É uma publicação da Editora Minuano
Planejamento Comercial: Marques Rebelo Editor Responsável: Marques Rebelo Ilustrações: Clara Rebelo Foto de Capa: Roberto Avelino
Apoio Rio de Janeiro: ICAPRA Marcelo Fritz Apoio Poços de Caldas: Marcos Togni Estúdio Fotográfico: Anderson Heldt
Projeto e Produção
Colaboração: Paulinho Galileu Sérgio Bretas
Editor Responsável: Marques Rebelo
PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO: Marques Rebelo FOTOGRAFIA: Marques Rebelo / Virgínia Rodrigues REDAÇÃO: Rua Iapó, 510 - Casa Verde CEP: 02512-020 - São Paulo - SP Fone: (11) 3951-0109 E- MAIL : revistaumbanda@hotmail.com
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of ano e Sa ofano Sagg r ado constituem uma antinomia desafiador a, que cede ao elo iadora, daquela rrealidade ealidade sing ela, singela, que em todos os períodos da humanitur dade aapr pr prooximou a cria criatur turaa do criador criador:: a of er enda. ofer erenda. Quis a vida (não há como explicar), que o Carnaval Brasileiro fosse uma encantadora e contagiante oferta de um país abençoado a todo o resto do mundo. O samba desceu o morro e veio à avenida. A camisa listrada preta e branca do malandro virou uma profusão de cores na pista e, nesse fantástico eixo de bambas Rio – São Paulo, o Sambódromo, esse gigante ensandecido, passou a ser a expressão máxima de templo para a celebração da alegria. O Brasil excepcionou. Nosso Carnaval impressiona por seu natural poderio, pela concentração de identidade ao culto do samba, irmanando celebridades e anônimos, quer vindos de berço nobre, das esquinas, das favelas ou dos bares, praticando o cerimonial regido pelo cetro de Momo: uma dádiva aos senhores do Universo. Esse fenômeno dos simples, dos muitos que pouco têm, dos pequenos que fazem o grande e que tornam rica a festa da raça, comove. A figura de sambista brilha, reluz, incorporando-se na escultural investidura da beleza. É exaltação “ao povo que vibra na força do som brasileiro” (Pandeiro é meu nome – Chico da Silva/Venâncio). Reverenciemos o Carnaval Brasileiro, nosso mais autêntico produto. Viva o samba de enredo! O Carnaval seria Profano pela nudez, pelo êxtase, pelas paixões. Seria Sagrado pela energização, pela egrégora que toca o sublime. Fato é que conseguiu, com sua magia insondável, o mais difícil: sobressair na média dos opostos, substituindo por si mesmo em plano de magnitude que só os deuses ousariam profetizar: É o maior espetáculo do planeta! Evoé! Viva o Carnaval Brasileiro! Sérgio Bretas, um poeta no samba
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agali Cruz dos Santos, 28 anos, sambista.
Rainha do Feitiço.
Já venceu o Rainha do Carnaval da Cidade de São Paulo.
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concur so ffer er via, er concurso ervia, eraa 2005. No esplendor de seus 21 anos de idade idade,, entr ou com tudo e ar r e bentou. Em g r ande estilo , inscr e v eu seu nome no entrou arr gr estilo, inscre lug ar mais alto do lilivr vr lugar vroo do Samba.
