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S UM Á R IO
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ONLINE E MURAL
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EVASÃO DE TALENTOS
FÓRUM DE LIDERANÇA
Assim como Joana Magalhães (foto), estudantes e profissionais cheios de potencial saem da Bahia em direção a outros estados em busca de oportunidades. Nós tentamos entender o porquê deste fenômeno a partir das suas histórias.
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ESCOLA DE NEGÓCIOS
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BLOCO DE NOTAS
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MÍDIA+
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IMÓVEIS+
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CONTE AÍ
MÁRIO KERTÉSZ ABRE O JOGO Em entrevista exclusiva, Mário fala sobre negócios, economia, família e ainda sobre sua insatisfação com o atual momento da Bahia.
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NEGÓCIOS 31 INTERIORIZAÇÃO 34 Grandes instituições e empresas privadas migram para o interior da Bahia e movimentam a economia do estado.
STARTUP 40 Escola de cinema em Salvador. EXPERIÊNCIA 42 Supermercados online são opção rápida e barata. [C] LUIZ MARQUES 44 O que vem antes: as instituições ou a política? [C] CLARA CORRÊA 46 O que querem os jovens que vão às ruas?
SUSTENTABILIDADE 65 PRO BEM 66 Conheça Cybele Amado, a mente por trás do movimento a favor da alfabetização que muda a realidade de jovens no interior da Bahia.
TENDÊNCIAS 72 Mídias sustentáveis: que negócio é esse? TENDÊNCIAS 74 Os dez mandamentos da empresa responsável. [C] ISAAC EDINGTON 76 O que o seu time do coração faz pela sociedade?
LIFESTYLE 77 MERCADO IMOBILIÁRIO 78 Estilo de vida dos nativos do Vale do Capão, na Chapada Diamantina, atrai novos moradores.
EMBARQUE 82 Faça as malas e migre para o interior ou para a capital SABOR 90 Como fazer uma receita de lagosta na mandioquinha? NOTAS DE TEC 92 [C] SABRINA MACHADO 84 | [C] MONIQUE MELO 86 [C] BIANCA PASSOS 88 | [C] INGRID QUEIROZ 94
ARTE & ENTRETENIMENTO 95 ARTE 96 Pintores do interior ganham o reconhecimento fora do estado, mas ainda enfrentam dificuldades para firmar seus nomes na Bahia.
CACHOEIRA 100 A cidade do interior é o caldeirão cultural da Bahia. +1 FILMES 102 A produtora que transforma risadas em dinheiro. APLAUSOS 104
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E X P E D IENTE Conselho Editorial César Souza, Cristiane Olivieri, Fábio Góis, Geraldo Machado, Ines Carvalho, Isaac Edington, Jack London, Jorge Portugal, José Carlos Barcellos, José Roberto Mussnich, Luiz Marques Filho, Maurício Magalhães, Marcos Dvoskin, Reginaldo Souza Santos, Rubem Passos Segundo e Sérgio Nogueira
Projeto Gráfico e Diagramação Person Design
Conselho Institucional Aldo Ramon (Júnior Achievement) António Coradinho (Câmara Portuguesa) Antoine Tawil (FCDL) Jorge Cajazeira (Sindipacel) José Manoel Garrido Gambese Filho (ABIH-BA) Mário Bruni (ADVB) Adriana Mira (Fieb) Laura Passos (Sinapro) Pedro Dourado (ABMP) Renato Tourinho (Abap) Wilson Andrade (Abaf)
Colaboradores Ana Paula Paixão, Andréa Castro, Carlos Vianna Junior, Emanuelle Xisto, Felipe Arcoverde, Gina Reis, João Quesado, Karina Costa, KinKin, Núbia Cristina, Patrick Moraes, Paulo Sousa, Renato Ato, Uilma Carvalho, Victor Lima
Diretor Executivo Claudio Vinagre claudio.vinagre@revistabmais.com
Portal Enigma.net
Diretora de Marketing Bianca Passos bianca.passos@revistabmais.com Editor Chefe Fábio Góis fabio.gois@revistabmais.com
Fotografia Stúdio Rômulo Portela Revisão Rogério Paiva
Colunistas Bianca Passos, Clara Corrêa, Ingrid Queiroz, Isaac Edington, Luiz Marques Filho, Monique Melo, Rubem Passos e Sabrina Machado
Redes Sociais ADSS Presença Digital iPad uTochLabs www.revistabmais.com/ipad
Realização Editora Sopa de Letras Ltda. CNPJ 13.805.573/0001-34 Redação [B+] 71 3012-7428 redacao@revistabmais.com www.revistabmais.com Reserva de anúncio publicidade@revistabmais.com
SALVADOR - BAHIA 71 3012-7477 Av. ACM, 2671, Ed. Bahia Center, sala 1102, Loteamento Cidadela, Brotas CEP: 40.280-000
Repórteres Carolina Coelho, Murilo Gitel e Pedro Hijo redacao@revistabmais.com
A edição 19 traz na capa a produção da agência Bahia Comunicação. Agradecemos a Aline Pinheiro e Paulo Vianna (atendimento), Wanderley Gomes (diretor de criação) e Humberto Jonas (diretor de arte). Modelo da capa: Roman Passos Porto.
Tiragem: 10 mil exemplares Periodicidade: Bimestral Impressão: Grasb Capa impressa em papel Couché Suzano® Gloss 170g/m2 e miolo impresso em papel Couché Suzano® Gloss, 95g/m2, da Suzano Papel e Celulose, produzidos a partir de florestas renováveis de eucalipto. Cada árvore utilizada foi plantada para este fim.
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REPRESENTAÇÃO EM OUTROS ESTADOS Grupo Pereira de Souza www.grupopereiradesouza.com.br
PONTOS DE VENDA A Revista [B+] pode ser lida no site, iPad e encontrada em pontos de vendas, como: Livrarias Cultura (Salvador Shopping), Nobel (Shopping Paralela), Leitura (Shopping Bela Vista), Saraiva (Iguatemi e Salvador Shopping), Soler (Hiperbompreço Iguatemi), Aeroporto, Rodoviária e bancas do Campo Grande, Pituba, Dois de Julho, Nazaré, Barra, Rio Vermelho e também em Feira de Santana e cidades vizinhas. Pergunte na banca mais próxima da sua casa.
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E D ITO R IA L
A BAHIA É UMA TERRA EM ASCENSÃO SÓ PRECISAMOS SABER DISSO
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into o vigor que existe nos baianos e neste território de nome Bahia. A cada nova história publicada por esta revista, a cada relato de experiência de profissionais com destaque na área de atuação, a cada anseio por desenvolvimento e oportunidades pelo que é novo, vejo o enorme potencial que aguarda para ser explorado por nós mesmos - baianos. A verdade é que ainda nem nos conhecemos e, por isso, não sabemos como potencializar nossas habilidades intelectuais, morais, culturais e desvendar mistérios e riquezas guardados em nosso território. Lugares em todo o mundo estampam casos de sucesso com um enorme portfólio de histórias de transformação com foco no cidadão. É o caso de Portland, que de uma cidade comum, com histórico de devastação de florestas e poluição do ar, tornou-se o município mais sustentável dos Estados Unidos. E não foi preciso descobrir a pólvora. As apostas foram na mobilização dos alunos das universidades locais, retenção de talentos e investimentos em mobilidade urbana e na geração de energias alternativas. No Brasil, o estado do Rio de Janeiro, mais recentemente, decidiu se renovar. Após anos áureos, a antiga capital do país foi renegada. Movimentos internos fazem ressurgir um Rio mais belo e rico, por mais falhas e erros que ainda existam por lá. Nós também podemos errar, mas, para tanto, precisamos apostar mais, investir mais, pesquisar mais e aprender mais com os nossos erros e assim definir o que queremos. Vejo nosso setor produtivo se movimentar, mas ainda há queixas sobre infraestrutura, má qualificação de mão de obra, morosidade com prazos e metas, insegurança nas cidades, pouco investimento no social, desconhecimento de quanto valem nossos recursos naturais etc. Ações têm sido feitas 12
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para mudar o cenário, mas será que temos a ambição necessária para tornar a Bahia a potência econômica, social e ambiental que tem a capacidade de ser? O resultado é a pergunta que trazemos na capa desta edição: “Seu filho não vai ficar na Bahia?” Como você vai ler na reportagem especial, nossos repórteres conversaram com baianos cheios de vontade de crescer, que amam sua terra natal, buscam estudos e novos desafios fora daqui, mas na hora de retornar pensam duas, três ou mais vezes, pois não veem chances para que continuem crescendo. Quem pode mudar isso? Eles e nós todos – e o início é agora! Um caminho que o Estado e as instituições estão vendo é rumo ao interior, oferecendo capital, educação, empregos, alternativas para a criação de novos polos econômicos, vias de crescimento e expansão urbana, como você pode entender mais na página 34. Esta edição está cheia de história de empreendedorismo de qualidade, inovação, caminhos de pessoas que apostam no interior do estado como uma fonte de riqueza e qualidade de vida. Ou seja, muito já está sendo feito e precisamos de mais. Mário Kertész, entrevistado nesta edição, deixa o recado: “A Bahia precisa sair desse rame-rame. A gente está precisando de agitação, de inteligência!”. O convite está feito e nós, da [B+], apoiamos.
BOA LEITURA. Fábio Góis, editor-chefe da Revista [B+]
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O N LIN E E M U RA L MURAL ADEUS, FACEBOOK “A matéria é muito boa, já li na íntegra e concordo com tudo que foi dito”. YURI MATHEUS, pelo Facebook
NEGÓCIOS DA BELEZA NATURAL “O produto criado pela empresa é de qualidade. Já fui cliente por um tempo e confirmo. Mas acredito que, para de fato ser um case de sucesso, teria que ter outras filiais em Salvador, que atendam à enorme demanda que a cidade oferece ao salão”. RENATA REIS, pelo www.revistabmais.com
ORQUESTRA SINFÔNICA DA BAHIA “Acho a Osba maravilhosa! Parabéns pelo trabalho @carlosprazeres” CAROLINA MAGALHAES, pelo Twitter
QUEREMOS TE OUVIR A Revista [B+] abre este espaço para que você, leitor, dê a sua opinião, crítica e sugestão sobre as nossas matérias. O que te agradou? O que poderíamos melhorar? Qual a sua dúvida? Queremos saber o que você tem a dizer para que o conteúdo da [B+] esteja sempre alinhado com o que você quer ler. Existem diversos canais pelos quais podemos manter este contato:
SITE www.revistabmais.com E-MAIL redacao@revistabmais.com TELEFONE 71 3012-7477
As obras que ilustram as colunas desta edição são de Waldomiro de Deus, artista de Itagibá que ganhou o mundo com telas cheias de cor e significado. Conheça mais da história de Waldomiro e de outros dois artistas na página 96.
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F ÓRU M D E LID ERA N Ç A
O FIM DO FACEBOOK FOI ANUNCIADO NO V FÓRUM DE LIDERANÇA [B+] Você já imaginou um mundo sem Facebook? Pois é melhor se preparar, pois a rede de Mark Zuckemberg, a mais acessada em todo o mundo, está com os dias contados. Pelo menos é nisso que acredita Jack London, pioneiro da internet no Brasil que veio ao V Fórum de Liderança [B+], realizado no dia 11 de junho em Salvador, Bahia, para discutir as ideias apresentadas em seu novo livro, “Adeus, Facebook O mundo pós-digital”. No evento, patrocinado pela Caixa Economica Federal, Jack também falou mais sobre a capa da edição de maio e junho da Revista [B+], que ganhou repercussão local por trazer este tema tão polêmico em destaque. O fórum ainda contou com as participações de Isaac Edington, secretário da Ecopa, Kiko Medeiros, diretor da Rede Bahia, André Blumberg, diretor do jornal A Tarde, Roberto Ibrahim, presidente do CRA-BA entre outros nomes.
[01] Cláudio Vinagre (Sopa de Letras), Jack London, Maiara Liberato (Duetto) e Renato Simões (RSF); [02] André Blumberg (diretor do jornal A Tarde); [03] Hélio Tourinho (diretor da Band Bahia); [04] Leonardo Vilanova (Secom-BA); [05] Pedro Dourado (Uranus 2), Ana Carolina (Engenhonovo) e Silvana Cunha (ABMP); [06] Kiko Medeiros (diretor da Rede Bahia); [07] Denis Guimarães (Grupo André Guimarães); [08] Luiz Blanc (diretor da ABIH-BA); [09] Reginaldo Paim e Décio Azevedo (Petrobras Distribuidora); [10] Vera Passos (RP2) e Rubem Passos (presidente da ADVB-BA); [11] Geraldo Machado (superintendente Senar-BA); [12] Rodrigo Lima, Tatiana Suarez, Ana Paula, superintendente Luis Antônio de Souza, Cristóvão Schramm e Ricardo Tanajura (Caixa); [13] Luiz Marques (superintendente da FEA); [14] Roberto Ibrahim (presidente do CRA-BA); [15] Wilson Andrade (Consulado da Finlândia); [16] Isaac Edington (secretário da Ecopa)
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E S C O LA D E N EG Ó C IO S FOTO: Rômulo Portela
O empresário Manoel Joaquim (centro) implantou novos modelos para integrar a equipe
UM POR TODOS E TODOS POR UM Como superar os desafios do trabalho em equipe e transformar o bom relacionamento entre funcionários em uma chave para o sucesso da empresa por CARLOS VIANNA JUNIOR
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ma história. Um dos colaboradores pede demissão. Ele é o responsável pelo registro de horas de trabalho de todos na empresa. Sem ele, não há como fechar a folha de pagamento. Para resolver o problema, chama-se a gestora de recursos humanos. Mas ela está de férias. E aí? É hora de mostrar o que uma equipe, e não apenas um grupo de trabalhadores, é capaz de fazer. Seus membros se unem em torno de um objetivo: fechar a folha de pagamento do mês de junho de 2013. Como o fato se deu no final de um mês repleto de feriados, o tempo se coloca contra eles, obrigando-os a usar todas as ferramentas que uma equipe deve buscar para obter o resultado esperado, num clima de harmonia e sem desgastes excessivos. 18
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Todos tiveram que exercer o controle emocional, demonstrar iniciativa, empatia, estabelecer uma comunicação eficiente e manter o relacionamento sadio entre os membros da equipe. Alguns deles tiveram que assumir, temporariamente, novas funções. A equipe teve que interagir com outras equipes, inclusive de outras unidades da organização. O resultado esperado foi alcançado e uma satisfação imensa elevou a autoestima de cada um dos membros da equipe, incluindo a gestora que, de férias, foi informada do sucesso. A história é real. Aconteceu em Salvador, no Laboratório Leme e foi contada por Isadora Cruz, sócia-diretora da Laborare Gestão e Desenvolvimento de Pessoas. O laboratório é um de seus principais clientes. Ela sabe se tratar de um bom exemplo de como uma equipe deve funcionar. “Está tudo aí: a imposição de um objetivo, o comprometimento com os processos e com as metodologias de trabalho em equipe, a consciência de que um depende do outro, assim como a equipe depende de outras dentro da organização para alcançar o objetivo”, explica. Algum leitor pode pensar que foi a necessidade de receber o salário que fez a equipe trabalhar bem. Isadora irá aceitar a réplica, mas dirá que seus membros o fizeram sem um gestor por perto e sem maiores conflitos, o que só é possível com treinamento. Ela, no entanto, faz uma ressalva: “Não se alcança um bom desempenho de equipe da noite para o dia. Isso é fruto de muito trabalho”.
FOTO: Divulgação
INEVITÁVEL Apesar de exigir investimento financeiro e de tempo, se torna cada dia mais urgente aceitar o desafio de se formar equipes em vez de grupos em que “cada um faz o seu e pronto”. A globalização está tornando o mundo dos negócios cada vez mais exigente em relação à satisfação dos clientes. Por outro lado, os colaboradores, cada vez mais preparados, exigem mais bem-estar no ambiente de trabalho. “Uma coisa depende da outra”, conclui Isadora Cruz. SER HUMANO Marcio Lopes, sócio-diretor da empresa de consultoria Organiza, explica que a formação de boas equipes depende muito da importância que os gestores dão ao lado humano da organização. “Às vezes nos encubem de contratar gerentes de RH, ou organizar a área de recursos humanos. Antes, no entanto, tento fazer o cliente entender que todos os líderes ou gestores da organização devem ser uma pessoa de recursos humanos”, conta. Ter uma visão focada no ser humano, por exemplo, permitiu ao empresário da área de informática Manoel Joaquim Lima, sócio-diretor da Totvs Bahia, a levar a cabo uma grande transformação na empresa. “Com apoio de uma psicopedagoga, começamos a organizar eventos integrativos. A equipe do comercial passou a interagir melhor com a equipe de técnicos. Com isso, melhoramos o ambiente e alcançamos melhores resultados”, conta, lembrando que nessa época nem mesmo um setor de RH existia na empresa. Mas foi quando promoveu uma mudança do modelo de remuneração, em 2006, que Lima teve o grande retorno da sua aposta no relacionamento entre seus colaboradores. “O novo modelo foi absorvido muito rapidamente. Não há dúvidas de que foi o resultado dos trabalhos de formação de equipe que garantiu a aceitabilidade e fluidez dos novos processos. Em pouco tempo tivemos um crescimento considerável”, conta. A continuidade nos trabalhos motivacionais levou a empresa a uma posição de destaque como franquia da Totvs, a maior empresa de desenvolvimento de softwares da América Latina. DESAFIOS Para o consultor Marcio Lopes, um dos desafios à formação de equipes de alto desempenho nas organizações baianas é imposto pela cultura empresarial local. “Tivemos uma grande evolução no que se refere à governança de uma maneira geral. Falo de relatórios gerenciais, práticas corretas, que incluem padrões, procedimentos de qualidade, auditorias internas e externas. Ou seja, se
Marcio Lopes é consultor e apresenta um programa de rádio direcionado aos empresários
evoluiu muito para fora, no campo das atividades, e pouco para dentro, no campo dos processos, onde as diferenças individuais precisam ser cuidadosamente administradas”, aponta. Esta característica leva a outras consequências. Segundo Lopes, muitos empresários tendem a queimar etapas no processo de formação de equipes por conta de um imediatismo baseado em resultados financeiros. “É preciso tempo para alcançar a liga, a complementariedade entre os membros, o senso de objetivo comum. Muitas vezes temos que educar gestores para fazê-los entender o quanto custa contratar uma pessoa errada, ou atropelar os processos de maturação de uma equipe”, explica. Ele acrescenta ainda que esse processo pode demorar entre 12 e 18 meses.
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E SCOL A D E NEG Ó C IO S
DICAS Alcançar um alinhamento entre os decisores. Estabelecer o foco, a meta e os valores da empresa e definir objetivos claros. Transmitilos aos colaboradores, respeitando suas individualidades, tentando casar o potencial de cada um com a meta comum. Controlar o ego. Quando aparecerem os bons resultados, ressaltar a importância da equipe em vez de “aparecer sozinho na foto”. Tanto o sucesso quanto o fracasso devem ser de todos. Manter uma relação com os colaboradores na qual caiba o feedback, dando-lhes sempre informações sobre seu desempenho no trabalho e oferecendo meios de melhorá-lo. Buscar pessoas complementares e não iguais. As diferenças, se bem trabalhadas, dão melhores resultados.
Julgar as pessoas não como boas ou más, mas como adequadas para aquele momento ou aquela posição. Não importa o grau de experiência, cada novo membro da equipe precisa de um tempo de adaptação, de um tempo para que seus colegas saibam como ele funciona, para atingir o ponto em que dá retorno à organização. É de extrema importância designar alguém da equipe para monitorar esse processo. Estimular o rodízio de funções. Estabelecer a meritocracia, ou seja, valorizar e reter os colaboradores que realmente fazem a diferença nos negócios, que garantem os resultados e o crescimento constante da organização.
FOTO: Rômulo Portela
O trabalho de formação de equipe implementado por Isadora Cruz levou o Laboratório Leme a ganhar o prêmio Ser Humano Luiz Tarquínio em 2012
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Isadora Cruz acredita que a necessidade de tempo para a formação de equipes está ligada a uma questão mais ampla. Para ela, quando se fala em trabalho em equipe está se falando em relacionamentos. “Se já é difícil nos relacionarmos com aqueles com quem nos unimos por afinidade, imagine com aqueles cuja proximidade nos foi imposta”, ressalta. Como ocorre nos relacionamentos de uma forma geral, todos pensam estar fazendo tudo para dar certo e que são capazes de formar parcerias com quem bem desejarem. “Isso fica claro nas entrevistas de seleção. Todos dizem gostar de trabalhar em equipe, mas muitos não têm a noção do que seja isso, incluindo gestores. E ainda há aqueles que, mesmo com treinamento, devido a sua natureza, são incapazes de trabalhar em equipe”, explica. [B+]
blo co de n o t a s
REFLORESTAMENTO RESPONDE POR 100% DA MATÉRIA-PRIMA DA CELULOSE NA BAHIA
Renato Simões, do conselho do jornal A Tarde, José Mascarenhas, presidente da Fieb, e Jorge Cajazeira, presidente do Sindpacel
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FÁBRICA EM ITORORÓ REFORÇA INDÚSTRIA DO SETOR DE CALÇADOS NA BAHIA A cidade de Itororó, na região de Itapetinga, no sudoeste baiano, irá sediar uma fábrica de calçados. Segundo o governador Jaques Wagner, a Lila Line terá capacidade de produzir três milhões de pares por ano e revitalizar a economia da região, que sofreu com a redução das atividades da Azaleia/Vulcabrás. O governador adiantou também o interesse de mais duas empresas, ainda sem nomes revelados, que devem reforçar a geração de emprego e renda na região.
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Autoridades, órgãos parceiros e representantes das indústrias do setor de papel e celulose estiveram presentes no coquetel de lançamento da nova identidade visual do Sindicato das Indústrias de Papel, Celulose, Papelão, Pasta de Madeira para Papel e Artefatos de Papel e Papelão (Sindpacel). Prestes a completar 60 anos, o sindicato reuniu na Varanda D’Lícia personalidades importantes para o desenvolvimento das indústrias do setor, como José Mascarenhas, presidente da Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb), Reinaldo Sampaio, vice-presidente do órgão, e James Correia, secretário da Indústria, Comércio e Mineração (SICM) do Estado da Bahia. Além da nova identidade visual e site institucional, a entidade lançou um relatório com dados econômicos e de sustentabilidade ambiental do setor na Bahia. De acordo com dados do Anuário Bahia Indústria Florestal 2012, a produção de madeira in natura na Bahia é caracterizada pela existência de 617 mil hectares de plantios florestais dos gêneros eucaliptos e pinus. “Hoje, 100% da nossa matéria-prima é proveniente de reflorestamento de eucalipto e pinus e temos, somente na Bahia, 527 mil hectares de área plantada e 279 mil hectares de área de florestas preservadas”, destacou Jorge Cajazeira, presidente da entidade. O setor também gera mais de três mil trabalhos diretos e 12.500 indiretos no estado, que abrange mais de 5% da produção de celulose do Brasil.
