Revista [B+] - 28

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CARNAVAL

Crise afeta a maior festa popular do mundo

TURISMO DE NEGÓCIOS

Salvador precisa voltar a ser atrativa para grandes eventos

MERCADO NÁUTICO

Bahia tem potencial a ser explorado

MODA PRAIA

Inovação garante maior faturamento

R$ 9,90

Tiragem auditada: 15 mil exemplares

W W W. R EV I STA Bda MA I S .Bahia CO M.BR 1 Marketing: o desafio de mudar a marca Iguatemi para Shopping


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sumário 10 12 14 16 24 26 28

A Bahia dos seus olhos Online e Mural Fórum de Liderança [B+] Bloco de Notas Imóveis+ Saúde+ Mídia+

NEGÓCIOS

30 Salvador e o turismo de negócios 34 [C] A nova lei anticorrupção 36 38 40 42 44

e o sistema compliance Água de coco sem fronteiras Startup: Pastar Empreendedorismo de salto alto [C] O espírito animal precisa nos guiar [C] É hora de pensar a Bahia do futuro

46 Carnaval em crise 52 Entrevista: Carlinhos Brown

EDUCAÇÃO

58 Aprender a empreender

SUSTENTABILIDADE 62 A novela da Orla de Salvador 66 [C] Baía de Todos os Santos, sede da Amazônia Azul

68 70 74 78 80 82 84 86 88 90 94 95 96

LIFESTYLE Sabor O mercado das marinas Roteiro: fuja do Carnaval Guia de praias O negócio do biquíni Marca: Picolé Capelinha Decoração [C] Turismo de luxo na Bahia [C] Defenda a Bahia Autos&Motos+ A bordo com a [B+] [C] Bahia, terra sem memória Notas de TEC

ARTE&ENTRETENIMENTO

98 Feiras gastronômicas em Salvador 104 Conte aí


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expediente Revista [B+] edição 28 Fevereiro 2015/ Março de 2015 [Periodicidade] Bimestral [Impressão] Santa Marta [Foto capa] Imas Pereira

CARNAVAL

Crise afeta a maior festa popular do mundo

TURISMO DE NEGÓCIOS

Salvador precisa voltar a ser atrativa para grandes eventos

MERCADO NÁUTICO

Bahia tem potencial a ser explorado

[Conselho Institucional] Aldo Ramon (Júnior Achievement), António Coradinho (Câmara Portuguesa), Antoine Tawil (FCDL), Felipe Arcoverde (Abedesign-BA), Jorge Cajazeira (Sindipacel), José Manoel Garrido Gambese Filho (Abih-BA), Laura Passos (Sinapro), Pedro Dourado (ABMP), Renato Tourinho (Abap), Rodrigo Paolilo (Conaje) e Wilson Andrade (Abaf)

MODA PRAIA

Inovação garante maior faturamento

[Presidente] Rubem Passos Segundo (rubem.passos@grupobmais.com.br ) [Diretor Geral] Renato Simões Filho (renatosimoesfilho@grupobmais.com.br)

R$ 9,90

Tiragem auditada: 15 mil exemplares

[Diretor de Publicações] Claudio Vinagre (claudio.vinagre@grupobmais.com.br)

Marketing: o desafio de mudar a marca Iguatemi para Shopping da Bahia

[Diretora Comercial] Adriana Mira (adriana.mira@grupobmais.com.br)

[Conselho Editorial] César Souza, Claudio Vinagre, Cristiane Olivieri, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques de Andrade Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Masuki Borges, Reginaldo Souza Santos, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira [Editora-chefe] Núbia Cristina (nubia.cristina@grupobmais.com.br) [Editor Assistente] Pedro Hijo (pedro.hijo@grupobmais.com.br) [Repórter] Victor Longo (victor.longo@grupobmais.com.br) [Diretor de Arte] Leandro Maia (leandro.maia@grupobmais.com.br)

[Diretora de Marketing] Bianca Passos (bianca.passos@grupobmais.com.br) [Gerente Comercial] Ana Carolina Pondé (carol.ponde@grupobmais.com.br) [Gerente de Planejamento] Rafael Abreu (rafael.abreu@grupobmais.com.br) Reserva de anúncio publicidade@revistabmais.com / 71 3012-7477 Realização Editora Sopa de Letras Ltda. Av. ACM, 2.671, Ed. Bahia Center, sala 1101, Loteamento Cidadela, Brotas CEP: 40.280-000 Salvador - Bahia Tel.: 71 3012-7477 CNPJ 13.805.573/0001-34

[Coordenadora de Arte] Rafaela Palma (rafaela.palma@grupobmais.com.br)

tiragem auditada 15 mil exemplares

[Designer] Gabriel Cayres (gabriel.cayres@grupobmais.com.br) [Projeto gráfico] Gabriel Cayres e Rafaela Palma [Colaborador - diagramação] Edileno Capistrano

Pontos de Venda A Revista [B+] pode ser lida no site (www.revistabmais.com.

[Fotografia] Studio Rômulo Portela e Luciano Oliveira

br), tablets, smartphones e encontrada nas principais livrarias e bancas da cidade. Encontre a [B+] nos seguintes pontos

[Revisão] Cristiane Sampaio

de venda: Livraria Aeroporto; Livraria Cultura (Salvador Shopping); Livraria Leitura (Salvador Norte Shopping e

[Colunistas] Armando Avena, Glenda Zaine, Heloísa Braga, Iuri Barreto, Luiz Marques de Andrade Filho, Núbia Cristina, Roberto Nunes e Ruy José de Almeida Filho

Shopping Bela Vista); Livraria Rodoviária; Livraria Saraiva (Salvador Shopping, Shopping Barra, Shopping da Bahia e Shopping Paralela) e bancas selecionadas.


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editorial

Mudar é preciso, evoluir é inevitável

Seguimos a máxima de que elogios precisam ser feitos em público, portanto, aqui vai nosso reconhecimento à equipe de designers do Grupo [B+], que tocou com maestria o processo de reformulação. Rafaela Palma e Gabriel Cayres, com a liderança do diretor de arte, Leandro Maia, foram buscar inspiração nas melhores revistas do mundo para deixar a [B+] ainda mais bonita e gostosa de ler. Mudança é música para nossos ouvidos, por isso o tema central desta edição passeia pelas transformações do Carnaval de Salvador, o principal produto da indústria do entretenimento, que movimenta a economia baiana durante todo o verão.

A mudança é intrínseca à nossa existência.

Não é à toa que destacamos na capa uma

Gostando ou não, mudamos todos os dias,

entrevista exclusiva à [B+] com o cantor,

desde o ventre que nos abrigou nos primei-

compositor, percussionista, arranjador,

ros momentos de vida. Ao nosso redor, tudo

produtor e artista plástico Carlinhos Brown.

muda o tempo todo, embora a resistência às

Salientamos aqui que esse artista multimídia

mudanças seja algo comum. Em geral, os jo-

é também um empreendedor intuitivo, atento

vens temem menos as mudanças, isso ocorre

aos detalhes da gestão de sua carreira, para

também no mundo corporativo. As organiza-

quem liderar é servir e criar oportunidades

ções com menor tempo de vida, mais enxutas,

de crescimento pessoal, profissional e social.

com uma estrutura sem maiores níveis de

Ele reconhece que há crise no Carnaval da

hierarquização, são propensas às mudanças.

Bahia, mas aponta novos caminhos para a

É assim no Grupo [B+], que em 2014 implantou

revitalização da axé music, um movimento

significativas transformações e segue nessa

que celebra 30 anos.

metamorfose nos primeiros meses deste ano. Na edição 28, que traz um panorama sobre

O verão não se limita à folia momesca, por isso você encontrará nas próximas páginas

os setores da economia baiana impulsionados

reportagens sobre a orla de Salvador, que

na alta estação, mudamos a revista. A sua

precisa melhorar muito; a alta rentabilidade

[B+] tem um projeto gráfico atualizado. Uma

da indústria de moda praia; um panorama do

tipografia de texto mais adequada à leitura,

turismo local; exemplos de empreendedorismo

que garante maior fluidez e conforto. Ou seja,

feminino e muito mais. Nossa equipe entrevis-

aumentamos nossa leiturabilidade. O novo

tou empresários, especialistas, artistas, gestores

tamanho é compatível com o padrão das

públicos e prestadores de serviços para mostrar

principais revistas de negócios do mundo.

como as altas temperaturas impulsionam os

Seguindo uma tendência global, aderimos

negócios. O resultado você confere agora.

à impressão rotográfica, que garante maior

Para ilustrar o processo de mudança pelo

velocidade, permitindo aumento da tiragem.

qual passam a indústria do entretenimento

Chegamos a 15 mil exemplares e não vamos

e o Grupo [B+], lembro a citação atribuída ao

parar por aí, pois a meta é elevar essa marca

genial Fernando Pessoa, escritor português

gradativamente. Hoje, a revista de negócios

que tornou célebre a frase proferida pelo

da Bahia chega a 184 municípios baianos, mas

general romano Pompeu, por volta de 70 a.C.,

estamos criando musculatura para aumentar,

de acordo com os historiadores: “Navegar é

e muito, essa capilaridade.

preciso, viver não é preciso”.

Núbia Cristina, editora-chefe da Revista [B+]


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galeria

Verão que somos Bahia

[01]

[02]

[03]

[04]

[05]

[06]

[07]

[08]

[09]

[01] @alvarovillela; [02] @dcampbell1988; [03] @freelipi; [04] @blogdapaloma; [05] @bruno_sa; [06] @gilmarabartilotti; [07] @joaogmvieira [08] @photobds [09] @uilmacarvalho

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R evista [ B + ]

A [B+] embarcou nas férias dos nossos leitores e selecionou algumas fotos que mostram a Bahia através dos seus olhos

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Quer participar? Tire uma foto da sua cidade e marque com a hashtag #revistabmais no Instagram! As melhores serão publicadas na próxima edição


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onlineemural Comentários ed.27 capa Tia Sônia “Caso fantástico! O futuro pertence àqueles que acreditam e investem na beleza dos seus sonhos” Luciana Matos, pela fanpage “Esse cara é sucesso, vi o seu crescimento do começo, merece tudo e muito mais” Rauldenis Silva Junior, pela fanpage “Sinto falta de notícias do interior, a Bahia extrapola os limites geográficos da RMS. De toda forma, eu gosto do trabalho de vocês, e até aqui fizeram jus. Parabéns” Philipe Brito, pela fanpage

Comentário da edição “Não faço parte do meio de negócios, mas pude ler a [B+] e gostei muito das histórias de como surgiram as grandes marcas e empresas que fazem parte do nosso cotidiano. Mas o que gostei mesmo nessa edição foram as palavras de ânimo e incentivo a todos que se dispuseram a ler o editorial. Acredito que ajudou muitos a se sentirem mais fortes e confiantes, mesmo com todas essas notícias sobre a nossa real condição financeira e econômica” Raquel Santiago Moreira, por e-mail 12

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Nota da redação: Philipe, a cada edição reafirmamos o compromisso de ser a revista de negócios da Bahia. Na edição 27, por exemplo, 40% dos casos reportados são de fora da capital. Além disso, desde a última [B+], ampliamos a nossa distribuição e estamos em 184 cidades do interior. Obrigado pelo seu comentário.

Receita para crescer em 2015 “As pessoas não sabem o que querem até você mostrar pra elas. Apenas faltam empresas do varejo que ofereçam esse tipo de serviço. Públicos de todas as classes estão em contato com Mercado Livre, Bom Negócio, OLX etc. Vamos cair pra dentro dessa área, galera, já passou da hora, Bahia!” Eric Pereira, sobre e-commerce, na fanpage

Marcas de Referência “Interessante a matéria, mas admito ser muito louco isso. Sensação de uma falta de identidade, sem uma história fundamentada. De repente este é um dos motivos pelo qual descuidamos tanto dela” Bruno Sá, pela fanpage

Com a mão na massa “Palmas! Quero almoçar na sua casa!” Frida Trancoso Soares, pela fanpage

Mudar para sobreviver

Pequena, lucrativa e sustentável

“Eu não indicaria empresa melhor para tratar o material fotográfico. Parabéns à equipe da Minilab” Henrique Coelho, pelo site

“Um excelente exemplo de sustentabilidade” Ana Rita Amorim, pelo site

Salvador, a pior capital para empreender “Vontade de ver os índices de Fortaleza e Recife, certamente são belos exemplos pra nós baianos” Philipe Brito, pela fanpage “Isso eu já sei na pele e na carne. Atualmente em Salvador só temos comerciantes? Os empresários foram embora” Marcelo Silva Bahia, pela fanpage


FOTO: Divulgação

Comentários nas matérias do site Grande Salvador passa a ter média alta em Desenvolvimento Humano “A qual ‘grande’ vocês se referem? Sinceramente, só se é a Grande Salvador dos edifícios, porque a região metropolitana dá pena!” @laradeholiveyra, pelo Twitter

Prefeitura divulga informação incorreta sobre turismo em Salvador

FOTO: Moe Oliveira

“Os órgãos públicos precisam ser mais verdadeiros naquilo que divulgam em todos os segmentos” Engeaudi Engenharia, pela fanpage

Pôr do sol na Cidade Baixa é escolhido melhor do Brasil “O pico da minha infância e adolescência! Sempre falei isso, mas só agora foi reconhecido. Até que enfim. #muitofeliz” Mário Souza Telles, pela fanpage

As mais curtidas em nossa fanpage [01] Tia Sônia [02] Minilab [03] Salvador, a pior capital para empreender [04] Marcas de referência [05] Comercial Ramos

As mais curtidas no site [01] Grande Salvador passa a ter média alta em desenvolvimento humano [02] Pôr do sol na Cidade Baixa é escolhido melhor do Brasil [03] Prefeitura divulga informação incorreta sobre turismo em Salvador [04] Empresas que cuidarão da Estação da Lapa têm vínculos com a família de ACM e com a de Sarney

As obras que ilustram a [B+] 28 são de autoria do piauiense radicado em Minas Gerais Rogério Fernandes, um dos principais nomes da nova geração de artistas brasileiros. Sua arte é reconhecida dentro e fora do país através de muralismos, telas, gravuras e outros produtos. A galeria do artista fica na Rua Orenoco, 137, Sion, em Belo Horizonte, Minas Gerais. www.rogeriofernandes.com.br | (31) 3215 0092

Queremos te ouvir A Revista [B+] abre espaço para que você, leitor, dê a sua opinião, faça sua crítica ou sugestão sobre as nossas matérias. O que lhe agradou? O que poderíamos melhorar? Qual a sua dúvida? Queremos saber o que você tem a dizer para que o conteúdo da [B+] esteja sempre alinhado com o que você quer ler.

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site www.revistabmais.com.br e-mail redacao@grupobmais.com telefone 71 3012-7477

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fórunsdeliderança Menos receio, mais ação Mesmo difícil, 2015 promete ser de oportunidades na Bahia e no Brasil

[22º] perspectivas para 2015

+ no site: veja fotos dos eventos

salvador

FOTOs: Paulo Sousa

“O PIB da Bahia ainda corresponde a quase um terço do PIB do Nordeste. Em 2015, devemos perder alguma participação com o avanço de Pernambuco e Ceará, mas vamos continuar à frente” Shirley Silva, durante o 22º Fórum de Liderança [B+] Apesar da expectativa de que 2015 será um ano difícil, há aspectos da economia internacional e local que mostram um cenário de boas oportunidades para as empresas. No entanto,

[01]

preparar-se bem é fundamental para sair ganhando. Essa foi a principal mensagem transmitida pelos palestrantes do 22º Fórum de Liderança [B+], Viktor Andrade e Shirley Silva, sócios líderes da EY no Brasil e em Salvador, respectivamente. Iniciativa da Editora Sopa de Letras, o 22º Fórum foi realizado pela RSF Soluções Empresariais e Duetto Produções; contou com patrocínio da Caixa, do Sebrae e do Governo Federal e com o apoio da Central de Outdoor e da Uranus2.

[02]

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[09]

[10]

[11]

[12]

[01] Maiara Liberato (Duetto Eventos), Viktor Andrade (EY), Shirley Silva (EY) e Renato Simões Filho (Grupo [B+]); [02] Álvaro Bahia (Secretaria da Fazenda); [03] Américo Neto (Viamídia Publicidade); [04] Antonio Coradinho (Câmara Portuguesa do Comércio); [05] Carla Kuehn Veiga (Sebrae); [06] Carmen Lúcia Machado (SICM); [07] Cláudio Neves (Natulab); [08] Eduardo Moraes de Castro (Morais de Castro Produtos Químicos), [09] Eduardo Pedrosa (EY), [10] Fernando Passos (Engenho Novo); [11] Miguel Andrade (Senae); [12] Heldo Pereira Jr e José Lisboa (Deman) 14

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Inovação

Novo shopping em Serrinha

FOTO: Divulgação

FOTO: Divulgação

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gestão pública

Portugal quer mais recursos para a Cultura

O município de Serrinha, a

que recebeu investimento

À frente da Secretaria de Cultura do Estado desde o dia 6

198 km de Salvador, ganhou

de R$ 30 milhões – sendo

de janeiro, o novo titular da pasta, Jorge Portugal, assu-

o primeiro shopping center

parte de recursos próprios

miu o cargo prometendo seguir linha semelhante à do seu

no começo de janeiro. O

e parte de financiamento

antecessor, Albino Rubim. “Vou ser secretário de um proje-

Shopping Serrinha, admi-

da Desenbahia –, a geração

to político que continua. Não haverá interrupção das polí-

nistrado pela Enashopp,

de novos empregos diretos

ticas culturais vigentes. Poderemos e deveremos ampliar

conta com 9 mil m² de área

e indiretos chegará a mais

no que for possível, assim como o secretário Albino Rubim

bruta locável (ABL) e 10,5

de 1.600 postos de trabalho,

ampliou as políticas desenvolvidas pelo secretário Marcio

mil m² de área construída.

segundo a organização do

Meirelles no que pôde”, disse, em tom diplomático. O novo

Tem 40 espaços comerciais,

shopping. Entre as lojas

secretário, no entanto, prometeu intensificar a luta na

entre lojas, um hipermerca-

do mix há marcas como O

captação de verba. “Travaremos uma luta incessante para

do, cinema Multiplex, com

Boticário, Carmem Steffens,

somar mais recursos ao orçamento da Cultura”, afirmou

duas salas da Orient Cine-

Ótica Galindo, CL Gráfica,

Portugal. Nascido em Santo Amaro da Purificação, no Re-

mas, e opções de lazer e gas-

Vivo, GBarbosa, Le Spaguete,

côncavo baiano, o secretário idealizou projetos culturais e

tronomia. Com a constru-

Árabe, Bom Garfo, Sashimi e

educativos, como Aprovado, Tô Sabendo, Manoel Faustino

ção do Shopping Serrinha,

Beach Stop.

e Circulador Cultural.

TRANSPORTE

As obras para a construção do BRT (Bus Rapid Transit) de Salvador começarão no segundo semestre de 2015. O BRT é um sistema de transporte público no qual os ônibus trafegam em linhas exclusivas. A informação é do secretário de Mobilidade Urbana, Fábio Mota. Segundo ele, o processo de licitação será aberto ainda no primeiro semestre, e já há recursos disponíveis, liberados pela Caixa. De custo estimado em R$ 1 bilhão, a obra vai ligar a Estação da Lapa à Estação Iguatemi e terá duração de 24 meses. Serão construídos viadutos nos canteiros das avenidas Vasco da Gama e Juracy Magalhães, na Rua Lucaia e na Praça Nilton Rick. As novas vias serão exclusivas para o novo transporte. 16

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FOTO: Divulgação

Ônibus terão faixas e viadutos exclusivos em Salvador

Obra para a construção do BRT de Salvador levará dois anos. Em São Paulo, ônibus do mesmo tipo já circula para testes


TURISMO

ECONOMIA

Exportações em queda

Baía de Todos-os-Santos será prioridade da Suinvest

As exportações da Bahia, que

Levar adiante o projeto da Baía de Todos-os-Santos será prioridade absoluta na Secretaria

somaram US$ 9,31 bilhões em

do Turismo durante a gestão de Nelson Pelegrino. A informação é do novo presidente da Su-

2014, tiveram uma retração

perintendência de Investimentos em Polos Turísticos (Suinvest), Fernando César Ferrero. “O

de 7,8% na comparação com

primeiro passo será tocar esse projeto, que conta com recursos de US$ 85 milhões do Banco

o ano anterior, mesmo com a

Interamericano de Desenvolvimento (BID)”, afirmou Ferrero em entrevista à [B+]. O projeto

expansão de 3,8% no volume

incluirá a construção de píeres, de postos de serviço, além da requalificação do entorno da

físico embarcado, informou a

baía. “Os recursos também incluem a orla de Itacaré e de Ilhéus”, lembrou Ferrero. A Suin-

Superintendência de Estudos

vest é a executora do Programa de Desenvolvimento do Turismo no Nordeste para o Estado

Econômicos e Sociais da

da Bahia (Prodetur/NE-BA), que deu origem aos recursos do BID.

Bahia (SEI). Este é o segundo ano consecutivo de queda nas exportações e o menor valor registrado desde 2010, quando as vendas externas do estado atingiram US$ 8,9 bilhões. A queda nos preços dos produtos exportados pelo estado em 11% na média foi a principal responsável pelo desempenho negativo.

24 % 7,5 % 5 %

exportações baianas de metais preciosos (ouro)

queda registrada nas exportações de celulose

exportações de produtos químicos

FOTO: Rita Barreto / Setur

MUNICÍPIOS

Tudo como antes na UPB A atual presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB), Maria Quitéria (PSB), foi reeleita para o cargo. Ela venceu com facilidade o adversário, o prefeito de Santo Amaro da Purificação, Ricardo Machado (PT), com o placar de 257 votos a 69. Segundo dados da Comissão Eleitoral, foram registrados 330 votos, número superior ao da última eleição, cuja votação contou com a presença de 264 prefeitos. Dos votos apurados, três foram em branco. Os dois candidatos são da base política do governador Rui Costa (PT). Muito aplaudida pelos apoiadores assim que o resultado oficial foi divulgado, Quitéria disse que já esperava o resultado. “Nós construímos isso durante a campanha”, afirmou. W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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blocodenotas empreendedorismo

SUSTENTABILIDADE

De olho nas obrigações com o Leão

Governo sanciona lei que institui pagamento por serviços ambientais

se formalizaram até dezembro de 2014 devem ficar atentos neste início de ano, alerta o Sebrae. Os profissionais já podem enviar a Declaração Anual do Simples Nacional (DASN-Simei) à Receita Federal. Gratuita e obrigatória, a declaração está disponível no Portal do Empreendedor (www.portaldoempreendedor.gov.br) e resguarda os benefícios da formalização, como aposentadoria e salário-maternidade. O prazo legal para a entrega do documento segue até 31 FOTO: Divulgação

de maio, sem a possibilidade de prorrogação. No documento, os MEI devem apresentar o faturamento registrado pela empresa em 2014, além de informar se houve contratação de funcionário.

A Lei n° 13223/15, que institui a Política Estadual de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), foi sancionada em janeiro pelo governador Rui Costa. A Secretaria do Meio Ambiente (Sema) ainda deve regulamentar a medida. “Permitirá a proteção, melhoria e conservação dos ecossistemas e da biodiversidade, por meio da valorização econômica dos serviços e o uso sustentável dos recursos naturais”, afirmou o governo do Estado em nota. A ideia do pagamento por serviços ambientais é valorizar alternativas econômicas e financeiras para os provedores de serviços ambientais. Hoje já existem pelo menos oito estados brasileiros que criaram normas sobre PSA, além de diversos projetos privados semelhantes pelo país.

FOTO: Mateus Pereira / GOVBA

Os microempreendedores individuais (MEI) que

fórum empresarial da bahia

IPTU volta a ser alvo de discussão com prefeitura “Já conseguimos 12 avanços. A última vitória, a diminuição da alíquota para terrenos, aconteceu em dezembro. Mas temos ainda alguns pontos para debater” disse o presidente do Fórum, Victor Ventin, em entrevista à [B+] FOTO: Mateus Pereira / GOVBA

A regularização do Cadastro Informativo Municipal (Cadin), o aumento do desconto “por idade do imóvel” e a retirada dos índices de “equipamentos especiais” do cálculo do IPTU são algumas das reivindicações pendentes.

