STARTUPS
A estratégia para viabilizar negócios inovadores
SAÚDE
Bahia lança projetos inéditos com tecnologia mobile
ILHÉUS
Tiragem auditada: 15 mil exemplares
R$ 9,90
Polo de Informática ameaçado
ESPECIAL MULHER O múltiplo universo feminino
NEGÓCIOS
Por que o e-commerce avança pouco no estado
entrevista
W W W. po rta lB MA I S . CO M. BR 1 Maurício Magalhães: “Faltam inteligência, ideias e estratégias”
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sumário 12 14 16 30 32 34
A Bahia dos seus olhos Online e Mural Bloco de Notas Imóveis+ Saúde+ Mídia+
35 NEGÓCIOS 36 Os games lucrativos do Bind 44 Aposta: Parque Tecnológico da Bahia 46 Apoio a startups 48 [C] Cautela, investidor-anjo 50 Como transformar startup em empresa 54 Crise no Polo de Informática de Ilhéus 58 Por que somos lentos no e-commerce? 62 [C] Atenção na crise 64 [C] Otimismo com o pé no chão 65 EDUCAÇÃO 66 Escola, um novo jogo 70 [C] Inovação, prioridade do Brasil 71 SUSTENTABILIDADE 72 Cinco ideias inovadoras na Bahia 74 Crise hídrica 77 78 80 84 86
LIFESTYLE
Sabor Decoração Autos&Motos+ Especial mulher • Casamentos customizados • Parto humanizado • Alimentos contra o câncer 94 Notas de TEC 95 ARTE&ENTRETENIMENTO 96 A dicotomia da sétima arte na Bahia 100 Cartunista baiano faz sucesso em São Paulo 104 Conte aí 4
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expediente Revista [B+] edição 29 Abril / Maio de 2015
STARTUPS
A estratégia para viabilizar negócios inovadores
SAÚDE
Tiragem auditada: 15 mil exemplares
Bahia lança projetos inéditos com tecnologia mobile
ILHÉUS
R$ 9,90
Polo de Informática ameaçado
ESPECIAL MULHER O múltiplo universo feminino
NEGÓCIOS
Porque o e-commerce avança pouco no estado
[Conselho Institucional] Antonio Coradinho (Câmara Portuguesa), Antoine Tawil (FCDL), Felipe Arcoverde (Abedesign-BA), João Pedro Bahiana, (AJE-BA), Jorge Cajazeira (Sindipacel), José Manoel Garrido Gambese Filho (Abih-BA), Laura Passos (Sinapro), Pedro Dourado (ABMP), Renato Tourinho (Abap), Roberto Ibrahim (CRA-BA), Rodrigo Paolilo (Júnior Achievement) e Wilson Andrade (Abaf)
[Periodicidade] Bimestral [Impressão] Grasb CAPA [Foto] David Campbell [Produtor] Gabriel César
[Presidente] Rubem Passos Segundo (rubem.passos@grupobmais.com.br ) [Diretor Geral] Renato Simões Filho (renatosimoesfilho@grupobmais.com.br)
ENTREVISTA
MAURÍCIO MAGALHÃES: “FALTAM INTELIGÊNCIA, IDEIAS E ESTRATÉGIAS”
Agradecemos à agência Califórnia, que gentilmente cedeu suas dependências para a foto da capa desta edição.
[Diretor de Publicações] Claudio Vinagre (claudio.vinagre@grupobmais.com.br) [Diretora Comercial] Adriana Mira (adriana.mira@grupobmais.com.br) [Diretora de Marketing] Bianca Passos (bianca.passos@grupobmais.com.br)
[Conselho Editorial] César Souza, Claudio Vinagre, Cristiane Olivieri, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques de Andrade Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Masuki Borges, Reginaldo Souza Santos, Renato Simões Filho, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira
[Gerente de Planejamento] Rafael Abreu (rafael.abreu@grupobmais.com.br)
[Editora-chefe] Núbia Cristina (nubia.cristina@grupobmais.com.br)
Brasília Karla Martins - Tel.: (61) 3226-2218 - solucaoconsultoria.karla@uol.com.br Feira de Santana Júlio Mendonça - Tel.: (75) 9955-5514 - julio@vm2publicidade.com.br Fortaleza Ananias Gomes - Tel.: (85) 9987-1780 - ananiasgomes@canalc.com.br Recife Ceci Barroso - Tel.: (81) 8791-3780 - cecicomercial@hotmail.com
[Gerente Comercial] Ana Beatriz Sampaio (bia.sampaio@grupobmais.com.br) Reserva de anúncio publicidade@grupobmais.com.br / 71 3012-7477 [Representantes]
[Editor Assistente] Pedro Hijo (pedro.hijo@grupobmais.com.br) [Repórter] Renato Alban (renato.alban@grupobmais.com.br) [Diretor de Arte] Leandro Maia (leandro.maia@grupobmais.com.br) [Coordenadora de Arte] Rafaela Palma (rafaela.palma@grupobmais.com.br)
Realização Editora Sopa de Letras Ltda. Av. ACM, 2.671, Ed. Bahia Center, sala 1101, Loteamento Cidadela, Brotas - CEP: 40.280-000 - Salvador - Bahia - Tel.: 71 3012-7477 CNPJ 13.805.573/0001-34 tiragem auditada 15 mil exemplares
[Designer] Gabriel Cayres (gabriel.cayres@grupobmais.com.br) [Projeto gráfico] Leandro Maia, Rafaela Palma e Gabriel Cayres [Fotografia] Studio Rômulo Portela e Luciano Oliveira
Pontos de Venda A Revista [B+] pode ser lida no portalbmais.com.br, tablets, smartphones e encontrada nas principais livrarias e bancas de
[Revisão] Cristiane Sampaio
Salvador. Encontre a [B+] nos seguintes pontos de venda: Livraria Aeroporto; Livraria Cultura (Salvador Shopping); Livraria Leitura
[Colunistas] Ana Luísa Oliveira, Armando Avena, Luiz Marques de Andrade Filho, Núbia Cristina, Rafael Lucchesi, Roberto Nunes, Ruy José de Almeida Filho
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(Salvador Norte Shopping e Shopping Bela Vista); Livraria Rodoviária; Livraria Saraiva (Salvador Shopping, Shopping Barra, Shopping da Bahia e Shopping Paralela) e bancas selecionadas. A [B+] ainda é distribuída em 188 municípios do estado.
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editorial grama de Incubação de Empresas de Base Tecnológica do Senai Bahia (iBAtec), o Sebrae-BA, o Senai-BA, a Secretaria de Tecnologia, Ciência e Inovação do Estado da Bahia (Secti) são alguns,
Tecnologia aponta novos caminhos para a economia baiana
mas ainda há muito a fazer. Os desenvolvedores independentes constatam que o estado está longe de oferecer o suporte adequado para apoio ao crescimento dessa indústria local. Falta muito ainda para existir uma articulação efetiva entre estado, iniciativa privada e universidades. Apenas a união desses atores pode criar um ambiente propício à inovação e ao crescimento das empresas locais de base tecnológica. A crise e a crônica de uma morte anunciada do Polo de Informática de Ilhéus demonstra que essa aliança precisa estar na ordem do dia. Quem sabe esse tipo de parceria seja capaz de estimular o surgimento de novas empresas locais de comércio eletrônico? Mas não há apenas pontos frágeis, nós
O jogo da nova economia é capaz de vencer a crise? A saída para a estagna-
temos bons exemplos. Eles surgem numa
ção econômica da Bahia está no desenvolvimento sustentado das empresas de
seara que pesquisa o uso de novas tecnologias
base tecnológica ou no apoio a empreendimentos de setores tradicionais, que
na área de saúde. Um deles é o projeto m-ACS,
desejam incorporar o uso das novas tecnologias para melhorar resultados, pro-
que vai garantir a incorporação de novas
cessos, produtos ou serviços? Nesta edição da [B+] queremos levar você, leitor, a
tecnologias na rotina de trabalho dos agentes
pensar detidamente sobre essas questões.
comunitários de saúde. A Bahia dá show de
Compartilho do mesmo sentimento do economista Luiz Marques de Andra-
inovação ao lançar um teste rápido, gratuito, e
de Filho, que começa sua coluna nesta edição com um desabafo: “Estou cansado
um aplicativo para diagnóstico em 20 minutos
de falar de crise”. Por isso, não tenho dúvida de que destacar na capa a história
de pacientes infectados por dengue e pela fe-
do Bind, que reúne 16 desenvolvedores de games do estado, segmento que movi-
bre chikungunya. O teste e o aplicativo foram
menta US$ 3 bilhões por ano no Brasil, foi uma escolha acertada.
desenvolvidos pelo médico infectologista e
Fortalecer a indústria local de games, atrair investimentos e consolidar essas empresas para que elas gerem riquezas estão entre os objetivos do Bahia Indie Games Developer (Bind). Esse mercado deve movimentar no mundo
subsecretário da Saúde, Roberto Badaró, um dos mais respeitados cientistas do país. Como sempre, sua Revista [B+] traz provo-
cerca de US$ 82 bilhões em 2015, superando as indústrias do cinema e da música
cações e novas leituras para temas cotidianos.
juntas. O Brasil ainda está engatinhando no que diz respeito à geração de
No Especial Mulher, veja alguns aspectos do
empresas, empregos, produtos e serviços, mas é o quarto maior consumidor de
múltiplo universo feminino. Em Lifestyle
games em todo o mundo.
novidades da indústria automotiva, gastro-
E a Bahia? A reportagem da [B+] foi buscar as novidades e saber o que estão
nomia, decoração, arte e entretenimento. Há
fazendo os protagonistas nessa área no estado. Grata surpresa: há profissionais
inúmeros motivos para você virar as páginas e
competentes e dedicados trabalhando muito para que essa indústria avance por
continuar a leitura.
aqui. A professora Lynn Alves coordena o grupo da Universidade Estadual da Bahia (Uneb) que desenvolve um jogo psicopedagógico voltado para crianças com indicação de transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Bom saber que esse tipo de projeto tem apoio de instituições de fomento, a exemplo da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb). Há outros pontos de apoio para aqueles que jogam o jogo da nova economia, o Pro10
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Núbia Cristina, editora-chefe da Revista [B+]
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galeria
Bahia de todas as lentes
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[01] @bruno_sa [02] @joaogmvieira [03] @raoniliborio [04] @vnc1us [05] @gilmarabartilotti [06] @goldenhour.ssa [07] @victor_macedo [08] @slimaba [09] @ney_simoes
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As cidades baianas ficam mais bonitas através dos olhos dos nossos leitores. Confira alguns flashes
Quer participar? Tire uma foto da sua cidade e marque com a hashtag #revistabmais no Instagram! As melhores serão publicadas na próxima edição
TEL 3431 3766 W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
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onlineemural Comentários ed.28 CAPA Carlinhos Brown “Sou fã! Aliás, parabéns pelo novo formato da revista. Ficou show!”. Palmeira Gal, pela fanpage “Tudo que ele toca vira ouro pra ele mesmo. Quer dizer, menos a caxirola, já que os custos foram nossos mesmos. Para ele não há prejuízo nunca” Ana Marilia Conceição, pela fanpage “Tenho 55 anos de mercado publicitário na Bahia e a [B+] é a única revista que eu vi dar ‘samba’. Vocês estão de parabéns” Roberval Luania, presidente da Central de Outdoor
“Ele é o máximo, ideias inteligentes e de muito bom gosto. Um charme o nosso Carlinhos Brown” Lyra Fraga, pela fanpage “Estou imbuído de não decepcionálos. Parabéns a todos! Lindo trabalho” Carlinhos Brown, por e-mail “A revista ficou ótima!” Marcelo Silva Bahia, pela fanpage
PARA TIRAR O CARNAVAL DA UTI
TRISTE BAHIA
“Não tenha dúvida de que a Bahia está com um enorme problema: o turista não é bem tratado, todos tentam extorquir. Nas praias, no Centro Histórico, no Farol da Barra... O Carnaval se transformou em festas de ‘clubes’ onde o povo é ludibriado com o ‘circo’ e nem o ‘pão’ recebem” Fernando Aboim, pela fanpage
“Uma peste dessas nem passa perto da Estação da Lapa e quer dar opinião, falando de Veneza, Rio, vá para lá então, a Bahia agradece! Sempre que aparece alguma melhoria para a população vem um desses criticar” Marcos Pedra Cara, pela fanpage
“O próprio sistema fará seus ajustes e melhorias, pois a folia tem suas leis e mistérios” Roberto Barreto, pela fanpage “Eles precisam lembrar que camarote só existe por causa dos blocos” João Gabriel Mascarenhas, pela fanpage
POR QUE VOCÊ DEIXOU DE DEFENDER A BAHIA? “Cultivar os próprios valores nada tem a ver com regionalismo exacerbado, ainda com a presença ou não de um senso crítico. O bairrista, por outro lado, não tende apenas a enaltecer o seu, mas desmoralizar o outro. É difícil enxergar uma ideia positiva” Paula Azevedo, pelo site
CONGELADOS GOURMET “Essa ideia deles salva vidas! Principalmente para quem gosta de comer bem e não sabe ou não gosta de cozinhar (como eu). Adorei a iniciativa!” Carolina Lopes, pelo site
Comentário da edição “Gostei muito das mudanças. Esse formato facilita a leitura, o manuseio. Ideal para quem gosta de ler e carregar a revista para lá e para cá” Licia Fabio, promoter
ilustração: BCayres
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obra: Sem título / Acrílica sobre papel / Fernando Oberlaender
Comentários nas matérias do site Perdas do comércio com feriados devem aumentar em 22,5% em 2015 “Acho o fim tantos feriados. Porém existem setores no Brasil que se beneficiam com eles. O meu comentário é para mostrar que cada um vive da forma como pode” Boji Guzzo, pela fanpage
Ambulantes retirados da Lapa só retornarão à estação se alugarem quiosques “Tem que ter organização! Salvador é um mangue” Rafael Evangelista, pela fanpage “Não concordo! Ficaram o tempo todo na mesmice e agora que chega o progresso, mandam embora como cachorros sem rumo. A preferência tem que ser deles” Junior Santos, pela fanpage
Para baixar
As edições de todas as publicações do Grupo [B+] estão disponíveis na versão digital (para iOS e Android). Baixe as revistas no seu tablet e mantenha-se informado.
Perdeu alguma transmissão ao vivo do Fórum [B+]? Te damos uma segunda chance. Todas as palestras dos fóruns [B+] estão disponíveis em nosso portal. Lá, você pode assistir aos debates sobre inovação, empreendedorismo, agronegócio, saúde e muitos outros. Para saber sobre os próximos eventos, confira a nossa agenda. www.portalbmais.com.br
As obras que ilustram esta edição são de Fernando Oberlaender, artista carioca, radicado na Bahia, que atua em diversas áreas, indo da literatura às esculturas e instalações. Sobre suas produções, Fernando é categórico: “Sou autodidata e não gosto de definir esta coisa de estilo”. Para saber mais sobre o artista, entre em contato com Márzia Lima pelo telefone (71) 8122-7310.
Na palma da mão!
Pedimos para João Pedro Bahiana, presidente da Associação de Jovens Empreendedores (AJE Bahia), para montar uma lista para o site da [B+] com dicas de aplicativos e livros essenciais para o empreendedor.
#lideresempresariais
“Governo precisa dar sinais de que está fazendo sua parte”, diz presidente da Federação das Indústrias (Fieb) ao Portal [B+] Confira outras entrevistas com líderes empresariais em bit.ly/lideresempresariais
Queremos te ouvir As mais curtidas em nossa fanpage [01] Entrevista: Carlinhos Brown [02] Coluna: Fernando Peixoto [03] Se biquíni tivesse bolso, ele estaria cheio [04] Para tirar o Carnaval da UTI [05] Barraquinhas para todo canto
A Revista [B+] abre espaço para que você, leitor, dê opiniões, faça críticas ou sugestões sobre as nossas matérias. O que lhe agradou? O que poderíamos melhorar? Qual a sua dúvida? Queremos saber o que você tem a dizer para que o conteúdo da [B+] esteja sempre alinhado com o que você quer ler.
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site www.revistabmais.com.br e-mail redacao@grupobmais.com telefone 71 3012-7477
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blocodenotas Óleo e gás
Petrobras deve demorar três anos para se recuperar, estima consultor O consultor do setor de petróleo, indústria naval e mineração Eduardo Rappel estima que a Petrobras vá demorar até 2017 para se restabelecer. “Calculo que seja algo de pelo menos três anos para a companhia voltar a retribuir os acionistas adequadamente, a investir e a estimular a economia”, diz Rappel, que é acionista da Petrobras. Apesar de considerar a crise “uma catástrofe que interfere na confiança dos investidores do mundo todo”, o consultor afirma que a situação não abala o reconhecimento do domínio tecnológico da estatal. “Tão logo as contas sejam resolvidas, rapidamente a Petrobras vai recuperar a sua imagem”. Ele estima que a recuperação já comece em meados deste ano, quando a empresa deve publicar balanço com nova previsão de investimentos.
FOTO: Divulgação
17%
É quanto as empresas juniores da Bahia devem crescer em 2015, de acordo com estimativa da Federação das Empresas Juniores da Bahia (UNIJr). O faturamento de todas as 22 federadas deve aumentar de R$ 500 mil para R$ 600 mil neste ano.
Combustível
Postos da Bahia têm a maior margem de lucro sobre gasolina do país Os postos de combustíveis da Bahia praticam a maior margem de lucro sobre a gasolina do país, de 17,7%, de acordo com dados da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Os consumidores pagam, em média, R$ 3,487 pelo litro da gasolina no estado. Para justificar o alto preço da gasolina, o presidente do Sindicombustíveis da Bahia, José Augusto Costa, recorre a um problema dos empresários com outro combustível, o diesel. “Não podemos ter prejuízo nos dois produtos”, diz Costa. O representante dos empresários afirma que os postos do estado estão trabalhando no limite da margem de lucro do diesel para não perder clientes. 16
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Construtora
OAS pede recuperação judicial de nove de suas empresas O Grupo OAS apresentou pedido de recuperação judicial de nove de suas empresas à Justiça do Estado de São Paulo no final de março. O grupo ainda anunciou a venda da participação que tinha em vários projetos e empresas, como Invepar, Estaleiro Enseada, Arena Fonte Nova e Arena das Dunas. “Vamos vender os nossos ativos num processo de recuperação judicial para dar segurança aos investidores de que não correrão risco de ter seu negócio contestado na Justiça pelos credores da OAS”, afirma Diego Barreto, diretor de desenvolvimento corporativo da Construtora OAS.
12mil
Foi o número de postos perdidos em Salvador pela construção civil em 2014. De acordo com a Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi), o número de empregos gerados pelo setor caiu de 52 mil para 40 mil, uma queda de 23% em 2014.
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blocodenotas Moeda
FOTO: Divulgação
Mercado estima dólar a R$ 3,15 no fim de 2015 Os investidores e analistas do mercado financeiro estimam o dólar cotado a R$ 3,15 no final deste ano. A projeção foi divulgada no final de março, no boletim Focus, pesquisa feita com instituições financeiras pelo Banco Central (BC). No relatório, os analistas aumentaram a previsão para o aumento da inflação para 8,12%. Antes, eles haviam estimado elevação de 7,93% do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Já o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro deve retrair 0,83% no ano, de acordo com o mercado financeiro.
FOTO: Divulgação
Camaçari
Obras do Senai Cimatec Industrial devem começar ainda este ano, diz Fieb
Gestão
Totvs lança aplicativo para conquistar e fidelizar clientes A Totvs, multinacional brasileira de software, lançou a nova versão do sistema CRM (Customer Relationship Management ou Gestão do Relacionamento com o Cliente, em português). A maior novidade é a versão mobile do software que ajuda vendedores, gerentes e diretores a conquistar e fidelizar clientes. “O CRM está ligado a todas as informações da empresa, possibilitando ao usuário conhecer o cliente como um todo”, explica o arquiteto de soluções da empresa, Paulo Damasceno. O conceito por trás do projeto chama-se “Design Thinking”. “É uma filosofia para a empresa ver de forma mais humana a relação com o cliente”, diz Paulo. 18
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O presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Antônio Ricardo Alban, disse em entrevista à [B+] que a compra do terreno para a construção do Senai Cimatec Industrial está em fase final de negociação. Segundo ele, a área tem cerca de um milhão de metros quadrados em Camaçari, entre a Limpec e a Via Atlântica (BA-530), mais conhecida como Estrada da Cetrel. As obras, segundo Alban, devem começar ainda este ano. “Vai ser fundamental para todo apoio tecnológico, não só na área de energia como também na área automobilística e, principalmente, em toda a cadeia produtiva”, afirmou. Alban afirmou que ainda não é possível estimar o valor que será investido no projeto.
Inovação
Fórum [B+] lança programação 2015 A crise pode ser oportunidade para empresários inovadores e com visão fora da caixa. Para aquecer o setor produtivo e promover o encontro de ideias, o Grupo [B+] promove o Fórum [B+], evento que traz para a Bahia grandes nomes de diversos setores e os coloca em contato com o empresariado local. Marconi Sampaio, diretor-presidente da Natulab, David Lee, da Le Biscuit, e Ewerton Visco, diretor da Aliansce Shopping Centers, foram alguns dos nomes que já passaram pelos fóruns que tiveram edições na capital e no interior. Para 2015, estão programadas palestras sobre comércio exterior, gestão feminina, sustentabilidade, varejo, além de outros temas. Para assistir a outros fóruns [B+] e acompanhar a programação 2015, visite portalbmais.com.br.
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blocodenotas Prêmio
Top of Mind: bloco Camaleão e concessionária Bremen estão entre as 40 marcas mais lembradas pelos soteropolitanos A premiação Top of Mind seleciona as marcas mais lembradas pelos consumidores. Neste ano, a 20ª edição do prêmio, 40 empresas foram listadas. Entre elas, o bloco de carnaval Camaleão, o supermercado Bompreço, a marca
Arte
de café Maratá e a concessionária Bremen. A
Exposição apresenta ilustrações assinadas por Dorival Caymmi
cerimônia de premiação foi realizada no dia 9
FOTO: Divulgação
de abril, no Teatro Sesc Casa do Comércio.
Até o dia 3 de maio estarão expostas em Salvador ilustrações do cantor e compositor Dorival Caymmi. A mostra “Aos olhos de Caymmi” revela uma faceta ainda desconhecida do artista, que se dedicava a desenhar personagens que estavam em suas músicas. Com visitação gratuita, a exposição será levada para São Paulo e Rio de Janeiro. Em Salvador, pode ser visitada no Foyer do Teatro Castro Alves, de terça a domingo, das 12h às 18h, gratuitamente.