FUNDAÇÃO BAIANA FIRMA ACORDO DE COOPERAÇÃO COM PAÍSES DE LÍNGUA PORTUGUESA O Brasil e a Bahia estarão presentes no projeto “Cooperar em Português”, uma proposta de implementação de ações de educação, formação e prospecção de mercados comuns para o desenvolvimento sustentável de Brasil, Portugal, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste. Para fortalecer sua contribuição nesta iniciativa, a Fundação Escola de Administração da Universidade Federal da Bahia (FEA/Ufba) foi convidada a participar do terceiro Fórum de Desenvolvimento Local em Língua Portuguesa, realizado nos dias 20 e 21 de junho, na cidade de Coimbra, em Portugal. Representada pela consultora Vera Lyra, a fundação apresentou projetos bem-sucedidos realizados na Bahia. Através de consultorias, cursos e capacitações, atividades realizadas pela fundação para instituições públicas e privadas, a FEA atuará nas áreas de desenvolvimento econômico, educacional e turístico. Em Portugal, o foco das atividades é fornecer aporte para empresas que buscam driblar a crise do continente Europeu e investir em território brasileiro.
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BAHIA QUER AMPLIAR PARTICIPAÇÃO NO SETOR DO TURISMO RELIGIOSO
Antonio Carlos Magalhães Junior, Modezil Cerqueira, Renata Magalhães, Florisberto Cerqueira, Zé Ronaldo, Robinson Almeida, Dante Iacovani, Dom Itamar Vian e André Pereira foram algumas das personalidades presentes na comemoração
TV SUBAÉ COMEMORA 25 ANOS E LANÇA SINAL DIGITAL A TV Subaé, afiliada da Rede Bahia de Televisão em Feira de Santana, celebrou 25 anos em julho deste ano. A fase de comemoração marca também o lançamento do sinal da TV digital em Feira de Santana. Maior entroncamento rodoviário do Nordeste, Feira de Santana agora é a primeira cidade do interior nas regiões Norte e Nordeste a transmitir conteúdo em alta definição (HD). A afiliada também ganhou mais espaço em sua programação local. Para comemorar, a TV Subaé recebeu empresários, jornalistas e parceiros da emissora durante esta trajetória para uma festa no Spazio Eventos, que contou com a assinatura da promoter Licia Fabio, o buffet de Vera Lima e a presença do cantor Saulo Fernandes, que fez um pocket show exclusivo.
Com destinos para peregrinação em quase todas as zonas turísticas, a Bahia pretende ampliar a participação no mercado do turismo religioso, atraindo visitantes de outros estados e também do exterior, em especial da América do Sul. É com este objetivo que a Bahiatursa participou da feira ExpoCatólica, no Rio de Janeiro, que ocorreu paralelamente à Jornada Mundial da Juventude, em julho. Os diretores Fernando Ferrero (Relações Nacionais) e Weslen Moreira (Regionalização e Serviços Turísticos) participaram da abertura do evento. De acordo com pesquisa da Secretaria Estadual do Turismo (Setur), os visitantes de outros estados a santuários religiosos baianos não chegam a um terço do total, que são, em sua maioria, baianos que viajam pelo estado. Além de Salvador, outros destinos foram divulgados na ExpoCatólica, como Serrinha, Candeias, Anguera, Monte Santo, Rio de Contas e Bom Jesus da Lapa, além do Santuário Irmã Dulce.
FÓRUM PROPÕE DISCUSSÃO SOBRE LOGÍSTICA NO ESTADO
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A logística de uma empresa é capaz de estimular e acelerar o desempenho de mercados regionais, da produção até o ponto de venda. Mas é preciso uma infraestrutura eficiente de transporte para que grandes negócios possam reduzir custos e tenham mais estabilidade. Para discutir o assunto, será realizado o primeiro Fórum Nordeste Logística ADVB-BA, no dia 22 de agosto, em Salvador. O evento propõe apresentar casos de sucesso de empresas em âmbito nacional, que se diferenciam no tratamento dado à logística de suas operações. Para Luís Eduardo Chamadoiro, representante da TPC, uma das empresas participantes do fórum, a Bahia, maior e mais rico estado do Nordeste, não pode deixar de estar presente nas grandes discussões nacionais deste tema. “A deficiência na infraestrutura logística do nosso país, seja ela na área portuária, aeroportuária ou rodoviária, faz parte das grandes discussões nacionais, com o entendimento de todos de que a diminuição do custo Brasil passa pelo encaminhamento e solução dos grandes problemas logísticos brasileiros”, comenta. A programação do fórum ainda conta com palestras sobre a logística das empresas Petrobras, Ford e Natura com seus respectivos representantes e abertura conduzida por César Borges, ministro dos Transportes (foto). w w w. r e v i s t a b m a i s . c o m
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á oito anos, Gustavo Caetano fundou a startup mineira Samba Tech e conquistou o mercado rapidamente com a principal plataforma de vídeo online na América Latina, com mais de 500 clientes em oito países, entre eles os principais grupos de comunicação e corporações, como Globo, Editora Abril, Anhanguera e Record. Seu estilo inovador e ousado já lhe rendeu seis premiações pelo seu mérito como empreendedor, incluindo os títulos de Empreendedor de Sucesso no Brasil em 2009 pela PEGN e pela Visa e de Fundador do Ano, oferecido pelo The Next Web em 2012. Com apenas 30 anos, o CEO da Samba Tech já compartilhou suas experiências em eventos no MIT, na ONU e na Nasdaq, e atualmente opera com três escritórios, em Belo Horizonte, São Paulo e Buenos Aires, além de ser presidente da Associação Brasileira de Startups (ABStartups). Conversamos com Gustavo Caetano sobre inovação, empreendedorismo e liderança no evento CEO Fórum Gestão Sem Fronteiras, realizado pela Amcham em Salvador, dia 6 de junho. [01] Atualmente, qual é a importância da inovação e qual o risco de não inovar? Inovação tem a ver com ação e proatividade, que são atividades essenciais no mundo de startups. O mercado de tecnologia é muito dinâmico e se a empresa não se atualizar tanto com relação ao produto quanto ao modelo de negócios corre o risco de ser engolida. 24
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[02] Como identificar um produto inovador? Quais são os elementos necessários que a inovação precisa trazer? Não existe um padrão. Inovação pode ser algo que resolva um problema real, mas também algo que crie uma demanda que não existia. Ela pode ser tanto de tecnologia, quanto de um modelo de negócios e atuação em novos mercados. O iPod foi um produto inovador, porque não existia antes, por exemplo, ou o GroupOn, que revolucionou como um novo modelo de negócios. Além destes, ainda temos cases de copycats, empresas que importaram modelos de negócio já validados e aplicaram-no em outro mercado, inovando principalmente na eficiência operacional. [03] As empresas e, consequentemente, seus funcionários, são cobrados a ser sempre inovadores e criativos. A inovação é uma moda da contemporaneidade? Um erro muito comum das empresas é criar uma área focada em criatividade e chamar isso de inovação. Inovação vem da empresa como um todo e é realizada no dia a dia. Este termo vem sendo banalizado, mas, sem dúvidas, inovação ainda é um dos elementos do diferencial competitivo de uma empresa.
[04] Toda oportunidade de negócio no mercado pode se tornar uma startup? Ideias são só ideias, e ideias inovadoras surgem a todo momento. Mas é bom lembrar que ela só se torna uma inovação por completo quando vira uma solução ou produto validado no mercado. É preciso averiguar se a oportunidade que enxergou realmente vai vingar. Uma coisa é alguém te fala: “eu até pagaria por isso”; outra é “está aqui, estou pagando por isso”. O mercado é quem dita as regras do jogo e ele é quem vai mostrar se a sua ideia pode se transformar numa startup. [05] Em entrevista ao jornal Wall Street Journal, o pesquisador e professor da Harvard Business School Shikhar Ghosh disse que 75% das startups que recebem suporte não sobrevivem ao mercado. Quais fatores influenciam na falência de startups? Acredito que despreparo, falta de foco e de flexibilidade, além da falta de ações para fazer a empresa crescer exponencialmente. Isso sem contar que de nada adianta levantar capital sem saber como usá-lo e em que investir para fazer a empresa crescer.
[06] A ideia inovadora por si só não é sinônimo de sucesso, pois precisa ainda enfrentar os desafios práticos da sua execução no mercado. Como aumentar o potencial de sucesso ao tirar uma boa ideia do papel? Não tem segredo. O que deve ser feito é criar um protótipo e testar no mercado. Quanto mais cedo você falhar, mais rápido saberá o que não dá certo, e dessa forma, poderá lapidar de forma mais ágil o que é bem aceito pelos usuários. Isso faz sua empresa ganhar tempo e contribui para que ela gaste menos tempo e dinheiro no médio/longo prazo. Cabe às startups saber se adaptar a cada momento e tirar proveito dele. [07] Existem formas de estimular o potencial criativo para a inovação de um indivíduo ou empresa que não tem naturalmente esse feeling? Estimular o contato entre funcionários e gestores e dar liberdade para que a inovação possa vir de baixo para cima. Tenho usado esta fórmula e tem dado certo. [B+]
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APO IO INST IT U CIO NAL
Publicidade brasileira é ouro em Cannes
CARAVANA NISSIN PERCORRE O INTERIOR BAIANO Ao longo de 100 dias, 30 cidades do interior baiano receberão a Caravana Nissin, nome da mais recente ação regional da marca. Assinado pela agência Tudo, o projeto consiste em tendas temátivas dispostas em locais públicos e estatégicos com atividades gratuitas para toda a família.
A campanha “Anorexia”, assinada pela agência Revolution, levou o Leão de Ouro em Cannes, o mais importante prêmio internacional da publicidade. Com a frase “You Are Not a Sketch. Say No To Anorexia” (Você não é um esboço. Diga não à anorexia), a campanha faz um paralelo entre os croquis e o que seria o padrão exigido pela indústria da moda. Desde 1982 que uma agência do Nordeste não conquistava o Leão de Ouro. A Revolution faz parte do Grupo PPG, que conta ainda com empresas como a Propeg e Invent Live Marketing.
CAMPANHA BAIANA LEVA A HISTÓRIA DE IRMÃ DULCE PARA A JMJ As Obras Sociais de Irmã Dulce participaram da Jornada Mundial da Juventude, realizada no Rio de Janeiro em julho, a partir de uma campanha criada especialmente para o evento. Assinadas pela agência Ideia 3, as peças de outdoor, busdoor, spot para rádio, banner de internet e anúncio de jornal foram veiculadas em Salvador. Além disso, foram produzidos materiais para os jovens levarem para o evento, como camisa, botom, folder, faixa e banner.
OS VÍDEOS DE AÇÕES E COMERCIAIS MAIS VISTOS NOS ÚLTIMOS DOIS MESES
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Retratos da real beleza
Photoshop Live
Coca-Cola Smile Back
Peugeot 208 Corrida Maluca
All eyes on S4
O viral da Dove superou as 170 milhões de visualizações e tornou-se o vídeo mais visto do YouTube. O vídeo que alerta sobre a concepção da beleza feminina ganhou o Grand Prix em 2013.
E se você estivesse em um ponto de ônibus e, de repente, a publicidade começasse a brincar com uma foto sua? A ação, da Adobe pegou de surpresa os moradores de Estocolmo, na Suécia.
A marca de refrigerantes é conhecida por suas campanhas inusitadas cheias de criatividade. Desta vez, a Coca-Cola espalhou a felicidade por vários cantos do mundo com pequenas ações.
O clássico da Hanna-Barbera saiu dos desenhos animados infantis e foi para as ruas no comercial do novo Peugeot 208. A criação do comercial é assinada pela premiada agência Y&R.
A Sansung propos um desafio em Zurique, na Suiça: se o participante conseguisse ficar olhando fixamente para a tela por 60 minutos, ele ganharia um Galaxy S4, o lançamento da empresa.
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mí d ia+ en t revi sta
“O MERCADO BAIANO É MUITO FECHADO PARA AS IDEIAS INOVADORAS” Fábio Gordilho, presidente da agência Única, levanta a bandeira da inovação e confessa que ainda enfrenta resistência por parte de algumas empresas para apostar nas ideias mais incomuns
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magine se Steve Jobs, no início de sua carreira, tivesse sido derrotado pelo medo de ousar?”, esta é apenas uma das provocações do Manifesto pelo Novo, um movimento a favor da inovação e contrário a qualquer ideia reacionária ou trivial, lançado pela agência Única. Conversamos com Fábio Gordilho, presidente da empresa, sobre este novo posicionamento da agência, que completa 20 anos. O mercado de publicidade baiano está pronto para abraçar o novo? O mercado baiano é muito fechado para as ideias inovadoras e criativas. Na Bahia, temos grandes agências, mas precisamos repensar quais são os caminhos que a publicidade está trilhando para acompanhar as mudanças da sociedade. O que estamos tentando fazer é propor uma quebra de paradigma. Estamos tentando criar uma discussão, e querendo ser valorizados pela linha criativa, pelo planejamento. Mas confesso que lutar contra este pensamento mais tradicional é um desafio grande.
“A GRANDE DIFICULDADE É MOSTRAR PARA O CLIENTE QUE A IDEIA TEM VALOR”
Como uma agência de publicidade pode acompanhar as mudanças da sociedade? Acho que não podemos excluir o modelo tradicional, de anunciar em veículos de comunicação como TV ou rádio, mas precisamos aderir a ideias mais corajosas, que saiam da caixa. Vivemos uma época em que o consumidor, para comprar um produto, precisa experimentar. Então, a gente não deve deixar de veicular publicidade nos veículos tradicionais, mas precisamos complementar as ações com a experiência, pensando sempre em 360°. Como transformar a criatividade em rentabilidade? Temos pensado mais na venda das ideias, em que a gente planeje ações baseadas em projetos de médio e longo prazo. É preciso ganhar a confiança do cliente, para que ele te remunere e você possa trabalhar para ele. A maior dificuldade é mostrar que aquela ideia tem valor. Porque, na maioria das vezes, os clientes querem pagar o valor que a ação daquela ideia vale, e algumas têm um custo irrisório. Espero que outras agências da Bahia venham juntas nesse conceito para que possamos mudar a visão do mercado local.
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CIDADELLE REQUALIFICA REGIÃO DE ILHÉUS-ITABUNA
Estratégia de interiorização do Grupo André Guimarães prevê construção de bairros planejados em cidades do interior baiano e até em outros estados POR NÚBIA CRISTINA
Denis Guimarães na Convenção de Vendas do Cidadelle, em dezembro de 2012, em Ilhéus
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om 90% dos lotes residenciais do Cidadelle House vendidos, a André Guimarães celebra o sucesso da estratégia de interiorização do grupo. Em novembro do ano passado, a empresa lançou a primeira etapa do projeto, que prevê a criação de um bairro 100% planejado, com projeto urbanístico inovador, localizado em uma área total de 700 mil metros quadrados, entre as cidades de Itabuna e Ilhéus, no sul do estado. Neste momento, a empresa está realizando as obras de infraestrutura da primeira etapa do Cidadelle - um condomínio fechado de alto padrão, com lotes a partir de 405 metros quadrados e clube privativo. Este é o projeto-piloto de uma ousada iniciativa da André Guimarães, que pretende replicar para outras cidades do interior baiano, e até de outros estados, o modelo sustentável de bairro planejado, com residências verticais e horizontais, estabelecimentos comerciais e completa infraestrutura de lazer e serviços. Conversamos com Denis Guimarães sobre as novidades do grupo. 28
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VELOCIDADE DE COMERCIALIZAÇÃO COMPROVA SUCESSO DA ESTRATÉGIA “O Cidadelle é um bairro planejado, concebido a partir de um projeto sustentável, que contempla viabilidade econômica e responsabilidade socioambiental. A velocidade de comercialização na primeira fase confirma o sucesso desta estratégia. Em novembro de 2012, realizamos o primeiro lançamento do projeto, o Cidadelle House. Trata-se de um condomínio fechado para casas de alto padrão, com lotes a partir de 405 metros quadrados e clube privativo, cercado por uma extensa área verde preservada, com praças, infraestrutura de lazer, segurança total e um exclusivo projeto paisagístico.” A REGIÃO SUL FOI ESCOLHIDA PARA ABRIGAR O PRIMEIRO BAIRRO PLANEJADO “Nossa escolha foi fundamentada em um trabalho de geomarketing que comprovou o potencial de crescimento das cidades de Itabuna e Ilhéus e da área do entorno. Fizemos um estudo aprofundado, analisando o potencial dessa região e suas projeções para o futuro.”
PRODUTO VOLTADO PARA A SEGURANÇA E O BEM-ESTAR DA FAMÍLIA “O Cidadelle foi planejado para garantir o máximo de conforto, praticidade e bem-estar, com itens que valorizam o convívio e o lazer de toda a família. É um projeto inovador, único na região sul, que integra imóveis residenciais, comerciais, infraestrutura de lazer e serviços de qualidade, numa extensa área verde. As cidades do interior baiano, assim como a maioria dos municípios brasileiros, cresceram sem ordenamento. Nossa estratégia de interiorização prevê a criação de bairros planejados em regiões com potencial de crescimento.” A CASA COR DE ITABUNA-ILHÉUS DEVE MARCAR A INAUGURAÇÃO DO CLUBE “No momento, estamos comercializando os últimos lotes de casas, trabalhando na infraestrutura do Cidadelle House, do condomínio de lotes para prédios e construindo o clube, que será inaugurado no segundo semestre de 2014. Na inauguração, vamos promover a Casa Cor de Itabuna e Ilhéus, e, para isso, já fechamos contrato com os franqueados da marca. Nossa expectativa é que a infraestrutura do condomínio de casas esteja pronta em abril de 2015 e que no ano seguinte haja o lançamento do condomínio de prédios residenciais. Esse bairro planejado, cujo investimento inicial é estimado em R$40 milhões, deve estar 100% pronto em, aproximadamente, 15 anos.” O ATACADÃO, DO GRUPO CARREFOUR, É A PRIMEIRA ÂNCORA DO EMPREENDIMENTO “O Atacadão é o primeiro âncora, construído há três anos. A André Guimarães levou essa empresa para a região e construiu o estabelecimento. Ainda serão comercializados 510 lotes para casas. Em 2016, deve ocorrer o lançamento dos lotes para 16 prédios residenciais. Ainda não definimos o mix de unidades comerciais, não sabemos se haverá shopping, mas com certeza teremos posto de gasolina e hotel.” METAS DE EXPANSÃO “Nosso objetivo é replicar esse modelo de bairro planejado, levando o projeto para outras cidades do interior baiano e até de outros estados. Há várias cidades em estudo. Até o final de 2013, pretendemos lançar o Cidadelle Praia, em Ilhéus, e outro empreendimento da marca na cidade de Jequié. Esses dois projetos devem contar com shopping centers como âncoras.”
ASPECTOS SOCIOAMBIENTAIS DO PROJETO “A valorização dos empregados que trabalham no Cidadelle é um aspecto fundamental da responsabilidade social do projeto. Contratamos, preferencialmente, empregados diretos e fornecedores da região, para contribuir com o desenvolvimento local. Além disso, temos um planejamento para garantir que as pessoas que trabalham no empreendimento possam desfrutar da infraestrutura de lazer quando o equipamento estiver concluído. Vamos estabelecer dias e horários para que trabalhadores e seus familiares possam frequentar o clube, por exemplo. O processo construtivo prevê mecanismos de preservação da área verde. Contratamos uma consultoria local, com biólogos, para resgate de espécies nativas da fauna e flora, criação de viveiros de mudas etc. As árvores que estão sendo plantadas na área de jardim são de espécies que atraem pássaros da região. É um projeto de longo prazo, concebido dentro dos parâmetros da sustentabilidade ambiental.” [B+]
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EBISA CELEBRA 60 ANOS E DESENVOLVE PROJETO INOVADOR PARA O RECÔNCAVO FOTO: Divulgação
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m agosto deste ano, a Ebisa – Engenharia Brasileira, Indústria e Saneamento Ltda. celebra 60 anos de atuação sem perder de vista os valores do fundador Antônio Anibal Souza. Este empreendedor, natural de Lafaiete Coutinho, interior da Bahia, chegou à capital baiana em busca da realização de um sonho: criar uma empresa sólida, que disponibilizasse produtos e serviços da alta qualidade. Hoje, a Ebisa é referência na área de engenharia pesada, construção e incorporação. Com foco no cliente, no mercado e apostando na interiorização, a empresa está desenvolvendo um projeto que prevê a criação de um bairro planejado em área privilegiada dos municípios de Conceição do Almeida e Santo Antônio de Jesus. 30
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Voltado para as classes A e B, o empreendimento vai abrigar um condomínio fechado residencial, com boa infraestrutura de lazer e serviços, e lotes comerciais. De acordo com o diretor técnico da empresa, Adilson Sálvio Galvão, o projeto vai requalificar a região. O planejamento contempla até mesmo o desenvolvimento de obras de mobilidade urbana para dar acesso ao condomínio. “Além disso, vamos criar todas as condições para que as famílias da região possam morar bem em um espaço seguro, desfrutando de todo o conforto e bem-estar, em integração com a natureza”. O empreendimento estará localizado em uma das áreas mais belas do recôncavo baiano. No momento, a Ebisa faz ajustes finais no projeto. A empresa tem experiência comprovada na área de loteamentos. Planejou, projetou e executou as obras de implantação do Loteamento Vela Branca, na Pituba, em Salvador. Em parceria com a Alphaville Urbanismo S.A., participou do Loteamento Alphaville Litoral Norte, na Estrada do Coco (Camaçari-BA). Em seis décadas de atuação, o Grupo Ebisa continua sob gestão familiar, agora com a participação da terceira geração, mas sempre com uma visão voltada para novas oportunidades de negócios. No segmento de construção e incorporação, tem cerca de 50 mil metros quadrados de área construída, em edificações de luxo e alto luxo, a exemplo dos empreendimentos Vila Espanha, Vila Suécia, Vila Francesa e Vila Portuguesa, na Pituba. A empresa já atuou em diversos municípios do interior baiano e também de outros estados.