INDÚSTRIA

Produção de cobre aumenta na Bahia A Paranapanema, maior produtora de cobre do Brasil, inaugurou no dia 26 de janeiro uma nova máquina em Dias D’Ávila, Região Metropolitana de Salvador. A estimativa é que o equipamento aumente a produção de fios de cobre da Bahia em 60%, segundo o Governo do Estado. O investimento é de R$ 12 milhões e vai gerar 25 empregos diretos. Com a nova máquina, Trefila 4, que modela vergalhões para transformá-los em fios de cobre, a capacidade de produção de fios passará das atuais 50 mil para cerca de 80 mil toneladas por ano.

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oI, INTERIOR Em entrevista exclusiva à [B+], o diretor da Unidade de Negócios Business to Business (B2B) da Oi, Maurício Vergani, revelou intenção de avançar no interior do estado, com serviços de Tecnologia da Informação, e priorizar pequenas e médias empresas por Victor Longo

A Oi decidiu reunir sob uma mesma direção, que o senhor assumiu, o atendimento a grandes corporações e pequenas e médias empresas. Qual das duas será o foco? Começamos em 2011 um movimento de oferecer serviços de comunicação de dados e de Tecnologia da Informação para grandes empresas e alcançamos cinco mil grupos empresariais. A estratégia veio dando certo, e agora nosso objetivo é pegar essa experiência e transferi-la para médias e pequenas empresas. E essas empresas menores terão dinheiro para investir em soluções de TI? Geralmente, ter poucos recursos é um problema para as empresas de menor porte.

Que regiões são mais promissoras para vocês?

Vamos cobrar o serviço pelo uso, o que atende tanto a em-

A região de Feira de Santana é muito promissora, assim como

presas grandes como as menores. Acreditamos que o uso da

Barreiras, região onde temos ampliado os investimentos em

tecnologia torna as empresas mais competitivas. Investir

infraestrutura de fibra ótica. Também tem Ilhéus, onde existe

em soluções de TI pode ser uma oportunidade para o cliente

um polo interessante de TI, e a região do Litoral Norte, por

pequeno reduzir custos.

causa do turismo.

Como é a atuação de vocês na região Nordeste e na Bahia na

Mas é preciso ter infraestrutura suficiente para crescer

área B2B?

nesses lugares. Vocês têm novos investimentos previstos

O Nordeste tem sido a regional que mais cresce no mercado

nesse ramo?

corporativo (grandes empresas) nos últimos três anos. A Bahia

Em 2015, continuaremos fazendo investimentos em infraestru-

é um dos principais mercados da região. Uma boa forma de

tura de telecomunicações no interior da Bahia, como já temos

perceber isso é que o antigo diretor da regional Nordeste, o

feito, mas, por questões estratégicas, não divulgamos previsões

baiano Magno Vilas Boas, acaba de assumir a divisão que coor-

em números.

dena o mercado de pequenas e médias empresas no Brasil. E há lançamentos previstos para 2015? Entre os estados do Nordeste e suas capitais, em qual o

Sim. Queremos manter o ritmo atual e lançar um novo serviço

senhor enxerga maior potencial de crescimento?

a cada trimestre. No primeiro trimestre de 2015, já lançamos o

Mais que comparação entre capitais, cabe uma comparação

Oi Smart Office, com foco na gestão do trabalhador que traba-

entre capital e interior. Há uma tendência forte do crescimento

lha em home office. Já temos engatilhados novos lançamentos

se deslocando dos grandes centros e indo para o interior.

para os trimestres subsequentes.

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blocodenotas acontece nordeste rio grande do norte

O novo governador do Rio Grande do Norte, Robinson Faria, prometeu retomar o programa Minha Casa, Minha Vida, paralisado no estado. “Vamos retirar o Rio Grande do Norte do atraso”, afirmou Robinson Faria durante reunião com o Sindicato da Construção Civil do Rio Grande do Norte em meados de janeiro. “A decisão de investir no setor habitacional vai alavancar a indústria da construção civil no Rio Grande do Norte, atender às demandas da população por moradia e gerar dividendos para o setor. Nosso povo e nossa economia serão beneficiados”, afirmou o governador. Ele foi eleito pelo PSD para substituir a ex-governadora Rosalba Ciarlini (DEM), de quem foi vice.

140 mil

FOTO: Divulgação

Novo governador quer alavancar Minha Casa, Minha Vida

moradias é o déficit habitacional do Rio Grande do Norte, segundo números do governo do estado. O novo governador prometeu desburocratizar o processo de construir, agilizando inclusive as licenças ambientais

Pernambuco

Cinema pernambucano faz sucesso no exterior

FOTO: Divulgação

Os filmes produzidos em Pernambuco continuam em destaque nos festivais internacionais. O Festival de Roterdã conta com quatro produções pernambucanas: os longas “Prometo um dia deixar essa cidade”, de Daniel Aragão, “Ventos de Agosto”, de Gabriel Mascaro, e os curtas “Sem Coração”, de Tião e Nara Normande, e “A Copa do Mundo no Recife”, de Kleber Mendonça Filho. Já o Fórum Festival de Berlim, conhecido como Berlinale, selecionou o longa “Brasil S/A”, de Marcelo Pedroso. O Festival de Roterdã aconteceu entre os dias 21 de janeiro e 1º de fevereiro, e o Festival de Berlim, entre 5 e 15 de fevereiro.

Ceará

Governador petista anuncia corte de despesas

Piauí

Eleito governador do Ceará, o petista Camilo Santana começou sua gestão anunciando corte de gastos. As pastas da Educação, Saúde e Segurança Pública terão os recursos contingenciados em 20% nas despesas de custeio. Nas demais secretarias, a meta de contingenciamento estabelecida para 2015 é de 25%. A contenção nas despesas de custeio foi uma das determinações apresentadas por Santana em uma das primeiras reuniões com todos os secretários de Estado, no Palácio da Abolição. A reunião serviu para traçar metas de trabalhos para os próximos anos. Ele assegurou que obras estruturantes, como o Cinturão das Águas e a transposição do Rio São Francisco, não serão afetadas.

O presidente do Banco do Nordeste do Brasil, Nelson de Souza, afirmou, durante visita a Teresina em meados de janeiro, que a instituição possui previsão de investimentos de R$ 2,4 bilhões em 2015 no Piauí. Ainda de acordo com ele, R$ 1,4 bilhão deve ser investido em serviços no setor de comércio e agronegócio, principalmente na região sul do estado. O valor de R$ 800 milhões é para pequenos negócios. O presidente informou que, apesar de esse ser o assegurado em orçamento, o valor pode aumentar ainda mais, dependendo da qualidade dos projetos apresentados junto ao BNB.

BNB prevê investir R$ 2,4 bilhões no Piauí



blocodenotas imóveis+

Desafios e perspectivas para 2015 O que esperar do mercado imobiliário baiano em 2015? A coluna Imóveis+ fez esta pergunta ao presidente da Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi-BA), Luciano Muricy, e ao presidente do Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia (Sinduscon-BA), Carlos Henrique Passos. Eles concordam que não será fácil crescer em um cenário de recessão econômica, agravado por problemas como a indefinição do PDDU de Salvador, aumento da outorga onerosa, dentre outros. Mas, ainda assim, os líderes empresariais mantêm os planos e metas de crescimento e a crença de que este ano será melhor do que aquele que passou.

quando os valores cobrados, mas o projeto foi retirado para não travar a pauta, pois não havia consenso sobre sua aprovação. A indústria da construção emprega cerca de 50 mil trabalhadores apenas em Salvador, é um setor intensivo em mão de obra. Problemas como esse, somado à judicialização de PDDU e Louos, travam os lançamentos e comprometem empregos. Levantamento do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged-Ministério do Trabalho) aponta que em apenas um ano perdemos sete mil postos de trabalho na capital baiana, quase 13% da massa salarial. As perdas são progressivas, não há novas obras começando, a sociedade tem de enxergar esse

Luciano Muricy FOTO: Kin Kin

presidente da Ademi-BA

quadro dramático, a tendência é que piore. O poder público, as empresas, os empresários, todos nós temos de ter responsabilidade sobre isso. Faço um apelo à Câmara para que o projeto da outorga seja aprovado.

Qual a perspectiva da Ademi-BA em relação ao Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano de Salvador (PDDU)? “Nossa expectativa é que o PDDU seja aprovado em 2015, mas penso que o cronograma está muito apertado, passamos o ano inteiro de 2014 e pouca coisa avançou.

Qual o balanço do ano de 2014 para o mercado imobiliário baiano? “A redução da atividade no setor começou em 2012 e se agravou no ano passado, com o problema de judicialização da Louos – Lei de

A gente torce para que ele seja mais ousado. A capital baiana carece de novas

Ordenamento do Uso e Ocupação do Solo e

áreas para investimentos. Temos a orla mais feia do Brasil, talvez uma das pio-

do PDDU, que provocou ainda mais retração.

res do mundo, com subocupação. Precisamos acabar com os tabus em relação à

Tudo isso foi somado à perda da atividade eco-

ocupação da orla, destravar algumas coisas”.

nômica. Os lançamentos estiveram no patamar de dois a três mil unidades. Nos últimos dez

Um dos pontos críticos do ano passado foi o aumento da outorga onerosa (o

anos a gente não havia registrado um número

que o construtor tem de pagar à Prefeitura para incremento no potencial

tão ruim. As vendas totais devem somar sete

construtivo), devido ao reajuste do IPTU de Salvador. Esse será um entrave

mil unidades, mais ou menos o que ocorreu em

para os novos projetos este ano?

2013. O dado mais preocupante é o baixo volu-

“O aumento da outorga onerosa, com a atualização do IPTU, chegou ao nível

me de lançamentos. Isso significa que postos

insustentável. O prefeito ACM Neto encaminhou um projeto à Câmara reade-

de trabalho serão cortados”.

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núbia cristina

FOTO: Divulgação

Editora-chefe da revista [B+], produtora e apresentadora do CBN Imóveis

Na sua avaliação, a crise econômica deve

Elevação nos juros do financiamento imobiliário

comprometer os investimentos em infraes-

A Caixa aumentou os juros para o financiamento da casa

trutura em 2015?

própria. As novas taxas entraram em vigor em janeiro, mas os

“O governo brasileiro precisa entender que para

programas de habitação popular, a exemplo do Minha Casa,

voltar a crescer é preciso investir em infraes-

Minha Vida (MCMV), foram preservados. No MCMV, que teve

trutura. Não adianta criar políticas de incentivo

2,75 milhões de unidades contratadas entre 2011 e 2014, as taxas

ao consumo. Tem de construir estradas, portos,

variam de 4,5% a 7,4% ao ano mais TR. No FGTS, variam de

investir em logística, criando ciclo positivo.

4,5% a 8,4%. O aumento dos juros efetivos no financiamento

Espero que em 2015 haja essa prioridade, além,

imobiliário de imóveis residenciais foi de 0,50 ponto percentual

é claro, do fortalecimento dos programas de

nas linhas do Sistema Financeiro de Habitação, para contratos

habitação popular. O Minha Casa, Minha Vida,

de até R$ 750 mil, que têm como fonte de recursos principal a

por exemplo, já demonstrou sua capacidade de

poupança. Já para os imóveis de mais de R$ 750 mil, financiados

realização e de absorção de trabalho e pessoas.

pelo Sistema Financeiro Imobiliário (SFI), o juro ficou até 1,80

Além de atacar o problema do déficit habitacio-

ponto percentual mais alto.

Carlos Henrique Passos presidente do Sinduscon-BA

nal, movimenta a economia e gera empregos. Espero que o governo corte despesas, manten-

A capital baiana vai sediar o maior evento

Ajustes no Minha Casa, Minha Vida

da indústria da construção e do mercado

Líderes empresariais do mercado imobiliário baiano veem com

imobiliário. Qual a expectativa?

bons olhos a meta do governo federal de contratar três milhões

“O Sinduscon-BA e a Ademi-BA têm o desafio

de moradias nos próximos três anos. No entanto, é preciso

de realizar o maior e melhor Enic–Encontro

que sejam implementados ajustes no Minha Casa, Minha Vida

Nacional da Indústria da Construção, de 23 a

(MCMV), a fim de evitar que os problemas atuais, como os

25 de setembro, em Salvador. Vamos trazer os

atrasos no pagamento às construtoras, sejam um entrave à exe-

maiores líderes do setor no Brasil para debater

cução do programa, alerta o diretor do Sinduscon-BA, Vicente

uma agenda de interesse do segmento e da

Mattos. O alto custo da construção e a escassez de terrenos tam-

sociedade. Em princípio havia a dificuldade

bém afetam o MCMV. Uma novidade anunciada pelo governo,

de local para a realização, mas agora que

aplaudida pela indústria da construção, é a criação de uma nova

decidimos fazer o evento nas instalações do

faixa, para atender os beneficiários do programa que passaram

Senai-Cimatec, com total infraestrutura, nossa

da faixa 1 (para famílias com renda mensal até R$ 1,6 mil) para a

expectativa é a melhor possível”.

faixa 2 (entre R$ 1,6 mil e R$ 3,2 mil).

do investimentos em infraestrutura e a aposta nos programas habitacionais”.

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blocodenotas saúde+

no brain, no gain Se você tem a sensação de que todos os seus amigos começaram a se importar com a saúde, com o que comem e que estão a um passo de virar maratonistas, culpe o verão. A estação motiva até o mais sedentário dos humanos a se matricular em uma academia e corrigir a dieta. Conversamos com a fisioterapeuta Camila Mattos, que destaca tratamentos estéticos ideais para quem quer resultados rápidos, e com a psicóloga e psicoterapeuta Vera Canovas sobre a masculinização das mulheres que estão em busca do corpo perfeito.

CAMILA CARNEIRO

“É preciso bom senso na busca pela beleza” É possível conseguir bons resultados entre o Réveillon e o Carnaval a partir dos tratamentos estéticos? Sim, mas é preciso ter bom senso e entender que nada é instantâneo e milagroso. Embora seja um período curto, em média dois meses, na associação de dieta e atividade física é possível obter bons resultados. E os homens têm saído cada vez mais na frente, pois são determinados e fisiologicamente favorecidos quando comparados às mulheres, por exemplo, no tratamento de gordura localizada e tonificação muscular. Quais os tratamentos mais pedidos durante o verão? Os mais procurados são a criolipólise, que utiliza o resfriamento intenso e controlado local para destruir as células adiposas; a depilação definitiva; e o microagulhamento, que é uma técnica para estimular a produção do colágeno. O que as pessoas buscam em geral é a queima de gordura localizada. Quando o paciente está excedendo os limites do bom senso? Comumente de duas maneiras: uma quando ele deposita toda a expectativa da busca do “corpo perfeito” apenas no tratamento. Sabemos que a atividade física e a qualidade da alimentação estão no escopo do projeto. E a outra forma de exceder o limite é quando o paciente jamais se encontra satisfeito com

FOTO: Divulgação

o resultado. Todo tratamento requer uma resposta fisiológica,

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e isso deve ser respeitado, uma vez que o paciente insiste em extrapolar esse limite pode ser danoso a seu corpo.


FOTOs: Rômulo Portela

Com versão mobile para iPhone e iPad

VERA CANOVAS

“Hoje em dia, há uma masculinização do corpo da mulher” Como você avalia esta onda fitness? Procurar ter um corpo que você se sinta bem, ter uma vida saudável acom uma boa alimentação e a prática de exercícios, são hábitos saudáveis do ponto de vista físico e psíquico. A sensação de estar se cuidando sempre traz uma valorização da autoestima e um preenchimento emocional necessário ao ser humano. As pessoas estão extrapolando na busca do corpo perfeito? Com as redes sociais, onde as pessoas vivem se expondo naquilo que elas desejam ser, o narcisismo acaba sendo um local fácil de aprisionamento. Esse excesso de culto à imagem é algo que deve ser olhado com muito cuidado. Dele emergem sérias doenças psíquicas e distúrbios alimentares. Nas mulheres as consequências desses hábitos são maiores? Psiquicamente falando, o que tenho acompanhado é uma masculinização não apenas do corpo, mas também das atitudes dessas mulheres. Recebo mulheres no consultório deprimidas e sofridas por uma desconexão com seu feminino. Nós, mulheres, somos frágeis, sim! Por trás desses músculos não existe mais espaço para os sentimentos, para pedir ajuda, para fragilizar. Como saber se os limites do bom senso foram ultrapassados? Estar muito centrado em si mesmo, naquilo que se procura bravamente cultuar, gera dificuldades de relacionamento. Os relacionamentos estão cada vez mais descartáveis, uma vez que não posso ser frustrado, criticado, já que isso causa uma ferida narcísica. Se isto está acontecendo, é chegada a hora de se dar conta de que o limite do bom senso já foi ultrapassado há muito tempo. E é

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válida uma reflexão. W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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blocodenotas mídia+

O slogan virou marca Depois de 40 anos, Shopping Iguatemi muda de nome por pedro hijo

Conversamos com Wilton Oliveira, da Ideia3, sobre a campanha de divulgação da nova marca. Quando vocês foram chamados para começar o projeto de mudança? Entramos no projeto em agosto de 2014. Numa primeira fase foi feita uma pesquisa de público do shopping, e, de posse desse levantamento, começamos a arquitetar a campanha. Nós formamos

As agências de publicidade já estão acostumadas a descascar os mais diferentes

um comitê que envolveu o Shopping da

tipos de abacaxi. A Ideia3, agência de Salvador, encarou um desafio dos grandes

Bahia, a diretoria da Aliansce, a Ideia3,

logo no começo de 2015: fazer o soteropolitano passar a chamar o Shopping

a agência David (pertencente ao grupo

Iguatemi, centro comercial instalado na capital há quase 40 anos, de Shopping da

Ogilvy), que foi responsável pela pesqui-

Bahia. A mudança, realizada no início de janeiro, se deu por divergências entre o

sa e planejamento inicial. Nós traçamos

Aliansce Shopping Centers, que controla o empreendimento na Bahia, e o grupo

toda a estratégia e criamos a campanha.

que detém a marca Iguatemi, o Jereissati. O grupo Jereissati não autorizou a renovação do nome, alegando que não quer mais que a marca seja usada por outros

De quanto foi o investimento nesta

shoppings além dos que pertencem a ele. A mudança, no entanto, veio a calhar

campanha?

para o grupo baiano, pertencente à família Rique, que também tinha a intenção

A reformulação gira em torno de R$

de fortalecer uma marca própria no aniversário de 40 anos do grupo.

3 milhões. A campanha publicitária representa mais de 50% deste valor. Como fazer com que o tradicional Shopping Iguatemi, que já deu nome

Campanha de apresentação conta com a participação de personalidades baianas e será veiculada até o Carnaval

até mesmo a uma linha de ônibus, vire Shopping da Bahia no inconsciente coletivo? Houve um investimento no nome Iguatemi ao longo de 40 anos, então se não gerasse estranheza da população, seria estranho. Esse equipamento sempre fez parte da vida das pessoas, a região cresceu em volta dele. Com o passar do tempo, com as novas gerações, essa readaptação vai existir. É como introduzir uma pessoa nova na família, com o tempo as pessoas se acostumam. Mas o Shopping da Bahia é um novo shopping ou a mudança se deu apenas no nome? Me equivoquei quando disse que era um novo membro da família. Na verdade, o que o Shopping da Bahia quer é assumir quem ele sempre foi. É isso.

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obra: A iraniana brincando  | Galeria Rogério Fernandes

negócios

Turismo de negócios em Salvador 30 [C] A nova lei anticorrupção e o sistema compliance 34 Experiência: água de coco Obrigado 36 Startup: Pastar 38 Empreendedorismo feminino 40 [C] É hora de pensar a Bahia do futuro 42 [C] O espírito animal precisa nos guiar 44


Negócios | convenções

Uma construtora vai erguer e administrar o novo centro de convenções; processo de licitação já começou FOTO: Alberto Coutinho

Por que Salvador deixou de ser atrativa para o turismo de negócios e eventos? Capital baiana era a terceira cidade brasileira em número de eventos internacionais, hoje perde grandes convenções, feiras e congressos para Recife, Fortaleza e Natal por Rafael Mello

Há dez anos a Bahia briga para realizar o

deficiências estruturais: nos elevadores, piso, paredes, mobiliário e, em especial, no

Encontro Nacional da Indústria da Construção

sistema de ar-condicionado, além dos problemas com acessibilidade”, elencou.

(Enic), evento que reúne as principais lideranças

O diretor do Sindicato da Indústria da Construção na Bahia (Sinduscon-BA)

empresariais e políticas do país – os presidentes

teve a garantia do governo de que as reformas necessárias seriam realizadas até

Lula e Dilma Rousseff sempre marcaram pre-

setembro, data do encontro, mas a falta de sinalização sobre o início das obras

sença na abertura. Em 2015, o Enic enfim será

acendeu o sinal vermelho, e o jeito foi procurar um plano B. O Enic 2015 será

em Salvador, mas por falta de estrutura houve

no auditório do Senai-Cimatec, em Piatã, que tem capacidade para mil pessoas.

risco de o estado perder esse evento.

Como o evento é para 1,8 mil convidados, a abertura e os eventos gerais serão em

O coordenador do Enic 2015, Vicente Mattos, revela que participou de várias negociações

outros espaços: Teatro Castro Alves, Arena Fonte Nova e Espaço Unique. Não é à toa que Salvador vem perdendo posições como polo de atração de

com representantes do Governo do Estado para

grandes eventos no Brasil. Em 2009, éramos a terceira cidade brasileira em

tratar da reforma do Centro de Convenções

número de eventos internacionais, segundo ranking elaborado pela Internatio-

da Bahia, que há tempos não tem condições

nal Congress and Convention Association (ICCA). Hoje, a capital baiana está em

adequadas para abrigar eventos de porte. “São

oitava colocação.

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FOTO: SECOM

Segundo Paulo Gaudenzi, presidente da Salvador Destination – entidade criada no ano passado para fortalecer o turismo de eventos –, a realização de eventos no Centro de Convenções na situação em que está tem sido um fator negativo. “O Congresso Brasileiro de Ginecologia e Obstetrícia teve de ser suspenso porque os elevadores

Em 2014, quase 60% dos eventos recebidos pelo Centro de Convenções foram formaturas. “Perdeu o sentido. O Centro de Convenções não pode ser um espaço de festas”, diz José Alves, presidente da Abav

não funcionavam, faltou água, as escadas rolantes estavam paradas. A repercussão foi muito ruim”, disse. Imagem arranhada No turismo de lazer, a imagem de Salvador no resto do país ainda está abalada com a última década de abandono. “A gente precisa retomar a confiança do turista. Perdemos muito nos últimos anos. Para voltar, precisamos acabar com aquela imagem de uma Salvador violenta, suja, com grandes problemas no transporte público e na mobilidade urbana. São grandes desafios”, pondera o empresário José Alves, presidente da Associação Baiana das Agências de Viagem (Abav) e do Convention Bureau. A expectativa do Governo do Estado é que a visibilidade que a FOTO: Divulgação

Bahia recebeu durante a Copa e a alta do dólar impulsionem o turismo doméstico e atraiam estrangeiros neste verão. A estimativa de crescimento é de 20% (4,8 milhões de turistas), em comparação com o ano passado. O presidente da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis – Bahia (Abih-BA), Manolo Garrido, avalia as projeções oficiais como “excessivamente otimistas”. Segundo ele, um acréscimo de 5%, caso aconteça, será comemorado pelo setor. “O pós-Copa para nós não foi bom. Vivemos uma crise econômica que se reflete em todos os setores da economia, inclusive no turismo”, destacou. Nordeste, líder na preferência Segundo pesquisa de sondagem do consumidor, realizada pelo Ministério do Turismo no fim do ano passado, 5% dos brasileiros que decidiram viajar mudaram os planos: em vez de sair do país, optaram por um destino nacional. Neste ano, 80% dos que decidiram viajar vai ficar no Brasil. A região Nordeste segue como a predileta do turista nacional, com 46% da preferência. O momento favorável para o turismo doméstico começou a mostrar resultados durante o Réveillon, quando a ocupação hoteleira em Salvador atingiu a média de 80% – nos meses de pós-copa na capital esse índice estacionou nos 60%, o mesmo percentual de 2013. De acordo com Luiz Henrique Amaral, presidente-executivo da Associação Brasileira de Bares e Restaurantes na Bahia (Abrasel-BA), os empresários do setor esperam um aumento expressivo no faturamento neste verão: entre 25% e 30%. Para atrair os turistas, empresários da hotelaria e agências de viagens são unânimes: é necessário divulgar a Bahia. “Agora começamos a ter novidades, que precisam chegar aos ouvidos dos W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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Negócios | convenções

turistas. Estamos voltando a ter um bom produto para ser vendido, pre-

FOTO: Divulgação

cisa ser divulgado”, destacou Garrido, cobrando mais investimentos do Estado e da Prefeitura em promoção dos destinos turísticos. “Nossa esperança é que a Prefeitura e o Estado possam trabalhar conjuntamente, deixando as diferenças políticas de lado”, frisa o empresário José Alves. O novo secretário de Turismo da Bahia, Nelson Pelegrino (PT), foi adversário do prefeito ACM Neto (DEM) nas últimas eleições municipais. Ferrenho crítico da gestão de Neto, o petista assegurou que não terá dificuldades de realizar parcerias com a Prefeitura da capital baiana. “Não só a Prefeitura de Salvador, mas todas as prefeituras que tenham impacto turístico importante. Vou trabalhar com todos”, disse.