Amadureceu. Mantém a imponência e a beleza forte continua intacta. Quem Foi Rainha, sempre será majestade! Quando se cantar a paixão pela negra, pela mulata padrão ou pela “mulher brasileira em primeiro lugar”, há que se homenageá-la, pois é uma mulher fascinante! Magali não nega a raça nem esconde as origens. Ama a Zona Leste, o conjunto habitacional, os amigos e amigas pobres, a cerveja, o bar. Gosta de acordar tarde. Leonina, aniversaria em 1º de agosto. É fera! É corinthiana, claro. Protegida pela Mãe de Santo Antônia de Xangô, mora com a querida mamãe, Dona Eliana. Trabalha, protege o pai, José Maria, ex-mecânico. Formando-se em Educação Física, sua tese de conclusão de curso (TCC) é a história do Carnaval no Brasil. Tem, em sua visão profissional, que a Festa de Momo fornece elementos para a formação cultural de uma criança, com o enriquecimento do acervo motor e a integração dos ritmos da brasilidade, que predominam nesse fenômeno ímpar de nossa tradição. Na trajetória das Escolas de Samba, quando concorreu ao titulo de rainha o fez pela Rosas de Ouro. Seu coração hoje é Vai-Vai. Nariz altivo, desafiadora, descarta disputar novamente a coroa, ser bicampeã nem precisa. Guarda toda a pompa que identifica quem é de uma corte. O Anhembi é seu. O sambódromo a reverência. Fazer parte da historia do Carnaval é muito importante para Magali, significante pelo amor e o respeito que devota ao Samba. Vê nele uma estrutura que vai além do desfile na avenida, pela energia, pelas mensagens e fatores que se incorporam desde a infância. O samba lhe apresentou lugares, pessoas e histórias inesquecíveis . Magali abala qualquer calma, embriaga qualquer alma, como na letra de “Senhora Tentação” (Silas de Oliveira). É o “efeito da sua sedução”. Reine soberana entre as Rainhas, Majestade Magali. Oxalá a ilumine e guie!
Foto: Roberto Avelino Make-up: Angélica Américo Ag Agrr adecimentos: Darly Silva, Renato Maluf e Camila Silva
Nascido em 23 de no oão Clemente JJor or novvembr embroo de 1933, JJoão or-oãosinho Trinta, começou a car ge Trinta, conhecido como JJoãosinho car-r eir na eiraa de car carna navv alesco no Salgueir Salgueiroo, na década de 1960, como assistente de FFer er nando PPamplona amplona e Ar lindo RRodrigues odrigues odrigues,, duas ernando Arlindo gr andes ffigur as do Car na iguras Carna navv al na época. igur
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eu nome começou a despontar no início dos anos 70, quando passou a ser o carnavalesco oficial da escola situada no bairro da Tijuca, zona norte do Rio. Em sua primeira experiência assinando o enredo “Eneida: amor e fantasia”, junto com a artista plástica Maria Augusta, Joãosinho conquistou o terceiro lugar. Em seguida, incrementou os desfiles com temas internacionais levando o Salgueiro ao título de escola campeã em 1974, com o enredo “O Rei de França na Ilha da Assombração” e “O Segredo das minas do Rei Salomão”, em 1975.
Em sua passagem pelo Salgueiro, Joãosinho despontou-se com um estilo nada convencional de fazer Carnaval verticalizando as alegorias e levando o luxo à avenida. A cada ano, tentava levar uma inovação para a Marquês de Sapucaí e começou por criar enredos originais e, muitas vezes, polêmicos, como o Carnaval de 1976 da Beija-Flor, que falou sobre o jogo do bicho. “Sonhar com o rei, dá leão”, era o enredo. Naquele ano, Joãosinho estreou como campeão na escola de Nilópolis. O maranhense trabalhou por 17 anos na Beija-Flor. Foi lá que transformou a estética carnavalesca e revolucionou os desfiles no Sambódromo, usando pela primeira vez carros alegóricos com mais de 10 metros de altura e decorações luxuosas. Joãosinho Trinta alcançou a impressionante marca de sete títulos em 10 carnavais, entre 1974 e 1983. Na Beija-Flor, ele foi o primeiro a trazer para a passarela do samba mulheres com os seios descobertos e, em 1978, o nu integral. Joãosinho fez do Sambódromo palco para manifestar sua criatividade, imponência e provocação. Conhecido por enredos polêmicos e luxuosos, o carnaval de 1989 ficou marcado pelo seu enredo “Ratos e urubus, larguem a minha fantasia”, na Beija-Flor. Na Avenida, o carnavalesco exibiu a riqueza e do lixo tirou luxo, surpreendendo o público com uma réplica do Cristo Redentor como mendigo e colocando passistas fantasiados de mendigos. Na época, uma ação judicial da Igreja Católica fez com que a Justiça impedisse que a escultura desfilasse. Foi então que Joãosinho cobriu a estátua de Cristo com plástico preto e colocou um cartaz com os dizeres: “Mesmo proibido, olhai por nós”. De 1994 a 2000, Joãosinho ficou à frente do Carnaval da Unidos da Viradouro, escola de Niterói. Lá, conquistou o título em 1997, com o enredo “Trevas! Luz! A explosão do Universo”. Seus sete títulos na Beija-Flor, somado a esta vitória na Viradouro, fizeram de Joãosinho Trinta o maior campeão da história do carnaval carioca.