Apoio:
EXPERIÊNCIA 31 | [C] LUIZ MARQUES 44 | [C] CLARA CORRÊA 46
NEGÓCIOS
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O VIGOR DO INTERIOR DA BAHIA
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CINEMA EM SALVADOR
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NE GÓ C IO S | i n t e r i o r FOTO: Carla Ornelas/Secom-BA
INTERIORIZAÇÃO
Demandas e oportunidades econômicas do interior promovem descentralização econômica da capital por VICTOR LIMA
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nteriorização é um termo novo, mas já muito utilizado em debates nas instituições públicas e privadas do país. Interiorizar, migrar qualidades e experiências da capital para o interior, desmembrar oportunidades em lugares ainda pouco explorados são apenas alguns dos sentidos e interpretações que essa palavra transmite. Um dos motivos para a interiorização ser discutida é a urgente necessidade das capitais brasileiras de se expandir. Os grandes centros urbanos estão inchados e enfrentam diversos problemas de infraestrutura. Os estados também buscam soluções para ampliar a divisão de bens e favorecer o crescimento econômico dos municípios. A interiorização surge em todo o território nacional e formata um novo cenário da estrutura econômico-produtiva. 34
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O processo propõe uma alteração do traçado da rede urbana nacional em sua densidade e mobilidade populacional, com a articulação do espaço econômico, desconcentrando as atividades dos grandes polos financeiros, quase sempre as grandes capitais, para uma revalorização da economia no interior, ou polos afastados dos grandes centros, de cada estado brasileiro. “Na Bahia, a política de interiorização determinada pelo governador Jaques Wagner tem sido expressamente adotada pelo estado”, defende o secretário de Indústria, Comércio e Mineração do Estado, James Correia (SICM). O secretário informa que a decisão do local de instalação das indústrias é prioridade das empresas, em razão de questões de logística e fornecimento de matéria-prima, mas a desconcentração industrial está no cerne da política da secretaria. “Queremos desenvolver todo o estado e não apenas a Região Metropolitana de Salvador (RMS), onde ocorre uma grande concentração industrial”, pontua.
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FOTOS: Divulgação
FOTO: Rômulo Portela
“Precisamos garantir que as cidades médias do interior do estado sejam fortalecidas, para que evitemos o êxodo rural” Evandro Mazo, gerente-geral do Centro das Indústrias do Estado da Bahia (Cieb)
FOTO: Alberto Coutinho/Secom-BA
FOTO: Divulgação
Correia explica que a Bahia tem 14 distritos industriais dotados de infraestrutura necessária para receber empresas de qualquer porte, espalhados por diversas regiões. Onze destes territórios estão fora da RMS, são eles: Ilhéus, Jequié, Juazeiro, Vitória da Conquista, Itapetinga, Teixeira de Freitas, Barreiras, Itororó, Eunápolis, Santo Antônio de Jesus e Luis Eduardo Magalhães. A Federação das Indústrias do Estado da Bahia (Fieb) declara apoio ao processo por meio do Programa de Interiorização, lançado em 2011. O objetivo é contribuir para melhorias nas condições de atratividade e competitividade das regiões estratégicas da Bahia. Para Evandro Mazo, gerente-geral do Centro das Indústrias do Estado da Bahia (Cieb), o desenvolvimento regional nas cidades do interior só pode ocorrer com investimentos nas cidades de médio porte de uma determinada região.
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FOTO: Carol Garcia/Secom-BA
“Precisamos garantir que as cidades médias do interior do estado sejam fortalecidas, para que evitemos o fluxo migratório do interior para a capital na busca de empregos. Os empregos devem estar localizados nas cidades do entorno regional, fora dos convencionais polos financeiros, de modo que o estado possa se desenvolver como um todo”, defende Mazo. Para James Correia, o movimento de interiorização econômica representa mais empregos, mais consumo e mais investimentos. “Esta é uma fórmula que garante o desenvolvimento do interior baiano e ajuda a reduzir o inchaço das grandes cidades”, ressalta. Um exemplo do processo para as atividades no interior são as jazidas de mineração. Segundo o secretário da SICM, são mais de R$20 bilhões de investimentos em Maracás, Itagibá, Barreiras, Feira de Santana, Nordestina, Jacobina, Santaluz, Brumado, Caetité e Pindaí. O secretário informa ainda que, em Paripiranga, será construída uma grande fábrica de cimento, com investimentos de R$850 milhões e em torno de 300 empregos. Segundo dados do governo do estado, das empresas instaladas na Bahia, entre 2007 e 2013, 61% estão na Região Metropolitana de Salvador e 39% no interior do estado. O total do investimento em municípios do interior é de mais de R$3 bilhões. A fábrica do Grupo Boticário em Camaçari ilustra bem esse processo da vinda de grandes indústrias para a Bahia. A nova empresa deve começar as suas 36
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operações em 2014, gerar 529 empregos diretos e movimentar a mão de obra local. Cerca de R$500 milhões estão sendo investidos no estado da Bahia, parte na construção da fábrica e outra parte no desenvolvimento de um centro de distribuição em São Gonçalo dos Campos, que atenderá às regiões Norte e Nordeste. Além do Grupo Boticário, outras organizações estão movimentando o interior do estado, entre elas, a Ambev (em Vitória da Conquista, Feira de Santana e Ilhéus), Ibirálcool (Agroindústria, em Ibirapuã), Itaipava e Brasil Kirim (em Alagoinhas, atraindo empresas de fornecimento). As usinas eólicas Brennand/Chesf em Sento Sé e a Renova Energia em Caetité, Igaporã e Guanambi também são alguns nomes de empresas que já atuam no estado. Outras indústrias que estão por vir são a ERB, que pretende construir uma usina de cogeração de energia a partir de bioenergia em Candeias; a Bomcobras, fábrica do setor de sondas de petróleo e gás, em Dias d’Ávila; a BahiaFarma, que deve gerar mil empregos no segmento farmoquímico, a BahiaGás, que irá investir cerca de R$100 milhões no sul e extremo sul da Bahia, na construção de centrais de distribuição e de dutos para levar gás natural a empresas, residências, comércio e postos de combustíveis da região; e a Delfa Bahia, do setor têxtil, em Itamaraju, empregando 250 pessoas.
CONSTRUÇÃO CIVIL E MERCADO IMOBILIÁRIO Na construção civil, as grandes cidades da Bahia vivem um momento de explosão de novos imóveis, impulsionadas pelo programa Minha Casa, Minha Vida, do governo federal. A Associação de Dirigentes de Empresas do Mercado Imobiliário da Bahia (Ademi), que apresenta participações efetivas nos Planos Diretores de Desenvolvimento Urbano (PDDU) de alguns municípios baianos, tem moldado ações no sentido de interiorizar seus conhecimentos dentro do processo, inserindo núcleos imobiliários em algumas regiões. De acordo com José Azevedo, diretor comercial da Ademi, o mercado imobiliário tem respondido bem às primeiras iniciativas. Para ele, o Programa de Interiorização formatado pelo Sistema Fieb foi uma feliz coincidência, já que a própria Ademi tem hoje como principal ação a inserção da associação no interior do estado. “Foi uma coincidência agradável. Vimos que a Fieb também tinha um produto que estava sendo moldado para fazer estas visitações e interiorizar os seus conhecimentos. Acabamos entrando no processo para criar os núcleos imobiliários no interior”, explica.
EXPANSÃO DO POLO INDUSTRIAL Com 35 anos de operação, o Polo Industrial de Camaçari é o maior complexo industrial integrado do Hemisfério Sul. Um novo plano diretor foi desenvolvido para aumentar o tamanho da estrutura localizada entre os municípios de Camaçari e Dias d’Ávila. Será o dobro da área atual, que é de aproximadamente 135km². Com bons resultados, o polo deve superar os US$22 bilhões até 2015, considerando um montante de aproximadamente US$6,5 bilhões em novos investimentos. A área é um chamariz de novos empreendimentos, como o Polo Acrílico implantado pela Basf, e ainda é rota para grandes empresas como Kimberly-Clark, Jac Motors, Foton, a nova fábrica de motores da Ford, além de empresas do setor eólico. Com a instalação destas empresas fora da capital, o Polo desempenha um papel importante para a expansão de Salvador e fortalecimento da Região Metropolitana. A previsão é de que, juntas, essas indústrias possam gerar, nos próximos cinco anos, mais de 17 mil empregos diretos e indiretos na área de influência do complexo industrial.
FOTO: Manu Dias/GOVBA
“Na Bahia, a política de interiorização determinada pelo governador, tem sido expressamente adotada pelo estado” James Correia, secretário de Indústria, Comércio e Mineração do Estado w w w. r e v i s t a b m a i s . c o m
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Azevedo afirma que a experiência da Ademi, com a inserção dos produtos desenvolvidos para o interior, pode criar um ambiente favorável para que o incorporador sinta-se bem para investir em sua região e, quem sabe, aqueles que venham também da capital possam conhecer o mercado imobiliário local e com isso sentir-se à vontade para futuros investimentos.
Lourisvaldo Valentim, reitor da Universidade do Estado da Bahia, uma das instituições com sede em regiões do interior
PORTO SUL E A FERROVIA OESTE-LESTE Dois grandes projetos estruturantes vão ajudar ainda mais o processo de interiorização e desconcentração da economia baiana: o Porto Sul e a Ferrovia Oeste-Leste (Fiol). Para o secretário James Correia, ambos transformarão o sul e sudoeste baiano em um grande complexo logístico-produtivo, com porto off shore, zona de processamento de exportações e polo industrial, tudo interligado pela ferrovia, que fará o transporte de grãos e de minérios. “Com certeza, com esses projetos prontos, a Bahia vai mudar a sua feição econômica” disse Correia. Com um investimento de R$3,5 bilhões, o porto será construído em Ilhéus, no litoral sul baiano e a liberação de sua concessão passa por uma série de reviravoltas. A licença prévia concedida em novembro de 2012 foi cancelada em julho após manifestação dos Ministérios Público Estadual e Federal e não há data prevista para o início da construção. Para que a licença de operação seja concedida, o Ibama terá que fazer uma vistoria de todos os trechos e analisar o conjunto do empreendimento.
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JOVENS EMPRESÁRIOS A Associação dos Jovens Empreededores da Bahia (AJE-BA) enxerga que a capital baiana é um polo de oportunidades, contudo, o movimento de interiorização tem se apresentado como o grande momento do jovem empreendedor. Para Ivo d’Aguiar, presidente da AJE, a associação já está consolidada em Salvador e por este motivo entende que o empreendedor precisa visualizar os negócios entre a capital e o interior. Hoje, a AJE está sediada dentro da União dos Municípios da Bahia (UPB). Segundo o presidente, este ponto estratégico visa exatamente à capilaridade no processo de interiorização. Ivo d’Aguiar informa que a associação iniciou um trabalho em cinco cidades: Barreiras, Feira de Santana, Vitória da Conquista, Ilhéus e Itabuna. Porém a expectativa é direcionar as ações para outros municípios, a exemplo de Paulo Afonso e cidades do Vale do Jiquiriçá, ainda este ano. “Queremos levar nossos projetos ao interior e fazer com que o empreendedor da capital converse com o empreendedor rural. Sabemos que a partir do momento que tivermos a complementação desta cadeia produtiva, do interior com a capital e capital com interior, o desenvolvimento do nosso estado será crescente”, conclui Ivo. ENSINO SUPERIOR A interiorização do ensino superior é mais uma tendência que tem acompanhado a desconcentração regional. A exemplo da criação de duas universidades em regiões do interior: a Federal do Sul da Bahia (Ufesba) e a Federal do Oeste da Bahia (Ufob), que vão reforçar a oferta de ensino universitário, iniciativa que há décadas cabia às universidades estaduais. Segundo Lourisvaldo Valentim, reitor da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), a instituição, com 24 campi espalhados por todas as regiões do estado e uma das pioneiras nesse movimento de interiorização, beneficia atualmente mais de um milhão de baianos nas ações de ensino, pesquisa e, principalmente, extensão. Tanto as atividades das universidades federais quanto as estaduais no interior fomentam a desconcentração de mão de obra especializada da capital para uma valorização do profissional das outras regiões. Com isso, o crescimento socioeconômico das regiões interioranas auxilia no desenvolvimento de todo o estado. [B+]
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Rodrigo Hurtado sonha alto: “Por que não inovar? Nós podemos fazer tudo!”
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ESCOLA
DE CINEMA Rodrigo Hurtado está à frente da WOW!, um movimento de fomento ao mercado cinematográfico que promete trazer grandes nomes de Hollywood para trocar experiências com profissionais baianos
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ma das coisas que mais incomodam o publicitário baiano Rodrigo Hurtado é a falta de oportunidades para que ideias embrionárias inovadoras possam tomar forma e virar grandes filmes. Cansado de conviver com essa realidade, Rodrigo começou a desenvolver o projeto de uma escola de cinema para fomentar a criatividade no mercado cinematográfico local e descobrir talentos baianos. A WOW! (assim mesmo, em caixa alta e com exclamação no final) é um movimento de motivação cinematográfica na Bahia com cursos e palestras para que os amantes da sétima arte possam aprender, se reciclar e criar. A partir de agosto, Salvador será a sede da escola que promoverá workshops de filmagem, fotografia, edição e roteiro, só para citar alguns. A ideia do projeto surgiu dentro da DMI, agência de publicidade que tem um núcleo de atuação na Bahia coordenado por Rodrigo. “A Bahia carecia de um projeto como este”, avalia. “O entretenimento ganhou muito espaço nos últimos anos e estamos em um momento de alta expansão neste mercado”, diz.
“NÓS, BAIANOS, SOMOS MUITOS CRIATIVOS, MAS FALTA OPORTUNIDADE, FALTA APOSTAR NO NOVO TALENTO, NA IDEIA INOVADORA”
Rodrigo foi aluno da New York Film Academy e quer trazer o mesmo cronograma de aulas da escola americana para Salvador. “A Bahia tem um núcleo muito grande de criativos. A ideia é colocar roteiristas, diretores, produtores, enfim, bons profissionais em contato com essas pessoas”. Entre os participantes, Rodrigo destaca o nomes de Lisa Rosemberg, professora de roteiro da Lucasfilm, uma das produtoras mais famosas do mundo. Os nomes de todos os palestrantes e professores ainda não podem ser revelados, mas Rodrigo garante que esse time será muito bem formado e terá profissionais de Hollywood (presentes e via teleconferência) para compartilhar experiências. Alguns cursos terão duração de duas a 12 semanas, e a intenção é fazer com que os alunos possam produzir um curta ao final do período. “Cinema não se faz sozinho. É preciso que diretores, produtores, câmeras, atores trabalhem juntos para que o filme dê certo”. Esse espírito coletivo também diz respeito ao custo dos cursos. “O intuito da escola não é primordialmente fazer grana e, sim, fomentar o mercado, conhecer novos talentos e absorvê-los em nossas produções. Por isso, os custos serão acessíveis e criaremos cotas para pessoas menos favorecidas que queiram participar”, pontua Letícia Menger, sócia do projeto. Escolas como a WOW! já existem em outros estados do país e Rodrigo vê potencial em Salvador. “Nós, baianos, somos muitos criativos, mas falta oportunidade, falta apostar no novo talento, na ideia inovadora”. Essa falta de movimentação criativa se estende aos temas tratados nos filmes baianos, que, segundo Rodrigo, se atêm, em sua maioria, ao social e ao político. “Por que não inovar? Podemos fazer tudo! Se você notar, todos os países que são tecnologicamente avançados investiram em ficção científica”, provoca Rodrigo, citando o depoimento de um engenheiro chefe do Google que disse que o filme Startrek foi a sua maior motivação para desenvolver um sistema Android que responde por comando de voz. Esta falta de visão das empresas baianas para patrocinar as ideias mais incomuns acaba por afastar profissionais talentosos, que vão para outros estados como Pernambuco e São Paulo, que, segundo Rodrigo, têm uma visão mais ampla. “Não temos uma indústria de cinema autossuficiente como Hollywood, por exemplo, mas podemos preparar os profissionais para estar prontos para este mercado e mostrar que Salvador tem potencial para fazer mais e melhor”, completa. [B+]
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SEU MERCADO A UM CLIQUE por
ANDREA CASTRO
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RÔMULO PORTELA
O sucesso do comércio de alimentos pela web, que oferece mordomia com preços acessíveis
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se você pudesse evitar o engarrafamento para chegar ao supermercado, economizar o tempo que estaria perambulando entre os corredores, cortar as longas filas e, ainda assim, garantir o alimento fresquinho na sua mesa? Para facilitar a vida de solteiros e famílias modernas, algumas opções de supermercado online começam a conquistar os baianos e mudam a clássica forma de se fazer mercado. Criado por um casal de empresários, o Mercado VIP é um dos maiores supermercados da web do Nordeste. Mariana Gil, proprietária do empreendimento, garante que tudo começou de forma despretensiosa: “Meu marido já trabalhava com mercado físico e minhas amigas começaram a solicitar a entrega das compras em casa, enviando listas por e-mail e telefone. Com o tempo, começaram a pedir que criássemos um site para que pudessem visualizar os produtos”. Essa demanda foi ganhando espaço e, em vez de criar um site apenas para visualização, o casal decidiu criar o Mercado VIP, que permite ao consumidor escolher os produtos, checar os preços, pagar as compras e recebê-las em casa. “Na correria do dia a dia, é muito bom poder contar com esse tipo de serviço, que oferece facilidades, como a comodidade de marcar o horário de entrega, e rapidez. 42
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Às vezes, não temos tempo nem de ir ao supermercado”, declara a advogada Emanuelle Assis, recém-casada. Ela conheceu o Mercado VIP através do boca a boca, nas redes sociais e entre os amigos, e, desde que fez a primeira compra, se tornou cliente fiel. MERCADO SEM FRONTEIRAS A empresária conta que alguns de seus clientes têm perfis interessantes. Pais do interior que compram para filhos que moram na capital, filhos que vivem no exterior e compram para pais que estão na Bahia, casais separados em que o cliente compra para o excônjuge, todos podem contar com as conveniências do serviço. “Uma vez, o marido de uma mulher grávida que mudou para Minas Gerais nos procurou para comprar um biscoito que só encontrava aqui. Tive que mandar por Sedex”, revela. A variedade de produtos oferecidos é grande. Os mais pedidos ficam nas sessões de hortifruti e carnes. “Nós temos um diferencial na oferta de carnes que é a forma como ela pode ser cortada em cubos, filés, tiras para estrogonofe,
Mariana Gil, proprietária do mercadovip.com.br, e a equipe do nossafeirabahia.com.br, posam em frente aos seus produtos
medalhões de acordo com a preferência de cada cliente”, ressalta Mariana. Outro diferencial em relação aos concorrentes virtuais é que a carne, assim como outros produtos, pode ser vendida em porções. “Às vezes o cliente quer uma quantidade pequena, não quer comprar o quilo. Nós vendemos em gramas”, explica a empresária. FEIRA VERDE Aliando compras e sustentabilidade, o Nossa Feira é a alternativa para aqueles que querem ter frutas, verduras e legumes fresquinhos na mesa sem sair de casa. Os amigos Daniel Ribeiro, Laís Santana e Ana Paula Paixão, criadores da feira online, desenvolveram o projeto preocupados com o desperdício de alimentos proveniente da estocagem nas grandes redes varejistas, e com os altos preços do hortifruti em Salvador e região metropolitana. Para Daniel Ribeiro, a palavra-chave é sustentabilidade. “Ao comprar pela internet, o usuário reduz o desperdício de alimento, pois elimina a possibilidade de armazenamento entre o centro de distribuição e o consumidor final, diminui o número de carros nas ruas e ainda ajuda na economia local, pois em vez de comprar em multinacionais, está comprando produtos de qualidade igual ou superior em sua própria região”, conta. Além disso, a Nossa Feira reaproveita caixas de papelão para fazer as cestas onde vão os alimentos. Atualmente, as entregas acontecem uma vez por semana. Os pedidos são recebidos pelo site da empresa até a segunda à noite e a compra e entrega das cestas acontecem na quarta-feira. Por se tratar de compras coletivas, o valor de cada cesta diminui conforme a quantidade de participantes e o tamanho da compra total.
