TIA SÔNIA
Ao lado da mãe, Sônia Fenício, Marcos transformou uma receita de granola em indústria milionária
[+] AGRONEGÓCIOS
Agrovale, líder na irrigação por gotejamento subterrâneo
PETRóLeO E GÁS
Petrobahia vai fornecer diesel para aviões
INDÚSTRIA
Limiar quer dobrar produção e abrir fábrica fora da Bahia
VAREJO
Comercial Ramos planeja investir em loja virtual
Tiragem auditada
R$ 9,90
TEATRO
A Cia. Baiana de Patifaria se mantém em cartaz há 28 anos
BRANDING: o consultor Eduardo Tomiya ensina a construir uma marca valiosa
Venha curtir 8 dias de festa com grandes atraçþes nacionais e internacionais.
28 Feira de São Joaquim
29 Mercado Modelo
Feira na Feira com Otto e Baiana System
• Carlinhos Brown • Saulo Fernandes • Jorge e Mateus • Bob Sinclar
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Mercado Modelo
• Claudia Leitte • Wesley Safadão • Thiaguinho • Harmonia do Samba
01 Mercado Modelo
• Daniela Mercury e convidados
03 Barra
• OSBA e Wagner Tiso • Yamandu Costa • Hermeto Pascoal • Sambone Pagode Orquestra
Mercado Modelo
• Vanessa da Mata • Psirico • Ivete Sangalo • Aviões do Forró • Pablo
02 Barra
• Garagem • Hamilton de Holanda • Toninho Horta • I.F.Á Afrobeat
04 Barra • Neojiba
• Ed Motta • Letieres Leite e Orkestra Rumpilezz
s u mário
08 14 16 20 26
educação
A Bahia dos seus olhos Online e Mural Fóruns de liderança [B+]
64 66
Imóveis+ Civil
sustentabilidade
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Saúde+ Hospital Santa Isabel Laboratório Leme
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Entrevista: Eduardo Tomiya
Bloco de Notas André Guimarães
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Unifacs
Enseada Irmã Dulce S. A.
70 72
Camisas Polo Agrovale
Mídia +
lifestyle negócios
32 36
Tia Sônia Minilab Hotel da Bahia
38 40 42
Comercial Ramos
Bairros com nome de marca Alpha Fitness Villa Forma
80
A tradição dos charutos Danneman
Pãozinho Delícia
Menendes Amerino
Leitíssimo Mersan
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Sabor
Leão de Ouro A.Linhares
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74 76 78
Limiar Brasfrut Special Fruit Petrobahia Yaô
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Home Design Elementais Picoleishion Abará Original [C] Dica de viagem [C] Como avaliar o desempenho da sua marca Notas de TEC
Pratigi
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Abaíra Marcas baianas que foram vendidas
arte & entretenimento
100
Artistas também são marcas
Brasilgás
Carybé
Farmácia Santana
Jorge Amado
Perini
Verger
[C] Artigo Armando Avena [C] Luiz Marques
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Cia. Baiana de Patifaria Conte aí
galeria
Bahia de tantas vistas 1
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Os nossos leitores sabem que as lindas paisagens da Bahia merecem destaque. Esta página reúne as melhores fotos postadas no Instagram nos últimos dois meses com a hashtag #revistabmais
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Quer participar? Tire uma foto da sua cidade e marque com a hashtag #revistabmais no Instagram! As melhores serão publicadas na próxima edição
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PARTICIPAÇÃO VÁLIDA DE 11/NOV A 31/DEZ | Sorteio: 02/01/15
expediente
Revista [B+] edição 27
[Conselho Institucional] Aldo Ramon (Júnior Achievement), António Coradinho (Câmara Portuguesa), Antoine Tawil (FCDL), Felipe Arcoverde (Abedesign-BA), Jorge Cajazeira (Sindipacel), José Manoel Garrido Gambese Filho (ABIH-BA), Mário Bruni (ADVB), Laura Passos (Sinapro), Pedro Dourado (ABMP), Renato Tourinho (Abap), , Rodrigo Paolilo (Conaje) e Wilson Andrade (Abaf)
Dezembro 2014/ Janeiro de 2015
[Periodicidade] Bimestral
Ao lado da mãe, Sônia Fenício, Marcos transformou uma receita de granola em indústria milionária
[Impressão] Halley SA [Foto capa] Arthur Garcia [+]
[Presidente] Rubem Passos Segundo (rubem.passos@grupobmais.com.br )
AGRONEGÓCIOS
Agrovale, líder na irrigação por gotejamento subterrâneo
PETROLÉO E GÁS
Petrobahia vai fornecer diesel para aviões
INDÚSTRIA
Limiar quer dobrar produção e abrir fábrica fora da Bahia
Tiragem auditada
[Diretor de Publicações] Claudio Vinagre (claudio.vinagre@grupobmais.com.br)
VAREJO
Comercial Ramos planeja investir em loja virtual
R$ 9,90
TEATRO
A Cia. Baiana de Patifaria se mantém em cartaz há 28 anos BRANDING: o consultor Eduardo Tomiya ensina a construir uma marca valiosa
[Diretora Comercial] Adriana Mira (adriana.mira@grupobmais.com.br) [Diretora de Marketing] Bianca Passos (bianca.passos@grupobmais.com.br)) [Gerente Comercial] Ana Carolina Pondé (carol.ponde@grupobmais.com.br)
[Conselho Editorial] César Souza, Claudio Vinagre, Cristiane Olivieri, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques de Andrade Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Masuki Borges, Reginaldo Souza Santos, Renato Simões Filho, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira [Diretor Executivo] Renato Simões Filho (renatosimoesfilho@grupobmais.com.br) [Editora-chefe] Núbia Cristina (nubia.cristina@grupobmais.com.br)
[Gerente de Planejamento] Rafael Abreu (rafael.abreu@grupobmais.com.br) Reserva de anúncio publicidade@revistabmais.com 71 3012-7477 Realização Editora Sopa de Letras Ltda. Av. ACM, 2671, Ed. Bahia Center, sala 1101, Loteamento Cidadela, Brotas CEP: 40.280-000 Salvador - Bahia Tel.: 71 3012-7477
[Editor Assistente] Pedro Hijo (pedro.hijo@grupobmais.com.br)
CNPJ 13.805.573/0001-34
[Repórter] Victor Longo (victor.longo@grupobmais.com.br)
tiragem auditada 10 mil exemplares
[Diretor de Arte] Leandro Maia (leandro.maia@grupobmais.com.br) [Coordenadora de Arte] Rafaela Palma (rafaela.palma@grupobmais.com.br) [Designer] Gabriel Cayres (Gabriel.cayres@grupobmais.com.br) [Colaborador - diagramação] Edileno Capistrano [Fotografia] Studio Rômulo Portela [Revisão] Ivete Zinn [Colunistas] Armando Avena, Guilherme Baruch, Glenda Zaine, Luiz Marques de Andrade Filho, Núbia Cristina e Mário Kertész
Pontos de Venda A Revista [B+] pode ser lida no site (www.revistabmais.com.br), tablets, smartphones e encontrada nas principais livrarias e bancas da cidade. Encontre a [B+] nos seguintes pontos de venda: Livraria Aeroporto; Livraria Cultura (Salvador Shopping); Livraria Leitura (Salvador Norte Shopping e Shopping Bela Vista); Livraria Rodoviária; Livraria Saraiva (Salvador Shopping, Shopping Barra, Shopping Iguatemi e Shopping Paralela) e bancas selecionadas.
editorial
Andar com fé,
o primeiro passo na direção dos bons negócios As previsões econômicas para 2015 podem desanimar aqueles que desconhecem o sentido da palavra resiliência e quem não tem espírito empreendedor. Fantasmas como aumento dos juros e da inflação, desaceleração do consumo, escassez de crédito ou endividamento das famílias brasileiras quase sempre não assustam quem teve a ousadia de criar uma empresa e construir uma marca centrada em valores. O que pode parecer ameaça para as pessoas comuns, se transforma em oportunidade para líderes empresariais. O time da [B+] entrevistou empresários e executivos resilientes, para reunir nesta edição 40 casos de empresas da Bahia que pertencem a diferentes setores, mas têm uma crença em comum: o próximo ano trará grande aprendizado porque é possível crescer, ou mesmo manter a saúde financeira, mesmo em momentos de crise e de perspectivas desanimadoras. Muitos desses líderes construíram marcas poderosas, criando intuitivamente um sistema eficaz de branding. Primeiro, veio a ideia do produto ou serviço, a criação da empresa, com a missão de atender às necessidades dos clientes e do mercado e, depois, o investimento em marketing foi sendo ampliado. Escolhemos a história da indústria de alimentos Tia Sônia, de Vitória da Conquista, para ilustrar a capa, porque ela representa bem as lições de empreendedorismo que vêm do interior baiano. O empresário que hoje ocupa a direção geral da empresa, Marcos Fenício, não imaginava aonde poderia chegar a fábrica criada na garagem da casa de sua mãe. Otimista incorrigível, intuitivo e apaixonado pelo que faz,
ele transformou uma receita de família em um negócio que deve faturar mais de R$ 20 milhões em 2014. Agrovale, Brasfrut, Cachaça Abaíra, Leitíssimo, Mersan e Special Fruits são marcas cuja origem está longe da capital. São empresas de sucesso que revelam a força do interior baiano. Estão em destaque nesta edição para comprovar que o processo de interiorização de investimentos no estado da Bahia está em franca expansão. Ouvimos da maioria dos dirigentes de empresas com sede em Salvador que investir no interior, seja diretamente ou por meio de parcerias, faz parte do planejamento. Essa notícia chega em boa hora para o Grupo [B+], que amplia a distribuição e as alianças para além das fronteiras da capital. Reforçamos nosso compromisso de produzir a revista de negócios da Bahia e chegamos com tudo no interior, não apenas com a publicação impressa, mas com os fóruns de liderança, que foram realizados em Feira de Santana, Ilhéus, Vitória da Conquista e Barreiras, contando com o prestígio do empresariado local. Por que decidimos destacar 40 empresas nesta edição? A ideia inicial era contar a história de marcas baianas, de sucesso, que estão associadas à qualidade e à credibilidade. Revelar quais são seus planos para o próximo ano e como enxergam o cenário econômico. A maior dificuldade da equipe [B+] foi fazer a seleção, já que o universo de empresas bem-sucedidas na Bahia é enorme. Enfim, chegamos às quatro dezenas de casos, mas temos boas histórias na cartola, e, promessa: na próxima edição, continuaremos a mostrar essa mágica de tocar um negócio, fazê-lo crescer e conquistar mercado. Aguardem! Sem ignorar as previsões econômicas para 2015, fazemos coro com aqueles que enxergam boas perspectivas. A conquista do Prêmio Colunistas Norte e Nordeste 2014 fecha um ano vencedor, credenciando o Grupo [B+] para novos voos. Nossos planos de crescimento estão em sintonia com o desejo de estimular a cultura empreendedora no estado da Bahia, gerando conteúdo especializado e promovendo o debate de temas relevantes para empresários, gestores, especialistas. Vamos em frente e que a frase de Gilberto Gil seja inspiração para o próximo ano: “Andar com fé eu vou, que a fé não costuma faiá”. Boa leitura e otimismo para o ano que está chegando.
Núbia Cristina, editora-chefe da Revista [B+]
VIVA O
ESPLENDOR DONATAL
avatim.com.br
online e mural
Comentários ed.26
“Parabéns pela revista! Está muito profissional e ampla em ideias” Nilson Nóbrega, diretor geral da Prima Empreendimentos
Matéria Campanha política, negócios à parte
Matéria Gestão pública com efetividade “A pior mazela, a que mais atrapalha, é a existência de empresários corruptos que não se conformam em perder e subornam funcionários desonestos. Criminosos” Franklin De Souza Lira, pela fanpage
Entrevista Rui Costa “Nosso maior problema não é na porta de saída, é na porta de entrada. Precisamos de educação básica” Josiane Ferreira, pela fanpage “Parabéns, governador Rui Costa, sua iniciativa revela seu compromisso com a educação deste povo” Gabriel Teixeira Txohã, pela fanpage “Universidade não é para fornecer papel. Não deve ser criada de uma forma sem critérios. Universidade é uma escolha. Portanto deve-se fomentar a formação nas que já existem. E não criar elefantes brancos que fabricam títulos” Gustavo Magno, pela fanpage “O senhor governador deveria, como é sua obrigação, cuidar, fortalecer, suprir e reconhecer como bem público e essencial ao povo baiano as quatro universidades estaduais existentes! Há anos, vivemos um descaso por parte do governo com relação às nossas importantes instituições de Ensino, Pesquisa e Extensão” Kátia Moema Sampaio, pela fanpage
“Reforma política já! Pelo fim da doação de recursos de empresas para campanhas políticas! O eleitor precisa se responsabilizar pelo seu voto, em vez de vender, é ele quem vai financiar a verdadeira democracia” Flavia castellar, pela fanpage
Matéria A barra mudou. E agora? “Infelizmente, muitos dos pequenos empresários que existiam na região tiveram de fechar suas portas. Outro problema são as vagas que estão difíceis até para os moradores. Em contrapartida, tornou-se um espaço agradável para caminhadas e afins” Ramon Campos Brandão, pela fanpage “Não sei o que aconteceu com os comerciantes, mas acho um verdadeiro absurdo pagar R$ 10,00 a flanelinhas para garantir que o carro não seja arranhado, tenha pneu furado, ou coisa do tipo” Rodrigo Porciuncula Paternostro, pela fanpage “Não seria o contrário? Colocar em prática um plano mais amplo de mobilidade urbana e depois fazer as mudanças no bairro? Até lá, termos de conviver com o caos que se tornou a vida de quem mora na Barra e que não tem carro, que não tem o direito de se locomover à noite e chegar em casa em segurança?” Rita Valério, pelo site
Matéria Vivendo em cores “Seu apartamento é lindo e aconchegante” Luisa Sampaio, pelo site
Matéria Construção coletiva de soluções
Matéria Viabilidade econômica para a música erudita
“Estudo em instituição privada e tenho uma equipe de mestres de excelência que por acaso são docentes da Ufba também. E a Instituição promove muitos eventos culturais” Nayara Barbosa, pela fanpage
“Muito serena e firme a análise deste mercado que vai muito além das luzes dos palcos e dos aplausos do público. Mas o profissionalismo realmente é o melhor guia” Dayane Sena, pela fanpage
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As obras que ilustram a [B+] 27 são do artista cearense Sérvulo Esmeraldo, reverenciado internacionalmente por suas obras que desafiam as ordens da geometria. A exposição do artista está disponível na Paulo Darzé Galeria de Arte, que fica na Rua Dr. Chrysippo de Aguiar, Corredor da Vitória, em Salvador
As mais curtidas em nossa fanpage
[01] Campanha política, negócios à parte [02] Construção coletiva de soluções [03] A barra mudou. E agora? [04] Entrevista: James Hunter [05] Vivendo em cores
Queremos te ouvir Errata A foto que abre a matéria de capa da última edição da [B+] não recebeu os devidos créditos. A imagem é de autoria de Nestor Carrera. Obrigado pela gentileza e compreensão, Nestor. O nome do designer Edileno Capistrano Filho não foi citado no expediente da versão impressa da [B+] 26. Falha nossa!
A Revista [B+] abre espaço para que você, leitor, dê a sua opinião, crítica e sugestão sobre as nossas matérias. O que lhe agradou? O que poderíamos melhorar? Qual a sua dúvida? Queremos saber o que você tem a dizer para que o conteúdo da [B+] esteja sempre alinhado com o que você quer ler. Existem diversos canais pelos quais Site podemos manter este contato: www.revistabmais.com.br E-mail redacao@grupobmais.com Telefone /revista_bmais /revistabmais /revistabmais 71 3012-7477
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fórum de liderança
Lições de especialistas para o mundo corporativo Os Fóruns de Liderança [B+] chegaram a Barreiras, Vitória da Conquista e Salvador para debater sobre varejo, desafios do agronegócio e branding
[19º] varejo
vitória da conquista FOTOs: André Soares
“Varejo é o pilar da nossa economia, e em Conquista não é diferente. Nossa relação de varejo vem sofrendo alterações ao longo dos anos. E cada vez que se discute isso, o setor cresce e se consolida”, Ewerton Visco, durante o 19º Fórum de Liderança [B+]. Logo no começo de novembro, o município de Vitória da Conquista recebeu o 19º Fórum de Liderança [B+]. Na pauta, o varejo com os representantes David Lee, vice-presidente da Le Biscuit, e Ewerton Visco, diretor da Aliansce. O evento é uma iniciativa do Grupo [B+], com realização da RSF Soluções Empresariais e Duetto Eventos. O 19º Fórum de Liderança [B+] contou com apoio dos Correios, Cidadelle, Enseada, AJE, Conaje, CDL, Fieb, Lume Comunicação e Sincomércio de Vitória da Conquista. O Fórum contou com patrocínio da Desenbahia, Aliansce e Caixa Econômica.
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[01] Maiara Liberato (Duetto Eventos), Ewerton Visco (Aliansce), David Lee (Le Biscuit) e Renato Simões (Grupo [B+]); [02] André Souza, Gláucia Gonçalves Gama e Diogo Garcia (EY); [03] Carlos Oliveira e Carlos Oliveira Neto (Aliansce); [04] Cauto Freitas (TV Sudoeste); [05] Daniela de Almeida Dourado (Sebrae) e Maria da Glória Gama Borges (Loja Bem-Me-Quer); [06] Jaqueline e Jovano Leal Maia (Casa Maia); [07] Luciana de Oliveira Faria, Ana Sheila Lemos Andrade (Lojas Nacional) e Cláudia Dutra Melo Pereira (CDL); [08] Madson Lima Pinto (Microlins), Rute Dias Madureira, Erbênia do Carmo Freitas (Caixa); [09] Maurício Oliveira Neto, Eduardo Freire de Carvalho Olivieri (Boulevard Shopping), Luis Felipe de Souza Leão Neto (RP Hotéis e Turismo); [10] Nadia Maria Saudância Gomes e Carlos Adriano Teixeira Farias (Cacau Show); [11] Nilton Santa Cruz Guedes e Agnaldo Gomes Filho (Correios); [12] Silvio Corradi (ABR Estruturas) e Marcos Alberto das Virgens (CDL) 16
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[20º] DESAFIOS DO AGRONEGÓCIO
barreiras
“A sucessão familiar no agronegócio é um grande desafio”, Renato Bernhoeft, 20º Fórum de Liderança [B+] FOTOs: Péricles Monteiro
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A vigésima edição do Fórum de Liderança [B+], realizada em 11 de novembro, teve como palestrantes Renato Bernhoeft, fundador e presidente do Conselho de Sócios da Höft, e Odacil Ranzi, vicepresidente da Associação de Agricultores Irrigantes da Bahia (Aiba) e sócio do Grupo Passo Fundo Agro Ltda. O evento, realizado em Barreiras, contou com patrocínio da Desenbahia, apoio da Cidadelle, Enseada, Prefeitura de Barreiras, Prefeitura de Luís Eduardo Magalhães, AJE, Aiba, Conaje e Lume Comunicação.
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[01] Renato Simões (Grupo [B+]), Odacil Ranzi (Aiba), Renato Bernhoeft, Maiara Liberato (Duetto Eventos); [02] Elias Zanconaro (Faz Decisão) e Isabela Cristina; [03] Janser Duarte Cardoso (Schimidt) e André Carlato Vielmo (Sindicato dos Produtores Rurais); [04] Landia Margarete Santos (Grupo Steracci); [05] Marcelo Bastos (Design Center) e Rider Castro (CDL); [06] Maria Isabel de Sene Corado (Schmidt Agrícola) e Scheila Maira Gomes (JCC); [07] Renato Simões Filho (Grupo [B+]), Emerson Cardoso (Sebrae) e Odacil Ranzi (Aiba); [08] Ricardo Uemura (produtor rural), Guilherme Berlatto (Fazenda Carvalho), Luiz Carlos Berlatto (Fazenda Carvalho); [09] Sávio Barretos (Sertaneja); [10] Thiago Caixeta (SQM Vitais Brasil); [11] William Seiji Mizote (Grupo Mizote); [12] Zirlene Pinheiro (Fazenda Zuttion), Rosane Hopp (Fazenda Novo Mundo) e Carolina Zuttion (Fazenda Zuttion)
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fórum de liderança
[21º] branding
+ no site: veja fotos dos eventos
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“Construir uma marca é construir uma percepção”, Eduardo Tomiya, 21º Fórum de Liderança [B+] FOTOs: Paulo Souza
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Qual a verdadeira importância de ter uma estratégia para valorizar a marca de uma empresa? Como construir uma marca de valor? Ter uma boa marca é apenas fazer um logo esteticamente bonito, ou vai além disso? Essas e outras perguntas foram respondidas durante o 21º Fórum de Liderança [B+], que contou com a participação dos especialistas em branding Eduardo Tomiya (BrandAnalytics) e Marina Rezende (Dendê Brands). Realização da Editora Sopa de Letras, o 21º Fórum contou com o patrocínio do Grupo LM e suas três marcas (LM, Bravo e Aurabrasil), da Civil Towers e Dendê Brands. O evento também contou com apoio dos Correios, Cidadelle e Enseada. Uranus2, Central do Outdoor, Abedesign e Lume Comunicação prestaram apoio institucional ao fórum.
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[01] Renato Simões Filho (Grupo [B+]), Marina Rezende (Dendê Brands), Eduardo Tomiya (BrandAnalytics) e Maiara Liberato (Duetto Eventos); [02] Eduardo Tomiya e Rafael Valente (Civil); [03] Silvio Almeida (Xarmonix) e Katiane Cunha (Xarmonix); [04] Verônica Lins (Fieb) e Amanda Andrade (Fieb); [05] Aurora Mendonça (Grupo LM); [06] Cláudio Garcia (Correios); [07] Dirlene Barros (Unifacs); [08] Hélide Borges (HB Coaching and Mentoring); [09] Hélio Tourinho (Band); [10] Luiz Blanc (ABIH); [11] Márcio Lopes (Organiza); [12] Roberto Ibrahim (CRA Bahia) 18
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bloco de notas Inovação
agronegócio
Fapesb inscreve projetos de inovação em serviços até 6 de março
Bahia Farm Show destaca a pecuária em 2015
Empreendedores dos setores de comércio e serviços interessados em ter projetos de inovação financiados têm uma oportunidade até 6 de março. Este é o fim do prazo para inscrições de projetos em um edital de R$ 1,5 milhão da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb). O edital é aplicável a produtos, serviços e a processos em gestão organizacional, mas inovar é pré-requisito. As empresas inscritas só podem ter receita bruta anual até R$ 3,6 milhões. O edital pode ser acessado integralmente no site da Fapesb (www.fapesb.ba.gov.br).