Originalidade 1º Colocado: Cláudia Santos – 99 pontos 2º Colocado: Fernanda Teodoro – 92 pontos 3º Colocado: William Henrique – 90 pontos Luxo Infantil 1º Colocado: Taynara Júlia Franco – 94 pontos 2º Colocado: Deisiane Stefane Ramos – 89 pontos 3º Colocado: Caroline Mello – 79 pontos
Luxo Feminino 1º Colocado: Fernanda Teodoro – 99 pontos 2º Colocado: Paula Narayane – 97,5 pontos 3º Colocado: Taís Krauss – 94,5 pontos Luxo Masculino 1º Colocado: Marcos França – 96 pontos 2º Colocado: Adinan Dias – 95,5 pontos 3º Colocado: Bruno Carvalho – 81 pontos
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m maio de 2011, nós recebemos esse convite do governo de Braga, em Portugal, através da Universidade do Minho, para nos apresentarmos na abertura e encerramento do 18º Festival Celta. Nós viajamos com 52 componentes da escola entre passistas, ritmistas, alguns destaques, baianas e comissão de frente. A receptividade do povo português nos surpreendeu, porque nós fizemos a nossa apresentação na metade do festival, quando este já estava em andamento. Seis grupos se apresentaram antes de nós e mais seis iriam se apresentar depois. O público lá é muito comedido e, para nossa surpresa, desde o início da nossa apresentação fomos muito bem recebidos e ovacionados. Fizemos várias apresentações contando pequenas histórias, cada uma com um samba-enredo diferente, e fizemos também um pequeno enredo para contar a história de quando os portugueses chegaram ao Brasil, usando algumas músicas do Rio de Janeiro que falavam disso. Em seguida, a nossa comissão de frente entrou cantando “Abrem-se as cortinas, o show vai começar”. Depois, apresentamos as Baianas, Mestre-Sala e Porta-Bandeira e, logo em seguida, a música da Beija-Flor, quando o enredo da escola foi sobre Poços de Caldas. Fizemos também uma homenagem à fundadora da nossa escola, dona Léia, minha mãe, e finalizamos com Aquarela do Brasil, com os 52 componentes da escola no palco. E nesse encerramento nós fomos aplaudidos de pé por mais de 1.500 pessoas que estavam presentes ao teatro. E para finalizar mesmo, nós cantamos uma música tradicional portuguesa daquela região, chamada “Minho Verde”, em ritmo de samba. Foi tão maravilhoso que, das duas apresentações que fomos convidados para fazer, acabamos fazendo mais seis, oito no total. E fomos convidados para voltar em 2012, para participar, em Braga, do Ano Internacional da Cultura Europeia. Hoje já temos convites também para ir à Rússia, Espanha e França.