“A diferença de preço em relação aos mercados tradicionais é pequena e compensada pela comodidade”
Mariana Gil MELHOR RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO Para quem pensa que qualidade é sinônimo de alto custo, Mariana Gil, do Mercado VIP, garante: “Os preços são acessíveis. A diferença em relação aos mercados tradicionais, quando existe, é pequena e compensada pela comodidade, pela qualidade e pelo que o cliente economiza sem ter que se deslocar para comprar”. No Mercado VIP, nas compras até R$99,99, é cobrada uma taxa de R$12; nas compras entre R$100 e R$300, são cobrados R$9 para entrega; já aquelas acima de R$300, são isentas de taxa. Na primeira compra, também não é cobrada taxa de entrega. O supermercado ainda oferece vantagens especiais para funcionários e filiados de entidades e empresas parceiras. Além do desconto de 7% nas compras, esses clientes ganham um ano de frete grátis. “Associações, condomínios, empresas de todas as áreas podem fechar parceria conosco e obter as vantagens sem nenhum custo adicional”, explica Mariana. Toda a cidade de Salvador e região metropolitana (até Sauipe) pode contar com os serviços da empresa. Os clientes de bairros nobres ainda são os principais consumidores, mas outros locais estão ampliando cada vez mais a demanda, como a região do subúrbio, que tem surpreendido pela quantidade de pedidos. Já a Nossa Feira atende as regiões de Vilas do Atlântico, Buraquinho, Ipitanga e Abrantes. [B+]
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ARTE: Waldomiro de Deus - Os Três Reis Magos - 1984
POLÍTICA, ECONOMIA, INSTITUIÇÕES E CONFIANÇA POR LUIZ MARQUES DE ANDRADE FILHO
O que explica o baixo crescimento econômico brasileiro recente? A resposta é complexa. Penso que, para além dos problemas atuais na macroeconomia, temos dificuldades também institucionais. As instituições interferem no comportamento humano e inspiram confiança quando o modelo institucional está casado com a política. Segundo grandes economistas, as instituições explicam o fato de que políticas econômicas idênticas aplicadas em países diferentes produzem resultados díspares. Há duas linhas sobre economia das instituições: os velhos e os novos institucionalistas. Os velhos institucionalistas fogem do formalismo matemático. Eles entendem que os mercados são fruto da ação humana em criar regras coercitivas para as atividades das empresas e consumidores. Para eles, as instituições são as regras de conduta de uma sociedade, seus valores morais e de comportamento. Já os novos institucionalistas são ligados à tradição matemática e acreditam que as instituições seriam as regras formais: ou seja, a Constituição, as leis, as regras de ação do Parlamento, do BC, do mercado de trabalho, etc. Contudo, ambas as tranches acreditam que as instituições sustentam a confiança dos mercados, e isto estimula investimentos e gera empregos. O Brasil vivenciou um grande fortalecimento institucional nos últimos 30 anos. Para citar, tivemos a criação da Secretaria do Tesouro Nacional, quando não 44
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havia quem executasse e consolidasse o orçamento e a dívida pública federal, depois, a nova política para o comércio exterior, o surgimento do Plano Real e a sua consolidação, a intensificação das privatizações e a sanção da Lei de Responsabilidade Fiscal, que enquadrou estados e municípios em regras fiscais e, depois, tivemos a nova Lei de Falências e a expansão do crédito consignado. A atual gestão econômica de Dilma, com sua aparente negação às políticas tradicionais, assusta os mercados que, infelizmente, não confiam mais nos números das contas públicas brasileiras (vejam a contabilidade criativa do Tesouro) e muito menos na eficácia do BC em combater a inflação. Além de uma desconexão entre as políticas monetária e fiscal, e do buraco externo que cresce no balanço de pagamentos, faltam ações para aumentar a confiança dos empresários. Resumo: a política está antes da economia; os mercados dependem também da política. Ou, nas palavras de Ha-Joon Chang, da Universidade de Cambridge: “Os mercados são definidos por um conjunto de instituições formais e informais, cuja legitimidade é determinada na esfera da política.” Luiz é superintendente da Fundação Escola de Administração da Ufba (FEA) e professor de finanças e economia
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ARTE: Waldomiro de Deus - Vindo da Escola - 2008
O QUE QUEREMOS, AFINAL? POR CLARA CORRÊA
É difícil compreender os jovens de hoje. E não digo que é difícil apenas para quem tenta desvendar as mentes dos filhos, sobrinhos ou trainees. É difícil também para nós, personagens da tal “Geração Y”. As recentes manifestações que tomaram as ruas do país com suas reivindicações genéricas reforçaram ainda mais essa incógnita: “O que eles querem, afinal?” Apesar de termos crescido calados assistindo a todo tipo de absurdo, não pense que somos uma geração perdida. Ao contrário. Fomos criados em um país com certa estabilidade política e econômica, nossos pais nos proporcionaram uma infância melhor e com mais regalias do que as suas e aprendemos desde cedo que “tudo que eu quiser, o cara lá de cima vai nos dar”. Isso culminou em uma geração de jovens seguros de si, exigentes, ultrainformados e conectados, prepotentes, arrogantes e até ingênuos, mas, acreditem, dispostos a utilizar todo o potencial para correr atrás de seus objetivos e transformar o mundo em um lugar melhor. Não por sermos mais bonzinhos do que os jovens de outras gerações, mas por termos percebido que o “melhor para todos” precisa vir antes do “melhor para mim” e que é burrice pensar o contrário. Minha geração está descobrindo que o “jeitinho brasileiro” é o maior câncer do nosso país, e que é preciso jogar limpo e em equipe para poder ir para a frente. Que é possível criar empregos que nunca existiram, modelos de negócio totalmente fora dos padrões e políticas públicas que, de fato, melhorem as vidas das pessoas. 46
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Estamos vendo que é possível ganhar dinheiro, fazer o que amamos e ainda ajudar a sociedade e o meio ambiente - tudo ao mesmo tempo. Seja através de um banco que oferece microcrédito a jovens e famílias de baixa renda, de uma plataforma colaborativa que desenvolve produtos sustentáveis para resolver problemas reais, ou de um blog que mostra como aplicar a sustentabilidade na prática: queremos fazer diferente! Seja nas ruas ou nas redes sociais, nós exigimos os nossos direitos, execramos quem nos rouba e nos tira o privilégio de uma melhor qualidade de vida e queremos sempre mais. A gente quer ter as mesmas oportunidades dos americanos, os mesmos serviços de saúde dos europeus e ainda andar de bicicleta em ciclovias seguras, como em Amsterdã. Eu sei que tudo ainda parece muito nebuloso e que não há garantias de que dará certo. A coisa ainda está sendo construída e a única certeza que tenho é que é preciso tentar. Meu nome é Clara, eu sou jornalista, tenho 25 anos e, se depender de mim, o futuro será brilhante para todos nós. Clara é jornalista e mantém o blog Simplificando, onde mostra como é possível viver a vida de forma sustentável sem ser um ecochato
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Talentos baianos de todas as idades embarcam em busca de oportunidades de estudo e emprego em economias mais aquecidas, o que nos faz perguntar:
POR QUE A BAHIA Nテグ CONSEGUE RETER SEUS TALENTOS? por MURILO GITEL
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eixar de viver no lugar de origem para migrar para outras regiões é uma atitude que pode ser motivada por diversas razões. Respirar novos ares e experimentar culturas diferentes estão entre esses fatores, até porque nada mais natural do que o gosto do ser humano pelo novo. E quando a migração se dá por conta de problemas de desenvolvimento e falta de oportunidades? A Bahia é historicamente um estado exportador de talentos em múltiplas áreas para os principais centros do Brasil e do mundo. Mas o que pode ser motivo de orgulho nas rodas de conversa entre os pais também pode suscitar questionamentos: por que não reter essas mentes aqui para alavancar o desenvolvimento local? Por que boa parte dos nossos jovens vai embora e não cogita voltar? Para tentar entender melhor essa questão, a reportagem da [B+] ouviu pessoas de diversas áreas. Estudantes universitários, jornalistas, empreendedores, artistas, médicos, baianos que hoje vivem em outros estados e até no exterior, e relatam as suas experiências e opiniões sobre os problemas que os motivaram a sair, e, sobretudo, sugerem possíveis alternativas para minimizá-los. Um desses talentos que ouvimos é o empreendedor social Reinaldo Pamponet, que vive há quase duas décadas em São Paulo. Criador de projetos como a Eletrocooperativa e o ItsNoon, ele analisa que caberia na capital baiana uma vanguarda empreendedora. “Vejo duas possibilidades concretas: economia criativa e economia verde”, afirma. Para ele, no entanto, o problema de evasão não se restringe a Salvador, que faz parte de um contexto nacional em que a migração dos talentos para outros centros, principalmente São Paulo (cidade mais rica do país), acaba ocorrendo. “Só que hoje o problema é tão grande que São Paulo não comporta mais o Brasil e vice-versa. É ruim para todos”, observa. O doutor em economia Reginaldo Santos lembra também que os talentos baianos migram porque as diretorias dos principais grupos não estão aqui. Segundo o especialista, embora o problema não seja exclusivo da Bahia, pois se trata de um processo natural do
modelo capitalista, tamanha evasão prejudica o desenvolvimento local. “A Bahia perde porque o capital intelectual e econômico vai para outros lugares”, argumenta. Um exemplo é o do jovem Lucas Chamadoiro, estudante de administração de empresas na Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em São Paulo há cerca de dois anos, ele preferiu renunciar ao curso da Universidade Federal da Bahia depois de já ter passado no vestibular porque vislumbrou uma formação mais atraente para o seu futuro profissional na maior capital do país. “Adoro Salvador, mas não vejo hoje uma grande oportunidade para voltar”, aponta. POLÍTICAS PÚBLICAS Na avaliação do secretário da Educação do Estado da Bahia, Osvaldo Barreto, com o mundo globalizado, é natural que a Bahia importe e exporte talentos. “Esta movimentação faz parte da dinâmica do mundo contemporâneo. É claro que o novo ciclo de desenvolvimento adotado pelo governo estadual, em áreas como mineração, automobilística e a de energia (a exemplo da eólica), tem atraído profissionais de outras regiões como também retido talentos baianos”, pondera. De acordo com Barreto, o governo baiano destinou R$900 milhões em 2013 às quatro universidades estaduais. “Um salto de 130,7% em relação a 2006, quando o repasse total foi de R$390 milhões”, compara. Segundo o secretário da Educação, também está em curso uma articulação junto ao governo federal e parlamentares baianos quanto à “criação de um novo ciclo de universidades federais para a região Nordeste e Chapada Diamantina, além de transformar o campus da Ufba, em Vitória da Conquista, na Universidade Federal do Sudoeste Baiano.” Nas páginas a seguir, você vai conhecer as histórias de baianos que nos dão uma ideia da grande dificuldade que o estado tem em reter esses talentos.
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NO SITE Nilton Vasconcelos, secretário do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre): “A migração de profissionais é da natureza dos mercados”
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ucas Chamadoiro tem apenas 20 anos de idade, mas já viveu experiências de gente grande. Em São Paulo há cerca de dois anos, onde cursa administração de empresas, o jovem soteropolitano que em Salvador decidiu renunciar à Ufba, depois de ter passado no vestibular, já realizou intercâmbio para a Inglaterra e retornou à capital paulista para retomar os estudos na Fundação Getúlio Vargas. Em São Paulo, Lucas lembra que a nota de corte na época em que cursou administração na Ufba era de 29%, o que não o desafiava como estudante. “Não via nos meus concorrentes os tipos de pessoas com as quais eu queria estar, pois a maioria não sabia o que queria, estava lá provavelmente porque alguém na família tinha um negócio e teria que tocálo de qualquer jeito. Não me via fazendo parte daquilo tanto como eu me vejo na faculdade em que estou hoje”, confessa. Na opinião do estudante, a escolha por São Paulo levou em conta a existência de um mercado mais abrangente. “Quando o assunto é universidade em Salvador, além da Ufba, é difícil vislumbrar algum grande nome. Em São Paulo tem diversas faculdades particulares que, muitas vezes, são até melhores do que as públicas”, opina. De acordo com Lucas, que hoje mora junto com um amigo na maior cidade do Brasil, também pesou o fato de que a maioria dos professores da sua faculdade atual é de doutores. Para ele, o networking é fantástico e o nível intelectual dos estudantes é elevado. ALGO A MAIS “Desde que eu comecei a estudar em São Paulo, o curso já foi reformulado duas vezes, os professores sempre estão procurando novas formas de ensino. Hoje eu tenho uma rede de contatos maravilhosa, estou rodeado de pessoas dedicadas, que estão querendo algo a mais”, reforça Lucas. Para ele, a grande 50
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LUCAS CHAMADOIRO O ESTUDANTE BAIANO QUE SAIU DE SALVADOR E NÃO PLANEJA VOLTAR: “A TENDÊNCIA É QUE EU CONTINUE EM SÃO PAULO, AQUI TEM MAIS OPORTUNIDADES”
FOTO: Acervo pessoal
concorrência de São Paulo tem um lado positivo: estimula as faculdades a melhorar suas estruturas para disputar primeiro lugar. Sobre o que pretende fazer quando terminar os estudos, Lucas Chamadoiro projeta: “A tendência é que eu continue por aqui, onde tem mais mercado, mas se eu tivesse uma grande oportunidade eu voltaria para Salvador, porque adoro este lugar, mas não consigo ver isso hoje.”
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JOANA MAGALHÃES “ACHO QUE SÃO PAULO ABRE MAIS PORTAS PARA A MINHA CARREIRA” Com apenas 17 anos, Joana Magalhães já cursa duas graduações em São Paulo, aonde mora desde os 9 anos. Natural de Salvador, cidade em que passou a maior parte da infância, Joana não pretende voltar para sua terra natal para estudar ou trabalhar. “Os meus amigos que cursam a federal em Salvador reclamam da falta de organização do curso, e eu não vejo isso aqui”, compara. Na opinião da estudante, a diversidade do público de São Paulo é mais atrativa e possibilita uma carreira mais bem-sucedida. “A vida cultural aqui é mais agitada”, diz. “Acho que seria difícil eu me realizar profissionalmente em Salvador, porque considero o público bastante limitado, porque costuma consumir as mesmas coisas”, opina. “Gostaria de ter os meus filhos e criá-los em Salvador. Vejo Salvador com muito carinho, como uma cidade mais acolhedora do que São Paulo. Mas só manteria meus filhos por lá enquanto crianças. Acho que São Paulo abre muitas portas e dá para a gente outra visão de mundo, o que considero importante”, conclui Joana. FOTO: João Quesado
FOTO: Acervo pessoal
VICTOR NERY “ACREDITO QUE A MINHA CARREIRA SERÁ MELHOR FORA DA BAHIA” O estudante Victor Nery tem 23 anos e mora em Curitiba há dois, onde cursa engenharia de produção na Universidade Federal do Paraná. Antes disso, chegou a fazer produção cultural na Ufba, mas não estava satisfeito com o curso e acabou abandonando as aulas. “Por meio do Sisu, política do governo federal que leva em conta a nota do Enem, eu percebi que passaria em algumas instituições de outras cidades, como Curitiba”, conta Victor, ao lembrar que a Ufba não adotava este sistema quando resolveu mudar-se para o Paraná, no início de 2011. Sobre as diferenças estruturais entre a Ufba e a atual UFPR, Victor enfatiza: “O sistema de ônibus gratuito que circula por todos os campis foi implantado na Ufba recentemente, e aqui já existe há dez anos. A refeição no restaurante universitário, que é um dos mais baratos do Brasil, custa R$1,30. Na minha época de Ufba, ou seja, entre 2008 e 2009, não havia sequer restaurante universitário. Fatores como esses fazem a diferença.”
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MATEUS BORGES O JORNALISTA QUE DEIXOU SALVADOR POR NÃO VER PERSPECTIVAS DE CARREIRA: “O MERCADO BAIANO É MUITO PEQUENO E NÃO VALORIZA O PROFISSIONAL BEM QUALIFICADO”
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magine um baiano, acostumado ao clima tropical, desembarcando no Canadá sob um frio de 3ºC. Quem passou a experimentar esta diferença de temperatura nos últimos meses foi o jornalista Mateus Borges, de 27 anos, que chegou a Toronto em dezembro de 2012. Ele conversou com a reportagem da [B+] através de mensagens de smartphone, enquanto esperava o transporte. “Estou aqui esperando o ônibus que vai passar daqui a três minutos”, informou, enquanto tecia elogios sobre a pontualidade do sistema de transporte público de Toronto.
FOTO: Acervo pessoal
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Natural de Salvador, se graduou em comunicação social em 2009 e trabalhou no rádio e na TV. Há cerca de seis meses, o jornalista conseguiu um intercâmbio para estudar inglês e teve de renunciar aos mimos da família e aos ares agradáveis da Península Itapagipana. Em Toronto, ele trabalha em uma emissora de televisão e em um site de notícias, onde faz reportagens para o público brasileiro. MERCADO BAIANO Sobre o que pretende fazer quando retornar ao Brasil, Mateus é enfático: “Caso volte ao Brasil, não tenho planos de retornar a Salvador. Hoje eu penso em trabalhar em São Paulo ou no Rio de Janeiro”. Na avaliação do jornalista, o mercado de sua respectiva área de atuação na capital baiana - apesar de a cidade ser uma das maiores capitais do país - é “muito pequeno e não valoriza o profissional bem qualificado”. Para Mateus, Salvador poderia diversificar mais o mercado e valorizar o profissional com uma remuneração melhor. “Na televisão baiana, por exemplo, ninguém sai e ninguém entra. De certa maneira é bom por conta da estabilidade. Mas, por outro lado, os novos profissionais, talvez tão bons quanto os que já estão empregados, não têm espaço”, aponta. Ao ser questionado sobre as dificuldades recorrentes em outras cidades, como o alto grau de competitividade, o jornalista reconhece que também não há facilidade em outros centros urbanos, mas mesmo assim acaba vislumbrando melhores perspectivas fora da Bahia. “Tenho minhas dúvidas se conseguiria uma boa oportunidade se voltasse para a Bahia, já que investi tanto em minha vida profissional”, diz. “Temo que este nível de capacitação seja uma barreira quando eu quiser voltar para a Bahia”, diz Mateus. “Meu receio é de ter um currículo muito bom ao ponto de que as empresas não tenham condições de me contratar por acharem que o salário oferecido é pouco para mim”, atenta. “Amo minha cidade. Sinto muita falta das belezas naturais, do calor baiano, mas para trabalhar está difícil. Remuneração baixa, profissionais pouco valorizados, poucas oportunidades, assim, fica muito difícil querer ficar em Salvador”, desabafa.
FOTO: Sergio Prado
JULIANA CUNHA “NÃO VEJO DIFERENÇA DE MERCADO NA MINHA ÁREA ENTRE SALVADOR E SÃO PAULO”
FILIPE GOMES “AS GRANDES EMPRESAS E MARCAS ESTÃO EM SÃO PAULO” O publicitário Filipe Gomes estava insatisfeito com o curso em Salvador e decidiu ir para São Paulo, primeiramente, para estudar. “Achei que teria uma oportunidade de formação melhor”, lembra o jovem, que é formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Depois de formado, foi contratado pela agência DM9, do Grupo ABC, uma das maiores do país. “As grandes empresas e marcas estão aqui e isso faz com que o mercado de São Paulo seja mais maduro do que os demais. Eu trabalho hoje, por exemplo, com grandes campanhas para marcas como Brastemp e Itaú. O problema em Salvador nem é tanto das agências, a questão é que elas têm que trabalhar com anunciantes de menor poder de investimento”, observa Filipe, prestes a completar cinco anos na capital paulista. O jovem publicitário, que mora junto com a namorada (também baiana), residente de medicina, ressalta que o desejo de conhecer novas experiências e culturas é outro fator que dificulta a retenção de talentos. “Sair é meio que inevitável. Retornar já não é tanto, desde que o mercado se torne mais maduro para receber os profissionais”, conclui Filipe.
Talento e precocidade são duas características bem marcantes na jornalista Juliana Cunha. Aos 15 anos já era colunista do Caderno 10 de A Tarde. Posteriormente, trabalhou na Rádio Metrópole e passou a contribuir com matérias para a Folha de S.Paulo, ainda quando morava em Salvador. Mas algumas insatisfações pessoais com a cidade a fizeram migrar para São Paulo, há cerca de cinco anos. Hoje, aos 25 anos, Juliana Cunha conclui o curso de Letras na USP, mantém o blog Já Matei por Menos e contribui como freelancer para diversas publicações do país. Sobre a questão de mercado, a baiana não vê grande diferença entre Salvador e a capital paulista. “O piso salarial em São Paulo difere pouco em relação ao de Salvador e o reconhecimento profissional deixa muito a desejar. É difícil ganhar um aumento nos jornais daqui e o custo de vida da cidade é alto. Posso morar na Bahia e seguir fazendo meus freelas, como já fazia antes”, pontua Juliana. Já quando o tema é a qualidade de ensino, Juliana, que abandonou o curso de Letras da Ufba para refazê-lo em São Paulo, vê um grande abismo. “Na USP se cobra mais comprometimento dos alunos. Na Ufba há muita flexibilidade e despreparo. Em Letras, na USP, hoje sobram bolsas para estudar no exterior”, conclui. FOTO: Acervo pessoal
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C APA FOTO: Ivson
REINALDO PAMPONET O BAIANO QUE PRECISOU SAIR DE SALVADOR PARA CONSEGUIR ÊXITO NA CARREIRA: “A DIFICULDADE DE SE MORAR EM SALVADOR É VENCER A BUROCRACIA”
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m São Paulo há quase duas décadas, Reinaldo Pamponet, 41 anos, esteve entre os precursores da internet no Brasil e chegou a ocupar um cargo executivo na Microsoft. Em dado momento, largou tudo para se dedicar ao empreendedorismo social, ao fundar a Eletrocooperativa em 2003. Oito anos depois, criou o projeto ItsNoon, com foco na economia criativa. Ao ser entrevistado pela [B+] há cerca de dois anos, Pamponet já alertava para o êxodo de talentos de sua geração, que acabou migrando para outros centros urbanos em razão da falta de oportunidades. “Como é que nós reconectamos essa rede de baianos pelo mundo para cuidar de Salvador?”, provocava à época. A crítica de Pamponet com esse processo de evasão continua em voga. Para ele, Salvador é uma cidade que estimula muito a diversidade do ponto de vista cultural, “mas quando o assunto é mercado profissional ela é muito quadrada”. Para Reinaldo, caberia na capital baiana uma vanguarda empreendedora. “Vejo duas possibilidades concretas: economia criativa e economia verde. São as duas únicas chamadas, substratos desse modelo econômico de hoje que podem gerar outro tipo de crescimento. O que temos aí só tem gerado caos”, observa. 54
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MÁ DISTRIBUIÇÃO Contudo, o criador da ItsNoon faz ponderações. “O problema não se restringe a Salvador, não adianta jogar pedra na cidade, que faz parte de todo um contexto e vive um momento em que as esperanças precisam ser renovadas”, pontua. “A evasão de talentos é notável em quase todos os centros urbanos do país. Com isso, as pessoas acabam geralmente em São Paulo, que é uma bolha cada vez maior e não consegue suportar tamanho inchaço.” Na opinião dele, a questão da evasão de talentos é bastante complexa e reflete um problema crônico: ao contrário dos Estados Unidos, o Brasil não consegue se desenvolver de maneira continental e isso resulta em uma má distribuição em quase todos os níveis. “Nos Estados Unidos você pode morar em Boston, Chicago, Portland, São Francisco, e em todas estas cidades temos milhares de oportunidades”, exemplifica. Para ele, qualquer iniciativa fomentadora é importante para reter talentos, mas é preciso mudar a cultura empresarial. O criador da ItsNoon contesta o modelo das grandes corporações como forma eficaz de desenvolvimento e sugere como alternativa possível o estímulo ao empreendedorismo local e o capital cognitivo instalado. “Podemos criar empreendimentos distribuídos, um volume grande de pequenas empresas trabalhando juntas. O que está se discutindo hoje no mundo, o que essas manifestações recentes nas ruas clamam é uma nova forma de liderança, mais gente participando do jogo, por mais meritocracia, entrega, eficiência, aplicação adequada dos recursos públicos. Isso passa por distribuição de renda e pela área econômica também”, conclui Pamponet.