“Temos que vender a Bahia. A gente tem que ter uma estratégia agressiva nesse sentido” Nelson Pelegrino, secretário de Turismo Pelegrino concorda com os operadores de turismo quanto à necessidade de investimentos em promoção. “A Copa foi momento de mostrar nossas belezas para o mundo inteiro. Temos que potencializar esse saldo, vender a Bahia. A gente tem que ter uma estratégia agressiva nesse sentido”, disse. Para cumprir com este objetivo, os desafios para o novo secretário não são apenas de ordem política, mas financeira. O orçamento da Secretaria de Turismo sofreu em 2015 um corte de 22%, chegando a R$ 106 milhões. No ano passado, dos R$ 20 milhões orçados para promoção com campanhas publicitárias, 30% não foram executados devido a contingenciamentos. Em 2015, foram alocados apenas R$ 6 milhões para esta finalidade. O secretário de Turismo e Cultura de Salvador, Érico Mendonça, também afirma que em 2015 investirá mais em promoção, com participação em feiras, workshops para agências nos principais polos emissores e convite a jornalistas, à imprensa especializada, para que conheçam as novidades da capital. O gestor salienta que os principais projetos da Prefeitura para o turismo nos próximos anos serão via Prodetur Salvador, um investimento de US$ 105 milhões, com metade dos recursos financiados pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Com esses recursos, a Prefeitura pretende revitalizar o Centro Antigo de Salvador, com a criação do Museu da Música e da Baianidade, além de reformar os trechos da orla Itapuã-Stella Maris e da Praia do Cantagalo. “Precisamos de novos produtos na linha cultural, como a Casa do Rio Vermelho, é o nosso grande diferencial. No Forte Santa Maria, na Barra, teremos uma exposição permanente de Carybé; e no Forte São Diogo, de Verger”, destacou. A ideia é colocar para funcionar, no próximo verão, um cartão único de turismo em Salvador, que dará acesso aos museus e atrações pagas da cidade, bem como ao transporte público. 32

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A ideia é colocar para funcionar, no próximo Verão, um cartão único de turismo em Salvador, que dará acesso aos museus e atrações pagas da cidade, bem como ao transporte público.


Centro de Convenções A insatisfação com os resultados do Centro de Convenções de Salvador é unanimidade entre os gestores privados e públicos. Por um lado, o Governo do Estado não consegue FOTO: Alberto Coutinho

sequer equilibrar as receitas com o aluguel do espaço com as despesas de manutenção. Entre os empresários do turismo, a frustração é ver vizinhos como Recife, Natal e Fortaleza – com equipamentos novos e mais competitivos – atraírem a grande maioria de

sua função na atração de eventos que movimentem o turismo. O Centro de

eventos corporativos e acadêmicos nacionais

Convenções não pode ser um espaço de festas”, destacou José Alves.

e internacionais. Em 2014, o Centro de Convenções recebeu

O governador Rui Costa deu início a um processo que culminará com licitação de Parceria Público-Privada (PPP). Uma construtora terá a incumbência de

220 eventos. Quase 60% foram formaturas.

construir e administrar o novo Centro de Convenções, em outro terreno, com

Apenas 13% foram feiras, congressos ou

localização a ser definida. Como pagamento, o vencedor da licitação receberá o

encontros, sendo apenas oito de âmbito na-

atual Centro de Convenções, no Stiep, e o terreno. “Acredito que quem comprar

cional e um internacional. Eventos religiosos,

aquele prédio vai colocar abaixo e construir um projeto imobiliário. A estrutura

escolares e políticos tomam o resto da pauta

toda metálica na beira do mar, numa área muito salinizada, é um problema, há

do espaço. “Perdeu o sentido, não cumpre

um custo altíssimo de manutenção”, avalia o governador.

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NEGÓCIOs | mundo corporativo

A nova Lei AntiCorrupção e o sistema compliance

N

o início de 2014, ainda em fevereiro, entrou em vigor a Lei n°

Ruy José de Almeida Filho Sócio do escritório Almeida & São Paulo Advogados Associados

Em âmbito judicial, por outro lado, as

12.846/2013, popularmente nominada como “lei anticorrupção”.

sanções podem ser ainda mais severas, com

O seu objetivo primordial, claramente definido em sua ementa,

a possibilidade da determinação da perda de

é o de responsabilização administrativa e civil de empresas,

bens, proibição de recebimento de incentivos

sejam elas nacionais ou estrangeiras, que pratiquem atos aten-

pelo poder público, suspensão ou interdição

tatórios à administração pública. Notadamente nos últimos meses, em que notícias de escândalos diversos

saltaram aos olhos da sociedade, a lei em questão passou a ser foco de atenção

das atividades ou, em casos mais graves, a dissolução compulsória da pessoa jurídica. Não mais, a despeito de qualquer mudan-

do empresariado nacional. Diversas são as inovações trazidas em seu texto, seja

ça societária promovida com a empresa, por

com a tipificação de uma quantidade significativa de condutas como ilícitas, a

fusão, aquisição, cisão ou transformações de

previsão de sanções de natureza administrativa e judicial ou ainda a criação de

qualquer sorte em nada servirá de forma a

ferramentas de estímulo a acordos de leniência para as empresas.

repelir as sanções impostas, havendo solida-

A lei anticorrupção essencialmente estabelece uma série de hipóteses que podem ser enquadradas como atos lesivos à administração pública. Exemplos de tais condutas vão de promessa ou efetiva concessão de vantagem indevida a agente público, fraudes em licitações, financiamentos de atos ilícitos, dentre outras. Responsabilizam-se por tais atos não apenas a empresa, mas também as

riedade em todas as obrigações resultantes de eventual processo. O empresariado, neste contexto, mais do que nunca, deve oferecer uma atenção especial na construção de um efetivo programa de

pessoas físicas que de alguma forma participem ou contribuam na prática do

“compliance”, que nada mais é senão a adoção

ilícito. Note-se aí que, apesar de os administradores, partícipes, dentre outros

de medidas de auditoria e controle interno,

indivíduos, só poderem sofrer qualquer tipo de punição com a devida com-

incentivando denúncias de irregularidades e a

provação de sua culpa, a pessoa jurídica, por outro lado, será responsabilizada

aplicação efetiva de códigos de ética e conduta.

independentemente da prova de culpa ou dolo. Havendo a identificação do ilícito praticado pela empresa, a legislação ofe-

Seguindo o modelo adotado pela eficaz Lei Norte-Americana de Práticas de Corrupção no

rece uma gama considerável de punições. Em sede administrativa, a imposição

Exterior (FCPA), bem como a Lei Anticorrupção

de multas pode ser de montante expressivo, com percentuais que variam de

do Reino Unido (UKBA), a devida comprovação

0,1% a 20% do seu faturamento bruto do último exercício anterior ao processo.

pela empresa investigada de que possui um

Trata-se de uma margem substancial de variação, que necessariamente deverá

rigoroso sistema de governança corporativa

ser objeto de futura regulamentação.

servirá como elemento balizador para atenuação substancial de eventuais penas aplicadas, ou, possivelmente, até a sua não imposição. Evidentemente se trata de uma legislação

obra: The Black Mermaid / Rogério Fernandes

que reforçará ainda mais os órgãos executivos de fiscalização e combate à corrupção e, portanto, poderá se prestar como mais uma tentativa de se coibir essa censurável conduta. Importante, entretanto, que ela logo produza seus efeitos no empresariado nacional, servindo-se como um estímulo imediato à repreensão interna de qualquer prática nesse sentido. 34

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NEGÓCIOs | experiência

E numa esteira de vime beber uma água de coco São Paulo é o maior mercado para a água de coco Obrigado, do grupo Aurantiaca, mas a marca baiana quer ampliar a distribuição pelo Nordeste por Luis Fernando Lisboa

A aposta no plantio e exploração de coco se consolidou como FOTO: Divulgação

um dos mais promissores investimentos econômicos do Brasil. Aos poucos, o gigante da América Latina ganha feições de destaque ao lado do maior produtor internacional: o continente asiático. Segundo dados do Sebrae, 80% da produção de coco nacional está concentrada no Nordeste. E a Bahia ocupa um posto significativo nesse ranking: só em 2010 o Estado produziu mais de 500 milhões de frutos, gerando um volume superior a R$ 220 milhões. Na música Tarde em Itapuã, o poeta carioca Vinícius de Moraes se refere ao prazer de beber água de coco, e esse bom hábito do brasileiro, e do baiano, motiva novos investimentos no setor. Sabendo desse potencial, o grupo Aurantiaca lançou, em meados de 2014, a água de coco Obrigado, um produto com compromisso de ser fiel à água natural, da fruta. De acordo com Douglas Cotrim, diretor de marketing da marca, em 2015 serão produzidos mais de 12 milhões de litros da água em embalagens de 1 l e 200 ml. “Nossa intenção é preservar o produto ao máximo, porque a natureza já nos entrega perfeito”. A fábrica da empresa está instalada no município de Conde, localizado no litoral norte da Bahia, onde já investiram R$ 200 milhões. A área que concentra os coqueiros plantados e utilizados pela Obrigado corresponde a mais de 15 mil hectares. A euforia com o crescimento do mercado influencia nos planos de lançamento para este ano: está prevista a criação de uma linha de sucos e chás misturados com água de coco. Sabores como chá verde, pera e abacaxi, cranberry e um mix de capim-santo e gengibre estão na lista.

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A maior novidade da Obrigado para o verão 2015 é o lançamento de uma linha de sucos e chás misturados com água de coco


FOTO: Divulgação

a obrigado em números

12

milhões de litros serão produzidos pela Obrigado em 2015

15 mil

hectares

de coqueiros plantados

“Nossa intenção é preservar o produto ao máximo, porque a natureza já nos entrega perfeito” Douglas Cotrim, diretor de marketing da Obrigado Expansão paulatina A distribuição comercial da água de coco Obrigado começou de maneira gradual para que os parceiros não sofram rupturas de abastecimento nem mesmo durante o verão, que é o pico das demandas. “O processo de distribuição do produto vai ser planejado de acordo com aceitação da nossa marca”, conta Douglas Cotrim. Por enquanto, no Nordeste, o produto só pode ser encontrado em Salvador

R$ 200

milhões

investidos pelO grupo Aurantiaca no município de Conde

4

novos sabores de água de coco misturada a sucos e chás serão lançados neste verão

(nas lojas Perini, GBarbosa e Mercantil Rodrigues), mas há propostas de expansão. “Ainda neste ano chegaremos a Sergipe, Alagoas, Pernambuco e Ceará”. No caso do Sudeste, a empresa voltou todas as suas atenções para São Paulo. “É ali que está o principal mercado dessa categoria. As ações ainda estão concentradas na capital do estado, mas o plano é aumentar a capilarização pelo interior”, comenta o executivo, que prefere não detalhar as cidades onde a água de coco Obrigado pretende aterrissar.

300

pessoas trabalham nA fábrica da obrigado W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

37


NEGÓCIOs | startup

ALUGUEL DE PASTOS Depois de ver a propriedade da família, em Vitória da Conquista, perder 90% do rebanho devido à seca, o jovem empreendedor baiano Matheus Ladeia, de 21 anos, criou o site Pastar, onde o produtor rural encontra ofertas de pastos para alugar a fim de deslocar seus animais durante a estiagem

Entre 2012 e 2013, a seca que assolou o Nordeste atingiu em cheio a propriedade da família do baiano Matheus Ladeia, de 21 anos, em Vitória da Conquista, no sudoeste baiano. As perdas atingiram 90% do rebanho. O gado que não morreu com a falta d’água ficou desnutrido. O prejuízo? Cerca de R$ 200 mil. Tamanha situação motivou Matheus, que é filho de um produtor rural baiano, a empreender no ramo do agronegócio. Embora seja estudante de engenharia mecânica em Salvador, o jovem sempre acompanhou de perto a rotina do pai. E foi em meio à crise dos últimos anos que ele decidiu mudar essa realidade, ao fundar a Pastar.

por Murilo Gitel

Um aplicativo é a novidade da startup para 2015. “Queremos fazer da Pastar a solução mais tecnológica para o agronegócio”, diz Matheus 38

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f evereiro/março DE 2 0 1 5


FOTO: Divulgação

Matheus (centro) ao lado da equipe que forma a Pastar. Startup já intermediou R$ 4 milhões por meio de 127 negócios

O site da empresa possibilita ao produtor rural encontrar ofertas de pastos para alugar, o que pode viabilizar o deslocamento do rebanho durante a estiagem. A iniciativa conta com dois sócios, além de Matheus: Caio Lima (cursa ciências da computação), 21 anos, e o

“O futuro do campo está na inovação, está na implementação e adesão das novas tecnologias” Matheus Ladeia, criador da Pastar

veterinário Aureo Neve, 41. O jovem empreendedor afirma que, ao longo

Outra novidade foi o lançamento, no fim do ano passado, de uma funciona-

de sua jornada pelo País, pôde coletar as dificul-

lidade para cadastro de mão de obra e do Classificados Pastar mobile exclusivo

dades, gargalos e anseios dos diversos produ-

para pecuária – o primeiro no mundo desse tipo, segundo Matheus.

tores com quem conversou, desde pequenos criadores de gado de leite em Minas até grandes

Desafios

confinamentos no oeste baiano. “O futuro do

O jovem afirma que um dos desafios do projeto é o fato de que alguns produ-

campo está na inovação, está na implementa-

tores não têm muita familiaridade com a internet. “Mesmo assim, atendemos a

ção e adesão das novas tecnologias”, projeta.

todos. Aqueles que não se sentem à vontade em fechar negócio pela plataforma

Matheus também demonstra preocupação com a marca da empresa. Desde o lançamento

podem entrar em contato por telefone”. A Pastar atua em todo o território brasileiro, mas a maior parte da oferta de

da Pastar, em janeiro, outras novidades foram

propriedades e animais é proveniente do Recôncavo baiano, norte de Minas e

colocadas no site. Além de anunciar e buscar

de Mato Grosso. Segundo Matheus, em seis meses de operação, 12.00 cabeças

pastos gratuitamente, agora o produtor

foram transferidas para outras pastagens por intermédio da plataforma. Até o

também consegue orçar o preço do frete para

momento, a startup já intermediou R$ 4 milhões por meio de 127 negócios.

deslocar seu rebanho e contratar o serviço

Matheus procura deixar claro que esse valor não pertence à Pastar, que

de transportadoras parceiras. A escolha pela

atuou como mediadora, e tem participação a cada negócio fechado. “Nossa

transportadora é livre. A Pastar também

meta é fazer receita a partir de 2015, com o lançamento dos produtos que colo-

trabalha com venda de animais.

caremos no mercado”. W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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NEGÓCIOs | mulher

Reconhecimento ao empreendedorismo feminino Pesquisas confirmam que a Bahia é o quarto estado com maior número de mulheres empreendedoras por Lorena Dias

Quando a paulista Maria de Lourdes Acedo se mudou para Maria de Lourdes, vencedora do Prêmio Mulher de Negócios 2014: “Alguns clientes chegavam me sabatinando, para saber se eu tinha habilidade e conhecimento”, diz

a Bahia não imaginava que encontraria sua vocação para o empreendedorismo no município de Mucuri, extremo sul do estado. Dezoito anos depois, a contadora conquista o primeiro lugar, na categoria Pequenos Negócios, do Prêmio Mulher de Negócios – Sebrae Bahia 2014, mérito do trabalho realizado pela empresa dela, a Astec Contabilidade. Há 13 anos, quando abriu a empresa, percebeu a resistência dos empresários locais, por ser ela a única contadora da região. “Alguns clientes chegavam me sabatinando, para saber se eu tinha habilidade e conhecimento”, conta. De acordo com a gestora estadual do Prêmio Mulher de Negócios, do Sebrae Bahia, Andrelina Mendes, o empreendedorismo feminino no estado é uma alternativa para inserir a mulher na economia formal, especialmente no universo das empreendedoras individuais e das empresas de menor porte. “Havia muita informalidade. Várias mulheres que eram donas de casa iam trabalhar informalmente como doceiras ou costureiras”, relata. “Hoje, elas se formalizam mais, estudam mais, abrem empresas e se organizam em associações”, explica. Prêmio Mulher de Negócios De acordo com Andrelina, é possível observar o crescimento do número de mulheres empreendedoras a partir do aumento de inscrições no Prêmio Mulher de Negócios, realizado anualmente pelo Sebrae, que terá a 11ª edição em 2015. “O número de inscrições tem crescido ano a ano, embora de 2013 para 2014 tenha havido um percentual menor de crescimento”, afirma, sem divulgar números. Na Bahia, o setor de beleza é um dos que mais atraem empreendedoras. “A mulher tem mais afinidade com esse tipo de negócio”, justifica. Mas ela acrescenta que segmentos como os de alimentação natural e de produtos rurais têm tido crescente participação feminina.

FOTO: João Alvarez / Sebrae

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Negócio em família

selhou: ‘Pegue meu livro de receitas, vou lhe

“Mulheres empreendedoras têm determinação, coragem, otimismo, assumem riscos calculados, amam o que fazem e a cada momento estão inovando”

ensinar a ficar rica’”, conta Edna, com saudades

Scheila Anunciação, proprietária da loja Bahia Mixx Brasil

A família teve um papel fundamental para que a baiana Edna Resch iniciasse a produção de licor artesanal. Ela vivia uma crise no casamento e um dos motivos era que seu marido não queria que trabalhasse. “Minha sogra me acon-

da dona Antonieta. Foi assim que as receitas preparadas pela sogra, desde 1942, tornaram-se o negócio de Edna Resch, há 15 anos. Hoje, o licor da Vó Nieta tem 66 sabores, desde tradicionais, como o de jenipapo, até os mais exóticos, como jaca e melancia. As garrafas dos licores são vendidas na sua antiga casa, localizada no bairro do Bonfim, que virou um

“Em geral as mulheres estão à frente de empresas farmacêuticas. Essa é uma área em que a mulher atua mais” Claudia Aguiar, sócia da rede de farmácias Flora

galpão apenas para a fabricação e venda do produto, assim como no restaurante do seu marido.

sensibilidade e comprometimento, contribuem para a gestão dos negócios.

Apesar de já ter recebido propostas de expandir

Após 23 anos trabalhando na área de rádio e TV, Scheila aproveitou a inaugura-

o negócio, até mesmo para o exterior, ela ainda

ção do novo calçadão do Farol da Barra para abrir uma loja de produtos locais,

analisa com calma as possíveis mudanças. “O

voltados para turistas, que também vende artigos para presentes. Ela já pensa

desafio de financiar o projeto e passar para o

em ampliação e abertura de novas unidades da Bahia Mixx Brasil. “Mulheres

industrializado é perder a qualidade”, afirma.

empreendedoras têm determinação, coragem, otimismo, assumem riscos calcu-

No Brasil, as mulheres empreendedoras em estágio inicial são a maioria, correspon-

lados, amam o que fazem e a cada momento estão inovando”, afirma Scheila. E foi assumindo riscos calculados que a farmacêutica Claudia Aguiar

dendo a 52,2%, de acordo com a pesquisa GEM,

tornou-se sócia da rede de farmácias Flora, que tem cinco unidades na capital

realizada pelo Sebrae em 2013. No Nordeste,

baiana. Ela morava no Rio de Janeiro quando foi convidada para implantar a

chama atenção a proporção de mulheres em-

área de manipulação homeopática da Flora. Trabalhou na área técnica da em-

preendedoras por necessidade, que correspon-

presa durante quatro anos, até que em 2005 passou a fazer parte da sociedade,

dem a 42,9%. O percentual de empreendedoras

que já era formada por três mulheres. “Em geral as mulheres estão à frente de

por oportunidade no Brasil é de 66,2%.

empresas farmacêuticas. Essa é uma área em que a mulher atua mais”, opina.

Segundo dados do IBGE, entre os donos de negócios existentes no Brasil, 31% são mulheres e 69% são homens. As mulheres empregadoras correspondem a 31,58%, enquanto as

A antiga casa de Edna Resch virou galpão para armazenamento dos licores que produz

empregadoras com mais de seis empregados na Bahia correspondem a 29%. Além disso, entre 2001 e 2011, houve um aumento de 21% no número de mulheres donas do próprio negócio no país, de acordo com a Pesquisa GEM, realizada pelo Sebrae em 2013. Em busca da inovação FOTO: João Alvarez

A empresária Scheila Anunciação, proprietária da loja Bahia Mixx Brasil, localizada na orla da Barra, afirma que algumas características mais marcantes nas mulheres, como W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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NEGÓCIOs | economia

O espírito animal precisa nos guiar

Luiz marques de andrade Filho Economista, superintendente da FEA-UFBA, e professor de finanças e economia

2015 começou e com ele os nossos desafios. Te-

ma de déficits gêmeos: um buraco interno fiscal em paralelo

remos um ano difícil, mas é sempre bom lem-

a um buraco nas contas internacionais, implicando extrema

brar que é justamente nos piores momentos

necessidade de financiamento. A economia desacelerada e os

que surgem oportunidades. Temos problemas

escândalos da Petrobras, que, mais que problemas políticos,

macroeconômicos sérios a enfrentar e a nossa

podem trazer problemas também na órbita econômica, dada

presidente reeleita tomou uma decisão impor-

a relevância da empresa no conjunto da economia brasileira;

tante ao colocar no comando da economia do

tudo isso nos mostra que não será fácil a nossa economia neste

seu governo um profissional sério, respeitado e

ano ímpar. Ufa!!

– pecado mortal – com ligação com a oposição

Contudo, não há bem que sempre dure e nem ruindade

e com os banqueiros internacionais, já que nos-

bastante que não se acabe. Os problemas precisam ser enfren-

so ministro trabalhou no FMI, em Washington,

tados e trabalhados. Mas é fundamental defender a tese de

por alguns anos.

que os nossos problemas econômicos foram gerados por nós

A inflação no topo da meta e pressiona-

mesmos, internamente. O discurso de que a economia brasilei-

da para cima. As contas públicas em total

ra parou de crescer pelos problemas econômicos internacio-

desordem e com déficit primário, o que levou

nais não se sustenta. Dou apenas dois argumentos.

à necessidade absurda de aprovação de lei que

O primeiro: estudo recente do Banco Mundial mostra que

altera as regras da Lei de Diretrizes Orçamen-

a participação do comércio internacional dentro da economia

tárias, no fim do ano, e flexibilizou o alcance

brasileira é extremamente baixa. A soma das exportações e

do resultado primário. Um déficit gigantesco

importações em relação ao PIB brasileiro foi na média dos

em conta corrente, o que, juntando os dois

últimos anos de apenas 35% da economia. Em uma lista de 178

déficits agora citados, produzem o que se cha-

países fomos o de menor resultado, perdendo para Argentina e Cuba. Isso sem falar nos campeões Hong-Kong e Singapura com imenso volume de comércio internacional nas das suas

% crescimento do PIB Brasil em relação ao % de crescimento do PIB mundial, nos últimos 5 períodos presidenciais FOnte: FMI

economias. Ora, se a participação da economia internacional é tão pequena dentro da nossa economia, não tem razoabilidade crer que foi a queda da atividade econômica internacional que nos trouxe problemas de crescimento.

140,0%

O segundo: trabalhando a média de crescimento econômico

130,6%

dos períodos presidenciais de FHC, Lula e Dilma, apenas no

120,0%

segundo mandato de Lula, embalados pelo boom das commodities e pelo endividamento das famílias, que pressionou para

100,0% 80,0%

cima a demanda interna, estivemos com crescimento acima da

70,2%

71,1%

média mundial (30,6% acima da média). Nos demais períodos

61,4%

60,0%

45,1%

40,0%

42

quatro anos (quando crescemos em média apenas 45,1% da média mundial. Veja no gráfico).