O novo projeto da Fábrica dos Sonhos é a entr góricos totalentree g a de car r os ale alegóricos mente pr oduzidos dentr icina de Ar te produzidos dentroo da Of Oficina Arte da Saci-Pô para cidades do interior do Brasil, viabilizando o custo e adequando à verba de cada escola de samba. No interior brasileiro, a grande maioria das escolas de samba tem uma verba pequena, apertada, então nós precisamos planejar um trabalho que atenda aos interesses e necessidades dessas agremiações. Como as verbas são escassas, nós procuramos projetar carros menores, mas com bastante vida, para podermos atender à necessidade dessas escolas. Atualmente estamos entregando carros totalmente prontos, com até dez metros de comprimento por cinco de largura, com plataforma de queijo, esculturas, totalmente completos, até o local onde a escola de samba tem o seu barracão. Tudo isso dentro do limite de verba que a diretoria da escola determinou para ser gasta na confecção dos carros. Contato: (35) 9107-9400 / 9987-1122 (35) 3722-6789 / 3714-8394
PAZ NA TERRA E AOS HOMENS DE BOA VONTADE Fechando os desfiles do Sambódromo do Anhembi, A Tom Maior apresentou um enredo que já era um desejo de seu eterno presidente Marko Antônio, enfocando o distanciamento da humanidade com os valores espirituais. Em seu desfile, a escola evocou os seres de luz para um redirecionamento aos verdadeiros valores e princípios de paz. Foram apresentados temas como a inclusão social, como chave para abrir as portas ao caminho da paz.
O ESPLENDOR DA ÁFRICA NO REINADO DA FOLIA O enredo deste ano da Acadêmicos do Tucuruvi foi uma grande reverência aos povos primitivos africanos, um retorno a um passado de liberdade, prosperidade e glória, trazendo para a avenida a história de um continente que se desenvolveu e brilhou sob os reflexos do sol, reluzindo em seus diamantes e no ouro abundante de suas terras. Em seu desfile, a Tucuruvi revelou toda a exuberância de sua fauna e flora, e a diversidade cultural do povo africano.
O REINO DOS JUSTOS A Rosas de Ouro apresentou, brilhantemente, um verdadeiro conto de fadas na avenida. Uma história fictícia, mas com muitos elementos da nossa realidade, com enredo inspirado livremente na terra natal da família do empresário, publicitário e apresentador de TV, Roberto Justus. Retratando uma nação lendária formada por reis e guerreiros em uma saga de sonhos e lutas por justiça, representada pelos reis Janos e Lídia (nomes dos pais de Justus) a roseira fez um desfile luxuoso e tecnicamente perfeito.
Começou a desfilar em 1972, pela Mocidade Alegre; ficou durante 14 anos na Unidos do Peruche, como vice-presidente, diretor de destaques e comissão de frente. Como destaque, saiu em 12 abre-alas, um carro 5 e na comissão de frente em 1998, com o enredo “Mama África”. Na X-9 Paulistana ficou por nove anos como primeiro destaque no carro abre-alas, sendo campeão em 1997 e em 2000. Atualmente, está há nove anos na Império de Casa Verde, como primeiro destaque. Dr. Francisco sempre foi muito respeitado pelos destaques das outras Escolas de Samba de São Paulo, pois é o que tem mais tempo de avenida. Mas também tem muito a lamentar pela falta de consideração e respeito que muitos destaques sofrem por parte das agremiações. Os destaques chegam a gastar verdadeiras fortunas por uma hora de emoção... ou de decepção, na avenida. Francisco Nemer também passou pelas escolas de samba do Rio de Janeiro, tendo a destacar o desfile inesquecível da Salgueiro com o enredo “Peguei um Ita no Norte”, em que a escola sagrouse campeã do carnaval de 1993. Na oportunidade, o destaque “Dr. Francisco” saiu como o “capitão do Ita”, na grande alegoria abre-alas da escola, representando um navio.
NA ÓTICA DO MEU IMPÉRIO O FOCO É VOCÊ A Império convocou todos, de olhos bem abertos e aguçados como os de um tigre, a observar os preceitos e as leis da física ótica. O enredo foi um passeio sobre as contribuições das antigas civilizações e personagens pensadores para o desenvolvimento da nossa visão sobre as transparências, reflexões e refrações, tudo isso mostrado de forma bem lúdica durante todo o desfile. Para desenvolver seu enredo, a escola veio dividida em quatro setores: Legados das Civilizações, Melhorando o Olhar, Útil e na Moda e Do Micro ao Macro.