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DAVID BASTOS
CAMILA LUCCIOLA
“VEJO UMA EXPANSÃO NO BRASIL COMO UM TODO E A BAHIA ACOMPANHA ESSE CRESCIMENTO”
“MEU SONHO ERA FAZER CARREIRA DE ATRIZ NO RIO DE JANEIRO PORQUE É UMA CIDADE COM MAIS OPORTUNIDADES”
FOTO: Rubens Cerqueira
FOTO: Marcelo Biscola;
Arquiteto de renome nacional, o baiano David Bastos divide-se entre Salvador e São Paulo, cidades onde estão seus escritórios. Segundo ele, a sede da DB Arquitetos instalada na capital paulista há cinco anos é estratégica porque a localização mais ao centro do país facilita os voos para outros estados e os negócios. Mas David não considera o seu mercado de atuação limitado em Salvador. “Vejo uma expansão no Brasil como um todo e o nosso estado acompanha tal crescimento. Meu desejo é que nosso trabalho ultrapasse o limite geográfico da Bahia e tenha reconhecimento em outras cidades, estados e países”, afirmou o arquiteto. Quando o assunto é o que a Bahia deveria fazer para reter seus talentos, David, que é graduado pela Ufba, sugere: “Sempre privilegiar os profissionais existentes, promover intercâmbios, exposições e fóruns, instigar e provocar essas pessoas a dar o melhor e, ao procurar um profissional novo, se informar, questionar e exigir o que há de melhor em qualidade.”
Soteropolitana e moradora do Rio de Janeiro há oito anos, Camila Lucciola saiu de sua terra natal para alçar voos maiores. Deixou o corpo de balé da cantora Daniela Mercury, com quem confessa ter aprendido sobre a dinâmica dos palcos, e partiu para o Rio para fazer teatro, seu maior sonho. Lá, fixou morada, casou, teve uma filha e hoje é estrela de novela da Rede Globo. “Minha vontade era fazer teatro no Rio porque acredito que é uma cidade com mais oportunidades, um lugar onde você está em contato com mais pessoas e isso é bom para a carreira”, conta Camila. A falta de mercado para o teatro na Bahia, terra que já exportou talentos do teatro como Lázaro Ramos e Wagner Moura, é criticada por Camila. “Salvador ainda tem um mercado muito tímido, onde as pessoas que vivem de teatro se desdobram em várias funções para sobreviver daquilo”, comenta. “Os orçamentos de espetáculos, quando muito altos, variam entre R$300 e R$400 mil, nem se compara aos números de Rio e São Paulo, que são infinitamente maiores. É muito comum alguém querer migrar”, conclui. Camila acredita que o que retém as pessoas com potencial em qualquer lugar são oportunidades e que é preciso estimular o culto às artes para que novos investimentos no setor apareçam, o mercado se desenvolva e os profissionais queiram continuar na Bahia. “Os baianos não têm o hábito de assistir a peças, moram do lado do teatro e nunca foram dentro dele”, lamenta.
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JOÃO ALBERTO SANTOS JOÃO ALBERTO FEZ CARREIRA FORA DO ESTADO E É A FAVOR DA CRÍTICA SEGUIDA DE AÇÃO: “PRECISAMOS PENSAR A BAHIA DE FORMA ESTRATÉGICA, E NÃO APENAS PARA SI”
empresário João Alberto Santos não para. Aos 59 anos, acumula experiência ao longo do tempo nas áreas administrativa e financeira em grandes companhias como Brasil Telecom, Telemig e Claro, além de ser atualmente investidor, consultor e conselheiro de empresas. Natural de Salvador, João já trabalhou em Belo Horizonte, Sergipe, Belém, Brasília e agora está na sua segunda passagem (que soma dez anos) por São Paulo. Formado em ciências contábeis e em administração pela Universidade Estadual de Feira de Santana (Uefs), o empresário foi gerente da Válvulas Shrader do Nordeste com apenas 24 anos de idade. Acabou transferido pela multinacional para São Paulo no início dos anos 80, devido à crise econômica que motivou o fechamento da unidade de Feira de Santana. “Cheguei a procurar trabalho no Polo Petroquímico e no de Aratu, mas não achei espaço”, relembra João. Enquanto trabalhava no interior paulista, o empresário fez especializações nas fundações Getúlio Vargas e Dom Cabral, antes de voltar à Bahia há cerca de 30 anos, onde atuou no setor de exportação (com café e cacau). Posteriormente, dirigiu um consórcio de sucos em Sergipe, antes de assumir outros cargos diretivos em empresas das principais cidades do Brasil. “Antes havia na Bahia uma ação organizada do governo com os empresários. Uma industrialização pujante. Depois, com a escassez do Plano Cruzado, tudo se desorganizou. Houve uma perda da ação coordenada. Eu vejo hoje uma descaracterização, uma repetição dos modelos econômicos. Até o Carnaval tornou-se repetitivo”, observa João. O empresário, no entanto, pondera que a crítica tem de ser construtiva. “É importante discutir para ajudar, porque para criticar é preciso estar lá, arregaçar as mangas e fazer. Dentro dos investimentos que estou fazendo, há empresas na Bahia em que eu acredito muito. Uma delas é a Avatim, bem conduzida pela Mônica Burgos, que criou uma ponte da Bahia para o Brasil. Espero ajudá-la a ampliar a rede de franquias aqui em São Paulo. Os baianos se falam, têm uma rede. Precisamos pensar a Bahia de forma estratégica, e não apenas para si”, defende. UM LÁ, O OUTRO CÁ João é pai de dois filhos nascidos em São Paulo, mas criados na Bahia. João Guilherme, de 29 anos, é economista formado em Brasília e mora na capital paulista. João Paulo, por sua vez, tem 27 anos e é engenheiro químico graduado pela Ufba – está montando uma pequena empresa em Salvador. “Os dois são empresários, querem ter negócio próprio. O engenheiro químico acha que a Bahia oferece boas condições de vida. Diz que se tiver que se desenvolver ele quer que isso aconteça para a Bahia. Já o economista prefere atuar em São Paulo atualmente”, explica João Alberto, que está prestes a concluir mais uma graduação em 2013, antes de completar 60 anos: o curso de direito. “Meu objetivo é juntar minhas experiências administrativas e financeiras com o direito e auxiliar empresas de diferentes portes a estruturar suas atividades.”
FOTO: João Quesado
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FOTO: Marcelo Biscola;
HENRIQUE PEROBELLI “FALTA UMA INSTITUIÇÃO FORTE DE ENSINO E PESQUISA NA BAHIA”
FOTO: Divulgação
Antes de ser um renomado cardiologista do hospital Sírio-Libanês, o médico baiano Henrique Perobelli, 35 anos, estudou na Escola Bahiana de Medicina, decidiu fazer residência médica na PUC-SP, mas a meta era retornar a Salvador logo que estivesse formado. Não voltou. Na opinião do especialista, a falta de reconhecimento em formação médica e a ausência de um centro de excelência em medicina são os principais fatores que motivam a evasão de talentos. “Não existe uma instituição forte de ensino e pesquisa na Bahia. O Sírio-Libanês e outros hospitais, como o Albert Einstein têm não só a parte assistencial desenvolvida, como geralmente eles são ligados a instituições de ensino, como USP, Unicesp, Fapesp, o que possibilita desenvolver o trabalho de forma mais ampla”, destaca. Nem o fato de ser genro do obstreta Luiz Eduardo Machado, conhecido em Salvador por ser o médico de artistas consagrados, o motivou e a esposa (que é radiologista), a trabalhar na Bahia. “Ele mesmo nos deu um panorama da situação crítica da saúde no estado e nos sugeriu que ficássemos em São Paulo”, recorda Henrique.
Ela entrou na rede varejista Walmart como estagiária e, depois de passar por diversos cargos, Camila Valverde recebeu um convite para atuar no setor de sustentabilidade na sede da multinacional em São Paulo. “Não entendo que se torna inevitável sair da Bahia para crescer, mas no meu caso o desafio que me estava sendo proposto incluía a mudança, e achei e continuo achando naturais esses movimentos”, afirma Camila. Quando questionada sobre de que forma Salvador e a Bahia poderiam agir para manter os talentos, no sentido de contribuir com o desenvolvimento local, Camila destaca dois pontos cruciais: a qualidade de vida e as oportunidades de carreira que, segundo ela, são determinantes para qualquer profissional decidir onde vai trabalhar. “Antes de atuar numa empresa, o profissional é um cidadão. A infraestrutura da cidade, com suas questões de mobilidade, moradia, educação e até violência, são fatores decisivos que devem demandar atenção, trabalho e investimento por parte do poder público, caso realmente queira atrair e reter seus talentos”, sugere a diretora de sustentabilidade do Walmart.
CAMILA VALVERDE “A INFRAESTRUTURA DA CIDADE É UM FATOR DECISIVO CASO O ESTADO QUEIRA RETER SEUS TALENTOS”
FOTO: Fabio Tieri
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“MEU FILHO ESTÁ INDO PARA SÃO PAULO, GRAÇAS AO NOSSO SENHOR DO BONFIM”
odas as vezes que vejo um jovem cheio de potencial migrando para outro estado, me pergunto o porquê de não termos um modelo que permita que eles possam desenvolver suas habilidades. A pergunta que não cala é: por que a Bahia é este grande exportador de talentos? Moro em São Paulo há pouco mais de oito anos e fiquei assustado quando comecei a perceber este fenômeno. O jovem que estuda na Bahia já deseja expandir as suas especializações e fazer carreira em outros estados. E não falo apenas da área de comunicação, na qual trabalho, pois, se fizermos uma varredura, veremos que temos maravilhosos profissionais em diferentes atividades econômicas (advocacia, arquitetura, engenharia, medicina, publicidade, na academia universitária, administração, agronomia, gastronomia, etc) deixando a Bahia. O meu pensamento vai além: temos os melhores garçons, os melhores taxistas, garis, motoristas, ascensoristas, manobristas ou chapeiros, que dão show em São Paulo, em uma faixa etária de 20 a 70 anos, o universo produtivo do Brasil. Sou leitor e colaborador da Revista [B+] desde seu nascimento. Acho que por si só, o fato de a Bahia ter uma revista de negócios, com foco no empreendedorismo, soa inovador e, diga-se de passagem, surpreendente. Como leitor, critico o lado da Revista em valorizar bons exemplos, bons cases, que, apesar de inspirar jovens empreendedores, não provocam o mercado criticamente e apontam o que devemos melhorar. A Bahia não tem a prática do debate inteligente que nos leve a escolhas de melhores caminhos para trilhar rumo ao futuro. Aqui tudo se partidariza ou mediocriza. No entanto, os baianos por onde vão são respeitados e admirados pela qualidade, confiança (sim baiano é tido como ser de confiança), dedicação, determinação e vontade de trabalhar de forma quase compulsiva. Incrível não? Que modelo é esse em que não conseguimos reter jovens, adultos e velhos que poderiam estar produzindo, empreendendo em nosso estado? Será que o leitor percebe o PIB humano que perdemos? Que cidade ou estado queremos no futuro? A de exportador de talentos? Como conseguiremos mudar isso? [B+]
POR MAURÍCIO MAGALHÃES
Maurício é presidente da Agência Tudo, um dos profissionais de comunicação mais respeitados do país FOTO: Samuel Chaves/S4
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“A BAHIA PRECISA SAIR DESSE RAMERAME” por
PEDRO HIJO
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RÔMULO PORTELA
Está no dicionário de baianês: “rame-rame” significa coisa comum, rotineira, repetitiva. A expressão popular no Nordeste do Brasil, usada por Mário Kertész para definir a insatisfação dele com determinados setores da Bahia, é a cara do comunicador, que costuma sair do pedestal para falar com todos cara a cara. O ato de sintonizar o rádio na 101,3 FM para ouvir suas opiniões virou hábito no dia a dia dos baianos, que já o consideram como um amigo de longa data. Mário nos recebeu em sua sala de trabalho no Grupo Metrópole para um bate-papo de algumas horas em que pôde falar abertamente sobre seu pioneirismo na comunicação baiana, economia, negócios, a ideia dele de montar um fórum de discussão em Salvador e ainda a respeito do que chama de falta de inteligência na Bahia: “Estamos no buraco, mas vamos sair dele”
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Mário Kertész, em sua sala de reunião, afirma: “Salvador está em um momento muito baixo-astral”
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E NTRE VI STA MÁ R IO K ERTÉSZ Como o senhor se define? Prefere ser reconhecido como um homem de negócios, um comunicador ou um homem público? Eu acho que sou um pouco de tudo isso que você falou e um pouco de nada também, porque quando a gente é muita coisa, acaba sendo nada. Eu, na idade que tenho, 69 anos, com a experiência que eu tenho, sinto que a pretensão abaixou muito. Com esta idade, a gente coloca o pé no chão. E sinto muita alegria no que faço. O que me dá muita vida hoje, o que me faz chegar aqui às 6h30 e sair às 20h é o prazer de estar ouvindo as pessoas, de bater papo com os ouvintes. Nas últimas eleições, o que eu fiz foi oferecer a minha experiência de ter sido prefeito por duas vezes para tentar levantar a cidade. Mas eu acho que daqui da rádio eu consigo fazer este papel de ajudar Salvador com as minhas críticas. Porque o papel da imprensa é muito mais de oposição que de situação. Se a imprensa não tem um papel de cobrança, de alerta, de estabelecer limites, tudo fica muito fácil para os governantes. A imprensa tem que questionar mesmo e eu sou uma pessoa muito questionadora. Questiono meus próprios desejos, questiono as pessoas que trabalham comigo, e eu me reconheço assim. O bate-papo direto com o cidadão a que se referiu é a receita de sucesso da rádio? Eu acredito que fui pioneiro aqui na Bahia com esse modelo de rádio que inclui a participação popular e que traz o que acontece na cidade em primeiro lugar. O foco da Metrópole é Salvador. A informalidade como a gente se comunica ajuda muito no sucesso, as pessoas se identificam com a rádio. Outro fato importante é a abertura dos microfones para todos os setores. Quando eu comecei, as rádios eram divididas entre esquerda e direita, e eu quis me opor a essa dicotomia e dar espaço para que todos falassem, inclusive para a oposição. No começo isso criou um estrondo, suspenderam toda a publicidade oficial da rádio, mas depois perceberam que impedir essa imparcialidade era uma bobagem, que o ideal é mesmo a isenção. 62
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Mas é fácil conseguir unir esta isenção com interesses comerciais? É claro que eu não posso pegar um excelente patrocinador da rádio e o deixar ser atacado sem dar a ele uma oportunidade de defesa. Aqui a gente não vende espaço editorial, jamais vou colocar no ar uma matéria encomendada. Porque se você não tem essa postura, você não tem credibilidade, não tem nada. O que falta para o segmento de comunicação e mídia crescer em nosso estado? Muita coisa. Primeiro, falta um mercado de comunicação mais próximo da Bahia. O nosso mercado deixou de ser baiano e passou a ser muito de fora, e tem muito uma visão de que o que é de fora é melhor. Por exemplo, no caso do rádio, é muito mais fácil que um mídia de São Paulo queira patrocinar uma rádio CBN ou uma Globo News do que uma Metrópole, e, no entanto, a nossa rádio tem o dobro ou o triplo de audiência que essas outras duas. Ele quer apostar no que é mais fácil para ele. Segundo, nós temos uma economia muito incipiente e o ritmo de anúncios e publicidade varia muito por conta disso.
“QUER TER GANHOS ENORMES? CONTRATE PESSOAS JOVENS, AS COLOQUE PARA TRABALHAR E ESTIMULE”
Mas o que fazer para estimular esse mercado? Fazendo produtos de qualidade. Porque passa no boca a boca, estimula, gera interesse. As pessoas veem que vale a pena, tem qualidade, gera audiência, que é bem feito e tudo isso atrai anunciantes e movimenta o mercado. E o fator inovação conta muito também, sair do lugar-comum, sabe? Na Metrópole a gente inova sempre, com transmissões de fora do país com máxima qualidade. Já fomos cobrir eventos esportivos no Japão e na África do Sul. A Metrópole foi a primeira da Bahia a transmitir seu sinal pela internet, a terceira no Brasil. E, por conta disso, a gente tem ouvintes no mundo todo. Você acredita ver um dia a Bahia como uma grande força econômica do Brasil, podendo reter profissionais de alto nível e com avanços no desenvolvimento? Ou não é esse o nosso perfil? Eu acho que a Bahia é subdesenvolvida se comparada a São Paulo e é por isso que todos acabam saindo daqui. Tenho cinco filhos. Desses cinco, quatro moram fora da Bahia. Sergio é diretor da Odebrecht, Marcelo é sócio do marqueteiro João Santana, Duda é presidente da Johnson e Johnson e Mariana tem uma empresa de direção de arte. Todos moram em São Paulo. Na Bahia, só ficam os jovens
“A IMPRENSA TEM QUE QUESTIONAR MESMO E EU SOU UMA PESSOA MUITO QUESTIONADORA. QUESTIONO MEUS PRÓPRIOS DESEJOS”
que não tem muito estímulo e a culpa é da própria Bahia por não estimular essa juventude, abrindo espaço de trabalho para ela. Um exemplo recente são essas manifestações que ocorreram em todo o Brasil. Em São Paulo as coisas pegaram fogo e aqui na Bahia? Muito murcho. Acho que isso mostra muito o estado que estamos vivendo no momento. Salvador está em um momento muito baixo-astral. Mas é claro que isso deve mudar e pode mudar. As minhas energias de trabalho vão muito neste sentido. Por outro lado, na rádio, vocês parecem ser descobridores e formadores de talentos na comunicação. É isso mesmo? Alguns desses profissionais já foram para outros veículos de mídia pelo Brasil, mas como manter os demais? Sim, a gente tem muitos exemplos de profissionais que começaram na Metrópole e hoje despontam no grande mercado. Por exemplo, Rita Batista, que hoje está na Band nacional, Louise Calegari na Record e por aí vai. A rádio se transformou numa escola e eu dei preferência aos jovens porque acredito no potencial deles. Eu chegava para um menino desses e falava: “Você vai entrar no ar, não importa se está nervoso ou não tem experiência, vambora”. Quando você inova criando um programa como o Metropolitanas, em que quatro meninas têm essa grande oportunidade de ter uma hora no horário nobre para poder falar o que sentem, é muito estimulante. A chave para motivar o mercado é aproveitar a vontade de trabalho e a criatividade dos jovens, então? Claro! Eu me lembro de quando eu estava me formando em administração, em 1966, e fui aprovado em um exame da General Eletric. Eu fui o único selecionado e ia ganhar um salário incrível. Dali um pouco, eu recebi a proposta para ser chefe de gabinete da prefeitura para ganhar muito menos, e eu acabei topando o desafio. Porque dinheiro não é tudo se você olha para uma oportunidade e vê futuro naquilo. Só um jovem topa um desafio desses, só um jovem tem essa vontade
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E NTRE VI STA MÁ R IO K ERTÉSZ de trabalhar. Quer ter ganhos enormes? Contrate pessoas jovens, as coloque para trabalhar e estimule. A juventude tem esse sangue forte, assim como eu tive muitos anos atrás, e precisa ser aproveitada. É possível os setores público e privado unir forças para alavancar a economia? Não é fácil. Como o Brasil está vivendo uma efervescência enorme por conta das manifestações, mudanças políticas e proximidade das eleições, a gente não sabe o que pode esperar de tudo isso. Será que Dilma vai conseguir se reeleger? Será que a queda dela vai fazer surgir uma nova liderança? Para que lado nós vamos? E eu acho que é pouco provável que Jaques Wagner, governador do nosso estado, se preocupe com isso logo no fim do governo dele, que ele vá conseguir fazer essa união de empresas públicas e privadas. Acho que isso depende muito de uma liderança mais forte e hoje nós não temos isso. Antigamente, a gente tinha uma participação mais forte dessas instituições e eu não sei por que isso se perdeu.
Falta discussão? Exatamente! Eu tenho um projeto de criar um local onde a gente possa trazer pessoas de diversos setores frente a frente para bater um papo sobre diversos assuntos. Conversar sobre economia, filosofia, discutir sobre cinema. Chegar para as pessoas e perguntar: “Você se interessa pelo quê? Então, venha cá, senta aqui e vamos conversar sobre isso”. Vamos discutir, vamos ajudar a colocar inteligência nesse estado! A gente está precisando de agitação, de inteligência! A Bahia precisa sair desse rame-rame. Na época da minha adolescência, eu ia assistir aos melhores concertos do mundo no Instituto Normal, que nem ar condicionado tinha. E lotava! Hoje você vê que grandes shows internacionais passam por quase todos os estados do Nordeste e não vêm mais para cá. Mas o senhor é otimista com o futuro da Bahia? Eu sou. Acho que temos condições excepcionais. O estado todo, a cidade toda sob todos os aspectos. A gente precisa é sair desse buraco em que a gente se encontra e vamos sair.