20,0% 0,0%

estivemos abaixo da média mundial, em especial nos últimos

Os problemas são nossos. Temos que resolvê-los. Para os empresários será um ano duro, mas as oportunidades sempre FHC 1

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FHC 2

LULA 1

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LULA 2

DILMA

aparecem, o animal spirit nunca dorme. Vamos em frente.


informe publicitário

Crise de energia traz oportunidade para empreendedores Em dez meses, baianos faturaram R$ 400 mil em venda de sistema instalado em rede elétrica, que reduz desperdício, e procuram por revendedores no interior Apagão, bandeiras tarifárias e anúncios de aumento do preço do quilowatt/hora. O ano de 2015 parece reservar péssimas notícias para os consumidores de energia, especialmente para o bolso deles. Foi analisando esse cenário que os baianos Rafael e Ricardo Menezes enxergaram oportunidade em meio à crise energética. Desde abril do ano passado, os sócios são distribuidores exclusivos da Lumilight do Brasil na Bahia. Para trazer os aparelhos da empresa pernambucana para o estado, Rafael e Ricardo investiram quase R$ 1 milhão. Em dez meses,

“Os desperdícios são eliminados e o tempo de vida útil dos equipamentos eletroeletrônicos aumenta” eles faturaram R$ 400 mil. “O crescimento foi exponencial e o interesse dos clientes é muito grande em função do cenário político-econômico”, diz Ricardo. O equipamento de energia que mudou a maneira de os irmãos verem a crise energética foi o chamado “filtro capacitivo automatizado”, batizado de “filtro capacitivo inteligente” pela Universidade de São Paulo (USP). O laudo da USP

constatou que o aparelho, que pode ser instalado na rede elétrica de casas, lojas e indústrias, reduz as perdas de energia como um todo. “Os desperdícios são eliminados e o tempo de vida útil dos equipamentos eletroeletrônicos aumenta. O filtro ainda tem uma placa DTS, que protege os aparelhos de um raio ou de uma queda brusca de energia”, explica o inventor do filtro inteligente, Luiz Henrique Bueno. O filtro já é vendido em 19 estados e Distrito Federal. Segundo Ricardo, a diminuição do consumo ativo de energia é, em média, de 5% a 20%. Em uma universidade baiana que comprou o equipamento, por exemplo, essa redução atingiu 20%. Outro cliente dos sócios, um condomínio de alto padrão na capital, notou uma redução de 19,64% do consumo ativo. “Essa diminuição vai depender da estrutura e dos aparelhos do cliente, mas geralmente o filtro se paga em 15 meses”, afirma Ricardo.

Rafael e Ricardo, distribuidores da Lumilight do Brasil na Bahia

Os distribuidores querem agora expandir o negócio para o interior da Bahia. “O investimento para se credenciar como revendedor nas regiões determinadas pela empresa vai ser de R$ 150 mil, com uma excelente margem de lucro”, diz Ricardo. Eles pretendem ter revendedores em todas as microrregiões da Bahia. “Acreditamos muito no potencial do interior, porque o movimento migratório para a capital está diminuindo e o mercado em algumas cidades ainda é pouco concorrido”, analisa o distribuidor da Lumilight do Brasil. Os interessados em empreender na tecnologia devem enviar e-mail para revendaba@lumilightdobrasil.ind.br ou ligar para os distribuidores do filtro na Bahia: Rafael Menezes: (71) 9983-2062 Ricardo Menezes (71) 8150-0679 W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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NEGÓCIOs | novos rumos

É hora de pensar a Bahia do futuro obra: Frida, Van Gogh e Dalí / Rogério Fernandes

ARMANDO AVENA Escritor, economista, professor da Ufba e diretor do portal Bahia Econômica

O

governador Rui Costa precisa criar um grupo de trabalho para repensar a economia baiana. Isso porque a Bahia está de frente para um novo enigma baiano, aquele dos anos 50, quando a excessiva especialização na exportação de

cacau impedia maior desenvolvimento no estado. Agora estamos frente a novo enigma, mas ele parece o

mesmo. A economia baiana continua fortemente vinculada às commodities internacionais, e isso gera enorme instabilidade na nossa economia. Seja na agricultura, na cadeia do petróleo, nos minérios, o que se verifica é que estamos aprofundando nossa dependência às commodities. No momento, a queda do preço do minério de ferro, que está colocando em xeque o projeto de exploração da jazida de ferro em Caetité, traz sérias repercussões em duas obras de infraestrutura fundamentais para nosso estado: o Porto Sul e a Ferrovia Oeste-Leste. A economia baiana também tem fortes ligações com outra cadeia vinculada a commodities, a cadeia produtiva do petróleo, e o escândalo na Petrobras fez refluir os negócios e os investimentos nessa área. Um exemplo emblemático de como o escândalo da Petrobras afeta a economia baiana é o que vem ocorrendo com a Enseada Indústria Naval S.A. o maior investimento privado em curso no estado, da ordem de R$ 2,6 bilhões, que foi afetado indiretamente pela crise e obrigado a demitir mais de mil trabalhadores. Outros setores, como a metalurgia, vinculado ao mercado internacional, também sofrem os efeitos da crise, e recentemente a Gerdau, produtora de aço, anunciou a paralisação de sua usina localizada em Camaçari, em função da delicada situação da empresa, com a queda das vendas de aço no mercado brasileiro. Esses são apenas alguns exemplos que mostram a necessidade de repensar o modelo econômico da Bahia, de dar-lhe novo rumo, tentando ampliar a transformação de bens no nosso território, aumentando o conteúdo tecnológico da nossa produção, diversificando a economia e colocando a infraestrutura certa no local certo. 44

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Carnaval

Para tirar o Carnaval

da UTI

Empresários do entretenimento somam esforços para dar vida nova ao Carnaval de Salvador, festa que tem perdido espaço para outras regiões do país e sofrido com a desaceleração da economia, especialmente nos últimos quatro anos. Apesar de ter deixado de ser deficitária para a Prefeitura de Salvador desde o ano passado, a folia vem demonstrando sinais de redução em volume de negócios.

Iniciativa privada quer dar nova vida à folia, mas festa tem perdido peso no faturamento das empresas, que têm migrado para outros estados

Líderes empresariais ouvidos com exclusivi-

por Victor Longo ilustrações bcayres

modelo para reestruturar a folia.

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f evereiro/março DE 2 0 1 5

dade pela [B+] revelaram que têm reduzido seus negócios na festa e migrado para outros estados, mas continuam buscando o melhor


Mesmo mantendo certo otimismo para a festa deste

Sócio-proprietário da Central do Carnaval e presidente

ano, devido a fatores sazonais, todos os proprietários de

da Associação Brasileira de Entretenimento (Abre-BA), o

empresas do entretenimento ouvidos pela reportagem

empresário Joaquim Nery também tem sentido os efeitos da

admitem que o setor é um dos que mais têm sofrido

crise econômica nos seus negócios. “O Carnaval de Salvador

com a desaceleração econômica. “É verdade que o mer-

de 2015 vive o reflexo do que está acontecendo na economia

cado não está muito bem, mas as expectativas para este

nacional. Em relação aos blocos, temos uma expectativa de

ano são as melhores possíveis, porque esperamos que,

que as vendas caiam em 20% em relação ao ano passado,

com a alta do dólar, os brasileiros optem por vir para

mas esperamos que o mesmo não ocorra com as vendas dos

o Carnaval de Salvador em vez de ir para o exterior”,

camarotes”, afirmou. “O lazer é sensível ao comportamento da

disse o empresário Nei Ávila, sócio da NER Esporte e

economia”, sustenta. O grupo empresarial inclui a produtora

Entretenimento, empresa que detém as marcas Reino

Cara Caramba, o Camarote do Nana e o Camarote da Central,

da Folia, Camarote do Reino e os blocos Me Abraça e

os blocos Camaleão e Nana Banana, além das lojas física e vir-

Cocobambu. “Como o Carnaval será mais cedo este ano,

tual da Central do Carnaval. Nessas lojas são comercializados

os turistas também terão mais dinheiro para gastar

23 blocos e 10 camarotes.

durante a festa”, acredita. Nei admite, porém, que o setor tem sofrido impactos negativos da economia. “O país está em crise. Isso se reflete em qualquer segmento”, justifica. “No setor do entretenimento ocorre um decréscimo porque o consumidor que quer economizar deixa de ir a um teatro, a um show, a uma festa. Estamos à porta de uma recessão e isso tem reflexos”, considera. Os negócios do grupo NER, que têm se expandido Brasil afora, não têm crescido dentro da folia baiana, devido à baixa demanda. “Os nossos blocos têm

“O Carnaval precisa aprender um pouco com seu próprio passado, voltando a ser principalmente na rua. Banda em camarote é um grande equívoco” Vitor Urpia, sócio-diretor do Camarote Oceania

sofrido mais, mas o camarote ainda tem se mantido estável”, afirmou Nei, que divide os negócios com os

Retrato de um mercado estagnado é o que ocorre, por

sócios Eduardo Ramos e Ricardo Lélis. Este ano, um

exemplo, com o bloco Camaleão, campeão de vendas da

dos blocos que pertenciam ao grupo, o Me Ama, tra-

Central e considerado um dos blocos “VIP” entre foliões, de-

dicionalmente comandado pelo cantor André Lellis,

vido aos preços elevados. Nos dois últimos anos, o valor dos

será extinto do Carnaval. A razão: o artista resolveu

abadás subiu apenas 6%, menos que a inflação acumulada

tocar no Carnaval de Aracaju. “Foi uma decisão do

no período. “No ano retrasado, o abadá do domingo custava

próprio artista”, afirmou Ávila. Premiada pela reali-

R$ 840. Este ano, custa R$ 890”, disse. No passado, o abadá do

zação da Copa do Mundo em Natal, a NER já atua em

Camaleão já chegou a superar os R$ 1.000. Os dois camarotes

Natal, Alagoas, Paraíba e Santa Catarina, onde ingres-

da Central do Carnaval também não tiveram incremento

sou recentemente.

significativo de preço. A diária isolada do Camarote do Nana

Apesar de os negócios do grupo terem, gradativa-

varia entre R$ 520 e R$ 790. O espaço receberá Harmonia do

mente, migrado para outros estados, Nei é otimista,

Samba, Psirico, Timbalada, Pablo, É o Tchan e Duas medidas,

afirma que o período de crise econômica é um chamado

além de Filhos de Jorge e Negra Cor. O Camarote da Central

aos empresários para uma “agenda próativa” e elogia

custa de R$ 200 a R$ 440 por dia.

a festa. “O Carnaval de Salvador ainda é o melhor do funcionará de quinta a terça-feira e terá como atrações

Olhar para a rua

Leo Santana, Harmonia do Samba, Carlinhos Brown,

De acordo com Vitor Urpia, sócio-diretor do Camarote Oceania,

Duas Medidas, Thiaguinho e Aviões do Forró. Os preços

a reestruturação do Carnaval de Salvador passa pela necessi-

de um dia variam de R$ 370 a R$ 960, mas podem ser

dade de o empresariado ter um olhar mais voltado para a festa

reduzidos quando comprados em pacotes.

de rua e menos para os espaços internos dos seus camarotes.

Brasil”, diz. O Camarote do Reino, carro-chefe do grupo,

W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. BR

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Carnaval

“Essa tendência de levar grandes atrações para os camarotes se fortaleceu muito de dois anos para cá, mas acredito que ela deve se reverter”, opina. “Simplesmente, não é economicamente viável manter um camarote pagando cachês altíssimos”, considera. Seguindo essa visão, a estratégia adotada pelo Camarote Oceania nos últimos anos foi dar fim aos shows internos e voltar as atenções para a festa da rua. Antes funcionando no Edifício Oceania, próximo ao Farol da Barra, o camarote se mudou para o Bahia Flat, espaço com uma varanda mais ampla e com melhor visibilidade para o lado externo. “Identificamos que nosso público não ia para o camarote para ver banda, mas sim para ver as atrações que passavam na rua”, disse Urpia. A varanda do Bahia Flat é bem maior que a do Edifício Oceania. O camarote, que funciona sempre das 14h às 4h, também deixou de trabalhar com a contratação de bandas. O preço de um dia varia entre R$ 250 e R$ 550.

“Este ano vai ser melhor para nós, mas não vamos esgotar os abadás. No contexto do Carnaval como um todo, o que estamos vendo é que todos os blocos estão perdendo em vendas” André Silveira, sócio-diretor do Grupo Eva Urpia também admite que a situação econômica do país tem prejudicado o setor do entretenimento. “Como a economia brasileira está próxima de uma recessão, a tendência é que a demanda pelo Carnaval diminua”, diz. “Para reverter essa situação, o Carnaval precisa aprender um pouco com seu próprio passado, voltando a ser principalmente na rua. Banda em camarote é um grande equívoco”, opina.

Espaço fechado Outra sugestão para dar novos rumos ao Carnaval é a de destinar um espaço específico fechado ao desfile de blocos privados, extinguindo o já consolidado sistema do desfile separando os foliões com cordas. “Seria um local como, por exemplo, o Parque de Exposições, onde o folião teria que pagar para entrar. Não precisaria de cordas, teria banheiros, praça de alimentação e uma estrutura mais organizada”, imagina o sócio-diretor do Grupo Eva, André Silveira. “Em contrapartida, os blocos participantes se comprometeriam a tocar um dia de trio sem cordas na rua, como hoje já fazemos”, complementa. André acredita que o Carnaval nos moldes atuais já vive um processo de saturação. “Há cerca de 25 anos, quando começou o sistema de blocos, isso era uma novidade muito grande e virou um grande sucesso”, relembra. “Porém esse mesmo sucesso foi uma das razões para o sistema de blocos começar a saturar. O Carnaval cresceu muito, as ruas ficaram muito cheias e a operação de blocos muito difícil”, queixa-se. Segundo ele, o novo sistema proposto permitiria uma melhor organização, além da redução do custo, 48

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sem a necessidade de contratar cordeiros. Um bloco gasta, em média, R$ 100 mil por dia só com segurança, diz ele. O movimento de renovação do Grupo Eva não se resume à substituição de Saulo Fernandes por Felipe Pezzoni. Assim como os outros grupos empresariais, a tendência do Eva é a redução do peso do Carnaval de Salvador em todo o portfólio do grupo. “O Carnaval ainda é o nosso maior evento, mas o peso tem diminuído. Antes, correspondia a cerca de 30% do negócio. Hoje, a cerca de 15%”, disse André, que controla o grupo com os sócios Maurício Magalhães, Hunfrey Ataíde e Ricardo Martins. “Hoje vemos o nosso negócio mais como a banda e menos como os blocos”, explica. Ao longo de 2014, a banda fez shows pelo Brasil inteiro e pretende consolidar esse trabalho em 2015. Entre março de 2014 e março deste ano, o Grupo Eva espera registrar um crescimento de 15% no faturamento, também devido à base de comparação baixa, com os efeitos negativos da saída de Saulo Fernandes em 2013. “Este ano vai ser melhor para nós, mas não vamos esgotar os abadás. No contexto do Carnaval como um todo, o que estamos vendo é que todos os blocos estão perdendo em vendas”, afirma. Além da Pipoca do Eva, o grupo sairá com dois blocos: o Eva e o Nu Outro. O abadá do Eva, que chegou a custar R$ 350 no último ano de Saulo, hoje custa R$ 230 por dia. O preço do Nu Outro caiu de R$ 300 para os atuais R$ 180.

Camarotes O Grupo Eva também desistiu de levar adiante a parceria com o Ilê Aiyê, que levou ao funcionamento, em 2014, do Camarote Ilê-Eva, no circuito do Centro. “Foi uma boa experiência, mas não teve para nós a rentabilidade esperada”, afirmou André. “E continuar ia de encontro ao nosso propósito de focar mais na banda”, completou. A [B+] apurou que o Camarote do Ilê corre o risco de não ser construído este ano, justamente devido ao fim da parceria e à existência de problemas financeiros com origem no ano passado. “Ficamos no vermelho no ano passado e os patrocínios de 2015 são incertos”, disse um membro da diretoria do Ilê, que pediu sigilo. Esse não é o único caso de dificuldades vividas por quem mantém camarotes no Carnaval soteropolitano. Um dos indicativos de retração na folia baiana é a análise do histórico do número de camarotes registrados na Superintendência de Controle e Ordenamento do Uso do Solo do Município (Sucom) para funcionamento durante a festa. Em 2012, 54 camarotes haviam sido registrados. Em 2013, esse número caiu para 47. Já em 2014, o total caiu para 38, uma queda de 29,6%. Até o fechamento desta edição, os números de 2015 não haviam sido fechados. Entre os mais tradicionais de Salvador, um dos camarotes que não serão erguidos este ano será o da revista Contigo. Os responsáveis pelo empreendimento não quiseram conceder entrevista sobre o tema. Resumiram-se a confirmar, via e-mail, que o camarote não seria aberto este ano. Outros casos emblemáticos de camarotes que fecharam foram o da charutaria Menendez Amerino e o da cantora Claudia Leitte. A redução de camarotes ocorreu tanto no circuito Barra-Ondina como no Centro. W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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Carnaval

jarias Schin (Barra/Ondina) e Itaipava (Campo Grande e Centro Histórico), têm exclusividade na venda de bebidas nos circuitos. Até o fechamento desta edição, a Prefeitura negociava com um quinto grande patrocinador.

Fabricação de abadás A estagnação do Carnaval de Salvador tem trazido efeitos negativos à indústria de fabricação de abadás. É o que mostra, por exemplo, a experiência da empresa Fortiori Camisetas. “Nosso faturamento cresceu até 2011, mas de lá para cá, está caindo bastante”, afirmou o sócio-proprietário da empresa, Hasama Teixeira. “Isso ocorre por vários motivos: os consumidores têm gastado menos com entretenimento por causa da situação da economia, além da concorrência com carnavais como os do Rio de Janeiro, São

Corte de verba

Paulo, Recife e Florianópolis”, exemplifica.

A Secretaria de Cultura do Estado, responsável por financiar o Carnaval dos blocos

mil peças por dia em 2011, hoje produz, em

afro, parte da programação da pipoca e dos carnavais de cidades do interior, redu-

média, 4,5 mil no mesmo período. A empresa

ziu em 31% os gastos com a festa entre 2013 e 2015. Em 2013, a verba destinada ao

tem Axé Mix, Reino da Folia e Central do

Carnaval foi de R$ 14,5 milhões. A previsão é que, este ano, o valor investido seja de

Carnaval como principais clientes e 80% da

R$ 10 milhões. Por meio da assessoria de imprensa, a Secult afirmou que a redução

produção, realizada em Caetité, destinada ao

tem a ver com o contingenciamento das contas por parte do Governo do Estado.

Carnaval e festas de Salvador. Ele não acredi-

Em coletiva à imprensa no mês de janeiro, o prefeito de Salvador, ACM

ta em uma melhoria de curto prazo. “Para que

Segundo ele, a empresa, que produzia 45

Neto, afirmou que o Carnaval da capital baiana não terá patrocínio do governo

o Carnaval de Salvador volte a ter a mesma

estadual. Até aquele momento, o Estado ainda devia à Prefeitura R$ 2,5 mi-

pujança de antes, só a partir de 2018”, diz.

lhões da cota de patrocínio do ano passado, de acordo com o prefeito. Em nota,

No mercado de produção de abadás, que

o Governo do Estado declarou que o pagamento da dívida seria solucionado da

conta com aproximadamente 15 empresas no

maneira mais adequada. Até o fechamento desta edição, a Petrobras não havia

Estado, só têm crescido aquelas que têm bus-

respondido às solicitações da Prefeitura referentes ao patrocínio do Carnaval.

cado outros mercados além da folia momesca

Em 2014, a empresa injetou R$ 7 milhões no evento.

da capital baiana. É o caso da empresa Camisa

De acordo com ACM Neto, o valor do Carnaval de 2015 está orçado em mais

de Latinha, dirigida pelo empresário João

de R$ 50 milhões. No ano passado, o custo divulgado pela Prefeitura foi de R$

Neto. “As vendas na Bahia são muito sazonais.

30 milhões, com arrecadação de R$ 38 milhões das cotas de patrocínio da folia.

Por isso, avançamos no Brasil inteiro em mica-

Mesmo com o orçamento superior e a falta de patrocínio do Estado e da União,

retas e outras festas”, afirma. Em 1996, quando

o prefeito garantiu que não haverá déficit para os cofres municipais. Segundo o

foi fundada, a empresa só vendia na Bahia.

prefeito, o município recorreu à iniciativa privada para custear a festa. De acordo

Hoje, 80% da produção vai para o Sudeste e o

com o presidente da Salvador Turismo (Saltur), responsável pela organização do

Sul do país.

Carnaval, Isaac Edington, as cotas dos quatro maiores patrocinadores reúnem R$

Outra solução foi se dedicar às festas pro-

28,8 milhões. A Schin e a Itaipava vão destinar R$ 10,2 milhões, cada uma; o Itaú,

mocionais e de bairros. “Não adianta ficar só

R$ 4,2 milhões e a Air Europa, também R$ 4,2 milhões. Os dois principais, as cerve-

nos circuitos principais do Carnaval”, afirma.

50

R evista [ B + ]

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capa | Brown

empreendedorismo

Novos projetos no exterior, sobretudo na Europa e Estados Unidos, a consolidação do Museu Du Ritmo, em Salvador, como um espaço que reúne importante acervo da música negra do mundo, além da execução de ações inovadoras na seara do “empreendedorismo espiritual, social e étnico”, tudo isso está nos planos de Antônio Carlos Santos de Freitas para 2015. Em entrevista exclusiva à [B+], o cantor, compositor, percussionista, arranjador, produtor e artista plástico Carlinhos Brown enumera suas prioridades e conquistas no ano passado, demonstrando que é também um gestor intuitivo, parceiro de suas equipes de trabalho, capaz de aproveitar oportunidades para empreender e movimentar a indústria cultural, mesmo em um cenário de crise econômica. por núbia cristina 52

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A

Copa do Mundo no Brasil trouxe para o artista empreendedor o aprendizado com uma iniciativa que não deu certo. Brown fez associação

com a empresa The Marketing Store para a produção e comercialização da caxirola, instrumento que acabou banido dos estádios, mesmo antes da Copa das Confederações, em 2013, por decisão conjunta do governo, da Fifa e do Comitê Organizador Local (COL). Entretanto, o torneio lhe trouxe ampla visibilidade no cenário internacional, que acabou abrindo portas em vários países. A marca Carlinhos Brown nunca esteve tão forte. O sucesso de mais uma temporada no The Voice Brasil, do qual participa como técnico desde novembro de 2012, aumentou a visibilidade do trabalho do artista, gerando novas oportunidades. Brown associa sua imagem às marcas Schin, Caixa, Pepsi e Chilli Beans. Recentemente, assinou um contrato com a indústria baiana Natulab, tornando-se o garoto-propaganda do energético Se Agitte.