227 mil
pessoas estão sem emprego em Salvador, segundo pesquisa do ibge realizada em fevereiro. A taxa de desemprego na região metropolitana pulou de 9% para 10,8% em um ano. É o maior índice do país.
MPE Brasil
Cooperativa baiana vence prêmio nacional de empreendedorismo A Cooperativa dos Pescadores e Marisqueiros de Vera Cruz, na Ilha de Itaparica, venceu a categoria Boas Práticas de Responsabilidade Social no Prêmio de Competitividade para
Startup
Senai abre inscrições para programa de educação empreendedora Estão abertas as inscrições para o Startup Summer, programa de educação empreendedora que oferece orientações para projetos inovadores estruturarem uma área comercial. O curso será realizado às terças de 14 de abril a 26 de maio no Senai Cimatec e é promovido pela instituição em parceria com a Endeavor. O custo é de R$ 350 por pessoa. Para se inscrever e ter mais informações, os candidatos devem acessar o site da Fieb (www.fieb.org.br). 20
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Micro e Pequenas Empresas (MPE Brasil) pela atuação com 200 cooperados e pelos programas de incentivo à educação, inclusão e cidadania. Ao todo, foram dez vencedores, selecionados entre 50.918 empresas. A iniciativa é uma parceria do Sebrae, do Movimento Brasil Competitivo (MBC) e do Grupo Gerdau, com o apoio técnico da Fundação Nacional de Qualidade (FNQ).
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blocodenotas agro FOTO: Divulgação
Estágio
1 milhão
Monsanto recebe inscrições para estágio em agronegócios A Monsanto, multinacional produtora de sementes, está com inscrições abertas para o Programa de Estágios em Agronegócios 2015, com vagas na Bahia, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul. Para participar, o
de hectares será a área ocupada pelas plantações de
candidato deve estar no último ano da graduação. Também é
eucalipto na Bahia nos próximos anos, de acordo com
exigido inglês intermediário e conhecimento no pacote Office.
a Associação Baiana das Empresas de Base Florestal
Os estudantes dos seguintes cursos podem se inscrever:
(Abaf). Hoje, são 700 mil hectares plantados no estado.
agronomia, engenharia agronômica, biotecnologia, ciências
O aumento se deve ao crescimento do uso da energia de
biológicas, biotecnologia, engenharia de biossistemas, enge-
biomassa de eucalipto.
nharia de bioprocessos, engenharia biotecnológica e engenharia florestal.
Pronaf
O Garantia-Safra, ação do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricul-
Garantia-Safra cria grupo de trabalho com a Bahia e outros três estados do Nordeste
tura Familiar (Pronaf), que auxilia agricultores que sofrem com a seca ou o excesso de chuvas, criou um grupo de trabalho (GT) em março. O objeto do GT é avaliar iniciativas que possam contribuir para a melhoria da convivência com o semiárido, de acordo com nota do Ministério do Desenvolvimento Agrário. Dos encontros participarão, além de entidades federais, os governos da Bahia, Rio Grande do Norte, Pernambuco e Ceará. Serão discutidos a ampliação do controle social do benefício e o aumento da oferta de ações de capacitação e de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater).
Café
Produção de café na Bahia deve crescer 32% entre 2015 e 2016 A Bahia deve ter um aumento na produção de café de 32% na safra 2015/2016 em comparação com os anos de 2014/2015, de acordo com o site de negócios Bloomberg. Segundo a Associação dos Produtores de Café da Bahia (Assocafé), se o clima favorecer o plantio, os cafeicultores terão produção recorde em 2016. A entidade realiza entre os dias 11 e 13 de maio o Simpósio Nacional do Agronegócio Café (Agrocafé), no Bahia Othon Palace, em Salvador. O evento vai discutir técnicas de produção modernas e sustentáveis exigidas pelo mercado. FOTO: Divulgação
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Nordeste é a região com mais crianças na pré-escola
O Nordeste é a região brasileira com o maior percentual de crianças matriculadas na pré-escola, 92,6%, de acordo com levantamento feito pelo movimento Todos pela Educação (TPE) com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). A taxa nacional de alunos de 4 e 5 anos na escola é de 87,9%. Já nas faixas de 6 a 14 anos e de 15 a 17 anos, o Nordeste tem o segundo pior percentual de atendimento (97,8% e 82,1%), atrás da região Norte (97,2%), entre os mais novos, e do Sul (81,6%), na lista dos mais velhos.
FOTO: Divulgação
Paraíba
Cantora paraibana é premiada nos Estados Unidos Sergipe
BNB financiará R$ 125 mi para micro e pequenas empresas
A cantora paraibana Lucy Alves venceu o Brazilian Press Awards na categoria Melhor Show em Turnê de 2014. A artista, que foi finalista da edição do The Voice de 2013, concorreu com artistas como Caetano Veloso e Milton Nascimento e recebe o prêmio no dia 9 de maio, na Flórida, nos Estados Unidos. Mais de 380 mil pessoas votaram na premiação pela internet. O prêmio é da Fundação Focus Brasil e tem como objetivo valorizar a cultura brasileira fora do país.
O Banco do Nordeste anunciou que vai destinar R$ 125 milhões para micro e pequenas empresas (MPEs) de Sergipe, através do Fundo Constitucional do Nordeste (FNE). Os recursos representam R$ 15 milhões a mais em relação ao valor aplicado no ano passado. Os principais setores beneficiados são os de comércio e serviços. “O Banco do Nordeste oferece tratamento diferenciado às MPEs, estimulando ações governamentais que facilitem a vida do empreendedor”, diz Saumíneo Nascimento, superintendente estadual do BNB.
Pernambuco
Pernambuco/Ceará
Quatro em cada dez empresários planejam demissões em 2015
Recife e Fortaleza recebem evento global de empreendedorismo social
Ibope Inteligência apontou que 41% dos empresários pernambucanos pretendem demitir funcionários em 2015. Outros 45% afirmam que devem manter o quadro e 14% que vão contratar pessoal. O principal problema para o crescimento das empresas, segundo os empresários, é a crise política. Questões econômicas, como câmbio, crise internacional e inflação são as outras razões citadas. Foram ouvidos 123 empresários do estado.
As capitais de Pernambuco e Ceará receberam o Startup Weekend Change
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Makers (SWCM), evento global de empreendedorismo social realizado no final de março. Além das cidades nordestinas, Rio de Janeiro, Tóquio, Berlim e outras cinco cidades foram sedes do evento. Foram dois finais de semana em que empreendedores, desenvolvedores, designers, líderes sociais e mentores se reuniram para desenvolver soluções para problemas sociais. A iniciativa é do Comitê para a Democratização da Informática (CDI) com a Up Global.
FOTO: D
Região
o ivulgaçã
blocodenotas acontece nordeste
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blocodenotas mundo Escassez
Mundo terá déficit de 40% no abastecimento de água em 2030, aponta Unesco Se a população mundial mantiver o atual padrão de consumo, o planeta enfrentará um déficit no abastecimento de água de 40% daqui a 15 anos, de acordo com relatório da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). O documento mostra que nas últimas décadas FOTO: Divulgação
o consumo de água cresceu duas vezes mais do que a população. Segundo a Unesco, a crise global de água é mais de governança do que de disponibilidade do recurso.
FOTO: Divulgação
Juros
Aumento de juros é “improvável”, indica Banco Central dos Estados Unidos O Federal Reserve (Fed), autoridade monetária norte-americana, informou ser “improvável” a subida da taxa de juros na sua próxima reunião, em abril. A projeção foi feita em comunicado dirigido ao mercado. O Fed manteve a taxa de juros próxima de zero (entre 0% e 0,25%), um nível que se mantém desde a crise financeira de 2008, para continuar a apoiar a recuperação econômica. O banco estima que o Produto Interno Bruto (PIB) deverá aumentar entre 2,3% e 2,7% no final do ano.
Futebol Poluição
Paris decreta rodízio de carros pela terceira vez
Fifa tem lucro recorde com Copa 2014 A Copa do Mundo de 2014, realizada no Brasil,
O alto nível de poluição do ar levou Paris a decretar rodízio de carros
rendeu à Fifa 2,6 bilhões de dólares (R$ 8,4
pela terceira vez. A primeira foi em 1997 e a outra em 2014. A medida
bilhões), o maior lucro da história da competi-
exige que os veículos com placa de final ímpar circulem nos dias
ção, realizada desde 1930. O valor foi o mesmo
ímpares e os automóveis com placa par, nos dias pares. A polícia
gasto com a construção dos 12 estádios da
mobilizou 750 agentes para monitorar o trânsito em 100 pontos
Copa, financiados com dinheiro público ou
de controle. Os infratores podem pagar uma multa de 22 euros. O
algum tipo de empréstimo estatal. A receita
rodízio não engloba veículos elétricos, táxis, caminhões de carga e
total da Fifa foi de 4,8 bilhões de dólares (R$
carros que estejam transportando três ou mais pessoas. Em medida
15,6 bilhões), valor que também é recorde. Se-
conjunta, a prefeitura implantou a gratuidade dos serviços públicos
gundo a Matriz de Responsabilidade, a Copa
de transporte, de aluguel de bicicletas e de veículos elétricos.
custou R$ 27,1 bilhões ao Brasil, incluindo investimento estatal e privado.
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FOTO: Divulgação
blocodenotas investe+ Fábrica em Lauro de Freitas dá prioridade para mão de obra local
Receita para crescer na crise Para cumprir metas ousadas de crescimento, a Lebens investe na qualidade de produtos e serviços, amplia itens do cardápio e canais de distribuição por núbia cristina
Criada em julho de 2014, a empresa baiana Lebens Alimentos & Bebidas planeja
professores, referenciais que nos ensinam a
dobrar o market share, o mix de produtos e os pontos de distribuição até o fim
enfrentar os obstáculos”, destaca Nóbrega.
deste ano. Qual o segredo para manter metas tão otimistas em um cenário de
Ele e a sócia-diretora Ana Célia Freitas, que
crise econômica? O sócio-diretor da empresa Nilson Nóbrega explica que a
também é sua esposa, acreditam que o Nor-
receita mistura ingredientes conhecidos. Foco no cliente e no mercado, paixão
deste precisa fortalecer marcas próprias. “A
pelo trabalho, valorização e treinamento de empregados, qualidade de produ-
marca pode ser uma plataforma de condução
tos e serviços, além da preservação da identidade e da cultura local.
de identidade cultural”. Um dos destaques do
Hoje, a empresa, que conta com uma unidade industrial em Lauro de Freitas e uma equipe de 30 empregados, tem um cardápio de 70 produtos. “No segundo semestre deste ano vamos ampliar nossa oferta para 150”, avisa Nóbrega. São alimentos congelados feitos artesanalmente, sem aditivos ou conservantes, com sabor gourmet. Até 2016, será concluída a ampliação do mix, com a inserção no cardápio de massas frescas, salgados e doces, sorvetes e paletas mexicanas. “A Lebens é uma plataforma de alimentos e bebidas, onde trabalhamos muito para oferecer ao cliente sabor, variedade, qualidade e bom atendimento. São nossos mantras e metas a cumprir”, ressalta o empresário. O lançamento da linha de bebidas está previsto para ocorrer em 2017. Num primeiro momento serão disponibilizados água e sucos. A Lebens atua com a venda direta ao consumidor via internet, em loja virtual da marca, e mantém a distribuição regular
cardápio da empresa é a comida baiana e a culinária regional.
A Lebens Alimentos & Bebidas planeja dobrar o market share, o mix de produtos e os pontos de distribuição até o final deste ano
em 150 pontos de venda da capital baiana e Lauro de Freitas. No longo prazo, a marca almeja ampliar a distribuição para 11 estados do Nordeste e expandir para outras regiões.
Serviços adicionais, a exemplo da compra programada, na qual o cliente tem um cardápio
Dobrar a participação de mercado até o final de 2015, ir crescendo de forma
sob medida preparado por nutricionista, além
sustentável até se tornar uma marca de abrangência regional. As metas da Lebens
das linhas teen, light, fit, sem glúten e sem lac-
são ousadas e os desafios são muitos, pois enfrenta a concorrência de gigantes,
tose, demonstram que a empresa está voltada
como a BRF, dona das marcas Sadia e Perdigão. “Nossos concorrentes são nossos
para atender a necessidades específicas.
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blocodenotas imóveis+
Sem medo de apostar em novos investimentos A Consil inaugura até o fim do ano quatro empreendimentos no estado, três na capital e um no interior, investindo um total de R$ 210 milhões
“A etapa de comercialização foi um sucesso, e vamos inaugurar com 100% das lojas ocupadas”, afirma o diretor de obras da Consil, César Mesquita. Uma pesquisa apontou que Cajazeiras tem 600 mil habitantes e uma demanda de consumo anual de R$ 1 bilhão. Esse será o primeiro shopping do bairro. Localizado na BR-324, sentido SalvadorFeira, o América Outlet fica a 200 metros da Avenida Noide Cerqueira, em Feira de Santana. Serão 100 lojas distribuídas em ABL de 14 mil metros quadrados. A previsão é que elas
A Consil investe R$ 210 milhões no período 2014-2015 em quatro projetos, três na
sejam entregues aos lojistas em maio. Pesqui-
capital baiana e um no interior, comprovando que em cenário de crise econô-
sa realizada pela Consil apontou que Feira de
mica é preciso enxergar onde estão as oportunidades de crescimento. Em 29 de
Santana (cidade com 700 mil habitantes) tem
março, aniversário da cidade, foi inaugurado o Salvador Express Praia Hotel, na
o maior entroncamento do Brasil, perdendo
orla, localizado entre os bairros da Pituba e Amaralina. A inauguração do Shopping
apenas para São Paulo. Nessa região circula
Cajazeiras e do América Outlet, no município de Feira de Santana, está prevista
diariamente cerca de um milhão de pessoas.
para setembro, e do Alpha Medical Center para dezembro deste ano.
A comercialização e a administração também
Voltado para o lazer e o turismo de negócios, o Salvador Express Praia Hotel é fruto de um investimento de R$ 20 milhões. Foi projetado para atender ao conceito
estão a cargo da Enashopp. O América Outlet é fruto de um investimento de R$ 70 milhões.
de middle scale, disponibilizando 107 apartamentos. Foi construído e equipado em 10 meses. A última inauguração de um hotel na orla de Salvador ocorreu há 13 anos.
Primeiro centro de saúde da Paralela O Alpha Medical Center, primeiro centro
América Malls, mais nova empresa do grupo
de saúde de Alphaville e da Avenida Luiz
Fundada em 2004, com foco na incorporação e construção de empreendimentos
Viana Filho (Paralela), estará pronto até
residenciais, a Consil decidiu seguir o fluxo de expansão do setor de shopping
dezembro deste ano. A Consil investiu R$ 70
center no Brasil e por isso criou a América Malls, voltada para investimento e
milhões no empreendimento, que tem projeto
desenvolvimento de projetos nesse segmento. Essa empresa do grupo lidera os
arquitetônico de Ivan Smarcevscki. Além
projetos do Shopping Cajazeiras, um investimento de R$ 50 milhões, localizado
dos consultórios médicos, odontológicos e de
em um dos bairros mais populares e populosos de Salvador.
outros serviços da área de saúde, o espaço terá
As obras do empreendimento foram iniciadas em maio de 2014 e a previsão
um mall, no andar térreo, com lojas diversas
de entrega das unidades para os lojistas é em maio deste ano. São 110 lojas, área
e serviços. Ao todo, serão 194 unidades. A es-
de lazer com praça de alimentação e cinema tipo multiplex. Com área bruta
tratégia foi instalar um centro médico numa
locável (ABL) de cinco mil metros quadrados, o Shopping Cajazeiras tem admi-
região repleta de empreendimentos residen-
nistração e comercialização da Enashopp.
ciais, com alta demanda por serviços de saúde.
Salvador Express Praia Hotel, Shopping Cajazeiras, América Outlet, Alpha Medical Center: novos produtos Consil
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Pós-graduação em direito imobiliário
núbia cristina Editora-chefe da revista [B+], produtora e apresentadora do CBN Imóveis
O advogado Bernardo Chezzi é coordenador da pós-graduação em direito imobiliário da Faculdade Baiana de Direito. A pós tem o propósito de qualificar a atuação de profissionais do mercado, bem como habilitar aqueles que ainda não têm experiência na área. Com perfil corporativo, traz os maiores profissionais do país para lecionar em áreas de seu domínio. Chezzi é especialista em direito imobiliário pela Universidade Salvador (Unifacs), com MBA em gestão financeira, auditoria e controladoria e auditoria (Fundação Getúlio Vargas), com formação complementar em direito societário (Irvine – Califórnia).
Feirão da Caixa em junho O Feirão Caixa da Casa Própria de Salvador este ano será de 12 a 14 junho, no segundo piso do Centro de Convenções da Bahia, em uma área de 7.133 metros quadrados. No ano passado, a 10ª edição do feirão ocorreu entre 16 e 18 de maio. Mais de 80 empreendimentos disponibilizaram unidades em oferta.O feirão contou com mais de 70 parceiros: mais de 40 construtoras e cerca de 20 correspondentes imobiliários da Caixa, além de 10 imobiliárias. Este ano, a expectativa é que o evento aqueça o mercado imobiliário no primeiro semestre.
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blocodenotas saúde+
por núbia cristina
FOTOs: Divulgação
saúde na palma da mão
Projeto m-ACS, da Fiocruz Bahia, vai utilizar dispositivos móveis conectados à rotina de trabalho dos agentes comunitários de saúde Roberto Carreiro e Manoel Barral Netto
Até o fim deste ano, a Fiocruz Bahia conclui a primeira etapa do Projeto m-ACS
O diretor da Fiocruz, Manoel Barral Netto,
(mobile Agente Comunitário de Saúde). A iniciativa vai garantir a incorporação
ressalta que o projeto pretende ainda definir
de novas tecnologias e dispositivos móveis na rotina de trabalho dos Agentes
um sistema de informação prático, de alta
Comunitários de Saúde, que atuam no Programa de Saúde da Família. Em de-
mobilidade, com georreferenciamento dos
zembro do ano passado, a Fiocruz-BA iniciou as atividades no Parque Tecnoló-
domicílios, que facilite a melhoria da qualida-
gico da Bahia, inaugurando a Plataforma de Tecnologias para o Sistema Único
de dos dados coletados e apoie o trabalho dos
de Saúde (SUS).
agentes em campo, alinhado com as informa-
O pesquisador Roberto Carreiro afirma que “o projeto m-ACS vai desenvolver soluções tecnológicas, com a utilização de tablets e aplicativos específicos,
ções definidas pelo Ministério da Saúde. Outra missão do projeto é monitorar em
que atendam às necessidades dos agentes comunitários de saúde (ACS) e gerem
tempo real os dados coletados em campo pelos
informações para o gerenciamento do sistema de saúde”. O pesquisador ressal-
agentes comunitários e desenvolver ferramen-
ta que essa é apenas uma das iniciativas na área de saúde e outros projetos de-
tas tecnológicas e métodos de análise automa-
vem surgir. A plataforma é fruto de um convênio entre a Secretaria de Ciência e
tizados, para apoiar as ações das equipes nas
Tecnologia do Estado da Bahia (Secti) e a Fiocruz-BA.
unidades de saúde e os gestores municipais e
Carreiro destaca os benefícios do apoio operacional aos agentes, que hoje
estaduais. A equipe da Fiocruz-BA instalada no
realizam o trabalho de campo utilizando lápis e papel. A Bahia conta com 3.500
Parque Tecnológico é formada por seis pessoas,
ACS e 300 unidades de saúde. O projeto m-ACS tem três objetivos específicos.
entre pesquisadores e bolsistas, mas a meta é
Desenvolver um aplicativo móvel (app) para tablet, a fim de substituir a coleta e
chegar a 14, de acordo com Roberto Carreiro.
o processamento manual, em papel, dos dados de saúde dos indivíduos/famílias
Ele explica que a instituição está aberta
sob a responsabilidade dos agentes comunitários, automatizando a operação,
a parceria com empresas interessadas em
incorporando o tablet à rotina de trabalho.
colaborar nas diferentes fases do projeto, mas
O projeto da Fiocruz-BA vai estudar e propor novos usos dos dispositivos móveis, no âmbito da saúde móvel, aplicando técnicas mais avançadas para análise dos dados 32
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ressalta: “As soluções criadas serão disponibilizadas gratuitamente para o SUS”. A grande vantagem é que qualquer município baiano poderá ter acesso ao sistema, que estará disponível na internet. Existem hoje no Brasil mais de 257 mil agentes, que participam em cerca de 35 mil equipes de Saúde da Família, com cobertura de 62 milhões de pessoas.
FOTOs: Divulgação/Sesab
O teste e o aplicativo foram desenvolvidos pelo médico infectologista e subsecretário da Saúde, Roberto Badaró, em parceria com uma empresa nacional. Juntas, as duas ferramentas permitem não apenas diagnosticar, mas coletar dados sobre o paciente, sintomas. O mapeamento dos locais onde há maior ou menor incidência de casos é feito por meio do GPS do smartphone, o que possibilita um controle maior dos focos das doenças.
Bahia lança teste e app para detectar dengue e chikungunya Agregando novas tecnologias à área de saúde, a Bahia lança um teste rápido, gratuito, e um aplicativo para diagnóstico em 20 minutos de pacientes infectados por dengue e pela febre chikungunya. Além disso, a solução é capaz de mapear e localizar pontos de foco da doença. O exame inédito no país tem a eficácia de 99,8%
A novidade foi apresentada pela Secretaria Estadual da Saúde em março, durante o lançamento da campanha de combate aos mosquitos transmissores das doenças. Os equipamentos se tornaram instrumentos de trabalho dos agentes comunitários de Salvador, Feira de Santana, Ribeira do Pombal e Riachão do Jacuípe, municípios onde foram identificados casos da chikungunya. Segundo o subsecretário, o teste rápido é uma importante medida de prevenção da doença. “O exame permite que encontremos os pacientes com a doença e que eles recebam, de maneira mais rápida e segura, o tratamento eficaz. Por outro lado, cada diagnóstico permite também que localizemos as áreas mais infectadas e possamos combater os focos, evitando que mais pessoas contraiam dengue ou chikungunya”.