Maior feira de negócios e tecnologia agrícola do Norte-Nordeste e uma das maiores do Brasil, a Bahia Farm Show abre espaço para a pecuária em 2015 e amplia o destaque para esse segmento, que se fortalece na região oeste do estado. O anúncio foi feito pelo presidente da Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia (Aiba), Júlio Busato, ao lançar, em Salvador, a 11ª edição da feira, que vai acontecer entre os dias 2 a 6 de junho, no município de Luis Eduardo Magalhães. Serão realizados dois grandes leilões e haverá exposição de animais representando o melhor da genética da pecuária baiana. O lançamento da Bahia Farm Show aconteceu no Parque de Exposições de Salvador, durante a 27ª edição da Feira Nacional da Agropecuária (Fenagro).
520 mil domicílios É o déficit habitacional ainda existente na Bahia, de acordo com a AdemiBA. Segundo com o presidente da associação, Luciano Muricy, este número, baseado em dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), mostra que ainda há um grande potencial de crescimento para o mercado imobiliário no estado, apesar do arrefecimento do setor nos últimos anos.
Turismo
Fasano adia obras para o primeiro semestre de 2015
Antes, com início das obras previsto para meados de 2014, o Hotel Fasano do Centro Histórico só começará a ser construído no primeiro semestre de 2015. Ao menos, essa é a previsão da incorporadora Prima Empreendimentos Inovadores, responsável pelo negócio. “A partir daí, serão 24 meses até que as obras sejam concluídas”, afirmou o diretor administrativo-financeiro da Prima, Luciano Lopes. A razão para o atraso, segundo os executivos do grupo, está nos trâmites burocráticos para receber um financiamento do Banco do Nordeste, no valor de R$ 36 milhões.
FOTO: Divulgação
“Dedico este prêmio ao meu pai, fundador e grande responsável pela empresa, que já tem uma bela trajetória, e existe desde 1968. Agradeço também aos nossos colaboradores e funcionários” Alvaro Sant’Anna, diretor-presidente da Le Biscuit, ao ser premiado como Lojista do Ano 2014 pela CDL Salvador
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bloco de notas Economia
Memória viva
10 marcas fortes na memória baiana* Paes Mendonça A extinção do nome Paes Medonça na rede varejista que hoje é o Bompreço em Salvador não impediu que os baianos continuassem se referindo aos supermercados com o antigo nome, tamanha a força da marca. Suerdieck Com 106 anos de história, a empresa, instalada na Bahia, foi a maior produtora de charutos do Brasil. A última fábrica foi fechada em 2000. Fratelli Vita Com origem na fabricação de cristais, a empresa chegou a produzir vinhos e licores. Mas foi com os refrigerantes que ela ficou reconhecida. A empresa foi absorvida pela Brahma na década de 1970.
Semestre perdido O empresariado do comércio baiano não acredita que o cenário de desaceleração da economia local possa ser revertido ao longo do primeiro semestre de 2015. “No comércio, o primeiro e segundo trimestres devem trazer um crescimento um pouco acima da economia baiana como um todo, mas bem aquém das nossas expectativas”, opinou Antoine Tawil, presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do estado. Para ele, os ajustes da política macroeconômica e os investimentos em infraestrutura não terão efeito imediato.
Tio Correia A loja com origem em Itabuna vendia eletrodomésticos. A Tio Correia foi a primeira empresa baiana a ter um mascote, algo que já era comum nos Estados Unidos, mas não na Bahia. O mascote era um senhor de meia idade, gordinho e de bigode.
Banco da Bahia A instituição financeira era comandada por grandes comerciantes do estado, liderados por Clemente Mariani. Mais tarde, foi vendido ao Bradesco. Banco Econômico Fundado em 1834, foi a primeira instituição financeira do Brasil e tinha produtos famosos como a Poupança Casa Forte. Em 1995, sofreu intervenção do Banco Central e foi liquidado. Copene Central de matérias-primas petroquímicas. Foi adquirida pelos grupos Odebrecht e Mariani (2012) e integrada à Braskem. Suarez Destaque no ramo imobiliário, a empresa foi a responsável pela criação do parque aquático Wet’n Wild na capital baiana. Nordeste Linhas Aéreas Resultado da união do Governo da Bahia com a Transbrasil e a Votec, a Nordeste Linhas Aéreas já fez muito baiano voar. Criada em 1976, a companhia foi absorvida pela Varig e fechou em 2006. *Marcas selecionadas por Nelson Cadena
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FOTO: Manu Dias-GOVBA
Loja Duas Américas Ponto de encontro da alta classe soteropolitana, foi a primeira loja em Salvador a ter escadas rolantes. Fundada por um comerciante sírio, a Duas Américas vendia perfumes, joias e vestuário.
Indústria
Multinacional inaugura fábrica de drywall em Feira de Santana Produzindo em escala reduzida desde fevereiro deste ano, o grupo francês SaintGobain escolheu a Bahia para construir a segunda unidade de fabricação de drywall da Placo do Brasil. Com investimento de cerca de R$ 125 milhões, a nova fábrica, instalada em Feira de Santana, tem capacidade para produzir mais de 20 milhões de metros quadrados de drywall por ano. O material substitui o cimento e o tijolo na construção civil.
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FOTO: Divulgação CDL
Acontece Nordeste Comércio
Nordeste no comando da CNDL a partir de janeiro Dois representantes do Nordeste estarão à frente de uma das principais entidades representativas do setor no Brasil – a Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). Antoine Tawil, que continuará à frente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do estado, assumirá também a vice-presidência da CNDL. A entidade será comandada pelo cearense Francisco Honório Pinheiro Alves nos próximos três anos. Deixará o cargo o catarinense Roque Pellizzaro Junior.
Empreendedorismo
Cidades nordestinas são as piores para abrir negócios de alto impacto, diz Endeavor O Índice de Cidades Empreendedoras 2014, publicado pela Endeavor Brasil em novembro, considerou Salvador a pior cidade para fazer negócios de alto impacto, em um ranking de 14 cidades. Também mal posicionadas, Fortaleza e Recife ocupam a penúltima e a antepenúltima posições do ranking. O estudo, que avaliou itens como ambiente regulatório, infraestrutura, inovação e cultura, deu nota 4,53 para Salvador; 4,77 para Fortaleza e 4,83 para Recife, num intervalo de 0 a 10. As melhores cidades foram Florianópolis (7,53), São Paulo (7,46) e Vitória (7,16).
Infantil
Lego inaugura lojas em Recife e salvador
Governo cearense quer nova fábrica de leite em pó em 2015
O governo do Ceará anunciou, através da Agência de Desenvolvimento do Estado do Ceará (Adece), que pretende instalar a primeira fábrica de leite em pó do estado ainda em 2015. De acordo com informações divulgadas pela Adece na imprensa local, a fábrica será construída em um dos três municípios de maior produção leiteira do estado – são eles Iguatu, Morada Nova ou Quixeramobim – e deverá produzir até 400 mil litros de leite em pó por dia. A agência informou que já há grandes empresas interessadas em ir para o estado atuar no setor, mas nenhum negócio está fechado. Naquele estado, o setor apresentou aumento de 35% na produção, mesmo com o período de estiagem.
FOTO: Divulgação
A dinamarquesa Lego, segunda maior fabricante mundial de brinquedos, escolheu Recife e Salvador para inaugurar suas primeiras lojas do Nordeste. No Brasil, a marca possuía lojas exclusivas em São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba, todas operadas pela MCassab, distribuidora da Lego no país. Os brinquedos têm preços que variam de R$ 12,99 a R$ R$ 2.799,99.
Laticínios
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imóveis + O diretor do Cidadelle, Denis Guimarães, planeja lançar empreendimentos da marca em outros estados
por Núbia Cristina
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Bons negócios fora da capital
Grupo André Guimarães vai lançar produtos com a marca Cidadelle em outros estados e anuncia transferência da sede para Lauro de Freitas O Grupo André Guimarães projeta crescimento de 20% em 2015, mantendo a média dos últimos cinco anos, mesmo em um cenário de estagnação da economia. Para atingir a meta, a estratégia é aproveitar as oportunidades que surgem nas cidades do interior baiano. O sucesso do Cidadelle, empreendimento que se tornou referência para a região de Ilhéus e Itabuna, motiva a empresa a seguir nesse caminho. “Esperamos manter o bom desempenho. Para isso, iremos trabalhar dobrado”, afirma o diretor do Cidadelle, Denis Guimarães. O principal desafio é enfrentar a desaceleração econômica e a escassez de recursos. Nos planos para 2015 está a transferência da sede do grupo de Salvador para Lauro de Freitas, na Região Metropolitana. “Essa decisão é decorrente das dificuldades encontradas junto à Prefeitura de Salvador e dos impasses relacionados ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano (PDDU)”, explica Denis. A mudança, além de redução de custos, pode trazer novas oportunidades, já que as cidades da grande Salvador e o próprio interior do estado foram alvo de vários investimentos ao longo de 2013 e 2014. O Grupo André Guimarães atua em quatro segmentos, todos no setor da construção. O primeiro é o da incorporação imobiliária, que tem como foco a construção de prédios residenciais em Salvador. “Esse setor está parado, em função das dificuldades encontradas junto à Prefeitura de Salvador, em relação ao Plano Diretor”, reforça Denis. 26
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FOTO: Divulgação
Investimentos fora da capital Em dezembro de 2012, o grupo lançou, na região sul do estado, o Cidadelle, um bairro planejado com segurança, infraestrutura de lazer e serviços. Em dois anos, foram lançados o Cidadelle House e o Cidadelle Praia Sul, ambos em Ilhéus e Itabuna. “O Cidadelle nasceu, levando o conceito de bairro planejado para o interior, coisa que não existe na maioria das cidades, inclusive na capital”, comenta Denis. Em função da carência desse modelo no interior, o projeto tornou-se um sucesso de vendas. “Em 2015 e 2016, manteremos lançamentos com a marca Cidadelle em outras cidades, provavelmente fora do estado da Bahia”, antecipa o empreendedor. Na área de construção de empreendimentos para locação, o grupo vai continuar investindo nas cidades de Lauro de Freitas, Camaçari e Ilhéus. A André Guimarães investe ainda na construção de empreendimentos para empresas do Grupo Carrefour e Pão de Açúcar, no segmento de supermercados. “Iniciamos essa área de operações em 2009 e hoje esse segmento representa 30% do faturamento”, afirma o diretor. grupo andré Guimarães Empregados: 2 mil colaboradores (diretos e terceirizados) Empresas do Grupo: André Guimarães Construções, André Guimarães Patrimonial, André Guimarães Construções e Montagens Meta para 2015: manter crescimento de 20% Cidadelle: foco em lançamentos em outras cidades, inclusive de outros estados
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Foco na construção sustentável
Estratégia do Grupo Civil é tornar os processos cada vez mais sustentáveis, para estimular o crescimento em 2015 De olho nas oportunidades fora da capital, o Grupo Civil, formado pelas empresas Civil Construtora, Civil Pré-Moldados e Civil Pedreira, planeja investir em cidades do interior. “É um tema discutido nas reuniões, embora a gente não tenha ainda essa diretriz definida”, afirma o sócio-diretor da Civil, Rafael Valente, que é diretor de Sustentabilidade da Ademi-BA. Em 2015, a prioridade é o investimento na melhoria dos processos, equipamentos e capacitação da equipe. “Temos perspectiva de crescimento na área industrial e na construtora, vamos nos preparar para que esse crescimento seja sustentável”, ressalta Rafael. Gestor que analisa cenários, ele reconhece os desafios previstos para o próximo ano e sabe que as perspectivas sinalizam desaceleração da economia, juros e inflação em alta, além da alta carga tributária, sempre presente. “Vamos enfrentar tudo isso com criatividade e segurança, buscando produtos diferenciados e mitigando os riscos”, ensina. Para Rafael, a indústria da construção deve crescer na Bahia e no Brasil, principalmente no segundo semestre. “Os estoques estão diminuindo e tudo indica que teremos crescimento”. Empresa que prioriza a viabilidade financeira, econômica e socioambiental em todos os projetos e ações, a Civil conquistou o Prêmio Ademi de Gestão Sustentável em 2013, com o case do Civil Eco. “Sempre fomos muito discretos na busca por premiações, mas em 2012, ano em que completamos 50 anos, ficamos muito felizes com a conquista do Prêmio Ademi de Empresa do Ano”, comenta o diretor. Ele destaca ainda que o reconhecimento dado ao projeto Civil Eco estimula ainda mais a melhoria dos processos em busca da sustentabilidade. Trata-se de um programa de responsabilidade socioambiental, parte do Planejamento Estratégico do Grupo Civil. O objetivo maior do Civil Eco é reduzir os impactos ambientais da indústria da construção civil, trabalhando em duas frentes distintas: interna (in) e externa (out).“Os prêmios são reconhecimento que agregam valor à marca, mas acreditamos que o maior prêmio é a satisfação do nosso cliente final”, resume Rafael Valente. grupo CIVIL Empregados: 200 colaboradores diretos Empresas do Grupo: Civil Construtora, Civil PréMoldados e Civil Pedreira Meta para 2015: manter o crescimento e excelência da gestão sustentável No longo prazo: investir na interiorização dos projetos
Alta no preço dos imóveis Em 2015, o preço dos imóveis na capital baiana deve crescer até 39,5%, de acordo com estimativas da Associação de Dirigentes das Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA). “Isso porque, considerando apenas Salvador, as vendas aumentaram e os lançamentos diminuíram”, destaca o presidente da instituição, Luciano Muricy. Hoje, o preço médio do metro quadrado em Salvador é de R$ 4,3 mil. Esse valor deverá chegar a R$ 6 mil, com a iminente queda no estoque. Há quatro anos, o estoque, contando unidades prontas e na planta, era de 18 mil unidades. Hoje, está em 7 mil. Entre janeiro e setembro de 2014, os lançamentos na capital caíram de 1.766 para 1.363 unidades, em comparação com o mesmo período de 2013. No mesmo intervalo, porém, houve aumento nas vendas de cerca de 20% de 2.758 unidades para 3.289.
Vendas caem em 2014 Nos principais municípios da Região Metropolitana, incluindo Feira de Santana, houve aumento das unidades lançadas, de 2.355 para 2.531, comparando os intervalos de janeiro a setembro de 2013 e 2014, respectivamente. As unidades vendidas, porém, caíram de 5.802 para 4.751, na mesma base de comparação. Esse movimento gerou cerca de 7 mil demissões, o equivalente a 13% da massa trabalhadora nos últimos 12 meses, em relação ao mesmo período de 2013.
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saúde+
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leme quer crescer 15% em 2015
Apesar do cenário econômico de crise e incertezas, grupo planeja inaugurar unidades
FOTO: Divulgação
por Núbia Cristina e Victor Longo
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investimentos em novos equipamentos
Novos aparelhos nas áreas de ressonância magnética, medicina nuclear e hemodinâmica aperfeiçoarão serviços em cardiologia, oncologia e neurologia, carros-chefes do hospital por Núbia Cristina e Victor Longo
O Hospital Santa Izabel anunciou um investimento de aproximadamente R$ 3,6 milhões na instalação de novos equipamentos em saúde para usos em procedimentos de média e alta complexidade. Entre os equipamentos que chegarão ao hospital a partir de dezembro está um novo aparelho para a realização de ressonância magnética, no valor de US$ 1,1 milhão (R$ 2,8 milhões, considerando o dólar a R$ 2,55). “Hoje já temos um aparelho semelhante na área de bioimagem e, agora, estamos instalando um segundo”, revelou Eduardo Queiroz (foto acima), superintendente de Saúde da Santa Casa de Misericórdia, que administra o hospital. A ressonância magnética possibilita a detecção de tumores e problemas neurológicos. Um segundo aparelho é um equipamento de medicina nuclear chamado Gamma Camara, utilizado na realização de exames cardiológicos, como a cintilografia do miocárdio, e custou US$ 300 mil (R$ 765 mil). Por fim, o Santa Izabel está instalando um equipamento de hemodinâmica para a utilização em procedimentos cirúrgicos cardiológicos pouco invasivos, como angioplastias e cateterismos, no valor de R$ 950 mil. Os novos equipamentos fazem parte de uma série de investimentos na melhoria dos serviços e reformas físicas, que vêm sendo realizadas desde 2010. “Ao todo, investimos, nesse período, um total de US$ 5 milhões em equipamentos de diagnóstico por imagem e reformas, além de mais US$ 1 milhão na requalificação das nossas UTIs”, contou Queiroz. No período, 28
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Fundado em 1973 pelo endocrinologista Thomaz Cruz, como projeto pioneiro de análise de exames hormonais em Salvador, o Laboratório Leme projeta, para 2015, um crescimento de 15%, mesmo em um cenário de incertezas econômicas. O possível aumento do desemprego, no entanto, tem deixado os dirigentes da empresa
o hospital aumentou o número de leitos de 75 para 86 nas suas seis unidades de terapia intensiva (UTIs). Entre os aparelhos comprados estão dois tomógrafos, um PET CT para detecção precoce do câncer, e aparelhos de ultrassom. “Além disso, estamos instalando uma área nova com mais 15 leitos, ampliando para 540 o nosso total. Esses leitos vão nos ajudar a fazer reformas físicas, realocando pacientes quando necessário”, explicou o gestor. O hospital também tem investido em melhoria de gestão, em parceria com a Fundação Dom Cabral, e na obtenção de acreditações que selem a qualidade dos serviços – como a da Organização Nacional de Acreditação (ONA), conquistada em setembro último. hospital santa izabel Ano de fundação: 1549 (como Hospital da Caridade) Gestora: Santa Casa de Misericórdia Especialidades de excelência: cardiologia, ortopedia, oncologia e neurologia clínicas e cirúrgicas Número de leitos: 525 leitos, sendo 225 do SUS Número de médicos: 650 Total de funcionários: 3,8 mil Faturamento: R$ 450 milhões Crescimento em 2014: 9%
de olhos bem abertos, já que a possibilidade da redução de contemplados por planos de saúde pode afetar o negócio. Com isso, a projeção de crescimento já prevê uma desaceleração em relação aos anos anteriores. “A taxa anual média de crescimento do Leme foi de 20% nos últimos cinco anos. Para 2015, esperamos um crescimento de cerca de 15%”, projetou a sócio-diretora do grupo, Marla Cruz. Mesmo assim, a diretora afirma que avalia ampliar o atendimento e sinaliza a possibilidade de inaugurar novas unidades, sem revelar detalhes. “Além da implantação de novos serviços, buscaremos também o aumento da nossa capilaridade”, afirma. Outro desafio é incluir a sustentabilidade na agenda da empresa, como explica Marla. “Queremos também conferir maior abrangência às ações direcionadas ao meio ambiente com indicadores de redução de resíduos e outros materiais”, revelou a sócio-diretora.
Desafios A executiva afirma que os maiores desafios para o ano que se inicia estão relacionados com o crescimento econômico e a taxa de desemprego. “Estes são os dois indicadores que podem
afetar a área de saúde, tendo em vista que a grande parte dos nossos clientes é usuária do plano de saúde empresarial”, disse. “Se a taxa de desemprego começar a aumentar ou der sinais de subida, incialmente haverá uma elevação no uso dos planos de saúde, já que demissões numa escala maior geram especulações independentes do impacto real na economia e acabam despertando receio em quem ainda está empregado de ficar sem a assistência privada à saúde. Para garantirem que serão atendidos, os funcionários antecipam as consultas, exames, procedimentos”, explicou. “Mas, posteriormente, há um declínio no atendimento de forma geral, acompanhando o índice de desemprego em si”, completou. laboratório leme Ano de fundação: 1973 Total de unidades: 10 Serviços oferecidos: exames, análises clínicas e vacinação Número de funcionários: 400 Crescimento médio nos últimos anos: 20% Projeção de crescimento para 2015: 15%
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mídia+
[B+] é o veículo impresso do ano Recife foi palco da festa do Prêmio Colunistas N/NE 2014, realizada no dia 19 de novembro. A Revista [B+] recebeu o Grand Prix de Veículo Impresso do Ano, um reconhecimento da mais antiga e tradicional premiação de Comunicação e Marketing do Brasil. Oito agências da Bahia receberam os diplomas de Grand Prix, Ouro, Prata e Bronze. No primeiro semestre deste ano, o Grupo incorporou a editora Sempre e passou a publicar as revistas Metro Quadrado - Nordeste, Cidadelle (do Grupo André Guimarães), Alpha (da rede de academias Alpha Fitness) e Azulina (da Associação Atlética da Bahia), além da [B+]. As agências baianas Revolution, Propeg, Tuppi, Arandas, Morya, Invent, Estalo e SLA foram premiadas na edição 2014 do Colunistas Norte e Nordeste. Além das agências de propaganda e Live Marketing, a Bahia recebeu os Grand Prix de Veículo Impresso do Ano, que ficou com a [B+], e de Produtora de Vídeo do Ano, que contemplou, pelo segundo ano consecutivo, a Nove90. Entre os profissionais, Vitor Barros, do grupo PPG, recebeu o prêmio de Profissional do Ano e Sandro Ferreira, da Invent, o de Empresário de Marketing Promocional do Ano. Entre os trabalhos premiados das agências baianas três receberam Grand-Prix: O filme ‘Resultados Maneiros’, da Tuppi, para a Alpha Fitness, o anúncio ‘Adoção Tardia’ da Revolution, para Aldeias Nissio.