Em 2 de fevereiro de 2007, Carlinhos Brown fez o show de inauguração do Museu Du Ritmo, localizado no Mercado do Ouro, no bairro do Comércio. Construído em 1879, o mercado abrigava boxes para a venda de produtos diversificados e teve a estrutura demolida em 2005, ano em que foi repaginado para sediar a Casa Cor Bahia. Foi abandonado depois do evento até ser reaberto por Brown, que investiu recursos próprios na compra e recuperação do espaço, com o sonho de transformar o local em um misto de casa de espetáculos, galeria de arte, museu e escola de inclusão. “O museu ainda não está como eu quero, porque ali precisa ser um lugar de acervo. Não se trata apenas de uma casa de shows. O projeto é criar um centro com o melhor da música negra do mundo. Nos moldes do Museu da Língua Portuguesa, de São Paulo. Temos um acervo gigante, com o trabalho de Michael Jackson,

FOTO: Luciano Oliveira

Miriam Makeba, Buddy Guy, tudo nos foi doado. A Caetanave (trio elétrico de 1972, criado por Orlando Tapajós para homenagear Caetano Veloso), o Rigoletto (escultura do século 17 fundida em bronze inglês) e centenas de instrumentos musicais – dentre eles uma guitarra de James Brown autografada – estão comigo e fazem parte desse legado que eu tenho a W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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capa | Brown nova orla

responsabilidade de preservar. O Museu Du Ritmo ficou pequeno, e por isso estamos desenvolvendo o BahiaTunes, um braço desse trabalho de preservação. Trata-se de uma plataforma na internet para compilar a história da música na Bahia, fonte de pesquisa. Isso será positivo e lucrativo, pois a internet está buscando conteúdo, a gente está preparando, organizando, e vamos disponibilizar esse conteúdo raro, uma mina de ouro”. Hoje o museu abriga eventos de sucesso, como o Sarau Du Brown, a Enxaguada Du Bonfim, o projeto Pérolas Mistas e os ensaios da Timbalada, mas o artista quer retomar o trabalho de promoção social envolvendo a comunidade do Pilar. “O Mercado do Ouro foi um local de tráfego de escravos, onde se negociou gente. O rei nigeriano da cidade

Em dezembro, Brown lançou o CD Sarau du Brown - Ritual Beat System e abriu a temporada 2015 do sarau, que reúne convidados e presta homenagem aos 30 anos da axé music

Adeyemi III, quando esteve em Salvador no ano passado, pediu para visitar esse lugar

FOTO: divulgação

de Oyo, Alaafin de Oyo, Oba

porque queria conhecer o local por onde seus antepassados chegaram ao Brasil. Transformar o espaço em uma casa de acervo e de espetáculos, onde se promovem a arte e a alegria, é reparação para o povo negro, pois volta para as nossas mãos a história do nosso passado, para que a gente cuide espiritualmente. Esse é um empreendedorismo espiritual e étnico. Minha expectativa para este ano é con54

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A música “La la la (Brazil 2014)”, produzida por ele em parceria com a cantora Shakira, se tornou a mais compartilhada da história do Facebook. Eles cantaram juntos na final da Copa do Mundo


“Chegamos a números

O artista fez show de encerramento do projeto Domingo no TCA; a música Por Causa de Você, um hino à axé music, foi cantada pelo público

alarmantes: La la la foi um dos clipes mais vistos de todos os tempos na história da música. Shakira tem um carisma enorme, fiquei muito feliz quando ela me chamou para compor essa música, produzir com ela. A música também abriu portas no cenário internacional. Uma pesquisa realizada por agências de São Paulo apontou que estive entre as dez pessoas com maior exposição na TV brasileira durante a Copa, ao lado de Neymar, Fátima Bernardes, Ivete Sangalo. Fiquei feliz e surpreso com isso”. Para transformar talentos e habilidades em projetos e ações empreendedoras, Brown criou a empresa Candyall Entertainment

FOTO: Imas Pereira

FOTO: Luciano Oliveira

há 20 anos. Em 2014, ele deixou a produtora Janela do Mundo, e a Nariz de Borracha, produtora do próprio artista, passou a gerir a carreira dele. “A figura do manager é

tinuar servindo, porque assim

crianças da TV espanhola, na temporada de 2015. Tenho recebido

eu estarei bem no papel para

muitos convites para participar de concertos, em Miami (EUA) e

bem-vinda, mas nem sempre

o qual fui incumbido. Liderar

na Europa. As portas estão se abrindo cada vez mais. Difícil mes-

é viável, por isso vários

é servir, não é ser ditador, é

mo é encontrar tempo para atender a todas as demandas. Vou

artistas acabam tomando

dar ao outro a possibilidade

me concentrar mais na Europa neste verão. O The Voice trouxe

o rumo que eu tomei e con-

de crescimento”.

ao público a compreensão de quem é o Carlinhos, do trabalho

tratam gerentes de negócios

que faço além do Carnaval. Como o programa não tem script, ele

com experiência e visão de

O sucesso de mais uma tem-

consegue mostrar o perfil do artista baiano, que fala com a alma,

mercado. Esses profissionais

porada no The Voice Brasil,

diz o que pensa. Considero essa visibilidade para mim e para

acabam captando as melho-

do qual participa como técni-

Claudinha (Claudia Leitte) uma vitória da axé music”.

res oportunidades. Isso está

co desde novembro de 2012,

funcionando muito bem co-

ampliou a visibilidade do

A Copa do Mundo no Brasil projetou a marca Carlinhos Brown

migo. Hoje eu tenho a Andrea

trabalho do artista, gerando

no mercado internacional. A música “La la la (Brazil 2014)”, pro-

Mota no papel de gerente de

novas oportunidades.

duzida por ele em parceria com a cantora Shakira, ultrapassou

negócios. Além da parceria da

a marca dos cinco milhões de compartilhamentos e se tornou

Co.nz, uma empresa gigante,

parte da bancada do programa

a mais compartilhada da história do Facebook. Foram mais de

que também faz captação e

La Voz Kids, o The Voice para

500 milhões de visualizações no YouTube.

prospecção. Tenho consul-

“Fui convidado para fazer

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55


FOTO: divulgação

capa | Brown

Técnico do The Voice Brasil, Brown foi convidado para fazer parte da bancada do programa La Voz Kids, o The Voice para crianças da TV espanhola, na temporada de 2015

tores econômicos, que buscam novas oportunidades no mercado nacional

cendo com esse estilo, que passa por trans-

e internacional. É muito importante saber o que está acontecendo lá fora,

formações. Não precisamos maquiar isso,

prospectar no mercado internacional”.

estamos criando outras formas de andar, outros calçados, outros caminhos”.

Não por acaso a palavra crise é rechaçada por Brown. Os shows do Museu Du Ritmo atraem milhares de pessoas durante todo o verão. No Carnaval,

As relações entre artistas e músicos tendem

ele lidera o Camarote Andante, bloco sem cordas, com trio elétrico inde-

a ser cada vez mais profissionais, na opinião

pendente, que se apresenta no Circuito Dodô (Barra-Ondina). O artista fará

de Carlinhos, que fez a doação de um terreno

todo o percurso no chão. Além disso, vai comandar o tradicional Arrastão

em Massarandupió (Litoral Norte) no qual

no dia 18, Quarta-feira de Cinzas.

almeja ver construído um abrigo para músicos idosos. Ele procura investidores interessados na iniciativa. “Não contabilizo quantos empregos meus projetos geram porque esse número é variável. O mais importante é que o tempo todo nós formamos profissionais, estimulamos o empreendedorismo, porque muitos artistas seguem para a carreira solo, tocam projetos independentes. A relação entre

“Empreender é sacudir a poeira; se há crise, temos de ser mais criativos,

músicos e artistas é cada vez mais profissio-

trabalhar mais. Eu não tenho a expectativa de ver surgir bonança financeira

nal. O que faço é gerir bem as receitas para

ao fazer música, mas hoje ela tem outras formas de oportunizar, é o grande

que todos sejam acolhidos e remunerados

invólucro para outras coisas. A música precisa ser composta, gravada, para

adequadamente. A questão da aposentadoria

chegar às pessoas. Ela pode, inclusive, render bem monetariamente. Para que

dos músicos é algo que me inquieta. Tenho

hoje eu possa compor e gravar tanto, eu investi ao longo do tempo. Temos

um terreno em Massarandupió, uma área de

um núcleo com quatro estúdios aqui no Candeal. Essa estrutura dá força

120 mil metros quadrados, que posso doar

ao trabalho, no momento em que estamos inspirados a gente vai e grava. Eu

para que ali seja construído um espaço para

não vejo crise no Carnaval de Salvador, ele está mudando. Em relação à axé

abrigar músicos idosos, um estúdio, não um

music, ela passa por uma fase cíclica, normal nesses 30 anos. Quando a gente

asilo, para que eles sejam assistidos. Procuro

compra um tênis, ele envelhece, desgasta com o tempo. É o que está aconte-

investidores interessados”.

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obra: O homem que chorou na noite púrpura  | Galeria Rogério Fernandes

@

educação Empreendedorismo ao pé da letra 58


@

educação | empreendedorismo

Aperfeiçoamento de gestão, controle de qualidade, segurança e saúde do trabalho foram alguns dos aspectos melhorados depois das aulas

Conhecimento para enfrentar a crise

FOTO: Rômulo Portela

Investir em educação empreendedora, ou cursos de gestão, é a alternativa para quem quer enfrentar os desafios do cenário de baixo crescimento por Victor Longo

Ninguém tem dúvida de que 2015 será um ano de baixo crescimento econômi-

O investimento necessário para isso, no

co. Investir em educação para o empreendedorismo ou mesmo em programas

entanto, não é baixo. Para participar do pro-

para a melhoria da gestão é a saída para enfrentar a crise. As estatísticas de

grama, o empresário precisa pagar R$ 9.580. O

instituições especializadas no assunto, a exemplo do Instituto Euvaldo Lódi

público-alvo do PQF são empreendedores que

(IEL) e do Sebrae, comprovam que a busca pela qualificação traz os melhores

almejam vender ou prestar serviços para as

resultados.

indústrias. O pacote de cursos – com duração

Dados do IEL mostram um aumento de 69% nas vendas das empresas

de dois anos – inclui 110 horas de treinamen-

participantes do Programa de Qualificação de Fornecedores (PQF), principal

tos, consultorias e avaliações periódicas. As

compilado de treinamentos oferecido pela entidade. “Os empresários tam-

empresas que concluem os programas e são

bém registraram um aumento de 48,2% na geração de empregos e de 41,2% na

aprovadas recebem selos de qualificação. “As

produtividade”, afirma o gerente de capacitação empresarial do IEL Bahia,

grandes organizações são muito exigentes na

André Pinto, citando levantamento feito em 2013. “Os custos da produção foram

hora de comprar”, afirma André. O PQF é o

reduzidos em 11,5%”, disse.

curso mais procurado no IEL.

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FOTO: Silvia Torres

O empresário Elton Carvalho, sócio-proprietário da EcoSystem, fabricante de etiquetas e rótulos, participou do progra-

IEL, Sebrae e Endeavor são alguns dos órgãos que oferecem cursos

ma e teve acesso a aulas de marketing, gestão, segurança do trabalho, qualidade, responsabilidade social e finanças. Ele aponta as melhorias alcançadas na empresa após o início da participação nos cursos, em meados de 2013. “Além de aperfeiçoarmos a gestão e o controle de qualidade, melhoramos muito a segurança e a saúde do trabalho, além da responsabilidade social”, avalia. Na gestão, por exemplo, Elton implantou um regime de cumprimento de metas e avaliação de resultados. “Tudo isso teve um resultado prático para a empresa. Apesar de 2014 ter sido um ano difícil para todos, reduzimos o desperdício e conseguimos aumentar a produtividade, as vendas e o faturamento”, disse. O IEL oferece outros cursos, tanto na plataforma online como presencial, cujos investimentos variam de R$ 300 a R$ 4 mil. As cargas horárias variam de 20 a 180 horas. Os cursos a distância são os mais baratos, a partir de R$ 300, e incluem temas como gestão empresarial, liderança e desenvolvimento pessoal. Novos cursos, como a Escola de Líderes (R$ 4 mil) e o de Compras Sustentáveis (sem preço determinado), serão lançados em 2015. Menor custo Por sua vez, o Sebrae Bahia oferece opções mais baratas, voltadas tanto para microempreendedores individuais como para empresas de pequeno porte. “Neste momento da econo-

“Neste momento da economia, cheio de incertezas, buscar capacitação é um diferencial para aqueles que desejam se consolidar no mercado. É preciso investir em conhecimento” Nílzon Spínola Júnior, analista da Central de Treinamento do Sebrae em Salvador

mia, cheio de incertezas, buscar capacitação é um diferencial para aqueles que desejam se consolidar no mercado. É preciso

da demanda em 2014), e a oficina Sei Administrar (grátis, com

investir em conhecimento”, afirmou Nílzon Spínola Júnior,

16%). Outro programa de destaque ministrado pelo Sebrae é o

analista da Central de Treinamento do Sebrae, em Salvador. Se-

Empretec, desenvolvido pela Organização das Nações Unidas e

gundo ele, o curso mais procurado é o Treinamento Gerencial

oferecido na Bahia desde 1996. O programa já formou mais de

Básico (TGB), que dá noções de administração, fluxo de caixa,

cinco mil empresários, preparando-os para o mercado.

gestão de estoque etc. “No ano passado, 25% das empresas atendidas buscaram esse curso”, disse Nílzon.

Natural de Feira de Santana, a empresária Miralva de Souza Batista, proprietária da loja Esquina 43, no bairro do Candeal,

A forte procura indica que, apesar de crescente, a busca

em Salvador, fez vários cursos e tem colhido frutos. “Fiz cursos

por educação empreendedora ainda é inicial na capital baiana,

como o Empretec, o Sei Empreender, além de oficinas sobre for-

especialmente entre microempreendedores individuais. “Esse

mação de preços, atendimento ao cliente e marketing”, enumera.

é o curso em que todo mundo começa. Oferece noções iniciais”,

O resultado é que desde 2002, quando sua loja era um pequeno

diz Nílzon. Em 2013, o Sebrae abriu nove turmas do TGB na

armarinho de apenas oito metros quadrados, ela só faz crescer.

Bahia. No ano passado, foram 12. Ele destaca a importância de

“Saí do aluguel, comprei um novo espaço, abri uma loja maior,

cursos como esse para evitar o fechamento de empresas nos

mudei o nome de ‘Lojinha’ para ‘Esquina 43’ e diversifiquei o ne-

primeiros anos de vida. “Mais de 50% das empresas no Brasil e

gócio”, conta. Além de artigos de armarinho, ela passou a comer-

na Bahia fecham as portas nos dois anos iniciais. O TGB ajuda

cializar roupas. “Enquanto minha empresa cresce, vejo muitos

a combater esse fenômeno”, explicou. O curso custa R$ 120 e

colegas fecharem as portas das suas lojas porque não procuram

tem duração de 15 horas. Os outros dois cursos mais procura-

se qualificar”, conta. “Buscar conhecimento é essencial para um

dos são o Na Medida, sobre gestão financeira (R$ 200, com 20%

negócio dar certo, especialmente em um ano difícil como 2015”, W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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educação | empreendedorismo

Fiz cursos como o Empretec, o Sei Empreender, além de oficinas sobre formação de preços, atendimento ao cliente e marketing” Miralva de Souza Batista, proprietária da loja Esquina 43

cimento mínimo, obteve bons resultados e atribui uma importância maior à educação empreendedora”, afirma. “Quer menor conhecimento teórico e mais cursos práticos”, diz. A maioria das empresas que buscam os cursos do IEL é de natureza familiar, com até 60 empregados. São lideradas por homens entre 30 e 50 anos. “A principal mudança em relação aos últimos anos é o aumento da participação das mulheres e jovens. Há 15 anos, por exemplo, a maioria dos empresários tinha de 40 a 60 anos e elas participavam bem menos”, observa. Um aumento na demanda por cursos também é esperado em 2015. Entre 2012 e 2014, o IEL formou, em média, mil empresas por ano. Para 2015, a expectativa é que esse número chegue a 1,5 mil, um movimento gerado tanto pelo aumento da oferta como da demanda.

FOTO: João Alvarez

diz. Além do Sebrae, outras instituições, como a Endeavor Brasil, oferecem cursos de preços acessíveis. Com investimentos a partir de R$ 59, a maioria dos treinamentos é oferecida em plataforma online e tem curta duração. Perfil Apesar de o fenômeno ser recente, o microempreendedor baiano tem buscado cada vez mais conhecimento. “Ele tem percebido que se formalizar é bom e que também é necessário investir em capacitação. Com isso, a demanda por cursos tem crescido nos últimos anos”, afirmou Nilzon, do Sebrae, que projeta um aumento de 10% nos treinamentos oferecidos em 2015. De 2013 para 2014, esse aumento foi de 30%. O analista observa ainda uma tendência maior ao associativismo. “Os empresários têm percebido, por exemplo, que ao se unirem para comprar têm um maior poder de barganha, independentemente de concorrência”, completa. André, do IEL, também percebe uma mudança na visão dos fornecedores e prestadores de serviço às indústrias. “O empresário de 2014 já não é o mesmo de 20, 30 anos atrás. Ele já experimentou outras capacitações, traz um conhe60

R evista [ B + ]

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Onde encontrar cursos? Instituto Euvaldo Lódi (IEL Bahia)

Procure: uma das 12 unidades do IEL na Bahia Acesse: www.fieb.org.br/iel

Sebrae Bahia

Procure: o ponto de atendimento do Sebrae mais próximo Acesse: www.ba.sebrae.com.br Ligue: 0800-570-0800

Endeavor Brasil

Acesse: cursos.endeavor.org.br Acesse: educacaoempreendedora.org.br


obra: Frida e o Boi Bumbá  | Galeria Rogério Fernandes

sustentabilidade Orla sem quiosques 62 [C] Baía de Todos os Santos, sede da Amazônia Azul 66


sustentabilidade | nova orla

Verão novo, novela velha Temporada 2015 marca, negativamente, o quinto verão em que baianos e turistas ficam sem uma infraestrutura adequada nas praias de Salvador. Novos quiosques ainda não saíram do papel

R evista [ B + ]

maiores feridas de Salvador nos últimos anos, a falta de infraestrutura da orla atlântica dificilmente estará cicatrizada neste verão, embora a prefeitura houvesse anunciado em julho do ano passado que metade dos novos equipamentos ficaria pronta até dezembro e o restante no primeiro semestre de 2015. Com isso, baianos e turistas terão de se contentar novamente com as polêmicas estruturas temporárias disponibilizadas pelas cervejarias no início do ano passado – os kits

por Murilo Gitel

62

Considerada por muitos como uma das

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Improviso: baianos terão de se contentar com estruturas temporárias disponibilizadas por cervejarias

poderão funcionar como restaurantes, já que serão implantadas na calçada. Terão cozinha, estarão prontas para o preparo de alimentos”, explicou à época o então secretário de Desenvolvimento, Turismo e Cultura (Sedes), Guilherme Bellintani. Em janeiro, a reportagem da [B+] procurou as três empresas baianas que conquistaram a concessão de construção, exploração e manutenção dos quiosques a fim de obter informações sobre os prazos das obras, mas encontrou dificuldades. A Holz Engenharia Ltda. informou que não sabe precisar uma data para entrega dos quiosques e que as obras sequer começaram. Já a RPH Engenharia Ltda. e a Saneando Projetos de Engenharia e Consultoria Ltda. não retornaram nossas tentativas de contato. Também procuramos a Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop), que informou caberem a ela apenas o licenciamento, a fiscalização e o ordenamento em relação à utilização do espaço público. Já a assessoria de comunicação da Secretaria de Cultura e Turismo (Secult) nos orientou a procurar a Casa Civil, contudo não conseguimos contato por telefone nem resposta via e-mail. Impasse O presidente da Associação dos Comerciantes de Barracas de Praia da Orla Marítima de Salvador (ACBPOMS), Alan Rebelato, acredita

FOTO: Tereza Torres

que os novos quiosques estarão concluídos até março ou no meio do ano, “quando as reformas do Jardim de Alah/Armação, Piatã e

incluem tendas móveis, cadeiras e sombreiros, mas desagradam tanto aos barraqueiros

Itapuã estiverem finalizadas”. Rebelato afirma que tem pressionado a

como a boa parte dos frequentadores, inco-

Prefeitura na tentativa de conseguir uma

modados com as frequentes cobranças pelos

reunião com as empresas que construirão os

equipamentos.

quiosques. “Precisamos saber como vai ficar a

O projeto das novas barracas promete

situação dos trabalhadores. Já fui a todas as

120 quiosques de madeira e alvenaria ao

empreiteiras, mas elas são muito fechadas”,

longo de toda a orla atlântica (de Tubarão até

reclama. O presidente da associação espera

Stella Maris – e das ilhas), instalados sobre

que a promessa de que os quiosques serão

os calçadões, com os tamanhos de 30 m², 50

sublocados aos barraqueiros seja cumprida.

m² e 100 m², e dotados de ligação de água e

“Caso descumpram, iremos acionar a Justiça e

esgoto. “As barracas terão mesas e cadeiras e

embargar tudo”, ameaça.

linha do tempo

2009

Permissionários atuam com barracas de praia na faixa de areia na orla atlântica de Salvador. Alguns são irregulares

2010

A Justiça Federal ordena a derrubada das 352 barracas de praia. A ação tem início no dia 23 de agosto, em cumprimento à decisão do juiz da 13ª Vara Cível Federal, Carlos D’Ávila Teixeira

2013

Uma audiência de conciliação civil pública é promovida pelo juiz Carlos D’Ávila Teixeira. Na ocasião, a Prefeitura apresenta o projeto de reestruturação da orla

2014

Os kits padronizados pela Prefeitura são entregues aos barraqueiros por meio das cervejarias. Removíveis, os equipamentos contam com tenda móvel, mesas, cadeiras e sombreiros. Em julho, a Prefeitura divulga o projeto dos novos quiosques da orla (feitos de madeira e alvenaria), que serão construídos por três empresas e, posteriormente, sublocados. Metade deveria ser entregue até dezembro e o restante no primeiro semestre de 2015.

2015

Em janeiro, nos primeiros dias do verão baiano, a população segue sem os novos quiosques, utilizando ainda as estruturas provisórias. As obras de requalificação dos trechos Jardim de Alah/ Armação, Piatã e Itapuã estão em andamento W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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sustentabilidade | nova orla

No Rio de Janeiro, o consórcio Orla Rio

Projeto das novas barracas promete 120 quiosques ao longo da Orla Atlântica. Nas imagens, projetos de Piatã e Jardim dos Namorados

administra os 309 quiosques, que subloca os espaços. O valor do aluguel varia de R$ 300 a R$ 10 mil. Os pontos são alugados para pequenos comerciantes, como donos de bares e restaurantes. Desafio Em 2009, antes de começar o processo de demolição das barracas por ordem da Justiça Federal, havia 512 permissionários nas praias soteropolitanas. Uma determinação do Poder Judiciário, porém, limita em 200 o número de permissionários na faixa de areia. A titular da Semop, Rosemma Maluf, ressalta que o maior desafio é administrar os interesses conflitantes em relação à utilização do espaço público. “Desde a derrubada das barracas, há aproximadamente seis anos, as praias não tinham uma regulamentação da atividade informal na faixa de areia”, lembra a secretária, ao citar o imbróglio entre a última

imagem: Divulgação

gestão municipal, a Superintendência do Patrimônio da União (SPU) e a Justiça Federal. Situação Enquanto faltam definições sobre o projeto dos novos quiosques, baianos e turistas são obrigados a se contentar com as estruturas provisórias. A polêmica é sobre a cobrança pelos kits com sombreiro e cadeiras, feita por barraqueiros a quem frequenta o local, embora tais equipamentos tenham sido entregues

Ao todo, serão construídos 120 quiosques de madeira e alvenaria na orla marítima de Salvador, nos principais pontos turísticos e nas ilhas da cidade

gratuitamente pelas cervejarias. No dia 9 de janeiro, a medida foi alvo de

Os barraqueiros alegam que o valor pago pelas pessoas é única e exclu-

reclamação da vice-prefeita de Salvador,

sivamente para ajudar a manter os equipamentos. “Defendo uma cobrança

Célia Sacramento (PV), que publicou carta

simbólica, de R$ 5 a R$ 10, mas o que me dá raiva é que alguns abusam no valor,

aberta no Facebook criticando a cobrança. Ela

principalmente em praias como Piatã, Flamengo e Stella”, admite Alan Rebelato.

relatou ter pagado R$ 15 para usar sombreiro

A Semop informou que realiza as devidas apreensões quando identifica o uso de mesas e cadeiras fora do padrão pelos permissionários, mas que a ques-

e cadeiras. Cobrar pelo kit é proibido. Os barraqueiros já haviam solicitado a autorização para tal cobrança. No entanto, a Superintendência de

tão da cobrança diz respeito ao Código de Defesa do Consumidor e os frequentadores que se sentirem lesados devem fazer uma queixa ao Procon. A cobrança costuma dividir opiniões e estimula, muitas vezes, que o banhis-

Defesa do Consumidor (Procon) considerou a

ta traga seu próprio kit de casa. Foi o que fez o publicitário Ivan Dourado, 45

medida indevida e não permitiu, durante reu-

anos, que levou cooler com cerveja, cadeiras e sombreiro para curtir o sol na

nião com representantes da prefeitura e dos

Praia do Corsário. “Faço de tudo para não ter que gastar com nada aqui. Por isso

comerciantes de praia, em fevereiro de 2014.

trago tudo de casa”, explica.