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blocodenotas mídia+ FOTO: Divulgação
corte de custos mediocrizam business Em geral, as empresas limitam investimentos em comunicação e propaganda nos momentos de crise. Não deveria ocorrer o oposto? A [B+] resolveu debater temas como esse com Maurício Magalhães, sócio-presidente da Agência Tudo. Um dos profissionais mais inovadores da comunicação no Brasil, ele criou o conceito de que agências no século 21 são montadoras de equação de comunicação. Ele é baiano e mora em São Paulo. por núbia cristina
Neste momento de crise econômica, você
informação. Aliás, vejam quem hoje pauta as verdadeiras discussões do país: a
tem constatado uma redução de investi-
mídia impressa. Mas isso é o que enxergo para o curto prazo, pois o mundo digi-
mentos em mídias tradicionais (impressos,
tal é irreversível, e com o próprio amadurecimento da sociedade, esse conceito
rádios, TVs)?
também se encontrará com o consumo digital, mas até mesmo lá nesse cenário,
Hoje o olhar é mais amplo, não apenas de
o papel continuará existindo.
propaganda. Porque a sociedade mudou, a evolução da sua liberdade e os impactos da tec-
No Carnaval, a marca de camisinhas Durex disponibilizou no Camarote
nologia. Então, todo investimento tem de ser
Salvador uma cápsula do sexo, gerando polêmica e visibilidade. Como você
acompanhado anteriormente de uma equação
avalia ações desse tipo?
de comunicação. Esse é o novo papel das
Estamos no mundo com aquele velho conceito: fale de mim, bem ou mal, mas
agências: montar equações próprias em cada
fale. E em minha humilde opinião essa ação foi superinfeliz, caiu nesse conceito
desafio específico. Mas respondendo à outra
que gera polêmica e deixa todos felizes, mas não nos esqueçamos do bom gosto.
questão, não, os investimentos em propagan-
De fato, essa ação respondeu a essas questões? Deixa legado? Não existiriam
da não diminuem, migram, expandem para
outras formas mais inteligentes para ganhar esse jogo?
outras linguagens, e devem considerar nesse olhar a cadeia de livre marketing e digital.
Você acha que as grandes marcas subestimam o mercado nordestino? Não, acho que é mediocridade mesmo. Quem subestima são os empresários,
Há uma discussão de que o jornalismo im-
que hoje mediocrizam qualquer business por corte de custos, apenas pelo
presso está morrendo, que jornais e revistas
corte de custo. Tudo hoje é uma planilha. Perderam-se visões, inteligências
vão desaparecer. Você concorda com isso?
aplicadas, olhar de ação e reação, de investimentos versus resultados. E acho
Absolutamente não. Esses meios serão os
que nesse cenário a comunicação seja uma das áreas mais estratégicas. O
guardiões das opiniões, das análises. O papel,
executivo que pousa de “cortador” é valorizado, essa conta já está chegando
em minha opinião, será uma espécie de
por essa miopia e juniorização das áreas de comunicação. Falta inteligência,
documento, e não de fast-food de consumo de
faltam ideias, faltam estratégias.
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Obra: Algas, conchas e bijuterias- Acrílica sobre tela - 80 x 60 cm / Fernando Oberlaender Apoio:
negócios Para ganhar o jogo 36 Parque Tecnológico da Bahia 44 Apoio à inovação 46 [C] Investidores-anjo no Brasil: precauções necessárias 48 O jogo das startups 50 Polo de Informática de Ilhéus prestes a fechar 54 Por que o e-commerce baiano não anda 58 [C] A Bahia e os grandes projetos 62 [C] Nossa herança, nossa culpa, nossa meta e o otimismo 64 W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
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capa | Games
Fortalecer a indústria local, atrair investimentos, gerar lucro. Essa é a missão do Bind, que reúne 16 desenvolvedores de games do estado, segmento que movimenta US$ 3 bilhões no Brasil por Renato Alban fotos david campbell
a disputa com robôs jogadores de futebol, compostos químicos flamejantes e aparelhos de física de eletrizar pessoas, o Bind convidava os visitantes da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia na Bahia (SNCT) – a grande feira de ciências que o governo do estado realiza todo ano – a conhecer a novata das indústrias do estado, a indústria de desenvolvimento de games. A sigla Bind significa Bahia Indie Games Developers, ou, em português, Desenvolvedores de Games Independentes da Bahia. Ela representa a união entre 16 empresas que produzem jogos eletrônicos (os games) no estado, ou cerca de 100 profissionais. Indie, games, developers? Se é um grupo baiano, por que tanto inglês?
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É simples. O Brasil é novo nesse mercado e já precisa negociar com outros países. Novo, ao menos na ponta que faz dinheiro. Somos o quarto maior consumidor de games em todo o mundo. Boa colocação em um mercado que deve movimentar US$ 82 bilhões em 2015, superando as indústrias do cinema e da música juntas. A previsão, da multinacional PwC, aponta que o país deve representar quase US$ 3 bilhões desse montante. Ainda é pouco perto do que podemos alcançar. Para aumentar esse volume de negócios, dois fatores precisam ser revistos: os altos impostos para importação dos produtos de tecnologia e a incipiência da indústria nacional. As barreiras alfandegárias são tão altas que, no início do ano, a Nintendo anunciou que encerrará as atividades no país. A fábrica japonesa avaliou que não valia a pena importar os consoles e jogos da marca, já que os produtos piratas tomam conta do mercado brasileiro. “As empresas de games olham para o Brasil como um grande potencial consumidor, mas que não consegue consumir a tecnologia original”, explica o jornalista Hugo Brito, especializado em tecnologia. Mesmo com os empecilhos, a indústria de games do Brasil cresce entre 9% e 15% anualmente, segundo a Associação Brasileira de Desenvolvedores de Games (Abragames). W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
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capa | Games
Os independentes
que as ajudem a crescer e a
SBGames 2014. Também no
Enquanto o governo não reduz os impostos para consoles e
consolidar o campo. A estra-
ano passado, outro estúdio
jogos importados nem investe pesado na produção nacional,
tégia já ganhou versões em
do coletivo, o Grude Jogos,
os desenvolvedores independentes ensaiam uma ocupação
Pernambuco (PlayRecife),
foi premiado no Congresso
deste espaço, como apontou o relatório do Banco Nacional
Distrito Federal (Bring), Rio
Norte-Nordeste de Pesquisa
de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no
Grande do Sul (ADJogosRS)
e Inovação (Connepi).
ano passado.
e Bahia. São esses grupos
De acordo com o mapeamento inédito, 133 empresas desenvolvem games no Brasil. E o número pode ser ainda maior. Na Bahia, por exemplo, são cinco listadas, e só o Bind já reúne
que têm unido os membros da indústria. “Começamos com cinco
O crescimento do Gamepólitan “A ideia do Bind surgiu
mais que o triplo da quantidade de empresas mapeadas,
empresas em 2013 e hoje
da nossa problemática:
ainda que muitas sejam tão novas que estão na produção do
temos 32 empresas na
tínhamos vários estúdios,
primeiro jogo.
associação”, diz Ivan Sendin,
mas que não se comunica-
diretor-executivo da asso-
vam”, diz Victor Cardozo, 26
competir com as gigantes Sony, Microsoft ou mesmo com a
ciação gaúcha. A ADJogosRS
anos, dono da Contra Labs.
Nintendo. Utilizando softwares livres, tanto para computado-
auxiliou o Bind na organi-
Depois de se conhecerem
res como para smartphones e tablets, eles criam jogos usados
zação do grupo, também em
no evento de jogos Game-
em publicidade, na gestão de empresas e em intervenções
2013. “A gente se conheceu
pólitan, em 2013, eles se
pedagógicas, além dos games de entretenimento.
no SBGames 2014 (Simpó-
juntaram com o objetivo de
sio Brasileiro de Jogos e
fortalecer a indústria.
Os desenvolvedores independentes não pretendem
Inicialmente, desarticuladas e fracas, essas empresas têm se unido nos últimos anos para criar coletivos e associações
Indústria de games do Brasil cresce entre 9% e 15% anualmente
Entretenimento Digital que
Segundo o organizador
aconteceu em Porto Alegre).
do Gamepólitan, Ricardo
E tentamos mostrar vários
Silva, em 2012, primeiro ano
atalhos para eles não se com-
do evento, duas empresas
plicarem como nós”.
participaram e cerca de mil
Apesar de ter a meta-
pessoas visitaram a feira de
de do número de estúdios
jogos. No ano passado, depois
da versão sulista, o Bind
da criação do Bind, o número
tem ganhado notoriedade
de empresas chegou a 12 e o
nacional. Um dos grupos que
de frequentadores a dez mil.
compõem o coletivo, o Con-
O evento já é um dos quatro
tra Labs foi semifinalista no
maiores da área no país e o maior no Norte-Nordeste.
Victor Cardoso
Formad o em ar tes, Vic 26, com tor Car eçou a C doso ontra L experim abs de m , ental em aneira 2007, a faculda inda na de. Ele a proveit dos apli ou o bo cativos om móveis no merc e entro ado em u 2011. De começo sde ent u a inve ão, stir no e anos, ele stúdio e largou o , há dois empreg só do C o para v ontra L iver a b s . a empre No ano passad sa, que o, já lanço faturou u seis g R$ 60 m ames, il e, com Hero – o jogo “N Renaiss o a c e ”, foi sem catego ria “mo ifinalist bile” SB a da Games .
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Também no ano passado, o Bind foi convidado a participar da SNCT. “A tribo de jogos precisa enxergar o setor como uma possível fonte de renda. O mercado de games é business”, diz o novo superintendente de Inovação da Secretaria de Ciência, Tecnologia e Inovação do Estado da Bahia (Secti), responsável pela edição baiana da feira de ciências, Thomas Buck.
ira Filipe Perr eedesig ais funciona como uma ner Filipe Pereira, 29, o Comunidades Virtu
Para o historiado sionais desenvolvimento de games, formando profis “divisão de base” para a indústria baiana de estrutura r melho a tem io da Uneb Lynn Alves, o estúd para o setor. Criado em 2002 pela professora mais que s grupo dos um como S relatório do BNDE do Bind. Com 11 jogos, o grupo foi citado no as no país. Eles chegam a ter equipes de 14 pesso no ção educa em os focad jogos m desenvolve sionais. profis o ios do Bind têm, em média, três ou quatr desenvolvimento de um jogo. Outros estúd
o desenvolvimento interno
Já a professora Lynn Alves aposta nos
de companhias. Hospedada
games de saúde. O grupo que coordena na
no Parque Tecnológico da
Universidade Estadual da Bahia (Uneb), o Co-
Bahia, a empresa já tem qua-
munidades Virtuais, está desenvolvendo um
tro jogos lançados e cinco
jogo que ajuda na intervenção psicopedagógi-
em desenvolvimento.
ca em crianças com indicação de Transtorno
Os desenvolvedores tam-
Caça ao tesouro
do déficit de atenção com hiperatividade
bém podem focar no con-
(TDAH). “O aplicativo é para tablet e vai po-
sumidor final, com jogos de
tencializar funções neurológicas da criança”,
entretenimento. É o que faz
explica a professora.
a Contra Labs, que já tem
Enquanto trabalham para ganhar visibi-
Mesmo com a expansão do setor no estado,
seis games lançados. Sócio
lidade na iniciativa privada, os estúdios têm
ainda não existe cadeia de investimento
da empresa, Victor Cardoso
apoio de instituições de fomento. A principal
ou de consumo direto na Bahia. “Para isso
explica que o estúdio pode
delas é a Fundação de Amparo à Pesquisa do
montamos o Bind. Temos que criar produtos
vender o jogo por inteiro
Estado da Bahia (Fapesb). As empresas Alpha
que ganhem visibilidade para conseguirmos
ou peças dentro dele, como
Centauri, Sinergia Games e Comunidades Vir-
investimentos”, afirma Ramon Santos, 27,
“armaduras” para o herói ou
tuais já venceram editais da Fapesb. O novo
diretor da Alpha Centauri.
moedas virtuais.
diretor da instituição, Eduardo de Almeida,
Entre os produtos desenvolvidos pelo
O estúdio Alemar Games,
afirma que a economia criativa, da qual o de-
grupo estão os advergames, jogos de publici-
do artista plástico Marco
senvolvimento de games faz parte, será uma
dade. A Virtualize, por exemplo, já fez mais
Alemar, 50, aposta em outra
das prioridades de sua gestão.
de 20 games para empresas como Coelba e
via: a venda de espaços dos
Richester. “Com o surgimento dos aplicati-
games para publicidade.
vos, ficou mais acessível fazer jogos. Claro
“Também estamos tentando
que o mercado também ficou mais compe-
os games customizados, de de-
titivo”, diz o designer Tiago Pessoa, 29, sócio
senhos animados”, diz Marco,
da Virtualize.
autor do desenho Pixcodelics,
Outra opção de jogos para empresas são
exibido pelo canal Cartoon
os serious games, jogos com conteúdo de
Network. A Alemar Games
treinamento ou educacional. A Sinergia Ga-
mantém contato com o Bind,
mes, por exemplo, vende jogos voltados para
embora não integre o coletivo.
Vicente Reis Felipe Barros
O designer Felipe Barros de Sousa, 27, e o sound designer Vicente Reis, 26, são dois dos sete colaboradores da Team Zeroth. O estúdio foi fundado há dois anos e ganhou notoriedade com o aplicativo de Irmã Dulce, lançado no ano passado. A empresa tem cinco games em produção e ainda está trabalhando no update do jogo de Irmã Dulce. “A gente começou a Team Zeroth ainda na faculdade. A gente queria trabalhar com desenvolvimento de jogos, mas não achávamos a oportunidade. Foi aí que surgiu o convite para participar do Gamepólitan, de onde surgiu o Bind”, conta Felipe.
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capa | Games
Ramon Santos O TI Ramon Santos, 27, é diretor do estúdio Alpha Centauri, que ganhou no ano passado um edital da Fapesb de R$ 15 mil para desenvolver o jogo “Batalha de Mitos”. Com seis pessoas envolvidas na produção, o game deve ser lançado no próximo Gamepólitan. Além de trabalhar com o conceito de realidade aumentada, o jogo aposta na regionalização da narrativa, sendo uma espécie de jogo de cartas da mitologia brasileira. “A gente está incubado na Unifacs. Lá, temos toda estrutura necessária para validar nosso negócio”, diz Ramon.
para si a responsabilidade de incentivar a
para atendê-lo. “O merca-
profissionalização da indústria local. Com
do de games é o que mais
oficinas e palestras, eles têm conseguido
cresce no mundo e ele veio
atrair muitos interessados.
pra ficar”, afirma. No Sul, a
Os membros do Bind foram respon-
instituição já trabalha em
sáveis pela organização da edição baiana
parceria com o coletivo de
da Global Game Jam 2015 (GGJ), evento
games local, a ADJogosRS,
em que desenvolvedores se juntam para
para estabilizar as desenvol-
produzir jogos em um final de semana. Só
vedoras associadas.
no Brasil, a GGJ aconteceu em 300 sedes.
Com parcerias com o
Aqui, o número de participantes mais que
governo, o grupo serve de
dobrou em relação ao ano anterior.
exemplo para o Bind. Ainda
“Quanto maior a comunidade de
este ano, um dos estúdios
desenvolvedores, melhor para nós, que
do ADJogosRS vai lançar
podemos conhecer as pessoas e participar
um game para o PlaySta-
Além de mais investimentos da iniciativa
da formação delas”, diz Ramon Santos, da
tion 4, console da Sony. “Se
privada, a consolidação da indústria depen-
Alpha Centauri. Enquanto a Bind corre
o governo possibilitar que
de da maior qualificação dos profissionais
para formar novos profissionais, institui-
consoles da Sony e Micro-
do setor. Apesar de a maioria dos desenvol-
ções capacitadoras, como o Sebrae e o Senai
soft entrem aqui baratos
vedores que montam estúdios se conhecer
Cimatec, ainda engatinham na área.
para virar bens de consu-
Escola de desenvolvedores de games
nas faculdades, as instituições de ensino
Gerente do Programa de Incubação de
mo, a gente poderia ganhar
superior ainda carecem de disciplinas na
Empresas de Base Tecnológica do Senai
desenvolvendo aplicativos
área e de professores especializados.
Bahia (iBAtec), Flávio Marinho afirma que
ou games”, diz o jornalista
a incubadora está mais interessada no pro-
especializado em tecnologia
da este ano a primeira graduação tecnológi-
cesso de “gamificação” – a transposição de
Hugo Brito.
ca de desenvolvimento de jogos digitais do
elementos de games para outros contextos
estado e uma pós-graduação de especializa-
– do que na produção de games.
A exceção é a Uneb, que deve lançar ain-
ção em game design. O Bind também toma
Uneb lança primeira graduação tecnológica de desenvolvimento de jogos digitais da Bahia 40
R e vista [ B + ]
AB RIL/maIo DE 2 0 1 5
Já o Sebrae reconhece que ainda tem
É dessa forma que pensam também os executivos da Sony. No ano passado,
dificuldade em orientar iniciativas da área.
pela primeira vez, a empresa
“Como todo setor que é novo, há carência
enviou um “olheiro” para
de mentores. Ainda não tem nenhuma
participar do Brazil’s Inde-
grande empresa de sucesso que possamos
pendent Games Festival (BIG
usar como exemplo”, diz o gerente da Uni-
Festival). Depois da visita,
dade de Inovação e Acesso à Tecnologia do
foi anunciado o lançamento
Sebrae Bahia, Leandro Barreto.
de games independentes brasileiros. Desenvolvedores
Na mira dos gigantes
gaúchos, brasilienses, paulis-
Leandro afirma que o setor deve crescer nos
tas e mineiros estão na lista
próximos anos e que o Sebrae já se prepara
da empresa.
loimagem@gmail.com | www.lucianoimagens.com + 55 71 9178-0471 | + 55 71 9162-4018 | + 55 71 3022-3720
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NEGÓCIOs | nacional
“Governo precisa investir em games” Gerente-executivo da Abragames aponta os próximos passos para o fortalecimento da produção e do consumo de jogos eletrônicos no Brasil por renato alban
O Brasil movimenta menos de 4% de todo o dinheiro que circula na indústria mundial de games. Apesar disso, o país é o quarto maior consumidor de jogos eletrônicos no mundo. Para avançarmos no campo, o governo precisa se inteirar da produção e do mercado nacionais de games e o setor precisa se profissionalizar. Essa é a projeção que faz Gerson de Sousa, gerente executivo da Associação Brasileira das Desenvolvedoras de Jogos Eletrônicos (Abragames), que completa FOTO: Arquivo pessoal
dez anos. O mercado mundial de games deve movimentar mais de US$ 82 bilhões em 2015, mas apenas US$ 3 bilhões no Brasil. Por que ainda não representamos parte expressiva
Gerente-executivo da Abragames, Gerson de Sousa afirma que desenvolvedores de games devem buscar profissionalização
desse mercado? Porque o Brasil, ao contrário de muitos
Quais os próximos passos para o Brasil crescer no mercado mundial de games?
outros grandes mercados mundiais, oferece
Entre os passos mais importantes está a melhoria da qualidade dos cursos de
barreiras imensas na importação desses
games que são oferecidos no país. Os desenvolvedores também devem buscar
produtos. Com isso, tudo chega ao mercado
aprimorar e amadurecer cada vez mais o seu lado profissional, principalmente
muito mais caro, o que limita extremamente
em relação ao business. Eles precisam ser mais ativos no networking. Por outro
o consumo. A produção nacional já não teria
lado, o governo, tanto municipal, quanto estadual e federal, precisa enxergar
essas barreiras de impostos que os jogos
a importância e a força econômica, artística e cultural dos games e criar mais
estrangeiros sofrem, mas, infelizmente, ainda
incentivos para o desenvolvimento nacional.
é muito baixa e, por isso, não possui uma presença expressiva na movimentação do
As empresas brasileiras já demonstram interesse pelos games como estraté-
mercado. Para inverter esse quadro, o gover-
gia de marketing?
no brasileiro precisaria investir muito mais
Há pouco mais de uma década, o forte na produção de games aqui no Brasil são
na produção nacional e, ao mesmo tempo,
os chamados advergames, ou seja, os jogos criados como forma de publicidade
aliviar as taxações abusivas nos produtos
para as empresas. Muitas grandes instituições nacionais vêm fazendo games
que chegam de fora. Caso contrário, o Brasil
com as suas marcas. No caso de games para as plataformas móveis (tablets e
continuará sempre distante dos grandes
smartphones), é muito utilizada a prática de incluir banners publicitários nos
mercados mundiais.
jogos. E isso vem sendo feito com frequência pelas grandes marcas nacionais.