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FOTOs: Ivaldo Bezerra
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[01] Núbia Cristina (editora-chefe), Bianca Passos (diretora de Marketing), Claudio Vinagre (diretor de Publicações), Rubem Passos (presidente do Grupo Bmais), Adriana Mira (diretora comercial) e Renato Simões Filho (diretor executivo); [02] Rubem Passos, Claudio Vinagre e Renato Simões Filho (Grupo [B+]); [03] Claudio Vinagre (Grupo [B+]) e Vítor Barros (Grupo PPG); [04] Maira Holtz (Estalo), Renato Simões Filho (Grupo [B+]), Juliana Nery (Estalo) e Rubem Passos (Grupo [B+]); [05] Emerson Braga (Revolution), Sandro Ferreira (Invent), Nelson Cadena (ABC Mais Comunicação e Estratégia) e Vítor Barros (Grupo PPG) 30
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obra: Andrew Kemp | Darzé Galeria de Arte
negócios O segredo da granola da Tia Sônia 32 Como a Minilab sobreviveu 36 Hotel da Bahia espera a concorrência 36 Comercial Ramos e a luta pelo preço 38 Leão de Ouro muda de posicionamento 40 Pãozinho Delícia: a receita que virou marca 42 A.Linhares de cara nova 42 O cartão de visitas da Leitíssimo 43 Os passos da Mersan no interior 43 Limiar quer aumentar a produção 44
Brasfrut quer crescer 100% 46 Special Fruit muda de rota 48 Petrobahia vai diversificar atuação 50 Yaô quer melhorar a qualidade 52 Como a Pratigi virou líder em cinco anos 52 A tradição da cachaça Abaíra 56 Marcas baianas compradas por grupos de fora 58 [C] Artigo Armando Avena 60 [C] Bahia mais competitiva 62
NEGÓCIOS
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Receita de família
Localizada em Vitória da Conquista, indústria de alimentos vai investir em nova fábrica, ampliar a produção e a distribuição por núbia cristina fotos arthur garcia
Marcos e Sônia Fenício em produção: fábrica deve faturar mais de R$ 20 milhões em 2014
Dona Sônia produz seis quilos de granola para o filho levar em viagem ao Peru, ele distribui o produto com os amigos, que aprovam
1995
1996
Tia Sônia ganha sua primeira marca e muda de embalagem
1997
Início da produção da receita caseira na garagem da casa de Sônia
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1999 Lançamento da linha de produtos integrais
Com um largo sorriso, o empresário que ocupa a direção-geral da fábrica de alimentos Tia Sônia, Marcos Fenício (podem chamá-lo de Quio), conta que não imaginava aonde poderia chegar a empresa criada na garagem da casa de sua mãe, em Vitória da Conquista, município a 512 quilômetros de Salvador, no ano de 1996. No início da vida profissional, o engenheiro agrônomo de formação, com MBA em Gestão de Negócios, Marketing e Finanças, pela FGV, tentou fugir do destino que carrega seu sobrenome. Mesmo sabendo que os fenícios foram reconhecidos como exímios comerciantes e navegadores, ele não imaginava que poderia transformar a receita caseira da família em um fenômeno de vendas e marketing e consolidar uma indústria que deve faturar mais de R$ 20 milhões em 2014. Está nos planos da Tia Sônia a diversificação da linha de produtos, o aumento da distribuição em várias regiões do país e o início da construção da nova fábrica no ano que vem. Desde que passou a ser distribuída fora da Bahia pela Rede Walmart, há cerca de oito anos, a granola Tia Sônia conquista uma legião de fãs, alguns famosos, que aceleram os planos de crescimento. Os produtos da marca chegaram ao Rio de Janeiro no final de 2010, e menos de um ano depois, a atriz Debora Bloch declarava em entrevista que “estava viciada na granola Tia Sônia”. A jornalista paulista Alessandra Blanco, do blog Comidinhas e Guloseimas, escreveu que “Tia Sônia é a melhor granola do mundo”. “Isso tudo me deixa entusiasmado, é mídia espontânea, reconhecimento das pessoas que aprovam nossos produtos”, afirma Quio. O diretor-geral revela que ganhou um terreno da Superintendência de Desenvolvimento Industrial e Comercial (Sudic) de 16 mil metros quadrados, no Centro Industrial de Vitória da Conquista. No momento, ele coordena o projeto de construção da nova fábrica. “Estamos finalizando o projeto. O novo parque fabril vai demandar cerca de R$ 2 milhões em investimentos, que iremos pleitear junto à Desenbahia”, explica. Ocupando um galpão de quatro mil metros quadrados, com 140 funcionários, a Tia Sônia produz cerca de 80 toneladas de granola por mês – hoje, são quatro tipos de granola, que combinam
Nova marca e nova embalagem
2006
“Estamos finalizando o projeto. O novo parque fabril vai demandar cerca de R$ 2 milhões em investimentos, que iremos pleitear junto à Desenbahia” cereais, castanhas, frutas desidratadas, tapioca e até rapadura -, mais de 10 toneladas de produtos integrais (distribuídos nas linhas Funcionais, Sublime e Gourmet) e mais de 200 mil barras de cereais. Com a nova fábrica, a produção deve triplicar, no mínimo, e a equipe de funcionários efetivos vai aumentar em 30%. “Hoje, a escala de produção atende às nossas necessidades. A gente consegue segurar um pouco, mas daqui a três anos teremos de ampliar”, reflete Quio. A transferência para uma nova unidade representa também o acesso a modernos equipamentos e novas tecnologias. “Boa parte do nosso processo é artesanal, mas, para aumentar escala e ganhar produtividade, teremos que mecanizar a produção”. Talvez um dos maiores desafios da Tia Sônia seja modernizar, mantendo o gostinho da receita de mãe em todos os produtos. O fundador da empresa garante que esse é um objetivo a ser perseguido.
Nova marca traz Tia Sônia olhando para a direita: visão de futuro
2009
2014 Início do projeto de construção da nova fábrica
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a g odsetzoe/ s mebtreom b2r0o1 42 0/ 1j4a nRevista e i r o 2[B0+]1 5 33 33
NEGÓCIOS
Cookies Tia Sônia No mês de novembro, a linha de cookies Tia Sônia foi lançada. Chegou aos pontos de venda discretamente. Novos produtos entrarão no mercado no primeiro semestre de 2015. São três sabores de barrinhas de cereais, que não foram revelados, para não dar mole à concorrência. Hoje, a empresa comercializa nove sabores de barras de cereais. Lançada há 18 anos, a granola Tia Sônia, carro-chefe da empresa, é um produto maduro. “Se quero manter o crescimento, preciso investir em novos produtos”, diz TIA SôNIA Faturamento: R$ 20 milhões em 2014 Ampliação: novo parque fabril custará R$ 2 milhões Capital: 1.500 mercadinhos de Salvador recebem o produto Novo CD: Investimento de R$ 1 milhão no centro de distribuição do Imbuí, em Salvador
Quio. Hoje, ele tem uma equipe especializada na área de pesquisa e desenvolvimento, conta com a parceria do Instituto Tecnológico de Alimentos, de Campinas, mas se envolve na concepção de produtos. Atenta ao potencial da linha sublime, que tem a tapioca como um dos produtos de destaque, em 2015, a Rede Walmart vai colocar o sabor crocante do interior da Bahia nas prateleiras dos pontos de venda em várias regiões do Brasil. Está nos planos da rede ampliar o mix de produtos da marca, que hoje são distribuídos nos estados do Nordeste, Sudeste, Centro Oeste e em Brasília. A ideia é ampliar as vendas para a região Sul. De acordo com estatísticas do Instituto Nielsen (2013), a granola Tia Sônia está em terceiro lugar em vendas na categoria de cereais matinais, atrás da Nestlé e da Kellogg’s. “Estamos em terceiro porque não existe a categoria granola, se tivesse, estaríamos em primeiro”, constata Quio. No segundo semestre deste ano, a empresa investiu R$ 1 milhão para instalar um novo centro de distribuição no bairro do Imbuí, em Salvador. O primeiro foi instalado há seis anos, mas ficou pequeno. Hoje, cerca de 1.500 pequenos mercados da capital baiana são abastecidos diretamente. “A meta é fazer entregas em um prazo máximo de 48 horas, isso para qualquer ponto de venda dentro de Salvador”, comenta Quio, sem esconder que é completamente apaixonado pelo que faz.
A Tia Sônia produz 80 toneladas de granola por mês, mais de 10 toneladas de produtos integrais e 200 mil barras de cereais
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NEGÓCIOs
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Mudar para sobreviver
Grupo Minilab diversificou portfólio de produtos e serviços, mudou marca, criou parceria e se manteve de pé, mesmo em um mercado em declínio por Victor Longo foto Luciano Oliveira
Salvador, 1984. Chegava a Salvador a primeira máquina capaz de fazer fotos com revelação em uma hora, direto do Japão. Fazia tanto sucesso que levava multidões à porta da loja, para ver as imagens sendo reveladas em tempo real. Era o início dos tempos áureos da Minilab, marca baiana criada com o mesmo nome daquela máquina japonesa. A empresa, fundada por três sócios, incluindo uma das atuais proprietárias, Maria Luíza Alvim, viveu momentos de ascensão e declínio. “Chegamos a ter 11 lojas, até em Aracaju, Minas e Goiânia. Hoje, são quatro”, diz Maria Luíza. A razão para tamanha queda: a chegada da tecnologia de imagens digitais. Depois 36
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de 30 anos, mesmo com a brusca redução do número de lojas, a Minilab se manteve como uma das únicas sobreviventes em um mercado em franca decadência, e até projeta crescimento. “A gente vislumbra voltar a crescer a partir daqui. Até hoje, foi uma proeza se manter”, admite Daniela Alvim (foto), sobrinha e atual sócia de Maria Luíza. Ela enumera as marcas que, diferentemente da Minilab, não conseguiram continuar no mercado: “Ah, várias fecharam. Fotosystem, Masterlab, Masterfoto, só para dar alguns exemplos”. O segredo para se manter foi entender que a lógica do investimento, de que não se pode colocar todos os ovos numa
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QUE VENHA A CONCORRÊNCIA Chegada de outros hotéis de luxo ao Centro Antigo de Salvador é considerada essencial para fazer vingar a aposta de recriar o Hotel da Bahia com a marca Sheraton por Victor Longo foto Victor Longo
Quando alguém tem um negócio, quanto menor a concorrência, melhor, certo? Errado. Pelo menos, essa não é a lógica dos dirigentes do Sheraton Hotel da Bahia, empreendimento de R$ 100 milhões inaugurado em 2013 com o objetivo de resgatar a marca do antigo Hotel da Bahia.
SHERATON HOTEL DA BAHIA Ano de fundação: 2013 Local: Campo Grande, Salvador Investimento inicial: R$ 100 milhões Número de funcionários: 200 Valor da diária: R$ 400 a R$ 2000 Faturamento: não informado
A espera pela chegada de outros hotéis de luxo no Centro Antigo de Salvador, como o Fasano e o Hilton, é vista por Paulo Gaudenzi (foto), diretor institucional da GJP Hotéis (administradora do empreendimento), como essencial para fazer vingar a aposta de recriar o Hotel da Bahia com a marca Sheraton em pleno Campo Grande. “O melhor lugar para fazer um hotel é junto de outros hotéis”, afirma Gaudenzi. “A chegada desses concorrentes vai ser muito boa, porque isso valorizará o nosso produto, que é a cidade”, explica. Segundo ele, a existência de mais hotéis no Centro Antigo de Salvador levará, por exemplo, ao aumento na quantidade de prestadores de serviços em torno dos hotéis. No entanto, a inauguração dos novos hotéis ainda é incerta. Tido pelos executivos da empresa como um investimento que demorará para dar retorno, o novo Hotel da Bahia já deverá passar a ter lucro operacional ao final do segundo ano de existência, em maio de 2015, segundo a previsão de Gaudenzi. Porém, o retorno ao investimento inicial de R$ 100 milhões só deverá ocorrer no longo prazo. O faturamento da empresa não foi divulgado. Em um leilão realizado em 2010, a GJP Hotéis comprou o Hotel da Bahia, marca que durante décadas serviu às tradicionais famílias baianas e personalidades que visitaram a cidade - como Príncipe Charles, Lady Di, Simone do Beauvoir e Jean Paul Sartre, por exemplo. Reinaugurado em maio de 2013, o hotel passou por reforma e foi vinculado à marca internacional Sheraton, a fim de atrair clientes internacionais. O acervo artístico do local conta com gravuras de Calasans Neto, Emanoel Araújo, Carybé e Di Cavalcanti, por exemplo.
mesma cesta, também cabe a um negócio. “Além da revelação e impressão de fotografias, passamos a fazer impressões em grandes formatos, plotagens, álbuns encadernados, foto-produtos, como canecas, xícaras, squeezes, toalhas, medalhas e pingentes, além do serviço do estúdio fotográfico”, enumera Daniela.
Nova marca Para atravessar o período da fotografia analógica e se adaptar aos novos tempos, a empresa mudou a marca. “Antes, era um bonequinho com um filme fotográfico. Há sete anos, mudamos para uma nova marca, sem nenhuma referência aos filmes”, lembra Daniela. “Tudo isso foi estratégia de sobrevivência. Senão, teria acontecido o que aconteceu com as outras: não estaríamos mais no mercado”, observa.
minilab Ano de fundação: 1984 Local: Salvador Serviços: impressões, plotagens, álbuns encadernados, foto-produtos e serviço do estúdio fotográfico Total de lojas: 4 Empregados efetivos: cerca de 170 Faturamento esperado em 2014: R$ 9 milhões
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NEGÓCIOS
comercial ramos Ano de fundação: 1984 Faturamento: mais de 100 milhões (2012) Empregados: 800 Grupo Multibel: dono da marca desde 2002
De olho no interior
para 8 receita crescer em 2015 A Comercial Ramos aposta nas promoções, redução de custos e no lançamento da loja virtual, para continuar crescendo no próximo ano por Teófilo Henrique foto rômulo portela
A maioria das previsões econômicas para 2015 é pessimista, mas a Comercial Ramos tem duas armas para enfrentar os problemas que o novo ano poderá trazer: promoção e redução de custos operacionais. A aposta da rede de lojas de materiais de construção para elevar o faturamento, apesar do cenário ruim, é na gestão dos custos, de estoque e no investimento em propaganda. “As parcerias com fornecedores bem-posicionados e de qualidade também são boas opor tunidades de negócios, com isso, conseguiremos oferecer os melhores preços e produtos”, afirma o diretor jurídicoadministrativo da empresa, Enzo Lomanto (foto). A luta pelo menor preço, travada diariamente há 27 anos, esbarra em alguns desafios. Um deles, a logística, tema recorrente nas reclamações do empresariado baiano, é uma das preocupações da empresa. “A nossa expectativa é continuar ascendendo, por isso queremos investir em infraestrutura de logística e distribuição”, conta. O tema é de suma importância para a empresa que possui duas lojas no interior do estado (Feira de Santana e Vitória da Conquista) e outras quatro em Salvador e Lauro de Freitas. 38
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Para Lomanto, a aposta no interior é válida, já que algumas regiões do estado apresentam taxas de crescimento altas. Além disso, em 2014, grandes players do mercado imobiliário investiram na interiorização. “Estamos instalados nas duas maiores cidades do estado, depois da capital, que estão estrategicamente localizadas, pois abastecem em torno de 20 municípios circunvizinhos”. Ao longo dos quase 30 anos de fundação, a Comercial Ramos comemora o bom posicionamento de mercado. Em 2012, a loja ultrapassou a marca de 100 milhões de reais em volume de vendas e, este ano, incluiu na prateleira o 13º prêmio Top of Mind. A marca, que já passou pelo controle de um grupo pernambucano, desde 2002 está sob o comando do grupo Multibel, formado por empresários baianos.
Engatinhando na rede Para 2015, a empresa planeja seguir os passos de outros grandes nomes do varejo, lançando a loja virtual. Enzo Lomanto entende que este é um caminho inevitável para as empresas. “Os nossos clientes nos visitam na palma da mão com os seus smartphones, acessando as nossas redes sociais e website”, diz. Sílvio Luiz de Azambuja, sócio diretor da empresa. Ele acredita que o e-commerce não influencia negativamente nas vendas das lojas físicas. “O atendimento personalizado é um dos pontos que levam os clientes até as lojas”, diz. “Há uma necessidade do contato com o produto de material de construção”, completa.
NEGÓCIOS
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Mudança de posicionamento Com mais de um século de existência, a Leão de Ouro implementou drásticas mudanças para manter a longevidade e o crescimento por Teófilo Henrique foto rômulo portela
“Este ano, estamos fazendo um investimento em torno de R$ 1,5 milhão na nova sede e na implementação de uma nova ferramenta de gestão, um software que vai nos ajudar na gestão financeira, comercial, operacional, entre outros pontos”. Rey ainda não completou a instalação da nova ferramenta, mas acredita que com ela em ação terá melhores condições de abrir as novas lojas em 2015. Hoje, a empresa tem 13 unidades na capital, sendo duas de rua. Já se aventurou pelo interior, mas desistiu. Na década de 90, houve uma separação na sociedade e essas lojas ficaram com a outra parte. “No interior, se trabalha ainda muito com o crediário, teria que haver outra estrutura para cuidar só dessa parte, além da logística, que é mais difícil e cara”, disse Rey.
Crescimento em 2014 - 2015
Com mais de 100 anos de existência, a Leão de Ouro mantém a longevidade e quer conquistar novos mercados em 2015. O empresário Wanderley Rey (foto) planeja abrir lojas em Recife e Aracaju. “Estamos estudando os lugares, visitamos os principais shoppings dessas cidades. Há possibilidade de abrirmos três lojas em cada capital.” O novo investimento, algo em torno de R$ 3,5 milhões, será possível devido a uma reestruturação pela qual a empresa passou nos últimos dez anos. “Nesse tempo, foram gastos em torno de R$ 5 milhões, para consolidar o crescimento em Salvador. Hoje, temos lojas nos principais shoppings da cidade, uma nova sede e um novo sistema de gestão”. De acordo com o empresário, o foco agora é abrir loja em shopping, porque o comércio de rua não está evoluindo. “A falta de segurança é um fator importante e os shoppings hoje oferecem mais conforto, estacionamento fácil, ar-condicionado e um mix de lojas mais completo”, completa Rey. 40
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Apesar de projetar um crescimento de 8% em 2014 e entre 10% e 12% no próximo ano, o empresário revela que não tem muito a comemorar. “Este ano foi extremamente desafiante, com a economia andando em marcha lenta e a Copa do Mundo trazendo poucos resultados positivos para o varejo de Salvador”. Ele acredita que 2015 será tão difícil quanto este ano, “devido à sinalização do governo de aumento nas tarifas públicas, diversos feriados e elevação crescente da taxa de juros”. A empresa, que hoje conta com 250 empregados, também evoluiu no quesito marca. Inicialmente, o nome da loja era “Ao Leão de Ouro”. Com passar dos anos o “Ao” foi retirado e novas mudanças estão por vir. “Temos planos para mais uma modernização da marca, mas virá no tempo certo”, contou Rey.
Leão de Ouro Ano de fundação: 1901 Local: Salvador Empregados efetivos: 250 Faturamento 2013: R$ 40 milhões Previsão 2014: Crescimento 8% R$ 45 milhões
NEGÓCIOS
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Reis do outdoor
Rafael, de apenas 18 anos, dá os primeiros passos no setor comercial da empresa, sob comando da madrinha Adriana
Criada há 83 anos, A.Linhares diversifica a atuação e permanece na liderança do mercado de outdoors na Região Metropolitana por Victor Longo foto rômulo portela
Quando foi fundada, em 1931, pelo casal Adherbal e Yolanda Linhares, A.Linhares era a única companhia de mídia exterior do Nordeste e a segunda a ser aberta no Brasil. Mais de 80 anos depois, a empresa continua sendo líder no segmento de outdoors e detém mais de 35% do market share, apesar de outras seis empresas do setor terem entrado no mercado. “Temos 360 outdoors na Região Metropolitana de Salvador, de um total de cerca de 960”, afirmou o presidente da empresa e filho dos fundadores, José Linhares. Linhares lembra que esse é um mercado dinâmico, cujas características, ao longo dos anos, foram modificadas. “Meu pai começou fazendo propaganda em protetores de árvores colocados em canteiros da cidade. Em seguida, fez mídia externa nos abrigos de bondes. Os outdoors só vieram depois”, contou. A empresa, que tem 50 funcionários, diversificou e, hoje, atua no mercado de propagandas luminosas, tridoors (outdoors dinâmicos) e em publicidades estampadas nos prédios. Apesar da liderança, A.Linhares perdeu faturamento em 2013 e 2014, considerado um “ano ruim”. “A economia não vai bem, então isso reflete no negócio. Especialmente, porque o empresário fica com medo de investir em propaganda”, explica José, sem divulgar números. A expectativa é que o jovem Rafael Chaves Linhares, 18 anos, representante da quarta geração da família Linhares, assuma um cargo na diretoria da empresa. Rafael, que acabou de entrar na área comercial e está realizando uma espécie de trainee, sob o comando da madrinha e diretora comercial Adriana Linhares, 40, pretende conhecer todas as áreas do negócio. A. Linhares e Cia Ltda. Ano de fundação: 1931 Local: Salvador Serviços: veiculação de propaganda em outdoor, tridoor, front light, painel de estrada, empena. Total de lojas: 4 Empregados efetivos: cerca de 50 42
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O favorito das festinhas Como a empresa Pãozinho Delícia transformou uma receita antiga em uma marca poderosa em Salvador por Luís Lisboa
Quando fechou as portas da sua padaria, em meados da década de 80, o baiano Antônio Neto sabia que precisava se aventurar em um filão de mercado que caísse no gosto do público. O resultado do seu espírito empreendedor foi a criação da Pãozinho Delícia. “O sucesso foi tamanho que ele e a esposa saíram de casa para abrigar a fábrica e dar conta do volume de pedidos”, conta Robson Nunes, sócio e diretor de operação da empresa. Fundada em 1992, a marca se consolidou no mercado local e hoje comemora o sucesso com a inauguração de uma loja piloto na Pituba - iniciativa que instaura a nova fase de franquias. “Estamos fazendo um planejamento estratégico para os próximos quatro anos junto com o Sebrae”. Neste levantamento também consta o estudo para o lançamento de um canal de vendas de varejo para consumo imediato em pequenas quantidades. Atualmente, a direção é encabeçada por Antônio Neto e Robson Nunes, executivo vindo do mercado de Telecom. O foco das ações de comunicação da Pãozinho Delícia são as classes A, B e C Pãozinho Delícia e o cardápio agrega, além dos tradicionais pãezinhos delícia Ano de fundação: 1992 com 15 tipos de recheios, Número de funcionários: 72 Planos futuros: abertura de produtos como bolos temáticos e franquias e lançamento de vendas sanduíches metro. para consumo imediato
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O leite na garrafa da vaquinha
No mercado desde 2010, Leitíssimo procura ‘fisgar’ consumidor com embalagem diferente. Marca já está presente em 12 estados e entrará em mais dois por Victor Longo
leitíssimo Ano de fundação: 2010 Local: Jaborandi, Extremo Oeste da Bahia Produtos: leite integral e leite desnatado Empregados efetivos: 76 Faturamento: cerca de R$ 30 milhões ao ano Distribuição: Bahia e outros 11 estados Produção anual: 10 milhões de litros/ano Ampliação prevista: dobrar a produção em dois anos
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Por ele, ninguém anda descalço Considerado o Comerciante do Ano 2014, Luís Henrique Mercês, da marca Mersan, planeja abertura de mais dez lojas no estado nos próximos dois anos por Pedro Hijo
Marca baiana com raízes na Nova Zelândia, a Leitíssimo tem ganhado espaço nos supermercados de todo o Brasil. Com uma embalagem diferente como marketing, a empresa tem crescido 30% ao ano e já está em 12 estados. A marca só existe desde 2010, mas já está em quatro regiões à exceção do Norte – barreira que será rompida já em 2015, com o início das operações no Pará. O Piauí também está na nova rota. Agora, o desafio é continuar crescendo. Com produção anual de 10 milhões de litros, o proprietário da empresa, o neozelandês David Broad, resiste em estabelecer uma data para estar presente em todos os estados do Brasil. “Não adianta abrir distribuição em mais estados se não tivermos produto suficiente. Hoje, nossa produção é limitada pela quantidade de vacas que a gente tem: atualmente, 3 mil em produção”, disse. Porém, superar esse limite já está nos planos para os próximos anos. “Ao todo, temos sete mil vacas. Quando as que não estão produzindo hoje crescerem, em dois anos, o negócio vai dobrar”, prevê. A distribuição, feita em caminhões, também tem contado com novos investimentos: o número de veículos foi de cinco para nove em dois anos. O faturamento anual, hoje, gira em torno de R$ 30 milhões, e tem crescido anualmente entre 25% e 30%. Ao todo, 76 funcionários trabalham na Leitíssimo, somando trabalhadores da fazenda, da indústria e na construção de moradia e escola para funcionários e familiares. Nos próximos meses, a empresa, que passou a oferecer a opção do leite desnatado no segundo semestre de 2014, pretende também produzir creme de leite, mas Broad faz mistério sobre a data de lançamento. Por implicar em logística mais complexa, outros derivados do leite, como queijo e iogurte, não estão nos planos da empresa no curto prazo. Os próximos dois anos serão de ampliação para a feirense Mersan. A empresa de calçados, presente em sete municípios baianos com 32 unidades, ganhará mais dez lojas no estado. Três em 2015. A decisão de expansão vai de encontro ao momento apreensivo do setor de varejo que aguarda um 2015 desanimador. “Estamos melhorando o resultado de cada loja, aperfeiçoando processos, do planejamento de demanda de produtos à finalização de cada venda”, diz Luiz Mercês, líder da empresa. No fim deste ano, Mercês recebeu o título de Comerciante do Ano pela Federação do Comércio da Bahia. Os planos de expansão da loja abraçam apenas o interior do estado, pelo me-
nos a médio prazo. Mercês conta que não pensa em inaugurações para a capital. “A economia do interior é pulsante e as cidades médias têm cada vez mais um maior poder de consumo e uma demanda reprimida”, opina. Em Salvador, a loja atua como franqueada da marca Levi’s em três shoppings. Mersan Presença: São 32 unidades em sete municípios Funcionários: 700 empregos diretos e indiretos Reconhecimento: Título de Comerciante do Ano 2014
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Multiplicar o pão A maior empresa de pães e bolos do Nordeste nasceu em Salvador, tem meta de dobrar a produção em 2015 e abrir nova fábrica fora da Bahia por Victor Longo foto Luciano Oliveira
Limiar Ano de fundação: 1984 Local : Salvador Produção: 50 toneladas de pães por dia Meta para 2015: 100 toneladas de pães por dia Empregados efetivos: 400 Faturamento: cerca de R$ 40 milhões (2013) Previsão para 2014: R$ 50 milhões Distribuidores: 1.200 presentes em 4 estados
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Prelúdio, começo, princípio, divisão, fronteira. Um limite inicial a ser ultrapassado. Os significados da palavra Limiar, utilizada pela marca baiana da indústria de alimentos, têm tudo a ver com o momento da empresa. Com 30 anos de existência, a maior indústria de pães e bolos do Nordeste vai dobrar a produção em 2015 e está nos planos do empresário João Ramos (foto), que é mineiro, abrir uma fábrica em outro estado do Nordeste. “Hoje, produzimos 50 toneladas de pães por dia, metade na linha dos congelados vendidos
a pequenas padarias e grandes mercados e outra metade de pães fatiados e embalados, que vão para as prateleiras com a nossa marca”, contabiliza Ramos. “Queremos ampliar para 100 toneladas no ano que vem”, projeta o industrial. Para isso, a Limiar está ampliando a fábrica, localizada na estrada CiaAeroporto (BA-526), e conta com recursos de R$ 10 milhões aprovados pela Desenbahia. A estratégia para ganhar mercado é explorar regiões do interior do estado ainda não abastecidas pelos produtos Limiar e crescer na região Nordeste. Hoje, a marca chega a Alagoas e Sergipe. Outra estratégia será a diversificação do portfólio de produtos. Atualmente, a indústria emprega 400 funcionários e produz 50 itens (pães de distintas formas e sabores, tanto na linha dos congelados, como nos empacotados). “Planejamos lançar novos produtos, pois a demanda por produtos saudáveis é crescente”, explica. Entre as novidades está o pão sem glúten, de espinafre e de abóbora. A empresa lança de cinco a 10 novos produtos por ano. O mais recente foi o pão de hot dog integral.