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sustentabilidade | patrimônio

Baía de Todos-os-Santos, sede da Amazônia Azul

A

eduardo athayde Diretor da Associação Comercial da Bahia e do WWI (Wordwatch Institute no Brasil)

lgumas poucas palavras são

a Amazônia Azul. Posicionada no centro da costa brasileira e berço da civiliza-

reconhecidas nas línguas mais

ção nacional, a maior baía tropical do mundo foi declarada pela ACB, através da

faladas do mundo. Táxi, hotel,

Carta da BTS, assinada por empresários, acadêmicos e sociedade civil organiza-

hospital e Amazônia são algu-

da, como sede natural da Amazônia Azul.

mas delas. Ao redor do globo,

Com maior costa litorânea brasileira (1.183 km), porto natural da BTS e po-

livros escolares, de ficção, de história e científi-

tencial a ser explorado nos recursos do mar, a Bahia não tem a cadeia produtiva

cos revelam a importância da Amazônia para

da indústria naval desenvolvida. Oportunidades estão à vista. A Universidade

o equilíbrio do clima e da vida no planeta. Uma

da Petrobras, por exemplo, com interesses na área, pode organizar nas margens

floresta de 5,5 milhões de km², com a maior con-

da BTS o seu centro off-shore em parceria com o Campus Integrado de Manufa-

centração de biodiversidade do mundo. Esta é a

tura e Tecnologia – Cimatec, centro de excelência da Federação das Indústrias,

Amazônia Verde, classificada em primeiro lugar

criando o “Cimatec Mar”.

entre as sete Maravilhas da Natureza. Emoldurando a costa brasileira está a

Por outro lado, a poderosa indústria turística internacional, que gera US$ 6 trilhões de renda na economia mundial e mais 120 milhões de empregos diretos,

Amazônia Azul, um inteligente conceito criado

poderá ser atraída com outra força. Debutando internacionalmente como sede

pela Marinha do Brasil, chamando a atenção

da Amazônia Azul, a Bahia, com passaporte novo, usado para mostrar o mesmo

para o potencial estratégico desse desconhe-

potencial com outro olhar, será apresentada ao mundo e aos seus atentos inves-

cido e inexplorado patrimônio nacional. “Uma

tidores movidos a GPS, no Google Earth, com novas credenciais. O turismo da

outra Amazônia em pleno mar, assim chamada

Bahia – que precisa de sustentabilidade – tem esta joia muito pouco explorada.

pelos seus incomensuráveis recursos naturais

O que estamos esperando?

Amazônia Verde brasileira”. Com 4,5 milhões de km², a Amazônia Azul é um polígono formado pelos 8,5 mil km da costa brasileira, abrangendo 17 estados e mais de 400 municípios; e mais as 200 milhas marítimas (370 km) de largura do mar territorial, definidas internacionalmente pela Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos do Mar (CNUDM), ratificada por 156 países, como Zona Econômica Exclusiva (ZEE). Qual será o valor dos ativos da lâmina d’água, do solo oceânico e do subsolo (província mineral e as reservas do pré-sal), desse imenso território da Amazônia Azul? Fundada em 1811 e sediada às margens da Baía de Todos-os-Santos (BTS), a Associação Comercial da Bahia – ACB, ciente da influência que a BTS (70% do PIB da Bahia) exerce sobre a economia do Estado, articula com a Marinha do Brasil trazer para a BTS a inteligência dos debates nacionais e decisões sobre 66

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obra: Two Giraffes at Least / Rogério Fernandes

e grandes dimensões, uma área maior do que a


obra: A bela e o desejo | Galeria Rogério Fernandes

Apoio:

Apoio:

lifestyle Congelados gourmet 68 Mercado náutico 70 Dicas de turismo anti folião 74 Guia do litoral baiano 78 Moda praia 80 Marca: Picolé Capelinha 82

Decoração para fugir do verão 84 [C] Turismo de luxo na Bahia 86 [C] Defenda a Bahia 88 Autos&Motos+ 90 A bordo com a [B+] 94 Notas de TEC 96


Lifestyle | sabor

Apoio:

Congelados gourmet

Quem não leva muito jeito para a cozinha, quer praticidade e não abre mão de um cardápio requintado aprova a iniciativa por Pedro Hijo

fotos Rômulo Portela

De acordo com o recente estudo Consumer Watch Express Shopper, em média, 61% dos consumidores brasileiros optam por alimentos congelados. A conveniência e a praticidade são os elementos mais procurados por quem prefere ter à mesa um produto pronto para consumo. De olho nessa fatia de mercado, os sócios Laurent Rezette e Daniel Frota lançaram, há dois anos, a Babette, uma linha gourmet de congelados. A missão da empresa, segundo Daniel, é tirar o estigma de que comida congelada é algo ruim ou de baixa qualidade. Nada de lasanhas ou empanados de frango, a dupla aposta em alimentos requintados, “para que aqueles que não têm muito jeito no fogão também possam impressionar”, comenta o chef belga Laurent. “O prato vem 98% pronto, basta colocar os pacotinhos de plástico em uma panela com água fervente por alguns minutos e servir”, completa. A produção da Babette começou em uma cozinha caseira e, com o crescimento da demanda, ampliou para uma fábrica de 600 m2 em Lauro de Freitas, que conta com 16 funcionários. A marca já está em grandes redes, como Sam’s Club, Perini, Carrefour e, ainda em 2015, estará no Wallmart. “Só aí serão mais de 400 pontos de venda”, diz Daniel. A dupla procura um terreno em Simões Filho para ampliar a fábrica. No primeiro trimestre deste ano, a Babette vai lançar uma linha voltada para empresas e até o meio do ano uma linha de churrasco Daniel Frota (à esquerda) e Laurent Rezette: “queremos facilitar a vida das pessoas”

congelado, que se somarão às já existentes linhas de chocolate, molhos, patês e pratos. Para a [B+], Laurent e Daniel apostaram no filet au poivre, primeiro lançamento da marca.

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RECEITA Filet Au Poivre

Ingredientes • 4 medalhões de filé mignon de aproximadamente 180g cada • Conhaque • 2 colheres (sopa) de grãos de pimenta verde • 80 ml de vinho tinto • 30 g de farinha de trigo • 20 g manteiga • Sal a gosto

Modo de preparo Em uma frigideira, esquente partes iguais de manteiga e acrescente os filés. Quando estiverem grelhados e quase no ponto desejado, retire-os da frigideira. Acrescente o conhaque à frigideira ainda no fogo, derretendo as partes grudadas na panela, recuperando assim o sabor da carne grelhada, o famoso “déglaçage”. Adicione o vinho e deixe que o molho reduza um pouco. Corrija a textura com farinha e o sal, se necessário, e acrescente a pimenta verde por último. Pode servir com purê de mandioquinha!

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lifestyle | turismo náutico

navegar é mais do que preciso Entidades empresariais lideram campanha para inserir o nome da Baía de todos-os-santos entre as baías mais lindas do mundo, a fim de estimular o turismo e a prática de esportes náuticos

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do Brasil, a Baía de Todos-os-Santos (BTS) precisa explorar todo o seu potencial para o turismo náutico. A localização geográfica privilegiada – ela é rota natural das correntes marítimas –, e as condições climáticas favoráveis, que possibilitam uma navegação segura, são os pontos a favor. De acordo com o presidente da Câmara Portuguesa de Comércio da Bahia, Antonio Coradinho, a BTS é um dos melhores locais do mundo para a prática do iatismo (esportes com barcos à vela). “Mas, infelizmente, não temos um calendário de grandes eventos internacionais”, ressalta. Amante dessa prática esportiva e um defensor da BTS, Coradinho está liderando uma campanha para colocar a maior baía do Brasil na lista das Mais Lindas Baías do Mundo. Para isso, conta com uma aliada de peso, a prefeita da cidade de Setúbal (Portugal), Maria das Dores Meira, que deve assumir a presidência desse seleto clube em maio deste ano. Ele apresentou a BTS à prefeita no ano passado. Ela se comprometeu a levar a campanha à votação e por isso o presidente da Câmara Portuguesa busca apoio dos prefeitos das cidades que são banhadas pela baía. “Se o nome for aprovado, a BTS terá visibilidade global, um fator decisivo para estimular o turismo náutico e a realização de eventos esportivos”. A Câmara Portuguesa e a Associação Comercial da Bahia estão abraçando essa causa.

por Lorena Dias

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Maior baía tropical do Atlântico, segunda maior do mundo e a maior

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Baía de Todos-os-Santos possui 2.561 vagas para embarcações, número que é insuficiente para a expansão do turismo náutico na região

FOTO: BCayres

Coradinho defende ainda que o Estado ofereça estímulo

Estado em 2010. Número que é insuficiente para a expansão do

à iniciativa privada para o investimento em pesca oceânica.

turismo náutico na região. “Muita gente quer comprar barco e

“Além disso, é preciso divulgar melhor a BTS no mundo, junto

não tem onde colocá-lo”, ressalta a diretora da Bahia Marina.

às pessoas que praticam esportes à vela”. “Acompanho a agenda

Foi o que aconteceu com o engenheiro Sandoval Matos.

de eventos náuticos na Bahia e afirmo que se promove pouco.

Quando se deparou com a dificuldade de encontrar um local para

Temos potencial para melhorar muito esse calendário”, diz.

guardar o veleiro que desejava adquirir, ele resolveu comprar uma marina, em vez da embarcação. Assim, em 2005, surgiu o Píer

Serviços

Salvador, localizado no bairro da Ribeira. “No início, o que me sus-

O verão é a estação mais esperada por empreendedores que

tentava eram as pessoas que davam volta ao mundo de barco. O

vendem produtos ou prestam serviços voltados para o turismo

brasileiro quase não faz turismo náutico”, lembra Sandoval, que já

náutico. “O proprietário de lancha costuma usar mais o equi-

recebeu cerca de 270 veleiros estrangeiros de 24 países diferentes.

pamento nesta época. Ele circula mais pela marina e demanda

Com baixas expectativas para este verão, o proprietário do

serviços de manutenção”, afirma a diretora da Bahia Marina,

Píer Salvador está com ocupação abaixo da sua capacidade,

Leilane Loureiro. Segundo ela, neste período há um aumento de

cerca de 35% das vagas estão desocupadas. Hoje, ele lamenta

solicitação de vagas temporárias por navegações de fora, assim

oferecer apenas vagas molhadas para seus clientes. “Quem

como um fluxo mais intenso de turistas estrangeiros.

tem vaga seca está bem, por causa das lanchas, que só podem

A principal fonte de renda do segmento é o aluguel de vagas para embarcações. A Baía de Todos-os-Santos, que é composta por 13 municípios, possui um total de 2.561 vagas (secas

ser guardadas em local seco. Outros que começaram depois de mim, por terem área seca, estão faturando bem mais”, relata. A Marina Porto Bonfim, por exemplo, que trabalha apenas

e molhadas), distribuídas em 11 marinas e clubes privados, de

com vagas secas, já estava com todas as vagas preenchidas

acordo com levantamento feito pela Secretaria de Turismo do

antes mesmo de o verão começar. “A procura aqui é muito W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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lifestyle | turismo náutico

FOTO: Luciano Oliveira

Sandoval Matos comprou uma marina, em vez do veleiro

grande e 90% dos clientes são locais”, informou a gerente comercial Flora Franco. Com clientes fixos que pagam aluguel mensal, o estabelecimento ainda oferece outros serviços, como manutenção das embarcações, segurança 24h e embarcações de apoio. Venda de produtos Para intensificar o movimento neste período, as marinas também investem na prestação de outros serviços, como a venda de produtos. É o caso da Bahia Marina. “A novidade deste verão é a Villa CR, projeto em formato pop up store, que reúne os segmentos beauty, bolsas, acessórios, décor, gastronomia, joias e moda”, explica a diretora Leilane Loureiro. Já o Píer Salvador, na Ribeira, passou a investir no seu Brechó Náutico, que já existe há sete anos e possui mais de cinco mil itens. “Com preços em conta, tudo se vende. E atualmente o brechó já movimenta mais dinheiro do que a própria loja do píer”, conta o proprie-

FOTO: Divulgação

tário Sandoval Matos. Bons negócios para as escolas de mergulho O verão movimenta as escolas de mergulho da capital baiana, por causa do clima e do aumento no fluxo de turistas. “Salvador e a Baía de Todos-os-Santos têm condição privilegiada para essa atividade, porque o mar possui boa visibilidade, água quente, vários naufrágios e ótimos pontos de mergulho”, explica o instrutor da Bahia Scuba, Márcio Brito. A opção mais procurada é o “batismo”, primeira experiência de mergulho recreativo acompanhada de um instrutor. Durante a atividade é possível admirar a diversificada vida marinha, além de conhecer naufrágios, como o do navio norueguês Blackadder, localizado na praia da Boa Viagem. “O mais legal é que você tem uma perspectiva diferente, de observar tudo que tem ao seu redor. E ao voltar para a superfície, você se sente renovado”, destaca Jorge Galvão, instrutor da escola Águas Abertas. Mas falta apoio com relação à divulgação desse potencial náutico, segundo o gerente de uma das escolas de mergulho mais antigas da capital baiana, a Dive Bahia. “Nós temos um dos maiores pontos de mergulho do Brasil e o próprio baiano não conhece as riquezas que a gente tem aqui”, afirma Mateus Harfush, ressaltando que também é preciso melhorar a estrutura e acessibilidade para que os turistas possam aproveitar as atividades com maior conforto. 72

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032 C PANTONE RED

tN A

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FOTO: Divulgação

lifestyle | sossego

Fuja   da

folia

Enquanto Salvador espera 600 mil turistas para o Carnaval, a aversão à festa movimenta o turismo em todos os destinos da Bahia em que a ordem é relaxar. Saiba quais são as opções, se você quer sair da capital e ficar bem longe dos trios elétricos. por Rafael Mello

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FOTO: em sentido horário - Jota Freitas, Felipe Reis, Tatiana Azeviche, João Ramos

Lençóis Se você procura total isolamento e tranquilidade ou busca trilhas em belíssi-

– com vista para jardim interno, cama box,

mas localidades, Lençóis é a melhor opção. Com rotas famosas, como o Vale do

ar-condicionado e TV por assinatura – sai

Paty, Cachoeira da Fumaça, Cachoeirão, Funis, Morro do Castelo ou Pai Inácio,

por R$ 2.442, valor 57% mais caro que a tarifa

a região ainda oferece programas para quem prefere a prática de esportes radi-

convencional de alta estação. “Tem turista

cais, que vão desde arvorismo, bungee jumping, rapel, tirolesa, cavalgada,

de fora, mas a maioria vem de Salvador, são

a voo livre e canoagem.

pessoas que estão fugindo da folia. Casais

O Hotel Canto das Águas fica em Lençóis, na Chapada Diamantina, um

maduros ou com filhos, com idade entre 30 e

dos cinco destinos mais procurados da Bahia. Devido à grande procura no

60 anos”, destaca o gerente do hotel, Ney Pau-

período do Carnaval, toda a rede hoteleira só reserva quartos para hóspedes

lo Pereira. Segundo ele, ao menos metade da

que se interessarem por pacotes de quatro diárias. Os preços também são

ocupação é de antigos clientes que retornam

diferentes. No Canto das Águas, o pacote para um casal na suíte mais simples

todos os anos. W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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FOTO: em sentido horário - Tayse Argôlo,Nany Mata, Divulgação, Divulgação Porto Seguro

lifestyle | sossego

Porto Seguro Em Porto Seguro, os donos de grandes resorts tentam combinar tranquilidade com agito. De frente para o mar, dentro das áreas privativas, o turista tem complexos com piscina, sauna, academia, espaços esportivos e opções de lazer para crianças. Caso queiram dar um pulinho na vila, encontrarão ruas com trios elétricos, outras com as tradicionais marchinhas e charangas, que animam quem gosta de um Carnaval mais tranquilo. O diretor-geral do La Torre Resort, Luigi Rotunno, destaca que o forte da terra do descobrimento durante o reinado de Momo é a variedade. “Há opções para todos os gostos, desde o pop e rock em Arraial, MPB em Trancoso, trio elétrico na Passarela do Descobrimento, charangas nos bairros centrais e bandas diversas nos hotéis e casas de shows”, elenca. O setor hoteleiro de Porto Seguro fatura alto com o Carnaval, porque lá o período de festas se prolonga até o domingo da semana seguinte. É que, na cidade, na Quarta-feira de Cinzas começa uma espécie de micareta, em que participam as principais atrações do Carnaval de Salvador. “Muitos fazem opção por duas semanas interligadas de festa no lugar em que nasceu o Brasil, outros vão embora, e chegam turistas que curtiram Salvador e em seguida vêm a Porto Seguro”, explica o gestor. Não à toa, as reservas para o Carnaval no resort esgotaram antes de esgotarem as do Réveillon, mesmo com valor cerca de 20% superior. Na suíte mais simples, a diária no período é de R$ 1 mil, com serviço all inclusive. Com 900 leitos, o hotel chega a faturar R$ 3,6 milhões no mês de Carnaval. 76

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FOTO: em sentido horário - BCayres, BCayres,Jota Freitas, Randolfo Calenda

Litoral Norte O Litoral Norte baiano é o destino que recebe maior fluxo de turistas na Bahia

vem muita família, mas recebemos vários

durante o período carnavalesco – depois de Salvador – de acordo com a Secreta-

casais”, disse. Para esse público, em Praia do

ria Estadual de Turismo. Dos grandes resorts às pousadas, quem não reservou

Forte e Imbassaí a programação carnavalesca é

com ao menos um mês de antecedência tem de contar com alguma desistência

de pequenos blocos de percussão e metais, que

para poder se hospedar.

passeiam pela vila.

A Pousada Refúgio da Vila, que em 2014 recebeu o troféu Travel Choice do

O empresário José Alves, proprietário das

Trip Advisor, conta com a popularidade digital para esgotar as reservas do

agências Salvatur e Bahia Travel e presidente

período três meses antes. Os preços são 15% mais caros que a tarifa de alta

da Associação Baiana das Agências de Via-

estação. As quatro diárias para o quarto duplo mais simples somam R$ 3 mil,

gem (Abav), salienta que o turismo de baixo

com direito a academia, sala de massagem e piscina.

deslocamento, em que as pessoas vão de carro

“Nossos 30 apartamentos estão todos ocupados para o feriadão desde

e gastam poucas horas para chegar ao desti-

novembro. Por estarmos próximos de Salvador, Praia do Forte recebe tanto os

no, deve ganhar território neste verão, devido

turistas que desejam apenas tranquilidade, como aqueles que vêm passar o

à alta do dólar e à crise econômica. “Em vez de

Carnaval em Salvador, mas preferem ir e voltar, se hospedando aqui”, afirmou

viagens a Miami ou a Buenos Aires, pessoas

a gerente da pousada, Isabela Lamenha.

que todos os anos viajam para o exterior

Ela reconhece, todavia, que a maioria dos hóspedes é formada por clientes

estão preferindo ficar por aqui, ir ao Litoral

que voltam todo ano, soteropolitanos que saem da capital para descansar. “Então

Norte, por exemplo”, destaca o empresário. W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. BR

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Lifestyle | roteiro

ALÉM DO HORIZONTE, EXISTE UM LUGAR...

FOTO: João Ramos / Bahiatursa

Praia de Moreré Boipeba Bem ao lado do estuário do Rio do Inferno está o verdadeiro paraíso. A Ilha de Boipeba, inserida no arquipélago de

Está de férias e quer fugir dos points do litoral da Bahia? Selecionamos cinco praias que ainda têm muito a revelar para turistas e baianos

Tinharé, reserva um cenário paradisíaco: a Praia de Moreré.

por Andréa Castro

dade impera por lá. Na praia, há restaurantes simples, mas

Com infraestrutura turística básica e rústica, os principais atrativos são as piscinas naturais, barreira de corais e os bancos de areia. Para quem gosta de sossego, a tranquilique agradam aos mais requintados paladares. Como chegar: parta por Valença, Torrinha, Graciosa, Cairu ou Morro de São Paulo. De Valença, a viagem de lancha

repetidos, dos preços altíssimos e da multidão, fique tranquilo.

dura cerca de 1h20. Em Boipeba, ainda é necessário pegar

Felizmente, do norte ao sul do estado da Bahia, diversos mu-

um trator até Moreré.

nicípios ainda guardam boas opções de praias para visitar, re-

Quanto pagar: a hospedagem em campings sai por até

laxar, se divertir e até pensar em investir em um bom negócio.

15 reais a diária. Para quem não abre mão de conforto, há

O turismo eminente pode oferecer grandes vantagens.

pousadas com preços que variam de 120 a 900 reais.

FOTO: Gabriel Carvalgo / SeturBA

Se você que ir para a praia, mas está cansado dos roteiros

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Cumuruxatiba Prado

Praia do Satu Caraíva

Cumuruxatiba reúne algumas das mais

Para quem deseja curtir um cenário paradisíaco sem se entregar ao ócio, dar

encantadoras praias do sul do estado. A

uma boa esticada nas canelas na Praia do Satu pode ser uma boa opção. Próxi-

cultura local tem o seu auge no Cumuruxatiba

ma a bem frequentada Praia do Espelho, a praia é habitada apenas pelo ilustre

Festival, um evento que revela o talento dos

cidadão que dá nome ao local, seu Satu. Além de tranquilidade e uma paisagem

moradores locais. Visitando Cumuru entre os

de encher os olhos, o visitante pode contar com uma água de coco gelada, após

meses de julho e novembro, ainda é possível

uma longa caminhada, e muitas histórias interessantes contadas por seu Satu.

ter uma maravilhosa vista das acrobacias

Uma boa opção também é se banhar nas lagoas de água doce. Os visitantes

executadas pelas baleias jubartes.

ficam hospedados em Caraíva, que conta com boa estrutura hoteleira.

Como chegar: a partir de Prado, existem duas

Como chegar: o visitante deve atravessar a barra do rio Caraíva a pé ou nadan-

formas de se chegar. A estrada principal é

do na maré baixa e caminhar cerca de 3 km na direção norte.

a opção mais longa: 9 km de asfalto e 31 km

Quanto pagar: as diárias em Caraíva variam na alta temporada entre 150 e

de chão, normalmente bem conservada. A

350 reais.

segunda alternativa é mais curta (32 km), no entanto, por ser um percurso de terra, o

Praia de Subaúma Entre Rios

acesso fica complicado em épocas chuvosas.

A Praia de Subaúma se encontra com o Rio Subaúma em uma grande bacia,

De avião, pode desembarcar em Porto Seguro,

que se torna mais um atrativo local. Quando a maré está baixa, os arrecifes

Cumuruxatiba fica a 242 km.

formam piscinas naturais excelentes para quem quer relaxar. Para quem gosta

Quanto pagar: na alta estação, com 130 a 300

de movimento, a praia também é bastante propícia para a prática de esportes

reais, o casal pode se hospedar em uma das

náuticos, como caiaque e windsurfe. Uma boa opção é caminhar até o farol ou

mais de 50 pousadas ou no único hotel da

visitar o mirante do cruzeiro, que oferece uma vista panorâmica da região. Com

localidade.

boa infraestrutura, há vários restaurantes e barracas de praia e abriga uma das sedes do projeto Tamar.

Taipu de Fora Maraú

Como chegar: a praia fica a 120 km do aeroporto de Salvador. A via de acesso entre a Linha Verde e a vila é asfaltada e mede 7,5 km até a Praça Senhor do Bonfim.

O mar da Baía de Camamu, trechos de mata

Quanto pagar: o valor da hospedagem pode variar de 80 a mais de 500 reais, a

atlântica, trilhas, lagoas e cachoeiras fazem de

depender da pousada ou hotel.

Taipu ou Taipus de Fora, como também é conFOTO: Solange Rossini

hecido, um destino imperdível. São 7 km de extensão de praia banhados por águas claras, com imensas piscinas naturais. Uma ótima pedida é fazer um mergulho para apreciar os peixes que habitam as suas águas cristalinas. Ainda pouco explorada pelos baianos, já é desfrutada na alta temporada por turistas de outros estados. Durante a maior parte do ano, a localidade é tranquila. Como chegar: saindo de Salvador, uma opção é pegar o ferryboat, seguir de carro ou ônibus em direção a Nazaré das Farinhas e ir até Camamu. De lá, pegar uma lancha até Barra Grande e um táxi ou jardineira ao destino final. Quanto pagar: na alta estação, o casal pode pagar uma diária de 250 a 700 reais em hospedagem.