42
R e vista [ B + ]
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Negócios | inovação Coordenador da Áity, Ântonio Rocha Júnior incentiva o intercâmbio entre as startups: “Um dos meus papéis é incentivar que eles troquem informações, que criem juntos”
Uma Tancredo Neves de Base Tecnológica Com pouco mais de dois anos, o Parque Tecnológico da Bahia pretende se consolidar como sinônimo de inovação no estado por Joana Oliveira fotos luciano Oliveira
Em operação há apenas dois anos e meio, o Parque Tecnológico
sileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), para a
da Bahia é peça-chave na rede de apoio ao desenvolvimento de
instalação de uma unidade do órgão dentro do centro tecnoló-
tecnologia e inovação no estado. Em uma área de 581 mil m², o
gico, nos próximos dois anos, e com a Agência de Fomento do
parque abriga 32 empresas – 24 delas na incubadora Áity – de
Estado da Bahia (Desenbahia), para apoio em financiamento.
todos os portes, nas áreas de engenharia, tecnologias da infor-
Segundo Leite, outro objetivo é implementar programas de
mação e comunicação (TICs), biotecnologia, saúde, educação e
pré-incubação, para fomentar projetos individuais de empreen-
indústria criativa.
dedores de dentro e fora do parque, como os próprios trabalha-
Em janeiro, a adoção de um novo modelo de gestão, base-
dores de lá. Hoje, a maior parte das empresas se instalou ali por
ado em uma integração maior entre as empresas e a coorde-
meio dos editais da Áity, oitava maior incubadora do país, que
nação do local, determinou novas estratégias. “Meu papel é
oferece contratos de dois anos de incubação, que podem ser re-
transformar o parque em sinônimo de tecnologia”, afirma o
nováveis por mais dois. “Abrimos espaço para iniciativas em áre-
coordenador de inovação e competitividade da Secretaria de
as como desenvolvimento audiovisual, games e educação, porque
Tecnologia e Inovação (Secti), Handerson Leite.
os produtos e serviços em TICs já têm vantagem competitiva no
Uma das medidas para impulsionar esse desenvolvimento é atrair novas empresas, serviços e assessorias de apoio. A administração do parque firmou parcerias com o Serviço Bra44
R evista [ B + ]
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mercado”, explica o coordenador da Áity, Antônio Rocha Júnior. De fato, são as startups desse setor que mais se desenvolveram e já têm condição de oferecer uma contrapartida
“Muitas empresas têm demandas de inovação e tecnológicas, mas acabam buscando esse serviço fora da Bahia. É importante manter as grandes empresas no Parque, porque queremos criar aqui uma Tancredo Neves de base tecnológica, e depois replicá-la no oeste e sudoeste” Manoel Gomes de Mendonça, secretário de Tecnologia e Inovação (Secti)
Âncoras É para impulsionar o potencial mercadológico de startups como a Maqhin que as chamadas empresas-âncora estão no parque. São instituições de ensino, como a Universidade Federal da Bahia (Ufba) e o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia (Ifba), e empreendimentos de médio e grande porte, como a IBM, a JusBrasil e a Portugal Telecom, que agregam ao centro tecnológico o valor de
financeira, pagando valores simbólicos por alguns serviços, como consultorias e suporte técnico-operacional e logístico. É o caso da Maqhin, empresa que
sua marca, atraindo recursos. De acordo com o secretário de Tecnologia e
desenvolve softwares e presta serviços de TI e comunicação, que se instalou no
Inovação (Secti), Manoel Gomes de Mendonça,
parque em 2012 e tem crescido com ele.
essas instituições amenizam o déficit de co-
A empresa surgiu em 2009, quando os sócios Rafael Câmara e Patric Piton
municação entre os atores desse setor. “Muitas
desenvolveram o Toqhe, um cardápio digital de autoatendimento para bares,
empresas têm demandas de inovação e tec-
restaurantes e hotéis. Já na Áity, criaram o Alfred, um aplicativo de controle
nológicas, mas acabam buscando esse serviço
de ponto de funcionários domésticos. Hoje, o principal projeto é o aplicativo
fora da Bahia. É importante manter as grandes
Vigilante, uma rede social colaborativa, de alcance nacional, para denunciar
empresas no parque, porque queremos criar
qualquer tipo de ocorrência relacionada a violência, trânsito, meio ambiente,
aqui uma Tancredo Neves de base tecnológica,
desordem, redes de água e energia, entre outras, na cidade.
e depois replicá-la no oeste e sudoeste”.
Com cerca de dois mil usuários em dois meses de lançamento, a Maqhin firmou parceria com o Disque Denúncia. “A partir dessa parceria, nosso objetivo
Um Ponto Fora da Curva
é comercializar o Vigilante para órgãos públicos”, diz Rafael Câmara. Os sócios
Um alinhamento entre universidades, centros
estão iniciando os contatos com investidores privados, mas já sentem dificul-
tecnológicos e o mercado foi a estratégia
dades. “O perfil de empreendedor investidor é escasso na Bahia. Muitas vezes
utilizada pelo Porto Digital, parque tecnológi-
é preciso migrar para outros estados para conseguir financiamento”, lamenta
co de Pernambuco, para alcançar esse mesmo
Patric Piton.
objetivo. Criado em 2000, o maior parque tecnológico do Brasil tem mais de 150 empresas e
Criada por Patric Piton e Rafael Câmara em 2009, a Maqhin desenvolveu uma rede social de denúncias. Os sócios agora buscam investidores privados
faturamento anual acima de R$ 1 bilhão. Lá, um dos principais ingredientes na receita para o sucesso foi a parceria entre pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e empresários para criar o Centro de Informática do Porto Digital, com apoio de recursos públicos. Mas, apesar dos bons resultados, o diretor de inovação do Porto Digital, Guilherme Calheiros, afirma que o caso é uma exceção. “De modo geral, as instituições acadêmicas ainda são muito fechadas para a interação com o mercado. O mercado tem pouco acesso às pesquisas desenvolvidas nas universidades, e os pesquisadores não se interessam pelas demandas do lado de fora”, avalia.
+ no site:
Confira entrevista com Guilherme Calheiros, diretor de inovação do Porto Digital W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
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Negócios | fomento
Uma mãozinha para seguir em frente Com pouca participação de capital privado, empresas de base tecnológica dependem de editais públicos para desenvolver projetos e competir no mercado por joana oliveira fotos rômulo portela
Uma empresa inovadora criada para possibilitar o surgimento de outras empresas inovadoras. Este é o empreendimento dos sonhos do estudante de administração Tarcisio Barbosa, criador da Vatapps, cuja ideia é disponibilizar gratuitamente uma rede de talentos em diversas áreas para transformar boas ideias em negócio. A inspiração veio da experiência do próprio Tarcisio, que sempre teve muitos projetos, mas pouco fomento para realizá-los. Ironicamente, o mesmo aconteceu com a Vatapps, que ainda não conseguiu desenvolver nenhum case. “Eu e dois sócios buscamos investimentos, mas o cenário de empreendedorismo baiano ainda é muito fechado”, relata. No estado, a rede de apoio à tecnologia e inovação é composta quase exclusivamente de instituições e recursos públicos. Só a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado da Bahia (Fapesb) destina, anualmente, cerca de R$ 80 milhões em editais para pesquisa e projetos na área. Essa escassa participação da iniciativa privada diz respeito ao perfil do empresariado baiano, que tem aversão ao risco, um fator inerente aos empreendimentos inovadores. “Enquanto as agências de fomento disponibilizam um
Considerada uma das sete startups mais inovadoras do Brasil, a Movpak pretende investir no mercado internacional: “Mais aberto a inovações em mobilidade urbana”
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volume razoável de recursos, muitas empresas de médio e grande porte ainda precisam criar seus centros de pesquisa
e desenvolvimento e investir na criação de novas tecnologias”, afirma o diretor
“Expusemos a mochila em feiras tecnoló-
geral da Fapesb, Paulo Roberto Machado. Segundo ele, essa mentalidade começa
gicas de diversos países e, graças ao interesse
a mudar, graças à necessidade de ampliar a competitividade do estado por meio
do público nesses eventos, temos um foco
da aplicação da inovação à estrutura produtiva de toda a Bahia.
no mercado internacional, mais aberto a inovações em mobilidade urbana. Enviamos
Hardware is hard
formulários para possíveis distribuidoras e
Para alguns empreendedores, outra dificuldade é o fato de que esse mercado
temos um bom retorno”, conta Ivo.
ainda está muito voltado para as tecnologias da informação e comunicação (TICs), que concentram 50% dos investimentos públicos. Em um setor domina-
Expansão do Portfólio
do por softwares, o desenvolvimento de serviços e, sobretudo, produtos atrai
As incubadoras e aceleradoras – instituições
menos investimentos, devido aos custos maiores de trâmites burocráticos e
que estimulam o desenvolvimento e a con-
técnicos, como o desenvolvimento de protótipos e testes para a obtenção de
solidação de startups em negócios altamente
patentes e certificados.
valorizados, com impacto financeiro, social e
Antes de serem considerados pela revista Forbes como uma das sete star-
ambiental, como a Movpak e a Echoflow – têm
tups mais inovadoras do país, os sócios da Movpak – mochila que se transforma
ajudado a atrair novas fontes de capital de
em skate elétrico, com controle wireless, e que chega até 30 km/h – foram repro-
risco para a Bahia.
vados em diversos editais públicos, porque a ideia de que uma pessoa poderia levar seu meio de transporte sempre consigo foi considerada irrealizável. Depois das recusas, os sócios Ivo Machado (responsável pelo marketing),
No final do ano passado, a Acelera Cimatec, aceleradora do Senai Cimatec, foi selecionada pelo programa federal Start-Up Brasil
Hugo Dourado (presidente da empresa) e Felipe Junquilho (responsável pela
para participar de uma rede de investido-
parte tecnológica) buscaram por conta própria investimento-anjo (investi-
res-anjo que aportarão recursos em projetos
mento realizado por pessoa física com capital próprio) e conseguiram lançar
relacionados à microeletrônica, sistemas em-
o protótipo. Hoje, dentro da Áity, incubadora do Parque Tecnológico da Bahia,
barcados e computação de alto desempenho.
eles realizam a pré-venda da Movpak pelo valor de US$ 1 mil.
A meta é desenvolver softwares, hardwares e serviços relacionados a temas como internet
A escassa participação da iniciativa privada diz respeito ao perfil do empresariado baiano, que tem aversão ao risco
das coisas, robótica e automação, além de equipamentos para a cadeia de petróleo, gás e energias, telecomunicação e impressão 3D. Para o secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), Manoel Gomes de Mendonça, a diversificação do portfólio baiano nessa
Cenário árido: Tarcísio Barbosa, da Vatapps, busca investimentos para projetos
área terá efeitos positivos em diversos setores econômicos do estado, principalmente na indústria. “A Bahia já tem um talento industrial. O objetivo agora é fomentar empresas de inovação tecnológica para atuar também nesse setor, promovendo um desenvolvimento sustentável, com retorno econômico”, afirma. Apesar de os jovens ainda serem maioria, empresários mais maduros, que já estão no mercado, mas sentem necessidade de inovar e se reinventar, têm apresentado projetos em editais e solicitado consultorias na instituição.
FOTO: Divulgação
“Não queremos que as empresas tradicionais desapareçam, mas sim que se tornem inovadoras, para seguir competindo no mercado”, explica Mendonça. W W W. po rta lB MA I S . CO M. BR
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NEGÓCIOs | mundo corporativo
Investidores-anjo no Brasil: precauções necessárias
E
Ruy José de Almeida Filho Sócio do escritório Almeida & São Paulo Advogados Associados
m um cenário econômico periclitante como o que o Brasil está, as
o prazo de retorno, o direito de preferência
novas oportunidades de investimentos se apresentam cada vez mais
na venda de cotas a terceiros, a proibição de
interessantes. As startups, neste contexto, representam uma dessas
concorrência, enfim, todas as garantias ne-
alternativas e, além dos cases de sucesso, ainda buscam se firmar no
cessárias a promover uma mínima segurança
mercado empreendedor nacional como prática segura e consolidada.
jurídica ao investimento.
Muitos dos que investem em startups são investidores-anjo, indivíduos ou
Não obstante todas as precauções formais
pessoas jurídicas que, identificando potencial no projeto, aportam não apenas
que o investidor pode adotar, este sempre
recursos financeiros, como investem o seu tempo, conhecimento e experiência,
estará sujeito a determinados riscos inerentes
buscando o desenvolvimento de uma possível empresa de sucesso.
ao ordenamento jurídico brasileiro, a exemplo
Logicamente, por se tratar de um investimento de alto risco, lucros considerá-
da possibilidade de afetação do seu patrimônio
veis podem frutificar da empreitada, como também resultar em prejuízo. A despei-
pessoal por eventuais dívidas e obrigações do
to de conhecidos modelos de sucesso originados como startups, como a Bematech,
negócio. Trata-se do que se chama de descon-
Buscapé ou fashion.me, no Brasil inexiste regulamentação específica para esse tipo
sideração da personalidade jurídica, medida
de projeto, diferentemente de países nos quais é sedimentada a prática de incen-
adotada largamente em demandas judiciais,
tivo a empreendimentos dessa natureza, como nos EUA. A maioria das startups
notadamente aquelas de natureza trabalhista e
brasileiras, por sua própria configuração, adota comumente a forma de sociedade
de consumidor, e na significativa porção delas,
limitada, que não tem prevista a figura do sócio investidor. Neste caso, o investidor
acontecem ao arrepio da legislação, com o atro-
-anjo acaba por figurar como um sócio minoritário na eventual sociedade formada.
pelo flagrante do devido processo legal.
Sendo este o cenário, o investidor deve se precaver no que lhe for possível. Estabelecido o interesse pelo investimento, a primeira ordem é a formaliza-
Considerando esse cenário de incerteza jurídica, a melhor orientação a ser oferecida
ção de um acordo de confidencialidade. Isso garantirá desde logo a obrigação
ao “anjo” compreende não apenas a busca pelo
de ambas as partes em não divulgar quaisquer dos aspectos dos negócios a
máximo de conhecimento específico do nicho
terceiros, protegendo, assim, o serviço em desenvolvimento.
de negócio que se busca investir, mas, princi-
O passo seguinte deve envolver necessariamente a realização de uma due
palmente, a constante fiscalização, controle e
diligence, com a pesquisa de todas as informações do projeto, os seus desenvol-
efetivo estímulo ao empreendimento. Com o
vedores, as marcas e patentes envolvidas, culminando na elaboração do acordo
frequente aconselhamento, auxílio à capacita-
de investimento. Este é o documento mais importante na fixação das premis-
ção dos funcionários e a verificação da correta
sas desta relação, estabelecendo-se as obrigações e direitos de ambas as partes.
alocação de recursos, o investidor viabilizará
Dentre as cláusulas mais importantes do acordo estarão a forma, tempo
um ambiente efetivamente propício ao desen-
e volume dos recursos a serem alocados, a forma de remuneração dos sócios,
volvimento do seu negócio. obra: Sem título / Acrílica sobre tela / Fernando Oberlaender
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Negócios | startup
jogo da startup
o
O objetivo do jogo é transformar uma ideia em uma empresa inovadora. Mais de três mil startups brasileiras se encontram em algum ponto desse jogo. Para os que ainda não estão na disputa, startups são empresas jovens inovadoras que buscam desenvolver um modelo de negócio econômico e rentável. No ano passado, elas movimentaram cerca de
Com a ajuda de especialistas, a [B+] preparou o passo a passo de uma startup até ela se tornar uma empresa consolidada
R$ 2 bilhões no país. Leia as instruções e bom jogo!
por renato alban ilustrações rafaela palma
LARGADA
01
Identifique um problema e pense em uma solução. Pronto! Você tem uma ideia, pode seguir o jogo!
Não adianta continuar sem entender o mercado que você quer entrar. Existem três formas de fazer isso (veja nas próximas casas os três métodos de pesquisa mais comuns, que podem se complementar)
02
Você caiu na pesquisa quantitativa Mande questionários às pessoas envolvidas no setor da sua ideia com questões do tipo “responda ‘sim’ ou ‘não’” e “avalie de 0 a 10” 04
03
Faça uma pesquisa qualitativa Peça para seu públicoalvo avaliar o setor por escrito, descrevendo os problemas e apontando as necessidades
50
R evista [ B + ]
AB RIL/maIo DE 2 0 1 5
Comece uma pesquisa etnográfica Vá ao local em que quer atuar, observe o problema que se propõe a resolver e documente os fatos. Investigue o que as pessoas do setor desejam e quais os seus problemas
iCollect
instruções 1
Monte uma equipe interdisciplinar. O ideal é que tenha entre quatro e cinco componentes, com designer, gestor e desenvolvedores
2
Todos os componentes devem estar preparados para gastar boa parte do dia dedicados ao projeto
3
É aconselhável que pelo menos uma pessoa da equipe tenha experiência ou formação acadêmica no setor no qual a ideia será implementada
4
Não seja imediatista. A maioria das startups demora pelo menos dois anos antes de se tornar uma empresa consolidada
5
Esteja preparado para críticas, sugestões e alterações em sua ideia inicial
Em 2010, o então estudante de sistema de informação Diego Mota, hoje com 28 anos, decidiu abrir uma startup. Ele identificou um problema que tinha desde criança – vender revistas que colecionava – e pensou em uma solução: um site para colecionadores negociarem produtos. Lançou o portal. Ninguém quis. Apenas com dois freelancers e sem fazer pesquisa de mercado, Diego havia descumprido as instruções do jogo e pulado etapas. No ano passado, ele formou um time complementar na Startup Weekend, entrou na Incubadora de Negócios da Unifacs e refez seu MVP. Para ele, o imediatismo é o maior problema para quem quer entrar nesse jogo. “Foram nove meses de trabalho duro. É um projeto de longo prazo”. Diego e sua equipe já gastaram R$ 6 mil.
Os clientes se interessaram. Mãos à obra. Construa a primeira versão do seu produto, o
FazTransporte
MVP
(produto mínimo viável)
A estudante de administração da Ufba Monique Lemos de Araújo, 22 anos, teve a ideia de fazer um aplicativo voltado para pais de alunos que usam transporte escolar. Depois de uma pesquisa qualitativa, percebeu-se que os pais não pagariam pelo aplicativo, mas os transportadores sim. Com incubação no Senai, Monique e dois sócios desenvolveram o protótipo do FazTransporte, que promete ajudar os transportadores com gestão financeira, gerenciamento de pagamento, contratos e comunicação com os pais dos estudantes. “Também estamos contando com a Empresa Júnior da Ufba para fazer a validação da ideia”, diz Monique.
05
Amadureça sua ideia Com a pesquisa em mãos, monte o casamento perfeito do problema e solução e defina quem será o seu cliente. É hora de avançar e ver quanto vale essa ideia
10
06
Ele já deve conter as características básicas do produto ou serviço oferecido
09
Ninguém deixou comentários nas redes sociais ou enviou e-mails. Aumente a divulgação da página, faça abordagem direta dos clientes e veja o resultado. Nada? Volte quatro casas
07
Você está na fase de
validação da ideia
e precisa testar se ela é economicamente viável, exequível e desejada
08
Mostre slides de apresentação da ideia ao seu potencial cliente. Envolva os clientes no desenvolvimento do projeto por meio das redes sociais ou de site onde eles podem deixar e-mails
OPS!
O cliente adorou seu projeto, mas disse que não pagaria por ele. Calma, nem tudo está perdido. Volte três casas e veja se há outras pessoas envolvidas no problema que se interessariam pela sua ideia
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51
Talugo A administradora Paula Morais, 20, venceu uma Startup Weekend em Minas Gerais com o projeto de um site de aluguel de produtos. Cerca de dez meses depois retomou o projeto com outros colaboradores, criou um sistema de incentivo – um grupo de quatro mentores e 15 consultores que toparam ajudar a startup – e está finalizando o planejamento estratégico da empresa, preparando-se para conseguir clientes e investidores. O custo de operação até agora foi de R$ 1.300.
13
14
Os clientes não ficaram tão interessados quanto pareciam na fase de pesquisa de mercado. Converse com eles e veja o que pode fazer. Nenhuma solução? Tente achar outros clientes ou volte para a largada
15
Você chegou à fase mais difícil do jogo, as vendas iniciais. Tente garantir uma
receita mínima que garanta a sustentação da startup para a continuidade do projeto. Enquanto isso, melhore seu produto ou serviço
Caiu na armadilha mais comum: não consegue convencer os clientes a pagar porque o projeto está em fase inicial. Passe uma rodada aqui para investir em divulgação e conquistar mais compradores
16
Você conseguiu investidores,
mesmo com um portfólio ainda pequeno de clientes e com o projeto em estágio inicial. Parabéns! Avance uma casa
12
A resposta ao MVP não foi a esperada. Ele é exequível e desejado pelos clientes, mas é
economicamente inviável Passe duas rodadas tentando torná-lo viável. Se não conseguir, recomece o jogo. No mercado das startups, esse movimento é chamado de “pivotar” (do inglês “pivot”, que significa “mudar”, “girar”)
11
Seu MVP teve problemas operacionais Não se desespere. Responda rápido ao cliente que reclamou. Perca uma rodada solucionando esses problemas técnicos. Isso vai te ajudar na construção de uma solução que atende ao mercado
Na Vibe Depois de oito meses desenvolvendo o software Na Vibe, o estudante de sistemas de informação Tássio Noronha, 22, e sua equipe lançaram o produto, que reúne informações de eventos de entretenimento em Salvador durante o Carnaval. Logo, receberam queixa do próprio orientador da Incubadora de Negócios da Unifacs sobre um problema para acessar. À tarde, o problema já estava solucionado. Depois do lançamento, eles fecharam parceria com uma empresa para desenvolvimento de um software. Eles vão usar o recurso para melhorar o MVP. Eles só gastaram até agora R$ 250.
Bônus
veja quem pode ajudar sua startup a vencer o jogo! Incubadora de Negócios da Unifacs:
acompanha o projeto desde a primeira etapa. Caso seja selecionada, a startup pode ficar até dois anos na faculdade com o custo simbólico de R$ 50 por mês. A incubadora, fundada em 2007, é mais voltada para projetos que envolvem tecnologias da informação e comunicação, como portais e aplicativos. Áity Incubadora: é a incubadora do Parque
Tecnológico da Bahia, inaugurado em 2012. A Áity abriga 24 empresas, selecionadas por meio de editais. Para ser selecionada, a empresa já deve ter validado o produto no mercado, ou seja, o parque não faz a etapa de pré-incubação.
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Labwin Há dez anos, o químico Fernando Oliveira, 50 anos, abriu a startup Labwin, que atende 40 empresas em todo o país. “Trabalhava como consultor em laboratórios desde 1995 e fazia tudo em papel”. Percebendo o problema, ele criou a solução: vende softwares de gerenciamento de informações de laboratórios. Há dois anos, a Labwin está incubada no Parque Tecnológico. Lá, Fernando conta que está melhorando os setores de finanças e marketing e expandindo o portfólio de clientes.
17
18
Expanda o negócio Lembre que a partir de agora você terá que contratar consultorias de contabilidade e advocacia. Seu projeto começa a perder a cara de startup e a se parecer com uma empresa consolidada.
parabéns
Sua startup deixou de ser uma startup. Agora você tem em mãos uma empresa inovadora que anda com as próprias pernas
19
seu projeto está crescendo Com mais contratados e estrutura sólida, a startup precisa de diretores de operação, marketing e financeiro. Avance para a penúltima casa.