A maior indústria de pães e bolos do Nordeste tem 30 anos, mas o empresário mineiro João Ramos mostra que a história escrita pela marca está apenas começando, há longo horizonte à frente Nova fábrica fora da Bahia Uma nova fronteira deve ser ultrapassada. Ou melhor, uma divisa, como ensina a geografia. Ramos explica: “Até 2018, queremos chegar a produzir 200 toneladas de pães por dia, mas, para isso, pretendemos abrir uma nova fábrica em outro estado do Nordeste”, planeja, sem romper o mistério. Outro desafio se refere a consolidar a marca ao ponto de expandir o negócio para um modelo de franquias. “Distribuímos produtos congelados que são assados nas padarias dos grandes mercados, em lojas de conveniência etc. Nesses casos, a marca não é vista pelo consumidor final, como acontece com os produtos empacotados”, explica. “Agora, estamos colocando lojinhas com produtos próprios dentro dos supermercados. Mais à frente, vamos chegar ao caminho das franquias, colocando lanchonetes com a nossa marca em supermercados, como fazem as grandes redes como Subway e McDonald’s”, prevê. dezembro 2014 / janeiro 2015
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NEGÓCIOS
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Ambiciosa polpa de fruta
Após investir no parque fabril, em Feira de Santana, a Brasfrut planeja crescimento de 100% e expansão para o Nordeste por VERENA PARANHOS FOTO: Fábio Silva Moreira
Com 25 anos de atividade e pioneira no segmento de polpas de frutas no País, a Brasfrut, empresa sediada em Feira de Santana, espera dobrar a capacidade produtiva em 2015. “Este foi um ano de investimento no parque fabril. A nossa prioridade para o próximo é ter de 90% a 100% de crescimento. É uma meta ousada, por isso nosso foco será a área comercial, para crescimento da carteira de clientes, além da manutenção e fomentação da carteira atual”, avalia o diretor comercial, Reinaldo Vinícius Portugal. Para alcançar o objetivo, a marca vai apostar fichas na região Nordeste. “Aqui, o consumo de polpa de fruta por pessoa chega a ser de quatro a cinco vezes maior do que no Sudeste, por uma questão cultural”, explica.
Brasfrut Ano de fundação: 1989 Local: Feira de Santana Produtos: polpa de fruta (100g e 1kg), néctar pronto para beber e açaí na tigela. A polpa de fruta representa 90% do negócio Empregados efetivos: cerca de 500. A cadeia direta envolve mais de 1000 pessoas Faturamento: cerca de R$ 100 milhões ao ano Distribuidores: 30 presentes em 17 estados e no Distrito Federal Exportação: 17 países (da América do Norte, África e Europa), o que representa entre 3% a 4% do negócio
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De Feira para o mundo Feira de Santana pode se orgulhar de que a Brasfrut ajudou a criar um novo segmento no setor de fruticultura. A empresa familiar foi fundada em 1989, época em que as polpas de fruta eram desconhecidas no País. Reinaldo Almeida Portugal, que poucos anos antes havia criado a Sucomel, enxergou no produto um mercado a ser explorado e a possibilidade de empreender. “Nos anos 80, existiam pequenas fabriquetas de fundo de quintal de alguns produtores de frutas individuais. No sul da Bahia, os produtores de cacau costumavam congelar a fruta e fazer o suco para os visitantes. A polpa de fruta nasceu da necessidade tanto pessoal quanto uma visão de praticidade para as pessoas”, conta Reinaldo Vinícius Portugal, filho do fundador. Segundo ele, no início não havia preocupação com marca e marketing. Somente por volta de 1995, quando começaram a surgir os primeiros concorrentes, que a empresa passou a profissionalizar a gestão do negócio e criou o departamento de marketing. “Hoje, a marca é o nosso maior patrimônio, além do produto que continua tendo excelente qualidade”. O que começou como um negócio de pequeno porte, hoje, exporta para 17 países e tem faturamento perto de R$ 100 milhões por ano, cerca de 500 empregados e mais de mil pessoas envolvidas na cadeia direta. A fábrica recebe frutas de todas as regiões do Brasil, de acordo com a sazonalidade e a origem, e tem produtos distribuídos para o pequeno varejo e grandes redes supermercadistas, além de atacadistas em 17 estados e no Distrito Federal. “Todo nosso processo produtivo é automatizado, a não ser a seleção. No segmento de polpas de frutas, a Brasfrut é a empresa que tem o maior nível de tecnologia empregado”, garante o diretor comercial. A polpa de fruta continua sendo o principal produto da empresa, cerca de 90% do negócio. Atrás dela, vêm o néctar de fruta, produto ainda em experimentação em um mercado dominado pela Coca-Cola, e o açaí na tigela, lançado há dois anos. “Estamos investindo no néctar, no know how que a empresa tem para que no futuro possamos ter competitividade e condições de ocupar nosso espaço no mercado. Já o sorbet de açaí vai ganhar atenção especial em 2015, vamos investir em embalagens novas, vem novidade por aí”, afirma Portugal.
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NEGÓCIOS
de rota 16 Mudança Com sede em Juazeiro, a Special Fruit tinha foco exclusivo na exportação de frutas, mas hoje 50% da produção são voltados para o mercado interno
Special Fruit Localização: Juazeiro-BA Principal marca: Frutas Suemi Faturamento: R$ 90 milhões Empregos: mais de 2 mil funcionários em quatro fazendas, sendo duas em Juazeiro
por victor longo
Se as mudanças de plano e a busca de novas oportunidades são características constantes na vida de um empreendedor, a história do empresário e agricultor Paulo Suemi Koshyiama, fundador da Special Fruit, é um fiel retrato disso. Quando criou a empresa em Juazeiro, em 1993, com outros dois agricultores, o foco era exclusivo na exportação de frutas “especiais” - daí a origem do nome, em inglês. A economia mudou, os planos também e hoje 50% da produção são voltados para o mercado brasileiro. “Isso ocorreu nos últimos seis anos, depois da crise internacional de 2008, que prejudicou as exportações. Além disso, a política cambial adotada pelo governo, com a margem de câmbio sempre abaixo da realidade, não favorece a quem quer exportar”, conta Paulo. As frutas da Suemi, marca dos produtos comercializados pela empresa, passaram a ser distribuídas no mercado interno e ficaram mais conhecidas dos brasileiros. “Nosso produto está em mais de 100 distribuidoras por todo o país, 48
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em especial nas capitais, e as frutas são distribuídas às Ceasas e centros comerciais”, explica o empresário. Outra mudança prevista na rota da Special Fruit é a diversificação da produção. Nos próximos dois anos, a empresa passará a produzir duas novas variedades de bananas com a marca Suemi. “Estamos implantando essa cultura na fazenda e realizando um trabalho de multiplicação de mudas em um laboratório de Recife”, adianta o empresário e agricultor Paulo Suemi Koshyiama. As variedades serão banana-prata rio e banana-prata catarino. Já em 2015, a Special Fruit pretende começar a distribuir os produtos em todo o mercado brasileiro. “Esses dois tipos, quando estão maduros, têm um sabor mais doce e consistente”, afirma. Com quatro fazendas, sendo duas em Juazeiro e duas em Petrolina, a Special Fruit produz mangas, uvas, melões e maracujás. As frutas são geneticamente trabalhadas nos Estados Unidos, onde o empresário compra mudas para reprodução. “Para trabalhar essas frutas, nós pagamos os royalties aos Estados Unidos”, explicou. O melhoramento genético garante características especiais como, por exemplo, a ausência de caroços nas uvas, sabor mais doce e textura mais consistente. Ao todo, a Special Fruit comercializa 3 milhões de caixas de manga, 2 milhões de caixas de uva, 1,5 milhão de caixas de melão e 500 mil caixas de maracujá por ano, com um faturamento médio de R$ 90 milhões. Nas quatro fazendas, o grupo emprega mais de 2 mil funcionários.
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NEGÓCIOS
17 De olho nos
aeroportos
Além de ampliar a rede no interior, a Petrobahia quer fornecer diesel para aviões, instalando postos na Bahia e em estados vizinhos por victor longo foto rômulo portela
A
Petrobahia faz parte do seleto grupo das 15 empresas baianas com maior faturamento – a estimativa é faturar cerca de R$ 1,25 bilhão em 2014. Em atuação no promissor segmento de distribuição e comércio de combustíveis, está nos planos de crescimento da marca ampliar a rede no interior, até 2018, além de passar a fornecer combustíveis para aviões, em aeroportos e aeródromos da Bahia. “Estamos em busca de parcerias para implantar esse projeto”, afirma o presidente e sócio-proprietário da empresa, Ruy Andrade. O plano prevê a construção de postos de combustíveis da marca nos aeroportos. “Temos a intenção de fazer em torno de 20 postos, na Bahia e em estados
Petrobahia Ano de fundação: 1996 Local: Salvador Ramo de atuação: comércio e distribuição de gasolina, diesel e etanol Movimentação de combustíveis/ano: 500 milhões de litros/ano Empregados efetivos: 130 (apenas na Petrobahia) e 700 (todo o grupo) Faturamento em 2014 (estimativa): R$ 1,25 bilhão
quatro a base que já temos em Luís Eduardo Magalhães, com investimento de mais R$ 10 milhões”, contabiliza Ruy. “Outros R$ 12 milhões estão sendo investidos na ampliação da nossa base de referência, localizada em Mataripe, em São Francisco do Conde. Ela teve investimento inicial de R$ 28 milhões”, completa. Jequié e Formosa do Rio Preto também estão na provável rota dos investimentos.
Marca própria
Os irmãos Ruy e Luiz Gonzaga Andrade passarão a fornecer combustíveis para aviões em aeroportos vizinhos, onde já atuamos distribuindo combustível para automóveis”, explica o irmão e sócio de Ruy, Luiz Gonzaga Andrade, hoje diretorfinanceiro da empresa. O número exato de postos e o investimento previsto não foram divulgados, porque ainda estão sendo avaliados pelo grupo. “Essas definições vão depender dos rumos da economia nacional, hoje incertos”, pondera. O grupo está “arando o terreno”, ao investir na ampliação e construção de novas bases de recebimento e distribuição de combustíveis em diferentes regiões do estado, algumas delas onde há projetos de reforma ou construção de aeroportos em curso. “Investimos R$ 10 milhões na construção de uma nova base em Juazeiro e estamos multiplicando por 50
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Apesar de fornecer para aproximadamente 1 mil clientes-postos, boa parte deles administrados pela própria Petrobahia, apenas oito utilizam a marca da empresa. “Atuamos muito em parceria com a BR, da Petrobras, e com outras empresas. Queremos aumentar o número de postos com a nossa marca”, sinaliza Luiz Gonzaga. Um novo posto da empresa será lançado na Estrada Velha do Aeroporto, próximo à entrada do bairro Sete de Abril, nos próximos meses. “A nossa ideia é inaugurar perto do aniversário da Petrobahia, 12 de junho de 2015”. Além da Bahia, a empresa atua em Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Tocantins, Espírito Santo e Goiás. Faz parte de um grupo empresarial que inclui a rede de postos Gameleira, a transportadora Transbahia e a Construtora Ruy Andrade, dentre outras empresas.
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Elevar a qualidade é a bola da vez
Oldesa, empresa que detém a marca de azeite de dendê Yaô, aposta na certificação ISO 9001 para melhorar a qualidade do produto e conquistar novos mercados por Victor Longo foto rômulo portela
Sete anos depois de transferir a produção agrícola para um grupo alemão, a fim de concentrar esforços no processo industrial, o grupo Oldesa, que produz o azeite de dendê Yaô, vive uma nova fase: a de investir no aperfeiçoamento do processo produtivo. No início de 2015, uma máquina envasadora de última geração começará a operar na sede da indústria, que fica em Nazaré das Farinhas. A partir do mesmo mês, as garrafas receberão o recém-conquistado selo de certificação da empresa nova-iorquina de origem judia Ortodox Union (OU), que facilita a distribuição do produto nas comunidades judaicas. Oldesa Ltda Ano de fundação: 1966 Marca de destaque: Yaô – óleo flor de dendê Localização: Nazaré das Farinhas (com filial em Valença) Produtos comercializados: azeite de dendê (Yaô) e óleos para indústrias Empregados efetivos: 65 Faturamento anual: R$ 20 milhões Crescimento anual médio registrado: 20%
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“O nosso foco agora não será aumentar a quantidade, mas sim a qualidade”, expressa o sócio da empresa familiar Marco Aurélio Carvalho Santos. O novo maquinário, comprado por R$ 150 mil na cidade de Ituberá, está sendo instalado. “Hoje, tanto as garrafas de 200ml, como as de 500ml integram uma mesma linha de produção. Com a nova máquina, a fábrica passará a ter duas linhas, uma para cada tamanho”, explica Marco Aurélio. Tudo isso é parte do plano de tornar o processo industrial mais organizado e adotar padrões que permitam a conquista de novas certificações internacionais, que irão aumentar a credibilidade do produto. A certificação da OU foi oficialmente assinada em fevereiro de 2014.
Rumo à certificação ISO 9001 A Oldesa, que hoje fornece óleo refinado para a produção de alimentos a indústrias menores, está se preparando para obter a certificação ISO (International Organization for Standardization) em 2015. Com essa conquista, a indústria do interior do estado estará apta para fornecer produtos a empresas de classe mundial. “Entre as companhias com as quais estamos dialogando estão a Nestlé e a Pepsico”, revela Marco Aurélio. De acordo com ele, a Oldesa já recebeu visitas e orientações de técnicos dessas empresas ao longo de 2014. O azeite de dendê Yaô é distribuído na Bahia, Alagoas, Sergipe, Pernambuco e, mais recentemente, chegou ao Amazonas.
Aproveitando as oportunidades Como a Pratigi tornou-se líder do setor de nutrição animal no Nordeste por Louise Maiana
Segundo as estatísticas do Ministério de Pesca e Aquicultura, a produção aquícola cresceu 43,8% em dois anos. Os índices animam a empresa Pratigi, que, com apenas cinco anos de fundação, conseguiu se destacar neste segmento. Sediada no distrito de Petim (a 175km de Salvador), a Pratigi nasceu da ideia de transformar resíduos de cadeias produtivas - desenvolvidas por projetos da Fundação Odebrecht no Baixo Sul da Bahia - em alimentos para organismos aquáticos. Foram investidos 30 milhões de reais na implantação da unidade. “Além da linha para animais aquáticos, nos últimos dois anos, criamos uma linha exclusiva para cães e gatos”, diz Erick Bahia, líder empresarial da fábrica. 52
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Para manter-se em destaque no mercado de alimentação animal, em 2014 a Pratigi Alimentos investiu na instalação do terceiro turno, ampliando a capacidade produtiva. O mercado de nutrição para cães e gatos registrou um crescimento de 5,2% durante o primeiro semestre deste ano, atingindo a média de 1,23 milhão de toneladas de ração. A Pratigi planeja consolidar as linhas exclusivas ‘Pracão’ e ‘Pragato’ no próximo ano, motivada pela expansão do mercado. Pratigi Ano de fundação: 2009 Local: Petin (Castro Alves) Produção: 40 mil toneladas por ano Meta para 2015: Aumento da eficiência de produção e crescimento de 20% Empregados efetivos: Mais de 100 empregos diretos e indiretos
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Passarinho não bebe
Abaíra, no centro da Chapada Diamantina, é o município de origem de uma das 20 melhores cachaças do Brasil por luis lisboa foto Tereza Torres / Setur
Localizada no centro da Chapada Diamantina, no sertão baiano, Abaíra tem a exploração da cana de açúcar e seus derivados como principal fonte de renda. Foi tão influenciada por essa cultura que passou a ser chamada de Cidade da Cachaça. Evaristo de Souza, presidente da Cooperativa dos Produtores de Aguardente de Qualidade da Microrregião de Abaíra (Coopama), conta que a reorganização do mercado local nas últimas duas décadas estimulou a projeção da Cachaça Abaíra principal da região - em todo o país. “Contribuíram para essas mudanças o reconhecimento da qualidade superior da boa cachaça, em relação às demais bebidas alcoólicas destiladas, e o aumento em quantidade e qualidade da produção”, afirma Evaristo. Considerada uma das 20 melhores cachaças do Brasil, ela já está em países europeus, como a Itália - fruto de um contrato que envolveu a exportação de 1 milhão de garrafas, em 2010. “A produção das versões Ouro e Prata da cachaça Abaíra envolve cerca de 200 anos de conhecimento adquirido”. Segundo dados da COOPAMA, a produção gira em torno dos 150 mil litros por ano. Em 2014, foram produzidos 12 mil litros por mês. Com a conquista do selo de Indicação Geográfica (IG), o primeiro na Bahia, junto ao Instituto Nacional de Propriedade Industrial (INPI), Evaristo acredita que em 2015 a produção vai aumentar cerca de 80%. Dentre os planos de crescimento da cooperativa, está a absorção de novos produtores regionais: hoje são 30 cooperados diretos e mais cinco associações com 114 sócios - totalizando 144 envolvidos. cachaça abaíra Localização: Abaíra, centro da Chapada Diamantina Produção: 150 mil litros por ano Destaque: Considerada uma das 20 melhores cachaças do Brasil 2015: Produção deve aumentar em 80% 56
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NEGÓCIOS
Aposta na tradição da marca Baianas de nascimento, a Brasilgás, Farmácia Sant’Ana e Perini construíram uma trajetória de sucesso e foram adquiridas por grupos empresariais de outros estados, que optaram por mantê-las. Essa decisão estratégica permitiu que as
redes compradoras entrassem no mercado com toda a força, carregando décadas de história, tradição de marcas fortes, além do relacionamento com os clientes. Na atualidade, o desafio é manter a liderança e a qualidade de produtos e serviços.