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lifestyle | Moda

Se biquíni tivesse bolso, ele estaria cheio Inovação e investimento em alta qualidade são os segredos do bom faturamento das empresas de moda praia durante o verão por Rafael Mello

Biquínis, sungas, saídas de praia, bonés, bermudas sintéticas,

Segundo uma das sócias,

de franquias, a perspectiva

camisetas. Itens indispensáveis no guarda-roupa de quem

Sofia Azevedo Virtebo, com

é que neste ano as vendas

mora no litoral ou vai passar as férias na praia. Neste filão

a demanda de lojas que

aumentem 10%.

da indústria da moda, em que a marca estampada na peça

vendem multimarcas em

Na atual coleção, assina-

vale menos e a qualidade e originalidade são o diferencial, as

outros estados e no exte-

da pela estilista Carol Galo,

pequenas e médias empresas baianas mostram que é possível

rior, a fábrica produz o ano

15 estampas são utilizadas

disputar com as grandes.

todo. “Lançamos as coleções

em seis a nove modelos de

primavera-verão a partir de

biquínis e maiôs, além de

Costa Leste. Está presente em três shoppings de Salvador

julho e outono-inverno a

roupas, saídas e acessórios.

e possui lojas na Estrada do Coco, Praia do Forte e Aracaju.

partir de abril, mas algumas

“Desde o início prezamos

Completando 20 anos de fundação em 2015, a empresa reúne

são feitas nos períodos de

muito pela qualidade de

entre seus sócios irmão e cunhados, que receberam em 2001

transição das estações, os

nossas peças, que têm de

do casal Maria e Joel Viterbo a atribuição de tocar o negócio.

chamados previews”, disse. O

ter requinte no desenho e

A mudança na gestão deu certo, e no ano seguinte a fábrica

faturamento da Costa Leste,

perfeição na produção e

da Costa Leste foi inaugurada em Salvador, com uma área de

em 2014, foi de R$ 5 milhões.

material usado, para confor-

400 m². Hoje, 90 funcionários são responsáveis pela confec-

Com novos negócios à vista

to de quem usa”, ressalta a

ção de 50 mil peças anuais e venda nas lojas.

para exportação e abertura

empresária.

FOTO: Divulgação

A maior marca genuinamente baiana de moda praia é a

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Criada há dois anos, a Madame de Laço vive o outro lado da indústria da moda praia baiana. Inaugurada em 2013, a marca começa a demonstrar potencial de crescimento. Mesmo com as

“Nossas saídas de praia são diferenciadas, peças que possuem um conceito específico, usadas tanto como saídas quanto como roupa, para um pós-praia ou um passeio de verão” Letícia Leony, proprietária da loja Madame de Laço

mente pela internet, faturou no ano passado R$ 340 mil e espera, com a coleção deste verão, um lucro líquido de R$

FOTO: Rômulo Portela

vendas quase que exclusiva-

180 mil. A proprietária da marca, a empresária Letícia Leony, tem apenas 26 anos. Ela é a própria estilista que cria as peças. Formada em arquitetura e em design de interiores, trabalhou nas duas áreas. Mas foi com a marca de moda praia que ela conseguiu a realização profissional. Uniu um antigo dom de desenhar as próprias roupas, exercitado desde os 13 anos, com um bom negócio. “A moda era um sonho e a arquitetura era a realidade do meu dia a dia”, disse.

Letícia Leony comemora o sucesso da Madame de Laço: só em 2014, a empresa faturou R$ 340 mil com vendas exclusivas pela internet

Ela conta que, no início, a ideia de uma amiga sua era

A principal fonte de receita, todavia,

na praia, tenha um volume reduzido, pois as

criar um site para vender

ainda é a venda virtual, através do site e das

peças que usar à noite poderá usar também

biquínis para amigas e

redes sociais. “É a mais importante fonte

no outro dia, na praia”, revela Letícia.

conhecidas, com a ajuda das

de comunicação com nossos clientes, onde

redes sociais. Após um ano

divulgamos nossos produtos, no Instagram,

forçou mudanças na produção. Se antes o

de funcionamento, Letícia

onde mais de três mil seguidores acompa-

biquíni de lacinho, que dá nome à marca, era

viu potencial no negócio e

nham diariamente as novidades, vão para o

o principal produto, agora a produção anual

decidiu comprá-lo. Abriu

site e compram”, destacou.

de saídas de praia chega a 3,6 mil peças; o

uma loja física, que só atende

O grande salto da empresária para fazer

A estratégia teve reflexo nas vendas e

dobro da produção de biquínis, que é de 1,8

com agendamento, está em

a marca crescer foi a ampliação na variedade

mil. “Outra novidade que deu certo foi a

negociação para vender em

de produtos. “Nossas saídas de praia são di-

linha fitness, com saída o ano todo, e hoje

lojas de shopping e nego-

ferenciadas, peças que possuem um conceito

responde por 2,1 mil peças ao ano”, completa

cia com exportadores para

específico, usadas tanto como saídas quanto

a empresária. Para dar conta do serviço, dois

mandar parte da produção

como roupa, para um pós-praia ou um pas-

funcionários cuidam da operação comercial

também à Itália, o berço da

seio de verão. A ideia é que minha cliente, ao

e 16 trabalham na confecção, que fica em

moda, ainda neste ano.

fazer a mala para passar o final de semana

Lauro de Freitas. W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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Lifestyle | marca

A Bahia num palito Presente tanto nas areias das praias quanto em eventos corporativos, o Picolé Capelinha agora enfrenta o desafio de se modernizar sem perder a tradição por Luis fernando Lisboa fotos Rômulo Portela

Os mais de 40 anos de trajetória da marca Picolé Capelinha no mercado baiano

Hoje chamada de Sorveteria Capelinha,

fizeram a fama dos produtos ultrapassar as fronteiras geográficas. Quem com-

a empresa marca presença em eventos da

prova isso é Rosilene Andrade, gerente administrativa da empresa e filha do

cidade, a exemplo de casamentos e batizados,

criador dos picolés, o baiano Antônio Mota. Ela conta que diariamente chegam

oferecendo picolés personalizados e entrega

pedidos para abertura de franquias em outras cidades. “Ainda não temos inten-

delivery. Até bares já produzem drinques com

ção de trabalhar com outros pontos, porque nosso trabalho é muito artesanal.

os mais famosos sabores, morango e coco.

Mas temos fiéis revendedores autorizados”.

Desde que se juntou ao time do pai, a turismóloga Rosilene quis modernizar a logística,

A Sorveteria Capelinha marca presença em eventos da cidade como casamentos e batizados, oferecendo picolés personalizados, entrega delivery e até bares já produzem drinks com os seus mais famosos sabores como morango e coco

estimulando a criação de uma marca, atuando em redes sociais, como Instagram e Facebook, além de implantar as embalagens e palitos personalizados. “O Picolé Capelinha está no mercado há muito tempo. Toda mudança gera uma desconfiança inicial, mas é uma barreira que você tem que romper”, explica. Para Antônio, o segredo do sucesso é exatamente a manufatura. “O nosso picolé é 100% fruta, um pouco de água e açúcar. Não tem aditivos, conservantes ou emulsificantes”. Ele explica que a estrutura não foi ampliada, mas existem profissionais que manuseiam a receita de sucesso há mais de 20 anos. A empresa possui estrutura familiar e opta por não divulgar números de produção diária ou dados de faturamento. “Temos mais de 20 sabores no nosso cardápio. Nossa preocupação é manter o produto bem-feito. É isso que importa”, sentencia.

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Lifestyle | decoração

Há seis anos, Daniela reformou o apartamento e o deixou com a cara dela: “gosto de estar em ambientes acolhedores”

Deixa o Verão pra mais tarde

A designer Daniela Lopes juntou tudo que mais gosta dentro de seu apartamento para aproveitar o conforto, chamar os amigos e evitar os agitos das ruas quentes da capital baiana por Pedro Hijo fotos luciano oliveira

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Há quem ame o verão e goste de sentir o calor do asfalto das ruas durante esta época do ano. Quem entra no apartamento da designer baiana Daniela Lopes percebe que ela não faz bem este perfil. O clima refrescante dos aparelhos de ar-condicionado e o conforto dos sofás convidam para que a gente repouse e por ali permaneça por algumas horas batendo papo. Ao reformar o apartamento de 130 metros quadrados, localizado no bairro do Candeal, em Salvador, Daniela tinha uma ideia em mente: criar um espaço em que ela pudesse imprimir sua personalidade, agradar ao marido e filhas e ainda ser acolhedor para seus amigos. A champanheira ao lado da poltrona não engana: Daniela ama a companhia das pessoas por ali mesmo, em um ambiente em que ela possa se reconhecer. Esse reconhecimento passa pelo ato de colecionar objetos e dispô-los da forma mais organizada. “Meu marido brinca que não há mais espaço para eu juntar coisas, mas sempre existe”, comenta rindo. Na decoração, Daniela faz questão de mostrar o anjo que ganhou de uma amiga, o elefante que comprou na África e o ovo, peça-chave do centro de mesa, que ganhou de presente de um cliente. Tudo ali, ao alcance da mão, milimetricamente posicionado.


Ovo O objeto destaca-se por ter as mesmas cores predominantes no ambiente Champanheira “É o objeto que eu mais uso, chamo meus amigos e fazemos nossos encontros”, diz Daniela Escravos Os porta-livros são o ponto alto da mesa decorativa proteção O anjo decorativo foi dado de presente por uma amiga

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Lifestyle | turismo de luxo

Rota alternativa Fuja da folia do começo de ano em três destinos que ficam longe da agitação

glenda zaine CEO da JustStyleMag

Praia do Forte Um lugar cheio de bossa, praias com deliciosas piscinas naturais e uma vibração incrível. Uma vila charmosa com lojinhas descoladas, cafés charmosos, Praia do Forte é um destino que se faz necessário repetir, seja para passar um fim de semana ou para fugir do Carnaval. Praia, sol, belezas naturais e um vaivém de um público bonito e animado fazem de Praia do Forte um destino notável. Uma oração na Capela de São Francisco de Assis, um dos mais famosos cartões-postais da Praia do Forte, em frente à praia onde se encontram alguns barcos de pesca ancorados, que oferecem um espetáculo à parte em meio a uma puxada de rede. Onde ficar: Pousada Refúgio da Vila, charmosa, elegante e cheia de estilo, oferece instalações confortáveis, além de uma inesquecí-

FOTO: Jota Freitas

Vale do Capão

vel gastronomia que agrada aos mais exigentes comensais.

Para aqueles que estão em busca de paz, tranquilidade, um lugar incrível e inesquecível, o Vale do Capão, localizado no município de Palmeiras, é uma ótima opção. Com sua beleza deslumbrante, o Capão é um destino memorável para aqueles que são amantes da natureza. Trilhas, cachoeiras, rios e ainda uma área de preservação da mata atlântica. Um verdadeiro paraíso ecológico! Onde ficar: a Pousada Lagoa das Cores, considerada a melhor por montanhas, exibe charme e bom gosto com uma estrutura de SPA. Um verdadeiro oásis de paz e tranquilidade com uma incrível vista privilegiada de todo o vale. Além de todo o conforto inserido no cenário deslumbrante, a pousada oferece uma gastronomia maravilhosa.

Trancoso Descoberto pelos hippies nos anos 70, atrai pessoas de todas as partes do mundo e mais um seleto público do Sudeste. O quadrado é o grande cartão-postal do lugar com seu lindo casario colorido ao redor da Praça São João. Considerado um dos mais valiosos sítios históricos do sul da Bahia, Trancoso possui muitos restaurantes espalhados pelo quadrado, que servem uma excelente gastronomia. Onde ficar: o Uxua Casa Hotel & Spa, localizado no quadrado, é o único brasileiro a entrar na seleta lista de ouro da Conde Nast Traveler dos hotéis favoritos em todo o mundo. Com apenas nove quartos espalhados por diferentes casas nativas ao redor do quadrado – faz da rusticidade, alto estilo. As casinhas de telha vã e pisos de cimento e madeira, suas camas com finos lençóis de linho e seus simples e

FOTO: Divulgação

elegantes móveis e arte locais. O bar da praia, instalado em um barco de pescador, também é um destino imperdível na bela Trancoso.

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FOTOs: Lu Arembepe

pousada da Chapada Diamantina, é um lugar mágico, cercado


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Lifestyle | cidadania

Por que você deixou de defender a Bahia?

iuri barreto Criador da página Guia de Sobrevivência do Soteropobretano, que acumula mais de 50 mil fãs no Facebook

E

m minha última viagem ao Recife fiz amizade com um taxista local e para todo canto que ele me levava e para cada ponto turístico que me apresentava a explicação

sempre começava da mesma maneira: aqui é o maior isso, ali é o maior aquilo, aquela é a primeira do Brasil, aquele é o maior alguma coisa do Norte-Nordeste e Pernambuco é o melhor lugar do mundo. Apaixonado que sou por Recife e seus habitantes, divirto-me com a chamada “megalomania pernambucana”, aquele sentimento único de amor à própria terra, que se traduz no obra: Frida e as Girafas/ Rogério Fernandes

dia a dia através de diálogos como os que eu tive com o taxista. Sua arte, cultura, história, paisagens e tudo que remeta à identidade per-

quilidade, um dia a Bahia já foi divulgada como um paraíso. O lugar onde ninguém

nambucana são apropriadas e alardeadas pelos

nasce, estreia, como diria Nizan Guanaes. De uns tempos para cá, por outro lado,

seus moradores, e esses, por sua vez, ainda que

esses e outros epítetos vêm perdendo o sentido, em especial quando confrontados

não intencionalmente, acabam funcionando

com a dura realidade, que insiste em se opor às virtudes do nosso estado.

como os melhores assessores de marketing que Pernambuco poderia ter. Todo esse bairrismo geralmente é visto

Para um que diz que temos o melhor Carnaval há outros dez que afirmam ser o mais violento. Para cada dez que falam das praias mais lindas existem outros cinquenta que lembram a orla urbana mais feia. Essa queda de braço entre

sob um aspecto negativo. Exagero, complexo

otimistas e pessimistas e a contraposição dos diferentes discursos podem ser

enrustido de inferioridade, falta de senso

analisadas através da nossa capacidade de ver o copo meio cheio ou meio vazio.

crítico e visão limitada de mundo são algumas

E o grande dilema no qual nos encontramos, nesse caso, reside na ideia de que,

considerações que costumam ser injustamen-

em tese, não haveria mais espaço para se orgulhar e defender uma Bahia que

te apontadas aos bairristas. Mas, pergunto:

teria deixado de existir e se tornado indefensável.

desde quando orgulhar-se do lugar ao qual você pertence não é algo admirável?

Então, por que não buscar um ponto de equilíbrio? Criticar sim, cobrar sempre, permanecer inertes jamais. Todavia, que isso também não nos impeça

Um dia, nós, baianos, também já fomos

de aprender com nossos vizinhos pernambucanos a vestir a camisa e impulsio-

assim. Talvez por conta de uma boa propagan-

nar uns aos outros para descobrirmos as soluções. Ser bairrista não é fechar os

da quase institucionalizada da tal “baianidade

olhos para eventuais defeitos e observar apenas as virtudes. Ser bairrista pode

nagô” – reproduzida na mídia governamental,

ajudar a desenvolver o nosso autoconhecimento, a sensação de pertencimento,

na literatura, na música, no teatro e em várias

a nossa identidade e a conscientização com o futuro do nosso lugar. Ser bairris-

outras linguagens – ou talvez porque viver aqui

ta também é amar, e vamos combinar uma coisa: ter amor pela Bahia não é nem

realmente já foi sinônimo de paz, alegria e tran-

um pouco difícil.

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lifestyle | auto&motos

Detroit, a meca das grandes picapes

Roberto Nunes Jornalista especializado na indústria automotiva desde 2002

Sumidas dos holofotes por

Ford F-150 Raptor

conta da crise econômica de

A Raptor é a evolução da F-150, picape de grande volume de vendas nos Estados Unidos.

2009 nos Estados Unidos, as

Tem a opção do novo motor 3.5 EcoBoost, de segunda geração, com 417 cavalos de potên-

grandes picapes voltaram

cia e torque de 60 kgfm, mais potente e eficiente que o V8 6.2 anterior. O propulsor está

à tona e foram destaque

associado ao câmbio de 10 velocidades. Além disso, o modelo possui um sistema de tração

nos estandes das principais

sob demanda, com a 4x4 integral, nova calibração no motor, do controle de tração, freio

fabricantes do Salão de

ABS e do controle de estabilidade. São seis modos predefinidos: Normal, para condução

Detroit 2015. Com o preço do

diária; “Street”, para direção na cidade; “Wheater”, para rodar na chuva, neve ou gelo;

barril do petróleo em baixa

“Mud and sand”, para trilhas de lama e areia; “Baja”, para rodagem no deserto em alta

e a melhoria das condições

velocidade; e “Rock”, para andar em baixa velocidade nas pedras.

financeiras, as picaponas, conhecidas como truck fullsize, estão mais uma vez em alta nos EUA. Nada de carros compactos e motores com potências reduzidas. Este ano, as estrelas de Detroit foram as repaginadas Ford F-150, em sua versão Raptor, RAM 1500 Rebel e a Chevrolet Colorado, eleita a Truck of The Year, a premiação mais conceituada do mercado americano. Mas as japonesas Nissan e Toyota também apresentaram as novas Titan XD e Tacoma, respectivamente. Entre as qualidades estão o tamanho de mais de cinco metros de comprimento, tração integral e motorzão V8, com potência superior a 300 cavalos.

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FOTO: Divulgação

Depois da crise de 2009 nos Estados Unidos, os modelos full-size estão de volta com as novas Ford F-150 Raptor e a Toyota Tacoma


Toyota Tacoma

Dodge RAM 1500 Rebel

Irmã maior da nossa Hilux, a picape Tacoma entra

A Chrysler, hoje controlada pela italiana Fiat, tem a marca

no universo dos modelos com generoso espaço na

RAM. Nos Estados Unidos, a picapona RAM 1500 tem lá seus

caçamba, dimensões avantajadas e motorização

fiéis seguidores. No salão, a fabricante revelou a nova versão

potente. A Toyota reservou espaço para expor seus

Rebel, modelo com visual mais agressivo e uma enorme logo

modelos 4x4 no estande. A nova Tacoma traz um

na grade. Seu visual frontal é valorizado pelos faróis escureci-

motor 2.7, de quatro cilindros. A opção do pro-

dos e tomadas de ar no capô, que ajudam a refrigerar o propul-

pulsor maior 3.5 V6, de tecnologia D-45. A Toyota

sor V6 3.6 Pentastar, de 306 cavalos e 37,1 kgfm de torque; e o V8

Tacoma destaca-se também pela conectividade

5.7 Hemi, de 395 cavalos e 56,6 kgfm. Ambos são administrados

com um carregador de celular sem fio. No visual, a

por um câmbio automático de oito velocidades. As vendas nos

grade proeminente é ladeada por novos faróis com

Estados Unidos começam no meio deste ano. A nova picapona

luz diurna em LED (opcional). Sob o capô, ela traz

possui faróis em LED e um snorkel superior com duas saídas.

dois tipos de motorização: a 2.7 de quatro cilindros

A Rebel vem com console central renovado com suporte para

e a 3.5 V6, com injeção direta de combustível.

tablet ou smartphone integrado.

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lifestyle | auto&motos

FOTO: Tereza Torres

Nissan Titan XD

GMC Canyon

A japonesa Nissan está em alta em todo o mundo. Nos Es-

A GMC é uma das marcas mais tradicionais no assunto

tados Unidos, oferece os sedãs Sentra e Altima e picapes de

picapes. A nova geração da Canyon chega para brigar

grande porte. Na feira de Detroit, usou parte do estande para

com a Toyota Tacoma, líder de mercado entre os ‘trucks’

expor os modelos para o mercado americano. Um deles é a

compactos do país. O projeto foi elaborado pelas filiais,

picapona Titan XD, com novo motor Cummins 5.0 V8 turbo-

brasileira e tailandesa, do grupo GM e apresenta uma

diesel, 310 cavalos de potência e 76,68 kgfm de torque. Assim,

enorme grade frontal cromada, alinhada a um conjunto

consegue oferecer força para rebocar até 5.443 kg, além de 907

de faróis retangulares. Em menores proporções, é uma

kg de carga útil. A fabricante equipa a nova Titan com uma

cópia maior da nossa S10. No interior, a GMC Canyon

gama de equipamentos. Algumas versões possuem câmera de

traz bancos com revestimento em couro, detalhes em

ré no retrovisor, detector de pontos cegos e assentos diantei-

aço escovado e apliques em madeira. Sob o capô, a opção

ros, com efeito zero gravidade (inspirados em tecnologias da

dos motores são o 2.5, de 198 cv e 25,7 kgfm, e o 3.6 V6, de

Nasa). A picapona vem com as trações 2WD e 4WD s em todas

304 cv e 37,2 kgfm. No ano que vem, a Canyon receberá o

as versões.

mesmo 2.8 turbodiesel da S10.

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Os passos do futuro da Hyundai A Hyundai tem sido um das marcas que mais inovam em design. Seu estilo inovador está nas formas da carroceria de seus modelos em todo o mundo. Desta vez, a marca sul-coreana revelou o futuro do Hyundai SantaCruz. O carro-conceito destaca-se também pela funcionalidade. Tem uma caçamba com extensor que permite levar mais carga, além de atributos visuais modernos, como a grade hexagonal, a abertura invertida das portas traseiras, o desenho futurista dos faróis e lanternas e as luzes de neblina em LED. O propulsor 2.0 turbodiesel rende 190 cv e 41,7 kgfm de torque. Já a tração é integral. A Hyundai não adiantou se o projeto será realmente produzido.

CURTINHAS... Novo Land Rover na área

Extintor ABC fica para abril

A Land Rover apresentou o novo Discovery Sport. O modelo é o substituto direto do

No Brasil, há leis que pegam e outras fi-

Freelander 2 em todo o mundo. Eduardo Castro, gerente da Rota Premium (revenda

cam no esquecimento. Quem lembra do

Land Rover na Bahia), diz que o Discovery Sport deve estar disponível a partir de

kit primeiros socorros? Agora é a vez do

março – no mais tardar em abril. Chega importado da Inglaterra e vai brigar com

extintor do tipo ABC. Ironicamente, a

o Volvo XC60, Audi Q5, Hyundai SantaFe e BMW X3. O carro herda a mecânica do

obrigatoriedade do equipamento – que

Evoque, com os já conhecidos motores 2.0 turbo a gasolina, de 240 cavalos, e o 2.2

deveria ser a partir do dia 1º de janeiro –

turbodiesel que gera 190 cavalos, ambos recalibrados e acoplados à transmissão

foi adiada e começa a valer no dia 1º de

automática da alemã ZF de nove velocidades. Sairá na faixa dos R$ 180 mil.

abril. Depois da falta do equipamento nas lojas em todo o país, o Conselho

2016 vem aí

Nacional de Trânsito (Contran) oficia-

Marcos Munhoz, vice-presidente da General Motors do Brasil, diz que o ano de

lizou a prorrogação do extintor ABC

2015 deve passar rápido. Munhoz acredita em um período de retração das vendas

– que controla incêndio produzido por

dos carros zero quilômetro ao longo do ano. Para ele, há uma desconfiança exces-

diversos tipos de material – nos carros

siva do brasileiro. “Hoje já há crédito dos bancos para o financiamento e, mesmo

nacionais. O descumprimento da norma

assim, o nosso consumidor está com o pé atrás, sem querer comprometer sua

resultará em multa de R$ 127,69, cinco

renda na compra de um carro”, explica. “O ano será igual ou bem pior do que

pontos na carteira de habilitação e

o de 2014. Só iremos voltar a crescer a partir de 2016”, garante.

retenção do veículo para regularização. W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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Lifestyle | a bordo com a [B+]

“O planejamento precisa conectar, simplificar e ser funcional” Marcio Beauclair Com o know-how de quem coleciona na prateleira cinco leões em Cannes, Mar-

nejamento vira estratégia, de acordo com

cio Beauclair se encontrou com representantes do mercado de mídia baiano

Beauclair. “É preciso encontrar o porquê

para dividir sua experiência durante a terceira edição do A Bordo com a [B+]. O

da marca e saber como fazer aquilo”. Uma

atual diretor-geral de planejamento da agência Africa e consultor de branding

forma sugerida por Beauclair é descobrir o

e planejamento falou sobre os desafios de atender a grandes marcas e posicio-

propósito da empresa e trabalhá-lo em cada

ná-las no insconsciente popular. “O planejamento precisa conectar, simplificar

canal de maneira diferente, de modo que o

e ser funcional. Não adianta elaborar a melhor estratégia se, no outro dia, seu

contato entre marca e consumidor torne-se

objetivo não for alcançado”, comentou Beauclair.

uma experiência. Realizado pelo Grupo [B+], o A Bordo com

Outro desafio, segundo o palestrante, é fazer a marca acompanhar as mudanças da sociedade. “Pergunte-se: a sua marca está clara na cabeça das

a [B+] já trouxe para Salvador Maurício Ma-

pessoas? Então, é comum surgir um problema: ninguém mais sabe o que se

galhães, da agência Tudo, e Fernando Martos,

passa na cabeça das pessoas”, disse. O resultado acontece quando o pla-

diretor comercial da RPC.