Mais uma rodada de investimento
Dica: agora você já pode conseguir com mais facilidade investimentos venture capital. Depois de angariar mais fundos, ande até a chegada
IBAtec: criada em 2012, a incubadora
está inserida no Senai Cimatec e atua tanto na pré-incubação, no período de seis meses, quanto na incubação, que dura até dois anos. É habilitada pelo Start-Up Brasil, programa do governo federal de apoio a startups. A instituição ainda tem uma aceleradora, a Acelera Cimatec, que acompanha projetos em estágio mais avançado. Sebrae Bahia: o instituto está desenvolvendo
um programa de apoio a startups, mas as empresas que já possuem CNPJ podem procurar o Sebrae para orientação e consultoria. Os programas ALI (Agentes Locais de Inovação), Sebraetec e Internacionalização são voltados para micro e pequenas empresas tradicionais que querem investir em inovação.
ajudaram a criar este jogo Associação Brasileira de Startups (ABStartup); Start-Up Brasil, Leandro Barreto (Sebrae), Marcelo Dultra (Unifacs), Flávio Marinho (Senai Bahia - iBAtec) e Thomas Buck (Secti)
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Negócios | declínio
Polo de Informática em risco Falta de infraestrutura e logística, somada à crise econômica, ameaça a sobrevivência do Polo de Ilhéus, que já respondeu por 20% da produção nacional de computadores por lívia cabral
Criado em 1995 para reverter a crise do cacau, o Polo de Infor-
como o início do colapso econômico que forçou a maior
mática de Ilhéus encontra-se hoje reduzido à metade do que já
empresa do Polo de Informática de Ilhéus, a Bitway, a fechar
foi um dia. A intenção de gerar emprego, renda e maior compe-
as portas em 2010, sem possibilidade de importar insumos.
titividade para a economia local foi alcançada de início e perdu-
Muitas tiveram o mesmo destino ou então se transferiram
rou até meados da primeira década do século 21. Desde então,
para outros estados.
e até hoje, a míngua é traduzida nos números. O faturamento
Como justificativa para a agrura permanente estabelecida
anual que já chegou à marca de R$ 2,2 bilhões, atualmente gira
desde então, o professor sinaliza para questões estruturais. “O
em torno de R$ 1 bilhão. Em seu auge, o Polo de Informática
projeto do polo nunca esteve completo. O que foi oferecido às
reunia 74 fábricas de eletroeletrônicos. Nos dias atuais, sobrevi-
empresas não era só incentivo fiscal, mas também infraestru-
vem 38 empresas do setor espalhadas pela cidade.
tura física e de logística. A restrição de voos no aeroporto de
O número de empregos gerados para o município, que padeceu a decadência após a vassoura-de-bruxa destruir as
Ilhéus, por exemplo, reduziu muito a capacidade de produção das indústrias”, assinala.
lavouras cacaueiras, caiu de 2,5 mil para mil. O polo, que no passado alcançou o índice de 20% de participação na fabri-
Positivo fecha fábrica no município
cação de computadores no Brasil, hoje é responsável por 10%
No começo, as indústrias de eletroeletrônicos estavam concen-
da produção nacional. A crise mundial que afeta a indústria
tradas numa área de mais de 3,5 milhões de metros quadra-
brasileira desde 2008 atingiu fortemente os empresários do
dos, que constitui o Distrito Industrial de Ilhéus. O espaço,
setor de informática, mas outros fatores se somaram a isso,
administrado pela Superintendência de Desenvolvimento
culminando no declínio.
Industrial e Comercial do Governo do Estado (Sudic), abriga
Para um estudioso da área, o professor doutor Gesil Sampaio, da Universidade Estadual Santa Cruz (Uesc), em Ilhéus, vários problemas juntos constituem “um estado permanente de crise”. Sampaio aponta a alta do dólar entre 2008 e 2009 54
R e vista [ B + ]
AB RIL/maIo DE 2 0 1 5
empresas de diversos setores, como transportes, beneficiamento de cacau, vestuário, informática, etc. A opinião do professor Gesil sobre o projeto imaturo do Polo de Informática é compactuada por empresários, como o
Positivo Informática, maior do país nesse segmento, acaba de fechar sua fábrica no município, transferindo a produção para a planta já existente em Manaus. Segundo Araújo, o motivo teria sido justamente a dificuldade em conseguir uma área satisfatória dentro do espaço destinado às indústrias. “A expansão deles geraria mais mil novos empregos em Ilhéus”, calcula. Por meio da assessoria de imprensa, a Positivo Informática disse que não irá comentar sobre o assunto. Do outro lado, o analista técnico da Sudic José Roberto Moreira, contatado pela [B+], nega-se a comentar o caso da Positivo, alegando que houve contato com a empresa, mas o órgão não recebeu solicitação formal sobre a aquisição de um terreno. Ele esclarePolo de Ilhéus pode acabar por falta de infraestrutura e investimentos na região FOTO: José Nazal
ce ainda que algumas áreas visivelmente desocupadas no Distrito Industrial são fruto de reservas feitas por empresas em fase de trâmites legais para adquiri-las. “As empresas têm seis meses para iniciar a implanta-
Em seu auge, o polo reunia 74 fábricas de eletroeletrônicos. Hoje, sobrevivem 38 empresas do setor espalhadas pela cidade
ção. Muitas não conseguem a regularização necessária e não concluem o processo de compra dos terrenos, então essas áreas retornam para a Sudic e são disponibilizadas novamente”, resume Moreira. Infraestrutura precária Outros percalços que atravancam o desenvolvimento do polo remetem à falta de uma estrutura física adequada. Para o vice-presi-
presidente do Sindicato das Indústrias de Aparelhos Elétricos, Eletrônicos, Com-
dente do Sinec, presidente da Associação do
putadores, Informática e Similares de Ilhéus e Itabuna (Sinec), William de Araújo.
Polo das Indústrias de Eletrônica, Informá-
Diretor da Accept, indústria voltada à produção de servidores para o mercado
tica e Telecomunicações de Ilhéus e também
corporativo, Araújo veio de São Paulo para instalar sua empresa na Bahia em 2004,
empresário, Christian Dunce, houve de fato
atraído pelos incentivos fiscais, que envolvem ICMS, ISS, IPTU, entre outros.
uma falta de planejamento na concepção
Ao partir em busca de uma área dentro do distrito, o executivo percebeu
do polo. “Ao contrário do polo automotivo
o primeiro grande entrave do polo. “Existem áreas disponíveis no fundo do
de Camaçari, o distrito de Ilhéus não foi
distrito, com terrenos com declives, lugares de brejo. São espaços em que, se eu
planejado. Acabaram misturando empresas
fosse fazer uma infraestrutura básica, iria gastar mais do que se comprasse um
de informática com as de transportes e
terreno fora. Cheguei a identificar uns terrenos bons que estavam vazios, mas a
beneficiamento de cacau, por exemplo, que
Sudic dizia que não estavam disponíveis, possuíam donos. Mas não havia nada
usam veículos pesados e acabam danifican-
funcionando nos locais”, lamenta o empresário.
do muito o asfalto”, opina.
Hoje, o Polo de Informática está descentralizado, tendo algumas fábricas instaladas em outros locais da cidade. O presidente do Sinec conta que a
A responsabilidade sobre a manutenção da área distrital é dividida entre a SuW W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
55
O Polo de Informática de Ilhéus em números ontem
hoje
faturamento anual
R$ 2,2
bilhões
R$ 1
bilhão
dic e a prefeitura de Ilhéus. “O descuido com o distrito já era um problema desde que cheguei aqui, em 2004. Fica um empurra-empurra dos órgãos governamentais e o lugar acabou abandonado, sem manutenção nenhuma”, relata o executivo da Accept. O motivo para a precariedade dos serviços de coleta de lixo e iluminação pública é resumido pelo secretário de Indústria e Comércio do município, Roberto Garcia: “Não temos estrutura”. Com muitos benefícios e isenções de impostos municipais oferecidos ao Polo de Informática, resta à prefeitura a arrecadação de apenas uma taxa de alvará. Contudo, a Secretaria Municipal da Fazenda não conseguiu formatar, a tempo de publicar nesta matéria, o relatório das arrecadações dos últimos anos. Competitividade ameaçada “O fato de não haver terminal alfandegário e um aeroporto maior são detalhes pequenos. Quando você soma todos os fatores, tudo influencia”, afirma William de Araújo, da Accept. Para Christian Dunce, da Daten, as dificuldades econômicas suplantam essas questões, mas ele reconhece que o fato de o município não ter
número de fabricantes
um porto principal para desembarque dos insumos faz
74 38
o polo perder em competitividade para outros estados. “Pernambuco, por exemplo, tem o Porto de Suape para desembaraço direto das cargas”, lembra o empresário. Outros estados que se tornaram competitivos na indústria de eletroeletrônicos foram Minas Gerais e Curitiba. De acordo com o presidente do Sinec, esses estados copiaram o modelo de incentivos da Bahia e se
empregos diretos gerados
tornaram atrativos para empresas do segmento. “Esses
2.500
revela William.
lugares criaram distritos industriais decentes, com áreas terraplanadas, muitas vezes até com galpão incluído”,
1.000
A expectativa do empresariado é que a chegada do prometido Porto Sul e da Zona de Processamento de Exportação (ZPE) gere um efeito colateral positivo no incentivo à economia local e fortaleça a região.
Participação na produção nacional de computadores
20% 10% 56
R e vista [ B + ]
AB RIL/ maIo DE 2 0 1 5
Porém, caso esses avanços não cheguem, as perspectivas são assustadoras. “O Polo de Informática de Ilhéus pode acabar por falta de infraestrutura e investimentos na região, sobretudo por parte do governo estadual”, atesta William. Segundo ele, se a situação não mudar, daqui a quatro anos o polo deve estar reduzido ao mínimo, com apenas três ou quatro empresas em operação.
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NEGÓCIOs | comércio eletrônico
Conexão lenta As estratégias dos empreendedores que conseguem faturar com o comércio eletrônico em um estado que prefere comprar em lojas físicas por pedro hijo
A cada dois nordestinos que iniciam uma compra online, um deles só fecha negócio na loja física, de acordo com dados da pesquisa Total Retail 2015, da PwC. Algumas razões explicam esta resistência com o e-commerce: o consumidor ainda precisa experimentar e tocar no produto para poder comprá-lo. Na Bahia, o comércio eletrônico ainda caminha a passos lentos. São poucas as empresas que possuem presença ativa em plataformas digitais. Problemas culturais, de infraestrutura e logística afastam o empresário do digital. “O que assusta o comerciante e, às vezes, o impede de abrir um negócio online é a velha ideia de que o cliente precisa ter um contato físico com o produto”, diz Jack London, criador do Booknet, primeiro e-commerce brasileiro, hoje Submarino. “A indústria da moda pensava assim, e hoje em dia estes produtos possuem sites próprios sem a necessidade de lojas físicas”, completa. De acordo com London, a presença digital é importante para que haja uma interação entre canais. “Hoje, ninguém compra
FOTO: Divulgação
IRLEY REGO Fundou a Benzadeus com o marido, Pedro da Rocha estratégia ▶ “Investir em um e-commerce para o público baiano não dá certo para quem quer vender produto, o estado tem um perfil mais de serviço”, diz Pedro Clientes ▶ Baianos preferem comprar na loja física. E-commerce vende mais para regiões do centro e sul do Brasil Faturamento ▶ A empresa cresceu 120% em 2014
um automóvel, por exemplo, sem antes pesquisar na internet tudo que diz respeito àquele carro. Mas a compra é, na maioria das vezes, fechada em uma loja física”, pondera London.
“A principal questão para os players do varejo não é optar entre o offline ou o online, é estar presente em todos os canais e operá-los de forma integrada, explorando as vantagens de cada um e a complementaridade entre eles” Ricardo Neves, sócio da PwC Brasil 58
R evista [ B + ]
AB RIL/maIo DE 2 0 1 5
FOTO: Divulgação
ROGERIO SALUME fundador da Wine.com.br estratégia ▶ Criou o e-commerce de vinhos porque acreditava que a bebida poderia ser comercializada de forma mais fácil Clientes ▶ Maioria dos consumidores está na região sudeste. Faturamento ▶ R$ 200 milhões em 2014
“A principal questão para os players do varejo não é optar entre o offline ou o online, é estar presente em todos os canais e operá-los de forma integrada, explorando as vantagens de cada um e a complementaridade entre eles”, resume Ricardo Neves, sócio da PwC Brasil e líder de Varejo & Consumo. Com fé em Deus O empresário Pedro da Rocha precisou abrir uma loja física para que a Benzadeus, e-commerce de roupas que gerencia com sua esposa Irley Rego, pudesse engrenar. “A gente notou que o soteropolitano não queria pagar o valor do frete de um produto que seria enviado por uma empresa da própria cidade. Muitos ligavam para o telefone do e-commerce perguntando onde poderiam retirar o produto pessoalmente”, diz Pedro. Para ele, investir em um mercado eletrônico para vender para o público baiano é um erro. “A não ser que seja uma empresa que oferece serviços, setor que o baiano consome muito”, opina. Há dois anos, Pedro e Irley abriram uma loja no Pelourinho, visando o público local e ao turista. As roupas que vendem na Benzadeus têm temas culturais e estampas de santos e orixás que atraem consumidores de outros estados. “Hoje, o nosso e-commerce atende a todo o país, mas o centro e o sul são os principais compradores”. O plano da dupla para este ano é se aproximar de lojas que possam comercializar as camisetas, o que anula a necessidade de ter uma estrutura física e diminui o risco do negócio. “Qualquer pessoa que entra num mercado desses, jogando tudo W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
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NEGÓCIOs | ????????
IVAN OLIVEIRA Diretor da Ivan Joias estratégia ▶ Google Adwords, posts pagos no Facebook, aplicativo e loja virtual são algumas das apostas da loja para ficar mais próxima do cliente Clientes ▶ Quem compra pelo e-commerce prefere peças mais tradicionais, que não exijam que o cliente experimente, como brincos básicos e anéis de formatura FOTO: Rômulo Portela
Faturamento ▶E-commerce representa 15% do total de vendas da loja
“Acreditamos que é preciso lançar mão da tecnologia para criar uma interação maior com o consumidor, e o aplicativo é uma boa forma de atraí-lo para a loja” Ivan Oliveira, diretor da Ivan Joias
por sua fachada ou pela vitrine, as pessoas ficam envergonhadas, ficam na dúvida se devem entrar ou não. Com a internet isso diminui”, completa. Em março, a Wine anunciou a aquisição de duas empresas da área de café em cápsula. As marcas suíças Monodor Patents S.A., empresa de patentes, pesquisas e desenvolvimento de café em cápsula, e a MocoffeeTM, empresa de café monodose para o consumidor final. Na palma da mão
o que tem, precisa estar preparada para o risco”, diz Pedro. “Para
Com 30 anos de mercado, Ivan Oliveira resolveu lançar um
ter um bom posicionamento digital é preciso credibilidade, inves-
aplicativo da joalheria que gerencia. A Ivan Joias tem um e-
timento em propaganda, muito planejamento, um preço especial
commerce desde 2010 que representa pelo menos 15% das ven-
ou um produto único, o que não é sempre fácil”.
das totais da loja. O lançamento do aplicativo é uma estratégia para se aproximar do cliente. “Investimos R$ 6 mil no app por-
Vinícola online
que acreditamos que é preciso lançar mão da tecnologia para
Há sete anos, o baiano Rogério Salume criou a Wine.com.br,
criar uma interação maior com o consumidor, e o aplicativo é
uma loja virtual de vinhos. A empreitada começou quando Ro-
uma boa forma de atraí-lo para a loja”, diz o empresário baiano.
gério trabalhava em uma empresa de representação. Na época,
Ivan notou que era importante migrar para o online quan-
ele percebeu que a venda de vinhos poderia ser mais fácil e
do alguns clientes começaram a pedir para receber fotos das
democrática. Montou um negócio que entregava a bebida em
joias por e-mail, para poder conhecer melhor. Aquela logística
casa, 24 horas por dia. Hoje, a empresa, com sede no Espírito
não funcionava, então era melhor criar um site que pudesse
Santo, é o terceiro maior e-commerce do tipo no mundo e fatu-
expor e, por que não, vender os produtos. “O maior número
rou mais de R$ 200 milhões em 2014.
de vendas ainda é na loja física, o baiano ainda precisa tocar,
“Não temos planos para montar lojas físicas”, diz Rogério.
experimentar o produto, mas essa presença digital é impor-
“A loja virtual tem a vantagem da comodidade e também nos
tantíssima porque a gente consegue dar saída para peças mais
permite vender vinhos que não são encontrados tão facilmen-
básicas, como brincos de bolinha e anéis de formatura, que o
te. As lojas físicas inibem a entrada de algumas pessoas, seja
consumidor já conhece”.
60
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AB RIL/ maIo DE 2 0 1 5
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NEGÓCIOs | crise
A Bahia e os grandes projetos
O
Armando Avena Escritor, economista, professor da Ufba e diretor do portal Bahia Econômica
s grandes projetos estrutu-
governo do estado busca atrair sócios e montar uma engenharia financeira que
rantes da Bahia, alguns em
viabilize a construção do outro terminal. A Ferrovia Oeste-Leste, que depende do
andamento, correm o risco
porto para escoar os produtos, está em pleno andamento das obras, mas corre o
de não se concretizar. E as
risco de ficar pronta antes que o Porto Sul seja iniciado.
lideranças empresariais do
Outros projetos já foram adiados indefinidamente, como a duplicação da Ve-
estado precisam se mobilizar, sob pena de a
racel, no setor privado, e a famigerada ponte Salvador-Itaparica, no setor público.
economia baiana continuar crescendo menos
Num quadro como esse, é fundamental que o governo do estado e sua Secretaria
do que a dos outros estados do Nordeste.
de Desenvolvimento Econômico e a Fieb – Federação das Indústrias do Estado da
Vários projetos baianos estão com proble-
Bahia se mobilizem para tentar viabilizar esses investimentos.
mas, a exemplo do Estaleiro Enseada Naval,
Enquanto a economia pernambucana inaugura projetos de porte, como a
da Bamin Mineração, da JAC Motors, isso no
Fiat e a Refinaria Abreu e Lima, e viabiliza a competitividade de suas empresas
âmbito privado, e o Porto Sul e a Ferrovia Oes-
gerenciando um dos portos mais competitivos do país, a Bahia segue patinando.
te-Leste, no âmbito público. O Estaleiro En-
É hora de as lideranças estaduais tomarem às rédeas desse processo para fazer a
seada já demitiu cerca de quatro mil pessoas,
Bahia voltar a crescer.
parece de difícil concretização, por causa dos desdobramentos da Operação Lava-Jato, que atingiu diretamente a Sete Brasil, empresa contratante dos serviços. A Bamin Mineração está às voltas com a queda de preços do minério de ferro no mercado internacional e com querelas judiciais entre seus controladores, e a JAC Motors é um projeto que depende da disponibilidade de recursos do Tesouro Estadual, que está pressionado pela queda de arrecadação neste início de 2015 e dificilmente terá condições de aportar recursos da ordem de R$ 120 milhões para viabilizar o investimento. Aliás, se o fizer, estará beirando o limite da irresponsabilidade. No caso do Porto Sul, que teria dois terminais, a construção de um terminal privado, previsto para ser feito pela Bamin com recursos próprios, já foi descartada, e agora o 62
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AB RIL/ maIo DE 2 0 1 5
obra: A pobreza do pensamento da humanidade contemporânea / Fernando Oberlaender
e o projeto de construir sondas para o pré-sal
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63
NEGÓCIOs | economia
Nossa herança, culpa e meta
E
Luiz marques de andrade Filho Economista, superintendente da FEA-Ufba e professor de finanças e economia
stou cansado de falar de crise. Acompanho os
de, farta do regime militar, usou seus representantes para fazer
acontecimentos no intuito de entender o meu
com que o setor público reparasse os males feitos pelo autorita-
país e na esperança de que ele se torne uma terra
rismo anterior, mediante a Constituição Cidadã.
melhor para os meus filhos. Tudo avança rapidamente, e não sei como estará o Brasil quando você
estiver lendo este texto. A América Latina está em ebulição. A Venezuela e sua do-
E tome-lhe Estado em doses cavalares, e tome-lhe intervenção do governo nas veias da economia. Se as coisas melhoraram nos anos 90 e início de 2000, elas degringolaram de vez no segundo mandato de Lula e com Dilma. O governo foi chamado
ença holandesa (socialista bolivariana) levam a sua sociedade
para socorrer a coitadinha da sociedade brasileira contra os
ao caos. A Argentina está chegando perto deles. No Brasil, o
males da crise de 2008; oferecemos banana para o macaco.
câmbio sobe rapidamente, a economia parada. Aqui a taxa
Deu no que deu: hipertrofia estatal, excesso de gastos públi-
de desemprego se eleva, mostrando a feia face da desacelera-
cos, déficit nas contas públicas, a área privada paralisada/anes-
ção. Esta taxa é enviesada, não só pelo critério de análise que
tesiada e empurrada para fora da economia por uma interven-
considera como desempregado apenas aqueles que estão sem
ção governamental desmensurada, ineficaz e obtusa, queda de
emprego e estão procurando emprego (quem está desem-
investimentos privados, corrupção e crise política. Populismo.
pregado, mas desistiu de procurar ocupação, não entra como
É isto que observamos em março de 2015. Não sei como es-
desempregado; é o desemprego por desalento), mas também
taremos quando você ler este texto. Como sou otimista, espero
devido à geração nem-nem: jovens em idade laboral que nem
que estejamos melhores. É nosso papel melhorar este país.
estudam, nem trabalham e nem procuram emprego. Concluímos que nosso desemprego real é muito maior do que os índices mostram. Estamos no pior cenário, que é a estagflação, inflação alta e desemprego elevado, uma situação anormal. Mas o que deu errado no Brasil recente? Em Os Donos do Poder, de Raymundo Faoro, o autor defende a tese de que, enquanto o mundo da Europa Medieval vivia o feudalismo e sua descentralização de poder, Portugal vivia a centralização ao unificar ainda no século 13. Desta forma, Portugal não conheceu o feudalismo (e sua descentralização como no restante da Europa), mas sim o patrimonialismo, ao estilo de Max Weber, onde o patrimônio do rei se confunde com o da sociedade, e não há limites entre os dois (a favor do rei, é claro). Assim foi, e o Estado português atravessou o oceano para que ele – e não a sua sociedade – nos colonizasse. Com este DNA passamos a ser Estado-dependentes (muito diferente, por exemplo, da experiência de formação dos EUA). Mas temos responsabilidades também; em 1988 nossa socieda64
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AB RIL/maIo DE 2 0 1 5
obra: Sem título / Acrílica sobre tela / Fernando Oberlaender
redor do soberano, por ter sido o primeiro reino europeu a se
Obra: Pássaros nos galhos da árvore seca - Acrílica sobre tela - 150 x 150 cm / Fernando Oberlaender
@
educação Escola, um novo jogo 66 [C] Inovação: a agenda do Brasil 70 W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
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educação | metodologia
A escola Quest to Learn, fundada nos Estados Unidos em 2009, é a primeira completamente gamificada no mundo
FOTO: Divulgação
um game chamado escola Novo método pedagógico inspirado nos jogos digitais promete renovar o modelo tradicional de ensino e aumentar o interesse dos alunos pelas aulas por renato alban 66
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AB RIL/maIo DE 2 0 1 5
Ele vence desafios, ganha pontos e passa de fases. Se falhar, repete de novo e de novo até conseguir. De Pacman a Mario, todos os personagens do mundo dos games já fizeram esse trajeto. E também todos aqueles que foram à escola. É só trocar “desafios” por “provas”, “pontos” por “notas” e “fases” por “séries”. A chance de tentar de novo se chama “repetência”. “A escola sempre teve, de certo modo, elementos dos games”, diz o educador Marcelo Fardo, da Universidade de Caxias do Sul (UCS). “Só que esse jogo chamado escola é um tremendo fracasso se observado do ponto de vista do game design: seu retorno para o jogador é muito lento, as fases são muito demoradas e os desafios não são estimulantes”. O que Fardo e uma linha de novos educadores propõem é a adoção da gamificação como método pedagógico. O nome vem do inglês “gamification” e significa o uso de elementos e mecânicas dos jogos em outros espaços, como empresas
ou escolas. O principal objetivo da estratégia é despertar o interesse dos alunos. “Há três critérios básicos para uma aula gamificada: a
Outro professor que tem experimentado a estratégia é o historiador Andersen Caribé. Em uma disciplina que ensina na Universidade do Estado da Bahia (Uneb), ele aplica uma
mecânica, a estética e a narrativa”, explica a coordenadora edu-
atividade gamificada para abordar o uso da tecnologia por
cacional no Núcleo de Inovação e Tecnologias Educacionais do
professores. “Inicialmente, tem um misto de desconfiança, mas,
Senai Bahia, Marcelle Minho. Ela dá oficinas de gamificação e
na medida em que a atividade é desenvolvida, eles respondem
utiliza a metodologia em disciplinas que leciona na Faculdade
de forma positiva”.