De cima para baixo: Abraão Brito comanda o áudio enquanto faz comentários; Mário em reunião com sua equipe de jovens talentos e, por fim, por trás do microfone, onde gosta de estar
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Qual o legado o senhor quer deixar para a Bahia como exemplo de empresário? Quero ser lembrado por ter criado um modelo de rádio que serviu de inspiração para tantas outras emissoras; por, com a rádio, ter ajudado no processo de democratização política do estado e do país; por ter aberto um espaço para os jovens talentos. Acho que o que mais me dá orgulho é ter colocado a informalidade na rádio baiana, modelo que é seguido por tantas outras hoje em dia. Aqui não tem roteiro, é um bate-bola com a equipe. Com o Abraão Brito, por exemplo, as coisas funcionam de uma forma muito natural, eu falo, ele rebate de forma inteligente e assim a gente constrói o programa. Às vezes eu entro no programa morto de cansado e saio que nem uma criança. Eu me divirto muito estando atrás do microfone, eu acho que esse que é o grande barato. [B+]
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PRO BEM Instituto a favor da educação muda a realidade da Chapada Diamantina
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EDUCAR PARA CRESCER Comprometida em mudar o cenário das escolas públicas da Chapada Diamantina, a pedagoga baiana Cybele Amado está há 21 anos à frente do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa, uma iniciativa inovadora que mobiliza toda a comunidade rural em prol da alfabetização infantil. Em 2012, a mentora conquistou o 8º Prêmio Empreendedor Social, promovido pela Folha de S. Paulo, uma das cinco premiações já alcançadas pelo projeto por CAROLINA COELHO fotos AGÊNCIA NA LATA
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om 46 anos e uma bagagem de experiências sociais nas costas, a presidente e fundadora do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa (Icep), Cybele Amado, colhe os frutos de uma ação que começou a ser desenvolvida em 1992 na Chapada Diamantina. Em 2012, Cybele conquistou o Prêmio Empreendedor Social da Folha de S. Paulo em parceria com a Fundação Schwab, pelo projeto inovador de maior benefício social da América Latina. 66
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Apelidada carinhosamente de Doce General pelos amigos, Cybele é firme na sua ideia de que é preciso acreditar nas pessoas
Com 21 anos de fundação desde sua primeira formação, o instituto já ganhou cinco premiações, entre elas o Prêmio Experiências em Inovação Social, em 2006, pela Fundação W.K Kellogg e pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe da ONU, e o Prêmio Ashoka-McKinsey, em 2009, com o Programa Planejamento para Ganho de Escala. “O que me move é ver as crianças aprendendo e os professores tendo oportunidades de ser profissionais da educação”, acredita Cybele. Os avanços conquistados pelo projeto reduziram os índices de reprovação e abandono escolar, aumentaram o número de crianças alfabetizadas, consolidaram espaços de acompanhamento e reflexão da prática didática, envolveram pais e comunidade na vida escolar infantil e articularam uma mobilização política a fim de tornar a gestão pública mais comprometida com os resultados da educação. As notas do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) comprovam o trabalho e dedicação do projeto. Em 2009, as três maiores pontuações da Bahia foram de municípios da Chapada Diamantina atrelados ao programa, e, em 2011, 90% dos municípios superaram a meta projetada pelo governo federal. A HISTÓRIA Foi durante um carnaval que a jovem Cybele viajou até a vila de Caeté-Açu, no Vale do Capão, distrito do município de Palmeiras, na Chapada Diamantina. Foi aí que a estudante de pedagogia conheceu as escolas públicas da região e se chocou com a precariedade das condições do lugar. Com 21 anos, uma mala de roupas e três caixas de livros, a recém-formada se mudou para Caeté-Açu para ser professora de língua portuguesa. “Minha escolha de ir para o interior da Bahia foi uma decisão política pela luta por direitos. Eu estava motivada a criar oportunidades para a educação da zona rural”, conta. Lá, a pedagoga vivenciou as dificuldades da infraestrutura das escolas – que alagavam quando chovia –, o alto índice de evasão escolar e analfabetismo, a baixa formação e remuneração dos professores – que precisavam tirar do próprio bolso para comprar giz de quadro –, e o não acompanhamento dos pais na vida escolar dos filhos. Para reverter o cenário educacional marcado pelo antigo coronelismo da região, o analfabetismo funcional e a cultura da desigualdade, Cybele reuniu pais, professores e agricultores em uma associação destinada a formar um grupo de consciência e mobilização para que todas as crianças do município fossem alfabetizadas na idade certa.
A sobrinha-neta de Jorge Amado queria que todos os alunos saíssem do 5º ano sabendo ler e escrever. Junto com os educadores, Cybele desenvolveu e escreveu um projeto de educação para o município e o inscreveu em editais. Em 1997, o Programa Crer para Ver, financiado pela Natura Cosméticos, foi o primeiro apoio recebido, que forneceu os recursos para dar início às atividades do Programa de Apoio e Auxílio ao Professor, com objetivo de capacitar os docentes para oferecer o melhor método de ensino aos alunos. Em três anos, os resultados foram aparecendo e mais 12 cidades vizinhas e 40 educadores se reuniram para conhecer as ações que levaram Palmeiras a ter êxito na sua meta. A vontade de fazer o mesmo em suas redes levou o movimento a criar o Projeto Chapada, em 1999, formando uma rede estruturada de técnicos das secretarias de educação locais, coordenadores e diretores pedagógicos, professores e sociedade civil, que em 2006 daria sustentação para a criação do Instituto Chapada de Educação e Pesquisa.
“A faculdade ainda não conseguiu fazer a articulação entre teoria e prática. Muitos pedagogos se formam e não sabem qual é o seu papel nas escolas, e o Icep recontextualiza sua importância na formação do grupo de professores” Gislany Araújo, formadora técnica de Ibitiara.
FORMAÇÃO EM REDE COLABORATIVA Cybele explica que para promover grandes mudanças educacionais foi preciso desenvolver uma cultura de cooperação com ações coletivas que integrassem a função docente. Era necessário formar uma rede de apoio, com o intercâmbio entre educadores e escolas, para promover a troca de saberes, ideias e reflexões. “A força do coletivo é essencial. Aqui todo o mundo é parte das soluções, das ações e dos problemas”. Atualmente, os 20 municípios em parceria com o Icep envolvem 590 escolas, 4.264 professores, 324 coordenadores pedagógicos, 407 diretores escolares, 20 diretores pedagógicos e 34 supervisores técnicos para atender 89.486 estudantes do ensino fundamental I.
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“Gosto das leituras feitas pela professora e do projeto de contos, onde tenho que narrar a história na fala dos personagens. Já terminei de ler os livros “A ilha perdida” e “O meu pé de laranja-lima”, e agora vou começar “Zezinho, o dono da porquinha preta” Guilherme, aluno de Novo Horizonte
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Organizado em ações distintas, o projeto divide-se nos núcleos Projeto Chapada (PC) e Projeto Semiárido (PSA), que promovem frentes de formação continuada aos professores, coordenadores pedagógicos, diretores escolares e equipes técnicas; e o Projeto de Educação Infantil (PEI), que contribui para as práticas pedagógicas das classes de 4 e 5 anos das redes de ensino. A informação do conhecimento é em rede. Três gerentes pedagógicos capacitam e acompanham os coordenadores dos núcleos, que por sua vez capacitam as equipes técnicas formadoras que orientam os professores e avaliam o trabalho deles através de relatórios internos. Para ser um formador do Icep é preciso ter curso superior em pedagogia e fazer uma prova classificatória para concorrer a uma das vagas muito disputadas. MOBILIZAÇÃO POLÍTICA Apesar da rede de colaboração municipal, intermunicipal e intraescolar, o Instituto acredita que as mudanças só são possíveis combinadas com estratégias que promovam a implantação de políticas públicas. Pensando nisso, foi criado o projeto Mobiliza pela Educação, que reúne mais de 550 membros da sociedade civil local responsáveis por criar comissões de avaliação das propostas dos fóruns de educação.
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“Antes não sabíamos muito agir em sala de aula. Quando o Icep chegou aprendi uma forma diferente de trabalhar e de lidar com os saberes da turma, diagnosticando e trabalhando com as dificuldades de cada aluno” Maria das Graças Oliveira Costa, professora de Novo Horizonte
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SUST E NTAB I L IDA D E | p ro b e m Encontros mensais reúnem formadores técnicos para discussão da agenda de trabalho educacional dos municípios
Em anos de eleição municipal, o projeto realiza o Dia E, convidando a população a debater e elaborar soluções e caminhos para a melhoria da educação na sua cidade. Todos os candidatos a prefeito assinam um termo se comprometendo a continuar a parceria com o Icep no seu mandato.
“O Instituto Chapada foi um dos grandes incentivadores ao meu retorno à escola. Voltei a estudar porque tinha o desejo de ler, escrever uma carta para meus familiares e também ajudar meus filhos na lição de casa” Luciene Barbosa Almeida, mãe de aluno de Iraquara
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DA CHAPADA PARA O BRASIL Ainda em fase piloto, o Programa Via Escola implementado pelo Icep em um conjunto de escolas de três municípios de Pernambuco, Cabo de Santo Agostinho, Ipojuca e Jaboatão dos Guararapes, é a primeira experiência a funcionar fora do território baiano. O projeto que vem funcionando nos mesmos moldes do bem-sucedido modelo da Chapada, é uma iniciativa da Odebrecht Transport, com desenvolvimento da concessionária Rota dos Coqueiros, empresas que auxiliam com recursos para sua viabilização. Outros pactos de implantação do projeto também estão sendo analisados em alguns municípios do Pará e do baixo sul baiano, mas por enquanto ainda são apenas fomentos à possibilidade. Mas a vontade de Cybele é conseguir expandir o modelo para toda a rede de escolas públicas brasileiras. “O sonho continua firme e não é muito difícil. Nosso país já acordou para a força do trabalho coletivo. Agora é só pensar isso visando a educação”, finaliza.[B+]
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t en dênci as MÍDIAS SUSTENTÁVEIS: QUE NEGÓCIO É ESSE? Um anúncio para plantar, regar e ver crescer. É assim um banner de musgo usado para anunciar um produto. O trabalho recebe o nome de mídia sustentável e é usado pela Zebu Mídias como alternativa para a propaganda. A empresa carioca também usa tintas orgânicas, bambu reciclado, stencil-limpo e papelão. A agência é um exemplo de como causar impacto no público-alvo sem agredir o meio ambiente. Para anunciar o Festival Brasileiro de Publicidade em 2011, por exemplo, limpou a calçada em frente ao Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, usando o stencillimpo - uma opção de mídia que limpa superfícies sujas para criar desenhos, logos, frases e símbolos através de processos com água ou a seco. Esta é uma alternativa convencional na Europa que a Zebu importou para completar seu quadro de impressões ecológicas. Amon Costa Pinto, Pedro Ivo Costa e Felipe Salvador, que posteriormente saiu para a entrada de Rafael d’Ávila, eram colegas na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RIO). Todos estudantes de design e com uma ideia em comum: sustentabilidade. “Observando nas praias do Rio o quanto se jogava fora de panfletos de papel, fizemos um trabalho com a ideia de usar o coco para um anúncio”, lembra Amon Costa Cerqueira Pinto, hoje diretor da Zebu Mídias. Segundo a Ambiente Brasil, cerca de 39% do lixo brasileiro é composto de papel e papelão, principais suportes de publicidade. Somente a cidade de São Paulo produz 12 toneladas de lixo, por dia. “Percebemos que poderíamos utilizar o coco como plataforma de comunicação com o intuito de reduzir os resíduos poluentes gerados por publicidade em locais de praia. O coco torna-se uma alternativa eficaz de divulgação sem impactos extras ao meio ambiente, tendo em vista que eles já seriam consumidos pelos banhistas. Queimando a mensagem, poderíamos imprimir nele uma marca de roupa por exemplo”, lembra Amon. A ideia vem sendo amadurecida em parceria com o Instituto E, que tem como objetivo criar estratégias para tornar o Brasil um país com desenvolvimento sustentável. Amon conta que o faturamento tem sido de R$5 mil por mês, mas em 2013 a meta é chegar aos R$70 mil. O próximo passo: “Este ano queremos construir o laboratório de tintas da Zebu, que permitirá uma inserção mais agressiva no mercado. Atualmente só as utilizamos em nossos projetos”, almeja Amon.
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KARINA COSTA, DO ECODESENVOLVIMENTO.ORG
“É muito difícil provar para um empresário acostumado com outdoors e panfletos que o musgo, por exemplo, vai dar certo, mas a gente acredita no que faz”
Amon Pinto, Zebu Mídia
FOTOS: Gabriel Fontes
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DEZ MANDAMENTOS DA EMPRESA RESPONSÁVEL Adotar práticas socialmente responsáveis e estimular o diálogo com as partes interessadas são pautas cada vez mais recorrentes na gestão das empresas. Só para se ter ideia, os trabalhadores de países emergentes estão mais preocupados com o comportamento das empresas do que os das nações desenvolvidas, segundo estudo Ipsos. A pesquisa mostrou que os sentimentos sobre responsabilidade corporativa são maiores no Brasil, México, Indonésia e Índia, onde mais da metade dos funcionários disse ser muito importante que seus empregadores sejam responsáveis com a sociedade e também com o meio ambiente. Se quer entrar no time de empresas responsáveis, veja essas dez dicas:
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[01]
Identifique os problemas socioambientais potenciais e reais existentes em todas as áreas da empresa – e não só na área de produção. Pode-se economizar energia e matérias-primas, reciclar materiais e reduzir hábitos esbanjadores em toda a organização.
[02]
As soluções devem ser tecnicamente honestas e politicamente desejáveis, porque investimentos em responsabilidade socioambiental devem ser planejados como aqueles que aumentam os lucros.
[03]
Promova mudanças comportamentais “de cima para baixo e de dentro para fora”. Quase sempre a cúpula é a mais reacionária em termos de mudanças reais; os diretores devem dar o exemplo e a empresa só deve divulgar seu esforço em responsabilidade social depois de ter feito as “lições de casa”.
[04]
Situe os valores socioambientais no contexto da cultura corporativa de maneira irreversível, no “DNA da empresa” – e zele por eles. Não considere sustentabilidade como custo, e sim como investimento.
[05]
Permita, facilite e promova a contribuição dos funcionários. Programas de mudança comportamental precisam ser participativos e os de caráter socioambiental motivam iniciativas individuais muito ricas – geralmente mais ricas do que iniciativas empresariais.
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[06]
Estenda suas conquistas socioambientais a seus fornecedores e parceiros de negócios. No fundo, todos querem mudar, mas alguns podem precisar de uma ajuda especial, de um empurrãozinho. E sem eles você não vai mudar.
[07]
Ouça a comunidade, respeite sua opinião e trabalhe em conjunto com ela, e não contra ela. O “inimigo” é a inércia e, como ela é inimiga de todos, a parceria é sempre a melhor solução.
[08]
Entenda educação ambiental como parte da formação básica e indispensável dos funcionários que tomam decisões na empresa – hoje e no futuro.
[09]
Tenha paciência e calma com ataques externos agressivos: ambientalistas, lideranças sociais e jornalistas também estão aprendendo a conviver. Diálogo é sempre o melhor caminho, na sustentabilidade e na vida.
[10]
Prepare-se para a construção de novas relações éticas e estratégicas com o mundo externo – até mesmo para “dormir com o inimigo”. Este será um aprendizado difícil e completamente novo.
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S U ST ENTA B ILIDA D E | re s p onsa bil id a d e so cia l
ARTE: Waldomiro de Deus - O voo do anjo - 1996
COMO ANDA A RESPONSABILIDADE DE SEU TIME? POR ISAAC EDINGTON
Já avançamos muito em cobrar atitudes de responsabilidade socioambiental das empresas. Por esta razão, nós, consumidores e antes de tudo cidadãos, somos beneficiados pelo fato de grandes, médias e até pequenas empresas estarem atuando de forma responsável nos mais variados setores econômicos. Mas como andam os times de futebol? Em termos globais, a Uefa (órgão que administra o futebol europeu) investe e desenvolve diversos programas sociais; a Fifa iniciou o movimento Football for Hope em 2005, e apoia programas que combinam futebol e desenvolvimento social no mundo inteiro. O Chelsea, da Inglaterra, possui uma atuante fundação e recentemente anunciou investimentos comunitários no outro lado do Atlântico, no bairro do Harlem, em Nova York. A Barcelona Foundation, controlada pelo clube do craque Messi, se uniu à Fundação Bill & Melinda Gates na luta contra a pólio. Exemplos entre tantos pelo mundo. E os clubes no Brasil? Resposta: no país do futebol, os times ainda engatinham nessa questão. Justiça aos passos que o Corinthians vem dando, publicando inclusive relatórios de sustentabilidade, atitude raríssima no setor, o que já indica um esforço em buscar transparência e ética na relação com seus públicos de interesse. O Internacional de Porto Alegre também tem realizado projetos em parceria com instituições. São exemplos quase solitários no vasto cenário dos times brasileiros que fazem muito pouco em termos de responsabilidade social. Muito pouco, principalmente, se falarmos da grande 76
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influência que o futebol exerce na sociedade brasileira, e na relevante movimentação econômica direta e indireta ligada ao esporte. E na Bahia? Ah, essa eu deixo para você que, afinal, conhece muito bem o seu time. Questiono: o seu time tem realizado iniciativas relevantes de contribuição social ou ambiental? Tem apoiado com frequência projetos ou causas de interesse da sociedade? Mobiliza os torcedores para engajamento em benefício de causas socioambientais? Na estrutura de gestão, alguém cuida da área socioambiental? O seu time preza pela transparência na aplicação dos recursos? Fazendo essas perguntas, você mesmo irá tirar suas próprias conclusões. Se as respostas forem satisfatórias, o seu clube está trilhando caminhos em direção a uma atuação socialmente responsável e sugiro que aplauda, apoie, encoraje e, ao mesmo tempo, acompanhe. Se você achar que a atuação deixa a desejar, é hora de começar a cobrar uma mudança de atitude. Tenha certeza de que será muito bom para o seu time e melhor ainda para sociedade. Aproveito e deixo um recado para os dirigentes de clubes baianos: a Bahia possui um verdadeiro “time” de profissionais e organizações que podem ajudar muito às equipes de futebol rumo a uma atuação socialmente responsável consistente. Procurem esse time. Isaac é secretário do Escritório Municipal da Copa do Mundo de 2014 na Prefeitura de Salvador
LIFESTYLE
EMBARQUE | 82 ESTILO+ | 84 [C] MONIQUE MELO | 86 [C] BIANCA PASSOS | 88 SABOR | 90 NOTAS DE TEC | 92 [C] INGRID QUEIROZ | 94
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L I F E STY LE | m e rca d o i m o b il iá r io FOTO: Jason Burwen
PARAÍSO POR M² A alternativa de ir morar no campo para fugir da capital tem se tornado um sonho cada vez mais facilitado. Muito mais do que a paisagem, o Vale do Capão, na Chapada Diamantina, oferece um estilo de vida em que ainda é possível se sentir parte de uma comunidade, atraindo baianos e estrangeiros a mudar seus estilos de vida
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a primeira década do século XIX ao final do século XX, a Chapada Diamantina viveu entre dias de riqueza e prestígio dos diamantes e do ouro ao abandono e esquecimento, renascendo, enfim, no turismo após a criação do Parque Nacional da Chapada Diamantina, em 1985. Ainda nos anos 70, os poucos garimpeiros restantes do distrito de Caeté-Açu de Palmeiras, mais conhecido como Vale do Capão, tiveram que começar a conviver com a chegada dos primeiros alternativos, ainda embalados pelo movimento hippie. A partir daí, a vida no Capão nunca mais seria a mesma. Integrada aos nativos, a comunidade alternativa deu início às práticas comunitárias, naturalistas, espiritualistas, sustentáveis e orgânicas, e a vila passou a ser um ponto de encontro global de visitantes à procura de autoconhecimento e contemplação. Em períodos de alta estação ou feriados, a cidade chega a receber 2,5 mil turistas. Agora, mais um movimento de novos moradores começa a surgir. Desestimulado pela qualidade de vida dos grandes centros 78
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urbanos e atraído a viver em um contexto social mais humanitário, este grupo formado em boa parte por baianos e estrangeiros de todas as idades, parte para o Capão para experimentar como é viver em uma comunidade que ainda preserva tais valores. Quem está lá há mais tempo confirma. Nos últimos dez anos, o crescimento no Capão vem se fortalecendo, e não é preciso ser morador para perceber isso. Basta passar entre uma rua e outra para notar a quantidade de terrenos à venda e paredes sendo levantadas. Segundo um levantamento do projeto Sustentabilidade em Ação, montado por um grupo da Associação de Moradores do Vale do Capão, são construídas cerca de 70 a 80 novas casas por ano. O desenvolvimento da cidade favorece o movimento. O vale que há 30 anos não tinha estrada para carros, luz, telefone e água encanada, hoje já é rota de distribuidoras de alimentos e bebidas, tem internet e telefone residencial e a maioria das casas já possui luz e água encanada. Sem tantos desafios de infraestrutura e com a possibilidade de trabalhar a distância, o sonho de viver no Capão fica cada vez mais realizável. Ainda este ano, os 20km de estrada de terra que ligam Palmeiras ao Capão serão pavimentados com ecolopavi, um tipo de solo sustentável. O projeto que está sendo estudado prevê ainda a construção de uma estrada-parque, com passagem para animais e ciclovia, além de calçamento de pedra em toda a extensão do vale.
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QUEM JÁ ESTÁ LÁ Exemplos de pessoas que abandonaram suas rotinas para fincar morada no Capão não faltam. A ex- funcionária pública Suzane Almeida, de 56 anos, saiu de Salvador há 26 para dar início ao plano de viver da produção de mel e da plantação orgânica no Capão. Sem conseguir mercado para seus produtos, ela virou representante de laticínios, joalheira, abriu uma pousada, até se tornar corretora, função que exerce há quatro anos. Inserida no crescimento imobiliário da região, ela confirma que a maior parte dos seus clientes é de baianos de todas as idades à procura de um terreno para construir uma casa. Custando em média R$30 e R$40 o m2, o valor dos terrenos costuma depender de fatores como localização – quanto mais perto da vila, mais caro fica – passagem de rio, pomar, ou até a benevolência da vizinhança. Os novos que chegam arranjam logo uma atividade. Tem promotora aposentada que abriu um ateliê de costura, professores que ensinam inglês aos nativos, jovens que abriram loja de aluguel de bicicleta, a maioria na intenção de ser autônomos. “O vale vive um momento de expansão e ainda tem capacidade para mais”, acredita Suzane. A mesma opinião é compartilhada pelo designer Luca Pedreira, de 52 anos, que, após fazer um curso de bioconstrução no EcoCentro Ipec (Instituto de Permacultura e Ecovilas do Cerrado), saiu de Salvador para construir por conta própria sua casa sustentável no Capão. O projeto, em andamento, conta com um mix de técnicas de bioconstrução, utilizando basicamente terra e materiais da região. Na área de 600m2, Luca instalou uma cisterna com capacidade para 21 mil litros de água, que captará e filtrará águas da chuva. Para a energia, foram instaladas placas solares e células fotovoltaicas, e futuramente um gerador eólico, a fim de tornar a casa autossuficiente, ou seja, sem contas mensais. Com a experiência adquirida, Luca pretende projetar e construir outras casas, formando mão de obra qualificada e disseminando velhas e novas práticas sustentáveis. “O modelo da construção civil tradicional é uma das atividades mais destrutivas e poluentes do planeta. Quero provar que é possível viver com conforto de forma mais sustentável”, provoca. FOTOS: Carolina Coelho
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L IF E ST Y L E | m e rcad o i m o b i li ár i o A italiana Ana Mischiatti nunca havia ganhado para cozinhar até abrir seu próprio restaurante de comida vegetariana no Capão. Há três anos moradora da comunidade, após deixar uma carreira de sucesso na Itália, ela já se tornou ministra da igreja São Sebastião do Capão, padroeiro da cidade. Feliz por estar em um lugar onde as pessoas se cumprimentam mesmo sem se conhecer, ela diz que muitos italianos estão chegando, e avalia a presença de mais de 400 deles no vale. O médico naturalista Áureo Augusto, um dos oito fundadores do Instituto Lothloren, a primeira comunidade a chegar ao Capão há 30 anos, acredita que as pessoas estejam partindo das grandes cidades na tentativa de resgatar a condição de cidadania perdida com o crescimento excessivo. Mas exalta uma preocupação coerente: “É importante que quem esteja vindo saiba preservar os hábitos e valores de sociabilidade e esteja presente na vida da comunidade local”.