A FORÇA INFINITA DA CRIAÇÃO, VILA MARIA FEITA À MÃO Unidos de Vila Maria apresentou na avenida a história da criação do mundo, desde o início dos tempos até os dias atuais, por meio do trabalho dos artesãos. A escola iniciou seu desfile mostrando o surgimento do mundo, que, segundo a Bíblia, Deus, o Criador fez todo o universo, dizendo: “Faça-se a Luz”, e assim se fez. Com suas mãos, fez do barro Adão, o primeiro homem... A mão que conduziu Moisés, mãos que rezam e saúdam juntas, que são usadas para se comunicar... Assim a Vila Maria enalteceu todos os artesãos: “Artesão é aquele que arranca a vida com as mãos, ponto a ponto”.
TRAZENDO PARA OS BRAÇOS DO POVO O CORAÇÃO DO BRASIL, A X-9 PAULISTANA DESBRAVA OS SERTÕES DESSA GENTE VARONIL
O enredo teve como fio condutor o redescobrimento do Brasil, mostrando um país que canta e encanta, inteiramente brasileiro. Mostrando as belezas, as riquezas e a sua gente sertaneja, a X-9 Paulistana desfilou e mostrou a verdadeira face brasileira, exaltando os grandes desbravadores, verdadeiros bandeirantes de aço, que se aventuraram para nos mostrar o pulsar do coração brasileiro. São os 20 anos do Rally dos sertões, que a X-9 fundiu com os 90 anos do Modernismo e sua antropofagia.
OJUOBÁ – NO CÉU, OS OLHOS DO REI, NA TERRA, A MORADA DOS MILAGRES... NO CORAÇÃO, UM OBÁ MUITO AMADO
No ano em que se comemora o centenário de Jorge Amado, a Morada do Samba inspirou-se em um de seus livros, Tenda dos Milagres, para desenvolver o seu enredo. A tradição dos “Ojuobás” – Os olhos de Xangô, fala dos homens escolhidos pelo Orixá da Justiça para representálo aqui na Terra. A Mocidade Alegre mostrou na avenida seu imenso orgulho pela miscigenação, exaltando o sincretismo como elemento formador dos traços culturais brasileiros, mais uma vez celebrando a identidade brasileira.
Foto: Marques Rebelo
Foto: Marques Rebelo
MULHERES QUE BRILHAM. A FORÇA FEMININA NO PROGRESSO SOCIAL E CULTURAL DO PAÍS A Vai-Vai, campeã de 2011, trouxe toda a sua garra para o Anhembi, mostrando o papel fundamental da mulher ao longo da história, mudando sua maneira de ser na sociedade e exercendo papel de protagonista decisiva no desenvolvimento social e cultural de nosso país e de todo o mundo. O desfile mostrou que a mulher é a grande mãe de cada mudança, e que ela está presente em cada etapa de nossa vida cotidiana, prestando um tributo não só àquela que brilha, mas a que faz brilhar.
TROPICÁLIA: O MOVIMENTO DA PAZ E DO AMOR A Águia de Ouro veio contando a história da Tripicália, movimento cultural que surgiu sob a influência de diversas correntes artísticas de vanguarda da cultura pop nacional. A proposta do enredo foi mostrar um país de natureza linda e belezas infinitas, do sincretismo religioso, da miscigenação, do folclore, iê, iê, iê e as influências musicais, mostrando um movimento que surgiu durante a ditadura militar, momento em que o país passava por grande efervescência cultural, com a criação dos grandes festivais de MPB. A Águia trouxe sob suas asas toda essa história de liberdade e superação, fazendo ferver o planeta carnaval.