Cimatec, do Senai. O professor Roberto Miranda Romeiro, da unidade de Feira
Próxima fase
de Santana do Senai, passou pela oficina de Minho e já usa o
Para o professor da Faculdade de Educação da Universidade
método. “Divido a turma em equipes e defino rotas pelo prédio.
Federal da Bahia (Ufba) Nelson Pretto, a gamificação é um pro-
Eles seguem à medida que respondem os enigmas online, pelos
cesso irreversível. “Se a juventude traz essa nova linguagem,
smartphones. Participam alunos de 17 até 40 anos”.
com as tecnologias da comunicação e informação, precisamos
Segundo ele, enquanto as turmas mais novas se identificam mais com o processo educacional semelhante a games, as mais
ter novas leituras. É isso que está acontecendo”. Pretto afirma que o processo se tornará tão natural que
adultas, que costumam pegar aulas à noite, gostam do método
daqui a alguns anos os educadores não usarão mais o termo
por ser uma descontração após o dia de trabalho.
para denominar o uso de elemento dos jogos em outros am-
“Há três critérios básicos para “A gamificação é o ajuste de um uma aula gamificada: a mecânica, descompasso entre professores a estética e a narrativa” e alunos” Marcelo Diniz, professor do Ifba
FOTO: Luciano Oliveira
Marcelle Minho , coordenadora educacional do Senai Bahia
Marcelle usa elementos de games em suas aulas e ministra oficinas de gamificação
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educação | metodologia
FOTO: Divulgação
Marcelo Fardo, professor e autor da dissertação de mestrado “A gamificação como estratégia pedagógica: estudo de elementos dos games aplicados em processos de ensino e aprendizagem”
bientes. De acordo com o professor, ele é fruto do aumento da presença dos jogos, em especial os eletrônicos, na formação das novas gerações. “A gamificação é o ajuste de um descompasso entre professores e alunos”, diz o professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba) Marcelo Diniz. Segundo ele, o empresariado já tem usado elementos dos games, em especial em restaurantes e academias. “Eles usam para fidelizar os clientes, com cartelas de desconto ou metas a serem cumpridas, no caso do mercado fitness”, cita Diniz. Educação ou lucro? Apesar de o método estar ganhando força – e defensores – ele provoca polêmica. “Essa noção tem um uso mais comercial do que para explicar como estamos nos constituindo como sujeitos no cenário dos games”, afirma o professor de educação da Universidade Federal de Ouro Preto e autor do livro “Jogos eletrônicos: diversão, poder e subjetivação”, Cláudio Lúcio Mendes. A pedagoga Isa de Jesus Coutinho, pesquisadora da Uneb, concorda que o tema é controverso na área de educação e afirma que ele não é a solução para os problemas do setor no país, mas diz que enxerga possibilidades interessantes na metodologia. “É uma prática lúdica, desafiadora e com caráter colaborativo”. Aperte o play Apesar de ser alvo de estudos no Brasil desde 2010, o método ainda tem poucas aplicações no país, em especial, na Bahia. Mesmo assim, professores como Minho, Romeiro e Caribé já aplicam experiências de gamificação e apontam para um cenário como o dos Estados Unidos, onde a prática é estudada há dez anos e já é mais comum nas escolas. É lá onde fica a escola Quest to Learn, do Institute of Play,
“A intenção é fazer com que os alunos se sintam realmente motivados a participar, e o façam porque se sentem bem com isso, orgulhosos do próprio esforço, e não manipulados a participar por simples recompensas” Marcelo Fardo, educador 68
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AB RIL/ maIo DE 2 0 1 5
a primeira completamente gamificada no mundo. O instituto foi fundado em 2007 por desenvolvedores de games e já abriu duas escolas em parceria com a rede pública. Neste ano, a primeira escola estenderá o currículo até o ensino médio. Especialista em gamificação como estratégia pedagógica, Marcelo Fardo afirma que o maior equívoco para quem pretende aplicar o método é restringir a metodologia a um sistema especial de recompensas. Na Quest to Learn, por exemplo, não há provas ou avaliações, apenas missões ao longo de cada trimestre em que os alunos ganham o status de jogadores. “A intenção é fazer com que os alunos se sintam realmente motivados a participar, e o façam porque se sentem bem com isso, orgulhosos do próprio esforço, e não manipulados a participar por simples recompensas”, afirma Fardo.
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educação | desafios
Inovação: a agenda do Brasil
N
enhum setor está mais envolvido com a causa
Rafael Lucchesi Economista, superintendente nacional do Sesi e diretor-geral do Senai
Para impulsionar essa parceria entre as três pás da hélice
da inovação do que a indústria. Isto acontece
da inovação, foi criada a MEI, Mobilização Empresarial pela
menos por uma virtude especial do que por
Inovação, um movimento de empresários que visa estimular
necessidade: a indústria necessita de inova-
a inovação nas empresas e contribuir para o aprimoramento
ções para nutrir seu dinamismo e sobreviver
das políticas públicas para inovação. Deve-se, adicionalmente,
em mercados cada vez mais competitivos. O lado virtuoso disso é que, ao buscar inovação, a indústria
reconhecer o engajamento, a assiduidade, o compromisso dos principais responsáveis do governo sobre a Agenda da Ino-
cumpre sua missão de criar riquezas. Inovações postas em
vação, o que vem tornando a MEI um exemplo de articulação
circulação geram demandas novas, criando condições para o
entre setor privado e setor público.
círculo virtuoso da difusão de prosperidade e bem-estar. A opção estratégica mais robusta do Brasil, em qualquer cenário macroeconômico, será investir em inovação, em conhecimento e no aprimoramento de instituições e instrumentos que estimulam o ambiente da inovação.
Essa iniciativa pela inovação no Brasil é inspirada em outros movimentos em países mais desenvolvidos. Todos muito bem-sucedidos, por sinal. Os pleitos são claros. Do governo espera-se antes de tudo que atente para a necessidade de mitigar os riscos da inovação,
Mas é importante compreender que, embora a empresa
com instrumentos que prevejam parceria no compartilhamen-
seja o habitat por excelência da inovação, não pode gerá-la
to de riscos e resultados. Essas agendas passam por melhorias
sozinha. A indústria depende dos vários níveis de governo e
no financiamento à inovação, nos incentivos fiscais e na cons-
da academia e centros de conhecimento, que são os ambientes
trução de um ambiente favorável à inovação, com previsibili-
principais da produção de conhecimento novo.
dade de normas e simplificação de processos. Espera-se, adicionalmente, por uma mudança de cultura da
obra: Sem título / Acrílica sobre tela / Fernando Oberlaender
inovação no país, de forma que as universidades e os centros de pesquisa sejam estimulados a uma maior articulação com o mercado. E essa mudança precisa também chegar aos empresários, para que possam ser mais expostos à inovação. Os gastos privados em pesquisa e desenvolvimento precisam pelo menos triplicar, para que cheguemos ao padrão dos países mais desenvolvidos. Finalmente, espera-se por um trabalho obstinado pela qualidade da educação. Sem profissionais qualificados será impossível formar uma nação inovadora. Esta missão pela educação, aliás, cabe a todos. É uma tarefa da população brasileira. Tenhamos claro: sejam quais forem os desafios do ambiente econômico, não temos alternativas. Não há outro caminho para a indústria senão inovar. Em todos os setores e em todo o país. Inovar é senha para a prosperidade. Inovação sistemática será o que permitirá ao Brasil cumprir seu destino de grande nação, que dará consistência a este nosso sonho de tornar-se uma potência econômica que não descuida do bem-estar de seu povo. 70
R e v ista [ B + ]
AB RIL/maIo DE 2 0 1 5
Obra: Sem título - Acrílica sobre tela - 80 x 80 cm / Fernando Oberlaender
Ideias para fugir da crise 56
Apoio:
sustentabilidade Ideias inovadoras 72 Crise hídrica 74 W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
71
SUSTENTABILIDADE | inovação
Na crise, seja criativo Cinco ideias inovadoras colocadas em prática na capital e no interior da Bahia, para inspirar quem acredita que as ameaças trazem oportunidades de negócios por Pedro Hijo
JACOBINA barreiras Feira de santana
salvador
FOTOS: Divulgação
vitória da Conquista
72
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AB RIL/maIo DE 2 0 1 5
JACOBINA
FEIRA DE SANTANA
Muita água, pouco investimento
Propaganda em troca de internet
A seca em Jacobina moveu o estudante Iago Santos a desenvolver um sistema eletromecânico de reutiliza-
O cenário econômico pessimista de 2015 afeta
ção de água. O aparelho leva a água da máquina de
diretamente os investimentos em marketing
lavar para um tanque, onde é armazenada, e depois
das empresas. Geralmente a publicidade é o
parte para a descarga impulsionada por uma bomba
primeiro item a ser cortado em tempos de crise.
com baixo consumo de energia. Iago, que é aluno do
Sabendo disso, a startup baiana IaiNet lançou
Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia
um dispositivo wi-fi que gera anúncios em troca
da Bahia (Ifba), conta que utiliza o sistema em casa
de internet de graça. O sistema funciona a partir
há um ano e tem usado apenas 100 litros de água
de um “pagamento social”. O cliente que gostaria
da rede de fornecimento do município na descarga.
de acessar a internet de um estabelecimento terá
Antes, eram 600 litros por dia. O custo médio do
acesso ao wi-fi se publicar em sua rede social um
material para montar o equipamento é de R$ 200 e
anúncio daquela empresa. Tanto o banner quanto
o sistema pode ser adaptado para outros espaços, a
o sistema de compartilhamento da propaganda
exemplo de condomínios e empresas de lava a jato.
são feitos pela IaiNet.
VITÓRIA DA CONQUISTA
SALVADOR
BARREIRAS
Alerta de desperdício
Sustentabilidade para o bolso
Ordem no furacão
Vitória da Conquista, desenvolveu
Para evitar desperdícios e maiores
mática, de Barreiras, desen-
um protótipo de sistema hidráu-
gastos na construção civil, quatro
volveu um sistema de gestão
lico que avisa quando acontece
engenheiros da capital desenvol-
para que empresários consi-
vazamento, indicando o local e a
veram um produto que substitui o
gam se organizar em meio à
intensidade, evitando desperdício
compensado de madeira plástica.
crise. A ferramenta virtual já
de água. Junto aos canos estão lo-
A Smart, alternativa desenvolvida
foi adotada por empresas e
calizados os sensores, que coletam
pelo grupo, utiliza plástico e fibras
sites de comércio online.
as informações transmitidas, sem
naturais, o que, segundo Manuela
“O sistema é composto por
fio, para outro dispositivo, como
Ferraz, uma das sócias da startup,
módulos que possibilitam que
um tablet ou computador. O aluno
permite mais resistência, melhor
o usuário efetue cadastros,
do Ifba procura investidores que
acabamento e diminui os custos.
controle as vendas, faça rela-
transformem sua criação em um
Agora o grupo caminha para se
tórios e controle o estoque”,
produto popular, que possa ser
tornar uma empresa e lançar o
explica Tatiana Nascimento,
produzido em larga escala.
protótipo, que deve sair em 2016.
uma das sócias da empresa.
O estudante Igo Romero, de
A empresa Lite Soft Infor-
W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
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sustentabilidade | racionamento
A gota
Empresas baianas investem em novas tecnologias para otimizar o uso de água e energia, ao passo que especialistas apontam risco de crise energética no futuro
d’água
por joana oliveira
Há um ano, antes de começar o alarde sobre João Barroso, do Hotel Villa da Praia, conseguiu diminuir em 20% o desperdício de água com pequenas mudanças estruturais
o risco de uma crise hídrica, o empresário João Barroso, dono do Hotel Villa da Praia, começou a fazer mudanças relacionadas ao consumo de água em seu empreendimento. Ele identificou que um dos pontos críticos era o desperdício causado pela grande vazão das torneiras de pressão utilizadas nos 40 cômodos do hotel. Então comprou válvulas de regulagem para cada dispositivo e conseguiu diminuir em 20% o desperdício. “Com um pequeno investimento, porque as válvulas são bem baratas, economizamos o recurso natural e o dinheiro destinado à conta de água”, conta Barroso, que também construiu no local um pequeno reservatório para captação pluvial. “Assim não ficamos dependentes de uma única fonte de abastecimento”, diz. As medidas adotadas pelo empresário fazem parte do programa “5 Menos que são Mais”, desenvolvido pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), que aborda a dimensão ambiental da atuação da empresa a partir do aumento da rentabilidade. O objetivo é reduzir ou eliminar os desperdícios de matérias-primas, energia, água, força de trabalho e outros insumos, levando os micro e pequenos empresários a adotarem práticas ambientalmente mais adequadas e, ao mesmo tempo, reposicionando seus negócios para um mercado mais FOTO: Luciano Oliveira
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R e vista [ B + ]
AB RIL/maIo DE 2 0 1 5
moderno e competitivo.
A metodologia foi criada em 2004, após os efeitos da
será amenizada ainda este ano, com a obra de extensão da
escassez de água em 2002, que gerou apagões em diversos
Adutora do Algodão, que levará água do rio São Francisco à
estados do país. Na Bahia, tanto a Embasa quanto a Secretaria
cidade. Mais de 80% da obra está concluída e a previsão de
de Infraestrutura Hídrica descartam o risco iminente de uma
funcionamento é para junho.
crise hídrica, já as grandes barragens do estado estão com a capacidade total acima de 50%, como Bandeira de Melo (100%),
Crise energética anunciada
Pedra do Cavalo (70%) e Pindobaçu (99%).
Enquanto a situação em Caetité é tratada como um caso isolado, a redução do potencial da barragem de Sobradinho, principal re-
Caetité enfrenta racionamento desde 2012
servatório da Bahia, acende o alerta de uma possível crise ener-
No estado, apenas o município de Caetité vive um racionamen-
gética para todo o estado. A barragem trabalha atualmente com
to, que começou em 2012, com a seca dos mananciais Passagem
apenas 17% de sua capacidade – que é de 34 bilhões de metros
das Pedras e Santarém. Mas a situação da cidade é agravada
cúbicos de água - 42% a menos que nesse mesmo período no ano
O município de Caetité, a 645 km da capital, vive um racionamento de água agravado por uma mineradora da região
“Todas as projeções para a evolução da oferta de água apontam para reduções drásticas dessa oferta no estado”
pela atividade mineradora na região. Em 2008, as Indústrias
passado. Em janeiro, a Companhia Hidrelétrica do São Francisco
Nucleares do Brasil (INB) foram denunciadas pela contami-
(Chesf), responsável pela barragem, reduziu a vazão mínima do
nação de poços da comunidade de Juazeiro, na zona rural do
rio de 1.100 para 1.000 metros cúbicos por segundo.
município, devido às atividades da Unidade de Concentrado de
Asher Kiperstok, coordenador no Teclim
“Todas as projeções que conheço para a evolução da oferta
Urânio (URA). Em 2013, a Comissão Pastoral da Terra denun-
de água, influenciadas pelo fenômeno da mudança climática,
ciou a Bahia Mineração, que também realiza atividades na
apontam para reduções drásticas dessa oferta no estado”,
região, por tentar desmatar uma área do riacho Rio das Pedras
afirma o engenheiro químico e coordenador no Núcleo de
e construir uma barragem de detritos da mina.
Tecnologias Limpas (Teclim) da Escola Politécnica da Univer-
De acordo com o mestrando em divulgação científica e
sidade Federal da Bahia (Ufba), Asher Kiperstok. Segundo ele,
cultural pela Universidade de Campinas, Edvan Lessa, que
simulações feitas por pesquisadores da Ufba apontam para a
realizou uma pesquisa sobre a crise hídrica no local, além da
redução das vazões dos rios Paraguaçu e Pojuca em mais de
falta de água, a contaminação radioativa preocupa a popu-
90% das vazões atuais, em um horizonte de 70 anos.
lação. “Eles estão assombrados pela possibilidade de que
Com a redução de fontes hidrelétricas na matriz energética
as empresas sejam responsáveis por problemas que antes
do País, fontes alternativas começam a ser mais consideradas.
não tinham, como câncer, mas há casos que nem estudos da
Kiperstok explica que, ainda que de forma pouco significativa,
Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) conseguiram relacionar
o uso de energias eólica e solar – com grande potencial devido
diretamente com a extração de urânio”, afirma. As análises
ao clima, que propicia grande número de dias de sol no semiá-
não descartam, no entanto, que as mais de cem ocorrências
rido – vem crescendo na Bahia.
estejam associadas à mineração, mas uma relação direta só
“A energia fotovoltaica vem caindo de preço vertiginosa-
poderá ser provada após anos de observação. Até o fechamen-
mente e deve se popularizar ainda nesta década. A tecnologia
to desta reportagem, as instituições não se pronunciaram
que a suporta, de forma a que possa se constituir em uma
sobre as denúncias.
alternativa descentralizada, que em cada um possa ter na
Por ora, permanecem a dúvida e a escassez de água, que, segundo a assessoria de comunicação da prefeitura de Caetité,
sua residência, se desenvolve com rapidez, com os avanços da eletrônica”, afirma o pesquisador. W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
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sustentabilidade | racionamento
Cogeração de biomassa
novas tecnologias tem ajudado a mitigar o desperdício, como as estações agro-
Mas entre as grandes empresas, a alternativa
meterológicas. “São pequenos aparelhos que calculam as condições climáticas
mais adotada é a geração de energia a partir de
de cada dia e determinam a lâmina de água que deve ser aplicada em função
biomassa residual. Em março do ano passado, a
disso”, explica Lopes.
Dow Chemical, companhia de produtos quími-
O problema é que os pequenos produtores rurais não têm recursos para
cos, plásticos e agropecuários, inaugurou, em
investir em tecnologia e continuam desperdiçando. Para eles, a melhor ferra-
parceria com a Energias Renováveis do Brasil
menta para reduzir a necessidade de irrigação e, ao mesmo tempo, o desper-
(ERB), uma unidade de cogeração de biomassa
dício, é seguir o calendário agrícola. “A partir dele, eles podem se planejar para
para atender à unidade da Dow em Candeias.
o período de seca, geralmente entre agosto e setembro, e armazenar água de
A usina térmica, que teve investimento de R$ 260 milhões, queima madeira de eucalipto – obtida das fazendas de eucalipto da
maneira tradicional, como por meio de reservatórios artesanais”, orienta o diretor da Aiba. No setor industrial, esse controle de desperdício tem sido feito por meio de
ERB – para geração de vapor. Esse vapor gera
técnicas de tratamento. No Polo de Camaçari, a medida em destaque é o Projeto
energia elétrica, cujo excedente é vendido
Água Viva, realizado em parceria entre a Braskem e a Cetrel. O projeto consiste
pela ERB para outras indústrias. O objetivo
no tratamento dos efluentes químicos do Polo, que são segregados, limpos e
do empreendimento é substituir os 200 mil
diluídos em uma grande bacia, para posterior reutilização na cadeia produtiva
metros cúbicos de gás natural consumidos
da Braskem.
por dia na unidade e gerar 400 MWt de energia renovável.
Criado há pouco mais de dois anos, o Água Viva com quase a plenitude do seu contrato de demanda: 500 m³ de água são tratadas a cada hora. Infelizmen-
“Nossa demanda energética era muito
te, o investimento de cerca de R$ 23 milhões não é facilmente replicável. “A pre-
voltada para o gás natural, que é uma fonte
visão é que o investimento se pague em dez anos, o que o torna economicamen-
cara. Com a usina, temos maior autonomia
te inviável para médios empreendedores”, explica Adriano Perrone, engenheiro
energética”, explica o diretor de operações e
responsável pelo setor de águas da Cetrel.
manufatura das unidades da Dow Chemical na Bahia, Rodrigo Silveira. Apesar dos bons resultados, Asher Kiperstok ressalta que a biomassa não pode ser considerada a melhor alternativa, já que demanda
A unidade de cogeração de biomassa da Dow Chemical, em parceria com a ERB, pretende substituir os 200 mil metros cúbicos de gás natural consumidos por dia na unidade por 400 MWt de energia renovável
muita água e as monoculturas energéticas são prejudiciais à biodiversidade. “Não existe a panaceia universal, principalmente se consideramos a forte tendência de crescimento do consumo. A única energia limpa é aquela que economizamos, a que não gastamos”. Medir para controlar Na Bahia, de acordo com a Secretaria de Infraestrutura Hídrica, 70% da água destinada aos múltiplos usos (consumo humano, indústria e agropecuária) é utilizada em atividades de irrigação. Segundo a Associação de Agricultores e Irrigantes do estado (Aiba), no entanto, esse montante não é utilizado durante todo o ano, já que no período chuvoso (outubro a abril, no oeste baiano), a irrigação é reduzida. O diretor de águas e irrigação da Aiba, Cisino Lopes, afirma que, além disso, o uso de 76
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FOTO: Nilton Souza
Obra: A pobreza do pensamento da humanidade contemporânea - 2 - Acrílica sobre tela - 80 x 80 cm / Fernando Oberlaender
Apoio:
Apoio:
lifestyle Sabor 78 Decoração 80 Autos&Motos+ 84
Especial mulher 86 Notas de TEC 94
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Lifestyle | sabor
Apoio:
A alquimia dos nutrientes A chef Flávia Rivera apostou na alimentação funcional e abriu um ateliê especializado em pratos que equilibram sabor e nutrição por renato alban fotos luciano oliveira
Sem glúten, sem lactose e detox são as palavras da moda das dietas. Sem radicalismos, a chef Flávia Rivera defende outro tripé para um bom cardápio: sabor, saúde e bem-estar. A preocupação de Flávia com o equilíbrio de nutrientes no prato e a boa digestão da refeição levou a chef a estudar gastronomia funcional e medicina ayurvédica e chinesa. “Sempre acreditei que a função da comida é mais do que alimentar. Tem o prazer e também a questão emocional, do cheiro da comida que lembra a mãe ou a avó”, diz Flávia. Com foco na alimentação saudável, a chef abriu, no ano passado, um ateliê gastronômico que faz pratos congelados e dá oficinas. “Adaptei a comida funcional para a Bahia. A gente tem muita coisa rica aqui, como feijão-verde, feijão-mangalô, mandioca e siri. Decidi basear o cardápio no gosto e nos ingredientes locais”, diz Flávia, que cursou gastronomia depois de sete anos trabalhando como designer gráfica. Ainda na faculdade, começou a estudar as possibilidades de empreender na área e, depois de um curso com a chef Concetta Marcelina, abriu o ateliê. Enquanto montava a empresa e os pratos, Flávia teve a ideia de fazer oficinas. “A gente só aprende quando pratica. Na oficina as pessoas pesam o ingrediente e montam o prato, vão do início ao fim da preparação”. 78
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AB RIL/maIo DE 2 0 1 5
RECEITA
salmão na linhaça
Ingredientes
Modo de preparo
• 180 g de filé de salmão
Tempere o filé de salmão com sal, azeite e pimen-
• Sal marinho
ta e sele na frigideira. Em outra frigideira, aque-
• Pimenta-do-reino branca
ça o azeite e misture a linhaça. Na montagem
• Azeite extra-virgem
derrame este molho sobre o filé de salmão. Para
• 4 g de linhaça marrom
acompanhar, prepare o espinafre refogado.