Santo remédio
A tradição de 70 anos da Sant’Ana foi determinante para a aquisição da Brasil Pharma, em 2012. Fundada em 1945 em Itaberaba (a cerca de 280 quilômetros de Salvador), pelo médico José Lemos de Sant’Ana, a farmácia possui hoje na Bahia 128 lojas, em 15 cidades, e de 2012 para 2013 teve um ganho de faturamento de 19,7%. “O significado da marca para o consumidor da Bahia é o nosso maior ativo na região. A Brasil Pharma procurou evitar alterações na marca da Sant’Ana, bem como no posicionamento mercadológico (público atendido), preservando o fato de que, na Bahia, Sant’Ana é sinônimo de farmácia”, afirma José Ricardo Mendes da Silva, CEO e diretor de relações com investidores da Brasil Pharma. A ampliação da concorrência no mercado baiano é um dos desafios da Sant’Ana em 2015. A rede tem como principais ações a revisão do sistema de ponto de venda, que dá maior flexibilidade ao atendimento, a busca por mais qualidade e assertividade na abertura de 58
por Verena Paranhos
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novas unidades e a ampliação do programa farmácia popular para o maior número de lojas possível. “Talvez pudéssemos ter acelerado a implantação do programa farmácia popular em nossas lojas”, avalia o CEO, como um dos aspectos da aquisição que poderiam ter sido conduzidos de outra forma. A aquisição da empresa não passou sem mudanças internas. Uma das estratégias da Sant’Ana para fazer com que o processo de transição não gerasse impactos negativos foi motivar seus colaboradores, mostrando as vantagens de fazer parte de uma grande rede. “Promovemos eventos de integração para que conhecessem as oportunidades que uma empresa de âmbito nacional poderia lhes oferecer”, destaca Mendes da Silva. Farmárcia Sant’Ana Fundação: 1945 Compra: Brasil Pharma em 2012 Faturamento: representa 17% da rede Brasil Pharma Número de funcionários: Aproximadamente 2.700 empregados na Bahia
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A coxinha chilena
A Perini, cujos produtos estão nas mesas dos soteropolitanos há 50 anos, surgiu a partir de uma panificadora no bairro da Barra, criada pelo empresário espanhol Pepe Faro. A empresa familiar se tornou pioneira no ramo gourmet na Bahia e em 2010 chamou a atenção de uma das maiores varejistas da América Latina, a chilena Cencosud. O processo de aquisição permitiu 7% de crescimento de 2010 a 2014, a expansão da marca para fora do estado, com a inauguração de uma loja em Recife (em 2012), e a identificação de novas demandas de seu público consumidor. “Nos últimos anos, as pessoas também vêm tendo maior preocupação com a saúde. Vamos implementar as seções Mundo Saúde e Sabores do Mundo, reunindo produtos orgânicos, diet, light e sem glúten, além de nossos principais
foto: divulgação
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Grupos de outros estados adquirem empresas baianas, mantendo as marcas tradicionais, agora, o desafio é manter a liderança sem perder qualidade
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Sem mudar o nome
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produtos de importação direta, respectivamente, devido à grande procura por esses itens”, afirma a gerente de negócios, Ângela Cristina Silva. A Perini, que manteve a equipe das lojas e administrativo, também apostou na promoção dos benefícios da rede. “Temos muitos colaboradores com mais de 20 anos de empresa, que conhecem muito bem o negócio, a dinâmica, os clientes e que continuam conosco até hoje. Por isso é tão importante realizar um trabalho de valorização da nossa equipe”, considera Ângela Cristina. Apesar dos cuidados apontados pela gestora, após a aquisição, não é raro encontrar consumidores com reclamações, que vão desde a qualidade do requeijão da coxinha de galinha até o atendimento. O site Reclame Aqui, referência nesse tipo de serviço no país, desde dezembro de 2011 até a primeira quinzena de novembro, registrou 34 reclamações, que foram 100% respondidas e acompanhadas pela empresa. A marca também acompanha os retornos dos clientes por meio do SAC Perini (via telefone), do e-mail Fale Conosco e das redes sociais, onde compartilha novidades, lançamentos, promoções e eventos, reforçando a interação com seus seguidores.
fotos: divulgação
Jingle da Brasilgás circula pelas ruas da capital e interior
maioria dos baianos conhece o jingle que entoa o nome da Brasilgás pelas ruas de quase todos os municípios do estado. Foi essa tradição que abriu os olhos da multinacional Ultragaz para a marca baiana, há 35 anos. Estrategicamente, a aquisição, que serviu de porta de entrada para a região Nordeste para a Ultragaz, não alterou a marca na Bahia. “Manter o nome Brasilgás foi uma das decisões mais acertadas, já que o nome já era, e ainda é, uma marca forte e consolidada na região”, avalia Márcio Mascarenhas Valença, gerente de Mercado da Brasilgás. A empresa distribui na região mais de 200 mil toneladas/ano de Gás LP (Liquefeito de Petróleo). Em geral, o processo de aquisição coloca em prática novos valores e visões das companhias, o que impacta as relações com fornecedores, funcionários e clientes. Por isso, a iniciativa precisa ser bem estruturada, para não gerar conflitos e perda de mercado. É necessário um tempo para que as equipes se adaptem e passem a render todo seu potencial. A Brasilgás, que foi comprada pela Ultragaz em 1979, praticamente já nem sente os efeitos negativos da aquisição. Brasilgás “Depois desses 35 anos, a Fundação: Década de 1950 avaliação é a mais positiva Compra: Adquirida pela Ultragaz possível: graças ao carinho, à em 1979 Distribuição: mais de 200 mil confiança e credibilidade que toneladas/ano de gás LP na Bahia os clientes e consumidores Número de funcionários: 433 no depositam na marca, a Brasilgás estado se mantém líder de mercado Destaque: É líder de mercado, com na Bahia”, afirma Márcio uma participação de 43,9% Mascarenhas Valença.
perini Fundação: 1964 Primeira fase: Nasceu como padaria, na Barra Compra: Adquirida pela Cencosud em 2010 Número de lojas: Possui oito lojas em Salvador e uma em Recife Crescimento: 7% entre 2010 e 2014
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negócios | políticas públicas Obra: Sérvulo Esmeraldo / Paulo Darzé Galeria de Arte
Salvador, a pior capital para empreender por Armando Avena
Recentemente a Endeavor, instituição que apoia o empreendedorismo, divulgou o Índice de Cidades Empreendedoras, tendo como foco as capitais brasileiras. No ranking, Salvador aparece em 14º lugar no que se refere a existência de um ambiente empreendedor, abaixo de Recife e Belém, que possuem um PIB menor que a capital baiana e de Fortaleza, cujo PIB já ultrapassou o PIB soteropolitano. O índice é calculado levando em conta o ambiente regulatório, infraestrutura, mercado, acesso a capital, inovação, capital humano e cultura. Em alguns deles, Salvador se sai muito bem, mas em outros fica clara a necessidade de uma ação do poder público para dar mais competitividade à nossa capital. Salvador tem destaque, por exemplo, no fomento a inovação e no fato de ter um importante porto, além de ser a quinta cidade com mais voos (nacionais e internacionais) do país, com mais de 100 mil pousos e decolagens em 2013. Na área de inovação são dignos de registro os investimentos públicos do governo do Estado, que chegam a 1,92% do orçamento, a maior parte destinada a Salvador. Além disso, Salvador é a capital do Norte e Nordeste com maior número absoluto de mestres e doutores trabalhando em empresas e também a quarta maior do país em números proporcionais. Para completar, um em cada 13 funcionários das empresas privadas está alocado em áreas ligadas à tecnologia, o maior índice entre as capitais analisadas. Bom também é a vontade 60
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de empreender e mais de 68% da população de Salvador declararam que querem abrir o próprio negócio nos próximos anos, a quarta maior taxa entre as capitais analisadas. Salvador, que antes era o centro econômico do Nordeste, vem perdendo espaço frente às demais cidades da região: entre 2008 e 2011, Salvador cresceu em média 2,1%, enquanto Recife e Fortaleza cresceram 6,0% e 5,6%, respectivamente. Além disso, Salvador tem um dos piores índices de educação entre as capitais, especialmente aqueles ligados à qualidade. A cidade está entre as piores notas no IDEB, e menos de um quinto dos universitários estuda em bons cursos de graduação, de acordo com o ENADE. Em relação ao Ambiente Regulatório, há certa morosidade no sistema. A taxa de congestionamento nos tribunais é a maior entre as capitais analisadas e para obter energia elétrica é necessário esperar um mês - procedimento este que é feito em duas semanas, na média das outras capitais. Por outro lado, o imposto médio efetivo para empresas no Simples, na Bahia, é de 8,1%, o maior entre as capitais analisadas – explicado principalmente pela adoção da substituição tributária para diversos produtos. Cabe ao poder público fortalecer os pontos positivos e tentar resolver os gargalos que impedem que a cidade tenha uma taxa maior competitividade. Se isso for feito, Salvador poderá recuperar no futuro a liderança econômica entre as capitais do Nordeste.
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negócios | economia
bahia mais competitiva por Luiz Marques de Andrade Filho
O Brasil nasceu na Bahia. Tudo de bom e tudo de negativo em nosso país pode ser visto aqui, em doses explícitas ou veladas. Nossa herança cultural patrimonialista também é viva aqui, onde o público se confunde com o privado, e ser amigo do rei é muito mais importante que ser eficiente. Isso fica claro no ambiente de negócios que temos para ofertar aos nossos empresários. Não é novidade que o Brasil é um dos piores ambientes para negócios no globo. Pelo estudo Doing Business, do Banco Mundial, estamos apenas na 120ª posição em 189 países, uma nota muito ruim. Já a Bahia fica ao redor do centro desta má posição brasileira, pois em ranking gerado pela Economist Intelligence Unit (da revista The Economist), que lista a posição dos estados brasileiros também em ambiente para negócios, a Bahia caiu da 9ª para a 13ª posição de 2011 para 2013. Considerando que temos 27 unidades federativas, nós estamos circulando a média do Brasil, neste aspecto (a média de uma má nota). Há muito terreno para avançar aqui. O setor público estadual e municipal (sem falar no federal) precisa dar sua contribuição, facilitando a questão burocrática, legal e tributária para as empresas. Mas os empresários também
GRÁFICO • média do crescimento % do pib dos estados. maiores e menores resultados frente à média pib brasil. 2007 a 2011. fonte: ibge 10,0% 9,0%
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precisam dar um chute na bola buscando e forçando por uma maior competividade. Não tenhamos dúvidas que ambientes inóspitos para o desenvolvimento de negócios tendem a afugentar o investimento privado, que busca sua alocação em regiões mais atrativas. Tal ambiente pode ter refletido nos números do comportamento da economia baiana dos últimos anos. Infelizmente não temos estatísticas regionais atualizadas para 2013 e 2014, mas, segundo o IBGE, de 2007 a 2011, a economia baiana gerou a segunda menor taxa de crescimento médio do PIB por estados no Brasil, perdendo apenas para o Rio Grande do Sul, no período. Não obstante a Bahia ter obtido excelente crescimento em 2008 e 2010, no geral destes anos, não fomos bem, pois nosso PIB cresceu à média de 2% ao ano, ficando abaixo do crescimento brasileiro que foi de 4,2% ao ano (ver gráfico). Lembrando o economista polonês Michal Kalecki “o empresário pensa enquanto classe, mas não age enquanto classe”, queremos dizer que: apesar de 2015 tender a ser um ano muito difícil para a economia brasileira, é justamente aí que nós empresários devemos buscar maiores ganhos de competividade e mercado. A área privada e nossos governantes não devem cruzar os braços frente a esta situação. Estamos dentro da região que liderou o crescimento econômico brasileiro nos últimos dez anos. A Bahia tem uma base industrial pujante, novas indústrias estão em processo de instalação. Nossas mazelas relativas à logística e educação precisam ser enfrentadas com rigor - para ontem. Não há como perder mais tempo. Somado a isto, melhorar o ambiente para negócios passa a ser vital para nosso crescimento, temos que ser mais amigáveis ao mercado. Nosso desafio é dar um banho do puritanismo de Max Weber sobre a nossa origem sincrética e ibérica, sem perder o lado positivo de ser baiano e da nossa economia. Precisamos fortalecer nosso estado, com ética, trabalho e eficiência, para que nossos filhos possam, no futuro, escolher onde morar e trabalhar; para que a Bahia seja uma escolha possível, nunca uma resignação. Bom 2015 a todos! Luiz é economista, Superintendente da FEA-Ufba, empresário e professor de finanças e economia
obra: Andrew Kemp | Darzé Galeria de Arte
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educação Entre, a máquina de criar marqueteiros 64 Entrevista: Eduardo Tomiya 66
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educAÇÃO
Da sala de aula 24 para o mercado Agência experimental, empresa júnior e escritório de comunicação e design já produziram inúmeros talentos. Preparar os estudantes para o mercado é o principal objetivo por Murilo Gitel foto Rômulo Portela
entre Ano de fundação: 2013 O escritório é formado pelo Núcleo de Comunicação e Design (NCDU) da Unifacs Formado por quatro interfaces: Entre Comunidade (caráter social); Organizações (mercado); Unifacs (trabalhos internos); e o Entre Nós (comunicação organizacional de todo o núcleo). Inclusão no mercado: A Gritto formou profissionais que estão em empresas como Morya, Nova Conteúdo, Cuca Comunicação, jornal A Tarde e agência Única.
O Entre faz com que os alunos realizem atividades como planejamento de mídia, criação publicitária, orçamento e produção, de campanhas
Meta do Entre é que o aluno tenha visão integrada da comunicação. De pé, à direita, o professor Daniel Marques. À esquerda, a professora Marianne Hartmann. Ao fundo, a professora Carina Flexor.
O premiado publicitário Lucas de Ouro tinha apenas 19 anos quando abriu sua primeira empresa: a agência Tuppi Propaganda, juntamente com o amigo e sócio Luciano Midlej. Hoje, aos 29 anos, o jovem já comemora a primeira década do seu negócio, o que inclui uma gama de clientes, prêmios e o respeito do mercado – ele chegou a ser diretor de arte na campanha de Eduardo Campos à Presidência. Mas para entender o sucesso de Lucas, além da determinação e talento que ele sempre demonstrou, é preciso voltar um pouco no tempo. Como aluno da Unifacs, ele foi um dos fundadores da Versa Comunicação, agência experimental de comunicação da universidade, cujas atividades iniciaram em 2004. A Versa contribuía para os primeiros passos rumo ao mercado de trabalho dos estudantes de Publicidade e Propaganda, Relações Públicas, Comunicação e Marketing e Design da instituição. Mesmo que o caráter da agência fosse experimental, clientes reais faziam parte da sua rotina, por meio de trabalhos que envolviam social media, soluções em marketing digital e trabalhos a partir da demanda interna da Unifacs. 64
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Dois anos depois, em 2006, a Unifacs criou a empresa júnior Gritto Comunicação, cujo objetivo era propiciar aos estudantes a oportunidade de aplicar seus conhecimentos adquiridos durante o curso no mercado de trabalho, com a ideia principal de integrar os cursos de comunicação. “Aprendemos a nos virar sozinhos, adquirimos independência para fazermos nossas escolhas, de acordo com as demandas dos clientes”, relembra a ex-presidente da Gritto, Isa Marta, 23 anos, hoje estagiária do setor de marketing da TVE.
Entre Desde o ano passado, a Unifacs decidiu lançar um novo projeto: o Escritório de Comunicação e Design (Entre), com uma proposta mais integradora. Voltado à comunicação organizacional, o Entre faz com que os alunos realizem atividades como planejamento de mídia, criação publicitária, orçamento e produção de campanhas. Hoje, o Entre conta com cerca de 20 alunos e a administração de três coordenações de curso (Comunicação e Marketing, Relações Públicas e Design). Para participar do escritório, os alunos precisam concorrer via processo seletivo, ressalta Carina Flexor, coordenadora do curso de Publicidade e Propaganda. O próximo será realizado no período 2015.1.
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Educação | Branding
FOTO: Divulgação
Por que o branding é importante para as organizações? Diretor geral da Brandanalytics e professor de Branding, Eduardo Tomiya, cativou a plateia durante o 21º Fórum de Liderança [B+], ao debater sobre estratégias para a construção de marcas, como elas chegam a posições de liderança, que mecanismos agregam valor, dentre outros temas. Em seu novo livro, ele dá algumas pistas sobre o gerenciamento desse ativo intangível por Núbia Cristina
No livro ‘Branding Analítico - Métodos Quantitativos para Gestão da Marca’ você traz dicas de como gerenciar o patrimônio estratégico da marca. Mas como fazer isso de forma efetiva? Suponha que você tenha uma empresa que produza alimentos. O consumidor te dá uma oportunidade e gosta do produto que você ofereceu. Em outra compra, ele opta por outro produto de sua marca e os produtos são de expressiva qualidade e sabor. Na terceira vez, ele começa a ter um atributo na cabeça: qualquer produto da sua marca é de boa qualidade e sabor. Você acaba de criar uma marca valiosa. Esse consumidor é muito leal e suporta pagar um pouco mais; ele acredita que sua marca entrega os atributos que estão na mente dele; experimente não entregar alguma vez as expectativas. Se isso ocorrer, sua marca jamais terá esses atributos. Ao final, o consumidor leal gera lucro e diferenciais competitivos para a empresa.
Boa parte das empresas nasce sem a preocupação com a gestão da marca. Como um empreendedor consegue construir uma marca valiosa e torná-la mais forte ao longo do tempo? A minha resposta para essa pergunta é: pare de ser teórico e vá à luta. Vá atrás de clientes, eles pagarão a conta de sua empresa, nesta primeira fase, a única coisa que interessa é ter negócios, caso contrário sua empresa morrerá com menos de um ano. Para isso, além de ter uma excelente ideia, você tem de colocar a mão na massa e fazer o possível e o impossível para transformá-la em um negócio. Creio que 30% do sucesso estão na concepção da ideia, 70% na disciplina e trabalho. Todas as empresas bem-sucedidas descobriram um nicho de mercado
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“As empresas bemsucedidas descobriram um nicho de mercado com uma proposta de valor muito clara, que, com o tempo, se transformou em marca” com uma proposta de valor muito clara, que, com o tempo, se transformou em marca.
As redes sociais e a velocidade da informação são ameaças ou oportunidades para as marcas? No livro Citizen Marketeers (Jackie Huba), o autor trata desse tema. Na minha opinião, trata-se de uma grande oportunidade. O livro traz vários casos de marcas que aproveitaram a internet como uma oportunidade fora de série, a exemplo de uma banda que começou usando as mídias sociais. Porém, ele também traz o Dell Hell - inferno da Dell. Um jornalista teve problemas com seu computador Dell, que pifou sem dar acesso aos artigos dele. A empresa se oferece a dar um computador novo. Porém, o jornalista queria que o problema de seu arquivo fosse resolvido. O jornalista colocou em seu blog e várias outras pessoas que tiveram o mesmo problema o contataram e isso virou uma tribo de pessoas desconhecidas que se uniram em um processo, venceram e fizeram com que a Dell pagasse uma indenização de quase US$ 100 milhões. Há quem diga que escândalos, hoje, são riscos muito grandes para as marcas, tendo a concordar.
Apoio:
obra: Andrew Kemp | Darzé Galeria de Arte
sustentabilidade Irmã Dulce S.A. 68 A força naval da Enseada 68 Camisas Polo e o lado bom de ser verde 70 Agrovale, inovação para ser sustentável 72
sustentabilidade
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Boas notícias para o Anjo Bom
com um investimento total superior a R$ 10 milhões, com fundos do Ministério da Saúde. Outros R$ 4 milhões ainda serão arrecadados. Segundo ela, a unidade de oncologia hoje existente só é capaz de atender aos pacientes “pela metade”, por oferecer a quimioterapia, mas não ter um aparelho de radioterapia. “É triste, porque vemos pacientes morrerem sem acesso ao tratamento completo”, lamentou.
FOTO: Divulgação
Obras Sociais Irmã Dulce compram novo aparelho para tratamento de câncer e articulam exibição de longametragem na Itália
Filme
por Victor Longo
Principal marca baiana vinculada aos serviços filantrópicos de saúde e educação, as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) têm grandes expectativas para 2015. Além da inauguração de um novo centro de complexidade em oncologia para o tratamento de pacientes com câncer, no Largo de Roma, esperase um incremento no número de doações com a disseminação do longa-metragem ‘Irmã Dulce – O filme’. Após a estreia brasileira, a superintendente das Osid, Maria Rita Lopes Pontes, está preparando uma exibição do longa na Itália. Até o Papa Francisco já está com uma cópia do filme em mãos. A nova unidade de oncologia já deve estar oficialmente inaugurada no início do ano, mas seu pleno funcionamento, que incluirá um novo aparelho utilizado para a realização de tratamento de radioterapia, só é esperado para o fim do primeiro semestre. A compra do acelerador linear, importado da Inglaterra, e a construção da nova unidade contarão, juntas,
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força naval
O estaleiro Unidade Paraguaçu, empreendimento da Enseada Indústria Naval, mudou os rumos da economia do recôncavo baiano por Luis Lisboa
A descoberta do pré-sal no Brasil aqueceu os motores da indústria naval. Se o cenário apresentava vertiginosa queda, dados dos últimos dez anos mostram crescimento no setor. De olho nesse filão, empresas de engenharia brasileiras se juntaram a um nome estrangeiro para fundar a Enseada Indústria Naval S.A: Odebrecht, OAS e UTC compõem 70% das ações, enquanto que a japonesa Kawasaki representa 30%. 68
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As expectativas são grandes em torno de “Irmã Dulce – O Filme”, que estreou no Brasil em novembro. Maria Rita espera que o filme dê visibilidade internacional à marca das OSID a partir de uma sessão especial em Roma para embaixadores e bispos católicos, com a intenção de levar a história do Anjo Bom da Bahia para todo o mundo. Isso ajudará a aumentar as doações não só para a área da saúde, mas na educação e na reestruturação da fábrica de Simões Filho, que produz mais de 550 mil panetones por ano. Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) Número de funcionários: 4.300 Número total de leitos: 1.500 Total de atendimentos em saúde por ano: 4 milhões nas 15 unidades Arrecadação em doações: R$ 6 milhões/ano
enseada indústria naval Investimentos: R$ 2,7 bilhões Carteira de encomendas: US$ 6,5 bilhões Funcionários: 5.125 integrantes do empreendimento na Bahia Dique-seco: 261 metros com previsão de entrega para 2015 Capacidade de processamento: 36 mil ton./ano (em turno único)
A empresa construiu em Maragojipe, no recôncavo baiano, o estaleiro Unidade Paraguaçu. Ocupando uma área de 1,6 milhão de metros quadrados, o negócio soma R$ 2,7 bilhões em investimentos. A carteira de encomendas contabiliza US$ 6,2 bilhões até 2020. Mais de cinco mil integrantes empregados na Enseada e novos investimentos já foram atraídos para a região, como a construção de um condomínio fechado e um restaurante ecológico. Caroline Azevedo, gerente de sustentabilidade da Enseada, afirma que a companhia usa alta tecnologia para causar o mínimo impacto ambiental. “Nossos dados de monitoramento mostram que o estuário do Rio Paraguaçu está exatamente igual ao que era em 2008”. Um dos grandes reconhecimentos veio através do convite do Ibama para participar da 1ª Oil Spill Brazil – Conference & Exhibition como único empreendimento brasileiro do segmento naval para falar de prevenção de riscos ambientais.