FOTOs: Anderson Pereira

[01]

[02]

[03]

[04]

[05]

[06]

[01] Claudio Freitas e Flavia Gonçalves (Leiaute); [02] Eder Galindo e Fabiana Ribeiro (Propeg); [03] João Dude (Leiaute); [04] Marcio Beauclair (Africa); [05] Marcio Beauclair (Africa) e Pedro Dourado (Uranus2); [06] Verena Guerreiro e Vera Rocha (Rocha) 94

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Lifestyle | arquitetura

triste bahia

Fernando Peixoto Arquiteto. O texto abaixo foi veiculado na coluna Rindo pra não chorar, da rádio Metrópole

Quando você pensa em Viena, vêm à mente valsa e música

intervenções feitas sem que se perca o valor dos prédios que

clássica. Se você pensa no Rio, a paisagem, a geografia, o Pão de

abrigam. Aqui bastaria citar o Unhão de Lina Bo Bardi.

Açúcar, Copacabana, Ipanema é o que vem à sua mente. Mas se você pensa em Salvador, a memória é arquitetônica.

As intervenções na Estação da Lapa, pior que o fato em si, são apenas mais um exemplo sintomático de nossa prática

Mesmo sem considerar nível social ou cultural, a imagem men-

atual. Aqueles prédios paulistizados, a arquitetura periguete

tal e comum da nossa historia é de coisas construídas: Pelouri-

vigente (periguete porque novinha dá para enganar, mas com a

nho, Forte São Marcelo, igrejas, Elevador Lacerda e por aí vai.

idade vai virar um tribufu), a boquinha da garrafa ou o chiclete

De repente, e por alguma razão, a partir de grande parte do século XX essa memória arquitetônica desapareceu, e nossa tradição e identidade se transferiram para a música. Mesmo

com banana vão desmoralizar frente aos meus netos meu direito ao discurso de idoso de que “no meu tempo era melhor”. Parece que atualmente na Bahia, nos extremos das classes

os poucos exemplos de boa arquitetura nesse período têm

sociais, somente shopping e barraca de cerveja são empreendi-

sido sistematicamente destruídos e degradados com a total

mentos com capacidade de sucesso. Triste Bahia.

indiferença de todos. obra: Frida e Van Gogh - Uma noite entre o artistas / Rogério Fernandes

O Instituto do Cacau está abandonado, a casa de Raul Faria, na Barra, e a Casa de Gantois, na orla, dois dos pouquíssimos exemplos de arquitetura modernista residencial na Bahia, já não existem há muito tempo. Mais recentemente, mas ainda no século passado, a casa de Walter Fernandez na encosta de Ondina, com projeto de meu amigo Gilberbet Chaves, foi demolida para dar lugar a um prédio. Essa casa era, no meu julgamento, um fantástico exemplo de implantação, modernidade e referência cultural, à altura do que já se fez de melhor no Brasil e no mundo. Se me fosse dado o direito de escolher dois projetos para constar em uma seleção global de projetos da segunda metade do século XX, a casa de Walter Fernandez e as passarelas de Lelé seriam, na Bahia, as escolhas capazes de não nos constranger pela mediocridade, plágio e falta de qualidade. É muito curioso e estúpido achar que sem presente há futuro. Não é a beleza arquitetônica, nem mesmo a solução funcional perfeita, que tornam uma obra um valor a preservar, mas, sim, sua representatividade de uma época. Modernizar uma construção, seu funcionamento e adaptar às novas necessidades é pratica corrente em todos os lugares do mundo, sem que isso signifique a descaracterização de sua identidade e valor. As inúmeras estações de trens em Nova Iorque e em toda a Europa são exemplos, dentre outros inúmeros exemplos, de W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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notasdetec Irmã Dulce vira jogo de videogame Como parte das comemorações do centenário de nascimento de Irmã Dulce, as Obras Sociais que levam o nome da freira lançaram um game de aventura. No aplicativo, o usuário

5 apps gratuitos para turbinar seu Instagram Pic Jointer Aplicativo para montagens de fotos que oferece diversas molduras. Você ainda pode controlar a espessura das bordas

assume a missão de ajudar Irmã Dulce a resgatar desabrigados das ruas. “Irmã Dulce Abrindo Portas” foi desenvolvido pelas empresas baianas Team Zeroth e Virtualize Soluções Criativas e levou três meses para ser concluído. Segundo Tiago Pessoa, diretor da Virtualize, existe uma ideia de expansão do jogo. “Estamos estudando como exportar o game para plataformas móveis e assim atingir um público maior”, conta. Para jogar, basta acessar a fanpage das Obras Sociais Irmã

Repix Além de recursos comuns de edição, o aplicativo oferece uma série de pincéis com efeitos. Para dar aquele colorido em seu Insta

Dulce no Facebook.

Lapse It Crie vídeos e diminua ou aumente suas velocidades para criar efeitos, e qualquer um achará que você é profissional

PicsArt Efeitos, efeitos e mais efeitos! O aplicativo é ideal para quem quer dar um up nas fotos. Ainda há opção de desenhos à mão livre

Um olho na tecnologia e outro no bolso Pesquisa feita pela Kantar Worldpanel mostra que 45% dos compradores brasileiros optam por tablets que custam menos que R$ 600. De janeiro a julho do ano passado, houve um crescimento de 41% desse tipo de consumo no país. Outro levantamento, desta vez feito pelo Ibope, mostra que 75% dos brasileiros preferem adquirir aplicativos gratuitos. 96

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Cinamatic O aplicativo permite a criação de vídeos curtos. Depois de editado, o app permite que o usuário compartilhe ou salve o vídeo


obra: menina do Brasil | Galeria Rogério Fernandes

arte & entretenimento É dia de feira! 98


Arte & entretenimento | cultura

Barraquinhas para todo canto Feira gastronômica estimula economia criativa de rua, gerando exposição de marca e aproximação com o público por Flora Rodriguez fotos IGOR CORREIA

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“Vivemos em uma cidade mal aproveitada com relação a essas oportunidades externas, essa é a chance que temos para sair de shoppings e não nos limitarmos apenas às praias” Duda Lima, chef

“Vejo a Feira como uma revolução gastronômica, afinal, estar cara a cara com o público é a melhor maneira de divulgar o que existe dentro da cozinha” Mateus Valverde, chef

Cá entre nós, o baiano já está acostumado ao mercado de comida de rua. O

Crescimento

tabuleiro da baiana de acarajé e as barraquinhas de beiju estão aí há anos e são

A especialista em gastronomia Andrea Torres,

marcas da capital baiana. No entanto, um novo modelo de negócio com pegada

proprietária do Maria Margarida Atelier, co-

gourmet, mas acessível, começa a dar os primeiros passos em Salvador.

menta que a iniciativa faz parte de um notável

Gastronomia sofisticada a preços populares é o lema da maior feira de culi-

crescimento da gastronomia baiana, que na

nária realizada atualmente na capital. A Feira da Cidade, realizada durante os

última década vem se destacando nacionalmen-

fins de semana, tira os chefs das cozinhas de restaurantes luxuosos e os coloca

te. “É uma maneira de garantir produtos nossos,

embaixo de barraquinhas, assim mesmo, de cara com quem consome.

da terra, manipulados com técnica e qualidade

“Convidamos os chefs a irem para as ruas, a pensarem na gastronomia como arte. Ser transformador em Salvador é muito mais do que cozinhar uma comida

além de preços acessíveis”, comenta. Para quem ainda se arrastava no ritmo

além do dendê, é ousar e entender de cultura de rua”, conta Carla Maciel, jorna-

das produções, hoje é preciso virar noites

lista, produtora cultural e idealizadora do evento junto a agência Agosto.

para dar conta de um dia inteiro de feira.

Com pelo menos 43 barracas que vão do gastrô ao artesanato, música,

A chef Duda Lima ampliou seu quadro de

brechós, vendas de vinis e mais, A Feira da Cidade conta com moeda própria e

funcionários para conseguir participar da

oferta produtos – entre comida e artesanato – por até R$ 50.

feira. “Eu só fazia encomendas e participava

No projeto em que a grande maioria dos expositores são jovens talentos, es-

de pequenos eventos e hoje eu tenho uma

tão nomes como Eduardo Bertollucci, Tiago Falcão, Mateus Valverde, Duda Lima,

equipe ótima. É fantástico e financeiramente

Mércia Barreto, Isadora Alves e outros que se revezam durantes as edições.

rentável, viro noite com o maior prazer do

“Ir para as ruas e sentir esse feedback e no outro dia chegar com novas opções é ser transformador. E muitas vezes isso vem daqueles clientes de restaurantes refinados, só que nas ruas”, conta Carla.

mundo”, brinca a confeiteira. O culinarista Mateus Valverde abriu mão da chefia do Le Cordon Bleu, na Austrália, W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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arte & entretenimento | cultura

Feira da Cidade oferece gastronomia de qualidade a preços populares. Os chefs são tirados da cozinha e ficam frente a frente com o consumidor

“Convidamos os chefs a irem para as ruas, a pensarem na gastronomia como arte. Ser transformador em Salvador é muito mais do que cozinhar uma comida além do dendê, é ousar e entender de cultura de rua” Carla Maciel, idealizadora da Feira da Cidade 100

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para viver dos lucros da Feira da Cidade. O convite para participar do projeto o inspirou para que criasse novos pratos. “Vejo a Feira como uma revolução gastronômica, afinal, estar cara a cara com o público é a melhor maneira de divulgar o que existe dentro da cozinha”, exalta o chef. “Gastronomia não é só servir pratos complicados e com nomes bonitinhos, é consciência social também. Por isso busco estimular pequenos produtores, como os de Maragojipe, que é de onde vem a minha carne de fumeiro, por exemplo”, completa. A economia criativa do projeto questiona exposição de marca e atitude inovadora. O evento patrocinado pela Prefeitura de Salvador busca parceiros que compreendam a cultura local como prioridade, pensando desde a confecção da

“Sair das redes sociais e ir para as ruas, onde todos podem ver o meu trabalho, só me ajudou a crescer como marca e em saldo exponencial” Isadora Alves, artesã

identidade visual até o desenvolvimento, turismo, educação e respeito com a locação dos espaços. “Não adianta fazer apenas um prato bonito e gostoso, existe também aquela

expositores aumentaram em até 60% o seu faturamento. “Sair das redes sociais e ir para

marca e o que ela faz pelo mundo. Também não queremos impor ou agredir os

as ruas, onde todos podem ver o meu traba-

moradores da região, buscamos empreendedores que pensem além do negócio”,

lho, só me ajudou a crescer como marca e em

afirma Carla Marciel.

saldo exponencial”, diz Isadora Alves, dona da marca Com Amor, Dora.

O projeto fora da caixa

Isadora aponta ainda que a economia

“A intenção é ocupar os espaços”, diz Carla. O formato itinerante, fora da

da cidade gira após o evento, quando os

caixa, leva o evento para praças de diferentes bairros a cada semana, como

feirantes correm para comprar mais material

a Barra, Imbuí, Pituba, Rio Vermelho, Itaigara e Ribeira, além da Feira de São

para a próxima edição. “Logo na segunda-

Joaquim, onde atraiu cerca de 10 mil visitantes. Foi com um evento na Feira

feira, visito o comércio da Avenida Sete de

de São Joaquim, inclusive, que foram iniciadas as comemorações do Réveillon

Setembro atrás de tecidos e novas estampas.

2014 de Salvador.

Nós (feirantes) estamos o tempo inteiro

“Eu ouvi dizer que algumas pessoas que moram na capital nunca haviam

pensando em renovação, tanto para a marca

ido ao Parque da Cidade. É surpreendente como A Feira tem mudado isso!”,

quanto para o próprio evento em si”, explica

conta Duda Lima. A culinarista Andrea Torres reforça: “Vivemos em uma

a manufatureira.

cidade mal aproveitada com relação a essas oportunidades externas, essa é a chance que temos para sair de shoppings e não nos limitarmos apenas às praias”, afirma. Com a extinção da feira do Mauá, que acontecia há tantos anos em pontos turísticos, novos e antigos artesãos de toda a região apostam no novo movi-

Para participar da Feira da Cidade basta enviar fotos dos seus trabalhos, com currículo e texto descritivo, para o email afeira@agenciaagosto.com.br Mais informações ligar para (71) 3481-8105

mento como meio de sustentabilidade através da arte. Segundo a produção, W W W. R EV I STA B MA I S . CO M. B R

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informe publicitário

Respeitável público, o Camarote Schin chegou A Brasil Kirin, uma das patrocinadoras do Carnaval de Salvador 2015, com uma cota de cerca de R$ 10 milhões, além de camarote próprio vai patrocinar outros três e mais 18 blocos Se o seu sonho sempre foi fugir com o circo, durante o Carnaval deste ano essa fantasia será possível. A folia momesca vai abrir passagem para o picadeiro no Camarote Schin 2015, que terá temática circense durante os seis dias de Carnaval. Com localização privilegiada (bem no começo do circuito Barra – Ondina), o Camarote Schin receberá personalidades, estrelas e ainda oferecerá aos convidados shows de um time de peso da música brasileira, com todo o conforto e serviços peculiares ao camarote escolhido como o segundo melhor de 2014. De acordo com Douglas Costa, vice-presidente de marketing da Brasil Kirin, a Bahia é um ponto estratégico para a empresa e o Carnaval é o momento mais apropriado para que a marca esteja presente. “A Schin está presente no Carnaval de Salvador desde 2001 e é muito bom poder participar ativamente desta festa”, diz.

Além do Camarote Schin, a Brasil Kirin é uma das patrocinadoras do Carnaval de Salvador 2015. Com cota de investimento que gira em torno dos R$ 10 milhões, a Brasil Kirin ainda irá patrocinar 18 blocos (entre eles, Coruja, Meu e Seu e Cheiro) e mais três camarotes (Camarote Salvador, Cerveja e Cia e Oceania). Em 2015, o Camarote Schin mantém o compromisso de se destacar entre as varandas da festa. Além da vista privilegiada, o espaço contará com dois espaços VIP, elevador, serviço de transporte de ida e volta, além de cardápio elaborado pela chef Patrícia Borges, SPA e cuidados especiais com o visual dos convidados. O picadeiro da Schin ganhou lona de circo, espaço para fotografias no estilo “atirador de facas”, mágicos e até cartomante. Um telão garantirá que o folião não perca nenhum momento da festa, mesmo que esteja conferindo um dos mais de 15 shows que serão realizados durante os dias de Camarote.

Carlinhos Brown, Érico Brás e Tonho Matéria durante lançamento do Camarote Schin 2015

Da esquerda para a direita: Roberval Dórea (gerente de eventos Norte e Nordeste da Brasil Kirin), ACM Neto (Prefeito de Salvador), Douglas Costa (vice-presidente de marketing), Aurélio Leiro (diretor regional de vendas) e Isaac Edington (presidente da Salvador Turismo)

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Lineup Sete atrações juntam-se ao músico Leandro Sapucahy em shows durante os dias de folia. Paula Passarelli, gerente de marketing da Brasil Kirin, diz que ao selecionar as atrações deste ano a busca foi por diversidade rítmica. “O palco do Camarote Schin será uma boa pedida para quem gosta de diversidade. Teremos Ivete Sangalo, Michel Teló, Falcão, vocalista da banda O Rappa, Carlinhos Brown,


além do carnaval A Schin não deixa a folia acabar com outras ações durante o verão • Patrocínio do Réveillon de Salvador • Apoio ao vendedor ambulante • Lata especial para a época • Patrocínio de ensaios de Verão – A Melhor Segunda-feira do Mundo, Pérolas Mistas, Saulo, Sarau Du Brown, Ensaios do Bloco Pirraça

Felipe Pezzoni, da Banda Eva, Samuel Rosa, do Skank, e Thiaguinho. É atração para ninguém botar defeito”, diz. Além dos cantores, a festa vai rolar até as 5 da manhã, com shows de DJs. Leandro Sapucahy, mestre de cerimônias do Camarote pelo segundo ano, contou que a parceria com a Schin deu certo e não vê a hora de repetir. “O circo tem muito a ver com improvisação e o nosso show no Camarote é muito aberto, vários cantores sobem para dar uma canja e essa mistura é muito boa”, comentou.

Muito obrigado, Axé No ano em que a Axé Music completa 30 anos, o Camarote Schin preparou uma homenagem não só para esse movimento cultural baiano, mas para os foliões pipoca: um palco onde cantarão estrelas que ajudaram a construir a música baiana. Todos os dias, das 20h às 23h, um cantor subirá na Varanda do Axé para entoar hinos que todo o Brasil conhece. Estão programados shows de Márcia Freire, Tonho Matéria, Buck Jones, Márcia Short, Robson Moraes e Gerônimo. “A Varanda do Axé é uma chancela de que esse movimento musical deu certo”, comenta Carlinhos Brown. “Desde 2001, a presença da Brasil Kirin nos dá o aval de que o nosso trabalho está dando certo e somos muito agradecidos por isso. Esse agradecimento será em forma de música”, completa.

Coletiva de lançamento do Camarote Schin 2015 reuniu grandes nomes da Axé Music. Estrelas, como Ivete Sangalo (ao lado), se apresentarão no camarote durante os dias de folia

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conteaí

São Lázaro: tradição e fé

M

heloisa braga Jornalista e radialista especializada em turismo

eus olhos piscaram pelo

as folhas consideradas sagradas para complementar o trabalho de descarrego

menos umas quatro vezes

contra todos os males. A mistura de pipoca e de folhas funciona quase como

até que eu acreditei que

um exorcismo implacável!

de fato estava vendo um padre, vestido com batina,

abaixar sua cabeça e permitir em uma postura

O padre, imóvel, olhava para o céu, e a mãe de santo, de olhos fechados, cumpria o trabalho na maior concentração e fé! Busquei o melhor ângulo para registrar naquele recanto da Federação o

de reverência, e até gostar, que a mãe de santo

mais fiel retrato do Brasil: o padre branco, quase um português, tomando banho

com todo ritual da Bahia, desse nele um banho

de pipoca, rezando para São Lázaro; a mãe de santo negra, vestida de África,

de pipoca para limpar seu corpo e sua alma.

praticamente incorporada com Omolu e a maniçoba do índio fervendo na pane-

Trajada como baiana, num branco impecá-

la ali pertinho para a festança preparada para depois dos preceitos e rituais.

vel, com todos os balangandãs, a mãe de santo

Na Bahia, fé e festa são inseparáveis! Sagrado e profano absolutamente

tinha em uma das mãos as pipocas e, na outra,

incorporados ao cotidiano de uma gente que não se explica, mas que se sente.

um ramo de folhas verdes, que batia no corpo

Uma gente que reza, que acende a vela para o santo, mas que veste a cor do

do padre como quem pedia a Deus, numa

dia do orixá. Uma gente que se ajoelha na igreja e que bate a cabeça no chão

espécie de oração murmurada, que livrasse e o

no terreiro.

protegesse de todos os males. Ela benzia o padre pedindo para Omolu e o padre rezava para São Lázaro! Pela expressão no rosto do padre, porque o corpo fala, li que ele pedia para que São Lázaro compreendesse o ato, que era coisa da Bahia, onde as tradições quebram todas as regras. Com espírito aguçado de uma repórter, fui chegando cada vez mais perto com o microfone em punho. Me aproximei preparada para levar um fora, convicta de que pelo menos o padre pediria para que a câmera fosse desligada. Isso não aconteceu! Continuei gravando e, para a minha surpresa, tanto o padre quanto a mãe de santo apenas lançaram sobre mim um olhar displicente e definitivo. Entendi em fração de segundos que por nada neste mundo o encanto daquele momento poderia ser quebrado! Quem é doido de invadir a privacidade de uma mãe de santo dando banho de pipoca em um padre em frente de uma igreja na Bahia? Na Bahia, um banho de pipoca na segundafeira tem o poder de curar as chagas, de livrar o homem das doenças, e as rezadeiras usam 104

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Uma gente que acredita que todos os caminhos levam a Deus. Naquele dia eu aprendi a respeitar o silêncio e senti a oração para São Lázaro e para Omolu no banho de pipoca no padre. Naquele dia eu entendi a Bahia e me apaixonei definitivamente por ela! obra: A Menina do Haiti / Rogério Fernandes


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páginas amarelas headhunter

Diretor Geral

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diretamente para materialização das diretrizes e ações previstas pela direção geral. Responder pela

Gerente Administrativo Financeiro

gestão acadêmica institucional. Elaborar anualmente relatório final das atividades desenvolvidas no

Formação: Ensino superior completo

Local: Santo António de Jesus - BA Representar a faculdade em substituição ao diretor geral na sua ausência ou impedimento. Colaborar

âmbito acadêmico e encaminhar para a direção geral. Representar a instituição em eventos internos / externos perante as autoridades e instituições de ensino Selecionar projetos e atividades de extensão de maior visibilidade para a faculdade. Encaminhar quando pertinente às decisões dos colegiados de cursos para a direção a fim de encaminhá-la ao CONSEP. • Experiência como vice diretor. • Ensino Superior. Desejável Pós-graduação Stricto Sensu.

em direito, ciências contábeis, economia, engenharia ou administração. pós-graduação na área contábil ou financeira. Necessária sólida experiência em cargos correlatos. Local de trabalho: Salvador (BA)

Salário: R$ 8.000,00

Idioma: Inglês intermediário, pacote Office

Fonte: www.catho.com.br

avançado. Experiência/Conhecimentos: Área contábil; processos de tesouraria; planejamento e

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controle orçamentário; controle financeiro de projetos; administração de fluxo de caixa. interessados devem enviar currículo com

Analista de Departamento Pessoal

gerente administrativo financeiro no campo

Auxiliar nos processos do Departamento pessoal, como: admissões, demissões, folha de pagamento,

e-mail para valorhvagas@gmail.com

assunto e pretensão salarial no corpo do

férias, afastamento, abonos, rescisões, nas questões previdenciárias INSS, encargos sociais, FGTS e IR, lançamentos para pagamento em banco,fazer a inclusão e exclusão dos funcionários em assistências médica e odontológica, atuar com conectividade social, informação CAGED, RAIS e DIRF, efetuar cálculo de rescisão GRRF, controle de férias, controle de ponto, contribuições sindicais e taxas

headhunter

assistenciais, além de orientar e executar tarefas referentes a toda rotina de pessoal. Benefícios: Assistência médica, assistência odontológica, combustível, estacionamento, vale-transporte. Local: Salvador (BA) Perfil: Profissional Fonte: www.catho.com.br

Executivo de vendas Irá atuar com prospecção e novos clientes, planejamento e agendamento de visitas, acompanhamento de negociações e todas

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Gerente de Produção Industrial Local de trabalho: Juazeiro (BA) • Atuar com condução de projeto e start up de planta de hidrogenação, interesterificação, margarina e gordura vegetal da indústria. Gerenciar controle de produção de gorduras, trabalhar com responsabilidade nas áreas de segurança, custos e projetos, buscando otimizar a eficiência do processo, mantendo o pessoal motivado para o cumprimento de suas tarefas. Estabelecer cronogramas de produção, manutenção, fornecer suporte às áreas administrativas no trato de assuntos de recursos humanos, controle e informática. Participar da tomada de decisões em conjunto com as demais áreas, como manutenção, logística / PCP, comercial e qualidade. Participar do desenvolvimento de novos produtos, elaborar e implementar orçamento da fábrica, fazer controle e redução dos custos em conjunto com o diretor industrial. Experiência com gestão de equipe de manufatura em produção de gorduras e margarinas. Formação: Ensino Superior completo em Engenharia de Produção. Domínio do pacote Office. Desejável conhecimento em ERP TOTVS - Protheus Benefícios: Assistência médica / medicina em grupo, celular fornecido pela empresa, combustível, estacionamento, participação nos lucros, tíquete-alimentação, tíquete-refeição Regime de contratação: CLT (Efetivo) Horário: Comercial. Informações adicionais: Ter disponibilidade para viagens e horas extras. Salário: A Combinar Fonte: www.catho.com.br

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as funções pertinentes ao cargo. Experiência na área. Formação: Ensino Superior completo em áreas relacionadas. Idiomas: Inglês - Avançado Conhecimento em logística de transporte internacional e conhecimento técnico em equipamentos transportadores. Fonte: www.catho.com.br


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