• 500 g de espinafre
Limpe as folhas com água corrente e deixe em
• 50 ml do óleo de canola
solução de hipoclorito de sódio por 15 minutos.
• 15 g ou 2 dentes de alho
Pique grosseiramente. Amasse o alho com o sal
descascado
e o gengibre e doure no óleo de canola em uma
• 2 g de gengibre
frigideira. Acrescente o espinafre e salteie.
Funcional O espinafre, a linhaça e o gengibre são desintoxicantes. O salmão é rico em ômega-3, que abaixa o colesterol e os triglicerídeos.
PARA IMPLEMENTAR PROJETOS DE FORMA BEM-SUCEDIDA, CONSULTE UM ESPECIALISTA. A FEA – Fundação Escola de Administração da Bahia, foi criada em 1999, oferecendo consultorias, cursos e capacitação nas áreas de Gestão, Inovação, Educação, Economia, Turismo e Recursos Humanos. Com mais de 15 anos de experiência, a FEA está à frente do planejamento estratégico de importantes projetos do setor público e privado, e se consolidou no país como sinônimo de bons resultados. Venha fazer parte da carteira de clientes da FEA e entre para a lista das empresas mais bem-sucedidas da Bahia.
WWW.FEAUFBA.ORG.BR W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
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lifestyle | decoração
A cadeira “Painho” da Tidelli é o xodó de Lívia e ganha destaque na decoração do hotel
Arregaçando as mangas De que maneira a empresária e arquiteta Lívia Lopes acrescentou cor e lucro em um hotel no bairro do Rio Vermelho, em Salvador por Pedro Hijo fotos luciano oliveira
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O calor, os negócios e a paixão trouxeram a empresária alagoana Lívia Lopes para a Bahia. Aqui, mora há 11 anos com marido e quatro filhos. Há um, comanda o Zank, hotelconceito localizado no bairro do Rio Vermelho, na capital baiana. Depois da administração de Lívia, o branco e o vinho de outrora deram lugar a tons mais leves e estampas coloridas, as preferidas da empresária. Administrar o Zank foi desafio dos grandes, especialmente em 2014, em plena crise do setor hoteleiro. No ano passado, o setor amargou a pior crise dos últimos 14 anos, com taxa de ocupação 20% abaixo do esperado na alta temporada. Lívia, que faz parte de um grupo familiar dono de hotéis em Alagoas e Miami, pegou as rédeas do Zank com a missão de colocá-lo no eixo. O empreendimento, que em 2015 completa sete anos e ganhou o sobrenome “by Toque”, tem 16 leitos e atende os hóspedes como se eles fossem de casa. A maioria deles é estrangeira, um público crítico e que gosta de curtir as dependências do hotel mais do que o turista nacional, que prefere sair para aproveitar os pontos turísticos da cidade.
Para driblar a crise, Lívia atuou em duas frentes: investiu na infraestrutura para agradar o público estrangeiro e abriu as portas para eventos nas dependências do hotel W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
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lifestyle | decoração
Para driblar a crise, Lívia atuou em duas frentes: investiu na infraestrutura para agradar o público estrangeiro e abriu as portas para eventos nas dependências do hotel. “Abrir o hotel para festas, casamentos, eventos coorporativos auxiliou, e muito, no faturamento no fim do mês, não há como negar”, confessa. A demanda é tão grande que ela criou um novo andar só para abrigar cômodos que atendessem às necessidades destes eventos, como um banheiro e uma cozinha exclusivos. Em um ano de administração nova, a ocupação do hotel, que era de 40%, dobrou, assim como o faturamento. “Aos poucos eu fui trazendo o meu jeito”, afirma. “A parte arquitetônica do hotel não precisava de mudanças muito profundas porPool party O sol e a paisagem convidam para um mergulho na piscina do hotel
que ele é muito bem distribuído, mas queria deixar o ambiente com a minha cara, preciso de cores para me sentir criativa”, completa.
Happy hour Feitas de corda náutica, as cadeiras “Pão de açúcar” atraem os hóspedes para um bate papo no fim da tarde
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Núpcias Queridinho das noivas, um dos quartos foi todo decorado especialmente para os casais
VIVA MOMENTOS ESPECIAIS. A Cesta de Café da Manhã Perini é um presente inesquecível. Uma seleção especial de produtos variados, com a qualidade e a tradição Perini. Escolha a que mais combina com você e presenteie quem você ama. Sua família merece.
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lifestyle | autos&motos
Roberto Nunes Jornalista especializado na indústria automotiva desde 2002
HR-V, um crossover bem moderno
FOTOS: Divulgação
A japonesa Honda quer desbancar o Ford EcoSport com o novo utilitário de visual arrojado e motor 1.8 i-VTEC 16V FlexOne, de 140 cavalos de potência O cenário é para os crossovers no Brasil. De uma tacada
e ELX, todas com o motor 1.8 i-VTEC 16V FlexOne, de 140 cv, com a
só, é hora de fechar os olhos e escolher entre o Honda
opção dos câmbios manual de seis marchas e CVT que simula sete
HR-V, o Jeep Renegade, o Peugeot 2008 e os já conheci-
velocidades.
dos Ford EcoSport e Renault Duster. A japonesa Honda
O utilitário tem preço inicial de R$ 69.900 e fica mais interes-
faz barulho e promoveu um megaevento para mostrar o
sante em sua versão topo da gama (R$ 88.700). Entre os destaques
novo crossover HR-V na inauguração da revenda Impe-
estão ar-condicionado digital com tela tátil, multimídia com tela
rial Alphaville, na Avenida Paralela, na capital baiana.
colorida sensível ao toque de 7” e GPS integrado, retrovisores
Comandada pela dupla Roberto Moura e Ismael
elétricos e com rebatimento e air-bags laterais. A Honda quer des-
Oliveira, a festa trouxe à tona o HR-V, modelo que chega
bancar os rivais com sistema Brake Hold – para “segurar” o carro
abaixo do CR-V e já tem uma enorme fila de espera.
parado em subidas e descidas por alguns segundos – e mimos ex-
Feito em Sumaré na mesma plataforma do Fit/City, o
tras, como painel de instrumentos com sete cores personalizáveis,
crossover compacto da japonesa Honda quer brigar pela
computador de bordo com multifunções e freio de estacionamen-
liderança. O carro a ser batido é o baiano Ford EcoSport.
to elétrico e de comando por botão. O carro é urbano mas garante
Para tanto, a Honda ofecere o HR-V nas versões LX, EX
transportar pelo menos 437 litros no porta-malas.
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Lexus tem revenda exclusiva em Salvador
BMW Série 1 feito no Brasil
A briga entre revendas tem um capítulo especial. A Terra
A BMW já produz o Série 1 em solo nacional. Este é o terceiro mo-
Forte, que vende carros Toyota junto com a Guebor na
delo da marca – já são fabricados o Série 3 e o X1 – em Araquari,
Bahia, será o ponto exclusivo da Lexus na Bahia. A marca
Santa Catarina. Os veículos BMW 120i ActiveFlex (versões Sport
de luxo da Toyota, segundo Gel Coelho, diretor do Grupo
e Sport GP) e BMW 125i M Sport ActiveFlex chegam a partir de
GMC, terá endereço único na loja da Avenida Paralela, na
abril. Na Haus Motors, o gerente Alexandre Cabral aguarda a
capital baiana. Havia rumores de que a Guebor poderia
chegada da versão cinco portas do Mini Cooper.
comercializar os modelos da Lexus. Coelho diz que haverá um tratamento vip para quem deseja comprar veículos como o recém-lançado NX 200t, o primeiro SUV compacto da marca. Chega por R$ 216.300, e no pacote F-Sport tem valor de R$ 236.900. O Lexus NX 200t é rival do Land Rover Evoque. Sob o capô traz um motor 2.0 turboalimentado com injeção direta, de 238 cavalos. Tem acabamento premium e um moderno multimídia de sete polegadas.
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Especial Mulher
Noiva sob medida É possível ter um casamento dos sonhos e deixá-lo com a cara que você sempre quis
FOTO: Davi Santana
por carlene fontoura
Esqueça o casamento clássico das novelas, com capela, coral e noiva entrando ao som de “Eu sei que eu vou te amar”. Casar tornou-se algo cada vez mais customizado. É possível ter uma cerimônia exatamente do jeito que você sempre quis, mesmo que não seja dentro de uma igreja. As mulheres, cada vez mais, optam por sair do lugar-comum e deixar a cerimônia com a cara dos noivos. O casal Ana Cristina e Argus Fernandes, por exemplo, fez uma festa cheia de referências geek. A decoração foi clássica, mas o casal inseriu elementos nerds durante toda a cerimônia: cada daminha de honra entrou com uma varinha do bruxo Harry Potter nas mãos, por exemplo. A festa, realizada durante o pôr do sol, e para 500 convidados, contou com trilhas sonoras. Argus entrou com a música-tema do jogo de videogame “Skyrim”, e os padrinhos foram recebidos pelo tema do filme “Guerra nas Estrelas”. A troca de alianças entre os noivos foi realizada sob a trilha da trilogia “Senhor dos Anéis”. Para Ellen Guimarães e Paulo Victor Pinheiro, o tema em si não foi o item mais importante, mas um dos principais aspectos do casamento: o buffet. Adepto do veganismo, o casal tinha de realizar uma cerimônia condizente com seus princípios. “Aquele era um momento nosso e não cabia realizar o evento de forma diferente. Não comemos nada de origem animal nem usamos produtos de origem animal em nosso dia a dia”, revela Ellen. O cardápio personalizado continha doces e salgados totalmente veganos e tudo passou pelo critério dos noivos. “Participamos da escolha de cada item e experimentamos tudo, para ter certeza de que nossos convidados ficariam satisfeitos”, conta Ellen. Dentre os quitutes, canapé de tapioca com shimeji e molho de soja, pastel de shitaki e salada de grãos com frutas secas. Até as rou-
Personalizado: os noivos podem customizar desde o tema até o buffet das cerimônias
pas dos noivos foram selecionadas com critério, já que ambos não usam tecidos
FOTO: Lifelines
de seda ou couro. Investimento O investimento de Ellen e Paulo na cerimônia girou em torno de R$ 170 mil. O casal faz parte de uma estatística expressiva: Em 2013, o segmento de casamentos mostrou um faturamento de R$ 16 bilhões, com variação entre R$ 70 mil e R$ 350 mil por cerimônia, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas – IBGE. Em 2013, 1,5 bilhão de casamentos foram realizados no Brasil. Como são muitos detalhes para dar conta, as assessorias têm ganhado cada vez mais força. Para o serviço completo – da entrada do pedido no cartório ao assessoramento no dia do evento –, o custo está na faixa de R$ 5 mil a R$ 7,5 mil, sendo que são realizadas mensalmente, em média, de duas a quatro cerimônias. Cerimônias tradicionais – na igreja – e na praia são as mais realizadas.
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FOTO: Divulgação
Especial Mulher Cena do documentário “O Renascimento do Parto” (2013), que discute a humanização do tema
O casal Leila e Rafael decidiu ter a filha Ceci em casa, com apoio de uma parteira e uma doula
FOTO: Rômulo Portela
De volta às origens Parto natural permite melhor recuperação e traz menos riscos para a mãe e o bebê, por isso é cada vez mais procurado por carlene fontoura
ao parto. “Demorei a ter dilatação. Foram 36 horas de trabalho de parto e fui amparada em todas as minhas necessidades”. “O nascimento natural é a celebração da vida e do amor. Assim que nasce o bebê, ele deve ser colocado sobre a mãe e estimular o primeiro aleitamento. Esse é um momento de ouro”, assegura o médico. Em situações de risco, identificadas durante o trabalho de parto, o centro conta com uma ambulância 24 horas e a gestante é encaminhada para um hospital de referência na cidade. Segundo Gaspar, o percentual de transferência é de 6%.
Quando engravidou, Leila Pimenta, de 30 anos, tinha certeza de que teria sua filha por parto natural. Preferiu ter em casa, com o apoio de uma parteira e uma
Sem dor
doula. O trabalho de parto durou 26 horas e a pequena Ceci nasceu, ali mesmo,
Mesmo com a recomendação da Organização
no conforto do lar. “Logo que minha filha nasceu, a recebi em meus braços e a
Mundial da Saúde (OMS) de que apenas 15%
amamentei. Foi um momento mágico”, conta.
dos partos realizados em cada país foram ce-
Assim como Leila, muitas mulheres têm escolhido ter filhos pelo método
sarianos, nas instituições públicas de saúde no
humanizado, fora dos grandes hospitais. O contato direto com o bebê é um dos
Brasil, esse percentual é de 52%. Nas particula-
principais motivadores da prática. De acordo com José Gaspar, obstetra e dire-
res a taxa é ainda maior: 88%. Os dados são de
tor do Centro do Parto Normal (CNP), da Mansão do Caminho, por mês, cerca
pesquisa referente ao ano passado da Funda-
de 50 partos do tipo humanizado são realizados na instituição.
ção Oswaldo Cruz e do Ministério da Saúde.
Fundado em 2011, o CNP é pioneiro no Norte e Nordeste do país em incen-
“Isso é preocupante porque, para a mãe,
tivo ao parto humanizado. Durante o trabalho de parto, uma equipe multi-
há riscos de infecção, hemorragia e lesão de
disciplinar fica à disposição da mãe – enfermeira obstetra, médico obstetra,
outros órgãos”, avalia Marilena Pereira, médica
nutricionista, doula, fisioterapeuta para deixá-la confortável, para atender às
obstetra. “Para o bebê, há um desconforto respi-
necessidades e desejos da mulher.
ratório, a não formação correta do pulmão (isso
Há quase dois anos, Raíza Lima, 24 anos, recorreu aos serviços da Mansão do Caminho para ter o primeiro filho. Fez todo o processo lá – do pré-natal 88
R evista [ B + ]
AB RIL/maIo DE 2 0 1 5
acontece durante o trabalho de parto), além de retardar o vínculo com a amamentação”.
ANIVERSÁRIOS
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Especial Mulher
cores pela saúde
Veja os benefícios dos alimentos, separados por cor Brancos • Alimentos: Leite, queijo, couve-flor, batata, arroz e cogumelo • Nutrientes: cálcio e de potássio • Benefícios: Protegem os ossos, ajudam na regulação dos batimentos cardíacos e no funcionamento do sistema nervoso e dos músculos Vermelhos • Alimentos: morango, tomate, melancia, caqui, goiaba vermelha, framboesa e cereja • Nutrientes: licopeno e antocianina • Benefícios: são antioxidantes, anticancerígenos e estimulam a circulação sanguínea
Coloração dos alimentos ajuda pacientes a manterem dieta equilibrada durante tratamento do câncer por renato alban
Marrons • Alimentos: nozes, aveia, castanhas e cereais integrais, como arroz, trigo e centeio • Nutrientes: fibras e vitaminas do complexo B e E • Benefícios: melhoram o ritmo intestinal, combatem a ansiedade e a depressão e previnem as doenças cardiovasculares
Uva evita inflamações, soja aumenta a produção de hormônios, carne vermelha causa enjoo, pimentão amarelo aumenta a resistência e por aí vai. A lista de indicações e contraindicações de alimentos para quem está em tratamento contra o câncer é fundamental, mas extensa e difícil de lembrar. “Pacientes bem nutridos podem tolerar melhor os tratamentos, além de terem menos risco de infecção”, afirma o oncologista do Grupo Meddi Augusto Mota. No caso do câncer de mama, o mais incidente entre mulheres, a redução da gordura
Amarelos • Alimentos: mamão, cenoura, manga, laranja, abóbora, banana, pêssego e damasco • Nutrientes: vitamina B-3, ácido clorogênico e betacaroteno. • Benefícios: mantêm o sistema nervoso e a memória saudáveis e são antioxidantes
corporal melhora a resposta à medicação em cerca de 30%, de acordo com a nutricionista Graziela Brandão, da clínica de Oncologia e Hematologia (AMO). Para ajudar os pacientes, os nutricionistas separam em cores os alimentos “funcionais”. “Eles têm nutrientes para reforçar as células imunológicas, retardar a evolução da doença e combater as infecções oportunistas”, explica a nutricionista do Hospital Português, Gildete Fernandes. Frutas e vegetais amarelos e vermelhos, por exemplo, estão relacionados à
Arroxeados • Alimentos: uva, ameixa, beterraba, berinjela e repolho-roxo • Nutrientes: ácido elágico • Benefícios: retarda o envelhecimento das células e fortalece o sistema imunológico
inibição de tumores dependentes de hormônios, como de mama e ovário. Além de colorir o prato, os pacientes com câncer devem fracionar as refeições. Segundo Brandão, esse hábito evita náuseas, vômitos e azia durante o tratamento. Por outro lado, os pacientes são orientados a evitar enlatados, embutidos, defumados ou alimentos muito salgados, açucarados ou condimentados. “Estão relacionados com o aparecimento do câncer”, diz Fernandes. Já alimentos crus devem ficar fora do cardápio para evitar a contaminação. Em alguns casos, pesso-
FOTO: Divulgação
as com câncer de mama ou ovário também são orientadas a não comer soja.
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Verdes • Alimentos: vegetais folhosos, pimentão, salsão e ervas • Nutrientes: cálcio, clorofila, vitamina C e vitamina A • Benefícios: melhoram o ritmo intestinal, são antioxidantes e anticancerígenos e protegem coração, sistema imunológico, ossos e músculos Fonte: Gildete Fernandes
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FOTO: Divulgação
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FOTO: Divulgação
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entrou em fase de teste no
Obra: Nova cabeça de nego - Acrílica sobre tela - 80 x 80 cm / Fernando Oberlaender
arte & entretenimento A dicotomia da sétima arte na Bahia 96 Cartunista baiano faz sucesso em São Paulo 100 Conte aí 104 W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
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Arte & entretenimento | audiovisual
Aclamado pela crítica: o baiano Depois da Chuva, de Cláudio Marques e Marília Hughes, estreou com vários prêmios de festivais
o céu e o inferno do cinema baiano FOTO: Leo Lara / Universo Produção
Produção de obras no mercado audiovisual local continua efervescente, mas está difícil manter a sustentabilidade dos cinemas de rua por Thuanne Silva
nacionalmente uma possibilidade de interface com a televisão, as novas mídias, tentando buscar um diálogo com o público”, analisa. Para ele, também houve o aumento da presença do Brasil nos festivais e mercados internacionais, bem como a profissionalização desses eventos
“Antigamente, nós fizemos o impossível: cinema na Bahia”. A frase, atribuída a Glauber Rocha, em 1968, ilustra a realidade em que os cineastas baianos viviam
no país. No contexto regional, Pola reconhece a
na década de 50, quando Roberto Pires dirigiu Redenção, o primeiro longa-me-
importância do audiovisual como estrutu-
tragem feito dez anos antes em nossas terras.
rante para a área da cultura e da comuni-
Mais do que um estado de cultura e beleza cinematográficas, a Bahia segue
cação e sua contribuição para áreas como
como berço de talentos da sétima arte até os dias de hoje. “Não é invenção fazer
a educação e o turismo. O gestor considera
Cinema na Bahia”, afirma Pola Ribeiro. O cineasta, gestor e ex-diretor do Insti-
fundamental pensar o audiovisual na Bahia
tuto de Radiodifusão Educativa da Bahia (Irdeb) foi recém-nomeado secretário
de forma estratégica.
do Audiovisual pelo ministro da Cultura Juca Ferreira. Pola Ribeiro tem uma forte relação com a sétima arte. São mais de 30 anos
“Acho que a gente precisa fazer audiovisual de todas as formas. É uma possibilidade
de carreira e 40 filmes produzidos. O secretário do Audiovisual vai trabalhar
concreta de a Bahia abrir a boca e falar para
em parceria com a Agência Nacional do Cinema (Ancine), além de ter como
o Brasil e para o mundo. E temos o que falar”.
responsabilidade traçar metas e políticas para o desenvolvimento da indústria
A profissionalização e a diversificação dos
audiovisual e cinematográfica brasileira.
circuitos de exibição, bem como a expansão
De acordo com o cineasta, nos últimos anos, houve avanço das políticas audiovisuais. “Surgiu o fundo setorial do audiovisual, com recursos, e também vimos 96
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das escolas de formação e do cineclubismo são citados como caminhos necessários.
Cinema Baiano Na prática, o cinema baiano está a todo vapor, com nomes e produções recodirigido por Cláudio Marques e Marília Hughes, passou por mais de 30 festivais nacionais e internacionais, incluindo o Festival de Cannes, na França. O primeiro longa-metragem da dupla também ganhou o prêmio de melhor filme estrangeiro no Festival de Cinema de Nova Iorque.