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Imelda Hartmann, diretora da empresa, apresenta a linha de camisas Ecoline”
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Pequena, lucrativa e sustentável A Camisas Polo se destaca por práticas de sustentabilidade incomuns entre pequenas empresas, que vão da economia no uso de água até a utilização de energia solar por Murilo Gitel fotos Marcelo Gandra
Consumidores cada vez mais exigentes dão preferência a marcas e produtos obtidos a partir de processos com menor impacto ambiental, capazes de gerar ganhos sociais e econômicos. No Brasil, as micro e pequenas empresas são responsáveis por 56% dos empregos formais e correspondem a mais de 98% do total de formalizadas, segundo dados do Sebrae. Por conta disso, tais negócios são aliados fundamentais para a promoção da sustentabilidade. 70
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boas práticas • Lâmpadas: eletrônicas e econômicas (LED), distribuição da rede para ligações independentes, evitando o desperdício; • Motor econômico nas máquinas de costura (Direct Drive); • Ventilador Elefant central em substituição a 12 ventiladores turbo de 60cm; • Placas fotovoltaicas de energia solar • Sistema de captação de água da chuva para atender os sanitários dos trabalhadores • Bicicletário para funcionários
Um bom exemplo nesse sentido é o da pequena fábrica Camisas Polo, situada desde 2012 no condomínio de negócios Bahia Têxtil, no bairro Uruguai, em Salvador. O foco da empresa é a produção de camisas de gola polo para o segmento corporativo. Atentos às novas demandas do mercado, os diretores da fábrica decidiram trazer para a Bahia a Polo Ecoline, uma linha de camisas em malha piquet produzida com 50% de poliéster PET - tecido feito da reciclagem de garrafas PET, com algodão reciclado. A embalagem das peças, em vez do plástico convencional (oriundo do petróleo), conta com plástico oxibiodegradável, que se decompõe em até três anos, além de caixas de papelão reciclados. A empresa tem como clientes organizações do porte da Rede Bahia e Farmácias Sant’Ana.
Práticas sustentáveis influenciam a rotina dos funcionários
Boas práticas A sustentabilidade na pequena indústria não se resume ao produto: ela começa em casa. As máquinas de costura são eletrônicas e seus motores reduzem o consumo de energia em 58% em relação aos convencionais. Elas também possuem cortadores automáticos capazes de diminuir o uso de tecidos, além de lâmpadas LED - mais eficazes e econômicas. Em vez de diversos ventiladores ligados ao mesmo tempo, um único sistema de ventilação Elefant, capaz de ventilar uma área de até 300m2 e consumir apenas 1,5 KW/h de eletricidade, está instalado na área de produção. As descargas dos banheiros são ecológicas e disponibilizam somente a quantidade de água necessária para cada tipo de necessidade do usuário. As torneiras também são “inteligentes” e contam com mecanismo hidráulico que mistura ar com água – os jatos cessam após quatro segundos de acionadas e reduzem a vazão do recurso em 50%. Já os papéis-toalha e higiênico são reciclados. “Acreditamos que ser um fornecedor ‘verde’ é um diferencial competitivo nos negócios, além da redução dos custos e aumento da competitividade”, destaca o diretor da fábrica, Hari Hartmann. Os investimentos em sustentabilidade, desde 2013, chegam a cerca de R$ 100 mil, o que não significa fechar no ‘vermelho’: a empresa cresce, em média, 30% ao ano. Recentemente, a pequena indústria instalou 20 placas fotovoltaicas para a geração de energia solar. “Essa instalação produz 4,8 kilowatts de eletricidade. Esperamos gerar de 30 a 40% da energia consumida pela fábrica”, projeta Hartmann, que também já providenciou um sistema de captação e reutilização da água da chuva. Em setembro deste ano, a Camisas Polo conquistou o Prêmio Fieb de Desempenho Socioambiental da Indústria Baiana na categoria Micro e Pequenas Empresas - um reconhecimento e tanto para quem, ao buscar novos clientes, tem como diferencial a apresentação de um cartão de visitas pra lá de verde. dezembro 2014 / janeiro 2015
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sustentabilidade
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Inovação para a sustentabilidade FOTO: Rafael Martins
Com história de pioneirismo, Agrovale produz toda a energia que consome através da biomassa e é líder no mundo em irrigação por gotejamento subterrâneo por Victor Longo
O alagoano Carlos Gilberto Cavalcante Farias foi para Juazeiro, no Norte da Bahia, em agosto de 1974, com a difícil missão de plantar cana de açúcar e erguer duas usinas produtoras de açúcar e álcool, em pleno semiárido baiano: a Agrovale. A missão, idealizada por quatro sócios da Projetec, empresa de consultoria do ramo sucroalcooleiro, era considerada impossível por alguns. “Os colegas produtores diziam: ‘tu tais doido, ninguém vê um negócio desses dar certo’”, lembrou o empresário, em entrevista exclusiva à [B+] dias antes de morrer, no dia 5 de novembro. O ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) morreu em São Paulo, no Hospital Sírio-Libanês, após perder a luta contra um câncer nos ossos. “O projeto prosperou, a Agrovale começou a produzir em 1980, e até hoje ninguém fez nada parecido”, contou. Os sócios alagoanos Cid Eduardo Porto, Davisson Flores, Carlos Corrêa e Argermiro Chaves da Silveira encarregaram Farias de desbravar o sertão do norte baiano e assegurar a execução do projeto, mesmo em região de chuvas escassas. “A missão era plantar cana e produzir açúcar e álcool com um projeto pioneiro de irrigação por sulco de inundação. Poucos acreditavam que daria certo”, conta. Hoje, com faturamento anual de R$ 250 milhões, a empresa possui 18 mil hectares de área plantada de cana de açúcar, com capacidade total de produção de 5,8 milhões de sacas de açúcar e 22 milhões de litros de álcool. A Agrovale, que tem Hoje, com faturamento anual de R$ 250 milhões, a empresa possui 18 mil hectares de área plantada de cana de açúcar, com capacidade total de produção de 5,8 milhões de sacas de açúcar e 22 milhões de litros de álcool. A Agrovale, que tem ampliado a área plantada anualmente em mil hectares, pretende chegar aos 23 mil nos próximos cinco anos. Hoje, gera 4360 empregos diretos nos setores industrial e agrícola e 17.440 empregos indiretos. A ousadia e a inovação tecnológica que marcaram o nascimento da empresa também caracterizaram seus 34 anos de história. 72
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Em entrevista exclusiva à [B+], dias antes de falecer, ex-presidente da Fieb, Carlos Farias, contou a história da Agrovale
Inovação Consolidada como mais forte marca baiana na indústria produtora de açúcar, álcool e bioenergia, a Agrovale (Agroindústrias do Vale do São Francisco S. A.) foi a primeira a levar a irrigação por inundação para plantar cana e produzir açúcar e álcool no sertão baiano no início dos anos 80, e hoje é líder mundial na técnica de gotejamento subterrâneo, que permite mais economia de água. Além disso, a Agrovale produz toda a energia que consome por meio da biomassa do bagaço da cana. O sistema de geração de energia é incorporado ao processo industrial. “Produzimos 20 MW de energia, o suficiente para iluminar uma cidade de 500 mil habitantes. Consumimos 7 MW e vendemos o restante”, afirmou Farias. Ele explicou o processo: “Antes de ir para a moenda, a cana passa por uma mesa alimentadora e cai numa esteira rolante, onde é picada. A moenda já recebe a cana picada e expreme ela. Saindo dali, 50% da cana é bagaço e 50% é caldo. Há uma sobra que é acumulada para retornar ao sistema por outra esteira”. Dali, a sobra é queimada, gerando vapor. “O vapor passa por uma turbina e a faz girar”, explicou.
obra: Andrew Kemp | Darzé Galeria de Arte
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Com a mão na massa A empresária Manuela Rey troca as roupas de grife pelo avental, para fazer o seu carro-chefe: uma massa de camarão com molho picante por Louise Maiana fotos rômulo portela
Quem vê Manuela Rey administrando a franquia da grife de roupas Gregory em Salvador não imagina que por trás da empresária existe uma chef. Foi na infância que Manuela se apaixonou pela culinária. Aos 12 anos, já estava na cozinha para aprender o fettutine de forno da sua mãe e a torta de pavê de doce de leite, com biscoito e nozes, da sua avó. O interesse aumentou quando, adolescente, Manuela fez um curso de gastronomia nos Estados Unidos. De lá até aqui, não parou mais. Hoje, ela aprimora seus conhecimentos em um curso de culinária, para a felicidade de amigos e familiares que provam suas receitas. “Quando recebo meus convidados em casa, chamo todo mundo para a cozinha, porque para mim o gostoso é preparar tudo na hora e com a participação de todos”, conta. Apaixonada pelos frutos do mar, a administradora de empresas prepara tudo com muito cuidado. Primeiro, os temperos, dos quais não pode faltar salsinha, manjericão, cebola e alho. “Sempre uso esses ingredientes e na maioria das minhas receitas acrescento uma pitada de pimenta, moída na hora”, pontua. O segredo para o sabor é experimentar. “Eu confiro sempre as receitas, mas no final tenho que dar o meu toque pessoal. E provar sempre, o cozinheiro tem que provar”, revela a chef, que por uma tarde abriu mão das roupas de grife, e optou pelo tablier, para fazer uma massa picante com camarões. 74
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RECEITA massa de camarão com molho picante
Ingredientes: • 750 gramas de camarões limpos sem casca • 2 cebolas picadas ∞ 6 a 8 dentes de alho picados • 4 tomates sem pele e sem sementes picados • 2 colheres de sopa de manjericão picado, ou coentro (opcional) • 1 colher de sopa de salsa picada • 8 colheres de sopa de azeite • 2 latas de tomates pelados (batidos no liquidificador) • ¾ xícara de chá de vinho branco seco • 1 xícara de chá de caldo de camarão (que sai após passar os camarões na frigideira) • 1 colher de chá de páprica picante (2 para quem prefere mais picante) • 400 gramas de massa seca (Linguini) • sal a gosto
Modo de preparo: Tempere os camarões com sal e pimenta do reino branca. Aqueça quatro colheres de sopa de azeite em fogo alto e doure metade da cebola, do alho e depois o camarão. Prove e acerte o sal. Escorra os camarões e reserve o caldo e os camarões separados (os camarões devem ser cozidos até ficarem rosados).
Aqueça mais quatro colheres de sopa de azeite em fogo alto e doure a outra metade da cebola e do alho. Depois, coloque os tomates picados, um pouco de sal e deixe apurar. Acrescente a páprica e misture até que os ingredientes na frigideira fiquem tingidos. Em seguida, acrescente o vinho e deixe evaporar. Quando levantar fervura, acrescente o molho dos tomates pelados, o manjericão ou coentro, a salsinha e o caldo de camarão, misture e deixe levantar fervura novamente. Então abaixe o fogo e deixe cozinhar até o caldo reduzir e ficar consistente. Misture o camarão neste molho, verifique o sal. Cozinhe o macarrão em água fervente ou no caldo do camarão. Assim que estiver al dente, escorra e, ainda quente, misture ao molho de camarão. Sirva com salsa polvilhada e queijo ralado à parte. Serve cinco pessoas. dezembro 2014 / janeiro 2015
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BRASILGÁS
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CHADLE
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MADEIREIR A BROTAS
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salvador
Marcas de referência Algumas marcas, produtos e empresas são tão fortes que se tornam referências nos bairros e cidade. Você já notou essa dinâmica em Salvador? por Verena Paranhos ilustração BCayres
Não estranhe se ouvir alguém dizendo pelas ruas de Salvador: “Pegue o ônibus em frente à Madeireira Brotas, perto do Iguatemi, e desça na Brasilgás”. Ouvidos atentos mostram que a relação dos soteropolitanos com algumas marcas é intensa e acompanha as dinâmicas de crescimento da cidade. À medida que os bairros se transformam, peças publicitárias são instaladas, linhas de ônibus, lojas e fábricas surgem e deixam de funcionar, produtos entram e saem do mercado, sempre deixando rastros dessa história. 76
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Pergunte, por exemplo, no seu círculo de amigos, quem sabe como se chamava a região do Iguatemi antes da inauguração do primeiro shopping da Bahia, em 1975. Poucos devem saber que, hoje, a área de maior movimento da cidade corresponde ao espaço onde seria instalado o Jockey Club, projeto que não chegou a sair do papel. “A região toda é conhecida como Iguatemi. Quase se tornou o nome de um bairro, mesmo sem ser. Muito mais do que o marketing, essas marcas se destacam pela importância do estabelecimento. Um shopping é uma grande referência para uma cidade como Salvador onde o comércio de rua entrou em decadência e já não tem o que a classe média precisa comprar”, afirma o arquiteto, urbanista e historiador Francisco Senna.
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No caso do Iguatemi, que acompanhou o crescimento da cidade com a criação das avenidas de vale e passou a ser o elo com o aeroporto, por meio da avenida Paralela, o antropólogo Roberto Albergaria também associa o fator ineditismo da atividade à supremacia do shopping na região. “Iguatemi é Iguatemi porque foi o primeiro grande empreendimento numa área recém explorada nos anos 1970”, diz. Para a geração de Albergaria e Senna, que gozou da juventude na década de 1960, o caso de Placaford é emblemático. Na época, o trecho inicial da praia de Itapuã começou a ser chamado assim por conta de uma grande placa da montadora de veículos Ford instalada na Avenida Otávio Mangabeira. Na região onde quase nada existia, o outdoor passou a ser referência e ponto de encontro da praia que era moda entre os jovens. “Esse tipo de coisa é muito natural em qualquer cidade, não é exclusivo de Salvador. Em alguns casos, os nomes vêm de batismo, outros são consagrados pelo povo”, completa Senna.
Chocolates, cigarros e call centers Enquanto algumas marcas e suas referências espaciais tendem a se fortalecer a cada nova geração que passa a consumir, outras entram mais fortemente no jogo de transformações da cidade. Na Cidade Baixa, próximo ao Largo dos Mares, a fábrica de chocolates Chadler é outro caso frequentemente puxado pela memória quando se evoca a dinâmica das marcas e suas referências espaciais.
“A geração que tem 30 anos talvez ainda se lembre da Chadler de ouvir falar. A que é formada por adolescentes e pessoas com uns 20 anos já não sabe mais o que foi a Chadler” Roberto Albergaria, antroplógo
Fechada em 1994 por questões ambientais, por 50 anos seus dois galpões foram referência para os moradores da região próxima à Avenida Fernandes da Cunha e da Rua Direta do Uruguai. “Ali não é Uruguai, não é Massaranduba, não é Roma. Não tem outro nome porque o referencial era a Chadler”, diz Albergaria sobre um dos galpões. Há 20 anos, o forte cheiro de chocolate já não toma mais as ruas da região, fazendo com que a referência da marca extinta no país caia no esquecimento dos mais novos. “A geração que tem 30 anos talvez ainda se lembre da Chadler de ouvir falar. A que é formada por adolescentes e pessoas com uns 20 anos já não sabe mais o que foi a Chadler”, analisa o antropólogo. Por outro lado, Albergaria destaca que não existe uma espécie de monopólio nesta dinâmica, pois marcas diferentes podem criar novas relações com espaços que já cristalizaram referências espaciais na cidade. “O outro galpão da Chadler virou o shopping Outlet Center, na Rua Direta do Uruguai, que se tornou referência.
Mais recentemente, a mesma região passou a ser conhecida pela empresa de call center Atento”. O fenômeno notado por Albergaria se repete pertinho dali, no bairro da Boa Viagem. “É interessante o caso da fábrica de cigarros Souza Cruz, que funcionava na Avenida Luiz Tarquínio. O lugar hoje só é chamado assim pelos mais velhos. Os mais novos conhecem como Contax, por causa da empresa que se instalou recentemente no local. Há uma passagem de referencial”, conta o morador da Cidade Baixa. “Antigamente, as marcas eram muito mais fortes como demarcadores de locais. Hoje, elas se dispersam e ficam obsoletas rapidamente. Marca de empreendimento passou a ser uma coisa que não é tão importante”, sentencia Albergaria.
Força e potencial pouco aproveitados Para o publicitário Paulo Coelho, essa relação tanto pode surgir de maneira espontânea, como ser estimulada adequadamente. “Até hoje, todo mundo fala espontaneamente da Telebahia, no Cabula, que não existe há mais de 15 anos”, exemplifica o sóciodiretor de atendimento da Agência Mago e diretor tesoureiro do Sindicato das Agências de Propaganda da Bahia (Sinapro-BA). No entanto, o potencial da relação espacial entre as marcas e a cidade termina sendo muito mal aproveitado. “O caso de Placaford é um grande exemplo. Se fosse em São Paulo, a Ford, que tem fábrica na Bahia há muito tempo, estaria com uma ação muito forte em relação a isso. Em tese, é como se não tivesse importância”. Coelho credita este aspecto ao distanciamento das marcas da cultura local. “A maioria das empresas deixou de ter suporte regional de marketing. Um produto quanto mais se aproxima da cultura local, mais capaz é de tocar o público, se diferenciar das outras marcas, não só em relação ao quantitativo, ao preço, mas principalmente ao qualitativo, ao aspecto local”. De acordo com ele, o crescimento industrial do estado é inversamente proporcional ao marketing local. “Esse movimento é difícil de fazer à distância, porque de fato ele só existe quando tem penetração local. O que existe é um distanciamento completo. Você não vê as marcas participando, se aproximando. As próprias empresas locais seriam mais capacitadas para fomentar essas relações com as áreas da cidade. As marcas perdem a oportunidade de se comunicar com um pouco mais de sotaque”. Sobre este aspecto, Roberto Albergaria é enfático: “As pessoas não estão interessadas em dar uma marca local a seus empreendimentos. São empresas que estão aqui e poderiam estar em qualquer lugar do mundo”. dezembro 2014 / janeiro 2015
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lifestyle
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De olho no mercado brasileiro
Com foco no potencial do segmento de academias no Brasil, a Alpha Fitness planeja acelerar a abertura de unidades por victor longo
foto pedro heleno
O vertiginoso crescimento que a Alpha Fitness contabilizou nos últimos cinco anos não vai parar por aí. É o que garante Robinson Cardoso, um dos sócios do grupo. Desde 2009, quando a marca foi criada em substituição à antiga academia Alto Astral, da Vila Laura, os negócios dos irmãos Robinson, Maurício e Leandro Cardoso, ao lado do amigo Vitor Urpia, foram multiplicados por dez. Com uma pequena academia até 2009, o grupo abriu outras nove de lá para cá. Uma nova unidade deverá ser aberta em Salvador no primeiro 78
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semestre de 2015 e, em seguida, um primeiro passo será dado para crescer no mercado nacional: a primeira academia da Alpha fora de Salvador será inaugurada em outra capital do Nordeste não revelada. O grupo, que não divulga números de investimentos, planeja colocar em prática um plano de crescimento que vai além das divisas do Nordeste. “Vamos começar a crescer no Nordeste e depois abrir unidades em algumas cidades do Brasil”, projeta Robinson. Segundo ele, a estratégia para ganhar o mercado nacional tem um grande inimigo. E não, não é a concorrência. “Pesquisas mostram
Maurício, Leandro e Robinson Cardoso, ao lado do sócio Vitor Urpia, projetam expansão da rede na região Nordeste
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Sarau na primeira academia-clube da Bahia
Localizada em um casarão tombado, no Rio Vermelho, Villa Forma elege os eventos culturais e as mídias sociais como ferramentas de marketing por victor longo
Em 2001, a empresária Carol Cardoso Souza, 47, voltou de uma temporada em São Paulo determinada a abrir em Salvador a primeira academia-clube da Bahia. Depois de uma pesquisa de mercado, decidiu inaugurar a Villa Forma em um casarão do Rio Vermelho, tombado como patrimônio histórico. Treze anos depois, ela aposta na realização de eventos culturais, para fidelizar clientes, e fortalece a estratégia de comunicação nas mídias sociais para atrair novos consumidores.
academia alpha fitness Ano de fundação: 2009 Local: Salvador Número de academias em 2009: 1 Número de academias hoje: 10 Número de clientes em 2011: 2.500 Número de clientes em 2014: Mais de 10 mil
que apenas cerca de 4% dos brasileiros vão à academia. O nosso maior concorrente é o sofá”, brinca, referindo-se ao público que prefere ver TV a se exercitar. “Estamos de olho nos outros 96%, que ficam em casa assistindo TV, comendo pipoca”, diz. O desafio para crescer no país é enfrentar um mercado que, apesar do potencial de crescimento, já apresenta certos sinais de saturação. De acordo com Robinson, há, nos Estados Unidos, uma quantidade proporcional de academias, mas a população que frequenta esses estabelecimentos gira em torno de 17%. “A quantidade de academias cresceu muito no Brasil”.
“A academia parece uma vila aconchegante, é um lugar que idealizamos para que o cliente chegue e tenha vontade de ficar” Carol Cardozo Souza
“A academia parece uma vila aconchegante, é um lugar que idealizamos para que o cliente chegue e tenha vontade de ficar”, disse. Com esse conceito, Carol atraiu não só o público cativo de academias, mas também crianças e idosos. A programação de cultura já incluiu exposição de arte coletiva, recitais, e agora há a realização do sarau da Villa Forma. “Queremos realizar o sarau pelo menos três ou quatro vezes por ano, pois temos muitos alunos artistas, que tocam, cantam, pintam. Isso cria um clima de confraternização e acaba fidelizando”. O foco da comunicação e marketing nas mídias sociais está no Facebook e Instagram. “São ferramentas acessíveis, praticamente gratuitas”, diz. A partir da experiência com os perfis da Villa Forma, Carol abriu a RSOffice, academia villa forma empresa com foco nas redes sociais, em Ano de fundação: 2001 especial, no Instagram. Local: Rio Vermelho, Salvador Criados em 2009, o Número de academias: 1 Número de clientes em 2001: 500 alunos perfil da Villa Forma, Número de clientes em 2014: 1.200 no Facebook, tem 6,5 Número de funcionários: 70 mil seguidores e, no Instagram, 2,5 mil.
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lifestyle
Charutos baianos entre os melhores do mundo Competindo em um setor sujeito a restrições, onde o mercado alvo é cada vez menor, as fábricas da Bahia apostam na excelência do produto por Victor Longo
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Entre 1960 e 1980, fumar charutos era sinônimo de elegância e estilo. Desfrutar desse prazer naquela época era fazer parte da elite baiana, tendo acesso ao consumo de luxo. Foi uma época promissora para as marcas fabricadas na Bahia. As mudanças culturais, as restrições ao fumo e a concorrência com os charutos cubanos tornaram o cenário cada vez mais difícil para a indústria local. No entanto, alguns produtos baianos estão posicionados entre os melhores do mundo.
Obsessão pela qualidade
Luxo é a palavra que combina com o estilo de vida dos consumidores de charutos, em geral de alto poder aquisitivo. Por essa razão e ainda porque o público alvo é cada vez mais restrito, os fabricantes precisam ter obsessão pela excelência do produto. “Para uma marca continuar no mercado, precisa ter verdadeira obstinação pela qualidade”, afirma o gerente geral da Dannemann - indústria localizada em Cachoeira -, Geraldo Menezes. Apenas os melhores sobrevivem em um mercado que sofre restrições e concorrência internacional. O produto precisa ser bem-avaliado pelo consumidor, o responsável pela divulgação, que é proibida para as empresas. “Mantemos a tradição de qualidade há 140 anos e a propaganda boca a boca é feita pelos apreciadores do nosso produto”, diz Menezes. As confrarias, grupos de amigos que se reúnem para degustar charutos, são responsáveis pela divulgação.