Foto: Marques Rebelo
Fotos: Marques Rebelo
A PEDRA QUE CANTA TAMBÉM SAMBA ITANHAÉM, HOJE A PÉROLA É VOCÊ A Pérola Negra homenageou os 480 anos de fundação da cidade de Itanhaém, relatando de forma sintética a trajetória da segunda cidade mais antiga do país, lembrando a passagem dos jesuí-tas, a tradição religiosa da Festa do Divino e a história de personagens como Benedito Calixto e o náufrago Hans Staden. O desfile da escola, ecologicamente correto, utilizou materiais recicláveis, exaltando o plantio de árvores nativas da Mata Atlântica na cidade litorânea para neutralizar toda a emissão de gás carbônico.
VERÁS QUE O FILHO FIEL NÃO FOGE À LUTA – LULA, O RETRATO DE UMA NAÇÃO A fiel torcida corintiana trouxe para o sambódromo a história de vida de um menino que nasceu pobre – como tantos brasileiros – saído do sertão e que, bravamente, numa biografia de superação, tornou real o seu sonho, que para muitos seria inalcançável. O homenageado foi o filho fiel que não foge à luta, Luiz Inácio Lula da Silva, ou simplesmente Lula, mostrando que tudo é possível quando se tem fé, anseio, bom coração e disposição para lutar. Uma homenagem merecida a esse ilustre filho do Brasil, retrato fiel de uma nação.
Foto: Marques Rebelo
MÃE – VENTRE DA VIDA ESSÊNCIA DO AMOR A Dragões da Real fez uma linda homenagem a todas as mães. Desde a Mãe Natureza, que nos deu o ciclo da vida e a todos trata com cuidado materno, que deseja ver seus filhos abençoados. E as suas curiosidades, como o cavalomarinho, que faz o papel de pai e às vezes da mãe. Também abordou os tipos de mães que existem, passando pelas baianas, as mães das escolas de samba que sacodem o “terreirão”, as Mães da Sé, as Mães Pretas ou de leite e as Mães de Santo, marcadas pela religiosidade. Uma grande homenagem a todas as mães do Brasil e do mundo.
Foto: Marques Rebelo
É O AMOR A Proposta da Camisa Verde e Branco para este carnaval foi fazer a celebração do amor, mostando a necessidade desse nobre sentimento, que nasceu com o homem e ainda se multiplica em sementes, resisitindo bravamente às investidas do mal. A escola mostrou no decorrer de seu desfile que o amor é a força que nos move para encontrar as soluções para o dia a dia, e é o condutor de grandes inspirações. Amor é fraterno, é devoção, é fé, pura manifestação da natureza, é a música que nos emociona. A escola coloriu a passarela com suas cores verde e branco, contando a história do mais puro sentimento: o Amor.
PELAS MÃOS DO MENSAGEIRO DO AXÉ, A LIÇÃO DE ODÚ OBARÁ: A HUMILDADE A Mancha Verde fechou o primeiro dia de desfiles no Anhembi com um tema todo voltado para a religiosidade afro-brasileira, por meio do homem personificado como um Babalorixá que, através de sua fé nos búzios, recebe do Orixá Mensageiro – Exu, ensinamentos que o faça entender os motivos de tantas coisas ruins estarem se passando. Foram reveladoras lições sobre humildade e sobre o amor, com o qual Olorum criou o mundo, presenteando a humanidade com elementos naturais e forças representadas pelos Orixás. A mensagem final é a de que a prosperidade provém da humildade.
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jovem doce e de fala mansa, nascida no bairro do Imirim, zona norte de São Paulo, se transforma quando o assunto é carnaval ou futebol, suas duas grandes paixões. “Sou de uma família toda corintiana, o Corinthians é tudo para mim!”. Tati, aos 23 anos, é uma veterana no carnaval paulistano, pois já conta com 15 anos de desfiles, sempre defendendo a bandeira do Grêmio Gaviões da Fiel Torcida. Agora Tati investe em um novo desafio: a carreira de cantora de Funk, com o incentivo do marido, o produtor musical Marcelo Galático. “Sou eternamente grata a Gaviões da Fiel, represento toda a comunidade e tenho muito orgulho disso”, finaliza.