FOTO: Oliver Kornbliht
nhecidos dentro e fora do Brasil. Por exemplo, o filme Depois da Chuva (2013),
Para 2015, os cineastas estão trabalhando em três projetos: os documentários A Cidade do Futuro e Sobradinho, além do longa-metragem Guerra de Algodão. Todos os filmes se passam em solo baiano. A Bahia também inspira quem escolheu este lugar como lar. Max Gaggino é italiano radicado no Brasil e vive em Salvador. Max é fundador da Carcamano Filmes, uma produtora audiovisual que trabalha com longas-metragens,
“Acho que a gente precisa fazer audiovisual de todas as formas. É uma possibilidade concreta de a Bahia abrir a boca e falar para o Brasil e para o mundo. E temos o que falar”
videoclipes e vídeos publicitários. Diretor de ContraCorrente (2013) e Menino Joel (2012), Gaggino também prepara novidades. Os curtas-metragens Haram e Clique já estão em fase de pós-produção e serão lançados em festivais ao redor do mundo. “O cinema na Bahia tem incentivo do governo, vivemos de editais, contudo, precisamos criar um mercado privado como uma forma alternativa de fazer cinema, pois a verba que vem do governo demora”, opina. “Salvador é um polo importante de cinema, principalmente por causa do talento dos profissionais daqui. Acredito que estamos avançando”, afirma Gaggino.
Pola Ribeiro, secretário do Audiovisual
O cineasta Rodrigo Luna concorda. “Eu acho que a gente está vivendo um bom momento para a produção audiovisual na Bahia, tem muita gente querendo e arregaçando as mangas para fazer. O cenário está longe de ser o ideal, mas sinto que existe essa vontade de fazer, de pensar, de discutir”. Rodrigo Luna, Ronei Jorge e Paula Lice formam o coletivo Buh!Fu Filmes e culos, média-metragem documental que mergulha no universo dos palhaços e que está em fase de pré-produção. Luna também está envolvido na direção do curta Restos, de Renato Gaiarsa, além de estar escrevendo um roteiro de um longa-metragem com Pedro Perazzo (repetindo a parceria feita no curta Menino da Gamboa).
FOTO: Lara Perl / Labfoto
dirigiram o premiado curta-metragem Jessy. O trio repete a parceria em Ridí-
Produtores independentes também têm visão empreendedora para o audiovisual. A Movioca atua no mercado desde 2012 e é fruto do histórico de Amadeu Alban como roteirista, diretor e produtor audiovisual. Alban tem em seu currículo programas de televisão, filmes e web séries. Entre os mais recentes projetos da Movioca estão, além de Ridículos, Miúda e o Guarda-Chuva, um longa-metragem em animação 2D, e o longa de ficção do gênero suspense O Segredo de Davi. A produtora baiana intensificou sua presença no eixo Rio-São Paulo com um escritório na capital paulista desde 2013, visando à aproximação com outras produtoras e canais de televisão. “Um grande esforço que fazemos junto ao mercado é conseguir colocar os filmes em contato com o público. Estamos com vários dos nossos filmes sendo exibidos e em negociação com canais”, conta Alban. Os filmes Jessy, Menino Joel e ContraCorrente, todos produzidos pela Movioca, foram adquiridos para ser exibidos no Canal Brasil.
“Salvador é um polo importante de cinema, principalmente por causa do talento dos profissionais daqui. Acredito que estamos avançando” Max Gaggino, cineasta W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
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Arte & entretenimento | audiovisual
Crise do Cinema de rua Apesar do otimismo relacionado às políticas públicas por parte do secretário do Audiovisual, Pola Ribeiro, e dos esforços dos profissionais que trabalham na área, ainda existem muitas dificuldades para quem atua no mercado, principalmente no que diz respeito à formação de público. Segundo dados divulgados pela Ancine em 2014, os filmes brasileiros atraíram 19 milhões de espectadores, patamar inferior ao recorde de 27,8 milhões de espectadores registrado em 2013. A participação de público dos títulos nacionais chegou ao fim do ano em 12,2%, contra 18,6% do ano anterior. Em Salvador, o Circuito Sala de Arte e o Espaço Itaú de Cinema são espaços que destinam boa parte da sua programação para produções além dos filmes hollywoodianos. “A manutenção destes cinemas não está atrelada a editais. Com isso, eles precisam de bilheteria para se manter”, explica a cineasta Marília Hughes. A produtora Coisa de Cinema, comandada por Hughes, é responsável pela
“Está faltando público para as salas de cinema que não estão localizadas dentro dos shoppings. É importante que espaços como os cinemas de rua existam. Temos que nos solidarizar o ano inteiro, não apenas em momentos de crise, pois se trata de uma crise real” Marília Hughes, cineasta
realização do Panorama Internacional Coisa de Cinema, que acontece no Glauber Rocha. O festival busca promover a diversidade com a participação de mais de 100
grupos conseguem oferecer, mais a comodi-
filmes a cada edição e oferece oportunidade de exibição para produções locais.
dade e a segurança de estar em um shopping
Marília destaca a importância de se frequentar e acredita se tratar de uma
center”, comenta. Apesar do maior acesso aos
“postura política” a priorização desses locais. “Está faltando público para as
conteúdos audiovisuais pelos cidadãos dentro
salas de cinema que não estão localizadas dentro dos shoppings. É importante
de suas casas (a exemplo das TVs fechadas e do
que espaços como os cinemas de rua existam. Temos que nos solidarizar o ano
Netflix), Alban vê a frequência à sala de cinema
inteiro, não apenas em momentos de crise, pois se trata de uma crise real”, opi-
como um “rito social que vai sempre existir”.
na. Em fevereiro, o produtor cultural e gestor do Circuito Sala de Arte, Marcelo
Segundo ele, a questão é refletir sobre o
Sá, tornou pública a crise financeira pela qual passa o circuito, com a possibi-
que motiva o público a se mobilizar a sair
lidade de fechamento das salas por falta de patrocínio e público. “O Circuito
de suas casas e ir a uma sala escura viver a
Sala de Arte é um produto de cultura com um recorte específico, um cinema da
experiência coletiva de ver um filme. Ama-
diversidade, diferente do circuito comercial”, explica. “A dificuldade de empre-
deu Alban e Rodrigo Luna concordam que é
ender no audiovisual e na cultura é o diálogo com patrocínio e a captação de
preciso saber como atingir a audiência do ci-
recursos”, opina sobre o mercado soteropolitano. “Não há um alinhamento
nema. “Precisa-se pensar em como formar um
entre mercado, produção, distribuição e exibição”.
público que se interesse por um cinema mais
Para Amadeu Alban, o cinema de rua tem um desafio muito grande que
autoral e que estratégias possam ser feitas
passa por questões como a insegurança da cidade e a dificuldade de melhorar
para alcançá-lo”, propõe Luna. Espaços alter-
as estruturas das salas. “Além disso, há o conforto e a qualidade que os grandes
nativos e populares para exibição, bem como
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Da esquerda para a direita: Max Gaggino já está na pós-produção dos curtas-metragens “Haram” e “Clique”; “ContraCorrente”, do mesmo diretor, lançado em 2013; o curta “Sobradinho”, da dupla Cláudio Marques e Marília Hughes, que está em fase de montagem
investimento no processo de formação, seriam necessários. “Acho importante
cisamos diminuir a fragilidade e a inconstância
que sejam oferecidas alternativas para que quem queira ver blockbusters ame-
das coisas. Precisamos acreditar no que temos,
ricanos também tenha vontade de assistir ao que é produzido na sua cidade”.
buscar sinergia entre as partes e dialogar.
Pola Ribeiro reconhece a instabilidade do cenário baiano, principalmente no que diz respeito à exibição dos filmes autorais. “Estamos bem assentados, mas pre-
Mercado e cultura não são mais uma dicotomia, hoje todo mundo é consumidor e cidadão”.
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O ASTERIX DA
BAHIA O cartunista baiano Flávio Luiz aposta na regionalização dos quadrinhos e retrata um capoeirista e um cangaceiro como heróis em suas HQs por rENATO ALBAN
Para criar Aú, o capoeirista, o cartunista e ilustrador baiano Flávio Luiz, 50 anos, inspirou-se em personagens dos quadrinhos europeus. “É um herói bem no estilo Asterix. Só que em vez de estar em uma aldeia da Bélgica está no Pelourinho”. O tom regional do livro, que conta as aventuras de um capoeirista mirim, fez a obra ser adotada por escolas de São Paulo. Com isso, Luiz já vendeu mais de nove mil exemplares em todo o país e, no ano passado, lançou o segundo capítulo da história: Aú, o capoeirista, e o fantasma do farol. Premiado em salões de humor no Brasil e no exterior, Luiz aponta a regionalização dos quadrinhos como uma grande oportunidade para o setor na Bahia. “O baiano se notabilizou pela inquietude. É ver o que as pessoas estão fazendo e trazer para cá do nosso jeito. Foi o que João Gilberto fez com o jazz, Glauber Rocha com a Nouvelle Vague e Gil e Caetano com o Tropicalismo”, diz. E se para Aú ele buscou referências em uma aldeia gaulesa; para O Cabra, vencedor do prêmio HQMix de melhor publicação independente de autor, Luiz teve inspiração de outros planetas. “Eu misturei o cangaço com a ficção científi100
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FOTO: Rafael Roncato
Antes de trabalhar com quadrinhos você se formou em administração? Sim, mas sempre trabalhei com desenho. Trabalhei com mortalhas, o pré-abadá, fazendo estampas. Cheguei a ser diretor de arte em uma agência, mas meu forte sempre foi cartoon e charges. O cenário baiano de produção de quadrinhos já mudou muito. Tenho 50 anos. No meu tempo, existiam alguns movimentos de encontro dos artistas, mas o pessoal tinha que ganhar dinheiro de outras formas. Eu publicava minhas tirinhas em alguns jornais, mas não dava para me manter. Sempre conciliei esse trabalho (no jornal) com o meu trabalho de ilustrador publicitário, que paga melhor. Mas percebi que cada vez mais estava trabalhando para o Sudeste e me mudei para São Paulo em 2008. Como conseguiu dinheiro para o lançamento do primeiro Aú? Tive a sorte de conseguir um mecenas que bancou todo o projeto. Esse patrocínio me permitiu lançar em cinco capitais: São Paulo, Curitiba, Belo Horizonte, Recife e Salvador. Na época,
“O baiano se notabilizou pela inquietude. É ver o que as pessoas estão fazendo e trazer para cá do nosso jeito” Flávio Luiz
ca. Star Wars (Guerra nas Estrelas) mesmo nada mais é do que samurais transportados para a ficção”. O Cabra conta a história de um cangaceiro em um futuro distante. Além de buscar referências criativas para escrever as histórias em outros países, o cartunista também coleciona inspirações de marketing para saber como vendê-las. Ao observar o cenário europeu, Luiz teve a ideia, em 2008, de criar um hotsite para Aú. “Percebi que os europeus faziam muito isso”. Foi através do site que o livro foi descoberto por um linguista da Universidade de São Paulo, que o indicou à Secretaria de Educação do estado. Luiz também é a mente criativa por trás dos quadrinhos Jayne Mastodonte e Rota 66, publicados originalmente no antigo Correio da Bahia. Ele ainda foi ilustrador do extinto jornal Bahia Hoje e da agência Africa.
Aú, o capoeirista, e o fantasma do farol, lançado no ano passado, foi financiado por meio de crowdfunding
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um linguista da USP visitou o site do Aú e o recomendou por ser um personagem brasileiro, de raiz africana. A Secretaria de Educação de São Paulo colocou na lista de indicações para as escolas. Tive uma vendagem tão boa que estou terminando a terceira edição do Aú. Você chegou a abordar as secretarias de Educação de Salvador e da Bahia, certo? Sim. Gostaria muito que a prefeitura de Salvador adotasse (o livro nas escolas) também, porque é um livro formador de leitor. É um personagem positivo, que mostra um baiano que não é preguiçoso, é trabalhador. Ele fala com gírias da Bahia, com sotaque. Aú tem muito o estilo do Asterix. É um herói que em vez de estar em uma aldeia da Bélgica, está no Pelourinho. Estamos carentes de histórias assim, que atendam o público infantojuvenil ou a todos os públicos. O Cabra, vencedor do prêmio HQMix de melhor publicação independente de autor em 2010. Ao lado, tirinha retirada do livro Aú, o capoeirista, e o fantasma do farol
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“Estamos carentes de histórias que atendam o público infantojuvenil” Flávio Luiz
Como foi o levantamento de recursos para o segundo capítulo do livro? Não tive uma editora interessada em publicar o Aú 2. Fui buscar no crowdfunding (uma espécie de vaquinha online). O quadrinista independente é um doido que acredita que as coisas vão dar certo. E deram certo. Mas como foi muito caro, pode não ter sido o ideal. O crowdfunding funciona melhor com valores menores. E as pessoas não entendiam que era uma compra antecipada. Fazia também storyboard para um filme ou uma peça publicitária, e o valor que seria para mim, eles jogavam no projeto. Como você avalia o atual mercado de quadrinhos no Brasil e na Bahia? Recebi muitas críticas quando lancei Aú pelo valor (R$ 40*). Fui um dos primeiros, em 2008, a tentar publicações com capa dura, com qualidade semelhante à europeia. Agora, as livrarias já vendem quadrinhos aqui em São Paulo que custam R$ 200. O Cabra está vendendo bastante por aqui, tanto que estou planejando o segundo. Em Salvador, acho que falta uma circulação maior de artistas. Antes de as livrarias brasileiras começarem a vender livros de quadrinhos mais caros, Aú teve boas vendas. Como isso foi possível? Junto do Aú lancei o hotsite do livro. Na Europa, todos já tinham seus hotsites, que é uma propaganda animada do livro. Hoje, vemos muita gente seguindo esse exemplo, mas fui um dos primeiros a fazer isso aqui. O baiano se notabilizou pela inquietude. É ver o que as pessoas estão fazendo e trazer para cá do nosso jeito. Foi o que João Gilberto fez com o jazz, Glauber Rocha com a Nouvelle Vague e Gil e Caetano com o Tropicalismo. Viram lá fora e disseram “pô, legal, vamos fazer também”. O que os novos quadrinistas podem fazer para conquistar leitores? Quem quer começar tem que ter senso crítico. No meu início, mostrava (meu trabalho) não só para os amigos, mas para os caras que eu admirava. Comprei livros de como se fazia tirinha. Hoje, minha dica é procurar cursos na internet. E tem que desenhar muito. Temos que criar um universo. “Se estiver chovendo, como meu personagem vai ficar? E se ele estiver com dor de dente?”. É um * Preço sugerido no hotsite de Aú, o capoeirista
pouco brincar de Deus. E como eles podem se destacar? A cultura brasileira é rica! A gente tem que buscar essas referências e bater no liquidificador. Tive a ideia de fazer o cangaceiro. Mas pensei “por que colocar ele de novo no início do século?”. Eu misturei o cangaço com a ficção científica e coloquei o cangaceiro na falta d’água. O Star Wars mesmo nada mais é do que samurais transportados para a ficção. Aí, você faz o mashup, joga tudo no liquidificador e vê qual o sabor. W W W. po rta lB MA I S . CO M. B R
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conteaí
Toda menina baiana tem um jeito que Deus dá
ana luísa oliveira Especialista em gestão de pessoas, gerente de Human Capital da EY
obra: Sem título / Acrílica sobre tela / Fernando Oberlaender
Quando alguém me pergunta “o que você é?” está em busca de informações
Para aproveitar oportunidades de tra-
sobre a minha formação educacional ou meu atual cargo, mas não tem jeito, a
balho, saí temporariamente da Bahia, mas a
resposta é automática: sou baiana. Afinal, parafraseando o grande Gilberto Gil:
Bahia nunca saiu de mim.
“Toda menina baiana tem um jeito que Deus dá”. E o principal: sou baiana de Salvador. Porque ser baiana é muito bom, mas ser soteropolitana é melhor ainda, tem o seu charme especial. Nascida no subúrbio e criada na Cidade Baixa, por uma família simples e até
Hoje, com a carreira bem consolidada, após cinco anos de atuação na área em uma empresa internacionalmente conhecida, dou graças a Deus diariamente por ter vivido o Carnaval.
então sem histórico de diploma universitário, sempre apostei todas as minhas
Atendo pessoas de todo o mundo, com
fichas na educação. E se hoje sou uma jovem baiana de sucesso, não há dúvida
uma diversidade enorme. Boa parte do respei-
de que foram as horas e horas de estudo que contribuíram para isso. No entanto,
to, carinho e flexibilidade que tenho na minha
se há uma coisa da qual nunca duvidei é que sou diferente e nasci para brilhar.
rotina foi aprendida no Carnaval, onde tinha
Também não tenho qualquer dúvida sobre meu gosto musical e o amor pelo Carnaval. Sou imensamente feliz porque desde cedo sempre havia uma
que dividir o espaço com milhares de pessoas. A folia momesca me ensinou ainda a lidar
tia, vizinha, amiga ou um irmão mais velho que me fantasiava de bailarina,
com as adversidades, se você já pulou Carna-
baiana, pierrô, entre tantas outras fantasias, e me levava para brincar Carna-
val em Salvador, pense: em qual deles não cho-
val. Hoje constato que o Carnaval foi a minha primeira lição de empreendedo-
veu? O Carnaval me fez aprender que se estou
rismo e negócios.
na chuva é para me molhar. Também aprendi
É preciso gestão efetiva para unir milhares de pessoas nas ruas da cidade, receber turistas de todo o mundo, criar três circuitos e fazê-los funcionar. Arti-
a exercitar minha paciência e resiliência. Minha terra, minha cultura e o Carnaval
culando músicos, policiamento, atendimento de saúde e transporte, criando um
da Bahia me ajudaram a construir todo o
produto ou serviço atrativo, que recebe pessoas ano após ano. O Carnaval me
respeito que tenho ao próximo, às pessoas
ensinou criatividade e inovação.
ao meu redor, toda a facilidade que eu tenho
Vivenciei o Carnaval no tempo em que não existiam camarotes e tive a
em lidar com pessoas, em aceitar sotaques e
oportunidade de trabalhar em um dos primeiros camarotes da história da festa,
regionalismos, meu empreendedorismo e o
instalado no circuito do Campo Grande. Vi a época em que se brincava de fanta-
enorme amor e dedicação pelo meu trabalho e
sia, passando pela mortalha até o abadá.
a tudo que me proponho a fazer.
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páginas amarelas headhunter
Engenheiro de qualidade sênior (Camaçari – BA) Cód: EQS
Formação: superior em engenharia,
preferencialmente engenharia mecânica. pósgraduação em áreas afins (desejável). Idioma: inglês ou espanhol avançados.
headhunter
Controller (interior do estado – BA) Cód: C
Formação: em economia, contábeis ou administração; pós-graduação em áreas afins (desejável). Idioma: inglês fluente. Atribuições e responsabilidades: elaboração e gerenciamento de budget e forecast, controle de verbas de investimentos, sistemas de contabilização e escrituração, atendimento à legislação contábil nacional e internacional, avaliação de resultados mensais, consolidação e envio de resultados mensais para a matriz, análise e apuração de custos mensais, controle e gerenciamento de inventário mensal e anual; análise, controle e negociação de preço de venda junto a área comercial.
Atribuições e responsabilidades: Assegurar os planos de controle de qualidade, supervisionar diretamente o departamento de qualidade, supervisionar a verificação
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da qualidade do produto de todos os fornecedores, realizar auditoria da produção, investigações de produtos e outras funções de investigação, implementar e manter normas, gerir reclamações dos clientes, gerenciar os custos de não conformidade.
Coordenador de planejamento florestal Cód: CPF
Formação: ensino superior, preferencialmente em engenharia florestal. pós-graduação / MBA na área florestal, composto pelo inventário florestal.
Atribuições e responsabilidades: realizar a coordenação das atividades de planejamento e controle florestal, composto pelo inventário florestal; planejamento de longo prazo, planejamento anual; controles de custos de colheita e silvicultura; cadastro florestal, mapeamento e geoprocessamento florestal; orçamento operacional florestal e assessoria à diretoria florestal.
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Assistente Executiva (Salvador – BA) Cód: AE
Formação: escolas de primeira linha em engenharia, com pós graduação; MBA em áreas afins.
Formação: graduação completa em
Idioma: inglês fluente (mandatório).
secretariado executivo.
Experiência em indústrias de médio a grande porte.
Idioma: inglês fluente.
Atribuições e responsabilidades: gerenciar todas as atividades ligadas à área industrial, como
Atribuições e responsabilidades: organizar
produção, manutenção, qualidade, RH, planejamento e logística, de forma a controlar custos,
e atualizar calendários e agendas, gerenciar
investimentos e liderar equipes; sólida experiência gerencial na área Industrial nos mercados de
todas as comunicações, inclusive responder
manufatura ou bens de consumo; boa comunicação, foco em resultados e dinamismo completam
correspondência, atender a todas as ligações,
o perfil.
Diretor industrial
Cód: DI
elaborar documentos e relatórios, realizar diversas atividades administrativas (como agendamento de viagens, organização de arquivos, envio de relatórios de despesas, gerenciamento contábil), apoiar o planejamento e execução de grandes projetos, conferências e outras reuniões off-site.
headhunter
Técnico mecânico
Cód: TM
Formação: ensino médio profissionalizante. Atribuições e responsabilidades: criação de planos de manutenção mecânicos/hidráulicos;
Enviar currículo para o e-mail: comercial@talentobahia.com.br, citando o código da oportunidade no campo assunto IMPORTANTE: citar no campo assunto o título da posição. Todos os nossos processos são confidenciais e não revelaremos o cliente até que seja o momento adequado. Caso não receba um contato dos nossos consultores em até três dias úteis, você não foi selecionado para esse processo. O seu currículo ficará em nosso banco de dados para futuras oportunidades. Agradecemos o seu interesse e desejamos boa sorte.
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visitas em campo para levantamento de dados técnicos de equipamentos e componentes; codificação e especificação de itens (componentes); cadastro de ativos; inspeções de seguraça na área industrial; criação de planos de inspeção (rotas). Informática: pacote Office (Word, Excel, Power Point e Internet).
Rua Frederico Simões, 85 - Cj 1207/1208 - Edif. Empresarial SIMONSEN - Caminho das Árvores Salvador - CEP : 41820-774 www.talentobahia.com.br Telefone/Fax: (71) 3379-4114 / 3289-0384
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