De cima para baixo: A italiana Ana Mischiatti em frente ao seu restaurante de comida vegetariana, Luca Pedreira exibe uma de suas casas, e a exfuncionária pública Suzane Almeida, que saiu de Salvador e abriu uma pousada no Capão
DESAFIOS DO CRESCIMENTO Com tanta gente chegando, é natural que as primeiras preocupações comecem a surgir. Temendo o loteamento do vale, a Prefeitura Municipal de Palmeiras está finalizando um Plano Diretor que regulamenta as especificações de metragem do terreno para compra e venda. Na área urbana – da vila até o Circo do Capão – foi estabelecido um mínimo de 600m2, enquanto que na área rural é de 1 hectare. A questão da água também gera problemas. Apesar das muitas fontes, não existe uma sistematização padrão que funcione bem e as matrizes começam a secar. A quantidade de fossas negras, tradição entre os nativos, também ameaça a contaminação dos lençóis freáticos. A Embasa chegou a apresentar propostas para a região, mas foram rejeitadas pela população por conta do preço e do cloro na água. Pensando em resolver tais impasses, foi aprovado pela Secretaria do Meio Ambiente da Bahia o primeiro plano de saneamento ambiental, esgotamento e distribuição de água do Vale do Capão. A iniciativa está sendo organizada pelo grupo Sustentabilidade em Ação e visa custear e construir modelos coletivos sustentáveis para cada bairro. O projeto ainda prevê oficinas para a comunidade com especialistas que mostrem como devem ser feitas fossas biossépticas. A socióloga soteropolitana Maria Medrado, uma das voluntárias, acredita que a troca entre nativos e forasteiros é um dos grandes benefícios do projeto. “Estamos tentando incorporar práticas globais de sustentabilidade para trazer soluções para os problemas de crescimento urbano que nós mesmos trouxemos”, explica. [B+] FOTOS: Carolina Coelho
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ARRUME AS MALAS Já se imaginou indo trabalhar em outra cidade? Conversamos com dois profissionais que conseguiram sucesso migrando do interior para a capital e da capital para o interior e eles contam quais são os fatores atrativos de cada lugar por PEDRO HIJO
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DO INTERIOR PARA A CAPITAL
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Ivan Oliveira saiu de Senhor do Bonfim e mudou-se para Salvador, onde, junto a seu pai, abriu duas lojas da joalheria que leva seu nome. “A capital oferece um campo maior para aqueles que desejam expandir suas carreiras”
Primogênito de uma empreendedora família de Senhor do Bonfim, Ivan Oliveira trocou a vida calma do interior da Bahia pela rapidez da capital há quatro, anos quando decidiu cursar administração de empresas. A escolha do curso não foi impensada: a família de Ivan é dona de uma bem-sucedida joalheria, que já caminhava para a expansão de mercado e precisava de um representante para cuidar dos negócios em Salvador. “A capital oferece muito mais espaço para quem deseja ver seu negócio crescer nacionalmente”, diz Ivan, que coordena duas lojas da joalheria que leva seu nome em dois grandes shopping centers de Salvador. Para quem vem do interior, os eventos culturais da capital também são um atrativo. “Em Salvador tudo é maior, temos mais opções de lazer e tudo isso influencia positivamente na nossa qualidade de vida”, conta. Com a mudança para Salvador, Ivan se viu aberto a um mundo de possibilidades trazidas, em sua maioria, pela rede de relacionamentos que fez nos tempos da faculdade. “Quando vi o que a capital poderia oferecer para a minha carreira, percebi que eu já não me encaixava mais no estilo de vida do interior”, confessa. Além disso, para Ivan, a capital é mais estruturada no que diz respeito à logística, o que facilita a rapidez do transporte das mercadorias, e ainda tem uma variedade de mercado maior. Tal diversidade possibilitou a vinda de uma filial de outra loja da família, esta voltada para o comércio de calçados e coordenada por sua irmã.
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PARA MIGRAR PARA A CAPITAL Expansão dos negócios nacionalmente Diversidade de mercado Mais opções de lazer e cultura Melhor estrutura de transporte Networking
FOTO: Rômulo Portela
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Mestre e doutora em imunologia, Cláudia Macedo é proprietária do maior laboratório de patologia da região sudoeste da Bahia. Ela não se arrepende de ter deixado a capital para firmar terreno no interior: “Tenho uma vida mais tranquila”
Faz 18 anos que Cláudia Macedo terminou a faculdade de medicina em Salvador e migrou para Vitória da Conquista, no interior da Bahia. Lá, encontrou um campo ainda não explorado para montar um laboratório de patologia. “Se eu montasse a empresa em Salvador, teria que enfrentar a concorrência e ainda pagar cargas tributárias que são mais altas na capital”, diz. Outro benefício de montar uma empresa no interior, segundo Cláudia, é a carência do mercado. Antes, os pacientes enviavam seus exames para laboratórios da capital e agora podem ser atendidos de forma muito mais rápida. A demanda motivou o crescimento: a equipe de cinco
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DA CAPITAL PARA O INTERIOR
pessoas e o pequeno consultório transformaram-se em um laboratório altamente equipado com um grupo de 20 funcionários em um prédio de três andares que atende toda a região sudoeste da Bahia. Apesar de ser uma das maiores cidades do estado, Vitória da Conquista ainda tem seus resquícios de cidade do interior, e, para Cláudia, esse é um dos principais motivos para não querer sair de lá. “Como aqui em Conquista o trânsito ainda é muito pouco, aproveito essas horas que poderia estar no carro para trabalhar ou estudar. Além disso, eu vou à maioria dos meus compromissos a pé, sem o medo que sinto de andar em Salvador”, conta. O fato de estar no interior ainda facilita o contato com outros colegas de profissão. “Quando eu preciso de alguma coisa, eu já sei com quem contar muito mais facilmente. Este círculo de relacionamentos, apesar de não ser grande, é bem útil”. Mesmo se dizendo autossuficiente no que diz respeito ao laboratório, Cláudia Macedo ainda faz visitas constantes a Salvador. “A minha dependência com a capital é em relação ao conhecimento. Tenho que ir discutir casos, estar em contatos com outros profissionais, porque, indiscutivelmente, algumas informações chegam mais rápido à capital, talvez pelas dificuldades estruturais que as cidades do interior ainda têm”, define. [B+]
5 MOTIVOS
PARA MIGRAR PARA O INTERIOR Mercado carente de novas empresas Mais chances de se destacar Impostos mais baixos Qualidade de vida Rede de relacionamentos fiel
FOTO: Divulgação
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ARTE: Waldomiro de Deus - Vila Nossa - 2005
ATITUDE NOS NEGÓCIOS (E NO LOOK) POR SABRINA MACHADO
Muito já se falou sobre como é importante no mundo dos negócios projetar uma imagem de sucesso, e como a moda e o comportamento possuem um papel fundamental neste processo. Entretanto, na busca por esta aparência “vencedora”, muitas mulheres acabam ignorando a sua própria identidade e extrapolando o bom senso. Um look para o trabalho não precisa ser necessariamente chato; a adequação ao ambiente profissional é muito mais uma questão de uso apropriado dos códigos deste mundo do que, de fato, a obrigação do uso de cores sóbrias e cortes sem sal. Não precisamos virar um exército de executivas fardadas! É importante que a roupa sempre transpareça um pouco da sua personalidade, sem que isso sobreponha a sua credibilidade e competência. Mas, para isso, é preciso conhecer muito bem, e saber mostrar o melhor de si. Pense bem: autoconhecimento e segurança do seu estilo pessoal são dois sinais claros de sucesso. Se no dia a dia profissional a escolha do que vestir é uma decisão crucial para a sua imagem, em festas ou eventos corporativos esta responsabilidade é ainda maior. A pressão sobre a mulher é imensamente maior nesta situação, uma vez que não há opção de uma solução padrão como entre os colegas do sexo oposto. Nestas ocasiões especiais, torna-se especialmente delicado balancear os mesmos valores que levam tantas executivas a errar 84
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a mão nas produções do cotidiano: a feminilidade, a pessoalidade, a sofisticação e a adequação ao tipo de corpo. As mesmas regrinhas de comedimento e autoconfiança valem para a moda festa. E no dia dia dos coquetéis e compromissos-surpresa, vale a pena ter sempre em mente roupas versáteis, que possam mudar de cara apenas alterando acessórios e maquiagem. Um bom exemplo é escolher uma bolsa de festa apropriada, sapatos mais elegantes e algo para prender o cabelo; um kit de sobrevivência para a mulher prevenida com vida social intensa. Outra confusão muito comum se refere a demonstrar (ou projetar) o êxito profissional no figurino, o que é bastante diferente de ostentar uma posição financeira. Aqui o comedimento e o bom senso são essenciais - lembre-se, o objetivo deve ser sempre abrir portas e incentivar novos contatos, não intimidar ou impor poder. Joias e roupas sofisticadas devem complementar a sua personalidade naturalmente, e não compor uma personagem. Basta ser poderosa em sua atitude e na convicção das suas ideias, que o restante do look certamente acompanhará um comportamento assim, luxuoso! Sabrina é empresária e consultura de moda
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A FORÇA DO MERCADO DE LUXO POR MONIQUE MELO
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lheio à crise, em 2012, o mercado mundial de artigos de luxo movimentou R$212 bilhões de euros, 10% a mais do que no ano anterior, de acordo com a fundação italiana Altagamma, que se baseia em um estudo da empresa Bain & Company. A procura por produtos de qualidade ajudou a alavancar o valor das marcas mais poderosas do setor, que disparou 6% no mesmo período. O dado consta do ranking BrandZ das 100 Marcas Mundiais Mais Valiosas, da qual a Prada é líder com 63% de alta. O fôlego não para por aí: a previsão é de que, em 2025, este exclusivo mercado será cinco vezes maior do que em 1995. No Brasil, os bons números refletem o perfil do consumidor nacional, mais consumista, com dinheiro e disponibilidade de pagar a longo prazo. O consumidor brasileiro adora novidade, é antenado, impulsivo, gosta de ver e ser visto. Segundo levantamento da consultoria italiana, esse mercado faturou nos últimos três anos mais de R$45 bilhões. O país, apesar das taxas alfandegárias, também deve impulsionar o avanço deste setor na América Latina - com estimativa de crescimento de 12% - respondendo por 25% de aumento nos negócios até 2017. Perde só para Ásia-Pacífico, que chega a 20%, outro mercado emergente que também está em evidência. Por aqui, as mulheres lideram as compras e as lojas se concentram no eixo Rio – São Paulo, sendo a Louis Vuitton a marca mais querida. Como preço pouco importa neste universo, conteúdo, história, status, eventos exclusivos e tratamento altamente diferenciado fazem toda a diferença. As grifes nacionais começam a apostar também no consumidor de alta renda e, apesar da liderança absoluta ser o mundo da moda, o consumo sofisticado chegou até os doces, com pâtisseries pipocando em várias capitais, com grande sucesso, a exemplo da Avignon em Salvador. A oferta vai além de marcas, abrangendo serviços para um público que busca não só produtos de qualidade, mas também a experiência de compra. 86
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BATE PAPO
Conversamos com a personal shopper Ucha Meirelles, que auxilia clientes de todas as partes do Brasil na hora das compras. Ucha também assina o site upost.com.br.
FOTO: Fernanda Freixosa
O que acha do mercado de luxo no Brasil? Várias marcas internacionais se instalaram em grande parte nos últimos dez anos, ou seja, é um mercado relativamente novo, mas enxergo muito potencial. Acho que a tendência é ocupar espaço e se desenvolver pouco a pouco nos grandes centros urbanos, até mesmo fora de São Paulo, onde marcas internacionais têm avaliado um potencial crescente.
Ucha Meirelles enxerga potencial no mercado de luxo no Brasil: “Até mesmo fora de São Paulo”
Quais são suas marcas prediletas? Das nacionais, gosto de Reinaldo Lourenço, Isabella Giobbi, Gloria Coelho e Mixed. Já quando o assunto são as internacionais, opto por Prada, que Fendi, Miu Miu, Celine, Marc Jacobs e Stella McCartney. Acho que o que mais transforma uma marca forte em uma marca de luxo é a tradição, a atenção à qualidade e aos detalhes. Qual a sua aposta para o inverno? Aposto nos looks monocromáticos, preto e branco, nas peças em couros especiais e metalizados, muitas transparências, peças com fendas e curtas, brilhos, looks esportivos e cintura bem marcada. Não podemos esquecer das bijouxs de luxo.
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ARTE: Waldomiro de Deus - Sem Destino - 2000
MODA NA INTERNET, MUITO MAIS QUE UMA TENDÊNCIA POR BIANCA PASSOS
Resolvi aproveitar a época de liquidação e comprar peças para incrementar meu guarda-roupas. O shopping que eu fui? A internet! Sempre fui cliente do mercado virtual, contudo roupas e sapatos estavam em uma categoria de produtos em sob uma série de condições específicas, onde o experimentar era fundamental. Como eu, milhares de brasileiros estão embarcando neste mercado virtual da moda. Já é possível comprar em lojas espalhadas por todo o mundo através de um único portal de compras com plataformas operacionais no Brasil. É o caso, por exemplo, do Farfetch, segundo maior site de e-commerce do mundo (atrás apenas do Net-a-Porter), que acaba de receber um investimento de US$20 milhões da Condé Nast International que será usado para expandir sua operação no Japão e na China, começando por Hong Kong. A Farfetcht em cinco escritórios (Londres, Lisboa, Los Angeles, Nova York e São Paulo) e 250 funcionários. Essa expansão do segmento de moda na rede amplia as oportunidades também para pequenas e médias empresas. No entanto, consumidores e empresários ainda estão descobrindo como o negócio funciona. O cliente ainda demora para efetivar sua compra, embora se interesse cada vez mais pelo sistema. Na prática, isto significa que o investidor deve estar preparado para administrar um 88
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lucro discreto na fase de consolidação do negócio. Pelo menos até conquistar a confiança dos consumidores, oferecendo um serviço cada vez mais personalizado. Atendimento eficiente é mesmo uma das chaves para o sucesso no setor. Criar uma relação de confiança é fundamental, não só pela segurança para realização de operações financeiras, mas principalmente pela certeza de que o que foi comprado será entregue nas especificações ofertadas. O cenário atual, em suma, mostra-se promissor e favorável ao crescimento do comércio eletrônico, que está, dia a dia, amadurecendo e conquistando novos consumidores. Estima-se que em 2018, algo em torno de 35% das roupas serão comercializadas pela internet. Bom momento para investir! Bianca é empresária e consultora de marketing
NO SITE Bianca dá dicas de lojas online para você comprar e se divertir
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PALETA DE SABORES O engenheiro Galvão aproveita a época da lagosta para esquentar a barriga no fogão e preparar um prato que mistura o sabor da cozinha mediterrânea com ingredientes brasileiros, em uma receita fácil e rápida de fazer por CAROLINA COELHO
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ono de uma empresa de tecnologia e informação, Galvão até engana quem o vê vestido com seu dolmã personalizado, apressado com as panelas de um lado para o outro pela cozinha. Apesar de não ser chef profissional, a vontade de estar sempre experimentando novos sabores o fez botar a mão na massa – e também nas carnes, nos frutos do mar e nos pães – para profissionalizar o paladar. É verdade que Galvão tem uma relação quase sentimental com seus temperos. Ele mostra na despensa sais de todos os tipos, defumado, trufado, com ervas, do Himalaia, e também outras especiarias e condimentos que ele traz consigo das suas viagens para o exterior, como pistilos de açafrão de Madri e aceto balsâmico de San Marino, formando uma exótica coleção de sabores. Apesar de não ser permitido viajar com alimentos frescos, Galvão arrisca para trazer o que aqui é muito pouco barato ou fácil de achar. 90
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Em suas viagens gastronômicas, Galvão aprendeu a não perder tempo experimentando receitas que não são típicas da região. Mesmo sendo um atuante no segmento de temperos, ele ressalta: “A comida tem que respeitar o sabor do próprio ingrediente, sem perder seu gosto para os temperos. Nisso os franceses são impecáveis”. E conta que faz de tudo para descobrir o melhor do garfo de cada lugar. “Me meto em qualquer buraqueira para comer bem”, diz rindo. O cozinheiro aproveita para dar a dica de dois lugares para comer em Salvador que o surpreenderam e que valem a visita, o Mercato Di Vino e o Pasta em Casa, esse último um grande achado que reúne comida boa e barata. Para escolher essa receita, Galvão deu prioridade aos ingredientes fáceis de achar e à praticidade do prato, que, sendo pré-preparado, não perde a qualidade e nem o tempo de conversa com os amigos durante os jantares.
FOTOS: Carolina Coelho
PRATO DO DIA INGREDIENTES PARA 2 PESSOAS - 1 lagosta grande (1,5kg aproximadamente) - 1 batata baroa - 1 batata inglesa - 4 colheres de sopa de manteiga - 4 colheres de sopa de creme de leite - 1 alho-poró - 4 colheres de sopa de requeijão cremoso - 1 copo de leite - Caldo de legumes a gosto - Queijo ralado para gratinar - Pitada de açúcar - Sal a gosto
LAGOSTA NA MANDIOQUINHA MODO DE FAZER ETAPA 1 Corte a lagosta no sentido longitudinal separando em 2 bandas, limpe, retire a carne da cauda e reserve em uma vasilha. Para usar a casca para decorar o prato posteriormente, coloque em água fervente por alguns minutos, retire e deixe secar. Dica: Amarre um palito longo na cauda para que se mantenha esticada. Retire após o cozimento. ETAPA 2 Corte a carne da lagosta em anéis de aproximadamente 3 cm e tempere como flor de sal ou sal comum. Em uma frigideira antiaderente, coloque 2 colheres de manteiga e passe a lagosta por 3 minutos. Acrescente o creme de leite e o requeijão cremoso e mexa durante 1 minuto. Retire a carne do fogo sem o caldo com um pegador e arrume dentro da casca da lagosta. Reserve o caldo para usar no pirê. ETAPA 3 Corte o alho-poró em rodelas finas e refogue em uma frigideira com o caldo de legumes, 1 colher de manteiga e uma pitada de açúcar. Jogue o alho-poró em cima da carne da lagosta já disposta na casca. ETAPA 4 Cozinhe no vapor a batata inglesa e a batata baroa. Amasse as batatas com sal, manteiga e o leite e cozinhe até obter homogeneidade. Acrescente o caldo da lagosta reservado e bata até criar um creme. Cubra a lagosta com o pirê, acrescente queijo ralado e leve ao forno aquecido em 200°C até gratinar.
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no t as de t ec AS 7 NOVIDADES DO NOVO iOS Versão mais nova do sistema operacional ficou mais clean e ganhou novos recursos. Veja a lista
[04] O iOS7 tem uma central de configurações para regular brilho da tela e Wi-Fi
[01] Ícones totalmente redesenhados
[05] O novo app da câmera organiza as imagens automaticamente
[02] A função do desbloqueio agora funciona de baixo para cima
[06] Permite bloqueio de chamadas e mensagens
[03] Movendo o dedo para a esquerda da tela, o app volta para a tela anterior
[07] A atualização chega para os modelos sucessores do iPhone 4, iPad 2 e iPod touch
5 APPS PARA AJUDAR NA ORGANIZAÇÃO
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MAILBOX
HOTELHOJE
EVERNOTE
CATCH NOTES
ALL BUDGET
Uma grande ajuda para aqueles que estão com a caixa de entrada cheia. O usuário pode apagar, arquivar, adiar a leitura ou até zerar os e-mails com facilidade. Grátis para iPhone e iPad.
Quer reservar o hotel de última hora? O app abrange 50 cidades no Brasil e oferece quartos para reserva com preços mais camaradas. Grátis e em português para iPhone e Android.
