participaram do I Simpósio da Rede Jesuíta de Educação – Currículo e Inovação, no Colégio Loyola, em Belo Horizonte. A programação incluiu a realização de dez oficinas oferecidas por unidades e escolas jesuítas, palestras e mesas-redondas com especialistas no assunto. O evento contou também com a participação dos alunos das unidades, na perspectiva da Formação Integral.

O Colégio Anchieta ficou responsável por ministrar a ­oficina Conexões Interdisciplinares, a partir da experiência vivenciada na instituição com a implantação dessa nova disciplina aos alunos dos 6º e 7º Anos. A atividade pretendia mostrar como o espaço de aprendizagem pode ser ressignificado, utilizando a metodologia do Design Thinking, transformando a sala de aula em um espaço colaborativo que desafia os alunos a ultrapassarem os limites de serem meros espectadores e receptores de conhecimento.

O grupo passou 10 dias em Mar Grande, na Bahia.

ANCHIETANOS PARTICIPAM DO 3º ENCONTRO DE FORMAÇÃO INTEGRAL NA BAHIA De 21 de maio a 1 de junho, os alunos Lívia Dietrich, Gabriel Telles, Betina Barcaro, Maria Fernanda Meirelles e Pedro Miola, das 1ª e 2ª Séries do Ensino Médio, participaram do 3º Encontro de Formação Integral (EFI) da RJE, em Mar Grande, na Bahia. O objetivo central do evento foi colaborar com a formação integral dos estudantes, fortalecendo as dimensões afetiva, espiritual, ética, comunicativa e sociopolítica, através de uma profunda experiência com Deus, iluminada pelo modo de proceder inaciano e pela vida de Santo Inácio. Confira os depoimentos dos alunos que participaram desta edição:

“O EFI foi um encontro muito impactante na minha vida, pois nele tive a oportunidade de conhecer pessoas maravilhosas, que em pouco tempo se tornaram muito importantes para mim. Lá eu também tive a oportunidade de refletir sobre diversos assuntos e repensar a maneira como vejo o mundo e a vida. Tudo que vi, aprendi e vivi me transformou em uma pessoa melhor, visando principalmente à ajuda ao próximo.” Pedro Miola AGOSTO DE 2018 |

33


“O EFI foi uma das melhores experiências que aconteceram na minha vida até agora, e acredito que para sempre será assim. Eu fui uma e voltei outra. Aprendi a valorizar as pequenas coisas da vida e a refletir sobre assuntos a que até então eu não havia sido exposta. Não há palavras para descrever o que foi vivido nesses dias, mas, com a consciência que tenho agora, sei que posso fazer do nosso mundo um lugar melhor.” Livia Dietrich

“O EFI foi uma experiência única, que eu nunca vou esquecer. Aprendi a viver de um modo mais simples, a ter gratidão pelo que tenho, e desenvolvi meu autoconhecimento e minhas habilidades, como liderança. Além de tudo isso, conheci pessoas maravilhosas, juntamente com a cultura de seus estados, e fiz amizades que vão durar a vida toda.” Betina Barcaro

“Para mim, o evento foi incrível! A questão do autoconhecimento foi muito importante para mim, para eu me ver como pessoa: será que eu estou ajudando os outros? Será que eu estou fazendo alguma coisa pelos outros? Será que eu posso mudar? Minha visão de mundo realmente mudou, porque as atividades que fizemos lá nos provam que o que a gente pensava sobre o mundo não é aquilo. Além disso, essa integração dos colégios da Rede Jesuíta é muito importante, e eu acredito que isso fortalece mais a Rede.” Gabriel Telles

“Eu não possuía expectativas para a viagem antes dela, já que manter segredo é algo importante para preservar todos os EFIs. Agora, depois de ter vivido um momento tão incrível, percebo como ele foi imprescindível para um melhor autoconhecimento e um crescimento pessoal. Sou muito grata pela oportunidade que o Colégio me proporcionou. A saudade é o preço que se paga por viver momentos inesquecíveis.” Maria Fernanda Meirelles

CONCURSO DE REDAÇÃO E ARTE A terceira edição do Concurso de Redação e Arte da Rede Jesuíta da Educação foi lançada. O tema foi inspirado na Campanha da Fraternidade 2018: Fraternidade e Superação da Violência e o lema Em Cristo Somos Todos Irmãos.

34

| REVISTA ANCHIETA




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.