Processo artesanal Os charutos Dannemann são feitos artesanalmente, com as folhas inteiras do tabaco negro - plantado na região da Mata Fina (microrregião do Recôncavo, entre São Félix e Cruz das Almas), com aproximadamente 30km de diâmetro. Os tabacos são enrolados por 20 charuteiras, que produzem entre 120 e 140 charutos por dia. “Elas até podem produzir mais, mas não deixamos, justamente para manter o padrão de qualidade”, explica. Por não ser produzido em larga escala, uma unidade custa em torno de R$ 40. Na Europa, para onde grande parte da produção é exportada, um charuto custa de 15 a 30 euros. 80
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A Dannemann foi fundada em Cachoeira, em 1873, mas tem origem alemã. A empresa surgiu com a imigração do alemão Geraldo Dannemann para a Bahia, que usou o próprio sobrenome para criar a marca. Quase um século depois, a empresa se internacionalizou e pertence ao grupo suíço Burger, desde os anos 1970. Hoje, a marca tem unidades fabris na Suíça, Alemanha, Honduras, Espanha e Indonésia - onde produz cigarrilhas. De acordo com o especialista em charutos, César Adames, a Dannemann é mais conhecida por seus charutos suaves. “São mais adequados para quem está começando”, diz ele, que considera a marca “uma das melhores” do mundo. “Só fica atrás dos cubanos, que são número um muito pela tradição”, completa. Dannemann Localização: Cachoeira Fundação: 1873, pelo alemão Geraldo Dannemann Produção: até 2,8 charutos/dia Preço do produto: a partir de R$ 40 (na Europa, chega a 30 euros) Grupo a que pertence: Burger (Suíça)
FOTOs: Divulgação
Menendez Amerino Localização: São Gonçalo dos Campos Fundação: 1977, pelas famílias Menendez (Cuba) e Amerino (Portugal) Produção: 400 mil charutos premium (artesanais) por ano e 1 milhão de charutos populares (mecanizados) Grupo a que pertence: Cibahia Tabacos Especiais
FOTO: Divulgação
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Foco em novos mercados
Proibição do fumo em lugares públicos nos principais mercados internacionais. Restrições rigorosas à publicidade do charuto. Valorização da mão de obra no Brasil e forte concorrência com os produtos da América Central. Fechamento do mercado argentino. Todas essas razões têm impulsionado a tradicional fábrica de charutos Menendez Amerino, localizada em São Gonçalo dos Campos (a 108km de Salvador), a procurar novos mercados. Uma das principais esperanças da empresa, que cria novas estratégias para garantir a sobrevivência, é conquistar o promissor mercado chinês, mas essa não é uma tarefa fácil. “Os chineses são oito ou oitenta. Ou você produz o suficiente para atender ao mercado todo, que é enorme, ou é muito difícil vender para eles”, afirma o supervisor de produção da empresa, Joaquin Menendez, de 41 anos. Hoje, as limitações na capacidade dos fornecedores da matéria-prima do fumo não permitem um aumento de produção na escala exigida pelo mercado chinês. Em busca de oportunidades, a empresa tem participado de feiras internacionais, em países como a Alemanha, mas a forte concorrência com os charutos cubanos e as restrições criadas pelos governos europeus ao fumo não têm permitido manter a produção e as vendas. “Nos últimos 10 anos, a nossa produção e faturamento têm caído, em média, 20%”, revela. Além da mão de obra centro-americana ser mais barata, os produtos daquela região pagam menos impostos para entrar na Europa que os brasileiros. Outra questão crítica é a crise vivida na Argentina, que antes era um dos principais mercados importadores da empresa. “Estamos há quase dois anos sem exportar para lá, porque o país se fechou para as importações, devido à crise da falta de dólar que eles estão vivendo hoje”, disse Menendez. A empresa possui duas marcas de maior destaque, a Alonso Menendez e a Dona Flor - esta última com melhor posicionamento. O especialista em charutos César Adames lembra que a Menendez Amerino ficou famosa graças ao Dona Flor, hoje o produto mais vendido. “Diferente do Alonso Menendez, que é mais suave, o Dona Flor tem um sabor mais mediano. Esse charuto, de qualidade, ficou muito conhecido no Brasil por causa da associação com o romance de Jorge Amado”, relata. “Tem um grande apelo de marketing”, conclui. A Menendez Amerino produz 400 mil unidades anuais de charutos Premium - produzidos artesanalmente. A fábrica confecciona ainda cerca de 1 milhão de charutos mecanizados, mais populares. A empresa pertence ao grupo Cibahia Tabacos Especiais. Foi fundada em 1977, por meio de uma união societária entre as famílias Menendez, de Cuba, e Amerino, de Portugal. dezembro 2014 / janeiro 2015
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lifestyle
33 O mundo em um só lugar
A Home Design se mantém como líder de mercado, com taxa anual de crescimento de 15%, em um cenário distante da crise do comércio varejista por Louise Maiana fotos luciano oliveira
O último país que a empresária Manuela Andrade, sócia proprietária da loja de decoração Home Design, visitou foi a Itália. Antes disso, passou por São Paulo, Minas Gerais, Rio e Paraná. Tantas viagens têm um motivo: abastecer a loja com as mais diferentes referências. “Eu realizo uma curadoria e viajo o ano inteiro para buscar novos designs e para trazer o melhor produto nacional e importado”, conta. A estratégia tem dado certo. Mesmo com o comércio varejista enfrentando uma desaceleração no primeiro semestre de 2014 (segundo dados da Pesquisa Conjuntural do Comércio Varejista, o crescimento foi de 0,6%, considerado modesto por analistas), Manuela não tem do que se queixar. A Home Design se mantém como líder de mercado, com taxa anual de crescimento de 15%. Ocupando 1200 metros quadrados, a loja, localizada em Salvador, agrada aos mais variados gostos. Manuela conta que em todo atendimento é feito “um estudo apurado e constante sobre o comportamento e a necessidade do cliente”. Quando se trata de projetos residenciais, o cuidado faz todo o sentido. “Nosso objetivo é montar ambientes que mantêm na memória um passado afetivo, mas não deixam de valorizar o moderno e tecnológico. É fazer o possível para tornar o lar um refúgio, um verdadeiro porto seguro, o primeiro lugar a ser escolhido na hora de voltar”, declara. Para a mais recente coleção da loja, o foco é a valorização do Brasil, da cor natural, do linho, da madeira, utilizando um design nacional, cada vez mais apurado e cobiçado. Todo o esforço para a produção de móveis exclusivos, assinados por renomados arquitetos, designers de interiores e artistas, é para fazer com que quem entre na loja se sinta em casa. 82
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ELEGANTE Vasos de flores, livros e outros objetos decoram a mesa de centro PONTO ALTO O banco desenhado pelo carioca Brunno Jahara ĂŠ ideal para ĂĄreas internas e pode ser decorado com almofadas
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lifestyle
Comprei 34 na Bahia! Elementais busca o equilíbrio entre gestão empresarial e originalidade nas coleções por luis lisboa
Surgida em 1992 com a proposta de vender camisetas de malha para produções bem básicas do dia a dia, a marca Elementais se consolidou no mercado baiano. Segundo Emília Medauar, diretora e sócia da empresa, o mercado está cada vez mais apertado e a concorrência maior. Mas, o lema é sempre crescer. “Nossa equipe é movida pelos desafios, por isso temos um plano de expansão pelo Nordeste com a abertura de novas lojas”, diz. Hoje, o grande projeto da Elementais é estruturação e lançamento de um sistema de e-commerce. “Esse é o desafio que estamos amadurecendo há um ano. 2015 promete muitas portas abertas”, assegura.
“Nossa equipe é movida pelos desafios, por isso temos um plano de expansão pelo Nordeste com a abertura de novas lojas”
Com cerca de 130 funcionários diretos, 200 profissionais trabalhando indiretamente e 27 lojas, a Elementais ainda precisa superar os entraves que surgem no universo fashion baiano. “Não é fácil fazer moda aqui. Nos deparamos diariamente com a falta de matéria-prima, aviamentos e mão de obra especializada. É preciso trazer todo o material de fora e treinar as equipes que, muitas vezes, têm poucas opções de trabalho”. A equipe de criação da marca é coordenada pela diretora de estilo Maria do Carmo Queiroz e pela gerente de criação Karina Facó. “Elas comandam os setores de pesquisa, criação, modelagem e elementais pilotagem da marca”, diz a diretora. Ano de fundação: 2001 O abuso de cores e estampas é Ano de criação: 1992 uma das fortes características Número de sócios: 3 da Elementais. “A nossa marca é Número de funcionários: 130 independente e tem um estilo de vida funcionários diretos, 200 indiretos superdespojado. É importante encarar Número de lojas: 27 a moda com leveza”, conclui. 84
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FOTO: Divulgação
Emília Medauar, diretora e sócia da empresa
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35 A marca registrada é a personalidade Picoleishion percebeu que, ao inovar na abordagem com o cliente, conseguia vender mais por Louise Maiana fotos RÔmulo Portela
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Edjackson Almeida, o famoso Picoleishion da Ilha de Itaparica, não tinha muito dinheiro. Em 2007, com o nascimento de seu primeiro filho, ele resolveu começar a vender picolé. “No início, eu era mais um vendedor no meio da multidão, mas depois vi que com um slogan diferente eu causaria mais impacto no cliente. Foi aí que surgiu o Picoleishion”, conta. Em um carrinho de picolé estilizado, ele vende seu produto nas praias da Ilha de Itaparica. O seu grande diferencial está na abordagem ao público. “Estou sempre me reinventando. Antes mesmo de
sair para vender, eu leio alguns jornais para obter conteúdo e assim interagir com o público. Pesquiso bastante algumas novidades e utilizo sempre o humor para cativar a clientela. Eu não vendo picolé, vendo picoleishion de tapioqueishion”, brinca. A sua criatividade chamou tanto a atenção que extrapolou os limites da Ilha, e o Picoleishion foi parar no sofá de Jô Soares. “Utilizei uma estratégia de marketing para me tornar mais conhecido. Enviei diversos e-mails para a produção do programa do Jô Soares e consegui ser entrevistado”, conta. O vendedor já participou de outros programas de TV, e, hoje, alguns turistas visitam a Ilha só para conhecer o famoso Picoleishion. Além do carrinho de picolé, Picoleishion trabalha com eventos, em camarotes no Carnaval e possui um trailer onde vende uma série de tira-gostos.
EDJACKSON ALMEIDA, PICOLEISHION Lugar: Ilha de Itaparica Atividade extra: Atua em eventos e tem um trailer onde vende tira-gostos
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lifestyle
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A força veio da África Pego pela surpresa do sucesso de vendas de uma receita diferente de abará, o Original criou uma marca presente há 13 anos por Louise Maiana foto Rômulo Portela
A história de Edson Vasconcelos, conhecido como Abará do Original, começou há 13 anos. Apreciador da culinária baiana, Original sempre gostou de cozinhar e de pesquisar receitas típicas. No Carnaval de 2001 ele resolveu ganhar um dinheiro extra e começou a vender abarás, na época, produzidos por algumas amigas baianas de acarajé. A experiência foi um sucesso tão grande que, logo em seguida, Edson decidiu abandonar seu cargo de assessor parlamentar e se dedicar totalmente à produção e venda de abarás. Começou a comercializar para lojistas do Shopping Barra, alguns bares do Rio Vermelho e fixou suas vendas na região do Imbuí. Original revela seu segredo: “Eu me propus a realizar um trabalho diferenciado e, como sempre defendi o aspecto original das coisas, resolvi dar personalidade ao meu produto. 88
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Vendo o abará como é servido na África, fechado e com recheios misturados na massa. Além disso, eu me visto a caráter e personalizei o meu Abará-Móvel para o serviço ficar ainda mais original”. Hoje, Edson Original comercializa abarás com mais de vinte recheios diferentes (entre eles alguns como camarão, ervas apimentadas e azeitona) e aumentou sua clientela, fornecendo também para bares da Pituba e Praia do Flamengo. Seu projeto é abrir um espaço não só de vendas de abará, mas também de quitutes com receitas de sua autoria. “Eu sou muito grato a Deus pelo meu crescimento e acredito que o sucesso veio porque os clientes divulgam o meu trabalho. Eles provam, gostam e divulgam”, declara.
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Abará Original Ano de criação: 2001 Campo de atuação: Salvador A diferença: A receita do abará conquistou pela inovação. Tem receita que leva até azeitona e ervas finas Personalidade: Original tem um abará-móvel personalizado
lifestyle | turismo de luxo
Sveti Stefan,
a joia do Adriático por GLENDA ZAINE CEO do site JustStyleMag
Onde ficar Hotel Villa Montenegro - literalmente debruçado sobre o Mar Adriático, com a ilha de Sveti Stefan como pano de fundo. Villa Montenegro - hotel supercharmoso e cheio de bossa, com um serviço impecável. Localizado em uma encosta, oferece uma linda vista do Mar Adriático. Aman Sveti Stefan - refúgio paradisíaco que leva a marca sofisticada da rede Aman Resorts. O Aman Sveti Stefan está instalado em uma propriedade de 12.400 m2 e reúne charme e história, com um toque contemporâneo. O que fazer Sveti Stefan é um lugar pequeno, charmoso, com lindas paisagens em um clima de harmonia com a natureza. São dois quilômetros de praia, divididas pela ponte que leva à ilha. Um programa adorável é almoçar na Piazza, uma praça ao ar livre localizada dentro da Ilha Sveti Stefan, onde o Aman Resort está instalado. Situada no meio da ilha e rodeada por pinheiros, ir à praça é um destino gastronômico único, onde a comida é elaborada de forma simples, porém surpreendente, utilizando produtos locais frescos. Ao sair da ilha, vale a pena fazer uma parada e degustar um delicioso drinque para refrescar-se no restaurante Il Barretto, enquanto aprecia a bela paisagem. A praia de Sveti Stefan tem vista para a ilha, que pode ser apreciada do alto. Ao sair do restaurante Il Baretto, virando à direita e parando em um dos seus largos degraus, há uma pequena colina. Quanto mais subimos, mais descobertas fazemos. Pinheiros e árvores frondosas dão sombra e tranquilidade ao lugar, que oferece lindas vistas. Seguindo a caminhada, você vai se deparar com a praia Milocer. 90
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FOTO: Divulgação
Montenegro, o pequeno país do sudeste da Europa, tem seu charme. Um deles é a ilha de Sveti Stefan, um destino low profile que já foi frequentado por celebridades como Greta Garbo e Marilyn Monroe. A ilha está ligada ao continente por uma ponte e fica localizada ao sul de Budva, na costa do Adriático. É toda murada e data do século 15. Atualmente, essa fortaleza foi restaurada e está ocupada pelo resort de luxo Aman Sveti Stefan, pertencente ao grupo Aman Resorts.
Onde comer O Il Barretto serve uma cozinha italiana deliciosa e é também boa opção para o jantar. Outra boa opção gastronômica para um delicioso e inesquecível jantar é o restaurante Queen’s Chair, que oferece uma vista deslumbrante da Baía de Budva. Já o Oliver Tree é um local informal, evocando o ambiente de uma brasserie à beira-mar. Abrigado em uma enseada perto da Villa Milocer, o Beach Cafe oferece jantar e é informal ao longo do dia. Goza de um ambiente ao ar livre, à sombra de ciprestes e oliveiras centenárias e oferece um menu de café simples. Na Vila Milocer, o restaurante Loggia apresenta menu simples e elegante com abundância de frutos do mar, utilizando produtos sazonais, adquiridos nos mercados locais. O Loggia tem um lounge confortável com vista para a praia Milocer. Lá, os visitantes podem desfrutar de um delicioso chá da tarde e criativos coquetéis à noite.
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LANZAROTE
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FUERTEVENTURA
GRAN CANÁRIA
LIMA
SALVADOR (BAHIA) SANTA CRUZ DE LA SIERRA (BOLÍVIA)
SÃO PAULO
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lifestyle | marketing
Como avaliar o desempenho da sua marca e não apenas da sua empresa por Guilherme Baruch
A primeira vez que eu ouvi falar de “uma pergunta que media a fidelidade dos clientes” eu achei, de cara, a maior babaquice. Como um tema tão complexo poderia ser medido com uma simples pergunta? Quase não deixei o colega terminar e fui logo criticando. Tempos depois, quando parei de fato para ler um artigo sobre o Net Promoter Score (NPS), fiquei espantado com a simplicidade e o poder da ideia por trás da chamada Pergunta Definitiva. A maioria das empresas já possui seus relatórios financeiros para assegurar que sua equipe atinja as metas de lucro e produtividade, mas como assegurar que atinjam também metas de qualidade no relacionamento com o cliente? Pesquisas de mercado longas e complexas nem sempre respondem a essa pergunta e na maioria das vezes custam demais para serem aplicadas com a regularidade ideal. Claro, nós empresários queremos os nossos clientes felizes, mas como saber o que eles estão sentindo e, principalmente, como tornar os funcionários corresponsáveis por esse sentimento. Fred Reichheld propõe então que perguntemos ao máximo de clientes possível: “Numa escala de 0 a 10, quais as chances de você indicar nosso produto/serviço para um amigo ou parente?” Em função da resposta, os clientes são divididos em três grupos: Detratores: Aqueles que deram notas de 0 a 6 e são os insatisfeitos ou decepcionados com o tratamento recebido e criticam a empresa a amigos e colegas. Se estão presos por contratos de longo prazo ou se nenhuma outra empresa tiver o mesmo produto a oferecer tendem a desabafar, falando mal da empresa para o maior número possível de pessoas.
Neutros: Aqueles que deram notas 7 ou 8 são os mais passivos, que compram o que precisam e nada mais. Promotores: Aqueles que deram notas 9 ou 10 tendem a ser leais à marca, comprar cada vez mais e recomendar a amigos e colegas. Utilizando-se a fórmula “NPS = % Promotores – % Detratores”, tem-se um valor objetivo, fácil de interpretar e, principalmente, fácil de comparar. Isso mesmo, assim como na maioria das pesquisas, a comparação do seu resultado ao longo do tempo é ainda mais poderosa que o seu valor isolado. Agora, com um padrão, fica bem mais fácil conseguir benchmarks, mas independentemente de termos uma referência se um NPS de 85% é bom ou ruim para determinado segmento, fica claro que se tínhamos 85% e caímos para 80% estamos piorando, ou ainda, se uma filial tem NPS de 85% e a outra de 75%, é claro que temos ali um problema de gestão/atendimento para resolver. Agora imagine a revolução que podemos conseguir em nossas empresas se incluirmos o NPS na avaliação dos funcionários, ou mais ainda, na sua remuneração variável. O quanto esses funcionários estariam dispostos a fazer para agradar a seus clientes? E se acrescentarmos na pesquisa uma segunda pergunta: “Qual o motivo mais importante para a nota que você deu?” A simplicidade dessa ideia é tão grande quanto o seu alcance. Só nos resta agora dormir com a dolorosa dúvida: por que eu não pensei nisso antes? Guilherme é bacharel em processamento de dados pela Ufba, especialista em Administração pela Unifacs e em Marketing pela FTE. Tem 13 anos à frente da Agente Marketing de Relacionamento
pergunta • numa escala de 0 a 10 quais as chances de você indicar nosso produto/ serviço para um amigo ou parente? 0,0% (0)
0,4% (1)
0,0% (0)
0,0% (0)
0,4% (1)
1,3% (3)
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0,9% (2)
4,8% (11)
10,3% (23)
82,2% (189)
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promotores
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detratores
20 0
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Mais que um salão de beleza Dispondo de vários serviços, o Spazio Personallitá é um ambiente feito especialmente para você
No coração da Pituba, com uma estrutura ímpar de 550 metros quadrados de área construída, está um dos salões de beleza mais completos e sofisticados de Salvador. O Spazio Personallità, um empreendimento criado pelas empresárias Lavínia Andrill, Lorena Andrill e Célia Andril, chegou para se posicionar no mercado de beleza baiano como um dos melhores deste setor. Com uma equipe de excelentes profissionais de destaque no mercado, o Spazio Personallità oferece aos clientes uma gama de serviços diferenciados, pela expertise dos seus técnicos. Profissionais premiados e com experiências internacionais sempre antenados com as melhores tendências, como Carlos Mendes, Eduardo Santtys, Paulo Ricardo Vegega, Ari Souza, Zenilton Mascarenhas, Raquel Borges, dentre outros. Conta ainda com um coordenador técnico, Carlos Mendes, mestre no que faz e sempre atento à evolução da equipe, garantindo, assim, a qualidade indispensável aos serviços prestados. As empresárias, assíduas frequentadoras de centros de beleza, cansaram-se dos ambientes frios, inexpressivos e sem graça da grande maioria dos salões de beleza de Salvador. Identificando um nicho bastante promissor, pautado em sustentabilidade financeira e carente de bons salões, a exemplo dos encontrados em outras regiões do país, as três, após três anos de estudos e um investimento planejado e direcionado a uma estrutura diferenciada, criaram o Spazio Personallità. Italianas em suas ascendências, o nome do espaço criado foi uma homenagem as origens, e, como não poderia deixar de ser, a criação de uma marca que veio para se posicionar entre as melhores do setor.
O toque singular que as sócias imprimiram à estrutura do Spazio Personallità é o grande diferencial que elas oferecem aos seus clientes. Composto de ambientes primorosos, confortáveis e agradáveis, tudo foi pensado com uma riqueza de detalhes que leva o cliente a se encantar e a se sentir não em um salão de beleza, frio e inexpressivo, mas em um ambiente agradabilíssimo, amplo, com uma bela decoração, que mistura o clássico com o moderno e uma equipe preparada para encantar o cliente.
Barbearia O Spazio Personallità diferencia-se pela gama de serviços e produtos à disposição dos clientes. Além dos serviços tradicionais, primando pela privacidade, há um espaço reservado ao público masculino, formado por uma barbearia, serviços de podologia e depilação, separados do espaço feminino. Para elas há estúdio de maquiagem, adequadamente preparado conforme as necessidades de iluminação especial; sala de química reservada; uma loja de cosméticos, repleta das melhores marcas do mercado; um nail bar e esmalteria, aliando serviços de design e embelezamentos de mãos e pés, com excelentes profissionais e os melhores esmaltes, nacionais e importados, onde um bartender prepara drinques maravilhosos, feitos à base de vinhos e espumantes. As bebidas são acompanhadas de salgados e doces finos, há, ainda, música ao vivo nos finais de semana. Existe disponibilidade de espaços para eventos comemorativos, como aniversários de adolescentes, que desejem uma tarde de beleza, além de chá de bebê, chá de lingeries, eventos ligados ao setor de beleza, lançamento de coleções de moda etc. Movimentando e promovendo o Spazio. Tudo pensado para encantar o cliente!