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L I F E STY LE | va rejo
ARTE: Waldomiro de Deus - Japão 8,9
EXPERIÊNCIA MULTICANAL NO VAREJO POR INGRID QUEIROZ
O mundo físico e o online estão cada vez mais integrados, trazendo um grande desafio aos varejistas: como levar o consumidor a se envolver com sua marca, gerar a venda e uma boa experiência de compra? Se antigamente a ideia que se tinha era ampliar o número de lojas para se obter mais consumidores e venda de produto, hoje o varejo multicanal tem mudado esse cenário. Uma experiência multicanal possibilita ao varejista impactar um consumidor cada vez mais exigente a qualquer momento e através de diversos pontos de contatos de forma que ele seja atraído, se envolva, interaja e efetue a compra criando sempre uma experiência diferenciada. Muitas plataformas e as novas tecnologias já permitem criarmos estas experiências multicanais. Veja algumas: E-COMMERCE: foi o precursor de uma nova experiência do consumidor, trazendo uma nova possibilidade de criar e personalizar relacionamentos através do cruzamento das informações do comportamento online. No futuro próximo teremos a evolução da utilização destes dados a partir do fenômeno chamado Big Data, que irá transformar o varejo. MOBILE COMMERCE: com a popularização dos smartphones e dos tablets, os consumidores têm facilidade de pesquisa e mobilidade de compra. No Brasil, 5,4% dos pagamentos são via mobile, sendo que os tablets são os preferidos pelos consumidores. 94
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SOCIAL COMMERCE: hoje mais vale a recomendação de um amigo nas redes sociais do que uma propaganda de um produto pela própria marca. Conteúdos publicados, menções, comentários e compartilhamentos por pessoas de confiança nas redes sociais, refletindo suas experiências, podem influenciar positivamente ou negativamente na decisão de compra do consumidor. A presença estratégica nas redes sociais é fundamental para a marca. LOJAS FÍSICAS: é aqui onde a marca precisa apresentar um ambiente diferenciado, atrativo e onde o consumidor deverá conhecer todas as características do produto, interagir e ter experiências positivas. Imagine: o seu consumidor poder receber por um aplicativo uma oferta especial de acordo com uma preferência capturada de suas redes sociais, receber a localização do produto ou poder ainda realizar o pagamento na loja através do seu celular. Isso é o que podemos esperar do Big Data. Vale lembrar, que as empresas precisarão investir em infraestrutura e em treinamento de equipe. Investir em um ambiente multicanal é um ponto crítico para o sucesso de um negócio, já que o consumidor acaba gastando mais 30 a 50% do que os compradores que utilizam apenas um único canal. Esta é uma oportunidade para os varejistas melhorarem, além de sua rentabilidade, a experiência com seus clientes. Ingrid é sócia-diretora da DMI, agência de conteúdo e interatividade
ARTE & ENTRETENIMENTO
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Pintores baianos ganham o mundo
Cachoeira, o caldeirão artístico da Bahia
+1 FILMES 102 | APLAUSOS 104
ART E & ENTR ETEN IMENTO | a r t e
A ARTE DO INTERIOR QUE GANHOU O MUNDO Vindos de regiões distintas da Bahia, artistas fazem sucesso ao redor do mundo, mas ainda encontram dificuldade em ser reconhecidos em seu próprio estado por PATRICK MORAES
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desejo de dar forma às expressões mais cotidianas e subjetivas ultrapassou os limites geográficos regionais e ganhou o mundo. Com as dificuldades de cada história de sucesso, artistas do interior da Bahia ainda esbarram em uma cultura de pouca valorização das artes plásticas, mas persistem na vontade de dar cor aos pensamentos. De maneiras distintas e linguagem inovadora, nomes como Waldomiro de Deus, Valdney Suzart e Gérson Guerreiro têm seu trabalho reconhecido em grandes salões de arte mundiais e pela crítica. WALDOMIRO DE DEUS Nascido na cidade de Itagibá, sul da Bahia, Waldomiro de Deus resolveu deixar a vida de cidade pequena logo cedo para ir em busca de novas oportunidades. Aventureiro, foi na grande São Paulo que encontrou espaço para começar a construir sua extensa obra, que, mais tarde, ganharia os olhares mundiais. Despedido do emprego, Waldomiro levou suas obras para o Viaduto do Chá, em São Paulo, e conseguiu vender dois dos seus desenhos. Ainda no começo da década de 1960, o contato com jornalistas, compositores e nomes influentes da arte iria dar o suporte preciso na visibilidade e no amadurecimento do trabalho de Waldomiro. 96
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FOTOS: Divulgação
“Sou um pintor procurando cada vez mais me descobrir dentro do mundo das artes” Waldomiro de Deus
Em 1966, o artista participou da primeira Bienal Nacional de Artes Plásticas, em Salvador, e, desde então, salões de arte da França, Bélgica, Rússia, Inglaterra e outros países receberam o trabalho do pintor baiano. Para Waldomiro, ainda há o que conquistar na divulgação da sua arte. “Não cheguei ainda aonde eu quero. Sou um pintor procurando cada vez mais me descobrir dentro do mundo das artes”, afirma. Sempre de olho nas manifestações artísticoculturais, Waldomiro vê a valorização da arte ainda muito tímida no país, apesar do crescente investimento em alguns artistas. “Muitos municípios não têm dado a devida atenção à divulgação de seus talentos. Pouco a pouco, nós temos recebido atenção das autoridades do nosso país através de leis de incentivo. Espero que essas leis possam chegar ao alcance dos jovens de grande talento”, acredita o artista baiano. Atualmente, o pintor está com a exposição “Waldomiro de Deus - 50 Anos de Pintura” planejada para outubro em Fortaleza. A exibição conta com curadoria de Enock Sacramento, que também está escrevendo um livro biográfico do artista.
“Como artista do interior do Brasil, longe dos grandes centros culturais, você tem que trabalhar dobrado” Valdney Suzart
VALDNEY SUZART Inspirado desde criança pela arte popular do recôncavo baiano, Valdney Suzart cresceu na cidade histórica de Cachoeira e confessa ter construído todos os traços de sua obra de forma autodidata. Aos 15 anos, as primeiras peças foram expostas em uma praça da cidade. Com telas que misturam o real e o irreal, o artista não poupa os detalhes e consegue, através das vivências, fazer da arte sua expressão. Sempre buscando inovar nas temáticas, Suzart procura sempre manter o estilo próprio, mas dando espaço à liberdade poética e à sinceridade artística. Foi na quinta Bienal do Recôncavo que Suzart teve o grande impulso na conquista de espaço nos salões de arte de destaque mundial e expôs seu trabalho em países como Alemanha, Estados Unidos e Senegal. “Eu sinto um orgulho muito grande em ser convidado para uma exposição internacional. Você sente que as pessoas acreditam no seu trabalho”, avalia o artista, que também cita a possibilidade de conhecer cenários artísticos diferentes como fator positivo dessas experiências. Mesmo ganhando reconhecimento em vários cantos do mundo, Suzart continua criando no interior da Bahia. Na cidade de Muritiba, o pintor assume não ser fácil a missão de viver com arte e ser valorizado por isso no interior. “Como artista do interior do Brasil, longe dos grandes centros culturais, você tem
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ART E & E NTR ETEN IM ENTO | ar t e que trabalhar dobrado. Nesses anos, vi muitos grandes artistas plásticos, cantores, atores, escritores, entre outros, desistirem e acabarem em trabalhos fora da arte para sobreviver”, revela.
FOTOS: Divulgação
“Acho que a valorização da arte passa pela educação na escola, no grupo, na comunidade” Gérson Guerreiro
NO SITE veja uma galeria de fotos com outras obras destes artistas 98
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GÉRSON GUERREIRO Foram os olhos de menino atento e curioso que fizeram Gérson Guerreiro, natural de Juazeiro, interior da Bahia, descobrir o desejo de ser artista. Ainda pequeno, as peças trabalhadas em couro por seu avô, artesão, despertaram a vontade de criar desenhos através da imitação. Artista plástico há 16 anos, Gérson conta que a cultura popular brasileira, principalmente a nordestina, foi a primeira influência de seus trabalhos e veio do berço familiar, com seu pai e seus avós. Mais tarde, já na Faculdade de Belas Artes de São Paulo, o universo da arte e da cultura erudita viria agregar conceitos no trabalho do artista, que cita Van Gogh, Joan Miró e Henri Matisse como alguns dos muitos nomes que o inspiram. Destaque por criar e registrar uma técnica de pintura própria, Gérson traduz o processo de elaboração e realização como um momento de inquietação e pesquisa. A técnica “touch mind art” (arte de criar pintura sobre tela com pontos em dimensão, que provoca sensações visuais no observador, veio como resultado de investigações a respeito de materiais e suportes em artes visuais e, também, da crença na evolução da técnica. Além desta técnica, as cores fortes e sem misturas são outros pontos a serem destacados. Gérson já expôs sua obra em cidades brasileiras como Aracaju, Maceió, Salvador e grandes centros artísticos da Venezuela, Colômbia, Chile, Portugal, entre outros. Em junho, o artista teve sua arte exposta na Mostra Carrousel Du Louvre, em Paris, edição de primavera. A satisfação não poderia ser maior com tanto reconhecimento. “Todo artista procura através de sua arte atravessar fronteiras de tempo, de entendimento e também geográficas e poder expressar suas ideias. Minha arte é minha voz! Ser convidado a expor em diversas capitais do Brasil e também em outros países significa que minha arte está cumprindo seu verdadeiro propósito”, avalia Guerreiro. Também pesquisador das manifestações artísticas, Guerreiro critica a falta de interesse nas artes por parte dos brasileiros. “O país tem grandes talentos em artes plásticas, mas não há por aqui a cultura de valorizar e aprender com o conteúdo que as obras desses talentos têm a dizer. Acredito que o fato passa pela educação na escola, no grupo, na comunidade”, relata. [B+]
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CACHOEIRA, A PARATY BAIANA? por CAROLINA COELHO
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QUARTAS DO TAMBOR
FLICA
PROJETO OURUA
Toda primeira quarta-feira de cada mês, a praça pública reúne percussionistas de cinco municípios do Recôncavo, oriundos das nações do candomblé e de grupos de resistência, para manifestações artísticas da cultura afro-brasileira.
Em sua terceira edição, confirmada para acontecer entre 23 e 27 de outubro, a festa literária trará os escritores Laurentino Gomes, Edney Silvestre, Karina Rabinovitz e o inglês Lars Iyer. E pela primeira vez o público infantil terá uma programação especial.
A partir de julho, crianças, adolescentes, educadores e comunidade em geral podem participar das oficinas de arte e formação desenvolvidas pela Casa de Barro, que incluem mesas de discussão sobre políticas públicas para promoção da cultura.
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FOTO: Tatiana Azeviche/Setur
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ituada às margens do Rio Paraguaçu, a 110km de Salvador, Cachoeira guarda as principais referências da cultura da baianidade, reunindo uma população de maioria afrodescendente, um acervo arquitetônico que remete à época do Brasil Império, rituais católicos que se misturam aos ensinamentos do candomblé e uma culinária local que reflete a miscigenação cultural da proximidade do mar da Baía de Todos os Santos com o sertão baiano. Não é à toa que Cachoeira é considerada Monumento Nacional, após ser tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, em 1971. Sua participação ativa nas lutas pela Independência da Bahia, em 1821, é reconhecida todos os anos no dia 25 de junho, data em que a sede do governo estadual é transferida para a cidade, tornando-a capital da Bahia por um dia. A antiga prosperidade econômica da região, fruto do cultivo da cana-de-açúcar, da mineração no Rio de Contas e da produção fumageira, abre espaço para as manifestações que enriquecem o cenário cultural de Cachoeira e atraem os fãs do turismo histórico. Os tradicionais sambas de roda de Suerdick, Filhos do Caquende e Esmola Cantada da Ladeira da Cadeia, as festas da Irmandade da Boa Morte, de Nossa Senhora do Rosário e de Nossa Senhora d’Ajuda, a galeria de arte
Pouso da Palavra, a Fundação Hansen Bahia e a orquestra filarmônica Sociedade Lítero-musical Minerva Cachoeirana já são atrações marcantes que têm atravessado os tempos mantendo suas características originais. Agora, novos projetos culturais chegam à cidade, trazendo artistas internacionais, nacionais e regionais, fazendo o intercâmbio cultural com a população local, estudantes e turistas. “O conteúdo desses projetos não só estimula os artistas cachoeiranos, como agrega cultura à cidade e influencia a visita de turistas, gerando emprego e movimentando a economia”, ressalta José Luiz Bernardo, secretário de Cultura e Turismo de Cachoeira. Com a chegada da Festa Literária Internacional de Cachoeira (Flica), houve quem assemelhasse Cachoeira a Paraty (RJ), pela beleza histórica e cultural. O historiador cachoeirano Cacau Nascimento acredita que o impacto do evento possa ser comparado, mas pensa que o Recôncavo Baiano possui sua própria atmosfera peculiar. “Cachoeira tem um potencial cultural, histórico e artístico muito maior do que Paraty, muito disso pelo seu legado afrodescendente. A cidade tem emergido e quem descobriu Cachoeira agora está se dando bem”, diz ele. [B+]
CINE-TEATRO GLÓRIA
RECÔNCAVO JAZZ FESTIVAL
QUINTA DO PRETO VELHO
Desativado há 20 anos, o espaço restaurado pelo Iphan recebeu equipamentos de audiovisual de última geração para sua reinauguração em 31 de julho, dando início a apresentações de grupos locais de música e teatro.
Em 2012, a primeira edição do evento trouxe o saxofonista americano Joshua Redman e a Orkestra Rumpilezz. Este ano, o festival está previsto para acontecer em novembro, mas ainda não tem nomes confirmados.
Há quatro meses, o projeto promove samba de roda e reggae, mesclados com MPB, rap e músicas internacionais na Praça 25. Ensinamentos da entidade africana, como as “7 lágrimas do Preto Velho” também são lidos ao público para reflexão.
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COMÉDIA LUCRATIVA Provavelmente, você já deve ter visto algum vídeo assinado pela +1 filmes acompanhado de muitos likes e de muitos compartilhamentos. Esta realidade tem sido rotina na vida de Fabiano Passos, Uelter Ribeiro, Camila Loureiro e Moara Rocha, os quatro baianos que estão por trás da produtora de filmes criada em 2010. Conhecida por muitos como o “Porta dos Fundos da Bahia”, em referência ao famoso canal de humor do Youtube, a +1 aposta na comédia com sotaque nordestino e já soma quatro milhões de visualizações em seus mais de cem vídeos postados no canal no YouTube. Conversamos com eles para saber como transformar risadas em dinheiro 102
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Uelter Ribeiro, Fabiano Passos e Moara Rocha encenam a clássica foto de Friends em pleno Pelourinho
NO SITE A lista dos canais mais lucrativos do YouTube FOTOS: Carolina Coelho
ECONOMIA NA PRODUÇÃO “Dá para gastar pouco produzindo vídeos. O que a gente faz é criar facilidades nos roteiros, adaptando ao que já temos ou o que pode ser conseguido com mais facilidade. Se um amigo é dono de um restaurante e pode ceder o espaço, por exemplo, vamos escrever um roteiro que se passe num restaurante, em vez de optar por escrever uma história que tenha um helicóptero ou algo mais caro, sabe?” O RETORNO FINANCEIRO COMPENSA “Atualmente, a gente consegue tirar dinheiro com o AdSense, que é o serviço de publicidade do Google. A cada 100 visualizações, o Youtube paga dez centavos de dólar. Quanto maior o número de visualizações em um vídeo, maior será o lucro. Além disso, ainda produzimos vídeos patrocinados por empresas para treinamento de funcionários e comunicação interna, por exemplo”. A COMÉDIA COMO FONTE DE LUCRO “A gente tenta experimentar vários estilos para ver qual é o que o público aceita mais. A ideia inicial da produtora era fazer curtas de cinema. Quando fizemos o nosso primeiro webvídeo de humor e percebemos a receptividade, resolvemos apostar nisso. A comédia é uma forma de comunicação muito eficiente”. CONHECER O PÚBLICO É A CHAVE PARA O SUCESSO “Você já sabe que alguns vídeos vão fazer sucesso e render visualizações quando eles têm algum cunho social ou quando fazem paródia de alguma música. Tem vezes que a gente faz besteirol, outras a gente aposta num humor mais inteligente. A ideia é experimentar vários estilos para conhecer melhor o público”. AGILIDADE NAS ATUALIZAÇÕES “A gente sempre alimenta o canal com vídeos novos. São três vídeos inéditos por semana, isso sem contar o material extra nos fins de semana. A produção dos vídeos é rápida e dura pouco tempo para que ele seja postado. Essa é uma forma de manter o público fiel ao canal”. INSPIRAÇÃO NOS SIMILARES “Nosso humor é diferente de outros canais do YouTube porque a gente aposta em diversos estilos. Mas, para a gente, o Porta dos Fundos é um exemplo de gestão, de rentabilidade e de visão empresarial”.
+1 Filmes: “O baiano tem uma necessidade de se ver na tela”
SOTAQUE BAIANO “O baiano tem uma necessidade muito grande de se ver na tela, ele gosta disso. Então, quando a gente faz vídeos que trazem o humor pautado no dia a dia do nordestino, as pessoas gostam. Acho que o baiano aprova o nosso humor porque, como a maioria da produção audiovisual brasileira vem do eixo Rio-São Paulo, eles não conseguem nos mostrar como nós somos de verdade. Tem muita gente que diz que nós fazemos humor só para baiano ver, mas não acredito nisso. Temos muitas respostas de gente de outros estados que amam o nosso canal, mesmo não sendo baianos”. AMPLIAÇÃO DO PÚBLICO “Quando a gente fez um vídeo que se passava em Feira de Santana, alcançamos a marca de 90 mil visualizações em só dois dias. Apostamos nisso e fizemos quatro episódios de uma websérie que se passavam em cidades do interior da Bahia, justamente para ter uma maior abrangência e não perder essa parcela do público que consome o nosso produto”. [B+] w w w. r e v i s t a b m a i s . c o m
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aplau sos POESIA NOS ÔNIBUS DE SALVADOR Durante os meses de julho e agosto, a poesia embarca nos ônibus de Salvador. A iniciativa cultural “Palavras Passageiras” pretende estimular a leitura de poesia nos soteropolitanos. trinta ônibus da viação Rio Vermelho, que fazem seis linhas (Aeroporto/Praça da Sé, Pero Vaz/Lapa, Vila Rui Barbosa/Eng. Velho de Brotas, São Joaquim/Marback, Mata Escura/Pituba e Mussurunga/Lapa) receberam o projeto da produtora cultural Domínio Público com apoio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Transporte (Semut). Ao pegar um desses coletivos nesse período, o usuário pode ler poemas de 15 poetas baianos mais Fernando Pessoa e seus heterônimos. O diretor da Domínio Público, Reinorf Duarte, explica que, por se tratar de uma iniciativa voltada ao transporte público municipal, a prioridade é expor a obra poética de artistas locais, além de clássicos universais.
Baianos em Gramado Das 580 inscrições, oito filmes foram escolhidos para disputar a categoria de longas nacionais no Festival de Gramado, a ser realizado durante os dias 9 a 17 de agosto. Entre eles, está o baiano “A Coleção Invisível”, dirigido pelo francês Bernard Attal. O elenco conta com o ator Vladmir Brichta e com o saudoso Walmor Chagas. Outro baiano também está na competição na categoria curta-metragem. “Arremate”, do diretor Rodrigo Luna, está entre os 16 curtas selecionados em todo o Brasil. Produzido de forma independente, o curta é baseado no conto “We can get them for you wholesale”, do escritor inglês Neil Gaiman.
QUARENTA POETAS PREMIADOS LANÇAM LIVRO EM CACHOEIRA
“O que dói profundamente é saber que, felizmente, a vida é aquilo que a gente não quer” trecho da música “Saudade”, de Dorival Caymmi. Em agosto deste ano, faz cinco anos que o mestre da música baiana nos deixou
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O poeta e jornalista Damário Dacruz, morto em 2010, é um dos poetas que fazem parte do livro “Outros Riscos”, um compilado de poemas de 40 autores selecionados pelo 1º Prêmio Damário Dacruz de Poesia. A obra, originada pela premiação, foi lançada no fim de julho deste ano em Cachoeira, no Recôncavo da Bahia, e é uma coedição entre a Fundação Pedro Calmon e a Editora Quarteto. Entre os premiados estão de estreantes a autores já conhecidos no meio literário, como Fabrícia Miranda, Herculano Neto, Vladimir Queiroz e Luís Pimentel, o que amplia a diversidade dos poemas selecionados.
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A VEZ EM QUE O GRINGO CONHECEU O QUE A BAHIA TEM POR RUBEM PASSOS
Meu pai também era meu patrão. Uma dureza! Não me dava mole de jeito algum. Sexta-feira de Carnaval, 1970, eu já devidamente planejado, sairia no TOP 69. No escritório, após o almoço, ele sentencia: Amanhã, eu e sua mãe vamos viajar para passar o Carnaval, e você vai ao aeroporto receber um americano, George, auditor da St. Regis Paper. Ele gosta de museus e igrejas, e volta para São Paulo na segunda. Nem preciso dizer que a diretoria recomendou que o tratássemos MUITO BEM, tá compreendendo? E mais, ele quer conhecer igrejas e museus! Sim, respondi, P. da vida! Dia seguinte, estava no aeroporto, esperando o tal gringo. Ele tinha uma cara que lembrava um cão São Bernardo, calçava sandálias tipo franciscanas e trazia nas costas um enorme equipamento fotográfico. Para sua tristeza, logo do desembarque, informei que museus e igrejas fechavam no Carnaval em Salvador. Fomos embora pela orla no meu Fusca 66 verde. E eu pensando como poderia arranjar uma dor de barriga para me livrar do meu inesperado visitante. Quando fomos chegando à Pituba, propus apresentá-lo ao acarajé. Ele aceitou. Pedi para colocar pimenta e ele consentiu. O cara comeu o acarajé suando, mas feliz. Estava adorando, comia pimenta como gente grande. Minha esperança ainda era que ele tivesse a dor de barriga. Seguimos em direção ao Hotel Plaza, na Vitória, quando ele saca de um livro em inglês e me diz: Eu quero comer aqui! Era o restaurante Maria de São Pedro no Mercado Modelo. O gringo já tinha me mandado tirar o senhor do tratamento e caiu fundo numa moqueca de peixe sugerida por mim. E tome-lhe pimenta e cerveja. Eu já tava me animando. “Vou botar esse gringo pra pular Carnaval”, pensei. Subimos o Elevador Lacerda e fomos em direção à Praça Castro Alves. Ao passar na loja Duas Américas, vimos um manequim vestido com uma mortalha. Não deu outra. Sugeri e George comprou a roupa para irmos para uma festa à fantasia que aconteceria naquela noite. Uma beleza! 106
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O gringo, sério, auditor temido, branco que nem neve, vestido de mortalha, onde se lia: Eu sou a mosca que pousou em sua sopa. Às 22h fui buscá-lo para levar ao Bahiano de Tênis, onde teríamos o famoso sábado de Carnaval e onde só sócios eram permitidos. Eu era, mas o meu amigo não. Como o diretor não autorizou seu ingresso, coloquei o George na minha frente na fila, e disse: Quando chegar na borboleta, eu lhe empurro e você corre, OK? Yes! Fui chegando, e quando o gringo encostou a barriga na borboleta eu gritei: CORRE! E ele se mandou de mortalha e eu atrás. Entramos no rinque e saímos pulando. A noite foi só alegria: pular, paquerar e beber cerveja. Conclusão: eu fiquei de porre e perdi o George! Dia seguinte, quando acordei, era hora de ir para o Campo da Pólvora, para a saída do TOP 69! Liguei para o hotel e George já tinha saído! Mesmo assim, fui para o bloco. Lá pelas três da tarde, passando pelo Relógio de São Pedro, uma pessoa me cutuca e me mostra o gringo que estava me gritando! Ele estava com a supermáquina pendurada, a mesma mortalha, um pé de sandália com meia, e o outro só a meia, sem sandália. Ele gritou: você marcou comigo na RUA!!! E no caminho me atrapalhei todo com um trio elétrico!!! Botei ele para dentro do bloco lá ficamos até o final do dia. Depois fomos até o hotel, onde me despedi dele. Quando meu pai chegou, eu economizei nas cores, disse que tinha feito tudo direitinho, e continuei na expectativa do relatório da matriz para ver se continuava ou não empregado. Segunda seguinte, o velho recebeu um telefonema do presidente da empresa, agradecendo, dizendo que George me elogiou muito e tinha deixado um envelope para mim. Era uma carta e uma moeda de um dólar de uma serie comemorativa, um mimo como recordação de um dos dias mais incríveis que ele tinha vivido. E eu também! Rubem é consultor, presidente da ADVB-BA e conselheiro da Revista [B+]
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