Profissionais premiados, com experiência internacional, sempre antenados com as melhores tendências do mercado Outro diferencial é a área reservada para estacionamento de veículos, com treze vagas próprias, além de serviço de manobrista, profissional e terceirizado, dando maior segurança ao cliente. Será inaugurada uma charmosa cafeteria, que atenderá a quem circula pela região e dará suporte aos clientes do salão. Inovadoras, as sócias disponibilizam espaços para artistas plásticos, fotógrafos, escultores etc., interessados em expor seus trabalhos, imprimindo um toque cultural ao espaço, onde a beleza física é, primorosamente, cultuada. Encantar o cliente não apenas com palavras, mas com atitudes. Esse é o lema do Spazio Personallità. Venha comprovar e se encantar! Enfim, a Beleza encontrou o seu Spazio!
lifestyle | informe publicitário
Novos investimentos no interior Multimagem chega ao oeste baiano e anuncia investimentos em várias regiões do estado Mantendo a vocação expansionista, a Multimagem volta a ampliar os negócios e em 2015 chega ao oeste baiano, inaugurando uma unidade na cidade de Luís Eduardo Magalhães. A clínica, que faz parte do grupo MEDDI, tem 12 anos de existência e 16 unidades de serviços implantadas, em 10 cidades da Bahia. Esses municípios foram alvo de investimentos devido às potencialidades econômicas e porque se transformaram em polos regionais de saúde. Com a nova expansão, a Multimagem amplia a cobertura a praticamente todo o Estado, levando alta tecnologia em diagnóstico por imagem a mais de 90% da população baiana, consolidando a marca como referência no segmento. Em 2015, a empresa vai investir cerca de R$ 20 milhões, na ampliação e renovação do parque tecnológico. Novos serviços serão implementados e regiões que ainda não contam com a bandeira Multimagem serão
contempladas com o padrão de excelência já conhecido em toda a Bahia. Duas unidades estão em fase de construção em Itaberaba, na Chapada Diamantina, e em Serrinha, na região do sisal. A perspectiva de inauguração é no primeiro semestre de 2015. Petrolina, em Pernambuco, também está na rota de investimentos da empresa, que planeja inaugurar uma unidade no município no ano que vem, ultrapassando as fronteiras do estado da Bahia. No médio prazo, a Multimagem pretende iniciar o processo de expansão em várias cidades do Nordeste, consolidando a marca como um dos principais grupos de medicina diagnóstica do Brasil.
Com a nova expansão, a Multimagem amplia a cobertura a praticamente todo o Estado, levando alta tecnologia em diagnóstico por imagem a mais de 90% da população baiana
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notas de tec 5 apps gratuitos e colaborativos
DICA DE PREÇO
FACEBOOK GROUPS
GAZO
Os usuários compartilham informações sobre onde é possível encontrar produtos pelos preços mais em conta
Para ficar mais perto dos seus grupos do Facebook, a rede lançou um app que reúne todos eles. Grupos e nada mais
Usando geolocalização, ele mostra os postos próximos, os com melhor preço e permite que você marque os seus favoritos
Seus problemas acabaram Você encontra um buraco na sua rua, um poste com lâmpada queimada, um cano de água estourado ou até identifica um foco de violência na área onde mora, mas tem muito mais o que fazer do que ligar para a Embasa, para a Coelba, para a Prefeitura ou para a polícia. A empresa Maqhin, que atua no Parque Tecnológico da Bahia, em Salvador, desenvolveu uma rede social colaborativa que procura ajudar a resolver problemas como esses, reduzindo o tempo necessário para isso. Através de um aplicativo chamado Vigilante, compatível com Android e iOS, o cidadão insatisfeito tira uma foto do problema, informa o endereço e faz o registro na rede. A partir daí, a demanda é enviada automaticamente para os órgãos responsáveis, que, em seguida, resolvem o problema. “Buscamos criar uma forma de o cidadão resolver os problemas da cidade de forma rápida, prática e sem custo, já que fazer tudo isso por telefone demora muito”, explicou um dos sócios da empresa, Rafael Câmara. O projeto contou com investimento de R$ 300 mil da Fapesb. 98
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TOILET FINDER
SONGBOX
O aplicativo mostra qual é o banheiro mais próximo através do GPS e da colaboração dos usuários
O usuário pode cantar trechos de suas músicas favoritas e outros usuários podem votar se gostaram ou não do seu talento
Para o seu bem Alguns aplicativos têm funções que nem você imaginaria. Saiba como usalas para tornar sua vida menos complicada
Whatsapp Como desabilitar o recibo de leitura das mensagens Os dois tracinhos azuis te deixam em pânico? Se você é usuário de um Android, vá até ‘configurações’, ‘informações da conta’, ‘privacidade’ e desmarque a opção ‘read receipts’.
Snapchat Saiba como mandar dinheiro para seus amigos Se você é usuário de Android ou iOS e tem mais de 18 anos, basta cadastrar um cartão de débito, abrir o chat, digitar um cifrão mais o valor a transferir. A novidade ainda não chegou no Brasil.
Facebook Deixe de seguir amigos e páginas de modo mais simples Para gerenciar melhor o seu feed de notícias, siga os passos: toque no último ícone da barra de ícones (aquele com três linhas, ao lado das notificações), desça até a opção ‘ajuda e configurações’ e clique em ‘gerenciar o feed de notícias’. Depois, siga ou deixe de seguir quem desejar.
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obra: Andrew Kemp | Darzé Galeria de Arte
arte & entretenimento Gênios da arte: Carybé, Jorge Amado e Verger 100 As risadas da Cia. Baiana de Patifaria 102 Conte aí 104
arte & entretenimento
Negócio de família
Três gerações: Raquel Bernabó, segurando Sofia, e Solange Bernabó. Neta, bisneta e filha de Carybé, respectivamente
Gestão de marcas no setor cultural demanda especificidades dos direitos de autor e propriedade industrial
Algumas das marcas mais lembradas do setor cultural baiano têm nome e cara de gente que aproveitou as inspirações da terra para cultuar seu povo e fazer arte. É assim com o escritor baiano Jorge Amado (1912–2001), o fotógrafo francês Pierre Verger (1902–1996) e o artista plástico argentino Carybé (1911–1997). Desde o início da gestão do prefeito ACM Neto, no ano passado, os nomes dos três vêm sendo frequentemente associados a projetos de centros culturais destinados a seus acervos. Isso pode requerer maior atenção e profissionalismo dos herdeiros e ter como consequência o fortalecimento em torno dessas marcas. O primeiro a se tornar realidade foi a Casa do Rio Vermelho - Jorge Amado e Zélia Gattai. Reunindo grande parte do acervo de Jorge e Zélia, o endereço onde eles viveram desde a década de 1960 foi inaugurado em novembro, com potencial para tornar-se ponto turístico de Salvador. A expectativa é que até 2016 sejam criados os espaços dedicados a Carybé, no Forte São Diogo, e Pierre Verger, no Forte Santa Maria, ambos no bairro da Barra.
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FOTO: Divulgação
Primeira impressão Ano de criação: 2013 Produtos: De capinhas de celular a azulejos decorativos, a marca imprime as gravuras de Carybé
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reposicionamento No caso de Carybé, até seis meses atrás, os produtos licenciados com suas gravuras e ilustrações eram produzidos por empresas diversas e levavam a marca do Instituto Carybé, em vez do nome do pintor. “Passamos muito tempo sem pensar em marketing e gestão. As empresas chegavam e tinham carta verde para fazer licenciamentos”, conta Raquel Bernabó, bisneta do artista plástico. Juntamente com o pai, Gabriel Bernabó, ela criou a Primeira Impressão, empresa que passou a cuidar da administração da marca e da criação de produtos. A empresa conta com quatro pessoas na equipe de produção e criação e pretende lançar novos produtos a cada estação. “É uma vontade antiga da família dar acessibilidade à obra, para que não fique restrita às galerias de arte. Não é todo mundo que pode comprar uma gravura. É a forma que a gente viu de viabilizar isso, porque ele era um artista popular”, conta Raquel. Para a designer, a principal dificuldade da empreitada é a falta de investimentos em cultura e arte. “Isso não tem influenciado negativamente o nosso trabalho. Mas é uma questão que poderia ser melhor aproveitada, porque a Bahia tem muitos nomes que têm sido deixados à mercê”.
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FOTO: Divulgação
por Verena Paranhos
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Gilberto Sá coordena a gestão de produtos da marca Pierre Verger
FOTO: Rômulo Portela
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Consultoria jurídica
Em meio à burocracia que envolve os direitos de autor e propriedade industrial, é comum que consultorias jurídicas assessorem os herdeiros e gerenciem as marcas. A Copyrights Consultoria administra a obra de Jorge Amado desde 2005, por meio da Grapiúna Produções Artísticas, empresa titular da marca e de todo direito do autor, da qual são sócios os filhos do escritor, Paloma e João Jorge. “Neste período, tivemos a oportunidade de organizar uma concorrência junto ao mercado literário nacional para publicação de todas as obras de autoria de Jorge Amado, saindo vencedora a editora Cia. das Letras, que vem lançando todas as obras do autor após nova concepção visual e cuidadosa revisão de textos”, explica Adriana Vendramini, do departamento jurídico da consultoria. Segundo ela, apesar de questões administrativas serem delegadas à empresa, a família Amado é bastante convocada para tomar decisões. “João Jorge Amado e Paloma Jorge Amado participam ativamente da gestão por nós capitaneada, ficando, contudo, desobrigados de questões administrativas e cotidianas, focando sua atuação em aspectos artísticos e conceituais”.
uma infinidade de produtos Diferentemente das marcas relacionadas à maioria dos produtos e serviços, as obras artísticas são regidas por dois princípios. De um lado, está o direito de autor, que protege a criação e a utilização de obras estéticas, desde o momento em que são exteriorizadas. Do outro, o direito de propriedade industrial, uma espécie de propriedade intelectual voltada para a utilidade das criações, no âmbito empresarial ou comercial, que se dá por meio da patente ou marca do produto.
A Fundação Pierre Verger, criada em 1988 pelo próprio fotógrafo, recebe diariamente muitos pedidos para uso de suas imagens A Fundação Pierre Verger, criada em 1988 pelo próprio fotógrafo, recebe diariamente muitos pedidos para uso de suas imagens. Apesar da constante demanda desse material, foi somente em 2002, ano em que se comemorou o centenário de nascimento de Verger, que a fundação se deu conta de que as fotografias do antropólogo poderiam ser exploradas comercialmente e ajudar na sustentabilidade da instituição sem fins lucrativos. “Organizamos uma grande exposição itinerante e surgiu a ideia de produzirmos alguns produtos como camisetas, cartões postais, bolsas, que foram comercializados exclusivamente nesses espaços. Mas, devido à grande aceitação, resolvemos em 2003 inaugurar a Fundação Pierre Verger Galeria, no Pelourinho, para divulgar a obra de Verger através de exposições temporárias e também comercializar livros e produtos que tanto sucesso tinham feito”, diz Dione Baradel, gestora da marca. Doze anos depois, é a própria fundação que se ocupa da contratação de fornecedores para produzir diversos produtos que são comercializados na loja on-line, na galeria, na sede da instituição, no Engenho Velho de Brotas, e em uma pequena rede de vendedores e livrarias credenciados, representando 35% do faturamento do setor comercial da instituição, que gira em torno de R$ 500 mil.
Grapiúna Produções Artísticas Função: administra a obra de Jorge Amado (marca e direitos autorais) Envolvimento: A família Amado não deixa de ser convocada para decisões
Fundação Pierre Verger Galeria Presidente: Gilberto Sá Ano de fundação: 2003 Comercial: gira em torno de R$ 500 mil
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arte & entretenimento foto: Márcio Lima
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patifes do sucesso
A Cia. Baiana de Patifaria se consolidou como uma das maiores referências do teatro baiano nos seus 28 anos de atuação e reúne uma legião de fãs ao redor do país por Luis fernando lisboa
Num momento em que o teatro baiano tratava de temas sérios por causa da ditadura e reabertura do sistema político, Lelo Filho, diretor da Companhia Baiana de Patifaria, cruzou com mais cinco atores que também desejavam explorar novos horizontes: “Queríamos passear por outras vertentes teatrais e a comédia andava muito ausente”. Em 1987, estreava o primeiro resultado dessa junção: o espetáculo ‘Abafabanca’. A partir daí, a companhia engatou uma sequência de sucessos teatrais e hoje conta com oito peças no 102
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seu repertório. A mais conhecida delas é ‘A Bofetada’ - há 25 anos em cartaz. O teatro de esquetes e a improvisação são as marcas da companhia que é referência quando se fala do teatro baiano. Em 2014, três espetáculos do grupo passearam pelos teatros locais e mais novidades estão programadas para 2015, se os esperados financiamentos aparecerem.
Dez integrantes estão hoje envolvidos com o trabalho da companhia que se sustenta com a receita das bilheterias “Quero estrear o solo de Fanta Maria (personagem mais conhecida de ‘A Bofetada’) e um musical com todos os atores de ‘Abafabanca’. O nosso único entrave é o dinheiro para a produção”. Dez integrantes estão envolvidos com o trabalho da companhia que se sustenta com a receita das bilheterias. Ter uma sede otimiza aspectos logísticos - como ensaios e armazenamento de cenário, mas deixa o orçamento mais apertado pelos custos fixos como aluguel, impostos e internet. Os patrocínios esporádicos, segundo ele, são um dos grandes problemas. “Eu não preencho os dedos das mãos se contar os patrocínios que tive em todos esses anos de trabalho”. Por causa disso, foi preciso que o projeto da peça ‘Fora da Ordem’ ganhasse o prêmio Myria Muniz 2013 para que fosse levado à frente. “Essa perda de receita implica na redução de melhorias e turnês. Cada peça nossa quer gritar: estamos tentando”.
Risos empresariais A relação com o mundo empresarial, através de eventos corporativos, mostra o compromisso do grupo em difundir o teatro para todos os tipos de público. ‘A Bofetada’, por exemplo, já foi apresentada nas sedes da CocaCola e Volkswagen, em São Paulo, enquanto que ‘Noviças Rebeldes’ viajou estados através de uma grande rede de shoppings do país. “O empresariado entendeu que o nome ‘patifaria’ é mais uma irreverência ligada ao humor e à brincadeira, mas que tem muito trabalho por trás”.
foto: Márcio Lima
Comunicação é fundamental A passagem pelo sofá de Jô Soares e a bênção da apresentadora Hebe Camargo ajudaram o time a conquistar atenções em todo o Brasil. Para Lelo Filho, a comunicação é fundamental para o reconhecimento. “Nas cidades que passamos, fomos bem-sucedidos na tarefa de dialogar com o público“. Ele atribui isso à “capacidade de adaptar as peças a cada novo lugar. A companhia consegue pegar personagens tão baianos e romper fronteiras”.
“Nas cidades que passamos, fomos bemsucedidos na tarefa de dialogar com o público“ Lelo Filho cia. baiana de patifaria Ano de criação: 1987 Principal projeto: A peça ‘A Bofetada’ está há 25 anos em cartaz Marco: Em 1997, a comédia musical ‘Noviças Rebeldes’, dirigida por Wolf Maya, foi apresentada por duas semanas no St Clement Theatre, em Nova York.
foto: Mercury
Wolf Maia (à esquerda) dirigiu ‘Noviças Rebeldes’, peça que foi parar em Nova York. Abaixo, a Cia. durante a peça ‘Abafabanca’
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conte aí
Dos bordéis ao casamento
por Mário Kertész
Obra: Sérvulo Esmeraldo / Paulo Darzé Galeria de Arte
Passei a minha infância e adolescência em meio a uma família bem estruturada, com pai engenheiro e empresário, mãe dentista e meus dois irmãos mais velhos, Carlos e Eduardo, além do sol da praia da Barra, na folia dos carnavais do Bahiano de Tênis e do Iate, entre estudos, livros, viagens. Sem esquecer, é claro, da iniciação sexual e da vivência popular nos tradicionais lupanares da Cidade da Bahia. Até que me casei pela primeira vez e vi nascer meu primeiro filho. Naquela época, nos dias de minha infância e juventude, Salvador era uma cidade tranquila, sossegada, estável, protegida dos arroubos modernizantes. Uma cidade antiga, ciosa de seus costumes e de suas tradições. A gente andava à vontade, despreocupado, por suas ruas, praças, ladeiras e becos. Ia a todos os lugares, a qualquer hora do dia ou da noite. Sem medo, receio, sem paranoia alguma. As ruas existiam para os nossos passos. As nossas brincadeiras, gargalhadas. Salvador, na verdade, parecia parada no tempo. Uma cidade presa ao seu próprio passado, com um estilo de vida muito particular. Uma cidade onde as pessoas se vestiam bem e eram muito educadas. Onde ainda vigoravam, como bem disse Jorge Amado, os ritos de gentileza do povo da Bahia. Uma cidade, enfim, onde eu vivia leve e livre.
O costume de frequentar bordéis era uma característica da minha geração. Mas depois houve uma mudança: as gerações mais novas que a minha não cultivaram compulsoriamente esse costume. Rapazes e moças “de família” passaram a namorar também na cama, a ter um envolvimento não só amoroso, mas francamente sexual, incluindo as carícias mais íntimas e trepadas alegres, livres de qualquer vergonha social ou cultural. Foi uma mudança e tanto. Antes disso, como disse, o papo era outro. A sociedade - pelo menos, em certos estratos economicamente privilegiados, entre a classe média e a alta burguesia - via a virgindade como uma espécie de questão de honra. As moças “de família” não transavam. Guardavam sua virgindade à espera do defloramento na lua de mel ou às suas vésperas. As pouquíssimas que abriam eventualmente as pernas eram olhadas com preconceito, estigmatizadas, chamadas pejorativamente de “programistas”. Daí que, na minha juventude, os rapazes, incentivados pelos amigos mais velhos, iam fazer sexo nos bordéis. Saciar o tal do instinto selvagem nos leitos dos lupanares, nas camas de muitas “mulheres da vida”, talvez, quem sabe, porque as moças “direitas” sexualmente eram mortas. Na verdade, a iniciação sexual dos jovens, quase garotos, naquela época, se dava, de modo geral, com empregadas domésticas. E ao iniciado só restava, depois, as “mulheres da vida”, até o casamento com moças virgens. Mário Kertész é diretor geral do Grupo Metrópole e foi prefeito de Salvador por duas vezes
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páginas amarelas headhunter
GERENTE DE SUPPLY CHAINBAHIA Cód. GSC
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GERENTE DE RECURSOS HUMANOS
Cód. GRH
Formação: Escolas de primeira linha, com Pós Graduação em Gestão de Pessoas/RH/MBA – desejável. Idioma: INGLÊS FLUENTE; • Experiência em todos os subsistemas de RH, com foco em desenvolvimento organizacional e em
Formação: Serão diferenciais a
programas de retenção de talentos. Perfil arrojado e estratégico, oriundo de INDÚSTRIA;
formação em escolas de primeira linha
• Disponibilidade de viagens para o exterior.
Administração, Finanças, Ciências
• Pacote atrativo, posição para interior do Estado
Contábeis, Engenharia, Logística ou áreas correlatas. Pós-graduação, MBA ou Especialização em Administração, Supply,
headhunter
Finanças, Industrial e Empresarial ou áreas correlatas. Principais responsabilidades e desafios: Reportando-se ao Diretor Industrial suas
DIRETOR FINANCEIRO
Cód. DF
principais responsabilidades serão:
Formação: Escolas de primeira linha em Contábeis, Administração, Economia, com Pós
• Gestão de toda área de Compras para os
Graduação/MBA em áreas afins.
processos centralizados.
Idioma: INGLÊS FLUENTE;
• Coordenar e gerir os processos e
• Experiência em indústrias multinacionais, especialmente do ramo de SERVIÇOS.
procedimentos de compras seja spot
Principais responsabilidades e desafios: Gestão da Tesouraria; Relacionamento com Instituições
e contratos, gestão de fornecedores, controle de estoques e análise de demandas, aquisições e negociações de insumos, commodities, bens e serviços, MRO, embalagens, importações e outros, garantindo o melhor custo-benefício
Financeiras; Gestão da área contábil e fiscal, planejamento tributário; Atuar na implementação da conformidade legal das operações contábeis e financeiras da empresa de acordo com a legislação vigente; Otimização dos resultados dos investimentos financeiros, buscando soluções de captação ou aplicação de recursos; Elaborar e acompanhar o Budget anual; Participação ativa no desenvolvimento da estratégia alinhada com o negócio; Estudo e análise econômico-financeira; Gestão de equipe e forte liderança. Pacote atrativo, posição para interior do Estado.
e qualidade para a empresa, como também a excelência ao atendimento e abastecimento necessários à produção
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e demais atividades administrativas clientes internos. • Gestão, Planejamento e Acompanhamento de todos os processos de compras da área. Negociações e gestão de contratos sob responsabilidade. Desenvolvimento e gestão de fornecedores, assegurando qualidade e custo adequados. • Gerenciamento de projetos da empresa que envolva negociações comerciais e qualificações de fornecedores. • Gestão e desenvolvimento de pessoas. • Perfil Comportamental: Perfil com alto nível de energia focado em resultados e em pessoas, hands on, flexibilidade, senso forte de equipe, analítico, excelente relacionamento com
GERENTE DE LOGÍSTICA-INTERIOR
Cód. GL
Formação: administração, engenharias ou afins, de primeira linha, com Pós graduação / MBA em Logística. Imprescindível formação em Six Sigma- Black Belt. Principais responsabilidades e desafios: • Reportando-se ao Diretor Industrial, suas principais responsabilidades serão: gerenciamento de armazéns, frota própria e terceirizada, garantir o fluxo da matéria prima para a fábrica, elaborar roteirização, monitorar controles de produtividade e nível de serviços, gerenciar de forma participativa equipe de alto desempenho. Seus desafios, face aos planos de expansão do grupo serão: Aumentar os índices do serviço, buscar soluções para logística pulverizada no Brasil, implantar sistema WMS (imprescindível conhecer o sistema), melhorar a interface entre a fábrica e o comercial. Elaborar estratégias de expansão das operações para outras regiões do país, otimizar cargas e armazenamento. Perfil Comportamental: Perfil com alto nível de energia focado em resultados e em pessoas, hands on, flexibilidade, senso forte de equipe. O profissional devera residir no interior do estado, próximo a capital.
pares, subordinados e fornecedores, bom comunicador. Habilidades para elaborar e apresentar soluções na implementação de projetos inovadores completam o perfil desejado. Idioma: inglês fluente ( desejável) Local de trabalho: O profissional devera residir a 140 km de Salvador. Oferta de remuneração : atrativa e compatível com o mercado.
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Para sua candidatura, enviar os seu currículo para: curriculo@talentobahia.com.br IMPORTANTE: citar no campo assunto o título da posição. Todos os nossos processos são confidencias e não revelaremos o cliente até que seja o momento adequado. Caso não receba um contato dos nossos consultores em até 3 dias úteis, você não foi selecionado para esse processo. O seu currículo ficará em nosso banco de dados para futuras oportunidades. Agradecemos o seu interesse e desejamos boa sorte.
Rua Frederico Simões, 85 - Cj 1207/1208 - Edif. Empresarial SIMONSEN - Caminho das Árvores Salvador - CEP : 41820-774 www.talentobahia.com.br Telefone/Fax: (71) 3379-4114 / 3289-0384
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